Jubileu da Misericórdia
ANO SANTO 2015 - 2016
O Papa Francisco anunciou um Jubileu
Extraordinário da Misericórdia, por meio da
Bula de proclamação Misericordiae Vultus (O
Rosto da Misericórdia), no dia 11 de abril de
2015. Trata-se de um ano Santo a ser
realizado de 8 de dezembro de 2015 a 20 de
novembro de 2016 com o tema
“Misericordiosos como o Pai” (Lc. 6.36).
1. O que é um ano jubilar?
Na concepção cristã o Ano santo se refere ao jubileu judaico
(Lv 25, 8-55). Nesse ano jubilar, celebrado de cinquenta em
cinquenta anos, Deus perdoava todas as falta; e os homens
libertavam seus irmãos de todas as obrigações: os escravos
ganhavam a liberdade, os bens alienados voltavam para
seus antigos proprietários e a terra não era cultivada, para
que repousasse; em suma, todas as injustiças eram
reparadas e a vida recomeçava do zero.
1. O que é um ano jubilar?
Era um período propício para se recuperar uma boa relação
com Deus, com o próximo e com a criação. O convite era
para construir relações baseadas na gratuidade.
Jesus Cristo se coloca em sintonia com este ideal do “ano da
graça”, pois ele mesmo anuncia e realiza o tempo perene da
graça do Senhor (cf. Lc 4, 18-19)
2. Quando começou na Igreja este costume?
A primeira celebração de um ano
jubilar foi proposta pelo Papa
Bonifácio VIII no ano de 1300 com
o objetivo de permitir aos fiéis
receberem o perdão dos pecados
e as indulgências. Ele planejou
que a cada 100 anos fosse
instituído um Ano Santo.
2. Quando começou na Igreja este costume?
O Papa Clemente VI reduziu o prazo
convocando o segundo Ano Santo depois
de 50 anos. Em 1475, passou a ser
celebrado a cada 25 anos e nas ocasiões
em que o Papa achar relevante de modo
extraordinário. Até hoje foram foram
celebrados 26 anos jubilares
2. Quando começou na Igreja este
costume?
São João Paulo II convocou o
Ano Santo de forma
extraordinária em 1983 e o último
foi o Ano Santo de 2000.
3. Porque este ano é dedicado à misericórdia?
Em 8 de dezembro de 1965 o Papa Paulo VI concluía o
Concílio Vaticano II, por isso o Papa Francisco decidiu
começar o Ano Santo 50 anos depois, seria um Jubileu
também do Concílio.
Papa Francisco: “É o tempo para a Igreja
reencontrar o sentido da missão que o Senhor lhe
confiou no dia da Páscoa: ser sinale instrumento
da misericórdia do Pai” (cf. Jo 20, 21-23)
4. Qual o sentido bíblico da misericórdia?
“Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte
de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação.
Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade.
Misericórdia: é o acto último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso
encontro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada
pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho
da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque
nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre,
apesar da limitação do nosso pecado.” (MV n.2)
5. Algumas indicações práticas para viver o
Ano Santo
1. Anunciar a misericórdia de Deus e realizar
peregrinações;
2. Ir ao encontro de quem vive nas periferias
existenciais para refletir e praticar as obras de
misericórdia;
3. Perseverar na oração, no jejum e na caridade;
5. Algumas indicações práticas para viver o
Ano Santo
4. realizar as “24 horas para o Senhor”;
5. Participar da Peregrinação à Porta Santa;
6. Acolher os missionários da Misericórdia enviados pelo
Papa;
7. Perdoar de todo coração a todos e participar do
Sacramento da Reconciliação;
5. Algumas indicações práticas para viver o
Ano Santo
8. Superar a corrupção;
9. Receber a indulgência;
10. Participar da Eucaristia;
11. Fortalecer o ecumenismo e o diálogo inter-religioso;
12. Converter-se.
6. Sacramento da Reconciliação
O Papa Francisco nos exorta para que “com convicção,
ponhamos novamente no centro o sacramento da
reconciliação, porque permite tocar sensivelmente a
grandeza da misericórdia. Será para cada penitente
fonte de verdadeira paz interior.”
7. O que são as indulgências?
Na doutrina católica, Indulgência (do latim indulgentia, que provém de indulgeo,
"para ser gentil") é o perdão fora dos sacramentos, total ou parcial,e "da pena
temporal devida, para a justiça de Deus, pelos pecados que foram perdoados, ou
seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado, a remissão é
concedida pela Igreja Católica no exercício do poder das chaves, por meio da
aplicação dos superabundantes méritos de Cristo e dos santos, por algum motivo
justo e razoável." Embora "no Sacramento da Penitência a culpa do pecado é
removida, e com ele o castigo eterno devido ao pecado mortais, ainda permanece a
pena temporal exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na
vida presente ou no depois da morte, isto é, no Purgatório. Uma indulgência oferece
ao pecador penitente meios para cumprir esta dívida durante sua vida na terra",
reparando o mal que teria sido cometido pelo pecado.
