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FESTAS CULTURAIS:
Tradição, Comidas e
Celebrações.
MÉRCIA SOCORRO RIBEIRO CRUZ
JULIANA SANTOS MENEZES
ODILON PINTO
RESUMO
Este artigo tem por finalidade traçar um esboço das
festas, crenças, hábitos e tradição da cultura popular da
Bahia. Parte do princípio de que todo espaço ou lugar
possui uma significação de existência que o torna
singular, definidor de uma identidade que vem
constituir pertencimento pelas práticas exercidas no
cotidiano da comunidade de modo a consolidar uma
referência para o lugar ou região. Assim, quando
falamos das festas culturais, surgem saberes peculiares
que atravessaram muitas existências das comunidades
em suas práticas simbolizadas nas comidas, no
artesanato, celebrações e demais manifestações
culturais. O estudo foi fundamentado em Cascudo
(2002), Da Matta (1988), Hobsbawm (1997), Canclini
(2006), Moesch (2002), Gadini (2007), Carvalho (2007)
entre outros. Dividimos em três partes, a saber:
Patrimônio Cultural Imaterial, uma herança da
sabedoria milenar; As festas e as celebrações na
construção das relações sociais; O aparato dos bens
Artigo apresentado no I Encontro Baiano de Cultura – I EBECULT –
FACOM/UFBA. Salvador – Ba, em 11 de dezembro de 2008.
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simbólicos que acompanham os festejos na cultura
popular.
Palavras-chave: Patrimônio, Festas, Tradição, Cultura
Popular, Turismo.
A
o abordar as culturas populares
representadas
nas
festas,
crenças, hábitos e tradições, nos
saberes
do
patrimônio
cultural
brasileiro, revelados na gastronomia,
nas danças folclóricas, nos ritos e
celebrações, buscamos enfatizar que
todo espaço ou lugar possui uma
significação de existência que o torna
singular, definidor de uma identidade
que vem constituir pertencimento, e por
que não dizer identidades, uma vez que
expressões culturais diversas convivem
em um mesmo espaço e dialogam entre
si.
Tais práticas exercidas no cotidiano da
comunidade vêm consolidar referência
a um grupo ou a uma comunidade em
uma região. Assim, quando falamos das
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festas culturais inseridas no Brasil,
surgem
saberes
peculiares
que
atravessaram muitas existências das
comunidades
nas
suas
práticas
simbolizadas
nas
comidas,
no
artesanato, na música, na dança,
celebrações e demais manifestações
culturais.
Importa ressaltar que as festas culturais
são traços de um conjunto etnográfico
da história e da cultura de todos os
povos, em todos os níveis e classes
sociais. Assim, as misturas étnicas entre
negro, índio e branco resultaram em um
alicerce etnográfico comum a todo
território com suas tradições de ordem
religiosa e social firmadas no Brasil.
O estudo objetiva traçar um esboço das
festas culturais na Bahia, suas
expressões e relação com o turismo.
Conforme Gadini (2007, p. 54), “a
origem da referência cultural remete a
pelo menos três elementos históricos
que instituem a vida social: experiência
/
sobrevivência,
imitação
e
imaginação”. São elementos que se
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cruzam
e
dialogam
de
forma
complementar ou mesmo contraditória.
O artigo compõe-se em três partes, a
saber: Patrimônio Cultural Imaterial,
uma herança da sabedoria milenar; As
festas e as celebrações na construção
das relações sociais; O aparato dos bens
simbólicos que acompanham os festejos
na cultura popular.
De acordo com Carvalho (2007, p. 64),
as manifestações culturais estão no
centro do espaço ocupado hoje pelos
estudos folkcomunicacionais. A partir
deste diagnóstico inicial, as mesmas
podem ser entendidas como formas de
expressão da cultura de um povo,
constituindo
movimento
de
determinada cultura, em época e lugar
específicos.
Nesse
sentido,
as
manifestações
culturais são representativas da voz
social, “uma forma subjetiva que o
grupo de pessoas encontra para expor
seu interior, expressar o que pensam, o
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que desejam realizar ou modificar”
(Ibid. p. 64).
Devido à confluência de diferentes
culturas no Brasil, foram ampliadas as
maneiras com as quais o povo brasileiro
celebra seus rituais, seus santos, suas
festas de largo, suas colheitas, suas
datas comemorativas delineando ricas
manifestações culturais.
