GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESPECIAL DE ESTADO DE GESTÃO SECRETARIA EXECUTIVA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE GOVERNO PLANO PLURIANUAL 2004-2007 Ano Base 2005 BELÉM 2006 Secretaria Executiva de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (SEPOF) Rua Boaventura da Silva, 401/403 CEP: 66053-050 3241-5044 / 3241-9291 www.sepof.pa.gov.br Belém-Pará-Brasil Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) – Belém-PA Pará. Secretaria Executiva de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças. Diretoria de Planejamento. Relatório de Avaliação de Programas de Governo: Plano Plurianual 2004-2007 / Pará. Secretaria Executiva de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças. Diretoria de Planejamento. — Belém : SEPOF. Diretoria de Planejamento, 2006. 1. Pará - Política e governo - 2004-2007. 2. Administração pública Pará. I. Título. CDD: 21. ed. 351.8115 GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ Governador do Estado do Pará Simão Robison Oliveira Jatene Vice Governadora do Estado do Pará Valéria Vinagre Pires Franco Assembléia Legislativa do Estado do Pará Mário Couto Filho Instituto de Previdência da Assembléia Legislativa do Estado do Pará Pio Netto Tribunal de Contas do Estado do Pará Lauro de Belém Sabbá Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará Aloisio Augusto Lopes Chaves Tribunal de Justiça do Estado Milton Augusto de Brito Nobre Justiça Militar do Estado do Pará José Roberto Pinheiro Maia Bezerra Júnior Ministério Público do Estado do Pará Francisco Barbosa de Oliveira Ministério Público de Contas do Estado do Pará Antônio Maria Figueiras Cavalcante Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas dos Municípios Mara Lúcia Barbalho da Cruz Secretaria Especial de Estado de Proteção Social Teresa Lusia Mártires Coelho Cativo Rosa Secretaria Executiva de Estado de Saúde Pública Fernando Agostinho Cruz Dourado Secretaria Executiva de Estado de Trabalho e Promoção Social Maria de Nazareth Brabo de Souza Hospital “Opfir Loyola” Nilo Alves de Almeida Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará Paulo Sérgio Mota Pereira Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará João Carlos Pina Saraiva Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna Rosemary Silva de Oliveira Góes Fundação da Criança e do Adolescente do Pará Meive Ausonia Piacesi Secretaria Especial de Estado de Integração Regional Vilmos da Silva Grunvald Secretaria Executiva de Estado de Obras Públicas Olímpio Yugo Ohnishi Secretaria Executiva de Estado de Transportes Pedro Abílio Torres do Carmo Secretaria Executiva de Estado de esenvolvimento Urbano e Regional Haroldo Costa Bezerra Companhia de Saneamento do Pará Frederico Alberto de Andrade Companhia de Habitação do Estado do Pará Cicerino Cabral do Nascimento Companhia Portos e Hidrovias do Estado do Pará Carmen Lúcia Valério Cal Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos Carlos Acatauassú Nunes Empresa de Navegação da Amazônia S/A Loriwal Rei de Magalhães Secretaria Especial de Estado de Gestão Teresa Lusia Mártires Coelho Cativo Rosa Secretaria Executiva de Estado de Administração Alice Viana Soares Secretaria Executiva de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças Mariléa Ferreira Sanches Secretaria Executiva de Estado da Fazenda Maria Rute Tostes da Silva Imprensa Oficial do Estado Altino Tavares Pinheiro Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado do Pará Antônio Carlos Fontelles de Lima Loteria do Estado do Pará Elisabeth Aguiar Contente Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará Edilson do Nascimento Santos Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará Leida Maria Coelho Bosnic Escola de Governo do Estado do Pará Heliana da Silva Jatene Secretaria Especial de Estado de Promoção Social José Carlos Lima da Costa Secretaria Executiva de Estado de Educação Paulo Fernando Machado Secretaria Executiva de Estado de Cultura Paulo Roberto Chaves Fernandes Instituto de Metrologia do Estado do Pará Maria de Nazareth Oliveira Maciel Departamento de Trânsito do Estado do Pará Rosymary Neves Teixeira Defensoria Pública do Estado do Pará Anelyse Santos Freitas Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” Joaquim Batista Freitas de Araújo Secretaria Especial de Estado de Produção Vilmos da Silva Grunvald Secretaria Executiva de Estado de Indústria, Comércio e Mineração Ramiro Jayme Bentes Fundação de Telecomunicações do Pará Valdemir Chaves de Souza Secretaria Executiva de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente Raul Pinto de Souza Porto Fundação Carlos Gomes Paulo José Campos de Melo Secretaria Executiva de Estado de Agricultura Daniel Nunes Lopes Fundação Curro Velho Dina Maria César de Oliveira Arnegger Instituto de Terras do Pará Rosyan Campos de Caldas Britto Universidade do Estado do Pará Fernando Antônio Colares Palácios Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará Eduardo da Silva Kataoka Fundação Cultural do Pará “Tancredo Neves” Maria Terezinha Hanemann Coimbra Secretaria Executiva de Estado de Esporte e Lazer José Ângelo Souza de Miranda Instituto de Artes do Pará Maria Regina Maneschy Faria Sampaio Secretaria Especial de Estado de Defesa Social Manoel Santino Nascimento Júnior Secretaria Executiva de Estado de Justiça Marcos Vinícius Eiró do Nascimento Secretaria Executiva de Estado de Segurança Pública Ana Amélia Sefer de Figueiredo Polícia Militar do Estado do Pará Cel. QOPM João Paulo Vieira da Silva Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará Cel. QOBM Orlando Antônio Sarmanho Frade Polícia Civil do Estado do Pará Luiz Fernandes Rocha Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará José Alyrio Wanzeler Sabbá Centrais de Abastecimento do Pará S/A Fabrício Pereira da Gama Junta Comercial do Estado do Pará Vilson João Schuber Companhia Paraense de Turismo Adenauer Marinho de Oliveira Góes Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado do Pará Francisco Eduardo Oliveira Victer Banco do Estado do Pará Mário Ramos Ribeiro Secretaria Especial de Estado de Governo Francisco Sérgio Belich de Souza Leão Casa Civil da Governadoria Sofia Feio Costa Casa Militar da Governadoria do Estado Cel. QOPM Edson Nestor Ferreira da Silva Auditoria Geral do Estado Rosineli Guerreiro Salame Ação Social Integrada do Palácio do Governo Eliane Pena Carneiro Procuradoria Geral do Estado José Aloysio Cavalcante Campos Consultoria Geral do Estado Ophir Filgueiras Cavalcante Coordenadoria de Comunicação Social do Governo do Estado do Pará José Nélio Silva Palheta Secretaria Extraordinária de Estado Lucy Araújo de Souza Leão Secretaria Extraordinária de Estado Maria Helena Moscoso da Silva SECRETÁRIA EXECUTIVA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS MARILÉA FERREIRA SANCHES SECRETÁRIA ADJUNTA MARIA CRISTINA MAUÉS DA COSTA DIRETORA DE PLANEJAMENTO LILIAN ROSE BITAR TANDAYA BENDAHAN ASSESSORIA Altino Chaves Edilza Barbosa Fernando Altieri Maria de Nazaré Moura Miriam Bitar GERÊNCIA DA ÁREA DE DEFESA SOCIAL Chenia Bularmaqui - Gerente Ariene Pinto Célia Almeida Nilda Gobitsch GERÊNCIA DE ÁREAS ESPECIAIS Maria Fortunata Teixeira - Gerente Ana Lúcia Gracindo Fátima Oliveira Jaqueline Cardoso Rebecca Hesketh Timara Miranda Marcos Holanda GERÊNCIA DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO E INTEGRAÇÃO REGIONAL Maria do Perpétuo Socorro Cardoso - Gerente Euricles Teixeira Fátima Lobato Karla Rocha Leandro Almeida Sônia Campelo GERÊNCIA DA ÁREA DE PROTEÇÃO SOCIAL Sandra Sampaio - Gerente Jucirene Silva Maria José Araújo Paulo César Araújo GERÊNCIA DA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL Rosemery Tillmann da Silva - Gerente Athos Candeias Denísio Lima Sônia Xerfan CENTRO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (CETI) Wagner Capelli Carlos Jatene Isaac Elarrat Sérgio Moreira EQUIPES DE AVALIADORES - AD HOC Programas Avaliados: MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR; ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (PROATER); ORDENAMENTO TERRITORIAL E NOVA ECONOMIA. Maria do Perpétuo Socorro Gomes Cardoso (SEPOF) Marilia Nazareth Baetas Oliveira (SEPROD) Paulo Altieri (SECTAM) Pedro Jefferson Costa Gomes (EMATER) Roberto Robson Lopes Vilar (SAGRI) Rosana Fernandes (SEPROD) Selma Jerônima Mesquita Porto (SEPOF) Sônia Maria Campelo de Figueiredo (SEPOF) Programas Avaliados: CAMINHOS PARA O DESENVOLVIMENTO; NOSSA CASA E SANEAMENTO É SAÚDE. Adriano Júlio Colares Monteiro (SEIR) Alfredo Augusto Vieira Barros (ARCON) Ana Regina Travassos da Rosa Moreira Bastos (SEIR) Claudia Cardoso Moreira (SEIR) Elizabeth Rego Barros de Oliveira (COHAB) Joaquim Pinheiro Marques (SEIR) Maria de Fátima Lobato dos Santos (SEPOF) Maria de Nazaré Lopes Guimarães (COHAB) Maria de Nazaré Martins de Leão (ARCON) Maria Fortunata Resque Teixeira (SEPOF) Maria José Ribeiro Maués (COSANPA) Marta Lúcia Trindade Lopes (SEDURB) Paulo de Castro Ribeiro (COHAB) Programas Avaliados: RAÍZES; PAZ NAS RUAS; SEGURANÇA NO TRÂNSITO E GARANTIA DE DIREITOS. Chenia Tortola Bularmaqui (SEPOF) Edivan Araújo de Morais (SEGUP) Luís Paulo Franco Albuquerque (DEFENSORIA) Maria José Coelho (SEDES) Nilma Valinoto (POLÍCIA CIVIL) Rebecca Hesketh (SEPOF) Programas Avaliados: INCLUSÃO SOCIAL PELA EDUCAÇÃO; FOMENTO À PRODUÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL E DESPORTIVA; FORTALECIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DA PROMOÇÃO SOCIAL E UNIVERSIDADE INTEGRADA À SOCIEDADE. Rosemery Tillmann da Silva (SEPOF) Denísio de Jesus Costa Lima (SEPOF) Olavo Pereira (SEPROS) Ana Cláudia Ribeiro (SECULT) Edilena Lourdes Barros (SEDUC) Maria do Socorro Azevedo (SEDUC) Elizabete Barata (UEPA) Liége Freitas (SEPOF) Programas Avaliados: PRESENÇA VIVA; OPORTUNIDADE DE TRABALHO E RENDA; ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE E PROTEÇÃO SOLIDÁRIA. Ana Lucia Gracindo (SEPOF) Aniss Abinader (SESPA) Fátima Pompeu (SEEPS) Gilson Reis (SEEPS) Maria José Araújo (SEPOF) Nazaré Moura(SEPOF) Rose Balduino (SEEPS) Luiz Otávio Costa (SETEPS) Sandra Sampaio (SEPOF) APRESENTAÇÃO A partir da Constituição Federal de 1988, com o estabelecimento dos instrumentos balizadores do planejamento - PPA, LDO e LOA -, a administração pública brasileira retoma o processo de planejamento, reinserindo-o na agenda governamental, buscando introduzir conceitos modernos de gestão. Na perspectiva tradicional, o processo de planejamento pouco agregou à efetivação de uma gestão pública orientada para resultados. Foi necessário reinventar o planejamento governamental, transcender, sobretudo, com escolhas (nem sempre fáceis) num contexto que combina demandas sociais crescentes e capacidade de atendimento por parte do Estado, normalmente limitada. Nesse contexto, tornou-se imperioso dominar o ciclo completo do planejamento, estabelecendo uma sistemática de avaliação dos planos de governo como condição fundamental para, de fato, obter uma Gestão por Resultado. Assim, socializar o resultado das experiências de Avaliação de Programas de Governo coordenadas pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Finanças (SEPOF) e consolidar a prática da realização da avaliação no processo de planejamento, na busca do aperfeiçoamento da ação pública, principalmente quando estabelece responsabilidades, revisa procedimentos e orienta os esforços das equipes envolvidas na execução dos Programas, são objetivos que nortearam a Avaliação de Programas do PPA 2004-2007, ano base 2005. Passa-se a construir uma metodologia de avaliação, a partir da criação de condições objetivas de capacitação dos técnicos envolvidos, tendo como pressuposto que o modelo seria implementado de forma incremental, ou seja, agregando, a cada ano, novos programas e elementos de análise, baseado na disseminação e consolidação do referencial teórico. Apresenta-se o segundo Relatório de Avaliação dos Programas Finalísticos, de Gestão Pública e de Serviços ao Estado do PPA 2004-2007, referente ao exercício de 2005, coordenado pela Secretaria Executiva de Planejamento, Orçamento e Finanças (SEPOF), em parceria com as Secretarias Especiais e elaborado pelas equipes de avaliadores, contendo os avanços alcançados e as dificuldades enfrentadas. Ressalte-se, por fim, o empenho das equipes técnicas da Administração Pública Estadual para a construção e implementação dessa metodologia que, como uma semente plantada, há de ensejar transformações no processo de planejamento das ações de governo. Teresa Lusia Mártires Coelho Cativo Rosa Secretária Especial de Estado de Gestão PREFÁCIO Em continuidade ao processo de Avaliação de Programas do Plano Plurianual 2004-2007 do Estado do Pará, a Secretaria Executiva de Planejamento, Orçamento e Finanças (SEPOF) edita os resultados alcançados na implementação dos Programas no ano de 2005, partindo do pressuposto que a avaliação é uma etapa fundamental do ciclo do planejamento e, um poderoso instrumento de aperfeiçoamento do planejamento e do orçamento, que proporciona a identificação dos pontos de sucesso e as melhorias que podem ser introduzidas para o alcance dos resultados, sempre em busca da satisfação da população. Assentada no conceito base de que avaliar é “o ato de emitir juízo de valor sobre um determinado objeto ou realidade, contribuindo para qualificar os processos de tomada de decisão gerencial das organizações envolvidas”, a metodologia foi desenvolvida e experimentada no primeiro ano do Plano Plurianual (2004), com apoio de consultoria externa e da parceria das Secretarias Especiais. Nesse segundo momento, amplia sua abrangência, respaldada em reavaliações da primeira experiência e no aperfeiçoamento conceitual da equipe técnica. Assim, amplia-se o espectro de Programas selecionados, passando de 13 programas avaliados no primeiro ano de execução do Plano (2004) para 19 programas em 2005 e, da mesma forma, submetidos à seleção e validação das Secretarias Especiais, dentre os 74 programas finalísticos do PPA. Quanto ao processo, optou-se pela adoção de uma nova forma de responsabilização pela avaliação realizada. Foram criadas equipes de avaliadores ad hoc, formadas por servidores da SEPOF, das Secretarias Especiais e técnicos de Secretarias Executivas afetas aos Programas selecionados, constituindo-se uma equipe multidisciplinar, responsável pela avaliação dos 19 Programas. Os membros das equipes reuniram-se e desenvolveram os Relatórios de Avaliação, obedecendo as etapas de: coleta de informações; entrevistas; análise dos dados contidos no sistema GP Pará; análise dos indicadores dos Programas e de eficiência e eficácia (os chamados indicadores operacionais); levantamento de evidências e comparação com realidades unívocas. Ressalte-se, que a Metodologia de Avaliação adotada para o ano de 2005 é a mesma utilizada em 2004, obedecendo a um processo incremental, que expande, a cada ano, o número de programas a serem avaliados, a partir da assimilação conceitual do modelo proposto. Entretanto, por dificuldades técnicas e operacionais, não foi possível incorporar novos elementos que o modelo previa, como a análise das políticas públicas setoriais, por meio dos “indicadores setoriais”, bem como a aplicação de questionários aos steakholders dos Programas. Avançou-se utilizando os indicadores programáticos e operacionais e apresentou-se uma avaliação de cunho mais analítico, mais aprofundado e qualitativo, trabalhando distintos aspectos que comprovam os resultados atingidos, trabalhados a partir da metodologia desenvolvida. Dentro dessa lógica, os 19 programas selecionados provêm do segmento social, com 12 programas; da Área de Produção com 4 e, de 3 Programas da Área de Integração Regional. No segmento social estão incluídos, no processo analítico e qualitativo, Programas das Áreas de Proteção Social, Promoção Social e Defesa Social. Na Área de Proteção Social, os Programas avaliados são: Atenção de Média e Alta Complexidade, com ações essencialmente na área da saúde; Proteção Solidária, voltado para crianças e jovens em situação de risco pessoal e social; Oportunidade de Trabalho, Emprego e Renda, direcionado à expansão das oportunidades de trabalho e renda às pessoas desempregadas e subempregadas e o Programa Presença Viva, de múltiplos serviços nas áreas da assistência social, saúde e cidadania e que, ainda, fortalece a diretriz de Governo, da “Municipalização do Desenvolvimento”. Da área de Promoção Social participaram do processo 4 Programas, um a mais que o processo de avaliação efetivado em 2004. Foram avaliados os Programas: Universidade Integrada à Sociedade, voltado para a ampliação do acesso ao ensino superior; o Programa Fomento à Produção e Difusão Cultural e Desportiva, vinculado aos segmentos cultural e desportivo, e o Programa Educação para o Trabalho e Produção, que implementa a oferta de vagas de Educação Profissional, com vistas à formação de mão-de-obra de qualidade e, por fim, o Programa Inclusão Social pela Educação, que busca promover o acesso à educação não formal e ao conhecimento para todos, por meio de processos de múltiplas expressões. Dos programas voltados para a Defesa Social do cidadão foram avaliados 4 Programas considerados importantes para a revisão das estratégias e para a melhoria da segurança pública e da justiça no Estado. Como carro-chefe está o Programa Paz nas Ruas, que busca reduzir a violência e a criminalidade nos centros urbanos e rurais, com o policiamento ostensivo e preventivo, através da integração dos órgãos do Sistema de Segurança. O Programa Garantia de Direitos, que amplia a cobertura e a qualidade dos serviços que garantem esses direitos e o terceiro e quarto Programas avaliados, foram: o Programa Raízes, que vem garantir ações que favorecem o desenvolvimento das comunidades remanescentes de quilombos e dos povos indígenas no Estado do Pará e, o Programa Segurança no Trânsito, que trata da eficiência e da eficácia das ações de coordenação, de monitoramento e de educação no trânsito. A Área de Produção propôs a avaliação de 4 Programas, caracterizando uma iniciativa audaciosa, posto que, em 2004, avaliou-se apenas o Programa de Modernização da Agricultura Familiar. Para 2005, além deste Programa foram selecionados: Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural, que objetiva promover a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural aos produtores rurais, em especial aqueles de unidade familiar; Programa Nova Economia, que vem fortalecer a inserção de produtos paraenses de maneira competitiva nos mercados nacional e internacional, especialmente de empresas de pequeno porte, inclusive ao micro-empreendimento de concessão de crédito e o Programa de Ordenamento Territorial, este de suma importância para o desenvolvimento do Estado, visto que busca implementar instrumentos de ordenamento territorial, visando à melhoria da qualidade de vida das populações locais e à proteção adequada dos ecossistemas naturais. Quanto aos programas da Área de Integração Regional, a opção foi dar continuidade à avaliação dos dois Programas avaliados na primeira etapa. O Programa Caminhos para o Desenvolvimento, que busca ofertar infra-estrutura de transporte permitindo a sustentabilidade do desenvolvimento do Estado e o Programa Nossa Casa, voltado à redução do déficit e à inadequação habitacional, de forma a garantir o acesso à moradia digna, às famílias de baixa renda e servidores públicos. Na seqüência foi incluída a avaliação do Programa Saneamento é Saúde, responsável pela melhoria da qualidade de vida da população com serviços de água e esgoto, ou seja, de saneamento básico, que é executado pela Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA). Os demais Programas do PPA também foram objeto de processo avaliativo em 2005 e estarão apresentados neste documento. Seus resultados foram avaliados numa abordagem sintética, tendo por base os indicadores de eficiência e eficácia apurados, a partir da base de dados do Sistema de Gestão dos Programas do Estado do Pará (GP Pará), acrescidos de informações complementares captadas, resultado de ações de monitoramento realizadas pela SEPOF. As avaliações aqui apresentadas são frutos de um esforço coletivo e devem avançar para a conquista do processo avaliativo em todas as etapas. Essa mudança de paradigma faz com que a “avaliação” seja internalizada como um processo de aprendizagem e melhoria da gestão, que deve estar voltada para medir os resultados dos Programas e, em última instância, seus impactos junto à sociedade. Cada passo adiante implica em novos aprendizados e conhecimentos e, conseqüentemente, em novos desafios para o aperfeiçoamento da Metodologia de Avaliação, de forma que seja capaz de apontar falhas e sucessos do Programa e paralelamente subsidie a elaboração dos novos Planos Plurianuais e dos Orçamentos Anuais. Embora se reconheça que muito ainda precisa avançar para consolidar a Avaliação dos Programas de Governo, esta publicação mostra que é possível produzir avaliações que subsidiem a melhoria da atuação pública e a prestação de serviços à sociedade. MARILÉA FERREIRA SANCHES Secretária Executiva de Planejamento, Orçamento e Finanças SUMÀRIO 1. ÁREA PROGRAMÁTICA: PROTEÇÃO SOCIAL ................................................... 20 1.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) .................................................................................................................. 22 1.1.1 Programa: Atenção de Média e Alta Complexidade .................................... 24 1.1.2 Programa: Oportunidade de Trabalho e Renda ........................................... 31 1.1.3 Programa: Presença Viva .............................................................................. 42 1.1.4 Programa: Proteção Solidária ....................................................................... 51 1.2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa Sintética) ............................................................................................................ 61 1.2.1 Programa: Assistência Hemoterápica e Hematológica .............................. 63 1.2.2 Programa: Começar de Novo ........................................................................ 67 1.2.3 Programa: Compartilhando Vidas ................................................................. 70 1.2.4 Programa: Controle do Câncer ..................................................................... 73 1.2.5 Programa: Gestão de Políticas Públicas e Controle Social......................... 78 1.2.6 Programa: Idade Ativa .................................................................................... 81 1.2.7 Programa: Maria Maria.................................................................................... 85 1.2.8 Programa: Portal da Cidadania ...................................................................... 88 1.2.9 Programa: Qualidade e Cidadania ................................................................. 91 1.2.10 Programa: Vigilância em Saúde .................................................................... 95 1.3 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007............................ 100 1.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 .............................................................................. 108 2. ÁREA PROGRAMÁTICA: PROMOÇÃO SOCIAL ................................................ 110 2.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) ................................................................................................................. 112 2.1.1 Programa: Educação Para o Trabalho e Produção .................................... 114 2.1.2 Programa: Fomento à Produção e Difusão Cultural e Desportiva............ 124 2.1.3 Programa: Inclusão Social pela Educação ................................................. 142 2.1.4 Programa: Universidade Integrada à Sociedade ........................................ 149 2.2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa Sintética) .................................................................................................................... 161 2.2.1 Programa: Fortalecimento das Políticas Públicas da Promoção Social ... 163 2.2.2 Programa: Universalização da Educação Básica com Qualidade ............ 166 2.2.3 Programa: Revitalização e Preservação da Memória e Identidade Cultural ...................................................................................................................... 171 2.3 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007............................ 176 2.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 .............................................................................. 181 3. ÁREA PROGRAMÁTICA: PRODUÇÃO ............................................................... 183 3.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) ................................................................................................................. 185 3.1.1 Programa: Assistência Técnica e Extensão Rural (PROATER) ............... 186 3.1.2 Programa: Modernização da Agricultura Familiar...................................... 198 3.1.3. Programa: Nova Economia........................................................................... 206 3.1.4 Programa: Ordenamento Territorial ............................................................ 220 3.2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa Sintética) .................................................................................................................... 237 3.2.1 Programa: Beija-Flor.................................................................................... 238 3.2.2 Programa: Cadeia Agroindustrial de Origem Animal................................ 242 3.2.3 Programa: Cadeia Agroindustrial de Origem Vegetal ............................... 246 3.2.4 Programa: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento ..... 252 3.2.5 Programa: Defesa Sanitária Animal............................................................ 257 3.2.6 Programa: Defesa Sanitária Vegetal........................................................... 260 3.2.7 Programa: Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura .............................. 263 3.2.8 Programa: Fortalecimento da Gestão Fundiária ....................................... 267 3.2.9 Programa: Gerenciamento de Recursos Hídricos..................................... 271 3.2.10 Programa: Gerenciamento de Recursos Florestais .................................. 273 3.2.11 Programa: Gestão Ambiental Integrada ..................................................... 276 3.2.12 Programa: Industrializa Pará....................................................................... 282 3.2.13 Programa: Legaliza Pará ............................................................................. 285 3.2.14 Programa: Novo BANPARÁ......................................................................... 289 3.2.15 Programa: Paneiro de Mercadoria – Nova CEASA.................................... 293 3.2.16 Programa: Pará Mineral ............................................................................... 297 3.2.17 Programa: Pólo Joalheiro ............................................................................ 300 3.3 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007............................ 304 3.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 .............................................................................. 315 4. ÁREA PROGRAMÁTICA: INTEGRAÇÃO REGIONAL ....................................... 317 4.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) ................................................................................................................ 319 4.1.1 Programa: Caminhos para o Desenvolvimento......................................... 321 4.1.2 Programa: Nossa Casa ................................................................................ 328 4.1.3 Programa: Saneamento é Saúde................................................................. 335 4.2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa Sintética) ................................................................................................................... 340 4.2.1 Programa: Energia é Progresso.................................................................. 341 4.2.2 Programa: Fortalecimento Municipal ......................................................... 344 4.2.3 Programa: Integração Metropolitana .......................................................... 348 4.2.4 Programa: Integração Regional .................................................................. 351 4.2.5 Programa: Qualidade e Produtividade de Obras Públicas – Pará Obras........................................................................................................................ 353 4.3 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007........................... 359 4.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 ............................................................................. 366 5. ÁREA PROGRAMÁTICA: DEFESA SOCIAL ...................................................... 368 5.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) ................................................................................................................ 370 5.1.1 Programa: Garantia de Direitos .................................................................... 371 5.1.2 Programa: Paz nas Ruas ............................................................................... 385 5.1.3 Programa: Raízes ........................................................................................... 399 5.1.4 Programa: Segurança no Trânsito................................................................ 409 5.2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa Sintética) ................................................................................................................... 418 5.2.1 Programa: Gestão da Informação da Defesa Social ................................... 419 5.2.2 Programa: Participação e Controle Social ................................................... 423 5.2.3 Programa: Por Uma Cultura de Paz Entre Jovens – Pró-Paz ..................... 430 5.2.4 Programa: Reconstruindo a Liberdade ........................................................ 434 5.2.5 Programa: Repressão Qualificada ............................................................... 440 5.2.6 Programa: Riscos Coletivos.......................................................................... 444 5.2.7 Programa: Valorização e Formação do Profissional da Defesa Social ..... 448 5.3 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007........................... 455 5.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 ............................................................................. 462 6 ÁREA PROGRAMÁTICA: GESTÃO ..................................................................... 464 6.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa Sintética) ................................................................................................................... 466 6.1.1 Programa: Cidadania Premiada .................................................................... 468 6.1.2 Programa: Desenvolvimento e Valorização de Pessoas ............................ 471 6.1.3 Programa: Divulgação dos Atos Oficiais ..................................................... 475 6.1.4 Programa: Gestão do Planejamento Governamental.................................. 477 6.1.5 Programa: Gestão Fazendária....................................................................... 480 6.1.6 Programa: Modernização da Gestão Administrativa do Estado ................ 484 6.1.7 Programa: Previdência Social do Servidor .................................................. 487 6.1.8 Programa: Rede Estadual de Tecnologia da Informação .......................... 489 6.2 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007........................... 493 6.3 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 ............................................................................. 498 7 ÁREA PROGRAMÁTICA: GOVERNO .................................................................. 500 7.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa Sintética) ................................................................................................................... 502 7.1.1 Programa: Ação Social Integrada ............................................................... 504 7.1.2 Programa: Articulação pela Cidadania....................................................... 507 7.1.3 Programa: Gestão da Comunicação Governamental................................ 509 7.1.4 Programa: Gestão Governamental ............................................................. 511 7.1.5 Programa: Representação Judicial do Estado ......................................... 513 7.2 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007......................... 515 1 ÁREA PROGRAMÁTICA 1.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 24 1.1.1 PROGRAMA: ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE Quanto ao Processo de Formulação A dificuldade de acesso e da garantia de atendimento dos serviços de média e alta complexidade em saúde e assistência social vêm contribuindo para o agravamento das desigualdades sociais e regionais, impactando negativamente no atendimento à população usuária desses serviços. A melhoria dos serviços de saúde e de assistência social com eqüidade, qualidade e resolubilidade, foram fatores determinantes para o Estado reconhecer a necessidade de formular o Programa “Atenção de Média e Alta Complexidade”, viabilizando atendimentos especializados e melhoria de acesso à população demandante dos serviços ambulatoriais e hospitalares, adequando as estruturas físicas e a utilização da capacidade instalada dos equipamentos, implementando o sistema de referência e contra referência capaz de aumentar a cobertura dos serviços de média e alta complexidade oferecidos pela rede pública. O atendimento aos principais problemas e a complexidade dos agravos vivenciados pela população requer a disponibilidade de profissionais especializados, e a utilização de tecnologia apropriada para apoio diagnóstico, tratamento, procedimentos e metodologias de abordagens e outros encaminhamentos necessários. Entretanto, o provimento desses profissionais nas diversas regiões do Pará, está condicionado a altos valores cobrados pelos serviços prestados. Contribuir para o aumento da inclusão social dos usuários da política de saúde e de assistência social, e conseqüente redução das desigualdades regionais é um dos grandes desafios deste Programa. As características das políticas públicas de saúde e assistência social, embora derivadas da Seguridade Social, são diferenciadas devido a primeira ter caráter universal, enquanto a segunda é seletiva, visto que seu foco volta-se à população em situação de necessidade comprovada. Quanto ao Processo de Implementação O Programa em questão é o carro-chefe da área da saúde, sendo o maior peso da área de Proteção Social, inclusive com quatro ações que compõem a Agenda Mínima de Governo. São elas: Implementação dos Serviços de Média e Alta Complexidade em Saúde, Implantação de Hospitais Regionais, Implementação dos PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 25 Serviços de Média e Alta Complexidade em Saúde e a Implantação do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência. As 10 (dez) ações que compõem o Programa, foram formuladas de modo a garantir o acesso da população ao atendimento de média e alta complexidade, ofertando serviços por meio da rede própria do Estado e prestadores privados, totalizando cerca de 203 hospitais credenciadas com 11.500 leitos, representando aproximadamente 1,6 leitos para cada grupo de 1.000 habitantes, atendendo ao padrão universal estabelecido. (PNAD - 2003 / Portaria nº 1.101 – MS). A avaliação realizada em 2004, apontou para a necessidade de revisão das ações inicialmente propostas e que foram incorporadas no exercício de 2006, considerando a inconsistência de algumas, no momento de elaboração do PPA, para o alcance do objetivo proposto. As Ações listadas a seguir foram formuladas e redimensionadas suas metas para o exercício de 2006, visando a atender ao objetivo do Programa no período: Implementação dos Serviços de Média e Alta Complexidade em Saúde, cujo objetivo é proporcionar assistência integral aos pacientes em média e alta complexidade, tendo por meta atender 2.262.220 pessoas; Apoio ao Tratamento de Pacientes em Centros Avançados de Saúde, que viabiliza os encaminhamentos dos pacientes que necessitam de tratamento de maior complexidade, com meta de atendimento a 26.496 pessoas; Implementação de Ações a Portadores de Necessidades Especiais (Centro Integrado de Serviços para Necessidades Especiais - CISNE), que busca garantir o atendimento diferenciado a portadores de necessidades especiais, tendo como meta o atendimento de 1.291 pessoas; Atendimento a Pacientes com Necessidade de Órteses e Próteses, com o objetivo de garantir o direito do usuário a melhor qualidade de vida, por meio do fornecimento de Órtese e Prótese, tendo prevista como meta atender 22.151 pessoas; Implantação de 13 Serviços em Unidades Hospitalares, destinados a ampliar a capacidade de atendimento especializado em áreas específicas; Implantação de cinco (5) Hospitais Regionais nos Municípios de Santarém, Marabá, Redenção, Altamira e Breves, e ainda, de um Centro de Saúde Especial em Tailândia, proporcionando assistência integral aos pacientes nos serviços de média e alta complexidade, atendendo a diretriz de Governo da Municipalização do Desenvolvimento; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 26 Implantação da Central de Regulação de Leitos, Exames e Consultas Especializadas, garantindo o atendimento nos procedimentos especializados; Implantação do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, proporcionando assistência integral aos pacientes em média e alta complexidade; Implantação de Espaço de Recuperação para Dependentes Químicos para promover e recuperar pessoas usuárias de drogas para inserção na sociedade, tendo por meta a implantação de 6 unidades; Atendimento especializado de Média e Alta Complexidade à população dos Municípios, por meio do sistema de referência e contra-referência, cuja meta prevista era atender 1.346.877 pessoas. Quanto às metas físicas de algumas ações não foram bem dimensionadas devido, dentre outros fatores, à expansão dos serviços assistenciais nos hospitais públicos estaduais, ficando constatado a não utilização de parâmetros para a definição das metas, bem como, a não verificação da capacidade instalada dos serviços assistenciais, condicionando-a ao cadastramento do SUS. O Programa inicialmente teve uma programação orçamentária da ordem de R$ 259 milhões, a qual foi suplementada para R$ 355 milhões, sendo utilizados desse montante, R$ 334 milhões que correspondem a 94% da dotação atualizada. Quanto à Avaliação dos Resultados Analisando o resultado do Programa com base nas informações do Sistema de Gestão por Programa (GP-PARÁ) constata-se o grau de valoração “BOM”, comparado à execução física e financeira e demonstrado pela inclinação positiva decorrente de desempenho exponencial com atuação diferenciada dos hospitais de referência estadual, cujo modelo de gestão possibilitaram maior eficácia e eficiência no atendimento e na aplicação dos recursos, evidenciados nas ações “Implementação de Serviços de Média e Alta Complexidade em Saúde da Fundação Santa Casa, Hospital de Clínicas e Hospital Ofir Loyola, cujo resultado ficou além do esperado. A meta prevista de 907.091 pessoas/pacientes atendidos foi ampliada em 14%, correspondente a 1.036.806 pessoas/pacientes atendidos. Outro ponto que identifica uma performance positiva do Programa e que vem ao encontro da política da descentralização da saúde e assistência social, consoante à diretriz de Governo da “Municipalização do Desenvolvimento” é o acesso aos serviços de alta e média complexidade no próprio município ou em sua proximidade, ocasionando a PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 27 desconcentração da rede assistencial, a redução dos custos com deslocamento e a permanência do paciente no seu local de origem. Essa afirmativa está presente na Ação “Atendimento Especializado de Média e Alta Complexidade à População dos Municípios”, que previu 1.346.877 pessoas, a custo de R$ 430 mil, e atendeu apenas 7% da meta proposta (92.231 pessoas), utilizando 96% do valor do orçamento atualizado. A falta de coerência da meta prevista para esta ação, deve-se a sua apuração com base no número de atendimentos e não no número de pessoas a serem beneficiadas, representado uma superestimação da meta física em relação aos recursos orçamentários previstos, demonstrando que o processo de planejamento e gestão deve ser reavaliado. Ocorrendo situação idêntica em outras ações que compõem este Programa, como é o caso do atendimento a Pacientes com Necessidades de Órtese e Prótese, cuja meta de 22.151 pacientes atendidos, a um custo de R$ 1,0 milhão, foi realizado apenas 3% da meta inicial, ou seja, 750 pacientes, a um custo total de R$ 2,2 milhões, ou seja, a um custo exageradamente superior à meta fixada. Quanto ao resultado apontado na “Ação de Implementação dos Serviços de Alta e Média Complexidade em Saúde” realizada pela Secretaria Executiva de Estado de Saúde, por meio dos Hospitais Regionais já existentes (Abelardo Santos, Tucuruí, Conceição do Araguaia, Cametá e Salinopólis) e das Unidades de Referências Especializadas (URES) em número de seis, garantiram o atendimento do objetivo do Programa, visto que se atingiu a mais 1.998.793 pessoas/pacientes, em relação à meta inicialmente prevista de 2.262.222 pessoas/pacientes, totalizando 4.261.015 pessoas/pacientes atendidos. Esta ação previu recursos da ordem de R$ 124,6 milhões a serem financiados com recursos do Tesouro do Estado e transferidos pela União. No entanto, durante a execução foi suplementado em R$ 44,2 milhões, em função da ampliação da meta física, totalizando um orçamento atualizado de R$ 168,9 milhões, dos quais foram executados 96% (R$ 161,8 milhões), representando um custo médio anual R$ 38,00 por pessoa beneficiada, ou seja, um custo mensal de R$ 3,16/ pessoa. Por outro lado, a Ação “Implantação dos cinco (5) novos Hospitais Regionais e a do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência” irá ampliar em mais 510 leitos ofertados no Estado, a um custo total estimado em R$ 243.892 mil. Em 2005, estas ações implementadas viabilizaram o início das obras dos Hospitais Metropolitano de Urgência e Emergência, dos Hospitais Regionais de Redenção, Marabá, Altamira, Santarém e Breves, a um custo total de R$ 84 milhões. Por conta da prioridade de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 28 acesso aos serviços de saúde, esta ação atendeu também a construção de um Centro de Saúde Especial em Tailândia. Vale ressaltar que esta Ação originou-se da necessidade de atendimentos mais complexos à saúde da população, uma vez que os programas de atenção básica, que atuam de forma preventiva, encontravam-se incipientes e pouco eficazes na atenção primária. Com relação à política da assistência social o Programa possibilita atendimento diferenciado a portadores de necessidades especiais, oportunizando espaço próprio no Centro Integrado de Serviços para Necessidades Especiais (CISNE), coordenado pela Secretaria Executiva do Trabalho e Promoção Social (SETEPS) em parceria com o Fórum de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNE’s), que oferece cursos de qualificação profissional, espaço de participação política e social, lazer e esporte. Foram beneficiadas 2.120 pessoas com custo anual de R$ 322 mil, superando a meta física e financeira prevista em 164% e 193%, respectivamente. Uma das dificuldades para a consecução dos objetivos do Programa, de ampliar o acesso a esta parcela da população em situação de risco, é a Ação “Implantação de Espaço de Recuperação de Dependentes Químicos” que não foi concretizada em sua totalidade; para 2005 foi prevista a implantação de seis (6) unidades nos municípios pólos do Estado. Em 2005, foi iniciada a adaptação de um Centro em Belém com 20 leitos ao valor de R$ 1.474 mil, sendo R$ 939,7 mil de convênio da União, oriundo de emenda parlamentar e o restante do Tesouro do Estado, com previsão de inauguração em agosto de 2006. Com isso, a capacidade instalada chegará a 96 leitos ofertados na área. A Política de Assistência em Saúde Mental visa, ainda, a implantação de leitos psiquiátricos em hospitais gerais, o que é regulamentado pela Portaria Ministerial n° 224 de janeiro de 1992. Atualmente, os hospitais que apresentam leitos psiquiátricos cadastrados são os seguintes: • Hospital Regional de Tucuruí: 4 leitos; • Hospital de Clínicas Gaspar Viana: 48 leitos; • Hospital Divina Providência: 10 leitos. Em fase de implantação, encontram-se os seguintes: • Hospital Abelardo Santos: 10 leitos; • Hospital Geral de Castanhal: 2 leitos; • Hospital Geral de Tucumã: 2 leitos; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 • 29 Centro de Internação Provisório para usuário de álcool e outras drogas: 20 leitos. O projeto estadual incluso no Programa para atendimento dos dependentes químicos foi reavaliado junto à União impondo novas formas de atuação o que redimensiona a atuação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPES) para o atendimento aos drogaditos, visto que foram implementados e cadastrados no SUS 23 serviços nas 13 Regionais de Proteção Social em pleno funcionamento na área de Saúde Mental, a saber: Belém, Ananindeua, Santa Izabel, Castanhal, Santarém, Altamira, Jacundá, Marabá, Tucuruí, São Félix do Xingu e Tucumã. O resultado do Programa, em 2005, observado por meio do indicador “Taxa de Mortalidade Hospitalar Geral” calculado pela relação percentual do número de óbitos hospitalares e o número de saídas hospitalares, registrou uma queda de 0,10 ponto percentual quando comparado ao ano de 2004, que registrou um taxa de 3,19%. Quanto ao indicador “Taxa de Atendimento de Referência Ambulatorial”, calculado pela relação percentual entre o de consultas realizadas com referência/ano e o número de consultas encaminhadas referenciadas/ano, foi alterado em função do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) do Ministério da Saúde que trabalha com o número de consultas referenciadas e não como anteriormente, com o número de pacientes atendidos. Em 2005, registrou uma taxa de 37,01% o que corresponde a um crescimento de 5,84 ponto percentual, em relação a 2004 quando foi de 31,17% ao ano. Quanto os Avanços e Perspectivas De forma a garantir maior eficácia para o Programa, algumas recomendações, listadas a seguir, devem ser implementadas: Aprimoramento da Gestão do Programa tendo em vista atender as demandas da população, coerentes com os Macro-objetivos e Diretrizes do Governo e das Políticas da área de Proteção Social; Melhorar o processo de planejamento para alocação dos recursos financeiros compatíveis com as metas físicas; Aperfeiçoar o monitoramento do Programa realizando os ajustes necessários que lhes garantam maior eficiência e eficácia no seu desenvolvimento; Conscientização dos gestores estaduais para o Modelo de Gestão por Resultado; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 30 Intensificar o modelo inovador de Gestão das Organizações Sociais na implementação do Programa; Estabelecer formas alternativas de pactuação junto às Universidades e Escolas Técnicas para a formação e provimento de recursos humanos necessários para o desenvolvimento das ações do Programa; Assegurar a transversalidade das ações do Programa por meio da efetivação dos papéis institucionais dos órgãos envolvidos; Remodelar o objetivo do Programa, considerando sua inconsistência devido à amplitude delimitada, tendo em vista que o Programa visa a suprir demandas concernentes na área da saúde e assistência. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 31 1.1.2 PROGRAMA: OPORTUNIDADE DE TRABALHO E RENDA Quanto ao Processo de Formulação A redução dos postos de trabalho com a conseqüente elevação do desemprego, e da expansão do emprego informal, coligada com o crescente contingente de mão-deobra desqualificada e sem oportunidades, são condicionantes que impactam na elevação do índice de pobreza, o que vem exigindo do Poder Público medidas que potencializem a geração e expansão do emprego e renda. Esta problemática não é uma realidade isolada do Estado do Pará, grande parte dos Estados brasileiros, também, estão tendo dificuldades em absorver um contingente significativo de pessoas fora do mercado de trabalho. Conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 2003, verifica-se no quadro abaixo, que das pessoas inscritas no Sistema Único de Emprego (SINE), apenas 24% são colocadas no Mercado de Trabalho, isto no caso do Pará, que se encontra acima da marca nacional em 8 pontos percentuais. INDICADORES – jan. 2003 a dez. 2003 Entidade BRASIL REGIÃO NORTE SINE PARÁ Inscritos (a) Variáveis EncamiVagas nhamentos (b) (c) 5.444.219 1.560.767 Indicadores Colocados (d) c/a d/a b/a c/b d/b d/c 3.428.921 844.693 63% 16% 29% 2 54% 25% 240.346 83.088 132.138 64.956 55% 27% 35% 2 78% 49% 88.301 26.015 41.453 21.600 47% 24% 29% 2 83% 52% FONTE: Ministério do Trabalho e Emprego. Esta performance positiva que mostra o Pará na melhor relação entre pessoa encaminhada por pessoa colocada (efetividade), também é evidenciada na melhor relação entre os colocados por vagas identificadas, representando 83%, índice que fica acima da marca nacional (54%) e da Região Norte (78%), atrelado ainda que a relação PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 32 entre a oferta de vagas por pessoa inscrita é igual à media nacional, 29%, o que demonstra que a atuação do SINE/Pará foi mais eficaz. Para fazer frente à situação apresentada, foi concebido no PPA 2004-2007 do Estado o Programa “Oportunidade de Trabalho e Renda”, cujo objetivo é contribuir para a expansão das oportunidades de trabalho e renda às pessoas desempregadas e subempregadas. A lógica subjacente deste Programa está na consolidação, expansão e diversificação da base produtiva e sustentável, como caminho para a distribuição de renda e o real combate à pobreza e à redução das desigualdades regionais e sociais. Analisando a situação inicial de sua formulação, o Programa se propôs a enfrentar algumas situações adversas e que culminaram na definição de sua base de atuação. Entre as deficiências apuradas a quando do desenho do Programa estão: a fragilidade das informações acerca das potencialidades econômicas regionais e locais; baixo nível de qualificação dos trabalhadores; baixa capacidade de organizações dos trabalhadores para a produção individual e coletiva; baixa sustentabilidade das organizações do setor artesanal; dificuldade de acesso a linhas de crédito; dificuldades de acesso às ações e serviços de trabalho e renda. Dessa forma era necessário criar novas alternativas de atuação pública para a expansão da oferta de trabalho e renda, impondo transpor os obstáculos no acesso ao mercado de trabalho, no acesso ao crédito, na qualificação profissional, na agilidade e oportunidade e no uso de novos recursos técnicos e organizacionais ofertados, na melhoria dos processos administrativos e de novos modelos de gestão. Para atingir esses propósitos, o Governo, deveria ousar, visto que as políticas e sistemas públicos de emprego classicamente se desenvolveram por meio de ações como: concessão do seguro-desemprego, qualificação profissional e intermediação de mão-de-obra, portanto, orientados pela ótica da complementaridade e manutenção do padrão clássico de oferta de emprego. Dessa forma, o Programa buscou contribuir para o alcance do macro-objetivo e das diretrizes estabelecidas no PPA, de “expandir e oportunizar as pessoas desempregadas e subempregadas, com trabalho e renda”, bem como, a “municipalização do desenvolvimento”, no sentido de que o próprio município seja capaz de promover seu desenvolvimento, a partir de suas potencialidades e peculiaridades culturais, econômicas e sociais, e com isto ocupando a sua população. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 33 Quanto ao Processo de Implementação Do conjunto de ações que compõem o Programa, em número de 5 (cinco), todas são executas pela Secretaria de Trabalho e Promoção Social (SETEPS), contando com o apoio na sua implementação de diversas parcerias, entre elas a Universidade do Estado do Pará (UEPA) e a Fundação Curro Velho e instituições privadas, especificadamente na ação de Qualificação do Trabalhador. Essas ações são: Fomento à Organização da Produção que tem por objetivo incentivar o processo de organização para a auto-gestão; Fortalecimento do Setor Artesanal, cujo objetivo é promover a autosustentabilidade das organizações do setor artesanal; Implantação e Operacionalização da Casa do Trabalhador, que veio facilitar o acesso dos trabalhadores aos serviços da área de geração de trabalho e renda; Implantação de Estudos sobre as Vocações e Oportunidades das Economias Regionais e Locais, que pretende identificar as potencialidades econômicas de cada região; Qualificação Profissional do Trabalhador, cujo propósito é elevar a condição de empregabilidade do trabalhador. É importante destacar que o Programa faz parte da Agenda Mínima de Governo, demonstrando a prioridade do Governo para a melhoria das condições de vida do povo paraense. Entretanto, as cinco ações que compõem o Programa, mesmo sendo executadas no seu melhor desempenho, não serão suficientes para o alcance de seu objetivo, visto que não foram formuladas ações que fomentem o acesso ao crédito e a formalização, enquanto sociedade organizada no segmento da produção para geração de emprego e renda, dimensões imprescindíveis para o objetivo do Programa. Deve-se destacar que a quando da formulação do Programa sua abrangência estava bastante ampla, pois se propunha a atender de forma indiscriminada a trabalhadores desempregados e subempregados e a classe artesã. Entretanto, com sua execução e ao analisar o público efetivamente contemplado, é possível verificar uma priorização para os trabalhadores desempregados e subempregados oriundos de segmentos mais vulneráveis da sociedade paraense, ou seja, aqueles em situação ou em risco de exclusão e discriminação sócio-econômica e, por isso mesmo, praticamente sem outra chance de qualificação profissional. Esta evidência reforça o caráter do Programa de promoção de igualdade de oportunidades, combate à pobreza, à exclusão e a todas as formas de preconceito e discriminação. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 34 A visão integrada que hoje permeia as atividades do Programa tem seu rebatimento não somente na “ocupação” do trabalhador, pois a estratégia que conduz as ações visa em última instância, a criação de um ambiente de sustentabilidade, onde o trabalhador e seus familiares possam conseguir condições dignas de vida e de habitabilidade. O montante inicial fixado para o Programa “Oportunidade de Trabalho e Renda” no período do PPA foi de R$ 31,3 milhões, pelas fontes de recursos do Tesouro Estadual e de Recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE). Por conta de dois anos de execução (2004 e 2005) este montante já foi reforçado em R$ 4,4 milhões. Para o exercício de 2005, o Programa contou com um orçamento de R$ 8,7 milhões, que ao longo de sua execução foi ajustado para R$ 11,9 milhões, sendo R$ 5,6 milhões, provenientes do Tesouro Estadual e, R$ 6,3 milhões de Convênios. A Ação “Implantação e Operacionalização da Casa do Trabalhador”, foi contemplada com R$ 6,6 milhões, ou seja, 50% do orçamento total do Programa. Quanto à Avaliação dos Resultados O Programa Oportunidades de Trabalho e Renda fundamenta-se no princípio da cidadania, elevando a participação política e produtiva do cidadão, estimulando a geração de trabalho e renda para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador paraense. Com relação ao desempenho físico e financeiro das Ações do Programa, seu grau de valoração foi REGULAR, repetindo o ocorrido em 2004, conforme indicador de resultado gerado pelo GP-Pará. Esse resultado permite apontar a necessidade de melhorar o planejamento das Ações, visto que basicamente, o que se propõe é verificar o grau de execução das metas físicas e financeiras das ações que constituem o Programa. A implantação da Casa do Trabalhador é um dos avanços atribuídos ao Programa, visto que se constitui num espaço de integração e de prestação de serviço ao trabalhador, contribuindo para sua inserção ou manutenção no mercado de trabalho. Por meio da concentração desses serviços em um único local, foi possível oferecer serviços com maior eficiência no atendimento ao seguro-desemprego (formal, empregado doméstico, trabalho escravo e pescador artesanal); intermediação ao emprego formal e informal; acesso ao micro-crédito (Banco do Cidadão); qualificação profissional; informações sobre mercado de trabalho; informações trabalhistas e PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 35 previdenciárias, de segurança e da saúde do trabalhador; ações de recrutamento e seleção de mão-de-obra. O quadro abaixo enumera o conjunto de ações efetuadas em 2005, e sua comparação ao volume de atendimento efetuado em 2004. É imprescindível atentar para o expressivo volume de atendimentos, o que demonstra a importância e abrangência social do Programa. ATENDIMENTO POR AÇÃO CASA DO TRABALHADOR QUANTIDADE DE ATENDIMENTOS AÇÃO 2004 2005 Participação % 2004 Seguro – Desemprego 5.001 10.207 3,3 2005 8,9 Qualificação Profissional 18.256 10.496 12,2 9,2 Pesquisa Seguro-Desemprego 26.367 19.107 17,6 16,7 Orientação Trabalhista 7.060 3.652 4,7 3,2 Banco do Cidadão 6.999 1.797 4,7 1,6 Captação de Vagas 6.099 2.771 4,1 2,4 Encaminhamento p/ Emprego 53.130 46.757 35,5 40,8 Cadastro Emprego 26.812 19.741 17,9 17,2 149.724 114.528 100,0 100,0 Total Fonte: SINE-PARÁ. É relevante indicar com preocupação a trajetória do Programa, visualizada no Quadro, uma vez que o número de vagas captadas pela Casa do Trabalhador de Belém, ficou aquém do alcançado em 2004, mais precisamente com uma redução de 3 mil vagas. Merecendo destaque ainda, o recuo apresentado no número de trabalhadores que se cadastraram para a qualificação, de 7.760 trabalhadores a menor que 2005, que pode ser explicado pela descentralização desses serviços para os Postos do SINE no interior. A única modalidade de atendimento que cresceu de 2004 para 2005 foi a do atendimento do seguro-desemprego, o que não é uma boa notícia para um programa de geração de ocupação, mas que se justifica pelo número de desligamentos acumulados ao longo dos anos, visto que 2005, a relação entre o número de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 36 trabalhadores formais admitidos (208.479) menos os desligados (190.582) no Estado do Pará foi positivo (17.797). O Seguro-Desemprego é um benefício que permite assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado, em virtude de dispensa sem justa causa, à empregada doméstica que preencha os requisitos previstos na legislação e ao pescador artesanal domiciliados em áreas de pesca onde há defeso. O SINE/Pará garantiu o atendimento e operacionalização do benefício, tendo atingido em 2005, 29.411 trabalhadores, 12 empregadas domésticas e 20.799 pescadores artesanais, ultrapassando em 218,9% a meta de habilitação prevista para o SINE/PA, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que era de 22.933 trabalhadores. Vale ressaltar que esse resultado é fruto de parcerias efetivadas com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), bem como de um trabalho articulado com as Secretarias Municipais por meio da realização de seminários nos municípios de Altamira, Breu Branco, Jacundá, Mocajuba, Novo Repartimento e Vitória do Xingu, atendendo especialmente o pescador artesanal e os trabalhadores do interior que ficaram parados em função do período do defeso. O quadro a seguir demonstra o desempenho da ação de intermediação formal, para os anos de 2003, 2004 e 2005, onde verifica-se que os resultados de 2005 superaram o de 2003. Os resultados de 2005 apontam para um resultado em relação ao número de pessoas inseridas no mercado de trabalho pelo número de vagas captadas de 87%, acima quatro pontos percentuais do ocorrido em 2003. INTERMEDIAÇÃO AO EMPREGO / SINE – PARÁ 2003 a 2005 ANO VARIÁVEIS ENCAMINHAINSCRITOS VAGAS MENTOS INDICADORES COLOCADOS E/I C/I V/I E/V C/V C/E 2003 88.301 26.015 41.453 21.600 47% 24% 29% 2 83% 52% 2004 72.970 21.631 32.151 17.230 44% 24% 30% 1 80% 54% 2005 80.906 Fonte:SINE/PA. 27.071 43.366 23.493 54% 29% 33% 2 87% 54% A execução da atividade de intermediação para o emprego, por meio do SINE, apesar de apresentar resultados com bons níveis de aproveitamento, ainda, apresenta dificuldades em recrutar e selecionar candidatos com perfil ocupacional e PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 37 comportamental compatível com as demandas de mercado. Além deste, o processo de rotatividade das vagas, oriundo do movimento entre admissões e desligamentos no mercado de trabalho local, imprime, forçosamente, um grande dinamismo e agilidade às ações de intermediação, se refletindo no nível de aproveitamento dos candidatos encaminhados pelo SINE, principalmente pelo fato das vagas não serem disponibilizadas pelas empresas, com exclusividade, para o sistema de intermediação. Um outro ponto de destaque ao Programa foi a aprovação do Plano de Qualificação Social e Profissional do Estado (PQSP), lançado em 2004, iniciativa pioneira e que veio complementar e agilizar a qualificação profissional, prioritariamente às pessoas com deficiência, às mulheres chefes de família, aos jovens em situação de risco, aos índios e quilombolas, às pessoas com mais de 40 anos de idade e aos trabalhadores atendidos pelo Sistema Público de Emprego, Casa do Trabalhador e do público-alvo do Programa Presença Viva (interior do Estado) e Programa Raízes (índios e quilombolas). Em 2005, o PQSP tinha por meta atender 4.700 educandos a um custo/médio/aluno de R$ 203,00. Esta meta foi prejudicada pela falta de pagamento a três entidades: Honório Esporte Clube (HECC), Núcleo de Ação para o Desenvolvimento Sustentável (POEMA) e IDEPAR, resultando na necessidade de reprogramá-la para o primeiro semestre de 2006. A execução física e financeira do plano estadual atingiu 4.287 educandos, a custo total de R$ 857 mil. Um passo importante para a implementação massiva do PQSP será a implantação do Centro Solidário de Qualificação Profissional, que se constituirá em um espaço com estrutura adequada para a qualificação de profissionais em maior escala e compatíveis com a necessidade do mercado. Em 2005, foram realizadas obras de adaptação do antigo prédio onde funcionava o SINE de Belém, a um valor de R$ 14 mil, e sua inauguração deve ocorrer em 2006. O Plano Territorial de Qualificação (PlanTeQ) financiado por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e contrapartida do Governo do Estado, é subordinado ao Plano Nacional de Qualificação (PNQ), estando atrelado a um conjunto de políticas que se situam na fronteira do Trabalho e da Educação e se vinculam, intrinsecamente, a um Projeto de Desenvolvimento de caráter includente, voltado à geração de trabalho, à distribuição de renda e à redução das desigualdades regionais, se constituindo, também, num passo importante para a formação de mão-de-obra para o trabalho e para o alcance do objetivo do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 Nesse sentido, o PlanTeQ/PA, implementado por meio de uma 38 gestão compartilhada entre as Comissões/Conselhos Estaduais de Trabalho/Emprego e as Secretarias Estaduais de Trabalho, teve como resultado a qualificação de 3.164 educandos acima da meta que era de 3.075. O total de recursos empregados na Atividade de Qualificação foi de R$ 4.4 milhões, sendo que o Tesouro Estadual aplicou R$ 2,5 milhões, acima da meta financeira inicial de R4 1,1 milhões. Quanto aos recursos do Ministério do Trabalho e Emprego, o valor inicial (R$ 1,8 milhões) foi reforçado em mais R$ 77 mil. Territorialmente, as ações de qualificação se desenvolveram em 80 dos 143 municípios paraenses, face à exigüidade de recursos financeiros para o atendimento da totalidade, sendo 26 municípios atendidos pelo PlanTeQ/PA e 54 pelo PQSP/PA. A seleção desses municípios, sob a responsabilidade da SETEPS e da Comissão Estadual de Emprego (CEE), baseou-se em critérios previamente estabelecidos dentre eles: Municípios da Agenda Mínima do Governo, prioritariamente os que registraram um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) inferior a 0,7; municípios localizados em territórios onde há reais oportunidades de geração de renda e os municípios atendidos pelo programa “Presença Viva”. Em 2005, o processo de parceria firmado entre a SETEPS e as Comissões Estadual e Municipais de Emprego, Secretarias Municipais de Assistência e/ou Trabalho, Postos do SINE, que atualmente no Estado já são em número de 40 Postos, e Órgãos não governamentais, foi intenso, onde se trabalhou de forma integrada desde o levantamento das necessidades de qualificação de cada município, como a mobilização, execução, acompanhamento e monitoramento dos cursos desenvolvidos. Este resultado é confirmado quando se compara o número de qualificação ocorrida em 2004 (6.220) e o efetivado em 2005 (9.403) que cresceu 51,17%. É importante destacar, como ponto ascendente ao Programa sua transversalidade com outros Programas de Governo, visto que sua atuação beneficiou pessoas de outras políticas de inclusão social, tais como: do Programa Raízes que qualificou, este ano, 646 trabalhadores/as remanescentes de quilombos e população indígena, em 16 municípios do Estado a um custo total de R$ 90 mil; do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), do Programa de Ação Integral à Família (PAIF), do Programa “Maria Maria”, e do Programa “Presença Viva” que se destacou por qualificar 1.306 trabalhadores, com predominância de mulheres que representaram 90% do total de atendimentos. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 39 Do total de educandos atendidos, 5.994 pessoas, o que representa 64% do total, eram oriundas de programas públicos voltados para a geração de emprego e renda (trabalhadores do Sistema Público de Emprego - intermediação de mão-de-obra e 1º emprego), de trabalhadoras beneficiárias de políticas afirmativas gênero, principalmente mulheres vítimas de violência e, como proposta inovadora, ainda encaminhamento ao mercado de trabalho de cerca de 2.399 egressos das ações, sendo 220 educandos Portadores de Necessidades Especiais (PNE). Quanto à qualificação social a 80 trabalhadores de instituições governamentais e não-governamentais que atuam no atendimento especializado como por exemplo: policiais, vereadores, técnicos da delegacia da mulher, presidentes de conselhos, entre outros, apontados no quantitativo de profissionais qualificados, merece uma reflexão, visto que apresenta uma incoerência com relação ao público-alvo do Programa . Os servidores públicos do Estado ou municipais e empregados de instituições não-governamentais, não são foco deste Programa. Entretanto, a ação realizada, em 2005 apenas preencheu uma lacuna que deveria ter sido coberta por outro programa governamental. Dentro dessa ótica é necessário melhorar a gestão do Programa e focá-lo a sua clientela, uma vez que a qualificação empregada aos servidores e demais instituições não-governamentais, tem o foco direcionado ao aperfeiçoamento, à criação de capacidade para a atuação eficiente e eficaz dentro de seu campo de atuação e não para a inserção deles no mercado de trabalho. Com relação aos cursos ofertados segundo setores da atividade econômica, os setores da Indústria de Transformação, Artesanato, Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços Prestados à Empresa, em conjunto, atingiram 4.968 educandos, o que representa 53,4% do total de educandos (9.374) em 2005, detendo a demanda por ações de qualificação adequadas ao cenário sócio-econômico municipal e regional dando prioridade àqueles setores com maior capacidade de absorção no mercado de trabalho. De modo à promoção da auto-sustentabilidade das organizações artesanais, foram assessorados 1.200 artesãos em 35 municípios priorizados quanto à organização e planejamento de suas atividades, realizadas por meio de visitas técnicas para identificação e avaliação da produção artesanal, levantamento de demandas de qualificação, produção, gestão e comercialização, identificação de matéria-prima, dentre outras. Como resultado desta ação, que contou com recursos financeiros de R$ 276 mil, tem-se a participação de 5 entidades representativas da categoria (COMIP, COARTI, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 40 SOAMI, COSAPA, MANO-PARÁ e ARTEPAM) em três eventos fora do Estado: FEIARTE, em Curitiba, Vitrine Brasil, em São Paulo e FENART, em Pernambuco. Essa participação foi importante, pois permitiu a divulgação dos produtos locais em novos mercados, a possibilidade de novos negócios, fortalecendo o processo de comercialização, a elevação da geração de ocupação e renda pela oportunidade de transações comerciais, além de garantir a diversificação de produtos, a troca de experiência e intercâmbio cultural, além de elevar a auto-estima do artesão. Com relação à Ação de “Fomento à Organização da Produção” que tem por objetivo incentivar o processo de organização para a auto-gestão, esta teve sua execução bastante modesta, visto que estava previsto inicialmente atender 1.588 organizações a um custo inicial de R$ 485 mil, e apenas 102 organizações foram beneficiadas, a um custo de R$ 65 mil. Tal resultado ocorreu devido à reformulação pela qual passou a Diretoria do Trabalho (DITRA), no que se refere à extinção da linha de financiamento ao micro e pequeno produtor/ crédito produtivo. Esta ação, anteriormente, era desenvolvida pela DITRA, e atualmente foi substituída pelo Banco do Cidadão, que possui como principal atribuição o “Fomento” aos grupos que desenvolvem atividades econômicas assessorados pela SETEPS. Em decorrência deste fato, esta Ação foi alterada no OGE de 2006, para “Apoio à Gestão das Atividades Produtivas”, com o objetivo de apoiar os micros e pequenos produtores, formais ou informais, de modo a elevar, qualitativa e quantitativamente, o nível de sua produção, sua capacidade de gestão e organização, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento social e local das comunidades. Analisando o resultado obtido em relação aos indicadores do Programa, informa-se com base no Indicador “Participação dos Trabalhadores colocados pelo Programa em relação às metas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego”, foi de 113,76%, ou seja, ficou 7,46 pontos percentuais acima do registrado, em 2004, (106,30%) dada à colocação no mercado de trabalho de 23.493 empregados para uma meta para 2005, de 20.653. Em relação ao indicador “Taxa de Qualificação Profissional com base na Meta Programada” este foi reformulado tendo sido incluído além dos trabalhadores qualificados pelo PlanTeQ/PA, como do PQSP/PA. Em 2005, registrou 97.99% a taxa de qualificação, proveniente de 8.368 qualificados de uma meta programada de 8.540 empregados para o ano. Este resultado de 2005, alcançou um crescimento de 51,24 pontos percentuais em relação ao ano anterior. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 41 Em termos de perspectivas e que até extrapolam a cobertura do Programa é a intensificação da verticalização da produção no Estado, principalmente nos setores de Turismo, Agronegócio, Mineração que serão atrativos para novos investimentos e conseqüentemente abertura de novos negócios e geração de emprego e renda. Quanto os Avanços e Perspectivas Possibilitar maior envolvimento dos gestores municipais e Comissões Municipais de Emprego no processo de planejamento, monitoramento e avaliação das Ações do Programa; Estabelecer uma equipe gerencial do Programa com o propósito de utilizar a metodologia de gestão por resultado. Atualmente, a avaliação se confunde com a avaliação institucional, onde cada Diretoria enxerga as sua ações, não havendo uma avaliação integral do Programa; Contribuir para a contínua integração com os demais programas de geração de emprego, trabalho e renda, explorando as potencialidades de intermediação, agências de trabalhador e linhas de financiamento; Melhorar a articulação com outros programas sociais que potencializam o atendimento às populações vulneráveis e os investimentos públicos no combate à pobreza e à exclusão; Inclusão de novo Indicador que possibilite aferir os resultados da atuação do apoio à gestão da produção a produtores artesanais e organizações municipais, que é uma ação que pode medir diretamente se o objetivo do Programa, está sendo alcançado, ou não; Estabelecer parâmetros mais flexíveis na concessão de Linhas de Crédito para o público-alvo da assistência social; Implantar um Banco de Dados para o PQSP/PA, de forma a auxiliar sua linha de ação; Intensificar o uso do GP-Pará como ferramenta de controle e avaliação para a tomada de decisão dos Gestores Setoriais. Compatibilizar a cobertura do PQSP/PA e do PlanTeQ/PA à meta física/financeira de trabalhadores atendidos pelas ações de qualificação do Programa Presença Viva, já que são executadas pela SETEPS/UNITRA (para que seja visto o real atendimento da Ação de Qualificação, inclusive quando de seu rebatimento no Indicador do Programa, e não haja distorção de informação). PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 42 1.1.3 PROGRAMA: PRESENÇA VIVA Quanto ao Processo de Formulação A população do Estado do Pará que se encontra em situação de exclusão social, é o público-alvo, que necessita de urgência no atendimento de suas necessidades básicas. A persistência de muitos dos problemas sociais e econômicos, a despeito de estratégias e programas governamentais para combatê-los, levou a compreensão de que as estratégias setoriais que normalmente caracterizam as intervenções de Governo não seriam suficientes para alcançar as soluções pretendidas, pois muitos dos problemas encontrados exigiam uma abordagem múltipla capaz de impactar positivamente sobre os problemas coletivos e pela conquista de uma melhor qualidade de vida para todos. Os mecanismos de articulações com outros Programas de Governo, potencializam os resultados, pois incorporam ações de outras Políticas, como educação, cidadania e justiça, ampliando o campo de atuação do Programa, fortalecendo a rede de Proteção Social. Tal articulação atende às necessidades de execução e se dão em processo contínuo. Quanto ao Processo de Implementação A implementação do Programa se desenvolve em 3 eixos principais : O primeiro eixo, PRECURSÃO, é um processo preparatório para garantir o repasse dos objetivos e estratégias do Programa, onde é dado o conhecimento aos profissionais e membros do poder público municipal, como também aos segmentos organizados e lideranças comunitárias. Este eixo oportuniza a discussão sobre a real situação dos serviços e seu oferecimento à população: Saúde: Programa de Controle do Câncer Cérvico Uterino (PCCU), exame clínico de mama, prevenção e tratamento da hipertensão arterial e diabetes, imunização, prevenção da cárie dentária, avaliação nutricional, pesquisa sobre a ocorrência das, endemias e outros. Assistência Social e Trabalho: Avaliação e monitoramento dos Programas de Compensação de Renda, de financiamento são tripartites. Levantamento de demandas PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 43 para cursos profissionalizantes, orientação e assessoramento técnico para a organização e gerenciamento de atividades produtivas, levantamento do potencial econômico para efetivar o desenvolvimento e organização da produção local. A precursão, além de demonstrar a disponibilidade do Governo do Estado em apoiar o Município para o fortalecimento de gestão pública, aciona os atores responsáveis pela condução dos serviços, tanto em nível público quanto privado, informa e mobiliza a população para a sua participação proativa junto ao Programa em todas as suas fases e culmina com a construção do Plano de Ação Municipal, onde fica expresso o cenário e potencialidades , define as co-responsabilidades e norteia as ações/serviços que prescindem de apoiamento técnico e financeiro, visando às diversas possibilidades de Convênios de Cooperação Técnica e Financeira. A precursão ainda organiza a infra-estrutura para o 2º eixo do Presença Viva. O segundo eixo IMPLANTAÇÃO se dá em quatro dias de efetiva execução de serviços de Saúde, Assistência Social e Trabalho, e quando necessário, serviços do Programa do Balcão de Direitos como os relacionados à área de Defesa Social (carteira de identidade, carteira de trabalho, Certidão de Nascimento 1ª Via de 0 a 11 anos, 2ª Vias para todas as idades e emissão da 1º Via para os maiores de 12 anos). O projeto balcão de direitos interage com o Poder Judiciário realizando audiências e emitindo sentenças em processos paralisados e realiza casamentos e divórcios. Na verdade a integração de áreas de Governo oportuniza o oferecimento de serviços públicos com forte interdependência e garante o atendimento integral ao cidadão. O último e terceiro eixo, MONITORAMENTO / SUPERVISÃO E AVALIAÇÃO, representa a “espinha dorsal” do Programa. O gerenciamento do Programa é feito sob a responsabilidade da SESPA e SETEPS, órgãos responsáveis pela coordenação dessas políticas públicas no Estado, após os quatro dias de sua instalação: Avaliação dos programas de atenção Básica da Proteção Social; Organização ou reorganização dos serviços feitos a partir da instalação do Programa Presença Viva; Efetivação do Plano de Ação Municipal, com co-responsabilidade do Poder Público e sociedade civil. É operacionalizado pelas Regionais de Proteção Social, Fundação da Criança e de Adolescente (FUNCAP) e dos três (3) hospitais: Santa Casa, Hospital de Clínicas e Ofir Loyola. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 44 Quanto à Avaliação dos Resultados Apesar das recomendações sugeridas no Relatório de Avaliação 2004, o Programa não sofreu alterações conceituais durante o processo de revisão em 2005 do PPA 2004-2007. Do conjunto de ações que compõe o Programa em número de 9, na revisão das ações do PPA 2004-2007 para o exercício de 2006, foi detectado que as ações : Apoio à Gerência Operacional dos Serviços de Atenção Básica , Apoio à Gestão Municipal para a Organização dos Serviços da Atenção à Mulher e o Apoio às Estratégias de Descentralização dos Serviços de Atenção Básica, por apresentarem os mesmos objetivos foram unificadas em uma única ação denominada Apoio à Gestão Municipal para Organização dos Serviços . Outro ajuste necessário refere-se à suficiência das ações. Houve a necessidade de se criar para 2006 uma ação 4702- Apoio à inclusão social produtiva, com o objetivo de contribuir para a inclusão social de pessoas em situação de risco, com a promoção de atividades produtivas, e dar maior visibilidade à atuação da área. As metas físicas foram cumpridas em 7 ações. As 2 ações que tiveram resultado insuficiente foram as unificadas para o exercício de 2006, pois não havia clareza em seus objetivos e que acabaram por se confundir na execução. O Programa executou R$ 63,3 milhões disponíveis em seu orçamento, o que correspondeu a 91% da execução financeira. Os recursos orçamentários previstos só não foram totalmente utilizados em decorrência da dificuldade na operacionalização dos convênios pelo não cumprimento dos requisitos legais pelos municípios. Foi necessário solicitar suplementação para que fosse possível cumprir as metas físicas do Programa. Houve regularidade do fluxo desses recursos, o que contribuiu para a valoração BOM de desempenho físico/financeiro do Programa, conforme apontado no Sistema GP Pará. O Programa, num processo ascendente, vem ampliando também o universo de atendimento garantindo ações a grupos prioritários como o da mulher feirante (programação especial de comemoração ao Dia Internacional da Mulher), do Idoso, da criança (Presença Viva Criança) e nas escolas estaduais (Presença Viva Escola). Outra novidade é o “Presença Viva Ribeirinho”, cujas ações são executadas dentro do Navio Auxiliar “Pará” cedido pelo Governo do Estado para a Marinha por PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 45 meio do IV Distrito Naval, para uso compartilhado em ações de interesse das comunidades ribeirinhas. Outra vertente do Programa idealizado foi o “Presença Viva Comunidade”, que promove oficinas de qualificação de mão-de-obra às pessoas carentes em vários bairros de Belém e municípios do Estado. Quanto os Avanços e Perspectivas O Programa Presença Viva realiza em parceria com os Municípios ações e serviços executados em conjunto com os Sete órgãos que compõem a Proteção Social, destacando-se: Cinqüenta e cinco (55) municípios atendidos pelo “Presença Viva Integrado”, “Ribeirinho”, “Comunidade” e “Unidades Móveis”, contabilizando 519.488 atendimentos e fabricação de 11.294 óculos; Vinte e Duas (22) escolas da Região Metropolitana de Belém beneficiadas com o Presença Viva Escola, priorizando o nível fundamental de ensino - alunos de 7 a 14 anos de idade, além de professores e funcionários, com 38.477 atendimentos com confecção de 2.714 óculos; 9.600 crianças fizeram exames para diagnóstico de anemias, tendo sido identificados 5.727 casos, que foram tratadas com acompanhamento da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará; Vinte e duas (22) maternidades equipadas para a realização do teste do pezinho, vacinação, Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno Exclusivo (PROAME) e registro de nascimentos através do Presença Viva Criança; Dois (2) municípios foram certificados como “Município Amigo da Criança”; Cento e quarenta e três (143) municípios conectados ao Portal da Saúde com acesso à informação virtual, através dos vários links que tratam de Saúde Pública – Projeto Saúde à Distância; Setenta (70) municípios atendidos pelo Projeto Médico no Município, com repasse de recursos através de convênios visando à melhoria da assistência básica de saúde; Vinte e quatro (24) municípios beneficiados com a implantação de micros sistemas de abastecimento de água; Duas (2) ambulâncias doadas aos municípios; Trinta e quatro (34) Unidades Assistenciais de Saúde construídas, ampliadas ou reformadas; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 46 O Programa de Assistência Farmacêutica, através do Programa Vida com Saúde teve uma injeção de recursos na ordem de R$696,19 mil, na aquisição e distribuição de medicamentos, contemplando os 143 municípios. Qualificação Profissional; Os Programas Sociais como Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Agente Jovem, Benefício de Prestação Continuada e Creche (BPC), aprimoraram seus acompanhamentos, haja vista, a grande rede integralizadora que vem encontrando as “Portas de Saída” da população atendida como exemplo: PETI – mais da metade das mães de crianças e adolescentes do Programa já estão engajadas em Projetos de arranjos produtivos para geração de renda; BPC – através da Revisão do Benefício oportuniza não só a busca ativa de idosos e deficientes para acessarem o Programa como vêm proporcionando seus engajamentos em atividades rentáveis, através da família ou do deficiente. Outra interface de sucesso foi à parceria com os organismos de cooperação técnica e com as sociedades médicas, com o propósito de ampliar a discussão das políticas, seu detalhamento e implementação. A transversalidade do “Presença Viva”, que por ser um Programa “impulsionador” os seus eixos efetivam resultados positivos em outros Programas e afere resultados como: Criação e operacionalização dos Conselhos Municipais, responsáveis pelo Controle Social (Criança e Adolescente / Idoso / Assistência Social / Saúde / Tutelares); onde já se discute e elabora Políticas Públicas, para os segmentos sociais, ações âncoras do Programa Gestão de Políticas Públicas e Controle Social; Mobilização dos municípios para a criação de estrutura para o combate ao uso de drogas ilícitas; A melhoria das ações da atenção básica, no campo da prevenção, rebateram no Programa Maria Maria com a redução da desnutrição infantil; A Qualificação dos profissionais de saúde na vertente da atenção básica foi implantada nos municípios por meio do Programa Qualidade e Cidadania, diversos cursos como: controle da hanseníase, nos 143 municípios, capacitando 2.124 profissionais; combate à tuberculose foi sistemático, pretende-se alcançar no período 2005 a 2007 a meta de 85% de cura da doença. O índice de abandono ao PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 47 tratamento caiu de 11% para 9%, mesmo diante do intenso fluxo migratório existente na região de fronteira com os Estados de Tocantins, Maranhão e Amapá; Para prevenir e tratar a Anemia ferropriva, hoje o Estado possui 426 profissionais capacitados para o uso de recursos alimentares locais para a prevenção e controle da doença. Tal medida resultou na redução de 61% dos casos da doença no Pará; Abrangência dos serviços de Saúde Bucal, que no ano de 2005 passou de 145 para 322 equipes treinadas, sendo o Pará o primeiro Estado com um Laboratório Móvel de Prótese Dentária; A Atenção e Acompanhamento à Criança, vem substancialmente ganhando proporção e enfrentando as causas da Mortalidade Infantil e Materna, onde através do Presença Viva – Criança, qualificou profissionais para o teste do pezinho, PROAME e sala de vacinas. Em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e com a Sociedade Paraense de Pediatria, capacitou 108 médicos e enfermeiros de 11 municípios em Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) nas modalidades Neonatal e em Vigilância do Desenvolvimento Infantil, sendo o Estado do Pará pioneiro nessas ações; O grande salto de qualidade foi agregar ao “Presença Viva” as ações do Programa de Média e Alta Complexidade, com destaque para a ultra-sonografia que auxilia no acompanhamento do Programa Pré-Natal, além de mamografias e Raios-X para extremidades, melhorando o diagnóstico de doenças, ampliando as possibilidades de cura, e o mais importante, ao ser identificado precocemente diminui o número de procedimento de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), colabora também para impedir a desagregação familiar, possibilitando acesso mais ágil e rápido da pessoa aos métodos curativos; O Programa de Controle do Câncer do colo do útero foi incrementado com 4.977 exames. Em 44 mulheres foi diagnosticado o câncer de colo do útero e tiveram imediato acesso ao Hospital Ofir Loyola, para tratamento; 142 mulheres foram referenciadas para a UREMIA, que evitou o avanço do comprometimento do aparelho genital da mulher. Os mecanismos de articulação com outros Programas de Governo, potencializam os resultados do Programa, pois incorporam ações de outras Políticas, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 48 como educação, cidadania e justiça, ampliando o campo de atuação do Programa, fortalecendo a rede de Proteção Social. Para garantir a implementação e a efetivação de políticas públicas que possibilitem a melhoria da qualidade de vida das crianças, adolescentes e jovens , foi criado o Prêmio Município Amigo da Criança e do Adolescente que privilegia os serviços de forma integral na área da saúde, educação, assistência social e trabalho. A metodologia do acompanhamento se dará através da medição periódica dos vetores (indicadores), que incidem na população alvo, a partir do quadro estabelecido no início do exercício. O monitoramento do desempenho físico é realizado anualmente, pela Taxa de atendimento do Plano de Pactuação dos Indicadores da Atenção Básica das Ações de Saúde e pela Taxa de Atendimento do Plano Estadual de Assistência Social. No âmbito da Saúde foi, instituído um instrumento nacional de monitoramento referentes à atenção básica pela Portaria GM/MS nº 3.925 de 1998, que aprovou o “Manual para Organização da Atenção Básica “, e a Portaria n° 476 de 1999, que regulamentou o processo de acompanhamento e avaliação da Atenção Básica. A partir de então a cada ano vêm sendo publicadas, através de portarias específicas, as orientações para o processo de pactuação e a relação de indicadores a serem pactuados pelos gestores. Em 2005, de um total de 32 metas pactuadas com os municípios, somente 18 foram efetivadas, ficando 25 pontos percentuais acima do resultado. O processo de pactuação tem efetivamente cumprido seu papel de mobilização e articulação com vistas ao desenvolvimento das ações voltadas para a melhoria da qualidade dos serviços da atenção básica. As mudanças observadas no elenco de indicadores têm resultado, na verdade, do amadurecimento do próprio processo do Pacto da Atenção Básica, traduzindo, um esforço crescente de buscar indicadores mais representativos na avaliação da atenção básica no âmbito do SUS. O Programa obteve resultados dentro do esperado, uma vez que os indicadores tiveram seus índices previstos alcançados. As ações realizadas pelo Programa contribuíram significativamente para a diminuição da mortalidade infantil no Estado que passou de 21,76 por 1.000 nascidos vivos , para 19,67 por 1.000 nascidos vivos, colocando o Estado do Pará na faixa de baixa mortalidade infantil segundo os parâmetros do Ministério da Saúde. O Controle PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 49 da Hanseníase aumentou em 300,5 a cobertura dos serviços de assistência a esses pacientes. Observe-se que, no período 2003 a 2005 houve uma significativa redução de casos de hanseníase na ordem de 50,36%, passando de 13,9% para 6,9% doentes em cada 10.000 habitantes. Conclui-se que os indicadores pactuados servem, principalmente, para revelar situações críticas de um elenco mínimo de ações básicas definido pela Norma Operacional da Assistência Social (NOAS). Entretanto, o elenco de indicadores do Pacto é insuficiente para revelar experiências exitosas nos municípios, no sentido da promoção da saúde e qualidade de vida. Constata-se que os processos de avaliação são ainda muito incipientes, principalmente na área da Assistência, não tendo sido incorporados às práticas do diaa-dia. Na área da Assistência há necessidade de se refazer o cálculo do indicador, pois não foi considerado como meta demandada o Plano Estadual de Assistência Social. Com o intuito de contribuir para a melhoria do desempenho do Programa são descritas as seguintes recomendações : Desenvolver um sistema informatizado de gerenciamento que possibilite a uniformização de informações necessárias para monitorar o Programa e propiciar informações tempestivas para a tomada de decisão e para o contínuo processo de aperfeiçoamento ; Implantar o Processo de acompanhamento, controle e avaliação contínua e sistemática com base nos indicadores de resultado do Programa; Aprimorar o Pacto de Indicadores da Atenção Básica, agregando outras estratégias de avaliação que dêem conta da abordagem de aspectos não contemplados por este instrumento; Definir o termo de compromisso para nortear o cumprimento de metas e prazos pelo gestor municipal como critério básico para celebração de convênios; Inserir nas cláusulas de convênios firmados pelos órgãos a obrigação de, durante sua vigência, os convenentes enviarem relatórios com os indicadores operacionais e de desempenho de suas atividades e a obrigatoriedade de fornecerem dados de desempenho quando solicitados; Efetuar o acompanhamento da execução dos convênios, realizando visitas técnicas quando necessárias, de forma sincronizada; Firmar parcerias com universidades públicas ou particulares para viabilizar estágios supervisionados aos municípios atendidos; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 50 Garantir a compatibilização das metas e indicadores conforme demanda manifestada pelos Planos Anuais de Assistência Social; Criar um canal de comunicação com a sociedade em geral, como por exemplo, um site do Programa, para divulgar informações e boas práticas, com o objetivo de estimular a troca de experiências, gerando oportunidades de melhoria do Programa, com base nas experiências bem sucedidas; Elaborar Plano de Ação, que preveja apoio a municípios prioritários para a superação de dificuldades técnicas e administrativas, em favor do maior benefício social do programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 51 1.1.4 PROGRAMA: PROTEÇÃO SOLIDÁRIA Quanto ao Processo de Formulação Embora a legislação brasileira seja reconhecidamente uma das melhores do mundo, no trato com à criança e ao adolescente, cada vez mais têm-se crianças em situação de risco pessoal/social. Isso provavelmente deve-se ao fato de que a legislação é abstrata e o problema da criança e do adolescente sem atenção familiar/comunitária é concreto, havendo uma distância entre o que deveria ser e o que de fato é, que só pode ser transposta pela vontade política e de toda a sociedade. A situação sócio-cultural em que se encontram essas crianças e adolescentes que, em sua grande maioria, são desassistidos pelos familiares, enseja a intervenção do Estado na proteção de seus direitos fundamentais. Crianças e adolescentes em "situação de risco" representam o resultado de um processo de exclusão social a que está submetida grande parte da população brasileira. Neste contexto, o Governo definiu no PPA 2004-2007, o Programa “Proteção Solidária”, como um instrumento de política pública de impacto social da área de Proteção Social, cujo objetivo é aprimorar a atenção integral e integrada à criança e adolescentes sob proteção especial, a fim de ampliar a cobertura no atendimento desse público nas áreas de saúde e proteção especial. Além disso, o Programa vem contribuir para o enfrentamento dos dois maiores desafios do Governo: o combate à pobreza e à redução das desigualdades sociais e regionais, assim como o alinhamento com a base estratégica setorial de contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. No contexto de sua formulação, o Programa se justifica em função da problemática de haver no Estado um número crescente de crianças e adolescentes, entre 0 a 18 anos, em situação de risco e vulnerabilidade social, oriundos da Rede de Proteção(Juizado, Promotoria, Conselho Tutelar, Comarcas e a própria Comunidade). Esse problema teve como causas: a deficiência na prestação de serviços; a deficiência das ações de apoio às crianças de 0 a 6 anos e pessoas portadoras de necessidades especiais (crianças e adolescentes), vítimas de abandono, negligência e maus tratos; a baixa capacidade no processo de avaliação, acompanhamento e supervisão das ações e serviços; a baixa capacidade na garantia dos direitos da PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 52 criança e do adolescente em situação de risco pessoal e social e de adolescentes em conflito com a Lei; a deficiência na infra-estrutura e aparelhamento dos serviços e o incipiente acervo de estudos e pesquisas na área da Infância e Adolescência. Quanto ao Processo de Implementação A fim de rever este quadro de exclusão social, foram definidas para o Programa, de forma coerente, 8 (oito) ações que estão compatíveis para o alcance do objetivo do mesmo, e coesas no enfrentamento das causas apontadas. A seguir, as ações formuladas para o Programa com seus respectivos objetivos. Implementação do Atendimento a Adolescentes em Conflito com a Lei – Atender adolescentes em conflito com a lei, em regime de custódia, internação, semiliberdade, liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade, através de um processo sócio-educativo, visando sua inserção social e sua promoção de cidadania; Implementação das Ações “Direito de Ter Família” – Garantir apoio social à crianças e adolescentes em processo de desinstitucionalização, através do incentivo ao apadrinhamento solidário; Implementação da Escola da Família – Resgatar os laços familiares com vistas a reestruturação das relações intra e extra familiar; Implementação dos Serviços de Saúde nas Unidades de Medidas SócioEducativas – Prevenir e detectar a ocorrência de agravos da saúde e riscos (AIDS, DST, TB, MH, drogadição e afecções bucais); Implantação e Operacionalização das Unidades de Atendimento de Proteção Especial – Assistir integralmente as crianças e aos adolescentes em situação de risco; Implementação das Ações de Educação e Capacitação pelo Trabalho (PROECTA) – Garantir o direito à educação profissional a adolescentes entre 14 e 18 anos em situação de conflito com a lei e de risco; Implantação e Operacionalização do Sistema de Avaliação das Ações – Assistir integralmente as crianças e aos adolescentes em situação de risco; e Manutenção da Infra-Estrutura de Proteção Especial – Reforma e aparelhamento dos espaços físicos das unidades em consonância com os padrões estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O público-alvo abrange crianças e adolescentes sob proteção especial, se inclinando para um público mais específico no universo das crianças e adolescentes, ou seja, aqueles que já estão sob assistência judicial, que já vieram de uma determinação PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 53 judicial, sejam crianças (0 a 11 anos) por situação de abandono, negligência e vítimas de mau tratos, sejam adolescentes (12 a 18 anos) acometidos de atos infracional ou que estejam sob situação de vulnerabilidade social. Embora o Programa tenha sido concebido para ser executado por algumas regionais de saúde (Belém, Marabá, Santarém e São Miguel do Guamá), pela Secretaria Executiva de Saúde Pública e pela Fundação da Criança e do Adolescente do Pará (FUNCAP), é esta última entidade a principal executora, por ter a missão de promover a inclusão social do público-alvo do Programa por meio de Medidas Sócio Educativas (MSE) e Medidas de Proteção (MP). Para o exercício de 2005, foram orçados recursos no montante de R$ 8,9 milhões, sendo que a sua previsão orçamentária foi definida pela possibilidade de disponibilização conforme a receita estadual, prevendo recursos oriundos do Tesouro Estadual - Recursos Ordinários (69,9%), do Fundo Estadual de Saúde - Recursos Ordinários (2,6%), de Transferências de Convênios e outras transferências (24,8%) e de Recursos Próprios diretamente arrecadados pelo órgão (3%). Quanto à Avaliação dos Resultados No ano de 2005, o Estado atuou mais intensamente por meio do Programa “ Proteção Solidária” na promoção da inclusão social das crianças e adolescentes, proporcionando condições e oportunidades de retorno, de forma emancipada, ao convívio em sociedade por meio de ações psico-pedagógicas, respeitando os princípios e valores estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Pautada nesse propósito, a abrangência das ações do Programa se deu em todo o Estado, viabilizando Medidas Sócio-Educativas (MSE’s) de alta e baixa complexidade, Medidas Protetivas e de Retaguarda, por meio de uma rede composta de 20 (vinte) unidades de execução. Dessas unidades, 11 (onze) são de alta complexidade, localizadas na Região Metropolitana de Belém, 1 em Marabá e 2 em Santarém, e de baixa complexidade, que se realizam com a intervenção municipalizada das chamadas MSE de meio aberto, a qual se efetiva com a prática da liberdade assistida (LA) e da Prestação de Serviço à Comunidade (PSC), cuja ação esteve presente, em 2005, em 89 dos 143 municípios paraenses existentes. Pela sua própria natureza e necessidade de intensificar plenamente a redução da exclusão social, a implementação do Programa manteve interface com outros Programas de Governo, como Média e Alta Complexidade, Controle do Câncer, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 54 Presença Viva, Pró-Paz, Nossa Casa, Garantia de Direito, dentre outros, como suporte à inserção da criança e do adolescente à sociedade, garantindo o compartilhamento de ações de modo a maximizar à gestão da política de assistência social do Estado. Analisando o desempenho do Programa no exercício de 2005, pôde-se observar que foi insofismável a conscientização da sociedade, de um modo geral, quanto à responsabilização social, precedido por meio do número significativo de parcerias realizadas com diversos segmentos da sociedade, bem como com entes governamentais, cuja ação, que se traduz na obtenção de valor social, veio repercutir em resultados positivos para o programa. De programas como “Padrinho Solidário”, que apóia crianças recolhidas em abrigos, até a reforma de espaços importantes dentro da política de acolhimento, assim como a implementação desses, as ações tiveram como ingredientes maiores a dedicação e o espírito de solidariedade na figura das parcerias, as quais foram responsáveis pela viabilização de muitos projetos sociais voltados para a criança e o adolescente. Assim se vê que, no Projeto Direito de ter Família, foram atendidas 176 crianças e adolescentes e 50 famílias da capital, além de outras 254 crianças e adolescentes do interior. A articulação com a rede de serviços público/privada contribuiu para os seguintes resultados: Acesso a documento civil – 65 crianças; Acesso à educação – 92 crianças; Acesso à saúde – 119 crianças; Acesso à profissionalização – 61 pessoas; Acesso à programas sociais de renda mínima: • Programa Bolsa-Família – 21 famílias ; • Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – 5 crianças; • Benefício de Prestação Continuada – 7 crianças; • Programa Bolsa-Escola – 3 famílias; Acesso à justiça – 30 famílias; Acesso a trabalho/geração de renda – 19 famílias; Garantia de aluguel – 13 famílias; Construção de habitação – 14 famílias; Melhorias habitacionais – 23 famílias. Foram atores desses resultados os Juizados da Infância e da Adolescência de Belém e Ananindeua, as Promotorias da Infância e da Adolescência de Belém e PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 55 Ananindeua, Conselhos Tutelares, 132 Pessoas Físicas (padrinhos solidárias), Sistema Rômulo Maiorana de Comunicação, CESUPA, Shopping Iguatemi, COHAB, Cartório Condurú, Colégio Moderno, Unidades Estaduais, Secretarias Estaduais e Municipais de Assistência Social e Tribunal Regional do Trabalho. Em outro passo de importância ao Programa, que é o Projeto “Galera Cidadã”, o qual congrega em suas bases não somente as exigências legais da garantia de direitos, mas a efetiva preocupação com o processo de reconstrução de vida, edificado por cada adolescente a partir do acesso a novos caminhos que lhe são apresentados, também foi notada a presença de parceiros exercendo a sua responsabilidade social, tanto na qualificação, via Projeto de Educação(PROECTA), quanto na inserção dos jovens no mercado de trabalho e no Projeto Ondas do Rádio. No que se refere ao PROECTA, 1.870 adolescentes acessaram a qualificação profissional em todo o Estado, 16,88% acima da meta de 1.600 adolescentes, sendo que destes, 31% estavam em cumprimento a MSE de internação e semiliberdade. O Estado sozinho não conseguiria estruturar tal ação sem contar com parcerias de organizações governamentais e não governamentais, que comungassem da mesma crença de que é possível vislumbrar crescimento pessoal e social de adolescentes, através de atividades laborais. Assim, entidades como o SENAI/CEDAM, o SENAI Getúlio Vargas, o SENAC, o Instituto Helena Coutinho, o CESUPA, o PlanTeQ, a Escola de Governo e a Fundação Curro Velho abriram novas oportunidades aos jovens quando proporcionaram cursos de construção e restauração predial e residencial (elétrica, hidráulica, pintura), mecânica, manutenção de motores e eletrodomésticos, artes manuais, informática básica e avançada, joalheria, serviços de bar, de beleza, de escritório, fotografia, dentre outros. No que se refere à inserção no mercado de trabalho, por meio dos projetos “Adolescente Aprendiz”, “Adolescentes Bolsistas” e “Trabalhador Comum”, ainda do PROECTA , 113 adolescentes foram colocados no mercado de trabalho, o que representa 1,66% do contingente de adolescentes recolhidos pelo Estado. Esses jovens foram admitidos nos seguintes órgãos públicos e empresas privadas: Tribunal de Justiça do Estado; Tribunal de Contas do Estado; Tribunal de Contas dos Municípios; Ministério Público; Caixa Econômica Federal; Companhia de Saneamento do Estado; Pizzaria Hut; EIDAI do Brasil; Companhia de Mineração do Estado; Lojas Riachuelo; MAKRO Engenharia; Lojas Marisa; Farmácias BIG BEM; Farmácias Pague Menos; Banco do Cidadão; Nova Auto Peças; Instituto de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 56 Previdência do Estado do Pará; Fundação Curro Velho; Fundação de Hemoterapia e Hematologia do Pará; Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Pará; Secretarias Estaduais da Fazenda, Indústria e Comércio, Planejamento, Orçamento e Finanças; Fundação Santa Casa e Junta Comercial do Estado do Pará. Foi importante, também, a parceria no projeto Ondas do Rádio, no qual a FUNCAP juntamente com a FUNTELPA, a CNBB, o PRÓ-PAZ e a SEEPS, desenvolveram um trabalho sócio-educativo com os adolescente/jovens, clientes das unidades operacionais da FUNCAP, na área da comunicação radiofônica, de forma a criar um programa de rádio semanal, observando as premissas do protagonismo juvenil, a fim de formar auxiliar técnico em rádio. A meta era atender 20 pessoas (17 adolescentes/jovens, 2 educadores e 1 família). Porém, por falta de identificação com o projeto, apenas 12 pessoas concluirão o curso, que terá o seu término em 2006. No caso do atendimento do Espaço de Acolhimento Provisório Infantil (EAPI), destinado a abrigar crianças de 0 a 6 anos que estão com seus direitos ameaçados ou violados, teve como parceiros: Colégio Ideal Jr, o Amic dei Bambini (AIBI), a Sociedade Espírita de Educação do Menor Semente de Luz (CELUZ), o PRÓ-VIDA e o Instituto Criança Vida, além da colaboração de voluntários, que nos finais de semana, são de primordial importância para as crianças, desenvolvendo atividades recreativas, envolvendo artes musicais, orientação religiosa, dentre outras. O empreendimento feito no Espaço de Acolhimento Provisório Especial (EAPE), na reforma dessa unidades que abriga cerca de 200 crianças e adolescentes portadores de deficiência, um trabalho que mobilizou em torno de 200 profissionais, entre arquitetos, engenheiros e desiners, que voluntariamente se empenham nessa tarefa, sendo uma iniciativa do Projeto Casa da Criança, por meio da franquia social local. Embora os efeitos das parcerias ainda serem inermes, representaram um ganho, pois possibilitou para as organizações, tanto públicas quanto privadas, que adotaram este moderno instrumento, uma avaliação que indica a sua gestão como promotores da cidadania. Outra situação que contribuiu positivamente para o resultado do Programa foi a descentralização das ações e serviços. Isso significa viabilizar a expansão das MSE de meio aberto e Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) em parceria com as prefeituras do interior do Estado, que se encontram contempladas no Plano Estadual de Execução das Medidas Sócio-Educativas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 57 A construção da Unidade de Marabá, bem como a reforma e ampliação do Centro Sócio-Educativo do Baixo Amazonas (CESEBA), localizado em Santarém, aumentou a capacidade instalada naqueles municípios, sendo viável o atendimento dos adolescentes o mais próximo possível de suas localidades. O consórcio com os municípios para esse atendimento, aliado ao aumento da capacidade instalada, facilitaram a ressocialização do adolescente. O Projeto de Municipalização das MSE em meio aberto, que tem por propósito garantir meios indispensáveis para que o próprio município preste esses serviços, através da capacitação e assessoramento para a implementação dos serviços, teve como meta para 2005 implantar a municipalização em 20 municípios, sendo que foram acrescentados a esses mais 15, remanescentes de 2004, totalizando 35 municípios a serem implantados. Desse total, 24 municípios foram capacitados e 6 concluíram o processo de implementação. Alguns fatores dificultaram para o total alcance da meta pretendida em 2005, como: a mudança de gestores municipais, que leva em média 3 meses para situaremse na administração; a implantação da Sistema Único da Assistência Social (SUAS), que mobilizou gestores e técnicos em treinamentos; e a limitação de recursos humanos, materiais e financeiros, para a implantação do projeto. Dessa forma não ocorreu o fortalecimento das regionais, fator preponderante para a possibilitar a plena implantação do processo de descentralização. Um aspecto que dificultou o sucesso do Programa é a não priorização de seu público-alvo na ação de Qualificação. O Projeto de Educação e Capacitação pelo Trabalho a Adolescentes (PROECTA), que visa a atender adolescentes na faixa etária de 14 a 21 anos incompletos, oriundos do sistema sócio-educativo e da rede de proteção, na inserção em cursos profissionalizantes e no mercado formal de trabalho, atendeu em 2005, 1.870 adolescentes em Qualificação Profissional e 166 foram inseridos no mercado de trabalho. Entretanto, apenas 31% desses, estavam em cumprimento das MSE’s de internação e semiliberdade. Os outros foram captados na rede de Proteção Social. Isso demonstra que os critérios de seleção dos jovens que foram capacitados e, posteriormente, colocados no mercado de trabalho, pertencentes ao PROECTA, não estão sendo rigorosamente seguidos, a fim de que não se perca o alvo do Programa. As reincidências em atos infracionais e as fugas de adolescentes dos abrigos foram fatos ocorridos que demonstraram a fragilidade da atuação do Programa para o alcance do objetivo que se propôs, durante o exercício de 2005. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 58 Em relação ao total de 6.823 adolescentes atendidos nas unidades de MSE, conforme demonstrado no quadro a seguir, ocorreram 13,04% de reincidências. Esse número é expressivo se comparado ao número de jovens entregues às famílias que representou 18,25% do total de atendidos. Isso significa que apenas 5,21% dos adolescentes atendidos permaneceram realmente em seus lares. DEMONSTRATIVO DO ATENDIMENTO EM MSE x REINCIDÊNCIAS E FUGAS UNIDADE ATENDIMENTO Reincidência Fuga Total SAS 1.705 654 0 654 CIAM 1.373 89 04 93 CESEB PROVISÓRIO 115 05 0 05 CESEB INTERNAÇÃO 240 01 25 26 1.937 127 19 146 CJM 260 03 56 59 CESEM 330 0 58 58 CIAF. PROVISÓRIO 43 01 02 03 CIAF. INTERNAÇÃO 71 03 05 08 Semi-Liberdade ICOARACI 212 07 76 83 CIJOC 273 0 89 89 Semi-Liberd..SANTARÉM 86 0 04 04 Semi-Liberd.CIAF 10 0 01 01 Un.Int.VAL-DE-CÃES 145 0 25 25 Un.Int.TELÉGRAFO 23 0 0 0 6.823 890 364 1.254 13,04% 5,33% 18,38% EREC TOTAL % Nota: Número de Adolescentes entregues às Famílias – 1.245. Fonte: Relatório de Avaliação Anual - 2005 da FUNCAP. Esse resultado é um indicador de que as ações sócio-educativas precisam ser reavaliadas para atingir o público de 18,38% que não conseguiu sensibilizar para a questão da ressocialização. Essas ações podem estar sendo insuficientes para a eficiência no trato com o adolescente em situação de risco. A reincidência e as fugas são fatores de extrema avaliação a cada ano, pois identificam o sucesso ou fracasso da estratégia utilizada na preparação de adolescentes infratores no retorno à sociedade e serve como fatores para a análise de desempenho do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 59 A sublimidade do ECA reside na crença de que a educação, o acesso e a oportunidade outrora negados alterarão o ciclo de exclusão em que a criança e o adolescente foram submetidos, seja devido sua condição sócio-econômica, psicológica e/ou cultural, ou porque uma série de outros fatores, além das condições supracitadas, favorecem a práticas da infração. A ausência de uma metodologia pedagógica e de ações preventivas com o menor que saiu de MSE, deve ser um ponto de partida para a atuação dos órgãos públicos de forma a garantir a diminuição de reincidência e das fugas. Quanto os Avanços e Perspectivas Por último, é importante evidenciar que não há uma boa utilização das informações, nem dos recursos disponíveis para melhorar a gestão do Programa. Não existe um gerenciamento do mesmo, nem um sistema de avaliação que permita a visualização de como as ações estão sendo executadas. A sua visão é isolada, setorizada. O acompanhamento só é feito em relação às ações executadas pela FUNCAP, portanto não é feito um monitoramento e uma avaliação de suas ações como um todo. Além disso, os indicadores existentes não refletem o resultado real do Programa, como se observa no indicador de desinstitucionalização das crianças. Um maior nível de desinstitucionalização deveria ser um resultado positivo para o Programa. Porém, o resultado apresentado é distorcido em função de que no EAPE, algumas crianças e adolescentes especiais, pelo grau de deficiência que apresentam, pode-se dizer que dificilmente sairão do abrigo. Portanto, existe uma parcela das crianças especiais, em número de 17, que pode ser considerada fixa e que não deve ser contada nesse indicador. O Programa é importante e necessário para a política voltada à criança e ao adolescente. Tanto é prioritário que o Estado investiu, durante a sua execução de 2005, 67,98% de recursos a mais do que foi orçado. No entanto, é necessário atentar para alguns aspectos que, conforme foi aqui detectado, podem melhorar o desempenho do Programa: A ação de qualificação deve se voltar especificamente para o público que lhe é destinado, evitando esforços com outro público que, certamente, outra política ou outro programa, tem a finalidade de atender; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 60 É necessário dar uma dinâmica à ação do egresso muito maior do que a que hoje existe, intensificando o trabalho com a família, com a comunidade, com a escola e a capacitação do menor. Além disso, é importante introduzir ações educativas, esportivas, culturais e de lazer, que mostre outros horizontes ao menor, o fazendo desviar da vida infratora; A prática do monitoramento e avaliação das ações do Programa de forma integral é essencial para a sua mudança de rumos. É importante fazer funcionar melhor o instrumental de coleta de dados; Há necessidade de ser repensado o indicador de desinstitucionalização para que não sejam colocados em sua base de cálculo as crianças deficientes que não conseguem adoção e que permenecem no abrigo; Aplicação de uma metodologia pedagógica, uma vez que o ECA legitima a crença de que o ser humano é capaz de rever suas ações e alterá-las, principalmente quando se tarta de pessoas em formação e em condições peculiares de desenvolvimento, tanto físico quanto emocional e a ausência de uma metodologia quebra todo o desenvolvimento destes adolescentes; Implementação de um Sistema de Avaliação Psico-social e educacional junto aos laudos para a progressão das medidas com o Poder Judiciário; Os indicadores operacionais, que refletem às ações do Programa, devem ser mais bem apurados, sistematizados e monitorados, para que possibilitem a criação de outros indicadores qualitativos, que possam dar condições à indicação de resultados mais reais. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 1.2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa -Sintética) 61 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 62 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 63 1.2.1 PROGRAMA: ASSISTÊNCIA HEMOTERÁPICA E HEMATOLÓGICA Apresentação do Programa Nome do Programa: Assistência Hemoterápica e Hematológica Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA) Objetivo do Programa: Aumentar a cobertura dos serviços de hemoterapia e hematologia. Ações do Programa: 1. Implementação das Ações de Hemoterapia; 2. Implementação das Ações Educativas; 3. Implantação de Unidades na Hemorrede; 4. Implementação das Ações de Hematologia. Aspectos Destacados A ação que teve maior destaque foi ”Implementação das Ações de Hematologia”. Com o atendimento direto a pacientes com doenças hematológicas. Em 2005 foram beneficiados 29.606 pacientes; Atraso nas obras dos hemonúcleos de Altamira, Redenção, Capanema, Abaetetuba, e Tucuruí, prejudicando a conceituação da eficiência da ação “Implementação de Ações Educativas” que obteve grau de valoração REGULAR; O resultado alcançado na ação “Implementação das Ações de Hemoterapia”, traduzido como positivo, se deu por conta da distribuição de 108.333 bolsas de sangue, que corresponde a 81%, da meta programada de 138.294, o que contribui para o grau de valoração da eficiência BOM; A aquisição, em dezembro, de outra unidade móvel de coleta de sangue, além de reforçar as ações externas deverá elevar em torno de 20% as doações voluntárias de sangue em campanhas externas. Análise dos Resultados Visando solucionar o problema da oferta deficiente de serviços de hemoterapia e hematologia, decorrentes do insuficiente número de Unidades da Hemorrede no Interior do Estado, foi criado o Programa “Assistência Hemoterápica e Hematológica”, a fim de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 64 atender a demanda por serviços com qualidade e descentralizado, tendo como públicoalvo, pacientes que necessitam de ações hemoterápicas e portadores de doenças hematológicas. Em 2005, foram orçados recursos no montante R$ 15,7 milhões, e no decorrer do ano o orçamento foi suplementado em 21%, verificando-se que do montante do recurso planejado foi utilizado 91%, da dotação inicial e apenas 75% da dotação atualizada. O Programa é composto por 4 (quatro) ações, dentre elas: a ação “Implementação das Ações de Hematologia”, que tem como objetivo, expandir o atendimento hematológico multidisciplinar na capital e no interior do Estado. Essa ação teve uma redução no orçamento na ordem de 5%, em relação à dotação inicial de R$ 493 mil, utilizando 83% deste montante, com realização superior a 100% da meta física programada de 29.000 paciente atendidos. No que se refere às unidades do interior do Estado, o atendimento representa apenas consulta médica, em virtude da não efetivação da contratação de profissionais da área que permitissem a realização de procedimentos específicos. Essa demanda ficou concentrada no Hemocentro Coordenador - Região Metropolitana de Belém, onde o atendimento se dá em caráter multidisciplinar, composta por médicos, odontólogos, psicólogos, fisiatras, fisioterapeutas, enfermeiros e assistentes sociais, o que contribui para o realização da meta acima do que foi previsto, influenciando para o grau de valoração EXCELENTE. Por conta da demanda por esse serviço, houve necessidade da aquisição de mais insumos, para os quais o orçamento não era suficiente na ação. Dessa forma foi viabilizada a realização em outras ações, onde existia disponibilidade orçamentária, caracterizando desvio de planejamento. Esta situação contribuiu para o resultado da ação, registrado no relatório do GPPará, uma realização da meta física prevista com menos recurso. As ações “Implementação das Ações Educativas” e “Implantação de Unidades de Hemorrede” tiveram conceito de eficiência REGULAR. A ação “Implementação das Ações Educativas”, objetivando estimular a participação da população nas campanhas educativas da área da Proteção Social, de forma a construir uma consciência coletiva quanto à auto-valorização e capacidade de doação, teve como meta a captação de 148.013 doadores de sangue, alcançou 68% dessa meta executando 44% de seu orçamento autorizado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 65 Esse resultado ficou prejudicado pela falta de oferta de serviços esperada para o atendimento total da demanda prevista, em função de ter ocorrido atraso nas obras dos hemonúcleos de Altamira, Redenção, Capanema, Abaetetuba, e Tucuruí (ação “Implantação de Unidades na Hemorrede”), ficando impossibilitada a realização de campanhas para unidades inacabadas. Vale ressaltar, que a captação de doadores pode ocorrer também por meio de uma ação espontânea, quando existe uma unidade de Hemonúcleo, nos municípios onde são realizadas as campanhas. A segunda ação “Implantação de Unidades de Hemorrede” pertencente, à Agenda Mínima de Governo, tem como objetivo expandir a rede de unidades para o interior do Estado. Embora tenha ocorrido suplementação em sua dotação atualizada de 115%, observou-se uma baixa capacidade de execução financeira da ação, de apenas 50% do recurso autorizado, absorvido com a correção monetária dos valores dos projetos, por parte das construtoras, no decorrer da execução das obras. Desse recurso desembolsado, 86% originou de recursos do Tesouro Estadual e 14% de recursos de convênios. Esse comportamento se deve ao atraso das parcelas do convênio, em função da falta de cumprimento do cronograma de obras, e assim é necessário um desembolso maior da contrapartida do Estado para o andamento das obras. Os resultados obtidos com a ação “Implementação das Ações de Hemoterapia”, apresentaram desempenho de eficiência com conceito BOM. Da meta de 138.294 bolsas de sangue distribuídas, foram distribuídas 108.333 bolsas, correspondendo a 78% da meta física programada, com 81% da dotação autorizada. Muito embora os indicadores previstos para avaliar os resultados do Programa registrem redução, como no caso da “Taxa de Cobertura Transfusional”, que apresentou uma taxa de 108% para 2005, com uma leve queda de 4 pontos percentuais, quando comparado a 2004, que foi de 112%, o resultado ainda superou a meta programada para 2005, que seria de 100%, ficando 8 pontos percentuais acima. Segundo o Hemopa essa diminuição, realizada em 2005, é em virtude da campanha do uso racional do sangue, feito pelo referido Hemocentro nos hospitais, para evitar o desperdício de sangue. Outro indicador foi o “Incremento Multidisciplinar a Pacientes Portadores de Doença Hematológica”, com um resultado de 3,04% em 2005, resultou em uma queda PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 66 de 0,81 ponto percentual em relação ao ano de 2004, que registrou um aumento de 3,85%. Esse resultado refletiu a insuficiência de recursos para a compra de equipamentos e contratação de profissionais capacitados para o atendimento multidisciplinar que foi programado no PPA, levando-se em conta a implantação do atendimento Odontológico, Fisioterápico e Psicológico nos Hemocentos nas Regionais de Castanhal, Marabá e Santarém, que até o momento não aconteceu. Analisando o desempenho do Programa “Assistência Hemoterápica e Hematológica” o mesmo vem apresentando desde de 2004, conceito BOM no Grau de Valoração, mensurado pelo Sistema GP-Pará. Considerações Finais O Programa apresenta-se bem integrado no conjunto de suas ações, conseguindo com isso atender o objetivo que se propôs, por meio das metas físicas que tiveram boa realização em relação ao número programado. Há necessidade de reforçar o monitoramento do Programa em todas as instâncias, visando ao aperfeiçoamento da execução para que a realização seja o mais fiel possível às metas previstas no PPA. O Programa necessita rever a sua gestão, como forma de evitar atrasos na conclusão das obras, o que acaba contribuindo e retardando em especial a viabilização dos recursos oriundos de convênios. Vale ressaltar que as ações que obtiveram um bom desempenho conseguiram um impacto positivo, quanto ao objetivo que se propõe o Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 67 1.2.2 PROGRAMA: COMEÇAR DE NOVO Apresentação do Programa Nome do Programa: Começar de Novo Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Centros Regionais de Saúde Castanhal, Breves, Santarém, Altamira, São Miguel do Guamá. Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA). Hospital Regional Cametá (HRCM). Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social (SETEPS). Polícia Civil do Estado do Pará. Objetivo do Programa: Garantir atendimento à mulher vítima de violência e discriminação. Ações do Programa: 1. Implantação de Unidades de Acolhimento Temporário; 2. Implantação do Espaço de Referência de Atendimento à Mulher Vitimizada; 3. Implementação das Ações da Delegacia da Mulher; 4. Implementação de Ações de Atendimento à Mulher Vitimizada; 5. Qualificação de Mulheres Vitimizadas; 6. Implementação de Ações de Atendimento à Mulher Vitimizada – Fundação Santa Casa. Aspectos Destacados O Programa em questão possui 2 ações que compõem a Agenda Mínima de Governo. São elas: “Implantação do Espaço de Referência de Atendimento à Mulher Vitimizada” e “Implantação de Unidades de Acolhimento Temporário”; Não execução física - financeira na ação “Implantação de Unidades de Acolhimento Temporário”, pertencente à Agenda Mínima; Redução, em todas as ações, dos recursos orçamentários inicialmente destinados. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 68 Análise dos Resultados O Começar de Novo foi criado visando promover e garantir o atendimento, e a inserção social de mulheres vitimizadas pela violência e discriminação. O Programa foi executado em 2005 por meio de 5 ações, tendo sido orçado inicialmente recursos de R$ 2.414,30 milhões, sendo reduzidos no decorrer da execução em 40,30%, executando 56% da dotação atualizada. As ações “Qualificação de Mulheres Vitimizadas”, “Implantação do Espaço de Referência de Atendimento à Mulher Vitimizada” e “Implantação de Unidades de Acolhimento Temporário”, as duas últimas pertencentes à Agenda Mínima de Governo, apresentaram um conceito INSUFICIENTE em função da não alimentação do dado físico e, no que tange à ação “Implantação de Unidades de Acolhimento Temporário”, apesar de pertencer à Agenda Mínima de Estado; constatou-se a não realização física financeira, na qual previu-se inicialmente a implantação de 2 (duas) unidades. Ressaltase a falta de informações que justifiquem a não utilização dos recursos da forma prevista, permanecendo com a mesma dotação orçamentária inicial. A ausência dos dados físicos contribui para a geração de um conceito pouco apurado, uma vez que a inexistência de informações complementares dificulta a análise do resultado dessas ações. Outro item que apresentou conceito INSUFICIENTE foi a ação “Implementação das Ações da Delegacia da Mulher”, realizando apenas 29% do número de atendimentos previstos utilizando 65% dos recursos aprovados. A ação “Implementação de Ações de Atendimento à Mulher Vitimizada” obteve conceito REGULAR, utilizando 68% dos recursos autorizados e realizando apenas 40% do físico previsto. A ação “Implementação de Ações de Atendimento à Mulher Vitimizada Fundação Santa Casa“, obteve um desempenho BOM devido à realização do atendimento de 70% da meta prevista de 96 mulheres vitimizadas atendidas. Este percentual representou a real demanda dos serviços prestados por esta Fundação, não significando meta superestimada ou redução da capacidade de atendimento. No geral, o Programa alcançou um conceito INSUFICIENTE, executando apenas o básico proposto. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 69 Considerações Finais A avaliação do Programa ficou comprometida em razão de os órgãos executores não alimentarem corretamente os dados no sistema GP-Pará ou alimentaram sem a devida confirmação da informação, fato que tem sido recorrente entre alguns órgãos e que tem gerado distorções nas apurações e nos relatórios. Ressalta-se que esses dados, além de se constituírem em base para cálculo de conceito apurado pelo sistema, no caso das informações complementares, servem de subsídio importante para a análise técnica, uma vez que o momento de emissão de relatório é parte importante para uma avaliação criteriosa que possibilite a transparência e a mensuração eficaz dos programas desenvolvidos pelo Estado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 70 1.2.3 PROGRAMA: COMPARTILHANDO VIDAS Apresentação do Programa Nome do Programa: Compartilhando Vidas Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana (FHCGV); Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA); Empresa Pública Ofir Loyola (EPOL); Secretaria Executiva de Saúde Pública (SESPA); Objetivo do Programa: Ampliar e melhorar a assistência a pessoas que necessitam de transplante no Estado do Pará. Ações do Programa: 1. Implantação de Serviços para a Realização de Transplantes; 2. Implementação de Ações Educativas; 3. Implementação de Suporte Laboratorial; 4. Implementação dos Serviços de Transplante; 5. Implementação dos Serviços de Transplante – Ofir Loyola. Aspectos Destacados Não realização das ações ”Implementação de Serviços de Transplante”, “Implantação de Serviços para Realização de Transplantes” e “Implantação de Ações Educativas - Ofir Loyola”; Os recursos programados para viabilizar a Ação “Implantação de Ações Educativas - Ofir Loyola” foram priorizados no atendimento de outra atividade caracterizando desvio de programação, observou-se ausência de informações complementares quanto a não realização da referida ação; Conforme resultado físico da ação ”Implementação dos Serviços de Transplantes”, foram realizados transplantes em 124 pacientes, resultado, que supera em 313% a meta prevista. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 71 Análise dos Resultados Criado com o objetivo de proporcionar melhoria e ampliação da assistência as pessoas necessitadas de transplantes no Pará, o Programa se configura como importante meio de atendimento em alta complexidade, face a significativa demanda de atendimentos desta natureza, e da necessidade de proporcionar assistência integral, ampla e eficaz aos pacientes nesta condição. Programa orçado em 2005 no montante de R$ 2.535,15 milhões, sendo reduzido no decorrer do exercício em 21%, realizando 78% da dotação autorizada. As ações “Implantação de Suporte Laboratorial” e “Implementação dos Serviços de Transplante - Ofir Loyola”, destacaram-se por terem obtido conceito EXCELENTE, atingindo 99% da meta prevista de realizar 5.000 exames, e 413% do número de pacientes atendidos, respectivamente, utilizando os recursos orçamentários autorizados quase na sua totalidade . Esse desempenho se deu em virtude do investimento feito na área de Recursos Humanos que capacitou profissionais para captação de órgãos e também a contratação de novos profissionais para atuação no Banco de Olhos, o que permitiu a realização de 4.971 exames laboratoriais e o atendimento de 124 pacientes em serviços de transplante. As ações “Implementação de Ações Educativas - Ofir Loyola” e “Implementação do Serviço de Transplante”, que obtiveram conceito INSUFICIENTE, utilizaram recursos orçamentários superior a 60%, contudo não alimentaram os dados físicos correspondentes. A primeira ação não foi executada, entretanto seus recursos foram desviados para a realização de uma outra ação, de acordo com informação inserida no sistema GP-Pará, já a segunda ação não apresenta informação complementar que justifique a ausência de dados físicos. As ações “Implementação dos Serviços de Transplante” e “Implantação dos Serviços para a Realização de Transplantes“ apresentaram desempenho INSUFICIENTE devido a sua não realização. De acordo com informações disponíveis no sistema, ambas ações não foram executadas devido ao não cadastramento dos serviços por parte do SUS. Numa avaliação geral o Programa obteve um grau de eficiência REGULAR, pressionado pelo desempenho das ações “Implementação de Suporte Laboratorial” e “Implementação dos Serviços de Transplantes - EPOL”. Ressalta-se, no entanto, que de acordo com o indicador, em 2005, houve um crescimento na taxa de transplantes realizados no Estado comparado ao exercício de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 72 2004, comprovando que o Estado, possui condições de oferecer e ampliar os serviços de transplantes. Considerações Finais A cultura de acompanhamento e alimentação em tempo hábil dos dados no sistema GP-Pará, referentes às ações realizadas pelo Programa, ainda não se tornou uma prática cotidiana; alguns órgãos executores não inseriram os dados físicos e tampouco informações complementares que justifique o comportamento da execução de algumas ações. Outro aspecto que contribui negativamente é o fato de serem freqüentes a realização de empenhos em ações inadequadas, ou não prevista. Para aprimoramento da execução do projeto faz-se necessário empenho dos órgãos executores na prestação das informações sobre a execução ao sistema GPPará, a fim de que os resultados do Programa fiquem transparentes, e evidentes, não desvirtuando assim, o seu desempenho, conseqüentemente o conceito de eficiência gerado pelo GP-Pará. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 73 1.2.4 PROGRAMA: CONTROLE DO CÂNCER Apresentação do Programa Nome do Programa: Controle do Câncer Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Hospital Ofir Loyola; Secretaria Executiva de Saúde Pública (SESPA); Hospital Abelardo Santos (HAS); Hospital Regional de Conceição do Araguaia (HRCA); Hospital Regional de Cametá (HRCM). Objetivo do Programa: Ampliar e melhorar a assistência ao paciente oncológico. Ações do Programa: 1. Implementação de Ações Educativas; 2. Desenvolvimento de Atividades Curriculares para Crianças e Adolescentes Portadores de Neoplasia; 3. Acolhimento dos Pacientes Portadores de Neoplasias; 4. Atendimento Domiciliar aos Pacientes Portadores de Neoplasias; 5. Implementação e Descentralização dos Serviços de Oncologia; 6. Implementação e Descentralização dos Serviços de Oncologia (OFIR LOYOLA). Aspectos Destacados A maioria das ações do Programa obtiveram um desempenho satisfatório, como “Acolhimento dos Pacientes Portadores de Neoplasia”, “Atendimento Domiciliar aos Pacientes Portadores de Neoplasia” e “Implementação e Descentralização dos Serviços de Oncologia” – OFIR LOYOLA, obtiveram conceito EXCELENTE, pelo alcance das metas pretendidas, assim como pela boa utilização dos recursos orçamentários disponíveis; Por meio de parcerias entre o Hospital Ofir Loyola e a Associação de Voluntariado e Apoio à Oncologia (AVAO), juntos com a Secretaria Executiva de Estado de Educação, foram realizadas ações do Projeto Prosseguir, o qual é voltado à escolarização das turmas de alfabetização a 4ª série, que tem como objetivo interação e inclusão das crianças portadores de neoplasias à escola; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 74 A criação em 2005 do Núcleo de Apoio ao Enfermo Egresso (NAEE), em 2005, possibilitou o atendimento de 996 usuários. O Núcleo foi Implantado pelo Ofir Loyola, para atender pacientes com câncer, oriundos do interior do Estado e egressos do Hospital e tem contribuído para amenizar os transtornos causados pela falta de acomodação de pacientes e familiares durante o tratamento; Os investimentos em capacitação de agentes multiplicadores, na prevenção e combate ao câncer em 69% dos municípios paraenses, converteu-se em avanço que pode ser percebido pelo fato de 25% dos municípios paraenses terem implantado o Dia Municipal de Controle ao Câncer; Implantação em 2005, na Fundação HEMOPA, em parceria com a EPOL, do exame de Imunofenotipagem. Procedimento que além de indicar o tratamento quimoterápico mais adequado aos pacientes com neoplasias, informa a dosagem medicamentosa e sua eficácia; O produto da ação “Implementação de Ações Educativas” sugere-se que seja alterado, para “Campanhas Realizadas”. Análise dos Resultados A necessidade de descentralização dos serviços de assistência oncologica motivou a criação do Programa Controle do Câncer, que tem por meta ampliar os serviços de assistência oncologica na capital e também estendê-los ao interior do Estado, além de visar ampla melhoria na qualidade dos serviços oferecidos. O Hospital Ofir Loyola é o principal executor do Programa Controle do Câncer. Referência em oncologia, esse hospital tem obtido destaque por ser um dos melhores e mais bem equipados hospitais públicos do país e por estar melhorando de forma contínua e significativa à qualidade de vida dos pacientes portadores dessa enfermidade; inclusive os oriundos do interior do Estado do Pará e de outros estados brasileiros. Durante o desenvolver do Programa, em 2005 a ação “Implementação e Descentralização dos Serviços de Oncologia”, com objetivo de proporcionar, assistência integral, de forma descentralizada a esses pacientes, realizou o atendimento a 328.436 pacientes, correspondentes a 161% da meta pretendida, com a utilização de 100% do recurso programado de R$ 4,4 milhões, obtendo conceito de eficiência EXCELENTE, sobretudo em razão dos procedimentos executados terem sido estendidos para o Hospital Regional de Cametá (HRCM), que também executou dessa PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 75 ação, e obteve grau de valoração REGULAR, realizando 16% da meta de 276 atendimentos, com a utilização de 99% dos recursos orçamentários autorizados, correspondentes a R$ 8 milhões. A ação “Acolhimento dos Pacientes Portadores de Neoplasia”, que objetiva o alojamento das pessoas oriundas do interior e egressas do hospital, obteve conceito EXCELENTE; tal resultado foi motivado pela criação do Núcleo de Apoio ao Enfermo Egresso (NAEE), que em 2005, recebeu 996 usuários, entre pacientes e acompanhantes os quais ocuparam 100% dos leitos disponibilizados pelo núcleo, superando a meta de 392 atendimentos o que representa um crescimento de 154%, tendo sido utilizado 99% do orçamento atualizado. Em relação à ação “Atendimento Domiciliar aos Pacientes Portadores de Neoplasias”, tem por objetivo humanizar a assistência a esses pacientes, em 2005 foram beneficiadas 360 pessoas, por meio de 1.259 visitas domiciliares, correspondentes a 90% da meta programada, que inicialmente era de atender 399 pessoas. Essa meta foi alcançada utilizando 98% do recurso autorizado. Em função do resultado positivo dessa ação, a mesma obteve conceito de eficiência com grau de valoração EXCELENTE. Objetivando dar continuidade ao ensino curricular a crianças e adolescentes, em tratamento hospitalar, portadores de neoplasia a ação “Desenvolvimento de Atividades Curriculares para Crianças e Adolescentes Portadores de Neoplasia” viabilizou o atendimento em 2005, de 129 pessoas por mês, 52% da meta de 250 pessoas, entre crianças e adolescentes, com a utilização de 13% do recurso orçamentário autorizado, obtendo um conceito de eficiência INSUFICIENTE. Entretanto, é válido ressaltar a importância e as nuances desse resultado. Por meio de parcerias entre o Hospital Ofir Loyola, a Associação de Voluntariado e Apoio à Oncologia (AVAO) e a Secretaria Executiva de Estado de Educação, foi criado o Projeto Prosseguir, visando assegurar o direito à Educação no processo ensinoaprendizagem e reintegração ao grupo escolar de crianças e adolescentes em tratamento oncológico, proporcionando condições para o resgate da auto-estima de seus pacientes, por meio de programas educacionais como: apoio pedagógico ao aluno internado; recreação; arte-educação e classe hospitalar. O desempenho financeiro do Programa deveu-se grandemente às doações de materiais que o projeto recebeu durante o exercício, o que otimizou o atendimento e reduziu a aplicação recursos. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 76 A ação “Implementação de Ações Educativas”, integra a Rede Paraense de Controle ao Câncer (RPCC), com o objetivo de diminuir a incidência da doença no Estado, por meio da participação da população nas campanhas educativas na área da Proteção Social, de forma a construir uma consciência coletiva quanto à autovalorização e capacidade de doação. Em 2005, a ação realizou 17% do programado de 6 unidades de ações implantadas, com a utilização de 100% da dotação atualizada de R$ 31 mil, apresentando grau de valoração REGULAR. Analisando o produto da ação, sugere-se a sua mudança no próximo PPA para “Campanhas Realizadas”, ao invés de “Ação Implantada”, pois da forma como atualmente se apresenta torna-se difícil a sua interpretação e mensuração, possibilitando distorções em seu resultado. O resultado do Programa registrado no Sistema GP-Pará indicou um grau de valoração BOM. Isso fica evidenciado por meio de seus indicadores de resultado, como o Coeficiente de Mortalidade por Neoplasia, que registrou uma queda no desempenho de 2005, de 0,11 ponto percentual, referente à taxa de 3,18%, quando comparado a 2004, aferido em 3,29% no ano. O outro indicador do Programa, qual seja Taxa de Estadiamento Precoce (tipo 0 e 1), apresenta resultado positivo. Segundo à área observou-se melhorias no índice esperado (19,4%), devido às várias ações realizadas pelo Hospital Ofir Loyola, como o pleno funcionamento do NAEE com seus leitos de apoio a pacientes oriundos do interior, a expansão da Rede Paraense de Controle ao Câncer (RPCC) e as ações do Programa Presença Viva nos vários municípios do Estado. Esse resultado representou um aumento de 6,11 ponto percentual comparado ao ano anterior. Considerações Finais Embora tenha ações exitosas dentro do Programa, a falta de alimentação de dados físicos de forma satisfatória e em tempo hábil no sistema GP-Pará, comprometem a emissão dos relatórios e também dificulta o alcance da transparência e nitidez tão necessárias às ações do Estado. O Programa apresentou-se bem estruturado, no conjunto das ações que o compõem, com realizações de forma adequada, e que atenderam os critérios estabelecidos interferindo no resultado do Programa, e que contribuíram de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 77 sobremaneira para a melhoria da qualidade de vida das pessoas beneficiárias do mesmo. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 78 1.2.5 PROGRAMA: GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E CONTROLE SOCIAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Gestão de Políticas Públicas e Controle Social Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Centro Regional de Saúde- Altamira, Belém, Breves, Conceição do Araguaia, Cametá, Capanema, Castanhal, Marabá, Região das Ilhas, São Miguel do Guamá, Santa Izabel e Santarém; Secretaria Executiva de Estado de Trabalho e Promoção Social (SETEPS); Secretaria Executiva de Estado de Saúde Pública (SESPA); Fundação da Criança e do Adolescente do Pará (FUNCAP). Objetivo do Programa: Promover e manter o funcionamento das instâncias consultivas e formular políticas específicas para assegurar os direitos dos usuários da Proteção Social. Ações do Programa: 1. Apoio à Implantação dos Conselhos Municipais; 2. Apoio à Realização das Conferências; 3. Implantação e Operacionalização dos Conselhos Estaduais da Rede de Proteção Social; 4. Implementação da Gestão das Políticas da Rede de Proteção Social; 5. Implementação das Comissões de Emprego; 6. Implementação do Fórum de Proteção Social. Aspectos Destacados Remanejamento orçamentário nas ações “Implementação do Fórum de Proteção Social” e “Formação de Gestores Sociais” para atender o Programa Proteção Solidária; Grau de eficiência INSUFICIENTE na maioria das ações, provocado principalmente pela falta de inserção de dados físicos e informações complementares; A não priorização dos produtos em diversas ações, o que foi fundamental para o conceito obtido. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 79 Análise dos Resultados Apresentando deficiência na maioria de suas ações, o Programa composto de 7 (sete) ações, utilizou 77% da sua dotação atualizada (mais de R$2 milhões), no entanto, não conseguiu um bom desempenho durante o exercício, obtendo grau de eficiência INSUFICIENTE. As ações”Implementação das Comissões de Emprego”, “Implementação do Fórum de Proteção Social”,”Implantação e Operacionalização dos Conselhos Estaduais da Rede de Proteção Social”, “Formação de Gestores Sociais”,”Apoio à Implantação dos Conselhos Municipais”, obtiveram desempenho INSUFICIENTE. Referente às ações “Implementação das Comissões de Emprego” e “Implementação do Fórum de Proteção Social”, alcançaram esse resultado em virtude da não execução das mesmas. A primeira foi decorrente da desestruturação das comissões já existentes em virtude da mudança de gestores nos Centros Regionais, representando assim, um entrave para sua expansão e realização; a segunda, decorreu da não execução das despesas inicialmente previstas, uma vez que as dotações foram remanejadas para o efeito de Créditos Suplementares de modo a atender as necessidades de ações do Programa Proteção Solidária. No que tange às ações “Implantação e Operacionalização dos Conselhos Estaduais da Rede de Proteção Social” e “Formação de Gestores Sociais”, o conceito adveio da falta de um melhor planejamento para a realização das mesmas, já que grande parte do orçamento foi utilizado na aquisição de materiais e para outros serviços como a manutenção de Centros Regionais, respectivamente. Em relação à ação “Apoio à Implantação dos Conselhos Municipais”, executou 6% da meta prevista inicialmente que era de 139 conselhos implantados, utilizando 86% da dotação atualizada. Além de atender o produto da ação, seu orçamento deu suporte ao processo de implantação do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (SIPIA) em municípios do interior do Estado, envolvendo as etapas de precursão, capacitação e assessoramento aos conselheiros municipais. As ações “Implementação da Gestão das Políticas da Rede de Proteção Social” e “Apoio à Realização das Conferências”, executaram mais de 95% do seu financeiro, mas não conseguiram realizar a meta prevista (4% de 143 municípios a atender e 37% de 172 conferências realizadas, respectivamente), obtendo índice de eficiência REGULAR. No que tange à primeira ação, houve também execução de grande parte do seu orçamento na aquisição de materiais, não atendendo portanto, o seu produto; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 80 quanto à segunda, foi decorrente do apoio dado principalmente às ações de atenção básica à saúde e aos conselhos municipais de direitos da Criança e do Adolescente. O Programa conta com indicadores como: a Taxa de Implantação de Conselhos Municipais da Assistência Social, a Taxa de Implementação de Conselhos Municipais da Saúde e a Taxa de Implementação de Conselhos Municipais de Emprego. As duas primeiras conseguiram 100% de realização, crescimento este que vem se repetindo desde 2003 e a terceira implementou 63 comissões municipais de emprego, apresentando 4,85 pontos percentuais acima da registrada em 2004 que foi de 56 comissões em relação aos municípios do Estado. Com os resultados acima citados percebe-se a divergência existente entre os indicadores (taxas) e os conceitos das ações, ficando claro a falta de compromisso do órgão executor no repasse de informações. Considerações Finais A análise do Programa teve como suporte as informações contidas no Sistema GP-Pará. Cabe ressaltar que o presente monitoramento teve como principal entrave o repasse de informações pelos órgãos executores. O resultado obtido adveio da falta de inserção de dados físicos e informações complementares, dificultando assim, o processo de avaliação das mesmas. O grande problema que permanece no Programa é a falta de uma equipe capaz de acompanhar passo-a-passo o andamento das ações e suas possíveis realizações. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 81 1.2.6 PROGRAMA: IDADE ATIVA Apresentação do Programa Nome do Programa: Idade Ativa Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Secretaria Executiva de Esporte e Lazer (SEEL); Secretaria Executiva de Estado e Saúde (SESPA); Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social (SETEPS); Fundo Estadual de Assistência (FEAS); Centros Regionais de Saúde: Altamira, Belém, Barcarena, Breves, Conceição do Araguaia, Cametá, Castanhal, Marabá, Região das Ilhas, São Miguel do Guamá, Santa Izabel e Santarém. Objetivo do Programa: Garantir o atendimento integral ao idoso em situação de risco e exclusão social, através do fortalecimento da Rede de Proteção Social. Ações do Programa: 1. Implantação da Estratégia Família Acolhedora; 2. Implantação de Casas Lares e Condomínios; 3. Implantação de Espaço de Referência; 4. Implementação de Ações Educativas; 5. Implementação do Plano Integrado de Atendimento em Unidades de Acolhimento; 6. Implementação do projeto Vida Ativa na 3ª Idade; 7. Implementação dos Serviços de Referência; 8. Realização de Estudos sobre o Processo Intergeracional do Envelhecimento; Aspectos Destacados O Programa apresenta três ações pertencentes à Agenda Mínima de Governo: “Implantação de Casas Lares e Condomínios”, “Implantação do Espaço de Referência” e “Implementação do Projeto Vida Ativa na 3ª Idade”; As ações “Implantação do Espaço de Referência” e “Implantação da Estratégia Família Acolhedora”, não foram realizadas fisicamente e financeiramente; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 82 Houve desvio de programação orçamentária na execução da ação “Realização de Estudos sobre o Processo Intergeracional do Envelhecimento”; Não alimentação dos dados físicos nas ações “Implantação do Espaço de Referência “ e “Implantação da Estratégia Família Acolhedora”; Análise dos Resultados Composto de oito ações e orçado inicialmente em mais de R$4 milhões, o programa teve uma redução orçamentária em torno de 25%, utilizando ao longo de sua execução 75% da dotação atualizada. As ações “Realização de Estudos sobre o Processo Integeracional do Envelhecimento”, “Implementação de Ações Educativas”, “Implantação do Espaço de Referência”, “Implementação de Plano Integrado de Atendimento em Unidades de Acolhimento” e “Implantação da Estratégia Família Acolhedora”, tiveram grau de eficiência INSUFICIENTE. Referente à ação “Realização de Estudos sobre o Processo Integeracional do Envelhecimento”, esse resultado foi decorrente tanto do remanejamento de 21% do orçamento para outras prioridades, quanto da baixa incapacidade de execução da ação. Outrossim, ressalta-se que 16% do recurso orçamentário utilizado, destinado a atender o produto da ação (estudo realizado), foi utilizado na aquisição de medicamentos. Quanto às ações “Implementação de Ações Educativas” e “Implementação de Plano Integrado de Atendimento em Unidades de Acolhimento”, esse conceito adveio da sua baixa execução física (2% de 124 ações a implementar e 6% de 2.341 idosos a atender, respectivamente), provinda da falta de inserção de dados físicos no Sistema GP-Pará, prejudicando assim, suas avaliações. Há necessidade, entretanto, de uma melhor definição do produto da ação “Implementação de Ações Educativas“, que conforme já anteriormente detectado na avaliação do exercício de 2004, a ação “Implantação de Ações Educativas”, visto que como se apresenta: ”Ação Implementada”, gera dúvidas tanto na mensuração quanto na análise de seu resultado. Já as ações “Implantação do Espaço de Referência” e “Implantação da Estratégia Família Acolhedora” não foram executadas por problemas como falta ou demora de repasse financeiro. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 83 A ação “Implantação de Casas Lares e Condomínios”, teve desempenho EXCELENTE, executando 100% do seu físico e financeiro, realização que se deu por meio da reforma do Centro de Convivência do Idoso. Alcançando um resultado satisfatório, a ação “Implementação do Projeto Vida Ativa na 3ª Idade” obteve desempenho com conceito de eficiência EXCELENTE. Observa-se que esse resultado foi em função da realização da meta além do esperado, ou seja, 127% dos 3.160 idosos previstos a atender, com 91% dos recursos orçamentários disponíveis. Vale ressaltar que houve uma redução muito acentuada do orçamento inicialmente previsto, em torno de 48%, dada a não renovação do Convênio com o Ministério do Esporte (abril/2005), cujo objetivo era a expansão das ações aos municípios. É necessário salientar também que a meta inicialmente definida, não previa a expansão das ações aos municípios. Esse fato induziu uma diminuição no contrato de pessoal e a redução do pró-labore. Entretanto, a cooperação técnica com a SEDUC na disponibilização de professores, compensou essa lacuna, tornando possível a continuidade das atividades e o alcance da meta. Durante o período de execução a ação “Implementação dos Serviços de Referência” celebrou convênios com 28 municípios. Embora os repasses tenham sido efetivados a partir de setembro de 2005, os mesmos não conseguiram se realizar dentro do exercício. Mesmo assim, a ação conseguiu ter uma realização física de 97% (isto é, 15.066 idosos atendidos), obtendo índice de eficiência BOM. No geral, o Programa obteve grau de valoração REGULAR, em virtude da falta de um melhor planejamento para a programação das ações. Nota-se também que no ano de 2005, as taxas de hospitalização de pessoas com 60 anos ou mais e a de atendimento de idosos de 60 anos ou mais que necessitam de assistência social aumentaram. A primeira atingiu uma meta de 10,87%, tendo um crescimento de 0,19 pontos percentuais em relação a 2004, que foi de 10,68% e um aumento de 0,70 pontos percentuais em relação a 2003; a segunda alcançou 65,38%, tendo aumento de 5,57 pontos percentuais quando comparado a 2004 que foi de 59,81%. Quanto à taxa de atendimento à assistência da Saúde do Idoso, teve uma queda de 0,8 pontos percentuais no serviço prestado, em decorrência da implantação do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), que estabeleceu novas regras para atualização do cadastro das unidades de saúde, ocasionando PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 84 conseqüentemente uma diminuição na quantidade de idosos atendidos, uma vez que a oferta de serviços diminuiu. Considerações Finais A avaliação do referido Programa se sustentou nas informações contidas no Sistema GP-Pará, utilizando os dados físicos e as informações complementares a fim de observar o andamento das ações e sua respectiva eficiência. O que se pode perceber é que o conceito de eficiência do Programa a cada ano é prejudicado pela falta de inserção de dados físicos e informações complementares, sendo esses dados de substancial necessidade para deixar transparente o desempenho do Programa e servir de subsídio para avaliação do mesmo. É importante que as metas previstas por ocasião do orçamento tenham coerência com o recurso disponível a ser orçado, a fim de que não reincida o ocorrido na ação “Implementação do Projeto Vida Ativa na 3ª Idade”. O Programa é essencial para a política de Assistência do Estado, especificamente voltado ao idoso, entretanto para que seu desempenho se torne mais transparente, demonstrando a sua eficácia, é necessário que sejam implementadas as recomendações aqui contidas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 85 1.2.7 PROGRAMA: MARIA MARIA Apresentação do Programa Nome do Programa: Maria Maria Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Centros Regionais de Saúde - Belém, Capanema, Barcarena, São Miguel do Guamá, Santarém e Região das Ilhas e Secretaria Executiva de Saúde Pública – SESPA. Objetivo do Programa: Promover a inserção social das famílias, reduzindo a prevalência da desnutrição. Ações do Programa: 1. Apoio aos Municípios no Fortalecimento de Suplementação Alimentar; 2. Avaliação das Ações Desenvolvidas; 3. Fomento às Atividades Produtivas Individuais e Coletivas; 4. Formação de Multiplicadores; 5. Implantação de Espaços de Referência de Desnutridos e Articulação com a Rede de Serviços - “Portais da Vida”; 6. Implantação e Operacionalização de Espaços de Busca e Identificação de Crianças e Grávidas Desnutridas – “Faróis da Vida”; 7. Implementação de Ações Educativas sobre o Valor Nutritivo dos Alimentos. Aspectos Destacados Os recursos previstos inicialmente foram reduzidos em 87,48%, sendo executado 96% dos 12,52% restantes. Todas as ações do Programa Maria Maria fazem parte da Agenda Mínima de Governo; Não houve realização física - financeira das ações “Implantação de Espaços de Referência de Desnutridos e Articulação com a Rede de Serviços – Portais da Vida” e “Fomento às Atividades Produtivas Individuais e Coletivas”, nesse exercício; Necessidade de reformular o produto da ação “Implementação de Ações Educativas Sobre o Valor Nutritivo dos Alimentos”; Ausência de informações complementares e não inclusão de dados físicos; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 86 Baixa realização das metas previstas, porém utilização de um alto percentual de recursos. Análise dos Resultados O Programa em questão foi criado visando promover a inserção social das famílias e reduzir a prevalência da desnutrição infantil; dotado inicialmente no montante de R$796,32 mil. Analisando sua execução durante o exercício de 2005 constatou-se uma redução orçamentária de 87,48%, realizando 96% dos recursos autorizados em relação à dotação atualizada. Esta redução se deu em função da dificuldade de formalização de convênios entre os municípios e o Estado inviabilizando a realização das ações. Estruturado com 7 (sete) ações, todas compondo a Agenda Mínima de Governo, o Programa estrutura-se a partir da efetivação de parcerias com os municípios e com organizações comunitárias, sendo de grande importância para a melhoria da qualidade de vida dos grupos alvos, que têm em comum o fato de estarem em situação de risco social e nutricional. No entanto, no decorrer deste exercício observou-se um baixo desempenho das metas previstas em boa parte das ações, com utilização de recursos em patamares superiores a 90% das ações que foram executadas, fato que pode ter sido motivado entre outros fatores; pela não alimentação do sistema GP-PARÁ em tempo hábil, quanto pela baixa capacidade organizativa do público-alvo, ou ainda pela superestimação da demanda de interessados e por último, pela considerável redução orçamentária que o Programa foi submetido. As ações “Formação de Multiplicadores”, “Implantação e Operacionalização de Espaços de Busca e Identificação de Crianças e Grávidas Desnutridas - Faróis da Vida”, “Apoio aos Municípios no Fornecimento de Suplementação Alimentar” e “Avaliação das Ações Desenvolvidas”, obtiveram conceito REGULAR devido à baixa realização das metas previstas inicialmente e pela utilização de mais de 95% dos recursos orçamentários autorizados. No que tange à ação “Implementação de Ações Educativas Sobre o Valor Nutritivo dos Alimentos”, com conceito INSUFICIENTE, utilizou 93% dos recursos autorizados porém não informou os dados físicos. Vale ressaltar que não foi registrado nenhum esclarecimento quanto à ausência desses dados nessa ação, ficando prejudicada a análise de seu resultado. Sugere-se a alteração do produto “Ação Implementada”, pois da maneira que se apresenta gera dúvida tanto na apuração quanto na interpretação das informações. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 87 As ações “Implantação de Espaços de Referência de Desnutridos e Articulação com a Rede de Serviços - Portais da Vida” e “Fomento às Atividades Produtivas Individuais e Coletivas” não tiveram realização físico-financeira. Através dos indicadores do Programa, observou-se uma redução em 2005, com relação a 2004, do percentual da taxa de recuperação da desnutrição em crianças de 0 a 5 anos, beneficiadas pelo Programa Maria Maria, de 30,57 pontos percentuais. Essa queda aconteceu em virtude dos municípios, onde existem os Faróis, não repassarem as devidas informações a SESPA. Pode-se observar também um pequeno aumento na taxa de crianças nascidas com peso igual ou superior a 2500kg, de 0,21 pontos percentuais e, em relação à taxa de famílias acompanhadas pelo projeto Maria Maria inseridas efetivamente em geração de renda, o indicador não apresentou resultados uma vez que as ações só foram implementadas em 2004, tornando inviável a mensuração de seu impacto. Esses resultados demonstram que o Programa não correspondeu ao objetivo proposto, corroborando o conceito de eficiência REGULAR, atribuído ao Programa. Considerações Finais A transparência das ações e a análise do desempenho do Programa, a partir das informações disponíveis no GP-Pará, foram prejudicadas em função da não inserção dos dados físicos e da ausência de informações complementares que venham justificar o comportamento da execução de alguns órgãos executores. Houve, também, dificuldade de implementação do Programa, fato que é visualizado principalmente pela significativa redução orçamentária ocorrida durante o exercício e pelo baixo desempenho das atividades desenvolvidas, o que de certa maneira inviabilizou a execução de algumas das ações previstas. A ausência de informações complementares e de dados físicos, fato recorrente entre os diversos usuários do sistema, tem comprometido de modo significativo a emissão de relatórios e gerado lacunas que comprometem a realização de um processo de avaliação mais criterioso e dificultando o alcance da meta transparência e torna mais eficaz a análise das ações realizadas pelo Estado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 88 1.2.8 PROGRAMA: PORTAL DA CIDADANIA Apresentação do Programa Nome do Programa: Portal da Cidadania Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Centro Regional de Saúde – Altamira e Santarém; Fundo Estadual da Assistência Social (FEAS); Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social (SETEPS). Objetivo do Programa: Proporcionar a atenção imediata e humanizada aos indivíduos e famílias, que se encontram em situação de risco vulnerabilidade temporária, referenciando-os para a Rede de Proteção Social. Ações do Programa: 1. Atenção Integral à Vítima de Trabalho Escravo; 2. Implementação de Espaços de Acolhimento; 3. Apoio a Portadores de Mal de Hansen; 4. Implantação e Operacionalização do Centro de Atendimento Integrado em Regime de Plantão – Espaço Cidadão; 5. Atendimento Emergencial a Situações de Riscos. Aspectos Destacados Por meio da ação “Implantação e Operacionalização do Centro de Atendimento Integrado em Regime de Plantão – Espaço Cidadão”, no mês de outubro foram atendidas 100.000 pessoas vítimas da seca no rio Amazonas, que atingiu 14 municípios; A ação “Implementação de Espaços de Acolhimento”, executada nos albergues Domingos Zaluth, para migrantes em trânsito, Pavilhão São José para migrantes enfermos e UATT/HIV/AIDS – para portadores do vírus HIV e doentes de AIDS, atendeu 3.259 pessoas, representando 93% da meta pretendida de 3.500 pessoas; As ações “Atenção Integral a Vitimas de Trabalho Escravo”; “Apoio a Portadores de Mal de Hansen”; e, “Atendimento Emergencial a Situações de Riscos” não apresentaram execuções físicas, tendo o seu conceito de eficiência prejudicado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 89 Análise dos Resultados O problema detectado pela dificuldade das pessoas em situação de risco e vulnerabilidade em acessar a rede de proteção social, ocasionado pela falta de referência resolutiva para atendimento das emergências sociais, os desconhecimentos dos serviços ofertados e o desordenado fluxo migratório originaram o programa Portal da Cidadania. Com esse propósito tem o foco em seu público-alvo, que se constitui em indivíduos e famílias em grave situação social (migrantes doentes em situação de abandono e dificuldades sociais, vítimas de calamidades e sinistros, egressos do Sistema Penal e da FUNCAP, indígenas, quilombolas, vítimas de trabalho escravo, etc.). Em 2005, o Programa não apresentou no geral, uma boa execução física e orçamentária, embora tenha liquidado cerca de R$ 10 milhões dos R$ 11 milhões de dotação autorizada, executando 105% em relação ao valor inicial de R$ 9,6 milhões, alcançando conceito de eficiência com grau de valoração REGULAR. Com o grau de eficiência EXCELENTE, a ação “Implementação e Operacionalização do Centro de Atendimento Integrado em Regime de Plantão – Espaço Cidadão”, atendeu 842% da meta de 11.970 pessoas, viabilizando o atendimento à emergência social com resolutividade nos pólos regionais de Belém, Santarém e Marabá, referenciando para rede de serviços. Esse resultado se deu em função da seca que ocorreu no rio Amazonas que atingiu 14 municípios e vitimou 100.000 pessoas. A ação “Implementação de Espaços de Acolhimento”, garantindo abrigo temporário em 3 (três) albergues (Domingos Zaluth, destinado a acolher migrantes em trânsito, Pavilhão São José para migrantes enfermos e UATTT / HIV / AIDS) - para portadores do vírus HIV e doente de AIDS. Foram atendidas 3.259 pessoas, entre indivíduos e famílias em situação de risco e vulnerabilidade, o que representou 93% da meta pretendida de 3.500 pessoas, utilizando apenas 58% dos recursos autorizados para a ação, alcançando assim um conceito de eficiência BOM. O objetivo da ação está alinhado ao que preconiza a Constituição Federal e a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) quanto a um atendimento humanizado ao público-alvo do Programa. As ações “Apoio a Portadores do Mal de Hansen”, que tem como objetivo PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 90 viabilizar o atendimento específico aos portadores do MH e “Atendimento Emergencial a Situação de Riscos”, que visa a garantir o atendimento emergencial, não apresentaram realização física. No entanto, verificou-se a utilização de 93% e 100%, em relação ao valor atualizado de R$ 8.8 milhões e R$ 50.8, respectivamente. Cabe ressaltar que por mais que no sistema GP-Pará não conste execuções físicas, quanto à primeira ação, o recurso foi utilizado para o pagamento de benefícios portador do mal de hansen; e quanto à segunda ação, foi destinado na aquisição e doação de medicamentos, realização de assessoramento - ações emergenciais referentes à seca. Em relação ao indicador “Taxa de Efetividade no Atendimento de casos de Vulnerabilidade e Risco” que mede a relação entre o número de pessoas atendidas com resolutividade/ano e o total de pessoas atendidas no ano, apresentou 100% de efetividade no atendimento de casos de vulnerabilidade e risco a pessoas atendidas nos espaços de acolhimento nos três anos de PPA. Esse feito foi decorrente dos atendimentos efetivados nos albergues para migrantes em trânsito e enfermos. Considerações Finais O Programa apresenta-se bem integrado no conjunto de suas ações, conseguindo com isso atender o objetivo que se propôs, por meio das metas físicas que tiveram boa realização em relação ao número programado. Há necessidade de reforçar o gerenciamento do Programa, visando à realização e atendimento das metas previstas no PPA, assim como a sua sistematização. O Programa necessita rever o planejamento, em que pesem as restrições decorrentes de atrasos de repasse de recursos transferidos, em especial a viabilização dos recursos oriundos de convênios. Embora tenha sido recomendado no relatório de 2004, para que tal fato fosse atentado, nada ainda foi providenciado evitando que a falha persistisse em 2005. Vale ressaltar que as ações que obtiveram um bom desempenho conseguiram um impacto positivo, quanto ao objetivo que se propõe o Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 91 1.2.9 PROGRAMA: QUALIDADE E CIDADANIA Apresentação do Programa Nome do Programa: Qualidade e Cidadania Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Fundação da Criança e do Adolescente do Pará (FUNCAP); Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana (FHCGV); Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará; Hospital Ofir Loyola (HOL); Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social (SETEPS); Secretaria Executiva de Saúde Pública (SESPA); Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA); Centros Regionais- Altamira, Breves, Cametá, Castanhal, Conceição do Araguaia,Marabá, São Miguel do Guamá, Santa Izabel e Santarém; Hospital Abelardo Santos (HAS); Hospital Regional de Conceição do Araguaia (HRCA); Hospital Regional de Cametá (HRCM); Hospital Regional de Salinas (HRS); Hospital Regional de Tucuruí (HRT); Laboratório Central do Estado (LACEN). Objetivo do Programa: Trabalhar o desenvolvimento organizacional no sentido de promover uma mudança cultural e de práticas de trabalho com reflexo na humanização do atendimento ao cidadão. Ações do Programa: 1. Implantação do Sistema de Referência Infra-Setorial do Cidadão; 2. Implantação e Operacionalização da Escola Técnica do SUS; 3. Implementação da Rede de Ouvidoria na Área de Proteção Social; 4. Implementação da Rede de Ouvidoria na Área de Proteção Social- Ofir Loyola; 5. Implementação da Rede de Ouvidoria na Área de Proteção Social- FHCGV; 6. Implementação de Ações de Qualidade de Vida no Trabalho; 7. Implementação de Ações de Qualidade de Vida no Trabalho- SESPA; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 92 8. Implementação de Ações de Qualidade de Vida no Trabalho- HEMOPA; 9. Implementação de Ações de Qualidade de Vida no Trabalho- Ofir Loyola; 10. Implementação de Ações de Desenvolvimento de Pessoas; 11. Implementação de Ações de Desenvolvimento de Pessoas- HEMOPA; 12. Implementação de Ações de Desenvolvimento de Pessoas- FHCGV; 13. Implementação de Ações de Desenvolvimento de Pessoas- Fundação Santa Casa; 14. Implementação de Ações de Desenvolvimento de Pessoas- Ofir Loyola; 15. Implementação de Avaliação de Desempenho; 16. Implementação de Padrões de Qualidade em Unidades da Rede de Proteção Social; 17. Implementação de Padrões de Qualidade em Unidades da Rede de Proteção Social- FHCGV: 18. Implementação de Padrões de Qualidade em Unidades da Rede de Proteção Social- Ofir Loyola; 19. Implementação do Sistema de Referência Intersetorial. Aspectos Destacados Realização de cursos e treinamentos, 6.864 pessoas foram capacitadas profissionalmente; Realização de eventos que proporcionaram motivação de 265 servidores; Produto das ações “Implementação de Ações de Qualidade de Vida no Trabalho” e “Implementação de Padrões de Qualidade em Unidades da Rede de Proteção Social” são de difícil interpretação para os órgãos executores. Análise dos Resultados O Programa Qualidade e Cidadania foi implantado visando alcançar um maior desenvolvimento organizacional e promover uma mudança cultural e das práticas de trabalho com vistas em humanizar o atendimento ao cidadão. Dezenove (19) ações integram o Programa que foi orçado em R$ 27,8 milhões, tendo ao longo de seu exercício uma redução orçamentária em torno de 38% em relação a sua dotação inicial, utilizando dessa diminuição 74%. Tendo diversos órgãos executores, a ação “Implementação de Ações de Desenvolvimento de Pessoas” obteve grau de valoração EXCELENTE quando PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 93 executada pelo Hospital Ofir Loyola e pela Santa Casa que garantiram a capacitação profissional de 1.593 e 798 pessoas respectivamente, utilizando para esse feito mais de 90% do seu orçamento. O mesmo resultado não foi refletido quando realizada pelo HEMOPA e pelas regionais de saúde, que tiveram resultados insuficientes, advindos da demora na liberação dos recursos e pela falta de alimentação de dados físicos, uma vez que houve cursos e treinamentos de capacitação profissional neste último órgão. O Hospital Gaspar Viana realizou 416% do seu físico (1.072 de 258 pessoas a serem atendidas), executando 62% do seu financeiro (R$439mil), através de participação em fóruns e cursos o que revela um bom desempenho. Quanto à ação “Implantação do Sistema de Referência Infra-Setorial do Cidadão”, teve grau de valoração INSUFICIENTE, em virtude da não execução financeira, uma vez que apresentou um realizado físico de 50%. Essa implantação foi decorrente da demanda espontânea da população no que se refere ao acesso de informações e denúncias. As ações “Implantação e Operacionalização da Escola Técnica do SUS” e “Implementação do Sistema de Referência Intersetorial” tiveram um realizado financeiro de 73% e 1%, respectivamente, mas não apresentaram dados físicos. No que se refere à primeira, é decorrente da falta de programação, uma vez que seu orçamento foi remanejado para a aquisição de materiais, não priorizando dessa forma, o produto da ação (pessoa capacitada); quanto à segunda, atuou apenas na divulgação de serviços como ouvidoria, assessoria e consultoria para o HEMOPA, seu órgão executor. A ação “Implementação da Rede de Ouvidoria na Área de Proteção Social- Ofir Loyola”, teve desempenho EXCELENTE, em virtude da execução físico-financeira em 100%, conseguindo desta forma, realizar seu produto que era de uma ouvidoria implementada. Quando realizada pelo GASPAR VIANA e pela SESPA alcançou grau de valoração INSUFICIENTE, devido a não execução financeira, mas em contrapartida o produto da ação “ouvidoria implementada” foi realizado. Em relação à ação “Implementação de Avaliação de Desempenho”, realizou 95% do seu financeiro, executando 21% do seu físico, obtendo conceito REGULAR. Conceito este advindo em boa parte do pagamento da prestação de serviços oferecidos para a realização da mesma, o que revela que a ação não foi desenvolvida a contento. A ação “Implementação de Padrões de Qualidade em Unidades da Rede de Proteção Social” foi executada por órgãos como Ofir Loyola, Hospital de Clínicas Gaspar Viana e HEMOPA. Obtendo grau de eficiência EXCELENTE, quando PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 94 executadas pelos dois primeiros órgãos em decorrência da realização da programação pretendida que era de “um (1) padrão de qualidade implementado”; e INSUFICIENTE quando tinha como executor o Hemopa. Mudança de produto. Quanto à ação “Implementação de Ações de Qualidade de Vida no Trabalho”, também foi executada por diversos órgãos, entre eles: HEMOPA, Fundação Pública Gaspar Viana, Ofir Loyola. No que tange aos dois primeiros órgãos tiveram uma realização física em 100%, sendo que seus produtos se divergem, respectivamente, em servidor atendido e ação implementada, utilizando simultaneamente 84% e 100% do seu financeiro. Cabe ressaltar que para entendimento das referidas ações, os produtos deveriam ser revistos, uma vez que como se apresentam “Padrões de Qualidade Implementado” e “Ação Implementada”, são de difícil mensuração para os órgãos executores, não focalizando também, seus objetivos de “melhorar a qualidade dos serviços prestados” e de “promover a motivação dos servidores e melhorar as condições de segurança no ambiente de trabalho”, respectivamente. Considerações Finais No cômputo geral, o Programa conseguiu atender em boa parte seu objetivo que é de “trabalhar o desenvolvimento organizacional no sentido de promover uma mudança cultural e de práticas de trabalho com reflexo na humanização do atendimento ao cidadão”. Entretanto, mais uma vez foi prejudicado pela falta de inserção dos dados físicos- financeiros e de informações complementares no sistema GP-Pará. Quanto à revisão dos produtos das ações “Implementação de Padrões de Qualidade em Unidades da Rede de Proteção Social” e “Implementação de Ações de Qualidade de Vida no Trabalho”, é uma solicitação que vem sendo feita desde o ano passado e que necessita de extrema providência. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 95 1.2.10 PROGRAMA: VIGILÂNCIA EM SAÚDE Apresentação do Programa Nome do Programa: Vigilância em Saúde Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Proteção Social (SEEPS) Órgãos Executores: Secretaria Executiva de Estado de Saúde (SESPA); Laboratório Central do Estado (LACEN); Centro Regional de Saúde- Região das Ilhas. Objetivo do Programa: Reduzir a incidência e a prevalência de agravos em saúde. Ações do Programa: 1. Avaliação das Metas de Programação Pactuada Integrada de Vigilância em Saúde PPI-VS em Nível Municipal; 2. Implementação das Ações do Laboratório Central do Estado; 3. Implementação de Ações Educativas para Prevenção de Agravos; 4. Implementação de Ações de Vigilância em Saúde; 5. Implementação do Processo de Supervisão Integrada; 6. Inspeção da Qualidade dos Produtos na Cadeia Produtiva; 7. Inspeção em Serviços de Hemoterapia, Terapia Renal Substitutiva; 8. Quimioterapia, Radioterapia e Meios Diagnósticos por Imagem; 9. Inspeção em Unidades de Terapia Renal Substitutivas; 10. Monitoramento da Qualidade da Água; 11. Realização de Estudos Epidemiológicos, Sanitários e Ambientais; Aspectos Destacados Incremento de 25% nas ações de imunizações, decorrente da expansão do número de salas de vacina, que passaram de 532, em 2004 para 662 em 2005; Cobertura vacinal de 6.519.397 doses de vacina em crianças, adultos e idosos diminuindo, significativamente, casos de doenças imunopreveníveis, bem como erradicando casos de sarampo, difteria e poliomielite; Melhoria na qualidade da água para o consumo humano por contra de 3.760 monitoramentos efetivados, em todo o Estado; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 96 Interface com o Programa Presença Viva, através da ação “Implementação do Processo de Supervisão Integrada”. Análise dos Resultados Tendo em vista o problema do aumento do número de casos de doenças decorrentes de agravos epidemiológicos, sanitários e ambientais, foi criado o Programa Vigilância em Saúde no sentido de promover medidas de vigilância necessárias para o aumento da eficiência da Rede de Proteção Social. As ações pla nejadas para 2005 surgiram de forma a superar as causas do problema, visando o alcance do objetivo do Programa e atender o seu público-alvo que é a população de risco. Inicialmente orçado em R$14,8 milhões, o Programa teve um acréscimo orçamentário em torno de 30%, utilizando 77% da dotação autorizada para execução. O desempenho do Programa revelado no sistema GP-Pará, ficou grandemente prejudicado em função da falta de inserção de dados físicos e de informações complementares em todas as ações, por parte dos órgãos executores, as quais seriam de grande importância para corroborar no seu real resultado. Essa deficiência nas informações físicas é gerada tanto pela falta de pessoal responsável pela inserção dos dados, quanto por dúvidas geradas na interpretação de alguns produtos que prejudicam sua mensuração. Assim, torna-se necessário repensar os produtos das ações “Implementação de Ações de Vigilância em Saúde”, “Implementação do Processo de Supervisão Integrada”, “Inspeção da Qualidade dos Produtos na Cadeia Produtiva” e “Implementação das Ações do Laboratório Central”. No que se refere à primeira ação, cujo produto é “Ação Implementada”, deve-se formular um produto como “Unidade Implementada”, o qual demonstre de forma mais nítida o objetivo que a mesma pretende alcançar. Quanto à ação “Implementação do Processo de Supervisão Integrada”, que o produto é “Supervisão Implementada”, melhor seria “Município Supervisionado”, tendo em vista que o objetivo da ação é “Melhorar o desempenho das ações da Vigilância em Saúde em nível regional e municipal”. Em relação à ação “Inspeção da Qualidade dos Produtos na Cadeia Produtiva” sugere-se que seja revisto o produto “Município Atendido”, visto que , o que deveria ser levado em conta seria a quantidade de entidades inspecionados em cada município visitado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 97 Por fim, o produto da ação “Implementação das Ações do Laboratório Central” merece ser alterado, uma vez que o mesmo se refere a implementação do próprio laboratório. Assim, ficaria mais adequado “Laboratório Implementado”, evitando assim, uma alimentação de dados inconsistentes no Sistema GP-Pará. Verifica-se também que a maioria das ações apresentou uma baixa capacidade de desempenho financeiro em função da deficiência na gestão do Programa, com exceção das ações “Inspeção da Qualidade dos Produtos na Cadeia Produtiva”,“Implementação das Ações do Laboratório Central” e “Implementação de Ações de Vigilância em Saúde”. Apesar do Programa ter atingido um índice de eficiência REGULAR medido pelo índice de execução física e financeira do GP-Pará, o mesmo teve um resultado considerado em 2005, comprovado pelo incremento de 25% nas ações de imunizações, decorrente da expansão do número de salas de vacina, que passaram de 532, em 2004 para 662, em 2005. Esse incremento representou a cobertura vacinal de 6.519.397 doses de vacina em crianças, adultos e idosos diminuindo, significativamente, casos de doenças imunopreveníveis, bem como erradicando casos de sarampo, difteria e poliomielite. Esse resultado pode ser percebido por meio dos indicadores do Programa, os quais apresentaram incremento positivo em relação a 2004. O indicador “Amostras coletadas nos sistemas de abastecimento de água e amostras pactuadas na PPI-VS” obteve resultado de 33,06%, registrando um crescimento de 21,58 pontos percentuais quando comparado em 2004, que foi de 11,48. Isso significou 3.760 monitoramentos efetivados, garantindo assim, a qualidade da água para consumo humano. Quanto aos indicadores “Taxa de acompanhamento pela CCIH” e “Taxa de efetividade do controle de Doenças de Notificação Compulsória (DNC)”, respectivamente cada um cresceu em 22,13 e 8,28 pontos percentuais, em relação a 2004. Considerações Finais A maioria das Ações do Programa apresentaram grau de valoração, gerado no GP-Pará, insuficiente, principalmente pela falta de informações físicas e complementares, bem como, a execução financeira ficou concentrada apenas na Ação “Implementação de Ações de Vigilância em Saúde”. Pode-se afirmar que os dados PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 98 gerados no Sistema, demonstram que a realização física de algumas Ações não estão condizentes com o custo real da ação, ou seja, total inconsistência de informações. O problema central está na falta de responsabilização, por parte dos órgãos executores, para o fornecimento de informações no sistema acerca do andamento do Programa. Essa medida evitaria o grande entrave (falta de dados) que mascara o desempenho apurado para a avaliação. Há necessidade também de uma melhor distribuição dos recursos orçamentários para o próximo orçamento de 2007, o que irá proporcionar a execução das ações conforme planejado, evitando a distorção do desempenho das mesmas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 99 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 1.3 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007 100 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 101 QUADRO 1 - SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007 ÁREA PROGRAMÁTICA: PROTEÇÃO SOCIAL Objetivos Setoriais: Propiciar o aumento da capacidade da Gestão Municipal; * Estimular o estabelecimento de parciais entre o Governo e a Sociedade; *Expandir as oportunidades de trabalho e geração de renda ao público-alvo da proteção social; * Aumentar a eficiência da rede de Proteção Social. Diretrizes Setoriais: Contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco; * Reconhecer e valorizar as realidades locais, na formulação dos programas de enfrentamento à pobreza; * Direcionar ações para a produção de resultados; * Fortalecer a participação efetiva da sociedade na gestão e controle das políticas de Proteção Social. PROGRAMA Atenção de Média e Alta Complexidade OBJETIVO Ampliar e Melhorar o atendimento à população. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) Contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA CBM, Enc.PGE, Epol, Feas, Fes, Fhcgv, Taxa de Mortalidade Fund.Stª Casa, Funsau, Hemopa, Hosp.Abelardo Santos, Hosp.Regional Hospitalar Geral de Conceição do Araguaia, Hosp.Regional de Cametá, Hosp.Regional de Salinópolis, Hosp.Regional de Tucuruí, Laboratório Central, Uepa, Seop, Sespa, CRS Altamira, CRS Barcarena, CRS Belém, CRS Breves, CRS Cametá, CRS Capanema, CRS Castanhal, CRS Conceição do Araguaia, CRS Marabá, CRS Região das Ilhas, CRS Santarém, CRS São Miguel do Guamá, CRS Santa Izabel do Pará. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 3,19% 3,09 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 102 continuação PROGRAMA Proteção Solidária Oportunidade de Trabalho e Renda OBJETIVO Aprimorar a atenção integral e integrada à criança e ao adolescente sob proteção especial. Contribuir para a expansão das oportunidades de trabalho e renda às pessoas desempregadas e subempregadas. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) Contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. ÓRGÃOS EXECUTORES CRS Marabá, CRS Cametá, CRS Santarém, CRS Belém, CRS S.M. do Guamá, FUNCAP, Fund.Santa Casa, Seop. Reconhecer e valorizar CCS, FCV, Seop, SETEPS, Uepa. as realidades locais, na formulação dos programas de enfrentamento à pobreza. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Taxa de atendimento Ambulatorial Taxa de Crianças Desinstitucionalizadas RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 31,17% 37,01 82% 81 Taxa de Desinstitucionalizados EAPE 6% 6 Taxa de Reincidência de Adolescentes em Medidas SócioEducativas Participação dos Trabalhadores colocados pelo Programa em relação às metas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego 7% 8 106,3% 113,76 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 103 continuação PROGRAMA Presença Viva Assistência Hemoterápica e Hematológica OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Taxa de Qualificação Profissional com base na meta programada Fortalecer os Municípios Contribuir para o CCS, CRS Altamira, CRS C. Araguaia, Percentual de paraenses para o aumento da inclusão CRS Capanema, CRS Castanhal, CRS atendimento do oferecimento dos social, melhorando o Marabá, CRS Região das Ilhas, CRS Plano de Serviços/Ações da acesso e a qualidade Santa Izabel, CRS Santarém, SESPA, Pactuação da Atenção Básica da dos serviços de CRS Barcarena, CRS Belém, CRS Atenção Básica Proteção Social. Proteção Social, Breves, CRS S.M. do Guamá, CRS prestados à população Cametá, FEAS, EGPA, FES, HAS, em situação de HRT, Laboratório Central, Seop, vulnerabilidade e risco. SETEPS, Susipe. Percentual de atendimento do Plano Estadual de Assistência Social Aumentar a cobertura dos Contribuir para o HEMOPA, SEOP. Taxa de cobertura serviços de hemoterapia e aumento da inclusão Transfusional hematologia. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 46,75% 97,99 31,25% 56,25 100% 97,22 112% 108 3,85% 3,04 social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. Incremento no atendimento multidisciplinar a pacientes portadores de doença hematológica continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 104 continuação PROGRAMA Começar de Novo OBJETIVO Garantir atendimento à mulher vítima de violência e discriminação. Compartilhando Vidas Ampliar e melhorar a assistência a pessoas que necessitam de transplante no Estado do Pará. Controle do Câncer Ampliar e melhorar a assistência ao paciente oncológico. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) Contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. Contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. Contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. ÓRGÃOS EXECUTORES CCS, CRS Altamira, CRS Belém, CRS Breves, CRS Castanhal, CRS S.M. do Guamá, FEAS, Fund.Santa Casa, Polícia Civil, SEOP, SETEPS. FHCGV, HEMOPA, OFIR LOYOLA, SESPA. OFIR LOYOLA, SESPA, CRS Capanema, HRCA, HRCM. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Taxa de atendimento à mulher vítima de violência com resolutividade na área da Proteção Social Taxa de atendimento à mulher vítima de violência com resolutividade na área da Defesa Social Taxa de Transplantes Realizados. Coeficiente de mortalidade por neoplasias. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 - - - 135,29% 413 3,29% 3,18 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 105 continuação PROGRAMA OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Taxa de estadiamento precoce (tipo 0 e 1). Gestão de Políticas Públicas e Promover e manter o funcionamento das Controle Social instâncias consultivas e formular políticas específicas para assegurar os direitos dos usuários da Proteção Social. Idade Ativa Garantir o atendimento integral ao idoso em situação de risco e exclusão social, através do fortalecimento da rede de Proteção Social. Fortalecer a participação efetiva da sociedade na gestão e controle das políticas de Proteção Social. Contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. CRS Altamira, CRS C. Araguaia, CRS Capanema,CRS Castanhal, CRS Marabá, CRS Região das Ilhas, CRS Santa Izabel, CRS Santarém, CRS Barcarena, CRS Belém, CRS Breves, CRS S.M. do Guamá, CRS Cametá, FES, HRT, SETEPS, SESPA, FUNCAP. CCS, CRS Altamira, CRS Barcarena, CRS Belém, CRS Breves, CRS C. Araguaia, CRS Cametá, CRS Castanhal, CRS Marabá, CRS Região das Ilhas, CRS Santa Izabel, CRS Santarém, FEAS, Funcap, HRCA, HRCM, Seel, SESPA. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 13,29% 19,40 Taxa de Implementação de Conselhos Municipais da Assistência Social 100% 100 Taxa de Implementação de Conselhos Municipais da Saúde Taxa de Implementação de Conselhos Municipais de Emprego Taxa de Hospitalização de pessoas com 60 anos ou mais. 100 100 39,25% 44,10 10,68% 10,87 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 106 continuação PROGRAMA OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Taxa de Atendimento à assistência da saúde do idoso Maria Maria Promover a inserção social das famílias reduzindo a prevalência da desnutrição. Contribuir para o aumento da inclusão social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. CRS Belém, CRS Breves, CRS Conceição do Araguaia, CRS Capanema, CRS Região das Ilhas, CRS São Miguel do Guamá , CRS Santa Izabel, SESPA. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 1,7% 0,9 59,81% 65,38 47,5% 16,93 Taxa de Crianças 92,75% nascidas com peso igual ou superior a 2.500g 92,96 Taxa de Atendimento de Idosos de 60 anos ou mais que necessitam de assistência social Taxa de Recuperação da Desnutrição nas Crianças de 0 a 5 anos beneficiadas pelo programa Maria Maria Taxa de Famílias Acompanhadas pelo Projeto Maria Maria inseridas efetivamente em Geração de Renda - 80 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 107 continuação PROGRAMA OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Contribuir para o CRS Belém, CRS Castanhal, FEAS, aumento da inclusão SETEPS. social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. Portal da Cidadania Proporcionar a atenção imediata e humanizada aos indivíduos e famílias, que se encontram em situação de risco e vulnerabilidade temporária, referenciando-os para a Rede de Proteção Social. Qualidade e Cidadania Trabalhar o Direcionar ações para a desenvolvimento produção de organizacional no resultados. sentido de promover uma mudança cultural e de práticas de trabalho com reflexo na humanização do atendimento ao cidadão. CRS Altamira, CRS Belém, CRS Breves, CRS Conceição do Araguaia, CRS Cametá, CRS Castanhal, CRS Marabá, CRS Região das Ilhas, CRS São Miguel do Guamá, CRS Santarém, EGPA, FHCGV, Funcap, Fund. Santa Casa, HEMOPA, HRCA, HRCM, HRS, Laboratório Central, Ofir Loyola, Seop, Sespa, Seteps, Uepa. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Taxa de Efetividade no Atendimento de Casos de Risco e Vulnerabilidade RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 100% 100 Taxa Média de Satisfação dos Usuários atendidos na Rede de Proteção Social - 52,75 Taxa Média de Satisfação dos servidores da Rede de Proteção Social - 44,89 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 108 continuação PROGRAMA Vigilância em Saúde OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) Reduzir a incidência e a Contribuir para o prevalência de agravos aumento da inclusão em saúde. social, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de Proteção Social, prestados à população em situação de vulnerabilidade e risco. ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA CRS Altamira, CRS Barcarena, CRS Taxa de Belém , CRS Breves, CRS Cametá, Acompanhamento CRS Capanema, CRS Castanhal, CRS pela CCIH Conceição do Araguaia, CRS Marabá , CRS Região das Ilhas, CRS Santarém , CRS São Miguel do Guamá, FES, Funtelpa, Laboratório Central, SESPA. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 16,49% Taxa de 88,76% Efetividade do Controle de Doenças de Notificação Compulsória - DNC Amostras 11,48% coletadas nos sistemas de abastecimento de água e amostras pactuadas na PPIVS Fonte: SEPOF/Órgãos Setoriais. 38,62% 97,04 30 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 1.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 67 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 68 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 2 ÁREA PROGRAMÁTICA 69 2.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 115 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 115 2.1.1 PROGRAMA: EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO E PRODUÇÃO Quanto ao Processo de Formulação O Programa Educação para o Trabalho e Produção tem por pressuposto básico de execução, o enfoque multisetorial, que articula as ações de diversos setores governamentais e cuja responsabilidade, está a cargo da Secretaria Especial de Promoção Social (SEPROS), tendo como executores das ações: a Secretaria Executiva de Educação (SEDUC), a Secretaria Executiva de Agricultura (SAGRI), a Companhia Paraense de Turismo (PARATUR) e Fundação Carlos Gomes (FCG). As ações componentes do Programa são: • Apoio à Implantação da Casa do Mar Objetivo: Criar infra-estrutura adequada para a formação dos filhos de produtores de pescado, em regime de residência temporária. • Apoio à Formação do Profissional em Aqüicultura Objetivo: Desenvolver ações institucionais e interdisciplinares de modo a suprir a carência de recursos humanos e otimizar o emprego de recursos financeiros em prol do crescimento da produção de pescado. • Apoio à Formação Profissional de Pescadores - Casa do Mar Objetivo: Promover a educação continuada dos filhos de produtores de pescado em articulação com organismos competentes. • Construção de Escolas de Educação Profissional Objetivo: Ampliar a oferta de vagas para a Educação Profissional. • Construção do Hotel-Escola Objetivo: Proporcionar cursos profissionalizantes voltados à hotelaria, dentro do ambiente de trabalho. • Funcionamento da Educação Profissional Objetivo: Propiciar o fortalecimento das atividades da educação profissional, com manutenção da qualidade. • Implementação das Ações do Ensino Musical Médio Profissionalizante Objetivo: Ofertar curso de música no Nível Médio Profissionalizante O Programa foi formulado para fazer frente à insuficiência da oferta de vagas em cursos profissionalizantes. O problema aponta como causas, o número insuficiente de escolas profissionalizantes, a falta de ações continuadas de capacitação docente, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 116 assim como, a inexistência de uma cultura de avaliação. Propõe como objetivo, implementar a oferta de vagas da Educação Profissional, acompanhando as tendências do mercado local, com vistas à formação de mão-de-obra de qualidade, visando à garantia de qualificação profissional aos jovens e adultos representantes da força de trabalho. As ações que compõem o Programa foram pensadas como meio de assegurar que a oferta seja condizente com a demanda, tanto qualitativa, quanto quantitativamente. Foram propostas dez (10) ações, com objetivos específicos voltados para o atendimento do objetivo geral do Programa. Contudo, ao longo destes trinta meses em que o Programa vem sendo executado, algumas ações vêm sendo subtraídas, no que diz respeito ao seu processo de execução. A construção do indicador que compõe o marco zero tem o valor apurado em 2003 para o atendimento na Educação Profissional de 1,68. Entretanto, esse indicador foi construído tendo por base a relação por dez mil, entre o número de matrículas na Educação Profissional na rede estadual (nível técnico) e a população na faixa-etária de 16 a 39 anos. A questão que se coloca é: Por que somente na rede estadual? Uma vez que, se o Programa está fundamentado na taxa de atendimento na Educação Profissional, pressupõe-se, seja em todo o Estado, abrangendo desse modo todas as redes que ofertam essa modalidade. O quadro abaixo fornece uma idéia do atendimento somente na rede estadual, em comparação com a matrícula em todo o Estado do Pará, inserido na região geográfica. Matrícula na Educação Profissional – Nível Técnico em 2003, por dependência administrativa. REGIÃO GEOGRÁFICA TOTAL ESTADUAL FEDERAL MUNICIPAL PRIVADA BRASIL 589.383 165.266 79.484 19.648 324.985 NORTE 15.588 1.332 7.421 95 6.740 PARÁ 4.794 446 2.917 95 1.336 FONTE: MEC/INEP – Censo Escolar. Percebe-se que esse indicador, assim formulado, atende especificamente ao objetivo de uma ação do Programa: a Construção de Escolas de Educação Profissional (na rede pública estadual), permeando os objetivos propostos em duas outras ações: o Funcionamento da Educação Profissional e a Implementação das ações do Ensino PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 117 Musical Médio Profissionalizante, quando o ideal é se buscar formular indicadores capazes de dar uma visão mais ampla do Programa. As metas físicas formuladas dizem respeito às ações do Programa. No biênio em análise as metas acumuladas propõem-se a: capacitar 509 pessoas em ações de apoio à formação profissional; construir 8 ETPs, efetivar um percentual de 70% da construção do Hotel-Escola; implantar 45 cursos; implantar 1 Centro Integrado de Aqüicultura na região do Baixo Amazonas e 2 no nordeste paraense; ter implantado 4 entidades – Casa do Mar (1 na região do Marajó, 1 no nordeste paraense, 1 no sudeste e 1 no sudoeste paraense) e atender 1.440 alunos em cursos profissionalizantes. Foram elaboradas proposições de indicadores de desempenho esperado, sendo propostos apenas dois indicadores: um valor desejado para o terceiro ano de execução (2006), igual a 5,42 e outro valor de 6,18, esperado para 2007. O público-alvo do Programa é composto de jovens e adultos, na faixa etária de 16 a 39 anos, tendo essa delimitação tomado como referência, a maior concentração da População Economicamente Ativa (PEA) nesta faixa etária. A dotação inicial do Programa era de R$ 74,6 milhões para serem executados em 48 meses, tendo sido realizado, até então, apenas 21%1 deste valor. O Programa tem como fonte de financiamento os recursos do Tesouro do Estado e de Convênios Federais (BID). O Governo do Estado do Pará ao integrar-se ao Programa Nacional de Expansão da Educação Profissional (PROEP/MEC), firmou uma série de convênios, durante os exercícios de 2000 e 2001, tendo sido executados, um total de R$ 14,4 milhões2, estando em fase de execução de resíduos da ordem de R$ 2,4 milhões3. Apenas as ações cuja execução encontram-se a cargo de Secretaria Executiva de Educação, quais sejam: o Funcionamento da Educação Profissional e a Implantação de Cursos de Educação Profissional, são executados através de Contrato de Gestão firmado com a Organização Social – Escola de Trabalho e Produção do Pará (OSETPP). O processo de interlocução limita-se aos parceiros envolvidos diretamente na execução da ação, ou seja, OS-ETPP, SEDUC e SEPROS e é regido exclusivamente pelo Contrato de Gestão. Não existe interlocução com os demais parceiros, nem tampouco, acerca do Programa visto na sua totalidade. 1 Fonte: GP PARÁ - Taxa de execução referente ao 30 meses (incluídos o primeiro semestre de 2006). Incluídos os valores executados no PPA 2000 – 2003. 3 Dados informados pelo Núcleo de Projetos Especiais – SEDUC. 2 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 118 Quanto ao Processo de Implementação Até 2003, a rede pública estadual contava com sete (7) Escolas que ofertavam Educação Profissional (cinco escolas anteriores à Lei 9394/96 – LDB e mais duas Escolas de Trabalho e Produção (Paragominas e Salvaterra) que foram construídas na gestão anterior. Em 2004, foram concluídas e inauguradas mais 4 Escolas de Trabalho e Produção (Itaituba, Abaetetuba, Monte Alegre e Tailândia), o que possibilitou um aumento na oferta de vagas. No exercício de 2005, havia uma meta proposta no PPA de construção de mais quatro ETPs, tendo sido essa meta atualizada para duas (2) ETPs. Entretanto a meta não foi alcançada, tendo sido realizada apenas a licitação de mais uma ETP para Belém. A taxa de atendimento na Educação Profissional na rede pública estadual quando da formulação do Programa (base de dados 2003), era de 1,68 4. Embora não tenha havido formulação em termos de valor esperado para 2004 e 2005, houve medição desse indicador, que apontou um aumento em 2004 para 4,25 e em 2005, para 4,75. Este indicador confirma um ligeiro crescimento na ampliação da oferta de vagas da Educação Profissional. Ressalta-se que a meta estimada para 2006 é de 5,42 e a meta desejada para 2007 é de 6,18.5Quanto à eficiência dos recursos empregados, tem-se alguns pontos a destacar: Os indicadores-insumo e indicadores-processo não foram claramente definidos. Não se sabe, por exemplo, qual o número de professores por alunos atuando na educação profissional, nem qual o número de cursos ofertados nas escolas já existentes. No que diz respeito à execução orçamentária, em 2004, o Programa contou com uma dotação inicial de R$ 20,4 milhões que, excluídos os valores contingenciados, foi atualizada para R$ 11,7 milhões, dos quais, apenas R$ 5,2 milhões, foram executados, o que corresponde a uma taxa de execução em torno de 45% da dotação atualizada. Deste montante, R$ 4,7 provenientes de recursos Ordinários e R$ 545 mil provêm de Convênios (PROEP)6. Em 2005, a dotação prevista no PPA era de R$ 12,5 milhões, foi atualizada para R$ 11,8 milhões, dos quais, foram executados R$ 6,5 milhões, correspondendo a uma 4 Relação por dez mil, entre o número de matrículas na Educação Profissional na rede estadual (nível técnico) e a população na faixa-etária de 16 a 39 anos). 