UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CUSTO AMBIENTAL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
SOB A ÓTICA DA EMISSÃO DE CO2
Taiany Blachka Botelho
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade
Federal de São Carlos como parte dos
requisitos para a conclusão da
graduação em Engenharia Civil
Orientador: Dr. José Carlos Paliari
São Carlos
2010
DEDICATÓRIA
“Tão importante quanto semear flores é semear idéias. Fale com outras pessoas
sobre a importância de cuidar do planeta. Você vai estar contribuindo para o florescimento
de uma ótima causa.”
Deivison Cavalcante Pedrosa
Dedico esta monografia a todos os estudiosos, pesquisadores, idealizadores,
ambientalistas e cidadãos do mundo que buscam diariamente em si e nos outros o ideal de
sustentabilidade, com sua visão otimista de um mundo melhor.
AGRADECIMENTOS
Expresso meus sinceros agradecimentos aos meus familiares e amigos que sempre
me incentivaram a seguir os meus ideais, apoiaram as minhas escolhas e compartilharam
da minha batalha.
Humildemente, agradeço a Deus por me proporcionar tantas pedras no caminho que
fizeram de meu percorrer interessante e engrandecido.
RESUMO
RESUMO
O planeta convive com diversos problemas gerados pela exploração descontrolada
dos recursos naturais visando o crescimento econômico de países desenvolvidos e em
desenvolvimento, incluindo o Brasil. O fenômeno do aquecimento global – Efeito Estufa – é
um bom exemplo da consequência natural causada pela exploração do homem, já que
grande parte da comunidade científica acredita que o aumento da temperatura média da
Terra é causada pela emissão de gases na atmosfera. Com isso, a sustentabilidade é um
tema de discussão global e imprescindível para a sobrevivência humana. A construção civil
pode ser destacada pelos recursos naturais que utiliza, o volume de energia e água que
consome e a quantidade de resíduos sólidos gerados, como conseqüência da capacidade
de desenvolvimento econômico que agrega ao país. Para atingir a sustentabilidade as novas
idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas nos projetos, além de
serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação da natureza,
visando à harmonia entre as necessidades humanas do presente e respeitando o direito de
uso das gerações futuras. Analisar o potencial de impacto ambiental dos produtos da
construção civil é um tanto complexo, devido à enormidade de variáveis existentes, para
isso, a utilização de metodologias e softwares são imprescindíveis. A necessidade de
desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema
importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela construção
de estruturas de concreto. Os indicadores retirados da pesquisa de Oliveira (2007),
abrangendo todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultaram em dados
confiáveis para emissões de CO2 devido à quantidade de concreto utilizado na composição
dos elementos estruturais viga-pilar dos projetos de estudo, desconsiderando as perdas
inerentes ao processo de produção.
Palavras-chave: Construção civil, emissões de CO2, sustentabilidade e indicadores.
ABSTRACT
ABSTRACT
Today’s world have many problems due to uncontrolled explotation of natural
resources aiming the economic grouth of developed crounties and the emerging one’s as
well, including Brasil. The global warming phenomenon – Greenhouse effect – is a nice
example as a natural consequence to human exploitation, since a main part of the scientific
community believes the Earth’s average temperature raise is caused by greenhouse gases
emissions to the atmosphere. Thus, sustainability is a topic of global discussion and
essential for human survival. Construction can be highlighted by the natural resources used,
amount of energy and water required and amount of solid waste generated as a
consequence of the economic grouth capacity added to the country. To achieve
sustentainability, new ideas and tecnologies used on construction sites, besides being
technically and economically feasible, have to assign great nature preservation, aiming
harmony between actual human needs e respecting the future generations’ right of use. It’s
quite complex to analyze the potential environmental impact of construction products due to
the huge amount of existing variables, for this, the use of methodologies and software are
essential. The need to develop and use concrete mix with less cement is of utmost
importance to reduce emissions of carbon dioxide caused by the construction of concrete
structures. Indicators derived from research of Oliveira (2007), covering the entire life cycle
of reinforced concrete members, resulted in reliable data for CO2 emissions due to the
amount of concrete used in the composition of the structural beam-column of study projects,
disregarding the losses inherent in the production process.
Key-words: Construction, CO2 emissions, sustainability and indicators.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Esquema estrutural de um sistema construtivo em esqueleto de concreto armado.
Fonte: www.cardanbras.com.br/engenharia/img_serviços/estruturajpegconcreto.jpg ..... 10
Figura 2 - Comparativo da população brasileira rural e urbana. Fonte: IBGE, 2000. .............. 17
Figura 3 - Ciclo de Vida de uma Edificação. Fonte: TAVARES e LAMBERTS, 2005. ......... 23
Figura 4 - Fluxo de Inventário. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ....................................................... 26
Figura 5 - Etapas da ACV. Fonte: ABNT, 2001. ..................................................................... 27
Figura 6 - Ilustração da contribuição do CO2 para aumentar o efeito estufa. Fonte: SANTOS,
2006. ................................................................................................................................. 30
Figura 7 - Comparação Internacional das Emissões de CO2, valores da OCDE . Fonte: BEN,
2010. ................................................................................................................................. 36
Figura 8 - Emissões brasileiras de CO2, período 1999 a 2009. Fonte: BEN, 2009 e 2010. .... 37
Figura 9 - Projeto Estrutural do Pavimento Tipo do Grupo 1. ................................................. 70
Figura 10 - Planta da Estrutura do Pavimento Tipo do Grupo 2. ............................................. 74
Figura 11 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 3. ................................................ 78
Figura 12 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 4. ................................................ 82
Figura 13 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 5. ................................................ 87
Figura 14 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 6. ................................................ 90
Figura 15 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 7. ................................................ 94
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Diretrizes para a Sustentabilidade das Edificações. Fonte: VILHENA, 2007. ....... 25
Tabela 2 - Evolução de Indicadores Brasileiros. Fonte: BEN, 2010. ....................................... 31
Tabela 3 - Intensidade de Emissões de CO2 na Geração de Energia Elétrica no Brasil. .......... 32
Tabela 4 – Quadro com as conseqüências ambientais em 2100 devido ao aumento da
temperatura média em 2°C, retirado da Fonte: GOMES, 2009. ....................................... 33
Tabela 5 - Geração de CO2. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 34
Tabela 6 - Emissões de CO2, ano base 2007. Fonte: BEN, 2010. ........................................... 35
Tabela 7 - Emissões brasileiras de GEE e CO2 por setor da economia. Fonte: DESPOLUIR,
2009. ................................................................................................................................. 37
Tabela 8 - Emissões de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil. Fonte:
DESPOLUIR, 2009. ......................................................................................................... 38
Tabela 9 - Emissões de CO2 por modalidade de transporte a partir da queima de combustíveis
fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009. ................................................................. 38
Tabela 10 – Estimativa de Emissões de Combustíveis Fósseis. Fonte: DESPOLUIR, 2009... 39
Tabela 11 - Emissões de CO2 decorrentes de Processos Industriais (mil toneladas de CO2).
Fonte: DESPOLUIR, 2009. .............................................................................................. 39
Tabela 12: Emissões por produto (padrão comercial brasileiro de compra). Fonte:
STACHERA e CASAGRANDE JR. (2007) .................................................................... 48
Tabela 13 - Emissões de CO2 provenientes da utilização de materiais de construção. Fonte
STACHERA JR., 2006. .................................................................................................... 48
Tabela 14 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ................................. 50
Tabela 15 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas. .............. 51
Tabela 16 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ........................ 52
Tabela 17 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas
estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................................... 52
Tabela 18 - Quantitativos de interesse dos pavimentos tipo de cada grupo estudado. Fonte:
autora. ............................................................................................................................... 56
Tabela 19 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ................................. 57
Tabela 20 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do
concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006. ...................................... 57
Tabela 21 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do
concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006. ...................................... 58
Tabela 22 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto
armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006. ..................................................... 58
Tabela 23 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto
armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006. ..................................................... 59
Tabela 24 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas. .............. 59
Tabela 25 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ........................ 60
Tabela 26 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas
estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................................... 60
Tabela 27 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto
armado com o traço 1. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 61
Tabela 28 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto
armado com o traço 2. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 61
Tabela 29 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 1. ......................... 71
Tabela 30 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 1. ............................ 72
Tabela 31 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 2. ......................... 75
Tabela 32 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 2. ............................ 77
Tabela 33 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 3. ......................... 79
Tabela 34 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 3. ............................ 80
Tabela 35 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 4. ......................... 83
Tabela 36 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 4. ............................ 85
Tabela 37 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 5. ......................... 88
Tabela 38 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 5. ............................ 89
Tabela 39 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 6. ......................... 91
Tabela 40 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 6. ............................ 92
Tabela 41 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 7. ......................... 95
Tabela 42 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 7. ............................ 96
.
SUMÁRIO
1.
2.
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10
1.1
Problemática da Pesquisa ...................................................................................... 11
1.2
Justificativa ............................................................................................................. 11
1.3
Objetivos .................................................................................................................. 12
1.4
Metodologia ............................................................................................................. 12
SUSTENTABILIDADE X CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................................... 14
2.1
O Ambiente Urbano ............................................................................................... 14
2.2
Brasil – País em Desenvolvimento......................................................................... 16
2.3
Sustentabilidade ...................................................................................................... 18
Eventos Marcantes na Discussão do Desenvolvimento Sustentável ................................ 19
2.4
Visão Sustentável na Indústria da Construção Civil........................................... 22
2.4.1 Metodologias e Sistemas de Avaliação Ambiental de Edifícios .......................... 23
2.5
3.
Conclusão do Capítulo 2 ........................................................................................ 28
EMISSÕES DE CO2 X CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................ 29
3.1
Demanda Energética x Aquecimento Global ....................................................... 29
Alterações Decorrentes do Aumento da Temperatura ...................................................... 32
Emissões de CO2 ..................................................................................................... 34
3.2
Índices de Emissões de CO2 ............................................................................................. 35
4.
3.3
Construção Civil: Grande Contribuinte na Emissão de CO2 ............................. 39
3.4
Conclusão do Capítulo 3 ........................................................................................ 41
PRODUÇÃO DE CONCRETO X INDICADORES DE EMISSÃO DE CO2 ............... 43
4.1
Produção de Concreto ............................................................................................ 43
4.1.1 Aglomerante – Cimento ....................................................................................... 44
4.1.2 Agregados – Areia e Brita .................................................................................... 45
4.1.3 Formas de Madeira e Armaduras de Aço ............................................................. 46
4.2
Desempenho Ambiental do Concreto Armado .................................................... 46
4.3
Revisão dos Estudos para o Cálculo das Emissões de CO2 Decorrentes de
Produtos da Contrução Civil ............................................................................................. 47
4.3.1 Cálculo da Emissão de CO2 Decorrentes da Produção de Habitações Populares
com base no Trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) ....................................... 47
4.3.2 Cálculo da Emissão de CO2 decorrentes da Produção de Vigas de Concreto
Armado com base no Trabalho de Oliveira (2007) .......................................................... 49
4.4
5.
Conclusão do Capítulo 4 ........................................................................................ 52
ANÁLISE DOS PROJETOS DE ESTUDO ................................................................... 54
5.1
Descrição dos Projetos Analisados ........................................................................ 54
Medição dos Projetos Estruturais ..................................................................................... 55
5.2
Composição do Banco de Dados ............................................................................ 56
5.2.1 Fluxo das Emissões de CO2 Decorrentes da Produção de Elementos de Concreto
com base no Trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) ....................................... 57
5.2.2 Fluxo das Emissões de CO2 Decorrentes da Produção de Elementos de Concreto
Armado com base no Trabalho de Oliveira (2007) .......................................................... 59
5.3
6.
Análise do Banco de Dados (Conlusão do Capítulo 5) ........................................ 61
CONCLUSÃO .................................................................................................................. 63
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 65
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................................... 69
APÊNDICE .............................................................................................................................. 70
6.1
Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 1 ............................................... 70
6.2
Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 2 ............................................... 74
6.3
Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 3 ............................................... 78
6.4
Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 4 ............................................... 82
6.5
Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 5 ............................................... 87
6.6
Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 6 ............................................... 90
6.7
Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 7 ............................................... 94
10
1.
INTRODUÇÃO
O planeta convive com diversos problemas gerados pela exploração descontrolada
dos recursos naturais visando o crescimento econômico de países desenvolvidos e em
desenvolvimento, incluindo o Brasil. O fenômeno do aquecimento global – Efeito Estufa – é
um bom exemplo da consequência natural causada pela exploração do homem, já que
grande parte da comunidade científica acredita que o aumento da temperatura média da
Terra é causada pela emissão de gases na atmosfera. Com isso, a sustentabilidade é um
tema de discussão global e imprescindível para a sobrevivência humana.
A maioria dos processos presentes na construção civil acabam, de alguma forma,
poluindo, degradando e modificando o meio ambiente. Dentro das inúmeras ocorrências
não-sustentáveis da construção de um empreendimento, como um edifício de sistema
construtivo pilar-viga de concreto armado, ilustrado na figura 1, enquadra-se a emissão de
CO2 devido à produção do concreto, para compor tais elementos estruturais.
Figura 1: Esquema estrutural de um sistema construtivo em esqueleto de concreto
armado. Fonte:
www.cardanbras.com.br/engenharia/img_serviços/estruturajpegconcreto.jpg
11
A quantidade emitida de CO2 por metro quadrado de construção na produção de
concreto para um edifício pode ser determinado encontrando-se o volume de concreto
utilizado na composição dos elementos estruturais e calculando-se qual a quantidade, em kg
de CO2, emitida na produção de um metro cúbico de concreto e quantos metros quadrados
de área possui o edifício analisado.
O estabelecimento de indicadores de emissão de CO2, de acordo com as
características do empreendimento, busca dar seqüência e abrir outras possibilidades de
associações teóricas e pesquisas científicas, em paralelo com as discussões de
sustentabilidade ambiental na construção civil, mas sem a intenção de dirigir uma ação ou
comparar diferentes sistemas construtivos, apenas buscando compor um banco de dados a
ser utilizado pelos trabalhos que se seguiram.
1.1
PROBLEMÁTICA DA PESQUISA
As questões principais do tema da pesquisa são: como quantificar, corretamente e
com embasamento teórico válido, a emissão dos quilogramas de gás carbônico gerados
pelas estruturas de concreto de edifícios com tipologias semelhantes? E, como transcrever
de forma clara e simplificada os resultados obtidos, gerando um banco de dados referencial
para ser analisado, aplicado, ampliado e contestado futuramente por estudos da mesma
linha de pensamento.
No decorrer da leitura da bibliografia encontrada surgem perguntas tais como: os
estudos encontrados são suficientes para formar um banco de dados coerente? Não seria
melhor adotar apenas um autor que possua uma pesquisa mais completa para o cálculo dos
valores? O embasamento teórico a ser descrito no texto composto deve aprofundar-se nas
conseqüências, como o efeito estufa, nas causas, emissão de gás carbônico, ou ainda, nas
soluções, cito uma de exemplo, a sustentabilidade na construção civil?
Estas são algumas das questões a serem pensadas, analisadas e respondidas ao
longo do desenvolvimento da monografia.
1.2
JUSTIFICATIVA
A construção civil é um setor de extrema importância no cenário industrial brasileiro
pela movimentação financeira que gera na economia e a quantidade de mão-de-obra que
emprega. Esta indústria pode ser destacada pelos recursos naturais que utiliza, o volume de
energia que consome e a quantidade de resíduos sólidos gerados, como conseqüência da
capacidade de desenvolvimento econômico que agrega ao país.
12
Atualmente, devido à concorrência no mercado consumidor, as empresas de
construção civil procuram trabalhar com Sistema de Gestão Integrado (SGI). O meio
ambiente é parte dos quatro temas que compõem o SGI, assim como: qualidade,
segurança, e responsabilidade social. A certificação da ISO 14.000 – meio ambiente – pode
ser utilizada como meio de adequação da empresa ao sistema de gestão implantado.
Com estes contextos em pauta, era de se esperar, que a indústria da construção civil
no Brasil desenvolvesse e aplicasse soluções voltadas ao meio ambiente, como diminuir a
emissão de CO2, principal gás causador do Efeito Estufa, na concepção dos seus produtos.
Porém, os poucos estudos existentes na área são muito atuais. Esse fato pode ser
comprovado analisando as normas técnicas e, principalmente as exigências para a
certificação relativa à sustentabilidade ambiental, não abrangerem as emissões de CO2 na
produção dos materiais e concepção dos produtos da construção civil. O trabalho proposto
se justifica por abranger a problemática descrita dando continuidade aos estudos na linha de
pesquisa sugerida pelo tema e podendo ser utilizado como referência para trabalhos
posteriores.
1.3
OBJETIVOS
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar, sob o ponto de vista da emissão de CO2, o
custo ambiental da concepção das estruturas de concreto armado, levando-se em conta as
quantidades de concreto utilizadas para compor os elementos viga-pilar dos projetos
escolhidos como objeto de estudo.
Neste trabalho, objetivando levantar dados para o cálculo do indicador de consumo
de concreto armado em projetos de estrutura, elaborados no âmbito da disciplina de Projeto
Integrado de Sistemas Construtivos, ministrada em 2009 na Universidade Federal de São
Carlos, serão processados os dados coletados com o intuito de analisar o custo ambiental
das estruturas de concreto armado frente às emissões de CO2.
1.4
METODOLOGIA
Com intuito de atingir os objetivos propostos a metodologia será dividida em três
fases distintas e seqüenciais, as quais estão sintetizadas a seguir:
Revisão bibliográfica realizada com o objetivo de levantar indicadores de consumo
de concreto utilizado para compor as estruturas de concreto armado, assim como os
indicadores de emissão de CO2 na produção do concreto, contextualizando com a questão
da sustentabilidade na construção civil.
13
Composição do banco de dados realizada através do cálculo do volume de concreto
nas estruturas de concreto armado, assim como a área da edificação, dos projetos
elaborados no âmbito da disciplina de Projeto Integrado de Sistemas Construtivos,
ministrada em 2009 na Universidade Federal de São Carlos. Os projetos serão analisados
na sua concepção eletrônica através do software Autocad.
Método Prognóstico criado para estabelecer índices de consumo de concreto, por
metro quadrado de edificação, obtidos através dos dados processados.
Alguns passos importantes para confecção desta monografia deverão ser seguidos,
como por exemplo:
•
Pesquisar referências para os indicadores de emissão de CO2 em estudos
científicos atuais;
•
Calcular o volume de concreto nas estruturas de concreto armado dos
projetos em análise;
•
Calcular a área da edificação dos projetos em análise;
•
Processar os dados de indicadores de emissão de CO2 por metro quadrado
de edificação construída e;
•
Analisar os resultados obtidos.
A divisão e a escolha dos capítulos baseou-se nas teses e dissertações estudadas,
além das questões levantadas na problemática da pesquisa, dando maior ou menor enfoque
aos assuntos considerados importantes na composição da base do texto do trabalho. Em
todos os capítulos foi objetivada qual a melhor forma de se fazer entender pelos leitores,
visando um trabalho bem escrito e que possa ser aprofundado dentro da mesma linha de
pesquisa.
