CREA
REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA
ISSN 1679-2866
v. 14, n. 48,
Segundo trimestre
de 2015
Projetistas desconhecem
redes de distribuição da cidade
Crea-BA inaugura posto
no SAC do Shopping Barra
-BA
ISSN 1679-2866
v. 14, n. 47, de 2015
Revista trimestral
Foto: João Alvarez
PRESIDENTE
Eng. Mec. Marco Antônio Amigo
EDITORIAL
O subsolo de Salvador não é devidamente conhecido pelas empresas
que executam obras na cidade e uma prova disso foi o acidente com a
adutora da Embasa nas obras do metrô, em abril, que deixou cerca de
60% da capital sem água por vários dias. Houve ainda o rompimento de
outra adutora em obra na Av. Orlando Gomes que alagou parte da Avenida
Paralela. Caso houvesse um Cadastro Territorial Multifinalitário, esse tipo
de ocorrência poderia ser evitada.
Este é o tema da reportagem de capa da revista, que aponta para um
problema sério que é a falta de unificação de cadastros na Bahia, tanto no
meio urbano quanto na zona rural. No caso de Salvador, os conselheiros
do Crea-BA Juci Pitta e Alessandro Machado mostram, na matéria, como
o cadastro integrado poderia facilitar a vida de todos.
Em outra entrevista, o engenheiro agrônomo do Incra Miguel Neto fala do
problema da falta de um cadastro unificado no campo, que, se existisse,
facilitaria a vida do contribuinte e ainda evitaria fraudes, negligências,
omissões, evasão de divisas e sonegação fiscal.
DIRETORIA 2015
1º. Vice-Presidente: Eng. Agrim. Juci Conceição Pita
2º. Vice-Presidente: Eng. Químico Paulo Gilberto Silva
1º. Diretora Administrativa: Geóloga Marjorie Cseko Nolasco
2º. Diretor Administrativo: Eng. Agrôn. Nilton Sampaio Freire de Melo
1º. Diretor Financeiro: Eng. de Seg. do Trabalho
Rodrigo Lobo Braga de Morais
2ª. Diretor Financeiro: Eng. Civil Ronald José Souza da Silva
3º. Diretor Financeiro: Eng. de Produção Roberto de Carvalho
CONSELHO EDITORIAL
Alessandro Machado - Engenharia de Agrimensura
Anderson Ambrósio - Engenharia Elétrica
Antônio Arêas - Engenharia Mecânica
Karen Daniela - Engenharia Civil
Manuel Albuquerque - Engenharia Civil
Marjorie Nolasco - Geologia
Paulo Baqueiro - Agronomia
Rodrigo Lobo - Engenharia de Segurança
Assessora de Comunicação
Daniela Biscarde
Elaboração
Triciclo Comunicação
Jornalistas
Adelmo Borges e Edson Rodrigues
Apoio: Ascom Crea-BA
Foto de capa:
Bamboo Design/Editora
Fotos:
COOFIAV - Cooperativa de Trabalho de Profissionais
de Fotografia, Imagem e Audiovisual da Bahia
Projeto gráfico e diagramação
Autor Visual / Pery Barreto
A revista traz também a concretização de um compromisso da atual
gestão, que é a descentralização e ampliação dos serviços do Crea-BA.
Já está funcionando, no SAC do Shopping Barra, uma unidade de
atendimento do órgão.
A Frente Parlamentar em Defesa dos Engenheiros e Agrônomos também
é um assunto importante tratado na revista. Já existe uma no Congresso
Nacional e outra na Câmara de Vereadores de Salvador. O Crea-BA tem feito
esforços junto aos deputados estaduais para que a Assembleia Legislativa
também abrace essa causa, que é de interesse de toda a sociedade. Vários
deputados são simpáticos à ideia, como Marcelo Nilo, Maria Del Carmen
e Marcelino Galo.
Outro assunto relevante é o Fórum Permanente criado pela Comissão de
Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados para
construir alternativas aos impactos negativos da “Operação Lava Jato”
na atividade econômica. O Crea-BA faz parte desse esforço coletivo, que
reúne também parlamentares, entidades de trabalhadores do setor de
óleo e gás, da indústria naval e representantes do governo.
Boa leitura!
Marco Amigo
Eng, mecânico, presidente do Crea-BA
Impressão
Gráfica Ediouro
Tiragem
45 mil exemplares
Nosso endereço
Av. Professor Aloisio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas
CEP 40243-620 – Salvador/Bahia
Tels (71) 3453-8989 Telecrea (71) 3453-8990
E-mail: [email protected]
www.creaba.org.br
As opiniões emitidas nas matérias e artigos
são de total responsabilidade de seus autores.
Revista CREA-BA/Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia da Bahia. Nº 48 (Segundo trimestre de 2015).
Salvador:
CREA-BA, 2006 - ISSN 1679-2866
Trimestral
1.Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia da Bahia
CREA, Salvador,
BA,72:63
v.14, n.48,
segundo trimestre de 2015
CDU
(813.8)
CDD 720
3
Foto: Adelmo Borges
16
Bahia tem o único
curso de urbanismo
Profissional tem vasto campo de atuação
06
Frente Parlamentar em
defesa da engenharia
Assembleia Legislativa articula movimento
22
Novidades tecnológicas
Jovem inventa kit que detecta substâncias
tóxicas no leite
40
Obras no Velho Chico
Trabalhos estão adiantados
32
Entrevista
Chefe do serviço de cartografia do Incra
36
Mais serviços
Crea-BA inaugura posto no Shopping Barra
47
Livros técnicos
Fique por dentro das novidades editoriais
ESPAÇO
DO LEITOR
Elogios à revista
do Crea-BA
Gostaria de parabenizar à equipe editorial do Crea-BA
pela excelente revista do primeiro trimestre de 2015, com
conteúdo espetacular, incluindo entrevistas, novidades
tecnológicas e informações muito bem expostas.
Sou registrado há cinco anos e esta sem dúvida foi a
melhor revista deste período. Parabéns!
Luan Bomfim Pereira
Técnico em Automação e Controle Industrial - Crea-BA 64929
Sugestão de reportagem
Gostaria de sugerir uma reportagem que mostrasse como
funcionam as mineradoras e a segurança dos colaboradores
nas diversas minas existentes no estado. O destaque pode
ser a Mirabela, no município de Itagibá, hoje a maior da
Bahia em movimentação de materiais, como exemplo da
mina a céu aberto. Como sugestão de mina subterrânea, a
Mineração Caraíba, no norte do estado, ou o Grupo Yamana,
que tem três minas de ouro.
Maurício Mattos
Engenheiro e Geógrafo
A sugestão será encaminhada ao Conselho Editorial
da revista do Crea-BA.
Coordenação de Comunicação do Crea-BA
Modelo de denúncia
Gostaria de saber se existe um modelo formal para
eu fazer uma denúncia no Crea.
João Alfredo Santos
Feira de Santana
Caro João Alfredo. Vai depender do tipo de denúncia.
1) Denúncia que envolve questão de ética profissional:
O denunciante deverá se qualificar, identificando-se,
informando endereço e dados pessoais, como identidade e
CPF, e fundamentando com provas a denúncia apresentada.
2) Outro tipo de denúncia (como obra irregular, falta de
pagamento do salário mínimo profissional, exercício ilegal
da profissão por leigo, etc) pode ser encaminhada via Sitac
(https://sitac.creaba.org.br/publico/). O denunciante
escolhe a aba “denúncia” e relata os fatos.
Assessoria Técnica do Crea-BA
ERRATAS - Na reportagem “Sinal de Racionamento Energético Divide Opiniões”, é relatado que as Linhas de Transmissão (LT) para interligar o Parque Eólico de Caetité
“ainda não foram construídas”. Na verdade, existem LTs prontas e outras estão sendo construídas. Além disso, o sistema eólico já está interligado e fornecendo energia.
Janilton Júnior - engenheiro eletricista
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Envie sua mensagem com nome completo, e-mail e telefone para os endereços eletrônicos: [email protected] e
[email protected]. Lembramos que as mensagens poderão ser resumidas ou adaptadas ao espaço
da revista. Siga o Crea-BA nas redes sociais www.facebook.com/creabahia e Twitter: @CreaBahia.
Para anunciar, ligue para (71) 8748-4682. Edição online no site: www.creaba.org.br
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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#REPRESENTAÇÃO
Foto: Mário Roberto Duran Ortiz
VOZ E VOTO
NO PODER
LEGISLATIVO
Frente Parlamentar em Defesa
da Engenharia e Agronomia luta
pela valorização profissional
A
umentar a capacidade de
mobilização junto ao Legislativo
para que os projetos de
interesse das profissões técnicas
vinculadas ao sistema Confea/
Crea possam tramitar com mais celeridade.
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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Este é o objetivo da Frente Parlamentar em Defesa da Engenharia
e Agronomia que existe no Congresso Nacional desde 2013 e que
já é uma realidade também na Câmara Municipal de Salvador.
O Crea-BA faz esforços agora para aprovar a mesma medida na
Assembleia Legislativa do Estado.
De acordo com o assessor parlamentar da presidência do Crea-BA,
Genivaldo Barbosa, diversos deputados estaduais são engenheiros
de formação e sensíveis à ideia (veja a relação abaixo). Genivaldo,
que trabalha para uma maior interação entre o Crea-Ba e as
instituições públicas e privadas, destaca que dos 63 deputados,
pelo menos dez deles são ligados diretamente ao Conselho. “Já
tivemos várias conversas com os parlamentares e a proposta foi
muito bem recebida”, diz o assessor, lembrando que a frente a
FRENTE PARLAMENTAR
Sou totalmente favorável a uma
frente parlamentar que defenda os
interesses da categoria
Marcelo Nilo, presidente da
Assembleia Legislativa
ser criada é apartidária e o objetivo é
lutar pela qualidade dos cursos técnicos
e de engenharia, além da fiscalização
do exercício profissional. “Quem ganha
com uma frente parlamentar, no final
das contas, é a sociedade, que vai ter à
disposição bons profissionais, melhor
qualificados e conscientes de seu papel
social”, diz o assessor.
A deputada Maria Del Carmen, engenheira civil, diz que é a favor da frente
parlamentar e que já iniciou contato com
a assessoria técnica do Crea-BA para
definir o texto final, juntamente com
sua assessoria jurídica. Segundo ela,
são necessárias 21 assinaturas para a
aprovação. “Somente com os deputados
ligados ao Crea e mais a bancada do PT
conseguiremos aprovar a proposta”, destaca a deputada, garantindo que já conseguiu o apoio dos colegas de partido.
O deputado Marcelo Nilo, presidente da
Casa, também engenheiro civil, ressalta
que assim que a proposta chegar a suas
mãos vai aprovar. “Apesar de não atuar
na profissão desde 1990, quando abracei a carreira política, tenho um apreço
especial pela profissão e sou totalmente
favorável a uma frente parlamentar que
defenda os interesses da categoria”,
disse o parlamentar.
Aumento salarial
na prefeitura
Na Câmara Municipal de Salvador,
por iniciativa do vereador Léo Prates
(DEM), que é engenheiro eletricista, foi
aprovado e publicado no Diário Oficial
o Projeto que cria a Frente Parlamentar
em Defesa dos Engenheiros, Arquitetos
e Agrônomos no Município de Salvador.
De caráter suprapartidária, a frente tem
o objetivo de realizar estudos, debates e
tomar providências no sentido de acompanhar políticas que visem à formalização, organização, desenvolvimento
e fortalecimento dos profissionais.
“A criação desse movimento é uma medida que atende aos anseios da sociedade, no sentido de valorizar categorias
profissionais que são essenciais para o
desenvolvimento econômico do município e o bem-estar social. É possível aferir
a prosperidade de uma cidade de acordo
com o investimento em infraestrutura,
e isso está intimamente ligado ao trabalho dos engenheiros, agrônomos e
arquitetos”, justifica Leo Prates.
Uma primeira vitória já foi conseguida,
antes mesmo da publicação do projeto,
que foi o aumento salarial de todos os
engenheiros, urbanistas e arquitetos do
quadro da prefeitura. “Lutamos e conseguimos triplicar o piso da categoria”,
destaca Prates.
O presidente Associação de Servidores
Engenheiros e Arquitetos do Município
de Salvador (Asmea), engenheiro civil
Ronald José Souza da Silva, confirma
que houve um aumento significativo.
O vencimento (sem as gratificações)
em 31 de dezembro de 2013, era de
R$ 1.087,92, passando, em janeiro de
2014, para R$ 3.370,28, conforme a
acordo assinado em maio de 2013 com
a Gestão Municipal. “Em maio de 2014,
quando seria implantado o plano de
cargos e salários de todos os servidores da Prefeitura, e após paralisação
de cinco dias dos engenheiros e arquitetos, o vencimento foi alterado para
R$ 3.629,42”, destaca Ronald, que faz
parte do Crea-BA.
O prefeito ACM Neto diz que quando
assumiu o cargo, constatou que existia
uma grande desvalorização salarial de
arquitetos, engenheiros e urbanistas. “Vi
que precisávamos não só aumentar os
salários, mas também melhorar as condições de trabalho da categoria”, diz o
prefeito, acrescentando que o momento
é de olhar para frente. “Com as recentes
chuvas que atingiram Salvador, a sociedade pôde constatar a importância dos
engenheiros, seja fazendo vistorias em
imóveis de área de risco, seja tomando
decisões técnicas que ajudam a salvar
vidas”, concluiu.