É de interesse turístico conhecer,
valorizar e utilizar-se dessas práticas
culturais como atrativo para a viagem.
Para Moesch citando Mafessoli (2002,
p.45),
pode-se dizer que o fato culinário, o
jogo das aparências, os pequenos
momentos festivos, as deambulações
diárias, os lazeres não podem ser
considerados
elementos
sem
importância ou frívolos da vida social.
Expressão das emoções coletivas, eles
constituem
uma
verdadeira
“centralidade
subterrânea”,
um
irreprimível querer viver, que convém
analisar.
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Nesse entendimento, cada povo busca
viver e entrar em comunicação com
outros povos. Trata-se de uma ordem
de
comunicação
simbólica
na
perspectiva de Moesch (2002, p. 45).
Está presente na música, no consumo,
no turismo, no esporte, nas diversas
práticas que estruturam a realidade
social e não o supérfluo. Dentre tais
modalidades particulares se encontra os
costumes que são festejados, celebrados
e registrados.
Na
Bahia,
observa-se
que
as
manifestações culturais são resultantes
de múltiplas interações e oposições no
tempo e no espaço. Assim, afirma
Carvalho (2007, p. 66), “com o passar
inevitável dos tempos, traços se
perdem, outros se adicionam, em
velocidades variadas nas diferentes
sociedades, exatamente porque a
cultura não pode ser entendida como
estática e, consequentemente, as
manifestações culturais também não”.
Tais renovações observadas ao longo do
tempo, em maior ou menor intensidade,
nas manifestações culturais é o que
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interessa ao abordar os aspectos
elencados da folkcomunicação nas
culturas populares.
PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL,
UMA HERANÇA DA SABEDORIA
MILENAR.
notório que o patrimônio cultural
refere-se direta e indiretamente ao
passado. Assim, tal como a
tradição, é sempre construído a partir
do presente e reconfigurado em suas
práticas e simbologias no tempo-espaço.
Segundo Oliven (2003, p.77), “o termo
“patrimônio” – em inglês, heritage –
refere-se a algo que herdamos e que,
por conseguinte, deve ser protegido”. A
palavra
é
de
origem
romana:
patrimonium e significa “bem de herança
que é transmitido dos pais para os
filhos por força da lei” (CHOAY, 2001,
É
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p.11). Durante muito tempo, o termo foi
entendido como o coletivo das obras
monumentais, as grandes propriedades
de luxo, as edificações oficiais e igrejas.
Na verdade, essa seria a noção de
patrimônio histórico. Há algumas
décadas, verifica-se o alargamento deste
conceito com a inclusão do aspecto
cultural e das “dimensões testemunhais
do cotidiano e os feitos intangíveis”
(PELLEGRINO, 2003, p.1), propiciando
a transição da noção de patrimônio
histórico para patrimônio cultural.
Os
bens
patrimoniais
são
materialidades e práticas culturais que
se destacam no tecido urbano e nas
manifestações populares por mediarem
diferentes e memoráveis fatos históricos
e personagens ilustres ou por
representarem
heranças
culturais,
técnicas e estéticas de tempos passados.
Os bens provenientes do passado
carregam traços culturais de seu tempo
e os interpretam no presente,
compondo um espaço em suas
múltiplas paisagens (PELLEGRINO,
2003). Esses espaços são ressignificados
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ou reconfigurados (SIMÕES, 2002),
sendo devolvidos à comunidade
preservando os seus aspectos históricos
e culturais.
Os bens patrimoniais, no que diz
respeito à sua esfera material, podem
ser incluídos num grupo diversificado
de monumentos e seu entorno, os
conjuntos arquitetônicos e sítios
urbanos históricos, Igrejas, Palácios,
Conventos, Solares, Casas Grandes,
construções de luxo e conjuntos de
utensílios. São considerados bens
patrimoniais
imateriais
as
manifestações das culturas populares,
festejos tradicionais, rituais, técnicas
produtivas, cantos, contos, lendas, além
de hábitos, costumes e crenças de uma
sociedade.
