0 FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Enfermagem Natalia de Fátima Silva DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS NA TERCEIRA IDADE Pará de Minas 2014 1 Natalia de Fátima Silva DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS NA TERCEIRA IDADE Monografia apresentada à Coordenação de Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Enfermagem. Orientadora: Prof. Ms. Marisa Gonçalves Brito Menezes. Pará de Minas 2014 2 Natalia de Fátima Silva DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS NA TERCEIRA IDADE Monografia apresentada à Coordenação de Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Enfermagem. Aprovada em: _____ / _____ / _____ ________________________________________ Prof. Ms. Marisa Gonçalves Brito Menezes ________________________________________ Wesley Souza Castro 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que me deu forças e coragem em toda a minha trajetória. Aos meus pais, que me ajudaram, me deram apoio e que não mediram esforços para que eu alcançasse meu objetivo. A meu namorado pelo carinho, dedicação, amor e compreensão. A meus familiares e amigos que me apoiaram e me deram forças e que contribuíram para que eu chegasse aonde cheguei. A minha cliente que fez parte dessa pesquisa e que humildemente contribuiu para que este trabalho fosse concluído. Dedico também à minha orientadora Marisa, que com carinho e dedicação me auxiliou na construção deste trabalho. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me dado a vida e toda a sua magnitude, por me conceder força nesta caminhada para superar as dificuldades que enfrentei, pois sem elas não teria chegado aonde cheguei. Aos meus pais, pelo amor, dedicação, e por abrirem mão de seus sonhos para que hoje eu esteja realizando o meu. Ao meu namorado, que nunca mediu esforços para me ajudar, me apoiou e compreendeu nos momentos em que mais precisei com carinho e empenho. A todos meus familiares que estiveram ao meu lado, me apoiando e incentivando em toda essa trajetória. A meus professores e preceptores que foram mais que professores, foram amigos, compartilhando seus conhecimentos, experiências e que me incentivaram a crescer profissionalmente. A minha cliente pela sinceridade no momento da consulta, e que colaborou para a elaboração deste trabalho. A todos os amigos que me deram força, incentivo e demonstraram compreensão neste período em que crescemos juntos. E em especial à Marisa pelo seu profissionalismo, dedicação, compromisso, paciência, cumplicidade, por todo apoio recebido e por ter enriquecido este trabalho com sua grande sabedoria. 5 “Se fizéssemos todas aquelas coisas de que somos capazes, nós surpreenderíamos a nós mesmos.” Thomaz Edson. 6 RESUMO Nas últimas décadas vem aumentando o índice de DST’s em idosos devido à comercialização de medicamentos para reposição hormonal e disfunção erétil, a não adesão ao uso de preservativos nessa faixa etária e pela falta de políticas públicas voltadas a essa população, também favorece a evolução. O estudo teve como objetivo, descrever sobre a vivência e os sentimentos de um idoso, após contrair uma DST. Tratou-se de um relato de experiência de uma idosa brasileira portadora de HIV/AIDS. No momento da consulta estava viúva, e descobriu a soropositividade devido à infecção por herpes zooster do marido. Sofreu com o diagnóstico. Fazia o tratamento em um centro de referencia onde adquiria os antirretrovirais. Possuía vida normal sem sequelas da infecção, porém, sem vida sexual ativa. Não recebeu orientações e apoio da enfermagem durante o diagnóstico, mas teve apoio da família e dos amigos e informou que o momento do diagnóstico é apavorante. Verificou-se que para ela era possível ser feliz mesmo possuindo uma doença incurável, e pode-se inferir a necessidade de uma melhor capacitação dos profissionais da saúde para abordarem pacientes soropositivos principalmente no momento do diagnóstico. Palavras-chave: Idoso. Doenças Sexualmente Transmissíveis. Enfermagem. 7 ABSTRACT In last decades the index of STDs is growing among elderly people due the selling of medications for hormone replacement and erectile dysfunction, by not using condoms, for lack of pubic policies, favoring its evolution. The study aimed talk about experiences and feelings of the elderly after contracting STDs. It was an experience report of a Brazilian elderly with HIV / AIDS. During the consultation was widow , and discovered her illness due to infection by herpes zoster of her husband. Suffered with the diagnosis. The treatment was performed at a referral center where acquired antiretrovirals .Had a normal life without sequelae, however no active sex life. She no received guidelines and support about the diagnosis by the nurse, but her relatives and friends, yes and reported that the moment of diagnosis was terrible, but believed could be happy with this incurable disease. We need qualified professionals to handle HIV patients primarily in moment the diagnostics. Keyword: Elderly. Sexually Transmissible Diseases. Nursing 8 LISTA DE SIGLAS AIDS: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida BIREME: Biblioteca Regional de Medicina CA: Circunferência Abdominal CNS: Conselho Nacional de Saúde COFEN- Conselho Federal de Enfermagem DE: Diagnóstico de Enfermagem DM: Diabetes Mellitus DNA: Ácido desoxirribonucleico DST: Doenças Sexualmente Transmissíveis EPI: Equipamento de Proteção Individual ESF: Estratégia de Saúde da Família FC: Frequência Cardíaca FP: Frequência de Pulso FR: Frequência Respiratória HA: Hipertensão Arterial HHV: Herpes Vírus Humano HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana HIV-1: Vírus da Imunodeficiência Humana-1 HIV-2: Vírus da Imunodeficiência Humana-2 HPV: Papilomavírus Humano HSV: Vírus Herpes Simples HSV-1: Vírus Herpes Simples-1 HSV-2: Vírus Herpes Simples-2 IMC: Índice de Massa Corporal MS: Ministério da Saúde NANDA: North American Nursing Diagnosis Association OMS: Organização Mundial da Saúde PA: Pressão Arterial PE: Prescrição de Enfermagem RE: Resultado Esperado RNA: Ácido Ribonucleico SUS: Sistema Único de Saúde 9 Tax: Temperatura Axilar TCLE: Termo de Consentimento Livre Esclarecido UBS: Unidade Básica de Saúde UNIFESP: Universidade Federal de São Paulo VDRL: Venereal Disease Research Laboratory 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11 2 OBJETIVOS...................................................................................................... 13 2.1 Objetivo Geral............................................................................................... 13 2.2 Objetivos Específicos.................................................................................. 13 3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................ 3.1 A Sexualidade e o aumento dos índices de DST’s na terceira idade...... 3.2 DST’s mais prevalentes na terceira idade.................................................. 3.2.1 HIV/AIDS..................................................................................................... 3.2.2 Sífilis............................................................................................................ 3.2.3 Gonorreia..................................................................................................... 3.2.4 Herpes......................................................................................................... 3.2.5 HPV............................................................................................................. 3.2.6 Hepatite....................................................................................................... 3.3 Assistência de enfermagem ao portador de DST na terceira idade........ 14 14 17 17 19 20 21 22 24 25 4 METODOLOGIA............................................................................................... 4.1 Abordagem metodológica........................................................................... 4.2 Cenário do estudo........................................................................................ 4.3 Participante do estudo................................................................................. 4.4 Aspectos éticos e coleta de dados............................................................. 4.5 Organização e análise dos dados............................................................... 28 28 28 29 29 30 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO................................................................... 5.1 Entrevista...................................................................................................... 5.2 Exame Físico................................................................................................. 5.3 Orientações de Enfermagem....................................................................... 5.4 Diagnósticos de Enfermagem, Resultados Esperados e Prescrições de Enfermagem................................................................................................... 32 32 42 45 6 CONCLUSÃO................................................................................................... 49 46 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 51 ANEXO................................................................................................................. 58 11 1 INTRODUÇÃO A escolha do tema para a realização do trabalho se deu por gostar do público idoso, pelo interesse sobre o tema Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), devido ao aumento significativo do número de DST’s nas ultimas décadas em pessoas com 50 anos ou mais e à deficiência da assistência de enfermagem na abordagem dessa população com essa doença. O tema foi escolhido para promover um melhor conhecimento sobre o assunto, e para tentar melhorar a assistência aos portadores de DST’s. Nas últimas décadas houve um aumento significativo da população idosa, da longevidade e do avanço da tecnologia farmacêutica, que vêm tornando cada vez mais possível ter relações sexuais na terceira idade. Os medicamentos para a reposição hormonal para as mulheres e os para correção da disfunção erétil para os homens têm possibilitado ter vida sexual ativa, mesmo para as pessoas de idade mais avançada. Acontece que devido às mulheres acima de 60 anos não poderem mais gerar filhos, a não habilidade e o não costume de usar preservativos por ser um método recente, tem-se aumentado os casos de DST’s nessa população, sendo as mais prevalentes nessa faixa etária a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), a Sífilis, a Gonorreia, a Herpes, o Papilomavírus Humano (HPV) e a Hepatite B, que serão descritas ao longo do trabalho. É importante ressaltar sobre a ocorrência da subnotificação dos casos notificáveis, devido à equipe de saúde que acompanha o idoso não indagar ao mesmo sobre sua vida sexual, não aconselhá-lo sobre medidas preventivas e sobre a importância da realização do teste para saber sobre a sorologia do paciente contra as DST’s. Geralmente, o idoso não sabe como se prevenir contra DST, e muitas das vezes ficam envergonhados de perguntar aos familiares, amigos, profissionais da saúde, pois não foram acostumados a falar sobre este assunto, e geralmente há o preconceito da população em geral, que acredita que o idoso não pode mais ter relações sexuais. Também não existem muitas campanhas divulgando os meios de prevenção voltados ao público idoso. Com isso, muitas das vezes, a população da terceira idade não se considera como um grupo que está susceptível a contrair essas 12 doenças. Geralmente, as campanhas são voltadas para adolescentes e adultos, grupos que estão em idade fértil. A justificativa para a realização deste trabalho está na possibilidade do mesmo ser um meio de transmitir informação para a comunidade interessada no tema e para os profissionais da saúde sobre as DST’s. Este conhecimento poderá fazer com que estes profissionais abordem e conduzam de forma mais adequada este tema com as pessoas idosas nas consultas realizadas a essa população, uma vez que a mesma continua sexualmente ativa, e muitas vezes não é abordado este assunto com esta população. (COELHO, et al., 2010). Quanto aos idosos, os mesmos poderão se orientar melhor sobre as principais patologias e poderão saber um pouco mais sobre a sexualidade na sua faixa etária (OLIVI; SANTANA; MATHIAS, 2008) e melhorar a assistência de enfermagem prestada ao portador de DST’s. (ANDRADE; SILVA; SANTOS, 2010). 