A talha da fase final do Barroco
e a escola regional do Alto-Minho.
O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
Paula Cristina Machado Cardona
O estado da questão
Há 50 anos atrás o investigador norte-americano Robert Smith, com
mérito científico reconhecido, afirmava na sua obra A Talha em Portugal
(obra ainda hoje basilar para quem se dedica ao estudo desta expressão
artística), que “contemporâneo do florescimento do rococó portuense é um
grupo de obras de talha de extraordinário carácter artístico, constituindo
uma pequena escola regional, de origem e desenvolvimento enigmáticos” 1.
Referia-se a Viana do Castelo e ao restante território da Ribeira Lima: Ponte
de Lima e Arcos de Valdevez.
A análise que Robert Smith fez das peças retabulares no território mencionado:
em Ponte de Lima o programa decorativo da igreja da Ordem Terceira; em
Viana do Castelo o retábulo de N.ª Sr.ª do Rosário da igreja conventual de
São Domingos, os retábulos da capela de N.ª Sr.ª da Agonia (que os coloca
na senda da talha de Tibães) e os retábulos da capela Malheiro Reimão; em
Arcos de Valdevez os retábulos da capela de N.ª Sr.ª da Lapa (estes patenteando
policromias mármores fingidos e douramentos), levaram-no a identificar uma
tipologia específica aplicada a este denominado “pequeno grupo” de retábulos:
1 SMITH, Robert, 1962 – A Talha em Portugal. Lisboa: ed. Livros Horizonte, p. 142.
849
Paula Cristina Machado Cardona
1.º – ornatos eminentemente plásticos, decalcados das gravuras
augsburgianas do período de 1740-1770 aplicados nas bases,
moldura das tribunas e pilastras; 2.º remates das estruturas
retabulares inspiradas nas mesmas gravuras; 3.º combinações
de tribunas com nichos, com recurso a desenhos de linhas
volumétricas (escultóricas); 4.º ausência de imagens ou relevo
decorativos com figuração humana; 5.º colunas de fuste liso, com
ornatos variados; 6.º altares serpenteados inspirados nas mesas da
Regência francesa 2.
Na revisão global do estudo da arte da talha, levado acabo por Natália
Marinho Ferreira-Alves, com enfoque específico no norte e centro de
Portugal, cujo legado para a compreensão e entendimento deste fenómeno
é incontornável na historiografia de arte portuguesa, são propostas novas
leituras e fundamento metodológico assentes no levantamento exaustivo de
fontes documentais e na análise do objecto artístico como suportes para a
criação de grelhas interpretativas das linguagens artísticas de base territorial,
incorporando conceitos de ordem sociológica. Como eixos centrais do seu
pensamento, para o tema em análise, identificamos:
1.º – A periferia do território nacional face às correntes estéticas
vigentes na Europa que vão influenciar o discurso artístico
português, que contudo se baliza pelo ideário pós-tridentino.
2.º – A afirmação do “gosto moderno”, o denominado barroco
romano, introduzido no reinado de D. João V (1706-1750).
3.º – A adesão, na segunda metade do século XVIII às influências
francesa e alemã de um “rococó requintado”.
2 Idem, ibidem, p. 146.
850
A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
4.º – O Porto como importante escola de talha rococó, que
vigorará entre 1750-1770, associado a nomes como Francisco
Pereira Campanhã e José Teixeira Guimarães, seguindo-se Braga
que “fará com que a sua linguagem rococó se propague pelas
terras do Arcebispado, do Minho a Trás-os-Montes” 3.
Com base nestas premissas, e olhando o fenómeno da fase final do
barroco no território do Alto-Minho, complementando com resultados de
investigações recentemente publicadas, estamos em condições de afirmar
que não se identifica uma escola regional no Alto-Minho no que à talha diz
respeito. A talha deste período no território em análise segue a linguagem
artística de Braga, cuja génese e impulso está umbilicalmente ligada à figura
do arcebispo de sangue real – D. José de Bragança (1741-1756), cuja formação
cosmopolita, burilou a sua sensibilidade artística, conhecedor que era das
correntes estéticas que vigoravam na Europa do seu tempo. A esta questão
agrega-se a vontade e a necessidade do arcebispo impor o seu estilo na corte
arquiepiscopal bracarense após o longo período de sede vacante (1728-1741).
