À DESCOBERTA DO
CENTRO DE INTERPRETAÇÃO
DO LAPEDO
Ficha técnica
Câmara Municipal de Leiria
Divisão de Ação Cultural, Museus e Biblioteca
Divisão de Juventude e Educação
Vereador da Cultura, Desporto e Turismo
Gonçalo Lopes
Vereadora da Educação e Juventude
Anabela Graça
Coordenação de Projeto
Ana Santos Ferreira
Textos
Isabel Brás
Revisão
David Arede
Design
Samuel Ramos
junho 2012 a novembro 2013
Índice
INTRODUÇÃO ........................................................... 03
CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO LAPEDO .................................
Onde fica .............................................................. 08
A sua História e os seus protagonistas ...................... 10
O que visitar ......................................................... 13
O que fazer (serviços educativos) ............................ 17
SERÁ QUE AINDA SE LEMBRAM? ................................. 22
Introdução
O Dinis e a Isabel1 dormitavam à sombra de um frondoso carvalho, ao fundo
do quintal da avó Luísa.
Sempre que vinham da escola, depois de uma apetitosa merenda
(arranjada com aquele toque especial que as avozinhas sabem dar) e feitos os
TPC's, muito gostavam aqueles dois petizes de ir explorar as hortas e o
pomar, que se estendiam nas traseiras da casa dos avós!
Adoravam observar os bichinhos pequeninos, como as formigas, seguindo
com curiosidade o seu laborioso esforço de recolha e transporte de
alimentos para o formigueiro.
(1) Nomes fictícios atribuídos aos meninos das
ilustrações no “Programa Escola”.
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Admiravam acima de tudo o antigo carvalho, com o seu tronco robusto
e os enormes ramos, dominando todo o quintal.
Subitamente, despertaram com um ruído de folhas a serem pisadas
por uns pés pesados. Qual não foi o seu espanto, quando viram diante
de si um ancião de longas barbas brancas muito sorridente. Quem
seria? Não sentiram qualquer receio, porque lhes pareceu alguém
familiar.
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- Merlino2! – (exclamaram os dois, quase em simultâneo. Logo se lembraram do velho sábio,
personagem favorita de um jogo que costumavam partilhar na consola, somente um pouquinho
de tempo antes do jantar.)
- Olá Dinis e Isabel! Estão bons? Que fazem? Querem acompanhar-me
numa viagem inesquecível?
- Boa! – (responderam eles entusiasmados) – ainda temos umas horas até os
nossos pais nos virem buscar. Para onde nos levas?
(2) Qualquer semelhança com o famoso mago de
Avalon é pura coincidência. Não usa uma longa túnica,
nem um chapéu pontiagudo. É verdade que lembra
um pouco o Mestre de Il était une fois ... l'homme,
com uns pozinhos de Gandalf, e mais ainda de Old
Sage. Mas é essencialmente um velhinho simpático,
que já atravessou muitas eras e sabe tanto de coisas
que se veem, como de coisas que não se veem.
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- Fechem os olhos e agarrem-se ao meu bastão. Em segundos estaremos a bordo
da Cápsula e viajaremos por fascinantes locais… Lá encontraremos uns
fantásticos espaços para visitar e imensas coisas interessantes acerca deles
havemos de descobrir. Vamos explorar a história da cidade e da região.
- E que espaços fantásticos são esses, que existem na nossa cidade e na nossa
região? – (perguntou, intrigado, o Dinis.)
- Ouvimos dizer que Leiria tem grandes maravilhas, mas ainda conhecemos
muito poucas – (acrescentou a Isabel.)
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- Vamos começar por viajar até ao Vale do Lapedo, seguido do Castelo, depois
damos um saltinho ao m|i|mo – museu da imagem em movimento.
Descemos até à Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, fazemos um
passeio à beira do Rio Lis e paramos no Moinho do Papel. Finalmente, saímos
um pouco da cidade e terminamos a nossa aventura no Agromuseu Municipal
Dona Julinha. Que tal?
