UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CUSTO AMBIENTAL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO SOB A ÓTICA DA EMISSÃO DE CO2 Taiany Blachka Botelho Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Dr. José Carlos Paliari São Carlos 2010 DEDICATÓRIA “Tão importante quanto semear flores é semear idéias. Fale com outras pessoas sobre a importância de cuidar do planeta. Você vai estar contribuindo para o florescimento de uma ótima causa.” Deivison Cavalcante Pedrosa Dedico esta monografia a todos os estudiosos, pesquisadores, idealizadores, ambientalistas e cidadãos do mundo que buscam diariamente em si e nos outros o ideal de sustentabilidade, com sua visão otimista de um mundo melhor. AGRADECIMENTOS Expresso meus sinceros agradecimentos aos meus familiares e amigos que sempre me incentivaram a seguir os meus ideais, apoiaram as minhas escolhas e compartilharam da minha batalha. Humildemente, agradeço a Deus por me proporcionar tantas pedras no caminho que fizeram de meu percorrer interessante e engrandecido. RESUMO RESUMO O planeta convive com diversos problemas gerados pela exploração descontrolada dos recursos naturais visando o crescimento econômico de países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo o Brasil. O fenômeno do aquecimento global – Efeito Estufa – é um bom exemplo da consequência natural causada pela exploração do homem, já que grande parte da comunidade científica acredita que o aumento da temperatura média da Terra é causada pela emissão de gases na atmosfera. Com isso, a sustentabilidade é um tema de discussão global e imprescindível para a sobrevivência humana. A construção civil pode ser destacada pelos recursos naturais que utiliza, o volume de energia e água que consome e a quantidade de resíduos sólidos gerados, como conseqüência da capacidade de desenvolvimento econômico que agrega ao país. Para atingir a sustentabilidade as novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas nos projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação da natureza, visando à harmonia entre as necessidades humanas do presente e respeitando o direito de uso das gerações futuras. Analisar o potencial de impacto ambiental dos produtos da construção civil é um tanto complexo, devido à enormidade de variáveis existentes, para isso, a utilização de metodologias e softwares são imprescindíveis. A necessidade de desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela construção de estruturas de concreto. Os indicadores retirados da pesquisa de Oliveira (2007), abrangendo todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultaram em dados confiáveis para emissões de CO2 devido à quantidade de concreto utilizado na composição dos elementos estruturais viga-pilar dos projetos de estudo, desconsiderando as perdas inerentes ao processo de produção. Palavras-chave: Construção civil, emissões de CO2, sustentabilidade e indicadores. ABSTRACT ABSTRACT Today’s world have many problems due to uncontrolled explotation of natural resources aiming the economic grouth of developed crounties and the emerging one’s as well, including Brasil. The global warming phenomenon – Greenhouse effect – is a nice example as a natural consequence to human exploitation, since a main part of the scientific community believes the Earth’s average temperature raise is caused by greenhouse gases emissions to the atmosphere. Thus, sustainability is a topic of global discussion and essential for human survival. Construction can be highlighted by the natural resources used, amount of energy and water required and amount of solid waste generated as a consequence of the economic grouth capacity added to the country. To achieve sustentainability, new ideas and tecnologies used on construction sites, besides being technically and economically feasible, have to assign great nature preservation, aiming harmony between actual human needs e respecting the future generations’ right of use. It’s quite complex to analyze the potential environmental impact of construction products due to the huge amount of existing variables, for this, the use of methodologies and software are essential. The need to develop and use concrete mix with less cement is of utmost importance to reduce emissions of carbon dioxide caused by the construction of concrete structures. Indicators derived from research of Oliveira (2007), covering the entire life cycle of reinforced concrete members, resulted in reliable data for CO2 emissions due to the amount of concrete used in the composition of the structural beam-column of study projects, disregarding the losses inherent in the production process. Key-words: Construction, CO2 emissions, sustainability and indicators. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Esquema estrutural de um sistema construtivo em esqueleto de concreto armado. Fonte: www.cardanbras.com.br/engenharia/img_serviços/estruturajpegconcreto.jpg ..... 10 Figura 2 - Comparativo da população brasileira rural e urbana. Fonte: IBGE, 2000. .............. 17 Figura 3 - Ciclo de Vida de uma Edificação. Fonte: TAVARES e LAMBERTS, 2005. ......... 23 Figura 4 - Fluxo de Inventário. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ....................................................... 26 Figura 5 - Etapas da ACV. Fonte: ABNT, 2001. ..................................................................... 27 Figura 6 - Ilustração da contribuição do CO2 para aumentar o efeito estufa. Fonte: SANTOS, 2006. ................................................................................................................................. 30 Figura 7 - Comparação Internacional das Emissões de CO2, valores da OCDE . Fonte: BEN, 2010. ................................................................................................................................. 36 Figura 8 - Emissões brasileiras de CO2, período 1999 a 2009. Fonte: BEN, 2009 e 2010. .... 37 Figura 9 - Projeto Estrutural do Pavimento Tipo do Grupo 1. ................................................. 70 Figura 10 - Planta da Estrutura do Pavimento Tipo do Grupo 2. ............................................. 74 Figura 11 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 3. ................................................ 78 Figura 12 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 4. ................................................ 82 Figura 13 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 5. ................................................ 87 Figura 14 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 6. ................................................ 90 Figura 15 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 7. ................................................ 94 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Diretrizes para a Sustentabilidade das Edificações. Fonte: VILHENA, 2007. ....... 25 Tabela 2 - Evolução de Indicadores Brasileiros. Fonte: BEN, 2010. ....................................... 31 Tabela 3 - Intensidade de Emissões de CO2 na Geração de Energia Elétrica no Brasil. .......... 32 Tabela 4 – Quadro com as conseqüências ambientais em 2100 devido ao aumento da temperatura média em 2°C, retirado da Fonte: GOMES, 2009. ....................................... 33 Tabela 5 - Geração de CO2. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 34 Tabela 6 - Emissões de CO2, ano base 2007. Fonte: BEN, 2010. ........................................... 35 Tabela 7 - Emissões brasileiras de GEE e CO2 por setor da economia. Fonte: DESPOLUIR, 2009. ................................................................................................................................. 37 Tabela 8 - Emissões de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009. ......................................................................................................... 38 Tabela 9 - Emissões de CO2 por modalidade de transporte a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009. ................................................................. 38 Tabela 10 – Estimativa de Emissões de Combustíveis Fósseis. Fonte: DESPOLUIR, 2009... 39 Tabela 11 - Emissões de CO2 decorrentes de Processos Industriais (mil toneladas de CO2). Fonte: DESPOLUIR, 2009. .............................................................................................. 39 Tabela 12: Emissões por produto (padrão comercial brasileiro de compra). Fonte: STACHERA e CASAGRANDE JR. (2007) .................................................................... 48 Tabela 13 - Emissões de CO2 provenientes da utilização de materiais de construção. Fonte STACHERA JR., 2006. .................................................................................................... 48 Tabela 14 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ................................. 50 Tabela 15 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas. .............. 51 Tabela 16 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ........................ 52 Tabela 17 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................................... 52 Tabela 18 - Quantitativos de interesse dos pavimentos tipo de cada grupo estudado. Fonte: autora. ............................................................................................................................... 56 Tabela 19 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ................................. 57 Tabela 20 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006. ...................................... 57 Tabela 21 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006. ...................................... 58 Tabela 22 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006. ..................................................... 58 Tabela 23 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006. ..................................................... 59 Tabela 24 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas. .............. 59 Tabela 25 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ........................ 60 Tabela 26 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................................... 60 Tabela 27 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 1. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 61 Tabela 28 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 2. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 61 Tabela 29 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 1. ......................... 71 Tabela 30 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 1. ............................ 72 Tabela 31 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 2. ......................... 75 Tabela 32 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 2. ............................ 77 Tabela 33 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 3. ......................... 79 Tabela 34 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 3. ............................ 80 Tabela 35 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 4. ......................... 83 Tabela 36 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 4. ............................ 85 Tabela 37 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 5. ......................... 88 Tabela 38 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 5. ............................ 89 Tabela 39 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 6. ......................... 91 Tabela 40 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 6. ............................ 92 Tabela 41 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 7. ......................... 95 Tabela 42 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 7. ............................ 96 . SUMÁRIO 1. 2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10 1.1 Problemática da Pesquisa ...................................................................................... 11 1.2 Justificativa ............................................................................................................. 11 1.3 Objetivos .................................................................................................................. 12 1.4 Metodologia ............................................................................................................. 12 SUSTENTABILIDADE X CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................................... 14 2.1 O Ambiente Urbano ............................................................................................... 14 2.2 Brasil – País em Desenvolvimento......................................................................... 16 2.3 Sustentabilidade ...................................................................................................... 18 Eventos Marcantes na Discussão do Desenvolvimento Sustentável ................................ 19 2.4 Visão Sustentável na Indústria da Construção Civil........................................... 22 2.4.1 Metodologias e Sistemas de Avaliação Ambiental de Edifícios .......................... 23 2.5 3. Conclusão do Capítulo 2 ........................................................................................ 28 EMISSÕES DE CO2 X CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................ 29 3.1 Demanda Energética x Aquecimento Global ....................................................... 29 Alterações Decorrentes do Aumento da Temperatura ...................................................... 32 Emissões de CO2 ..................................................................................................... 34 3.2 Índices de Emissões de CO2 ............................................................................................. 35 4. 3.3 Construção Civil: Grande Contribuinte na Emissão de CO2 ............................. 39 3.4 Conclusão do Capítulo 3 ........................................................................................ 41 PRODUÇÃO DE CONCRETO X INDICADORES DE EMISSÃO DE CO2 ............... 43 4.1 Produção de Concreto ............................................................................................ 43 4.1.1 Aglomerante – Cimento ....................................................................................... 44 4.1.2 Agregados – Areia e Brita .................................................................................... 45 4.1.3 Formas de Madeira e Armaduras de Aço ............................................................. 46 4.2 Desempenho Ambiental do Concreto Armado .................................................... 46 4.3 Revisão dos Estudos para o Cálculo das Emissões de CO2 Decorrentes de Produtos da Contrução Civil ............................................................................................. 47 4.3.1 Cálculo da Emissão de CO2 Decorrentes da Produção de Habitações Populares com base no Trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) ....................................... 47 4.3.2 Cálculo da Emissão de CO2 decorrentes da Produção de Vigas de Concreto Armado com base no Trabalho de Oliveira (2007) .......................................................... 49 4.4 5. Conclusão do Capítulo 4 ........................................................................................ 52 ANÁLISE DOS PROJETOS DE ESTUDO ................................................................... 54 5.1 Descrição dos Projetos Analisados ........................................................................ 54 Medição dos Projetos Estruturais ..................................................................................... 55 5.2 Composição do Banco de Dados ............................................................................ 56 5.2.1 Fluxo das Emissões de CO2 Decorrentes da Produção de Elementos de Concreto com base no Trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) ....................................... 57 5.2.2 Fluxo das Emissões de CO2 Decorrentes da Produção de Elementos de Concreto Armado com base no Trabalho de Oliveira (2007) .......................................................... 59 5.3 6. Análise do Banco de Dados (Conlusão do Capítulo 5) ........................................ 61 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 63 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 65 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................................... 69 APÊNDICE .............................................................................................................................. 70 6.1 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 1 ............................................... 70 6.2 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 2 ............................................... 74 6.3 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 3 ............................................... 78 6.4 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 4 ............................................... 82 6.5 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 5 ............................................... 87 6.6 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 6 ............................................... 90 6.7 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 7 ............................................... 