A fase áurea do rococó bracarense está associado a nomes cimeiros
como Jacinto da Silva, André Soares, sobretudo como autor de risco, José
Álvares de Araújo “um dos melhores entalhadores do rococó bracarense”
e Frei José de Santo António Ferreira Vilaça, “provavelmente o artista
mais versátil na arte da talha do seu tempo”. 4 Todos eles assinam riscos
e executam obra, confirmadas documentalmente ou atribuídas, no Vale
do Lima. E aqui importa referir que as obras dos centros urbanos grosso
modo das sedes concelhias, como Viana do Castelo, Ponte de Lima,
3 FERREIRA-ALVES, Natália Marinho, 2003 – Pintura, Talha e Escultura (séculos XVII e XVIII) no Norte de
Portugal, in Revista da Faculdade de Letras, Ciências e Técnicas do Património, I Série vol. 2: Porto, p. 735,
p. 739-741.
4 FERREIRA-ALVES, ob. Cit., p. 747.
851
Paula Cristina Machado Cardona
Arcos de Valdevez e Caminha, se encontram associadas aos nomes de
topo da escola bracarense, sobretudo no risco e concepção de peças
retabulares. Importa ainda referir que um significativo número de peças
são executadas por artistas do Couto de Landim (actual Concelho de
Famalicão); que os artistas de Guimarães intervêm pontualmente,
(temos apenas documentada a sua intervenção na obra de talha da igreja
franciscana dos Terceiros em Ponte de Lima) e finalmente as obras com
risco e execução de artistas autóctones, são raras e surgem associadas a
dois mestre entalhadores locais: o vianense João de Brito e António José
de Barros, natural de Paredes de Coura.
A estética do rococó que se dissemina por todo o território Alto-minhoto,
numa área de cerca de 200Km2, repete o receituário da escola bracarense
com recurso ao formulário das gravuras francesas e do sul da Alemanha,
onde abundam os concheados e motivos vegetalistas entalhados de forma
volumétrica. Aos nomes de gravuristas como Meissonier, os Klauber e
Habermann devemos ainda considerar a circulação dos tratados de Andrea
Pozzo, Bosse, Blondel, Briseux, e Jombert, como se testemunha no caso
da biblioteca de Frei José de Santo António Vilaça 5.
A capilaridade deste gosto é tributária da fácil adesão dos encomendantes,
maioritariamente confrarias, a este novo receituário do final do barroco.
“As Ordens monásticas e a nobreza provinciana, ao tempo detentoras,
ainda, de consideráveis bens rurais, constituem o segundo grupo de
clientes” 6. A burguesia com pretensões de nobilitação social adere a este
gosto, verificando-se o mesmo com a “Igreja retórica e reaccionária” 7.
5 FERREIRA-ALVES, ob. Cit., p. 749.
6 GONÇALVES, Flávio, 1969 – “Um Século de Arquitectura e Talha no Noroeste de Portugal”. Boletim Cultural.
Porto: Câmara Municipal do Porto, Vol. XXXII – Março-Julho, p. 154.
7 GONÇALVES, ob. Cit. p. 157.
852
A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
O panorama artístico do rococó.
A produção retabular nas paróquias urbanas
No caso dos centros urbanos, particularmente em Viana do Castelo, seguindo
uma métrica cronológica, listam-se as seguintes obras: retábulo da capela da
confraria de N.ª Senhora do Rosário, executado segundo o risco de André
Soares pelo entalhador José Álvares de Araújo (1759-1761); para a capela
de N.ª Sr.ª da Agonia, a confraria contratará André Soares para conceber o
retábulo-mor da sua capela em 1762-1763, não sabemos quem executa a obra,
temos conhecimento que a estrutura foi intervencionada em 1766, pelo mestre
entalhador vianense João de Brito para ser pintada e dourada. Em 1765, o juiz
da Confraria, Manuel José Viana, natural de Viana do Castelo e assistente em
Lisboa fez a doação dos seis quadros dos altares 8, cujas molduras de talha
parecem beber a influência do traço de André Soares. As obras de talha do
púlpito (1766 – 1767) e do órgão (1776 – 1777) deste templo têm a assinatura
do referido mestre vianense João de Brito.
Para a capela dedicada a São Francisco de Paula e ao Espírito Santo do
palácio Malheiro Reimão, construção que se inicia em 1758 por iniciativa
do então bispo do Rio de Janeiro D. António Malheiro, sob a direcção do seu
irmão Baltasar Malheiro, D. Prior de Barcelos, será provavelmente executado
em 1763, o retábulo-mor atribuído por Smith a André Soares, atribuição
corroborada por trabalhos de investigação recentes. Do Brasil terão vindo
paramentos e imagens dentre as quais a que se expões no retábulo-mor – São
Francisco de Paula com resplendor e báculo de prata 9.
Na igreja Matriz de Viana do Castelo, merece destaque a máquina
retabular que a confraria do Senhor Jesus dos Mareantes encomendará para
a sua capela, é dos maiores retábulos da região, foi encomendado entre
8 Livro da receita e despesa da confraria de N.ª Sr.ª da Agonia de Viana do Castelo, fl. 7v.
9 Disponível em <http://www.monumentos.pt /Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=9066> [consult: 14 de Set. 2012].
