www.amb.com.br 24/6/2008 11:03:52 Campanha contra políticos fichados empolga eleitores População assina manifesto contra candidatura de políticos fichados Thomaz Vita Neto Jocelito Paganelli Os primeiros dias da campanha de coleta de assinaturas contra a candidatura de políticos com a “ficha suja” em Rio Preto foram marcados pela “empolgação” e adesão de eleitores à iniciativa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para apresentação de um projeto de lei popular, com o objetivo de impedir que pessoas condenadas pela Justiça disputem eleições. De acordo com o coordenador da Pastoral Fé e Polícia da Diocese de Rio Preto, Marco Antônio Ferreira Matheus, os eleitores de Rio Preto demonstraram que estão conscientes da necessidade de mudar o processo eleitoral atual, que permite políticos que renunciaram a cargos públicos para não serem cassados de disputar novas eleições. “Percebi que as pessoas estão empolgadas com a campanha. Os eleitores perceberam a necessidade de impedir a candidatura a cargos públicos de políticos com a ‘ficha suja’”, afirmou. Matheus acompanhou a coleta de assinaturas no estande do Diário montado, no sábado, no Calçadão, e no domingo, no Mercadão. “Percebi que as pessoa chegavam aos pontos de coleta de assinatura com o título de eleitor nas mãos, prontas para assinar o formulário do projeto de iniciativa popular. Conversei com padres e eles disseram que nas paróquias a situação se repetiu. Eleitores acompanharam a divulgação da campanha pelo jornal e compareceram nas paróquias já para assinar o formulário”, disse. Ainda não há uma estimativa de quantas assinaturas já foram coletadas. “Teremos no meio deste semana”, disse. Nesta semana o Diário dará seqüência à coleta de assinaturas no Calçadão. O estande do jornal permanecerá montado em frente ao Praça Shopping, das 9 às 17 horas, até sextafeira. No sábado, a adesão à campanha poderá ser feita das 9 às 13 horas. A pressão para evitar que candidatos “ficha suja“ disputem eleições e a decisão da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) de divulgar o histórico judicial de candidatos obrigou partidos a rever normas internas, com o objetivo de filtrar a escolha dos nomes que disputarão as eleições de 2008. Quem se envolveu em crimes contra a vida, por exemplo, dificilmente vai conseguir se candidatar. O DEM baixou uma resolução na semana passada com proibições aos filiados interessados na disputa. O PMDB e o PPS também recomendaram aos seus diretórios “bom senso e cautela“ na hora de confirmar ou vetar candidaturas. A viabilidade das candidaturas de pessoas com a “ficha suja“ é sustentada por uma brecha na Lei de Inelegibilidades (Lei 64, de 1990), que não trata da vida pregressa dos políticos. Para corrigir a situação, a campanha precisará coletar 1,5 milhão de assinaturas para o projeto popular que altera a Lei de Inelegibilidades ser enviado à C âmara dos Deputados.