- Viva! – (Gritaram alegres as crianças) – Podemos ir agora?
- Andemos, num ápice ao nosso destino!
(Firmaram as mãos no bastão de Merlino e puf… desapareceram no ar.)
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DO ABRIGO DO LAPEDO
Onde fica?
(Puf… os nossos três amigos reapareceram no Vale do Lapedo.)
- Impressionante! – (exclamou Dinis, estupefacto com o que estava a contemplar)
Que sítio tão fascinante, cheio de vegetação! Olha aquelas rochas! têm umas formas
tão esquisitas… Onde estamos nós?
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- O que estás a ver ali é o Vale do Lapedo. – (respondeu Merlino) Aqui, onde nos
encontramos, chama-se Carrasqueira, que pertence à freguesia de Santa Eufémia.
Vamos visitar o Centro de Interpretação do Lapedo. Para cá chegar apanha-se a
Estrada Nacional n.º 350, passa-se pelas localidades de Andrinos e Quintas do Sirol e
segue-se em direção à Caranguejeira, até chegar ao café e garrafeira “Vista do
Lapedo “.
Possui as seguintes coordenadas GPS:
39o45’29.00’’N 8o43’53.00’’W.
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A sua História e os seus protagonistas
- Porque é que este sítio é tão importante? – (perguntou a Isabel.)
- O Vale do Lapedo – (explicou Merlino) – já pela beleza natural, com a sua configuração
e características geológicas especiais, assim como o tipo de vegetação e animais
que nele habitam, tem vindo a motivar o interesse das pessoas. Após 1998, esse
interesse aumentou, pois ocorreu aqui uma das maiores descobertas arqueológicas
dos últimos tempos, no nosso país, e com grande impacto mundial.
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- Que descoberta foi essa? – (inquiriu o Dinis, cheio de curiosidade.)
- Em dezembro de 1998, através da verificação de uma suspeita de vestígios,
numa toca de coelho, foram encontrados ossos humanos cobertos com ocre
(pigmento natural). Os arqueólogos iniciaram as escavações e depararam com
uma sepultura datada do Paleolítico Superior (40.000 a 10.000 anos AP = Antes do
Presente), a primeira do género na Península Ibérica.
- Ó Merlino, o meu cão todos os dias descobre ossos no nosso quintal e até ao
momento ninguém lhe deu muita importância! – (disse a Isabel, a rir)
– Porque são estes tão importantes para os arqueólogos?
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- A investigação dos arqueólogos permitiu concluir que as ossadas tinham mais de
24.500 anos, revelando características anatómicas de uma criança com cerca de 4
anos e muito provavelmente resultante de uma mistura entre o homem moderno e
o nosso último antepassado europeu, o Homem de Neandertal. Sabem outra coisa
interessante sobre esta criança? – (questiona o Merlino.)
- Querem ver que o ursinho de peluche estava a dormir com ela! – (alvitrou o Dinis.)
- Oh Dinis! Andas lá próximo – (disse o Merlino) – sabes, é que junto à criança foram
encontradas ossadas de um láparo (coelho juvenil). O que é que isto pode significar?
Não se sabe ao certo, mas podemos imaginar que a família quis que permanecesse
junto desta criança algo querido e protetor.
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O que visitar
- Merlino, o que é que podemos ver dentro destas “casinhas” do Centro de
Interpretação? – (questionou a Isabel, intrigada.)
- Hum… vejamos… - (respondeu Merlino) - na entrada do primeiro módulo
encontramos o atendimento e a pequena loja; depois passamos por um corredor,
onde podemos visualizar o enquadramento natural do Vale do Lapedo, isto é,
ficamos a conhecer a fauna e a flora existente no vale. Também ficamos com uma
melhor ideia do tempo que decorreu desde a primeira ocupação humana do local
até ao período final do Paleolítico, através de uma barra cronológica.
