SOCIOLOGIA DO AMBIENTE – 2015/16 1 ORGANIZAÇÃO GERAL A unidade curricular Direito e Sociologia do Ambiente é composta por dois módulos, cada um leccionado por um docente convidado, externo ao IST. De seguida, procede-se a uma apresentação do módulo de sociologia do ambiente. Responsável interno: Rodrigo Proença de Oliveira, [email protected] Docente do módulo de Sociologia: Delta Sousa e Silva, [email protected] 2 MÓDULO DE SOCIOLOGIA 2.1 Enquadramento e objectivos A sociologia enquanto ciência dedica-se à análise dos fenómenos sociais, procurando esclarecer sobre as interações sociais que os estruturam; os protagonistas implicados nessas interações; o sentido que dão ao que fazem; o encadeado de causas que subjazem a tais fenómenos sociais. Na análise sociológica, o contexto assume relevância. Importa analisar os fenómenos enquadrando-os no contexto social, económico, cultural e ambiental em que ocorrem. A sociologia do ambiente distingue-se por afirmar que o mundo biofísico, durante muito tempo relegado para segundo plano na análise sociológica, é mais do que um mero palco, inócuo cenário, onde a ação humana ocorre. O ambiente é fonte de oportunidades e de constrangimentos para a ação humana. Os sistemas sociais, por seu lado, moldam e reformam o meio físico muitas vezes de forma imprevista e não pretendida. Há, com efeito, uma relação de moldagem mútua entre sociedade e ambiente a que a sociologia do ambiente se propõe dar um contributo para a sua compreensão. À engenharia do ambiente coloca-se a exigência de uma perspetiva integrada na abordagem dos problemas. Não lhe basta um know-how técnico na resposta aos problemas ambientais, mas também capacidade analítica e ferramentas que lhe permitam adequar as soluções às particularidades dos contextos a que se dirigem. A natureza é cada vez mais uma natureza socializada, ou seja, apropriada e transformada pela ação humana. Há, assim, uma dimensão social inerente à questão ambiental que importa atender. A sociologia pode, a partir dos seus quadros teóricos e instrumentos técnicometodológicos, contribuir para o conhecimento desses contextos. Em termos de formação em engenharia do ambiente, o contributo da sociologia do ambiente assume relevância, pelo menos, a dois níveis: 1 Explorar competências para captar a realidade social, e respetiva interação com o ambiente, examinando-a criticamente, questionando-a por forma a descobrir aqueles aspetos não são imediatamente apreensíveis; Dar a conhecer ferramentas e procedimentos que a sociologia utiliza para análise social e que poderão ter interesse para a prática da engenharia do ambiente. 2.2 Programa O módulo de sociologia do ambiente, integrado na cadeira de direito e sociologia do ambiente do ambiente, cobrirá as seguintes temáticas: a) Sociologia geral e sociologia do ambiente: contextualização histórica e objeto de estudo. b) Os conceitos de estrutura social e de ação e articulações com o conceito de ambiente. c) Avaliação de Impactes Sociais (AIS) no âmbito da Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) ou de processos de intervenção planeada. d) Risco, desastre e vulnerabilidade: um domínio de investigação entre dois paradigmas. e) Ferramentas de pesquisa em sociologia e estratégias metodológicas de participação do público em processos de planeamento territorial. 3 AVALIAÇÃO A avaliação da unidade curricular corresponde à média das avaliações de cada módulo, sendo exigida nota positiva em ambas as avaliações. A avaliação no módulo de sociologia do ambiente resultará da ponderação da participação do aluno nas aulas, do resultado de um teste escrito e de um trabalho de grupo. O aluno com nota negativa no final da 1ª época poderá realizar um exame na 2ª época que engloba toda a matéria lecionada no módulo. 