Guia para o professor
Projeto de leitura
POESIAS DE DAR ÁGUA NA BOCA
JONAS RIBEIRO
Ilustração: André Neves
A OBRA
Indicação de leitura: leitor iniciante, entre 7 e 8 anos
Resumo: neste livro, Jonas Ribeiro apresenta receitas e iguarias inusitadas por
meio de um texto cheio de rimas e bom humor. As belas ilustrações de André
Neves complementam o cardápio literário.
Eixos temáticos: criatividade, alimentação, rimas e poesia
Interdisciplinaridade: língua portuguesa, arte
Temal transversal: pluralidade cultural
POR QUE LER
Porque a poesia é uma ótima forma de aproximar os
alunos da leitura: tem ritmo, rima, sonoridade e frases
curtas. O humor e as ideias inusitadas de Poesias de dar
água na boca também estimulam a criatividade do leitor.
Além disso, falar sobre alimentação e seu preparo chama
a atenção sobre o tema e desperta a curiosidade e a preocupação sobre hábitos saudáveis.
Estrutura da obra
Treze poesias sobre “alimentos”. Em cada uma das “histórias-poemas”, surgem personagens engraçados e situações inusitadas para explicar uma determinada receita.
Principais conceitos
Poesia
Sonoridade
Expressão oral
Ritmo
Rima
Alimentação
Diversidade cultural
Formato: 20x28 cm • 24 páginas
ISBN: 978-85-617-3047-5
gosta para compartilhar com os colegas. Depois, pergunte aos alunos se eles são curiosos e se já passaram
por situações de perigo por causa dessa curiosidade.
Deixe que contem suas experiências ou a de seus irmãos. Alerte-os sobre o perigo de se mexer no armário
de remédios, por exemplo, ou de se chegar perto do fogão enquanto a comida está sendo feita. Explique que
a curiosidade de descobrir coisas novas é importante
e saudável, mas é preciso ter cuidado e obedecer aos
pais para não se colocar em situações de risco.
•No dia seguinte, leve seus alunos para um lugar diferente: um parque ou um cantinho agradável do pátio.
Estenda uma grande toalha e comece o piquenique.
Deixe que cada um fale o que trouxe e por que gosta
daquele prato. Pergunte a seus alunos se eles já estão
com “água na boca” ao verem tantas delícias. Explique
que salivar ao ver comida é um jeito de o corpo se preparar para a digestão. Incentive-os a experimentarem
alimentos que não conheçam. Depois que todos já estiverem satisfeitos, convide-os a ouvirem sua leitura de
Poesias de dar água na boca.
DURANTE A LEITURA
ANTES DE LER
O livro é uma boa oportunidade para a criança perceber
de onde vêm os alimentos, como são preparados e refletir sobre seus próprios hábitos alimentares.
•Converse com seus alunos sobre sua alimentação e
seus hábitos: qual seu prato predileto, qual comida
detestam, o que costumam comer no café da manhã,
almoço, lanche e jantar, se compram lanche na cantina da escola etc. Combinem que no dia seguinte farão
um piquenique, e cada um deve levar um prato de que
Comida e alegria combinam... As poesias falam sobre alimentos de todos os tipos, de várias regiões diferentes, de
dietas, de convidados inusitados...
• Mostre a capa e a contracapa e pergunte que alimentos estão ilustrados ali. Deixe que eles percebam também que o ovo, a boca e a banana estão substituindo
algumas letras. Converse sobre o duplo sentido do título: poesias tão divertidas (que chegam a dar água
na boca) e o tema das poesias (comidas) que dá água
na boca.
•Leia o índice do livro (em forma de “cardápio”) e pergunte qual “prato” (poesia) eles vão querer. Leia e volte ao cardápio, oferecendo um novo “prato”.
•Em “Coração guloso” e “Comidinha caseira” (páginas 12
e 13), perceba o contraponto entre as poesias: João pensa que quer comida, mas na verdade está só querendo
carinho. A outra poesia fala de comida gostosa, mas que
nos faz engordar... então, o melhor é comer a comidinha
caseira, bem mais saudável e feita com amor...
• Em “Beleza na mesa” e “Sem tempero não dá pé”, observe que ambos os textos tratam do mesmo assunto: aquele toque especial que uma pessoa pode dar na comida...
Como ler as ilustrações
As ilustrações também brincam com o tema “comida” e
nos remetem a novas ideias.
•Veja, nas páginas 2 e 3, o cenário de das ilustrações:
observe a toalha de renda, a louça e o vaso decorado.
Leia a dedicatória e converse com seus alunos o porquê
desse ambiente com xícara, bule e flores (xícara e bule:
provavelmente o ilustrador quis passar a ideia de a xícara estar servida de cappuccino. Flores: pelo sobrenome “Flores”, da pessoa a quem o autor dedica a obra).
