ID: 60222729 19-07-2015 Tiragem: 33183 Pág: 16 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 25,70 x 30,90 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 3 Vagas do ensino superior voltam a baixar este ano Concurso nacional de acesso inicia-se nesta segunda-feira. Há menos 265 vagas disponíveis do que em 2014 Educação Clara Viana O número de vagas no ensino superior público, a que os estudantes poderão concorrer a partir desta segunda-feira, é o mais baixo dos últimos seis anos. Para o ano lectivo de 2015/2016, os alunos que entram no ensino superior através do concurso nacional de acesso, que são a maioria, têm 50.555 lugares disponíveis nas universidades e institutos politécnicos, o que representa uma diminuição de 265 vagas por comparação com o ano lectivo passado e uma redução de quase três mil em relação a 2011, o ano em que se registou a maior oferta da última década (53.500 lugares disponíveis). Apesar das vagas continuarem em quebra, a redução aprovada para o próximo ano lectivo é menos drástica do que a registada em anos anteriores: menos 641 lugares disponíveis em 2014, 837 em 2013 e um corte de 1202 em 2012. Esta redução da oferta é resultado da diminuição de candidatos que também se tem verificado. Entre 2008 e 2014, o seu número desceu de 53.415 para 42.455. E também das novas regras aprovadas pelo Governo com o objectivo de regular a oferta proposta pelas instituições do ensino superior. Desde o ano lectivo passado, o número de vagas passou, por exemplo, a estar dependente dos índices de empregabilidade dos cursos: os que têm níveis de desemprego dos seus diplomados superiores aos registados entre os licenciados em geral ou mais altos do que a instituição em que se inserem deixaram de poder aumentar o número de vagas. Segundo os últimos dados disponibilizados pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), em Dezembro de 2014 estavam inscritas nos centros de emprego 8,6% das 146.577 pessoas que se diplomaram no ensino superior público entre 2009/2010 e 2012/2013. No ensino superior privado a percentagem sobe para 12,7%, num universo de 48.342 licenciados. São, aliás, as instituições do superior privado que lideram a tabela dos cursos com maior registo de desemprego, com taxas que oscilam, nos lugares cimeiros da lista, entre Os melhores alunos na Nova e no Porto O s alunos que entre 2009 e 2014 entraram em Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa foram os que, a nível nacional, tiveram melhores notas nos exames que funcionam como provas de ingresso para aquele curso. Em média obtiveram resultados em média superiores a 90% de todos os candidatos que fizeram as mesmas provas. Estes alunos podem escolher como provas de ingresso os exames nacionais de Economia ou Filosofia ou História. Esta forma de avaliar os cursos é proposta pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) numa nova base de dados disponível em http: /infocursos.mec. pt. O curso de Medicina da Universidade do Porto é o outro repetente no topo da tabela dos que têm os alunos com melhores resultados, um feito que também alcançou em 2014. Para entrar em Medicina são pedidos os exames considerados mais difíceis: Biologia e Geologia, Física e Química A e Matemática A. Na base de dados disponibilizada pela DGEEC é também possível avaliar os cursos pela sua performance em termos de empregabilidade. Pelo menos 22 cursos não tinham, no fim de 2014, nenhum licenciado inscrito nos centros de emprego. Destes, só um é oferecido por uma instituição privada: Teologia da Católica. Os alunos que escolherem Psicologia, Enfermagem ou Ciências Farmacêuticas irão ingressar num universo dominado pelas mulheres, que representam mais de 80% dos alunos inscritos. O inverso verifica-se nos cursos de Engenharia, com mais de 90% de estudantes do sexo masculino. 37,4 e 68,9%. Tendo em conta apenas cursos com 40 ou mais diplomados nos últimos anos, a primeira instituição pública surge no 13.