JOSÉ ANCHIETA DE OLIVEIRA BENTES MARIA JOAQUINA NOGUEIRA DA SILVA FLÁVIO MATHEUS GOULART DO NASCIMENTO CARINA DA SILVA MOTA MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO CARDOSO DA SILVA Volume 47 Educimat 27 Belém - Pará 2009 Consenho Editorial Adilson Oliveira do Espírito Santo – UFPA/ Ed. Matemática Adriano Sales dos Santos Silva – UFPA/ Ed. Ed. Infantil Ana Cristina Cristo Vizeu Lima – UFPA/ Informática na Educação Ariadne da Costa Peres – UFPA/ Ed. Ambiental Francisco Hermes Santos da Silva – UFPA/ Ed. Matemática Isabel Cristina Rodrigues Lucena – UFPA/ Ed. Matemática Maria de Fátima Vilhena da Silva – UFPA/ Ed. em Ciências Oneide Campos Pojo – SEDUC/ Ed. Infantil Tânia Regina dos Santos – UEPA/ Ed. Infantil Terezinha Valim Oliver Gonçalves – UFPA/ Ed. em Ciências Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Setorial do NPADC, UFPA Lendas amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngüe e em braille / José Anchieta de Oliveira Bentes, Maria Joaquina Nogueira da Silva, Carina da Silva Mota, Flávio Matheus Goulart do Nascimento, Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva. – Belém: IEMCI, 2009. 44 p., v. 47, (EDUCIMAT, 27). Acompanha 1 cd-rom. ISBN 85-247-0292-3 (Obras completas EDUCIMAT) ISBN 978-85-62892-03-5 1. Educação Inclusiva. 2. Lendas - Amazônia. 3. Contos folclóricos. I. Bentes, José Anchieta de Oliveira. II. Silva, Maria Joaquina Nogueira da. III. Mota, Carina da Silva. IV. Nascimento, Flávio Matheus Goulart do. V. Silva, Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da. VI. Série. CDD - 22. ed. 371.9 SUMÁRIO Apresentação Introdução Lenda do Açaí Lenda do Boto Lenda do Curupira Lenda do Guaraná Lenda da Iara Lenda da Mandioca Lenda da Matinta Perera Lenda do Peixe-boi Lenda de Tamba-tajá Lenda da Vitória-regia Referências consultadas Sobre o Programa EDUCIMAT Sobre os Autores 7 11 13 16 18 22 25 27 30 33 35 37 39 41 43 APRESENTAÇÃO Prezado (a) Professor Este livro tem um significado científico, cultural, emocional e, porque não dizer, é um sonho que se tornou realidade. Possibilitar às pessoas com surdez o acesso ao conhecimento do encantamento que permeia as lendas amazônicas, até então direcionadas por um contar monolíngue (Língua Portuguesa), por vozes de contadores que, certamente, fascinavam e fascinam apenas as pessoas ouvintes. A re-textualização dessas lendas, por meio de uma abordagem bilíngue (Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa), ao mesmo tempo contadas e interpretadas por um ator Surdo, Flávio Mateus Goulart do Nascimento, que, imbuído de uma inteligência corporal sinestésica, conta essas lendas em Libras para a comunidade surda e também ouvinte, é fascinante! Afinal, estamos numa sociedade multicultural em que as identidades se misturam. Este material é possível por acreditar na educação inclusiva que exige mudanças nas práticas pedagógicas, conforme as características diferenciadas de seus aprendizes. Nessa perspectiva, a obra também oportuniza o acesso ao conhecimento dessas lendas pelas pessoas cegas, com exemplares em Sistema Braille, e formato digital acessível. São essas ações concretas que nos levam a crer que estamos vivendo um novo paradigma. É um novo tempo! Tempo de empoderamento das pessoas com Necessidades Especiais. A elaboração deste livro só foi possível com o apoio incondicional do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica NPADC – da Universidade Federal do Pará, por meio de uma ação interinstitucional com as Instituições de Educação Superior: UEPA, UNAMA e CESUPA, que uniram esforços e institucionalizaram o programa de formação continuada de professores na modalidade de Educação a Distância em Formação, Tecnologias e Prestação de Serviços em Educação em Ciências e Matemáticas - EDUCIMAT. Esse programa, orientado por diretrizes inclusivas que pontuam a formação continuada de profissionais capazes de interagirem Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 7 em diferentes contextos de aprendizagem, oportunizou-nos a elaboração de um conjunto de materiais – produto 27, contendo: • Livro, com 10 (dez) Lendas Amazônicas: do Açaí, do Boto, Curupira, da Iara, da Mandioca, da Matinta–Perera, do Peixe–Boi, do Tamba–Tajá e da Vitória–Régia), em Língua Portuguesa, Sistema Braille, formato digital acessível e • DVD em Língua de Sinais. O livro foi previsto, inicialmente, com 80 (oitenta) páginas. Entretanto, no primeiro momento, ao ser elaborada a primeira boneca, pela Prof.