5 Fonte: MEC/IBGE/SEDUC – Sistema Censor / GP-Pará. 6 Fonte: GP-PARÁ – Relatório de Execução Orçamentária por Programa, Fonte e Grupo de Despesa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 119 taxa real de execução de 55%7. Deste montante, R$ 5,7 milhões, tem fonte no Tesouro Estadual e R$ 814 mil são recursos de convênio federal (BID). Quanto à Avaliação de Resultado Quanto à eficácia no cumprimento das metas e à efetividade social das ações implementadas pelo Programa, observa-se que com a inauguração de mais quatro Escolas de Trabalho e Produção (ETPs), efetivou-se o cumprimento de 100% da meta estabelecida para aquele ano. Em 2005, havia uma meta estabelecida no PPA de construção de mais 4 escolas, contudo não houve construção de ETP nesse exercício, tendo apenas sido executada a licitação para construção da ETP de Belém. Foram implantados, também em 2004, mais 28 cursos profissionalizantes (9 cursos em Nível Técnico e 19 cursos de formação inicial – Básicos), cumprindo 70% da meta estabelecida inicialmente de 40 cursos. Em 2005, não foram implantados novos cursos, havendo apenas expansão na oferta de vagas. No atendimento de alunos, a meta física acumulada no biênio era atender 1.440 alunos em cursos de formação básica e de qualificação técnica. Foram atendidos 11.134 alunos, correspondendo às taxas de atendimento em 2004 e 2005, de 574% e 962%, respectivamente. Destacando-se que, nesse atendimento, estão incluídos, tanto alunos qualificados em cursos Básicos, quanto alunos de cursos de Nível Técnico, destacando-se desse total, a qualificação de 776 alunos em Nível Técnico e encontrando-se em qualificação, 976 alunos (incluídos nesse atendimento, os alunos do Ensino Musical Médio Profissionalizante)8. O quadro abaixo mostra a evolução da matrícula na Educação Profissional em Nível Técnico, no período 2003 – 2005. Matrícula na Educação Administrativa Profissional - Nível Técnico por Dependência Variação % em relação a 2004 189 16,4 -207 -27,1 Estadual Federal Municipal 446 2.917 1.149 762 703 -2155 Variação % em relação a 2003 157,6 -73,8 95 254 159 167,3 269 15 5,9 Particular 1.336 2.529 1193 89,2 2155 -374 -14,7 -100 -2,0 4317 -377 -8,0 Rede 2003 2004 Diferença 2004-2003 Total Pará 4.794 4.694 Fonte: MEC/INEP – Censo Escolar. 7 8 Ibdem. Fonte: Relatórios da OS-ETPP – 2004 /2005. 2005 1338 555 Diferença 2005-2004 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 120 Esses dados confirmam a evolução na matrícula na rede pública estadual, destacando-se a taxa de variação em 2004, de 157,6% e em 2005, ficando nos 16,4%. Na capacitação de pessoas, em 2004 a meta do Programa estabelecia capacitar 240 pessoas. Foram capacitadas 127, que corresponde a uma taxa de 53% da meta. Em 2005, apenas uma das duas ações que tem este produto (Apoio à Formação do Profissional em Aqüicultura) teve meta estabelecida de capacitar 160 pessoas, dos quais, foram capacitados 120 produtores rurais pelo SENAR. Na ação Funcionamento da Educação Profissional9, em 2004 foram capacitadas 28 pessoas dentre coordenadores de escolas e corpo docente, qualificadas no II Curso de Especialização em Planejamento e Gestão em Educação Profissional, com carga horária de 365 horas, através de Convênio NAEA/UFPA, com recursos do PROEP. Quanto aos demais produtos esperados, quais sejam: Apoio à Implantação da Casa do Mar, cujo produto eram 4 entidades implantadas em 2004; Implantação do Centro Integrado de Aqüicultura, com previsão de implantação de 3 centros em 2004 e a Construção do Hotel-Escola com meta física de pelo menos 40% em 2004 mais 30% em 2005 de realização da construção da unidade, destacam-se apenas que estas ações não apresentam nenhum produto ao final do biênio. Avanços e Perspectivas Futuras Dentre as bases estratégicas que configuram o Plano Plurianual 2004 - 2007, encontram-se a consolidação de parcerias e o fortalecimento das relações entre o Estado e a sociedade, bem como entre as organizações do próprio Estado, atribuindo às instituições locais, o papel de agentes fundamentais na formulação, implementação e acompanhamento das políticas públicas. Contudo, verifica-se, ainda, um baixo grau de articulação e integração inter e intra-governamental, o que resulta, entre outras coisas, numa perda de foco do Programa (quando as atividades componentes das ações são executadas, os órgãos responsáveis os objetivos específicos não são observados, destoando da finalidade precípua do Programa). Além disso, a inexistência de uma gerência para o Programa, bem como para as ações componentes em cada órgão executor, designadas para viabilizar o processo de articulação, integração e agilização na execução das ações, contribuiu fortemente para a visão fragmentada do Programa, por parte dos órgãos executores, que ora se verifica. Este foi um fato que se evidenciou tanto nos relatórios solicitados pela equipe 9 Ressalta-se que esta ação tem como produto, alunos atendidos, não sendo possível identificar o produto “pessoa capacitada” nos relatórios do GP-Pará, o que reforça a necessidade de se desenhar uma ação exclusivamente voltada para a capacitação docente. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 121 de avaliação, quanto nos próprios discursos dos órgãos envolvidos, que demonstraram cada qual a seu turno, uma preocupação tão somente com as ações que lhes são afetas. A falta de ações continuadas e progressivas de capacitação de docentes e técnicos que atuam nos diferentes níveis da Educação Profissional, identificada como uma das causas do problema que gerou a formulação do Programa, não aparece contemplada na formulação das ações. As ações voltadas para o enfrentamento dessa causa são tácitas, e sequer ganham destaque nos relatórios de resultados. Sendo essa uma causa ressaltada como um nó crítico, ela demanda uma ação específica, com objetivos e indicadores muito bem definidos. O modelo utilizado na formulação do Programa – Marco Lógico – precisa ser melhor conhecido, pelo menos por todos aqueles responsáveis pela execução das ações componentes do Programa. Isso contribuiria com uma melhor definição de indicadores na linha base e, conseqüentemente com um diagnóstico mais preciso, o que facilitaria o acompanhamento do Programa através de monitoramento. Quanto ao público-alvo atendido pelo Programa, considerando a proposição governamental de efetivação de uma política pública de Educação Profissional e Tecnológica como estratégia para o desenvolvimento, cuja proposição atual é integrar essa modalidade de ensino à Educação Básica, na perspectiva de incrementação do programa no próximo PPA, que tem que se procurar delimitar esse público-alvo levando em consideração, também a faixa etária que integra os últimos anos do Ensino Fundamental. Cumpre ressaltar, a existência no atual PPA, de ação dessa natureza voltada para essa faixa etária, que é a Implementação do Ensino Musical Fundamental, inserido, porém, no Programa Inclusão Social pela Educação, que poderia ser uma ação que passe a integrar o Programa de Educação para o Trabalho e Produção, fomentado, assim, uma política de pré-qualificação. Em relação à efetividade social das soluções propostas pelo Programa, há que se considerar a necessidade de se estabelecer ações voltadas para o monitoramento das ações empreendidas. Dizer que o Programa possibilitou a qualificação profissional de 776 jovens e adultos em nível de formação técnica é significativo para os objetivos propostos, mas não é suficiente. Tem-se que buscar os mecanismos eficazes de monitoramento deste contingente, em termos de inserção no mercado de trabalho formal. Observando os dados do CAGED, o Estado do Pará apresentou uma taxa de variação do emprego de 3,69% em 2003 e 4,42% em 2005. A tabela abaixo situa o PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 122 Estado do Pará em relação à Região Norte e ao total do território nacional na evolução do emprego de 2003 a 2005. Evolução do Emprego por Nível Geográfico – Todas Atividades Econômicas Nível Geográfico Total Total Admis. 2003 (em 12 meses) Total Variação Saldo Deslig. Empr % 9.809.343 9.163.910 Total Admis. 2005 (em 12 meses) Total Saldo Deslig. Variação Empr % 645.433 2,89 12.179.001 10.925.020 1253.981 5,09 R. Norte 364.830 335.944 28.886 3,72 490.191 441.467 48.724 5,31 Pará 160.830 148.360 12.470 3,69 208.479 190.682 17.797 4,42 Fonte: MTE/Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED - Lei 4923/65. Note-se que a atividade econômica que teve a maior variação na evolução do emprego em 2003, foi o setor da agropecuária, com uma taxa de 16,75%, seguida da atividade extrativa mineral com uma variação de 14,19%, enquanto que o setor que teve a menor variação, foi o setor de construção civil, com uma taxa de 17,72%. No entanto, em 2005, a atividade extrativa mineral em crescimento, apresenta a maior taxa de variação na evolução do emprego, da ordem de 16,54%, seguido do setor de construção civil que apresentou um desempenho significativo, passando de uma taxa de variação negativa em 2003, para uma taxa de 12,59%. Curiosamente o setor da agropecuária que havia apresentado a maior taxa de variação em 2003, sofreu um decréscimo, ficando com uma taxa em torno de 1,04%. Estes são dados que devem ser considerados no processo de incrementação do Programa, não só até o final do PPA 2004 – 2007, mas também para o próximo, o que contribuirá significativamente para uma reformulação no sentido de ampliar os objetivos do mesmo. É preciso, também, que se estabeleça critérios claros e definidos em função de demanda e especificidades locais, ou seja, traçar um perfil dos municípios que estão atendendo através da Educação Profissional, quais cursos são necessários a serem implantados, quantas vagas são necessárias para serem ampliadas. O mesmo cuidado tem que se ter com relação aos recursos financeiros. Tornase uma necessidade premente analisar questões relativas à transferência de recursos para outros programas, assim como o contingenciamento de recursos, à medida que se observa ser essa uma prática que vem ocorrendo freqüentemente, causando sérios obstáculos à efetivação das ações. Isso vem impactando, conseqüentemente, na apuração do índice de eficiência do Programa no GP-Pará. Observando o relatório consolidado, tem-se o valor do indicador de resultado apresentando uma taxa de 53,50%, apontando para uma ineficiência do Programa. Isso se deve ao fato de que, o PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 123 cálculo desse indicador leva em conta a relação entre a taxa de execução física e a taxa de execução financeira. No estabelecimento de metas para implantação de cursos deve ser considerado que a Educação Profissional atende em três níveis: Básico, Técnico e Tecnológico. Enquanto modalidade integrada à Educação Básica, os dados oficiais para formulação de políticas públicas trabalham com o atendimento no nível Técnico, o que aponta para este foco na delimitação das metas. Por fim, o Programa produziu ao longo destes dois anos, apesar dos entraves apontados, resultados significativos que devem ser levados em conta num processo de se buscar torná-lo mais eficiente e eficaz, no sentido de se fortalecer o desenvolvimento de políticas públicas de Estado para a Educação Profissional, sintonizando as políticas de desenvolvimento industrial com as políticas sociais, com foco nas demandas regionais e locais. Isso implica na reformulação de algumas ações componentes do Programa, assim como na ampliação de seus objetivos e no estabelecimento de medidas que articulem as diversas redes existentes no atendimento da Educação Profissional no Estado Pará. A busca de parcerias objetivando compor alianças entre os diversos setores que atuam nessa modalidade de ensino, parece ser um caminho promissor e viável para consecução desse mister. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 124 2.1.2 PROGRAMA: FOMENTO À PRODUÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL E DESPORTIVA Quanto ao Processo de Formulação Para o Programa, entende-se “fomentar” como dispor de mecanismos e recursos a outros, promover o desenvolvimento e por fim ser estratégico. Será que foi possibilitado à sociedade, em particular aos agentes do segmento artístico, cultural e desportivo a apropriação desses recursos; ficando o Estado num escopo mais gerencial e estratégico e menos operacional? Logicamente esta pergunta de caráter conceitual tenderá a uma resposta que trace um cenário ideal, esquecendo a realidade que vive a sociedade paraense. Quando se lê fomento à produção e difusão observa-se o foco em quem produz, este receberá incentivo para melhorar sua produção e/ou para torná-la acessível à população. O espectro de possibilidades é imenso em função do grande mix de produtos oriundos da produção cultural (artes cênicas, plásticas, gráficas e filatelia; cinema e vídeo; fotografia; literatura; música e dança; artesanato, folclore e tradições populares; museus; bibliotecas e arquivos). Essa complexidade da área, que vai da própria segmentação até a difícil tarefa de mensurar resultados intangíveis se coloca como um dos grandes desafios para o Programa, uma vez que é extremamente importante se ter clareza do real impacto das ações executadas. Neste ponto verifica-se que não é possível pensar o Programa em suas delimitações conceituais, de outra forma ele se restringeria a atender prioritariamente o segmento artístico-cultural, mas como se pode observar o público-alvo é a sociedade. Os 430.259 (Quatrocentos e Trinta Mil, Duzentos e Cinqüenta e Nove) usuários atendidos em 2005 pela Biblioteca Pública Arthur Vianna cumprem o papel da difusão da produção artístico-cultural e sua circulação, do acesso aos bens culturais paraenses, retrata um fomento aos profissionais do segmento artístico-cultural, bem como aqueles que serão introduzidos no segmento. Talvez o título pedisse uma reformulação do tipo: Difusão e fomento à produção artística cultural e desportiva. O objetivo, promover o desenvolvimento cultural, artístico e desportivo, com ações voltadas às experiências interativas na arte e no esporte, formando novas platéias e integrando Governo-Sociedade, em sua forma errada de encerrar um objetivo, retratando como ele vai ser atingido, minimiza a distorção do título do Programa que induz a um público-alvo prioritário de pessoas envolvidas na produção e difusão dos produtos artístico, cultural e desportivo. Ele sinaliza para a formação de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 125 novas platéias e integração Governo-Sociedade, ou seja, o público-alvo realmente é a sociedade. Com esta reflexão poder-se-ia dizer que um título apropriado para o Programa seria: Acesso à produção artístico-cultural e desportiva. Observa-se que mesmo no meio governamental, o Programa não é conhecido, tem-se conhecimento dos grandes eventos que o compõe, não dão unicidade ao Programa: Bidu Saião, Festival Internacional de Música, Festival Internacional de Ópera. Realizando levantamento de reportagens sobre estes eventos, verifica-se que a imprensa, em especial a governamental, não cita o nome do Programa, como se pode observar em outros como RAÍZES, PRESENÇA VIVA, etc. Ainda no que concerne ao título verifica-se que o termo desportivo no Programa Fomento à Produção e Difusão Artístico-cultural e Desportiva ficou deslocado, não porque ele deixou a desejar, mas carece de integração. Na época da formulação do PPA 2004-2007 trabalhou-se com a lógica do enxugamento, havia cinco ações da SEEL, que não poderiam sozinhas estruturar um programa e devido à proximidade com o segmento artístico-cultural foram incorporadas, aliada ao fato que elas têm como background o fomento à produção e difusão. Esta agregação de forma forçada da parte esportiva fica mais evidente quando se volta o olhar para os problemas que o Programa tem como fim atacar. É notória a significativa parcela da população com restrita participação nos processos artísticoculturais, patrimoniais e desportivos, por outro lado o segundo problema expresso como falta de valorização de profissionais na área esportiva pede um esforço maior para relacioná-lo ao Programa FPDCD e sua resolução. A apropriação da sociedade, em particular os agentes do segmento esportivo, para serem protagonistas da produção desportiva é rarefeita, os eventos realizados ainda têm forte mão do Estado, da mesma forma como se dá no segmento artístico-cultural, sendo aqui em situação mais desfavorável visto que não há uma lei de incentivo. Há uma carência muito grande de medidas, em função da não elaboração de instrumentos que permitam verificar com mais precisão quais os impactos destes eventos, uma vez através do esporte pode-se trazer um espectro muito grande de resultados. Considerando os eventos esportivos e de lazer, com destaque o Grande Prêmio Caixa Brasil de Atletismo, os II Jogos Tradicionais Indígenas do Pará, II Jogos de Identidade Cultural do Marajó e os I Jogos Abertos do Pará; a Corrida do Círio, VI Campeonato de Surf na Pororoca, Rally Illes du Solei e Rally Transamazônico, Campeonato Brasileiro de Ginástica Olímpica, Apresentação da Seleção Russa e Brasileira de Nado Sincronizado, foram eventos que obtiveram repercussão nacional e PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 126 internacional, dando visibilidade ao Governo e elevando o nome do Estado em nível nacional e internacional como rota de grandes eventos esportivos. Como envolvem participantes de diversas partes do mundo, estes passam a ser fomentadores do turismo esportivo, ora num primeiro momento cumprisse o acesso da população a eventos esportivos, caminha-se mais além tomando a dimensão econômica, mas deve-se questionar como hoje está ocorrendo esta apropriação no sentido de que o Estado deve fomentar e não produzir. Sem dúvida estes eventos sinalizam para quem vive o cotidiano esportivo um novo horizonte, mas cabe fazer a reflexão sobre de que forma se está estruturando um empowerment desejado. Na análise das causas procurou-se identificar as causas determinantes ou principais sobre os problemas, bem como a interação entre estas causas, conforme a metodologia descrita nas Tabelas 1 e 2 respectivamente, verificou-se: a) que o conjunto de causas levantadas interferem mais no primeiro problema que no segundo, ratificando-se a tese de que a falta de valorização dos profissionais na área desportiva é um problema que, se as causas foram bem refletidas, não cabe no Programa FPDCD; b) as causas insuficiência de quantidade de espaços culturais, escassez de espaços esportivos, sinal fraco sem qualidade e insuficiente pesquisa em arte, produção e difusão artístico cultural são causas que sofrem pouca influência das demais, ou seja se as demais fossem sanadas não induziriam a resolução destas, há uma baixa sensibilidade ou a inércia é muito grande; de forma contrária observa-se que o planejamento centralizado tende a acabar a medida que as outras causas vão sendo sanadas, do mesmo modo acontece para alto custo de acesso aos bens culturais. Quanto ao Processo de Implementação O Estado, em especial as unidades executivas do Programa FPDCD tem mostrado grande capacidade de inovação, isso poder-se-ia identificar facilmente no processo de implementação deste Programa. A participação da sociedade nos eventos culturais realizados pelo Estado ou com seu apoio tem atendido, e na maioria das vezes supera as expectativas, entretanto há eventos, principalmente os grandes eventos, Festival Internacional de Música, Festival Internacional de Ópera, etc... Devido à baixa capacidade dos equipamentos culturais, tem resultado em grande demanda reprimida; solução encontrada por essas unidades foi de realizar estes eventos em espaços abertos, verificou-se que em 2005 o aumento de eventos nesses espaços e o aprimoramento do produto, uma vez que algumas peculiaridades dessas produções estão associadas a espaços fechados. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 127 Esta inovação percebe-se também na ação aperfeiçoamento do artista, através do Atelier dos Bairros realizado pelo Instituto de Artes do Pará, que está chegando ao local desse artista, percebendo em que contexto se realiza a produção; Biblioteca instalada no Navio Auxiliar Pará que atente a população ribeirinha que está distante do município sede, e muitas vezes a biblioteca é deficitária; na Feira do Livro que é um evento que culmina em setembro, mas tem uma programação contínua anual e chega nos interiores do Estado como preparatória ao evento, ainda nesta feira foi realizada uma pesquisa de opinião procurando identificar o público do evento. Neste breve relato fica evidente a contribuição para o macro-objetivo setorial melhoria da comunicação Governo Sociedade, ou seja as ações convergem para propósitos do Governo. Apesar disso é necessária a busca de aperfeiçoamento no processo. No relatório de 2004, a questão da integração entre as unidades executivas foi apontada como elemento importantíssimo para melhoria da implementação do Programa, verifica-se ainda que essas interagem, cooperam entre si, nos processos de execução, entretanto carecem de compartilhamento de informações, de modo que os segmentos que elas atuam, em especial os insumos (artistas, atletas, produtores e produção) possam provocar uma sinergia na área artístico, cultural e desportiva. Isso provavelmente só ocorrerá com discussões que permitam a sistematização da cadeia produtiva artísticocultural e desportiva, com a subseqüente estruturação de um sistema de informações que possa ser alimentado por todas as unidades envolvidas; isso permitirá um feedback com a sociedade, uma reestruturação dos planos de governo, uma sinalização para outras dimensões, em especial a econômica, sintonizando localmente as tendências mundiais do segmento, a exemplo a indústria cultural que já está ocorrendo em algumas unidades federativas nacionais. Será que já se pode fazer alguma coisa nessa direção? Esta pergunta e sua resposta deve ser trabalhada, de modo que ao chegar na elaboração do próximo Plano Plurianual, já se tenha um norte. Conforme a Execução Orçamentária por Programa verifica-se que do total das vinte e quatro ações previstas 79,17% tiveram percentual de execução/dotação atualizada maior que 50%; quando verifica-se quem executou mais de 75% da dotação chega-se a um percentual de 75%, correspondendo a 18 ações, quando se infere o quantitativo de ações que superaram 90% de execução chega-se ao 45,83%. Disso pode-se concluir que do previsto mostrou-se uma capacidade de execução. Verifica-se também que o Programa não tem dívidas com terceiros, ou seja, tudo que foi empenhado foi pago. Destaca-se como preocupante a ação Construção da Praça de Esporte e Lazer, no entorno do Estádio Olímpico do Pará, que teve uma brusca PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 128 redução na dotação inicial quando atualizada, mas mesmo assim conseguiu executar apenas 23% da atualizada; a Produção de Edições Culturais teve também uma execução abaixo de 50%. Na implementação observa-se ainda o baixo monitoramento das ações, os indicadores escolhidos na época do PPA não recebem um olhar mais acurado por parte dos técnicos. Ao utilizarem o GP-PARÁ poucos utilizam os campos de observação que poderiam melhor subsidiar este acompanhamento, desta forma desassocia-se a ação do resultado maior. A exemplo têm-se os eventos esportivos que não possuem o registro de público em locais abertos, do mesmo modo nos projetos apoiados pela SEMEAR não são computados o público. Faz-se necessário o pensar de instrumentos de registros que possam melhor subsidIar os processos de avaliação, estes devem ser aplicados durante os eventos e seus resumos alimentados no GP-PARÁ. Dos seis indicadores propostos apenas três tiveram registros: Taxa de Artistas Aperfeiçoados em Relação à Meta Estabelecida que saiu de 19,49 para 20,54 apontando um incremento de 1,05%, mostrando um bom desempenho uma vez que o previsto no PPA está sendo superado gradativamente; Taxa de Formação de Ídolos Esportivos que caiu de 24 para 9,09, queda justificada pelo fato que reduziu o número de atletas apoiados em função do aumento do valor das bolsas de incentivo; Incremento de Edições Culturais que teve o registro de 7,14% mostrando um crescimento nas edições culturais em relação a 2004, como não havia registros do número de edições culturais de 2003 não é possível aprofundar a análise. Quanto aos indicadores Incremento de Eventos Culturais e Desportivos, e Incremento de Público com Acesso aos Eventos Culturais e Desportivos tiveram prejuízo em função de imprecisão quanto às informações da área esportiva. Quanto à Avaliação de Resultado O fomento num formato strictu sensu apontaria para a Lei Semear. A cada ano cresce o volume de recursos que o Estado se predispõe a deixar de arrecadar, estimulando o segmento privado a incorporar em suas práticas o desembolso em ações artístico-culturais, da mesma forma há um crescimento na apresentação de projetos por parte dos produtores artístico-culturais. Apesar dessa clara tendência a delegação à produção artístico e cultural a quem é deve ser de fato, resgatando o meio artístico cultural como agentes do processo, ainda é baixa a sensibilidade do empresariado. Em 2005, do montante de R$ 3,9 milhões estipulado como renúncia fiscal apenas R$ 1,1 milhões, correspondendo a 28% dos 365 projetos inscritos, 120 estavam em PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 129 conformidade com as exigências do edital, desses aprovados apenas 20 conseguiram captar os recursos, ver figura 1. Nesses números percebe-se duas hipóteses: não percepção da lei de incentivo pelo setor privado e a baixa capacidade do produtor, tanto no que concerne à elaboração dos projetos como à captação do recurso. Neste ponto a pergunta deve ser reformulada, visto que houve a delegação à sociedade, em particular aos produtores a possibilidade de serem de fato agentes do processo; assim caberia saber em que medida houve esta delegação, como se está progredindo com esta delegação e o comportamento do setor privado. De fato, o Governo do Estado está percebendo o fenômeno que está ocorrendo e tem o controle do processo? Projetos Lei Semear 2005 400 367 350 300 250 200 120 150 100 20 50 0 Inscritos Aprovados Captados Figura 1- Estatística dos Projetos Lei Semear em 2005. Outras formas de fomento se deram além do strictu sensu, um total de 4.540 (Quatro Mil, Quinhentos e Quarenta) artistas paraenses recebeu o apoio da Fundação Cultural Tancredo Neves no ano de 2005, a fim de mostrar ao público o valor de seu trabalho. A FCPTN concedeu passagens aéreas e rodoviárias, viabilizou o pagamento de cachês artísticos e contribuições financeiras para apresentações fora do Estado e outras programações, apoiadas por essa instituição no valor de R$ 177 Mil. O total de artistas beneficiados é um número razoável, considerando uma média de público de 100 pessoas por evento, ter-se-ia um total de 454.000 pessoas, são especulações uma vez que não se tem este dado; entretanto verifica-se que o custo médio de R$ 39,11 por artista é aparentemente baixo. Não se tem uma referência nacional, nem internacional, quanto se deve desembolsar por artista, assim qualquer juízo que se faça é danoso. Por outro lado, supondo-se que a média de público fosse na pior das PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 130 hipóteses 10 pessoas, se teria um custo para o Estado de R$ 0,39 por pessoa, ao se multiplicar pelos 6,2 milhões de habitantes totalizar-se-ia R$ 2,4 milhões. Ora não se pode chegar a esse reducionismo, entretanto é importante o balizamento. Quando se faz esta reflexão sinaliza-se para a refutação ou revisão da assertiva de que o alto custo de acesso aos bens culturais é uma das causas do problema que o Programa fomento quer atacar. E sob este aspecto está se falando de difusão. Nesse pensamento da delegação considerou-se uma atividade de fomento que vem se consolidando como um caso de sucesso: o Festival Internacional de Dança realizado pelo Centro de Dança Ana Unger. Este evento está na sua sexta versão e conta com o apoio do Governo do Estado através da Lei Semear e cessão de espaços públicos (Teatro da Paz, Estação Gasômetro, São José Liberto, Estação das Docas, ...). Este evento com a cessão dos espaços tem um gasto de R$ 250 mil, sendo que 50% deste montante é proveniente da SEMEAR, sem a cessão dos espaços ficariam em torno de R$ 350 mil, envolve 800 convidados responsáveis pela produção, sendo 50 de fora do Estado, atinge um público de 20.000 pessoas nos espaços fechados e aproximadamente 30.000 nos espaços abertos (shopping center , praças, etc...). Além das apresentações são realizadas atividades de atualização através de oficinas, que registram 400 (quatrocentos) participantes envolvendo alunos da capital e do interior. Segundo o produtor do evento, não há dificuldade na captação do recurso, o evento tem alta credibilidade frente ao empresariado, que vê como líquido e certo o retorno de associar seu nome ao evento. Considerando que indiretamente o Governo contribui com R$ 225 mil, R$ 125 mil correspondendo a SEMEAR e R$ 100 mil relacionado aos espaços físicos, assim o custo por pessoas computado pelo Estado, é de R$ 4,5 para o público de 50.000 e de R$ 11,25 para o público de 20.000. Considerando o custo total do evento ter-se-ia um custo de R$ 7,00 (Sete reais) por pessoa. Determinar a faixa de custo para o acesso da população aos bens culturais é importante a tomada de decisão, para isso deve-se lançar mão de técnicas de rateio, com base em informações precisas, de forma que não conduza a grandes distorções, grosseiramente chegar-se-ia a R$ 156,25 (Cento e cinqüenta e seis reais e vinte e cinco centavos) por artista considerando o recurso da Lei SEMEAR e R$ 5,00 (Cinco reais) por pessoa considerando só a cessão dos espaços físicos. Uma outra dimensão do fomento é quando o Estado realiza um grande evento e oportuniza ao profissional do segmento artístico cultural a apresentação de seu trabalho. A realização de eventos musicais desenvolvido pela Fundação Carlos Gomes PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 131 é um exemplo disso, que realizou o desembolsou de R$ 1,5 milhão, atendeu um público de aproximadamente R$ 144.070 (cento e quarenta e quatro mil e setenta) pessoas, resultando em R$ 10,43 (dez reais e quarenta e três centavos) por pessoa. Considerando que desse público, 62.700 pessoas assistiram a eventos que não contaram com parceria de outros órgãos, assim esse custo é maior. Desse montante teve destino para o XVIII Festival Internacional de Música o valor de R$ 1,4 milhão, com um público estimado de 24.550 (vinte e quatro mil quinhentos e cinqüenta) pessoas, envolvendo 663 (seiscentos e sessenta e três artistas), emitiu 707 pagamentos10 de cachê, resultando num custo de R$ 57,03 (cinqüenta e sete reais e três centavos) por pessoa. Este valor se apresenta como demasiadamente alto em relação a outros eventos, entretanto deve-se considerar que além do público presente fisicamente houve transmissão do evento para a rede de rádio e televisão da Funtelpa que atinge todo o Estado do Pará, aliada a isso o Sistema de televisão a cabo ORM fez uso, gratuitamente, da transmissão aos seus clientes; com isso esse valor reduziu significativamente, apenas não se podendo afirmar o público aproximado do evento. Esta análise pode ser vista como um ponto de partida, uma vez que há vários níveis de eventos, além de que as produções citadas são de naturezas distintas, assim esta comparabilidade pede um maior aprofundamento dos dados; mas sinaliza para necessidade de melhor monitoramento, criando-se instrumentos que não se resumam apenas a registrar desembolso e público. Dos casos citados pode-se concluir que toda vez que o Estado assume totalmente a realização de eventos, o custo por pessoa é maior que R$ 10,00. Assim é evidente a importância da parceria, não apenas dar o apoio, faz-se necessário que o Estado provoque a organização da sociedade a fim de que os eventos demandados tenham a perspectiva de consolidação; dessa forma se poderá estar fomentando agora, mas tendo a certeza que a curto ou médio prazo aquele evento caminhará para a profissionalização. A Lei Semear provoca uma concorrência entre pequenos e grandes, a priorização de um deles gera desigualdade, para tanto é importante repensar o Fundo Especial de Promoção das Atividades Culturais (FEPAC). Assim todo é qualquer projeto que mostrasse capacidade de consolidação e sustentabilidade, poderia se habilitar ao FEPAC, cabendo ao Estado uma rigorosa auditoria, de modo a garantir uma renovação automática por um determinado período, se esse mantivesse os padrões previamente estabelecidos; cabendo a SEMEAR apoiar projetos embrionários, que nos anos seguintes poderiam se habilitar ao FEPAC. Assim sempre 10 Há casos em que o artista que se apresentou em mais de uma orquestra PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 132 se estaria dando oportunidade para novos projetos, como também negociando e oferecendo suporte aos produtores de grandes projetos. Os resultados do Programa FPDCD são inúmeros que seguem dos mais de 157.270 visitantes que participaram de exposições de longa duração ofertadas pelo Sistema Integrado de Museus – SECULT; as 52.496 pessoas que assistiram apresentações artísticas no Píer da Casa das Onze Janelas e recitais na Igreja Santo Alexandre; público de 28.183 pessoas que assistiram exposições de artistas visuais locais e nacionais nas Salas Augusto Fidanza, Antonio Parreiras, Laboratório das Artes da Casa das Onze Janelas, 430.259 atendimentos na Biblioteca Pública Arthur Vianna com atividade em 103 municípios, etc... Quanto aos Avanços e Perspectivas Diante da complexidade da área cultural e desportiva, com suas inúmeras peculiaridades associadas à inexistência de regulamentações que digam com mais precisão até onde é o papel do Estado, realizar a avaliação do Programa Fomento à Produção e Difusão Cultural exige um esforço homérico. Diante disso, considera-se este documento como um pequeno complemento do que foi realizado em 2004, lá foi buscado o marco teórico, ligações com as macro-políticas estaduais, perspectivas nacionais e internacionais para o setor. Chegou-se a conclusão que o relatório de 2004 caminhou para o que devia ser um programa na área cultural, suas fronteiras, lacunas, neste o foco foi mais central tentando refletir as várias dimensões do fomento, com isso conduziu a reflexão de quem produz e quanto custa produzir. Foram alguns exercícios que sinalizaram para um pensar de que forma o Estado pode estar fomentando a produção e difusão cultural e desportiva, o Estado tem caminhado de forma progressiva na oferta artístico-cultural e desportivas a todos os pontos do seu território, tem encontrado soluções criativas e econômicas para realizar os incrementos mantendo sempre uma excelente qualidade nos serviços. Entretanto precisa-se caminhar muito, uma vez que a concentração de atividades do segmento em questão ainda é fortemente na capital. Para tanto não se deve perder de vista as perspectivas futuras levantadas no relatório de 2004, em especial no que se refere ao registro de informações, na realização dos censos culturais, implementação dos Centros Populares de Cultura, no desenvolvimento do Sistema de Informações Culturais, ações que não estão contempladas no Programa FPDCD. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 133 Considerando esta ausência de regulação no segmento artístico-cultural verificase que o Estado consegue vislumbrar grandes horizontes, o espectro de atividades desenvolvidas pelas unidades executoras é imenso, há uma enorme mobilização daqueles que fazem a arte, cultura e desporto. Há uma dificuldade de se ver a curto prazo o efeito, isso é natural num programa de fomento, os resultados não são imediatos, deve-se passar por todas as etapas do ciclo de vida de um projeto, do embrião até a sua maturação. Fazendo um contraponto com a Educação, que tem suas rubricas asseguradas, registrou crescimento no Ensino Fundamental em função do FUNDEF, isso começou em 1996. Esta injeção de recursos teve seu impacto percebido recentemente, com mais clareza, através da proliferação das Escolas Particulares de Ensino Superior no Estado do Pará. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 134 ANEXO I Para identificar a influência das causas sobre os problemas, ou quais as causas determinantes, ou aquelas que mais afetam os problemas, adotou-se a seguinte metodologia: Para cada causa questionou-se o grau de causalidade com o problema, atribuiu-se os valores 0, 1, 2, 3 para nenhuma causalidade, baixa causalidade, média causalidade e alta causalidade, respectivamente. Aplicou-se uma entrevista a alguns técnicos da área, obteve-se a média e totalização, como resultado tem-se o quadro a seguir: MATRIZ DE INFLUÊNCIA DAS CAUSAS SOBRE OS PROBLEMAS Planejamen Insuficiência Alto custo de Insuficiência Escassez de Ausência de Sinal fraco to de acesso aos de espaços programação e sem centralizado investimento bens culturais quantidade poliesportivos das TV´s de qualidade na capital no setor de espaços Canal Aberto culturais que apresente uma programação regional Significativa parcela da população com restrita participação nos processos artísticoculturais, patrimoniais e desportivos. Falta de Valorização de profissionais na área desportiva Insuficiente Insuficiência de Peso das causas pesquisa em arte, atividades de produção e aperfeiçoamento sobre os difusão artístico- artístico e cultural problemas cultural. 2 3 1 2 2 2 1 2 2 17 1 3 0 0 2 0 0 0 0 6 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 135 ANEXO II Entendeu-se que o conjunto de causas elencadas define um contorno de um sistema de causas, isto significa que elas não agem isoladamente, ou seja têm influências sobre as demais como são influenciadas, ou sensíveis às demais. Tentar determinar esse comportamento permite por exemplo, encontrar aquelas causas que têm baixa sensibilidade às demais e naturalmente não deveriam fazer parte do sistema ou estarem associadas ao Programa, ou são causas que não podem ser atacadas no prazo estabelecido estando fora do escopo do Programa, ou mesmo causas que associadas ao problema devem ser atacadas separadamente. Para se chegar a análise desta natureza adotou-se a construção de uma matriz cruzada de influências, com os mesmos critérios registrados anteriormente (0, 1, 2, 3 para nenhuma influência, baixa influência, média influência e alta influência, respectivamente), para cada par de causas verificou-se a influência de uma sobre a outra, a totalização por linha aponta a influência da causa sobre o sistema, enquanto a totalização por coluna aponta para o grau de sensibilidade ou dependência que uma causa tem a partir do sistema. Foram consultados alguns técnicos da área, obteve-se a partir de totalizações e médias o quadro a seguir. Analisando os resultados desta matriz cruzada observa-se que, dentro da faixa (0 a 24), as causas insuficiência de quantidade de espaços culturais (4), escassez de espaços esportivos (4), sinal fraco sem qualidade (4) e insuficiente pesquisa em arte, produção e difusão artístico-cultural (5) são causas que sofrem pouca influência das demais, ou seja se as demais fossem sanadas não induziriam a resolução destas, há uma baixa sensibilidade ou a inércia é muito grande; de forma contrária observa-se que o planejamento centralizado (13) tende a acabar a medida que as outras causas vão sendo sanadas, do mesmo modo acontece para alto custo de acesso aos bens culturais (12). Destacam-se também que Insuficiência de investimento no setor (15) e Alto custo de acesso aos bens culturais (17) são determinantes se atacadas e têm forte influência sobre as demais causas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 136 MATRIZ CRUZADA DE INFLUÊNCIA DO SISTEMA SOBRE A CAUSA E DA CAUSA SOBRE O SISTEMA Ausência de programação Insuficiente das TV´s de pesquisa em Alto custo Canal Aberto arte, Insuficiência que apresente produção e Insuficiência de acesso de quantidade Escassez de uma Sinal fraco difusão Planejamento de artísticoprogramação e sem espaços centralizado na investimento aos bens de espaços culturais culturais poliesportivos regional qualidade cultural capital no setor Insuficiência de Grau de atividades de influência aperfeiçoament sobre as o artístico e demais cultural causas Planejamento centralizado na capital 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Insuficiência de investimento no setor 3 0 0 2 2 2 2 2 2 15 Alto custo de acesso aos bens culturais Insuficiência de quantidade de espaços culturais 3 2 0 2 2 2 2 2 2 17 3 2 3 0 0 1 0 1 1 11 Escassez de espaços poliesportivos 3 2 3 0 0 1 0 0 0 9 Ausência de programação das TV´s de Canal Aberto que apresente uma programação regional 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Sinal fraco e sem qualidade 0 0 1 0 0 2 0 0 0 3 Insuficiente pesquisa em arte, produção e difusão artístico-cultural 1 2 2 0 0 2 0 0 0 7 0 0 2 0 0 0 0 0 3 5 13 8 12 4 4 10 4 5 8 Insuficiência de atividades de aperfeiçoamento artístico e cultural Grau de influência, sensibilidade ou dependência em relação as demais causas PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 137 DATA 1. Oficina "O Intérprete Criador". Belém. 36 participantes 31/01/2005 2. Oficina "Tudo é Música" : a Relação da música com outras linguagens artísticas.Belém.26 participantes 28/02/2005 3. Oficina "Ateliê do Ator" : Treinamento Físico-Vocal e Improvisação. Belém.31 participantes 28/02/2005 4. Oficina "Bordados do Boi" : Projeto A Arte Está Onde o Povo Está. Belém. 20 participantes 28/02/2005 5. Projeto Atelier Livre - Maria José Batista . Belém. 1 participante 28/02/2005 6. Oficina "Leitura e Percepção Rítmica" : Projeto A Arte Está Onde o Povo Está. 21 participantes 31/03/2005 7. Oficina "Computação Musical" : Projeto Criando Arte Marabá. 23 participantes 31/03/2005 8. Oficina "Contato, Improvisação e Dança Inclusiva" . Belém.30 participantes 31/03/2005 9. Seminário "Produção Gráfica" : Da Criação ao Acabamento. Belém.40 participantes 31/03/2005 10. Oficina "Bordados do Pássaro" : Projeto A Arte Está Onde o Povo Está.Belém. 25 participantes 31/03/2005 11. Projeto Noites de Ópera : "Lucia Di Lammermoor", de Gaetano Donizetti. Belém. 15 participantes 31/03/2005 12. Projeto Atelier Livre - Maria José Batista. Belém. 01 participante 31/03/2005 13. Oficina "O Corpo Que Dança, Conta História". Belém. 26 participantes 29/04/2005 14. Oficina "A Música no Teatro". Belém. 27 participantes 29/04/2005 15. Oficina "O Canto dos Pássaros" : Projeto A Arte Está Onde o Povo Está. Belém. 22 participantes 29/04/2005 16. Projeto Noites de Ópera : "Viúva Alegre", de Franz Léhar. Belém. 50 participantes 29/04/2005 17. Oficina "Preparação Vocal Para Cantores" : Projeto Criando Arte. 29/04/2005 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Bragança. 27 participantes 138 DATA 18. Oficina "Interpretação Teatral" : Projeto Criando Arte. Bragança.30 participantes 29/04/2005 19. Oficina "Composição Arte.Bragança.25 Participantes Criando 29/04/2005 20. Oficina "História da Arte e Técnicas de Pintura" : Projeto Criando Arte. Bragança. 18 participantes 29/04/2005 21. Oficina "O Bordado do Boi" : Projeto Criando Arte. Bragança. 10 participantes 29/04/2005 22. Oficina "Tocando Rabeca" : Projeto Criando Arte. Bragança.15 participantes 29/04/2005 23. Projeto Construção de Atitude Contemporânea. Marabá. 12 participantes 29/04/2005 24. Projeto "In Foco". Belém. 100 participantes 29/04/2005 25. Projeto "Do Comentário". Belém. 20 participantes 29/04/2005 26. Mostra "Processos Criativos". Belém.200 participantes 29/04/2005 27. Laboratório Intermunicipal de Artistas : Expressão de Identidade. Belém.25 participantes 29/04/2005 28. Rumos Itaú Cultural - Artes Visuais 2005 : Debate "Transitoriedade Subterrânea". Belém.100 participantes 29/04/2005 29. Oficina "Documentário - Uma Narrativa da Realidade?" : Sessão de Vídeo.Belém. 31 participantes. 31/05/2005 30. Curto Circuito de Idéias - "Literatura e Psicanálise". Belém. 100 participantes. 31/05/2005 31. Projeto "Do Comentário". Belém.25 participantes. 31/05/2005 32. "Projeto Do Comentário". Belém. 25 participantes. 31/05/2005 33. Oficina "Pintura Mural" : A Arte Está Onde o Povo Está. Belém. 18 participantes. 31/05/2005 34. "Oficina de Criação e Manipulação de Bonecos Marote". Belém. 26 participantes. 31/05/2005 Coreográfica" : Projeto PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 139 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 35. "Oficina de Percussão e Encontro de Percussão". Belém. 25 participantes. DATA 31/05/2005 36. "Oficina de Mímica Corporal Dramática". Belém. 27 participantes. 31/05/2005 37. "Oficina de Dança/Parceria SESC "Palco Giratório". Belém. 15 participantes 31/05/2005 38. Oficina "A Música no Teatro". Belém. 21 participantes 31/05/2005 39. Noite de Ópera - "Otello" de Giuseppe Verdi. Belém. 30 participantes 31/05/2005 40. Oficina de Música "Ritmos do Folclore Amazônico". Marabá. 11 participantes 31/05/2005 41. Oficina "O Bordado do Boi". Belém. 17 participantes 31/05/2005 42. "Oficina de Choro - Violão de Seis e Sete Cordas". Belém. 18 participantes 30/06/2005 43. Ofic. De Voz-A Escuta,a Palavra,a Voz'Auto-Percp.e Exp.Vocal. Belém. 16 participantes 30/06/2005 44. Oficina "O Prazer da Voz Saudável". Belém. 40 participantes 30/06/2005 45. Ofic."Um Sopro de Idéias- Experim. em Compos. Coreográfica". Belém. 16 participantes 30/06/2005 46. Noite de Ópera-"Cavalleria Rusticana"de Pietro Mascagni. Belém. 30 participantes 30/06/2005 47. "Workshop de Audioficções". Belém. 30 participantes 30/06/2005 48. "Seminário de Audioficções"-O Conto na Lit.Bras.Contemporânea. Belém. 80 participantes 30/06/2005 49. "Bate-Papo-Audioficção". Belém. 30 participantes 30/06/2005 50. "Sessão de Audioficção e Cinema". Belém. 80 participantes 30/06/2005 51. "Lançamento-Revista Estudos Avançados 53-Dossiê Amaz.Br.". Belém. 60 participantes. 30/06/2005 52. A Arte Está Onde o Povo Está-"Oficina de Grafite". Belém. 20 participantes. 30/06/2005 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 140 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 53. "Projeto Do Comentário". Belém. 25 participantes. DATA 30/06/2005 54. "Projeto Cinema Brasileiro Contemporâneo". Belém. 30 participantes. 30/06/2005 55. Projeto Criando Arte - Oficina de Pintura "Formação do Olhar". São Miguel do Guamá. 20 participantes. 29/07/2005 56. Projeto Criando Arte- Of."Hist. e Coreog.de Danças Folclóricas". São Miguel do Guamá. 25 participantes. 29/07/2005 57. Projeto Criando Arte-Oficina "Preparação Vocal Para Cantores". São Miguel do Guamá. 30 participantes. 29/07/2005 58. Projeto Atelier Livre- Artista convidado Mauro Tavares. Belém. 1 participante. 29/07/2005 59. Ofic.de Comput. Musical, Téc.de Edit.de Partituras e Seqüenc. Belém. 11 participantes. 29/07/2005 60. Projeto Palco Giratório-Oficina Interpretação Para Atores. Belém. 34 participantes 29/07/2005 61. Palestra "Semiótica e a Imagem". Belém. 150 participantes. 29/07/2005 62. Ofic. de Teatro de Bonecos Confec. e Manipulação de Fantoches. Belém. 60 participantes. 29/07/2005 63. Oficina Desenho em Grafite. Belém. 30 participantes. 29/07/2005 64. Workshop "Poesia Sonora". Belém. 12 participantes. 31/08/2005 65. Projeto Do Comentário. Belém. 20 participantes. 31/08/2005 66. Intercâmbio Brasil-Alemanha. Belém. 2 participantes. 29/08/2005 67. Curso "Linguagem Digital". Belém. 20 participantes. 31/08/2005 68. Oficina "A Música no Teatro". Belém. 13 participantes. 31/08/2005 69. Oficina "As Poéticas". Belém. 13 participantes. 31/08/2005 70. Oficina de Teatro Gestual "Corpo e Máscara". Belém. 20 participantes. 31/08/2005 71. Oficina de "Clown". Belém. 24 participantes. 31/08/2005 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 141 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 72. Oficina "Cavalo Marinho". Belém. 19 participantes. DATA 31/08/2005 73. Oficina de Dança "O Espaço e o Tempo do Corpo". Belém. 18 participantes. 31/08/2005 74. Noite de Ópera - "Falstaff", de Giuseppe Verdi. Belém. 20 participantes. 31/08/2005 75. "Oficina de Teatro de Rua Com Técnicas Circense". Belém. 14 participantes. 31/08/2005 76. "Oficina de Desenho Figura Humana e Perspectiva". Belém. 25 participantes. 31/08/2005 77. "Oficina Tecendo Histórias". Belém. 18 participantes. 30/09/2005 78. Projeto "Do Comentário". Belém. 20 participantes. 30/09/2005 79. Intercâmbio Brasil-Alemanha. Belém. 2 participantes. 30/09/2005 80. Projeto Fotografia Digital – Palestra. Belém. 70 participantes. 30/09/2005 81. Curso de Fotografia Digital. Belém. 20 participantes. 30/09/2005 82. Anima Mundi - Workshop "Decupagem e Storyboard". Belém. 27 participantes. 30/09/2005 83. Projeto Intervenções Urbanas – Palestra. Belém. 30 participantes. 30/09/2005 84. Projeto Autografias. Belém. 20 participantes. 30/09/2005 85. Oficina de Teatro de Rua Com Técnicas Circense. Belém. 14 participantes. 30/09/2005 86. Oficina "As Poéticas" - Continuação do 1º Módulo. Belém. 8 participantes. 30/09/2005 87. Oficina de Afro-Jazz. Belém. 15 participantes. 30/09/2005 88. Oficina de Arranjo. Belém. 16 participantes. 30/09/2005 89. Noite de Ópera - "Porgy and Bess",de George Gershwin. Belém. 20 participantes. 30/09/2005 90. Oficina "Arranjo Para Bandas". Vigia. 10 participantes. 30/09/2005 91. Oficina " A História da Música do Pará". Vigia. 12 participantes. 30/09/2005 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 142 2.1.3 PROGRAMA: INCLUSÃO SOCIAL PELA EDUCAÇÃO Quanto ao Processo de Formulação O Programa Inclusão Social pela Educação foi formulado com o objetivo de congregar diversas ações que permitam o acesso à educação não formal e ao conhecimento para todos, por meio de processos de múltiplas expressões. Neste contexto, a educação não formal, é entendida como situações de aprendizagem organizadas e sistemáticas, que possibilitem a formação da bagagem cognitiva complementar à atividade escolar como: esporte, lazer, atividades culturais, etc... O processo de formulação do Programa teve como situação inicial a enfrentar, o fato de que uma significativa parcela da população entre crianças e adolescentes, jovens e adultos, possuía um restrito acesso aos processos de educação não formal, e considerando que a melhoria na qualidade de vida da população não se restringe apenas a suprir a carência dos serviços essenciais para a satisfação das necessidades básicas, buscou-se também, formular um programa de governo que pudesse promover a inserção gradativa de parte dessa população a todas as formas de educação, especialmente, a não formal. O alto custo de acesso aos bens culturais, esportivos e de lazer, a centralização maior na capital do Estado, da promoção de ações de educação não formal, foram causas listadas na caracterização da situação problematizada. A concepção do Programa vem ao encontro das estratégias e diretrizes deste Governo; de promover a redução das desigualdades sociais e regionais e de fortalecer os valores éticos e as instituições agregadoras, envolvendo todos os segmentos da sociedade, na criação de mecanismos que propiciem a melhoria das relações entre os homens e deste, com o ambiente social ou natural. No âmbito da base estratégica setorial, o Programa busca contribuir para universalisar o acesso à cultura e ao esporte e de promover a produção e a difusão de bens e serviços culturais e desportivos. Do conjunto de ações que compõem o Programa, em número de 11 (onze), são executadas pela Fundação Curro Velho; pela Secretaria Executiva de Esporte e Lazer (SEEL) e pela Fundação Carlos Gomes (FCG): • Criação de Escolas de Música para a Formação de Instrumentistas, no interior; • Formação de Agentes Multiplicadores de Arte e Ofício; • Formação de Pessoal em Tecnologia Cênica; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 143 • Implementação de Ações Sócio - Esportiva - Esporte Solidário; • Implementação de Espaço de Arte e Ofício; • Implementação de Estágio e Cursos Livres em Arte e Ofício voltado à Profissionalização; • Implementação do Ensino Musical Fundamental; • Implementação do Projeto Navegar; • Integração Escola Comunidade; • Realização de Cursos e Oficinas de Arte e Ofício; • Realização de Eventos Desportivos. Vale ressaltar que das onze ações que compõem o Programa, duas delas (Implementação das Ações Sócio-Esportiva-Esporte Solidário e Implementação do Projeto Navegar) fazem parte da Agenda Mínima do Governo. O público-alvo do Programa foi especificado abrangendo crianças e adolescentes e jovens e adultos, que representam os segmentos da sociedade potencialmente beneficiários do Programa. O orçamento inicial previsto para o Programa, no PPA 2004-2007, foi de R$ 28,3 milhões, financiados com recursos em sua maioria do Tesouro Estadual, Recursos Próprios Diretamente Arrecadados pela Administração Indireta e Recursos do Fundo Estadual de Esporte e Lazer. Analisando o Programa, observa-se que pode ter havido um erro de formulação, pois se tivesse sido obedecida à metodologia de processamento de problemas, do planejamento estratégico, um Programa jamais poderia ter sido concebido apenas para agrupar ações, e sim, deveria ser fruto de uma situação problematizada, processada, levando-se em consideração as causas, efeitos, regras e suas propostas de soluções de forma priorizada. Por outro lado, se não houve erro de formulação, o objetivo proposto para o Programa “congregar diversas ações que permitam o acesso à educação não formal e ao conhecimento para todos, por meio de processos de múltiplas expressões” parecenos muito simplório, carecendo de uma visão maior da ação de governo e de prospecção de futuro. Cabendo perguntar: Onde se quer chegar? É só no agrupamento de ações? Caso seja apenas esse o objetivo, pode-se afirmar que as ações do Programa foram concebidas de forma suficiente e pertinente. Embora, considera-se pertinente a afirmação de incorreção na formulação do Programa. Constata-se que o público-alvo definido para o Programa (crianças e adolescentes, jovens e adultos) não é o mesmo definido na ação de Implementação de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 144 Ações Sócio-Esportivas – Esporte Solidário, que em 2005, passou a se chamar Implementação de Ações do Projeto Esporte e Lazer a crianças e adolescentes, vulneráveis e em situação de risco social, bem como proporcionar ao idoso a prática de esporte, lazer e atividades lúdicas, visando à integração social e melhoria da qualidade de vida. Este é outro ponto analisado que reforça a assertiva anterior de que o Programa realmente é apenas um congregador de ações de educação não formal. A questão do dimensionamento do público-alvo é referência para a adequada definição das metas do Programa. Não foi possível determinar quantificação dos beneficiários potenciais de suas ações. Deste modo, as metas para o Programa e suas Ações, foram fixadas baseadas na capacidade que as instituições executoras tem a oferecer. Os indicadores formulados para medir os resultados do Programa foram: • Taxa de Atendimento Municipal – Relação percentual entre o número de municípios atendidos pela Fundação Curro Velho, Fundação Carlos Gomes e o total de municípios do Estado; • Incremento de atendimento em atividades de Educação não formal pelo Programa - Variação percentual entre o número de pessoas atendidas em atividades de educação não formal pelo Programa no ano atual em relação ao ano anterior. Analisando a formulação desses indicadores para acompanhamento do Programa tem-se a considerar que: a Taxa de Atendimento Municipal, não mensura exatamente ao que se propõe o objetivo do mesmo, em atingir um universo do egresso da educação não formal, o mesmo se restringe tão somente em mostrar o desempenho ainda muito tímido do atendimento de apenas dois dos Órgãos que o Programa abrange, deixando de fora a ponderação do atendimento da Secretaria de Esporte e Lazer. No que se refere ao Incremento de Atendimento em Atividades de Educação não formal, ainda é um indicador que precisa ser mais bem trabalhado pelas Secretarias que executam o Programa, pois os mesmos só não conseguem mostrar o seu melhor potencial, face à omissão dos dados complementares para enriquecer o resultado da avaliação. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 145 Quanto ao Processo de Implementação O orçamento disponibilizado para o Programa, em 2005, foi o seguinte: Em R$ ESPECIFICAÇÃO TOTAL Recursos do Tesouro 2.804.454,30 Recursos Próprios Diretamente Arrecadados pela 2.072.508,43 Administração Indireta Recursos do Fundo Estadual 378.594,74 de Esporte e Lazer. TOTAL 5.255.557,47 PESSOAL E ENC.SOCIAIS 1.507.374,31 OUT. DESP. CORRENTES 1.184.079,99 1.887.511,00 INVESTIMENTOS 113.000,00 184.997,43 378.594,74 1.507.374,31 3.450.185,73 297.997,43 Analisando a execução física e financeira do Programa, que apresentou Grau de Valoração BOM no Sistema GP-Pará, pode-se dizer que um dos fatores que contribuíram favoravelmente para o resultado obtido, foi que o gasto financeiro executado foi menor do que o previsto no orçamento inicial, atingido a meta estabelecida, com exceção da Ação de Implementação de Ações do Projeto Esporte e Lazer Para Todos que fugiu consideravelmente à meta proposta, por erro na mensuração de sua meta que está superestimada, comprometendo, sobremaneira, à avaliação da referida Ação. Em 2005, houve alteração na Ação de Realização de Eventos Desportivos agregando-se à Ação de Implementação de Ações de Esporte e Lazer para Todos, inserindo toda a população excluída do atendimento desportivo nesta Ação da Secretaria de Esporte e Lazer. O Programa Inclusão Social pela Educação não possui gerenciamento, e geralmente as Ações são executadas isoladamente, porém, pode-se afirmar que os Órgãos executores desenvolvem com bastante responsabilidade as atividades, apresentam sugestões, informam o dinamismo das mesmas, propõem mudanças em suas metas e alimentam no Sistema GP-Pará as informações complementares. Segundo a avaliação dos Órgãos Executores, o acompanhamento do Programa pela Secretaria Especial de Promoção Social é restrito. O monitoramento é de inteira responsabilidade dos Executores. Uma das maiores dificuldades encontradas pelos executores das Ações da Fundação Curro Velho é, sobremaneira, em função da grande demanda reprimida da Capital, pois apesar de atender um potencial de 1.500 pessoas em todos os turnos por duas horas, não existe infra-estrutura suficiente além de recursos financeiros para tal. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 146 Quanto à Avaliação de Resultado Com o objetivo de oferecer atividades esportivas e de lazer a crianças e adolescentes, vulneráveis em situação de risco social, bem como proporcionar ao idoso, a prática de esporte, lazer e atividades lúdicas visando à integração social e melhoria da qualidade de vida, o Projeto Esporte e Lazer Para Todos se propôs em atender 11.960 pessoas, no entanto atendeu somente 2.300 pessoas, com uma superestimativa de meta e mau planejamento de Ação. Segundo a SEEL, existem alguns obstáculos que contribuem para o resultado apresentado. O primeiro, diz respeito ao espaço adaptado para sua realização, o segundo, refere-se ao atendimento dos cadeirantes que não está sendo executado pela má condição da quadra de esportes no Centro Integrado de Serviços para Necessidades Especiais (CISNE), o terceiro, consiste na falta de transportes urbanos com condições de transportar portadores de necessidades especiais, dificultando muito mais a freqüência dos alunos, além da falta de alimentação aos alunos portadores de necessidades especiais, para que esses possam permanecer no CISNE por mais de um turno. Há também a falta de material esportivo para as atividades paraolímpicas de arco e flecha, tiro olímpico, esgrima, basquete e tênis. O Projeto Segundo Tempo (Projeto Esportivo Indígena) que tem como objetivo criar e desenvolver núcleos de esporte e lazer nas aldeias, visando a garantir o desenvolvimento das atividades esportivas e culturais às crianças, jovens e adultos, resgatando valores culturais e a auto-estima dos povos indígenas, atendeu no ano de 2005, cerca de 400 pessoas entre crianças, jovens e adultos, e possui dois núcleos sendo 1 (um) na Aldeia Assurini do Trocará, que atende 200 pessoas desenvolvendo principalmente língua/família, lingüística tupi guarani; e outro atendendo 200 pessoas na Aldeia Suruí Sororó, com língua/família, lingüística tupi guarani. As modalidades desenvolvidas neste projeto são: atletismo, futebol de campo, arco e flecha, cabo de guerra, dança, música e confecção de artesanato. Há também as atividades complementares de educação para a saúde e reforço alimentar. Na Ação de Implementação de Arte e Ofício, executada pela Fundação Curro Velho, foram implementados três espaços no sentido de assegurar a infra-estrutura de recursos humanos, materiais e financeiros para a adequada realização de cursos e oficinas. Garantir às crianças e adolescentes, sobretudo de áreas periféricas, espaço para o desenvolvimento da capacidade de expressão e representação, na perspectiva do PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 147 exercício da cidadania é o objetivo da ação Realização de Cursos e Oficinas de Arte e Ofício que é desenvolvido pela Fundação Curro Velho, e que atendeu no exercício em análise, 20.402 alunos. Foram realizadas 456 oficinas de Iniciação Artística e TécnicoEspecífica, nas linguagens Plástica, Verbal, Audiovisual e Cênica, com atendimento a 9.351 alunos. Em função da reforma no Prédio da Casa da Linguagem, a partir do mês de outubro de 2005, as oficinas de linguagem verbal foram deslocadas para três Escolas da Rede Estadual de Ensino e com isso reduziu o atendimento previsto. Foram, também, abertos ao público, eventos complementares às Oficinas como: Desfile de Carnaval, Arraial Junino, Auto de Natal, Feiras e Mostras Plásticas, Cênicas e Audiovisual, que atenderam cerca de 6.900 alunos. Também foram realizadas Oficinas itinerantes, face às demandas, onde foram atendidas 4.151 pessoas em 39 municípios, por meio de 171 oficinas de arte e ofício. Ao promover a formação de agentes multiplicadores capazes de difundir as práticas de arte e ofício, a Fundação Curro Velho, conseguiu atingir a meta inicial, de multiplicadores formados em mais de 100%, com a dotação programada para o exercício de 2005. Houve no ano de 2005, atendimento a 135 alunos na faixa de 14 a 18 anos em oficinas regulares da Ação Implementação de Estágio e Cursos Livres em Arte e Ofício Voltados à Profissionalização. A meta estabelecida nesse ano foi cumprida totalmente. Houve nessa mesma Ação a realização de Cursos livres de aprofundamento nas técnicas de Reciclagem de papel; Caixeteria e Encadernação; Reprodução de Imagens; Cerâmica e Marcenaria, para jovens na faixa etária de 18 a 24 anos oriundos de diversos municípios. Existe por parte dos executores da Fundação Curro Velho um ressentimento em relação à criação de pólos no interior para atender Ações itinerantes e que houvesse por parte de prefeituras ou outras entidades uma parceria para garantir essas oficinas ao longo do ano, pois assim não haveria tanta dispersão dos alunos. Criar Bandas de música, formando e fixando o músico no interior do Estado, é objetivo da ação de Criação de Escolas de Música para Formação de Instrumentistas, que desenvolve e amplia a educação musical do aluno. Dessa forma, atende aos docentes do Instituto de Educação da Fundação Carlos Gomes, criando Escolas de Músicas no Interior do Estado, para a formação de novos instrumentistas. Esta Ação atingiu 1.120 alunos, quase que totalmente de sua meta proposta, que foi de 1.200 alunos e ainda, com menos recursos do que o destinado para sua implementação. Analisando a apuração dos indicadores do Programa, constata-se que: PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 148 • Houve a necessidade de expandir por meio de indicadores, a Taxa de Atendimento municipal em atividades de educação não formal, e foi através da relação percentual entre o número de municípios que foram atendidos pela execução de Ações da Fundação Curro Velho, Fundação Carlos Gomes e Secretaria de Esporte e Lazer, e o total de municípios do Estado do Pará, que perfazem 143 municípios, que o atendimento em atividades de educação não formal chegou em 89,51% do Estado, ou seja, foram contemplados no Programa 128 municípios através de cursos, oficinas, atendimento bibliotecário itinerante, atividades esportivas e de lazer, desenvolvimento da educação musical, enfim as múltiplas expressões de Ensino que bem demonstram o bom resultado do Programa. Vale ressaltar que o índice obtido no ano de 2004 chegou em 72,02%, ou seja, 103 municípios, ratificando o bom desempenho do Programa. Quanto ao outro indicador, Incremento de Atendimento de educação não formal, que é definido pela variação percentual entre o número de pessoas atendidas, em atividades não formal, pelo Programa por meio da Fundação Curro Velho, Fundação Carlos Gomes e Secretaria de Esporte e Lazer, no ano atual, em relação ao ano imediatamente anterior, em 2005, a quantidade de pessoas atendidas ficou em torno de 34.931, resultado inferior ao apresentado em 2004 que foi de 36.030 pessoas. Entretanto, mostra uma queda de -3,05% no atendimento de 2005 em relação a 2004. Com esses resultados pode-se dizer que parte desse contingente foi atendida na Capital. Quanto aos Avanços e Perspectivas Há uma intenção de ser revista à formulação do objetivo e o público-alvo do Programa, no sentido de recuperar a distorção metodológica verificada. Para tanto, há de se promover à integração dos executores das ações do Programa, buscando o gerenciamento do Programa como um todo, utilizando, inclusive, uma Ação próxima da Secretaria Especial de Promoção Social, no sentido de reavaliar os propósitos para o bom desempenho do Programa em análise. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 149 2.1.4 PROGRAMA: UNIVERSIDADE INTEGRADA À SOCIEDADE Quanto ao processo de formulação O Programa “Universidade Integrada à Sociedade” foi formulado com o objetivo de ampliar a oferta de vagas da educação superior, por meio da expansão das ações de graduação e pós-graduação, de pesquisa e de extensão, disseminando o conhecimento com qualidade e promovendo o desenvolvimento do cidadão. Analisando o processo de formulação constata-se que a situação inicial que o Programa se propôs enfrentar, referia-se ao eficiente atendimento do ensino universitário e a baixa relação entre a quantidade de egressos do Ensino Médio e a oferta de vagas no ensino superior do Estado. Como linha de base da situação encontrada, foram coletadas informações na Universidade do Estado do Pará (UEPA), entidade do poder executivo estadual criada com a finalidade de implementar o ensino universitário, onde ficou constado que ao final de 2003, encontrava-se atuando em 44 dos 143 municípios do Estado, por meio de 17 campis e de convênios, com as prefeituras e com a Secretaria Executiva de Estado de Educação. A concepção do Programa vem ao encontro das estratégias e diretrizes deste Governo de Municipalização do Desenvolvimento e de Ampliação do Acesso da População à Educação com Qualidade. No âmbito da Municipalização do Desenvolvimento é necessário que as municipalidades tenham oportunidade de acesso ao ensino superior, para formação acadêmica de profissionais que possam induzir o desenvolvimento e garantir a continuidade do processo de mudanças e a preservação do crescimento, atrelada às potencialidades e peculiaridades culturais, econômicas e sociais de cada localidade. E, no âmbito da ampliação do acesso da população à Educação com Qualidade, a questão passa pela referência de que a educação, indiscutivelmente, representa uma condição indispensável para a inserção e ascensão das pessoas no mercado de trabalho e para seu acesso pleno à cidadania, ensejando a criação de políticas públicas direcionadas a essas perspectivas. A educação superior ocupa espaço singular e insubstituível pela contribuição que pode oferecer na promoção da melhoria de vida da população. O ensino superior é capaz de estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e tecnológico e o pensamento reflexivo das pessoas, de forma a garantir a formação profissional para enfrentar a competição no mercado de trabalho, cada vez mais exigente. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 150 Do conjunto de ações que compõem o Programa, em número de 10 (dez), nove são implementadas pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), e uma pela Fundação Carlos Gomes (FCG). São elas: Ampliação de Campi e Núcleos Universitários; Capacitação de Docentes; Construção de Núcleos Universitários; Desenvolvimento de Curso de Graduação; Fortalecimento da Interiorização do Ensino Superior; Implementação das Ações do Planetário; Implementação de Curso de Pós-Graduação; Implementação do Centro de Saúde-Escola; Incentivo a Projetos de Pesquisa, Ensino e Extensão; e Implementação do Ensino Musical Superior. É importante observar que das dez ações, duas (Ampliação de Campi e Núcleos Universitários e construção de Núcleos Universitários), compõem a Agenda Mínima do Governo. Quanto ao público-alvo especificado, o Programa abrange jovens e adultos, que representam os segmentos da sociedade potencialmente beneficiários do Programa e que serão atingidos pelos seus resultados. O orçamento inicial previsto para o Programa, no PPA 2004-2007, foi no montante de R$ 194,2 milhões e com as seguintes fontes de financiamento: o Tesouro Estadual, as Transferências de Convênios, Recursos Próprios Diretamente Arrecadados e o SUS / Serviços Produzidos. Analisando o Programa, pode-se observar que o objetivo definido, “a ampliação do ensino superior”, exprime uma abrangência muito restrita a uma das frentes de atuação da UEPA, que é o ensino superior, embora, algumas ações elencadas para o Programa, se propunham a alcançar objetivos mais amplos, como: desenvolver, promover e difundir conhecimento científico articulado aos objetivos de ensino, pesquisa e extensão voltados para a sociedade; propiciar o fortalecimento e a continuidade das atividades de ensino e a manutenção da qualidade de atendimento. Vale ressaltar, que essas ações poderiam ter sido formuladas em articulação com outros programas de outras áreas de governo, proporcionando assim, uma integração de serviços e demonstrando a transversalidade da ação governamental. Uma vez que suas ações extrapolam o objetivo definido para o Programa e são transversais a outros PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 151 programas tanto da proteção social, como da promoção social, no que se refere ao ensino fundamental, ao atendimento a saúde, etc... Analisando algumas ações, tais como: a Implementação de ações de Ensino, pesquisa e extensão e a de Implementação de ações do planetário, depara-se com um público-alvo abrangendo a sociedade em geral, reforçando a análise anteriormente apontada da maior abrangência das ações em relação ao objetivo do Programa. O dimensionamento do público-alvo é pressuposto para a adequada definição das metas físicas do Programa. A quantificação dos beneficiários potenciais das ações do Programa, segundo informações da UEPA, não foi possível determinar, tendo em vista que engloba, tanto os concluintes do 2º grau, como a demanda reprimida que se acumula no decorrer dos anos. Deste modo, o dimensionamento das metas é baseado muito mais, na capacidade que as instituições executoras tem para oferecer, em um determinado período, do que, no que seria o ideal para solucionar o problema de acesso ao ensino superior. Analisando com mais detalhe, a pertinência e a suficiência do conjunto das ações propostas, observa-se que, Implementação das Ações do Planetário; Implementação do Centro de Saúde-Escola e Incentivo a Projetos de Pesquisa, Ensino e Extensão; são ações que não estão adequadas ao objetivo do Programa, ou seja, não contribuem para ampliar a oferta de vagas da educação superior e extrapolam o objetivo formulado para o Programa. Quanto às ações restantes, considera-se que há pertinência e suficiência quanto ao alcance do objetivo do Programa. Esta análise permite-nos refletir sobre a seguinte questão: As repercussões desta extrapolação, materializadas pelos resultados dessas ações, provavelmente não estão permitindo uma visibilidade, à população, do processo de integração da Universidade com a sociedade, pois essas ações são pontuais. Vale destacar que, não se constatam perdas por essa extrapolação, pois, existem os resultados dessas ações. Entretanto, há de se convir, que a integração da UEPA. com a sociedade pode se dar, de uma forma mais ampla e engajada, pois, o braço da extensão acadêmica pode proporcionar um ganho inestimável a ação pública e conseqüentemente ao atendimento à população. Do ponto de vista programático, as metas propostas para as ações são suficientes e adequadas para o alcance do objetivo proposto pelo Programa, e são facilitadas pela coerência dos produtos e das unidades de mensuração formuladas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 152 Tomando por base o objetivo do Programa, os indicadores formulados foram os seguintes: Percentual de Professores aptos diante da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB): relação percentual entre o número de professores pelo menos com mestrado e o total de professores. A UEPA possuía em 2004, 65%, e em 2005, 58,6% dos professores com no mínimo mestrado; Taxa de conclusão (relação percentual entre os concluintes no ano e o número de vagas ofertadas no ano). Em 2004, foi 55% e em 2005, 64,5% dos alunos que ingressam na UEPA concluem o curso o qual matricularam-se; Taxa de oferta de vagas em relação aos concluintes do Ensino Médio no ano anterior (relação percentual entre o número de vagas ofertadas no processo seletivo anual e o total de concluintes do Ensino Médio no Estado no ano anterior); Tendo em vista que os indicadores devem ser capazes de expressar os resultados do Programa, captando os efeitos do conjunto de suas ações, pode-se afirmar que os indicadores formulados serão capazes de responder apenas, e em parte, ao objetivo do Programa, não captando os efeitos do conjunto de suas ações, pelo mesmo motivo citado anteriormente, que é a amplitude das ações ser maior que o objetivo do Programa. Ressalte-se ainda, que a apuração da Taxa de Oferta de Vagas em relação aos concluintes do Ensino Médio no ano anterior, não responde com precisão o acesso ao Ensino Superior em relação à demanda reprimida, que não é apenas composta pelos concluintes do Ensino Médio no ano anterior. Quanto ao processo de Implementação Com relação à execução financeira, o Programa, como um todo, executou 93% da dotação orçamentária. Isoladamente, sete ações tiveram alto índice de execução, como as ações de Implementação de cursos de pós-graduação, que executou 55% da dotação, da ação de Capacitação Docente que executou apenas 49% da dotação e ainda, da ação de Incentivo a Projetos de Pesquisa, Ensino e Extensão que executou 68% da dotação. O orçamento disponibilizado para o Programa, em 2005, foi o seguinte: PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 153 R$ ESPECIFICAÇÃO RECURSOS DO TESOURO RECURSOS DE CONVÊNIOS RECURSOS PRÓPRIOS RECURSOS DO SUS TOTAL Fonte: UEPA. TOTAL PESSOAL E ENC.SOCIAIS OUT. DESP. CORRENTES INVESTIMENTOS 52.423.673,00 36.201.312,00 12.668.727,00 3.553.634,00 3.385.587,00 - 3.385.587,00 - 4.915.959,00 2.275.704,00 63.000.923,00 36.201.312,00 4.915.959,00 2.275.704,00 23.245.977,00 3.553.634,00 Interessante observar que a ação de Capacitação Docente executou apenas 49% da dotação e atingiu mais que o dobro da meta física programada, ou seja, 135% a mais. Na ação de implementação do Centro de Saúde-Escola, o físico realizado superou a meta inicial em 72% com a execução de 73% da dotação, o que permite concluir que a meta não foi bem dimensionada no momento da elaboração do orçamento 2005 e que, no âmbito da gerência do Programa, precisam ser aprimorados mecanismos de monitoramento sobre o desempenho físico das ações em relação ao custo real dessas ações. Quadro Demonstrativo da Execução Física das Ações Ação Fortalecimento da interiorização do ensino Implementação de Cursos de Pós Graduação Implementação do Ensino Superior Musical Desenvolvimento de Cursos de Graduação Incentivos a Projetos de Pesquisa, Ensino e Extensão Construção de Núcleos Universitários Implementação do Centro de Saúde-Escola Implementação das ações do Planetário Ampliação de Campi e Núcleos Universitários Capacitação Docente Fonte: GP-Pará/SEPOF. Produto Aluno Atendido Meta programada 2005 Meta realizada 2005 % 3.947 3.836 97 1.953 2.086 107 Aluno Atendido 50 72 144 Aluno Atendido 7.200 4.686 65 Aluno Atendido 1.465 1.640 112 5 3 60 85.000 146.160 172 65.000 43.677 67 5 7 140 332 779 235 Aluno Atendido Núcleo Construído Pessoa Atendida Pessoa Atendida Prédio Ampliado Professor Capacitado PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 154 Considerando que a execução das Ações do Programa se concentra basicamente na UEPA, salvo apenas uma ação que é executada pela Fundação Carlos Gomes, este fato, segundo a Universidade, contribui para que o gerenciamento e o monitoramento das ações sejam realizados de forma sistemática, de modo que os gastos por ação foram monitorados com melhor controle no orçamento. Entretanto, esse gerenciamento, citado no depoimento dos técnicos da UEPA, não é visualizado no Sistema GP-Pará, que traz informações restritas, com poucos dados complementares e, por vezes, conflitantes com as informações colhidas na UEPA. Quanto à gerência do Programa pode-se afirmar que, no nível estratégico, a Secretaria Especial de Promoção Social, a qual o Programa está vinculado, recebe informações sobre a sua execução por meio de relatórios da UEPA e por consultas ao GP-Pará. Entretanto, não se evidencia uma integração na gerência do Programa. A ação executada pela Fundação Carlos Gomes corre isolada, sem integração, e o Programa é gerenciado institucionalmente pela UEPA. Analisando o montante de recursos liquidados diretamente com a execução das ações do Programa, em relação ao montante gasto com as despesas administrativas que corresponderam a 28,03%, pode-se concluir que do total do orçamento executado pela UEPA em 2005, somente com as ações finalísticas foram realizadas despesas de custeio da ordem de R$ 17,19 milhões, despesa com pagamento do pessoal docente a aproximadamente R$ 24,35 milhões e despesas de Investimentos da ordem de R$ 3,8 milhões, incluindo os recursos repassados à SEOP para realização de obras. Com as ações finalísticas os recursos disponibilizados no orçamento 2005, foram da ordem de R$ 45,34 milhões. Esse montante em relação ao orçamento total executado, correspondente a 71,97%. Evidenciou-se, por parte do nível estratégico, prioridade quanto à disponibilização de recursos financeiros para execução das ações do Programa, nos últimos três anos, principalmente para as ações da Agenda Mínima de Governo. Os recursos foram liberados ao longo do exercício, em fluxo compatível com a programação, segundo a UEPA, não houve dificuldades, porém, vale ressaltar, que em função do aumento das atividades desenvolvidas pelo Programa, principalmente na Ação Fortalecimento da Interiorização do Ensino Superior, com a Implantação do Curso de Medicina em Santarém, certamente que, para manutenção desse e de outros cursos, há necessidade de disponibilizar e ampliar os recursos para o OGE 2006. Em suma, em 2005 a execução das Ações do Programa não sofreu restrições. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 155 Analisando os dados de gestão do Programa, os recursos humanos envolvidos para execução das ações, são professores e pessoal técnico-administrativo e de apoio da Universidade. Segundo depoimentos colhidos na UEPA o pessoal docente efetivo é insuficiente para atender todos os Cursos, principalmente no Interior do Estado. Para suprir essa necessidade a UEPA vem contratando professores substitutos e horistas. Na execução do Programa, estão sendo implementadas várias ações descentralizadas, como por exemplo: Na ação de Incentivo a Projetos de Pesquisa, Ensino e Extensão: O projeto Campus Avançado que tem como objetivo principal estabelecer relações de integração entre a Universidade e a Sociedade, por meio da troca de conhecimentos e pela formação de agentes multiplicadores, representa uma atividade que vai proporcionar à comunidade dos municípios e aos acadêmicos, a oportunidade de aprender e ensinar os conhecimentos de pesquisa e extensão desenvolvidos dentro da Universidade, é executado por acadêmicos e professores dos diversos cursos da UEPA, por meio de projetos aprovados previamente. Em 2005, foram realizados 108 projetos envolvendo 216 acadêmicos e 4 professores, beneficiando cerca de 5.292 pessoas da comunidade. Em 2005, dezenove prefeituras firmaram acordo com a UEPA, dando apoio logístico ao projeto; O projeto Alfabetização Solidária em parceria com o Governo Federal que visa a diminuir o índice de analfabetismo no Estado do Pará. Em 2005, o Projeto aconteceu em 15 municípios capacitando 272 e alfabetizando 6.800 pessoas da Comunidade; Nos subprogramas de Pesquisa e Iniciação Científica os Projetos de Pesquisa Institucionais têm importância significativa e envolve as áreas da Saúde, Educação e Tecnologia. Atualmente a UEPA possui 22 grupos de pesquisa cadastrados na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e em 2005 foram desenvolvidos 24 projetos envolvendo 46 alunos bolsistas. Os projetos de Iniciação Científica foram 65 em 2005, envolvendo 115 alunos bolsistas. Na ação desenvolvimento dos Cursos de Graduação a UEPA, juntamente com prefeituras municipais do Estado e por meio de Consórcio com a Secretaria Executiva de Educação do Estado do Pará (SEDUC), oferta cursos de graduação de Formação de Professores e de Ciências Naturais com habilitação em Física, Química e Biologia. Esses cursos visam a atender às necessidades dos municípios, formando professores que irão atuar no ensino Fundamental e Médio. Em 2005, para o Curso de Formação de Professores, nove municípios, estão em parceria com a UEPA, com 579 alunos PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 156 matriculados. No Curso de Ciências Naturais estão matriculados 1.009 alunos, envolvendo cinco municípios. Em 2005, concluíram o Curso em Regime de Consórcio – SEDUC, 1.032 alunos professores da Rede Estadual de Ensino. Quanto à avaliação dos Resultados O Programa, teve como resultado no ano de 2005, o oferecimento de mais oportunidade aos egressos do ensino médio por meio do Programa de Ingresso Seriado (PRISE) e do Processo Seletivo (PROSEL) que possibilitaram a ampliação, em 2005, de 180 novas vagas com a implementação dos núcleos de Salvaterra e Cametá, nos cursos de Ciências Naturais e Tecnologia Agroindustrial, e ainda, a implementação do Curso de Medicina em Santarém que possibilitará a ampliação da oferta de 20 vagas. A UEPA realiza por meio do Centro Saúde-Escola, atendimento à comunidade nos seguintes procedimentos: atendimento emergencial, consultas, odontocirurgias, atendimento de média complexidade, cirurgias dermatológicas, triagem neonatal , teste do pezinho e ainda implementa os programas de tuberculose, saúde mental, hanseníase, hipertensão, diabetes mellitus, DST/AIDS, atenção ao idoso, saúde da criança, saúde da mulher e reabilitação física. O reconhecido bom atendimento à comunidade foi o principal fator de comemoração nos 20 anos de implantação dos Cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade do Estado do Pará (UEPA), completados em 19 de abril de 2005. O atendimento à comunidade em geral e aos trabalhadores, em especial é feito na Unidade de Ensino Assistência em Fisioterapia e Terapia Ocupacional (UEAFTO), o principal braço dos Cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional na UEPA. A Fisioterapia, por exemplo, atende mensalmente a seis mil pacientes, um número que pode chegar até a 80 mil pacientes anuais. Na Terapia Ocupacional, atende-se até a 100 pacientes por dia. São índices que devem aumentar em 2006, pelo menos em 50%, com a inauguração do novo prédio da UEAFTO, no próprio espaço do Campus II (CCBS) O mesmo serviço é oferecido a adultos, vítimas de acidentes cardiovasculares, e há também os laboratórios de hidroterapia (Terapias feitas na água) e Pneumofuncional, para pacientes com problemas respiratórios. Atualmente, são 22 fisioterapeutas e 15 terapeutas ocupacionais envolvidos nesses e em outros serviços da UEAFTO. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 157 É um espaço aberto também aos alunos não só do curso de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, como também de Educação Física e Medicina. Ao todo, cerca de 120 alunos fazem estágios ou atividades práticas no local, anualmente a média de alunos é de 300. Quadro Demonstrativo de Serviços e Atendimento à Sociedade SERVIÇOS Centro de Saúde-Escola Unidade Ambulatorial de Fisioterapia e Terapia Ocupacional Unidade Ambulatorial de Dermatologia Cirurgia dermatológica Planetário TOTAL Fonte: UEPA. PESSOAS ATENDIDAS 2004 2005 85.341 59.481 82.506 84.506 3.872 1.111 1.412 1.062 55.947 43.677 229.078 189.837 Em 2005, um professor da UEPA participou de uma missão da marinha em conjunto com o Governo do Estado, para atendimento da população ribeirinha da Amazônia, ampliando assim, as ações da UEAFTO. O Programa vem promovendo cursos para a qualificação de profissionais com o objetivo de garantir a sua inserção no mercado de trabalho. O projeto, que busca a redução da pobreza e das desigualdades sociais, ofereceu os cursos: auxiliar de escritório, contabilidade, office boy, operador de caixa, promotor de vendas, recepcionista e secretariado. O Plano de Qualificação Social e Profissional do Estado do Pará é destinado aos portadores de necessidades especiais, mulheres vítimas de violência, jovens em situação de risco, índios e quilombolas, trabalhadores de sistema público de emprego, libertos de trabalhos escravos, pessoas com mais de 40 anos, trabalhadores de microcrédito e do primeiro emprego. Foram beneficiadas com o Programa em 2005, cerca de 219 pessoas. Após cinco anos de atividade, o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem (PROFAE) já qualificou cerca de 10 mil profissionais em todo o Estado do Pará. Cerca de 3.909 alunos já possuem certificados alcançados pelo Programa. Os cursos oferecidos são de três tipos: Complementação do Ensino Fundamental; Complementação para Técnico de Enfermagem e para Auxiliar de Enfermagem. Na UEPA, pelo menos 40% dos professores do curso de Enfermagem foram envolvidos no Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 158 No Pará, o PROFAE alcançou 52 municípios sedes, mas envolveu diretamente pelo menos 70 municípios. Esse Programa é uma estratégia do Ministério da Saúde em busca da formação e qualificação do pessoal que atua no setor Saúde. É uma parceria que tem como financiadores o Banco Mundial, o Tesouro Nacional e o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Em 2005, foram beneficiadas com o Programa 930 pessoas. Ressalte-se também que os investimentos em infra-estrutura realizados foram fundamentais para dar suporte à expansão da interiorização, como por exemplo, a Implantação dos seguintes núcleos: Núcleo de Salvaterra - iniciou as atividades com Cursos de Ciências Naturais e Tecnologia Agroindustrial nas instalações da Escola de Trabalho e Produção; Núcleo de Cametá - iniciou as atividades com Cursos de Ciências Naturais e Tecnologia Agroindustrial nas instalações da Escola de Trabalho e Produção. Além de ampliar sete núcleos no interior (Marabá, Paragominas, Redenção, Altamira, Conceição do Araguaia, Mojú e São Miguel do Guamá) foram concluídos em 2005, o núcleo de Vigia e o laboratório do núcleo de Tucuruí, ações que fazem parte da Agenda Mínima de Governo. O núcleo de Santarém, encontra-se com 90% das obras concluídas e irá abrigar o Curso de Medicina e potencializar os cursos da área da Saúde, de Educação Física e Fisioterapia, que já funcionam naquele município. Período Evolutivo- 2003/2005 - EXPANSÃO DE CAMPI DA UEPA LOCALIZAÇÃO 2003 2004 2005 CAPITAL 5 5 5 EXPANSÃO NO PERÍODO - INTERIOR 12 12 14 16 % TOTAL 17 17 19 16% FONTE: UEPA. OFERTA DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO LOCALIZAÇÃO 2003 2004 2005 CAPITAL 18 18 18 INTERIOR 12 12 12 Fonte: UEPA. ALUNOS MATRICULADOS NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO LOCALIZAÇÃO 2003 2004 2005 CAPITAL 4.430 4.842 4.633 REGULAR 2.432 3.134 3.612 CONVÊNIO / CONSÓRCIO* 2.100 1.766 1.488 INTERIOR TOTAL 8.962 9.742 9.733 FONTE: UEPA. * O número de alunos matriculados diminui em função do término dos convênios firmados. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 159 Considerando os três indicadores, selecionados para acompanhar a evolução do Programa, já descritos anteriormente, partindo desta perspectiva, observam-se os seguintes resultados: Percentual de professores aptos diante da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), relação percentual entre o número de professores pelo menos com mestrado e o total de professores. A UEPA possuía em 2004, 65%, e em 2005 o percentual dos professores com no mínimo mestrado se manteve. Houve A meta alcançada em 2005 foi de 65%, embora a meta prevista tenha sido de 75%, e para os anos seguintes, a meta se amplia para a totalidade dos professores (100%), porém essa meta é bastante otimista, praticamente impossível, uma vez que a Instituição não poderá disponibilizar simultaneamente os 25% do restante dos professores (é necessário pagar um professor substituto e também remunerar o salário e a bolsa do mestrando, durante todo o período do curso), e em um prazo tão breve. Outro agravante para o cumprimento desta meta está na dependência de fatores pessoais de cada interessado em cursar o mestrado, que necessita realizar ajustes em sua vida pessoal e que estará fora do alcance da gestão da instituição; Indicador referente à taxa de conclusão (relação percentual entre os concluintes no ano e o número de vagas ofertadas no ano). Em 2004 foi 55% e em 2005 a mesma taxa se manteve, ou seja, 55% dos alunos que ingressam na UEPA concluem o curso o qual matricularam-se. A meta estabelecida para o ano de 2005 e para os anos subseqüentes é de 100%, ou seja, sem evasão, o que a torna irreal, uma vez que diversos fatores podem acarretar a não conclusão do curso pelo aluno e que foge ao alcance da gestão da UEPA como: falta de afinidade do aluno com o curso escolhido; problemas econômicos; preferência por parte do aluno por outra universidade, etc... Indicador referente à taxa de oferta de vagas em relação aos concluintes do Ensino Médio no ano anterior (relação percentual entre o número de vagas ofertadas no processo seletivo anual e o total de concluintes do ensino médio no Estado no ano anterior). O resultado em 2005 indica uma taxa em torno de 3%, igual a 2004, abaixo da meta prevista de 4% para o período para 2005. Os valores utilizados nos cálculos foram estimados em virtude de não se ter uma fonte segura do quantitativo de egressos no Ensino Médio no Estado do Pará. No site do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas (INEP), verificou-se a existência de dados que apontavam o total de alunos matriculados no Ensino Médio no ano de 2004, porém não os discrimina por série. A PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 160 partir desse valor estimou-se em 20% o total de alunos do Ensino Médio que estariam no 3º ano, ou seja, seriam concluintes. Quanto aos Avanços e Perspectivas Analisando as ponderações da UEPA, conclui-se que o fato do Programa ser executado praticamente por apenas um Órgão, a gestão e a avaliação do Programa se confundem com a avaliação institucional. Fato esse, que distorce sobremaneira a metodologia de Gestão por Programas, confunde os gestores, e não propicia um avanço na integração e articulação da gestão pública. Recomenda-se alterar o objetivo do Programa para "ampliar, com qualidade, o acesso ao ensino de graduação, à pesquisa e à extensão, com vistas a disseminar o conhecimento", a fim de tornar a redação mais clara e adequada ao problema a ser enfrentado. Ou ainda, transferir as ações de Implementação de ações de Ensino, pesquisa e extensão e a de Implementação de ações do planetário para outros programas de governo, permitindo a transversalidade e otimização da ação pública. Observou-se que se faz necessário preparar uma equipe gerencial do Programa para adotar realmente a metodologia de gestão por programas utilizada pelo Governo, visto que o Programa funciona com muito pouca integração com a Fundação Carlos Gomes, a outra instituição executora do Programa. Revisão das metas de 100%, propostas para os dois primeiras indicadores, de forma a torná-las factíveis. Reavaliação do indicador Taxa de oferta de vagas em relação aos concluintes do Ensino Médio no ano anterior, que considera a que a demanda reprimida, apenas é composta pelos concluintes do Ensino Médio no ano anterior. E, por fim, a melhoria e responsabilização na sistematização do fluxo de informações no GP-Pará, pois as informações lançadas no sistema, além de escassas e com muito pouco detalhe, estão em desacordo com as informações contidas no relatório da UEPA. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 2.2 RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa -Sintética) 161 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 163 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 163 2.2.1 FORTALECIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DA PROMOÇÃO SOCIAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Fortalecimento das Políticas Públicas da Promoção Social Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Promoção Social (SEPROS) Órgãos Executores: Universidade do Estado do Pará (UEPA); Secretaria Executiva de Educação (SEDUC) e; Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (FCPTN). Objetivo do Programa: Promover a gestão das políticas públicas na área da Promoção Social. Ações do Programa: 1. Avaliação do Sistema Educacional. 2. Implantação de Fóruns Municipais de Cultura. 3. Implementação da Avaliação Institucional Superior. Aspecto Destacado Na ação Implementação da Avaliação Institucional Superior, realizada pela UEPA, sua execução foi possível com a utilização de apenas 72% da dotação financeira atualizada, atingindo meta e grau de valoração Bom no Sistema GP – Pará. Análise dos Resultados Ao ser analisado de uma forma geral o Programa não obteve um bom resultado na realização de suas ações durante o exercício de 2005, com exceção da ação Implementação da Avaliação Institucional Superior; realizada pela UEPA, que foi concluída com uso de uma dotação financeira muito menor que a disponibilizada, ou seja, cerca de 85% a menos da sua dotação inicial, aproximadamente R$ 17,71 mil. Entretanto, foi a única ação realizada com êxito pelo Programa. Quanto às outras duas ações - Implantação de Fóruns Municipais de Cultura e Avaliação do Sistema Educacional, programadas, respectivamente pela Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves - FCPTN e Secretaria Executiva de Educação – SEDUC. No que se refere à primeira não foi possível a implantação de Fóruns municipais de cultura no ano de 2005, devido às mudanças políticas (eleições PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 164 municipais), apresentando um quadro instável para a elaboração e execução da ação. Ressalte-se, ainda que no ano corrente foi realizado apenas 1 (um) Fórum com os prefeitos municipais para que fosse planejado em conjunto com lideranças artísticoculturais. No período de 28 a 30 de novembro de 2005, a FCPTN em parceria com a Prefeitura Municipal de Belém / FUMBEL realizou a I Conferência de Cultura abordando temas diversos, bem como a implantação de Fóruns Municipais de Cultura. Este evento contou com a participação de 608 pessoas entre prefeitos, artistas, produtores culturais e outros. Apesar dessa Conferência, não foi possível a implementação do Fórum, ou seja o produto não foi realizado ficando prejudicada a ação. Quanto à ação de Avaliação do Sistema Educacional; realizada pela SEDUC, houve remanejamento dos recursos financeiros, tendo em vista que até o final do exercício de 2005 ainda não tinha sido efetivado o resultado desta avaliação. As informações repassadas pelo órgão não foram inseridas no Sistema, portanto, ambas atingiram um grau de valoração insuficiente segundo o Sistema GP – Pará. Considerações Finais Ao focar o objetivo do Programa que é “promover a gestão das políticas públicas na área da Promoção Social”, observou-se que o mesmo não atingiu um resultado satisfatório no Sistema GP-Pará, pois a única Ação efetivamente realizada, é a voltada para a avaliação de atividades de ensino, pesquisa e extensão. O Programa obteve um grau de valoração Regular no Sistema GP – Pará, pois duas das suas três ações programadas para este exercício não foram realizadas com êxito e ficaram com valoração insuficiente ocasionando uma diminuição no grau de avaliação do mesmo. Por não ter sido realizada a Ação de Implantação de Fóruns Municipais de Cultura, isto influenciou de forma negativa, por não ter sido possível haver articulações políticas entre o governo estadual e o governo municipal, bem como o acesso a todos os 143 municípios do Estado do Pará. Nas próximas propostas há necessidade que seja colocada em prática, idéias de mudanças no produto desta ação, não como Fóruns implantados, mas sim algo que mensure o apoio às organizações sociais de artistas do Pará. A não realização desta ação contribuiu negativamente para o não envolvimento e participação dos diferentes atores na busca de múltiplas estratégias para a elaboração de um Plano de ação de alcance Estadual. Com a implementação desta ação e o grau de comprometimento dos atores envolvidos nos projetos intersetoriais, coloca-se como PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 165 uma questão crucial para a sustentabilidade das políticas públicas, na área da Promoção Social. Sugere-se que nos próximos orçamentos seja dada ênfase para esta Ação, no sentido de efetivar um Plano, com múltiplas estratégias com ações articuladas e coordenadas entre os diferentes setores sociais, com a construção de novas alianças, incluindo parcerias com o setor privado, da sociedade civil organizada e do sistema de outros parceiros intersetoriais, visando dar sustentabilidade ao Programa, no sentido de alcançar os objetivos de desenvolvimento do Estado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 2.2.2 PROGRAMA UNIVERSALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 166 COM QUALIDADE. Apresentação do Programa Nome do Programa: Universalização da Educação Básica com Qualidade Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Promoção Social (SEPROS) Órgãos Executores: Secretaria Executiva de Educação (SEDUC) Fundação Curro Velho (FCV) Fundação Carlos Gomes (FCG). Objetivo do Programa: Propiciar o acesso, a permanência e o melhor rendimento do aluno, a uma educação com qualidade. Ações do Programa: 1. Adaptação de Unidades Escolares para Portadores de Necessidades Especiais. 2. Ampliação de Escolas do Ensino Médio. 3. Ampliação de Unidades Administrativas. 4. Ampliação de Unidades Escolares de Ensino Fundamental. 5. Aquisição e Distribuição de Material Didático. 6. Aquisição e Distribuição de Material Didático para Educação Rural. 7. Aquisição e Distribuição de Merenda Escolar. 8. Capacitação de Docentes para o Desenvolvimento da Educação Rural. 