CENTRO UNIVERSITÁRIO POSITIVO UNICENP DESENVOLVIMENTO DE SENSOR DE FORÇA TIPO CÉLULA DE CARGA PARA O TÚNEL DE VENTO CURITIBA 2006 SANDRINO PERRETTO DESENVOLVIMENTO DE SENSOR DE FORÇA TIPO CÉLULA DE CARGA PARA O TÚNEL DE VENTO Monografia apresentado para conclusão da avaliação da disciplina de Projeto Final de Curso do curso de Engenharia Mecânica do CENTRO UNIVERSITÁRIO POSITIVO - UNICENP sobre Sensores de Força para Túnel de Vento Orientador: Prof. Wilson Radi El Maftoun CURITIBA 2006 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS.................................................................................. v LISTA DE FIGURAS................................................................................... vii RSUMO....................................................................................................... ix 1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 1 1.1 OBJETIVO GERAL DO PROJETO..................................................... 2 1.2 ESCOPO DO PROJETO.................................................................... 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................ 4 TÚNEL DE VENTO............................................................................. 4 2.1.1 Características Construtivas dos Túneis de Vento........................... 4 2.1.1.1 Túnel de vento sistema fechado..................................................... 5 2.1.1.2 Túnel de vento sistema aberto....................................................... 5 2.1.1.3 Túnel de vento modelo Göttingen.................................................. 6 2.1.2 Bocal Convergente........................................................................... 7 2 2.1 2.1.3 Características do Túnel de Vento do Laboratório de Fluído Mecânica.......................................................................................... 7 2.1.4 Regimes de Transições.................................................................... 9 2.1.5 Escoamento de Fluídos ao Redor de um Corpo Submerso............. 9 2.1.5.1 Força de arrasto............................................................................. 10 2.2 TERMOS ASSOCIADOS COM SISTEMAS DE MEDIÇÃO............... 14 2.2.1 Classe de Exatidão........................................................................... 15 2.2.2 Desvio-padrão experimental............................................................. 15 2.2.3 Desvio-padrão experimental da média............................................. 15 2.2.4 Erro de Linearidade.......................................................................... 15 2.2.5 Estabilidade de um Sistema de Medição.......................................... 16 ii 2.2.6 Faixa de Medição............................................................................. 16 2.2.7 Histerese........................................................................................... 16 2.2.8 Incerteza de Medição....................................................................... 16 2.2.9 Mensurando...................................................................................... 17 2.2.10 Mobilidade (Limiar de) ..................................................................... 17 2.2.11 Precisão de uma medição................................................................ 17 2.2.12 Resolução de um Dispositivo Mostrador.......................................... 17 2.2.13 Resolução de um Sistema de Medição............................................ 17 2.2.14 Sistema de Medição......................................................................... 18 2.2.15 Sensibilidade de um Sistema de Medição........................................ 18 2.2.16 Transdutor de medição..................................................................... 18 2.3 CÉLULAS DE CARGA…………………………………………………… 18 2.3.1 Classe de Exatidão de Acordo com a OIML..................................... 19 2.3.2 Tipos de Células de Carga para Tração ou Compressão................ 20 2.3.2.1 Célula de carga tipo viga em balanço para pequenas cargas até 3kg.................................................................................................. 20 2.3.2.2 Célula de carga tipo S ou Z para cargas medianas ...................... 21 2.3.2.3 Célula de carga do tipo barra para cargas elevadas ..................... 22 2.3.2.4 Célula de carga tipo bujão para cargas elevadas ......................... 22 2.3.2.5 Célula de carga tipo prato para cargas elevadas .......................... 23 2.3.2.6 Célula de carga tipo bujão e conjunto de pesagem....................... 23 2.4 FUNCIONAMENTO DAS CÉLULAS DE CARGA............................... 24 2.4.1.1 Direção biaxial de deformação de uma barra................................. 25 2.4.1.2 Forças resultantes.......................................................................... 26 2.5 27 EXTENSÔMETROS OU TIRAS EXTENSOMÉTRICAS..................... iii 2.5.1 Funcionamento do Extensômetro..................................................... 27 2.6 PONTE DE WHEATSTONE............................................................... 31 2.7 SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS............................................. 32 2.8 SISTEMAS COMPUTACIONAIS PARA PROJETO, ANALISE E MANUFATURA................................................................................... 35 2.8.1 Sistema CAD e CAM........................................................................ 36 2.8.2 Sistema CAE.................................................................................... 36 3 FAMILIARIZAÇÃO COM O SISTEMA DE MEDIÇÃO .......................... 37 3.1 RESOLUÇÃO E MOBILIDADE............................................................ 38 3.2 LINEARIDADE E FAIXA DE MEDIÇÃO............................................... 41 3.3 VELOCIDADE DO AR NO TÚNEL DE VENTO................................... 43 4 DESENVOLVIMENTO DO TRANSDUTOR DE FORÇA...................... 45 4.1 CARACTERÍSTICAS DOS CORPOS DE PROVA............................. 46 4.2 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO............................ 47 4.3 DIMENSIONAMENTO DA CÉLULA DE CARGA............................... 49 4.4 VALORES DE TENSÃO PARA AS CÉLULAS DE CARGA PROJETADAS.................................................................................... 52 RESULTADOS..................................................................................... 54 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO......................................... 54 5.1.1 Avaliação do Transdutor de Força.................................................... 56 5.2 TESTE DE VARIAÇÃO DE TEMPERATURA..................................... 60 5.3 VERIFICAÇÃO GEOMÉTRICA DOS CILINDROS PADRÕES.......... 61 5.4 CALIBRAÇÃO..................................................................................... 62 CONCLUSÃO....................................................................................... 69 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 71 ANEXOS..................................................................................................... 74 5 5.1 6 iv APÊNDICES................................................................................................ v 79 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - CARACTERÍSTICAS DO TÚNEL DE VENTO DO UNICENP........................ TABELA 2 - COEFICIENTE DE ARRASTO AERODINÂMICO ......................................... TABELA 3 - FORÇA DE ARRASTO AERODINÂMICO (N), EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE DO AR.................................................................................... TABELA 4 – ÁREA DE PROJEÇÃO DOS OBJETOS ENSAIADOS.................................. TABELA 5 – INTERVALOS DE CLASSIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE CARGA................. TABELA 6 - CARACTERÍSTICAS DA CÉLULA DE CARGA MODELO PW4KC3............. TABELA 7 - MÓDULO DE ELASTICIDADE DE ALGUNS TIPOS DE MATERIAIS........... TABELA 8 – COEFICIENTE DE SENSIBILIDADE K......................................................... TABELA 9 - CARACTERÍSTICAS DE FUNCIONAMENTO DO MÓDULO SCC-SG01..... TABELA 10 - CARACTERÍSTICAS DE RESPOSTAS DO MÓDULO................................ TABELA 11 - RUÍDO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO COM TRANSDUTOR DE FORÇA CASEIRO...................................................................................................... TABELA 12- ERRO DE LINEARIDADE.............................................................................. TABELA 13- VELOCIDADE DO AR GERADA NO TÚNEL DE VENTO............................. TABELA 14 – TENSÃO DE SAÍDA PARA A CÉLULA 1.................................................... TABELA 15 – TENSÃO DE SAÍDA PARA A CÉLULA 2.................................................... TABELA 16 – DIFERENÇA DE POTÊNCIAL E DESVIO PADRÃO DA CÉLULA DE CARGA DE ESPESSURA 0,25 mm............................................................ TABELA 17 – DIFERENÇA DE POTÊNCIAL E DESVIO PADRÃO DA CÉLULA DE CARGA DE ESPESSURA 0,45 mm ........................................................... TABELA 18 – DIFERENCIAL DE POTÊNCIAL ELÉTRICO DEVIDO A VARIAÇÃO DE TEMPERATURA.......................................................................................... TABELA 19 – RETA DE DE LINEARIDADE PARA A CÉLULA DE CARGA 1 (0,25MM).. TABELA 20 – RETA DE DE LINEARIDADE PARA A CÉLULA DE CARGA 2 (0,45MM).. TABELA 21 – VALORES DE INCLINAÇÃO E INTERCEPÇÃO DA RETA DE LINEARIDADE DAS CÉLULAS DE CARGA............................................... TABELA 22 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 1 (0,25 mm) / 10 m/s.................. TABELA 23 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 1 (0,25 mm) / 15 m/s.................. TABELA 24 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 1 (0,25 mm) / 20 m/s.................. TABELA 25 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 2 (0,45 mm) / 10 m/s................. TABELA 26 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 2 (0,45 mm) / 15 m/s................. TABELA 27 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 2 (0,45 mm) / 20 m/s................. TABELA AN1 - COEFICIENTE DE ARRASTO CD PARA OBJETOS COM DIFERENTES FORMATOS....................................................................... TABELA AN2 - COEFICIENTE DE ARRASTO CD PARA OBJETOS COM DIFERENTES FORMATOS....................................................................... TABELA AN3 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO AÇO SAE 1095...................................... TABELA AP1- FORÇA DE ARRASTO............................................................................... TABELA AP2- CARGA CORRESPONDENTE À FORÇA DE ARRASTO CALCULADA... TABELA AP3– FORÇA DE ARRASTO POR ATRITO....................................................... TABELA AP4 – TENSÃO DC DE SAÍDA DO SISTEMA DE MEDIÇÃO............................. TABELA AP5 - VALORES DE DEFORMAÇÃO (µm/m)..................................................... TABELA AP6 - DIFERENÇA PERCENTUAL ENTRE DEFORMAÇÕES........................... TABELA AP7 – DESLOCAMENTO DA EXTREMIDADE EM FUNÇÃO DA CARGA......... TABELA AP8 – DIMENSÕES DO CORPO DE PROVA CILÍNDRICO............................... TABELA AP9 – VALORES DE TENSÃO E RUÍDO RMS................................................... vi 8 13 13 14 19 21 25 29 34 35 40 42 43 52 52 58 58 61 63 63 64 66 66 67 67 67 67 75 76 78 80 80 81 83 83 84 84 86 87 TABELA AP10 – ESPESSURA DA CÉLULA DE CARGA.................................................. TABELA AP11 – VALORES DE DEFORMAÇÃO PARA A CÉLULA 1 ............................. TABELA AP12 – VALORES DE DEFORMAÇÃO PARA A CÉLULA 2.............................. TABELA AP13 – VALORES DE TENSÃO MEDIDOS EM ENSAIO PARA A CÉLULA DE 0,45 mm DE ESPESSURA COM ENGASTE NA POSIÇÃO HORIZONTAL......................................................................................... TABELA AP14 – VALORES DE TENSÃO MEDIDOS EM ENSAIO PARA A CÉLULA DE 0,45 mm DE ESPESSURA COM ENGASTE NA POSIÇÃO VERTICAL.............................................................................................. TABELA AP15 – VALORES DE TENSÃO MEDIDOS EM ENSAIO PARA A CÉLULA DE 0,25 mm DE ESPESSURA COM ENGASTE NA POSIÇÃO VERTICAL.............................................................................................. TABELA AP16 – VALORES DE TENSÃO MEDIDOS EM ENSAIO PARA A CÉLULA DE 0,25 mm DE ESPESSURA COM ENGASTE NA POSIÇÃO HORIZONTAL.......................................................................................... TABELA AP 17 – HISTERESE DO MÓDULO SCC-SG01 COM A CÉLULA DE CARGA DE ESPESSURA 0,25mm...................................................................... TABELA AP 18 – RETA DE DE LINEARIDADE DA CÉLULA DE 0,25mm DE ESPESSURA......................................................................................... TABELA AP 19 – HISTERESE DO MÓDULO SCC-SG01 COM A CÉLULA DE CARGA DE ESPESSURA 0,45mm...................................................................... TABELA AP 20 – CÁLCULO DE DIFERENCIAL DE TENSÃO DEVIDO A UMA DEFORMAÇÃO ESTIMADA.................................................................. TABELA AP 21 – RETA DE LINEARIDADE DA CÉLULA DE 0,45mm DE ESPESSURA. TABELA AP 22 – VALORES DE INCLINAÇÃO E INTERCEPÇÃO DA RETA DE LINEARIDADE....................................................................................... vii 91 93 93 94 95 96 96 97 97 97 98 98 100 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - TESTES NO TÚNEL DE VENTO……………………………………………… FIGURA 2 - TÚNEL DE VENTO SISTEMA FECHADO……………………………………… FIGURA 3 - TÚNEL DE VENTO ABERTO MODELO SOPRADOR……………………… FIGURA 4 - TÚNEL DE VENTO GÜTTINGEN……………………………………………….. FIGURA 5 - TÚNEL DE VENTO DO LABORATÓRIO DE FLUÍDO MECÂNiCa………….. FIGURA: 6 - VÓRTICES DE KÁRMÁN……………………………………………………… FIGURA 7 - REGIMES DE FLUXO..................................................................................... FIGURA 8 - TIPOS DE FORÇA DE ARRASTO................................................................. FIGURA 9 - ÁREA DE PROJEÇÃO.................................................................................... FIGURA 10 - COEFICIENTE DE ARRASTO DE UMA ESFÉRA....................................... FIGURA 11 – EXEMPLO DE CÉLULA DE CARGA........................................................... FIGURA 12 - EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO DE UMA CÉLULA DE CARGA............... FIGURA 13 - CÉLULA DE CARGA TIPO VIGA EM BALANÇO......................................... FIGURA 14 - CÉLULA DE CARGA TIPO S........................................................................ FIGURA 15 - CÉLULA DE CARGA TIPO BARRA.............................................................. FIGURA 16 - CÉLULA DE CARGA TIPO BUJÃO.............................................................. FIGURA 17 - CÉLULA DE CARGA TIPO PRATO ............................................................ FIGURA 18 - CÉLULA DE CARGA TIPO BUJÃO.............................................................. FIGURA 19 - DEFORMAÇÃO DE UMA BARRA DEVIDO A UMA CARGA....................... FIGURA 20 - REGIMES DE DEFORMAÇÃO DE UMA BARRA........................................ FIGURA 21 - DEFORMAÇÃO DE ACORDO COM CARGA APLICADA............................ FIGURA 22 – EXTENSÔMETRO ELÉTRICO DE RESISTÊNCIA..................................... FIGURA 23 - DEFORMAÇÃO DO EXTENSÔMETRO....................................................... FIGURA 24 - COEFICIENTE DE DEFORMAÇÃO............................................................. FIGURA 25 - EXTENSÔMETRO DE COMPENSAÇÃO TÉRMICA................................... FIGURA 26 - PONTE DE WHEATSTONE......................................................................... FIGURA 27 - FLUXOGRAMA DO SISTEMA OPERACIONAL UTILIZADO....................... FIGURA 28 - ESQUEMA DE LIGAÇÃO NO MÓDULO SCC-SG01................................... FIGURA 29 - ANÁLISE DE TENSÕES PELO UNIGRAPHICS.......................................... FIGURA 30 – TRANSDUTOR DE FORÇA CASEIRO........................................................ FIGURA 31 - PROGRAMA DE COLETA DE DADOS....................................................... FIGURA 32 - RUÍDO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO PARA A CONDIÇÃO SEM TAMPA... FIGURA 33 - RUÍDO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO PARA A CONDIÇÃO COM TAMPA.. FIGURA 34 - ESCALA USADA NO TESTE DE LINEARIDADE........................................ FIGURA 35 - GRÁFICO DE LINEARIDADE...................................................................... FIGURA 36 - VELOCIDADE DO AR EM FUNÇÃO DA FREQÜÊNCIA............................. FIGURA 37 - MODELOS DE AUTOMÓVEIS..................................................................... FIGURA 38 – CORPO DE PROVA CILÍNDRICO.............................................................. FIGURA 39 - SISTEMÁTICA DO ENSAIO......................................................................... FIGURA 40 - PONTOS DE AVALIAÇÃO DE DEFORMAÇÃO........................................... FIGURA 41 - DIAGRAMA DE ESFORÇO CORTANTE E DE MOMENTO FLETOR........ FIGURA 42 – CÉLULA DE CARGA PROJETADA............................................................. FIGURA 43 – BANCADA DESLIZANTE............................................................................. FIGURA 44 – MÓDULO DE AQUISIÇÃO DE DADOS DA NATIONAL.............................. FIGURA 45 – PAINEL FRONTAS DO PROGRAMA DE RESPOSTA DE MENSURAÇÃO DE FORÇA DE ARRASTO............................................... FIGURA 46 – ROLDANA DE CALIBRAÇÃO...................................................................... viii 4 5 6 6 8 9 9 10 11 12 18 19 20 22 22 23 23 24 25 26 26 27 27 28 30 31 32 33 35 37 39 40 40 41 43 44 46 47 48 48 50 54 55 55 56 57 FIGURA 47 – FAIXA DE INCERTEZA PARA A CÉLULA 2 .............................................. FIGURA 48 – FAIXA DE INCERTEZA PARA A CÉLULA 1............................................... FIGURA AN1 - CODIFICAÇÃO DO EXTENSÔMETRO..................................................... FIGURA AP1 - ENSAIO DE ÁREA DE PROJEÇÃO.......................................................... FIGURA AP2 - ÁREAs DE PROJEÇÃO DOS AUTOMÓVEIS........................................... FIGURA AP3 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UMA FORÇA DE ≈ 0,30N ........................... FIGURA AP4 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UMA FORÇA DE ≈ 0,50N ........................... FIGURA AP5 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UM FORÇA DE ≈ 0,69N ............................. FIGURA AP6 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UMA FORÇA DE ≈ 0,99N ........................... FIGURA AP7 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UM FORÇA DE ≈ 1,49N ............................. FIGURA AP8 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UM FORÇA DE ≈ 1,91N.............................. FIGURA AP9 - CÉLULAS DE CARGA .............................................................................. FIGURA AP 10 – RETA OBTIDA PELA MEDIÇÃO DOS DADOS NA CALIBRAÇÃO DA CÉLULA DE 0,45 mm DE ESPESSURA.................. FIGURA AP 11 – RETA OBTIDA PELA MEDIÇÃO DOS DADOS NA CALIBRAÇÃO DA CÉLULA DE 0,45 mm DE ESPESSURA.................. FIGURA AP12 – COMPARAÇÃO DA RETA ESTIMADA E RETA REAL PARA A CÉLULA DE CARGA DE 0,25mm DE ESPESSURA............................. FIGURA AP13– COMPARAÇÃO DA RETA ESTIMADA E RETA REAL PARA A CÉLULA DE CARGA DE 0,45mm DE ESPESSURA.............................. ix 65 65 77 85 86 88 88 89 89 89 90 92 99 99 100 100 RESUMO Este trabalho apresenta os resultados obtidos no projeto e desenvolvimento de um transdutor de força tipo célula de carga, para medição da força de arrasto aerodinâmico em testes com objetos no túnel de vento da UnicenP. Os transdutores de força apresentados projetados foram simulados pelo programa Unigraphics, e construídos com lâminas de aço mola SAE 1095, utilizando um extensômetro de 120Ω, fixados sob uma base móvel de acrílico localizada no piso do túnel de vento. As incertezas de medição associadas com a força de arrasto aerodinâmico foram consideradas satisfatórias. As diferenças entre os valores calculados e experimentais demonstram a necessidade de melhoramentos, principalmente na construção da base móvel. x 1 INTRODUÇÃO Os primeiros automóveis eram projetados para facilitar sua fabricação, porque no século 20 as máquinas tinham diversas restrições para a fabricação de uma peça. A partir da década de 40 começaram estudos sobre o desempenho de um automóvel devido suas características aerodinâmicas, nesta época ainda não eram viáveis no estudo em túnel de vento, então a conclusão que os cientistas tiveram com o maior aproveitamento aerodinâmico era uma gota d´água, que tomava forma a partir do movimento dentro da atmosfera terrestre. Na década de 60 houve a elaboração de sistemas que podem imitar a atmosfera terrestre, com isso o estudo sobre o melhor aproveitamento da aerodinâmica dos automóveis e aviões teve um grande avanço, nesta época com o auxílio do túnel de vento para determinar as linhas de fluxo, e estudar qual seria o melhor design aerodinâmico para um automóvel, estabelecendo como padrão o melhor desempenho gerado pela força de arrasto. No Brasil existem diversos tipos de túneis de vento, porém nenhum que tenha tamanho suficiente para fazer testes em um objeto em tamanho real, um deles da EMBRAER é do modelo Guttingüen, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul modelo circuito fechado para ensaios em modelos de edifícios e a UnicenP possuí um túnel de vento modelo soprador para ensaios em modelos de automóveis e etc. O túnel de vento da EMBRAER pode ensaiar modelos de aviões a uma velocidade do ar supersônica. Em uma das análises em túneis de vento é retirada à força que o ar exerce sobre o corpo, isto é feito através de dinamômetros, colocados tanto no sentido do ar e em outros sentido para analisar as forças reradas em outras direções e sentidos, também são feitos ensaios para um estudo sobre linhas de fluxo, neste ensaio são utilizados canhões de fumaça e câmeras que filmam as linhas de fluxo. No túnel de vento do UnicenP é avaliada a força de arrasto em modelos de automóveis com dinamômetros de mola com um fio unindo o modelo, este processo é falho porque o dinamômetro não esta calibrado. Este trabalho apresenta um sistema, tipo célula de carga, para mensurar a força de arrasto aerodinâmico em um objeto, para utilização no túnel de vento do UnicenP. A força de arrasto aerodinâmico é formada pela movimentação de um 2 fluido sobre um objeto. Esta força tem sentido contrário ao movimento do objeto, variando de acordo com o formato do objeto e a energia cinética que o fluído possuí. O túnel de vento possui também uma base deslizante com sensor tipo célula de carga, desenvolvida para medir a força de arrasto através de um sistema de aquisição de dados da National Instruments. Entretanto, este sensor não operou de forma adequada devido principalmente aos seguintes fatores: Erro de configuração do módulo condicionador de sinal tipo Ponte de Wheatstone, parte integrante do sistema de aquisição de dados da National Instruments; Erro no programa desenvolvido em LabVIEW que não permitia a aquisição dos dados de saída; Excesso de deformação na célula de carga provocando saturação no sinal de saída, Atrito provocado pela base deslizante. A utilização de um sistema eletrônico para aquisição de dados em tempo real nas aulas práticas com o túnel de vento é necessária para um acompanhamento adequado de todos os alunos através do monitor de um computador, realizando medições confiáveis com incerteza conhecida. 1.1 OBJETIVO GERAL DO PROJETO Projeto e desenvolvimento de um sensor de força, baseado na construção de uma célula de carga com extensômetros de resistência elétrica, para medição da força de arrasto aerodinâmico produzida em objetos ensaiados no túnel de vento da Engenharia Mecânica. 1.2 ESCOPO DO PROJETO As atividades necessárias para o desenvolvimento do projeto estão descritas abaixo: 3 1. Análise do sistema da medição existente no laboratório de Fluído Mecânica, para buscar se familiarizar com o funcionamento dos sensores, equipamentos já existentes e também identificar as suas vantagens e desvantagens e oportunidades de melhoria e aperfeiçoamento. 2. Determinação das características técnicas do túnel de vento, por exemplo: força de arrasto, tempo de estabilização da velocidade do vento, funcionamento, velocidade que pode ser atingida para ensaios de força de arrasto, relação entre a potência ajustada ao motor e a velocidade que ela gera para o ar no túnel de vento; 3. Projeto da célula de carga a ser utilizada como sensor de força no túnel de vento, atendendo às características do túnel de vento e do sistema de aquisição de dados existentes. Será utilizado o software Unigraphics de CAE para auxílio nesta etapa; 4. Construção da célula de carga projetada, utilizando o software UNIGRAPHICS de CAD e CAM; 5. Avaliação experimental do sensor de força através de dois tipos de ensaios. O primeiro trata-se da calibração do sensor de força utilizando pesos padrão de valores conhecidos. O segundo trata-se de ensaios experimentais com túnel de vento, utilizando objeto padrão de geometria conhecida, para determinação da função de resposta do sistema e de algumas características técnicas como histerese, incerteza, ruído, resolução de leitura. 4 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Neste capítulo são demonstradas as propriedades dos equipamentos, fenômenos de mecânica dos fluídos e de ciência dos materiais utilizados no projeto e desenvolvimento do transdutor de força. 2.1 TÚNEL DE VENTO Túneis de Vento são máquinas de estudo de pressão, deslocamento e escoamento de ar sobre um objeto ou modelo. Eles possuem balanças de força que medem respectivamente a força e o deslocamento que o fluxo de ar exerce no modelo, e também, disparadores de fumaça, óleo ou tinta para estudo do escoamento de ar sobre o objeto. A figura 1 mostra um automóvel de corrida sendo avaliado em um túnel de vento. FIGURA 1 - TESTES NO TÚNEL DE VENTO FONTE: FOX, ROBERT W.; MACDONALD, ALAN T.; 1998. 2.1.1 Características Construtivas dos Túneis de Vento Os Túneis de Vento possuem três formas construtivas básicas: a de circuito fechado, de circuito aberto e Göttingen. Todas usam o dispositivo de bocal convergente, com ou sem aletas, para aumentar a velocidade do ar. Também possuem ventilador ou ventiladores para provocar o deslocamento do ar. 5 2.1.1.1 Túnel de vento sistema fechado Neste sistema o ar circula dentro do túnel de vento diminuindo o ruído e a turbulência gerada pela hélice, e não cria uma corrente de ar dentro do ambiente em que ele se encontra, pois o ar não é expulso do túnel para o mesmo. Dessa forma este tipo de túnel de vento é mais seguro e com uma utilização menos barulhenta gerando um conforto maior quando utilizado. A figura 2 mostra um esquema desse tipo de túnel de vento. FIGURA 2 - TÚNEL DE VENTO SISTEMA FECHADO FONTE: WWW.UFRGS.BR/LAC/TUNEL.HTM, 2006. Na maioria dos casos a velocidade do ar é controlada por aletas, tais aletas possuem a capacidade de formar um bocal convergente para o controle da velocidade do ar, de forma que seus movimentos dificultem ou facilitem a passagem do ar. 2.1.1.2 Túnel de vento sistema aberto Neste sistema o ar não circula dentro do túnel de vento, mas é captado pelo ventilador, modelo soprador, da atmosfera e é expulso para a mesma. Um esquema deste túnel de vento é mostrado na figura 3. 6 Ele possui um sistema de bocal convergente definida na figura como a secção de contração, para o aumento da velocidade do ar. O controle desta velocidade pode ser feito através de aletas ou através do controle de rotação do ventilador. Neste sistema o fluxo de ar é um pouco mais turbulento do que o de sistema fechado, devido aos pulsos de ar do ventilador. Para atenuar esta turbulência, é construída, na área de expansão, uma caixa de estabilização, que é formada por painéis de tela de aço ou outro metal e, ou pedaços de tubos que devem permitir a passagem do ar e diminuir a freqüência de pulsos de ar. FIGURA 3 - TÚNEL DE VENTO ABERTO MODELO SOPRADOR FONTE: FEPISA, 2002. 2.1.1.3 Túnel de vento modelo Göttingen Esta espécie de túnel de vento, é mostrado na figura 4, o túnel de vento possui um sistema de bocal convergente para o aumento da velocidade do ar, uma seção aberta para testar os modelos, e um duto de retorno deste ar para o sistema de propulsão, para que seja aproveitada a energia cinética do ar que está em movimento. FIGURA 4 - TÚNEL DE VENTO GÜTTINGEN FONTE: FEPISA, 2002. 7 Como desvantagem, este tipo de túnel de vento possui quatro cotovelos que devem obrigatoriamente possuir aletas para direcionar o fluxo, as quais introduzem perda de carga no circuito de retorno. 2.1.2 Bocal Convergente O bocal convergente é o estreitamento seguido de um alargamento da passagem de ar, para aumentar a velocidade do ar que passa pelo modelo. A equação de Bernoulli, equação 1 demonstra este aumento. P V2 + + g.h = constante , ρ 2 (1) onde: P é a pressão em pascal (Pa); ρ é a massa específica do fluido em kg/m3; V é a velocidade do fluido em m/s; g é a aceleração da gravidade em m/s2; h é o deslocamento provocado por este fluido em metros (m). A equação 1 mostra que para uma grande quantidade de ar que passa pelo sistema de bocal convergente ocorre um aumento de velocidade, comparando a pressão em dois lugares, antes de passar pelo bocal e após passar, isto é possível porque a equação de Bernoulli é igualada a uma constante para o mesmo fluido em movimento. No sistema de bocal convergente o ar é submetido a um aumento de pressão e, ao encontrar um ambiente com um volume maior com a pressão menor, ocasiona um aumento da velocidade. 2.1.3 Características do Túnel de Vento do Laboratório de Fluído Mecânica O túnel de vento existente no laboratório de Fluido Mecânica, do curso de Engenharia Mecânica do UnicenP, mostrado na figura 5, opera no sistema aberto, modelo soprador, com coleta de ar através de um ventilador, um sistema de tela para tornar o fluxo mais laminar possível, um bocal convergente para aumentar a velocidade do ar, logo após o bocal esta uma seção prismática que é denominada como área de testes. 8 FIGURA 5 - TÚNEL DE VENTO DO LABORATÓRIO DE FLUÍDO MECÂNICA FONTE: AUTOR, 2006. A tabela 1 especifica as principais características do túnel de vento. TABELA 1 - CARACTERÍSTICAS DO TÚNEL DE VENTO DO UNICENP CARACTERÍSTICAS ESPECIFICAÇÃO Forma Construtiva Circuito Aberto, Soprador Seção de Teste Fechada, de 500x200x200mm Velocidade Máxima na Seção de Teste 20m/s (recomendada) Motor Elétrico Marca Weg, trifásico, 4 CV, 220 V, 60 Hz, 1750 rpm Ventilador Marca OTAN, centrifugo, modelo LMS-355, arranjado 4 (acoplamento direto), posição de montagem horizontal superior (180º). FONTE: AUTOR, 2006. O túnel de vento possui, também, alguns equipamentos complementares que estão listados abaixo: Válvula controladora de velocidade do tipo chapéu chinês; Quadro de manômetro em U; Manômetro inclinado; Tubos de Pitot. 9 2.1.4 Regimes de Transições Quando um fluido esta em movimento sobre um objeto e sujeito a sua forma, ele pode estar em dois regimes de transição: o regime turbulento e o regime laminar. No regime turbulento o fluido se deforma, sendo separado e criando direções e sentidos opostos de fluxo. Este fenômeno, no caso de escoamento em um objeto submerso é chamado de vórtices de Kármán, como mostra a figura 6, que são ciclones e redemoinhos de ar simétricos ao eixo do fluxo. FIGURA: 6 - VÓRTICES DE KÁRMÁN FONTE: SCHIOZER, 1996. O regime laminar é caracterizado por não possuir várias ondas de deformações no escoamento do fluído. Ele apenas transpõe o objeto sem produzir vórtices de Kármán, demonstrado na figura 7. FIGURA 7 - REGIMES DE FLUXO FONTE: O AUTOR, 2006. 2.1.5 Escoamento de Fluídos ao Redor de um Corpo Submerso Sempre que houver movimento relativo entre um corpo e um fluido, em que o corpo esta submerso, existirá a criação de duas forças que dificultam a movimentação deste corpo. Estas forças são de cisalhamento do fluído que depende da viscosidade do fluido e é denominada tangente ao fluxo de ar, e outra perpendicular ao objeto que dependem do formato do objeto onde o fluido vai escoar, esta força que é perpendicular linha de fluxo do fluido e é criada quando 10 entra em contato com uma superfície que altera seu escoamento, como demonstra a figura 8. As duas forças são consideradas horizontais ao movimento do objeto ou do fluido, e impedem o movimento do objeto ou do fluido. FIGURA 8 - TIPOS DE FORÇA DE ARRASTO FONTE: O AUTOR, 2006. 2.1.5.1 Força de arrasto A Força de Arrasto é classificada como uma força agindo paralelamente ao corpo. Para determinar a equação da força de arrasto aerodinâmico, é necessário conhecer o tamanho do objeto e a sua velocidade, bem como, a massa específica e a viscosidade do fluído,. Segundo Fox & MacDonald, a força de arrasto para um objeto esférico, pode ser calculada pela equação 2. Fd = ƒ(d; V; µ; ρ), (2) onde: Fd é a força de arrasto em N; d é a o diâmetro da esfera em m; V é a velocidade do fluído em m/s; µ é a viscosidade cinemática do fluído em N.s/m2; ρ é a massa específica do fluído em kg/m3. Aplicando o teorema Pi de Buckingham na equação 2, obtem-se. Fd ρV 2 d2 ρVd , = f µ (3) Nota-se que d2 é a área da seção transversal da esfera, esta área é chamada de área de projeção. A área de projeção para um cilindro esta representada na 11 figura 9 como uma função do número de Reynolds. Portanto, a equação 3 pode ser escrita da seguinte na forma: ρVd = f (Re ) = f ρV 2 A µ Fd (4) FIGURA 9 - ÁREA DE PROJEÇÃO ÁREA DE PROJEÇÃO FONTE: O AUTOR, 2006. Assim, pela presença do número de Reynolds, que determina a perda de carga de um fluído por seção transversal, cada objeto possui um coeficiente de arrasto aerodinâmico “CD” que determina qual a força de arrasto aerodinâmico que o fluído exerce neste objeto. Temos, portanto que: Fd = 1 ⋅ CD ⋅ ρ ⋅ A ⋅ V 2 , 2 (5) onde: Fd é a força de arrasto em N; CD é o coeficiente de arrasto aerodinâmico; A é a área de projeção do objeto em m2; V é a velocidade do fluído em m/s; ρ é a massa específica do fluído em kg/m3. O número 1/2 é introduzido na equação para tornar iguais, a relação entre a perda de carga e a energia cinética por unidade de massa do fluído. É escolhida uma esfera porque ela possui ângulos de ataque ao ar não definidos, ou melhor, em todas as direções, determinando que esta equação serve para qualquer forma testada. 12 As equações 4 e 5 mostram que o coeficiente de arrasto CD está diretamente ligado, ao número de Reynolds, sendo que para uma esfera deveria se comportar de forma retilínea, ou seja, quanto maior o número de Reynoulds menor o CD, conforme a equação 6: Re = V.D , ν (6) onde: Re é o número de Reynolds; V é a velocidade do fluído em m/s; D é o diâmetro da esfera em metros (m); ν é a viscosidade dinâmica do fluído em m2/s. Este número foi determinado através de estudos realizados pelo engenheiro britânico Osborne Reynolds em 1880, sobre os regimes de transição do movimento de um fluído. Este número torna-se constante nos diferentes escoamentos de um fluído. Ele é a relação entre a energia cinética do fluído, o formato do corpo por onde ele esta se movimentando e sua viscosidade, conforme representado na equação 6. No gráfico da figura 10 observa-se que o coeficiente de arrasto se comporta de maneira aleatória, devido à existência de alterações de fluxo sobre o objeto. FIGURA 10 - COEFICIENTE DE ARRASTO DE UMA ESFÉRA FONTE: WWW.SERVER.FSC.UFSC.BR/~CANZIAN/FUTEBOL/CRISE.PDF, 2006. O Anexo 1 apresenta alguns coeficientes de arrasto aerodinâmico em função da geometria de objetos de diferentes formatos. Os corpos de formato cilíndrico podem ser utilizados na calibração do túnel de vento devido ao fato de serem fáceis 13 de construir e terem CD conhecidos, conforme é mostrado na Tabela 2. Nesta tabela, são apresentados, também, os coeficientes de arrasto dos modelos de automóveis utilizados nas aulas práticas com o túnel de vento do UnicenP. TABELA 2 - COEFICIENTE DE ARRASTO AERODINÂMICO FORMA DO CORPO E FLUXO L/D CD CILINDRO PARALELO AO FLUXO 1 0,91 2 0,85 4 0,87 7 0,99 1 0,63 2 0,68 5 0,74 10 0,82 40 0,98 CILINDRO PERPENDICULAR AO FLUXO 0,63 VOLKWAGEM KOMBI VOLKSWAGEM FUSCA 0,38 VOLKSWAGEM POLO 0,32 PORSCHE 0,29 FONTE: TOMELIN, CLEOMAR A, 2002. A tabela 3 apresenta os valores da força de arrasto aerodinâmico, calculadas pela equação (5), usando os coeficientes de arrasto CD indicados na tabela 2, em função da velocidade do ar disponível no túnel de vento. TABELA 3 - FORÇA DE ARRASTO AERODINÂMICO (N), EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE DO AR VELOCIDADE DO AR (m/s) OBJETO OU MODELO 20m/s 15m/s 10m/s 5m/s 1m/s CILINDRO PARALELO AO FLUXO (L/D=1) 0,2273 0,1279 0,0568 0,0142 0,0006 CILINDRO PERPENDICULAR AO FLUXO (L/D=1) 0,2005 0,1128 0,0501 0,0125 0,0005 VOLKSWAGEM KOMBI 0,9777 0,5499 0,2444 0,0611 0,0024 VOLKSWAGEM FUSCA 0,6166 0,3468 0,1541 0,0385 0,0015 VOLKSWAGEM POLO 0,4110 0,2312 0,1027 0,0257 0,0010 PORSCHE 0,4237 0,2384 0,1059 0,0265 0,0011 FONTE: O AUTOR, 2006. 