Espelho
Carlos Mainardes
No espelho plano do banheiro, me vejo um cara virtual
Não diminuo nem aumento, o meu tamanho é sempre igual
Mas algo muda no que eu vejo, é o direito pelo esquerdo
Enantiomorfa é a imagem, é científico e não feio
Eu não inverto, eu não entorto,
Eu só desapareço, quando eu saio do campo visual
No espelho de se maquiar, em tantas posso me enxergar
Num espelhinho côncavo, una bela imagem de “io”
Depois do foco eu sempre inverto, e o que aparece é real
Depois de C fico pequeno, e sobre ele fico igual
Entre o foco e o C, imagem grande é o que eu sou
Se em repouso sobre o foco é impossível de se ver
E tão pertinho do espelho, maior direito e virtual
E tão pertinho do espelho, o meu nariz descomunal
Uma facada é igual a uma paulada mais, a uma pauladinha
Olhando num convexo, só existe uma coisa a ver
Qualquer que seja a imagem, menor direita e virtual
Nesse o foco é negativo, e a pauladinha também é
Nunca projeta numa tela, pois sua imagem é virtual
Uma facada é igual a uma paulada mais, a uma pauladinha
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