13 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Descrever a vivência e os sentimentos de um idoso, após contrair uma DST. 2.2 Objetivos Específicos a) Revelar o perfil do cliente; b) Identificar os fatores que levou o idoso a contrair uma DST e a descobrir a mesma; c) Descobrir a reação e o sentimento do idoso frente ao diagnóstico de DST; d) Identificar se fazia o tratamento da infecção e onde conseguia os medicamentos; e) Descrever a vivência de um idoso com DST e buscar se o cliente possuía alguma limitação devido à infecção e se sentia algum sintoma relacionado à mesma; f) Conhecer como era e como é sua vida sexual; g) Conhecer sobre as orientações da enfermagem recebidas e como foi o apoio dos profissionais de saúde, dos amigos, dos familiares e do companheiro; h) Desvendar algo importante que o cliente teria a ensinar; i) Prestar as orientações assim como fazer diagnósticos de enfermagem (DE) seus resultados esperados (RE) e suas respectivas prescrições de enfermagem (PE) para o cliente da consulta de enfermagem. 14 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 A Sexualidade e o aumento dos índices de DST’s na terceira idade Segundo Moraes et al. (2011), a sexualidade não se resume em relações sexuais, à procriação, ela vai além, trata-se do carinho, da união entre duas pessoas, de forma que há um conhecimento mútuo dos corpos, que fortificam a união do casal. Os mesmos autores ainda relatam que o idoso pode vivenciar a sexualidade em um longo abraço, um beijo carinhoso, carícias trocadas, dentre outras simples atitudes. A definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1975, de Saúde Sexual era a “integração harmoniosa dos aspectos somáticos, intelectuais e sociais do ser sexuado, de forma a enriquecer a personalidade, a comunicação e o amor”. (VAZ; NODIN, 2005, p. 205). Os mesmos autores informam ainda que a sexualidade é importante para a saúde se for vivida com satisfação, pois ela é fonte de equilíbrio e harmonia, e favorece a uma atitude positiva em relação aos outros e a si mesmo. Para Moraes et al. (2011) a sexualidade faz parte da personalidade humana, pois ela leva a satisfação e as necessidades humanas básicas como o contato, o emocional, o prazer, o amor e o carinho. Porém, apesar das mudanças nos paradigmas relacionados à sexualidade, ainda existem o preconceito e a falta de informação, que leva a população a enxergar os idosos como pessoas assexuadas. (MORAES et al., 2011). Laroque et al. (2011) também revelam que as pessoas negam a aceitar que o idoso possa querer namorar, esquecem que este sentimento também é afetividade e que é essencial ao ser humano. De acordo com Okuno et al. (2012) a pesquisa feita na Unidade Ambulatorial da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) realizada por docentes e discentes da Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias, entre maio e novembro de 2011, ficou evidenciado que as pessoas que praticavam atividades físicas aceitavam melhor a sexualidade no idoso. O estudo indicou também a possibilidade de existir uma relação entre a prática de atividades físicas e a melhor compreensão relacionada à sexualidade na terceira idade. (OKUNO et al., 2012). Ainda assim, mesmo com as revoluções na concepção e na prática da sexualidade, percebe-se a existência de preconceitos no atendimento dessa 15 necessidade pelos profissionais, inclusive naqueles que exercem atividades na área da gerontologia. (COELHO et al., 2010). Portanto não reconhecer os idosos como população de risco para contração de DST’s, como o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a AIDS é um fator que contribui para o aumento dos casos de HIV entre os idosos. (BERTONCINI; MORAES; KULKAMP, 2007). Além do mais, no decorrer dos anos, a tecnologia e a atenção à saúde teve um grande avanço, com isso, os idosos vivem uma realidade que ninguém havia experimentado antes neste período da vida. (MASCHIO et al., 2011). Porem é notório, a falta de diálogo com os profissionais da saúde assim como a precariedade das informações em relação às DST’s, uma vez que as campanhas não incluem os idosos como grupo de risco. (LAROQUE et al., 2011). O índice de DST’s nos indivíduos acima de 60 anos, teve um aumento significativo após a invenção e comercialização dos medicamentos para a correção da disfunção erétil e para a reposição hormonal. (LAROQUE et al., 2011). Geralmente, os idosos são resistentes ao uso de preservativos, porque as mulheres nessa idade não são mais capazes de engravidar e pelo fato da AIDS ser uma doença recente que teve início na década de 80 e o uso de preservativos não faz parte da cultura dessa geração, o que os tornam mais vulneráveis a contaminar-se com a AIDS ou alguma outra DST. (OLIVI; SANTANA; MATHIAS, 2008). De acordo com Bertoncini, Moraes, Kulcamp (2007) existem também casos de idosos que são ou foram usuários de drogas injetáveis e se contaminaram ao compartilhar seringas e/ou objetos perfuro/cortantes. Os autores supracitados relatam que a infecção por alguma DST parece invisível aos olhos da sociedade e dos próprios idosos, uma vez que os mesmos se consideram imunes a se infectar com alguma DST. Apesar de saber que é importante solicitar o exame anti-HIV para os pacientes mais idosos, os profissionais da saúde não costumam solicitá-lo, o que favorece a uma subnotificação dos casos, e também leva essa população a só descobrir que está infectado com o HIV ou outras DST quando já está instalada alguma doença oportunista. (BERTONCINI; MORAES; KULCAMP, 2007). Com o envelhecimento da população, tornou-se necessário o desenvolvimento de estudos englobando o idoso, sua sexualidade, e o risco que ele corre de se contaminar com alguma DST. (BRITO; OLIVEIRA; ANDRADE, 2013). 16 A vulnerabilidade de um idoso contrair alguma DST entre as quais se encontram a sífilis, a gonorreia, a herpes e a que mais preocupa a população, a AIDS dentre outras, tem aumentado, uma vez que essa população está conseguindo manter a atividade sexual até depois dos 60 anos. (BICA et al., 2011). Brito, Oliveira e Andrade (2013) relatam que os casos de HIV tem se alastrado de forma intensa no Brasil, e passa a considerar a população geral como “população de risco”, inclusive os maiores de 60 anos que geralmente não se protegem com preservativos durante as relações sexuais. Segundo Souza (2006), os estudos que se propõem a estudar os prováveis fatores da incidência do HIV/AIDS em idosos, justifica-se primeiro, pelo aumento indiscriminado do uso de medicamentos para disfunção erétil em uma população que não teve o hábito de se prevenir com o uso de preservativos em décadas passadas, e que não se incluem no grupo de risco para contraírem DST’s; segundo, porque a literatura cientifica, esteve preocupada apenas com as características de riscos para HIV em grupos que não incluíam o idoso, e por último, pela possibilidade de incluí-lo nas campanhas preventivas, como grupo de risco para se contrair DST/HIV/AIDS, até então excluídas das discussões. Bica et al. (2011) confirmam ao citar que o contágio pelo contato sexual em idosos ainda é muito grande, pelo preservativo não ser muito aceito por essa faixa etária, pela população idosa relacionar o uso do preservativo como um método anticoncepcional, e não como um meio de prevenção de doenças. Embora o índice de HIV/AIDS tenha aumentado na população idosa, ainda não se sabe o quanto de informação essa população tem sobre a infecção, a prevenção e o tratamento da doença, o que pode ser um fator contribuinte para a estratégia de prevenção nessa população. (LAROQUE et al., 2011). Okuno et al. (2012) relatam que os meios de comunicação como televisão, rádio, internet, jornais são os principais meios de conhecimento que os idosos utilizam para se informar sobre as DST’s/ HIV/AIDS. Olivi, Santana, e Mathias (2008) relatam que mais de 90% dos mesmos concordaram que a camisinha previne contra as DST’s, apesar de negarem fazer o uso da mesma como relatam outros autores. Brito, Oliveira e Andrade (2013) relatam que as realizações de campanhas educativas contribuem para um melhor diálogo entre os participantes e os serviços de saúde e favorece que os mesmos adotem práticas preventivas, o que pode ser 17 uma estratégia utilizada para reduzir o índice de transmissão e contaminação por DST/HIV, principalmente quando se trata da população idosa. Os principais elementos para diagnóstico das DST’s são a anamnese e o exame físico, mesmo quando disponíveis recursos laboratoriais. Os profissionais de saúde conhecendo os aspectos funcionais do corpo humano poderão associá-los a anamnese e fazer um diagnóstico das principais síndromes. (BRASIL, 2006). 3.2 DST’s mais prevalentes na terceira idade São várias as causas que contribuem para o aumento das DST’s entre a população idosa, algumas delas são a falta de estratégias e orientações sobre a prevenção de DST’s na atenção básica, a não aceitação da população quanto a idosos sexualmente ativos, e a não habilidade na colocação de preservativos. (CEZAR; AIRES; PAZ, 2012). No estudo realizado pelos autores supracitados, em uma unidade de estratégia de saúde da família (ESF), em um município da região da Serra Gaúcha, a maior parte dos idosos entrevistados relatou que sabem como se prevenir das DST’s, disseram também que sem o uso de preservativos, podem-se transmitir muitas doenças, como o HIV, que não tem cura. Quando questionadas sobre a idade para se prevenir DST’s, 48,9% relataram que a prevenção deve ocorrer desde a primeira atividade sexual, e 30,9% informaram ser na fase em que o indivíduo está na adolescência. (CEZAR; AIRES; PAZ, 2012). No estudo realizado por Olivi, Santana e Mathias (2008), as DST’s mais citadas pela população idosa foram a AIDS, Sífilis, Gonorreia, Herpes, HPV e Hepatite, não sendo revelado o percentual de cada uma. A população foi constituída por servidores de uma Secretaria do Estado do Mato Grosso com 50 anos ou mais, que atuavam em Cuiabá em 2005. Dos 425 servidores, foram sorteados 165 aleatoriamente para compor a amostra. (OLIVI; SANTANA; MATHIAS, 2008). 3.2.1 HIV/AIDS A AIDS é causada pela contaminação do vírus HIV, que destrói as defesas do corpo e deixa as pessoas sem condições de se proteger imunologicamente de outras doenças, esse vírus pode permanecer por meses ou anos sem se manifestar. 