Confirmando esta idéia de bem
patrimonial material e imaterial,
Barretto afirma:
“a noção de patrimônio cultural é muito
mais ampla, incluindo não apenas os
bens tangíveis como também os
intangíveis, não só as manifestações
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artísticas, mas todo o fazer humano, e
não só aquilo que representa a cultura
das classes mais abastadas, mas
também o que representa a cultura dos
menos favorecidos” (BARRETTO, 2002,
p.11).
O patrimônio cultural requer cuidados
e preservação a fim de que, como
depositários de saberes e fazeres, de
expressões reveladoras da memória que
aponta para identidades, que no caso
do Brasil são muitas, não se percam no
tempo-espaço,
mas
sejam
reconfigurados através dele.
Para Oliven (Ibid, p. 79),
a distinção entre bens materiais e
imateriais não é pacífica. (...) uma
bandeira é um pedaço de tecido, ao
qual os habitantes de uma nação
atribuem um significado igualmente
sagrado. A comida é material, mas a
culinária é imaterial. Como separar
ambas?
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Assim,
questões
pertinentes
ao
patrimônio histórico e artístico quando
se reporta aos bens materiais e
imateriais também chamados hoje de
intangíveis, são discutíveis. “Como
tratar daqueles bens que são imateriais
e que constitui o que é hoje chamado de
patrimônio intangível? Desejamos que
um ritual uma vez registrado nunca
mais se modifique? Um prato típico
definido pode ser alterado?” (OLIVEN,
2003, p.79).
Outras
perguntas
surgem
com
referências às práticas e manifestações
culturais, pois tudo que cerca o homem
está em transformação constante. Tratase, como diz o autor citado acima (Ibid,
p. 79), de “algo qualitativamente
diferente do patrimônio cultural e que
necessita ser elaborado do ponto de
vista
conceitual”.
Surgem
dessa
perspectiva, os registros dos saberes e
fazeres, a exemplo da proposta
apresentada ao Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN,
em 2002, de registrar o acarajé no
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Registro dos Bens Culturais de
Natureza Imaterial.
Assim, os fragmentos do passado
explícitos nas edificações, nos espaços,
nas ruas, nos saberes e fazeres de um
povo são importantes maneiras de
conhecimento de sua história e das suas
relações sociais. Esses fragmentos
ativam a memória, fazendo com que o
passado se mantenha vivo no presente e
que se façam projeções para o futuro,
por meio das imagens projetadas no
imaginário, no momento em que se
observam seus monumentos e que
manifestações culturais são revividas.
Nesse sentido, o passado pode ser
conhecido na medida em que
manifestações
populares
são
revitalizadas, fazendo um percurso em
que o passado é somado com as
experiências
do
presente
e
reinterpretado. A memória se faz
importante por sua capacidade de agir
sobre o presente, contribuindo para a
afirmação da identidade.
Seguindo este raciocínio, a busca da
memória
torna-se
uma
questão
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essencial diante das transformações
advindas da globalização que impõe
uma cultura cada vez mais homogênea,
provocando
no
indivíduo
um
sentimento de perda da identidade, de
seu passado e de suas raízes. Segundo
Nora (1993), a busca pela memória está
ligada ao fenômeno conhecido como
mundialização,
democratização,
massificação e mediatização que
envolve
o
mundo
inteiro,
impulsionando uma ruptura de um elo
de identidade, uma ruptura com o
passado e a substituição da memória
pela efemeridade da atualidade. Assim,
o sentimento de continuidade torna-se
importante, fazendo com que haja locais
de memória porque os meios de
memória já foram perdidos. Os lugares
de memória são lugares híbridos,
mutantes, enlaçados de vida e morte,
onde as manifestações culturais são
revividas.
Essa busca pela memória se, por um
lado, indica uma crise de identidade,
por outro, de acordo com Abib (2007)
tem provocado um fortalecimento de
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determinadas formas culturais e
manifestações populares que até um
recente período corria o risco de
desaparecimento.
Para
esse
pesquisador,
tais
manifestações
culturais
experimentam
uma
revitalização, um reconhecimento e
uma revalorização notáveis, deixando
perplexos os defensores da preservação
das tradições populares que não
acreditavam que esse passado pudesse
vigorar com tanta força no presente.
Essa revitalização das manifestações
não só ajuda a suprir essa necessidade
de memória, contribui também para o
fortalecimento
da
identidade,
aproximando a comunidade da sua
própria história.