O deputado Marcelino Galo, que tem
formação em Agronomia, também é a
favor de uma Frente Parlamentar, desde que seja pluripartidária e envolva
associações e sindicatos ligados à engenharia. “É preciso o engajamento das
entidades para que possamos propor
políticas públicas que tragam investimentos em obras que beneficiem toda
a cadeia da engenharia”.
O presidente da Asmea, Ronald José
Souza da Silva, o prefeito ACM Neto e o
vereador Leo Prates
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#REPRESENTAÇÃO
Entenda o que é a
Frente Parlamentar
A
Frente Parlamentar é uma associação suprapartidária de, pelo menos, um terço de membros do
Poder Legislativo Federal, destinada a promover o
aprimoramento da legislação federal sobre determinado
setor da sociedade. A instalação da bancada é resultado
de uma articulação de entidades profissionais para que
se sintam representadas no Legislativo.
“A Frente é o elo de interlocução das classes de engenharia, arquitetura e agronomia com o Congresso Nacional.
Trata-se de uma interlocução de matérias importantes
que tramitam na Casa e que possa ter uma representatividade. Essas classes são fundamentais dentro um
problema considerado muito grave no Brasil, que é a
falta de infraestrutura”, destaca o presidente da Frente,
deputado federal Augusto Coutinho (solidariedade-PE),
que é formado em Engenharia Civil.
Maria Del Carmen,
deputada e engenheira civil
Com os deputados ligados
ao Crea-BA e mais a bancada
do PT conseguiremos
aprovar a proposta
Deputada Maria Del Carmen
Alguns temas tratados no âmbito da Frente Parlamentar
• Elaboração de uma agenda legislativa, visando incluir as proposições
que interessam os profissionais da
engenharia e agronomia;
• O papel dos engenheiros, agrônomos
e arquitetos no serviço público;
• Qualidade do ensino de engenharia,
agronomia e arquitetura no Brasil;
Augusto Coutinho, deputado federal
DEPUTADOS ESTADUAIS
COM FORMAÇÃO TÉCNICA
1
2
• Engenheiros, agrônomos e arquitetos
e o mercado de trabalho;
• Articulações com os partidos e
líderes da casa para pautar projetos
de interesse da categoria;
• A importância da engenharia, agronomia e arquitetura no crescimento
econômico do Brasil;
• Estabelecimento de grupos de trabalhos com periodicidade pré-definida
para discutir o andamento da Frente.
3
4
5
6
7
8
9
1. Ângelo Coronel – Engenheiro Civil 2. Eduardo Salles – Agrônomo 3. Joseildo Ramos – Agrônomo
4. Luiz Augusto – Agrônomo 5. Marcelino Galo – Agrônomo 6. Marcelo Nilo – Engenheiro Civil
7. Maria Del Carmen – Engenheira Civil 8. Nelson Leal – Engenheiro Civil 9. Paulo Rangel – Técnico em Eletrônica
10. Zó (Crisóstomo Antonio Lima) – Técnico Agrícola
8
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#CAPACITAÇÃO
PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO CONTINUADA
Foto: Edson Ruiz
recicla conhecimentos
e atualiza profissionais
Samuelson Oliveira Côrtes,
técnico em Agropecuária
“F
oi uma ótima oportunidade para reciclar meus conhecimentos
e também de trocar experiência com pessoas de outras
cidades.” Esta é a avaliação que o técnico em Agropecuária
Samuelson Oliveira Côrtes faz do curso “Formação de Peritos
e Assistentes Técnicos em Perícias Judicias”, dentro do
Programa de Educação Continuada (PEC) do Crea-BA.
Samuelson diz que a capacitação no
Crea-BA foi muito importante para
sua formação, pois o instrutor, José
Francisco Ramalho, além de engenheiro
é advogado e tirou várias dúvidas sobre
seu campo de atuação.
Samuelson diz que não sabia, por exemplo, da amplitude de atividades de um
perito, assim como a legislação que
abrange a profissão. “Já fiz outro cur-
10
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
so pelo Crea-BA, de sistema de gestão
integrado, e também gostei bastante”,
lembra Samuelson, que pretende fazer
outros treinamentos pelo PEC.
O engenheiro agrônomo Clênio
Monteiro, que trabalha em Itaberaba,
também fez um curso pelo PEC, de
Avaliações Imobiliárias, e diz que foi
muito bom para sua profissão. “Foram
dois dias de intenso aprendizado, com
aulas teóricas e práticas”, destaca
Clênio, que é credenciado pelo Incra para
fazer a medição de imóveis rurais. Ele
diz que está sempre buscando se especializar em sua área e que cursos como
desse tipo são extremamente válidos.
Por meio do PEC o engenheiro de produção Felipe Roseira também buscou
se especializar. Ele fez um curso de
Sistema de Gestão Integrada (SGI) e
diz que foi muito positivo. “As aulas
trataram de normas de qualidade, de
saúde, segurança e meio ambiente”,
lembra Felipe, destacando que a parte
prática foi bem interessante, pois houve
a simulação de uma auditoria interna
em uma empresa. “Foi o primeiro curso
que eu fiz e pretendo fazer outros”, ressalta Felipe, que está sempre buscando
novos treinamentos no site do Crea-BA.
Segundo o chefe de gabinete do
Crea-BA, Herbert Oliveira, os cursos
oferecidos incluem conteúdos teóricos e práticos, tanto para técnicos e
tecnólogos, como para quem está no
ensino superior. “O mercado exige que
os profissionais busquem constantemente qualificação e a preocupação do
Conselho, ao oferecer esses cursos com
instituições parceiras, é atender a todas
as categorias registradas”, diz Herbert.
O PEC tem a intenção também de interiorizar as ações do Conselho, sempre
com a parceria das entidades profissionais, escolas técnicas e universidades. “São cursos que levam em conta
a realidade do mercado e sempre com
instrutores de alto nível”, ressalta o
chefe de gabinete, lembrando que a
atualização por meio de instituições
gabaritadas tem se tornando um dos
diferenciais no currículo do profissional
e do estudante, abrindo portas para
novas oportunidades no mercado.
CAPACITAÇÃO
Parcerias do
programa
Entenda o que
é o PEC
O
Programa de Educação Continuada foi lançado em 2013 pelo Crea-BA com
a proposta de oferecer atualização para profissionais registrados, sócios
da Caixa de Assistência de Profissionais do Crea-Mútua e estudantes da
área tecnológica.
Palestras, cursos de atualização e pós-graduação, nas diversas áreas de conhecimentos, são promovidos em Salvador e no interior do estado. Para dar conta
dessa meta, o Conselho conta com a parceria de entidades de classe, além de
escolas técnicas e universidades de toda a Bahia.
A estratégia de divulgação inclui comunicados diretos aos profissionais registrados no Crea-BA e divulgação em faculdades, eventos técnicos e distribuição de material (pastas, canetas, blocos de anotações e informativos com a
programação de cursos). Em 2014, participaram de palestras e workshops do
PEC 558 pessoas e, nos cursos, 661.
EMPRESAS: Casa do Agrimensor;
Qualificação-QTC, Treinamento e
Capacitação, Stagliorio Engenharia,
Instituto de Manutenção do
Brasil-IMAB, 4 Project.
ENTIDADES: Associação Baiana de
Engenharia de Segurança-ABESE,
Instituto Brasileira de Avaliações
e Perícias de Engenharia da BahiaIBAPE e Associação dos Engenheiros
Agrimensores do Estado da Bahia-ASEAB.
PARCERIAS ESTRATÉGICAS: Fundação
Getúlio Vargas, PECCA-UFPR, QISATSC
e INBEC.
PROGRAMAÇÃO DOS
CURSOS E SEMINÁRIOS
PERÍODO
CURSO
C.H.
CIDADE
HORÁRIO
TEL
PARCEIRO
30/06 a
12/09
Gerenciamento de Projetos e
Preparação para as Certificações CAPM
e PMP do PMI
80h
Auditório do Crea-BA
Salvador-BA
Terça e quinta-feira à
noite, das 18h30 às 22h15
(71) 3165-2464 /
9996-1047 / 8223-0332
4 PROJECT
04/07 a
18/07
Ms Project com
Gerenciamento de Projetos
16h
Universidade Salgado
de Oliveira – Salvador-BA
12h30 às 18h
(71) 3453-8942 /
8618-3235 / 8803-8863
EMPRESA Jr.
UNIVERSO
11/07
Workshop: “Vamos falar
de georreferencimento”
08h
Crea-BA – Salvador-BA
8h às 12h e 13h30
às 17h30
(71) 3181-1507
ASEAB
17/07
Workshop: “Alterações
previstas na NBR 14653”
04h
Edifício Fernandez Plaza
Auditório G4 – Salvador-BA
8h às 12h
(71) 9166-2720 /
3334-8300
IBAPE
17 e 18/07
Projeto de Estruturas de Concreto com
Auxílio de modelos de Bielas e Tirantes
15h
Auditório do Crea-BA
Salvador-BA
Sexta das 17h às 22h
e sábado das 8h às 18h
19 e 20/08
Avaliação de Imóveis Urbanos e
Rurais por Estatística Inferencial –
Módulo Avançado
20h
Salvador-BA
7h30 às 18h
(71) 3334-8300 /
9166-2720
IBAPE
24/07
Seminário: Panorama da
Infraestrutura de Transportes no Brasil
04h30
Auditório do Crea-BA
Salvador-BA
17h30 às 22h
(71) 3341-8129 /
9304-7655
ASEAB
25/07
Workshop: “Formação de
preço para a Engenharia”
04h
Crea-BA – Salvador-BA
8h às 12h
(71) 3181-1507
ASEAB
26/08
Introdução à Engenharia de
Avaliações e Perícias Judiciais
08h
Auditório do Crea
Barreiras-BA
8h às 18h
(71) 3491-8218 /
8766-3071
ASEAB
Mais informações: [email protected] ou pelo telefone (71) 3453-8990
ABECE
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
11
#UMA INSPETORIA PERTO DE VOCÊ
PARCERIA PARA O
DESENVOLVIMENTO
Variedade de atividades agrícolas
em Luís Eduardo Magalhães gera
grande demanda de fiscalização
para o Crea local
O
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da
Bahia (Crea-BA) tem sido um grande parceiro no
desenvolvimento do município de Luís Eduardo
Magalhães, localizado no extremo oeste baiano, uma das
regiões que atualmente mais prosperam no Brasil.
12
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
O antigo distrito de Mimoso do Oeste,
pertencente ao município de Barreiras,
transformou-se em cidade autônoma
em 30 de março de 2000. De lá para
cá, experimentou um crescimento
gigantesco e, atualmente, segundo
o IBGE (2014), tem cerca de 80 mil
habitantes.
A Inspetoria do Crea-BA na cidade é
coordenada pelo engenheiro agrônomo
Paulo Gouveia. Sua equipe é composta
de uma outra inspetora, um fiscal, um
responsável pelas demandas internas
e uma estagiária. O trabalho é bem variado. A região tem grande atividade
agrícola, geradora de significativo aporte financeiro, o que acaba movimentando várias cadeias produtivas, como a
construção civil. O desenvolvimento fez
surgir prédios para faculdades, grande
número de casas e condomínios, além
de galpões e armazéns.
“A cidade vem-se diversificando bastante. É um lugar com pessoas de vários estados, e isso cria um ambiente
propício ao crescimento, pois se pode
somar experiências diversas, buscando a melhor solução local”, comenta
Paulo Gouveia.
Trabalhando na região há cerca de
seis anos, o engenheiro civil Cezar
Maran Vieira destaca a importância
da Inspetoria do Crea para o desenvolvimento de Luís Eduardo Magalhães.
“Quando cheguei à região, não existia
o Conselho e, por isso, tenho a exata di-
mensão do antes e do depois. Antes, tínhamos que nos deslocar para Barreiras
para realizar qualquer procedimento
e a fiscalização, evidentemente, era
prejudicada. Apesar dos esforços do
pessoal do Crea de Barreiras, a região
era muito grande para se ter uma presença forte. Agora, com a Inspetoria em
Luís Eduardo Magalhães, percebemos
uma colaboração contínua com a cidade, em relação às atribuições do Crea.
Melhorou muito.”
Foto: Embrapa
INSPETORIA
Cezar já planejou e acompanhou a obra
de casas e prédios na cidade, sendo
que neste momento o seu foco está
em projetos para o Minha Casa Minha
Vida. “Esta região é um caso à parte no
Brasil. Aqui, o crescimento é contínuo.
Se há boa safra, a região fica blindada
de qualquer crise. ”A impressão é compartilhada com a do inspetor do CreaBA: “Para uma cidade emancipada há
15 anos, o crescimento daqui é muito
rápido e consistente.”