ª Drª Socorro Cardoso, em que constavam as lendas do Boto, da Iara, da Mandioca e do Açaí, todas em português, ao serem transcritas para o Sistema Braille, pelas Professoras Vilma Maciel e Joaquina Figueiredo, percebia-se que o livro estava muito extenso e iria dificultar a leitura, assim como a contação em libras, devido à criação de sinais, até então, desconhecidos, ou melhor, não existiam e foram criados, a nosso pedido, por pessoas surdas. A partir dessa análise, houve um redimensionamento do material, sob o olhar do Prof. José Anchieta Bentes e do Flávio Matheus do Nascimento, citado anteriormente, com a ajuda da Intérprete Carina Mota, o que resultou em uma nova versão. Esta versão, foi organizada em cerca de quarenta páginas, que a equipe produtora avaliou como a forma mais pertinente, didaticamente, de contar as lendas. Nosso agradecimento especial à Profª Drª Terezinha Valim, da Universidade Federal do Pará – NPADC –, coordenadora do Programa EDUCIMAT, pelo refinamento técnico e qualidade gestora, que lhes são peculiares, e com os quais, cotidianamente, coordenou este Projeto. Nossos agradecimentos, ao Centro Universitário do Pará – CESUPA, nas pessoas do Prof. Dr. João Paulo Mendes, Pró-Reitor de Pesquisa e Profª. Drª. Carmem Barroso, Coordenadora de PósGraduação, pelo compromisso com a formação de profissionais para atuarem com a diversidade. Agradecemos também, à Universidade do Estado do Pará – UEPA, nas pessoas das Professoras Ana Cláudia Serruya Hage e Maria José de Souza Cravo, por uma gestão pautada na perspectiva 8 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille da Educação Inclusiva. A primeira, antiga, e a segunda atual Diretora do Centro de Ciências Sociais e Educação da UEPA. Agradecemos, também, ao Prof. Manoel Delmo de Oliveira, pelo sempre preciso apoio, na função de Chefe do Departamento de Educação Especializada (DEES-CCSE-UEPA). À Lourdes Maria Trindade Gomes, secretária do EDUCIMAT, incansável e atenta aos objetivos deste trabalho e ao Marcelo Gomes e Nádia, pelo primeiro grande trabalho, cujo Studio Cinco foi o laboratório essencial nesse momento histórico das ações afirmativas para a Educação Inclusiva. À Unidade Educacional Especializada José Álvares de Azevedo na pessoa do gestor Prof. Ms. Lourival Ferreira do Nascimento, pelo apoio, transformando este livro em formato digital acessível. À Unidade Educacional Especializada Prof. Astério de Campos, equipe gestora, docentes e discentes pela contribuição na elaboração deste produto. Ao Daniel Amorim e ao Marcos Danilo Costa também pela ilustração. Á Profª. Oneide Pojo, técnica do EDUCIMAT, pelo incentivo e por acreditar na Educação Inclusiva NOSSO MUITO OBRIGADO! Profª. Maria Joaquina Nogueira da Silva Coordenadora da Equipe de Educação Inclusiva do Programa EDUCIMAT Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 9 INTRODUÇÃO As lendas que eu vou te contar... contam fatos de seres que vieram da escuridão, das profundezas dos rios, das assustadoras matas, da infinitude imaginária de um povo, os povos da Amazônia. Fazem parte do imaginário amazônico. São mantidas por longas datas na oralidade, algumas transformadas em textos escritos, o que ocasionou uma breve perda da graça do contar, melhor seria se fosse guardada em vídeos para garantir a expressão do narrador, dos seus gestos de recriação da realidade, com as características que o contar provoca em nossas mentes: o recriar de personagens misteriosos, como o boto, o curupira, os índios, as plantas, os animais, os pescadores, as moças do interior, as mutações de gente que se transforma em animais irracionais e estes que se transformam de novo em gente. Só que nesta obra essas “mesmas” histórias vão ser contadas em outra língua, que está apreendendo a também ser amazônica, a língua brasileira de sinais, a Libras, com é mais conhecida. A Língua das pessoas surdas (e de muitas ouvintes, que já a utilizam) e que residem no Brasil. Estes contos precisaram ser primeiro contados para o surdo. Para isso eles foram transformados de uma língua oral para uma outra, visual. Nessa fase contamos com a imprescindível participação de Carina, que é Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 11 intérprete de Língua de Sinais. Nova transformação ocorreu no texto, desta feita na compreensão-interpretação do nosso amigo Flávio Matheus, que a partir de sua recriação nos conta “sinalizando” as histórias, com a versatilidade de um contador, com a expressividade de sua língua materna, a língua de sinais. Flávio intenciona com esse seu contar que essas histórias sejam assimiladas pelo olhar de outras pessoas surdas, principalmente crianças, que não teriam, se não fosse esta nossa iniciativa, o direito de vê-las e de conhecê-las. Mas também pensamos nas pessoas cegas que querem ler estas histórias ou até querem aprender a ler a partir destas: produzimos um versão em Braille. E para que os videntes e ouvintes também tivessem acesso, também produzimos o texto em tinta. Mas queremos que videntes e ouvintes façam uma espécie de inclusão ao inverso, propiciando que busquem aprender a Língua de Sinais e se incluir nos grupos de surdos, consiga interagir com o surdo, em Libras. Boas visões, boas leituras! Que consigam fazer novas recriações e manter vivo o contador e as histórias do imaginário amazônico. José Anchieta de Oliveira Bentes (Julho de 2009) 12 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Lenda do Açaí V ocês sabem o que é uma lenda? São histórias que as pessoas contam. São histórias inventadas. É a imaginação das pessoas. Então agora que vocês já sabem o que é uma lenda, a gente irá conhecer a lenda do açaí. Vocês conhecem uma fruta roxa? Essa fruta batida se transforma em um suco delicioso!? Vocês sabem como o índio encontrou essa fruta? Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 13 Calma eu vou contar. Há muito tempo atrás, na cidade de Belém, havia uma tribo em que os índios viviam bem. Nessa tribo, tinha um grupo de índios que saiu para caçar. De manhã bem cedo, pegavam a lança, o arco e a flecha e andavam pela mata à procura de um animal grande para caçar, porém não encontraram nada. Os índios já estavam cansados e então se sentaram perto de uma árvore de tronco fino que tinha frutinhas roxas. Era uma árvore que eles nunca tinham visto, não conheciam a sua existência. E, então, os índios se perguntaram: – Olhem isso? O quê será? Resolveram subir na árvore para pegar um cacho das frutinhas, cheiraram, olharam e então comeram. Acharam uma delicia. Era tão gostosa que comeram o cacho de frutas todo! Logo depois, eles se sentiram diferentes, mais fortes. Parecia que seus corpos tinham ganho energia. E com isso, conseguiram flechar e atirar em uma anta bem grande e até conseguiram levantá-la e amarrá-la em uma vara para levar o animal para a tribo. Lembraram também de levar consigo um cacho das frutinhas roxas. Ao chegarem à tribo, mostraram as frutinhas que trouxeram da floresta e as deram para o cacique. Os outros índios ficaram curiosos com a frutinha e cada um pegou e comeu o fruto, que acharam uma delicia. Dias depois, a filha do cacique chamada IAÇA de apenas um ano de idade, estava muito pálida. E então, o cacique lembrou-se da frutinha que poderia ajudar a curar sua filha. 14 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Ele chama os índios e pede que peguem mais frutinhas que ajudaria a menina a ficar forte! Com o pedido, dois índios saem pela mata à procura do fruto, procuram, procuram e encontravam, e as levam para o cacique. Enquanto isso a mãe de Iaça estava tecendo uma tala para fazer uma peneira. Esta peneira serviria para amassar o fruto e transformá-lo em um suco roxo, forte e cheiroso. Com isso, a índia Iaça coloca o suco em uma cuia e bebe de duas em duas horas, e depois disso, dorme bem à noite e ao acordar pela manhã Iaça parece estar com saúde. A menina fica com saúde e todos os índios da tribo ficam felizes. Então, o cacique nomeia a frutinha de açaí, que é a inversão do nome de sua filha. Logo, os índios comem o açaí e amassam a fruta para beber o suco e assim ficam com uma saúde mais resistente. Viram só!? O açaí é uma delicia. Ajuda a ter uma saúde melhor e vocês podem beber todos os dias. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 15 Lenda do Boto V ocês conhecem o boto? Vejam! A história conta que ele se transforma em homem: forte, alto, moreno. Ele se veste de branco e tem um perfume muito cheiroso; ele usa também um chapéu, pois ele não se transforma totalmente em homem e ainda fica parecido com um boto, então o chapéu serve para esconder essa transformação parcial e também para lhe ajudar a respirar. Ele se transforma no tempo das festas. Ele vai à festa e fica olhando para todas as pessoas, olha muitas mulheres. Ele pega um instrumento musical, o triângulo, e começa a tocar para que as pessoas fiquem lhe olhando e com isso as mulheres ficam lhe admirando, e então ele chama as mulheres para dançar. 16 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Depois de alguns instantes, ele vai descansar e se senta para beber. Junto com ele ficam muitas mulheres, que já estão apaixonadas pelo seu charme e sensualidade. Porém o boto escolhe uma mulher: linda, de olhos verde-claro e deixando de lado as outras mulheres. Convida essa linda moça para sentar ao seu lado e conversar. Eles ficam juntos durante toda a festa e depois saem de madrugada para olhar o luar, e então eles se olham e se beijam, até que ela vai embora, dá tchau ao moço e ele volta para o mar, voltando a ser boto. Depois, com alguns dias a moça descobre que está grávida, e que também têm outras mulheres com filhos do boto. Vocês viram? Cuidado meninas com o homem bonito, paquerador, forte, alto e moreno. Ele paquera as moças, some e ainda as deixa grávidas. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 17 Lenda do Curupira E u vou contar a história do curupira. Vou contar uma lenda. Vocês conhecem o curupira? Eu vou contar para vocês. Ele é um menino moreno que tem pelos no corpo, tem os pés virados para trás, cabelos vermelhos, dentes verdes... É um monstro do mal? Não! Ele vive na floresta e protege os animais. Agora que vocês já sabem quem é o curupira, eu vou contar a história para vocês. Há muito tempo atrás, dois homens foram à floresta para caçar, chegando lá um dos homens, o mais velho, mirou a arma em um animal e atirou. O tiro foi certeiro. O outro homem, mais jovem, tinha ido à caça para observar e aprender a atirar nos animais. Havia ido só para ajudar o seu amigo. Passado esse momento, o homem mais velho pergunta ao jovem: – Amanhã, bem cedo, venho caçar, pois minha esposa está grávida e deseja comer carne de macaquinho. Ela acha muito macia e deliciosa, é um desejo de mãe, e também porque acho bonito colocar a estátua do animal em minha casa para que as pessoas possam ver, quando 18 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille virem me visitar e assim eu fico famoso. Que tal, quer vir me ajudar nessa caça? E, então o homem jovem pergunta: – Posso Sim! A que horas? E o homem responde: – De manhãzinha, bem cedo às quatro horas, certo? E, então, logo no dia seguinte, os dois homens vão a mata para caçar, chegando lá o homem mais velho vê um macaco, a mãe e o macaquinho. Ele mira e atira no macaquinho que está no colo da mãe, e o bebê morre. A mãe do macaquinho grita muito desesperada pela morte de seu bebê. Com isso, o curupira que está sentado em uma árvore comendo manga, mesmo bem longe, escuta os gritos da macaca e vai ajudá-la. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 19 Quando avista o local vê os dois homens, e então fica muito sério, com raiva do caçador ter matado um animal indefeso. E logo chega perto dos caçadores. E, já perto dos homens, o curupira vai para trás do homem mais velho e toca-o, a fim de dar-lhe um susto. Eis que consegue. O homem mais velho fica tão assustado ao ver o curupira que começa a se tremer. E, o curupira lhe pergunta: – Por que você matou o macaquinho? E, o homem continua trêmulo. Eis, que o curupira pega o macaquinho faz uma magia e com isso ele volta a ter vida. Entrega a sua mãe que pega o bebê e vai embora. E, então o curupira volta ao homem mais velho e diz: – Você é mal, pois atirou em um animal, por isso merece um castigo. O homem então diz: – Eu não. Foi ele. E joga a arma para o mais jovem. E, o curupira acrescenta, ainda: – Eu vou ficar aqui na árvore vendo você macaquinho para que ninguém o mate. Quanto a você, jovem, se continuares a querer aprender a caçar, ou ajudar um caçador, terás um castigo, assim como terá o seu amigo. 20 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Então, o curupira faz uma magia e transforma o homem mais velho em uma cobra que rasteja. Com esse fato, o jovem olha para o curupira com os olhos arregalados e a boca aberta, de tanto medo, e sai correndo pela floresta. E, o curupira, ao ver o desespero do jovem rapaz, começa a rir da situação, e com esse ocorrido o rapaz nunca mais volta à floresta e espalha para todos os seus conhecidos o que ocorreu durante a caça. Vocês viram o que acontece com as pessoas que vão à floresta para cortar as árvores, matar os animais? O mundo fica pior. Portanto, vamos cuidar das nossas florestas, limpar e deixá-las, assim muito mais bonitas. Precisamos, também, cuidar das nossas ruas, além de nos conscientizarmos que não devemos jogar lixo no rio, pois os peixes morrem. Então, vamos cuidar e preservar as florestas, certo!!! Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 21 Lenda do Guaraná A lenda do guaraná, vocês conhecem? A fruta vocês conhecem? O nome é g-u-a-r-a-n-á. E do suco vocês gostam? Sabem como apareceu a lenda? Eu vou explicar. Há muito tempo atrás, na tribo dos índios Jarumã, tinha um índio bonito, forte que casou com uma índia também bonita. Um, dois, três anos se passaram e sua mulher nada de ficar grávida. E a índia ficou muito triste por isso. Depois de o pajé da tribo dar um chá de ervas a sua esposa, finalmente a índia Jarumã consegue a gravidez. E ela passa a estar muito feliz. Seu filho nasce. Coloca o nome de g-u-a-r-á, que significa vida. Isso porque ela no passado não conseguia ter filho e por isso ficava triste, parecendo que tinha morrido. Quando o filho nasce, sua mulher passa a ficar muito feliz, parecendo com a vida. Guará era muito bonito, forte, brincalhão e crescia rápido. Com a idade mais ou menos de dez anos o pai o convida para caçarem e pescarem juntos. O menino aceita. 22 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Na manhã, bem cedo, o pai diz a Guará: – Vamos caçar muito longe. O animal é grande e forte. Vamos matá-lo para ter alimento para vários dias. O Filho Guará aceita, pega a lança, o arco e a flecha. O Pai e Guará andam, andam... Passam por arvores com várias frutas amarelas e deliciosas. Guara chama o pai e diz: – Estou com fome, podemos parar para comer uma fruta? O Pai diz: – Podemos sim. O Pai pega uma fruta que estava no caminho. Guara se distrai pegando várias frutas: pega uma, duas, três e come. Depois Guara vê uma fruta linda no alto da arvore. Ele sobe, mas uma cobra que estava na arvore o enrola. Guara não a consegue ver e pisa nela, que imediatamente o morde, provocando um grito do menino e uma queda. O Pai que estava andando ouve o grito do filho, corre, corre e ao vê-lo fica preocupado. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 23 O pai pega no filho já morto e fica muito triste. Chorar e o carrega até a tribo. Lá os índios da tribo choram, choram... Cavam um buraco. Nesse momento fica escuro e acontece um trovão. Era o espírito bom de nome t-u-p-ã que diz: – Eu tupã choro também. Os olhos de Guara se abrem nasce uma planta na terra. O tempo passa, passa.... Começa a crescer uma arvore bonita, com vários e bonitos frutos, parecendo os olhos de Guara. O Cacique inventa o nome o nome da fruta: g-u-a-ra+na. Inventa também o sinal do guaraná. Se a tribo de índios está fraca, doente, ele pega o fruto amassa, mistura com água e toma. Isso ajuda a ficar forte, a ter saúde e é uma delicia. Viu? O guaraná é uma delicia e vocês podem tomar, ajuda a ficar forte e a ter saúde. 24 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Lenda da Iara V ocês conhecem a Iara? Bem, a Iara é uma mulher que tem o corpo da metade pra baixo peixe e o corpo da metade pra cima mulher. Estranho não é verdade?! A Iara é uma sereia que vive na água. Ela se senta em uma pedra para cantar. Tem uma voz muito bonita tão perfeita que enfeitiça quem a escuta. Com isso, ela atrai os homens. Há muito tempo atrás, havia em uma tribo um índio. Ele era forte, bonito e alto. As índias todas o admiravam: babavam e queriam se casar com ele. Ele era o orgulho para todos os índios. E assim ele dizia: – Assim como as mulheres me acham bonito, forte e babam por mim, eu já encontrei a Iara e babei por ela. Um índio o chama e diz: – Tenha cuidado com a Iara, pois ela é forte, tem uma voz muito bonita e canta perfeitamente, tanto que ela encanta quem a escuta. E você fica tão encantado que pula na água para perseguir a sua voz e quando percebe já está no fundo do mar, totalmente enfeitiçado pela Iara. Quando Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 25 acorda do feitiço para tentar voltar a terra não consegue voltar mais, pois ela já o prendeu no fundo do mar. Isso é certo, e você morrerá de tanto nadar. Portanto, tenha muito cuidado. E o índio bonito diz: – Hum, eu nunca vou me enfeitiçar pela Iara. Algum tempo depois o índio bonito pega o seu barco à noite e sai para passear. Ele rema, rema e já longe da aldeia pensa que o canto da Iara jamais o irá encantá-lo e começa a rir. – Eu sou bonito e se ela me ver, ficará babando por mim, e ela que se encantará , e ainda se eu chamá-la, ela vem até mim. E os outros índios quando me verem, vão ter inveja de mim, pois eles não têm o poder que eu tenho. Porém, a Iara aparece e encontra uma pedra para sentar e cantar um lindo canto. E, ele do barco se levanta para olhá-la e fica encantado com tanta beleza. E, então a Iara pula na água e ele vai atrás dela até o fundo do mar, até que ele acorda e quando pretende voltar, já está longe demais, e de tão cansado morre. E, os índios vendo que ele não volta, vão a sua procura. E, então, lembram da Iara, mas mesmo assim o procuram. Até que avistam de longe, o índio boiando, e vão até o barco, trazem ele de volta, e a tribo o enterra, chorando muito por sua morte. Viu? Ele foi muito teimoso e orgulhoso. Sabia do perigo. Todos disseram que o fundo do mar é perigoso, porém ele não deu importância, logo se afogou e morreu, portanto tenham cuidado. 26 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Lenda da Mandioca V ocês conhecem a lenda da mandioca? Sabem como ela apareceu? Eu vou contar para vocês! Os índios têm a pele negra. Tinha o filho do cacique e uma índia, que eram lindíssimos. Ela também era muito negra, tinha os cabelos lisos e muito negros, além dos seus olhos que eram grandes e negros. O filho do cacique a amava de verdade e queria casarse com ela. Teve o casamento e ela ficou grávida. Porém, depois de três meses de gravidez, o pajé teve um sonho com o espírito de Tupã que lhe disse: – O filho que irá nascer será um presente meu para a tribo. No outro dia, o pajé avisa a todos os índios da tribo que nascerá o bebê. E então, passado o tempo, nasce uma criança linda, mas diferente de todos os índios, pois tinha a pele branca que parecia leite, além dos cabelos amarelos que parecia uma espiga de milho. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 27 Porém, todos os índios o amavam, vigiavam e cuidavam, porque se lembraram do que Tupã disse: que o bebê era um presente especial. A índia, mãe do bebê, dá o nome de Mani. E ele cresce. De repente, Mani tem febre e muita dor na barriga. E o seu pai lhe dá chá de ervas para tomar. O pajé tenta ajudar com um reza, porém o bebê não melhora nada e morre. E, os pais de Mani e todos os índios da tribo choram pela morte da criança. O bebê foi enterrado em um buraco próximo de sua cabana. Os seus pais e os outros índios sentem muita saudade e sentam perto do buraco e começam a chorar. O tempo passou e na primavera havia várias árvores com lindas flores. E a mãe de Mani vai até o local 28 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille que enterrou o bebê e vê que nasce no local uma planta diferente que não conhecia. E então, os pais de Mani passam a cuidar da planta, até que o pai de Mani cava ao redor da planta e vê raízes diferentes que pareciam com caroços de batatas. E, ele pega uma raiz quebra-a e vê que dentro é muito branco igual ao seu filho Mani. Portanto, a batata recebe o nome “mani oca” que significa “carne de Mani”. Depois, no entanto, os índios trocam o nome de “mani oca” para o nome de mandioca. Viram! Vocês gostaram? Gostaram da lenda da mandioca? Aprenderam? É uma delicia os produtos da mandioca. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 29 Lenda da Matinta Perera A lenda da Matinta Perera, vocês conhecem? Eu vou contar. Ela era uma mulher velha, com cabelo desarrumado e sempre ficava sentada em uma cadeira balanço para fumar um cachimbo. Ela a noite se transforma em pássaro e dava um assobio único e forte. As pessoas que a ouvem conhecem a Matinta Perera. Há muito tempo atrás existia um fazendeiro que fumava um dos melhores tabacos e queria ser melhor em tudo. Ele foi à cidade, foi comprar comida e encontrar os amigos para conversar. Ele disse: – Você tome cuidado à noite. Sempre que o pássaro assobia, eu, minha esposa e filhos ficam arrepiados. Os animais que vejo também ficam com medo. Todo dia ela dá três dias assobios. Minha família não consegue mais dormir. No terceiro assobio é só ver o celeiro de manhã: ta uma bagunça e o maço de tabaco desaparece. Toda 30 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille manha o pássaro volta. Depois o pássaro vai à casa de seu pai e você tem que botar rápido tabaco para que ele vá embora. O nome do pássaro é Matinta Perera. O Fazendeiro continua falando, vendo os rostos desconfiados: – O tabaco da roça: é melhor não dá para esconder. O Pássaro dá medo... hahhaha... Por quê? Um amigo diz: – Se as pessoas perseguem o pássaro podem ver o pássaro se transformar em uma mulher velha, com o cabelo desarrumado. Eles com tanto medo, ficam paralisados. Cuidado... Cuidado. E o fazendeiro: – Não, calma, isso é bobagem. Já vou tchau! O Amigo diz: – Tchau. Chegando a sua casa ele conta para a esposa. O Fazendeiro senta para jantar e dormir. À noite começa o assobio. O fazendeiro e a esposa não conseguem dormir nada. Sua esposa diz: – Estou com medo. Vá dar o tabaco pra ela. O fazendeiro diz: – Calma, não espere. À noite o assobio recomeça. – Vou procurar ver a Matinta de verdade, para ver se não é mentira. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 31 A esposa diz: – Cuidado! Depois, à noite recomeçam os assobios. Ele pega uma arma, dá um beijo na esposa e diz: – Tchau! Abre a porta, o pássaro voa. O fazendeiro vê e corre, corre, corre... Perseguindo-o. Procura, procura... e nada. Lembra que a Matinta gosta de tabaco e então grita: – Tabaco vem pegar. E coloca em cima de uma pedra o tabaco e se esconde perto, atrás de uma arvore. Espera, espera e nada. Desiste e vai embora. Anda, anda. De repente, mais ou menos longe, vê uma mulher velha, de cabelo cumprido, despenteado, o corpo suspenso, os braços levantados, tendo à mão tabaco. O fazendeiro com medo olha paralisado. – Matinta vá embora. E o fazendeiro sai rápido em disparada, corre, corre... Chega a sua casa, toma um banho e dorme. Na manha seguinte, bem cedo batem na porta do fazendeiro. Ele levanta abre a porta e nada. Na segunda vez, ele escuta o assobiou e pensa: “É a Matinta”. De novo batem na porta. Ele pega o tabaco e coloca na frente da porta. Depois abre a porta e nada, fica um silêncio. O fazendeiro aprendeu a respeitar a Matinta. – Ah, Matinta! Com o tempo o velho ficou doente e fraco. O sétimo filho passa em frente o costume de deixar tabaco pra Matinta e começa uma nova geração. – Se escutar um assobio, vá rápido colocar tabaco, para ela ir embora. 32 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Lenda do Peixe-boi V ocês conhecem o Peixe-boi? Olhem o desenho. E a lenda? Eu vou contar. Antigamente havia uma tribo de índios, todos eram muito felizes, que viviam em Belém, próximo à baia do Guajará. Essa tribo fez uma grande festa, preparam comida, pintaram o corpo bem bonito. Tinha uma Índia jovem e um índio de nome Curumi. A festa começou com o pajé mandando a jovem índia e também Curumi mergulharem na baia do Guajará. O pajé pega então uma folha de nome canarana e joga em cima deles. Quando os dois voltam do mergulho eles já estão transformados em animal, transformados em peixe-boi. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 33 Parecem com um peixe e com um boi. Depois os dois começam a espalhar filhos. E comem o quê? A folha de canarana. Hoje tem o problema dos pescadores que caçam e matam o animal, para comer a carne, que tem sabor de peixe misturado com o sabor do boi. Isto quase acaba com o animal. Nós devemos cuidar do peixe-boi para que ele não acabe! 34 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Lenda de Tamba-tajá E u vou contar uma história para vocês. Vou contar a lenda de tambatajá. Vocês conhecem o tamba-tajá?Eu vou contar Há muito tempo atrás havia uma tribo chamada Macuxi. Nela existia um índio muito bonito e inteligente e uma índia que também era muito bonita e inteligente também. Eles se apaixonaram e logo depois se casaram. No casamento foram muito felizes, porém com o passar do tempo, a índia ficou muito doente. Ela ficou paralítica. Então, o índio pensou que só sairia se a sua mulher fosse junto, e assim ele resolveu tecer uma tipóia para colocar a índia dentro e, dessa forma a carregaria em sua costa. E, por onde o índio tivesse que ir, a índia iria também. Porém, o índio percebeu um dia que o fio da tipóia que ficava seguro em sua cabeça estava mais pesado, diferente do peso de antes. Neste momento ele resolve verificar o que está acontecendo, e quando abaixa a Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 35 tipóia vê que sua esposa está morta, e ele fica muito triste, então chora muito, pois a ama de verdade. E, então o índio resolve carregar sua esposa na costa, novamente, e sai andando pela floresta, até que para perto de um igarapé e cava um buraco para enterrá-la. No entanto, ele pensa que não saberia viver sozinho, então se deita junto à índia e morre. Depois de um tempo, surge no local da sepultura uma planta muito bonita que os índios Macuxi não conheciam. A planta tinha folhas grandes, formato triangular e, atrás dela havia uma outra folha, só que em tamanho pequeno, de cor verde, e com um formato que parecia o órgão genital feminino. Essa planta tem o nome de tambatajá. As pessoas acreditaram que esta planta com as duas folhas juntas parecia com o amor verdadeiro que o índio tinha pela sua esposa. Até hoje, as pessoas acreditam que se tiver uma planta de tamba-taja dentro de casa, o amor acontecerá. 36 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille Lenda da Vitória-régia E u vou contar uma história para vocês. Vocês conhecem a vitória-régia? Eu vou contar pra vocês. Ela é uma flor muito linda, forte. É uma grande flor, que parece uma rainha. Pesa 40 quilos e consegue se manter firme. Todos os dias ao anoitecer, a flor branca da parte de dentro abre e exala o seu perfume que, com dois dias some. Há muito tempo atrás, tinha uma mulher, uma senhora que contava a história da lua, que os índios chamavam de Jaci. A menina Naiá dizia que a lua vinha até a terra para procurar uma moça virgem e transformá-la em estrela. A procura acontece, durante a noite, a lua fica olhando para a terra em busca de uma jovem que fosse virgem. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 37 E, então a lua Jaci espera que a escolha para ser transformada em estrela e a menina não é transformada. E Naiá volta no dia seguinte, e no outro dia e nada da lua transformá-la. Naiá, muito triste, fica pensando “Será que a lua Jaci não me quer? Por que ela está me desprezando? E começa a ficar fraca e doente, mas não desiste de ser transformada em estrela pela lua Jaci. Na noite seguinte, a menina decide correr atrás da lua, porém, de tanto correr cai fraca perto da água. No entanto, Naiá ao acordar, vê a lua na água, e pensa “Ah, a lua está perto. Oba!” Então, a menina resolve pular na água, porém ela se afoga e morre. A lua Jaci vendo Naiá morta, fica com pena e então resolve transformá-la em uma flor, a Vitória-régia. E, desse modo todas as noites a flor branca que fica dentro da planta se abre muito bonita. Viu, você deve se esforçar, não desistir dos seus ideais e então conseguirá as coisas. 38 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille REFERÊNCIAS CONSULTADAS BENTES, José Anchieta; MOTLEY, Adrine; GOMES, Rita de Cássia (Orgs.). Caderno de Memórias: movimento de alfabetização de jovens e adultos professor Paulo Freire: distrito administrativo de Mosqueiro. Belém: Semec, 2004. BLOGSPOT. Contos e Lendas. Disponível 24/11/2004 em: < http://contoselendas.blogspot.com/2004/11/peixe-boi.html>. Acesso em: 05 jun. 2009. ISTO é Amazônia. Disponível em: < http://www.istoeamazonia. com.br>. Acesso em: 10 mai. 2009. MAGALHÃES, Elsa Pestana. Lendas do Brasil. São Paulo: Girassol, 2004. PAVANI, Marcos. O Curupira. 09/07/2006b. Disponível em <http://www.youtube. com/watch?v=r2uvjgbcmty&feature=relad ed> acesso em 02 de março de 2009. PERDIGÃO, Antônio Carlos Santos. Folclore - Lendas. Disponível em: <http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/lendas. htm>. Acesso em: 23 mai. 2009. UNIBLOG. Lendas Amazônicas. 