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FACULDADE DE PARÁ DE MINAS
Curso de Enfermagem
Natalia de Fátima Silva
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS NA TERCEIRA IDADE
Pará de Minas
2014
1
Natalia de Fátima Silva
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS NA TERCEIRA IDADE
Monografia apresentada à Coordenação de
Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas
como requisito parcial para a conclusão do
curso de Enfermagem.
Orientadora: Prof. Ms. Marisa Gonçalves Brito
Menezes.
Pará de Minas
2014
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Natalia de Fátima Silva
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS NA TERCEIRA IDADE
Monografia apresentada à Coordenação de
Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas
como requisito parcial para a conclusão do
curso de Enfermagem.
Aprovada em: _____ / _____ / _____
________________________________________
Prof. Ms. Marisa Gonçalves Brito Menezes
________________________________________
Wesley Souza Castro
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que me deu forças e coragem em
toda a minha trajetória.
Aos meus pais, que me ajudaram, me deram apoio e que não mediram
esforços para que eu alcançasse meu objetivo.
A meu namorado pelo carinho, dedicação, amor e compreensão.
A meus familiares e amigos que me apoiaram e me deram forças e que
contribuíram para que eu chegasse aonde cheguei.
A minha cliente que fez parte dessa pesquisa e que humildemente contribuiu
para que este trabalho fosse concluído.
Dedico também à minha orientadora Marisa, que com carinho e dedicação me
auxiliou na construção deste trabalho.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado a vida e toda a sua magnitude, por me
conceder força nesta caminhada para superar as dificuldades que enfrentei, pois
sem elas não teria chegado aonde cheguei.
Aos meus pais, pelo amor, dedicação, e por abrirem mão de seus sonhos
para que hoje eu esteja realizando o meu.
Ao meu namorado, que nunca mediu esforços para me ajudar, me apoiou e
compreendeu nos momentos em que mais precisei com carinho e empenho.
A todos meus familiares que estiveram ao meu lado, me apoiando e
incentivando em toda essa trajetória.
A meus professores e preceptores que foram mais que professores, foram
amigos, compartilhando seus conhecimentos, experiências e que me incentivaram a
crescer profissionalmente.
A minha cliente pela sinceridade no momento da consulta, e que colaborou
para a elaboração deste trabalho.
A todos os amigos que me deram força, incentivo e demonstraram
compreensão neste período em que crescemos juntos.
E em especial à Marisa pelo seu profissionalismo, dedicação, compromisso,
paciência, cumplicidade, por todo apoio recebido e por ter enriquecido este trabalho
com sua grande sabedoria.
5
“Se fizéssemos todas aquelas coisas de
que
somos
capazes,
nós
surpreenderíamos a nós mesmos.”
Thomaz Edson.
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RESUMO
Nas últimas décadas vem aumentando o índice de DST’s em idosos devido à
comercialização de medicamentos para reposição hormonal e disfunção erétil, a não
adesão ao uso de preservativos nessa faixa etária e pela falta de políticas públicas
voltadas a essa população, também favorece a evolução. O estudo teve como
objetivo, descrever sobre a vivência e os sentimentos de um idoso, após contrair
uma DST. Tratou-se de um relato de experiência de uma idosa brasileira portadora
de HIV/AIDS. No momento da consulta estava viúva, e descobriu a soropositividade
devido à infecção por herpes zooster do marido. Sofreu com o diagnóstico. Fazia o
tratamento em um centro de referencia onde adquiria os antirretrovirais. Possuía
vida normal sem sequelas da infecção, porém, sem vida sexual ativa. Não recebeu
orientações e apoio da enfermagem durante o diagnóstico, mas teve apoio da
família e dos amigos e informou que o momento do diagnóstico é apavorante.
Verificou-se que para ela era possível ser feliz mesmo possuindo uma doença
incurável, e pode-se inferir a necessidade de uma melhor capacitação dos
profissionais da saúde para abordarem pacientes soropositivos principalmente no
momento do diagnóstico.
Palavras-chave: Idoso. Doenças Sexualmente Transmissíveis. Enfermagem.
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ABSTRACT
In last decades the index of STDs is growing among elderly people due the selling of
medications for hormone replacement and erectile dysfunction, by not using
condoms, for lack of pubic policies, favoring its evolution. The study aimed talk about
experiences and feelings of the elderly after contracting STDs. It was an experience
report of a Brazilian elderly with HIV / AIDS. During the consultation was widow , and
discovered her illness due to infection by herpes zoster of her husband. Suffered with
the diagnosis. The treatment was performed at a referral center where acquired
antiretrovirals .Had a normal life without sequelae, however no active sex life. She
no received guidelines and support
about the diagnosis by the nurse, but her
relatives and friends, yes and reported that the moment of diagnosis was terrible, but
believed could be happy with this incurable disease. We need qualified professionals
to handle HIV patients primarily in moment the diagnostics.
Keyword: Elderly. Sexually Transmissible Diseases. Nursing
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LISTA DE SIGLAS
AIDS: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
BIREME: Biblioteca Regional de Medicina
CA: Circunferência Abdominal
CNS: Conselho Nacional de Saúde
COFEN- Conselho Federal de Enfermagem
DE: Diagnóstico de Enfermagem
DM: Diabetes Mellitus
DNA: Ácido desoxirribonucleico
DST: Doenças Sexualmente Transmissíveis
EPI: Equipamento de Proteção Individual
ESF: Estratégia de Saúde da Família
FC: Frequência Cardíaca
FP: Frequência de Pulso
FR: Frequência Respiratória
HA: Hipertensão Arterial
HHV: Herpes Vírus Humano
HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana
HIV-1: Vírus da Imunodeficiência Humana-1
HIV-2: Vírus da Imunodeficiência Humana-2
HPV: Papilomavírus Humano
HSV: Vírus Herpes Simples
HSV-1: Vírus Herpes Simples-1
HSV-2: Vírus Herpes Simples-2
IMC: Índice de Massa Corporal
MS: Ministério da Saúde
NANDA: North American Nursing Diagnosis Association
OMS: Organização Mundial da Saúde
PA: Pressão Arterial
PE: Prescrição de Enfermagem
RE: Resultado Esperado
RNA: Ácido Ribonucleico
SUS: Sistema Único de Saúde
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Tax: Temperatura Axilar
TCLE: Termo de Consentimento Livre Esclarecido
UBS: Unidade Básica de Saúde
UNIFESP: Universidade Federal de São Paulo
VDRL: Venereal Disease Research Laboratory
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................
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2 OBJETIVOS...................................................................................................... 13
2.1 Objetivo Geral............................................................................................... 13
2.2 Objetivos Específicos.................................................................................. 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................
3.1 A Sexualidade e o aumento dos índices de DST’s na terceira idade......
3.2 DST’s mais prevalentes na terceira idade..................................................
3.2.1 HIV/AIDS.....................................................................................................
3.2.2 Sífilis............................................................................................................
3.2.3 Gonorreia.....................................................................................................
3.2.4 Herpes.........................................................................................................
3.2.5 HPV.............................................................................................................
3.2.6 Hepatite.......................................................................................................
3.3 Assistência de enfermagem ao portador de DST na terceira idade........
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4 METODOLOGIA...............................................................................................
4.1 Abordagem metodológica...........................................................................
4.2 Cenário do estudo........................................................................................
4.3 Participante do estudo.................................................................................
4.4 Aspectos éticos e coleta de dados.............................................................
4.5 Organização e análise dos dados...............................................................
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29
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5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO...................................................................
5.1 Entrevista......................................................................................................
5.2 Exame Físico.................................................................................................
5.3 Orientações de Enfermagem.......................................................................
5.4 Diagnósticos de Enfermagem, Resultados Esperados e Prescrições
de Enfermagem...................................................................................................
32
32
42
45
6 CONCLUSÃO...................................................................................................
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46
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 51
ANEXO................................................................................................................. 58
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1 INTRODUÇÃO
A escolha do tema para a realização do trabalho se deu por gostar do público
idoso, pelo interesse sobre o tema Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST),
devido ao aumento significativo do número de DST’s nas ultimas décadas em
pessoas com 50 anos ou mais e à deficiência da assistência de enfermagem na
abordagem dessa população com essa doença. O tema foi escolhido para promover
um melhor conhecimento sobre o assunto, e para tentar melhorar a assistência aos
portadores de DST’s.
Nas últimas décadas houve um aumento significativo da população idosa, da
longevidade e do avanço da tecnologia farmacêutica, que vêm tornando cada vez
mais possível ter relações sexuais na terceira idade. Os medicamentos para a
reposição hormonal para as mulheres e os para correção da disfunção erétil para os
homens têm possibilitado ter vida sexual ativa, mesmo para as pessoas de idade
mais avançada.
Acontece que devido às mulheres acima de 60 anos não poderem mais gerar
filhos, a não habilidade e o não costume de usar preservativos por ser um método
recente, tem-se aumentado os casos de DST’s nessa população, sendo as mais
prevalentes nessa faixa etária a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), a
Sífilis, a Gonorreia, a Herpes, o Papilomavírus Humano (HPV) e a Hepatite B, que
serão descritas ao longo do trabalho.
É importante ressaltar sobre a ocorrência da subnotificação dos casos
notificáveis, devido à equipe de saúde que acompanha o idoso não indagar ao
mesmo sobre sua vida sexual, não aconselhá-lo sobre medidas preventivas e sobre
a importância da realização do teste para saber sobre a sorologia do paciente contra
as DST’s.
Geralmente, o idoso não sabe como se prevenir contra DST, e muitas das
vezes ficam envergonhados de perguntar aos familiares, amigos, profissionais da
saúde, pois não foram acostumados a falar sobre este assunto, e geralmente há o
preconceito da população em geral, que acredita que o idoso não pode mais ter
relações sexuais.
Também não existem muitas campanhas divulgando os meios de prevenção
voltados ao público idoso. Com isso, muitas das vezes, a população da terceira
idade não se considera como um grupo que está susceptível a contrair essas
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doenças. Geralmente, as campanhas são voltadas para adolescentes e adultos,
grupos que estão em idade fértil.
A justificativa para a realização deste trabalho está na possibilidade do
mesmo ser um meio de transmitir informação para a comunidade interessada no
tema e para os profissionais da saúde sobre as DST’s. Este conhecimento poderá
fazer com que estes profissionais abordem e conduzam de forma mais adequada
este tema com as pessoas idosas nas consultas realizadas a essa população, uma
vez que a mesma continua sexualmente ativa, e muitas vezes não é abordado este
assunto com esta população. (COELHO, et al., 2010). Quanto aos idosos, os
mesmos poderão se orientar melhor sobre as principais patologias e poderão saber
um pouco mais sobre a sexualidade na sua faixa etária (OLIVI; SANTANA;
MATHIAS, 2008) e melhorar a assistência de enfermagem prestada ao portador de
DST’s. (ANDRADE; SILVA; SANTOS, 2010).
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Descrever a vivência e os sentimentos de um idoso, após contrair uma DST.