9. Capacitação de Professores de Educação Especial. 10. Capacitação de Professores do Ensino Fundamental. 11. Capacitação e Habilitação de Professores Leigos. 12. Construção de Unidades Administrativas. 13. Construção de Unidades Escolares de Ensino Fundamental. 14. Construção de Unidades Escolares de Ensino Médio. 15. Descentralização das Atividades Técnico-Administrativas e Pedagógicas. 16. Funcionamento da Educação de Jovens e Adultos. 17. Funcionamento das Escolas de Ensino Fundamental. 18. Funcionamento das Escolas de Ensino Médio. 19. Implementação das Atividades de Educação Física. 20. Implementação de Unidades de Educação Especial. 21. Modernização do Sistema Estadual de Educação. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 167 22. Municipalização de Ensino Fundamental. 23. Reforma de Unidades Administrativas. 24. Reforma de Unidades Escolares de Ensino Fundamental. 25. Reforma de Unidades Escolares de Ensino Médio. Aspectos Destacados 328.007 alunos atendidos na Ação Funcionamento das Escolas de Ensino Médio, através dos órgãos FCV e SEDUC, atingindo uma meta de 200%, com a execução de mais de 90% dos recursos financeiros programados por ambos os Órgãos. 86.164 alunos atendidos na ação Funcionamento da Educação de Jovens e Adultos, cerca de quatro vezes maior que o estabelecido em sua meta inicial. 19 Unidades Regionais de Ensino atendidas, fortalecendo e descentralizando as atividades educacionais, com a utilização de 96% da dotação financeira programada. 524 professores capacitados, voltados à educação rural, ultrapassando cinco vezes a meta programada, com utilização de 97% da dotação. 350.000 alunos atendidos no ensino fundamental, através da FCV e SEDUC que juntos conseguiram atingir a meta estipulada, utilizando 100% e 99% dos recursos financeiros programados, respectivamente. 257 escolas atendidas com a merenda escolar aos alunos do Ensino Fundamental, atingindo 97% da a meta programada, utilizando 97% da dotação financeira programada. 3.327 professores capacitados, sendo 886 professores leigos, incluindo docentes, tanto do Ensino Fundamental quanto o Ensino Médio. Análise dos Resultados Neste Programa foi disponibilizado recursos da ordem de R$ 599.904,91 mil, correspondendo a 93% do financeiro programado. Das 25 Ações, somente 07 (sete) conseguiram atingir um grau de valoração Excelente no Sistema GP – Pará, dentre elas relacionamos as seguintes: Funcionamento das Escolas de Ensino Médio (FCV e SEDUC), Funcionamento das Escolas de Ensino Fundamental (FCV e SEDUC), Municipalização do Ensino PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 168 Fundamental, Funcionamento da Educação de Jovens e Adultos, Docentes para o Desenvolvimento da Educação Rural, Descentralização das Atividades TécnicoAdministrativas e Pedagógicas e Aquisição e Distribuição de Merenda Escolar. Quanto às outras Ações, não tiveram informações necessárias disponibilizadas no Sistema, contribuindo dessa forma para o mau desempenho do Programa, dentre as quais: Construção e Reforma de Unidades Administrativas, Construção de Unidades Escolares de Ensino Fundamental, Modernização do Sistema Estadual de Educação e Adaptação de Unidades Escolares para Portadoras de Necessidades Especiais, onde todas foram realizadas pela SEDUC. Diante desse quadro, afirma-se que ainda existe por parte do Órgão uma resistência em informar dados quantitativos sobre as metas atingidas em 2005, no Sistema GP – Pará. No que se refere à Ação Realização das Ações de Funcionamento das Escolas de Ensino Fundamental e Funcionamento das Escolas de Ensino Médio, ambas realizadas pela SEDUC, atenderam mais de 650.000 alunos revelando a capacidade do órgão em realizar suas ações com ótimo rendimento, o que permitiu aos alunos uma melhor acessibilidade à educação e ao transporte escolar. A Ação Funcionamento das Escolas de Ensino Médio merece ser destacada, sendo esta realizada pela SEDUC, com a utilização de 93% de sua dotação financeira disponibilizada, ou seja, cerca de R$ 182.513,98 mil, e também atendeu 328.007 alunos, mais que o dobro da sua meta física programada para 2005, atingindo uma valoração excelente no Sistema GP – Pará. Na Ação de Capacitação de Docentes para o Desenvolvimento da Educação Rural; 424 professores foram capacitados, meta esta maior que a prevista, que era de 100 pessoas, utilizando R$ 110,09 mil, correspondendo 97% da dotação atualizada. A Ação de Capacitação de Professores de Educação Especial; realizada pela SEDUC, mostrou que conseguiu capacitar 286% dos docentes; quase três vezes a mais que a meta estabelecida. Dos 327 professores programados para serem capacitados, cerca de 936 foram atendidos , sendo utilizado somente 8% da quantia financeira disponibilizada, ou seja R$ 6,88 mil. Após uma análise dos municípios atendidos revela-se que em Abaetetuba foram capacitados 503 professores cerca de 316 a mais que na capital, onde foram capacitados 187 professores. Diante disso, não podemos considerar como excelente o desempenho desta ação, pois mostra a existência de um descompasso entre o programado e o executado. Assim sendo a Ação obteve o grau de valoração Regular pela incoerência dos dados repassados para a realização da avaliação. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 169 A Ação de Capacitação de Professores do Ensino Fundamental; realizada pela SEDUC, informa que foram capacitados 981 professores, correspondendo a 86%, com a utilização de apenas 3% da sua dotação, no valor de R$ 12,48 mil, com relação à atualizada que era de R$ 466,03 mil. Esta Ação apresentou grau de valoração Insuficiente no Sistema GP – Pará, pois mesmo com a meta alcançada, demonstra uma falha na programação, havendo uma incoerência entre a meta e os recursos programados. As Ações de Educação de Ensino Fundamental, de Educação de Jovens e Adultos e Escolas de Ensino Médio, conseguiram atender além da meta estabelecida, totalizando 766.042 alunos atendidos, incluindo o ensino médio e fundamental, facilitando o acesso à educação. Quanto aos docentes foram capacitados 3.327 professores, sendo que 886 desses eram leigos. Considerações Finais Considerando a importância do Programa, o de propiciar o acesso, a permanência e o melhor rendimento do aluno, a uma educação com qualidade, podemos ressaltar que de modo geral o Programa foi bem sucedido, face ao destaque das Ações: Funcionamento das Escolas de Ensino Médio, Funcionamento das Escolas de Ensino Fundamental, Funcionamento da Educação de Jovens e Adultos, Capacitação de Professores de Educação Especial e Capacitação de Docente para o Desenvolvimento da Educação Rural. Essas Ações atenderam além da meta estabelecida. Realizando uma avaliação geral do Programa, o mesmo não teve um bom desempenho, pois se trata de Ações que atingiram Grau de Valoração variando entre Insuficiente, Regular e Bom. Citando as Ações que registraram grau Insuficiente nas suas execuções físico, tais como: Adaptação de Unidades Escolares para Portadores de Necessidades Especiais, Ampliação de Escolas do Ensino Fundamental, Modernização do Sistema Estadual de Educação, Construção de Unidades Administrativas, Reforma de Unidades Administrativas e Construção de Unidades Escolares de Ensino Fundamental, sendo que todas essas foram realizadas pela SEDUC, demonstrando uma falta de comprometimento do órgão quanto ao lançamento das informações no GP – PA, havendo necessidade de uma conscientização do Órgão em alimentar permanentemente os dados físicos, no Sistema para uma melhor avaliação de seu desempenho. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 170 Apresentando como principal entrave para análise do Programa, no Sistema GP – Pará, o não preenchimento da execução física, referente à maioria das Ações que foram realizadas ou mesmo pela ausência de parte das informações de algumas ações realizadas pela SEDUC, que deveriam subsidiar a análise, visando não só uma análise mais detalhada sobre os dados quantitativos e qualitativos, mas também criar um perfil sobre a evolução educacional do Estado, através das avaliações das ações no Sistema GP – Pará. Esta ausência de informações demonstra que ainda há necessidade de conscientizar cada vez mais o Órgão, para que este se comprometa de forma a criar uma rotina de trabalho para preenchimento das informações requeridas pelo Sistema GP-Pa, gerando um relatório mais perto da realidade. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 2.2.3 PROGRAMA: REVITALIZAÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA 171 E IDENTIDADE CULTURAL. Apresentação do Programa Nome do Programa: Revitalização e Preservação da Memória e Identidade Cultural Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Promoção Social (SEPROS) Órgãos Executores: Secretaria Executiva de Cultura (SECULT); Fundação Curro Velho (FCV); Fundação Carlos Gomes (FCG); Instituto de Artes do Pará (IAP); Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (FCPTN); Secretaria Executiva de Obras Públicas (SEOP); Universidade do Estado do Pará (UEPA). Objetivo do Programa: Propiciar a continuidade do processo da revitalização e da preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural, voltado para a diversidade de recursos turísticos e à inclusão social. Ações do Programa: 1. Contextualização do Patrimônio Histórico. 2. Expansão à Pesquisa Aplicada nas Práticas de Arte e Ofício. 3. Implantação de Museus. 4. Implementação de Ações de Valorização Artística e Manifestações de Expressão. 5. Implementação de Parques Culturais. 6. Pesquisa, Identificação e Registro da Produção Cultural – Censo Cultural. 7. Revitalização do Patrimônio Histórico Tombado. Aspectos Destacados Conscientização de 58.800 pessoas a cerca da importância de preservar e valorizar a nossa cultura e historia, por meio da Ação “Contextualização do Patrimônio Histórico, cujo objetivo foi criar nas pessoas, o cuidado e a preservação das áreas históricas de nossa cidade. preocupação com a PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 172 A conclusão do Mangal das Garças e a construção do Hangar Centro de Eventos, com previsão de conclusão em 2006, que proporcionarão novas opções de atração turística e da valorização de nossa cultura regional e novo espaço para realização de grandes eventos, possibilitando a geração de emprego e renda no Estado. Execução de Projetos como Fios da Meada, Tocando a Memória Rabeca e Projeto Marujada que possibilitaram maior difusão da cultura paraense, por meio da publicação e difusão dos contos amazônicos, valorização da rabeca como instrumento da cultura popular paraense, assim como o lançamento do CD Marujada e o DVD O Negro no Pará. Análise dos Resultados Ao analisar o Programa “Revitalização e Preservação da Memória e Identidade Cultural”, percebe-se que na execução de suas Ações alcançou um desempenho positivo, quanto ao alcance do objetivo proposto, bem como conscientizando o povo belenense da importância da cultura local e de seu patrimônio histórico, promovendo inclusive estudos para o aperfeiçoamento das técnicas semiprofissionalizantes, envolvendo o uso de matérias primas como o miriti e outras técnicas de aproveitamento de materiais recicláveis. O investimento em Ações que valorizam artistas paraenses dando maiores oportunidades de demonstrar suas habilidades e conhecimentos, é uma das maiores realizações a fim da divulgação em nível nacional de nossa cultura. No que se refere às Ações da Agenda Mínima do Governo, apenas o IAP não realizou com êxito sua ação. Entretanto o restante dos Órgãos executores da Ação “Revitalização do Patrimônio Histórico Tombando” executaram com desempenho satisfatório, pois foi possível a ampliação do Teatro da Paz, a manutenção do Complexo Feliz Lusitânia, a manutenção do Palácio Lauro Sodré, o inicio do projeto de restauração da Catedral Metropolitana de Belém e a Construção do Hangar Centro de Eventos e do Mangal das Garças, propiciando um maior número de espaços para eventos culturais, atrações turísticas, bem como, valorizando mais a nossa cultura regional, gerando emprego e renda para o Estado. Na execução das Ações Revitalização do Patrimônio Histórico Tombado, Expansão à Pesquisa Aplicada nas Praticas de Arte e Ofício e Implementação de Parques Culturais; realizadas pelos órgãos UEPA, FCV e SECULT, todas foram PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 173 executadas com êxito, sendo utilizado toda a dotação financeira disponibilizada e cumprido com as metas propostas. Fortalecer a dimensão artística das manifestações, bem como estabelecer processo de relação entre as raízes simbólicas da cultura paraense - amazônica e a contemporaneidade, é o objetivo da Ação de Implementação de Ações de Valorização Artística e Manifestações de Expressões que promove a divulgação de Contos Amazônicos publicados inclusive fora do Brasil, como é o caso de “Fios da Meada”. Da mesma forma, em parceria com a Irmandade de São Benedito de Bragança, foi lançado o CD Marujada no município de Bragança, com o Projeto Marujada. Em convênio com o Programa Raízes, o projeto Negro no Pará, objetivou a produção de um documentário em DVD, a fim de divulgar a trajetória de mais de 40 anos do professor Vicente Salles, na condução da pesquisa e então resultando a obra sob o regime da escravidão. A Ação Implementação de Parques Culturais, onde se encontra a construção do Hangar Centro de Eventos, é um projeto de grande importância, pois a cidade terá um espaço exclusivamente feito para a realização de grandes eventos sócio-cultural. Foram conscientizadas 58.800 pessoas sobre a importância de valorizar e preservar nossa cultura de todos os patrimônios históricos, por meio da realização de eventos e conferências para todo e qualquer público, a fim de que toda população esteja informada a respeito da preservação de monumentos, parques, museus, residências e etc. Em relação à execução do Programa no ano de 2005 se mostrou muito mais eficiente que no exercício de 2004, alcançando melhor desempenho nas suas ações, tanto na sua execução, como na utilização de seus recursos. Foram disponibilizados inicialmente R$ 27.8 milhões para sua execução no exercício de 2005, sendo utilizado apenas R$ 17.9 milhões, montante superior ao utilizado no exercício anterior, porém em 2005 conseguiu alcançar melhores resultados. Considerações Finais O Programa “Revitalização e Preservação da Identidade Cultural” vem demonstrando ao longo de sua execução um desempenho positivo sendo que não se concentra apenas em reformar e preservar construções e prédios históricos, mas também na conscientização da importância de ter o conhecimento de cultura e do passado histórico na intenção de propagá-lo e cultivá-lo. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 174 Com o objetivo de contribuir para um melhor desempenho do Programa e uma melhor execução de Ações no Programa para o próximo exercício, citamos as seguintes sugestões: Na ação Contextualização do Patrimônio Histórico, deve-se priorizar o objetivo da mesma que é conscientizar a comunidade sobre o seu patrimônio histórico priorizando a realização de eventos, palestras e conferências e não à manutenção de lugares históricos ou à aquisição de equipamentos, máquinas ou utensílios médicos, pois estes não possuem relação com o objetivo da Ação. Priorizar Ações que tenham como objetivo a conscientização de pessoas para que elas mesmas adquiram a atitude de preservar e propagar nossa cultura e costumes pouco valorizados. Exclusão da Ação “Pesquisa, Identificação, e Registro da Produção CulturalCenso Cultural” nos Orçamentos futuros, visto que não se enquadra no objetivo do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 175 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 2.3 QUADRO SINTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007 176 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 177 QUADRO 2 - SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007 ÁREA PROGRAMÁTICA: PROMOÇÃO SOCIAL Objetivos Setoriais: Universalizar o acesso à educação, à cultura e ao esporte; revitalizar e valorizar a cultura paraense e melhorar, qualitativamente, a comunicação integrada entre Governo e sociedade. Diretrizes Setoriais: Promover a produção e a difusão de bens e serviços educacionais. PROGRAMA Universidade Integrada à Sociedade Fomento à Produção e Difusão Cultural e Desportiva OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Ampliar a oferta de vagas da Ampliar o acesso da UEPA e FCG educação superior, através da População à Educação expansão das ações de com Qualidade. graduação e pós-graduação, de pesquisa e de extensão, disseminando o conhecimento com qualidade e promovendo o desenvolvimento do cidadão. Promover o desenvolvimento cultural, artístico e desportivo, com ações voltadas às experiências interativas na arte e esporte. Promover a produção e a difusão de bens e serviços educacionais, culturais e desportivos. SEEL, FCPTN, SECULT, SEEL, FUNTELPA, FCG e IAP DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Percentual de Professores aptos diante à LDB. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 65 58,6 Taxa de Conclusão 55 64,5 Taxa de oferta em relação aos concluintes do Ensino Médio no ano anterior. Incremento de Eventos Culturais e Desportivos. 3 3 Incremento de público com acesso aos eventos culturais e desportivos. Taxa de audiência das emissoras Cultura. 75,91 22,62 - - continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 178 continuação PROGRAMA OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Taxa de Artistas Aperfeiçoados em Relação à Meta Estabelecida. Taxa de Formação de Ídolos Esportivos. Educação para o Trabalho e Implementar a oferta de vagas da educação profissional, Produção acompanhando as tendências do mercado local, visando à formação de mão-de-obra de qualidade. Promover a gestão das Fortalecimento das políticas públicas na área da Políticas Públicas da promoção. Promoção Social Revitalização e Preservação da Memória e Identidade Cultural Propiciar a continuidade do processo da revitalização e da preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural, voltado para a diversidade de recursos turísticos e a inclusão social. Utilizar os Sistemas SEDUC e FCG Formais de Educação como Instrumentos de Valorização da Cultura e do Esporte. Utilizar os Sistemas UEPA, SEDUC e Formais de Educação FCPTN como Instrumentos de Valorização da Cultura e do Esporte. Valorizar as Múltiplas FCPTN, FCG, Expressões da SECULT, IAP, Diversidade e da UEPA e FCV Preservação do Patrimônio Educacional, Cultural e Desportivo. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 19,49 20,54 24 9,09 - 7,14 4,25 4,75 Taxa bruta de atendimento educacional. 74,5 74,8 Taxa de atendimento com fórum municipal de cultura. Taxa de Recuperação/Restauração do Patrimônio Histórico, Artistico e Cultural (IMÓVEIS). - 0 - - Incremento de Recuperação/Restauração do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Obraspeças, documentos e livros). - 20,46 Incremento às edições culturais. Taxa de atendimento à Educação Profissional. continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 179 continuação OBJETIVO PROGRAMA Inclusão Social pela Educação Universalização da Educação Básica com Qualidade Congregar as diversas ações que permitam o acesso à educação não formal e ao conhecimento para todos, por meio de processos de múltiplas expressões. Propiciar o acesso, a permanência e o melhor rendimento do aluno a uma educação com qualidade. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Utilizar os Sistemas FCV, SEEL, FCG, Formais de Educação SEDUC e FCPTN como Instrumentos de Valorização da Cultura e do Esporte. Ampliar o acesso da SEDUC População à Educação com Qualidade. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Taxa de Atendimento Municipal. Taxa de acesso das escolas públicas ao projeto Integração Escola/Comunidade. Incremento de Atendimento em Atividades de Educação não formal pelo Programa. Atendimento na Educação de Jovens e Adultos nos Cursos Presenciais com Avaliação no Processo. Taxa de Cobertura líquida do Ensino Fundamental. Taxa de cobertura líquida do Ensino Médio. Índices de Desenvolvimento Educacional no Ensino Médio. Índices de Desenvolvimento Educacional no Ensino Fundamental. Fonte: SEPOF/Órgãos Setoriais. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 13,99 27,97 - - 93,73 -12 6,94 6,95 98,25 98,51 19,15 20,41 - - PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 126 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 2.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 127 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 128 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 3 ÁREA PROGRAMÁTICA 129 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 186 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 3.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) 187 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 186 3.1.1 PROGRAMA: ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL - PROATER Quanto ao Processo de Formulação A busca pelo aparelhamento e o ordenamento do Estado impõe às instituições públicas a adoção de estratégias que contribuam para a redução das desigualdades sócio-econômicas, em especial as espaciais, em um território de dimensões continentais, com 1.247.702,70 km², com 143 municípios que abrigam 193.000 UPF’s (Censo Agropecuário 1995-1996) cuja participação relativa no valor bruto da produção agropecuária gira em torno de 64% mas, que, contraditoriamente, apresentam renda média anual de apenas R$ 2.500,00. O Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (PROATER), coordenado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER), integra o PPA 2004-2007 e foi selecionado como um dos programas componentes da Agenda Mínima do Governo. Apresenta como objetivo principal "promover a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural aos produtores rurais, em especial aqueles de unidade familiar e implantar um modelo de administração gerencial em substituição ao modelo vigente", na perspectiva do incremento da renda familiar. A sua construção está vinculada a um quadro de problemas similares ao Programa de Modernização da Agricultura Familiar (ambos apresentam o mesmo público-alvo), com destaque para a utilização de sistemas tradicionais de produção, baseados no "corte e queima", que se tornam insustentáveis no longo prazo por provocar degradação econômica, ambiental e social. O processo de alteração do modo de produção familiar requer um forte apoio do Estado, no sentido de sua ampliação e aceleração, possibilitando a incorporação de tecnologias apropriadas necessária à adoção de um novo padrão de produção que seja capaz de gerar aumentos na produção e produtividade e, conseqüentemente, na renda familiar. A esse quadro associam-se outras variáveis importantes que contribuem para seu agravamento, como o baixo nível de organização e profissionalização dos agricultores, a deficiente infra-estrutura de apoio à agricultura familiar, além da debilidade dos instrumentos de políticas dos governos municipais, voltados para o fortalecimento da produção familiar. A formulação do Programa tem por princípio o desenvolvimento local, partindo de novos paradigmas, com destaque para a agroecologia, que buscam conciliar o PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 187 desenvolvimento de atividades produtivas com a exploração racional do capital natural, com geração de renda e ocupações, apoiado em culturas que ocupam áreas representativas do território paraense ocupado por produtores familiares. Desse modo, encontra-se perfeitamente integrado às políticas de governo e visa a determinar mudanças e potencializar a economia local, enfrentando os problemas de forma articulada através das seguintes ações: ATER ao Desenvolvimento da Cadeia Agroindustrial de Origem Animal e Vegetal; ATER em Áreas de Reforma Agrária; Revitalização da Assistência Técnica e Extensão Rural e Difusão da Tecnologia; ATER ao Desenvolvimento Agroecológico; ATER ao Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura; Difusão do Uso do Calcário Agrícola. Deve-se ressaltar que, no PPA anterior, as ações de assistência técnica e extensão rural estavam dispersas em diferentes programas (de grãos, de fruticultura, etc.). Esta forma de atuação criou embaraços e dificuldades para a operacionalização orçamentária, razão pela qual no PPA atual criou-se um Programa específico para prestação de serviços de assistência técnica à agricultura familiar. As metas físicas definidas pelo Programa, entretanto, não expressam totalmente a mudança proposta no momento de sua formulação, uma vez que se concentram em mensurar o número de produtores e famílias assistidos pela EMATER em suas diferentes ações. O Programa atua em todos os 143 municípios paraenses, com maior ou menor intensidade, junto a um público bem definido que abrange a unidade de produção familiar, caracterizada pela predominância do uso da mão-de-obra familiar. O Programa dispõe de três fontes para execução de suas ações: Convênios; Fundos Especiais; e Receita da Administração Indireta. Inicialmente, os recursos previstos foram da ordem de 7,2 milhões, sendo atualizados para R$ 8,6 milhões, um acréscimo de 19,55%. Entretanto, os recursos não foram gastos integralmente, da dotação atualizada foram realizados R$ 6,1 milhões (71%). Deve-se considerar que o Programa previa captar recursos por meio de convênio, o que aconteceu parcialmente com apenas 43% dos recursos programados. Quanto ao Processo de Implementação O processo de implementação do Programa foi concebido tendo por base duas linhas estratégicas: a) a revitalização da instituição, através da construção de um Plano Operativo de negociação do passivo trabalhista com os funcionários da empresa, atualização tecnológica e organizacional de seus escritórios e capacitação dos PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 188 servidores da EMATER; b) e a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares, em suas atividades agrícolas e não agrícolas, visando expandir e fortalecer este segmento e suas organizações, mediante a utilização de metodologias educativas e participativas. O principal instrumento de implementação do Programa consiste na Capacitação, com o propósito de potencializar a agricultura familiar na sua atividade produtiva e promover o conhecimento, no intuito de contribuir para a geração de emprego e renda das famílias envolvidas. Centrada na realidade local e na interdisciplinaridade do conhecimento necessário ao desenvolvimento da agropecuária, as estratégias de capacitação decorrem de uma visão que ultrapassa aspectos meramente tecnológicos ao incorporar dimensões mais abrangentes que incluem outras variáveis econômicas, sociais e ambientais, culturais, políticas e éticas, no entorno das atividades, bem como processos metodológicos participativos e técnicas vivenciais, dirigidas à educação de adultos. As estratégias de implementação do PROATER buscam promover mudanças no mundo do trabalho da agricultura familiar, sempre em conjunto com os produtores, criando soluções alternativas a partir do processo ensino-aprendizagem, buscando melhorar sua eficiência e produtividade e, ainda, propiciar uma visão crítica abrangente, capaz de gerar qualidade de vida e bem-estar. Essa estratégia possibilita que os agricultores familiares sejam os protagonistas de seu desenvolvimento, aprendendo a gerir seus próprios negócios e a incorporar localmente a riqueza gerada. Outro ponto importante refere-se à potencialização dos fatores de organização social, no qual predomina a formação de grupos capazes de desenvolver ações conjuntas não apenas para gerar oportunidades de negócios, mas, também, para o fortalecimento da cidadania, sendo a educação a principal variável para a promoção de transformações sociais (Tabela 1). PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 189 TABELA 1 - CRÉDITO RURAL INCORPORADO À AGRICULTURA FAMILIAR. BENEFICIÁRIOS PEQUENO PRODUTOR MÉDIO PRODUTOR GRANDE PRODUTOR JOVEM RURAL MULHER RURAL TRABALHADOR RURAL PESSOAS ORIENTADAS TOTAL QUANTIDADES 59.126 2.252 563 9.010 8.983 9.823 24.664 114.421 BENEFICIÁRIOS DO PROATER 59.126 24.664 9.010 2.252 PEQUENO PRODUTOR MÉDIO PRODUTOR 8.983 9.823 563 GRANDE PRODUTOR JOVEM RURAL MULHER RURAL TRABALHADOR PESSOAS RURAL ORIENTADAS A rigor, essa estratégia de implementação exige uma forte articulação com os municípios e um mínimo de estruturação de seus instrumentos de apoio: secretaria municipal de agricultura, conselho municipal de desenvolvimento rural, plano municipal de desenvolvimento rural, assim como a articulação com outros programas e instituições. A perspectiva do Programa parte de princípios agroecológicos, apoiados em modelos de desenvolvimento agrícola sustentável, e tem como principais objetivos: Expandir a área colhida, a produção e a produtividade das culturas assistidas pelo Programa; Treinar agricultores quanto à preservação e conservação do meio ambiente, desenvolvendo sistemas de produção compatíveis com a exploração da natureza; Promover a capacitação de técnicos e produtores familiares, tendo como elemento principal a agroecologia; Difundir tecnologias ajustadas às condições locais da agricultura familiar, capacitando agricultores quanto ao uso de novas tecnologias agroindustriais adequadas à agricultura familiar; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 190 Fortalecer a relação "técnico x produtor", como forma de promover mudanças cognitivas e comportamentais, visando encaminhar novos sistemas produtivos capazes de agregar renda e ocupação produtiva; Possibilitar o acesso dos produtores familiares ao crédito rural. A prestação de serviços de ATER centrou-se, portanto, nas Unidades de Produção Familiares (UPF's), voltadaS para as culturas tradicionais que ocupam áreas territoriais representativas, localizadas na maioria dos municípios paraenses, e que apresentam potencial econômico. Na cadeia agroindustrial de origem vegetal destacam-se os grãos: arroz, milho, caupi e mandioca, com variações positivas decorrentes do uso da tecnologia, máquinas e implementos que contribuíram para alcançar ganhos de produtividade; e variação negativa na cultura do feijão, com redução da área plantada e diminuição do rendimento da terra, por falta de sementes e financiamentos (Tabela 2). TABELA 2 - ESPÉCIEIS TRABALHADAS PELA ATER/PROJETO CULTURAS ALIMENTARES CULTURAS FEIJÃO CAUPI ARROZ SEQUEIRO ARROZ DE VÁRZEA FEIJÃO PHASEOLUS MILHO MANDIOCA HORTALIÇA FOLHOSA HORTALIÇA FRUTO FONTE: CPLAN/NAC PRODUTOR ÁREA COLHIDA (nº) (ha) 11.424 26.120 14.992 41.151 62 60 1.719 2.461 25.394 46.018 30.690 42.588 589 203 312 182 PRODUÇÃO 33.956 78.784 157 1.673 73.202 835.215 4.232 2.926 (t) (t) (t) (t) (t) (t) maços (t) Merece destaque o Projeto da Fruticultura, representado pelo maracujá, cupuaçu, açaí, laranja, banana e abacaxi. As variações positivas nas culturas do maracujá, cupuaçu e açaí são decorrentes da expansão do crédito rural para investimentos e da ATER prestada aos agricultores, tendo em vista o crescimento da agroindústria para esses produtos nos mercados local, nacional e internacional; a laranja e a banana apresentaram um quadro agrícola estável, reflexo dos problemas fitossanitários e de mercado; e o abacaxi apresentou um cenário desfavorável devido à redução nas áreas plantadas e colhidas, conseqüência de baixos preços provocados por oferta superior à demanda na safra anterior (Tabela 3). PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 191 TABELA 3 - ESPÉCIES TRABALHADAS PELA ATER NO PROJETO FRUTICULTURA CULTURAS MARACUJÁ LARANJA CUPUAÇU ABACAXI BANANA AÇAI PRODUTOR ÁREA ÁREA COLHIDA COLHIDA PRODUÇÃO UNIDADE DE ( ha )) ( nº ) ( há MEDIDA 1.804 1.729 6.294 Toneladas 1.285 9.897 494.850.000 Frutos 4.085 2.788 9.653.000 Frutos 1.885 2.052 42.444.000 Frutos 2.428 2.905 30.841.000 Frutos 7.218 10.314 109.550 Toneladas Quanto às culturas industriais, os resultados de expansão nas culturas do dendê, curauá, coco-da-bahia e pimenta-do-reino são decorrentes de investimentos em tecnologia, com vistas a reduzir os custos e ampliar os ganhos de produtividade (Tabela 4). TABELA 4 - ATER NO PROJETO CULTURAS INDUSTRIAIS PRODUTOR ÁREA COLHIDA UNIDADE DE PRODUÇÃO ( nº ) ( há ) MEDIDA DENDÊ 120 1.200 21.670 Toneladas CURAUÁ 603 803 97 Toneladas CAFÉ 1.519 2.165 3.825 Toneladas COCO-DA-BAIA 5.044 6.077 91.267.000 Frutos PIMENTA-DO-REINO 8.853 10.019 31.755 Toneladas CULTURAS Como ação complementar à agricultura, o Programa desenvolveu atividades de difusão do calcário agrícola, como forma de estimular o desenvolvimento tecnológico e a incorporação de novos conhecimentos ao processo produtivo, visando ao incremento da produtividade. Foram implementadas 81 unidades demonstrativas, 2 (duas) unidades de observação, 7 (sete) oficinas e 1(um) dia de campo, beneficiando 18 municípios com participação de 3.335 agricultores familiares. A Cadeia Agroindustrial de Origem Animal destaca-se pela expressividade da atividade pecuária na economia paraense. Em 2005, o rebanho bovino, composto por 17,9 milhões de cabeças, ocupava a 5ª posição no rank nacional. As ações da assistência técnica focada na propriedade familiar buscam promover mudanças no sistema produtivo e no padrão zootécnico como forma de estimular a produção e a produtividade do rebanho. Na propriedade familiar destaca-se, também, a criação de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 192 pequenos e médios animais como forma de prover renda alternativa, embora a exploração ainda se ressinta de manejo adequado. A ATER buscou orientar os produtores familiares principalmente quanto à aquisição de animais de boa procedência e quanto ao uso de instalações adequadas e funcionais, bem como no desenvolvimento de práticas que proporcionem aos animais condições satisfatórias de produção e reprodução, utilizando infra-estrutura e recursos tecnológicos acessíveis. Merece destaque o segmento da Pesca que tem singular importância na economia paraense e um papel preponderante na alimentação de sua população. Ocupa o 1º lugar no rank nacional apoiado na Pesca Artesanal que corresponde a cerca de 70% da produção paraense de pescado, configurando-se em uma atividade de fundamental importância sócio-econômica e cultural para o Estado e para a Região. No ano 2005, a EMATER elaborou 836 projetos de crédito rural financiado pelo PRONAF, injetando na economia cerca de R$ 746 mil. Dos projetos elaborados, 180 foram contratados, sendo 108 em pesca artesanal e 72 em piscicultura, que perfazem um montante de R$ 185 mil. Entretanto, a pouca disponibilidade de mão-de-obra nas agências de crédito é um fator limitante ao crescimento do setor, pois redunda em atraso na liberação dos recursos financeiros. No Pará, onde a Reforma Agrária tem sido estimulada, os Planos de Recuperação e/ou desenvolvimento esbarram, ainda, em dificuldades em decorrência da falta de uma ação integrada dos atores e instrumentos de política agrícola e de orçamentos reduzidos das instituições envolvidas no processo. No conjunto de suas ações, o Programa ampliou sua área de atuação, abrangendo 46 assentamentos, 19 municípios do Estado, onde a prioridade é encaminhar as ações dos Planos Plurianuais de Desenvolvimento estabelecidos para o período 2004-2007, simultaneamente com a elaboração e execução de planos de crédito, via PRONAF, visando atender às demandas dos agricultores assentados. Até o momento, os convênios celebrados com o INCRA, tendo como referência a Assistência Técnica, Social e Ambiental, abrangem os assentamentos: Paragonorte, no município de Paragominas; Floresta Gurupi e Surubiju, no município de Ulianópolis; Cristalino I e II e Tapajós, no município de Aveiro; Ipiranga, no município de Itaituba; Nova Esperança e Socó I, no município de Juruti; Nova Fronteira e Santa Júlia, no município de Novo Progresso; e Cruzeirão, no município de Óbidos. A análise da implementação do Programa permite destacar os seguintes aspectos: PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 193 a) A reestruturação da EMATER representou um grande avanço no sentido do ordenamento da atuação da empresa junto ao segmento dos agricultores familiares, entretanto, sua estruturação ainda não foi completada, havendo carência de pessoal técnico, administrativo e infra-estrutura de apoio, impedindo uma ação mais eficiente na condução do Programa; b) O gerenciamento do programa cabe, em princípio, ao titular da EMATER, entretanto verifica-se que o grande número de demandas pontuais e difusas do públicoalvo é atendido por diferentes programas e instituições, sem que haja uma verdadeira articulação entre eles; c) Esse processo de atendimento do público-alvo (agricultores familiares) tem criado dificuldades para o monitoramento e, principalmente, para a avaliação do programa (ou dos programas envolvidos); d) A integração com outros programas, como o Programa de Modernização da Agricultura Familiar coordenado pela Secretaria Executiva de Estado de Agricultura (SAGRI), assim como os Programas de Defesa Sanitária Animal e Defesa Sanitária Vegetal, sob responsabilidade da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARÁ), é de fundamental importância. Dentre as realizações do programa merecem referência: Fortalecimento da cadeia produtiva do mel, com participação da SAGRI e SEBRAE para a montagem da infra-estrutura de processamento do mel, envolvendo nove associações de apicultores, duas prefeituras e beneficiando mais de 300 famílias de apicultores; Implantação do Projeto de Produção Integrada na Agricultura Familiar, envolvendo cinco comunidades e 50 famílias, no município de Inhangapi, com ações iniciais voltadas para a meliponicultura, sistemas agroflorestais e avicultura familiar. Coordenado pela EMATER, mas com participação da SAGRI e SECTAM, entre outras instituições; Reorganização administrativa e gerencial da EMATER com negociação do passivo trabalhista, inserção de novos processos de trabalho e aquisição de máquinas e equipamentos para a sede da empresa e os escritórios regionais. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 194 Quanto à Avaliação dos Resultados A importância do desenvolvimento da agricultura familiar para Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (EMATER), coordenadora do Programa, é visível em seus resultados, diferentemente do que se verifica no Programa de Modernização da Agricultura Familiar, sob coordenação da SAGRI. Isso ocorre, talvez, porque o negócio central da empresa consiste na ATER ao público da agricultura familiar, enquanto que a SAGRI possui várias opções para realização de negócios, não se restringindo à agricultura familiar. O PROATER é um Programa bem formulado e contou com a existência de condições objetivas favoráveis a sua implementação. Essas condições objetivas passam pelo processo de revitalização institucional da empresa, com o ordenamento de suas ações, consoante à missão e aos seus princípios básicos, assim como o aporte de equipamentos de informática, veículos, máquinas e implementação de novos processos de trabalho como forma de garantir o atendimento aos agricultores familiares e a transição tecnológica. Nesse contexto, verifica-se que a maioria das ações implementadas no âmbito do Programa foi devidamente planejada e executada e um dos fatores que contribui para tal assertiva, além do compromisso do titular da EMATER, refere-se à disponibilidade de crédito rural como fator determinante do processo de expansão econômica, auxiliando no aperfeiçoamento do processo de modernização da agropecuária. No ano de 2005, a EMATER, gerente do Programa, elaborou 15.252 projetos de crédito rural, a maioria financiada pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), os quais injetarão na economia municipal aproximadamente R$ 89 milhões, distribuídos conforme Tabela abaixo (Tabela 5). Dos projetos elaborados, 7.818 foram contratados, com ênfase para o cultivo de fruteiras tropicais, culturas alimentares, pecuária mista, infra-estrutura e pequenos animais, entre outras atividades, que perfazem um montante de R$ 38,5 milhões. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 195 TABELA 5 - PARÁ. ATUAÇÃO DO PROATER REGIÕES NORDESTE PARAENSE TOCANTINS MARAJÓ SUL DO PARÁ TRANSAMAZÔNICA OESTE PARAENSE TOTAL (R$) 16.630.402,39 19.892.951,97 2.961.976,35 18.925.966,68 7.366.868,80 23.049.223,82 88.827.390,01 (%) 19 23 3 21 8 26 100 NORDESTE PARAENSE 19% OESTE PARAENSE 27% TOCANTINS 22% TRANSAMAZÔNICA 8% SUL DO PARÁ 21% MARAJÓ 3% O Projeto "Cidadania no Campo", idealizado pela EMATER e implementado com parcerias de várias instituições governamentais e não governamentais, propôs-se, ao longo de 2005, a disponibilizar uma diversificada vitrine de serviços básicos às comunidades rurais, como forma de promover o exercício pleno da cidadania e melhorar os indicadores de desenvolvimento humano. Neste contexto, o fortalecimento de organizações rurais visa a formar grupos capazes de desenvolver ações coletivas que facilitem o exercício pleno da cidadania e a superação da dependência tecnológica e cultural, aumentando a percepção crítica de suas realidades. A organização rural potencializa a própria ação do Programa, estimulando a construção coletiva de soluções para os problemas locais, fortalecendo pequenos empreendimentos e contribuindo para o processo produtivo, através do fortalecimento do poder dos agricultores no processo de aquisição de insumos e de comercialização coletiva da produção, inclusive no processo de verticalização de seus produtos. Merecem destaque as atividades realizadas na Unidade Didática Agroecológica do Nordeste Paraense – UDB/Bragança que visam a estimular o desenvolvimento tecnológico e incorporar novos conhecimentos produtivos à pequena e média produção do nordeste paraense. A UDB/Bragança busca utilizar fatores e recursos disponíveis como alternativa estratégica de sustentabilidade, reduzindo o custo operacional e PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 196 agregando valores à cadeia produtiva. Dentre as atividades desenvolvidas, destacamse as experiências realizadas com Sistemas Agro-florestais (SAF's) e Pastejo Rotacionado Intensivo (PRI); e a implantação de Agroindústria de Laticínios e de Unidades de Processamento de Frutas Tropicais, de Pescado e de Fabricação de Farinha de Mandioca. Diante desse quadro, apresentam-se as seguintes recomendações: a) Ampliar a articulação do PROATER com demais programas, em especial com o Programa de Modernização da Agricultura Familiar, realizando ações efetivamente em conjunto; b) Completar o processo de reestruturação da EMATER, com a contratação de novos funcionários e aparelhamento dos escritórios, possibilitando, assim, as condições operacionais necessárias à execução do Programa; c) Estruturar um sistema eficiente de monitoramento e avaliação, incluindo-se aí a necessidade de um completo banco de dados, verificando, ainda, a possibilidade de prestação de serviços também on-line; d) Avançar as discussões sobre os indicadores do Programa, numa perspectiva mais ampla que vá além do atendimento aos produtores familiares, mas incorpore a qualidade da prestação dos serviços. Quanto aos Avanços e Perspectivas Para o crescimento do Programa é fundamental que se mantenham os esforços empreendidos no sentido de desenvolver ações que promovam mudanças organizacionais, incorporando a qualidade na prestação de serviços, a competitividade e a necessidade de modernização, de acordo com as exigências o mercado. Para tanto, apesar dos esforços empreendidos, deve-se, nos próximos anos, buscar melhoria na qualidade dos serviços prestados, buscando: a) Aperfeiçoar os processos organizacionais e administrativos, através de um melhor sistema de informação e processos; b) Prover espaço físico e ambiente adequado para a EMATER, coordenadora do Programa, visando alcançar um melhor desempenho na prestação dos serviços; c) Ampliar a estrutura de trabalho, visando atender com eficácia as demandas de assistência técnica. E, ainda: PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 197 a) Favorecer o processo de modernização agropecuária conciliando-o com a preservação do meio ambiente; b) Definir com as instituições financeiras novas linhas de crédito com vistas à expansão da agricultura familiar; c) Estimular a promoção de subsídios para a produção orgânica da agricultura familiar. Por fim, outra perspectiva de trabalho que deve ser ampliada, refere-se às tradições do saber popular no uso de plantas medicinais. No Pará há aproximadamente 574 espécies de plantas medicinais, o que justifica o cultivo racional para preservação das espécies, além da geração de ocupação e renda para os agricultores e suas famílias. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 198 3.1.2 PROGRAMA: MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR Quanto ao Processo de Formulação Denomina-se como agricultura familiar a forma de produção na qual predomina o trabalho familiar, eventualmente complementado pelo trabalho assalariado, cabendo aos agricultores familiares gerenciar o processo produtivo, numa interação entre gestão e trabalho. De acordo com a Medida Provisória nº 2.166/67, que complementa a Lei nº 4.771/65 (Código Florestal), a pequena propriedade rural ou posse rural familiar caracteriza-se, também, por apresentar 80% da renda bruta familiar anual proveniente de atividades agropecuária e não-agropecuária (agroflorestal, extrativismo) exercidas no estabelecimento e sua área não pode ser superior a 150 hectares. Segundo dados do Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), esse segmento é responsável por 67% da produção nacional de feijão, 97% de fumo, 84% de mandioca, 31% de arroz, 49% de milho, 52% de leite, 59% de suínos, 40% de aves e ovos, 25% de café e 32% de soja. A agricultura familiar ocupa 30,5% da área total dos estabelecimentos rurais, produz 38% do Valor Bruto da Produção (VBP) nacional e ocupa 77% do total de pessoas que trabalham na agricultura e tem sido usada, politicamente, como um instrumento para reduzir a migração do campo para a cidade e para prover sustentabilidade aos assentamentos rurais. O Programa de Modernização da Agricultura Familiar, coordenado pela Secretaria Executiva de Agricultura (SAGRI), integra o PPA 2004-2007 e foi selecionado como um dos programas componentes da Agenda Mínima do Governo. Apresenta como objetivo principal a modernização do padrão de produção da agricultura familiar praticada no Estado do Pará, na perspectiva do incremento da renda familiar. A sua construção está vinculada a um quadro de problemas que apresenta a seguinte configuração: os sistemas tradicionais de produção praticados pela agricultura familiar, baseados no corte e queima, no longo prazo revelaram-se insustentáveis, gerando um processo de degradação econômica, social e ambiental. As reações a essa forma de produção tiveram início a partir da segunda metade da década de oitenta, operadas muito mais por iniciativas dos agricultores do que por iniciativas institucionais. Teve início, assim, um lento processo de transformação da base produtiva da agricultura familiar com a introdução de culturas permanentes nas Unidades Familiares PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 199 de Produção (UPF’s), na tentativa de recompor a eficiência reprodutiva dessas unidades, através da diversificação dos sistemas de produção tradicionalmente utilizados. Em que pese os avanços ocorridos, esse processo de mudança da base produtiva da agricultura familiar paraense ainda exige um forte apoio do Estado, no sentido de sua ampliação e aceleração, possibilitando a incorporação de tecnologias apropriadas necessária à adoção de um novo padrão de produção pelas UPFs que seja capaz de gerar aumentos da renda familiar, minimizando os problemas de reprodução dessas unidades. A esse quadro associam-se outras variáveis importantes que contribuem para seu agravamento, como o baixo nível de organização e profissionalização dos agricultores, a deficiente infra-estrutura de apoio à agricultura familiar, além da debilidade dos instrumentos de políticas dos governos municipais, voltados para o fortalecimento da produção familiar. Para enfrentamento desses problemas, o Programa foi estruturado em um conjunto articulado de cinco ações principais: a) Apoio ao fortalecimento institucional da municipalização da agricultura; b) Fortalecimento da infra-estrutura de apoio à agricultura familiar; c) Modernização e verticalização dos processos produtivos; d) Apoio às ações do PRONAF; e) Apoio às ações do Pró-Renda. O Programa define, também, metas físicas perfeitamente que expressam em termos indicativos, contudo insuficientes, tanto do ponto de vista quantitativo quanto financeiro, para permitir mudanças mais significativas na base produtiva da agricultura familiar. Tomando-se por base a dotação inicial do Programa em 2005 e relacionando-a ao atendimento de apenas 10% (19.300) das UPFs existentes no Estado, o que corresponderia a um valor de R$ 200,00 por UPF, verifica-se que a abrangência do Programa ainda é pouco significativa quando se pretende que o fortalecimento da agricultura familiar traga algum impacto ao desenvolvimento local. O Programa define como público-alvo o segmento dos agricultores familiares que representam, no Pará, um conjunto de 193.000 UPF’s (Censo Agropecuário 1995-1996) cuja participação relativa no valor bruto da produção agropecuária gira em torno de 64% mas, que, contraditoriamente, apresentam renda média anual de apenas R$ 2.500,00. A unidade de produção familiar encontra-se bem caracterizada ao serem definidos como elementos fundamentais a predominância do uso da mão-de-obra familiar e a participação relativa ao mercado. Elementos que se manifestam de forma PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 200 mais acentuada (95%) na Amazônia e particularmente no Pará, nas propriedades agrícolas situadas no estrato de área entre 0 a <200 hectares. Atualmente, o Programa conta com duas fontes principais de recursos, o Tesouro do Estado e Convênios, com destaque, na segunda fonte, para o executado com o Programa Nacional de Ações Territoriais (PRONAT), assinado com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), voltado para o fortalecimento da infra-estrutura de apoio à agricultura familiar nos 5 territórios definidos pelo CEDRS e homologados pela SDT/MDA. Ressalta-se, entretanto a necessidade da construção de uma rede de parcerias e a busca de novas fontes de financiamento de modo a permitir mais robustez ao Programa e o alcance do impacto desejado. Quanto ao Processo de Implementação O processo de implementação do Programa foi concebido tendo por base a construção de um Plano Operativo que adota a estratégia de Pólos de Agricultura Familiar (PAFs), sendo cada pólo formado por um conjunto de municípios que apresentam grande concentração de Unidade de Produção Familiar (UPFs). A implementação apoiou-se em 4 (quatro) fases ou momentos interdependentes: a) Definição dos Pólos de Agricultura Familiar; b) Seleção de produtos potenciais em cada município integrante do Pólo; c)Identificação de pontos de estrangulamento das cadeias produtivas dos diferentes produtos selecionados; d) Proposição de ações com vistas à neutralização dos pontos de estrangulamento detectados nas cadeias produtivas. Para a seleção dos municípios componentes de cada Pólo, adotaram-se como critérios básicos o maior número de Unidades de Produção Familiares (UPF’s), o dinamismo da agricultura familiar e a existência de Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, considerando-se o máximo de 20 (vinte) municípios por Pólo e, em cada município, foram levantadas as cadeias produtivas familiares mais importantes, assim como seus gargalos, que serviram de referência para a definição das ações de intervenção. Desse modo, foram definidos seis Pólos de Agricultura Familiar (PAF’s), sendo um em cada uma das seguintes regiões: Nordeste Paraense, Baixo Tocantins, Baixo Amazonas, Marajó, Transamazônica e Sudeste do Pará. As atividades ou produtos potenciais de cada Pólo foram selecionados de acordo com a maior dimensão da área colhida e o volume da produção. O objetivo não foi o de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 201 criar ou introduzir novas alternativas, mas apoiar as mais promissoras já existentes, dinamizando-as e fortalecendo-as, buscando-se o incremento da renda da unidade de produção familiar, gerando sinergias com os demais setores da economia municipal e fortalecendo o sistema produtivo local. Procedeu-se à avaliação detalhada de cada produto para a compreensão da dinâmica da sua cadeia produtiva, fixando-se com mais atenção na identificação dos fatores restritivos à expansão e ao fortalecimento dessas cadeias, considerando os dados secundários disponíveis em diferentes trabalhos, recentemente realizados, sobre a agropecuária estadual. Com base na identificação dos fatores restritivos buscou-se a definição de ações específicas, direcionadas aos pontos de estrangulamento de cada cadeia produtiva analisada, na perspectiva de sua remoção ou redução de seus efeitos. A perfeita implementação dessas ações exige o respaldo de atividades de suporte que, pelo seu caráter transversal, vão além do produto ou cadeia produtiva específica. As ações formuladas previam a integração com os órgãos executores dos principais instrumentos de política agrícola, destacando-se a assistência técnica e extensão rural, o crédito rural, a pesquisa agropecuária e a comercialização, e, ainda, a integração com as Secretarias Municipais de Agricultura, sobretudo pelo papel que desempenham na formulação, execução e coordenação da política agrícola municipal. Entretanto, deve-se ter presente que a eficácia desses instrumentos necessita do fortalecimento das diferentes formas de organização rural e o seu envolvimento como agentes ativos no processo de discussão, planejamento, execução e acompanhamento das ações propostas. Portanto, o nível de organização dos agricultores e a disponibilidade para o estabelecimento e o fortalecimento de formas associativas constituem-se critérios prioritários na seleção das comunidades integrantes do Programa. Desse modo, para cada pólo foi eleito um conjunto de cadeias produtivas com as respectivas ações a serem implementadas pelo Programa na perspectiva da minimização ou eliminação dos gargalos identificados, tendo como diretriz básica a potencialização de atividades locais promissoras e não a introdução de novas alternativas. Considerando a necessidade de buscar o maior impacto possível nas áreas-foco, em um contexto de restrições orçamentárias, e, além disso, a necessidade da montagem de um eficiente sistema de monitoramento e avaliação das ações desenvolvidas, foi estabelecido que em cada município do pólo seriam selecionadas 10 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 202 comunidades, através do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, e em cada comunidade um conjunto de 20 UPF’s, selecionadas pela Associação de Produtores da respectiva comunidade, perfazendo um total de 200 UPF’s por município. Isto significa que a ação do programa atingiria 14.000 UPF’s, levando-se em consideração os 70 municípios integrantes dos seis pólos definidos. A rigor, essa estratégia de implementação exige uma forte articulação com os municípios e um mínimo de estruturação de seus instrumentos de apoio: Secretaria Municipal de Agricultura, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, Plano Municipal de Desenvolvimento Rural, entre outros, de modo que o município seja capaz de planejar o seu próprio desenvolvimento. Esse modo de implementação evitaria, assim, as demandas difusas e pulverizadas de difícil monitoramento e sem qualquer impacto importante no desenvolvimento local e que nem sempre traduzem o protagonismo das comunidades. Para condução desse processo foi criada a Diretoria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local (DIAFAM), no âmbito de uma reestruturação organizacional da Secretaria Executiva de Agricultura (SAGRI). A análise da implementação do Programa permite destacar os seguintes aspectos: a) O Programa vem sendo executado de forma diversa da sua formulação, persistindo no atendimento de demandas pontuais e difusas. A maioria das demandas atendidas encontra-se dissociadas do objetivo proposto, significando a pulverização de recursos de um orçamento já restrito, ampliando as dificuldades para o alcance dos resultados esperados; b) A criação da DIAFAM representou um grande avanço no sentido do ordenamento da atuação da SAGRI junto ao segmento dos agricultores familiares, entretanto, sua estruturação ainda não está completa, havendo carência de pessoal técnico, administrativo e infra-estrutura de apoio, impedindo uma ação mais eficiente na condução do programa; c) O gerenciamento do programa que teoricamente deveria estar sob a responsabilidade da DIAFAM não acontece de fato, na medida em que o grande número de demandas pontuais e difusas, pleiteadas junto a SAGRI, em geral é atendido por diferentes diretorias com seus dispêndios apropriados no orçamento do programa; d) Esse processo não-planejado de atendimento de demandas pulverizadas tem criado dificuldades para o monitoramento e, principalmente, para a avaliação do PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 203 programa. A rigor, essas duas fases, importantes do planejamento, vêm sendo realizadas de forma bastante precária; e) A integração com outros programas, como o Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (PROATER), coordenado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER), assim como os Programas de Defesa Sanitária Animal e Defesa Sanitária Vegetal, sob responsabilidade da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARÁ), é de fundamental importância para a sua implementação. Hoje esses programas estão totalmente dissociados e desarticulados em seus processos de execução. f) Efetivamente, apenas os projetos de Dendê na Agricultura Familiar, Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura, Apicultura, Meliponicultura, Avicultura Familiar, Produção Integrada na Agricultura Familiar e o Pronat, em convênio com o MDA, vem sendo implementados pela DIAFAM, de forma planejada e com resultados relevantes. Dentre as realizações do Programa merecem referência: Fortalecimento da cadeia produtiva do mel, envolvendo investimentos da ordem de R$ 530 mil focados na montagem da infra-estrutura de processamento do mel, envolvendo nove associações de apicultores, duas prefeituras e beneficiando mais de 300 famílias de apicultores; Lançamento e início de implantação do Projeto de Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura do Estado do Pará (PODOCAP), com meta de atingimento de 3.000 produtores familiares no horizonte de seis anos; Implantação do Projeto de Produção Integrada na Agricultura Familiar, envolvendo cinco comunidades e 50 famílias, no município de Inhangapi, com ações iniciais voltadas para a meliponicultura, sistemas agroflorestais e avicultura familiar; Implantação do Projeto Avicultura Familiar que já atingiu 62 municípios, beneficiando 6.200 famílias; Estabelecimento de 145 convênios com prefeituras e associações de produtores, em diferentes atividades, objetivando o fortalecimento da agricultura familiar, envolvendo recursos da ordem de R$ 4,2 milhões; Implantação de projetos de infra-estrutura de apoio à agricultura familiar em cinco territórios do Estado (Nordeste Paraense, Sul, Sudeste, Baixo Amazonas e Transamazônica), em consonância com a política de desenvolvimento territorial do MDA e através da integração de ações entre a Secretaria de Desenvolvimento Territorial do MDA, instituições federais, estaduais, municipais e movimentos sociais. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 204 Envolve investimentos da ordem de R$ 2,8 milhões, beneficiando 51 municípios e 15.000 famílias de agricultores. Quanto à Avaliação dos Resultados A despeito da importância da agricultura familiar para a economia agrícola estadual, e do interesse do Governo Estadual em apoiar o fortalecimento dessa forma de produção, através de um Programa específico, incluído em sua agenda mínima, não foi possível até aqui, decorridos dois anos, o alcance dos resultados esperados. O Programa de Modernização da Agricultura Familiar, embora razoavelmente bem formulado, não contou com condições objetivas para sua implementação, o seu orçamento foi pulverizado no atendimento de demandas pontuais e difusas, reproduzindo o padrão de execução reativa, não planejada, historicamente desenvolvido pela SAGRI. Padrão esse extremamente oneroso para o Estado, porquanto de resultados pouco consistentes. O Programa, como foi concebido, se contrapõe a esse modelo de atendimento de demandas no varejo. Nesse contexto, verifica-se que a maioria das ações implementadas no âmbito do Programa não foi planejada e há um evidente desvio em relação aos objetivos do Programa. Mesmo assim, não é possível deixar de reconhecer os resultados positivos do programa, principalmente ovinocaprinocultura, nas avicultura atividades familiar, dendê, de meliponicultura, sistemas apicultura, agroflorestais e na implementação de ações de desenvolvimento territorial. Diante desse quadro, apresentam-se as seguintes recomendações: a) Restringir o atendimento de demandas pulverizadas no âmbito do Programa; b) Completar a estruturação da Diretoria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local, possibilitando assim as condições operacionais necessárias ao gerenciamento do Programa; c) Estruturar um sistema eficiente de monitoramento e avaliação, incluindo a necessidade de um completo banco de dados; c) Articular parcerias com instituições governamentais e não-governamentais, destacando-se a necessidade de integração das ações do Programa, em especial, com o PROATER; d) Repensar o conjunto das ações componentes do Programa, suas metas e orçamento; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 205 e) Avançar as discussões sobre os indicadores do Programa. O rendimento da terra e a produtividade da terra não são capazes de mensurar o impacto do Programa, tendo em vista que a metodologia adotada não exclui a participação de outros programas e projetos; e, f) Finalmente, a execução do Programa deve acontecer de forma eficiente, obedecendo a formulação proposta, tendo em vista que o Programa de Modernização da Agricultura Familiar se constitui em um poderoso instrumento para a mudança da base produtiva da agricultura familiar paraense, capaz de gerar empregos e ocupações e municipalizar o desenvolvimento estadual. Quanto aos Avanços e Perspectivas A importância da agricultura familiar para a sociedade paraense não se resume ao aspecto produtivo, mas deve-se considerar, também, sua inclusão social e produtiva como forma de reduzir as desigualdades sociais e espaciais e ampliar as perspectivas de negócios e geração de renda. Para tanto, um gerenciamento mais eficaz do Programa é fundamental, assim como sua articulação com os demais programas e instituições, capaz de atuar de forma singular junto ao público-alvo de agricultores familiares, evitando a pulverização de recursos e a realização de esforços técnicos desarticulados entre si. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 206 3.1.3 PROGRAMA: NOVA ECONOMIA Quanto ao Processo de Formulação Desde o seu início, a dinâmica da economia paraense esteve atrelada ao setor exportador e, nas últimas décadas, em especial, encontra-se apoiada nos segmentos mineral e madeireiro através de grandes projetos e empreendimentos comerciais. Uma rápida análise da Balança Comercial Paraense, formada por 47,5% de produtos básicos, 39,2% de semimanufaturados e 13,2% de manufaturados, demonstra uma elevada concentração exportadora em produtos com baixo valor agregado. No tocante à participação empresarial nos mercados nacional e internacional os números são altamente concentradores: do total de 467 empresas exportadoras, apenas duas foram responsáveis por 55% do total exportado pelo Pará. Esse cenário impôs, nos últimos dez anos, a condução de uma política pública capaz de criar mecanismos que favoreçam a verticalização ou a agregação de valor, não apenas aos setores mais dinâmicos da economia (mineral e madeireiro), mas, também aos setores potenciais, como agroindústria e turismo, inclusive no que se refere à espacialização territorial de pequenos e médios negócios. A falta de inserção de produtos paraenses oriundos de empresas de pequeno e médio porte, tanto no mercado local quanto nos mercados regional, nacional e internacional, em conseqüência do baixo valor agregado e da ausência de qualidade desses produtos, manteve o Programa Nova Economia, presente no PPA anterior, como política de governo, com algumas alterações. O Programa tem na sua essência contribuir para o incremento da comercialização, através de uma ação conjunta entre Governo, empreendedores e entidades de classe, visando consolidar o fornecimento de produtos e serviços a esses mercados. A estratégia adotada visa a estimular a criação e a revitalização de cooperativas multisetoriais e de redes associativas, e a dinamização, a custos competitivos, da movimentação portuária e aeroportuária, visando à geração de empregos e ocupações e o efetivo fluxo de produtos comercializados, resultará em: Promover a melhoria no nível de competitividade das empresas, do ponto de vista tecnológico e do perfil da mão-de-obra, adequando-as às necessidades exigidas pelos consumidores, por meio da qualificação de gestores e trabalhadores; Promover a inserção competitiva de empresas paraenses no comércio exterior, com vista ao incremento do potencial exportador do Estado; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 207 Fomentar e apoiar a realização de eventos de natureza comercial como forma de divulgar a produção local: e, Consolidar a participação de empresas paraenses como fornecedoras de produtos e serviços aos grandes empreendimentos instalados no Pará. Com vistas a atender as demandas dos setores econômicos envolvidos, e na perspectiva de modificar o quadro atual de ausência de uma cultura comercial competitiva e exportadora das empresas de pequeno e médio porte, desenhou-se para o Programa um conjunto de ações que, a princípio, deveriam expressar coerência e articulação entre si, a saber: Apoio à inserção de empreendimentos paraenses no comércio exterior - EXPORTA PARÁ; Apoio à inserção de empreendimentos paraenses no comércio Regional e Nacional, que abriga o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF); Formação de Redes de Cooperação Empreendedoras; e Financiamento de Micro e Pequenos Empreendimentos Formais e Informais – Banco do Cidadão. Deve-se ressaltar que esta última ação não fazia parte originalmente do Programa, visto que tinha sido apresentada como um Programa singular, entretanto, dada a sua recusa como programa orçamentário pelo Órgão Gestor do Planejamento, e a possibilidade do microcrédito tornar-se um instrumento facilitador ao desenvolvimento de pequenos e médios empreendimentos, esta ação passou a integrar o Programa Nova Economia. Para viabilizar o Programa está previsto no PPA 2004-2007 recurso da ordem de R$ 73,6 milhões, provenientes exclusivamente do Tesouro Estadual. Para o exercício de 2005 previu-se utilizar 21,53% desse recurso, correspondente a R$ 15,8 milhões, para apoiar 52 cooperativas e 79 empreendimentos, além de financiar 8.000 pequenos e médios negócios. Quanto ao Processo de Implementação O processo de implementação do Programa Nova Economia aconteceu de forma desarticulada, não apenas pela ausência de coerência e articulação entre as ações, mas, também, pela inexistência de um gerenciamento centralizado que buscasse construir uma identidade para o Programa. Entretanto, este fato não se configurou como impedimento para a implementação com êxito das ações do Programa. O Apoio à Inserção de Empreendimentos Paraenses no Comércio Regional e Nacional é uma ação desenvolvida pela Secretaria Executiva de Indústria Comércio e PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 208 Mineração (SEICOM) para promover o incremento do comércio paraense no âmbito regional e nacional, através de consultorias, treinamentos e apoio financeiro. Como resultado, o exercício 2005 fechou com 274 (duzentos e setenta e quatro) empreendimentos apoiados, registrando um crescimento de 74% em relação a 2004. Empreendimentos esses, distribuídos em 18 (dezoito) municípios paraenses, conforme Tabela 1 a seguir. TABELA 1 - Pará: Atuação do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores PDF-2005 REGIÕES RMB TAPAJÓS CARAJÁS TOTAL Fonte: SEICOM Nº DE EMPREENDIMENTOS 137 30 107 274 O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) que integra a Ação Apoio à Inserção de Empreendimentos Paraense no Comércio Regional e Nacional, iniciou suas atividades em setembro de 2000, sob coordenação da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA) em articulação com a Secretaria Executiva de Indústria Comércio e Mineração (SEICOM), com apoio da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e suas empresas que operam no Estado do Pará, bem como a Rede CELPA, IMERYS Rio Capim Caulim, e diferentes entidades de classe da grande Belém e interior do Estado, relacionadas com o setor industrial. Atualmente, o PDF abrange as regiões de Belém, Carajás e Tapajós, contando, até maio/2006, com a participação de 745 empresas de diversos setores, dentre os quais fabricação e montagem; construção civil; estudos, projetos e consultoria; serviços, indústria e comércio em geral. De maneira geral, o PDF atua junto às empresas fornecedoras paraenses em três linhas: • Capacitação, incluindo treinamento para empresários e gestores, qualificação para trabalhadores e certificação de empresas; • Promoção de empresas cadastradas no programa; • Assessoria aos negócios através de palestras e workshops com compradores, fornecedores e detentores de tecnologia; e visitas a empreendimentos e grandes indústrias, bem como visitas técnicas a cada empresa participante. O PDF trabalha o desenvolvimento das empresas paraenses visando à geração de negócios, nas fases de implementação e expansão de projetos, e as compras de rotina para a operação das plantas industriais. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 209 Os treinamentos para trabalhadores foram executados, na região de Belém, pela ETPP em parceria com a CVRD; em Carajás, pela parceria SENAI/SETEPS e em Parauapebas e Canãa dos Carajás pela parceria SENAI/CVRD; e, na região do Tapajós, em Oriximiná, pelo SENAI/SETEPS. Os treinamentos para gestores e empresários foram realizados em Canaã do Carajás, com 30 participantes, e em Barcarena e Paragominas, com 23 e 22 participantes, respectivamente. Por fim, os treinamentos para gestores e administradores (empresas compradoras e detentores de tecnologia) foram realizados em Parauapebas, com 53 participantes, e em Belém, com 60 participantes. No início de 2004, o convênio que instituiu o PDF foi renovado e reestruturado com o objetivo de ampliar sua abrangência, intensificando a integração entre as empresas compradoras e os fornecedores paraenses. A partir de janeiro de 2005 a ALCOA Alumínio S.A., Camargo Correia Metais e, em fevereiro, a Primo Schincariol, passaram a integrar o quadro dos mantenedores do programa. Merece destaque, também a Ação Apoio à Inserção de Empreendimentos Paraenses no Comércio Exterior – EXPORTA PARÁ, gerido, pela SEICOM, impulsionando o comércio paraense no mercado mundial das exportações e importações. Em 2005 as exportações paraenses atingiram US$ 4.807.638 milhões e as importações US$ 404.401 milhões. Um dos fatores que contribuíram para se atingir esse resultado foi o efetivo apoio a 492 (quatrocentos e noventa e dois) empreendimentos, em 60 (sessenta) municípios paraenses. Entretanto, para obter-se a real influência desta ação no comércio internacional, faz-se necessário uma análise detalhada da conjuntura econômica nacional e mundial que se apresentava favorável a este incremento. Com o objetivo de fomentar a geração de ocupação, emprego e renda nos municípios do Estado, o Programa Nova economia vem desenvolvendo a Ação Formação de Redes de Cooperação Empreendedoras, promovendo a formação e a revitalização de cooperativas e associações multisetoriais. A execução desta Ação se dá de forma conjunta entre a SEICOM e os seguintes programas e instituições: Programa de Articulação para a Cidadania (PAC); Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (SEBRAE); Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social (SETEPS); Companhia de Abastecimento do Pará (CEASA); Secretaria Executiva de Desenvolvimento Urbano (SEDURB) por meio do Programa Pará Urbe; Ação Social Integrada do Palácio do Governo (ASIPAG); e Prefeituras Municipais, articulando-se, ainda, com o Banco do Cidadão, um Ação do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 210 Esta forma de execução integrada, com participação de diversos programas e instituições, propiciou o fortalecimento de organizações comunitárias, através de apoio técnico em assembléias, ciclos de palestras, visitas domiciliares, reuniões, entrevistas e atendimentos para indivíduos ou grupos, além de apoio jurídico e financeiro a 44 Associações/Cooperativas, abrangendo 24 municípios. A Ação Financiamento de Micro e Pequenos Empreendimentos Formais e Informais – Banco do Cidadão constitui-se na implantação de uma política mais ampla, abrangente e efetiva de microcrédito, representando uma evolução natural, tendo em vista que desde 1996 o Governo Estadual vem financiando micro e pequenos negócios, através do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado (FDE), sob um Programa específico denominado "Crédito Produtivo", até então sob uma gestão compartilhada entre a Secretaria Executiva de Orçamento e Finanças (SEPOF), a Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social (SETEPS) e o Banco do Estado do Pará (BANPARÁ). A sua operacionalização, ainda ocorre através do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do Pará (FDE), agora, através de Programa específico denominado Financiamento de Micros e Pequenos Empreendimentos Formais e Informais - Banco do Cidadão, aprovado pelo Decreto N.º 946, de 15 de abril de 2004, formado por recursos financeiros provenientes da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e na mesma proporção o Tesouro Estadual. Ressalte-se, que a participação da CVRD no Banco do Cidadão é resultante de um amplo Acordo estabelecido entre o Governo do Estado do Pará e a referida Companhia, a qual esta se comprometeu a depositar mensalmente, por um período de 24 meses, importância semelhante àquela depositada pelo governo estadual, para fins de financiamento de micros e pequenos negócios, formais e informais. Os financiamentos apresentam prazo de carência e modalidades de financiamentos diferenciados. Quanto à carência, para as atividades agropecuárias o prazo é de até 12 (doze) meses e para outras atividades de até 03 (três) meses, conforme Quadro 1, a seguir. QUADRO 1 - Banco do Cidadão – Modalidades e Limites de Crédito VALOR DE FINANCIAMENTO Até R$ 2.000,00 PRAZO PARA PAGAMENTO Até 12 meses TAXA DE JUROS 0,7% ao mês EXERCE A ATIVIDADE Até R$ 10.000,00 Até 12 meses 1% ao mês ESPECIAL Até R$ 10.000,00 Até 18 meses 0,5% ao mês MODALIDADE INICIANTE FONTE: PROGRAMA BANCO DO CIDADÃO PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 211 Em 2005, o montante liberado para esta Ação foi de R$ 10.4 milhões, com financiamento de 6.204 empreendimentos, beneficiando 34.750 pessoas, em 45 municípios. Quanto à Avaliação dos Resultados Considerando-se que o objetivo do Programa visa a "aumentar o nível de inserção competitiva dos produtos paraenses nos mercados nacional e internacional, especialmente de Empresas de Pequeno Porte (EPP’s), além de possibilitar aos microempreendimentos à organização associativa e o acesso ao crédito", diante dos resultados, o mesmo foi alcançado, apresentando uma evolução positiva no período. Ressalta-se, o crescimento das exportações paraenses, por meio de uma maior participação das empresas de pequeno porte no mercado internacional, com produtos exportáveis de qualidade e de grande valor agregado. As Figuras 1 e 2, e as Tabelas 2 e 3 a seguir, apresentam o volume de compras de rotina e investimento das grandes empresas em 2005, e os empregos gerados no período 2004/2005. Essas informações são oriundas do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), de dados enviados mensalmente pelas empresas mantenedoras, com exceção dos valores correspondentes à energia, combustíveis e insumos, que não representam oportunidades reais de negócios aos fornecedores locais. FIGURA 1 PARÁ – PDF/COMPRAS 41% 41% 3.490,50 1.446,20 Compras no Pára Total de Compras Conforme a figura acima, as empresas compram o valor de 41% no Estado do Pará entre materiais e serviços. Sobre o total comprado no Pará (R$ 1.446,2 milhões), 27% são compras de materiais e 73% são compras de serviços. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 212 FIGURA 2 PARÁ - PDF, GERAÇÃO DE EMPREGOS, 2005/2004. 23% 44.295 36.159 Em 2004 Em 2005 Quanto à geração de empregos, observa-se: Que os empregos diretos e indiretos gerados pelas empresas compradoras em 2005 foram de 44.295, representando um aumento de 23% em relação a 2004. A maior geração de empregos indiretos é da CVRD e ALUNORTE devido aos projetos de investimento e expansão. A CVRD é responsável pela geração de 55% dos empregos diretos e indiretos das empresas compradoras. Cada emprego direto gera 3,6 empregos indiretos. TABELA 2 – PARÁ. GERAÇÃO DE EMPREGOS – PDF 2005 EMPREGOS GERADOS EMPRESA ALBRAS ALUNORTE CELPA CVRD IMERYS MRN PPSA/CADAM CCMetais TOTAL DIRETOS INDIRETOS TOTAL 2004 2005 % 2004 2005 % 2004 2005 % 1.296 1.290 -0,5 792 768 -3 2.088 2.058 -1 1.021 1.319 29 5.156 6.249 21 6.177 7.568 23 1.934 2.300 19 1.350 1.690 25 3.284 3.990 21 1.942 2.464 27 16.647 22.215 33 18.589 24.679 33 251 288 15 729 348 -52 980 636 -35 1.096 1.123 2 1.765 1.919 9 2.861 3.042 6 422 450 7 402 434 8 824 884 7 344 349 1 1.012 1.089 8 1.356 1.438 6 8.306 9.583 15 27.853 34.712 25 36.159 44.295 23 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 213 TABELA 3 PARÁ. COMPRAS DE ROTINA E INVESTIMENTO - PDF 2005 COMPRAS DE ROTINA E DE INVESTIMENTOS 2005 MATERIAIS SERVIÇOS TOTAL EMPRESA Pará (A) Total (B) % (A/B) Pará (C) Total (D) % (C/D) Pará (E) Total (F) % (E/F) ALBRAS 36,0 169,8 21 53,1 88,2 6 89,1 258,0 35 ALUNORTE 20,0 325,8 6 218,8 655,3 33 238,8 981,1 24 CELPA 94,1 161,1 58 223,2 233,3 96 317,3 394,4 80 CVRD 195,0 839,0 23 479,0 746,0 64 674,0 1.585,0 43 IMERYS 20,0 78,0 26 17,0 25,0 68 37,0 103,0 36 MRN 19,0 45,0 42 48,0 72,0 67 67,0 117,0 57 PPSA CADAM 3,0 18,0 17 20,0 34,0 59 23,0 52,0 44 TOTAL GERAL 387,1 1.636,7 24 1.059,1 1.853,8 57 1.446,2 3.490,5 41 % no PARÀ 27 73 100 O impacto resulta no incremento de 31% de participação no fornecimento de materiais e 62% de serviços das empresas cadastradas no Programa de Desenvolvimento do Fornecedor (PDF). Os indicadores de resultados das ações de inserção regional, no ano de 2005, apresentaram os seguintes números: Total de 644 empresas cadastradas, representando um aumento de 74% em relação a 2004, que gerou 48.234 empregos diretos, com média de 75 empregados por empresa; Evolução das visitas técnicas nas regiões de atuação do PDF; Geração de 48.241 empregos diretos pelas empresas fornecedoras, com a distribuição nas regiões de abrangência do Programa; Realização de 21 eventos com participação de 1.900 pessoas. Os resultados de qualidade: Participação de 41% nas aquisições de bens e serviços das empresas compradoras pelas empresas fornecedoras; Incremento no arranjo produtivo de uniformes industriais, passando de 15% para 44% a participação no mercado das empresas compradoras; Evolução do número de empregos diretos e indiretos das empresas compradoras, com a geração de 8.136 novos empregos em 2005, o que representa um aumento de 23% em relação a 2004. Aquisições no valor total de R$ 1,44 bilhão pelas empresas compradoras no Estado do Pará; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 214 Capacitação de 2.974 pessoas entre trabalhadores e gestores. A inserção de empreendimentos paraenses no Comércio Exterior também apresentou excelente desempenho. Como principais impactos, destacam-se: variação de 22,1% acima da média nacional; rompimento da barreira de exportação em US$ 4,0 bilhões; variação de 26,9% do saldo da Balança Comercial em relação a 2004; e, aumento da pauta exportadora com a entrada de novos produtos. A seguir, as Figuras 3 e 4 demonstram os resultados positivos da Balança Comercial Paraense. FIGURA 3 FIGURA 4 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 215 FIGURA 4 A análise da inserção empresarial paraense no mercado internacional A análise da inserção empresarial paraense no mercado internacional mostra que uma vez mais, os números do comércio exterior levaram o Pará a superar a média nacional em exportações. Mantendo-se superavitária, a Balança Comercial registrou crescimentos de 26,36% nas exportações, 50,47% nas importações e 24,53% no saldo comercial. O acelerado ritmo de crescimento foi mantido ao longo do ano e as exportações atingiram US$ 4,8 bilhões de dólares, conquistando-se um novo patamar histórico em exportações. Outra condição favorável foi a ascensão do Pará à quarta posição na classificação nacional dos estados superavitários em Comércio Exterior. No ano anterior, o Pará ocupou a quinta posição nesta classificação. Já em 2005, a valorização do real, que posicionou um incremento de 50,47% nas importações do Estado, não demonstrou um entrave ao incremento das exportações e na diminuição do saldo paraense, possibilitando ao Estado a classificação do quarto maior saldo comercial entre as Unidades Federativas brasileiras. Na avaliação por valores exportados, mesmo com um incremento de 26,36%, em 2005, o Pará permanece na nona posição entre os maiores exportadores. Na classificação das importações, apesar do expressivo crescimento relativo, o Estado ainda importa pouco em termos absolutos, ocupando a décima sétima posição entre os estados que importaram mercadorias em 2005. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 216 Apesar desses dados, a Ação Apoio à Inserção de Empreendimentos Paraenses no Comércio Exterior – EXPORTA PARÁ, teve alguns fatores limitantes como a ausência de investimentos do Governo Federal nas ações conveniadas para promoção comercial no exterior. Ressalta-se, que o Comércio Exterior tem uma participação muito importante na economia paraense, representando um terço do PIB do Pará. Outros fatores limitantes foram: uma logística hidroviária deficiente, com a ausência de navios, contêineres e infra-estrutura portuária que facilitassem a comercialização. A Formação de Redes de Cooperação Empreendedoras foi outro fator que contribuiu para a efetividade do Programa, atingindo 83% da meta prevista com a utilização de aproximadamente 98% dos recursos estabelecidos. Como principais impactos destacam-se: atendimento a 1.247 pessoas, em 24 municípios, para formação de Organizações Associativas e o suporte ao Programa "Saneamento é Saúde", por meio da qualificação de 540 pessoas advindas da implantação do Projeto da Macrodrenagem, na perspectiva de geração de emprego e renda. Contudo, registra-se, ainda, fatores limitantes nessa Ação, entre eles a ausência de cultura associativista e o fato de que diversos cartórios municipais não dispõem de conta bancária para pessoa jurídica, impedindo a legalização de associações/cooperativas pela SEICOM. Para ampliar a realização de suas ações, o Programa realizou convênio com as seguintes instituições: Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Pará; Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (SEBRAE/PA); Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Pará (FCDL); Sindicato da Indústria de Marcenaria do Estado do Pará (SINDMÓVEIS); Associação Comercial e Industrial de Marabá ( ACIM); Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA); Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria dos Estados do PA/AP; Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Igarapé-Miri; Prefeitura Municipal de Igarapé-Miri; Cooperativa de Produção “O Caminho é a arte” (COOPEART); Sindicato do Comércio de Materiais de Construção e Similares de Belém e Ananindeua; Sindicato de Micro e Pequenas Empresas do Comércio e Prestação de Serviços do Pará; Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas de Capanema (FCDL). PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 217 Em termos orçamentários o Programa, embora apresentando suplementação, utilizou apenas 72% do total dos recursos orçados. Considerando o caráter satisfatório das disponibilidades financeiras, aliado ao contingenciamento de recursos e aos pedidos externos de apoio a eventos não programados que superam as disponibilidades, o atendimento aos pleitos sugere, freqüentemente, solicitações de suplementação de dotação orçamentária. Fato que cria um saldo de dotação não aplicado, porém insuficiente para atender as ações preteridas em razões de pedidos não programados para os quais houve o remanejamento. TABELA 4 – PARÁ. Programa Nova Economia - Recursos Totais 2005 PROJETO/ AÇÃO SEICOM 2810 40.000,00 1041 70.000,00 2811 30.000,00 2810 20.000,00 2811 40.000,00 2810 70.000,00 2811 15.000,00 2810 10.000,00 2811 10.000,00 1041 163.000,00 1041 25.000,00 2811 10.000,00 1041 6.000,00 TOTAL 509.000,00 Fonte: DEPAD-NUPLAN/SEICOM. CONVENIADO 22.808,50 (01) 70.000,00 (02) 32.000,00 (03) 14.300,00 (04) NI (05) 208.536,00 (06) 2.980,00 (07) 24.380,00 (08) 17.430,00 (09) 20.000,00 (10) NI (11) 13.395,00 (12) 3.000,00(13) 428.829,50 TOTAL 62.808,50 140.000,00 62.000,00 34.300,00 40.000,00 278.536,00 17.980,00 34.380,00 27.430,00 183.000,00 25.000,00 23.395,00 9.000,00 937.829,50 O sucesso do Programa se deve as parcerias e alianças estabelecidas com as entidades empresariais o que facilita, sobremaneira, a articulação junto aos empresários de cada setor envolvido. Por outro lado, o reduzido quadro de pessoal envolvido nas ações do Programa e a ausência de articulação interna entre as ações, tanto no âmbito da SEICOM (duas diretorias envolvidas) quanto no âmbito do Banco do Cidadão, podem ser citados como pontos críticos que dificultam a gestão do Programa, junte-se a isso a ausência de uma definição clara quanto à responsabilidade de gerenciamento do Programa como um todo. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 218 Para efeito de monitoramento e acompanhamento do Programa as informações são acessíveis, apresentando como dificuldade à condição descentralizada da gestão do programa (gestores autônomos e independentes). O Programa tem contribuído para minimizar o problema apresentado, como demonstram os indicadores de resultados acima referidos. Deve-se ressaltar, entretanto, que a inserção nos mercados interno e externo, de produtos de empresas de pequeno porte, requer mudança cultural e de paradigmas empresariais, a longo e médio prazo e, para seu aprimoramento, se faz necessário a revisão da forma gestão de suas ações. Quanto aos Avanços e Perspectivas Decorridos dois anos da implementação do Programa, pode-se dizer que, a partir do ano de 2005, o PDF iniciou um processo de estratificação das informações, de compras, retirando dados que não representam oportunidades reais de negócios. Somente em 2006 poderá ser aferida a evolução real de negócios realizados pelas empresas paraenses. Esta ação prevê um crescimento médio de 40% a.a. no volume de negócios gerados, buscando, ao final do Programa, atingir um índice médio de 50% de geração de novos negócios localmente. No comércio regional, prevê um crescimento de 20% ao ano do total de empresas cadastradas no PDF comercializando bens e serviços às grandes empresas, além de capacitadas para atender demandas de outros compradores. Quanto à inserção em âmbito nacional, não existe um índice préestabelecido, pois esta condição está relacionada ao nível de verticalização produtiva processada na economia paraense, por meio das condições fiscais e financeiras disponíveis às empresas. Quanto ao Exporta Pará, espera-se que haja diversificação e incremento da base exportadora com o acréscimo anual de 8 (oito) novas empresas de pequeno porte exportadoras, finalizando com um total de 32 (trinta e duas) novas empresas no mercado internacional, no período de quatro anos. Decorrido o segundo ano de implantação do PPA 2004-2007, apesar do Programa Nova Economia ter atingido 100% da meta prevista para 2005, sugere-se: 1. Rever o problema norteador do programa, visto que o mesmo não relata, de forma clara, onde a Ação Banco do Cidadão está inserida. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 219 2. Rever o público-alvo, pois este se apresenta muito abrangente, considerando que o público atendido pelo Banco do Cidadão difere do público atendido pelas ações do PDF e do Exporta Pará. 3. Rever a forma de operacionalização do Banco do Cidadão. Embora o microcrédito represente um insumo fundamental para o sucesso de processos integrados e sustentáveis de desenvolvimento local e a inexistência de organizações desse tipo em regiões menos desenvolvidas pode comprometer a estratégia de desenvolvimento regional, e, em particular, o processo de municipalização do desenvolvimento do atual governo, sugere-se que a forma de operacionalização adotada pelo Governo Estadual seja revista. Esta sugestão está embasada na Lei nº 9.790/99, Lei do Terceiro Setor, que define que apenas a Organização Social Civil de Interesse Público – OSCIP não está sujeita à Lei da Usura (juros de 12% ao ano). Como os contratos de financiamento do Banco do Cidadão são assinados pelo seu gerente, com CNPJ da Secretaria Executiva de Planejamento, Orçamento e Finanças – SEPOF e repassados aos clientes via Banco do Estado do Pará – BANPARÁ, sugerese uma análise jurídica, para efeito de comprovação de regularidade de suas ações. O Programa propõe-se, assim, a consolidar a comercialização e distribuição de bens, por meio do fortalecimento das atividades comerciais e de serviços, fomentando a formação de novos centros de consumo, minimizando as desigualdades internas. Para tanto, é imprescindível elevar o grau de competitividade empresarial, através do acesso ao crédito, ao financiamento e a novos mercados, trazendo como resultado a modernização, organização associativa e, conseqüentemente, a geração de renda, emprego e ocupação no setor comércio e serviços. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 220 3.1.4 PROGRAMA: ORDENAMENTO TERRITORIAL Quanto ao Processo de Formulação Nas últimas décadas, a mineração, a pecuária e as atividades de extração madeireira têm se apresentado como as mais dinâmicas, contribuindo, de forma decisiva para o crescimento econômico estadual e nacional. Tais atividades, no entanto, encontram-se ainda fortemente marcadas pela utilização predatória dos recursos naturais - não obstante o registro de significativos avanços nos processos de gestão e controle do uso dos recursos naturais na Amazônia, e, em particular, no Estado do Pará - cujas características centrais são definidas: 1. Pela forte tradição extrativista, com reduzida agregação local de valor aos recursos naturais; 2. Pelo intenso crescimento demográfico resultante, em grande parte, da imigração e do desordenado processo de integração da Região Amazônica ao espaço nacional; 3. Pela fragilidade na gestão dos recursos naturais, com baixo grau de sustentabilidade e baixa eficiência do monitoramento na contenção do avanço da exploração. Nos últimos anos, o esforço do Governo vem se concentrando, em caráter estratégico, na implementação e consolidação de vários instrumentos e ações de ordem institucional, conforme disposto na Agenda Mínima, para concretizar a base estruturante e indispensável do processo de desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, o Programa de Ordenamento Territorial, gerido pela Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM), objetiva, conforme está explícito em sua própria denominação, implantar instrumentos de ordenamento territorial, visando à melhoria da qualidade de vida das populações locais e a proteção adequada dos ecossistemas naturais. É, portanto, fundamental, o estabelecimento e a manutenção de instrumentos que assegurem o uso continuado dos espaços geoeconômicos e a preservação dos ambientes naturais, de modo a subsidiar a utilização ordenada e autosustentável dos recursos naturais disponíveis no Estado, bem como ampliar o conhecimento sobre os ecossistemas terrestres e marinhos. Dentre as duas ações existentes no Programa, destaca-se o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) como sendo a ação prioritária, visto que integra a Agenda Mínima do Governo Simão Jatene. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 221 Para o Programa estão orçados, conforme o PPA 2004-2007, recursos na ordem de R$ 17 milhões, com previsão das seguintes fontes de financiamento: Tesouro Estadual, R$ 9,2 milhões; Convênios a Contratar, R$ 7,9 milhões; Fundo Especial para Meio Ambiente (FEMA), R$ 410 mil. Quanto ao Processo de Implementação Por definição do órgão gestor, o Programa tem priorizado, desde 2004, a implantação do Macrozoneamento Ecológico-Econômico (MZEE), visando ordenar o território paraense e instituir uma política de desenvolvimento sustentável, tendo como base a consolidação das fronteiras já abertas e a definição de áreas prioritárias para a realização do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) detalhado. Prova disso é que o Programa investiu, em 2004, R$ 299 mil, correspondentes 96,54% do total executado de R$ 309 mil, para implantação do Projeto Piloto no município de Mojú. Este Projeto testou, com sucesso, a metodologia instituída pelo Macrozoneamento EcológicoEconômico, possibilitando aos gestores governamentais elegerem políticas públicas, a partir das prioridades locais, voltadas às necessidades sociais e potencialidades socioeconômicas e ambientais, direcionando o uso sustentado dos recursos naturais. Nesta ação, o Programa destaca-se, em 2005, pela realização de audiências públicas para ajuste nos limites das zonas do Macro Zoneamento Ecológico-Econômico (MZEE) e pela institucionalização dessa ação, após amplos debates com a sociedade, através da Lei Estadual nº 6.745, de 06.05.2005, instrumento fundamental para o processo de reordenamento territorial do Pará. Nesta lei são definidas as grandes diretrizes para a ocupação e o uso do território paraense, estabelecendo-se que 65% do total do território, que compreende 1.247.689,5 Km², passam a ser constituídos de áreas especialmente protegidas e os 35% restantes são destinados à consolidação e à expansão das atividades produtivas (Mapa 1). Uma das inovações do projeto paraense diz respeito ao uso de metodologias participativas, tanto nos trabalhos de campo quanto na coleta de contribuições da sociedade, para a elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico. Os atores locais, em conjunto com a equipe governamental, definem o ZEE por meio da identificação dos maiores problemas sócio-ambientais do município (situação atual), da criação de uma visão do desenvolvimento (configuração futura) e do ordenamento territorial correspondente a esta visão. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 222 Outro fator importante refere-se à elaboração, em 2005, do Diagnóstico Participativo nos municípios de Tailândia e Paragominas, correspondente a 4.455 e 12.577 Km² de área, respectivamente, a ser zoneada em 2006. Esses diagnósticos conduzirão ao novo desenho da base cartográfica e dados temáticos (vegetação, biodiversidade, etc...), detalhando as diversas características dos municípios, contribuindo para a construção do Mapa de Gestão. No que concerne à ação de Criação de Unidades de Conservação da Natureza – Floresta Estadual de Produção e Reserva de Pesca, destaca-se a criação da área de proteção ambiental denominada Sítio Pesqueiro Turístico Estadual Volta Grande do Xingu, no município de Vitória do Xingu, através da Resolução n.º 030/2005, abrangendo uma superfície de 278,64 Km², e, ainda, a realização de estudos de prospecção pesqueira para avaliar a possibilidade de criação de novas reservas de pesca nos municípios de Juruti, Oriximiná e São Caetano de Odivelas. Deve-se ressaltar que o Programa participa de discussões coordenadas pelo governo federal, de cunho nacional e regional, como a referente ao Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia e ao Plano para o Desenvolvimento Sustentável da BR-163; e, na perspectiva de implantação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), realizando atividades voltadas para a elaboração de Planos Operacionais que objetivam a criação e a implantação de Unidades de Conservação, no âmbito do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), de responsabilidade do Governo Federal; e, ainda, tem participado na definição de Unidades de Conservação de Proteção Integral, existente na região conhecida como Terra do Meio, circundadas por terras indígenas, formada por parte dos municípios paraenses de Altamira e São Félix do Xingú, criadas pelo Governo Federal. As atividades desenvolvidas pelo Programa Ordenamento Territorial, ao longo de 2005, demonstram um grande esforço no sentido de alcançar o objetivo proposto. Entretanto, a não efetivação de Convênios e a redefinição de prioridade – no âmbito do Tesouro Estadual e do Fundo Especial de Meio Ambiente - limitaram o alcance das metas previstas para esse exercício, tanto no que se refere à área zoneada quanto à unidade de conservação implantada. Quanto à Avaliação dos Resultados Para o exercício de 2005 foram previstos recursos financeiros na ordem de R$ 3,2 milhões, sendo 70,5% do Tesouro Estadual, 26,10% de Convênios e 3,4%, do PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 223 Fundo Especial para Meio-Ambiente (FEMA). Contudo, a não formalização de Convênios e a utilização de 61,46% dos recursos previstos do FEMA e de apenas 6,57% do Tesouro Estadual limitaram o desempenho do Programa, resultando em uma execução pífia de apenas 6% do total orçado. Esses fatos demonstram, em uma análise superficial, que, apesar da prioridade e da importância política dada ao tema, visto que o ZEE integra a Agenda Mínima do Governo Simão Jatene, não houve priorização na esfera executiva. Entretanto, fazendo-se uma análise mais detalhada, verifica-se que o planejamento deste Programa, por ocasião do PPA, alocou recursos na perspectiva de elaboração do zoneamento detalhado, que envolve valores significativos dada as dimensões territoriais do Pará, e não no macrozoneamento, talvez, por essa razão, haja tal discrepância quanto à utilização dos recursos. Outro aspecto que deve ser mencionado refere-se à existência de equívocos na execução orçamentária do Programa. A ação Criação de Unidades de Conservação da Natureza – Floresta Estadual de Produção e Reserva de Pesca, que objetiva criar áreas que visem assegurar a proteção e/ou conservação da biodiversidade do Estado e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável, não apresenta nenhum registro de gasto em 2005. Segundo o PPA 2004-2007, deveriam ser gastos R$ 100 mil para implantar 5 (cinco) unidades de conservação da natureza nos municípios de Alenquer, Maracanã, Conceição do Araguaia, Marabá e Altamira. Entretanto, a Criação do Sítio Pesqueiro Turístico Estadual Volta Grande do Xingu, no município de Vitória do Xingu, através da Resolução n.