FERNANDA MARIA DE CASTRO PAULA A FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE RESGATE ETNICO-SOCIAL COMUNIDADES AFRO-DESCENDENTES DO FEIXO E DA RESTINGA MUNICIPIO DA LAPA Curitiba 2008 NAS NO FERNANDA MARIA DE CASTRO PAULA A FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE RESGATE ETNICO-SOCIAL COMUNIDADES AFRO-DESCENDENTES DO FEIXO E DA RESTINGA MUNICIPIO DA LAPA NAS NO Monografia apresentada como requisito parcial para obtenyao do grau de Especialista em Historia e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educayao e Ayoes Afirmativas no Brasil pela Universidade Tuiuti do Parana - UTP em parceria com Instituto de Pesquisa da Afrodescendencia - IPAD. Orientador: Prof. Mestre Geraldo Luiz da Silva Curitiba 2008 AGRADECIMENTOS Aos Professores do curso. Ao grupo de trabalho CI6vis Moura. E em especial as comunidades do Feixo e da Restinga. e 8em passado, impossivel a uma sociedade entender e lapidar 0 rosto do presente e projetar 0 futuro. Fernanda Maria de Castro Paula RESUMO o presente trabalho teve por objetivo analisar 0 produto do projeto "Comunidades do Feixo e da Restinga: heranya dos afro-descendentes da Lapa", na qual se realizou uma pesquisa etnografica e uma oficina de fotografia para os adolescentes. Para tratar desse processo integrado elaborou-se um referencial te6rico a partir do conceito de Antropologia, Antropologia Visual e Fotografia em consonancia ao processo hist6rico e cultural dos afro-descendentes. A partir da observayao participante, 0 projeto visou proporcionar aos alunos um olhar para 0 passado e 0 presente e com isso pensar 0 futuro de sua vida social. 0 projeto teve no primeiro momenta a percepyao de que a comunidade e constituida por afro-descendentes e com isso desenvolveu ay6es afirmativas que se traduziu na sequencia de aulas sobre a hist6ria da comunidade, cultura africana, interpretayao de imagens e tecnicas fotogn'ificas. Nesse contexto 0 material produzido assume uma linguagem comunicativa em sincronia com as comunidades do Feixo e da Restinga 0 que possibilitou a analise e ediyao das fotografias. Palavras-chave: Visual Comunidades - Afro-descendentes - Fotografia - Antropologia SUMARIO 1. INTRODU<;AO.. 2. FUNDAMENTA<;AO TEORICA 2.1. OS MOVIMENTOS PARA UMA CONSCIENCIA NEGRA 2.2. A FORMAC;;AO DE UMA CLASSE MEDIA 3. ANTROPOLOGIA 3.1. ANTROPOLOGIA VISUAL 3.2.0 OLHAR FOTOGRAFICO 3.3. 0 OLHAR SOCIAL PARA AS PESSOAS NEGRAS 4.FOTOGRAFIA - DOCUMENTO E ARTE 4.1. TECNICAS FOTOGRAFICAS 5. PROJETO COMUNIDADES DO FEIXO E DA RESTINGA: HERAN<;A AFRO-DESCENDENTES DA LAP A 5.1. PLANO DE ATIVIDADE 5.2. OFICINA DE FOTOGRAFIA 5.3. AVALlAC;;Ao DO TRABALHO REALIZADO CONSIDERA<;OES FINAlS REFERENCIAS 10 12 14 16 19 22 25 27 30 31 DOS 34 36 38 41 51 53 10 1. INTRODUC;;AO o fotogratico presente trabalho desenvolvido tem por objeto fazer a leitura junto as Comunidades e analise de afro-descendentes do projeto do Feixo e da Restinga no municipio da Lapa, Estado do Parana. Para que tal proposta se efetive sera preciso situar a importancia na vida comunitaria historica-critica, e seus valores no contexte da evolu9ao sobre a forma em que a comunidade com suas caracteristicas social, evoluiu, da imagem por analise porem permanece culturais. o desenvolvimento de um trabalho com base em identidade e fotografia tem por principio a analise de fatores intervenientes no processo de inclusao social que passou 0 povo africano no pais e tambem orienta9ao de profissional e seus descendentes a pratica fotografica, tanto no tocante ter por base a ao equipamento como olhar analitico para 0 objeto a ser fotografado. o primeiro principios aspecto sintetizado nas possibilidades e tra90s identitarios - notadamente de apreensao aqueles de natureza dos valores, etno-cultural intermedio da fotografia e, nisso, 0 dialogo entre a fotografia e a antropologia o segundo aspecto trata do apego dos jovens participantes suas tradi90es, independente dos apelos veiculados por visual. do projeto as pelos meios de comunica9ao de massa. o ate de se reconhecer parte de uma comunidade esta na liga9ao afetiva e ao prazer de conhece-Ia historicamente e fazer parte de seu presente e futuro. Neste senti do, pode-se avaliar a importancia do trabalho realizado junto as comunidades do Feixo e da Restinga da Lapa em luta con stante pelo direito de viver em terras 11 herdadas viva 0 e dar continuidade sentimento Assim, fotografias elucidativa que ao longo do tempo manteve de liberdade e dignidade humana. se taz produzidas necessario por uma do desenvolvimento Sao a uma comunidadt esses observar 6tica as quest6es metodol6gica, sobre entendendo-a a leitura como das forma social. aspectos, elaborayao do presente trabalho. entre outros, que encontram relevancia para a 12 2. FUNDAMENTAC;:.1i.O TEORICA A historia do Brasil se construiu adotar a escravidao humana sob princfpios como mao-de-obra colonizador portugues langa mao julgamento, 0 qual seja, escravizar civilizatorios para a produgao. de um expediente pessoas excludentes que ao Para tanto, 0 0 livra de qualquer de etnias e cultura diferentes e neste caso 0 africano pareceu ser 0 ideal, de boa saude e resistentes ao esforgo ifsico. o cerceamento do direito a liberdade nem sempre e uma coisa simples, pois os grupos de africanos vendidos no Brasil como mao-de-obra principalmente nas fazendas e mineragao possuiam para cultura 0 trabalho bragal, e organizagao social, alem de uma historia milenar. A primeira etapa para a extinguir quaisquer lagos condicionamento 0 afetivos que foi a separagao familiar de maneira poderia remeter a alguma forma de organizagao. Em seguida foi a religiosos e a consequente Para 0 Cristianismo condigao religiosa, ao ter que assumir nomes proprios perda da identidade dada pelo nome proprio e de familia. esse fato foi importante, possibilitando 0 aumento de almas cristas. Assim, Cristianismo, sua religiosidade portugues segundo incompreensao, entender 0 colonizador Pereira depreciando organizagao desse povo". (2000) preocupado "difundiram a cultura e os valores e, portanto, acreditando com uma a ideologia do africano, num expansao caos calcada do na sem procurar e ausencia de 13 Finalmente, controle com utilizou-se e constituiyao Ferreira (2002) de estrategias violentas de urn padrao humano "a colonizayao e exclude!ltes, considerado brasileira loi visando desejavel. marcada por 0 De acordo concepyoes enraizadas na busca da ordem e na eliminayao da ambivalencia". o resultado dessas ayoes empreendidas para controle do povo alricano em solo brasileiro permitiu no inicio do seculo XX, a disseminayao assimilayao. de uma ideologia de Essa ideologia segundo Munanga (2004), Difundiu a ideia de que os descendentes dos africanos e os indios so poderiam ascender socialmente na condi(:ao