É claro que ainda há desafios a serem
ultrapassados, até por conta da pouca
idade da cidade. “São comuns picos de
energia e temos ainda que melhorar o
serviço de internet e o sistema de telefonia. Penso que são questões a serem
enfrentadas a curto prazo, pois, se a
cidade, mesmo com essas limitações,
cresce nas percentagens atuais, que
são grandes, imagine se esses problemas de infraestrutura fossem sanados”,
comenta Paulo Gouveia.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
13
#INSPETORIA
Com os pés na terra arada
Fo
to:
Jo
ã
oA
rez
lva
Enxergo o Crea como um parceiro
e acho que todo profissional que
quer trabalhar corretamente
concorda comigo
Moisés Pedreira, engenheiro florestal
A
Foto: Adenilson Nunes - GOVBA
Inspetoria do Crea-BA em Luís
Eduardo Magalhães tem grandes
demandas na área agrícola. A
região é responsável por cerca de 60%
dos grãos produzidos em todo o estado da Bahia, o que levou à criação
de um parque industrial de porte, com
empresas nacionais e multinacionais.
À produção de soja, milho e algodão, é
somado o plantio de biomassa (madeira) para a movimentação das indústrias.
“As fábricas precisam de energia para
mover suas máquinas. Aqui, não temos
gasodutos e o óleo diesel é caro. A saída
é a produção de biomassa, com plantio,
por exemplo, de eucaliptos”, comenta o
engenheiro florestal Moisés Pedreira.
14
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Consultor e responsável técnico da
empresa Energia Florestal e também
professor universitário, Pedreira diz que
em Luís Eduardo Magalhães tudo ganha
tons de gigantismo.Ele já trabalhou
em Minas Gerais, no Pará, no Amapá,
em Tocantins e em outras regiões da
Bahia e se diz um apaixonado pela
nova morada.
“Cheguei com a família para fixar residência mesmo. Assim também acontece com a maioria dos fazendeiros,
empresários e profissionais diversos
que vieram para cá. A ideia não é tirar a
riqueza daqui e levar para outra cidade,
mas tornar este lugar o lar definitivo,
investir aqui. É por isso que está dando
certo”, avalia Moisés Pedreira. Dentro
dessa realidade, ele destaca a presença
da Inspetoria do Crea-BA: “Só tenho elogios para o Crea. Ele briga pela qualidade
dos profissionais, para que as empresas
cumpram a exigência de terem em seus
quadros pessoas qualificadas à frente de
suas atividades. Enxergo o Crea como
um parceiro e acho que todo profissional que quer trabalhar corretamente
concorda comigo”, conclui.
#PROFISSÕES: URBANISTA
16
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Foto: João Alvarez
URBANISTA
BAHIA TEM O ÚNICO
CURSO DE URBANISMO
DO BRASIL
Profissional formado pela Uneb
atua no planejamento das cidades,
mas sempre com foco nas pessoas
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ais do que planejar e organizar o
crescimento de cidades, o urbanista tem
como princípio o ser humano como o mais
importante elo da complexa cadeia que
envolve as questões urbanas.
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M
Fo
Fagner Cordeiro Dantas
Urbanista e presidente da Sociedade
Brasileira de Urbanismo (SBU)
Esta é a visão do urbanista e presidente
da Sociedade Brasileira de Urbanismo
(SBU), Fagner Cordeiro Dantas, que
destaca ainda não existir cliente privado para esse profissional, a visão será
sempre do coletivo. “O urbanista estuda
profundamente o fenômeno urbano e a
interseção das diversas forças que atuam nesse processo, como a economia,
a sociologia e a história, mas sempre
olhando para as necessidades coletivas”,
diz Fagner.
A Bahia possui o único curso de
Bacharelado em Urbanismo do Brasil,
na Universidade do Estado da Bahia
(Uneb), e os profissionais formados
atuam basicamente em três campos:
na atuação direta como técnicos de
órgãos públicos ligados à questão
urbana; na consultoria e assessoria a
entidades privadas, do terceiro setor
ou movimentos sociais; e na atividade
acadêmica, em instituições públicas e
privadas de pesquisa e ensino.
A área pública é o principal campo
de trabalho. Fagner, por exemplo, é
concursado da Prefeitura Municipal
de Salvador, e exerce hoje o cargo de
assessor técnico da presidência da
Fundação Mário Leal Ferreira, órgão
municipal responsável pelo planejamento urbano da cidade, o que inclui
a elaboração de projetos e diagnósticos territoriais, além de estudos de
uso e ocupação do solo. O PDDU (Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano) é
o grande instrumento do urbanista que
atua nessa esfera. Como a sociedade
é um organismo dinâmico, o próprio
PDDU prevê uma revisão a cada dez
anos, podendo ser antes, a depender
da necessidade. Nesse sentido, sempre
que o plano é revisado, o urbanista é
chamado a colaborar.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
17
Salvador
é planejada
para 2049
Fagner informa que atualmente
Salvador está passando por um processo de planejamento estratégico chamado Plano Salvador 500, que busca
criar as bases para o desenvolvimento
adequado da cidade até 2049, quando
a capital fará 500 anos. Como parte
desse processo, ainda este ano serão
discutidas publicamente as propostas
para o novo Plano Diretor e a nova Lei
de Ordenamento do Uso e Ocupação
do Solo resultantes das discussões que
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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Fotos: João Alvarez
#PROFISSÕES: URBANISTA
o Plano Salvador 500 vem realizando
desde o início de 2014.
Na universidade, o urbanista pode
ministrar várias disciplinas em outros
cursos, como planejamento urbano, ambiental e mobilidade. Diversos profissionais formados na Uneb ensinam ou
ensinaram na Ufba (Escola Politécnica,
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo),
Unifacs, UCSal, UniJorge e Área 1. Outro
campo de atuação são os cursos de pós-graduação e especialização.
O urbanista atua ainda na área privada,
seja adequando os projetos à legislação vigente, seja fazendo Estudos de
Impacto de Vizinhança (EIV). Fagner
cita o caso de um shopping center que,
para ser construído, precisa da análise
de um urbanista para avaliar as consequências que a obra vai trazer, não
só para a região do entorno do empreendimento, mas para toda a cidade.
“Eu costumo dizer que atuamos como
uma espécie de médico das cidades, que
não só indica a solução para um problema, mas também faz a prevenção”,
diz o urbanista.
Outro exemplo é um loteamento habitacional, que precisa de áreas de lazer
e espaços coletivos, além dos equipamentos urbanos que serão utilizados.
Todos esses aspectos precisam estar em
conformidade com a legislação vigente
de cada município e o urbanista é o profissional que vai fazer essa adequação.
URBANISTA
Curso surgiu após ampla pesquisa
O
curso de Urbanismo da Uneb
surgiu após uma ampla pesquisa
desenvolvida pelo professor Ney
Castro, que verificou a existência dessa formação em diversos países, como
México, Estados Unidos e Argentina.
Estes possuíam cursos voltados para o
urbanismo, mas cada um com um nome
diferente. Segundo Fagner Dantas, ficou
comprovado nesse comparativo com
outros cursos no exterior que os cursos
de Arquitetura e Urbanismo até então
oferecidos no Brasil tinham uma abordagem diferente daquela encontrada
nesses cursos de urbanismo, pois eram
mais voltados para as edificações, parte
estrutural, resistência de materiais, etc.
Faltava um maior aprofundamento do
planejamento urbano.
Sob a coordenação do próprio Ney
Castro, o curso foi iniciado em 1996
e teve a primeira turma formada em
2001, sendo até hoje o único do Brasil
em nível de graduação. O curso inclui
inicialmente disciplinas nas áreas de
economia e sociologia; história e geo-
Atuamos como uma espécie de
médico das cidades, que não só indica
a solução para um problema, mas
também faz a prevenção
Fagner Cordeiro Dantas, presidente da
Sociedade Brasileira de Urbanismo
grafia; direito e formas urbanas, além
das questões transversais de meio
ambiente e filosofia. Para se formar,
no entanto, o estudante precisa ainda,
na segunda parte do curso, desenvolver a capacidade de integração desses
saberes, estudando e aplicando seus
conhecimentos em matérias voltadas
para questões práticas como habitação,
mobilidade urbana, planejamento territorial, políticas públicas e gestão de
sistemas urbanos.
Fagner lembra das dificuldades da
primeira turma formada. Eles foram
buscar o registro profissional no sistema
Confea/Crea e os arquitetos, que na época integravam o Conselho, entenderam
que havia um sombreamento, isto é, uma
superposição de funções.
Nessa mesma época surgiu o Estatuto das
Cidades (2001), que estabeleceu um prazo de cinco anos para que os municípios
cumprissem a exigência da Constituição
Federal de 1988 de terem planos diretores,
ampliando em muito a demanda para a
atuação no campo do planejamento urbano. Reforçando essa nova demanda, em
2003, foi criado o Ministério das Cidades,
estimulando também a elaboração de
planos de mobilidade e saneamento para
as zonas urbanas. Esse campo profissional
de atuação passou então a ser extremamente atrativo.
Em Salvador, no ano anterior, em 2002, a
Prefeitura realizou um concurso público
para preenchimento de diversas vagas.
Foram 15, quase todas preenchidas por
urbanistas egressos do curso da Uneb.
Salvador tornou-se a primeira cidade a
ter instituída essa categoria em seus
quadros funcionais.
Em 15 de maio de 2004, os profissionais
baianos fundaram a Sociedade Brasileira
de Urbanismo (SBU) para defender os interesses da categoria. Atualmente, a entidade integra a Federação Ibero-Americana
de Urbanismo (FIU), fundada durante o
Fórum Urbano Mundial, em 2010, no Rio
de Janeiro. A SBU representa o Brasil, ao
lado de instituições de vários países, como
Portugal, Espanha, Argentina e México.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#PROFISSÕES: URBANISTA
Vasto campo de atuação
A
urbanista Glória Cecília Figueiredo
destaca que o campo de atuação
do urbanista é bastante vasto.
Ela, que está na profissão desde 2006,
é um exemplo. Atualmente é pesquisadora em um grupo multidisciplinar na
Ufba sobre a valorização do solo urbano
e a produção imobiliária de Salvador.
Ela conta que já trabalhou para a
Prefeitura de Maragogipe como analista de infraestrutura e também para
uma empresa particular na elaboração do Plano Diretor de Amargosa
e Dias D´Ávila.
Outra atuação da urbanista se deu
na criação do Núcleo de Prevenção e
Mediação de Conflitos e Regularização
Fundiária. “Trabalhei também como ur-
banista na subcomissão especial da Assembleia Legislativa do Estado fazendo
análise da legislação e organizando audiências públicas para o debate de projetos
urbanísticos”, destaca Glória, que já foi presidente da SBU entre 2010 e 2013.
“Atuei ainda como professora no curso de Gestão Ambiental da Unijorge e fui
diretora da Federação Ibero-Americana de Urbanismo”, finalizou.
PISO SALARIAL
Por lei, o piso da categoria é de seis salários mínimos para jornada de
seis horas, sendo que cada hora adicional a estas seis horas vale 25% a
mais. Assim, engenheiros e urbanistas com jornada de oito horas diárias
devem receber 8,5 salários mínimos por mês. Mas nem todos os profissionais recebem esse valor na Bahia. “Em Salvador, a melhoria salarial tem
sido uma pauta da Associação de Servidores Municipais de Engenharia,
Arquitetura e Urbanismo (Asmea). Também em Camaçari, onde temos
urbanistas concursados, esse tem sido uma bandeira comum que une
urbanistas, arquitetos e engenheiros”, destaca o presidente da SBU.
Salvador foi a primeira
cidade a ter um urbanista
em seus quadros funcionais
Foto: João Alvarez
Fagner Cordeiro Dantas, presidente da
Sociedade Brasileira de Urbanismo
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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
#NOVIDADES TECNOLÓGICAS
Carro movido a ar comprimido
promete reduzir a poluição
Além dos carros elétricos para reduzir a emissão de CO² no ambiente, outra aposta
da indústria automotiva é o carro movido a ar comprimido. Após duas décadas
de parceria entre o inventor francês Guy Nègre e a empresa de tecnologia MDI,
o veículo apelidado de AIRPod já foi licenciado nos Estados Unidos e recebeu um
investimento de US$ 5 milhões. O carro foi pensado para ser usado nas cidades
e a intenção do inventor é contribuir para melhorar a qualidade do ar e a mobilidade
urbana. O veículo deve ser comercializado a US$ 10 mil e pode transportar até três pessoas, incluindo o motorista. Ele pesa
apenas 217kg e chega a 80 km/h. De acordo com os fabricantes, a autonomia dele é de 128 quilômetros. Preencher o tanque
com ar comprimido é uma tarefa que leva menos de cinco minutos e pode ser feito em qualquer máquina disponível nos
postos de combustível.
Estudante inventa kit que detecta
substâncias tóxicas no leite
Ao tomar conhecimento da Operação Leite Compen$ado, que revelou um esquema
de adulteração no Rio Grande do Sul, a estudante Joana Pasquali, de 17 anos,
teve ideia de criar o Detectox: uma fita feita com filtro de coar café, embebida
em reagentes químicos, que identifica a presença de contaminantes no leite em
apenas um minuto. A jovem improvisou um laboratório na garagem e a tábua
de passar roupas foi transformada na bancada de experimentos. Assim, com a
orientação da professora Andréia Gobbi, ela chegou ao protótipo que lhe rendeu o
Prêmio Jovem Cientista de 2015, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Quando a amostra do leite é colocada em contato com a fita, a reação química
entre as substâncias gera três cores diferentes. Cada uma denuncia a existência
de uma substância tóxica – o formol, utilizado para matar as bactérias do leite;
o hidróxido de sódio, que mascara a validade; e o amido, usado para dar mais
consistência ao leite que foi misturado à água.