94 10 1. INTRODUÇÃO O planeta convive com diversos problemas gerados pela exploração descontrolada dos recursos naturais visando o crescimento econômico de países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo o Brasil. O fenômeno do aquecimento global – Efeito Estufa – é um bom exemplo da consequência natural causada pela exploração do homem, já que grande parte da comunidade científica acredita que o aumento da temperatura média da Terra é causada pela emissão de gases na atmosfera. Com isso, a sustentabilidade é um tema de discussão global e imprescindível para a sobrevivência humana. A maioria dos processos presentes na construção civil acabam, de alguma forma, poluindo, degradando e modificando o meio ambiente. Dentro das inúmeras ocorrências não-sustentáveis da construção de um empreendimento, como um edifício de sistema construtivo pilar-viga de concreto armado, ilustrado na figura 1, enquadra-se a emissão de CO2 devido à produção do concreto, para compor tais elementos estruturais. Figura 1: Esquema estrutural de um sistema construtivo em esqueleto de concreto armado. Fonte: www.cardanbras.com.br/engenharia/img_serviços/estruturajpegconcreto.jpg 11 A quantidade emitida de CO2 por metro quadrado de construção na produção de concreto para um edifício pode ser determinado encontrando-se o volume de concreto utilizado na composição dos elementos estruturais e calculando-se qual a quantidade, em kg de CO2, emitida na produção de um metro cúbico de concreto e quantos metros quadrados de área possui o edifício analisado. O estabelecimento de indicadores de emissão de CO2, de acordo com as características do empreendimento, busca dar seqüência e abrir outras possibilidades de associações teóricas e pesquisas científicas, em paralelo com as discussões de sustentabilidade ambiental na construção civil, mas sem a intenção de dirigir uma ação ou comparar diferentes sistemas construtivos, apenas buscando compor um banco de dados a ser utilizado pelos trabalhos que se seguiram. 1.1 PROBLEMÁTICA DA PESQUISA As questões principais do tema da pesquisa são: como quantificar, corretamente e com embasamento teórico válido, a emissão dos quilogramas de gás carbônico gerados pelas estruturas de concreto de edifícios com tipologias semelhantes? E, como transcrever de forma clara e simplificada os resultados obtidos, gerando um banco de dados referencial para ser analisado, aplicado, ampliado e contestado futuramente por estudos da mesma linha de pensamento. No decorrer da leitura da bibliografia encontrada surgem perguntas tais como: os estudos encontrados são suficientes para formar um banco de dados coerente? Não seria melhor adotar apenas um autor que possua uma pesquisa mais completa para o cálculo dos valores? O embasamento teórico a ser descrito no texto composto deve aprofundar-se nas conseqüências, como o efeito estufa, nas causas, emissão de gás carbônico, ou ainda, nas soluções, cito uma de exemplo, a sustentabilidade na construção civil? Estas são algumas das questões a serem pensadas, analisadas e respondidas ao longo do desenvolvimento da monografia. 1.2 JUSTIFICATIVA A construção civil é um setor de extrema importância no cenário industrial brasileiro pela movimentação financeira que gera na economia e a quantidade de mão-de-obra que emprega. Esta indústria pode ser destacada pelos recursos naturais que utiliza, o volume de energia que consome e a quantidade de resíduos sólidos gerados, como conseqüência da capacidade de desenvolvimento econômico que agrega ao país. 12 Atualmente, devido à concorrência no mercado consumidor, as empresas de construção civil procuram trabalhar com Sistema de Gestão Integrado (SGI). O meio ambiente é parte dos quatro temas que compõem o SGI, assim como: qualidade, segurança, e responsabilidade social. A certificação da ISO 14.000 – meio ambiente – pode ser utilizada como meio de adequação da empresa ao sistema de gestão implantado. Com estes contextos em pauta, era de se esperar, que a indústria da construção civil no Brasil desenvolvesse e aplicasse soluções voltadas ao meio ambiente, como diminuir a emissão de CO2, principal gás causador do Efeito Estufa, na concepção dos seus produtos. Porém, os poucos estudos existentes na área são muito atuais. Esse fato pode ser comprovado analisando as normas técnicas e, principalmente as exigências para a certificação relativa à sustentabilidade ambiental, não abrangerem as emissões de CO2 na produção dos materiais e concepção dos produtos da construção civil. O trabalho proposto se justifica por abranger a problemática descrita dando continuidade aos estudos na linha de pesquisa sugerida pelo tema e podendo ser utilizado como referência para trabalhos posteriores. 1.3 OBJETIVOS Esta pesquisa tem como objetivo avaliar, sob o ponto de vista da emissão de CO2, o custo ambiental da concepção das estruturas de concreto armado, levando-se em conta as quantidades de concreto utilizadas para compor os elementos viga-pilar dos projetos escolhidos como objeto de estudo. Neste trabalho, objetivando levantar dados para o cálculo do indicador de consumo de concreto armado em projetos de estrutura, elaborados no âmbito da disciplina de Projeto Integrado de Sistemas Construtivos, ministrada em 2009 na Universidade Federal de São Carlos, serão processados os dados coletados com o intuito de analisar o custo ambiental das estruturas de concreto armado frente às emissões de CO2. 1.4 METODOLOGIA Com intuito de atingir os objetivos propostos a metodologia será dividida em três fases distintas e seqüenciais, as quais estão sintetizadas a seguir: Revisão bibliográfica realizada com o objetivo de levantar indicadores de consumo de concreto utilizado para compor as estruturas de concreto armado, assim como os indicadores de emissão de CO2 na produção do concreto, contextualizando com a questão da sustentabilidade na construção civil. 13 Composição do banco de dados realizada através do cálculo do volume de concreto nas estruturas de concreto armado, assim como a área da edificação, dos projetos elaborados no âmbito da disciplina de Projeto Integrado de Sistemas Construtivos, ministrada em 2009 na Universidade Federal de São Carlos. Os projetos serão analisados na sua concepção eletrônica através do software Autocad. Método Prognóstico criado para estabelecer índices de consumo de concreto, por metro quadrado de edificação, obtidos através dos dados processados. Alguns passos importantes para confecção desta monografia deverão ser seguidos, como por exemplo: • Pesquisar referências para os indicadores de emissão de CO2 em estudos científicos atuais; • Calcular o volume de concreto nas estruturas de concreto armado dos projetos em análise; • Calcular a área da edificação dos projetos em análise; • Processar os dados de indicadores de emissão de CO2 por metro quadrado de edificação construída e; • Analisar os resultados obtidos. A divisão e a escolha dos capítulos baseou-se nas teses e dissertações estudadas, além das questões levantadas na problemática da pesquisa, dando maior ou menor enfoque aos assuntos considerados importantes na composição da base do texto do trabalho. Em todos os capítulos foi objetivada qual a melhor forma de se fazer entender pelos leitores, visando um trabalho bem escrito e que possa ser aprofundado dentro da mesma linha de pesquisa. 14 2. 2.1 SUSTENTABILIDADE X CONSTRUÇÃO CIVIL O AMBIENTE URBANO Para Andrade e Romero (2004) as cidades constituem centros de aglomeração de riqueza e conhecimento, sendo o “lócus da cidadania e palco das relações sociais”, e de uma forma mais abrangente, envolvem fluxos econômicos, culturais, sociais e políticos. Em toda a história da humanidade, o progresso foi alavancado pela exploração dos recursos naturais. No final do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, houve uma intensificação na transformação da natureza em prol de melhores condições de vida para o homem nas cidades. A aceleração do processo de industrialização, no inicio do século XX, ainda carregava o conceito de que os recursos naturais são ilimitados, resultando no descaso com os resíduos gerados durante a produção e ao final da vida útil dos produtos, caracterizado por John (2000), como um modelo linear de produção. O sonho de uma vida melhor nos centros urbanos esbarrou na falta de planejamento adequado para atender a demanda populacional, e o que se observa nas cidades é o reflexo da desigualdade social em um ambiente com baixa qualidade de vida para o ser humano. De acordo com dados da ONU (ORGANIZAÇÃO..., 2005) a população mundial em 2005 era de aproximadamente 6,5 bilhões de habitantes, sendo que metade dos seres humanos residia em zonas urbanas. Ruano 1 é citado no trabalho de Bissoli (2007) afirmando que projeções indicam que por volta de 2025, a população urbana corresponderá a 75% da população mundial. Em vista destas estatísticas é necessário adequar as cidades para as pessoas que nelas já residem e planejar seu crescimento promovendo condições mínimas de habitação e inclusão social para as gerações futuras. 1 RUANO, M. Ecourbanismo entornos humanos sostenibles: 60 proyectos.Barcelona: Gustavo Gili, 1999. 15 Outros fatores foram desencadeados pelo crescimento urbano caótico como a alteração das características, do solo e do clima, dos ecossistemas originais. Soma-se a isso o esgotamento de certos recursos; a expansão da pobreza; a escassez crescente de alimentos, de energia e de água; o aumento da poluição da água, do ar e do solo; a destruição da camada de ozônio; os riscos de mega desastres causados por acidentes nucleares e vazamentos de lixo nuclear; as inundações e furacões devastadores provocados pelas mudanças climáticas; os problemas de saúde causados pelos aditivos tóxicos na comida e na bebida e pelo acúmulo de toxinas no solo, no ar e na água; a homogeneização das culturas com a conseqüente perda das identidades locais, etc. (SBAZO, apud BISSOLI, 2007, p. 52). Diante de tais conseqüências, se faz necessária à busca de alternativas menos agressivas ao meio ambiente, para dar seqüência ao desenvolvimento tecnológico e econômico dos grandes centros urbanos no Mundo. Se cada país tomasse para si a responsabilidade referente a sua parcela na degradação ambiental; a começar pela construção civil, que com esse modelo de desenvolvimento “tem promovido a transformação das cidades em verdadeiras selvas de pedra e metal, que são construídas para dar lugar aos aparatos tecnológicos criados pelo progresso, mais do que aos seres humanos e ao seu convívio” (COLOMBO, 2006, p. 3583); haveria mudanças positivas na situação frágil que se encontra a natureza. Classificar um país como desenvolvido “não deveria se basear na quantidade de helicópteros que este pode enviar a uma guerra, mas pela quantidade de ambientes em seu território que funcionem como fontes de energia renovável” (DUNSTER, apud BISSOLI, 2007, p.53). A constante preocupação das instituições internacionais com a degradação do meio ambiente e o esgotamento das reservas naturais, resultou na ISO 14000 – Normas de Gerenciamento Ambiental – que “pode ser considerada como um reflexo desta mentalidade, onde a incorporação de ‘benfeitorias’ ambientais acaba sendo a única alternativa para justificar a produção de bens com processos que agridam o meio ambiente ou consumam recursos. No nível atual de desenvolvimento tecnológico, a adoção destas políticas de compensação é fundamental para a sobrevivência de muitas empresas” (OLIVEIRA, 2007, p.19). Diversas medidas, como as Normas de Gerenciamento Ambiental, estão sendo implementadas pelas instituições de alcance internacional, com intuito de sensibilizar os 16 órgãos governamentais dos países, os setores privados que regem a economia e a população geral. 2.2 BRASIL – PAÍS EM DESENVOLVIMENTO A população do Brasil, no ano 2000, foi estimada pelo Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 171,3 milhões de habitantes, posicionando o Brasil no quinto lugar do ranking dos 192 países ou áreas investigados pela ONU, atrás da China (1.275,2 mi), Índia (1.016,9 mi), EUA (285,0 mi) e Indonésia (211,6 mi). Em 1970, a população brasileira era composta de pouco mais de 90 milhões de pessoas, depois de 34 anos, no ano de 2004, já chegava à casa dos 182 milhões de habitantes, mais que o dobro. Desde a década de 1960, a taxa de crescimento da população brasileira está em declínio, visto que no período de 1950-1960 o crescimento era de 3% ao ano e, em 2004, a taxa já era de 1,44% ao ano. Com base nesses resultados é esperado que a população do Brasil atinja o chamado “crescimento zero” por volta de 2062, apresentando, a partir daí, taxas de crescimento negativas (IBGE, 2000). No período curto de 40 anos, no Brasil, houve uma inversão nas proporções entre a população do campo e a que reside nas cidades. O gráfico abaixo ilustra os milhões de habitantes brasileiros comparativamente com os percentuais do tipo de população, rural ou urbana. Em 1940 a população urbana representava apenas 30% do número de habitantes do país, já em 1980 a população era predominantemente urbana representando 70% do total e, em 2000 o índice populacional urbano ultrapassou os 80% (IBGE, 2000). População Brasileira (10 6) 17 180 150 120 90 60 30 0 1940 1980 Projeção Pop. Total Pop. Urbana 2000 2004 Pop. Rural Log. (Projeção Pop. Total) Figura 2 - Comparativo da população brasileira rural e urbana. Fonte: IBGE, 2000. A crescente concentração populacional nas áreas urbanas aumenta a demanda habitacional, exercendo pressão sobre as infra-estruturas urbanas básicas, que são marcadas pela “insuficiência do atendimento, pela inexistência de serviços, pela escassez e, muitas vezes, pela adoção de soluções ambientalmente condenáveis” (ANDRADE; ROMERO, 2004, p.19). Devido ao cenário nas cidades brasileiras estão sendo pleiteadas políticas de cunho social e ambiental. Exemplo disso é a Lei Nº 10.257, Estatuto da Cidade, que estabelece normas de ordem pública e de interesse social, regulando o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como o equilíbrio ambiental. “Com esse instrumento é possível remodelar as cidades brasileiras a partir da formulação de políticas, criando um novo paradigma administrativo, garantindo padrões de sustentabilidade e a perspectiva de uma sociedade mais justa, democrática e humana” (BISSOLI, 2007). A indústria da construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do país, por incentivar os setores da economia, influenciando diretamente no movimento de uma gama de outras indústrias, setor comercial, e também, através da alta geração direta de renda, impostos e empregos, além de não pressionar a balança comercial por não gerar grandes demandas de importações. Segundo Gondim et al. (2004), a indústria da construção civil é um dos setores de maior importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. 18 Do ponto de vista social, a construção civil no Brasil funciona como um meio de inserir indivíduos que estão à margem da sociedade, já que seu meio de produção, predominantemente artesanal, permite empregar pessoas sem qualificação, até mesmo os analfabetos, ensinando-lhes uma profissão, transmitindo o conhecimento de construir na lida do dia-a-dia. Essa cultura inerente às obras dificulta a inserção de novas máquinas e equipamentos, mantendo o homem como principal fator de produtividade. Os dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC (1999) servem para confirmar os argumentos defendidos, revelando que para cada 1,0 bilhão de reais investidos na construção são criados 177.000 novos empregos, diretos e indiretos. Com o aquecimento do mercado na área de construção, no ano de 2010, os números estão sendo revelados e são muito promissores. A construção civil contratou 45.704 trabalhadores com carteira assinada em março no país, chegando ao número recorde de 2,604 milhões de empregados formais no setor, segundo dados divulgados pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), em conjunto com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em 12 meses, o nível de emprego no setor aumentou 14,19%, o que corresponde a mais 323.639 trabalhadores empregados (FOLHA ONLINE, acesso em: 26 mai. 2010). Para alcançar uma sociedade sustentável é de extrema importância priorizar o setor da construção civil, visto que este influencia diretamente questões econômicas e sociais e, é um grande explorador de recursos naturais. Faz-se urgente e necessário impulsionar o desenvolvimento de novas tecnologias e pesquisas, frente ao longo ciclo de vida das construções e a cultura do setor no país. 2.3 SUSTENTABILIDADE Há quase 40 anos, ocorreu o primeiro evento de alcance global que debateu sobre o crescimento demográfico urbano e as conseqüências ao meio ambiente da exploração de suas riquezas além dos limites regeneráveis. Desde então, vários eventos, como conferências e acordos foram promovidos, com intuito de influenciar as políticas nacionais e locais a aprovar leis que proporcionem a redução dos impactos gerados pelo desenvolvimento econômico insustentável. Para uma sociedade se tornar sustentável não basta existir políticas ambientalmente corretas, é necessário que estas bases tenham fundamentos sociais adequados e sejam viáveis economicamente, formando o “tripé da construção sustentável” (CSILLAG; JOHN, 2006, p. 3610). Características culturais e históricas podem delimitar a sustentabilidade em 19 diferentes conjuntos, podendo ser considerada uma amostragem global, nacional, regional ou local. O desenvolvimento sustentável significa, para Bill Dunster, “redefinir o que é uma sociedade civilizada, fazer com que as pessoas tenham consciência da vida em comunidade e saibam lidar com a emissão de gás carbônico e outros impactos ambientais causados pelo ser humano” (DUNSTER, apud BISSOLI, 2007, p. 62). O saber conviver da sociedade com os problemas que esta gera ao meio ambiente, respeitando seus limites e contribuindo diariamente para reduzir os impactos na natureza é uma tentativa de harmonizar a sociedade humana com o meio em que esta vive. A falta de tal harmonia pode ser vista nas tragédias causadas pela natureza e noticiadas diariamente nas redes mundiais de comunicação, e deve ser encarada como uma manobra natural do meio