12/12/2007. Disponível em: <http://www.uniblog.com.br/lendasamazonicas/>. Acesso em: 22 mai. 2009. WORDPRESS. Sitio Curupira. Outubro de 2008. Disponível em: < http://sitiocurupira.wordpress.com/a-lenda-do-curupira/>. Acesso em: 22 mai. 2009. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 39 O PROGRAMA EDUCIMAT Formação, Tecnologias e Prestação de Serviços em Educação em Ciências e Matemáticas O Programa EDUCIMAT é coordenado e desenvolvido pelo NÚCLEO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E CIENTÍFICA (NPADC)1, da Universidade Federal do Pará, que integra a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica (MEC/SEB), na qualidade de Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica. O Programa visa à formação continuada de professores para a Educação Matemática e Científica, no âmbito da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Como estratégia de trabalho, prevê a formação/fortalecimento de grupos regionais de professores tutores dos Centros Pedagógicos de Apoio ao Desenvolvimento Científico (CPADC) e municipais, por meio da constituição dos Grupos Pedagógicos de Apoio ao Desenvolvimento Científico (GPADCs), em nível de especialização lato sensu. Nessa perspectiva, colocam-se como princípios de formação, dentre outros: a reflexão sobre a própria prática, a formação da cidadania e a pesquisa no ensino, adotando-se como transversalidade a educação inclusiva, a educação ambiental e a educação indígena. O Programa está proposto para quatro anos, iniciando-se no Estado do Pará, com possibilidades de expansão para outros Estados, especialmente das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Parcerias poderão ser estabelecidas para otimizar o potencial da região no que 1 Desde 18 de junho de 2009, o NPADC foi transformado pelo CONSUN/ UFPA em Instituto de Educação Matemática e Científica – IEMCI – em razão da criação do Curso de Graduação: “Licenciatura Integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagens”. Com isso, o IEMCI passa a ter graduação, mestrado e doutorado na área 46 da CAPES, Ensino de Ciências e Matemática. Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 41 diz respeito à institucionalização da formação continuada de professores no âmbito da Educação Infantil, Séries Iniciais, Ciências e Matemáticas. O Programa EDUCIMAT situa-se no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica (NPADC/UFPA), no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemáticas, assim como o Mestrado e o Doutorado. O NPADC é unidade acadêmica dedicada à pesquisa, à pós-graduação e à educação continuada de professores de Ciências e Matemáticas, desde a educação infantil e séries iniciais até a pós-graduação lato e stricto sensu. Conta com a parceria da Secretaria Executiva de Estado de Educação, por meio do Convênio 024/98 e de Instituições de Ensino Superior integrantes do Protocolo e Universidades da Amazônia: Universidade da Amazônia (UNAMA), Centro de Estudos Superiores do Estado do Pará (CESUPA) e a Universidade do Estado do Pará (UEPA). 42 LENDAS AMAZÔNICAS: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille SOBRE OS AUTORES FLÁVIO MATHEUS GOULART DO NASCIMENTO Cursa a licenciatura em Letras-Libras - Universidade Federal de Santa Catarina/Universidade do Estado do Pará. Professor de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). CARINA DA SILVA MOTA Cursa a licenciatura em Letras-Libras - Universidade Federal de Santa Catarina/Universidade do Estado do Pará. Instrutora, tradutora e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). JOSÉ ANCHIETA DE OLIVEIRA BENTES Doutorando em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos. Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Pará. Professor da Universidade do Estado do Pará. MARIA JOAQUINA NOGUEIRA DA SILVA Mestranda em Gestão Pública pela Universidade de Trás–os– Montes e Alto Douro (UTAD), PT. Especialista em Motricidade Humana pela Universidade do Estado do Pará. Docente da Universidade do Estado do Pará e da Faculdade Ideal. Coordenadora do Curso de Graduação Letras – Libras, Pólo UEPA. Gestora da Unidade Educacional Especializada Prof. Astério de Campos. MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO CARDOSO DA SILVA Doutora em Semiótica e Lingüística Geral (USP). Mestre em Letras Linguística (UFPA). Coordenadora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, da Pesquisa, da Pós-Graduação e da Extensão do (CCSE)-UEPA. Docente e Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação Mestrado (CCSE-UEPA) e da Graduação (UEPA, UNAMA). DESENHISTAS DANIEL AMORIM Cursa a licenciatura em Letras-Libras - Universidade Federal de Santa Catarina/Universidade do Estado do Pará. Professor de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). MARCUS DANILO FERREIRA BORGES DA COSTA Graduando do Curso de Física da Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA). Lendas Amazônicas: mãos que contam em uma versão bilíngue e em braille 43