6 diário do SUL Regional QUINTA-FEIRA , 16 DE OUTUBRO DE 2014 COM O APOIO DO NERE Sete projectos chegaram à final do InovEmpreende em Évora n Marina Pardal Fotos Exclusivas É vora, Portalegre e Castelo Branco foram os três distritos seleccionados para a realização do projecto InovEmpreende, que agora chegou ao fim. A ideia é que este programa venha a ter continuidade, estendendo-se também a outros distritos do território nacional. Desenvolvido pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) – Câmara de Comércio e Indústria (CCI), o projecto contou com a parceria das associações empresariais de cada região. No caso do Alentejo Central, esse apoio foi dado pelo Núcleo Empresarial da Região de Évora (NERE). Segundo Helena Caiado, responsável pelo Departamento de Empreendedorismo e Cooperação Empresarial da AIP, “um dos aspectos a relevar neste modelo que aplicámos no InovEmpreende é o apoio de um mentor ao longo de todo o percurso, na maior parte dos casos pessoas com muita experiência empresarial, alguns ao nível do financiamento, outros académicos”. A mesma responsável explicou que “os participantes tiveram de seguir um conjunto de etapas, partindo de uma ideia que tiveram e que culminou com a validação do modelo de negócio”. Acrescentou ainda que “estes empreendedores podem ou não vir a criar uma empresa, embora a maioria o faça”. Helena Caiado realçou também que “os projectos começaram a ser preparados em Janeiro, depois tiveram de validar os seus modelos de negócios e no final fizeram a apresentação a um júri”. No que diz respeito ao Alentejo Helena Caiado (AIP) e Paula Paulino (NERE) na sessão de abertura. O júri foi constituído por José Costa (IEFP); João Carlos Mateus (PCTA); Yoann Nesme (Crowdfunding PPL); José Santos (Turismo do Alentejo e Ribatejo); e André Março (IAPMEI). Empreendedores e mentores envolvidos no InovEmpreende, em Évora, juntamente com técnicos da AIP e do NERE. Central, essa sessão decorreu na passada terça-feira, na Universidade de Évora. A esta recta final chegaram sete projectos, embora só cinco tenham sido submetidos à apreciação do júri. De acordo com Paula Paulino, directora-executiva do NERE, “na fase inicial tivemos cerca de 20 propostas, tendo sido depois seleccionados 14 projectos”. Disse ainda que “ao longo do tempo algumas destas ideias foram ficando pelo caminho, uns porque acharam que o modelo que era apresentado carecia de muito trabalho e que não o conseguiam conciliar com as suas outras responsabilidades; outros não abandonaram os seus projectos, mas havia um conjunto de questões que tinham de ser apuradas e não chegaram até aqui”. Assim sendo, Paula Paulino esclareceu que “na fase final ficámos com sete projectos e nesta terça-feira foram apresentados cinco, sendo que os outros dois estão concluídos, só não foram submetidos à avaliação do júri por questões de logística desses empreendedores”. Relacionados com diferentes áreas, foram apresentados modelos de negócios em sectores como o turismo, alimentar, agricultura, arte, componente social ou cosmética. Para a directora-executiva do NERE, “o InovEmpreende não financia o empreendedor para desenvolver a sua ideia, cria-lhe sim as condições para que possa desenvolver o seu modelo de negócio”, destacando que “tem o apoio de um consultor, de um mentor, dos técnicos da AIP e do NERE”. Sublinhou ainda que “permite ao longo deste processo ir evoluindo, testando a sua ideia, a parte de mercado, os clientes ou o público-alvo”. Em relação ao envolvimento do NERE neste projecto, frisou que “facilitámos os meios, contactámos os empreendedores e os mentores, para a disseminação do projecto em ambos os lados”, adiantando que “para cada um dos empreendedores tentámos identificar um mentor que já conhecesse esse mercado e pudesse ser uma ajuda na concepção da ideia”. Recordou também que “os mentores tiveram de se reunir com os empreendedores uma vez por mês e o NERE disponibilizou o seu espaço para poderem decorrer estas reuniões”. Nesta sessão final, apenas um projecto foi premiado, mas Paula Paulino assegurou que “o próprio NERE com os apoios e os protocolos que tem estabelecidos também dispõe de alguma forma de facilidades para que esses empreendedores possam seguir com as suas ideias de negócio através de financiamento bancário”. Júri rendido aos licores Ratafia Entre os cinco projectos apresentados em Évora, houve um que se destacou, obtendo o prémio InovEmpreende nesta região, no valor de 2500 euros. Os licores Ratafia, um projecto de Marina Canhoto, de Borba, deixaram o júri rendido aos seus sabores, como o de Alfazema, Rosas Vermelhas, Luar de Agosto ou Baco. Para além disso, esta ideia de negócio foi ainda distinguida com o prémio PPL, que permite o financiamento através de crowdfunding (financiamento colaborativo). Neste projecto, Marina Canhoto contou com o apoio do mentor Alexandre Alves, da Plan2becompetitive. A vencedora revelou que “já trabalhava há algum tempo com os licores, mas apenas no seio familiar e com os amigos, mas como gosto deste género de iniciativas, decidi participar”. Marina Canhoto confessou que “eu sempre tinha tido o sonho de desenvolver este legado que me tinha sido dei- xado pelas minhas avós”, referindo que também contou com a ajuda de “uma senhora que tinha alguns conhecimentos e técnicas nesta área”. Na sua opinião, “os licores são um património gastronómico e seria uma pena perderem-se estas receitas, por isso comecei a desenvolver este projecto, que era apenas um part-time, mas agora terei de ponderar se me dedico a ele a tempo inteiro”. Marina Canhoto evidenciou ainda que “vi neste programa do InovEmpreende uma oportuni- Helena Caiado, da AIP, entregou o prémio InovEmpreende do distrito de Évora a Marina Canhoto. dade de me ajudarem a transformar este sonho em realidade, delineando uma linha de orientação e a ultrapassar várias questões burocráticas”. Na sua perspectiva, “estes prémios têm uma importância muito grande, pois são precisos fundos para desenvolver estes projectos”, revelando que “os 2500 euros vão ajudar-me a registar marca e a tratar da ima- gem”. Para além disso, “o outro prémio vai permitir-me arranjar algum dinheiro e testar o mercado, para poder começar a vender os meus licores”.