ambiente na retomada do seu equilíbrio. “Se a ação do homem tende ao desequilíbrio, o ambiente natural certamente reage, trazendo efeitos inesperados para o ambiente construído e seus ocupantes” (SIRKIS, 2003, p. 216). O significado da sustentabilidade “não impede que se toque na natureza, e sim que se faça uso dos recursos naturais sem destruí-los, sem ultrapassar sua capacidade de recuperação (resiliência), sem excluir as possibilidades de seu uso pelas gerações futuras”, basta ter em mente o conceito de que os recursos oferecidos pela natureza são finitos (BISSOLI, 2007, p. 63). No entendimento de Tokudome (2005), em assuntos como a sustentabilidade, devese agir visando resultados concretos, evitando rodeios com discursos teóricos de conceitos românticos, “com pouca aplicabilidade nas condições reais das empresas que precisam sobreviver numa economia de competitividade nacional e internacional”. Buscar uma gestão integrada entre a sustentabilidade e as diretrizes dos negócios, adaptando-se a nova tendência do mercado, será o grande desafio dos empresários em um futuro próximo. Romero (2006, p. 55) discursa sobre a sustentabilidade, afirmando que esta “deve ser entendida como um processo e não apenas como um objetivo final ou como equilíbrio limitado à dimensão ecológica”. Para tanto, é necessário que os países elaborem políticas que ultrapassem o interesse imediato de seus governantes e, possam ser aplicadas por um longo período. Essas políticas seriam o primeiro passo para o processo social de conscientização, aceitação e comprometimento das pessoas em tornar diária, a cultura sustentável. EVENTOS MARCANTES NA DISCUSSÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O primeiro passo dado para se solidificar os três pilares do desenvolvimento sustentável: crescimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental, ocorreu 20 em 1972. A Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano reuniu 113 países e foi o primeiro evento global com tema ambiental. Onze anos após a Conferência de Estocolmo, em 1983, a ONU criou o Comitê Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. E quatro anos mais tarde, em 1987, a World Commission on Environment and Development (WCED), mais conhecida como “Comissão Brundtland”, elaborou o “Our Common Future”, um documento base para discussões teóricas e iniciativas práticas do desenvolvimento sustentável. O relatório emitido pela Comissão Brundtland chamava a atenção para os limites da natureza e as conseqüências da exploração incontrolada, defendendo uma nova era de desenvolvimento econômico e social saudável ao meio ambiente. A definição clássica do termo Desenvolvimento Sustentável retirada do Relatório da Comissão Brundtland “é que esse deve suprir as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras suprirem as suas próprias necessidades” (BISSOLI, 2007, p. 57). Depois disso a Assembléia Geral das Nações Unidas convocou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), ou ECO-92, uma importante convenção que ocorreu em 1992, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, onde estiveram reunidos representantes de 172 países. Durante o evento ECO-92 foram aprovados três grandes acordos. O mais conhecido deles é a Agenda 21, um planejamento de 20 anos ou mais, para cada país refletir, global e localmente, no âmbito dos diversos setores de sua sociedade e economia, criando soluções para os problemas sócio-ambientais. Soluções, estas, baseadas nas discussões da Conferência de 1992, sobre os mecanismos de gestão para alcançar a sustentabilidade no seu processo de desenvolvimento. O segundo acordo definiu os direitos civis e as obrigações dos Estados para se desenvolver protegendo o meio ambiente e, foi chamada de Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. O ultimo acordo é a Declaração de Princípios Relativos às Florestas. (CONFERÊNCIA..., acesso em 25 ago. 2009). Para a Indústria da Construção Civil o evento mais relevante foi a Conferência das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos - Habitat II, organizado pela ONU em Istambul, na Turquia, no ano de 1996. Nesta reunião foram debatidos temas como déficit habitacional, violência urbana, desigualdade social, desemprego, geração de resíduos e falta de saneamento básico e infra-estrutura para atender a demanda populacional com qualidade nas cidades. 21 No Japão, em 1997, países industrializados assinaram o Protocolo de Kyoto, onde constava que estes se comprometiam a reduzir, em pelo menos 5% as suas emissões de gases causadores do efeito estufa, até o ano de 2012, com base nas taxas de gases emitidos em 1990. Esperava-se repetir na adesão de assinaturas do Protocolo de Kyoto, o sucesso que foi a ECO-92, quando a Agenda 21 foi ratificada pela maioria dos países. Oliveira (2007) alega que isto não ocorreu, porque desta vez, não foram apresentadas apenas propostas, mas estabelecidos prazos e metas para a diminuição da emissão de poluentes, em especial o gás carbônico. Muitos políticos não quiseram repensar e investir numa nova matriz energética para seus países e desacelerar seu desenvolvimento em prol do meio ambiente, como foi o caso de George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, país visado pela enorme quantidade de CO2 emitido à atmosfera. Em 2002, a União Européia, o Brasil e outras Nações ratificaram o Protocolo de Kyoto, se comprometendo com os objetivos nele contidos. O CIB (International Council for Research and Innovation in Building and Construction), em 1999 publicou uma agenda ambiental para o setor da Construção Civil, a “Agenda 21 for Sustainable Construction in Developing Countries”. Os principais objetivos dos países que elaboraram a Agenda 21 do CIB incluem aspectos de todas as etapas da vida útil da edificação. Com isso surgiram preocupações com a eficiência energética das edificações, a redução da extração de recursos naturais, a conservação das áreas naturais e sua biodiversidade, a manutenção da qualidade da construção e a qualidade do ar interior. Os temas como regulamentação, os recursos humanos e a educação para se obter um ambiente sustentável também foram enfatizados neste relatório do CIB. (VILHENA, 2007). Em 2002, com objetivo de verificar as mudanças pleiteadas pela ECO-92, decorridos dez anos desde a Conferência, concluiu-se na “RIO+10”, ou oficialmente chamada de Reunião Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Johannesburg, África do Sul, que “a proteção do meio ambiente e o manejo dos recursos naturais necessitam integrar-se com assuntos socioeconômicos, como pobreza e subdesenvolvimento” (BISSOLI, 2007, p. 59). Os líderes mundiais se reuniram em dezembro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, com a esperança de fazerem um acordo vinculativo na Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-15). A chanceler alemã, Ângela Merkel, falou em seu discurso sobre a necessidade, alertada por especialistas, de limitar o aumento da temperatura média da Terra a 2°C até 2100. A Conferência acabou sem nenhum acordo por parte dos dirigentes dos países que estiveram presentes, e mais uma vez, os interesses 22 econômicos localizados superaram a preocupação com o meio ambiente. Uma das queixas dos líderes das nações em desenvolvimento foi decorrente dos países industrializados não se disporem a assumir sua responsabilidade perante as toneladas de gases poluentes emitidos à atmosfera. A esperança de se estabelecer um documento concreto no combate a elevação da temperatura da Terra se postergou até a próxima conferência agendada para dezembro de 2010 no México (GOMES, 2009). 2.4 VISÃO SUSTENTÁVEL NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL A década de 1990 foi dedicada à busca da qualidade dos produtos, isso se configurou quando o Código de Defesa do Consumidor entrou em vigor no Brasil, e os consumidores passaram a exigir que as edificações tivessem requisitos de desempenho que atendesse às necessidades de uso. A partir do ano 2000, as exigências dos consumidores passaram a ser por um produto que integrasse desempenho e preservação ambiental (JOHN, 2000). A diminuição dos recursos naturais, o aumento das exigências dos órgãos reguladores para exploração destes recursos e a conscientização da sociedade para com o problema ambiental, aumentaram a pressão sobre a Indústria da Construção para que esta crie produtos sustentáveis e acessíveis a toda população. A criatividade nas soluções exigidas por esse novo mercado de consumidores conscientes ambientalmente está se tornando o diferencial num período em que edificações ecologicamente incorretas começam a ser rejeitadas. Vilhena (2007) revela que os empreendimentos da construção civil são atualmente um dos maiores causadores de impactos ao meio ambiente, já que no desenvolvimento de suas atividades, promovem a degradação ambiental através do consumo excessivo de recursos naturais e da enorme geração de resíduos. Para John (apud OLIVEIRA, 2007) “nenhuma sociedade poderá atingir o desenvolvimento sustentável sem que a construção civil, que lhe dá suporte, passe por profundas transformações”. O conceito de John justifica todos os estudos voltados à sustentabilidade nas indústrias de produção dos materiais básicos da construção, na correta ocupação do solo, na eficiência energética e uso da água das residências, assim como na destinação dos resíduos gerados nas diversas etapas do ciclo de vida do produto. As novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas nos projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação da natureza. Dessa integração de fatores devem surgir soluções arquitetônicas que aumentem o conforto térmico, aproveitando as características da região do 23 empreendimento; como também, ferramentas e equipamentos que estimulem o uso racional de energia e água e a incorporação de materiais reciclados no processo de construção, sem perder sua eficiência. No trabalho de Tavares e Lamberts (2005) foi estudado o consumo energético das edificações se apoiando no conceito abrangente do ciclo de vida da edificação, na qual se inicia pela fabricação dos materiais de construção, passa pelo transporte dos mesmos até o sítio das construções, pela obra propriamente dita, prolongando-se pela vida útil da edificação até a demolição e deposição final dos materiais. A figura 3, retirada da mesma fonte exibe as etapas consideradas neste ciclo. Figura 3 - Ciclo de Vida de uma Edificação. Fonte: TAVARES e LAMBERTS, 2005. A extração de matéria prima pertence à etapa de fabricação de materiais e segundo John (apud OLIVEIRA, 2007) “corresponde a uma parcela significativa da degradação ambiental”. Neste mesmo texto o ciclo de vida de uma edificação é denominado de cadeia produtiva da construção civil, ou também, construbusiness, o qual apresenta importantes conseqüências para a natureza em todas as etapas do seu processo. 2.4.1 METODOLOGIAS E SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS A partir da ECO-92, os países industrializados começaram a estudar metodologias para avaliar ambientalmente os edifícios. Segundo Vilhena (2007), “com a difusão dos conceitos de projeto ecológico (Green Design) e construções verdes (Green Building), as avaliações ambientais se tornaram necessárias para quantificar e qualificar os investimentos e benefícios da construção sustentável”. 24 O BREEAM (Building Research Establishmnet Environmental Assessment Method), criado em 1990, no Reino Unido, é um sistema pioneiro na avaliação ambiental de edifícios. Um consórcio internacional, iniciado pelo Canadá, desenvolveu em 1996 o Green Building Challenge (GBC). O GBC permite a inserção de dados na sua metodologia de avaliação para a adaptação das necessidades de cada lugar. Ou seja, este é um sistema “desenvolvido especificamente para ser capaz de refletir as diferentes prioridades, tecnologias, tradições construtivas e valores culturais de diferentes países ou regiões em um mesmo país” (VILHENA, 2007). Silva (2003) desenvolveu uma metodologia brasileira de avaliação de impactos ambientais de edifícios, baseada no projeto GBC. Em seu trabalho, Silva adicionou aspectos econômicos e sociais aos ambientais, que eram utilizados nos métodos internacionais, moldando seu projeto com as limitações e condições do Brasil. Com base em consultas aos agentes integrantes da construção civil, do estado de São Paulo, foram delimitados os indicadores de negócios, econômicos, sociais e ambientais para se obter a modelagem nacional. Vilhena (2007) não pretendia avaliar ecologicamente as edificações, e sim apresentar diretrizes para a sustentabilidade das mesmas, no intuito de orientar os clientes e os profissionais envolvidos no processo de construção, tais como, projetistas, incorporadores, engenheiros, fornecedores, etc. A autora criou um modelo que envolvesse todos os agentes do processo, na busca pela melhor solução sustentável em quase todas as etapas diferenciadas do ciclo de vida do empreendimento. É feita uma ressalva para a fase de demolição e reciclagem, a qual é desconsiderada no estudo pela difícil avaliação após a desocupação do imóvel. Desta forma, foram desenvolvidas tabelas de fácil compreensão capazes de orientar os agentes da construção civil na tomada de decisões em busca de edifícios mais sustentáveis. O modelo é composto por tabelas simples e “permite uma visão geral dos aspectos de sustentabilidade ao longo de todo o processo de construção dos edifícios, facilitando a integração e colaboração entre os agentes no atendimento das metas do empreendimento” (VILHENA, 2007). A tabela de diretrizes para a sustentabilidade de qualquer tipologia de edificação, estruturada por Vilhena, está transcrita a seguir, e pode ser usada como um checklist durante as etapas de execução dos produtos da construção civil. 25 Tabela 1 - Diretrizes para a Sustentabilidade das Edificações. Fonte: VILHENA, 2007. Ciclo de Vida X Planejamento Projeto Construção Operação Diretrizes Uso de recursos naturais: Implantação: uso do solo e alterações da ecologia e biodiversidades locais; Ambientais Energia: eficiência energética e fontes renováveis; Água: Conservação e reuso; Materiais; Cargas ambientais: Poluição, resíduos de construção/demolição e efluentes. Impacto sobre usuários: Qualidade do Ambiente Interno; Sociais Qualidade do Ambiente Externo: Acessibilidade, contexto de transporte; Qualidade dos Serviços: Manutenção do desempenho, flexibilidade e adaptabilidade, controlabilidade dos sistemas e impactos nos sítios adjacentes. Sistema de Gestão da Qualidade: Melhoria do produto oferecido / custos ciclo de vida investimentos, agregação de valor e benefícios; integração de práticas de Econômicas e controle de qualidade ao processo; produtividade no canteiro; impacto sobre os Sociais operários (satisfação, saúde, segurança e ambiente de trabalho); impacto sobre a sociedade (relacionamento com a comunidade, clientes e usuários finais e fornecedores). Sistema de Gestão Ambiental e Aspectos de Sustentabilidade: integração de gestão ambiental ao planejamento do processo; sustentabilidade como prioridade Institucionais corporativa; proatividade em sustentabilidade. Responsabilidade Social e Desenvolvimento Econômico: Relacionamento com a comunidade local e sociedade, contribuição para a construção de comunidades estáveis, valorização e investimento em recursos humanos. Para Furtado (apud STACHERA JR., 2006) a “Produção Mais Limpa”, que integra o setor social, econômico e ambiental de uma empresa, é baseada em quatro princípios. Tais princípios podem ser citados como: precaução; prevenção do resíduo na fonte; abrangência de todas as fases da produção, avaliando o ciclo de vida do produto e informação sobre os riscos do processo e produto para a saúde do homem e do ambiente. A Análise do Ciclo de Vida (ACV 2) é um método muito aplicado na avaliação ambiental de um produto, mas tem suas limitações devido à inacessibilidade ou mesmo 2 ACV é um procedimento sistemático para mensurar e avaliar os impactos que um produto ou material causa no meio ambiente e sobre a saúde humana, desde a sua produção até a disposição final, abrangendo a extração e o processamento de matérias-primas; manufatura, transporte e distribuição; uso, reuso, manutenção; reciclagem e destino final (OLIVEIRA, 2007). 26 inexistência de dados que revelem os impactos provenientes de cada etapa da cadeia produtiva da construção civil. A ACV é padronizada pela ISO e por isso vem sendo utilizada na avaliação e certificação ambiental de materiais de construção e edifícios, na elaboração de catálogos para os projetistas e no desenvolvimento de ferramentas computacionais para avaliação e tomada de decisão. Nessa metodologia são consideradas as variáveis de entrada e saída que afetam o meio ambiente, de acordo com o exemplo na figura 4 dos fluxos em uma determinada fase do ciclo de vida de um produto. Figura 4 - Fluxo de Inventário. Fonte: OLIVEIRA, 2007. De acordo com a NBR ISO 14040 – Gestão Ambiental / Análise do ciclo de vida / Princípios e Orientações (ABNT, 2001), o procedimento sistemático pode ser dividido em quatro etapas, as quais estão ilustradas na figura 5 e explanadas na sequência. 