•Veja na página 4 que o garçom está segurando um livro
que tem a ilustração desse mesmo garçom segurando
um livro, por meio daquele recurso que chamamos de
metalinguagem (o ilustrador usou a própria ilustração
para falar dela própria). Explique às crianças que essa
brincadeira do ilustrador serve para capturar a atenção
do leitor de um jeito divertido.
•Nas páginas 6 e 7, ajude seus alunos a relacionarem
quem é quem na poesia pelo prato que estão segurando. Mostre que a Arlete, por exemplo, tem ovos nas
mãos, no cabelo e desenhados no vestido.
•Nas páginas 8 e 9, temos duas poesias e um só ambiente. Note que a cozinha da Dona Fulana é tão “assombrosa” que combina com os convidados fantasmas. Observe
Seu Sicrano e Beltraninho comendo em uma cantina italiana. Veja que a toalha e as colunas são da cor da bandeira da Itália. Perceba também que as lajotas do chão
se parecem com teias de aranha, como diz na poesia.
• Na ilustração das páginas 12 e 13, repare como há coraçõezinhos por toda parte: no chapéu do João, em sua bermuda e em suas meias, relacionando comida com afeto.
•Observe na página 18 como as pernas de José parecem
compridas, como os palitinhos para se comer comida
japonesa (hashi).
•Nas páginas 20 e 21, as crianças descem por um tobogã sobre forminhas de doces. Elas trazem na cabeça o
chapéu do mestre-cuca, como se fossem alunos-cozinheiros na escola.
•Nas páginas 22 e 23, as montanhas são frutas-do-conde, e a roupa do visconde é toda da cor de amora e
carambola, de acordo com a descrição do texto.
DEPOIS DE LER
A alimentação, os ingredientes, a forma de preparar e
de comer as refeições também são reflexo da cultura de
cada povo, de cada região, de cada país.
•Em “Dona Fulana preguiçosa”, “Comercial japonês” e
“Sugestão para a semana”, vemos vários pratos da culinária italiana, japonesa e baiana. Cada país, cada região tem suas características, tanto nos pratos quanto
no modo de se alimentar. Promova uma pesquisa sobre a influência de outras culturas na nossa culinária:
pizza, macarrão, polenta (italiana); esfirra, quibe, iogurte (árabe) etc. Se possível, leve algumas dessas
comidas para seus alunos provarem.
• Explique as expressões idiomáticas contidas no livro:
água na boca – ter vontade de alguma coisa;
sede de camelo – muita sede;
fome de leão – muita fome;
beleza na mesa (originária da expressão “beleza não
põe a mesa”) – reparar na aparência;
não dá pé – não é certo, não é bom, não funciona;
os professores são uns doces – os professores são atenciosos e gentis.
• Pergunte aos alunos se eles conhecem outras expressões
idiomáticas e estimule-os a contá-las para os colegas.
ASSUNTO PUXA ASSUNTO
Depois de tanta poesia e de tanta comida, seus alunos
devem estar estimulados a experimentar e a conhecer
novos alimentos. Aproveite para ampliar a cultura culinária deles.
•Vocês podem visitar um supermercado: mostre a seus
alunos como os diversos alimentos estão divididos por
setores: matinais, enlatados, açougue, congelados etc.
Aproveite para ensiná-los a verificar a data de validade dos alimentos, a observar o bom estado do produto e a preferirem alimentos caseiros a industrializados.
Converse com eles também sobre o uso das sacolas plásticas e a poluição do meio ambiente.
•Uma visita à feira ou ao hortifrúti é uma alternativa:
peça a eles para observarem a variedade dos legumes
e frutas. Provavelmente, haverá alimentos que seus
alunos não conhecem. Providencie uma tabela com as
épocas de colheita de cada alimento.
•Que tal fazerem uma horta? Se não houver um canteiro
disponível na escola, é possível fazer a horta em vasos
ou até em garrafa PET: preparem a terra, plantem as
sementes, verifiquem se a iluminação está adequada e
reguem todo dia!
•É possível também plantar diversos tipos de tempero
(veja alguns em “Sem tempero não dá pé” – p. 17). É
uma boa oportunidade para os alunos experimentarem
também temperos diferentes.
•Convidar uma nutricionista para conversar com as
crianças pode ser bastante enriquecedor. Ela poderá
esclarecer as dúvidas dos seus alunos sobre como se
alimentar bem para crescer saudável.
• Agora é hora de colocar “as mãos na massa”: cozinhar
pode ser uma brincadeira muito prazerosa e criativa, além
de estimular a atenção, a responsabilidade, o trabalho em
grupo e a autonomia. Os sentidos serão provocados pela
textura e temperatura dos diversos alimentos, além dos
cheiros, das cores e dos sabores diferentes.
