CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DOS CULTIVARES DO TARO(COLOCASIA ESCULENTA) PRESERVADOS EM BANCO DE GERMOPLASMA GENETIC DIVERSITY OF TARO (COLOCASIA ESCULENTA) PRESERVED IN THE GERMOPLASM BANK Raquel Soares Casaes Nunes1, Fernanda Romanholli Pinhati2, Roberta Soares Casaes1, Vânia Margareth Flosi Paschoalin3Joab Trajano da Silva3 1 Mestranda da Pós Graduação em Ciência de Alimentos – Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ 2 Doutoranda da Pós Graduação em Ciência de Alimentos – Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ 3 Professor(a) Adjunto - Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ Palavras-chave:Colocasia esculenta,, cultivares, germoplasma, DNA Introdução Recentemente, a tendência mundial é fornecer aos mercados, produtos oriundos de culturas ecológicas. Nesta categoria, as plantas de maior dinâmica fisiológica e com melhor retenção hídrica prevalecerão, dentre elas, o tubérculo da família Areacea, comumente denomidado taro (Colocasia esculenta (L.) Schott). Os cultivares de Colocasia mais conhecidas no Brasil, segundo PUIATTI (2002) são “Chinês”, Japonês”, “Macaquinho” e “São Bento”. O incentivo ao cultivo e propagação dos cultivares proporciona estímulo para manutenção e conservação das espécies produzidas evitando-se perdas genéticas por inflorescimento ou deterioração microbiana para fins de conhecimento de genes com funções nutricionais. A maneira de conservação de recursos genéticos adotados por diversos programas de melhoramento de hortaliças é a conservação ex situ em Bancos de Germoplasma (NASS et al., 2001).Assim, objetivou-se caracterizar geneticamente os cultivares do taro (Colocasia esculenta) provenientes do Estado do Espírito Santo. Material e Métodos Sete cultivares de taro foram coletados no Banco de Germoplasma do Espírito Santo/Incaper, caracterizados morfologicamente como taro “Macaquinho” (UFMG), “Chinês (UFMS)”, “Japonês” (UFMS), “Branco” (UFMS), “Chinês R. (UFMS)”, “Cem em Um” (UFMS) e “São Bento”. O DNA dos cultivares foi extraído.com DNase Plant Mini kit (QUIAGEN). Foram utilizados sete pares de iniciadores SSR (“simple sequence repeat”), com base em ensaios preliminares de amplificação (MACE & GODWIN, 2002; MACE, et al.2006). A detecção dos fragmentos Polimórficos foram realizadas em géis de poliacrilamida 10% e agarose 2.0%. Os amplicons foram comparadas polimorficamente utilizando-se o software GelComparII (Applied Maths, Kortrijk, Bélgica) utilizando-se o coeficiente de similaridade Dice-Sorensen com base na análise de clusters UPGMA (Unweighted Pair Groups Method using Arithmetic Average).Para a avaliação taxonômica o DNA foi amplificado utilizando-se iniciadores universais (Canadian Centre for DNA Barcoding) e a reação de sequenciamento foi feita utilizando-se o kit BigDye Terminator v3.1 (Applied Biosystems) sequenciador automático ABI-3730 . Resultado e Discussão Durante os experimentos foram utilizados dois tipos de géis de resolução: o gel de agarose e gel de poliacrilamida, respectivamente.Segundo a literatura, foi observado que o gel de poliacrilamida é o mais utilizado na análise de iniciadores microssatélites, pois este permite discriminar alelos com diferença em até 15 pb, (WEILER et al., 2010), apresentando melhor Autor a ser contactado: Raquel Soares Casaes Nunes,Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto de Química/Departamento de