2.2 Objetivos Específicos
a) Revelar o perfil do cliente;
b) Identificar os fatores que levou o idoso a contrair uma DST e a descobrir a
mesma;
c) Descobrir a reação e o sentimento do idoso frente ao diagnóstico de DST;
d) Identificar se fazia o tratamento da infecção e onde conseguia os
medicamentos;
e) Descrever a vivência de um idoso com DST e buscar se o cliente possuía
alguma limitação devido à infecção e se sentia algum sintoma relacionado
à mesma;
f) Conhecer como era e como é sua vida sexual;
g) Conhecer sobre as orientações da enfermagem recebidas e como foi o
apoio dos profissionais de saúde, dos amigos, dos familiares e do
companheiro;
h) Desvendar algo importante que o cliente teria a ensinar;
i) Prestar as orientações assim como fazer diagnósticos de enfermagem (DE)
seus resultados esperados (RE) e suas respectivas prescrições de
enfermagem (PE) para o cliente da consulta de enfermagem.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 A Sexualidade e o aumento dos índices de DST’s na terceira idade
Segundo Moraes et al. (2011), a sexualidade não se resume em relações
sexuais, à procriação, ela vai além, trata-se do carinho, da união entre duas
pessoas, de forma que há um conhecimento mútuo dos corpos, que fortificam a
união do casal. Os mesmos autores ainda relatam que o idoso pode vivenciar a
sexualidade em um longo abraço, um beijo carinhoso, carícias trocadas, dentre
outras simples atitudes.
A definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1975, de Saúde
Sexual era a “integração harmoniosa dos aspectos somáticos, intelectuais e sociais
do ser sexuado, de forma a enriquecer a personalidade, a comunicação e o amor”.
(VAZ; NODIN, 2005, p. 205). Os mesmos autores informam ainda que a sexualidade
é importante para a saúde se for vivida com satisfação, pois ela é fonte de equilíbrio
e harmonia, e favorece a uma atitude positiva em relação aos outros e a si mesmo.
Para Moraes et al. (2011) a sexualidade faz parte da personalidade humana,
pois ela leva a satisfação e as necessidades humanas básicas como o contato, o
emocional, o prazer, o amor e o carinho. Porém, apesar das mudanças nos
paradigmas relacionados à sexualidade, ainda existem o preconceito e a falta de
informação, que leva a população a enxergar os idosos como pessoas assexuadas.
(MORAES et al., 2011).
Laroque et al. (2011) também revelam que as pessoas negam a aceitar que o
idoso possa querer namorar, esquecem que este sentimento também é afetividade e
que é essencial ao ser humano.
De acordo com Okuno et al. (2012) a pesquisa feita na Unidade Ambulatorial
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) realizada por docentes e
discentes da Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias, entre maio e
novembro de 2011, ficou evidenciado que as pessoas que praticavam atividades
físicas aceitavam melhor a sexualidade no idoso. O estudo indicou também a
possibilidade de existir uma relação entre a prática de atividades físicas e a melhor
compreensão relacionada à sexualidade na terceira idade. (OKUNO et al., 2012).
Ainda assim, mesmo com as revoluções na concepção e na prática da
sexualidade, percebe-se a existência de preconceitos no atendimento dessa
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necessidade pelos profissionais, inclusive naqueles que exercem atividades na área
da gerontologia. (COELHO et al., 2010).
Portanto não reconhecer os idosos como população de risco para contração
de DST’s, como o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a AIDS é um fator que
contribui para o aumento dos casos de HIV entre os idosos. (BERTONCINI;
MORAES; KULKAMP, 2007).
Além do mais, no decorrer dos anos, a tecnologia e a atenção à saúde teve
um grande avanço, com isso, os idosos vivem uma realidade que ninguém havia
experimentado antes neste período da vida. (MASCHIO et al., 2011). Porem é
notório, a falta de diálogo com os profissionais da saúde assim como a precariedade
das informações em relação às DST’s, uma vez que as campanhas não incluem os
idosos como grupo de risco. (LAROQUE et al., 2011).
O índice de DST’s nos indivíduos acima de 60 anos, teve um aumento
significativo após a invenção e comercialização dos medicamentos para a correção
da disfunção erétil e para a reposição hormonal. (LAROQUE et al., 2011).
Geralmente, os idosos são resistentes ao uso de preservativos, porque as mulheres
nessa idade não são mais capazes de engravidar e pelo fato da AIDS ser uma
doença recente que teve início na década de 80 e o uso de preservativos não faz
parte da cultura dessa geração, o que os tornam mais vulneráveis a contaminar-se
com a AIDS ou alguma outra DST. (OLIVI; SANTANA; MATHIAS, 2008).
De acordo com Bertoncini, Moraes, Kulcamp (2007) existem também casos
de idosos que são ou foram usuários de drogas injetáveis e se contaminaram ao
compartilhar seringas e/ou objetos perfuro/cortantes.
Os autores supracitados relatam que a infecção por alguma DST parece
invisível aos olhos da sociedade e dos próprios idosos, uma vez que os mesmos se
consideram imunes a se infectar com alguma DST. Apesar de saber que é
importante solicitar o exame anti-HIV para os pacientes mais idosos, os profissionais
da saúde não costumam solicitá-lo, o que favorece a uma subnotificação dos casos,
e também leva essa população a só descobrir que está infectado com o HIV ou
outras DST quando já está instalada alguma doença oportunista. (BERTONCINI;
MORAES; KULCAMP, 2007).
Com
o
envelhecimento
da
população,
tornou-se
necessário
o
desenvolvimento de estudos englobando o idoso, sua sexualidade, e o risco que ele
corre de se contaminar com alguma DST. (BRITO; OLIVEIRA; ANDRADE, 2013).
16
A vulnerabilidade de um idoso contrair alguma DST entre as quais se
encontram a sífilis, a gonorreia, a herpes e a que mais preocupa a população, a
AIDS dentre outras, tem aumentado, uma vez que essa população está conseguindo
manter a atividade sexual até depois dos 60 anos. (BICA et al., 2011). Brito, Oliveira
e Andrade (2013) relatam que os casos de HIV tem se alastrado de forma intensa no
Brasil, e passa a considerar a população geral como “população de risco”, inclusive
os maiores de 60 anos que geralmente não se protegem com preservativos durante
as relações sexuais.
Segundo Souza (2006), os estudos que se propõem a estudar os prováveis
fatores da incidência do HIV/AIDS em idosos, justifica-se primeiro, pelo aumento
indiscriminado do uso de medicamentos para disfunção erétil em uma população
que não teve o hábito de se prevenir com o uso de preservativos em décadas
passadas, e que não se incluem no grupo de risco para contraírem DST’s; segundo,
porque a literatura cientifica, esteve preocupada apenas com as características de
riscos para HIV em grupos que não incluíam o idoso, e por último, pela possibilidade
de incluí-lo nas campanhas preventivas, como grupo de risco para se contrair
DST/HIV/AIDS, até então excluídas das discussões.
Bica et al. (2011) confirmam ao citar que o contágio pelo contato sexual em
idosos ainda é muito grande, pelo preservativo não ser muito aceito por essa faixa
etária, pela população idosa relacionar o uso do preservativo como um método
anticoncepcional, e não como um meio de prevenção de doenças.
Embora o índice de HIV/AIDS tenha aumentado na população idosa, ainda
não se sabe o quanto de informação essa população tem sobre a infecção, a
prevenção e o tratamento da doença, o que pode ser um fator contribuinte para a
estratégia de prevenção nessa população. (LAROQUE et al., 2011). Okuno et al.
(2012) relatam que os meios de comunicação como televisão, rádio, internet, jornais
são os principais meios de conhecimento que os idosos utilizam para se informar
sobre as DST’s/ HIV/AIDS.
Olivi, Santana, e Mathias (2008) relatam que mais de 90% dos mesmos
concordaram que a camisinha previne contra as DST’s, apesar de negarem fazer o
uso da mesma como relatam outros autores.
Brito, Oliveira e Andrade (2013) relatam que as realizações de campanhas
educativas contribuem para um melhor diálogo entre os participantes e os serviços
de saúde e favorece que os mesmos adotem práticas preventivas, o que pode ser
17
uma estratégia utilizada para reduzir o índice de transmissão e contaminação por
DST/HIV, principalmente quando se trata da população idosa.
Os principais elementos para diagnóstico das DST’s são a anamnese e o
exame físico, mesmo quando disponíveis recursos laboratoriais. Os profissionais de
saúde conhecendo os aspectos funcionais do corpo humano poderão associá-los a
anamnese e fazer um diagnóstico das principais síndromes. (BRASIL, 2006).
3.2 DST’s mais prevalentes na terceira idade
São várias as causas que contribuem para o aumento das DST’s entre a
população idosa, algumas delas são a falta de estratégias e orientações sobre a
prevenção de DST’s na atenção básica, a não aceitação da população quanto a
idosos sexualmente ativos, e a não habilidade na colocação de preservativos.
(CEZAR; AIRES; PAZ, 2012).
No estudo realizado pelos autores supracitados, em uma unidade de
estratégia de saúde da família (ESF), em um município da região da Serra Gaúcha,
a maior parte dos idosos entrevistados relatou que sabem como se prevenir das
DST’s, disseram também que sem o uso de preservativos, podem-se transmitir
muitas doenças, como o HIV, que não tem cura. Quando questionadas sobre a
idade para se prevenir DST’s, 48,9% relataram que a prevenção deve ocorrer desde
a primeira atividade sexual, e 30,9% informaram ser na fase em que o indivíduo está
na adolescência. (CEZAR; AIRES; PAZ, 2012).
No estudo realizado por Olivi, Santana e Mathias (2008), as DST’s mais
citadas pela população idosa foram a AIDS, Sífilis, Gonorreia, Herpes, HPV e
Hepatite, não sendo revelado o percentual de cada uma. A população foi constituída
por servidores de uma Secretaria do Estado do Mato Grosso com 50 anos ou mais,
que atuavam em Cuiabá em 2005. Dos 425 servidores, foram sorteados 165
aleatoriamente para compor a amostra. (OLIVI; SANTANA; MATHIAS, 2008).
3.2.1 HIV/AIDS
A AIDS é causada pela contaminação do vírus HIV, que destrói as defesas do
corpo e deixa as pessoas sem condições de se proteger imunologicamente de
outras doenças, esse vírus pode permanecer por meses ou anos sem se manifestar.
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(SANTA CATARINA, 2006).
O agente etiológico do HIV/AIDS são os vírus da Imunodeficiência Humana 1
(HIV-1) e vírus da Imunodeficiência Humana 2 (HIV-2) retrovírus da família
lentiviridae, tendo como reservatório o homem. (BRASIL, 2010b).
No início, a AIDS acometia apenas os drogados, homossexuais e prostitutas,
que eram pertencentes aos denominados “grupos de riscos”, mas atualmente todas
as pessoas, homens, mulheres, crianças, adolescentes e idosos estão sujeitos a
contrair o vírus HIV e adquirir a AIDS, pois todos fazem parte do “grupo de risco”,
sendo assim, não existe mais grupo de risco e sim pessoas que vivenciam um
“comportamento de risco”. (SANTA CATARINA, 2006).
De acordo com os autores supracitados, as pessoas podem se contaminar
através do sangue contaminado na transfusão de sangue, no uso de seringas e
agulhas contaminadas com HIV e em acidentes com materiais perfuro cortantes
contaminados, nas relações sexuais de qualquer tipo sem uso de camisinha e
através da transmissão vertical, da mãe grávida para seu bebê durante a gravidez, o
parto ou a amamentação.
Andrade, Silva e Santos (2010) afirmam que o aumento da AIDS em idosos
ocorre principalmente devido a dois fatores: devido aos tabus existentes sobre a
sexualidade na terceira idade, e devido a um melhor acesso a prazeres e serviços,
quando se possuem melhores recursos financeiros.
A prevenção das DST’s varia de acordo com o grupo de risco, para os que
possuem vida sexual ativa, se baseia na orientação sobre a prática de sexo seguro
em todos os atos sexuais e em todos os tipos de relação, seja ela vaginal, oral ou
anal. Pela via da transmissão sanguínea se fundamenta em triar os doadores.