853
Paula Cristina Machado Cardona
1775-1780, mantendo-se fiel a uma linguagem mais conservadora de que se
desconhece a autoria do risco e da execução.
Ainda em Viana do Castelo, referência para o retábulo-mor da igreja da
Ordem Terceira Franciscana feito pela dupla de irmãos de Landim José
Caetano e Joaquim José de Sampaio (1789-1790).
Em Arcos de Valdevez, para a capela da Lapa, o mestre escultor bracarense
André António da Cunha, será contratado em 1769 pela confraria para apresentar
o risco e executar as obras do retábulo-mor, tribuna e camarim. Smith atribui a
frei José de Santo António Vilaça o risco de um dos retábulos colaterais desta
capela. Ainda em Arcos de Valdevez, os retábulos colaterais da igreja do convento
franciscano de S. Bento recebem, no terceiro quartel do século XVIII, maquinetas
inspiradas no traço de André Soares ou frei José de Santo António Vilaça 10.
Em Caminha, na igreja da Misericórdia, são colocados, no terceiro quartel
do século XVIII, nos altares colaterais dedicados a N.ª do Carmo e St.ª Rita
de Cássia dois retábulos atribuídos a André Soares 11. Para o convento de
Santo António, no mesmo período, serão fabricados, dentro do mesmo gosto
e atribuídos a André Soares ou a José Álvares de Araújo os retábulos das
capelas de N.ª Senhora da Assunção, (actualmente com invocação de N.ª
Senhora das Graças) e de Santa Isabel 12.
Em Valença, a 26 Setembro de 1782, a confraria de Nossa Senhora do
Carmo obtém provisão régia para executar o novo retábulo do altar-mor da
capela do Bom Jesus.
10 OLIVEIRA, Eduardo Pires de, 1996 – Estudos sobre o Século XVII e XVIII no Minho: Braga, ed. APPACDAM
Distrital de Braga, p. 75 e FIGUEIREDO, Ana Paula Valente, 2008 – Os Conventos Franciscanos da Real
Província da Conceição. Análise histórica, tipológica, artística e iconográfica. Lisboa: Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa [Tese de Doutoramento em Arte, Património e Restauro], Vol. I, Capítulo III, p. 293-294.
11 LAMEIRA, Francisco, 2005 – Retábulos das Misericórdia Promotoria Monografia História da Arte 04, ed.
Departamento de História, Arqueologia e Património da Universidade do Algarve: Centro de História de Arte da
Universidade de Évora, p. 145.
12 FIGUEIREDO, ob. Cit., p. 275-276.
854
A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
A afirmação do gosto nos territórios periféricos
As obras de talha que se conceberam para as zonas periféricas destes
concelhos urbanos como se exemplifica nas paróquias rurais de Viana do
Castelo (Vila de Punhe, Barroselas, Afife e Cardielos); de Ponte de Lima
(Arcozelo, Fojo Lobal e Labruja); de Arcos de Valdevez (S. Salvador de
Padreiro); Ponte da Barca (Cuide de Vilaverde); Paredes de Coura (Agualonga)
e Monção (Luzio); seguem estruturalmente, a linguagem artística da escola
bracarense. Apresentam, todavia, variações que se devem a diversos factores:
a questão periférica é relevante para a persistência do gosto, a disponibilidade
financeira dos encomendantes, maioritariamente confrarias, influenciará a
qualidade da obra, a par das questões técnicas como por exemplo, a dimensão
das máquinas retabulares e da formação e a experiência dos artistas, como se
testemunha no caso da adjudicação dos retábulos colaterais do Santuário da
Labruja atribuída a mestres pintores de Caminha e Cerveira.
Viana do Castelo
No caso de Vila de Punhe, é inegável a qualidade do risco e do entalhe
do retábulo-mor que será intervencionado em 1775, por José Caetano
de Sampaio, mestre entalhador de Landim, com a execução do camarim
e tribuna 13. Três anos antes (1772), o mestre entalhador vianense João
de Brito executava os retábulos laterais e sanefa do arco triunfal da
mencionada igreja paroquial 14.
13 CARDONA, Paula Cristina Machado, 2004 – A Actividade Mecenática das Confrarias nas Matrizes do Vale
do Lima nos Séculos XVII a XIX. Porto: Departamento de Ciências e técnicas do Património da Faculdade de
Letras da Universidade do Porto, [Tese de doutoramento policopiada], Vol. III, p.638.
14 MOREIRA, Manuel António Fernandes, 2006 – O Barroco no Alto Minho: Viana do Castelo, ed. Centro de
Estudos Regionais, p. 85 e p. 224.