14 Os valores da força de arrasto indicados foram obtidos para as áreas de projeção, mostradas na Tabela 4, conforme metodologia mostrada no apêndice 3. TABELA 4 – ÁREA DE PROJEÇÃO DOS OBJETOS ENSAIADOS OBJETO OU MODELO ÁREA DE PROJEÇÃO mm 2 m 2 CILINDRO PARALELO AO FLUXO (L/D=1) 1130 0,00113 CILINDRO PERPENDICULAR AO FLUXO (L/D=1) 1440 0,00144 VOLKSWAGEM KOMBI 7017 0,00702 VOLKSWAGEM FUSCA 7343 0,00734 VOLKSWAGEM POLO 5814 0,00581 PORSCHE 6612 0,00661 FONTE: O AUTOR, 2006. 2.2 TERMOS ASSOCIADOS COM SISTEMAS DE MEDIÇÃO O Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia, conhecido como VIM, foi organizado por uma comissão que de representantes das seguintes organizações: BIPM, IEC, ISO, OIML, IFCC, IUPAC e IUPAP. A segunda edição foi publicada pela ISO, em 1993, e sua versão em português (Brasil), publicada pelo Inmetro em 1995, passou a ser adotada oficialmente no Brasil. Em 2004, foi publicado o guia ISO/IEC Guide:2004, que fornece termos e definições gerais para aplicação em atividades de normalização e, também, serve como uma fonte valiosa para referência e para o ensino, contendo princípios básicos teóricos e práticos para a normalização, certificação e acreditação de laboratórios. Esta norma guia contém muitos dos termos estabelecidos na segunda edição do VIM e, também, termos extraídos do “Guia para a Expressão da Incerteza de Medição", conhecido como ISO GUM, podendo ser classificada com a terceira edição do VIM. Os termos e definições, apresentados a seguir, foram extraídos dos dois documentos citados acima: VIM e ISO/IEC Guide:2004. 15 2.2.1 Classe de Exatidão Classe de instrumentos de medição que atende a requisitos metrológicos especificados, os quais devem manter a incerteza instrumental dentro dos limites especificados sob condições operacionais específicas. A incerteza instrumental é um componente da incerteza de medição atribuída ao instrumento de medição e determinada na sua calibração. 2.2.2 Desvio-padrão experimental Para uma série de “n” medições de um mesmo mensurando, o desvio-padrão experimental “s”, que caracteriza a dispersão dos resultados, é dado pela equação: n s= ∑(x i − x )2 i =1 n −1 , (7) onde xi representa o resultado da “iésima” medição e x representa a média aritmética dos “n” resultados considerados. A média aritmética é dada pela equação: ∑i =1 xi . n x= (8) n Considerando uma série de “n” valores como uma amostra de uma distribuição, x é uma estimativa não tendenciosa da média µ e s2 é uma estimativa não tendenciosa da variância desta distribuição. 2.2.3 Desvio-padrão experimental da média É uma estimativa do desvio padrão da distribuição de médias x , parâmetro usado na avaliação Tipo A da incerteza de medição que pode ser calculada pela equação: sx = s . (9) n 2.2.4 Erro de Linearidade Maior diferença entre a característica de reposta linear real é a característica de resposta linear teórica encontrada ao longo da faixa de medição de um sistema de medição ou transdutor. 16 2.2.5 Estabilidade de um Sistema de Medição Aptidão de um sistema de medição em conservar constantes suas características metrológicas ao longo do tempo. 2.2.6 Faixa de Medição Conjunto de valores de um mensurando para o qual se admite que o erro de um instrumento de medição mantém-se dentro dos limites especificados pela incerteza do instrumento (exatidão). O erro é determinado em relação a um valor verdadeiro convencional (valor padrão). 2.2.7 Histerese Diferenças que ocorrem em medições realizadas para valores crescentes do mensurando, em relação a valores decrescentes. Esta diferença está geralmente associada com a resposta de dispositivos mecânicos submetidos a uma deformação elástica, por exemplo: molas do ponteiro e o tubo de Bourdon num medidor de pressão analógico. Este efeito pode ser observado em células de carga, resultando numa diferença entre o valor inicial antes da aplicação de uma carga e o valor inicial após a aplicação de uma carga. O erro de histerese é a maior diferença encontrada ao longo da faixa de medição do sistema de medição ou transdutor. 2.2.8 Incerteza de Medição Parâmetro, que caracteriza a dispersão dos valores da grandeza que podem ser fundamentalmente atribuídos ao mensurando, baseado nas informações usadas. A incerteza de medição compreende, em geral, muitos componentes. Alguns destes componentes podem ser estimados com base na distribuição estatística dos resultados das séries de medições e podem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os outros componentes, que também podem ser caracterizados por desvios padrão, são avaliados por meio de distribuição de probabilidades assumidas, baseadas na experiência ou em outras informações. Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do mensurando, e que todos os componentes de incerteza contribuem para a dispersão, incluindo aqueles componentes resultantes dos efeitos aleatórios e sistemáticos na medição. 17 2.2.9 Mensurando Grandeza específica que se deseja medir. Exemplos: Pressão de vapor de uma dada amostra de água a 20ºC; Comprimento de uma peça; Temperatura de um líquido; Velocidade de um automóvel. 2.2.10 Mobilidade (Limiar de) Maior variação no estímulo que não produz variação detectável na resposta de um instrumento de medição, sendo a variação no sinal de entrada lenta e uniforme. Estímulo é o valor de uma grandeza que está sendo medida por um sistema de medição. O limiar de mobilidade pode depender, por exemplo, de ruído (interno e externo) ou de atrito. Pode depender, também, do valor do estímulo. 2.2.11 Precisão de uma medição Grau de concordância entre os valores sucessivos de um mesmo mensurando, obtidos sob condições de medição específicas. A precisão de medição pode ser expressa quantitativamente, em função das características de dispersão dos valores, como, por exemplo, o desvio-padrão experimental, a variância, ou o coeficiente de variação sob as condições de medição especificadas. 2.2.12 Resolução de um Dispositivo Mostrador Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode ser significativamente percebida. Para dispositivo mostrador digital, é a variação na indicação quando o dígito menos significativo varia com a unidade. Este conceito também se aplica a um dispositivo registrador. 2.2.13 Resolução de um Sistema de Medição Menor variação, no valor de uma grandeza medida por um sistema de medição (estímulo), que produz uma variação perceptível na sua indicação (resposta). A resolução de um sistema de medição pode depender, por exemplo, do ruído (interno e externo) ou atrito. Pode depender, também, do valor da grandeza sob medição. 18 2.2.14 Sistema de Medição Conjunto completo de instrumentos de medição e outros equipamentos ou substâncias acoplados para executar uma medição específica dentro de um intervalo de valores específico. Exemplos: Aparelhagem para medição de condutividade de materiais semicondutores; Aparelhagem para calibração de termômetros clínicos. 2.2.15 Sensibilidade de um Sistema de Medição Variação da resposta de um sistema de medição dividida pela correspondente variação do valor da grandeza que está sendo medida (estímulo). A sensibilidade pode depender do valor do estímulo. 2.2.16 Transdutor de medição Dispositivo que fornece uma grandeza de saída que tem uma correlação determinada com a sua grandeza de entrada. Exemplos: Termopar; Transformador de corrente; Extensômetro (strain gage), tubo de Bourdon, Bimetal. 2.3 CÉLULAS DE CARGA As células de carga ou células dinamométricas, são molas ou corpos de deformação que possuem tiras de medição extensométricas ou extensômetros colados no seu corpo. A figura 11 apresenta um exemplo de célula de carga usada em balanças eletrônicas. FIGURA 11 – EXEMPLO DE CÉLULA DE CARGA FONTE: O AUTOR, 2006. 19 A célula de carga mostrada na figura 11 tem funcionamento semelhante ao de uma viga em balanço, com um lado fixo (parte fixa) e outro lado em balanço onde é afixado o prato da balança. É possível observar nesta figura o local onde os extensômetros (transdutores de deformação) foram colados. Estas células de carga podem trabalhar em um sistema de tração ou compressão, de forma que o formato da célula varia de acordo com a carga a ser aplicada. 2.3.1 Classe de Exatidão de Acordo com a OIML A OIML Organização Mundial de Metrologia Legal determina que a classe de exatidão seja especificada de acordo com uma relação entre duas unidades: a primeira estabelece o valor da resolução através de um código de letras, e a segunda estabelece a carga máxima que a célula suporta. A tabela 5 apresenta os diferentes intervalos que servem como unidade de classificação de exatidão. TABELA 5 – INTERVALOS DE CLASSIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE CARGA CLASSE DE EXATIDÃO Classe A Classe B Classe C Classe D Limite menor 50.000 5.000 5.000 100 Limite maior Ilimitado 100.000 10.000 1.000 FONTE: OIML R60, 2006. O exemplo da figura 12 mostra que o fator que determina a resolução de uma célula de carga é função de dois números: o indicador 3 que estabelece que a resolução corresponde a 3000 divisões do intervalo de classe, e o indicador 1,5 que corresponde a 1500 divisões do intervalo de classe. A letra C estabelece a classe de exatidão com intervalo entre 5000 e 10000 e resolução máxima de 3000 divisões. FIGURA 12 - EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO DE UMA CÉLULA DE CARGA Designação de exatidão A - Classe A B - Classe B C - Classe C D - Classe D FONTE: AUTOR, 2006. C3 Máximo número de variações da célula de carga, em unidades de 1000,: Ex.: 3 representa 3 000 1.5 representa 1 500 20 2.3.2 Tipos de Células de Carga para Tração ou Compressão Para construir e determinar o formato de uma célula de carga de compressão ou tração deve-se considerar a carga a que ela é submetida. O projeto deve considerar o formato que une as forças em um eixo de atuação, procurando eliminar as derivadas desta força, como torção ou forças descentralizadoras, que podem alterar o eixo de deformação do extensômetro. O vetor força e a deformação devem estar na mesma direção e sentido. Neste capítulo são apresentados alguns modelos comerciais de célula de carga: 2.3.2.1 Célula de carga tipo viga em balanço para pequenas cargas até 3kg Este modelo é geralmente aplicado na medição de forças em. Balanças de plataforma Contadoras e pesadoras Empacotadeiras e Ensacadeiras Pequenos silos para dosadores Uso geral na indústria FIGURA 13 - CÉLULA DE CARGA TIPO VIGA EM BALANÇO FONTE: WWW.WEIGHTECH.COM.BR, 2006. A Tabela 6 apresenta algumas características técnicas da célula de carga Weightech, modelo PWAKC3, mostrada na figura 13, apenas para ilustrar os dados técnicos informados por um fabricante de uma célula de carga comercial. 21 TABELA 6 - CARACTERÍSTICAS DA CÉLULA DE CARGA MODELO PW4KC3 CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO Classe de exatidão (OIML) C3 Número máximo de divisões (OIML Classe C3) 3.000 Capacidade máxima nominal (Emax) kg 0.3 0.5 2 3 Resolução (Vmin) g 0.05 0.1 0.5 0.5 Sensibilidade (CN) mV/V Balanceamento de zero Compensação de temperatura Span 1 de +20°C a +40°C: de -10°C a +20°C: Compensação de temperatura zero mV/V %/10K 1.0 ± 10% 2.0 ± 10% 0 ± 3% %/10K ±0.0175 (Valor de referência) ±0.0117 (Valor de referência) ± 0.040 ± 0.020 Erro de linearidade % ±0.015 (Típico) Erro de histerese % ±0.015 (Típico) 30 min. Creep/Drift % ±0.0166 Erro de excentricidade 2 % ±0.0233 Resistência elétrica de entrada (RLC) Ω 420 ± 20 Resistência elétrica de saída (R0) Ω 350 ± 5 Tensão de referência de excitação (Uref) V 10 Voltagem máxima de excitação V 15 G Ω/100V >2 % 200 Resistência de isolação (Ris) Sobrecarga de ruptura (Ed) (Capacidade. nominal) Grau de proteção IP65 FONTE: WWW.WEIGHTECH.COM.BR, 2006. 2.3.2.2 Célula de carga tipo S ou Z para cargas medianas Esta célula de carga é utilizada na medição de cargas de até 200kg e, dependendo do modelo cargas de até 50 kg ou 100 kg, com aplicação em: Conversão de balanças mecânicas p/ eletrônicas Pesagem à tração e compressão Maquinas de teste e ensaios de materiais Testes de potência e ensaios de motores Uso geral onde requer medida de esforços de tração e compressão 22 FIGURA 14 - CÉLULA DE CARGA TIPO S FONTE: WWW LÍDERBALANCA.COM.BR, 2006. 2.3.2.3 Célula de carga do tipo barra para cargas elevadas Utilizada na medição de cargas de até 100.000 kg, com aplicação em: Balanças de ponte rolantes. Dinamômetros digitais. Tração e compressão de máquinas Máquinas de testes e ensaios de materiais. Prensas de grande porte FIGURA 15 - CÉLULA DE CARGA TIPO BARRA FONTE: WWW LÍDERBALANCA.COM.BR, 2006. 2.3.2.4 Célula de carga tipo bujão para cargas elevadas Utilizada para cargas entre 1000 kg e 100.000kg, com aplicação em: Tanques de armazenagem e estocagem Silos de pequeno e médio porte. Caçambas graneleiras 23 FIGURA 16 - CÉLULA DE CARGA TIPO BUJÃO FONTE: WWW LÍDERBALANCA.COM.BR, 2006. 2.3.2.5 Célula de carga tipo prato para cargas elevadas Utilizada na medição de cargas entre 100 kg e 100.000kg, com aplicação em: Frenômetros. Esteiras. Tração e compressão de máquinas Máquinas de testes e ensaios de materiais. Prensas de pequenos portes. FIGURA 17 - CÉLULA DE CARGA TIPO PRATO FONTE: WWW LÍDERBALANCA.COM.BR, 2006. 2.3.2.6 Célula de carga tipo bujão e conjunto de pesagem Utilizada na medição de cargas entre 10.000 kg e 600.000kg, com aplicação em: Balanças Rodoviárias Tanques e Silos Uso Geral O conjunto de pesagem é utilizado com a célula de carga tipo bujão. 24 FIGURA 18 - CÉLULA DE CARGA TIPO BUJÃO (a) célula de carga tipo bujão (b) Conjunto de pesagem FONTE: WWW LÍDERBALANCA.COM.BR, 2006. 2.4 FUNCIONAMENTO DAS CÉLULAS DE CARGA A deformação elástica acontece antes da deformação plástica, ela se dá quando uma pequena carga é aplicada no material, ocorrendo assim um aumento no comprimento e um estreitamento na sua espessura, devido a um rearranjo de grãos do material. A relação entre a tensão e a deformação é chamada de módulo de elasticidade ou módulo de Young e é característica de cada material, conforme é demonstrado na equação 10, abaixo: E= σ ε , (10) onde: E é o módulo de elasticidade em N/m2; σ é a tensão aplicada no material em N/m2; ε é a deformação específica do material em m/m. Para cada material o módulo de elasticidade é diferente e está diretamente ligado com a força de atração dos átomos do material. Alguns destes módulos são apresentados na tabela 7. 25 TABELA 7 - MÓDULO DE ELASTICIDADE DE ALGUNS TIPOS DE MATERIAIS MÓDULO DE ELASTICIDADE MATERIAL Mpsi GPa AÇO INOXIDÁVEL 27,5 189,6 ALUMÍNIO 10,4 71,7 AÇO CARBONO 30,0 206,8 FONTE: NORTON, ROBERT L, 2004. O módulo de elasticidade varia de acordo com a temperatura, quanto maior a temperatura menor é o modulo de elasticidade. 2.4.1.1 Direção biaxial de deformação de uma barra Para construir uma célula de carga é necessário conhecer o modelo de deformação do objeto onde será colado o extensômetro. Quando uma barra esta sujeita a uma força, sendo aplica perpendicular ao seu eixo, mantendo-se no regime elástico, ocorre uma deformação que é chamada de flexão, conforme é demonstrado na figura 19. FIGURA 19 - DEFORMAÇÃO DE UMA BARRA DEVIDO A UMA CARGA FONTE: BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSEL, 1994. Estando a barra em regime elástico, ela absorve a carga aplicada com a formação de um regime de compressão e de tração. Este regime é determinado pela superfície neutra do corpo, no sentido da deformação com a parte superior da superfície neutra sofrendo compressão e a parte inferior sofrendo tração, como é demonstrado na figura 20. 26 FIGURA 20 - REGIMES DE DEFORMAÇÃO DE UMA BARRA FONTE: BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSELL, 1994. 2.4.1.2 Forças resultantes Como foi observado um material no regime elástico absorve uma carga aplicada, porém devido à aplicação da carga o material pode variar o sentido desta força e da deformação, como demonstra a figura 21, provocando uma variação na linearidade da deformação, variando a relação entre força aplicada e a deformação resultante. FIGURA 21 - DEFORMAÇÃO DE ACORDO COM CARGA APLICADA DEFORMAÇÃO F1 F1 F2 F2 F4 F4 F33 F3 DEFORMAÇÃO FONTE: BEER, FERDINAND P.; JOHNSTON JR., E. RUSSELL, 1994. Através da figura 21 observa-se que existe uma distribuição das cargas pelo corpo resultando em um vetor força com o mesmo sentido da deformação. 27 2.5 EXTENSÔMETROS OU TIRAS EXTENSOMÉTRICAS O extensômetro é um filamento elétrico de forma sinuosa fabricado sobre uma base polimérica, que podem sofrer deformação, e com uma película, também de material polimérico, sobre o filamento para a proteção do mesmo, conforme figura 22 FIGURA 22 – EXTENSÔMETRO ELÉTRICO DE RESISTÊNCIA FONTE: WWW.EXCELSENSOR.COM.BR, 2006. 