14
2.
2.1
SUSTENTABILIDADE X
CONSTRUÇÃO CIVIL
O AMBIENTE URBANO
Para Andrade e Romero (2004) as cidades constituem centros de aglomeração de
riqueza e conhecimento, sendo o “lócus da cidadania e palco das relações sociais”, e de
uma forma mais abrangente, envolvem fluxos econômicos, culturais, sociais e políticos.
Em toda a história da humanidade, o progresso foi alavancado pela exploração dos
recursos naturais. No final do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, houve
uma intensificação na transformação da natureza em prol de melhores condições de vida
para o homem nas cidades. A aceleração do processo de industrialização, no inicio do
século XX, ainda carregava o conceito de que os recursos naturais são ilimitados,
resultando no descaso com os resíduos gerados durante a produção e ao final da vida útil
dos produtos, caracterizado por John (2000), como um modelo linear de produção.
O sonho de uma vida melhor nos centros urbanos esbarrou na falta de planejamento
adequado para atender a demanda populacional, e o que se observa nas cidades é o reflexo
da desigualdade social em um ambiente com baixa qualidade de vida para o ser humano.
De acordo com dados da ONU (ORGANIZAÇÃO..., 2005) a população mundial em
2005 era de aproximadamente 6,5 bilhões de habitantes, sendo que metade dos seres
humanos residia em zonas urbanas. Ruano 1 é citado no trabalho de Bissoli (2007)
afirmando que projeções indicam que por volta de 2025, a população urbana corresponderá
a 75% da população mundial. Em vista destas estatísticas é necessário adequar as cidades
para as pessoas que nelas já residem e planejar seu crescimento promovendo condições
mínimas de habitação e inclusão social para as gerações futuras.
1
RUANO, M. Ecourbanismo entornos humanos sostenibles: 60 proyectos.Barcelona:
Gustavo Gili, 1999.
15
Outros fatores foram desencadeados pelo crescimento urbano caótico como a
alteração das características, do solo e do clima, dos ecossistemas originais. Soma-se a
isso o esgotamento de certos recursos; a expansão da pobreza; a escassez crescente de
alimentos, de energia e de água; o aumento da poluição da água, do ar e do solo; a
destruição da camada de ozônio; os riscos de mega desastres causados por acidentes
nucleares e vazamentos de lixo nuclear; as inundações e furacões devastadores
provocados pelas mudanças climáticas; os problemas de saúde causados pelos aditivos
tóxicos na comida e na bebida e pelo acúmulo de toxinas no solo, no ar e na água; a
homogeneização das culturas com a conseqüente perda das identidades locais, etc.
(SBAZO, apud BISSOLI, 2007, p. 52).
Diante de tais conseqüências, se faz necessária à busca de alternativas menos
agressivas ao meio ambiente, para dar seqüência ao desenvolvimento tecnológico e
econômico dos grandes centros urbanos no Mundo. Se cada país tomasse para si a
responsabilidade referente a sua parcela na degradação ambiental; a começar pela
construção civil, que com esse modelo de desenvolvimento “tem promovido a transformação
das cidades em verdadeiras selvas de pedra e metal, que são construídas para dar lugar
aos aparatos tecnológicos criados pelo progresso, mais do que aos seres humanos e ao seu
convívio” (COLOMBO, 2006, p. 3583); haveria mudanças positivas na situação frágil que se
encontra a natureza.
Classificar um país como desenvolvido “não deveria se basear na quantidade de
helicópteros que este pode enviar a uma guerra, mas pela quantidade de ambientes em seu
território que funcionem como fontes de energia renovável” (DUNSTER, apud BISSOLI,
2007, p.53).
A constante preocupação das instituições internacionais com a degradação do meio
ambiente e o esgotamento das reservas naturais, resultou na ISO 14000 – Normas de
Gerenciamento Ambiental – que “pode ser considerada como um reflexo desta mentalidade,
onde a incorporação de ‘benfeitorias’ ambientais acaba sendo a única alternativa para
justificar a produção de bens com processos que agridam o meio ambiente ou consumam
recursos. No nível atual de desenvolvimento tecnológico, a adoção destas políticas de
compensação é fundamental para a sobrevivência de muitas empresas” (OLIVEIRA, 2007,
p.19).
Diversas medidas, como as Normas de Gerenciamento Ambiental, estão sendo
implementadas pelas instituições de alcance internacional, com intuito de sensibilizar os
16
órgãos governamentais dos países, os setores privados que regem a economia e a
população geral.
2.2
BRASIL – PAÍS EM DESENVOLVIMENTO
A população do Brasil, no ano 2000, foi estimada pelo Censo Demográfico do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 171,3 milhões de habitantes,
posicionando o Brasil no quinto lugar do ranking dos 192 países ou áreas investigados pela
ONU, atrás da China (1.275,2 mi), Índia (1.016,9 mi), EUA (285,0 mi) e Indonésia (211,6 mi).
Em 1970, a população brasileira era composta de pouco mais de 90 milhões de pessoas,
depois de 34 anos, no ano de 2004, já chegava à casa dos 182 milhões de habitantes, mais
que o dobro. Desde a década de 1960, a taxa de crescimento da população brasileira está
em declínio, visto que no período de 1950-1960 o crescimento era de 3% ao ano e, em
2004, a taxa já era de 1,44% ao ano. Com base nesses resultados é esperado que a
população do Brasil atinja o chamado “crescimento zero” por volta de 2062, apresentando, a
partir daí, taxas de crescimento negativas (IBGE, 2000).
No período curto de 40 anos, no Brasil, houve uma inversão nas proporções entre a
população do campo e a que reside nas cidades. O gráfico abaixo ilustra os milhões de
habitantes brasileiros comparativamente com os percentuais do tipo de população, rural ou
urbana. Em 1940 a população urbana representava apenas 30% do número de habitantes
do país, já em 1980 a população era predominantemente urbana representando 70% do
total e, em 2000 o índice populacional urbano ultrapassou os 80% (IBGE, 2000).
População Brasileira (10 6)
17
180
150
120
90
60
30
0
1940
1980
Projeção Pop. Total
Pop. Urbana
2000
2004
Pop. Rural
Log. (Projeção Pop. Total)
Figura 2 - Comparativo da população brasileira rural e urbana. Fonte: IBGE, 2000.
A crescente concentração populacional nas áreas urbanas aumenta a demanda
habitacional, exercendo pressão sobre as infra-estruturas urbanas básicas, que são
marcadas pela “insuficiência do atendimento, pela inexistência de serviços, pela escassez e,
muitas vezes, pela adoção de soluções ambientalmente condenáveis” (ANDRADE;
ROMERO, 2004, p.19).
Devido ao cenário nas cidades brasileiras estão sendo pleiteadas políticas de cunho
social e ambiental. Exemplo disso é a Lei Nº 10.257, Estatuto da Cidade, que estabelece
normas de ordem pública e de interesse social, regulando o uso da propriedade urbana em
prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como o equilíbrio
ambiental. “Com esse instrumento é possível remodelar as cidades brasileiras a partir da
formulação de políticas, criando um novo paradigma administrativo, garantindo padrões de
sustentabilidade e a perspectiva de uma sociedade mais justa, democrática e humana”
(BISSOLI, 2007).
A indústria da construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do
país, por incentivar os setores da economia, influenciando diretamente no movimento de
uma gama de outras indústrias, setor comercial, e também, através da alta geração direta
de renda, impostos e empregos, além de não pressionar a balança comercial por não gerar
grandes demandas de importações. Segundo Gondim et al. (2004), a indústria da
construção civil é um dos setores de maior importância na formação do Produto Interno
Bruto (PIB) brasileiro.
18
Do ponto de vista social, a construção civil no Brasil funciona como um meio de
inserir indivíduos que estão à margem da sociedade, já que seu meio de produção,
predominantemente artesanal, permite empregar pessoas sem qualificação, até mesmo os
analfabetos, ensinando-lhes uma profissão, transmitindo o conhecimento de construir na lida
do dia-a-dia. Essa cultura inerente às obras dificulta a inserção de novas máquinas e
equipamentos, mantendo o homem como principal fator de produtividade.
Os dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC
(1999) servem para confirmar os argumentos defendidos, revelando que para cada 1,0
bilhão de reais investidos na construção são criados 177.000 novos empregos, diretos e
indiretos. Com o aquecimento do mercado na área de construção, no ano de 2010, os
números estão sendo revelados e são muito promissores. A construção civil contratou
45.704 trabalhadores com carteira assinada em março no país, chegando ao número
recorde de 2,604 milhões de empregados formais no setor, segundo dados divulgados pelo
Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), em
conjunto com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em 12 meses, o nível de emprego no setor
aumentou 14,19%, o que corresponde a mais 323.639 trabalhadores empregados (FOLHA
ONLINE, acesso em: 26 mai. 2010).
Para alcançar uma sociedade sustentável é de extrema importância priorizar o setor
da construção civil, visto que este influencia diretamente questões econômicas e sociais e, é
um grande explorador de recursos naturais. Faz-se urgente e necessário impulsionar o
desenvolvimento de novas tecnologias e pesquisas, frente ao longo ciclo de vida das
construções e a cultura do setor no país.
2.3
SUSTENTABILIDADE
Há quase 40 anos, ocorreu o primeiro evento de alcance global que debateu sobre o
crescimento demográfico urbano e as conseqüências ao meio ambiente da exploração de
suas riquezas além dos limites regeneráveis. Desde então, vários eventos, como
conferências e acordos foram promovidos, com intuito de influenciar as políticas nacionais e
locais a aprovar leis que proporcionem a redução dos impactos gerados pelo
desenvolvimento econômico insustentável.
Para uma sociedade se tornar sustentável não basta existir políticas ambientalmente
corretas, é necessário que estas bases tenham fundamentos sociais adequados e sejam
viáveis economicamente, formando o “tripé da construção sustentável” (CSILLAG; JOHN,
2006, p. 3610). Características culturais e históricas podem delimitar a sustentabilidade em
19
diferentes conjuntos, podendo ser considerada uma amostragem global, nacional, regional
ou local.
O desenvolvimento sustentável significa, para Bill Dunster, “redefinir o que é uma
sociedade civilizada, fazer com que as pessoas tenham consciência da vida em comunidade
e saibam lidar com a emissão de gás carbônico e outros impactos ambientais causados pelo
ser humano” (DUNSTER, apud BISSOLI, 2007, p. 62). O saber conviver da sociedade com
os problemas que esta gera ao meio ambiente, respeitando seus limites e contribuindo
diariamente para reduzir os impactos na natureza é uma tentativa de harmonizar a
sociedade humana com o meio em que esta vive.
A falta de tal harmonia pode ser vista nas tragédias causadas pela natureza e
noticiadas diariamente nas redes mundiais de comunicação, e deve ser encarada como uma
manobra natural do meio ambiente na retomada do seu equilíbrio. “Se a ação do homem
tende ao desequilíbrio, o ambiente natural certamente reage, trazendo efeitos inesperados
para o ambiente construído e seus ocupantes” (SIRKIS, 2003, p. 216).
O significado da sustentabilidade “não impede que se toque na natureza, e sim que
se faça uso dos recursos naturais sem destruí-los, sem ultrapassar sua capacidade de
recuperação (resiliência), sem excluir as possibilidades de seu uso pelas gerações futuras”,
basta ter em mente o conceito de que os recursos oferecidos pela natureza são finitos
(BISSOLI, 2007, p. 63).
No entendimento de Tokudome (2005), em assuntos como a sustentabilidade, devese agir visando resultados concretos, evitando rodeios com discursos teóricos de conceitos
românticos, “com pouca aplicabilidade nas condições reais das empresas que precisam
sobreviver numa economia de competitividade nacional e internacional”. Buscar uma gestão
integrada entre a sustentabilidade e as diretrizes dos negócios, adaptando-se a nova
tendência do mercado, será o grande desafio dos empresários em um futuro próximo.
Romero (2006, p. 55) discursa sobre a sustentabilidade, afirmando que esta “deve
ser entendida como um processo e não apenas como um objetivo final ou como equilíbrio
limitado à dimensão ecológica”. Para tanto, é necessário que os países elaborem políticas
que ultrapassem o interesse imediato de seus governantes e, possam ser aplicadas por um
longo período.
Essas políticas seriam o primeiro passo para o processo social de
conscientização, aceitação e comprometimento das pessoas em tornar diária, a cultura
sustentável.
EVENTOS MARCANTES NA DISCUSSÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O primeiro passo dado para se solidificar os três pilares do desenvolvimento
sustentável: crescimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental, ocorreu
20
em 1972. A Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano reuniu 113 países e
foi o primeiro evento global com tema ambiental.
Onze anos após a Conferência de Estocolmo, em 1983, a ONU criou o Comitê
Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. E quatro anos mais tarde, em 1987, a
World Commission on Environment and Development (WCED), mais conhecida como
“Comissão Brundtland”, elaborou o “Our Common Future”, um documento base para
discussões teóricas e iniciativas práticas do desenvolvimento sustentável.
O relatório emitido pela Comissão Brundtland chamava a atenção para os limites da
natureza e as conseqüências da exploração incontrolada, defendendo uma nova era de
desenvolvimento econômico e social saudável ao meio ambiente.
A definição clássica do termo Desenvolvimento Sustentável retirada do Relatório da
Comissão Brundtland “é que esse deve suprir as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras suprirem as suas próprias necessidades”
(BISSOLI, 2007, p. 57).
Depois disso a Assembléia Geral das Nações Unidas convocou a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), ou ECO-92, uma
importante convenção que ocorreu em 1992, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, onde
estiveram reunidos representantes de 172 países.
Durante o evento ECO-92 foram aprovados três grandes acordos. O mais conhecido
deles é a Agenda 21, um planejamento de 20 anos ou mais, para cada país refletir, global e
localmente, no âmbito dos diversos setores de sua sociedade e economia, criando soluções
para os problemas sócio-ambientais. Soluções, estas, baseadas nas discussões da
Conferência de 1992, sobre os mecanismos de gestão para alcançar a sustentabilidade no
seu processo de desenvolvimento.
O segundo acordo definiu os direitos civis e as obrigações dos Estados para se
desenvolver protegendo o meio ambiente e, foi chamada de Declaração do Rio sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento. O ultimo acordo é a Declaração de Princípios Relativos às
Florestas. (CONFERÊNCIA..., acesso em 25 ago. 2009).
Para a Indústria da Construção Civil o evento mais relevante foi a Conferência das
Nações Unidas para os Assentamentos Humanos - Habitat II, organizado pela ONU em
Istambul, na Turquia, no ano de 1996. Nesta reunião foram debatidos temas como déficit
habitacional, violência urbana, desigualdade social, desemprego, geração de resíduos e
falta de saneamento básico e infra-estrutura para atender a demanda populacional com
qualidade nas cidades.
21
No Japão, em 1997, países industrializados assinaram o Protocolo de Kyoto, onde
constava que estes se comprometiam a reduzir, em pelo menos 5% as suas emissões de
gases causadores do efeito estufa, até o ano de 2012, com base nas taxas de gases
emitidos em 1990.
Esperava-se repetir na adesão de assinaturas do Protocolo de Kyoto, o sucesso que
foi a ECO-92, quando a Agenda 21 foi ratificada pela maioria dos países. Oliveira (2007)
alega que isto não ocorreu, porque desta vez, não foram apresentadas apenas propostas,
mas estabelecidos prazos e metas para a diminuição da emissão de poluentes, em especial
o gás carbônico.
Muitos políticos não quiseram repensar e investir numa nova matriz energética para
seus países e desacelerar seu desenvolvimento em prol do meio ambiente, como foi o caso
de George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, país visado pela enorme quantidade
de CO2 emitido à atmosfera. Em 2002, a União Européia, o Brasil e outras Nações
ratificaram o Protocolo de Kyoto, se comprometendo com os objetivos nele contidos.
O CIB (International Council for Research and Innovation in Building and
Construction), em 1999 publicou uma agenda ambiental para o setor da Construção Civil, a
“Agenda 21 for Sustainable Construction in Developing Countries”. Os principais objetivos
dos países que elaboraram a Agenda 21 do CIB incluem aspectos de todas as etapas da
vida útil da edificação. Com isso surgiram preocupações com a eficiência energética das
edificações, a redução da extração de recursos naturais, a conservação das áreas naturais
e sua biodiversidade, a manutenção da qualidade da construção e a qualidade do ar interior.
Os temas como regulamentação, os recursos humanos e a educação para se obter um
ambiente sustentável também foram enfatizados neste relatório do CIB. (VILHENA, 2007).
Em 2002, com objetivo de verificar as mudanças pleiteadas pela ECO-92, decorridos
dez anos desde a Conferência, concluiu-se na “RIO+10”, ou oficialmente chamada de
Reunião Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Johannesburg, África do Sul,
que “a proteção do meio ambiente e o manejo dos recursos naturais necessitam integrar-se
com assuntos socioeconômicos, como pobreza e subdesenvolvimento” (BISSOLI, 2007, p.
59).
Os líderes mundiais se reuniram em dezembro de 2009, em Copenhague, na
Dinamarca, com a esperança de fazerem um acordo vinculativo na Conferência sobre
Mudanças Climáticas da ONU (COP-15). A chanceler alemã, Ângela Merkel, falou em seu
discurso sobre a necessidade, alertada por especialistas, de limitar o aumento da
temperatura média da Terra a 2°C até 2100. A Conferência acabou sem nenhum acordo por
parte dos dirigentes dos países que estiveram presentes, e mais uma vez, os interesses
22
econômicos localizados superaram a preocupação com o meio ambiente. Uma das queixas
dos líderes das nações em desenvolvimento foi decorrente dos países industrializados não
se disporem a assumir sua responsabilidade perante as toneladas de gases poluentes
emitidos à atmosfera. A esperança de se estabelecer um documento concreto no combate a
elevação da temperatura da Terra se postergou até a próxima conferência agendada para
dezembro de 2010 no México (GOMES, 2009).
2.4
VISÃO SUSTENTÁVEL NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
A década de 1990 foi dedicada à busca da qualidade dos produtos, isso se
configurou quando o Código de Defesa do Consumidor entrou em vigor no Brasil, e os
consumidores passaram a exigir que as edificações tivessem requisitos de desempenho que
atendesse às necessidades de uso. A partir do ano 2000, as exigências dos consumidores
passaram a ser por um produto que integrasse desempenho e preservação ambiental
(JOHN, 2000).
A diminuição dos recursos naturais, o aumento das exigências dos órgãos
reguladores para exploração destes recursos e a conscientização da sociedade para com o
problema ambiental, aumentaram a pressão sobre a Indústria da Construção para que esta
crie produtos sustentáveis e acessíveis a toda população. A criatividade nas soluções
exigidas por esse novo mercado de consumidores conscientes ambientalmente está se
tornando o diferencial num período em que edificações ecologicamente incorretas começam
a ser rejeitadas.