de se apropriarem dos valores dominantes, isto e, incorporando elementos da tradi(:ao europeia, em detrimento da propria cultura, numa busca pelo embranquecimento. Eo preciso entao observar 1888 liberta alricanos devolvem a identidade, cultura e organizayao e seus que a assinatura descendentes da escravidao, contudo, nao social das quais ouviram falar somente em historias. toma-se que sem memoria de sua real ancestralidade brasileira determina 0 termo uma soluyao para 0 afrodescendente e marcado pela condiyao negro como sin6nimo de escravo. de povo sem cultura, religiao e identidade. Assim, a cor da pele assume uma nova lunyao que e destacar a inlerioridade social das pessoas. A discriminayao Ihes ate porque 300 anos de cativeiro pouco Ihes restava de uma A ideia de embranquecimento E a sociedade da Lei Aurea em 13 de maio de pela cor e percebida ern frases populares, social tais como: "negro de alma branca"; "ele e preto mais e born". Alem de que 0 torn da pele passa por uma gradayao, ou seja, negro ou preto, pardo, mulato, "cor de jambo", "cor de burro quando loge" ou ainda pessoa de cor. 14 o branqueamento do povo antes escravo torna-se urna questao politic3. pois o pais nao quer ser reconhecido como urn pais de constituic;;ao rnestic;;a e por isso ocultar toda uma populac;;ao de cor torna-se evidente. Ao fim da escravidao negra fortalece-se negac;;ao de valores e elementos a capoeira e o 0 a ausencia culturais desenvolvidos de identidade corn a no Brasil, como exemplos, Candornble, coisas de negros desocupados. ideal de embranquecimento ffsico nao deu tanto resultado, mas corno cita Munanga (2004), A ideologia proveniente desse processo hist6rico foi mantida no imaginario coletivo brasileiro, tanto daqueles considerados negros quanto dos brancos e mesti<;os, de maneira que todos compartilham dos mesmos estere6tipos; prejudicando 0 ideal dos movimentos sociais na busca pela produ<;ao critica de uma identidade afrodescendente. 2.1. OS MOVIMENTOS As questoes PARA UMA CONSCIENCIA sobre a rnestic;;agem no Brasil extrapolarn que, de forma velada sernpre ocorreram, urn pais de preconceito econ6rnico ernbora 0 Brasil nao tenha assumido racial e que haveria so mente ser uma diferenc;;a de poder as diferenc;;as. fato e que os acessos a empregos bloqueados conseguidos terrninavam aos rneios sociais e por que os negros nao erarn afeitos ao trabalho ou aos estudos e que se estabeleceram o NEGRA ao Iongo da historia sernpre estavam e escolarizac;;ao forarn discretarnente do povo brasileiro na linha de cor negra. da subserviencia Os empregos e na escola poucos as series iniciais. Os enfrentarnentos as dificuldades surgirarn at raves de rnovirnentos que se iniciaram para ern ac;;oes coletivas trac;;arem levantamentos negros historicos sociais 15 de um povo que ja teve sua propria identidade e que necessitaria ser resgatada para que ent8.o as novas geragoes dela se valessem. A identidade permite que 0 indivfduo se perceba como tom an do posse da sua realidade individual e, portanto, consciencia A identidade depende da diferenciag8.o que se faz entre sujeito unico, de si mesmo. 0 "eu" e 0 "outro". Passa-se a ser alguem quando se descobre 0 outro porque, desta forma, e possfvel adquirir termos de comparag8.o que permitem 0 destaque das caracterfsticas proprias de cada um e conseqOente valorizag8.o. Os primeiros movimentos culturais com enfoque na busca de uma identidade negra surgiram no infcio do seculo dezenove em pafses das Americas, Estados Unidos da America, uma busca e revalorizag8.o africanas, crioulas e populares. Esses movimentos foram suscitados Revolug8.o Francesa (1789) de liberdade, fratemidade o associa-se movimento das Haiti, Cuba e rafzes pelos termos da e igualdade. cultural que inicia uma nova vis8.o sobre as questoes ao trabalho reivindicativo culturais de um grupo de estudantes negras africanos em Paris (1930), sendo dentre eles Aime Cesaire, da Martinica, escritor e poeta que cunhou 0 termo Negritude (Garrido, 2000). Negritude tornou-se um conceito, 0 qual seja "conjunto mundo negro" e de acordo com Garrido (2000) caracterfsticos de novos valores do do homem negro: homem negro Eo essencialmente religioso e cultural, ritual e celebrante, porque para ele existe um ente supremo, 0 "sagrado", que e 0 verdadeiro real; - 0 homem negro e simb6lico, porque 0 seu mundo e 0 mundo das imagens e do concreto, todas as realidades materiais, visiveis e imediatas sao anunciadoras e portadoras de outras realidades. 0 homem negro e 0 hom em de cora,ao, porque, para alem do corpo, da for,a vital, da habilidade, do entendimento e de todas as outras qualidades humanas, e ainda pelo cora,ao que 0 homem se define, que 0 homem vale e e julgado; para usar a categoria de um proverbio africano: "0 cora,ao do homem e 0 seu rei". - 0 o negro, portanto, tem alma, sensibilidade igualmente como pessoa independente e racionalidade 0 que 0 define da cor, do grau de escolaridade ou 16 financeira. Com isso "Negritude" ra<;:as tinham movimento lugar neste teve tambem foi um movimento universo capital civilizacional importancia humanista, de porque inspira<;:ao do para a Africa, todas as homem. 0 po is motivou a sua descoloniza<;:ao. No Brasil os movimentos houve passeatas Estados de negritude nao obtiveram ou enfrentamento Unidos da America forma ate silenciosa policial como os de Martim na decada construiu-se espa<;:o na mfdia e nem de sessenta do seculo Luther xx. King nos Contudo, de uma pressao social, tanto no mundo do trabalho como nos direitos a escolariza<;:ao e a dignidade. 2.2. A FORMAC;Ao DE UMA CLASSE MEDIA A classe media e um nivel socioecon6mico presente no capitalismo fruto do processo da industrializa<;:ao que se convencionou de um poder aquisitivo, se formas variadas pertencimento sustentam tratar como possuidora de um padrao de vida e de consumo nao apenas suprir suas necessidades de sobrevivencia de lazer e cultura. as classes superiores necessariamente razoava, de forma a como tambem a permitirem- Evidentemente que nao se trata ainda de com alto poder aquisitivo, pelo trabalho. modemo A ideologia ou seja, que nao se da classe media esta na condi<;:ao de oferecer aos filhos um presente e um futuro melhor que 0 passado em um contexto historico que A partir da decada sensivel aumento 0 sujeito avalia (wikipedia, 2008). 