2.5.1 Funcionamento do Extensômetro O extensômetro deve ser colado no objeto que sofre deformação. Quando o objeto sofre a atuação de uma força ele se deforma, estando o extensômetro inteiramente colado a ele, este também é deformado, modificando a espessura do filamento do extensômetro e variando resistência elétrica do mesmo. Com isto criase uma relação de variação da resistência elétrica com a deformação. O extensômetro que será sujeito à deformação poderá sofrer tração ou flexão, devendo ser colado na direção da deformação para que tenha uma melhor resposta, como mostra a figura 23. FIGURA 23 - DEFORMAÇÃO DO EXTENSÔMETRO FONTE: NATIONAL INSTRUMENTS, 2004. 28 Para comparar a variação de resistência elétrica com a deformação é necessário estabelecer uma relação entre a resistência atual e a resistência anterior, esta relação esta estabelecida na equação 11. ∆R , R (11) onde: ∆R é a variação de resistência devido à deformação em Ω, ohms; R é a resistência nominal à 20ºC sem a deformação em Ω, ohms. O material que sofre deformação também possui uma relação de deformação, conforme equação 12. ε= ∆L , L (12) Onde: ε é a deformação específica em m/m; ∆L é a deformação absoluta em m; L é o comprimento original do metal em m. A figura 24 mostra que quanto maior a deformação de tração ou compressão em um eixo maior será a relação ε, e o extensômetro estando colado e sujeito a esta deformação, sofrerá uma maior deformação no seu filamento. FIGURA 24 - COEFICIENTE DE DEFORMAÇÃO FONTE: WWW. NI.COM, 2006. 29 Esta deformação do material é proporcional à deformação do extensômetro multiplicada pelo seu coeficiente de sensibilidade K, conforme é possível verificar na equação 13. ∆R K= ∆L R (13) L O coeficiente de sensibilidade pode ser determinado pelo fabricante do extensômetro com a utilização de uma ponte de Wheatstone do extensômetro a ser testado em uma célula teste. Na tabela 8 estão relacionados alguns valores de K para diferentes materiais de resistência elétrica. Além dos valores de filamentos comerciais comuns, cujo coeficiente de sensibilidade varia em torno de 2, existem também os filamentos fabricados com elementos a base de carbono. Estes extensômetros formados por elementos a base de carbono tem o coeficiente K em torno de 10, cerca de 5 vezes maior que os comerciais comuns. TABELA 8 – COEFICIENTE DE SENSIBILIDADE K LIGA COMPOSIÇÃO QUÍMICA COEFICIENTE DE RESISTIVIDADE SENSIBILIDADE: K (Ω Ω.m) Constantan 55%Cu, 45%Ni 2,0 4,9x10-7 Manganina 4%Ni, 12%Mn, 84%Cu 0,47 4,4x10 Nichrome V 80%Ni,20%Cu 2,0 1,08x10 36%Ni, 8%Cr, 0,5%Mo, 55,5%Fe 3,5 1,10x10-6 Monel 66%Ni, 33%Cu 1,9 4,00x10-6 Karma 74%Ni, 20%Cr, 3%Al, 3%Fe 2,4 1,25x10 Isoelastic -7 -6 -6 FONTE: ARIVELTO BUSTAMANTE FIALHO, 2002. Extensômetros semicondutores, que funcionam de modo semelhante ao extensômetro de metal, podem ter coeficiente de sensibilidade de -50 a -200, por causa da tecnologia de fabricação de semicondutores em placas de silício. 30 A resistência elétrica do extensômetro varia também com a temperatura, um efeito indesejável que pode ser calculado pela equação 14. ∆R(t) = R(t0 ).[1 + α0∆t ] (14) onde: ∆R(t) é a variação de resistência elétrica do extensômetro em função da temperatura em Ω; α0 é o coeficiente de expansão térmica do material resistivo em ºC-1; R(t0) é a resistência nominal do extensômetro na temperatura de referência (t0 = 20ºC); ∆t é a variação de temperatura do extensômetro em função da temperatura de referência (20ºC) em ºC, calculada pela equação 15. ∆t = t − 20 , (15) onde t é a temperatura do extensômetro no momento da medição em ºC. A influência da temperatura pode ser eliminada pelo uso de um arranjo especial, conforme mostrado na figura 25, onde um extensômetro ativo sujeito à influência da deformação e da temperatura, e outro extensômetro de compensação, colado perpendicularmente à direção da força, não sofre deformação varando somente com a temperatura. FIGURA 25 - EXTENSÔMETRO DE COMPENSAÇÃO TÉRMICA FONTE: WWW.NI.COM, 2006 31 A equação (14) mostra uma relação entre a deformação e a variação de resistência do extensômetro. ∆R ∆L σ =K× = K. , R L E (16) onde: E é o módulo de elasticidade em N/m2; σ é a tensão que o objeto sofre em N/m2. Ou seja, conhecendo-se o módulo de elasticidade do objeto que sofre deformação é possível avaliar a força que foi aplicada dependendo da variação de comprimento do material ou a variação de resistência com a deformação. Os extensômetros são dispositivos frágeis que necessitam ser bem colados na superfície do material, para produzir sinais de saída lineares dentro da sua faixa de medição. Métodos adequados de preparação da superfície do material e de colagem de extensômetroa são divulgados na literatura. Os estensômetros devem preferencialmente, serem colados nos locais onde a deformação é maior, para produzirem maiores variações na sua resistência. Extensômetros comerciais são fabricados com auto-compensação de temperatura para aço, aço inox e alumínio. As características desejáveis num extensômetro podem ser especificadas conforme codificação mostrada no Anexo 2. 2.6 PONTE DE WHEATSTONE A ponte de Wheaststone é um circuito elétrico formado por quatro resistências (R1, R2, R3, R4) ligadas conforme o arranjo da figura 26. FIGURA 26 - PONTE DE WHEATSTONE. FONTE: WWW.NI.COM, 2006 32 Uma alimentação em corrente contínua (tensão de excitação) é fornecida entre duas extremidades da ponte, com o positivo VEX+ conectado entre as resistências (R1, R4) e o negativo entre as resistências (R2, R3). Desta forma, uma diferença de potencial VCH em volts surge entre as extremidades (R1, R2) e (R3, R4) da ponte, a qual pode ser calculada pela equação 17: R1 .R 3 − R 2 .R 4 .VEX VCH = . R 3 + R 4 ) (R1 + R 2 )( (17) Quando a ponte está em equilíbrio, isto é, quando VCH=0 temos que R1.R3= R2.R4. A ponte de Wheatstone é o principal dispositivo utilizado no condicionamento do sinal produzido por extensômetros elétricos de resistência. Um sinal de saída amplificado proporcional à diferença de potencial VCH, é produzido quando uma ou mais resistência é variada. 2.7 SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS Sistemas de aquisição de dados são dispositivos que permitem, utilizando varias interfaces, medir, captar, filtrar e amplificar um sinal elétrico fornecido por um sensor, conforme é representado na figura 27. FIGURA 27 - FLUXOGRAMA DO SISTEMA OPERACIONAL UTILIZADO FONTE: O AUTOR, 2006. 33 Na figura 27, um extensômetro, é conectado num circuito em ponte de Wheatstone existente no módulo SCC-SG01 da National, produzindo uma diferença de potencial VCH amplificado que é tratado no módulo SC-23455, o qual fornece um sinal de tensão DC convertido de analógico para digital, que é transferido ao computador via placa de aquisição. A figura 28 apresenta um esquema elétrico do módulo SCC-SG01 da National, onde o resistor R4 é o extensômetro (sensor de deformação) e o resistor R3 o de compensação térmica. Os resistores R1 e R2 que completam a ponte, encontram-se dentro do módulo e possuem o mesmo valor nominal. FIGURA 28 - ESQUEMA DE LIGAÇÃO NO MÓDULO SCC-SG01 FONTE: NATIONAL INSTRUMENTS, 2004. Considerando-se que a tensão de excitação do módulo SCC-SG01 é de 2,5V, é possível re-arranjar a equação 17 da seguinte forma: ∆R × 1,25 VCH = R3 + R 4 onde: VCH é a diferença de potencial, em volts (v); R3 é o resistor de compensação térmica, em ohms(Ω); R4 é a resistência do extensômetro, em ohms(Ω); e ∆R= R3 + R4. (18) 34 O módulo SCC-SG01 transforma a variação da resistência elétrica do extensômetro (R4) em variação da tensão VCH proporcional à tensão de excitação VCH e ainda amplifica e filtra antes de ser fornecido para o módulo SC-2345. A resistência R3 de compensação térmica faz parte do módulo SCC-SG01, e é um resistor tipo RTD ( Detetor de temperatura resistivo). Segundo a National, fabricante do sistema de aquisição de dados, a equação 19 relaciona a deformação específica da célula de carga “ε” (m/m) com a tensão de saída do condicionador de sinal. ∆V R VEX ε=− × (1 + L ) ∆V RG K.(1 + 2. ) VEX 4. (19) onde: ∆V é a tensão de saída (resposta), em volts (V); VEX é a tensão de alimentação do módulo, em volts (V); K é o coeficiente de sensibilidade do extensômetro (2,06); RL é a resistência dos fios de ligação, em ohms (Ω); RG é a resistência nominal do extensômetro, em ohms (Ω); A tabela 9 apresenta algumas características técnicas do módulo SCC-SG01, informadas pelo fabricante. TABELA 9 - CARACTERÍSTICAS DE FUNCIONAMENTO DO MÓDULO SCC-SG01 ITEM CARACTERÍSTICA Entrada Analógica 2 quartos de ponte, característica de entrada de tensão de ± 100mV por canal, proteção de voltagem acima ou abaixo de 28 V de corrente continua, impedância de Entrada 10 MΩ. Transferência de dados Ganho de 100 vezes, com erro de ganho de ±0,8% da máxima leitura, erro devido à compensação de temperatura de ± 5ppm/ºC2, erro de ajuste do zero de ±5V. Características da Amplificação Ondas de radio rejeitadas ±110dB min., Saída de sinal ±10 V máx. Características de Excitação Numero de canais 1, nível +2,5 V de corrente continua ±0,4%, corrente, 42mA, queda de 13mV/ºC. Tensão de Entrada 143mV máx, ±15 V, 4,75mA. Tempo de Warm-up 5 minutos FONTE: NATIONAL INSTRUMENTS, 2004. 35 A tabela 10 apresenta as características de resposta do módulo SCC-Sg01 em conjunto com o módulo SC-2345. TABELA 10 - CARACTERÍSTICAS DE RESPOSTAS DO MÓDULO CARACTERÍSTICA RESPOSTA FAIXA 100 ERRO DEVIDO A COMPENSAÇÃO DE TEMPERATURA ±5 ppm/ºC LINEARIEDADE 10 ppm da escala da resolução ERRO DE AJUSTE ±5V (sem calibração) FONTE: NATIONAL INSTRUMENTS, 2004. A placa PCI-6014 é a fonte de entrada dos dados enviados pelo sistema de aquisição de dados ao computados, que é operado através de um programa desenvolvido em LaBVIEW . O LabVIEW é um software da National usado para demonstrar dados ou grandezas de uma pesquisa ou estudo, servindo, também, para controle de um processo. 2.8 SISTEMAS COMPUTACIONAIS PARA PROJETO, ANALISE E MANUFATURA O Unigraphics é um programa de desenho de componentes que funciona como sistema CAD, CAE e CAM, onde é possível desenhar um modelo de peça em três dimensões, analisar o seu desempenho e programar a sua usinagem (manufatura) numa máquina automatizada, por exemplo uma máquina tipo CNC (Comando Numérico Computadorizado). A figura 29 mostra um exemplo de aplicação do software Unigraphics. FIGURA 29 - ANÁLISE DE TENSÕES PELO UNIGRAPHICS FONTE: WWW.CFDESIGN.COM/PRODUCTS/UNIGRAPHICS.ASP, 2006. 36 2.8.1 Sistema CAD e CAM O sistema CAD é um conjunto de subsistemas que auxiliam na elaboração de desenhos no computador, para um projeto. Ele pode ser constituído de apenas por um software. Também deve ter a capacidade de formar peças em terceira dimensão para que este arquivo possa ser utilizado na construção da peça através de um sistema CAM. 2.8.2 Sistema CAE Este tipo de sistema serve de auxílio computacional para a construção de um projeto. Ele é formado por um software que possibilita a análise de dados de uma peça projetada. Este sistema, fornece através de análise de elementos finitos, dados como tensões em um objeto ensaiado, escoamento de um fluído, transferência de calor de um determinado ponto de uma peça ou da peça inteira. 37 3 FAMILIARIZAÇÃO COM O SISTEMA DE MEDIÇÃO O sistema de medição avaliado é composto de um sistema de aquisição de dados da National (módulos SCC-SG01 e SC-2345) conectado a um transdutor de força caseiro, instalado em uma base de acrílico com piso móvel, adaptada ao piso do túnel de vento. O transdutor de força caseiro é formado por duas células de carga, tipo viga em balanço, colocadas lado a lado e fixadas nas paredes laterais da base de acrílico (uma na parede esquerda e outra na parede direita). Cada célula de carga é formada por duas lâminas de aço finas, separadas por espaçadores (∼2 mm), com um extensômetro de 120 Ω colado, como mostra a figura 30. FIGURA 30 – TRANSDUTOR DE FORÇA CASEIRO FONTE: O AUTOR, 2006. Uma haste de acrílico, presa perpendicularmente à base móvel do túnel de vento, com sua outra extremidade encostada nas células de carga, provoca a deformação destas células quando a base móvel é empurrada pela força de arrasto gerada no túnel de vento. Os extensômetros (um de cada célula de carga) estavam ligados ao sistema de aquisição de dados através de um fio de telefone comum, na configuração a três terminais. Um programa desenvolvido em LabVIEW era responsável pela coleta dos dados gerados pelo sistema de aquisição de dados National modelo SC-2345. 38 Neste capítulo, são analisados os resultados dos testes experimentais realizados com o sistema de medição, utilizando o transdutor de força caseiro, que permitiram conhecer a sua característica de resposta, entender o seu funcionamento, e determinar as condições operacionais adequadas para uma boa aquisição dos dados. Os testes realizados visam atender aos objetivos propostos neste capítulo, identificando principalmente os seguintes parâmetros técnicos: Resolução do Sistema de Medição; Mobilidade do Sistema de Medição; Faixa de Medição do Sistema de Medição; Linearidade do Sistema de Medição. 3.4 RESOLUÇÃO E MOBILIDADE Todo sistema de medição é sensível a ruídos internos e externos, sendo estes os principais responsáveis pela definição da sua resolução que, também, pode ser afetada pelo atrito da base móvel instalada no piso do túnel de vento. Sistemas de aquisição de dados modernos, como o modelo SC-2345 da National, são construídos de forma a minimizar o efeito destes ruídos, seja pelo uso de uma blindagem externa eficiente, ou pelo uso de filtros internos tipo passa-baixa apropriados para sinais DC (corrente contínua), ou pelo uso de ambos. O ruído e o atrito da base móvel, além de interferirem na resolução do sistema de medição são, também, responsáveis pela definição do limiar de mobilidade, a qual estabelece o menor valor da faixa que produz uma resposta detectável maior que a sua resolução. O programa de aquisição de dados, desenvolvido em LabVIEW , foi modificado de forma a permitir a aquisição de 10 dados por segundo. A figura 31 apresenta um exemplo da tela de coleta de dados do programa utilizado. Foram coletados 18.000 dados (tensão DC, em milivolts) num período de 30 minutos, para cada uma das condições abaixo, respeitando-se o tempo de aquecimento para estabilização térmica do sistema de aquisição de dados (warm up time) estabelecido pelo fabricante no manual do módulo SC-2345 (5 minutos): 39 Sistema de aquisição de dados sem tampa e sem ventilação forçada; Sistema de aquisição de dados sem tampa e com ventilação forçada; Sistema de aquisição de dados com tampa e sem ventilação forçada; Sistema de aquisição de dados com tampa e com ventilação forçada. FIGURA 31 - PROGRAMA DE COLETA DE DADOS FONTE: O AUTOR, 2006. Os testes acima citados foram realizados com o túnel de vento desligado, fornecendo dados apenas para a avaliação do desempenho do sistema de medição. Testes iniciais indicaram uma variação acentuada do sinal de saída, caracterizado como um ruído de baixa freqüência com sobreposição de ruídos de alta freqüência. Esta variação acentuada levava o sinal de saída rapidamente para o valor de fundo de escala (100 mV) impedindo a realização de qualquer medição confiável. Foi identificado que o fio de telefone usado na conexão entre o sistema de aquisição de dados e o extensômetro do transdutor de força caseiro era o principal responsável por esta fonte de ruído, devido à qualidade do fio usado, e pelo fato de este não possuir blindagem. O fio de telefone foi substituído por um cabo blindado formado por quatro fios de cobre flexível, individualmente isolados, e trançados para reduzir a influência de sinais induzidos por campos eletromagnéticos. A tabela 11 apresenta os resultados obtidos para as quatro condições acima citadas, com a utilização do cabo blindado: 40 TABELA 11 - RUÍDO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO COM TRANSDUTOR DE FORÇA CASEIRO Tensão Inicial (mV) Tensão Final (mV) Tensão de saída (mV) Desviopadrão (mV) SEM TAMPA E SEM VENTILAÇÃO 30,80 41,12 10,32 2,77 SEM TAMPA E COM VENTILAÇÃO 46,46 48,84 2,38 0,69 COM TAMPA E SEM VENTILAÇÃO 50,25 51,61 1,09 0,31 COM TAMPA E COM VENTILAÇÃO 52,79 53,65 0,86 0,25 CONDIÇÃO DO TESTE FONTE: O AUTOR, 2006. A tensão inicial representa o valor do sinal no início do teste (tempo zero) e a tensão final o valor do sinal no final do teste (tempo de 30 minutos). O desvio padrão experimental representa a dispersão dos valores da tensão de saída medida, avaliada sobre os 18.000 dados coletados. As figuras 32 e 33 apresentam as respostas do sistema de medição para as quatro condições de teste realizadas. FIGURA 32 - RUÍDO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO PARA A CONDIÇÃO SEM TAMPA (a) SEM TAMPA E SEM VENTILAÇÃO (b) SEM TAMPA E COM VENTILAÇÃO FONTE: O AUTOR, 2006. FIGURA 33 - RUÍDO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO PARA A CONDIÇÃO COM TAMPA (a) COM TAMPA E SEM VENTILAÇÃO FONTE: O AUTOR, 2006. (b) COM TAMPA E COM VENTILAÇÃO 41 É possível observar que a condição sem tampa não é recomendada, pois os ruídos gerados são significativos, mostrando que a blindagem é fundamental para o bom desempenho do sistema de medição. Observa-se, também, que a estabilização térmica do módulo SC-2345 é, também, fundamental para se obter medições com menos ruído. A condição normal de operação deste módulo (com a tampa fechada) apresentou respostas mais adequadas, ainda que com ruídos muito elevados (1,0 mV) para o propósito deste trabalho. Isto indica a necessidade de se analisar mais criteriosamente o sistema de medição buscando formas de minimizar o efeito do ruído, para algo em torno de 0,01 mV, o que foi feito com o transdutor de força desenvolvido neste trabalho. 3.5 LINEARIDADE E FAIXA DE MEDIÇÃO Uma régua graduada pequena foi fixada ao lado da base móvel do túnel de vento para permitir a medição do seu deslocamento (estímulo), conforme mostrado na figura 34. FIGURA 34 - ESCALA USADA NO TESTE DE LINEARIDADE FONTE: O AUTOR, 2006. Neste teste, a base móvel foi deslocada, repetidas vezes, para uma posição fixada correspondendo a um deslocamento definido, em intervalos aproximados de 1 milímetro, partindo do repouso. 