º lugar desta tabela. O curso de Línguas e Relações Empresariais da Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro apresenta taxas de desemprego de 35,1%. É o sétimo do país com mais desemprego. Já entre os cursos do ensino superior com desemprego zero estão os esperados de Medicina, mas também figuram neste pelotão formações como Teologia, da Universidade Católica, Línguas e Culturas Orientais, da Universidade do Minho, ou Música - Variante de Jazz do Instituto Politécnico do Porto. Numa nota enviada à comunicação social em conjunto com a informação sobre as vagas, a DirecçãoGeral do Ensino Superior destaca, a este respeito, que as instituições “seguiram a orientações fixadas pelo Ministério da Educação e Ciência, tendo em vista a regulação da oferta através da empregabilidade e da procura efectiva”. Maioria mantém vagas iguais À semelhança de 2014, o ensino universitário fica com 56% das vagas disponíveis e o politécnico com 44%. Das 33 instituições do ensino superior público, 16 mantiveram o mesmo número de vagas, 12 diminuíram os lugares disponíveis e apenas em cinco registou-se um aumento da oferta, embora residual. O Instituto Politécnico de Lisboa, com menos 59 vagas no concurso nacional de acesso, lidera a tabela das quebras. Segue-se-lhe a Universidade ao Algarve, com uma redução de 54 vagas. Nas subidas está à frente outro politécnico, o de Setúbal, que oferece agora mais 42 lugares. Para além das vagas fixadas para o concurso nacional de acesso existem outras 616 destinadas ao ingresso em cursos como Dança, Música, Cinema ou Teatro, em que as candidaturas são feitas através de concursos locais organizados pelas próprias instituições, a maior parte delas do ensino politécnico. Com 9037 vagas abertas, o que corresponde a 17,7% do total, Engenharia e Técnicas Afins continua a ser a área de estudo com mais lugares disponíveis. À semelhança também de 2014, as outras duas áreas com maior oferta são as Ciências Há menos 265 lugares para novos alunos nas Variação face a 2014 N.º de vagas por instituição de ensino superior Em 2015 7651 Universidade de Lisboa 4160 Universidade do Porto Universidade de Coimbra Instituto Politécnico do Porto 0 0 3189 0 3026 26 Universidade do Minho 2728 0 Universidade Nova de Lisboa 2706 0 2371 -59 2089 0 Instituto Politécnico de Coimbra 1965 0 Instituto Politécnico de Leiria 1900 5 Instituto Politécnico de Bragança 1825 -18 Instituto Politécnico de Lisboa Universidade de Aveiro Universidade do Algarve 1366 -54 Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro 1342 -23 Instituto Politécnico de Viseu 1265 -47 Universidade da Beira Interior 1240 -40 Instituto Politécnico de Setúbal 1184 42 ISCTE – Inst. Universitário de Lisboa 1102 -20 Universidade de Évora 1086 17 Instituto Politécnico de Santarém 1001 -30 Inst. Politécnico de Viana do Castelo 956 Inst. Politécnico de Castelo Branco 878 -27 Instituto Politécnico da Guarda 686 0 Universidade dos Açores 646 -17 Inst. Politécnico do Cávado e do Ave 631 -4 Universidade da Madeira 585 -20 4 Instituto Politécnico de Portalegre 511 Instituto Politécnico de Beja 506 0 Instituto Politécnico de Tomar 477 0 E. Sup. Hotelaria e Turismo do Estoril 430 0 E. Sup. de Enfermagem de Coimbra 320 0 E. Sup. de Enfermagem de Lisboa 300 E. Sup. de Enfermagem do Porto 270 E. Sup. Náutica Infante D. Henrique 173 Fonte: Ministério da Educação e Ciência 0 0 0 0 ID: 60222729 19-07-2015 Tiragem: 33183 Pág: 17 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 25,70 x 30,54 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 3 Dos 1048 cursos disponíveis, cerca de 800 mantêm o mesmo número de vagas fixado em 2014 universidades e politécnicos Evolução do número de vagas Ensino superior público Abandono no ensino superior Concurso nacional de acesso, por ano Em 2013/2014 60.000 10,3% 12,6% 55.000 50.000 Público 50.555 45.000 40.000 2001 2005 2010 2015 Privado Alunos que se inscreveram pela primeira vez no 1.