855
Paula Cristina Machado Cardona
Para a igreja de São Pedro de Capareiros, paroquial de Barroselas serão
encomendados a 9 de Janeiro de 1779 ao mestre entalhador bracarense Luís
Manuel da Silva, filho de Jacinto da Silva os retábulos colaterais e sanefa do
arco triunfal, obra que não concluirá por ter entretanto falecido. A continuação
e conclusão desta encomenda coube a Francisco de Freitas Rego 15.
Há ainda a referir a obra do retábulo-mor da igreja do mosteiro beneditino
de São João de Cabanas. A tribuna e a banqueta foram encomendadas a 20 de
Agosto de 1779 ao mestre entalhador de Landim, Joaquim José de Sampaio 16.
Em Cardielos, Francisco José de Sampaio, irmão de José de Caetano é o
autor dos retábulos laterais da igreja paroquial (1792) que deviam seguir o
modelo dos altares de Capareiros 17.
Ponte de Lima
Para a capela de S. Bartolomeu da Casa da Freiria, em Arcozelo, terão sido
encomendadas em 1767, o retábulo-mor, os 2 retábulos laterais, púlpito e
mesas de altar, cujo risco é atribuído a André Soares 18.
Em 1774, a 31 de Outubro, o mestre entalhador bracarense Luís Manuel da
Silva executa para a igreja paroquial de Fojo Lobal, o retábulo-mor 19.
Na Labruja, os retábulos colaterais da igreja do Santuário do Senhor do
Socorro são feitos por Manuel José Afonso e Manuel Martins da Cunha,
pintores, Caminha e Cerveira, a 15 de Dezembro de 1777 20.
15 OLIVEIRA, Eduardo Pires de, 2011 – André Soares e o rococó do Minho. Porto: Departamento de Ciências e
técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, [Tese de doutoramento policopiada],
p. 178 e 365.
16 CARDONA, 2004 a, p. 641.
17 MOREIRA, Ob. Cit. p. 94 e p. 243.
18 OLIVEIRA, 2011 b, p. 222.
19 OLIVEIRA, 2011 b, p. 177.
20 CARDONA, 2004 a, p. 293, 411-412.
856
A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
Arcos de Valdevez
Na igreja paroquial de São Salvador de Padreiro, temos documentada a notícia
da obra do retábulo-mor em 1754-1755, contudo a talha que actualmente esta
igreja paroquial ostenta, aparenta ser de finais da década de 60, de labor bracarense.
Ponte da Barca
Para a igreja paroquial de Cuide de Vilaverde, a obra da tribuna e do
retábulo-mor que devia ser igual à estrutura retabular de São Salvador de
Padreiro de Arcos de Valdevez, é encomendada a 21 de Julho de 1756, tem a
lavra de Manuel Ferreira de Sousa, mestre escultor e entalhador bracarense 21.
Os retábulos que actualmente existem nesta igreja são de talha neoclássica.
Paredes de Coura
A igreja paroquial de São Paio, Agualonga, receberá em 1789 um retábulo
na capela-mor executado pelo mestre entalhador e escultor local, António
Rodrigues da Cunha. O mesmo voltará a ser contratado em 1790 para a feitura
das duas estruturas retabulares colaterais 22.
Monção
Na igreja de São Veríssimo da freguesia de Luzio, o mesmo mestre
entalhador escultor de Paredes de Coura, será contratado em 1764, para
realizar a obra da tribuna da capela-mor 23.
21 CARDONA, 2004, p. 375.
22 SILVA, Carlos Alberto Gouveia da, 1993 – Igrejas Barrocas do Concelho de Paredes de Coura, Cadernos de
Arqueologia e Património, Monografias I: Paredes de Coura, ed. Câmara Municipal de Paredes de Coura, p. 13-15.
23 MOREIRA, Ob. Cit. p. 446.
857
Paula Cristina Machado Cardona
A tabela que se apresenta, lista a produção retabular no Alto-Minho,
considerando as obras documentadas e atribuídas, onde se manifesta a
linguagem rococó.
TALHA DO ALTO-MINHO – 1756 – 1792
LOCALIDADE
DATA
OBRA
AUTORIA
FONTE:
Ponte de Lima 1756
16 de
Maio
Retábulo-mor e
colaterais da igreja
da Ordem Terceira
Risco: José Álvares de
Araújo, Braga
MORAIS, Adelino Tito de, 1981
“Artistas que trabalharam na Ordem
Terceira de Ponte de Lima”,
In, 1.º Colóquio Galaico-Minhoto:
Ponte de Lima, p. 137-152.
Ponte de Lima 1756,
27 de
Maio
Execução dos 3 retábulos, 2 púlpitos,
7 imagens, 2 anjos
tocheiros, sanefas,
14 castiçais, cruzes
e três frontais
Execução: António da
Cunha Correia Vale
e Manuel da Cunha
Correia, mestres entalhadores, Guimarães
Idem, ibidem..
