Eletricidade – Lei de Coulomb – Corrente Elétrica Atenção: este texto é apenas um guia para estudo e não substitui as indicações bibliográficas do curso. Os fenômenos elétricos são conhecidos desde a remota antiguidade. O filósofo grego Tales (de Mileto), séc. VI a.C., observou que um pedaço de âmbar atritado por um pedaço de pele de animal passava a atrair corpos leves. Atualmente dizemos que os corpos mencionados acima ficaram eletrizados. A origem da palavra “elétrico” (eletricidade, etc.) está no grego élektron, que significa âmbar. Dizemos também que quando um corpo está eletrizado, ele possui uma carga elétrica. Caso contrário, dizemos que está descarregado ou neutro. Os nossos conhecimentos científicos permitem-nos dizer que existem dois tipos de carga elétrica: positiva e negativa. As cargas de mesmo nome se repelem e as de nomes contrários se atraem. Você deve saber que a matéria é composta de átomos que, por sua vez, são constituídos basicamente de elétrons, prótons e nêutrons. Prótons e nêutrons ficam no núcleo enquanto que os elétrons movem-se em torno do núcleo. Os elétrons têm carga negativa, os prótons têm carga positiva e os nêutrons são neutros, ou seja, não têm carga elétrica. Sob a luz desse modelo dizemos então que um corpo neutro tem o mesmo número de prótons e elétrons. Em um corpo negativo temos um excesso de elétrons e em um corpo positivo faltam elétrons, ou seja, sobram prótons. De acordo com sua capacidade de transportar a eletricidade os materiais são classificados como condutores ou isolantes. Os condutores (por exemplo, os metais) têm uma grande quantidade de elétrons livres que promovem o transporte de carga. Os isolantes, por outro lado, não possuem os chamados elétrons livres e, portanto, são maus condutores de eletricidade. Os fios que usamos nas instalações elétricas são feitos de metal (geralmente de cobre) que é um bom condutor de eletricidade e encapados com um plástico, que é um mau condutor. Por isso podemos manuseá-los sem o perigo de sermos acidentados pela eletricidade. As primeiras medidas de carga elétrica foram feitas com um instrumento chamado eletroscópio. Este instrumento usa a força de repulsão entre cargas de mesmo sinal para afastar uma barra metálica (muito leve, é claro) de sua posição de equilíbrio. Medindo-se o ângulo de afastamento pode-se avaliar a quantidade de carga presente. No SI a unidade de carga elétrica é 1 Coulomb ( 1 C) em homenagem ao cientista Charles Coulomb. Em aplicações práticas são muito usados os submúltiplos: mC = 10-3 C µC = 10-6 C A Lei de Coulomb O cientista francês Charles Coulomb (1736-1806), após uma série de medidas meticulosas, descobriu a relação entre a força elétrica entre dois objetos e as cargas neles contidas. Mais especificamente, ele descobriu que a intensidade da força elétrica entre dois objetos pequenos eletrizados é proporcional ao produto dos módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa, ou seja: F = k ● (Q1 ● Q2) / r2 A letra k que aparece acima é a constante de proporcionalidade da Lei de Coulomb e, no sistema internacional (SI) ela vale 9 x 109 Nm2/C2 para objetos situados no ar. Esta constante apresenta valores menores do que o obtido para o ar quando as cargas encontram-se em outro meio. A figura ao lado mostra o equipamento usado por Coulomb. Trata-se de uma balança de torsão que mede com precisão a força entre q1 e q2 bem como a distância r. Através de uma série de medidas, com diferentes valores de carga e distância, ele pôde concluir a relação que hoje leva seu nome! O campo elétrico Para melhorarmos a nossa compreensão dos fenômenos elétricos, é muito conveniente conceituarmos o que chamamos de campo elétrico. Para tanto, ao invés de dizermos que uma carga Q1 atrai uma carga Q2, diremos que a carga Q1 cria um campo elétrico no espaço que a circunda e esse campo elétrico é o responsável pela força sobre Q2. Em resumo: se uma carga Q é colocada em um dado ponto do espaço, a simples presença dessa carga modifica o espaço e cria ao seu redor um campo chamado campo elétrico. Observe-se que este campo só depende da presença de Q. Para sabermos se em um dado ponto do espaço existe um campo elétrico, basta colocarmos neste ponto uma carga de prova q0. Se nesta carga atuar alguma força elétrica, podemos concluir que neste ponto existe um campo elétrico. Na figura que se segue procuramos mostrar esse conceito de campo. Inicialmente temos o espaço vazio, sem qualquer carga elétrica. Em seguida colocamos em um ponto qualquer uma carga Q. Essa carga modifica o espaço criando um campo elétrico. Uma segunda carga, colocada nas vizinhanças de Q fica sujeita a esse campo e sobre ela aparece uma força elétrica. Deve-se notar que o campo é, como dissemos, uma modificação do espaço e só pode ser detectado com o uso de uma carga de prova. Espaço vazio Espaço modificado por Q: campo elétrico Q A força sobre q deve-se ao campo elétrico criado por Q Q q Criação de um campo elétrico por uma carga Q – Interação com a carga q Faça você mesmo... Coloque um pedacinho de isopor pendurado em uma linha. Atrite um pente, uma régua ou outro objeto plástico nos seus cabelos e depois aproxime-o do isopor. Comprove que o isopor é atraído pelo objeto. Você sabe como explicar esse fenômeno?