Foro Iberoamericano y del Caribe
sobre Mejores Prácticas
Estudio de Caso
5. TEMAS SELECTOS DEL HÁBITAT
LATINOAMERICANO A TRAVÉS DE
CASOS DE ESTUDIO
2006
RESPONSABILIDAD
Las designaciones empleadas y la presentación del material de esta
publicación no implican la expresión de ninguna opinión por parte del
Secretariado de las Naciones Unidas con respecto al estatuto legal de
ningún país, territorio, ciudad o área, o de sus respectivas autoridades,
o con respecto a Ia delimitación de fronteras o limites, ni aun al sistema
económico o nível de desarrollo. Los análisis, conclusiones y
recomendaciones de Ia publicación no reflejan, necesariamente, los
puntos de vista del Programa de las Naciones Unidas para los
Asentamientos Humanos (UN-Habitat), del Concejo de Gobierno de
UN-Habitat o de sus Estados Miembros.
TEMAS SELECTOS DEL HÁBITAT
LATINOAMERICANO A TRAVÉS DE
CASOS DE ESTUDIO.
ISBN: 978-92-113-1950-7
HS/963/08E
Realización: El Ágora, Fundación Hábitat Colombia, Instituto Brasileiro de Administração
Municipal (IBAM) y la Oficina Regional para América Latina y el Caribe de UN-Habitat.
GESTIÓN URBANA Y GOBERNABILIDAD
PARTICIPATIVA: CASO COMUNA 10
DE NEIVA - COLOMBIA
“DEL DERECHO A LOS DERECHOS”
EXTENSIONISMO JURÍDICO -VECINAL UNA
PRÁCTICA QUE SE RE-CREA
PROGRAMA MUNICÍPIO SUSTENTÁVEL:
SOLUÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL
PRODUCCIÓN SOCIAL DEL HÁBITAT:
ESTUDIO DE CASO DE LA COMUNA 18
EN CALI, COLOMBIA
GESTIÓN URBANA Y GOBERNABILIDAD PARTICIPATIVA:
CASO COMUNA 10 DE NEIVA - COLOMBIA
1. RESUMEN DEL CASO ...............................................................................................................................11
Contexto general de la comuna 10 de Neiva ...............................................................................................11
Educación .................................................................................................................................................... 12
Salud ........................................................................................................................................................... 14
Trabajo y empleo ........................................................................................................................................ 15
Administrativo ............................................................................................................................................ 16
Servicios públicos ....................................................................................................................................... 19
Cultura, deporte y recreación ...................................................................................................................... 20
Medio ambiente .......................................................................................................................................... 21
Vivienda ...................................................................................................................................................... 21
2. DESCRIPCIÓN DE LA EXPERIENCIA .................................................................................................... 23
3. ANÁLISIS ................................................................................................................................................... 26
4. CONCLUSIÓN / EVALUACIÓN ............................................................................................................... 28
BIBLIOGRAFÍA ............................................................................................................................................. 29
“DEL DERECHO A LOS DERECHOS” EXTENSIONISMO JURÍDICO
VECINAL UNA PRÁCTICA QUE SE RE-CREA.
1. INTRODUCCIÓN ...................................................................................................................................... 33
De qué hablamos cuando decimos “Extensionismo jurídico”. Un concepto que incomoda ...................... 33
2. EL CONCEPTO DE CIUDADANÍA HOY ................................................................................................ 33
3. CÓMO SURGE EL EXTENSIONISMO JURÍDICO. ............................................................................... 36
La experiencia de Forja .............................................................................................................................. 36
4. SITUACIÓN SOCIO-ECONÓMICA EN MENDOZA Y ARGENTINA .................................................. 37
5. LA EXPERIENCIA DE LA FUNDACIÓN FAVIM EN MENDOZA, ARGENTINA .............................. 39
Primer encuentro de coordinadores del Extensionismo jurídico vecinal ................................................... 41
Proceso de transferencia del Extensionismo a otras comunidades ............................................................. 41
La replicabilidad de esta práctica desde FAVIM: ....................................................................................... 42
Etapas que permiten la transferencia a otras instituciones: ........................................................................ 42
1 - Capacitación a capacitadores ............................................................................................................ 42
2 - Capacitación a ciudadanos ................................................................................................................ 44
3 - Instalación de Consultorios Jurídicos Vecinales ............................................................................... 45
6 OBJETIVOS CUMPLIDOS ....................................................................................................................... 46
7. LA EXPERIENCIA EN CÓRDOBA: DEL EXTENSIONISMO JURÍDICO A LA
PROMOCIÓN EN DERECHOS. ............................................................................................................... 49
8. ANÁLISIS SEGÚN ALGUNAS VARIABLES ANALÍTICAS ................................................................. 51
9. REFLEXIONES FINALES ....................................................................................................................... 54
BIBLIOGRAFÍA ............................................................................................................................................. 54
5
PROGRAMA MUNICÍPIO SUSTENTÁVEL: SOLUÇÕES PARA O
DESENVOLVIMENTO LOCAL
1. CONCEPÇÃO E CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO LOCAL EM RIO DAS FLORES ....................................................................................... 57
1.1 Cenário geral ......................................................................................................................................... 57
2. PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES ................................................................................ 58
2.1 Programa de Geração de Trabalho, Emprego e Renda ......................................................................... 58
2.2 Gestão com Responsabilidade Social – Conselho de Governança Local ............................................. 60
2.3 Turismo: Conhecendo a história com Aroma de Café .......................................................................... 60
2.4 Projeto Rio das Flores Digital ............................................................................................................... 62
2.5 Programa de Infra-estrutura Básica ...................................................................................................... 63
3. O PROJETO SEGUNDO AS VARIÁVEIS ESTRATÉGICAS DE ANÁLISE ......................................... 64
3.1 Parcerias – O papel e o desempenho das instituições parceiras ........................................................... 64
3.2 Impactos – Análise e avaliação de resultados e impactos ..................................................................... 65
3.3 Sustentabilidade .................................................................................................................................... 68
3.4 Liderança e fortalecimento da comunidade .......................................................................................... 69
3.5 Gênero e inclusão social ....................................................................................................................... 69
3.6 Lições aprendidas ................................................................................................................................. 70
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................... 70
BIBLIOGRAFÍA ............................................................................................................................................. 71
ANEXO ........................................................................................................................................................... 72
PRODUCCIÓN SOCIAL DEL HÁBITAT: ESTUDIO DE CASO DE
LA COMUNA 18 EN CALI, COLOMBIA
1. INTRODUCCIÓN .......................................................................................................................................
1.1 Definición ...........................................................................................................................................
1.2 Principales elementos .........................................................................................................................
1.3 Proceso ................................................................................................................................................
1.3.1 Etapas .........................................................................................................................................
1.3.2 Componentes .............................................................................................................................
77
77
77
78
78
78
2. ACERCAMIENTO A LA SITUACIÓN URBANA EN AMÉRICA LATINA ............................................ 78
2.1 Los asentamientos humanos urbanos y la pobreza ............................................................................. 78
2.2 Los asentamientos humanos en Colombia .......................................................................................... 80
3. PROGRAMA DE MEJORAMIENTO BARRIAL EN CALI ..................................................................... 81
3.1 El caso de Cali .................................................................................................................................... 81
3.1.1 Ciudad de Cali ........................................................................................................................... 81
3.1.2 Comuna 18 ................................................................................................................................. 82
3.2 Programa de Mejoramiento de Barrios ............................................................................................... 83
3.2.1 Principales Objetivos ................................................................................................................. 84
3.2.2 Principales impactos y logros del Programa .............................................................................. 84
3.2.3 Desafíos ..................................................................................................................................... 86
BIBLIOGRAFÍA ............................................................................................................................................. 88
6
PRESENTACIÓN
América Latina y el Caribe busca constantemente modelos que les permitan mejorar las condiciones
de vida de las poblaciones más desfavorecidas así como de mejorar las condiciones de la ciudad de
forma sostenida. Los gobiernos nacionales y locales, el tercer sector, la academia y las comunidades
en general llevan a cabo, en asociación entre ellos o de forma independiente, programas de desarrollo
urbano sostenible que tienden a mejorar las condiciones antes mencionadas.
Hasta hoy son muchos y muy variados los programas exitosos, también conocidos como Mejores
Prácticas, que provienen de muy diversos sectores de la sociedad. Todos ellos tienen como objetivo
elevar la calidad de vida de las personas de las comunidades o de la ciudad por lo que vale la pena
difundir estas Mejores Prácticas para compartir las experiencias y adoptar nuevas y mejores prácticas
en aquellos paises que aun no han encontrado soluciones convenientes a sus problemas urbanos.
En esta publicación, el Foro Iberoamericano de Mejores Prácticas presenta la tercera etapa de la serie
“Aprendiendo de la Innovación”, una publicación seriada que busca inspirar a practicantes y tomadores
de decisiones para realizar labores similares, susceptibles de replicabilidad en otros lugares, que sean
propicios además de aproximar actores que trabajan con temas semejantes.
Los Nodos Subregionales del Foro Iberoamericano de Mejores Prácticas divulgan en esta publicación
parte del conocimiento que han adquirido por medio de su trabajo con Mejores Prácticas. Este libro
reune cuatro estudios de caso: La Fundación Hábitat Colombia escribe sobre la gestión urbana y la
gobernabilidad participativa en la Comuna 10 de Neiva (Colombia) y como la población local elevó
la calidad de vida a través de la participación ciudadana. El Ágora presenta “Del Derecho a los
Derechos: Extensionismo jurídico vecinal, una práctica que se re-crea”, un documento que relata la
instalación de los consultorios jurídicos vecinales y el impacto de estos en la calidad de vida de los
ciudadanos al aportar elementos para la mejora del ejercicio de sus derechos y su participación en el
espacio público.
El Instituto Brasileño de Administración Municipal (IBAM) presenta soluciones para el desarrollo
local y presenta el caso del municipio de Rio das Flores, en el interior del estado de Rio de Janeiro.