AS FESTAS E AS CELEBRAÇÕES NA
CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS
As festas e comemorações populares
sempre fizeram parte da vida do
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homem.
É
por
meio
dessas
manifestações
que
“a
sociedade
homenageia, honra ou rememora
personagens,
símbolos
ou
acontecimentos com os quais ela se
identifica”
(BELTRÃO
apud
TRIGUEIRO, 2007, p.107). Nessas
manifestações, aspectos sinalizadores
do processo de hibridação cultural, que
aconteceu na Bahia, revelam saberes e
fazeres característicos do índio-nativo,
do negro-africano e do branco-europeu,
delegando uma variedade culinária,
musical e religiosa muito grande.
Segundo Trigueiro (2007), é por meio
das observações e das interpretações
dessas manifestações populares que se
torna possível descobrir os códigos, as
regras e os estatutos que constroem o
ensinar e o aprender da diversidade da
nossa cultura e, conseqüentemente, o
desenvolvimento da nossa identidade.
Nesse sentido, nas manifestações
populares como festas religiosas ou
profanas e comemorações diversas são
observadas não só o fazer artístico, mas
também as relações sociais que
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perpassam pela realização dessas
manifestações e que traduzem a
linguagem, a expressão do pensar, do
fazer e do sentir característico de um
povo.
Festas são momentos sociais nos quais
os homens reafirmam laços de
solidariedade, praticam a sociabilidade,
se harmonizam, se unem e, assim,
constroem suas identidades sociais,
afirma Mazoco (2007). Nessas ocasiões,
as atividades humanas se voltam para a
representação da existência de um
grupo, revelando seus traços culturais.
Na festa de Santa Bárbara, que acontece
no Largo do Pelourinho todo ano no dia
04 de dezembro, é oferecido um caruru,
comida típica da Bahia herdada dos
africanos,
como
uma
obrigação
religiosa. Em torno do preparo e
oferecimento da comida, há toda uma
simbologia representada pela mesma.
No imaginário afro-baiano o caruru
ficou sacralizado pelo uso de quiabos,
inclusive alguns inteiros; segundo
costume, quem desses últimos se servir
deverá interpretá-lo como um anúncio
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de que o santo homenageado está
pedindo para o próximo ano um novo
caruru.
Dessa forma, durante as celebrações e
festividades,
a
comida
adquire
características culturais diferenciadas,
especiais, que são reveladas desde a
preparação até o servir. Por exemplo, a
preparação do caruru servido em
algumas festas de santo como Cosme e
Damião e Santa Bárbara, é um
momento que segue um ritual do fazer
culinário quando as mulheres reúnem
para produzir nas panelas e fogões e, ao
mesmo tempo, partilham e ampliam
contatos com o mundo e com o que é
sagrado, oferecendo muito quiabo
(LODY, 2004). O servir também segue
um ritual específico, já que, no caruru
de Cosme e Damião, também conhecido
como caruru dos meninos (CASCUDO,
2002), há a tradição de servir primeiro
as crianças, oferecendo-lhes também
pipoca e balas.
Por muito tempo, oferecer caruru, na
Bahia, significava apenas um traço
cultural de herança africana, visto como
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uma obrigação religiosa, um pagamento
de promessa. Entretanto, para Lody
(2004, p. 23) “quase o mesmo que festa,
caruru é um bom motivo para reunir
amigos, devotos e familiares, e, juntos
celebrar datas pessoais ou coletivas e
partilhadas, como aquelas que evocam
santos populares”. Esse é um bom
exemplo para se compreender as
transformações culturais pelas quais as
festas e comemorações populares vêm
passando ao longo do tempo e com
essas transformações novas maneiras de
se relacionar.
Assim como o caruru, o carnaval
também vem sofrendo modificações em
relação às festas tradicionais. De acordo
com Cascudo (2002), nos meados do
século XIX, o carnaval não passava de
tímidas manifestações populares. Hoje,
no Rio de Janeiro e em Salvador, por
exemplo, essa festa se apresenta como
uma grande manifestação popular
marcada por muito brilho, fantasia e
música, onde novas maneiras de
identificação e realização social são
construídas. Sobre esse assunto,
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Trigueiro (2007) afirma que o mundo
está
constantemente
criando,
reinventando
novos
significados
culturais. Com isso, as festas natalinas,
carnavalesca, juninas e tantas outras
estão
sendo
influenciadas
pelos
interesses da indústria cultural, sendo
inseridas no contexto da sociedade
midiática por serem polissêmicas,
multicoloridas e alegóricas, atraindo
não só a comunidade local, mas pessoas
de outras comunidades e turistas,
misturando
as
culturas.
