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RITOS DA
SEMANA SANTA
OÁSIS
A Paixão de Cristo nas
cidades brasileiras
BIOLOGIA DA
RESSURREIÇÃO
Como trazer animais
extintos de volta à vida
A ALVORADA DA
DE-EXTINÇÃO
Você está pronto para
conviver com animais
ressuscitados?
LARANJA DÁ ENERGIA, AZUL
RELAXA, VERDE TRANQUILIZA
PSICOLOGIA DO
ARCO-ÍRIS
POR
AS CORES – QUE SÃO VIBRAÇÕES ENERGÉTICAS DE DIFERENTES
FREQUÊNCIAS -, NOS INFLUENCIEM POSITIVA
E NEGATIVAMENTE
LUIS
PELLEGRINI
EDITOR
U
ma das concordâncias fundamentais entre a ciência cartesiana
moderna e as tradicionais ciências esotéricas, é o fato de que
ambas, sabem que nós humanos somos, antes de tudo, complexos sistemas de energias. Como tais, interagimos o tempo todo
com o meio circundante, com as outras pessoas e com os animais, e
mudamos o nosso quadro energético a partir de fatores endógenos,
tais quais a saúde do corpo, as emoções, os sentimentos, as sensações
e os pensamentos.
Assim sendo, não é de espantar que as cores – que são vibrações
energéticas de diferentes frequências -, nos influenciem para o bem e
para o mal.
“Psicologia do arco-íris”, título da nossa matéria de capa, trata do assunto. A jornalista Fabíola Musarra, que assina o texto, explica que as
cores são associadas aos nossos sentimentos e estados de ânimo, aos
OÁSIS
.
EDITORIAL
rituais, às festas, às religiões, à arte e à saúde física e mental. Mostra
que as cores são energias, forças irradiantes que exercem influência
sobre nós. Informa que as cores preferidas contam muito sobre nós,
nossas aversões e emoções. Confira. E pense em tudo isso quando for
comprar sua próxima roupa...
POR
LUIS
PELLEGRINI
EDITOR
OÁSIS
.
EDITORIAL
OÁSIS
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PSICO
PSICO
PSICOLOGIA DO ARCO-ÍRIS
Laranja dá energia, azul
relaxa, verde tranquiliza
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As cores são associadas aos nossos
sentimentos e estados de ânimo,
aos rituais, às festas, às religiões,
à arte e à saúde física e mental.
Sabe-se também que as cores são
energias, forças irradiantes que
exercem influência sobre nós. As
cores preferidas contam muito sobre
nós, nossas aversões e emoções
N
POR FABÍOLA MUSARRA
E a casa? Pintamos as paredes de seus ambientes interiores e, segundo as cores que
escolhemos, eles nos relaxam, descontraem,
estimulam, alegram e não nos deixam entristecer. Até os sonhos têm cores dominantes e,
por meio delas, os psicanalistas conseguem
interpretar o que se passa em nosso inconsciente. As cores têm história, características
e vida.
Conhecê-las pode ajudar a nos conhecermos
melhor.
a escola aprendemos
que as cores não existem. De fato, aquilo
que vemos e interpretamos como cores
são apenas diferentes
vibrações da luz sobre
os objetos. Basta apagar a luz e as cores desaparecem. Esse fato, no entanto, não diminui o
poder efetivo que as cores exercem sobre nós.
Nem o seu significado cultural, simbólico e
psicológico.
OÁSIS
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Laranja
Pela sensação de calor e de prazer que dá, é a cor preferida das pessoas cheias de energia. Reunindo a luminosidade do amarelo e a vitalidade do vermelho, a força do
laranja e o seu impacto visual são poderosos: basta ver
que ele é usado na sinalização rodoviária (veja a cor das
roupas usadas pelos trabalhadores que fazem a manutenção das estradas) e na sinalização de emergência (as
lâmpadas que piscam nos veículos de primeiros socorros
e nos da polícia). Símbolo de ardente passionalidade, é
também a cor dos místicos e do êxtase. Os monges hindus e budistas vestem-se de laranja – neste caso, sinônimo de iluminação.
Azul
É o céu, o mar, o gelo. Hipnótico e atraente, evoca o espaço sideral, o abismo infinito, sem fim. Azul é o medo e
também a depressão. É a cor da introversão e da introspecção, do controle racional do instinto, da devoção, da
religião e da meditação. Induz à calma e ao relaxamento.
Por isso, é usado em salas operatórias, como alternativa à
cor verde, e em centros cirúrgicos.
Quem aprecia o azul exprime uma personalidade equilibrada, fortemente ancorada em valores espirituais e morais. Esses mesmos valores são atribuídos à União Europeia pela própria cor de sua bandeira, que é adornada por
um círculo de estrelas douradas, símbolo da comunidade
entre os povos.
OÁSIS
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Verde
Amarelo
Associado à luz do Sol, às flores e ao grão maduro, ao
mel, ao âmbar, ao ouro, mas também à icterícia (conhecida mais popularmente como amarelão), à urina, ao pus,
ao veneno de cobra.
É associado à vegetação, por isso é também vinculado a
um ciclo que nasce, cresce e morre. Para os povos do deserto, é sinônimo de vida. Para aqueles que vivem onde
existe uma vegetação rica e exuberante, essa cor representa o emblema da grande mãe, aquela que fornece aos
indivíduos fartura e abundância para suprimir as necessidades humanas. Simboliza o Islã, onde representa o
paraíso – quase todas as bandeiras das nações islâmicas
têm ao menos uma faixa na cor verde.
Para nós, ocidentais, o verde proporciona um efeito de
harmonização, compensativo. Por isso, é usado nos hospitais e consultórios odontológicos. Exprime também a
capacidade de introspecção, de autocontrole e de conter
dentro de si as emoções, vontades e pensamentos. Para
os psicólogos, é a cor da desconfiança, da inveja, do pensamento obsessivo e da rigidez de opinião. Daí ser usada
pelas diferentes divisões militares.
É a cor preferida dos extrovertidos, mas também dos esquizofrênicos e dos coléricos. Amarelo é a cor da aura que
os epiléticos acreditam ver quando sofrem um ataque.
Quem o prefere às demais cores exprime a esperança de
ficar rico e de abrir seus caminhos futuros, além de possuir uma sincera ânsia de liberdade. Já quem não aprecia
a cor denuncia que as suas próprias esperanças foram
desapontadas, convive com o sentimento de vazio e tem
tendência ao isolamento.
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O branco também é atributo de poderes mágicos – por
acreditarem nisso, os indígenas americanos acolheram os
conquistadores espanhóis (de tez branca) como semideuses e ingenuamente os idolatraram.
Branco
Representa negação, inacessibilidade, silêncio. Também
a claridade e a luz. Nas religiões da Grécia Antiga, Apolo,
o deus da luz (e posteriormente do Sol), montava cavalos
brancos. No cristianismo, o branco é a luz de Deus, muitas vezes envolto em vestes cândidas, e a magnitude divina, a revelação.
Preto
O termo deriva de negro, morto. Como o branco, o negro não é uma cor. É tido como a força que apaga todas
as cores. É sempre associado à noite e à sombra que envolve a morte, ao luto, à desgraça. Corvos, gralhas e cães
negros são sinônimos de mau agouro devido a sua cor.
O mesmo acontece com os gatos pretos, que são considerados como portadores de azar no Brasil e na Itália,
ao contrário da Inglaterra, onde anunciam o sucesso no
amor. O preto é ainda usado nas roupas, pois é prático,
elegante, fatal e contrastante. Salienta a sensualidade e
também, por oposição, a renega: não é por acaso que é a
cor das batinas dos padres, dos hábitos das freiras, das
sóbrias mulheres que encobrem o rosto no Islã e dos juízes dos tribunais.
Brancos são os paramentos dos altares nos dias da Páscoa e do Natal, da Epifania e Ascensão. Sempre no âmbito religioso, o branco é a cor do início e do fim. Por isso,
na China, na Índia e no Japão é relacionada ao luto e aos
rituais fúnebres. Roupas brancas são usadas em muitos
sacramentos e ritos de iniciação e de passagem: por quem
recebe o batismo, assim como pelas noivas e noviças.