Finalmente, la Oficina Regional para América Latina y el Caribe de UN-Habitat trata sobre la
experiencia de mejoramiento barrial en la Comunia 18, en Cali, Colombia. El estudio presenta como
era la situación antes de la implementación del programa, los objetivos, los impactos y los logros
que esta iniciativa alcanzó.
Se destaca en la lectura el interés y la participación demostrados por quienes trabajan en ONGs, en
las diferentes instancias del gobierno, en las organizaciones internacionales, el sector privado y
académico que han desarrollado proyectos exitosos en América Latina y el Caribe y que se presentan
a continuación.
7
9
GESTIÓN URBANA Y GOBERNABILIDAD
PARTICIPATIVA: CASO COMUNA 10
DE NEIVA - COLOMBIA
1. RESUMEN DEL CASO
En Colombia no existen políticas continuas y
sostenibles que garanticen un apoyo a las
iniciativas de los pobladores de barrios de
invasión que necesitan de acciones integrales
para su incorporación al sistema funcional y
administrativo de ciudad.
de sus organizaciones sociales, para garantizar la
construcción de futuro y la coherente
optimización de inversión de recursos públicos
y privados. Este proyecto tiene una cobertura de
más de 40 barrios con un total de 38.794
habitantes (11.75% población urbana de Neiva).
La acciones públicas son limitadas, inconexas y
de poco impacto, debido a la centralización en
las decisiones, planeación de corto plazo y
sectorización entre lo administrativo y operativo
de inversión.
La ocupación ilegal del territorio en zonas
inadecuadas origina asentamientos humanos que
carecen totalmente de diseño, infraestructura
física y social donde la exclusión social y los
fenómenos de desnutrición, enfermedades y
violencia son el común denominador.
Generar escenarios donde la comunidad
reconozca, acuerde y priorice sus necesidades
desde su cultura y cosmovisión contribuye al
desarrollo social local, presencia institucional y
gobernabilidad participativa; posibilitando el
mejoramiento de las condiciones de vida con el
compromiso de las organizaciones sociales, del
sector público y privado. Este mejoramiento en
calidad de vida impacta el manejo propositivo de
conflictos y violencia urbana e intra-familiar.
El mejoramiento integral de barrios aporta en su
aspecto físico a la habitabilidad, sentido de
pertenencia, apropiación de vivienda y entorno;
y promueve en el ámbito político local la
planeación y gestión participativa implementando esquemas de concertación y co-gestión
pública y privada, aportando a la democratización.
El objetivo del Programa de Gestión Urbana en
la Comuna 10 (Neiva) es mejorar integralmente
la calidad de vida de los habitantes del sector y
el sentido de apropiación del entorno, a través del
fortalecimiento de procesos de participación
comunitaria, mejorando la capacidad de gestión
COMUNA 10
Contexto general de la comuna 10 de Neiva
Denominada “Comuna Oriente Alto”, tiene una
extensión de 474 Ha, 120 barrios y
urbanizaciones, 35.965 habitantes y 6.496
viviendas de estratos 1, 2 y 3. Se integra por los
barrios, Las Palmas primera, segunda y tercera
etapa, Miraflores, Pedregal, La Victoria, El
Triunfo, Neiva Yá, San Bernardo del Viento,
Camelias, Sector Barreiro, La Amistad, Enrique
Olaya Herrera, Oro Negro, Nuevo Horizonte,
Katakandrú, Once de Noviembre, Misael
Pastrana Borrero, Víctor Félix Díaz Primera y
Segunda Etapa, Comuneros, Los Colores,
Santander, La Rioja Primera y Segunda Etapa,
Pablo VI, Villa Nidia y Futuros barrios y
Asentamientos.
11
La problemática en esta comuna se visualiza en
el crecimiento acelerado de la población urbana
de los últimos 20 años, la compleja problemática
de la vida urbana, déficit habitacional,
desempleo, así como deterioro ambiental,
invasión del espacio público, crecimiento
desordenado, limitada capacidad institucional,
problemas de legalidad y titulación de tierras,
acceso limitado o carencia de servicios sociales
y estructura vial, inseguridad y delincuencia.
Diagnóstico de necesidades y prioridades de la comuna 10:
Diagnóstico:
Educación: como derecho. Procesos de prácticas sociales que estimulan el aprendizaje, potencian
el desarrollo de habilidades y competencias en las personas para su desarrollo durante toda la vida.
Oferta educativa
12
No.
NOMBRE DEL ESTABLECIMIENTO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
CEN. DOC. ENRIQUE OLAYA HERRERA
CEN. DOC. LA RIOJA
CEN. DOC. LAS CAMELIAS
CEN. DOC. LAS PALMAS
CEN. DOC. LAS PALMITAS
CEN. DOC. SAN BERNARDO
COL. HUMBERTO TAFUR CHARRY
COL. BAS. MISAEL PASTRANA 8.
COL. EL MUNDO DE PIAGET
COL. INF. EL CAFETERITO
COL. NUESTRA SEÑORA DEL CARMEN
COL. PARAISO INFANTIL
COL. SANTA CLARA DE HUNGRIA
GIM. YUMANA
JAR. INF. NUESTRA SEÑORA DE FA
TIPO
NIVEL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
MUNICIPAL
MUNICIPAL
NO APLICA
NO APLICA
MUNICIPAL
DEPARTAMENTAL
DEPARTAMENTAL
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
Eficiencia interna: matricula y deserción.
2004 REPORTADA EN EL 2005
MATRICULA
DESERCION
% DESERTORES
468
52
3,54
2268
208
9,17
2253
131
5,81
5989,00
391
6,53
Calidad de la educación en cuanto a infraestructura – dotación, jornadas, personal docente
x establecimiento y número de alumnos.
No.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
NOMBRE DEL ESTABLECIMIENTO
CEN. DOC. ENRIQUE OLAYA HERRERA
CEN. DOC. LA RIOJA
CEN. DOC. LAS CAMELIAS
CEN. DOC. LAS PALMAS
CEN. DOC. LAS PALMITAS
CEN. DOC. SAN BERNARDO
COL. HUMBERTO TAFUR CHARRY
COL. BAS. MISAEL PASTRANA B.
COL. EL MUNDO DE PIAGET
COL. INF. EL CAFETERITO
COL. NUESTRA SEÑORA DEL CARMEN
COL. PARAISO INFANTIL
COL. SANTA CLARA DE HUNGRIA
GIM. YUMANA
JAR. INF. NUESTRA SEÑORA DE FATIMA
TIPO
NIVEL
TIPO
JORNADA
CANTIDAD
JORNADA
PRE
ESCOLAR
BAS.
PRIM.
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
NO OFICIAL
MUNICIPAL
MUNICIPAL
NO APLICA
NO APLICA
MUNICIPAL
DEPARTAMENTAL
DEPARTAMENTAL
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
NO APLICA
2y3
2y3
2y3
2y3
2y3
2y3
3y4
2y3
1
2
1
2y3
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
1
2
1
1
1
2y3
2y3
2y3
2y3
2
3
o
2y3
1
2
1
2y3
1
1
2
2y3
2y3
2y3
2y3
2y3
2y3
o
2y3
1
o
1
2y3
1
1
o
BAS.
MEDIA
SECUN .
o
o
o
o
o
o
3y4
2y3
1
o
1
o
1
1
o
o
o
o
o
o
o
4
o
o
o
o
o
1
1
o
TOTAL
ALMNOS
239
131
263
296
202
173
405
389
277
9
147
77
472
350
9
Nivel académico en la comuna.
NIVEL AC ADÉM ICO CO M UNA 10
N IN G U NO
B A SIC A P IM A RIA 1
16,90%
B A SIC A P IM A RIA 2
5,74%
B A SIC A P IM A RIA 3
B A SIC A P IM A RIA 4
B A SIC A P IM A RIA 5
7,53%
4,67%
B A SIC A S E C UN DA RIA 6
B A SIC A S E C UN DA RIA 7
B A SIC A S E C UN DA RIA 8
5,30%
B A SIC A S E C UN DA RIA 9
M E DIA 10
7,26%
M E DIA 11
TE CN ICA 1
3,97%
TE CN ICA 2
TE CN ICA 3
6,00%
4,08%
U NIV ER S ITA R IA A ñ o 1
U NIV ER S ITA R IA A ñ o 2
2,32%
U NIV ER S ITA R IA A ñ o 3
U NIV ER S ITA R IA A ñ o 4
11,00%
U NIV ER S ITA R IA A ñ o 5
0,28%
0,20%
U NIV ER S ITA R IA A ñ o 6
0,51%
P O S TG R A DO S em 1
0,34%
0,31%
21,77%
0,26%
0,01%
0,02%
0,03%
0,03%
0,04%
1,20%
0,04%
P O S TG R A DO S em 2
P O S TG R A DO S em 3
P O S TG R A DO S em 4
P O S TG R A DO S em 5
13
Personas en edad escolar de la comuna que asisten a centros educativos.
PE RS O NAS EN E DAD ES CO LA R Q UE ASISTEN A CE NTR O
ED UC ATIV O P O R C O M UNA 10
N O A S IS T E
A C T UA LM E N TE
A CENTRO
E D U C AT IV O ;
4 4 ,1 2 %
A S IS T E
A C TU A L M E N T E
A CE NTRO
E D U C AT IV O
N O A S IS T E
A C TU A L M E N T E
A CE NTRO
E D U C AT IV O
A S IS T E
A C T UA LM E N TE
A CENTRO
E D U C AT IV O ;
5 5 ,8 8 %
Salud: Como bienestar, como calidad de vida, en contraposición a ausencia de enfermedad.
Seguridad social en salud en la comuna.
N O P O S E E S E G U R ID A D E N
SALU D
SEG URID AD SOC IAL EN SALUD COM UNA 10
R E G IM E N E S E S P E C IA LE S (F F.A A .