Como
conseqüência, são construídos novos
significados e novas relações sociais nos
quais
são
incorporados
valores
midiáticos aos valores tradicionais. É
nesse contexto híbrido, no qual se
misturam rituais tradicionais com
características
contemporâneas,
celebrados nas festas populares, que
novas relações sociais são construídas,
“temperadas com as vinculações
culturais e as conversações com os
outros de fora dos seus territórios que
vão constituindo as identidades e os
estatutos de convivência e conveniência
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cultural do local com a cultura global”
(TRIGUEIRO, 2007, p.109).
Nessa perspectiva, as festas e
comemorações
populares
são
entendidas como ativadoras das
relações humanas, já que é nesse
contexto que se dá a interação com o
outro e que relações coletivas são
recriadas e reinventadas ao incorporar
características culturais diversas.
O APARATO DOS BENS SIMBÓLICOS
QUE ACOMPANHAM OS FESTEJOS NA
CULTURA POPULAR
Nos festejos populares, as práticas do
passado chegam ao presente revelando
características culturais que identificam
o lugar por meio de um aparato de bens
simbólicos.
Sobre
esse
assunto,
Trigueiro (2007, p.107) afirma:
São essas práticas do passado que
chegam ao presente, com as suas
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diversidades nacionais, regionais e
locais, de significados, de referências e
de desdobramentos em processos
culturais
de
apropriações
e
incorporações de novos valores simbólicos que vão construindo outras
identidades.
As festas populares, na Bahia, são, em
sua maioria, influenciadas por crenças
onde se mesclam a tradição católica e a
afrodescendente, que caracterizam o ser
baiano e que estão cada vez mais
inseridas no contexto de produção e
consumo de bens culturais locais e
globais.
Assim, essas mainfestações de fé que se
traduzem em festas populares implicam
a produção de vestimentas, música,
comida, objetos específicos para a
celebração cultural, que levam brilho,
som, cor e sabor para os participantes.
De acordo com Lody (2004) a fé é festa.
Festa que acontece na rua, na praça e
no largo, palcos para a expressão da
religiosidade do ser baiano que vem
acompanhada de devoções, danças,
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rezas, comidas típicas, hinos e músicas.
“A festa é mais larga nas barracas de
comidas, nos tabuleiros das baianas de
acarajé, no samba-de-roda, no som
mecânico, no berimbau, no pandeiro, na
palma da mão”(LODY, 2004, p.5).
Nesse sentido, os festejos da cultura
popular
são
considerados
bens
patrimonias de natureza imaterial que
englobam outros bens patrimoniais
como a gastronomia, as danças, as
músicas e adereços que identificam o
lugar
e
são
produzidos
e
compartilhados durante os festejos.
Na festa de Santa Bárbara, por exemplo,
há todo um aparato de bens simbólicos
que particularizam a festa e a produção
de seu andor: a cor vermelha, que
simboliza o sangue que por ela foi
derramado; espada, instrumento de sua
decapitação e símbolo de sua coragem;
a pena de pavão, simbolizando a
imortalidade, dentre outros. Além
disso, unindo a santa ao candomblé, o
acarajé e o caruru servidos após a
procissão e as rezas dão “sabor” à
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comemoração, particularizando essa
manifestação cultural baiana.
Os aspectos simbólicos da comida são
aqueles que, segundo Da Matta (1988,
p.620), “hacen que um conjunto más o
menos universal, de alimentos se
transforme para ser percebido y comido
como “comida brasileña, em oposición
a otras sociedades, etnias, naciones y
culturas”. Portanto, a comida também
nos identifica e está presente onde há
festas, comemorações, celebrações e
rituais.
Na Bahia, temos a comida de santo
presente no candomblé como a “comida
que se oferece ao orixá quando se deseja
homenageá-lo ou pedir sua ajuda em
questões particulares. Cada orixá tem a
sua própria comida, a maioria de
origem africana”. (CASCUDO, 2002, p.