1990 a sociedade de ascensao negra brasileira a classe media patroes; na decada de 1980 os negros representaram representam se defronta representando 22% dos 10% dos patroes. Atualmente, um tergo da classe media do pais, movimentam por ana e 35% possuem nivel superior (Veja, 1999). com indices de 50 bilhoes de reais 17 Em entrevista a Revista Veja (18/ago/1999) 63 an os comenta sobre as dificuldades carreira destinada a elite brasileira. Medicina do Triangulo em cancerologia 0 cirurgiao que enfrentou Foi 0 plastico Odo Adao de por ser negro e almejar uma primeiro negro a estudar na Faculdade de Mineiro. E foi um dos primeiros negros a fazer especializa9ao no exterior (Houston, Estados Unidos da America). A constata9ao da exist€mcia de uma classe media negra demonstra possivel mudar 0 cenario socioeconomico que e brasileiro que ate 0 ana 2000 apresenta a seguinte situa9ao. Tabela 1 - Distribui9ao das familias por classe de rendimento per capita,segundo a cor do chefe (em %) Brasil - 1999 medio mensal familiar Familias segundo a cor do chefe Classes de Rendimento Branca Preta Parda Ate 1/2 salario minima 12,7 26,2 30,4 Mais de 1/2 salario minima 20,0 28,6 27,7 Mais de 1 a 3 salarios minimos 37,3 31,1 27,7 Mais 3 a 5 salarios minimos 11,1 4,3 4,4 14,1 3,4 3,2 Mais de 5 salarios minimos Fonte: IBGE. Sintese de Indicadores Sociais, 2000. Elabora<;ao: DIEESE A realidade socioeconomica demanda investimento o sistema ao ensino demonstra que a ascensao dos negros no Brasil na educa9ao e trabalho. de cotas criados no pais para os afro-descendentes superior, embora tenha recebido exemplo, "tirar vagas de quem tem competencia criticas das mais terem acesso diversas, e condi90es de estudar', como ou "todos sao iguais", entao para que cotas. 0 fato e que houve maior incentivo as carreiras de nivel superior e maior aceita9ao do trabalho das pessoas negas. 18 Outro ato politico de repercussao janeiro de 2003 que inclui no curriculo moral foi a promulgayao da Lei 10639 de oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da tematica "Historia e Cultura Afro-Brasileira". Com isso 0 continente africano deve ser estudado nao somente como 0 local de onde vieram os escravos como tambem as nayoes africanas com suas historias milenares subjugado e dividido por interesse colonialista o Art. representativa da resistencia negra no seculo XIX foi europeu. 79-B da Lei determina que 0 calendario novembro como "Dia Nacional da Consciencia e que, escolar inclua 0 dia 20 de Negra". Data que reverencia a figura a escravidao por Zumbi dos Palmares. As politicas afirmativas trayadas pelo Govemo visam possibilitar social de uma populayao que ate entao lutou so e silenciosamente a inclusao por seus direitos de cidadania. A compreensao construyao dos fatores que motivaram a escravidao de um povo e a de uma nova etnia em solo brasileiro passa necessariamente visao antropologica do processo de construyao por uma de valores em uma sociedade. 19 3. ANTROPOLOGIA o condi9ao surgimento humana de uma nova ciencia a Antropologia do povo africano toma possivel avaliar a no final do SElcUlo XIX com a partilha de seu territ6rio entre os povos europeus e poe fim a soberania africana. As a<;:oes dos pesquisadores que se transforma 0 neste novo cenario de ocupa<;:ao colonial em proprietario representa<;:ao primitiva em servi<;:al e ainda da ra<;:a humana, passivel recebeu 0 designa Os te6ricos deste periodo regra basica da etnografia (GAMBINI, estavam do seculo XIX entendem A pesquisa 0 que teoria que 1988) em seus laborat6rios a observa<;:ao presencial, coletados e escritos por viajantes ou administradores trabalho administrativo como por ser tinham por objeto a evolu<;:ao dos povos nao europeus, nome de evolucionismo. sem seguir uma na realidade analisavam dados (Pessoal europeu destinado ao nas novas colonias). etnogratica transforma a antropologia particulares caracteristicas evolucionista 0 de ser pesquisado ancestral do homem civilizado. Alias os pesquisadores seus trabalhos mais de classificar cientifica adotada em uma ciencia por Malinowski em estudar as 16gicas de cada cultura. Com isso ha um rompimento com a tese culturas presas no tempo com credos como religiosos preocupada in Saiman(1995) selvagens pagaos ou primitivas. passiveis de exterminio serem cat6licos. Contudo, imaginar tambem que uma sociedade ser, pois suas institui<;:oes cumprem 0 papel de satisfazer De pessoas por nao e boa quanta pode as necessidades e no minima utopia. Os primeiros pass os da Antropologia as pessoas tin ham de tentar compreender 0 dao a dimensao diferente e 0 da necessidade pior de rejeita-Io. que 20 A rejeiyao do diferente ou daquilo que supoe-se diferente por preconceito prepotencia social fez com que 0 movimento ser humano, com a escravidao, subjugayao colonial se degradasse ou ao maximo 0 ffsica e a destruic;:ao de sua identidade cultural. No Brasil colonia os jesuitas, segundo Gambini (1988) "nao salva ram a alma do indio ao promovem a catequizayao, mas destruiram sem sentido. A aculturac;:ao ou evoluyao abandonar toda sua estrutura social determinavam de vida, ou seja, morar resultado total indigencia disso foi pouco satisfatorio; vivendo entre sua ancestralidade de esmolas do govemo e "costumes em palavras que 0 indio deveria e vender sua hoje se ve tribos aculturadas em produc;:ao com isso mudou-se os codigos de sociabilidade o seu espirito" em casa na tribo. e da propria sociedade, dos brancos". divididos E mesmo com todo 0 discurso de inclusao social ainda sao vistos como "coisas" raras. 0 interessante disso e que os brasileiros nao se dao conta da propria historia etnica miscigenada. A compreensao da propria outra, ou seja, a identificayao identidade e sempre identidade acompanha a resultante social vincula-se a diferenciayao de um processo na relayao na medida no interior com em que a de uma situayao relacional,e pode evoluir se a situac;:ao relacional mudar( CUCHE, 1999). As situayoes relacionais afirmayao ou por imposiyoes no Brasil passam de identidades. de uma cultura preexistente. tinham estabelecida, convivio com a natureza estranheza. crenyas incompreensivel processos Isto porque a colonizac;:ao territorial deu por subjugayao uma cultura por constantes de se Os indios viviam em sociedade e valores, habitos para os europeus alimentares que os olharam e um com 21 o trabalho a principio destinado fazer laboral e com isso novamente com isso sofreram exterminio, 0 a esse povo demonstrou foram definidos a inaptidao como selvagens ao indolentes e alias uma situac;:ao 6bvia ja que nao serviam para nada. Neste ambiente de hostilidade as diferenc;:as 0 negro africano ao trabalho, mas de forma diferente dos imigrantes e submetido brancos que para a terra brasilis tambem acorreram em busca de trabalho. Os imigrantes, cultura e 0 trabalho embora brancos, solreram em terras Contudo, nao loram espoliados comunitarios tao diferente com a diversidade em sua estrutura em suas identidades, de exposic;:ao cultural e puderam ao contrario cUltua-las de uma nova daquela nativa. criaram espac;:os livremente, ate mesmo 0 culto protestante loi acolhido em solo Cat61ico Apost61ico Romano. A comparac;:ao no tratamento visualizar as