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É também a cor dos mártires, das viúvas
e dos velhos. Na moda, os primeiros a
eleger o violeta como uma cor cult foram
os costureiros e estilistas. Algumas mulheres e homens preferem o violeta às
cores estressantes, pois ele é intermediário entre o vermelho e o azul. Pela mesma
razão, é a cor preferida dos homossexuais. Em grego antigo, o termo amethysios
(ametista) significava “non ebbro” (contra embriaguez). Por isso, na Antiguidade
a pedra foi usada como antídoto contra o
vício da bebida.
Violeta
Aumenta a produção endógena de adrenalina e exprime
uma inquietação criativa ou patológica. Pode-se defini-lo como a cor dos distúrbios: na maior parte das pessoas
produz um efeito depressivo, inquietante, triste e nostálgico. A Igreja Católica associa o violeta à chegada da Quaresma, um tempo de meditação e jejum.
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Vermelho
Cor da vida, dos instintos, da paixão
(Eros). Nas mulheres, ele é associado
ao nascimento e ao ciclo menstrual, e
também à sensualidade e à reprodução. Nos homens, remete à circuncisão e a feridas, além de estar relacionado às agressões da guerra.
De vermelho se trajavam os generais do Exército romano. O vermelho
excita, aquece, acelera a pulsação,
aumenta a pressão sanguínea e intensifica a frequência respiratória.
Quem gosta dessa cor vive bem com
seu corpo, ao contrário de quem a
detesta, que está de mal e não se sente bem com ele. Não é por acaso que
a tradição cristã relaciona essa cor às
transgressões. A raiva é vermelha, a
cor que geralmente tinge nossa face quando nos indignamos e defendemos um princípio em que acreditamos. Por
isso, os grandes movimentos revolucionários do século
20 adotaram o vermelho para marcar a vontade e a solidariedade que precisava existir para com os oprimidos.
Cromoterapia, medicina antiga
São muitas as medicinas da Antiguidade (a greco-romana, a egípcia, a hindu e a chinesa, entre outras) que recorreram à exposição do corpo às cores, utilizando-as para
OÁSIS
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PSICO
tratar variadas patologias.
Hoje, baseados nesses mesmos princípios, temos a cromoterapia, que consiste na administração de cores ao
paciente por meio de luz colorida aplicada diretamente
sobre a epiderme, de água e de alimentos coloridos, do
vestuário e de pigmentos. Nos centros especializados em
cromoterapia existem equipamentos que emitem fachos
de luz colorida, projetando-os no corpo do paciente enquanto ele permanece deitado num sofá. A luz rosa, por
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fiança que ele tem em si próprio, a ponto
de demonstrar preferir a sensibilidade à
força.
exemplo, é utilizada para tratar o reumatismo, as artrites
e a depressão. O verde, para desintoxicar o organismo. O
azul, para os distúrbios cardiocirculatórios. O amarelo,
para patologias e problemas do aparelho digestivo.
Nos tratamentos, a irradiação da cor pode ser substituída
e/ou alternada com banhos e com técnicas de meditação
e visualização.
Rosa
As mulheres mais românticas são totalmente apaixonadas pelo rosa. Já os mais
pragmáticos abominam a cor: no tempo
de Hitler, nos campos de concentração,
os homossexuais tinham de usar triângulos cor-de-rosa (já os judeus usavam uma
estrela de Davi amarela em seus uniformes; alguns prisioneiros eram obrigados
a usar as duas insígnias). A obrigatoriedade do uso de um acessório dessa cor
nos uniformes dos homossexuais era um
meio de evidenciar o preconceito do nazismo contra essa condição sexual (mais
tarde, a partir de 1943, os comandantes
dos campos de concentração foram autorizados a castrar os prisioneiros homossexuais). Preconceitos à parte, rosa também é a cor de nossa pele e a do
nosso corpo quando está saudável.
Quando estamos apaixonados, “vemos o mundo
cor-de-rosa”. O rosa transmite ainda uma fresca leveza e
feminilidade, afetiva e ao mesmo tempo sutilmente
voluptuosa.
Evoca a sensação de delicadeza, afetividade, suavidade.
Tira a violência, a agressividade, a raiva. Quando usado
deliberadamente por um homem, revela a particular conOÁSIS
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PSICO
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VIAGEM OÁSIS
RITOS DA SEMANA SANTA
A Paixão de Cristo nas
cidades brasileiras
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A Páscoa é um bom período
para quem quer conhecer
lugares históricos onde as
ricas programações culturais
e religiosas mantêm acesas
as tradições que envolvem os
últimos dias de Jesus na Terra.
Santana do Parnaíba, Paraty
e Goiás Velho são algumas
opções. Com missas, procissões
e peças teatrais a céu aberto,
atraem milhares de fiéis
V
POR: FABÍOLA MUSARRA
viajar, desde as belíssimas praias do litoral
brasileiro até as cidades onde as tradições da
Paixão de Cristo são levadas muito a sério.
Se até poucas décadas, essas celebrações
eram mais visíveis nas metrópoles, que serviam de palco para a exibição de filmes e de
peças teatrais revivendo a dor e a ressurreição de Jesus, hoje, talvez pela grande quantidade de habitantes ou pela correria da vida
moderna, essas tradições acabam ficando
mais restritas à Igreja Católica.
Mesmo assim, é um período que muitas pessoas jejuam, fazem penitências, não comem
carne e até mesmo deixam de varrer a casa,
em respeito ao sacrifício feito por Cristo para
salvar a humanidade. Os fiéis também participam das cerimônias religiosas organizadas
pela Igreja, revivendo todos os episódios que
envolvem a morte e a ressurreição de Jesus.
iajar é sempre uma gostosa
forma de aprender. Possibilita que a gente conheça a história, os costumes, as tradições e a diversidade cultural
de outros povos. Celebrada
em todo o mundo católico, a Páscoa é uma boa
época para fazer isso. Feriadão prolongado,
oferece diferentes opções para quem pretende
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Tradicionais ovos de Páscoa pintados a mão
bolizam a carne e o sangue de Cristo).
Nas igrejas, os altares e santos são cobertos com panos roxos e sem flores, em
sinal de luto. Também é nesse dia que
nas igrejas acontece o lava-pés, cerimônia em que o padre que preside a liturgia
lava os pés de alguns presentes, em referência ao momento em que Jesus ensina
a humildade aos discípulos lavando os
pés deles.
A Sexta-Feira Santa é reservada à leitura de liturgias sobre a morte de Jesus na
cruz. Depois, a cruz é descoberta e conduzida na procissão do Senhor Morto.
De volta à igreja, a imagem fica exposta
nas igrejas para a adoração dos fiéis.
Festa da fé – Independentemente de sua religião, as
manifestações de fé que marcam o período se multiplicam nas cidades brasileiras, sobretudo nas do interior. Se
você vai viajar para uma delas, saiba que a programação
pascal começa no Domingo de Ramos, quando folhas de
coqueiros ou de palmeiras benzidas pelo padre são distribuídas nas missas aos fiéis.
O sábado é dedicado à vigília e reflexões
sobre a morte de Cristo até o meio-dia,
quando o que era tristeza vira folia. É quando acontece
a malhação de Judas Iscariotes, o apóstolo que teria recebido 30 moedas de prata para revelar a identidade de
Jesus, traindo aquele de quem se dizia amigo e discípulo.
Na quinta-feira seguinte acontece uma missa em lembrança da Última Ceia, quando biblicamente Jesus compartilha o pão e o vinho com os 12 apóstolos, selando a
união de Deus com a humanidade (o pão e o vinho simOÁSIS
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Malhação de Judas na rua Lavapés,
em São Paulo
Rua Lavapés – Em muitas ci-
dades brasileiras, essa manifestação
popular acontece nas primeiras horas
da madrugada do Sábado de Aleluia,
quando um boneco de pano simbolizando Judas é “julgado”, pendurado
num poste, surrado e queimado.
Pela tradição popular, antes de sua
“execução”, é lido o “testamento” de
Judas, que escrito em versos é colocado no bolso do boneco e traz sátiras aos
políticos e a fatos locais.
Se você estiver visitando a capital de
São Paulo na Semana Santa, não deixe
de ir à Rua Lavapés, no bairro do Cambuci, na região central da cidade, onde
a malhação do Judas é realizada há
mais de 80 anos.
Na brincadeira que chegou ao País com a colonização
portuguesa não só o boneco do apóstolo traidor de Cristo
é espancado, mas também bonecos representando alguns
políticos brasileiros.
