Depto de Física/UFMG Laboratório de Fundamentos de Física EXPERIMENTO No 5 LEIS DA REFLEXÃO E DA REFRAÇÃO DA LUZ INTRODUÇÃO REFLEXÃO Quando um raio luminoso OC (figura 1) atinge uma superfície refletora MZ no ponto C, o mesmo é refletido ao longo da direção CA. Uma vez que a luz pode ser emitida em todas as direções a partir do ponto O considerado, muitos outros raios de diferentes direções atingirão a superfície refletora. Um desses raios pode vir segundo a trajetória OD e ser refletido ao longo de DB. Traçando-se as normais CN1 e DN2 nos pontos onde os raios luminosos atingem a superfície refletora obtem-se os ângulos î e î' denominados ângulos de incidência e os ângulos r e r' denominados ângulos de reflexão. Note que os dois raios incidentes OC e OD divergem a partir do ponto O e continuam divergindo após a reflexão, parecendo vir do ponto I. O ponto I fornece a localização da imagem virtual de um objeto situado em O. Figura 1: Diagrama de raios luminosos refletidos numa superfície refletora segundo a Lei de reflexão da luz. REFRAÇÃO Quando um raio luminoso, propagando-se inicialmente num meio 1, com uma velocidade v 1 na direção AC (figura 2), encontra a superfície de separação desse meio 1 com outro meio 2 no ponto C e passa a se propagar nesse outro meio com velocidade v 2, ele muda de direção, passando a se propagar ao longo de CB. (No caso, v 2 < v 1). Os ângulos θ1 e θ2 são chamadas ângulos de incidência e de refração, respectivamente, e estão relacionados às velocidades v1 e v2 através da lei de Snell: sen θ1 v1 = , sen θ 2 v2 ou ainda, sen θ1 n 2 = sen θ2 n1 , 28 Depto de Física/UFMG Laboratório de Fundamentos de Física onde n1 (= c/ v 1) é o índice de refração do meio 1 e n2 (= c/ v 2) índice de refração do meio 2, sendo c a velocidade da luz (= 3,0x108 m/s). Figura 2: Diagrama de um raio luminoso refratado de um meio 1 para um meio 2 segundo a lei de refração. PARTE EXPERIMENTAL Objetivo: 1. Verificar as leis da reflexão e da refração da luz traçando a trajetória de raios luminosos que incidem em uma superfície. 2. Medir o índice de refração da luz na água a partir da lei de Snell, traçando a trajetória de raios luminosos incidentes na superfície de separação de dois meios transparentes. Material: Espelho plano com suporte, placa de isopor retangular, alfinetes, papel milimetrado, transferidor, papel milimetrado, placa de isopor em forma de T, béquer de 500ml. Procedimento: 1a Parte: Leis da reflexão da luz 1) Coloque sobre a placa de isopor a folha de papel milimetrado e o espelho plano. A posição do espelho deverá ser marcada por meio de um traço e o espelho deverá ficar alinhado normal ao plano do papel. A seguir, espete um alfinete verticalmente no papel em um ponto O situado à frente do espelho, a cerca de 6 a 8 cm do mesmo. Olhando, agora, no nível da folha de papel, à direita de O, localize visualmente a imagem I do alfinete-objeto no espelho. Procure alinhar dois outros alfinetes 1 e 2 com a imagem I, espetando-os também no papel. Marque esses pontos com A e H, por exemplo. 2) Agora, coloque-se atrás do alfinete-objeto O e ajuste sua linha de visada até que O e as imagens de 1 e 2 fiquem alinhadas. Espete outro alfinete em um ponto ao longo dessa linha de visada, como em E, por exemplo. 3) Retire os alfinetes e o espelho, menos o alfinete - objeto, e trace AC, OC e N1. O que representam AC e OC? Como são denominados ao ângulos î e r ? Meça os seus valores. O resultado foi o esperado? 29 Depto de Física/UFMG Laboratório de Fundamentos de Física 4) Recolocando o espelho no mesmo lugar, modifique a posição da sua cabeça de modo que fique à esquerda de O. Repita o procedimento dos itens 2 e 3 para obter os pontos B, J, D, F e a normal N2. Que relação existe entre os valores dos ângulos î' e r' ? 5) Retire novamente o espelho e prolongue AC e BD até que se interceptem. O que representa o ponto de interseção I? 6) Meça as distâncias de O e I ao espelho. Quais as suas conclusões a respeito da imagem formada por um espelho plano? 2a Parte: Leis da refração da luz e medir o índice de refração da água 1) Cubra a peça de isopor em forma de T com uma folha de papel milimetrado, recortado na mesma forma do isopor. 2) Marque com dois alfinetes (1 e 2) uma direção qualquer na parte mais estreita da peça de isopor, como mostra a figura 3. Figura 3: Isopor em forma de T com as indicações dos alfinetes a serem espetados. 3) Coloque cerca de 700 ml de água no béquer e insira a peça de isopor em forma de T verticalmente, de modo que os dois alfinetes fiquem abaixo da superfície da água. 4) Olhando através da superfície da água, procure alinhar dois outros alfinetes (3 e 4) com a imagem dos dois primeiros (imagem produzida por refração), numa mesma linha de visada. ATENÇÃO!... Cuidado para não olhar através do vidro do béquer, o que ocasionaria mais uma refração. Procure ajustar seu plano de visada ao plano do papel. 3) Retirando o isopor da água, trace no papel a linha correspondente à superfície de separação dos dois meios (água e ar), bem como a normal à mesma no ponto de incidência. 4) Verifique os ângulos de incidência e refração θ1 e θ2 e meça os seus valores. 5) Considerando o índice de refração absoluto do ar igual a 1,00, calcule o índice de refração da água. O valor tabelado para o índice de refração da água é 1,33. Qual a diferença percentual entre o valor que você encontrou e o valor tabelado? 30