contradic;:6es nomenclaturas: se dominante/dominado; inciuidos/excluidos. trabalhadores que as etnias que se instalaram No entanto, assalariados ope ram em classe as pessoas sociedade baixa; que recebem que perdem a dignidade no pais permite sob diversas populac;:ao carente; tais classilicac;:6es luncional sao por serem aviltados pel a ma divisao de rendas. A ma divisao processo territoriais. de rendas, em geral, se observa Colonial em que a tonica explorat6ria em paises de loi a extrac;:ao dos bens materiais Neste sentido, a espoliac;:ao ten de a estigmatizar ou seja, uma identidade negativa. (CUCHE, 1999) originarios os grupos minoritarios, 22 A defini9ao referencia como diferentes "que os majoritarios em rela9ao constituem, a referencia segundo os minoritarios 0 autor e a reconhecem para si apenas uma diferen9a negativa." As comunidades ligadas a a aceita9ao e outros. A identidade etnicas com identidade interioriza9ao negativa identifica9ao constata-se e vergonhosa e rejeitada 0 trabalho por em maior ou menor grau as diferen9as antropol6gico estao no poder se estiver investiga9ao de identidade etnica e possivel se utilizar de mecanismos 3.1. ANTROPOLOGIA e sao de diferen9a negativa. que em sociedade e, por conseguinte sao dominadas de uma imagem de si mesmos construida como uma tentativa de diminuir os estere6tipos Assim, negativa voltado de a visuais. VISUAL Contar a hist6ria Ocupa90es de estudiosos da interessados obras naturais e daquelas construidas e com isso e preciso humanidade considerar nos misterios tem sido uma de homem. das As leituras pelo homem foram exaustivamente que a vida do homem grandes das revisadas pode ser visto ate em pequenos detalhes. Por isso nao somente 0 texto escrito foi capaz de retratar a vida social e sua evolu9ao, mas principalmente o problema que fatos sejam interpretados Jeca Tatu representando a arte desvendou hist6rias do passado. esta na forma como as classes e perpetuados 0 caboclo indolente, dominantes desejam no imaginario da na9ao. A imagem do pregui90so e com vermes, fez parte da cultura brasileira. o negro acorrentado ao tronco, imagem simbolo viva na cultura brasileira principalmente da escravidao permanece quando se observa que os salarios de 23 trabalhadores negros ainda sao populac;:ao branca que trabalhava menores que tinha rendimento os dos brancos. 1999 a "Em medio de cinco salarios minimos. Pretos e pardos alcanc;:avam menos que a metade disso: dois salarios" IBGE (2008). Essas significativa informac;:6es confirmam desigualdade a existencia de renda entre brancos, e a manutenc;:ao pretos e pardos de uma na sociedade brasileira. o problema e quando se usa uma imagem repressao como expressao verdadeira o tratamento emprestado atualidade 0 comumente observador ser icone aos elementos visuais descolado de nao mais se envolve total mente com 0 do observador. meio ambiente, silvicola ou quilombola sua vida com a natureza. externo sao detalhes que nao seriam nem notados, vivem em centros urbanos de caracteristicas Se um pesquisador como necessario po is busca a interac;:ao Para tanto, precisa fazer as leituras e observar os detalhes que 0 cerca para proteger-se. de Na lida apenas com partes do esquema que estuda. total com seu ambiente de forma a harmonizar pessoas uma visual. visual pode facilitar a visao de conjunto Um indivfduo de uma comunidade observador de de um povo: todo negro e escravo. realidade dificulta a propria aceitac;:ao da antropologia A antropologia que deveria determinada Para 0 afinal em geral as diversas. que pretenda fazer considerac;:6es sobre a identidade comunidade se a utilizac;:ao de equipamentos expressao facial e aspectos f1sicos. aceita perante que registrem seu em detalhes, torno e faz-se por exemplo, 24 o reconhecimento de multimeios a como complementos Etnografia tem-se firmado nos meios cientrficos. Contudo, segundo Samain e Solha (1987) multimeios, a monografia ainda assumem papel coadjuvante Dentre os equipamentos a fotografia do pesquisador. tem side uma parceira antrop610gos e como coloca Loyola (1987) "0 fotografo, constante de como um artista, trabalha com a imagem e com a emoyao; 0 antrop610go como um cientista, com a palavra e com a razao." A definiyao, Fotografia e uma por conseguinte de Edwards (1995) publicayao que contempla a significancia de que "Antropologia e e relevancia das imagens fixas." o etnogrcifica pesquisa, trabalho fotografico se 0 projeto um elementos temporal de fotografias em suas duas dimensoes: A dimensao ter papel significativo em que 0 visual ou paisagfstica na pesquisa seja a tonica e com isso revelar da aos detalhes que poderiam passar despercebidos. A interpretayao vincula-se contiver seja ela comparativa olhos do pesquisador pode segundo Edwards (1995) depende do contexte a intelectual e a polftica. intelectual a relaciona-se ao poder que se estabelece percepyao na comunidade do outro pesquisada. da vida social nas relayoes de poder. A percepyao do contexto E e a polftica a verificayao e fundamental para a analise de fotografias no trabalho antropol6gico. A fotografia ao ser utilizada na Antropologia com as diferentes culturas. 0 problema analftica quando se avalia a fotografia o que e fotografavel. e deve ser interpretada compreende-Ia uma parcialidade de acordo em sua complexidade cultural, um conceito sobre 25 E a problematica tambem Edwards se fotografia que segundo presente." Ela preserva um fragmento apresenta no rnovimento "13 do passado, (1995) temporal contudo tambem do passado que 13 transportado da 13 do em aparente totalidade para 0 presente. Para Barthes (1984) uma vez: a fotografia "0 repete que a fotografia a infinidade reproduz mecanicamente 0 que jamais ocorreu apenas poderia ser repetido existencialmente." De qualquer forma, sendo passado ou presente ao aprisionar 0 tempo a lotografia espelha a verdade como uma analogi a da realidade. E esta 13 uma de suas potencialidades diluido num destacarem vasto transcendencia um aspecto campo de visao, particular da realidade explicitando assim que se en contra a singularidade e a de uma cena. 3.2. 0 OLHAR FOTOGRAFICO Em um projeto que se pretende utilizar a fotografia como 13 preciso ter alguns cuidados com a tecnica fotografica, hist6rico Napolitano (1995) "a lotogralia 13 tanta da toto que transforma passamos representac;:ao, como se f6ssemos em cena a conduzir legitimados 0 documento po is conforme que vivemos: a eficacia social nossas vidas na lembranc;:a da pelo registro do acontecimento". A foto passa a ser a garantia final de que um fato realmente aconteceu. Um procedimento momentos recolocando inicial para a utilizac;:ao de fotografias de vida, ou seja, mostrar as caracteristicas como registro de das mensagens fotograficas, suas condic;:6es de produc;:ao tecnica, seu objeto de referencia, seu 26 veiculo original, a intencionalidade que esta por tras do documento e seu impacto socio-historico. Quando se com poe uma cena, tem que se ter em conta 0 ponto de vista, a forma da imagem, a zona de maior interesse, que tipo de objetivo deve se ampliar. "Fazer" uma Fotografia nao e mesmo que "tirar" uma fotografia. 