ANUÁRIO UQBAR 10 anos FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 uqbar publicações ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Caro leitor, O Brasil inicia um 2015 cheio de desafios em sua gestão econômica e, antes disso, repleto de contendas em seu ambiente político e jurídico. Tal configuração representa uma janela de oportunidade para o desenvolvimento geral da sociedade mas, ao mesmo tempo, significa um aumento da incerteza com relação ao futuro. Resta, então, a todos nós cidadãos, trabalhar para a realização da primeira e, consequentemente, a mitigação da última. Concebido como um produto que visa contribuir para o avanço da transparência informacional e da educação, condições essenciais para o contínuo desenvolvimento de nosso mercado de capitais, este Anuário -agora em sua edição 2015- traz uma cobertura completa da evolução recente dos mercados dos principais títulos que compõem o mercado de finanças estruturadas, com destaque para os títulos de securitização. O universo dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) atravessa um período de transformação. Se ajustando ao cenário econômicofinanceiro que prevaleceu em 2014, este segmento viu sua composição de operações se alterar relevantemente, favorecendo-se determinados tipos de lastro em detrimento de outros que predominaram historicamente. Porém, como analisado nesta publicação, permanece amplamente inexplorado o enorme potencial deste mercado para o financiamento de um setor chave da economia no atual momento que é o de infraestrutura. A dimensão absoluta do mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) atingiu novos níveis recordes em 2014. Entretanto, o crescimento atingido tem se fundamentado em algumas operações individuais de larga monta que buscam objetivos distintos do financiamento de natureza puramente imobiliária ou do investimento de terceiros. Independentemente, a prioridade que o setor imobiliário representa para o desenvolvimento econômico do país, juntamente com a adequabilidade que os CRI significam como instrumento de financiamento, fazem deste um segmento promissor no mercado de capitais. A estrela ascendente atual entre os títulos de securitização vem do agronegócio. O mercado de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), embora ainda relativamente diminuto, vem se multiplicando e se diversificando. Operações de lastro corporativo com prazo mais longo e operações pulverizadas envolvendo ciclos de mais de uma safra agrícola trouxeram aspectos inovadores para este segmento. Este é um mercado que, ainda nascente, conta com condições fundamentais robustas, representadas pela importância do agronegócio para a economia brasileira, para que sua expansão eleve seu tamanho para um patamar de outra ordem de grandeza. uqbar publicações 2 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Entretanto, não condizente com estas expectativas, o atual marco jurídico regulamentar aplicável a estes títulos, emprestado do mercado de CRI, clama por sua atualização. Todos estes aspectos e outros são esmiuçados a partir da Introdução deste Anuário. Novos gráficos com dados de desempenho do mercado de FIDC e de composição do mercado de CRA foram adicionados na edição deste ano. Além disso, cada um dos três capítulos referentes aos diferentes títulos do mercado de finanças estruturadas traz um artigo escrito por especialistas da área jurídica. Fechando a publicação, o tradicional capítulo de rankings traz as classificações das operações e participantes de mercado precedidas por uma análise das principais movimentações ocorridas no ano. Passado mais um ano, nossos esforços foram os maiores para mais este lançamento. Procuramos seguir na trilha da inovação e da qualidade. Nosso objetivo é sempre o de elevar a barra mais um pouco, apostando no futuro do mercado de capitais no Brasil. Como parte deste processo constante de busca de melhoria, aos leitores que se dispuserem, encorajamos a boa crítica e, claro, nos reconfortamos com o eventual elogio. Desejamos a todos uma proveitosa e gratificante leitura! Equipe Uqbar uqbar publicações 3 PATROCÍNIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 PREMIUM REAG é uma administradora e gestora de recursos especializada em ativos imobiliários, além de plataforma de negócios. Oferece serviços de gestão, administração de FII’s, FIP’s e origina operações e serviços imobiliários, utilizando os mais variados instrumentos de captação de recursos, alinhada com as melhores práticas de mitigação de riscos. www.reag.com.br Focada na prestação de Serviços Fiduciários para CRIs, Debêntures, Notas Promissórias e Letras Financeiras, além de registro de CCIs na Cetip e BOVESPA, a PENTÁGONO possui profissionais altamente especializados, estando sempre apta e disponível para assessorá-los com extrema diligência e precisão nas mais variadas e inovadoras estruturas nos mercados imobiliário e de capitais, com notável objetividade e disponibilidade 24h/7. www.pentagonotrustee.com.br A BRAZILIAN SECURITIES COMPANHIA DE SECURITIZAÇÃO desenvolve o mercado brasileiro de títulos imobiliários há mais de 15 anos. Foi a primeira empresa no Brasil a receber a classificação AA1.BR de uma agência internacional de rating. Em 2011, foi adquirida pelo Banco Pan S.A., cujos acionistas controladores são os Bancos BTG Pactual S.A. e Caixa Participações S.A. – CAIXAPAR. Em 2015, recebeu da Fitch Ratings a maior nota do setor: Master Servicer RMS2+. www.braziliansecurities.com.br A RB CAPITAL é uma companhia especializada em operações de Crédito Estruturado e Securitização, Investimentos Imobiliários e Gestão de Fundos, que faz uso de instrumentos de mercados de capitais para canalizar recursos de investidores para a economia real, com foco nos setores imobiliário e de infraestrutura. www.rbcapital.com Fundado em 2009, o GRUPO GAIA é o maior grupo de securitizadoras do país, englobando a GaiaSec, GaiaAgro, GaiaCred Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros e a Renova Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros. Emitiu mais de 100 operações, somando mais de R$ 11 bilhões. Em 2014, o Grupo certificou-se BCorp, atendendo a rigorosos padrões de responsabilidade socioambiental e transparência. www.grupogaia.com.br O FATOR é uma Instituição Financeira especializada na estruturação, distribuição e gestão de valores mobiliários lastreados em ativos imobiliários, com equipe dedicada à realização de operações de Renda Fixa (Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI, Cédula de Crédito Imobiliário – CCI e Cédula de Crédito Bancário – CCB) e Fundos Imobiliários. www.fator.com.br Desde 1976, TOZZINIFREIRE vem se distinguindo como consultoria de serviços jurídicos líder na América Latina. Com forte atuação em Mercado de Capitais, o escritório possui longa tradição na estruturação de operações complexas e em toda a gama de instrumentos financeiros e de securitização, contando com uma equipe altamente experiente em ofertas públicas de valores mobiliários. www.tozzinifreire.com.br O SOUZA CESCON é um dos principais escritórios de advocacia do Brasil. Atuamos com dedicação máxima e pensamento estratégico em questões decisivas para grandes empresas e negócios. Nossa equipe tem atuação expressiva na estruturação de operações financeiras voltadas ao mercado imobiliário tais como Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI e Fundos de Investimento dedicados ao mercado imobiliário (FII, FIDC e FIP). www.scbf.com.br O MATTOS FILHO é um dos escritórios líderes no mercado brasileiro, com destacada atuação na área empresarial e reconhecido pela qualidade de seus serviços em diversas práticas jurídicas. Nossa excelência, combinada com uma inteligência criativa e inovadora, nos diferencia no mercado pela capacidade de gerar soluções valiosas para casos estratégicos e desafiadores. www.mattosfilho.com.br Reconhecido como um dos melhores escritórios de direito imobiliário do Brasil, o BICALHO E MOLLICA presta assessoria jurídica de alta qualidade e eficiência. O foco exclusivo na área imobiliária propicia expertise diferenciada e abrangente, incluindo as áreas: Contratual, Tributária, Societária, Financeira/Mercado de Capitais e Contenciosa/Arbitragem. www.bicalhoemollica.com.br STANDARD uqbar publicações 4 ÍNDICE ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 ÍNDICE DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO 11 TÍTULOS GERAIS 28 Introdução 30 Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) 38 Resumo dos Termos e Condições 39 Emissões 40 Composição do Mercado 41 Registros45 Desempenho 46 Spreads 47 Investidores 48 Mercado Secundário 48 Cedentes 49 Classificação de Risco 49 2 Cédulas de Crédito Bancário (CCB) Resumo dos Termos e Condições Registros 52 54 55 Certificados de Cédulas de Crédito Bancário (CCCB) Resumo dos Termos e Condições Registros 57 58 58 60 Regulamentação e Legislação Por Alexei Bonamin e Marcus Vinicius Pimentel da Fonseca do Escritório TozziniFreire Advogados TÍTULOS IMOBILIÁRIOS 65 Introdução 67 Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) Resumo dos Termos e Condições Emissões Emissores Registros Investidores Mercado Secundário Cedentes Classificação de Risco 75 77 77 79 80 82 83 84 85 Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) Resumo dos Termos e Condições Registros 87 88 88 90 Regulamentação e Legislação Por Rodrigo Cury Bicalho e Leandro Issaka do Escritório Bicalho e Mollica Advogados uqbar publicações 5 ÍNDICE ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 3 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO Introdução 98 100 Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) 106 Resumo dos Termos e Condições 108 Emissões 109 Emissores 111 Registros111 Mercado Secundário 114 4 Cédulas de Produto Rural (CPR) Resumo dos Termos e Condições Registros 115 117 118 Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) Resumo dos Termos e Condições Registros 119 120 121 122 Regulamentação e Legislação Por Alexei Bonamin e Debora Seripierri do Escritório TozziniFreire Advogados RANKINGS DE 2014 126 Introdução 128 FIDC Emissões Emissores Terceiros Administradores Advogados Agências de Classificação de Risco Auditores Custodiantes Estruturadores Gestores Líderes de Distribuição 144 146 146 148 148 150 151 152 154 156 157 159 Securitizadora Imobiliária Emissões Emissores Terceiros Advogados Agências de Classificação de Risco Agentes Fiduciários Auditores Líderes de Distribuição 161 163 163 166 166 167 169 171 172 Securitizadora do Agronegócio Emissões Emissores Terceiros Advogados Líderes de Distribuição 173 174 175 176 176 177 uqbar publicações 6 ÍNDICE ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 ÍNDICE DE FIGURAS Os dados das figuras desta publicação têm como data base 31 de dezembro de 2014. Para acompanhamento contínuo de dados e notícias sobre este mercado, utilize o Orbis e o Portal Tlon. FIG. 1 Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres e Direcionados (em R$ milhões) 17 FIG. 2 Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres e Direcionados em Relação ao PIB (em %) 19 FIG. 3 Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres para Pessoas Físicas e Jurídicas em Relação ao PIB (em %) 20 FIG. 4 Composição do Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres para Pessoas Físicas (em dez/14) 21 FIG. 5 Composição do Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres para Pessoas Jurídicas (em dez/14) 22 FIG. 6 Saldo das Operações de Crédito – Setor Rural em Relação ao PIB (em %) 23 FIG. 7 Emissões de CRA – Montante (em R$ milhões) 24 FIG. 8 Saldo de Estoque de Debêntures (em R$ milhões) 25 FIG. 9 Patrimônio Liquido dos FIDC (em R$ milhões) 25 FIG. 10 Emissões de Cotas de FIDC – Montante (em R$ milhões) 40 FIG. 11 Composição das Emissões de Cotas de FIDC por Ativo-lastro – 2013 e 2014 (% do Montante Emitido) 42 FIG. 12 Patrimônio Líquido de FIDC por Ativo-lastro (em R$ milhões) 42 FIG. 13 Composição do Patrimônio Líquido de FIDC por Ativo-lastro – 2013 e 2014 (em %) 43 FIG. 14 Patrimônio Líquido e Número de FIDC Multicedente / Multisacado 43 FIG. 15 Participação de Patrimônio Líquido de FIDC Multicedente / Multisacado (em %) 44 FIG. 16 Patrimônio Líquido e Número de FIDC Não-Padronizado 44 FIG. 17 Participação de Patrimônio Líquido de FIDC Não-Padronizado (em %) 45 FIG. 18 Ofertas Públicas de Cotas de FIDC 45 FIG. 19 Número de FIDC Registrados na CVM por Ano 46 FIG. 20 Atrasos (+30 dias)/PL por Ativo-lastro em 2014 (%) 46 FIG. 21 Recompras/PL por Ativo-lastro em 2014 (%) 47 FIG. 22 Composição do Montante Emitido de Cotas de FIDC em 2014 por Classe de Investidor (% de Montante) 48 FIG. 23 Negociações de Cotas de FIDC na BM&FBOVESPA e CETIP – Montante (em R$ milhões) 48 FIG. 24 Emissões de Cotas de FIDC por Atividade Econômica do Cedente – 2014 49 FIG. 25 Depósitos de CCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 55 FIG. 26 Estoque de CCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 55 FIG. 27 Negociações de CCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 56 FIG. 28 Depósitos de CCCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 59 FIG. 29 Estoque de CCCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 59 FIG. 30 Negociações de CCCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 59 FIG. 31 Emissões de CRI por Ativo-lastro – Montante (em R$ milhões) 77 FIG. 32 Emissões de CRI de 2014 por Faixa de Prazo Final (% do Montante Emitido) 78 FIG. 33 Emissões de CRI de 2014 por Indexador (% do Montante Emitido) 78 FIG. 34 Ofertas Públicas de CRI 80 FIG. 35 Emissões de CRI de 2014 por Tipo de Registro (% do Montante Emitido) 80 FIG. 36 Número de Securitizadoras Imobiliárias Registradas na CVM 81 FIG. 37 Depósitos de CRI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 81 FIG. 38 Estoque de CRI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 82 FIG. 39 Composição do Montante Emitido de CRI em 2014 por Classe de Investidor (% de Montante) 82 uqbar publicações 7 ÍNDICE ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 FIG. 40 Patrimônio Líquido dos FII que investem em CRI FIG. 41 Negócios de CRI na BM&FBOVESPA e CETIP – Montante (em R$ milhões) 83 FIG. 42 Número de Cedentes de CRI Pessoa Física por Atividade Econômica – Ano 2014 84 FIG. 43 Número de Cedentes de CRI Pessoa Jurídica por Atividade Econômica – Ano 2014 85 FIG. 44 Depósitos de CCI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 88 FIG. 45 Estoque de CCI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 88 FIG. 46 Negociações de CCI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 89 FIG. 47 Emissões de CRA por Tipo de Lastro – Montante (em R$ milhões) 109 FIG. 48 Composição das Emissões de CRA em 2014 por Tipo de Segmento (% do Montante Emitido) 110 FIG. 49 Emissões de CRA de 2014 por Faixa de Prazo Final (% do Montante Emitido) 110 FIG. 50 Emissões de CRA de 2014 por Indexador (% do Montante Emitido) 110 FIG. 51 Ofertas Públicas de CRA 112 FIG. 52 Emissões de CRA de 2014 por Tipo de Registro (% do Montante Emitido) 112 FIG. 53 Número de Securitizadoras do Agronegócio Registradas na CVM 112 FIG. 54 Depósitos de CRA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 113 FIG. 55 Estoque de CRA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 113 FIG. 56 Negociações de CRA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 114 FIG. 57 Negociações de CPR Financeira na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 118 FIG. 58 Negócios de CPR Financeira na CETIP em 2014 por Produto (% do Montante) 118 FIG. 59 Depósitos de CDCA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 121 FIG. 60 Estoque de CDCA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 121 FIG. 61 Negociações de CDCA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 121 83 uqbar publicações 8 ÍNDICE ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 ÍNDICE DE TABELAS Os dados das tabelas desta publicação têm como data base 31 de dezembro de 2014. Para acompanhamento contínuo de dados e notícias sobre este mercado, utilize o Orbis e o Portal Tlon. TAB. 1 Definições das Classes de Ativo-lastro de FIDC 41 TAB. 2 Spreads por Classificação de Risco 47 TAB. 3 Spreads por Ativo-Lastro 47 TAB. 4 Elevações de Classificação de Risco de Cotas de FIDC em 2014 49 TAB. 5 Rebaixamentos de Classificação de Risco de Cotas de FIDC em 2014 50 TAB. 6 Definições das Classes de Ativo-lastro de CRI 77 TAB. 7 Securitizadoras Imobiliárias que Emitiram CRI em 2014 79 TAB. 8 Negociações de CRI na CETIP por Faixa de Prazo Após a Emissão – 2013 e 2014 84 TAB. 9 Elevações de Classificação de Risco de CRI em 2014 85 TAB. 10 Rebaixamentos de Classificação de Risco de CRI em 2014 86 TAB. 11 Securitizadoras do Agronegócio que Emitiram CRA em 2014 160 TAB. 12 Ranking de Emissões de Cotas de FIDC por Montante Emitido em 2014 146 TAB. 13 Ranking de FIDC por Montante Emitido em 2014 146 TAB. 14 Ranking de FIDC por Montante de PL em 2014 147 TAB. 15 Ranking de FIDC por Montante de PL – Consolidado 147 TAB. 16 Ranking de Administradores de FIDC por Montante de PL em 2014 148 TAB. 17 Ranking de Administradores de FIDC por Número de Operações em 2014 148 TAB. 18 Ranking de Administradores de FIDC por Montante de PL – Consolidado 149 TAB. 19 Ranking de Administradores de FIDC por Número de Operações – Consolidado 149 TAB. 20 Ranking de Advogados de FIDC por Montante Emitido em 2014 150 TAB. 21 Ranking de Advogados de FIDC por Número de Operações em 2014 150 TAB. 22 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante Classificado de Cotas de FIDC em 2014 151 TAB. 23 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de Cotas de FIDC Classificado em 2014 151 TAB. 24 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante Classificado de Cotas de FIDC – Consolidado 151 TAB. 25 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de Cotas de FIDC Classificado – Consolidado 152 TAB. 26 Ranking de Auditores de FIDC por Montante de PL em 2014 152 TAB. 27 Ranking de Auditores de FIDC por Número de Operações em 2014 153 TAB. 28 Ranking de Auditores de FIDC por Montante de PL – Consolidado 153 TAB. 29 Ranking de Auditores de FIDC por Número de Operações – Consolidado 154 TAB. 30 Ranking de Custodiantes de FIDC por Montante de PL em 2014 154 TAB. 31 Ranking de Custodiantes de FIDC por Número de Operações em 2014 155 TAB. 32 Ranking de Custodiantes de FIDC por Montante de PL – Consolidado 155 TAB. 33 Ranking de Custodiantes de FIDC por Número de Operações – Consolidado 156 TAB. 34 Ranking de Estruturadores de FIDC por Montante Emitido em 2014 156 TAB. 35 Ranking de Estruturadores de FIDC por Número de Operações em 2014 157 TAB. 36 Ranking de Gestores de FIDC por Montante de PL em 2014 157 TAB. 37 Ranking de Gestores de FIDC por Número de Operações em 2014 158 TAB. 38 Ranking de Gestores de FIDC por Montante de PL – Consolidado 158 TAB. 39 Ranking de Gestores de FIDC por Número de Operações – Consolidado 159 uqbar publicações 9 ÍNDICE ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 TAB. 40 Ranking de Líderes de Distribuição de Cotas de FIDC por Montante Emitido em 2014 159 TAB. 41 Ranking de Líderes de Distribuição de Cotas de FIDC por Número de Títulos em 2014 160 TAB. 42 Ranking de Emissões de CRI por Montante Emitido em 2014 163 TAB. 43 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Montante Emitido em 2014 163 TAB. 44 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações em 2014 164 TAB. 45 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Montante Emitido – Consolidado 164 TAB. 46 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações – Consolidado 165 TAB. 47 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Preço Unitário dos CRI 165 TAB. 48 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações de CRI a Vencer 166 TAB. 49 Ranking de Advogados de Operações de CRI por Montante Emitido em 2014 166 TAB. 50 Ranking de Advogados de Operações de CRI por Número de Operações em 2014 167 TAB. 51 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante de CRI Classificado em 2014 167 TAB. 52 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de CRI Classificado em 2014 168 TAB. 53 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante de CRI Classificado – Consolidado 168 TAB. 54 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de CRI Classificado – Consolidado 168 TAB. 55 Ranking de Agentes Fiduciários por Montante Emitido de CRI em 2014 169 TAB. 56 Ranking de Agentes Fiduciários por Número de Operações de CRI em 2014 169 TAB. 57 Ranking de Agentes Fiduciários por Preço Unitário dos CRI 170 TAB. 58 Ranking de Agentes Fiduciários por Número de Operações de CRI a Vencer 170 TAB. 59 Ranking de Auditores de Securitizadoras Imobiliárias por Preço Unitário dos CRI 171 TAB. 60 Ranking de Auditores de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações de CRI a Vencer 171 TAB. 61 Ranking de Líderes de Distribuição de CRI por Montante Emitido em 2014 172 TAB. 62 Ranking de Líderes de Distribuição de CRI por Número de Operações em 2014 172 TAB. 63 Ranking de Emissões de CRA por Montante Emitido em 2014 174 TAB. 64 Ranking de Emissões de CRA por Montante Emitido – Consolidado 174 TAB. 65 Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Montante Emitido em 2014 175 TAB. 66 Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Número de Operações em 2014 175 TAB. 67 Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Montante Emitido – Consolidado 175 TAB. 68 Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Número de Operações – Consolidado 175 TAB. 69 Ranking de Advogados de Operações de CRA por Montante Emitido em 2014 176 TAB. 70 Ranking de Advogados de Operações de CRA por Número de Operações em 2014 176 TAB. 71 Ranking de Líderes de Distribuição de CRA por Montante Emitido em 2014 177 TAB. 72 Ranking de Líderes de Distribuição de CRA por Número de Títulos em 2014 177 © 2015 Uqbar A Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda. empregou seus melhores esforços na obtenção e verificação dos dados apresentados neste documento. Nossas informações foram obtidas de fontes que consideramos fidedignas, mas sua exatidão e seu grau de integralidade e integridade não estão garantidos. A Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda. não se responsabiliza por quaisquer perdas ou prejuízos que possam advir de informações equivocadas. Esta publicação não é uma recomendação de compra ou venda. Todos os direitos autorais inerentes ao presente documento são de propriedade da Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda. Nenhuma das informações desta publicação pode ser copiada, reproduzida, divulgada ou transmitida, no todo ou em partes, em qualquer formato, por qualquer razão, ou por qualquer pessoa, sem autorização da Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda. uqbar publicações 10 INTRODUÇÃO GERAL uqbar publicações INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 INTRODUÇÃO GERAL O ano de 2014 se provou uma mistura de negativos e positivos para o mercado de finanças estruturadas. Poder-se-ia afirmar que, visto como um combinado dos desenvolvimentos nos mercados dos três principais títulos do universo de finanças estruturadas, o ano passado ficou aquém do desejado no tocante às suas operações que não são específicas de qualquer segmento econômico, manteve-se de acordo com as expectativas em relação às suas operações voltadas para o segmento imobiliário e superou o esperado no que tange suas operações direcionadas para o segmento do agronegócio. Deve-se ajustar tal leitura, entretanto, em função do desafiador ambiente macroeconômico que reinou em 2014. Tratou-se de um período caracterizado por inflação e juros crescentes, ausência de crescimento econômico e acirramento de disputas no âmbito da política. O principal título do mercado de finanças estruturadas de uso geral são as cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). As operações deste tipo de fundo, um veículo de securitização, estão associadas ao financiamento de qualquer segmento econômico. O mercado consolidado destes fundos permaneceu basicamente estável em suas dimensões ao longo de 2014. Porém, durante o ano muito se esperava em relação à utilização dos FIDC como alternativa de financiamento na economia brasileira, com destaque para seu potencial junto ao setor de infraestrutura. Além disto, com a absorção pela indústria de FIDC, finalmente, de seu novo marco regulamentar, estabelecido pela Instrução da Comissão de Valores Mobiliários nº 531 (ICVM 531), editada em 2013, as expectativas de uma retomada do movimento de expansão deste segmento haviam sido reforçadas. Assim, pode-se dizer que, ao final do último ano, a evolução verificada no mercado de FIDC não correspondeu às expectativas que seus participantes nutriam no início do mesmo. A única exceção ficou por conta do chamado segmento NP, que se refere aos fundos não padronizados, os quais, devido à não correlação de seus desempenhos com o desempenho da economia, mostraram vigor expansivo. O principal título do mercado de finanças estruturadas voltado para o setor imobiliário são os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Trata-se do principal título de securitização imobiliária no país. As emissões anuais de CRI estabeleceram novo recorde em 2014, superando em 1,5% a cifra referente ao ano de 2013, recorde anterior. Porém, tal desempenho deveria ser apreciado com uma pitada de sal, à luz da: i) participação relevante no mesmo de um par de mega operações que tiveram como tomador final a Petrobras e cujos recursos foram levantados visando utilização que se entende distinta daquela originalmente vislumbrada na criação dos CRI; e ii) participação declinante no mesmo de operações com lastro direto pulverizado e/ou devido por pessoas físicas, as quais são mais congeniais à intenção original do legislador quando uqbar publicações 13 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 da criação dos CRI. Mesmo assim, não deixa de ser suficientemente positiva a expansão verificada no mercado de CRI em 2014, que elevou o nível de estoque deste título registrado na CETIP para acima dos R$55,00 bilhões. Neste sentido, a força do mercado de crédito imobiliário se fez sentir por mais um ano no mercado de CRI, correspondendo às expectativas de seus participantes. O principal título do mercado de finanças estruturadas voltado para o setor do agronegócio são os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Trata-se do principal título de securitização do agronegócio no país. Conforme se verá abaixo, em 2014 as emissões anuais de CRA dobraram em relação às de 2013 e quase decuplicaram em relação às de 2012. Este é o segmento onde ao final do último ano a percepção geral dos níveis de expansão e de inovação alcançados era a de superação das estimavas que haviam prevalecido no início do ano. Pela primeira vez houve participação majoritária de operações estruturadas com lastro em crédito corporativo, estabelecendo-se assim um alongamento do prazo médio das emissões de CRA. Apesar de ainda se encontrar em nível diminuto quando comparado ao tamanho do sistema nacional de crédito rural ou ao potencial referente ao financiamento de um setor que é responsável por quase um terço da economia brasileira, o mercado de CRA gerou um desempenho que merece destaque na leitura do universo de finanças estruturadas em 2014. Para se melhor compreender o papel do mercado de finanças estruturadas no financiamento de todos os setores da economia brasileira, esta Introdução desenvolve uma análise abordando a evolução recente da dimensão e da composição do crédito concedido por instituições financeiras no país seguida, para fins comparativos, de um dimensionamento do mercado de securitização representado pelos mercados de dois de seus principais títulos. O crédito concedido por instituições financeiras representa de forma protagonista o universo completo de financiamento em uma economia de forte base bancária como a brasileira. Assim, por razões de natureza prática, ao se efetuar a análise a seguir, o indicador de montante consolidado de crédito concedido por instituições financeiras é a variável utilizada para a representação do financiamento total disponível no país. Outras formas de financiamento, como aquelas associadas às transações comerciais a prazo ou às operações de mercado de capitais, não são consideradas no cômputo do financiamento total. Já as operações de securitização, pela abrangência de suas estruturas, são aqui consideradas como as principais operações representativas do universo de finanças estruturadas. Desta forma, dados referentes a operações de securitização são utilizados para o dimensionamento representativo do mercado de finanças estruturadas no exercício comparativo com os dados uqbar publicações 14 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 referentes ao volume de financiamento na economia brasileira. Particularmente são utilizados os dados referentes ao mercado consolidado de FIDC, veículo de securitização de ampla utilização para financiamento, não tendo vínculo exclusivo com um setor específico da economia. Adicionalmente, para fins de comparação com o mercado bancário somente de crédito rural, também são apresentados dados referentes ao mercado consolidado de CRA, o principal título de securitização do agronegócio. É importante apontar que os dados referentes ao nível consolidado de crédito na economia, produzidos nesta análise, também se fazem pertinentes e comparáveis em relação aos dados referentes ao mercado de securitização por motivo em sentido contrário ao aventado anteriormente. Isto porque, ao invés de se considerar apenas a contribuição do mercado de securitização para o financiamento consolidado da economia, é instrutivo também, sob perspectiva oposta, se considerar o impacto do montante de crédito consolidado originado na economia no desenvolvimento do seu mercado de securitização. O crédito é a matéria prima do mercado de securitização. Os veículos de securitização, não sendo originadores de créditos, são operacionalizados 1 através da aquisição de créditos originados por terceiros. E são os fluxos de pagamento oriundos desta matéria prima que, uma vez transformados através da tecnologia da securitização, produzem os pagamentos dos títulos emitidos pelos veículos de securitização. Assim, utilizando-se desta analogia de um processo produtivo, a relevância do montante de crédito consolidado originado na economia para o mercado de securitização seria comparável à relevância da produção de, por exemplo, minério de ferro para o mercado de aço. Ao fim de 2014, a trajetória do montante de crédito na economia brasileira ameaçava atravessar um ponto de inflexão potencialmente marcante. O retrato e, mais importante, o filme macroeconômico que se desdobrava naquele momento (e que continua a se desdobrar na ocasião do lançamento deste Anuário) apontava para a insustentabilidade desta trajetória já a curto prazo. Indicadores apontando a queda do crescimento econômico e o aumento da vulnerabilidade fiscal e da conta corrente no país informavam um futuro em 2015 de aumento de juros e de inadimplência e de queda de renda, acarretando em redução da oferta de crédito. Assim, a análise constante nesta Introdução, que aborda a evolução do crédito na economia até o final de 2014 –indicando suas caraterísticas e avaliando sua qualidade– deve ser absorvida à luz desta perspectiva que vem formando as expectativas do mercado para o ano que se adentra. 1 Em uma descrição mais rigorosa quanto aos termos utilizados, um veículo de securitização não adquire tão somente créditos, ele adquire direitos creditórios, um objeto cuja definição é mais ampla que simplesmente créditos, englobando também direitos não necessariamente associados a dívidas padronizadas ou fluxos de pagamentos fixamente definidos. uqbar publicações 15 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Crédito Direcionado x Crédito Livre Conforme os dados fornecidos pelo Banco Central, o saldo consolidado de créditos pertencentes ao conjunto das instituições financeiras (devidos pelo setor não-financeiro) cresceu de R$762,35 bilhões em março de 2007 para R$3,02 trilhões em dezembro de 2014. O ritmo de aumento do saldo se deu de forma quase constante ao longo deste período e representou, de forma acumulada, um crescimento proporcional substancialmente maior que aquele referente ao tamanho da economia brasileira. Mas a taxa de crescimento instantânea para a fatia do saldo referente aos créditos com recursos direcionados permaneceu, ao longo deste período, sempre mais elevada do que aquela referente aos créditos com recursos livres, particularmente a partir do início de 2009. O resultado foi uma transformação relevante, nos últimos anos, da composição do saldo de crédito entre estas duas categorias. A segmentação do crédito, entre aquele concedido com recursos direcionados e aquele concedido com recursos livres, se faz pertinente para esta análise, como apontado a seguir, em função das distintas implicações da existência de cada um dos tipos de crédito para o mercado de securitização, além das outras implicações de natureza macroeconômica. Em última análise, a securitização de créditos pertencentes à primeira categoria é economicamente muito menos viável que a securitização de créditos pertencentes à segunda categoria. Créditos com recursos direcionados utilizam recursos captados através de certos tipos de fontes bancárias baratas, como a caderneta de poupança e os depósitos à vista, e também de fundos e programas públicos, inclusive diretamente de orçamentos governamentais. São créditos regulamentados que devem atender parâmetros específicos em relação ao seu formato e ao seu tomador e também aos montantes mínimos alocados em determinados segmentos da economia. Assim, são créditos concedidos para seus tomadores a um custo menor que o custo de mercado, caracterizando-os como créditos subsidiados. Créditos concedidos diretamente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ou oriundos de recursos captados por instituições financeiras intermediárias junto a este banco, se incluem entre os considerados com recursos direcionados. Os segmentos imobiliário, rural, de infraestrutura, de bens de capital, de exportação e de pequenas e médias empresas são os principais receptores do crédito com recursos direcionados. Em contrapartida ao crédito com recursos direcionados, o crédito concedido com recursos captados junto ao mercado, majoritariamente ao custo de mercado, compõe a outra parcela do crédito total, denominada de crédito com recursos livres. Este é composto por financiamentos e empréstimos com taxas e montantes livremente pactuados entre instituições financeiras e seus mutuários em geral. uqbar publicações 16 dezembro de 2014, do saldo da carteira de crédito das instituições financeiras, segmentado entre as categorias de crédito com recursos direcionados e de crédito com recursos livres. Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres e Direcionados (em R$ milhões) FIG. 1 Fonte: Banco Central do Brasil 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 Mar-07 Jun-07 Set-07 Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10 Mar-11 Jun-11 Set-11 Dez-11 Mar-12 Jun-12 Set-12 Dez-12 Mar-13 Jun-13 Set-13 Dez-13 Mar-14 Jun-14 Set-14 Dez-14 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A figura 1 abaixo exibe a evolução histórica, de março de 2007 até Recursos Livres Recursos Direcionados Tomando-se como base o nível de saldo, ou estoque, total de crédito em dezembro de 2008, de R$1,23 trilhão, depreende-se que este indicador consolidado cresceu nominalmente 144,5% no período de seis anos coberto até o ponto final na figura 1, em dezembro de 2014. Porém, tal crescimento se decompõe de forma bastante distinta entre os crescimentos referentes às duas categorias que compõem o total de créditos. Enquanto o estoque de crédito com recursos livres se elevou no mesmo período somente 89,4%, passando de R$833,19 bilhões para R$1,58 trilhão, o estoque de crédito com recursos direcionados se elevou impressionantes 259,2%, passando de R$400,80 bilhões para R$1,44 trilhão. Como consequência da taxa de crescimento do crédito direcionado ter sido muito mais alta que a do crédito livre, a proporcionalidade entre o primeiro e o segundo subiu de 48,1% para 91,2% no período. Tal transformação da composição do crédito total, com o direcionado se aproximando em tamanho do livre, tem fortes implicações macroeconômicas e estruturais, inclusive para o mercado de capitais e seu segmento de finanças estruturadas. Sua ocorrência resultou de um papel crescentemente interventor na economia e na oferta de financiamentos por parte do Governo durante os últimos anos, papel este que se operacionalizou muito através da atuação das instituições financeiras públicas, com destaque para o BNDES. Como consequência, além dos benefícios usufruídos pelos tomadores de recursos subsidiados, houve distorções crescentes na alocação de recursos na economia, tornando-a menos eficiente. Aqueles tomadores que estão uqbar publicações 17 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 restritos ao crédito livre tiveram seus custos relativamente aumentados. Por sua vez, a efetividade da política monetária praticada diminuiu, perdendo poder de impacto na demanda agregada e no controle inflacionário. As instituições financeiras públicas, por sua vez, tiveram seus balanços e estruturas ampliados para além do financeiramente desejável. Já para as operações de securitização no mercado de finanças estruturadas, o estoque de crédito direcionado, em sua grande maioria, não representa, na prática, matéria-prima utilizável, tal qual ilustrado anteriormente. Ou seja, a maior parte do crédito direcionado é dificilmente securitizável devido à impossibilidade financeira inerente. Os títulos de securitização são vendidos preponderantemente para investidores que buscam um retorno consistente com o risco que está sendo tomado. Assim, operações de securitização de crédito direcionado subsidiado são difíceis de se viabilizar porque investidores que estejam dispostos a correr o risco de tomadores de crédito subsidiado exigirão um retorno acima daquele que a operação de securitização pode gerar. É por isto que títulos de securitização que têm como lastro créditos imobiliários originados no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação são comumente vendidos para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, ou então, por razões de cunho regulamentar, para os próprios originadores de seu lastro. Crédito x PIB Voltando à análise da evolução do crédito na economia brasileira, mas agora sob uma perspectiva do desempenho relativo deste indicador em relação ao tamanho da economia, constata-se, primeiro, um aumento contínuo, embora volátil, ao longo dos últimos anos desta relação de proporcionalidade. Tal observação se fundamenta na leitura da evolução do índice percentual do estoque total de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). A figura 2 apresenta este histórico e também exibe os de seus componentes: o do índice referente ao estoque de crédito direcionado e o do índice referente ao estoque de crédito livre. Retomando como ponto inicial da análise o final de 2008, naquele momento o estoque total de crédito representava 40,7% do PIB, sendo que 13,2 destes pontos percentuais se referiam ao crédito direcionado e 27,5 se referiam ao crédito livre. Em dezembro de 2014 o tamanho relativo do crédito total na economia galgou para 58,9%, sendo que agora 28,1 pontos percentuais se referiam ao crédito direcionado e 30,8 se referiam ao crédito livre. Nota-se, assim, que o estoque de crédito direcionado mais que dobrou sua fatia em relação ao bolo (o PIB) que, por sua vez, também cresceu em termos reais. O PIB real (nominal menos inflação) subiu 16,8% nos últimos seis anos. Vale também ressaltar que em todo este período o estoque de crédito livre aumentou em apenas 3,3 pontos percentuais sua proporcionalidade em uqbar publicações 18 reduziu. Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres e Direcionados em Relação ao PIB (em %) FIG. 2 Fonte: Banco Central do Brasil 70 60 50 40 30 20 10 0 Mar-07 Jun-07 Set-07 Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10 Mar-11 Jun-11 Set-11 Dez-11 Mar-12 Jun-12 Set-12 Dez-12 Mar-13 Jun-13 Set-13 Dez-13 Mar-14 Jun-14 Set-14 Dez-14 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 relação ao PIB e que, criticamente, nos últimos dois anos este percentual se Crédito Total Créditos Livres Créditos Direcionados O crescimento do crédito na economia brasileira em anos recentes teve como uma das suas principais fontes o crescimento do crédito imobiliário. Nos últimos seis anos a fatia correspondente ao saldo de crédito imobiliário saltou de 5,6% para 16,5% do total de crédito nas carteiras das instituições financeiras. Porém, a maior parte do crescimento do montante consolidado de crédito imobiliário concedido pelas instituições financeiras se refere a um crédito imobiliário direcionado, concedido com recursos captados junto à caderneta de poupança. O salto da participação do crédito imobiliário significou uma transformação relevante na composição da dívida total das pessoas físicas, tendo a fatia desta dívida referente ao crédito imobiliário também dado um salto neste período. Isto é refletido no aumento, nas carteiras das instituições financeiras, da fatia do crédito imobiliário devido por pessoas físicas, de 43,1% para 68,7% do total de crédito direcionado devido por pessoas físicas, e de 11,2% para 30,6% do total de crédito devido por pessoas físicas. Por outro lado, a imensa maioria do crédito imobiliário que é securitizado no país o é através das operações de CRI, o principal título de securitização imobiliária no Brasil. Nas carteiras dos FIDC atualmente encontram-se apenas uma parcela de pouco mais de 2,0% do total do crédito imobiliário que está securitizado. Desta forma, dado que a viabilidade financeira de se estruturar títulos de securitização e vendê-los para o mercado investidor requer, quase sempre, que os créditos utilizados como lastro destes títulos sejam da categoria de crédito livre, e dado que os FIDC, que são o principal veículo de securitização no mercado brasileiro, não têm exercido um papel importante na securitização de crédito imobiliário, a análise que se segue prioriza o desempenho do crédito uqbar publicações 19 no crédito imobiliário, o qual vem se destacando na evolução do crédito na economia, esta análise abarca a fatia do universo de crédito que apresenta condições mais sustentáveis de crescimento –a do crédito livre– e considera a contribuição para este crescimento do mercado do principal título de finanças estruturadas, o qual utiliza como sua matéria prima, preponderantemente, o crédito livre. Crédito Livre Se atendo apenas à evolução do crédito livre, é exibido na figura 3 o histórico dos componentes deste crédito, também como indicadores de suas respectivas relações com o PIB, segmentados entre aquele cujos devedores são pessoas jurídicas e aquele cujos devedores são pessoas físicas. Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres para Pessoas Físicas e Jurídicas em Relação ao PIB (em %) FIG. 3 Fonte: Banco Central do Brasil 16 15 14 13 12 11 10 9 Mar-07 Jun-07 Set-07 Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10 Mar-11 Jun-11 Set-11 Dez-11 Mar-12 Jun-12 Set-12 Dez-12 Mar-13 Jun-13 Set-13 Dez-13 Mar-14 Jun-14 Set-14 Dez-14 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 livre, antes de abordar o papel do mercado de FIDC. Assim, mesmo não focada Pessoas Jurídicas Pessoas Físicas O crédito livre para pessoas jurídicas cresceu de forma um pouco mais prolongada até a crise financeira de 2008, refletindo a tendência de aumento de capacidade de alavancagem das empresas que ocorreu naquele período. A partir da crise financeira, o quadro se inverteu temporariamente, com algumas empresas passando por um processo mais crítico de vulnerabilidade creditícia e, por outro lado, os consumidores usufruindo mais diretamente de uma política econômica anticíclica fomentada pelo Governo. Mais recentemente, após o forte desempenho da economia em 2010, os bancos incrementaram o foco de atuação na concessão de crédito para empresas ao longo dos anos de 2011 e 2012. Ao final daquele último ano, os dois cômputos referentes aos crescimentos proporcionais desde 2007 dos níveis de crédito livre em relação ao PIB, para as pessoas físicas e para as pessoas jurídicas, eram quase coincidentes, tendo estes galgado mais de cinco pontos percentuais e atingido 15,7% e 16,1% respectivamente. uqbar publicações 20 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Nos últimos dois anos, mesmo se tratando de um período de baixíssimo crescimento da economia, a proporcionalidade do crédito livre em relação ao PIB se reduziu. Tal diminuição resultou de reduções em ambos os seus indicadores componentes –o crédito livre tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas– que terminaram 2014 em 15,3% e 15,5%, respectivamente. Tal desempenho nos últimos dois anos mostra uma crescente resistência ao crescimento proporcional do crédito livre, provavelmente em função do contínuo avanço do crescimento proporcional do crédito direcionado. As três maiores categorias que compunham o crédito livre para pessoas físicas no final de 2014 são, nesta ordem: Crédito Pessoal Consignado, Financiamento de Veículos, e Cartão de Crédito. Tal composição se alterou em relação a dois anos antes, tendo Crédito Pessoal Consignado se tornado a maior fatia e Financiamento de Veículos descido para a segunda colocação. A perda de participação da categoria Financiamento de Veículos na composição do crédito livre para pessoas físicas encontrou paralelo no comportamento da composição do mercado de FIDC por categoria de ativo-lastro, mesmo não havendo distinção entre tomador pessoa física e pessoa jurídica na definição da categoria de ativo-lastro Financiamento de Veículos utilizada pela Uqbar para este mercado. Vale ressaltar que estas três categorias principais que compõem o estoque de crédito livre para pessoas físicas das instituições financeiras coincidem com os objetivos de aquisição de políticas de investimento de boa parte dos FIDC que investem em recebíveis que podem ter pessoas físicas como devedor. Estes FIDC pertencem a duas das quatro principais categorias de ativo-lastro do setor, a saber, as categorias Financiamento de Veículos e Crédito Pessoal. A figura 4 traz a composição do saldo de crédito com recursos livres para pessoas físicas no final de dezembro de 2014. Composição do Saldo da Carteira de Crédito – Recursos Livres para Pessoas Físicas (em dez/14) FIG. 4 Fonte: Banco Central do Brasil 32,1 % 12,8 % 23,9 % 10,5 % Crédito Pessoal Consignado Veículos 20,7 % Crédito Pessoal Não Consignado Outros Cartão de Crédito uqbar publicações 21 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Em relação à composição do crédito livre para pessoas jurídicas, percebe-se que, diferentemente do que ocorre com a composição deste para pessoas físicas, uma categoria de crédito, denominada Capital de Giro - Prazo Superior a 365 Dias, representava mais do que um terço do total ao final de 2014. Em contrapartida, as categorias de crédito Aquisição e Arrendamento –onde se inserem as operações de financiamento de veículos–, e Recebíveis Comerciais têm participações relativamente pequenas. Em relação à transformação desta composição ao longo dos últimos dois anos, a principal alteração se deu na fatia referente à categoria Comércio Exterior, que aumentou 3,9 pontos. Este perfil de composição não encontra paralelo no mercado de FIDC, onde a categoria de ativo-lastro Recebíveis Comerciais ainda é muito maior que a categoria Crédito Pessoa Jurídica (definida como aquela que engloba os empréstimos corporativos de médio e de longo prazo). Ou seja, a diferenciação entre os perfis de composição do crédito livre para pessoas jurídicas e das carteiras dos FIDC aponta para um papel, na prática, ainda de natureza muito incipiente exercido por este veículo de securitização no financiamento de médio e longo prazo do setor corporativo. Os FIDC são mais focados em créditos do tipo que não é predominante nas carteiras das instituições financeiras e estas não atuam como cedentes dos créditos que mais originam para o mercado de FIDC. A figura 5 traz a composição do saldo de crédito com recursos livres para pessoas jurídicas nas carteiras das instituições financeiras no final de dezembro de 2014. Composição do Saldo da Carteira de Crédito –Recursos Livres para Pessoas Jurídicas (em dez/14) FIG. 5 Fonte: Banco Central do Brasil 38,3 % 5,8 % 18,3 % 4,9 % 11,1 % 21,5 % Capital de Giro – Prazo Superior a 365 dias Comércio Exterior Capital de Giro – Outros Prazos Aquisição e Arrendamento Recebíveis Comerciais Outros uqbar publicações 22 Duas figuras abaixo são adicionadas à análise corrente para inserir outra comparação quantitativa entre o espaço geral de financiamentos e o mercado de finanças estruturadas. A figura 6 apresenta a evolução do indicador que representa o estoque consolidado de operações de crédito das instituições financeiras ao setor rural, em porcentagem, em relação ao PIB. Nota-se o salto deste indicador de 3,8%, ainda no final de 2012, para 5,0 % no final do ano passado. Ou seja, este é um setor que recebe financiamento de instituições financeiras em ritmo fortemente crescente, que já superou a marca de R$200,0 bilhões. Saldo das Operações de Crédito – Setor Rural em Relação ao PIB (em %) FIG. 6 Fonte: Banco Central do Brasil 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 Jan-07 Abr-07 Jul-07 Out-07 Jan-08 Abr-08 Jul-08 Out-08 Jan-09 Abr-09 Jul-09 Out-09 Jan-10 Abr-10 Jul-10 Out-10 Jan-11 Abr-11 Jul-11 Out-11 Jan-12 Abr-12 Jul-12 Out-12 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 Abr-14 Jul-14 Out-14 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Setor Rural e CRA O universo mais amplo de crédito vinculado ao setor rural vai muito além daquele restrito às carteiras das instituições financeiras, compreendendo também o vasto conjunto de operações de natureza creditícia entre empresas não financeiras, entre estas e pessoas físicas ou até mesmo entre somente pessoas físicas. Afinal de contas, a dimensão do agronegócio na economia brasileira implica na existência de uma larga gama de opções de operações de crédito para que se viabilize operacionalmente este setor. Mesmo assim, a trajetória recente do indicador na figura 6 não deixa de encapsular o sentido da importância crescente do crédito rural para a economia brasileira. Por isto, a contribuição do mercado de capitais para a sustentação do crescimento da oferta deste tipo de crédito tende a ser cada vez mais fundamental. Particularmente, o universo de títulos do agronegócio do mercado de finanças estruturadas oferece grande potencial de crescimento, já dando os primeiros sinais de cumprimento deste papel. A figura 7 traz a evolução anual do montante consolidado emitido de CRA desde 2009, ano da primeira operação deste título realizada no mercado. Este é o título de securitização que mais cresceu nos últimos dois anos em termos relativos, alcançando emissões uqbar publicações 23 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 anuais de R$2,40 bilhões em 2014. Entretanto, a abissal diferença dimensional em relação ao mercado de crédito rural certifica o enorme potencial ainda a ser explorado em oportunidades de financiamento e de investimento referente ao agronegócio através de operações de securitização. Emissões de CRA – Montante (em R$ milhões) FIG. 7 Fonte: Uqbar 2.403 1.226 22 2009 152 174 2010 2011 283 2012 2013 2014 Debêntures Para efeito comparativo complementar, no contexto da discussão do papel do mercado de securitização e de seu potencial de contribuição entre as formas de financiamento e de investimento no mercado financeiro brasileiro, também é apresentado aqui, através da figura 8, um dimensionamento atual do mercado de debêntures, através da evolução mensal nos últimos quatro anos de seus números consolidados de estoque. As cifras apresentadas excluem as debêntures emitidas por empresas de leasing. O estoque de debêntures cresceu continuamente neste período, fechando 2014, pela primeira vez, acima de R$300,00 bilhões. Esta dimensão pode ser comparada aos números referentes ao mercado de FIDC, apresentados em seguida, que são muito mais reduzidos e, portanto, parecem justificar um potencial de crescimento relevante. O vínculo entre os dois mercados é claro, sendo as dívidas corporativas de longo prazo um tipo de recebível que define uma das principais categorias de ativo-lastro do mercado de FIDC. Alternativamente, pode-se afirmar que os FIDC se caracterizam como veículos que possibilitam o investimento diversificado em uma carteira de dívidas corporativas, com as debêntures, por exemplo. uqbar publicações 24 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Saldo de Estoque de Debêntures* (em R$ milhões) FIG. 8 Fonte: CETIP 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 0 Jan-11 Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11 Ago-11 Set-11 Out-11 Nov-11 Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 Jan-13 Fev-13 Mar-13 Abr-13 Mai-13 Jun-13 Jul-13 Ago-13 Set-13 Out-13 Nov-13 Dez-13 Jan-14 Fev-14 Mar-14 Abr-14 Mai-14 Jun-14 Jul-14 Ago-14 Set-14 Out-14 Nov-14 Dez-14 50.000 *Foram excluídas as debêntures emitidas por empresas de leasing. Participação de FIDC A figura 9, a seguir, exibe a evolução mensal do Patrimônio Líquido (PL) consolidado do mercado de FIDC nos últimos oito anos, destacando a fatia referente ao segmento composto pelos fundos chamados Não Padronizados (NP). O mercado de FIDC cresceu vigorosamente até o final de 2011, alcançando PL consolidado acima de R$63,00 bilhões. Porém, ao longo de 2012 este mercado se reduziu, até se estabilizar a partir do início de 2013. De lá para cá, entretanto, este universo não foi capaz de retomar sua trajetória 2 histórica de crescimento . Ao final de 2014, o PL consolidado se encontrava em R$53,36 bilhões. FIG. 9 Patrimônio Liquido dos FIDC (em R$ milhões) Fonte: Uqbar 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 Jan-07 Mar-07 Mai-07 Jul-07 Set-07 Nov-07 Jan-08 Mar-08 Mai-08 Jul-08 Set-08 Nov-08 Jan-09 Mar-09 Mai-09 Jul-09 Set-09 Nov-09 Jan-10 Mar-10 Mai-10 Jul-10 Set-10 Nov-10 Jan-11 Mar-11 Mai-11 Jul-11 Set-11 Nov-11 Jan-12 Mar-12 Mai-12 Jul-12 Set-12 Nov-12 Jan-13 Mar-13 Mai-13 Jul-13 Set-13 Nov-13 Jan-14 Mar-14 Mai-14 Jul-14 Set-14 Nov-14 0 FIDC 2 FIDC NP O mercado de FIDC sofreu o impacto das liquidações de bancos médios que ocorreram até 2013. Não só alguns fundos, alguns de porte elevado, que tinham como participantes estes bancos também tiveram que ser liquidados, mas também a nova norma principal do segmento teve que ser aguardada, causando interrupção de novas operações. Mas a partir da edição da ICVM 531, em 2013, o novo marco, apesar de operacionalmente mais caro, trazia condições mais sólidas para o revigoramento do mercado de FIDC. uqbar publicações 25 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A trajetória do tamanho do mercado de FIDC diverge daquelas referentes aos tamanhos do mercado de debêntures e do estoque de crédito livre, as quais continuaram a crescer depois do final de 2011, pelo menos em termos nominais. Além disto, o mercado de FIDC ainda representa pouco mais de um sexto do mercado de debêntures e de um trigésimo do estoque de crédito livre. Na verdade, como pode se depreender da figura 9, a parte do mercado de FIDC que apresentou expansão nos anos mais recentes se refere ao segmento NP. Os FIDC NP, representados principalmente por fundos que investem em quatro tipos de ativos, sendo eles os recebíveis oriundos de empresas em recuperação judicial, os créditos inadimplidos, os precatórios e os direitos decorrentes de ações judiciais ainda não julgadas, compõem um segmento à parte, o qual não apresenta correlação positiva entre seu desempenho e o da economia em geral. São fundos onde a capacitação específica de originação, gestão, precificação, cobrança e prática judicial determina seu desempenho e rentabilidade. De fato, este segmento vem se expandindo em tempos de ausência de crescimento econômico. A dimensão relativamente reduzida alcançada até agora pelo universo FIDC se contrasta com toda sua potencialidade. Por exemplo, em comparação às necessidades atuais de investimento no setor de infraestrutura, os FIDC se mostram patentemente subutilizados. Oferecendo a possibilidade de isenção tributária para seus investidores pessoa física e, em determinadas condições, estrangeiro, além da diversificação de risco proporcionada pela pulverização de suas carteiras, FIDC que investem em certos projetos de infraestrutura perfazem, até o presente momento, tão somente um conjunto unitário de fundos, composto pelo FIDC BB Votorantim Highland Infraestrutura, que apresentava PL em dezembro de 2014 de R$332,9 milhões. Esta anomalia fica ainda mais latente, quando se adiciona a esta conjuntura o fato de que o mercado de FIDC já ofereceu soluções de financiamento como, por exemplo, para o setor de transporte, quando as fontes tradicionais do mercado bancário 3 e de capitais não se faziam presentes . O mercado de FIDC continua a ser o principal segmento do mercado de securitização, fundamentado em um histórico de mais de doze anos. Estes fundos representam a possibilidade de financiamento de qualquer segmento econômico e qualquer tipo de tomador de recursos. Ao mesmo tempo, em função da tecnologia da securitização, oferecem a possibilidade de investimento diversificado e retorno potencial diferenciado de toda gama de riscos, satisfazendo desde o mais conservador até o mais ousado dos investidores. Assim, no Brasil de 2015, é enorme o potencial ainda a ser explorado das operações de FIDC. 3 Ver o artigo “Uma empresa deficitária, um FIDC inovador e investimentos de sucesso”, publicado no portal TLON, www.tlon.com.br uqbar publicações 26 INTRODUÇÃO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A seguir, este Anuário apresenta três capítulos trazendo um amplo conjunto de dados quantitativos e qualitativos dos títulos do mercado de finanças estruturadas, organizados por atividade econômica. Cada capítulo traz uma introdução própria abordando os desenvolvimentos em destaque em 2014 referentes aos seus respectivos títulos. O primeiro deles cobre os títulos gerais, onde se destacam as cotas de FIDC, e dos quais também fazem parte as Cédulas de Crédito Bancário e os Certificados de Cédulas de Crédito Bancário. O segundo destes três capítulos é dedicado aos títulos de crédito de lastro imobiliário, tendo os CRI em evidência e também apresentando dados referentes às Cédulas de Crédito Imobiliário. Na sequência, o terceiro capítulo apresenta os títulos do agronegócio, que incluem os CRA, as Cédulas do Produto Rural e os Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio. Cada capítulo se encerra com um artigo, escrito por profissionais de escritórios de advocacia atuantes no mercado de finanças estruturadas, voltado para os aspectos regulamentares e legislativos relevantes para o respectivo segmento. O Anuário termina com mais um capítulo dedicado aos Rankings Uqbar, que ordena operações e participantes, e à análise das movimentações de posicionamento no mercado entre seus diversos tipos de participantes. uqbar publicações 27 1 TÍTULOS GERAIS uqbar publicações TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 INTRODUÇÃO Este primeiro capítulo, diferentemente dos dois seguintes, se concentra nos principais títulos de finanças estruturadas de uso geral, os Títulos Gerais, aqueles sem vínculo exclusivo com qualquer segmento econômico em particular. Este conjunto é composto por três títulos, a saber: as cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), as Cédulas de Crédito Bancário (CCB) e os Certificados de Cédulas de Crédito Bancário (CCCB). Precedidos por esta análise introdutória, são apresentados informações e dados, históricos e referentes ao ano de 2014, acerca destes títulos e seus respectivos mercados, com ênfase nas variáveis de dimensionamento de mercado primário e secundário e, em relação aos FIDC, de composição e de desempenho. A análise a seguir aborda os pontos de destaque dos dados exibidos. As cotas de FIDC são os principais títulos de securitização no mercado brasileiro, sendo os únicos que correspondem a operações de financiamento e investimento em diversos segmentos econômicos, além de poderem contar com direitos creditórios em suas carteiras de natureza variada. É em função desta abrangência de possibilidades associada às operações de FIDC que suas cotas são caracterizadas como títulos gerais e tratadas neste capítulo. O mercado de FIDC já construiu um histórico de doze anos de operações. Criado a partir de sua norma fundamental, a Instrução da Comissão de Valores Mobiliários nº 356 (ICVM 356), o universo FIDC se expandiu vigorosamente até o final de 2011. A partir do ano seguinte houve percalços, ocasionados principalmente pelos eventos de liquidação de bancos médios que atuavam de forma relevante no mercado de FIDC. Como parte natural de um processo de desenvolvimento de um segmento avançado do mercado de capitais, a norma foi atualizada e o resultado foi a edição em 2013 da ICVM 531, que alterou substancialmente a ICVM 356 e criou condições mais transparentes e seguras para o investimento neste veículo. Porém, os números mais recentes da evolução do mercado de FIDC ainda estão longe de refletir este importante avanço do seu marco jurídicoregulamentar, talvez em função dos desafios macroeconômicos no país que surgiram nos últimos dois anos. O patamar do mercado de FIDC, após o movimento de retração ocorrido ao longo de 2012, ainda não retomou o nível que havia sido alcançado ao final de 2011. Por outro lado, olhando-se para frente, sob uma perspectiva fundamentalista, os prospectos para este segmento continuam fortemente positivos, embora não tenha sido em 2014 que eles começaram a se realizar. A trajetória do mercado de FIDC em 2014, que sofreu transformação relevante, refletiu preponderantemente oportunidades de financiamento e de investimento que se apresentaram no contexto dos desenvolvimentos macro e uqbar publicações 30 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 microeconômico que prevaleceram ao longo do ano. A transformação ocorrida no mercado de FIDC no último ano se revela através da leitura de alguns indicadores como, por exemplo, os valores anuais de emissão e de alteração de Patrimônio Líquido (PL) consolidados de todo o mercado e referentes às principais categorias de ativo-lastro do setor. A dimensão do mercado, mensurada em função de seu indicador de PL consolidado, se manteve basicamente inalterada ao longo do ano, se localizando pouco acima dos R$53,00 bilhões no início e término do mesmo. Mas o indicador de montante consolidado anual de emissões de cotas se elevou de R$19,35 bilhões em 2013 para R$26,58 bilhões em 2014, se fixando como a segunda maior marca histórica, abaixo apenas da cifra referente ao ano de 2011, de R$38,36 bilhões. Este aumento em emissões anuais para um patamar equivalente a 50,0% do valor de PL resultou de uma participação relevante de emissões por parte de fundos abertos e de ativos de curto prazo, tais quais muitos daqueles pertencentes à categoria de ativo-lastro Recebíveis Comerciais. A Uqbar classifica os FIDC em 14 categorias distintas de ativo-lastro. Historicamente, as maiores fatias do mercado de FIDC corresponderam às categorias de ativo-lastro Recebíveis Comerciais, Financiamento de Veículos e Crédito Pessoal. Especificamente, estas três categorias são compostas, respectivamente, por créditos decorrentes: (i) da venda financiada de um bem ou serviço realizado por pessoas jurídicas, sendo o financiamento geralmente de curto prazo, 30 a 90 dias; (ii) de financiamentos para a aquisição de veículos automotores, tendo como tomador tanto pessoas físicas como jurídicas; e (iii) de financiamentos para consumo não específico a pessoas físicas, incluindo operações com e sem consignação em folha de pagamento, cartão de crédito e cheque especial. Mais recentemente, outra categoria de ativo-lastro ascendeu para as primeiras posições, aquela composta por créditos decorrentes de: (iv) financiamentos à pessoa jurídica para a aquisição de bens (excluindo imóveis e veículos, já pertencentes a outras classes) e outros fins como comércio exterior, infraestrutura e desenvolvimento. O domínio histórico do mercado pelas três primeiras categorias descritas acima chegou a se delinear de forma equânime. Mas a partir de 2012, em relação à categoria Crédito Pessoal, e agora, em 2014, em relação à categoria Financiamento de Veículos, o mercado de FIDC passou a se reconfigurar, apresentando tendência de domínio maior de uma só categoria, Recebíveis Comerciais que, ao final do ano passado, representava 29,8% do valor consolidado do PL do mercado de FIDC. A classe Crédito Pessoal, que é composta preponderantemente por operações cujo lastro é formado por crédito consignado, se reduziu em grande monta nos últimos três anos. No final de 2014 o PL consolidado desta uqbar publicações 31 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 categoria alcançava apenas R$2,12 bilhões, ou 4,0% do total do mercado, tendo encolhido substanciais R$4,29 bilhões em relação ao seu valor no final de 2011, de R$6,42 bilhões, o equivalente a uma redução de 66,9%. Em 2014 somente R$872,9 milhões foram emitidos em cotas de FIDC desta classe. O mercado secundário de crédito consignado, crédito este cuja rentabilidade passou a ser almejada de forma crescente recentemente pelos grandes bancos, devido ao seu baixo risco de inadimplência, passou a ser menos ofertante por parte de seus originadores tradicionais, principalmente a partir de movimentos como associação com bancos maiores ou mesmo a liquidação por parte do Banco Central. Já a classe Financiamento de Veículos apresentava, ao final de 2014, PL consolidado de R$6,02 bilhões, ou 11,3% do total do mercado, tendo se contraído em R$3,60 bilhões em relação ao seu valor no final de 2013, de R$9,63 bilhões, o equivalente a uma redução de 37,4%. Em 2014 foi R$1,79 bilhão emitido em cotas de FIDC desta classe. O mercado de financiamento de veículos, tipo de crédito cuja originação se viu em forte expansão durante muitos anos, vem sofrendo impacto negativo recente por fatores econômicos. Menor renda disponível do potencial tomador de crédito, maiores custos do produto e financeiro, e, consequentemente, nível crescente de inadimplência, diminuíram o ritmo de expansão de concessão deste tipo de crédito. Assim, pelo lado da demanda, representado pelo universo de FIDC, no último ano sentiu-se o efeito de uma queda de oferta de direitos creditórios oriundos de financiamento de veículos, repercutindo em um volume menor de negócios realizados no período. Por outro lado, em 2014 continuou a se expandir a classe Recebíveis Comerciais com contribuição por parte dos fundos de perfil multicedente/ multisacado, aqueles que têm como cedentes diversas empresas de variados segmentos além de vários devedores, e são popularmente conhecidos como fundos de factoring ou de fomento mercantil. Estes fundos normalmente contam com a atuação, como consultora de crédito, de empresas de factoring, que analisam e selecionam os recebíveis, sempre de curto prazo, que são adquiridos para suas carteiras. O financiamento de empresas cedentes de recebíveis comerciais vem, assim, se provando um nicho diferenciado para a atuação do mercado de FIDC. Atendendo uma demanda de recursos por parte de captadores que muitas vezes não compõem o universo de recipientes considerados pelas instituições financeiras, os FIDC desta classe eficientemente preenchem um espaço do universo de financiamentos, inclusive proporcionando oportunidades diferenciadas para seus investidores. O resultado é um PL consolidado da classe Recebíveis Comerciais que subiu de R$13,72 bilhões, ao final de 2013, para R$15,93 bilhões, ao final de 2014, o equivalente a um crescimento de 16,1%. uqbar publicações 32 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Já em termos de montante consolidado em emissões de cotas de FIDC, em 2014 foram R$16,33 bilhões para os fundos pertencentes à classe Recebíveis Comerciais, correspondendo a 61,4% do total de emissões do mercado consolidado. Tais emissões refletiram, em grande parte, a participação de três grandes fundos que, juntos, emitiram R$11,05 bilhões. São eles o FIDC For-Te, que emitiu R$5,29 bilhões, um fundo de fornecedores das empresas do grupo Telefônica; o FIDC Caterpillar do Segmento Industrial II, que emitiu R$3,37 bilhões, um fundo que investe em direitos creditórios oriundos de operações de venda de máquinas e equipamentos realizadas pela Caterpillar Brasil; e o FIDC VID Indústria, que emitiu R$2,39 bilhões, um fundo que investe em recebíveis cedidos por empresas do grupo Votorantim. Integrante parcialmente do crescimento verificado na classe Recebíveis Comerciais, mas compondo um conjunto de fundos à parte, conforme definido acima e englobando fundos de várias categorias de ativo-lastro, se destacam os FIDC multicedente/multisacado, conjunto que viu seu PL consolidado majorar de R$6,97 bilhões, referentes a 149 fundos, ao final de 2013 para R$8,66 bilhões, referentes a 181 fundos, ao final de 2014. É importante frisar, entretanto, que apenas aproximadamente 54,0% dos FIDC multicedente/ multisacado pertencem à categoria de ativo-lastro Recebíveis Comerciais, sendo a parcela restante parte de outras categorias, principalmente a categoria Multiclasse, que engloba fundos cujos direitos creditórios se enquadram na definição de mais de uma categoria, sendo quase sempre a categoria Recebíveis Comerciais uma delas. O PL deste conjunto de fundos já representa 16,2% do total do mercado, certificando a importância crescente e determinante que os fundos multicedente/multisacado representam para o segmento de FIDC como um todo. Ainda, dentre as categorias de ativo-lastro que apresentaram expansão em 2014 ressalta-se, conquistando agora a segunda posição, a classe Crédito Pessoa Jurídica, que alcançou o nível de R$9,18 bilhões em PL consolidado, ou 17,2% do total do mercado, galgando R$2,49 bilhões em relação ao patamar do final de 2013, de R$6,69 bilhões, o equivalente a um aumento de 37,1%. Em 2014 foram R$3,76 bilhões emitidos em cotas de FIDC desta classe. A fatia crescente referente ao conjunto de FIDC que investem preponderantemente em dívida corporativa de médio e longo prazo, apesar de sua dimensão ainda muito reduzida, não deixa de ser minimamente auspiciosa. Esta, juntamente com a classe Prestação de Serviço Público (PL em 2014 de R$3,24 bilhões), são as principais classes onde reside o grande potencial de contribuição do segmento de FIDC para o financiamento de investimentos relacionados à infraestrutura no país, tão prementes neste momento. Tal potencial, ainda nitidamente inexplorado, se fundamenta não só nas necessidades de investimento de capital fixo, mas também nas possibilidades de estruturação que a tecnologia uqbar publicações 33 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 de securitização engendra e nas oportunidades de investimento diversificado direto neste setor por parte de investidores de perfis e apetites de risco variados. Dentre os fundos pertencentes à categoria de ativo-lastro Crédito Pessoa Jurídica, destacam-se quatro que mais contribuíram para o crescimento do PL consolidado em 2014: o FIDC Sirius Crédito, cujo PL atingiu R$1,11 bilhão, com carteira composta de instrumentos de crédito ligados ao desempenho das empresas do grupo Boticário; o FIDC Brasil Óleo e Gás Exclusive, cujo PL atingiu R$800,7 milhões, tendo iniciado em junho de 2014 com uma emissão de R$790,7 milhões, com carteira composta de debêntures de emissão da Petrobras; o FIDC FCORP Crédito Privado, cujo PL atingiu R$677,1 milhões, tendo iniciado em setembro de 2014 com uma emissão de R$410,0 milhões, com carteira atual composta por dívida corporativa de diversos segmentos e Letras Financeiras; e o FIDC BB Votorantim Highland Infraestrutura, cujo PL atingiu R$332,9 milhões, tendo iniciado em dezembro de 2013 com prazo de vinte anos e carteira sendo composta pelos chamados valores mobiliários de projetos prioritários, que proporciona isenção de imposto de renda para os seus investidores pessoa física. Por fim, segmentando-se o mercado de FIDC ainda de outra forma, destacando-se o conjunto de fundos não padronizados –chamados FIDC-NP– observa-se o crescimento relativo de sua fatia desde 2007 na comparação com o conjunto completo do mercado de FIDC. Ao final de 2014 existiam 156 FIDC-NP, correspondentes a um PL consolidado de R$13,39 bilhões e uma participação de mercado de 25,1%. Este tipo de fundo, regulamentado pela Instrução CVM nº 444, se caracteriza por ter como alvo de sua política de investimentos a aquisição de direitos creditórios não regulares. Particularmente, direitos creditórios oriundos de empresas em recuperação judicial ou extra-judicial, inadimplidos, oriundos de precatórios e oriundos de ações judiciais ainda não julgadas compõem a maior parte das carteiras atuais dos FIDC-NP. Dada a não correlação entre o desempenho de carteiras desta natureza e o desempenho da economia em geral, o sub-segmento formado por estes fundos pode florescer em um cenário de ausência de crescimento econômico e, de certa forma, é isto que vem ocorrendo nos últimos dois anos no mercado brasileiro. No âmbito da evolução do volume de ofertas públicas e de registros de FIDC, o ano de 2014 se provou muito aquém do desempenho médio de anos anteriores no primeiro caso e, em contraste, além das quantidades recentes no segundo caso. Foram apenas 18 ofertas de distribuição realizadas sob o regime da ICVM 400, aquelas que são distribuídas ao público amplo, que somaram R$1,80 bilhão. Estes são números bastante reduzidos na comparação com anos anteriores. Desde 2004, todos os anos vêm apresentando montante ofertado mais elevado, tendo o mesmo alcançado R$12,78 bilhões em 2006, e uqbar publicações 34 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 somente em 2013 o número de ofertas ficou mais baixo, tendo sido apenas 16 naquele ano. Já o número anual de registros de novos fundos, 110, se é algum consolo, representou o segundo maior registro histórico, atrás apenas dos 115 referentes a 2011. Na edição deste ano do Anuário, pela primeira vez, são compiladas de forma consolidada, diretamente dos dados individuais apresentados nos Informes Mensais dos FIDC, as evoluções mensais durante o ano referência dos indicadores representados pelas razões médias entre os valores de Atrasos e PL e entre os valores de recompra e PL referentes às classes Recebíveis Comerciais, Financiamento de Veículos e Crédito Pessoa Jurídica. Na leitura destes indicadores, ressalta-se o crescimento, ao longo de 2014, do valor relativo de Atrasos para a classe Financiamento de Veículos –que subiu de 3,4% para 4,6% entre janeiro e dezembro– em linha com o desempenho geral deste tipo de financiamento no mercado de crédito, o decrescimento do valor relativo de Atrasos para a classe Crédito Pessoa Jurídica –que desceu de 10,2% para 7,8% no período– apontando para um cenário de melhoria da qualidade de crédito das carteiras de fundos desta classe, e uma ondulação em sentido crescente do valor relativo de Atrasos para a classe Recebíveis Comerciais, que subiu de 5,8% para 6,4% no cômputo do ano inteiro. O comportamento do indicador neste último caso é explicado, em boa parte, pelo respectivo indicador de valor relativo de Recompras, o único a se mostrar diferente de zero ao longo de todos os meses do ano, refletindo uma característica comum da prática de gestão de fundos desta classe. No caso do indicador de valor relativo de Recompras para a classe Financiamento de Veículos, este se diferenciou pontualmente de zero no mês de novembro em função de um processo de liquidação de um fundo desta classe que requereu que recompras