º ano em 2012/2013 e que um ano depois já tinham abandonado o ensino Cursos sem desemprego* Em Dezembro de 2014 Univ. de Aveiro (todas as universidades) U. Nova de Lisboa Univ. do Minho Univ. do Porto Univ. de Lisboa Univ. de Lisboa Univ. de Lisboa U. Católica Port. I. Politécnico Coimbra I. Politécnico Lisboa** I. Politécnico Porto I. Politécnico Santarém E. S. Saúde Cruz Vermelha I. S. C. Informação e Adm. Biologia e Geologia Medicina Engenharia e Gestão Industrial Línguas e Culturas Orientais Física Matemática Matemática Aplic. e Computação Engenharia Electrónica Teologia Engenharia Informática Música, variante de Jazz Educação Musical Informática Enfermagem Segurança Comunitária ** e também do I. Politécnico do Porto Licenciados no desemprego* Cursos com maior percentagem de desemprego* Em Dezembro de 2014 Taxa de desemprego registada por curso 12,7% 8,6% Público Privado * Taxa de desemprego registado no IEFP (Dez. 2014) dos alunos que se diplomaram entre os anos lectivos 2009/10 e 2012/13 Criminologia Arquitectura Arquitectura Análises Clín. de Saúde Púb. Educação Social Serviço Social Línguas e Relações Emp. Serviço Social Artes Visuais – Fotografia Contabilidade 68,9 51,4 47,7 45,7 40,2 37,4 35,1 35,1 32,5 32,1 Univ. Fernando Pessoa U. Lusíada V. Nova Famalicão E. Sup. Artística do Porto Univ. Fernando Pessoa Univ. P. Infante D. Henrique Universidade Católica U. Trás-os-Montes e Alto Douro Inst. Superior Politécnico Gaya E. S. Artística do Porto E. S. Tecnologias de Fafe Cursos em que há mais alunos do sexo masculino ou feminino Eng. Electrotécnica e de Computadores Engenharia Mecânica Engenharia Informática Psicologia Enfermagem Ciências Farmacêuticas Inscritos: 704 Inscritos: 752 Inscritos: 1022 Inscritos: 752 Inscritos: 1206 Inscritos: 1056 95,6% 93% 91,8% 84,2% 84,1% 77,8% 673 700 936 633 1014 Instituto Superior de Engenharia do Porto Instituto Superior de Eng. de Lisboa Instituto Superior de Eng. do Porto 822 Fac. Psicologia e de E. Sup. Enfermagem Ciências da Educação do Porto Faculdade de Farmácia Universidades e cursos com os alunos com melhores e piores notas na sua área em 2014 Matriculados Melhores Univ. do Porto Univ. de Lisboa Univ. do Porto Univ. de Lisboa Univ. Nova de Lisboa Percentil 2014* Faculdade de Medicina Inst. Sup. Técnico (Alameda) Faculdade de Direito IST (Alameda) Fac. Ciências Sociais e Humanas Medicina Eng. Física Tecnológica Direito Engenharia Aeroespacial Ciências da Comunicação 244 60 155 85 94 90,22 89,78 89,68 89,22 89,16 E. Ciências da Vida e Ambiente Univ. da Beira Interior Univ. da Madeira E. Sup. Tec. Saúde Porto E. Sup. Educ. Castelo Branco Reabilitação Psicomotora Ciências do Desporto Economia Saúde Ambiental Desporto e Actividade Física 50 55 41 40 48 1,69 1,7 1,71 1,73 1,79 Piores U. Trás-os-Montes e A. Douro Univ. Beira Interior Universidade Madeira Inst. Politécnico Porto Inst. Politéc. Castelo Branco Os cursos estão ordenados com base num percentil médio, que compara as notas obtidas nas provas de ingresso dos estudantes que entraram num curso com os resultados de todos os outros alunos que fizeram as mesmas provas. Por exemplo, se um curso tem um percentil médio de 90%, como é o caso de Medicina da Faculdade do Porto, isso quer dizer que os alunos que ali se inscreveram no 1.º ano, em 2014, obtiveram resultados nas provas de ingresso superiores (em média) a 90% de todos os candidatos que realizaram as mesmas provas. Para Medicina, os exames nacionais que funcionam como provas de ingresso são Biologia e Geologia, Física e Química e Matemática A. Para Direito, que está em terceiro lugar, os alunos podem escolher para este efeito o exame de História ou Português. Segundo o Ministério da Educação e Ciência, a principal vantagem do uso do indicador percentil, em comparação com os das médias de entrada, é que não depende da variação anual da dificuldade dos exames (quando os resultados nestas provas sobem, as médias de entrada também aumentam) e permite uma melhor comparação entre cursos de áreas disciplinares distintas. Só foram tidos em conta os cursos com mais de 40 inscritos ou diplomados, no caso da taxa de desemprego PÚBLICO Empresariais (7686) e Saúde (6656). Nestas duas últimas áreas regista-se, contudo, uma diminuição de vagas em relação às fixadas em 2014: menos 54 nos cursos da área da Saúde e uma redução de 36 lugares nas Ciências Empresariais. Das 23 áreas de estudo identificadas,13 têm menos vagas, em sete regista-se uma subida e três mantêm os mesmos lugares. Ciências da Vida, onde se incluem cursos de