2 4 CALENDÁRIO E BIBLIOGRAFIA BÁSICA 2015-11-06 Sociologia e modernidade 2015-11-13 Conceitos básicos 2015-11-20 Avaliação de impactes sociais (IAS) 2015-11-27 avaliação de impactes sociais (IAS) 2015-12-04 Participação pública 2015-12-11 HORA 2 Sociologia e sociologia do ambiente; Programação das aulas Avaliação ao módulo Como caracterizar as sociedades modernas? Estrutura social, ação e ambiente Teoria dos sistemas de regras Atitudes e comportamentos em relação ao ambiente AIS e EIA: uma história indissociável O que é a AIS? Metodologia para a avaliação de impactes sociais [I] Metodologia para a avaliação de impactes sociais [II] Matrizes de impactes sociais Gifford R. (2011), “The dragons of inaction, psychological barriers that limit climate change mitigation”. American Psychologist. Vol.6 (4), 290-302. Brown R.B. et al (2003), “Local flexibility in spending mitigation monies: a case study of successful social impact mitigation of the intermountain power project in Delta UTAH”. Impact Assessment and Project Appraisal. Vol. 21 (3), 205-213. Petrova S. et al (2014), “Using ‘soft’ and ‘hard’ social impact indicators to understand societal change caused by mining: a western Australia case study”. Impact Assessment and Project Appraisal. Publicado online. Participação pública em processos Chavez et. Al. (2008), “Planning de planeamento territorial: hydroelectric power plants with the public: estratégia e técnicas a case of organizational and social learning in Mexico”. Impact Assessment and Project Appraisal, vol. 26 (3), 163-176. teste Risco e governação Risco, vulnerabilidade e desastre: um domínio entre dois paradigmas 2015-12-18 Política pública e gestão do risco (A divulgar previamente) Risco e governação 3 HORA 1 2015-11-06 Aula 1 Giddens, A. (2000) “Sociology: Problems and Perspectives”, in Sociology. Cambridge: Polity Press. Giddens A. (1998) “Dimensões institucionais da modernidade”, in Consequências da Modernidade. Lisboa: Celta. 2015-11-13 Aula 2 Burns, T. et a. (200) Sistemas de regras sociais. Teoria e aplicações. Oeiras: Celta. Dunlap R., Marschall, B. (2007) “Environmental sociology”, in C.D. Bryant, D. L. st Peck (eds), 21 Century Sociology: a reference Handbook, Vol. 2. Thousands Oaks, CA: Sage. 2015-06-20 Aula 3 Vanclay F. (2003), “International Principles of Social Impact assessment”. Impact Assessment and Project Appraisal, vol. 30 (1), 3-4. Esteves A. M., Franks D., Vanclay F. (2012) “Social impact assessment: state of the art”, Impact Assessment and Project Appraisal, 30, 1, 34-42. 2015-11-27 Aula 4 Vanclay F. (2002), “Conceptualizing social impacts”. Environmental Impact Assessment Review, 22, 183-211. Buendía M.P. (2002) “Diagnóstico del medio ambiente afectado”, in M.P. Buendía, La evaluación del impacto ambiental y social para el siglo XXI. Madrid: Editorial Fundamentos. 2015-12-04 Aula 5 O’faircheallaigh C. (2010), “Public participation and environmental impact assessment: purposes, implications and lessons for public policy making”. Environmental Impact Assessment Review, 30, 19-27. Taylor C.N. et al (2004), “Community-based and consultive techniques”, in C. Nicholas Taylor, C. Hobson Bryan, C. G. Goodrich, Social Assessment: theory, process and techniques. U.S.A.: Social Ecology Press. 2015-12-11 Hewitt K. (1997) Regions of risk. Essex: Addison Wesley Longman. Aulas 6 e 7 Birkmann (2006) “Measuring vulnerability to promote disaster-resilient societies: conceptual frameworks and definitions”, in J. Birkmann (eds) Measuring vulnerability to natural hazards. New York-: United Nations University Press. 4