Vilhena (2007) revela que os empreendimentos da construção civil são atualmente
um dos maiores causadores de impactos ao meio ambiente, já que no desenvolvimento de
suas atividades, promovem a degradação ambiental através do consumo excessivo de
recursos naturais e da enorme geração de resíduos. Para John (apud OLIVEIRA, 2007)
“nenhuma sociedade poderá atingir o desenvolvimento sustentável sem que a construção
civil, que lhe dá suporte, passe por profundas transformações”. O conceito de John justifica
todos os estudos voltados à sustentabilidade nas indústrias de produção dos materiais
básicos da construção, na correta ocupação do solo, na eficiência energética e uso da água
das residências, assim como na destinação dos resíduos gerados nas diversas etapas do
ciclo de vida do produto.
As novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas nos
projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação
da natureza. Dessa integração de fatores devem surgir soluções arquitetônicas que
aumentem
o
conforto
térmico,
aproveitando
as
características
da
região
do
23
empreendimento; como também, ferramentas e equipamentos que estimulem o uso racional
de energia e água e a incorporação de materiais reciclados no processo de construção, sem
perder sua eficiência.
No trabalho de Tavares e Lamberts (2005) foi estudado o consumo energético das
edificações se apoiando no conceito abrangente do ciclo de vida da edificação, na qual se
inicia pela fabricação dos materiais de construção, passa pelo transporte dos mesmos até o
sítio das construções, pela obra propriamente dita, prolongando-se pela vida útil da
edificação até a demolição e deposição final dos materiais. A figura 3, retirada da mesma
fonte exibe as etapas consideradas neste ciclo.
Figura 3 - Ciclo de Vida de uma Edificação. Fonte: TAVARES e LAMBERTS, 2005.
A extração de matéria prima pertence à etapa de fabricação de materiais e segundo
John (apud OLIVEIRA, 2007) “corresponde a uma parcela significativa da degradação
ambiental”. Neste mesmo texto o ciclo de vida de uma edificação é denominado de cadeia
produtiva da construção civil, ou também, construbusiness, o qual apresenta importantes
conseqüências para a natureza em todas as etapas do seu processo.
2.4.1
METODOLOGIAS E SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS
A partir da ECO-92, os países industrializados começaram a estudar metodologias
para avaliar ambientalmente os edifícios. Segundo Vilhena (2007), “com a difusão dos
conceitos de projeto ecológico (Green Design) e construções verdes (Green Building), as
avaliações ambientais se tornaram necessárias para quantificar e qualificar os investimentos
e benefícios da construção sustentável”.
24
O BREEAM (Building Research Establishmnet Environmental Assessment Method),
criado em 1990, no Reino Unido, é um sistema pioneiro na avaliação ambiental de edifícios.
Um consórcio internacional, iniciado pelo Canadá, desenvolveu em 1996 o Green Building
Challenge (GBC). O GBC permite a inserção de dados na sua metodologia de avaliação
para a adaptação das necessidades de cada lugar. Ou seja, este é um sistema
“desenvolvido especificamente para ser capaz de refletir as diferentes prioridades,
tecnologias, tradições construtivas e valores culturais de diferentes países ou regiões em um
mesmo país” (VILHENA, 2007).
Silva (2003) desenvolveu uma metodologia brasileira de avaliação de impactos
ambientais de edifícios, baseada no projeto GBC. Em seu trabalho, Silva adicionou aspectos
econômicos e sociais aos ambientais, que eram utilizados nos métodos internacionais,
moldando seu projeto com as limitações e condições do Brasil. Com base em consultas aos
agentes integrantes da construção civil, do estado de São Paulo, foram delimitados os
indicadores de negócios, econômicos, sociais e ambientais para se obter a modelagem
nacional.
Vilhena (2007) não pretendia avaliar ecologicamente as edificações, e sim
apresentar diretrizes para a sustentabilidade das mesmas, no intuito de orientar os clientes e
os
profissionais
envolvidos
no
processo
de
construção,
tais
como,
projetistas,
incorporadores, engenheiros, fornecedores, etc. A autora criou um modelo que envolvesse
todos os agentes do processo, na busca pela melhor solução sustentável em quase todas
as etapas diferenciadas do ciclo de vida do empreendimento. É feita uma ressalva para a
fase de demolição e reciclagem, a qual é desconsiderada no estudo pela difícil avaliação
após a desocupação do imóvel.
Desta forma, foram desenvolvidas tabelas de fácil compreensão capazes de orientar
os agentes da construção civil na tomada de decisões em busca de edifícios mais
sustentáveis. O modelo é composto por tabelas simples e “permite uma visão geral dos
aspectos de sustentabilidade ao longo de todo o processo de construção dos edifícios,
facilitando a integração e colaboração entre os agentes no atendimento das metas do
empreendimento” (VILHENA, 2007).
A tabela de diretrizes para a sustentabilidade de qualquer tipologia de edificação,
estruturada por Vilhena, está transcrita a seguir, e pode ser usada como um checklist
durante as etapas de execução dos produtos da construção civil.
25
Tabela 1 - Diretrizes para a Sustentabilidade das Edificações. Fonte: VILHENA, 2007.
Ciclo de Vida
X
Planejamento
Projeto
Construção
Operação
Diretrizes
Uso de recursos naturais:
 Implantação: uso do solo e alterações da ecologia e biodiversidades locais;
Ambientais
 Energia: eficiência energética e fontes renováveis;
 Água: Conservação e reuso;
 Materiais;
 Cargas ambientais: Poluição, resíduos de construção/demolição e efluentes.
Impacto sobre usuários:
 Qualidade do Ambiente Interno;
Sociais
 Qualidade do Ambiente Externo: Acessibilidade, contexto de transporte;
 Qualidade
dos
Serviços:
Manutenção
do
desempenho,
flexibilidade
e
adaptabilidade, controlabilidade dos sistemas e impactos nos sítios adjacentes.
 Sistema de Gestão da Qualidade: Melhoria do produto oferecido / custos ciclo de
vida investimentos, agregação de valor e benefícios; integração de práticas de
Econômicas e
controle de qualidade ao processo; produtividade no canteiro; impacto sobre os
Sociais
operários (satisfação, saúde, segurança e ambiente de trabalho); impacto sobre a
sociedade (relacionamento com a comunidade, clientes e usuários finais e
fornecedores).
 Sistema de Gestão Ambiental e Aspectos de Sustentabilidade: integração de
gestão ambiental ao planejamento do processo; sustentabilidade como prioridade
Institucionais
corporativa; proatividade em sustentabilidade.
 Responsabilidade Social e Desenvolvimento Econômico: Relacionamento com a
comunidade local e sociedade, contribuição para a construção de comunidades
estáveis, valorização e investimento em recursos humanos.
Para Furtado (apud STACHERA JR., 2006) a “Produção Mais Limpa”, que integra o
setor social, econômico e ambiental de uma empresa, é baseada em quatro princípios. Tais
princípios podem ser citados como: precaução; prevenção do resíduo na fonte; abrangência
de todas as fases da produção, avaliando o ciclo de vida do produto e informação sobre os
riscos do processo e produto para a saúde do homem e do ambiente.
A Análise do Ciclo de Vida (ACV 2) é um método muito aplicado na avaliação
ambiental de um produto, mas tem suas limitações devido à inacessibilidade ou mesmo
2
ACV é um procedimento sistemático para mensurar e avaliar os impactos que um produto ou material causa no meio
ambiente e sobre a saúde humana, desde a sua produção até a disposição final, abrangendo a extração e o processamento de
matérias-primas; manufatura, transporte e distribuição; uso, reuso, manutenção; reciclagem e destino final (OLIVEIRA, 2007).
26
inexistência de dados que revelem os impactos provenientes de cada etapa da cadeia
produtiva da construção civil.
A ACV é padronizada pela ISO e por isso vem sendo utilizada na avaliação e
certificação ambiental de materiais de construção e edifícios, na elaboração de catálogos
para os projetistas e no desenvolvimento de ferramentas computacionais para avaliação e
tomada de decisão.
Nessa metodologia são consideradas as variáveis de entrada e saída que afetam o
meio ambiente, de acordo com o exemplo na figura 4 dos fluxos em uma determinada fase
do ciclo de vida de um produto.
Figura 4 - Fluxo de Inventário. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
De acordo com a NBR ISO 14040 – Gestão Ambiental / Análise do ciclo de vida /
Princípios e Orientações (ABNT, 2001), o procedimento sistemático pode ser dividido em
quatro etapas, as quais estão ilustradas na figura 5 e explanadas na sequência.
27
Figura 5 - Etapas da ACV. Fonte: ABNT, 2001.
A definição do objetivo e escopo contém a finalidade e justificativa do estudo, o
público-alvo, a delimitação das fronteiras do estudo, tipos de impacto que são analisados e
unidade funcional utilizada. “Na análise do inventário se estuda os fluxos de energia e
materiais para a identificação do consumo de recursos naturais e as conseqüentes
emissões para o ar, água e solo associados aos produtos sob analise durante todo o seu
ciclo de vida” (OLIVEIRA, 2007).
A avaliação de impacto associa os dados do inventário com os impactos ambientais
específicos, no intuito de caracterizá-los, para em seguida, na interpretação do ciclo de vida,
avaliá-los. Assim, essa última fase serve de base para a tomada de decisões com relação
ao produto.
Como na ACV, é feita a quantificação de diversos fluxos de recursos consumidos e
resíduos gerados, isso acaba acarretando numa enormidade de variáveis e dados a serem
considerados, cujo banco de dados necessita ser disposto em ferramentas computacionais.
O software BEES 3.0 (Building for Environmental and Economic Sustainability) foi
desenvolvido nos Estados Unidos, baseado na ISO 14040. Esse programa fornece
informações e comparações entre materiais e produtos, cruzando dados ambientais e
econômicos através de seu grande banco de dados. Para empregar o BEES no Brasil é
necessário fazer ajustes no software, já que os cálculos são baseados nas características
dos produtos e processos americanos, adaptando-o a realidade dos materiais e técnicas
utilizados no Brasil (OLIVEIRA, 2007).
28
2.5
CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 2
Na história da humanidade, o progresso foi alavancado pela exploração dos recursos
naturais, e a sociedade se configurou com um modo de vida cada vez mais insustentável.
Neste cenário, o Brasil é um país que tem sua população predominantemente urbana,
vivendo em cidades sem qualquer reflexo de planejamento social e ambiental e com
grandes dificuldades para tornar o ambiente urbano um hábitat de qualidade.
A construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do país, por
incentivar os setores da economia, setor comercial e por ser a indústria de maior
importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de ser o setor que
mais emprega mão-de-obra desqualificada, tornando indivíduos desacreditados produtivos
para a sociedade.
Os bens produzidos no Mundo, com as maiores dimensões físicas provem da
Indústria da Construção, para isso, esta consome uma grande quantidade de recursos
naturais e dispõe ao ambiente, outra gama enorme de resíduos.
Estas informações fazem com que as transformações na indústria da construção civil
sejam prioridade na tentativa de tornar qualquer sociedade sustentável, destinando os
profissionais pertencentes ao setor a procurarem soluções para minimizar o impacto
ambiental causado.
As novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e criadas nos
projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação
da natureza, harmonizando as necessidades humanas do presente e o direito de uso das
gerações futuras.
Para tanto, é necessário que os países elaborem políticas que ultrapassem o
interesse imediato de seus governantes e, possam ser aplicadas por um longo período.
Essas políticas seriam o primeiro passo para tornar a luta pelo desenvolvimento sustentável
um desejo comum da humanidade em prol da saúde do planeta.
29
3.
3.1
EMISSÕES DE CO2 X
CONSTRUÇÃO CIVIL
DEMANDA ENERGÉTICA X AQUECIMENTO GLOBAL
A WWF-BRASIL define o aquecimento global como “o resultado do lançamento
excessivo de Gases de Efeito Estufa (GEE’s), sobretudo o dióxido de carbono (CO2), na
atmosfera. Esses gases formam uma espécie de cobertor cada dia mais espesso que torna
o planeta cada vez mais quente e não permite a saída de radiação solar”. Já o efeito estufa
“é um fenômeno natural para manter o planeta aquecido”, que possibilita a existência de
vida na Terra. Segundo Braga et al (apud STACHERA JR, 2006), os GEE’s são
responsáveis por manter a temperatura média do planeta próxima aos 15°C. E Chang (apud
STACHERA JR., 2006) afirma que a superfície da Terra seria 33°C mais fria.
O efeito estufa é constituído de gases da atmosfera de origem natural e antrópica, os
quais absorvem e reemitem radiação infravermelha (MMA, 1992). Esse fenômeno natural é
composto, principalmente, de gases como o óxido nitroso (N2O), vapor de água, dióxido de
carbono (CO2) e gás metano (CH4). O que está ocorrendo é um aumento no despejo desses
gases na atmosfera, principalmente o CO2, devido a ações antrópicas insustentáveis. Há
mais dióxido de carbono na atmosfera do que as florestas no Mundo podem absorver,
ocasionando um acúmulo desse gás, que desregula o efeito estufa, aumentando a
temperatura média do planeta.
30
Figura 6 - Ilustração da contribuição do CO2 para aumentar o efeito estufa. Fonte:
SANTOS, 2006.
Os grandes vilões, no cenário da emissão de gases poluentes e causadores das
mudanças climáticas são a industrialização, a utilização de combustíveis fósseis na geração
de energia e no transporte, a degradação do solo e as queimadas. No Brasil se destaca o
desmatamento da Floresta Amazônica, através das queimadas, que diminui violentamente a
quantidade de árvores que absorvem o gás carbônico.
Numa escala de milhões de anos “a terra entrou e saiu de diversas eras glaciais,
mas as mudanças foram lentas, o que permitiu que muitas espécies se adaptassem. Desde
o início da civilização humana, o clima havia se mantido ameno e constante” (OLIVEIRA,
2006). O efeito estufa era regulado pelas emissões vulcânicas e a absorção delas através
das plantas. A partir de 1950, com o advento da Revolução Industrial, houve a intensificação
das emissões de gás carbônico e, conseqüentemente, as mudanças climáticas estão
ocorrendo em apenas uma geração. Esse fato tem despertado inquietação nos
ambientalistas e discussões nas pautas das lideranças mundiais.
Oliveira (2007) cita em seu texto uma questão presente no documento elaborado, em
meados de 2006, pela WWF: “É tecnicamente possível satisfazer à crescente demanda
energética global usando fontes e tecnologias de energia limpa e sustentável capazes de
proteger o clima do planeta?”. No relatório continha uma resposta otimista, alegando que o
aquecimento global e seus efeitos associados poderiam ser evitados, caso fossem tomadas
decisões e desenvolvidas tecnologias para mudar a matriz de produção e consumo
energético entre os anos de 2007 e 2012.
31
As notícias depois da COP-15, em dezembro de 2009, contrariam toda a teoria
contida neste relatório da WWF, já que denominam o aquecimento global como um dano
irreversível, e mesmo que não se emitissem nenhuma grama de CO2 a partir da data da
Conferência, a temperatura média da Terra subiria 0,5°C até 2040 (GOMES, 2009).
As mudanças climáticas causadas pela poluição do ar custarão para as finanças do
mundo, nas próximas décadas, até 20% do seu PIB, de acordo com a WWF-BRASIL (2007).
Esse fato econômico, junto ao aumento da ocorrência e intensidade dos desastres naturais,
torna o aquecimento global um dos principais problemas ambientais da atualidade. Stachera
Jr. (2006) ressalta que muitas dessas alterações ameaçam a vida na Terra e que isso é uma
realidade que não há como fugir, devendo ser reconhecida e enfrentada.
O atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso com palavras
duras durante a Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-15), em dezembro
de 2009, e foi o mais aplaudido do dia no evento. Lula cobrou atitudes concretas dos países
reunidos e disse que se fosse necessário, o Brasil faria um sacrifício a mais se
disponibilizando a contribuir com o Fundo Climático Internacional, alegando que o dinheiro a
ser arrecadado é uma forma de pagamento pelas emissões de gases do efeito estufa, no
período de dois séculos, daqueles que tiverem o privilégio de se industrializar primeiro
(GOMES, 2009).
A tabela 2 apresenta a evolução dos indicadores brasileiros desde 1970 até 2009.
Analisando os dados contidos nesta tabela é possível associar o desenvolvimento do Brasil
(índices do PIB per capita) com o aumento da oferta de energia. O efeito “dominó” se
completa com a intensificação das emissões de dióxido de carbono devido à geração de
energia brasileira, como apresentado na tabela 3.
Tabela 2 - Evolução de Indicadores Brasileiros. Fonte: BEN, 2010.
Principais
Parâmetros
Unidade
1970
1980
1990
2000
2008
2009
Oferta Interna de
Energia
106 tep 3
66,9
114,8
142,0
190,6
252,2
243,9
Oferta Interna de
Eletricidade
TWh
45,7
139,2
249,4
393,2
506,5
509,5
População
106 hab
93,1
118,6
146,6
171,3
189,6
191,4
346,5
792,7
926,7
1.185,0
1.576,3
1.573,4
PIB
4
3
9
10 US$
tep – Tonelada equivalente de petróleo. É a unidade de energia de referência, correspondendo à quantidade de energia
contida em uma tonelada de petróleo de referência. Adotada no Balanço Energético Nacional (2010) corresponde a 10.000
Mcal e não é equivalente ao petróleo médio processado no Brasil.
4
PIB – Produto Interno Bruto.
32
Principais
Indicadores
Unidade
1970
1980
1990
2000
2008
2009
PIB per capita
US$/hab
3.721
6.686
6.322
6.919
8.313
8.218
tep/hab
0,718
0,968
0,969
1,113
1,332
1,274
5
OIE per capita
3
OIE por PIB
tep/10 US$
0,193
0,145
0,153
0,161
0,160
0,155
OIEE per capita
kWh/hab
491
1.174
1.701
2.296
2.671
2.662
3
132
176
269
332
321
324
OIEE por PIB
kWh/10
Tabela 3 - Intensidade de Emissões de CO2 na Geração de Energia Elétrica no Brasil.
Parâmetros Comparativos
1994
2007
Variação
Geração de Energia (GWh)
260.041
444.583
71%
Emissões de CO2 (1.000 t)
10.849
24.117
122%
Intensidade (tCO2 / GWh)
42
54
30%
ALTERAÇÕES DECORRENTES DO AUMENTO DA TEMPERATURA
Segundo Malhotra (2007, apud OLIVEIRA, 2007) na última era glacial a taxa de
mudança da temperatura foi de 1°C, computados nos seus mil anos finais. O IPCC (Painel
Intergovernamental sobre Mudança Climática) apresentou, em 2007, resultados indicando
que o acréscimo da temperatura média da Terra pode atingir qualquer valor entre 1,8ºC e
4ºC até 2100. As consequências do aumento nos termômetros foram divulgadas como: o
aumento no nível dos oceanos (variando de 18 a 59 cm), causando o desaparecimento de
ilhas; aumento na ocorrência de inundações e ondas de calor; diminuição da disponibilidade
de
água
potável
e
furacões
violentos,
num
período
superior
a
mil
anos
(INTERGOVERNMENTAL, acesso em 22 mar. 2010).
