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Boletim
Julho 2010
Farmacologia Cirúrgica
Efeitos pulmonares e poupadores de Isoflurano da infusão intravenosa
ou epidural de dexmedetomidona em cirurgias de gatos com lidocaína
epidural.
Resumo
Objectivo: Comparar os efeitos cardiorrespiratórios e poupadores de anestésico e a qualidade
da recuperação anestésica da infusão contínua epidural e intravenosa (IV) de
Dexmedetomidina (DEX) em gatos aos quais se administrou uma dose baixa de lidocaína
epidural sob uma anestesia de propofol – isoflurano e submetidos a uma ovariohisterectomia
programada. Delineamento do estudo: Prova clínica cega aleatorizada. Animais: 21 gatas (peso
corporal médio: 3,1 ± 0,4 kg). Métodos: As gatas receberam DEX (4µg/kg), IM. 15 minutos mais
tarde a anestesia foi induzida com propofol e manteve-se com isoflurano. As gatas foram
divididas em 3 grupos. As gatas do grupo G1 receberam lidocaína epidural (1 mg/kg, n=7), as
gatas do grupo G2 receberam lidocaína epidural (1 mg/kg) + DEX (4µg/kg, n=7) e no grupo G3
as gatas receberam lidocaína epidural (1 mg/kg) + infusão contínua (CRI) de DEX (0,25 µg/kg,
n=7). As variáveis avaliadas foram, a frequência cardíaca (FC), a frequência respiratória (FR),
pressões arteriais sistémicas, temperatura rectal (TR), CO2 final tidal, concentração de
isoflurano final tidal (e’ISO), gases arteriais sanguíneos e tónus muscular. Comparou-se a
recuperação anestésica entre grupos, avaliando os tempos de recuperação, RC, FR, TR e o grau
de analgesia. Utilizou-se um teste-T para dados emparelhados para avaliar as variáveis préanestésicas e os gases sanguíneos entre grupos. Para avaliar os dados paramétricos utilizou-se
um teste de Anova, enquanto que para comparar o relaxamento muscular foi usado um teste
de Friedman. Resultados: A anestesia epidural e a CRI de DEX reduziram a FC durante a
manutenção anestésica. A média ± o desvio padrão de e’ISO oscilava entre 0,86±0,28% e
1,91±0,63% no grupo G1, entre 0,70±0,12% e 0,97±0,20% no grupo G2 e entre 0,69±0,12% e
1,17±0,25% no grupo G3. As gatas nos grupos G2 e G3 tiveram tempos de recuperação
maiores que as do grupo G1. Conclusões e Relevância Clínica: A administração epidural e em
CRI de DEX reduziu de uma forma significativa o consumo de oxigénio e resultou numa
recuperação de melhor qualidade e de maior duração, apesar da bradicardia, que não
produziu alterações na pressão sanguínea sistémica.
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Boletim
Julho 2010
Avaliação clínica da eficácia e da segurança da infusão contínua de
dexmedetomidina no maneio da dor pós cirúrgica em cães.
Resumo
Objectivo: Comparar a analgesia pós cirúrgica proporcionada por uma infusão contínua (CRI)
de dexmedetomidina (DMED) com um controlo positivo já estabelecido à base de morfina
(MOR) em cães doentes críticos. Também se avaliaram os efeitos sedativos e cardiorespiratórios de uma CRI de DMED durante 24 h. Delineamento do estudo: Estudo clínico de
grupos paralelos com controlo positivo, prospectivo, aleatorizado e cego. Animais: 40 cães
hospitalizados, pertencentes a proprietários privados, que requeriam maneio pós-cirúrgico da
dor na sequência de uma cirurgia invasiva. Métodos: Após a cirurgia administrou-se uma dose
de carga de DMED (25 µ/m2) ou MOR (2.500 µ/m2) seguida de uma CRI de DMED (25µ/m2 e
hora) ou MOR (2.500 µ/m2 e hora). A dor foi medida através do formulário curto da escala
composta de Glasgow de medição da dor; a sedação e as variáveis fisiológicas foram
pontuadas a intervalos regulares. Aos animais que se considerou que sofriam dor foi realizada
uma analgesia de resgate e foram submetidos a um protocolo pós resgate; os animais que não
responderam à analgesia de resgate foram retirados do estudo. Os dados foram analisados
através de um teste de Anova, teste T de 2 amostras ou teste Chi-quadrado. O tempo até à
intervenção foi medido através da metodologia de Kaplan-Meier. Resultados: Participaram 40
cães. 20 cães (9 DMED e 11 MOR) não necessitaram de analgesia de resgate. 11 cães DMED e 8
MOR foram colocados no protocolo pós resgate e 7 destes foram retirados do estudo. Durante
as primeiras 12 horas, não se observaram diferenças significativas entre os grupos, ainda que
os cães DMED tenham mostrado menos dor durante as últimas 12 h (p=0,009). A pontuação de
sedação no estudo completo de 24 h não foi significativamente diferente entre os grupos.
Conclusão e relevância clínica: A dexmedetomidina em CRI foi igualmente efectiva que a MOR
em CRI na produção de analgesia pós-cirúrgica e não foram observadas reacções adversas
significativas. Este estudo demonstra o potencial da DMED na contribuição para um regime de
analgesia pós-cirúrgica em cães
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Julho 2010
Infusões prolongadas de dexmedetomidina em paciente críticos.
Resumo
Objectivo: Foi avaliada a eficácia e a segurança da dexmedetomidina ao ser usada para além
das 24 h recomendadas pelo fabricante.
Resumo: A dexmedetomidina é o novo agente disponível para o uso em unidades de cuidados
intensivos para induzir e manter sedação e analgesia. De qualquer forma, algumas questões
existentes acerca da eficácia e da segurança em administrações prolongadas são um factor
limitante à sua utilização neste tipo de pacientes. Foi realizada uma revisão da literatura
publicada para avaliar as evidências clínicas referentes à eficácia e à segurança da
dexmedetomidina em períodos superiores a 24 h. Encontraram-se um total de 11 estudos.
Destas provas, 6 incluíam pacientes adultos e 5 incluíam pacientes pediátricos. Dos 6 estudos
em adultos, 3 provas comparativas demonstraram uma eficácia semelhante à das
benzodiazepinas (midazolam e lorazepam) ou ao propofol, associando-se à dexmedetomidina
uma redução do delírio e do coma. Em provas não comparativas a dexmedetomidina foi eficaz
na realização dos objectivos de sedação apenas com ligeiros efeitos adversos. Nas 5 provas
pediátricas avaliadas, a eficácia em conseguir um determinado objectivo de sedação não pode
ser avaliado, uma vez que a maior parte dos estudos não utilizaram escalas de sedação
validadas para medir o objectivo de sedação. Alternativamente, a segurança da
dexmedetomidina foi demonstrada através de uma duração alargada; ainda assim não
houveram relatos de efeitos de retirada, incluindo taquicardia e hipertensão de repercussão
no momento da descontinuação da infusão de dexmedetomidina. Conclusão: A
dexmedetomidina é uma alternativa aos sedativos e analgésicos tradicionais em pacientes
críticos. A segurança e a eficácia da dexmedetomidina persistem presumivelmente mais para
além das 24 h sem o aparecimento de efeitos de repercussão na sequência da descontinuação.
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