Conjunto habitacional gera mais
energia do que consome
O projeto de um conjunto de casas que produz mais energia do que consome
instalado em Boston, nos EUA, foi o vencedor de um concurso realizado pelo
conselho da cidade, cujo objetivo era encontrar opções para construir casas
positivas energeticamente. Denominado Roxbury E+, o projeto recebeu selo LEED
Platinum, a certificação mais alta concedida a uma construção sustentável. As
residências são geminadas e cada casa possui três andares e 185 metros quadrados.
Os telhados são cobertos por placas fotovoltaicas, a principal fonte energética dos
edifícios, responsável por gerar toda a energia usada no abastecimento e ainda
produzir um excedente que vai para as redes de transmissão. Além das placas
nos tetos, as unidades possuem grandes janelas de vidro, que maximizam o
aproveitamento da luminosidade natural, bem como a ventilação. Para reduzir o
consumo de água, todas as torneiras, chuveiros e vasos sanitários foram equipados
com sistemas de fluxo reduzido. Até mesmo o jardim é composto por espécies
nativas e tolerantes à seca, para diminuir o desperdício.
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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
TECNOLOGIA
Pesquisadores
desenvolvem
planta-robô
Compreender as plantas sob um
ponto de vista tecnológico. Este é
um dos objetivos da planta-robô,
desenvolvida por pesquisadores de
três países europeus e que pretende
revolucionar o estudo do solo e do
subsolo, abrindo possibilidades para
a exploração do meio ambiente e
do comportamento da flora. Para
criar os chamados “plantoides”,
os cientistas decifraram os
movimentos das raízes de vegetais
e os transportaram para o mundo
da inteligência artificial. Eles então
adaptaram a morfologia e as
habilidades naturais das raízes a um
sistema eficiente de perfuração e
análise da terra. Entre as aplicações
futuras da invenção, estão da
descontaminação de um terreno até
a exploração de minérios, passando
pela busca por água e o estudo da
comunicação entre as plantas.
O projeto, financiado pela União
Europeia, envolve a Universidade
dos Estudos de Florença, o Instituto
de Bioengenharia de Barcelona, na
Espanha, e o Politécnico Federal de
Lausanne, na Suíça.
Prancha à base de algas marinhas
Pesquisadores da Universidade de San Diego, na Califórnia (EUA), desenvolveram
uma prancha que usa algas marinhas na composição. O projeto foi liderado pelo
geneticista em algas e professor de biologia da Universidade, Stephen Mayfield,
que também é surfista. “Uma prancha à base de algas se encaixa perfeitamente
com a comunidade e a conexão das pessoas com o surf”, diz o professor, lembrando
que a ideia foi criar uma alternativa feita com algas para o poliuretano, material
usado nas pranchas tradicionais. A nova matéria-prima foi usada no núcleo da
prancha, envolta em uma camada de fibra de vidro e resina renovável. A intenção
do professor é, no futuro, ter uma prancha 100% sustentável, com a fibra de vidro
e a resina externa vindo de fontes renováveis.
Casa móvel sustentável
usa energia solar
Uma casa que permite viajar pelo mundo
e ainda por cima capta a própria energia.
Assim é a Ecocapsule, uma residência
ideal para quem sempre sonhou em
viver de maneira independente e
viajar o mundo. A unidade não precisa
da energia fornecida pelas redes de
transmissão. Sua superfície é coberta
por placas fotovoltaicas e uma pequena
turbina eólica, com 750 watts. Juntas, as
duas estruturas garantem toda a energia
necessária para o seu funcionamento.
Criada pelo escritório eslovaco Nice
Archtects, a pequena residência pode
abrigar confortavelmente dois adultos.
Os moradores contam com torneiras,
chuveiro quente e banheiros equipado
com vasos sanitários com descarga. A
água, assim como a energia, também
é obtida de maneira sustentável. Sua
forma esférica é otimizada para recolher
a água da chuva e do orvalho. O recurso
passa por um filtro e pode ser usado para
o consumo humano.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#NOVIDADES TECNOLÓGICAS
Tecnologia que detecta batimentos
cardíacos salva vidas no Nepal
Quatro moradores do Nepal, vítimas do terremoto que deixou milhares de vítimas em abril, foram salvos graças a uma
tecnologia de busca e resgate da Nasa. O dispositivo criado pela agência espacial e o Departamento de Segurança Interna dos
EUA, chamado de Finder, localizou os sobreviventes com um radar de micro-ondas. Os homens encontrados pelo dispositivo
ficaram presos sob três metros de escombros durante dias na vila de Chatura. Após descobertos pelo equipamento, eles foram
retirados do local por uma equipe de resgate. De acordo com a Nasa, a nova tecnologia consegue diferenciar os batimentos
cardíacos de uma pessoa da pulsação de outros seres vivos. Além disso, um grande benefício do protótipo é o fato de que as
pessoas não precisam estar conscientes para serem encontradas.
Usina gera energia com gás de aterro sanitário
Capaz de gerar energia suficiente para atender a uma cidade com 200 mil habitantes, a usina Biotérmica Energia, no
Rio Grande do Sul, é a primeira daquele estado que funciona com gás de aterro sanitário. Localizado em Minas do Leão, a
90 quilômetros da capital, o
aterro recebe diariamente 3,5
mil toneladas de resíduos. A
tecnologia consiste em utilizar
o metano proveniente da
decomposição dos resíduos
que, em vez de ser queimado
e lançado na atmosfera, é
aproveitado para produção
de energia. Assim, haverá a
redução da emissão de CO2
em 170 mil toneladas por ano,
contribuindo para a redução
de gases do efeito estufa.
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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
TECNOLOGIA
Casa ecológica usa fontes renováveis
A primeira residência certificada no Brasil com o selo Referencial GBC Brasil Casa fica no litoral de São Paulo, na cidade de
Maresias. A construção ficou a cargo da empresa de engenharia LCP e o grande diferencial é o uso de Painéis de Argamassa
Armada com miolo de Poliestireno Expandido (EPS), que substituem as paredes tradicionais de concreto ou tijolo.
Apesar de pouco conhecida no Brasil, essa tecnologia é bastante comum na Europa e Estados Unidos. É resistente e praticamente
não deixa resíduos na obra, fator essencial para garantir a sustentabilidade de um projeto. O processo é também mais rápido
que o tradicional, o que economiza mão-de-obra. A casa em Maresias foi construída em apenas oito meses.
Para conseguir a certificação, o projeto teve que observar outros fatores, como a limpeza no canteiro de obras e o uso de
fontes renováveis de energia, além da reutilização da água da chuva. Com um sistema de coleta e armazenamento, a água
da chuva foi usada em 60% de toda a argamassa usada na residência.
Dentro do imóvel, também há uma preocupação ecológica.
A unidade possui um sistema de aquecimento solar e
também utiliza placas fotovoltaicas para produzir sua
própria energia limpa. Nas áreas externas foram utilizados
pisos drenantes e a economia de água usada para a irrigação
do sistema chega a 72%.
Roupa especial
carrega celular
com luz solar
A situação incômoda de ficar sem celular quando
mais precisamos dele pode estar com os dias
contados. Uma coleção de roupas capaz de carregar
celulares com a luz do sol foi criada pela agência de
publicidade holandesa Gelderland Valoriseert, em
parceria com uma estilista e um engenheiro elétrico
do mesmo país. A proposta é que as roupas, expostas
ao sol por uma hora, sejam capazes de carregar
pelo menos a metade da bateria dos smartphones
convencionais.
As roupas fazem parte da coleção
Wearable Solar e são ideais para
situações em que não há acesso
à energia elétrica. Os itens do vestuário
foram inspirados na pele humana, por
isso cada peça de roupa foi dividida
em camadas. Por enquanto, as roupas
da coleção ainda não são vendidas,
mas os desenvolvedores pretendem
comercializar as peças em breve.
Um detalhe importante da criação.
Como os painéis são móveis e flexíveis,
quando o tempo estiver nublado ou
chuvoso, eles podem ser dobrados e
escondidos.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO
Durante as obras do
metrô de Salvador,
operários escavam
sobre uma tubulação
26
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
AGRONOMIA
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UM CADASTRO
PARA O BRASIL
crescer mais e melhor
Vários órgãos públicos e empresas
possuem informações que seriam
imprescindíveis para um CTM, mas
não compartilham
Imagine a implantação de um grande
empreendimento edificado em região
urbana. Para realizar a obra, serão necessárias demolições e escavações, com
fluxo contínuo de máquinas pesadas na
área. Em região densamente ocupada,
isso pode gerar o encontro com diversas
redes submersas de distribuição, fios
e materiais variados da prefeitura e
de empresas de saneamento básico,
eletricidade, telefonia e internet. E há,
ainda, em alguns locais, a possibilidade
de passar por ali sistemas de transporte
de gás e petróleo por dutos.
Mas todo o processo pode ser simplificado e potencializado se a cidade que
recebe o empreendimento gerir um
Cadastro Territorial Multifinalitário.
Essa ferramenta é muito comum em
países europeus e nos Estados Unidos,
mas rara no Brasil, onde a referência
positiva é apenas a capital de Minas
Gerais, que possui o seu banco de dados
em contínua atualização.
O CTM, como é conhecido, é um grande
levantamento de dados metodicamente
organizados, concernentes a parcelas
territoriais, dentro de uma determinada
região administrativa. Explicita o que
a região possui, tanto no seu subsolo
quando no solo propriamente dito. Um
cadastro desses, por exemplo, poderia evitar o acidente com a adutora da
Embasa, dia 1º de abril, que terminou por
comprometer o fornecimento de água
em cerca de 60% da cidade do Salvador.
O cadastro apontaria a existência da
adutora naquela região da BR-324 e
nenhuma obra do metrô seria realizada na área, praticamente impedindo
que um acidente como aquele viesse
a acontecer. Houve o rompimento de
outra adutora em obra na Av. Orlando
Gomes, que alagou parte da Avenida
Paralela, em julho.
“O Cadastro Multifinalitário voltou a ser
muito pedido e comentado em Salvador
por conta do acidente envolvendo a
Embasa e o consórcio responsável
pelas obras do metrô. Realmente, o
cadastro seria importante para impedir o problema com aquela adutora.
Mas é preciso dizer que o CTM é muito mais do que um mapeamento do
subsolo das cidades. Ele é um grande
sistema norteador do progresso, das
políticas públicas e até mesmo da cidadania em um país”, dimensiona o engenheiro agrimensor e civil Alessandro
José Macedo Machado, presiden-
Alessandro José Macedo Machado,
engenheiro agrimensor e civil,
presidente da Aseab
te da Associação dos Engenheiros
Agrimensores da Bahia (Aseab).
A Federação Internacional de Geômetras
– FIG, em sua Declaração sobre Cadastro
(FIG, 1995), deixa claro que este tipo
de ferramenta possibilita “o desenvolvimento sustentável e a proteção
ambiental”. Países desenvolvidos se
esmeram em aperfeiçoar sistemas
cadastrais tecnicamente eficientes
e, para isso, aproveitam-se das mais
modernas tecnologias. Uma delas é
o BIM (Building Information Model ou
Building Information Modeling) que
significa tanto “Modelo de Informação
da Construção” quanto “Modelagem de
Informação da Construção”. Jogando
dados de um CTM no BIM é possível
desenvolver projetos em todos os seus
processos construtivos e fases de instalação, levando em conta as características da área. Depois de concluída a
obra, seus dados são incorporados ao
CTM, atualizando-o.
“O Cadastro Territorial Multifinalitário é
um banco de dados em progresso constante. É a forma de se ter disponíveis
informações de vários níveis que devem
se comunicar na busca pela melhor solução naquele determinado projeto. É
a forma mais moderna e racional de
enxergar o desenvolvimento eficiente, consciente e sustentável de uma
cidade, de uma região e de um país”,
dimensiona o engenheiro agrimensor
Juci Conceição Pita, vice-presidente do
Crea-BA e também da Aseab.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO
Rapidez
Programas de regularização
da terra e de localização de
propriedades públicas
susceptíveis à redistribuição
se tornam mais eficazes. Tudo
pode ser localizado
espacialmente.
Justiça
O cálculo dos impostos sobre a
propriedade passa a ter um
instrumento eficaz para se
chegar ao resultado mais justo.
Transparência
Melhora a eficiência das
transações (compra, venda), o
uso da propriedade no mercado
imobiliário (hipoteca e créditos)
e evita disputas, pois os limites
do terreno são verificáveis.
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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Segurança
Setores público e privado
gerenciam recursos de forma
mais eficaz em projetos de
infraestrutura, restauro e outros
serviços básicos.
Economia
Acaba a necessidade
da (re)coleta de
dados e manutenção
de vários mapas e
bases de dados
territoriais, advindos
de diferentes
departamentos
públicos e privados.
Inclusão Social
Os endereços são atribuídos e os cidadãos
são reconhecidos pela sociedade. A partir
dos dados, podem exigir serviços básicos e
equipamentos públicos para a comunidade.
Credibilidade
O CTM torna mais eficaz a criação e o
gerenciamento de programas de regularização
fundiária, proteção ambiental, uso dos recursos
naturais, locação de unidades de saúde e escolas.