Ambiente, Biologia e Bioquímica, é a que regista uma maior subida, com mais 110 vagas disponíveis do que em 2014. No sentido oposto seguem as Ciências Físicas, com uma quebra de 79 lugares. Protecção do Ambiente, Indústrias Transformadoras e Informação e Jornalismo são as outras áreas de estudo que apresentam maior redução de vagas. Dos 1048 cursos disponíveis, cerca de 800 mantêm o mesmo número de vagas fixado em 2014. Também à semelhança de anos anteriores, os cursos de Direito da Universidade de Lisboa e de Coimbra são os que oferecem mais vagas, respectivamente 480 e 334. Acompanham-nos na liderança os cursos de enfermagem de Coimbra e Lisboa e ainda o de Medicina da Universidade de Lisboa (320, 300 e 295 vagas abertas). Todos eles mantiveram o mesmo número de lugares de 2014. As médias de entrada dos últimos colocados oscilaram entre 17,5 e 13,6. O curso com menos vagas para 2015/2016 (dez) é o de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho. No ano passado a média de entrada do último colocado foi de 14,7. Seis dezenas de cursos não abriram vagas em 2014 ou mudaram de nome, e por isso não têm registo dos lugares que disponibilizaram no ano passado. É o caso, por exemplo, de Engenharia Informática da Universidade do Minho, agora com 140 lugares a concurso. Em 83 cursos as vagas existentes em 2014 ficaram todas por ocupar. Foi o que se passou, por exemplo, com os cursos de Gestão do Instituto Politécnico de Bragança, oferecido em regime pós-laboral, e com os cursos de Engenharia Civil da Universidades de Aveiro e de Trás-os-Montes, e do Instituto Politécnico de Coimbra. No conjunto, em 2014 ficaram por ocupar metade das 1100 vagas disponíveis nos 20 cursos de Engenharia Civil existentes, tendência que já se registrara em 2013 e que levou a Ordem dos Engenheiros a dizer que o número e candidatos “não chega sequer para compensar as pessoas que vão para a reforma”. Os cursos de Medicina continuam a ser os que têm médias de entrada mais altas. A Faculdade de Medicina e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, ambos da Universidade do Porto, lideram este pelotão, com médias de 18,3 e 18,1 respectivamente. O curso de Engenharia Aeroespacial do Instituto Superior Técnico, na Universidade de Lisboa, é o terceiro, com uma média de entrada de 18 valores. No pólo oposto, com a média mínima permitida para o ingresso no ensino superior (9,5 valores), surge Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior. Para além deste, existem outros 12 cursos em que as médias de ingresso não chegam a um 10 redondo, embora equivalham a esta classificação, porque a partir de 9,5 valores já se pode arredondar para o nível seguinte. Com médias entre 10 e 11 valores aparecem 163 cursos. Em 92 dos cursos os alunos só poderão entrar se tiverem resultados superiores a 15 valores. Desde o ano lectivo passado, o número de vagas passou a estar dependente dos índices de empregabilidade dos cursos: os que têm mais níveis de desemprego não podem aumentar o número de vagas Um estudo recente da DGEEC mostrou que a média de entrada tem um enorme impacto no percurso posterior dos estudantes no ensino superior. Quase 40% dos alunos que entraram no superior universitário com média de 10 valores em 2011/2012 abandonaram os estudos passado um ano. Uma percentagem que desce para 6% entre os que tiveram 15 valores como nota de ingresso. A partir desta segunda-feira, e até 7 de Agosto, os alunos que queiram ingressar no superior podem candidatar-se através da plataforma instalada na página da Internet da DGES (http://www.dges.mctes.pt). A candidatura é feita apenas através do sistema online. Os resultados desta 1.ª fase do concurso nacional serão conhecidos a 7 de Setembro. ID: 60222729 19-07-2015 Tiragem: 33183 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 18,71 x 8,44 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 3 de 3 Vagas nas universidades e politécnicos voltam a baixar este ano Concurso nacional de acesso ao ensino superior inicia-se amanhã. Há menos 265 lugares disponíveis do que em 2014. Dos 1048 cursos existentes, só cerca de 800 mantêm o número de vagas de 2014 Portugal, 16