CONECTE-SE
A leitura do livro pode ser enriquecida a partir do diálogo
com outros textos. Eis algumas sugestões:
Cinema
Ratatouille (EUA, 2007) – é a história de um ratinho que
quer ser um grande chef de cozinha. Ele ajuda seu amigo
Linguini, um garoto atrapalhado que é ajudante de cozinha, a fazer pratos deliciosos. Seus alunos terão a oportunidade de entrar em contato com o dia a dia da cozinha
de um restaurante e observar como cozinhar pode ser
um ato divertido.
Música
Canções de Brincar (Palavra Cantada) (www.palavracantada.com.br/final/cds_detalhes.aspx?idCD=20) – aqui você
pode escutar com seus alunos as músicas “Sopa” (faixa 3)
e “Pomar” (faixa 11).
Literatura
Eu vi!, de Jonas Ribeiro, ilustrado por Giselle Rezende
(Mundo Mirim, 2009) – Este livro também brinca com as palavras, fazendo rimas divertidas.
O Aniversário de Martina, o presente de Frederico, de
Isabel de Paiva (Mundo Mirim, 2010) – Martina faz aniversário. Enquanto Frederico prepara um presente feito
por ele mesmo, ela ajuda a avó com os preparativos da
festa: brigadeiro, bolo, cachorro quente, pipoca. Neste
livro, a criança é incentivada a aprender a cozinhar e a
preparar brinquedos com sucata.
O ensopado da Luíza, de Luiz Gesini (Mundo Mirim, 2008)
– Dois cozinheiros não se entendem: cada um quer fazer
a receita do seu jeito! Luíza age e dá seu toque especial
ao prato, associando o ato de cozinhar aos “ingredientes”
de um bom relacionamento.
Um bifinho ou um salaminho?, de Jonas Ribeiro, ilustrado por Anielizabeth (Mundo Mirim, 2010) – De forma
lúdica, brincando com a sonoridade das palavras, Um
bifinho ou um salaminho? estimula o pequeno leitor a
argumentar e a escolher.
Que cardápio!, de Tatiana Belinky, ilustrado por Lézio
Júnior (Mundo Mirim, 2011) – Tatiana Belinky, mestra
das palavras, também brinca com ingredientes inusitados. As ilustrações divertidas complementam esse cardápio pra lá de engraçado.
Internet
www.terra.com.br/culinaria/criancas/ – aqui você encontra
receitas fáceis para fazer o lanche com as crianças.
www.jardimdeflores.com.br/DICAS/A34hortaorganica.htm –
ensina você a fazer horta em canteiros ou vasos.
• Seus alunos vão virar mestres-cucas e fazer um lanche
delicioso. Explique a eles a importância da higiene: lavar as mãos antes de preparar a comida e prender os
cabelos é fundamental. Um avental pode também ajudar a proteger suas roupas e as comidas.
•Eles podem preparar biscoitos, bolos, sanduíches, vitaminas de frutas... e que tal substituir o refrigerante
por um delicioso suco de frutas frescas? Explique que,
na cozinha, segurança é fundamental: eles vão precisar
da ajuda de um adulto para manusear facas, batedeira,
liquidificador e também no fogão. Você pode aproveitar e introduzir conceitos matemáticos como fração,
unidades de medida (tempo, peso, volume) durante o
preparo.
•A consciência ecológica é importante: converse com
seus alunos sobre o aproveitamento dos alimentos, a
reciclagem das embalagens e o descarte adequado do
lixo produzido.
•Depois que o prato estiver pronto, providencie um lugar adequado para as crianças comerem (mesa, cadeira, toalha). Oriente seus alunos que são bons hábitos
à mesa não falar de boca cheia e usar corretamente
os talheres. Os alunos podem também levar os biscoitinhos que eles próprios fizeram para casa, em saquinhos. É uma forma de promover a integração da família, com as crianças e a escola.
•As melhores receitas podem ir para o “Livro de Receitas”
da turma, com ilustrações feitas por eles. Assim, seus
alunos poderão prepará-las em casa também.
SOBRE O ESCRITOR
Jonas Ribeiro é paulistano, contador de histórias, já publicou inúmeros títulos de literatura infantil e juvenil. Conheça mais sobre
o autor em: www.jonasescritor.com.br
SOBRE O ILUSTRADOR
A maestria dos traços, a leveza das cores e o humor fino e delicado das ilustrações são a marca registrada de André Neves.
Conheça mais sobre o ilustrador em: confabulandoimagens.blogspot.com
ELABORADO POR SIMONE BIBIAN – escritora, dramaturga, pedagoga, especialista em psicopedagogia e em literatura infantojuvenil, é
professora de leitura para crianças e jovens e educadora do Museu Nacional de Belas Artes (RJ). Blog: simonebibian.blogspot.com
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