Isolamento e Identificação de Dermatófitos em Crianças de creches e escolas da cidade de Ilhéus e Itabuna – Bahia. Ítala Bruna Zábulon Dourado1;João Luciano Andrioli 2. 1 Discente Do Curso De Biomedicina Bacharelado Do Dcb/uesc, Bolsista Da Fapesb, E2 mail:[email protected]; Doutor Em Biotecnologia, Professor Vinculado Ao Dcb/uesc, Email:[email protected]. PALAVRAS-CHAVE: Fungos ;Dermatofitoses;Dermatófitos INTRODUÇÃO: Os dermatófitos são fungos que em vida parasitária invadem tecidos queratinizados de homens e animais, como pele pêlos e unhas causando as infecções denominadas dermatofitoses. Os agentes envolvidos nessas infecções pertencem aos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton (SIQUEIRA et al. 2006). Dentre os inúmeros aspectos determinantes da susceptibilidade para o desenvolvimento das tinhas, as condições climáticas são de grande importância. Dessa forma, de acordo com SIQUEIRA et al desenvolvem-se melhor em locais úmidos e quentes, característico de regiões de clima tropical. Segundo ADAMS (2002), a transmissão se dá no contato pele a pele, principalmente se na mesma apresentar algum ferimento. Roupas e até mesmo alguns recintos podem funcionar como fontes disseminadoras destes agentes etiológicos. Assim, o contato com animais domésticos, brincadeiras na areia, precários hábitos de higiene, bem como aglomerações em creches e colégios, coloca as crianças no alvo principal desses parasitos. Dessa maneira, esse trabalho tem como objetivo determinar a incidência de dermatofitoses em crianças com faixa etária entre 2 a 6 anos das cidades de Ilhéus e Itabuna, visto que é de extrema importância o conhecimento desses fungos para o tratamento, profilaxia e controle epidemiológico, bem como a realização de futuros trabalhos nessa área. Vale salientar que ainda não existem dados da região sobre a incidência desses fungos nesses locais. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram realizadas coletas em três creches, totalizando 218 crianças. Dessas, apenas 50 foram submetidas à coleta das amostras de escamas de pele e unha, bem como de pêlos, dependendo do local da lesão. As amostras foram enviadas ao laboratório de Microbiologia da UESC, onde se realizou o exame direto e microcultivo de acordo com LACAZ (1999). Para esses procedimentos as escamas e/ou pêlos foram inicialmente fragmentadas. Parte da amostra foi inoculada em meios de cultura para crescimento do fungo e sua posterior identificação com base na morfologia microscópica através da técnica de microcultivo, e o restante foi utilizada no exame direto, que consiste na clarificação da amostra com KOH 20% e observação das estruturas fúngicas através de microscópio óptico. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Do total de amostras coletadas apenas 17 (34%) apresentaram-se positivas, 11 (22%) positivaram apenas no exame direto, 2 (4%) tiveram, além do exame direto positivo, crescimento de dermatófito, mediante cultivo da amostra biológica, e 4 (%) foram positivas apenas no cultivo. Trichophyton mentagrophytes foi o dermatófito mais isolado e como principal agente em infecções do couro cabeludo. Houve uma leve tendência a infecções nas meninas, mas ainda assim essa diferença não se mostrou tão significante, concordando com a literatura atual. Segundo SCHAECHTER (2002) as dermatofitoses estão entre os distúrbios cutâneos mais freqüentes em crianças com menos de 12 anos de idade e ARENAS (2002) indica que a tinea capitis equivale 10% das dermatofitoses e acometem preferencialmente crianças em fase escolar, compreendendo entre 69 a 90%. Quanto às espécies isoladas, de acordo com a literatura, os dermatófitos do gênero Microsporum são mais isoladas em infecções do couro cabeludo de crianças das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, contrastando com as regiões Norte e Nordeste, apresentando maior freqüência de isolamento para as espécies do gênero Trichophyton. CONCLUSÕES: Esses dados parciais sugerem uma menor incidência dessas infecções na nossa região do que o esperado, quando considerado os fatores determinantes da suceptibilidade das crianças. Embora o clima tropical úmido favoreça a uma maior taxa de disseminação, outros fatores devem ser considerados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ARENAS, R.; Dermatofitoses en México. Ver Iberoam Micol 2002; 19:63-67. 2. LACAZ, C. S.; PORTO, E.; MARTINS, J. E. C. Micologia Médica. 8ed., São Paulo; Sarvier – EDUSP, 1991. 695p. 3. SCHAECHTER, M.; Microbiologia: Mecanismos de doenças infecciosas. 3ed, Ed. Guanabara Koogan,São Paulo-SP, 2002. 4. SIQUEIRA, E.R.; Ocorrência de dermatófitos em amostras de unhas, pés e mãos coletadas de estudantes universitários. Revista da Sociedade de Medicina Tropical. 39 (3): 269-271, maio-junho, 2006. AGÊNCIA FINANCIADORA: FAPESB