fossem realizadas pelo cedente do mesmo. Na análise dos spreads dos rendimentos esperados das emissões de cotas de FIDC em 2014, com duration entre 1,5 e 4,0 anos, nota-se um alargamento entre o spread mínimo e o máximo referentes a todas as emissões AA. Houve uma redução do spread mínimo, na comparação entre 2013 e 2014, de 249 para 130 pontos base, e um aumento do spread máximo, de 530 para 691 pontos base. Devido ao reduzido número de emissões AAA e de emissões AA por categoria de ativo-lastro em relação às quais é possível se calcular o spread e o duration, outras conclusões estatísticas em cima dos valores de spread oferecem baixo valor significativo. Em relação à segmentação da composição do montante emitido em cotas de FIDC em 2014 por classe de investidor, tomando como base 51,5% do total das emissões no ano referente às informações às quais a Uqbar teve acesso, se faz notar que mais de três quartos do volume de cotas foi adquirido por apenas duas categorias: Instituições financeiras ligadas aos uqbar publicações 35 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 originadores dos créditos –que voltou a deter a maior fatia, equivalente a 46,5%– e Fundos de Investimento, que caiu para a segunda posição, com 30,4%. Ressalta-se aqui, baseado nesta amostra do mercado primário, as participações bastante reduzidas, senão ínfimas, das classes Pessoas Físicas, Investidores Estrangeiros e Fundos de Pensão, com participações de apenas 2,9%, 1,4% e 0,2%, respectivamente. No mercado secundário de cotas de FIDC, constatou-se que o segmento de FIDC teve um ano mais volumoso em 2014 que o anterior, embora ainda em patamares de liquidez modestos, mesmo se avaliado pelo critério de montante negociado e não o de número de negócios, que tende a ser bastante reduzido. Na CETIP foram R$4,10 bilhões em montante negociado, bem acima dos R$2,57 bilhões referentes a 2013, mas abaixo dos R$4,36 bilhões referentes a 2007, o ano de maior montante negociado no histórico deste mercado. Em 2014, mais uma vez, predominaram as emissões de cotas de FIDC cujos cedentes se enquadravam em mais de uma categoria de atividade econômica, isto é, na categoria Multisegmentos, correspondendo a 38,4% do total emitido em 2014. Na segunda posição, a categoria Industria –com 24,4% do total emitido– e, em seguida, outras categorias como Construção, Comércio e Utilidades Públicas –todas com participações relevantes– tendem a comprovar a condição de diversificação de direitos creditórios sendo securitizados por meio de FIDC. As instituições financeiras corresponderam aos cedentes referentes a 7,7% do total emitido. Em se tratando das ações realizadas por agências de classificação de risco no último ano, levando-se em conta que tais ações podem ser utilizadas como um indicador relevante na avaliação do desempenho médio anual das carteiras de crédito dos FIDC, constata-se que o número de rebaixamentos superou em muito o número de elevações. Por um lado, 33 cotas, referentes a 17 fundos, sofreram um total de 39 rebaixamentos, realizados por cinco agências. Por outro, 19 cotas, de 14 fundos, contaram com um total de 19 elevações, realizadas por quatro agências. Dentre os rebaixamentos realizados cabe destaque para nove deles, correspondentes a cinco séries de cotas do FIDC Orion Multissetorial LP. Tais ações ocorreram após alterações no cronograma de amortização das cotas sênior e mezanino e na ordem de prioridade de pagamento entre os cotistas, deliberações realizadas em assembleia de cotistas após a identificação de elevado nível de recompras realizadas pela consultora de crédito do fundo. Vale frisar que a contabilização consolidada de ações de agências representa apenas indicador, bastante parcial, de alterações do nível geral de risco dos títulos do mercado de FIDC, inclusive se restringindo apenas ao universo dos fundos que foram classificados. uqbar publicações 36 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Dois títulos complementam o grupo dos títulos gerais que compõem este capítulo. O primeiro deles corresponde às CCB, títulos emitidos por grandes e médias empresas ou por pessoas físicas, em favor de instituições financeiras. As CCB, além de compor parte da carteira de diversos FIDC, têm utilização como instrumento do financiamento direto de variados setores da economia. O ano de 2014 foi marcado por uma nova redução no montante consolidado de depósitos de CCB na CETIP, quando comparado com o ano anterior. Este indicador anual se reduziu em 17,0%, caindo de R$29,69 bilhões em 2013 para R$24,64 bilhões em 2014. Já o montante consolidado em estoque de CCB nesta mesma câmara encerrou 2014 na marca de R$26,55 bilhões, retração de 0,5% na comparação com o nível no final de 2013, quando o estoque atingia R$26,69 bilhões. O montante consolidado de negociações de CCB registradas na CETIP se reduziu levemente entre 2013 e 2014, saindo dos R$3,88 bilhões para os R$3,59 bilhões no período. Já o segundo título que complementa o grupo dos títulos gerais corresponde aos Certificados de Cédulas de Crédito Bancário. Os CCCB funcionam como instrumento de transferência de risco, ao permitir que instituições financeiras possam agrupar e vender as cédulas que estas detêm em seus ativos. O mercado de CCCB apresentou evolução do montante consolidado de depósitos da ordem de 328,0%, ao alcançar R$123,9 milhões em 2014 frente aos R$28,9 milhões de 2013. O estoque destes títulos registrou alta nos três últimos meses de 2014 e acabou por encerrar dezembro na marca dos R$351,8 milhões, superando assim em 18,7% os R$296,5 milhões referentes ao seu nível um ano antes. As negociações registradas deste título na CETIP totalizaram a irrisória quantia de R$124,4 milhões em 2014, mas mesmo assim, aumentaram em 278,4% quando comparadas ao montante negociado registrado em 2013, que havia somado apenas R$32,9 milhões. uqbar publicações 37 COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS (FIDC) Esta seção apresenta informações sobre cotas de FIDC. Inclui um resumo dos principais termos e condições destes títulos e dados e estatísticas sobre emissões, composição de mercado sob a ótica do ativo-lastro e dos diferentes tipos de fundos, registros na CVM, desempenho dos direitos creditórios, spreads, investidores, negociações no mercado secundário, cedentes e as elevações e rebaixamentos realizados pelas agências de classificação de risco para este mercado no ano de 2014. uqbar publicações TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Resumo dos Termos e Condições Descrição Fração ideal de patrimônio do Emissor. Emissor Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), uma comunhão de recursos que destina parcela preponderante do respectivo patrimônio líquido (acima de 50,0%) para a aplicação em direitos creditórios. Os FIDC podem ser constituídos sob a forma de condomínio aberto ou fechado e ter prazo de duração determinado ou indeterminado. Ativos Direitos e títulos representativos de crédito, originários de operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços, bem como em outros ativos representativos de crédito. Garantia Os créditos subjacentes poderão ter garantias reais ou fidejussórias. Regime Fiduciário Não aplicável. Forma e Registro Escritural, mantida em conta de depósito em nome de seus titulares. As cotas de fundo fechado colocadas junto a investidores qualificados poderão ser registradas para negociação secundária em bolsa de valores ou em mercado de balcão organizado. Classe São admitidas cotas de classe sênior, que possuem preferência para efeitos de amortização e resgate, e cotas de classes subordinadas, que se subordinam às cotas de classe sênior para efeito de amortização e resgate. Pagamentos Fundo aberto – Cotas podem ser resgatadas a qualquer momento, de acordo com os termos e condições especificados no regulamento do fundo. Fundo fechado – Cotas só podem ser resgatadas em situações específicas, tais como: (i) no término do prazo de duração de cada série ou classe das cotas ou do fundo, conforme estabelecido em seu regulamento; ou (ii) em virtude da liquidação do fundo. Além disso, são amortizadas: (a) em datas preestabelecidas no regulamento do fundo; ou (b) em virtude de decisão da assembleia geral de cotistas. Rentabilidade Estimada As cotas sênior podem ter um parâmetro de rentabilidade estimado, que não representa nem pode ser considerado como uma promessa, garantia ou sugestão de que a cota atingirá tal rentabilidade. Representa o limite máximo de remuneração possível para os investidores destas cotas. Distribuição Por intermédio de instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários autorizadas a exercer esta atividade pelo Banco Central do Brasil. No caso de fundo fechado, ofertas públicas dependem de prévio registro na CVM, exceto se cumprirem com os requisitos previstos nas normas da CVM para dispensa de registro. uqbar publicações 39 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Somente Investidores Qualificados podem subscrever ou adquirir cotas de FIDC, conforme instrução específica da CVM que define o termo. Apesar das cotas de FIDC não possuírem um valor unitário mínimo estabelecido, o investimento mínimo para aplicação em cotas de FIDC é de R$ 25.000,00. Transferência Fundo aberto – as cotas não podem ser objeto de cessão ou transferência, salvo por decisão judicial, excussão de garantia ou sucessão universal. Fundo fechado – as cotas podem ser transferidas mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, e registrado em cartório de títulos e documentos, ou através de bolsa de valores ou entidade de mercado de balcão organizado onde as cotas do fundo sejam admitidas à negociação. Liquidação Financeira CETIP ou BM&FBOVESPA. Ambiente de Negociação CetipNet, Somafix e BovespaFix. EMISSÕES O montante emitido de cotas de FIDC em 2014 equivaleu a aumento de aproximadamente 40,0% em comparação com o ano anterior. A figura 10 apresenta o histórico de emissões de cotas de FIDC desde 2002 segregado por forma de constituição dos fundos. Emissões de Cotas de FIDC – Montante (em R$ milhões) Fonte: Uqbar FIG. 10.798 27.560 8.975 13.935 2.338 3.177 896 8.859 8.888 8.914 20 379 1.358 10 10.173 6.703 16.561 10.019 8.754 10.809 11.406 8.534 7.984 4.533 935 3.110 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Condomínio Fechado Condomínio Aberto uqbar publicações 40 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 COMPOSIÇÃO DO MERCADO A tabela 1 descreve os critérios utilizados pela Uqbar para classificar os FIDC por tipo de ativos investidos. Definições das Classes de Ativo-lastro de FIDC Ativo-lastro TAB. 1 Definição Crédito Imobiliário Créditos decorrentes de financiamentos para a aquisição ou desenvolvimento de imóveis residenciais ou comerciais. Inclui operações realizadas no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e Sistema Financeiro da Habitação (SFH), tendo como tomador tanto pessoas físicas como jurídicas. Crédito Pessoa Jurídica Créditos decorrentes de financiamentos à pessoa jurídica, geralmente têm como finalidade a aquisição de bens (excluindo imóveis e veículos, já pertencentes a outras classes), mas podem incluir outros fins como, por exemplo, comércio exterior, infra-estrutura e desenvolvimento. Crédito Pessoal Créditos decorrentes de financiamentos para consumo não-específico. Inclui operações de financiamento com e sem consignação em folha de pagamento, cartão de crédito e cheque especial. Direitos Créditos decorrentes da cobrança de direitos trabalhistas ou cobrança de uma patente de produto, processo de produção, marca, etc. para permitir seu uso ou comercialização. Financiamento de Veículos Créditos decorrentes de financiamentos para a aquisição de veículos automotores, tendo como tomador tanto pessoas físicas como jurídicas. Prestação de Serviço Público Créditos decorrentes da prestação de serviços públicos (e.g. saneamento básico). Recebíveis Comerciais Créditos de curto prazo, geralmente 30 a 90 dias, decorrentes da venda de um bem ou serviço realizado por pessoas jurídicas. Estes ativos são regularmente utilizados por empresas como fonte de geração de capital de giro através de desconto destes junto a instituições financeiras (e.g. desconto de duplicatas ou cheques). Recebíveis do Agronegócio Créditos decorrentes de financiamentos rural e agroindustrial, tendo como tomador tanto pessoas físicas como jurídicas. Finalidades para estes financiamentos incluem investimento, custeio ou comercialização da produção. Recebíveis Educacionais Créditos incluem financiamentos a pessoa física com fins educacionais (e.g. pagamento de empréstimo para cursar uma universidade) e pagamentos decorrentes da prestação de serviços educacionais (e.g. mensalidade escolar). Recebíveis Médicos Créditos incluem (i) contratos de prestação de serviços médico-hospitalares, celebrados entre prestadores de serviços médicos (entidades hospitalares, clínicas, laboratórios de diagnósticos, etc.) e administradoras de planos de saúde, cooperativas médicas e odontológicas, seguradoras especializadas em saúde e instituições equivalentes (Operadoras); e (ii) contratos de seguro saúde celebrados entre Operadoras e empresas para o fornecimento de planos de saúde a seus empregados. Setor Público Créditos que têm como devedor o governo federal, estadual ou municipal, ou empresas cuja totalidade do controle acionário é detido pelo poder público, decorrentes da emissão de instrumentos de dívida, assunção e/ou reestruturação de passivos. Títulos Mobiliários Créditos decorrentes do investimento em valores mobiliários (e.g. debêntures, commercial papers, etc.). Tributos Créditos decorrentes de impostos devidos ao setor público por pessoas físicas e jurídicas. Multiclasse Créditos que incluem duas ou mais classes de ativo-lastro dentre as mencionadas nesta tabela. uqbar publicações 41 cotas de FIDC para os anos de 2013 e 2014. Composição das Emissões de Cotas de FIDC por Ativo-lastro 2013 e 2014 (% do Montante Emitido) FIG. 11 Fonte: Uqbar Recebíveis Comerciais Crédito Pessoa Jurídica 9,2 Financiamento Veículos 6,7 Multiclasse 6,5 5,7 3,3 Prestação de Serviço Público Crédito Pessoal Setor Público Direitos Crédito Imobiliário Recebíveis do Agronegócio Recebíveis Educacionais 0 3,3 1,7 1,4 0,4 0,8 0,3 0,5 0,2 0,5 61,4 50,7 14,1 13,6 8,2 6,3 5,2 2014 2013 A figura 12 mostra o histórico do patrimônio líquido dos FIDC segregado por ativo-lastro e a figura 13 apresenta a representatividade de cada categoria de ativo-lastro, em termos de patrimônio líquido, ao final dos anos de 2013 e 2014. Patrimônio Líquido de FIDC por Ativo-lastro (em R$ milhões)* FIG. 12 Fonte: Uqbar 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 Jan-07 Abr-07 Jul-07 Out-07 Jan-08 Abr-08 Jul-08 Out-08 Jan-09 Abr-09 Jul-09 Out-09 Jan-10 Abr-10 Jul-10 Out-10 Jan-11 Abr-11 Jul-11 Out-11 Jan-12 Abr-12 Jul-12 Out-12 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 Abr-14 Jul-14 Out-14 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A figura 11 exibe as composições por ativo-lastro das emissões de Recebiveis Comerciais Crédito Pessoa Juridica Financiamento de Veículos Crédito Pessoal *Sem o FIDC Sistema Petrobras Multiclasse Outros uqbar publicações 42 FIG. 13 Fonte: Uqbar Recebíveis Comerciais Crédito Pessoa Jurídica 12,6 Multiclasse 11,3 Financiamento Veículos Setor Público Prestação de Serviço Público 4,0 Crédito Pessoal Recebíveis do Agronegócio Crédito Imobiliário Direitos Recebíveis Educacionais 2,4 2,0 1,7 1,5 1,0 0,2 0,5 0,5 2014 *Sem o FIDC Sistema Petrobras NP 6,1 5,6 9,8 9,0 17,2 29,8 25,7 16,3 15,1 18,1 9,7 2013 A figura 14 mostra o histórico do patrimônio líquido e do número de FIDC Multicedente / Multisacado e a figura 15 mostra o histórico da participação do patrimônio líquido destes fundos no patrimônio líquido consolidado de todo mercado de FIDC. Patrimônio Líquido e Número de FIDC Multicedente / Multisacado FIG. 14 Fonte: Uqbar 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Número de FIDC 10.000 9.000 8.000 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 Jan-07 Abr-07 Jul-07 Out-07 Jan-08 Abr-08 Jul-08 Out-08 Jan-09 Abr-09 Jul-09 Out-09 Jan-10 Abr-10 Jul-10 Out-10 Jan-11 Abr-11 Jul-11 Out-11 Jan-12 Abr-12 Jul-12 Out-12 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 Abr-14 Jul-14 Out-14 PL (R$ milhões) TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Composição do Patrimônio Líquido de FIDC por Ativo-lastro 2013 e 2014 (em %) PL Número de FIDC uqbar publicações 43 FIG. 15 Fonte: Uqbar 18 16 14 12 10 8 6 4 2 Jan-07 Abr-07 Jul-07 Out-07 Jan-08 Abr-08 Jul-08 Out-08 Jan-09 Abr-09 Jul-09 Out-09 Jan-10 Abr-10 Jul-10 Out-10 Jan-11 Abr-11 Jul-11 Out-11 Jan-12 Abr-12 Jul-12 Out-12 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 Abr-14 Jul-14 Out-14 0 A figura 16 mostra o histórico do patrimônio líquido e do número de FIDC Não-Padronizados e a figura 17 mostra o histórico da participação do patrimônio líquido destes fundos no patrimônio líquido consolidado de todo mercado de FIDC. Patrimônio Líquido e Número de FIDC Não-Padronizado* FIG. 16 Fonte: Uqbar 16.000 180 14.000 160 140 12.000 120 10.000 100 8.000 80 6.000 60 4.000 40 2.000 20 Jan-07 Abr-07 Jul-07 Out-07 Jan-08 Abr-08 Jul-08 Out-08 Jan-09 Abr-09 Jul-09 Out-09 Jan-10 Abr-10 Jul-10 Out-10 Jan-11 Abr-11 Jul-11 Out-11 Jan-12 Abr-12 Jul-12 Out-12 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 Abr-14 Jul-14 Out-14 0 Número de FIDC PL (R$ milhões) TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Participação de Patrimônio Líquido de FIDC Multicedente / Multisacado (em %) * Sem o FIDC Sistema Petrobras NP PL 0 Número de FIDC uqbar publicações 44 FIG. 17 Fonte: Uqbar 30 25 20 15 10 5 0 Jan-07 Mar-07 Mai-07 Jul-07 Set-07 Nov-07 Jan-08 Mar-08 Mai-08 Jul-08 Set-08 Nov-08 Jan-09 Mar-09 Mai-09 Jul-09 Set-09 Nov-09 Jan-10 Mar-10 Mai-10 Jul-10 Set-10 Nov-10 Jan-11 Mar-11 Mai-11 Jul-11 Set-11 Nov-11 Jan-12 Mar-12 Mai-12 Jul-12 Set-12 Nov-12 Jan-13 Mar-13 Mai-13 Jul-13 Set-13 Nov-13 Jan-14 Mar-14 Mai-14 Jul-14 Set-14 Nov-14 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Participação de Patrimônio Líquido de FIDC Não-Padronizado (em %)* *Sem o FIDC Sistema Petrobras NP REGISTROS Esta seção consolida dados de registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Informações incluem a evolução histórica de registros de FIDC e das ofertas públicas de cotas na autarquia. A figura 18 apresenta a evolução histórica dos registros de ofertas públicas de cotas de FIDC concedidos pela CVM e a figura 19 apresenta a evolução histórica dos registros de FIDC junto à mesma. Ofertas Públicas de Cotas de FIDC Fonte: Uqbar 67 12.777 FIG. 70 72 65 9.962 9.731 41 7.879 4.613 19 3 150 18 32 8.213 38 10.004 30 7.128 23 3.918 16 3.379 18 1.796 1.530 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Montante Registrado (R$ Milhões) Quantidade de Registros uqbar publicações 45 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Número de FIDC Registrados na CVM por Ano FIG. 19 Fonte: Uqbar 115 81 88 84 110 98 92 79 58 52 38 16 2 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 DESEMPENHO As figuras 20 e 21 expõem as evoluções mensais, ao longo do ano de 2014, da razão percentual entre os direitos creditórios vencidos e não pagos a mais de 30 dias –Atrasos (+30 dias)– e o total de Patrimônio Líquido (PL), e da razão percentual entre as Recompras ocorridas em determinado mês e o PL referente ao mês anterior. Atrasos (+30 dias)/PL por Ativo-lastro em 2014 (%) FIG. 20 Fonte: Uqbar 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 Jan Fev Mar Recebíveis Comerciais Abr Mai Jun Jul Financiamento Veículos Ago Set Out Nov Dez Crédito Pessoa Jurídica uqbar publicações 46 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Recompras/PL por Ativo-lastro em 2014 (%) FIG. 21 Fonte: Uqbar 1,1 0,9 0,7 0,5 0,3 0,1 -0,1 Jan Fev Mar Abr Recebíveis Comerciais Mai Jun Jul Ago Set Financiamento Veículos Out Nov Dez Crédito Pessoa Jurídica SPREADS As tabelas 2 e 3 mostram os spreads calculados, em pontos bases, como o excedente da taxa de retorno do título frente à Taxa DI de duração equivalente. Foram considerados os títulos que possuíam na data de emissão duração estimada dentro do intervalo de 1,5 a 4,0 anos. Spreads por Classificação de Risco TAB. 2012 2013 2 2014 Classificação Spread Mínimo Spread Máximo Spread Mínimo Spread Máximo Spread Mínimo Spread Máximo AAA 234 516 108 399 388 388 AA 207 388 249 530 130 691 Fonte: Uqbar Spreads por Ativo-Lastro TAB. 2012 Ativo-lastro Recebíveis Comerciais Financiamento de Veículos Crédito Pessoal 2013 3 2014 Classificação Spread Mínimo Spread Máximo Spread Mínimo Spread Máximo Spread Mínimo Spread Máximo AAA 447 516 108 126 - - AA 207 388 249 530 200 691 AAA - - - - - - AA - - - - 344 344 AAA 234 234 214 399 388 388 AA - - - - 130 130 Fonte: Uqbar uqbar publicações 47 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 INVESTIDORES A participação por classe de investidor em cotas de FIDC é apresentada na figura 22. Essa estatística está baseada em dados coletados pela Uqbar nos anúncios de encerramento de distribuição, que representaram 51,5% do total emitido no ano. Composição do Montante Emitido de Cotas de FIDC em 2014 por Classe de Investidor (% de Montante)* Fonte: Uqbar FIG. 22 46,5 % 2,9 % Pessoas físicas 30,4 % Fundos de investimento 1,4 % Investidores 6,3 % 0,7 % 6,3 % 0,3 % Instituições financeiras ligadas aos originadores dos créditos estrangeiros Instituições financeiras FGTS Pessoas (físicas ou jurídicas) ligadas aos originadores dos créditos Outros 5,1 % Pessoas (físicas ou jurídicas) ligadas à emissora e/ou aos participantes do consórcio * Sem o FIDC Sistema Petrobras NP MERCADO SECUNDÁRIO A figura 23 mostra a evolução histórica do montante negociado de cotas de FIDC realizado na BM&FBOVESPA e registrado na CETIP. Negociações de Cotas de FIDC na BM&FBOVESPA e CETIP Montante (em R$ milhões) FIG. 23 Fonte: CETIP / BM&FBOVESPA 523 4.361 722 3.559 943 2.604 875 1.896 139 1.704 1.000 558 25 2.608 11 4.100 10 2.566 96 1.239 381 2004 2005 2006 2007 2008 BM&FBOVESPA 2009 2010 2011 2012 2013 2014 CETIP uqbar publicações 48 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 TÍTULOS GERAIS CEDENTES A figura 24 apresenta a distribuição dos cedentes de ativos para FIDC por tipo de atividade econômica destes. As participações foram calculadas tendo como base o montante de títulos emitidos durante o ano de 2014. A categoria Multisegmento inclui cedentes de dois ou mais setores econômicos. Emissões de Cotas de FIDC por Atividade Econômica do Cedente – 2014 FIG. 24 Fonte: Uqbar 38,4 % 6,9 % Multisegmento Comércio Indústria Utilidades Públicas 24,4 % 3,4 % 10,2 % 9,0 % Construção Outros 7,7 % Intermediação financeira CLASSIFICAÇÃO DE RISCO As tabelas 4 e 5 apresentam a lista das elevações e rebaixamentos de classificação de risco realizadas pelas agências de classificação de risco em 2014 para cotas de FIDC. Elevações de Classificação de Risco de Cotas de FIDC em 2014 TAB. Título Classificação Anterior Nova Classificação Agência de Classificação Data Subordinada CCC B Austin 24/04/2014 Companhia Estadual de Águas e Esgotos - Cedae Sênior 1 AA AA+ Fitch 23/12/2014 Companhia Estadual de Águas e Esgotos - Cedae Sênior 2 AA AA+ Fitch 23/12/2014 GFM Multicredito Sênior 1 BBB A+ Liberum 24/02/2014 GFM Multicredito Subordinada B B+ Liberum 24/02/2014 GRP Crédito Corporativo Sênior BB- BBB Austin 26/09/2014 Invista I Multissetorial NP Subordinada CCC B Liberum 20/10/2014 FIDC BFC Multissetorial 4 uqbar publicações 49 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Elevações de Classificação de Risco de Cotas de FIDC em 2014 (cont.) Lotus Multi Fornecedor TAB. Mezanino 1 A- A S&P 18/09/2014 Multisetorial Master Sênior 1 D CCC S&P 14/02/2014 Multisetorial Master II Sênior 1 D CCC S&P 14/02/2014 Multisetorial Master III Sênior 1 D CCC S&P 14/02/2014 Mezanino 1 BBB+ A S&P 14/01/2014 Onix Prime Sênior 1 AA- AA Liberum 11/08/2014 Onix Prime Mezanino 1 BBB BBB+ Liberum 11/08/2014 Saneago Sênior 1 AA+ AAA Fitch 08/12/2014 Saneago Sênior 2 AA+ AAA Fitch 08/12/2014 Saneago II Sênior 1 AA AA+ Fitch 08/12/2014 Saneago II Mezanino 1 A AA- Fitch 08/12/2014 Sênior 1 A AA- Fitch 27/05/2014 Multissetorial Invest Dunas LP Sirius Crédito 4 Fonte: Uqbar Rebaixamentos de Classificação de Risco de Cotas de FIDC em 2014 TAB. FIDC Título Classificação Anterior Nova Classificação Agência de Classificação Data BBIF Master LP Única BBB BB+ LF 24/04/2014 BBIF Master LP Única BB+ BB LF 30/06/2014 BRZ Créditos Imobiliários Única A BBB Fitch 08/04/2014 BV Financeira I Sênior Aaa Aa2 Moody’s 06/11/2014 BV Financeira VI Mezanino 1 B1 Caa2 Moody’s 04/06/2014 BV Financeira VI Mezanino 1 Caa2 Caa3 Moody’s 19/12/2014 Corporativo Aberto BicBanco Sênior 1 AA+ A- S&P 15/07/2014 Crédito Universitário Sênior 6 AA+ AA- S&P 15/08/2014 Crédito Universitário Sênior 7 AA+ AA- S&P 15/08/2014 Crédito Universitário Sênior 8 AA+ AA- S&P 15/08/2014 Crédito Universitário Sênior 9 AA+ AA- S&P 15/08/2014 Crédito Universitário Sênior 10 AA+ AA- S&P 15/08/2014 5 uqbar publicações 50 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Rebaixamentos de Classificação de Risco de Cotas de FIDC em 2014 (cont.) TAB. 5 Crédito Universitário Sênior 11 AA+ AA- S&P 15/08/2014 Eco Multi Commodities Financeiros Agropecuários Sênior 1 CC D S&P 02/01/2014 Eco Multi Commodities Financeiros Agropecuários Mezanino CC D S&P 02/01/2014 Empírica Home Equity Sênior 1 A BB Fitch 08/04/2014 Empírica Home Equity Mezanino 1 BBB- B Fitch 08/04/2014 Ficsa Premium Veículos I Sênior 1 AAA AA S&P 24/09/2014 Garson Sênior 3 AA AA- S&P 18/12/2014 Multisetorial Master Sênior 1 CCC D S&P 14/02/2014 Multisetorial Master II Sênior 1 CCC D S&P 14/02/2014 Multisetorial Master III Sênior 1 CCC D S&P 14/02/2014 Nova Iguaçu Dívida Ativa NP Sênior 1 A- BBB S&P 27/10/2014 Orion Multissetorial LP Sênior 1 AA- A- Liberum 24/03/2014 Orion Multissetorial LP Sênior 2 AA- A- Liberum 24/03/2014 Orion Multissetorial LP Sênior 3 AA- A- Liberum 24/03/2014 Orion Multissetorial LP Mezanino 1 BBB BB Liberum 24/03/2014 Orion Multissetorial LP Mezanino 3 BBB BB Liberum 24/03/2014 Orion Multissetorial LP Sênior 1 A- D S&P 16/04/2014 Orion Multissetorial LP Sênior 3 A- D S&P 16/04/2014 Orion Multissetorial LP Mezanino 1 B D S&P 16/04/2014 Orion Multissetorial LP Mezanino 3 B D S&P 16/04/2014 Sirius Crédito Sênior 1 AA- A Fitch 25/09/2014 Telecom Sênior 1 AAA AA+ S&P 18/07/2014 Telecom Sênior 2 AAA AA+ S&P 18/07/2014 Telecom Sênior 3 AAA AA+ S&P 18/07/2014 Telecom Sênior 4 AAA AA+ S&P 18/07/2014 Telecom Sênior 5 AAA AA+ S&P 18/07/2014 Telecom Sênior 6 AAA AA+ S&P 18/07/2014 Fonte: Uqbar uqbar publicações 51 CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIO (CCB) Esta seção apresenta informações sobre as Cédulas de Crédito Bancário (CCB). São apresentados, além do resumo dos principais termos e condições, dados relativos aos registros destes títulos na CETIP, como montantes anuais de depósitos e negócios, assim como a evolução histórica do estoque das cédulas nesta câmara. uqbar publicações TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Resumo dos Termos e Condições Descrição Título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade. A instituição credora deve integrar o Sistema Financeiro Nacional, sendo admitida a emissão da CCB em favor de instituição domiciliada no exterior, desde que a obrigação esteja sujeita exclusivamente à lei e ao foro brasileiros. CCB em favor de instituição domiciliada no exterior poderá ser emitida em moeda estrangeira. Emissor Pessoa física ou jurídica, que tem uma instituição financeira credora como contraparte. Garantia Poderá ser emitida com ou sem garantia, real ou fidejussória, cedularmente constituída. A constituição de garantia poderá ser feita na própria CCB ou em documento separado, neste caso fazendo-se, na cédula, menção a tal circunstância. Forma Cartular ou escritural. Registro A validade e eficácia deste título de crédito não dependem de registro, mas as garantias reais, por ele constituídas, ficam sujeitas, para valer contra terceiros, aos registros ou averbações nos cartórios competentes, conforme previsto na legislação aplicável. Pagamento do Principal Através de pagamentos periódicos ou em parcela única no vencimento. Pagamento de Juros Através de pagamentos periódicos ou em parcela única no vencimento. Os juros podem ser capitalizados. Negociação Diretamente entre as partes interessadas. Transferência Na forma cartular, endosso; na forma escritural através dos registros das negociações em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. A negociação de CCB que constitua crédito, sem coobrigação da instituição cedente, contra órgão ou entidade do setor público, diretamente ou por meio de certificado, deve ser objeto de comunicação ao Banco Central do Brasil, sempre que o comprador for pessoa não integrante do Sistema Financeiro Nacional. Liquidação Financeira CETIP. uqbar publicações 54 A figura 25 apresenta a evolução histórica dos depósitos de CCB na CETIP. Já as figuras 26 e 27 mostram a evolução histórica do estoque e das negociações de CCB registrados nessa câmara. Depósitos de CCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 25 FIG. Fonte: CETIP 35.898 31.869 29.690 24.636 23.149 21.386 16.823 13.706 10.399 42 512 1.238 2001 2002 2003 3.481 2004 5.170 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Estoque de CCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 2014 FIG. 26 Fonte: CETIP 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 Set-14 Set-13 Mar-14 Set-12 Mar-13 Set-11 Mar-12 Set-10 Mar-11 Set-09 Mar-10 Set-08 Mar-09 Set-07 Mar-08 Set-06 Mar-07 Set-05 Mar-06 Set-04 Mar-05 Set-03 Mar-04 Set-02 Mar-03 0 Set-01 5.000 Mar-02 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 REGISTROS uqbar publicações 55 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Negociações de CCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) FIG. 27 Fonte: CETIP 11.954 11.723 8.481 7.259 7.071 6.567 6.127 4.051 4.293 3.881 3.592 1.657 39 2001 553 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 uqbar publicações 56 CERTIFICADOS DE CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIO (CCCB) Esta seção apresenta informações sobre os Certificados de Cédulas de Crédito Bancário (CCCB). São apresentados, além do resumo dos principais termos e condições, dados relativos aos registros destes títulos na CETIP, como montantes anuais de depósitos e negócios, assim como a evolução histórica do estoque dos certificados nesta câmara. uqbar publicações TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Resumo dos Termos e Condições Descrição Título representativo de cédulas de crédito bancário. O CCCB pode representar cédulas de diferentes valores, prazos e condições de remuneração. Emissor Instituição financeira depositária de cédulas de crédito bancário, que responde pela origem e autenticidade das respectivas cédulas e atua como mandatária do seu titular, sendo responsável pela cobrança destas. Lastro CCB. As cédulas e as importâncias recebidas pela instituição financeira a título de pagamento do principal e de encargos não poderão ser objeto de penhora, arresto, sequestro, busca e apreensão, ou qualquer outro embaraço que impeça sua entrega ao titular do certificado. Garantia Equivalente às garantias constituídas nas cédulas que representa. Forma Cartular ou escritural. Pagamento de Principal Equivalente ao fluxo de pagamento das cédulas que representa. Pagamento de Juros Equivalente ao fluxo de pagamento das cédulas que representa. Negociação Diretamente entre as partes interessadas. Transferência Mediante endosso ou termo de transferência, se escritural, devendo, em qualquer caso, a transferência ser datada e assinada pelo seu titular ou mandatário com poderes especiais e averbada junto à instituição financeira emitente, no prazo máximo de dois dias. No caso de emissão sob a forma escritural, a titularidade também poderá ser transferida através de registro do negócio efetuado em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. Liquidação Financeira CETIP. REGISTROS As figuras 28, 29 e 30 apresentam, respectivamente, a evolução histórica dos depósitos, do estoque e dos negócios de CCCB registrados na CETIP. uqbar publicações 58 FIG. 28 Fonte: CETIP 1.420 1.331 1.060 821 810 560 446 318 3 24 50 2001 2002 2003 2004 124 29 23 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 FIG. 29 Estoque de CCCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) Fonte: CETIP 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 Negociações de CCCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) Jun-14 Dez-14 Jun-13 Dez-13 Jun-12 Dez-12 Jun-11 Dez-11 Jun-10 Dez-10 Jun-09 Dez-09 Jun-08 Dez-08 Jun-07 Dez-07 Jun-06 Dez-06 Jun-05 Dez-05 Jun-04 Dez-04 Jun-03 Dez-03 Jun-02 Dez-02 0 Dez-01 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Depósitos de CCCB na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) FIG. 30 Fonte: CETIP 2.643 1.519 1.095 712 561 402 6 0 2 2002 2003 2004 490 387 33 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 124 2014 uqbar publicações 59 REGULAMENTAÇÃO E LEGISLAÇÃO Por Alexei Bonamin e Marcus Vinicius Pimentel da Fonseca, do Escritório TozziniFreire Advogados As opiniões expressas neste capítulo são as de seus autores e não necessariamente as da Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda. uqbar publicações TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 FUNDOS DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS: RETROSPECTIVA E PERSPECTIVAS Produto de grande importância na evolução do mercado de capitais brasileiro, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios - FIDC surgiu como um atraente instrumento de securitização e de captação de recursos no Brasil. Após um período de desuso no ano de 2012 (com captação negativa na indústria) em razão da constatação de supostas irregularidades incorridas por meio de sua utilização, passou a ser visto novamente como uma das principais apostas no mercado de capitais brasileiro em razão da recente transição regulatória por qual tem passado com o objetivo de assegurar uma maior segurança e transparência aos investidores. Um dos principais atrativos dos FIDCs do ponto de vista do investidor, principalmente quando considerado o contexto atual de volatilidade econômica, corresponde ao fato de possuírem elevada rentabilidade frente a outros investimentos de risco semelhante e, no caso de FIDCs voltados para projetos de infraestrutura, de terem ainda uma grande vantagem tributária em relação a outros tipos de investimento. Já na perspectiva das empresas originadoras de direitos creditórios, o produto representa em muitos casos o primeiro ponto de contato com o mercado de capitais e a vantagem de a captação de recursos possuir um custo menor do que o de outras fontes, sobretudo do financiamento puramente bancário. Ainda, as empresas originadoras podem se utilizar dos FIDCs para gestão de caixa, financiamento de fornecedores, entre outras vantagens. Os primeiros FIDCs foram registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2002, um ano após a edição da Resolução nº 2.907 do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 29 de novembro de 2001, e da Instrução CVM nº 356, de 17 de dezembro de 2001, que autoriza e regulamenta, respectivamente, a constituição e o funcionamento dos FIDCs, tendo sido lançados dois fundos com volume total de R$150,0 milhões. Nos anos seguintes, o número de emissões cresceu exponencialmente, atingindo apenas no ano de 2006, 67 ofertas registradas e um volume total de R$12,78 bilhões, o maior volume já registrado. O crescimento das ofertas de FIDC ao longo dos anos foi acompanhado por uma diversificação de setores. Entre os anos de 2005 e 2008, a indústria de FIDC apresentou crescimento de 32,0% ao ano, segundo dados da CVM. Nos primeiros anos, houve a concentração de FIDCs que tinham como objetivo adquirir direitos creditórios originados de crédito consignado, operações mercantis e de financiamento de veículos. Posteriormente, surgiram FIDCs voltados para os setores de energia elétrica, industrial, educacional e agropecuário. Nos anos seguintes, verificou-se uma maior diversificação representada por operações de FIDCs Não-Padronizados, regulados pela uqbar publicações 61 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Instrução CVM nº 444, de 8 de dezembro de 2006, bem como os FIDC multisetoriais. Logo em seguida, foram observados alguns ciclos como os dos setores varejistas e de saneamento. A partir de 2010, a indústria de FIDCs enfrentou uma série de problemas com a descoberta de supostas irregularidades envolvendo FIDCs dos bancos Cruzeiro do Sul, BVA, entre outros, e o FIDC da empresa de factoring Union National. Em razão destas supostas irregularidades, diversos bancos e investidores afastaram-se momentaneamente desta modalidade de investimento e o número de ofertas de cotas de FIDC entrou em queda, sendo que no primeiro semestre de 2013, a CVM havia registrado apenas cinco ofertas, com volume de R$877,5 milhões. E foi nesse momento que veio a resposta regulatória com a edição da Instrução CVM nº 531, de 6 de fevereiro de 2013, que alterou dispositivos da Instrução CVM nº 356, por meio da qual procurou-se estabelecer regras mais rígidas de forma a mitigar estruturas que propiciavam a ocorrência de conflito de interesses nos FIDCs e aperfeiçoar os controles por parte dos administradores e dos demais prestadores de serviço dos FIDCs. A Instrução CVM nº 531 foi ainda objeto de esclarecimentos no âmbito dos Processos CVM nº RJ-2012-13220 e nº 15177, por meio dos quais a CVM reafirmou a rigidez das regras em relação a estruturas que possam gerar situações de conflito de interesses entre as partes atuantes nos FIDCs. Além disso, a CVM também revisitou as mudanças trazidas pela Instrução CVM nº 531 por meio da edição do Ofício Circular/CVM/SIN/Nº5/2014, que tratou, dentre outros assuntos, sobre a verificação dos lastros de direitos creditórios pelos custodiantes de FIDCs. Vale lembrar que, desde 2011, a CVM havia editado a Instrução nº 489, de 14 de janeiro