No ano passado, por exemplo, a boneca da presidente
Dilma Rousseff foi colocada dentro de um barril em alusão à crise da Petrobras por conta da compra superfaturada de uma refinaria em Pasadena (EUA). Já o boneco
do prefeito Fernando Haddad ganhou o apelido de “Fernando Maldade”. Brincadeiras à parte, o ápice da celebração cristã é o Domingo de Páscoa, que encerra o fim da quaresma e do
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calvário de Jesus. Nesse dia os altares são despidos dos
panos roxos e as igrejas celebram a Missa de Aleluia, festejando a ressurreição do Senhor.
A alegria invade as ruas das cidades brasileiras, com festas populares nas quais o sagrado é substituído pelo profano. Já nas casas, os ovos de chocolate fazem a festa da
garotada.
Porém, enquanto o feriado não chega, que tal programar
a sua viagem. As opções são variadas, desde as que oferecem maior contato com a natureza até as cidades onde as
celebrações da Semana Santa são tradicionais e famosas.
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Drama da Paixão, encenado todos
os anos, na Semana Santa, em
Santana do Parnaíba, SP
elétrica, com a construção da Usina de
Parnahyba, atual Barragem Edgard de
Souza, primeira usina hidrelétrica da
empresa canadense Light and Power no
Brasil.
É exatamente às margens do Rio Tietê,
na Barragem Edgard de Souza, Km 40
da Estrada dos Romeiros, que todos os
anos a histórica cidade paulista promove
a apresentação gratuita do “Drama da
Paixão”.
Santana de Parnaíba – São Paulo
Ocupando um espaço cenográfico de 15
mil metros quadrados, a encenação ao ar
livre é dirigida por Edimilson Andrade e
conta com 120 atores e mais de 800 figurantes, além de fogos e computação gráfica para dar mais emoção às cenas.
Neste ano, o espetáculo de quase duas
horas pode ser assistido de 2 a 4 de abril,
às 20h30. A prefeitura da cidade apenas pede a doação
de um quilo de alimento não perecível.
Localizada a 35 km da capital paulista, Santana do Parnaíba é uma das cidades mais antigas do País. Fundada em
1580, abriga o maior núcleo urbano em taipa, tombado
em 1982 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).
Rival de São Paulo durante o período colonial, Santana
do Parnaíba resguarda marcas de significativos momentos da história nacional: os testemunhos vão do movimento bandeirista ao pioneirismo na geração de energia
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Também em Ubatuba, litoral
norte de São Paulo, a Paixão é
encenada todos os anos
Ubatuba – São Paulo
A encenação da “Paixão de Cristo” pelo
grupo Tramoyas e Paranoyas é a principal atração da Semana Santa desta
cidade do Litoral Norte de São Paulo.
Todos os anos, o espetáculo atrai um
público diversificado para assistir às
suas apresentações em praça aberta.
Em sua 19ª edição, a montagem este
ano acontece no dia 2 de abril, a partir das 21 horas, com a participação de
aproximadamente 240 pessoas, entre o
elenco, a equipe técnica e os integrantes da Banda Sinfônica Lira Padre Anchieta, que executa a trilha sonora ao
vivo.
Os palcos estão montados na Praça de
Eventos da Avenida Iperoig e também
ao longo de sua extensão, com o desfecho do drama no
morro da Praia do Matarazzo, onde acontece a crucificação e a ressurreição de Cristo.
Para mais informações, acesse www.conhecaubatuba.
com.br. O site reúne ainda endereços de hotéis, pousadas,
restaurantes, praias, passeios náuticos e atrações turísticas da cidade.
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Em Paraty, a grande Procissão
do Senhor dos Passos
dadas o ano todo no cofre do Museu de Arte
Sacra de Paraty, na Igreja de Santa Rita. Entre as esculturas que podem ser vistas na
Semana Santa de Paraty estão a do Senhor
dos Passos do século 18, em tamanho natural, e a do Cristo Crucificado, arte espanhola
do século 18, também em tamanho original,
exposta na cena do Calvário, além da imagem de Nossa Senhora da Soledade, que sai
na Procissão do Enterro, de 1,80m de altura
e origem também espanhola, provavelmente do Oitocentos.
Paraty – Rio de Janeiro
O calendário anual desta cidade histórica e tradicionalmente católica é integrado por nada mais, nada menos
que 23 festas de cunho religioso. As celebrações da Semana Santa são uma das mais importantes delas e mantêm
tradições que datam dos séculos 17 e 18. Este ano, elas se
estendem até o dia 5 de abril.
Durante as comemorações, imagens e peças sacras com
mais de 300 anos de existência podem ser admiradas. Essas peças se encontram sob a tutela do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) e ficam guarOÁSIS
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Destaque das celebrações religiosas, a Procissão do Encontro (ou dos Passos) é realizada na Sexta-feira Santa. Ela parte da
Matriz e percorre os Passos da Paixão. De
incalculável valor histórico-arquitetônico,
esses pequenos altares embutidos em paredes de igrejas,
casas e sobrados, representam os principais momentos
da Paixão de Cristo e somente são expostos neste dia
santo – no resto do ano permanecem fechados.
Herança colonial – A tradição dos Passos foi herdada de
Portugal ainda no Brasil Colônia, quando foram construídos passos em diversas cidades além de Paraty, como
nas mineiras Tiradentes, Ouro Preto, Congonhas e São
João del Rey. Restaram seis Passos em Paraty. Restaurados, três deles estão na Rua do Comércio, dois na Rua
Dona Geralda e um na lateral da Igreja de Santa Rita. Outro ponto alto da Semana Santa em Paraty é a Procissão do Fogaréu (ou da Prisão), da qual inicialmente apenas homens participavam – as mulheres eram proibidas
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Paraty se engalana para receber os
visitantes durante a Semana Santa
até de vê-la pelas janelas. O Fogaréu,
que começa à meia-noite de Quinta-feira Santa, simboliza a prisão de Cristo.
Nessa procissão secular os fiéis saem
pelas ruas de pedras do centro histórico de Paraty portando tochas, com as
luzes dos postes apagadas e ao som de
matracas, o que remete a outros tempos: as matracas substituíram os sinos
que, por serem motivo de júbilo, silenciam na Quinta-feira Santa e só voltam
a tocar no Domingo de Páscoa. Durante a Procissão do Fogaréu, os fiéis em fila entram pelas laterais saindo
pela porta principal de todas as igrejas
do centro histórico. Há duas explicações para isso: a litúrgica e a popular. A
primeira refere-se à indulgência plenária (o perdão dos pecados sem a confissão).
Já a popular defende que a procissão é uma dramatização
dos passos de Cristo. Nesse contexto, as igrejas representam os lugares por onde Jesus teria passado após a prisão. Detalhe: Anás, Caifás, Herodes, Pilatos e os presos
nunca entram pela porta da frente. Para conhecer a programação completa, acesse www.paraty.com.br/feriados/
semanasanta
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As ruas de Ouro Preto são
enfeitadas para os festejos da
Semana Santa
da procissão. O ritual remonta ao século 18
e as cerimônias religiosas revivem ao vivo
o calvário de Cristo, com a participação de
figuras do Antigo e do Novo Testamento.
Em Congonhas do Campo, o ponto alto do
evento cristão também ocorre na Sexta-feira Santa, quando 250 atores dramatizam
o “Auto da Paixão Segundo Congonhas”.
Também é na noite deste dia que a cidade
de São João Del Rei é palco de um dos espetáculos mais esperados da Semana Santa:
o Descendimento da Cruz na escadaria da
Igreja Nossa Senhora das Mercês e a Procissão do Enterro no centro da cidade.
Cidades históricas – Minas Gerais
Em Ouro Preto, Tiradentes, São João Del Rei, Mariana, Sabará e Congonhas, a exemplo das demais cidades
do interior de Minas, as tradições da Semana Santa são
mantidas como há séculos, com celebrações de missas e
procissões. A principal delas acontece na Sexta-feira Santa, quando a procissão passa pelas ruas de pedra e casas
coloniais dessas históricas cidades. A Via-Crúcis é acompanhada pelas pessoas que revivem o sofrimento e a morte de Cristo. O canto da Verônica também se mantém
vivo nas cidadezinhas mineiras, com o personagem bíblico sendo interpretado por uma mulher trajada de preto.