Quanto aos usuários de drogas, incentivar o uso único da seringa, e que não
compartilhem agulhas. Já aos trabalhadores que vivenciam o risco de terem o
contato com secreções ou materiais perfuro/cortantes, orientá-los sobre o cuidado
ao exercer as atividades, na manipulação de materiais orgânicos e utilizar os
equipamentos de proteção individuais (EPI’s) obrigatórios. Pela via de transmissão
vertical, quando indicado, iniciar a profilaxia a partir da 14° semana de gestação com
a terapia antirretroviral tripla e pela via de doação de sêmen e órgãos, deve-se fazer
triagem dos doadores e testar o sêmen antes da inseminação. (BRASIL, 2010b).
Pereira e Borges (2010) relatam que quando se tem conhecimento adequado
sobre a transmissão do HIV, os profissionais da área da saúde que abordam os
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idosos devem programar estratégias para a prevenção da doença, uma vez que há
muitas crendices relacionadas à sexualidade nessa população, sendo necessário
investir em educação em saúde para essa faixa etária, uma vez que esse segmento
ainda não é priorizado. Os mesmos autores também relatam que é necessário que
os profissionais da saúde, compreendam que o idoso é um ser que pode ter
relações sexuais, e que deve compreender que são susceptíveis a contrair essa
doença e conhecer a mesma, para que ocorra mudança de comportamento. Prova
disso, é que entre 1996 e 2006, a incidência de AIDS na população de idosos no
país que era 7,5 passou para 15,7 casos por 100 mil habitantes. (FRUGOLI;
MAGALHÃES-JUNIOR, 2011).
3.2.2 Sífilis
A sífilis é uma doença que causa infecção sistêmica, que pode se tornar
crônica e ter períodos de latência quando não tratada. É causada pelo agente
etiológico Treponema pallidum e pode ser transmitida através de relações sexuais
ou por transmissão vertical. (BRASIL, 2005). A sífilis adquirida por contágio fora das
relações sexuais é rara e excepcional, ocorre poucos casos de contaminação por
transfusão sanguínea ou por inoculação acidental. (BRASIL, 2010b).
Para Santa Catarina (2006) a sífilis é uma DST amplamente disseminada, que
pode acometer todas as pessoas sexualmente ativas que não usam preservativos,
principalmente as pessoas mais jovens. Ela pode ser aguda e causar sinais e
sintomas pouco tempo depois de contraída, ou pode durar anos para se manifestar e
se não tratada, torna o prognóstico reservado.
O primeiro sintoma que surge é uma “feridinha” na vulva ou pênis, que não
dói e desaparece mesmo sem tratamento, tempos depois, surgem manchas pelo
corpo, mais frequentes na sola dos pés e palma das mãos, que também vão
desaparecer sozinhas, com o tempo, a sífilis pode levar a sinais e sintomas mais
graves como a paralisia, cegueira, problemas cardíacos e até mesmo a morte.
(SANTA CATARINA, 2006).
No homem, as lesões aparecem com maior frequência na glande e sulco
bálano-prepucial; já na mulher, é mais comumente observada nos pequenos lábios,
paredes vaginais e colo uterino, muitas das vezes não sendo vistas. Podem ocorrer
lesões de inoculação em outras áreas do corpo sem ser a região genital. A lesão é
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muito infectante e rica em treponemas. (BRASIL, 2005).
Ela pode ser classificada em sífilis adquirida recente que possui menos de um
ano de evolução, sífilis adquirida tardia quando há mais de um ano, sífilis congênita
recente quando diagnosticada até o segundo ano de vida e sífilis congênita tardia
quando diagnosticada após o segundo ano de vida. (BRASIL, 2005).
Rouquayrol e Almeida Filho (2003) relatam que uma das metas do Ministério
da Saúde (MS) é eliminar a sífilis congênita, e para alcançar essa meta, ele está
enfatizando o exame Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) no primeiro e
no terceiro trimestre de gestação ou na ocasião do parto e quando indicado, o
tratamento da mãe do recém-nascido e do(s) parceiro(s) sexuais deverá ser
executado.
3.2.3 Gonorreia
A gonorreia é uma infecção causada pela Neisseria gonorrhoeae, sendo este
um diplococo gram-negativo. Ela é uma doença infecciosa do trato genital, é
transmitida através do contato sexual, e pode ser assintomática em cerca de 70 a
80% das mulheres. (BRASIL, 2010b).
A gonorreia é uma das DST’s mais comuns de ser encontrada. (SANTA
CATARINA, 2006). Brasil (2010b) relatam que ela é uma doença infecciosa do trato
genital transmitida através do contato sexual desprotegido de uma pessoa infectada
com uma sem infecção. A infecção pode ser assintomática, ou manifestar com alta
morbidade. Os mesmos autores relatam que ela apresenta-se de forma diferente na
mulher e no homem, sendo maior a proporção de acometimento em homens do que
em mulheres.
No homem a manifestação mais frequente é a uretrite com disúria, polaciúria
e secreção uretral que aparece após dois a cinco dias após a infecção, já na mulher
pode ocorrer uretrite ou endocervicite com dor ao urinar, polaciúria e alterações
menstruais. (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003).
Após a relação com uma pessoa infectada, de seis a oito dias após o início da
infecção, a pessoa começa a sentir disúria, apresenta corrimento amarelado ou
esverdeado, podendo ter um pouco de sangue, que sai do pênis, ânus ou vagina.
(SANTA CATARINA, 2006).
Os mesmos autores informam que quando não tratada ou se tratada
21
incorretamente, a gonorreia pode causar sérias consequências tanto para a mulher
quanto para o homem infectado, como a esterilidade, o ataque ao sistema nervoso
causando meningite, além de problemas ósseos e de coração.
3.2.4 Herpes
O Herpes Simplex Vírus (HSV) tipo 1 e 2, pertencem a família Herpesviridae,
da qual fazem parte o Citomegalovírus, o Varicela Zoster Vírus, o Epstein-Barr Vírus,
o Herpes vírus humano 6 e o Herpes vírus humano 8. (BRASIL, 2010b).
Clemens e Farhat (2010) complementam quando relatam que os dois tipos do
vírus são endêmicos em todo o mundo e podem causar infecção. Essas infecções
são as mais prevalentes no mundo e no Brasil, sendo diagnosticados 640 mil casos
anualmente.
Barbosa et al. (2011) afirmam que a causa mais comum de úlcera genital é o
HSV, sendo que em pacientes com AIDS, a infecção pode levar a um quadro crônico
com forma atípica e grave.
Silva e Richtmann (2006) afirmam que com o aumento da longevidade e dos
números de pacientes imunocomprometidos, houve um aumento da incidência dos
casos de herpes nessa população, que têm chegado a 10/1.000 casos por ano nos
idosos com oitenta anos ou mais.
O HSV causa lesões que podem situar no sítio da infecção primária ou
próximas dela, e possui particularidades biológicas, como a capacidade de causar
várias doenças além de infecções que acompanharão a pessoa por toda a vida.
(LAZARINI et al., 2006).
O Vírus Herpes Simples-1 (HSV-1) geralmente é adquirido pelo contato oral
direto com pessoas infectadas, e, quando sintomático, causa lesões nos lábios, boca
ou na face, sendo contraído principalmente durante a infância e adolescência.
Estudos recentes revelaram que esse vírus pode causar a herpes genital na
população. (CLEMENS; FARHAT, 2010).
Os mesmos autores revelam que a doença causada pelo Vírus Herpes
Simples-2 (HSV-2) acomete adolescentes e adultos com sexualidade ativa e sua
manifestação ocorre em sua maioria nos órgãos genitais, sendo que a transmissão
do vírus ocorre a partir da relação sexual com pessoas infectadas, e a consequência
mais grave da infecção genital é a transmissão da mãe para o neonato.
22
Além da infecção do herpes causada pelo HSV, descrito anteriormente, existe
também a infecção pelo Herpes Vírus Humano (HHV). De acordo com Ypiranga e
Moraes (2009), o HHV apresenta ciclos de latência e estado lítico alternadamente, e
alguns subtipos podem causar neoplasias. O HHV tipo 1 está associado a
carcinomas de cabeça e pescoço e ao carcinoma cérvico uterino, o HHV tipo 2 está
ligado ao carcinoma de colo de útero, já o HHV tipo 4 está relacionado a Doença de
Hodgkin e a outras doenças linfoproliferativas e o HHV tipo 6 é referente aos
linfomas e o HHV tipo 8 está associado ao Sarcoma de Kaposi, aos linfomas
primários de efusão, a Doença de Castleman e ao Mieloma múltiplo.
Os autores supracitados relatam também que mesmo não tendo a
confirmação da oncogenia do HHV tipo 1, existe evidências que o colocam em
participação como co-carcinogênio em neoplasias cutâneas, modificando o ciclo
celular e os mecanismos de reparação do ácido desoxirribonucléico (DNA).
3.2.5 HPV
O HPV é o agente etiológico dessa infecção, ele é um vírus de DNA não
cultivável da família do Papovavirus, que possui mais de 70 sorotipos, sendo eles de
grande importância na epidemiológica, por serem oncogênicos. (BRASIL, 2010b).
O HPV tipo 16 é o sorotipo que mais causa infecção do trato genital, seguido
dos sorotipos 18, 45 e 31. O sorotipo 16 é o mais prevalente em todo o mundo e o
mais detectado no carcinoma cervical invasor. (NAKAGAWA; SCHIRMER;
BARBIERI, 2010). Confirmando, Reis et al. (2010a) afirmam que mais de 50% dos
cânceres de pênis apresentam DNA de HPV, com prevalência do sorotipos 16 e 18.
O HPV pode infectar tanto a pele quanto os tecidos, e de acordo com o local
que foi contaminado, pode ser categorizado como cutâneo ou mucoso. Os cutâneos
têm como principal manifestação a formação de verrugas, e infectam principalmente
a pele das mãos e pés, os mucosos se manifestam como condilomas planos e
acuminados e acometem mucosas da boca, garganta, trato respiratória e mucosa
ano genital. Geralmente essas infecções são benignas e desaparecem de um a
cinco anos. (NAKAGAWA; SCHIRMER; BARBIERI, 2010).
Segundo Reis et al. (2010b) dentre os sorotipos de HPV existentes, cerca de
40 deles são encontrados na mucosa genito-anal do homem, sendo considerados
oncogênicos para o epitélio da cérvice uterina. Os mesmos autores relatam que é a
23
DST mais encontrada, tendo como sua principal forma de transmissão o contato
sexual, mas também pode ser transmitida através do parto e por meio de fômites.
(REIS et al., 2010b).
Nakagawa, Schirmer e Barbieri (2010) relatam que o exame Papanicolau
permite identificar as alterações pré-malignas em mulheres com alterações celulares
no colo do útero. Araújo et al. (2013) afirmam que a principal estratégia para o
combate dessa neoplasia é a realização desse exame para a detecção precoce da
doença, mas a quantidade de mulheres que fazem o rastreamento com esse exame
é inferior a incidência da infecção pelo HPV.
Em alguns casos o HPV causa o condiloma acuminado (REIS et al., 2010a),
mas segundo Araújo et al. (2013), cerca de 20% das pessoas em todo o mundo
estão infectados, sendo a maior parte desses casos assintomáticos e transitórios.
Vargens et al. (2013) relatam que quando há a presença de lesões, as
mesmas são contagiosas, e apenas o uso do preservativos não asseguram a
proteção contra o HPV, os mesmos autores afirmam que embora algumas mulheres
apresentem infecções pelo HPV assintomáticas e transitórias, as mesmas podem
desenvolver infecções prolongadas devido a falta de sintomas, que podem levar ao
câncer do colo do útero.
