UM OLHAR SOBRE A INFÂNCIA NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
ARRUDA, Fernanda Aparecida Antunes de - UFMT
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RESUMO
O resumo do pôster apresentado encontra-se referenciado a um dos temas estudados na
disciplina História da Educação, ministrado pela prof.ª Dr.ª Marlene Gonçalves que
abordou vários aspectos da história social da criança e da família. Dentre os aspectos o
que mais nos instigou foi o tratamento dado ao sentimento de infância. Neste sentido o
objetivo deste pôster é mostrar que o sentimento de afeto em relação à criança, onde a
passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito
insignificante, fato este que nos dias atuais causa comoção social e é objeto de noticia
em rede nacional.
Palavras-chave: História, Vida familiar, Infância.
Este estudo foi realizado o intuito de compreender a infância na história, para
tanto realizou-se pesquisas bibliográficas as quais pode-se compreender contextos
atuais. Essa questão levantada nos instigou a conhecer este fato de interesse científico,
denominado infância, onde até o final do século XVII e XVIII a criança não aparece
nem como centro de família, pode-se ressaltar ainda que criança sempre existiu mas
infância é um termo histórico bem como o caráter privado da vida familiar é
contemporâneo de uma transformação da sociedade. O sentimento de infância e sua
representação é uma invenção social tendo em vista que os fenômenos psicossociais
surgiram na civilização muito vagarosamente.
A transmissão de valores e dos conhecimentos, e de modo geral, a socialização
da criança, não eram, portanto nem asseguradas nem controladas pela família. A criança
se afastava logo de seus pais, e pode-se dizer que durante séculos a educação foi
garantida pela aprendizagem, graças á convivência da criança ou do jovem com os
adultos. A criança aprendia as coisas que devia saber ajudando os adultos a fazê-las.
A infância também se apresentava como uma fase inferior à vida adulta, esta
inferioridade está no seu aspecto espiritual e físico. As crianças não tinham controle
sobre seus atos e ações, sendo agitadas, impetuosas, inquietas, gritavam e pulavam,
portanto devem sempre ter por perto aqueles que lhe oriente para canalizar sua potencial
inteligência.
Quando a mãe interferia no destino da criança, recorria a um vizinho ou mesmo
um subalterno, que criava a criança como escrava e posteriormente a libertava. Os
escravos libertos assumiam o sobrenome do amo e muitos se tornavam ricos e
poderosos chegando a introduzir seus próprios filhos na ordem de cavalheiros e no
senado.
Assim para Platão a criança apresenta as características mais inferiores que pode
haver no se humano, a desordem, a falta de harmonia e a desproporção, pos elas não
têm razão, compressão e juízo. Sócrates faz associação da criança ao engano por ser um
ser contraditório e inconsciente que só percebe a aparência e a aceita como verdade, ou
seja, só vê a superfície, aceita o agrado sem perceber o interesse, pois na infância não
possui conhecimento sobre a polis e não se tem profundidade para perceber o que é
importante saber.
A criança e o escravo são inferiores e devem ser castigados sempre que
necessários. A criança não pode ser deixada livre sem seu preceptor é como um escravo
sem dono. Segundo Áries (1985), aos doze anos os destinos de meninos se separam,
assim como os destinos dos ricos e dos pobres. Somente os meninos, se pertencem a
uma família abastada, continuam a estudar.
Na Grécia, berço da democracia, segundo Cambi (1999), temos definida a
separação do processo educativo, e este se dava de acordo com as classes sociais ele
corrobora com Áries, mas aprofunda a questão da educação escolar da criança e destaca
a autoridade do pai. A figura do pai é cercada de autoridade e severidade, cabe a ele
reconhecer ou abandonar a criança, pois a mulher embora reine no ambiente familiar,
está submetida à autoridade do pai ou do marido, devendo-lhe fidelidade e amor
absoluto.
A educação da criança pequena ocorre na família, sob a figura severa do pai,
onde o brincar além de entretê-la possui a intenção de assimilar as regras e as normas
sociais, embora neste período da infância a criança esteja à margem da vida social.
Na Roma antiga o nascimento de uma criança não era suficiente para torná-la
uma cidadã romana. Também era o pai quem tinha o direito de vida e morte sobre o
recém nascido. As razões deles eram muitas e todas eram legalmente aceitas.
Enjeitavam as crianças com má formação, ou porque eram pobres e não podiam
alimentá-la ou mesmo porque não podiam dar uma “boa educação”, optando assim criar
poucos filhos.
Muitas vezes nos deparamos com crianças (e, mais recentemente, adolescentes)
que são vistos como projeções de expectativas dos pais ou que são protegidos ou
mimados, reinventando o hábito de fins da Idade Média. Os perigos e conseqüências
desta situação podem, sem dúvida, serem melhor compreendidos a partir das reflexões
presentes em na História da Infância.
Em termos teóricos o estudo adota por referência contextos históricos
destacamos os autores significativos, a pesquisa está em desenvolvimento e inicialmente
está sendo feito levantamento e estudo bibliográficos.
Bibliografia
CAMBI, Franco; tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Editora UNESP.
1999.
ÁRIES, Philippe, História social da criança e da família; tradução de Dora
Flaksman.- 2 ed.-Rio de Janeiro. 2006
ÁRIES, Philippe e Geoges Duby, História da vida privada do império romano
1985.
KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel Ferral Pereira (orgs.). Infância: fios e
desafios da pesquisa. 5. ed. Campinas: Papirus, 2001.
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