M A G IS T. E C O P E TR O L )
A FILIA D O S E G U R O S O C IA L
0,03%
29,71%
A FILIA D O E P S P R IVA D A S
45,60%
B E N E FIC IA R IO D E C U A L Q U IE R
E N T ID A D
T IE N E N C A RN E D E L R E G IM E N
S U B S ID IA D O
16,19%
6,11%
1,83%
R E S G U A R D O IN FIG E N A
0,52%
Salud mental: reporte por edad y sexo de violencia intrafamiliar, abuso sexual, maltrato psicologico,
negligencia e intentos de suicidio.
DIAGNOSTICO
< 1 Anos
1 - 4 Años
M
F
M
F
M
F
M
F
M
F
M
F
M
F
VIOLENCIA INTRAFAMILIAR ABUSO SEXUAL
0
0
0
0
1
1
0
1
0
0
0
0
1
2
3
VIOLENCIA INTRAFAMILIAR MALTRATO PSICOLOGICO
0
0
0
0
1
o
2
8
0
0
0
1
3
9
12
VIOLENCIA INTRAFAMILIAR NEGLIGENCIA
1
1
0
0
2
9
o
o
0
0
0
0
3
10
13
VIOLENCIA INTRAFAMILIAR VIOLENCIA FISICA
0
0
3
0
9
4
2
51
4
4
0
2
18
61
79
VIOLENCIA INTRAFAMILIAR VIOLENCIA SEXUAL
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
1
1
1
1
3
0
13
14
4
60
4
5
0
3
25
83
108
0
0
0
0
0
3
1
6
0
1
0
0
1
10
11
COMUNA10
TOTALES
INTENTO DE SUICIDIO
Convenciones:
M = Masculino
F = Femenimo
(*) Fuente: Secretaria de Salud Municipal - Alcaldia de neiva
14
5 - 14 Años 15 - 44 Anos 45 - 59 Anos
60 - + Anos
Total
TOTAL
Población con discapacidad
Población de mujeres en embarazo
DIS C APACITAD O S PO R C O M UNA
EM BA RAZADA S PO R CO M UNA
600
46
8
40
7
35
8
29
30 0
23
7
25 0
2
20 0
8
2
4
13
7
1
6
15 0
16
1
2
9
2
7
2
2
2
2
5
8
2
200
35 0
14
9
9
3
7
3
4
3
3
300
40 0
16
1
4
4
9
400
N o. D E EM B AR AZA DA S
5
45 0
500
2
N o . D E D IS C A P A C IT A D O S
4
2
8
50 0
50
9
1
0
8
6
7
5
3
4
2
0
55
1
10 0
100
1
1
2
3
4
5
6
CO MUN A S
7
8
9
10
0
3
4
5
6
7
8
9
10
CO MUN A
Trabajo y empleo: Ocupaciones de la Población Económicamente activa
ACTIVIDAD ECO N Ó M ICA CO M U NA 10
15
Administrativo: Entidades públicas y privadas que regulan y administran la prestación de los servicios
a cargo del Estado
Población barrios, viviendas, habitantes, sexo, estrato y areas.
Comuna 10: Alto Oriente
No.
BARRIO
VMENDA
HABIT.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
La Rioja I y II Etapa
907
5442
Los Colores
140
704
Santander
216
1296
Villa Nadia
49
294
Nuevo Horizonte
116
696
Once de Noviembre
158
948
Misael Pastrana B.
155
930
Víctor Félix Díaz I y II Etapa
247
1485
El Triunfo
152
916
Los Comuneros
46
276
Katacandru
42
252
Alberto Yépes Barreiro
114
684
La Pradera
30
155
Pablo VI
180
1080
Los Rosales
74
354
Villa Aranzazu
22
120
Ciudadela Antonio Baraya
173
1038
Enrique Olaya Herrera
348
2028
Las Palmitas
147
882
El Pedregal
85
510
Las Camelias
161
834
La Victoria
60
287
San Bemardo
120
578
Neiva Ya
89
534
Sector Barreiro
36
189
Santa Barbara
42
520
Las Palmas I
1490
7822
Palmas II
293
1538
* Palmas III
44
228
Campo Real
20
103
* San Bernardo del Viento
45
234
* Los Machines:
14
72
La Amistad
162
710
Oro Negro I, II, III Etapa
250
1251
Antonio Nariño
62
120
El Oasis
54
195
El Señor de los Milagros
68
218
SUBTOTAL
6411
35523
Fuente: Dpto. Adtivo. Planeacion municipal neiva area estadisticas -
H
M
2566
332
611
139
328
447
438
700
432
130
119
322
73
509
167
57
489
956
416
240
393
135
272
252
89
245
3688
725
107
49
110
34
335
590
57
92
103
16747
2876
372
685
155
368
501
492
785
484
146
133
362
82
571
187
63
549
1072
466
270
441
152
305
282
100
275
4134
813
121
54
124
38
375
661
63
103
115
18775
NIÑOS
HASTA 14
AROS
1905
246
454
103
244
332
326
520
321
97
88
239
54
378
124
42
363
710
309
179
292
100
202
187
66
182
2738
538
80
36
82
25
249
438
42
68
76
12433,1
ÁREA
EM
PERIMETRO EM
ESTRATO
(M2)
(M)
3
4
2
2
2
2
2
2
2
1
2
2
2
2
4
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
4
1
1
1
1
1
1
1
60
95745,20
50000,00
40000,00
14405,00
22000,00
30000,00
30000,00
75000,00
19881,00
10381,54
10000,00
10000,00
14205,88
8960,00
25000,00
4861,39
15570,68
37800,00
27500,00
10100,00
20000,00
32000,00
60000,00
35000,00
47000,00
7150,00
55500,0
35920,82
52000,00
2494,80
45000,00
10800,00
33708,00
24428,37
4000,00
5000,00
1182,01
913,21
544,20
506,46
1102,66
836,92
1279,76
667,06
414,65
397,36
1420344,00
492,48
539,19
715,47
1238,95
718,06
4341,40
494,65
964,60
1328,21
862,92
713,35
1021412,683
Población asentamientos, viviendas, habitantes y areas.
Asentamientos subnormales - Comuna 10
ASENTAMIENTOS
La Amistad
Oro Negro
Neiva Ya
La Victoria
Miraflores
Palmas III
Barreiro
San Bernardo
Los Machines
San Bernardo del Viento
Granjas San Bernardo
Villas de los Robles
Villa Aranzazu
UBICAClÓN
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
COMUNA 10
VIVIENDAS
42
250
89
60
45
44
36
70
14
45
15
25
COMUNA 10
25
760
HECTAREAS
% DEL TOTAL
% DE ILEGALIDAD
16
HABITANTES
217
1.197
461
287
233
228
186
420
72
234
77
132
AREA M2
34.500
31.000
55.000
12.500
36.000
84.000
120.000
60.000
10.800
45.000
240.000
7.500
120
3.864
900
737.200
1
73,72
1,44
21,53
Estado civil en la comuna
ESTADO CIVIL C O M UNA 10
1 9,1 3 %
1 4,9 1 %
5 8,5 3 %
4 ,6 0 %
U N IO N L IB R E
C A SA D O S
VIU D O
SE PA R A D O O D IV O R C IA D O
2 ,8 4 %
SO LTE R O
Edad de la población en la comuna
R AN G O D E ED A D E N LA C O M U N A 10
0-10 A Ñ O S
11 -20 A Ñ O S
0,49%
1,67%
5,88%
3,30%
21 - 30 A Ñ O S
0,09%
26,36%
31 - 40 A Ñ O S
10,50%
41 - 50 A Ñ O S
51 - 60 A Ñ O S
61 - 70 A Ñ O S
13,04%
71 - 80 A Ñ O S
15,68%
22,99%
81 - 90 A Ñ O S
91-100 A Ñ O S
17
Sexo de la población en la comuna.
S E X O C O M U N A 10
HO M BRE S;
4 8 ,4 2%
HOM BRES
M UJER ES
M UJER ES;
5 1 ,5 8%
Niveles de pobreza en la comuna.
NIVELES DE POB REZA C O M UNA 10
N IV E L 1
69 %
N IV E L 6
0%
N IV E L 5
0%
N IV E L 4
0%
N IV E L 3
9%
N IV E L 2
22 %
18
Servicios públicos. Satisfacción de requerimientos esenciales para la supervivencia de la personas
como agua, luz, alcantarillado, distribución de gas, Telefonía, recolección de basuras.
Servicio de acueducto en la comuna.
SERVICIO DE ACUEDUCTO C OM UNA 10
TIE N E N
A C U E D U C TO
N O T IE N E N
A C U E D U C TO ;
4,59%
TIE N E N
A C U E D U C TO ;
95 ,41 %
N O T IE N E N
A C U E D U C TO
Servicio de alcantarillado en la comuna.
S E R VIC IO D E A L C A N TA R IL LA D O C O M U N A 1 0
N O T IE N E N
A L C A N TA R IL L A D O
2 5 ,52 %
S I C U E N TA N C O N
S E R V ICIO D E
A L C A N TA R IL LA D O
S I C U E N TA N
C O N S E R V IC IO
DE
A L C A N TA R IL L A D O
7 4 ,48 %
N O T IE NE N
A L C A N TA R IL LA D O
19
Cómo cocina la población de la comuna
C O M O C O C IN A LA PO BLA C IÓ N EN LA CO M U NA 10
N O C O C IN A N
73,42%
LEÑA , CA RB ON LEÑ A,
DES ECHO S
C A R B Ó N M IN E R A L
1,86%
13,33%
8,84%
K E R O S E N E , P E TR O LE O ,
G A S O L IN A , C O C IN O L
0,55%
G A S E N C IL IN D R O O P IP E TA
1,91%
G A S P O R C O N E X IÓ N D E
T U B E R IA
E L E C T R IC ID A D
0,08%
Cultura, deporte y recreación. La facilidad que tiene las personas para el aprovechamiento del
tiempo libre, esta facilidad esta dada por lugares y programas para el ocio.
Equipamientos de recreación en la comuna
TIPO
PARQUE
PARQUE
PARQUE
PARQUE
Parque Metropolitano dei Ori.
