Diversos Patrícia Juliana da Silva (Paju Monteiro) Amigo Se algum dia me perguntarem, Quem me ensinou música boa. Ficar à toa… Contemplando a amizade até tarde. Te apontarei na rua na tua. Como sempre tão simples, tão gente! Sentado na calçada bem na minha estrada... No rumo certo, esperto! Silencioso e barulhento… Transparente feito o vento. Quando me perguntarem como foi que eu virei “Eu”; Direi que te vi; que vi a tua amizade… De verdade. Gritarei: – Foi Deus quem me deu, lá do céu. Um amigo fiel. E vento. Pensando e sonhando Sem vontade de ouvir, Querendo um quarto escuro. Sem janela, nem porta… Mas eu quero luz! Me achando ou perdendo? Caminhando; correndo… …Morrendo, morrendo. Que bonito! Cigarro, bebida, danone e chocolate. Lendo o meu futuro? Escuro, confuso. Monotonia. Bolacha recheada quase todo dia. Ônibus lotado. (Parte da minha vida que não comento com ninguém). Possível, cadê você? Sinto saudades da minha mãe. Do meu vôzinho… deveria ter amado-te mais. Você morreu e fiquei eu! Eu queria uma mochila bem grande… Para colocar todos que eu amo lá dentro, Para carregar comigo pelo mundo. Minha mãe, meus livros que nunca leio… Meus irmãos e irmãs, meus amigos e ( prima). … Meu pai (acho que ele e minha mãe brigariam lá dentro); Quero um pára-quedas… e vento! Sabe porque tenho tanta vontade de voar? …Para ver tudo bem pequenininho. Quero chegar bem perto de Deus; Ao ponto de tocá-lo… De sentir o perfume D’ele. Deitar no seu colo, sentir a Tua mão em meus cabelos coloridos. Contando coisas que Ele já sabe! Mas enquanto isso não acontece; Alguns amigos me visitam; moram comigo. Me dão o braço… E abraço. Não ligam se eu estou de all star ou de chinelo ou até mesmo descalça. Ou até mesmo sem pés… Ou sem chão. Não! Não vou me embriagar. Nem mudar... Porque assim como Papai; Sou o que sou! …Carente, inconsequente, paciente. Com saudades mas indiferente… Mas mudar quem eu sou? Não sei se vou. Quem sabe eu ame menos Tenho vontade de sentar na calçada. De passar um tempo lá… Mais nada. Olhar as pessoas por uma outra perspectiva. Para que, quem sabe… Eu as ame menos. E se elas não me derem dinheiro nem na hora do almoço… Ou passarem por cima das minhas pernas estiradas na rua; Pulando por cima de mim. Quem sabe, eu as ame menos. E se me julgarem, dizendo que sou vagabundo, imundo, sujo… Quem sabe assim, eu as ame menos. Se não conseguirem olhar nos meus olhos sujos de tanto choro. (ou limpos). Quem sabe eu as ame menos. E se passarem com seus carros conversíveis por cima das minhas pernas estiradas ali. Talvez assim… Eu as ame menos. E se essas mesmas pessoas, vierem bem cedo, antes que eu acorde; E atearem fogo em mim… Já não as amo. Ímpar Sem cordas vibrantes. Ou assobios do vento. Tudo agora está quieto... Está sem som. Sem palmas na frente da casa, ou batidas na porta. Nem sibilos... Dedos silenciosos no teclado. Olhares desconfiados para a janela. Tudo é sem par, ímpar... Hoje é ímpar. Quem foi? Quem foi? Eu me lembro que em uma noite eu escrevia de uma maneira ágil... E agora meus dedos são lentos. Eu me lembro de sentir e conseguir passar para o papel... Agora sou só sentimentos. Quem foi? Me devolva agora! Eu me lembro que esta terra estava repleta de forasteiros... Agora estou só eu. Eu me lembro da música do risinho das crianças. Agora só os velhos de muletas. Eu me lembro das festas e danças... Agora, nem mais esperança. Quem foi? Gotas Gotas pequeninas. Meninas. Mais fortes e gordas; Moças. Um pingo que dói em meu ombro; dois; três... Mulheres lindíssimas. – Vocês! Chove-me a alma, cantante e alada. Obstante ao calor; ela sempre vem; sempre. Essa chuva molhada... Na rua Ando pela rua olhando as vitrines; Ouvindo música, sendo indigente... Ando pela rua feito um fantasma invisível e indiferente; Me misturando com toda a gente! Ando pela rua como que descalço sofrendo uma dor semelhante a cacos de vidro perfurando