0 mais nada, 0 fotografo que "faz" fotografia e um fotografo-autor, ou nao na instantaneidade de uma fotografia; suas imagens. (DESILETS, 1971). Fazer uma fotografia supoe Antes de que pode acreditar por isso ele criara integral mente as que se visa e que se dispara intervenyao ffsica por parte do fotografo que se transforma sem em testemunha outra visual da cena. As qualidades essenciais de quem faz fotografia consistem, possuir uma grande sensibilidade para tudo 0 que 0 entre outras, em rodeia, sentir a emoyao do momento, estar alerta para reagir a cenas diferentes. Assim, um projeto que tenha por foco a fotografia participante ao realizar suas tomadas fotograiicas seu olhar fotografico que determinara 0 e importante enquanto ex ito de um olhar critico. de imagem fotograiica lanyar um olhar para 0 passado numa busca da genealogia ayao humana, desencadeadora as relayoes decorrentes que se impoe um sentido Para uma tentativa de compreensao de transformayoes mundo e 0 ser, entre a natureza e sua admirada como do homem diversidade e a tecnica/tecnologia de reflexoes admirativas 0 de seu objetivo tematico, po is sera Sao os diferentes niveis de produyao da fotografia a mensagem fotografica. devera instrumentalizar da imagem e percepyoes e movimentos. e seus usos entre 0 Assim e desusos, ou mesmo criticas sobre a imagem tecnica e 27 mesmo seus antecedentes representacionais como 0 desenho e pintura, contendo paradoxos sentidos, inten~6es e desinteresses. A compreensao de elementos da fotografia depende tambem do conhecimento basicos da alte fotografica nao somente sobre tecnicas, sobre efeitos de acordo com a tematica que se pretende demonstrar. se faz necessario salientar a forma de olhar colonizador que se tem mas tambem Neste sentido, em rela~ao aos negros no Brasil. 3.3.0 OLHAR SOCIAL PARA AS PESSOAS Entre a imagem mentais psicologicas, e 0 imaginario que fabricam NEGRAS estabelecem-se sentido, verdades Cunha (2000) "0 quadro de Pedro Americo reproduzido Brasil determina a verdade do ato da Proclama~ao Eo vestimentas deste imaginario que se construiu rela~6es imagem no rotas feitas de saco, muitos de torso nu e musculosos, trabalho brayal e carregador de sacas. como cita nos livros de Historia do da Independencia a e correla~6es, e meias verdades, do Brasil." negro escravo, proprios para 0 28 lIustral<ao 1: Negros escravos no Seculo XIX As imagens de negros veiculados do papel do negro na sociedade seus donos e cayadores em livros didaticos demonstram brasileira ao trabalho Os period os que sucedem acentuadas por conseguinte 0 que transforma em her6is nacionais, em pessoas homenageadas, em que a voz de toda uma gerayao afro-descendente a mudanyas escravo, a reduyao a libertayao nao foi ouvida. dos escravos em 1888 nao assistiram na imagem do negro, ainda nao considerado sem cidadania. ser visto em subempregos, Este perfil amorfo 0 transforma sem direitos. periodo E mesmo formal seu salario seria menor que de seu colega quando branco. brasileiro e, em paria social e vai conseguia emprego A vida das gerayoes libertas assumiu carater de luta elo direito a cidadania. Monteiro Lobato escritor do Sitio do Picapau Amarelo perpetua a imagem da negra submissa e "abobada" que embora nao seja mais escrava permanece "par 29 amor" servindo aos patroes. Interessante que na obra nao ha e sim de servidao por op<;:aona figura de tia Anastacia As Comunidades do Feixo e da Restinga, da Lapa, Estado do Parana, foram Porem, poucas familias conseguiram nao mais perde-Ias. exercer 0 contexto de trabalho (CUNHA, 2000). criadas por escravos libertos que tiveram a oportunidade filhos cultivarem. 0 de deixar terras para seus registra-Ias em seus nomes e Isto porque a toda uma imposi<;:ao legal para que possam nao direito a propriedade como aconteceu com os brancos imigrantes que receberam terras do govemo ja documentadas. Essas comunidades relatam que a quantidade de terras que Ihes restaram nao permite a sustento da familia e por isso sao obrigados a trabalharem em outras terras. A heran<;:a deixada, no entanto, tern feito com que as Comunidades se mantenham vivas nas suas tradi<;:oes, como a Con gada de Sao Benedito. A Congada de Sao Benedito constru<;:ao da identidade da comunidade vai alem de ser uma tradi<;:ao e a propria afro-descendente e, a nivel pessoal reflete urn constructo interne (SILVA, 2002). A luta do Rei do Congo contra a Rainha Ginga em que deixa a mensagem de bon dade e do perdao esta alem de simples representa<;:ao teatral, resignifica<;:ao de uma imagem que se pretende seja entendida e valorizada. mas e a 30 - I ........... r.:t:J •••••••••• .l~~~tt lIustra\iao E possivel observar 2: Congada que a roupagem rompe com a imagem escravo e surge 0 negro em luta que tem uma patria simbolizada Uma sociedade valores depreciativos economicas. escravocrata sentido de alma reconhecido branca; acaba por contaminar 0 imaginario ele e negro, mas e muito social 0 que em varias expressoes: legal". Ou seja, "ele mesmo ainda assim nao e um igual. Ao considerar a importancia da imagem no que tange a identidade grupo social e que se idealizou 0 projeto nas Comunidades 4. FOTOGRAFIA - DOCUMENTO Todo um contexte nova dimensao. Havia, de um do Feixo e da Restinga. E ARTE novo gerado pela revolu<;:ao industrial alem do aparecimento de objetos deu a vida uma industrializados, acelera<;:ao da produ<;:ao, uma acelera<;:ao da vida em si, que gerava compreensao e grupos etnicos por atender suas necessidades dificulta a recomposi<;:ao de imagens positivas, traduzida e negro na bandeira. se utiliza de recursos que impoem conceitos a determinados E nesse do negro do mundo. A inven<;:ao e 0 desenvolvimento da fotografia uma uma nova foi um 31 acontecimento cultural marcante. A fotografia do ponto de vista da perspectiva sistematizac;:ao do olhar, uma tecnica para transcrever fotografia introduziu imagem visualizada. um procedimento quimico e a sobre um suporte da visao. A que permitiu fixar um espectro Surgida em 1830, de acordo com Napolitano da (1995), Ainda limitada por aspectos tecnicos, a fotografia abriu uma nova era na assimila<;ao social das imagens. Inicialmente, limitada ao registro de objetos inertes, 0 desenvolvimento tecnico da fotografia, exigindo menos tempo de exposi<;ao luminosa das chapas, permitiu a difusao das fotografias de pessoas, de individuos ou pequenos grupos, sob a forma de retrato. Em 1885 surge