Em Ouro Preto, além das celebrações religiosas, os moradores confeccionam tapetes com flores, areia, palha e
serragens nas ladeiras da cidade para cobrir o percurso
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Em Serrinha, na Bahia, grupos
folclóricos se exibem nas ruas
durante os festejos da Páscoa
Serrinha – Bahia
Situada a cerca de 170 quilômetros de
Salvador, a cidade baiana tem nas celebrações da Semana Santa uma de suas
principais atrações. Com uma das tradições religiosas mais fortes do interior
baiano, o município oferece uma intensa programação no feriado religioso,
desde missas e procissões até a encenação da “Paixão de Cristo”.
O destaque, porém, é a Procissão do
Fogaréu, uma das manifestações de
fé mais tradicionais de Serrinha e que
este ano tem um ingrediente a mais:
está salvaguardada pelo Instituto do
Patrimônio Artístico e Cultural da
Bahia (Ipac) como Patrimônio Histórico Imaterial da Bahia. Realizada desde 1930, a procissão acontece na Quinta-feira Santa, partindo às 20 horas da Catedral Nossa Senhora de Santana, na Praça Miguel Carneiro. Com tochas
de papel acesas por velas, os fiéis aos poucos tomam as
ruas da cidade e percorrem mais de cinco quilômetros até
a Colina da Santa, onde está a imagem da Senhora Santana, padroeira de Serrinha. Ao longo do percurso e no final
dele são encenados os passos da Paixão de Jesus Cristo. Outro ponto marcante das celebrações é a subida ao
Monte Guarani para a via-sacra, às 6 horas da Sexta-feira
Santa. No alto dele, de onde se tem uma vista memorável
da cidade, está o Cruzeiro. Lá, os fiéis acendem velas e
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fazem oração. Serrinha conta com 12 hotéis, cinco pousadas e uma
oferta de três mil leitos, ampliada com o aluguel de casas
mobiliadas. A Praça Morena Bela, também conhecida
como Praça Gourmet, concentra bares, restaurantes e
lanchonetes. O Mercado das Artes, na Praça Miguel Carneiro, exibe o lindo artesanato local. Informações sobre
a cidade e sobre a programação da Semana Santa podem
ser encontradas, respectivamente, nos sites, www.ferias.
tur.br/cidade/1045/serrinha-ba.html e www.serrinha.
ba.gov.br/?idsec&noticiaid=2032
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A impressionante Procissão do
Fogaréu, na Sexta Feira Santa,
em Goiás Velho
viados por Caifás para prender Jesus.
Assim que os ponteiros se unem dando início à madrugada, as luzes da cidade se apagam e apenas o lume de cada tocha é visto
cortando a noite em procissão. Depois de 15
minutos, há uma parada diante de um cenário que representa a Última Ceia de Cristo
e os apóstolos, montado diante da Igreja do
Rosário.
Goiás Velho – Goiás
Pouco depois, os homens do Fogaréu chegam ao seu destino final: a Igreja de São
Francisco, que agora assume o papel do
Monte das Oliveiras. Apenas um dos farricocos enverga uma túnica branca. É ele que
leva um estandarte de linho que representa Jesus.
A Semana Santa é sempre uma atração na antiga capital do Estado de Goiás. Na noite da Quinta-feira Santa, a
cidade revive uma tradição de grande impacto visual: a
Procissão do Fogaréu, um ritual realizado há quase 300
anos.
Localizada a 144 km de Goiânia, a cidade de Goiás Velho
realizou sua primeira procissão do Fogaréu em 1745, trazida pelo padre português Perestrello Espíndola. No Brasil, o primeiro Fogaréu foi em 1618, na Bahia, e há registros também na Paraíba, em 1726.
Ao lado dos fiéis, cerca de 500 homens empunhando tochas se postam diante da Igreja de Nossa Senhora da Boa
Morte. Dali parte, à meia-noite, a Procissão do Fogaréu,
acompanhada pelos sons de tambores.
Emoldurada por montanhas, com ruas estreitas de pedra e casario colonial preservado, a encantadora terra da
poetisa Cora Coralina é palco vivo da história. Tanto que
foi declarada pela Unesco como Patrimônio Histórico e
Cultural da Humanidade.
Do espetáculo também fazem parte os farricocos, um grupo de 40 homens com túnicas coloridas e brilhantes, com
capuzes pontiagudos e duas aberturas para os olhos. Os
personagens encapuzados representam os soldados enOÁSIS
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Em Pirenópolis, Goiás, encenação
da Paixão diante da igreja matriz
Pirenópolis – Goiás
Tombada como Patrimônio Nacional,
essa pequenina e bucólica cidade do
interior de Goiás é internacionalmente
conhecida pelas manifestações folclóricas que promove. Portanto, nada mais
natural que também preserve a tradicionalidade de suas festas populares
nas celebrações da Semana Santa.
Suas missas e procissões são marcadas
pela fé ardente dos católicos e pelas
belas imagens e paramentos transportados por eles. Na Semana Santa, em
suas antigas ruas e casarões do século
18 são encenados os principais rituais da paixão, morte e ressurreição de
Cristo.
As celebrações começam já na sexta-feira anterior à Semana Santa, que marca o início da
Semana das Dores, com missa e procissão de Nossa Senhora das Dores, saindo da Igreja Matriz do Rosário, com
circuito de ida e volta pelas ruas do centro histórico.
A programação do sábado e Domingo de Ramos inclui,
respectivamente, a missa e procissão do Senhor dos Passos e a procissão e bênção dos ramos da Matriz do Rosário, além da missa campal.
Na segunda é realizada a Procissão do Senhor dos Passos,
que traz uma antiga imagem de Jesus Cristo. De roca e
em tamanho natural, sai da Igreja do Bonfim e é levada à
Matriz.
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VIAGEM OÁSIS
Tesouro histórico – Se estiver na cidade na Semana Santa, vale a pena ir até a Matriz para admirar de perto a
antiga imagem. Aproveite e conheça também o interior
da igreja, considerada como o maior e mais antigo monumento histórico de Goiás.
Construída originalmente em taipa-de-pilão entre 1728
e 1732, passou pelo abandono, revalorização histórica,
incêndio e nova reconstrução. Fica fechada às terças e
quartas. Nos demais dias, pode ser visitada das 7 às 17
horas. A entrada custa R$ 2.
Já que está no centro histórico de Pirenópolis não deixe
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Cristo carrega a cruz, na procissão
da sexta-feira santa, em Pirenópolis
Pirenópolis oferece variada opção de hospedagem – hotéis, pousadas, camping, casas
e chácaras para aluguel, suítes e quartos.
Circundada por montanhas e pincelada por
cachoeiras e incontáveis belezas naturais,
a cidade é sedutora e oferece atrações para
todos, inclusive para quem não é religioso.
Informações: www.pirenopolis.tur.br
de caminhar por suas ruas. Elas abrigam casarões coloniais, antigas igrejas e museus do século 18. Também não
perca, na Quinta-feira Santa, a encenação da Ceia do Senhor, a transladação do Santíssimo Sacramento e a encenação da prisão de Jesus, no pátio da Paróquia do Rosário.
Na tarde da Sexta-Feira Santa, às 14 horas, acontece a
Via-Crúcis, uma encenação com a participação de atores
locais. No mesmo dia, às 19 horas, tem a Procissão do
Senhor Morto pelas ruas históricas da cidade. O domingo
de Páscoa é festejado com missas que celebram a ressurreição de Cristo.
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VIAGEM OÁSIS
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Cartaz anuncia as comemorações da
Semana Santa em Olinda e Recife
Olinda – Pernambuco
Famosa pelos seus bonecos carnavalescos, Olinda também é uma expressão viva da fé durante a Semana Santa.
Neste ano, a programação religiosa da
belíssima cidade pernambucana começou na quinta-feira, dia 26 de março,
com a Procissão do Encerro, e segue
até o domingo, 5 de abril, com a Procissão do Senhor Ressuscitado.
Diversas missas são celebradas nas
igrejas locais. Na Sexta-feira Santa, a
partir das 16 horas, é realizada a Procissão do Senhor Morto, com a saída
dos fiéis da Igreja da Sé em direção do
Convento São Francisco.
A programação inclui ainda a apresentação diária de “Cenas de Cristo”. Dirigido por José Pimentel, o espetáculo
de uma hora de duração tem a participação de 50 atores e
20 crianças da rede municipal de ensino.
