CONTOS DE NATAL MODERNOS/
De zombies, monstros e vidas
banais também se faz a consoada
Na consoada não há melhor calmante para
miúdos que ler um bom conto
de Natal enquanto espera para abrir os presentes. Para que não lhe falte a
imaginação, Pedro Rodrigues reuniu os cinco melhores contos modernos
A visão de Paul Auster
Poucos dias antes da consoada
e pela crítica social camuflada
de 1990,
jornal "The New York Times" pediu a
Paul Auster que escrevesse uma pequena história para sair na manhã de Natal.
Ele aceitou, mas tinha um problema:
como escrever um conto não sentimental? Com esta confissão ao amigo Auggie
Wren, dono da papelaria da esquina, Auster descobriu uma história tocante, perfeita para a ocasião.
Em "História de Natal de Auggie Wren",
Auster vira escritor fictício para narrar
a vida deste homem que todos os dias
tirava uma foto, no mesmo local, à mesma hora, sem falhar. Intrigado com esta
o
forma de arte peculiar, Auster viu nos
milhares de fotografias um recorte do
quotidiano
citadino.
os
A origem destas foto-
grafias recua ao dia de Natal em que
Auggie recebeu a máquina fotográfica,
uma história natalícia que vai muito além
de um simples conto.
O Anjo Gabriel, o Pai Natal e os zombies
O autor norte-americano
Christopher
Moore é conhecido pelo humor satírico
nas suas
da cultura pop.
Em "O Anjo mais Estúpido", o Natal torna-se tema de um conto a roçar o absurhistórias
desconstrutivas
do, com anjos trapalhões,
Pais Natais,
zombies e, claro, uma legião de defuntos tagarelas num cemitério com mortinhos por voltar a uma loja do IKEA.
Tim Burton
e o pesadelo de Natal
"Nightmare Before Christmas" ("O Estranho Mundo de Jack" na versão portuguesa), que foi lançado simultaneamente como filme de animação e conto ilustrado, é provavelmente o conto de Natal
mais popular das últimas décadas. Idea-
lizado pelo excêntrico realizador Tim
Burton, a história gira em torno de Jack
Skellington,
o rei do mundo do Halloween,
que se fartou da vida soturna a preparar sustos e partiu em busca de um futuro mais brilhante. Quando descobre as
maravilhas do Natal, Jack decide raptar
o Pai Natal e tomar o seu lugar, pondo
as festividades
a cargo dos monstros
bizarros saídos dos pesadelos de um
homem verdadeiramente
peculiar.
Doze terrores de Natal
Temos de confessar um certo fraquinho
por tiras sarcásticas e extravagantes,
tudo coisas que nos levam a atribuir a
"The Twelve Terrors of Christmas", de
John Updike, um lugar de destaque nesta quadra Em 12 capítulos ilustrados por
Edward Gory, Updike apresenta-nos um
olhar céptico sobre a mitologia natalías tradições e as figucia, desconstruindo
ras de Natal, como as renas ou o senhor
de vermelho. Faz assim uma descrição
dissimulada e irónica destes conceitos
incontornáveis.
Um clássico de Natal em novela gráfica
A visão de Charles Dickens do Natal já
Com adaptações recorrentes ao longo dos anos, a história dos
três fantasmas (Passado, Presente e Futuro) a atemorizar a ceia de Natal do avarento Ebenezer Scrooge tornou-se um
clássico. Em 2008, o artista Sean Micheal
Wilson adaptou o "Cântico de Natal" a
novela gráfica, com o estilo noir a assentar que nem uma luva em "A Christmas
Carol: The Graphic Novel".
todos conhecemos.
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