*Com informações de PAIXÃO, S.K.S. Design of a conceptual land information
management model for the rural cadastre in Brazil. Doctor thesis. University of New
Brunswick, Department of Geodesy and Geomatics Engineering, Canadá, 2010.
Disponível em: http://www2.unb.ca/gge/Pubs/TR270.pdf. Acesso: 08 de junho de 2015.
AGRONOMIA
Compartilhar é o primeiro passo
“A
inexistência de um cadastro
técnico amplo atravanca o desenvolvimento de um país, no
tangente à ocupação e gerenciamento de seus espaços urbano e rural.” A
afirmação do engenheiro Alessandro
Machado dá uma dimensão da importância da sistematização e alimentação de dados em uma ferramenta que
possa estar disponível ao poder público
e à sociedade. “Países desenvolvidos
já perceberam a importância de um
Cadastro Territorial Multifinalitário.
Nós, no Brasil, infelizmente, ainda não
conseguimos fazer com que os gestores
e políticos percebam essa necessidade”, comenta o também engenheiro
Juci Pita.
O que impressiona é que, no Brasil, vários órgãos públicos e empresas possuem informações que seriam imprescindíveis para um CTM, mas não compartilham. Tomando-se como exemplo
a Bahia, a Embasa, em alguma escala,
sabe onde ficam seus tubos e adutoras;
a Coelba sabe onde estão enterrados
seus fios; as empresas de internet e
telefonia, idem; a Bahiagás, da mesma
forma no tangente ao gás.
“Em Belo Horizonte, o que foi feito é
que o gestor chamou todos que tinham
informações sobre a cidade (empresas e
órgãos) e negociou com eles, levando os
dados para um centro de gerenciamento. A partir dali, quem queria fazer uma
obra na cidade podia comprar informações sobre a área - o pagamento ajuda
a viabilizar economicamente o projeto.
Concluída a obra, os novos dados são
enviados à prefeitura, sendo imediatamente incorporados ao CTM, que passa,
assim, a estar continuamente atualizado”, informa Alessandro Machado.
A inexistência de um cadastro
técnico amplo atravanca o
desenvolvimento de um país
Alessandro José Macedo Machado, engenheiro
agrimensor e civil, presidente da Aseab
Fotos: Edson Ruiz
A verdade é que em várias partes do
mundo vêm sendo promovidas iniciativas de reformas cadastrais que
procuram aproximar o modelo de
cada país ao proposto pela Federação
Internacional de Geômetras. O que se
percebe é que países que possuem cadastros eficientes crescem mais e melhor, distanciando-se, cada vez mais, de
países subdesenvolvidos ou ainda em
desenvolvimento, onde, via de regra,
predomina o improviso.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
29
#CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO
Metodologias são
ignoradas ou não se
comunicam
N
o Brasil, há quase que um completo apartamento entre cadastros rurais e urbanos. Pouco se
comunicam. Além disso, a legislação
que poderia melhorar a atual condição é ainda cumprida de forma vagarosa. O presidente da Associação dos
Engenheiros Agrimensores da Bahia
lembra que a NBR 14.166/98 já requer
que os planos diretores dos municípios
insiram o controle espacial na demarcação de terrenos e fronteiras. Há também a Lei 10.267/2001, que permite o
desenvolvimento do Cadastro Nacional
de Imóveis Rurais (CNIR) e obriga os
proprietários a, gradativamente, promoverem o georreferenciamento de suas
terras, de acordo com normas técnicas.
Apesar dessas referências legais, é
comum que cartórios de registros de
imóveis aceitem, de forma irregular,
plantas de levantamentos sem precisão,
que dispensam, por exemplo, uso de
GPS, comprometendo a possibilidade
30
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Acredito que, atualmente,
devemos falar de uma
integração entre o cadastro
rural e o urbano
Juci Pita, engenheiro agrimensor e
vice-presidente do Crea-BA
de se realizar um rigoroso registro dos
limites das propriedades.
“Acredito que, atualmente, devemos
falar de uma integração entre o cadastro
rural e o urbano. Há de se levar em consideração especificidades, é claro, mas,
no geral, o melhor caminho é termos
um cadastro único, porém eficiente”,
comenta Juci Pita.
ao urbano (à semelhança da fronterização georreferenciada de terrenos e
localização de redes de distribuição),
como fornece dados que possibilitam
identificar áreas de manancial hídrico
propícias à proteção e áreas de reserva,
além de terrenos públicos possíveis à
disponibilização para reforma agrária.
Também viabiliza a quantificação e a
qualificação de biodiversidade.
Para o campo, diz Pita, o cadastro tanto dá conta de necessidades idênticas
Do ponto de vista urbano, a inclusão
na Constituição Federal de 1988 da Lei
AGRONOMIA
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son
Ru
iz
ciadas discussões sobre a necessidade
de se implantar, valorizar e sustentar
uma ampla reforma cadastral.
Juci Pita, engenheiro
agrimensor
Ainda dentro do contexto da ocupação
urbana, atualmente tramita na Câmara
dos Deputados o Projeto de Lei (PL
3769/12), que cria o Programa Nacional
de Regularização de Imóveis Urbanos
(Pronarim). Aprovado, proporcionará
aos donos de imóveis urbanos que não
possuem escritura realizar o registro de
suas propriedades.
10.257/2001, denominada Estatuto da
Cidade, representou grande avanço por
exigir a implantação de planos diretores
nos municípios com mais de 20 mil habitantes e a regularização fundiária do
meio urbano. Como é quase impossível
fazer cumprir a lei sem o suporte de um
sistema cadastral eficiente, foram ini-
“Atualmente, cerca de 80% dos imóveis urbanos brasileiros não possuem
qualquer registro ou identificação.
Para o Estado, é como se não existissem. Isso cria diversas dificuldades.
Acredito que o Pronarim seja votado
até o final deste ano e traga avanços”, comenta o engenheiro agrimensor e civil Fabrício Alves Gomes,
da FG5 Engenharia.
VOCÊ SABIA?
• A utilização de dados e cadastros para a gestão territorial não é
coisa nova. Em 1600 a.C. o Egito se utilizava desse expediente para
avaliar as áreas inundadas do Rio Nilo.
• O famoso Cadastro Napoleônico ocorreu entre 1808 e 1850,
na França, apresentando um modelo depois seguido por diversos
países da Europa.
• Alguns sistemas registrais baseados em medições:
Alemanha (1809), Hungria (1855), Áustria (1871), Suíça (1913), Polônia
(1919), Egito (1920), Checoslovaquia (1930), Yugoslávia (1930).
• O Estatuto da Terra - Lei 4.504 de 30/11/1964 - estabeleceu o
primeiro cadastro territorial rural brasileiro que seguia uma base comum.
• A necessidade de arrecadar mais tributos gerou os primeiros
cadastros urbanos, por volta dos anos 1970. Não seguiam uma legislação
específica, mas validavam-se da Constituição Federal de 1946,
no tangente à arrecadação de tributos da competência dos municípios.
• No Brasil, em épocas e lugares diferentes, o termo “cadastro” tem
sido utilizado para registros públicos, como “cadastro imobiliário”,
“cadastro técnico” e “cadastro de imóveis”. Na tentativa de
buscar uma regulamentação comum, em consonância com a proposta
da Declaração sobre Cadastro da FIG, vem ganhando força a proposta de
um cadastro múltiplo e estruturado, denominado Cadastro Territorial
Multifinalitário (CTM).
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
31
#ENTREVISTA
Foto: Edson Ruiz
Se o imóvel não
cumpre sua função
social, o imposto
cobrado pela Receita
Federal vai crescendo
gradativamente
Miguel Neto
Engenheiro cartógrafo
Chefe do serviço de cartografia
do Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária) e da
Divisão de Ordenamento Fundiário
“A INTEGRAÇÃO NO CADASTRO
DOS IMÓVEIS RURAIS
vai facilitar a vida do contribuinte
e evitar fraudes”
A
zona rural possui atualmente dois tipos de cadastros
para as propriedades, o que dificulta a fiscalização
e favorece as fraudes e o uso inadequado da terra.
Uma solução seria a integração desses registros
em um único sistema, medida que deve ser tomada
em breve pelo governo federal.
32
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Pelo menos é o que espera o chefe do serviço
de cartografia do Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária), o engenheiro
cartógrafo Miguel Neto, que também lidera a
Divisão de Ordenamento Fundiário da mesma
instituição. Na entrevista a seguir, ele fala
da integração dos cadastros, da política de
assentamento e da situação da Bahia.
Quais as atribuições de seu setor?
O serviço de cartografia atua diretamente nos serviços de georreferenciamento dos projetos de assentamento
e territórios quilombolas. É responsável
também pela organização do comitê
regional de certificação e dá suporte à
fiscalização dos serviços contratados
pelo Incra, no que diz respeito ao georreferenciamento e ao parcelamento de
imóveis rurais e regularização fundiária
executadas na Bahia.
Por que é importante unificar os
cadastros de imóveis rurais?
Atualmente, existe o Certificado de
Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), emitido pelo Incra, e o ITR, da Receita Federal.
A ideia é que a partir de 2016 se faça
apenas uma declaração, o que vai facilitar a vida do contribuinte e evitar
fraudes, negligências, omissões, evasão
de divisas e sonegação fiscal.
Mas já tivemos alguns avanços, como
a recente modernização do cadastro
de imóveis rurais, o que está permitindo um cruzamento de dados gráficos
oriundos das certificações do georreferenciamento com o cadastro declarado
Esse cadastro é feito de que forma?
pelos proprietários, o que melhora muito
a análise por parte dos técnicos do Incra.
O proprietário procura o órgão em
sua cidade e faz a declaração. Com a
modernização, ampliamos essa rede
de atendimento também pela internet.
Ele cadastra o imóvel na web e envia os
documentos pelo correio.
A CCIR é exigida de três em três anos
e o ITR anualmente. Com a integração,
seria necessário apenas um documento
anual. Vale lembrar que a cobrança vai
continuar sendo feita pela Receita, só a
entrada de informações que será única.
Nesse cadastro são informados os dados
do proprietário, do imóvel e o uso que se
faz dele. De posse dessas informações,
temos como saber se a propriedade
atinge o índice de produtividade, que
é o grau de eficiência e utilização da
terra. Assim ficamos sabendo se ela
está cumprindo sua função social.
Além disso, buscamos também a
integração com o cadastro ambiental
do Governo do Estado. Já houve
uma primeira conversa com o Inema
(Instituto do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos) para que o órgão estadual
forneça os dados para um cruzamento
de informações. Já estamos, inclusive,
criando um termo de cooperação entre
os dois órgãos.
Ao final, definimos se o imóvel é produtivo ou não. Vale lembrar que os bancos exigem esse documento. Primeiro
por conta da veracidade da informação
sobre as propriedades que eles vão dar
garantia e crédito. Depois, porque eles
vão poder avaliar o potencial agrícola
e o retorno que aquela terra pode dar.
Como é executado esse serviço
na Bahia?
Enfrentamos hoje uma grande dificuldade de mão de obra para atender à
demanda. Por isso o Incra tem firmado
acordos de cooperação técnica com as
prefeituras, nos quais montamos a estrutura nas cidades e capacitamos os
funcionários municipais para que eles
executem esse cadastro.
Então esse documento é essencial para
quem busca financiamento?
Com certeza. Além da certificação, que
é a garantia da existência da terra, o
CCIR é um dos documentos principais,
não só para o banco, como para a
segurança jurídica do proprietário. Sem
esse documento, ele não consegue, por
exemplo, registrar o imóvel no cartório.
Mas se o imóvel é particular, porque
ele precisa ter um uso social?
Do ponto de vista tributário, se o imóvel
não cumpre a função social, se é improdutivo, o imposto cobrado pela Receita
Federal vai crescendo gradativamente.
Podemos fazer uma analogia com o
IPTU. Se um terreno está abandonado
por muito tempo e a prefeitura entende
isso como especulação imobiliária, a
taxa do imposto que incide sobre ele é
maior do que um que está sendo utilizado para moradia.
Foto: Cáritas
Foto: Elói Corrêa GOV BA
PING-PONG
Do ponto de vista agrário, esse imóvel
improdutivo é passível de desapropriação para fins de reforma agrária. Por isso
é importante que o produtor mantenha
esses dados atualizados para não ficar
sujeito nem à cobrança maior de impostos e nem à desapropriação.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
33
#ENTREVISTA
Veja como funciona a desapropriação
O Incra faz uma pré-avaliação
para saber se a ação é legítima.
O imóvel rural é reivindicado
pelos movimentos sociais.
No caso de o produtor estar
regularizado e de sua terra ser
produtiva, não existe risco de
ele ser atingido pelo processo.
Se for constatada a improdutividade,
a terra é desapropriada e feita uma
avaliação pelos valores de mercado.
Se o proprietário aceitar de
imediato a avaliação, o trâmite
para a liberação dos recursos
inicia em até 5 anos.
A ajuda às famílias antecede a ocupação.
O Incra auxilia no deslocamento, na
alimentação e concede crédito de apoio ao
custeio das necessidades mais imediatas
na desapropriação. Durante a implantação
dos assentamentos, as famílias recebem
benefícios federais, como o “Bolsa Família”
e o “Minha Casa, Minha Vida”.