18 (SANTA CATARINA, 2006). O agente etiológico do HIV/AIDS são os vírus da Imunodeficiência Humana 1 (HIV-1) e vírus da Imunodeficiência Humana 2 (HIV-2) retrovírus da família lentiviridae, tendo como reservatório o homem. (BRASIL, 2010b). No início, a AIDS acometia apenas os drogados, homossexuais e prostitutas, que eram pertencentes aos denominados “grupos de riscos”, mas atualmente todas as pessoas, homens, mulheres, crianças, adolescentes e idosos estão sujeitos a contrair o vírus HIV e adquirir a AIDS, pois todos fazem parte do “grupo de risco”, sendo assim, não existe mais grupo de risco e sim pessoas que vivenciam um “comportamento de risco”. (SANTA CATARINA, 2006). De acordo com os autores supracitados, as pessoas podem se contaminar através do sangue contaminado na transfusão de sangue, no uso de seringas e agulhas contaminadas com HIV e em acidentes com materiais perfuro cortantes contaminados, nas relações sexuais de qualquer tipo sem uso de camisinha e através da transmissão vertical, da mãe grávida para seu bebê durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Andrade, Silva e Santos (2010) afirmam que o aumento da AIDS em idosos ocorre principalmente devido a dois fatores: devido aos tabus existentes sobre a sexualidade na terceira idade, e devido a um melhor acesso a prazeres e serviços, quando se possuem melhores recursos financeiros. A prevenção das DST’s varia de acordo com o grupo de risco, para os que possuem vida sexual ativa, se baseia na orientação sobre a prática de sexo seguro em todos os atos sexuais e em todos os tipos de relação, seja ela vaginal, oral ou anal. Pela via da transmissão sanguínea se fundamenta em triar os doadores. Quanto aos usuários de drogas, incentivar o uso único da seringa, e que não compartilhem agulhas. Já aos trabalhadores que vivenciam o risco de terem o contato com secreções ou materiais perfuro/cortantes, orientá-los sobre o cuidado ao exercer as atividades, na manipulação de materiais orgânicos e utilizar os equipamentos de proteção individuais (EPI’s) obrigatórios. Pela via de transmissão vertical, quando indicado, iniciar a profilaxia a partir da 14° semana de gestação com a terapia antirretroviral tripla e pela via de doação de sêmen e órgãos, deve-se fazer triagem dos doadores e testar o sêmen antes da inseminação. (BRASIL, 2010b). Pereira e Borges (2010) relatam que quando se tem conhecimento adequado sobre a transmissão do HIV, os profissionais da área da saúde que abordam os 19 idosos devem programar estratégias para a prevenção da doença, uma vez que há muitas crendices relacionadas à sexualidade nessa população, sendo necessário investir em educação em saúde para essa faixa etária, uma vez que esse segmento ainda não é priorizado. Os mesmos autores também relatam que é necessário que os profissionais da saúde, compreendam que o idoso é um ser que pode ter relações sexuais, e que deve compreender que são susceptíveis a contrair essa doença e conhecer a mesma, para que ocorra mudança de comportamento. Prova disso, é que entre 1996 e 2006, a incidência de AIDS na população de idosos no país que era 7,5 passou para 15,7 casos por 100 mil habitantes. (FRUGOLI; MAGALHÃES-JUNIOR, 2011). 3.2.2 Sífilis A sífilis é uma doença que causa infecção sistêmica, que pode se tornar crônica e ter períodos de latência quando não tratada. É causada pelo agente etiológico Treponema pallidum e pode ser transmitida através de relações sexuais ou por transmissão vertical. (BRASIL, 2005). A sífilis adquirida por contágio fora das relações sexuais é rara e excepcional, ocorre poucos casos de contaminação por transfusão sanguínea ou por inoculação acidental. (BRASIL, 2010b). Para Santa Catarina (2006) a sífilis é uma DST amplamente disseminada, que pode acometer todas as pessoas sexualmente ativas que não usam preservativos, principalmente as pessoas mais jovens. Ela pode ser aguda e causar sinais e sintomas pouco tempo depois de contraída, ou pode durar anos para se manifestar e se não tratada, torna o prognóstico reservado. O primeiro sintoma que surge é uma “feridinha” na vulva ou pênis, que não dói e desaparece mesmo sem tratamento, tempos depois, surgem manchas pelo corpo, mais frequentes na sola dos pés e palma das mãos, que também vão desaparecer sozinhas, com o tempo, a sífilis pode levar a sinais e sintomas mais graves como a paralisia, cegueira, problemas cardíacos e até mesmo a morte. (SANTA CATARINA, 2006). No homem, as lesões aparecem com maior frequência na glande e sulco bálano-prepucial; já na mulher, é mais comumente observada nos pequenos lábios, paredes vaginais e colo uterino, muitas das vezes não sendo vistas. Podem ocorrer lesões de inoculação em outras áreas do corpo sem ser a região genital. A lesão é 20 muito infectante e rica em treponemas. (BRASIL, 2005). Ela pode ser classificada em sífilis adquirida recente que possui menos de um ano de evolução, sífilis adquirida tardia quando há mais de um ano, sífilis congênita recente quando diagnosticada até o segundo ano de vida e sífilis congênita tardia quando diagnosticada após o segundo ano de vida. (BRASIL, 2005). Rouquayrol e Almeida Filho (2003) relatam que uma das metas do Ministério da Saúde (MS) é eliminar a sífilis congênita, e para alcançar essa meta, ele está enfatizando o exame Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) no primeiro e no terceiro trimestre de gestação ou na ocasião do parto e quando indicado, o tratamento da mãe do recém-nascido e do(s) parceiro(s) sexuais deverá ser executado. 3.2.3 Gonorreia A gonorreia é uma infecção causada pela Neisseria gonorrhoeae, sendo este um diplococo gram-negativo. Ela é uma doença infecciosa do trato genital, é transmitida através do contato sexual, e pode ser assintomática em cerca de 70 a 80% das mulheres. (BRASIL, 2010b). A gonorreia é uma das DST’s mais comuns de ser encontrada. (SANTA CATARINA, 2006). Brasil (2010b) relatam que ela é uma doença infecciosa do trato genital transmitida através do contato sexual desprotegido de uma pessoa infectada com uma sem infecção. A infecção pode ser assintomática, ou manifestar com alta morbidade. Os mesmos autores relatam que ela apresenta-se de forma diferente na mulher e no homem, sendo maior a proporção de acometimento em homens do que em mulheres. No homem a manifestação mais frequente é a uretrite com disúria, polaciúria e secreção uretral que aparece após dois a cinco dias após a infecção, já na mulher pode ocorrer uretrite ou endocervicite com dor ao urinar, polaciúria e alterações menstruais. (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003). Após a relação com uma pessoa infectada, de seis a oito dias após o início da infecção, a pessoa começa a sentir disúria, apresenta corrimento amarelado ou esverdeado, podendo ter um pouco de sangue, que sai do pênis, ânus ou vagina. (SANTA CATARINA, 2006). Os mesmos autores informam que quando não tratada ou se tratada 21 incorretamente, a gonorreia pode causar sérias consequências tanto para a mulher quanto para o homem infectado, como a esterilidade, o ataque ao sistema nervoso causando meningite, além de problemas ósseos e de coração. 3.2.4 Herpes O Herpes Simplex Vírus (HSV) tipo 1 e 2, pertencem a família Herpesviridae, da qual fazem parte o Citomegalovírus, o Varicela Zoster Vírus, o Epstein-Barr Vírus, o Herpes vírus humano 6 e o Herpes vírus humano 8. (BRASIL, 2010b). Clemens e Farhat (2010) complementam quando relatam que os dois tipos do vírus são endêmicos em todo o mundo e podem causar infecção. Essas infecções são as mais prevalentes no mundo e no Brasil, sendo diagnosticados 640 mil casos anualmente. Barbosa et al. (2011) afirmam que a causa mais comum de úlcera genital é o HSV, sendo que em pacientes com AIDS, a infecção pode levar a um quadro crônico com forma atípica e grave. Silva e Richtmann (2006) afirmam que com o aumento da longevidade e dos números de pacientes imunocomprometidos, houve um aumento da incidência dos casos de herpes nessa população, que têm chegado a 10/1.000 casos por ano nos idosos com oitenta anos ou mais. O HSV causa lesões que podem situar no sítio da infecção primária ou próximas dela, e possui particularidades biológicas, como a capacidade de causar várias doenças além de infecções que acompanharão a pessoa por toda a vida. (LAZARINI et al., 2006). O Vírus Herpes Simples-1 (HSV-1) geralmente é adquirido pelo contato oral direto com pessoas infectadas, e, quando sintomático, causa lesões nos lábios, boca ou na face, sendo contraído principalmente durante a infância e adolescência. Estudos recentes revelaram que esse vírus pode causar a herpes genital na população. (CLEMENS; FARHAT, 2010). Os mesmos autores revelam que a doença causada pelo Vírus Herpes Simples-2 (HSV-2) acomete adolescentes e adultos com sexualidade ativa e sua manifestação ocorre em sua maioria nos órgãos genitais, sendo que a transmissão do vírus ocorre a partir da relação sexual com pessoas infectadas, e a consequência mais grave da infecção genital é a transmissão da mãe para o neonato. 22 Além da infecção do herpes causada pelo HSV, descrito anteriormente, existe também a infecção pelo Herpes Vírus Humano (HHV). De acordo com Ypiranga e Moraes (2009), o HHV apresenta ciclos de latência e estado lítico alternadamente, e alguns subtipos podem causar neoplasias. O HHV tipo 1 está associado a carcinomas de cabeça e pescoço e ao carcinoma cérvico uterino, o HHV tipo 2 está ligado ao carcinoma de colo de útero, já o HHV tipo 4 está relacionado a Doença de Hodgkin e a outras doenças linfoproliferativas e o HHV tipo 6 é referente aos linfomas e o HHV tipo 8 está associado ao Sarcoma de Kaposi, aos linfomas primários de efusão, a Doença de Castleman e ao Mieloma múltiplo. Os autores supracitados relatam também que mesmo não tendo a confirmação da oncogenia do HHV tipo 1, existe evidências que o colocam em participação como co-carcinogênio em neoplasias cutâneas, modificando o ciclo celular e os mecanismos de reparação do ácido desoxirribonucléico (DNA). 