ID: 60968337 15-09-2015 Tiragem: 14670 Pág: 8 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 26,00 x 28,20 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3 Farmacêuticas já entregaram 63 milhões ao Estado este ano Medicamentos Até Junho os laboratórios entregaram aos hospitais 55,2 milhões de euros. Já as empresas alvo da nova taxa sobre as farmacêuticas pagaram 7,3 milhões no primeiro trimestre. Catarina Duarte [email protected] As empresas da indústria farmacêutica já entregaram ao Estado 62,5 milhões de euros este ano, a sua contribuição para o esforço de redução da despesa com medicamentos. A maior fatia, de 55,2 milhões, entrou nos cofres públicos através do acordo alcançado entre o Governo e a Apifarma, a associação que representa a indústria farmacêutica. O Estado arrecadou ainda 7,3 milhões de euros através da taxa sobre as vendas de medicamentos aplicada às empresas do sector que optaram por ficar fora do acordo. Os 55,2 milhões de euros que os laboratórios pagaram aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde correspondem às contribuições destas empresas - 68 no total - nos dois primeiros trimestres deste ano. Até Junho estas farmacêuticas tinham entregue 41% do valor total previsto para 2015, uma vez que o Ministério da Saúde prevê que a contribuição total ascenda a 135 milhões de euros até ao final do ano. “Nos termos do acordo com a Apifarma, foi acertado para 2015 o pagamento de quatro parcelas trimestrais, ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, em que a verba era entregue na totalidade no final do ano. Sendo as verbas já entregues de grande importância para o equilíbrio da tesouraria das instituições hospitalares, este novo método tem-se revelado mais adequado ao cumprimento dos objectivos de pagamentos de dívidas em atraso e de equilíbrio financeiro dos hospitais”, explica o Ministério da Saúde, acrescentando que “até agora foram recebidas as parcelas do primeiro e segundo semestres de 2015 com uma taxa de execução de, respectivamente, 95% e 76% dos valores totais”. Os 55,2 milhões de euros não incluem os 12,75 milhões de euros correspondentes ao investimento das farmacêuticas em despesas de Investigação & Desenvolvimento, dedução à contribuição ao SNS prevista no acordo, esclareceu ainda o ga- O Ministério da Saúde prevê que até ao final do ano as empresas farmacêuticas que aderiram ao acordo contribuam com 135 milhões de euros para a redução da despesa pública com medicamentos. Em Maio o Diário Económico avançou que nos primeiros três meses do ano 120 farmacêuticas foram chamadas a pagar a nova taxa sobre as vendas de medicamentos. O Ministério da Saúde divulga agora que a receita foi de 7,3 milhões de euros. binete de Paulo Macedo. O Ministério da Saúde fixou um objectivo de despesa pública com medicamentos para este ano de dois mil milhões de euros. Segundo os termos do acordo assinado em Novembro passado, se esse valor for ultrapassado, os laboratórios terão de devolver o excedente em notas de crédito que os hospitais poderão usar na aquisição de medicamentos, sem os pagar. À data em que o protocolo foi celebrado, a contribuição da indústria farmacêutica prevista era de 180 milhões de euros. Um valor que poderia ficar aquém do estimado, consoante o comportamento da despesa com medicamentos. O Ministério da Saúde reviu agora o valor para 135 milhões de euros, apesar da despesa com medicamentos em meio hospitalar ter subido 17% nos primeiros cinco meses deste ano (ver texto ao lado). 120 farmacêuticas pagaram 7,3 milhões de euros Os laboratórios que não aderiram ao protocolo de redução de despesa ficaram pela primeira vez sujeitos ao pagamento de uma taxa sobre as vendas dos medicamentos, que varia entre os 2,5% e os 14,3% consoante o tipo de remédios. Tal como o Diário Económico avançou em Maio, no primeiro trimestre do ano foram 120 as farmacêuticas sujeitas ao pagamento desta contribuição, o que rendeu ao Estado 7,3 milhões de euros, esclarece agora o Ministério da Saúde. Estas 120 empresas representam 18% de quota de mercado. Só nas próximas semanas será possível apurar quantas empresas foram sujeitas ao pagamento da taxa no segundo trimestre do ano e qual o encaixe para os cofres públicos, disse a mesma fonte. ■ CONTRIBUIÇÃO 55,2 milhões As 68 farmacêuticas que aderiram ao protocolo de redução da despesa entregaram 55,2 milhões de euros aos hospitais nos dois primeiros trimestres de 2015. Até ao final do ano têm de contribuir com 135 milhões de euros. TAXA 7,3 milhões Os laboratórios que não aderiram ao acordo ficaram sujeitos a uma taxa sobre as vendas de medicamentos (que varia entre os 2,5% e os 14,3%). No primeiro trimestre 120 farmacêuticas entregaram ao Estado 7,3 milhões