Ponte de Lima, 1767
Arcozelo
Retábulo-mor, 2
Risco: André Soares
retábulos laterais,
(atribuída)
púlpito e mesas de
altar da capela de S.
Bartolomeu da casa
da Freiria
Ponte de Lima, 1774,
Retábulo-mor da
Fojo Lobal
31 de
igreja paroquial
Outubro
Ponte de
Lima, Labruja
1777,
15 de
Dezembro
Luís Manuel da Silva,
mestre entalhador,
Braga
Retábulos colaterais Execução: Manuel José
do Santuário do
Afonso e Manuel MarSenhor do Socorro
tins da Cunha, pintores,
Caminha e Cerveira
OLIVEIRA, Eduardo Pires de, 2011
– André Soares e o rococó do Minho.
Porto: Departamento de Ciências e técnicas do Património da Faculdade de
Letras da Universidade do Porto, [Tese
de doutoramento policopiada] p. 222
Idem, ibidem, p. 177
CARDONA, Paula Cristina Machado,
2010 – O perfil Artístico das confrarias em Ponte de Lima na Época
Moderna. Ponte de Lima:
Câmara Municipal de Ponte de Lima,
p. 293, 411-412
858
A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
LOCALIDADE
DATA
Viana do Cas- 1758
telo, Santa
(finais
Maria Maior construção da
capela)
OBRA
AUTORIA
FONTE:
Retábulo-mor da
Risco: André Soares
capela das Malheiras (atribuída)
São Francisco de
Paula e ao Espírito
Santo
http://www.monumentos.pt
/Site/APP_PagesUser/SIPA.
aspx?id=9066
1763 (?)
obra do
retábulo-mor
Viana do
Castelo,
Monserrate
17591761
Retábulo-mor da
Capela de N.ª Sr.ª
do Rosário, igreja
do convento de S.
Domingos
Risco: André Soares
Execução: José Álvares
de Araújo, mestre
entalhador, Braga
CARDONA, Paula Cristina Machado,
2004 – A Actividade Mecenática
das Confrarias nas Matrizes do Vale
do Lima nos Séculos XVII a XIX.
Porto: Departamento de Ciências e
técnicas do Património da Faculdade
de Letras da Universidade do Porto,
[Tese de doutoramento policopiada],
p. 627-628
Viana do
Castelo,
Monserrate
17621763
Retábulo-mor da
Capela de N.ª Sr.ª
da Agonia
Risco: André Soares
Execução: António
Álvares, mestre
entalhador
CARDONA, 2004, p. 606
Viana do
Castelo,
Monserrate
1762,
11 de
Julho
Seis retábulos
destinados aos
altares do corpo da
capela de N.ª Sr.ª da
Agonia
Execução: Inácio José
de Sampaio, mestre
entalhador, Landim,
Famalicão
Idem, Ibidem
Viana do
Castelo,
Monserrate
17661767
Púlpito da capela de Execução: João de Brito, CARDONA, 2004, p. 628
N.ª Sr.ª da Agonia
mestre entalhador,
Viana do Castelo
Viana do
Castelo,
Monserrate
17691770
Sanefa do arco
Execução: João de Brito, Idem, ibidem
triunfal da capela de mestre entalhador,
N.ª Sr.ª da Agonia
Viana do Castelo
859
Paula Cristina Machado Cardona
LOCALIDADE
DATA
OBRA
Viana do
Castelo,
Monserrate
17731774
Talha do órgão da
Execução: João de Bricapela de N.ª Sr.ª da to, mestre entalhador,
Agonia
Viana do Castelo
Idem, ibidem
Viana do Cas- 1775 –
telo, Santa
1780
Maria Maior
Retábulo da capela
dos Mareantes,
igreja Matriz
CARDONA, 2004, p. 240-241
Viana do
Castelo, Afife
Obra da tribuna e
banqueta da capela-mor da igreja do
mosteiro de São
João de Cabanas,
Afife
1779,
20 de
Agosto
Viana do Cas- 1789,
Obra da tribuna da
telo, Santa
11 de
capela-mor da igreja
Maria Maior Novem- da Ordem Terceira
bro
Viana do
Castelo,
Monserrate
1780 – Retábulos colaterais
1790 (?) do Recolhimento
das Ursulinas /
Igreja dos Santos
Mártires, actual
Seminário das
Missões do Espírito
Santo
Viana do
Castelo, Vila
de Punhe
1772, 5 Retábulos laterais
de Abril e Sanefa da igreja
paroquial
Viana do
Castelo, Vila
de Punhe
1775,
19 de
Novembro
AUTORIA
FONTE:
Joaquim José de Sampaio, mestre entalhador, Landim, Famalicão