42 Para cada posição fixada da base móvel foi obtida uma resposta do sistema de medição (tensão DC de saída). O sistema de aquisição de dados foi utilizado com a tampa, porém sem ventilação forçada (condições normais de operação), sendo executados conjuntos de 100 medidas em um intervalo de tempo de 10 segundos para cada deslocamento (10 medidas por segundo). A tabela 12 apresenta os valores de tensão DC obtidos no teste de linearidade. TABELA 12- ERRO DE LINEARIDADE DESLOCAMENTO MÉDIA DESVIO PADRÃO INCERTEZA TIPO A 95% RETA AJUSTADA % ERRO (mm) (mV) (mV) % (mV/mm) % 0 70,94 8,82 17,64 70,94 -0,00 1 70,68 8,88 17,75 70,49 -0,28 2 70,27 8,87 17,75 70,03 -0,35 3 69,81 8,83 17,66 69,57 -0,34 4 69,43 8,76 17,53 69,12 -0,45 5 68,98 8,79 17,58 68,66 -0,46 6 68,46 8,73 17,46 68,21 -0,38 7 67,99 8,77 17,53 67,75 -0,36 8 67,51 8,79 17,59 67,30 -0,32 9 67,01 8,72 17,44 66,84 -0,25 10 66,46 8,61 17,22 66,38 -0,11 11 65,90 8,64 17,27 65,93 0,04 12 65,39 8,48 16,96 65,47 0,12 13 65,01 8,43 16,85 65,02 0,02 14 64,56 8,39 16,78 64,56 -0,00 FONTE: O AUTOR,2006. O erro máximo de linearidade observado é da ordem de 0,46%, demonstrando que este tipo de transdutor apresenta respostas lineares satisfatórias. A figura 35 apresenta o gráfico de linearidade obtido para o sistema de medição, onde foi possível ajustar uma reta aos pontos experimentais. 43 FIGURA 35 - GRÁFICO DE LINEARIDADE FONTE: O AUTOR, 2006. 3.6 VELOCIDADE DO AR NO TÚNEL DE VENTO O acionamento do ventilador acoplado ao túnel de vento, é realizado através de um motor elétrico de 3 cv (2.208 W). A velocidade do ar gerado no túnel de vento, é proporcional à freqüência de alimentação do motor, ajustada no controlador eletrônico. Este ensaio teve por objetivo determinar os valores de freqüência que geram velocidades de ar aproximadamente iguais a 5 m/s, 10m/s, 15 m/s e 20 m/s, as quais serão usadas na avaliação do sistema de medição desenvolvido neste trabalho. Para medir a velocidade do ar, foi utilizado um anemômetro digital (Mitutoyo), posicionado no centro da boca de saída do túnel de vento. A tabela 13 apresenta os valores obtidos neste teste. TABELA 13- VELOCIDADE DO AR GERADA NO TÚNEL DE VENTO Valor ajustado no controlador (Hz) Medida 11,0 15,4 20,0 24,7 1 5,3 7,6 10,2 12,8 2 5,3 7,6 10,2 12,8 3 5,3 7,6 10,2 12,7 4 5,3 7,6 10,2 12,8 5 5,3 7,6 10,2 12,8 Velocidade (m/s) 5,30 7,60 10,20 12,78 Desvio Padrão 0,00 0,00 0,00 0,05 FONTE: O AUTOR, 2006. 44 A figura 35 mostra a reta ajustada aos pontos experimentais, onde é possível observar a relação linear entre a freqüência ajustada no controlador e a velocidade do ar gerada pelo túnel de vento. FIGURA 36 - VELOCIDADE DO AR EM FUNÇÃO DA FREQÜÊNCIA FONTE: O AUTOR, 2006 45 4 DESENVOLVIMENTO DO TRANSDUTOR DE FORÇA Para o desenvolvimento deste projeto foi escolhido o modelo de célula de carga tipo viga em balanço, que permite obter uma maior deformação com a aplicação de pequenas cargas, de 0,1 N para uma velocidade do ar de 10 m/s até aproximadamente 1,0 N (Kombi) para uma velocidade de 20 m/s, conforme demonstra a tabela 3. Estas forças devem provocar tanto esforços de cisalhamento como de deformação por deflexão da célula de carga. No dimensionamento deste transdutor de força, foi necessário considerar o efeito do peso da base móvel na determinação da mobilidade e da resolução do sistema de medição, bem como, o atrito provocado pela passagem do ar por esta base móvel. O material escolhido para construção da célula de carga é o aço SAE1095, cujas características estão descritas no Anexo 3. Este aço é o material usado nos calibradores de folga da Starrett, comercializado com várias espessuras, fato que possibilitou a escolha da espessura do calibrador utilizado no projeto e desenvolvimento da célula de carga. A tensão DC de saída do sistema de aquisição de dados é diretamente proporcional à deformação sofrida pela célula de carga. Foi observado nos ensaios realizados com o transdutor de força caseiro, que a máxima tensão de saída obtida era da ordem de 5,0 mV para deslocamentos da base móvel de até 14 mm. Um deslocamento excessivo aumenta o erro de linearidade principalmente devido às grandes deformações que a célula de carga é submetida, além de poder operar muito próximo do final do regime elástico do material. Além disso, a simulação pelo Unigraphics resultaria em valores calculados para a força de arrasto muito diferentes do caso real, pois neste caso existem outros fatores de influência, não considerados no programa de cálculo usado. No projeto do novo transdutor de força foi definido que o deslocamento deveria ser pequeno, algo em torno de 6 mm. Entretanto, uma diminuição do deslocamento provoca uma redução na deformação da célula de carga, resultando num menor sinal de saída, o qual deve ser superior à resolução do sistema de medição para permitir medições confiáveis da força de arrasto. 46 4.1 CARACTERÍSTICAS DOS CORPOS DE PROVA As características construtivas da célula de carga e da base móvel, a serem aplicadas no túnel de vento, dependem dos valores das forças de arrasto relacionadas com os corpos de prova ou objetos a serem ensaiados. Forças de arrasto teóricas, calculadas através da equação 5, são apresentadas na tabela 3 para os objetos usados nos ensaios com túnel de vento. Estas forças foram calculadas para um objeto cilíndrico com comprimento igual ao diâmetro (L/D = 1), com sua face circular posicionada paralelamente e perpendicularmente ao fluxo de ar. Foram calculadas, também, as forças para os modelos em escala dos automóveis existentes no laboratório, mostrados na figura 37, e utilizados para testes. FIGURA 37 - MODELOS DE AUTOMÓVEIS FONTE: O AUTOR, 2006. Foi calculada, também, a força de arrasto por atrito do conjunto existente, considerando que ele sirva como base para o sensor novo. Os resultados dos cálculos são apresentados no Apêndice 1. O corpo de prova cilíndrico foi usinado nos laboratórios de CNC e de Usinagem Convencional da Engenharia Mecânica do UnicenP, a partir de uma barra cilíndrica de alumínio. A Equação 20 foi utilizada para determinar a rotação da máquina com velocidade de corte para acabamento Vc de 120 m/s. 47 Vc = π.d.n 1000 (20) onde: d é o diâmetro do corpo a ser usinado, em mm; n é a rotação a que o objeto deve ser usinado, em rpm. A figura 38 mostra o cilindro especialmente construído para os testes no Túnel de Vento. FIGURA 38 – CORPO DE PROVA CILÍNDRICO FONTE: O AUTOR, 2006. As dimensões geométricas do cilindro usinado, determinadas por medição com paquímetros e relógios comparadores digitais, resultaram em 37,953 mm de comprimento com 37,985 mm de diâmetro, com áreas de projeção de 0,00113 m2 na posição paralela ao fluxo de ar, e 0,00144m2 na posição perpendicular ao fluxo de ar, conforme valores mostrados na tabela 4. Com este cilindro é possível medir forças de arrasto de 0,06 N (10 m/s) a 0,23 N (20 m/s), valores próximos do início da faixa de medição. Para uma melhor avaliação, seria necessário ter, também, mais dois corpos cilíndricos que permitissem realizar medições da força de arrasto no meio da faixa (∼0,5 N) e no final da faixa (∼1,0 N). 48 4.2 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO O sistema de medição foi caracterizado através da comparação dos resultados experimentais, realizados com uma célula de carga tipo viga em balanço, mostrada na figura 39, e valores teóricos obtidos por simulação no Unigraphics para a mesma célula de carga. A metodologia empregada e os dados obtidos são apresentados no Apêndice 2. FIGURA 39 - SISTEMÁTICA DO ENSAIO FONTE: O AUTOR, 2006. Os pontos de deformação avaliados nos programas estão localizados nas duas extremidades do extensômetro, na direção perpendicular ao eixo de deformação do mesmo, conforme demonstra a Figura 40. FIGURA 40 - PONTOS DE AVALIAÇÃO DE DEFORMAÇÃO FONTE: O AUTOR, 2006. 49 Os dados das análises e do teste estão relacionadas no Apêndice 2. Os resultados apresentados neste teste permitem concluir que o programa Unigraphics é capaz de reproduzir os valores experimentais com diferenças ao redor de 1% para as deformações específicas. As tensões de saída esperadas para as forças de arrasto (0,3 N a 1,9 N) estão na faixa de -0,17 mV a -1,1 mV. A influência do ruído está representada no desvio-padrão experimental (1σ), com valores relativos variando de 0,72% até 4,1%, indicando que este parâmetro precisa ser reduzido, para melhorar a resolução e a mobilidade do sistema de medição. No Apêndice 4 são apresentados os ruídos rms obtidos para várias cargas aplicadas e os erros correspondentes. 4.3 DIMENSIONAMENTO DA CÉLULA DE CARGA O modelo de célula de carga escolhido para medir a força de arrasto é do tipo viga em balanço, com uma das extremidades engastada, que resulta em esforços de tração e de cisalhamento. A tensão de tração pode ser calculada por: σ= M.c , I (21) onde: σ é a tensão de tração resultante do esforço, em pascal (Pa); M é o máximo Momento Fletor resultante da força, em N.m; c é à distância da linha neutra da barra até o ponto a ser calculado a deformação em m; I é o Momento Fletor da barra em m4. O Momento Fletor pode ser calculado pela equação: I= b.h 3 , 12 (22) onde: b é a dimensão da barra perpendicular ao sentido da força , em metros; h é a dimensão da barra paralela ao sentido da força, em metros; I é o momento fletor da barra, em m4. Para o cálculo de uma tensão de cisalhamento gerada por um esforço cortante pode-se utilizar a equação 23: 50 τ= F , A (23) onde: τ é a máxima tensão de cisalhamento, em pascal (Pa); F é a força aplicada em newton (N); A é a área da barra paralela ao sentido da força em m2. O diagrama de corpo livre e os gráficos de esforços cortantes e do momento fletor estão demonstrados na figura 41. FIGURA 41 - DIAGRAMA DE ESFORÇO CORTANTE E DE MOMENTO FLETOR FONTE: O AUTOR, 2006. Foi definido o aço mola ASE 1095 como o material para a célula de carga, por causa das suas características mecânicas. Este aço mola é o material usado nos calibradores de folga manufaturados pela Starrett, que são vendidos comercialmente com várias opções de espessura. A distância entre o engaste e o ponto de aplicação da força, foi estabelecida em 120 mm por causa das dimensões do piso do túnel de vento. Para o cálculo do coeficiente de segurança foram aplicados os critérios de máxima tensão de cisalhamento, com a utilização da equação 24, C.S. = τe , τ onde: C.S. é o coeficiente de segurança utilizado, τe é a Tensão de escoamento do material em Pa, (24) 51 τ é a Tensão máxima de cisalhamento que a maior força provoca em Pa, e o critério de máxima energia de distorção, utilizando a equação (25): 2 σ a + σ a .σ b + σ b 2 2 σ = e , C.S. (25) onde: σa é a tensão de tração provocada pela força máxima em Pa; σb é a tensão provocada por algum outro esforço em outra direção, em pascal (Pa); σe é a tensão de escoamento do material, em pascal (Pa); C.S. é o coeficiente de segurança utilizado. Como não existem outros esforços na célula de carga esta equação se resume apenas na equação 26: σa = σe . C.S. (26) Foi utilizado o Circulo de Mohr para a realização do dimensionamento, o qual permitiu concluir que não existe acréscimo de tensão pela força aplicada. Para calcular a espessura da célula de carga foram feitas algumas considerações: • A máxima tensão de cisalhamento a tração está localizada no limite do engaste; • A deformação sentida pelo extensômetro ocorre na direção do eixo X; • A força é aplicada na extremidade em balanço, na direção do eixo Z; • Não existe momento em relação aos eixos Y e Z no engaste. Com estas considerações, e utilizando-se a maior carga que a célula estará sujeita, foi possível calcular a espessura da mesma. Os dados e os desenhos da célula de carga estão demonstrados no Apêndice 5. Decidiu-se pela construção de duas células de carga, uma para atender as forças de arrasto para as maiores cargas (espessura calculada de 0,42 mm), e outra para atender as forças de arrasto de menor valor (espessura de 0,21 mm). Desta forma, é possível realizar medições das forças de arrasto com incertezas de 52 medições menores para valores próximos do início da faixa, bem como, encontrar valores menores para a mobilidade. Na construção das duas células de carga, foram utilizados calibradores de folga Starret com espessuras de 0,45 mm e 0,25 mm, dimensões mais próximas dos valores calculados. 4.4 VALORES DE TENSÃO PARA AS CÉLULAS DE CARGA PROJETADAS Com a coleta destes dados já é possível dimensionar e fabricar as células de carga, bem como calcular a variação de tensão utilizando a equação 19 que relaciona a deformação da célula com a resposta do módulo (tensão DC de saída) do sistema de medição. Os valores obtidos pelo cálculo estão relacionados no Apêndice 6. A tabela 14 apresenta os valores da deformação e da tensão de saída calculados para a célula de carga 1 (espessura de 0,25 mm). TABELA 14 – TENSÃO DE SAÍDA PARA A CÉLULA 1 CÉLULA DE CARGA 1 (0,25 mm) Deformação Tensão DC (µm/m) (mV) 0,0589 34,29 -0,176 0,1177 68,59 -0,352 0,1962 114,3 -0,587 0,2943 171,5 -0,880 0,3826 222,9 FONTE: O AUTOR, 2006. -1,143 FORÇA (N) A tabela 15 apresenta os valores da deformação e da tensão de saída calculados para a célula de carga 2 (espessura de 0,45 mm). TABELA 15 – TENSÃO DE SAÍDA PARA A CÉLULA 2 CÉLULA DE CARGA 2 (0,45 mm) Deformação Tensão DC (µm/m) (mV) 0,0589 18,58 -0,096 0,2943 42,88 -0,220 0,6867 100,0 -0,514 0,1772 171,5 -0,880 1,7462 254,4 FONTE: O AUTOR, 2006. -1,305 FORÇA (N) 53 Os valores de deformação foram calculados para os nós indicados na figura 40, os quais representam as extremidades do extensômetro, no local onde ele será colado. 54 5 RESULTADOS Como etapa final do projeto, foram realizados testes para compara os resultados de dimensionamento e para medir alguns parâmetros de erros que podem influenciar no funcionamento da célula de carga. Estes testes foram realizados com as células de cargas, submetidas cargas pré-determinadas, em uma viga engastada com o suporte em pé e com o suporte deitado. Também foram realizados testes para verificar se elas respondem adequadamente a uma força de arrasto provocada no túnel de vento. Alguns destes testes foram: • Avaliação dos erros experimentais do sistema de medição, devidos a fontes de influência mecânicas e térmicas; • Calibração dos sistemas de medição, com a utilização de pesos-padrão; • Medição da Força de Arrasto de alguns objetos colocados no Túnel de Vento, utilizando o sistema de medição desenvolvido. 5.1 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO O sistema de medição utilizado para medir a carga aplicada na célula de carga é composto de alguns sistemas, como: • Transdutor de Força: composto pela célula de carga engastada, montada em caixa de acrílico na posição horizontal (Figura 42). Este dispositivo tem a função de converter a força exercida na extremidade não engastada em deformação, que por sua vez é transformada em variação de resistência elétrica pelo extensômetro colado na célula de carga; FIGURA 42 – CÉLULA DE CARGA PROJETADA FONTE: O AUTOR, 2006. 55 • Base com piso móvel: esta peça, feita de acrílico, que forma o piso do Túnel de Vento, possui uma parte móvel apoiada em rolamentos, onde são colocados os objetos que serão testados (Figura 43); FIGURA 43 – BANCADA DESLIZANTE FONTE: O AUTOR, 2006 • Sistema de Aquisição de Dados: fabricado pela National, é composto de um módulo de medição com Ponte de Wheatstone e amplificador, com compensação de temperatura, que transforma a variação de resistência do extensômetro em variação de tensão (Figura 44). FIGURA 44 – MÓDULO DE AQUISIÇÃO DE DADOS DA NATIONAL FONTE: O AUTOR, 2006. 56 • Mostrador: composto por um programa, montado em LabVIEW , que funciona em conjunto com o sistema de aquisição de dados da National, responsável pela coleta e armazenamento do sinal de saída, uma tensão DC em milivolts (Figura 45). FIGURA 45 – PAINEL FRONTAL DO PROGRAMA FONTE: O AUTOR, 2006. 5.1.1 Avaliação do Transdutor de Força Este ensaio serviu para comparar os dados calculados de resposta do sensor, ele também possibilitou a mensuração de alguns fatores de erros que podem influenciar na calibração da célula de carga como a roldana de calibração, posição de engaste, peso da mesa móvel, atrito da mesa móvel e fio de ligação da mesa móvel com a célula de carga. Ele foi realizado em duas etapas uma a célula de carga engastada em no suporte, com ele na posição vertical, e outra, com a célula engastada também, porém com ele na posição horizontal de maneira a imitar a posição que ela será instalada no túnel de vento. Esta segunda fora do teste possibilitou medir a influência da roldana que será utilizada para apoiar o fio que terá os pesos enganchados a ele. A faixa de peso que era aplicada a células de carga variava de acordo com a espessura da mesma, a célula de carga de 0,45mm de espessura teve uma faixa de peso de 5g a 65g, ou 0,049 N a 0,637 N, de carga aplicada, e a célula de carga de 0,25 teve uma faixa de peso aplicada de 3g a 30g ou 0,029 N a 0,294 N. A carga prevista de 200g não foi respeitada devido à deflexão da célula de carga de 0,45mm ser muito grande com cargas a cima de 65g, verificando que é 57 necessário dividir a faixa de 0g a 200g em 3 células com a utilização do mesmo modelo de módulo e extensômetro. Este teste serviu também para avaliar alguns parâmetros de funcionamento do módulo e do transdutor de força tipo célula de carga, como a repetitividade, a histerese, a sensibilidade em função do ruído, e a mobilidade do transdutor (zona morta) menor valor de força que produz um sinal de saída mensurável. Primeiro foi realizados os testes com a célula de carga com espessura de 0,45mm na posição vertical e horizontal, com estes testes foram observados três parâmetros de erro que a célula de carga possuía uma deles foi o a forma que o fio era fixado a célula de carga, a célula de carga possuía um furo com o diâmetro grande e era utilizada uma arruela para fixar o fio a célula, isto gerava um erro aleatório que dependia da forma que a arruela era apoiada no furo da célula, este problema foi solucionado com a fixação de um gancho na célula. Outro fator de erro, encontrado quando foi feito ao ensaio na posição horizontal, era a roldana , demonstrada na figura 46. FIGURA 46 – ROLDANA DE CALIBRAÇÃO FONTE: O AUTOR, 2006. Esta roldana será utilizada na calibração da célula de carga, com isto deve-se ter cuidado se existe a formação de um pendulo do peso com amplitude muito grande, deve-se ter cuidado também quando as velocidades que o peso é solto, sempre tentado mantê-la igual e também do valor do peso de calibração, dependendo do peso este valor era alterado, também era gerado um erro devido a posição que a célula de carga estava quando era submetida a uma força isto devese a forma que a força peso da célula de carga esta atuando na mesma, esta força gera uma rigidez no sensor que se deforma menos e cria um diferencial de tensão menor na ponte, a comparação está resposta na tabela 16 e 17. 