de 2011, que teve como objetivo consolidar e padronizar as regras contábeis aplicáveis a FIDCs, de forma a permitir uma maior clareza dos riscos envolvidos com o investimento nos fundos. Dentre as principais inovações trazidas pela Instrução CVM nº 531, destacam-se as novas obrigações dos custodiantes que, durante o funcionamento do FIDC, deverão obrigatoriamente verificar, em periodicidade trimestral, a documentação que evidencia o lastro dos direitos creditórios (salvo em algumas hipóteses trazidas pela regra), além de ter que cobrar e receber, em nome do FIDC, pagamentos, resgate de títulos ou qualquer outra renda relativa aos títulos custodiados, depositando os valores recebidos diretamente em conta de titularidade do FIDC, ou conta especial instituída pelas partes junto a instituições financeiras (escrow account), proibindo assim a utilização de contas de livre movimentação de titularidade das cedentes de direitos creditórios. Ainda de acordo com a Instrução CVM nº 531, o custodiante apenas pode contratar prestadores de serviços para verificação de lastro dos direitos uqbar publicações 62 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 creditórios e para a guarda da documentação relativa aos direitos creditórios, sem prejuízo de sua responsabilidade, sendo que os prestadores de serviço contratados não podem ser originadores ou cedentes dos direitos creditórios, nem consultores especializados e gestor do FIDC. No caso de contratação de prestadores de serviços, o custodiante deve possuir regras e procedimentos adequados, por escrito e passíveis de verificação, para permitir o efetivo controle sobre a movimentação da documentação relativa aos direitos creditórios e demais ativos sob guarda do prestador de serviço contratado, bem como diligenciar o cumprimento, pelo prestador de serviço contratado, no que se refere à verificação de lastro e à guarda da documentação relativa aos direitos creditórios. Ademais, a Instrução CVM nº 531 exigiu a obrigatoriedade de enquadrar determinados atributos dos direitos creditórios como critérios de elegibilidade, a saber, aqueles validados a partir de informações que estejam sob o controle do custodiante, que estejam sob o controle dos prestadores de serviço contratados pelo custodiante, ou que possam ser obtidas por meio de esforços razoáveis. É importante frisar que agora ficou vedada à instituição administradora do FIDC, gestor, custodiante e consultor especializado, ou às suas partes relacionadas, ceder ou originar, direta ou indiretamente, direitos creditórios aos FIDCs nos quais atuem. Outras novidades incluem novas obrigações da instituição administradora do FIDC, que deve agora possuir regras e procedimentos adequados, por escrito e passíveis de verificação, que lhe permitam verificar o cumprimento, pela instituição responsável, da obrigação de validar os direitos creditórios em relação às condições de cessão. No caso de contratação de serviços de consultoria especializada, gestão da carteira do FIDC, custódia, e agente de cobrança dos direitos creditórios cedidos, a instituição administradora também deve possuir regras e procedimentos que lhe permitam diligenciar o cumprimento, pelo prestador de serviço contratado, de suas obrigações. Adicionalmente, caso a instituição administradora acumule as funções de gestão e de custódia do FIDC, deve manter total segregação de tais atividades nos termos da regulamentação aplicável aos administradores de carteira de valores mobiliários. Contudo, os novos requisitos da Instrução CVM nº 531 impactaram momentaneamente a indústria de FIDCs devido aos desafios relacionados à adaptação às novas regras, principalmente a adequação dos sistemas operacionais de administradores e custodiantes, e à estrutura de custos advindos desses novos requisitos. uqbar publicações 63 TÍTULOS GERAIS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Não obstante os desafios que surgiram, a partir de 2014 o número e o volume de FIDCs emitidos até julho voltaram a crescer em relação ao mesmo período de 2013, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). Em suma, é certo que algumas questões ainda precisam ser enfrentadas pela indústria de FIDCs para uma melhor percepção de risco como, por exemplo, o excesso de critérios de elegibilidade para aquisição de direitos creditórios e o crescimento agressivo das carteiras. Entretanto, há atualmente uma tendência de crescimento do produto, evidenciada principalmente pelos novos FIDCs voltados para os setores de saneamento, infraestrutura, e comércio. Dentre as recentes operações, vale destacar os FIDCs da Companhia Pernambucana de Saneamento - Compesa e da Saneamento de Goiás S.A. - Saneago, que possuem total aderência aos novos requisitos da Instrução CVM nº 531, e adquiriram direitos creditórios originados por meio da prestação de serviços de captação, tratamento, distribuição de água potável, transporte e tratamento de esgotos. Por fim, a melhoria na percepção de risco pelas agências de classificação de risco, bem como o papel da CVM em consolidar entendimentos relativos à nova regulamentação completará a estrutura necessária para crescimento contínuo do produto nos próximos anos. uqbar publicações 64 2 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS uqbar publicações TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 INTRODUÇÃO O ano de 2014 pode ter representado o início de um período de reconfiguração do mercado de crédito imobiliário brasileiro. Especificamente, as fontes bancárias de financiamento imobiliário apontam para uma transformação relevante de sua composição. De um lado, a caderneta de poupança, devido principalmente à sua perda de competitividade como instrumento de investimento, teve o ritmo de crescimento de seus recursos reduzido, chegando a captação dos mesmos a entrar em decrescimento no começo de 2015. Tal comportamento representa impacto negativo importante para o crédito direcionado imobiliário voltado para a classe econômica intermediária. Por outro lado, um instrumento de investimento atualmente em voga, a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), que, por razões de descasamento e vínculo fraco, não coaduna perfeitamente com o seu lastro de créditos imobiliários, mostrou aceleração do ritmo de crescimento de seu estoque consolidado, adquirindo dimensões comparáveis às do saldo de financiamentos com recursos da caderneta de poupança. No universo do mercado de capitais, o movimento de emissões de debêntures de empresas do setor imobiliário se reduziu e de ações se viu nulo. Ainda, os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) não se reabilitaram em 2014, pelo contrário, o preço das suas cotas caiu em média 11,1% no mercado secundário, virtualmente eliminando a possibilidade de um mercado primário para os fundos listados. Houve aumento de inadimplência e de vacância, principalmente no caso de imóveis de escritórios e de logística. Neste contexto, o mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), o principal título de securitização imobiliária, se provou o principal expoente do mercado de capitais em 2014. As emissões consolidadas de CRI obtiveram novo recorde anual em termos de montante, embora fiado em algumas grandes operações. Diferentemente da quase totalidade das outras operações de mercado de capitais no setor imobiliário, as operações de CRI se utilizam do crédito imobiliário, sua matéria-prima, que compõe o seu lastro. O volume de emissões de CRI em 2014 representou relevante funding para aquisição de créditos imobiliários, mesmo que parcela deste funding tenha sido oriunda na própria caderneta de poupança, já que investimentos em CRI por parte de bancos, quando não lastreados em fluxo de aluguel, contam para fins da exigibilidade regulamentar de direcionamento de recursos da poupança para o financiamento imobiliário. O quadro descrito acima se desenhou em função de sua moldura caracterizada por um ambiente macroeconômico prevalecente em 2014 de taxas de inflação, juros e déficits fiscal e de conta corrente ascendentes, para muito além do desejado e esperado, e de ausência de crescimento econômico. Assim, se afigura um porvir, no mínimo no curto prazo, no qual todas as fontes uqbar publicações 67 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 de financiamento imobiliário supracitadas precisarão provar, em um cenário adverso, resiliência para a manutenção do funding de recursos para se atender, a um custo viável, a demanda por crédito imobiliário. Esta leitura se ressalta quando se coloca em perspectiva a existência, no Brasil, de acentuado déficit habitacional que, ao lado de investimentos corporativos prementes, apontam para um cenário contínuo de forte necessidade de recursos para o setor imobiliário. Isto posto, este capítulo do Anuário de Finanças Estruturadas, denominado Títulos Imobiliários, avança, a partir daqui, centrado no mercado do principal título de securitização imobiliária, o CRI, emitido pelas Companhias Securitizadoras de Créditos Imobiliários (Securitizadoras Imobiliárias), e se complementa com uma abordagem também das Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) que, em função de vantagens operacionais de seu uso, constituem o principal instrumento do lastro das operações de CRI. O capítulo apresenta um vasto conjunto de dados sobre os mercados destes dois títulos e esta introdução descreve e analisa os pontos de destaque acerca destes dados. De modo correlato e paralelo à trajetória ascendente do volume consolidado de financiamento imobiliário originado na economia brasileira nos últimos anos, a expansão do segmento do mercado de finanças estruturadas ligado ao setor imobiliário também se deu de forma vigorosa, resultando em elevação contínua do patamar de estoque de CRI e de CCI. Apenas em 2014 foram emitidos um total de R$16,89 bilhões em CRI, o que configura novo recorde anual para este indicador do mercado primário deste título suplantando, por 1,5%, o recorde anual histórico anterior, referente ao ano de 2013, quando havia sido registrado a cifra consolidada de R$16,64 bilhões em emissões de CRI. Quando segmenta-se a quantia consolidada emitida de CRI pelas respectivas categorias de ativo-lastro definidas pela Uqbar –Aluguel e Crédito Imobiliário– nota-se uma manutenção da composição do mercado nos últimos dois anos, além de valores absolutos para cada categoria quase constantes neste período. As operações elencadas na categoria Aluguel tratam-se de CRI cujo lastro constitue-se de contratos de locação que têm como locatários, em sua quase totalidade, empresas. Parte significativa destes contratos são desenhados no formato built-to-suit, através do qual uma empreendedora imobiliária constrói um imóvel segundo características específicas para atender as necessidades da empresa que será a futura locatária do empreendimento. Do já citado total de CRI emitidos em 2014, a parcela correspondente às operações enquadradas nesta categoria de ativo-lastro é da ordem dos 10,3%, ao passo que o percentual no ano anterior havia sido de 13,0%. uqbar publicações 68 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Desde 2011, com a publicação da Resolução nº 3.932 do Conselho Monetário Nacional, ficou impossibilitado que o investimento em CRI lastreados em aluguéis fosse enquadrado como financiamento imobiliário, por parte das instituições financeiras, para fins das exigibilidades regulamentares referentes ao direcionamento de recursos captados via caderneta de poupança. Desde então, por este motivo, o percentual desta categoria no montante anual total emitido de CRI se reduziu substancialmente, de 52,2% em 2010 para a já referida parcela em 2014. A categoria Crédito Imobiliário, por sua vez, se refere de forma geral às operações de CRI cujo lastro é composto por financiamentos imobiliários para aquisição de imóvel residencial e/ou comercial, e também por empréstimos concedidos para empresas com o fim de desenvolvimento de loteamentos ou novos empreendimentos imobiliários. As operações de CRI da categoria Crédito Imobiliário auferiram participação equivalente a 89,7% do total emitido em 2014, enquanto em 2013 a parcela havia se fixado nos 86,3%. Há ainda a categoria Multiclasse, que envolve ambos os tipos de lastro, que registrou participação nula em 2014 e 0,6% em 2013. Embora os percentuais referentes a ambas as categorias de ativo-lastro tenham se mantido praticamente estáveis, identificam-se mudanças ocorridas no interior da categoria Crédito Imobiliário entre 2013 e 2014. O número consolidado do mercado primário de CRI em 2013 se fiou em boa medida em duas grandes operações com lastro em financiamento imobiliário residencial, que representaram 39,7% do montante total emitido no ano, uma estruturada pela securitizadora Ápice –tendo o Itaú Unibanco como cedente– e outra pela securitizadora Gaia, para a qual o cedente foi a Caixa Econômica Federal. Em 2014, todavia, exerceram peso bastante relevante na contabilização total operações lastreadas em empréstimos concedidos por bancos e companhias hipotecárias a empresas para financiamento de atividades que apenas tangenciam o setor imobiliário, destoando-se assim do objetivo-fim almejado pelo legislador e regulador do mercado de CRI. A expressão máxima deste tipo de lastro de CRI são duas operações emitidas pela securitizadora Cibrasec, ambas devidas pela Petrobras. As duas séries somam R$4,00 bilhões e seus lastros se constituem de contratos de financiamento concedidos pelo Banco Bradesco para reembolso de gastos, despesas ou dívidas relacionadas à construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Refinaria Abreu e Lima. Também se verificou em 2014 o aumento de operações lastreadas em financiamentos de incorporadoras e construtoras, assim como em debêntures emitidas por este tipo de empresa, sem que houvesse, para alguma destas, necessariamente um vínculo entre os recursos captados através destas emissões de CRI e o uso em empreendimentos específicos. uqbar publicações 69 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ao se analisar a segmentação do mercado por prazo de vencimento e por tipo de remuneração dos títulos emitidos, é importante frisar a plasticidade do CRI como instrumento de financiamento imobiliário, o qual tende a ser casado com seu lastro em relação a estas duas variáveis chave. As operações de CRI são normalmente estruturadas com formato de fluxo pass-through, ou seja, o formato do fluxo do ativo das operações é o mesmo do fluxo do seu passivo. Pelo critério da faixa de prazo de vencimento final, nota-se que a grande maioria dos CRI possui prazo esperado de pelo menos 10 anos, o que corresponde ao perfil de prazo típico dos financiamentos imobiliários. Desse modo, 30,6% das emissões de CRI ocorridas em 2014 têm vencimento previsto entre 10 e 15 anos. Outros 37,5% se referem a CRI cujo vencimento se dará entre 15 e 20 anos após a emissão. Fatia equivalente a 3,2% dos CRI emitidos em 2014 vencem para além de 20 anos após a data de emissão. Finalmente, há fatia não desprezível, de 28,7%, de títulos com prazo de vencimento inferior a 10 anos. Pela ótica do tipo de indexador utilizado para efeito de remuneração dos títulos emitidos em 2014, confirma-se a tendência já verificada em anos anteriores. Dos CRI emitidos em 2014, uma fatia equivalente a 67,8% do montante consolidado teve a Taxa Referencial (TR) como indexador de remuneração. Com efeito, percebem-se os reflexos da predominância de CRI lastreados em Créditos Imobiliários. Caso a maioria fossem os CRI lastreados em Aluguéis, a tendência sería de que o indexador utilizado para remuneração dos CRI fosse aquele normalmente utilizado para corrigir o valor de aluguéis, ou seja, índices de inflação. Todavia, os CRI cuja remuneração é atrelada a índices de inflação somaram apenas 16,0% do total emitido, sendo a maioria destes indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) (12,4%). Por fim, os CRI com remuneração atrelada à taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) representaram 16,3% do total emitido em 2014. Ainda no âmbito do mercado primário, 22 Securitizadoras Imobiliárias realizaram emissões de CRI em 2014. Um total de 141 operações saíram do papel naquele ano, perfazendo 174 títulos. O número de securitizadoras que atuaram em 2014 é o maior desde que os CRI foram criados. Quatro securitizadoras realizaram sua primeira emissão de CRI no último ano: Aurea Securities, BSI Capital, Logos e SCCI. Estas securitizadoras realizaram emissões que corresponderam a 3,9% do total do ano. O mercado de emissores de CRI tem passado por um movimento de renovação, com o consequente aumento da concorrência entre as securitizadoras. Do total de emissões de CRI em 2014, as securitizadoras que estrearam nos últimos dois anos responderam pela parcela de 31,0%. uqbar publicações 70 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A despeito do volume significativo de emissões totais, os números para aqueles CRI distribuídos para o público amplo do mercado atingiram mínima histórica. Foram apenas sete operações registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para distribuição conforme os ritos da Instrução CVM nº 400 (ICVM 400), perfazendo montante de R$626,0 milhões. É o menor número anual deste tipo de oferta desde o ano 2000, quando duas foram as ofertas registradas, e a menor cifra desde 2003 (R$262,1 milhões). Por consequência, as emissões de CRI distribuídas para o público amplo representaram uma parcela apenas marginal na comparação com o total. As ofertas registradas segundo o regime de esforços restritos, estabelecido pela Instrução CVM nº 476 (ICVM 476), aplacaram aquelas registradas segundo a ICVM 400, perfazendo 95,1% do total de emissões em 2014. Talvez motivadas pelos consecutivos recordes registrados de emissões em 2013 e 2014, novas Securitizadoras Imobiliárias obtiveram registro de funcionamento na CVM em número comparável ao período em que o mercado de CRI encetou um ritmo mais intenso de crescimento. Foram seis novas securitizadoras registradas junto à autarquia em 2014, três a mais do que em 2013, e o maior número desde 2007, quando sete securitizadoras obtiveram a concessão do registro. Considerando as cifras consolidadas de títulos depositados e em estoque na CETIP, têm-se o emblema da intensificação do crescimento recente do mercado de CRI. Em magnitude compatível com o nível de emissões de CRI em 2014, a soma de depósitos destes títulos naquela câmara atingiu R$16,43 bilhões no ano, 2,6% abaixo da cifra no ano anterior, de R$16,87 bilhões, o recorde histórico. Por outro lado, o montante em estoque de CRI na CETIP ao final de 2014 atingiu R$55,69 bilhões, 22,7% superior ao registrado no final de 2013, encerrado na cifra de R$45,39 bilhões. A pequena diferença entre os indicadores de depósitos e de emissão se dá, principalmente, em função do procedimento do depósito ser posterior ao da emissão do título. Já os valores crescentes de estoque, em ritmo quase cumulativo dos depósitos, resultam do perfil de prazo dos CRI, que é de médio a longo, juntamente com o fato de que os próprios depósitos são crescentes. Devido à predominância em 2014 das ofertas de distribuição de CRI realizadas de acordo com a ICVM 476, sendo o respectivo nível de transparência disponível menor que aquele praticado no caso de uma oferta regida pela ICVM 400, as informações referentes aos investidores dos CRI ofertados se provaram mais limitadas. A Uqbar teve acesso a uma amostra correspondente a 39,9% dos R$16,89 bilhões de títulos emitidos no ano. Nesta base, as Instituições intermediárias participantes do consórcio de distribuição foram os principais investidores de CRI, responsáveis pela aquisição de títulos que somaram 26,7% do montante emitido considerado na amostra. O Fundo uqbar publicações 71 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que já liderou com a maior fatia a composição de investidores em outros anos, por sua vez, respondeu por 23,4% do total considerado. Com pouco mais da metade dos CRI emitidos em 2014 adquiridos pelas duas classes de investidores anteriores, fica claro que, pelo menos no âmbito deste título, investidores terceiros de mercado ainda não predominam como detentores de títulos emitidos, o que tende a protelar, por exemplo, o desenvolvimento de um mercado secundário mais robusto. Já os fundos de investimento ampliaram sua participação na aquisição de CRI em 2014, respondendo pela aquisição de cerca de 16,1% do total do montante emitido considerado na amostra. É justamente na classe de investidor composta pelos fundos de investimento em que residem os Fundos de Investimento Imobiliário (FII), segmento que tem ganhado importância nos últimos anos, com o número destes fundos com política de investimento focada em CRI aumentado substantivamente. Em dezembro de 2011 existiam apenas 13 FII de CRI, somando Patrimônio Líquido (PL) equivalente a R$1,86 bilhão. Três anos depois, o número de fundos se elevou para 22, e o PL mais que duplicou, marcando R$4,76 bilhões em dezembro de 2014. Além dos fundos cujo objetivo preponderante é a aquisição de CRI, há também aqueles que, investindo em imóveis, por exemplo, resolvem por manter parcela da carteira alocada neste tipo de ativo, considerando o contexto de suas respectivas gestões. No âmbito do mercado secundário, as negociações de CRI registradas sofreram ascensão ininterrupta desde 2007, tendo mais que quintuplicado entre os anos de 2010 e 2014, a reboque do incremento de emissões de CRI. O montante consolidado total de negócios realizados na BM&FBOVESPA e de negócios registrados na CETIP em 2014 assinalou R$24,88 bilhões. Porém, as negociações ocorridas na BM&FBOVESPA se mostram muito reduzidas, tendo recuado novamente em 2014, encerrando o ano em apenas R$88,2 milhões, ante os R$203,5 milhões de 2013. Na CETIP o cenário é outro: as transações de CRI registradas naquela câmara perfizeram montante de R$24,79 bilhões em 2014, número 29,8% superior à cifra de 2013, que havia sido de R$19,10 bilhões. A doravante segmentação das negociações registradas na CETIP por faixa de prazo se justifica pela associação de transações ocorridas após 180 dias da data de emissão como um mercado secundário mais genuíno. Por outro lado, transações ocorridas abaixo desta faixa de prazo estão mais relacionadas com o mercado primário. Esta inferência, entretanto, não se aplica aos negócios ocorridos na BM&FBOVESPA, que só registra aqueles negócios efetivamente de caráter secundário. uqbar publicações 72 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Isto posto, o montante de negócios registrado na CETIP na faixa de prazo superior a 180 dias apresentou significativo crescimento em 2014 em relação a 2013. O montante negociado ocorrido 180 dias após a emissão cresceu para R$8,10 bilhões em 2014, tendo partido de R$5,43 bilhões registrados em 2013, de onde advém crescimento 49,2% na comparação entre os dois anos. Isso ocorre a despeito da presença de grandes operações individuais em 2014, o que causa efeito potencial de impacto pra cima no montante negociado de CRI na faixa de prazo inferior a 180 dias desde a emissão. Indiferente ao montante emitido, o número de negócios revela uma evolução do mercado secundário de CRI. Este indicador encerrou 2014 na marca dos 3.362 negócios registrados na faixa superior a 180 dias (71,0% do total de negócios de 2014), enquanto em 2013 este número havia sido de 1.707, ou 51,7% dos negócios ocorridos no decorrer do respectivo ano. O quadro de atividades econômicas de cedentes de CRI, a seu turno, permaneceu praticamente inalterado quando comparado com 2013. Considerando as operações cujos devedores são pessoas físicas (CRI Pessoa Física), houve 29 cedentes, dos quais 16 são empresas que desempenham atividades no setor imobiliário. Empresas de intermediação financeira somaram oito, pouco mais do que o número de empresas de construção. Circunscrito aos CRI cujos devedores são pessoas jurídicas (CRI Pessoa Jurídica) –que representam a maioria do total de operações– as empresas do setor imobiliário, categoria que abarca empreendedoras, loteadoras, incorporadoras, entre outras, foram responsáveis por 46 de um total de 67 cedentes. Empresas que atuam com intermediação financeira e construção perfizeram 17 do total de cedentes, enquanto empresas de serviços, comércio e eletricidade, gás e água somaram conjuntamente quatro cedentes. Como um comedido indicativo da qualidade de crédito do mercado de CRI, examina-se o cômputo das elevações e rebaixamentos levados a cabo pelas agências de classificação de risco em 2014. O ano se encerrou com onze elevações de notas atribuídas a distintos CRI. As elevações se referiram a quatro títulos emitidos pela Brazilian Securities, e dois emitidos pela Gaia, em sua maioria. A Fitch, por sua vez, foi a agência que deu forma à maioria das ações de elevação, com nove dentre as onze, distanciando-se da segunda colocada, S&P, com apenas duas ações deste tipo em 2014. As ações de rebaixamento diferem, em dimensão e composição, das elevações. Ao todo foram 16 rebaixamentos, mas alguns títulos foram recorrentes. Foram seis rebaixamentos envolvendo diferentes títulos da RB Capital Securitizadora, dos quais duas ações se referiram ao mesmo CRI, a 53ª série da primeira emissão, resultando em classificação de risco rebaixada de “BB” para “CCC”. No âmbito da Brazilian Securities, ocorreram cinco rebaixamentos para títulos distintos. No caso da RB Capital Companhia de Securitização, nota-se a uqbar publicações 73 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 concentração dos rebaixamentos na 79ª série da primeira emissão. Três dos quatro rebaixamentos envolvendo esta securitizadora se referem a este título, cuja classificação foi rebaixada de “A-“ para “C”. Austin, LF, Moody’s e Fitch executaram ações de rebaixamento, com destaque para a última agência, que foi responsável por 68,8% das ações. Em movimento similar ao desempenho das emissões de CRI em 2014, os depósitos de CCI na CETIP neste mesmo período apresentaram elevação na comparação com o ano anterior. Foram registrados depósitos da ordem de R$21,62 bilhões na CETIP em 2014, contra a cifra registrada em 2013, de R$17,08 bilhões, resultando em crescimento de 26,6%. O melhor desempenho histórico, todavia, permanece relacionado aos depósitos de CCI ocorridos na CETIP em 2011, quando estes atingiram R$22,16 bilhões, ligeiramente superior à quantia referente a 2014. Tal como acontece com os CRI, cujo perfil de longo prazo e elevado patamar de depósitos se reflete na continuidade do movimento de ascensão do indicador de estoque na CETIP, as CCI apresentaram saldo de R$86,17 bilhões em fins de 2014. Em 2013 o ano havia encerrado na marca dos R$66,26 bilhões, de onde se subtrai a diferença de R$19,91 bilhões entre os dois anos. Já as transações envolvendo CCI apontam para a direção oposta, indicando ainda um mercado essencialmente ilíquido. Em 2014 os negócios com CCI somaram R$1,54 bilhão, 40,0% inferior à cifra do ano de 2013, quando R$2,57 bilhões em negócios haviam sido registrados. uqbar publicações 74 CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS (CRI) Esta seção apresenta informações sobre os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Inclui dados e estatísticas sobre emissões, emissores, registros na CVM e na CETIP, investidores, mercado secundário, cedentes e as elevações e rebaixamentos de 2014 das agências de classificação de risco para este mercado. uqbar publicações TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Resumo dos Termos e Condições Ver um Resumo dos Termos e Condições de CRI no ANUÁRIO UQBAR 2015 – SECURITIZAÇÃO E FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO EMISSÕES A figura 31 apresenta o histórico de emissões de CRI dividido por tipo de ativo-lastro. Na sequência, a tabela 6 descreve os critérios utilizados pela Uqbar para definir os tipos de lastro dos CRI: Aluguel ou Crédito Imobiliário. Emissões de CRI por Ativo-lastro - Montante (em R$ milhões) FIG. 31 106 14.368 15.149 2.169 1.741 Fonte: Uqbar 9.015 4.552 4.059 4.438 173 12 88 77 136 175 32 305 583 63 1.483 619 379 524 811 555 7.107 2.440 3.135 1.602 2.321 1.512 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Aluguel Crédito Imobiliário Multiclasse Definições das Classes de Ativo-lastro de CRI TAB. 6 Ativo-lastro Definição Aluguel Créditos decorrentes de contratos de locação típica e atípica e de constituição de direito real de superfície. Crédito Imobiliário Créditos decorrentes de financiamentos para a aquisição e desenvolvimento de imóveis residenciais ou comerciais. Inclui operações realizadas no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e Sistema Financeiro da Habitação (SFH), tendo como tomador tanto pessoas físicas como jurídicas. Multiclasse Créditos que incluem as duas classes de ativo-lastro mencionadas nesta tabela. Fonte: Uqbar uqbar publicações 77 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 O montante de emissões de CRI em 2014 dividido por faixa de prazo final de vencimento e por tipo de indexação são apresentados, respectivamente, nas figuras 32 e 33. Emissões de CRI de 2014 por Faixa de Prazo Final (% do Montante Emitido) FIG. 32 Fonte: Uqbar 9,4% até 5 Anos 37,5% de 15 a 20 anos 19,3% 3,2% de 5 a 10 anos acima de 20 anos 30,6% de 10 a 15 anos Emissões de CRI de 2014 por Indexador (% do Montante Emitido) FIG. 33 Fonte: Uqbar 67,8% TR 3,1 % IGP-M 16,3 % 0,4 % DI IGP-DI IPCA IPC 12,4 % 0,1 % uqbar publicações 78 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 EMISSORES A tabela 7 lista as Securitizadoras Imobiliárias que emitiram CRI em 2014 com suas respectivas datas de constituição e primeira emissão e algumas informações societárias como os nomes dos principais acionistas. Securitizadoras Imobiliárias que Emitiram CRI em 2014 TAB. 7 Data de Constituição Data de Primeira Emissão Montante Emitido em 2014 (R$) Principais Acionistas Número e Tipo de Ações Integralizadas Capital Social (R$) Altere 14/09/1998 30/07/2003 15.500.000 Alexandre Gomide, Armando Neto e Felipe Simonsen 36.147.533 - ON 965.571 Ápice 28/05/2010 15/01/2013 1.501.610.003 Ápice Consultoria Financeira e Participações 400.000 - ON 400.000 Aurea Securities 23/05/2012 26/03/2014 8.400.000 Lucas de Oliveira 5.000 - ON 5.000 Barigui 28/10/2008 15/12/2013 2.989.507.046 Brasil Cards serviços Financeiros 1.350.000 - ON 1.350.000 Brazil Realty 14/09/2004 14/06/2011 50.000.000 Cyrela Brazil Realty Empreendimentos e Participações 10.282.444-ON 10.282.444 Brazilian Securities 10/04/2000 23/04/2001 904.545.354 Ourinvest Real Estate Holding 77.864.936 - ON 170.228.652 BRC 02/01/2007 03/12/2007 85.000.000 Bresco Investimentos 453.440 - ON 453.440 BSI Capital 02/09/2009 14/03/2014 194.560.000 Ricardo Elson do Carmo e BFI Capital Group Participações N.D. 67.000 Cibrasec 31/07/1997 12/01/1999 5.236.029.239 Itaú, Santander, IFC, BB Investimentos, Caixa Participações, POUPEX e Banco Alvorada 66.003 - ON 68.475.000 Gaia 11/07/2005 10/08/2009 823.005.010 GaiaSec Assessoria Financeira 531.700 - ON 531.700 Habitasec 19/12/2007 08/11/2010 111.161.434 Vicente Postiga Nogueira 700.000 - ON 700.000 ISEC 05/03/2007 07/01/2013 93.628.101 ELAN Gestora de Negócios, EXEC Holding e Wolf Vel Koss Trambuch ON - 272.205 / PN - 1.000 273.205 Logos 28/01/2014 20/10/2014 22.780.838 José Augusto Roque, Valmir Schreiner Maran e Jacó Moacir Schreiner Maran 1.000 - ON 1.000 Nova Securitização 16/05/2007 30/09/2011 537.502.440 André Luiz Souza e José Pereira Gonçalves 1.000.000 - ON 1.000.000 Pátria 26/05/1998 21/10/2002 41.783.665 Pátria Investimentos 465.047 - ON 465.047 PDG 10/03/2008 14/07/2009 262.500.000 PDG Realty Empreendimentos e Participações 16.027.009 - ON 16.027.010 Polo Capital 31/05/2010 30/06/2011 102.308.573 Marcos Duarte dos Santos 500.000 - ON 500.000 RB Capital Companhia de Securitização 09/09/1998 10/05/2000 3.074.287.650 RB Capital Holding 5.996.865 - ON 15.482.912 RB Capital Securitizadora 17/11/1999 06/07/2006 4.064.838 RB Capital Holding 6.821.612 - ON 2.845.423 REIT 19/01/2011 10/09/2012 54.960.025 REIT Consultoria de Investimentos 1.000 - ON 1.000 SCCI 09/01/2013 05/05/2014 430.180.824 Certificadora de Créditos Imobiliários e Participações 30.000 - ON 30.000 TRX 22/01/2010 10/10/2011 347.205.274 TRX Investimentos Imobiliários 105.000 - ON 105.000 Securitizadora uqbar publicações 79 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 REGISTROS Esta seção consolida dados de registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação (CETIP). São apresentados os montantes de ofertas públicas de CRI (Instrução CVM nº 400), as emissões de CRI por tipo de registro e o número de Securitizadoras Imobiliárias registradas junto à autarquia, assim como os registros de custódia e estoque de CRI junto à CETIP. Para as ofertas públicas de CRI junto à CVM são consideradas as datas de registro provisório. CVM A figura 34 mostra o histórico anual dos registros de ofertas públicas de CRI desde 1999 e a figura 35 apresenta o montante emitido de CRI em 2014, dividido por tipo de registro. Ofertas Públicas de CRI FIG. Fonte: Uqbar 34 73 3.693 76 56 2.964 51 42 1.784 2.111 33 5 173 2 12 18 14 12 224 218 262 750 29 1.010 11 1.690 28 14 2.171 9 890 827 852 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Montante Registrado (R$ Milhões) Quantidade de Registros FIG. 35 Emissões de CRI de 2014 por Tipo de Registro (% do Montante Emitido) Fonte: Uqbar 95,1 % Esforços Restritos 4,9 % Ofertas Públicas uqbar publicações 80 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A figura 36 apresenta o número de Securitizadoras Imobiliárias registradas na CVM desde 1997. Número de Securitizadoras Imobiliárias Registradas na CVM Fonte: Uqbar FIG. 36 11 8 7 6 4 4 3 2 1 1 4 4 4 3 3 3 1 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 CETIP A figura 37 apresenta a evolução histórica dos depósitos de CRI na CETIP e a figura 38 mostra a evolução histórica do estoque de CRI nesta câmara. Depósitos de CRI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) FIG. 37 Fonte: CETIP 16.867 16.425 12.334 9.866 7.834 4.556 4.106 173 117 244 198 86 404 1.406 385 1.015 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 uqbar publicações 81 FIG. 38 Fonte: CETIP 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 Jan-99 Jul-99 Jan-00 Jul-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Jul-02 Jan-03 Jul-03 Jan-04 Jul-04 Jan-05 Jul-05 Jan-06 Jul-06 Jan-07 Jul-07 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14 Jul-14 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Estoque de CRI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) INVESTIDORES A figura 39 apresenta a composição, por classe de investidor, do montante adquirido de CRI nas emissões ocorridas em 2014. A distribuição teve como base uma amostra correspondente a 39,9% da totalidade do montante emitido no ano, fatia à qual a Uqbar obteve acesso para o mapeamento de seus investidores. Composição do Montante Emitido de CRI em 2014 por Classe de Investidor (% de Montante) FIG. 39 Fonte: Uqbar 26,7 % Instituições Intermediárias Participantes do Consórcio de Distribuição 23,4 % FGTS 16,1 % Fundos de Investimento 12,6 % Pessoas Físicas 12,2 % Instituições Financeiras 8,9 % Outros A partir da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários nº 472/2008 e, em seguida, da Lei nº 12.024/2009, as quais permitiram, respectivamente, investimentos preponderantes em CRI por parte de FII e isenção tributária destes fundos em relação aos rendimentos destes títulos, criaram-se as condições para o surgimento efetivo de um novo segmento, dedicado a investimentos de renda fixa, no mercado de FII. Denominados de FII de Renda Fixa, estes fundos uqbar publicações 82 imobiliária, com destaque para o CRI. A figura 40 mostra a evolução do PL e do número de FII que investem preponderantemente em CRI. Patrimônio Líquido dos FII que investem em CRI FIG. 40 Fonte: Uqbar 25 5.000 20 Quantidade de FII 6.000 4.000 15 3.000 10 2.000 1.000 5 0 0 Jan-10 Fev-10 Mar-10 Abr-10 Mai-10 Jun-10 Jul-10 Ago-10 Set-10 Out-10 Nov-10 Dez-10 Jan-11 Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11 Ago-11 Set-11 Out-11 Nov-11 Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 Jan-13 Fev-13 Mar-13 Abr-13 Mai-13 Jun-13 Jul-13 Ago-13 Set-13 Out-13 Nov-13 Dez-13 Jan-14 Fev-14 Mar-14 Abr-14 Mai-14 Jun-14 Jul-14 Ago-14 Set-14 Out-14 Nov-14 Dez-14 PL (R$ milhões) TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 têm como objetivo realizar investimentos em ativos financeiros de origem Montante PL Quantidade de FII MERCADO SECUNDÁRIO Na figura 41 é exibida a evolução histórica anual do montante consolidado de CRI negociado, decomposto entre os volumes de negócios que foram registrados na CETIP e aqueles negociados na BM&FBOVESPA. Negociações de CRI na BM&FBOVESPA e CETIP – Montante (em R$ milhões) FIG. Fonte: Uqbar 41 24.787 88 19.102 203 10.911 100 98 50 238 260 196 670 256 250 11 219 194 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 BM&FBOVESPA 238 176 13.290 327 4.067 191 516 1.623 33 218 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 CETIP uqbar publicações 83 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A seguir, a tabela 8 apresenta as negociações de CRI registradas na CETIP de 2013 e 2014 por faixa de prazo após a emissão. Negociações de CRI na CETIP por Faixa de Prazo Após a Emissão – 2013 e 2014 Negociações de CRI na CETIP por Faixa de Prazo Após a Emissão – 2013 e 2014 TAB. 2014 8 2013 Intervalo de tempo Montante (R$) % Montante Até 30 dias 13.070.115.036 52,7 352 7,4 7.891.770.328 41,3 785 23,8 De 31 a 90 dias 2.254.791.288 9,1 121 2,6 4.582.690.388 24,0 341 10,3 De 91 a 180 dias 1.360.993.765 5,5 900 19,0 1.196.204.151 6,3 471 14,3 Mais de 180 dias 8.101.103.507 32,7 3.362 71,0 5.431.269.934 28,4 1.707 51,7 Total 24.787.003.596 3.304 # % Negociações Negociações 4.735 Montante (R$) % # % Montante Negociações Negociações 19.101.934.801 Fonte: Uqbar CEDENTES As figuras 42 e 43 apresentam as distribuições do número de cedentes das operações de CRI cujos devedores são pessoas físicas (CRI Pessoa Física) e das operações de CRI cujos devedores são pessoas jurídicas (CRI Pessoa Jurídica), respectivamente, por tipo de atividade econômica destes, para as operações realizadas durante o ano de 2014. Número de Cedentes de CRI Pessoa Física por Atividade Econômica – Ano 2014 FIG. 42 Fonte: Uqbar 16 Atividades Imobiliárias 8 Intermediação Financeira Construção 5 uqbar publicações 84 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Número de Cedentes de CRI Pessoa Jurídica por Atividade Econômica - Ano 2014 FIG. 43 Fonte: Uqbar Atividades Imobiliárias 46 Intermediação Financeira 15 Construção 2 Serviços 2 Comércio 1 Eletricidade, Gás e Água 1 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO As tabelas 9 e 10 apresentam as elevações e os rebaixamentos, respectivamente, realizados em 2014 pelas agências de classificação de risco. Elevações de Classificação de Risco de CRI em 2014 TAB. 9 Título (Série / Emissão) Classificação Anterior Nova Classificação Agência Data 3ª/1ª A AAA S&P 01/05/2014 Brazilian Securities 320ª/1ª BBB A- Fitch 24/03/2014 Brazilian Securities 71ª/1ª A+ AA Fitch 15/04/2014 Brazilian Securities 79ª/1ª A- A+ Fitch 17/07/2014 Brazilian Securities 261ª/1ª A A+ Fitch 08/12/2014 BRPR 51 1ª/3ª AA+ AAA Fitch 17/04/2014 BRPR 52 1ª/1ª AA+ AAA Fitch 17/04/2014 Forte Capital Securities 1ª/1ª BBB A- Fitch 25/03/2014 Gaia 24ª/4ª A AA- Fitch 26/06/2014 Gaia 7ª/4ª AA+ AAA S&P 29/08/2014 TRX 5ª/1ª BBB+ A- Fitch 17/11/2014 Securitizadora BI Fonte: Uqbar uqbar publicações 85 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Rebaixamentos de Classificação de Risco de CRI em 2014 Securitizadora TAB. Título Classificação Nova (Série / Emissão) Anterior Classificação Agência Data 10 Brazilian Securities 290ª/1ª A A- LF 06/01/2014 Brazilian Securities 216ª/1ª A BBB+ Fitch 29/01/2014 Brazilian Securities 201ª/1ª A A- Fitch 15/04/2014 Brazilian Securities 226ª/1ª A A- Fitch 21/05/2014 Brazilian Securities 156ª/1ª A+ A- Fitch 21/05/2014 Gaia 68ª/4ª A+ BBB+ Fitch 19/12/2014 RB Capital Companhia de Securitização 79ª/1ª A- BB Austin 05/05/2014 RB Capital Companhia de Securitização 79ª/1ª BB B- Austin 20/06/2014 RB Capital Companhia de Securitização 68ª/1ª AA AA- Fitch 28/08/2014 RB Capital Companhia de Securitização 79ª/1ª B- C Austin 11/09/2014 RB Capital Securitizadora 53ª/1ª BB B Fitch 18/02/2014 RB Capital Securitizadora 39ª/1ª A2 A3 Moody’s 23/05/2014 RB Capital Securitizadora 98ª/1ª AAA AA+ Fitch 28/08/2014 RB Capital Securitizadora 61ª/1ª AAA AA+ Fitch 28/08/2014 RB Capital Securitizadora 62ª/1ª AAA AA+ Fitch 28/08/2014 RB Capital Securitizadora 53ª/1ª B CCC Fitch 01/09/2014 Fonte: Uqbar uqbar publicações 86 CÉDULAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (CCI) Esta seção apresenta informações sobre as Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI). São apresentados dados relativos aos registros destes títulos na CETIP, como montantes anuais de depósitos e negócios, assim como a evolução histórica do estoque das cédulas nesta câmara. uqbar publicações Ver um Resumo dos Termos e Condições de CCI no ANUÁRIO UQBAR 2015 – SECURITIZAÇÃO E FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. REGISTROS A figura 44 apresenta a evolução histórica dos montantes anuais de depósitos de CCI na CETIP. A evolução histórica do estoque destas cédulas é apresentada na figura 45. Os montantes anuais de negócios registrados nesta câmara são apresentados na figura 46. FIG. 44 Depósitos de CCI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) Fonte: CETIP 22.159 21.617 17.076 12.422 11.942 7 277 2003 2004 1.545 2005 454 840 2006 2007 6.431 6.791 2008 2009 2010 2011 Estoque de CCI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 2012 2013 2014 FIG. 45 Fonte: CETIP 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 Ago-03 Dez-03 Abr-04 Ago-04 Dez-04 Abr-05 Ago-05 Dez-05 Abr-06 Ago-06 Dez-06 Abr-07 Ago-07 Dez-07 Abr-08 Ago-08 Dez-08 Abr-09 Ago-09 Dez-09 Abr-10 Ago-10 Dez-10 Abr-11 Ago-11 Dez-11 Abr-12 Ago-12 Dez-12 Abr-13 Ago-13 Dez-13 Abr-14 Ago-14 Dez-14 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Resumo dos Termos e Condições uqbar publicações 88 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 FIG. 46 Negociações de CCI na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) Fonte: CETIP 2.619 1.584 1.502 2.574 1.544 1.387 1.258 305 4 8 80 2003 2004 2005 11 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 uqbar publicações 89 REGULAMENTAÇÃO E LEGISLAÇÃO Por Rodrigo Cury Bicalho e Leandro Issaka do Escritório Bicalho e Mollica Advogados As opiniões expressas neste capítulo são as de seus autores e não necessariamente as da Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda. uqbar publicações TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 INTRODUÇÃO O ano de 2014 foi para o mercado de crédito imobiliário um ano de crescimento mais modesto. Já era notório que seria um ano bastante conturbado para o país por conta de eventos como Carnaval tardio, Copa do Mundo e eleições presidenciais. Ainda, acrescentou-se a esse cenário a queda de confiança do mercado na política econômica do país e o arrefecimento da economia. Diante dessa perspectiva e da manutenção do interesse público no desenvolvimento do mercado habitacional, tendo em vista a existência de um déficit habitacional elevado, um prognóstico de insuficiência do direcionamento dos recursos de poupança e um ainda baixo volume de créditos imobiliários comparado ao PIB Brasileiro (estimado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança - ABECIP em 9,7% do PIB em 2014), tivemos em 2014 uma relevante medida tomada pelo governo federal, por meio da Medida Provisória n° 656, de 07 de outubro de 2014, posteriormente transformada na Lei n° 13.097, de 19 de janeiro de 2015, que dentre outros assuntos criou a Letra Imobiliária Garantida (LIG). Na contramão desse panorama, o mercado de securitização imobiliária, mais especificamente por meio de emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), estabeleceu recorde em volume de emissão, acumulando um estoque que supera R$55,0 bilhões, conforme já mencionado pela Uqbar no Anuário Securitização e Financiamento Imobiliário, edição 2015. Já como um produto consolidado no mercado de capitais e uma efetiva alternativa de financiamento para o setor imobiliário, principalmente em ramos específicos como o de loteamento, onde as instituições financeiras ainda tem pouca atuação, teve também pequena alteração trazida pela Medida Provisória n° 656 que foi mantida na Lei n° 13.097. Já no ano de 2015, desde a posse do atual ministro da Fazenda, no dia 05 de janeiro, sob o pretexto de “atrair poupança de longo prazo”, o Ministro Joaquim Levy falou da possibilidade de revisão dos benefícios fiscais sobre os rendimentos das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Nesse contexto, vamos analisar adiante esses títulos que permeiam o mercado de finanças estruturadas do setor imobiliário brasileiro, onde abordaremos as evoluções normativas e acontecimentos relevantes ocorridos ao longo de 2014 e início de 2015, envolvendo o CRI e a LCI que são os principais títulos lastreados em recebíveis imobiliários no Brasil, bem como a LIG que vem como uma promessa à fonte alternativa à poupança na captação de recursos para o mercado imobiliário. uqbar publicações 92 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 LETRA IMOBILIÁRIA GARANTIDA: INOVAÇÃO E NECESSIDADE DE AJUSTES Após muitas alternativas estudadas em sua fase de concepção, a Letra Imobiliária Garantida, tratada como “LIG” no próprio texto legal (Lei n° 13.097 em 19 de janeiro de 2015), foi criada para fazer frente ao possível esgotamento dos recursos dos depósitos em caderneta de poupança para expansão do financiamento habitacional. Esse novo título escritural (deve ser registrado em depositário central autorizado) veio complementar o rol de títulos financeiros (Letra Hipotecária e LCI) e de mercado de capitais (CRI) à disposição dos investidores com base em créditos imobiliários. Essa disponibilidade de títulos semelhantes é reconhecida inclusive na exposição de motivos da MP n° 656, que prevê até mesmo a possibilidade de substituição da LCI, por exemplo, pelo novo título instituído. Apesar da Lei n° 13.097 já ter sido promulgada e estar em vigor quanto aos artigos referentes à LIG desde então, esta ainda está pendente de regulamentação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), nos termos do art. 91 da referida lei, e sua distribuição e oferta pública ainda estão pendentes de regulamentação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Características da LIG A LIG, que teve como modelo inicial os Covered Bonds europeus, corresponde a título de captação de recursos emitido por instituições financeiras, lastreado principalmente –mas não exclusivamente– em créditos imobiliários, porém garantido pela própria instituição emissora. Ou seja, se os créditos imobiliários que lastreiam a LIG não forem adimplidos, a instituição financeira garante o pagamento aos investidores. A instituição emissora da LIG tem ainda obrigação de realizar o reforço ou substituição das garantias, caso estas se mostrem inadequadas, insuficientes, ou ainda sejam liquidadas antecipadamente. Assim como no CRI, conta ainda a LIG com os institutos do patrimônio separado e instituição de regime fiduciário sobre a carteira de ativos, sendo o agente fiduciário uma instituição financeira ou entidade autorizada para esse fim pelo Banco Central do Brasil (Banco Central) e os beneficiários os titulares das LIG. Neste sentido a LIG é título de emissão exclusiva de instituições financeiras, assim como a LCI, mas conta com os mesmos mecanismos de blindagem da carteira lastro que o CRI, título de emissão exclusiva de companhias securitizadoras. Outra característica da LIG é que a Lei n° 13.097 afastou expressamente a aplicação do disposto no art. 76 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, que dispõe que “as normas que estabeleçam a afetação ou a separação, a qualquer título, de patrimônio de pessoa física ou jurídica não produzem efeitos com relação uqbar publicações 93 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 aos débitos de natureza fiscal, previdenciária ou trabalhista, em especial quanto às garantias e aos privilégios que lhes são atribuídos”. Por força do afastamento da aplicação do art. 76 da Medida Provisória nº 2.158-35, os Créditos Imobiliários e os recursos deles decorrentes, objeto do patrimônio separado sob o qual foi instituído o regime fiduciário, não poderão ser alcançados por credores fiscais, trabalhistas e previdenciários da entidade emissora ou de outras empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico da emissora, trazendo grande segurança jurídica aos investidores. Assim como o CRI e a LCI, a LIG, por ser um título de fomento do mercado imobiliário, tem benefício fiscal como incentivo ao seu desenvolvimento. Os rendimentos e ganhos de capital da LIG são isentos de impostos sobre a renda para os beneficiários que são pessoas físicas residentes no Brasil ou residentes ou domiciliados no exterior, com exceção aos casos de residência ou domicílio em paraíso fiscal, para os quais a tributação será aplicada à alíquota de 15,0%. Não obstante, esse título imobiliário, quanto à regra de composição de sua carteira por créditos imobiliários, teve um tratamento diferente dos títulos imobiliários existentes, conforme tratado a seguir. Composição da Carteira Teve a LIG um importante ajuste na conversão da referida medida provisória na Lei n° 13.097, sobre a composição da carteira de ativos, uma das principais questões que, em nossa opinião, carecia de regulamentação no texto da MP n° 656. Na forma como constava no texto da Medida Provisória n° 656, não havia qualquer obrigatoriedade da emissão ser efetivamente lastreada em créditos imobiliários. Determinava o art. 21 da referida MP que poderiam compor tal carteira não apenas créditos imobiliários, mas também títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, instrumentos derivativos contratados por meio de contraparte central garantidora e ainda “outros ativos” que sejam autorizados pelo CMN, sem trazer qualquer limite mínimo ou máximo na composição da carteira de ativos, deixando tal determinação, no art. 22, para regulamentação posterior, pelo CMN, inclusive quanto a “características dos ativos da carteira” ou a “participação de tipos de ativos”. Não por menos, a única emenda relevante no texto sobre a LIG verificada na Lei n° 13.097 refere-se à inclusão de um parágrafo 3º ao artigo 22 da MP n° 656, replicada no parágrafo 3º do artigo 67 da referida Lei, estipulando que no mínimo 50,0% da carteira de ativos da LIG deve ser representada por créditos imobiliários. Assim, o legislador não deixou a cargo do CMN a incumbência de se definir o percentual mínimo de créditos imobiliários que devem compor a LIG, o que gera certa segurança jurídica. Ainda assim, há que se ponderar se um título onde metade de seus ativos não são imobiliários atinge a função social e econômica, sob a égide uqbar publicações 94 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 da qual foi criado, visto que a isenção de IR, conforme tratado acima, é um incentivo governamental para fomentar o mercado imobiliário. Neste cenário, os recursos da LIG têm sua capacidade de fomentar a produção imobiliária bastante diminuída e pode ser ainda pior se permitir que os bancos invistam ainda menos do que captam em poupança na produção de moradias. Tudo isso sob a bandeira e com os benefícios de incentivo ao setor imobiliário. Seria coerente se a LIG seguisse o mesmo racional do CRI e da LCI, que gozam do mesmo benefício fiscal para incentivo do setor imobiliário, mas devem ser lastreados 100,0% em créditos imobiliários. Há aqui uma grande discussão sobre o conceito de créditos imobiliários, sendo bem diferente o conceito da LCI, que está expresso na Circular do Banco Central nº 3.614, de 14 de novembro de 2012, e o da CVM, que não é definido em lei ou regulamentação da CVM, tendo seu conceito delineado pelo mercado e por decisões da CVM, seja em consultas formais ou decisões colegiadas (não é intenção deste artigo discutir tais conceitos). Em textos anteriores da redação da MP n° 656, quando ainda era um projeto de lei para se criar o Covered Bond brasileiro, havia a sugestão de que os créditos imobiliários representassem ao menos 85,0% do valor da carteira. Com isso, sem impedir que outros títulos possam compor o conjunto de ativos, estaria assegurada a natureza do investimento em crédito imobiliário. Agora, o percentual de 50,0% de investimento em créditos imobiliários não tem qualquer precedente em outros títulos imobiliários incentivados. Há talvez um paralelo com a regra de imunidade de Imposto de Transmissão de Bem Imóvel (ITBI) sobre a transferência de imóveis em integralização de bens em pessoa jurídica, nos termos do art. 156, parágrafo 2º, inciso I, da Constituição Federal, e do Código Tributário Nacional, em seus artigos 36 e 37, onde tal imunidade não se aplica quando mais de 50,0% da receita operacional da pessoa jurídica, nos últimos 2 anos, decorrer de atividades imobiliárias lá mencionadas. Entretanto, são questões muito distintas, e a regra sobre imunidade de ITBI não deveria servir de parâmetro para o limite mínimo de créditos imobiliários para que um título seja taxado como imobiliário ou não. Pode sim haver benefícios para o investidor da LIG pelo fato da sua carteira ser mais flexível, principalmente por questão de proteção e pulverização de riscos, não ficando atrelado tão somente ao mercado imobiliário. Entretanto é necessário que sejam evitados abusos. Vale lembrar que enquanto se cria um título incentivado onde apenas metade do seu valor fomenta efetivamente o mercado imobiliário, há indícios de que a nova equipe econômica do Governo poderá retirar tal benefício da LCI, título que é 100,0% lastreado em créditos imobiliários. Se isso se concretizar, pode se criar uma clara distorção à política de estímulos ao mercado imobiliário. uqbar publicações 95 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Esperamos que o CMN seja tão diligente na regulamentação e na fiscalização desse título, quanto tem sido a CVM com relação aos Certificados de Recebíveis Imobiliários, buscando estar sempre alinhada com a finalidade precípua de seu papel que é o de fomentar o desenvolvimento do mercado imobiliário e fazer frente a um possível esgotamento dos recursos de poupança. CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS (CRI) Como já mencionado acima, a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários estabeleceu recorde em volume em 2014. E com um cenário de aumento da taxa de juros do crédito imobiliário, e até de certa restrição dos bancos na concessão do “plano empresário”, a securitização começa a se tornar viável como alternativa para os empreendedores imobiliários na área de incorporação. Não obstante, para setores do mercado imobiliário como o de loteamento, a securitização de créditos continua sendo uma das principais alternativas de funding. Deste modo, o mercado de securitização imobiliária vem demonstrando que cumpre sua função de alternativa de financiamento imobiliário via mercado de capitais. Por meio da Lei n° 13.097, houve uma alteração no artigo 41 da Lei n° 9.514/97, atribuindo poderes ao CMN para regulamentar o disposto na Lei n° 9.514/97, inclusive estabelecer prazos mínimos e outras condições para emissão e resgate de CRI e diferenciar tais condições de acordo com o tipo de crédito imobiliário vinculado à emissão e com o indexador adotado contratualmente. A redação anterior desse artigo delegava tal direito ao Ministro da Fazenda. Vale lembrar que o CMN é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional, composto pelo Ministro da Fazenda (presidente), Ministro do Planejamento e Presidente do Banco Central, sob o qual estão o Banco Central e a CVM. Fica aqui uma dúvida do porquê dessa alteração legal. Poder-se-ia alterar tantas outras regras para se aperfeiçoar o mecanismo de securitização, como replicar a não aplicabilidade do art. 76 da Medida Provisória nº 2.158-35, mas optou-se a dar um poder ao CMN para regulamentar um valor mobiliário, cuja competência, desde a promulgação da Lei n° 10.303/01, é da CVM. LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (LCI) Em relação às LCIs não houve em 2014 alteração regulamentar relevante, mas dado o seu crescimento em volume, chegando em janeiro de 2015 a um estoque de R$160,00 bilhões, tornou-se o título imobiliário de maior expressividade no mercado financeiro brasileiro. uqbar publicações 96 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Diante disso e da atual política econômica, que visa suspender desonerações, torna-se palpável a possibilidade de revisão dos benefícios fiscais sobre os rendimentos das LCIs levantada pelo atual Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sob o argumento, além de arrecadatório, da necessidade de “atrair poupança de longo prazo”. Essa revisão, que seria bastante indesejável para o mercado, poderia implicar na revogação integral da isenção do imposto sobre a renda de pessoa física (IRPF) sobre esses rendimentos ou a aplicação escalonada do imposto sobre a renda de acordo com o prazo do investimento, estimulando a compra de papéis de longo prazo, em coerência com as recentes declarações oficiais do Ministro da Fazenda. CONCLUSÃO Não há dúvidas de que o ano de 2014 foi um ano de grandes mudanças no que tange à regulamentação do crédito imobiliário no país, principalmente com a criação da LIG, considerado por muitos como um marco regulatório, ainda pendente de uma regulamentação pelo CMN e pela CVM. Cumpre aos participantes deste mercado continuar o diálogo com os órgãos reguladores para que essa regulamentação traga maior segurança jurídica e transparência tanto para o mercado imobiliário quanto para os investidores e, principalmente, seja efetiva na consecução do seu objetivo que é o de desenvolver o mercado habitacional e imobiliário como um todo. uqbar publicações 97 3 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO uqbar publicações TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 INTRODUÇÃO O segmento do mercado de finanças estruturadas composto por títulos do agronegócio tem adquirido notoriedade nos últimos dois anos. Tanto pelo ritmo de crescimento do mercado de seu principal instrumento, um título de securitização, que é o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), como também pelo avanço conquistado em versatilidade e variedade em relação às operações deste título sendo estruturadas. Embora a dimensão atual do mercado de CRA ainda se encontre diminuta em termos comparativos com o tamanho da prática da securitização em outros segmentos como, por exemplo, o imobiliário, o desenvolvimento deste segmento se afigura promissor, entreabrindo um caminho ainda não trilhado. Este capítulo se dedica exclusivamente a tríade principal de títulos relacionados ao agronegócio, composta pelo principal deles, o CRA, pela Cédula de Produto Rural de liquidação financeira (CPR Financeira) e pelo Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA). Se tratará, na sequência, de análise dos destaques relacionados ao desempenho dos referidos títulos, seguida dos termos e condições e de um conjunto de dados de cada um deles, ressaltando-se a inclusão, nesta edição do Anuário, de um par de gráficos inéditos. Dentre os supracitados títulos do agronegócio, o CRA tem se avantajado em importância nos últimos anos. São cada vez mais numerosas as emissões destes títulos, realizadas em volumes não desprezíveis. Adicionalmente, entre as emissões de CRA realizadas sob o rito da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários nº 400 (ICVM 400), sobressai a participação crescente de investidores Pessoas Físicas, o que franqueia aos CRA um maior grau de pulverização, fomentando, inclusive, a formação de um mercado secundário. Não obstante o relevo adquirido pelos CRA, este título carece ainda de uma base regulamentar mais sólida e que faça jus às características particulares do setor que se pretende financiar. O CRA e o CDCA foram criados há mais de dez anos pela Lei n° 11.076, datada de 30 de dezembro de 2004, a qual também deu origem a outros títulos do agronegócio. A legislação lançou as bases para uma eventual dinamização do mercado de capitais e, especificamente, do mercado de securitização voltado para o setor do agronegócio. Apesar do decênio desde o aparecimento do CRA, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ainda não editou qualquer Instrução destinada especificamente a este título, de características próprias e, agora, em franca expansão. Na prática regulamentar, a securitização do agronegócio, através das operações de CRA, tem sido apenas um duplo da securitização imobiliária, através das operações de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Os CRA estão hoje sujeitos à mesma norma dos CRI no que toca ao registro de ofertas e de emissores: a Instrução CVM nº 414 (ICVM 414). Com efeito, o mercado de uqbar publicações 100 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 securitização do agronegócio está sujeito a uma norma criada especificamente para o mercado imobiliário. Tal condição está em desacordo com as diferentes características dos negócios destes dois setores. Fundamentalmente, as variáveis que ditam o desempenho de financiamentos no setor do agronegócio são diferentes daquelas aplicáveis ao setor imobiliário, resultando em perfis de risco bastante distintos para investimentos nestes dois setores. Por exemplo, enquanto produtores rurais dependem da receita cíclica de suas safras financiadas e da terra onde ocorre o plantio das mesmas para a sua solvência, devedores de recebíveis imobiliários contam com renda constante e não vinculada ao bem sendo financiado e dado em garantia. Ou ainda, enquanto os riscos climáticos e de variação de preço de commodities são protagonistas no primeiro caso, não há paralelo comparável no segundo caso. Assim, a ausência de norma própria e o uso emprestado de norma de outro setor tendem a limitar a expansão do desenvolvimento do mercado de CRA, inclusive transformando em discricionário um processo que deveria ocorrer, por via de regra, como acontece com o registro de algumas ofertas de CRA. No caso de operações de estrutura mais inventiva, como aquelas que envolvem estruturas de natureza rotativa de direitos creditórios, a aprovação do registro da oferta de CRA esteve dependente da aprovação do Colegiado da autarquia. O tipo de estrutura supracitado constitui uma forma inovadora de enfrentar o descasamento, problemático do ponto de vista do regulador, entre o prazo típico do lastro composto por carteiras pulverizadas de recebíveis do agronegócio devidos por produtores rurais e o prazo do CRA a ser emitido e colocado para investidores de forma a atraí-los para este tipo de investimento. A estruturação eficiente de uma operação de CRA envolve algumas ponderações. Há de se considerar o forte componente da sazonalidade de uma safra, harmonizando o prazo de financiamento e o respectivo ciclo temporal de produção, visto que a receita obtida com a colheita estará associada ao pagamento dos recebíveis que comporão o lastro da hipotética operação. Adiante, é preciso que o título emitido atenda ao apetite do investidor, normalmente orientado para prazos mais longos do que aqueles correspondentes ao ciclo da safra agrícola. Alternativamente, é interessante notar que no período mais recente têm-se detectado uma presença crescente de operações de CRA de médio prazo não relacionadas ao financiamento direto de múltiplos produtores rurais. Trata-se de operações de financiamento corporativo, normalmente associadas a um único captador de recursos e a um único devedor, e envolvendo risco operacional de desempenho. uqbar publicações 101 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Na leitura do curto histórico do mercado de CRA, nota-se com clareza que o ano de 2014 representa o ponto máximo, culminando seis anos de crescimento ininterrupto do mercado primário. Foram R$2,40 bilhões emitidos naquele ano, indicando que o montante consolidado de emissões de CRA quase duplicou no período de um ano. Em 2013 haviam sido emitidos títulos que perfaziam R$1,23 bilhão, de onde se depreende crescimento no último ano de 96,0%. Comparado com o não tão distante ano de 2012, em que a cifra se fixou nos R$283,1 milhões, o indicador anual foi multiplicado por oito em apenas dois anos. Descendo aos detalhes do tipo de carteira lastro das respectivas operações de CRA emitidas em 2014, tem-se que, conforme indicado acima, o crédito corporativo assumiu a maior parcela do mercado primário. Fortemente concentradas até agora em operações do segmento sucroalcooleiro, as emissões com lastro em crédito corporativo atingiram R$1,60 bilhão em 2014. Trata-se de CRA de prazos relativamente mais longos, que contam com risco de desempenho operacional associado ao cedente da operação que se obriga a fornecer uma quantidade de produto em base anual ao longo de toda a vida dos títulos. Além deste risco, o investidor do CRA também incorre em risco de crédito do devedor (comprador do produto) da operação e, dependendo da estrutura da mesma, em risco de crédito do próprio cedente da operação. Por sua vez, as operações de CRA de carteiras pulverizadas de recebíveis devidos por produtores rurais somaram R$773,8 milhões em 2014. São operações com carteiras lastro contemplando devedores de vários segmentos da agropecuária e, do ponto de vista de seus investidores sênior, respaldadas pelo reforço de crédito da subordinação e, em muitos casos, pelo reforço de crédito de terceiros como, por exemplo, aqueles providos por empresa seguradora de crédito e/ou pelo próprio cedente da operação. Conforme apontado anteriormente, em função da brevidade do prazo envolvendo o ciclo de produção agrícola, os CRA emitidos lastreados por este tipo de carteira tendem a ser de prazo mais curto, se alongando marginalmente nos poucos casos onde alguma estrutura de revolvência é chancelada pelo regulador. Quando se reorienta a análise da composição das emissões de CRA em 2014 de forma a dividi-las em função do segmento financiado do agronegócio, novamente se detecta a predominância das operações do segmento sucroalcooleiro, com participação de 41,7% do total. A parcela restante se divide entre outras sete categorias, sendo Bovinos a maior delas, com 12,5% do total. A categoria Diversos Insumos Agrícolas aufere participação similar, equivalente a 12,3%. Os CRA cujos lastros se enquadram na categoria Fibras somam fatia de 11,2%, seguida, consecutivamente, pelas categorias Grãos, Fertilizantes, Defensivos Agrícolas e Frutas que, conjuntamente, compõem 22,3% das emissões de CRA em 2014. uqbar publicações 102 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A segmentação do volume de emissões de 2014 por faixa de prazo final ressalta uma diferença entre os CRA e os CRI no caso de carteiras pulverizadas. Enquanto os lastros dos CRI são compostos por empréstimos de perfil mais longo de prazo, os lastros dos CRA são compostos por financiamentos onde o prazo se mede essencialmente pela duração de safras. Do montante consolidado de CRA emitido em 2014 (incluindo os CRA de crédito corporativo) apenas 12,5% corresponde a títulos com prazo de vencimento entre 8 e 10 anos. A maior parcela do total, 30,1%, corresponde a títulos com vencimento entre 6 e 8 anos após a emissão. Bem próximos desta faixa de prazo, os títulos que vencem entre 2 e 4 anos correspondem a 29,6% do total. Vale ressaltar que o prazo dos CRA utilizado nesta compilação se refere ao prazo legal dos títulos, frequentemente mais longo que o prazo esperado dos mesmos. Avaliando-se a segmentação do mercado pelo critério do tipo de indexador utilizado para a remuneração dos CRA, conclui-se que as emissões ocorridas em 2014 são maciçamente atreladas à taxa de Depósitos Interfinanceiros (DI). A parcela dos CRA com este formato de remuneração corresponde a 84,8% do total. A crescente participação do investidor pessoa física, alcançado através das ofertas públicas regidas pela ICVM 400, e o cenário de taxa e de curva de juros ascendentes que vigorou em 2014, se conjugam para justificar a predominância de CRA emitidos com remuneração pós-fixada. Por sua vez, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) responde pela atualização monetária de 12,1% do total emitido em CRA no último ano. Os CRA sem atualização monetária, ou prefixados, correspondem a apenas 3,1% do referido montante total emitido no ano passado. Apesar do montante recorde de CRA emitidos em 2014, as operações estiveram concentradas em apenas três Securitizadoras do Agronegócio: Gaia Agro, Octante e EcoSec consolidaram, em 2014, todo o universo de securitização do agronegócio. A Gaia Agro, constituída em 2012, realizou sua primeira emissão em 2013 e, já em 2014, é a securitizadora de maior montante emitido consolidado de CRA, após ter realizado R$1,63 bilhão em operações deste título apenas no último ano. Esta securitizadora tem se distinguido na estruturação de operações com lastro em crédito corporativo. A Octante, constituída em 2010, foi a primeira securitizadora a ofertar CRA publicamente de acordo com a ICVM 400, tendo realizado emissões que somaram R$581,7 milhões em 2014, a segunda maior cifra entre as três emissoras. A EcoSec foi a primeira Securitizadora do Agronegócio a ser constituída e registrada na CVM, ainda em 2009, ano em que realizou sua primeira emissão de CRA, tendo esta sido também a primeira da história deste mercado. Em 2014 a EcoSec totalizou R$192,7 milhões em emissões. uqbar publicações 103 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 O vigor no crescimento das emissões de CRA em 2014 se difundiu, também, para o número e montante de ofertas públicas registradas na CVM. Apenas em 2014 foram oito ofertas registradas na autarquia, perfazendo montante de R$1,41 bilhão, cifra, inclusive, superior às ofertas públicas registradas de CRI. Em 2014 as ofertas de títulos imobiliários registradas na CVM somaram apenas R$890,4 milhões, o menor valor em seis anos. Comparativamente, as três ofertas de CRA registradas em 2013 somavam menos de um quinto do que se registraria no ano seguinte. Em 2012, ano em que foi registrada a primeira oferta pública de CRA sob os ritos da ICVM 400, o total destas ofertas chegou a quatro e o montante atingiu os R$185,5 milhões. A predominância de ofertas públicas ocorridas sob a chancela da ICVM 400 se materializa quando se analisam as emissões por tipo de oferta. Considerando o total de R$2,40 bilhões em 2014, referente a 39 emissões, a ampla maioria do montante se referiu a operações distribuídas no mercado conforme as normas da ICVM 400, as quais auferiram participação de 60,5%. Emissões sob a chancela da ICVM 476 –i.e., distribuição pública com esforços restritos– representaram aproximadamente um terço do total, 34,4%. Já os CRA que foram objeto de colocações privadas assinalaram fatia de 5,1%. Comparativamente, a maioria das emissões de CRI em 2014, 95,1%, foram colocadas de acordo a ICVM 476, e apenas 4,9% foram ofertas para o público amplo. Já à luz do número de securitizadoras aptas a emitir CRA, os diversos números consolidados de crescimento ainda não se refletiram em uma participação diversificada das companhias atuantes no mercado. Desde 2009 foram registradas na CVM 13 Securitizadoras do Agronegócio, das quais apenas quatro já realizaram emissões de CRA. Note-se que parte significativa dos emissores registrados (dez) ainda resguarda a possibilidade de emitir CRI também. O número de securitizadoras sendo registradas tem se incrementado anualmente. Em 2014 foram quatro, uma a mais do que no ano anterior. No esteio do incremento de emissões de CRA, a cifra de depósitos deste título na CETIP também se elevou. Pela primeira vez a marca anual de R$1,00 bilhão de depósitos foi superada. Em 2014 os depósitos na câmara atingiram R$1,74 bilhão, depreendendo crescimento de 88,0% na comparação com 2013. Naquele ano os depósitos de CRA na CETIP haviam se aproximado da marca do bilhão: R$924,8 milhões. Diferentemente do que ocorre com os CRI, em que, dado o perfil de longo prazo do título o ritmo de depósitos anuais serve de combustível para um crescimento contínuo do nível de estoque, no caso dos CRA, que contam com prazo médio mais curto, o nível de estoque desenha trajetória oscilante, embora crescente. O estoque de CRA na CETIP encerrou 2014 em R$2,05 bilhões, ante os R$968,9 milhões de 2013, marcando diferença de R$1,08 bilhão. Finalmente, as negociações com uqbar publicações 104 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 CRA chegaram aos R$2,28 bilhões em 2014. Em 2013 haviam tomado lugar na CETIP apenas R$726,1 milhões em negócios. Todavia, pode-se inferir, à maneira do que ocorre com os CRI, que parcela considerável destes negócios se refere a transações mais relacionadas ao mercado primário, ocorridas até 180 dias após a data de emissão do CRA. Após a baixa em 2013, a CPR Financeira, um dos títulos relacionados à securitização do agronegócio, voltou a crescer em volume de negócios em 2014. Este título de crédito destinado a financiar produtores rurais tem servido historicamente de lastro direto ou indireto de operações de CRA, respondendo por negócios da ordem de R$858,0 milhões em 2014, contra apenas R$123,7 milhões em 2013. A composição das negociações ocorridas em 2014 por tipo de produto teve como maior fatia aquela referente ao café, com 51,0%, seguida pela da soja, com 21,3%. Ao contrário de outros títulos de crédito, a CPR é consolidada pela quantidade do produto financiado em unidades específicas e na ocorrência da liquidação, esta pode se dar através da entrega de uma quantidade pré-determinada do produto financiado, e não em reais, dependendo das características da CPR. Em trajetória oposta, os depósitos na CETIP de CDCA, emitidos em sua maioria por cooperativas e tradings, se reduziram para abaixo de R$1,00 bilhão em 2014, se fixando nos R$946,6 milhões, enquanto que no ano anterior a marca havia sido de R$1,50 bilhão. O estoque deste título na CETIP, por sua vez, encerrou 2014 em R$1,60 bilhão, recuo de R$286,1 milhões na comparação com o fim de 2013. Seguindo a mesma tendência, os negócios com este título na CETIP somaram R$803,6 milhões, representando queda de 29,3% ante o ano anterior. uqbar publicações 105 CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS DO AGRONEGÓCIO (CRA) Esta seção apresenta informações sobre os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). São apresentados, além do resumo dos principais termos e condições, dados relativos ao histórico de emissões, aos emissores e aos registros destes títulos na CVM e na CETIP. uqbar publicações TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Resumo dos Termos e Condições Descrição Título de crédito nominativo, de livre negociação, lastreado em direitos creditórios do agronegócio e constitui promessa de pagamento em dinheiro. Emissor Somente companhias securitizadoras de direitos creditórios do agronegócio. Lastro Direitos creditórios originários de negócios realizados entre produtores rurais, ou suas cooperativas, e terceiros, inclusive financiamentos ou empréstimos, relacionados com a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na atividade agropecuária, conforme dispuser o Termo de Securitização. Garantia Poderá ter garantia flutuante, que lhe assegurará privilégio geral sobre o ativo do Emissor, mas não impedirá a negociação dos bens que compõem esse ativo. Poderá contar com instituição do Regime Fiduciário sobre os direitos creditórios do agronegócio. Regime Fiduciário Sistema que permite que os direitos creditórios do agronegócio de uma operação de CRA sejam destinados exclusivamente à remuneração dos títulos lastreados por estes créditos e às despesas e obrigações fiscais oriundas deste processo, mantendo-se apartados do patrimônio do Emissor até que se