POLIDEPORTIVO
POLIDEPORTIVO
POLIDEPORTIVO
POLIDEPORTIVO
POLIDEPORTIVO
POLIDEPORTIVO
POLIDEPORTIVO
POLIDEPORTIVO
TERRENO
TERRENO
TERRENO
TERRENO
TERRENO
BARRIO
EL TRIUNFO
M. PASTRANA 8.
ONCE DE NOVIEMB
VICTOR F DIAZ
VICTOR F DIAZ
ENRIQUE OLAYA H.
KATAKA NDRU
LAS CAMELIAS
LAS PALMAS
M. PASTRANA 8.
PABLO Vi
SANTANDER
VICTOR F DIAZ
EL TRIUNFO
EL TRIUNFO
LOS COMUNEROS
NUEVO HORIZONTE
ORO NEGRO
DIRECCIÓN
Calle 19 -19A Cra.51-52
Cra. 49A -49A Calle 208
Cra. 49
Cra. 49-50 calle 18-19
Victor F. Fiaz
cra. 51A Calle 27
Cra, SOA Calle 20C
Cra.54 calle 28
Cra. 55 Calle 21-22
Cra. 49A -50. Calle 20-21
Cra. 50 Bis calle 23C
cra.46 Calle 248
Calle 19-18A Cra.51A-52
Calle 19B - 19A Cra.51-52
Calle 19A Cra. 51
Cra.51Bis-52. Calle 20A-2OB
Cra.51 Calle 25B
Cra.51 Calle 31
ESTRATO SOCIOECONOMICO
2
2
2
2
2
1
2
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
1
RESUMEN COMUNA 10
PARQUE
POLIDEPORTIVO
TERRENO
5
8
5
Oferta de programas culturales
NOMBRE DEL PROGRAMA
Formación artística y aprovechamiento tiempo libre
"Escuela de formación artística, folclórica y
Músíca
Artesanal"
Danza
0
35
20
55
Teatro
0
25
15
40
Artesanías
0
20
15
35
"Coros por Ia Paz" Formación artística en m7úsica
20
AREA
RANGOS DE EDAD
0a6
7 a 13
13 a 18
0
180
0
POBLACIÓN BENEFICIADA
COMUNA 10
180
Artes Visuales
0
12
8
20
Cine Foro
80
150
250
480
Coros Infantiles
0
85
95
180
Medio ambiente. Relación y calidad de los escenarios y contextos en los cuales están inmersos el
ciudadano y la ciudadana
Oferta de programas ambientales
NOMBRE DEL PROGRAMA
PROGRAMA DE
AGRICULTURA URBANA
" 1 FASE"
COMUNA DONDE
SE REALIZA EL
PROGRAMA
OBJETO DEL PROGRAMA
La seguridad alimentaria de Ias famílias
beneficiadas, en atención a que son Ias más
vulnerables y que presentan los más altos
índices de desnutrición por ser población
excluída de desarrollo y Ia justicia social,
durante muchos años por diferentes
Gobiemos.
Siembra y mantenimiento de árboles en Ia
ciudad de Neiva, así como actividades
inherentes a practicas silviculturales de
aplicación de riego, plateo, al material vegetal
sembrado, limpieza, rocería de separadores
viales, zonas verdes, polideportivos, parques,
etc., involucrando igualmente, labores de
ornato y embellecimiento de Ia ciudad
consistentes en Ia aplicación de pintura en
muros, separadores viales, sardineles, en
lugares que embellecen toda Ia jurisdicción
municipal urbana. Se emplea personal en
calidad de desplazados.
"NEIVA CIUDAD BOSQUE"
POBLACIÓN BENEFICIADA
TOTAL FAMILIAS
TOTAL PERSONAS
ESTRATOS
BENEFICIADOS
10
530
2438
1Y2
9
221
1017
1Y2
8
249
1145
1Y2
FINANCIACIÓN PROGRAMA
La Red de Seguridad Alimentada RESA, con Cien
Millones de Pesos, el Municipio de Neiva con Cien
Miliones de Pesos y el operador del programa que
aportó en bienes y servicios Ia suma de Cincuenta
Millones de pesos para un total de
$250.000.000,oo.
Para Ia Fase 1: Convenio HU-0020, celebrado
entre Ia Alcaldía de Neiva, FENALCO y Ia
Organización Mundial para Ias Migraciones - OIM
y para Ia fase 2: Convenio de Cooperación
Interinstitucional celebrado entre el Comité
Depadamental de Cafeteros del Huila y el Municipio
de Neiva
TODAS LAS
COMUNAS
(No se suministró
lnformación)
(No se suministró
lnformación)
TOTAL
1000
4600
todos los
estratos
Vivienda: Relación calidad, oferta y demanda de la vivienda.
Tipo de vivienda en la comuna
TIP O DE V IVIEN DA COM UN A 10
9 5,6 1%
C U A RT O E N
CASA O
A PA R TA M E N T O
CASA O
A PA R TA M E N T O
2 ,81 %
1 ,58 %
R E F U G IO S
T E M P O R A LE S
21
Condición de vivienda en la comuna
C O N D IC IÓ N D E V IVIEN D A C O M U N A 10
O TR A
C O N D IC IO N ,
9 ,8 8 %
A R R IE N D O O
S U B A R R IE N D O ,
3 0 ,3 1 %
P R O P IA
PA G A N D O ,
6 ,7 8 %
P R O P IA
PA G A D A ,
5 3 ,0 4 %
Infraestructura. Adecuación física de construcciones en los cuales la comunidad realiza actividades
de encuentro, esparcimiento y transito.
Estado malla vial comuna
ESTADO DE MALLA VIAL MUNICIPIO DE NEIVA COMUNA 10
22
TIPO
V1
ESTADO
PAVIMENTADA
LONGITUD (KMS)
3152
V2
PROYECTADA
1565
V3
DESTAPADA
908
VE
PAVIMENTADA
PROYECTADA
913
14957
2. DESCRIPCIÓN DE LA
EXPERIENCIA
El entendimiento del significado de un Estado
Social de Derecho, la constitución política y las
posibilidades jurídicas y administrativas de los
diferentes actores permitieron crear un escenario
de acción específico y sostenible para firmar, en
un inicio, el convenio para la Consulta Urbana
en la Comuna 10, y posteriormente para la
implementación del Programa de Gestión Urbana
- Gobernabilidad Participativa para el
Mejoramiento Integral de condiciones de vida.
Moverse bajo estos principios exigió superar
dificultades iniciales debido a la falta de
experiencia en esta dinámica de prácticas
incluyentes, en especial por parte de
organizaciones estatales.
Atender a las necesidades actuales y futuras de
la población y lograr que los asentamientos
humanos sean sostenibles son retos de los
gobiernos y las sociedades locales. De allí la
pertinencia del PGU para fortalecer la capacidad
de gestión de las ciudades, siendo la Consulta
Urbana la piedra angular, ya que con estos
procesos se busca mejorar la forma como las
municipalidades gobiernan las ciudades, para que
sea más participativa y democrática, su enfoque
es flexible, pues el criterio de éxito no es la
realización de la consulta en sí misma, sino el
cambio duradero y sostenible que este proceso
puede generar en el manejo y funcionamiento de
la ciudad.
Partiendo de lo anterior la estrategia de
capacitación y apropiación del programa en la
población beneficiada y/o interesada tanto en
aspectos técnicos, a asesores y funcionarios
públicos para implementar exitosamente este
Programa, como en procesos de participación
ciudadana integrando actores privados, sociales
y comunitarios, permitieron establecer las
diferentes fases del Programa e incluir este tema
en el Plan de Desarrollo Local.
Teniendo como Programas de acción prioritarios
la dotación de infraestructura de servicios
públicos, la legalización urbana y reubicación de
asentamientos en zona de riesgo, la articulación
vial, la recuperación del medio ambiente,
dotación de espacio público y capacitación
ciudadana e inclusión en procesos de planeación
participativa, se parte con las aproximaciones,
contactos y divulgación, tanto al candidato a la
Alcaldía como a Grupos Comunitarios y ONG.
23
Posteriormente se firma el Convenio y se lleva
a cabo el entrenamiento a líderes comunitarios
para diseñar el diagnóstico participativo, se hace
la inclusión del tema en el Plan de Desarrollo
Local y se definen responsabilidades.
Una vez se llega al acuerdo entre interactores, se
formula el diagnóstico y se empieza la
articulación al proceso de planificación urbana,
se procede a la formulación de objetivos y
estrategias entre la administración municipal,
ONGs, sector privado y comunidad, los cuales
quedaron planteados de la siguiente manera:
Institucionalizar Política Pública, a través del
liderazgo, procesos de planeación e inversión
pública; Esquemas concertación de comunidad
para gestión de proyectos ante empresa privada
y organismos nacionales e internacionales,
creando espacios de diálogo entre administración
municipal, sector privado y comunidad
organizada y legítima; Fortalecimiento
institucional. Planteando alternativas de
participación, gobernabilidad y transparencia
hacia mejoramiento de la calidad de vida,
Escuela de Líderes para la Democracia,
Capacitando líderes comunitarios para la
realización de Planeación Participativa para
inversión óptima y transparente replicable a otros
sectores vulnerables de Neiva, Fortalecer en la
sociedad papel mujer líder-cabeza de familia,
apoyando programa estatal “Hogares
24
Comunitarios de Bienestar” fortaleciendo el
sistema educativo con alto nivel de ternura en
zona de violencia y rol de la mujer en instancias
de planeación y decisión comunitaria.
De la misma forma se establecen las prioridades
en procesos de concertación realizados con los
diferentes actores involucrados (Líderes
comunitarios, jóvenes, mujeres cabeza de
familia, JACs, sector privado, gobierno local,
ONGs) y a través de talleres de planeación
participativa realizados con la comunidad en
diagnóstico de consulta:
Capacitación ciudadana: Fortalecer procesos de
planeación participativa, liderando modelos de
gestión y reconocimiento de recursos públicos
para generar mecanismos de control, priorización
e inversión en esquema multipartito.
