O PARNASIANISMO Por Carlos Daniel Santos Vieira CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL Segunda metade do século XIX Progresso, ciência, revolução industrial Desapego à emoção CARACTERÍSTICAS Disciplina do “bom gosto” Perfeição formal A Arte como o espaço do Belo Arte pela arte Preciosismo formal Revalorização das formas fixas Olhar impessoal (postura impassível) Resgate de temas da Antiguidade Clássica Poesia descritiva Alienação social VASO GREGO Esta de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então, e, ora repleta ora esvasada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás-de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse. (Alberto de Oliveira) PRINCIPAIS PARNASIANOS BRASILEIROS Olavo Bilac Ainda permite um pouco a expressão emotiva Raimundo Correia Alberto de Oliveira Vicente de Carvalho (ORA DIREIS) OUVIR ESTRELAS “Ora ( direis ) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto Que, para ouví-las, muitas vezes desperto E abro as janelas, pálido de espanto E conversamos toda a noite, enquanto A Via-Láctea, Como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo? " E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas!” (Olavo Bilac) O SIMBOLISMO Por Carlos Daniel Santos Vieira CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL Final do século XX Lumière inventa a fotografia colorida Começa a crise europeia que causará, no futuro, as duas Grandes Guerras Nota importante: tanto o Parnasianismo quanto o Simbolismo organizaram-se para combater uma sociedade tecnocrata e cientificista CARACTERÍSTICAS Pessimismo e descrença na Razão Filiação platônica Fuga para o mundo das ideias Valorização do desconhecido Valorização dos sentidos e das sensações Concepção mística do mundo Alienação social ANTÍFONA (TRECHO) Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas! Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras Formas do Amor, constelarmante puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas ... (...) Infinitos espíritos dispersos, Inefáveis, edênicos, aéreos, Fecundai o Mistério destes versos Com a chama ideal de todos os mistérios. (Cruz e Sousa) A LINGUAGEM SIMBOLISTA Misto de imagens e sons Linguagem sugestiva Intenção: que o leitor se desligue do sentido (da realidade) e embarque num mundo de perfumes, sons e cores Preferência por sinestesias Uso de “maiúsculas alegorizantes” ALUCINAÇÃO DE CRUZ E SOUSA Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas, Ondas em convulsões, ondas em rebeldia, Desespero do Mar, furiosa ventania, Boca em fel dos tritões engasgada de pragas. Velhas chagas do sol, ensanguentadas chagas De ocasos purpurais de atroz melancolia, Luas tristes, fatais, da atra mudez sombria Da trágica ruína em vastidões pressagas. Para onde tudo vai, para onde tudo voa, Sumido, confundido, esboroado, à-toa, No caos tremendo e nu dos tempo a rolar? Que Nirvana genial há de engolir tudo isto - Mundos de Inferno e Céu, de Judas e de cristo, Luas, chagas do sol e turbilhões do Mar?! (Cruz e Sousa) PRINCIPAIS SIMBOLISTAS Em Portugal: Camilo Pessanha No Brasil: Cruz e Sousa Alphonsus de Guimaraens EXERCÍCIOS Sobre o Parnasianismo P. 451, ex. 1-3 P. 454, ex. 1-3 Sobre o Simbolismo P. 470, ex. 1-4 P. 480, ex. 1-3