Escola Secundária de Alberto Sampaio
2004-2005
SOCIOLOGIA 12º ANO – TESTE Nº 1 – Turma M
(Resolução)
Grupo I
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
B
A
C
D
B
A
C
B
C
D
C
C
Grupo II
1. Através da análise do texto podemos perceber, de uma forma geral, que a
compreensão pode ser um obstáculo epistemológico à objectividade do cientista social.
Assim, quando o texto nos diz que “um sociólogo é alguém que é capaz de se libertar
do quadro das suas circunstâncias sociais”, conseguimos perceber que um sociólogo,
para ser objectivo, terá de se afastar de todas as influências que poderão distorcer as
investigações. O facto de, ao presenciar um fenómeno, o sociólogo poder dar
imediatamente uma explicação para esse fenómeno (pois também é um ser social com
experiências de vida semelhantes) constitui um obstáculo à objectividade. Para não
cometer esse erro, o sociólogo terá de se afastar do senso comum e tratar os
fenómenos sociais como coisas.
O texto diz-nos também que “muitos dos fenómenos que parecem dizer respeito
apenas ao individual (...) reflectem questões mais amplas”. Isto remete-nos para o
objecto da sociologia, uma vez que esta estuda os factos sociais, isto é, as relações
intersubjectivas que se estabelecem entre os indivíduos, com carácter duradouro e que
resultam do desempenho ou prática de determinadas funções. Assim, a sociologia não
se importa pelo desemprego de um indivíduo, mas sim de uma colectividade, pois
estuda os comportamentos humanos enquanto representativos dos seus papéis sociais
e comportamentos comuns relativos a um grande número de indivíduos de uma
colectividade.
Em resumo, podemos dizer (tal como está referido no texto) que o sociólogo terá de
pensar “fora das rotinas familiares da vida quotidiana” e interessar-se por fenómenos
relativos a um conjunto de indivíduos enquanto representativos dos seus papéis sociais
e não o comportamento individual.
2. Para um estudo profundo e completo do desemprego é necessário uma abordagem
interdisciplinar, pois, tal como todos os outros, este é um fenómeno social total, isto é,
é um fenómeno complexo e pluridimensional, que tem implicações em diferentes níveis
do real social (económico, sociológico, etc) e, portanto, pode ser objecto de estudo por
parte de todas ou de algumas ciências sociais. A interdisciplinaridade é a única atitude
metodológica correcta nestes casos pois permite um intercâmbio de saberes entre as
diferentes ciências sociais e só assim é que poderemos obter um conhecimento
aprofundado e completo desse fenómeno.
Para terminar, é necessário referir que para obtermos um conhecimento mais profundo
e total do fenómeno tem de haver também uma grande complementaridade entre as
diferentes ciências sociais.
3. Tanto as ciências sociais como as naturais são ciências empíricas, isto é, cujos
enunciados se ocupam de factos. Assim, as ciências naturais preocupam-se mais com
fenómenos naturais, como é o caso da química, da física, etc. As ciências sociais irão
ter por objecto factos que decorram da vida em sociedade. Uma característica que
distingue as ciências naturais das sociais são as leis, pois nas ciências naturais as leis
são universais, uma vez que é possivel prever o comportamento dos fenómenos
naturais; nas ciências sociais as leis são gerais e aplicam-se à generalidade dos casos,
uma vez que não é possivel prever o comportamento do Homem. Um exemplo disto é
o estudo feito por Durkheim sobre o suicídio, em que este não conseguia prever
quando alguém se ia suicidar.
4. “Os factos sociais são exteriores aos indivíduos” na medida em que esta é uma
característica dos factos sociais. Assim, esta característica assenta na concepção
durkheimiana de Consciência Colectiva que nos diz que o conjunto de maneiras de
agir, sentir e pensar dos indivíduos são exteriores a estes, já que os precedem (quando
nascem estas normas já existem); transcendem (não pertencem a um indivíduo em
particular); e a eles sobrevivem (quando morrerem esses indivíduos essas normas
continuarão a existir).
Um exemplo que pode justificar esta afirmação poderá ser o facto social do
desemprego, pois possui estas três características.
5. O objectivo da sociologia é ajudar a compreender as situações sociais, pois só assim
poderemos compreender certos factos como o crime, a fome, etc., e poderemos
implementar medidas eficazes para os combater. Outro objectivo é promover a
consciencialização das diferenças culturais, uma vez que só assim irá diminuir o
preconceito entre os diferentes grupos sociais, já que haverá um maior conhecimento
mútuo entre estes. O terceiro objectivo da sociologia é avaliar o efeito das políticas.
Esta medida tem como objectivo perceber se as políticas implementadas estão a ter o
efeito desejado ou se, pelo contrário, estão a ter efeitos secundários negativos sobre
as populações. Por último, a sociologia também tem por objectivo promover o autoconhecimento, com vista a que os indivíduos saibam as condições das suas próprias
acções e adquiram um conhecimento, no seu todo, da sociedade onde vivem. Isto irá
reduzir os “abusos” por parte dos grupos maioritários em relação aos outros grupos
sociais e incentivará iniciativas como os movimentos feministas, movimentos de
alcoólicos anónimos, etc.
Tiago Pereira
12.º M
2004-2005
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