O câncer de pênis é raro, e muitas vezes estão associadas à infecção pelo
HPV, acometendo principalmente homens na terceira idade, mas indivíduos jovens
também podem ser afetados. A doença acomete principalmente pessoas com maus
hábitos de higiene, não circuncidados e tem como fator desencadeante a fimose.
(REIS et al., 2010a).
Quanto aos fatores de risco da infecção pelo HPV, o principal é o número de
parceiros sexuais, mas alta paridade, uso prolongado de anticoncepcionais orais e
tabagismo também podem causar o câncer da cérvice uterina. (REIS et al., 2010b).
Segundo Ayres e Silva (2010), é importante conhecer os fatores que
regridem, avançam e persiste a infecção pelo HPV, para se identificar os grupos de
risco para a doença e assim prevenir e controlar a doença.
Com o avanço e aprofundamento dos estudos sobre o vírus HPV, tornou-se
possível desenvolver vacinas com baixas doses de antígenos imunogênicos, ela
atuará como um meio de prevenção ao câncer do colo de útero para mulheres que
ainda não iniciaram a vida sexual, já para aquelas com vida sexual ativa, o combate
ao câncer cervical deve ser feito por meio do tratamento e seguimento clínicos das
24
lesões que podem levar a doença. (NAKAGAWA; SCHIRMER; BARBIERI, 2010).
Araújo et al. (2013) relatam que para que ocorra o câncer do colo do útero é
necessário uma infecção por HPV persistente, e para que a incidência seja reduzida,
foram desenvolvidas vacinas para a prevenção da doença. A vacina bivalente
protege a população contra os subtipos 16 e18, e a quadrivalente contra os subtipos
6, 11, 16 e 18.
Reis et al. (2010a) afirmam que as campanhas de prevenção são importantes
para o diagnóstico recente da doença, para assim reduzir a gravidade da mesma
proporcionando o aumento da sobrevida, devido a maiores chances de cura.
3.2.6 Hepatite
As hepatites virais são causadas por agentes etiológicos diferentes, todas
com tropismo pelo tecido hepático, com características semelhantes, mas
peculiaridades distintas. (BRASIL, 2006).
Brasil (2010b) relata que a hepatite A é causada por um vírus ácido
ribonucléico (RNA) da Família Picornaviridae. Tem como principal via de contágio a
fecal-oral, geralmente através de água e alimentos contaminados. (BRASIL, 2006).
A Hepatite B é causada pelo vírus DNA da família Hepadnaviridae (BRASIL, 2010b),
e sua transmissão são através das vias parenterais, vertical da mãe para o filho
intraútero e através de relações sexuais desprotegidas, sendo considerada uma
DST. (BRASIL, 2006). A hepatite C é causada por um vírus RNA da Família
Flaviviridae (BRASIL, 2010b) e é o principal agente etiológico da hepatite crônica e
sua transmissão se dá na maioria das vezes por via parenteral, sendo às vezes não
possível identificar a via de transmissão. (BRASIL, 2006). Segundo Brasil (2010b), a
hepatite D é causada pelo vírus da hepatite D ou delta, que é o único representante
da família Deltaviridae. Esse vírus depende da infecção pela hepatite B para realizar
sua replicação, tendo por esse motivo o mesmo modo de transmissão da hepatite B.
(BRASIL, 2006). A hepatite E é causada pelo RNA da Família Caliciviridae (BRASIL,
2010b), e têm como principal via de transmissão a via fecal-oral, podendo
apresentar formas clínicas graves em gestantes. (BRASIL, 2006).
Tauil et al. (2012) relatam que a hepatite viral B é um problema de saúde
pública que geralmente tem evolução lenta, insidiosa e progressiva e que pode levar
a hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepato-celular quando não tratada a tempo.
25
Os mesmos autores também relatam que se adquire imunidade para a doença
quando já se teve a infecção ou quando vacinado.
Segundo Oliveira et al. (2013) o diagnóstico da hepatite B é confirmado se
houver antígeno de superfície da doença durante seis meses, aumento das enzimas
hepático e achado histológico e o seu tratamento consiste em suprimir a replicação
do vírus, diminuir a doença hepática, impedir que as patologias, cirrose, insuficiência
hepática e o carcinoma hepato-celular, continuem se desenvolvendo.
Mudanças radicais no estilo de vida são necessárias quando há a evolução
para a forma crônica da hepatite. Limitações nas atividades diárias, na alimentação
e no consumo de bebidas alcoólicas são necessários para uma melhor qualidade de
vida. (TESTON; SILVA; MARCON, 2013).
Segundo Gaze et al. (2013) o desafio atual em relação as hepatites virais é
impedir a propagação do vírus por outros meios, e manter o controle sobre as
infecções passadas. Os mesmos autores ainda relaram que se deve também
fiscalizar constantemente a qualidade dos hemoterápicos, da água, dos alimentos, e
dos materiais de estética, médico-odontológico para que sejam bem esterilizados e
manter as estratégias de vacinação.
Tauil et al. (2012) relatam sobre a importância em se investir nas medidas de
prevenção, como as campanhas de vacinação, estimulando a redução do consumo
de drogas injetáveis, uso do preservativo em todas as relações sexuais, e os
cuidados que devem existir na triagem na coleta do sangue para transfusão.
Teston, Silva e Marcon (2013) relatam que é necessário que o enfermeiro
esteja preparado para assistir e orientar os pacientes, além de saber identificar
precocemente os sinais de complicação do quadro clínico, orientar sobre as reações
adversas relacionadas aos medicamentos para uma melhor qualidade do
tratamento.
3.3 Assistência de enfermagem ao portador de DST na terceira idade
Em vários momentos no atendimento dos clientes na terceira idade, deve-se
colocar em prática ações de enfermagem como a prevenção, o aconselhamento e a
intervenção contra as DST’s. Durante o momento do acolhimento e aconselhamento,
o enfermeiro tem a oportunidade de ganhar a confiança do idoso e desenvolver uma
relação para uma melhor interação com o mesmo. (ANDRADE; SILVA; SANTOS,
26
2010).
Simples mudanças na vida pessoal como a utilização de preservativos e o
tratamento específico da doença, estão associadas a uma melhor qualidade de vida
e uma redução dos riscos à saúde, mas, apesar de serem simples as medidas de
controle, os profissionais da saúde encontram grande dificuldade em diminuir os
valores da epidemia, devido ao valor cultural existente há algum tempo. (VIEIRA;
PADILHA, 2007).
Olivi, Santana e Mathias (2008) afirmam que é necessário fazer programas de
prevenção às DST’s para a população com 50 anos ou mais para reforçar a
prevenção das mesmas, pois, para a conscientização dessa população deve-se
mostrar a existência do risco, para que os mesmos comecem a adotar medidas
preventivas.
É necessário que se faça a capacitação e estimulação dos profissionais da
saúde para que oriente e trabalhe com o idoso a sua sexualidade e as DST’s, pois
geralmente, nessa faixa etária não são abordados esses temas. (ULTRAMARI et al.,
2011).
De acordo com Pereira e Borges (2010) existe a necessidade de se investir
em educação em saúde, para se priorizar a população idosa, uma vez que surgiu o
Estatuto do Idoso, mas o mesmo não é totalmente seguido. Torna-se necessário
criar-se
então, propagandas
que
alertem
a
população
idosa sobre sua
vulnerabilidade às DST’s e dos enfermeiros compreenderem o idoso como um ser
sexualmente ativo e com aumento de casos de AIDS nessa população.
A enfermagem como parte da equipe de saúde tem papel fundamental nas
ações de cuidado e educação, seja individualmente ou em grupo, e deve oferecer
assim uma assistência integral que aborde as dimensões biológicas, clínicas,
sociais, ética e oferecer apoio para assim viver com melhor qualidade de vida.
(MACHIESQUI et al., 2010).
Vieira e Padilha (2007) alertam que enfermeiros e cuidadores devem observar
as dificuldades vivenciadas pelas famílias, e quando possível tentar solucionar e
identificar na vida cotidiana a percepção do portador de DST quanto à situação em
que se encontra a infecção e como a família lida com o assunto, e tentar cuidar com
humanização e com segurança o portador dessa doença.
A integralidade na atenção é necessária para que os profissionais de saúde
vejam os idosos como vulneráveis às DST’s, sendo este um princípio para as
27
práticas de saúde nas ESF, já com o princípio da universalidade, a abordagem
integral não é suficiente, a responsabilização, o vínculo, o acolhimento e a
humanização são primordiais para uma melhor qualidade de vida e adesão ao
tratamento. (SANTOS; ASSIS, 2011).
De acordo com Vieira e Padilha (2007) para propor um cuidado humanizado,
o profissional de enfermagem deve entender a alteração causada pela DST, e não
procurar culpados e inocentes pela infecção. É necessário respeito para com a
família e tentar compreendê-la na sua individualidade.
28
4 METODOLOGIA
4.1 Abordagem metodológica
Este estudo tratou de uma pesquisa qualitativa, e teve como abordagem
metodológica o relato de experiência de uma consulta de enfermagem com uma
senhora portadora de HIV/AIDS.
A coleta de dados foi realizada na residência da cliente no dia oito de julho de
2014 e teve aproximadamente 150 minutos de duração.
Segundo Guerriero (2008), a pesquisa qualitativa pode ser considerada um
conjunto de atividades interpretativas, que não dá o privilégio a nenhuma das
técnicas, aliás, pode usar mais de uma em um mesmo estudo.
Flick (2009) relata que a pesquisa qualitativa tem como aspectos essenciais,
a escolha adequada dos métodos e teorias, o reconhecimento e análise das
perspectivas, as reflexões dos pesquisadores sobre suas pesquisas e a variedade
de abordagens e métodos.
O mesmo autor supracitado relata que na pesquisa qualitativa os
pesquisadores e os entrevistados constituem os principais instrumentos de coleta de
dados e reconhecimento, sendo assim, ambos têm uma importância peculiar.
Segundo Santana et al. (2014), o relato de experiência é um documento onde
se deve registrar todo o percurso de uma experiência em estágio, pesquisa de
iniciação
científica,
projeto
de
extensão,
participação
em
movimento
estudantil/associativo ou qualquer outras experiências vivenciadas pelo acadêmico.
Luchesi e Cardoso (2012) complementam ao afirmarem que o relato de
experiência é um conjunto de descrições de experimentos nas quais seus resultados
obtidos, assim como suas ideias, são associados de modo a construir um discurso
completo e coerente de tudo que diz respeito ao trabalho, sendo o registro
permanente das informações obtidas e elaboradas principalmente para descrever
experiências, investigações, processos, métodos e análises.
4.2 Cenário do estudo
O cenário para este estudo foi a residência da cliente em Pitangui-MG, que
fica localizada na microrregião de Pará de Minas e mesorregião Metropolitana de
29
Belo Horizonte, tinha uma população de aproximadamente 26.797 mil habitantes, e
possuía como principal fonte de renda para a cidade, a produção de ferro gusa.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE PITANGUI, 2014).
4.3 Participante do estudo
O participante da pesquisa foi indicado pela enfermeira da ESF local e a
escolha baseou-se no seguinte critério de inclusão:
a) ser brasileiro;
b) ser idoso;
c) ser portador de DST;
d) concordar participar do estudo e assinar o termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE). (ANEXO A).
Assim sendo, tratou-se de uma senhora brasileira, idosa, e portadora de AIDS
e que assinou o TCLE, preenchendo assim todos os critérios de inclusão para este
estudo.