3.2.5 HPV O HPV é o agente etiológico dessa infecção, ele é um vírus de DNA não cultivável da família do Papovavirus, que possui mais de 70 sorotipos, sendo eles de grande importância na epidemiológica, por serem oncogênicos. (BRASIL, 2010b). O HPV tipo 16 é o sorotipo que mais causa infecção do trato genital, seguido dos sorotipos 18, 45 e 31. O sorotipo 16 é o mais prevalente em todo o mundo e o mais detectado no carcinoma cervical invasor. (NAKAGAWA; SCHIRMER; BARBIERI, 2010). Confirmando, Reis et al. (2010a) afirmam que mais de 50% dos cânceres de pênis apresentam DNA de HPV, com prevalência do sorotipos 16 e 18. O HPV pode infectar tanto a pele quanto os tecidos, e de acordo com o local que foi contaminado, pode ser categorizado como cutâneo ou mucoso. Os cutâneos têm como principal manifestação a formação de verrugas, e infectam principalmente a pele das mãos e pés, os mucosos se manifestam como condilomas planos e acuminados e acometem mucosas da boca, garganta, trato respiratória e mucosa ano genital. Geralmente essas infecções são benignas e desaparecem de um a cinco anos. (NAKAGAWA; SCHIRMER; BARBIERI, 2010). Segundo Reis et al. (2010b) dentre os sorotipos de HPV existentes, cerca de 40 deles são encontrados na mucosa genito-anal do homem, sendo considerados oncogênicos para o epitélio da cérvice uterina. Os mesmos autores relatam que é a 23 DST mais encontrada, tendo como sua principal forma de transmissão o contato sexual, mas também pode ser transmitida através do parto e por meio de fômites. (REIS et al., 2010b). Nakagawa, Schirmer e Barbieri (2010) relatam que o exame Papanicolau permite identificar as alterações pré-malignas em mulheres com alterações celulares no colo do útero. Araújo et al. (2013) afirmam que a principal estratégia para o combate dessa neoplasia é a realização desse exame para a detecção precoce da doença, mas a quantidade de mulheres que fazem o rastreamento com esse exame é inferior a incidência da infecção pelo HPV. Em alguns casos o HPV causa o condiloma acuminado (REIS et al., 2010a), mas segundo Araújo et al. (2013), cerca de 20% das pessoas em todo o mundo estão infectados, sendo a maior parte desses casos assintomáticos e transitórios. Vargens et al. (2013) relatam que quando há a presença de lesões, as mesmas são contagiosas, e apenas o uso do preservativos não asseguram a proteção contra o HPV, os mesmos autores afirmam que embora algumas mulheres apresentem infecções pelo HPV assintomáticas e transitórias, as mesmas podem desenvolver infecções prolongadas devido a falta de sintomas, que podem levar ao câncer do colo do útero. O câncer de pênis é raro, e muitas vezes estão associadas à infecção pelo HPV, acometendo principalmente homens na terceira idade, mas indivíduos jovens também podem ser afetados. A doença acomete principalmente pessoas com maus hábitos de higiene, não circuncidados e tem como fator desencadeante a fimose. (REIS et al., 2010a). Quanto aos fatores de risco da infecção pelo HPV, o principal é o número de parceiros sexuais, mas alta paridade, uso prolongado de anticoncepcionais orais e tabagismo também podem causar o câncer da cérvice uterina. (REIS et al., 2010b). Segundo Ayres e Silva (2010), é importante conhecer os fatores que regridem, avançam e persiste a infecção pelo HPV, para se identificar os grupos de risco para a doença e assim prevenir e controlar a doença. Com o avanço e aprofundamento dos estudos sobre o vírus HPV, tornou-se possível desenvolver vacinas com baixas doses de antígenos imunogênicos, ela atuará como um meio de prevenção ao câncer do colo de útero para mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual, já para aquelas com vida sexual ativa, o combate ao câncer cervical deve ser feito por meio do tratamento e seguimento clínicos das 24 lesões que podem levar a doença. (NAKAGAWA; SCHIRMER; BARBIERI, 2010). Araújo et al. (2013) relatam que para que ocorra o câncer do colo do útero é necessário uma infecção por HPV persistente, e para que a incidência seja reduzida, foram desenvolvidas vacinas para a prevenção da doença. A vacina bivalente protege a população contra os subtipos 16 e18, e a quadrivalente contra os subtipos 6, 11, 16 e 18. Reis et al. (2010a) afirmam que as campanhas de prevenção são importantes para o diagnóstico recente da doença, para assim reduzir a gravidade da mesma proporcionando o aumento da sobrevida, devido a maiores chances de cura. 3.2.6 Hepatite As hepatites virais são causadas por agentes etiológicos diferentes, todas com tropismo pelo tecido hepático, com características semelhantes, mas peculiaridades distintas. (BRASIL, 2006). Brasil (2010b) relata que a hepatite A é causada por um vírus ácido ribonucléico (RNA) da Família Picornaviridae. Tem como principal via de contágio a fecal-oral, geralmente através de água e alimentos contaminados. (BRASIL, 2006). A Hepatite B é causada pelo vírus DNA da família Hepadnaviridae (BRASIL, 2010b), e sua transmissão são através das vias parenterais, vertical da mãe para o filho intraútero e através de relações sexuais desprotegidas, sendo considerada uma DST. (BRASIL, 2006). A hepatite C é causada por um vírus RNA da Família Flaviviridae (BRASIL, 2010b) e é o principal agente etiológico da hepatite crônica e sua transmissão se dá na maioria das vezes por via parenteral, sendo às vezes não possível identificar a via de transmissão. (BRASIL, 2006). Segundo Brasil (2010b), a hepatite D é causada pelo vírus da hepatite D ou delta, que é o único representante da família Deltaviridae. Esse vírus depende da infecção pela hepatite B para realizar sua replicação, tendo por esse motivo o mesmo modo de transmissão da hepatite B. (BRASIL, 2006). A hepatite E é causada pelo RNA da Família Caliciviridae (BRASIL, 2010b), e têm como principal via de transmissão a via fecal-oral, podendo apresentar formas clínicas graves em gestantes. (BRASIL, 2006). Tauil et al. (2012) relatam que a hepatite viral B é um problema de saúde pública que geralmente tem evolução lenta, insidiosa e progressiva e que pode levar a hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepato-celular quando não tratada a tempo. 25 Os mesmos autores também relatam que se adquire imunidade para a doença quando já se teve a infecção ou quando vacinado. Segundo Oliveira et al. (2013) o diagnóstico da hepatite B é confirmado se houver antígeno de superfície da doença durante seis meses, aumento das enzimas hepático e achado histológico e o seu tratamento consiste em suprimir a replicação do vírus, diminuir a doença hepática, impedir que as patologias, cirrose, insuficiência hepática e o carcinoma hepato-celular, continuem se desenvolvendo. Mudanças radicais no estilo de vida são necessárias quando há a evolução para a forma crônica da hepatite. Limitações nas atividades diárias, na alimentação e no consumo de bebidas alcoólicas são necessários para uma melhor qualidade de vida. (TESTON; SILVA; MARCON, 2013). Segundo Gaze et al. (2013) o desafio atual em relação as hepatites virais é impedir a propagação do vírus por outros meios, e manter o controle sobre as infecções passadas. Os mesmos autores ainda relaram que se deve também fiscalizar constantemente a qualidade dos hemoterápicos, da água, dos alimentos, e dos materiais de estética, médico-odontológico para que sejam bem esterilizados e manter as estratégias de vacinação. Tauil et al. (2012) relatam sobre a importância em se investir nas medidas de prevenção, como as campanhas de vacinação, estimulando a redução do consumo de drogas injetáveis, uso do preservativo em todas as relações sexuais, e os cuidados que devem existir na triagem na coleta do sangue para transfusão. Teston, Silva e Marcon (2013) relatam que é necessário que o enfermeiro esteja preparado para assistir e orientar os pacientes, além de saber identificar precocemente os sinais de complicação do quadro clínico, orientar sobre as reações adversas relacionadas aos medicamentos para uma melhor qualidade do tratamento. 3.3 Assistência de enfermagem ao portador de DST na terceira idade Em vários momentos no atendimento dos clientes na terceira idade, deve-se colocar em prática ações de enfermagem como a prevenção, o aconselhamento e a intervenção contra as DST’s. Durante o momento do acolhimento e aconselhamento, o enfermeiro tem a oportunidade de ganhar a confiança do idoso e desenvolver uma relação para uma melhor interação com o mesmo. (ANDRADE; SILVA; SANTOS, 26 2010). Simples mudanças na vida pessoal como a utilização de preservativos e o tratamento específico da doença, estão associadas a uma melhor qualidade de vida e uma redução dos riscos à saúde, mas, apesar de serem simples as medidas de controle, os profissionais da saúde encontram grande dificuldade em diminuir os valores da epidemia, devido ao valor cultural existente há algum tempo. (VIEIRA; PADILHA, 2007). Olivi, Santana e Mathias (2008) afirmam que é necessário fazer programas de prevenção às DST’s para a população com 50 anos ou mais para reforçar a prevenção das mesmas, pois, para a conscientização dessa população deve-se mostrar a existência do risco, para que os mesmos comecem a adotar medidas preventivas. É necessário que se faça a capacitação e estimulação dos profissionais da saúde para que oriente e trabalhe com o idoso a sua sexualidade e as DST’s, pois geralmente, nessa faixa etária não são abordados esses temas. (ULTRAMARI et al., 2011). De acordo com Pereira e Borges (2010) existe a necessidade de se investir em educação em saúde, para se priorizar a população idosa, uma vez que surgiu o Estatuto do Idoso, mas o mesmo não é totalmente seguido. Torna-se necessário criar-se então, propagandas que alertem a população idosa sobre sua vulnerabilidade às DST’s e dos enfermeiros compreenderem o idoso como um ser sexualmente ativo e com aumento de casos de AIDS nessa população. A enfermagem como parte da equipe de saúde tem papel fundamental nas ações de cuidado e educação, seja individualmente ou em grupo, e deve oferecer assim uma assistência integral que aborde as dimensões biológicas, clínicas, sociais, ética e oferecer apoio para assim viver com melhor qualidade de vida. (MACHIESQUI et al., 2010). Vieira e Padilha (2007) alertam que enfermeiros e cuidadores devem observar as dificuldades vivenciadas pelas famílias, e quando possível tentar solucionar e identificar na vida cotidiana a percepção do portador de DST quanto à situação em que se encontra a infecção e como a família lida com o assunto, e tentar cuidar com humanização e com segurança o portador dessa doença. A integralidade na atenção é necessária para que os profissionais de saúde vejam os idosos como vulneráveis às DST’s, sendo este um princípio para as 27 práticas de saúde nas ESF, já com o princípio da universalidade, a abordagem integral não é suficiente, a responsabilização, o vínculo, o acolhimento e a humanização são primordiais para uma melhor qualidade de vida e adesão ao tratamento. (SANTOS; ASSIS, 2011). De acordo com Vieira e Padilha (2007) para propor um cuidado humanizado, o profissional de enfermagem deve entender a alteração causada pela DST, e não procurar culpados e inocentes pela infecção. É necessário respeito para com a família e tentar compreendê-la na sua individualidade. 28 4 METODOLOGIA 4.1 Abordagem metodológica Este estudo tratou de uma pesquisa qualitativa, e teve como abordagem metodológica o relato de experiência de uma consulta de enfermagem com uma senhora portadora de HIV/AIDS. A coleta de dados foi realizada na residência da cliente no dia oito de julho de 2014 e teve aproximadamente 150 minutos de duração. Segundo Guerriero (2008), a pesquisa qualitativa pode ser considerada um conjunto de atividades interpretativas, que não dá o privilégio a nenhuma das técnicas, aliás, pode usar mais de uma em um mesmo estudo. Flick (2009) relata que a pesquisa qualitativa tem como aspectos essenciais, a escolha adequada dos métodos e teorias, o reconhecimento e análise das perspectivas, as reflexões dos pesquisadores sobre suas pesquisas e a variedade de abordagens e métodos. O mesmo autor supracitado relata que na pesquisa qualitativa os pesquisadores e os entrevistados constituem os principais instrumentos de coleta de dados e reconhecimento, sendo assim, ambos têm uma importância peculiar. Segundo Santana et al. (2014), o relato de experiência é um documento onde se deve registrar todo o percurso de uma experiência em estágio, pesquisa de iniciação científica, projeto de extensão, participação em movimento estudantil/associativo ou qualquer outras experiências vivenciadas pelo acadêmico. Luchesi e Cardoso (2012) complementam ao afirmarem que o relato de experiência é um conjunto de descrições de experimentos nas quais seus resultados obtidos, assim como suas ideias, são associados de modo a construir um discurso completo e coerente de tudo que diz respeito ao trabalho, sendo o registro permanente das informações obtidas e elaboradas principalmente para descrever experiências, investigações, processos, métodos e análises. 