º 030/2005, com 278,64 Km² de extensão, assim como os Estudos para Criação de Novos Sítios Pesqueiros, nos municípios de Juruti, Oriximiná e São Caetano de Odivelas, foram executados com recursos da Ação "Implantação do Zoneamento Ecológico-Econômico Continental e Costeiro (ZEE)", que tem por objetivo implantar o Zoneamento Ecológico-Econômico Continental e Costeiro como forma de orientar o desenvolvimento econômico paraense. Fato similar ocorreu com relação à elaboração dos Planos Operacionais para criação e implantação de unidades de conservação da natureza, no âmbito do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), do Governo Federal, atividades integrantes desta ação, que também foi executado com recursos do ZEE. Em uma análise detalhada, pode-se observar que a fonte de financiamento estabelecida para a Ação Criação de Unidades de Conservação restringe-se à contratação de convênios; entretanto, como os convênios não se realizaram, a única forma possível de executar parte desta ação foi através de recursos do Tesouro PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 224 Estadual, mas, como os recursos não foram transferidos orçamentariamente de uma ação para a outra, têm-se as falsas assertivas de não execução desta ação. Entretanto, não se de pode deixar de ressaltar o baixo nível de sua execução e, segundo informação do Órgão Gestor, as atividades desta Ação serão devidamente executadas em 2006, com a implantação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), através do Programa Pará Rural. Quanto à Ação Implantação do Zoneamento Ecológico-Econômico Continental e Costeiro (ZEE), prioridade de Governo, embora apresente dotação inicial de R$ 3,1 milhões, oriundos de recursos do Tesouro Estadual, de Convênios e do Fundo Especial para Meio-Ambiente (FEMA), registra resultados de gastos na ordem de R$ 196 mil, correspondendo a apenas 6% da dotação para 2005, e não atinge a meta estabelecida, de 174.478 Km² zoneados. No que se refere à previsão de estabelecimento de Convênio para elaboração de parte da base cartográfica na escala de 1:100.000, da ordem de R$ 750 mil, o mesmo não foi utilizado pela sua não efetivação com o Governo Federal. Por outro lado, o Programa apresenta avanços que propiciam o fortalecimento do objetivo proposto, contribuindo para a redução da ocupação desordenada do território paraense, bem como da degradação do meio ambiente e da perda da biodiversidade, destacando-se: Realização de audiências públicas para ajuste nos limite das zonas do Macro Zoneamento Ecológico-Econômico (MZEE); Institucionalização do Macro Zoneamento, através da Lei 6.745/2005; Realização do Diagnóstico Participativo do ZEE de Tailândia e Paragominas referente a 4.455 e 12.577 Km², respectivamente, de área a ser zoneada em 2006; Participação nas discussões, com o Governo federal, do Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia, no qual o modelo paraense foi adotado como modelo para toda a região Amazônica; Participação nas discussões do Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR-163; Apoio técnico para a execução do ZEE nos municípios de Itaituba, Novo Progresso, Trairá e São Félix do Xingu, os quais acessaram recursos oriundos do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA); Criação do Sitio Pesqueiro Volta Grande do Xingu, no município de Vitória do Xingu – Resolução COEMA n.º 030/2005; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 225 Realização de Estudos para criação de novos sítios pesqueiros nos municípios de Juruti, Oriximiná e São Caetano de Odivelas. Este cenário favoreceu que o Indicador Percentual da Área do Estado com Macrozoneamento elaborado atingisse 100%, em 2004, com a realização em sua totalidade do Macrozoneamento Ecológico-Econômico. Entretanto, este mesmo cenário, apesar de sua importância para o desenvolvimento do Programa, não favoreceu que o Indicador Percentual das Áreas Prioritárias do Estado com Zoneamento Elaborado, apresentasse resultados positivos, permanecendo o mesmo índice de 2004, tendo em vista que foram realizados apenas diagnósticos participativos em áreas a serem zoneadas em 2006. Dos 473.241 Km² de área prioritária a ser zoneada, atingiu-se 2% em 2004 e apresenta-se a perspectiva de crescimento em 1,6% para 2006. Deve-se ressaltar a redução do desmatamento no Estado do Pará em função da política de ordenamento do território pelo Macrozoneamento, assim como o acréscimo do percentual de 4,5% para 10,2% de unidade de conservação do grupo de Proteção Integral e de 10% para 27% do grupo de uso sustentável com atributos naturais e uso direto dos recursos disponíveis em regime de manejo sustentável. Em termos quantitativos, a análise físico-financeiro do Programa apresenta desempenho inferior a 2004, obtendo grau de valoração insuficiente, conforme análise dos dados oriundos do Sistema de Acompanhamento de Programas do Estado do Pará – GP Pará. Quanto aos Avanços e Perspectivas O Programa Ordenamento Territorial possui apenas duas ações, e destas, apenas a Ação Implantação do Zoneamento Ecológico-Econômico Continental e Costeiro (ZEE) foi orçamentariamente executada, embora a sua execução contemple, também, a Ação Criação de Unidades de Conservação da Natureza. Entretanto, apenas 6% dos recursos totais previstos para o Programa foram executados, sem alcançar as metas estabelecidas. Por esta razão, sugere-se: Rever o Programa e seus indicadores, alinhando as ações com metas e recursos, verificando, ainda, a possibilidade de ampliar suas ações ou aglutiná-las a um outro Programa afim, para sustentação do objetivo proposto; Discutir com a Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio-Ambiente (SECTAM) e o Instituto de Terras do Pará (ITERPA) a possibilidade de unificar, para o PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 226 próximo PPA, os Programas de Gestão Fundiária e de Ordenamento Territorial, considerando a afinidade do problema entre esses programas e a abrangência do ordenamento territorial nas ações de Zoneamento Ecológico-Econômico e de Regularização Fundiária; Apesar da coerência entre as duas ações do Programa e da articulação entre elas, faz-se necessário um melhor gerenciamento do Programa para que possa estabelecer e consolidar uma articulação não apenas com alguns programas do governo federal, mas, também, com outros programas da esfera estadual que apresentem afinidade entre si. Observar a necessidade de priorizar os recursos financeiros para melhor desempenho das ações, refletindo na eficiência, eficácia e efetividade do Programa, dada sua importância para subsidiar as macro-políticas voltadas para melhor ocupação do território paraense. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 MAPA 1 MACROZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO 227 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 228 QUADRO 1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DO PARÁ Superfície do Estado: 1.247.689,5 Km2 (IBGE-2002) No CATEGORIA DE MANEJO E DENOMINAÇÃO ENTIDADE RESPONSÁVEL ÁREA NO ESTADO (HA) % DO ESTADO GOVERNO FEDERAL Grupo: Proteção Integral - PI (7.365.603ha – 5,9%) Parque Nacional da Amazônia 01 IBAMA 1.128.069 Total: 1.161.379 02 Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque IBAMA 34.427 03 Parque Nacional da Serra do Pardo IBAMA 04 Parque Nacional do Jamanxim IBAMA 852.616 05 Parque Nacional do Rio Novo IBAMA 537.757 Total : 3.867.000 0,904 07 Reserva Biológica Trombetas do Rio Reserva Biológica do Tapirapé Oeste, rio Tapajós, rodovia Transamazônica, municípios de Itaituba e Aveiro (PA) e Maués (AM) 0,028 Municípios de Almeirim (PA) e Laranjal do Jari, Pedra Branca do Amapari, Calçoene, Oiapoque, Serra do Navio (AP) 445.392 0,357 Municípios de Altamira e São Félix do Xingu 0,683 Municípios Trairão 0,431 06 LOCALIZAÇÃO de Itaituba e Municípios de Itaituba e Novo Progresso IBAMA 385.000 0,308 Noroeste, rio Trombetas, município de Oriximiná IBAMA 103.000 0,082 Sudeste, rio Itacaiunas, município de Marabá 08 Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo IBAMA 342.477 0,274 Municípios de Altamira e Novo Progresso 09 Estação Ecológica do Jari IBAMA 163.754 0,131 Norte, rio Jari, rio Paru, municípios de Almerim (PA) e Laranjal do Jari (AP) Total: 227.126 10 11 Estação Ecológica da Terra do Meio Grupo: Uso Sustentável - US (11.692.993ha – 9,4%) Floresta Nacional de Caxiuanã IBAMA 3.373.111 2,703 Municípios de Altamira e São Félix do Xingu IBAMA 200.000 0,160 Centro - Leste, baía do Caxiuanã, municípios de Portel, Melgaço, Gurupá e Porto de Moz 12 Floresta Nacional do Tapajós IBAMA 600.000 0,480 Oeste, rio Tapajós, rodovia BR 316, Km 50, rio Cupari, municípios de Belterra, Aveiro e Rurópolis 13 Floresta Nacional do TapirapéAquiri IBAMA 190.000 0,152 Sudeste, Serra dos Carajás, municípios de Marabá e São Félix do Xingu 14 Floresta Taquera IBAMA 429.600 0,344 Noroeste, municípios Nacional de Saracá- rio Trombetas, de Oriximiná e PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 229 QUADRO 1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DO PARÁ Superfície do Estado: 1.247.689,5 Km2 (IBGE-2002) No CATEGORIA DE MANEJO E DENOMINAÇÃO ENTIDADE RESPONSÁVEL ÁREA NO ESTADO (HA) % DO LOCALIZAÇÃO ESTADO Faro 15 Floresta Nacional do Itacaiunas 141.400 0,113 Sudeste, rios Itacaiunas e Aquiri, município de Marabá, pov. José Rodrigues. Ex-área de uso especial de Exército (Gleba Aquiri). 0,176 Oeste, rios Tapajós e Jamanxim, município de Itaituba. Ex-área de uso especial do Exército (Gleba Damião) IBAMA 16 Floresta Nacional de Itaituba I IBAMA 220.034 17 Floresta Nacional de Itaituba II IBAMA 440.500 0,353 Oeste, rios Tapajós e Jamanxim, Gleba Aruri, município de Itaituba. Ex-área de uso especial do Exército (Gleba da Prata) 18 Floresta Nacional de Altamira IBAMA 689.012 0,552 Sudoeste, rio Curuá,Terra Indígena Baú, municípios de Altamira e Itaituba. Ex-área de uso especial de Exército (Gleba Limão) 19 Floresta Nacional de Carajás IBAMA 411.949 0,330 Sudeste, rios Parauapebas e Itacaiunas, PA-275, ferrovia de Carajás, Cia. Vale do Rio Doce, município de Parauapebas e Marabá 20 Floresta Nacional de Mulata IBAMA 212.751 0,170 Oeste, municípios de Monte Alegre e Alenquer 21 Floresta Nacional do Amaná IBAMA 540.417 0,433 22 Floresta Nacional do Crepori IBAMA 740.661 Municípios de Jacareacanga Itaituba e Município de Jacareacanga 0,594 23 Floresta Nacional do Jamanxim IBAMA 1.301.120 Município de Novo Progresso 1,043 24 Floresta Nacional do Trairão IBAMA 540.417 0,206 25 Reserva Arapiuns 26 27 Municípios de Trairão e Itaituba Rurópolis, IBAMA 647.611 Reserva Extrativista Marinha de Soure IBAMA 27.463 0,022 Município de Soure Reserva Extrativista Marinha de Maracanã IBAMA 30.018 0,024 Município de Maracanã Extrativista Tapajós- 0,519 Margem esquerda do rio Tapajós e igarapé-Açu, municípios de Santarém e Aveiro PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 230 QUADRO 1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DO PARÁ Superfície do Estado: 1.247.689,5 Km2 (IBGE-2002) No CATEGORIA DE MANEJO E DENOMINAÇÃO ENTIDADE RESPONSÁVEL ÁREA NO ESTADO (HA) % DO LOCALIZAÇÃO ESTADO 28 Reserva Extrativista Marinha de São João da Ponta IBAMA 3.203 0,002 Município de São João da Ponta 29 Reserva Extrativista Chocoaré–Mato Grosso Marinha IBAMA 2.785 0,002 Município de Santarém Novo 30 Reserva Extrativista Marinha Mãe Grande de Curuçá IBAMA 37.064 31 Reserva Extrativista Verde para Sempre IBAMA 1.288.717 32 Reserva Extrativista Riozinho do Afrísio IBAMA 736.340 33 Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua IBAMA 27.153 0,022 Município de Tracuateua 34 Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu IBAMA 42.608 0,034 Município de Bragança 35 Reserva Extrativista Marinha de Araí-Peroba IBAMA 11.479 0,009 Município de Augusto Corrêa 36 Reserva Extrativista Mapuá IBAMA 94.463 0,076 Município de Breves 37 Reserva Extrativista de GurupiPiriá IBAMA 74.081 0,059 Município de Viseu 38 Reserva Extrativista Anilzinho Ipaú- IBAMA 55.816 0,045 Município de Baião Arióca IBAMA 83.445 0,067 Município de Oeiras do Pará 40 Reserva Desenvolvimento Sustentável Itatupã-Baquiá IBAMA 64.735 0,052 Município de Gurupá 41 Área de Proteção Ambiental de Igarapé Gelado IBAMA 21.600 0,017 Sudeste, rio Itacaiunas, ferrovia de Carajás, municípios de Parauapebas e Marabá 42 Área de Proteção Ambiental do Tapajós IBAMA 2.069.486 39 Reserva Pruanã Extrativista de 0,030 Município de Curuçá 1,033 Município de Porto de Moz 0,590 Município de Altamira 1,659 Municípios de Jacareacanga, Progresso e Trairão Centro-Oeste, rios Xingu e Iriri, Terra Indíg. Kararaô, município de Altamira. Ex-área de uso especial de Exército (Gleba Mossoró) Obs: A Floresta Nacional do Xingu foi incorporada à Estação Ecológica da Terra do Meio TOTAL Itaituba, Novo 19.058.596 15,269 OBS: Na Floresta Nacional de Caxiuanã, na área do Município de Melgaço, localiza-se a Estação Científica Ferreira Penna do Museu Paraense Emílio Goeldi, com 33.000ha, objeto do Convênio IBAMA/CNPq/MPEG n0 065/90, publicado no DOU. em 10/07/90. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 No CATEGORIA DE MANEJO E DENOMINAÇÃO INICIATIVA PARTICULAR/IBAMA Reserva Particular do Patrimônio Natural Nadir Júnior ENTIDADE RESPONSÁVEL ÁREA NO ESTADO (Ha) % DO 231 LOCALIZAÇÃO ESTADO NADIR PINHEIRO DO NASCIMENTO 2.000 02 Companhia Reserva Particular do Patrimônio Siderúrgica do Natural Fazenda Pioneira Pará -COSIPAR 400 0,0003 Rod. PA 150, Km 422, Distrito Industrial, Município de Marabá 03 Reserva Particular do Patrimônio Natural Tibiriçá 400 0,0003 Município de Marabá 04 Reserva Particular do Patrimônio Hotel Samaúma Natural Samaúma 05 Reserva Particular do Patrimônio Natural Klagesi 01 TOTAL QUERUBINA ARRAS ALMEIDA Iracy Corecha Jauffret Município de Moju 0,0016 6 23 2.829 0,0000 Município de Barcarena 0,0000 Município de Santo Antônio do Tauá 0,0022 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 No 01 CATEGORIA DE MANEJO E DENOMINAÇÃO GOVERNO ESTADUAL Grupo: Proteção Integral - PI (31.903ha – 0,03%) Parque Ambiental de Belém (incluído na Área da APA Belém) ENTIDADE RESPONSÁVEL ÁREA NO ESTADO (Há) % DO 232 LOCALIZAÇÃO ESTADO SECTAM 1.206 0,001 Nordeste; 01º23’13” à 01º26’02” Lat. Sul e 48º23’50” à 48º26’47” Long. W.Gr.; município de Belém 02 Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas SECTAM 24.897 0,020 Sudeste; coord. geog. 06º04’36” à 06º22’39” Lat. Sul e 48º23’06” à 48º35’20” Long. W.Gr.; rio Araguaia; município de São Geraldo do Araguaia 03 Parque Estadual Monte Alegre SECTAM 5.800 0,005 Oeste, margem esquerda do rio Amazonas, município de Monte Alegre SECTAM 5.500.000 4,408 Norte/Nordeste; 00º40’00” Lat. Norte 01º50’00” Lat. Sul e 48º10’00” à 51º13’00” Long. W.Gr.; oceano Atlântico, rio Amazonas, baía do Marajó 04 Grupo: Uso Sustentável - US (6.164.349ha – 4,9%) Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó - APA Marajó 05 Área de Proteção Ambiental de Algodoal-Maiandeua APA Algodoal SECTAM 2.378 0,002 Nordeste; 00º34’45” à 00º37’30” Lat. Sul e 47º32’ 05” à 47º34’12” Long. W.Gr.; município de Maracanã 06 Área de Proteção Ambiental dos Mananciais de Abastecimento de Água de Belém - APA Belém SECTAM 6.020 0,005 Nordeste; 01º22’00” à 01º28’30” Lat. Sul e 48º20’ 30” à 48º27’30” Long. W.Gr.; municípios de Belém e Ananindeua 07 Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia-APA Araguaia SECTAM 29.655 0,024 Sudeste; coord. geog. 06º03’30” à 06º22’44” Lat. Sul e 48º23’27” à 48º36’13” Long. W.Gr.; rio Araguaia; município de São Geraldo do Araguaia 08 Área de Proteção Ambiental da Ιlha do Combu SECTAM 1.500 0,001 Nordeste; 01º29’20” à 01º31’11”Lat. Sul e 48º25’ 54” à 48º29’34” Long. W.Gr.; município de Belém 9 Área de Paytuna Ambiental SECTAM 56.129 0,045 Oeste; 01058’07” Lat. Norte à 02013’04” Lat. Sul, 0 54 05’25” à 54021’46” Long W, município de Monte Alegre 10 Área de Proteção Ambiental do Lago de Tucuruí SECTAM 503.490 0.403 ;03041’58” à 04059’10” Lat. Sul e 49059’48” à 49009’48” Long. W Gr.; municípios de Proteção Total: 7.226 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 No CATEGORIA DE MANEJO E DENOMINAÇÃO ENTIDADE RESPONSÁVEL ÁREA NO ESTADO (Há) % DO 233 LOCALIZAÇÃO ESTADO Total: 568.667 Breu Branco, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento e Tucuruí 11 Reserva de Desenvolvimento Sustentável Alcobaça SECTAM 36.128 0,029 Municípios de Novo Repartimento e Tucuruí 12 Reserva de Desenvolvimento Sustentável Pucuruí-Ararão SECTAM 29.049 0,023 Municípios de Novo Repartimento e Tucuruí TOTAL 6.196.252 4,966 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 No CATEGORIA DE MANEJO E DENOMINAÇÃO ENTIDADE RESPONSÁVEL ÁREA NO ESTADO % DO ESTADO (HA) 01 02 GOVERNO MUNICIPAL Grupo: Proteção Integral - PI (452ha) Parque Ecológico do Município de Belém 04 ATO LEGAL DE LOCALIZAÇÃO CRIAÇÃO Lei n0 7.539, 0,000 de 19/11/91 - Nordeste, DOM Conjunto Médici II, 11.12.91 município de Belém FUNVERDE 35 FUNVERDE/CO DEM 182 0,000 Reserva Ecológica da Mata do Bacurizal e do Lago Caraparú PREFEITURA DE SALVATERRA 235 0,000 Lei n0 109, de 19/06/87 Grupo: Uso Sustentável - US (75.419ha – 0,06%) Área de Proteção Ambiental de Barreiro das Antas PREFEITURA DE SÃO GERALDO DO ARAGUAIA 153 0,000 Lei n0 031, de Sudeste, 20/11/90 município de São Geraldo do Araguaia 230 0,000 Parque Ecológico da Ιlha do Mosqueiro 03 234 05 Área de Proteção e Preservação PREFEITURA DE BRAGANÇA Ambiental da Ilha do Canela 06 Área de Proteção Jabotitiua-Jatium Ambiental PREFEITURA DE VISEU 14.254 30.618 Decreto n0 26.138, de 11/11/93 DOM 18.11.93 Lei n0 3.280, de 29/10/97 Nordeste, Ιlha do Mosqueiro, município de Belém Nordeste, Ιlha do Marajó, município de Salvaterra Nordeste; 00046’42.39” Lat. Norte à 00047’45.68” Lat. Sul, 46042’19.80” à 46043’38.28” Long W, município de Bragança 0,011 Lei n0 002, de Nordeste, 07/04/98 município Viseu de 0,025 Lei n0 1.352, de 05/08/98 Município de Augusto Corrêa - - Decreto n0 EB. 060, de 19/04/99 Município Itaituba - - Decreto n0 EB. 105, de 05/05/99 Sudeste do rio Tapajós, da foz do igarapé Oriundo até o limite da Reserva Indígena Área do Mangue, município de Itaituba 07 Área de Proteção Ambiental da Costa de Urumajó PREFEITURA DE AUGUSTO CORRÊA 08 Área de Proteção Ambiental Bom Jardim/PassaTudo PREFEITURA DE ITAITUBA 09 Área de Proteção Ambiental Praia do Sapo PREFEITURA DE ITAITUBA 10 Área de Proteção Ambiental Praia PREFEITURA DE BELTERRA de Aramanaí 10.985 0,009 Lei n0 097, de Município 30/05/2003 Belterra 11 Área de Proteção Ambiental Praia PREFEITURA DE SANTARÉM de Alter-do-Chão 16.180 0,013 Lei n0 17. 771, de 02/07/2003 Município Santarém de de de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 No CATEGORIA DE MANEJO E DENOMINAÇÃO ENTIDADE RESPONSÁVEL ÁREA NO % DO ESTADO ESTADO (HA) 12 Área de Relevante Interesse Ecológico Reserva Nordisk PREFEITURA DE MARABÁ 2.999 0,002 235 ATO LEGAL DE LOCALIZAÇÃO CRIAÇÃO Decreto n0 Município 435, de 06/05 Marabá de 0,060 TOTAL 75.871 TOTAL GERAL 25.333.54 8 PI= 7.397.958 20,297 5,93% 14.36% US=17.93 2761 Partic. 2.829 = OBS: Segundo o Programa Raízes/2003, a FUNAI identifica 64 (sessenta e quatro) Terras Indígenas no Estado do Pará, das quais 45 (quarenta e cinco) com áreas identificadas, demarcadas, homologadas ou registradas, que perfazem 30.902.743ha (24,80%) do território paraense, e 19 (dezenove) sem áreas definidas. Essas Terras Indígenas somadas às UCs (25.333.548ha – 20,30%) perfazem 56.236.29ha, correspondendo a 45,097% da superfície do Estado do Pará. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 236 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 3.2 RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa - Sintética) 237 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 238 3.2.1 PROGRAMA: BEIJA FLOR Apresentação do Programa Nome do Programa: Beija-Flor Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD) Órgãos Executores: Companhia Paraense de Turismo (PARATUR); Secretaria Executiva de Cultura (SECULT). Objetivo do Programa: Ampliar e diversificar a exploração do potencial ambiental e cultural para fins turísticos. Ações do Programa: 1. Apoio à Implantação do Parque Amazônia; 2. Apoio ao Programa Nacional de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Amazônia Legal (PROECOTUR); 3. Construção do Centro - Eventos; 4. Fomento à Municipalização do Turismo com ênfase à Diversificação dos Segmentos Turísticos; 5. Funcionamento de Espaços de Negócio e Lazer; 6. Promoção dos Destinos Turísticos - Conheça o Pará; 7. Urbanização da Orla de Alter-do-Chão; 8. Urbanização de Orlas. Aspectos destacados A Ação Promoção dos Destinos Turísticos - Conheça o Pará, obteve um excelente desempenho com a divulgação Nacional e Internacional dos produtos e destinos turísticos do Estado do Pará. 272 pessoas capacitadas com a realização de diversos cursos voltados para a área de turismo, através da Ação Apoio ao Programa Nacional de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Amazônia Legal (PROECOTUR), a qual visa fortalecer os empreendimentos turísticos no Municípios do Estado. A Ação Fomento à Municipalização do Turismo com ênfase à Diversificação dos Segmentos Turísticos, alcançou 54% da sua meta física, atendendo a 45 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 239 municípios. Foram empregados recursos da ordem de 51% da dotação atualizada, ou seja, R$ 928,62 mil. Análise dos Resultados O Programa executou quatro, das oito ações programadas: Fomento à Municipalização do Turismo com ênfase à Diversificação dos Segmentos Turísticos; Apoio ao Programa Nacional de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Amazônia Legal (PROECOTUR); Promoção dos Destinos Turísticos – Conheça o Pará; e, Urbanização de Orlas. O recurso programado foi de R$7,2 milhões, apresentando uma redução de cerca de 16% e, do recurso atualizado, executou 74%. Registrou no GPPará, um grau de valoração Regular, com tendência a Bom. As ações do Programa vêm se confirmando como imprescindíveis para o sucesso da política de desenvolvimento do turismo, garantindo retorno nos investimentos e no desenvolvimento sócio-econômico, bem como no baixo nível de agressão ambiental, levantando a bandeira do Pará, com inclusão no turismo Nacional e Internacional. O Estado do Pará está configurado em quatro pólos turísticos: a) Belém e Costa Atlântica, voltado para o turismo de negócios, lazer e cultura, com centros de convenções, museus, teatros, bosques e belas praias, inclusive algumas das poucas praias de rio com ondas, existentes no mundo; b) Tapajós, onde se encontram os rios Amazonas e Tapajós, além da exuberante paisagem de praias fluviais, cachoeiras, florestas e formações rochosas, oferece a possibilidade de acompanhar importantes manifestações culturais do povo paraense; c) Araguaia-Tocantins, voltado para o turismo ecológico e de aventura, concentra os torneios de pesca esportiva disputados no estado, inclusive no lago da hidrelétrica de Tucuruí e oferece as belas praias fluviais dos rios desta microrregião, que só aparecem nos meses de verão; d) Marajó, voltado para o turismo ecológico. Na ilha, localizada na foz do Amazonas, as atrações são inúmeras, da culinária à pororoca, das praias aos cenários de pantanal. Das manifestações culturais à riqueza da flora e fauna. A ação Promoção dos Destinos Turísticos - Conheça o Pará atendeu 88 municípios, bem acima da meta prevista para 2005, obtendo um excelente desempenho via GP Pará com a divulgação nacional e internacional dos produtos produzidos e destinos turísticos do Estado, tais como: Nacionais: 5ª Edição do Ver-oPeso da Cozinha Paraense; Expotur; Romaria Fluvial do Círio de Nazaré; XXI Festival PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 240 de Caranguejo (Santarém Novo); Paixão de Cristo (Barcarena); IX Festival do Açaí (Curralinho); Çairé (Santarém); Salão Brasileiro de Turismo – Roteiros do Brasil; e, ABAV/2005 (Rio de Janeiro/RJ). Internacionais: Feira Internacional de UtrechVakantibeurs; Feira Internacional de Turismo (Lisboa/Pt); 71° Edição da Feira Internacional de Nancy (França); Semana do Pará em Portugal; BRITE - Feira Internacional de Turismo; Feira Internacional da Indústria Têxtil (FENIT). A ação Apoio ao Programa Nacional de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Amazônia Legal (PROECOTUR), atendeu 24 municípios, com a utilização de 51% da dotação prevista, obtendo um bom desempenho via GP Pará. Capacitou 272 pessoas por meio de diversos cursos voltados para o Turismo, atendendo os Pólos Marajó, Belém/Amazônia Atlântica e Tapajós, assim como, concluiu o Centro de Atendimento ao Turista, em Alter-do-Chão e retomou a obra do Centro de Interpretação Ecoturístico, ambos em Santarém. Dentre as demais atividades, destacam-se: o Convênio com o Museu Emilio Goeldi para elaboração do Plano de Manejo de Monte Alegre; o Convênio com a FADESP/UFPA, para pesquisa e desenvolvimento do sistema de informações turísticas no Pará; o desenvolvimento do Projeto “Estilos de Interiores”, no município de Marapanim, com uso de materiais locais em decoração, em parceria com a UNAMA; e o Projeto “Cultura Culinária”, objetivando a valorização da culinária do interior. A Ação Fomento à Municipalização do Turismo com ênfase à Diversificação dos Segmentos Turísticos, atendeu 45 municípios, 54% da meta prevista para 2005, com 51% da dotação prevista, obtendo um desempenho regular, quando comparado à execução física com a financeira. Dentre as ações realizadas, destaca-se: Sinalização turística, em Mosqueiro, reforma e manutenção de vias públicas na Orla do Maçarico, em Salinópolis, e a Implantação de Roteiros Turísticos. Esta ação, por meio de oficinas e cursos, capacitou 300 (trezentas) pessoas, cobrindo 11 (onze) municípios paraenses. Ressalta-se, ainda, a participação do Pará no Salão do Turismo Roteiros do Brasil, ocorrido na cidade de São Paulo/SP, com a apresentação dos roteiros “Amazônia Quilombola”, “Amazônia do Marajó” e “Amazônia Selva e História”, bem como a participação no projeto Rede de Cooperação Técnica para Roterização, que tem por objetivo a formação de agentes para acompanhamento, estruturação e avaliação do roteiro de integração “Vale do Acre/Peru”, composto por técnicos das Secretarias Estaduais de Turismo, SEBRAE e SENAC. A Ação Urbanização de Orlas tem por objetivo organizar o uso coletivo de praias, dando condições funcionais e ambientais adequadas, realizou, em 2005, por meio da Secretaria Executiva de Transportes (SETRAN), a urbanização da Orla da praia do PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 241 Atalaia e a construção de coreto central no município de Salinópolis, executando 100% da meta prevista, com 100% da dotação atualizada. O Programa detém três indicadores de avaliação: Fluxo de Turistas Anual, Grau de satisfação do Turista e Permanência Média no Estado. O Fluxo de Turistas Anual registrou um crescimento de 14,75% em relação ao número de turistas registrados em 2004 e a permanência média no Estado ficou em 3,65 dias por turista, demonstrando que o Programa, por meio das ações executadas, tem contribuído para o alcance de seu objetivo, ampliar e diversificar a exploração do potencial ambiental e cultural para fins turísticos. Considerações Finais Considerando a riqueza de atrativos da Amazônia paraense e seu grande apelo sobre mercados emissores de turistas e o crescimento dos segmentos de viagens voltadas à natureza, o Programa Beija-Flor tem sido de fundamental importância para que o processo de desenvolvimento do turismo se acelere e principalmente se encaminhe dentro de um modelo de crescimento sustentável, onde os recursos naturais e culturais sejam valorizados e preservados na plenitude de sua identidade regional. O Programa vem demonstrando sua contribuição, de maneira eficaz, para o aumento do fluxo turístico no Pará, com qualidade na prestação de serviços e competitividade mercadológica, tendo como macroestratégia o Plano de Desenvolvimento Turístico do Estado do Pará. Quando se verifica a sua eficiência, via o GP Pará, o Programa apresenta uma um grau de valoração de 32%, considerado Regular, mas que aponta uma tendência para um bom grau de eficiência. Observado pelo desempenho das quatro ações executadas em 2005. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 242 3.2.2 PROGRAMA: CADEIA AGROINDUSTRIAL DE ORIGEM ANIMAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Cadeia Agroindustrial de Origem Animal Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Secretaria Executiva de Agricultura (SAGRI). Objetivo do Programa: Aumentar a escala de produção de produtos paraenses de origem animal, associado a processos industriais e de beneficiamento local, especialmente em base de unidades familiares de produção, dando aos produtores deste tipo de atividade um caráter empreendedor, capaz de produzir seu próprio negócio, além de gerar renda para o Estado. Ações do Programa: 1. Fomento à Produção de Pequenos e Médios Animais em Unidades Familiares; 2. Apoio à Ampliação da Produção de Mel Orgânico; 3. Apoio à Modernização da Produção Leiteira; 4. Fomento à Dinamização da Cadeia do Agronegócio Animal; 5. Apoio ao Fortalecimento do Circuito de Negócios da Pecuária. Aspectos Destacados O Programa apresentou um corte orçamentário de 52% no seu orçamento inicial, interferindo na operacionalização das ações, registrando no GP- Pará uma valoração REGULAR; Na ação Fomento à Produção de Pequenos e Médios Animais em Unidades Familiares, foram absorvidos 91% dos recursos financeiros na execução, tendo atingido apenas 58% da meta prevista; A ação Apoio ao Fortalecimento do Circuito de Negócios da Pecuária, apresentou dotação atualizada em mais de 100%, atingindo uma meta 64% maior que a prevista. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 243 Análise dos Resultados Os recursos programados inicialmente para o Programa foram da ordem de R$ 1,5 milhão. Esse montante foi reduzido para R$ 917 mil, ficando a execução financeira em R$ 751 mil, registrando um decréscimo de 52% em relação aos recursos iniciais. Essa queda acentuada justifica-se pelo fato de que algumas ações não foram executadas e outras apenas parcialmente. As ações que contribuíram para o desempenho da execução da Cadeia Agroindustrial de Origem Animal foram duas, a de Apoio ao Fortalecimento do Circuito de Negócios da Pecuária e Fomento à Produção de Pequenos e Médios Animais em Unidades Familiares. A ação Apoio ao Fortalecimento do Circuito de Negócios da Pecuária, registrou uma dotação atualizada em mais de 100%, superando em 64% a meta prevista, apoiando e/ou realizando 23 (vinte e três) eventos, com vistas a propiciar, aos produtores, oportunidades de estabelecer um circuito de negócios prioritários e, por conseguinte, alavancar a pecuária na Região. Referida ação realizou, ainda, repasse financeiro à Associação Rural da Pecuária do Pará, no Município de Belém, para a recuperação de 2 (duas) baias e 3 (três) galpões para alojamento de médios e grandes animais, com vistas a estruturar o Parque de Exposição Agropecuária de Belém. No que se refere à ação Fomento à Produção de Pequenos e Médios Animais foram produzidas 356 cabeças de suínos e distribuídas 272 cabeças a 60 produtores, em 32 municípios do Estado. No município de Santarém, na Unidade Agropecuária de Santa Rosa foram produzidas 51 cabeças de ovinos e distribuídas 18 cabeças a 10 produtores, em 3 municípios. No total foram 407 animais reproduzidos, atendendo 70 produtores em 35 municípios. A ação executou, ainda, a implantação da infra-estrutura de pastagem do Centro Integrado de Ovinocaprinocultura da Transamazônica, através de Convênio firmado entre a SAGRI e a FADEX. Outras atividades foram desenvolvidas, entre elas: participação em eventos, cursos, reuniões, exposições agropecuárias, visitas técnicas nas comunidades de pequenos animais, acompanhamento e avaliação das atividades voltadas para a ovinocaprinocultura, com vistoria na seleção de matrizes desses rebanhos, além de palestras de campo sobre avicultura comunitária. Dinamizar e fortalecer a produção orgânica de mel é uma das atividades contempladas pelo Programa através da ação Apoio à Ampliação da Produção de Mel Orgânico. Em 2005, não houve produção, tendo em vista que os produtores optaram PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 244 em realizar transferência de ninhos de tronco para caixas racionais, bem como a multiplicação desses ninhos, ficando a produção para ser desenvolvida em 2006, visando o aumento de litros mel/ano. A área de abrangência dá cobertura a 06 (seis) municípios (Quatipuru, São João da Ponta, São Caetano de Odivelas, Soure, Salvaterra e Inhangapi), beneficiando 55 produtores em 27 comunidades, os quais já possuem 308 caixas habitadas com abelhas. Está sendo estimada, para 2006, uma produção de 3.080 litros de mel/ano, com possibilidades de crescimento dessa estimativa, tendo em vista que mais 311 caixas racionais foram distribuídas a esses produtores familiares. Por outro lado, a Estação de Produção de Abelhas Rainhas, no município de São João de Pirabas e o Entreposto de Mel, no mesmo município, e em Capitão Poço, continuam em fase de implantação e ocorreu repasse financeiro para a Associação dos Apicultores do município de Primavera, com vistas à aquisição de equipamentos para casa de mel. Apesar de não ocorrer produção, foi dada uma atenção especial a sua base produtiva, com possibilidades de ganhos na produtividade para o próximo ano, contribuindo favorável à avaliação final do Programa. Na ação Apoio à Modernização da Produção Leiteira, no ano de 2005, não foi viabilizado o produto programado (Propriedade Atendida), tendo em vista o remanejamento de recursos para outra ação, a fim de que esta atingisse a sua meta programada. Contudo, foram realizadas visitas técnicas em diversas propriedades para colher subsídios para implementação da ação no ano de 2006. A ação Fomento à Dinamização da Cadeia do Agronegócio Animal não foi viabilizada, neste ano, o que impactou desfavoravelmente no desempenho do Programa, tendo em vista que seu objetivo é fomentar e dinamizar a cadeia do agronegócio animal. Os indicadores expressam o desempenho do Programa. A produtividade anual de leite vem atingindo patamares cada vez menores, com quedas de 3,68% em 2004 e 3,65%, em 2005. A taxa de abate de bovinos, não apresentou grandes variações, registrando 8,6%, 9,3% e 9,2%, em 2003, 2004 e 2005, respectivamente. A capacidade de produção utilizada pelos frigoríficos sofreu uma queda acentuada passando de 39,1% em 2004 para –1,47%, em 2005. A evolução do rebanho e o beneficiamento do gado bovino foram dois indicadores que apresentaram uma boa performance. A evolução do rebanho bovino registrou 5 (cinco) pontos percentuais a mais que 2005, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 245 passando de 30 para 35%, enquanto isso o beneficiamento do gado passou de 4,77% ,em 2004 para 17, 57%, em 2005. Considerações Finais De modo geral, o Programa ainda mostra-se deficiente devido aos remanejamentos constantes de recursos de ações para outros Programas, e outras ações mais imediatas, comprometendo sua execução física e financeira. Quanto à ação de Apoio ao Fortalecimento do Circuito da Pecuária, apresenta-se com obstáculos, no que se refere à inexistência de retorno por parte dos promotores dos eventos, sobre resultados obtidos com a realização das feiras agropecuárias. Ressalte-se, que aos poucos, os Órgãos responsáveis vêm procurando melhorar o sistema de controle, mesmo assim ainda há necessidade de ser revisto aquelas ações e os produtos do Programa, buscando a cada dia levantar e verificar os entraves, além do levantamento do custo do Programa para que não comprometa a sua execução física e o seu grau de eficiência na sua avaliação final. A cada elaboração do orçamento, recomenda-se analisar de forma consistente o Programa, as suas ações e produtos para que não ocorram transferências de parte dos seus recursos, para que não venha a gerar um descompasso entre o programado e o realizado, na hora do acompanhamento das atividades, comprometendo a eficácia do mesmo. Mesmo com os problemas apresentados verifica-se um avanço no perfil produtivo, onde estão sendo colocadas alternativas que potencializam a verticalização das cadeias produtivas e a inserção no mercado de produtores familiares, pequenas e microempresas, dando incentivos aos pequenos empreendedores. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 246 3.2.3 PROGRAMA: CADEIA AGROINDUSTRIAL DE ORIGEM VEGETAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Cadeia Agroindustrial de Origem Vegetal Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Secretaria Executiva de Agricultura (SAGRI). Objetivo do Programa: Aumentar a escala de produção agrícola paraense, especialmente em base de unidades familiares de produção, e a verticalização dos produtos do Estado do Pará. Ações do Programa: 1. Fomento à Cadeia de Floricultura, Olericultura e Plantas Medicinais; 2. Fomento à Cadeia de Culturas Industriais e Essências Florestais; 3. Fomento à Cadeia de Fruticultura; 4. Apoio à Cadeia Produtiva da Mandioca e Outros Tubérculos; 5. Fomento à Cadeia Produtiva de Fibras Naturais; 6. Fomento à Dinamização da Cadeia do Agronegócio Vegetal; 7. Apoio à Cadeia Agroindustrial do Cacau; 8. Fomento à Produção de Sementes de Grãos. Aspectos Destacados Cobertura a 19 (dezenove) municípios, por meio da ação Fomento à Cadeia de Fruticultura; 792 hectares de área plantada para atender às cadeias de culturas industriais, essências florestais e fibras naturais; Apoio à expansão da cultura do abacaxi, beneficiando 300 famílias; Produção de 177.500 mudas, entre elas: açaí, cupuaçu, pupunha, muruci, mamão, maracujá, goiaba, acerola e biribá, atendendo a pequenos produtores rurais; Produção e distribuição de 122.000 mudas, para atender a implantação de sistemas agroflorestais em 5 (cinco) comunidades do Projeto Inhangapi, beneficiando 50 (cinqüenta) famílias; Produção de 841 t de fibras naturais, beneficiando 582 produtores; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 247 7 (sete) agroindústrias de beneficiamento de tubérculos, em fase de implantação, com previsão de inicio da produção em janeiro/2006, com cobertura a 6 (seis) municípios do Nordeste Paraense. Análise dos Resultados O orçamento inicial do Programa foi de R$1,7 milhões, apresentando uma execução de 93% dos recursos programados. Das 8 (oito) ações previstas, apenas 3 (três) estruturaram e contribuíram de modo satisfatório ao desempenho do Programa: Fomento à Cadeia de Cultura Industriais e Essências Florestais; Fomento à Cadeia de Fruticultura e Fomento à Cadeia Produtiva de Fibras Naturais. A ação Fomento à Cadeia de Fruticultura registrou a maior representatividade. Primeiro, por apresentar uma suplementação de 64% e uma execução de 99% com relação à dotação atualizada. Segundo, por atingir uma meta superior a 100% da prevista, com cobertura a 19 municípios, 12 a mais que o previsto. Em sua execução foram distribuídas 122.000 mudas de cupuaçu e outras fruteiras, sendo 5.000 sementes pré-geminadas de cupuaçu precoce e 16 kg de açaí precoce, para a implantação de sistemas agroflorestais, distribuídas em 5 (cinco) comunidades do Projeto Inhangapi, beneficiando 50 famílias, ocorrendo, ainda, o apoio a expansão da cultura do abacaxi, trazendo benefícios para 300 famílias. Nas Unidades Agropecuárias (UAGRO’s), de Abaetetuba e Terra Alta, foram produzidas 177.500 mudas de diversas espécies de fruteiras e distribuídas 45.360 a diversas instituições para atender pequenos produtores rurais. As UAGRO’s de Abaetetuba e Terra Alta, têm uma previsão de distribuição de mudas para o exercício de 2006, maior do que a registrada em 2005. Para isso a SAGRI procurou recuperar e ampliar os campos de matrizes de pimenta-do-reino, adquiriu unidades de madeira, selecionou mudas de bananas, procurou dar manutenção aos pomares de coco, manga, banana e jardins clonais, adquiriu insumos, cadastrou os produtores de bananas, realizou visitas e orientações técnicas em propriedades rurais, realizando despesas necessárias para atender às atividades desenvolvidas pela ação. A ação Fomento à Cadeia de Cultura Industriais e Essências Florestais, que tem por objetivo fomentar o aumento da produção e a agregação de valor das culturas industriais e essências florestais, executou 99% dos recursos programados, na qual PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 248 não ocorreu suplementação, atingindo 83% da meta prevista, 500 (quinhentos) hectares de área plantada. A ação beneficiou as Regiões: Metropolitana de Belém, Nordeste Paraense e Sudeste Paraense, com cobertura a 13 municípios, com distribuição de 48.330 mudas de essências florestais, mudas que foram plantadas em 2004. Na UAGRO de Abaetetuba constam 43.000 mudas de essências florestais, que serão distribuídas a produtores para plantio a partir de janeiro de 2006. Na Região do Baixo Tocantins, Transamazônica e no Município de Bragança foram firmados convênios com a Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN), para reprodução de mudas de essências florestais e no Município de Moju foram beneficiadas 150 famílias com mudas de dendê (distribuídas por entidades privadas), para atender 500 ha de área fornecida pela SAGRI. Esta ação realizou, ainda: aquisição de insumos para a cultura do algodão e preparo de 10 ha de área, no Município de Paragominas; recuperação de estradas vicinais, nos Municípios de Marabá e Paragominas; realização do Curso de Prática de Manuseio com Vinho de Açaí, no Município de Santa Luzia do Pará; transportes de mudas de fruteiras diversas e essências florestais para os Municípios de Abaetetuba e Igarapé-Açu; levantamentos de subsídios para a implantação de fruteiras diversas nos Municípios de Soure e Salvaterra; reunião sobre reflorestamento sustentável e recuperação de áreas degradadas no Município de Jacundá e nos Municípios de Tucuruí, Breu Branco, Goianésia do Pará e Novo Repartimento, ocorreram levantamentos de subsídios técnicos, referentes ao Programa de Reflorestamento em consórcio com culturas de subsistência da Camargo Correa. Destacam-se, ainda, as diversas reuniões com entidades agropecuárias para avaliar a possibilidade de implantar viveiro de produção de mudas frutíferas e essências florestais para atender às necessidades dos produtores rurais, visando o aumento da produção e de renda. Quanto à ação Fomento à Cadeia Produtiva de Fibras Naturais, sua dotação inicial foi reduzida em 9,2% e da dotação atualizada foram realizados 78%, atendendo 30% da meta prevista, 642 ha. A Regional de Santarém, abrangendo os municípios de Santarém, Juruti, Alenquer, Curuá, foi responsável pela produção e distribuição de sementes das culturas de juta, malva e curauá, com uma área plantada de 582 ha, atingindo uma produção de 841 toneladas, beneficiando 582 produtores. Outras atividades foram executadas com a finalidade de aumentar a produção de fibras, e conseqüentemente aumentar a geração de renda das famílias contempladas PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 249 com a distribuição dessas sementes, entre elas: acompanhar, no Estado do Paraná, as análises laboratoriais da fibra do algodão procedente do município de Paragominas; supervisão técnica aos produtores que utilizam descorticação mecânica da juta; visitas e vistoria técnica nos projetos de implantação de fibras e participação em reunião com produtores e instituições rurais. Quanto às ações Apoio à Cadeia Produtiva da Mandioca e Outros Tubérculos, Fomento à Cadeia de Floricultura, Olericultura e Plantas Medicinais e Fomento à Dinamização da Cadeia do Agronegócio Vegetal, pouco contribuíram para a avaliação do Programa, apesar de ter ocorrido liberação financeira, suas metas não foram alcançadas. No que se refere à ação Apoio à Cadeia Produtiva da Mandioca e Outros Tubérculos, apesar de ter ocorrido liberação financeira, com utilização de 97% de sua dotação atualizada, não atingiu a meta prevista, tubérculo produzido, por se tratar de uma cultura de ciclo longo. Contudo, foram realizados 12 cursos para capacitar 40 técnicos e 200 produtores, distribuídos em 9 (nove) municípios e 7 (sete) agroindústrias continuam em fase de implantação, com previsão para começarem a beneficiar tubérculos a partir de janeiro/ 2006, com cobertura a 6 (seis) municípios da Região do Nordeste Paraense. Com a implantação das agroindústrias, a SAGRI terá condições de conhecer a área plantada e a quantidade de tubérculos produzidos para beneficiamento nessas agroindústrias. Essas agroindústrias são da SAGRI, enquanto as áreas de plantios são das comunidades. Foram firmados 4 (quatro) convênios, com prefeituras municipais, cooperativas, entre outros, para reativação de 2 (duas) agroindústrias. No município de Moju para processamento da mandioca e instalação de casas de farinha nos municípios de Altamira e Santa Bárbara. Ocorreu, ainda, a implantação de 24 ha de campos de produção de manivas e sementes, que é material de propagação para a produção dos tubérculos, que será colhido a partir de março/2006 nas regiões da área Metropolitana de Belém e do Nordeste Paraense, atendendo 8 (oito) municípios, beneficiando 440 famílias de produtores rurais. A mecanização da área foi realizada pela prefeitura municipal e os insumos (calcáreo e adubo) distribuídos pela SAGRI, cabendo à EMATER a assistência técnica. A ação Fomento à Cadeia de Floricultura, Olericultura e Plantas Medicinais, teve sua dotação inicial atualizada em 33%. Do total atualizado, foram executados 97% dos recursos. A ação não apresentou aferição do produto no GP-Pará. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 250 Na cadeia de floricultura foram realizadas 4 (quatro) feiras, 7 (sete) cursos/treinamentos, 1 (uma) palestra, 6 (seis) oficinas e 2 (duas) missões técnicas. Quanto à cadeia da olericultura houve 2 (dois) cursos, beneficiando 120 participantes. Foram distribuídas 5 Kg de sementes de hortaliças para atender uma área de 6,5 ha, em 30 municípios. Na cadeia de plantas medicinais foram realizados 6 (seis) treinamentos, com 191 participantes, gerando benefício para 1.320 pessoas. Ressaltase que foi implantado o Horto de Plantas Medicinais, no Município de Ananindeua, na área do Serviço Social do Comércio (SESC), estando em fase de implantação 2 (dois) Hortos, nos Municípios de Melgaço e Ananindeua, na granja da SAGRI. Foram adquiridas 527,85 Kg de sementes de hortaliças para distribuição a produtores rurais, além de outras atividades como: transporte de material botânico, planejamento junto aos técnicos do Município de Abaetetuba para a arborização da cidade e realização e participação de reuniões, eventos e visitas técnicas. Quanto à ação Fomento à Dinamização da Cadeia do Agronegócio Vegetal, o recurso da dotação atualizada foi na ordem de R$ 642,00 mil, e a execução atingiu 95% dessa dotação. A ação não registra informações da meta física no GP Pará, o que não proporciona uma avaliação mais detalhada. Os recursos financeiros inicialmente previstos para a execução da ação Apoio à Cadeia Agroindustrial do Cacau, foi da ordem de R$ 318,62 mil, ocorrendo uma redução, passando a ter uma dotação de R$ 43,00 mil. Ressalta-se, neste exercício, a celebração de convênio entre a SAGRI e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), órgão do Governo Federal, controlador dessa lavoura. A SAGRI ficou com a responsabilidade do custeio de 5 ha de plantio do cacau em uma área de propriedade da CEPLAC, com o objetivo de produzir sementes para posterior distribuição a produtores do Estado do Pará. A produção de sementes de cacau alcançou, em 2005, a marca de 4,3 toneladas, das quais foram distribuídas cerca de 2,7 toneladas, nos municípios de São Félix do Xingu, Pacajá, Anapú, Vitória do Xingu, Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Tucumã, Novo Repartimento e Itaituba. No que se refere à ação Fomento à Produção de Sementes de Grãos, não ocorreu execução física e financeira no exercício de 2005. No contexto geral, os indicadores do Programa indicam para 2005, nas produções anuais de fibras, grãos e floricultura, um crescimento expressivo, em relação a produção alcançada em 2004, com taxas de: 29,70% (fibras); 24,09 % (grãos); e, 48% (floricultura). A produção anual de fruticultura, registrou um patamar próximo ao de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 251 2004, com um incremento de 2,70%. Por outro lado, não houve registro da produtividade anual da cultura da mandioca, que expressa a execução da ação Apoio à Cadeia Produtiva da Mandioca e outros Tubérculos que, por se tratar de uma cultura de ciclo longo, neste período investiu na perspectiva de produção em 2006. Considerações Finais De todas as ações as que mais contribuíram para o andamento do Programa foram as de Fomento à Cadeia de Fruticultura e a de Fomento à Cadeia Produtiva de Fibras Naturais e a de Fomento à Cadeia de Cultura Industriais e Essências Florestais. Estas ações foram efetivamente executadas atingindo seus objetivos setoriais, repercutindo favoravelmente ao fortalecimento, não só das atividades fim, especialmente fortalecendo o pequeno agricultor e também a comercialização em natura para o processamento industrial intermediário. Uma ação que se destaca, dada sua abrangência, tanto científica quanto econômica, é a de Fomento à Cadeia de Cultura Industriais e Essências Florestais, pela plenitude de sua execução. Criar capital humano e valorizar, por meio do incentivo à produção e comercialização de essências florestais, é fundamental para a mudança da base produtiva, o que gera a médio e longo prazo resultados importantes através da agregação de valor aos bens relacionados às atividades florestais. Quanto à execução do Programa aponta-se problemas no que diz respeito à necessidade de melhor relacionar as ações, suas metas e produtos, relacionando estes, com a necessidade de recursos financeiros para a sua execução. Portanto, sugere-se que sejam revistos os produtos, as ações e reavaliá-las de modo compatível com os objetivos a serem atingidos, buscando alcançar, no conjunto das ações, a eficiência do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 3.2.4 PROGRAMA: CIÊNCIA, TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E INOVAÇÃO 252 PARA O Apresentação do Programa Nome do Programa: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável. Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM). Objetivo do Programa: Promover o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação do Estado do Pará, priorizando a tecnologia para o setor produtivo e para a qualidade de vida da população, sobretudo a de menor renda. Ações do Programa: 1. Apoio à Formação e a Fixação de Recursos Humanos (PPRH); 2. Apoio ao Aprimoramento do Design Paraense; 3. Apoio ao Fortalecimento Tecnológico dos Arranjos das Cadeias Produtivas Prioritárias; 4. Consolidação do Sistema Estadual de Informações Científicas e Tecnológicas do Pará (SEICT/PA); 5. Promoção de Tecnologia e Inovação para Áreas Estratégicas; 6. Qualificação de Entidades Certificadoras - PARATIB; Aspectos Destacados Apoio a 63 organizações, abrangendo 19 Municípios. Estas organizações integram o Programa, e, junto com a SECTAM têm o papel de definir propostas para apoiar e alavancar a produtividade dos Arranjos Produtivos Locais (APL’s); Criação das APL’s da Pesca e Aqüicultura e Turismo; Constituição de Comitês Tecnológicos de apoio aos Arranjos Produtivos Locais ( APL’s ), voltados aos seguimentos da agroindústria, jóias/gemas e artesanato mineral, floricultura, móveis/oleiro-cerâmico, pesca e aqüicultura e turismo; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 253 Integração de novos técnicos aos núcleos, para dar prosseguimento na identificação e desenvolvimento das potencialidades de cada Região, além de capacitar produtores dentro da cadeia produtiva; 30 projetos financiados, objetivando a promoção de tecnologia e inovação para áreas estratégicas; Capacitação de 602 pessoas na área de CIT; Consolidação de 7 (sete) Sistemas de Informações Científicas e Tecnológicas do Pará (SEICT/PA), com destaque para a implantação do Projeto Estruturante da SECTAM, da Rede Pará de Tecnologia e do Banco de Dados de Floricultura. Análise dos Resultados O Programa que tem por objetivo promover o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação do Estado do Pará, priorizando a tecnologia para o setor produtivo e a qualidade de vida da população, sobretudo a de menor renda, apresentou seis ações para o exercício 2005, das quais duas merecem destaque: Apoio ao Fortalecimento Tecnológico dos Arranjos das Cadeias Produtivas Prioritárias, que visa a aperfeiçoar o processo produtivo e promover o desenvolvimento local, internalizando seus efeitos no âmbito do município. Numa avaliação físicofinanceiramente, observa-se que dos recursos previstos no orçamento 2005, foram realizados R$909,94 mil, representando 59% do total dos recursos, os quais foram utilizados no atendimento a 63 organizações, abrangendo 19 Municípios. Quanto à meta física, a SECTAM atendeu 37 organizações além da meta prevista, extrapolando em 42% a meta prevista. Essas organizações integram o Programa, e, reunidas, têm por objetivo definir propostas para apoiar e alavancar a produtividade dos Arranjos Produtivos Locais (APL’s). A SECTAM, desde 2001, trabalha com 5 (cinco) setores produtivos, agroindústria, jóias/gemas e artesanato mineral, floricultura, móveis, oleiro-cerâmico, com o objetivo de utilizar ações de Ciência e Tecnologia em segmentos importantes para o desenvolvimento, com agregação de valor à produção paraense, sendo constituído Comitês para apoiar esses Arranjos Produtivos Locais ( APLS ). Os APL’s de pesca e aqüicultura e turismo, foram constituídos em 2005, dentro da plataforma tecnológica, os quais foram incluídos no Projeto Estruturante do CIT (Ciência Tecnologia e Informação), necessário ao desenvolvimento de cada arranjo. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 254 São 44 técnicos que integram o núcleo, que continuarão atuando em diversas regiões do Pará, visando identificar e desenvolver as potencialidades de cada região, que impacte na geração de renda e emprego à população, além de contribuir para a redução das desigualdades regionais. Além disso, também estarão dando continuidade na capacitação de produtores, para agregar valores ao seu produto dentro da cadeia produtiva. A SECTAM aguarda o início da parceria com a FINEP/MCT, a qual deverá acontecer a partir de janeiro/2006, para a implantação do seu Sistema Estruturante, que visa a integrar o sistema CIT do Estado com a zona de consolidação das atividades produtivas, definidos pelo Macrozoneamento Econômico-Ecológico do Estado (ZEE). Esta ação se destacou entre as demais, por ser a única a alcançar, no período, um bom desempenho, haja vista seus objetivos, irem além da meta pretendida. A outra ação que merece destaque é a de Promoção de Tecnologia e Inovação para Áreas Estratégicas, que visa a promover a geração e a difusão de conhecimentos, objetivando dar suporte e melhoramento de vida a população e mudança da base produtiva. É executada através da SECTAM, em parceria com a Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS): Gestão Compartilhada e Saúde e o Inovar Pará (que financia pesquisas para as empresas e pesquisadores), os quais visam financiar projetos nas áreas de Ciência e Tecnologia. A SECTAM, como Órgão gestor, repassou, em 2005, recursos, via destaque, a diversas instituições como a Fundação Santa Casa, HEMOPA e UEPA para atender projetos aprovados nessa área. Dessas Instituições a única a utilizar parte dos recursos foi o HEMOPA, na aquisição de kits e materiais para laboratórios, enquanto as demais não puderam realizar seus recursos por problema de incompatibilidade de informações no convênio. De acordo com os indicadores de execução físico-financeira, dos recursos previstos, a SECTAM realizou 56%, correspondentes a R$2 milhões. Dos 60 projetos previstos, apenas 30 foram realizados, abrangendo 3 municípios: Belém, Marabá e Santarém. Quanto às demais ações, estas foram menos expressivas e pouco contribuíram para o resultado do Programa. A Ação Apoio à Formação e à Fixação de Recursos Humanos, tem por objetivo ampliar o conhecimento científico, visando o desenvolvimento e o processo de inovação Estadual. Esta ação financia bolsas de difusão tecnológica, iniciação científica e doutorado. Em 2005 capacitaram 602 pessoas na área de Ciência, Tecnologia e Informação, os quais são responsáveis pela transmissão de conhecimento, abrangendo PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 255 os Municípios de Belém, Tomé-Açú, Bragança, Guamá, Igarapé-Miri, Abaetetuba, Benevides, Benfica, Ananindeua. Em termos financeiros, denota-se que os recursos foram super dimensionados em relação à meta. O Programa apresentou redução em sua dotação, atualizando em R$400,00 mil, contudo, apenas R$98,25 mil, foram efetivamente executados, representando 25% da dotação atualizada, enquanto isso, a meta física foi 50% além da prevista. Quanto à Ação Consolidação do Sistema Estadual de Informações Científicas e Tecnológicas do Pará (SEICT/PA), que tem o papel de difundir informações tecnológicas, serviços, processos e produtos para a sociedade paraense, previu a consolidação 3 (três) sistemas em 2005, atingindo uma meta além da prevista, consolidando 7 (sete) no total, com destaque para Implantação da Rede Pará de Tecnologia, Implantação do Projeto Estruturante da SECTAM e Implantação do Banco de Dados. A Ação teve como área de abrangência os municípios de Belém e Barcarena. Dos recursos previstos para esta ação no valor de R$54,25 mil, somente R$2,20 mil foram realizados, o que deduz-se que os recursos foram superestimados ou o quantitativo do produto subestimado. No que se refere à Ação Qualificação de Entidades Certificadoras - PARATIB, esta, visa a contribuir para a melhoria do padrão e qualidade de ampliação dos produtos e serviços produzidos no Estado, com a qualificação de entidades certificadoras, através da implantação do Projeto Paraense de Tecnologias Industriais Básicas (PARATIB). Com apenas 21% de realização financeira e meta física 67% acima da prevista, a SECTAM viabilizou recursos para qualificar 5 entidades certificadoras, com destaque para o Centro Tecnológico de Madeira localizado em Marituba, em parceria com o SINDIMÓVEIS e a Associação Moveleira da Região de Belém. No geral, o Programa registrou uma avaliação regular no período. Dos R$6,64 milhões previstos para esta ação, foram realizados R$3,41 milhões, representado 51% da dotação prevista. Do total programado, observa-se que cerca de 31% é recurso oriundo de Convênio, R$1,8 milhão, recurso este executado somente cerca de 37%, o que sugere ser este um dos fatores para que o Programa não viesse a atingir um excelente grau de valoração. No aspecto qualitativo o órgão identifica como um dos fatores limitantes ao êxito do Programa a insuficiente articulação e integração entre os parceiros envolvidos. Um outro aspecto relevante é o que demonstra os indicadores do Programa, de um lado o incremento de número de pedidos de patentes e afins registrou uma queda PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 256 de 4%, por outro o incremento do atendimento da demanda tecnológica de unidades produtivas comunitárias registrou um crescimento de 13, 56%, indicando o avanço na priorização da tecnologia para o setor produtivo, num rebatimento na qualidade de vida da população, em especial os de baixa renda. Considerações Finais Apesar da ação Apoio ao Fortalecimento Tecnológico dos arranjos das Cadeias Produtivas Prioritárias ter alcançado um bom desempenho, não foi suficiente junto com o conceito regular das demais ações, a expressar um melhor resultado para o Programa. De acordo com os indicadores de execução físico-financeira apresentados através do Sistema de Gestão de Programas do Estado do Pará – GP Pará, o Programa, apesar da avaliação Regular, poderia ter alcançado um melhor resultado se não fosse pela forma como foram quantificados os seus produtos e administrados seus recursos. A maioria das ações expressam um descompasso entre o executado e a meta física, demonstrando recursos superdimensionados ou produtos subdimensionados. Quanto à gestão dos recursos, verifica-se que houve desvio de finalidade, como por exemplo manutenção do Órgão sendo atendida através de ações finalísticas. Esse fato demonstra a necessidade de rever os instrumentos de planejamento do Programa, pois caracteriza problemas de formulação de metas e dos recursos necessários para sua implementação. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 257 3.2.5 PROGRAMA: DEFESA SANITÁRIA ANIMAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Defesa Sanitária Animal. Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Pará (ADEPARÁ). Objetivo do Programa: Promover a sanidade de produtos e subprodutos de origem animal. Ações do Programa: 1. Inspeção de Produtos e Subprodutos de Origem Animal; e, 2. Defesa e Vigilância Zoosanitária. Aspectos Destacados Realização do Inquérito Soroepidemológico, em 43 municípios da região centro sul do Estado – Área 1, envolvendo 1.105 propriedades, com três visitas a cada; Obtenção do Certificado Federal de Zona Livre da Febre Aftosa, com Vacinação para 43 municípios, onde se concentram 74% do rebanho paraense; Cobertura de vacinação, com o controle da Febre Aftosa, superior a 90% do rebanho cadastrado; Inspeção a 157 estabelecimentos, que manipulam produtos e subprodutos de origem animal, representando 95 % do programado; 91.742 propriedades assistidas, visando à prevenção, controle e erradicação de doenças a animais, superando em 24% a meta programada. Análise dos Resultados O Programa faz parte da Agenda Mínima de Governo e inicialmente foram previstos recursos financeiros na ordem de R$7 milhões, os quais foram atualizados para R$10,9 milhões, sendo que destes, R$7,3 milhões foram executados, atingindo 68% da dotação atualizada. O Programa ainda propõe, apenas duas ações, das quais: PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 258 A Ação de Defesa e Vigilância Zoosanitária, constando como dotação inicial o valor de R$6,5 milhões, atualizados para R$10,4 milhões e destes, com execução de 66%. Nessa Ação foram previstos recursos de convênios com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no valor de R$3,7 milhões, porém, até o final do exercício, esses convênios não se concretizaram. Ressalta-se, que para cobrir os recursos do referido convênio, houve um aporte de recursos financeiros por parte do Governo do Estado, e, segundo o Órgão, os recursos foram empenhados somente em dezembro de 2005, não sendo possível liquidá-lo ainda no referido exercício. Com relação à meta física, inicialmente foram previstos assistência a 74.144 propriedades, obtendo um alcance de 91.742 propriedades assistidas, representando uma taxa de 24% a maior que o programado. A Ação de Inspeção de Produtos e subprodutos de Origem Animal teve como dotação o valor de R$515 mil, registrando uma execução de R$463,67 mil, representando 90% da dotação. No que se refere à execução física, estava previsto inspecionar 166 estabelecimentos, sendo inspecionados 95% destes, ou seja, 157 estabelecimentos inspecionados. No que tange à área de defesa animal, destaca-se a obtenção do certificado federal de zona livre da febre aftosa com vacinação para 43 municípios, onde se concentram 74% do rebanho paraense, área para qual já está sendo pleiteada, de igual modo, o reconhecimento internacional. A Ação de controle da febre aftosa já atinge todos os municípios do Estado, com cobertura de vacinação superior a 90% do rebanho cadastrado. Paralelamente à vacinação do rebanho, a Educação Sanitária, iniciada em 2004, desempenha um papel importante para o sucesso do controle da febre aftosa. Em 2005, o Projeto Brasil Livre de Aftosa, aumentou sua área de atuação, contemplando o restante do Baixo Amazonas (15 municípios), Arquipélago do Marajó (16 municípios) e, recentemente o Nordeste Paraense (13 municípios) com um total de público envolvido de aproximadamente 11.614 pessoas entre jovens e adultos. Além da aftosa, outras ações são desenvolvidas neste Programa, como desenvolvimento de ações de vigilância e prevenção da raiva dos herbívoros, da Encefalopatia Espongiforme (Doença da Vaca Louca) e as ações que visam a reduzir a PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 259 prevalência da brucelose e tuberculose bovina e bubalina, enfermidade animal de grande impacto e de saúde pública. Em que pese a análise de resultados do Programa, observa-se uma evolução dos indicadores: aumento da participação das empresas inspecionadas de 29%, em 2004, para 42%, em 2005; aumento da participação das propriedades assistidas de 86%, em 2004, para 93% em 2005 e evolução das empresas com certificado de inspeção (Federal e Estadual) de 18,75%, em 2004, para 47,37%, em 2005. Isso demonstra que o bom desempenho do Programa contribuiu sobremaneira para atingir esses resultados. Considerações Finais De acordo com a análise realizada pelo Sistema de Acompanhamento do Estado do Pará – GP Pará, o Programa obteve um grau de valoração Bom, em relação a sua eficiência, ressaltando-se, no entanto, que dos recursos previstos, apenas 68% foram efetivamente executados, dentro do exercício, muito embora a meta física tenha sido executada de forma eficiente, o que sugere uma revisão quando da elaboração do orçamento para nivelamento da meta na proporção do recursos a utilizar. A não concretização do convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), não chegou a prejudicar a execução do Programa, uma vez que foi coberto com recursos do Estado. Contudo, o Órgão não conseguiu liquidar suas despesas a tempo, interferindo na eficiência do Programa. Embora a existência dos contratempos citados, um dos pontos fortes do Programa, foi a obtenção do certificado federal de zona livre da febre aftosa, com vacinação, pois deste depende a certificação internacional. Nesse sentido, recomenda-se que o Órgão apresente melhor desempenho com relação à execução financeira, pois este reflete também no bom desempenho do Programa, assim como, a busca de mensuração dos indicadores propostos no PPA. Ressalta-se, que para dar maior visibilidade às ações que compõem o Programa, sugere-se que as mesmas sejam aglutinadas a outro Programa, a priori ao de Defesa Sanitária Vegetal, partindo-se para um único Programa: Defesa Sanitária, agregando valores comuns e fortalecendo seus objetivos, contribuindo para uma gestão físicofinanceira com um grau maior de eficiência. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 260 3.2.6 PROGRAMA: DEFESA SANITÁRIA VEGETAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Defesa Sanitária Vegetal. Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ). Objetivo do Programa: Promover a sanidade de produtos e subprodutos de origem vegetal. Ações do Programa: 1. Fiscalização do Uso e Comercialização de Insumos e Serviços; 2. Inspeção de Produtos e Subprodutos de Origem Vegetal; 3. Defesa e Vigilância Fitossanitária; 4. Identificação e Qualificação de Produtos de Origem Vegetal. Aspectos Destacados 389 empresas fiscalizadas, no combate ao uso e comercialização de insumos e serviços, superando em 31% a meta prevista; 255 estabelecimentos inspecionados, em produtos e subprodutos de origem vegetal, alcançando 80% da meta prevista; 10.870 propriedades assistidas, na prevenção e controle de pragas na agricultura regional, atingindo 78% da meta prevista; 16.121 toneladas de produtos de origem vegetal classificados, facilitando as transações comerciais, extrapolando em mais de 100% a meta prevista. Análise dos Resultados O Programa é integrante da Agenda Mínima de Governo, como prioridade para sua consolidação. Ao longo dos exercícios 2004 e 2005, vem registrando um grau de valoração BOM, na relação físico/financeiro, via sistema GP Pará. Em 2005, apresentou como dotação inicial R$2,7 milhões, sendo atualizada para R$2,8 milhões, dos quais executou 50%, em parte ocasionado pela não transferência PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 261 de recurso proveniente do Governo Federal, via Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA). As quatro ações previstas foram executadas: Fiscalização do Uso e Comercialização de Insumos e Serviços; Inspeção de Produtos e Subprodutos de Origem Vegetal; Defesa e Vigilância Fitossanitária e Identificação e Qualificação de Produtos de Origem Vegetal. Destas ações, destacam-se: a Identificação e Classificação de Produtos de Origem Vegetal, que obteve desempenho EXCELENTE, alcançando 16.121 toneladas de produtos classificados, superando em mais de 100% a meta prevista, utilizando 91% de sua dotação atualizada, promovendo a classificação dos produtos de origem vegetal e facilitando as transações comerciais; e, a Fiscalização do Uso e Comercialização de Insumos e Serviços, que superou a meta prevista em 31%, fiscalizando 389 empresas, utilizando 77% de sua dotação atualizada, conferindo e controlando a comercialização e a utilização correta dos agrotóxicos e afins, registrando um BOM desempenho. As quais contribuíram para que o desempenho geral do Programa. As demais ações alcançaram um grau de valoração REGULAR, principalmente a Defesa e Vigilância Fitossanitária, que apesar de alcançar 78% da meta prevista, assistindo 10.870 propriedades, na prevenção e controle de pragas na agricultura regional, de forma a buscar erradicação, não foi atendida com a transferência de cerca de R$1,2 milhão do Governo Federal, por meio da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), utilizando em parte recursos próprios na busca de alcançar os objetivos propostos. A ação Inspeção de Produtos e Subprodutos de Origem Vegetal, registrou um desempenho tendendo a BOM, alcançando 80% da meta prevista com 53% dos recursos previstos, sendo que parte de seu recurso, cerca de 46%, foi remanejado para atender a ação Defesa e Vigilância Fitossanitária. Seus indicadores, em 2005, também denotam o desempenho alcançado. A Participação das Empresas Fiscalizadas superou em 11,8 pontos percentuais o registrado em 2004, alcançando 34%, a Participação das Empresas Inspecionadas, superou 2004 em 8,4 pontos percentuais, alcançando 50% e a Participação das Propriedades Assistidas, superou 2004 em 8 pontos percentuais, alcançando 83%. Impactando positivamente na manipulação e beneficiamento de produtos e subprodutos de origem vegetal , bem como na ampliação do mercado, nacional e internacional PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 262 Considerações Finais O Programa registrou BOM desempenho, promovendo a sanidade de produtos e subprodutos de origem vegetal, minimizando a precariedade da sanidade na produção desses produtos e subprodutos, elevando o nível de informação do produtor, contribuindo com medidas preventivas para disseminação de pragas e na utilização de um padrão de identidade de produtos. Contudo, o Programa foi comprometido pela não liberação de recursos federais, ocasionando, inclusive, com remanejamento de uma ação para outra. Ressalta-se, que desde 2003, foram desenvolvidos pela ADEPARÁ projetos para criação de Área Livre de Sigatoka Negra da banana; Área Livre de Fusariose do abacaxi; Controle da Mosca Negra dos citros; Monitoramento da Mosca da carambola; e, inspeções em diversas regiões do Estado com relação a pragas de importância econômica. Como um dos principais resultados, destaca-se a cobertura de quatro municípios da Região Sudeste, Brejo Grande, Palestina, Piçarra e São Geraldo, como área livre de produção de banana para a praga Sigatoka Negra, instituída pela Instrução Normativa nº 4, de 19.01.2005, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, representando a retomada da livre comercialização de parte da produção da banana paraense para o Brasil e exterior. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 263 3.2.7 PROGRAMA: DESENVOLVIMENTO DA PESCA E AQÜICULTURA Apresentação do Programa Nome do Programa: Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Secretaria Executiva de Agricultura (SAGRI). Objetivo do Programa: Promover a integração e a estruturação do setor pesqueiro e aqüícola, visando o aproveitamento do seu potencial. Ações do Programa: 1. Apoio à Implantação de Infra-Estrutura de Beneficiamento de Pescado; 2. Estruturação Institucional da Pesca e da Aqüicultura; 3. Apoio a Carcinicultura; e, 4. Apoio à Piscicultura. Aspectos Destacados Implantação de uma fábrica de gelo, no município de Tucuruí, objetivando apoiar o desenvolvimento do setor pesqueiro no município; Produção de 4.118.000 unidades de alevinos, distribuídos em 83 municípios, beneficiando 396 produtores; Capacitação de 2 (dois) técnicos, em carcinicultura de água doce, no Centro de Aqüicultura da Universidade Estadual Paulista/São Paulo; Aprovação da Lei no 6.713, de 25 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a Política Pesqueira e Aqüícola no Estado do Pará, regulando as atividades de fomento, desenvolvimento e gestão ambiental dos recursos pesqueiros e da aqüicultura; Criação de uma Diretoria de Pesca e Aqüicultura na estrutura organizacional da SAGRI. Análise dos Resultados O Programa, inicialmente, previa para 2005, recursos da ordem de R$474,86 mil, registrando, posteriormente, uma redução para R$414,86 mil. Foram efetivamente executados R$316,36 mil, representando 76% da dotação atualizada. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 264 No que se refere à Ação Apoio a Carcinicultura, que tem como objetivo incrementar a atividade criatória de camarão através da produção e distribuição de póslarva, inicialmente estava previsto uma dotação no valor de R$196,00 mil, havendo uma redução para R$136,00 mil. Desses recursos foram realizados R$ 105,97 mil, o que representa 78% em relação à dotação atualizada. A Ação, apesar de prevê uma produção de 3.000.000 de pós-larvas de camarão, não realizou produção, nem distribuição, neste exercício, tendo em vista que a Estação de Curuperê se encontrava em manutenção para modificação da produção de pós-larvas de camarão de água doce para camarão marinho, produção essa a ocorrer no ano de 2006. Além da manutenção da Estação outras atividades foram realizadas, tais como: reunião com piscicultores, com vistas a viabilidade de implantação do Projeto Tanque Rede; reunião com pescadores sobre a organização e desenvolvimento da pesca artesanal; realização de visitas técnicas; e, capacitação de 2 (dois) técnicos em carcinicultura de água doce no Centro de Aqüicultura da Universidade Estadual Paulista, em Jaboticabal/SP. Na Ação Apoio à Implantação de Infra-Estrutura de Beneficiamento de Pescado, que tem como objetivo envolver categorias locais, visando a verticalização da produção foi previsto uma dotação inicial de R$ 84,86 mil, a qual não foi atualizada, encerrando o exercício com uma execução de R$ 63,50 mil, representando 75% do recurso previsto. Numa avaliação da meta física, a Ação atingiu sua previsão, implantando uma unidade de beneficiamento do pescado. Contudo, o recurso utilizado para se atingir a meta e o objetivo da Ação, foi proveniente do Programa Modernização da Agricultura Familiar, por meio das ações Apoio ao Fortalecimento da Infra-Estrutura de Apoio a Agricultura Familiar e do Apoio ao Fortalecimento Institucional da Municipalização da Agricultura, devido à insuficiência de recursos da ação em questão. Quanto à Ação de Apoio à Piscicultura, que tem como objeto incrementar a atividade criatória de peixe, através de produção e distribuição de alevinos, manteve a dotação prevista de R$ 127,00 mil, utilizando 81% na execução, ou seja, R$ 102,32, para uma produção de 4.118.000 alevinos, atingindo 69% da meta prevista. As Estações de Pisciculturas das Unidades Agropecuárias de Terra Alta e Santa Rosa, esta no município de Santarém, produziram 4.118.000 alevinos e distribuídos 3.0751.500, com cobertura a 83 municípios (com repetição), beneficiando 396 produtores. Ressalta-se, que no mês de dezembro, de 2005, não foi computada a produção de alevinos, mas foi estimada uma distribuição de 188.000, situação observada, tanto na UAGRO de Terra Alta, quanto na de Santa Rosa/Santarém. Nesta ação também foram desenvolvidas atividades para suporte a Ação, tais como: PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 265 manutenção das UAGRO’s; Apoio à realização do Festival do Tucunaré, reuniões com pescadores, piscicultores e instituições voltadas à pesca; realização de cursos e outros eventos ligados ao setor. A ação proporcionou, ainda, a implantação de tanques/redes (criação de peixe em cativeiro) ao longo do rio Inhangapi, com vistas a beneficiar 30 famílias de pescadores, capacitados em piscicultura. Contudo, o recurso utilizado foi o do Programa Modernização da Agricultura Familiar na Ação Modernização e Verticalização dos Processos Produtivos. O produto não atingiu o programado, visto que os tanques das UAGRO’s passaram por uma reforma, ocasionando uma queda na produção esperada. Mesmo com essa queda, houve uma melhora na produção, com relação a 2004. Do programado em 2004, a meta atingiu 21%, enquanto que do programado em 2005 atingiu a marca de 69%. Quanto à Ação de Estruturação Institucional da Pesca e da Aqüicultura, cujo objetivo é estruturar uma instituição articuladora das ações da pesca e da aqüicultura, no âmbito do Governo do Estado, inclusive com a elaboração do Plano Estadual da Pesca e da Aqüicultura, não teve sua meta alcançada. Os recursos financeiros foram direcionados para a aquisição de materiais para pesca, realização de Feira de Peixe Vivo, além do apoio à primeira campanha de documentação dos pescadores de pargo, para o seguro desemprego. Destaca-se a aprovação da Lei Nº 6.713, de 25 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a política pesqueira e aqüícola no Estado do Pará, regulando as atividades de fomento, desenvolvimento e gestão ambiental dos recursos pesqueiros e da aqüicultura. Esta Lei objetiva promover o ordenamento, o fomento e a fiscalização da pesca e aqüicultura; exploração sustentável e a recuperação dos ecossistemas aquáticos; e o desenvolvimento econômico, social, cultural e profissional dos que exercem esta atividade, bem como as comunidades envolvidas com esta atividade. Com base na Lei foi desenvolvida uma cartilha se referindo sobre a estruturação e práticas dessa atividade, inclusive adquirida pela SAGRI para subsidiar o produtor de peixe. Visando regulamentar esta Lei aguarda-se a aprovação de Decreto, visando estabelecer as normas que irão integrar a Política Estadual de Pesca e Aqüicultura e que deverão ser obrigatoriamente observadas na definição e execução de quaisquer programas e projetos, de iniciativa pública ou privada, realizados no território do Estado do Pará. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 266 As dificuldades de gestão e de operacionalização do Programa, estão expressas, tanto na valoração do resultado, quando da obtenção dos indicadores. Nesse sentido, o indicador da Produção Anual de Pescado, em 2004, na ordem 88.890, é inferior ao número de 2003, que foi de 93.305 enquanto que a produção de 2005 ainda não existe pesquisa. Nota-se que ocorreu uma involução, observando que ainda existem problemas de execução física, repercutindo desfavoravelmente ao desempenho do programa que são oriundas de outras variáveis, como exemplo, de natureza climática. No que tange a Taxa de Evolução da Exportação, verifica-se que o indicador apresenta, entre 2003 e 2004 um crescimento incipiente, passando de 9,67% para 10,23%. No entanto, o aumento observado no indicador, tem diversas causas, como por exemplo, o aumento da taxa cambial. Assim é temerário imputar, essencialmente ao Programa, o crescimento observado com o incremento da produção de alevinos. Considerações Finais De modo geral, apesar dos aspectos relevantes apresentados, o programa não apresentou um bom desempenho, principalmente pela priorização da ampliação da área de atuação das Estações de Piscicultura das UAGROs de Terra Alta e Santa Rosa, no Município de Santarém, comprometendo em parte a execução física e a avaliação do Programa. Sugere-se que as ações, devam ser reavaliadas, para não comprometer a efetividade do Programa, incluindo a necessidade de revisão das metas físicas e dos recursos previstos nas ações, considerando, ainda, a utilização de recurso de outro programa para atender a necessidade deste. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 267 3.2.8 PROGRAMA: FORTALECIMENTO DA GESTÃO FUNDIÁRIA Apresentação do Programa Nome do Programa: Fortalecimento da Gestão Fundiária. Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Instituto de Terras do Pará (ITERPA). Objetivo do Programa: Fortalecer a gestão fundiária e tornar mais eficiente o acesso ao direito de propriedade no campo, em especial para os mais pobres. Ações do Programa: 1. Regularização Fundiária; 2. Elaboração e Implementação do projeto de Reintegração de Terras Federalizadas ao Patrimônio Fundiário; 3. Implantação do Novo Modelo de Organização e Gestão; 4. Reestruturação da Gestão Fundiária; e, 5. Reorganização Institucional. Aspectos Destacados Dos 2.500 títulos de propriedades expedidos, que conformavam a meta programada para a Ação de Regularização Fundiária, foram efetivamente expedidos 654, perfazendo um total de apenas 26%; Execução do Projeto Piloto do Cadastro Georreferenciado de Imóveis Rurais em São João da Ponta; 5 milhões de hectares com solicitação de reintegração de terras, sem qualquer tramitação junto ao INCRA e Secretaria do Patrimônio da União. Análise dos Resultados No exercício de 2005, a Ação de Regularização Fundiária, apresentou um desempenho insuficiente, haja vista que expediu apenas 654 títulos de propriedades de um total de 2.500, alcançando apenas 26% do programado, e utilizando 74% da dotação financeira prevista. Comparando com 2004, verifica-se que houve uma queda de 65% no número de títulos expedidos, quando no exercício foram expedidos 1.847 títulos. Segundo o PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 268 Órgão a expedição de títulos é um processo longo, que depende de buscas cartoriais, análise da cadeia dominial, resolução de conflitos fundiários, entre outros, fatos estes que acarretam a ineficiência da Ação. Quanto à Ação de Elaboração e Implementação do Projeto de Reintegração de Terras Federalizadas ao Patrimônio Fundiário, em 2005 nada foi executado, constando um processo em andamento para reintegrar as áreas federalizadas, pelo Decreto-Lei nº 1.164 /71, ao patrimônio fundiário do Pará. Este processo tem envolvido, além da realização de um extenso e variado conjunto de ações técnicas-administrativas das instituições envolvidas nessa questão, uma outra condicionante que faz com que atrase o andamento do processo, como a morosidade burocrática, mesmo assim há todo um esforço envidado pelo Governo do Estado nessa perspectiva. Até 2005, todos os pedidos de reintegração protocolados pelo ITERPA, desde 1997, junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Secretaria do Patrimônio da União, encontram-se ainda tramitando nas procuradorias jurídicas desses órgãos. De acordo com as informações levantadas, a falta de resultados decorre, em grande parte, ao fato de que os pedidos de reintegração de posse que já se encontram protocolados no INCRA e que correspondem a 5 milhões de hectares, não tem tramitado no ritmo necessário para que o Governo Estadual cumpra com suas metas. Na Ação Implantação de um Novo Modelo de Organização e Gestão, tem-se como destaque a elaboração de proposta de um Novo Modelo de Gestão Fundiária do Estado do Pará, visando à implantação de um Sistema Público Estadual de Registro de Terras seguro e saneado, de modo a possibilitar, em médio prazo, o fim da incerteza dominial e a segurança do direito de propriedade, condições tidas como indispensáveis ao desenvolvimento do Estado e à municipalização de desenvolvimento. Nesse sentido, registra-se a inauguração desse novo processo com a execução do projeto piloto de Cadastro Georreferenciado de Imóveis Rurais, no Município de São João da Ponta, envolvendo um amplo trabalho de mobilização da população local e de arranjos institucionais do ITERPA com a Prefeitura Municipal, o Sindicato dos Trabalhadores, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), cartórios, Poder Judiciário entre outros. Todo esse levantamento está sendo conduzido com vistas a identificar, qualificar, medir e cadastrar todos os imóveis rurais do município, de acordo com os procedimentos e requisitos técnicos previstos em lei, tendo em vista a estruturação de um banco de dados geográficos que permita, dentre outros aspectos, subsidiar os processos de regularização fundiária com maior segurança e agilidade. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 269 Apesar dos avanços, a citada Ação ainda apresenta uma execução ínfima ao que se propõe, à medida que objetiva modernizar o ITERPA com a adequação quantitativa e qualitativa da infra-estrutura estratégica da instituição. Ainda com relação à referida Ação, a unidade de medida do produto deveria ser revisada, buscando uma unidade mais adequada que a de percentual. As ações Reestruturação da Gestão Fundiária e Reorganização Institucional estão previstas para iniciarem em 2006. No geral, o Programa, por meio da análise realizada via Sistema de Gestão de Programas do Estado do Pará (GP Pará), apresenta-se com uma avaliação de desempenho insuficiente, haja vista o baixo nível de execução de suas Ações, bem como a utilização de apenas 68% do orçamento previsto, ou seja, dos R$2.3 milhões programados foram executados apenas R$1.57 milhão, fato este, que segundo o órgão, se deve a não efetivação da receita própria inicialmente prevista. A questão agrária, na Amazônia e no Pará, apresenta-se como uma problemática cuja solução traspassa a gestão governamental, porém, é preciso estar atenta para evitar o agravamento do problema, o que determina instituições fortalecidas para encaminhar soluções concretas. O Indicador de Programa revela que a solução perpassa por um conjunto de agentes, tanto privados quantos governamentais. A federalização das terras, a dimensão territorial, o constante fluxo demográfico e a fronteira aberta de ocupação produtiva são fatores, entre outros, que impõem limites para a consecução de resultados, seja a curto ou em médio prazo. Portanto, o Indicador de resultado depende de outros atores intervenientes. O Indicador Regularização Fundiária, em 2004, totalizou cerca de 1.847 propriedades rurais regularizadas (até 100 hectares), o que é importante considerando a problemática agrária no Estado. Em 2005, essa totalização ficou em torno de 654, ou seja diminuiu em 65% devendo-se aos fatores já citados. Com relação ao Indicador Número de Titulação Expedida Anualmente, verificase o mesmo resultado do indicador anterior, o que demonstra indicadores com produtos iguais, devendo, desta forma, serem revistos. Considerações Finais A avaliação do Programa Fortalecimento da Gestão Fundiária apresenta-se prejudicada, devido a uma série de variáveis, anteriormente citadas, considerando, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 270 ainda, a queda de arrecadação da receita própria do órgão, as quais interferiram na eficiência do Programa. Decorridos os dois primeiros anos de execução do Plano Plurianual 2004/2007, a continuar a execução das ações que compõem o referido Plano, de forma ínfima, observa-se que o objetivo do referido Programa não será atingido a contendo. Embora se constate que o ITERPA procure ao máximo cumprir suas metas, dentro das limitações apresentadas, para tanto alguns fatores precisam ser revistos, tais como: É imprescindível que continue a persistência junto ao INCRA e Secretaria do Patrimônio da União para que haja agilidade no andamento dos processos de áreas federalizadas; Rever os Indicadores pois, Número de Títulos Expedidos Anualmente e Regularização Fundiária, apresentam o mesmo resultado, num indicativo de que os títulos estão sendo expedidos de acordo com a regularização fundiária; Rever a unidade de medida do produto referente à Ação de Implantação de um Novo Modelo de Organização e Gestão, por um mais apropriado para melhor mensuração da ação; e, Atualizar as Metas Físicas das Ações propostas, quando da elaboração dos próximos orçamentos, com quantitativos mais reais, em função das dificuldades em que o Programa se apresenta, evitando assim distorções entre o programado e o executado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 271 3.2.9 PROGRAMA: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS Apresentação do Programa Nome do Programa: Gerenciamento de Recursos Hídricos. Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM). Objetivo do Programa: Implementar o sistema de gerenciamento de recursos hídricos, através da regulamentação dos instrumentos da Política Estadual de recursos hídricos. Ações do Programa: 1. Apoio ao Funcionamento do Centro de Excelência em Recursos Hídricos; 2. Capacitação e Desenvolvimento Tecnológico; 3. Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos; 4. Estruturação Institucional da Gestão de Recursos Hídricos; 5. Fomento à Criação de Comitê de Bacias; 6. Implantação de Ações para Outorga e Cobrança pelo uso de Recursos Hídricos. Aspectos Destacados Cinco das seis ações não foram executadas, no decorrer do exercício; Elaboração de estudos preliminares do Plano Estadual de Recursos Hídricos no Pará, através do convênio celebrado entre a SECTAM e a Federação da Indústria do Estado do Pará (FIEPA). Análise dos Resultados O Programa teve uma avaliação de desempenho Insuficiente, segundo o GP Pará. Observa-se que o recurso previsto no OGE 2005 era proveniente de Convênios, sendo necessário no decorrer da execução atualizar sua dotação, ficando em R$ 726.720 mil, desses, apenas 63% foram realizados. Observa-se, ainda, em sua execução que os recursos previstos no OGE 2005, não foram utilizados, o que denota a não efetivação de Convênios. O comportamento das ações refletiu negativamente na execução, tanto físico como financeiramente. A execução física demonstra taxa zero o que significa que PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 272 apesar do Programa ter realizado 63% dos recursos financeiros no Programa Gerenciamento de Recursos Hídricos, nada executou fisicamente das metas pretendidas, já que em 2005 estava prevista a manutenção de 1 (um) Centro de Excelência em Recursos Hídricos, 70 (setenta) pessoas capacitadas em desenvolvimento tecnológico e 1(um) Plano Estadual de Recursos Hídricos elaborado. O maior investimento voltou-se à ação Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos no Pará, que tem por objetivo fundamentar e orientar a implementação da Política Pública Estadual de Recursos Hídricos através de um Plano Diretor, visando o planejamento articulado com as políticas de desenvolvimento regional, sendo efetivado Convênio entre a SECTAM e a Federação da Indústria do Estado do Pará (FIEPA), no valor de R$456 mil para a elaboração de estudos preliminares. No Indicador de Gestão de Recursos Hídricos Estruturada por Regiões Hidrográficas, em 2005, apenas 1 (uma) região foi acompanhada e estudada, ante ao universo de 7 (sete) existentes, no Estado. No que tange ao Indicador de Evolução do Volume de Água “Outorgada”, observase, um incremento anual de 7,20%, em 2005, quando comparado a 2004. Este resultado indica, a expansão do uso deste recurso não renovável, implicando na necessidade da instituição estruturar sistema de monitoramento, para impedir o uso intensivo, predatório e sem ocasionar problemas de poluição. Considerações Finais De modo geral, observa-se que as informações disponíveis no sistema GP Pará, sobre o Programa, não foram insuficientes quanto à execução do programa, não registrando, inclusive os fatores limitantes à execução das ações. A avaliação de insuficiente, se baseou, fundamentalmente, na forma com que foram utilizados seus recursos, não trazendo nenhum resultado para o Programa, tanto em ganhos de eficiência quanto em ganhos de eficácia. Como este Programa faz parte da Agenda Mínima de Governo, e considerando sua atual situação, sugere-se aos gestores, que no próximo exercício, reavaliem a execução das ações, para melhor prever e dimensionar os recursos considerando alcançar os objetivos e metas estabelecidas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 273 3.2.10 PROGRAMA: GERENCIAMENTO DE RECURSOS FLORESTAIS Apresentação do Programa Nome do Programa: Gerenciamento de Recursos Florestais Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgãos Executores: Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM); Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM). Objetivo do Programa: Implementar a gestão descentralizada e compartilhada da Política Florestal do Estado, com a União e com os Municípios, visando estimular o uso sustentável dos recursos florestais, fomentar o reflorestamento e a recuperação de áreas alteradas, incentivar medidas que garantam a prevenção e o controle de desmatamentos, queimadas e incêndios florestais. Ações do Programa: 1. Controle de Desmatamentos, Queimadas e Incêndios Florestais; 2. Elaboração do Plano Estadual de Florestas; 3. Proteção Florestal e Preservação Ambiental; 4. Realização de Estudos de Viabilidade Econômica e Ambiental para Recuperação de Áreas Alteradas. Aspectos Destacados 696 cadastros de atividades agrossilvipastoris de pequenos produtores e 8 cadastros de médios e grandes produtores; 23 licenças ambientais de propriedades rurais; Adequação da Legislação Florestal Estadual com base na Legislação Federal. Análise dos Resultados O Programa apresentou um recurso na ordem de R$990 mil, sendo atualizado para R$947 mil, dos quais foram utilizados apenas 40%. Vários foram os fatores limitantes, entre eles: insuficientes parcerias institucionais; órgãos ambientais PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 274 deficientes, falta de alternativas tecnológicas para limpeza e preparo do solo e ausência de fontes de financiamento específicas para busca de alternativas. Esses fatores refletiram na execução das ações, onde as ações de Proteção Florestal e Preservação Ambiental e Controle de desmatamentos, Queimadas e Incêndios Florestais, foram executadas de maneira parcial e as de Elaboração do Plano Estadual de Florestas e a Realização de Estudos de Viabilidade Econômica e Ambiental para Recuperação de Áreas Alteradas não foram executadas. Por não ter sido celebrado o Convênio com a Agência de Cooperação Técnica Japonesa (JICA), a ação voltada à realização de estudos não foi executada. Ressalta-se que as ações de Controle de Desmatamentos, Queimadas e Incêndios Florestais, Elaboração do Plano Estadual de Florestas e Realização de Estudos de Viabilidade Econômica e Ambiental para Recuperação de Áreas Alteradas, são ações que compõem a Agenda Mínima de Governo, na Implementação da Política Estadual de Floresta, de Pesca e Aqüicultura e de Recursos Hídricos. A Ação Proteção Florestal e Preservação Ambiental, que tem por objetivo implementar ações de prevenção e combate a incêndios florestais e preservação do meio ambiente, executada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CMB), utilizou 47% da dotação atualizada, alcançando 61%, protegendo 990 Km² de floresta. A Ação Controle de Desmatamentos, Queimadas e Incêndios Florestais, executada pela SECTAM, que tem por objetivo implantar o sistema integrado de controle ambiental em atividades rurais nos municípios de maiores índices de desmatamento, queimadas e incêndios florestais do Estado, visando reduzir a taxa de desflorestamento e o número de focos de queimadas, através de ações compartilhadas e descentralizadas, utilizou 44% de sua dotação, sem contudo atingir seu produto, ou seja, município atendido, limitado pela insuficiente parceria institucional. Por outro lado, a ação apresentou resultado com o atendimento a 23 (vinte e três) licenças em 20 (vinte) municípios. Os indicadores do Programa demonstram o desempenho da execução de suas ações. A Variação de Ocorrência de Foco de Queimada, que em 2004, acusou uma taxa de 12,38%, passou a 37,94% em 2005, registrando um acréscimo de 25,56 pontos percentuais em relação a 2004. A Taxa de Conservação/Preservação de Florestas atingiu 75% em relação à área total do Estado, registrando 25 pontos percentuais a menor que 2004. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 275 Considerações Finais O Programa tem sua importância por impactar na melhoria da qualidade de vida da população, por meio do estímulo ao uso sustentável dos recursos florestais, o fomento ao reflorestamento e a recuperação de áreas alteradas. Contudo, a não execução do Programa, em sua plenitude, impõe restrições que impossibilitam uma melhor avaliação. Por outro lado, pelo seu desempenho em 2004 e 2005, identificado como insuficiente, na relação físico/financeiro pelo sistema GP Pará, observa-se que o mesmo não alcançará o que se propôs a atender no PPA 2004-2007. Destaca-se que o Governo do Estado, apesar do desempenho registrado pelo Programa, vem se mobilizando em torno da operacionalização da Gestão Florestal, hoje tratada sob a esfera exclusiva dos organismos federais. Nesse sentido, está sendo trabalhada uma agenda, com duas vertentes: manejo de florestas nativas, cultivo de florestas para fins energéticos, madeireiros, industriais e outros, as quais são objeto de um acordo, em elaboração, com o Ministério do Meio Ambiente, com vistas a delegação dessas competências ao Governo do Estado, no âmbito de seus limites territoriais. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 276 3.2.11 PROGRAMA: GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA Apresentação do Programa Nome do Programa: Gestão Ambiental Integrada Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM). Objetivo do Programa: Implementar ações voltadas ao controle ambiental das atividades produtivas, em conformidade com a Política Estadual do Meio Ambiente. Ações do Programa: 1. Apoio à descentralização da Gestão Ambiental; 2. Construção do Muro de Proteção dos Mananciais do Utinga; 3. Fortalecimento da Gestão Ambiental nas Políticas Estaduais; 4. Funcionamento das Ações de Gestão Ambiental Integrada; 5. Implantação de Pólos Regionais da SECTAM; 6. Realização de Controle Ambiental; 7. Realização de Perícias Ambientais. Aspectos Destacados Na perspectiva de descentralização da Gestão Ambiental, foram formalizados 55 convênios de cooperação técnica, 2 convênios de descentralização e a realização de 42 eventos, entre cursos e oficinas de Educação Ambiental; Cobertura a 60 Municípios do Estado, sendo que 6 (seis) exercem plenamente a Gestão Ambiental: Belém, Itaituba, Santarém, Parauapebas, Marabá e Barcarena e 54 (cinqüenta e três) exercem parcialmente; Implementação de 197 ações ambientais, compartilhadas com diversas instituições de defesa e controle ambiental, sediadas no Estado do Pará; Visando o controle ambiental do Estado do Pará foram emitidas 1.651 licenças ambientais e 835 autorizações de funcionamento, bem como foram realizadas 556 fiscalizações, 53 notificações e 97 autos de infração; Emissão de 139 laudos periciais, constatando danos provocados ao meio ambiente, superando em 39% a meta prevista; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 277 Implantação do Núcleo de Perícias Ambientais no município de Castanhal, dinamizando o tempo de atendimento da perícia ambiental nos municípios circunvizinhos; Construção de 6.000 metros lineares do muro de proteção dos mananciais do Utinga, visando o controle do avanço da ocupação indevida na área, atingindo 80% da obra. Análise dos Resultados A Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM) é o órgão do Governo Estadual encarregado de coordenar, executar e controlar as atividades relacionadas à proteção e conservação do meio ambiente, no Pará. Por conseguinte seus programas e ações dentro do Plano Plurianual do Estado, foram agrupadas sob a ótica da diretriz Desenvolver sem Devastar onde a Gestão Ambiental Integrada, está pautada em ações de parceria com os demais órgãos envolvidos na questão ambiental, com a iniciativa privada e a sociedade. A execução da Gestão Ambiental sustenta-se em três pilares: o fortalecimento institucional, especialmente a melhoria das condições de infra-estrutura e treinamento de técnicos; as parcerias e a cooperação interinstitucional, destacando-se as ações com um número significativo de prefeituras, com outras instituições do Governo Estadual e Federal, com o Ministério Público Estadual, com sindicatos e associações e com organizações não governamentais. O Programa Gestão Ambiental Integrada visa a orientar a exploração econômica das riquezas naturais, de maneira sustentável, e tem sua execução numa proposta coerente com a Política Nacional de Meio Ambiente e a Política Estadual de Meio Ambiente. Foram previstos recursos para atender o Programa na ordem de R$9,83 milhões, com a execução de 7 (sete) Ações, dos quais foram realizados 82%. Das sete ações previstas, apenas a Ação Implantação de Pólos Regionais da SECTAM, a qual visa a promover a desconcentração da estrutura do Órgão, através da criação de pólos, objetivando implementar ações ambientais para melhor atendimento às demandas da sociedade, não foi realizada, em função da carência de recursos humanos, aguardando a nova estrutura do quadro de pessoal da SECTAM para prosseguimento. A Ação Apoio à Descentralização da Gestão Ambiental, que visa a promover o ordenamento e o uso sustentável dos recursos naturais, mediante o fortalecimento dos PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 278 Sistemas Municipais de Meio Ambiente, vem sendo desenvolvida e implantada com base na Política Nacional para a Amazônia Legal e na Política Estadual do Meio Ambiente, nas quais está expresso o desafio de ajustar as duas grandes dimensões do Desenvolvimento sustentável: Crescimento Econômico e Preservação Ambiental. Nesse sentido, o Governo do Estado, através da SECTAM, vem apoiando, com parte dos recursos oriundos do Fundo Estadual do Meio Ambiente (FEMA), a estruturação dos Municípios paraenses, para que possam assumir a gestão ambiental de atividades de impacto local, visando à Descentralização/Compartilhamento da Gestão Ambiental. É uma medida estrategicamente complementar ao processo de macrozoneamento, e inicia-se com a assinatura de convênios de cooperação técnica, entre a SECTAM e o Município. Esta Ação, em termos físicos, alcançou 28% além da meta prevista para o exercício, abrangendo 59 Municípios do Estado, dos quais 6 (seis) atendem os requisitos estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 237/97 e exercem plenamente a Gestão Ambiental: Belém, Itaituba, Santarém, Parauapebas, Marabá e Barcarena, e 53 exercem parcialmente. Em termos comparativos a 2004, ressalta-se que a ação, em 2005, obteve melhor performance, pois aquela época, apesar da existência de recursos, só foram atendidos apenas 18 Municípios, em virtude dos demais não terem se estruturado para a Gestão Ambiental. Em 2005, foram concretizados 55 convênios de cooperação técnica, 2 convênios de descentralização e realizado 42 eventos, entre cursos e oficinas de Educação Ambiental, alcançando um bom grau de valoração em 2005. A Ação voltada para a Construção do Muro de Proteção dos Mananciais do Utinga, que tem a finalidade de controlar o avanço de ocupação indevida na área, executou, aproximadamente, 6.000 metros lineares de extensão do muro, atingindo 80% do total da obra. Por meio desta ação, foram executadas, ainda, a indenização de 27 famílias e a desapropriação de 23 imóveis, que ocupavam áreas interferentes na área de construção do muro de proteção do manancial. Em relação ao Fortalecimento da Gestão Ambiental nas Políticas Estaduais, é a ação que trata da interface nas Políticas Estaduais e é implementada de acordo com as necessidades de se estabelecer Políticas Públicas de uso e proteção dos recursos naturais. A implementação desta ação contemplou 19 Municípios do Estado, através de consultorias, realização de serviços técnicos especializados, participação e realização de cursos, o que em termos físicos representa 66% da meta pretendida. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 279 O Funcionamento das Ações de Gestão Ambiental Integrada visa implementar ações de controle do meio ambiente de forma a mantê-lo preservado. Envolve, financeiramente, dois Órgãos: SECTAM e Polícia Civil, através da Delegacia Especializada em Meio Ambiente (DEMA). Em 2005, pela SECTAM foram implementadas 197 ações ambientais compartilhadas com diversas instituições de defesa e controle ambiental sediadas no Estado do Pará. Entre as ações, destacam-se: as fiscalizações ambientais integrada, incluindo a Força Tarefa Estadual e a realização de serviços ambientais, com a emissão de relatórios, laudos técnicos e outros. Pela Polícia Civil, foram instaurados 449 procedimentos, incluindo realização de diligências policiais e apuração de denúncias. A Polícia Civil investiu, ainda, na manutenção da DEMA e na participação em cursos e reuniões. Além dos dois Órgãos, há o envolvimento integrado, através de parcerias, com outras Instituições Federal, Estadual e Municipal, tais como: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA), Departamento Mineral de Produção Mineral (DNPM), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Gerência Regional de Patrimônio da União no Pará (GRPU/PA), Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar do Estado, Defesa Civil, Centro de Perícias Científicas (CPC), Secretaria Executiva de Saúde do Pará (SESPA), Secretaria Executiva de Agricultura do Pará (SAGRI), entre outras. Uma outra ação de destaque é a Realização de Controle Ambiental que tem o objetivo de realizar o controle ambiental, através de licenciamento, fiscalização e monitoramento de atividades potencialmente poluidoras e/ou degradadoras do meio ambiente. Por meio desta ação foram expedidas 1.651 licenças ambientais, 835 autorizações de funcionamento, 53 notificações, 103 laudos técnicos, 61 autorizações para transporte e incineração de substâncias e produtos perigosos e foram realizados 556 fiscalizações e 97 autos de infração. Ressalta-se, que dos 143 empreendimentos programados para 2005, foram atendidos um total de 2.773 empreendimentos, uma meta além da programada. Contudo, as atividades realizadas não estão compatíveis com o produto da ação, o que demonstra uma distorção e, portanto, sugere revisão no produto e seu quantitativo. A Ação Realização de Perícias Ambientais, que tem por objetivo constatar danos provocados ao meio ambiente, visando à repressão e a diminuição do crime ambiental, alcançou um excelente desempenho em 2005, realizando, em termos de meta física, 39% além do previsto, decorrente: da implantação do Núcleo de Perícias Ambientais no município de Castanhal, o que agilizou o atendimento nos municípios circunvizinhos e reduziu os custos com deslocamentos, da aquisição de equipamentos específicos para PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 280 perícias ambientais e da entrada de novos peritos advindos de concurso público, realizando no total 139 laudos periciais, com execução de 97% de recursos financeiros previstos. Não obstante o bom desempenho do Programa num avanço quanto à gestão ambiental integrada, seus indicadores registram uma queda em relação a 2004, a saber: taxa de atendimento de processos de licenciamentos e denúncias (-2,54 p.p.); taxa das áreas de conservação estadual implementadas (-6,90 p.p.); número de atendimento à demanda de projetos e ações de educação ambiental (-107); número de municípios com gestão ambiental local implantada (-3). Considerações Finais A execução da Ação Descentralização da Gestão Ambiental no Pará, principalmente, entre Estado e Município, vem contribuindo de forma significativa para que os municípios paraenses possam assumir com maior e melhor eficácia a Gestão Ambiental local e o Uso Sustentável dos Recursos Naturais, propiciando melhoria na qualidade de vida de toda a população paraense. No geral o Programa apresentou um bom desempenho, com a utilização de 82% dos recursos financeiros e a não execução de apenas uma Ação. Verifica-se que houve um avanço com relação a 2004, onde o desempenho foi regular, porém para que continue a atingir um bom desempenho cabe realizar alguns ajustes a saber: Quanto à Ação Realização de Controle Ambiental sugere-se rever, no próximo orçamento, o produto e seu quantitativo, pois nesses dois anos, 2004 e 2005, verifica-se que a meta não esteve compatível com o recurso programado, ficando sua execução muito além do programado; Rever o produto da Ação Funcionamento das Ações de Gestão Ambiental Integrada de forma a atender a ação realizada pela SECTAM e pela Polícia Civil, tendo em vista que a SECTAM quer alterar para Ação Ambiental Implementada e a Polícia Civil para Procedimentos Instaurados, e como é uma Ação única deverá constar o mesmo produto; Redimensionar o indicador Taxa de Atendimento de Processos de Licenciamentos e Denúncias, considerando apresentar dois aspectos, a principio, distintos e que não necessariamente são conseqüentes; Envidar esforços no sentido da SECTAM resolver o problema de falta de recursos humanos para poder implementar a Ação de Implantação de Pólos Regionais, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 281 para melhor atendimento às demandas da sociedade e conseqüentemente o bom desempenho do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 282 3.2.12 PROGRAMA: INDUSTRIALIZA PARÁ Apresentação do Programa Nome do Programa: Industrializa Pará Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgãos Executores: Secretaria de Indústria e Comércio (SEICOM); Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do Pará (FDE). Objetivo do Programa: Agregar valor aos produtos e subprodutos primários de origem vegetal e animal. Ações do Programa: 1. Apoio à Implantação de Empreendimentos. 2. Apoio a Verticalização da Cadeia Madeireiro-Florestal. Aspecto Destacado Apoio técnico, jurídico e financeiro a 59 empreendimentos nas Regiões Metropolitana, Araguaia, Carajás, Guamá, Lago Tucuruí, Marajó, Rio Capim, Tocantins e Xingu.. Análise dos Resultados O Programa foi contemplado em 2005 com recursos orçamentários na ordem de R$1,3 milhão. Durante a execução sua dotação foi atualizada para R$1,05 milhão, entretanto, foram utilizados apenas R$649,53 mil, representando 61% da dotação atualizada. A Ação Apoio à Implantação de Empreendimentos, que tem por objetivo estimular a implantação de unidades industriais a partir da agregação de valor das cadeias produtivas de origem vegetal e animal, proporcionando o acesso a crédito às vantagens competitivas estaduais, foi executada pela SEICOM e FDE. Esta ação apoiou 50 empreendimentos, na área de abrangência das Regiões: Araguaia, Carajás, Guamá, Lago Tucuruí, Marajó, Metropolitana e Tocantins, o que correspondeu a 12 mil ocupações diretas e indiretas, e realizou consultoria para avaliação ambiental, através do Núcleo Administrativo e Financeiro das Secretarias Especiais (NAF). Registrou como impacto a municipalização do desenvolvimento com reflexo direto na agricultura PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 283 familiar. Por outro lado, apresentou fatores limitantes que impossibilitou ao Programa atingir um grau de eficiência acima do regular, tais como: dificuldade para o escoamento da produção e aquisição de insumos e acesso ao crédito. A Ação Apoio a Verticalização da Cadeia Madeireiro-Florestal foi executada pela SEICOM, tendo como abrangência as regiões: Metropolitana, Rio Capim, Carajás e Xingu, apoiando 9 (nove) empreendimentos em vários municípios. Destacando-se por extrapolar a meta prevista em 29%, utilizando 93% da dotação atualizada. O impacto da Ação registrou-se: na implantação do Parque Industrial de Paragominas; no crescimento de 10,7% na exportação de produtos florestais com maior valor agregado; e, melhoria no designer. A ação registrou, ainda, alguns fatores limitantes, tais como: exigência ambiental; situação fundiária; qualificação de mão-de-obra e incorporação tecnológica. No que se refere à aferição dos indicadores, tanto o incremento médio da produção da indústria animal quanto o incremento médio da produção da indústria vegetal, registraram crescimento, com taxa de 1,32% e 1,36% respectivamente, contudo não superaram os incrementos registrados no exercício de 2004, os quais alcançaram 2,29% e 1,79%, respectivamente. Considerações Finais O Programa destaca-se por sua importância, quando interage com os agricultores familiares, dando base para que os mesmos se organizem e busquem agregar valor aos produtos e subprodutos primários de origem vegetal e animal através de Unidades Produtivas, num caminho claro que prima pelo desenvolvimento sustentável. Contudo, e, apesar do desempenho da Ação Apoio à Verticalização da Cadeia Madeireiro-Florestal, a avaliação do Programa não atingiu um patamar de eficiência acima do Regular, devida a vários fatores condicionantes, tais como: o recurso utilizado pelo NAF para promover consultoria para avaliação ambiental, necessária para dar suporte ao cumprimento da meta programada, não expressa a meta realizada; o recurso previsto inicialmente não foi cumprido dentro de suas perspectivas; e, apesar de ter cumprido parcialmente a meta, existe o descompasso entre o físico e o financeiro. Observa-se, por esse descompasso, que o Programa não alcançará as metas previstas no PPA. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 284 Sugere-se que nas próximas avaliações os recursos destinados apenas para dar suporte a realização da meta programada, não interfiram na avaliação da eficiência do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 285 3.2.13 PROGRAMA: LEGALIZA PARÁ Apresentação do Programa Nome do Programa: Legaliza Pará Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Junta Comercial do Estado do Pará (JUCEPA). Objetivo do Programa: Ampliar o número de empresas legalizadas no Estado do Pará. Ações do Programa: 1. Realização dos Serviços de Legalização do Registro de Empresa Mercantil; 2. Interiorização dos Serviços de Registro Mercantil; 3. Elaboração do Censo Empresarial. Aspectos Destacados 57.101 empresas legalizadas, representando 87% da meta programada; A interiorização dos serviços de registro mercantil atingiu apenas 01(um) município, dos 4 programados; Registro de 90% no nível de satisfação dos usuários, favoráveis aos serviços oferecidos pela JUCEPA. Análise dos Resultados O Programa prevê apenas 3 (três) Ações, das quais: A Ação Realização dos Serviços de Legalização do Registro Mercantil registrou 57.101 empresas legalizadas, representando 87% da meta inicialmente prevista. Somando-se a 2004, perfazem um total de 116.025 empresas legalizadas, representando 43% do previsto no Plano Plurianual (PPA) 2004-2007. Observa-se que esta Ação está contribuindo eficazmente para o objetivo do Programa, o de ampliar o número de empresas legalizadas no Estado do Pará. Para efeito de dados físicos, considera-se como empresa legalizada, todos os atos do registro mercantil e não somente a constituição, alteração e extinção de empresas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 286 Quanto à Ação Interiorização dos Serviços de Registro Mercantil, observa-se que a mesma não vem conseguindo alcançar o planejado no PPA, haja vista que, em 2004, 3 (três) municípios foram beneficiados de um total de 4 (quatro) programados e, em 2005, apenas 1 (um) município foi beneficiado, Parauapebas, de um total de 4 previstos, representando no acumulado dos dois anos, um percentual de apenas 27% do PPA. Segundo informações da JUCEPA, em 2005, o fato ocorreu em função do Órgão não conseguir implementar os Convênios com as prefeituras interessadas, haja vista, os seguintes fatores limitantes: vontade política dos gestores municipais; deficiência no gerenciamento e administração no poder público municipal; e, dificuldade do gestor municipal em disponibilizar servidor público mercantil, conforme estabelece norma pertinente à desconcentração do registro público de empresas mercantis. Apesar dos entraves, a JUCEPA vem buscando a descentralização e a desburocratização da regulamentação comercial de empreendimentos produtivos e comerciais, verificando uma tendência favorável de interiorização dos empreendimentos, muito embora Belém ainda concentre cerca de 50% das empresas constituídas. No que se refere à Ação de Elaboração do Censo Empresarial, até o momento não foi programada, com previsão de execução para 2006. O Indicador de resultado, que mensura a Qualidade dos Serviços Oferecidos pelo executor do Programa, aponta um crescimento favorável em 2005, com taxa de satisfação de 90%, segundo o grau de aceitação por parte dos usuários, o que é positivo para a instituição, ante ao percentual de 2004, que foi de 80%, em relação ao universo pesquisado. Estes dados demonstram que está ocorrendo uma evolução, por conta de um aumento de produtividade, ocasionado pelos investimentos que a JUCEPA tem feito, através da informatização, visando ampliar o número de empresas legalizadas no Estado do Pará. Em relação ao indicador, Incremento de Empresas Legalizadas, a variação percentual de 2004, em relação a 2003, foi de 1,94%, enquanto que de 2005, em relação a 2004, obteve uma variação negativa de -3,09%, embora se tenha legalizado um número considerável de empresas, em 2005. Isto se deve ao fato de que a JUCEPA, em 2005, priorizou algumas diretrizes, tais como: melhorar o seu desempenho implementando modernas técnicas de gestão, por meio de programas de capacitação de seus servidores, bem como mantendo atualizada sua plataforma tecnológica em Hardware e Software, procurando primeiro se PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 287 estruturar para melhor interiorizar os seus serviços e, assim, atender eficazmente aos municípios paraenses, sendo de fundamental importância para o crescimento do Estado. Atualmente, a JUCEPA conta com 12 Unidades Regionais Desconcentradas e 5 (cinco) Protocolos Avançados, que operam em convênios com as prefeituras e entidades locais. Este processo de interiorização pode acontecer de diversas formas, entre eles, através da realização de reuniões, nas unidades regionais, com a participação das prefeituras, para que haja uma maior conscientização de sua participação e, assim, desenvolver parcerias, visando agilizar o trabalho e reduzir custos, gerando interesses na divulgação do trabalho de interiorização dos serviços mercantis, protocolados e encaminhados para as Unidades Regionais, mais próximas ou para Belém. Ressalta-se a importância do processo de desconcentração dos serviços prestados e da sua implementação, para a eficácia dos registros mercantis e sua interiorização, principalmente após a modernização, com processos montados, através da Web Site, ferramentas tecnológicas que serão montadas pela Junta, colocando a mesma na vanguarda de serviços mercantis. O Programa, em 2005, previu inicialmente o valor de R$867,02 mil atualizados para R$1,67 milhão, dos quais foram utilizados 59%. Quanto à concepção, o Programa apresenta-se de forma adequada, onde o público-alvo, as causas, o problema, as ações e seus produtos estão bem elaborados. Considerações Finais Para o que se propõe o Programa, a tendência aponta que o objetivo do mesmo será atingido, ampliação do número de empresas legalizadas no Estado do Pará. Por outro lado, a Ação de Realização dos Serviços de Legalização do Registro de Empresa Mercantil está respondendo a contento, ainda que Belém concentre cerca de 50% das empresas constituídas. Contudo, como o Programa é composto por outras ações deve-se atentar para: Dar mais ênfase à Ação de Interiorização dos Registros de Serviço Mercantil, haja vista que a persistir a realização igual a 2004 e 2005, ou seja com o atingimento de apenas 27% do programado no PPA 2004-2007, a referida Ação não atingirá o proposto no Plano Plunianual, e com isso o Programa, como um todo, será prejudicado PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 288 em sua análise, assim como a realização da Ação Elaboração do Censo Empresarial que até o momento ainda não foi realizada; Maior desempenho do Órgão em efetivar os Convênios com as Prefeituras Municipais interessadas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 289 3.2.14 PROGRAMA: NOVO BANPARÁ Apresentação do Programa Nome do Programa: Novo BANPARÁ Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Banco do Estado do Pará S/A (BANPARÁ). Objetivo: Ampliar sua área de cobertura dentro do Estado do Pará, oferecendo produtos e serviços bancários com eficiência e qualidade, aumentando dessa forma sua base de clientes e equilíbrio financeiro. Ações do Programa: 1. Desenvolvimento de Produtos e Serviços Bancários; 2. Implantação de Novos Postos de Atendimento Informatizado; 3. Operacionalização de Microfinanças – BANPARÁ Comunidade; 4. Operacionalização do Fundo de Aval; 5. Operacionalização do Fundo para o Desenvolvimento Sustentável de Base Produtiva do Estado do Pará – Banco do Produtor; 6. Operacionalização do Crédito Rural. Aspectos Destacados O BANPARÁ COMUNIDADE realizou 5.786 operações de crédito, atendendo pequenos empreendedores em 44 municípios paraenses, contribuindo para movimentação da economia local; Implantação de dois postos de atendimento informatizado, atendendo os municípios de Monte Alegre e Canaã dos Carajás; Crescimento de 9% do número de municípios com acesso aos serviços do BANPARÁ. Análise dos Resultados O Programa NOVO BANPARÁ, tem por objetivo ampliar sua área de cobertura dentro do Estado do Pará, oferecendo produtos e serviços bancários com eficiência e qualidade, aumentando dessa forma sua base de clientes e seu equilíbrio financeiro. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 290 As ações programadas para 2005 incluíram: Operacionalização do Crédito Rural; Operacionalização de Microfinanças – BANPARÁ COMUNIDADE; Implantação de Novos Postos de Atendimento Informatizado e Operacionalização do Fundo para o Desenvolvimento Sustentável de Base Produtiva do Estado do Pará – Banco do Produtor. Dessas quatro ações apenas duas apresentaram resultados: Operacionalização de Microfinanças – BANPARÁ COMUNIDADE e Implantação de Novos Postos de Atendimento Informatizado, as demais não registraram resultado por conta da operacionalização de crédito, no caso voltado ao público da zona rural, que demanda uma documentação mais extensa dificultando a agilidade no processo, contudo gerou processos a serem disponibilizados em 2006. A ação Operacionalização de Microfinanças - BANPARÁ COMUNIDADE, que tem por objetivo fomentar o desenvolvimento econômico e a geração de renda e novos empregos, através de créditos de fácil acesso aos pequenos empreendedores da economia informal, financiou, em 2005, 5.786 empreendimentos, movimentando a economia local. Enquanto isso, a ação Implantação de Novos Postos de Atendimento Informatizado, que tem por objetivo ampliar a área geográfica de atendimento do Estado com a desconcentração da prestação de serviços bancários, alcançou 40% da meta prevista, com a implantação de dois postos, atendendo os municípios de Monte Alegre e Canaã dos Carajás, ampliando sua atuação na Região do Baixo Amazonas e Sudeste Paraense. Os três últimos anos foram marcados por diversas e relevantes conquistas. Entre elas, a obtenção do segundo lugar em evolução de depósitos, numa escalada que rendeu ao BANPARÁ, a terceira colocação, no cenário nacional, em evolução de crédito entre os bancos de varejo. Em 2004, com o lançamento da Poupança Premiada, elevou a sua captação em 90%. Em 2005, lançou uma poupança muito mais arrojada, com a perspectiva de alavancar em mais 40% a captação do banco. O ano fechou com a marca de cem mil novos clientes. Desse total, 10% são decorrentes das ações de microcrédito, outros 10% decorrem do pagamento ao funcionalismo público estadual, cerca de 30% são relativas a folhas de pagamento de empresas privadas e os restantes 50% correspondem às prefeituras, abrangendo basicamente os servidores públicos municipais. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 291 Alguns dos números que permeiam o desempenho do BANPARÁ, especialmente a partir de 2003, é o caso, da carteira de crédito, que, alavancada pelo lançamento de novos produtos, registrou nos dois últimos anos um crescimento de 169%. As aplicações em microfinanças registram resultados parecidos. Em apenas três anos, o Banco aplicou R$ 35 milhões para o pequeno tomar de crédito, gerando assim ocupação e renda para 25 mil micro e pequenos empreendedores e beneficiando diretamente cerca de 125 mil pessoas. O Banco opera com microfinanças através do produto BANPARÁ Comunidade, já presente hoje em 88 municípios paraenses e com expansão prevista para mais dez, o que estenderá sua presença a quase uma centena de municípios nas diversas microrregiões do Estado. Entre os novos produtos lançados pelo Banco, encontra-se a Rede de Compras BANPARÁ, instalada na capital e em alguns municípios do interior, se encontra bastante diversificada e em condições de oferecer múltiplas alternativas aos seus clientes. Nela se incluem supermercados, farmácias, postos de gasolina, óticas, magazines, restaurantes, lojas de material de construção, livrarias, papelarias e casas de artigos escolares diversos, entre outros estabelecimentos, ao todo são 350 pontos de atendimento e deverá sofrer uma grande expansão, com a incorporação de mais mil novos pontos de atendimento. Os equipamentos próprios para a integração à Rede já foram adquiridos pelo banco. Como suporte desse produto o BANPARÁ lançou o BANPARÁCARD, disponibilizando o crédito para financiamento das compras na rede. Hoje, decorridos apenas dois anos, esse novo produto já conta com aplicações de aproximadamente R$ 70 milhões. Um outro produto é o Programa Cred-Computador, uma parceria do Governo do Estado com o BANPARÁ, que visa a disponibilizar recursos financeiros para a compra de materiais e suprimentos de informática, para atender professores da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e Secretaria Executiva de Educação (SEDUC). Por outro lado, o BANPARÁ vem se especializando na administração de recursos de terceiros, contando em 2005, nessa carteira de ativos, com mais de R$ 250 milhões. Aí se incluem fundos de investimentos (os chamados FIF’s), os fundos de pensão, estes em duas modalidades (fundo exclusivo e carteira administrada) e mais os fundos de desenvolvimento. Esses dados revelam que o BANPARÁ é uma instituição cada vez mais sólida e que já dispõe, em todo o Estado, da maior malha bancária, com 110 pontos de atendimento. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 292 Ao completar, dois anos do lançamento do projeto “Revolução Comercial”, integrante de um amplo Programa de Modernização do Banco, o Novo BANPARÁ, o Banco do Estado do Pará exibe com números, provas que demonstram estar vivendo o período de maior crescimento de sua história, com excelentes perspectivas para o futuro. Considerações Finais O BANPARÁ é uma Sociedade de Economia Mista, organizada sob a forma de Banco Múltiplo, com a missão de atuar como agente do desenvolvimento sócioeconômico do Estado do Pará. Alicerçado em sua missão, não tem medido esforços para oferecer produtos e serviços de qualidade a seus clientes e usuários, investindo na capacitação de seus recursos humanos, bem como em tecnologia de ponta, essencial para a consolidação de uma empresa do setor financeiro. Ressalte-se, que até o momento o BANPARÁ não está conectado com os sistemas corporativos do Estado como o GP-Pará, SIAFEM e SIMAS, sendo imprescindível a necessidade de informações complementares, para avaliar a inserção do Programa Novo BANPARÁ na estratégia governamental de promover o desenvolvimento municipal no quesito do impacto e da relevância de suas ações, para internalização de ambiente de sustentabilidade social e produtivo no município. O exercício de 2005 foi marcado pela comemoração dos 45 (quarenta e cinco) anos de criação do BANPARÁ, com a perspectiva de até o final de 2006 contar com 300 (trezentas) máquinas de auto-atendimento e parceria de 36 (trinta e seis) municípios paraenses no projeto de implantação dos correspondentes bancários. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 293 3.2.15 PROGRAMA: PANEIRO DE MERCADORIA – NOVA CEASA Apresentação do Programa Nome do Programa: Paneiro de Mercadorias – NOVA CEASA Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Centrais de Abastecimento do Pará (CEASA). Objetivo do Programa: Fortalecer a comercialização de produtos hortifrutigranjeiros e cereais em parceria com o setor agrícola priorizando os produtos paraenses, construindo redes de comercialização com o ordenamento e moderação do mercado; promovendo o aproveitamento dos resíduos orgânicos com a produção de alimentos alternativos e de adubo ecológico e diversificando a utilização do patrimônio ambiental da CEASA com oferta de novos negócios. Ações do Programa: 1. Organização dos produtores; 2. Apoio à Agente Públicos e Privados Atuantes na Economia Agrícola Paraense; 3. Implantação de Unidades de Produção de Adubo Ecológico; 4. Realização de Bienal da Cultura Alimentar e de Plantas Medicinais – PANAMAZÔNICA; 5. Implantação de Novas Alternativas de Negócios; 6. Melhoria da Infra-Estrutura Física da CEASA; 7. Capacitação no Manuseio de Alimentos; 8. Implementação da Feira Solidária; 9. Implantação da Feira Solidária; 10. Implementação da Rádio Ribeirinha; 11. Implantação da Rádio Ribeirinha; 12. Implantação de Rede de Informação Mercadológica. Aspectos Destacados 1.234 m² de Obras realizadas, para melhoria da infra-estrutura física, com adequação de espaços funcional para a instalação da Escola de Jovens e Adultos (EJA); PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 294 Divulgação permanente do funcionamento da CEASA, por meio da implementação da Rádio Ribeirinha; Realização de Estudos para a implementação de Rede de Informação Mercadológica; Produção/distribuição de 456.100 pratos de sopa para entidades carentes. Análise dos Resultados O Programa, em 2005, apresentou uma dotação inicial da ordem de R$1,7 milhões, a qual foi atualizada para R$2,2 milhões, obtendo um acréscimo de 25%. No entanto, do recurso atualizado, apenas 37% foi realizado, deixando de ser aplicado 63% desses recursos, em parte devido a convênios não efetivados, o que representa 20% da dotação atualizada. Das 12 (doze) ações que compõem o Programa, apenas 7 (sete) foram programadas para 2005: Apoio à Agente Públicos e Privados Atuantes na Economia Agrícola Paraense; Implantação de Novas Alternativas de Negócios; Melhoria da InfraEstrutura Física da CEASA; Capacitação no Manuseio de Alimentos; Implementação da Rádio Ribeirinha; Implementação da Feira Solidária; e, Implantação de Rede de Informação Mercadológica. Entretanto, em virtude da não celebração de Convênios previstos no orçamento, as ações Apoio a Agentes Públicos e Privados Atuantes na Economia Agrícola Paraense, Implantação de Novas Alternativas de Negócios e Capacitação no Manuseio de Alimentos não foram executadas, o que concorreu para que o Programa não apresentasse um desempenho favorável. As demais ações, programadas para 2005, apresentaram desempenho favorável, a saber: A Ação de Melhoria da Infra-Estrutura Física da CEASA executou 62% da meta proposta, com a realização de 1.234 m² de obra, utilizando 54% da dotação atualizada. Ressalta-se que, da dotação inicial, R$663,53 mil, 51% refere-se a recurso previsto em convênio, o que não veio a se efetivar. Para sustentação da Ação ocorreu suplementação com recursos ordinários e próprios. Contudo, ainda sofreu uma redução de recurso na ordem de 19%. Fatos que resultaram numa dotação atualizada de R$1,1 milhões. Considerando a não efetivação de Convênio e a redução sofrida, a Ação utilizou recursos na ordem de R$602,43 mil, 91% do recurso da dotação inicial. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 295 A Ação Implementação da Rádio Ribeirinha, cujo objetivo é de veicular, através de comunicação de rádio, a circulação das notícias, em torno da Região Metropolitana de Belém, executou 100% da sua meta prevista, utilizando 98% do orçamento, com relação ao programado. Ressalta-se que esta ação foi considerada excelente tendo em vista que o executado esteve de acordo com o programado. No que se refere à Ação de Implantação de Rede de Informação Mercadológica, cujo objetivo é promover o conhecimento sobre o mercado de hortifrutigranjeiros e cereais, não se efetivou a implantação, em decorrência da priorização de estudo para melhor suporte à implantação da rede. Embora isto denote um resultado favorável, não corroborou quantitativamente para o alcance do que foi programado. Quanto à Ação de Implementação da Feira Solidária, que tem como objetivo transformar os resíduos nobres em alimentos alternativos para atender pessoas abaixo da linha de pobreza foram produzidos/distribuídos 456.100 porções de sopa, ultrapassando a meta prevista, utilizando 63% dos recursos previstos, com relação à dotação atualizada, utilizando um valor de R$211,39 mil. A ação, segundo informações da CEASA, recebeu apoio de instituições, favorecendo a superação da meta prevista, estimada em 500 porções produzidas, juntando-se a isso doações de In Natura. Essas porções foram distribuídas para entidades carentes e hospitais, tais como: Ofir Loyola, Secretária de Saúde (SESPA), Casa de Misericórdia Santa Faustina, Para Vida, APAE, Centro Comunitário Boa Esperança, Abrigo João de Deus, Comunidade Nossa Senhora Aparecida, Lar Fabiano de Cristo, Centro Social de Nazaré, Sevilha, Centro Comunitário do Paracuri I e outros. Esta meta apesar de extraordinária, não explicita o programado, sugestionando uma revisão quando da elaboração do Orçamento. Por outro lado, sugere-se apresentar, nas informações complementares do GP-Pará, o indicativo das parcerias realizadas para ampliação da meta executada. Os indicadores captam, com sensibilidade, as dificuldades na execução e os problemas de ordem operacional pelo Órgão. O primeiro indicador, que é o Grau de Satisfação dos usuários da CEASA, acusa em 2004, 57% do grau de satisfação, um ligeiro crescimento do público que freqüenta a instituição em relação a 2003 que registrou 55%, entretanto, com relação a 2005, apresenta uma queda com relação a 2004, voltando ao patamar de 55%. Em contraposição ao resultado do primeiro indicador, verifica-se que o percentual de comercialização de bens produzidos pelos agricultores paraenses sofreu uma redução em 2005, com relação a 2004 e 2003, registrando uma taxa de 57% em contraponto a 66% de 2004 e 78% de 2003. Em parte observa-se que a existência de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 296 diversos canais de escoamento e de comercialização, a conquista de novos mercados pelos produtores, bem como as dificuldades naturais de comercialização, são fatores que justificam, em parte, este comportamento. Por outro lado, cabe observar a necessidade da Instituição, em encontrar instrumentos que potencializem e torne atrativa a CEASA, tais como: entreposto de comercialização e distribuição de alimentos, principalmente através da priorização de produtos paraenses, além da implementação de um ordenamento nos mercados e feiras livres, através de parcerias com as Prefeituras, ofertando alimentos alternativos, capaz de abastecer a Região Metropolitana de Belém. Considerações Finais O Programa apresentou um desempenho Insuficiente, ficando prejudicado em parte pelo significativo número de ações, que apesar de programadas, não foram executadas, tendo em vista a não efetivação de convênios. Sugere-se, que durante a elaboração dos próximos orçamentos, seja feita uma análise, por meio de levantamentos das dificuldades encontradas e apresentadas em cada ação, inclusive conciliando com o seu produto e unidade de medida, para poder avaliar, se realmente estão sendo colocados de maneira correta e consistente, evitando assim que o Programa seja comprometido, inclusive não atingindo o que foi proposto no PPA. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 297 3.2.16 PROGRAMA: PARÁ MINERAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Pará Mineral Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SEICOM). Objetivo do Programa: Incrementar as oportunidades de novos investimentos minerais no Estado do Pará, em especial de insumos para a agricultura, jóias, artesanato e artefatos minerais, bem como para uso na construção civil. Ações do Programa: 1. Estudos e Pesquisas voltados à Gestão Integrada da Atividade Mineral; 2. Identificação e Aproveitamento de Novos Depósitos Minerais. Aspectos Destacados 20 estudos realizados, com pesquisas de 42 novas ocorrências de rochas identificadas para uso na construção civil, artesanato e rocha ornamental; 5 (cinco) depósitos pesquisados, com a atração de fábrica de cimento, elevação da oferta de calcário para corretivo do solo, bem como, identificação de rochas granitárias; 19% de incremento na produção mineral; Registro de 100% no nível de satisfação, com indicação favorável das empresas formadas pelo Programa; Redução da carga tributária e ampliação do prazo para enquadramento nas normas do INMETRO para o setor oleiro cerâmico. Análise dos Resultados A atividade mineral no Estado do Pará tem atingido elevado patamar na pauta das exportações. Com a finalidade de consolidar esse quadro, além de diversificar e ampliar a produção de bens minerais, o Governo do Estado elaborou o Programa Pará Mineral cujo principal objetivo é gerar as informações necessárias ao registro, acompanhamento e fiscalização da atividade mineral no Estado, (Lei nº 5.817/1994), PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 298 visando planejar e estimular a produção mineral no território paraense bem como, identificar e promover oportunidades de investimentos no setor mineral do Estado (Lei nº 6529/2003), através de estudos tecnológicos e econômicos em depósitos minerais, especialmente para uso na agricultura, na produção de artesanato mineral, jóias e na construção civil. Para alcançar as metas previstas no Programa foram desenvolvidas duas ações: Estudos e Pesquisas voltados à Gestão Integrada na Atividade Mineral executando o acompanhamento e fiscalização da atividade mineral; o levantamento dos recursos minerais, hídricos e outros recursos naturais e dados econômicos dos municípios; acompanhamento e orientação à extração de bens minerais; a elaboração de estatísticas do setor mineral; o estímulo ao aproveitamento de pequenos depósitos; o estímulo à verticalização mineral. No ano de 2005, realizou 20 estudos nas regiões Araguaia, Baixo Amazonas, Carajás, Guamá, Tocantins e Tapajós, e teve como impacto a pesquisa de 42 novas ocorrências de rochas identificadas para uso na construção civil, artesanato e rocha ornamental; a redução da carga tributária e ampliação do prazo para enquadramento das normas do INMETRO para o setor oleirocerâmico. Apresentando como fator limitante o baixo investimento do Governo Federal em Mapeamento Básico. Identificação e Aproveitamento de Novos Depósitos Minerais é uma ação integrada para estimular a geração de novos empreendimentos e o fomento ao aproveitamento de novos depósitos minerais, promovendo a prospecção e pesquisa de depósitos de minerais de emprego na construção civil; de emprego na agricultura; de emprego gemológico e o estímulo à criação da empresa estadual de gás. No ano de 2005, foram realizadas pesquisas em 5 (cinco) depósitos nas regiões Araguaia, Rio Caetés e Lago de Tucuruí, tendo como impacto a atração de fábrica de cimento e elevação da oferta de calcário para corretivo de solo (Dinamização da Agricultura Familiar) e indústria de cimento em 100 milhões de toneladas; identificação de rochas graníticas para calçamento de vias e produção de brita. Como fatores limitantes registrou o baixo investimento do Governo Federal em Mapeamento Básico e a baixa disponibilidade de energia elétrica nos locais das jazidas. Observa-se, que essas ações apresentam resultados que contribuem para o alcance do objetivo do Programa e que: os produtos, as ações e o público-alvo estão bem definidos. Para o Programa foram previstos o recurso de R$582,79 mil, dos quais foram executados R$334,59 mil, representando 57% de execução. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 299 Os indicadores revelam a operacionalização das Ações que norteiam o Programa. O Grau de Satisfação das Empresas Formadas, pela intervenção institucional, em 2005, apresentou 100% de satisfação. Há de se salientar que de acordo com a programação do PPA 2004/2007, estava previsto atingir ao final do PPA 80%, o que denota a qualidade no atendimento às demandas empresariais nos dois anos de execução do PPA. Com relação ao indicador , Incremento da Produção Mineral, a taxa atingiu 19% em 2005, em ralação a 2004. O resultado apresenta-se inferior a taxa de 2004, que foi de 24%, em função, principalmente, das dificuldades mercadológicas. Ainda com relação ao indicador, tem-se o de Depósito Mineral/Jazida Estudada, onde a meta, quando comparada ao resultado de 2004, foi superada em 100%, o que é positivo para a economia paraense, ao oportunizar novas possibilidades de investimentos. Considerações Finais Em geral, o Programa, através do Sistema de Gestão de Programas do Estado do Pará, obteve uma avaliação de desempenho Regular, pois apenas 57% dos recursos financeiros previstos foram executados e as duas ações que compõem o Programa tiveram uma execução bem abaixo das metas programadas. Para que o Programa tenha um melhor desempenho, recomenda-se: Atentar à necessidade de rever o indicador Incremento da Produção Mineral, pois o mesmo não exprime a intervenção estatal, estando sujeito à variável externa e à governabilidade do Programa; Rever, quando da elaboração dos próximos orçamentos, os quantitativos dos produtos, em função das limitações inerentes ao Programa. Por fim, cabe fazer uma reflexão sobre o Programa, quanto as suas ações serem absorvidas por um outro Programa, para melhor visibilidade e representatividade no incremento as oportunidades de novos investimentos no setor. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 300 3.2.17 PROGRAMA: PÓLO JOALHEIRO Apresentação do Programa Nome do Programa: Pólo Joalheiro Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Produção (SEPROD). Órgão Executor: Secretaria Executiva de Indústria e Comércio (SEICOM). Objetivo do Programa: Dinamizar o setor produtivo de jóias e artefatos minerais, agregando valor à cadeia e beneficiando os segmentos sociais envolvidos. Ações do Programa: 1. Dinamização e Potencialização da Cadeia Produtiva do Setor; 2. Funcionamento do Espaço Comercial e Turístico; 3. Promoção de Eventos de Educação Profissional. Aspectos Destacados Das 493 ocupações diretas e indiretas, registradas em 2005, no âmbito da cadeia produtiva joalheira, 207 são novas ocupações; Beneficiamento de 250 Kg de ouro e prata; Crescimento médio de 41% no faturamento médio das empresas/produtores autônomos que operam através do Espaço São José Liberto. Análise dos Resultados Para o Programa foram previstos recursos financeiros na ordem de R$1,5 milhão, sendo executado na sua totalidade. Esse recurso foi previsto através de recursos provenientes do Tesouro Estadual, para atender atividades finalísticas e dar cobertura à manutenção do Espaço São José Liberto, o qual vem sendo administrado pela Organização Social São José Liberto, via Contrato de Gestão. O recurso do Tesouro Estadual foi destinado à Ação Dinamização e Potencialização da Cadeia Produtiva do Setor, que tem por objetivo dinamizar os diversos elos da cadeia produtiva do setor joalheiro, o qual foi utilizado em sua totalidade, atingindo a meta prevista, alcançando um grau de valoração Excelente no GP-Pará. As demais ações, Funcionamento do Espaço Comercial e Turístico e Promoção de Eventos de Educação Profissional são ações custeadas com recursos PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 301 provenientes da Associação, via recursos próprios e Convênios firmados com outras instituições, entre elas o SEBRAE. Além de Convênios, a associação vem mantendo articulação institucional com o SESC, BANPARÁ, FUNTELPA, PARATUR, IAP, UEPA, cada um em sua área de competência, somando esforços no apoio à produção, na promoção e divulgação das jóias, do artesanato e do Espaço São José Liberto, dentro e fora do Pará. A Associação acompanhou, ainda, as reuniões de trabalho do Fórum de Competitividade do Setor de Gemas e Jóias, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), com o objetivo de discutir ações prioritárias que possam ter impactos na modernização industrial e tecnológica do setor, na comercialização e no apoio aos APL’s do setor. Esta participação permitiu maior visibilidade ao Pólo Joalheiro do Pará, pelos Ministérios e demais organizações participantes, resultando em ações concretas de destinação de recursos para o Estado. O Programa traz como destaque, em 2005, a realização da II Pará Expojóia – Amazônia Design, a única feira de jóias do Norte do Brasil, a qual movimentou o setor joalheiro do Estado com exposição e comercialização de jóias, lançamento de coleções, desfiles de jóias e moda, apresentações culturais e ciclo de palestras, estando incluído na programação o II Encontro do Setor Joalheiro. O evento permitiu melhor visualização dos avanços do Programa, no design, na produção, na comercialização e na divulgação das jóias do Pará, fortalecendo as relações com parceiros estratégicos, entre eles o IBGM e as prefeituras de abrangência do Programa, contribuindo para dar uma dinâmica mais consistente ao novo momento que vive o setor joalheiro no Pará, servindo como espaço de intercâmbio com outros centros mais avançados, entre eles: Minas Gerais e Goiás. A atuação da PARATUR tem sido importante para a consolidação do São José Liberto como espaço turístico, com a inclusão do espaço no roteiro de grupos estratégicos, bem como, com a participação da ASLJ em feiras e eventos do setor de turismo em âmbito nacional e internacional. O Programa apresenta como área de abrangência os municípios de Belém, Itaituba, Marabá, Parauapebas e Floresta do Araguaia, sendo priorizado consultorias técnicas nas áreas de gestão da qualidade, produção de embalagens, design e desenvolvimento de produtos, tendo como principal objetivo estabelecer um atendimento direcionado a cada empresa/produtor, de acordo com a realidade, buscando a participação de todos os envolvidos na linha de produção. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 302 Resultante do Convênio SEBRAE, com a Associação, bem como das parcerias com a Escola Rahma e a Escola de Trabalho e Produção, o Programa qualificou 617 pessoas, por meio de cursos, oficinas e consultorias, abrangendo os municípios de Belém, Itaituba e Paraupebas. Os indicadores do Programa foram favoráveis, ratificando seu desempenho. A produção de jóias anual cresceu cerca de 13% em relação a 2004, passando de 221 para 249 Kg/ano. O número de ocupações diretas e indiretas superaram em mais de 100% a registrada em 2004. Das 493 ocupações registradas, 207 foi de novas ocupações. Enquanto isso, o incremento do valor da produção comercializada, passou de 23% para 41%. Considerações Finais A Associação São José Liberto vem consolidando a missão do Programa, de tornar-se referência na produção de jóias na região, destacando-se diante do setor no Brasil. A execução das ações finalísticas do Programa e sua manutenção estão contidas no Contrato de Gestão entre a SEICOM e a ASJl, com objetivos, metas e responsabilidades. Contudo, os resultados alcançados pelo Programa dependem do encaminhamento de relatórios por parte da ASJL para a SEICOM, a fim de ser lançado no Sistema de Gestão de Programa (GP Pará). Desta forma, sugere-se que o Órgão responsável pela Gestão (SEICOM), alimente no Sistema GP-PARÁ, nas informações complementares, os resultados das ações executadas pela OS, de modo a gerar informações, capazes de poder avaliar os resultados atingidos pelo Programa como um todo. Uma outra sugestão é do Programa ter suas ações aglutinadas ao Programa Nova Economia, tendo em vista que este tem por objetivo “Aumentar a inserção de produtos paraenses de maneira competitiva nos mercados nacional e internacional, especialmente de empresas de pequeno porte, inclusive ao microempreendimento de concessão de crédito”, tendo como público-alvo empreendedores. Buscando, dessa forma, harmonizar as informações, com vista a uma avaliação da economia paraense. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 303 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 3.3 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007 304 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 305 QUADRO 3 - SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007 ÁREA PROGRAMÁTICA: PRODUÇÃO Objetivos Setoriais: Incrementar os investimentos, a geração de emprego e a internalização de renda na economia paraense; Diversificar e aumentar a escala da produção paraense em padrões tecnologicamente competitivos e sob condições sanitárias e ambientais sustentáveis e; Diversificar e aumentar o nível de agregação do valor dos produtos locais. Diretrizes Setoriais: Atuar, de forma descentralizada, articulada e compartilhada com agentes públicos e privados locais, na formulação e operacionalização das ações de desenvolvimento; Operacionalizar todas as ações de fomento e incremento governamental, levando em conta as especificidades dos arranjos locais selecionados e o enfrentamento, nas esferas nacional e internacional, das diferentes exigências de competitividade, tanto na produção como na comercialização da cadeia de negócios; Valorizar a operacionalização de câmaras setoriais, envolvendo agentes públicos e privados nas discussões, definições e implementações de ações de apoio, fomento e dinamização de cadeias de produção e negócios; Implementar medidas regulatórias de gestão e exploração sustentável de recursos naturais, especialmente pesqueiros, florestais e hídricos e; Articular e integrar as ações de fomento e incentivo aos programas de educação continuada, de pesquisa, de difusão tecnológica e de capacitação empreendedora, desenvolvidos pelos diversos organismos governamentais e não governamentais PROGRAMA OBJETIVO Modernizar o padrão de Modernização da Agricultura Familiar produção da agricultura familiar paraense, na perspectiva do incremento da renda familiar. Fortalecer a comercialização de Paneiro de Mercadorias - Nova produtos hortifrutigranjeiros e cereais em parceria com o setor Ceasa agrícola priorizando os produtos paraenses, construindo redes de comercialização com ordenamento e moderação do mercado. Promovendo o aproveitamento dos resíduos orgânicos com a produção de alimentos alternativos e de BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Diversificar e aumentar o SAGRI nível de agregação do valor dos produtos locais. Rendimento médio da terra. Diversificar e aumentar a escala da produção paraense em padrões tecnologicamente competitivos e sob condições sanitárias e ambientais sustentáveis. Grau de satisfação do usuário da Ceasa. CEASA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 1,33 2005 57 55 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 306 continuação PROGRAMA Nova Economia Novo Banpará OBJETIVO adubo ecológico e diversificando a utilização do patrimônio ambiental da CEASA com oferta de novos negócios. Aumentar a inserção de produtos paraenses de maneira competitiva nos mercados nacional e internacional, especialmente de empresas de pequeno porte, inclusive ao microempreendimento de concessão de crédito. Ampliar sua área de cobertura dentro do Estado do Pará, oferecendo produtos e serviços BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA 2004 0,66 2005 0,57 Incremento de compras realizadas pelas Empresas integrantes do PDF no comércio local. 42,10 53 Número de empresas paraenses exportadoras anualmente (Parâmetro inicial: 398 empresas). Número de operações de microcrédito anual concedidas pelo Banco do Cidadão. Valor total das operações de microcrédito anual concedidas pelo Banco do Cidadão. Número de municípios com acesso aos serviços do Banpará. 420 492 3.136 6.204 4.887.836,85 10.451.391,00 55 60 Taxa de comercialização da produção regional. SEICOM, FDE Operacionalizar todas as ações de fomento e incremento governamental, levando em conta as especificidades dos arranjos locais selecionados e o enfrentamento, nas esferas nacional e internacional, das diferentes exigências de competividade, tanto na produção como na comercialização da cadeia de agronegócios. Incrementar os BANPARÁ, investimentos, a geração de Encargos-SEPOF emprego e a internalização RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 307 continuação PROGRAMA OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 bancários com eficiência e de renda na economia qualidade, aumentando dessa paraense. forma sua base de clientes e seu equilíbrio financeiro. Ordenamento Territorial Pará Mineral Pólo Joalheiro Implantar instrumentos de ordenamento territorial, visando à melhoria da qualidade de vida das populações locais e à proteção adequada dos ecossistemas naturais. Implementar medidas regulatórias de gestão e exploração sustentável de recursos naturais, especialmente pesqueiros, florestais e hídricos. SECTAM Taxa de aplicação dos recursos do Banco do Produtor. Grau de satisfação do cliente. Percentual das áreas prioritárias do Estado com o zoneamento elaborado. Incrementar os SEICOM investimentos, a geração de emprego e a internalização 0 0 100 0 2 4 100 100 Incremento da Produção Mineral. 24 19 Número de ocupações diretas e indiretas. 215 493 Percentual da área do Estado com macrozoneamento elaborado. Incrementar as oportunidades Incrementar os SEICOM, EMATER Depósito mineral/jazida de novos investimentos investimentos, a geração de estudada conforme a minerais no Estado do Pará, em emprego e a internalização meta estipulada. especial de insumos para a de renda na economia agricultura, jóias, artesanato e paraense. artefatos minerais, bem como para uso na construção civil. Grau de satisfação das empresas fomentadas. Dinamizar o setor produtivo de jóias, gemas e artefatos minerais, agregando valor à 0 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 308 continuação PROGRAMA OBJETIVO cadeia e beneficiando os segmentos sociais envolvidos. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA 2004 2005 Produção de jóias anual. 221 249 Incremento do Valor da produção comercializada. Evolução do número de produtores assistidos. 23 41 3,84 5,66 - - 178,7 -35,18 100 75 de renda na economia paraense. Diversificar e aumentar o EMATER Assistência Técnica Promover a prestação de e Extensão Rural – serviços de assistência técnica nível de agregação do valor e extensão rural aos produtores dos produtos locais. PROATER rurais, em especial aqueles de unidade familiar e implementar um modelo de administração gerencial em substituição ao modelo vigente. Grau de satisfação do usuário assistido. Evolução dos Projetos Aprovados/Contratados Implementar a gestão Gerenciamento de Recursos Florestais descentralizada e compartilhada da Política Florestal do Estado com a União e com os municípios, RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO Implementar medidas regulatórias de gestão e exploração sustentável de recursos naturais, especialmente pesqueiros, SECTAM, CBM Taxa de conservação/preservação de florestas. continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 309 continuação PROGRAMA OBJETIVO visando a estimular o uso sustentável dos recursos florestais, fomentar o reflorestamento e a recuperação de áreas alteradas, incentivar medidas que garantam a prevenção e o controle de desmatamentos, queimadas e incêndios florestais. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Gestão Ambiental Integrada Implementar o sistema de gerenciamento de recursos hídricos, através da regulamentação dos instrumentos da política estadual de recursos hídricos. Implementar ações voltadas ao controle ambiental das atividades produtivas, em conformidade com a Política Estadual do Meio Ambiente. 2004 2005 florestais e hídricos. Taxa de reflorestamento. Gerenciamento de Recursos Hídricos RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO Implementar medidas regulatórias de gestão e exploração sustentável de recursos naturais, especialmente pesqueiros, florestais e hídricos. Diversificar e aumentar a escala da produção paraense em padrões tecnologicamente competitivos e sob condições sanitárias e ambientais sustentáveis. SECTAM - Variação de ocorrência de foco de queimada. 12,38 37,94 Gestão de Recursos Hídricos estruturada por regiões hidrográficas (total de 7 regiões). 1 1 6 7,2 5 2 Evolução do volume de água "outorgada". SECTAM, SEOP, Número de Municípios POLICIA MILITAR, com gestão ambiental POLICIA CIVIL, local implantada. CPC continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 310 continuação PROGRAMA Industrializa Pará Fortalecimento da Gestão Fundiária OBJETIVO Agregar valor aos produtos e subprodutos primários de origem vegetal e animal. Fortalecer a gestão fundiária e tornar eficiente o acesso ao direito de propriedade no campo, em especial para os mais pobres. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Diversificar e aumentar o SEICOM,FDE nível de agregação do valor dos produtos locais Diversificar e aumentar o ITERPA nível de agregação do valor dos produtos locais. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Número de atendimento a demandas de projetos e ações de educação ambiental. Taxa de atendimento de processos de licenciamentos e denúncias. Taxa das áreas de Conservação Estadual Implementada. Incremento médio da produção da indústria animal. Incremento médio da produção da indústria vegetal. Número de titulação expedida anualmente. Percentual da área federal reintegrada. Regularização Fundiária. Cadeia Agroindustrial de Origem Vegetal Aumentar a escala de produção agrícola paraense, especialmente em base de unidades familiares de produção, e a verticalização local dessa produção. Diversificar e aumentar a escala da produção paraense em padrões tecnologicamente competitivos e sob condições sanitárias e ambientais sustentáveis. SAGRI, FDE Produção Anual da fruticultura. RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 337 207 14,83 12,29 32,90 26 2,29 1,32 1,79 1,36 1.847 654 0 0 1.847 654 1.816 1.865 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 311 continuação PROGRAMA Cadeia Agroindustrial de Origem Animal OBJETIVO Aumentar a escala de produção de produtos paraenses de origem animal, associado a processos industriais e de beneficiamento local, especialmente em base de unidades familiares de produção. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) Diversificar e aumentar a escala da produção paraense em padrões tecnologicamente competitivos e sob condições sanitárias e ambientais sustentáveis. ÓRGÃOS EXECUTORES SAGRI, FDE DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 Produção anual de fibras. Produção anual de grãos. Produtividade anual da cultura de mandioca. 2.933 3.803 1.370 1.700 Produção anual de Floricultura. 29.400 42.000 Produtividade anual de leite. 576 555 Taxa de abate de bovinos. 9,3 9,2 Evolução do rebanho. 30 35 Empresas inspecionadas / assistidas. Beneficiamento do gado bovino. 69 142 4,77 17,57 39,1 -1,47 Capacidade de produção utilizada pelos Frigoríficos. 15 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 312 continuação PROGRAMA Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável Defesa Sanitária Animal Defesa Sanitária Vegetal OBJETIVO Promover o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação do Estado do Pará, priorizando a tecnologia para o setor produtivo e para a qualidade de vida da população, sobretudo a de menor renda. Promover a sanidade de produtos e subprodutos de origem animal. Promover a sanidade de produtos e subprodutos de origem vegetal. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Articular e integrar as ações SECTAM de fomento e incentivo aos programas de educação continuada, de pesquisa, de difusão tecnológica e de capacitação empreendedora, desenvolvidos pelos diversos organismos governamentais e não governamentais. Diversificar e aumentar a escala da produção paraense em padrões tecnologicamente competitivos e sob condições sanitárias e ambientais sustentáveis. Diversificar e aumentar a escala da produção paraense em padrões ADEPARÁ ADEPARÁ DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 Incremento de número de pedidos de patentes e afins. 23,07 19 Incremento do atendimento da demanda tecnológica de unidades produtivas comunitárias. 44,44 58 Participação das empresas inspecionadas. 29 42 Participação das propriedades assistidas. 86 93 Evolução das Empresas com Certificado de Inspeção (Federal e Estadual) Participação das empresas fiscalizadas. 18,75 47,37 34 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 313 continuação PROGRAMA OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 tecnologicamente competitivos e sob condições sanitárias e ambientais sustentáveis. Desenvolvimento da Promover a integração e a Pesca e Aqüicultura estruturação do setor pesqueiro e aqüícola, visando ao aproveitamento do seu potencial. Implementar medidas regulatórias de gestão e exploração sustentável de recursos naturais, especialmente pesqueiros, florestais e hídricos. SAGRI Participação das propriedades assistidas. 83 Participação das empresas inspecionadas. Produção anual da pesca extrativa. 50 Produção anual da aqüicultura. Evolução da exportação do pescado. Beija-Flor Ampliar e diversificar a exploração do potencial ambiental e cultural para fins turísticos. Taxa da produção de alevinos e pós-larva (camarão). Incrementar os PARATUR, Fluxo de turistas Anual investimentos, a geração de SECULT, SETRAN (parâmetro inicial: emprego e a internalização 460.504 turistas) de renda na economia paraense. Grau de satisfação do turista. Permanência média no Estado. 88.980 - 10,23 - 4,18 14,75 3 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 314 continuação PROGRAMA OBJETIVO Legaliza Pará BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Ampliar o número de empresas Incrementar os JUCEPA legalizadas no Estado do Párá. investimentos, a geração de emprego e a internalização de renda na economia paraense. DFFDSSDFSDF Fonte: SEPOF/Órgãos Setoriais. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA Grau de satisfação do usuário. Incremento de empresas legalizadas(número atual: 51.995 empresas). RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 80 2005 90 1,94 -3,23 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 3.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 209 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 210 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 4 ÁREA PROGRAMÁTICA 211 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 304 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 4.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) 305 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 321 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 321 4.1.1 PROGRAMA: CAMINHOS PARA O DESENVOLVIMENTO Quanto ao Processo de Formulação Em 2003, o Estado do Pará estava saindo de duas gestões consecutivas que tinham recuperado a credibilidade e o equilíbrio das contas públicas, além de nortear o desenvolvimento local. Chegava o momento de consolidar as diretrizes para a municipalização do desenvolvimento, uma das prioridades da gestão atual. Para isso, dentro da área da Integração Regional, foram definidas ações que permitissem ofertar infra-estrutura de transporte para a sustentabilidade do desenvolvimento dos municípios paraenses, através do Programa Caminhos para o Desenvolvimento. O Programa previa a implementação de ações elaboradas a partir de estudos e demandas locais e definidas com base na análise dos potenciais produtivos de cada região. Pode-se afirmar que o Programa Caminhos para o Desenvolvimento tem foco no escoamento da produção, haja vista que 82% dos investimentos estão relacionados a este setor. Porém, não se deixou de lado a preocupação com o impulsionamento do turismo, o conforto e melhoria da acessibilidade intermunicipal da população paraense e também da acessibilidade urbana. As ações elaboradas para implementação nos quatro anos de vigência do atual PPA tinham metas claras e bem consolidadas em busca do objetivo do Programa, tendo abrangência nos três modais de transporte: aeroviário, hidroviário e rodoviário. No entanto, ao verificar o montante de investimento dentro de cada modal de transporte, pode-se observar uma tendência para o rodoviarismo, que exige um investimento de implantação muito alto e o custo de manutenção bastante oneroso, mas que justifica a sua prioridade o fato de possibilitar um transporte rápido e de acesso à maioria da população. São quase sete mil quilômetros de rodovias estaduais que precisam estar constantemente em trabalhos de manutenção para manter uma boa trafegabilidade e ainda necessitam de investimentos de pavimentação para dar oportunidade a municípios que se encontram espacialmente isolados. A perspectiva de captação de recursos para o período de 2004 a 2007 foi o fator limitante para definição das metas físicas do Programa, tendo em vista o custo necessário para a implementação dessas ações. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 322 O orçamento previsto para os quatro anos do PPA 2004/2007 foi de R$ 2,7 bilhões, oriundos de diversas fontes como mostra o quadro abaixo, onde é destacado o valor programado no orçamento para o exercício de 2005. QUADRO 1 – PPA 2004/2007 e Orçamento 2005 - Recursos Previstos por Fonte de Financiamento R$ 1.000.000 PPA 2004/2007 FONTE Modal Rodoviário 555,58 Modal Aeroviário 15,40 Modal Hidroviário 276,83 Outras Ações 30,19 - - - 190,76 2,40 Convênio União 744,91 15,70 Privado 635,60 Tesouro Estadual Operação de Crédito Interna Operação de Crédito Externa TOTAL 2.126,85 33,50 Orçamento 2005 TOTAL 878,00 208,98 - - 25,10 - - 87,36 68,44 210,00 - 1.076,41 34,87 - - 635,60 - 486,83 30,19 2.677,37 2342,39 Fontes: PPA 2004/2007 e Orçamento 2005 Nota: Tesouro Estadual – Tesouro, Rec. Próprios, FDE, CIDE, DETRAN, Royaltie Operação de Crédito Interna – BNDES Operação de Crédito Externa – BID, BMCC Convênio União – DNIT, PROFAA, ANEEL Quanto ao Processo de Implementação O acompanhamento do Programa Caminhos para o Desenvolvimento foi dificultado devido ao lançamento indevido dos dados no GP-Pará, contribuindo para a não mensuração de alguns produtos em função de inconsistência e falta de dados físicos. Quanto ao financeiro, foi realizado uma análise no relatório do GP-Pará e constatou-se a alimentação de dados em ações não condizentes com o efetivamente realizado, o que mascara o gasto em cada ação. No entanto, a Secretaria Especial de Estado de Integração Regional (SEIR), faz o monitoramento de perto dessas ações, analisando através de sistema de acompanhamento interno da área e emitindo relatórios mensais. A partir desses dados existentes na SEIR pôde-se realizar a avaliação do Programa. Foi constatada que houve dificuldade na execução de determinadas obras, justificada pelo excesso de chuvas que castigaram o Estado no ano de 2005. Um exemplo são as obras constantes da ação de Pavimentação e Restauração de Rodovias que só podem ser realizadas com eficiência em períodos de pouca chuva. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 323 Porém, com o andamento das obras em ritmo acelerado, foi possível compensar o atraso ocorrido nesse período. Além disso, o não firmamento de alguns convênios com agentes financeiros internos e externos prejudicou o desempenho de determinadas ações como: Construção e Melhoramento da Infra-Estrutura Aeroviária, Construção de Obras D’Artes Especiais, Construção das Eclusas de Tucuruí e Pavimentação de Rodovias Federais. Quanto à Avaliação dos Resultados Apesar dos fatos descritos anteriormente, ao analisarem-se os indicadores do Programa constata-se que as ações realizadas no exercício de 2005, contribuíram de modo significativo para que o Programa Caminhos para o Desenvolvimento apresentasse um bom desempenho na avaliação de seus resultados. O percentual da malha rodoviária estadual pavimentada em bom e regular estado de conservação, passou de 82%, em 2003, para 99%, em 2005. O percentual de aeródromos funcionando de forma adequada, passou de 49%, em 2003 para 77%, em 2005. QUADRO 2 – Indicadores do Programa Caminhos para o Desenvolvimento Metas Previstas PPA 2004/2007 e Alcançadas 2005 PPA 2005 2003 Meta a ser Atingida Indicadores Abs (Km) Rel (%) 1Malha rodoviária estadual pavimentada em bom e regular estado de conservação. 2- Malha rodoviária estadual não pavimentada em bom e regular estado de conservação. 3- Aeródromos funcionando de forma adequada. 4- Municípios atendidos pelo Estado com infra-estrutura hidroviária. Fonte: SEIR Abs (Km) Rel (%) Meta Atingida Abs (Km) Rel (%) 2.123 82 2.599 90 2.861 99,1 1.869 43 1.669 50 2.145 53 31 49 34 52 50 77 28 31 46 51 34 39 A necessidade de novos investimentos e da conservação da infra-estrutura de transporte em condições de atender a demanda produtiva, é ponto crucial para o desenvolvimento econômico. No que tange aos indicadores das rodovias estaduais, constatam-se avanços nos serviços de pavimentação e de manutenção por parte do Estado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 324 O indicador “percentual da malha rodoviária estadual pavimentada, em bom e regular estado de conservação”, apresentou o percentual de 99% em 2005, resultado superior com relação ao dado de 2004 (91%). Esta melhoria, não somente permite o deslocamento mais rápido e seguro da população paraense, como também, permite o fluxo de mercadorias e produtos, o que gera competitividade das atividades produtivas no Estado. No que tange ao indicador “percentual da malha rodoviária estadual não pavimentada, com bom e regular estado de conservação”, constata-se que, a taxa é ainda relativamente baixa, ante a demanda que a questão envolve. Em 2005, 53% da malha apresentou condições de trafegabilidade em bom e regular estado de conservação, índice este superior à meta proposta que era de 50%. Apesar da meta ter sido superada, esse número ainda sinaliza a necessidade de avançar não somente na questão da manutenção mas, também, na pavimentação. Por outro lado, o Pará situa-se numa bacia hidrográfica de grande importância, sendo o modal hidroviário fundamental para o trânsito de bens e de pessoas. Por isso, o Estado mudou a estratégia de atendimento deste modal. Ao invés de atender vários municípios com pequenas obras, passou a adotar a estratégia de construir um complexo hidroviário composto por terminal de passageiros, rampa, trapiche, muro de arrimo, praça de estacionamento e outras obras complementares, Com isso, muda a qualidade no atendimento do serviço, mas, por requerer um maior volume de recursos, beneficia um número menor de municípios. Por este motivo, o indicador “percentual de municípios atendidos no estado, com infra-estrutura hidroviária” foi abaixo do esperado. Em 2005, a taxa foi de 39%, superior em relação a de 2003, que estava na ordem de 31%, porém abaixo do programado que era 51%. Já o percentual de aeródromos funcionando de forma adequada em 2005, apresentou-se na ordem de 77%, representando um aumento expressivo em relação ao número de 2004, que foi de 52%. A diferença dos números revela a maturação dos investimentos que são fundamentais como apoio à expansão das atividades produtivas e sociais. Apesar da melhoria do indicador aeroviário, o Governo do Estado só atuou em 2005 na construção do aeródromo de Cametá e em pequenas obras nos municípios de Afuá e Anajás. Os aeródromos construídos pelo Estado são entregues à Prefeitura assim que concluídos, ficando esta responsável pela sua manutenção. A participação PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 325 do Estado com investimentos no setor e do Município com serviços de conservação refletiram no aumento do índice. O desempenho do Programa é reflexo das ações implementadas. O bom resultado das ações rodoviárias justifica o investimento de 81% do orçamento geral do Programa. Esses investimentos foram focados principalmente no setor do escoamento da produção. Dos 1.195 quilômetros de rodovias pavimentados ou em pavimentação, 82% dessa extensão são de rodovias com tendência ao escoamento da produção. Este investimento atendeu a uma grande parcela da população que se valorizou como cidadão, ao poder trafegar por uma via que lhe permitiu sair do isolamento físico em que se encontrava. No entanto, mesmo nas outras rodovias com foco turístico, pode-se perceber através de relatos, que houve um incremento na melhoria do escoamento da produção. Como foi o caso da PA-127 – BR-316/São Domingos do Capim, concluída em 2004, e das PAs 136 e 318, ligando Inhangapi / Castanhal / Curuçá / Marapanim / Marudá, entregues neste exercício. Na localidade de Marudá, têm-se depoimentos de que a ocupação hoteleira e o número de vagas aumentaram significativamente, após a entrega da rodovia pavimentada. Em 2005, foram pavimentados 210 quilômetros de rodovias que, somando-se aos 263 quilômetros concluídos em 2004, representam 7% do total da malha rodoviária estadual. Desse total de rodovias pavimentadas ou em pavimentação, 47% nunca tiveram nenhum tipo de revestimento asfáltico. No tocante à melhoria de trafegabilidade e qualidade de vida urbana, o Programa previa a ação Aquisição de Usinas de Asfalto e Patrulhas Mecanizadas - Asfalto na Cidade, e Operacionalização de Patrulhas Mecanizadas e Usinas de Asfalto. No entanto, no momento da elaboração destas ações, não se programou os resultados da operacionalização destes equipamentos, que é o fator mais relevante e de maior impacto. A pavimentação de vias urbanas e o melhoramento de rodovias não pavimentadas propiciaram benefícios expressivos que estão também sendo alcançados através da locação de outras máquinas para operar concomitantemente com as já adquiridas. Assim foi possível atender, em 2005, 25 municípios com 107 quilômetros de asfalto, totalizando, em dois anos do Programa, quase 300 quilômetros. Na verdade, a aquisição e operacionalização de usinas de asfalto e patrulhas mecanizadas são ações preliminares para a realização da ação Asfalto na Cidade que PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 326 é um projeto de parceria entre o Governo Estadual e os Governos Municipais para asfaltamento de ruas das cidades paraenses. Determinadas ações ficaram prejudicadas ou simplesmente não aconteceram, pelo não firmamento de convênios que estavam programados no momento da elaboração do Programa, como demonstrado a seguir: Pavimentação e Restauração de Rodovias Federais – Convênio Estado/União. Com exceção da BR-158 que teve um trecho concluído, as demais obras programadas não foram realizadas, pois a União não firmou convênio e ainda cancelou contratos como o da BR-230; Construção de Obras D’Artes Especiais. Havia em 2004 a perspectiva de assinatura de convênio com o Banco Mediocredito Centrale ( BMCC), visando a construção de pontes de concreto para substituir travessias de balsas e pontes de madeira de grandes vãos. No entanto, a negociação não foi finalizada até o final de 2005; Construção/Melhoramento da Infra-estrutura aeroviária. A construção de aeródromos depende em parte de uma parceria entre o Estado e a União, através do PROFAA. Com exceção do aeródromo de Cametá, não foi possível iniciar nenhum dos programados para este exercício; Melhoramento de Infra-estrutura Portuária. Esta ação foi elaborada em função da proposta de estadualização dos portos federais no Estado do Pará. O processo não foi concluído, estando essa responsabilidade ainda com a União; Construção das Eclusas de Tucuruí. O Governo Federal não viabilizou a proposta feita pelo Governo do Estado de custear 50% dos investimentos necessários para a conclusão das Eclusas de Tucuruí. Quanto aos Avanços e Perspectivas Pode-se avaliar que, até o presente momento, o Programa Caminhos para o Desenvolvimento teve um bom desempenho. No entanto, o objetivo principal do programa que é “ofertar infra-estrutura de transporte para a sustentabilidade do desenvolvimento do Estado” só poderá ser mensurado com precisão daqui a alguns anos com a consolidação da produção e do aumento do número de comércios instalados nos centros regionais. Todavia, esse crescimento e sustentabilidade poderiam ser mais intensos se não fosse a cultura de preferência pelo transporte terrestre. Apesar deste tipo de transporte PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 327 ter um custo de implantação e manutenção bem mais elevado que o transporte hidroviário, existe uma tendência ao deslocamento de passageiros via estradas, pela rapidez e facilidade de uso. Em um Estado com grande potencial hídrico, e em que grande parte de seus rios permite uma boa navegabilidade seria mais indicada a utilização do transporte de carga através do meio fluvial. Isso traria uma diminuição nos custos de transportes das mercadorias e prolongaria a vida útil das estradas paraenses que ficariam mais voltadas ao transporte de passageiros. Para que ocorra essa mudança na tradição de utilizar o transporte terrestre e passar a utilizar o transporte hidroviário, seria necessário o aumento nos investimentos para construção de portos e incentivo à indústria naval na construção de embarcações mais eficientes. PPA 2004/2007 Investimentos Previstos por Modal de Transporte 18% 1% Modal Rodoviário Modal Aeroviário Modal Hidroviário 81% Poder-se-ia ainda, colocar em prática a ação de Melhoramento da Infra-estrutura Portuária construindo portos estaduais para serem administrados pela Companhia de Portos e Hidrovias (CPH), como o que vem sendo pleiteado para a área da Centrais de Abastecimento do Pará S/A (CEASA) que atenderia não somente ao recebimento de hortifrutigranjeiros da área ribeirinha da região, que hoje são direcionadas ao Ver-oPeso ou aos atravessadores, mas também serviria para exportação de gado em pé. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 328 4.1.2 PROGRAMA: NOSSA CASA Quanto ao Processo de Formulação Com o objetivo de combater o déficit e a inadequação habitacional, principalmente aquele existente nas camadas populacionais de menor poder aquisitivo, incluindo o segmento do funcionalismo público, o Governo do Estado instituiu o Programa Nossa Casa. Através da implementação de ações como Construção de Unidades Habitacionais, Infra-estrutura em Lotes Ocupados e Novos Loteamentos, Ampliação/Melhoria de Unidades Habitacionais, Regularização Fundiária e Remanejamento/Indenização, o Programa se constitui em um importante instrumento do Governo Estadual para a redução das desigualdades sociais, viabilizando o acesso à moradia e proporcionando condições salutares de habitabilidade a inúmeras famílias paraenses. A sustentabilidade dessa intervenção está baseada no estudo “Diagnóstico Habitacional do Estado do Pará”, que apontou um déficit total de 262.795 moradias, das quais 136.687 representavam o déficit e a inadequação habitacional na faixa de renda de até três salários mínimos. A área de maior concentração do déficit e da inadequação habitacional indicada foi a Região Metropolitana de Belém (RMB), representando 37,30 % do déficit do Estado para a população com renda de até três salários mínimos. Assim sendo, foi estabelecida para o período de 2004-2007 a meta de 64.439 soluções habitacionais para a faixa de renda de até três salários mínimos e 3.000 moradias nas outras faixas. Para 2005, foi previsto o atendimento de 19.860 famílias, através do investimento de R$ 90,9 milhões (ver Gráfico 1). PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 329 Gráfico 1 – PPA 2004-2007 Metas Físicas e Financeiras Programadas Fonte: PPA 2004/2007 Quanto ao Processo de Implementação A viabilização dos projetos integrantes do Programa Nossa Casa, depende principalmente do apoio da Caixa Econômica Federal, instituição financeira que concentra vários programas na área habitacional, e do Governo do Estado que viabiliza a contrapartida necessária. No entanto, para que se alcançassem resultados mais imediatos, foram definidas ações de execução financeira estritamente estadual, como é o caso do Cheque Moradia – inicialmente voltado ao funcionalismo estadual, via programa de Valorização do Servidor – realizado por meio de parcerias entre a COHAB/PA, órgãos da administração estadual e entidades de classe. No ano de 2005, o Cheque Moradia teve sua abrangência ampliada, atendendo os funcionários públicos estaduais inativos, além das famílias desabrigadas em função de sinistros (incêndios, desabamentos, etc), e daquelas que habitam áreas de risco ou vivem em situação de miséria, estas últimas já incluídas no ano de 2004. O suporte necessário para que o Cheque Moradia acontecesse de maneira satisfatória implicou na criação de uma coordenação de controle da ação. Dessa forma, pôde ser feito o monitoramento de sua implementação, sendo possível corrigir rumos para atingir a meta prevista. Com relação ao gerenciamento do Programa Nossa Casa, o seu acompanhamento vem sendo realizado sistematicamente, possibilitando, além da PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 330 mudança de atitudes, o contato permanente com a CAIXA, no sentido de agilizar negociações de projetos de interesse do Estado. É também desenvolvido nos conjuntos habitacionais um trabalho social em parceria com a CAIXA e com as organizações comunitárias, com vistas à melhor adaptação do novo morador e à valorização e preservação do habitat, realizando atividades sócio-educativas e culturais, além de visitação às áreas de preservação ecológica. Acredita-se que a implementação do Programa Nossa Casa vem sendo prejudicada por entraves como os observados na ação do Cheque Moradia, notadamente a falta de documentação do terreno, impedindo a liberação do cheque para início da obra e a dificuldade de fornecedores de materiais de construção residentes no interior do estado, haja vista que grande parte deles encontra-se inscrita no Pará Simples ou, ainda, em face da limitação de cota mensal de atendimento. No que diz respeito às demais ações do Programa, vale ressaltar a demora na comercialização das unidades, cuja análise dos interessados tem revelado baixos índices de aprovação pela CAIXA, além do considerável tempo despendido nas mesmas. Há que se destacar também a dificuldade na aquisição de áreas para a implantação de conjuntos habitacionais, bem como o alto custo de lotes em condições de habitabilidade. Quanto à Avaliação dos Resultados O foco das ações governamentais, no que se refere à política habitacional, foi viabilizar ações para combate ao déficit e à inadequação habitacional existente no Estado, priorizando o atendimento às famílias de menor poder aquisitivo, além da geração de emprego e renda. Diante da meta inicialmente traçada no PPA 2004-2007 de implementar 67.439 soluções habitacionais, verifica-se que, através do indicador estabelecido “Percentual de famílias atendidas com benefícios habitacionais em relação à meta estabelecida”, foi possível atingir 24%, até dezembro de 2005, quando o previsto era alcançar, nos dois primeiros anos, 45% da meta global do plano, conforme demonstra o Quadro 1 a seguir: PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 331 Quadro 1 – Comparativo Entre Programado e Realizado Meta PPA Realizado % Meta 2004-2007 2004-2005 2004-2007 22.087 6.225 28 16.266 8.612 53 - 94 - Lotes infra-estruturados 23.276 1.416 6 Lotes regularizados 5.810 - - 15 91 607 16.347 24 Ações Unidades habitacionais construídas Unidades habitacionais melhoradas/ ampliadas Remanejamento de famílias da APA Belém (1) Municípios atendidos TOTAL 67.439 Fonte: COHAB/PA Nota: (1) Famílias assentadas no entorno do manancial de abastecimento de água de Belém, que foram remanejadas e indenizadas. No ano de 2005 foram executadas 7.003 soluções habitacionais para famílias com renda de até três salários mínimos, correspondendo a 35% da meta prevista para o ano em pauta. Nas demais faixas de renda, o avanço físico das obras em andamento não foi suficiente para concluí-las. Entretanto, levando-se em conta a meta prevista para o ano de 2005 de cada ação componente do Programa Nossa Casa, constata-se que apenas o Cheque Moradia alcançou 79% das 7.489 soluções propostas, atendendo a 5.923 famílias. Considerando a execução dos dois últimos anos esse desempenho passa a ser de 63% da meta do PPA, ou seja, 12.713 cheques entregues. Acredita-se que a meta só não foi atingida em 2005 em face da elevação dos custos de materiais de construção, aumentando o valor dos cheques e, conseqüentemente, reduzindo o número de atendimentos. Além do Cheque Moradia, apenas duas ações do Programa, foram concretizadas: a primeira refere-se à Implantação de Infra-Estrutura Básica em Áreas Ocupadas e em Novos Loteamentos, que atingiu 39% de sua meta, uma vez que foram concluídos 702 lotes; a segunda – Construção de Conjuntos Habitacionais para PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 332 Famílias com Renda de até Três Salários Mínimos – contemplou 351 famílias com unidades habitacionais, sendo atingido, em relação ao PPA para o ano de 2005, apenas 18% da meta prevista. A ação Regularização Fundiária de Lotes Urbanos foi realizada parcialmente no ano de 2005, em razão de viabilizar apenas 318 títulos de propriedade que encontram-se em fase de registro no Cartório de Imóveis, no Município de Santarém. Da mesma forma, as ações que visam a construção de conjuntos habitacionais para famílias com renda de 3 a 6 SM e de 6 a 20 SM também foram realizadas em parte, haja vista encontrar-se em fase de conclusão 192 novas unidades habitacionais em Santarém, e ter iniciado a construção de 250 unidades em Belém, respectivamente. Vale mencionar a Carta de Crédito Associativo (Imóvel na Planta) que substituiu o Lote Legal, sofrendo significativas alterações na sua concepção, em face da edição da Resolução nº 460, do Conselho Curador do FGTS, que oportunizou a execução de infraestrutura e construção de unidades habitacionais nas áreas destinadas originalmente à infraestruturação de lotes semi-urbanizados. Assim, em 2005, foram executados projetos e iniciadas obras de infra-estrutura em 7 novos empreendimentos, perfazendo um total de 2.825 lotes urbanizados, nos quais serão edificadas 2.023 unidades habitacionais, numa primeira fase, todas na Região Metropolitana de Belém e seu entorno. Diante do exposto, pode-se concluir acerca do programa NOSSA CASA que: • É um programa com foco na habitação de interesse social, uma vez que contempla preferencialmente famílias situadas na faixa de renda de até 3 salários mínimos; • O Cheque Moradia vem se apresentando como a ação de maior relevância em termos de número de atendimentos, além de integrar duas ações estratégicas de âmbito estadual: valorização do servidor público e combate ao déficit e à inadequação habitacional no Estado; • Através do Nossa Casa, o Governo Estadual vem interiorizando sua política habitacional, com presença em 91 municípios; • As parcerias da COHAB/PA com órgãos da esfera federal e estadual, sindicatos e mutuários, além do efetivo gerenciamento (Plano Estratégico da Companhia), são fatores determinantes para a implementação do Programa; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 333 • Foram alcançados até o ano de 2005, 24% da meta prevista no PPA 2004/2007, em face, fundamentalmente, do nível de exigência e da demora na análise, por parte da CAIXA, do cadastro de pretendentes enviados pela COHAB/PA, com expressivo índice de rejeição e conseqüente atraso na liberação de recursos para início das obras. Ressalte-se, também, a dificuldade de negociação de áreas para implantação de conjuntos habitacionais, além do alto custo do lote em condições de habitabilidade; • Maior atuação na Região Metropolitana de Belém (RMB), haja vista que este território concentra mais de 1/3 do déficit e da inadequação existentes no Estado. Quanto aos Avanços e Perspectivas Muitas das ações previstas para serem implementadas no ano de 2005 foram prejudicadas em função da dependência do Programa Nossa Casa em relação aos processos de obtenção de financiamento junto a CAIXA, onde tem que cumprir as etapas de negociação dos projetos, aprovação de cadastros, comercialização de empreendimentos, dentre outros, para finalmente ter aprovado a liberação de recursos. Dessa forma, várias obras tiveram seus cronogramas prejudicados, algumas delas só podendo ser iniciadas em 2006, quando serão envidados esforços para compensar o atraso observado neste exercício. A estratégia adotada foi a de alinhavar todos os procedimentos necessários para dar continuidade aos empreendimentos cujas obras já foram iniciadas e agilizar o início das construções daqueles aprovados e, dessa forma, atingir as metas estabelecidas no PPA. Com relação ao Cheque Moradia, essa ação, além de viabilizar a melhoria das condições de habitabilidade para significativa parcela da população, antes excluída, vem contribuindo significativamente com a ampliação e legalização do segmento local responsável pelo fornecimento de material de construção, que passou a atender uma nova clientela, antes impossibilitada financeiramente de adquirir material para construir, ampliar e melhorar sua casa própria. Ampliar ainda mais a abrangência do Cheque Moradia para beneficiar a população de modo geral, passa a ser uma alternativa bastante viável, já em estudo pelo Governo do Estado. Por outro lado, reduzir o custo de produção de unidades habitacionais, de forma a aumentar o número de famílias beneficiadas com novas moradias, vem sendo um objetivo que a COHAB está perseguindo nos últimos anos. Neste sentido, a busca por tecnologias alternativas e/ou inovações tecnológicas, através do estabelecimento de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 334 parcerias passou também a nortear as ações da Companhia. Com a SUSIPE está implementando o Projeto “Tecnologia Alternativa: Implantação de uma Fábrica para Produção de Tijolos de Solo-Cimento, Visando à Construção de Moradias Populares, e Utilizando Mão-de-Obra dos Apenados”, o qual, também contribuirá para o processo de ressocialização dos detentos e sua inserção no mercado de trabalho. Em sua 1ª fase, o projeto contemplará a execução de 70.000 tijolos, necessários à execução de 10 casas, que serão objeto de estudos e controle tecnológico objetivando posterior comparação de custos com moradias executadas com a tecnologia construtiva convencional. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 335 4.1.3 PROGRAMA: SANEAMENTO É SAÚDE Quanto ao Processo de Formulação O resultado de Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2000 indicou que o Estado do Pará apresentava índices de serviços de saneamento básico abaixo da média nacional. Como esse índice tem forte impacto na saúde pública, o Governo do Estado, com a preocupação de elevar a qualidade de vida da população, implementou no ano de 2004 o Programa Saneamento é Saúde, objetivando beneficiar a população urbana dos municípios de concessão da COSANPA e municípios contemplados pelo Projeto Alvorada. As metas propostas inicialmente para o abastecimento de água e esgotamento sanitário no PPA, no âmbito da COSANPA, foram de realizar 70.750 novas ligações de água e 12.000 novas ligações de esgoto, bem como recuperar 17.200 ligações inativas. Através do Projeto Alvorada pretendia-se atender até a sua conclusão 1.060.846 pessoas com obras de ampliação e construção de sistemas de abastecimento de água e esgoto e Melhorias Sanitárias Domiciliares (MSD), sob a responsabilidade da Secretaria Executiva de Desenvolvimento Urbano e Regional (SEDURB). Para o alcance das metas propostas foram definidas ações de Ampliação e Melhorias nos Sistemas de Abastecimento de Água e Ampliação no Sistema de Esgotamento Sanitário, sendo que em 22 municípios com ações da COSANPA e 58 municípios do Projeto Alvorada. Outras ações definidas foram a Operacionalização de Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário, o Desenvolvimento Institucional e a Macrodrenagem da Bacia do UNA. Quanto ao Processo de Implementação Diante dos investimentos elevados que o setor saneamento requer, as ações programadas no PPA 2004-2007 foram revistas, sendo dada nova prioridade pelo Governo do Estado. Assim, optou-se em direcionar recursos para as obras relacionadas aos sistemas de abastecimento de água, ficando as obras de esgotamento sanitário restritas à conclusão de serviços já iniciados, da programação do Projeto Alvorada e da Macrodrenagem da Bacia do Una. Com isso, pretendeu-se amenizar um problema que vem crescendo de forma acentuada, contribuindo para o PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 336 agravamento da incidência de doenças decorrentes da insuficiente oferta de água de boa qualidade. O esforço direcionado à captação de recursos extra–orçamentários para atender um maior número de projetos e, dessa forma, ampliar as metas do conjunto de obras viabilizadas com recursos do Estado, foi demonstrado através da apresentação de várias propostas à CAIXA, tendo sido aprovada a negociação que beneficiou as obras de ampliação de sistemas de abastecimento de água, em quatro municípios paraenses, Belém, Castanhal, Santarém e Marabá. Com relação ao monitoramento das ações executadas, a estratégia adotada é a de se analisar as ações realizadas através de Sistema criado pela SEIR e de análise de relatórios de acompanhamento encaminhados pela companhia mensalmente. O fato da COSANPA não está inserida nos sistemas corporativos do Estado, como SIAFEM e GP Pará, prejudica esse monitoramento, pela ausência de elementos consistentes para dirimir dúvidas que ocorrem sistematicamente durante o processo de execução das ações. Os recursos previstos inicialmente para o Programa em 2005, foram de R$ 188,7 milhões, sendo R$ 53,5 milhões do Tesouro Estadual, R$ 98,8 milhões de convênio e R$ 36,4 milhões de Operações de Crédito Interna. Desse montante foram realizados 43% da dotação inicial, dada a dificuldade de negociação dos projetos junto à Caixa Econômica Federal, e o não repasse de recursos federais para a continuidade do Projeto Alvorada. Quanto à Avaliação dos Resultados A concretização da parceria firmada entre o Governo do Estado e a Caixa Econômica Federal, com a liberação de financiamento no montante de R$ 90 milhões, viabilizou o início das obras de ampliação de sistema de abastecimento de água nos municípios de Belém, Santarém e Castanhal, com término previsto para o ano de 2007. Em virtude da necessidade de ajustes nos projetos, as obras no município de Marabá foram adiadas para o ano de 2006. Em Belém, foram iniciadas as obras de: ampliação da captação de água bruta do Rio Guamá e de conclusão da 2ª etapa da Estação de Tratamento Bolonha ( ETA), que resultou num aumento da produção de 12.960.000 m3/mês e do volume de tratamento em 2.592.000 m3/mês; perfuração de 6 poços profundos; ampliação de redes e construção de estação de tratamento para aumentar a oferta de água tratada na área de expansão não abastecida PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 337 pelo Complexo Bolonha; e complementação no sistema de esgotamento sanitário nos bairros Sideral, Coqueiro e Jaderlândia que acrescentará 7.209 ligações. Houve ainda, a implantação da ação de Desenvolvimento Institucional, que promoverá melhorias operacionais na COSANPA, tendo acontecido apenas a contratação de consultoria para elaboração dos projetos. Por outro o Governo do Estado envidou esforços para conclusão de obras de grande porte que haviam sido iniciadas em gestões passadas, que são as duas estações de tratamento de esgoto sanitário, dez elevatórias, rede coletora de esgoto e ligações domiciliares. Esse conjunto de obras em Belém, tiveram como objetivo tratar o esgoto sanitário impedindo a poluição dos lagos Bolonha, Água Preta, dos Igarapés São Joaquim e Água Cristal e dos lençóis dos poços profundos localizados na área de expansão da Região Metropolitana de Belém. Ainda em Belém, destaca-se a conclusão do projeto de Macrodrenagem da Bacia do Una que beneficiou a população com 28.500 ligações de água e 30.684 ligações de esgoto sanitário. Nos municípios de Castanhal e Santarém foram apenas iniciadas ações de ampliação e melhoria no sistema de abastecimento de água, com expectativa de aumentar 2.572 ligações em Castanhal e 830 ligações em Santarém. Observando as ações desenvolvidas constata-se que, mantido este ritmo de execução dos investimentos propostos o programa não alcançará as metas previstas. As maiores limitações encontradas foram em função de restrições orçamentárias e da dificuldade na negociação de projetos objetivando financiamento junto à Caixa Econômica Federal. Aliado a esses fatores, o não repasse de recursos federais para a continuidade do Projeto Alvorada inviabilizou a continuidade a meta prevista no PPA 2004-2007. Através dos indicadores definidos para o Programa pode-se observar que as ações desenvolvidas no âmbito do mesmo demonstram uma quase estagnação dos valores apurados com relação às taxas de cobertura - passou de 65,05%, em 2003 para 65,56% em 2005 - e de atendimento de água – passou de 50,18%, em 2003 para 50,33%, em 2005. Essas pequenas variações observadas decorrem, provavelmente, do crescimento da população e da inadimplência dos usuários desse serviço. No entanto, ao ser analisado o desempenho do programa pelo aumento do número de ligações ativas efetivadas ao longo desses dois anos, que totalizaram 21.165 ligações, observa-se que a variação da taxa de atendimento de água passou a ser de 53,15%, não levando em consideração a variável população. Essa falta de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 338 consistência nos dados fornecidos pela empresa estadual responsável pelo setor, dificulta uma avaliação mais apurada do Programa. Quanto aos Avanços e Perspectivas Apesar das dificuldades em captar recursos para a implementação do Programa, investimentos vêm sendo realizados pelo Estado no sentido de atender à população urbana, com obras de melhoria em diversos sistemas como os existentes nos municípios de Ananindeua, Castanhal, Paragominas, Salinópolis, Vigia, e Oeiras do Pará, amenizando os problemas relativos ao abastecimento de água nestes locais. Vale ressaltar que esses investimentos juntamente com os financiados pela CAIXA, estão muito aquém dos necessários para alcançar a meta planejada no PPA, justificando a adoção de estratégias com vistas a buscar parcerias para o financiamento de futuros projetos. Assim, foram iniciadas novas negociações com agentes financeiros, com o objetivo de realizar investimentos em municípios que apresentam acentuado déficit em abastecimento de água, que passou a ser a prioridade do atual Governo. Obras como a duplicação na produção de água tratada de Belém, uma das metas do contrato em execução da CAIXA, garantirá a infra-estrutura no atendimento para mais 20 anos, beneficiando uma população de 1.200.000 habitantes. Por outro lado, a ausência de informações sobre a qualidade de água e esgoto prejudica o objetivo do Programa, pois o indicador só mensura a quantidade de ligações de atendimento e cobertura de água e esgoto. A COSANPA necessita criar uma rotina de acompanhamento através de sistemas, dos itens indicados pelo Sistema Nacional de Informações do Ministério Nacional das Cidades sobre saneamento, para medir a qualidade do serviço. A ausência deste controle e a carência de técnicos habilitados e comprometidos com a qualidade dos serviços ofertados interferem diretamente na prestação dos serviços para a população. É importante destacar um fator determinante para o alcance das metas previstas, que é o cumprimento dos prazos inicialmente definidos para as obras. Neste sentido, há intenção de se finalizar as obras que apresentarem atraso no prazo de entrega e corrigir rumos para que essa prática seja evitada. Por último, ressalta-se que a atuação do órgão estadual responsável pela questão do saneamento (COSANPA) é restrita a 59 municípios paraenses, objetos de investimentos por parte do Estado. Os demais municípios conduzem a questão do saneamento através da administração federal e municipal, ou mesmo, por intermédio da iniciativa privada, não havendo um órgão central responsável em conduzir a política de saneamento no Estado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 339 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 4.2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa-Sintética) 340 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 341 4.2.1 PROGRAMA: ENERGIA É PROGRESSO Apresentação do Programa Nome do Programa: Energia é Progresso Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Integração Regional (SEIR). Órgãos Executores: Secretaria Executiva de Obras Públicas (SEOP); ELETROBRÁS; Agência Estadual de Regulação e Controle dos Serviços Públicos (ARCON); REDE CELPA. Objetivo do Programa: Ampliar e fiscalizar com qualidade a oferta do serviço de energia elétrica no Estado do Pará. Ações do Programa: 1. Atendimento aos usuários de Serviços Regulados de Energia Elétrica (ARCON); 2. Construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte – Execução da União (Eletrobrás); 3. Construção de Sistema de Energia Elétrica; 4. Construção de Sistema de Energia Elétrica (Cametá / Portel / Breves); 5. Construção do Sistema de Energia Elétrica para os Municípios da Margem Esquerda do Rio Amazonas – Execução da União (Eletrobrás); 6. Fiscalização da Prestação do Serviço de Energia Elétrica; 7. Investimento em Eletrificação Rural – Parceria Estado/ União/Iniciativa Privada; 8. Universalização de Energia Elétrica. Aspectos Destacados Das oito ações previstas para o Programa, apenas duas foram executadas. 