4.4 Aspectos éticos e coleta de dados
A pesquisa respeitou a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº
196, de 10 de outubro de 1996 (BRASIL, 1996) e Resolução nº 466, de 12 de
dezembro de 2012 (BRASIL, 2012), que refere sobre a pesquisa com seres
humanos, mantendo o anonimato e sigilo da pessoa entrevistada e só foi
concretizada após a mesma assinar o TCLE.
Foi realizada uma consulta de enfermagem com a idosa, composta de
anamnese e exame físico e após, foram dadas a mesma orientações de
enfermagem. A consulta foi gravada e transcrita com a finalidade de não haver
perda de dados.
Para Machado, Leitão e Holanda (2005), a consulta de enfermagem é uma
atividade independente, que tem como objetivo propiciar condições para a melhora
da qualidade de vida do indivíduo por meio de uma abordagem contextualizada e
participativa. Os mesmos autores também relatam que a mesma se trata de um
30
processo de interação entre profissional e cliente, na busca de promoção de saúde,
prevenção de doenças e limitação de danos, e para que essa interação ocorra é
necessário o desenvolvimento do profissional em relação a uma comunicação
efetiva e do exercício da escuta e do diálogo entre ambos.
A anamnese e exame físico são partes integrantes da consulta de
enfermagem. Santos, Veiga e Andrade (2011) relatam que a anamnese é definida
como a primeira fase de uma coleta de dados, que permite ao profissional identificar
problemas, determinar diagnósticos e, planejar e implementar a assistência.
Os mesmos autores supracitados relatam que o exame físico é uma etapa
essencial para o planejamento do cuidado, pois ele busca avaliar o cliente através
de sinais e sintomas, procurando anormalidades que possam surgir no processo
saúde/doença. O mesmo deve ser sistematizado, no sentido céfalo-caudal, e deve
ser realizada uma avaliação minuciosa de todas as partes do corpo, utilizando-se
das técnicas propedêuticas, a inspeção, a palpação, a percussão e a ausculta. Para
realizar essas técnicas serão necessário matérias como o estetoscópio, o
esfigmomanometro, o termômetro, lanternas, luvas de procedimentos, dentre outros.
Além desses instrumentos, o enfermeiro ainda deverá utilizar dos órgãos do sentido
como a visão, a audição, o tato e o olfato, para continuar com o plano de
cuidar/cuidado.
A resolução 272/2002 do (Conselho Federal de Enfermagem) COFEN
confirma quando no Art. 1.º considera que no exame físico, o enfermeiro deve
realizar as técnicas semiológicas criteriosamente, para efetuar o levantamento de
dados a respeito da saúde do paciente e anotar as eventuais anormalidades
encontradas, como meio de validar as informações contidas no histórico.
(CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2002).
4.5 Organização e análise dos dados
Após a coleta de dados foi realizada a transcrição da entrevista na íntegra e
posteriormente uma leitura minuciosa da mesma assim como do exame físico. Os
dados foram analisados baseando-se em literatura brasileira específica sobre o
tema, sendo pesquisados um total de 276 artigos na Biblioteca Regional de Medicina
(BIREME), sendo utilizados os seguintes descritores: consultas especializadas;
herpes zoster; HIV; Papanicolau; estado nutricional; e os agrupamentos de palavras
31
como: AIDS diagnóstico sentimento; AIDS religiosidade; medicamentos SUS; HIV
preconceito; HIV aceitação profissionais; HIV equipe multidisciplinar; apoio família;
orientação enfermagem. Destes artigos foram selecionados e utilizados 18 deles
publicados no período máximo de dez anos.
32
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO
Com a finalidade de alcançar os objetivos propostos, os resultados
encontrados, assim como suas análises, serão apresentados na seguinte ordem:
entrevista, exame físico e orientações dadas.
5.1 Entrevista
Identificação
M. P. B., 68 anos, nascida dia 05/01/46, natural de Lagoa da
Prata, residia em casa de alvenaria alugada com o irmão e a filha em
Pitangui-MG, contou ter trabalhado como doméstica, mas estava
“parada”. Parcialmente alfabetizada estudou até a quinta série do
ensino fundamental, relatou ser católica e frequentar a igreja, disse ser
viúva, mas não se casou no civil e no religioso, no momento não
possuía parceiro, e contou ter tido só um parceiro sexual. Mãe de uma
jovem de 19 anos.
Queixa Principal
No momento não possuía queixas álgicas, e nenhuma outra
queixa.
História da moléstia atual
Sem relato, uma vez que não havia queixa principal.
História da moléstia pregressa
Informou possuir colesterol alto e fazer uso de medicação para
controle do mesmo. Revelou ser portadora de HIV/AIDS, há onze anos
diagnosticada e desde a data, realiza tratamento e uso de
medicamentos diariamente para o seu controle. Negou hipertensão,
hiper e hipotireoidismo e outras doenças. Disse que tinha “problema de
nervo”. Informou que estava com a diabetes controlada, e relatou que
nunca tinha tomado medicação para controle, “a infectologista, é que
eu consulto com ela lá, lá em Belo Horizonte, lá... no Eldorado, ela
falou que... que a diabete, é, ela abaixou”.
33
Pacientes com HIV/ AIDS necessitam de controle clínico laboratorial nos
centros especializados, e indivíduos que residem em zonas rurais que não dispõem
de atendimento médico especializado, realização
de exames
laboratoriais
específicos ou dispensação de antirretrovirais em sua área de abrangência,
necessitam percorrer longas distancias para o acompanhamento nos serviços de
saúde dos grandes centros urbanos. (BRASIL, 2010a).
Ao ser questionado o motivo pelo qual foi realizado o teste do
HIV, foi relatado que o “marido” havia apresentado quadro de herpes
zoster, e que quando foi ao médico ginecologista, ele a aconselhou a
fazer o teste. Disse que o mesmo falou que todas as pessoas que
apresentavam herpes zoster e seus parceiros sexuais deviam fazer o
teste para HIV. Falou que se o médico não tivesse a aconselhado, já
havia falecido devido à doença.
O herpes zoster é uma doença infecciosa aguda, que ocorre quando o vírus
latente da varicela-zoster é reativado em pacientes parcialmente imunizados. Ele
afeta principalmente, indivíduos idosos ou imunocomprometidos, como uma infecção
oportunista, podendo gerar lesões hemorrágicas, pneumonias e encefalites.
(SCHUSTER; BUSS, 2009).
Perguntei se ela tinha conhecimento de como havia contraído o
HIV, respondeu que foi devido à contaminação interconjugal.
No estudo realizado por Reis e Gir (2009) em um serviço público ambulatorial
de um hospital universitário, referência para o atendimento a portadores do
HIV/AIDS situado em um município do interior paulista, a forma de exposição ao HIV
para todas as mulheres foi pela via sexual, através de relações sexuais com parceiro
fixo.
Sobre o sentimento da mesma no momento que recebeu a
notícia que possuía HIV, disse: “Nossa senhora eu fiquei... Nooossa
Senhora, perdi até a cabeça.... foi muito, perdi o rumo... eu, eu,
34
consultei, eu consultei muito, uns três anos, com a psicóloga lá, lá em
Contagem, lá no “Iria Diniz” onde eu faço tratamento.”
O centro de consultas especializadas Iria Diniz oferece atendimentos
especializados, encaminhados pelos médicos da Unidade Básica de Saúde (UBS) e
ou da ESF e oferece exames, medicamentos, cirurgias e consultas especializadas
para usuários que necessitam destes serviços especializados. (PREFEITURA
MUNICIPAL DE CONTAGEM, [20--]).
O sentimento de morte eminente após o diagnóstico leva as pessoas a sentir
como se tivessem na fronteira entre a vida e a morte, e faz com que a pessoa perca
a referencia e não saiba o que é concreto e o que é abstrato. Esse sentimento gera
uma situação de sofrimento em que ela não sabe como agir. (BRASIL, 2010a).
Em relação ao que ela se apegou para tentar superar a notícia
da soropositividade, a mesma relatou que se aproximou muito da
psicóloga e de Deus.
Para Reis e Gir (2009), a crença religiosa é um importante meio nas quais as
pessoas portadoras do HIV/AIDS se aliam para o enfrentamento da soropositividade
para proporcionar conforto espiritual.
Quanto ao tempo que havia que descobriu que possuía a
doença, disse que há onze anos que foi diagnosticada. Quando
questionada como se sentia sendo uma portadora do HIV, disse que
tinha uma vida normal, e ao indagar se sentia vergonha, respondeu:
“Não. A gente tem que ter aceitação, né.”
Sobre a aquisição dos medicamentos, ela informou que os
mesmos eram buscados no centro de consultas especializadas “Iria
Diniz”, no Eldorado em Belo Horizonte - MG “todo mês eu ou o
motorista da prefeitura busca os medicamentos, lá”.
A Constituição Brasileira de 1988 estabelece a saúde como direito de todos e
dever do Estado. Fundamentada nesse contexto, em 1996 foi editada a Lei n°
9.313/96, garantindo a distribuição gratuita dos medicamentos antirretrovirais no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde então, tem sido ampliado o
35
acesso gratuito ao diagnostico do HIV e, consequentemente, ao tratamento da AIDS.
(BRASIL, 2010a).
Os mesmos autores supracitados relatam que a distribuição gratuita dos
medicamentos antirretrovirais utilizados para o tratamento e profilaxia é um
importante fator na adesão aos medicamentos, uma vez que não interfere na renda
familiar.
A mesma relatou que no início do tratamento, estavam
ocorrendo muitos efeitos colaterais, como dormência do rosto, enjôo,
não conseguia se alimentar, mas não deixou de tomá-los, até que
acostumou e não sentia mais os efeitos. Disse que demorou cerca de
quinze dias para se acostumar com os mesmos, mas não abandonou
o tratamento.
Quando foi perguntado se já enfrentou algum preconceito,
disse o seguinte: “Uai, quando eu mudei pra cá... eu morava lá em
cima perto do posto, sabe. Perto do posto né, e e e (risos), as
pessoas lá tinha medo de mim (risos), elas não entende né!?”
Brasil (2010a) relata que as pessoas infectadas pelo HIV se colocam em
posição marginal perante a sociedade e em situação de preconceito. Já Brasil
(2008), informa que o medo do preconceito, da discriminação e do estigma faz com
que o diagnóstico não seja comunicado a outras pessoas.
Sobre o sentimento de vergonha ao falar para as pessoas, ou
se uma pessoa perguntasse se ela possuía o vírus do HIV: “Não, tem
não. Porque não foi da minha culpa, né.” E completou: “Minha menina
não tem nada!”
Ao questioná-la se possuía vida sexual ativa, disse que não, e
que tinha muitos anos que não tinha relações sexuais.
Segundo Reis e Gir (2010), a infecção pelo HIV impõe mudanças e
adaptações nos relacionamentos íntimos de um casal, pelo fato da infecção ser
transmitida através do contato sexual e ser incurável até o presente momento. As
mesmas autoras ainda relatam que essas mudanças podem causar grandes
36
impactos na vida sexual do casal, ocasionando a abstinência ou até a atitudes de
negação do risco de aquisição e transmissão do HIV/AIDS.
No estudo realizado por Moura, Lima e Silva (2012) realizado no ambulatório
de HIV/AIDS do Hospital São José de doenças infecciosas de Fortaleza-CE sobre os
aspectos sexuais e as perspectivas reprodutivas de mulheres com HIV/AIDS, foi
percebido que nos depoimentos das entrevistadas sobre o que mudou com a
soropositividade, obtiveram a conclusão que ocorreram sequelas na sexualidade e
na afetividade das mesmas, o que pode afetar a autoestima e a qualidade de vida.
