BOLETIM INTERAÇÃO www.tesouro.fazenda.gov.br Boletim Informativo da Gerência de Relações Financeiras com Organismos Internacionais - GEROR COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTROLE DA DÍVIDA PÚBLICA / SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL / MF Ano 1 – Nº 1 – abril de 2002 – Brasília - DF O TESOURO NACIONAL E A ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS EXTERNOS LEMBRE-SE: Com a edição da nova Norma de Execução Conjunta nº 2, em 14.11.2001, que trata da definição dos procedimentos de movimentação de recursos externos e de contrapartida nacional, o Tesouro Nacional lembra aos executores que, de acordo com o item 17 da referida Norma, o prazo de encaminhamento de Pedidos de Reembolso (PR) ao Tesouro, no caso exclusivo de doações e acordo com o Decreto nº 890, de 9.8.93, e a Instrução (concessão de crédito), foi alterado de 60 (sessenta) para 90 (noventa) dias. Normativa nº 3, de 22.10.96, o Tesouro Nacional é responsável Solicite sua cópia da nova norma de execução pelo e-mail pela movimentação e administração das contas especiais, em [email protected], sob o título “Norma de Execução”. moeda estrangeira, dos empréstimos e doações (concessões de créditos especiais) firmados pela União junto a Organismos Multilaterais de Crédito e Agência Governamentais Estrangeiras. Em março, o Ministério da Integração Nacional promoveu encontro em Brasília para mostrar os Face a essas atribuições, o Tesouro Nacional mantém resultados dos projetos PRODEAGRO e contatos com os diversos agentes responsáveis pela avaliação, PLANAFLORO. Nessa iniciativa, tivemos a implementação e controle dos projetos que envolvam recursos oportunidade de ver os trabalhos realizados por externos. várias equipes; É do interesse do Tesouro Nacional que haja integração entre O Ministério dos Transportes implantou um esses agentes, visando à maximização dos resultados de cada sistema novo para monitorar a conservação das projeto, seja pela administração racional dos recursos estradas federais. Várias rodovias já contam com a financeiros envolvidos, seja pela adoção de procedimentos novidade. técnico-administrativos que imprimam celeridade à conclusão desses projetos. A nova equipe do BIRD no Brasil já está a postos. O novo diretor é VINOD THOMAS e a nova Dentre outros benefícios, as considerações acima motivam o Gerente de Carteira é MARY SHEEHAN. Tesouro Nacional a editar este informativo trimestral, cujo conteúdo deverá ser constantemente atualizado, trazendo, também, dados estatísticos dos projetos, bem como informações que possam contribuir para o aprimoramento das ações dos agentes envolvidos. D ACONTECEU NESTA EDIÇÃO: Para tanto, contamos com a participação de todos na consolidação deste informativo, através do envio de comentários, sugestões e reclamações pelo e-mail [email protected], sob o título “Boletim”. Fabio de Oliveira Barbosa Secretário do Tesouro Nacional 1 – Introdução................................................... .Pág. 1 2 – Lembre-se..................................................... .Pág. 1 3 – Aconteceu........................................................Pág. 1 4 – Fique por Dentro – PROARCO.......................Pág. 2 5 – Desempenho dos Projetos................................Pág. 3 6 – Radar................................................................Pág. 3 7 – Vem aí..............................................................Pág. 3 8 – Rápidas............................................................ Pág. 3 9 – Retrospectiva 2001...........................................Pág. 4 10 – Editorial..........................................................Pág. 5 BOLETIM INTERAÇÃO FFIIQQUUEE PPOORR DDEENNTTRROO PROARCO – Acordo de Empréstimo BIRD nº 4389-BR -2Os recursos disponíveis para o PROARCO montam US$ 20,0 milhões, sendo US$ 15,0 milhões recursos do BIRD e US$ 5,0 milhões recursos de contrapartida nacional. Pelo seu caráter preventivo, o PROARCO firmou convênio com o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para fornecimento de imagens via satélite que identificam focos de rata-se do Programa de Prevenção e Controle de calor na área compreendida pela Amazônia Legal. T Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal, instituído pelo Decreto nº 2.959, de 10.2.99, e coordenado pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, entidade vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, e pela Secretaria Especial de Políticas Regionais – SEPRE da Casa Civil da Presidência da República – PR. A localização dos focos em áreas florestadas e a persistência destes focos são critérios de análise para indicativo de alerta, que aciona o Corpo de Bombeiros estaduais e voluntários cadastrados ou, complementarmente, a Força-Tarefa, se constatado incêndio florestal. A Força-Tarefa, coordenada pelo Núcleo Estratégico, implantado na vigência do Programa, engloba o IBAMA, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, a Aeronáutica e o A aprovação e implantação desse Programa ocorreu no Exército. contexto da estratégia do Governo Federal para lidar com incêndios florestais, em particular aqueles ocorridos no final da década de 1990, em grandes áreas incluídas na Amazônia Legal, especialmente no Estado de Roraima. Portanto, o PROARCO tem sua atuação centrada em áreas distintas de 08 (oito) Estados brasileiros, com maior incidência de focos de incêndio, e que descreve um arco de desflorestamento, estendendo-se desde o nordeste do estado do Pará, passando pelo Maranhão, Tocantins, Norte do Mato Grosso até o leste do estado do Acre. Esta área engloba uma faixa contínua de 3.000 Km de extensão, com até 600 Km de largura, totalizando 1,7 milhões de Km² e abrangendo 275 municípios. O sistema de alerta constitui-se de: - - A atuação do PROARCO visa: identificar áreas de maior risco de ocorrência de incêndio florestais, por meio de Sistema de Monitoramento e Previsão Climática; controlar o uso do fogo ao longo da região, por meio das ações de fiscalização das autorizações de queima controlada; informar os produtores e as comunidades rurais quanto aos riscos dos incêndios florestais, por meio de campanhas educativas de mobilização social, conscientização e treinamento; estruturar e implantar núcleo estratégico com capacidade institucional de mobilizar força-tarefa para atender a emergências em combate a incêndios florestais de grandes proporções. ALERTA VERDE: qualquer foco de calor identificado em área florestal ou dentro dos limites de áreas indígenas; ALERTA AMARELO: focos de calor em área florestal persistente por 36 horas com indícios positivos da verificação visual ou por mais de 36 horas independente de indícios visuais; e ALERTA VERMELHO: qualquer incêndio florestal confirmado. Apesar do pouco tempo da execução do Programa, já que o primeiro desembolso ocorreu somente em 20.6.00, diversas ações já foram implementadas. Dentre essas, podemos citar a elaboração de estudos sobre a situação de risco de incêndios, implantação e operação de sistemas de monitoramento de queimadas e de previsão meteorológica, aquisição e distribuição de equipamentos de proteção individual e de combate a incêndio, oferecimento de treinamentos a oficiais do Corpo de Bombeiros estaduais, inclusive no exterior, realização de seminários e aquisição de veículos com sistemas de comunicação via satélite, para fiscalização terrestre. Como resultados, tem-se que, apesar do aumento da identificação de focos de calor em 41,03%, no período 1999/2001, o número de alertas-verde diminuiu em 89,25%, conforme demonstrado no gráfico a seguir: BOLETIM INTERAÇÃO 120.000 6.000 100.000 5.000 80.000 4.000 60.000 3.000 40.000 2.000 20.000 1.000 0 ALERTAS VERDE FOCOS DE INDÊNDIO -3- RADAR Focos de Incêndio Alertas Verde 0 1999 2000 2001 Vê-se, pelas informações acima, a importância da efetividade dos projetos, que representa a contrapartida dos custos de captação arcados pela União. DESEMPENHO DOS PROJETOS P ela quantidade de informações e valores envolvidos em cada projeto, em decorrência das diretrizes e normas nacionais e internacionais, pode-se aferir