29.933 ligações realizadas, contempladas por meio da ação de Universalização de Energia Elétrica, com recursos do Tesouro do Estado, extrapolando a meta prevista em mais de 100%. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 342 Análise dos Resultados O Programa apresentou dotação inicial de R$6,5 milhões, sendo atualizada para R$7,2 milhões, dos quais foram utilizados 84%. Das oito ações programadas apenas duas foram executadas: Universalização de Energia Elétrica – Parceria Estado/União/Iniciativa Privada e Fiscalização da Prestação de Serviços de Energia Elétrica. De modo geral, o Programa apresentou um grau de valoração Bom pelo GPPará, impulsionado pelo desempenho da ação Universalização de Energia Elétrica Parceria Estado/União/Iniciativa Privada, que atingiu um grau de valoração Excelente. Esta ação tem por objetivo atender com energia elétrica a população do Estado, alcançou uma meta além da prevista, extrapolando em mais de 100%, realizando 29.933 ligações realizadas em vários municípios, beneficiando igual número de famílias, utilizando 100% dos recursos programados. Destaca-se que o recurso foi proveniente do Tesouro do Estado, e executado por meio de repasse financeiro à Rede Celpa. Ressalte-se, também, que esta Ação faz parte da programação da Agenda Mínima de Governo do Estado, e situa-se em nível federal no âmbito do Programa ”Luz Para Todos”. A ação Fiscalização da Prestação do Serviço de Energia Elétrica, que tem por objetivo fiscalizar a prestação do serviço de fornecimento de energia elétrica e proporcionar condições favoráveis para que o mercado de energia elétrica se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade, apresentou dotação inicial em R$1,5 milhão, proveniente de Convênios. A dotação inicial não foi atualizada e sua execução foi de apenas 25% dos recursos programados, atingindo apenas 50% da meta prevista, levando a ação a registrar um desempenho insuficiente no GP-Pará. Os Indicadores de Programa expressam sua execução. A Taxa de Cobertura Domiciliar do Atendimento de Energia Elétrica na Zona Rural do Estado, atingiu 41,75% do total de domicílios rurais do Estado, registrando 3,22 pontos percentuais a maior que 2004; a Taxa de Cobertura Domiciliar do Atendimento de Energia Elétrica no Estado, vem apresentando níveis de crescimento nos últimos três anos, 73%, 74,31% e 76%, em 2003, 2004 e 2005, respectivamente. Por outro lado, a duração equivalente de interrupção por unidade consumidora (DEC), vem apresentando queda nos últimos três anos, registrando 35,15 h , 31,04 h e 30,59 h em 2003, 2004 e 2005, respectivamente. O mesmo vem ocorrendo com a PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 343 freqüência equivalente de interrupção por Unidade Consumidora (FEC), onde o número de interrupções vem declinando de 35,08, 30,75 e 29,15 em 2003, 2004 e 2005, respectivamente. Esses registros demonstram a melhoria da oferta de energia elétrica para a população atendida, bem como resolutividade nos problemas e investimento em manutenção preventiva. Considerações Finais O Governo do Estado vem dando prosseguimento ao Projeto de Investimentos em Energia Elétrica em Área Social (PIS), o qual contou com a parceria da REDE CELPA, contribuindo sobremaneira para o Programa Federal Luz para Todos. No geral, o Programa ainda precisa melhorar seu desempenho, tendo em vista que sua execução é, preponderantemente, de responsabilidade da União, ficando ações descobertas ou com execução parcial por conta de repasse de recursos. O Governo do Estado, por sua vez, vem investindo, dentro de sua capacidade, para atender a população do Estado, demonstrado nos resultados e indicadores alcançados. Considerando que a chegada da energia elétrica facilita a integração de outros programas sociais, como o acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento de água e saneamento. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 344 4.2.2 PROGRAMA: FORTALECIMENTO MUNICIPAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Fortalecimento Municipal Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Integração Regional (SEIR). Órgãos Executores: Secretaria Executiva de Desenvolvimento Urbano (SEDURB); Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do Pará (FDE). Objetivo do Programa: Promover a melhoria da qualidade de vida da população do Estado por meio da implantação de ações estratégicas de desenvolvimento urbano e regional como suporte à geração de emprego e à municipalização do desenvolvimento. Apresentação do Programa 1. Investimentos para o Desenvolvimento Municipal; 2. Apoio à Elaboração de Planos de Desenvolvimento Municipal; 3. Elaboração de Bases Cartográficas de Sedes Municipais e Áreas de interesse Especial/Fase II; 4. Elaboração de Projetos para Implementação das ações de Investimentos; 5. Fortalecimento dos Agentes de Desenvolvimento Urbano e Regional; 6. Implementação do Sistema de Informações Georreferenciadas – GeoPARÁ; 7. Implementação de Projetos de Desenvolvimento Urbano e Regional. Aspectos Destacados Dos 143 municípios paraenses, 112 foram atendidos com a Ação Investimento para o Desenvolvimento Municipal; Cobertura a 30 municípios paraenses com a elaboração de Planos de Desenvolvimento Municipal – Pará Urbe; Capacitação de 830 Agentes de Desenvolvimento Urbano e Regional – Pará Urbe; Elaboração de 15 Projetos para Implementação das Ações de Investimento – Pará Urbe. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 345 Análise dos Resultados As ações que compõem o Programa Fortalecimento Municipal, o qual faz parte da Agenda Mínima de Governo, são imprescindíveis para o desenvolvimento dos municípios paraenses, com execução de obras regionais e de interesse municipal. O Programa, financiado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), também prevê ações de fortalecimento institucional nos municípios com o objetivo de melhorar a gestão das prefeituras. O Programa foi contemplado inicialmente com recursos orçamentários da ordem de R$59,7 mil. Durante sua execução, houve necessidade de um reforço orçamentário, finalizando o ano de 2005, com uma dotação atualizada de R$65,6 mil. Entretanto, apenas parte desse recurso foi utilizado, na ordem de R$46,2 mil, representando 70% da dotação atualizada. A Ação Investimentos para o Desenvolvimento Municipal através da SEDURB e FDE executou investimentos nas áreas de Transporte, Educação/Desportos, Urbanismo, Saúde/Saneamento, Abastecimento, Energia e equipamentos em 112 municípios, com dotação inicial de R$42,3 mil, após suplementação a ação fechou o ano com uma dotação atualizada de R$49,4 mil, desses recursos foram empregados 78% da meta física e 81% da dotação atualizada. Entre os fatores limitantes destaca-se a demora na conclusão dos processos licitatórios das obras municipais, retardando o repasse financeiro pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A Ação de Apoio à Elaboração dos Planos de Desenvolvimento Municipal – Pará Urbe, objetivando melhorar o processo de planejamento municipal, teve como meta estabelecida a elaboração de 30 planos municipais com dotação inicial de R$ 10,1 mil, tendo sido reduzida para R$7,5 mil. A Ação alcançou 100% da meta física, com elaboração de 30 planos municipais com apenas 10% da dotação atualizada, a SEDURB justifica a não utilização do recurso devido à terceirização das atividades pela empresa gerenciadora do Programa. Além do destaque oferecido a SEPOF, que executou o recurso recebido com o repasse financeiro para a Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia, para a realização do Projeto Censo do Terceiro Setor; e à EGPA que executou o recurso recebido com a realização do Curso: “Procedimentos para Cobrança da Dívida Ativa Tributária Municipal”, para os municípios de Altamira, Bagre e Belém. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 346 Entre os fatores limitantes destaca-se a demora no início das ações voltadas ao Plano Diretor Participativo, ocorrendo só em dezembro/2005, razão pelo qual não houve desembolso na ordem de R$1,5 mil. A Ação de Implantação do Sistema de Informações Georreferenciadas – GeoPARÁ, programada na SEDURB, teve parte de seus recursos, R$85 mil, destacados à Companhia de Habitação do Estado do Pará (COHAB), objetivando o desenvolvimento do Sistema de Informações Georreferenciadas do Estado do Pará GeoPará Habitação, para subsidiar o Governo e a sociedade em geral, com dados da área habitacional, utilizando 68% dos recursos financeiros. A Ação Fortalecimento dos Agentes de Desenvolvimento Urbano e Regional – Pará Urbe teve um bom desempenho, com a capacitação de 830 agentes, 66% acima da meta física programada, utilizando apenas 62% da dotação atualizada, despesa essa reduzida e justificada devido à parceria com o Tribunal de Contas dos Municípios. Além do destaque oferecido a EGPA, que executou o recurso recebido com o Curso de Especialização em Planejamento Urbano. A Ação Gerenciamento do Programa Pará Urbe teve um bom desempenho, com a execução de 100% da meta física programada com apenas 73% da dotação atualizada, com o apoio ao Programa em todos os municípios trabalhados em obras estaduais, municipais e institucionais. A Ação Elaboração de Projetos para Implementação das Ações de Investimento – Pará Urbe, a SEDURB realizou 15 Projetos elaborados, 150% acima da meta física programada com apenas 38% da dotação atualizada. Esta Ação apresentou como fator limitante: a apresentação, pelas prefeituras, dos projetos executivos que não se enquadravam nos padrões exigidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), situação que foi revertida com a interferência da SEDURB que assumiu a responsabilidade de licitar e contratar os projetos executivos com o objetivo de respaldar as Obras Municipais no padrão BID, contribuindo dessa forma para que a Ação apresentasse um desempenho acima do esperado. No que se refere aos indicadores do Programa, não houve aferição, tanto o incremento da arrecadação municipal, quanto à taxa de implantação dos instrumentos legais (lei do perímetro urbano, código de obras e código tributário), tendo em vista que: o incremento da arrecadação municipal ficou inviabilizado em virtude da necessidade de regulamentação da base de cálculo de seus tributos junto ao legislativo Municipal, pré-condição para o lançamento dos tributos em massa, e pelo princípio da nulidade o PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 347 referido ajuste só poderá ser efetivamente adotado a partir do exercício de 2006; enquanto isso, a taxa de implantação dos instrumentos legais nos municípios, apresenta como prerrogativa a elaboração dos Planos Diretores Municipais, cujo prazo está condicionado até outubro de 2006. Considerações Finais A avaliação do Programa quanto a sua eficiência foi Bom, devido a fatores condicionantes, tais como: os recursos utilizados pela EGPA, COHAB e SEPOF que realizaram ações necessárias para dar suporte ao cumprimento da meta programada; redução de custos devido à terceirização de atividades e parceria com o Tribunal de Contas dos Municípios e interferência da SEDURB que assumiu a responsabilidade de licitar e contratar os projetos executivos com o objetivo de respaldar as Obras Municipais no padrão BID, ocasionando o alcance e até superação das metas previstas. Por outro lado, como fator limitante, destaca-se o não desembolso de recurso, para a elaboração dos Planos Diretores Participativos, que impossibilitou a aferição da taxa de implantação dos instrumentos legais nos municípios. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 348 4.2.3 PROGRAMA: INTEGRAÇÃO METROPOLITANA Apresentação do Programa Nome do Programa: Integração Metropolitana Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Integração Regional (SEIR). Órgãos Executores: Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (SEDURB); Secretaria de Transportes (SETRAN); Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DETRAN). Objetivo do Programa: Desenvolver ações de forma integrada na Região Metropolitana de Belém que possibilitem a implementação de mecanismos de gestão e de ordenamento territorial, bem como de melhoria das condições de mobilidade a partir da viabilização do Plano Diretor de Transporte. Ações do Programa: 1. Elaboração do Plano Estratégico Metropolitano; 2. Construção da Avenida Independência – 2ª Etapa; 3. Apoio aos Municípios da RMB na Elaboração de Planos Diretores Urbanos; 4. Construção de Corredores Estruturais de Transportes Públicos; 5. Construção de Terminais de Integração; e, 6. Construção de Terminal Hidroviário Intermunicipal e Interestadual. Aspectos Destacados O Programa registrou uma redução de 58% da dotação inicial, utilizando de sua dotação atualizada apenas 13%. As Prefeituras de Ananindeua, Benevides e Santa Bárbara do Pará, só iniciaram a elaboração de seus Planos Diretores no segundo semestre, que deverão estar concluído somente no segundo semestre de 2006. Análise dos Resultados O Programa, que tem por objetivo desenvolver ações de forma integrada de planejamento na Região Metropolitana de Belém (RMB), que possibilitem a implementação de mecanismos de gestão e de ordenamento territorial, bem como de melhoria das condições de mobilidade a partir da viabilização do Plano Diretor de Transporte Urbano, teve como dotação inicial R$1,7 milhão, a qual foi atualizada para PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 349 R$ 724 mil, apresentando uma redução de cerca de 58%. De sua dotação atualizada utilizou apenas 13%, correspondendo a R$97,76 mil. Sendo um dos fatores que implicaram no desempenho do Programa, onde das seis ações programadas apenas duas apresentaram resultado em 2005: Apoio aos Municípios da RMB na Elaboração de Planos Diretores Urbanos – Pará URBE e Elaboração do Plano Estratégico Metropolitano, registrando no GP Pará um grau de valoração insuficiente. Os produtos previstos para estas ações não foram alcançados. Os Planos Diretores Municipais das Prefeituras de Ananindeua, Benevides e Santa Bárbara do Pará, só iniciaram a elaboração de seus planos no segundo semestre de 2005, os quais deverão estar concluídos no segundo semestre de 2006, influenciando na elaboração do Plano Estratégico para a RMB. Nesse sentido, os recursos despendidos possibilitaram, entre outras atividades, a contratação de consultoria com vistas a dar suporte à elaboração dos referidos planos, sendo realizado o Termo de Referência do Plano Estratégico Metropolitano. Por outro lado, foi dado início ao Projeto Diretrizes Metropolitanas, o qual deverá estar concluído até março de 2006, o qual tem por objetivo atuar em conjunto com os municípios da RMB, na elaboração de seus Planos Diretores, com vistas a estabelecer integração entre os planos municipais, bem como desses planos com as diretrizes e projetos do Estado para a RMB. Tendo em vista a realização parcial das ações que estruturam o Programa, os Indicadores de resultado não foram mensurados: Tempo Médio de Percurso entre Marituba e o Centro de Belém; Tempo Médio de Percurso entre Icoaraci e o Centro de Belém e a Taxa de Implantação dos Planos Diretores de Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara do Pará, os quais avaliam a eficácia e a eficiência da execução física e orçamentária, impossibilitando uma análise criteriosa de processo do Programa. Considerações Finais As informações registradas via Sistema de Acompanhamento (GP Pará) foram insuficientes para a uma análise mais detalhada, as quais poderiam mostrar-se adequadas se fossem preenchidas pelos órgãos executores das ações. A análise ainda tomou por base as informações apresentadas pela Secretaria de Integração Regional (SEIR), quanto ao não alcance dos indicadores do Programa. Em função da não realização das ações, observa-se que o Programa precisa ser melhor estruturado, bem como priorizado em sua execução, buscando, principalmente, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 350 a integração com as Prefeituras Municipais da RMB, somando esforços para o alcance de seu objetivo, suprindo, principalmente, a lacuna da ausência de instrumentos de ordenamento territorial que estabeleçam diretrizes para o controle do processo de ocupação e implantação de novos assentamentos. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 351 4.2.4 PROGRAMA: INTEGRAÇÃO REGIONAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Integração Regional Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Integração Regional (SEIR). Objetivo do programa: Garantir a integração das diferentes regiões do Estado, identificando suas potencialidades, demandas e investimentos necessários ao desenvolvimento sócio-econômico regional. Ações do Programa: 1. Definição do Processo de Inter-Relacionamento Governo / Municípios / Sociedade - Regiões de Integração e Mecanismos Institucionais; 2. Efetivação do Processo de Inter-Relacionamento Governo / Municípios / Sociedade; 3. Elaboração e Implementação de Planos Regionais. Aspectos Destacados Segundo informações da Secretaria Especial de Integração Regional (SEIR), o Programa foi concebido tendo como produto final o Diagnóstico de Características, Potencialidades e Entraves ao Desenvolvimento para cada uma das 12 Regiões de Integração, os quais orientariam as ações do Governo Estadual nessas regiões. No primeiro ano do Programa, em 2004, a SEIR percebeu que essa maneira de conduzir o assunto poderia demorar mais que o conveniente, já que teria que ser contratada consultoria para cada um dos 12 (doze) Diagnósticos, inviabilizando sua utilização como definidor de ações públicas. Por outro lado, outros Programas estavam sendo concebidos no Estado e que poderiam fornecer as informações necessárias, tais como o PARÁ-URBE, vinculado à área da SEIR e, posteriormente, o PARÁ-RURAL da Secretaria Especial de Produção (SEPROD). Havia também outros estudos paralelos com a participação da SEIR, como o Plano de Incentivo à Atividade Produtiva da região de influência da PA-151 e o Plano de Acessibilidade da ilha do Marajó, ambos da SEPROD. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 352 Após avaliação destes fatores, a SEIR optou por participar em todos esses estudos e, assim, cancelar o Programa originalmente pensado, que poderia vir a tornarse inócuo, dado o tempo necessário para sua realização. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 353 4.2.5 PROGRAMA: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NAS OBRAS PÚBLICAS–PARÁ OBRAS Apresentação do Programa Nome do Programa: Qualidade e Produtividade nas Obras Públicas. Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Integração Regional (SEIR). Órgãos executores: Secretaria Executiva de Obras Públicas (SEOP); Companhia de Habitação do Estado do Pará (COHAB). Objetivo do Programa: Elevar a qualidade e reduzir os custos das obras públicas no Estado do Pará. Ações do Programa: 1. Acompanhamento de Obras Públicas Estaduais; 2. Conservação de Prédios Públicos; 3. Construção de Prédios Públicos; 4. Implantação do Programa de Certificação Evolutiva nos Órgãos Públicos Contratantes de Projetos e Obras; 5. Implantação do Sistema de Avaliação das Empresas Participantes do Programa Evolutivo de Qualificação e Certificação. Aspectos Destacados Contratação e fiscalização de 121 obras pela SEOP; Execução de 24 obras de construção/ampliação, reforma e adaptação, voltadas à conservação de prédios públicos; 160 empresas apreciadas, por meio do Sistema de Avaliação das Empresas Participantes do Programa Evolutivo de Qualificação e Certificação, para participar de processos licitatórios de obras no Estado; Acréscimo de 40 p.p. na taxa de participação das empresas do setor de construção civil certificadas no nível A, de 57%, em 2004 para 97%, em 2005. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 354 Análise dos Resultados O Programa Qualidade e Produtividade nas Obras Públicas objetiva elevar a qualidade e reduzir os custos das obras públicas no Estado. Foi pensado, a partir do problema que o Estado enfrentava, no que se refere ao custo elevado das obras construídas pelo Governo do Estado, considerando a incidência de atrasos na entrega e a qualidade das obras realizadas, fatos estes ocasionados pela deficiência de planejamento nos projetos e fiscalização da execução de serviços e obas; incapacidade técnico operacional dos executores; utilização de material de baixa qualidade, dentre outros. Para compor o Programa, cinco Ações foram criadas, as quais, em 2005, após sua implementação tiveram como resultado o abaixo descrito: Na Ação de Acompanhamento de Obras Públicas, houve forte intensificação na fiscalização através do aumento das visitas fiscalizadoras. A SEOP visa, com um acompanhamento mais próximo, evitar má execução dos serviços contratados, assim como redução dos desperdícios e do tempo de realização, principalmente nas obras dos municípios do interior do Estado. Com isso foram fiscalizadas 121 obras realizadas e contratadas pela própria secretaria. Na Ação de Conservação de Prédios Públicos, 24 obras de construção/ampliação, reforma e adaptação foram executadas. Pode-se considerar que esta ação contribui de forma eficaz para o Programa, pois além de evitar a deterioração nas edificações públicas por meio da manutenção/restauração, reduz-se a necessidade de locar imóveis particulares o que onera significativamente o custeio da administração. Observa-se, ainda, que esta ação é implementada tanto com obras programadas, como priorizadas por situações imprevistas, como as reformas emergenciais em hospitais públicos, escolas e outros prédios governamentais. Neste exercício caracterizou-se por maior incidência de obras não previstas. Na Ação de Construção de Prédios Públicos, a SEOP executou 32 obras, sendo que a dotação inicialmente prevista foi atualizada através de crédito suplementar em 72%, tendo, no entanto sido realizado 90% do valor atualizado. Nesta Ação existem obras não iniciadas, paralisadas e outras PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 355 que serão concluídas somente em 2006. Segundo informação do Órgão esta situação decorre pela falta de remanejamento de dotação dos órgãos para que a SEOP execute as obras planejadas por ocasião da elaboração do orçamento, assim como a não utilização total de recursos, por falta de planejamento e por mudanças nos projetos originais pelos órgãos-cliente. A ação Implantação do Programa de Certificação Evolutiva nos Órgãos Públicos Contratantes de Projetos e Obras, que é coordenado pela COHAB, em parceria com a SETRAN, SEOP e COSANPA visa a reestruturar o modelo gerencial da Administração Pública na área de contratação e gestão de contratos de obras e serviços de engenharia e manutenção. Dos quatro órgãos envolvidos, apenas a COHAB detém a certificação, enquanto os demais (SETRAN, SEOP e COSANPA) ainda encontram-se em processo de implantação do sistema de qualidade, o que é, pré-requisito para o processo de certificação. No geral, esta ação apresentou indicador de resultado de 51% e grau de valoração insuficiente segundo o relatório do GP- Pará o que denota um desempenho razoável, tendo em vista que, é um processo lento e depende da implantação do sistema de qualidade. A Ação de Implantação do Sistema de Avaliação das Empresas Participantes do Programa Evolutivo de Qualificação e Certificação, objetiva acompanhar a evolução de melhorias nas entidades públicas e privadas e o desenvolvimento do setor de construção no Estado. A dotação no valor R$ 45,00 mil foi remanejada da SEOP para a COHAB, onde foram utilizados 93%, e foram avaliadas 160 empresas, das 200 previstas, que almejavam participar de processos licitatórios de obras no Estado. Quanto à concepção do Programa, verifica-se que as unidades de medidas dos produtos referentes às Ações, Construção de Prédios Públicos, Conservação de Prédios Públicos e Acompanhamento de Obras Públicas Estaduais, foram programados em percentual, tornando-se inviáveis de mensurá-las, o que já foi alterado, no OGE de 2006, para unidade. O Programa previu uma dotação orçamentária no valor de R$10 milhões, atualizados para R$16 milhões, dos quais foram executados 90%, execução esta considerada excelente, porém com relação à execução física, em função da impossibilidade de mensurar determinadas unidades de medidas de produtos, previstas PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 356 em percentual, ocasionou distorção da análise via GP-Pará, levando o Programa a um desempenho regular. Em termos de indicador, observa-se que a eficiência na execução financeira das obras públicas dos órgãos integrantes do Pará Obras, atingiu um patamar menor que o registrado em 2004, sofrendo um decréscimo de 9 p.p., passando de 24% em 2004, para 15% em 2005. Por outro lado, a taxa de pontualidade de obras públicas executadas, pelos órgãos integrantes do Pará Obras, apresentou um crescimento em relação a 2004, passando de 14% para 15%. Um outro fator importante é a participação das empresas do setor de construção civil certificadas no nível A, registrando uma taxa de participação superior a 2004 em 40 p.p., com um salto de 57 para 97%. Considerações Finais No que se refere ao atingimento do objetivo pretendido com a implementação do Programa, torna-se imprescindível a mensuração do indicador proposto, o qual mede a pontualidade de obras públicas executadas pelos órgãos integrantes do Pará Obras, bem como, elaboração de um indicador para medir a qualidade das obras executadas após a implantação do referido Programa. Apesar do Programa ter executado 90% dos recursos financeiros programados, obteve uma avaliação de desempenho Regular, por meio da análise realizada via Sistema de Gestão de Programas do Governo do Estado – GP Pará, em função da impossibilidade de mensurar determinadas unidades de medidas de produtos, previstas em percentual, o que ocasionou distorção da análise. Para que o Programa se desenvolva a contento alguns ajustes precisam ainda ser realizados, tais como: Sugere-se, que por ocasião da elaboração da próxima proposta orçamentária, sejam revistas as Ações de Implantação do Programa de Certificação Evolutiva nos Órgãos Públicos Contratantes de Projetos e Obras e a de Implantação do Sistema de Avaliação das Empresas Participantes do Programa Evolutivo de Qualificação e Certificação, que apesar de constarem no orçamento da SEOP, suas execuções se dão via destaque para a COHAB, havendo distorção de competência, o que deve ser resolvido com urgência; Inclusão de um indicador que mensure a qualidade das obras executadas pelo poder público Estadual, para poder se verificar se o objetivo do Programa está PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 357 sendo atendido, que além de reduzir o custo prevê elevar a qualidade das obras públicas do Estado do Pará; Mensurar o indicador proposto, o qual visa a pontualidade de obas públicas executadas pelos órgãos integrantes do Pará Obras; Maior desempenho por parte dos Órgãos com relação ao remanejamento de dotação, para que a SEOP execute as obras planejadas de acordo com o programado no orçamento, evitando o desgaste do Órgão. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 358 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 4.3 QUADRO SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007 359 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 360 QUADRO 4 - SÍNTESE DOS PROGRAMAS DO PPA 2004-2007 ÁREA PROGRAMÁTICA: INTEGRAÇÃO REGIONAL Objetivos Setoriais: Incrementar e aperfeiçoar os níveis de integração física e político-institucional das diversas regiões do Estado; Melhorar a qualidade de vida da população quanto às necessidades de saneamento, habitação, acessibilidade e energia; Apoiar o desenvolvimento urbano e metropolitano; incrementar os níveis de qualidade e produtividade em obras públicas e; Promover um melhor escoamento da produção e o incremento de condições efetivas para suporte às atividades produtivas. Diretrizes Setoriais: Planejar, coordenar, viabilizar e implementar a política de infra-estrutura de transporte, saneamento, energia e habitação; Promover ações de planejamento e apoio ao fortalecimento municipal; Promover ações de aperfeiçoamento da interação entre Governo Federal, Governo do Estado, Governos Municipais e Sociedade e; Promover ações para aprimorar o planejamento e execução, com qualidade, das obras públicas. PROGRAMA Caminhos para o Desenvolvimento OBJETIVO Ofertar infra-estrutura de transporte que permita a sustentabilidade do Desenvolvimento do Estado. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DE INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 Planejar, coordenar, SETRAN, ARCON, Percentual da malha viabilizar e implementar DETRAN, SEDURB, rodoviária estadual a política de infraCPH. pavimentada em bom e estrutura de transporte, regular estado de saneamento, energia e conservação. habitação. Percentual da malha rodoviária estadual não pavimentada em bom e regular estado de conservação. Percentual de aeródromos funcionando de forma adequada. 91 99 50 53 52 77 Percentual de municípios atendidos pelo Estado com infra-estrutura hidroviária. 34 38 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 361 continuação PROGRAMA OBJETIVO Nossa Casa Reduzir o déficit e a inadequação habitacional, garantindo o acesso à moradia digna às famílias de baixa renda e servidores públicos. Qualidade e Produtividade nas Obras Públicas PARÁ OBRAS Elevar a qualidade e reduzir os custos das obras públicas no Estado. Saneamento é Saúde Melhorar a qualidade de vida da população urbana nos municípios de concessão da COSANPA e outros. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Planejar, coordenar, COHAB. viabilizar e implementar a política de infraestrutura de transporte, saneamento, energia e habitação. Promover ações para SEOP. aprimorar o planejamento e execução com qualidade das obras públicas. Planejar, coordenar, SEDURB, viabilizar e implementar COSANPA. a política de infraestrutura de transporte, saneamento, energia e habitação. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 Percentual de famílias atendidas com benefícios habitacionais em relação à meta estabelecida. 13,64 24 Eficiência na execução financeira das obras públicas dos órgãos integrantes do PARÁ OBRAS. Taxa de pontualidade de obras públicas executadas pelos órgãos integrantes do PARÁ OBRAS. Taxa de participação das empresas do setor de construção civil certificadas no nível A. 24 15 14 15 57 97 Taxa de cobertura de abastecimento de água em municípios operados pela COSANPA - zona urbana. 64,89 65,56 Taxa de esgotamento sanitário (coleta e tratamento) em municípios operados pala COSANPA. 2,15 5,82 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 362 continuação PROGRAMA Fortalecimento Municipal Energia é Progresso OBJETIVO BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Promover a melhoria da qualidade Promover ações de SEDURB, FDE. de vida da população do Estado, planejamento e apoio ao por meio da implantação de ações fortalecimento municipal. estratégicas de desenvolvimento urbano e regional como suporte à geração de emprego e a municipalização do desenvolvimento. Ampliar e Fiscalizar com qualidade a oferta do serviço de energia elétrica do Estado do Pará. Promover ações de ARCON, SEOP. aperfeiçoamento da interação entre Governo Federal, Governo do Estado, Governos Municipais e a Sociedade. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 2005 Taxa de Atendimento em esgotamento sanitário (coleta) em municípios operados pela COSANPA. 4,90 15,66 Taxa de atendimento de água em municípios operados pela COSANPA – zona urbana. Incremento da arrecadação municipal. 48,99 50,33 Taxa de implantação dos instrumentos legais: lei de perímetro urbano, código de obras e código tributário. Taxa de cobertura domiciliar do atendimento de energia elétrica na zona rural do Estado. - - 38,53 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 363 continuação PROGRAMA Integração Metropolitana OBJETIVO Desenvolver ações de forma integrada na RBM que possibilitem a implementação de mecanismos de gestão e de ordenamento territorial, bem como de melhorias das condições de mobilidade a partir da viabilização do Plano Diretor de Transporte Urbano. BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Planejar, coordenar, SEDURB. viabilizar e implementar a política de infraestrutura de transporte, saneamento, energia e habitação. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 Taxa de cobertura domiciliar do atendimento de energia elétrica no Estado. 74,31 Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC). 31,04 Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC). 30,75 Tempo médio de percurso entre Marituba e o centro de Belém. - 2005 continua PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 364 continuação OBJETIVO PROGRAMA Integração Regional BASE ESTRATÉGICA SETORIAL (ALINHAMENTO) ÓRGÃOS EXECUTORES Garantir a integração das Promover ações de SEDURB. diferentes regiões do Estado, planejamento e apoio ao identificando suas fortalecimento municipal. potencialidades, demandas e investimentos necessários ao desenvolvimento sócio-econômico regional. Fonte: SEPOF/Órgãos Setoriais. DESCRIÇÃO DO INDICADOR DE PROGRAMA RESULTADO DO INDICADOR DE PROGRAMA ALCANÇADO 2004 Tempo médio de percurso entre Icoaraci e o centro de Belém. - Taxa de Implantação dos Planos Diretores de Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara. Diagnóstico Regional Elaborado. - - 2005 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 213 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 4.4 AGENDA MÍNIMA 2003-2005 214 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 215 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 5 ÁREA PROGRAMÁTICA 216 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 350 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 5.1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS SELECIONADOS (Abordagem Qualitativa) 351 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 371 5.1.1 PROGRAMA: GARANTIA DE DIREITOS Quanto ao Processo de Formulação A área de Defesa Social tem sob sua gestão os serviços de garantia de direitos prestados diretamente à população no que diz respeito ao acesso à justiça pela prestação de assistência jurídica gratuita, à proteção e defesa do consumidor, à proteção a testemunhas ameaçadas, e que são executados pela Secretaria Executiva de Justiça (SEJU), Defensoria Pública, Instituto de Metrologia do Pará (IMEP), Polícia Civil (PC) e Centro de Perícias Científicas (CPC), estando mais alinhado à estratégia setorial da distribuição da justiça. Em todas estas unidades estaduais era sensível a insatisfação dos usuários, não só quanto à reduzida abrangência na prestação destes serviços, mas também quanto à qualidade questionável das ações de garantia de direitos aos cidadãos, causada por diversos fatores: Superpopulação carcerária; Centralização dos serviços de atendimento ao cidadão; Crescente demanda pelos serviços de expedição de documentos, principalmente pela população de baixa renda; Falta de integração entre os órgãos instalados no SACI; Morosidade no atendimento; Baixa resolutividade das demandas; Não cumprimento da legislação específica; Falta de medidas de prevenção na defesa ao consumidor; Espaço físico inadequado; e Ausência de leis específicas para tratar de crimes de cunho discriminatório, e de desrespeito ao patrimônio. A partir da análise situacional e tendo como base os macro-objetivos de Governo, no que diz respeito à redução das desigualdades sociais e à consolidação do Estado Democrático de Direito, buscou-se a implementação de um Programa voltado para a inclusão social pela cidadania, com ações que se interligavam pelos diversos órgãos afetos e que refletissem a garantia de tais direitos. O Programa Garantia de Direitos foi criado com o objetivo de assegurar o direito de cidadania à população, mediante atuação conjunta e integrada dos órgãos que PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 372 compõem a Defesa Social, ampliando a cobertura e elevando a qualidade dos serviços. Um dos vértices que resultou na implementação do Programa foi à prestação de serviços de cidadania à população de baixa renda, de forma gratuita, garantindo seus direitos elementares de cidadão livre e soberano, o que continua como premissa, conforme a cobertura de atendimento do Programa. Para o PPA 2004-2007, o Programa foi concebido com 16 ações que perpassavam pelos órgãos executores, mas com atuação institucional das mesmas e não de forma conjunta, como dita o objetivo do Programa. De modo geral, foram concebidas de forma a contribuir para a construção de um modelo de inclusão social no âmbito da Justiça, por meio da obtenção de direitos relacionados a orientações, conciliações, ações judiciais (pensão alimentícia, investigação de paternidade, separação judicial) e documentação básica; para a realização de Serviços de Atendimento ao Cidadão e da Cidadania Itinerante, e a expedição de laudos periciais e aferição dos instrumentos de pesar e medir que possibilitam o acesso da população de baixa renda, garantindo-lhes não apenas o direito a esses serviços, mas, sobretudo, permitindo-lhes uma conscientização cidadã. Para a avaliação geral do Programa existiam dois indicadores: incremento do atendimento do cidadão e taxa de resolutividade do consumidor. No decorrer de 2005, houve reuniões por parte da SEDES, SEPOF e órgãos executores para reavaliação de ações, produtos e metas e posterior modificação, no OGE 2006 quando o Programa passará a contar com dezessete (17) Ações, ficando mais compatível com o objetivo do Programa, embora as modificações de suas metas e produtos, continuarem institucionalizadas, o que impede a visão sistêmica para mensuração da eficiência e do que é gasto efetivamente para a implementação do Programa. Para melhor verificar o impacto do Programa, no que concerne a demanda da sociedade, houve uma reformulação nos indicadores, passando de dois para três: Incremento do atendimento ao cidadão; Taxa de resolutividade de problemas do Consumidor e Incremento no atendimento ao Cidadão/Consumidor, os quais foram mantidos para o ano de 2006. Na Ação “Cidadania Itinerante” foi diagnosticado pelo Órgão a necessidade de alterar o nome da Ação para “Implementação das Ações da Cidadania Itinerante” e a mudança do produto de “Pessoa Atendida” para “Atendimento Realizado”. A Ação “Construção de Núcleos Regionais da Defensoria Pública”, tem por objetivo elevar a capacidade de atendimento judicial e extrajudicial da Defensoria, e no PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 373 OGE 2006 foi alocada na Ação Interiorização da Defensoria Pública, por estar mais alinhada ao objetivo da referida Ação. Durante a execução da Ação “Defesa Jurídica do Cidadão Carente”, em 2005, foi detectada a falta de adequação do Produto ao objetivo da Ação e o órgão procedeu à alteração do produto para o OGE 2006 de “Pessoa Atendida” para “Atendimento Realizado”, para melhor refletir a forma como são feitos os registros da Ação e transparência dos resultados, considerando que uma pessoa pode realizar vários atendimentos. A Ação “Incentivo à Instalação de PROCONS Municipais”, conforme acordado com o Órgão executor será agregada à Ação “Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON” e no OGE 2006 será alterada para “Implementação das Ações de Proteção e Defesa do Consumidor” ( PROCON), que abrigará tanto as atividades fins do PROCON quanto as Ações de incentivo às instalações de PROCONS no âmbito dos municípios. Levando em consideração a especificidade da Ação “Implementação das Ações da Divisão de Operações Especiais (DIOE)” e sua maior relação com a redução da violência e criminalidade, foi definido pelo Órgão, que a referida ação será alocada no Programa “Paz nas Ruas”, com alteração do produto de “Unidade Implementada” para “Procedimento Instaurado” no OGE 2006 e será incluída neste Programa a Ação “Implementação da Delegacia do Consumidor (DECON)”, com o produto “Atendimento Realizado”, objetivando garantir ao cidadão seu direito de consumidor, de proprietário e de contribuinte, de forma a preservar a ordem social. Por solicitação do órgão e a magnitude do projeto na defesa dos direitos humanos, foi incluída no OGE 2006 a Ação “Implementação das Ações do Balcão de Direitos”, que estava incluída na Ação “Defesa Jurídica do Cidadão Carente” e “Cidadania Itinerante”. O recurso inicialmente alocado no Programa para os quatro anos do PPA foi da ordem de R$ 30,7 milhões, financiados por meio de recursos do Tesouro Estadual, isso não levando em consideração os valores transferidos pela União, por meio de formalização de Convênios. Em 2005, com uma dotação de R$ 10,3 milhões, foram utilizados 73% do orçamento, com recursos da ordem de R$ 7,5 milhões, sendo 70% de recursos do tesouro estadual (R$ 5.3 milhões ) e o restante de transferência da União, por meio de convênios e da receita própria das unidades da administração indireta, inclusas no Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 374 Quanto ao Processo de Implementação A estratégia de implementação do Programa Garantia de Direitos, se deu mediante gestões operacionais centradas na Defensoria Pública (órgão responsável pelo Programa) e na SEJU que, juntamente com os demais órgãos envolvidos e parcerias agregadas, procuraram prestar serviços que observassem sempre o direito e a garantia da cidadania ao cidadão. Entretanto, falta avaliar a situação inicial com relação ao cenário atual, para mensurar a solidez do Programa no que diz respeito à efetividade da garantia dos direitos oferecidos à população do Estado. O Programa apresentou maior complexidade na consolidação do processo de avaliação e elaboração do relatório, vez que o Programa não só agrega ações de vários órgãos, como, dentro do órgão o Programa é executado por unidades gestoras, o que dificulta a visão sistêmica, evidenciando a necessidade de Gerenciamento do Programa, para melhor controle e monitoramento da execução das ações em suas metas físicas e financeiras, bem como, sistematicamente, monitore o desempenho físico e financeiro das ações, devendo ser criado mecanismos de monitoramento da execução e do desempenho físico das ações, ou até mesmo um banco de dados sistematizado que concentre a população do Estado para mensurar o raio de ação do Programa no âmbito do Estado como um todo. A criação de um sistema de informação conjunto e integrado, que possibilite o diagnóstico do realizado na vertente da Cidadania pela área de Defesa, possibilitaria uma maior transparência do realmente executado, bem como decisões mais precisas, tendo em vista que ante a inconsistência e fragilidade dos dados, as informações não são geradas de forma qualitativa e fidedigna para o controle e o monitoramento sistêmico, necessitando de uma maior consistência de dados. Tal fator é também determinado pela falta de capacitação dos servidores envolvidos nas ferramentas de informação, o que deve ser suprido com a implementação de cursos voltados à prática da rotina necessária ao uso das ferramentas disponíveis ao controle do Programa, bem como uma maior internalização da Gestão por Programas e a contextualização dos Órgãos, por meio de palestras de sensibilização, conscientização e motivacionais para que o foco do que se pretende seja entendido por todos os envolvidos no processo. É perceptível que as restrições orçamentárias inviabilizaram o cumprimento das metas físicas de várias ações, pois as de maior impacto foram prejudicadas quer por decisão estratégica da Área, quer por insuficiência de recursos ante o efetivamente planejado para o ano em questão. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 375 O conjunto de ações que compõem o Programa precisa ser revisado no que diz respeito à institucionalização das mesmas, tendo em vista que o objetivo pede a atuação conjunta e integrada dos órgãos executores. Essas distorções devem demandar medidas de melhorias para que não mascare o resultado do Programa, com a modificação de produtos e metas, bem como a junção de Ações entre órgãos. Ratifica-se, a partir daí a necessidade da atuação conjunta e integrada dos órgãos nas ações executadas, tendo em vista que algumas visam a promover a maior cobertura de atendimento à população dos serviços de assistência jurídica. Como exemplo, citam-se as Ações “Balcão de Direitos” e “Orientação extrajudicial e coletiva” executados pela Defensoria e “Projeto Cidadania” executado pela SEJU, que deveriam, a priori, ser integrados em uma só Ação com a efetiva atuação conjunta e maior interação, para que o desempenho da Ação seja mais eficaz, no que concerne à maximização de resultados com a minimização de recursos e até mesmo a agregação de mais parcerias voltadas ao objetivo da Ação; o que resulta da necessidade de fomentar a atuação das organizações comunitárias para efetivar parcerias em prol da plena cidadania, tal contato deve partir dos órgãos executores com a aquiescência da Coordenação do Programa. O desenvolvimento de mecanismos que promovam o fortalecimento da participação do público-alvo, de forma protagônica, possibilitará que o Programa espelhe cada vez mais os anseios da sociedade. Ante o exposto, torna-se imperioso, avançar na busca de parcerias, no que diz respeito à negociação de projetos que materializem ações em prol de uma maior abrangência do público-alvo, desenvolvendo mecanismos que promovam o fortalecimento da participação da população e a democratização da justiça. Fator evidenciado na ação Projeto Cidadania – SEJU, que prescinde de uma maior captação de recursos, não só de recursos do Estado, mas de outras fontes, para uma maior abrangência de serviços no âmbito estadual, tendo em vista que os recursos provenientes da fonte do Tesouro não estão conseguindo suprir a demanda e assim, proporcionar melhores condições de atendimento ao cidadão carente do interior e da capital, e que também é executada pela Defensoria na Ação “Cidadania Itinerante” e no “Projeto Balcão de Direitos”. Por outro lado, as Ações da Defensoria referidas acima, são realizadas em parceria com Órgãos governamentais ou não, visando alcançar o maior número possível de cidadãos do Estado. As parcerias com a Assembléia Legislativa, Ministério Público, Delegacia Regional do Trabalho e os Convênios com Cartórios para expedição PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 376 de documentos e realização de casamentos comunitários, geraram resultados positivos por levar efetiva cidadania à população de municípios e bairros de Belém. Já com a “Ação Cidadania Itinerante”, a Defesa Social visa à garantia de acesso à justiça aos cidadãos carentes em todo o território estadual, proporcionado, através da Defensoria Pública, aos municípios que não possuem Defensor Público, assistência judicial e extrajudicial gratuita aos cidadãos, garantindo a inclusão social. Dos 143 Municípios a Defensoria em 44 tem Núcleo com Defensor titular, e em 36 tem estabelecido a itinerância propriamente dita, e em 32 recebem de maneira eventual a presença do Defensor, o que soma 112 Municípios atendidos por Defensores, restando somente 31 municípios a serem abrangidos. Dentro dessa ação, houve um maior número de pessoas atendidas, de 51.414 para 135.744, ou seja, 264% da meta prevista com 98% dos recursos financeiros aplicados. Na Ação “Defesa Jurídica do Cidadão Carente” foram executados 138% da meta física prevista, com a utilização de 53% dos recursos financeiros disponibilizados. Nessa Ação encontram-se os Projetos que espelham a abrangência das atividades da Defensoria em todo o Estado, como no Projeto “Balcão de Direitos”, Projeto “Alô Defensor”, “Núcleo de Atendimento Referencial (NARE)”, Projeto “Pai Legal” e “Núcleo de Atendimento Especializado da Criança e do Adolescente (NAECA)”: O Balcão de Direitos presta assistência jurídica gratuita à comunidade de baixa renda, contribuindo para a redução de conflitos sociais, oferece emissão de documentação, orientação legal e facilidade de acesso à Justiça, incluindo o atendimento de diversas demandas como as relacionadas à pensão alimentícia, investigação de paternidade, separação judicial e documentação básica. Trabalha também, por meio de campanhas educativas, a conscientização sobre direitos e deveres, como forma de reduzir conflitos sociais, em especial da população de baixa renda. Tem como público-alvo os assentamentos fundiários, áreas de quilombos, áreas indígenas, municípios contemplados com o “Programa Fome Zero”, comunidades e bairros populosos da Capital. No exercício de 2005, o Balcão de Direitos atendeu aproximadamente 29.844 pessoas e prestou 109.558 serviços, num total de 33 deslocamentos entre municípios, vilas e bairros da Capital e do Interior do Estado, todos direcionados a conquista da cidadania plena e defesa dos direitos humanos. No Projeto “Alô Defensor”, a Defensoria Pública visando melhorar a qualidade e abrangência dos serviços prestados aos cidadãos, disponibiliza atendimento de alta performance da Instituição, através de uma central de atendimento ao cliente por meio PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 377 do 0800, realizando atendimento padronizado, prestando informações sobre a documentação básica necessária a ação pretendida, os locais e horários de atendimento da Defensoria na Capital e no Interior do Estado, mais próximos do domicílio do cidadão. O Alô Defensor iniciou suas atividades no mês de agosto de 2005 e no final de dezembro de 2005 contabilizou 2.929 pessoas atendidas, as quais esclareceram suas dúvidas e quando vieram pessoalmente para o atendimento já se deslocaram ao local correto do atendimento levando a documentação necessária para o inicio do procedimento desejado. O Núcleo de Atendimento Referencial (NARE), dotou a Defensoria de um atendimento inicial correto e otimizado, banco de dados com presteza nas informações de processos ao cliente, rotina padronizada onde o cidadão sai com número de processo, com a conciliação já agendada, e nas ações sem o contencioso a petição inicial é imediatamente elaborada, ou é encaminhado ao órgão/entidade competente ao atendimento, facilitando o acesso à Justiça fazendo constante aprimoramento da rotina buscando a satisfação do cidadão. No Projeto “Pai Legal” a Defensoria, visa economia processual e satisfação do cliente. Com apoio da Prefeitura de Fort-de-France – Martinica, que doou o equipamento, por meio da contrapartida da UFPA em exames de DNA para o reconhecimento de paternidade, garantindo o reconhecimento paterno de forma extrajudicial e conciliatória. Desde sua implantação em 13 de setembro de 2005 até 31 de dezembro de 2005, o Projeto atendeu 55 casos, atendidos por uma equipe multidisciplinar que trabalha a sensibilização da demanda para o reconhecimento voluntário, assim como para a paternidade responsável. Dos casos atendidos, 36 foram encaminhados para realização do exame de DNA, onde 23 foram casos positivos; 19 optaram pelo reconhecimento voluntário e os outros estão em tramitação. O “Núcleo de Atendimento Especializado da Criança e do Adolescente (NAECA)” que tem por objetivo defender a criança e o adolescente de forma digna e justa, presta atendimento especial e integral às crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade social, familiar, bem como aos adolescentes em conflito com a Lei. Oferece os seguintes serviços: Guarda, Tutela e Adoção; apuração de Ato Infracional e Execução das Medidas Sócio-Educativas; Acompanhamento interdisciplinar dos encaminhamentos realizados pelos Conselhos Tutelares da Capital; Apoio Interdisciplinar dos familiares de adolescentes em conflito com a Lei; Realização de Visitas às Entidades de execução das Medidas Sócio-Educativas e Orientação Jurídica-Social básica do público-alvo. No exercício de 2005, realizou-se 2.790 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 378 atendimentos. Em 2006, devido a sua especificidade de atuação e do público-alvo, o NAECA passou a ser uma Ação do Programa Por uma Cultura de Paz entre os Jovens – PRÓ-PAZ. A Ação “Construção de Núcleos Regionais da Defensoria Pública”, tem por objetivo elevar a capacidade de atendimento judicial e extrajudicial da Defensoria Pública e é uma Ação da Agenda Mínima de Governo, possibilitando a ampliação da cobertura e qualidade dos serviços. Em 2005, foram gastos R$ 474 mil, representando 75% do recurso alocado, na continuidade das obras de: reforma do prédio da Câmara de Medição e Arbitragem, reforma e adaptação do prédio sede destinado à implementação do Projeto Alô Defensor / Atendimento Referencial e a conclusão do Núcleo Regional de Ananindeua, com a implantação de Pólos Regionalizados em Redenção, Castanhal e Santarém, com o objetivo de dar mais agilidade aos processos judiciais no Estado. Na “Ação Interiorização da Defensoria Pública” que faz parte da Agenda Mínima está contida toda a infra-estrutura necessária à implementação do Projeto Alô Defensor e Núcleo de Atendimento Referencial, cujo objetivo é interligar o interesse do cidadão carente, com um novo modelo de atendimento, mais ágil, competente e criativo na condução das soluções relativas às demandas recebidas na Instituição. Em 2005, a implementação do projeto iniciou com a reforma do prédio no pavimento térreo e subsolo para a implantação de uma call center e novas instalações da recepção. Esta reforma constitui-se em modificações internas com troca de forro, revitalização dos pisos, pintura e teto, instalação elétrica, programação visual, revitalização da fachada e calçamento, bem como o aparelhamento do espaço com móveis em geral, equipamentos de informática, telecomunicação e equipamento de refrigeração. Foram adquiridos todos os equipamentos necessários para funcionamento tecnológico para os Núcleos do interior, como Núcleo de Ananindeua, Câmara de Arbitragem. A Ação “Construção de Postos de Serviços de Atendimento ao Cidadão (SACI)”, é uma ação estratégica, ao propiciar a prestação de serviços de qualidade com agilidade e eficiência, fazendo do cidadão o principal foco de atenção do Estado, tendo em vista que, com as Centrais de Atendimento, são oferecidos diversos serviços em um único espaço, resultando na otimização do uso dos recursos, com a redução de custos para o Estado e com o aproveitamento do tempo gasto pelo cidadão para executar serviços básicos. Além disso, o SACI possibilitou o processo de desburocratização dos serviços com a descentralização das ações, em prol de um espaço que oferece atendimento de qualidade e comodidade à população demandante. Embora faça parte PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 379 da Agenda Mínima, por indefinição política dos locais para a construção, não foi construído nenhum posto do SACI, parte do recurso orçado foi remanejado para outras Ações e foram gastos 39% do recurso restante em outras despesas, resultando na Insuficiência da Ação na ordem de 80%, conforme indicador do GP-Pará. A Ação “Realização de Serviços de Atendimento ao Cidadão (SACI)” tem por objetivo oferecer à comunidade um atendimento de qualidade em instalações físicas adequadas, com conforto e comodidade, proporcionando ao cidadão economia de tempo e esforço. A Ação se operacionaliza em um único espaço denominado SACI e nele são disponibilizados os serviços prestados por vários Órgãos. Em 2005, foi atingida 36% da meta física prevista e gasto 78% do recurso alocado. Segundo informações da Coordenação do Projeto SACI, o não alcance da meta física deu-se, em parte, pela diminuição dos serviços oferecidos pela SEFA nas instalações do SACI, bem como, pela desinstalação do serviço 151, situação que está sendo avaliada pela área responsável, inclusive com a possibilidade de instalação da CELPA e 8ª Região Militar para ampliar os serviços a população, tendo em vista que existem dois espaços físicos disponíveis. Em destaque, tem-se a ação direcionada à “Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas” (PROVITA), cujo objetivo é combater a impunidade pela garantia de vida e proteção de pessoas que sofreram ou presenciaram homicídio cometido por policiais, grupos de extermínio ou crime organizado, oferecendo abrigo, assistência social, médica, psicológica e jurídica, para que essas testemunhas possam contribuir, sem riscos, com o trabalho da justiça e da polícia. Em 2005, foram mantidos em média 65 beneficiários (pessoas protegidas), a um custo total de R$ 1.2 milhões, superando em 26% a dotação inicial. Do total dos recursos empregados 90% são provenientes de repasses da União. Segundo relatório do programa Federal de “Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas”, o Pará vem registrando um aumento na demanda por proteção e assistência ao Serviço de Proteção a Testemunhas e ao Centro de Apoio a Vítimas de Crimes Locais, mas o número de pessoas assistidas não pode ser ampliado devido à restrição orçamentária. A Ação “Fortalecimento dos Serviços ao Cidadão – Projeto Cidadania”, terceiro em volume de recursos do Programa, (R$ 955 mil) prestou serviços considerados de grande alcance social, ao oferecer ao cidadão a emissão de documentos essenciais ao pleno exercício da cidadania, de paternidade biológica / DNA, nos processos judiciais em trâmites nas diversas Comarcas do Estado, sendo beneficiados cidadãos carentes, contribuindo de forma inegável ao resgate de direitos e ao combate das desigualdades PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 380 sociais. Em 2005, a meta era expedir 297.900 documentos, no entanto foram expedidos apenas 151.026 documentos, com a utilização de 86% de recursos, resultando no indicador de eficiência na ordem de 32%. Considerando o resultado, acima citado, o órgão solicitou a reprogramação de meta para 200.000 documentos expedidos, mais compatível com a realidade orçamentária do Programa. O PROCON desenvolve sua atividade na defesa do consumidor prestando atendimento direto (pessoal) e indireto, através de consultas; reclamações formalizadas e consultas por telefone, cartas, e-mail, etc. As ações descentralizadas de fiscalização, atendimento e educação, atingem direta e indiretamente beneficiários com ações educativas realizadas na capital e no interior. De acordo com o relatório do Programa Federal “Defesa do Consumidor” o PROCON do Pará é interligado aos PROCON’s do Acre, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina, por meio do início da implantação do Sistema Integrado de Informações de Defesa do Consumidor (SINDEC), que viabilizará a edição do Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentadas. No OGE 2006 será alterada para “Implementação das Ações de Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON”. Paradoxalmente, embora haja a interligação entre Estados, internamente não ocorre tal interligação sistêmica, pois a quase totalidade dos municípios trabalha de forma manual. Observa-se, com isso, a execução de apenas 58% da meta física, dos 71.500 foram atendidos 41.339 consumidores, com 60% dos recursos. Tal resultado gerou valoração Regular à Ação, medido pelo GP-Pará. Quanto à Ação “Incentivo à Instalação de PROCON’s Municipais”, em 2005, nenhuma unidade municipal foi instalada, tendo sido remanejado a maior parte do recurso para outras Ações, tendo em vista a necessidade da aquiescência das Prefeituras Municipais para a instalação dos Procon’s em seus municípios. O CPC por meio da Ação “Realização de Perícias de Crimes Contra o Patrimônio e Acidentes de Trabalho”, busca periciar pessoas e o patrimônio público ou privado para constatação de danos. Há a necessidade de investimentos a pequeno e médio prazo como aquisição de equipamentos complementares os quais darão uma maior celeridade e melhor qualidade do produto final das perícias, que é o laudo. Dos 5.460 estimados, foram realizados 3.880 laudos, isso mesmo com a entrada de novos peritos remanescentes do concurso C-69 e a aquisição de equipamentos específicos de perícias ambientais, que possibilitou a realização de um melhor atendimento para os usuários. A implantação do Grupo Interno de Prevenção de Acidentes (GIPA), PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 381 beneficiou os servidores, pois a capacitação trouxe grandes avanços na qualidade da perícia e acidentes de trabalho. Para a materialização da Ação “Realização de Perícias Médico Legais”, há o obstáculo do reduzido número de servidores que atuam na área da psiquiatria forense, para atender a demanda criminal e cível do Estado, pois a cada ano cresce o número de perícias, acumulando as perícias existentes. A reforma de consultórios médicos, construção da sala de antropologia forense e a aquisição de equipamentos específicos, possibilitaram uma melhor qualidade dos serviços prestados aos usuários do CPC. Já a Ação “Expedição de Documentos à Solução de Problema Cível”, executada pela Polícia Civil, através do Instituto de Identificação e que tem por objetivo a melhoria do atendimento ao público na expedição de documentos como: carteira de identidade e atestado de antecedentes criminais, para uso próprio do cidadão, assim como solucionar problema cível, tendo na expedição da carteira de identidade o carro-chefe da Instituição, apresenta um excelente desempenho segundo o indicador de Resultado do GP-Pará, tendo utilizado 99% do recurso alocado e ultrapassado a meta física estabelecida para a expedição de documentos. A Ação “Fiscalização e Verificação Metrológica”, executada pelo IMEP, realizou apenas 62% do recurso alocado e 77% da meta física prevista. Ressalte-se, que esta Ação foi suplementada ao longo do exercício, no entanto, a execução ficou aquém da dotação inicial, merecendo uma reflexão por parte do Órgão executor para melhorar o processo orçamentário e evitar desperdícios, tanto de recursos quanto de esforços. Possui parceria com a SEJU no SACI. Não consta informação de meta física ou de recurso orçamentário realizado na Ação “Implementação de Ações Educativas –Criança o Consumidor de Amanhã”, de responsabilidade do IMEP, refletindo mais uma vez, a necessidade do Órgão rever seu processo de planejamento e orçamento. Foi criada para instrução educativa da criança na escola, faz parte do planejamento estratégico do órgão e está sendo reformulada, pois o retorno estava aquém do previsto. Como existe um programa voltado para a criança e o adolescente “Por uma Cultura de Paz entre os Jovens”, sugerindo-se que a referida ação seja alocada no Pró-Paz no próximo PPA. Quanto à Avaliação dos Resultados O Programa dispõe de forma incipiente de estudos referentes à satisfação do público-alvo, mais particularmente aos serviços de atendimento ao cidadão e que não PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 382 ocorre de forma sistematizada, mas não há pesquisas indicativas do número real de pessoas efetivamente assistidas, o que impossibilita mensurar a credibilidade real do Programa junto à sociedade. De um modo geral, a execução das Ações do Programa Garantia de Direitos, visa a garantir o acesso à justiça aos legalmente necessitados, a partir do entendimento de que, somente assegurando oportunidades e direitos a todos, é possível construir o verdadeiro Estado Democrático de Direito, que se consolida numa das principais diretrizes de Governo que é a diminuição da pobreza e das desigualdades sociais. Após a avaliação dos resultados já existe uma sinalização por parte da Secretaria Especial de Defesa Social e da Secretaria Executiva de Planejamento, Orçamento e Finanças, da necessidade de se debater para o próximo exercício de execução do PPA a efetiva atuação conjunta dos órgãos executores para maximização dos serviços com minimização de recursos. Os indicadores do Programa demonstraram-se adequados, entretanto, pela falta de informações ou informações erradas e/ou equivocadas, ficaram prejudicados, mascarando o resultado do Programa, fato este demonstrado pela falta de dados no indicador de resolutividade dos problemas do cidadão, faz-se necessário um maior grau de responsabilidade por parte dos órgãos executores no envio de informações consistentes para a DIEPI, municiando-a de dados indicadores dos problemas resolvidos pelo Programa. Como houve dificuldade na coleta dos dados, torna-se incipiente a avaliação de resultado: Incremento do Atendimento ao Cidadão – De acordo com as informações extraídas do relatório do SACI/ SEJU, único órgão que forneceu os dados relativos ao indicador ora referido, o decréscimo de 27,02% pontos percentuais no ano de 2005 em relação a 2004, se deu pelo fato da criação da delegacia da SEFA que levou o serviço de isenção para taxistas, sendo esse o maior número de atendimentos desse órgão, ficando no SACI o cadastro e parcelamento do IPVA: bem como o telefone 151 do PROCON/SACI, ter sido retirado do prédio, diminuindo também o número de atendimentos do órgão. Houve registro em 2004 de 1,62% de atendimentos, sendo atendidos 1.054.069 pessoas, já em 2005 houve uma redução no atendimento de – 1,06%, ou seja, 1.042.925 atendimentos, fator determinado pelo acima exposto. Taxa de resolutividade de Problemas do Consumidor – Conforme relatório enviado à SEPOF pelo PROCON e DECON, em 2005 a taxa de resolutividade foi superior em 8 pontos percentuais em relação a 2004, quando apresentou 2.107 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 383 atendimentos com resolutividade para um total de 3.512 reclamações formalizadas. No ano de 2005, dos 4.543 atendimentos formalizados a participação relativa desses atendimentos registrou uma taxa de 60%, o que significa que mais da metade dos atendimentos formalizados, ou seja, 2.725 foram atendidos com resolutividade. Cabe ressaltar, que a resolutividade por si só, não mede a satisfação do usuário, somente dá a mensuração da Área. Taxa de resolutividade de Problemas do Cidadão – Segundo as informações prestadas pela Diretoria de Estatística da SEPOF, não foi apurado em função da ausência de consenso sobre o critério de resolutividade entre as áreas envolvidas. Apesar das diversas reuniões realizadas da DIEPI e debates com a área, a qual na época informou que haveria como calcular. Os indicadores apurados no Programa mostraram-se inconsistentes em relação à apuração dos dados, bem como o próprio impacto social do Programa. Em 2005, houve uma reformulação nos indicadores, com a inclusão do indicador Taxa de resolutividade de Problemas do Cidadão, que objetivava mensurar a satisfação do cidadão com a solução de seu problema. Detectou-se que o referido indicador foi apurado somente com relação ao Consumidor, o que inviabiliza a efetividade do mesmo. Pela falta de dados estatísticos para mensurar os indicadores, eles não conseguiram refletir o efetivamente realizado pelo Programa, impedindo uma análise crítica dos resultados. Faz-se necessário que os indicadores sejam revistos e os dados sejam alimentados por todos os órgãos, para que se consiga aferir o resultado do Programa de acordo com seu objetivo demandado pela sociedade e o impacto por ele causado. Por outro lado, a inexistência de um indicador de monitoramento da qualidade e da abrangência dos serviços ao cidadão e que dê o diagnóstico preciso da satisfação da população quanto ao disponibilizado pelo Programa, faz-se relevante para apurar-se os municípios que estão sendo cobertos. A pesquisa de satisfação, englobando todo o público assistido pelo Programa nos seus respectivos municípios, em muito contribuiria para mensurar a qualidade do atendimento e não só a quantidade da população assistida. Das Ações que compõem o Programa, uma Ação do IMEP não apresentou resultado algum, quer com relação à informação física, quer com relação à utilização do recurso. Requer uma análise pontual por parte do Órgão Executor, em especial das equipes de planejamento, no sentido de conhecer mais as prioridades da Instituição para os Orçamentos anuais, de forma a não comprometer seus recursos em Ações que PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 384 podem estar sendo estrategicamente repensadas para outros exercícios financeiros em outros Programas. Cabe ressaltar que as Ações do referido Programa são de cunho institucional, ligadas diretamente a um único órgão e não perpassam por vários órgãos, o que dificulta a visão sistêmica, tendo em vista que o objetivo maior do Programa pede a ação conjunta e integrada dos órgãos para o aumento da área de cobertura voltada para a garantia da cidadania à população. Tendo em vista a extensa área territorial do Estado e a necessidade do Programa abranger a maior número de municípios, medidas que objetivem a transversalidade entre os Órgãos executores para a otimização dos recursos físicos e financeiros, refletiriam em resultados mais eficazes e que responderiam, de forma mais precisa, aos anseios sociais, determinantes da criação do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 385 5.1.2 PROGRAMA: PAZ NAS RUAS Quanto ao Processo de Formulação A questão da criminalidade e da violência vem afligindo a população em todas as classes sociais, que habitam as médias e grandes cidades do País, o que anteriormente era restrito às pessoas de menor poder aquisitivo, vítimas de arbitrariedades, homicídios e outros crimes ainda comuns. Tal questão no Estado do Pará está vinculada mais especificamente aos problemas não solucionados de acesso à terra e inclusão social, recaindo sobre os centros urbanos os danos sociais nefastos gerados pela necessidade de acesso ao direito de cidadania e até mesmo da sobrevivência. Os indicadores de criminalidade, demonstrados por ocasião da formulação do Programa, levaram o Governo do Estado a priorizar iniciativas na área de Segurança Pública, que contribuíssem para a redução das altas incidências criminais as quais, apontavam um índice de 14,78% de mortes violentas11, 68,37% criminalidade patrimonial12 e 8,66% de taxa de violência em grandes eventos 13 , considerando para estas aferições os registros verificados na Região Metropolitana de Belém. É preciso que se entenda criminalidade como conseqüência de uma patologia social sintomática da dilaceração e desordem social, que cresce a partir de uma crise social, que a fomenta na medida em que os valores sociais são lesados. Concomitante à constatação dos indicadores de criminalidade e à realidade social do Estado do Pará, a análise situacional à época indicava que a violência urbana era decorrente, entre outras causas, do mau gerenciamento dos efetivos policiais (retratado pelo restrito policiamento nas áreas críticas, pela inexistência de policiamento velado e pelo expressivo contingente de policiais fora do policiamento ostensivo); da falta de ações policiais preventivas e da inexistência de um sistema de inteligência integrado que apontasse focos de violência e pudesse prevenir ações criminosas. A partir desta constatação, houve o reconhecimento de que os investimentos já realizados pelo Estado na área de Segurança Pública ainda eram insuficientes, se comparados aos demais gastos sociais, para reprimir a violência urbana em todas as 11 Relação entre o total de mortes violentas e o total de óbitos. Foi considerado como mortes violentas àquelas determinadas pelo Código Penal Brasileiro. 12 Demonstrada pela relação entre o total de ocorrências de crimes patrimoniais e o total de ocorrências criminais. 13 Mostra a relação entre o total de delitos cometidos no período do evento em relação ao total de delitos cometidos no ano. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 386 suas manifestações e, por outro lado à sociedade, com raras exceções, se mantinha distante da problemática, preferindo debitar a responsabilidade da resolução exclusivamente à atuação da polícia. As ações de modernização do gerenciamento na Segurança Pública, indispensável para atender às demandas sociais, antecederam a formulação do programa, mediante: à criação do Sistema Estadual de Defesa Social (1999); a integração dos órgãos que compõem o sistema de segurança coordenados pela Secretaria Especial de Defesa Social e reunidos num mesmo conselho; à formulação e implementação de operações policias conjuntas; à reaproximação com a sociedade civil, através dos Conselhos Interativos de Segurança e Justiça: à experiência de policiamento comunitário, com vistas a desenvolver práticas de trabalhos específicos para as localidades com altos índices de criminalidade, fazendo intervenções antes que o crime aconteça. Aliado a isto foi criado o Instituto de Ensino de Segurança do Pará que visa a formação de profissionais de Defesa Social. O Programa Paz nas Ruas foi concebido objetivando a redução dos níveis de criminalidade e violência nos centros urbanos do Estado e, observado o dispositivo constitucional de que a garantia da segurança pública é “dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”, passou-se a dar maior ênfase ao envolvimento de todas as forças vivas da comunidade, mediante à filosofia de polícia comunitária. O público-alvo do Programa é a população do Estado do Pará, não tendo sido selecionado nenhum grupo específico, uma vez que a segurança sendo um “bem público puro” não poderia ser discricionária, entretanto só foi possível, para efeito de medição de resultados, a apuração das ocorrências registradas na Região Metropolitana de Belém. O conjunto de ações definido para o Programa está relacionado ao fortalecimento e modernização das estruturas organizacionais que dão suporte ao policiamento ostensivo e investigativo, que cada vez mais exige investimentos em tecnologias modernas de informação e investigação, e em equipamentos operacionais. O Programa tem seu objetivo claramente definido, no entanto, as metas que o quantificam não foram expressas adequadamente em cada período anual, de modo a se definir um parâmetro ideal de redução das taxas e dos índices apontado como elevados na formulação do Programa. Não foram também definidos indicadores de monitoramento, que possibilitassem o acompanhamento do Programa e sim indicadores de resultados, que permitem uma avaliação do Programa já implementado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 387 O Programa é executado através das gestões operacionais das Polícias Civil e Militar, Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” e Corpo de Bombeiros Militar voltadas para a preservação da ordem pública e da incolumidade física e moral das pessoas e do patrimônio, o qual se viabiliza através das seguintes ações de trabalho: a) POLÍCIA CIVIL: Realização de ações de combate à violência urbana; Modernização estrutural das unidades policiais da capital e do interior; Implementação das Unidades Policiais da Capital e do Interior; Realização de ações de Segurança e Paz em Grandes Eventos; Implementação da Delegacia de Polícia Administrativa. b) POLÍCIA MILITAR: Fortalecimento e Expansão do Policiamento Comunitário; Realização de Missões Estratégicas; Implementação das Unidades Policiais da Capital e do Interior; Garantia da Segurança e Paz em Grandes Eventos. c) CENTRO DE PERÍCIAS CIENTÍFICAS “Renato Chaves”: Interiorização do Centro de Perícias Científicas; Implementação das ações das Unidades Regionais de Perícias Científicas; Realização de ações de Segurança e Paz em Grandes Eventos; d) CORPO DE BOMBEIROS MILITAR: Realização de ações de Segurança e Paz em Grandes Eventos. Quanto ao Processo de Implementação A estratégia de implementação utilizada no Programa Paz nas Ruas no âmbito da Segurança Pública, se deu mediante às gestões operacionais das polícias civil e militar, num esforço de se avançar na consolidação de um conceito amplo de Defesa Social e dar sustentabilidade ao modelo integrado, implementado de forma inédita neste Estado, reconhecido e adotado por outros entes da Federação, que se PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 388 fundamenta na prestação dos serviços de segurança pública e de garantia dos direitos do cidadão, conjuntamente. O conjunto de ações implementadas está voltado para a preservação da ordem pública e da incolumidade física e moral das pessoas e do patrimônio, compreendendo atividades rotineiras de policiamento ostensivo e investigativo, além do exercício de poder de polícia judiciária, intensificação do serviço de inteligência, criação de grupamentos táticos, criação de grupamento aéreo, realização de perícias criminalísticas e de danos patrimoniais, modernização de bases físicas com obras de construção e reformas, adaptação de unidades policiais e investimentos realizados para a renovação e ampliação da frota de viaturas operacionais e aquisição de equipamentos especializados. Com relação à gestão do Programa, pode-se afirmar que a presença de um gerente ou coordenador, para participar dos processos de planejamento, execução, monitoramento, controle e avaliação do Programa é indispensável para a integração e coordenação das ações. Assim, tais etapas ocorreram de forma individualizada por cada órgão executor, o que gerou dificuldades no desempenho do Programa, uma vez que a visão global e sistêmica cedeu lugar à visão parcial, órgão a órgão, comprometendo sobremaneira a aferição dos resultados no período. Em que pese essas dificuldades, os dados estatísticos foram coletados e tratados de forma conjunta no Centro Estratégico Integrado (CEI), de onde são disponibilizados informações e relatórios para o serviço de inteligência da área de segurança do Estado. A dificuldade verificada na obtenção desses dados é que as informações policiais estão limitadas à Região Metropolitana de Belém, em decorrência da inexistência de cobertura em todo o interior do Estado por parte do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP). Acrescente-se a isso, o fato de que as estatísticas baseiam-se em informações contidas nos Boletins de Ocorrências da Polícia Civil, sujeitas a juízos de valor, comprometendo dessa maneira, o critério da imparcialidade e objetividade da informação. Há de se entender que o registro policial é um indicador mais da atividade policial do que da situação real da delinqüência. Assim, quanto maior a atuação dos policiais, comparada com um período anterior, maior poderá ser o registro dos atos delinqüentes e este aumento pode significar, tanto uma melhora da eficácia policial, como um aumento real da criminalidade. O simples registro das ocorrências pode ser objeto de muitas distorções e gerar interpretações errôneas. No entanto, o registro PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 389 existente, também chamado de “cifras brancas”, é o comumente utilizado para mensurar a criminalidade. Existem ainda dados levantados por outros órgãos públicos ou pela sociedade organizada (cifras cinzas) que não são registrados pelo Sistema de Segurança Pública, assim como aqueles que não constam em nenhum registro (cifras negras) por falta de denúncia. Em uma análise pontual das ações, se verificou a necessidade de um entendimento mais preciso sobre alguns produtos e metas por não permitirem a medição do resultado nem expressarem o resultado final que se pretende atingir. É necessário também que se entenda em que consiste a concretização de algumas ações e sua influência no resultado do Programa: a) Realização de Missões Estratégicas: esta ação responde às atividades da Polícia Militar que se configuram estratégicas em função de determinada demanda da sociedade, notadamente pela Justiça como é o caso da reintegração de posse, cujas metas e até mesmo a alocação dos recursos têm sua precisão prejudicada pela incerteza da ocorrência do fato. Entretanto, deverá ser considerado como parâmetro, o quantitativo de operações realizadas no exercício anterior e seu decorrente custo. Haja vista estas missões terem um caráter mais de especialidades do que estratégico, uma vez que elas atendem convocações superiores e são executadas pelo Comando de Missões Especiais sugere-se que para o próximo Plano Plurianual a ação passe a denominar-se “Realização de Missões Especiais”; b) Policiamento Comunitário: executado de maneira ainda experimental pela Polícia Militar, como uma estratégia de mobilização da sociedade para torná-la partícipe no enfrentamento dos problemas que ocorrem na comunidade especialmente no âmbito da Segurança Pública. Através desta ação se busca estreitar a relação POLICIAISXCIDADÃOS, a qual ainda é pautada no sentimento recíproco de desconfiança. A presença do policial junto à comunidade busca conhecer os anseios da comunidade, incentivando sua participação e garantindo ao cidadão o atendimento dos serviços de segurança sempre que houver necessidade. Os resultados serão comprovados na prevenção de delitos e no reconhecimento obtido junto à população que se sente mais segura. Baseado nas experiências do policiamento comunitário foi adotada em 2005, a filosofia de gestão comunitária, como estratégia organizacional, que viabiliza a parceria polícia X comunidade. Esta proposta foi implantada no Distrito de Icoaraci, em Belém e conta com a integração das polícias militar e civil, corpo de bombeiros militar e parceria da PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 390 comunidade. No primeiro momento, foi necessário o treinamento dos servidores envolvidos, que ocorreu no Instituto de Ensino de Segurança Pública (IESP), num total de 120 policiais integrantes do primeiro pólo de gestão comunitária. Quanto às demais atividades de policiamento comunitário foram observadas limitações quanto à área de atuação, uma vez que está restrita à Região Metropolitana de Belém, através das Zonas de Policiamento ( ZEPOL’s), sendo possível o cadastramento de 105 comunidades; c) Garantia da Segurança e Paz em Grandes Eventos: esta ação definiu como grandes eventos àqueles que mobilizam grande massa populacional e têm um período definido anualmente e, portanto, demandam um tratamento diferenciado da área de segurança, desde a sua organização, que requer perícias que constatem a inexistência de perigos e/ou risco à população, até o acontecimento, que requer a proteção das pessoas. Assim, para efeito de apuração do indicador proposto, foi considerado por ordem cronológica: carnaval, semana santa, veraneio, círio, micaretas e as festas de final de ano. Os órgãos envolvidos devem considerar como metas, 6 eventos e seus resultados (ocorrências registradas) como são imprevisíveis de mensuração, devem ter como parâmetro à estimativa do público presente. Os órgãos envolvidos estabeleceram quantitativos de metas diferenciadas em seus programas anuais e o PPA definiu 209 eventos, considerando além dos já citados, jogos de futebol, shows e festas religiosas. Há necessidade, portanto de que seja revisto o produto no PPA e nos programas anuais, passando a ser considerado “evento apoiado”. d) Combate à violência urbana: esta ação responde a demanda populacional no atendimento às ocorrências registradas nas delegacias vinculadas à Diretoria de Policiamento do Interior e Diretoria de Policiamento Metropolitano e também, ao chamado das operações especiais da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil. O produto da ação pode ser revisto para “atendimento realizado” e deverá ser considerado como resultado alcançado, o número de registro que gerou procedimento a ser encaminhado à Justiça. e) Fundo de Investimento de Segurança Pública: As ações que o compõem, apenas duas são consistentes com o Programa Paz nas Ruas, quais sejam “Melhoria das atividades da Polícia Civil e da Polícia Militar”. No que se refere às ações de Gerenciamento Administrativo e Melhoria das Unidades Compartilhadas, sugere-se suas inclusões em outros programas pertinentes. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 391 O desempenho do Programa tem como primeira restrição, a inexistência de monitoramento de seus resultados, que não são transparentes em cada ação isoladamente. Os registros dos delitos praticados são consolidados pelo CEI e devem nortear as medidas de prevenção. Ademais, o sentimento de insegurança do cidadão é subjetivo e varia em função de fatores muito pessoais e de elementos como: local de moradia, gênero, idade, escolaridade, dentre outros, porém, ele é sentido pela magnitude das taxas criminais e pela degradação institucional marcada principalmente pela corrupção e pela impunidade, que está nos olhos do mais leigo cidadão. Assim, o Programa mensura apenas a freqüência das ocorrências criminais, o que permite a formulação dos indicadores de resultado, cuja redução está relacionada não só à eficiência das polícias, mas também de outras ações policiais preventivas mais eficazes. O engajamento de outras áreas de Governo poderia ser pertinente para o alcance do objetivo do Programa, porém se faz necessário uma equipe de gerenciamento com conhecimento da problemática da violência em todas as suas vertentes para ampliar o raio de ação do Programa e permitir uma tomada de decisão em nível de políticas públicas sociais de redistribuição de renda, geração de emprego, incentivo ao primeiro emprego, ampliação da oferta de vagas nas escolas públicas, etc... Quanto à Avaliação dos Resultados Embora a ocorrência da criminalidade e violência tenha uma conotação extremamente complexa, que extrapola a área de atuação da segurança pública, os órgãos envolvidos no Programa vêm implementando esforços voltados para a obtenção de resultados que possam identificar a eficiência e eficácia das ações desenvolvidas. Para efeito de mensuração da eficácia do Programa foram estabelecidos três indicadores: mortes violentas, violência em grandes eventos e criminalidade patrimonial mensurados através da taxa de morte violenta, taxa de violência em grandes eventos e taxa de criminalidade patrimonial, que demonstram de forma sintética o desempenho das ações do Programa frente à problemática inicial apresentada – altas taxas de criminalidade e violência. No que se refere à morte violenta, a taxa calculada a partir da relação entre o número de mortes violentas e o número total de óbitos, demonstra em termos percentuais a participação de morte violenta em relação ao total de óbitos ocorridos no PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 392 período. Os resultados obtidos através desta relação estão demonstrados no Quadro 1 abaixo. Dos delitos considerados para compor a taxa de mortes violentas, observa-se que em relação ao ano de 2004 houve um aumento geral no número de ocorrências, sendo que a categoria afogamento foi a que sofreu o maior percentual de acréscimo, cerca de 269% (de 16 ocorrência em 2004 para 59 em 2005). Somente na categoria morte no trânsito se verificou redução de ocorrências: em 2004 foram registradas 340 e em 2005 o total de registro foi de 234, o que representa um decréscimo de 31%. Sistema Estadual de Segurança Pública QUADRO 1 REGISTROS DE OCORRÊNCIAS RESULTANTES EM MORTES GRANDES EVENTOS ANOS CATEGORIA 2003 2004 2005 HOMÍCIDIO 367 544 671 LATROCÍNIO 45 79 107 SUICÍDIO 40 30 70 AFOGAMENTO 12 16 59 MORTE NO TRÂNSITO 575 340 234 OUTRAS OCORRÊNCIAS 271 291 566 1.310 1.300 1.707 8.862 9.069 9.407 14,78% 14,33% 18,15% TOTAL DE MORTES VIOLENTAS¹ TOTAL DE ÓBITOS² TAXA DE MORTES VIOLENTAS Fonte: Subgerência de Análise e Estatística (CEI). ¹ Informações obtidas através do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP). ² Fonte: Secretaria Executiva de Estado de Saúde Pública (SESPA). No total de óbitos no ano de 2005 não consta o mês de dezembro, pois a SESPA ainda não disponibilizou a informação. No Gráfico 1 está demonstrado o comportamento da taxa de morte violenta. Observa-se um crescimento no período de 2004 a 2005 de 3,81 pontos percentuais, o que representa para o Programa um resultado negativo, a despeito de todas as ações que foram implementadas pelos órgãos da segurança pública. As categorias “afogamento, latrocínio e outras ocorrências” foram as que expressaram os maiores índices de crescimento muito embora tenham sofrido uma variação para menor, comparando-se o exercício de 2003 com 2004. Uma das explicações para as flutuações desta taxa é quanto ao contingente populacional, cuja PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 393 amostragem não foi considerada para cálculo da taxa e, a flutuação das ocorrências de óbitos gerais. Há de se considerar também a falta de informação quanto aos óbitos do mês de dezembro de 2005, não fornecida pela SESPA. GRÁFICO 1 TAXA DE MORTES VIOLENTAS 19 18,15 18 17 16 14,78 15 14,33 14 13 2003 2004 2005 Outro indicador considerado no Programa “taxa de violência em grandes eventos”, relaciona o número de delitos registrados por ocasião dos grandes eventos em comparação ao número total de delitos registrados durante o ano. Para efeito de análise, foram classificados 6 eventos com periodicidade anual, de modo a permitir uma melhor comparação dos registros policiais em cada ano de realização dos eventos ocorridos na Região Metropolitana de Belém. Nos registros estão computados os delitos relacionados a homicídios, latrocínios, roubos, lesões corporais e acidentes de trânsito. O Quadro 2 demonstra um crescimento das ocorrências durante a realização dos eventos: em 2004 foram registradas 12.065 e em 2005 o total de registro foi de 14.739, demonstrando o acréscimo de 22.16%. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 394 Sistema Estadual de Segurança Pública REGISTROS DE OCORRÊNCIAS DE DELITOS - GRANDES EVENTOS ANO PERIODO EM 2003 PERIODO EM 2004 PERIODO EM 2005 01/03 A 05/03 43421/02 A 25/02 675 04/02 A 09/02 771 17/04 A 20/04 37008/04 A 11/04 508 24/03 A 27/03 543 02/07 A 01/08 493402/07 A 01/08 4352 02/07 A 01/08 3496 12/10 A 27/10 251108/10 A 25/10 2981 07/10 A 24/10 4750 20/11 A 23/11 61225/11 A 28/11 626 24/11 A 27/11 950 15/12 A 02/01 296915/12 A 02/01 292315/12 A 02/01/06 4229 11.830 12.065 14.739 EVENTOS CARNAVAL SEMANA SANTA VERANEIO CIRIO MICARETA FINAL DE ANO TOTAL DE CRIMES TOTAL DE OCORRÊNCIAS ANUAL 136.534 TAXA DE VIOLENCIA EM GRANDES EVENTOS 8,66% Fonte: Subgerência de Análise e Estatística – CEI Apurado somente os registro dos crimes: Homicídio, Latrocínio, Roubo, Acidente de Trânsito, Extorsão, Lesão Corporal e Estupro. 18 100.151 91.601 12,05% 16,09% GRÁFICO 2 TAXA DE VIOLÊNCIA EM GRANDES EVENTOS (%) 16,09 16 14 12,05 12 10 TAXA DE VIOLENCIA EM GRANDES EVENTOS 8,66 8 6 4 2003 2004 2005 O Gráfico 2 demonstra que a violência em grandes eventos apresentou, no período, um crescimento a taxas crescentes, levando a conclusão de que as ações adotadas não se mostraram eficientes para o alcance dos resultados pretendidos. A análise do comportamento do indicador taxa de criminalidade patrimonial, que mostra a relação entre as ocorrências de crime contra o patrimônio em relação ao total de ocorrências demonstrou uma redução considerável dando a esse indicador um resultado positivo durante o período de implementação do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 395 No Quadro 3, estão demonstrados os quantitativos de registros apurados pelo Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP). QUADRO 3 REGISTROS DE OCORRÊNCIAS DE DELITOS - GRANDE BELÉM ANO CRIMES PATRIMONIAS 2003 2004 45 79 LATROCINIO 38.350 26.278 ROUBO 50.976 26.253 FURTO 25 30 EXTORSÃO 3.189 2.881 DANO ESB. POSSESSÓRIO 239 177 1.883 2.146 ESTELIONATO TOTAL DE CRIMES 2005 107 25.516 16.172 32 2.732 97 1.592 94707 57844 48253 TOTAL DE OCORRÊNCIAS ANUAL 136.534 100.151 91.601 TAXA DE CRIMINALIDADE PATRIMONIAL 69,37% 57,76% 52,68% Fonte: Subgerência de Análise e Estatística - CEI Obs:No ano de 2004 foi criada a Delegacia Virtual para registros, via internet, de roubo de documentos e pequenos furtos, o que não ocorria no ano de 2003, quando o cidadão se dirigia às Delegacias de Polícia e registrava esses casos. Obs : Os dados da Delegacia Virtual não estão contabilizados no ano de 2004 o que explica o decréscimo nos delitos de furto e roubo No Gráfico 3 está visualizada o declínio da taxa de crimes contra o patrimônio. Em decorrência da implementação da Delegacia Virtual muitas ocorrências passaram a ser registradas via internet, sem, no entanto gerar a instauração de procedimentos apuratórios. Vale ressaltar que no ano de 2004 foram registradas 22.190 ocorrências enquanto que em 2005, este número aumentou para 9.919. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 396 GRÁFICO Nº 03 TAXA DE CRIMINALIDADE PATRIMONIAL 80,00% 70,00% 69,37% 57,76% 60,00% 52,68% TA XA 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 2003 ANOS 2004 2005 No cômputo geral, a análise dos indicadores demonstrou um aumento da criminalidade e violência, contudo a análise aqui considerada, de forma restrita, não levou em consideração diversos fatores que influenciam o comportamento desses fenômenos. Quanto aos Avanços e Perspectivas A intensificação das ações policiais, o melhor aproveitamento do serviço de inteligência para o mapeamento das ações criminosas, a adequação do esquema de policiamento ao tipo, local e horário da realização das ações delituosas e o emprego de viaturas, armamento e equipamentos especiais, foram fundamentais para as polícias na busca da redução dos índices de criminalidade e violência na Região Metropolitana de Belém. O indicador utilizado para mensurar o nível de violência na RMB levou em consideração os Delitos Contra a Pessoa, no que diz respeito à morte violenta e, Delitos contra o Patrimônio. No que se refere à morte violenta a fórmula utilizada levou a conclusões equivocadas sobre o fenômeno “violência” porque a variável “óbitos geral” não está diretamente relacionada com a violência e sim com o indicador “causa mortis”, podendo-se inferir a seguinte leitura: 18% dos óbitos na RMB são decorrentes de violência, ou seja, está apontando uma das causas de mortes naquele período ou lugar. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 397 Considerando o “princípio da correspondência”, utilizado na construção de taxas, sugere-se alteração da fórmula indicada, em que se propõe uma relação direta entre o numerador e o denominador, onde aparece a variável “total de pessoas que morreram vítimas de violência” em relação à população anual da Grande Belém, representada por uma amostragem de 100.000 habitantes. Podendo-se inferir a seguinte leitura: a cada grupo de 100.000 pessoas foi constatado em 2005, que em média 84 morreram vítimas de violência, enquanto que no ano anterior esta média foi de 65, o que demonstra uma tendência de crescimento da taxa. O quadro abaixo demonstra a leitura anterior, tendo sido utilizado o mesmo registro de ocorrência de morte violenta. CATEGORIA 367 45 40 12 575 271 ANOS 2004 544 79 30 16 340 291 2005 671 107 70 59 234 566 1.310 1.300 1.707 1.907.405 2.004.306 2.042.530 68,68 64,86 83,57 2003 HOMÍCIDIO LATROCINIO SUICIDIO AFOGAMENTO MORTE NO TRÂNSITO OUTRAS OCORRÊNCIAS TOTAL DE OBITOS REGISTRADOS EM BOP POPULAÇÃO DA GRANDE BELÉM TAXA DE MORTES VIOLENTAS Vale ressaltar o nível de dificuldade na avaliação mais objetiva dos resultados alcançados no Programa, em relação à sensação de segurança do cidadão, em razão da incapacidade de mensurá-la e com isso, a impossibilidade de ser medido o grau de eficácia da ação policial, uma vez que não há como precisar quantos delitos deixaram de ocorrer com presença do policial e quantas pessoas se acham ou não mais seguras com a proximidade de um agente policial. Entretanto, partindo do princípio de que a avaliação deve ser orientada para verificar se os objetivos do Programa foram alcançados, é necessário, inicialmente, saber se as instituições realmente estão devidamente estruturadas, dispondo de mecanismos eficazes, que permitam o monitoramento e avaliação dos resultados de suas ações, para que a emissão de juízo de valor não venha favorecer a uma tomada de decisão gerencial equivocada, anulando todo o esforço de melhoria da gestão pública por resultados. Em síntese, o Programa “Paz nas Ruas” vem apresentando resultados favoráveis, no entanto, maiores investimentos necessitam ser realizados, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 398 principalmente no que se referem à tecnologia de informação e comunicação, a equipamentos operacionais e capacitação de recursos humanos, para que o Estado se faça presente em todo o território paraense, garantindo ao cidadão a segurança necessária a uma vida digna. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 399 5.1.3 PROGRAMA: RAIZES Quanto ao Processo de Formulação Criado em 2000, pelo Decreto Estadual nº. 4.054 de 11 de maio, com o propósito de favorecer o desenvolvimento das comunidades quilombolas e povos indígenas, mudando o quadro de discriminação e exclusão das populações quilombolas e indígenas, o Programa Raízes articula as demandas desses segmentos sociais, constituindo-se num importante canal de acesso entre estes e o Governo do Estado no encaminhamento e priorização de suas necessidades, de forma a fortalecer a política pública de valorização étnica, por meio da promoção da igualdade racial e garantia de melhores condições de vida a esses grupos. Sua importância foi reafirmada no Governo Jatene ao incluí-lo na Agenda Mínima, destacando-o como um dos compromissos de Governo, respondendo, por sua vez, ao macro-objetivo de redução das desigualdades sociais e regionais. A formulação do Programa Raízes fundamentou-se na problemática da desigualdade social e econômica de quilombolas e indígenas causada, via de regra, pela falta de apoio institucional ao ciclo produtivo dessas comunidades, falta de reconhecimento de domínio e titulação de terras quilombolas, falta de infra-estrutura social em comunidades quilombolas e indígenas e, ainda, a dispersão de agentes que protagonizavam ações a essas populações. Na ocasião da proposição do Programa, o conhecimento que o Estado tinha sobre as terras indígenas e comunidades quilombolas era insuficiente para que pudesse ser determinado, por exemplo, qual o “tamanho” do problema a ser resolvido, isto é, quantas comunidades quilombolas e indígenas existiam. O contato do Governo do Estado com essas comunidades eram incipientes e desordenadas, inclusive as reivindicações não eram atendidas de forma pontual, não refletindo, portanto, demandas coletivas. A partir dessa análise situacional, o Programa foi concebido com o objetivo de “dinamizar as ações de regularização de domínio das áreas ocupadas por comunidades remanescentes de quilombos e implantar medidas sócio-econômicas, ambientais, culturais e de apoio às atividades de educação e de saúde que favoreçam o desenvolvimento dessas comunidades e dos povos indígenas no Estado do Pará”, definindo como público-alvo “comunidades quilombolas e sociedades indígenas” que, PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 400 embora representem grupos sociais distintos e específicos, têm, em comum, o estigma da exclusão social. Caracteriza-se como um Programa multissetorial, dada sua transversalidade por diversos setores como: justiça, fundiário, educação, cultura, assistência, produção, esporte e lazer. Em 2004, reflexões sobre a práxis do Programa, evoluíram para uma reestruturação no seu escopo original, dada a necessidade de maior celeridade na execução de suas ações, bem como de permitir um melhor gerenciamento. Assim é que, para o Orçamento Geral do Estado de 2005, as 19 ações originais foram agregadas em 7 ações que estão organizadas em quatro eixos principais: 1. Regularização de terras quilombolas – onde se realiza a Ação programática de “Reconhecimento, Obtenção e Titulação de Terras Quilombolas” que tem por objetivo último a titulação de terras ocupadas; 2. Apoio a projetos sustentáveis em terras indígenas e quilombolas – refere-se à Ação “Apoio às Atividades Produtivas em Áreas Quilombolas e Terras Indígenas” que visa a melhorar a condição sócio-econômica das famílias ocupantes de comunidades quilombolas e indígenas, por meio da implementação de atividades agro-florestaispastoris; 3. Projetos de valorização da cultura e de capacitação em educação para quilombolas e povos indígenas – este eixo corresponde às Ações “Implementação das Ações de Educação para as Comunidades Quilombolas e Povos Indígenas”, “Valorização da História e da Cultura Quilombola e Indígena” e “Jogos de Identidade Étnica” que objetivam, respectivamente, a formação e capacitação de professores, o incentivo à criação e resgate de manifestações culturais e a congregação de diversas comunidades e etnias do Estado do Pará; 4. Infra-estrutura física e social – relaciona-se à Ação “Apoio à Implantação de Infra-Estrutura Básica em Terras Quilombolas e Indígenas” e objetiva possibilitar o acesso dessas comunidades a serviços básicos de abastecimento de água e energia alternativa. Da mesma forma, produtos, metas e indicadores do Programa foram alterados, visando permitir um melhor acompanhamento e avaliação de seus resultados. Conquanto tenham sido realizadas alterações no escopo do Programa e as mesmas já estejam em vigência no OGE 2006, a Gerência do Programa julga que esse novo desenho ainda não está satisfatório, porque continua não refletindo a gama de atividades que o Programa apóia. 