CARDONA, 2004, p. 641
José Caetano e seu
irmão Joaquim José
de Sampaio, mestres
escultores, Landim,
Famalicão
Idem, ibidem
CARDONA, 2004, p. 205 e p. 209
João de Brito Lima,
mestre entalhador,
Viana do Castelo
Obra do camarim
José Caetano de Samdo retábulo da
paio, mestre entalhacapela-mor da igreja dor, Landim, Famalicão
paroquial
MOREIRA, Manuel António Fernandes, 2006 – O Barroco no Alto Minho: Viana do Castelo, ed. Centro de
Estudos Regionais, p. 85 e p. 224
MOREIRA, Ob. cit., p. 638
860
A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
LOCALIDADE
DATA
OBRA
Viana do
Castelo,
Barroselas
1779,
9 de
Janeiro
Retábulos colaterais Luís Manuel da Silva
e sanefa para o arco e Francisco de Freitas
da igreja paroquial Rego
de S. Pedro de
Capareiros
OLIVEIRA, 2011, p. 178 e 365
Viana do
Castelo,
Cardielos
1792,
29 de
Abril
Retábulos laterais
da igreja paroquial
Francisco José de
Sampaio (seguindo o
modelo dos altares de
Capareiros)
MOREIRA, Ob. cit., p. 94 e p. 243
Paredes de
Coura, Agualonga
1787,
30 de
Novembro
Obra tribuna do
retábulo-mor e
sanefas da capela-mor da igreja paroquial de S. Paio,
Agualonga
António José de Barros,
mestre entalhador,
Linhares, Paredes de
Coura
SILVA, Carlos Alberto Gouveia da,
1993 – Igrejas Barrocas do Concelho
de Paredes de Coura, Cadernos de Arqueologia e Património, Monografias I:
Paredes de Coura, ed. Câmara Municipal de Paredes de Coura, p. 13-15
Ponte da
Barca, Cuide
de Vilaverde
1756,
21 de
Julho
Obra da tribuna do
retábulo-mor da
igreja paroquial de
S. Mamede (devia
ser igual à estrutura
retabular de S. Salvador de padreiro de
Arcos de Valdevez)
Manuel Ferreira de
Sousa, mestre escultor
e entalhador, morador
na rua de St.º André,
Braga
CARDONA, 2004, p. 375
Obra do retábulo-mor da capela da
Lapa
André António da
Cunha, mestre escultor
entalhador, Braga
(os fiadores foram os
mestres entalhadores
bracarenses Luís Manuel da Silva e seu pai
Jacinto da Silva)
CARDONA, 2004, p. 788-790 e p.
804-806
Arcos de
1769,
Valdevez, São 13 de
Salvador
Março
Arcos de
1771, 1 Obra dos retábulos
Valdevez, São de Feve- colaterais e grades
Salvador
reiro
do coro da capela
da Lapa
AUTORIA
FONTE:
André António da
CARDONA, 2004, p. 789 e p. 806Cunha e Luís Manuel
808 e OLIVEIRA, 2011, p. 170
da Silva nos retábulos
colaterais (fiadores Luís
Manuel da Silva e seu
pai Jacinto da Silva)
861
Paula Cristina Machado Cardona
LOCALIDADE
DATA
OBRA
Arcos de
(Terceiro Maquinetas dos
Valdevez, São quartel retábulos colaterais
Salvador
do Séc. do convento de S.
XVIII)
Bento
AUTORIA
FONTE:
Atribuído à escola de
frei José de Santo
António Ferreira Vilaça
ou André Soares
OLIVEIRA, Eduardo Pires de, 1996
– Estudos sobre o Século XVII e
XVIII no Minho: Braga, ed. APPACDAM Distrital de Braga, p. 75 e
FIGUEIREDO, Ana Paula Valente,
2008 – Os Conventos Franciscanos
da Real Província da Conceição.
Análise histórica, tipológica, artística e iconográfica. Lisboa: Faculdade
de Letras da Universidade de Lisboa
[Tese de Doutoramento em Arte,
Património e Restauro], Vol. I,
Capítulo III, pp. 293-294
Arcos de
Valdevez, S.
Salvador de
Padreiro
17541755
Tribuna do retábulo-mor da igreja de
paroquial do Divino
Salvador. Contudo
o actual retábulo
parece-nos posterior, de finais da
década de 60 do
séc. XVIII
Livro da Receita e Despesa da Confraria do S. Sacramento da Igreja
paroquial de S. Salvador de Padreiro,
fl. 6v.
Caminha,
Matriz
(Terceiro
quartel
do Séc.