O Incra determina como será
a distribuição espacial do
lote, definindo as áreas para
plantio e espaços coletivos,
o que evita conflitos.
34
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Confirmada a possibilidade, o
proprietário é notificado e uma
vistoria é realizada, seguida de
um laudo agronômico com os
limites e usos desse imóvel.
De início a propriedade fica em nome
do Incra, passando para o assentado
após o processo de titulação e do
cumprimento de cláusulas resolutivas.
PING-PONG
Foto: Ascom Incra
Quantos imóveis rurais existem na Bahia?
São cerca de 570 mil, incluindo os
registrados em cartório e os que estão na
condição de posse. Vale lembrar que para
ser considerado rural ele deve ter uma
destinação agroextrativista, agroindustrial
ou voltado para a pecuária, mesmo que
esteja em uma zona urbana.
Existem muitas propriedades irregulares
no Estado?
Como funciona o processo de desapropriação?
Antes de explicar, quero deixar claro que se o produtor estiver regularizado e sua
terra for produtiva, ele pode ficar tranquilo que o processo não vai atingi-lo. Uma
ação de desapropriação começa com o imóvel rural sendo reivindicado pelos
movimentos sociais. O Incra então providencia uma pré-avaliação para saber se ele
está apto para tal fim. Identificada essa possibilidade, o proprietário é notificado e
uma vistoria é realizada, seguida de um laudo agronômico com os limites e usos
desse imóvel. Se for constatada a improdutividade, a terra é desapropriada e é feita
uma avaliação pelos valores de mercado. Se o proprietário aceitar de imediato a
avaliação, o trâmite para a liberação dos recursos inicia em até cinco anos, mas
se ele não aceitar e entrar na Justiça, o prazo é indeterminado.
A Bahia tem muitos imóveis desapropriados para Reforma Agrária?
Hoje temos mais de 500 assentamentos. Um estado com a nossa dimensão não
poderia ser diferente. A perspectiva para 2016 é fazer muitas desapropriações,
a partir de acordos, sobretudo no extremo sul, com as empresas de celulose, que
têm ofertado algumas áreas para os movimentos sociais.
Qual o suporte que o Incra dá às famílias?
Antes mesmo de as famílias ocuparem o assentamento, o Incra dá apoio para
deslocamento e alimentação. E na desapropriação elas recebem crédito de apoio
imediato para o custeio das necessidades básicas. Ao longo do processo de implantação dos assentamentos, essas famílias são beneficiadas pelos diversos
programas do governo, como o “Bolsa Família” e o “Minha Casa, Minha Vida”.
Como é feita a distribuição desses lotes?
Já no ato de criação do assentamento, nós determinamos como será a distribuição
espacial, definindo as áreas para plantio e espaços coletivos, o que evita conflitos.
Isso é estabelecido em conjunto com as próprias associações.
E a situação jurídica desse imóvel? O assentado pode vender?
Inicialmente a propriedade fica em nome do Incra e só a partir do processo de
titulação e do cumprimento de cláusulas resolutivas é que é possível passá-la
juridicamente para o nome do assentado. Isso leva cerca de dez anos. É o tempo
também para quitação de débitos que ele venha a adquirir com o governo federal.
Infelizmente ainda existem muitas
posses, que são aquelas propriedades
sem matrícula, e consequentemente sem
segurança jurídica. Esses proprietários
ficam impedidos de participar de
políticas do governo e de acessar crédito.
Essa situação é mais grave na região
do semiárido, que tem uma condição
climática desfavorável, falta de acesso
a crédito e uma população desassistida
por muitos anos. Estamos fazendo um
trabalho para retomar a regularização e
já começamos em Monte Santo, Cícero
Dantas, Fátima, Ribeira do Pombal e outros
municípios da região.
Existem regiões com mais desapropriações
do que outras na Bahia?
É bem homogêneo, com exceção da região
oeste, que não tem tanta desapropriação,
porque lá existe uma concentração forte
de agronegócio e as condições de projetos
agrícolas para esse tipo de negócio em
reforma agrária são muitos onerosos.
Os projetos envolvendo a agricultura familiar têm algum diferencial para efeito
de Reforma Agrária?
De uma maneira geral, sim. Seguimos
as determinações do MDA (Ministério
do Desenvolvimento Agrário) ao qual o
Incra é submetido. Existe a prerrogativa
de fortalecimento da agricultura familiar
em todo o Brasil e na Bahia isso vem sendo intensificado este ano. A Secretaria do
Desenvolvimento Rural também recebe
recursos do MDA para aplicação dessas
políticas. Hoje temos um convênio de assistência técnica que pactua com os assentamentos quais as soluções de produção, que
geralmente são voltadas para a agricultura
familiar, incluindo a produção de mel, farinha de mandioca, caprinocultura, feijão,
milho e mais uma série de produtos.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
35
#DESCENTRALIZAÇÃO
CREA-BA INAUGURA
unidade de atendimento no SAC
do Shopping Barra
O
s profissionais
vinculados ao Crea-BA
contam agora com mais
uma unidade de serviços
em Salvador. Trata-se do
novo posto do Conselho instalado
no SAC do Shopping Barra, criado
para agilizar a vida de quem precisa
emitir uma carteira, fazer uma
alteração cadastral e entregar ou
receber documentos (veja a relação
completa na página ao lado).
36
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
O início do funcionamento foi no dia 15 de junho, com a presença do
presidente Marco Amigo, que destacou a importância da descentralização para facilitar a vida dos técnicos e engenheiros. “Estamos garantindo mais uma opção de acesso e, ao mesmo tempo, promovendo
uma maior aproximação com os profissionais”, destacou o presidente.
A unidade do SAC já funciona integrada ao novo sistema corporativo
do Crea-BA, o Sitac, que permite uma maior celeridade aos serviços.
O sistema visa facilitar a vida dos profissionais, empresas e órgãos do
governo, disponibilizando, de forma online, o acesso a serviços diversos.
O coordenador de Registro e Cadastro do Crea-BA, Luís Assis, destaca
que o posto no SAC do Shopping Barra é a primeira experiência da
parceria com a Secretaria da Administração e funcionará dentro dos
horários do órgão. “É mais um serviço que disponibilizamos para
garantir a presença do Crea junto ao seu público alvo”, destaca.
SAC-BARRA
“Contamos com o atendimento de três
colaboradoras e temos também link
dedicado de internet para agilizar as
demandas”, diz Assis, informando ainda
que além dos serviços oferecidos, será
realizada orientação ao público com o
objetivo de garantir mais comodidade
aos clientes do Crea-BA.
Mais de 80% dos serviços prestados
pelo Crea são destinados a empresas
e profissionais de engenharia e da
área tecnológica.
Elogios à estrutura
Ucélio Silva Melo foi um dos profissionais atendidos na nova unidade.
Satisfeito com o atendimento, ele elogiou a iniciativa. “Ouvi no rádio, recebi
também o comunicado do posto por
e-mail e vim aqui por achar mais perto,
oferecer comodidade no deslocamento e, sobretudo, praticidade”, afirmou
o profissional.
Estamos garantindo mais uma
opção de acesso e, ao mesmo tempo,
promovendo uma maior aproximação
com os profissionais
O administrador de empresas e procurador de várias empresas de mineração
na Bahia, Manoelito Cardoso, também já
Marco Amigo, presidente do Crea-BA
procurou o serviço do SAC e diz que gostou bastante. “Frequento o Crea há mais
de 30 anos e essa medida de ir para o shopping foi uma das melhores coisas que
aconteceram, pois facilita muito minha vida”, destacou Manoelito, acrescentando
que gostou bastante também do atendimento e da rapidez com que as informações
foram levantadas. Ele conta que buscou o Crea para alterar uma senha e para
tratar de uma ART. “O atendimento foi bem rápido e gostei da estrutura”, finalizou.
ALGUNS SERVIÇOS PRESTADOS NA UNIDADE
• Registro de profissionais e empresas
• Segunda via e emissão da carteira provisória
• Alteração cadastral
• Regularização de notificações
• Certidões (de acervo técnico, especial e de registro e quitação)
• Entrega de documentos
• Consultas diversas
Fotos: Ives Padilha-Coofiav
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
De segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h
INFORMAÇÕES
Para mais informações sobre os serviços prestados pelos postos SAC, horários
e locais de atendimento, a Saeb disponibiliza o site do SAC e os números
0800 071 5353 (telefone fixo) e 4020 5353 (telefone móvel).
Site: www.sac.ba.gov.br
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
37
#DESCENTRALIZAÇÃO
Nova ferramenta corporativa
aumenta o número de consultas
O
novo sistema corporativo do
Crea-BA, o Sitac, fechou o primeiro mês de funcionamento
com um aumento de 70% na consulta
por serviços. A ferramenta tem como
objetivo descentralizar os atendimentos, permitindo que eles possam ser
feitos online.
Segundo o coordenador de Registro e
Cadastro do Crea-BA, Luís Assis, o objetivo vem sendo alcançado. Em 30 dias,
a média de consultas de ARTs cresceu
de 10 a 11 mil para 17 mil, reduzindo em
50% o atendimento presencial na sede
do Crea-BA, em Salvador. “Facilitamos
a vida dos clientes, que podem agora realizar as consultas e serviços por
meio da internet, sendo que os prazos
para resposta foram mantidos”. Além da
sede, o Crea-BA mantém 26 inspetorias
nas diversas regiões do estado.
38
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
O atendimento presencial
continua, mas queremos garantir
comodidade aos nossos clientes
Luís Assis, coordenador de Registro
e Cadastro do Crea-BA
O sistema visa facilitar a vida dos profissionais, empresas e órgãos do governo,
disponibilizando online o acesso a serviços diversos. Entre eles, a emissão de
certidões de acervo, primeiro registro profissional, registro de pessoas jurídicas,
emissão de boletos, consulta de autenticidade de documentos e emissão de ARTs.
Assis acredita que a procura aumentará gradativamente, a partir do conhecimento
dos profissionais. “O atendimento presencial continua, mas queremos garantir
comodidade aos nossos clientes. É um processo contínuo”.
A demanda na sede sofreu uma queda significativa, mantendo o fluxo apenas nos
finais da manhã e tarde e também para atendimentos específicos. “Muitos clientes
ainda nos procuram na sede por conta de situações onde acreditam conseguir
maior urgência ou com situações mais específicas. O Sitac resolve um dos maiores
problemas que enfrentamos hoje nas cidades, que é o deslocamento”, opina Assis.
#OBRAS NO SÃO FRANCISCO
75,6%
40
Foto: Ministério da Integração
Foto: Alberto Coutinho-Agecom
DAS OBRAS NO
RIO SÃO FRANCISCO
ESTÃO CONCLUÍDAS
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Foto: EBC
INTEGRAÇÃO
Ministério da Integração
Nacional anuncia que obras do
Rio São Francisco começam a
ser entregues ainda este ano e
novo prazo para término é 2017
E
ntre 2006 e 2007, o Projeto de Integração do Rio São Francisco ganhou manchetes. Iniciava-se
uma obra que era festejada por alguns e demonizada por outros, gerando entre os críticos,
inclusive, greve de fome do bispo de Barra (BA), Dom Luiz Flávio Cappio, em jejum que durou de 27
de novembro a 19 de dezembro de 2007. Tempos difíceis para o então presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que teve que se empenhar para impor a realização da secularmente planejada integração
do São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. Com conclusão inicial prevista para
2010, a obra, agora, já em 2015, prossegue com poucos holofotes midiáticos a iluminá-la, mas ainda com
potencial de ser uma daquelas realizações estruturantes que ajudam a mudar a cara de um país.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
41
#OBRAS NO SÃO FRANCISCO
o
çã
O projeto é grandioso e foi precedido
por diversos estudos e avaliações técnicas. Foram feitos estudos de impacto
ambiental, de inserção regional, de viabilidade técnica, econômica e hidrológicos. Todos, segundo a assessoria do MI,
realizados de acordo com as diretrizes
do Plano Decenal da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco, concluído pela
Agência Nacional de Águas (ANA). O
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio
São Francisco iniciou a atualização
deste plano no final de 2014. Com re-
São esses estudos que avalizam uma
das principais questões levantadas
acerca do projeto: a viabilidade técnica, a partir da vazão de água a ser
bombeada. A defesa do Ministério
da Integração é de que mesmo em
períodos de estiagem, há garantias
para o funcionamento do sistema. Os
dados do MI apontam para uma vazão a
ser bombeada de 26,4 m³/s, o que, pelo
projeto, representa 1,4% da vazão média
do rio. A ANA desenvolveu estudos que
indicam que essa vazão de 26,4 m³/s é
perfeitamente atingível mesmo em períodos “extremamente secos”. O estudo,
para fins de comparação, indica que em
períodos de cheia o Rio São Francisco
poderia dispor de até 127 m³/s.
lga
O projeto se desenvolve em dois grandes eixos: Norte e Leste. O primeiro
é da responsabilidade das empresas
Carioca, Serveng, S.A. Paulista, Mendes
Junior, Queiroz Galvão, Ferreira Guedes,
Construcap e Toniollo Busnello. Já o
Eixo Leste é tocado pelas empresas S.A
Paulista, Somague e FBS Engenharia.
Nos dois eixos há a importante participação do Exército Brasileiro.
cursos originários da cobrança pelo uso
da água, a entidade investiu um valor
global da ordem de R$ 6,9 milhões. Essa
revisão será finalizada em até 18 meses.