4.2 Cenário do estudo O cenário para este estudo foi a residência da cliente em Pitangui-MG, que fica localizada na microrregião de Pará de Minas e mesorregião Metropolitana de 29 Belo Horizonte, tinha uma população de aproximadamente 26.797 mil habitantes, e possuía como principal fonte de renda para a cidade, a produção de ferro gusa. (PREFEITURA MUNICIPAL DE PITANGUI, 2014). 4.3 Participante do estudo O participante da pesquisa foi indicado pela enfermeira da ESF local e a escolha baseou-se no seguinte critério de inclusão: a) ser brasileiro; b) ser idoso; c) ser portador de DST; d) concordar participar do estudo e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). (ANEXO A). Assim sendo, tratou-se de uma senhora brasileira, idosa, e portadora de AIDS e que assinou o TCLE, preenchendo assim todos os critérios de inclusão para este estudo. 4.4 Aspectos éticos e coleta de dados A pesquisa respeitou a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 196, de 10 de outubro de 1996 (BRASIL, 1996) e Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 (BRASIL, 2012), que refere sobre a pesquisa com seres humanos, mantendo o anonimato e sigilo da pessoa entrevistada e só foi concretizada após a mesma assinar o TCLE. Foi realizada uma consulta de enfermagem com a idosa, composta de anamnese e exame físico e após, foram dadas a mesma orientações de enfermagem. A consulta foi gravada e transcrita com a finalidade de não haver perda de dados. Para Machado, Leitão e Holanda (2005), a consulta de enfermagem é uma atividade independente, que tem como objetivo propiciar condições para a melhora da qualidade de vida do indivíduo por meio de uma abordagem contextualizada e participativa. Os mesmos autores também relatam que a mesma se trata de um 30 processo de interação entre profissional e cliente, na busca de promoção de saúde, prevenção de doenças e limitação de danos, e para que essa interação ocorra é necessário o desenvolvimento do profissional em relação a uma comunicação efetiva e do exercício da escuta e do diálogo entre ambos. A anamnese e exame físico são partes integrantes da consulta de enfermagem. Santos, Veiga e Andrade (2011) relatam que a anamnese é definida como a primeira fase de uma coleta de dados, que permite ao profissional identificar problemas, determinar diagnósticos e, planejar e implementar a assistência. Os mesmos autores supracitados relatam que o exame físico é uma etapa essencial para o planejamento do cuidado, pois ele busca avaliar o cliente através de sinais e sintomas, procurando anormalidades que possam surgir no processo saúde/doença. O mesmo deve ser sistematizado, no sentido céfalo-caudal, e deve ser realizada uma avaliação minuciosa de todas as partes do corpo, utilizando-se das técnicas propedêuticas, a inspeção, a palpação, a percussão e a ausculta. Para realizar essas técnicas serão necessário matérias como o estetoscópio, o esfigmomanometro, o termômetro, lanternas, luvas de procedimentos, dentre outros. Além desses instrumentos, o enfermeiro ainda deverá utilizar dos órgãos do sentido como a visão, a audição, o tato e o olfato, para continuar com o plano de cuidar/cuidado. A resolução 272/2002 do (Conselho Federal de Enfermagem) COFEN confirma quando no Art. 1.º considera que no exame físico, o enfermeiro deve realizar as técnicas semiológicas criteriosamente, para efetuar o levantamento de dados a respeito da saúde do paciente e anotar as eventuais anormalidades encontradas, como meio de validar as informações contidas no histórico. (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2002). 4.5 Organização e análise dos dados Após a coleta de dados foi realizada a transcrição da entrevista na íntegra e posteriormente uma leitura minuciosa da mesma assim como do exame físico. Os dados foram analisados baseando-se em literatura brasileira específica sobre o tema, sendo pesquisados um total de 276 artigos na Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), sendo utilizados os seguintes descritores: consultas especializadas; herpes zoster; HIV; Papanicolau; estado nutricional; e os agrupamentos de palavras 31 como: AIDS diagnóstico sentimento; AIDS religiosidade; medicamentos SUS; HIV preconceito; HIV aceitação profissionais; HIV equipe multidisciplinar; apoio família; orientação enfermagem. Destes artigos foram selecionados e utilizados 18 deles publicados no período máximo de dez anos. 32 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO Com a finalidade de alcançar os objetivos propostos, os resultados encontrados, assim como suas análises, serão apresentados na seguinte ordem: entrevista, exame físico e orientações dadas. 5.1 Entrevista Identificação M. P. B., 68 anos, nascida dia 05/01/46, natural de Lagoa da Prata, residia em casa de alvenaria alugada com o irmão e a filha em Pitangui-MG, contou ter trabalhado como doméstica, mas estava “parada”. Parcialmente alfabetizada estudou até a quinta série do ensino fundamental, relatou ser católica e frequentar a igreja, disse ser viúva, mas não se casou no civil e no religioso, no momento não possuía parceiro, e contou ter tido só um parceiro sexual. Mãe de uma jovem de 19 anos. Queixa Principal No momento não possuía queixas álgicas, e nenhuma outra queixa. História da moléstia atual Sem relato, uma vez que não havia queixa principal. História da moléstia pregressa Informou possuir colesterol alto e fazer uso de medicação para controle do mesmo. Revelou ser portadora de HIV/AIDS, há onze anos diagnosticada e desde a data, realiza tratamento e uso de medicamentos diariamente para o seu controle. Negou hipertensão, hiper e hipotireoidismo e outras doenças. Disse que tinha “problema de nervo”. Informou que estava com a diabetes controlada, e relatou que nunca tinha tomado medicação para controle, “a infectologista, é que eu consulto com ela lá, lá em Belo Horizonte, lá... no Eldorado, ela falou que... que a diabete, é, ela abaixou”. 33 Pacientes com HIV/ AIDS necessitam de controle clínico laboratorial nos centros especializados, e indivíduos que residem em zonas rurais que não dispõem de atendimento médico especializado, realização de exames laboratoriais específicos ou dispensação de antirretrovirais em sua área de abrangência, necessitam percorrer longas distancias para o acompanhamento nos serviços de saúde dos grandes centros urbanos. (BRASIL, 2010a). Ao ser questionado o motivo pelo qual foi realizado o teste do HIV, foi relatado que o “marido” havia apresentado quadro de herpes zoster, e que quando foi ao médico ginecologista, ele a aconselhou a fazer o teste. Disse que o mesmo falou que todas as pessoas que apresentavam herpes zoster e seus parceiros sexuais deviam fazer o teste para HIV. Falou que se o médico não tivesse a aconselhado, já havia falecido devido à doença. O herpes zoster é uma doença infecciosa aguda, que ocorre quando o vírus latente da varicela-zoster é reativado em pacientes parcialmente imunizados. Ele afeta principalmente, indivíduos idosos ou imunocomprometidos, como uma infecção oportunista, podendo gerar lesões hemorrágicas, pneumonias e encefalites. (SCHUSTER; BUSS, 2009). Perguntei se ela tinha conhecimento de como havia contraído o HIV, respondeu que foi devido à contaminação interconjugal. No estudo realizado por Reis e Gir (2009) em um serviço público ambulatorial de um hospital universitário, referência para o atendimento a portadores do HIV/AIDS situado em um município do interior paulista, a forma de exposição ao HIV para todas as mulheres foi pela via sexual, através de relações sexuais com parceiro fixo. Sobre o sentimento da mesma no momento que recebeu a notícia que possuía HIV, disse: “Nossa senhora eu fiquei... Nooossa Senhora, perdi até a cabeça.... foi muito, perdi o rumo... eu, eu, 34 consultei, eu consultei muito, uns três anos, com a psicóloga lá, lá em Contagem, lá no “Iria Diniz” onde eu faço tratamento.” O centro de consultas especializadas Iria Diniz oferece atendimentos especializados, encaminhados pelos médicos da Unidade Básica de Saúde (UBS) e ou da ESF e oferece exames, medicamentos, cirurgias e consultas especializadas para usuários que necessitam destes serviços especializados. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTAGEM, [20--]). O sentimento de morte eminente após o diagnóstico leva as pessoas a sentir como se tivessem na fronteira entre a vida e a morte, e faz com que a pessoa perca a referencia e não saiba o que é concreto e o que é abstrato. Esse sentimento gera uma situação de sofrimento em que ela não sabe como agir. (BRASIL, 2010a). Em relação ao que ela se apegou para tentar superar a notícia da soropositividade, a mesma relatou que se aproximou muito da psicóloga e de Deus. Para Reis e Gir (2009), a crença religiosa é um importante meio nas quais as pessoas portadoras do HIV/AIDS se aliam para o enfrentamento da soropositividade para proporcionar conforto espiritual. Quanto ao tempo que havia que descobriu que possuía a doença, disse que há onze anos que foi diagnosticada. Quando questionada como se sentia sendo uma portadora do HIV, disse que tinha uma vida normal, e ao indagar se sentia vergonha, respondeu: “Não. A gente tem que ter aceitação, né.” Sobre a aquisição dos medicamentos, ela informou que os mesmos eram buscados no centro de consultas especializadas “Iria Diniz”, no Eldorado em Belo Horizonte - MG “todo mês eu ou o motorista da prefeitura busca os medicamentos, lá”. A Constituição Brasileira de 1988 estabelece a saúde como direito de todos e dever do Estado. Fundamentada nesse contexto, em 1996 foi editada a Lei n° 9.313/96, garantindo a distribuição gratuita dos medicamentos antirretrovirais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde então, tem sido ampliado o 35 acesso gratuito ao diagnostico do HIV e, consequentemente, ao tratamento da AIDS. (BRASIL, 2010a). Os mesmos autores supracitados relatam que a distribuição gratuita dos medicamentos antirretrovirais utilizados para o tratamento e profilaxia é um importante fator na adesão aos medicamentos, uma vez que não interfere na renda familiar. A mesma relatou que no início do tratamento, estavam ocorrendo muitos efeitos colaterais, como dormência do rosto, enjôo, não conseguia se alimentar, mas não deixou de tomá-los, até que acostumou e não sentia mais os efeitos. Disse que demorou cerca de quinze dias para se acostumar com os mesmos, mas não abandonou o tratamento. Quando foi perguntado se já enfrentou algum preconceito, disse o seguinte: “Uai, quando eu mudei pra cá... eu morava lá em cima perto do posto, sabe. Perto do posto né, e e e (risos), as pessoas lá tinha medo de mim (risos), elas não entende né!?” Brasil (2010a) relata que as pessoas infectadas pelo HIV se colocam em posição marginal perante a sociedade e em situação de preconceito. Já Brasil (2008), informa que o medo do preconceito, da discriminação e do estigma faz com que o diagnóstico não seja comunicado a outras pessoas. Sobre o sentimento de vergonha ao falar para as pessoas, ou se uma pessoa perguntasse se ela possuía o vírus do HIV: “Não, tem não. Porque não foi da minha culpa, né.” E completou: “Minha menina não tem nada!” Ao questioná-la se possuía vida sexual ativa, disse que não, e que tinha muitos anos que não tinha relações sexuais. Segundo Reis e Gir (2010), a infecção pelo HIV impõe mudanças e adaptações nos