a minha carne... Meus ossos! Ando por aí tentando (em vão) ser parte de um todo; – Não sou! Não de novo. Ando por aí na utopia de amar com o coração; Mas não sei... Tropecei! Ando como de a rua não tivesse fim! Então acho que vou para e me sentar; Esperar a rua andar! Caos Todos ao meu redor Inclusive você solidão Cheio em volta Vazio por dentro Batendo na porta Esse sofrimento Tortura cruel O caos estabelecido. Por siempre Seu coração brilha tão forte Seu rosto é tão resplandescente e lindo Casar-me-ei contigo E pegarei um pouco dessa luz que emana de ti E brilharei ao teu lado "Por siempre" Eternamente cativa E cativa voluntariamente Não morrerei de amor Só perecerei te amando, meu pequeno. Ah, saudade... Tudo agora é estranho Matizes diferentes colorem-me o intelecto Morro a cada dia Nessa estrada que de vazia Tem apenas as beiradas Minhas quimeras outrora adormecidas Retumbam e apavoram-me aqui dentro Saudade do tempo em que era só eu Da alquimia de tornar tempo em arte Hoje esse tempo torna-se mortalmente inimigo Zombador de mim, um castigo Mas estou a labutar Para que ele seja meu lacaio Estou quase a desistir (admito) Submetendo-me a ele silenciosamente E minha saudade só aumenta, atormenta Mas essa arte me acompanha Vivendo comigo, sibilando segredos para mim "Cambiando-me" em letra, verso e cor. Uma morte diferente... Elegante ela passa; descalça e linda... Move a cabeça de modo que seus longos cabelos cortem o ar como facas amoladas; Seu perfume extasia; o cheiro dos lírios inebria. Como droga, morfina. Ela tem grandes e densos olhos. Fita-me trazendo tranquilidade; voa em minha direção em um negro dragão, tão feroz quanto a sua voz! Seu riso e como o canto dos pássaros, me traz paz; alento. Ela causa vislumbre com seus passos; Arrasta seu longo vestido preto... A sua boca é escarlate... Suas mãos pálidas. Nunca presenciara uma Morte que não matasse; que fosse de modo aterrorizador, gentil e amável... Uma Morte que não tivesse a espreitar-me com uma foice e um saco para levar a minha alma sabe lá Deus para onde... Essa Morte que conheço, faz com que eu me sinta quase que igualmenteMorte... Uma confidente mortal; que perfuma a minha vida. Despedida Ela olhou; Para frente... Para baixo... Para a direita; Para a esquerda não. Ele olhou na direção dela e para baixo. Ela ainda voltada para a direita; endireita-se no ponto de ônibus. Ele pensa... Ela tensa; Ele brinca com as mãos. Olha para ela e para baixo. Ela ainda para a direita... O ônibus chega. Ela sobe. Ele fica. Ele enxuga uma lágrima que escorre. Ele levanta-se; Ele corre. Na direção oposta. Ela o mira. Ele corre mais... Ela olha. Para trás; Ele chora. Ela lamenta; Ele recorda, lembra. E corre. Fim Roubam meu silêncio; Porem se intenções de ouvir-me. Calam-me a boca; Sem pretensões de dizer algo. Puxam-me as tranças... Para que eu me sinta mal, sinta dor. Olham-me de canto de olho. E murmuram coisas sobre mim. Cantam canções a mim desconhecidas... Amarram minhas mãos e pés; Fazem uma ciranda ao meu redor; ... Riscam o fósforo; É meu último dia. Longe, tão longe. Interesses em comum; gentilezas. A intensidade e verdade dos pontos de vista... É como um broto de vida verde nascendo em uma árvore seca. É como se tivesse arrancado o meu coração... (Em um bom sentido). Juntamente com esse feixe de palavras! Descobristes meus segredos e os jogastes de volta para mim; Como quem derrama um pote de mel a um urso faminto. Sua amabilidade assustadora faz-me rir. Sabemos fazer isso aos outros (rir), por que não a nós? Questiono-te,vai ser assim. Como se um gigantesco fio nos unisse fazendo-nos dançar a mesma música; É bom ter por perto... Mesmo estando tão longe. Desmaio Desmaiar? Cair? Sucumbir? Pairar na mente inerte; Flertar com o ar? Deitar e deixar o tempo voar! Quantas vezes quiser... Der. Puder. Como será? Desmaiar; Pairar; Acordar... Humanos As mostras