a primeira fotografia estampada s6 na virada do seculo a difusao de fotografias num jornal peri6dico. sobre os eventos Porern, cotidianos em jomais se tomara comum. Do ponto completamente imprensa de vista da a assimilac;:ao e e um fen6meno 0 experiencia registro de capital dos eventos. irnportancia: entao 0 homem comum s6 podia visualizar hist6rica, a fotografia rnudou A introduc;:ao da foto na muda a vi sao das massas. os acontecimentos Ate que ocorriam na sua rua ou no seu povoado. De acordo com Barthes que in Adorno autonomia estrutural acompanha as fotos de imprensa. As fotografias partilha acabaram com et.al. (1990) a fotografia outros sen do delatoras elementos como de manifestantes e dotada 0 texto de que reconhecidos e provas irrefutaveis de seus feitos contestat6rios. 4.1. TECNICAS FOTOGRAFICAS Em um projeto que se pretende utilizar a fotografia e preciso ter alguns cuidados (1995) "a fotografia transforma com a tecnica fotografica, em cena 0 que vivemos: corno expressao pois conforme artfstica Napolitano a eficacia social da foto e tanta que passamos a conduzir nossas vidas na lembranc;:a da representac;:ao, como 32 se f6ssemos legitimados pelo registro do acontecimento". A foto passa a ser a garantia final de que a imagem representa 0 belo. Um procedimento estabelecer inicial para a utiliza9ao uma tipologia, recolocando de fotografias ou seja, as caracteristicas suas condi90es de produ9ao veiculo original, a intencionalidade tecnica, enquanto das mensagens seu objeto arte e fotograficas, de referencia, que esta por tras do documento seu e seu impacto social. Quando se com poe uma cena, tem que se ter em conta 0 ponto de vista, a forma da imagem e a zona de maior interesse. Isto porque segundo Desilets (1971), "Fazer" uma fotografia nao e 0 mesmo que "tirar" uma fotografia. Antes de mais, 0 fotografo que "faz" fotografia um fotografo-autor, que pode acreditar ou nao na instantaneidade duma fotografia; por isso ele criara integral mente as suas imagens. e o projeto fotograficas devera instrumentalizar 0 aluno ao realizar de seu objetivo tematico, pois sera seu olhar fotografico suas tomadas que determinara o exito da analise critica sobre 0 objeto. o ate de tirar fotografia tomou-se a9ao ludica na sociedade tendo em vista a profusao de maquinas digitais que facilitaram ha mais a necessidade melhores. qualquer 0 telefone ambiente. possibilita de se programar celular vem com camara de fotografias as tomadas, as lentes para a obten9ao acoplada Alem de que esta nova tecnologia a impressao contemporanea, ampliadas de imagens e possibilita integrada sem a necessidade pois nao fotos em ao computador de revela9ao quimica. As facilidades tecnologicas, no entanto, nao substituem e sendo assim, esta e a li9ao a ser ensinada. 0 olhar do fotografo 33 o projeto elaborado junto as comunidades Restinga teve por meta demonstrar fotografico afro-descendentes que e posslvel auxiliar as pessoas no reconhecimento atraves do Feixo e da do exercfcio do olhar de suas ralzes e reconstruir sua identidade a partir das imagens dos locais e de pessoas que tecem a sua vida. A questao que envolve as comunidades afro-descendentes registro de identidade pode ser analisada at raves da antropologia compreensao do estudo realizado na comunidade o projeto se desenvolveu. no tocante ao visual. Assim, para faz-se necessario conhecer como 34 5. PROJETO COMUNIDADES AFRO-DESCENDENTES DO FEIXO E DA RESTINGA: DA LAPA HERAN<;:A DOS Titulo: Comunidades do Feixo e da Restinga: heran<;:a dos afro-descendentes da Lapa. Apresenta<;:ao: o Projeto pretende registrar fotograficamente fazer uma leitura das fotografias o registro fotografia fotografico ministrada a vida dessas comunidades, produzidas e promover uma exposi<;:ao fotografica. sera realizado por jovens que participarao por Fernanda Maria de Castro Paula, Jorge da oficina de Ota e Miriam Assanorne. o resultado do trabalho sera demonstrado cotidiano das comunidades ern urn livro. Tendo por ternatica 0 enfocadas. Justificativa: A Lapa, antigamente chamada Vila Nova do Principe, urna das mais antigas cidades do Parana (1872), ainda nao mereceu urn tratarnento a sua historicidade. paranaense Tern urna importancia especial do Estado no tocante na constitui<;:ao da historia como urn polo de forrna<;:ao historica do Parana e da regiao Sui. Trata- se de uma regiao tradicional com uma historia que teve inicio em 1541 com a passagem de D. Alvar Nunez Cabeza de Vaca pelo territorio. A cidade entreposto ficou conhecida entre 0 sui e Sorocaba por fazer parte do caminho dos Tropeiros em Sao Paulo. Em 1893/94 foi palco de urn dos episodios mais tragicos da Revolu<;:ao Federalista - 0 Cerco da Lapa. 35 vasta expressao A regiao apresenta cozinha regional arquitetonicos e folclore como 0 cultural: mitos, religiao ( A Gruta do Monge), como a Congada da Lapa. Preserva Teatro Sao Joao, a Casa do Coronel ainda Joaquim valores Lacerda, a Casa de Camera e Cadeia, dentre outros. Existem africanos no municfpio que remontam da Lapa duas ao SE3cUloXIX: a da Restinga criadas por escravos libertos, antes da promulgagao 1888. Estes ganharam familias comunidades esse territorio descendentes e a do Feixo. Elas foram da Lei Aurea, de 13 de maio de as terras de seus donos, ali passaram e transformaram de a viver, constituiram num pedago de sua terra natal, inclusive exercendo costumes d'alem mar. A cultura transmitida de geragao em geragao venceu os tempos e, mais de um seculo depois, mantem-se de comportamento viva, embora tenha sofrido modificagoes e influencias atraves dos anos. A raiz, contudo, mantem-se perene, com suas manifestagoes vivas, como a Congada, cuja representagao historia tendo como personagens ainda muito atraves da danga e canto, conta uma centrais representantes dos reinos do Congo e de Angola. A fotografia Estes elementos e um registro e tambem uma manifestagao sao indissociaveis. Partindo reflexao sobre a historia das comunidades veiculo que se adapta simultaneamente Ao focar a essa da arte da imagem. desta otica, sera possivel fazer uma do Feixo e da Restinga. A fotografia intengao, pois consegue fixar 0 e um momenta e manter um discurso que vai alem da mera imagem exposta. comunidades afro-descendentes raizes brasileiras e 0 reconhecimento busca-se a identificagao dessa raga na sua composigao. 0 destaque das 36 ao papel dos afro-descendentes tambem na colonizac;;ao do Sui do pais concede ao presente projeto uma re-memorizac;;ao de sua importancia na constituic;;ao da historia sulista. o projeto contara com oficinas de fotografia aperfeic;:oar os participantes com a finalidade de capacitar e para um olhar critico e desenvolvimento estetico das imagens produzidas. Objetivos: Efetuar uma breve revisao bibliografica quanto da fotografia, partir disso participantes propriamente, analisar no senti do de estabelecer 0 projeto, das oficinas tanto na area da antropologia assim como em seu potencial 0 material enquanto percepc;;ao e aumento dos niveis da auto-estima, resgate e fortalecimento 0 substrato produzido instrumento visual, teorico e a pelos jovens para a auto noc;;ao de pertencimento etnico e dos trac;:os identitarios. 