alguns indicadores em sua condução. O Tesouro Nacional passa a publicar o Índice de Execução de Projetos (IEP), que indica se os desembolsos dos recursos do projeto (empréstimo e contrapartida) estão ocorrendo conforme previsão anual, ao longo do prazo estipulado para o projeto, ou se os desembolsos estão atrasados ou adiantados em relação àquele prazo. Os projetos abaixo encontram-se na seguinte situação: EM ALTA PROJETO BIRD 4147 BID 904 BIRD 4537 I.E.P. 0,82 0,77 0,72 EM BAIXA PROJETO BIRD 4169 BID 5949 BIRD 4310 I.E.P. 0,54 0,49 0,37 Legenda: - Se IEP < 0,7, indica execução atrasada; - Se IEP > 0,7 e < 1,3, indica execução tempestiva; - Se IEP > 1,3, indica execução adiantada. Pela apuração deste índice, pode-se verificar que alguns projetos devem acelerar sua execução (IEP < 0,7), enquanto outros devem procurar manter os gastos (IEP > 0,7 E < 1,3), não permitindo que a celeridade comprometa a efetividade do projeto (IEP >1,3). O Banco Mundial está adaptando seus relatórios às realidades de cada país. A idéia descarta a necessidade de os projetos desenvolverem sistemas para controle e geração de relatório. O Tesouro Nacional, em parceria com a SEAIN/MP, está preparando um workshop sobre administração de projetos. Será uma boa oportunidade para trocar informações. VEM AÍ Além deste informativo, o Tesouro Nacional está desenvolvendo ações que visam aprimorar a administração de recursos externos, cujos detalhes trataremos nos informativos subseqüentes, quais sejam: E.V.E.– Estudo de Viabilidade Econômica; Sistema PORTFOLIO; M.E.F. – Monitoramento de Execução Financeira; Seminários–Disseminação de Procedimentos. Já a partir de junho de 2002 estaremos promovendo seminário para disseminar e padronizar entendimentos acerca da Norma de Execução nº 2, de 14/11/01, que baliza as atividades de todos os envolvidos na condução de projetos que recebam recursos de organismos internacionais. Interessados em participar do seminário devem solicitar sua inscrição, o quanto antes, mediante envio de solicitação de inscrição pelo e-mail: [email protected], sob o título “Seminário”. RÁPIDAS A Secretaria de Assuntos Internacionais - SEAIN do Ministério do Planejamento estará reiniciando seu ciclo de seminários de desembolsos a partir de julho deste ano; Em junho, o Banco Mundial, juntamente com o Tesouro Nacional, fará apresentações no Brasil sobre a nova modalidade financeira disponível para contratações (Fixed-Spread Loan – FSL); BOLETIM INTERAÇÃO RETROSPECTIVA 2001 O Tesouro Nacional publica a consolidação dos dados estatísticos apurados no ano de 2001, mediante acompanhamento da execução financeira dos projetos cofinanciados por organismos multilaterias e agências internacionais de crédito: Os organismos com os quais o Tesouro se relaciona são: Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID; Banco Internacional de Reconstrução e Desevolvimento – BIRD; Kreditanstalt fürWiederaufbau – KFW; Japan International Cooperation Agency – JICA; Japan Bank for International Cooperation – JBIC. Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola- FIDA. O volume de desembolsos para empréstimo entre os organismos no ano de 2001 apresentou a seguinte distribuição percentual: EXERCÍCIO 2001 JBIC 10,9% BID 34,0% BIRD OUTROS 0,1% 55,0% Os montantes de recursos de empréstimos liberados pelo Tesouro Nacional aos executores, por organismo internacional são os seguintes: ORGANISMO BIRD BID JBIC OUTROS TOTAL MONTANTE – R$ FONTE FONTE EXTERNA NACIONAL 314.604.911,00 104.204.391,00 183.724.964,00 75.664.534,00 82.964.160,00 ---820.993,00 ---582.115.028,00 179.868.925,00 -4MINISTERIO CULTURA FAZENDA INTEGRAÇÃO NACIONAL JUSTIÇA AGRICULTURA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DESENVOLV. AGRÁRIO EDUCAÇÃO MEIO AMBIENTE PLANEJAMENTO TRANSPORTES PREVIDÊNCIA RELAÇÕES EXTERIORES SAÚDE SENADO PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA TOTAL MONTANTE – R$ FONTE FONTE EXTERNA NACIONAL 1.234.600,00 1.725.675,00 82.930.705,00 2.201.361,00 32.224.040,00 16.904.376,00 ---4.696.767,00 1.527.228,00 