Para famílias cristãs – das 21h15 às 21h45 || - Assumir a Palavra de Deus como Luz para a vida Domingo XVII do Tempo Comum – Ano C “Guarda no teu coração todas as palavras que eu Te disser, ouve-as com ouvidos atentos.” Oremos. Vinde Espírito Santo, encheu os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Fazei-nos encontrar na oração constante, a alma de discípulos e a capacidade de produzirmos frutos de vida eterna. Amen. Do Evangelho de S. Lucas Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos». Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’». Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’. Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados e não posso levantar-me para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa. Também vos digo: Pedi e darse-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vosá. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á. Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente? E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!». No Evangelho de S. Lucas oração de Jesus. Nalguns pronunciadas nessas orações. com frequência Jesus passava encontramos constantes referências à casos temos mesmo as palavras Para além disso, diz-nos o evangelista, noites inteiras sozinho, em oração. Esta vida orante de Jesus não podia deixar de impressionar os seus discípulos. Daí o desejo de aprender a rezar como Jesus rezava. Nenhum de nós pôde ter a graça de ver Jesus rezar, mas todos podemos pedir-lhe que nos ensine a rezar como Ele rezava. Só rezando como Jesus a nossa oração será verdadeiramente cristã; só aprendendo com o Filho saberemos o que é a oração de filhos do Pai celeste. Lendo esta página do Evangelho ficamos com a sensação de que Jesus estava à espera deste pedido dos discípulos para os ensinar. O primeiro passo para a oração verdadeira é o desejo de a fazer. Desejo que nasce de uma vida espiritual que começa a despontar nos corações. Assim como uma planta deseja a luz para crescer e frutificar, a nossa vida espiritual deseja a oração para se desenvolver e dar frutos. Ao pedido dos discípulos ‘ensina-nos a orar’, Jesus não respondeu com um tratado sobre a oração, mas conduziu-os a uma experiência de oração. Nessa experiência, tal como os primeiros discípulos, também nós somos levados a desejar o que Deus quer. Só Deus sabe o que verdadeiramente precisamos para viver de acordo com a sua vontade. Por isso, orar como o Senhor nos ensinou é aprender a conhecer o coração de Deus na Palavra de Deus. Muitos de nós já ouvimos falar na leitura orante da palavra de Deus, a chamada ‘Lectio Divina’. Essa é a oração em que Deus reconhece em nós a voz do Filho; a oração em que o Espírito nos transfigura em filhos de Deus e habitando em nós nos ensina a rezar com os sentimentos do coração de Cristo; a oração que nos dá a força da perseverança. Tal como o alimento dá vida ao corpo, a lectio divina dá vida à alma segundo a expressão de um autor antigo: «A leitura leva à boca o alimento, a meditação corta-o e mastiga-o, a oração saboreia-o, a contemplação é a própria doçura que alegra e recria». Visitando uns dias atrás uma senhora idosa que se encontrava doente ouvi da sua experiência de vida cristã: “Deus está sempre connosco. Nós é que nem sempre estamos com Deus”. Rezar é estar com Deus. Como é a nossa vida de oração em família? Até que ponto temos consciência que uma família que reza unida permanece unida?