consideráveis de hostilidade; Devem-se as sórdidas e imaturas atitudes; Daqueles que se adonam da verdade. E têm como (é o que dizem) provar o que é virtude. Demasiado coléricos e indiscretos. Fazem seus maléficos pensamentos expostos. Para mim são leigos mesmo, até analfabetos. Com um coração podre, anunciando sempre o seu desgosto. Com os longos cabelos, com as mãos ou chapéus. Com cara de sofrimento nos templos (apenas lá). E a língua que escarnece, machuca, sempre que há tempo; Abrem feridas nas almas dos outros, sem um pingo de culpa. Temos então uma nova raça escolhida... Não índios, não arianos, apenas HUMANOS. Egoísta Te acho egoísta. Você usa tudo o que é meu; Estraga muito do que é meu; E depois; cospe, não no prato. Mas em meu rosto molhado. Já das lágrimas da ingratidão. Da sua malograda ingratidão! Beija-me em uma face; E sua mão esquerda me golpeia; Me esfaqueia pelas costas; Obrigada por me matar; Uma facada por dia. Rede Senta aqui na rede. E para de olhar a parede; Olha nos meus olhos castanhos. Balança devagar. Me deixa te olhar. Aplana minha dor. Me afaga a pele quente. Toca teu lábio no meu; de repente; Seca com a boca o sal do meu semblante choroso... Deixa a tua mão pingar as minhas lágrimas-dores por trás das tuas costas; Misturadas com a garoa que cai lá fora. Me cativa... Me deseja; Um instante que seja. Concede-me uma dança sem som. Mesmo que eu não goste de dançar. Faz-me estremecer e arrepiar com palavras. Retira de mim as chagas. Enlace-me em teus braços de socorro; Transforma-me júbilo de novo. Esperando-te É como uma valsa macia e dançante. Eu olho pela janela. Apoiando meus cotovelos nela. Como a “pombinha branca”. Que espera; espera e não cansa; Fico a lhe espreitar; Olhar os ponteiros, certeiros; Meu coração a disparar. Contando os minutos para você chegar. Meu moço de terno branco. De skate e all star. Te amo, e é tanto. Que ao balbuciar teu nome. Mais me parece um canto! Mais me compete te amar; Fascinação Meticulosamente olhar-te; Horas e horas. Como tambor meu coração bate; Os segundos tornam-se até terceiros... Indubitável deslumbramento meu. Seus finos dedos a enlaçar os meus. Estátua me torno. Assustada com esse desejo. De contemplar teu riso torto... Perder-me em teu beijo. Cortante e dilacerante tristeza. Pois hoje, hoje não te vejo. Real soneto de fidelidade Que sejam passos lentos. Desprovidos de preocupação; desconfiança. Sem lamentos, que cure... Que não seja eterno apenas enquanto dure. Que seja pela eternidade. Albergando nas costas apenas a certeza. De haver-se feito o possível... De verdade! E milhares de outras vezes o impossível, o improvável! Para que permaneça. Para que vingue, floresça; Ter nos olhos a ternura, no toque a candura. Que haja risos, brincadeiras. Que se tenha o colo, o apreço. Como se tinha, desde o começo. Eis a minha versão... Do tal soneto da fidelidade. Abraçando teclados; A nostalgia que me impregna a alma. É igualmente parecida com a quantidade de cabelos de minha cabeça. Por que essa lonjura? Essa distância? Qual a graça em ter e não tocar? Essa ânsia. Esse desejo. Abraçar-te um abraço dado tantas vezes por teclado. Um cheiro que é apenas imaginável. Nunca dado realmente, nunca sentido... Por que isso, essa inexplicável vontade? Esse sonho impossível! Sinto-me constrangida por esse amor. Amor de amigo, amiga, irmã... Almas irmãs! Que dor. Que horror! Tê-los mais não vê-los; Amá-los, mas ter privados os braços do abraço. Maldita distância. Que estraga tudo. Maldita! José José apaixonou-se. Tornou-se mais pobre do que já era. O que possuía, a única coisa de valor que tinha. Deu de mão beijada. (com um beijo daqueles de cinema...) A bela Maria, a sua amada. Que o despreza... É de dar pena. Mas José é assim. Pobre... Risonho... Mas tristonho... E agora... Sem coração; Faca ... Onde está? O sentido; O motivo; O grito? Onde está? A hora certa... A