Em sua quarta edição, a encenação “Cenas de Cristo”
pode ser assistida até o dia 5 de abril, na colina da Igreja
do Carmo, sempre às 18h30. O desfecho do espetáculo é
marcado por um lindo show pirotécnico. OÁSIS
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VIAGEM OÁSIS
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Em Nova Jerusalém, no interior de
Pernambuco, aconece uma das encenações
mais espetaculares da Paixão de Cristo
A encenação envolve centenas de atores,
profissionais e figurantes, incluindo o próprio público. Como não conseguem ficar
indiferentes ao que assistem, os espectadores participam das cenas, transformando-se
também em figurantes.
A paisagem de Nova Jerusalém também
impressiona. Tudo ali remete à árida região
da Judéia do ano 33 d.C: o espaço é cercado
por uma muralha de pedras de 3,5 km de
extensão, com sete portas e 70 torres altas.
Em seu interior, o Palácio de Herodes e o
Fórum de Pilatos remetem os fiéis à época
em que viveu Cristo.
Nova Jerusalém – Pernambuco
Localizada na estância hidromineral da Fazenda Nova,
distrito do município Brejo da Madre de Deus, há 180
quilômetros de Recife, essa cidade-teatro de Pernambuco
vem reproduzindo a “Paixão de Cristo” desde 1951, num
espetáculo de duas horas e meia de duração.
Em uma área de 70 mil metros quadrados, o equivalente
a um terço da Jerusalém original, a cidade-teatro é equipada com modernos recursos tecnológicos de som, luz e
efeitos especiais.
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VIAGEM OÁSIS
Em Nova Jerusalém, porém, a saga de Jesus não termina em sofrimento. Em vez da
tristeza por sua morte, o espetáculo termina com a sua
ascensão ao céu. A “subida” de Cristo é feita num elevador camuflado sob efeitos de nuvens brancas, muita luz e
música, além de fogos de artifício, num espetáculo emocionante.
Os pacotes custam a partir de R$ 2.806 por casal, incluindo traslado de Recife até Nova Jerusalém. Informações pelo telefone: (81) 3732-1574. Para quem quer apenas assistir, os ingressos podem ser adquiridos pelo site
novajerusalem2015.com.br
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Grande desfile da Chocofest,
comemorando a Páscoa
Gramado e Canela –
Rio Grande do Sul
Gramado e Canela têm tudo a ver com
a Páscoa, já que são bem conhecidas
por seus chocolates. Então, pense nisso: o que acha de viajar para lá, se
encantar com as atrações temáticas e
comprar os ovos da garotada nessas
cidades da Serra Gaúcha?
Nos últimos anos, as prefeituras das
duas cidades gaúchas têm apostado em
uma sofisticação cada vez maior das
festividades de Páscoa, com decoração
temática nas ruas e programações que
incluem desfiles, peças teatrais, oficinas de guloseimas e caça ao ninho,
além das tradicionais celebrações religiosas.
Este ano, Gramado pela primeira vez em duas décadas
não promove o Chocofest, que promete voltar renovado no ano que vem. Em seu lugar, realiza o Festival de
Chocolate e o Gramado Aleluia. O primeiro reúne as
principais marcas de chocolate da região, como Caracol,
Florybal, Planalto e Lugano. São essas fábricas, aliás, que
assinam a decoração de Páscoa da cidade.
é realizada nos fins de semana, às 16 horas, na Avenida
das Hortências e Borges Medeiros.
Por sua vez, o Gramado Aleluia termina no dia 5 de abril.
Com uma programação com maior teor religioso, com
missas e procissões, mas sem esquecer as atividades de
entretenimento para encantar a garotada.
As atrações do Festival de Chocolate estão espalhadas pelas tendas da Rua Coberta, na Praça Major Nicoletti, nas
fábricas e lojas de chocolates e na Parada de Páscoa, que
OÁSIS
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Despencou a locomotiva, uma
das atrações de Canela
as celebrações religiosas. Destaque para a
peça “Paixão de Cristo”, com apresentações
nos dias 1º e 4 de abril, o Tenebrae – Ofício
de Trevas, no dia 2 de abril, e a Procissão do
Encontro, na Sexta-feira Santa, 3 de abril.
Ovos e coelhinhos – Em Canela, a Páscoa é mais
lúdica, com a invasão de fofíssimos coelhinhos nos canteiros de suas ruas e praças e “meigos” enfeites que recordam a data. Além da linda decoração temática, a cidade
tem entre as atrações as apresentações teatrais gratuitas
ao ar.
Já na praça principal há brinquedos para crianças pequenas. Funcionando das 10 às 21 horas, o Centro de Feiras
concentra “lojas” de artesanato, chocolate e de alimentação. Abriga ainda o “Páscoa das Crianças”, um espaço
onde a meninada faz a festa.
Além da programação de Páscoa, Gramado e Canela – por si só – estão repletas de
atrações turísticas. Tours para a locomotiva
Maria Fumaça, o Parque do Caracol, o teleférico e para outros passeis podem ser adquiridos nas agências de viagem locais. Antes de se despedir da Serra Gaúcha, porém,
não deixe de conhecer as lojas temáticas das
fábricas de chocolate Caracol e da Florybal.
Situadas na estrada entre Canela e Gramado, a primeira abriga um museu de chocolate. Já a segunda tem uma fantástica pista de
patinação no chocolate. Tem jeito melhor de comemorar
a Páscoa?
(*) Correspondência para esta seção:
https://fabiolamusarra.wordpress.com/
As atividades da Semana Santa de Canela incluem ainda
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VIAGEM OÁSIS
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CIÊNCIA
BIOLOGIA DA
RESSURREIÇÃO
Como trazer animais
extintos de volta à vida
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CIÊNCIA
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A ideia de trazer animais
extintos de volta à vida
ainda parece coisa de ficção
científica. Mas cientistas deram
recentemente um pequeno
passo que nos aproxima
desse objetivo. Ele consiste
na inserção do DNA de um
mamute lanoso em células
de elefantes cultivadas em
laboratório
N
POR: TANYA LEWIS.
FONTE: SITE LIVE SCIENCE
a Universidade de Harvard, o
geneticista George Church e
sua equipe usaram uma técnica de edição de gene conhecido como CRISPR para
inserir no DNA de células
epiteliais de elefante genes de mamute correspondentes às suas características orelhas pequenas, sua gordura subcutânea, pelos longos
OÁSIS
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CIÊNCIA
e a cor da pele desse animal extinto. O trabalho ainda não foi publicado em uma revista
científica, e ainda tem que ser revisto por
outros especialistas da engenharia genética.
Mas a experiência promete e despertou nas
últimas semana enorme entusiasmo e interesse nos pesquisadores.
O mamute lanudo (Mammuthus primigenius) foi extinto há milênios, e os últimos
exemplares de uma de suas subespécies conseguiram durar até cerca 3.600 anos, em
pequenos nichos ambientais no hemisfério
norte. Restos extremamente bem conservados desses animais foram encontrados
(preservados no gelo) e os cientistas dizem
ser possível trazer essas e outras espécies
de volta do túmulo, através de um processo
de engenharia genética conhecido como de-extinção.
“Mas não vamos ver mamutes pastando em
nossas fazendas tão cedo, porque ainda há
muito trabalho a fazer, mas nós pretendemos fazê-lo”, diz Church. Implantar DNA de
mamute em células de elefantes é apenas o
primeiro passo de um longo processo. Em
seguida, os cientistas precisam encontrar
uma maneira de transformar as células híbridas em tecidos especializados, para ver
se eles reproduzem as características certas.
Por exemplo, precisam certificar-se que os
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Mamutes, no entanto, não são os únicos candidatos à
“de-extinção”, como agora é chamado esse processo. Em
2003, cientistas já tinham reavivado, embora por um
breve tempo, o bucardo dos Pirineus, grande caprino de
montanha extinto em 2000. O processo aconteceu através da clonagem de uma amostra de tecido congelado
do animal. No entanto, depois de ter nascido, o clone
sobreviveu por apenas 7 minutos. Vários anos atrás, um
grupo de pesquisadores extraiu DNA da carcaça de um
tigre-da-Tasmânia, morto há um século e empalhado em
um museu de Melbourne, na Austrália, inserindo-o em
embriões de camundongos. A experiência mostrou que
os genes eram funcionais. O próprio George Church trabalha ativamente nos últimos anos para trazer de volta o
genes de mamute irão produzir o pelo da cor e textura
corretas. Depois disso, a equipe planeja desenvolver as
células híbridas em um útero artificial; cientistas e defensores dos direitos dos animais consideram antiético cultivá-las no ventre de um elefante fêmea vivo.