relacionamentos íntimos de um casal, pelo fato da infecção ser transmitida através do contato sexual e ser incurável até o presente momento. As mesmas autoras ainda relatam que essas mudanças podem causar grandes 36 impactos na vida sexual do casal, ocasionando a abstinência ou até a atitudes de negação do risco de aquisição e transmissão do HIV/AIDS. No estudo realizado por Moura, Lima e Silva (2012) realizado no ambulatório de HIV/AIDS do Hospital São José de doenças infecciosas de Fortaleza-CE sobre os aspectos sexuais e as perspectivas reprodutivas de mulheres com HIV/AIDS, foi percebido que nos depoimentos das entrevistadas sobre o que mudou com a soropositividade, obtiveram a conclusão que ocorreram sequelas na sexualidade e na afetividade das mesmas, o que pode afetar a autoestima e a qualidade de vida. Comportamentos afetivos e práticas sexuais antes comuns em seus relacionamentos passaram a ser evitados por causa da infecção pelo HIV, impedindo-as de externar sua sexualidade. (MOURA; LIMA; SILVA, 2012). Ao ser questionado se ela sentia algum incomodo que não apresentava antes da contaminação do HIV, foi respondido da seguinte maneira: “Não. Porque... essa psicóloga foi muito boa pra mim, sabe.” Questionei se ela já teve alguma outra DST além do HIV, disse que não, só teve o HIV. Informou que nunca fez o uso de camisinha e que não conhecia a “camisinha feminina”. Olivi, Santana e Mathias (2008) relatam que os profissionais de saúde têm dificuldade em considerar a vida sexual do idoso como realidade, não a incorpora na agenda de trabalho e não discutem sobre medidas preventivas às DST/AIDS destinadas a essa população. O que se observa é que a assistência à população com 50 anos e mais é voltada, muitas vezes, apenas para a livre demanda com queixas já estabelecidas. Os mesmos autores relatam que é necessário que os programas de prevenção às DST/AIDS produzam material audiovisual para a população com 50 anos e mais de idade, reforçando a urgência da promoção à saúde, enfocando também a sua sexualidade. Diante da pergunta se sabia usar e o porquê da camisinha, respondeu: “sim, para não dá.. pra não aumentá né.” neste momento foi então informada sobre a prevenção de contaminação de outra DST e transmissão do HIV além de evitar a gravidez. 37 Sobre as orientações recebidas por médicos e enfermeiros sobre o HIV, disse: “Eles, eles lá no no... na clínica, falam que, se, se não tomá o remédio é perigoso ficar cego... é perigoso ficar na cadeira de roda... sabe” e afirmou que por isso seguia o tratamento e tomava todos os dias os remédios. Fez ainda a seguinte afirmação: “Seguindo o tratamento direitinho, fica zerado, né?”. Pessoas que têm HIV necessitam de uma atenção diferenciada, devido a isso é necessária uma equipe multidisciplinar, que tenha comunicação constante entre seus membros. Encaminhamentos, discussão de casos clínicos, visitas médicas a pacientes internados, atendimentos ambulatoriais multidisciplinares são momentos que precisam da integração dos profissionais da equipe. A realização de reuniões regulares com todos os seus membros é de fundamental importância. (BRASIL, 2008). Os mesmos autores relatam que além de médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, a equipe multidisciplinar em HIV/AIDS devem incluir farmacêuticos, nutricionistas, dentistas, além de diversos profissionais de nível médio. Os profissionais da farmácia tem grande importância para o tratamento, uma vez que dão informações aos usuários sobre seus medicamentos, bem como informar à equipe, sobre falhas na retirada ou problemas na administração da medicação, não só antirretroviral, mas também os de outras patologias. Quando questionada sobre as orientações e apoio psicológico recebidos na época que descobriu o quadro de HIV, disse que apenas a assistente social e a psicóloga deram orientações e apoio psicológico. Enfermeiros e médicos não davam muitas orientações e em relação à orientação médica, relatou: “Uai. Os médicos sempre falam né, tomando o remédio direitinho, pode até trabalhá, né”. Mas relata que hoje, quando vai ao posto de saúde, recebe apoio e orientações tanto para a DST, quanto para as outras patologias e para os exames, que ela faz a cada quatro meses. Quanto ao apoio recebido de familiares e amigos, disse que sempre teve o apoio de todos, que nunca sofreu nenhum tipo de 38 discriminação pelos familiares, e fez a seguinte declaração: “A minha irmã chorou demais....” Cardoso, Marcon e Waidmani (2008) relatam que a família é uma fonte de ajuda para o ser humano com AIDS, pois ela contribui para o equilíbrio físico e mental do portador, é ela que cuida do paciente quando não é possível um profissional da área da saúde estar presente. Os mesmos autores supracitados relatam que portadores e familiares ao tomar conhecimento da doença, desencadeiam vários sentimentos e comportamentos negativos, dentre eles o sofrimento, e que à medida que começam a ser esclarecidos, inicia-se o tratamento da doença, esses sentimentos vão diminuindo e revelam ainda que esse medo ocorre devido à patologia, prognóstico e seu processo terapêutico, uma vez que não é muito conhecido pela sociedade e devido à falta de informações exatas e completas sobre o assunto. História Familiar Relatou que irmã apresentava hipertensão arterial (HA). Pai, irmã e sobrinha tiveram câncer, sendo que o pai faleceu devido ao mesmo, não sabia dizer com precisão se o irmão possuía Diabetes Mellitus (DM), mas disse que o médico pediu para ele “diminuir no doce”, não soube informar se os pais e irmã possuíam diabetes. Mãe falecida devido à hemorragia. Irmão era portador de doença de Parkinson. História Obstétrica Menarca aos 13 anos, primeira relação sexual aos 37anos, G1 P1 A0, sendo o parto cesáreo, relatou não possuir vida sexual ativa, e ter tido relações sexuais com o “marido”. Revelou já ter passado pela menopausa, dois anos sem menstruação e ter coletado o último preventivo há “uns dois anos”. Para Davim et al. (2005), o exame Papanicolau teve grande influencia na diminuição da incidência do câncer de colo de útero e de suas morbidades e relata que o MS preconiza que toda mulher acima dos 25 anos de idade deve se submeter ao exame, com periodicidade anual inicialmente. Os mesmos autores relatam 39 também que após a realização de dois exames anuais consecutivos sem anormalidades, o mesmo adquire a periodicidade tri anual. Hábitos, costumes e social Negou etilismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, relatou não fazer atividades físicas, apenas fazer algumas visitas “de vez em quando”, sendo suas caminhadas restritas a essas visitas. Informou ter como lazer, assistir televisão. Relatou ingerir cerca de dez copos de líquidos por dia, fazer todos os dias três refeições: café da manhã, almoço e jantar e que às vezes comia uma fruta, ou um biscoito entre os intervalos. Fazia uso dos seguintes medicamentos para HIV/AIDS: Lamivudina Zidovudina 150mg + + 300mg; Efavirenz 600mg; Pravastatina Sódica 20mg, para o controle do colesterol; Clonazepam 2mg, dois comprimidos devido aos episódios de insônia, assim como o Cloridrato de Clorpromazina 100mg e Cloridrato de Biperideno 2mg, dois comprimidos que não soube informar o porquê do uso. A Lamivudina + Zidovudina, possui indicação antirretroviral e tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Possui como efeito colateral frequente associado à Lamivudina: cefaléia e insônia, tosse, sintomas nasais, náuseas, vômitos, dor abdominal ou cólica, diarréia, erupções cutâneas, alopecia, artralgia, alterações musculares, fadiga, mal-estar geral, febre. Associados à Zidovudina: neutropenia, leucopenia, anemia, cefaléias, vertigens, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, mialgia e mal-estar geral. (LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA, [2013]). O fármaco Efavirenz, possui indicação antirretroviral combinada a outros antirretrovirais para o tratamento da infecção pelo HIV tipo 1. Possui como efeitos colaterais frequentes os seguintes sintomas: erupções cutâneas, náuseas, tontura, cefaléia e fadiga. Os efeitos indesejáveis mais notáveis são: erupção cutânea e sintomas neurológicos, que incluem tontura, insônia, sonolência, dificuldade de concentração e padrão anormal de sonhos. Convulsão, prurido, dor de estômago e visão turva têm sido relatados raramente. (EFAVIRENZ, [2012]). A Pravastatina Sódica é indicada nos casos de prevenção da doença arterial coronariana, doença cerebrovascular, hipercolesterolemia e dislipidemia, progressão 40 da doença aterosclerótica e eventos cardiovasculares e transplantes cardíaco e renal. Geralmente é bem tolerada, mas seus principais efeitos colaterais a curto prazo são: náuseas/vômitos, diarreia, constipação, dor abdominal, gases, dor músculo esquelética, mialgia, resfriado comum, rinite, dor de cabeça, vertigem, fadiga, dor no peito, erupções cutâneas. Os principais efeitos colaterais a longo prazo são: angina pectoris, erupções cutâneas, dispepsia azia, dor abdominal, náuseas/vômito, flatulência, constipação, fadiga, dor músculo esquelética, câimbra muscular, mialgia, vertigem, dor de cabeça, distúrbios do sono, depressão, ansiedade/nervosismo, anormalidades na micção, dispneia, infecção respiratória superior, tosse, distúrbios da visão. (PRAVACOL, [2009]). Já o Clonazepam é prescrito para o tratamento do distúrbio epiléptico, dos transtornos de ansiedade, transtornos do humor, síndromes psicóticas, vertigem, distúrbios do equilíbrio, e síndrome da boca ardente. Como reações adversas possuem os seguintes sintomas: reações alérgicas e muito poucos casos de anafilaxia, casos isolados, reversíveis, de puberdade precoce incompleta em crianças, amnésia, alucinações, histeria, alterações da libido, insônia, psicose, tentativa de suicídio, despersonalização, disforia, instabilidade emocional, desinibição orgânica, lamentações, diminuição da concentração, inquietação, estado confusional e desorientação. Depressão pode estar associada à doença de base, excitabilidade, irritabilidade, agressividade, agitação, nervosismo, ansiedade, distúrbios do sono, sonolência, lentificação, hipotonia muscular, tonturas, ataxia são frequentes e geralmente transitórias, dor de cabeça, distúrbios reversíveis: dificuldade para articular a fala, incoordenação de movimentos e da marcha, movimento anormal dos olhos. Pode haver esquecimento de fatos recentes, associado à alteração de comportamento. Pode haver aumento das crises convulsivas em determinadas formas de epilepsia. Perda da voz, movimentos grosseiros e descoordenados de braços e pernas, coma, tremor, perda de força de um lado do corpo, sensação de cabeça leve, falta de energia e formigamento e alteração da sensibilidade nas extremidades, visão dupla reversível, aparência de “olho vítreo”, palpitações, dor torácica, insuficiência cardíaca, incluindo parada cardíaca, congestão pulmonar, congestão nasal, hipersecreção, tosse, falta de ar, bronquite, rinite, faringite. Pode ocorrer depressão respiratória, perda do apetite, língua saburrosa, constipação, diarreia, boca seca, incontinência fecal, gastrite, aumento do fígado, apetite aumentado, gengivas doloridas, dor abdominal, 41 inflamação gastrintestinal, dor de dente, náuseas e sintomas epigástricos, urticária, coceira, erupção cutânea, perda de cabelo transitória, crescimento anormal de pelos, inchaço na face e tornozelo, alterações da pigmentação, fraqueza muscular, frequente e