minha caneta; A minha folha branca? Onde está? A janela aberta; A menina esperta; A biblioteca? Onde está? Eu; Você; "Nozes?" Estamos aqui: Lendo; Escrevendo; Xingando; Batendo... Contra as paredes da própria alma. Na cara do ócio. Querendo entender... Viver... Ou até morrer... Para a alienação; Indiferença... Descrença; Com uma faca escondida atrás das costas; Prontos para cortar... Qualquer folha excedente; Qualquer evidência de crescimento... Ah, meus humanos bobinhos. Cresçamos... Vivamos... Joguemos a faca fora. Vazio O vazio; Nem é tão vazio assim. Porque; Se é vazio... Existe... Se existe; Logo, é algo... E se é algo... Não é um mero nada. Então... O vazio é um pote cheio... De absolutamente: Nada! Tá, parei. Como ousas? Ah infelicidade maldita... Vou bater em suas fuças com minhas luvas de pelica! Como ousas fazer vir a porta dos olhos do amado da minha alma... Lágrimas salgadas? Eu te desprezo; Piso em você com meu sapatos vermelhos. Afogo-te em seus próprios devaneios; Sim... Isso é o que são seus podres e sórdidos pensamentos! Como ousas fazer o meu lírio sentir dor... Nem que por um remoto momento? O remanescente do teu plano... Malograda, repudiada e vil infelicidade. Jogarei ladeira abaixo... Juntamente com as suas irmãs, solidão e saudade. E não voltes mais, sinta a porta bater com tudo em sua cara. Deus, pegue-a por favor pelo pescoço? E a jogue para bem longe do amado da minh'alma. Traga para ele a paz... A sua filha felicidade... E sua sobrinha, a calma. O amor... O amor é consolo; Mas ao mesmo tempo é o que traz a tona o choro; O amor é esquisito. Mas ao mesmo tempo é sincero e bonito! O amor é... Impossível de não ser sentido. Ele impõe-se ante a todos; E nunca aceita não como resposta. O amor entra em seu peito. Assim que você diz que gosta. O amor... Se você ainda não o conhece (o que é bem difícil). Ah, você o conhecerá! E em um precipício surpreendente. Teu coração sucumbirá! Deus está solto Deus está solto. E não envolto ou preso nessa religião... Medíocre e esfarrapada. Ele não mexe com essas coisas. Nem está em uma caixa de sapatos. Você não diz a ele o que fazer. Nem ele a você... Faça o que quiser... Se te convém... Se valer. Não tente ser a verdade... Ela não existe. Deus está muito longe dessa busca. A busca por ser dono da sabedoria é apenas vaidade... Deus está solto... Não envolto por essa fumaça... Que nos cansa. Que nos mata e com as garras nos alcança... Velho... Deus está solto e eu não sabia. Todos os tons Já faz dezenove primaveras... E você vem e muda tudo. Sacode as minhas palavras... Me beija e não diz mais nada. Ama-me como a uma rosa interplanetária. Faz da minha alma um lugar de sonhos incansáveis... Transforma-me em uma bela ária. Te amo: Duas palavras incontestáveis. Em um para sempre presente. Te amo em todos os tons. Tanto de cores, como de notas. Te amo quase que insanamente... Enquanto teu amor tu me mostras. Vida de trabalhador A vida de um trabalhador é demasiada cansativa. Ele se irrita com a maior facilidade. Quando os seus músculos e juntas reclamam por ele. Ele torna-se carrancudo e esbaforido. Tenta contornar a situação; Imagina que a enxada é uma pena... O arado uma lanterna... Sente doer as suas pernas! A sujeira em baixo de suas unhas desmente a sua altivez. Ele caminha de um lado a outro... Conta: − Um, dois, três… − Ah, como eu gostaria de ter um companheiro... Alguém que o ajude na labuta é o que ele espera. Mas só espera! O suor desce pelo rosto. E o desgosto, aperta-lhe o pescoço! Além de trabalhador exausto, ele trabalha só! Existe resultado para esse trabalho além dos reais no fim do mês? Dizem da nobreza que o duro fardo acarreta... Ela de fato existe? Escorre o suor pela face. O trabalhador quase desiste! Enlaça-o mais uma vez o nascer do sol. Logo o trabalhador poderá dormir. Acaba o expediente... E a esperança. − Que nobre coisa nenhuma... Esta