149). A verdade é que a comida está
sempre presente, particularizando,
definindo e identificando pessoas pelas
preferências e gostos traduzidos no
modo de fazer.
A festa em louvor aos santos nos ajuda
a compreender esse contexto híbrido
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onde a tradição na celebração coletiva
conquista
novos
adeptos,
que
constroem novos eventos e identidades,
experimentam tradições, trazem as
memórias africanas e atualizam o ser
baiano.
Os
adereços
e
indumentárias
produzidos e usados nas festas
populares também são carregados de
simbologia, traduzem a herança
cultural e são entendidos com bens
simbólicos. Assim como a cor vermelha,
os torços brancos de pano engomado
que são colocados na cabeça das
mulheres são características da festa em
homengem a Santa Bárbara. Esse
adereço
também
chamado
de
borboletas é a representação das asas e
do movimento dos ventos que identifica
o orixá. Mais uma vez, há relação da
tradição católica e da afrodescendente.
As festas populares, nesse sentido, são
carregadas de simbologia, que são
trnasmitidos, ao longo dos anos, por
meio
dos
instrumentos,
danças,
indumentárias que são produzidos por
aqueles
que
participam
das
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manifestações. Todo esse aparato
simbólico expressa a nossa herança
cultural híbrida e cada vez mais
contempoânea, tentando atender às
exigêngias locais e globais.
De acordo com Friedman (1999, p. 330),
“cada região tem para si um modo de
fazer e saber fazer”. Na Bahia, a mãe do
tabuleiro é Bárbara, santa e dona do
acarajé, no candomblé representa Iansã,
Oiá, Matamba, Bamburucena, entre
outros nomes sagrados (LODY, 2004).
Sua festa acontece no dia 04 de
dezembro no Largo de São Salvador –
Projeto cultural que trata das principais
manifestações religiosas e populares,
está inserido no Projeto Celebrações e
Saberes da Cultura Popular/Petrobrás,
desenvolvido pelo Centro Nacional de
Folclore e Cultura Popular - CNFCP.
Conforme o pesquisador Raul Lody
(2004, p.2), cumprindo o calendário
religioso da igreja “as chamadas festas
de largo traduzem a emoção e o
sentimento do povo da Bahia, unindo
profundamente
santo
e
orixá,
compreendendo de maneira una e
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complexa o que é sagrado, o que move
e comove a fé”.
Há uma ligação entre as marcas das
festas de largo e as festas de terreiros,
rituais públicos que se misturam na
estética do candomblé (LODY, 2004),
andores repletos de flores, barrocos.
Uma fusão de bebidas, o samba, o
dendê, as comidas típicas da ocasião, as
frutas de verão – melancia, caju, manga
– trazem cenários de celebrações em
que o corpo e o sabor falam com o
sagrado,
com
o
santo/orixá
homenageado.
É interessante observar o quanto as
práticas, os rituais, a música, a dança, as
comidas,
através
das
festas
e
celebrações, são representativos das
culturas populares. A igreja do Rosário
dos
Pretos
em
Salvador
é
profundamente identificada à causa do
povo do santo, são reveladores de
expressões
religiosas
que
assumidamente relacionam a fé no
terreiro de candomblé e a fé perante o
andor
na
procissão,
afirma
o
pesquisador Lody (2004).
Artigo apresentado no I Encontro Baiano de Cultura – I EBECULT –
FACOM/UFBA. Salvador – Ba, em 11 de dezembro de 2008.
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Outras festas acontecem ao longo do
ano, tal qual o caruru de Cosme e
Damião no dia 27 de setembro em toda
Bahia, dia devotado ao santo e
acompanhado de costumes e tradições
são reveladores da cultura baiana. O
caruru vai se constituindo em um prato
bastante
significativo
de
datas
comemorativas na Bahia. Agrega
valores como todo prato servido em
uma cultura, requer ingredientes
específicos na culinária, feito com
quiabos, em rodelinhas, camarão seco,
amendoim, castanha-de-caju, dendê e
temperos – o xinxim de galinha, o
vatapá, o abará, o acarajé, o arroz
branco, além do acaçá branco são
complementos dessa comida trazida da
África pelos negros.
Para Hobsbawm (1997, p. 9), o conceito
de tradição é algo inventado pelo
processo de formação e de ritualização.