8. Qual o sentido da peregrinação à Porta Santa?
“Eu sou a porta. Quem entra por Mim será salvo. Entrará e sairá
e encontrará pastagem” (Jo 10, 9).
Com a intenção de lembrar isto aos fiéis, Martinho V abriu pela
primeira vez a Porta Santa da Basílica do Latrão como marco
inicial do Jubileu de 1423. Somente em 1499 o costume foi
estendido à Porta Santa da Basílica de São Pedro, por desejo de
Alexandre VI.
8. Qual o sentido da peregrinação à Porta Santa?
Duas verdades se aplicam na bela tradição de abrir a Porta Santa e ao passar por ela,
lucrar-se indulgências:
1. Que ela representa a Cristo, ao passo que ninguém tem acesso ao Pai senão por
Ele, designação feita por Ele mesmo;
2. Ao fato dos peregrinos passarem pela Porta e lucrarem indulgências concedidas
para a ocasião, aplicam-se as palavras do Salmista: «Esta é a porta do Senhor; por
ela entram apenas os justos» (Sal 118/117, 20). Sim, o lucro das indulgências perdoa
as penas temporais às quais estão ligados os pecadores, ao passo que estes
buscaram a confissão e a absolvição sacramentos e apagaram os seus pecados – são
justos, isto é, têm o céu por prêmio.
9. Justiça e Misericórdia
Não são dois aspectos em contraste entre si, mas duas dimensões duma única
realidade que se desenvolve gradualmente até atingir o seu clímax na plenitude do
amor. A justiça é um conceito fundamental para a sociedade civil, normalmente
quando se faz referimento a uma ordem jurídica através da qual se aplica a lei. Por
justiça entende-se também que a cada um deve ser dado o que lhe é devido. Na
Bíblia, alude-se muitas vezes à justiça divina, e a Deus como juiz. Habitualmente é
entendida como a observância integral da Lei e o comportamento de todo o bom judeu
conforme aos mandamentos dados por Deus. Esta visão, porém, levou não poucas
vezes a cair no legalismo, mistificando o sentido original e obscurecendo o valor
profundo que a justiça possui. Para superar a perspectiva legalista, seria preciso
lembrar que, na Sagrada Escritura, a justiça é concebida essencialmente como um
abandonar-se confiante à vontade de Deus.
9. Justiça e Misericórdia
A misericórdia não é contrária à justiça, mas exprime o comportamento de Deus para
com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e
acreditar. Se Deus Se detivesse na justiça, deixaria de ser Deus; seria como todos os
homens que clamam pelo respeito da lei. A justiça por si só não é suficiente, e a
experiência mostra que, limitando-se a apelar para ela, corre-se o risco de a destruir.
Por isso Deus, com a misericórdia e o perdão, passa além da justiça. Isto não significa
desvalorizar a justiça ou torná-la supérflua. Antes pelo contrário! Quem erra, deve
descontar a pena; só que isto não é o fim, mas o início da conversão, porque se
experimenta a ternura do perdão. Deus não rejeita a justiça. Ele engloba-a e supera-a
num evento superior onde se experimenta o amor, que está na base duma verdadeira
justiça.
9. Oração
Senhor Jesus Cristo, Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste, e nos
dissestes que quem Vos vê, vê a Ele. Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos. O Vosso
olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro; a adúltera e Madalena de
colocar a felicidade apenas numa criatura; fez Pedro chorar depois da traição, e assegurou o
Paraíso ao ladrão arrependido. Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo
as palavras que dissestes à mulher samaritana: Se tu conhecesses o dom de Deus!
Vós sois o rosto visível do Pai invisível, do Deus que manifesta sua omnipotência sobretudo com
o perdão e a misericórdia: fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor,
ressuscitado e na glória. Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos
de fraqueza para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro: fazei
que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados
por Deus.
Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção para que o Jubileu da
Misericórdia seja um ano de graça do Senhor e a Vossa Igreja possa, com renovado
entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem proclamar aos cativos e oprimidos a
libertação e aos cegos restaurar a vista.
Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia, a Vós que viveis e reinais
com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amem!
http://www.iubilaeummisericordiae.va
Obrigado pela atenção!
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