Em 2005, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO
(apud STACHERA JR., 2006) afirmou que o aquecimento global irá diminuir a oferta de
alimentos em diversos países, aumentar o número de regiões áridas ou semi-áridas nos
países pobres e ser responsável por centenas de inundações no mundo por ano,
provocando prejuízos financeiros e a morte de milhares de pessoas.
Muitas comunidades podem se desfazer e migrar para outros lugares, se refugiando
e buscando alimento, devido à perda de suas lavouras, já que as alterações dos regimes de
chuvas e secas podem desequilibrar os processos biológicos, aumentando, por exemplo, as
5
OIE – Oferta interna de energia. É a quantidade de energia que se disponibiliza para ser transformada ou para consumo final,
incluindo perdas posteriores na distribuição.
33
pragas de insetos. Com esses regimes surgem áreas desérticas em algumas regiões e a
ocorrência de tempestades violentas em outras, onde antes não se via.
Emanuel (apud STACHERA JR., 2006) associou, em 2005, a subida da temperatura
da atmosfera e das médias da superfície dos oceanos com o aumento da quantidade, da
duração e da intensidade dos furacões registrados no Oceano Atlântico e Pacífico.
Stachera Jr. (2006) cita que “esse aumento da temperatura pode induzir a uma
elevação dos níveis dos mares, numa faixa que varia de 20 a 165 cm, trazendo problemas
de erosão litorânea, inundação, danificação de portos e estruturas costeiras, enchentes,
destruição de charcos, elevação de lençóis de água e intrusão salina em aqüíferos de
abastecimento. Locais como as Ilhas Malvinas poderão desaparecer”.
O quadro a seguir descreve algumas alterações significativas ao redor do Mundo se
a Terra ficar 2°C mais quente até 2100, de acordo com Gomes (2009).
Tabela 4 – Quadro com as conseqüências ambientais em 2100 devido ao aumento da
temperatura média em 2°C, retirado da Fonte: GOMES, 2009.
1.
O Oceano Ártico deverá estar livre para navegação de embarcações de grande porte antes
de 2020.
2.
O derretimento total da calota de gelo na Groenlândia pode elevar o nível do mar em até sete
metros.
3.
O aquecimento do solo perenemente congelado (permafrost) causa a emissão de metano,
que é 23 vezes mais sujo que o dióxido de carbono (CO2).
4.
A drástica redução das florestas de Coníferas no Norte prejudicaria seriamente a fauna e a
flora.
5.
A corrente do golfo se enfraqueceria e o degelo no Ártico levaria água doce em excesso ao
Atlântico Norte.
6.
O buraco na Camada de Ozônio sobre o Pólo Norte pode crescer, causando estrago na
Europa Setentrional.
7.
O degelo no Tibete e no Himalaia deixaria à mostra uma superfície escura, o que aumentaria
ainda mais a temperatura média.
8.
Um desequilíbrio das Monções deixará as chuvas mais fracas, causando secas na Índia.
9.
Na África Ocidental, a redução das Monções dobraria os períodos de seca e até 250 milhões
de pessoas ficariam sem água.
10.
A falta de água se agravará na Califórnia e outras regiões dos EUA aumentando o risco de
incêndios.
11.
O processo, que poderia chegar à extinção da Floresta Amazônica, afetaria seriamente o
clima e a biodiversidade do Planeta.
12.
Alterações no fenômeno El Niño, no Pacífico Sul, acarretariam em secas desastrosas no
34
sudeste da Ásia.
13.
O aumento de água doce nos mares ao redor do Pólo Sul deve mudar as características dos
oceanos abaixo de quatro mil metros de profundidade.
14.
A água marinha aquecida trará o colapso da camada de gelo na Antártida Ocidental.
15.
Risco iminente a países-ilhas como Tuvalu, além de inúmeras cidades costeiras.
16.
A falta de chuva pode se agravar na Austrália, em especial no sul e leste do país, as regiões
mais populosas.
17.
Ondas de calor e maior incidência de incêndios florestais trarão prejuízos à saúde da
população européia.
18.
A capacidade do mar de absorver CO2 do ar, para formar biomassa a partir das algas e
estocá-lo no leito marinho, poderia perder a força.
19.
3.2
O número de refugiados climáticos pode ultrapassar o índice de 1 bilhão de pessoas.
EMISSÕES DE CO2
O aumento da temperatura média do planeta pode ser amenizado se o efeito estufa
voltar ao seu equilíbrio natural, para isso, é necessário controlar as emissões 6 de dióxido de
carbono (CO2). De acordo com Malhotra (2007, apud OLIVEIRA, 2007), o CO2 é o gás que
mais contribui com o aquecimento global, devido à grande quantidade produzida pela ação
dos homens. Os maiores geradores de CO2 são os países industrializados, como pode ser
comparado na tabela abaixo.
Tabela 5 - Geração de CO2. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
PAÍSES
GERAÇÃO DE CO2 (per capita / ano)
Estados Unidos
19,70 t
União Européia
8,60 t
China
2,80 t
Índia
1,10 t
“O ar que se respira é composto basicamente de nitrogênio (78%), oxigênio
(20,95%), argônio (0,93%), gás carbônico (0,03%) e outros compostos (0,09%)”
(HERNANDES & KAMINSKI, apud STACHERA, 2006). Com o aumento das emissões
diárias provenientes dos processos de combustão, o índice de gás carbônico, principal
6
Emissões é uma palavra que designa a “liberação de gases de efeito estufa e/ou seus precursores na atmosfera numa área
específica e num período determinado” (MMA, 1992).
35
composto resultante, se eleva à medida que diminuem os teores de oxigênio puro na
atmosfera.
Stachera (2006) cita os quatro principais estoques de carbono do planeta, os
oceanos, a atmosfera, os depósitos de combustíveis fósseis e a biomassa terrestre/solo e, a
sua singularidade na presença do dióxido de carbono. Chang 7 (apud STACHERA JR., 2006)
calcula para o balanço global de carbono na atmosfera, que no período de 1989 a 1998,
48% do carbono emitido por ano é igualmente reabsorvido pelos oceanos e biota terrestre,
os 52% restantes causam o efeito estufa.
A forma mais econômica de resolver o problema do aquecimento global é reduzindo
as emissões de gases do efeito estufa. Atualmente, cientistas discutem outra forma de
diminuir esse impacto ambiental, através do seqüestro de carbono. Oliveira (2007) descreve
em seu texto que “o seqüestro de carbono geológico implica em separar grande parte do
CO2 gerado quando o carvão mineral é transformado em energia útil e transportá-lo para
locais onde possa ser armazenado bem no fundo da terra em meios porosos. Estes locais
para armazenar CO2 são campos de petróleo ou gás esgotados ou formações salinas”.
ÍNDICES DE EMISSÕES DE CO 2
Em 2000, Malhotra (apud OLIVEIRA, 2007) divulgou que o continente da América do
Norte é o maior consumidor de combustíveis fósseis, sendo responsável por 25,8% das
emissões de CO2 do mundo, as quais foram aproximadamente de 21 bilhões de toneladas.
Em torno de 45% dessas toneladas são associadas aos Estados Unidos e União Européia.
Para contextualizar cabe citar que juntos, os Estados Unidos e o Canadá, consomem 25%
da energia gerada na Terra, entretanto sua população não representa mais de 5% da
população mundial.
A tabela 6 revela que os Estados Unidos liberam 444% a mais de gás carbônico à
atmosfera por habitante em relação ao planeta.
Tabela 6 - Emissões de CO2, ano base 2007. Fonte: BEN, 2010.
Indicador
Brasil
EUA
Japão
América
Latina
Mundo
t CO2 / hab
1,78
19,00
9,49
2,14
4,28
t CO2 / tep OIE
1,48
2,45
2,30
1,83
2,39
t CO2 / 10 US$ de PIB
0,43
0,50
0,24
0,52
0,73
t CO2 / km2 de superfície
41
630
3.299
48
140
2
7
CHANG, M. Y. Sequestro florestal de carbono no Brasil – dimensões políticas socioeconômicas e ecológicas. IN:
SANQUETA, R.; ZILIOTTO, M. A. B. Fixação de Carbono: atualidades, projetos e pesquisas. Projeto ecológico de longa
duração (PELD). Curitiba: Laboratório de Inventário Florestal UFPR, Instituto Ecoplan. Site 9, 2004.
36
No ranking mundial de emissões de GEE, o Brasil fica em 4° lugar, pódio
conquistado devido às queimadas das florestas brasileiras, principalmente da Amazônia,
que correspondem a 75% das emissões no país (WWF-BRASIL, 2007). A seguir, no gráfico
da figura 7, pode-se comparar os índices mundiais de emissões de dióxido de carbono
(CO2) por tonelada equivalente de petróleo (tep) com o valor brasileiro.
3
ton CO2 / tep
2,5
2,39
2,37
2
1,48
1,5
1
0,5
0
Mundo
OCDE (6)
Brasil
Figura 7 - Comparação Internacional das Emissões de CO2, valores da OCDE 8. Fonte:
BEN, 2010.
Na série histórica brasileira, ilustrada no gráfico da figura 8, é possível perceber que
as concentrações de CO2 (por tep) aumentaram continuamente de 1990 a 2000, agravando
o efeito estufa, e levaram 19 anos para retornarem ao índice de 1990. Para se atingir a meta
mínima estabelecida no Protocolo de Kyoto, de reduzir 5% das liberações de GEE medidas
em 1990, é preciso diminuir as emissões brasileiras, contabilizadas em 2009, em 4,6% até
2012. É válido ressaltar que os dados divulgados no Balanço Energético Nacional não
refletem totalmente a realidade do país, que pode ser de números superiores aos
apresentados na figura 8.
8
OCDE – Organisation for Economic Co-operation and Development.
37
1,8
ton CO2 / tep
1,7
1,62 1,63
1,6
1,59
1,54
1,54 1,53
1,51
1,5 1,44
1,48 1,48 1,48
1,43
1,4
1,3
20
09
08
20
07
20
06
20
05
20
04
20
03
20
02
20
01
20
00
20
95
19
19
90
1,2
Figura 8 - Emissões brasileiras de CO2, período 1999 a 2009. Fonte: BEN, 2009 e 2010.
Em 2007, foi publicada a norma ISO 14064, que regulamenta como coletar os dados
referentes às emissões de gases do efeito estufa nas indústrias e, repassá-los aos órgãos
de fiscalização ambiental. Esta prática ainda não é usual por grande parte das indústrias
brasileiras ou mesmo completa, quando existente, a ponto de servir como fonte confiável
para análise real dos impactos ambientais gerados pela liberação dos GEE à atmosfera.
A tabela 7 contabiliza as emissões totais brasileiras dos gases de efeito estufa,
considerando CO2, CH4 e N2O. Pode ser verificado que as emissões de CO2 nos setores de
energia e uso da terra correspondem a 95% das emissões totais de seus respectivos
setores.
Tabela 7 - Emissões brasileiras de GEE e CO2 por setor da economia. Fonte:
DESPOLUIR, 2009.
Setores
Emissões Totais GEE (1.000 t)
Emissões CO2 (1.000 t)
Energia
247.716
236.505
Indústria
21.273
16.870
Agropecuária
369.311
---
Uso da Terra
811.956
770.331
Resíduos
20.583
---
Total
1.470.839
1.023.706
38
Na queima de combustíveis fósseis o setor que se destaca é o de transporte,
correspondendo sozinho a 42% das emissões totais, conforme tabela 8. Nesse setor, a
modalidade de transporte rodoviário é responsável por quase 90% das emissões de CO2,
como pode ser visto na tabela 9.
Tabela 8 - Emissões de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil.
Fonte: DESPOLUIR, 2009.
Emissões de CO2 (mil toneladas de CO2)
Setores
Emissões 1994
Emissões 2007
Variação entre
1994 e 2007
Setor Energético
14.753
6,55%
24.691
7,38%
67 %
Residencial
15.176
6,74%
16.115
4,81%
6%
Comercial
1.557
0,69%
1.995
0,60%
28%
Público
1.962
0,87%
1.813
0,54%
-8%
Agropecuário
12.516
5,56%
16.089
4,81%
29%
Termoelétricas
10.849
4,82%
24.117
7,21%
122%
Transporte
94.324
41,88%
146.849
43,88%
56%
Indústria
74.066
32,89%
103.027
30,78%
29%
Total
225.203
100%
334.696
100%
49%
Tabela 9 - Emissões de CO2 por modalidade de transporte a partir da queima de
combustíveis fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009.
Emissões de CO2 (mil toneladas de CO2)
Modalidade de
Transporte
Emissões 1994
Emissões 2007
Variação entre
1994 e 2007
Rodoviário
83.302
88,31%
132.768
90,40%
59%
Ferroviário
1.260
1,34%
1.803
1,23%
43%
Aéreo
6.204
6,58%
7.999
5,47%
29%
Hidroviário
3.558
3,77%
4.279
2,91%
20%
Total
94.324
100%
146.849
100%
56%
De acordo com Rosa et al (apud STACHERA, 2006), “o CO2 está presente na
maioria das atividades humanas e é emitido através de processos industriais como a queima
de combustíveis renováveis (álcool, bagaço de cana, óleos vegetais e outros), por
processos de produção (cimento, cal, pedra calcária, produção e uso de carbonato de sódio,
amônia, aço e ferro, alumínio, magnésio, etc.) e mudança do uso do solo e silvicultura”. A
tabela 10 quantifica as emissões de combustíveis fósseis em algumas indústrias e a tabela
39
11 mostra os valores de liberações do gás carbônico devido aos processos de obtenção de
alguns produtos, inclusive o cimento e a cal, de grande destaque.
Tabela 10 – Estimativa de Emissões de Combustíveis Fósseis. Fonte: DESPOLUIR,
2009.
Indústria
Emissões 1994
Emissões 2007
Variação entre
1994 e 2007
Cimento
4.940
6,67%
7.824
7,59%
58%
Ferro – Aço
37.606
50,77%
42.774
41,52%
14%
Ferro – Ligas
281
0,38%
1.134
1,10%
304%
Mineração
3.215
4,34%
8.017
7,78%
149%
Não Ferrosos
3.860
5,22%
8.226
7,98%
113%
Química
9.038
12,20%
15.563
15,11%
72%
Alimentação
3.615
4,88%
3.725
3,62%
3%
Têxtil
1.332
1,80%
1.263
1,23%
-5%
Papel
2.936
3,96%
3.523
3,42%
20%
Cerâmica
2.501
3,38%
4.349
4,22%
74%
Outros
4.741
6,40%
6.629
6,43%
40%
Total
74.065
100%
103.027
100%
39%
Tabela 11 - Emissões de CO2 decorrentes de Processos Industriais (mil toneladas de
CO2). Fonte: DESPOLUIR, 2009.
Produtos
3.3
Emissões 1994
Emissões 2007
Variação entre
1994 e 2007
Cimento
9.340
55,36%
20.081
48,73
115%
Cal
4.150
24,60%
16.950
41,13
308%
Amônia
1.301
7,71%
1.278
3,10
-2%
Alumínio
1.892
11,22%
2.635
6,39
39%
Outros
187
1,11%
265
0,65
42%
Total
16.870
100%
41.209
100
144%
CONSTRUÇÃO CIVIL: GRANDE CONTRIBUINTE NA EMISSÃO DE CO2
A discussão da sustentabilidade na construção civil sob o enfoque da emissão de
CO2 devido à fabricação de materiais é muito recente, principalmente no Brasil. A
quantidade de estudos científicos nesta área é escassa e pertencente à década atual, como
40
se pode comprovar pelas referências bibliográficas utilizadas na composição desta
monografia.
Bissoli (2007, p. 53), defende que a “expansão urbana provoca a dependência do
automóvel aumentando a demanda por infra-estruturas e combustíveis fósseis”. Os carros
são considerados os grandes vilões no tocante emissão de poluentes, por isso Alvarenga
(2002, p. 12-13) afirma que é “comum associar-se poluição e consumo de energia à figura
de automóveis enfumaçados. É muito raro, porém, associar-se à destruição de reservas
naturais de energia e a degradação do meio ambiente com edifícios (...) Contudo, ao longo
dos anos, uma casa pode consumir muito mais energia e causar um impacto ambiental
muito maior que um carro, com um agravante: ano após ano, a frota de veículos se renova
por outros, mais eficientes, menos poluentes. Os edifícios ao contrário, permanecerão por
décadas ou séculos com as mesmas características”.
Em Tavares e Lamberts (2005) os autores citam o signatário do Protocolo de Kyoto,
onde o Brasil se propôs a ter um planejamento do controle de emissões de gases do efeito
estufa, os quais são gerados, em grande parte, pela fabricação dos materiais de construção,
fase pertencente à etapa pré-operacional do ciclo de vida da edificação. Na fabricação de
materiais, tanto quanto no transporte e na obra, o índice de emissão de CO2 é agravado
pela elevada quantidade de materiais desperdiçados nestas fases.
Nessa onda ecológica de fabricação de produtos, o que parece, é que a indústria da
construção civil tem muito a desenvolver, já que além de ser um grande consumidor de
recursos naturais não renováveis, gera concentrações de GEE além do necessário para
criar seus produtos, devido aos desperdícios durante o processo de produção do modelo
tradicional de construção brasileira.
Pinto (apud OLIVEIRA, 2007) estima que as perdas em massa, na construção de
edifícios, podem ser de até 30%. John (2000) afirma que os resíduos não reciclados
provenientes das obras e demolições de construções correspondem a mais de 50% da
massa dos resíduos sólidos urbanos, intensificando os impactos ambientais provenientes do
lixo produzido pela humanidade.
Na pesquisa científica de Stachera e Casagrande Jr. (2007) foi feita a análise dos
principais materiais que apresentam grandes quantidades de emissão de CO2, seja na
fabricação ou na retirada destes materiais da natureza, os quais são: cimento, cal, aço,
areia, brita e cerâmica vermelha. Pode-se notar que quatro dos seis materiais listados estão
presentes na composição do concreto armado.
O cimento é o material da construção civil campeão na emissão de CO2 visto que
nos estudos de Demanboro et al (2003, apud STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007) a
41
indústria do cimento responde por cerca de 7% da emissão anual de gás carbônico na
atmosfera e, na produção de cada tonelada de cimento é lançada 0,6 tonelada de CO2 no
ar. Já para Marland (apud STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007), a estimativa é que 4 a
5% de todo CO2 despejado pelas atividades humanas na atmosfera provenham da
fabricação de cimento, o aglomerante utilizado na massa de concreto aplicada nas
estruturas de concreto armado.
As emissões de gás carbônico são acentuadas quando se pensa no processo
completo de fabricação dos materiais e produtos da indústria da construção. Se for avaliado
que a demanda por energia é elevada em todo ciclo de vida dos produtos e, também, que
em quase 100% dos casos, o transporte de materiais de construção se faz pela modalidade
rodoviária, obtém-se uma proporção direta de contribuição da liberação de dióxido de
carbono à atmosfera, baseando-se nos índices de emissões de CO2 apresentados na tabela
9, referentes às modalidades de transporte.
