Exame Nacional de 2011 (2.a fase)
I
1.
2.
3.
4.
5.
A
B
C
B
A
II
1.
2.
3.
4.
5.
B
D
D
C
A
III
1.
2.
3.
4.
5.
D
D
C
B
C
IV
1.
2.
3.
4.
5.
D
C
A
C
A
V
1. O facto de Portugal ser o país que, na Europa, apresenta a maior extensão de ZEE, pode explicar-se por razões como:
• a extensa linha de costa que, em parte se deve à constituição territorial, formada por três unidades geográficas descontínuas;
• o afastamento entre si dos dois arquipélagos e em relação ao continente.
2. A celebração de acordos bilaterais de pesca tem como vantagens para a UE, entre outras, a possibilidade de:
• manter postos de trabalho no setor das pescas;
• diversificar as espécies capturadas.
3. A elaboração de Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) para toda a faixa litoral é de grande importância
pois, com eles, será possível:
• travar e, em certos troços, evitar totalmente, a ocupação desordenada do litoral e consequente destruição da paisagem
e aceleração da erosão costeira;
• prevenir os efeitos da subida do nível das águas do mar.
4. Para a economia portuguesa, a ZEE nacional é um elemento de grande riqueza natural a ter em conta, pelas atividades
que já proporciona, desde as ligadas à pesca até as que se relacionam com o turismo, mas também pelas potencialidades que ainda apresenta, através da melhor gestão dos recursos piscatórios e seu aproveitamento, da diversificação e
de um melhor ordenamento das atividades turísticas, assim como da exploração de recursos geológicos dos fundos
marinhos e da valorização da riqueza biogenética.
De salientar que os recursos piscatórios que podem ser explorados no espaço marítimo nacional, até às 200 milhas náuticas, são a principal fonte de sobrevivência de comunidades costeiras, pelo que a sua correta gestão, que garanta uma
exploração adequada e sustentável, é a melhor forma de garantir a manutenção das atividades da pesca e afins e o bem
estar das comunidades a ela ligadas. Daí a importância das negociações e decisões, a nível nacional e comunitário, no sentido de garantir a regeneração dos stocks (de peixes, de moluscos e de crustáceos) na ZEE portuguesa, pois permite gerir
de forma sustentável a exploração destes recursos, tanto pela frota nacional como por estrangeiras, através do controlo
dos períodos de captura e das quantidades capturadas, pela definição de períodos de defeso, a fim de garantir a reprodução das espécies e o equilíbrio entre os diferentes níveis tróficos.
A prática da aquicultura, sobretudo a extensiva, contribui para satisfazer a procura interna e, assim, reduzir a importação
de pescado, uma vez que Portugal é o país da União Europeia com o maior consumo de pescado per capita.
© Texto Editores, Lda.
O espaço marítimo português apresenta ainda outras potencialidades que poderão ser melhor aproveitadas. As atividades turísticas e de lazer, não só pelo turismo balnear, mas também por outro tipo de atividades, como a observação de
cetáceos e de certas áreas dos fundos marinhos, ou a realização de provas internacionais de modalidades desportivas
como o surf ou a vela, por exemplo.
Outras potencialidades prendem-se com o aproveitamento da energia cinética das ondas para produção de eletricidade, a
exploração do fundo oceânico da nossa ZEE, para extração de recursos minerais já conhecidos e de outros que poderão vir
a ser descobertos. Estão em curso concessões de prospeção do solo e do subsolo marinhos que poderão vir a revelar a
existência de petróleo e gás natural.
Pode ainda ser potenciada a exploração de algas com vista à sua utilização na alimentação, na indústria farmacêutica e
na cosmética, cuja importância tem vindo a aumentar nos últimos anos.
VI
1. Duas das capitais de distrito localizadas no interior do país que, em 2001, receberam trabalhadores provenientes de
mais de cinco concelhos envolventes são:
• Castelo Branco;
• e Viseu.
2. De entre os tipos de funções que justificam o poder atrativo de algumas das capitais de distrito do interior do país,
podem referir-se:
• função educativa, devido à existência de estabelecimentos de ensino universitário e/ou politécnico;
• função hospitalar, com a oferta de diversas especialidades e dos cuidados de saúde inerentes a um hospital.
3. O número de concelhos que geram mais de 50% de ativos que vão trabalhar noutros concelhos é maior na área metropolitana de Lisboa do que na do Porto, o que se explica por razões como as que se exemplificam:
• o facto de o padrão de distribuição das entidades empregadoras ser mais concentrado na área metropolitana de Lisboa e mais difuso na área metropolitana do Porto;
• maior concentração dos empregos ligados aos serviços da administração central e das sedes de grandes empresas no
concelho de Lisboa, comparativamente com o do Porto.
4. A rede urbana portuguesa evidencia o padrão de distribuição da população residente, marcado pela litoralização.
Assim, a rede urbana apresenta uma distribuição espacial desequilibrada, com uma grande concentração dos centros
urbanos na faixa litoral a norte de Setúbal e na faixa litoral algarvia. De Setúbal a Viana do Castelo, tem-se registado a
expansão e adensamento do tecido urbano para o interior, destacam-se, pelo seu número e pela sua proximidade, as
cidades que fazem parte das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
Destacam-se, ainda, outras áreas urbanas os subsistemas urbanos, como o de Braga – Guimarães ou o de Torres Novas
– Tomar – Abrantes, e eixos urbanos, como os de Coimbra – Aveiro e de Leiria – Marinha Grande.
No litoral algarvio, onde o processo de concentração urbana é mais recente, as áreas urbanas de Faro – Olhão e o de
Lagos – Portimão, revelam também um certo dinamismo na sua expansão.
No interior do país existe um muito menor número de cidades, em que predominam as de pequena dimensão.
De salientar a bipolarização urbana em torno das cidades de Lisboa e do Porto, sobretudo da primeira, que se distanciam das restantes em número de habitantes, mas também na diversidade, quantidade e qualidade das funções que
oferecem.
Assim, a hierarquia das cidades segue o mesmo padrão da sua distribuição espacial, acentuando o desequilíbrio da
rede urbana, com Lisboa a evidenciar-se como principal centro urbano, com elevada concentração demográfica, dado
que cerca de 26% da população portuguesa reside na área metropolitana de Lisboa, e elevada concentração de funções
de nível superior, incluindo os serviços da administração central, sedes de grupos internacionais, universidades e hospitais centrais, o que contribui para o seu caráter macrocéfalo.
A área metropolitana do Porto aproxima-se bastante da de Lisboa em termos demográficos, justificando o caráter bicéfalo da rede urbana.
Estas duas cidades são os dois grandes centros polarizadores da rede urbana, apresentando uma dimensão muito superior à das restantes cidades, que são, na sua maioria, muito pequenas à escala nacional, o que evidencia outra característica relevante da rede urbana portuguesa – o número reduzido de cidades de média dimensão, fator que acentua o
caráter centralizado e hierarquizado da rede urbana portuguesa.
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