58 TABELA 16 – DIFERENÇA DE POTÊNCIAL E DESVIO PADRÃO DA CÉLULA DE CARGA DE ESPESSURA 0,25 mm Carga ∆V medido (mV) Vertical Horizontal (g) Diferença entre ∆V Absoluta (mV) Relativa (%) ∆V medido (mV) Vertical Horizontal Diferença entre ∆V Absoluta (mV) Relativa (%) 3 -0,0937 -0,0717 0,022 -23% 2,21E-05 2,38E-05 1,67E-06 8% 4 -0,1220 -0,0735 0,048 -40% 2,41E-05 2,34E-05 -7,74E-07 -3% 5 -0,1523 -0,1167 0,036 -23% 2,45E-05 2,12E-05 -3,34E-06 -14% 10 -0,3091 -0,2790 0,030 -10% 2,87E-05 2,29E-05 -5,79E-06 -20% 15 -0,4789 -0,4341 0,045 -9% 3,17E-05 2,38E-05 -7,96E-06 -25% 20 -0,6532 -0,6265 0,027 -4% 3,13E-05 2,22E-05 -9,10E-06 -29% 25 -0,8280 -0,8040 0,024 -3% 3,59E-05 2,74E-05 -8,54E-06 -24% 30 -1,0041 -0,9608 0,043 -4% 2,71E-05 2,21E-05 -5,00E-06 -18% FONTE: O AUTOR,2006. TABELA 17 – DIFERENÇA DE POTÊNCIAL E DESVIO PADRÃO DA CÉLULA DE CARGA DE ESPESSURA 0,45 mm Carga ∆V medido (mV) Vertical Horizontal (g) Diferença entre ∆V Absoluta (mV) Relativa (%) ∆V medido (mV) Vertical Horizontal Diferença entre ∆V Absoluta (mV) Relativa (%) 5 -0,0945 -0,0900 0,0045 -5% 2,34E-05 2,01E-05 -3,38E-06 -14% 10 -0,1884 -0,1900 -0,0015 1% 2,67E-05 2,02E-05 -6,44E-06 -24% 15 -0,2804 -0,2818 -0,0014 1% 2,23E-05 2,14E-05 -8,91E-07 -4% 20 -0,3715 -0,3610 0,0105 -3% 2,14E-05 2,03E-05 -1,14E-06 -5% 25 -0,4628 -0,4532 0,0096 -2% 2,37E-05 2,03E-05 -3,45E-06 -15% 30 -0,5512 -0,5365 0,0147 -3% 2,23E-05 2,06E-05 -1,71E-06 -8% 35 -0,6405 -0,6278 0,0127 -2% 2,23E-05 2,02E-05 -2,06E-06 -9% 40 -0,7276 -0,5360 0,1915 -26% 2,66E-05 2,10E-05 -5,61E-06 -21% 45 -0,8127 -0,7938 0,0189 -2% 2,30E-05 1,99E-05 -3,11E-06 -14% 50 -0,8965 -0,8810 0,0155 -2% 2,42E-05 2,03E-05 -3,82E-06 -16% 55 -0,9807 -0,7036 0,2771 -28% 2,17E-05 1,92E-05 -2,49E-06 -11% 60 -1,0623 -1,0429 0,0194 -2% 2,20E-05 1,98E-05 -2,15E-06 -10% FONTE: O AUTOR, 2006. Outro erro foi um erro sistemático provalvemente proveniente de uma falha na análise da deformação da célula no UNIGRAPHICS, esta análise gerava um erro no resultado da variação de tensão do módulo, ele é uma erro sistemático possibilitando um ajuste com a implementação de um fator, normalmente o valor de variação de tensão era 10% maior que o calculado. Para cada carga aplicada, foram realizadas 100 medições da tensão de saída num intervalo de 10 segundos, resultando numa taxa de amostragem de uma medição a cada 0,1 segundo. Este conjunto de medições permite obter um valor 59 médio do sinal de saída reduzindo a influência do ruído inerente ao sistema de medição, o ruído médio quadrático (ruído rms) avaliado pelo desvio padrão experimental da média. A tensão de saída ∆V, correspondente à aplicação de uma carga “m”, foi obtida pela diferença entre a tensão média de saída gerada com a aplicação da carga (Vcc), e a tensão média de saída gerada sem aplicação da carga (Vsc), isto é: ∆V(m) = Vcc – Vsc. (27) Onde: ∆V (m) é a variação de tensão desvio a aplicação de uma carga (mV); ºVsc é a tensão média sem aplicação de força em mV; ºVcc é a tensão média com aplicação de força em mV. O desvio-padrão combinado associado com ∆V, foi avaliado pela raiz quadrada da soma dos quadrados do desvio-padrão da tensão média de saída gerada com a aplicação da carga (Vcc), e do desvio-padrão da tensão média de saída gerada sem aplicação da carga (Vsc). 2 s c = s cc + s sc 2 (28) Onde: sc é o desvio padrão combinado em mV; scc é o desvio padrão com aplicação de carga em mV ssc é o desvio padrão sem aplicação de carga em mV Para avaliar a repetitividade, foram realizadas uma série de 4 medições da tensão média de saída para cada carga aplicada. A tensão média resultante foi avaliada pela média ponderada das quatro medições, utilizando o desvio-padrão combinado como o peso de cada medição, conforme equação abaixo: r 1 ∑ ∆V (m). s(vi ) i V (m) = i =1 i r 1 ∑ 2 i =1 s( v i ) 2 (29) 60 onde: V(m) é a tensão média gerada pela carga m, calculada pela média ponderada, em milivolts (mV); ∆Vi(m) é a tensão média gerada em cada repetição i = 1, 2, 3, 4; para a carga “m”, em milivolts (mV); s(Vi) é o desvio-padrão associado com a tensão média ∆Vi(m), em milivolts (mV). O desvio-padrão s(Vm) associado com a tensão média resultante pela aplicação de uma carga “m”, avaliada pela equação da média ponderada (equação 29), é calculado pela equação 30: s2 (v m ) ≈ 1 r 1 ∑ 2 i =1 s (v i ) . (30) Com estes ensaios foi possível estabelecer algumas restrições quanto ao funcionamento da célula de carga, como a deflexão e faixa de resposta, também alguns métodos para a calibração da célula de carga, como apoiar a mesa com um calço e depois solta-la com o peso colocado, para que não haja variação da velocidade de aplicação da força ou diferença da forma de se medir a força de arrastos com o método de calibração, também a utilização de um fio curto para que não possibilite que ocorra a formação de pêndulo com o peso. Também a verificação de um fator para acréscimo de variação de tensão quando ela for feito a calculo da mesma devido a uma análise de deformação no UNIGRAPHICS. E a verificação da necessidade da fixação rígida do fio que une a célula à mesa móvel. 5.2 TESTE DE VARIAÇÃO DE TEMPERATURA Este teste foi realizado para verificar se a variação de temperatura influenciava na resposta do módulo, realizado dentro do laboratório de metrologia, devido ele ser o único que possui ar-condicionado, com isso possibilidade de controlar a temperatura dentro do ambiente. Para a realização deste ensaio foi variada a temperatura em 3 valores 15ºC, 20ºC e 25ºC, a temperatura foi avaliada durante um valor de medida com um termômetro SKF modelo TMDT2, foram realizadas três grupos de medidas cada com 100 valores com o mesmo valor de força aplicada à célula de carga, esta força era equivalente a 50g gramas, os 61 resultados de resposta do módulo e sua variação estão na tabela 18, com estes dados percebeu-se que não existe uma influência significativa da variação de temperatura, pois a variação de tensão inicial estava dentro na terceira casa decimal de tensão, onde é considerado que não existe resposta na curva de linearidade, pois esta dentro da faixa de ruído. TABELA 18 – DIFERENCIAL DE POTÊNCIAL ELÉTRICO DEVIDO A VARIAÇÃO DE TEMPERATURA Dados 15ºC com 15ºC 15ºC com 20ºC 15ºC com 25ºC 20ºC com 25ºC Valor máximo medido -0,89763 -0,89763 -0,89763 -0,89482 Desvio padrão do valor máximo 0,00577 0,00577 0,00577 0,00446 100 100 100 100 Valor minimo medido -0,89349 -0,89103 -0,89154 -0,89103 Desvio padrão do valor minimo 0,00510 0,00491 0,00467 0,00491 100 100 100 100 T studant para os vlaores obtidos 0,716 1,142 1,054 0,848 Grau de liberdade 198 198 198 198 Nº de casos 95% 95% 95% 95% Incerteza para 95% dos casos 0,002964 0,002869 0,002756 0,002199 T studant para 95% dos casos 0,29 0,76 0,67 0,33 Valore de erro tabelados 3,8 3,8 3,8 3,8 iguais iguais iguais iguais Nº de medidas Nº de medidas Conclusão: FONTE: O AUTOR, 2006. 5.3 VERIFICAÇÃO GEOMÉTRICA DOS CILINDROS PADRÕES Este teste foi realizado para verificar a geometria da peça e calcular mais precisamente a área de projeção do cilindro padrão que será utilizado para calibração da célula de carga. O ensaio foi realizado no laboratório de Metrologia com temperatura controlada de 20,03ºC, medida com um termômetro SKF modelo TMDT2. 62 Foram realizadas medições do diâmetro do cilindro, e altura do mesmo para, foi utilizado um suporte prismático e um suporte magnético para fixar o relógio comparador e um relógio comparado analógico para medir esta variação. O modelo do relógio comparador que foi utilizado é o 2046F da Mitutoyo com divisão de escala de 0,01mm, e apoiados em uma mesa desempena de mármore da Mitutoyo. Não foi possível estabelecer o perfil do topo dos cilindros, devido a uma variação aleatória do mesmo, e também da parede do cilindro porque não existe um suporte prismático que fixe o cilindro adequadamente. Porém é possível calcular uma média do diâmetro do cilindro e de sua altura com maior exatidão para o calcula da força de arrasto. Para zerar o relógio comparador foram utilizados blocos padrão Mitutoyo de cerâmica de 40 mm. Os resultados médios de altura e diâmetro estão relatados abaixo: 5.4 Altura média do cilindro = 37,987mm; Diâmetro médio de cilindro = 37,954. CALIBRAÇÃO Este ensaio foi realizado para verificar o funcionamento da célula de carga com o suporte e também obter a curva de resposta dos sensores e sua incerteza. Ele foi realizado no laboratório de Fluído Mecânica, com a célula de carga acoplada ao túnel de veto com a caixa de acrílico e a bancada móvel. A temperatura não foi controlada, para considerar a calibração do modo a imitar a utilização durante uma aula. Foram realizados três testes em conjunto para cada célula, um deles foi à caracterização da curva de resposta da célula, nele foram realizado de forma a aplicar carga de massa calibradas através da roldana que esta acoplada na bancada móvel, respeitando a faixa de força de cada célula. O outro foram teste imitando os realizados durante uma aula, para verificar se a resposta da curva é real, este teste consistiu na medição da força de arrasto nos modelos e nos cilindros padrões. E um para verificar se não ocorria histerese quando realizado o ensaio, o procedimento para este teste foi de uma medida para a tensão zero e outras três aplicando e não aplicando a carga. Os valores de incerteza estão demonstrados nas Tabelas 19 e 20. 63 TABELA 19 – RETA DE DE LINEARIDADE PARA A CÉLULA DE CARGA 1 (0,25mm) Tensão Tensão Incerteza de Força Diferença Carga Medida Estimada Medição (g) (N) (mV) (mV) (%) absoluta relativa 2 0,0196 -0,0261 -0,0579 121% 0,006 mV -11% 3 0,0294 -0,0786 -0,0877 12% 0,006 mV -7% 4 0,0392 -0,1257 -0,1176 -6% 0,005 mV -5% 5 0,0491 -0,1687 -0,1474 -13% 0,005 mV -3,5% 7 0,0687 -0,2259 -0,2070 -8,3% 0,005 mV -2,2% 10 0,0981 -0,3261 -0,2965 -9,1% 0,004 mV -1,4% 12 0,1177 -0,3536 -0,3562 0,7% 0,004 mV -1,1% 15 0,1472 -0,4416 -0,4457 0,9% 0,004 mV -0,8% -0,4940 -0,5740 -0,6318 -0,7383 -0,8166 -0,9106 -0,5054 -0,5949 -0,6545 -0,7440 -0,8037 -0,8932 2,3% 3,6% 3,6% 0,8% -1,6% -1,9% 0,004 0,004 0,005 0,006 0,006 0,007 mV mV mV mV mV mV -0,8% -0,7% -0,7% -0,8% -0,8% -0,8% 17 0,1668 20 0,1962 22 0,2158 25 0,2453 27 0,2649 30 0,2943 FONTE: O AUTOR, 2006. TABELA 20 – RETA DE DE LINEARIDADE PARA A CÉLULA DE CARGA 2 (0,45mm) Força Tensão Medida Tensão Estimada Diferença (N) (mV) (mV) (%) 5 0,0491 -0,0896 -0,1053 17% 0,007 mV -6,9% 10 0,0981 -0,1905 -0,1925 1,1% 0,006 mV -3,4% 15 0,1472 -0,2710 -0,2797 3,2% 0,006 mV -2,0% 20 0,1962 -0,3744 -0,3669 -2,0% 0,005 mV -1,4% 25 0,2453 -0,4623 -0,4541 -1,8% 0,004 mV -1,0% 30 0,2943 -0,5378 -0,5413 0,7% 0,004 mV -0,7% 35 0,3434 -0,6413 -0,6285 -2,0% 0,004 mV -0,6% 40 0,3924 -0,7361 -0,7157 -2,8% 0,004 mV -0,6% 45 0,4415 -0,8035 -0,8029 -0,1% 0,004 mV -0,5% 50 0,4905 -0,8956 -0,8901 -0,6% 0,005 mV -0,6% 55 0,5396 -0,9766 -0,9773 0,1% 0,006 mV -0,6% 60 0,5886 -1,0580 -1,0645 0,6% 0,006 mV -0,6% 65 0,6377 -1,1340 -1,1517 1,6% 0,007 mV -0,6% Carga (g) Incerteza de Medição absoluta relativa FONTE: O AUTOR, 2006. Na avaliação da curva de resposta foram realizados 4 conjuntos de leituras com 100 medições cada, alternando com a aplicação de carga e sem carga, a 64 temperatura média da sala foi de 26,6ºC para as duas células. O teste com os modelos foi realizado 4 conjuntos de medidas também, porém o primeiro foi sem a força de arrasto e os 3 seguintes forma com a aplicação da força de arrasto. Também foi possível medir de forma não muito precisa a menor carga que movimenta a bancada deslizante, este ensaio foi realizado em paralelo com a calibração da célula de carga de espessura 0,25, de modo que foram aplicadas cargas a bancada deslizante de forma decrescente até que não tenha uma resposta significativa do módulo, esta carga foi de 2g, onde a resposta ficou dentro da faixa de ruído, porém com um acréscimo de tensão, neste teste foi feita apenas um conjunto de medidas para cada carga aplicada e a meia de diferença de potencial foi de 0,068mV. Os resultados de inclinação e intercepção da reta ajustada obtidos estão demonstrados na tabela 21. TABELA 21 – VALORES DE INCLINAÇÃO E INTERCEPÇÃO DA RETA DE LINEARIDADE DAS CÉLULAS DE CARGA Valores Parâmetros da reta Célula 0,25mm Célula 0,45mm Inclinação -3,0410 mV/N -1,7778 mV/N Intercepção 0,0018 mV -0,018 mV Desvio padrão da reta ajustada 0,0063 mV 0,0064 mV FONTE: O AUTOR, 2006. Eles demonstram que a curva de linearidade para a célula de carga de 0,25mm de espessura não foi boa gerando incerteza entre 88% e 0,5%, talvez devido a algum erro na calibração, sendo necessário uma nova calibração para conferis os dados. Estes erros foram provocados por atrito da base deslizante, pelo atrito da roldana e também pela rigidez do fio, algumas atitudes como lubrificar os trilhos e as esferas da base deslizante, utilizar um fio com uma maior maleabilidade e também lubrificar a roldana, se possível passar parafina no fio na região que vai apoiado na roldana para que não ocorra atrito. Já a curva de linearidade da célula de espessura de 0,45mm teve uma resposta na faixa de peso de 10g a 65g teve incerteza de menos de 1%, esta incerteza foi calcula através da consideração da média aritmética de cada conjunto de medidas e entre a média geométrica com o desvio padrão combinado entre o desvio padrão de cada conjunto de medidas e 65 considerando a media a diferença de potencial elétrico com carga aplicada e sem carga aplicada, a equação para o calculo da incerteza é a equação 31,que determina a incerteza da curva de linearidade e do desvio padrão esta na equação 30. As figuras 47, 48 demonstram a faixa de incerteza para as duas células, em porcentagem. FIGURA 47 – FAIXA DE INCERTEZA PARA A CÉLULA 2 -1 -1 -1 -1 -1 0 0 0 INCERTEZA (%) 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% -6% -8% TENSÃO (mV) FONTE: O AUTOR, 2006. FIGURA 48 – FAIXA DE INCERTEZA PARA A CÉLULA 1 15% Incerteza (%) 10% 5% 0% -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 -5% -10% -15% Tensão (mV) FONTE: O AUTOR, 2006. 1 − 2 2 v v + 0 ^ 1 Y 0 = t.s + − 2 n − v v ∑ t onde Y2 é a incerteza em N; t é o fator de correção para 95,7% de casos de medidas; (31) 66 s o desvio padrão combinado em mV, n o número de medidas; v0 valor de variação de potencial medido em mV; v é o valor médio de variação de potencial da combinação em mV; Os resultados de força de arrasto medidos para conferir a curva de linearidade para os modelos não foi satisfatório, pois houve uma grande diferença entre os calculados e os medidos. Esta diferença ocorreu devido a algum erro no cálculo da área de projeção e também do formato do modelo que não possuem saídas de ar e características de escoamento de ar iguais a um automóvel real. Um dos fatores observados no modelo do Wolkswagen fusca é que o modelo não possue vidros nas portas laterais, isto provocava um ganho de força para a medição de força de arrasto. Já os medidos com os cilindros padrões com a célula de 0,45mm também possuíram uma grande diferença, sendo esta diferença em torno de 25% do valor calculado, esta diferença aplica-se tanto para os modelos como para os cilindros em ambas as células, este erro é um erro sistemático que um dos fatores é a diferença de altura da base deslizante e do piso do túnel de vento que provoca um acréscimo na força medida, uma provável solução é deixa o a parte superior da bancada deslizante abaixo ou sem diferença com a base da seção de teste do túnel de vento. Os valores de força de arrasto e suas diferenças estão demonstrados na tabelas 22, 23, 24, 25, 26 e 27. TABELA 22 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 1 (0,25 mm) / 10 m/s Modelo Força de Arrasto (N) Tensão Diferença ∆F Incerteza de Medição (95%) (mV) Medida Calculada absoluta relativa absoluta Fusca -0,7552 0,2582 0,1892 -0,069 -27% 0,013 relativa 4,9% Kombi -1,2511 0,4250 0,2962 -0,129 -30% 0,020 4,7% Polo -0,6183 0,2122 0,1281 -0,0840 -40% 0,0086 4,0% Porsche -0,4805 0,1658 0,1319 -0,0340 -20% 0,0088 5,3% Cilindro -0,19 0,0671 0,0656 -0,0015 -2,2% 0,0048 7,2% FONTE: O AUTOR, 2006. TABELA 23 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 1 (0,25 mm) / 15 m/s Modelo Força de Arrasto (N) Tensão (mV) Medida Calculada Diferença ∆F absoluta relativa Incerteza de Medição (95%) absoluta relativa Fusca -1,6250 0,551 0,372 -0,179 -32% 0,025 4,5% Polo -1,3699 0,465 0,249 -0,216 -47% 0,016 3,5% Porsche -1,2698 0,431 0,256 -0,175 -41% 0,017 3,9% Cilindro -0,47 0,162 0,122 -0,0395 -24% 0,0081 5,0% FONTE: O AUTOR, 2006. 