complete o resgate de todos os títulos da operação afetados por este benefício. Tais direitos creditórios não são passíveis de constituição de garantias ou de execução por quaisquer dos credores do Emissor de CRA, por mais privilegiados que sejam. Forma Escritural. Registro Em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. Classe São admitidos CRA de classe sênior, que possuem preferência para efeitos de amortização e resgate, e CRA que se subordinam aos de classe sênior para efeito de amortização e resgate. Taxa de Juros Fixa ou flutuante, admitida a capitalização. Atualização Monetária Índice de preços com série regularmente calculada e de conhecimento público. A atualização de valor é permitida desde que os títulos tenham prazo e periodicidade de reajuste mínimos de um ano. No entanto, é admitida a atualização mensal de valor, por índices de preço ou pelo índice de remuneração básica dos depósitos de poupança, se os títulos tiverem prazo de vencimento mínimo de 36 meses. CRA não podem ser indexados a moedas estrangeiras. Pagamento de Principal Normalmente através de amortizações periódicas mensais, não existindo exigência de intervalo mínimo entre os pagamentos periódicos. Outras periodicidades são permitidas, inclusive pagamento de uma única vez no vencimento. uqbar publicações 108 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Pagamento de Juros Normalmente através de pagamentos periódicos mensais, não existindo exigência de intervalo mínimo entre os pagamentos periódicos. Outras periodicidades são permitidas, inclusive pagamento de uma única vez no vencimento. Negociação Diretamente entre as partes para ofertas públicas com montante de captação não superior a R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais). Através de instituição financeira intermediária para montante de captação superior a esse valor. Transferência Através de registro do negócio efetuado em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. Liquidação Financeira CETIP. EMISSÕES A figura 47 mostra as emissões de CRA desde 2009 divididas por tipo de lastro e a figura 48 apresenta a composição das emissões de 2014 por tipo de segmento. O montante de emissões de CRA em 2014 dividido por faixa de prazo final de vencimento e por tipo de indexação são apresentados, respectivamente, nas figuras 49 e 50. Emissões de CRA por Tipo de Lastro – Montante (em R$ milhões) FIG. 47 27 774 1.602 Fonte: Uqbar 17 529 680 22 2009 0 29 123 51 24 99 0 207 76 2010 2011 2012 Crédito Corporativo Crédito Pulverizado 2013 2014 Outros uqbar publicações 109 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Composição das Emissões de CRA em 2014 por Tipo de Segmento (% do Montante Emitido) Fonte: Uqbar 48 FIG. 41,7 % 7,9 % Sucroalcooleiro Grãos Bovinos Fertilizantes 12,5 % 7,1 % 12,3 % 4,8 % Diversos Insumos Agrícolas Defensivos Agrícolas Fibras Frutas 11,2 % 2,5 % Emissões de CRA de 2014 por Faixa de Prazo Final (% do Montante Emitido) FIG. 49 Fonte: Uqbar 14,5 % 30,1 % 0 a 2 anos 6 a 8 anos 2 a 4 anos 8 a 10 anos 29,6 % 12,5 % 13,4 % 4 a 6 anos Emissões de CRA de 2014 por Indexador (% do Montante Emitido) FIG. 50 Fonte: Uqbar 84,8 % DI 12,1 % IPCA 3,1 % Pré Fixada uqbar publicações 110 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 EMISORES A tabela 11 mostra alguns dados sobre as Securitizadoras do Agronegócio que emitiram CRA em 2014. Os dados de capital social, número de ações integralizadas e principais acionistas foram obtidos nos arquivos “Formulário de Referência de 2014”, consultados no dia 13 de março de 2015. TAB. 11 Securitizadoras do Agronegócio que Emitiram CRA em 2014 Securitizadora Data de Constituição Data de Primeira Montante Emitido Emissão em 2014 (R$) Principais Acionistas Número e Tipo de Ações Integralizadas Capital Social (R$) EcoSec 02/03/2009 30/09/2009 192.719.000 Ecoagro Participações ON - 100.000 299.000 Gaia Agro 02/01/2012 23/01/2013 1.628.160.930 Gaia Agro Assessoria Financeira ON - 445.186 445.186 Octante 03/05/2010 02/05/2012 581.674.469 William Ismael Rozenbaum Trosman e Octante Gestão de Recursos ON - 134.889 134.889 Fonte: Uqbar REGISTROS Esta seção consolida dados de registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação (CETIP). São apresentados os montantes de ofertas públicas de CRA (Instrução CVM nº 400), as emissões de CRA por tipo de registro e o número de Securitizadoras do Agronegócio registradas junto à autarquia, assim como os registros de custódia e estoque de CRA junto à CETIP. CVM A figura 51 mostra o histórico anual dos registros de ofertas públicas de CRA desde 2012 e a figura 52 apresenta o montante emitido de CRA de 2014, dividido por tipo de registro. A figura 53 apresenta o número de Securitizadoras do Agronegócio registradas na CVM desde 1997. uqbar publicações 111 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ofertas Públicas de CRA FIG. Fonte: Uqbar 51 8 1.409 4 3 249 186 2012 2013 Montante Registrado (R$ milhões) 2014 Quantidade de Registros Emissões de CRA de 2014 por Tipo de Registro (% do Montante Emitido) FIG. 52 Fonte: Uqbar 60,5 % ICVM 400 34,4 % ICVM 476 5,1 % Colocação privada Número de Securitizadoras do Agronegócio Registradas na CVM FIG. 53 Fonte: Uqbar 4 3 2 1 2009 2 1 2010 2011 2012 2013 2014 uqbar publicações 112 As figuras 54 e 55 apresentam, respectivamente, a evolução histórica dos depósitos e do estoque de CRA registrados na CETIP. Depósitos de CRA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) FIG. 54 Fonte: CETIP 1.739 925 1 22 2008 2009 140 2010 212 164 2011 2012 Estoque de CRA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) 2013 2014 FIG. 55 Fonte: CETIP 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 Dez-08 Fev-09 Abr-09 Jun-09 Ago-09 Out-09 Dez-09 Fev-10 Abr-10 Jun-10 Ago-10 Out-10 Dez-10 Fev-11 Abr-11 Jun-11 Ago-11 Out-11 Dez-11 Fev-12 Abr-12 Jun-12 Ago-12 Out-12 Dez-12 Fev-13 Abr-13 Jun-13 Ago-13 Out-13 Dez-13 Fev-14 Abr-14 Jun-14 Ago-14 Out-14 Dez-14 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 CETIP uqbar publicações 113 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 MERCADO SECUNDÁRIO Na figura 56 é exibida a evolução histórica anual do volume de negócios de CRA que foram registrados na CETIP. Negociações de CRA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) FIG. 56 Fonte: CETIP 2.280 726 2 22 2008 2009 271 338 2010 2011 211 2012 2013 2014 uqbar publicações 114 CÉDULAS DE PRODUTO RURAL (CPR) Esta seção apresenta informações sobre a Cédula de Produto Rural (CPR). São apresentados, além do resumo dos principais termos e condições, dados relativos aos registros destes títulos na CETIP, como montantes anuais de negócios de CPR Financeira e a composição dos negócios de CPR Financeira nesta câmara. uqbar publicações TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Resumo dos Termos e Condições Descrição Instrumento representativo de promessa de entrega de produtos rurais, com ou sem garantia cedularmente constituída. É título líquido e certo, exigível pela quantidade e qualidade do produto nela previsto, ou se CPR com liquidação financeira, exigível, na data de seu vencimento, pelo resultado da multiplicação do preço pela quantidade do produto especificado. Permite ao produtor rural ou suas cooperativas obterem recursos para desenvolver sua produção ou empreendimento, com comercialização antecipada ou não. Emissor Produtor rural e suas associações, inclusive cooperativas. Garantia Poderá consistir em hipoteca, penhor ou alienação fiduciária. Forma Cartular ou escritural. Registro Para ter eficácia contra terceiros, deve ser inscrita no cartório de registro de imóveis do domicílio do emissor. Caso a garantia consista de hipoteca ou penhor, a CPR deverá também ser averbada na matrícula do imóvel hipotecado e no cartório de localização dos bens apenhados. Em caso de negociação do título em mercados de bolsa e balcão é obrigatório o registro da cédula em sistema de registro e de liquidação financeira, administrado por entidade autorizada pelo Banco Central do Brasil. Pagamento No vencimento, no caso de CPR com liquidação financeira. Negociação Diretamente entre as partes ou em mercados de bolsa e de balcão, neste caso sendo considerado um ativo financeiro. Transferência Na forma cartular, endosso; na forma escritural através dos registros das negociações em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. Liquidação Financeira CETIP. uqbar publicações 117 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 REGISTROS As figuras 57 e 58 apresentam, respectivamente, os montantes anuais de negócios de CPR financeira e a composição, por produto, dos negócios de CPR financeira na CETIP. Negociações de CPR Financeira na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) FIG. 57 Fonte: CETIP 1.016 858 606 339 254 232 218 120 120 2010 2011 55 2004 2005 2006 2007 2008 2009 124 2012 2013 Negócios de CPR Financeira na CETIP em 2014 por Produto (% do Montante) 2014 FIG. 58 Fonte: CETIP 51,0 % 1,6 % 21,3 % 1,4 % 10,8 % 0,4 % 8,2 % 0,3 % 4,7 % 0,3 % Café Soja Arroz Feijão Cana de Açucar Algodão Acácia Negra Madeira Milho Batata Madeira uqbar publicações 118 CERTIFICADOS DE DIREITOS CREDITÓRIOS DO AGRONEGÓCIO (CDCA) Esta seção apresenta informações sobre os Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA). São apresentados, além do resumo dos principais termos e condições, dados relativos aos registros destes títulos na CETIP, como montantes anuais de depósitos e negócios, assim como a evolução histórica do estoque dos certificados nesta câmara. uqbar publicações TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Resumo dos Termos e Condições Descrição Título de crédito nominativo, de livre negociação lastreado em créditos originados no agronegócio. Representa promessa de pagamento em dinheiro e constitui título executivo extrajudicial. Emissor Exclusivo de cooperativas de produtores rurais e de outras pessoas jurídicas que exerçam a atividade de comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos e insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na produção agropecuária. O emissor responde pela origem e autenticidade dos direitos creditórios que lastreiam os certificados. Lastro Direitos creditórios originários de negócios realizados entre produtores rurais, ou suas cooperativas, e terceiros, inclusive financiamentos ou empréstimos, relacionados com a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na atividade agropecuária. O CDCA confere direito de penhor sobre os direitos creditórios a ele vinculados, independentemente de convenção, os quais podem ser substituídos mediante acordo entre o emitente e o titular. A substituição dos direitos creditórios importará na extinção do penhor sobre os direitos substituídos, constituindo-se automaticamente novo penhor sobre os direitos creditórios dados em substituição. Os direitos creditórios utilizados como lastro dos CDCA devem ser (i) registrados em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco Central do Brasil; e (ii) custodiados em instituições financeiras ou outras instituições autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários a prestar serviço de custódia de valores mobiliários. Garantia Além do penhor, poderá contar com garantias reais ou fidejussórias, livremente negociadas entre as partes. Forma Cartular ou escritural. Registro No caso de emissão sob forma escritural, os títulos deverão ser registrados em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco Central do Brasil. Pagamento de Principal Através de pagamentos periódicos ou em parcela única no vencimento. Pagamento de Juros Através de pagamentos periódicos ou em parcela única no vencimento. Os juros podem ser capitalizados, calculados em base de taxa fixa ou flutuante. Negociação Diretamente entre as partes ou em mercados de bolsa e de balcão. Transferência Na forma cartular, endosso; na forma escritural através dos registros das negociações em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. Liquidação Financeira CETIP. uqbar publicações 120 As figuras 59, 60 e 61 apresentam, respectivamente, a evolução histórica dos depósitos, do estoque e dos negócios de CDCA registrados na CETIP. Depósitos de CDCA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) FIG. 59 Fonte: CETIP 2.246 1.549 1.628 1.427 1.498 1.122 947 757 473 28 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 FIG. 60 Estoque de CDCA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) Fonte: CETIP 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 Dez-05 Mar-06 Jun-06 Set-06 Dez-06 Mar-07 Jun-07 Set-07 Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10 Mar-11 Jun-11 Set-11 Dez-11 Mar-12 Jun-12 Set-12 Dez-12 Mar-13 Jun-13 Set-13 Dez-13 Mar-14 Jun-14 Set-14 Dez-14 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 REGISTROS Negociações de CDCA na CETIP – Evolução Histórica (em R$ milhões) FIG. 61 Fonte: CETIP 2.132 1.915 1.612 1.007 941 1.136 1.108 804 441 25 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 uqbar publicações 121 REGULAMENTAÇÃO E LEGISLAÇÃO Por Alexei Bonamin e Debora Seripierri, do Escritório TozziniFreire Advogados As opiniões expressas neste capítulo são as de seus autores e não necessariamente as da Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda. uqbar publicações TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 CERTIFICADO DE RECEBÍVEIS DO AGRONEGÓCIO: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS FUTURAS Em razão da abundância de riquezas naturais e de condições climáticas e geográficas favoráveis para o desenvolvimento do agronegócio existentes em diversas regiões do Brasil, é cada vez maior a necessidade de desenvolvimento de instrumentos capazes de fomentar o seu financiamento. Nesse contexto, em dezembro de 2004 por meio da Lei nº 11.076 foram criados novos títulos do agronegócio, dentre eles, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Os CRA são títulos de crédito nominativos, de livre negociação, emitidos exclusivamente por companhias securitizadoras registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e representativos de promessa de pagamento em dinheiro. Tais títulos são lastreados em direitos creditórios originários de negócios realizados por produtores rurais, suas cooperativas ou terceiros, inclusive financiamentos, empréstimos ou securitização, relacionados com a produção, comercialização, beneficiamento, processamento, transformação, armazenamento, logística, transporte, distribuição ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas, veículos e implementos utilizados na atividade agropecuária ou florestal, bem como seus subprodutos e resíduos de valor econômico. Na perspectiva dos participantes da cadeia produtiva do agronegócio, os CRA podem representar uma alternativa e/ou um complemento ao empréstimo de agentes financeiros e ao crédito rural. Por exemplo, tais participantes podem ceder os seus direitos creditórios para uma companhia securitizadora e assim antecipar recursos, sem que para isso tenha que assumir uma dívida como ocorre no crédito rural. A companhia securitizadora, por sua vez, ao adquirir os direitos creditórios de participantes da cadeia produtiva do agronegócio, emite CRA, lastreados em tais direitos creditórios, os quais serão oferecidos para investidores por meio de uma oferta pública, sendo em muitos casos, o primeiro ponto de contato de empresas do agronegócio com o mercado de capitais. Já para o público investidor, os CRA têm sido uma boa opção de investimento em razão da sua rentabilidade e do incentivo fiscal por meio da isenção do Imposto de Renda (IR) com relação ao rendimento dos CRA para as pessoas físicas que o adquirem. A primeira operação registrada na CVM envolvendo uma oferta pública de CRA foi realizada em 2012 pela Octante Securitizadora, que emitiu CRA lastreado em direitos creditórios do agronegócio de distribuidores de soja clientes da Syngenta. A operação, que contou com a Bunge como titular de CRA Subordinados, captou R$85,5 milhões e teve uma demanda de 170,0% para a compra do papel. Os CRA foram ofertados no mercado com uma remuneração de 109,0% do CDI, um prazo de 23 meses, e atraíram 211 investidores pessoas físicas que investiram no mínimo R$300 mil. uqbar publicações 124 TÍTULOS DO AGRONEGÓCIO ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Desde então, as ofertas de CRA têm demonstrado forte crescimento. Os setores de soja, fertilizantes, insumos e defensivos agrícolas e sucroalcooleiros foram os pioneiros a se beneficiarem dos CRA. Atualmente, os setores de laranja, celulose, café, algodão e carne apresentam grande potencial a ser explorado. De acordo com os dados da CETIP, o volume de CRA registrados na CETIP saltou 217,0% em 24 meses, para R$1,12 bilhão em setembro de 2014. Em outubro de 2014, apenas um mês após a divulgação desses dados pela CETIP, foi liquidada a maior operação de emissão de CRA até então, no valor de R$675,0 milhões. Os CRA foram emitidos pela Gaia Agro Securitizadora, em duas séries, com lastro em direitos creditórios do agronegócio da Raízen e oferecidos no mercado com uma remuneração de 100,0% do CDI para a primeira série e de IPCA acrescido de um spread de 5,69% para a segunda série, com vencimento em 2019 e 2021, respectivamente. O papel, que foi registrado na CETIP e na BM&FBOVESPA, possuiu formador de mercado, conseguindo, assim, uma grande diversificação de investidores, atingindo, dentre outros, 2.000 pessoas físicas que investiram no mínimo R$1 mil. Posteriormente, em meados de janeiro de 2015, a CETIP divulgava o volume de R$2,13 bilhões de CRA registrados em seu sistema. Diferentemente das primeiras ofertas de CRA registradas na CVM, nas quais se verificava uma pulverização dos devedores dos direitos creditórios lastro dos CRA, como no caso dos CRA envolvendo os distribuidores de soja clientes da Syngenta, atualmente temos visto um aumento dos chamados CRA corporativos, nos quais os direitos creditórios são devidos por uma única empresa, como no caso dos CRA envolvendo a Raízen. Não foi apenas em números que os CRA apresentaram avanços. No campo jurídico foram objeto de discussões na CVM no âmbito do Processo CVM/RJ2013/5929 por meio do qual a CVM analisou e decidiu a favor de uma estrutura de revolvência dos lastros indiretos dos CRA, ou seja, os lastros de Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio – CDCA e de Cédulas de Produto Rural Financeiras – CPRF que por sua vez seriam vinculados aos CRA. A revolvência dos lastros diretos dos CRA também foi analisada e admitida pela CVM por meio do Processo CVM/RJ2013/8860. Ambas as decisões da CVM ganharam forte repercussão no mercado, incentivando novas operações com CRA revolventes. Por fim, é importante destacar que diante do crescimento e da consequente sofisticação das operações de CRA o mercado tem discutido a necessidade de aperfeiçoamento da Lei n° 11.076 no que tange aos requisitos dos CRA, bem como da criação pela CVM de regulamentação específica para ofertas públicas de CRA a fim de aprimorar o arcabouço regulatório e fomentar cada vez mais o financiamento do agronegócio por meio do mercado de capitais. uqbar publicações 125 4 RANKINGS DE 2014 Este capítulo apresenta uma série de rankings divididos por tipo de entidade emissora: Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), Companhias Securitizadoras de Créditos Imobiliários (CSCI ou Securitizadoras Imobiliárias) e Companhias Securitizadoras de Direitos Creditórios do Agronegócio (Securitizadoras do Agronegócio). Para cada um destes grupos são apresentados rankings para as categorias Emissões, Emissores e Terceiros. Sempre que possível ou apropriado, cada ranking é calculado: n tendo como base o montante, em R$, e o número de operações ou títulos; n para o ano de 2014 e de forma consolidada; n com as alterações nas posições comparativamente ao ranking do ano anterior. uqbar publicações RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 INTRODUÇÃO Conforme discorrido ao longo desta publicação, o aumento das emissões de cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) se fundamentou principalmente nas realizadas por fundos abertos, de forma que grande parte dessas emissões não refletiu necessariamente em aumento de Patrimônio Líquido (PL) da indústria, uma vez que estes fundos também registraram um elevado montante de resgates. Ao mesmo tempo, vários fundos foram liquidados ao longo do último ano e, consequentemente, mesmo com os novos fundos, o PL consolidado dos FIDC manteve-se no mesmo patamar. Entretanto, com relação aos participantes do mercado, houve mudanças. Em alguns casos ocorreram trocas ou retomadas da liderança, em outros, o líder viu sua supremacia diminuir, seja pelo aumento da atividade dos concorrentes tradicionais ou pelo surgimento de novos participantes. Por outro lado, o mercado de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) saiu de seu estado latente. O montante emitido destes títulos em 2014 superou todo o histórico de anos anteriores e as variações estruturais nas operações se viram recorrentes, sinais de um mercado em expansão. No entanto, este mercado ainda carece de um marco regulamentar próprio, uma vez que utiliza emprestada a regulamentação dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Devido ao estágio de desenvolvimento já alcançado, a partir desta edição do Anuário os Rankings Uqbar para o mercado de CRA passam a ser elaborados, assim como ocorre nos outros mercados, também no formato anual. Vale também destacar que os Rankings de assessores jurídicos destas operações já incorporam a mudança no critério de ordenação dos participantes deste segmento, divulgadas recentemente no Anuário Uqbar 2015: Securitização e Financiamento Imobiliário. Logo, assessores jurídicos de compradores e vendedores dos direitos creditórios participam da mesma forma que escritórios que atuam como deal counsel ou para o coordenador líder de uma oferta pública de CRA. Além disso, tendo em vista que neste mercado muitas vezes o originador dos direitos creditórios do agronegócio não os cede através de um contrato de cessão mas o faz, de forma indireta, através da emissão de um título de crédito lastreado nestes ativos, os escritórios que assessoraram o originador dos créditos emissor destes títulos também são qualificados a participar destes Rankings. 1 A seguir é apresentada uma descrição das maiores operações realizadas em 2014 nos mercados de FIDC e de CRA e das principais movimentações e desempenhos de participantes que compõem os Rankings Uqbar para estes mercados. A análise das principais operações e os Rankings Uqbar para o mercado de CRI encontram-se no Anuário Uqbar 2015: Securitização e Financiamento Imobiliário. 1 Consistente com os dados apresentados nos demais capítulos deste Anuário, os valores referentes ao FIDC do Sistema Petrobras NP não foram considerados. uqbar publicações 128 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS Emissões Conforme já abordado neste anuário, mais especificamente no capítulo referente aos títulos gerais, as emissões de cotas dos FIDC constituídos sob a forma de condomínio aberto predominaram em 2014. Com efeito, a dominância das emissões deste tipo de fundo se repetiu no conjunto das dez maiores emissões do ano. As cinco maiores emissões de 2014 foram realizadas por FIDC abertos. A maior delas foi, por mais um ano, a das cotas sênior do FIDC For-Te, no valor de R$5,18 bilhões, o que corresponde a 19,5% do total emitido no mercado. Este fundo investe em recebíveis comerciais selecionados pela Telefônica Factoring do Brasil, representados por duplicatas cedidas por empresas dos segmentos comercial e de prestação de serviços, fornecedores do grupo Telefônica. Apesar do elevado volume referente às maiores emissões, o Patrimônio Líquido dos fundos não se incrementou na mesma ordem de grandeza. Isso ocorreu porque se tratam de fundos abertos, ou seja, respeitadas as condições do regulamento do fundo, emissão e resgate de cotas são permitidos a qualquer momento. O fato de que nenhum desses cinco fundos registrou aumento de PL superior a 15,0% no último ano ilustra bem o efeito do movimento de resgate de cotas. A maior emissão de cotas de um FIDC fechado no último ano foi a do Brasil Óleo e Gás Exclusive, fundo que é lastreado exclusivamente nas debêntures da 4ª emissão da Petrobras. Iniciado no ano passado, captou R$790,7 milhões em cotas de classe única, equivalente a 3,0% do total emitido no mercado. Emissores Ao se mudar o critério de classificação do total de emissões por cota para o total de emissões por fundo, constata-se a presença dos mesmos FIDC abertos nas cinco primeiras colocações. Por este critério, o FIDC For-Te ocupou a primeira posição com emissões que somaram R$5,29 bilhões (19,9% do total). Em seguida se posicionaram o FIDC Caterpillar do Segmento Industrial II, com R$3,37 bilhões (12,7%), e o FIDC VID Indústria, com R$2,39 bilhões (9,0%). O FIDC Caterpillar do Segmento Industrial II investe em recebíveis comerciais representados por contratos de compra e venda cedidos pela Caterpillar Brasil, empresa produtora de máquinas e equipamentos. Por sua vez, o FIDC VID Indústria investe em direitos creditórios originados de operações performadas de venda mercantil dos segmentos comercial e industrial ou prestação de serviços cedidos por empresas do grupo Votorantim. uqbar publicações 129 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Tomando-se como critério o valor de PL, assim como havia ocorrido nos dois últimos anos, em 2014 houve movimentação no sentido de redução de concentração da participação conjunta dos dez maiores fundos do mercado. Em dezembro de 2013 os dez maiores FIDC representavam 29,2% do PL consolidado enquanto, no final de 2014, este mesmo indicador equivalia a 24,2%. O maior PL individual no final de 2014 correspondia ao do FIDC GM Venda de Veículos, com R$2,32 bilhões. Este fundo investe em recebíveis oriundos de operações de financiamento de veículos cedidos pela General Motors do Brasil. Na sequência se posicionaram os fundos For-Te e Crédito Corporativo Brasil, com PL de R$2,00 bilhões e R$1,50 bilhão, respectivamente. O regulamento do FIDC Crédito Corporativo Brasil permite o investimento, dentre outros tipos de ativos, em debêntures e Cédulas de Crédito Bancário que caracterizem empréstimos corporativos. Dentre os fundos iniciados em 2014, o FIDC com maior PL no final do ano era o Brasil Óleo e Gás Exclusive, com R$800,7 milhões. Terceiros Administradores O mercado de administradores de FIDC não apresentou grandes mudanças de 2013 para 2014, no entanto, as que ocorreram envolveram os maiores participantes do mercado. Resumidamente, a Oliveira Trust DTVM desbancou a BEM DTVM da liderança do ranking anual por montante de PL e a SOCOPA retomou a liderança, ultrapassando a PETRA, quando o Ranking anual é ordenado pelo número de fundos. A análise a seguir pormenoriza essas mudanças. Historicamente líder do ranking anual por montante de PL, aquele que considera apenas os fundos que se iniciaram no ano, a BEM DTVM ocupou a segunda posição em 2014. Os cinco fundos que iniciaram no ano passado para os quais a companhia foi contratada detinham PL de R$1,35 bilhão (19,0%) em dezembro. Por sua vez, a Oliveira Trust DTVM conquistou duas posições, chegando ao ápice do ranking em função de dez novos FIDC que somavam PL de R$1,90 bilhão (26,7%) no último mês do ano. No entanto, o desempenho de 2014 da Oliveira Trust DTVM não foi suficiente para ela alcançar o topo do ranking consolidado por montante de PL. Porém, possibilitou a conquista da vice-liderança, deixando a Caixa Econômica Federal em terceiro lugar com PL consolidado de R$4,77 bilhões (8,9%). Os 41 fundos administrados pela Oliveira Trust DTVM ao final do ano passado somavam PL de R$7,02 bilhões (13,2%), o que representa um aumento de 3,5 pontos percentuais de participação. Por fim, a líder BEM DTVM, que perdeu 3,3 pontos percentuais uqbar publicações 130 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 de fatia de mercado, encerrou o ano com 35 fundos sob sua administração, os quais possuíam PL consolidado de R$12,13 bilhões (22,7%). Uma parte dessa perda de participação advém do fato de que onze FIDC que eram administrados pela empresa foram liquidados ao longo do ano passado. Após liderar o ranking anual de administradores por número de fundos por três anos consecutivos, e depois ter perdido essa liderança para a PETRA em 2013, a SOCOPA retomou o posto, deixando a concorrente em segundo lugar. A SOCOPA foi contratada como administrador de 28 (30,1%) dos FIDC iniciados em 2014 e a PETRA para 26 (28,0%). Este desempenho fez com que ambas as instituições aumentassem a participação de mercado no consolidado. A SOCOPA elevou sua participação em 6,0 pontos percentuais, enquanto que a PETRA viu seu número aumentar 3,7 pontos percentuais. A SOCOPA encerrou 2014 administrando 105 fundos (24,3%), que totalizavam PL de R$3,80 bilhões, e a PETRA com 86 fundos, (19,9%) que somavam R$4,30 bilhões. Outro ponto que fortaleceu a liderança mantida pela SOCOPA foi o fato de que a corretora ganhou seis mandatos de fundos que estavam sob responsabilidade dos concorrentes. Advogados Novos participantes, um bom número de mudanças nas primeiras colocações e uma redução nos níveis de concentração marcaram o ano de 2014 para o mercado de assessoria jurídica de FIDC. O escritório Vaz, Barreto, Shingaki & Oioli Advogados, que havia ocupado a quarta posição dois anos antes, saltou para a primeira posição no ranking por montante emitido. O escritório assessorou operações envolvendo quatro fundos que emitiram um total de R$1,19 bilhão (27,0%) em cotas. Quando os participantes são ordenados por número de operações, a liderança ficou com o escritório Peixoto Neto Sociedade de Advogados, que assessorou operações com 14 FIDC que entraram em funcionamento em 2014 (36,8%), conquistando uma posição em relação ao ranking de 2013. Após alguns anos sem figurar nos Rankings Uqbar para o mercado de FIDC, o escritório Pinheiro Neto Advogados foi o vice-líder nos rankings de montante e número de operações de 2014. Os cinco fundos (13,2%) assessorados por estes advogados captaram um total de R$905,6 milhões (20,5%) no ano passado. Empatados em terceiro lugar do ranking por montante emitido ficaram os escritórios Galdino, Coelho, Mendes, Carneiro Advogados e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, que obtiveram participação de 13,6%, referente a R$602,0 milhões de montante emitido. Já o escritório Vaz, Barreto, Shingaki & Oioli Advogados obteve o terceiro lugar no ranking por número de operações, com participação de 10,5%, referente a quatro assessorias jurídicas prestadas. uqbar publicações 131 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Outros onze participantes marcaram presença nos rankings de 2014. Dentre eles estão quatro novos escritórios que passaram a fazer parte pela primeira vez dos Rankings Uqbar para o mercado de FIDC: Antonio Miguel Aith Neto Sociedade de Advogados, Ecclissato, Fleury, Caverni e Albino Neto – Advogados, TNADV - Timoner e Novaes Advogados, e Veirano Advogados. O já citado escritório Galdino, Coelho, Mendes, Carneiro Advogados, terceiro colocado no ranking por montante emitido, também estreou nos Rankings Uqbar em 2014. Como consequência, o mercado de advogados de FIDC viu seus indicadores de concentração de mercado se reduzirem quando o critério é montante emitido. Em 2014, as cinco e dez primeiras posições deste ranking anual representavam 81,9 % e 97,3% do total, respectivamente. Estes mesmos indicadores para o ano de 2013 eram 93,0% e 99,2%. Agências de Classificação de Risco Com exceção do ranking anual por número de títulos classificados, o mercado de agências de classificação de risco em 2014 não apresentou grandes mudanças quando comparado com o ano anterior. A Austin posicionou-se na primeira colocação deste ranking, alcançando 35,9% de participação de mercado. Com 52 classificações (o mesmo número de 2013), a agência logrou uma posição em relação a 2013 e viu sua fatia de mercado avançar seis pontos percentuais. Repetindo o bom desempenho de 2013, a Liberum foi a segunda colocada, ao atribuir classificações para 44 cotas de FIDC, equivalente a 30,3% do total. Esta agência também saltou uma posição, uma vez que no ano anterior havia se situado na terceira posição, com participação de 26,4%. A S&P, que havia liderado o ranking anterior, caiu para a terceira posição, com 33 cotas classificadas (22,8%) e perda de 7,7 pontos percentuais de participação. Apesar do aumento das participações das duas primeiras colocadas, o ranking consolidado permanece inalterado em termos de posições: S&P em primeiro com 34,5%; Austin em segundo com 30,0%; Fitch em terceiro com 13,1%; e Liberum em quarto com 11,7%. Nos rankings ordenados por montante classificado não houve mudanças relevantes. A S&P liderou os dois rankings. Em 2014 a empresa atribuiu nota para cotas de FIDC em montante equivalente a R$3,05 bilhões (32,7%), chegando assim a um montante consolidado, desde 2002, de R$42,05 bilhões (38,6%). uqbar publicações 132 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Auditores O mercado de auditores de FIDC em 2014 foi novamente marcado pela perda de participação de mercado da KPMG Auditores Independentes (KPMG). A empresa de auditoria, que continua na liderança dos rankings consolidados, perdeu a liderança histórica que detinha nos rankings anuais. PricewaterhouseCoopers (PwC) e Baker Tilly Brasil (Baker Tilly) foram as responsáveis pela quebra desta hegemonia. Durante o ano, a PwC ganhou mandatos de seis fundos que iniciaram suas operações no último ano, sendo que juntos estes FIDC somavam um montante de PL de R$2,13 bilhões (37,9%) em dezembro de 2014. Com este desempenho a PwC desbancou a antiga líder, que ficou com o segundo lugar, com uma participação de 23,8%. Já a Baker Tilly foi contratada para prestar serviço de auditoria externa para 24 novos fundos, o que representa 35,3% do total, deixando a KPMG também com o segundo posto neste ranking (19,1%). Apesar do declínio de sua fatia de mercado no consolidado, no final de 2014 a posição de liderança da KPMG nos rankings consolidados ainda era confortável. Naquela data, a empresa era responsável pela auditoria de 163 fundos (40,1%) que, juntos, somavam R$24,16 bilhões (46,6%) em PL. Ainda em termos consolidados, a Baker Tilly aumentou sua participação 5,7 pontos percentuais no ranking por número de operações, chegando a 23,9% do mercado, referente a 97 fundos. A PwC, a seu turno, incrementou sua participação em 3,6 pontos percentuais no ranking por montante de PL, alcançando a cifra de R$9,13 bilhões, ou 17,6% do total. Custodiantes Como discutido na edição do anuário publicado no ano passado, o segmento de custodia de FIDC foi o que sofreu mais impacto com o advento da ICVM 531. Apesar de o prazo para os fundos se adequarem à nova instrução -desde que não houvesse nova oferta pública- se encerrasse apenas em fevereiro de 2014, muitos fundos adaptaram seus regulamentos e alteraram o prestador de serviço de custódia ainda em 2013. No total, 27 FIDC trocaram de custodiante naquele ano. Pois este movimento observado em 2013 persistiu durante o ano passado, embora em intensidade menor. No total 15 FIDC trocaram de custodiante em 2014. A Citibank DTVM e o Santander foram as instituições que mais perderam mandatos de fundos que estavam sob sua custódia para outro participante. A Citibank DTVM deixou de ser custodiante de seis FIDC, enquanto o Santander deixou a custódia de cinco. Outros quatro participantes perderam um mandato cada para a concorrência. Em relação aos ganhos de mandatos, o Santander também se destacou, sendo a empresa que assumiu a custodia do maior número de fundos que estavam anteriormente com os concorrentes, três ao uqbar publicações 133 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 longo do ano de 2014. Banco Paulista, Banco PETRA e Banco Modal ganharam dois mandatos cada e outras três instituições ganharam apenas um mandato cada. Pelo critério do montante de PL, o Banco Bradesco, apesar da liderança conquistada no ranking anual -o qual considera apenas os novos fundos de 2014- teve sua participação no ranking consolidado -que considera todos os fundos em atividade- reduzida em 10,4 pontos percentuais, de 40,1% para 29,7%. Esta, que foi a maior queda de participação, pode ser explicada, principalmente, por dois fatores: o reduzido incremento de PL referente aos fundos iniciados no último ano, que alcançou R$1,74 bilhão, o que representa apenas 24,4% do PL total dos novos fundos (proporção muito abaixo da participação do banco no consolidado); e a quantidade de fundos liquidados no período, 16 no total, o maior número entre todos os participantes. Ainda no ranking consolidado por montante de PL, mais alguns movimentos merecem nota. A Citibank DTVM e o Santander alternaram de posições. Ao final de 2014 a Citibank DTVM ocupava a segunda posição, com PL de R$7,18 bilhões (13,5%) e o Santander a terceira, com R$6,71 bilhões (12,6%). Deutsche Bank (R$5,43 bilhões – 10,2%) e Banco Paulista (R$5,20 bilhões – 9,8%) avançaram uma posição, passando para a quarta e quinta posições, respectivamente. Finalmente, por mais um ano o Itaú Unibanco (R$4,77 bilhões – 8,9%) perdeu duas posições neste ranking. Em 2012 o banco era o segundo colocado, passou para quarto em 2013 e terminou 2014 na sexta posição. Em termos de quantidade de fundos, Banco Paulista e Banco PETRA foram os mais contratados para prestar o serviço de custódia nos fundos iniciados no último ano. O Banco Paulista foi contratado em 36 ocasiões (38,7%) e o Banco PETRA em outras 26 (28,0%), números muito superiores ao obtido pelo terceiro colocado do ranking anual por número de operações, o Banco Bradesco, com seis fundos (6,5%). O incremento de novos FIDC conquistados pelo Banco PETRA e o já citado grande número de fundos liquidados que eram custodiados pelo Banco Bradesco acarretaram na assunção da segunda posição pelo Banco PETRA no ranking consolidado por número de fundos, deixando o Banco Bradesco na terceira posição. Em dezembro de 2014, o Banco PETRA possuía 76 fundos (17,6%) sob sua custódia, ao passo que o Banco Bradesco possuía 52 fundos (12,0%). A liderança deste ranking foi mantida pelo Banco Paulista, com a custódia dos ativos de 138 FIDC (31,9%). uqbar publicações 134 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Estruturadores Historicamente dominado pelo Banco PETRA e pela Tercon Consultoria Empresarial, o ranking por número de operações em 2014 contou com a presença da Ouro Preto Capital Consultoria, que estruturou 13 FIDC que entraram em operação no último ano. O novo estruturador conquistou a segunda posição e participação de 21,0%. Contudo, o Banco PETRA liderou este ranking com folga por mais um ano. O banco estruturou o dobro de fundos (26) do segundo colocado, equivalente a 41,9% do total. A Tercon Consultoria Empresarial, por sua vez, ocupou a terceira posição, com 10 fundos (16,1%). A empresa de consultoria, que havia perdido grande fatia de mercado em 2013, reconquistou 10,8 pontos percentuais no último ano. Cada uma das demais dez empresas destes rankings estruturaram, no máximo, dois fundos. Alternando o foco para o critério de montante emitido, a liderança foi conquistada pelo Banco J.P. Morgan. Esta posição foi alcançada com a estruturação de apenas um fundo, o FIDC Brasil Óleo e Gás Exclusive, que emitiu R$790,7 milhões (30,5%) durante o ano. O Banco PETRA ficou com a vice-liderança, com R$347,3 milhões (13,4%). Gestores O ano de 2014 registrou a superação da marca centenária de número de gestores atuantes no mercado de FIDC. Ao final do ano passado, 101 empresas faziam a gestão de 432 fundos. Em termos de concentração, o que se observou foram movimentos em sentido contrário, dependendo do tipo de ranking analisado. O indicador de participação de mercado dos dez maiores gestores caiu de 2013 para 2014 quando se olha para os rankings ordenados por montante de PL, porém, se eleva quando o foco é o número de operações. Nos rankings anuais, por montante de PL e por número de operações, os líderes de 2013 mantiveram suas posições. A Bram Bradesco Asset Management DTVM conquistou 17,9% do PL (R$1,27 bilhão) dos novos fundos, e a PETRA foi contratada para ser gestor de 24,7% (23 fundos). Consequentemente, ambas as empresas também mantiveram a liderança nos rankings consolidados, com participação de 14,8%. Em dezembro de 2014, o PL consolidado dos 18 FIDC geridos pela Bram Bradesco Asset Management DTVM somava R$7,89 bilhões, e os 64 fundos sob gestão da PETRA totalizavam PL de R$2,27 bilhões. Com relação ao ranking consolidado por montante de PL, a Oliveira Trust aumentou sua fatia de mercado em 1,4 ponto percentual, passando da quarta posição ao final de 2013 para a segunda posição em 2014. O PL dos fundos sob gestão da companhia somava R$4,40 bilhões (8,2%), divididos entre 27 fundos. A Oliveira Trust ultrapassou a Integral Investimentos (R$3,73 bilhões – 7,0%), que caiu de segundo para terceiro, e a Votorantim Asset Management uqbar publicações 135 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 DTVM (R$2,85 bilhões – 5,3%), que caiu de terceiro para quinto. O BTG Pactual (R$2,89 bilhões – 5,4%), por sua vez, também melhorou seu posicionamento, passando da quinta para a quarta colocação. Quando os gestores são classificados pelo maior número de fundos sob gestão em dezembro de 2014, a mudança mais relevante é o salto da Ouro Preto Gestão de Recursos da décima primeira posição em 2013 para a quarta posição em 2014. A gestora de recursos, que foi a vice-líder do ranking anual com 13 novos fundos (14,0%), terminou o último ano com 21 FIDC (4,9%) sob sua 2 gestão. Repetindo o resultado de dois anos atrás, J & M Investimentos e Oliveira Trust mantiveram-se como segundo e terceiro colocados, respectivamente, no ranking consolidado de 2014 por número de operações. A J & M Investimentos terminou 2014 com a gestão de 50 fundos (11,6%), os quais somavam PL de R$1,46 bilhão. Já a Oliveira Trust possuía a responsabilidade de gerir 27 FIDC (6,3%) que totalizavam PL de R$4,40 bilhões. Líderes de Distribuição Por mais um ano, o ranking referente ao mercado de líderes de distribuição de cotas de FIDC apresentou elevada variação nas posições dos participantes. A menor das variações foi a dos líderes em ambos os rankings de 2013 elaborados para este segmento, que, em 2014, caíram para a segunda colocação de cada ranking. O Banco Itaú BBA, primeiro colocado em 2013, distribuiu R$420,0 milhões em cotas de FIDC em 2014, que representa 13,8% do total colocado sob o regime da ICVM 400, ocupando desta forma a segunda posição do ranking por montante emitido. O banco de investimento foi superado pelo Banco Ourinvest, que registrou participação de 32,7% ao distribuir R$994,5 milhões em cotas de FIDC no último ano. Já no ranking por número de títulos colocados, a Citibank DTVM, líder de 2013, foi ultrapassada pela PETRA Personal Trader CTVM em 2014. Com a colocação de oito cotas de FIDC junto a investidores, a PETRA Personal Trader CTVM foi a primeira colocada no ranking de 2014 por número de títulos, com participação de 19,5%. A Citibank DTVM, por sua vez, ficou com a segunda colocação em função da distribuição de cinco títulos, o que equivale a 12,2% do total. Nas demais posições, como já dito anteriormente, as mudanças foram intensas. Como exemplo, podem ser citados os participantes que auferiram os maiores ganhos de posições: no ranking por montante, a Gradual CTVM ganhou doze posições, saindo da décima-quinta posição em 2013 para a terceira em 2014; e no ranking por número de títulos, a SOCOPA ganhou 15 posições, saindo da décima-nona para a quarta colocação. 