nosso amigo consciente. A escravidão o faz perder os olhos de criança. E olhar como um velho rei sem reino. Desgostoso... Exausto... Aperta a mão contra o peito; Fatigado e sujo... Cambaleando de cansaço. − Esse nem é o meu mundo! Já pensando no regaço, vai desejoso para casa… Sonhando ser vagabundo! Emaranhado Fico a pensar e mirar o desenvolver de cada palavra. Como o barulho do sino... Como o voar do pássaro. Como o sussurrar no ouvido... Fico apenas a contemplar, quase que imóvel. Como ao barulho do mar... Que eu nunca ouvi! Ouço os meus dedos no teclado. Dando-me letra a letra... Forçando minha mente. Assim eu escrevo. Solitária e acompanhada. Meu emaranhado de palavras. Ignorado ...A minha felicidade te incomoda; A minha tristeza te perturba… E se eu te ignorar, serei ignorada? Tomara! Dorminhoca O que me domina é o sono… Entorpecida, isso me parece eterno. Uma música que toca baixinho, um piano singelo que me transforma em morna. Sem cor… Tão pálida. Este entorpecimento é quase impercebível… É como esquecer-se de cair ao morrer. Minha nova rotina que me atrapalha que me encanta. Dormir, seja para descansar, seja para esquecer… Em sonhos lembrar-se do que é bom… Feito criança; caminhar é uma lenda. Correr só em câmera lenta; dormir… É tudo o que desejo agora. É o que me sobra, ele (o barco do sono) vem me levar embora e trazer-me pelo anoitecer. E olhe que nem vampira eu sou. Um relógio que gira ao contrário. E preparo-me mais uma vez para a viagem que ele me proporciona, Não é droga, mas e um vício necessário! Com muito sono... Graças A insanidade é o que me aparenta essas tuas várias palavras; Você fala comigo, porém para mim é como se fosse nada... Ou um solilóquio onde moves a boca sem folga. Que até parece que você não se esqueceu... Peço a Deus que a mentira não te corroa; Como a ferrugem faz com as carroças velhas. Que cessem seus desvarios devaneios de canoas. E comeces a caminhar sobre a terra. Acorde da sua meninice... O mundo não é flores, já te disse. A guerra acontece pequenina, é interna, é externa; E feroz e oportunamente arrebata e extermina! Queria olhar com meus antigos olhos. Mas a cegueira é a única coisa que vejo. Chamar-te de amora, querida e amiga... Já foi, mas não é mais o meu desejo; Mas a sua esperança criança... Me magoa. Fere-me como adagas voadoras! Eu mergulharia se eu pudesse, não posso mais! Então, enquanto velejas, fico a olhar-te do cais; Sonhos que sonhei... Apenas utopias? Queria olhar no espelho, me emprestas teus olhos? Ainda sou a mulher que conhecestes outro dia? É. Quando me faltar à virtude de manceba... E minha avença com a rapidez for embora. E eu notar que estou velha... O que me restará senão a lembrança e a memória? Quando os anos passarem... Albergarem-se em meus ombros. Só lembrarei? Das letras, sons e cores... Matizes, amizades e temores? Ou olharei para trás com orgulho até dos tombos? O tempo passa e não dará as horas. Os ponteiros labutadores não se desviam ou se apaixonam. Apenas rodam, direcionam... Não esperam se te demoras. Então, não me adianta esta espada. Com o relógio eu não luto... Envelheço... Mais nada. Vou anotar tudo... Ou então os anos chegam e eu me esqueço. Dica do dia Pego a Antrona e peso 0.50g, completo o balão de 500 ml com o Ácido Sulfúrico 76%... Preparo o reagente como manda o figurino... Aí, coloco em um frasco sujo de Açúcar Invertido… Que droga eu pensei que estava colocando no frasco certo. A Antrona, que era para ficar amarela… Foi contaminada, ficou verde e lá vai eu ter de fazer tudo outra vez; Quando penso na quantidade de pessoas que tentam “enfiar goela abaixo” um amor novo (que é um escape) em um coração ainda enlameado de velhas mágoas… Onde ainda existem feridas abertas! Fico bem triste, existem pessoas lindas que não merecem ser iludidas. Não contamine o outro, não machuque quem não merece, fica aí a dica; Com carinho.