3.4
CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 3
A variação natural do clima sempre ocorreu, entretanto as temperaturas variavam
numa escala de milhões de anos. A interferência humana nesse fenômeno, intensificando as
emissões de dióxido de carbono e outros gases, diminui o período de variação da
temperatura média do planeta para séculos e décadas. A conseqüência do descaso com o
ambiente provocou uma mudança permanente e irreversível no clima.
Em sua pesquisa Stachera e Casagrande Jr. (2007) pretenderam afirmar que a
indústria da construção civil emite tantos gases quanto outros setores e assim propor uma
mudança de atitude, sabendo que existem as emissões e que é necessário uma postura
diferente das organizações e da sociedade diante do grave problema e, também, um
aprofundamento maior destes estudos para poder afirmar com mais certeza as quantidades
de gases lançados na atmosfera.
As nações econômicas dominantes podem e devem contribuir com o combate ao
aquecimento global, iniciando pela aceitação de sua maior responsabilidade com a questão.
Elas precisam agir rapidamente para cortar suas emissões e proteger seus sumidouros, os
quais absorvem os gases de efeito estufa, além de destinar recursos financeiros aos países
em desenvolvimento, custeando a adaptação dessas nações aos efeitos desse impacto
global e, disponibilizar tecnologia referente às energias renováveis e eficiência energética
(WWF-BRASIL, 2007).
Há, também, a necessidade de todas as nações do Mundo firmarem um
compromisso de fornecerem dados completos e concisos, sobre as quantidades de
42
emissões de gases de efeito estufa e seus sumidouros, para que o problema de
aquecimento global seja analisado em seu âmbito real.
O desenvolvimento de políticas nacionais para combater o aumento da temperatura
média da Terra, a conscientização e educação das pessoas sobre os efeitos de suas
atitudes contrárias aos propósitos ambientais e o incentivo de estudos, pesquisas e
desenvolvimento de novas técnicas sobre o tema, são de grande importância para a
sobrevivência e adaptação dos seres vivos à nova realidade quente do planeta.
43
4.
PRODUÇÃO DE CONCRETO X
INDICADORES DE EMISSÃO DE CO2
4.1
PRODUÇÃO DE CONCRETO
Dentre os materiais empregados na construção civil destaca-se o concreto, material
mais utilizado no mundo depois da água. Grigoletti e Sattler (2004) encontraram diversos
impactos ambientais associados à produção de blocos de concreto para fechamento, desde
a obtenção de matéria-prima até a disposição em aterros após a vida útil do produto. Entre
os principais impactos está a utilização de fontes não-renováveis de energia, o alto consumo
de água e a liberação de dióxido de carbono e metais pesados para o meio ambiente.
O concreto é um material empregado na construção civil composto por água,
cimento, agregado graúdo e agregado miúdo. Outros elementos podem ser incorporados ao
concreto, como os aditivos e microsílica, para melhorar suas propriedades (CARVALHO;
FIGUEIREDO FILHO, 2007).
O concreto pode ser classificado basicamente como concreto simples, magro e
armado. “O concreto simples, que pode assumir diferentes propriedades, variando desde o
concreto rolado até o celular, possui boa resistência aos esforços de compressão, mas
tende a apresentar uma reduzida resistência à tração”. O concreto magro tem como
característica a alta permeabilidade, entretanto apresenta baixa resistência. (OLIVEIRA,
2007).
O concreto armado é composto por concreto e aço, dois materiais diferentes que
trabalham em conjunto devido às forças de aderência entre as superfícies de ambos. O aço,
que é um material de boa resistência à tração e mais deformável que o concreto endurecido,
é utilizado para corrigir essa deficiência do concreto nos elementos estruturais, como vigas,
pilares e lajes.
A grande utilização do concreto armado de cimento portland no Brasil, justifica a
importância dos estudos ambientais que englobem o ciclo de vida desse tipo de material.
Para avaliar o desempenho ambiental, analisando os impactos gerados em todas as fases
dos insumos que compõe os elementos de concreto armado, é preciso considerar todas as
44
variáveis, desde a extração da matéria-prima, gasto de energia nos processos, transporte e
consumo dos insumos e destino final, dos resíduos e do produto, ao fim da sua vida útil.
4.1.1
AGLOMERANTE – CIMENTO
As principais matérias-primas que compõe o cimento são encontradas em quase
todos os países, isto torna o cimento um material de construção com utilidade global,
produzido em grande escala no mundo. O Brasil é um dos maiores produtores de cimento
da América Latina e seu desenvolvimento industrial nesse setor contribui fortemente na
geração de impactos ambientais, tendo em vista que a indústria do cimento se destaca
como grande poluidora (WORRELL et al, apud STACHERA JR. 2006).
Dentre a variedade dos tipos de cimento, o cimento portland, que é um aglomerante
hidráulico, é um dos mais utilizados no Brasil. Este tipo de cimento é “produzido pela
moagem do clinquer, usualmente junto com uma ou mais formas de sulfato de cálcio
(normalmente gipsita) e, em alguns casos, com adições” (OLIVEIRA, 2007).
O clinquer é o principal componente do cimento portland, a propriedade de
resistência e durabilidade do cimento é associada a este componente. Entretanto, em
decorrência do processo de calcinação do calcário, durante a moagem do clinquer, que
ocorre a maioria das emissões de CO2.
No processo de fabricação do cimento portland no Brasil, a matéria-prima deve sofrer
uma reação térmica ao atingir uma temperatura de 1.450 °C. Os fornos industriais são
alimentados com combustíveis fósseis para atingirem tal temperatura. Em algumas
localidades são utilizados resíduos orgânicos, como a casca de arroz, ou até mesmo, pneus
descartados, em substituição aos combustíveis fósseis, numa atitude de maior consciência
ecológica (CARVALHO, 2002).
Oliveira (2007) denota que os países mais desenvolvidos, em busca da redução de
custos econômicos e ambientais na produção de cimento, investigaram tecnologias que
solucionassem o problema causado pelo clinquer na fabricação dos cimentos portland.
Assim, foram criados os cimentos portland compostos, que adicionam ao clinquer a escoria
de alto-forno e os materiais pozolânicos. Essa solução é duplamente favorável ao ambiente,
já que diminui a emissão de poluentes, decorrente da utilização do clinquer e oferece um
destino mais ecológico aos resíduos, que o descarte no meio ambiente.
45
4.1.2
AGREGADOS – AREIA E BRITA
Os agregados são matérias-primas que estão presentes nas misturas, como o
concreto e a argamassa, com grande emprego na construção civil. A ABNT através da NBR
7.211/1982 define areia (agregado miúdo) e pedregulho ou brita (agregado graúdo) como
mineral de origem natural ou resultante do britamento de rochas. A diferença entre os
agregados está na sua granulometria, o miúdo passa pela peneira de 4,8 mm e fica retido
na peneira de 0,075 mm, enquanto o graúdo passa por uma peneira com abertura nominal
de 152 mm e fica retido na peneira de 4,8 mm (VALVERDE, 2001).
A areia, em quase totalidade do território brasileiro, é proveniente dos leitos dos rios,
em cujo processo de retirada, são utilizadas dragas movidas a óleo diesel. Tais
equipamentos emitem gases poluentes, dentre eles o CO2, assim como ocorre com o
equipamento utilizado no processo de britagem (obtenção da brita), na maioria das vezes,
utilizados com motores de combustão (STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007).
A utilização de elementos estruturais em concreto faz parte da cultura da construção
civil brasileira, o que torna os agregados insumos muito consumidos, por representarem em
torno de 80% do volume do concreto. “Como o cimento é um material caro, o principal
objetivo da utilização do agregado de maiores dimensões é reduzir os custos sem que a
qualidade do material seja muito prejudicada” (CARVALHO & FIGUEIREDO FILHO, 2007).
As atividades mineradoras de extração dos agregados impactam fortemente o meio
ambiente e exigem um controle rigoroso dos órgãos ambientais para que se minimizem os
impactos e sejam tomadas medidas de recuperação do local após a exploração
(VALVERDE, 2001).
Os impactos ambientais causados pela extração mineral de agregados vão desde a
supressão da mata ciliar, alteração da paisagem e dos cursos de água, esgotamento desse
recurso não é renovável e poluição do solo e corpos d’água (RODRIGUES, apud OLIVEIRA,
2007).
Uma possibilidade de reduzir o consumo de agregados é adotando soluções
tecnológicas diferenciadas, como construção de estruturas metálicas ao invés do concreto
ou, as divisórias de gesso, de madeira compensada ou de plástico, em substituição da
alvenaria tradicional. Mas, devido ao reduzido custo destes recursos minerais, eles
dificilmente são substituídos por outros produtos naturais ou industrializados, entretanto
essa realidade está sendo modificada com a proposta de substituir os agregados naturais
por entulhos reciclados provenientes da construção (VALVERDE, 2001).
46
4.1.3
FORMAS DE MADEIRA E ARMADURAS DE AÇO
A construção civil no Brasil contribui para as emissões de CO2 provocadas pelo
desmatamento, impacto ambiental mais significante neste sentido no país, por utilizar a
madeira como principal material na composição de formas e escoras. Novas tecnologias de
construção, como as formas e escoras metálicas e os pré-moldados, surgem como solução
técnica-econômica e acabam por diminuir o uso da madeira. A utilização das madeiras de
reflorestamento e a opção por esquadrias de ferro, alumínio e PVC nas edificações, também
são contrapontos positivos no combate ao desmatamento e consequentes emissões dos
GEE’s.
Carvalho e Figueiredo Filho (2007) afirmam que o aço é utilizado de diversas
maneiras na construção, mas principalmente, aparece nas peças de concreto como barras
distribuídas longitudinalmente para resistir aos esforços de tração das estruturas, além dos
pequenos estribos transversais de amarração. Os aços, ligas metálicas, empregados na
confecção das armaduras são, em sua maioria, classificados como CA-25 e CA-50, e tem
como componente fundamental o ferro gusa, produzido a partir de sua matéria-prima, o
minério de ferro.
4.2
DESEMPENHO AMBIENTAL DO CONCRETO ARMADO
O desempenho ambiental de vigas de concreto armado foi simulado e analisado por
Oliveira (2007) através do software BEES 3.0 e da metodologia da ACV (explorado no item
4.3.2), com ressalvas na utilização dos índices de fluxos sem dados confiáveis, nãomensuráveis ou significativos.
No software BEES, ele simulou quatro vigas de concreto com resistência de 27,58
MPa (valor disponível no programa americano), índice mais próximo a um fck de 20 MPa;
fixando a distância entre a obra e a concreteira em 80 km.
A diferença entre as quatro vigas simuladas por Oliveira (2007) no software BEES,
está no cimento escolhido, no intuito de verificar o “impacto de um cimento puro e com
adições”. Os resultados mais representativos foram referentes a: 100% cimento portland
comum, que obteve o pior desempenho ambiental e a mistura de 50% escória de alto forno
e 50% cimento portland, que teve o melhor desempenho.
As conclusões a respeito do desempenho ambiental do concreto armado retiradas
deste estudo são:
•
O maior impacto ambiental causado pelo concreto armado está na sua fase
de aquisição da matéria prima, já que esta inclui a produção cimento;
47
•
A liberação de gases de efeito estufa devido à produção do clinquer, principal
componente do cimento portland, é reduzida em 25% quando se utiliza a
mistura meio a meio de cimento e escória de alto forno;
•
A produção de aço é considerada muito agressiva ao meio ambiente, porém a
pequena quantidade deste material, existente em 1 m³ da viga de concreto
armado, reduz em muito o seu impacto;
•
As decisões sobre a logística de uma empresa potencializam o impacto
ambiental do concreto armado, já que para distâncias pequenas a produção
de aço e cimento gera mais impactos que os fluxos associados ao transporte
de materiais, cenário este, que pode se inverter proporcionalmente ao
aumento das distâncias.
4.3
REVISÃO DOS ESTUDOS PARA O CÁLCULO DAS EMISSÕES DE CO2
DECORRENTES DE PRODUTOS DA CONTRUÇÃO CIVIL
Neste trabalho serão analisados dois estudos referentes à emissão de CO2 devido à
produção da construção civil. O primeiro deles trata-se da quantificação de emissões de
gases de efeito estufa decorrentes da construção de habitações sociais no Estado do
Paraná. O segundo trabalho, e de maior interesse para esta pesquisa, refere-se à análise
ambiental de produtos da construção civil através da ACV de uma viga de concreto, entre
outras coisas.
4.3.1
CÁLCULO DA EMISSÃO DE CO 2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE
HABITAÇÕES POPULARES COM BASE NO TRABALHO DE STACHERA JR. E
CASAGRANDE JR. (2007)
No trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) foram calculados, e
apresentados de forma resumida na tabela 12, os valores de emissão de CO2 dos principais
materiais de construção conforme o padrão comercial brasileiro e uma equação (4.1) para o
cálculo das emissões por casa (casa popular, padrão do estudo de caso da pesquisa
desenvolvida pelos autores citados) destes mesmos materiais.
48
Tabela 12: Emissões por produto (padrão comercial brasileiro de compra). Fonte:
STACHERA e CASAGRANDE JR. (2007)
Material
Unidade do
Material
Emissão de CO2
(kg)
Material/casa
Emissão de
CO2/casa (kg)
Cimento
sc de 50kg
48,44
55
2.664,20
Cal
sc de 20kg
15,71
45
706,95
Aço
kg
1,45
135
195,75
Tijolo
unidade
0,95
4.200
3.990,00
Areia
m³
22,62
13,5
305,37
O resultado da emissão total de CO2, em quilogramas, por produto utilizado em cada
habitação social construída, pode ser calculada conforme a equação 4.1, bastando somar os
produtos entre as quantidades de materiais utilizados e as emissões produzidas. Neste caso
não está sendo considerada a distância de transporte.
Emissões (kgCO2/casa) =
(55sc × 48,44) + (45sc × 15,71) + (135kg × 1,45) +
(4.200un × 0,95) + (13,5m 3 × 22,62)
(4.1)
Na fórmula apresentada deve-se observar: Cimento CPII, saca de 50 kg; cal virgem,
saca com 20 kg; tijolo de seis furos (9 x 14 x 19 cm) e areia média natural de rio. O valor
encontrado para emissão de CO2 por casa é de 7,862 toneladas. Os autores calculam que
16,77% a mais das emissões de CO2 são liberados no transporte desses materiais para
obra, utilizando caminhão movido a diesel.
Os índices relevantes da pesquisa referenciada foram aproximados e estão expostos
na tabela 13, sabendo-se que o objeto de estudo foi a construção de casas populares de
40m².
Tabela 13 - Emissões de CO2 provenientes da utilização de materiais de construção.
Fonte STACHERA JR., 2006.
Material
Emissão de CO2/material
Emissão de CO2/casa
(kg/m²)
Cimento
0,97 kg CO2 / kg cimento
66,61
Areia
22,62 kg CO2 / m³ areia
7,63
49
4.3.2
CÁLCULO DA EMISSÃO DE CO 2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE VIGAS DE
CONCRETO ARMADO COM BASE NO TRABALHO DE OLIVEIRA (2007)
Oliveira (2007) avaliou o desempenho ambiental de vigas de concreto armado
utilizando diferentes traços de concreto. É de interesse para esta monografia, os resultados
obtidos por Oliveira, que dizem respeito à quantidade (em gramas) de CO2 emitidos na
análise desse impacto de abrangência global.
O cimento utilizado na composição dos concretos foi o cimento com material
pozolânico, a cinza volante 9, conhecido comercialmente como CP IV-32, com resistência à
compressão aos 28 dias de 32 MPa. Foi considerado que o cimento portland Votoran é
composto de 68% de clinquer, 29% de cinza volante e 3% de gesso.
Oliveira, primeiramente, contabilizou os fluxos relativos ao transporte da matériaprima até a cimenteira. O autor retirou os índices de fluxos, derivados do transporte da cinza
volante, do trabalho apresentado em 2006, por Kuhn, adotando o valor de 0,00078
MJ/kg.km, no consumo genérico de energia para o transporte de cargas por quilômetro
rodado. Outro importante índice utilizado foi de 74 gCO2/MJ, possibilitando o cálculo do fluxo
de geração do gás carbônico por tonelada de matéria-prima transportada (KUHN, apud
OLIVEIRA, 2007).
A equação e o índice (quilogramas de CO2 por tonelada de cimento) resultante do
cálculo inicial estão descritos abaixo:
Emissões (kgCO2/t) =
(0,00078( MJ / kg.km) × 74( gCO2 / MJ ) × distância (km )
(4.2)
Através da multiplicação do valor resultante por 29% (quantidade de cinza volante
presente em uma tonelada de cimento) obtém-se o resultando do fluxo do transporte da
matéria-prima até a cimenteira.
No processo de obtenção do cimento foi utilizado o índice de fluxo da produção do
clinquer 900 kgCO2/t clinquer, encontrado na pesquisa desenvolvida por Carvalho (2002).
Lembrando que 68% do cimento é relativo à presença do clinquer, multiplicando-se os
índices resulta em 612 kgCO2/t emitidos durante o processo de produção de uma tonelada
de cimento.
Os fluxos de poluentes derivados do transporte dos materiais (cimento, areia e brita)
até a concreteira para o processamento do concreto, podem ser calculados através da
equação 4.3, com base nos índices já apresentados e nas massas de cada insumo.
9
Cinza Volante é um resíduo das usinas termoelétricas proveniente da queima de carvão pulverizado para geração de energia.
50
Emissões (gCO2/t) =
distância (km ) × 0,00078(MJ / kg.km ) ×
74(gCO2 / MJ ) × material (kg )
(4.3)
O fluxo resultante das atividades na siderúrgica, na produção do aço para a
armadura das vigas, pode ser calculado pela multiplicação da quantidade, em quilos, da
taxa de aço necessária para armar 1 m³ de viga de concreto; pelo índice retirado de
Grigoletti e Sattler (2003) que corresponde a 6,1 kgCO2/t.
Os transportes da madeira e do aço, materiais empregados, respectivamente, na
confecção das formas e armadura das vigas executadas no local da obra, resultam em
fluxos obtidos através da equação 4.3, exposta anteriormente.
Os caminhões betoneira consomem energia de uma forma diferente ao consumo dos
caminhões comuns, utilizados para o transporte dos demais materiais, anteriormente
analisados. Sendo assim, pode ser utilizada a equação 4.3 majorando seu resultado em
20%, devido às imprecisões que possam existir no fluxo do transporte do concreto até a
obra. Para efeitos didáticos, a equação 4.4 com os valores majorados está inserida a seguir.
Emissões (gCO2/t) =
distância (km ) × 0,00078(MJ / kg.km ) ×
74( gCO2 / MJ ) × material (kg ) × 1,2
(4.4)
Na tabela abaixo estão dispostos os traços e quantidades (em massa, kg) de cada
insumo utilizado na composição de 1 m3 (unidade funcional) dos três concretos para
produção das vigas, no trabalho referenciado.