27 Figura 5 - Etapas da ACV. Fonte: ABNT, 2001. A definição do objetivo e escopo contém a finalidade e justificativa do estudo, o público-alvo, a delimitação das fronteiras do estudo, tipos de impacto que são analisados e unidade funcional utilizada. “Na análise do inventário se estuda os fluxos de energia e materiais para a identificação do consumo de recursos naturais e as conseqüentes emissões para o ar, água e solo associados aos produtos sob analise durante todo o seu ciclo de vida” (OLIVEIRA, 2007). A avaliação de impacto associa os dados do inventário com os impactos ambientais específicos, no intuito de caracterizá-los, para em seguida, na interpretação do ciclo de vida, avaliá-los. Assim, essa última fase serve de base para a tomada de decisões com relação ao produto. Como na ACV, é feita a quantificação de diversos fluxos de recursos consumidos e resíduos gerados, isso acaba acarretando numa enormidade de variáveis e dados a serem considerados, cujo banco de dados necessita ser disposto em ferramentas computacionais. O software BEES 3.0 (Building for Environmental and Economic Sustainability) foi desenvolvido nos Estados Unidos, baseado na ISO 14040. Esse programa fornece informações e comparações entre materiais e produtos, cruzando dados ambientais e econômicos através de seu grande banco de dados. Para empregar o BEES no Brasil é necessário fazer ajustes no software, já que os cálculos são baseados nas características dos produtos e processos americanos, adaptando-o a realidade dos materiais e técnicas utilizados no Brasil (OLIVEIRA, 2007). 28 2.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 2 Na história da humanidade, o progresso foi alavancado pela exploração dos recursos naturais, e a sociedade se configurou com um modo de vida cada vez mais insustentável. Neste cenário, o Brasil é um país que tem sua população predominantemente urbana, vivendo em cidades sem qualquer reflexo de planejamento social e ambiental e com grandes dificuldades para tornar o ambiente urbano um hábitat de qualidade. A construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do país, por incentivar os setores da economia, setor comercial e por ser a indústria de maior importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de ser o setor que mais emprega mão-de-obra desqualificada, tornando indivíduos desacreditados produtivos para a sociedade. Os bens produzidos no Mundo, com as maiores dimensões físicas provem da Indústria da Construção, para isso, esta consome uma grande quantidade de recursos naturais e dispõe ao ambiente, outra gama enorme de resíduos. Estas informações fazem com que as transformações na indústria da construção civil sejam prioridade na tentativa de tornar qualquer sociedade sustentável, destinando os profissionais pertencentes ao setor a procurarem soluções para minimizar o impacto ambiental causado. As novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e criadas nos projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação da natureza, harmonizando as necessidades humanas do presente e o direito de uso das gerações futuras. Para tanto, é necessário que os países elaborem políticas que ultrapassem o interesse imediato de seus governantes e, possam ser aplicadas por um longo período. Essas políticas seriam o primeiro passo para tornar a luta pelo desenvolvimento sustentável um desejo comum da humanidade em prol da saúde do planeta. 29 3. 3.1 EMISSÕES DE CO2 X CONSTRUÇÃO CIVIL DEMANDA ENERGÉTICA X AQUECIMENTO GLOBAL A WWF-BRASIL define o aquecimento global como “o resultado do lançamento excessivo de Gases de Efeito Estufa (GEE’s), sobretudo o dióxido de carbono (CO2), na atmosfera. Esses gases formam uma espécie de cobertor cada dia mais espesso que torna o planeta cada vez mais quente e não permite a saída de radiação solar”. Já o efeito estufa “é um fenômeno natural para manter o planeta aquecido”, que possibilita a existência de vida na Terra. Segundo Braga et al (apud STACHERA JR, 2006), os GEE’s são responsáveis por manter a temperatura média do planeta próxima aos 15°C. E Chang (apud STACHERA JR., 2006) afirma que a superfície da Terra seria 33°C mais fria. O efeito estufa é constituído de gases da atmosfera de origem natural e antrópica, os quais absorvem e reemitem radiação infravermelha (MMA, 1992). Esse fenômeno natural é composto, principalmente, de gases como o óxido nitroso (N2O), vapor de água, dióxido de carbono (CO2) e gás metano (CH4). O que está ocorrendo é um aumento no despejo desses gases na atmosfera, principalmente o CO2, devido a ações antrópicas insustentáveis. Há mais dióxido de carbono na atmosfera do que as florestas no Mundo podem absorver, ocasionando um acúmulo desse gás, que desregula o efeito estufa, aumentando a temperatura média do planeta. 30 Figura 6 - Ilustração da contribuição do CO2 para aumentar o efeito estufa. Fonte: SANTOS, 2006. Os grandes vilões, no cenário da emissão de gases poluentes e causadores das mudanças climáticas são a industrialização, a utilização de combustíveis fósseis na geração de energia e no transporte, a degradação do solo e as queimadas. No Brasil se destaca o desmatamento da Floresta Amazônica, através das queimadas, que diminui violentamente a quantidade de árvores que absorvem o gás carbônico. Numa escala de milhões de anos “a terra entrou e saiu de diversas eras glaciais, mas as mudanças foram lentas, o que permitiu que muitas espécies se adaptassem. Desde o início da civilização humana, o clima havia se mantido ameno e constante” (OLIVEIRA, 2006). O efeito estufa era regulado pelas emissões vulcânicas e a absorção delas através das plantas. A partir de 1950, com o advento da Revolução Industrial, houve a intensificação das emissões de gás carbônico e, conseqüentemente, as mudanças climáticas estão ocorrendo em apenas uma geração. Esse fato tem despertado inquietação nos ambientalistas e discussões nas pautas das lideranças mundiais. Oliveira (2007) cita em seu texto uma questão presente no documento elaborado, em meados de 2006, pela WWF: “É tecnicamente possível satisfazer à crescente demanda energética global usando fontes e tecnologias de energia limpa e sustentável capazes de proteger o clima do planeta?”. No relatório continha uma resposta otimista, alegando que o aquecimento global e seus efeitos associados poderiam ser evitados, caso fossem tomadas decisões e desenvolvidas tecnologias para mudar a matriz de produção e consumo energético entre os anos de 2007 e 2012. 31 As notícias depois da COP-15, em dezembro de 2009, contrariam toda a teoria contida neste relatório da WWF, já que denominam o aquecimento global como um dano irreversível, e mesmo que não se emitissem nenhuma grama de CO2 a partir da data da Conferência, a temperatura média da Terra subiria 0,5°C até 2040 (GOMES, 2009). As mudanças climáticas causadas pela poluição do ar custarão para as finanças do mundo, nas próximas décadas, até 20% do seu PIB, de acordo com a WWF-BRASIL (2007). Esse fato econômico, junto ao aumento da ocorrência e intensidade dos desastres naturais, torna o aquecimento global um dos principais problemas ambientais da atualidade. Stachera Jr. (2006) ressalta que muitas dessas alterações ameaçam a vida na Terra e que isso é uma realidade que não há como fugir, devendo ser reconhecida e enfrentada. O atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso com palavras duras durante a Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-15), em dezembro de 2009, e foi o mais aplaudido do dia no evento. Lula cobrou atitudes concretas dos países reunidos e disse que se fosse necessário, o Brasil faria um sacrifício a mais se disponibilizando a contribuir com o Fundo Climático Internacional, alegando que o dinheiro a ser arrecadado é uma forma de pagamento pelas emissões de gases do efeito estufa, no período de dois séculos, daqueles que tiverem o privilégio de se industrializar primeiro (GOMES, 2009). A tabela 2 apresenta a evolução dos indicadores brasileiros desde 1970 até 2009. Analisando os dados contidos nesta tabela é possível associar o desenvolvimento do Brasil (índices do PIB per capita) com o aumento da oferta de energia. O efeito “dominó” se completa com a intensificação das emissões de dióxido de carbono devido à geração de energia brasileira, como apresentado na tabela 3. Tabela 2 - Evolução de Indicadores Brasileiros. Fonte: BEN, 2010. Principais Parâmetros Unidade 1970 1980 1990 2000 2008 2009 Oferta Interna de Energia 106 tep 3 66,9 114,8 142,0 190,6 252,2 243,9 Oferta Interna de Eletricidade TWh 45,7 139,2 249,4 393,2 506,5 509,5 População 106 hab 93,1 118,6 146,6 171,3 189,6 191,4 346,5 792,7 926,7 1.185,0 1.576,3 1.573,4 PIB 4 3 9 10 US$ tep – Tonelada equivalente de petróleo. É a unidade de energia de referência, correspondendo à quantidade de energia contida em uma tonelada de petróleo de referência. Adotada no Balanço Energético Nacional (2010) corresponde a 10.000 Mcal e não é equivalente ao petróleo médio processado no Brasil. 4 PIB – Produto Interno Bruto. 32 Principais Indicadores Unidade 1970 1980 1990 2000 2008 2009 PIB per capita US$/hab 3.721 6.686 6.322 6.919 8.313 8.218 tep/hab 0,718 0,968 0,969 1,113 1,332 1,274 5 OIE per capita 3 OIE por PIB tep/10 US$ 0,193 0,145 0,153 0,161 0,160 0,155 OIEE per capita kWh/hab 491 1.174 1.701 2.296 2.671 2.662 3 132 176 269 332 321 324 OIEE por PIB kWh/10 Tabela 3 - Intensidade de Emissões de CO2 na Geração de Energia Elétrica no Brasil. Parâmetros Comparativos 1994 2007 Variação Geração de Energia (GWh) 260.041 444.583 71% Emissões de CO2 (1.000 t) 10.849 24.117 122% Intensidade (tCO2 / GWh) 42 54 30% ALTERAÇÕES DECORRENTES DO AUMENTO DA TEMPERATURA Segundo Malhotra (2007, apud OLIVEIRA, 2007) na última era glacial a taxa de mudança da temperatura foi de 1°C, computados nos seus mil anos finais. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) apresentou, em 2007, resultados indicando que o acréscimo da temperatura média da Terra pode atingir qualquer valor entre 1,8ºC e 4ºC até 2100. As consequências do aumento nos termômetros foram divulgadas como: o aumento no nível dos oceanos (variando de 18 a 59 cm), causando o desaparecimento de ilhas; aumento na ocorrência de inundações e ondas de calor; diminuição da disponibilidade de água potável e furacões violentos, num período superior a mil anos (INTERGOVERNMENTAL, acesso em 22 mar. 2010). Em 2005, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO (apud STACHERA JR., 2006) afirmou que o aquecimento global irá diminuir a oferta de alimentos em diversos países, aumentar o número de regiões áridas ou semi-áridas nos países pobres e ser responsável por centenas de inundações no mundo por ano, provocando prejuízos financeiros e a morte de milhares de pessoas. Muitas comunidades podem se desfazer e migrar para outros lugares, se refugiando e buscando alimento, devido à perda de suas lavouras, já que as alterações dos regimes de chuvas e secas podem desequilibrar os processos biológicos, aumentando, por exemplo, as 5 OIE – Oferta interna de energia. É a quantidade de energia que se disponibiliza para ser transformada ou para consumo final, incluindo perdas posteriores na distribuição. 33 pragas de insetos. Com esses regimes surgem áreas desérticas em algumas regiões e a ocorrência de tempestades violentas em outras, onde antes não se via. Emanuel (apud STACHERA JR., 2006) associou, em 2005, a subida da temperatura da atmosfera e das médias da superfície dos oceanos com o aumento da quantidade, da duração e da intensidade dos furacões registrados no Oceano Atlântico e Pacífico. Stachera Jr. (2006) cita que “esse aumento da temperatura pode induzir a uma elevação dos níveis dos mares, numa faixa que varia de 20 a 165 cm, trazendo problemas de erosão litorânea, inundação, danificação de portos e estruturas costeiras, enchentes, destruição de charcos, elevação de lençóis de água e intrusão salina em aqüíferos de abastecimento. Locais como as Ilhas Malvinas poderão desaparecer”. O quadro a seguir descreve algumas alterações significativas ao redor do Mundo se a Terra ficar 2°C mais quente até 2100, de acordo com Gomes (2009). Tabela 4 – Quadro com as conseqüências ambientais em 2100 devido ao aumento da temperatura média em 2°C, retirado da Fonte: GOMES, 2009. 1. O Oceano Ártico deverá estar livre para navegação de embarcações de grande porte antes de 2020. 2. O derretimento total da calota de gelo na Groenlândia pode elevar o nível do mar em até sete metros. 3. O aquecimento do solo perenemente congelado (permafrost) causa a emissão de metano, que é 23 vezes mais sujo que o dióxido de carbono (CO2). 4. A drástica redução das florestas de Coníferas no Norte prejudicaria seriamente a fauna e a flora. 5. A corrente do golfo se enfraqueceria e o degelo no Ártico levaria água doce em excesso ao Atlântico Norte. 6. O buraco na Camada de Ozônio sobre o Pólo Norte pode crescer, causando estrago na Europa Setentrional. 7. O degelo no Tibete e no Himalaia deixaria à mostra uma superfície escura, o que aumentaria ainda mais a temperatura média. 8. Um desequilíbrio das Monções deixará as chuvas mais fracas, causando secas na Índia. 9. Na África Ocidental, a redução das Monções dobraria os períodos de seca e até 250 milhões de pessoas ficariam sem água. 10. A falta de água se agravará na Califórnia e outras regiões dos EUA aumentando o risco de incêndios. 11. O processo, que poderia chegar à extinção da Floresta Amazônica, afetaria seriamente o clima e a biodiversidade do Planeta. 12. Alterações no fenômeno El Niño, no Pacífico Sul, acarretariam em secas desastrosas no 34 sudeste da Ásia. 13. O aumento de água doce nos mares ao redor do Pólo Sul deve mudar as características dos oceanos abaixo de quatro mil metros de profundidade. 14. A água marinha aquecida trará o colapso da camada de gelo na Antártida Ocidental. 15. Risco iminente a países-ilhas como Tuvalu, além de inúmeras cidades costeiras. 16. A falta de chuva pode se agravar na Austrália, em especial no sul e leste do país, as regiões mais populosas. 17. Ondas de calor e maior incidência de incêndios florestais trarão prejuízos à saúde da população européia. 18. A capacidade do mar de absorver CO2 do ar, para formar biomassa a partir das algas e estocá-lo no leito marinho, poderia perder a força. 19. 3.2 O número de refugiados climáticos pode ultrapassar o índice de 1 bilhão de pessoas. EMISSÕES DE CO2 O aumento da temperatura média do planeta pode ser amenizado se o efeito estufa voltar ao seu equilíbrio natural, para isso, é necessário controlar as emissões 6 de dióxido de carbono (CO2). De acordo com Malhotra (2007, apud OLIVEIRA, 2007), o CO2 é o gás que mais contribui com o aquecimento global, devido à grande quantidade produzida pela ação dos homens. Os maiores geradores de CO2 são os países industrializados, como pode ser comparado na tabela abaixo. Tabela 5 - Geração de CO2. Fonte: OLIVEIRA, 2007. PAÍSES GERAÇÃO DE CO2 (per capita / ano) Estados Unidos 19,70 t União Européia 8,60 t China 2,80 t Índia 1,10 t “O ar que se respira é composto basicamente de nitrogênio (78%), oxigênio (20,95%), argônio (0,93%), gás carbônico (0,03%) e outros compostos (0,09%)” (HERNANDES & KAMINSKI, apud STACHERA, 2006). Com o aumento das emissões diárias provenientes dos processos de combustão, o índice de gás carbônico, principal 6 Emissões é uma palavra que designa a “liberação de gases de efeito estufa e/ou seus precursores na atmosfera numa área específica e num período determinado” (MMA, 1992). 35 composto resultante, se eleva à medida que diminuem os teores de oxigênio puro na atmosfera. Stachera (2006) cita os quatro principais estoques de carbono do planeta, os oceanos, a atmosfera, os depósitos de combustíveis fósseis e a biomassa terrestre/solo e, a sua singularidade na presença do dióxido de carbono. Chang 7 (apud STACHERA JR., 2006) calcula para o balanço global de carbono na atmosfera, que no período de 1989 a 1998, 48% do carbono emitido por ano é igualmente reabsorvido pelos oceanos e biota terrestre, os 52% restantes causam o efeito estufa. A forma mais econômica de resolver o problema do aquecimento global é reduzindo as emissões de gases do efeito estufa. Atualmente, cientistas discutem outra forma de diminuir esse impacto ambiental, através do seqüestro de carbono. Oliveira (2007) descreve em seu texto que “o seqüestro de carbono geológico implica em separar grande parte do CO2 gerado quando o carvão mineral é transformado em energia útil e transportá-lo para locais onde possa ser armazenado bem no fundo da terra em meios porosos. Estes locais para armazenar CO2 são campos de petróleo ou gás esgotados ou formações salinas”. ÍNDICES DE EMISSÕES DE CO 2 Em 2000, Malhotra (apud OLIVEIRA, 2007) divulgou que o continente da América do Norte é o maior consumidor de combustíveis fósseis, sendo responsável por 25,8% das emissões de CO2 do mundo, as quais foram aproximadamente de 21 bilhões de toneladas. Em torno de 45% dessas toneladas são associadas aos Estados Unidos e União Européia. Para contextualizar cabe citar que juntos, os Estados Unidos e o Canadá, consomem 25% da energia gerada na Terra, entretanto sua população não representa mais de 5% da população mundial. A tabela 6 revela que os Estados Unidos liberam 444% a mais de gás carbônico à atmosfera por habitante em relação ao planeta. Tabela 6 - Emissões de CO2, ano base 2007. Fonte: BEN, 2010. Indicador Brasil EUA Japão América Latina Mundo t CO2 / hab 1,78 19,00 9,49 2,14 4,28 t CO2 / tep OIE 1,48 2,45 2,30 1,83 2,39 t CO2 / 10 US$ de PIB 0,43 0,50 0,24 0,52 0,73 t CO2 / km2 de superfície 41 630 3.299 48 140 2 7 CHANG, M. Y. Sequestro florestal de carbono no Brasil – dimensões políticas socioeconômicas e ecológicas. IN: SANQUETA, R.; ZILIOTTO, M. A. B. Fixação de Carbono: atualidades, projetos e pesquisas. Projeto ecológico de longa duração (PELD). Curitiba: Laboratório de Inventário Florestal UFPR, Instituto Ecoplan. Site 9, 2004. 36 No ranking mundial de emissões de GEE, o Brasil fica em 4° lugar, pódio conquistado devido às queimadas das florestas brasileiras, principalmente da Amazônia, que correspondem a 75% das emissões no país (WWF-BRASIL, 2007). A seguir, no gráfico da figura 7, pode-se comparar os índices mundiais de emissões de dióxido de carbono (CO2) por tonelada equivalente de petróleo (tep) com o valor brasileiro. 