Dotación infraestructura de servicios, espacio
público y red vial: para alcanzar la legalidad y
normalidad urbana; canalizar recursos del sector
público y privado a través de esquemas
multipartitos de inversión y ejecución.
Recuperación ambiental: enfocada al rescate de
fuentes hídricas que identifican el sector como
área de riqueza ambiental (a través de
organizaciones comunitarias ambientales y
colegios).
Con respecto a la movilización de recursos, el
reconocimiento de la realidad y la construcción
conjunta de un futuro compartido es el punto de
convergencia de intereses, propósitos y sueños
que se materializan en un esquema incluyente,
participativo que legitima la institucionalidad y
crea confianza donde todos aportan en la medida
de su conocimiento, capacidad y recursos.
PGU – ALC (UNDP/UN-Habitat) - Fedevivienda: entidad de anclaje: Recurso humano en
asesoría para elaboración estudios técnicos.
Municipio Neiva: Recursos económicos para
ejecución de obras; humano para elaboración
estudios ambientales y técnicos puntuales, así
como para elaboración Plan de Ordenamiento
Territorial y Plan Parcial de Mejoramiento
Barrial.
ONGS: (Fundación Social y Fundación HOCOL)
Recurso humano en organización y formación de
la comunidad en procesos de participación, en
ejecución proyectos dirigidos a la población
vulnerable y en recursos económicos.
Comunidad: Con la participación de más de 40
organizaciones de base como madres
comunitarias, organizaciones de empresarios,
jóvenes, Juntas de Acción Comunal, Junta
Administradora Local, Comité Cívico Zonal.
Organización Internacional para las
Migraciones: Recurso económico para ejecución
de proyectos educativos y culturales orientados
a población desplazada.
Instituto Colombiano de Bienestar Familiar
(ICBF): Entidad estatal que aporta dinero y
capacitación al Programa de Hogares
Comunitarios. Actualmente compran los
productos al sistema de Cooperativa (Empresa
que ha mejorar la calidad nutricional de los niños
y ha generado empleo) creada y manejada por la
organización de madres comunitarias.
Una vez definido el plan de acción se
operacionaliza, es definido como política pública
y se lleva a cabo la inclusión al plan de
ordenamiento territorial.
25
3. ANÁLISIS
Moverse bajo los principios de los Programas de
Gestión Urbana y Gobernabilidad Participativa,
exigió superar dificultades iniciales debido a la
falta de experiencia en esta dinámica de prácticas
incluyentes, en especial por parte de
organizaciones estatales.
base) y su relación con la Administración
Pública.
• Reconocimiento, organización comunitaria
(capacitación 200 líderes comunitarios, 93
madres comunitarias, 300 jóvenes, 120
maestros, 4500 escolares, 1025
desplazados) con capacidad de
interlocución directa y establecer
Sin embargo poco a poco con el liderazgo de la
Alcaldía de Neiva, y la participación de
organizaciones como PGU – ALC (UNDP/UNHabitat) – Fedevivienda, la Fundación Social y
Fundación HOCOL, la comunidad a través de 40
organizaciones de base como madres
comunitarias, organizaciones de empresarios,
jóvenes, Juntas de Acción Comunal, Junta
Administradora Local, Comité Cívico Zonal,
OIM - Organización Internacional para las
Migraciones, Instituto Colombiano de Bienestar
Familiar (ICBF) se lograron resultados
sostenibles como:
• Fortalecimiento organización y participación comunitaria (40 organizaciones de
26
negociaciones legítimas y legales frente a
la administración pública y diferentes
organizaciones.
• Formular y legitimar, en consulta urbana,
el Plan de Acción (mesas de concertación,
presupuestos participativos) que permite a
la comunidad mejorar las oportunidades de
salud, educación, deporte, cultura y
recreación, acceso servicios públicos de
agua potable, aseo, alcantarillado y vías.
• Política Pública y fortalecimiento liderazgo
y gestión comunitaria generando continuidad en
proyectos a lo largo de 3 administraciones.
• Mejorar capacidad de respuesta de la
administración pública y otros actores
sociales para plantear solución a problemas
de varios sectores de la población.
• Identificación del Comité Técnico del
municipio, inscripción en planes
sectoriales de inversión e identificación de
la Comuna 10 dentro del POT como un
sector a priorizar dentro del Plan Parcial de
Mejoramiento Barrial.
• Organizaciones ciudadanas: Parte esencial
de solución de sus problemas. Hoy forman
parte de la planeación participativa
democrática y transparente.
• El Municipio de Neiva identificó al PGU
como ejemplo para la ciudad en las
Comunas 8 y 9.
• Fortalecer el rol y responsabilidad de la
mujer (1.200 beneficiadas desplazadas,
cabezas de familia, menores de edad),
permitiéndole trascender a espacios de
planeación y toma de decisiones dentro de
la Consulta Urbana y en los Comités de
Planeación Local.
Este trabajo sirvió de base para ser incluido en
el Plan de Ordenamiento Territorial como áreas
susceptibles de planes parciales de mejoramiento
barrial, razón por la cual se están llevando a cabo
estudios más específicos. Esta experiencia se ha
presentado en escenarios como:
• Seminario encuentro consultas urbanas,
México / 2000, auspiciado: PGU-ALC,
Naciones Unidas.
• Seminario socialización resultados
consultas, Quito – Ecuador/ 2000,
auspiciado: PGU-ALC, Naciones Unidas.
• Experiencia seleccionada por PGU para ser
publicada como cuaderno de trabajo para
facilitar el conocimiento de una
experiencia exitosa en diferentes países del
área.
La sostenibilidad Financiera, está garantizada
por el interés del gobierno local con la asignación
de recursos presupuestales, la decidida
participación de las organizaciones no
gubernamentales y empresa privada con el aporte
de recursos humanos calificados y técnicos para
la realización del programa y la comunidad con
el compromiso en su participación y aporte de
su gestión, desde su óptica y conocimiento real,
la organización y la participación con su mano
de obra para la ejecución de los proyectos.
Con respecto a la parte Social y Económica, la
comunidad ha reconocido su identidad y es
consciente de su capacidad de organización, la
aceptación de las diferencias y la inclusión de
todos los grupos humanos. Igualmente la
adopción del tema de mejoramiento barrial como
política publica municipal, mediante la adopción
de un mandato de la Alcaldía de Neiva sobre
Plan de Ordenamiento Territorial (Acuerdo 016
diciembre/2000).
En lo Cultural, el proyecto logra el reconocimiento de las diferencias y respeta a las mismas
y a los diferentes modos de comportamiento y
expectativas lo que mejora las relaciones de
convivencia de sus habitantes.
Finalmente en lo Ambiental, se fortaleció la
conciencia de los habitantes en cuanto a la
conservación de las fuentes hídricas, la economía
de los recursos naturales, en especial el
embellecimiento de su entorno. De igual manera
el aporte en vías y alcantarillado mejoran las
condiciones ambientales, de convivencia y salud.
• Seminario mejoramiento barrial y planeación
participativa con presencia de diferentes
entidades públicas y privadas que iniciaban
procesos similares, Universidad de los
Andes, Colombia / noviembre 2003.
27
4. CONCLUSIÓN / EVALUACIÓN
Lograr estos resultados exitosos se debió
principalmente a:
• El fortalecimiento de procesos participativos en
la definición de inversión pública.
• Concreción de proyectos priorizados en la
primera fase del primer estudio (consulta
urbana) como la construcción de la calle
52, el mini hospital, mejoramientos de
vivienda, seguridad alimentaría a través de
agricultura urbana y restaurantes escolares.
• Continuidad proceso a lo largo de 3
administraciones.
28
• Replica en otros sectores del país
Los aportes para hacer realidad estas acciones
fueron de USD$ 4.214.928 de los cuales el
municipio aportó el 83%, HOCOL el 8.1%, la
Fundación HOCOL el 8.8% y la comunidad la
Mano de obra no calificada, apoyo logístico a
eventos y su valioso tiempo.
Así mismo, en la consolidación de las políticas
públicas, la Administración Municipal ha
invertido en 2005, en los diferentes sectores
sociales, en aras de mejorar la calidad de vida,
así:
SECTORES SOCIALES
Educación
Salud
Vias
Cultura
Agua potable y saneamiento básico
Desarrollo social
Recreación y deporte
Vivienda
Gobierno y convivencia
Medio ambiente
TOTAL
Es así como podemos concluir afirmando que el
mejoramiento integral de barrios aporta en su
aspecto físico a la habitabilidad, sentido de
pertenencia, apropiación de vivienda y entorno;
y promueve en el ámbito político local la
planeación
y
gestión
participativa
implementando esquemas de concertación y cogestión pública y privada, aportando a la
democratización.
La incorporación al programa como política
pública bajo figura de POT (Ley 388 de 1997) e
instrumento de planificación, permite mejor
gestión y asegura la continuidad de inversión.
La participación de comunidades en el proceso
de identificación de la problemática local, diseño
y formulación transparente y concertada de
soluciones, es un aporte al enriquecimiento de
procesos participativos en programas de
Gobierno y Planes de Desarrollo.
Validación del modelo de construcción social
(ONG Fundación Hocol) que propicia el
crecimiento de comunidades con programas
autogestionados y sostenibles involucrando a la
comunidad organizada, la empresa privada y el
gobierno.
VALOR EN US $
200.261
1.456.226,62
303.327,88
109.587,87
306.724,44
38.619,92
12.937,50
72.428,44
88.498,12
2.762,50
2.591.374,50
Generar escenarios donde la comunidad
reconozca, acuerde y priorice sus necesidades
desde su cultura y cosmovisión, contribuye al
desarrollo social local, presencia institucional y
gobernabilidad participativa; posibilitando el
mejoramiento de las condiciones de vida con el
compromiso de las organizaciones sociales, del
sector público y privado. Este mejoramiento en
calidad de vida impacta el manejo propositito de
conflictos y violencia urbana e intra-familiar.
BIBLIOGRAFIA
Concurso latinoamericano y del Caribe para la
trasnferencia de buenas prácticas, premio
Medellín 2005.
Base de datos sisben (muestreo realizado sobre
una población urbana de 224,279 habitantes).