XVIII)
Retábulos colaterias Atribuído a André
de N.ª do Carmo,
Soares
St.ª Rita de Cássia,
igreja da St.ª Casa
da Misericórdia,
arco triunfal do lado
do evangelho
LAMEIRA, Francisco, 2005 – Retábulos das Misericórdias Promotoria
Monografia História da Arte 04, ed.
Departamento de História, Arqueologia e Património da Universidade do
Algarve: Centro de História de Arte
da Universidade de Évora, p. 145
862
A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
LOCALIDADE
DATA
OBRA
AUTORIA
Caminha,
Matriz
(Terceiro
quartel
do Séc.
XVIII)
Retábulos das cape- Atribuído a André Solas laterais do lado ares ou a José Álvares
do evangelho: N.ª
de Araújo
Senhora da Assunção, actual Capela
FONTE:
FIGUEIREDO, Ob. cit., p. 275-276
de N.ª Senhora das
Graças e Santa
Isabel da igreja do
convento de St.º
António
Valença,
Valença
1782, 26 Provisão a favor
Setem- do juiz e oficiais da
bro
Confraria de Nossa
Senhora do Carmo,
para poderem fazer
um novo retábulo do
altar-mor da capela
do Bom Jesus
Monção,
Luzio
1764,
18 de
Julho
http://www.monumentos.pt/Site/
APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=6233
Obra da tribuna da António Rodrigues da
MOREIRA, Ob. cit., p. 446
capela-mor da igreja Cunha, mestre escultor,
paroquial de Luzio
Linhares, Paredes de
Coura
As incursões do rococó no Alto-Minho
Como e onde terá surgido o rococó no Alto-Minho? É certo que algumas
obras de talha anteriores a 1750, apontavam, ainda que timidamente, um
caminho para esta nova estética, recordamos o retábulo da capela do
Santíssimo Sacramento da Matriz de Viana do Castelo da autoria do
mestre entalhador local António Rodrigues Pereira, (incluindo o risco)
encomendado em 1744, que mantendo-se fiel a uma estrutura joanina
863
Paula Cristina Machado Cardona
apresenta uma gramática decorativa onde pontuam já os concheados,
volutas e linhas quebradas, mas na qual as características eminentemente
arquitectónicas da estrutura retabular ainda se mantêm de forma
visível 24. A resposta à questão encontramo-la na encomenda da talha
para a igreja da Ordem Terceira de Ponte de Lima. A obra é lançada a 27
de Maio de 1756, segundo o risco da autoria do entalhador bracarense
José Álvares de Araújo e executado pela dupla de irmãos vimaranenses
António da Cunha Correia Vale e Manuel da Cunha Correia, após os
Terceiros rejeitarem o lance mais baixo apresentado pelo entalhador
bracarense Manuel Ferreira de Sousa. Terá imperado na esfera decisória
da Mesa dos Terceiros limianos a vontade de concretizar um programa
ornamental de vanguarda, bem executado, seguindo o que se fazia em
Braga, como aliás se testemunha pela escolha do autor do risco que
circulava na esfera de influência do seu conterrâneo André Soares. José
Álvares de Araújo materializou riscos de André Soares: no retábulo de
N.ª Sr.ª dos Prazeres do Colégio de São Paulo em Braga (1756); no
retábulo de N.ª Sr.ª Senhora do Rosário na igreja de S. Domingos de
Viana do Castelo (1761) e o programa ornamental igreja do Mosteiro
beneditino de Tibães em Braga, que contou também com a intervenção
de frei José de Santo António Vilaça (1756 – 1761) 25. Julgamos, embora
careça de fundamento substantivo, que o próprio arcebispo, D. José de
Bragança poderá ter influenciado a decisão dos Terceiros limianos isto
porque, se encontrava em Ponte de Lima em visita pastoral, retomada a 1
de Novembro de 1755, alojando-se na casa de Nossa Senhora da Aurora,
onde falecerá a 3 de Junho de 1756 26.
24 CARDONA, 2004, p. 198 e p. 145-146.
25 FERREIRA-ALVES, Ob. Cit. p. 748.
26 FERREIRA, Monsenhor J. Augusto, 1932 – Fastos Episcopais da Igreja Primacial de Braga (séc. III – séc.
XX). Braga: ed., Mitra Bracarense, Tomo III, p. 317.