3 ton CO2 / tep 2,5 2,39 2,37 2 1,48 1,5 1 0,5 0 Mundo OCDE (6) Brasil Figura 7 - Comparação Internacional das Emissões de CO2, valores da OCDE 8. Fonte: BEN, 2010. Na série histórica brasileira, ilustrada no gráfico da figura 8, é possível perceber que as concentrações de CO2 (por tep) aumentaram continuamente de 1990 a 2000, agravando o efeito estufa, e levaram 19 anos para retornarem ao índice de 1990. Para se atingir a meta mínima estabelecida no Protocolo de Kyoto, de reduzir 5% das liberações de GEE medidas em 1990, é preciso diminuir as emissões brasileiras, contabilizadas em 2009, em 4,6% até 2012. É válido ressaltar que os dados divulgados no Balanço Energético Nacional não refletem totalmente a realidade do país, que pode ser de números superiores aos apresentados na figura 8. 8 OCDE – Organisation for Economic Co-operation and Development. 37 1,8 ton CO2 / tep 1,7 1,62 1,63 1,6 1,59 1,54 1,54 1,53 1,51 1,5 1,44 1,48 1,48 1,48 1,43 1,4 1,3 20 09 08 20 07 20 06 20 05 20 04 20 03 20 02 20 01 20 00 20 95 19 19 90 1,2 Figura 8 - Emissões brasileiras de CO2, período 1999 a 2009. Fonte: BEN, 2009 e 2010. Em 2007, foi publicada a norma ISO 14064, que regulamenta como coletar os dados referentes às emissões de gases do efeito estufa nas indústrias e, repassá-los aos órgãos de fiscalização ambiental. Esta prática ainda não é usual por grande parte das indústrias brasileiras ou mesmo completa, quando existente, a ponto de servir como fonte confiável para análise real dos impactos ambientais gerados pela liberação dos GEE à atmosfera. A tabela 7 contabiliza as emissões totais brasileiras dos gases de efeito estufa, considerando CO2, CH4 e N2O. Pode ser verificado que as emissões de CO2 nos setores de energia e uso da terra correspondem a 95% das emissões totais de seus respectivos setores. Tabela 7 - Emissões brasileiras de GEE e CO2 por setor da economia. Fonte: DESPOLUIR, 2009. Setores Emissões Totais GEE (1.000 t) Emissões CO2 (1.000 t) Energia 247.716 236.505 Indústria 21.273 16.870 Agropecuária 369.311 --- Uso da Terra 811.956 770.331 Resíduos 20.583 --- Total 1.470.839 1.023.706 38 Na queima de combustíveis fósseis o setor que se destaca é o de transporte, correspondendo sozinho a 42% das emissões totais, conforme tabela 8. Nesse setor, a modalidade de transporte rodoviário é responsável por quase 90% das emissões de CO2, como pode ser visto na tabela 9. Tabela 8 - Emissões de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009. Emissões de CO2 (mil toneladas de CO2) Setores Emissões 1994 Emissões 2007 Variação entre 1994 e 2007 Setor Energético 14.753 6,55% 24.691 7,38% 67 % Residencial 15.176 6,74% 16.115 4,81% 6% Comercial 1.557 0,69% 1.995 0,60% 28% Público 1.962 0,87% 1.813 0,54% -8% Agropecuário 12.516 5,56% 16.089 4,81% 29% Termoelétricas 10.849 4,82% 24.117 7,21% 122% Transporte 94.324 41,88% 146.849 43,88% 56% Indústria 74.066 32,89% 103.027 30,78% 29% Total 225.203 100% 334.696 100% 49% Tabela 9 - Emissões de CO2 por modalidade de transporte a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009. Emissões de CO2 (mil toneladas de CO2) Modalidade de Transporte Emissões 1994 Emissões 2007 Variação entre 1994 e 2007 Rodoviário 83.302 88,31% 132.768 90,40% 59% Ferroviário 1.260 1,34% 1.803 1,23% 43% Aéreo 6.204 6,58% 7.999 5,47% 29% Hidroviário 3.558 3,77% 4.279 2,91% 20% Total 94.324 100% 146.849 100% 56% De acordo com Rosa et al (apud STACHERA, 2006), “o CO2 está presente na maioria das atividades humanas e é emitido através de processos industriais como a queima de combustíveis renováveis (álcool, bagaço de cana, óleos vegetais e outros), por processos de produção (cimento, cal, pedra calcária, produção e uso de carbonato de sódio, amônia, aço e ferro, alumínio, magnésio, etc.) e mudança do uso do solo e silvicultura”. A tabela 10 quantifica as emissões de combustíveis fósseis em algumas indústrias e a tabela 39 11 mostra os valores de liberações do gás carbônico devido aos processos de obtenção de alguns produtos, inclusive o cimento e a cal, de grande destaque. Tabela 10 – Estimativa de Emissões de Combustíveis Fósseis. Fonte: DESPOLUIR, 2009. Indústria Emissões 1994 Emissões 2007 Variação entre 1994 e 2007 Cimento 4.940 6,67% 7.824 7,59% 58% Ferro – Aço 37.606 50,77% 42.774 41,52% 14% Ferro – Ligas 281 0,38% 1.134 1,10% 304% Mineração 3.215 4,34% 8.017 7,78% 149% Não Ferrosos 3.860 5,22% 8.226 7,98% 113% Química 9.038 12,20% 15.563 15,11% 72% Alimentação 3.615 4,88% 3.725 3,62% 3% Têxtil 1.332 1,80% 1.263 1,23% -5% Papel 2.936 3,96% 3.523 3,42% 20% Cerâmica 2.501 3,38% 4.349 4,22% 74% Outros 4.741 6,40% 6.629 6,43% 40% Total 74.065 100% 103.027 100% 39% Tabela 11 - Emissões de CO2 decorrentes de Processos Industriais (mil toneladas de CO2). Fonte: DESPOLUIR, 2009. Produtos 3.3 Emissões 1994 Emissões 2007 Variação entre 1994 e 2007 Cimento 9.340 55,36% 20.081 48,73 115% Cal 4.150 24,60% 16.950 41,13 308% Amônia 1.301 7,71% 1.278 3,10 -2% Alumínio 1.892 11,22% 2.635 6,39 39% Outros 187 1,11% 265 0,65 42% Total 16.870 100% 41.209 100 144% CONSTRUÇÃO CIVIL: GRANDE CONTRIBUINTE NA EMISSÃO DE CO2 A discussão da sustentabilidade na construção civil sob o enfoque da emissão de CO2 devido à fabricação de materiais é muito recente, principalmente no Brasil. A quantidade de estudos científicos nesta área é escassa e pertencente à década atual, como 40 se pode comprovar pelas referências bibliográficas utilizadas na composição desta monografia. Bissoli (2007, p. 53), defende que a “expansão urbana provoca a dependência do automóvel aumentando a demanda por infra-estruturas e combustíveis fósseis”. Os carros são considerados os grandes vilões no tocante emissão de poluentes, por isso Alvarenga (2002, p. 12-13) afirma que é “comum associar-se poluição e consumo de energia à figura de automóveis enfumaçados. É muito raro, porém, associar-se à destruição de reservas naturais de energia e a degradação do meio ambiente com edifícios (...) Contudo, ao longo dos anos, uma casa pode consumir muito mais energia e causar um impacto ambiental muito maior que um carro, com um agravante: ano após ano, a frota de veículos se renova por outros, mais eficientes, menos poluentes. Os edifícios ao contrário, permanecerão por décadas ou séculos com as mesmas características”. Em Tavares e Lamberts (2005) os autores citam o signatário do Protocolo de Kyoto, onde o Brasil se propôs a ter um planejamento do controle de emissões de gases do efeito estufa, os quais são gerados, em grande parte, pela fabricação dos materiais de construção, fase pertencente à etapa pré-operacional do ciclo de vida da edificação. Na fabricação de materiais, tanto quanto no transporte e na obra, o índice de emissão de CO2 é agravado pela elevada quantidade de materiais desperdiçados nestas fases. Nessa onda ecológica de fabricação de produtos, o que parece, é que a indústria da construção civil tem muito a desenvolver, já que além de ser um grande consumidor de recursos naturais não renováveis, gera concentrações de GEE além do necessário para criar seus produtos, devido aos desperdícios durante o processo de produção do modelo tradicional de construção brasileira. Pinto (apud OLIVEIRA, 2007) estima que as perdas em massa, na construção de edifícios, podem ser de até 30%. John (2000) afirma que os resíduos não reciclados provenientes das obras e demolições de construções correspondem a mais de 50% da massa dos resíduos sólidos urbanos, intensificando os impactos ambientais provenientes do lixo produzido pela humanidade. Na pesquisa científica de Stachera e Casagrande Jr. (2007) foi feita a análise dos principais materiais que apresentam grandes quantidades de emissão de CO2, seja na fabricação ou na retirada destes materiais da natureza, os quais são: cimento, cal, aço, areia, brita e cerâmica vermelha. Pode-se notar que quatro dos seis materiais listados estão presentes na composição do concreto armado. O cimento é o material da construção civil campeão na emissão de CO2 visto que nos estudos de Demanboro et al (2003, apud STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007) a 41 indústria do cimento responde por cerca de 7% da emissão anual de gás carbônico na atmosfera e, na produção de cada tonelada de cimento é lançada 0,6 tonelada de CO2 no ar. Já para Marland (apud STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007), a estimativa é que 4 a 5% de todo CO2 despejado pelas atividades humanas na atmosfera provenham da fabricação de cimento, o aglomerante utilizado na massa de concreto aplicada nas estruturas de concreto armado. As emissões de gás carbônico são acentuadas quando se pensa no processo completo de fabricação dos materiais e produtos da indústria da construção. Se for avaliado que a demanda por energia é elevada em todo ciclo de vida dos produtos e, também, que em quase 100% dos casos, o transporte de materiais de construção se faz pela modalidade rodoviária, obtém-se uma proporção direta de contribuição da liberação de dióxido de carbono à atmosfera, baseando-se nos índices de emissões de CO2 apresentados na tabela 9, referentes às modalidades de transporte. 3.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 3 A variação natural do clima sempre ocorreu, entretanto as temperaturas variavam numa escala de milhões de anos. A interferência humana nesse fenômeno, intensificando as emissões de dióxido de carbono e outros gases, diminui o período de variação da temperatura média do planeta para séculos e décadas. A conseqüência do descaso com o ambiente provocou uma mudança permanente e irreversível no clima. Em sua pesquisa Stachera e Casagrande Jr. (2007) pretenderam afirmar que a indústria da construção civil emite tantos gases quanto outros setores e assim propor uma mudança de atitude, sabendo que existem as emissões e que é necessário uma postura diferente das organizações e da sociedade diante do grave problema e, também, um aprofundamento maior destes estudos para poder afirmar com mais certeza as quantidades de gases lançados na atmosfera. As nações econômicas dominantes podem e devem contribuir com o combate ao aquecimento global, iniciando pela aceitação de sua maior responsabilidade com a questão. Elas precisam agir rapidamente para cortar suas emissões e proteger seus sumidouros, os quais absorvem os gases de efeito estufa, além de destinar recursos financeiros aos países em desenvolvimento, custeando a adaptação dessas nações aos efeitos desse impacto global e, disponibilizar tecnologia referente às energias renováveis e eficiência energética (WWF-BRASIL, 2007). Há, também, a necessidade de todas as nações do Mundo firmarem um compromisso de fornecerem dados completos e concisos, sobre as quantidades de 42 emissões de gases de efeito estufa e seus sumidouros, para que o problema de aquecimento global seja analisado em seu âmbito real. O desenvolvimento de políticas nacionais para combater o aumento da temperatura média da Terra, a conscientização e educação das pessoas sobre os efeitos de suas atitudes contrárias aos propósitos ambientais e o incentivo de estudos, pesquisas e desenvolvimento de novas técnicas sobre o tema, são de grande importância para a sobrevivência e adaptação dos seres vivos à nova realidade quente do planeta. 43 4. PRODUÇÃO DE CONCRETO X INDICADORES DE EMISSÃO DE CO2 4.1 PRODUÇÃO DE CONCRETO Dentre os materiais empregados na construção civil destaca-se o concreto, material mais utilizado no mundo depois da água. Grigoletti e Sattler (2004) encontraram diversos impactos ambientais associados à produção de blocos de concreto para fechamento, desde a obtenção de matéria-prima até a disposição em aterros após a vida útil do produto. Entre os principais impactos está a utilização de fontes não-renováveis de energia, o alto consumo de água e a liberação de dióxido de carbono e metais pesados para o meio ambiente. O concreto é um material empregado na construção civil composto por água, cimento, agregado graúdo e agregado miúdo. Outros elementos podem ser incorporados ao concreto, como os aditivos e microsílica, para melhorar suas propriedades (CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2007). O concreto pode ser classificado basicamente como concreto simples, magro e armado. “O concreto simples, que pode assumir diferentes propriedades, variando desde o concreto rolado até o celular, possui boa resistência aos esforços de compressão, mas tende a apresentar uma reduzida resistência à tração”. O concreto magro tem como característica a alta permeabilidade, entretanto apresenta baixa resistência. (OLIVEIRA, 2007). O concreto armado é composto por concreto e aço, dois materiais diferentes que trabalham em conjunto devido às forças de aderência entre as superfícies de ambos. O aço, que é um material de boa resistência à tração e mais deformável que o concreto endurecido, é utilizado para corrigir essa deficiência do concreto nos elementos estruturais, como vigas, pilares e lajes. A grande utilização do concreto armado de cimento portland no Brasil, justifica a importância dos estudos ambientais que englobem o ciclo de vida desse tipo de material. Para avaliar o desempenho ambiental, analisando os impactos gerados em todas as fases dos insumos que compõe os elementos de concreto armado, é preciso considerar todas as 44 variáveis, desde a extração da matéria-prima, gasto de energia nos processos, transporte e consumo dos insumos e destino final, dos resíduos e do produto, ao fim da sua vida útil. 4.1.1 AGLOMERANTE – CIMENTO As principais matérias-primas que compõe o cimento são encontradas em quase todos os países, isto torna o cimento um material de construção com utilidade global, produzido em grande escala no mundo. O Brasil é um dos maiores produtores de cimento da América Latina e seu desenvolvimento industrial nesse setor contribui fortemente na geração de impactos ambientais, tendo em vista que a indústria do cimento se destaca como grande poluidora (WORRELL et al, apud STACHERA JR. 2006). Dentre a variedade dos tipos de cimento, o cimento portland, que é um aglomerante hidráulico, é um dos mais utilizados no Brasil. Este tipo de cimento é “produzido pela moagem do clinquer, usualmente junto com uma ou mais formas de sulfato de cálcio (normalmente gipsita) e, em alguns casos, com adições” (OLIVEIRA, 2007). O clinquer é o principal componente do cimento portland, a propriedade de resistência e durabilidade do cimento é associada a este componente. Entretanto, em decorrência do processo de calcinação do calcário, durante a moagem do clinquer, que ocorre a maioria das emissões de CO2. No processo de fabricação do cimento portland no Brasil, a matéria-prima deve sofrer uma reação térmica ao atingir uma temperatura de 1.450 °C. Os fornos industriais são alimentados com combustíveis fósseis para atingirem tal temperatura. Em algumas localidades são utilizados resíduos orgânicos, como a casca de arroz, ou até mesmo, pneus descartados, em substituição aos combustíveis fósseis, numa atitude de maior consciência ecológica (CARVALHO, 2002). Oliveira (2007) denota que os países mais desenvolvidos, em busca da redução de custos econômicos e ambientais na produção de cimento, investigaram tecnologias que solucionassem o problema causado pelo clinquer na fabricação dos cimentos portland. Assim, foram criados os cimentos portland compostos, que adicionam ao clinquer a escoria de alto-forno e os materiais pozolânicos. Essa solução é duplamente favorável ao ambiente, já que diminui a emissão de poluentes, decorrente da utilização do clinquer e oferece um destino mais ecológico aos resíduos, que o descarte no meio ambiente. 45 4.1.2 AGREGADOS – AREIA E BRITA Os agregados são matérias-primas que estão presentes nas misturas, como o concreto e a argamassa, com grande emprego na construção civil. A ABNT através da NBR 7.211/1982 define areia (agregado miúdo) e pedregulho ou brita (agregado graúdo) como mineral de origem natural ou resultante do britamento de rochas. A diferença entre os agregados está na sua granulometria, o miúdo passa pela peneira de 4,8 mm e fica retido na peneira de 0,075 mm, enquanto o graúdo passa por uma peneira com abertura nominal de 152 mm e fica retido na peneira de 4,8 mm (VALVERDE, 2001). A areia, em quase totalidade do território brasileiro, é proveniente dos leitos dos rios, em cujo processo de retirada, são utilizadas dragas movidas a óleo diesel. Tais equipamentos emitem gases poluentes, dentre eles o CO2, assim como ocorre com o equipamento utilizado no processo de britagem (obtenção da brita), na maioria das vezes, utilizados com motores de combustão (STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007). A utilização de elementos estruturais em concreto faz parte da cultura da construção civil brasileira, o que torna os agregados insumos muito consumidos, por representarem em torno de 80% do volume do concreto. “Como o cimento é um material caro, o principal objetivo da utilização do agregado de maiores dimensões é reduzir os custos sem que a qualidade do material seja muito prejudicada” (CARVALHO & FIGUEIREDO FILHO, 2007). As atividades mineradoras de extração dos agregados impactam fortemente o meio ambiente e exigem um controle rigoroso dos órgãos ambientais para que se minimizem os impactos e sejam tomadas medidas de recuperação do local após a exploração (VALVERDE, 2001). Os impactos ambientais causados pela extração mineral de agregados vão desde a supressão da mata ciliar, alteração da paisagem e dos cursos de água, esgotamento desse recurso não é renovável e poluição do solo e corpos d’água (RODRIGUES, apud OLIVEIRA, 2007). Uma possibilidade de reduzir o consumo de agregados é adotando soluções tecnológicas diferenciadas, como construção de estruturas metálicas ao invés do concreto ou, as divisórias de gesso, de madeira compensada ou de plástico, em substituição da alvenaria tradicional. Mas, devido ao reduzido custo destes recursos minerais, eles dificilmente são substituídos por outros produtos naturais ou industrializados, entretanto essa realidade está sendo modificada com a proposta de substituir os agregados naturais por entulhos reciclados provenientes da construção (VALVERDE, 2001). 