Comportamentos
afetivos
e
práticas
sexuais
antes
comuns
em
seus
relacionamentos passaram a ser evitados por causa da infecção pelo HIV,
impedindo-as de externar sua sexualidade. (MOURA; LIMA; SILVA, 2012).
Ao ser questionado se ela sentia algum incomodo que não
apresentava antes da contaminação do HIV, foi respondido da
seguinte maneira: “Não. Porque... essa psicóloga foi muito boa pra
mim, sabe.”
Questionei se ela já teve alguma outra DST além do HIV, disse
que não, só teve o HIV. Informou que nunca fez o uso de camisinha e
que não conhecia a “camisinha feminina”.
Olivi, Santana e Mathias (2008) relatam que os profissionais de saúde têm
dificuldade em considerar a vida sexual do idoso como realidade, não a incorpora na
agenda de trabalho e não discutem sobre medidas preventivas às DST/AIDS
destinadas a essa população. O que se observa é que a assistência à população
com 50 anos e mais é voltada, muitas vezes, apenas para a livre demanda com
queixas já estabelecidas. Os mesmos autores relatam que é necessário que os
programas de prevenção às DST/AIDS produzam material audiovisual para a
população com 50 anos e mais de idade, reforçando a urgência da promoção à
saúde, enfocando também a sua sexualidade.
Diante da pergunta se sabia usar e o porquê da camisinha,
respondeu: “sim, para não dá.. pra não aumentá né.” neste momento
foi então informada sobre a prevenção de contaminação de outra DST
e transmissão do HIV além de evitar a gravidez.
37
Sobre as orientações recebidas por médicos e enfermeiros
sobre o HIV, disse: “Eles, eles lá no no... na clínica, falam que, se, se
não tomá o remédio é perigoso ficar cego... é perigoso ficar na
cadeira de roda... sabe” e afirmou que por isso seguia o tratamento e
tomava todos os dias os remédios. Fez ainda a seguinte afirmação:
“Seguindo o tratamento direitinho, fica zerado, né?”.
Pessoas que têm HIV necessitam de uma atenção diferenciada, devido a isso
é necessária uma equipe multidisciplinar, que tenha comunicação constante entre
seus membros. Encaminhamentos, discussão de casos clínicos, visitas médicas a
pacientes internados, atendimentos ambulatoriais multidisciplinares são momentos
que precisam da integração dos profissionais da equipe. A realização de reuniões
regulares com todos os seus membros é de fundamental importância. (BRASIL,
2008).
Os mesmos autores relatam que além de médicos, enfermeiros, psicólogos e
assistentes
sociais, a equipe multidisciplinar
em HIV/AIDS
devem incluir
farmacêuticos, nutricionistas, dentistas, além de diversos profissionais de nível
médio. Os profissionais da farmácia tem grande importância para o tratamento, uma
vez que dão informações aos usuários sobre seus medicamentos, bem como
informar à equipe, sobre falhas na retirada ou problemas na administração da
medicação, não só antirretroviral, mas também os de outras patologias.
Quando questionada sobre as orientações e apoio psicológico
recebidos na época que descobriu o quadro de HIV, disse que apenas
a assistente social e a psicóloga deram orientações e apoio
psicológico. Enfermeiros e médicos não davam muitas orientações e
em relação à orientação médica, relatou: “Uai. Os médicos sempre
falam né, tomando o remédio direitinho, pode até trabalhá, né”.
Mas relata que hoje, quando vai ao posto de saúde, recebe
apoio e orientações tanto para a DST, quanto para as outras
patologias e para os exames, que ela faz a cada quatro meses.
Quanto ao apoio recebido de familiares e amigos, disse que
sempre teve o apoio de todos, que nunca sofreu nenhum tipo de
38
discriminação pelos familiares, e fez a seguinte declaração: “A minha
irmã chorou demais....”
Cardoso, Marcon e Waidmani (2008) relatam que a família é uma fonte de
ajuda para o ser humano com AIDS, pois ela contribui para o equilíbrio físico e
mental do portador, é ela que cuida do paciente quando não é possível um
profissional da área da saúde estar presente.
Os mesmos autores supracitados relatam que portadores e familiares ao
tomar
conhecimento
da
doença,
desencadeiam
vários
sentimentos
e
comportamentos negativos, dentre eles o sofrimento, e que à medida que começam
a ser esclarecidos, inicia-se o tratamento da doença, esses sentimentos vão
diminuindo e revelam ainda que esse medo ocorre devido à patologia, prognóstico e
seu processo terapêutico, uma vez que não é muito conhecido pela sociedade e
devido à falta de informações exatas e completas sobre o assunto.
História Familiar
Relatou que irmã apresentava hipertensão arterial (HA). Pai,
irmã e sobrinha tiveram câncer, sendo que o pai faleceu devido ao
mesmo, não sabia dizer com precisão se o irmão possuía Diabetes
Mellitus (DM), mas disse que o médico pediu para ele “diminuir no
doce”, não soube informar se os pais e irmã possuíam diabetes. Mãe
falecida devido à hemorragia. Irmão era portador de doença de
Parkinson.
História Obstétrica
Menarca aos 13 anos, primeira relação sexual aos 37anos, G1
P1 A0, sendo o parto cesáreo, relatou não possuir vida sexual ativa, e
ter tido relações sexuais com o “marido”. Revelou já ter passado pela
menopausa, dois anos sem menstruação e ter coletado o último
preventivo há “uns dois anos”.
Para Davim et al. (2005), o exame Papanicolau teve grande influencia na
diminuição da incidência do câncer de colo de útero e de suas morbidades e relata
que o MS preconiza que toda mulher acima dos 25 anos de idade deve se submeter
ao exame, com periodicidade anual inicialmente. Os mesmos autores relatam
39
também que após a realização de dois exames anuais consecutivos sem
anormalidades, o mesmo adquire a periodicidade tri anual.
Hábitos, costumes e social
Negou etilismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, relatou não
fazer atividades físicas, apenas fazer algumas visitas “de vez em
quando”, sendo suas caminhadas restritas a essas visitas. Informou ter
como lazer, assistir televisão. Relatou ingerir cerca de dez copos de
líquidos por dia, fazer todos os dias três refeições: café da manhã,
almoço e jantar e que às vezes comia uma fruta, ou um biscoito entre
os intervalos. Fazia uso dos seguintes medicamentos para HIV/AIDS:
Lamivudina
Zidovudina 150mg
+
+
300mg;
Efavirenz 600mg;
Pravastatina Sódica 20mg, para o controle do colesterol; Clonazepam
2mg, dois comprimidos devido aos episódios de insônia, assim como o
Cloridrato de Clorpromazina 100mg e Cloridrato de Biperideno 2mg,
dois comprimidos que não soube informar o porquê do uso.
A Lamivudina
+
Zidovudina, possui indicação antirretroviral e tratamento da
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Possui como efeito colateral
frequente associado à Lamivudina: cefaléia e insônia, tosse, sintomas nasais,
náuseas, vômitos, dor abdominal ou cólica, diarréia, erupções cutâneas, alopecia,
artralgia, alterações musculares, fadiga, mal-estar geral, febre. Associados à
Zidovudina: neutropenia, leucopenia, anemia, cefaléias, vertigens, náuseas, vômitos,
dor abdominal, diarréia, mialgia e mal-estar geral. (LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA,
[2013]).
O fármaco Efavirenz, possui indicação antirretroviral combinada a outros
antirretrovirais para o tratamento da infecção pelo HIV tipo 1. Possui como efeitos
colaterais frequentes os seguintes sintomas: erupções cutâneas, náuseas, tontura,
cefaléia e fadiga. Os efeitos indesejáveis mais notáveis são: erupção cutânea e
sintomas neurológicos, que incluem tontura, insônia, sonolência, dificuldade de
concentração e padrão anormal de sonhos. Convulsão, prurido, dor de estômago e
visão turva têm sido relatados raramente. (EFAVIRENZ, [2012]).
A Pravastatina Sódica é indicada nos casos de prevenção da doença arterial
coronariana, doença cerebrovascular, hipercolesterolemia e dislipidemia, progressão
40
da doença aterosclerótica e eventos cardiovasculares e transplantes cardíaco e
renal. Geralmente é bem tolerada, mas seus principais efeitos colaterais a curto
prazo são: náuseas/vômitos, diarreia, constipação, dor abdominal, gases, dor
músculo esquelética, mialgia, resfriado comum, rinite, dor de cabeça, vertigem,
fadiga, dor no peito, erupções cutâneas. Os principais efeitos colaterais a longo
prazo são: angina pectoris, erupções cutâneas, dispepsia azia, dor abdominal,
náuseas/vômito, flatulência, constipação, fadiga, dor músculo esquelética, câimbra
muscular, mialgia, vertigem, dor de cabeça, distúrbios do sono, depressão,
ansiedade/nervosismo, anormalidades na micção, dispneia, infecção respiratória
superior, tosse, distúrbios da visão. (PRAVACOL, [2009]).
Já o Clonazepam é prescrito para o tratamento do distúrbio epiléptico, dos
transtornos de ansiedade, transtornos do humor, síndromes psicóticas, vertigem,
distúrbios do equilíbrio, e síndrome da boca ardente. Como reações adversas
possuem os seguintes sintomas: reações alérgicas e muito poucos casos de
anafilaxia, casos isolados, reversíveis, de puberdade precoce incompleta em
crianças, amnésia, alucinações, histeria, alterações da libido, insônia, psicose,
tentativa
de
suicídio,
despersonalização,
disforia,
instabilidade
emocional,
desinibição orgânica, lamentações, diminuição da concentração, inquietação, estado
confusional e desorientação. Depressão pode estar associada à doença de base,
excitabilidade, irritabilidade, agressividade, agitação, nervosismo, ansiedade,
distúrbios do sono, sonolência, lentificação, hipotonia muscular, tonturas, ataxia são
frequentes e geralmente transitórias, dor de cabeça, distúrbios reversíveis:
dificuldade para articular a fala, incoordenação de movimentos e da marcha,
movimento anormal dos olhos. Pode haver esquecimento de fatos recentes,
associado à alteração de comportamento. Pode haver aumento das crises
convulsivas em determinadas formas de epilepsia. Perda da voz, movimentos
grosseiros e descoordenados de braços e pernas, coma, tremor, perda de força de
um lado do corpo, sensação de cabeça leve, falta de energia e formigamento e
alteração da sensibilidade nas extremidades, visão dupla reversível, aparência de
“olho vítreo”, palpitações, dor torácica, insuficiência cardíaca, incluindo parada
cardíaca, congestão pulmonar, congestão nasal, hipersecreção, tosse, falta de ar,
bronquite, rinite, faringite. Pode ocorrer depressão respiratória, perda do apetite,
língua saburrosa, constipação, diarreia, boca seca, incontinência fecal, gastrite,
aumento do fígado, apetite aumentado, gengivas doloridas, dor abdominal,
41
inflamação gastrintestinal, dor de dente, náuseas e sintomas epigástricos, urticária,
coceira, erupção cutânea, perda de cabelo transitória, crescimento anormal de
pelos, inchaço na face e tornozelo, alterações da pigmentação, fraqueza muscular,
frequente e geralmente transitória, dor muscular, dor nas costas, fratura traumática,
dor na nuca, deslocamentos e tensões, dificuldade para urinar, perda urinária
durante o sono, noctúria, retenção urinária, infecção do trato urinário, incontinência,
cólicas menstruais, diminuição de interesse sexual, impotência, fadiga frequente e
geralmente transitória, quedas e fraturas, diminuição do número de plaquetas,
diminuição dos glóbulos brancos e anemia, alterações dos exames da função do
fígado, otite, vertigem, desidratação, deterioração geral, febre, aumento dos gânglios
linfáticos, ganho ou perda de peso, infecção viral. (RIVOTRIL, [2014]).