401 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 Em especial, consideram inadequados alguns indicadores definidos para o Programa, pois que não conseguem dar respostas específicas sobre os resultados conseguidos. Como exemplo, o indicador que mede a Taxa de Titulação de Terras Quilombolas, por desconsiderar, em sua aferição, uma diversidade de atividades meio necessárias para a efetivação daquele produto final (terra titulada) e que, em muitos casos, dependem de atos exercidos por outros atores que não fazem parte do Programa (questões judiciais pendentes, processos de organização dessas comunidades, etc). Além disso, mesmo ações pertinentes ao próprio processo da titulação da terra como visitas técnicas, conscientização da comunidade, discussão de sua organização, vistorias, encaminhamentos de avaliações, etc, que demandam tempo e requerem tratamento diferenciado, dada as especificidades do público-alvo do Programa, não são ponderadas no cálculo do indicador fazendo com que este tenha resultado zero ou, quando muito, insignificante. Dada a necessidade de maior discussão sobre indicadores para o Programa entre a equipe de Coordenação do Programa e a equipe da Estatística (SEPOF) e a exigüidade do tempo para consolidar essas alterações no OGE 2006, há um consenso para que estas reflexões possam respaldar a elaboração do próximo PPA. Quanto ao Processo de Implementação O “Raízes” é um dos poucos Programas de Governo que tem um Gerente oficial, nomeado por ato legal e reconhecido pela Alta Administração Pública. A gestão do Programa se faz, portanto, de forma diferenciada, em função de ter um Gerente que é o responsável legal pela ordenação das atividades e pelas decisões que envolvem os parceiros14 externos. Por sua vez, o Gerente do Programa conta com uma equipe técnica formada por engenheiro florestal, sociólogo, antropólogo, economista, arquiteto, administrador de empresas, contador e um formando em gestão de projetos, que o auxilia em atividades pertinentes à Coordenação, subsidiando-a nas tomadas de decisões. Como estratégia de implementação o Programa adotou tanto a execução direta (quando um Órgão do Estado executa diretamente a atividade), como a descentralização da execução (repassando recursos do Programa - por meio de Convênio - para Associações organizadas desenvolverem as Ações). 14 Parceria, para efeito deste trabalho, deverá ser entendida como toda e qualquer ação executada de forma articulada, por Órgãos, Entidades, Poderes, que contribua para o objetivo do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 402 A atração de parcerias extra-esfera governamental é incipiente. O Programa efetivou uma única parceria externa que se formalizou mediante Convênio entre uma ONG italiana (Progetto Svillupo) e a Secretaria Executiva de Justiça, para a implantação de Casas Familiares Rurais em Comunidades Quilombolas de Baião e Mocajuba. Afora isso, todas as Ações do Programa são executadas com recursos do Tesouro do Estado. É mister a boa articulação entre Gerência do Programa e executores das Ações para que o Programa possa alcançar o sucesso esperado. Entretanto, esse trânsito entre o Gerente do Programa e Secretarias Executivas que executam as Ações, não ocorre de forma plena. O Programa não foi, ainda, assimilado como uma prioridade de Governo, haja vista que suas Ações sofrem emperramento quando da execução, no âmbito das Secretarias, mesmo que estas tenham já recebido destaques e quotas orçamentárias e financeiras, necessárias à execução. A visão que os Órgãos têm sobre o Programa, é de um enclave, isto é, algo externo que foi ali colocado como uma imposição, não fazendo parte das Ações finalísticas e próprias daquela Instituição, estas sim, consideradas prioridades. Como notável exceção, merece destaque o desempenho da Fundação Curro Velho, que tem se mostrado um parceiro comprometido com a eficácia e efetividade do Programa no que se refere a sua participação. Numa análise sobre o gerenciamento do Programa, é justo que se ressalte o reconhecimento, por parte do Gerente, de sua parcela de responsabilidade nessa baixa performance do Programa, ao assumir falhas no acompanhamento da execução acordada com os parceiros. Por outro lado, é visível o esforço de articulação que o Gerente realiza para ver executadas as diversas Ações programadas e para as quais foram alocados e garantidos recursos orçamentários. Entretanto, não se verifica, pela execução financeira e pela realização das metas físicas, o resultado dessa articulação; não se vê sinergia de esforços, nem mesmo compromisso por parte dos Órgãos executores. No aspecto orçamentário e financeiro, os recursos foram alocados em um único órgão responsável, no caso, a Secretaria Executiva de Justiça (que executa a sétima Ação do Programa “Implementação das Ações de Apoio do Programa Raízes em Terras Quilombolas e Terras Indígenas”), com o objetivo de melhorar o controle da execução, pela centralização do orçamento, e de facilitar o gerenciamento do recurso alocado no Programa, representando maior liberdade ao Gerente nas tomadas de PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 403 decisões, quanto às Ações a serem realizadas pelos diferentes executores, e em que período. Em que pesem essas dificuldades, o Programa apoiou diversos projetos produtivos para o desenvolvimento da apicultura, avicultura, manejo de espécies florestais, piscicultura, etc. Por meio do Programa, as comunidades indígenas e quilombolas tiveram acesso a cursos que melhoraram o nível educacional; capacitação profissional; oficinas de valorização das manifestações culturais e esportivas, de quilombolas e índios. O Programa Raízes possibilitou também, a construção de quatro escolas indígenas: uma no município de Pau D’Arco (aldeamento Las Casas- povo Kayapó); duas em Santa Maria das Barreiras( aldeamento Maranduba e Santo Antônio- povo Karajá) e uma escola indígena para o povo Amanayé no aldeamento Barreirinha no município de Paragominas. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 404 Na implementação das Ações previstas tem destaque àquelas voltadas para a valorização da cultura quilombola e indígena, com a produção de material didático e a realização do II Jogos Tradicionais Indígenas do Pará no município de Altamira, por meio da Secretaria Executiva de Esporte e Lazer e com apoio de outros órgãos Estaduais; III Jogos Quilombolas do Pará, onde a Fundação Curro Velho participou do processo de apoio à infra-estrutura dos espaços, realização de oficinas e atividades culturais; a I Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, tendo como objetivo geral a proposição de diretrizes para a Política Nacional, Estadual e Municipal de Promoção da Igualdade Racial e Étnica considerando a perspectiva de gênero, cultura e religião. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 405 Outras ações em parceria com o IAP foram executadas como: Elaboração do Livro e do Vídeo “Terra de Negro 3”, sobre os modos de vida das comunidades quilombolas dos municípios de Abaetetuba e Acará, com a edição de 500 exemplares de cada produção. Re-edição, do livro “O Negro do Pará sob o regime da escravidão” (3ª edição), de Vicente Salles, com 1.000 exemplares. Na área de cultura foram executadas por meio da SEJU: o Lançamento do CD interativo “Quilombolas do Pará”, contendo o mapeamento dos quilombos do Pará, com textos e fotos; Apoio ao Encontro de Mulheres Quilombolas, em Salvaterra; Apoio a diversos Encontros de Comunidades Quilombolas e outras. Quanto à Avaliação de Resultado O Governo do Estado disponibilizou em 2005, ao Programa Raízes, recursos da ordem de R$ 4,6 milhões para investimento nas principais atividades a que se propõe: promover o reconhecimento e a proteção dos direitos das comunidades remanescentes de quilombos e dos povos indígenas. Desses recursos, foram realizados R$ 3,1 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 406 milhões, equivalentes a apenas 67% do total previsto. Esse resultado foi inclusive inferior ao de 2004, que ficou com o percentual de 71% de execução financeira. De acordo com o indicador de eficiência, gerado pelo Sistema GP-Pará, o Programa apresentou um resultado REGULAR, por sua baixa capacidade de execução orçamentária e financeira, traduzida no desempenho físico de suas metas que ficaram muito aquém da previsão. Para medir seus resultados, o Programa conta com quatro indicadores que apresentaram em 2005, um desempenho muito abaixo do esperado, havendo uma retração dos índices apurados em relação ao ano anterior, ou, quando muito, um crescimento pouco significativo. Conforme o indicador “incremento de infra-estrutura básica das comunidades quilombolas/indígenas” o número de comunidades atendidas com infra-estrutura chegou a 21 comunidades, em 2005. Porém, comparando com 2004, onde esse número foi de 30 comunidades, tem-se uma queda de 30% no número de comunidades beneficiadas com infra-estrutura. O indicador “incremento de participantes em oficinas/cursos quilombolas/indígenas”, registra um decréscimo de 43,5 pontos percentuais em relação ao ano de 2004, visto que o número de quilombolas/índios participantes em oficinas/cursos, em 2005, foi de somente 1.606, enquanto que em 2004 chegou a 2.345. Segundo os dados registrados, o número de professores índios formados e capacitados, em 2004, foi de 114 professores para um total de 210 professores em escolas indígenas, alcançando um percentual de 54% no ano. Em 2005, o número de professores índios formados e capacitados foi de 30 índios para um total de 167 professores das escolas indígenas, portanto bem abaixo do alcançado em 2004, ou seja, representou uma queda de 36,04 pontos percentuais. Somente o indicador que mede a “taxa de titulação coletiva” teve um desempenho favorável em 2005, tendo ficado 1,96 pontos percentuais acima, quando comparado a 2004, ano este em que não houve emissão de títulos coletivos a quilombolas. O resultado revelou a emissão de três títulos coletivos no ano de 2005 para um total de 153 comunidades quilombolas sob jurisdição do Estado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 407 Quanto aos Avanços e Perspectivas Os resultados pífios que os indicadores do Programa demonstram, não correspondem, entretanto, ao significado da ação de Governo que selecionou uma minoria socialmente excluída (negros e índios) para proporcionar um atendimento diferenciado e prioritário, no âmbito de suas instituições. Vale ressaltar que a principal atribuição do Programa Raízes é ser o articulador das reivindicações dos negros e índios juntos aos órgãos estaduais responsáveis pela execução das atividades e projetos. É, portanto, de fundamental importância para o sucesso do Programa, o bom desempenho desses Órgãos, assim como, de outros parceiros na esfera federal, como a FUNAI, que trata de questões indígenas; a FUNASA que desenvolve ações de saúde; além do INCRA e da Fundação Palmares responsáveis pelos procedimentos de reconhecimento de domínio em áreas sob a jurisdição da União. Desde maio de 2000, quando foi criado pelo Governo do Estado, o Programa Raízes vem atuando em várias frentes, contribuindo de forma decisiva para mudar a realidade das comunidades quilombolas e dos povos indígenas em todo o Estado, investindo em infra-estrutura de saneamento e produção, capacitação profissional, educação e preservação da cultura local. O papel do Governo do Pará, na titulação de terras de quilombos tem se revestido de grande importância no cenário nacional, servindo inclusive, como exemplo aos demais Estados. Mereceu destaque por ter sido o primeiro Governo Estadual a titular uma terra de quilombo, ainda em 1997. Foi, também, o primeiro Governo a proceder a uma desapropriação para garantir a propriedade de uma comunidade quilombola, em 2002. Por meio do Programa Raízes, criado em 2000, mais de 200 comunidades quilombolas e indígenas foram beneficiadas com titulação de terras, construção de escolas, cursos de capacitação, oficinas de arte e ofício, atividades de valorização da cultura étnica e tantas outras atividades. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 408 O que se observa pela análise do desempenho físico e financeiro dos Órgãos executores do Programa, é que havia espaço para fazer mais. Havia, inclusive, recursos alocados garantidos para tal, entretanto, a eficácia e a efetividade do Programa ficaram comprometidas por falta de maior celeridade de seus executores, que vêm contabilizando, ano a ano, desperdício de recursos e do esforço de articulação e mobilização encetada pela gerência do Programa que, muita das vezes, fica impossibilitada de concluir uma determinada Ação porque o Programa destaca recursos orçamentários para que cada Órgão faça a sua parte no leque de Ações já acordadas pela gerência. Esse recurso, entretanto, ao passar como destaque orçamentário, sai da governabilidade da gerência do Programa, ficando sua execução sob o poder discricionário do Órgão recebedor, que, como já dito anteriormente, nem sempre dá o tratamento prioritário esperado. Há necessidade de uma discussão conjunta entre Assessores das Secretarias Especiais, SEPOF, Coordenação do Programa e Órgãos executores, para ressaltar compromissos assumidos e fazer, enfim, valer a vontade do Estado, ao criar um Programa específico com o objetivo de favorecer o desenvolvimento de comunidades quilombolas e povos indígenas do Pará. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 409 5.1.4 PROGRAMA: SEGURANÇA NO TRÂNSITO Quanto ao Processo de Formulação Considerando que os problemas no trânsito são de âmbito nacional e que no Estado do Pará os índices de acidentes e de vítimas fatais e não fatais, refletem a problemática nacional, o Governo do Estado, com intuito de promover melhorias e reverter a situação de acidentabilidade e mortalidade no trânsito, elaborou o seu plano de governo, elegendo a problemática do trânsito como um dos focos de sua atuação, criando o Programa em questão, que tem como objetivo contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população buscando a eficiência e a eficácia nas ações de coordenação, de monitoramento e de educação para o trânsito, tendo como princípios o respeito à vida e a equidade, e como base o locus privilegiado, assegurado mediante à democratização do desenvolvimento. Para consecução do objetivo foi priorizado um conjunto de ações para resolução da seguinte problemática: Transgressão das normas de trânsito; Irregularidade na frota de veículos em circulação; Insuficiência de medidas de prevenção; Inadequado comportamento do cidadão; Centralização dos serviços do Detran; Deficiência nas articulações de ações com outros órgãos. Partindo da análise dos problemas detectados, a respeito da problemática do trânsito no Estado, o Programa se propôs a garantir condições seguras para todos, fazendo valer sua atribuição legal, estabelecida na Lei Nº 9.503/97, no que concerne à fiscalização, controle e estudo de dados sobre acidentes de trânsito, vistorias de veículos, promoção e participação de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN. Assim sendo, o Programa contribuiu para melhoria da qualidade de vida da população, buscando a eficiência e eficácia das ações. Contudo, há que se ressaltar que algumas ações do Programa não são pertinentes ao mesmo, bem como suas metas físicas não indicam o alcance de seu objetivo, pois em nada interferem ou auxiliam nos indicadores do Programa, são ações apenas rotineiras do Departamento de Trânsito que existiam antes da criação do Programa e apenas, a nosso ver, foram PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 410 inseridas no Programa de forma a levar-nos a crer que atuavam diretamente nos índices de acidente de trânsito. Quanto ao público-alvo do Programa, foi esse bem definido quando direciona ações tanto para os condutores, quer através de fiscalização de veículos e documentação, bem como dos transeuntes através de campanhas educativas. No aspecto orçamentário e financeiro, os recursos foram quase na sua totalidade concentrados em um único órgão responsável, no caso o Departamento de Trânsito do Pará, ocasionando um melhor controle da execução, dada à centralização do orçamento e facilitando o gerenciamento do recurso alocado no Programa, representando uma maior liberdade na tomada de decisões, quanto às ações a serem realizadas e em que período. Para esse conjunto de ações foram alocados recursos em 2005, da ordem de R$ 26,3 milhões, oriundos da arrecadação própria do órgão responsável pela política de trânsito no Estado. Quanto ao Processo de Implementação Dentre as dez ações que compõem o Programa Segurança no Trânsito, observou-se que algumas não passaram por uma avaliação concernente a sua importância quando do planejamento do Programa, e outras, a nosso ver, encontram-se equivocadas na formulação de seu objetivo, assim como, necessitam de uma melhor definição de seus produtos (Fiscalização de Trânsito; Implementação de Ações das DIRETRANS; Inspeção de Segurança Veicular; Realização de Vistorias Veicular; Educação do Trânsito; Interiorização dos Serviços de Habilitação e de Veículos; Realização de Estudos sobre Acidentes de Trânsito e suas Causas; Implementação de Ações de Controle de Qualidade dos Serviços de Veículo; Implementação de Ações de Controle de Qualidade dos Serviços de Habilitação; Apoio ao Processo de Integração do Município ao Sistema Nacional de Trânsito – SNT). Um dos fatores que levaram ao sucesso do Programa foi o fato de sua execução ter sido gerida por um único órgão, ou seja, o Departamento de Trânsito (DETRAN/PA), o que facilita a execução e controle do Programa, apesar da ausência da figura do Gerente do Programa, o que muito auxiliaria em uma melhor implementação das ações, inclusive as monitorando, assim como ajustando alguns produtos de ação que se apresentam, a nosso ver, inadequados ao Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 411 Quanto à suficiência e adequação dos meios para implantação do Programa, o órgão gestor alegou a necessidade de revisão e avaliação das ações, metas e produtos definidos para uma efetiva contribuição da resolução do problema a que se dispõe a atuar no Programa e ampliação dos indicadores para melhor avaliação dos resultados. O Programa apresenta recursos financeiros e infra-estruturais adequados quanto a sua implementação. Todavia, a quantidade de recursos humanos é insuficiente para atender as demandas dos serviços de competência do DETRAN/PA, principalmente nas Regionais, contudo o problema já está sendo sanado com a realização de concurso público neste ano. No que concerne à disponibilização de informações para controle da execução do Programa é necessário uma melhor elaboração, no sentido de ser mais claro e completo o conteúdo de sua abrangência, só assim será possível realizar uma avaliação de resultados precisa, o que dará condições de se sugerir ações que realmente atinjam os indicadores do Programa de forma resoluta. Quanto à Avaliação de Resultado O Programa, ora em análise, se compõe de um conjunto de ações que se propõem a atuar diretamente na problemática do trânsito, criando condições para uma política de redução de acidentes com ou sem vítimas fatais. Dentre essas ações o que se pôde observar é que algumas estão diretamente ligadas ao Programa, ou seja, apresentam condições de atuação na política em questão, outras, a nosso ver, apenas foram carreadas para o Programa pelo simples fato de fazerem parte da atividade do Departamento de Trânsito (DETRAN/PA), ou seja, fazem parte também da atividade rotineira deste Departamento, em nada contribuindo para os indicadores do Programa, como, por exemplo, as Ações de Controle de Qualidade de Veículo e Habilitação e de Estudos sobre Acidentes de Trânsito e suas Causas, sendo que esta última, está ligada à Ação de Educação no Trânsito, pois nenhum projeto de Prevenção e Educação pode ser realizado sem se saber previamente as causas e os motivos do problema. Não se pode deixar de mencionar a Ação de Vistoria Veicular que tem como órgão executor o Corpo de Bombeiros Militar do Pará, com objetivo de diminuir os riscos de incêndios em veículos automotores, que representam um trabalho preventivo no que diz respeito à conservação do patrimônio. As ações que apresentaram resultados positivos ao sucesso do Programa são as que mais diretamente atuaram, tais como: Fiscalização do Trânsito, Educação no 412 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 Trânsito, Apoio ao Processo de Integração do Município ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), Interiorização dos Serviços de Habilitação e de Veículo, Inspeção de Segurança Veicular, contribuindo de forma decisiva nos resultados abaixo: Realização de 500 ações de fiscalização de trânsito, no âmbito da circunscrição do DETRAN-PA, em 29 Municípios; Emissão de 29.569 Autos de Infração de trânsito do DETRAN-PA, decorrente de infrações tipificadas no CTB; Apoio a 8 Municípios: Municipalizados e/ou em processo de integração ao SNT, traduzidos em: Palestras e Seminários; Cursos de Formação e Reciclagem de Agentes de Trânsito; Curso de Formação de Agentes Multiplicadores de Educação no Trânsito; Projetos de Engenharia de Tráfego; Realização compreendendo: de 267 Campanhas ações Educativas; de educação Eventos em 37 Sócio-Culturais; Municípios, Atividades Escolares; Distribuição de Material Didático-Pedagógico; Formação e Reciclagem de Agentes Multiplicadores; Palestras; Atendimento de serviços de veículo e de habilitação, através do Projeto Atendimento Cidadão, em 56 Municípios. O Programa produziu o impacto desejado junto à sociedade, uma vez que o resultado foi positivo, pois o problema, considerado quando da formulação do Programa, era o elevado índice de acidente com vítimas fatais e não fatais no trânsito, levando-se ainda em consideração o aumento de 26% na frota de Veículos no Estado do Pará, observa-se uma redução nos índices pertinentes a tais acidentes em 2005, quando comparados aos índices relativos a 2003 e 2004, conforme demonstrativo abaixo: Indicadores do Programa Índice de Vítimas Fatais em Acidentes de Trânsito por 10.000 veículos – Morte até 30 dias Índice de Vítimas Fatais em Acidentes de Trânsito por 10.000 veículos – Morte na Hora Índice de Vítimas Não Fatais em Acidentes de Trânsito por 10.000 veículos Índice de Acidentes de Trânsito com Vítimas por 10.000 veículos Unidade Índices Índice mais recente (2003) 2004 2005 Vítimas Fatais 18,92 17,75 16,49 Vítimas Fatais 9,84 6,86 6,09 Vítimas não Fatais 98,46 93,89 91,99 Acidentes de trânsito com vítimas 85,57 84,52 82,33 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 413 Frota 2003 393.255 2004 441.667 2005 494.164 Observa-se nos quadros apresentados, que houve uma redução nos índices de acidente e de vítimas fatais e não fatais em acidente de trânsito, que apesar de ter sido positiva quanto ao objetivo do Programa, esta redução não foi mais representativa devido ao aumento da frota de veículos motorizados no Estado do Pará, em torno de 26%, o que contribuiu para redução dos índices do Programa, assim sendo sugere-se que seja revista fórmula para apuração dos indicadores em questão. Quanto aos Avanços e Perspectivas A constatação de que os índices de acidentes de trânsito com ou sem vítimas fatais, diminuíram em 12%, apesar do aumento da Frota Estadual em torno de 26%, o que equivale considerar que apesar dessa adversidade o programa “Segurança no Trânsito”, foi no geral executado com sucesso, pois atingiu seu objetivo concernente à queda dos índices de acidentes. Quanto ao GP Pará, acredita-se que a avaliação ora realizada por esse, apenas avalia as metas físicas previstas e o que foi executado orçamentariamente, não levando em consideração se a ação é pertinente ao Programa ou se tem um objetivo definido, assim sendo, a nota “excelente” apresentada em todas as ações do Programa, precisam ser analisadas com cautela. No decorrer da avaliação, detecta-se alguns pontos a serem mais trabalhados, o que acredita-se irá auxiliar no próximo PPA, ainda dentro da perspectiva de ajustes do Programa, concluí-se que doravante sejam designados gerentes de programa, pois alguns problemas que ora foram apontados, com certeza, teriam sido detectados e corrigidos no decorrer das atividades e não deixados para o final do exercício, sob pena de acarretarem prejuízo para o conjunto de ações. Na fiscalização de trânsito recomenda-se intensificar as ações de fiscalização, uma vez que a frota de veículos no Estado tem aumentado, fazendo-se necessário que a ação em tela atinja mais municípios, com disponibilidade de informações no GP-Pará, bem como identificando os Municípios onde se desenvolveram as ações de fiscalização, definindo o perfil do público atingido. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 414 Na ação de implementação das DIRETRANS, que tem objetivo de garantir a prestação dos serviços ao cidadão, dotando as Regionais de infra-estrutura adequada e diversificando os serviços, oportunidade em que observa-se que a ação em questão deverá ser ajustada quanto à definição de seu produto “Unidades Implementadas”, bem como da realização física que apresenta como resultado 122 Unidades, o que leva ao equívoco de se pensar que existem tais unidades, quando na verdade, conta-se apenas com 13 Regionais. Assim sendo, acredita-se que o produto deverá ser repensado para definição do resultado a alcançar, de forma a se ter um papel de manter ou melhorar a infra-estrutura das Regionais das DIRETRANS, já existentes. A ação Inspeção de Segurança Veicular que objetiva realizar perícias de inspeção veicular na frota do Estado, visando à regularização através do serviço de inspeção e certificação das condições de segurança, entretanto, para um melhor entendimento da ação e do produto e da sua inclusão no Programa, necessário se faz alguns ajustes, conforme relação abaixo: 1. Melhor definir o objeto da ação para “Realizar inspeção veicular na frota do Estado”, que passou por transformações em suas características, constatando sua condição de trafegabilidade”, pois o objetivo atualmente apresentado não é muito claro e explicativo; 2. Quanto ao produto, melhor seria defini-lo como “Veículo Inspecionado“, pois o produto “Laudo Pericial Expedido”, não corresponde com o que especifica o art. 6º da Resolução nº 185/2005; 3. Outro ponto a ser considerado é que o Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” encontra-se habilitado para realizar a inspeção veicular, bem como expedir o Certificado de Segurança Veicular (CSV), entretanto, há um equívoco no produto da ação, quando especifica, como produto o laudo pericial, pois um laudo pericial, tanto pode ser positivo como negativo em seu resultado, enquanto, o certificado, apenas é expedido quando o veículo apresentar condições de trafegabilidade. A Realização de Perícia Veicular tem como objetivo diminuir os riscos de incêndio em veículos automotores, tendo como produto o quantitativo de veículos vistoriados, cabendo-nos recomendar a mudança no objetivo da ação para “Regularização da Frota Estadual”, através da fiscalização da legalidade dos veículos em circulação, em consonância com a Resolução nº 055/98, bem como a modificação do produto para “Veículos Vistoriados”, tendo como responsável pelo produto o próprio DETRAN, a quem cabe expedir o C.R.L.A. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 415 A ação Educação no Trânsito tem como objetivo promover e participar de projetos de educação e segurança no trânsito, e no que concerne a esta ação deixa-se de apresentar qualquer recomendação, por achar que esta se desenvolveu de forma satisfatória, apenas sugerindo que não haja descontinuidade da ação no próximo orçamento. A ação Interiorização dos Serviços de Habilitação e de Veículos tem o objetivo de levar os serviços de habilitação e de legalização de veículos aos Municípios que não dispõem de Postos de Atendimento do DETRAN/PA, pois apesar de haver ficado claro seu produto, ou seja, Municípios atendidos, para uma melhor visibilidade do resultado da ação, deverão constar como informações complementares o quantitativo de documentos expedidos por município ou região, informação que irá contribuir para futuras avaliações do Programa. A ação Realização de Estudos sobre Acidentes de Trânsito e suas Causas tem como objetivo identificar os locais críticos de acidentes de trânsito e os fatores que contribuíram de forma mais relevante para este acontecimento. Sugere-se a retirada desta ação do Programa “Segurança no Trânsito”, devido que quando se planeja “Educação no Trânsito”, há necessidade de se identificar os problemas de maior incidência, bem como as áreas críticas de maior ocorrência de infrações, assim sendo, a realização de estudos deveriam de alguma forma fazer parte da implementação da “Ação de Educação no Trânsito”. As ações de Implementação de Controle de Qualidade dos Serviços de Veículo e de Controle de Qualidade dos Serviços de Habilitação têm o objetivo de aprimorar a prestação dos serviços ao cidadão, através do controle dos requisitos de qualidade e de legalidade a serem observados, desde o requerimento até a entrega do documento do veículo ou da habilitação ao cidadão. Estas ações que não representam qualquer influência direta no objetivo do Programa deveriam ser retiradas por entender que o problema de controle de qualidade dos serviços deve ser tratado dentro do Programa de Qualidade da Gestão no Pará (PQG/PA). A ação Apoio ao Processo de Integração do Município ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), que objetiva levar aos Municípios a atividade de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades, conforme estabelece o Artigo 5° da Lei n.° 9.503/97, vem sendo implantada com sucesso, pois dos 143 Municípios do Estado do Pará, 27 já estão PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 416 integrados ao Sistema, representando 81% da frota estadual de veículos registrados. Esta ação precisa ter sua meta ampliada para o próximo PPA, pois é um serviço de relevância, na questão da melhor dinâmica do trânsito no interior do Estado, bem como no envolvimento de outros agentes no cumprimento da Política Nacional de Trânsito, pois o que se pode observar no decorrer do Programa foi que a municipalização do trânsito trouxe como conseqüência uma maior fiscalização do trânsito pelos Agentes Municipais, em contrapartida diminuindo as incidências de trânsito que também contribuíram para o sucesso do Programa. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 417 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 5.2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS (Abordagem Quantitativa - Sintética) 418 PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 419 5.2.1 PROGRAMA GESTÃO DA INFORMAÇÃO DA DEFESA SOCIAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Gestão da Informação da Defesa Social Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Defesa Social (SEEDS) Órgãos Executores: Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM); Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC); Defensoria Pública; Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DETRAN); Instituto de Metrologia do Pará (IMEP); Polícia Civil (PC); Polícia Militar (PM); Secretaria Executiva de Segurança Pública (SEGUP); Secretaria Executiva de Justiça (SEJU); Superintendência do Sistema Penal (SUSIPE). Objetivo do Programa: Possibilitar o monitoramento em larga escala, de análise criminal, para a tomada de decisão em menor espaço de tempo. Ações do Programa: 1. Automatização de Informação Sistêmica da Defesa Social; 2. Automatização de Informação Sistêmica da Defesa Social – Enc. CBM; 3. Construção da Nova Sede do CIOP e CEI; 4. Interiorização das Ações do Centro Estratégico Integrado (CEI); 5. Interiorização das Ações do Centro Integrado de Operações (CIOP); 6. Intensificação dos Serviços de Inteligência. Aspecto Destacado A instalação e operacionalização do Sistema de Monitoramento de vias públicas, garantiu a observação diuturna de 16 (dezesseis) pontos na cidade, com reflexos positivos na garantia da ordem social em áreas de maior fluxo de pedestres, interligando as polícias por meio de uma rede de comunicação, via rádio, sistemas informatizados, etc. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 420 Análise dos Resultados O Programa “Gestão da Informação de Defesa Social” foi criado para atender a uma necessidade específica da Área, que era implantar sistemas de informações suportados pela tecnologia de informação e comunicação, de forma a possibilitar o monitoramento, em larga escala, da análise criminal visando tomadas de decisões em menor espaço de tempo. Com esse objetivo, o Programa seria executado por todos os Órgãos que compõem a área de Defesa Social vez que, seria ele, o instrumento de viabilização de toda e qualquer ação realizada com o intuito de implantar sistemas informatizados e de comunicação que permitissem o acesso a banco de dados, a registros de ocorrências, à trafegabilidade on line, enfim, à tempestividade da informação. A idéia era de preparar a área de Defesa, em especial a de segurança pública, para dar e receber informações articulando-se e quiçá integrando-se a outros Programas e sistemas informatizados, inclusive no âmbito federal, como o Sistema de Informações Penitenciárias (INFOPEN). Neste sentido, a Ação “Automatização da Informação Sistêmica de Defesa Social” que tem o objetivo de “assegurar a qualidade e tempestividade das informações necessárias à prestação dos serviços, através da automatização de sistemas, nas unidades da área de defesa social” é a que mais reflete o esforço empreendido pelo Programa. As demais Ações (Interiorização do CEI, interiorização do CIOP, Intensificação dos Serviços de Inteligência, Construção da Nova Sede CEI/CIOP) referem-se aos avanços que deverão ser empreendidos pelo Programa, no sentido de descentralizar ações por meio da interiorização dos serviços e de modernizar as estruturas atuais construindo, reformando e equipando. Em 2005, o Programa teve R$ 9,5 milhões de orçamento, dos quais realizou R$ 8,2, isto é, 87%. Pelo sistema GP Pará, o Programa obteve conceito BOM que se refere ao grau de eficiência. Em que pese o conceito atribuído pelo desempenho global do Programa, o que se observa, analisando a performance individual de suas Ações é que, muita das vezes, os recursos foram utilizados para outros fins, diferentes, portanto, do produto previsto. Por exemplo, a Ação “Interiorização das Ações do Centro Integrado de Operações – CIOP”, utilizou 90% do recurso previsto, mas na reestruturação do Centro em Belém, e não na implantação de novos Centros (como Marabá e Castanhal que PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 421 estavam previstos). A alegação contida no sistema é de que os recursos foram insuficientes. A análise dessa situação e de outras similares, mostra que o Programa contabiliza bons resultados porque realiza o orçamento previsto e a informação física é alimentada, mesmo que essa meta não seja aquela prevista. Dito de outra forma, o Programa não conseguiu, via de regra, atingir as metas físicas propostas. Entretanto, ao mesmo tempo em que se verifica o descumprimento da meta prevista, é válido registrar o avanço que a área de segurança conseguiu obter no que se refere à modernização de suas infra-estruturas de informação, quanto a aquisição de hardwares, softwares e outros instrumentos de comunicação e informação que tem melhorado sobremaneira o serviço prestado pelo Centro Integrado de Operações, inclusive na cobertura de logradouros e vias públicas por meio do monitoramento com câmeras localizadas em pontos estratégicos da cidade, coibindo e até evitando assaltos a pedestres, em especial a turistas. Quanto à formatação do Programa, as Ações que o compõem, quer pelos seus objetivos, produtos e metas não evidenciam a necessária articulação e concorrência ao objetivo do Programa, uma das regras fundamentais de conceituação e, conseqüentemente, de composição de um Programa. A maioria dos produtos das Ações, por exemplo, deveria ser revisto, pois “Unidade Implementada”, “Unidade Implantada” ou “Unidade Informatizada” não mensuraM objetivamente a contribuição da Ação para o resultado do Programa. Considerações Finais É incontestável a importância da informação e comunicação sistêmica para o registro, o trâmite e a conclusão de processos, procedimentos e formação de banco de dados que subsidiem outros sistemas e tantas outras informações, com maior fidedignidade e tempestividade. Entretanto, o que não ficou evidenciado na avaliação de desempenho, é se esses procedimentos foram ou serão implementados por meio deste Programa. Por outro lado, a escassez dos recursos, alegada por muitos Órgãos, mas também a prática relatada por outros – de que o Programa funciona como um depósito orçamentário do qual lançam mão dos recursos para cobrir outras despesas consideradas mais urgentes ou prioritárias -, permitem inferir que o Programa não tem sustentabilidade como tal. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 422 Os próprios resultados dos indicadores do Programa estão na contramão de seu objetivo: aumentou o tempo médio de atendimento do CIOP (tempo resposta) e diminuiu a taxa de cobertura estadual do CEI/SISP. Em contraponto, quando se analisam os relatórios de atividades dos Órgãos e/ou Unidades executoras, há uma riqueza de informação e demonstração de avanços na Área que o Programa não consegue traduzir ou cooptar. Pelo exposto e considerando a necessidade de aprofundar discussões sobre a concepção e estratégia de implementação do Programa, e, dado o tempo útil do PPA 2004-2007, sugere-se que o Programa seja objeto de reflexão conjunta entre Órgãos Executores, Secretaria Especial de Defesa e Secretaria Executiva de Planejamento, para que seja analisada sua coerência e até mesmo sua existência, no próximo Plano Plurianual de Governo. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 423 5.2.2 PROGRAMA PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Participação e Controle Social Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Defesa Social (SEDES). Órgãos Executores: Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DETRAN); Polícia Civil (PC); Polícia Militar (PM); Secretaria Executiva de Justiça (SEJU); Secretaria Executiva de Segurança Pública (SEGUP). Objetivo do Programa: Garantir a participação da sociedade no cumprimento das políticas integradas de segurança pública e defesa social, através de mecanismos de participação comunitária e controle social. Ações do Programa: 1. Formação de Conselhos Interativos de Segurança e Justiça (CISJU); 2. Gerenciamento dos Conselhos de Segurança Pública (COMEN/ CONSEP); 3. Implementação das Ações do Conselho Estadual de Trânsito; 4. Implementação das Ações da Ouvidoria; 5. Implementação do Centro de Prevenção e Recuperação de Drogas (CENPREN); 6. Implementação do Conselho Estadual de Entorpecentes (CONEN); 7. Implementação do Conselho Estadual de Política Criminal e Penitenciário (CEPCP); 8. Implementação do Conselho Penitenciário; 9. Implementação da Corregedoria de Polícia; 10. Incentivo a Implantação de Conselhos Municipais de Entorpecentes (COMADS). Aspectos Destacados Avanços no processo de implantação de CISJU’s, que intensificou a participação da sociedade de forma sistemática; a atuação consciente da população em relação às ações de Governo; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 424 Redução da violência devido à participação da sociedade nas discussões e deliberações sobre segurança pública, em conjunto com o poder público; Foram formalizadas à Ouvidoria de Segurança Pública, 282 denúncias contra policiais. Importante canal de interlocução com o cidadão e condutora de opiniões, reclamações e denúncias sobre abusos cometidos na ação policial; Instauraram pela Corregedoria Geral das Polícias Civil e Militar 2.488 procedimentos de infrações cometidas por policiais, impondo sanções nos limites de sua competência, contribuindo, assim, para a geração de um campo ético inovador. Análise dos Resultados O Programa Participação e Controle Social apresentou indicador de resultado BOM em relação ao desempenho físico e financeiro do conjunto de suas Ações. A performance apresentada na execução do Programa sugere falha no processo de planejamento das Ações, no que diz respeito às metas físicas propostas e à própria alocação dos recursos, embora tenha havido uma reformulação em algumas Ações, metas e produtos no OGE 2006, o que irá corroborar para uma melhor apuração de resultado no que se refere ao alcance do objetivo do Programa que tem uma proposta interessante que é garantir a participação da sociedade no cumprimento das políticas públicas da Área da Defesa Social. Em seu escopo, congrega Ações dos diversos Conselhos da Área de Segurança Pública, bem como a Ouvidoria e a Corregedoria de Polícia. Embora as Ações do Programa sejam pertinentes ao seu objetivo e tenham sofrido alterações de produtos e metas, em conseqüência da avaliação realizada em 2005, referente ao ano de 2004, os produtos, via de regra, não conseguem ainda dar respostas aos resultados alcançados pelas Ações, porque estão ainda descritos como “conselho implantado”, “conselho implementado”, “ação implementada” etc, que, a rigor, não tem significado algum na aferição de resultado. Os recursos alocados no Programa foram, predominantemente, do Tesouro Estadual, da ordem de R$ 3,2 milhões os quais sofreram redução ao longo da execução, totalizando R$ 2,2 milhões. Destes, foram realizados 88%. Chama a atenção, pela baixa capacidade de execução orçamentária, a Ação de “Implementação do Centro de Prevenção e Recuperação de Drogas (CENPREM)” que teve uma dotação inicial de R$ 63 mil, recebeu suplementação orçamentária para PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 425 investimento no valor de R$ 150 mil e não utilizou esse recurso. Da dotação orçamentária que chegou a totalizar R$ 213 mil, só realizou 27%. Por outro lado, no aspecto da implementação de suas Ações, destaca-se o bom desempenho da Ação “Formação de Conselhos Interativos de Segurança e Justiça (CISJU)”, uma Ação da Agenda Mínima de Governo, que conseguiu superar sua meta originalmente estabelecida para 2005 (11 CISJU’s) e implantou 14 CISJU’s, quando essa Ação tem uma dificuldade muito peculiar que é carecer da aquiescência do poder local para sua efetivação. Os CISJU’s, criados com a finalidade de assegurar a participação da sociedade nas ações de Segurança Pública, foram tema de discussão do 6º Encontro Estadual dos CISJU’s, realizado em Icoaraci no mês de dezembro, com a finalidade de reunir os Conselhos implantados e em fase de implantação para capacitação e troca de experiências. Como avanço podem-se citar a participação da sociedade de forma sistemática; a conscientização da população quanto a sua atuação em relação às ações do poder público, e em alguns municípios, a redução da violência decorrente da participação da sociedade em conjunto com o poder público. Segundo avaliação da equipe que realiza esta Ação, houve até redução da violência em alguns municípios, por conta da participação da sociedade nesses Conselhos e da consciência que está sendo sedimentada da importância dessa participação e controle social. Por sua vez, a Ação “Gerenciamento dos Conselhos de Segurança Pública COMEN-CONSEP”, contabiliza como obstáculos ao seu bom desempenho: o descumprimento, por parte de órgãos do Governo Federal, de compromissos assumidos na mediação de conflitos fundiários na Pará, o que inviabilizou reuniões e audiências públicas programadas pelo CONSEP; o contingenciamento, pela União, de recursos financeiros do Fundo Nacional de Segurança Pública, ocasionando prejuízos à execução de projetos aprovados pelo CONSEP, no Plano Estadual de Defesa Social; incipiente apoio às instituições integrantes do Conselho de Segurança Meio Norte (COMEN) nos vários Estados da Região “Meio Norte”, restringindo a execução plena das operações policiais integradas interestaduais; a ausência de grandes debates doutrinários no CONSEP como mecanismo de indução à tomada de decisões políticas em benefício da sociedade; indisponibilidade de estrutura física e de pessoal qualificado para as necessidades dos Colegiados; carência de uma estrutura de comunicação social o que possibilitaria ampla divulgação dos trabalhos executados pelos Colegiados. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 426 Em que pesem essas dificuldades o CONSEP credita como bem sucedido, o trabalho de apoio no atendimento a crianças e adolescentes por meio de sua participação ativa no Programa “Conquistando a Vida”; e o apoio à Campanha Nacional de Desarmamento. Por seu turno, o COMEM participou de reuniões estaduais (no Pará, Tocantins e Maranhão) com o objetivo de planejar ações policiais de forma integrada, além da troca de experiências e informações entre os Estados componentes (Pará, Tocantins, Maranhão, Amapá e Piauí). Participou também da discussão sobre a política e as ações de segurança pública em relação à região “Meio Norte”, com o Ministério da Justiça por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP). Atuou, ainda, como agente provocador da socialização de conhecimentos para os integrantes do Colegiado, na busca de parcerias com o Conselho de Segurança do Norte, visando o fortalecimento político da Amazônia Legal, na área de Segurança Pública. A Ação “Incentivo à Implantação de Conselhos Municipais de Entorpecentes (COMADS) está passando por uma reflexão quanto ao seu produto que foi definido como ”Conselho Implantado”, quando, na prática, a Secretaria de Justiça não é a responsável pela implantação desses Conselhos. O trabalho realizado é apenas de apoio aos municípios, articulando e negociando a criação do Conselho em si, por meio de reuniões técnicas, de sensibilização, capacitações, orientações, etc. Em razão disso, o Órgão executor, solicita mudança do produto desta Ação para “Município Apoiado” por representar melhor o trabalho executado pela esfera estadual. Em 2005, a SEJU realizou visitas técnicas de sensibilização, articulação e de orientações a 11 municípios, de cujo trabalho resultou na implantação de um Conselho Municipal em Tomé-Açu. A Ação “Implementação das Ações da Ouvidoria de Segurança Pública” tem por objetivo “garantir a participação da sociedade no acompanhamento, controle e prevenção de abusos praticados pelos profissionais da área de segurança pública” e apresenta, nesse exercício, um produto insignificante para a mensuração de resultado da Ação. Entretanto, no OGE 2006, o produto já está alterado para “denúncia formalizada” numa tentativa de se aferir resultados. Em 2005, foram formalizadas 282 denúncias. Chama a atenção no Relatório da Ação a significativa redução de recursos orçamentários, tendo passado de R$ 43 mil reais para, apenas R$ 6 mil. Esse comportamento enseja três hipóteses: 1. O Órgão gestor não tinha conhecimento fidedigno das necessidades da Ouvidoria, superestimando os recursos; 2. O recurso foi PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 427 condizente com as necessidades da Ouvidoria, mas houve necessidade de remanejamento de orçamento para outras Ações e a Ouvidoria passou por severas restrições orçamentárias no ano em análise; 3. A Ouvidoria teve todas as suas necessidades atendidas, mas a execução das despesas foram realizadas em rubricas de outras Ações. De qualquer forma, merece uma reflexão do Órgão gestor sobre a importância que deseja imprimir a essa Ação e, por conseguinte, a Ouvidoria no âmbito estadual, face inclusive à “notoriedade que [a Ouvidoria do Pará] vem adquirindo nos últimos anos”15. Com relação aos indicadores de resultado do Programa, da forma como estão construídos e pela apuração do ano de 2005, não é possível afirmar se o Programa já apresenta impacto positivo na situação que pretende intervir, ou seja, garantir a participação da sociedade, por meio de mecanismos de participação e controle social. O indicador que responde melhor a esse objetivo é a “Taxa de Cobertura Estadual”, referente ao número de municípios com CISJU’s implantados. O resultado aferido demonstra um aumento de 5 pontos percentuais na taxa de cobertura estadual em 2005, quando comparado a 2004. Considerando a quantidade de CISJU’s implantados (7, em 2004 e 14, em 2005) que representa 50% da meta prevista para o PPA 2004-2007 de implantar 42 CISJU’s, e a tendência de crescimento dessa cobertura, é válido afirmar que a meta prevista para este PPA poderá ser plenamente atingida. O outro indicador do Programa “Taxa de Monitoramento das Decisões do Conselho de Segurança”, conquanto apresente um aumento de 10,03 pontos percentuais na taxa de monitoramento das decisões do Conselho de Segurança Pública para 2005 em relação a 2004, julga-se não relevante porquanto não contribui para o alcance do objetivo do Programa. Neste sentido, opina-se que qualquer conclusão sobre o impacto do Programa na consecução de seu objetivo, é precoce, embora seja perceptível um sensível aumento da área de atuação do Programa no contexto social. Considerações Finais O Programa “Participação e Controle Social” visa a garantir a participação da sociedade nas discussões da política de segurança pública, o que pode ser viabilizado pela inserção de representantes da sociedade nos diversos Conselhos de Segurança e 15 Pinto Lyra, Rubens, Lusotopie 2003, p.385. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 428 Justiça constituídos no âmbito da Área de Defesa Social e pelos canais de interlocução com a sociedade disponibilizados pelo Programa. Conforme expresso na análise de resultados, as Ações que conformam o Programa apresentam pertinência com o objetivo do Programa, havendo necessidade apenas de novas alterações em seus produtos, a fim de que possam permitir uma análise de resultados coerente. Quanto aos dois Indicadores do Programa (Taxa de Cobertura Estadual e Taxa de Monitoramento das Decisões do Conselho de Segurança) julga-se conveniente adotar outros indicadores para o Programa que permitam, a exemplo da Taxa de Cobertura, verificar se os resultados alcançados corroboram para o alcance do objetivo do Programa. No que tange à implementação das Ações, ressalte-se a importância da Ouvidoria e da Corregedoria de Polícia, enquanto instrumentos estaduais de controle sobre a ação policial, na redução da violência cometida por esses. Entretanto, o que se depreendeu, na prática e pela análise da alocação de recurso programada para essas duas Ações e pela execução orçamentária das mesmas, é o condicionamento que essas entidades ficam ao poder discricionário das Secretarias Executivas às quais são vinculadas que, via de regra, priorizam seu próprio aparelhamento e suas próprias necessidades. Ademais, e como agravante, há o desconhecimento da sociedade sobre o trabalho dessas Instituições, quiçá sobre a própria existência delas, no aparelho Estatal. Esse desconhecimento deve-se, grande parte, à insuficiente divulgação das ações da Ouvidoria e da Corregedoria e até mesmo à resistência ao papel delas, por parte dos policiais. Face ao exposto, e com o intuito de contribuir para o melhor desempenho do Programa, apresentam-se algumas recomendações: Que as análises produzidas acerca de alterações em produtos e metas das Ações que conformam este Programa, sirvam de reflexão na formulação do próximo Plano Plurianual, vez que já está sendo executado o 3º ano do PPA 2004-2007 e qualquer alteração sugerida agora só será efetivada em 2007, portanto, último ano deste PPA; Que seja excluído o Indicador “Taxa de Monitoramento das Decisões do Conselho de Segurança Pública”, dado a falta de pertinência com o objetivo do Programa; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 429 Que sejam criados dois novos Indicadores para o Programa: um Indicador que possa medir o resultado da ação da Corregedoria com relação às sanções aplicadas, como forma de dar um retorno às demandas do cidadão e maior transparência ao processo do controle social. Para tanto, sugere-se “Taxa de Sanções Aplicadas”, cuja fórmula se baseia na quantidade de sanções aplicadas, divididas pela quantidade de inquéritos apurados vezes 100; O outro Indicador proposto deverá medir a participação da sociedade nos Conselhos de Segurança e Justiça da Área de Defesa Social, como: “Taxa de Participação da Sociedade nos Conselhos de Segurança e Justiça” cuja fórmula, salvo melhor juízo, pode ser a quantidade de representantes da sociedade civil, dividida pela quantidade de representantes do poder público vezes 100; Que sejam revisados critérios para alocação e execução dos recursos, por Ação; Que sejam disponibilizadas às entidades executoras das Ações, informações sobre o orçamento disponível para as suas atividades; Que seja amplamente divulgado para a sociedade, pelos canais de informação, e, aos servidores estaduais, por meio de seus contracheques, a existência da Ouvidoria e da Corregedoria de Polícia e dado a conhecer suas atribuições e forma de acesso. Espera-se com isso contribuir para a mudança da consciência cidadã e para o aperfeiçoamento da atuação dessas instituições, responsáveis que são pela mediação de conflitos e correição de irregularidades cometidas por policiais. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 430 5.2.3 PROGRAMA: POR UMA CULTURA DE PAZ ENTRE JOVENS (PRÓ-PAZ) Apresentação do Programa Nome do Programa: Por uma Cultura de Paz entre os Jovens (Pró-Paz) Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Defesa Social (SEDES) Órgãos Executores: Corpo de Bombeiros Militar; Secretaria Executiva de Segurança Pública; Centro de Polícia Científica Renato Chaves; Fundação Curro Velho; Polícia Civil; Polícia Militar; Fundação Carlos Gomes; Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves; Secretaria Executiva de Esporte e Lazer (SEEL); Secretaria Executiva de Cultura (SECULT); Secretaria Executiva de Educação (SEDUC); Secretaria Executiva de Saúde (SESPA). Objetivo do Programa: Promover a paz social no seio dos agrupamentos juvenis, através de intervenção preventiva e da implementação de mecanismos que estimulem uma cultura de paz e não violência entre os jovens. Ações do Programa: 1. Implementação das Ações Educativas - Escola da Vida; 2. Implementação do Projeto “Segurança Vai à Escola - SEVE”; 3. Realização de Atividades Sócio-Culturais voltadas para uma Cultura de Paz; 4. Atendimento Sócio-Educativo a Crianças e Adolescentes Carentes ‘Meninos e Meninas Livres - MEL’’; 5. Integração Escola Comunidade; 6. Realização de Perícias Médico-Legais em Crianças e Adolescentes; 7. Atendimento à Criança e ao Adolescente Vitimizado – DATA; 8. Ações de Policiamento Assistencial ao Menor; 9. Disseminação da Cultura da Paz; 10. Implantação do Projeto Aguapé; 11. Implementação das Ações do PRÓ-PAZ Integrado; PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 431 12. Implementação da Rede de Proteção Social nas Escolas – CIPOE; 13. Construção das Unidades de Produção; 14. Operacionalização das Ações do Programa PRÓ-PAZ. Aspectos Destacados Resgate da cidadania atingindo cerca de 18.500 crianças e adolescentes que se encontravam em situação de risco pessoal e social; Ações sócio-educativas, culturais e desportivas, estimularam a participação efetiva de mais de 6.000 familiares, das crianças e adolescentes, conscientizando-os do seu real papel como atores no crescimento emocional desse público juvenil; Adaptação de espaço único para o atendimento a vítimas de violência sexual, onde foram atendidas cerca de 11.500 crianças e adolescentes, sendo prestados diversos serviços, como: assistência médico-ambulatorial, psicossocial, pericial e judicial. Análise dos Resultados De modo geral, o Programa “Por uma Cultura de Paz entre os Jovens” foi concebido, tendo como pano de fundo a modificação do quadro até então existente em relação à vulnerabilidade em que as crianças e adolescentes do nosso Estado encontravam-se expostos a situações de violência entre os jovens. Os problemas detectados apresentaram causas diversas, das quais destacou-se a falta de qualificação profissional dos pais das crianças e adolescentes no mercado de trabalho, gerando sua inserção em trabalhos informais, de baixíssima renda, quando, não raro, a prestação de ‘bicos’ ou mesmo, na maioria dos casos, a falta de emprego. A renda auferida por essas famílias geralmente é muito baixa contrastando com famílias numerosas, que no dia-a dia necessitam de maiores ganhos para o seu sustento, obrigando, praticamente as crianças e adolescentes, a entrarem no mercado de trabalho em subempregos, ocasionando ainda, o aumento dos números de evasão escolar; quando não, essa situação possibilita também, o cometimento de pequenos delitos, como furtos, uso de drogas, prostituição infantil, etc, tirando esse jovem de seu curso natural de vida e acarretando, desta feita, uma série de problemas sociais os quais precisam ser debelados pela ação governamental. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 432 Assim sendo, diversas ações foram desenvolvidas visando à mudança desse quadro, tendo em vista o favorecimento e a melhoria do bem-estar das crianças e adolescentes. Procurou-se levar às escolas, ações educativas buscando reduzir o risco da delinqüência infanto-juvenil, havendo assim, necessidade de capacitar professores, técnicos e comunidades das escolas, no intuito de promover a segurança e a proteção do público infanto-juvenil nos estabelecimentos de ensino. As atividades sócio-educativas, culturais, esportivas e lúdicas também se destacaram, envolvendo quase 5.000 crianças e adolescentes nas oficinas de Arte e Ofício, realizadas nos municípios da grande Belém. Há que se destacar ainda, o sucesso da Ação Integração Escola Comunidade, vez que sua implementação carreia uma demanda significativa por parte da comunidade pelos serviços ofertados ao público carente, como os serviços de saúde dentro das escolas. Constatou-se a participação mais efetiva dos familiares das crianças e adolescentes nas atividades implementadas em prol do crescimento psicossocial dessa fatia da população. Essa participação possibilita, de certa maneira, a conscientização da importância desses familiares no desenvolvimento emocional e social desses menores. O Programa apresentou boa performance ao longo de sua execução, fruto do empenho dos vários Órgãos envolvidos, que implementaram Ações, por meio das quais buscaram, em todos os aspectos, ofertar a esse público juvenil uma melhor condição de vida, promovendo, assim, o resgate de sua cidadania em consonância com o que é apregoado no Estatuto da Criança e do Adolescente. Quanto aos resultados financeiros pode-se deduzir também que o Pró-Paz procurou otimizar os recursos a ele destinados, dos quais 89% foram utilizados, ratificando, portanto, um sucesso bem significativo, tendo considerável êxito em sua implementação. Em relação aos indicadores que mensuraram o desempenho das ações do PróPaz percebe-se que ocorreram situações adversas ao que se pretendia alcançar, como é o caso do indicador de vítimas fatais por violência envolvendo crianças, adolescentes e jovens de até 24 anos, por 10.000 habitantes infanto juvenil. Em 2005, o número de vítimas fatais, nessa faixa etária, foi de 371 pessoas, ou seja, para cada 10.000 habitantes infanto-juvenil na Região Metropolitana de Belém, 2,9 pessoas foram vítimas fatais de algum tipo de violência. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 433 Quanto ao segundo indicador: índice de violência registrado envolvendo crianças, adolescentes e jovens até 24 anos, por 10.000 habitantes infanto juvenil, percebe-se que em 2005, houve um sensível aumento no número de vítimas, isto é, foram registrados 7.221 casos contra 6.942, no ano anterior ocorrendo, assim, um retrocesso quanto aos objetivos pretendidos pelas ações, que é o de buscar a paz no seio dos agrupamentos juvenis. Ressalte-se, portanto, que esses dados, de certa forma, vêm demonstrando que as ações implementadas não estão conseguindo atingir o efeito desejado, ou mesmo não estão sendo suficientemente eficazes para diminuir e/ou frear os casos de violência, os quais continuaram a se suceder, apesar do esforço pela busca de um melhor desempenho das Ações e pela otimização dos recursos financeiros empregados no Programa como um todo. Em se tratando de um terceiro indicador: índice de vítimas não fatais por violência envolvendo crianças, adolescentes e jovens até 24 anos, por 10.000 habitantes infanto juvenil, verifica-se uma tímida queda desse índice em 2005 (57,1%) comparado com o ano anterior (57,3%), deduzindo-se que os efeitos das Ações, ainda são muito tênues em relação à mudança proposta para essa faixa da população. Considerações Finais Apesar do sucesso obtido pelo Programa no seu todo, é importante e necessário que se repensem os motivos que impossibilitaram o alcance de uma melhor performance dos indicadores de violência contra e pelas crianças e adolescentes. Essa reflexão urge em razão de que, como promotores da melhoria da qualidade de vida do público em questão, seria razoável rever ou mesmo aumentar o leque de entidades e parcerias e até mesmo de ações que levassem, num esforço conjunto e redobrado da ação governamental, à mudança do cenário hoje existente e que tal mudança venha a ser percebida por esse público, como também por toda população paraense. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 434 5.2.4 PROGRAMA: RECONSTRUINDO A LIBERDADE Apresentação do Programa Nome do Programa: Reconstruindo a Liberdade Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Defesa Social (SEDES) Órgãos Executores: Superintendência do Sistema Penal do Estado do Pará (SUSIPE); Defensoria Pública; Secretaria Executiva de Esporte e Lazer (SEEL). Objetivo do Programa: Reinserir socialmente pessoas que feriram postulados éticosjurídicos. Ações do Programa: 1. Ampliação do Sistema Prisional; 2. Atendimento à População Carcerária do Estado; 3. Fornecimento de Etapas de Alimentação para Unidades Prisionais; 4. Implementação do Projeto Pintando a Liberdade; 5. Realização de Mutirão da Execução Penal; 6. Ressocialização do Preso. Aspectos Destacados Profissionalização de 400 detentos do Sistema Prisional do Estado, oportunizando-lhes trabalho e renda com a confecção de 173.700 materiais esportivos como: bolas, uniformes e redes; Reforma e adaptação de espaço para funcionamento do Pólo Produtivo “Fábrica Esperança” que abrigará num único espaço, oficinas de produção de material esportivo, serigrafia e Restaurante Popular, dando oportunidade para o trabalho de 400 egressos do sistema prisional, o que contribuirá para a diminuição dos índices de reincidência dessa população; 1.108 novas vagas criadas com a construção e ampliação de unidades prisionais em: Altamira, Cametá, Mocajuba; Centro de Recuperação de Salinópolis ; Presídio Estadual Metropolitano III, em Santa Izabel do Pará e Presídio Estadual Metropolitano IV, em Marituba. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 435 Análise dos Resultados O Programa “Reconstruindo a Liberdade” foi criado para contrapor-se ao problema detectado no âmbito do sistema penitenciário, que contabilizava um alto índice de reincidência de práticas criminosas, concorrentes, por sua vez, para a superpolução carcerária no Estado. O problema detectado apresentava diversas causas, das quais destacava-se a falta de qualificação profissional do apenado para reinserção no mercado de trabalho. Sendo este considerado o mote principal, substanciou a formulação do objetivo do Programa e, conseqüentemente, de seus indicadores. Do ponto de vista da concepção, o Programa está com um bom escopo posto que suas Ações estão alinhadas ao objetivo do Programa e, em decorrência, são pertinentes as causas levantadas para o problema que o originou. Chamar-se-ia atenção apenas para três Ações que ainda apresentam distorções, mas que podem facilmente ser resolvidas na elaboração do próximo Orçamento. É a Ação “Fornecimento de Etapas de Alimentação para Unidades Prisionais”, que tem por objetivo “garantir alimentação adequada aos presos, distribuída em três etapas” pois entende-se que, no contexto do planejamento, esta atividade não deveria existir enquanto Ação programática, porque ela é, a rigor, apenas uma das tarefas que fazem parte de uma ação maior do Estado, no atendimento ao apenado. A outra Ação, ”Atendimento à População Carcerária do Estado” executada pela SUSIPE e pela Defensoria Pública, tem por objetivo “garantir ao cidadão carente a defesa de seus direitos à liberdade, a não violência, impunidade e arbitrariedade, estando ou não preso ou detido em penitenciárias, delegacias ou em casas de detenção especializadas, bem como, assegurar assistência médico-odontológica”. Ora, a avaliação de 2004 já apontou erro na fase do planejamento do Programa, quando uniu duas ações distintas e com público-alvo diferentes, em uma só. A correção foi feita ano passado na elaboração do OGE 2006, de forma que esse problema já foi resolvido para esse exercício, criando a Ação “Realização de Ações de Assistência Jurídica Criminal” a ser executada pela Defensoria Pública. Entretanto, em que pese essas alterações, ainda perduram incorreções. É o caso, por exemplo, de ter sido incluída uma Ação exclusiva para a Defensoria, mas conservando o objetivo da Ação original, ocasionando que duas Ações estejam com o mesmo objetivo. Por fim, a Ação “Implementação do Projeto Pintando a Liberdade” que tem a finalidade de promover a ressocialização do detento, por meio da profissionalização e PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 436 utilização dessa mão-de-obra na confecção de material esportivo, e tem como produto “Material Esportivo Fabricado”. Esta Ação é executada pela SEEL, por meio da utilização da mão-de-obra carcerária em diferentes Unidades de Produção (Centros de Recuperação) onde são confeccionados diversos materiais esportivos como: bolas de futebol, redes, uniformes, etc, garantindo a ocupação da mão-de-obra prisional, dignidade do detento e a oportunidade de reintegração social. O produto previsto para esta Ação, conforme discriminado acima, não contribui para mensurar se seu objetivo está sendo alcançado. Com relação à sua implementação, o Programa vem apresentando um desempenho BOM, desde a execução de 2004, segundo o indicador de resultado gerado pelo GP-Pará. Em 2005, ele obtém o mesmo grau de valoração, o que permite inferir que o Programa vem conseguindo administrar, sem sobressaltos, a execução de seus produtos e atingir a maioria de suas metas físicas previstas. Ressalte-se o significativo reforço orçamentário que este Programa recebeu ao longo do exercício financeiro de 2005, tendo passado dos R$ 17,1 milhões alocados inicialmente com recursos do Tesouro Estadual e do Ministério da Justiça, por meio de Convênio, para R$ 39,5 milhões. Essa discrepância não significa, necessariamente, falta de visão estratégica por ocasião da elaboração do Plano, ou valoração deste, por meio do Orçamento anual. Antes, diz respeito à capacidade de investimento do Estado, quando da elaboração dos orçamentos anuais, que limita nessa fase, a distribuição dos tetos orçamentários pelos diversos serviços e instituições da Administração Pública, deixando para a fase da execução os ajustes orçamentários necessários, de acordo com o comportamento da receita estadual. Parte dessa suplementação foi investida na construção, reforma e modernização de Centros de Recuperação, e, em especial, no projeto de implantação do ”Pólo Produtivo Fábrica Esperança” que abrigará num espaço único, oficinas de produção de material esportivo, serigrafia, e Restaurante Popular, abrindo espaço para o trabalho de 400 egressos do sistema prisional, o que contribuirá para a diminuição da reincidência dessa população. O cumprimento das metas físicas do Programa, em geral, ficou acima do previsto. Apenas uma Ação teve desempenho inferior ao planejado: é o caso da Ação “Ampliação do Sistema Prisional” que tem por objetivo “interiorizar o Sistema Penal por meio da construção e modernização de Centros de Recuperação, de forma a apoiar a justiça criminal e a assegurar a permanência do preso em local próximo ao seu meio PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 437 familiar”, e que atingiu apenas 30% da meta física prevista, ou seja, 1.108 novas vagas foram abertas, com a construção e ampliação de unidades prisionais em: Altamira, ofertando 96 vagas; Cametá, 64 vagas; Mocajuba 64 vagas; Centro de Recuperação de Salinópolis 120 vagas; Presídio Estadual Metropolitano III em Santa Izabel do Pará, 476 vagas; e Presídio Estadual Metropolitano IV em Marituba , 288 vagas. Em relação ao cumprimento das metas financeiras, foi visível que o recurso inicialmente alocado seria insuficiente, o que explica o reforço orçamentário acima referido, e que se deu não por remanejamento de recursos dentro do próprio Programa, mas por créditos adicionais da fonte do Tesouro do Estado, concedidos ao longo da execução financeira. Em especial, foi suplementada a Ação “Ampliação do Sistema Prisional” para a qual havia sido alocado apenas R$ 4,1 milhões e que alcançou uma dotação de R$ 16,3 milhões, dos quais executou 99%. No cômputo geral, o Programa executou 98% da meta financeira atualizada e 227%, se considerada a dotação orçamentária inicial. Esse cenário apresentado pelo desempenho físico e financeiro do Programa merece uma reflexão quanto ao estabelecimento de metas físicas para suas Ações, posto que, a Ação que mais recebeu reforço orçamentário (Ampliação do Sistema Prisional) foi a que, inversamente, realizou menos da meta física prevista, ou seja, foi suplementada em 293% e só realizou 30% da meta física inicialmente estabelecida. Com relação aos indicadores de resultado do Programa, que permitem mensurar o impacto na consecução do objetivo do Programa, verifica-se, ainda, um desempenho não favorável. Em geral, o ano de 2005 apresenta as piores taxas. É o caso, por exemplo, da Taxa de Reincidência de Presos, que estava em 17,06% em 2003, caiu para 10,63% em 2004 e em 2005, evoluiu para 14,56%. Por sua vez, a Taxa de absorção de mão-de-obra da população carcerária que atingiu 24,53% em 2003, foi a 26,61% em 2004 e caiu para 20,38% em 2005. A taxa de Reincidência de Egressos Assistidos, é a única taxa a apresentar uma evolução positiva, passando de 4,92% para 4,36%, no período 2004/2005. O que requer uma análise mais profunda, inclusive da alta direção do Sistema Prisional e Secretaria Especial, com vistas a envidar esforços na neutralização desses pontos críticos. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 438 Considerações Finais O Programa Reconstruindo a Liberdade vem apresentando uma boa performance ao longo de sua execução, fruto do esforço do Estado em investir em Ações que não apenas abrigam o cidadão que feriu postulados éticos, com construção de unidades prisionais, mas também por meio de Ações que dão assistência a esse cidadão apenado e, sobretudo, pelas ações voltadas à ressocialização desse preso, capacitando- o, ocupando-o, dando-lhe oportunidade de trabalho e renda. Entretanto, do ponto de vista de resultados alcançados, isto é, impactos na realidade que pretende modificar, e conforme demonstram os dados aferidos, não é possível afirmar que o Programa esteja sendo efetivo. É possível que o ano de 2005 profícuo em investimentos dessa natureza, mas frágil do ponto de vista dos resultados alcançados, seja o diferencial da Ação do Estado nesse segmento, e que, doravante, os indicadores do Programa corresponderão a todo esse esforço. Com o intuito de contribuir para uma melhor formulação do Programa, de modo a permitir uma execução mais ágil, menos burocrática e mais programática, é que se apresentam algumas recomendações que poderão ser contempladas na formulação do OGE 2007: Suprimir do PPA a Ação “Fornecimento de Etapas de Alimentação para Unidades Prisionais” e que as despesas às quais se destina cobrir, sejam contempladas na Ação “Atendimento à População Carcerária“ executada pela SUSIPE, com a respectiva adequação do seu objetivo; Alterar o objetivo da Ação “Atendimento à População Carcerária do Estado” executada pela SUSIPE, para que possa comportar as despesas relativas ao fornecimento de alimentação ao preso, passando a ter a seguinte descrição: “garantir ao apenado assistência médica odontológica, bem como fornecimento de alimentação, vestuário e higienização das instalações físicas, de modo a proporcionar-lhe melhor qualidade de vida”; Ajustar a meta física da Ação “Atendimento à População Carcerária do Estado”, para o público-alvo atendido por esta; Criar um objetivo específico para a Ação “Realização de Ações de Assistência Jurídica Criminal” executada pela Defensoria Pública, que deverá ter a seguinte descrição: “garantir ao cidadão carente a defesa de seus direitos à liberdade, a não violência, impunidade e arbitrariedade, estando ou não preso, detido ou PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 439 ameaçado de prisão em penitenciárias, delegacias ou em casas de detenção especializada”; Alterar o produto da Ação “Implementação do Projeto Pintando a Liberdade” para “detendo profissionalizado”; Rever a meta física da Ação “Ressocialização do Preso”, pois a mesma está muito aquém da capacidade de execução do Órgão, conforme demonstra seu desempenho em 2005; Promover articulação com a Secretaria Executiva de Educação, Escola de Governo, Fundação Curro Velho e Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social, visando pactuar ações voltadas para a reinserção do preso na sociedade, com relação a cursos de formação, capacitação e profissionalização. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 440 5.2.5 PROGRAMA: REPRESSÃO QUALIFICADA Apresentação do Programa Nome do Programa: Repressão Qualificada Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Defesa Social (SEEDS) Órgãos Executores: Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC); Polícia Civil (PC); Polícia Militar (PM); Secretaria Executiva de Segurança Pública (SEGUP). Objetivo do Programa: Fortalecer o sistema integrado de prevenção e repressão a ocorrências do crime organizado e das ações das organizações criminosas com vistas à minimização dos danos causados à sociedade. Ações do Programa: 1. Coordenação das Ações Integradas de Segurança Pública; 2. Implantação da Delegacia de Divisão de Homicídio; 3. Implantação de Núcleos Regionais Integrados de Polícia Especializada; 4. Implantação de Unidades Integradas de Segurança Pública; 5. Realização de Ações Integradas de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado; 6. Realização de Ações Preventivas e Repressivas dos Crimes Cometidos em Vias Fluviais; 7. Realização de Perícias em Criminalística. Aspecto Destacado Um crescimento de 2,79%, em 2005, da taxa de cobertura de áreas de risco no Estado, confirma tendência crescente de policiamento nas principais áreas críticas envolvendo o crime organizado. Análise dos Resultados O Programa “Repressão Qualificada” foi criado para atuar num problema social em que o crescente aumento da criminalidade provocava danos e afetava cada vez mais, expressiva parcela da sociedade, extrapolando os grandes centros urbanos e particularmente as vias rodoviárias e fluviais. Em especial havia necessidade de uma PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 441 ação mais eficaz e repressiva ao crime organizado como o narcotráfico, assaltos a bancos, roubo de cargas e de veículos e contrabando de armas. Nesse sentido, o Programa foi estruturado com Ações focadas no combate ao crime organizado e outras voltadas especificamente aos crimes cometidos em vias fluviais. Como estratégia, as polícias civil e militar, com o suporte do serviço de inteligência do Estado, atuariam de forma sinérgica, visando alcançar o objetivo do Programa que é “fortalecer o sistema integrado de prevenção e repressão às ocorrências do crime organizado e das ações das organizações criminosas, com vistas à minimização dos danos causados à sociedade”. O que se verificou, analisando o desempenho do Programa, é que na prática a distinção entre Ações (crime organizado e crimes em vias fluviais) não funcionou porque os dois Órgãos que executam essas Ações (Polícia Civil e Polícia Militar), transferiram todo o recurso alocado na Ação de repressão aos crimes cometidos em vias fluviais para a Ação de repressão ao crime organizado. Ressalte-se aqui, que essas duas Ações são da Agenda Mínima de Governo. O fato de os dois Órgãos que executam as Ações terem tido o mesmo comportamento, (transferir todo o recurso de uma para outra Ação) traduz a própria convergência que a discussão conceitual sugere, vez que, os crimes cometidos em vias fluviais são, em última análise, variações do crime organizado. No que se refere a recursos disponíveis, a dotação orçamentária do Programa atingiu os R$ 7,3 milhões dos quais foram realizados R$ 4,6, milhões, correspondendo a, apenas, 63% de execução financeira. Essa performance, aliada à pouca capacidade de execução física, conforme registros alimentados no GP Pará, comprometeram o indicador de resultado do Programa que ficou com grau de valoração REGULAR. O comportamento individual das Ações do Programa e as informações alimentadas no Sistema, traduzem a dificuldade que os Órgãos executores ainda têm, de “enxergarem” o Programa como um todo, ou como uma ação programática, finalística, de Governo. A visão ainda está muito focada no orçamento, nos trâmites das tarefas burocráticas. A alegação encontrada em muitos registros, de que tal Ação não foi executada por falta de recursos, parece ser o caminho mais fácil para explicar a dificuldade de fazer uma boa gestão dos recursos, especialmente num cenário em que havia recurso alocado e houve desperdício, quando só foram utilizados 63% deste. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 442 Em contraponto, e até mesmo contraditoriamente ao que se vislumbra na análise específica do Programa, os resultados dos indicadores do Programa mostram tendência favorável e apontam resultados muito bons quando comparados aos anos anteriores. O incremento de ocorrências do crime organizado, por exemplo, apresenta queda de 3,65 pontos percentuais em 2005, comparados a 2004. Já a taxa de cobertura da área de risco, apresenta um aumento de 2,79%, passando de 34,26%, em 2003 para 39,16%, em 2004 e 41,95%, em 2005, demonstrando uma tendência crescente de policiamento especial, em áreas críticas do Estado. Esse resultado positivo da ação policial, no enfrentamento do crime organizado, extrapolando os resultados da execução do Programa, finda por corroborar a tese de que, assim como o aumento da violência não é conseqüência apenas da falta ou ineficiência do policiamento ostensivo, por exemplo, também a repressão ao crime, traduzida na queda dos índices de violência e criminalidade, não se dá por uma única via, isto é, há uma associação de fatores convergindo para a melhora dos indicadores sociais referentes à segurança do cidadão e, em conseqüência, para a melhoria das condições de vida de toda a coletividade. Considerações Finais O Programa apresenta desempenho assimétrico no conjunto de suas Ações, tanto no que se refere ao desempenho financeiro quanto físico, com Ações que atingem mais de 200% da meta física prevista e outros que não realizaram nada ou não registraram, comprometendo, de uma forma ou de outra, o resultado global do Programa. O problema mais visível é a falta de coordenação ou gestão do Programa, que está contribuindo para aumentar a visão individual por parte de cada Órgão executor, ao invés da coletiva, global, holística, reforçando, em conseqüência, práticas que já deveriam estar superadas como, comportamento exclusivamente institucional, burocrático, administrativo. Não há espaço, nesse cenário, para o trabalho integrado conforme preceitua o objetivo do Programa, para a sinergia de esforços, para a otimização dos recursos disponíveis. O que ficou patente foi a sensação de que não há, ou este não é, um Programa de Governo, mas tão somente uma funcional programática que hospeda legalmente um recurso, que, por sua vez, é utilizado para dar suporte a elementos de despesa. É o PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 443 orçamento, na sua visão mais retrógrada, ocupando espaço do planejamento; é o meio ao invés do fim; é o processo, no lugar do resultado. Sugere-se que seja repensado este Programa no próximo PPA, no sentido de melhorar sua composição. É imprescindível também que a gestão de Programas seja pauta de discussão entre setores estratégicos do Governo (Secretaria Especial de Gestão, Secretaria Executiva de Planejamento e demais representantes das Secretarias Especiais) e que seja tomada decisão sobre o modelo de gestão de Programas a ser implantado, sem o quê fica difícil, senão prejudicado, todo o processo de planejamento que se quer consolidar no Estado. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 444 5.2.6 PROGRAMA: RISCOS COLETIVOS Apresentação do Programa Nome do Programa: Riscos Coletivos Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Defesa Social (SEDES) Órgãos Executores: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará (CBM); Defesa Civil ( ENC.CBM); Fundo de Investimento de Segurança Pública (FISP). Objetivo do Programa: Reduzir o dano, preservando a integridade física da população e patrimônio expostos a situações de perigo. Ações do Programa: 1. Proteção e Prevenção de Sinistros em Bens Móveis e Imóveis; 2. Combate a Incêndios, Busca, Salvamento e Resgate; 3. Melhoria das Atividades do Corpo de Bombeiro Militar; 4. Implantação das Unidades Regionais de Defesa Civil; 5. Fomento a Criação de Coordenadorias Municipais de Defesa Civil; 6. Ações de Apoio à Prevenção de Riscos Coletivos; 7. Preparação de Equipes de Brigadas de Combate a Incêndios Florestais; 8. Realização de Campanhas Educativas de Prevenção de Desastres; 9. Realização de Campanhas Educativas de Prevenção de DesastresEnc.CBM; 10. Implantação de Organização Bombeiro Militar- OBM. Aspectos Destacados 70.000 famílias foram atendidas durante a seca , que atingiu diversos municípios paraenses; 18.970 cestas básicas e 3,85 toneladas de medicamentos distribuídas. 20 municípios criaram suas Coordenadorias Municipais de Defesa Civil. Análise dos Resultados O Programa “Riscos Coletivos” foi criado para contrapor-se aos problemas sociais que afetam a sociedade de forma coletiva, em situações de calamidade pública; desastres marítimos, fluviais e terrestres, ocorrências que geram vítimas com trauma. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 445 O mapeamento dessa problemática apontou como causas principais, além dos fenômenos naturais, a própria intervenção humana, o desconhecimento da população no enfretamento de desastres, a inexistência de unidades de Defesa Civil nos municípios pólos; a insuficiência de fiscalização preventiva; o não cumprimento da legislação de prevenção e combate a incêndios, dentre outras. No sentido de reduzir o dano preservando pessoas e bens patrimoniais, foi criado o Programa que, por sua especificidade, é executado pelo Corpo de Bombeiros Militar e pela Defesa Civil (representado a Unidade Orçamentária do SIAFEM, Encargos Bombeiros). O FISP por se tratar do Fundo de Investimento da Área de Segurança Pública, executa uma ação de suporte para o Programa, porquanto se destina a realizar despesa de investimentos (obras e equipamentos) propiciando, assim, uma adequada prestação de serviços à sociedade. O Programa apresenta um desenho adequado com ações pertinentes ao seu objetivo. A avaliação referente ao ano de 2004 já ensejou mudanças no formato do Programa, quando foram ajustados ações, produtos, metas e indicador já contemplados no OGE-2006. Há duas situações, entretanto, que continuam inalteradas no OGE, mesmo tendo sido apontadas no referido Relatório de Avaliação e que dizem respeito à: 1) Ação “Melhoria das Atividades do Corpo de Bombeiros”, realizado pelo FISP, está com nomenclatura e objetivo equivocados, vez que o termo “melhoria” não se aplica à denominação de ação de Governo e sim ao seu objetivo; quanto ao objetivo definido para esta ação, está relacionado à missão da instituição (FISP) e não ao fim que se pretende atingir; 2) Ação “Proteção e Prevenção de Sinistros em Bem Móveis e Imóveis” que se propõe a “reduzir o número de incêndios e minimizar os danos causados por sinistros em bens e pessoas”, define como produto “bem protegido”, o que exclui, numa verificação de resultado, contabilizar quantas pessoas foram protegidas. No que diz respeito à implementação o Programa apresenta um indicador de resultado BOM para o conjunto de suas ações e metas. A execução das Ações finalísticas do Programa apresenta boa performance, tendo sido realizado quase a totalidade do recurso alocado e atingido a meta física prevista, na maioria das suas Ações. Somente a Ação “Melhoria das Atividades do Corpo de Bombeiro”, que está classificada nesta análise como na Ação de suporte (e não finalística) é que teve um desempenho insuficiente, tanto no que se refere a recursos financeiros (47%) quanto à PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 446 meta física realizada (17%). Esse comportamento puxou para baixo a taxa geral de execução financeira do Programa que ficou em 84%. Importante Ação do Programa, no âmbito da Defesa Civil, conseguiu dar um salto no atributo da meta física prevista. Trata-se da Ação de “Fomento à criação de Coordenadorias Municipais de Defesa Civil” que preveu a implantação de 5 Coordenadorias Municipais e conseguiu que fossem criadas em 20 municípios. O destaque se justifica por ser uma Ação que depende da aquiescência e vontade do poder municipal para sua concretude, uma vez que as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil são órgãos municipais, criados com a principal atribuição de conhecer e identificar os riscos de desastres no município a fim de prepararem-se para enfrentá-los, funcionando assim como um importante aliado na Defesa Civil tanto do Estado quanto de União em especial nas situações de calamidade pública. Destaca-se, também, a Ação “Implantação de Organização Bombeiro Militar – OBM” por se tratar de uma Ação da Agenda Mínima por meio da qual o Governo pretende descentralizar e interiorizar as ações do CBM. Esta não conseguiu atingir a meta física prevista para 2005, que era implantar 3 unidades, conseguindo implantar apenas uma em Barcarena . O Órgão executor, registrou no GP Pará, como obstáculos ao não atingimento da meta prevista, a prioridade que teve de ser dada na aquisição de viaturas operacionais, como o Auto-Tanques para Belém, em razão de crescentes incêndios na grande Belém e da necessidade de equipar melhor o CBM para dar respostas mais eficazes e em menos tempo à população. Por fim, destaque-se, pelo inusitado da situação vivida em 2005, as “Ações de Apoio à Prevenção de Riscos Coletivos” que objetiva prestar atendimento aos municípios no enfrentamento de desastres junto à população atingida. Como foi de conhecimento público, a Amazônia passou por um período de estiagem prolongado. No Pará foram 14 municípios atingidos pela seca, o que obrigou a Defesa Civil prestar atendimento a 70 mil famílias. Destas, 8.970 famílias necessitadas, receberam cestas básicas e medicamentos. Para tanto, foi necessário suplementar a Ação, que passou de R$ 210 mil, iniciais, para R$ 590 mil. Além disso, e dada à emergência da situação, foram utilizados recursos de outras Ações do CBM, no valor de R$ 300 mil, e que não estão computados na Ação específica de apoio a Riscos Coletivos. Estas situações são um complicador quando se pretende avaliar custo de uma Ação de Governo, porque, via de regra, na execução dos seus orçamentos, os órgãos findam por realizar as despesas, onde tem o orçamento disponível naquele momento. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 447 Ressalte-se que em casos de emergência a situação é compreensível e aceitável. Espera-se que não seja feito de excessão, a regra. O Programa tem dois indicadores que permitem verificar resultados: tempo médio de respostas, aferido pela média aritmética dos tempos de respostas nas situações de emergências e estados de calamidades públicas; e, Taxa de vítimas salvas, medido pela relação percentual entre o número de vítimas salvas e o total de vítimas. Com relação ao primeiro indicador, o Programa apresenta tendência de queda favorável no período 2003 a 2005 (18, 17 e 16 minutos, respectivos, quanto ao tempo médio de respostas nas situações de perigo), significando maior rapidez nos atendimentos que envolvem calamidades, por parte da Defesa Civil do Estado. Com relação ao indicador de taxa de vítimas salvas (aqui consideradas aquelas que permaneceram com vida até 72 horas após sua retirada do local da ocorrência), o resultado de 94,55% é considerado bom posto que o nível máximo é de 100%. A ausência de informações para os anos de 2003 e 2004 não permite avaliar tendência para este resultado. Considerações Finais O Programa Riscos Coletivos vem realizando um bom desempenho verificado não só pelo indicador de eficiência do GP-Pará, mas também pelo comportamento de sua execução financeira, que tem se mostrado coerente quando muito, com pequenas variações, com a programação orçamentária. Quanto aos resultados medidos pelos indicadores do Programa, mesmo sem a possibilidade de avaliar tendência, a pertinência destes com o objetivo do Programa afirma que o mesmo apresenta um bom resultado naquilo a que se propõe: reduzir o dano, preservando a integridade física da população e patrimônio, expostos a situações de perigo. As recomendações a seguir devem ser observadas quando da elaboração do OGE-2007, para permitir melhor registro das informações no nível das ações e deixar o Programa cada vez mais transparente e fiel à sua proposição: Alterar a denominação atual e objetivo da Ação “Melhoria das Atividades do Corpo de Bombeiros” para “Apoio às Atividades do Corpo de Bombeiros”; Alterar o produto da Ação “Apoio à Prevenção de Riscos Coletivos” de “município atendido” para “ação realizada”. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 448 5.2.7 PROGRAMA: VALORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA DEFESA SOCIAL Apresentação do Programa Nome do Programa: Valorização e Formação do Profissional da Defesa Social Secretaria Responsável: Secretaria Especial de Estado de Defesa Social (SEDES) Órgãos Executores: Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC); Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM); Defensoria Pública; Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DETRAN); Fundo de Assistência Social a Servidores Militares (FASPM); Fundo de Saúde da Polícia Militar (FUNSAU); Instituto de Metrologia do Pará (IMEP); Polícia Civil (PC); Polícia Militar (PM); Secretaria Executiva de Justiça (SEJU); Secretaria Executiva de Segurança Pública (SEGUP); Superintendência do Sistema Penal (SUSIPE). Objetivo do Programa: Capacitar profissionais de Defesa Social, valorizando-os também no âmbito profissional e pessoal. Ações do Programa: 1. Atendimento Médico, Odontológico, Laboratorial e Hospitalar aos Servidores Militares; 2. Implementação dos Serviços de Atendimento ao Servidor; 3. Capacitação de Servidor; 4. Implementação das Ações do Instituto de Ensino de Segurança Pública (IESP); 5. Implementação de Ações Complementares de Auxílio ao Servidor; 6. Prestação de Serviço de Assistência Social a Servidores Militares; 7. Realização de Cursos para Formação, Aperfeiçoamento e Atualização de Profissionais da Área de Segurança do Cidadão. PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 449 Aspectos Destacados 6.973 profissionais, da Área de Defesa Social, capacitados dos quais, 88 em cursos de especialização (pós-graduação); Mais de 40.000 policiais e familiares assistidos pelos serviços de assistência social e atendimento médico-odontológico e hospitalar; A responsabilidade social é assegurada mediante à capacitação e treinamento de 5.004 comunitários entre pais, educadores, adolescentes, crianças da rede pública, funcionários da iniciativa privada e lideranças comunitárias. Análise dos Resultados O Programa “Valorização e Formação do Profissional de Defesa Social”, foi criado no PPA 2004-2007 visando à valorização do profissional de Defesa Social, por meio da capacitação e da promoção da assistência social. A proposta do Programa era agregar as Ações de capacitação, formação, assistência social e prestação de serviços de saúde específica ao profissional de Defesa Social, em um único espaço programático, buscando com isso a convergência de interesses, a otimização de recursos, a sinergia de esforços e maior governabilidade dessas Ações, além da transparência do uso do recurso e da própria Ação do Estado, para um grupo de servidores que realiza um trabalho muito específico, a segurança e justiça e, muita das vezes, numa relação direta ou muito próxima à população, o que requer preparo especial de formação, humanização e de capacitação. Sua implementação ocorre por meio de três linhas de Ação: a capacitação e formação de servidores e profissionais da área de segurança do cidadão; prestação de serviços de assistência social a servidores militares; e realização de serviços de atendimento médico odontológico-hospitalar ao servidor militar, bem como outros serviços complementares de atendimento ao servidor, na área de saúde. Todos os Órgãos da Área de Defesa Social executam o Programa participando de uma ou mais ações, de forma que, cada um, dentro de sua especificidade, contribui para o alcance do objetivo do Programa que é, em última instância, valorizar o profissional de Defesa Social. O escopo original do Programa já passou por alteração, na fase de validação dos indicadores, modificando o foco explicitado no objetivo do Programa que era PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 450 “capacitar profissionais de Defesa Social, valorizando-os também no âmbito profissional e pessoal” e cujo objetivo foi alterado para “valorizar o profissional da Defesa Social, através da capacitação e da promoção da assistência social”, ajustando, assim, o foco do Programa para a valorização do servidor. Da mesma forma, e por conta do processo de avaliação já implantado no Estado, foram feitas alterações em alguns de seus produtos e metas, adequando esses atributos à realidade das Ações praticadas pelos Órgãos que executam o Programa de forma que, quanto ao seu desenho, o Programa está bem delineado, com Ações adequadas, objetivo, produtos e metas convergindo para o alcance dos resultados pretendidos. Ressalta-se apenas que, como as alterações foram propostas em 2005, quando da avaliação de 2004, elas estão contempladas somente no OGE 2006, o que se vê, portanto, neste relatório, quanto às especificações de produtos e metas de 2005, diz respeito, ainda, à formulação original do Programa. Com relação ao recurso financeiro, iniciou o exercício de 2005 com uma dotação orçamentária em torno de R$ 19,2 milhões e recebeu suplementação ao longo do exercício de 22%, totalizando uma dotação de R$ 24,7 milhões, dos quais foram gastos 95%. A maior parte dessa suplementação deve-se ao reforço orçamentário consignado pelo Fundo de Assistência Social da Polícia Militar, por conta do excesso de arrecadação proveniente da arrecadação própria, sendo suplementada a Ação “Realização de Serviços de Assistência Social a Servidores Militares”. Destaque-se também que, as Ações de capacitação e de formação do profissional de Defesa Social receberam significativo reforço em seus orçamentos originais, pela fonte do Tesouro. Quanto ao desempenho físico e financeiro, o Programa contabiliza um resultado BOM, medido pelo indicador do sistema GP Pará. O desempenho individual de suas Ações, que reflete o resultado global do Programa, foi também bastante significativo. A Ação “Capacitação de Servidor” por exemplo, recebeu reforço orçamentário em torno de 33% e realizou 97% do total de recurso alocado. Conseguiu atingir a meta estabelecida, inclusive extrapolando a previsão inicial, possibilitando a 1.598 servidores, a capacitação em diversos cursos e por diversas especialidades como: mediação e arbitragem, advocacia civil, direito da família, licitação, informática avançada, prevenção de incêndio, aperfeiçoamento em agro-negócios, agentes de fiscalização de trânsito, vistoriador, elaboração, análise e avaliação de projetos de investimento, sindicância e processo disciplinar, além de participação em Encontros Nacionais e Congressos. Essa capacitação possibilitou PARÁ. SEPOF. Relatório de Avaliação de Programas do Governo-Ano Base 2005 451 inclusive, a realização de cursos de pós-graduação em Auditoria e Gestão Governamental. A Ação “Implementação das Ações do Instituto de Ensino de Segurança Pública (IESP)” tem por objetivo assegurar a capacitação dos profissionais da Área de Segurança Pública. Em seu bojo, são realizadas as despesas referentes à manutenção do próprio Instituto, incluindo despesas de capital (obras e equipamentos) mas, sobretudo, são realizadas as ações de capacitação dos servidores da Defesa e, especificadamente, de formação de policiais civis, militares e bombeiros que se configuram como essenciais não só ao ingresso do policial na carreira mas, também ao aperfeiçoamento deste em toda sua trajetória. Neste sentido, o IESP realizou em 2005, cursos de formação pelos quais habilitou 1.918 profissionais como policiais militares, bombeiros e agentes prisionais. Qualificou 3.166 servidores da PM, CBM, PC e SUSIPE em diversos cursos de aperfeiçoamento como: Operações de choque, policiamento montado, entorpecente, mergulho autônomo, armamento, munição e tiro, central de flagrante, direção defensiva, direitos humanos, aperfeiçoamento de agentes prisionais, gestão comunitária, dentre outros. Em nível de pós-graduação realizou cursos de especialização em parceria com as Universidades Estadual e Federal do Pará, pelos quais qualificou com o título de especialistas, 88 servidores ligados à PC, PM, CBM, CPC, DETRAN e SUSIPE, além disso, realizou treinamentos diversos pelos quais capacitou 1.801 profissionais da PM, PC e CBM, totalizando assim, 6.973 servidores públicos da Área de Defesa Social capacitados em 2005. Em seu relacionamento com a sociedade, o IESP disponibilizou seus espaços de campo de futebol e piscina olímpica pelos quais proporcionou atividades de recreação, esportiva e lazer para 360 pessoas da comunidade circunvizinha e filhos dos servidores do sistema de segurança pública. Em interação com o Programa Pró-Paz, oportunizou atividades recreativas, esportivas e de lazer a 365 crianças em situação de risco, pela Ação “Atelier dos Bairros”. Com o mesmo espírito da responsabilidade social, ofereceu cursos às pessoas da comunidade (pais, educadores, lideranças comunitárias, crianças e adolescentes da rede pública, funcionários da iniciativa privada, etc) pelos quais capacitou/treinou 5.004 pessoa