Bioquímica 5°andar/UFRJ– e-mail: [email protected] resolução neste estudo. Em decorrência, analisamos os amplicons em géis de poliacrilamida à 10% e percebemos um número significativo de alelos, pois cada locos encontrado continha entre 3 a 8 alelos (valores medianos) (Tabela 1). Estes resultados diferem do número de alelos encontrados nas análises de polimorfismo com esses iniciadores em outros estudos (MACE et al., 2006).Verificamos, uma baixa porcentagem de similaridade entre os cultivares (20% a 80%). A ocorrência desta divergência genética provavelmente ocorreu devido a perdas ou surgimento de novos alelos adaptados a diversas condições ambientais. Tal evento tem como referência um ancestral comum (cultivar primário) entre os cultivares analisados, de onde surge novos cultivares que possuem novos alelos para determinada característica. Percebemos na análise do dendograma, que as subespécies que não eram cultivadas no Mato Grosso do Sul eram as enraizadoras da árvore e muitas vezes estavam em subclusters isolados, indicando com isso serem os cultivares primitivos durante a evolução. Tabela 1. Características dos iniciadores SSR utilizados. Identidade SSR Sequências curtas repetidas Iniciadores Temperatura de anelamento Xuqtem 55 Xuqtem 73 (CAC)5 Xuqtem 84 (CT)18 Fwd: cttttgtgacatttgtggagc Rvs: caataatggtggtggaagtgg Fwd: atgccaatggaggatggcag Rvs: cgtctagcttaggacaacatgc Fwd: aggacaaaatagcatcagcac Rvs: cccattggagagatagagagac Xuqtem 88 (CAT)9 Xuqtem 91 (TG)6 (GA)4 (CA)8 Fwd: cacacatacccacatacacg Rvs: ccaggctctaatgatgatgatg Fwd:gtccagtgtagagaaaaaccag Rvs: cacaaccaaacatacggaaac Fwd: gtaatctattcaaccccccttc Rvs: tcaaccttctccatcagtcc Fwd: agccacgacactcaactatc Rvs: gcccagtatatcttgcatctcc Xuqtem 97 Xuqtem110 (CT)15 (TGA)6 (TGGA)4 Número de alelos (mediana) 65°C Tamanho aproximado dos alelos (pb) 150-250 65°C 150-200 6 65°C 300-350 8 64°C 100-150 9 65°C 300-350 4-8 66°C 350 5 66°C 300-400 4-6 3 *Fwd: Foward; Rvs: Reverse; pb: pares de bases Conclusão A análise de marcadores SSR neste trabalho tornou-se uma importante ferramenta na identificação alélica nas coleções de taro do Estado do Espírito Santo. O estudo tem contribuído com a identificação da quantidade de alelos divergentes, em combinação com a análise de agrupamento UPGMA. Referências Bibliografias MACE, E.S. & GODWIN, I.D. Development and characterisation of polymorphic microsatellite markers in taro, Colocasia esculenta (L.) Schott. Genome 45: 823–832,2002. MACE, E. S.; MATHUR, P. N. ; IZQUIERDO, L. ;HUNTER, D.; TAYLOR, M. B;SINGH, D. ; DELACY, I. H.; JACKSON, G. V. H. & GODWIN, I. D. Rationalization of taro germplasm collections in the Pacific Island region using simple sequence repeat (SSR) markers. Plant Genetic Resources 4(3); 210–220, 2006. NASS, L. L.; VALOIS, A.C.C.; MELO, I.S.; VALADARES-INGLIS, M.C. Recursos genéticos e melhoramento- Plantas, Rondonópolis: Fundação MT, 2001. 1183p. Autor a ser contactado: Raquel Soares Casaes Nunes,Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto de Química/Departamento de Bioquímica 5°andar/UFRJ– e-mail: [email protected] PUIATTI, M. Manejo da cultura do taro. In: CARMO, C.A.S., (Ed.) Inhame e taro: sistema de produção familiar. Vitória, ES: Incaper, 2002. p. 203-252. Autor a ser contactado: Raquel Soares Casaes Nunes,Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto de Química/Departamento de Bioquímica 5°andar/UFRJ– e-mail: [email protected]