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A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
A obra do programa decorativo da Ordem Terceira de Ponte de Lima é
lançada seis meses antes da obra da igreja conventual de Tibães (9 de Outubro
de 1756), concebida, como referimos, por André Soares e executada pelos
entalhadores José Álvares de Araújo e frei José de Santo António Vilaça, e
considerado um dos mais unitários espaços sacros do rococó 27. Se bem que
alguns autores discutam, a qualidade do risco do entalhador bracarense, na
obra dos Terceiros limianos, o que é facto é que se trata de um programa de
grande unidade estética, no qual, para além das três máquinas retabulares,
se encomendaram imagens, púlpitos e sanefas, como se verificou no caso da
igreja de São Martinho de Tibães. A obra de talha que José Álvares de Araújo
concebe para os Terceiros de Ponte de Lima, e que se concluirá em 1761,
repercute a linguagem do rococó bracarense, os concheados, trabalhados
turgidamente, presidem à decoração aplicando-se a todas as superfícies,
acentuando as linhas sinuosas da estrutura retabular. Nestes três retábulos,
em particular no retábulo-mor, a grande plasticidade dos ornatos que cobrem
todas as superfícies (grinalda de flores, acantos, trepadeiras e todo o tipo de
ornamento vegetalista) são inspirados pelas gravuras franco-alemãs.
Estes motivos decorativos, esculpidos volumosamente, bem ao gosto
da escola bracarense, diluem a estrutura arquitectónica do retábulo:
entablamento, colunas, moldura do nicho e ático. O programa pictórico,
fiel ao receituário rococó (pintura fingindo mármore, verde e rosa, o branco
pérola e o douramento dos ornatos), inicia em 1764 com o douramento
do sacrário. A empreitada é interrompida e só será retomada em 1778,
concluindo-se em 1781. A obra de pintura e douramento é da autoria do
mestre pintor-dourador Luís Pinheiro de Azevedo Lobo de Viana do Castelo,
que veremos igualmente activo na pintura dos retábulos colaterias da capela
de N.ª Sr.ª da Lapa em Arcos de Valdevez 28.
27 FERREIRA-ALVES, Ob. cit. p.7 48.
28 CARDONA, 2004, p. 790-791.
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Paula Cristina Machado Cardona
Conclusão
A linguagem do rococó que vigorará em Braga a partir de 1750 assumirse-á como modelo para a talha que, aproximadamente no mesmo período,
se encomendará para os espaços sacros do Alto-Minho. Os equipamentos
de talha mais eruditos, fiéis ao vocabulário bracarense de inspiração
augsburguiana, surgem, notadamente, nos centros urbanos de Viana do
Castelo, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez e Caminha, onde a presença
dos artistas de Braga se faz sentir de forma continuada e persistente.
A execução de programas decorativos de qualidade superior no AltoMinho, ocorrem em simultâneo com as grandes empreitadas bracarenses
e com recurso aos mesmos mestres e oficinas. Demos como exemplo
a talha que se encomenda para a igreja da Ordem Terceira de Ponte
de Lima (1756-1761), concebida ao mesmo tempo que o programa
decorativo da igreja do convento beneditino de São Martinho de Tibães
em Braga. O mestre entalhador bracarense José Álvares de Araújo é
quem risca a obra limiana e quem executa, em Tibães, o programa
projectado pelo riscador André Soares.
Nas zonas periféricas, os equipamentos retabulares, mantêm-se fiéis aos
modelos bracarenses, com nuances que decorrem de uma multiplicidade
de factores, dentre as quais sublinhamos a maciça adesão a este gosto
por parte dos encomendantes: confrarias, unidades conventuais e
nobreza local. Em essência não moldam nenhuma linguagem artística
com características particulares. Digno de nota, em alguns casos, é a
qualidade artística de algumas obras, claramente inspiradas em modelos
bracarenses, como a que podemos testemunhar no caso do Santuário do
Senhor do Socorro na Labruja, Ponte de Lima (1777).
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A talha da fase final do Barroco e a escola regional do Alto-Minho. O caso da Ordem Terceira de Ponte de Lima.
No final da década de 80 a produção de retábulos tardo-barrocos, começa
a emergir marcando um ponto de viragem para a linguagem neoclássica
que se inaugurará na década seguinte. Em foco temos o retábulo-mor
da igreja do convento beneditino de São João de Cabanas (1779); o
retábulo da capela-mor da igreja da Ordem Terceira (1789), ambos em
Viana do Castelo e ambos executados pela dupla de irmãos Joaquim José
de Sampaio e José Caetano de Sampaio, mestres entalhadores/escultores
do referido Couto de Landim e o retábulo-mor da capela do Bom Jesus
de Valença (1782) de autoria desconhecida.
Em suma, no Alto-Minho, a produção expressiva da retabulária da fase
final do Barroco (1756-1780), que se manifesta igualmente nas paróquias
rurais destes concelhos minhotos, levou alguns autores a identificar a
existência de uma escola regional, valioso contributo, que estimulou o
estudo mais sistematizado que nos permite, hoje em dia, considerar que o
rococó nesta região tem origem em Braga, centro difusor por excelência,
para todo o território inscrito no seu arcebispado.
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Paula Cristina Machado Cardona
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