67 TABELA 24 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 1 (0,25 mm) / 20 m/s Modelo Cilindro Tensão Diferença ∆F Força de Arrasto (N) Incerteza de Medição (95%) (mV) Medida Calculada absoluta relativa absoluta relativa -0,81 0,276 0,204 -0,072 -26% 0,019 6,8% FONTE: O AUTOR, 2006. TABELA 25 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 2 (0,45 mm) / 10 m/s Modelo Força de Arrasto (N) Tensão (mV) Medida Calculada Diferença ∆F absoluta Incerteza de Medição (95%) relativa absoluta relativa Fusca -0,60 0,325 0,174 -0,151 -46% 0,012 3,7% Kombi -0,88 0,483 0,272 -0,211 -44% 0,018 3,8% Polo -0,48 0,257 0,1181 -0,139 -54% 0,0088 3,4% Porsche -0,47 0,254 0,1215 -0,132 -52% 0,0090 3,5% Cilindro -0,16 0,079 0,0608 -0,018 -23% 0,0060 7,6% FONTE: O AUTOR, 2006. TABELA 26 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 2 (0,45 mm) / 15 m/s Modelo Tensão Força de Arrasto (N) Diferença ∆F Incerteza de Medição (95%) (mV) Medida Calculada absoluta relativa absoluta relativa Fusca -1,23 0,683 0,383 -0,301 -44% 0,026 3,7% Kombi -1,47 0,815 0,606 -0,209 -26% 0,041 5,0% Polo -0,89 0,489 0,256 -0,233 -48% 0,017 3,5% Porsche -0,82 0,454 0,263 -0,190 -42% 0,018 3,9% Cilindro -0,31 0,163 0,125 -0,037 -23% 0,0090 5,5% FONTE: O AUTOR, 2006. TABELA 27 - FORÇA DE ARRASTO PARA A CÉLULA 2 (0,45 mm) / 20 m/s Modelo Tensão Força de Arrasto (N) Diferença ∆F Incerteza de Medição (95%) (mV) Medida Calculada absoluta relativa absoluta relativa Fusca -1,68 0,936 0,610 -0,326 -35% 0,043 4,6% Polo -1,37 0,761 0,409 -0,352 -46% 0,029 3,8% Porsche -1,33 0,740 0,421 -0,319 -43% 0,030 4,0% Cilindro -0,52 0,285 0,203 -0,082 -29% 0,015 5,4% FONTE: O AUTOR, 2006. 68 Para o cálculo de incerteza do sistema de medição foi considerada a incerteza do anemômetro utilizado para medir a velocidade do vento e a incerteza da célula de carga utilizando a equação 32: 4 u υ ∆ = ∆ × υM , u (FM ) (32) onde: υ∆ é a incerteza combinada entre a incerteza do anemômetro e a da célula de carga em mV; u∆ é a incerteza da célula de carga em mV; u(FM) é a incerteza do anemômetro em mV; υM é o grau de liberdade de medidas. 69 6 CONCLUSÃO No início do projeto foi observado alguns fatores que deveriam ser eliminados e que restringiam o dimensionamento da célula de carga, piorando seu funcionamento. Alguns destes fatores estão citados abaixo: Ruído e sensibilidade ao ruído muito grande; Módulo com circuito de resposta com apenas um extensômetro ativo; Atrito grande da bancada deslizante. No capítulo 3 foi demonstrada a influência do ruído de tensão elevado na medição com o sistema de aquisição de dados da National Instruments. O ruído de tensão observado foi bastante reduzido com a utilização de um cabo blindado, e a blindagem total do módulo SC-2345. O módulo SCC-SG01 possui um circuito da ponte em Weatsthone para conexões com apenas um extensômetro ativo, fornecendo uma pequena faixa de resposta para a excitação feita. Por este motivo foram feitas duas células de carga que tivessem uma deformação específica grande, para diminuir esta restrição do módulo. A base móvel antiga possuía um peso elevado (486g) e um sistema de deslizamento com grande atrito, diminuindo a mobilidade e a resolução. Uma nova base móvel foi construída com um peso menor (169g) e um conjunto deslizante com atrito menor, melhorando sensivelmente a mobilidade e a resolução do sistema de medição. A incerteza de medição associada com a reta de linearidade ajustada aos pontos experimentais, foi considerada pequena para valores maiores ou iguais a 0,0687 N ( carga de 7g) na célula de carga com espessura de 0,25mm, e 0,1472N ( carga de 15g) na célula de carga com espessura de 0,45mm. A incerteza de medição associada com a medição da força de arrasto aerodinâmico foi considerada aceitável, com valores entre ±3,4% à ±7,6%, devido principalmente à contribuição da incerteza do anemômetro usado na medição da velocidade do ar na saída do túnel de vento ( ±3% da leitura). Entretanto, na comparação entre os valores da força de arrasto aerodinâmico obtida experimentalmente (medida) e a calculada pela equação, observou-se 70 grandes diferenças relativas entre 20% e 54%. Uma análise criteriosa dessa situação permite concluir que as possíveis causas para estas diferenças que, também, podem estar afetando a incerteza de medição, são: Atrito do ar na base móvel, que encontra-se ligeiramente acima do nível do piso do túnel de vento; Método de medição das áreas de projeção dos modelos de automóveis não foi satisfatório, podendo introduzir erros significativos; Os modelos de automóveis não estavam totalmente perfeitos, faltando janelas laterais, espelho retrovisor e dutos de escoamento de ar diferentes dos modelos reais; Atrito da polia de calibração, introduzindo um erro na calibração da célula de carga. Observando-se os dados de resposta, é necessário fazer algumas alterações na bancada deslizante, visando diminuir a diferença entre o piso do túnel de vento e o piso da bancada deslizante. Também a faixa de resposta e a incerteza do módulo, podem ser melhoradas com a utilização de um extensômetro que tenha coeficiente de sensibilidade maior, ou com a aquisição de um módulo que permita a ligação de uma ponte de Weatsthone completa. 71 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BISHOP, R. H..; Learning with Labview. California: Addison-Wesley, 1999. BITTER, Rick, MOHIUDDIN, Taqi, Matt Nawrocki; Labview Programming Techniques. CRC Press LLC: Boca Raton, 2000. advanced CFDESING. Disponível em <http://www.cfdesign.com/Products/Unigraphics.asp>. Acesso em 01 de Junho de 2006 15:30 hs. EXCEL SENSOR. Disponível em <http://excelsensor.com.br//>. Acesso em 15 de fevereiro de 2006 15:30 hs. EFUNDA, Engineering Fundamentals. Disponível em <http://efunda.com/formulae/solid_mechanics/mat_mechanics/strain_gage_rosette.cf m>. Acesso em 04 de Junho de 2004. FEPISA; Túnel Aerodinâmico TAEP-200x200 Manual de Utilização. impressa; FEPISA: Ilha Solteira. SP; 2002. 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LTC: Rio de Janeiro, RJ; 1996. 74 ANEXOS SUMÁRIO ANEXO 1 -COEFICIENTE DE ARRASTO CD PARA OBJETOS COM DEFERENTES FORMATOS....................................................... 75 ANEXO 2 – CODIFICAÇÃO DO EXTENSÔMETRO.................................... 77 ANEXO 3 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO AÇO ASE 1095...................... 78 75 ANEXO 1 – COEFICIENTE DE ARRASTO CD PARA OBJETOS COM DIFERENTES FORMATOS TABELA AN1 - COEFICIENTE DE ARRASTO CD PARA OBJETOS COM DIFERENTES FORMATOS FORMA DO CORPO Semi-esfera sem fundo CD 0,34 com fundo 0,4 sem fundo 1,33 com fundo 1,17 Placa circular 1,11 Semi-esfera Anel Circular d/D=0,5 1,22 Cone sem fundo Cone 0,34 0,51 sem fundo 1 2 4 10 18 ∞ Cilindro 1 l/d= 2 4 7 Placas Circulares 1 l/d= 1,5 2 3 1,10 1,15 1,19 1,29 1,40 2,01 0,91 0,85 0,87 0,99 Placa a/b= 0,93 0,78 1,04 1,52 0,5 1,16 L/H= 0,7 0,70 2,6 FONTE: TOMELIN C., 2002 0,58 76 TABELA AN2 - COEFICIENTE DE ARRASTO CD PARA OBJETOS COM DIFERENTES FORMATOS FORMA DO CORPO CD 2,04 0,86 Esfera >Re 1,7E6 à 4,05E5 0,09 a 0,18 < Re 1,5E6 à 4,05E6 0,47 Supersônico 0,95 Elipsóide 1:0,75 Re<5E1 0,6 Re>5E5 0,21 Elipsóide 1:1,80 Re>E5 Abaixo de E5 passagem contínua para valores > 0,09 CD Cilindro perpendicular ao fluxo L/D= 1 2 5 10 40 ∞ ∞ ∞ FONTE: TOMELIN C., 2002. Valor subcrítico de Re ≈9 E4 Re > 9 E4 Supersônico 0,63 0,68 0,74 0,82 0,98 1,2 0,35 1,65 77 ANEXO 2 – CODIFICAÇÃO DO EXTENSÔMETRO A codificação é feita por um conjunto de letras e números que identifica o extensômetro, conforme suas características. FIGURA AN1 - CODIFICAÇÃO DO EXTENSÔMETRO FONTE: EXCEL SENSOR, 2006. 78 ANEXO 3 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO AÇO ASE 1095 Na tabela An3 estão algumas propriedade físicas do aço ASE 1095. TABELA AN3 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO AÇO SAE 1095 COMPONENTE ESPECIFICAÇÃO C 0,9-1,03 Fé 98,38-98,8 Mn 0,3-0,5 P MAX 0,04 S MAX 0,05 CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO DUREZA ROCKELL C 40 DUREZA ROCKELL B 100 DUREZA BRINELL 363 DUREZA KNOOP 392 DUREZA VICKERS 384 Tensão de Ruptura 1270 MPa Tensão de Escoamento 800 MPa Módulo de Elasticidade 205 GPa Coeficiente de Poisson 0,29 FONTE: SITE:WWW.MATWEB.COM, 2006. 79 APÊNDICES SUMÁRIO APÊNDICE 1 – FORÇA DE ARRASTO ............................................................... APÊNDICE 2 - CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO ................... APÊNDICE 3 – ÁREAS DE PROJEÇÃO DOS OBJETOS/MODELOS ............... APÊNDICE 4 – ERRO GERADO PELO RUÍDO................................................... APÊNDICE 5 – DIMENSIONAMENTO DA CÉLULA DE CARGA........................ APÊNDICE 6 – VALORES DE DEFORMAÇÃO CALCULADOS......................... APENDICE 7 – COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS OBTIDOS E OS CALCULADOS............................................................................ APENDICE 8 – CALIBRAÇÃO.............................................................................. 80 82 85 87 91 93 96 99 80 APÊNDICE 1 – FORÇA DE ARRASTO A tabela AP1 mostra valores da força de arrasto calculada para alguns objetos, através da equação 5 definida no capítulo 2. Os coeficientes de arrasto aerodinâmico (CD) foram extraídos do anexo 1. TABELA AP1- FORÇA DE ARRASTO FORÇA (N) OBJETO OU MODELO / VELOCIDADE DO VENTO 20m/s 15m/s 10m/s 5m/s 1m/s CILINDRO PARALELO AO FLUXO (L/D=1) 0,2273 0,1279 0,0568 0,0142 0,0006 CILINDRO PERPENDICULAR AO FLUXO (L/D=1) 0,2005 0,1128 0,0501 0,0125 0,0005 VOLKSWAGEM COMBI 0,9777 0,5499 0,2444 0,0611 0,0024 VOLKSWAGEM FUSCA 0,6166 0,3468 0,1541 0,0385 0,0015 VOLKSWAGEM POLO 0,4110 0,2312 0,1027 0,0257 0,0010 PORSCHE 0,4237 0,2384 0,1059 0,0265 0,0011 FONTE: O AUTOR, 2006. A carga correspondente a cada força calculada é apresentada na tabela AP2. Foi utilizado o valor de g = 9,81 m/s para a aceleração da gravidade. TABELA AP2- CARGA CORRESPONDENTE À FORÇA DE ARRASTO CALCULADA CARGA (g) OBJETO OU MODELO / VELOCIDADE DO VENTO 20m/s 15m/s 10m/s 5m/s 1m/s CILINDRO PARALELO AO FLUXO (L/D=1) 23 13 6 1,4 0,06 CILINDRO PERPENDICULAR AO FLUXO (L/D=1) 20 11 5 1,3 0,05 VOLKSWAGEM COMBI 100 56 25 6,2 0,24 VOLKSWAGEM FUSCA 63 35 16 3,9 0,15 VOLKSWAGEM POLO 42 24 10 2,6 0,10 PORSCHE 43 24 11 2,7 0,11 FONTE: O AUTOR, 2006. O valore máximo encontrado para a força de arrasto foi de aproximadamente 1,0 N (Kombi a 20 m/s), e o valor mínimo foi de 5 mN (cilindro perpendicular ao fluxo a 1 m/s). De modo similar, a carga máxima aplicada na célula de carga é de 100 g e a carga mínima 0,05 g. 81 Além disso, deve-se considerar a força de arrasto da mesa móvel como sendo uma força de arrasto por atrito entre a mesa e o fluxo de ar. Os valores desta força de arrasto aerodinâmico por atrito “Fd”, calculados pela equação 5, são apresentados na tabela AP3 abaixo. TABELA AP3– FORÇA DE ARRASTO POR ATRITO Velocidade (m/s) ReL 1 1,69x10 4 0,0017 -2 0,0058 -3 0,0063 -4 0,0022 -4 0,0061 1,16x10 5 3,15x10 5 8,45x10 1,69x10 20 -2 8,42x10 4 10 15 Fd (N) CD 5 2,54x10 5 3,38x10 4,93x10 7,59x10 FONTE: O AUTOR, 2006. No cálculo da força de arrasto por atrito foram utilizados valores do coeficiente de arrasto aerodinâmico “CD” determinados pela equação 33, descrita por Fox & MacDonald; CD = 0,455 (log ReL ) 2,58 − 1.610 , ReL (33) onde ReL é o número de Reynoulds calculado pela equação 6. A variável “D” da equação 6 é, neste caso, equivalente à distância que o fluído percorre sobre o objeto. 82 APÊNDICE 2 - CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO Este ensaio foi realizado com o objetivo de se conhecer a: • Resposta do sistema de medição (tensão DC de saída) para algumas cargas conhecidas; • Relação entre valores de deformação obtidos experimentalmente, e valores teóricos obtidos pela simulação no Unigraphics. Uma célula de carga tipo viga em balanço, formada por uma lâmina de aço mola com 0,75 mm de espessura, 13 mm de largura, e 12 cm de comprimento em balanço (calibrador de folga Starret), foi utilizada nos testes para caracterização do sistema de medição. Um dos lados da lâmina de aço foi firmemente engastado numa torre de alumínio, garantindo estabilidade para o conjunto. Na extremidade em balanço, foi instalado um gancho de aço pequeno para fixação das cargas. Um extensômetro comercial, marca Excel modelo PA-09-125AA-120L, com compensação de temperatura para aço inox, e resistência nominal de 120 Ω, foi colado na lâmina próximo do engaste. Este extensômetro tem a forma retangular com 6,35 mm de comprimento na direção sensível à deformação, e 3,18 mm de largura. O ensaio experimental foi realizado no laboratório de Metrologia da Engenharia Mecânica do UnicenP, em ambiente climatizado com temperatura ambiente por volta de 22,5ºC, utilizando-se cargas de 30,5g, 51g, 70g, 100,5g, 151,5g, e 195g. A figura 39, apresentada no capítulo 4, mostra detalhes do ensaio experimental realizado. A resposta do sistema de medição (tensão de saída) é proporcional à diferença entre a tensão DC gerada quando uma carga é aplicada, e a tensão DC gerada quando nenhuma carga é aplicada. Foram feitas 100 medições da tensão DC, durante 10 segundos, para cada condição (sem carga e com carga). Foram realizadas 5 medições da resposta do sistema de medição para cada uma das cargas selecionadas. A tabela AP4 apresenta os valores médios e os desvios-padrão da média da tensão de saída (resposta) estimados pela média ponderada das 5 medições realizadas para cada carga aplicada. 83 TABELA AP4 – TENSÃO DC DE SAÍDA DO SISTEMA DE MEDIÇÃO FORÇA (N) PROPORCIONAL À CARGA APLICADA RESULTADO DA MEDIÇÃO 0,2992 0,5003 0,6867 0,9859 1,4862 1,9130 TENSÃO DE SAÍDA - ∆V (mV) -0,170 -0,294 -0,404 -0,584 -0,864 -1,109 DESVIO-PADRÃO (mV): 0,007 0,007 0,009 0,009 0,008 0,008 DESVIO-PADRÃO RELATIVO 4,1% 2,4% 2,2% 1,5% 0,93% 0,72% FONTE: O AUTOR, 2006. Na tabela AP5 estão relacionados os valores de deformação obtidos nos pontos indicados na figura 40 (capítulo 4), com a utilização da equação 19, para cada força aplicada. TABELA AP5 - VALORES DE DEFORMAÇÃO (µm/m) PONTOS DE MEDIÇÃO FORÇA (N) PROPORCIONAL À CARGA APLICADA NÓ Número do ponto 0,2992 0,5003 0,6867 0,9859 1,4862 1,9130 1 683 137 229 314 451 679 874 2 6721 137 229 314 451 679 874 3 6776 136 228 313 450 678 872 4 638 136 228 313 450 678 872 5 355 137 229 315 452 681 877 6 6746 137 229 315 452 681 877 7 6750 137 229 314 451 680 875 8 646 137 229 315 451 680 875 137 229 314 451 680 875 DEFORMAÇÃO MÉDIA (µm/m): FONTE: O AUTOR, 2006. Na análise da célula de carga pelo programa Unigraphics, foi utilizada uma malha quadrada, com cada lado da malha medindo aproximadamente 1 mm, e a distância entre nós de 0,5 mm. A diferença, em porcentagem, entre o valor da deformação experimental e os valores obtidos pela análise no Unigraphics são apresentados na tabela AP6. 84 TABELA AP6 - DIFERENÇA PERCENTUAL ENTRE DEFORMAÇÕES Carga (g) DEFORMAÇÃO (µm/m) EXPERIMENTAL TEORICA DIFERENÇA RELATIVA FORÇA (N) 30,5 0,2992 132,4 136,8 3,3% 51,0 0,5003 228,4 228,8 0,1% 70,0 0,6867 314,4 314,0 -0,1% 100,5 0,9859 454,4 450,8 -0,8% 151,58 1,4862 672,8 679,5 1,0% 195,0 1,9130 863,2 874,7 1,3% FONTE: O AUTOR, 2006. Os valores de deslocamento da extremidade da célula de carga em função da carga aplicada estão relacionados na tabela AP7, sendo que, os valores experimentais foram obtidos por medição com um traçador de altura em mesa de desempeno, e os valores teóricos por análise do programa Unigraphics. TABELA AP7 – DESLOCAMENTO DA EXTREMIDADE EM FUNÇÃO DA CARGA Carga Força Deslocamento (mm) Diferença (g) (N) Medido Teórico relativa 30,5 0,2992 2,10 1,83 15% 51,0 0,5003 3,52 3,06 15% 70,0 0,6867 4,70 4,20 12% 100,5 0,9859 6,80 5,99 14% 195,0 1,9130 18,2 11,69 56% FONTE: O AUTOR, 2006. As conclusões sobre estes testes são apresentadas no capítulo 4.2. 85 APÊNDICE 3 – ÁREAS DE PROJEÇÃO DOS OBJETOS/MODELOS A área de projeção é uma das variáveis de entrada usada no cálculo da força de arrasto pela equação 5. Neste apêndice são apresentados os métodos usados na determinação da área de projeção dos automóveis e do corpo cilíndrico. Os modelos de automóveis foram submetidos à luz de uma lanterna, direcionada para a sua parte frontal, para se obter um desenho aproximado do seu contorno, passando-se um lápis sob a sombra intermediaria projetada em papel milimetrado. Foi considerada a sombra mais escura gerada, para reduzir o erro por difração da luz acima do modelo. A figura AP1 demonstra como foi feito o ensaio. FIGURA AP1 - ENSAIO DE ÁREA DE PROJEÇÃO FONTE: O AUTOR, 2006. Desta forma, foi possível estimar a área de projeção de cada automóvel pela soma dos quadrados de 1 mm2 localizados dentro da área desenhada. Com este experimento foi possível quantificar a área de projeção dos modelos de automóveis listados na tabela 4. Os desenhos da área dos modelos, obtidos experimentalmente estão representados na figuras AP2. 86 FIGURA AP2 - ÁREAS DE PROJEÇÃO DOS AUTOMÓVEIS FONTE: O AUTOR, 2006. O corpo de prova cilíndrico foi usinado com dimensões próximas de 38 mm, sendo que suas dimensões reais foram obtidas por medição experimental realizadas com um paquímetro digital (medição do diâmetro), e um relógio comparador digital em mesa de desempeno (medição do comprimento). A tabela AP8 apresenta os valores medidos e suas médias. TABELA AP8 – DIMENSÕES DO CORPO DE PROVA CILÍNDRICO Dimensões Medida Diâmetro Altura (mm) (mm) 1 38,00 37,950 2 37,98 37,950 3 37,97 37,955 4 37,98 37,950 5 37,98 37,950 6 38,00 37,960 Média: 37,985 37,953 Desvio Padrão: 0,012 0,004 Incerteza do Intrumento 0,03 0,002 FONTE: O AUTOR, 2006. 87 APÊNDICE 4 – ERRO GERADO PELO RUÍDO Neste apêndice, são analisados os ruídos de tensão associados com a tensão DC de saída, na aquisição dos 100 dados durante o intervalo de 10 segundos, e avaliados os erros de ruído associados com estas medições. As medições foram realizadas com a célula de carga com espessura de 0,75 mm. O ruído de tensão, conhecido como ruído rms, é igual ao desvio-padrão experimental das 100 medições realizadas. A tabela AP9 apresenta as médias e desvios-padrão para cada uma das 5 medições realizadas, bem como, a média geral e o desvio-padrão da média geral. TABELA AP9 – VALORES DE TENSÃO E RUÍDO RMS Peso (g) 30,5 51 70 100,5 151,5 195 Força (N) 0,299 0,500 0,687 0,986 1,486 1,913 ∆V (mV) Dado Diferencial de Tensão Desvio Padrão Diferencial de Tensão Desvio Padrão Diferencial de Tensão Desvio Padrão Diferencial de Tensão Desvio Padrão Diferencial de Tensão Desvio Padrão Diferencial de Tensão Desvio Padrão Incerteza 2σ Média Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 Medida 5 -0,1931 -0,2146 -0,1306 -0,1247 -0,1695 -0,1702 ± 0,0015 0,0154 0,0142 0,0148 0,0184 0,0267 0,0007 ± 0,87% -0,3115 -0,2920 -0,2920 -0,2704 -0,3272 -0,2935 ± 0,0013 0,0218 0,0195 0,0104 0,0136 0,0179 0,0007 ± 0,45% -0,4115 -0,4044 -0,3900 -0,3825 -0,4288 -0,4039 ± 0,0017 0,0159 0,0193 0,0221 0,0192 0,0212 0,0009 ± 0,42% -0,5765 -0,5700 -0,5883 -0,6087 -0,5765 -0,5837 ± 0,0017 0,0201 0,0188 0,0158 0,0215 0,0221 0,0009 ± 0,29% -0,8644 -0,8693 -0,8744 -0,8650 -0,8523 -0,8642 ± 0,0017 0,0148 0,0250 0,0207 0,0191 0,0185 0,0008 ± 0,19% -1,1116 -1,0892 -1,1212 -1,1069 -1,1181 -1,1086 ± 0,0015 0,0151 0,0160 0,0168 0,0191 0,0208 0,0008 0,14% ± FONTE: O AUTOR, 2006. A média geral representa a média ponderada das médias calculadas para cada medida (cinco ao todo), tendo o quadrado do desvio padrão (variância) como peso. A incerteza 2σ foi avaliada a partir do desvio padrão da média geral multiplicada por 2,0 (fator t Student para um nível de confiança de 95,45%). 