6.137.876,00 ---- 94.449.909,00 6.072.362,00 5.158.427,00 202.538.274,00 2.599.307,00 98.140,00 22.925.071,00 5.802.426,00 9.575.924,00 78.742.197,00 1.538.428,00 ------ 140.609.134,00 4.325.079,00 1.450.245,00 28.136.328,00 1.166.098,00 1.324.838,00 586.052.093,00 189.963.694,00 FALE CONOSCO Dúvidas, sugestões ou reclamações escreva para o e-mail abaixo: [email protected] EXPEDIENTE INTER AÇÃO Secretário de Tesouro Nacional – Fabio de Oliveira Barbosa Secretário-Adjunto do Tesouro Nacional- Rubens Sardenberg Coordenador-Geral de Controle da Dívida Pública – Antônio de Pádua F. Passos Coordenador de Controle da Dívida Pública – Rômulo Rodrigues Gerente de Relações Financeiras com Organismos Internacionais – Marcellus Samir Salles Analista de Finanças e Controle – Fernando César de Oliveira Leite Endereço: Esplanada dos Ministérios – Bloco P – Anexo – Ala A – 1º andar; Site: www.tesouro.fazenda.gov.br; E-mail: [email protected]. A liberação de recursos externos, por ministério, deu-se nos seguintes montantes: ---7.225.455,00 12.695.517,00 BOLETIM INTERAÇÃO EDITORIAL -5- CONTA ESPECIAL DOS PROJETOS A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO RACIONAL DOS RECURSOS DA CONTA ESPECIAL Por Fernando César D esde os primórdios, a humanidade depara-se com o dilema de administrar a escassez de recursos disponíveis, sejam de ordem financeira ou não, para satisfazer suas necessidades. Face a essa escassez, optar pelo atendimento de uma necessidade, em detrimento de outra, faz parte da vida de todos nós. Tal é a aplicação do “custobenefício” em nosso dia-a-dia. A liberalização do mercado mundial, à reboque do processo de globalização, a partir de meados da década de 80, minimizou as barreiras comerciais que dificultavam o fluxo de mercadorias e permitiu a livre movimentação de recursos financeiros entre os países que adotaram o modelo neoliberal. Diante do novo cenário, os governantes desses países viram-se compelidos a fazer profundos ajustes de ordem administrativa e econômica para se inserirem nessa nova ordem. No caso dos países considerados “em desenvolvimento” pelos organismos financeiros internacionais, como o Brasil, este novo cenário exigiu uma postura austera, uma vez que, para honrar seus compromissos, é necessário o aporte de recursos e investimentos externos na economia nacional, apesar dos superávits primários (diferença apurada entre as receitas e despesas antes do pagamento dos juros da dívida pública) das contas internas. Nesse contexto, onde se insere as contas especiais dos projetos que recebem recursos de organismos multilaterais de financiamento ? A administração racional dos recursos externos aplicados aos projetos, impacta diretamente a dívida pública, componente da apuração do superávit das contas nacionais. De que forma isso ocorre ? Quando da solicitação de application (pedido de saque da conta-empréstimo) pelos projetos, ou seja, da transferência do recurso financeiro da conta-empréstimo para a conta especial, a União passa a pagar juros sobre o montante desembolsado, maiores que a comissão de compromisso cobrada na conta-empréstimo. Daí a importância de os executores dos projetos manterem o saldo da conta especial compatível com o fluxo de desembolsos futuros, isto é, não deixar grande monta disponível na conta especial sem que haja previsão de utilização breve desses recursos. Nesse caso, a um benefício corresponde um custo, que deve ser analisado pelos respectivos executores de projeto. O Tesouro Nacional, por sua vez, visando minimizar ainda mais os custos dos recursos externos sob sua administração, optou por adiantar recursos próprios (adiantamento de empréstimo externo-AEE) aos projetos, em substituição aos recursos disponíveis nas contas especiais (adiantamento da conta especial-ACE), reembolsando-se, a partir dessas contas, posteriormente à comprovação de gastos pelos projetos. Vê-se que nossas atividades diárias impactam diretamente a dívida da União. Por isso, a racionalidade na utilização dos recursos torna-se imprescindível. Até a próxima !!!ٱ