Fundación Hocol.
Planeación municipal Neiva.
PGU, Naciones Unidas.
El diseño y aplicación de instrumentos de
planeación participativa en inversión pública y
planeación permiten la integración de
comunidades, organizaciones privadas de todo
tipo y Administración.
29
“DEL DERECHO A LOS DERECHOS”
EXTENSIONISMO JURÍDICO VECINAL UNA
PRÁCTICA QUE SE RE-CREA.
1. INTRODUCCIÓN
Trascender los modos en los que se manifiestan
muchas democracias latinoamericanas, como
meras democracias formales y/o delegativas, en
las que parece un desafío inalcanzable el
ejercicio y/o la concreción de los derechos de
gran parte de la población, es uno de los
objetivos a los que pretenden contribuir las
distintas experiencias de Extensionismo Jurídico
a las que se hace referencia en el presente trabajo.
La elaboración de un estudio de caso sobre
Extensionismo Jurídico no es algo nuevo, sin
embargo analizarlo desde algunas categorías
teóricas claves, reflexionar respecto al impacto
en los diferentes lugares donde se desarrolla,
actualizar datos, continuar pensando estas
prácticas y ponerlas a dialogar o dialectizar entre
sí, es lo que se propone. Para ello resulta
importante mostrar también cuáles son las
contradicciones entendiendo que toda práctica
social es en sí misma conflictiva. Ya que
aprender de los errores a la vez que se socializan,
permite mejorar las experiencias.
Este trabajo intenta sistematizar algo de lo
producido en las experiencias de Extensionismo
Jurídico, tomando como base la experiencia de
la Fundación Favim en la Provincia de Mendoza,
ubicada al pie de la Cordillera de los Andes, al
centro-oeste de la República Argentina.
Esta experiencia tiene un gran impacto en la
calidad de vida de los ciudadanos aportando al
mejoramiento del ejercicio de sus derechos y de
su participación en el espacio público
contribuyendo a la construcción de la
democracia.
De qué hablamos cuando decimos “Extensionismo jurídico”. Un concepto que incomoda.
Para desarrollar este tópico se parte de una serie
de interrogantes que provoca la sola
verbalización de estas palabras Extensionismo
jurídico. ¿Qué es lo que se extiende? ¿Quién
extiende? ¿Quiénes y a quiénes se extiende?
Interrogantes de los cuáles se desprenden otros
tantos: ¿quiénes son los extendidos, entendidos
o extensionistas?
En un documento publicado por Favim se
plantea el Extensionismo como una actividad de
reflexión-acción-reflexión cíclica y permanente
desde y para la práctica social, efectuada por
diversos actores desde sus perspectivas y
metodologías pertinentes, con el objeto de
facilitar transformaciones sociales, particularmente en el ámbito del conocimiento, ejercicio
y exigibilidad de todos los derechos. ¿Es posible
un proceso dialéctico de reflexión -acción reflexión desde una perspectiva de
democratización de conocimiento si se partiera
de la idea de que alguien extiende algo a otro/a?
es decir, alguien que sabe y posee respecto de
quienes ignoran y carecen?
En este sentido, democratización del
conocimiento, se refiere no sólo a lo imperioso
que se vuelve el acceso a bienes simbólicos sino,
por el modo mismo de entender el conocimiento
y al otro, en todo el proceso de aprendizaje. Todo
proceso de conocimiento es intersubjetivo y el
saber, el conocimiento se genera, se co-construye
en esa interacción. Para que esto sea así, es
imprescindible el reconocimiento que hay más de
un saber válido aunque algunos sean más
legitimados socialmente que otros.
En el campo del Derecho, como en otras
disciplinas, es frecuente la secularización del
saber, el conocimiento sobre el Derecho y los
derechos son celosamente custodiados por las
instituciones jurídicas, quedando la población
alejada y ajena a las leyes y reglas de juego de
este campo aún cuando rigen para todos y todas.
De allí la importancia que se pueda pensar en
promotores y promotoras de derechos como
ciudadanos comprometidos con la tarea de
promoción y el ejercicio de los mismos desde la
participación ciudadana y el acercamiento de
herramientas que faciliten la resolución de
conflictos sin llegar a instancias judiciales.
2. EL CONCEPTO DE CIUDADANÍA
HOY
Una primera aproximación al concepto de
ciudadanía implica la existencia de un consenso
sobre una “cosa común” sobre la cual ponerse
33
de acuerdo, sumada a una asociación con miras
a objetivos comunes organizada a través de un
sistema de reglas que administre esa cosa común
para el bien de todos.
Esta asociación es la ciudadanía, y ese sistema
de reglas es el derecho. Y ninguno de estos
términos puede tener una existencia
independiente. No puede haber ciudadanos sin
derecho en común ni tampoco derecho sin
ciudadanos.1
Entre el Estado y el ciudadano existe un vínculo
de doble sentido, ambos se pertenecen
recíprocamente y ese vínculo es la ley.
El Estado es el “vehículo de la convivencia de
los hombres” 2 , es ante todo un sistema de
relaciones, un conjunto articulado de vínculos
que se expresan en la ley.
La ley es producto de la acción de los hombres,
a los que obliga y ampara. El ciudadano no sólo
interviene en la formación de la ley y está
obligado por ella, sino que sus derechos,
posesiones, capacidades y aspiraciones están
protegidos por ella. En esta complejidad reside
la identidad de ciudadano.
Pero no siempre los espacios de la ciudadanía
están mediados por el derecho. A veces los
hombres están privados del derecho, no la
privación de tal o cual derecho sino a la
disponibilidad del derecho como creador de ese
espacio.
La ausencia de derechos en los ámbitos sociales
provoca exclusión social, la cual implica la
ruptura de lazos sociales, pero también implica
una degradación profunda de las pautas
culturales, de la situación económica, de la
existencia vital y del desarrollo personal, de los
vínculos políticos en sí mismos, en cuanto se
relaciona con la ausencia o la privación de la ley.
La exclusión designa situaciones que reflejan una
situación más vulnerable de la que el individuo
se encontraba. Sus problemas residen en que las
nuevas exigencias de la competitividad y de la
competencia y la reducción de oportunidades de
empleo no dejan más espacio para todo el mundo
en la sociedad en que nos resignamos a vivir.
El excluido es un “desafiliado” cuya trayectoria
está compuesta por una serie de rupturas de
vínculos con estados de equilibrio anteriores más
o menos estables o inestables.3
De esta manera, el derecho se convierte en un
medio y en una garantía de la identidad de
ciudadano. Es el único medio que a la vez sirve
para reconocer, establecer y delimitar la libertad
y la propiedad, como las condiciones esenciales
de la convivencia entre los hombres, y para
otorgar a estas condiciones la necesaria
protección contra la arbitrariedad del poder o de
los otros hombres, es decir una protección contra
la violencia.
Aquí es de fundamental importancia el rol del
derecho, como “el arte de cambiar y ordenar el
mundo con palabras”4 . Esta ordenación supone
la posibilidad de un cambio: “toda comunidad de
pueblos es una comunidad de valores, que
supone la tendencia y la esperanza de que lo que
existe pueda ser construido, reformado o
sustituido por un orden mejor, de allí que este
ordenamiento se traduce en reglas de derecho,
como ley general e igualitaria, que permite la
persecución de un bien que sea común.”5
El espacio político donde se ejerce la ciudadanía
requiere así de la presencia de la Ley, porque se
encuentra fundado sobre el consenso; la
generalidad y la igualdad de las reglas son las
condiciones de su ejercicio.
En la actualidad el concepto de ciudadano se ha
empobrecido, ha devenido en “el paupérrimo
concepto de habitantes de las ciudades y su
seguridad en seguridad ciudadana, como
1
2
3
4
5
Virgolini Julio “La razón ausente. Ensayo sobre Criminología y Crítica Política” Ed del Puerto 2005
Op cit.
Castel Robert “Las trampas de la exclusión” Lien social et Politiques, RIAC 1995, traducción Martín Dupaus.
Thomas Yan “Los artificios de las insitituciones” Ed. Eudeba Buenos Aires 1999
Virgolini Julio, Op. cit.
34
denotativa únicamente de la posibilidad de no ser
muerto o robado por otro”.6
Se ha sustituido la seguridad de los derechos por
un derecho a la seguridad que depende de la
inserción económica del individuo en el
mercado, retirándose el Estado de su función de
garantizador del ejercicio y goce de todos los
derechos fundamentales de todos los habitantes.
La seguridad de los derechos del ciudadano no
se reduce a la protección respecto de ser víctima
de delitos, sino que corresponde a la necesidad
de estar y sentirse garantizado en el ejercicio de
todos los derechos: derecho a la vida, a la
libertad, al libre desarrollo de la personalidad y
capacidades, derecho de expresarse y
comunicarse, derecho a la calidad de vida, así
como controlar y modificar las condiciones
materiales de vida de cada uno.
La calidad de ciudadano exige autonomía
individual, esto implica independencia tanto
respecto de otros ciudadanos como de los
poderes del Estado. Esta condición exige un
grado de libertad cuya base elemental está en la
disponibilidad de los elementos necesarios para
la vida material.
La libertad del ser humano exige como
condición: la igualdad. La ciudadanía implica
igualdad de derechos. Sin embargo la
desigualdad real de la marginación contradice la
igualdad legal asentada en la Constitución,
perjudicando no sólo las condiciones materiales
de vida, sino también la posibilidad de
modificarlas a través de la accesibilidad al
ejercicio de los derechos.
La ciudadanía también reclama eficacia, como la
capacidad de influir en la reproducción cotidiana,
optando por estrategias de optimización de
recursos para la satisfacción de necesidades. Sin
embargo la asimetría y marginación existentes
6
7
creadas por las leyes del mercado y reproducidas
en las relaciones sociales, tienden a despojar de
estos requisitos a las personas excluidas.
Otro presupuesto de la ciudadanía es la
responsabilidad, la cual implica que cada uno
actúa teniendo en cuenta las consecuencias que
causará. Sin embargo en situaciones de exclusión
la responsabilidad es reemplazada por la
impunidad y la arbitrariedad.