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Seguimos para o segundo módulo, onde encontramos vários painéis que ilustram o
processo de escavação e análise do esqueleto do “menino do Lapedo”, bem como
uma réplica da cabeça da criança e a réplica do próprio esqueleto, no seu contexto de
enterramento. Voltamos ao primeiro módulo, para ver uma segunda parte, que
mostra os materiais recolhidos na escavação arqueológica e a réplica de uma lareira
de tratamento de peles de animais e o seu desmanche.
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- E podemos ver o Vale daqui? – (interrogou o Dinis, que ficara impressionado com o primeiro
vislumbre daquele lugar “mágico”, que lhe pareceu saído de um livro de aventuras.)
- Claro que sim – (responde Merlino) – seguindo por um caminho próprio, entre aquela
vegetação, vais encontrar um belíssimo miradouro, donde consegues avistar grande
parte do vale. Vamos lá?
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- Sim – (disseram as crianças)
– Olha tão bonito! O que são aquelas aberturas na rocha que vemos por todo vale?
- Ah! – (replicou Merlino) – são diversas cavidades formadas pela erosão da rocha
calcária, por ação da água e pela deposição de sedimentos. Por isso é que o vale se
chama Lapedo, por causa destas inúmeras lapas, as quais serviam de abrigo,
sobretudo para as comunidades dos caçadores-recoletores da Pré-História.
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O que fazer
(serviços educativos)
(O sábio, de repente e para grande espanto dos pequenos, exibe o seu IPAD.)
- Qual é o vosso espanto? Lá por ser velhote não posso ter o meu IPADzinho?!
Ora então vamos cá ver na página eletrónica da Câmara Municipal de Leiria, em
www.cm-leiria.pt, qual o programa que o serviço educativo do CIALV (Centro de
Interpretação do Abrigo do Lagar Velho) tem para oferecer…
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LAPEDO
SERVIÇOS EDUCATIVOS
CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO LAPEDO
É fácil deixarmo-nos envolver pela “magia” do Vale do Lapedo. É um
lugar de comovente beleza e mistério. No Centro de Interpretação do
Lapedo abre-se a porta para a compreensão da sua Geologia e
Pré-História, proporcionando informações sobre o enquadramento
natural do vale e a ocupação humana do sítio arqueológico Abrigo do
Lagar Velho. Ali foram encontrados vestígios de um acampamento
temporário de caçadores-recoletores, com 22.500 anos AP (Antes do
Presente) e a famosa sepultura da criança do Paleolítico Superior
conhecida por “menino do Lapedo”, com mais de 24.500 anos AP.
Todas as atividades estão sujeitas a marcação prévia
CONTACTOS
Carrasqueira | 2420 Santa Eufémia
Tel.: 244 839 677
Casa dos Pintores | Oficina Municipal de Arqueologia
www.cm-leiria.pt
[email protected]
GPS
39º45'29.00'' N | 8º43'53.00'' W
VISITAS GUIADAS
Visita guiada, com indicação dos sítios arqueológicos mais relevantes, onde se apresentam métodos de trabalho em arqueologia, o
resultado de alguns trabalhos desenvolvidos e o seu contributo para o conhecimento da história da ocupação humana na região.
Apresenta-se o modo de vida dos grupos de caçadores do Paleolítico Superior, especialmente quando estes têm uma relação crucial com
o seu meio ecológico, como é o caso das populações de caçadores-recolectores do Paleolítico Superior, que habitaram o Vale do Lapedo.
Destinatários:
Pré-escolar, 1º, 2º e 3º CEB, Secundária
Participantes:
Mínimo 12, máximo 25.
Abertura e visitas guiadas por marcação prévia
Duração:
40 minutos
OFICINAS PEDAGÓGICAS
ARQUEOLOGIA EXPERIMENTAL – PROSPEÇÃO ARQUEOLÓGICA
Esta oficina compreende uma componente teórica de enquadramento, apresentada numa perspetiva lúdico-pedagógica. Posteriormente,
a participação em atividades práticas de Arqueologia, nomeadamente, simulação de prospeção arqueológica e estudo de materiais
arqueológicos (arqueologia experimental), determina a relação com os sítios arqueológicos do Vale do Lapedo (Geográfica e Ambiental).