2 Em janeiro de 2015, a J & M Investimentos foi comprada pelos sócios da Tercon Consultoria Empresarial, passando a se chamar Tercon Asset Management. uqbar publicações 136 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 SECURITIZADORA DO AGRONEGÓCIO Emissões O movimento de expansão do mercado de CRA no último ano é notório quando se analisa o montante referente às emissões de títulos realizadas. Ao longo de 2014 o volume emitido em CRA alcançou a expressiva marca de R$2,40 bilhões, crescimento de 97,2% em relação ao montante de 2013. Naquele ano havia sido emitido R$1,22 bilhão em CRA. Se comparado com os números históricos deste mercado, desde seu início em 2009, a quantia registrada em 2014 supera em 29,9% todo o montante emitido nos anos anteriores, de R$1,85 bilhão. No entanto, não houve crescimento em termos de número de operações de CRA realizadas no último ano. Tanto em 2013 como em 2014 foram realizadas 22 operações, consequentemente houve expressivo aumento do montante médio por emissão. Um CRA emitido pela Gaia Agro, a 1ª série da 10ª emissão, além de ter sido a maior emissão ocorrida em 2014, foi também a maior em termos consolidados desde 2009. Com a emissão deste título foram captados, através de uma oferta pública ampla (ICVM 414), R$573,0 milhões. Vinculado a este título há também a 2ª série da 10ª emissão, com a qual foram captados mais R$102,0 milhões. Não há subordinação entre as séries, sendo ambas de classe única, com seus lastros apartados entre si em regimes fiduciários distintos, compostos, cada um, por Cédulas de Produto Rural Financeiras (CPR-F) que foram emitidas pela Raízen (devedora do lastro da operação), empresa do setor sucroalcooleiro. A 1ª série da 10ª emissão recebeu a classificação de risco “Aaa.br” da Moody’s, vence em dezembro de 2021, e sua remuneração corresponde à 100,0% da taxa DI. Esta emissão de CRA da Gaia Agro desbancou a 53ª série da 1ª emissão da EcoSec (R$399,9 milhões) do posto de maior emissão da história do mercado. Emitido em 2013, este CRA da EcoSec é lastreado por um Certificado de Depósito de Créditos do Agronegócio (CDCA) emitido pela Odebrecht Agroindustrial Participações que, por sua vez, possui seu lastro composto por duas CPR-F emitidas pela Rio Claro Agroindustrial e pela Agro Energia Santa Luzia. Além de responder pela emissão recordista, a Gaia Agro foi também a emissora dos outros dois maiores CRA emitidos de 2014. Com a 1ª série da 13ª emissão da companhia, distribuída publicamente com esforços restritos (ICVM 476), foram captados R$300,0 milhões, e com a 1ª série da 3ª emissão, distribuída junto ao público amplo (ICVM 414), foram captados R$270,0 milhões. A primeira é lastreada em CPR-F emitidas pela BRPEC Agropecuária. Os títulos, que não foram objeto de classificação de risco, vencem em dezembro de 2024, e sua remuneração corresponde a 100,0% uqbar publicações 137 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 da taxa DI. A segunda é lastreada em debêntures emitidas pela Coteminas, que utilizou os recursos obtidos exclusivamente para a aquisição de algodão para beneficiamento e industrialização, necessário para a continuidade das atividades da empresa durante os anos de 2014 e 2015. Os títulos, que não foram objeto de classificação de risco, vencem em junho de 2017, e sua remuneração corresponde a 110,0% da taxa DI. Emissores Ao final de 2014, 13 companhias securitizadoras estavam autorizadas pela CVM a emitir CRA, porém, apenas quatro já realizaram emissões desses títulos: Brasil AgroSec, EcoSec, Gaia Agro e Octante. Contudo, a primeira desta lista não realizou emissões no último ano. Dentre as três securitizadoras que realizaram emissões em 2014, a Gaia Agro se destaca, tendo emitido R$1,62 bilhão através de nove operações, quantia que corresponde a 67,8% do total no ano. Como já visto neste capítulo, a securitizadora foi responsável pelas três maiores emissões do ano. Além disso, ao se ampliar o foco para as dez maiores emissões de 2014, percebe-se que outras três emissões da companhia pertencem a este conjunto. A Gaia Agro é a mais nova das Securitizadoras do Agronegócio atuantes no mercado: foi a última a ser registrada na CVM e a realizar sua primeira emissão de CRA, em janeiro de 2012 e de 2013. Quando se soma o montante emitido pela securitizadora em 2014 ao de 2013, totaliza-se R$1,91 bilhão em CRA emitidos, o maior volume emitido por uma Securitizadora do Agronegócio desde o início do mercado, equivalente a 44,8% do total. O único ranking de emissores de CRA que não é liderado pela Gaia Agro é o de número de operações realizadas desde 2009, no qual a mesma ocupa a terceira posição, com 12 operações realizadas, ou 25,0% do total. Quando as securitizadoras são ordenadas por número de operações, a EcoSec lidera o ranking consolidado. Esta securitizadora foi a pioneira em emissões de CRA e até o fim do ano passado já havia realizado 20 operações, ou 41,7% do total. Ainda em termos consolidados, a EcoSec ocupou a segunda colocação do ranking por montante emitido, com R$1,29 bilhão (30,2%). Entretanto, em 2014, entre as três securitizadoras que emitiram CRA, esta companhia foi a que menos realizou operações, seis (27,3%), e a que teve o menor montante emitido, R$192,7 milhões (8,0%). A maior destas operações, lastreada em CPR-F emitidas por produtores de soja, compreende a 62ª (CRA Sênior) e a 63ª séries (CRA Subordinado) da 1ª emissão, totalizando R$150,0 milhões. O CRA Sênior, que não possui classificação de risco, tem remuneração de IPCA + 8,0% a.a. e vencimento esperado para maio de 2022. uqbar publicações 138 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 A Octante, a seu turno, respondeu pelo segundo maior montante emitido em 2014. Foram R$581,7 milhões, divididos em sete operações, o que representa 24,2% e 31,8% do total, respectivamente. Destaque para a operação envolvendo a 26ª (CRA Sênior) e a 27ª (CRA Subordinado) séries da 1ª emissão, que totalizou R$198,2 milhões. A operação tem lastro formado por uma carteira de direitos creditórios originados em operações de vendas realizadas pela Syngenta a produtores rurais e distribuidores. O CRA Sênior conta com classificação de risco “AAA” atribuída pela S&P, remuneração de DI + 0,21% a.a. e vencimento esperado para fevereiro de 2017. Em termos consolidados, a Octante já realizou 13 operações (27,1%), que totalizaram R$982,9 milhões (23,1%). Terceiros Advogados Seis escritórios participaram nas operações de CRA realizadas no último ano, de acordo com os critérios utilizados para estes rankings. O escritório Pinheiro Guimarães Advogados alcançou a liderança do ranking por montante emitido ao assessorar os coordenadores da maior operação do ano, R$675,0 milhões (33,8%). Por sua vez, o escritório TozziniFreire Advogados liderou o ranking por número de operações ao participar como assessor jurídico de seis operações (35,3%). O segundo lugar do ranking por montante emitido ficou com o escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, com R$584,3 milhões (29,3%), enquanto o escritório TozziniFreire Advogados ficou com a terceira posição com R$366,4 milhões (18,4%). Na sequência, com R$ 181,0 milhões (9,1%) e R$158,6 milhões (7,9%), ficaram os escritórios Demarest Advogados e Pinheiro Neto Advogados, respectivamente. Por fim, o escritório PMKA Advogados posicionou-se com R$30,4 milhões (1,5%). Quando ordenados por número de operações realizadas, o escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e o escritório Pinheiro Neto Advogados ficaram com a segunda e a terceira posições, respectivamente. Ambos assessoraram três operações (17,6%), mas foram ordenados dessa maneira pelo critério de desempate que é o montante emitido. Da quarta à sexta colocações se posicionaram os escritórios Demarest Advogados e PMKA Advogados, cada um com duas operações (11,8%), e o escritório Pinheiro Guimarães Advogados, com a assessoria da operação anteriormente citada (5,9%). uqbar publicações 139 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Agentes Fiduciários Devido ao histórico domínio pela Planner Trustee DTVM e pela SLW Corretora, rankings não foram elaborados para este segmento do mercado. O montante emitido nas 29 operações para as quais a SLW Corretora foi contratada para ser o agente fiduciário desde 2009 soma R$2,09 bilhões. Por sua vez, o montante emitido nas 16 operações para as quais a Planner Trustee DTVM foi contratada para atuar como agente fiduciário soma R$1,13 bilhão. No entanto, a concorrência começa a surgir. O ano de 2014 marcou a estreia da Oliveira Trust DTVM como agente fiduciário de CRA. Este tradicional participante do mercado de CRI foi contratado para exercer a função em três operações que somaram R$1,04 bilhão, dentre elas se localizando a operação recorde ocorrida em 2014 no valor de R$675,0 milhões. Para 2015 aguardase a entrada de novos participantes no concentrado mercado de agentes fiduciários. Líderes de Distribuição A concorrência no mercado das instituições que lideram o processo de colocação dos CRA continua aumentando. No ano passado, cinco empresas diferentes das que haviam atuado em 2013 exerceram tal função nas distribuições de CRA: Banco BNP Paribas, Banco Fator, BES Investimento do Brasil, FRAN Capital e SOCOPA. Dentre elas, o destaque vai para a FRAN Capital que foi o coordenador líder de quatro títulos (12,9%), ficando com a segunda colocação do respectivo ranking. Além da diversificação dos participantes, um indicador que ilustra bem o aumento da concorrência é, por exemplo, o nível de concentração correspondente aos cinco primeiros colocados. Em 2014 a participação de mercado por número de títulos colocados dos cinco maiores líderes de distribuição alcançou 58,1%, enquanto que em 2013 havia atingido 86,7%. Movimento análogo, porém menos intenso, observa-se no ranking por montante colocado, uma vez que este mesmo indicador havia alcançado 92,9% em 2013, decaindo para 82,6% em 2014. Responsável unicamente pela colocação dos títulos da já citada maior operação do mercado (as séries 1 e 2 da 10ª emissão da Gaia Agro), o Banco Itaú BBA, com R$675,0 milhões (28,7%), manteve em 2014 a liderança, que também havia conquistado no ano anterior, do ranking por montante colocado. O Banco Votorantim (R$386,1 milhões - 16,4%) e a XP Investimentos CCTVM (R$150,0 milhões - 6,4%) cambiaram de posição de um ano para o outro. O banco, que havia ficado em sexto em 2013, logrou a segunda posição em 2014; já a corretora, por sua vez, caiu da segunda posição em 2013 para a sexta no ano passado. Em terceiro lugar se posicionou o Banco BTG Pactual (R$370,0 milhões - 15,8%), em quarto o Bradesco BBI (R$268,7 milhões – 11,4%) e em quinto o BB Banco de investimento (R$241,0 milhões – 10,3%), uqbar publicações 140 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 os quais trocaram de posições entre si de 2013 para 2014. As instituições que não haviam marcado presença no ranking de 2013 ocuparam da sétima posição em diante. Apesar do destaque no ranking por número de títulos, a FRAN Capital ficou na última colocação (11ª) no ranking por montante colocado. Quando classificados por número de CRA colocados, o primeiro posto do ranking foi conquistado pelo Bradesco BBI, com cinco títulos (16,1%), seguido pela FRAN Capital, com quatro títulos (12,9%). Quatro empresas ficaram empatadas com a distribuição de três títulos (9,7%) e outras cinco ficaram empatadas com a distribuição de dois títulos (6,5%). A XP Investimentos CCTVM, outrora líder deste ranking, foi apenas a nona colocada em 2014. A tabela a seguir mostra como os Rankings Uqbar estão dispostos neste capítulo. uqbar publicações 141 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 LISTA DE R ANKINGS Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) Emissões Ranking de Emissões de Cotas de FIDC por Montante Emitido em 2014 Emissores Ranking de FIDC por Montante Emitido em 2014 Ranking de FIDC por Montante de PL em 2014 Ranking de FIDC por Montante de PL - Consolidado Terceiros Ranking de Administradores de FIDC por Montante de PL em 2014 Ranking de Administradores de FIDC por Número de Operações em 2014 Ranking de Administradores de FIDC por Montante de PL - Consolidado Ranking de Administradores de FIDC por Número de Operações - Consolidado Ranking de Advogados de FIDC por Montante Emitido em 2014 Ranking de Advogados de FIDC por Número de Operações em 2014 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante Classificado de Cotas de FIDC em 2014 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de Cotas de FIDC Classificado em 2014 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante Classificado de Cotas de FIDC - Consolidado Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de Cotas de FIDC Classificado - Consolidado Ranking de Auditores de FIDC por Montante de PL em 2014 Ranking de Auditores de FIDC por Número de Operações em 2014 Ranking de Auditores de FIDC por Montante de PL - Consolidado Ranking de Auditores de FIDC por Número de Operações - Consolidado Ranking de Custodiantes de FIDC por Montante de PL em 2014 Ranking de Custodiantes de FIDC por Número de Operações em 2014 Ranking de Custodiantes de FIDC por Montante de PL - Consolidado Ranking de Custodiantes de FIDC por Número de Operações - Consolidado Ranking de Estruturadores de FIDC por Montante Emitido em 2014 Ranking de Estruturadores de FIDC por Número de Operações em 2014 Ranking de Gestores de FIDC por Montante de PL em 2014 Ranking de Gestores de FIDC por Número de Operações em 2014 Ranking de Gestores de FIDC por Montante de PL - Consolidado Ranking de Gestores de FIDC por Número de Operações – Consolidado Ranking de Líderes de Distribuição de Cotas de FIDC por Montante Emitido em 2014 Ranking de Líderes de Distribuição de Cotas de FIDC por Número de Títulos em 2014 uqbar publicações 142 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Securitizadoras Imobiliárias Emissões Ranking de Emissões de CRI por Montante Emitido em 2014 Emissores Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Montante Emitido em 2014 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações em 2014 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Montante Emitido - Consolidado Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações - Consolidado Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Preço Unitário dos CRI Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações de CRI a Vencer Terceiros Ranking de Advogados de Operações de CRI por Montante Emitido em 2014 Ranking de Advogados de Operações de CRI por Número de Operações em 2014 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante de CRI Classificado em 2014 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de CRI Classificado em 2014 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante de CRI Classificado - Consolidado Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de CRI Classificado - Consolidado Ranking de Agentes Fiduciários por Montante Emitido de CRI em 2014 Ranking de Agentes Fiduciários por Número de Operações de CRI em 2014 Ranking de Agentes Fiduciários por Preço Unitário dos CRI Ranking de Agentes Fiduciários por Número de Operações de CRI a Vencer Ranking de Auditores de Securitizadoras Imobiliárias por Preço Unitário dos CRI Ranking de Auditores de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações de CRI a Vencer Ranking de Líderes de Distribuição de CRI por Montante Emitido em 2014 Ranking de Líderes de Distribuição de CRI por Número de Operações em 2014 Securitizadoras do Agronegócio Emissões Ranking de Emissões de CRA por Montante Emitido em 2014 Ranking de Emissões de CRA por Montante Emitido - Consolidado Emissores Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Montante Emitido em 2014 Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Número de Operações em 2014 Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Montante Emitido - Consolidado Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Número de Operações - Consolidado Terceiros Ranking de Advogados de Operações de CRA por Montante Emitido em 2014 Ranking de Advogados de Operações de CRA por Número de Operações em 2014 Ranking de Líderes de Distribuição de CRA por Montante Emitido em 2014 Ranking de Líderes de Distribuição de CRA por Número de Títulos em 2014 uqbar publicações 143 FUNDOS DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS (FIDC) A seguir, os rankings relacionados ao mercado de FIDC, segregados por emissões, emissores e terceiros provedores de serviços desta indústria. Os critérios utilizados são apresentados após cada ranking ou conjunto de rankings. uqbar publicações RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 EMISSÕES Ranking de Emissões de Cotas de FIDC por Montante Emitido em 2014 TAB. 12 Título Emissor Classe Série Montante (R$) Participação (%) For-Te Sênior Única 5.180.616.031 19,5 Caterpillar do Segmento Industrial II Sênior Única 3.372.178.118 12,7 VID Indústria Única 1 2.386.849.988 9,0 Boticário Única 1 904.535.000 3,4 GM Venda de Veículos Única Única 859.616.462 3,2 Brasil Óleo e Gás Exclusive Única Única 790.675.000 3,0 Sirius Crédito Sênior 1 700.000.000 2,6 Energisa Centro Oeste NP IV Sênior 1 641.267.701 2,4 Vale NP Sênior 1 579.120.000 2,2 Chemical IX Indústria Petroquimica Sênior 1 544.800.000 2,0 Dez maiores 15.959.658.300 60,0 Total 26.580.532.525 100,0 Critério: Ordena as cotas de FIDC por montante emitido durante o ano de 2014. EMISSORES Ranking de FIDC por Montante Emitido em 2014 TAB. Emissor Montante (R$) Participação (%) For-Te 5.288.303.031 19,9 Caterpillar do Segmento Industrial II 3.372.178.118 12,7 VID Indústria 2.386.849.988 9,0 Boticário 904.535.000 3,4 GM Venda de Veículos 859.616.462 3,2 Sirius Crédito 840.000.000 3,2 Brasil Óleo e Gás Exclusive 790.675.000 3,0 Energisa Centro Oeste NP IV 685.331.087 2,6 FCORP Crédito Privado 657.600.000 2,5 Lojas Renner II Financeiro e Comercial 602.000.000 2,3 Dez maiores 16.387.088.686 61,7 Total 26.580.532.525 100,0 13 Critério: Ordena os FIDC por montante emitido durante o ano de 2014. uqbar publicações 146 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de FIDC por Montante de PL em 2014 TAB. 14 1/1/2014 – 31/12/2014 FIDC Montante (R$) Posição Participação (%) Brasil Óleo e Gás Exclusive 800.684.850 1 11,3 Energisa Centro Oeste NP IV 684.227.013 2 9,6 FCORP Crédito Privado 677.135.711 3 9,5 Lojas Renner II Financeiro e Comercial 642.279.930 4 9,0 Chemical IX Indústria Petroquímica 628.950.285 5 8,8 Sistema Petrobras Padronizado 380.982.478 6 5,4 Fornax II NP 326.924.478 7 4,6 Casan Saneamento 259.894.690 8 3,7 Normandie NP 231.436.465 9 3,3 Omni Veículos X 197.067.060 10 2,8 Dez maiores 4.829.582.960 67,9 Total 7.116.325.575 100,0 Ranking de FIDC por Montante de PL em 2014 – Consolidado TAB. 1/1/2002 – 31/12/2014 1/1/2002 – 31/12/2013 Mudança na participação (%) Montante (R$) Posição GM Venda de Veículos 2.324.090.147 1 4,4 2 4,1 0,3 For-Te 2.002.113.730 2 3,8 9 2,3 1,5 Crédito Corporativo Brasil 1.495.088.136 3 2,8 5 2,8 0,0 Fênix do Varejo 1.278.215.972 4 2,4 8 2,4 0,0 Sirius Crédito 1.111.046.677 5 2,1 26 1,0 1,1 Insumos Básicos da Indústria Petroquímica 1.108.280.619 6 2,1 3 3,0 -0,9 F ACB Financeiro 985.942.442 7 1,8 7 2,6 -0,8 PCG Brasil Multicarteira NP 909.682.059 8 1,7 18 1,2 0,5 Boticário 875.875.668 9 1,6 16 1,4 0,2 Vale NP 815.840.296 10 1,5 19 1,2 0,3 Dez maiores 12.906.175.746 24,2 15.565.749.792 29,2 -5,0 Total 53.347.714.098 100,0 53.297.228.471 100,0 FIDC Participação (%) Posição Participação (%) 15 Critério: Ordenam os FIDC por montante de PL no último dia do ano de 2014. O ranking anual considera apenas os fundos que efetivamente entraram em operação, através de sua primeira emissão de cotas, durante o ano de 2014. O fundo cujo valor do PL não tenha sido divulgado para o dia em questão não é considerado para o ranking. uqbar publicações 147 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 TERCEIROS Administradores Ranking de Administradores de FIDC por Montante de PL em 2014 TAB. 1/1/2014 – 31/12/2014 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Montante (R$) Posição Oliveira Trust DTVM 1.898.824.784 1 26,7 3 17,0 9,7 BEM DTVM 1.354.182.601 2 19,0 1 27,7 -8,7 Caixa Econômica Federal 944.121.703 3 13,3 2 17,9 -4,6 BTG Pactual Serviços Financeiros DTVM 677.135.711 4 9,5 6 5,6 3,9 PETRA 397.703.903 5 5,6 7 2,2 3,4 Intrag DTVM 380.982.478 6 5,4 - - 5,4 SOCOPA 377.756.109 7 5,3 10 0,8 4,5 Planner Corretora 231.436.465 8 3,3 - - 3,3 Santander Securities Services Brasil DTVM 205.463.069 9 2,9 8 1,8 1,1 Citibank DTVM 177.641.373 10 2,5 4 14,6 -12,1 Dez maiores 6.645.248.196 93,4 8.049.646.094 98,5 -5,1 Total 7.112.125.488 100,0 8.176.287.553 100,0 Administrador Participação (%) Posição Ranking de Administradores de FIDC por Número de Operações em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 TAB. Mudança na participação Participação (%) (%) Posição SOCOPA 28 1 30,1 2 16,4 13,7 PETRA 26 2 28,0 1 25,5 2,5 Oliveira Trust DTVM 10 3 10,8 5 7,3 3,5 Gradual CTVM 7 4 7,5 10 3,6 3,9 BEM DTVM 5 5 5,4 3 12,7 -7,3 Santander Securities Services Brasil DTVM 4 6 4,3 8 3,6 0,7 Caixa Econômica Federal 2 7 2,2 6 3,6 -1,4 Citibank DTVM 2 8 2,2 4 9,1 -6,9 BRL Trust DTVM 2 9 2,2 9 3,6 -1,4 BTG Pactual Serviços Financeiros DTVM 1 10 1,1 7 3,6 -2,5 Dez maiores 87 93,5 49 89,1 4,4 Total 93 100,0 55 100,0 Participação (%) 17 1/1/2013 – 31/12/2013 Número de Operações Administrador 16 Posição uqbar publicações 148 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Administradores de FIDC por Montante de PL – Consolidado 1/1/2002 - 31/12/2014 TAB. 1/1/2002 – 31/12/2013 Mudança na Participação participação (%) (%) Montante (R$) Posição BEM DTVM 12.128.254.802 1 22,7 1 26,0 -3,3 Oliveira Trust DTVM 7.022.760.895 2 13,2 3 9,7 3,5 Caixa Econômica Federal 4.772.818.343 3 8,9 2 11,1 -2,2 Citibank DTVM 4.650.695.901 4 8,7 4 8,1 0,6 PETRA 4.296.846.876 5 8,1 7 5,7 2,4 SOCOPA 3.803.936.231 6 7,1 9 4,2 2,9 Santander Securities Services Brasil DTVM 2.719.938.511 7 5,1 8 5,6 -0,5 BNY Mellon Serviços Financeiros DTVM 2.595.544.928 8 4,9 6 5,8 -0,9 Votorantim Asset Management DTVM 2.312.959.568 9 4,3 5 8,0 -3,7 Gradual CTVM 2.247.740.987 10 4,2 11 3,3 0,9 Dez maiores 46.551.497.042 87,3 46.780.747.491 87,8 -0,5 Total 53.343.514.011 100,0 53.297.228.470 100,0 Administrador Participação (%) Posição Ranking de Administradores de FIDC por Número de Operações – Consolidado 1/1/2002 - 31/12/2014 Número de Operações SOCOPA TAB. 19 1/1/2002 – 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Posição Participação (%) Posição 105 1 24,3 1 18,3 6,0 PETRA 86 2 19,9 2 16,2 3,7 Oliveira Trust DTVM 41 3 9,5 4 9,0 0,5 Gradual CTVM 38 4 8,8 5 8,2 0,6 BEM DTVM 35 5 8,1 3 10,5 -2,4 Citibank DTVM 18 6 4,2 6 5,1 -0,9 Santander Securities Services Brasil DTVM 16 7 3,7 8 3,6 0,1 BNY Mellon Serviços Financeiros DTVM 14 8 3,2 7 4,4 -1,2 Caixa Econômica Federal 11 9 2,5 10 3,3 -0,8 Planner Corretora 11 10 2,5 14 2,1 0,4 Dez maiores 375 86,8 320 82,3 4,5 Total 432 100,0 389 100,0 Administrador 18 Critério: Ordenam os administradores de FIDC por montante agregado de PL dos fundos no último dia do ano de 2014. Os rankings anuais consideram apenas os fundos que efetivamente entraram em operação, através de sua primeira emissão de cotas, durante o ano de 2014. O fundo cujo valor do PL não tenha sido divulgado para o dia em questão não é considerado para os rankings. uqbar publicações 149 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Advogados Ranking de Advogados de FIDC por Montante Emitido em 2014 TAB. 1/1/2014 – 31/12/2014 1/1/2013 – 31/12/2013 Participação (%) Mudança na participação Participação (%) (%) Advogados Montante (R$) Posição Vaz, Barreto, Shingaki & Oioli Advogados 1.194.375.950 1 27,0 4 8,3 18,7 Pinheiro Neto Advogados 905.553.597 2 20,5 - - 20,5 Galdino, Coelho, Mendes, Carneiro Advogados 602.000.000 3 13,6 - - 13,6 Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados 602.000.000 3 13,6 2 25,1 -11,5 Perlman Vidigal Godoy Advogados 319.167.000 5 7,2 6 3,6 3,6 Peixoto Neto Sociedade de Advogados 189.742.401 6 4,3 8 0,5 3,8 TozziniFreire Advogados 157.500.000 7 3,6 - - 3,6 Machado, Meyer, Sendacz e Ópice Advogados 128.307.000 8 2,9 - - 2,9 Veirano Advogados 101.733.858 9 2,3 - - 2,3 Pinheiro Guimarães Advogados 100.000.000 10 2,3 3 19,6 -17,3 Dez maiores 4.300.379.806 97,3 4.298.058.145 99,2 -1,9 Total 4.420.175.768 100,0 4.331.878.145 100,0 Posição Ranking de Advogados de FIDC por Número de Operações em 2014 TAB. 1/1/2014 – 31/12/2014 1/1/2013 – 31/12/2013 Posição Peixoto Neto Sociedade de Advogados 14 1 36,8 2 13,8 23,0 Pinheiro Neto Advogados 5 2 13,2 - - 13,2 Vaz, Barreto, Shingaki & Oioli Advogados 4 3 10,5 3 10,3 0,2 Perlman Vidigal Godoy Advogados 2 4 5,3 4 10,3 -5,0 Motta, Fernandes Rocha Advogados 2 5 5,3 9 3,5 1,8 Galdino, Coelho, Mendes, Carneiro Advogados 1 6 2,6 - - 2,6 Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados 1 6 2,6 8 3,5 -0,9 TozziniFreire Advogados 1 8 2,6 - - 2,6 Machado, Meyer, Sendacz e Ópice Advogados 1 9 2,6 - - 2,6 Veirano Advogados 1 10 2,6 - - 2,6 Dez maiores 32 84,2 25 86,2 -2,0 Total 38 100,0 29 100,0 Participação (%) Posição Participação (%) 21 Mudança na participação (%) Número de Operações Advogados 20 Critério: Ordenam os assessores jurídicos de FIDC com base no montante emitido e no número de operações realizadas durante o ano de 2014. A assessoria considerada neste ranking é aquela prestada pelo participante aos administradores, aos Coordenadores Líder, às Cedentes, ou quando este atua como deal counsel no processo de estruturação do fundo. Quando duas ou mais escritórios de advogados assessoram conjuntamente um mesmo fundo, o crédito é atribuído integralmente a todas as instituições. Os rankings consideram apenas as operações efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, durante o ano de 2014. uqbar publicações 150 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Agências de Classificação de Risco Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante Classificado de Cotas de FIDC em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 TAB. 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na Participação Participação (%) (%) Montante (R$) Posição S&P 3.053.000.000 1 32,7 1 39,0 -6,3 Fitch 2.662.430.000 2 28,5 2 19,5 9,0 Moody’s 1.638.000.000 3 17,6 4 14,5 3,1 Liberum 1.049.440.007 4 11,3 5 12,3 -1,0 Austin 925.000.000 5 9,9 3 14,7 -4,8 Total 9.327.870.007 100,0 8.842.751.312 100,0 Agência de Classificação de Risco Participação (%) Posição Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de Cotas de FIDC Classificado em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 TAB. Mudança na Participação Participação (%) (%) Posição Austin 52 1 35,9 2 29,9 6,0 Liberum 44 2 30,3 3 26,4 3,9 S&P 33 3 22,8 1 30,5 -7,7 Fitch 11 4 7,6 4 10,9 -3,3 Moody’s 5 5 3,4 5 2,3 1,1 145 100,0 174 100,0 Total Participação (%) Posição Ranking de Agências de Classificação de Risco por Montante Classificado de Cotas de FIDC – Consolidado 1/1/2002 – 31/12/2014 TAB. Mudança na Participação Participação (%) (%) Posição S&P 42.047.214.007 1 38,6 1 39,2 -0,6 Fitch 22.607.600.000 2 20,8 2 20,0 0,8 Moody’s 18.499.045.000 3 17,0 3 16,9 0,1 Austin 14.013.951.706 4 12,9 4 13,2 -0,3 Liberum 4.637.732.013 5 4,3 6 3,6 0,7 LF 3.724.401.559 6 3,4 5 3,7 -0,3 SR 3.339.823.529 7 3,1 7 3,4 -0,3 108.869.767.814 100,0 100,0 Agência de Classificação de Risco Total 24 1/1/2002 – 31/12/2013 Montante (R$) Participação (%) 23 1/1/2013 – 31/12/2013 Número de Títulos Agência de Classificação de Risco 22 Posição 99.541.897.807 uqbar publicações 151 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Agências de Classificação de Risco por Número de Cotas de FIDC Classificado – Consolidado 1/1/2002 – 31/12/2014 Agência de Classificação de Risco Participação (%) TAB. 1/1/2002 – 31/12/2013 Participação (%) Mudança na Participação (%) Número de Títulos Posição S&P 367 1 34,5 1 36,3 -1,8 Austin 319 2 30,0 2 29,1 0,9 Fitch 139 3 13,1 3 13,9 -0,8 Liberum 124 4 11,7 4 8,7 3,0 Moody’s 77 5 7,2 5 7,8 -0,6 SR 23 6 2,2 6 2,5 -0,3 LF 15 7 1,4 7 1,6 -0,2 1.064 100,0 919 100,0 Total Posição 25 Critério: Ordenam as agências de classificação de risco com base no montante classificado e no número de atribuições de classificações de risco emitidas por cada uma delas às cotas de FIDC. O valor considerado nesses rankings é o montante total de títulos aos quais foi atribuída uma classificação e não o valor de toda a operação. Os rankings anuais consideram apenas as atribuições feitas durante o período sob análise para operações novas (registradas ou em processo de registro) ou antigas (realizadas em períodos anteriores, mas classificadas pelas agências em questão pela primeira vez durante o ano). As atividades de monitoramento das agências não são contabilizadas para suas posições nos rankings. Uma classificação, seja ela preliminar ou não, é contabilizada uma única vez. Contudo, somente são consideradas classificações nas quais os montantes dos títulos classificados são informados nos relatórios ou em comunicados formais das próprias Agências de Classificação de Risco. Quando um título recebe classificações de duas ou mais agências, o montante objeto da classificação é atribuído a ambas as agências. Os rankings são calculados de forma consolidada e para o ano de 2014. Auditores Ranking de Auditores de FIDC por Montante de PL em 2014 TAB. 1/1/2014– 31/12/2014 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na participação (%) Auditor Montante (R$) Posição Participação (%) PricewaterhouseCoopers 2.130.311.248 1 37,9 2 23,5 14,4 KPMG 1.339.444.615 2 23,8 1 49,5 -25,7 EY 818.146.531 3 14,6 5 1,4 13,2 Deloitte Touche Tohmatsu 347.590.858 4 6,2 4 9,9 -3,7 Crowe Horwath 327.135.375 5 5,8 3 14,0 -8,2 Baker Tilly Brasil 281.932.827 6 5,0 6 0,9 4,1 BKR Lopes, Machado 107.181.963 7 1,9 - - 1,9 Confiance 91.174.744 8 1,6 - - 1,6 Russel Bedford Brasil 57.290.520 9 1,0 9 0,0 1,0 Next Auditores Independentes 47.994.361 10 0,9 - - 0,9 Dez maiores 5.548.203.042 98,8 8.049.257.885 100,0 -1,2 Total 5.617.723.050 100,0 8.049.257.885 100,0 Posição Participação (%) 26 uqbar publicações 152 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Auditores de FIDC por Número de Operações em 2014 TAB. 1/1/2014– 31/12/2014 Número de Operações Baker Tilly Brasil 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na participação (%) Posição Participação (%) Posição 24 1 35,3 2 19,2 16,1 KPMG 13 2 19,1 1 38,5 -19,4 PricewaterhouseCoopers 6 3 8,8 3 13,5 -4,7 EY 4 4 5,9 4 9,6 -3,7 Deloitte Touche Tohmatsu 4 5 5,9 5 7,7 -1,8 Confiance 4 6 5,9 - - 5,9 Russel Bedford Brasil 3 7 4,4 9 1,9 2,5 BDO RCS Auditores Independentes 3 8 4,4 7 3,8 0,6 Crowe Horwath 2 9 2,9 6 3,8 -0,9 Next Auditores Independentes 2 10 2,9 - - 2,9 Dez maiores 65 95,6 52 100,0 -4,4 Total 68 100,0 52 100,0 Auditor Participação (%) Ranking de Auditores de FIDC por Montante de PL – Consolidado TAB. 1/1/2002 – 31/12/2014 27 28 1/1/2002 – 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Auditor Montante (R$) Posição Participação (%) KPMG 24.156.380.886 1 46,6 1 59,9 -13,3 PricewaterhouseCoopers 9.129.069.743 2 17,6 2 14,0 3,6 Deloitte Touche Tohmatsu 8.624.248.731 3 16,6 3 13,4 3,2 EY 3.805.176.837 4 7,3 4 4,8 2,5 Baker Tilly Brasil 2.907.688.447 5 5,6 5 3,7 1,9 Crowe Horwath 1.553.606.276 6 3,0 6 2,3 0,7 BDO RCS Auditores Independentes 699.751.749 7 1,3 7 0,8 0,5 Confiance 524.146.530 8 1,0 8 0,7 0,3 BKR Lopes, Machado 107.181.963 9 0,2 - - 0,2 Grant Thornton Auditores Independentes 84.046.595 10 0,2 9 0,1 0,1 Dez maiores 51.591.297.757 99,5 53.068.894.021 99,8 -0,3 Total 51.836.581.158 100,0 53.168.406.319 100,0 Posição uqbar publicações 153 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Auditores de FIDC por Número de Operações – Consolidado TAB. 1/1/2002 – 31/12/2014 Auditor Número de Operações KPMG 29 1/1/2002 – 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Posição Participação (%) Posição 163 1 40,1 1 50,6 -10,5 Baker Tilly Brasil 97 2 23,9 2 18,2 5,7 EY 40 3 9,9 3 10,1 -0,2 PricewaterhouseCoopers 38 4 9,4 4 9,1 0,3 Deloitte Touche Tohmatsu 16 5 3,9 5 3,4 0,5 BDO RCS Auditores Independentes 16 6 3,9 6 2,6 1,3 Confiance 13 7 3,2 7 2,3 0,9 Crowe Horwath 6 8 1,5 8 1,3 0,2 Grant Thornton Auditores Independentes 4 9 1,0 9 0,8 0,2 Russel Bedford Brasil 4 10 1,0 15 0,3 0,7 Dez maiores 397 97,8 380 98,7 -0,9 Total 406 100,0 385 100,0 Critério: Ordenam os auditores de FIDC por montante agregado de PL dos fundos no último dia do ano de 2014. Os rankings anuais consideram apenas os fundos que efetivamente entraram em operação, através de sua primeira emissão de cotas, durante o ano de 2014. O fundo cujo valor do PL não tenha sido divulgado para o dia em questão não é considerado para os rankings. Custodiantes Ranking de Custodiantes de FIDC por Montante de PL em 2014 TAB. 1/1/2014 – 31/12/2014 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na Participação Participação (%) (%) Custodiante Montante (R$) Posição Banco Bradesco 1.735.165.079 1 24,4 1 57,2 -32,8 Deutsche Bank 1.142.119.751 2 16,1 7 1,9 14,2 Itaú Unibanco 998.445.051 3 14,0 12 0,2 13,8 Banco BTG Pactual 677.135.711 4 9,5 5 2,8 6,7 Banco Paulista 496.122.247 5 7,0 8 1,1 5,9 Oliveira Trust DTVM 437.314.460 6 6,1 4 6,5 -0,4 Banco do Brasil 416.822.903 7 5,9 13 0,1 5,8 Banco PETRA 397.703.903 8 5,6 6 2,2 3,4 Planner Corretora 231.436.465 9 3,3 - - 3,3 Santander 205.463.069 10 2,9 3 10,7 -7,8 Dez maiores 6.737.728.639 94,7 8.136.947.459 99,5 -4,8 Total 7.112.125.487 100,0 8.176.287.554 100,0 Participação (%) 30 Posição uqbar publicações 154 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Custodiantes de FIDC por Número de Operações em 2014 TAB. 1/1/2014 – 31/12/2014 Número de Operações Banco Paulista 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na Participação (%) Posição Participação (%) Posição Participação (%) 36 1 38,7 2 20,0 18,7 Banco PETRA 26 2 28,0 1 25,5 2,5 Banco Bradesco 6 3 6,5 3 18,2 -11,7 Oliveira Trust DTVM 4 4 4,3 6 1,8 2,5 Santander 4 5 4,3 5 10,9 -6,6 Deutsche Bank 3 6 3,2 8 1,8 1,4 Itaú Unibanco 3 7 3,2 12 1,8 1,4 Banco do Brasil 2 8 2,2 13 1,8 0,4 Citibank DTVM 2 9 2,2 4 10,9 -8,7 BRL Trust DTVM 2 10 2,2 11 1,8 0,4 Dez maiores 88 94,6 52 94,5 0,1 Total 93 100,0 55 100,0 Custodiante Ranking de Custodiantes de FIDC por Montante de PL – Consolidado 1/1/2002 – 31/12/2014 TAB. Participação (%) 32 1/1/2002 – 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Custodiante Montante (R$) Posição Banco Bradesco 15.840.888.605 1 29,7 1 40,1 -10,4 Citibank DTVM 7.175.756.261 2 13,5 3 12,9 0,6 Santander 6.714.111.879 3 12,6 2 13,8 -1,2 Deutsche Bank 5.431.428.456 4 10,2 5 9,3 0,9 Banco Paulista 5.202.830.926 5 9,8 6 6,2 3,6 Itaú Unibanco 4.772.778.897 6 8,9 4 10,1 -1,2 Banco PETRA 2.722.968.052 7 5,1 7 3,4 1,7 Oliveira Trust DTVM 2.097.329.659 8 3,9 8 2,4 1,5 Banco BTG Pactual 1.408.732.916 9 2,6 10 0,6 2,0 749.764.187 10 1,4 11 0,2 1,2 Dez maiores 52.116.589.838 97,7 53.029.338.893 99,5 -1,8 Total 53.343.514.009 100,0 53.297.228.470 100,0 Banco do Brasil 31 Posição uqbar publicações 155 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Custodiantes de FIDC por Número de Operações – Consolidado 1/1/2002 – 31/12/2014 TAB. 1/1/2002 – 31/12/2013 Mudança na participação (%) Número de Operações Posição Banco Paulista 138 1 31,9 1 26,0 5,9 Banco PETRA 76 2 17,6 3 13,1 4,5 Banco Bradesco 52 3 12,0 2 16,2 -4,2 Deutsche Bank 38 4 8,8 4 11,8 -3,0 Santander 35 5 8,1 5 10,3 -2,2 Citibank DTVM 26 6 6,0 6 8,7 -2,7 Itaú Unibanco 20 7 4,6 7 6,7 -2,1 Oliveira Trust DTVM 13 8 3,0 8 2,6 0,4 Planner Corretora 7 9 1,6 9 1,0 0,6 Banco Modal 6 10 1,4 12 0,8 0,6 Dez maiores 411 95,1 378 97,2 -2,1 Total 432 100,0 389 100,0 Custodiante Participação (%) Posição Participação (%) 33 Critério: Ordenam os custodiantes de FIDC por montante agregado de PL dos fundos no último dia do ano de 2014. Os rankings anuais consideram apenas os fundos que efetivamente entraram em operação, através de sua primeira emissão de cotas, durante o ano de 2014. O fundo cujo valor do PL não tenha sido divulgado para o dia em questão não é considerado para os rankings. Estruturadores Ranking de Estruturadores de FIDC por Montante Emitido em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 TAB. 