De esta manera se imposibilita la integración y
pertenencia del ciudadano a la comunidad. Sin
relación de pertenencia no hay cosa pública ni
bien común.
El individuo, de esta manera, pierde las
condiciones necesarias para su participación en
la vida comunitaria, y en consecuencia
constituirse en ciudadano.
El ejercicio de la ciudadanía permitiría la
construcción de una imagen de sociedad que
ofrezca la defensa en un sentido colectivo frente
a procesos de atomización y diferenciación a los
que se encuentra sometida gran parte de la
comunidad.
Ofrece posibilidades de fortalecimiento de “una
idea de pertenencia al nosotros”7 , transformando
la idea de espacio público a espacio común. Este
espacio común se constituiría así en el lugar de
participación.
La ciudadanía considerada como una categoría
de inclusión social, política y cultural da origen
a un sentido de igualdad de los sujetos, pero
basada en el respeto por las diferencias. De
manera que la ciudadanía, a la vez, parte del
reconocimiento de una desigualdad real entre los
individuos, supone la incorporación y el respeto
de otros intereses más allá de los propios.
Op. cit.
Aquin Nora “Trabajo Social, Ciudadanía y Exclusión” Dossier revista Confluencias. UNC 2003.
35
El ejercicio de la ciudadanía hace posible
proyectos compartidos, conquistas colectivas,
promoción de la comunicación y resolución de
controversias antes de que se transformen en
conflictos que provoquen la judicialización.
El concepto de ciudadanía debe entenderse más
allá de su significado jurídico como una
actividad planteada como objetivo principal de
las prácticas sociales.
Los distintos actores sociales se cuestionan desde
dónde se debe aprender a ser ciudadano, para
algunos desde la familia, otros desde la escuela,
otros desde las distintas organizaciones de la
sociedad civil.
Lo que todas estas miradas deben tener en cuenta
es que la perspectiva de la ciudadanía tiene como
núcleo de su formulación la recuperación no sólo
de su genuino significado, sino también de su
ejercicio en la vida cotidiana, como el ejercicio
de los derechos, pero también de
responsabilidades, como factor de integración
social, de respeto por las diferencias y la
consideración de tres aspectos fundamentales
para la vida en sociedad: la tensión existente
entre igualdad, libertad y diferencia.
Sólo podremos cumplir con la tarea de
construcción de la ciudadanía como categoría de
inclusión jurídica, social y cultural si logramos
la configuración de sujetos sociales capaces de
contraponer a la lógica de la ley del mercado,
otra lógica ligada al ejercicio de los derechos del
ciudadano.
Este ejercicio se consigue mediante el
empoderamiento de los individuos de todo lo que
implica el concepto de ciudadanía. Es decir de
la apropiación y de la incorporación vivencial de
su ejercicio. Este es un proceso y una práctica
constante que exige educación, tal como la define
Paulo Freire:
8
– nadie educa a nadie
– nadie se educa solo
– los hombres se educan entre si
mediatizados por el mundo
Esta postura exige la superación de la concepción
del educando como sujeto pasivo, redefiniendo
al mismo como sujeto activo, problematizador,
crítico, que se pone en acción para modificar el
mundo.8
Los derechos se hacen visibles cuando son
violentados, es ahí cuando se recurre a la
judicialización, pero esta propuesta de
empoderamiento ciudadano va más allá de este
límite ya que implica la comprensión del
significado de los derechos y su aprehensión a
través del proceso educativo para su
incorporación y efectivo ejercicio.
El enfoque de los Derechos Humanos hace una
contribución importante en la medida en que
amplía el concepto de ciudadanía, que va de
arriba hacia abajo y de abajo hacia arriba, pero
también en sentido horizontal; reconociendo los
derechos no sólo de los ciudadanos que
pertenecen a un Estado o Nación, sino a todos
los hombre y mujeres del mundo, por su
condición de seres humanos.
3. CÓMO SURGE EL
EXTENSIONISMO JURÍDICO
La experiencia de Forja
El extensionismo jurídico es una práctica social
que supone el trabajo conjunto de distintos
actores de la sociedad -organizaciones no
gubernamentales, organizaciones comunitarias,
así como diferentes instancias del Estado- la
acumulación de experiencias y saberes a lo largo
de 12 años.
Freire Paulo “La educación como práctica de la libertad” Ed. Siglo XXI año 2004
36
En su origen el Extensionismo Jurídico se funda
con el objetivo de difundir los derechos al mismo
tiempo que brindar herramientas para prevenir
conflictos jurídicos mediante la implementación
de modos alternativos en la resolución de los
mismos.
Esta experiencia surge en Chile, en la zona de
Reñaca Alto en 1992. Se buscaba organizar una
formación sociojurídica que a su vez permitiera
constituir una organización comunitaria con
personería jurídica. Para ello se contaba con el
trabajo previo que se había realizado en la zona,
con un equipo de profesionales de Forja, a partir
del vínculo con la Unión Comunal de Juntas de
Vecinos a lo que se sumó el apoyo financiero de
la IAF (Interamerican Foundation).
Luego de que se armara el programa del curso,
se organizaran reuniones de formación y de un
período de prácticas en los consultorios jurídicos
vecinales, la graduación de los primeros
extensionistas y la puesta en marcha de los
consultorios jurídicos se constituyó legalmente
en una Asociación de Extensionistas Jurídicos
que brinda sus servicios a la comunidad dada la
insuficiencia en la asistencia jurídica gratuita.
Paulatinamente, pero de manera sostenida, el
extensionismo fue adquiriendo mayor relevancia
y reconocimiento en Chile; así, el Consejo
Nacional distinguió la experiencia del
Extensionismo Jurídico como la única y mejor
propuesta de la sociedad civil en el ámbito de la
justicia. En el marco de un plan nacional de
superación de la pobreza y con miras a
modernizar la justicia se establece un acuerdo
con Forja para ampliar la cobertura del Programa
en diferentes comunas ya sean urbanas o rurales
en sectores de mayor pobreza y/o de zonas
periféricas.
A su vez el extensionismo recibió el apoyo de
medios de comunicación y universidades de
Chile que comenzaron a difundir y potenciar la
experiencia.1
Se conformó la Red de Abogados País como una
iniciativa que buscó impulsar el voluntariado
profesional de los/as abogados/as brindando
asesoría mediante la formación y actualización
temática, consultas telefónicas así como la
producción de documentos que se brindaron a los
consultorios jurídicos.
4. SITUACIÓN SOCIOECONÓMICA EN MENDOZA Y
ARGENTINA
Pensando el ejercicio de los derechos en un
contexto de pobreza, exclusión, desigualdad y
desocupación.
En América Latina los procesos económicos de
los últimos 30 años han aumentado la
desigualdad social, mostrando tendencias
regresivas en la distribución del ingreso, que
fueron introduciendo un estilo de pensamiento
propio del darwinismo social: “de supervivencia
de los más aptos mediante las vías del mercado”.
Otorgándoles a los individuos la capacidad de
resolver su propia supervivencia propugnando la
abstención del Estado y reservando la atención
de la pobreza a otras instituciones.
La crisis generalizada que atraviesa Argentina en
materia social, económica, política y cultural,
tiene una explicación a partir del conocimiento
del desarrollo histórico del país.
La última dictadura militar (1976-1983) significó
un hito importante en el camino de imposición
del Modelo Neoliberal, teniendo ésta como
principal objetivo la instauración del nuevo
modelo económico, el cual sigue vigente en
nuestros días.
En este período, además, se sufrieron graves
violaciones a los derechos humanos, que trajeron
consecuencias para la vida social, cultural y
política de Argentina. De la mano de la tortura,
la imposición del miedo y las desapariciones, se
produjo la destrucción de las organizaciones
políticas, sociales y gremiales.
Estos gobiernos, a su vez, implementaron
políticas excluyentes acompañadas del
resurgimiento del ideario neoconservador, con
sus extremas posiciones liberales y de
mercantilización de las esferas públicas
37
Tiempo más tarde, el consenso de Washington
celebrado en 1989 sentó las bases de las nuevas
políticas económicas y sociales a implementarse
en los países deudores de América Latina que
lograrían, mediante la fiel ejecución de los
gobiernos de turno, el crecimiento económico.
Este paquete de medidas está basado en la no
intervención del Estado en la economía y en la
apertura de mercado reconocido como el
manifiesto de la política “neoliberal”;
acompañado de intervenciones del Estado, a
través de políticas asistenciales, que permitan
que no se obstaculice este proceso de desarrollo
económico.
Las políticas de ajuste del Estado y de la
Administración Pública, dictaminadas por el
Consenso de Washington, produjeron para
Argentina un alarmante costo social y político y,
entre otras cosas, vulneró el Estado de Derecho.
En la década del 90, las políticas de ajuste,
privilegiaron las relaciones del mercado, el sector
privado y los equilibrios macroeconómicos. La
crisis económica y la profundización de estas
políticas implicaron el aumento de la pobreza y
caída del gasto público y social.
Surgiendo así en el plano político la necesidad
de redefinir el papel del Estado, reorganizar y
descentralizar a la administración pública
tendiendo a la optimización de los recursos,
reducir las funciones del Estado como agente y
distribuidor del bienestar (lo cual implica la
reducción o recorte de las políticas sociales).
Respecto al plano social, se introdujeron cambios
profundos en la legislación laboral, reduciendo
la estabilidad en el empleo, promoviendo el
empleo precario legal, tolerando el empleo “en
negro”, sin beneficios sociales. Paralelamente
todas las políticas sociales se vieron
negativamente afectadas por la modificación de
sus reglas de funcionamiento, por la degradación
de sus fuentes de financiamiento y por cambios
tanto en la administración como en el régimen
de acceso y en el tipo de beneficios.
Durante el gobierno de Carlos Menem (19891999), la banca internacional exigió reducir los
38
gastos del Estado, ajustarlos a los ingresos
genuinos y no recurrir al mecanismo
inflacionario. La disminución progresiva y
posterior erradicación de la inflación trajo
aparejada una situación de estabilidad, que al
principio produjo efectos expansivos y hoy
presenta consecuencias recesivas.