de euros. DESPESA 2,116 milhões A despesa pública com remédios em 2014 (ambulatório e hospitalar) alcançou aos 2,116 milhões de euros, uma quebra de 0,8% face a 2013. META 2 mil milhões Para este ano o Governo definiu uma meta de despesa com medicamentos de dois mil milhões de euros. GOVERNO NÃO DIZ QUANTO ID: 60968337 15-09-2015 Tiragem: 14670 Pág: 9 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 26,00 x 27,87 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 3 Bernardo S. Lobo PAGOU ÀS FARMÁCIAS PARA AUMENTAREM VENDA DE GENÉRICOS Despesa com remédios nos hospitais cresceu 17% até Maio A despesa pública com remédios vendidos nas farmácias está controlada, mas no meio hospitalar subiu nos primeiros cinco meses do ano. O Governo não divulga quanto pagou em incentivos às farmácias para aumentarem a quota de venda de genéricos. No início de Fevereiro, Paulo Macedo lançou um sistema de incentivos financeiros para que as farmácias aumentassem a quota de genéricos de 46% para os 50% até Junho. Meta que ainda assim ficava aquém das exigências da ‘troika’ que queria chegar aos 60%. Três meses depois, nem o Infarmed nem o Ministério da Saúde revelam quais foram os resultados. O programa previa a remuneração às farmácias através de duas formas: ou recebiam uma percentagem da poupança que o Estado conseguiu como aumento da venda de genéricos ou ficavam com uma percentagem do valor de cada caixa de medicamentos vendida. Contas feitas, as farmácias recebiam 15 cêntimos por cada euro a mais de medicamentos genéricos vendidos, segundo o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Paulo Duarte. O sistema de incentivos tinha um prazo previsto para Junho, mas podia ser prorrogado por mais seis meses. A despesa com medicamentos em meio hospitalar atingiu os 470 milhões de euros em Maio, um crescimento de 17% face ao mesmo período do ano anterior, mostram os dados do Infarmed. A pesar neste crescimento da despesa estão os medicamentos para o tratamento da Hepatite C. A própria Direcção-Geral do Orçamento dava conta disso mesmo, na síntese da execução mensal de Julho, para explicar o aumento da despesa do Serviço Nacional de Saúde: “O aumento da despesa ficou a dever-se às compras de produtos farmacêuticos (4,3% em Julho face a Junho), resultado, maioritariamente, da introdução de novos medicamentos para a Hepatite c”, pode ler-se no boletim. Já a despesa com medicamentos vendidos nas farmácias manteve-se quase constante entre Janeiro e Abril (somou 394 milhões de euros, um crescimento de 0,9% face ao período homólogo), de acordo com os últimos dados disponíveis. O bom comportamento da despesa no ambulatório tem sido influenciado pelo incentivo à prescrição e venda de medicamentos genéricos e alterações às margens de lucro das farmácias e distribuidores. Em 2014, a quota de genéricos no total dos medicamentos comparticipados pelo SNS foi de 46,5%. A percentagem ficou aquém da meta estipulada pela ‘troika’, que previa uma quota de 60%. Para tentar alcançar este objectivo, o Ministério da Saúde lançou este ano novos incentivos à venda destes medicamentos de marca branca, dando às farmácias prémios pela venda de genéricos: por cada euro a mais vendido de genéricos, as farmácias recebem 15 cêntimos. Mas até agora ainda não se conhece o balanço da medida (ver fotolegenda). Em 2010, os encargos do SNS com remédios – tanto os vendidos nas farmácias (ambulatório) como os consumidos nos hospitais - chegaram aos 2,632 milhões euros. Em 2014, o valor caiu para 2,116 milhões. Ou seja, em quatro anos a despesa caiu 516 milhões de euros. Aliás, a despesa, tanto nas farmácias como nos hospitais, veio sempre a cair ao longo dos últimos quatro anos. O desagravamento da factura neste período foi conseguido sobretudo à custa do mercado de ambulatório (a despesa caiu 29%). Em meio hospitalar a poupança foi mais modesta, de apenas 3,5%. Para este ano o Ministério da Saúde estipulou uma fixou uma meta de despesa pública com medicamentos de dois mil milhões de euros. ■ C.D. DESPESA COM MEDICAMENTOS A despesa em ambulatório tem vindo a cair desde 2010, mas a despesa em meio hospitalar tem sido mais difícil de controlar. 2000 Despesa ambulatório Despesa hospitalar 1500 1000 500 0 2010 Fonte: Infarmed 2011 2012 2013 2014 Valores em milhões de euros. ID: 60968337 15-09-2015 Tiragem: 14670 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 16,92 x 3,66 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 3 Farmacêuticas já entregaram 63 milhões ao Estado este ano Laboratórios entregaram 55,2 milhões de euros aos hospitais até Junho. Estado arrecadou mais 7,3 milhões através da nova taxa sobre a venda de medicamentos das empresas que ficaram fora do acordo. ➥ P8 E 9