Tabela 14 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
Concretos
Traços
Cimento (kg)
Areia (kg)
Brita (kg)
Água (litros)
A
1 : 2 : 3 : 0,5
369
738
1.107
184,5
B
1 : 1,5 : 2,5 : 0,35
459
688,5
1.147,5
160,7
C
1 : 2,5 : 3,5 : 0,65
321
802,5
1.123,5
208,65
No cálculo das emissões de dióxido de carbono foram considerados os impactos
causados pelas formas de madeira e armaduras de aço, com quantidades de 299,43 kg e
51
85,5 kg, respectivamente. Para o cálculo do fluxo do transporte de concreto até a obra, a
massa de concreto equivalente a 1m³ é de 2.455,7 kg.
No cálculo dos fluxos durante o transporte dos materiais e matérias-primas foram
consideradas as distâncias descritas na tabela a seguir.
Tabela 15 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas.
Início do Percurso
Final do Percurso
Distância Percorrida
Extração Cinza Volante (matéria-prima do cimento)
Cimenteira
86,7 km
Cimenteira
Concreteira
32,4 km
Extração Areia
Concreteira
80,0 km
Extração Brita
Concreteira
80,0 km
Concreteira
Obra
14,4 km
Fabricação de Aço
Obra
39,2 km
Extração da Madeira
Obra
80,0 km
A tabela 16 fornece um resumo das emissões de CO2 devido às etapas
anteriormente analisadas e, listadas abaixo, para cada um dos três tipos de concreto
utilizados na execução das vigas, com unidade funcional de 1m³.
•
Etapa 1: Transporte da matéria-prima, cinza volante, até a cimenteira;
•
Etapa 2: Produção do cimento;
•
Etapa 3: Produção do concreto englobando o transporte do cimento até a
concreteira;
•
Etapa 4: Produção do concreto englobando o transporte de areia até a
concreteira;
•
Etapa 5: Produção do concreto englobando o transporte de brita até a
concreteira;
•
Etapa 6: Produção de aço;
•
Etapa 7: Transporte de madeira até a obra;
•
Etapa 8: Transporte de aço até a obra;
•
Etapa 9: Transporte de concreto até a obra.
52
Tabela 16 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
Concreto
Emissões de CO2 (kgCO2/m³)
1
10
2
11
3
4
5
6
7
8
9
A
0,536
225,83
0,690
3,408
5,112
0,522
1,383
0,194
2,449
100%
0,22%
94,05%
0,29%
1,42%
2,13%
0,22%
0,57%
0,08%
1,02%
B
0,666
280,91
0,858
3,179
5,299
0,522
1,383
0,194
2,449
100%
0,22%
95,08%
0,29%
1,08%
1,79%
0,18%
0,47%
0,06%
0,83%
C
0,466
196,45
0,600
3,706
5,188
0,522
1,383
0,194
2,449
100%
0,22%
93,12%
0,28%
1,76%
2,46%
0,25%
0,66%
0,09%
1,16%
A soma de todos os fluxos estudados, que representam as etapas do ciclo de vida de
uma viga até sua produção, resulta nos valores totais por tipo de concreto. Esse inventário
final está mostrado na tabela 17.
Tabela 17 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição
das vigas estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
4.4
Concreto
Emissão Total de CO2 (kgCO2/m³)
A
240,124
B
295,460
C
210,958
CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 4
Nos poucos textos encontrados que traziam a quantificação das emissões de CO2
em decorrência da produção do concreto armado, foram enfatizados a ocorrência da
escassez de dados existentes e confiáveis, a necessidade de aproximação dos índices
calculados e as imprecisões dos indicadores encontrados, inerentes a este tipo de análise,
ainda pouco explorada no Brasil.
Para Mehta (2007, apud OLIVEIRA 2007) existem algumas formas de diminuir os
impactos ambientais causados pelas obras de concreto, através do desenvolvimento de
“projetos inovadores que utilizem menos concreto”, diminuindo a quantidade de cimento na
10 Valores obtidos do produto dos índices do transporte da matéria-prima (cinza volante) pela massa (kg) de cimento utilizado
para produzir 1 m³ de cada traço de concreto.
11 Valores obtidos pela multiplicação dos índices de produção do cimento pelas massas (kg) de cimento utilizado para produzir
1 m³ de cada concreto.
53
composição das misturas e a quantidade de clinquer, presente no cimento. Essas idéias são
plenamente justificáveis visto que a produção de cimento, através do clinquer é a principal
atividade geradora de impactos ambientais pertencente ao ciclo de produção do concreto.
54
5.
5.1
ANÁLISE DOS PROJETOS DE
ESTUDO
DESCRIÇÃO DOS PROJETOS ANALISADOS
Os projetos de estrutura, quantificados e utilizados para o estudo das emissões de
CO2 a partir das estruturas de concreto, foram elaborados no âmbito da disciplina de Projeto
Integrado de Sistemas Construtivos (PISC), ministrada em 2009, na Universidade Federal
de São Carlos, Estado de São Paulo.
Com intuito de simplificar a análise, padronizando-a e, diminuir erros decorrentes dos
projetos de estrutura, que foram pré-dimensionados e desenvolvidos por estudantes e não
calculistas e projetistas conceituados, optou-se por desconsiderar a quantidade de concreto
utilizado nas lajes e analisar somente os pilares e vigas do pavimento tipo de cada
edificação. As lajes não foram padronizadas nos projetos, o que permitiu que os estudantes
adotassem tecnologias que não dominavam, além dos projetos conterem erros gráficos que
dificultaram o entendimento e classificação dos elementos estruturais. Dessa forma, a
amostra de dados quantificada, nos itens seguintes, refere-se às vigas e pilares dos
pavimentos tipo de cada edificação dos sete grupos de projetos.
Os projetos dos edifícios analisados foram elaborados com base em croquis
arquitetônicos disponibilizados pelos professores da disciplina de PISC, aos alunos, que
formaram sete grupos com quatro estudantes em cada grupo.
Para tanto, os alunos
iniciaram com a adequação dos croquis criando medidas usuais e modulares, compondo os
projetos arquitetônicos desde o subsolo, térreo, pavimento tipo, duplex até o ático.
A tipologia dos edifícios, resumida abaixo, foi previamente determina e seguida por
todos os grupos com pequenas diferenças existentes. As plantas de estrutura e tabelas de
quantidades de vigas e pilares, com suas respectivas dimensões estão contidas nos anexos
dessa monografia.
•
Grupo 1: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os
pavimentos tipo são compostos por quatro apartamentos. Em cada
55
apartamento existe uma cozinha, uma lavanderia, duas salas, uma sacada,
um banheiro, um dormitório e uma suíte.
•
Grupo 2: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os
pavimentos tipo são compostos por quatro apartamentos. Em cada
apartamento existe uma cozinha, uma lavanderia, uma dispensa, duas salas,
uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte.
•
Grupo 3: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os
pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento
existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, uma dispensa, um lavabo de
serviço, uma sala, um lavabo, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e
uma suíte.
•
Grupo 4: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os
pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento
existe uma cozinha, um banheiro de serviço, um dormitório de serviço, um
lavabo, uma sala, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte.
•
Grupo 5: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os
pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento
existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, um banheiro de serviço, duas
salas, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte.
•
Grupo 6: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os
pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento
existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, um lavabo, uma sala, uma sacada,
um banheiro, dois dormitórios e uma suíte com closet.
•
Grupo 7: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os
pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento
existe uma cozinha, uma lavanderia, uma sala, uma sacada, um banheiro,
dois dormitórios e uma suíte.
MEDIÇÃO DOS PROJETOS ESTRUTURAIS
O cálculo do volume de concreto utilizado na composição dos elementos estruturais,
vigas e pilares, dos pavimentos tipo de cada grupo de estudantes, assim como, os projetos
estruturais elaborados estão inseridos no capítulo 9, na forma de anexos.
Os dados dos projetos estruturais foram obtidos com auxílio das ferramentas do
software autocad e seu resumo foi disposto na forma de tabela (tabela 18), facilitando a
comparação entre os sete grupos.
56
Tabela 18 - Quantitativos de interesse dos pavimentos tipo de cada grupo estudado.
Fonte: autora.
Grupo
N° de
apartamentos
tipo (unidade)
Área do
pavimento
tipo (m²)
N° de pilares
do tipo
(unidade)
Volume de
concreto dos
pilares do tipo (m³)
Volume de
concreto das
vigas do tipo (m³)
1
28
417,68
44
10,5784
26,3888
2
28
536,81
32
8,2460
30,0561
3
14
270,64
35
12,4682
13,1440
4
14
286,19
45
10,1370
9,9788
5
14
338,60
26
9,3003
25,0779
6
14
241,92
36
20,4832
21,4227
7
14
325,52
27
13,0346
25,0564
O grupo 2 escolheu utilizar laje nervurada como tecnologia e solução para aumentar
as áreas disponíveis no subsolo, resolvendo o problema da quantidade de vagas de
garagem, uma por apartamento. Com isso, percebe-se que o número de pilares e volumes
de concreto dos elementos por área do pavimento é menor que os valores dos demais
grupos, já que essa solução tecnológica da laje diminui a carga transferida para as vigas e
possibilita que os vãos entre os pilares sejam maiores, que os vãos em sistemas com lajes
maciças.
5.2
COMPOSIÇÃO DO BANCO DE DADOS
Com o objetivo de continuar a análise dos traços de concreto expostos no capítulo 4,
adotou-se para as vigas e pilares dos projetos de estudo, dois desses três traços de
concreto. O primeiro com a maior quantidade de cimento empregado e, o segundo com a
menor. Lembrando que, de acordo com o quarto capítulo dessa monografia, a produção de
cimento é o maior “vilão” referente às emissões de gás carbônico decorrentes da produção
dos elementos de concreto.
Na tabela 19 estão dispostos os traços e quantidades (em massa, kg) de cada
insumo utilizado na composição de 1 m3 (unidade funcional) dos dois concretos para
produção dos elementos estruturais, vigas e pilares dos pavimentos tipo dos edifícios
estudados.
57
Tabela 19 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
Traços do Concreto
Cimento (kg)
Areia (kg)
Brita (kg)
1
1 : 1,5 : 2,5 : 0,35
459
688,5
1.147,5
2
1 : 2,5 : 3,5 : 0,65
321
802,5
1.123,5
5.2.1
FLUXO DAS EMISSÕES DE CO 2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE ELEMENTOS
DE CONCRETO COM BASE NO TRABALHO DE STACHERA JR. E CASAGRANDE
JR. (2007)
Os fluxos das emissões de CO2, calculados para as vigas e pilares de concreto
armado dos pavimentos tipo dos sete grupos estudados, estão baseados nos índices
obtidos na pesquisa de Stachera Jr e Casagrande Jr. (2007). Cabe salientar que esta
pesquisa não abrange todo o ciclo de produção do concreto, não considerando, por
exemplo, as emissões decorrentes dos transportes dos materiais até a obra e a utilização da
brita. Porém, tal estudo abrange a emissão de dióxido de carbono decorrente da produção
do cimento, que é o maior “vilão” referente às emissões provenientes do processo de
concretagem dos elementos estruturais.
Serão feitas aproximações na utilização dos indicadores encontrados para o cimento,
com base nos estudos apresentados nesta monografia, assim será considerado que 80%
das emissões de CO2, causadas pela produção de 1m³ de um elemento estrutural, decorrem
da utilização deste material.
As tabelas 20 e 21 trazem as emissões de dióxido de carbono decorrentes da
utilização do cimento na produção das vigas e pilares de concreto armado com o traço1 e 2,
respectivamente, para cada grupo de estudo.
Tabela 20 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do
concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006.
Grupo
Total concretos
(pilares e vigas) m³
Indicador m³
concreto / m²
área tipo
Indicador kg
cimento / m³
concreto
Indicador
kg CO2 / kg
cimento
Emissão kg
CO2 / m² área
1
36,9672
0,0885
459
0,97
39,41
2
38,3021
0,0713
459
0,97
31,74
3
25,6122
0,0946
459
0,97
42,12
4
20,1158
0,0703
459
0,97
31,30
5
34,3782
0,1015
459
0,97
45,19
6
41,9059
0,1732
459
0,97
77,11
7
38,0910
0,1170
459
0,97
52,09
58
Tabela 21 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do
concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006.
Grupo
Total concretos
(pilares e vigas) m³
Indicador m³
concreto / m²
área tipo
Indicador kg
cimento / m³
concreto
Indicador
kg CO2 / kg
cimento
Emissão kg
CO2 / m² área
1
36,9672
0,0885
321
0,97
27,56
2
38,3021
0,0713
321
0,97
22,20
3
25,6122
0,0946
321
0,97
29,46
4
20,1158
0,0703
321
0,97
21,89
5
34,3782
0,1015
321
0,97
31,60
6
41,9059
0,1732
321
0,97
53,93
7
38,0910
0,1170
321
0,97
36,43
Majorando os valores encontrados através dos indicadores de Stachera Jr. e
Casagrande Jr., para cada grupo, em 1,2 é possível estimar o fluxo de emissões de CO2
decorrentes da produção das vigas e pilares, englobando quase todo o processo de
produção. As tabelas 22 e 23 apresentam tais valores majorados para os dois traços
estudados.
Tabela 22 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de
concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006.
Grupo
Emissão kg CO2 / m² área - Cimento
Emissão kg CO2 / m² área - Concreto
1
39,41
47,29
2
31,74
38,09
3
42,12
50,54
4
31,30
37,56
5
45,19
54,23
6
77,11
92,53
7
52,09
62,51
59
Tabela 23 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de
concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006.
5.2.2
Grupo
Emissão kg CO2 / m² área - Cimento
Emissão kg CO2 / m² área - Concreto
1
27,56
33,07
2
22,20
27,00
3
29,46
35,35
4
21,89
26,27
5
31,60
37,92
6
53,93
64,72
7
36,43
43,72
FLUXO DAS EMISSÕES DE CO 2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE ELEMENTOS
DE CONCRETO ARMADO COM BASE NO TRABALHO DE OLIVEIRA (2007)
O trabalho de Oliveira (2007) revisado no quarto capítulo é mais completo que o de
Stachera Jr. (2006), pois abrange todas as etapas do ciclo de produção de vigas de
concreto, sendo assim será de maior representatividade para os índices procurados.
No cálculo dos fluxos durante o transporte dos materiais e matérias-primas foram
estabelecidas distâncias fictícias contidas na tabela 24.
Tabela 24 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas.
Início do Percurso
Final do Percurso
Distância Percorrida
Extração Cinza Volante (matéria-prima do cimento)
Cimenteira
80 km
Cimenteira
Concreteira
40 km
Extração Areia
Concreteira
80 km
Extração Brita
Concreteira
80 km
Concreteira
Obra
15 km
A tabela 25 fornece um resumo das emissões de CO2 devido às etapas listadas
abaixo, para os dois tipos de concreto utilizados na execução das vigas e pilares, com
unidade funcional de 1m³, calculadas a partir das equações 4.2, 4.3 e 4.4, contidas no
quarto capítulo desta monografia.
Com base nos percentuais da tabela 16 do capítulo 4, as emissões de dióxido de
carbono foram majoradas em 0,86% devido os impactos causados pelo transporte da
madeira utilizada nas formas e do aço das armaduras, considerada na etapa 7 da tabela 25.
60
•
Etapa 1: Transporte da matéria-prima, cinza volante, até a cimenteira;
•
Etapa 2: Produção do cimento;
•
Etapa 3: Produção do concreto englobando o transporte do cimento até a
concreteira;
•
Etapa 4: Produção do concreto englobando o transporte de areia até a
concreteira;
•
Etapa 5: Produção do concreto englobando o transporte de brita até a
concreteira;
•
Etapa 6: Transporte de concreto até a obra.
•
Etapa 7: Transporte de madeira e aço até a obra.
Tabela 25 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
Emissões de CO2 (kgCO2/m³)
Traço de
Concreto
Etapa 1 12
Etapa 2 13
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Etapa 6
Etapa 7
1
0,615
280,91
1,060
3,179
5,300
2,551
2,547
100%
0,21%
94,85%
0,36%
1,07%
1,79%
0,86%
0,86%
2
0,430
196,45
0,741
3,706
5,188
2,551
1,814
100%
0,20%
93,16%
0,35%
1,76%
2,46%
1,21%
0,86%
O resultado da soma de todos os fluxos das emissões de CO2 encontrados, resulta
nos valores totais por traço de concreto conforme a tabela 26.
Tabela 26 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição
das vigas estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
Traço de Concreto
Emissão Total de CO2 (kgCO2/m³)
1
296,162
2
210,880
12
Valores obtidos do produto dos índices do transporte da matéria-prima (cinza volante) pela massa (kg) de cimento utilizado
para produzir 1 m³ de cada traço de concreto.
13
Valores obtidos pela multiplicação dos índices de produção do cimento pelas massas (kg) de cimento utilizado para produzir
1 m³ de cada concreto.
61
As tabelas 27 e 28 trazem o inventário final por tipologia de cada grupo estudado,
sendo possível fazer uma comparação devido à adoção dos diferentes traços de concreto,
na produção dos elementos estruturais viga e pilar.
Tabela 27 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de
concreto armado com o traço 1. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
Grupo
Indicador m³
concreto / m² área
tipo
Indicador kg
CO2 / m³
concreto
Emissão kg
CO2 / m² área
1
0,0885
296,162
26,21
2
0,0713
296,162
21,12
3
0,0946
296,162
28,02
4
0,0703
296,162
20,82
5
0,1015
296,162
30,06
6
0,1732
296,162
51,29
7
0,1170
296,162
34,65
Tabela 28 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de
concreto armado com o traço 2. Fonte: OLIVEIRA, 2007.
5.3
Grupo
Indicador m³
concreto / m² área
tipo
Indicador kg
CO2 / m³
concreto
Emissão kg
CO2 / m² área
1
0,0885
210,880
18,66
2
0,0713
210,880
15,04
3
0,0946
210,880
19,95
4
0,0703
210,880
14,82
5
0,1015
210,880
21,40
6
0,1732
210,880
36,52
7
0,1170
210,880
24,67
ANÁLISE DO BANCO DE DADOS (CONLUSÃO DO CAPÍTULO 5)
A maior dificuldade encontrada na aplicação dos métodos demonstrados neste
capítulo refere-se aos projetos de estudo escolhidos, como já dito, estes não possuem
padronização e faltam algumas informações para maior exploração dos projetos estruturais.
Dessa forma a comparação entre os grupos se deteve no tocante quantidade de concreto
utilizado.
62
Mesmo com todas as dificuldades encontradas para encontrar os índices de
emissões de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo é possível afirmar que a
necessidade de desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento
é de extrema importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela
construção de estruturas de concreto, fato este comprovado para todos os projetos de
estudo visto os resultados das emissões decorrentes da utilização do traço com menor
quantidade de cimento.
É possível perceber na comparação da aplicação dos indicadores retirados das duas
pesquisas explanados neste capítulo, que no estudo de Stachera Jr. e Casagrande Jr.