geralmente transitória, dor muscular, dor nas costas, fratura traumática, dor na nuca, deslocamentos e tensões, dificuldade para urinar, perda urinária durante o sono, noctúria, retenção urinária, infecção do trato urinário, incontinência, cólicas menstruais, diminuição de interesse sexual, impotência, fadiga frequente e geralmente transitória, quedas e fraturas, diminuição do número de plaquetas, diminuição dos glóbulos brancos e anemia, alterações dos exames da função do fígado, otite, vertigem, desidratação, deterioração geral, febre, aumento dos gânglios linfáticos, ganho ou perda de peso, infecção viral. (RIVOTRIL, [2014]). O Cloridrato de clorpromazina é utilizado em casos psiquiátricos agudos ou no controle de psicoses de longa evolução, pode ser associado a barbitúricos no tratamento do tétano, pode ser utilizado como medicação pré-anestésica, na analgesia obstétrica e no tratamento da eclampsia e é indicado nos casos que houver necessidade de ação neuroléptica vagolítica, simpatolítica, sedativa ou antiemética. É um fármaco bem tolerado, e apresenta baixa incidência de efeitos colaterais. Como reações adversas o paciente pode apresentar estado de sedação ou sonolência, discinesias precoces, síndrome extrapiramidal, discinesias tardias, que podem ser observadas durante tratamento prolongado, hipotensão ortostática, efeitos atropínicos, prolongamento do intervalo QT, impotência, frigidez, amenorreia, galactorréia, ginecomastia, hiperprolactinemia, reações cutâneas como fotodermias e pigmentação da pele, aumento de peso, depósito pigmentar no segmento anterior do olho, excepcionalmente leucopenia ou agranulocitose. Raramente foram relatados priapismo, icterícia colestática e lesão hepática, principalmente do tipo colestática ou mista. (CLOPSINA, [2013]). O Cloridrato de biperideno é destinado ao tratamento da síndrome parkinsoniana, especialmente para melhorar sintomas como rigidez e tremor, sintomas como distonias agudas, acatisia e síndromes parkinsonianas induzidas por neurolépticos e outros medicamentos similares. Os efeitos colaterais mais frequentes são: hipersensibilidade, incluindo rash cutâneo, agitação, confusão, ansiedade, excitação, euforia, delírios e alucinações, insônia, transtornos ocasionais de memória, perda de coordenação dos movimentos e convulsões, midríase, 42 aumento ou diminuição da frequência cardíaca, boca seca e constipação, retenção urinária e diminuição da pressão sanguínea. (CINETOL, [2013]). Quando solicitada a fazer uma declaração final: “Uai, o que eu tenho é que... quando eu fiquei sabendo eu fiquei muito apavorada, mas que Deus dá jeito pra tudo.... Já têm os remédios né... Um.. um outro que teve aqui... que teve mais aqui é... no Brasil ainda não fabricava os remédios não né, era comprado né, ele morreu de AIDS. Cê vê que dó. Mas lá no... na clínica aonde, aonde eu consulto, a gente vê lá aqueles rapazinhos novo mesmo, com essa doença. Dá até tristeza”. 5.2 Exame Físico Consciente, orientada em tempo, espaço e pessoa, calma, ativa, linguagem sem alteração, sem sinais de violência aparente, higienizada, peso aparente de sobrepeso, estado nutricional eutrófica, biótipo mediolíneo. Pele e Anexos: anictérica, acianótica, corada, hidratada, sem presença de vermelhidão ou eritrose, temperatura normal, sudorese ausente, textura lisa e flácida, brilhante, nem oleosa nem viscosa e sem lesões. Sensibilidade preservada, espessura e tugor tecidual preservado. Couro cabeludo oleoso e íntegro. Cabelo brilhoso, sedoso e forte, em quantidade normal e distribuição uniforme de coloração castanho, sem sinais de pediculose, calvície e alopecia. Fácie simétrica, com presença de manchas hipercrômicas em região zigomática. Presença de protuberância aparentemente óssea em fronte à direita, sem mobilidade e sem sensibilidade dolorosa à palpação. Sobrancelhas e cílios presentes e simétricos. Olhos: conjuntivas palpebrais inferior e superior levemente hipocoradas e brilhantes, úmidas, ausência de secreção, pupilas isocóricas, midriáticas, fotorreativas à estimulação luminosa, esclera clara, movimentos oculares presentes, acuidade visual prejudicada, em 43 uso de lentes de correção (óculos), devido à dificuldade para leitura. Pálpebras sem edema, equimose, ptose e xantelasmas. Ouvidos: inserção normal das orelhas, parede do canal auditivo róseo, presença de pequena quantidade de pelos, com boa higiene, não apresentava cerume em pavilhão auditivo, ausência de sinais de irritação, infecção ou presença de corpo estranho. Sem queixa de dor durante a mobilização do pavilhão auricular, à pressão no trago e na região retro auricular. Não foi avaliada membrana timpânica devido à falta de material para avaliação, otoscópio. Acuidade auditiva preservada ao teste do sussurro. Nariz: mucosa rósea, ausência de edema, secreção, sangramento, massas palpáveis e asas dilatadas, sem presença aparente de desvio do septo nasal. Boca e Orofaringe: mucosa labial corada, macia, um pouco enrugada, simétrica ressecada, íntegra, sem presença de edema, cianose, nódulos e ulcerações. Gengiva róseo-avermelhada e íntegra, ausência de sangramento, inflamação, edema, gengivite e palidez. Presença de dentadura superior e roach inferior, os dois últimos dentes de cada lado eram da prótese, os demais naturais em boas condições de higiene. Língua simétrica em boa condição de higiene, úmida, presença de papilas e presença de uma afta em sua parte inferior. Palatos duro e mole íntegros e limpos. Mucosa bucal corada, lisas, brilhantes, uniformes e úmidas, sem presença de edema, nódulos, ulcerações e grânulos. Orofaringe íntegra, ausência de massas palpáveis, edema e placas. Amígdalas róseas úmidas e sem lesões, úvula centralizada. Pescoço indolor, com movimentação preservada, ausência de edema, massas palpáveis, torcicolo, fratura, rigidez ou flacidez. Pulsações carotídeas presentes e simétricas. Tireoide em volume normal, consistência elástica, móvel a deglutição, ausência de crepitação durante avaliação. Não apresenta de rigidez de nuca. Linfonodos não palpáveis. Membros superiores: musculatura eutrófica, presença de dor leve à extensão do membro para trás. Ausência de edema e lesão, 44 mobilidade preservada, presença de manchas hipercrômicas. Linfonodos axilares não palpáveis. Presença de pulso radial cheio e rítmico. Unhas descoradas (1+/4+) e lisas. Tórax: simétrico, ausência de edemas, deformidades lesão e dor. Mamas simétricas, pouco volumosas, sem retrações, eritema, ulcerações, abaulamentos, edema e massas palpáveis. Mamilos protusos. Não foi realizada a expressão do mamilo. Respiração tipo torácica, com amplitude característica, com expansão da caixa torácica simétrica. Ausência de tosse e falta de ar. Ausculta respiratória: eupneica, presença de murmúrios vesiculares em toda a extensão pulmonar. Ausência de roncos, sibilos, crepitações. Ausculta cardíaca: eucárdica, bulhas normorítmicas e normofonéticas. Sem presença de sopros cardíacos. Abdome: levemente saliente. Pele uniforme, com presença de cicatriz em flanco direito, segundo a mesma é a cicatriz de um “berne” que retirou quando mais nova, e cicatriz em região hipogástrica de parto cesáreo, cicatriz umbilical profunda. Ausência de manchas, lesões e estrias. Peristaltismo um pouco aumentado, nove ruídos por minuto. Não apresenta herniações, massas palpáveis e dor à palpação. Genitália e região ano-retal: Não foi avaliada para preservar a intimidade da cliente, mas foi questionado se havia alguma queixa de dor, ardência, prurido, aumento de secreções ou alguma outra alteração na região genital, e a mesma respondeu que não havia nada de anormal. Foi questionado se havia algum prolapso, fissuras ou alguma outra queixa anal, a resposta também foi negativa. Segundo a mesma a urina se encontrava um pouco concentrada, amarelo médio, mas sem odor forte, não soube informar a quantidade aproximada por dia e as fezes eram endurecidas e sem presença de sangue, relatou não evacuar todo dia. Membros Inferiores: sem presença de dor, edema, lesão. Musculatura eutrófica, mobilidade sem alterações e sem queixas articulares no momento, mas informou que há mais ou menos três anos teve desgaste no joelho e sentia muita dor. Após tratamento 45 fisioterápico, há mais ou menos três meses, não estava sentindo mais dores. Segundo ela, não apresentava linfadenomegalia em região inguinal. Presença de varizes na parte distal de ambas as pernas. Unhas lisas e róseas. Articulações: sem queixas álgicas. Coluna vertebral com ausência de lordose, cifose e escoliose. Dados vitais e medidas antropométricas: Pressão Arterial (PA): 110/60 mmHg Temperatura Axilar (Tax): 36,0 °C Frequência Cardíaca (FC): 86 bpm Frequência de Pulso (FP): 82 ppm Frequência Respiratória (FR): 16 irpm Peso: 63 kg Altura: 1,51 m Circunferência Abdominal (CA): 84 cm Índice De Massa Corporal (IMC): 27,63. A manutenção do estado nutricional adequado é importante, pois no sobrepeso, ocorre o aumento do risco de doenças crônicas como HA e DM que também é agravada quando ocorre a localização da gordura corporal medida através da circunferência da cintura. (TINOCO et al., 2006). Os mesmos autores acima citados relatam que houve o aumento significativo de DM e HA a partir do IMC> 27 que significa sobrepeso e que também ocorrem maior incidência de morbidades como HA, hipercolesterolemia, artrite e DM em indivíduos com a circunferência da cintura aumentada. 5.3 Orientações de Enfermagem Após a realização da entrevista e do exame físico, foram passadas as orientações pertinentes para a idosa, reforçando alguns pontos importantes para uma boa qualidade de vida da mesma e orientando-a sobre suas dificuldades encontradas durante a coleta de dados. Segundo Souza (2006), a orientação de enfermagem é uma estratégia que o enfermeiro usa para possibilitar a adaptação do paciente a seus problemas de 46 saúde, pois a orientação leva a diminuição das ansiedades, e ajuda na compreensão dos mesmos a seu estado de saúde. As orientações dadas foram: continuar a tomar os medicamentos da maneira correta, em caso de dúvida procurasse algum profissional da saúde para esclarecêla, e não deixar de tomá-los, pois os mesmos continuarão oferecendo uma melhor qualidade de vida; ingerir pelo menos dois litros de líquidos por dia; tentar alimentar de três em três horas, e que comprasse frutas e verduras, se houvesse condições econômicas, e ingeri-las mais vezes no dia a dia. Outras orientações dadas foram: tomar sol pela manhã, antes das oito horas, ou após as dezesseis horas, para produção vitamina D; fazer algum tipo de atividade física; diminuir o consumo de café, e que colocasse outros líquidos no lugar do mesmo. Evitar automedicação. Durante as relações sexuais, fazer o uso de preservativos. Procurar o posto de saúde ou o hospital mais próximo caso ocorresse qualquer alteração no estado de saúde. E que confirmasse a data para a realização do exame Papanicolau. 5.4 Diagnósticos de Enfermagem, Resultados Esperados e Prescrição de Enfermagem Mediante ao histórico colhido através da entrevista e do exame físico foi possível redigir os DE, os RE e as PE. Os DE foram nomeados de acordo com North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), 2012-2014. Dentre todos elaborados, os prioritários foram: DE: Disposição para autocontrole da saúde melhorado relacionado pela cliente expressar o desejo de continuar controlando a doença, expressar pouca dificuldade com o regime de tratamento prescrito e a não aceleração inesperada dos sintomas da doença (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 2012-2014, p. 212). RE: Que não ocorra descontrole da doença, dificuldade com o tratamento e a aceleração inesperada dos sintomas durante três meses. PE: Orientar a filha para que separe as medicações de uso contínuo com relação ao horário da medicação de sete em sete dias, conforme prescrição médica, enquanto houver necessidade. 