O Cloridrato de clorpromazina é utilizado em casos psiquiátricos agudos ou
no controle de psicoses de longa evolução, pode ser associado a barbitúricos no
tratamento do tétano, pode ser utilizado como medicação pré-anestésica, na
analgesia obstétrica e no tratamento da eclampsia e é indicado nos casos que
houver necessidade de ação neuroléptica vagolítica, simpatolítica, sedativa ou
antiemética. É um fármaco bem tolerado, e apresenta baixa incidência de efeitos
colaterais. Como reações adversas o paciente pode apresentar estado de sedação
ou sonolência, discinesias precoces, síndrome extrapiramidal, discinesias tardias,
que podem ser observadas durante tratamento prolongado, hipotensão ortostática,
efeitos atropínicos, prolongamento do intervalo QT, impotência, frigidez, amenorreia,
galactorréia, ginecomastia, hiperprolactinemia, reações cutâneas como fotodermias
e pigmentação da pele, aumento de peso, depósito pigmentar no segmento anterior
do
olho,
excepcionalmente leucopenia ou agranulocitose.
Raramente
foram
relatados priapismo, icterícia colestática e lesão hepática, principalmente do tipo
colestática ou mista. (CLOPSINA, [2013]).
O Cloridrato de biperideno é destinado ao tratamento da síndrome
parkinsoniana, especialmente para melhorar sintomas como rigidez e tremor,
sintomas como distonias agudas, acatisia e síndromes parkinsonianas induzidas por
neurolépticos e outros medicamentos similares. Os efeitos colaterais mais
frequentes são: hipersensibilidade, incluindo rash cutâneo, agitação, confusão,
ansiedade, excitação, euforia, delírios e alucinações, insônia, transtornos ocasionais
de memória, perda de coordenação dos movimentos e convulsões, midríase,
42
aumento ou diminuição da frequência cardíaca, boca seca e constipação, retenção
urinária e diminuição da pressão sanguínea. (CINETOL, [2013]).
Quando solicitada a fazer uma declaração final: “Uai, o que eu
tenho é que... quando eu fiquei sabendo eu fiquei muito apavorada,
mas que Deus dá jeito pra tudo.... Já têm os remédios né... Um.. um
outro que teve aqui... que teve mais aqui é... no Brasil ainda não
fabricava os remédios não né, era comprado né, ele morreu de AIDS.
Cê vê que dó. Mas lá no... na clínica aonde, aonde eu consulto, a
gente vê lá aqueles rapazinhos novo mesmo, com essa doença. Dá
até tristeza”.
5.2 Exame Físico
Consciente, orientada em tempo, espaço e pessoa, calma, ativa,
linguagem sem
alteração,
sem sinais
de
violência
aparente,
higienizada, peso aparente de sobrepeso, estado nutricional eutrófica,
biótipo mediolíneo.
Pele e Anexos: anictérica, acianótica, corada, hidratada, sem
presença de vermelhidão ou eritrose, temperatura normal, sudorese
ausente, textura lisa e flácida, brilhante, nem oleosa nem viscosa e
sem lesões. Sensibilidade preservada, espessura e tugor tecidual
preservado. Couro cabeludo oleoso e íntegro. Cabelo brilhoso, sedoso
e forte, em quantidade normal e distribuição uniforme de coloração
castanho, sem sinais de pediculose, calvície e alopecia.
Fácie simétrica, com presença de manchas hipercrômicas em
região zigomática. Presença de protuberância aparentemente óssea
em fronte à direita, sem mobilidade e sem sensibilidade dolorosa à
palpação.
Sobrancelhas e cílios presentes e simétricos.
Olhos: conjuntivas palpebrais inferior e superior levemente
hipocoradas e brilhantes, úmidas, ausência de secreção, pupilas
isocóricas, midriáticas, fotorreativas à estimulação luminosa, esclera
clara, movimentos oculares presentes, acuidade visual prejudicada, em
43
uso de lentes de correção (óculos), devido à dificuldade para leitura.
Pálpebras sem edema, equimose, ptose e xantelasmas.
Ouvidos: inserção normal das orelhas, parede do canal auditivo
róseo, presença de pequena quantidade de pelos, com boa higiene,
não apresentava cerume em pavilhão auditivo, ausência de sinais de
irritação, infecção ou presença de corpo estranho. Sem queixa de dor
durante a mobilização do pavilhão auricular, à pressão no trago e na
região retro auricular. Não foi avaliada membrana timpânica devido à
falta de material para avaliação, otoscópio. Acuidade auditiva
preservada ao teste do sussurro.
Nariz:
mucosa
rósea,
ausência
de
edema,
secreção,
sangramento, massas palpáveis e asas dilatadas, sem presença
aparente de desvio do septo nasal.
Boca e Orofaringe: mucosa labial corada, macia, um pouco
enrugada, simétrica ressecada, íntegra, sem presença de edema,
cianose, nódulos e ulcerações. Gengiva róseo-avermelhada e íntegra,
ausência de sangramento, inflamação, edema, gengivite e palidez.
Presença de dentadura superior e roach inferior, os dois últimos dentes
de cada lado eram da prótese, os demais naturais em boas condições
de higiene. Língua simétrica em boa condição de higiene, úmida,
presença de papilas e presença de uma afta em sua parte inferior.
Palatos duro e mole íntegros e limpos. Mucosa bucal corada, lisas,
brilhantes, uniformes e úmidas, sem presença de edema, nódulos,
ulcerações e grânulos. Orofaringe íntegra, ausência de massas
palpáveis, edema e placas. Amígdalas róseas úmidas e sem lesões,
úvula centralizada.
Pescoço indolor, com movimentação preservada, ausência de
edema, massas palpáveis, torcicolo, fratura, rigidez ou flacidez.
Pulsações carotídeas presentes e simétricas. Tireoide em volume
normal, consistência elástica, móvel a deglutição, ausência de
crepitação durante avaliação. Não apresenta de rigidez de nuca.
Linfonodos não palpáveis.
Membros superiores: musculatura eutrófica, presença de dor
leve à extensão do membro para trás. Ausência de edema e lesão,
44
mobilidade
preservada,
presença
de
manchas
hipercrômicas.
Linfonodos axilares não palpáveis. Presença de pulso radial cheio e
rítmico. Unhas descoradas (1+/4+) e lisas.
Tórax: simétrico, ausência de edemas, deformidades lesão e
dor. Mamas simétricas, pouco volumosas, sem retrações, eritema,
ulcerações, abaulamentos, edema e massas palpáveis. Mamilos
protusos. Não foi realizada a expressão do mamilo. Respiração tipo
torácica, com amplitude característica, com expansão da caixa torácica
simétrica. Ausência de tosse e falta de ar.
Ausculta
respiratória:
eupneica,
presença
de
murmúrios
vesiculares em toda a extensão pulmonar. Ausência de roncos, sibilos,
crepitações.
Ausculta
cardíaca:
eucárdica,
bulhas
normorítmicas
e
normofonéticas. Sem presença de sopros cardíacos.
Abdome: levemente saliente. Pele uniforme, com presença de
cicatriz em flanco direito, segundo a mesma é a cicatriz de um “berne”
que retirou quando mais nova, e cicatriz em região hipogástrica de
parto cesáreo, cicatriz umbilical profunda. Ausência de manchas,
lesões e estrias. Peristaltismo um pouco aumentado, nove ruídos por
minuto. Não apresenta herniações, massas palpáveis e dor à palpação.
Genitália e região ano-retal: Não foi avaliada para preservar a
intimidade da cliente, mas foi questionado se havia alguma queixa de
dor, ardência, prurido, aumento de secreções ou alguma outra
alteração na região genital, e a mesma respondeu que não havia nada
de anormal. Foi questionado se havia algum prolapso, fissuras ou
alguma outra queixa anal, a resposta também foi negativa. Segundo a
mesma a urina se encontrava um pouco concentrada, amarelo médio,
mas sem odor forte, não soube informar a quantidade aproximada por
dia e as fezes eram endurecidas e sem presença de sangue, relatou
não evacuar todo dia.
Membros Inferiores: sem presença de dor, edema, lesão.
Musculatura eutrófica, mobilidade sem alterações e sem queixas
articulares no momento, mas informou que há mais ou menos três anos
teve desgaste no joelho e sentia muita dor. Após tratamento
45
fisioterápico, há mais ou menos três meses, não estava sentindo mais
dores. Segundo ela, não apresentava linfadenomegalia em região
inguinal. Presença de varizes na parte distal de ambas as pernas.
Unhas lisas e róseas.
Articulações: sem queixas álgicas. Coluna vertebral com
ausência de lordose, cifose e escoliose.
Dados vitais e medidas antropométricas:
Pressão Arterial (PA): 110/60 mmHg
Temperatura Axilar (Tax): 36,0 °C
Frequência Cardíaca (FC): 86 bpm
Frequência de Pulso (FP): 82 ppm
Frequência Respiratória (FR): 16 irpm
Peso: 63 kg
Altura: 1,51 m
Circunferência Abdominal (CA): 84 cm
Índice De Massa Corporal (IMC): 27,63.
A manutenção do estado nutricional adequado é importante, pois no
sobrepeso, ocorre o aumento do risco de doenças crônicas como HA e DM que
também é agravada quando ocorre a localização da gordura corporal medida
através da circunferência da cintura. (TINOCO et al., 2006).
Os mesmos autores acima citados relatam que houve o aumento significativo
de DM e HA a partir do IMC> 27 que significa sobrepeso e que também ocorrem
maior incidência de morbidades como HA, hipercolesterolemia, artrite e DM em
indivíduos com a circunferência da cintura aumentada.
5.3 Orientações de Enfermagem
Após a realização da entrevista e do exame físico, foram passadas as
orientações pertinentes para a idosa, reforçando alguns pontos importantes para
uma boa qualidade de vida da mesma e orientando-a sobre suas dificuldades
encontradas durante a coleta de dados.
Segundo Souza (2006), a orientação de enfermagem é uma estratégia que o
enfermeiro usa para possibilitar a adaptação do paciente a seus problemas de
46
saúde, pois a orientação leva a diminuição das ansiedades, e ajuda na compreensão
dos mesmos a seu estado de saúde.
As orientações dadas foram: continuar a tomar os medicamentos da maneira
correta, em caso de dúvida procurasse algum profissional da saúde para esclarecêla, e não deixar de tomá-los, pois os mesmos continuarão oferecendo uma melhor
qualidade de vida; ingerir pelo menos dois litros de líquidos por dia; tentar alimentar
de três em três horas, e que comprasse frutas e verduras, se houvesse condições
econômicas, e ingeri-las mais vezes no dia a dia.
Outras orientações dadas foram: tomar sol pela manhã, antes das oito horas,
ou após as dezesseis horas, para produção vitamina D; fazer algum tipo de atividade
física; diminuir o consumo de café, e que colocasse outros líquidos no lugar do
mesmo. Evitar automedicação. Durante as relações sexuais, fazer o uso de
preservativos. Procurar o posto de saúde ou o hospital mais próximo caso ocorresse
qualquer alteração no estado de saúde. E que confirmasse a data para a realização
do exame Papanicolau.
5.4 Diagnósticos de Enfermagem, Resultados Esperados e Prescrição de
Enfermagem
Mediante ao histórico colhido através da entrevista e do exame físico foi
possível redigir os DE, os RE e as PE. Os DE foram nomeados de acordo com North
American Nursing
Diagnosis Association
(NANDA),
2012-2014.