46 4.1.3 FORMAS DE MADEIRA E ARMADURAS DE AÇO A construção civil no Brasil contribui para as emissões de CO2 provocadas pelo desmatamento, impacto ambiental mais significante neste sentido no país, por utilizar a madeira como principal material na composição de formas e escoras. Novas tecnologias de construção, como as formas e escoras metálicas e os pré-moldados, surgem como solução técnica-econômica e acabam por diminuir o uso da madeira. A utilização das madeiras de reflorestamento e a opção por esquadrias de ferro, alumínio e PVC nas edificações, também são contrapontos positivos no combate ao desmatamento e consequentes emissões dos GEE’s. Carvalho e Figueiredo Filho (2007) afirmam que o aço é utilizado de diversas maneiras na construção, mas principalmente, aparece nas peças de concreto como barras distribuídas longitudinalmente para resistir aos esforços de tração das estruturas, além dos pequenos estribos transversais de amarração. Os aços, ligas metálicas, empregados na confecção das armaduras são, em sua maioria, classificados como CA-25 e CA-50, e tem como componente fundamental o ferro gusa, produzido a partir de sua matéria-prima, o minério de ferro. 4.2 DESEMPENHO AMBIENTAL DO CONCRETO ARMADO O desempenho ambiental de vigas de concreto armado foi simulado e analisado por Oliveira (2007) através do software BEES 3.0 e da metodologia da ACV (explorado no item 4.3.2), com ressalvas na utilização dos índices de fluxos sem dados confiáveis, nãomensuráveis ou significativos. No software BEES, ele simulou quatro vigas de concreto com resistência de 27,58 MPa (valor disponível no programa americano), índice mais próximo a um fck de 20 MPa; fixando a distância entre a obra e a concreteira em 80 km. A diferença entre as quatro vigas simuladas por Oliveira (2007) no software BEES, está no cimento escolhido, no intuito de verificar o “impacto de um cimento puro e com adições”. Os resultados mais representativos foram referentes a: 100% cimento portland comum, que obteve o pior desempenho ambiental e a mistura de 50% escória de alto forno e 50% cimento portland, que teve o melhor desempenho. As conclusões a respeito do desempenho ambiental do concreto armado retiradas deste estudo são: • O maior impacto ambiental causado pelo concreto armado está na sua fase de aquisição da matéria prima, já que esta inclui a produção cimento; 47 • A liberação de gases de efeito estufa devido à produção do clinquer, principal componente do cimento portland, é reduzida em 25% quando se utiliza a mistura meio a meio de cimento e escória de alto forno; • A produção de aço é considerada muito agressiva ao meio ambiente, porém a pequena quantidade deste material, existente em 1 m³ da viga de concreto armado, reduz em muito o seu impacto; • As decisões sobre a logística de uma empresa potencializam o impacto ambiental do concreto armado, já que para distâncias pequenas a produção de aço e cimento gera mais impactos que os fluxos associados ao transporte de materiais, cenário este, que pode se inverter proporcionalmente ao aumento das distâncias. 4.3 REVISÃO DOS ESTUDOS PARA O CÁLCULO DAS EMISSÕES DE CO2 DECORRENTES DE PRODUTOS DA CONTRUÇÃO CIVIL Neste trabalho serão analisados dois estudos referentes à emissão de CO2 devido à produção da construção civil. O primeiro deles trata-se da quantificação de emissões de gases de efeito estufa decorrentes da construção de habitações sociais no Estado do Paraná. O segundo trabalho, e de maior interesse para esta pesquisa, refere-se à análise ambiental de produtos da construção civil através da ACV de uma viga de concreto, entre outras coisas. 4.3.1 CÁLCULO DA EMISSÃO DE CO 2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE HABITAÇÕES POPULARES COM BASE NO TRABALHO DE STACHERA JR. E CASAGRANDE JR. (2007) No trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) foram calculados, e apresentados de forma resumida na tabela 12, os valores de emissão de CO2 dos principais materiais de construção conforme o padrão comercial brasileiro e uma equação (4.1) para o cálculo das emissões por casa (casa popular, padrão do estudo de caso da pesquisa desenvolvida pelos autores citados) destes mesmos materiais. 48 Tabela 12: Emissões por produto (padrão comercial brasileiro de compra). Fonte: STACHERA e CASAGRANDE JR. (2007) Material Unidade do Material Emissão de CO2 (kg) Material/casa Emissão de CO2/casa (kg) Cimento sc de 50kg 48,44 55 2.664,20 Cal sc de 20kg 15,71 45 706,95 Aço kg 1,45 135 195,75 Tijolo unidade 0,95 4.200 3.990,00 Areia m³ 22,62 13,5 305,37 O resultado da emissão total de CO2, em quilogramas, por produto utilizado em cada habitação social construída, pode ser calculada conforme a equação 4.1, bastando somar os produtos entre as quantidades de materiais utilizados e as emissões produzidas. Neste caso não está sendo considerada a distância de transporte. Emissões (kgCO2/casa) = (55sc × 48,44) + (45sc × 15,71) + (135kg × 1,45) + (4.200un × 0,95) + (13,5m 3 × 22,62) (4.1) Na fórmula apresentada deve-se observar: Cimento CPII, saca de 50 kg; cal virgem, saca com 20 kg; tijolo de seis furos (9 x 14 x 19 cm) e areia média natural de rio. O valor encontrado para emissão de CO2 por casa é de 7,862 toneladas. Os autores calculam que 16,77% a mais das emissões de CO2 são liberados no transporte desses materiais para obra, utilizando caminhão movido a diesel. Os índices relevantes da pesquisa referenciada foram aproximados e estão expostos na tabela 13, sabendo-se que o objeto de estudo foi a construção de casas populares de 40m². Tabela 13 - Emissões de CO2 provenientes da utilização de materiais de construção. Fonte STACHERA JR., 2006. Material Emissão de CO2/material Emissão de CO2/casa (kg/m²) Cimento 0,97 kg CO2 / kg cimento 66,61 Areia 22,62 kg CO2 / m³ areia 7,63 49 4.3.2 CÁLCULO DA EMISSÃO DE CO 2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM BASE NO TRABALHO DE OLIVEIRA (2007) Oliveira (2007) avaliou o desempenho ambiental de vigas de concreto armado utilizando diferentes traços de concreto. É de interesse para esta monografia, os resultados obtidos por Oliveira, que dizem respeito à quantidade (em gramas) de CO2 emitidos na análise desse impacto de abrangência global. O cimento utilizado na composição dos concretos foi o cimento com material pozolânico, a cinza volante 9, conhecido comercialmente como CP IV-32, com resistência à compressão aos 28 dias de 32 MPa. Foi considerado que o cimento portland Votoran é composto de 68% de clinquer, 29% de cinza volante e 3% de gesso. Oliveira, primeiramente, contabilizou os fluxos relativos ao transporte da matériaprima até a cimenteira. O autor retirou os índices de fluxos, derivados do transporte da cinza volante, do trabalho apresentado em 2006, por Kuhn, adotando o valor de 0,00078 MJ/kg.km, no consumo genérico de energia para o transporte de cargas por quilômetro rodado. Outro importante índice utilizado foi de 74 gCO2/MJ, possibilitando o cálculo do fluxo de geração do gás carbônico por tonelada de matéria-prima transportada (KUHN, apud OLIVEIRA, 2007). A equação e o índice (quilogramas de CO2 por tonelada de cimento) resultante do cálculo inicial estão descritos abaixo: Emissões (kgCO2/t) = (0,00078( MJ / kg.km) × 74( gCO2 / MJ ) × distância (km ) (4.2) Através da multiplicação do valor resultante por 29% (quantidade de cinza volante presente em uma tonelada de cimento) obtém-se o resultando do fluxo do transporte da matéria-prima até a cimenteira. No processo de obtenção do cimento foi utilizado o índice de fluxo da produção do clinquer 900 kgCO2/t clinquer, encontrado na pesquisa desenvolvida por Carvalho (2002). Lembrando que 68% do cimento é relativo à presença do clinquer, multiplicando-se os índices resulta em 612 kgCO2/t emitidos durante o processo de produção de uma tonelada de cimento. Os fluxos de poluentes derivados do transporte dos materiais (cimento, areia e brita) até a concreteira para o processamento do concreto, podem ser calculados através da equação 4.3, com base nos índices já apresentados e nas massas de cada insumo. 9 Cinza Volante é um resíduo das usinas termoelétricas proveniente da queima de carvão pulverizado para geração de energia. 50 Emissões (gCO2/t) = distância (km ) × 0,00078(MJ / kg.km ) × 74(gCO2 / MJ ) × material (kg ) (4.3) O fluxo resultante das atividades na siderúrgica, na produção do aço para a armadura das vigas, pode ser calculado pela multiplicação da quantidade, em quilos, da taxa de aço necessária para armar 1 m³ de viga de concreto; pelo índice retirado de Grigoletti e Sattler (2003) que corresponde a 6,1 kgCO2/t. Os transportes da madeira e do aço, materiais empregados, respectivamente, na confecção das formas e armadura das vigas executadas no local da obra, resultam em fluxos obtidos através da equação 4.3, exposta anteriormente. Os caminhões betoneira consomem energia de uma forma diferente ao consumo dos caminhões comuns, utilizados para o transporte dos demais materiais, anteriormente analisados. Sendo assim, pode ser utilizada a equação 4.3 majorando seu resultado em 20%, devido às imprecisões que possam existir no fluxo do transporte do concreto até a obra. Para efeitos didáticos, a equação 4.4 com os valores majorados está inserida a seguir. Emissões (gCO2/t) = distância (km ) × 0,00078(MJ / kg.km ) × 74( gCO2 / MJ ) × material (kg ) × 1,2 (4.4) Na tabela abaixo estão dispostos os traços e quantidades (em massa, kg) de cada insumo utilizado na composição de 1 m3 (unidade funcional) dos três concretos para produção das vigas, no trabalho referenciado. Tabela 14 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007. Concretos Traços Cimento (kg) Areia (kg) Brita (kg) Água (litros) A 1 : 2 : 3 : 0,5 369 738 1.107 184,5 B 1 : 1,5 : 2,5 : 0,35 459 688,5 1.147,5 160,7 C 1 : 2,5 : 3,5 : 0,65 321 802,5 1.123,5 208,65 No cálculo das emissões de dióxido de carbono foram considerados os impactos causados pelas formas de madeira e armaduras de aço, com quantidades de 299,43 kg e 51 85,5 kg, respectivamente. Para o cálculo do fluxo do transporte de concreto até a obra, a massa de concreto equivalente a 1m³ é de 2.455,7 kg. No cálculo dos fluxos durante o transporte dos materiais e matérias-primas foram consideradas as distâncias descritas na tabela a seguir. Tabela 15 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas. Início do Percurso Final do Percurso Distância Percorrida Extração Cinza Volante (matéria-prima do cimento) Cimenteira 86,7 km Cimenteira Concreteira 32,4 km Extração Areia Concreteira 80,0 km Extração Brita Concreteira 80,0 km Concreteira Obra 14,4 km Fabricação de Aço Obra 39,2 km Extração da Madeira Obra 80,0 km A tabela 16 fornece um resumo das emissões de CO2 devido às etapas anteriormente analisadas e, listadas abaixo, para cada um dos três tipos de concreto utilizados na execução das vigas, com unidade funcional de 1m³. • Etapa 1: Transporte da matéria-prima, cinza volante, até a cimenteira; • Etapa 2: Produção do cimento; • Etapa 3: Produção do concreto englobando o transporte do cimento até a concreteira; • Etapa 4: Produção do concreto englobando o transporte de areia até a concreteira; • Etapa 5: Produção do concreto englobando o transporte de brita até a concreteira; • Etapa 6: Produção de aço; • Etapa 7: Transporte de madeira até a obra; • Etapa 8: Transporte de aço até a obra; • Etapa 9: Transporte de concreto até a obra. 52 Tabela 16 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007. Concreto Emissões de CO2 (kgCO2/m³) 1 10 2 11 3 4 5 6 7 8 9 A 0,536 225,83 0,690 3,408 5,112 0,522 1,383 0,194 2,449 100% 0,22% 94,05% 0,29% 1,42% 2,13% 0,22% 0,57% 0,08% 1,02% B 0,666 280,91 0,858 3,179 5,299 0,522 1,383 0,194 2,449 100% 0,22% 95,08% 0,29% 1,08% 1,79% 0,18% 0,47% 0,06% 0,83% C 0,466 196,45 0,600 3,706 5,188 0,522 1,383 0,194 2,449 100% 0,22% 93,12% 0,28% 1,76% 2,46% 0,25% 0,66% 0,09% 1,16% A soma de todos os fluxos estudados, que representam as etapas do ciclo de vida de uma viga até sua produção, resulta nos valores totais por tipo de concreto. Esse inventário final está mostrado na tabela 17. Tabela 17 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007. 4.4 Concreto Emissão Total de CO2 (kgCO2/m³) A 240,124 B 295,460 C 210,958 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 4 Nos poucos textos encontrados que traziam a quantificação das emissões de CO2 em decorrência da produção do concreto armado, foram enfatizados a ocorrência da escassez de dados existentes e confiáveis, a necessidade de aproximação dos índices calculados e as imprecisões dos indicadores encontrados, inerentes a este tipo de análise, ainda pouco explorada no Brasil. Para Mehta (2007, apud OLIVEIRA 2007) existem algumas formas de diminuir os impactos ambientais causados pelas obras de concreto, através do desenvolvimento de “projetos inovadores que utilizem menos concreto”, diminuindo a quantidade de cimento na 10 Valores obtidos do produto dos índices do transporte da matéria-prima (cinza volante) pela massa (kg) de cimento utilizado para produzir 1 m³ de cada traço de concreto. 11 Valores obtidos pela multiplicação dos índices de produção do cimento pelas massas (kg) de cimento utilizado para produzir 1 m³ de cada concreto. 53 composição das misturas e a quantidade de clinquer, presente no cimento. Essas idéias são plenamente justificáveis visto que a produção de cimento, através do clinquer é a principal atividade geradora de impactos ambientais pertencente ao ciclo de produção do concreto. 54 5. 5.1 ANÁLISE DOS PROJETOS DE ESTUDO DESCRIÇÃO DOS PROJETOS ANALISADOS Os projetos de estrutura, quantificados e utilizados para o estudo das emissões de CO2 a partir das estruturas de concreto, foram elaborados no âmbito da disciplina de Projeto Integrado de Sistemas Construtivos (PISC), ministrada em 2009, na Universidade Federal de São Carlos, Estado de São Paulo. Com intuito de simplificar a análise, padronizando-a e, diminuir erros decorrentes dos projetos de estrutura, que foram pré-dimensionados e desenvolvidos por estudantes e não calculistas e projetistas conceituados, optou-se por desconsiderar a quantidade de concreto utilizado nas lajes e analisar somente os pilares e vigas do pavimento tipo de cada edificação. As lajes não foram padronizadas nos projetos, o que permitiu que os estudantes adotassem tecnologias que não dominavam, além dos projetos conterem erros gráficos que dificultaram o entendimento e classificação dos elementos estruturais. Dessa forma, a amostra de dados quantificada, nos itens seguintes, refere-se às vigas e pilares dos pavimentos tipo de cada edificação dos sete grupos de projetos. Os projetos dos edifícios analisados foram elaborados com base em croquis arquitetônicos disponibilizados pelos professores da disciplina de PISC, aos alunos, que formaram sete grupos com quatro estudantes em cada grupo. Para tanto, os alunos iniciaram com a adequação dos croquis criando medidas usuais e modulares, compondo os projetos arquitetônicos desde o subsolo, térreo, pavimento tipo, duplex até o ático. A tipologia dos edifícios, resumida abaixo, foi previamente determina e seguida por todos os grupos com pequenas diferenças existentes. As plantas de estrutura e tabelas de quantidades de vigas e pilares, com suas respectivas dimensões estão contidas nos anexos dessa monografia. • Grupo 1: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os pavimentos tipo são compostos por quatro apartamentos. Em cada 55 apartamento existe uma cozinha, uma lavanderia, duas salas, uma sacada, um banheiro, um dormitório e uma suíte. • Grupo 2: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os pavimentos tipo são compostos por quatro apartamentos. Em cada apartamento existe uma cozinha, uma lavanderia, uma dispensa, duas salas, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte. • Grupo 3: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, uma dispensa, um lavabo de serviço, uma sala, um lavabo, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte. • Grupo 4: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento existe uma cozinha, um banheiro de serviço, um dormitório de serviço, um lavabo, uma sala, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte. • Grupo 5: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, um banheiro de serviço, duas salas, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte. • Grupo 6: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, um lavabo, uma sala, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte com closet. • Grupo 7: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento existe uma cozinha, uma lavanderia, uma sala, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte. MEDIÇÃO DOS PROJETOS ESTRUTURAIS O cálculo do volume de concreto utilizado na composição dos elementos estruturais, vigas e pilares, dos pavimentos tipo de cada grupo de estudantes, assim como, os projetos estruturais elaborados estão inseridos no capítulo 9, na forma de anexos. Os dados dos projetos estruturais foram obtidos com auxílio das ferramentas do software autocad e seu resumo foi disposto na forma de tabela (tabela 18), facilitando a comparação entre os sete grupos. 56 Tabela 18 - Quantitativos de interesse dos pavimentos tipo de cada grupo estudado. Fonte: autora. Grupo N° de apartamentos tipo (unidade) Área do pavimento tipo (m²) N° de pilares do tipo (unidade) Volume de concreto dos pilares do tipo (m³) Volume de concreto das vigas do tipo (m³) 1 28 417,68 44 10,5784 26,3888 2 28 536,81 32 8,2460 30,0561 3 14 270,64 35 12,4682 13,1440 4 14 286,19 45 10,1370 9,9788 5 14 338,60 26 9,3003 25,0779 6 14 241,92 36 20,4832 21,4227 7 14 325,52 27 13,0346 25,0564 O grupo 2 escolheu utilizar laje nervurada como tecnologia e solução para aumentar as áreas disponíveis no subsolo, resolvendo o problema da quantidade de vagas de garagem, uma por apartamento. Com isso, percebe-se que o número de pilares e volumes de concreto dos elementos por área do pavimento é menor que os valores dos demais grupos, já que essa solução tecnológica da laje diminui a carga transferida para as vigas e possibilita que os vãos entre os pilares sejam maiores, que os vãos em sistemas com lajes maciças. 