“Precisamos unir forças
para que tenhamos um
Velho Chico vivo”
O
José Maciel Nunes de Oliveira,
secretário executivo do CBHSF
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) foi criado por
decreto presidencial em 5 de junho de 2001, sendo um órgão colegiado,
integrado pelo poder público, sociedade civil e empresas usuárias de água.
Possui atribuições normativas, deliberativas e consultivas. Tem como missão
promover a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia,
protegendo os seus mananciais. Outra preocupação do Comitê é contribuir para
o desenvolvimento sustentável das regiões ao longo do curso do rio.
O CBHSF possui 62 membros titulares. Sua composição traz 38,7% de usuários
(geradoras de energia, irrigantes, concessionárias de abastecimento de água,
industrias), 32,2% de representantes do poder público (federal, estadual e municipal), 25,8% de representantes da sociedade civil (pescadores, ONGs, universidades, consórcios e associações intermunicipais) e outros 3,3% reservados a
representantes das comunidades tradicionais.
Acompanhe a seguir entrevista com o secretário executivo do CBHSF, José Maciel
Nunes de Oliveira, sobre aspectos do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
42
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
F oto
:D
As obras do Projeto de Integração do Rio
São Francisco atualmente apresentam
75,6 % de execução física. Etapas serão
entregues a partir deste ano, tendo 2017
como prazo final de conclusão, informa
a Assessoria de Comunicação Social
do Ministério da Integração Nacional.
O empreendimento, com base na plani-
lha orçamentária vigente, está orçado
em R$ 8,2 bilhões, sendo que já foram investidos, até o momento, R$ 6,52 bilhões.
ivu
P
elo seu curso natural, o Rio São
Francisco atravessa seis estados (Minas Gerais, Goiás, Bahia,
Pernambuco, Sergipe, Alagoas) e mais
o Distrito Federal, passando por 507
municípios. O novo trajeto imposto pela
transposição, quando concluído, beneficiará outros 12 milhões de habitantes,
espalhados por mais 390 municípios dos
estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e
Rio Grande do Norte. Pelo projeto, o empreendimento irá garantir o abastecimento de água para grandes centros urbanos
da região (Fortaleza, Juazeiro do Norte,
Crato, Mossoró, Campina Grande, Caruaru)
e também para centenas de pequenas e
médias cidades inseridas no semiárido,
além de áreas do interior do Nordeste.
REVISTA CREA-BA - O comitê sempre
apontou para a necessidade da revitalização do Rio São Francisco seguir ao lado
da transposição. Isso vem acontecendo?
JOSÉ MACIEL NUNES DE OLIVEIRA - O
comitê sempre defendeu, que antes de
qualquer grande projeto, houvesse investimentos para a revitalização. E o que foi
garantido para o povo da Bacia foi que a
cada real gasto na transposição, dois reais
seriam gastos na revitalização. O comitê
cobra que o Conselho Gestor do Programa
de Revitalização saia do papel, e que a
presidenta da República possa assinar
o decreto que está pronto desde 2012.
INTEGRAÇÃO
RCB - O CBHSF surge com finalidades
diversas, ligadas à Bacia do Rio São
Francisco. A realidade e urgência do
projeto de integração, que é um empreendimento gigantesco, de certa forma
ofusca as outras demandas do comitê?
JMNO - Apesar dos grande embates
sobre a transposição, não deixamos de
lutar e conseguir enormes conquistas
para a bacia. Inclusive, após a implementação da cobrança pelo uso dos
recursos hídricos na bacia, foi possível
ao comitê realizar seus próprios sonhos.
Temos mais de 40 projetos sendo concluídos, todos de recuperação hidroambiental da Bacia, em especial nos
rios afluentes. Entregamos 26 planos
municipais de saneamento, apoiamos
com nossos recursos o Programa de
Fiscalização Preventiva Integrada (FPI)
nos estados da Bahia e Alagoas, dentre
outros projetos. Também contratamos
uma atualização do nosso Plano de
Bacia por R$ 6,9 milhões.
Seminário dos Povos Tradicionais da
Bacia do Rio São Francisco.
RCB - Apenas 3,3% dos representantes do colegiado do comitê são advindos das comunidades tradicionais.
Não é pouco?
JMNO - O Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco, como o maior do
país, e seguramente do mundo, tem
a responsabilidade de ser modelo e
exemplo. Passamos por um processo
de amadurecimento interno e hoje estamos discutindo os atuais problemas,
mas com um olhar futurista. Não discutimos apenas, queremos dar soluções
concretas, embasadas, para que, cada
vez mais, possamos dar respostas aos
ribeirinhos e à sociedade. Precisamos
unir forças para que tenhamos um
Velho Chico vivo para todos nós!
JMNO - A Lei das Águas nos obriga a
ter apenas um representante indígena
no comitê. Por entendermos que há
necessidade de representação e diálogo
entre esse segmento e os demais, foram
criadas duas vagas para indígenas e
uma para outras comunidades tradicionais, com seus respectivos suplentes.
E realizamos, anualmente, o Seminário
dos Povos Indígenas da Bacia e o
RCB - Qual é a avaliação do presente
e do futuro do Rio São Francisco que
pode ser feita pelo CBHSF?
Crea-BA ajuda a preservar
Bacia Hidrográfica
O
Foto: Ibama
Crea-BA dá sua parcela de contribuição para a preservação do
Rio São Francisco ao participar
do esforço conjunto que reúne outros
18 órgãos de fiscalização para evitar
e valorar danos ambientais na Bacia
Hidrográfica. As equipes que integram
a Fiscalização Preventiva Integrada
(FPI), verificam a situação do rio e das
comunidades do entorno e, entre os
resultados concretos dessas ações,
estão a realização de audiências públicas e de cursos para conscientizar
a população sobre a importância da
preservação ambiental.
Entre os órgãos que participam desse
trabalho estão os ministérios públicos
estadual e federal, Ministério Público do
Trabalho, Ibama, Inema, Divisa, DNPM,
PRF, CIPA, SRTE e outros, contando
ainda com o apoio do Ministério do
Meio Ambiente, Comitê da Bacia do
São Francisco e Codevasf.
São vários os resultados alcançados, entre eles a melhoria da qualidade de vida
da população que vive no entorno do rio,
a manutenção dos recursos naturais e
uma maior conscientização de todos
sobre a necessidade de preservação.
Todas as ações são precedidas de uma
série de reuniões entre os órgãos, em
que são definidas as demandas, prioridades, agentes, logística, equipes de
campo e mapas. São realizadas geralmente três operações anuais e cada
órgão envolvido cuida de um aspecto
da fiscalização.
Essa experiência resultou na publicação
de um livro, lançado no ano passado,
cujo título é “Velho Chico: A Experiência
da Fiscalização Preventiva Integrada
na Bahia”.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
43
#OBRAS NO SÃO FRANCISCO
Ministério da Integração
destaca abrangência da obra
O
Foto: Ministério da Integração
Projeto de Integração do Rio São
Francisco não tem como único
foco a transposição das águas.
Segundo o Ministério da Integração,
o empreendimento corre ao lado de
38 Programas Básicos Ambientais que
possibilitam o conhecimento do bioma
Caatinga, não só no âmbito da fauna
e da flora, mas também em aspectos
econômico-sociais e arqueológicos.
Destacam-se as implantações do Centro
de Conservação e Manejo de Fauna da
Caatinga (Cemafauna) e dos Centros de
Referência para Recupe-ração de Áreas
Degradadas (CRADs).
44
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
O conjunto dessas ações, segundo o
Ministério da Integração, vem influenciando diretamente na melhoria da qualidade de vida das comunidades que
vivem nas margens do São Francisco.
Fauna silvestre
Vale detalhar o Cemafauna, uma das
iniciativas criadas a partir do Projeto
de Integração. Esse centro conta com
a participação de pesquisadores da
Universidade Federal do Vale do São
Francisco (Univasf), de outras instituições brasileiras e também estrangei-
ras. As iniciativas do Cemafauna, que
recebem apoio financeiro do Ministério
da Integração, possibilitam estudos
de inventário, resgate e monitoramento da fauna silvestre nas áreas de
influência direta e indireta do Velho
Chico. Atuando desde 2008, o Centro
de Conservação e Manejo de Fauna
da Caatinga resgatou mais de 86 mil
animais nas áreas da obra, tendo, até
o momento, devolvido à natureza cerca de 85% desse montante, segundo
dados fornecidos pela Assessoria de
Comunicação do MI.
INTEGRAÇÃO
Grupamento de Engenharia
do Exército tem destaque
O
Foto: Alberto Coutinho-Agecom
Exército Brasileiro participa ativamente do Projeto de Integração
do Rio São Francisco. Saiba
como, na entrevista realizada pela revista Crea-BA com o Coronel de Engenharia
Osmar Nunes Ferreira Santos, chefe
do Centro de Controle e Operações de
Obras do 1º Grupamento de Engenharia,
sediado em João Pessoa (Paraíba).
REVISTA CREA-BA- Como foi a inclusão
do Exército Brasileiro no Projeto de
Integração do Rio São Francisco?
Resposta - No ano de 2005, o 1º
Grupamento de Engenharia assumiu
a missão de elaborar o Projeto Executivo
de parte das obras que comporiam
o Projeto de Integração do Rio São
Francisco com Bacias Hidrográficas do
Nordeste Setentrional - PISF, constituída das seguintes obras: Canal de
Aproximação da EBI-1 e da Barragem
de Tucutu, pertencentes ao Eixo Norte,
localizados na cidade de Cabrobó - PE;
e Canal de Aproximação da EBV-1 e
da Barragem de Areias, pertencentes
ao Eixo Leste, localizados na cidade
de Floresta - PE. Esses projetos foram
concluídos em 2006 e em maio de 2007
foram iniciadas as obras, simultaneamente, nos eixos Norte e Leste.
RCB - Em que estágio estão as obras à
cargo do Exército?
R - A parte que ficou sob a responsabilidade do Exército, no projeto inicial, já foi
concluída: Baragem de Tucutú e canal
de aproximação do Eixo Norte, a cargo
do 2º BEC (Junho/2012) e Barragem de
Areias e canal de aproximação do Eixo
Leste, a cargo do 3º BEC (Março/2013).
Mas o Exército Brasileiro ganhou trechos
adicionais e está trabalhando neles.
Atualmente, o Exército está trabalhando
nas obras de pavimentação das vias de
acesso às estações de bombeamento EB
V-01, 02 e 03, do Eixo Leste do PISF, e
elaborando novos Planos de Trabalho
visando a pavimentação das vias de
acesso às EB V-04, 05 e 06 do Eixo Leste
e EB I-01, 02 e 03 do Eixo Norte. Cada
lote de três vias requer um contingente
de cerca de 200 militares, com duração
de execução estimada em dois anos.
RCB - Quantos homens o Exército destacou para o projeto, como um todo?
R - Foram empregados cerca de 600
militares durante mais de cinco anos.
RCB - O senhor acha importante que o
Exército esteja presente em projetos
icônicos para o desenvolvimento do
país, como é o caso dessa obra?
R - Sim. As obras de grande porte proporcionam a oportunidade de o Exército
adestrar suas tropas de Engenharia em
todos os níveis, tanto gerencial como
operacional, possibilitando o preparo da
Força Terrestre para um eventual emprego, a exemplo do que ocorre no Haiti,
onde a Engenharia Militar colabora com
a recuperação da infraestrutura daquele
país. Não se pode também deixar de
considerar o aspecto social, com a qualificação de jovens reservistas nas diversas atividades da Engenharia, tais como
operadores de máquinas, motoristas,
auxiliar topografia, auxiliar laboratório
de solos, mecânicos de equipamentos,
pedreiros, carpinteiros etc.
RCB - Como o senhor avalia esse projeto como experiência para os engenheiros do Exército?
R - O PISF proporcionou uma vasta experiência para a Engenharia Militar, em
face de magnitude dessa obra hídrica.
Como principais desafios enfrentados
destacam-se elaboração do projeto para
as obras, as ensecadeiras instaladas
nas duas embocaduras do canal para
possibilitar a sua execução em áreas
submersas, além de grandes escavações
em solos conglomeráticos (cascalhos
com seixos e blocos tipo matacões).
RCB - O Exército também atua em projetos de revitalização do Velho Chico?
R- Sim. O Exército vem atuando no
Projeto de Revitalização do Rio São
Francisco desde o ano de 2009, tendo
concluído três segmentos de revitalização das margens do rio nos municípios de Xique-Xique e Barra, ambos
no estado da Bahia, e está elaborando
novo Plano de Trabalho para melhoria
de navegabilidade do Rio.
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#SOLUÇÕES PARA O BRASIL
PRESIDENTE DO CREA-BA
participa de fórum que discute
efeitos da Operação Lava Jato
Por Nadja Pacheco
C
onstruir alternativas aos impactos negativos da “Operação Lava
Jato” na atividade econômica nacional e no índice de emprego do Brasil e
aos riscos de esmagamento das maiores
empresas nacionais de engenharia é o
principal objetivo do Fórum Permanente
criado pela Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle (CFFC) da Câmara
dos Deputados. O colegiado, instalado
no dia 2 de julho, reúne parlamentares,
entidades de trabalhadores do setor
de óleo e gás, da indústria naval e representantes do governo. O presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico
Marco Amigo, é um dos integrantes
do grupo, que se reuniu no dia 7 de julho com o Ministro Chefe da Casa Civil,
Aloísio Mercadante, e com o Ministro de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Armando Monteiro.