5.1. PLANO DE ATIVIDADE o plano de atividade estabelecido duas etapas com 0 intuito de possibilitar para 0 Projeto em questao foi dividido em aos participantes conceito de sua historica condic;;ao social associada com isso auxiliar no reconhecimento A Fotografia camara obscura, nao nasceu da oficina de fotografia 0 as imagens que iraQ produzir e de sua identidade. de uma invenc;;ao subita, cujo aperfeic;:oamento permitiu estender pois e originaria a automatizac;:ao da ate a propria inscric;;ao da imagem. A produc;;ao fotografica depende imagem at raves da luz. A imagem e 0 de tecnicas opticas registro de um fragmento para formac;;ao da do mundo visivel, 37 resultante do impacto dos ra:os luminosos emitidos pelo objeto fotografado ao passar pela objetiva. Aquele ou aquilo que e fotografado visfvel que foi colocado impossivel diante da objetiva, e 0 alvo, 0 referente da fotografia, algo sem 0 qual nao have ria fotografia. negar que esse algo, de fato, esteve la. Por isso, a referencia Eo real e a ordem fundadora da fotografia. Embora espelho, seja um reflexo, embora seja mimetica", que ela registra, principios segundo Santaella isto e, apresenta (2007) "uma uma similaridade especie com 0 objeto a foto e antes de tudo um trago do real, marcado que tem sido colocados em relevo pelos estudiosos de por quatro da fotografia, como coloca a autora: 1. conexao fisica: 0 objeto fotografado, de fato, estava fisicamente diante da objetiva no momento do clique; 2. singularidade: 0 instante que 0 clique capturou unico, singular. Mesmo que 0 ate se repita, 0 momento de cada tomada singular; 3. designa9ao: mais do que quaisquer palavras, mais do que quaisquer outros tipos de imagens desenhadas ou pintadas, a foto designa, indica 0 referente, funcionando quase como um dedo que aponta para algo da realidade; 4. testemunho: como nao se pode negar que 0 objeto fotografado esteve la - diante da camera - a fotografia da testemunho de sua presen9a naquele dado tempo e espa90, 0 que gera 0 poder documental da fotografia. e e A realidade visfvel e vasta. 0 enquadre objeto ou a situagao fotografada da fato a recorta e fragmenta. podem ser testemunhados pontos de vista. Qual foi 0 ponto de vista escolhido? para cima, lateral, frontal? guilhotina vista assumido fotografia. pelo fotografo, constitui-se de De cima para baixo, de baixo 0 exame do enquadramento a duragao, 0 fluxo e a continuidade de uma multiplicidade 0 que recorta 0 visfvel e do tempo, assim como 0 ponto de em mola mestra para a leitura da 38 A leitura de uma fotografia depende do conhecimento e da interpretac;;ao de cad a pessoa sobre a cena observada. A oficina de fotografia que se elaborou tem em si a natureza da imagem e a alfabetizac;;ao do olhar daqueles que a produzirao. 5.2. OFICINA DE FOTOGRAFIA A oficina de fotografia programada da Restinga e do Feixo, desenvolveu-se para atender os jovens das comunidades por metoda e cronograma, conforme segue. METODO DE TRABALHO Os conteudos oficina. Para 0 apresentados participante era de todo desconhecido, o importante da oficina serao desenvolvidos 0 contexto socio-historico pois vivem em comunidades foi a possibilidade no decorrer de combinar historia e vida cotidiana em que atraves das imagens ser-Ihe-a posslvel sentimento em tomo da propria vida em comunidade. da oficina de fotografia forma que cada um dos ministrantes de sua etnia nao Ihe oriundas de Quilombos. Fotogratica Os conteudos das aulas de revelar serao ministrados 0 Mas com a Arte pensamento e em parceria de tal atenda as equipes participantes a cada quinze dias. Para que ficasse evidenciada participantes a otica do autor da fotografia que, cada foto fosse acompanhada A legenda complementa foi solicitado aos por legenda. a imagem e, conforme artigo da revista Veja em sala de aula (1999), A boa legenda tem de ser complemento efetivo da fotografia, nao uma simples duplica9aO dos fatos descritos, nem uma etiqueta de identifica9ao. Nao deve dizer coisas que aparecem claramente na fotografia. Deve, sim, ajudar 0 leitor a compreender e apreciar 0 fato, esclarecendo as duvidas e chamando sua aten9aO para pequenos detalhes interessantes que 39 Ihe podem ter escapado. Sua finalidade a fotografia com maior aten,ao. Para cada sequencia participantes, e interessar de fotografias de forma a contemplar 0 leitor 0 suficiente para que volte a olhar foi estabelecido 0 periodo um prazo junto com os de atuagao com 0 equipamento, solugao de problemas, tiragem das fotografias. Ap6s a realizagao da coleta de imagens e informagoes, elaborar, de maneira criativa, uma atividade de sensibilizagao cad a grupo devera que envolva tratado na linha do tempo, de forma a expor os conhecimentos adquiridos 0 tema e emitir suas conclusoes. Todo 0 processo participante, de construgao pois ele esta extremamente expressiva Essa leitura complexa aprendendo e convincente, das atividades uma nova linguagem, no agir do nao-verbal, no sentido de ser a expressao requereu uma agao metodol6gica se privilegie 0 conhecimento estara centrado mas da verdade. s6cio-interacionista, em que previo dele e seu olhar critico sobre 0 local em que reside e das pessoas que fazem parte de seu cotidiano. o participa projeto se completa no processo do fazer e proporciona agao se concretiza construtivista em uma agao sinergetica na exposigao das fotografias de acordo com cronograma visualizarem a sociedade relagoes nelas existentes. em que toda a turma de atividades onde vivem, na aprendizagem. feitas pelos participantes em que possibilitou tendo por intengao Tal da oficina as comunidades a interpretagao das 40 Quadro 1: Contextualizayao Metodologia Conteudo Conceito etnias A luta negra liberdade de por Lei 10639 de janeiro de 2003 A heranya cultural e econ6mica nas comunidades do Feixo e Restinga Carga HOrllria 1h Recursos Exposiyao oral e de imagens de quilombos Leitura do texto da lei 1h Imagens fotograficas 1h Texto de lei Exposiyao alunos 1h Contayao de fatos e historias; material historico familiar. Exposiyao oral dos Imagens fotogrci.ficas Quadro 2: Tecnicas Fotogrci.ficas Aula 1 14 -17 h Aula 2 14 -17 h Aula 3 Tema: apresenta9ao do Projeto da equipe para os partieipantes Importaneia dos aeervos pessoais (hist6rias, doeumentos e fotos) Apresenta9ao do programa o que e a fotografia Usos da fotografia Tema: Hist6ria da fotografia e Pinhole Imagens da inven9ao