De modo que,
o termo “tradição inventada” é
utilizado num sentido amplo, mas
Artigo apresentado no I Encontro Baiano de Cultura – I EBECULT –
FACOM/UFBA. Salvador – Ba, em 11 de dezembro de 2008.
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nunca indefinido. Inclui tanto as
“tradições”
realmente
inventadas,
construídas
e
formalmente
institucionalizadas, quanto as que
surgiram de maneira mais difícil de
localizar num período limitado e
determinado de tempo – às vezes coisa
de poucos anos apenas – e se
estabeleceram em enorme rapidez.
As práticas de natureza rituais ou
simbólicas, através da repetição,
inculcam certos valores e normas e dão
continuidade em relação ao passado.
Desse modo, o espaço festivo reproduz
os rituais das gerações passadas, reforça
as
tradições,
repete
códigos
comportamentais e também cria novos
códigos. Segundo Beltrão (1980, p. 40),
enquanto os discursos da comunicação
social são dirigidos ao mundo, os da
folckcomunicação se destinam a um
mundo em que mantêm relações muito
tênues com o idioma, a escrita, a dança,
os rituais, as artes plásticas, o trabalho e
Artigo apresentado no I Encontro Baiano de Cultura – I EBECULT –
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o lazer, com a conduta, enfim, das
classes integradas das sociedades.
As festas populares são grandes
atrativos para o setor turístico a
exemplo do carnaval, as festas de
religiosidade afro-brasileiras, como as já
citadas e, também, a festa de iemanjá na
Bahia e inúmeras outras festas da
hibridização (CANCLINI, 2003) da
cultura popular brasileira. Opiniões
nesse sentido afirmam que:
estudos feitos nas últimas décadas
sobre culturas, mídias, globalização,
atestam
que
“as
manifestações
populares (festas, danças, culinária,
arte, artesanato, etc.) já não pertencem
apenas
aos
seus
protagonistas”
(TRIGUEIRO, 2005). Os acontecimentos
e os objetos produzidos pelo povo,
antes restrito ao seu meio, receberam o
interesse de outras organizações sociais,
dentre elas o setor do turismo,
transformando-se
em
produtos
comercializáveis
no
campo
do
entretenimento (SICRIST, 2007, p. 85).
Artigo apresentado no I Encontro Baiano de Cultura – I EBECULT –
FACOM/UFBA. Salvador – Ba, em 11 de dezembro de 2008.
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Sendo assim, questões levantadas a
respeito do patrimônio cultural fazem
refletir sobre o processo de releitura
desse patrimônio e não se esgota no
nível
conceitual.
Implicam
conhecimento de novos atores sociais
em busca de instrumentos de
preservação e de promoção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em tempos de crescente globalização, a
proteção, preservação, revitalização,
interpretação
e
promoção
do
patrimônio cultural de diferentes
regiões têm sido pontos fundamentais
para a valorização das culturas locais,
contribuindo
também
para
o
fortalecimento das identidades.
Nessa
perspectiva,
falar
de
manifestações
culturais
populares
significa falar das formas de expressão
Artigo apresentado no I Encontro Baiano de Cultura – I EBECULT –
FACOM/UFBA. Salvador – Ba, em 11 de dezembro de 2008.
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da cultura de um povo, que se
traduzem por meio das festas e todo o
aparato simbólico que as acompanha e
particularizam um lugar: rituais,
canções,
danças,
comidas,
indumentárias
etc.
Nessas
manifestações, relações sociais são
produzidas, ajudando a manter a
identidade e, ao mesmo tempo,
construindo novas identidades em
função da interação entre culturas
diversas.
Tais
modificações
nas
manifestações populares são reflexos do
momento
peculiar
da
vida
contemporânea, sendo também foco de
interesse da folkcomunicação.
A globalização, nesse sentido, iria
produzir novas identificações “locais”.
Estas identificações estariam ligadas à
valorização de manifestações populares
que englobam traços e características
particulares que distinguem cada
região, tendo como base as suas raízes e
tradições, recuperando assim, o sentido
de sua história. Ao mesmo tempo, estas
identificações teriam como referência as
características globais da modernidade,
Artigo apresentado no I Encontro Baiano de Cultura – I EBECULT –
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que envolvem
diversas.
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FESTAS CULTURAIS: Tradição, Comidas e Celebrações.