Dentre
todos
elaborados, os prioritários foram:
DE: Disposição para autocontrole da saúde melhorado relacionado pela cliente
expressar o desejo de continuar controlando a doença, expressar pouca dificuldade
com o regime de tratamento prescrito e a não aceleração inesperada dos sintomas
da doença (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 2012-2014, p. 212).
RE: Que não ocorra descontrole da doença, dificuldade com o tratamento e a
aceleração inesperada dos sintomas durante três meses.
PE: Orientar a filha para que separe as medicações de uso contínuo com relação ao
horário da medicação de sete em sete dias, conforme prescrição médica, enquanto
houver necessidade.
47
DE: Estilo de vida sedentário relacionado à falta de interesse e de motivação,
caracterizado por escolher rotinas diárias sem exercícios físicos e por demonstrar
falta de condicionamento físico (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 2012-2014,
p. 208).
RE: Que a cliente inicie alguma atividade física em 30 dias.
PE: Realizar atividades físicas assistidas, três vezes por semana ou mais, com
duração de 60 minutos sempre que possuir acompanhante.
DE: Risco de constipação relacionado à atividade física insuficiente, a hábitos
alimentares deficientes e ingestão insuficiente de fibras e de líquidos (Diagnósticos
de Enfermagem NANDA, 2012-2014, p. 261).
RE: Que não ocorra constipação da cliente por três meses.
PE: Realizar atividades físicas três vezes por semana ou sempre que tiver
acompanhante com durações de pelo menos 30 minutos.
Melhorar a alimentação e a ingestão hídrica ingerindo cerca de dois litros de líquidos
por dia e ingerindo mais frutas e verduras em 24 horas até uma nova avaliação.
DE: Risco de infecção relacionado a defesas secundárias inadequadas – risco de
imunossupressão devido ao vírus HIV (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 20122014, p.485).
RE: Que não ocorra nenhuma infecção em um período de seis meses.
PE: Manter o tratamento da infecção pelo HIV corretamente segundo a prescrição
médica todos os dias, até nova avaliação médica.
DE: Risco de quedas relacionado à ausência de material antiderrapante dentro do
box do chuveiro, ficar grandes espaços de tempo sozinha e presença de rampa
íngreme sem corrimão na entrada da residência (Diagnósticos de Enfermagem
NANDA, 2012-2014, p. 505).
RE: Que não ocorra quedas em um período de 12 meses.
PE: Colocar material antiderrapante em box do banheiro, e corrimões na rampa da
entrada quando houver condições financeiras, o mais rápido possível.
48
DE: Risco de motilidade gastrintestinal disfuncional relacionada ao envelhecimento e
ao estilo de vida sedentário (Diagnósticos de Enfermagem NANDA, 2012-2014, p.
266).
RE: Que não ocorra disfunção da motilidade intestinal em três meses.
PE: Realizar atividades físicas periódicas durante pelo menos 30 minutos três vezes
por semana ou mais ou sempre que possuir um acompanhante para fazer
companhia, até que se obtenha nova prescrição.
49
6 CONCLUSÃO
Durante a consulta de enfermagem, foi percebido que a paciente, senhora
portadora de HIV, possuía uma vida relativamente normal e feliz, mesmo após o
diagnóstico de soropositividade, e a descoberta de uma traição consumada pelo
marido que a levou ao diagnóstico de AIDS.
Foi relatado pela paciente que no momento do diagnóstico, a mesma se
sentiu desnorteada, mas se aproximou da psicóloga, que teve um papel importante
nesse momento, proporcionando apoio psicológico em um momento de difícil
aceitação. Também nesse momento, ocorreu o apego à crença religiosa que possui,
que a concedeu conforto espiritual. Foi difícil, mas mesmo em um momento de difícil
aceitação, entendeu que mesmo possuindo o HIV poderia ter uma vida normal, se
seguisse o tratamento corretamente.
Foi observado que todos os antirretrovirais, assim como os demais
medicamentos de uso diário da entrevistada, eram disponibilizados pelo SUS, um
fator que facilitou a adesão ao tratamento da AIDS, e das outras patologias,
proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida.
Para que o portador de HIV mantenha uma vida normal, é de suma
importância o acompanhamento da doença em centros especializados, à realização
de exames periódicos para o monitoramento da mesma, a correta adesão aos
medicamentos antirretrovirais e a persistência no uso mesmo em caso de reações
adversas, e para que ocorra essa persistência, é necessário que o paciente receba
orientações sobre os principais efeitos indesejados que poderão ocorrer durante o
início do tratamento, para que não abandone o mesmo em sua fase de adaptação.
É de grande importância para os portadores, o tratamento da infecção com
uma equipe de saúde multidisciplinar, para que ocorra uma melhor assistência ao
mesmo; para que haja visões diferentes sobre como estão os aspectos bio, psico,
social e biológico do paciente e como está acontecendo a evolução e o tratamento
da doença, e ainda, receber diferentes tipos de orientações referentes a cada
especialidade de profissionais da saúde.
Foi notado também que a cliente não fez uso de preservativos durante toda a
sua vida sexual, e que foi orientada a fazer uso caso viesse a ter relações sexuais
de qualquer tipo. Se tratando do seu uso durante o ato sexual, é notório que muitas
das vezes o uso do mesmo não é exigido pelo parceiro durante o contato sexual
50
pelo medo de gerar a desconfiança no parceiro, por não estarem em idade fértil, e
ainda, por se considerarem imunes às DST’s.
Percebeu-se durante a consulta de enfermagem que a cliente já sofreu
preconceitos devido à soropositividade, mas que não teve receio nem vergonha do
diagnóstico devido não ter sido a culpada pela infecção. Em relação às orientações
dadas ao portador de DST, o apoio emocional no momento da revelação do
diagnóstico, deveria ser de responsabilidade não só dos psicólogos, mas também
dos profissionais médicos e da enfermagem.
Já em relação ao não apoio e orientação dados pela equipe de enfermagem e
médica, mediante a situação vivenciada, pode-se inferir que é necessária uma
melhor capacitação desses profissionais, para que estejam capacitados e aptos a
prestar este tipo de assistência no momento em que for revelado o diagnóstico de
soropositividade aos pacientes.
As principais ações de enfermagem que devem ser feitas para prevenir as
DST’S nessa população são o incentivo ao uso de preservativos para a prevenção e
controle da transmissão dessas doenças, o aconselhamento à realização dos testes
sorológicos, não só o do HIV, mas de todas as DST’S, e quando já infectados,
incentivar a aderência ao tratamento, explicando sobre a importância de se seguir a
terapia proposta, explicar sobre os possíveis efeitos colaterais que poderão surgir,
orientar sobre o risco de transmissão da doença para os parceiros sexuais, dar
apoio emocional e psicológico quando necessário e identificar as principais
dificuldades do paciente em relação à doença e saná-las, se possível for.
Também foi verificado que a paciente recebeu desde o momento do
diagnóstico até os dias atuais, o apoio da família, que é uma fonte de ajuda para o
ser humano portador da AIDS, pois ela contribui para um melhor equilíbrio físico e
mental do portador.
Ficou evidente, diante dessa experiência que é de suma importância para que
uma pessoa soropositiva tenha uma vida normal: o tratamento correto da doença; o
uso correto dos antirretrovirais; o apoio de familiares, amigos, profissionais da
saúde; um bom suporte psicológico e uma boa aceitação da doença, pois a
aceitação da mesma torna mais fácil o tratamento.
51
REFERÊNCIAS
ANDRADE, H. A. S.; SILVA, S. K.; SANTOS, M. I. P. O. AIDS em Idosos: Vivências
dos Doentes. Esc. Anna Nery, v. 14, n. 4, p. 712-719, out./dez. 2010. Disponível
em: <http://www.redalyc.org/pdf/1277/127715826009.pdf>. Acesso em: 03 jan. 2014.
ARAUJO, S. C. F. et al. Eficácia das vacinas comercialmente disponíveis contra a
infecção pelo papilomavírus em mulheres: revisão sistemática e metanálise. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 1, p. 32-44, jul. 2013. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/pdf/csp/v29s1/a04.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2014.
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58
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre Esclarecido
Titulo do Projeto: “DST na terceira idade”.
Caso haja dúvidas quanto ao vocabulário e termos, estarei disponível para
esclarecê-los agora.
1) Introdução
Você,
__________________________________________________
está
sendo convidado a participar da pesquisa: “DST na terceira idade”, e foi selecionada
por ser brasileiro, possuir mais de 60 anos de idade e por ser portadora de uma DST
e o único risco será de se sentir constrangido ao responder questões de ordem
pessoal no qual já lhe foram apresentado.
É preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu
consentimento livre e esclarecido por escrito.
2) Objetivo:
Este relato de experiência tem como objetivo descrever sobre como o é o
sentimento, as limitações, a prevenção da disseminação, o tratamento, as
orientações de enfermagem, o apoio recebido e os ensinamentos de uma idosa,
após contrair uma DST.
3) Procedimento do Estudo:
Caso concorde em participar deste estudo e passar por uma consulta de
enfermagem, suas respostas e dados serão analisadas e serão divulgadas no
trabalho de conclusão do curso.
4) Riscos e desconfortos:
É bom reafirmar que esta pesquisa poderá lhe trazer desconforto ao
responder questões de ordem pessoal.
59
5) Benefícios:
Sua participação deverá ser espontânea e você não receberá nenhum
beneficio por ela, da mesma forma que não estará sujeito a nenhum ônus.
6) Custos/reembolso:
Reafirmo que sua participação neste estudo não lhe causará nenhum gasto,
da mesma forma em que não receberá pagamento pela sua participação.
7) Responsabilidade:
Os efeitos indesejáveis possíveis já lhe foram esclarecidos, que é o
constrangimento ao responder questões de ordem pessoal, e desta forma fica claro
que você não sofrerá nenhuma consequência física.
8) Caráter confidencial:
As informações obtidas a partir de sua participação neste estudo é de caráter
confidencial e lhe garantirá sigilo.
9) Participação:
Informamos novamente que sua participação neste relato de experiência
consistirá em passar por uma consulta de enfermagem. É importante que você
esteja consciente de que a participação neste estudo de pesquisa é completamente
voluntária e de que você poderá recusar-se a participar ou sair do estudo a qualquer
momento sem penalidades. Em caso de você decidir retirar-se do estudo, deverá
notificar a pesquisadora que esteja atendendo-o.
10) Para obter informações adicionais:
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço
da pesquisadora principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua
participação, agora ou a qualquer momento. Caso você venha a sofrer danos
relacionados ao estudo, ou tenha mais perguntas sobre o estudo, por favor, ligue
para um dos pesquisadores como exposto a seguir: Marisa G. Brito Menezes: (37)
99529738; Natália de Fátima: (31) 97672045.
60
11) Declaração de consentimento:
Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes
de assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os
métodos deste estudo a ser utilizado, as inconveniências, riscos, benefícios.
Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima.
Declaro também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo
de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as
minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma cópia deste formulário de
consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer
momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.
Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para
participar como paciente deste estudo.
____________________________________________
Nome do participante
___________________________________________/_____/________
Assinatura do participante e data
Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os
possíveis riscos e benefícios da participação no mesmo, junto ao participante.
Acredito que o participante e/ou seu representante recebeu todas as informações
necessárias, que foram fornecidas em uma linguagem adequada e compreensível e
que ele/ela compreendeu essa explicação.
Assinatura do pesquisador e data:
____________________________________________
Pará de Minas,
de
2014
61
Pesquisadores:
Marisa Gonçalves Brito Menezes – orientadora
CI: M- 3.215.356
Natália de Fátima Silva- aluna de enfermagem da FAPAM
CI: MG-16.428.469
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