Destinatários: 1º, 2º CEB
Participantes: mínimo 12, máximo 25
Por marcação prévia
Duração: 45 minutos
ARQUEOLOGIA TÁTIL EXPERIMENTAL *
A oficina desenvolve-se num ambiente adaptado às necessidades dos participantes, mediante a disponibilização de objetos com
diferentes características, associáveis a diferentes cronologias e enquadrados na evolução tecnológica humana. Os objetos
disponibilizados e manuseados pelos participantes integram-se em diferentes grupos de materiais: pedra, madeira, osso e peles, com
especial relação com as atividades identificadas no Abrigo do Lagar Velho. Os materiais apresentam diferentes texturas, formas e
decorações. Através destes pressupostos, os participantes podem tirar ilações quanto ao objetivo e utilização das peças.
Destinatários: 1º, 2º, 3.º CEB
Cidadãos invisuais e amblíopes
Participantes: mínimo 12, máximo 25
Por marcação prévia
Duração: 45 minutos
RISCOS E RABISCOS: A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA *
O conceito de arte aplica-se aqui a um vasto conjunto de formas, que testemunham comportamentos simbólicos e sociais dos caçadores
paleolíticos. Procura-se relacionar o conhecimento do comportamento animal com o estudo da arte dos caçadores do Paleolítico Superior
europeu, considerando-se que o conhecimento do comportamento e morfologia dos animais permite uma melhor compreensão do
modo de vida, costumes e manifestações artísticas das populações humanas, especialmente quando estas têm uma relação crucial com
o seu meio ecológico, como é o caso das populações de caçadores-recolectores do Paleolítico Superior, que habitaram o Vale do Lapedo
e a bacia do Lis.
Destinatários: pré-escolar, 1º e 2º CEB
Participantes: mínimo 12,máximo 25
Por marcação prévia
Duração: 45 minutos
TABELA:
OUTROS SERVIÇOS
Exposições Temporárias | Comemorações de Efemérides | Formações | Workshops
Para mais informações consulte a LEIRIAGENDA: www.cm-leiria/eventos | www.facebook.com/roteiroleiriagenda
* Oficina Pedagógica também realizada na Casa dos Pintores"
VEM DIVERTIR-TE NO CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO LAPEDO. ESPERAMOS PELA TUA VISITA!
Visitas guiadas:
gratuito
Oficinas
Escolas do concelho de Leiria: gratuito
ATL e outros serviços de ocupação de tempos
livres e escolas que não pertençam ao
concelho de Leiria: €1,05 por participante
- Cáspite! que interessantes e variadas atividades podemos fazer! Queremos
participar em tudo! – (afirmou o Dinis) – Decerto que será muito bom irmos aos Museus,
Castelo e Biblioteca Municipal de Leiria em visita de estudo, mas acho que também
era uma boa ideia voltarmos a estes lugares nos fins de semanas, com os nossos
pais. Assim, ensinávamos-lhes aquilo que já tínhamos aprendido, em conjunto com
os professores e os colegas da escola.
- Concordo contigo, mano – (disse a Isabel) – Mas, Merlino, já sinto imensa fome, quero
voltar para casa.
- Claro, meus queridos amiguinhos – (concordou Merlino) - Já nos fartámos de passear,
agora é altura de regressar. Vamos lá. 1,2,3… agarrem-se ao bastão…
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E puf… Dinis e Isabel viram-se de novo, no fundo do quintal da avó Luísa, encostados
ao tronco robusto do grande carvalho. De Merlino nem sinal. Entreolharam-se um
pouco confusos.
Teria sido apenas um sonho?
FIM
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Será que ainda se lembram?
1. Que idade tinha o “Menino do Lapedo” quando foi sepultado?
a) 10 anos
b) 4 anos
c) 2 anos
2. Qual o animal que foi colocado sobre o corpo do “Menino”?
a) Mamute
b) Urso
c) Coelho juvenil
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CENTRO DE INTERPRETAÇÃO
DO LAPEDO
VEM À NOSSA DESCOBERTA!
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