88 Pelo grande número de medidas o erro devido ao ruído foi pequeno, conforme está demonstrado na tabela AP12, devido ao grande número de medidas (100), e aos aperfeiçoamentos realizados na blindagem do sistema de aquisição de dados. O erro máximo encontrado entre as diferentes cargas foi de 0,87% do valor da tensão média geral, o qual ocorreu devido à baixa deformação ocasionada por uma pequena força aplicada, onde o ruído tem uma grande influência no resultado. A variação dos erros esta demonstrada nos gráficos das figuras. Os gráficos apresentados nas figuras AP3, AP4, AP5, AP6, AP7, AP8, mostram a variação do ruído em função das forças aplicadas, onde é possível perceber que a influência do ruído diminui com o aumento da carga. FIGURA AP3 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UMA FORÇA DE ≈ 0,30N FONTE: O AUTOR, 2006. FIGURA AP4 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UMA FORÇA DE ≈ 0,50N FONTE: O AUTOR, 2006. 89 FIGURA AP5 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UM FORÇA DE ≈ 0,69N FONTE: O AUTOR, 2006. FIGURA AP6 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UMA FORÇA DE ≈ 0,99N FONTE: O AUTOR, 2006. FIGURA AP7 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UM FORÇA DE ≈ 1,49N FONTE: O AUTOR, 2006. 90 FIGURA AP8 - GRÁFICO DE RUÍDO PARA UM FORÇA DE ≈ 1,91N FONTE: O AUTOR, 2006. 91 APÊNDICE 5 – DIMENSIONAMENTO DA CÉLULA DE CARGA Para o dimensionamento da célula de carga foi utilizado o método descrito no capitulo 4.3, bem como, as características de deformação, e as restrições estruturais. O cálculo foi dividido em dois grupos, com o dimensionamento de duas células de carga, para que fosse possível ter uma melhor exatidão de resposta do sensor. As forças de arrasto utilizadas no cálculo foram baseadas no valor máximo de força de arrasto (1,69 N), obtido para o caso de um corpo de prova cilíndrico (L/D=2) perpendicular ao fluxo de ar a 20 m/s e, também, para uma força de arrasto máxima de 0,38 N, suficiente para medir as forças de arrasto geradas pelo Fusca, Pólo e Porsche a 15 m/s. Os valores de espessura, calculados para cada célula de carga estão demonstrados na tabela AP10. TABELA AP10 – ESPESSURA DA CÉLULA DE CARGA Força Máx. Tensão de Cisalhamento Máxima Tensão de Tração Máxima Espessura da célula (N) (kPa) (MPa) (mm) Célula 1 0,38 14,4 510 0,21 Célula 2 1,69 317 548 0,42 Célula de carga FONTE: O AUTOR, 2006. A figura AP9 apresenta os desenhos das duas células de carga consideradas no cálculo do dimensionamento, para lâminas de ao mola com espessura de 0,25 mm (célula de carga 1), e espessura de 0,45 mm (célula de carga 2). 92 FIGURA AP9 - CÉLULAS DE CARGA (a) célula de carga 1 (0,25 mm) FONTE: O AUTOR, 2006. (b) célula de carga 2 (0,45 mm) 93 APÊNDICE 6 – VALORES DE DEFORMAÇÃO CALCULADOS Neste apêndice estão os valores de deformação calculados para as duas células de carga escolhidas: célula de carga 1 com espessura de 0,25mm, e a célula de carga 2 com espessura de 0,45 mm. Os valores de deformação obtidos pela análise no Unigraphics para a célula 1 estão demonstrados na tabela AP11. TABELA AP11 – VALORES DE DEFORMAÇÃO PARA A CÉLULA 1 DEFORMAÇÃO (µm/m) Nó Pontos 0,0589 N 0,1177 N 0,1962 N 0,2943 N 0,3826 N 1 649 34,29 68,58 114,3 171,4 222,9 2 2127 34,29 68,58 114,3 171,4 222,9 3 2133 34,31 68,62 114,4 171,6 223,0 4 2141 34,31 68,62 114,4 171,6 223,0 5 3092 34,37 68,74 114,6 171,9 223,4 6 3091 34,37 68,74 114,6 171,9 223,4 7 3088 34,21 68,42 114,0 171,0 222,4 8 3080 34,21 68,42 114,0 171,0 222,4 34,29 68,59 114,3 171,5 222,9 DEFORMAÇÃO MÉDIA: FONTE: O AUTOR, 2006. A tabela AP12 apresenta os resultados obtidos para a célula 2. TABELA AP12 – VALORES DE DEFORMAÇÃO PARA A CÉLULA 2 Nó DEFORMAÇÃO (µm/m) Pontos 0,05886 N 0,2943 N 0,6867 N 0,1772 N 1,7462 N 1 649 18,57 42,85 99,98 171,4 254,2 2 2127 18,57 42,85 99,98 171,4 254,2 3 2133 18,59 42,90 100,1 171,6 254,6 4 2141 18,59 42,90 100,1 171,6 254,6 5 3092 18,62 42,98 100,3 171,9 255,0 6 3091 18,62 42,98 100,3 171,9 255,0 7 3088 18,54 42,78 99,82 171,1 253,8 8 3080 18,54 42,78 99,82 171,1 253,8 18,58 42,88 100,0 171,5 254,4 MÉDIA FONTE: O AUTOR, 2006. 94 APÊNDICE 7 – COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS OBTIDOS E OS CALCULADOS Este teste foi realizado no laboratório de Metrologia com a célula de carga instalada em um engaste de aço com temperatura controlada, foi utilizada massas padrões em uma faixa de massa de 3 à 65g. Foram colocadas as células de carga em suas posições com a aplicação de carga na horizontal e com aplicação de carga na vertical. Os resultados obtidos para a célula de carga 1 (0,25mm de espessura) estão demonstrados nas tabelas AP15 à AP16 e os valores medidos com a célula de carga 2 (0,45mm de espessura) em testes estão nas tabelas AP13 à AP14. TABELA AP13 – VALORES DE TENSÃO MEDIDOS EM ENSAIO PARA A CÉLULA DE 0,45 mm DE ESPESSURA COM ENGASTE NA POSIÇÃO HORIZONTAL Peso Parâmetro (g) Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 VC (mV) (mV) (mV) (mV) (mV) -0,082460 -0,099330 -0,085880 -0,08998 0,000040 0,000044 0,000038 0,000020 média: -0,094310 5 desvio-padrão: 0,000040 média: -0,19151 -0,19217 -0,19642 -0,17955 -0,18995 desvio-padrão: 0,000040 0,000043 0,000039 0,000040 0,000020 média: -0,282450 -0,280700 -0,288560 -0,272320 -0,28179 0,000043 0,000043 0,000039 0,000048 0,000021 média: -0,363200 10 15 desvio-padrão: 20 -0,367030 -0,354950 -0,357690 -0,36097 0,000043 0,000037 0,000040 0,000042 0,000020 média: -0,454250 -0,451040 -0,447200 -0,461810 -0,45323 desvio-padrão: 25 desvio-padrão: 30 0,000041 0,000040 0,000039 0,000042 0,000020 média: -0,538510 -0,544310 -0,530280 -0,534570 -0,53654 0,000044 0,000041 0,000037 0,000044 0,000021 média: -0,627530 -0,618370 -0,623490 -0,640610 -0,62780 desvio-padrão: 35 desvio-padrão: 40 0,000042 0,000043 0,000038 0,000039 0,000020 média: -0,718280 -0,713760 -0,718380 -0,726560 -0,71935 0,000041 0,000044 0,000042 0,000042 0,000021 média: -0,800300 -0,791780 -0,791720 -0,791990 -0,79382 desvio-padrão: 45 desvio-padrão: 50 0,000041 0,000040 0,000039 0,000039 0,000020 média: -0,886980 -0,883890 -0,878490 -0,875880 -0,88102 0,000041 0,000043 0,000041 0,000038 0,000020 média: -0,964040 -0,965300 -0,965390 -0,980270 -0,96851 desvio-padrão: 55 desvio-padrão: 60 0,000041 0,000039 0,000036 0,000040 0,000019 média: -1,042530 -1,043850 -1,038210 -1,046550 -1,04290 0,000040 0,000042 0,000039 0,000020 desvio-padrão: FONTE: O AUTOR 2006 0,000038 95 TABELA AP14 – VALORES DE TENSÃO MEDIDOS EM ENSAIO PARA A CÉLULA DE 0,45 mm DE ESPESSURA COM ENGASTE NA POSIÇÃO VERTICAL Peso Parâmetro (g) 5 10 15 25 30 35 40 45 50 55 Medida 3 Medida 4 VC (mV) (mV) (mV) (mV) (mV) -0,093000 -0,094430 -0,095970 -0,09452 desvio-padrão: 0,000048 0,000046 0,000046 0,000048 0,000023 média: -0,18802 -0,18818 -0,18878 -0,18872 -0,18841 desvio-padrão: 0,000055 0,000049 0,000063 0,000049 0,000027 média: -0,278490 -0,280270 -0,281210 -0,281420 -0,28037 0,000043 0,000049 0,000047 0,000040 0,000022 média: -0,372250 -0,370440 -0,371940 -0,371400 -0,37149 0,000042 0,000040 0,000043 0,000047 0,000021 média: -0,461900 -0,463120 -0,462920 -0,463190 -0,46285 0,000054 0,000050 0,000044 0,000044 0,000024 média: -0,551110 -0,550960 -0,552640 -0,550330 -0,55123 0,000045 0,000044 0,000046 0,000043 0,000022 média: -0,641420 -0,641480 -0,638240 -0,640760 -0,64053 0,000041 0,000047 0,000046 0,000044 0,000022 média: -0,725900 -0,728410 -0,728700 -0,726950 -0,72755 0,000049 0,000045 0,000055 0,000076 0,000027 média: -0,812330 -0,812630 -0,812540 -0,813140 -0,81269 0,000052 0,000042 0,000048 0,000044 0,000023 média: -0,897780 -0,897410 -0,896590 -0,894630 -0,89653 0,000042 0,000060 0,000051 0,000045 0,000024 média: -0,980480 -0,981590 -0,980090 -0,980690 -0,98074 0,000043 0,000043 0,000047 0,000041 0,000022 média: -1,059150 -1,063050 -1,063230 -1,063560 -1,06230 0,000044 0,000045 0,000042 0,000022 desvio-padrão: desvio-padrão: desvio-padrão: desvio-padrão: desvio-padrão: desvio-padrão: desvio-padrão: desvio-padrão: 60 Medida 2 média: -0,094780 desvio-padrão: 20 Medida 1 desvio-padrão: FONTE: O AUTOR 2006 0,000045 96 TABELA AP15 – VALORES DE TENSÃO MEDIDOS EM ENSAIO PARA A CÉLULA DE 0,25 mm DE ESPESSURA COM ENGASTE NA POSIÇÃO VERTICAL Peso Parâmetro (g) Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 VC (mV) (mV) (mV) (mV) (mV) -0,090830 -0,095780 -0,092960 -0,09370 média: -0,094610 3 desvio-padrão: 0,000044 0,000047 0,000042 0,000044 0,000022 média: -0,12306 -0,12218 -0,12114 -0,12168 -0,12203 desvio-padrão: 0,000048 0,000047 0,000051 0,000047 0,000024 média: -0,155550 -0,151260 -0,153630 -0,151220 -0,15228 0,000095 0,000045 0,000044 0,000043 0,000024 média: -0,308180 4 5 desvio-padrão: 10 -0,309880 -0,309010 -0,309410 -0,30911 0,000057 0,000052 0,000051 0,000084 0,000029 média: -0,475800 -0,479770 -0,478230 -0,479910 -0,47894 0,000092 0,000066 0,000062 0,000051 0,000032 média: -0,650060 -0,650810 -0,654350 -0,656400 -0,65317 desvio-padrão: 15 desvio-padrão: 20 desvio-padrão: 25 30 0,000067 0,000069 0,000054 0,000064 0,000031 média: -0,824210 -0,827180 -0,828410 -0,832280 -0,82803 desvio-padrão: 0,000090 0,000061 0,000064 0,000084 0,000036 média: desvio-padrão: -1,00877 4,31E-05 -1,00031 5,07E-05 -1,0017 1,34E-04 -1,00175 5,12E-05 -1,00411 0,000027 FONTE: O AUTOR, 2006. TABELA AP16 – VALORES DE TENSÃO MEDIDOS EM ENSAIO PARA A CÉLULA DE 0,25 mm DE ESPESSURA COM ENGASTE NA POSIÇÃO HORIZONTAL Peso Parâmetro (g) Medida 1 (mV) média: -0,056800 3 desvio-padrão: 0,000046 Medida 2 Medida 3 Medida 4 VC (mV) (mV) (mV) (mV) -0,072640 -0,083770 -0,078310 -0,07169 0,000045 0,000071 0,000040 0,000024 média: -0,07826 -0,06823 -0,07495 -0,07282 -0,07355 desvio-padrão: 0,000046 0,000044 0,000043 0,000059 0,000023 média: -0,131330 -0,111380 -0,114470 -0,109970 -0,11670 4 5 desvio-padrão: 10 0,000043 0,000043 0,000042 0,000041 0,000021 média: -0,302690 -0,274340 -0,271310 -0,266860 -0,27903 desvio-padrão: 15 0,000044 0,000053 0,000046 0,000042 0,000023 média: -0,444190 -0,430870 -0,426730 -0,430000 -0,43405 0,000043 0,000048 0,000067 0,000041 0,000024 média: -0,628610 desvio-padrão: 20 -0,646460 -0,611460 -0,619570 -0,62648 0,000042 0,000045 0,000042 0,000050 0,000022 média: -0,794520 -0,815810 -0,806440 -0,802980 -0,80398 desvio-padrão: 25 desvio-padrão: 0,000051 0,000067 0,000044 0,000068 0,000027 média: -0,96467 -0,95826 -0,95902 -0,96106 -0,96080 desvio-padrão: 4,64E-05 5,50E-05 3,98E-05 4,00E-05 0,000022 30 FONTE: O AUTOR, 2006. 97 Nas tabela AP17, P 18, AP 19, AP 29 E AP 21 estão os valores obtidos em calculo para determinar alguns erros e diferenças entres os valores obtidos em teste. As conclusão estão após as tabelas. TABELA AP 17 – HISTERESE DO MÓDULO SCC-SG01 COM A CÉLULA DE CARGA DE ESPESSURA 0,25mm CARGA FORÇA VC MÉDIO VD MÉDIO HISTERESE g N mV mV mV 5 0,04905 -0,0937 -0,0919 -0,0018 10 0,0981 -0,1220 -0,1230 0,0010 15 0,14715 -0,1523 -0,1522 -0,0001 20 0,1962 -0,3091 -0,3121 0,0030 25 0,24525 -0,4789 -0,4795 0,0005 30 0,2943 -0,6532 -0,6555 0,0023 35 0,34335 -0,8280 -0,8303 0,0023 FONTE: O AUTOR, 2006. TABELA AP 18 – RETA DE DE LINEARIDADE DA CÉLULA DE 0,25mm DE ESPESSURA Carga (g) Força Tensão Medida Tensão Estimada Diferença (N) (mV) (mV) (%) Incerteza de Medição absoluta relativa 3 0,0294 -0,0092 -0,0151 64% 0,015 mV -98% 4 0,0392 -0,0193 -0,0447 131% 0,014 mV -31% 5 0,0491 -0,0622 -0,0743 19% 0,013 mV -18% 10 0,0981 -0,2930 -0,2224 -24% 0,011 mV -4,7% 15 0,1472 -0,3397 -0,3704 9,1% 0,010 mV -2,6% 20 0,1962 -0,5284 -0,5185 -1,9% 0,011 mV -2,2% 25 0,2453 -0,6807 -0,6665 -2,1% 0,015 mV -2,2% 30 0,2943 -0,7940 -0,8146 2,6% 0,019 mV -2,3% FONTE: O AUTOR, 2006. TABELA AP 19 – HISTERESE DO MÓDULO SCC-SG01 COM A CÉLULA DE CARGA DE ESPESSURA 0,45mm CARGA FORÇA VC MÉDIO VD MÉDIO HISTERESE g N mV mV mV 5 0,04905 -0,0900 -0,0899 0,0000 10 0,0981 -0,1900 -0,1910 0,0011 15 0,14715 -0,2818 -0,2797 -0,0021 20 0,1962 -0,3610 -0,3617 0,0008 25 0,24525 -0,4532 -0,4519 -0,0013 30 0,2943 -0,5365 -0,5374 0,0008 35 0,34335 -0,6278 -0,6275 -0,0003 40 0,3924 -0,5360 -0,5357 -0,0003 45 0,44145 -0,7938 -0,7959 0,0020 50 0,4905 -0,8810 -0,8816 0,0005 55 0,53955 -0,7036 -0,7291 0,0255 60 0,5886 -1,0429 -1,0443 0,0014 FONTE: O AUTOR, 2006. 98 TABELA AP 20 – CÁLCULO DE DIFERENCIAL DE TENSÃO DEVIDO A UMA DEFORMAÇÃO ESTIMADA ∆V Carga Deformaçãoe DIFERENÇA ∆VC MEDIDA Força (N) CALCULADA (g) (m/m) % (mV) (mV) 5 0,04905 7,9043E-05 -0,100 -0,090 -10% 10 0,09810 1,4047E-04 -0,178 -0,190 6% 15 0,14715 2,0154E-04 -0,256 -0,282 10% 20 0,19620 2,6262E-04 -0,334 -0,361 8% 25 0,24525 3,2369E-04 -0,411 -0,453 10% 30 0,29430 3,8477E-04 -0,489 -0,537 10% 35 0,34335 4,4584E-04 -0,566 -0,628 11% 40 0,39240 5,0692E-04 -0,644 -0,536 -17% 45 0,44145 5,6799E-04 -0,721 -0,794 10% 50 0,49050 6,2907E-04 -0,799 -0,881 10% 55 0,53955 6,9014E-04 -0,876 -0,704 -20% 60 0,58860 7,5122E-04 -0,954 -1,043 9% FONTE: O AUTOR, 2006 TABELA AP 21 – RETA DE LINEARIDADE DA CÉLULA DE 0,45mm DE ESPESSURA Tensão Tensão Incerteza de Força Diferença Medida Estimada Medição (N) (mV) (mV) (%) absoluta relativa 0,0491 -0,0896 -0,1053 17% 0,007 mV -6,9% 0,0981 -0,1905 -0,1925 1,1% 0,006 mV -3,4% 0,1472 -0,2710 -0,2797 3,2% 0,006 mV -2,0% 0,1962 -0,3744 -0,3669 -2,0% 0,005 mV -1,4% 0,2453 -0,4623 -0,4541 -1,8% 0,004 mV -1,0% 0,2943 -0,5378 -0,5413 0,7% 0,004 mV -0,7% 0,3434 -0,6413 -0,6285 -2,0% 0,004 mV -0,6% 0,3924 -0,7361 -0,7157 -2,8% 0,004 mV -0,6% 0,4415 -0,8035 -0,8029 -0,1% 0,004 mV -0,5% 0,4905 -0,8956 -0,8901 -0,6% 0,005 mV -0,6% 0,5396 -0,9766 -0,9773 0,1% 0,006 mV -0,6% 0,5886 -1,0580 -1,0645 0,6% 0,006 mV -0,6% 0,6377 -1,1340 -1,1517 1,6% 0,007 mV -0,6% FONTE: O AUTOR, 2006 Observando estas tabelas é possível perceber que não ocorreu uma histerese devido a variação de cargas aplicadas, os valores de tensão inicial continuaram os mesmos. A repititividade também foi à mesma não houve alterações de variação de tensão, significativa para as duas células, também um acréscimo de tensão de aproximadamente 10% da medida para a calculada, este dado foi observado para ambas as células, e a curva de linearidade com um erro considerado pequeno para as duas células de carga. 99 APÊNDICE 8 – CALIBRAÇÃO Este teste foi realizado no laboratório de Fluido Mecânica com a célula de carga engastada no suporte, na mesa móvel e no túnel de vento, sem controle de temperatura, para que fosse imitado o funcionamento dela. A temperatura média para a calibração das duas células de carga foi de 26,6ºC. Os resultados encontrados estão na tabela AP31 para a célula de espessura de 0,25mm, e na tabela AP32 para a célula de carga de 0,45mm. Os gráficos da reta e da incerteza para cada célula estão demonstrados na figuras AP10 e AP11. FIGURA AP 10 – RETA OBTIDA PELA MEDIÇÃO DOS DADOS NA CALIBRAÇÃO DA CÉLULA DE 0,45 MM DE ESPESSURA 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,0 TENSÃO (mV) -0,2 -0,4 -0,6 -0,8 -1,0 -1,2 FORÇA (N) FONTE: O AUTOR, 2006. FIGURA AP 11 – RETA OBTIDA PELA MEDIÇÃO DOS DADOS NA CALIBRAÇÃO DA CÉLULA DE 0,45 MM DE ESPESSURA 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 TENSÃO (mV) 0,0 -0,1 -0,2 -0,3 -0,4 -0,5 -0,6 -0,7 -0,8 -0,9 -1,0 FORÇA (N) FONTE: O AUTOR, 2006. 0,25 0,30 0,35 100 Os valores de desvio padrão, da inclinação da reta de ajuste, da intercepções da retas ajustadas estão na tabela AP22 TABELA AP 22 – VALORES DE INCLINAÇÃO E INTERCEPÇÃO DA RETA DE LINEARIDADE Valores Dados Célula 0,25mm Célula 0,45mm Inclinação -3,0410 mV/N -1,7778 mV/N Intercepção 0,0018 mV -0,018 mV Desvio padrão da reta ajustada FONTE: O AUTOR, 2006. 0,0063 mV 0,0064 mV Nas Figuras AP12 e AP13 estão demonstradas a reta real da calibração e a reta estimada para calculo de força de arrasto. A primeira é da reta da célula de carga 0,45mm e a segunda é da reta da célula de carga de 0,25mm de espessuras. FIGURA AP12 – COMPARAÇÃO DA RETA ESTIMADA E RETA REAL PARA A CÉLULA DE CARGA DE 0,25MM DE ESPESSURA FONTE: O AUTOR, 2006. FIGURA AP13– COMPARAÇÃO DA RETA ESTIMADA E RETA REAL PARA A CÉLULA DE CARGA DE 0,45mm DE ESPESSURA FONTE: O AUTOR, 2006. 101 Nas figuras AP12 e AP13 observa-se a variação entre a reta estimada que determina a resposta das células de cargas e a reta real medida. E também demonstra os pontos de maior desvio ocorridos na calibração. Os resultados de força de arrasto medidos para conferir a curva de linearidade para os modelos não foi satisfatório houve uma grande diferença entre os calculados e os medidos, devido a algum erro no calculo da área de projeção e também do formato do modelo que não possuem saídas de ar e características de escoamento de ar iguais a um automóvel real, um dos fatores observados no modelo do Volkswagen fusca é que o modelo não possuI vidros nas portas laterais, isto provocava um ganho de força para a medição de força de arrasto. Já os medidos com os cilindros padrões com a célula de 0,45mm também possuíram uma grande diferença, sendo esta diferença em torno de 25% do valor calculado, esta diferença aplica-se tanto para os modelos como para os cilindros em ambas as células, este erro é um erro sistemático que um dos fatores é a diferença de altura da base deslizante e do piso do túnel de vento que provoca um acréscimo na força medida, uma provável solução é deixa o a parte superior da bancada deslizante abaixo ou sem diferença com a base da seção de teste do túnel de vento.