(2007) os resultados dos índices de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo foram
superiores para todos os grupos. Isso ocorreu por diversos fatores, como por exemplo a
diferença entre os objetos de estudo, casas populares e apartamentos de médio padrão,
mas principalmente pela falta de indicadores para todos os materiais e abrangência de todas
as etapas necessárias para a produção dos elementos de concreto armado. Já no trabalho
de Oliveira (2007) a similaridade dos objetos de estudo e a utilização da ACV, abrangendo
todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultou em dados mais confiáveis
e próximos da quantidade real de CO2 emitido para a atmosfera devido aos elementos
estruturais acabados.
É válido destacar que os índices de emissões de CO2 encontrados não englobam a
quantidade de materiais desperdiçados no processo de produção dos elementos de
concreto armado, que pode ser muito elevada. Esse fato abre uma nova frente de pesquisa
para estudos futuros, já que depende do tipo de tecnologia empregada no processo, do
treinamento da mão-de-obra, da qualidade dos materiais, etc.
A determinação das dimensões dos elementos viga e pilar em cada projeto foi crucial
para a “ranquear” os grupos, resultando o grupo 6 com o pior desempenho ambiental e o
grupo 4 com o melhor desempenho ambiental sob a ótica da emissão de gás carbônico.
Nos projetos desenvolvidos pelos alunos a escolha das dimensões dos elementos foi
unicamente baseada no pré-dimensionamento devido aos esforços estruturais, arquitetura e
espaço para as vagas de veículos no subsolo, não foram considerados os fatores
econômicos, tecnológicos e logísticos, tão importantes e, que numa situação real de
empreendimento imobiliário, são sempre levados em conta. Com base nos resultados deste
capítulo seria válido considerar o desempenho ambiental dos elementos estruturais antes de
escolher as suas dimensões, já que este está intimamente ligado aos demais fatores e não
deve ser menos importante.
63
6.
CONCLUSÃO
A construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do país, por
incentivar os setores da economia, setor comercial e por ser a indústria de maior
importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de ser o setor que
mais emprega mão-de-obra pouco qualificada, transformando em cidadãos indivíduos que
estão à margem da sociedade.
Os bens, com as maiores dimensões físicas, produzidos no Mundo, provêm da
Indústria da Construção, para isso, esta consome uma grande quantidade de recursos
naturais e dispõe ao ambiente, outra gama enorme de resíduos. Assim, para atingir a
sustentabilidade as novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas
nos projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à
preservação da natureza, visando à harmonia entre as necessidades humanas do presente
e respeitando o direito de uso das gerações futuras.
A variação natural do clima sempre ocorreu, entretanto as temperaturas variavam
numa escala de milhões de anos. A interferência humana nesse fenômeno, intensificando as
emissões de dióxido de carbono e outros gases, diminui esse período de variação da
temperatura média do planeta para séculos e décadas. A conseqüência do descaso com o
ambiente provocou uma mudança permanente e irreversível no clima.
O desenvolvimento de políticas nacionais para combater o aumento da temperatura
média da Terra, a conscientização e educação das pessoas sobre os efeitos de suas
atitudes contrárias aos propósitos ambientais e o incentivo de estudos, pesquisas e
desenvolvimento de novas técnicas sobre o tema, são de grande importância para a
sobrevivência e adaptação dos seres vivos à nova realidade quente do planeta.
Mesmo com todas as dificuldades encontradas para encontrar os índices de
emissões de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo é possível afirmar que a
necessidade de desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento
é de extrema importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela
construção de estruturas de concreto.
64
É possível perceber na comparação da aplicação dos indicadores retirados das duas
pesquisas explanados na monografia, que no estudo de Stachera Jr. e Casagrande Jr.
(2007) os resultados dos índices de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo foram
superiores para todos os grupos. Isso ocorreu por diversos fatores, como por exemplo a
diferença entre os objetos de estudo, casas populares e apartamentos de médio padrão,
mas principalmente pela falta de indicadores para todos os materiais e abrangência de todas
as etapas necessárias para a produção dos elementos de concreto armado. Já no trabalho
de Oliveira (2007) a similaridade dos objetos de estudo e a utilização da ACV, abrangendo
todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultou em dados mais confiáveis
e próximos da quantidade real de CO2 emitido para a atmosfera devido aos elementos
estruturais acabados.
A indústria da construção civil emite tantos gases quanto outros setores justificando o
aprofundamento maior destes estudos, para poder afirmar com mais certeza as quantidades
de gases lançados na atmosfera.
Esta monografia pode ser utilizada como estímulo para que pesquisas futuras
possam ser aprofundadas de forma mais pontual e menos abrangente. Um aprendizado da
autora em decorrência da composição desta monografia é que a escolha de objetos de
estudos elementares facilita a pesquisa e resulta em dados mais confiáveis.
Os trabalhos referenciados em todo o texto podem ser utilizados para dar
continuidade na linha de pesquisa sugerida por este trabalho de conclusão de curso, mesmo
diante das dificuldades encontradas – escassez de pesquisas na área, já citada e, grande
parte da bibliografia existente ser estrangeira – a importância do tema, já justificada,
condiciona a continuação de pesquisas de mesma linha.
É válido ressaltar que analisar o potencial de impacto ambiental dos produtos da
construção civil é um tanto complexo, devido à enormidade de variáveis existentes, para
isso a utilização de ferramentas, como a metodologia ACV e o software BEES 3.0 são de
grande ajuda. Porém, isso somente será possível a partir da existência de dados confiáveis
sobre a geração de resíduos e consumo de materiais na manufatura dos produtos,
resultando numa metodologia bem fundamentada e um banco de dados que caracterize os
produtos brasileiros. Assim, a investigação dos produtos da construção e seus impactos
ambientais poderão auxiliar na decisão de soluções sustentáveis que unam os aspectos
econômicos, tecnológicos, sociais e ambientais.
65
REFERÊNCIAS
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de São Paulo, São Paulo, 1999. 189p.
ROMERO, M. A. B. O desafio da construção de cidades. Arquitetura e Urbanismo, São
Paulo, n. 142, p. 55-58, jan. 2006.
SANTOS, A. Popciência: Divulgação da Ciência através do uso da rede internet. 2006.
Disponível em: <http://www.uems.br/popciencia/efeito.html>. Acesso em: 19 jun. 2009.
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SILVEIRA, A. L. R. C da; LIMA, F. K. G. M.; PEREIRA, K. V. V. A sustentabilidade ambiental
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SIRKIS, A. O desafio ecológico das cidades. In: Trigueiro, A. (Coord.). Meio ambiente no
século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento.
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SOARES, S. R.; SOUZA, D. M.; PEREIRA, S. W. A avaliação do ciclo de vida no contexto
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Civil: um estudo de caso da habitação de interesse social no Paraná. In: ENCONTRO
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<http://www.wwf.org.br>. Acesso em: 26 mai. 2010.
69
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
KALBUSCH, A. Critérios de Avaliação de Sustentabilidade Ambiental dos Sistemas
Prediais Hidráulicos e Sanitários em Edifícios de Escritórios. 2006. 162 f. Dissertação
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Março de 2007. 277 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Porto Alegre-RS,
2007.
70
APÊNDICE
6.1
PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 1
Figura 9 - Projeto Estrutural do Pavimento Tipo do Grupo 1.
71
Tabela 29 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 1.
Vigas do Pavimento Tipo
Seção da Viga (m²)
Comprimento (m)
Volume de Concreto
(m³)
1
V301
0,1045
3,39
0,3543
2
V302
0,1045
3,39
0,3543
3
V303
0,1045
27,18
2,8403
4
V304
0,1045
11,39
1,1903
5
V305
0,1045
11,39
1,1903
6
V306
0,1045
4,40
0,4598
7
V307
0,1045
12,60
1,3167
8
V308
0,1045
12,60
1,3167
9
V309
0,1045
4,40
0,4598
10
V310
0,1045
11,20
1,1704
11
V311
0,1045
11,20
1,1704
12
V312
0,1045
4,40
0,4598
13
V313
0,1045
11,20
1,1704
14
V314
0,1045
3,39
0,3543
15
V315
0,1045
3,39
0,3543
16
V316
0,1045
11,20
1,1704
17
V317
0,1045
13,22
1,6829
18
V318
0,1045
1,21
0,1264
19
V319
0,1045
1,21
0,1264
20
V320
0,1045
16,04
1,6762
21
V321
0,1045
14,97
1,5644
22
V322
0,1045
5,81
0,6071
23
V323
0,1045
3,81
0,3981
24
V324
0,1045
14,97
1,5644
25
V325
0,1045
16,04
1,6762
26
V326
0,1045
1,21
0,1264
27
V327
0,1045
1,21
0,1264
28
V328
0,1045
13,22
1,3815
Volume Total de Concreto das Vigas
26,3888 m³
72
Tabela 30 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 1.
Pilares do Pavimento Tipo
Altura (m)
Seção do Pilar (m²)
Volume de Concreto
(m³)
1
P15
3,10
0,1121
0,3475
2
P16
3,10
0,1121
0,3475
3
P18
3,10
0,0741
0,2297
4
P19
3,10
0,0741
0,2297
5
P20
3,10
0,0741
0,2297
6
P21
3,10
0,0741
0,2297
7
P22
3,10
0,0741
0,2297
8
P23
3,10
0,0741
0,2297
9
P24
3,10
0,0741
0,2297
10
P25
3,10
0,0741
0,2297
11
P26
3,10
0,0741
0,2297
12
P29
3,10
0,0741
0,2297
13
P30
3,10
0,0741
0,2297
14
P31
3,10
0,0741
0,2297
15
P32
3,10
0,0741
0,2297
16
P33
3,10
0,0741
0,2297
17
P34
3,10
0,0741
0,2297
18
P36
3,10
0,0741
0,2297
19
P37
3,10
0,0741
0,2297
20
P38
3,10
0,0741
0,2297
21
P40
3,10
0,0741
0,2297
22
P41
3,10
0,0741
0,2297
23
P42
3,10
0,0741
0,2297
24
P43
3,10
0,0741
0,2297
25
P45
3,10
0,0741
0,2297
26
P46
3,10
0,0741
0,2297
27
P47
3,10
0,0741
0,2297
28
P49
3,10
0,0741
0,2297
29
P50
3,10
0,0741
0,2297
30
P51
3,10
0,0741
0,2297
31
P52
3,10
0,0741
0,2297
32
P54
3,10
0,0741
0,2297
33
P55
3,10
0,0741
0,2297
34
P56
3,10
0,0741
0,2297
35
P57
3,10
0,0741
0,2297
73
36
P58
3,10
0,0741
0,2297
37
P59
3,10
0,1121
0,3475
38
P60
3,10
0,0741
0,2297
39
P61
3,10
0,0741
0,2297
40
P62
3,10
0,0741
0,2297
41
P63
3,10
0,0741
0,2297
42
P64
3,10
0,0741
0,2297
43
P66
3,10
0,0741
0,2297
44
P67
3,10
0,1121
0,3475
Volume Total de Concreto dos Pilares
10,5784 m³
74
6.2
PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 2
Figura 10 - Planta da Estrutura do Pavimento Tipo do Grupo 2.
75
Tabela 31 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 2.
Vigas do Pavimento Tipo
Seção da Viga (m²)
Comprimento (m)
Volume de Concreto
(m³)
1
VX01
0,1140
4,60
0,5244
2
VX02
0,1140
4,60
0,5244
3
VX03
0,1140
6,40
0,7296
4
VX04
0,1140
4,60
0,5244
5
VX05
0,1140
4,60
0,5244
6
VX06
0,1140
4,60
0,5244
7
VX07
0,1140
4,60
0,5244
8
VX08
0,1140
6,40
0,7296
9
VX09
0,1140
4,60
0,5244
10
VX10
0,1140
4,60
0,5244
11
VX11
0,1140
5,80
0,6612
12
VX12
0,1140
4,00
0,4560
13
VX13
0,1140
5,80
0,6612
14
VX14
0,1140
5,80
0,6612
15
VX15
0,1140
4,00
0,4560
16
VX16
0,1140
5,80
0,6612
17
VX17
0,1140
4,60
0,5244
18
VX18
0,1140
4,60
0,5244
19
VX19
0,1140
6,40
0,7296
20
VX20
0,1140
4,60
0,5244
21
VX21
0,1140
4,60
0,5244
22
VX22
0,1140
4,60
0,5244
23
VX23
0,1140
4,60
0,5244
24
VX24
0,1140
6,40
0,7296
25
VX25
0,1140
4,60
0,5244
26
VX26
0,1140
4,60
0,5244
27
VX27
0,1140
7,20
0,8208
28
VX28
0,1140
7,20
0,8208
29
VX29
0,1140
7,20
0,8208
30
VX30
0,1140
7,20
0,8208
31
VX31
0,1140
7,20
0,8208
32
VX32
0,1140
7,20
0,8208
33
VX33
0,1140
2,40
0,2736
34
VX34
0,1140
2,40
0,2736
76
35
VX35
0,1140
2,40
0,2736
36
VX36
0,1140
2,40
0,2736
37
VX37
0,1140
4,00
0,4560
38
VX38
0,1140
4,00
0,4560
39
VX39
0,1140
4,00
0,4560
40
VX40
0,1140
2,40
0,2736
41
VX41
0,1140
2,40
0,2736
42
VX42
0,1140
2,40
0,2736
43
VX43
0,1140
2,40
0,2736
44
VX44
0,1140
7,20
0,8208
45
VX45
0,1140
7,20
0,8208
46
VX46
0,1140
7,20
0,8208
47
VX47
0,1140
7,20
0,8208
48
VX48
0,1140
7,20
0,8208
49
VX49
0,1140
7,20
0,8208
50
VSX01
0,0570
6,20
0,3534
51
VSX02
0,0570
6,20
0,3534
52
VSX03
0,0475
1,30
0,0618
53
VSX04
0,0475
1,30
0,0618
54
VSX05
0,0475
1,30
0,0618
55
VSX06
0,0570
6,20
0,3534
56
VSX07
0,0570
6,20
0,3534
57
VSX08
0,0475
1,30
0,0618
58
VSX09
0,0475
1,30
0,0618
59
VSX10
0,0475
1,30
0,0618
Volume Total de Concreto das Vigas
30,0561 m³
77
Tabela 32 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 2.
Pilares do Pavimento Tipo
Altura (m)
Seção do Pilar (m²)
Volume de Concreto
(m³)
1
P1
3,10
0,0570
0,1767
2
P2
3,10
0,0950
0,2945
3
P3
3,10
0,1140
0,3534
4
P4
3,10
0,1140
0,3534
5
P5
3,10
0,0950
0,2945
6
P6
3,10
0,0570
0,1767
7
P7
3,10
0,0570
0,1767
8
P8
3,10
0,1140
0,3534
9
P9
3,10
0,1140
0,3534
10
P10
3,10
0,1140
0,3534
11
P11
3,10
0,1140
0,3534
12
P12
3,10
0,0570
0,1767
13
P13
3,10
0,0380
0,1178
14
P14
3,10
0,0570
0,1767
15
P15
3,10
0,0760
0,2356
16
P16
3,10
0,0570
0,1767
17
P17
3,10
0,0380
0,1178
18
P18
3,10
0,0570
0,1767
19
P19
3,10
0,0760
0,2356
20
P20
3,10
0,0570
0,1767
21
P21
3,10
0,0570
0,1767
22
P22
3,10
0,1140
0,3534
23
P23
3,10
0,1140
0,3534
24
P24
3,10
0,1140
0,3534
25
P25
3,10
0,1140
0,3534
26
P26
3,10
0,0570
0,1767
27
P27
3,10
0,0570
0,1767
28
P28
3,10
0,0950
0,2945
29
P29
3,10
0,1140
0,3534
30
P30
3,10
0,1140
0,3534
31
P31
3,10
0,0950
0,2945
32
P32
3,10
0,0570
0,1767
Volume Total de Concreto dos Pilares
8,2460 m³
78
6.3
PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 3
Figura 11 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 3.
79
Tabela 33 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 3.
Vigas do Pavimento Tipo
Seção da Viga (m²)
Comprimento (m)
Volume de Concreto
(m³)
1
V401
0,0760
4,6
0,3496
2
V402
0,0760
2,2
0,1672
3
V403
0,0760
2,2
0,1672
4
V404
0,0760
2,95
0,2242
5
V405
0,0760
1,76
0,1338
6
V406
0,0760
2,65
0,2014
7
V407
0,0760
2,95
0,2242
8
V408
0,0760
1,85
0,1406
9
V409
0,0760
4,68
0,3557
10
V410
0,0760
3,85
0,2926
11
V411
0,0760
5,28
0,4013
12
V412
0,0760
1,85
0,1406
13
V413
0,0760
3,6
0,2736
14
V414
0,0760
2,65
0,2014
15
V415
0,0760
2,01
0,1528
16
V416
0,0760
2,01
0,1528
17
V417
0,0760
2,65
0,2014
18
V418
0,0760
3,6
0,2736
19
V419
0,0760
3,3
0,2508
20
V420
0,0560
2,87
0,1607
21
V421
0,0560
2,87
0,1607
22
V422
0,0560
2,87
0,1607
23
V423
0,0560
2,87
0,1607
24
V424
0,0760
3,3
0,2508
25
V425
0,0760
2,65
0,2014
26
V426
0,0560
3,6
0,2016
27
V427
0,0560
2,65
0,1484
28
V428
0,0560
5,15
0,2884
29
V429
0,0560
4,6
0,2576
30
V430
0,0560
5,15
0,2884
31
V431
0,0560
2,65
0,1484
32
V432
0,0560
3,6
0,2016
33
V433
0,0760
5,1
0,3876
34
V434
0,0560
5,53
0,3097
35
V435
0,0560
5,53
0,3097
80
36
V436
0,0760
3,3
0,2508
37
V437
0,0760
3,3
0,2508
38
V438
0,0560
5,53
0,3097
39
V439
0,0560
5,53
0,3097
40
V440
0,0760
5,1
0,3876
41
V441
0,0760
4,6
0,3496
42
V442
0,0760
1,4
0,1064
43
V443
0,0760
1,62
0,1231
44
V444
0,0760
1,4
0,1064
45
V445
0,0560
5,15
0,2884
46
V446
0,0560
5,15
0,2884
47
V447
0,0760
3,6
0,2736
48
V448
0,0760
2,65
0,2014
49
V449
0,0760
5,15
0,3914
50
V450
0,0760
4,6
0,3496
51
V451
0,0760
5,15
0,3914
52
V452
0,0760
2,65
0,2014
53
V453
0,0760
3,6
0,2736
54
V454
0,0760
0,85
0,0646
55
V455
0,0760
1,45
0,1102
56
V456
0,0760
1,45
0,1102
57
V457
0,0760
0,85
0,0646
Volume Total de Concreto das Vigas
13,1440 m³
Tabela 34 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 3.