46
Queremos garantir mercado para as
pequenas e médias empresas
Marco Amigo, que representa o Sistema
Confea/Crea, disse que o interesse do
Conselho no colegiado é defender as
empresas e profissionais da Bahia, oportunizando principalmente a exigência
mínima do conteúdo local. “Queremos
garantir mercado para as pequenas e
médias empresas brasileiras para que
elas deixem de assumir a posição coadjuvante e passem para o papel principal”, disse o engenheiro. O Crea-BA
vai promover reuniões semanais com
empresas e entidades para levantar
informações sobre a realidade da Bahia
e apresentá-las em Brasília.
Criado a partir do requerimento nº 112/2015, do Deputado Valtenir Pereira
(PROS/MT), o fórum é um espaço de
discussão e identificação de problemas
nas áreas financeira, jurídica ou política. “A minha expectativa com a constituição desse fórum é, não só debater e
diagnosticar os problemas, mas apontar
soluções para o governo e sociedade”,
disse o presidente da CFFC, deputado
Vicente Cândido (PT).
Em Salvador, foi realizado um encontro
no Crea-BA com a participação de 15 empresas do setor e alguns sindicatos para
a elaboração de propostas concretas
visando minimizar os efeitos da crise.
O deputado destacou que a composição de um relatório é um dos resultados previstos para o trabalho. “Vamos
construir um relatório preciso, do tamanho da crise, por estados, setor, local
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
Marco Amigo, presidente do Crea-BA
de trabalho etc. E vamos sair dessas
reuniões com os ministros diferentes,
com rumos claros, a partir da competência de cada um, com o esforço de
cada categoria, com envolvimento do
governo e do Parlamento”, assegurou
Vicente Cândido.
O parlamentar explicou que um relatório
com alterações na Lei Anticorrupção deverá ser apresentado pelo deputado Valtenir Pereira. Ele acredita que a
legislação precisa ser aprimorada. “É
uma lei muito nova e que, quando foi
feita, não dava conta de abarcar um
evento com o tamanho da Operação
Lava Jato”, observa.
#COMPARTILHANDO CONHECIMENTO
CIÊNCIA E
ENGENHARIA DE
POLÍMEROS
TOPOGRAFIA PARA
ENGENHARIA
SEGURANÇA NAS
ESTRUTURAS
O livro, que está na
2ª edição, traz
informações sobre
os diversos métodos
já adotados e,
principalmente,
a justificativa
para a evolução
e as constantes
modificações que
ocorrem nesses
procedimentos. A obra
é base para o início
dos estudos sobre o
tema, posteriormente
abordado com
mais detalhes
nas disciplinas
específicas de cada
material estrutural.
Dividido em sete
capítulos, o livro
trata dos conceitos
básicos e evolução
histórica; métodos
do coeficiente de
segurança interno e
externo, método das
tensões admissíveis;
introdução
aos métodos
probabilísticos e
método dos estados
limites.
Autores: José Jairo de
Sáles, Jorge Munaiar Neto
e Maximiliano Malite
Editora Elsevier
Páginas: 136
TENDÊNCIAS
E INOVAÇÕES
EM CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E
ENGENHARIA DE
ALIMENTOS
ENGENHARIA DE
RESERVATÓRIOS DE
PETRÓLEO
O objetivo do livro
é prover materiais
relevantes para as
disciplinas ensinadas
nos cursos de
Topografia para a
engenharia, bem
como subsídios
para auxiliar os
profissionais no
desenvolvimento
de seus projetos de
engenharia.
De acordo com os
autores - Irineu da
Silva e Paulo Cesar
Lima Segantine
- professores
associados do
Departamento
de Engenharia de
Transportes da EESCUSP, com os avanços
das décadas recentes
e novas tecnologias
instrumentais,
técnicas e métodos de
medição e aplicação
prática, o texto
buscou racionalizar
o conteúdo e oferece
ao leitor assuntos
pouco tratados em
literaturas de língua
portuguesa.
Autores: Irineu da Silva
e Paulo Cesar Lima
Segantine
Páginas: 432
Editora: Elsevier
A obra reúne em
um único volume
os conceitos
fundamentais para
o entendimento das
técnicas utilizadas
na engenharia
de reservatórios
de petróleo, os
principais métodos
usados na previsão
do comportamento
de reservatórios e,
consequentemente,
na estimativa do
potencial produtor e
da reserva de jazidas
petrolíferas, bem
como as técnicas
empregadas para
se incrementar a
recuperação do
petróleo dessas
jazidas. O texto inclui
ainda trabalhos
desenvolvidos pelos
próprios autores
durante o exercício
das suas atividades
profissionais na
Petrobras.
Autores: Renato de Souza
Carvalho; Adalberto
José Rosa; José Augusto
Daniel Xavier
Editora: Interciência
Este livro, que
já está em sua
terceira edição, é
destinado tanto
para estudantes de
graduação como para
aqueles que fazem
cursos de extensão
mais avançados.
Desde a publicação
da segunda edição
em 1999, a área de
polímeros passou
por um avanço
considerável. Um
aspecto fundamental
dessa edição é a
inclusão de novos
conceitos como
nanocompósitos
de polímeros e
catalisadores
metalocênicos em
capítulos existentes,
bem como novos
capítulos que
abrangem tópicos
contemporâneos
selecionados como
comportamento de
polímeros naturais,
dinâmica de
polímeros e difusão
em polímeros.
Autores: Philip Choi e
Alfred Rudin
Páginas: 520
Editora: Elsevier
O livro “Tendências
e Inovações em
Ciência, Tecnologia
e Engenharia de
Alimentos” reflete
o trabalho coletivo
de diversos centros
de excelência
em pesquisa de
diversos centros
pelo Brasil, entre
eles: Universidade
Federal Rural do Rio
de Janeiro, UFRRJ;
Universidade Federal
Fluminense, UFF;
Universidade de
São Paulo, USP;
Universidade Estadual
de Campinas,
Unicamp; e o Centro
de pesquisas da
Embrapa. Seu
principal objetivo é
discutir toda a cadeia
de processamento de
alimentos.
Organizadores: Louise
Emy Kurozawa e Stella
Regina Reis da Costa
Editora: Atheneu
QUÍMICA
SUPRAMOLECULAR E
NANOTECNOLOGIA
O livro tem o objetivo
de aumentar as
bases e fundamentos
de Química para
os estudantes de
graduação das
Universidades
brasileiras. A intenção
é transmitir a ampla
gama de aspectos e
questões relacionadas
à química
supramolecular e
nanotecnologia.
Nesse sentido,
evidencia a química
supramolecular como
ferramenta para o
controle de interações
intermoleculares
e a produção
de estruturas
automontadas
que possuem
uma propriedade,
função ou processo
específico.
Autores: Adilson Beatriz e
Wendel Andrade Alves
Editora: Atheneu
Páginas: 592
Páginas: 316
Páginas: 808
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
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#INSPETORIAS DO CREA-BA
ALAGOINHAS
ILHÉUS
Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping
– Centro. CEP: 48030-030
75 3421-5638
[email protected]
Inspetor: Eng. Agrônomo
Luiz Cláudio Ramos Cardoso
Rua Conselheiro Dantas, 81 - Centro.
CEP: 45653-360
73 3634-1158
[email protected]
Inspetor: Eng° Civil Claudio Nepomuceno Pinto
BARREIRAS
Rua Maria Mendes Ferreira, nº21,
Sandra Regina. CEP: 47.802-022
77 3611-2720/3612-3700
[email protected]
Inspetor: Engº Civil Edson José Boll
BOM JESUS DA LAPA
Rua Flamengo, nº 300 – Amaralina
77 3481-0301
[email protected]
Inspetor: Eng. Civil
Fábio Lúcio Lustosa de Almeida
BRUMADO
Praça Coronel Zeca Leite, 460, Centro.
77 3441-3326
[email protected]
Inspetor: Engº Agr. Sinval Xavier de Aguiar
CAMAÇARI
Av. Radial A, nº 67,Centro, Edfício Empresarial
Pacific Center, salas Q e R, 1º andar.
CEP: 42.807-000
71 3621-1456 / 3040-5871
[email protected]
Inspetor: Analista de Sistemas e Eletrotécnico
Sandro Augusto Vieira da Silva
CRUZ DAS ALMAS
Rua J. B. da Fonseca, nº 137, Centro.
75 3621-3324
[email protected]
Inspetor: Eng. Civil Luís Carlos Mendes Santos
EUNÁPOLIS
Rua Castro Alves, 374, Sala 02 e 03.
CEP: 45820-350
73 3281-2806
[email protected]
Inspetor: Eng° Agrônomo
José Emarcio Bezerra Torres
FEIRA DE SANTANA
Rua Prof. Geminiano Costa, 198, Centro.
CEP: 44001-120
75 3623-1524
[email protected]
Inspetor: Engº Eletri. Edson José Nunes
GUANAMBI
Av. Presidente Castelo Branco, 495 –
Aeroporto Velho. CEP: 464300-00
[email protected]
Inspetor: Eng. Agrimensor
Wellington Donato de Carvalho
48
CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015
IRECÊ
Avenida Tertuliano Cambuí, n° 350, Centro.
CEP: 44.900-000
74 3641-3708/1957
[email protected]
Inspetor: Eng. Agrônomo
André Fernando Martinez Rocha
ITABERABA
Praça Flávio Silvany , 130, sala 15,
Edf. Empresarial João Almeida Mascarenhas Centro. CEP: 46880-000
75 3251-3213
[email protected]
Inspetor: Eng. Eletricista
Jayme Carneiro Calmon Neto
ITABUNA
Rua Nações Unidas, 625, Térreo.
CEP: 45600-673
73 3211-9343 Fax: 3211-9273
[email protected]
Inspetor: Engº Agrônomo
José Celso de Santana
JACOBINA
Rua Duque de Caxias, 400A – Estação.
CEP: 44.700-000
Tel: (74) 3621-5781
[email protected]
Inspetor: Téc. em Seg. Trab.
Sergio Alves Pedroza
JEQUIÉ
Rua Frederico Costa, 61 - Centro.
CEP: 45203630
73 3525-1293
[email protected]
Inspetora: Eng. Civil Deusdete Souza Brito
JUAZEIRO
Rua XV de Novembro, 56 - Centro.
CEP: 48.905-090
74 3611-3303/8186
[email protected]
Inspetor: Eng. Agrônomo
Luciano César Dias Miranda
LAURO DE FREITAS
Av. Brigadeiro Mário Epighaus, 78, Ed. Busines
Center, sala 115 - Condomínio Porto 3 - Centro
71 3024-3517
[email protected]
Inspetor: Eng. Telec. Johnson Euclides Pacheco
LUIS EDUARDO MAGALHÃES
Av. JK, nº 1973, Qd. 91, Lote 1, Salas 1 e 3 Centro. CEP: 47850-000
77 3628-6755
[email protected]
Inspetor: Eng. Agrônomo
Paulo Roberto Gouveia
PAULO AFONSO
Rua Carlos Berenhauser, 322 Térreo, Alves de
Souza. CEP: 48608-080
75 3281-4887
[email protected]
Inspetor: Engº Agrônomo
Arquimedes Ferreira Faria
RIBEIRA DO POMBAL
Av. Dep. Antônio Brito, 132 - Centro.
CEP: 48.400-000
75 3276-3896
[email protected]
Inspetor: Eng. Civil Jone Souza Santos
SANTA MARIA DA VITÓRIA
Rua 06 de outubro, S/Nº, Centro.
CEP: 47.640-000
77 3483-1090
77 3483-1110
[email protected]
Inspetor: Engº Civil Antocelio Ribeiro Teixeira
SANTO ANTÔNIO DE JESUS
Av. Roberto Santos, 88, Ed. Cruzeiro do Sul,
salas 103 e 104. CEP: 44570-000
75 3631-4404
75 3631-4404
[email protected]
Inspetor: Eng. Eletricista
Leonel Pereira dos Reis Neto
SEABRA
Rua Jacob Guanaes, 565.
CEP: 46900-000
75 3331-1327
[email protected]
Inspetor: Eng. de Computação
Jacques Jefferson Leão Lima
TEIXEIRA DE FREITAS
Av. Presidente Getúlio Vargas, 3421, Centro.
Edificio Esmeralda - Salas 203, 204 e 205.
CEP: 45995-006
73 3291-3647/7444
[email protected]
Inspetor: Eng. Civil Exuperio Amaral Souza
VALENÇA
Rua Dr. Heitor Guedes de Melo, nº 111, Ed. Argeu
Farias Passos, Centro. CEP: 45400-000
75 3641-3111
[email protected]
Inspetora: Engª Sanitarista e Ambiental
Márcia Cristina Alves do Lago
VITÓRIA DA CONQUISTA
Avenida Otávio Santos, 722 – Recreio.
CEP: 45.020-750
77 3422-1569
77 3427-8843
[email protected]
Inspetor: Eng. Civil
Alexandre José Pedral Sampaio
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REVISTA DO CREA-BA E FAÇA
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