5.2 COMPOSIÇÃO DO BANCO DE DADOS Com o objetivo de continuar a análise dos traços de concreto expostos no capítulo 4, adotou-se para as vigas e pilares dos projetos de estudo, dois desses três traços de concreto. O primeiro com a maior quantidade de cimento empregado e, o segundo com a menor. Lembrando que, de acordo com o quarto capítulo dessa monografia, a produção de cimento é o maior “vilão” referente às emissões de gás carbônico decorrentes da produção dos elementos de concreto. Na tabela 19 estão dispostos os traços e quantidades (em massa, kg) de cada insumo utilizado na composição de 1 m3 (unidade funcional) dos dois concretos para produção dos elementos estruturais, vigas e pilares dos pavimentos tipo dos edifícios estudados. 57 Tabela 19 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007. Traços do Concreto Cimento (kg) Areia (kg) Brita (kg) 1 1 : 1,5 : 2,5 : 0,35 459 688,5 1.147,5 2 1 : 2,5 : 3,5 : 0,65 321 802,5 1.123,5 5.2.1 FLUXO DAS EMISSÕES DE CO 2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE ELEMENTOS DE CONCRETO COM BASE NO TRABALHO DE STACHERA JR. E CASAGRANDE JR. (2007) Os fluxos das emissões de CO2, calculados para as vigas e pilares de concreto armado dos pavimentos tipo dos sete grupos estudados, estão baseados nos índices obtidos na pesquisa de Stachera Jr e Casagrande Jr. (2007). Cabe salientar que esta pesquisa não abrange todo o ciclo de produção do concreto, não considerando, por exemplo, as emissões decorrentes dos transportes dos materiais até a obra e a utilização da brita. Porém, tal estudo abrange a emissão de dióxido de carbono decorrente da produção do cimento, que é o maior “vilão” referente às emissões provenientes do processo de concretagem dos elementos estruturais. Serão feitas aproximações na utilização dos indicadores encontrados para o cimento, com base nos estudos apresentados nesta monografia, assim será considerado que 80% das emissões de CO2, causadas pela produção de 1m³ de um elemento estrutural, decorrem da utilização deste material. As tabelas 20 e 21 trazem as emissões de dióxido de carbono decorrentes da utilização do cimento na produção das vigas e pilares de concreto armado com o traço1 e 2, respectivamente, para cada grupo de estudo. Tabela 20 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006. Grupo Total concretos (pilares e vigas) m³ Indicador m³ concreto / m² área tipo Indicador kg cimento / m³ concreto Indicador kg CO2 / kg cimento Emissão kg CO2 / m² área 1 36,9672 0,0885 459 0,97 39,41 2 38,3021 0,0713 459 0,97 31,74 3 25,6122 0,0946 459 0,97 42,12 4 20,1158 0,0703 459 0,97 31,30 5 34,3782 0,1015 459 0,97 45,19 6 41,9059 0,1732 459 0,97 77,11 7 38,0910 0,1170 459 0,97 52,09 58 Tabela 21 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006. Grupo Total concretos (pilares e vigas) m³ Indicador m³ concreto / m² área tipo Indicador kg cimento / m³ concreto Indicador kg CO2 / kg cimento Emissão kg CO2 / m² área 1 36,9672 0,0885 321 0,97 27,56 2 38,3021 0,0713 321 0,97 22,20 3 25,6122 0,0946 321 0,97 29,46 4 20,1158 0,0703 321 0,97 21,89 5 34,3782 0,1015 321 0,97 31,60 6 41,9059 0,1732 321 0,97 53,93 7 38,0910 0,1170 321 0,97 36,43 Majorando os valores encontrados através dos indicadores de Stachera Jr. e Casagrande Jr., para cada grupo, em 1,2 é possível estimar o fluxo de emissões de CO2 decorrentes da produção das vigas e pilares, englobando quase todo o processo de produção. As tabelas 22 e 23 apresentam tais valores majorados para os dois traços estudados. Tabela 22 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006. Grupo Emissão kg CO2 / m² área - Cimento Emissão kg CO2 / m² área - Concreto 1 39,41 47,29 2 31,74 38,09 3 42,12 50,54 4 31,30 37,56 5 45,19 54,23 6 77,11 92,53 7 52,09 62,51 59 Tabela 23 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006. 5.2.2 Grupo Emissão kg CO2 / m² área - Cimento Emissão kg CO2 / m² área - Concreto 1 27,56 33,07 2 22,20 27,00 3 29,46 35,35 4 21,89 26,27 5 31,60 37,92 6 53,93 64,72 7 36,43 43,72 FLUXO DAS EMISSÕES DE CO 2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE ELEMENTOS DE CONCRETO ARMADO COM BASE NO TRABALHO DE OLIVEIRA (2007) O trabalho de Oliveira (2007) revisado no quarto capítulo é mais completo que o de Stachera Jr. (2006), pois abrange todas as etapas do ciclo de produção de vigas de concreto, sendo assim será de maior representatividade para os índices procurados. No cálculo dos fluxos durante o transporte dos materiais e matérias-primas foram estabelecidas distâncias fictícias contidas na tabela 24. Tabela 24 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas. Início do Percurso Final do Percurso Distância Percorrida Extração Cinza Volante (matéria-prima do cimento) Cimenteira 80 km Cimenteira Concreteira 40 km Extração Areia Concreteira 80 km Extração Brita Concreteira 80 km Concreteira Obra 15 km A tabela 25 fornece um resumo das emissões de CO2 devido às etapas listadas abaixo, para os dois tipos de concreto utilizados na execução das vigas e pilares, com unidade funcional de 1m³, calculadas a partir das equações 4.2, 4.3 e 4.4, contidas no quarto capítulo desta monografia. Com base nos percentuais da tabela 16 do capítulo 4, as emissões de dióxido de carbono foram majoradas em 0,86% devido os impactos causados pelo transporte da madeira utilizada nas formas e do aço das armaduras, considerada na etapa 7 da tabela 25. 60 • Etapa 1: Transporte da matéria-prima, cinza volante, até a cimenteira; • Etapa 2: Produção do cimento; • Etapa 3: Produção do concreto englobando o transporte do cimento até a concreteira; • Etapa 4: Produção do concreto englobando o transporte de areia até a concreteira; • Etapa 5: Produção do concreto englobando o transporte de brita até a concreteira; • Etapa 6: Transporte de concreto até a obra. • Etapa 7: Transporte de madeira e aço até a obra. Tabela 25 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007. Emissões de CO2 (kgCO2/m³) Traço de Concreto Etapa 1 12 Etapa 2 13 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 Etapa 6 Etapa 7 1 0,615 280,91 1,060 3,179 5,300 2,551 2,547 100% 0,21% 94,85% 0,36% 1,07% 1,79% 0,86% 0,86% 2 0,430 196,45 0,741 3,706 5,188 2,551 1,814 100% 0,20% 93,16% 0,35% 1,76% 2,46% 1,21% 0,86% O resultado da soma de todos os fluxos das emissões de CO2 encontrados, resulta nos valores totais por traço de concreto conforme a tabela 26. Tabela 26 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007. Traço de Concreto Emissão Total de CO2 (kgCO2/m³) 1 296,162 2 210,880 12 Valores obtidos do produto dos índices do transporte da matéria-prima (cinza volante) pela massa (kg) de cimento utilizado para produzir 1 m³ de cada traço de concreto. 13 Valores obtidos pela multiplicação dos índices de produção do cimento pelas massas (kg) de cimento utilizado para produzir 1 m³ de cada concreto. 61 As tabelas 27 e 28 trazem o inventário final por tipologia de cada grupo estudado, sendo possível fazer uma comparação devido à adoção dos diferentes traços de concreto, na produção dos elementos estruturais viga e pilar. Tabela 27 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 1. Fonte: OLIVEIRA, 2007. Grupo Indicador m³ concreto / m² área tipo Indicador kg CO2 / m³ concreto Emissão kg CO2 / m² área 1 0,0885 296,162 26,21 2 0,0713 296,162 21,12 3 0,0946 296,162 28,02 4 0,0703 296,162 20,82 5 0,1015 296,162 30,06 6 0,1732 296,162 51,29 7 0,1170 296,162 34,65 Tabela 28 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 2. Fonte: OLIVEIRA, 2007. 5.3 Grupo Indicador m³ concreto / m² área tipo Indicador kg CO2 / m³ concreto Emissão kg CO2 / m² área 1 0,0885 210,880 18,66 2 0,0713 210,880 15,04 3 0,0946 210,880 19,95 4 0,0703 210,880 14,82 5 0,1015 210,880 21,40 6 0,1732 210,880 36,52 7 0,1170 210,880 24,67 ANÁLISE DO BANCO DE DADOS (CONLUSÃO DO CAPÍTULO 5) A maior dificuldade encontrada na aplicação dos métodos demonstrados neste capítulo refere-se aos projetos de estudo escolhidos, como já dito, estes não possuem padronização e faltam algumas informações para maior exploração dos projetos estruturais. Dessa forma a comparação entre os grupos se deteve no tocante quantidade de concreto utilizado. 62 Mesmo com todas as dificuldades encontradas para encontrar os índices de emissões de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo é possível afirmar que a necessidade de desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela construção de estruturas de concreto, fato este comprovado para todos os projetos de estudo visto os resultados das emissões decorrentes da utilização do traço com menor quantidade de cimento. É possível perceber na comparação da aplicação dos indicadores retirados das duas pesquisas explanados neste capítulo, que no estudo de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) os resultados dos índices de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo foram superiores para todos os grupos. Isso ocorreu por diversos fatores, como por exemplo a diferença entre os objetos de estudo, casas populares e apartamentos de médio padrão, mas principalmente pela falta de indicadores para todos os materiais e abrangência de todas as etapas necessárias para a produção dos elementos de concreto armado. Já no trabalho de Oliveira (2007) a similaridade dos objetos de estudo e a utilização da ACV, abrangendo todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultou em dados mais confiáveis e próximos da quantidade real de CO2 emitido para a atmosfera devido aos elementos estruturais acabados. É válido destacar que os índices de emissões de CO2 encontrados não englobam a quantidade de materiais desperdiçados no processo de produção dos elementos de concreto armado, que pode ser muito elevada. Esse fato abre uma nova frente de pesquisa para estudos futuros, já que depende do tipo de tecnologia empregada no processo, do treinamento da mão-de-obra, da qualidade dos materiais, etc. A determinação das dimensões dos elementos viga e pilar em cada projeto foi crucial para a “ranquear” os grupos, resultando o grupo 6 com o pior desempenho ambiental e o grupo 4 com o melhor desempenho ambiental sob a ótica da emissão de gás carbônico. Nos projetos desenvolvidos pelos alunos a escolha das dimensões dos elementos foi unicamente baseada no pré-dimensionamento devido aos esforços estruturais, arquitetura e espaço para as vagas de veículos no subsolo, não foram considerados os fatores econômicos, tecnológicos e logísticos, tão importantes e, que numa situação real de empreendimento imobiliário, são sempre levados em conta. Com base nos resultados deste capítulo seria válido considerar o desempenho ambiental dos elementos estruturais antes de escolher as suas dimensões, já que este está intimamente ligado aos demais fatores e não deve ser menos importante. 63 6. CONCLUSÃO A construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do país, por incentivar os setores da economia, setor comercial e por ser a indústria de maior importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de ser o setor que mais emprega mão-de-obra pouco qualificada, transformando em cidadãos indivíduos que estão à margem da sociedade. Os bens, com as maiores dimensões físicas, produzidos no Mundo, provêm da Indústria da Construção, para isso, esta consome uma grande quantidade de recursos naturais e dispõe ao ambiente, outra gama enorme de resíduos. Assim, para atingir a sustentabilidade as novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas nos projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação da natureza, visando à harmonia entre as necessidades humanas do presente e respeitando o direito de uso das gerações futuras. A variação natural do clima sempre ocorreu, entretanto as temperaturas variavam numa escala de milhões de anos. A interferência humana nesse fenômeno, intensificando as emissões de dióxido de carbono e outros gases, diminui esse período de variação da temperatura média do planeta para séculos e décadas. A conseqüência do descaso com o ambiente provocou uma mudança permanente e irreversível no clima. O desenvolvimento de políticas nacionais para combater o aumento da temperatura média da Terra, a conscientização e educação das pessoas sobre os efeitos de suas atitudes contrárias aos propósitos ambientais e o incentivo de estudos, pesquisas e desenvolvimento de novas técnicas sobre o tema, são de grande importância para a sobrevivência e adaptação dos seres vivos à nova realidade quente do planeta. Mesmo com todas as dificuldades encontradas para encontrar os índices de emissões de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo é possível afirmar que a necessidade de desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela construção de estruturas de concreto. 64 É possível perceber na comparação da aplicação dos indicadores retirados das duas pesquisas explanados na monografia, que no estudo de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) os resultados dos índices de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo foram superiores para todos os grupos. Isso ocorreu por diversos fatores, como por exemplo a diferença entre os objetos de estudo, casas populares e apartamentos de médio padrão, mas principalmente pela falta de indicadores para todos os materiais e abrangência de todas as etapas necessárias para a produção dos elementos de concreto armado. Já no trabalho de Oliveira (2007) a similaridade dos objetos de estudo e a utilização da ACV, abrangendo todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultou em dados mais confiáveis e próximos da quantidade real de CO2 emitido para a atmosfera devido aos elementos estruturais acabados. A indústria da construção civil emite tantos gases quanto outros setores justificando o aprofundamento maior destes estudos, para poder afirmar com mais certeza as quantidades de gases lançados na atmosfera. Esta monografia pode ser utilizada como estímulo para que pesquisas futuras possam ser aprofundadas de forma mais pontual e menos abrangente. Um aprendizado da autora em decorrência da composição desta monografia é que a escolha de objetos de estudos elementares facilita a pesquisa e resulta em dados mais confiáveis. Os trabalhos referenciados em todo o texto podem ser utilizados para dar continuidade na linha de pesquisa sugerida por este trabalho de conclusão de curso, mesmo diante das dificuldades encontradas – escassez de pesquisas na área, já citada e, grande parte da bibliografia existente ser estrangeira – a importância do tema, já justificada, condiciona a continuação de pesquisas de mesma linha. É válido ressaltar que analisar o potencial de impacto ambiental dos produtos da construção civil é um tanto complexo, devido à enormidade de variáveis existentes, para isso a utilização de ferramentas, como a metodologia ACV e o software BEES 3.0 são de grande ajuda. Porém, isso somente será possível a partir da existência de dados confiáveis sobre a geração de resíduos e consumo de materiais na manufatura dos produtos, resultando numa metodologia bem fundamentada e um banco de dados que caracterize os produtos brasileiros. Assim, a investigação dos produtos da construção e seus impactos ambientais poderão auxiliar na decisão de soluções sustentáveis que unam os aspectos econômicos, tecnológicos, sociais e ambientais. 65 REFERÊNCIAS ALVARENGA, A. Habitação em estrutura de aço leve e componentes reciclados: um ensaio projetual, 2002. Dissertação (Mestrado em Construção Civil). Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2002. ANDRADE, L. M. S. de S.; ROMERO, M. A. B. Desenho de assentamentos urbanos sustentáveis: proposta metodológica. In: CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 1.; ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 10., 2004, São Paulo. Anais. São Paulo, 2004, p. 18-21. ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR ISO 14.040. Gestão Ambiental. Avaliação do Ciclo de Vida. Princípios e Estrutura. Rio de Janeiro, 2001. BISSOLI, M. 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Critérios de Avaliação de Sustentabilidade Ambiental dos Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários em Edifícios de Escritórios. 2006. 162 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, 2006. SCUSSEL, M. C. B. O lugar de morar em Porto Alegre: uma abordagem para avaliar aspectos de qualificação do espaço residencial, à luz de princípios de sustentabilidade. Março de 2007. 277 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Porto Alegre-RS, 2007. 70 APÊNDICE 6.1 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 1 Figura 9 - Projeto Estrutural do Pavimento Tipo do Grupo 1. 71 Tabela 29 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 1. Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³) 1 V301 0,1045 3,39 0,3543 2 V302 0,1045 3,39 0,3543 3 V303 0,1045 27,18 2,8403 4 V304 0,1045 11,39 1,1903 5 V305 0,1045 11,39 1,1903 6 V306 0,1045 4,40 0,4598 7 V307 0,1045 12,60 1,3167 8 V308 0,1045 12,60 1,3167 9 V309 0,1045 4,40 0,4598 10 V310 0,1045 11,20 1,1704 11 V311 0,1045 11,20 1,1704 12 V312 0,1045 4,40 0,4598 13 V313 0,1045 11,20 1,1704 14 V314 0,1045 3,39 0,3543 15 V315 0,1045 3,39 0,3543 16 V316 0,1045 11,20 1,1704 17 V317 0,1045 13,22 1,6829 18 V318 0,1045 1,21 0,1264 19 V319 0,1045 1,21 0,1264 20 V320 0,1045 16,04 1,6762 21 V321 0,1045 14,97 1,5644 22 V322 0,1045 5,81 0,6071 23 V323 0,1045 3,81 0,3981 24 V324 0,1045 14,97 1,5644 25 V325 0,1045 16,04 1,6762 26 V326 0,1045 1,21 0,1264 27 V327 0,1045 1,21 0,1264 28 V328 0,1045 13,22 1,3815 Volume Total de Concreto das Vigas 26,3888 m³ 72 Tabela 30 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 1. Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³) 1 P15 3,10 0,1121 0,3475 2 P16 3,10 0,1121 0,3475 3 P18 3,10 0,0741 0,2297 4 P19 3,10 0,0741 0,2297 5 P20 3,10 0,0741 0,2297 6 P21 3,10 0,0741 0,2297 7 P22 3,10 0,0741 0,2297 8 P23 3,10 0,0741 0,2297 9 P24 3,10 0,0741 0,2297 10 P25 3,10 0,0741 0,2297 11 P26 3,10 0,0741 0,2297 12 P29 3,10 0,0741 0,2297 13 P30 3,10 0,0741 0,2297 14 P31 3,10 0,0741 0,2297 15 P32 3,10 0,0741 0,2297 16 P33 3,10 0,0741 0,2297 17 P34 3,10 0,0741 0,2297 18 P36 3,10 0,0741 0,2297 19 P37 3,10 0,0741 0,2297 20 P38 3,10 0,0741 0,2297 21 P40 3,10 0,0741 0,2297 22 P41 3,10 0,0741 0,2297 23 P42 3,10 0,0741 0,2297 24 P43 3,10 0,0741 0,2297 25 P45 3,10 0,0741 0,2297 26 P46 3,10 0,0741 0,2297 27 P47 3,10 0,0741 0,2297 28 P49 3,10 0,0741 0,2297 29 P50 3,10 0,0741 0,2297 30 P51 3,10 0,0741 0,2297 31 P52 3,10 0,0741 0,2297 32 P54 3,10 0,0741 0,2297 33 P55 3,10 0,0741 0,2297 34 P56 3,10 0,0741 0,2297 35 P57 3,10 0,0741 0,2297 73 36 P58 3,10 0,0741 0,2297 37 P59 3,10 0,1121 0,3475 38 P60 3,10 0,0741 0,2297 39 P61 3,10 0,0741 0,2297 40 P62 3,10 0,0741 0,2297 41 P63 3,10 0,0741 0,2297 42 P64 3,10 0,0741 0,2297 43 P66 3,10 0,0741 0,2297 44 P67 3,10 0,1121 0,3475 Volume Total de Concreto dos Pilares 10,5784 m³ 74 6.2 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 2 Figura 10 - Planta da Estrutura do Pavimento Tipo do Grupo 2. 75 Tabela 31 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 2. Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³) 1 VX01 0,1140 4,60 0,5244 2 VX02 0,1140 4,60 0,5244 3 VX03 0,1140 6,40 0,7296 4 VX04 0,1140 4,60 0,5244 5 VX05 0,1140 4,60 0,5244 6 VX06 0,1140 4,60 0,5244 7 VX07 0,1140 4,60 0,5244 8 VX08 0,1140 6,40 0,7296 9 VX09 0,1140 4,60 0,5244 10 VX10 0,1140 4,60 0,5244 11 VX11 0,1140 5,80 0,6612 12 VX12 0,1140 4,00 0,4560 13 VX13 0,1140 5,80 0,6612 14 VX14 0,1140 5,80 0,6612 15 VX15 0,1140 4,00 0,4560 16 VX16 0,1140 5,80 0,6612 17 VX17 0,1140 4,60 0,5244 18 VX18 0,1140 4,60 0,5244 19 VX19 0,1140 6,40 0,7296 20 VX20 0,1140 4,60 0,5244 21 VX21 0,1140 4,60 0,5244 22 VX22 0,1140 4,60 0,5244 23 VX23 0,1140 4,60 0,5244 24 VX24 0,1140 6,40 0,7296 25 VX25 0,1140 4,60 0,5244 26 VX26 0,1140 4,60 0,5244 27 VX27 0,1140 7,20 0,8208 28 VX28 0,1140 7,20 0,8208 29 VX29 0,1140 7,20 0,8208 30 VX30 0,1140 7,20 0,8208 31 VX31 0,1140 7,20 0,8208 32 VX32 0,1140 7,20 0,8208 33 VX33 0,1140 2,40 0,2736 34 VX34 0,1140 2,40 0,2736 76 35 VX35 0,1140 2,40 0,2736 36 VX36 0,1140 2,40 0,2736 37 VX37 0,1140 4,00 0,4560 38 VX38 0,1140 4,00 0,4560 39 VX39 0,1140 4,00 0,4560 40 VX40 0,1140 2,40 0,2736 41 VX41 0,1140 2,40 0,2736 42 VX42 0,1140 2,40 0,2736 43 VX43 0,1140 2,40 0,2736 44 VX44 0,1140 7,20 0,8208 45 VX45 0,1140 7,20 0,8208 46 VX46 0,1140 7,20 0,8208 47 VX47 0,1140 7,20 0,8208 48 VX48 0,1140 7,20 0,8208 49 VX49 0,1140 7,20 0,8208 50 VSX01 0,0570 6,20 0,3534 51 VSX02 0,0570 6,20 0,3534 52 VSX03 0,0475 1,30 0,0618 53 VSX04 0,0475 1,30 0,0618 54 VSX05 0,0475 1,30 0,0618 55 VSX06 0,0570 6,20 0,3534 56 VSX07 0,0570 6,20 0,3534 57 VSX08 0,0475 1,30 0,0618 58 VSX09 0,0475 1,30 0,0618 59 VSX10 0,0475 1,30 0,0618 Volume Total de Concreto das Vigas 30,0561 m³ 77 Tabela 32 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 2. Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³) 1 P1 3,10 0,0570 0,1767 2 P2 3,10 0,0950 0,2945 3 P3 3,10 0,1140 0,3534 4 P4 3,10 0,1140 0,3534 5 P5 3,10 0,0950 0,2945 6 P6 3,10 0,0570 0,1767 7 P7 3,10 0,0570 0,1767 8 P8 3,10 0,1140 0,3534 9 P9 3,10 0,1140 0,3534 10 P10 3,10 0,1140 0,3534 11 P11 3,10 0,1140 0,3534 12 P12 3,10 0,0570 0,1767 13 P13 3,10 0,0380 0,1178 14 P14 3,10 0,0570 0,1767 15 P15 3,10 0,0760 0,2356 16 P16 3,10 0,0570 0,1767 17 P17 3,10 0,0380 0,1178 18 P18 3,10 0,0570 0,1767 19 P19 3,10 0,0760 0,2356 20 P20 3,10 0,0570 0,1767 21 P21 3,10 0,0570 0,1767 22 P22 3,10 0,1140 0,3534 23 P23 3,10 0,1140 0,3534 24 P24 3,10 0,1140 0,3534 25 P25 3,10 0,1140 0,3534 26 P26 3,10 0,0570 0,1767 27 P27 3,10 0,0570 0,1767 28 P28 3,10 0,0950 0,2945 29 P29 3,10 0,1140 0,3534 30 P30 3,10 0,1140 0,3534 31 P31 3,10 0,0950 0,2945 32 P32 3,10 0,0570 0,1767 Volume Total de Concreto dos Pilares 8,2460 m³ 78 6.3 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 3 Figura 11 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 3. 79 Tabela 33 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 3. Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³) 1 V401 0,0760 4,6 0,3496 2 V402 0,0760 2,2 0,1672 3 V403 0,0760 2,2 0,1672 4 V404 0,0760 2,95 0,2242 5 V405 0,0760 1,76 0,1338 6 V406 0,0760 2,65 0,2014 7 V407 0,0760 2,95 0,2242 8 V408 0,0760 1,85 0,1406 9 V409 0,0760 4,68 0,3557 10 V410 0,0760 3,85 0,2926 11 V411 0,0760 5,28 0,4013 12 V412 0,0760 1,85 0,1406 13 V413 0,0760 3,6 0,2736 14 V414 0,0760 2,65 0,2014 15 V415 0,0760 2,01 0,1528 16 V416 0,0760 2,01 0,1528 17 V417 0,0760 2,65 0,2014 18 V418 0,0760 3,6 0,2736 19 V419 0,0760 3,3 0,2508 20 V420 0,0560 2,87 0,1607 21 V421 0,0560 2,87 0,1607 22 V422 0,0560 2,87 0,1607 23 V423 0,0560 2,87 0,1607 24 V424 0,0760 3,3 0,2508 25 V425 0,0760 2,65 0,2014 26 V426 0,0560 3,6 0,2016 27 V427 0,0560 2,65 0,1484 28 V428 0,0560 5,15 0,2884 29 V429 0,0560 4,6 0,2576 30 V430 0,0560 5,15 0,2884 31 V431 0,0560 2,65 0,1484 32 V432 0,0560 3,6 0,2016 33 V433 0,0760 5,1 0,3876 34 V434 0,0560 5,53 0,3097 35 V435 0,0560 5,53 0,3097 80 36 V436 0,0760 3,3 0,2508 37 V437 0,0760 3,3 0,2508 38 V438 0,0560 5,53 0,3097 39 V439 0,0560 5,53 0,3097 40 V440 0,0760 5,1 0,3876 41 V441 0,0760 4,6 0,3496 42 V442 0,0760 1,4 0,1064 43 V443 0,0760 1,62 0,1231 44 V444 0,0760 1,4 0,1064 45 V445 0,0560 5,15 0,2884 46 V446 0,0560 5,15 0,2884 47 V447 0,0760 3,6 0,2736 48 V448 0,0760 2,65 0,2014 49 V449 0,0760 5,15 0,3914 50 V450 0,0760 4,6 0,3496 51 V451 0,0760 5,15 0,3914 52 V452 0,0760 2,65 0,2014 53 V453 0,0760 3,6 0,2736 54 V454 0,0760 0,85 0,0646 55 V455 0,0760 1,45 0,1102 56 V456 0,0760 1,45 0,1102 57 V457 0,0760 0,85 0,0646 Volume Total de Concreto das Vigas 13,1440 m³ Tabela 34 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 3. Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³) 1 P12 3,10 0,1140 0,3534 2 P13 3,10 0,1140 0,3534 3 P15 3,10 0,1140 0,3534 4 P16 3,10 0,1140 0,3534 5 P17 3,10 0,1140 0,3534 6 P18 3,10 0,1140 0,3534 7 P19 3,10 0,1140 0,3534 8 P21 3,10 0,1140 0,3534 9 P22 3,10 0,1120 0,3472 10 P23 3,10 0,1120 0,3472 81 11 P24 3,10 0,1140 0,3534 12 P25 3,10 0,1140 0,3534 13 P26 3,10 0,1120 0,3472 14 P27 3,10 0,1120 0,3472 15 P28 3,10 0,1140 0,3534 16 P29 3,10 0,1140 0,3534 17 P30 3,10 0,1140 0,3534 18 P32 3,10 0,1140 0,3534 19 P33 3,10 0,1120 0,3472 20 P34 3,10 0,1120 0,3472 21 P36 3,10 0,1140 0,3534 22 P37 3,10 0,1140 0,3534 23 P38 3,10 0,1120 0,3472 24 P39 3,10 0,1120 0,3472 25 P40 3,10 0,1140 0,3534 26 P42 3,10 0,1140 0,3534 27 P43 3,10 0,1140 0,3534 28 P45 3,10 0,1140 0,3534 29 P46 3,10 0,1120 0,3472 30 P47 3,10 0,1400 0,4340 31 P48 3,10 0,1140 0,3534 32 P49 3,10 0,1140 0,3534 33 P50 3,10 0,1400 0,4340 34 P51 3,10 0,1120 0,3472 35 P52 3,10 0,1140 0,3534 Volume Total de Concreto dos Pilares 12,4682 m³ 82 6.4 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 4 Figura 12 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 4. 83 Tabela 35 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 4. Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³) 1 VP100 0,0361 2,41 0,0870 2 VP101 0,0361 1,25 0,0451 3 VP102 0,0361 2,35 0,0848 4 VP103 0,0361 1,60 0,0578 5 VP104 0,0361 2,41 0,0870 6 VP105 0,0266 2,61 0,0694 7 VP106 0,0361 2,41 0,0870 8 VP107 0,0361 2,78 0,1004 9 VP108 0,0361 1,87 0,0675 10 VP109 0,0361 1,87 0,0675 11 VP110 0,0361 2,78 0,1004 12 VP111 0,0361 2,41 0,0870 13 VP112 0,0361 1,30 0,0469 14 VP113 0,0361 2,30 0,0830 15 VP114 0,0266 2,26 0,0601 16 VP115 0,0266 2,41 0,0641 17 VP116 0,0266 2,41 0,0641 18 VP117 0,0266 2,26 0,0601 19 VP118 0,0361 2,01 0,0726 20 VP119 0,0266 2,15 0,0572 21 VP120 0,0266 2,91 0,0774 22 VP121 0,0266 2,26 0,0601 23 VP122 0,0266 2,41 0,0641 24 VP123 0,0741 4,41 0,3268 25 VP124 0,0266 2,41 0,0641 26 VP125 0,0266 2,26 0,0601 27 VP126 0,0266 2,91 0,0774 28 VP127 0,0266 2,15 0,0572 29 VP128 0,0361 2,01 0,0726 30 VP129 0,0361 2,01 0,0726 31 VP130 0,0361 2,46 0,0888 32 VP131 0,0361 2,65 0,0957 33 VP132 0,0361 4,81 0,1736 34 VP133 0,0741 6,00 0,4446 35 VP134 0,0741 4,81 0,3564 36 VP135 0,0361 2,65 0,0957 84 37 VP136 0,0361 2,46 0,0888 38 VP137 0,0361 2,01 0,0726 39 VP138 0,0741 7,01 0,5194 40 VP139 0,0741 6,00 0,4446 41 VP140 0,0741 7,01 0,5194 42 VP141 0,0741 3,39 0,2512 43 VP142 0,0361 2,59 0,0935 44 VP143 0,0546 3,60 0,1966 45 VP144 0,0266 2,85 0,0758 46 VP145 0,0546 3,60 0,1966 47 VP146 0,0546 3,06 0,1671 48 VP147 0,0266 2,80 0,0745 49 VP148 0,0546 3,81 0,2080 50 VP149 0,0361 2,20 0,0794 51 VP150 0,0361 2,00 0,0722 52 VP151 0,0266 1,06 0,0282 53 VP152 0,0266 1,34 0,0356 54 VP153 0,0361 3,12 0,1126 55 VP154 0,0361 1,60 0,0578 56 VP155 0,0741 3,58 0,2653 57 VP156 0,0361 1,70 0,0614 58 VP157 0,0266 2,81 0,0747 59 VP158 0,0361 2,20 0,0794 60 VP159 0,0266 2,01 0,0535 61 VP160 0,0546 2,81 0,1534 62 VP161 0,0361 3,12 0,1126 63 VP162 0,0361 1,60 0,0578 64 VP163 0,0741 3,58 0,2653 65 VP164 0,0361 1,70 0,0614 66 VP165 0,0361 2,00 0,0722 67 VP166 0,0266 1,06 0,0282 68 VP167 0,0266 1,34 0,0356 69 VP168 0,0266 2,80 0,0745 70 VP169 0,0546 3,81 0,2080 71 VP170 0,0361 2,20 0,0794 72 VP171 0,0546 3,06 0,1671 73 VP172 0,0266 2,85 0,0758 74 VP173 0,0546 3,60 0,1966 85 75 VP174 0,0361 2,59 0,0935 76 VP175 0,0546 3,60 0,1966 77 VP176 0,0741 3,39 0,2512 78 VP177 0,0741 4,41 0,3268 79 VP178 0,0361 0,81 0,0292 80 VP179 0,0361 0,81 0,0292 Volume Total de Concreto das Vigas 9,9788 m³ Tabela 36 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 4. Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³) 1 P1 3,10 0,0741 0,2297 2 P2 3,10 0,0741 0,2297 3 P3 3,10 0,0741 0,2297 4 P4 3,10 0,0741 0,2297 5 P5 3,10 0,0741 0,2297 6 P6 3,10 0,0741 0,2297 7 P7 3,10 0,0741 0,2297 8 P8 3,10 0,0546 0,1693 9 P9 3,10 0,0741 0,2297 10 P10 3,10 0,0741 0,2297 11 P11 3,10 0,0741 0,2297 12 P12 3,10 0,0741 0,2297 13 P13 3,10 0,0741 0,2297 14 P14 3,10 0,0741 0,2297 15 P15 3,10 0,1026 0,3181 16 P16 3,10 0,0741 0,2297 17 P17 3,10 0,0546 0,1693 18 P18 3,10 0,1121 0,3475 19 P19 3,10 0,0826 0,2561 20 P20 3,10 0,0546 0,1693 21 P21 3,10 0,0741 0,2297 22 P22 3,10 0,0741 0,2297 23 P23 3,10 0,0546 0,1693 24 P24 3,10 0,0546 0,1693 25 P25 3,10 0,0546 0,1693 26 P26 3,10 0,0988 0,3063 86 27 P27 3,10 0,0741 0,2297 28 P28 3,10 0,0988 0,3063 29 P29 3,10 0,0546 0,1693 30 P30 3,10 0,0546 0,1693 31 P31 3,10 0,0546 0,1693 32 P32 3,10 0,0741 0,2297 33 P33 3,10 0,0741 0,2297 34 P34 3,10 0,0741 0,2297 35 P35 3,10 0,0546 0,1693 36 P36 3,10 0,0546 0,1693 37 P37 3,10 0,0741 0,2297 38 P38 3,10 0,1064 0,3298 39 P39 3,10 0,1064 0,3298 40 P40 3,10 0,0741 0,2297 41 P41 3,10 0,0546 0,1693 42 P42 3,10 0,0546 0,1693 43 P43 3,10 0,0741 0,2297 44 P44 3,10 0,0741 0,2297 45 P45 3,10 0,0741 0,2297 Volume Total de Concreto dos Pilares 10,1370 m³ 87 6.5 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 5 Figura 13 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 5. 88 Tabela 37 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 5. Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³) 1 V200 0,1691 10,80 1,8263 2 V201 0,1691 7,74 1,3088 3 V202 0,1691 5,20 0,8793 4 V203 0,1140 7,16 0,8162 5 V204 0,1140 2,64 0,3010 6 V205 0,1140 12,36 1,4090 7 V206 0,1140 12,36 1,4090 8 V207 0,1691 7,56 1,2784 9 V208 0,1691 5,01 0,8472 10 V209 0,1691 5,01 0,8472 11 V210 0,1140 9,47 1,0796 12 V211 0,1140 4,92 0,5609 13 V212 0,1140 2,95 0,3363 14 V213 0,1140 6,14 0,7000 15 V214 0,1140 1,97 0,2246 16 V215 0,1140 1,97 0,2246 17 V216 0,1140 6,14 0,7000 18 V217 0,1140 2,95 0,3363 19 V218 0,1140 4,92 0,5609 20 V219 0,1691 9,47 1,6014 21 V220 0,1140 7,16 0,8162 22 V221 0,1691 5,20 0,8793 23 V222 0,1140 3,05 0,3477 24 V223 0,1691 7,56 1,2784 25 V224 0,1140 4,56 0,5198 26 V225 0,1691 2,93 0,4955 27 V226 0,1140 5,38 0,6133 28 V227 0,1140 6,20 0,7068 29 V228 0,1140 5,38 0,6133 30 V229 0,1140 6,20 0,7068 31 V230 0,1140 7,49 0,8539 Volume Total de Concreto das Vigas 25,0779 m³ 89 Tabela 38 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 5. Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³) 1 P10 3,10 0,1140 0,3534 2 P12 3,10 0,1140 0,3534 3 P13 3,10 0,1140 0,3534 4 P15 3,10 0,1140 0,3534 5 P17 3,10 0,1140 0,3534 6 P18 3,10 0,1140 0,3534 7 P20 3,10 0,1140 0,3534 8 P21 3,10 0,1140 0,3534 9 P24 3,10 0,1140 0,3534 10 P25 3,10 0,1140 0,3534 11 P26 3,10 0,1140 0,3534 12 P27 3,10 0,1140 0,3534 13 P29 3,10 0,1140 0,3534 14 P30 3,10 0,1140 0,3534 15 P32 3,10 0,1140 0,3534 16 P33 3,10 0,1140 0,3534 17 P34 3,10 0,1330 0,4123 18 P37 3,10 0,1140 0,3534 19 P39 3,10 0,1140 0,3534 20 P40 3,10 0,1140 0,3534 21 P42 3,10 0,1140 0,3534 22 P43 3,10 0,1140 0,3534 23 P46 3,10 0,1140 0,3534 24 P47 3,10 0,1226 0,3799 25 P48 3,10 0,1226 0,3799 26 P49 3,10 0,1140 0,3534 Volume Total de Concreto dos Pilares 9,3003 m³ 90 6.6 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 6 Figura 14 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 6. 91 Tabela 39 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 6. Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³) 1 V1 0,1197 2,41 0,2885 2 V2 0,1197 3,01 0,3603 3 V3 0,1197 3,41 0,4082 4 V4 0,1197 2,80 0,3352 5 V5 0,1197 4,41 0,5279 6 V6 0,1197 2,52 0,3016 7 V7 0,1197 3,00 0,3591 8 V8 0,1197 4,01 0,4800 9 V9 0,1197 2,41 0,2885 10 V10 0,1197 3,20 0,3830 11 V11 0,1197 2,41 0,2885 12 V12 0,1197 2,61 0,3124 13 V13 0,1197 7,91 0,9468 14 V14 0,1197 5,40 0,6464 15 V15 0,1197 2,52 0,3016 16 V16 0,1197 4,60 0,5506 17 V17 0,1197 2,41 0,2885 18 V18 0,1197 4,71 0,5638 19 V19 0,1197 5,61 0,6715 20 V20 0,1197 2,41 0,2885 21 V21 0,1197 3,20 0,3830 22 V22 0,1197 2,52 0,3016 23 V23 0,1197 3,00 0,3591 24 V24 0,1197 4,01 0,4800 25 V25 0,1197 2,80 0,3352 26 V26 0,1197 4,41 0,5279 27 V27 0,1197 2,41 0,2885 28 V28 0,1197 3,01 0,3603 29 V29 0,1197 3,41 0,4082 30 V30 0,1197 2,82 0,3376 31 V31 0,1197 4,61 0,5518 32 V32 0,1197 2,82 0,3376 33 V33 0,1197 3,40 0,4070 34 V34 0,1197 0,82 0,0982 35 V35 0,1197 4,00 0,4788 36 V36 0,1197 4,00 0,4788 92 37 V37 0,1197 2,41 0,2885 38 V38 0,1197 1,60 0,1915 39 V39 0,1197 2,82 0,3376 40 V40 0,1197 3,00 0,3591 41 V41 0,1197 2,82 0,3376 42 V42 0,1197 1,60 0,1915 43 V43 0,1197 2,40 0,2873 44 V44 0,1197 2,21 0,2645 45 V45 0,1197 3,00 0,3591 46 V46 0,1197 2,21 0,2645 47 V47 0,1197 2,40 0,2873 48 V48 0,1197 4,42 0,5291 49 V49 0,1197 4,41 0,5279 50 V50 0,1197 4,42 0,5291 51 V51 0,1197 2,41 0,2885 52 V52 0,1197 4,81 0,5758 53 V53 0,1197 3,00 0,3591 54 V54 0,1197 1,21 0,1448 55 V55 0,1197 4,81 0,5758 Volume Total de Concreto das Vigas 21,4227 m³ Tabela 40 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 6. Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³) 1 P1 3,10 0,1140 0,3534 2 P2 3,10 0,1140 0,3534 3 P3 3,10 0,1140 0,3534 4 P4 3,10 0,1140 0,3534 5 P5 3,10 0,1140 0,3534 6 P6 3,10 0,1140 0,3534 7 P7 3,10 0,1140 0,3534 8 P8 3,10 0,1140 0,3534 9 P9 3,10 0,1140 0,3534 10 P10 3,10 0,1140 0,3534 11 P11 3,10 0,1140 0,3534 12 P12 3,10 0,1140 0,3534 13 P13 3,10 0,1140 0,3534 93 14 P14 3,10 0,1140 0,3534 15 P15 3,10 0,1140 0,3534 16 P16 3,10 0,1140 0,3534 17 P17 3,10 0,1140 0,3534 18 P18 3,10 0,1140 0,3534 19 P19 3,10 0,3990 1,2369 20 P20 3,10 0,3990 1,2369 21 P21 3,10 0,3990 1,2369 22 P22 3,10 0,1140 0,3534 23 P23 3,10 0,1140 0,3534 24 P24 3,10 0,1140 0,3534 25 P25 3,10 0,1140 0,3534 26 P26 3,10 0,1140 0,3534 27 P27 3,10 0,1140 0,3534 28 P28 3,10 0,1140 0,3534 29 P29 3,10 0,1140 0,3534 30 P30 3,10 0,1140 0,3534 31 P31 3,10 0,1140 0,3534 32 P32 3,10 1,4775 4,5802 33 P33 3,10 0,3990 1,2369 34 P34 3,10 0,1140 0,3534 35 P35 3,10 0,1140 0,3534 36 P36 3,10 0,1140 0,3534 Volume Total de Concreto dos Pilares 20,4832 m³ 94 6.7 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 7 Figura 15 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 7. 95 Tabela 41 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 7. Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³) 1 V1 0,1330 13,61 1,8101 2 V2 0,1330 5,22 0,6943 3 V3 0,1330 13,61 1,8101 4 V4 0,0950 2,21 0,2100 5 V5 0,0950 2,21 0,2100 6 V6 0,1330 5,22 0,6943 7 V7 0,0950 9,01 0,8560 8 V8 0,0950 9,01 0,8560 9 V9 0,0950 5,21 0,4950 10 V10 0,0950 5,21 0,4950 11 V11 0,1330 5,22 0,6943 12 V12 0,1330 5,21 0,6929 13 V13 0,1330 18,42 2,4499 14 V14 0,1330 5,21 0,6929 15 V15 0,1330 3,61 0,4801 16 V16 0,1330 3,61 0,4801 17 V17 0,1330 6,60 0,8778 18 V18 0,1330 6,60 0,8778 19 V19 0,1330 4,39 0,5839 20 V20 0,1330 3,60 0,4788 21 V21 0,0950 7,60 0,7220 22 V22 0,0950 4,20 0,3990 23 V23 0,0950 9,00 0,8550 24 V24 0,0950 5,60 0,5320 25 V25 0,0950 11,60 1,1020 26 V26 0,1330 4,80 0,6384 27 V27 0,0950 11,60 1,1020 28 V28 0,0950 5,60 0,5320 29 V29 0,0950 9,00 0,8550 30 V30 0,0950 4,20 0,3990 31 V31 0,0950 7,60 0,7220 32 V32 0,0950 3,60 0,3420 33 V33 0,0950 4,39 0,4171 Volume Total de Concreto das Vigas 25,0564 m³ 96 Tabela 42 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 7. Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³) 1 P1 3,10 0,1121 0,3475 2 P2 3,10 0,1881 0,5831 3 P3 3,10 0,1881 0,5831 4 P4 3,10 0,1881 0,5831 5 P5 3,10 0,1881 0,5831 6 P6 3,10 0,1121 0,3475 7 P7 3,10 0,1121 0,3475 8 P8 3,10 0,1881 0,5831 9 P9 3,10 0,1881 0,5831 10 P10 3,10 0,1121 0,3475 11 P11 3,10 0,1121 0,3475 12 P12 3,10 0,1881 0,5831 13 P13 3,10 0,1881 0,5831 14 P14 3,10 0,1881 0,5831 15 P15 3,10 0,1121 0,3475 16 P16 3,10 0,1881 0,5831 17 P17 3,10 0,1501 0,4653 18 P18 3,10 0,1121 0,3475 19 P19 3,10 0,1121 0,3475 20 P20 3,10 0,1501 0,4653 21 P21 3,10 0,1881 0,5831 22 P22 3,10 0,1881 0,5831 23 P23 3,10 0,1881 0,5831 24 P24 3,10 0,1881 0,5831 25 P25 3,10 0,1501 0,4653 26 P26 3,10 0,1121 0,3475 27 P27 3,10 0,1121 0,3475 Volume Total de Concreto dos Pilares 13,0346 m³