da fotografia Proeesso de forma9ao da imagem na Camara Fotografiea Cameras - varios modelos Fotografia Pinhole - prepara9ao para ofieina Camera pinhole Tema: Fotografia de Latinha 10- 12 h 14 -17 h Fotografia Pinhole Proeesso de forma9ao da imagem no Pinhole Camera Pinhole Montagem do laborat6rio Prepara9ao das Cameras Safda para fotografar Revelac;;aodas imagens 41 Aula 4 14 -17 h Tema: Fotografia digital Processo de forma<;:aoda imagem na camera digital Funcionamento das cameras digitais Cameras - varios modelos Trabalho: 0 que fotoqrafar e por qUe? roduzidas Tema: Edi<;:ao- equipe 3 Recolhimento das maquinas - equipe 2 Tema: Estudio Fotografico Aula 7 10-12h 14-17 h Hist6ria do Retrato No<;:6esde enquadramento Montagem do estUdio Apresenta<;:ao dos equipamentos Prepara<;:ao dos modelos RealizaQao das fotoqrafias Recolhimento das maquinas - equipes 1, 2 e 3 roduzidas Conclusao 5.3. AVALlAQAO Tema: Exposi<;:aoFotografica DO TRABALHO REALIZADO Ao termino da primeira fase do projeto, ou seja, das aulas ministradas prodUl;:ao das fotografias feitas pelos participantes, e da foi posslvel a sele<;:ao de varias 42 imagens e em conjunto Comunidades de Feixo com entrevistas e da Restinga realizadas foi junto possivel aos moradores a edic;:ao de das livro pela coordenac;:ao do projeto em 2007. Avaliar identidade as fotografias de uma comunidade jovens fotografos que feitas pelos alunos afro-descendente e constatar e comprovar a importancia que 0 da olhar dos estao fixos naquilo que 0 tempo nao destroi, ao contrario, amplia e a vida. As fotografias a compreender melhor alocadas estarao seguidas de comentario 0 contexto da vida dessas comunidades. avaliativo de forma 43 Ilustrac;:ao 3: Tempo Dona Ana Caetano da Cruz (90 anos). ritual de sempre. 0 "paieiro" em suas maos denota 0 44 lIustra<;ao 4: Heran<;a Elpidio Fagundes Ferreira (68 anos) e Terezinha Ten6rio Ferreira (70 anos) o sentimento de pertencimento se faz presente no relato de dona Terezinha "meu avo era dono de grande extensao de terras que foram repartidas entre os filhos quando ele morreu. Cad a um tinha seu pedayo nada. lam se respeitando de terreno pelas divisas e nunca deu encrenca, do meu avo Francisco Gonyalves Ten6rio e seus irmaos." sem documento sem (...) tudo isso aqui era 45 Eu quero t()I'\hecer\\l lIustral(ao 5: Nova geral(ao As crianyas no centro de convivencia Vencer-Feixo, E a imagem de Nossa Senhora Aparecida, em festa de aniversario. protetora do Brasil. 46 lIustrac<ao 6: Benzimento Dona Terezinha Pavao Batista benze aneta espirituais. Kauane. A religiosidade mfstica inicia a crianc;:a na fe dos misterios 47 lIustra930 7: A Senhora e seu jardim Dona Maria Augusta Martins - Comunidade da Restinga 48 lIustra!;ito 8: 0 dia de fazer 0 pito. Preparar a massa, fazer 0 fogo no forno (Iocalizado no quintal da casal. Tudo pronto. Retira-se as brasas do forno e coloca-se a fornada de paes para assar. 49 lIustrac;ao 9: Batismo A tradiyao religiosa marca 0 infcio de mais uma nova vida e 0 crescimento familia que gradativamente da assume as tradiyoes da comunidade. 50 A sequencia comunidade de fotografias segmentos fotograficos pretendeu foi perceberam selecion·3.das teve a inten<;:ao de marcar 0 tempo e sua evolu<;:ao a partir do movimento familiar. Evidentemente passar que mereceriam 0 carater a mesma aten<;:ao. No entanto, antropologico no decorrer das aulas de fotografia proprio mundo. que os participantes e da importancia da ha outros 0 do que se projeto do olhar para seu 51 CONSIDERA90ES o FINAlS Projeto necessidade sobre as Comunidades de registro da memoria do Feixo e da dos afro-descendenles especifica proxima a cidade da Lapa. Para tanto, utilizou-se pratica em fotografia com enfoque na antropologico A fotografia pode ser explorada possibilitando a compreensao possibilidades de representa<;:ao. Restinga de metodologia, teoria e visual. em trabalhos de sua linguagem, de pesquisa antropologica, de sua fun<;:ao e das diferentes realidade, propiciou aos participantes a possibilidade sobre estetica, da fotografia a historia da do Parana em regiao Nesse senti do, a escolha da fotografia enquanto instrumento identificar surgiu de concretizar de produ<;:ao da conhecimento 0 e sua importancia na Historia contemporanea. A abordagem importancia do sobre fotografia retrato desenvolvimento no cenario enquanto documento socio-polltico e historico econ6mico demonstra ac Icngo a do da humanidade A heran<;:a historica da imagem e seu papel social perpetuam-se, pois e um recurso politico, ja que a imagem muitas vezes vale mais que "mil palavras", como se evidenciou nas sequi'mcias fotograJicas. Nesse sentido, a fotografia pode toma-se tambem manipula<;:ao de massa e, portanto, passlvel de analise. fotografia pas sou a ser um instrumento das comunidades um instrumento E e nesse contexlo de que a para 0 resgate dos valores reais da historia do Feixo e Restinga. Melodologicamente, a elabora<;:ao das alividades fotografia leve por enfoque a percep<;:ao dos participantes descrilas no Irabalho com no Projelo sobre a sua 52 comunidade, seu modo de vida, destacando aspectos culturais significativos, tais como, batizado, benzimento, formaturas, aniversarios, dentre outros. Posto que 0 processo de desenvolvimento integracionista que esta em olhar 0 do projeto requereu uma postura participante no projeto como 0 Ser central do processo. o descobrir participante como investigador em seu proprio espayo de vida, tende a seus direitos e deveres e, assim, Evidente, tambem, que a fotografia exercer seu direito de cidadania. como uma atividade de informayao passado, presente e futuro da humanidade, 0 sobre 0 que contribui para a compreensao das relayoes sociais. A atuayao caracteristica dos ministrantes no curso em projeto, pois eles deixaram educadores, funyoes nem sempre possibilidade de obselVarem os participantes produyao, alem de contribuirem conjuntas. de fotografia assumiu de ser obselVadores Nesse sentido, nova para serem tiveram a dupla no tocante a sua inseryao social e para despertar uma nova ayao na comunidade. 0 uso da fotografia na modalidade de olhar para 0 tempo. o exercicio do fazer fotografia pode se transformar para as pessoas, ja que as vezes as brincadeiras cultural que nem sempre esta explicita. sao 0 em um ate prazeroso delinear da identidade 53 REFERENCIAS ADORNO (et.al.). Teoria da cultura 1990. de massa. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, AQUINO, Rubim Santos Leao, FRANCO, Denize de Azevedo e LOPES, Oscar G., P. Historia das Sociedades: das comunidades primitivas as sociedades medievais. Rio de Janeiro: Ao livro tecnico, 1980. Brasil. Ontem e hoje, 0 negro no Brasil. IBGE, disponivel www.ibge.gov.br/ibgeteen. 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