Carcaça de um bebê mamute descoberto na Sibéria
Se os engenheiros genéticos conseguirem recriar alguns
desses gigantescos elefantes-híbridos para sobreviver,
eles serão projetados para que possam viver muitas décadas em climas frios, onde deverão enfrentar menos ameaças por parte dos seres humanos. Uma vez criadas tais
criaturas híbridas, e desde que elas sobrevivam, os cientistas irão incorporar cada vez mais fragmentos de DNA
de mamute no genoma delas, até que se chegue à recriação do mamute com todas as suas características.
OÁSIS
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CIÊNCIA
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pombo-viajante (Ectopistes migratorius), pássaro que no
passado enchia os céus norte-americanos, mas foi extinto
no início do século 20 por causa da caça predadora. Os
pesquisadores extraíram cerca de 1 bilhão de “letras”de
DNA de um exemplar morto há cerca de 100 anos, e estão
agora tentando uni-las ao DNA de um pombo comum.
As tentativas de de-extinção são várias, em muitos países do mundo. Mas, mesmo se esses esforços forem bem
sucedidos, eles ainda colocarão alguns desafios de ordem
ética. Por exemplo, a capacidade de reviver criaturas extintas em laboratório poderia incentivar o apoio à destruição de habitats naturais. Mas, com cautela, muitos
Dodo, pássaro gigante do Pacífico, extinto
Heath Hen
outros cientistas da área estão aceitando a ideia.
Stanley Temple, ecologista da Universidade de Wisconsin-Madison disse em agosto de 2013 que “Nós podemos
usar algumas dessas técnicas para realmente ajudar espécies ameaçadas e melhorar a sua viabilidade a longo
prazo”.
OÁSIS
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CIÊNCIA
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1 Algumas espécies extintas - como o mamute, mostrado acima - podem ser trazidos de volta à vida, se os cientistas conseguirem superar algumas dificuldades técnicas e questões éticas espinhosas. Esta galeria de imagens mostra seis espécies citadas pelos geneticistas como dentre as mais fáceis de se reviver.
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CIÊNCIA
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2 O paleobiologista Tori Herridge do Museu de História Natural de Londres posa com as presas de um mamute. Herridge participou da autópsia do animal.
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CIÊNCIA
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3 Thylacines, ou tigre-da-Tasmânia, eram abundantes na ilha australiana da Tasmânia até a chegada dos europeus,
em 1803.
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CIÊNCIA
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4 A partir do final do século 19, o governo da Tasmânia começou a pagar prêmios por cada carcaça de thylacine. Acreditava-se que os animais eram predadores de ovinos e galinhas. O último indivíduo morreu em um zoológico da Tasmânia
em 1936. A foto mostra um espécime empalhado no Museu Americano de História Natural, em Nova York.
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CIÊNCIA
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5 Revoadas de pombos-viajantes (Ectopistes migratorius) outrora cobriam os céus do leste da América do Norte. O desmatamento e a caça predatória conseguiram extinguir a espécie no início do século 20. Martha, o último exemplar, uma
fêmea, morreu no zoológico de Cincinnati em 1914.
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CIÊNCIA
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6 Rheobatrachus vitellinus e Rheobatrachus silus eram duas espécies aparentadas de rãs norte-americanas que possuíam características reprodutivas únicas. As fêmeas engoliam os ovos fertilizados e conseguiam transformar seus aparelhos gástricos em úteros, gestando os ovos até a sua eclosão. O parto então era feito pela boca. O último exemplar desses
batráquios foi observado em 1985. A destruição das paludes e o desmatamento das pradarias, mais o surgimento do fungo Chytrid extinguiram as duas espécies.
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CIÊNCIA
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7 O periquito da Carolina (Conuropsis carolinensis) era a única espécie nativa de papagaio no leste dos Estados Unidos.
Era remotamente originária do Golfo do México. Essas aves foram extintas no início do século 20, também devido à destruição dos seus habitats. OÁSIS
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CIÊNCIA
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8 Os gatos-de-dente-de-sabre (Smilodon fatalis) eram predadores de emboscada do tamanho de um leão. São bem conhecidos por seus longos dentes caninos. Foram extintos no final do Pleistoceno, há cerca de 11 mil anos. O exemplar da
foto é uma réplica perfeita, criação da Jim Henson Creature Shop, loja americana especializada em réplicas de animais.
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CIÊNCIA
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GENÉTICA
GENÉTICA
A ALVORADA DA DE-EXTINÇÃO
Você está pronto para conviver
com animais ressuscitados?
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Desde os anos da contracultura,
na década de 1960, Stewart Brand
milita na área da biotecnologia.
Agora, ele investe num plano ainda
mais ousado: trazer espécies extintas
de volta à vida. E não apenas: uma
vez ressuscitadas, quer reinseri-las no
mundo natural
C
VÍDEO: TED – IDEAS WORTH SPREADING
TRADUÇÃO: KARINA GUZZI. REVISÃO: ANDREA ROJAS
om a biotecnologia crescendo
hoje quatro vezes mais rápido
do que a própria tecnologia
digital, ressuscitar espécies
extintas torna-se cada vez
mais possível e provável. O
biotecnologista Stewart Brand
investe pesado na área. Ele
pretende não apenas trazer
várias espécies extintas de volta, mas também
restaurar a presença delas na vida selvagem.
criou: o Whole Earth Catalog, a Rede Global
Business, a Long Now Foundation. Ao lado
do seu trabalho científico, ele defende ativamente a bandeira da liberdade de informação no mundo digital.
Brand diz que “ressuscitar o mamute usando o DNA de carcaças antigas desse animal
pode soar como ciência doida, mas esse projeto tem objetivos inteiramente racionais:
desfazer o mal que os seres humanos causaram no passado”. Seu trabalho procura descobrir o que causou tantas extinções de espécies, para que possamos proteger aquelas
que atualmente estão ameaçadas, preservar
a diversidade genética e biológica, os ecossistemas de reparação esgotados.
O BIOTECNOLOGISTA STEWART BRAND DIANTE DE UMA
ILUSTRAÇÃO DE TIGRES-DA-TASMÂNIA
Brand já se tornou uma lenda no mundo da
biotecnologia, por causa das marcas que ele
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GENÉTICA
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Vídeo da palestra de Stewart Brand
OÁSIS
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GENÉTICA
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Tradução integral da palestra de Stewart Brand
Extinção é um tipo diferente de morte. É maior que a morte. Nós não percebemos isso até 1914, quando o último pombo-viajante, uma fêmea de nome Martha, morreu no zoológico de
Cincinnati. Este foi o pássaro mais abundante no mundo que
existiu na América do norte durante seis milhões de anos. De
repente não estava mais aqui. Bandos que tinham uma milha
de largura e 400 milhas de comprimento costumavam esconder o sol. Aldo Leopoldo disse que isso era uma tempestade
biológica, uma tempestade de penas. E, de fato, foi uma espécie fundamental que enriqueceu as florestas do leste, do Mississippi ao Atlântico, do Canadá ao Golfo. Mas o número foi de
cinco milhões de pássaros a zero em apenas duas décadas. O
que aconteceu?
Criança siberiana toca um filhote mumificado
de mamute encontrado na tundra
Bem, aconteceu a caça comercial. Esses pássaros foram
caçados por sua carne, que era vendida às toneladas, e
era fácil porque quando esses bandos grandes vinham
ao chão, eles eram tantos que centenas de caçadores e
outros com redes podiam aparecer e abatê-los as dezenas de milhares. Era a forma mais barata de proteína na
América. No final do século, não tinha mais nada além
dessas lindas peles de pombos nas gavetas de espécies
nos museus.
Esta história tem um lado bom. Isso ajudou as pessoas
a perceberem que a mesma coisa estava para acontecer
com o bisão Americano, e assim esses pássaros salvaram
os búfalos.
Mas muitos outros animais não foram salvos. O periquito da Carolina foi um papagaio que animou quintais
em todos os lugares. Foi caçado até a morte por suas penas. Tinha um pássaro que as pessoas gostavam na costa
leste, chamado galinha do urzal. Era amada. Tentaram
protegê-la. Morreu da mesma forma. Num jornal local
se lia, “Não há sobreviventes, não há futuro, não há vida
para ser recriada desta forma nunca mais.” Há uma sensação de profunda tragédia que acontece com essas coisas, e aconteceu a muitos pássaros que as pessoas amavam. Aconteceu a muitos mamíferos. Outra espécie fundamental é um animal famoso chamado auroque Europeu. Um filme foi feito sobre ele recentemente. E os auroques eram como o bisão. Este era um
animal que basicamente mantinha a floresta misturado
aos prados por toda a Europa e no continente asiático, da
Espanha à Coréia. O registro da existência desse animal
vem desde as pinturas nas cavernas de Lascaux.