47 DE: Estilo de vida sedentário relacionado à falta de interesse e de motivação, caracterizado por escolher rotinas diárias sem exercícios físicos e por demonstrar falta de condicionamento físico (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 2012-2014, p. 208). RE: Que a cliente inicie alguma atividade física em 30 dias. PE: Realizar atividades físicas assistidas, três vezes por semana ou mais, com duração de 60 minutos sempre que possuir acompanhante. DE: Risco de constipação relacionado à atividade física insuficiente, a hábitos alimentares deficientes e ingestão insuficiente de fibras e de líquidos (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 2012-2014, p. 261). RE: Que não ocorra constipação da cliente por três meses. PE: Realizar atividades físicas três vezes por semana ou sempre que tiver acompanhante com durações de pelo menos 30 minutos. Melhorar a alimentação e a ingestão hídrica ingerindo cerca de dois litros de líquidos por dia e ingerindo mais frutas e verduras em 24 horas até uma nova avaliação. DE: Risco de infecção relacionado a defesas secundárias inadequadas – risco de imunossupressão devido ao vírus HIV (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 20122014, p.485). RE: Que não ocorra nenhuma infecção em um período de seis meses. PE: Manter o tratamento da infecção pelo HIV corretamente segundo a prescrição médica todos os dias, até nova avaliação médica. DE: Risco de quedas relacionado à ausência de material antiderrapante dentro do box do chuveiro, ficar grandes espaços de tempo sozinha e presença de rampa íngreme sem corrimão na entrada da residência (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 2012-2014, p. 505). RE: Que não ocorra quedas em um período de 12 meses. PE: Colocar material antiderrapante em box do banheiro, e corrimões na rampa da entrada quando houver condições financeiras, o mais rápido possível. 48 DE: Risco de motilidade gastrintestinal disfuncional relacionada ao envelhecimento e ao estilo de vida sedentário (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 2012-2014, p. 266). RE: Que não ocorra disfunção da motilidade intestinal em três meses. PE: Realizar atividades físicas periódicas durante pelo menos 30 minutos três vezes por semana ou mais ou sempre que possuir um acompanhante para fazer companhia, até que se obtenha nova prescrição. 49 6 CONCLUSÃO Durante a consulta de enfermagem, foi percebido que a paciente, senhora portadora de HIV, possuía uma vida relativamente normal e feliz, mesmo após o diagnóstico de soropositividade, e a descoberta de uma traição consumada pelo marido que a levou ao diagnóstico de AIDS. Foi relatado pela paciente que no momento do diagnóstico, a mesma se sentiu desnorteada, mas se aproximou da psicóloga, que teve um papel importante nesse momento, proporcionando apoio psicológico em um momento de difícil aceitação. Também nesse momento, ocorreu o apego à crença religiosa que possui, que a concedeu conforto espiritual. Foi difícil, mas mesmo em um momento de difícil aceitação, entendeu que mesmo possuindo o HIV poderia ter uma vida normal, se seguisse o tratamento corretamente. Foi observado que todos os antirretrovirais, assim como os demais medicamentos de uso diário da entrevistada, eram disponibilizados pelo SUS, um fator que facilitou a adesão ao tratamento da AIDS, e das outras patologias, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida. Para que o portador de HIV mantenha uma vida normal, é de suma importância o acompanhamento da doença em centros especializados, à realização de exames periódicos para o monitoramento da mesma, a correta adesão aos medicamentos antirretrovirais e a persistência no uso mesmo em caso de reações adversas, e para que ocorra essa persistência, é necessário que o paciente receba orientações sobre os principais efeitos indesejados que poderão ocorrer durante o início do tratamento, para que não abandone o mesmo em sua fase de adaptação. É de grande importância para os portadores, o tratamento da infecção com uma equipe de saúde multidisciplinar, para que ocorra uma melhor assistência ao mesmo; para que haja visões diferentes sobre como estão os aspectos bio, psico, social e biológico do paciente e como está acontecendo a evolução e o tratamento da doença, e ainda, receber diferentes tipos de orientações referentes a cada especialidade de profissionais da saúde. Foi notado também que a cliente não fez uso de preservativos durante toda a sua vida sexual, e que foi orientada a fazer uso caso viesse a ter relações sexuais de qualquer tipo. Se tratando do seu uso durante o ato sexual, é notório que muitas das vezes o uso do mesmo não é exigido pelo parceiro durante o contato sexual 50 pelo medo de gerar a desconfiança no parceiro, por não estarem em idade fértil, e ainda, por se considerarem imunes às DST’s. Percebeu-se durante a consulta de enfermagem que a cliente já sofreu preconceitos devido à soropositividade, mas que não teve receio nem vergonha do diagnóstico devido não ter sido a culpada pela infecção. Em relação às orientações dadas ao portador de DST, o apoio emocional no momento da revelação do diagnóstico, deveria ser de responsabilidade não só dos psicólogos, mas também dos profissionais médicos e da enfermagem. Já em relação ao não apoio e orientação dados pela equipe de enfermagem e médica, mediante a situação vivenciada, pode-se inferir que é necessária uma melhor capacitação desses profissionais, para que estejam capacitados e aptos a prestar este tipo de assistência no momento em que for revelado o diagnóstico de soropositividade aos pacientes. As principais ações de enfermagem que devem ser feitas para prevenir as DST’S nessa população são o incentivo ao uso de preservativos para a prevenção e controle da transmissão dessas doenças, o aconselhamento à realização dos testes sorológicos, não só o do HIV, mas de todas as DST’S, e quando já infectados, incentivar a aderência ao tratamento, explicando sobre a importância de se seguir a terapia proposta, explicar sobre os possíveis efeitos colaterais que poderão surgir, orientar sobre o risco de transmissão da doença para os parceiros sexuais, dar apoio emocional e psicológico quando necessário e identificar as principais dificuldades do paciente em relação à doença e saná-las, se possível for. Também foi verificado que a paciente recebeu desde o momento do diagnóstico até os dias atuais, o apoio da família, que é uma fonte de ajuda para o ser humano portador da AIDS, pois ela contribui para um melhor equilíbrio físico e mental do portador. Ficou evidente, diante dessa experiência que é de suma importância para que uma pessoa soropositiva tenha uma vida normal: o tratamento correto da doença; o uso correto dos antirretrovirais; o apoio de familiares, amigos, profissionais da saúde; um bom suporte psicológico e uma boa aceitação da doença, pois a aceitação da mesma torna mais fácil o tratamento. 51 REFERÊNCIAS ANDRADE, H. A. S.; SILVA, S. K.; SANTOS, M. I. P. O. AIDS em Idosos: Vivências dos Doentes. Esc. Anna Nery, v. 14, n. 4, p. 712-719, out./dez. 2010. Disponível em: <http://www.redalyc.org/pdf/1277/127715826009.pdf>. Acesso em: 03 jan. 2014. ARAUJO, S. C. F. et al. Eficácia das vacinas comercialmente disponíveis contra a infecção pelo papilomavírus em mulheres: revisão sistemática e metanálise. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 1, p. 32-44, jul. 2013. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v29s1/a04.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2014. AYRES, A. R. G.; SILVA, G. A. 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É preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu consentimento livre e esclarecido por escrito. 2) Objetivo: Este relato de experiência tem como objetivo descrever sobre como o é o sentimento, as limitações, a prevenção da disseminação, o tratamento, as orientações de enfermagem, o apoio recebido e os ensinamentos de uma idosa, após contrair uma DST. 3) Procedimento do Estudo: Caso concorde em participar deste estudo e passar por uma consulta de enfermagem, suas respostas e dados serão analisadas e serão divulgadas no trabalho de conclusão do curso. 4) Riscos e desconfortos: É bom reafirmar que esta pesquisa poderá lhe trazer desconforto ao responder questões de ordem pessoal. 59 5) Benefícios: Sua participação deverá ser espontânea e você não receberá nenhum beneficio por ela, da mesma forma que não estará sujeito a nenhum ônus. 6) Custos/reembolso: Reafirmo que sua participação neste estudo não lhe causará nenhum gasto, da mesma forma em que não receberá pagamento pela sua participação. 7) Responsabilidade: Os efeitos indesejáveis possíveis já lhe foram esclarecidos, que é o constrangimento ao responder questões de ordem pessoal, e desta forma fica claro que você não sofrerá nenhuma consequência física. 8) Caráter confidencial: As informações obtidas a partir de sua participação neste estudo é de caráter confidencial e lhe garantirá sigilo. 9) Participação: Informamos novamente que sua participação neste relato de experiência consistirá em passar por uma consulta de enfermagem. É importante que você esteja consciente de que a participação neste estudo de pesquisa é completamente voluntária e de que você poderá recusar-se a participar ou sair do estudo a qualquer momento sem penalidades. Em caso de você decidir retirar-se do estudo, deverá notificar a pesquisadora que esteja atendendo-o. 10) Para obter informações adicionais: Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço da pesquisadora principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Caso você venha a sofrer danos relacionados ao estudo, ou tenha mais perguntas sobre o estudo, por favor, ligue para um dos pesquisadores como exposto a seguir: Marisa G. Brito Menezes: (37) 99529738; Natália de Fátima: (31) 97672045. 60 11) Declaração de consentimento: Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os métodos deste estudo a ser utilizado, as inconveniências, riscos, benefícios. Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma cópia deste formulário de consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade. Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para participar como paciente deste estudo. ____________________________________________ Nome do participante ___________________________________________/_____/________ Assinatura do participante e data Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os possíveis riscos e benefícios da participação no mesmo, junto ao participante. Acredito que o participante e/ou seu representante recebeu todas as informações necessárias, que foram fornecidas em uma linguagem adequada e compreensível e que ele/ela compreendeu essa explicação. Assinatura do pesquisador e data: ____________________________________________ Pará de Minas, de 2014 61 Pesquisadores: Marisa Gonçalves Brito Menezes – orientadora CI: M- 3.215.356 Natália de Fátima Silva- aluna de enfermagem da FAPAM CI: MG-16.428.469