Pilares do Pavimento Tipo
Altura (m)
Seção do Pilar (m²)
Volume de Concreto
(m³)
1
P12
3,10
0,1140
0,3534
2
P13
3,10
0,1140
0,3534
3
P15
3,10
0,1140
0,3534
4
P16
3,10
0,1140
0,3534
5
P17
3,10
0,1140
0,3534
6
P18
3,10
0,1140
0,3534
7
P19
3,10
0,1140
0,3534
8
P21
3,10
0,1140
0,3534
9
P22
3,10
0,1120
0,3472
10
P23
3,10
0,1120
0,3472
81
11
P24
3,10
0,1140
0,3534
12
P25
3,10
0,1140
0,3534
13
P26
3,10
0,1120
0,3472
14
P27
3,10
0,1120
0,3472
15
P28
3,10
0,1140
0,3534
16
P29
3,10
0,1140
0,3534
17
P30
3,10
0,1140
0,3534
18
P32
3,10
0,1140
0,3534
19
P33
3,10
0,1120
0,3472
20
P34
3,10
0,1120
0,3472
21
P36
3,10
0,1140
0,3534
22
P37
3,10
0,1140
0,3534
23
P38
3,10
0,1120
0,3472
24
P39
3,10
0,1120
0,3472
25
P40
3,10
0,1140
0,3534
26
P42
3,10
0,1140
0,3534
27
P43
3,10
0,1140
0,3534
28
P45
3,10
0,1140
0,3534
29
P46
3,10
0,1120
0,3472
30
P47
3,10
0,1400
0,4340
31
P48
3,10
0,1140
0,3534
32
P49
3,10
0,1140
0,3534
33
P50
3,10
0,1400
0,4340
34
P51
3,10
0,1120
0,3472
35
P52
3,10
0,1140
0,3534
Volume Total de Concreto dos Pilares
12,4682 m³
82
6.4
PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 4
Figura 12 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 4.
83
Tabela 35 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 4.
Vigas do Pavimento Tipo
Seção da Viga (m²)
Comprimento (m)
Volume de Concreto
(m³)
1
VP100
0,0361
2,41
0,0870
2
VP101
0,0361
1,25
0,0451
3
VP102
0,0361
2,35
0,0848
4
VP103
0,0361
1,60
0,0578
5
VP104
0,0361
2,41
0,0870
6
VP105
0,0266
2,61
0,0694
7
VP106
0,0361
2,41
0,0870
8
VP107
0,0361
2,78
0,1004
9
VP108
0,0361
1,87
0,0675
10
VP109
0,0361
1,87
0,0675
11
VP110
0,0361
2,78
0,1004
12
VP111
0,0361
2,41
0,0870
13
VP112
0,0361
1,30
0,0469
14
VP113
0,0361
2,30
0,0830
15
VP114
0,0266
2,26
0,0601
16
VP115
0,0266
2,41
0,0641
17
VP116
0,0266
2,41
0,0641
18
VP117
0,0266
2,26
0,0601
19
VP118
0,0361
2,01
0,0726
20
VP119
0,0266
2,15
0,0572
21
VP120
0,0266
2,91
0,0774
22
VP121
0,0266
2,26
0,0601
23
VP122
0,0266
2,41
0,0641
24
VP123
0,0741
4,41
0,3268
25
VP124
0,0266
2,41
0,0641
26
VP125
0,0266
2,26
0,0601
27
VP126
0,0266
2,91
0,0774
28
VP127
0,0266
2,15
0,0572
29
VP128
0,0361
2,01
0,0726
30
VP129
0,0361
2,01
0,0726
31
VP130
0,0361
2,46
0,0888
32
VP131
0,0361
2,65
0,0957
33
VP132
0,0361
4,81
0,1736
34
VP133
0,0741
6,00
0,4446
35
VP134
0,0741
4,81
0,3564
36
VP135
0,0361
2,65
0,0957
84
37
VP136
0,0361
2,46
0,0888
38
VP137
0,0361
2,01
0,0726
39
VP138
0,0741
7,01
0,5194
40
VP139
0,0741
6,00
0,4446
41
VP140
0,0741
7,01
0,5194
42
VP141
0,0741
3,39
0,2512
43
VP142
0,0361
2,59
0,0935
44
VP143
0,0546
3,60
0,1966
45
VP144
0,0266
2,85
0,0758
46
VP145
0,0546
3,60
0,1966
47
VP146
0,0546
3,06
0,1671
48
VP147
0,0266
2,80
0,0745
49
VP148
0,0546
3,81
0,2080
50
VP149
0,0361
2,20
0,0794
51
VP150
0,0361
2,00
0,0722
52
VP151
0,0266
1,06
0,0282
53
VP152
0,0266
1,34
0,0356
54
VP153
0,0361
3,12
0,1126
55
VP154
0,0361
1,60
0,0578
56
VP155
0,0741
3,58
0,2653
57
VP156
0,0361
1,70
0,0614
58
VP157
0,0266
2,81
0,0747
59
VP158
0,0361
2,20
0,0794
60
VP159
0,0266
2,01
0,0535
61
VP160
0,0546
2,81
0,1534
62
VP161
0,0361
3,12
0,1126
63
VP162
0,0361
1,60
0,0578
64
VP163
0,0741
3,58
0,2653
65
VP164
0,0361
1,70
0,0614
66
VP165
0,0361
2,00
0,0722
67
VP166
0,0266
1,06
0,0282
68
VP167
0,0266
1,34
0,0356
69
VP168
0,0266
2,80
0,0745
70
VP169
0,0546
3,81
0,2080
71
VP170
0,0361
2,20
0,0794
72
VP171
0,0546
3,06
0,1671
73
VP172
0,0266
2,85
0,0758
74
VP173
0,0546
3,60
0,1966
85
75
VP174
0,0361
2,59
0,0935
76
VP175
0,0546
3,60
0,1966
77
VP176
0,0741
3,39
0,2512
78
VP177
0,0741
4,41
0,3268
79
VP178
0,0361
0,81
0,0292
80
VP179
0,0361
0,81
0,0292
Volume Total de Concreto das Vigas
9,9788 m³
Tabela 36 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 4.
Pilares do Pavimento Tipo
Altura (m)
Seção do Pilar (m²)
Volume de Concreto
(m³)
1
P1
3,10
0,0741
0,2297
2
P2
3,10
0,0741
0,2297
3
P3
3,10
0,0741
0,2297
4
P4
3,10
0,0741
0,2297
5
P5
3,10
0,0741
0,2297
6
P6
3,10
0,0741
0,2297
7
P7
3,10
0,0741
0,2297
8
P8
3,10
0,0546
0,1693
9
P9
3,10
0,0741
0,2297
10
P10
3,10
0,0741
0,2297
11
P11
3,10
0,0741
0,2297
12
P12
3,10
0,0741
0,2297
13
P13
3,10
0,0741
0,2297
14
P14
3,10
0,0741
0,2297
15
P15
3,10
0,1026
0,3181
16
P16
3,10
0,0741
0,2297
17
P17
3,10
0,0546
0,1693
18
P18
3,10
0,1121
0,3475
19
P19
3,10
0,0826
0,2561
20
P20
3,10
0,0546
0,1693
21
P21
3,10
0,0741
0,2297
22
P22
3,10
0,0741
0,2297
23
P23
3,10
0,0546
0,1693
24
P24
3,10
0,0546
0,1693
25
P25
3,10
0,0546
0,1693
26
P26
3,10
0,0988
0,3063
86
27
P27
3,10
0,0741
0,2297
28
P28
3,10
0,0988
0,3063
29
P29
3,10
0,0546
0,1693
30
P30
3,10
0,0546
0,1693
31
P31
3,10
0,0546
0,1693
32
P32
3,10
0,0741
0,2297
33
P33
3,10
0,0741
0,2297
34
P34
3,10
0,0741
0,2297
35
P35
3,10
0,0546
0,1693
36
P36
3,10
0,0546
0,1693
37
P37
3,10
0,0741
0,2297
38
P38
3,10
0,1064
0,3298
39
P39
3,10
0,1064
0,3298
40
P40
3,10
0,0741
0,2297
41
P41
3,10
0,0546
0,1693
42
P42
3,10
0,0546
0,1693
43
P43
3,10
0,0741
0,2297
44
P44
3,10
0,0741
0,2297
45
P45
3,10
0,0741
0,2297
Volume Total de Concreto dos Pilares
10,1370 m³
87
6.5
PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 5
Figura 13 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 5.
88
Tabela 37 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 5.
Vigas do Pavimento Tipo
Seção da Viga (m²)
Comprimento (m)
Volume de Concreto
(m³)
1
V200
0,1691
10,80
1,8263
2
V201
0,1691
7,74
1,3088
3
V202
0,1691
5,20
0,8793
4
V203
0,1140
7,16
0,8162
5
V204
0,1140
2,64
0,3010
6
V205
0,1140
12,36
1,4090
7
V206
0,1140
12,36
1,4090
8
V207
0,1691
7,56
1,2784
9
V208
0,1691
5,01
0,8472
10
V209
0,1691
5,01
0,8472
11
V210
0,1140
9,47
1,0796
12
V211
0,1140
4,92
0,5609
13
V212
0,1140
2,95
0,3363
14
V213
0,1140
6,14
0,7000
15
V214
0,1140
1,97
0,2246
16
V215
0,1140
1,97
0,2246
17
V216
0,1140
6,14
0,7000
18
V217
0,1140
2,95
0,3363
19
V218
0,1140
4,92
0,5609
20
V219
0,1691
9,47
1,6014
21
V220
0,1140
7,16
0,8162
22
V221
0,1691
5,20
0,8793
23
V222
0,1140
3,05
0,3477
24
V223
0,1691
7,56
1,2784
25
V224
0,1140
4,56
0,5198
26
V225
0,1691
2,93
0,4955
27
V226
0,1140
5,38
0,6133
28
V227
0,1140
6,20
0,7068
29
V228
0,1140
5,38
0,6133
30
V229
0,1140
6,20
0,7068
31
V230
0,1140
7,49
0,8539
Volume Total de Concreto das Vigas
25,0779 m³
89
Tabela 38 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 5.
Pilares do Pavimento Tipo
Altura (m)
Seção do Pilar (m²)
Volume de Concreto
(m³)
1
P10
3,10
0,1140
0,3534
2
P12
3,10
0,1140
0,3534
3
P13
3,10
0,1140
0,3534
4
P15
3,10
0,1140
0,3534
5
P17
3,10
0,1140
0,3534
6
P18
3,10
0,1140
0,3534
7
P20
3,10
0,1140
0,3534
8
P21
3,10
0,1140
0,3534
9
P24
3,10
0,1140
0,3534
10
P25
3,10
0,1140
0,3534
11
P26
3,10
0,1140
0,3534
12
P27
3,10
0,1140
0,3534
13
P29
3,10
0,1140
0,3534
14
P30
3,10
0,1140
0,3534
15
P32
3,10
0,1140
0,3534
16
P33
3,10
0,1140
0,3534
17
P34
3,10
0,1330
0,4123
18
P37
3,10
0,1140
0,3534
19
P39
3,10
0,1140
0,3534
20
P40
3,10
0,1140
0,3534
21
P42
3,10
0,1140
0,3534
22
P43
3,10
0,1140
0,3534
23
P46
3,10
0,1140
0,3534
24
P47
3,10
0,1226
0,3799
25
P48
3,10
0,1226
0,3799
26
P49
3,10
0,1140
0,3534
Volume Total de Concreto dos Pilares
9,3003 m³
90
6.6
PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 6
Figura 14 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 6.
91
Tabela 39 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 6.
Vigas do Pavimento Tipo
Seção da Viga (m²)
Comprimento (m)
Volume de Concreto
(m³)
1
V1
0,1197
2,41
0,2885
2
V2
0,1197
3,01
0,3603
3
V3
0,1197
3,41
0,4082
4
V4
0,1197
2,80
0,3352
5
V5
0,1197
4,41
0,5279
6
V6
0,1197
2,52
0,3016
7
V7
0,1197
3,00
0,3591
8
V8
0,1197
4,01
0,4800
9
V9
0,1197
2,41
0,2885
10
V10
0,1197
3,20
0,3830
11
V11
0,1197
2,41
0,2885
12
V12
0,1197
2,61
0,3124
13
V13
0,1197
7,91
0,9468
14
V14
0,1197
5,40
0,6464
15
V15
0,1197
2,52
0,3016
16
V16
0,1197
4,60
0,5506
17
V17
0,1197
2,41
0,2885
18
V18
0,1197
4,71
0,5638
19
V19
0,1197
5,61
0,6715
20
V20
0,1197
2,41
0,2885
21
V21
0,1197
3,20
0,3830
22
V22
0,1197
2,52
0,3016
23
V23
0,1197
3,00
0,3591
24
V24
0,1197
4,01
0,4800
25
V25
0,1197
2,80
0,3352
26
V26
0,1197
4,41
0,5279
27
V27
0,1197
2,41
0,2885
28
V28
0,1197
3,01
0,3603
29
V29
0,1197
3,41
0,4082
30
V30
0,1197
2,82
0,3376
31
V31
0,1197
4,61
0,5518
32
V32
0,1197
2,82
0,3376
33
V33
0,1197
3,40
0,4070
34
V34
0,1197
0,82
0,0982
35
V35
0,1197
4,00
0,4788
36
V36
0,1197
4,00
0,4788
92
37
V37
0,1197
2,41
0,2885
38
V38
0,1197
1,60
0,1915
39
V39
0,1197
2,82
0,3376
40
V40
0,1197
3,00
0,3591
41
V41
0,1197
2,82
0,3376
42
V42
0,1197
1,60
0,1915
43
V43
0,1197
2,40
0,2873
44
V44
0,1197
2,21
0,2645
45
V45
0,1197
3,00
0,3591
46
V46
0,1197
2,21
0,2645
47
V47
0,1197
2,40
0,2873
48
V48
0,1197
4,42
0,5291
49
V49
0,1197
4,41
0,5279
50
V50
0,1197
4,42
0,5291
51
V51
0,1197
2,41
0,2885
52
V52
0,1197
4,81
0,5758
53
V53
0,1197
3,00
0,3591
54
V54
0,1197
1,21
0,1448
55
V55
0,1197
4,81
0,5758
Volume Total de Concreto das Vigas
21,4227 m³
Tabela 40 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 6.
Pilares do Pavimento Tipo
Altura (m)
Seção do Pilar (m²)
Volume de Concreto
(m³)
1
P1
3,10
0,1140
0,3534
2
P2
3,10
0,1140
0,3534
3
P3
3,10
0,1140
0,3534
4
P4
3,10
0,1140
0,3534
5
P5
3,10
0,1140
0,3534
6
P6
3,10
0,1140
0,3534
7
P7
3,10
0,1140
0,3534
8
P8
3,10
0,1140
0,3534
9
P9
3,10
0,1140
0,3534
10
P10
3,10
0,1140
0,3534
11
P11
3,10
0,1140
0,3534
12
P12
3,10
0,1140
0,3534
13
P13
3,10
0,1140
0,3534
93
14
P14
3,10
0,1140
0,3534
15
P15
3,10
0,1140
0,3534
16
P16
3,10
0,1140
0,3534
17
P17
3,10
0,1140
0,3534
18
P18
3,10
0,1140
0,3534
19
P19
3,10
0,3990
1,2369
20
P20
3,10
0,3990
1,2369
21
P21
3,10
0,3990
1,2369
22
P22
3,10
0,1140
0,3534
23
P23
3,10
0,1140
0,3534
24
P24
3,10
0,1140
0,3534
25
P25
3,10
0,1140
0,3534
26
P26
3,10
0,1140
0,3534
27
P27
3,10
0,1140
0,3534
28
P28
3,10
0,1140
0,3534
29
P29
3,10
0,1140
0,3534
30
P30
3,10
0,1140
0,3534
31
P31
3,10
0,1140
0,3534
32
P32
3,10
1,4775
4,5802
33
P33
3,10
0,3990
1,2369
34
P34
3,10
0,1140
0,3534
35
P35
3,10
0,1140
0,3534
36
P36
3,10
0,1140
0,3534
Volume Total de Concreto dos Pilares
20,4832 m³
94
6.7
PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 7
Figura 15 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 7.
95
Tabela 41 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 7.
Vigas do Pavimento Tipo
Seção da Viga (m²)
Comprimento (m)
Volume de Concreto
(m³)
1
V1
0,1330
13,61
1,8101
2
V2
0,1330
5,22
0,6943
3
V3
0,1330
13,61
1,8101
4
V4
0,0950
2,21
0,2100
5
V5
0,0950
2,21
0,2100
6
V6
0,1330
5,22
0,6943
7
V7
0,0950
9,01
0,8560
8
V8
0,0950
9,01
0,8560
9
V9
0,0950
5,21
0,4950
10
V10
0,0950
5,21
0,4950
11
V11
0,1330
5,22
0,6943
12
V12
0,1330
5,21
0,6929
13
V13
0,1330
18,42
2,4499
14
V14
0,1330
5,21
0,6929
15
V15
0,1330
3,61
0,4801
16
V16
0,1330
3,61
0,4801
17
V17
0,1330
6,60
0,8778
18
V18
0,1330
6,60
0,8778
19
V19
0,1330
4,39
0,5839
20
V20
0,1330
3,60
0,4788
21
V21
0,0950
7,60
0,7220
22
V22
0,0950
4,20
0,3990
23
V23
0,0950
9,00
0,8550
24
V24
0,0950
5,60
0,5320
25
V25
0,0950
11,60
1,1020
26
V26
0,1330
4,80
0,6384
27
V27
0,0950
11,60
1,1020
28
V28
0,0950
5,60
0,5320
29
V29
0,0950
9,00
0,8550
30
V30
0,0950
4,20
0,3990
31
V31
0,0950
7,60
0,7220
32
V32
0,0950
3,60
0,3420
33
V33
0,0950
4,39
0,4171
Volume Total de Concreto das Vigas
25,0564 m³
96
Tabela 42 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 7.
Pilares do Pavimento Tipo
Altura (m)
Seção do Pilar (m²)
Volume de Concreto
(m³)
1
P1
3,10
0,1121
0,3475
2
P2
3,10
0,1881
0,5831
3
P3
3,10
0,1881
0,5831
4
P4
3,10
0,1881
0,5831
5
P5
3,10
0,1881
0,5831
6
P6
3,10
0,1121
0,3475
7
P7
3,10
0,1121
0,3475
8
P8
3,10
0,1881
0,5831
9
P9
3,10
0,1881
0,5831
10
P10
3,10
0,1121
0,3475
11
P11
3,10
0,1121
0,3475
12
P12
3,10
0,1881
0,5831
13
P13
3,10
0,1881
0,5831
14
P14
3,10
0,1881
0,5831
15
P15
3,10
0,1121
0,3475
16
P16
3,10
0,1881
0,5831
17
P17
3,10
0,1501
0,4653
18
P18
3,10
0,1121
0,3475
19
P19
3,10
0,1121
0,3475
20
P20
3,10
0,1501
0,4653
21
P21
3,10
0,1881
0,5831
22
P22
3,10
0,1881
0,5831
23
P23
3,10
0,1881
0,5831
24
P24
3,10
0,1881
0,5831
25
P25
3,10
0,1501
0,4653
26
P26
3,10
0,1121
0,3475
27
P27
3,10
0,1121
0,3475
Volume Total de Concreto dos Pilares
13,0346 m³
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Custo ambiental das estruturas de concreto armado sob a