OÁSIS
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GENÉTICA
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Tradução integral da palestra de Stewart Brand
A extinção ainda continua. Havia um caprino na Espanha chamado bucardo. Foi extinto em 2000. Havia um animal maravilhoso, um lobo marsupial chamado tilacino na Tasmânia, sul
da Austrália, chamado tigre-da-Tasmânia. Foi caçado até que
só restaram alguns poucos para morrerem em zoológicos. Um
pequeno vídeo chegou a ser filmado mostrando esses animais.
Raiva, tristeza, luto. Não lamente. Organize as coisas, e se você
pudesse descobrir que, usando o DNA de espécies em um museu, fósseis de talvez até 200 mil anos poderíamos usá-los para
trazer espécies de volta. O que você faria? Por onde você começaria?
Bem, você poderia começar descobrindo se a biotecnologia já
existe. Eu comecei com minha esposa, Ryan Phelan, que administrava uma empresa de biotecnologia chamada DNA Direct, e
por intermédio dela, um de seus colegas, George Church, um
dos maiores engenheiros genéticos que também era obcecado
por pombos-viajantes e tinha muita confiança que os métodos
em que ele estava trabalhando poderiam fazer o truque acontecer.
Daí a questão é, dá para remontar, com aquele genoma,
o pássaro inteiro? George Church acha que sim. Em seu
livro “Regênesis,” que eu recomendo, ele tem um capítulo sobre a ciência revivendo espécies extintas, e ele tem
uma máquina chamada a máquina Multiplex Automatizada de Engenharia de Genoma. É tipo uma máquina de
evolução. Você tenta combinações diferentes de genes
que você escreve no nível celular e depois em órgãos em
um chip, e os que vencem, você pode daí por em um organismo vivo. Vai funcionar. A precisão disto, um dos
famosos slides ilegíveis do George, apesar disso mostra
que há um nível de precisão aqui até o par básico individual. O pombo-viajante tem 1.3 bilhões de pares em seu
genoma.
O baiji, golfinho do rio Amarelo, na China,
foi declarado extinto há dois anos
Então ele e Ryan organizaram e fizeram uma reunião no Instituto Wyss em Harvard reunindo especialistas em pombos-passageiros, ornitólogos de conservação, bioeticistas, e felizmente
o DNA do pombo-passageiro já tinha sido sequenciado por
uma bióloga molecular chamada Beth Shapiro.Tudo o que ela
precisava dessas espécimes no Smithsonian era um pouco de
tecido do dedão do pássaro, porque lá embaixo está o que se
chama de DNA antigo. É um DNA que está muito fragmentado, mas com as boas técnicas de hoje, você pode praticamente
remontar o genoma inteiro.
OÁSIS
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GENÉTICA
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Tradução integral da palestra de Stewart Brand
Então, o que você está conseguindo é a capacidade de repor um
gene com outra variação do gene, o que se chama alelo. Bem,
isso é o que acontece em uma hibridização normal, de qualquer
forma. Então isto é uma forma de hibridização sintética do
genoma de uma espécie extinta com o genoma de seu parente vivo mais próximo. Agora, conforme avança, o George diz
que sua tecnologia, a tecnologia de biologia sintética, está hoje
em dia acelerando quatro vezes a velocidade da Lei de Moore. Tem feito isso desde 2005, e é provável que continue.
Ok, o parente vivo mais próximo do pombo-viajante é a pomba-de-coleira-branca. Elas são abundantes. Tem algumas por
aqui. Geneticamente, a pomba-de-coleira-branca já é como o
Exemplar empalhado de pombo-viajante
pombo-passageiro. Só existem algumas partes que são
pomba-de-coleira-branca. Se você substituir estas partes com partes de pombo-passageiro, você tem de volta o
pássaro extinto, arrulhando para você.
Agora, há trabalho a ser feito. Você tem que descobrir
exatamente quais genes são importantes. Então, existem
genes para a cauda curta da pomba-de-coleira-branca, genes para a cauda longa do pombo-viajante, e por
aí vai, com os olhos vermelhos, o peito cor de pêssego,
migração, etc. Adicione todos e o resultado não vai ser
perfeito. Mas deverá ser perfeito o suficiente, porque a
natureza também não faz perfeição.
Então, este encontro em Boston levou a três coisas. Primeiro, eu e o Ryan decidimos criar uma ONG sem fins
lucrativos chamada Reviva e Restore que encorajariam a
de-extinção em geral e tentar fazer isso de forma responsável, e nós poderíamos avançar com o pombo-viajante.
Outro resultado direto foi um jovem estudante de pós-graduação chamado Ben Novak, que é obcecado por
pombos desde que tinha 14 anos e também aprendeu
a trabalhar com DNA antigo. Ele mesmo sequenciou o
pombo-viajante, usando dinheiro de sua família e amigos. Nós o contratamos em período integral. Agora, eu
tirei esta fotografia dele ano passado no Smithsonian, ele
está olhando para a Martha, o último pombo-passageiro
vivo. Então, se ele tiver sucesso, ela não será a última.
O terceiro resultado do encontro de Boston foi a constatação de que existem cientistas no mundo inteiro trabalhando em várias formas de de-extinção, mas eles
OÁSIS
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GENÉTICA
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Tradução integral da palestra de Stewart Brand
nunca haviam se encontrado. A National Geographic se interessou porque a National Geographic tem a teoria de que, no
último século, descobrir significava encontrar coisas, e neste
século, descobrir significa fazer coisas. De-extinção está nessa categoria. Então, eles hospedaram e financiaram esse encontro. E 35 cientistas - biólogos conservacionistas e biólogos
moleculares - basicamente se encontrando para ver se existe
trabalho que pudessem fazer juntos. Alguns desses biólogos de
conservação são bem radicais. Há três deles que não estão só
recriando espécies antigas, eles estão recriando inteiros ecossistemas extintos no norte da Sibéria, na Holanda, e no Havaí.
Henri, da Holanda, com um sobrenome holandês que eu não
vou nem tentar pronunciar, está trabalhando com os auroques. O auroque é o ancestral de todo o gado doméstico, e
então, basicamente, seu genoma está vivo, só está distribuído
desigualmente. O que eles estão fazendo, estão trabalhando
com sete raças de gado primitivo de aparência robusta como o
Maremmana primitivo como aquele ali para reconstruir com
o tempo, com pecuária seletiva, os auroques. Atualmente, o
retorno à vida selvagem está se movendo mais rápido na Coréia do que na América, e então o plano é, com essas áreas de
retorno à vida selvagem em toda a Europa, eles introduzirão
os auroques para fazer seu antigo trabalho, seu antigo papel
ecológico, de limpar as copas fechadas e meio estéreis das florestas para que nelas hajam esses prados cheios de biodiversidade.
de volta na natureza, mas alguns meses mais tarde, ela
foi encontrada morta embaixo de uma árvore caída. Eles
pegaram o DNA daquela orelha, eles o implantaram
como um óvulo clonado em uma cabra, a gravidez aconteceu, e um bebê bucardo vivo nasceu. Foi a primeira de-extinção na história.
Mas viveu pouco. Algumas vezes clones entre espécies
tem problemas respiratórios. Este tinha uma má formação no pulmão e morreu depois de 10 minutos, mas Alberto estava confiante de que a clonagem tinha melhorado desde então, e isto vai melhorar, e eventualmente vai
haver uma população de bucardos de volta às montanhas
no norte da Espanha.
O gato-de-dentes-de-sabre
(reconstituição em tamanho natural)
Outra história fantástica veio do Alberto Fernández-Arias. O
Alberto trabalhou com o bucardo na Espanha. O último bucardo foi uma fêmea chamada Celia que ainda estava viva quando
eles a capturaram, eles pegaram um pouco de tecido da orelha
dela, e o criopreservaram em nitrogênio líquido, e soltaram ela
OÁSIS
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GENÉTICA
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Tradução integral da palestra de Stewart Brand
Um grande pioneiro da criopreservação foi Oliver Ryder. No
zoo de São Diego, seu zoológico congelado coletou tecidos de
mais de mil espécies nos últimos 35 anos. Agora, quando está
tão congelado, 196 graus centígrados negativos, as células estão intactas e o DNA está intacto. Elas são basicamente células
viáveis, então alguém como Bob Lanza do Advanced Cell Technology (Tecnologia Celular Avançada) pegou um pouco desse
tecido de um bovino em extinção chamado banteng de Java,
colocou em uma vaca, a vaca emprenhou, e o que nasceu foi
um bebe banteng de Java vivo e saudável, que vingou e ainda
está vivo.