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na participação (%) Montante (R$) Posição Participação (%) Banco J.P. Morgan 790.675.000 1 30,5 - - 30,5 Banco PETRA 347.288.495 2 13,4 8 3,2 10,2 Banco Crédit Agricole Brasil 326.665.840 3 12,6 - - 12,6 Banco Credit Suisse (Brasil) 319.167.000 4 12,3 - - 12,3 Banco Rabobank International Brasil 261.733.858 5 10,1 3 11,9 -1,8 BB Banco de Investimento 157.500.000 6 6,1 16 0,2 5,9 Ouro Preto Capital Consultoria 153.742.401 7 5,9 - - 5,9 Votorantim Asset Management DTVM 91.887.757 8 3,5 18 0,2 3,3 Tercon Consultoria Empresarial 60.957.309 9 2,3 20 0,1 2,2 Jive Asset 36.000.000 10 1,4 - - 1,4 Dez maiores 2.545.617.660 98,1 4.630.319.546 96,1 2,0 Total 2.594.525.007 100,0 4.816.007.000 100,0 Estruturador Posição Participação (%) 34 uqbar publicações 156 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Estruturadores de FIDC por Número de Operações em 2014 TAB. 1/1/2014 – 31/12/2014 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na participação (%) Estruturador Número de Operações Posição Banco PETRA 26 1 41,9 1 36,8 5,1 Ouro Preto Capital Consultoria 13 2 21,0 - - 21,0 Tercon Consultoria Empresarial 10 3 16,1 5 5,3 10,8 Banco Crédit Agricole Brasil 2 4 3,2 - - 3,2 Banco Credit Suisse (Brasil) 2 5 3,2 - - 3,2 Banco Rabobank International Brasil 2 6 3,2 7 2,6 0,6 Banco J.P. Morgan 1 7 1,6 - - 1,6 BB Banco de Investimento 1 8 1,6 17 2,6 -1,0 Votorantim Asset Management DTVM 1 9 1,6 19 2,6 -1,0 Jive Asset 1 10 1,6 - - 1,6 Dez maiores 59 95,2 27 71,1 24,1 Total 62 100,0 38 100,0 Participação (%) Posição Participação (%) 35 Critério: Ordenam os estruturadores de FIDC com base no montante emitido e no número de operações realizadas durante o ano de 2014. Quando duas ou mais instituições estruturam conjuntamente um mesmo fundo, o crédito é atribuído integralmente a todas as instituições. Os rankings consideram apenas as operações efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, durante o ano de 2014. Gestores Tabela 36 - Ranking de Gestores de FIDC por Montante de PL em 2014 TAB. 1/1/2014 – 31/12/2014 36 1/1/2013 – 31/12/2013 Participação (%) Mudança na participação Participação (%) (%) Gestor Montante (R$) Posição Bram Bradesco Asset Management DTVM 1.271.230.214 1 17,9 1 24,9 -7,0 Oliveira Trust 1.092.967.399 2 15,4 3 15,2 0,2 Caixa Econômica Federal 944.121.703 3 13,3 15 0,4 12,9 Santander Brasil Gestora de Recursos 800.684.850 4 11,3 - - 11,3 BTG Pactual Asset Management 677.135.711 5 9,5 7 5,6 3,9 Intrag DTVM 380.982.478 6 5,4 - - 5,4 PETRA 337.697.042 7 4,7 11 1,0 3,7 Planner Corretora 231.436.465 8 3,3 - - 3,3 Ouro Preto Gestão de Recursos 180.713.757 9 2,5 16 0,2 2,3 Crédit Agricole Brasil DTVM 177.641.373 10 2,5 - - 2,5 Dez maiores 6.094.610.992 85,7 7.722.406.373 94,4 -8,7 Total 7.112.125.487 100,0 8.176.287.554 100,0 Posição uqbar publicações 157 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Gestores de FIDC por Número de Operações em 2014 TAB. 1/1/2014 – 31/12/2014 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Gestor Número de Operações Posição PETRA 23 1 24,7 1 12,7 12,0 Ouro Preto Gestão de Recursos 13 2 14,0 7 5,5 8,5 J & M Investimentos 9 3 9,7 12 3,6 6,1 Oliveira Trust 8 4 8,6 4 5,5 3,1 Artesanal Investimentos 4 5 4,3 - - 4,3 Bram Bradesco Asset Management DTVM 2 6 2,2 2 7,3 -5,1 Caixa Econômica Federal 2 7 2,2 19 1,8 0,4 Crédit Agricole Brasil DTVM 2 8 2,2 - - 2,2 Gavea Jus I 2 9 2,2 6 5,5 -3,3 BRZ Investimentos 2 10 2,2 20 1,8 0,4 Dez maiores 67 72,0 32 58,2 13,8 Total 93 100,0 55 100,0 Participação (%) Posição Ranking de Gestores de FIDC por Montante de PL – Consolidado TAB. 1/1/2002 – 31/12/2014 1/1/2002 – 31/12/2013 Participação (%) 37 Participação (%) Mudança na participação (%) Gestor Montante (R$) Posição Bram Bradesco Asset Management DTVM 7.894.572.960 1 14,8 1 15,3 -0,5 Oliveira Trust 4.398.108.085 2 8,2 4 6,8 1,4 Integral Investimentos 3.737.168.001 3 7,0 2 13,0 -6,0 BTG Pactual 2.893.741.883 4 5,4 5 5,6 -0,2 Votorantim Asset Management DTVM 2.849.506.846 5 5,3 3 8,2 -2,9 PETRA 2.265.325.524 6 4,2 7 2,9 1,3 Phronesis 1.986.922.345 7 3,7 11 2,4 1,3 Intrag DTVM 1.797.012.545 8 3,4 6 3,5 -0,1 Santander Brasil Gestora de Recursos 1.583.692.515 9 3,0 - - 3,0 Credit Suisse (Brasil) DTVM 1.495.088.136 10 2,8 10 2,8 0,0 Dez maiores 30.901.138.840 57,9 34.000.221.150 63,8 -5,9 Total 53.343.514.012 100,0 53.297.228.467 100,0 Posição 38 Tabela 39 - uqbar publicações 158 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Gestores de FIDC por Número de Operações – Consolidado TAB. 1/1/2002 – 31/12/2014 1/1/2002 – 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Gestor Número de Operações Posição PETRA 64 1 14,8 1 10,8 4,0 J & M Investimentos 50 2 11,6 2 10,0 1,6 Oliveira Trust 27 3 6,3 3 6,2 0,1 Ouro Preto Gestão de Recursos 21 4 4,9 11 2,1 2,8 Bram Bradesco Asset Management DTVM 18 5 4,2 4 5,4 -1,2 Gradual CTVM 12 6 2,8 6 3,9 -1,1 Integral Investimentos 11 7 2,5 5 4,1 -1,6 BTG Pactual 11 8 2,5 7 3,3 -0,8 Concórdia Corretora 9 9 2,1 9 2,6 -0,5 Gavea Jus I 9 10 2,1 10 2,1 0,0 Dez maiores 232 53,7 198 50,9 2,8 Total 432 100,0 389 100,0 Participação (%) 39 Posição Critério: Ordenam os gestores de FIDC por montante agregado de PL dos fundos no último dia do ano de 2014. Os rankings anuais consideram apenas os fundos que efetivamente entraram em operação, através de sua primeira emissão de cotas, durante o ano de 2014. O fundo cujo valor do PL não tenha sido divulgado para o dia em questão não é considerado para os rankings. Líderes de Distribuição Ranking de Líderes de Distribuição de Cotas de FIDC por Montante Emitido em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 Líder de Distribuição TAB. 40 1/1/2013 – 31/12/2013 Participação (%) Mudança na participação Participação (%) (%) Montante (R$) Posição Banco Ourinvest 994.539.509 1 32,7 10 2,2 30,5 Banco Itaú BBA 420.000.000 2 13,8 1 33,9 -20,1 Gradual CTVM 325.015.794 3 10,7 15 0,6 10,1 Banco Votorantim 281.870.000 4 9,3 - - 9,3 Citibank DTVM 221.492.740 5 7,3 4 9,9 -2,6 PETRA Personal Trader CTVM 206.253.586 6 6,8 13 1,7 5,1 BES Investimento do Brasil 158.860.000 7 5,2 - - 5,2 Banco Credit Suisse (Brasil) 109.307.000 8 3,6 - - 3,6 Caixa Econômica Federal 84.089.500 9 2,8 9 3,4 -0,6 Safdié DTVM 83.329.214 10 2,7 12 2,0 0,7 Dez maiores 2.884.757.343 94,8 2.727.112.848 92,3 2,5 Total 3.041.689.905 100,0 2.953.091.628 100,0 Posição uqbar publicações 159 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking de Líderes de Distribuição de Cotas de FIDC por Número de Títulos em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 TAB. 1/1/2013 – 31/12/2013 Mudança na participação (%) Número de Títulos Posição PETRA Personal Trader CTVM 8 1 19,5 3 8,8 10,7 Citibank DTVM 5 2 12,2 1 17,7 -5,5 Gradual CTVM 4 3 9,8 9 5,9 3,9 SOCOPA 3 4 7,3 19 2,9 4,4 Cruzeiro do Sul DTVM 3 5 7,3 - - 7,3 Banco Ourinvest 2 6 4,9 14 2,9 2,0 Banco Votorantim 2 7 4,9 - - 4,9 BES Investimento do Brasil 2 8 4,9 - - 4,9 Banco Credit Suisse (Brasil) 2 9 4,9 - - 4,9 Safdié DTVM 2 10 4,9 8 5,9 -1,0 Dez maiores 33 80,5 25 73,5 7,0 Total 41 100,0 34 100,0 Líder de Distribuição Participação (%) Posição Participação (%) 41 Critério: Ordenam os líderes de distribuição de ofertas públicas (Instrução CVM nº 400) de cotas de FIDC com base no número de títulos e no montante distribuído durante o ano de 2014. Quando duas ou mais instituições lideram conjuntamente uma mesma oferta, os montantes são atribuídos integralmente a todas as instituições. uqbar publicações 160 SECURITIZADORAS IMOBILIÁRIAS A seguir os rankings relacionados ao mercado de Securitizadoras Imobiliárias, segregados por emissões, emissores e terceiros provedores de serviços desta indústria. Os critérios utilizados são apresentados após cada ranking ou conjunto de rankings . uqbar publicações RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 EMISSÕES TAB . 42 Ranking de Emissões de CRI por Montante Emitido em 2014 Título 1/1/2014 - 31/12/2014 Emissor Emissão/Série Classe Montante (R$) Participação (%) Cibrasec 2ª/232ª Única 2.349.721.484 13,9 Cibrasec 2ª/234ª Única 1.649.721.485 9,8 RB Capital Companhia de Securitização 1ª/110ª Sênior 1.579.612.096 9,4 Barigui 1ª/3ª Única 890.824.396 5,3 Barigui 1ª/2ª Única 380.000.000 2,2 Barigui 1ª/5ª Única 321.148.583 1,9 Ápice 1ª/33ª Única 275.000.000 1,6 Ápice 1ª/42ª Única 274.000.000 1,6 Cibrasec 2ª/241ª Única 272.000.000 1,6 RB Capital Companhia de Securitização 1ª/116ª Única 262.400.000 1,6 Dez Maiores 8.254.428.044 48,9 Total 16.890.520.314 100,0 Critério: Ordena os CRI por montante emitido durante o ano de 2014. EMISSORES TAB. 43 Ranking de Emissores de CRI por Montante Emitido em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 1/1/2013 – 31/12/2013 Posição Participação (%) Mudança na participação (%) 5 10,4 20,6 18,2 4 10,6 7,7 3 17,7 17 0,2 17,5 1.501.610.003 4 8,9 1 32,4 -23,5 Brazilian Securities 904.545.354 5 5,4 3 17,7 -12,4 Gaia 823.005.010 6 4,9 2 17,9 -13,1 Nova Securitização 537.502.440 7 3,2 10 1,0 2,2 SCCI 430.180.824 8 2,5 - - 2,5 TRX 347.205.274 9 2,1 - - 2,1 PDG 262.500.000 10 1,6 7 2,3 -0,8 Dez Maiores 16.110.437.678 95,4 16.128.088.416 96,9 -1,5 Total 16.890.520.314 100,0 16.643.162.060 100,0 Emissor Montante (R$) Posição Participação (%) Cibrasec 5.236.029.239 1 31,0 RB Capital 3.078.352.488 2 Barigui 2.989.507.046 Ápice uqbar publicações 163 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 TAB. 44 Ranking de de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações em 2014 Nº de Operações Posição Participação (%) Posição Participação (%) Mudança na participação (%) Barigui 23 1 16,3 17 0,8 15,5 Ápice 20 2 14,2 3 11,1 3,1 RB Capital 14 3 9,9 2 15,1 -5,2 Cibrasec 13 4 9,2 5 11,1 -1,9 Brazilian Securities 13 5 9,2 1 25,4 -16,2 Gaia 12 6 8,5 4 11,1 -2,6 Nova Securitização 9 7 6,4 9 1,6 4,8 SCCI 7 8 5,0 - - 5,0 TRX 6 9 4,3 - - 4,3 Habitasec 5 10 3,5 6 7,1 -3,6 -7,9 1/1/2014 – 31/12/2014 Emissor 1/1/2013 – 31/12/2013 Dez Maiores 122 86,5 119 94,4 Total 141 100,0 126 100,0 TAB. 45 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Montante Emitido – Consolidado 1/1/1999 – 31/12/2014 Mudança na participação Participação (%) (%) 1/1/1999 – 31/12/2013 Emissor Montante (R$) Posição Participação (%) Posição RB Capital 16.551.503.285 1 20,8 2 21,4 -0,7 Cibrasec 15.763.411.361 2 19,8 3 16,8 3,0 Brazilian Securities 14.837.823.404 3 18,6 1 22,2 -3,6 Gaia 9.855.573.989 4 12,4 4 14,4 -2,0 Ápice 6.900.051.876 5 8,7 5 8,6 0,1 Barigui 3.022.180.937 6 3,8 32 0,1 3,7 PDG 2.999.101.907 7 3,8 6 4,4 -0,6 Nova Securitização 1.407.478.216 8 1,8 8 1,4 0,4 BRC 1.262.764.963 9 1,6 7 1,9 -0,3 872.117.462 10 1,1 9 1,2 -0,1 Dez Maiores 73.472.007.400 92,2 58.639.966.325 93,3 -1,2 Total 79.729.136.561 100,0 62.838.616.246 100,0 Habitasec uqbar publicações 164 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 TAB. 46 Ranking de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações – Consolidado 1/1/1999 – 31/12/2014 Emissor 1/1/1999 – 31/12/2013 Nº de Operações Posição Participação (%) Posição Brazilian Securities 236 1 23,5 1 25,8 -2,3 RB Capital 200 2 19,9 2 21,5 -1,6 Cibrasec 192 3 19,1 3 20,7 -1,6 Gaia 91 4 9,1 4 9,1 -0,1 Ápice 34 5 3,4 8 1,6 1,8 PDG 25 6 2,5 5 2,7 -0,2 Barigui 24 7 2,4 35 0,1 2,3 Habitasec 23 8 2,3 7 2,1 0,2 BRC 22 9 2,2 6 2,4 -0,2 Nova Securitização 17 10 1,7 12 0,9 0,8 Dez Maiores 864 86,0 770 89,1 -3,2 1.005 100,0 864 100,0 Total Participação (%) Mudança na participação (%) Critério: Ordenam as Securitizadoras Imobiliárias com base no montante total emitido e no número de operações efetivamente realizadas, durante o ano de 2014, e calculados de forma consolidada desde 1999. As securitizadoras que não divulgaram informações sobre suas emissões, mesmo tendo ofertas registradas, não são consideradas para o ranking. O ranking referente a 2014 considera apenas as operações efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, naquele ano. Ranking das Securitizadoras Imobiliárias por Preço Unitário dos CRI 31/12/2014 TAB. 31/12/2013 Mudança na participação (%) Securitizadora Imobiliária Montante (R$) Posição RB Capital 13.570.836.157 1 23,5 1 24,5 -1,0 Brazilian Securities 10.089.811.199 2 17,5 2 23,6 -6,1 Cibrasec 9.929.173.247 3 17,2 4 13,5 3,8 Gaia 6.826.437.703 4 11,8 3 13,5 -1,7 Ápice 5.738.650.403 5 9,9 5 11,2 -1,3 Barigui 3.044.584.032 6 5,3 22 0,1 5,2 PDG 2.239.415.628 7 3,9 6 4,2 -0,3 Nova Securitização 1.009.870.077 8 1,8 9 1,4 0,4 Habitasec 826.109.037 9 1,4 7 1,6 -0,1 Brazil Realty 709.634.970 10 1,2 8 1,5 -0,3 Dez Maiores 53.984.522.455 93,6 44.561.727.631 96,0 -2,5 Total 57.689.724.586 100,0 46.400.901.231 100,0 Participação (%) Posição Participação (%) 47 uqbar publicações 165 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações de CRI a Vencer 31/12/2014 TAB. 31/12/2013 48 Posição Participação (%) Mudança na participação (%) 1 29,0 -3,8 17,5 2 20,9 -3,3 3 14,7 3 16,5 -1,8 77 4 11,6 4 11,1 0,6 Ápice 34 5 5,1 6 2,5 2,6 Barigui 24 6 3,6 23 0,2 3,4 Habitasec 22 7 3,3 5 3,1 0,2 PDG 19 8 2,9 7 2,4 0,5 Polo Capital 13 9 2,0 9 1,8 0,2 Nova Securitização 12 10 1,8 12 1,1 0,7 Dez Maiores 581 87,9 501 90,9 -3,0 Total 661 100,0 551 100,0 Número de Operações Posição Brazilian Securities 167 1 25,3 Cibrasec 116 2 RB Capital 97 Gaia Securitizadora Imobiliária Participação (%) Critério: Ordenam as Securitizadoras Imobiliárias com base no montante total e no número de operações de CRI a vencer (PU) no último dia útil de 2014. As emissões que não tiveram informações divulgadas pelas Securitizadoras Imobiliárias não são consideradas para o ranking. TERCEIROS Advogados Ranking dos Advogados por Montante Emitido de CRI em 2014 TAB. 49 1/1/2014 – 31/12/2014 Escritório de Advogados Montante (R$) Posição Participação (%) PMKA Advogados Associados 8.469.132.347 1 59,7 Pinheiro Guimarães Advogados 1.659.050.142 2 11,7 Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados 811.483.665 3 5,7 Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados 653.476.066 4 4,6 Negrão, Ferrari & Bumlai Chodraui Advogados 398.384.783 5 2,8 Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados 312.400.000 6 2,2 Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados 307.052.000 7 2,2 Cascione, Pulino, Boulos & Santos Advogados 231.899.964 8 1,6 FreitasLeite Advogados 194.366.000 9 1,4 Stocche, Forbes, Padis, Filizzola e Clapis Advogados 180.139.259 10 1,3 Dez Maiores 13.217.384.226 93,2 Total 14.178.729.378 100,0 uqbar publicações 166 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking dos Advogados por Número de Operações de CRI em 2014 TAB. 50 1/1/2014 – 31/12/2014 Escritório de Advogados Número de Operações Posição Participação (%) PMKA Advogados Associados 33 1 30,0 Pinheiro Guimarães Advogados 10 2 9,1 Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados 8 3 7,3 Negrão, Ferrari & Bumlai Chodraui Advogados 8 4 7,3 Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados 7 5 6,4 Cascione, Pulino, Boulos & Santos Advogados 4 6 3,6 Stocche, Forbes, Padis, Filizzola e Clapis Advogados 4 7 3,6 Bicalho e Mollica Advogados 4 8 3,6 Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados 3 9 2,7 FreitasLeite Advogados 3 10 2,7 Dez Maiores 84 76,4 Total 110 100,0 Critério: Ordenam os assessores legais com base no montante emitido e no número de operações de CRI realizadas pelas Securitizadoras Imobiliárias durante o ano de 2014. A assessoria considerada neste ranking é aquela prestada pelo participante às Securitizadoras Imobiliárias, aos Coordenadores Líder, às Cedentes, ou quando este atua como deal counsel no processo de estruturação da operação. Quando dois ou mais escritórios de advogados assessoram conjuntamente uma mesma operação, o crédito é atribuído integralmente a todos os participantes. O ranking considera apenas as operações efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, no ano de 2014. Agências de Classificação de Risco Ranking das Agências de Classificação de Risco por Montante de CRI Classificado em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 TAB. Mudança na participação Participação (%) (%) 1/1/2013 – 31/12/2013 Agência de Classificação Montante (R$) Posição Fitch 2.421.909.064 1 67,5 1 57,9 9,6 Liberum 438.615.135 2 12,2 3 10,1 2,1 S&P 312.000.000 3 8,7 2 23,8 -15,1 LF 248.313.435 4 6,9 5 0,5 6,4 Moody’s 144.900.000 5 4,0 4 7,6 -3,6 SR 15.000.000 6 0,4 7 0,0 0,4 Austin 9.000.000 7 0,3 6 0,1 0,2 Total 3.589.737.634 100,0 100,0 Participação (%) 51 Posição 6.033.464.409 uqbar publicações 167 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking das Agências de Classificação de Risco por Número de Títulos de CRI Classificado em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 Agência de Classificação TAB. Mudança na participação Participação (%) (%) 1/1/2013 – 31/12/2013 Número de Títulos Posição Fitch 17 1 35,4 1 40,3 -4,9 Liberum 14 2 29,2 3 19,4 9,8 LF 9 3 18,8 6 1,5 17,3 S&P 4 4 8,3 2 28,4 -20,0 SR 2 5 4,2 7 1,5 2,7 Moody’s 1 6 2,1 4 6,0 -3,9 Austin 1 7 2,1 5 3,0 -0,9 Total 48 100,0 67 100,0 Participação (%) Posição Ranking das Agências de Classificação de Risco por Montante de CRI Classificado – Consolidado 1/1/1999 – 31/12/2014 TAB. Mudança na participação Participação (%) (%) Montante (R$) Posição Fitch 14.633.701.713 1 60,4 1 59,2 1,2 Moody’s 2.892.882.985 2 11,9 2 13,3 -1,4 S&P 2.475.211.925 3 10,2 3 10,5 -0,3 Austin 1.319.383.287 4 5,4 4 6,4 -1,0 SR 1.227.591.325 5 5,1 5 5,9 -0,8 Liberum 1.046.848.319 6 4,3 6 3,0 1,3 LF 639.570.237 7 2,6 7 1,9 0,7 Total 24.235.189.791 100,0 100,0 Participação (%) Posição 20.645.452.157 Ranking das Agências de Classificação de Risco por Número de Títulos de CRI Classificado – Consolidado 1/1/1999 – 31/12/2014 TAB. 1/1/1999 – 31/12/2013 Participação (%) 53 1/1/1999 – 31/12/2013 Agência de Classificação Agência de Classificação 52 Posição Participação (%) 54 Mudança na participação (%) Número de Títulos Posição Fitch 162 1 44,4 1 45,7 -1,3 Austin 65 2 17,8 2 20,2 -2,4 S&P 34 3 9,3 3 9,5 -0,2 LF 33 4 9,0 4 7,6 1,4 Liberum 27 5 7,4 7 4,1 3,3 Moody’s 23 6 6,3 5 6,9 -0,6 SR 21 7 5,8 6 6,0 -0,2 Total 365 100,0 317 100,0 uqbar publicações 168 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Critério: Ordenam as agências de classificação de risco com base no montante e no número de atribuições de classificações de risco emitidas por cada uma delas aos CRI. O valor considerado no ranking das agências de classificação de risco é o montante total de títulos aos quais foi atribuída uma classificação e não o valor de toda a operação. Os rankings consideram atribuições feitas durante o período sob análise para operações novas (registradas ou em processo de registro) ou antigas (realizadas em períodos anteriores, mas classificadas pelas agências em questão pela primeira vez durante o ano). As atividades de monitoramento das agências não são contabilizadas para suas posições no ranking. Uma classificação, seja ela preliminar ou não, é contabilizada uma única vez. Contudo, somente são consideradas classificações nas quais os montantes dos títulos classificados são informados nos relatórios ou em comunicados formais das próprias agências de classificação de risco. Quando um título recebe classificações de duas ou mais agências, o montante objeto da classificação é atribuído a ambas as agências. Os rankings são calculados de forma consolidada e para o ano de 2014. Agentes Fiduciários Ranking dos Agentes Fiduciários por Montante Emitido de CRI em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 TAB. 1/1/2013 – 31/12/2013 Posição Mudança na participação (%) Agente Fiduciário Montante (R$) Posição Pentágono DTVM 9.916.280.759 1 58,7 1 83,1 -24,4 Oliveira Trust DTVM 5.286.997.715 2 31,3 2 12,2 19,1 GDC Partners DTVM 722.549.666 3 4,3 3 3,5 0,8 Simplific Pavarini DTVM 392.672.149 4 2,3 4 0,7 1,6 SLW Corretora 320.500.000 5 1,9 - - 1,9 Planner Corretora 224.520.025 6 1,3 - - 1,3 BRL Trust DTVM 27.000.000 7 0,2 5 0,5 -0,3 16.890.520.314 100,0 100,0 Total Participação (%) 16.643.162.058 55 Participação (%) Ranking dos Agentes Fiduciários por Número de Operações de CRI em 2014 TAB. 56 Posição Participação (%) Mudança na participação (%) 1 68,3 -23,6 39,7 2 24,6 15,1 3 6,4 4 1,6 4,8 5 4 3,5 3 4,0 -0,4 SLW Corretora 5 5 3,5 - - 3,5 Planner Corretora 2 6 1,4 - - 1,4 BRL Trust DTVM 1 7 0,7 5 1,6 -0,9 141 100,0 126 100,0 1/1/2014 – 31/12/2014 Número de Operações Posição Pentágono DTVM 63 1 44,7 Oliveira Trust DTVM 56 2 Simplific Pavarini DTVM 9 GDC Partners DTVM Total 1/1/2013 – 31/12/2013 Agente Fiduciário Participação (%) Critério: Ordenam os agentes fiduciários com base no montante emitido e no número total de operações realizadas durante o ano de 2014. O ranking considera apenas as operações efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, no ano de 2014. uqbar publicações 169 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Ranking dos Agentes Fiduciários por Preço Unitário dos CRI TAB. 31/12/2014 Agente Fiduciário Montante (R$) Posição Participação (%) Pentágono DTVM 35.186.764.538 1 61,0 Oliveira Trust DTVM 15.822.030.750 2 Simplific Pavarini DTVM 2.211.737.096 Planner Corretora GDC Partners DTVM 31/12/2013 Mudança na participação (%) Posição Participação (%) 1 63,4 -2,4 27,4 2 26,9 0,5 3 3,8 3 4,5 -0,7 1.718.506.785 4 3,0 5 1,5 1,4 1.435.849.013 5 2,5 4 2,2 0,3 SLW Corretora 879.169.198 6 1,5 7 0,7 0,8 BRL Trust DTVM 435.667.206 7 0,8 6 0,8 0,0 57.689.724.586 100,0 100,0 Total 46.400.901.231 Ranking dos Agentes Fiduciários por Número de Operações de CRI a Vencer 31/12/2014 TAB. 31/12/2013 Número de Operações Posição Oliveira Trust DTVM 297 1 44,9 1 47,4 -2,4 Pentágono DTVM 268 2 40,5 2 41,2 -0,7 Planner Corretora 33 3 5,0 3 3,8 1,2 Simplific Pavarini DTVM 23 4 3,5 4 3,6 -0,2 GDC Partners DTVM 23 5 3,5 5 2,2 1,3 SLW Corretora 12 6 1,8 6 1,1 0,7 BRL Trust DTVM 5 7 0,8 7 0,7 0,0 661 100,0 551 100,0 Total Posição Participação (%) 58 Mudança na participação (%) Agente Fiduciário Participação (%) 57 Critério: Ordenam os Agentes Fiduciários com base no montante total e no número de operações de CRI a vencer (PU) no último dia útil de 2014. As emissões que não tiveram informações divulgadas pelos Agentes Fiduciários não são consideradas para o ranking. uqbar publicações 170 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Auditores Ranking dos Auditores de Securitizadoras Imobiliárias por Preço Unitário dos CRI 31/12/2014 TAB. 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Auditor Montante (R$) Deloitte Touche Tohmatsu 28.191.385.585 1 48,9 1 39,8 9,0 PricewaterhouseCoopers 10.523.099.328 2 18,2 3 23,7 -5,5 EY 6.109.451.206 3 10,6 2 27,2 -16,6 Grant Thornton Auditores Independentes 6.095.685.045 4 10,6 - - 10,6 KPMG Auditores Independentes 2.498.589.137 5 4,3 4 5,1 -0,8 BDO RCS Auditores Independentes 1.047.438.796 6 1,8 8 0,4 1,5 Itikawa 1.009.870.077 7 1,8 6 1,4 0,4 Moore Stephens Lima Lucchesi 826.109.037 8 1,4 5 1,6 -0,1 Pemom Auditores Independentes 456.075.732 9 0,8 - - 0,8 LCC Auditores Independentes 251.327.713 10 0,4 7 0,4 0,1 Dez Maiores 57.009.031.656 98,8 46.340.717.442 99,9 -1,1 Total 57.689.724.586 100,0 46.400.901.231 100,0 Posição Participação (%) Posição Ranking dos Auditores de Securitizadoras Imobiliárias por Número de Operações de CRI 31/12/2014 Auditor Número de Operações TAB. 31/12/2013 Posição Participação (%) 59 Posição Participação (%) 60 Mudança na participação (%) Deloitte Touche Tohmatsu 274 1 41,5 1 39,2 2,3 PricewaterhouseCoopers 178 2 26,9 2 29,8 -2,8 Grant Thornton Auditores Independentes 50 3 7,6 - - 7,6 EY 47 4 7,1 3 18,9 -11,8 KPMG Auditores Independentes 32 5 4,8 4 4,7 0,1 Moore Stephens Lima Lucchesi 22 6 3,3 5 3,1 0,2 BDO RCS Auditores Independentes 21 7 3,2 6 1,6 1,5 Itikawa 12 8 1,8 7 1,1 0,7 Pemom Auditores Independentes 6 9 0,9 - - 0,9 Crowe Horwath 5 10 0,8 - - 0,8 Dez Maiores 647 97,9 549 99,6 -1,8 Total 661 100,0 551 100,0 Critério: Ordenam os auditores de Securitizadoras Imobiliárias com base no montante total e no número de operações de CRI a vencer (PU) no último dia útil de 2014. As emissões que não tiveram informações divulgadas pelos participantes da operação não são consideradas para o ranking. uqbar publicações 171 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Líderes de Distribuição Ranking dos Líderes de Distribuição de CRI por Montante Emitido em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 TAB. 1/1/2013 – 31/12/2013 Participação (%) Mudança na participação Participação (%) (%) Líder de Distribuição Montante (R$) Posição Banco Bradesco BBI 6.331.100.915 1 37,6 3 10,0 27,6 Banco Itaú BBA 5.301.813.630 2 31,5 1 42,5 -11,0 Caixa Econômica Federal 1.790.437.495 3 10,6 2 13,5 -2,8 Votorantim 776.500.002 4 4,6 5 4,2 0,4 Banco J. Safra 360.000.000 5 2,1 8 2,3 -0,1 SLW Corretora 333.223.083 6 2,0 15 1,0 1,0 PETRA Personal Trader CTVM 258.065.313 7 1,5 10 2,0 -0,5 RB Capital DTVM 252.764.993 8 1,5 4 6,3 -4,8 BRL Trust DTVM 214.576.141 9 1,3 - - 1,3 Banco BTG Pactual 194.400.000 10 1,2 6 4,0 -2,8 Dez Maiores 15.812.881.572 94,0 14.982.372.841 90,3 3,7 Total 16.820.191.928 100,0 16.600.249.985 100,0 Posição Ranking dos Líderes de Distribuição de CRI por Número de Operações em 2014 1/1/2014 – 31/12/2014 Líder de Distribuição 61 Participação (%) TAB. 1/1/2013 – 31/12/2013 Posição Participação (%) 62 Mudança na participação (%) Número de Operações Posição Banco Itaú BBA 37 1 27,0 2 12,1 14,9 Banco Bradesco BBI 21 2 15,3 7 5,6 9,7 Votorantim 10 3 7,3 3 11,3 -4,0 SLW Corretora 8 4 5,8 12 3,2 2,6 RB Capital DTVM 8 5 5,8 1 13,7 -7,9 PETRA Personal Trader CTVM 7 6 5,1 5 7,3 -2,1 BRL Trust DTVM 7 7 5,1 - - 5,1 SOCOPA 7 8 5,1 4 7,3 -2,1 Banco J. Safra 6 9 4,4 10 3,2 1,2 Gradual CTVM 5 10 3,6 6 6,5 -2,8 Dez Maiores 116 84,7 94 75,8 8,9 Total 137 100,0 124 100,0 Critério: Ordenam os líderes de distribuição de CRI com base no montante emitido e no número de operações distribuídas durante o ano de 2014. O ranking considera apenas as operações efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, no ano de 2014. uqbar publicações 172 SECURITIZADORAS DO AGRONEGÓCIO A seguir os rankings relacionados ao mercado de Securitizadoras do Agronegócio, segregados por emissões, emissores e terceiros provedores de serviços desta indústria. Os critérios utilizados são apresentados após cada ranking ou conjunto de rankings. uqbar publicações RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 EMISSÕES Ranking de Emissões de CRA por Montante Emitido em 2014 Título TAB. 1/1/2014 - 31/12/2014 Emissor Emissão/Série Classe Montante (R$) Participação (%) Gaia Agro 10ª/1ª Única 573.013.000 23,9 Gaia Agro 13ª/1ª Única 300.000.000 12,5 Gaia Agro 3ª/1ª Única 270.000.000 11,2 Octante 1ª/26ª Sênior 190.500.000 7,9 EcoSec 1ª/62ª Sênior 105.000.000 4,4 Gaia Agro 10ª/2ª Única 101.987.000 4,2 Gaia Agro 9ª/1ª Única 99.000.000 4,1 Octante 1ª/10ª Sênior 85.800.000 3,6 Gaia Agro 8ª/1ª Única 82.000.000 3,4 Octante 1ª/30ª Sênior 71.000.000 3,0 1.878.300.000 78,2 2.402.554.399 100,0 Dez maiores 63 Total Ranking de Emissões de CRA por Montante Emitido - Consolidado Título TAB. 64 01/01/2009 - 31/12/2014 Emissor Emissão/Série Classe Montante (R$) Participação (%) Gaia Agro 10ª/1ª Única 573.013.000 13,5 EcoSec 1ª/53ª Única 399.900.000 9,4 Gaia Agro 13ª/1ª Única 300.000.000 7,0 Gaia Agro 3ª/1ª Única 270.000.000 6,3 Octante 1ª/26ª Sênior 190.500.000 4,5 Gaia Agro 4ª/1ª Única 120.000.000 2,8 Gaia Agro 1ª/2ª Única 119.099.531 2,8 EcoSec 1ª/35ª Única 110.000.000 2,6 EcoSec 1ª/54ª Sênior 105.000.000 2,5 EcoSec 1ª/62ª Sênior 105.000.000 2,5 Dez maiores 2.292.512.531 53,8 Total 4.259.636.184 100,0 Critério: Ordenam os CRA por montante emitido em 2014 e de forma consolidada desde 2009. uqbar publicações 174 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 EMISSORES Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Montante Emitido em 2014 1/1/2014 - 31/12/2014 TAB. 1/1/2013 - 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Securitizadora do Agronegócio Montante (R$) Posição Gaia Agro 1.628.160.930 1 67,8 2 22,8 45,0 Octante 581.674.469 2 24,2 3 15,8 8,4 EcoSec 192.719.000 3 8,0 1 58,8 -50,8 2.402.554.399 100,0 1.225.949.502 100,0 Total Participação (%) Posição Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Número de Operações em 2014 1/1/2014 - 31/12/2014 Posição Gaia Agro 9 1 40,9 Octante 7 2 EcoSec 6 Total 22 Securitizadora do Agronegócio TAB. 1/1/2013 - 31/12/2013 Número de Operações Participação (%) Posição Participação (%) 2 25,0 15,9 31,8 3 25,0 6,8 3 27,3 1 41,7 -14,4 100,0 12 100,0 1/1/2009 - 31/12/2014 TAB. Mudança na participação Participação (%) (%) Montante (R$) Posição Participação (%) Posição Gaia Agro 1.907.927.129 1 44,8 3 15,1 29,7 EcoSec 1.285.989.642 2 30,2 1 58,9 -28,7 Octante 982.855.229 3 23,1 2 21,6 1,5 Brasil Agrosec 82.864.184 4 1,9 4 4,5 -2,6 4.259.636.184 100,0 1.857.081.785 100,0 Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Número de Operações – Consolidado 1/1/2009 - 31/12/2014 TAB. 68 1/1/2009 - 31/12/2013 Mudança na participação Participação (%) (%) Número de Operações Posição Participação (%) Posição EcoSec 20 1 41,7 1 53,8 -12,1 Octante 13 2 27,1 2 23,1 4,0 Gaia Agro 12 3 25,0 3 11,5 13,5 Brasil Agrosec 3 4 6,3 4 11,5 -5,2 Total 48 100,0 26 100,0 Securitizadora do Agronegócio 67 1/1/2009 - 31/12/2013 Securitizadora do Agronegócio Total 66 Mudança na participação (%) Ranking de Securitizadoras do Agronegócio por Montante Emitido – Consolidado 65 uqbar publicações 175 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Critério: Ordenam as Securitizadoras do Agronegócio com base no montante total emitido e no número de operações efetivamente realizadas em 2014 e de forma consolidada desde 2009. As securitizadoras que não divulgaram informações sobre suas emissões, mesmo tendo ofertas registradas, não são consideradas para o ranking. O ranking referente a 2014 considera apenas as operações efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, naquele ano. TERCEIROS Advogados Ranking de Advogados de Operações de CRA por Montante Emitido em 2014 TAB. 1/1/2014 - 31/12/2014 Advogados 1/1/2013 - 31/12/2013 Mudança na participação (%) Participação (%) Montante (R$) Posição Participação (%) Posição Pinheiro Guimarães Advogados 675.000.000 1 33,8 2 24,7 9,1 Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados 584.256.895 2 29,3 5 9,7 19,6 TozziniFreire Advogados 366.417.574 3 18,4 1 26,9 -8,5 Demarest Advogados 181.000.000 4 9,1 4 11,9 -2,8 Pinheiro Neto Advogados 158.640.000 5 7,9 3 18,5 -10,6 PMKA Advogados 30.406.000 6 1,5 6 8,4 -6,9 1.995.720.469 100,0 100,0 Total 1.622.271.822 Ranking de Advogados de Operações de CRA por Número de Operações em 2014 1/1/2014 - 31/12/2014 TAB. 1/1/2013 - 31/12/2013 70 Mudança na participação (%) Número de Operações Posição Participação (%) Posição Participação (%) TozziniFreire Advogados 6 1 35,3 2 16,7 18,6 Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados 3 2 17,6 4 16,7 0,9 Pinheiro Neto Advogados 3 3 17,6 3 16,7 0,9 Demarest Advogados 2 4 11,8 1 25,0 -13,2 PMKA Advogados 2 5 11,8 5 16,7 -4,9 Pinheiro Guimarães Advogados 1 6 5,9 6 8,3 -2,4 Total 17 100,0 12 100,0 Advogados 69 Critério: Ordenam os assessores legais com base no montante emitido e no número de operações de CRA realizadas pelas Securitizadoras do Agronegócio durante o ano de 2014. A assessoria considerada neste ranking é aquela prestada pelo participante às Securitizadoras do Agronegócio, aos Coordenadores Líder, às Cedentes (ou aos Originadores), ou quando este atua como deal counsel no processo de estruturação da operação. Quando dois ou mais escritórios de advogados assessoram conjuntamente uma mesma operação, o crédito é atribuído integralmente a todos os participantes. O ranking considera apenas as operações efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, no ano de 2014. uqbar publicações 176 RANKINGS DE 2014 ANUÁRIO FINANÇAS ESTRUTURADAS 2015 Líderes de Distribuição Ranking de Líderes de Distribuição de CRA por Montante Emitido em 2014 1/1/2014 - 31/12/2014 Líder de Distribuição TAB. 71 1/1/2013 - 31/12/2013 Participação (%) Posição Mudança na participação Participação (%) (%) Montante (R$) Posição Banco Itaú BBA 675.000.000 1 28,7 1 33,5 -4,8 Banco Votorantim 386.058.210 2 16,4 6 5,3 11,1 Banco BTG Pactual 370.000.000 3 15,8 4 10,0 5,8 Bradesco BBI 268.738.344 4 11,4 5 9,4 2,0 BB Banco de investimento 241.000.000 5 10,3 3 13,5 -3,2 XP Investimentos CCTVM 150.000.000 6 6,4 2 26,5 -20,1 Banco BNP Paribas 97.273.484 7 4,1 - - 4,1 SOCOPA 57.668.536 8 2,5 - - 2,5 BES Investimento do Brasil 41.500.000 9 1,8 - - 1,8 Banco Fator 30.660.930 10 1,3 - - 1,3 Dez maiores 2.317.899.504 98,7 1.194.536.199 100,0 -1,3 Total 2.348.305.504 100,0 1.194.536.199 100,0 Ranking de Líderes de Distribuição de CRA por Número de Títulos em 2014 1/1/2014 - 31/12/2014 Líder de Distribuição TAB. 1/1/2013 - 31/12/2013 Participação (%) Posição Participação (%) 72 Mudança na participação (%) Número de Títulos Posição Bradesco BBI 5 1 16,1 3 13,3 2,8 FRAN Capital 4 2 12,9 - - 12,9 Banco Votorantim 3 3 9,7 4 13,3 -3,6 BB Banco de investimento 3 4 9,7 2 13,3 -3,6 Banco BNP Paribas 3 5 9,7 - - 9,7 BES Investimento do Brasil 3 6 9,7 - - 9,7 Banco Itaú BBA 2 7 6,5 5 6,7 -0,2 Banco BTG Pactual 2 8 6,5 6 6,7 -0,2 XP Investimentos CCTVM 2 9 6,5 1 40,0 -33,5 SOCOPA 2 10 6,5 - - 6,5 Dez maiores 29 93,5 15 100,0 -6,5 Total 31 100,0 15 100,0 Critério: Ordenam os líderes de distribuição de CRA com base no montante emitido e no número de títulos distribuídos durante o ano de 2014. uqbar publicações 177 10 anos A Uqbar é a empresa de referência para os mercados nacional e internacional quando o assunto é finanças estruturadas no Brasil. Através de suas publicações e plataformas especializadas, o Portal TLON e o sistema Orbis, a Uqbar oferece aos diversos participantes do mercado dados, análises e ferramentas analíticas exclusivas e fundamentais para o acompanhamento do mercado e a tomada de decisões. Na área de educação, a Uqbar idealiza e implementa treinamentos únicos e de alto valor agregado para vários setores do mercado financeiro. Com mais de 2 mil profissionais treinados, seu portfólio inclui cursos on-line, workshops abertos e in-house e Academias. Visite www.uqbar.com.br e www.tlon.com.br Rua Visconde de Pirajá, 430/601, Ipanema Rio de Janeiro | RJ | 22410-002 (55) 21 2529 2925 | 2512 7947 Siga-nos PATROCÍNIO PREMIUM PATROCÍNIO STANDARD