O que é mais empolgante para Bob Lanza é a habilidade de
O rinoceronte negro do Oste (Diceros bicornis longipes)
era uma subespécie que foi declarada extinta em 2011
agora poder pegar qualquer tipo de célula com células
estaminais pluripotentes induzidas e transformá-las em
células germinativas, como esperma e óvulos.
Então, agora vamos ao Mike McGrew que é um cientista
no Instituto Roslin na Escócia. O Mike está fazendo milagres com pássaros. Ele pega, digamos, células da pele de
um falcão, fibroblastos, e as transforma em células estaminais pluripotentes induzidas. Como é tão pluripotente,
elas podem se tornar germoplasma. Ele daí tem um jeito
de por o germoplasma no embrião de um ovo de galinha para que a galinha tenha, basicamente, as gônadas
de um falcão. Você pega uma fêmea e um macho de cada
espécie, e deles saem falcões. (Risadas) Falcões reais feitos de galinhas ligeiramente adulteradas.
O Ben Novak era o cientista mais jovem no grupo. Ele
mostrou como tudo isso pode ser reunido. A sequência
de eventos: ele junta os genomas da pomba-de-coleira-branca e do pombo-viajante, ele vai pegar as técnicas do
George Church e pegar DNA de pombo-viajante, as técnicas do Robert Lanza e Michael McGrew, põe esse DNA
nas gônadas de galinhas, e das gônadas das galinhas
saem ovos de pombos-viajantes, pombinhos, e agora
você está conseguindo uma população de pombos-viajantes.
O que levanta a questão, eles não vão ter pais que são
pombos-viajantes para lhes ensinar como se tornar um
pombo-viajante... O que fazer a respeito disso? Bem,
acontece que o comportamento dos pássaros é bem pré-determinado, então a maior parte já está no DNA deles.
Mas para suplementar, parte da ideia do Ben é usar pom-
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Tradução integral da palestra de Stewart Brand
bos-correio para ajudar a treinar os jovens pombos-viajantes
a como se reunir em bando e como encontrar o caminho para
seus locais de nidificação e lugares de alimentação.
Existem alguns conservacionistas, conservacionistas muito
famosos como Stanley Temple, que é um dos fundadores da
biologia de conservação, e Kate Jones da UICN, que fazem uma
Lista Vermelha. Eles estão empolgados com tudo isto, mas
também estão preocupados com aqui que pode ser competitivo
com os esforços tão importantes para proteger espécies ameaçadas que ainda estão vivas, mas ainda não estão extintas. Veja
você, você quer trabalhar protegendo animais lá fora. Você
que quer trabalhar para diminuir o mercado de marfim na
Ásia para que não estejam abatendo 25 mil elefantes por ano.
Mas, ao mesmo tempo, os biólogos conservacionistas estão
percebendo que más notícias deprimem as pessoas. Então a
Lista Vermelha é muito importante, para saber o que está ameaçado e criticamente em perigo de extinção, e por aí vai. Mas
eles estão começando a criar o que chamam de Lista Verde, e
a Lista Verde vai ter espécies que estão indo muito bem, obrigado, espécies que já estiveram ameaçadas de extinção, como
a águia careca, mas que estão muito melhor agora, graças ao
ótimo trabalho de todos, e áreas protegidas no mundo todo que
são muito muito bem gerenciadas. Então, basicamente, eles
estão aprendendo a construir as boas notícias. E vem revivendo espécies extintas como um tipo de boa notícia em que você
pode construir.
produção em cativeiro no zoológico de São Diego, existem 405 deles hoje, 226 foram soltos na natureza. Essa
mesma tecnologia vai ser utilizada em animais de-extintos. Outra história de sucesso é a do gorila-de-montanha
na África Central. Em 1981, Diane Fossey tinha certeza
que eles seriam extintos. Só haviam 254. Agora existem
880. A população deles está crescendo três por cento
ao ano. O segredo é: eles tem um programa de ecoturismo que é absolutamente genial. Então esta foto foi tirada
no mês passado pelo Ryan com um IPhone. Os gorilas estão confortáveis, assim como os visitantes.
Outro projeto interessante, embora vá precisar de ajuda, é o do rinoceronte branco do norte. Não existem mais
casais reprodutores. Mas este é o tipo de coisa que um
variedade grande de DNA para este animal está disponível no zoológico, congelado. Um pouco de clonagem, e
Ilustração de como deveriam ser os auroques, bois primitivos
que deram origem às raças bovinas modernas
Aqui estão dois exemplos relacionados. A reprodução em cativeiro vai ser uma parte importante para trazer de volta estas
espécies. A população do condor da Califórnia caiu para 22
aves em 1987. Todos acharam que tinha acabado. Graças à reOÁSIS
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você tem eles de volta.
Então para onde vamos? Estes tem sido encontros privados. Eu
acho que está na hora do assunto ficar público. O que as pessoas pensam disso? Você sabe, você quer trazer de volta espécies
extintas? Você quer a volta das espécies extintas?
A Sininho virá flutuando. Este é um momento Sininho, porque
as pessoas estão empolgadas com isso. Com o que eles estão
preocupados?
Nós também vamos continuar como pombos-viajantes. Então o Ben Novak, neste momento enquanto conversamos,
está se unindo ao grupo que a Beth Shapiro tem na UC Santa
Cruz. Eles vão trabalhar com os genomas do pombo-viajante
e a pomba-de-coleira-branca. Conforme a informação amadurece, eles vão enviá-la para o George Church, que vai fazer
sua mágica, extrair o DNA de pombo-viajante dali. Nós vamos ter ajuda do Bob Lanza e do Mike McGrew para pegar
o germoplasma que pode ser introduzido em galinhas que
podem produzir filhotes de pombo-viajante que podem ser
criados por pombas-de-coleira-branca, e daí em diante, são
todos completamente pombos-viajantes, talvez pelos próximos seis milhões de anos. Você pode fazer o mesmo, conforme
o custo diminui, com o periquito-da-Carolina, com o grande
mergulhão, com a galinha do urzal, com o pica-pau-bico-de-marfim, com o maçarico-esquimó, com a foca monge do Caribe, com o mamute lanudo.
Porque o fato é que os humanos fizeram um buraco enorme na
natureza nos últimos 10 mil. Agora nós temos a habilidade, e
talvez a obrigação moral de consertar um pouco do estrago. A
maior parte do que faremos expandindo e protegendo áreas
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selvagens, expandindo e protegendo as populações de espécies ameaçadas de extinção. Mas algumas espécies que
erradicamos totalmente nós poderíamos considerar traze-las de volta para um mundo que sente a falta delas.
Chris Anderson: Obrigado. Eu tenho uma pergunta. Então, isso é um assunto emocional. Algumas pessoas
levantam. Eu acho que tem algumas pessoas lá sentadas, meio que se perguntando questões atormentadas,
quase, sobre, bem, espera, espera, espera, espera, espera, espera um minuto, tem algo errado com a humanidade interferindo na natureza dessa forma. Vão haver
consequências inesperadas. Você vai abrir algum tipo de
caixa de Pandora de sabe-se-lá-o-que. Será que eles tem
razão?
Stewart Brand: Bem, a razão inicial é nós interferimos
enormemente levando esses animais à extinção, e muitas delas eram espécies fundamentais, e nós mudamos o
ecossistema inteiro onde elas viviam quando as deixamos
ir. Agora, o problema de base que muda é que, quando
essas espécies voltarem, eles podem substituir alguns
pássaros que estão aqui e que as pessoas conhecem e
amam. Eu acho que isso, sabe, é parte de como a coisa
vai funcionar. Este é um processo longo e lento - Uma
das coisas que gosto dele é que é multi-geracional. Nós
vamos ter de volta o mamute lanudo.
CA: Bem, parece que tanto a conversa quanto o potencial
aqui são super emocionantes. Muito obrigada pela apresentação.
SB: Obrigado.
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