Ya en los primeros años de este siglo, las
políticas neoliberales siguieron su curso y se
vivieron de manera profunda las consecuencias
de este período que se caracteriza, por el alza
paulatina pero constante de los precios frente al
congelamiento de los salarios, el estancamiento
y la inflación, la emergencia sanitaria y la falta
de abordaje a las problemáticas que ésta suscita.
También los índices de desocupación, pobreza e
indigencia marcan récords históricos, la
incertidumbre respecto al futuro inmediato, la
emigración, la ausencia de proyectos, etc.
Durante los años 90, el porcentaje de población
bajo la línea de pobreza en los hogares con
jefatura femenina y menos de 14 años a cargo,
aumentó casi el 50% (del 26,3% al 38,1%).
También fue importante el incremento en los
hogares con niños encabezados por varones que
pasaron del 24,1% al 32%, mostrando una
variación porcentual del 36%.
Entre 1991 y 2000 el incremento de la indigencia
en estos hogares fue aún mayor y particularmente
notable en los encabezados por jefas mujeres
donde casi se cuadruplicó (4,1% y 15%,
respectivamente). Actualmente la indigencia en
los hogares con jefatura femenina y menores a
cargo, casi duplica a los hogares con jefes
varones (15,2% y 7,9%, respectivamente).
En el transcurso de la etapa recesiva, que se
inició en 1998 hubo un persistente agravamiento
de la situación social que se desbordó luego del
colapso del año 2001. La pobreza y la indigencia
alcanzaron un pico histórico en todo el país en
el 2002. La Encuesta Permanente de Hogares
(EPH) del Instituto Nacional de Estadística y
Censo (INDEC) estableció que, en esa fecha, era
pobre el 57,5% de la población urbana de la
Argentina y las personas indigentes el 27,5% del
total de habitantes del país.
Provincia de Mendoza según departamento. Hogares y Población total y con Necesidades
Básicas Insatisfechas (NBI). Año 2001.
Departamento
Hogares
Población
Total
Con NBI
%
Total
Con NBI
%
Total
410.418
53.841
13.1
1.566.902
241.053
15.4
Capital
33.997
2.344
6,9
106.222
8.858
8,3
General Alvear
12.633
2.400
19,0
43.850
8.969
20,5
Godoy Cruz
49.093
3.715
7,6
182.074
17.478
9,6
Guaymallén
64.521
7.179
11,1
250.204
33.737
13,5
Junín
9.121
1.146
12,6
34.938
4.859
13,9
La Paz
2.389
463
19,4
9.530
2.007
21,1
Las Heras
44.358
5.769
13,0
182.410
29.575
16,2
Lavalle
7.344
2.131
29,0
31.993
10.068
31,5
Luján de Cuyo
25.770
3.061
11,9
103.826
14.738
14,2
Maipú
38.080
5.514
14,5
153.366
25.855
16,9
Malargüe
5.882
1.266
21,5
22.417
5.079
22,7
Rivadavia
13.670
1.904
13,9
52.396
8.029
15,3
San Carlos
7.096
1.165
16,4
28.231
5.116
18,1
San Martín
28.022
3.962
14,1
108.059
17.507
12
San Rafael
47.377
7.604
16,0
171.410
30.130
17,6
Santa Rosa
3.851
748
19,4
15.791
3.315
21,0
Tunuyán
10.521
1.907
18,1
41.821
8.273
19,8
Tupungato
6.693
1.563
23,4
28.364
7.460
26,3
Mientras que en 1974 la diferencia entre los más
pobres y los más ricos era de 12 (doce) veces el
nivel de su riqueza, en 1983 esa diferencia fue
de 13 (trece) veces; en 1990, de 15 (quince)
veces; en 2001, la diferencia se profundizó en 28
(veintiocho) veces y en 2003 en 50 (cincuenta)
y hasta 70 (setenta) veces.
El problema actual no es sólo la magnitud de la
desigualdad. Las oportunidades de vida son
objetivamente diferentes. La recesión, la
corrupción, la violencia, la fragmentación, la
marginalización y la represión son partes
inseparables del modelo de inequidad e injusticia
imperante, que trae como consecuencias el
deterioro de las relaciones humanas y sociales,
los derechos de los sujetos y las posibilidades de
vivir dignamente.
5. LA EXPERIENCIA DE LA
FUNDACIÓN FAVIM EN
MENDOZA, ARGENTINA
La implementación en Mendoza del
Extensionismo surge en 1998, a partir de la
gestión asociada de la Fundación FAVIM con el
39
Municipio de Guaymallén y con el
financiamiento de Fundación AVINA motivada
por la insuficiencia del sistema jurídico para dar
respuestas a la ciudadanía, a lo que se suma un
lenguaje jurídico intrincado e ininteligible para
aquel que no estudia leyes, constituyéndose para
los/as ciudadanos/as en un sistema casi
inaccesible. En este sentido, la creadora del
Extensionismo en Argentina expresa:“La gente,
en general, no posee herramientas de defensa
para enfrentar los complicados y burocráticos
caminos que, los sistemas ejecutivo, legislativo
y judicial, le obligan a recorrer para encontrar
soluciones”.9
En muchas oportunidades, la falta de
información en relación a los espacios
institucionales a los cuales se debe acceder
cuando se padece una problemática, provoca, no
sólo el agravamiento de la misma, sino también
la limitación de las posibilidades de resolución;
llegando a instancias en las que deben ser
resueltas por la justicia, con gastos innecesarios
y resultados, a veces, indeseables.
Al igual que en el caso de Forja, Fundación
FAVIM parte de la premisa de que mientras
mayor información tienen los ciudadanos con
relación a sus derechos tanto más factible es la
resolución de sus conflictos y la garantía de los
mismos.
En la provincia de Mendoza, el extensionismo
toma el nombre de Extensionismo Jurídico
Vecinal y se trata de un programa que capacita a
las personas en temas jurídicos a fin de que
puedan volcar sus conocimientos en el
asesoramiento gratuito a sus vecinos.
La puesta en marcha de este proyecto se vio
facilitada por la reforma de la Constitución
Nacional del año 1994, la cual supuso un nuevo
marco en cuanto al reconocimiento de algunos
derechos principalmente los derechos personales
y de incidencia colectiva, tales como los recursos
de Amparo Colectivo, institutos de participación
ciudadana, entre otros.
9
10
Una característica propia del extensionismo en
Mendoza es que Fundación Favim no es quien
forma directamente a los extensionistas sino que
capacita a capacitadores para que luego éstos
transfieran sus conocimientos a los extensionistas jurídicos. Se trata entonces de instalar el
proyecto, de ponerlo en marcha.
La implementación del Extensionismo Jurídico
Vecinal ha buscado el fortalecimiento de alianzas
con instituciones municipales y organizaciones
sociales comunitarias que posean personería
jurídica y sean referentes de su comunidad.
Desde sus inicios la propuesta del Extensionismo Jurídico apuesta que la ciudadanía no sólo
informada de sus derechos y deberes sino dotada
de las capacidades para ejercerlos e incluso
exigirlos, es un componente esencial e
insustituible de una democracia sustantiva. La
democracia representativa sin una efectiva
participación ciudadana es un régimen político
de extrema debilidad para realizar avances
impostergables hacia una mayor igualdad de
oportunidades10.
El Extensionismo Jurídico pretende contribuir a
una mejor convivencia democrática ofreciendo
una metodología de formación sociojurídica
ciudadana de líderes sociales, con la finalidad de
crear espacios de información y orientación a
todas las personas que lo precisen sobre los
derechos que les corresponde en ámbitos como:
familia, trabajo, bienes raíces, herencia,
convivencia vecinal, previsión social, entre
otros.
La importancia en la formación de extensionistas
radica en la socialización de un conocimiento
que facilite el acceso a la justicia y que coopere
en la creación de lazos sociales, favoreciendo la
solución más adecuada y pacífica de los
conflictos entre ciudadanos. Partiendo de la
premisa que existen muchos conflictos en la
justicia que podrían haberse evitado o resuelto
antes de esta instancia, y que la mayoría de los
problemas que afectan a las personas de menores
Irma Salinas de Neme, Presidenta de la Fundación FAVIM de Mendoza, Argentina.
Pedro Vera Román, Coordinador nacional del Extensionismo Jurídico de Interés Público, ONG FORJA, Chile.
40
recursos son solucionables mediante una
adecuada, oportuna y certera información, y
orientación prejudicial.
Esta práctica, además, se fundamenta en la idea
que el conocimiento y ejercicio de los derechos
hace a los seres humanos más libres y a las
sociedades, más justas, pluralistas y democrá-ticas.
Desde otra perspectiva, la propuesta expresa que:
“el Estado de Derecho, sólo será una realidad en
la medida en que todos los ciudadanos se
perciban como miembros integrantes del sistema
legal democrático”. Para esto es necesario
conocer, reconocer y hacer uso de los derechos,
ejercitando y trasladando a la práctica lo que está
escrito y que sólo unos pocos conocen.
Primer encuentro de coordinadores del
Extensionismo jurídico vecinal
El “Primer Encuentro del Extensionismo
Jurídico Vecinal” se realizó en Mendoza
Capital, en marzo de 2007, organizado por
Fundación FAVIM y Fundación AVINA.
Concurrieron organizaciones vinculadas al
proyecto de las provincias de Jujuy, Tucumán,
Corrientes, Formosa, Santiago del Estero,
Buenos Aires, San Juan, San Luis, Córdoba,
Santa Fe, así como de Uruguay y Chile. Los ejes
temáticos desarrollados giraron en torno al
reconocimiento de objetivos comunes,
expectativas y dificultades en el desarrollo del
programa, y puntualmente en la última etapa de
implementación, en la conformación de los
llamados Consultorios Jurídicos Vecinales y su
sostenimiento a lo largo del tiempo. Con relación
a esta etapa se hizo hincapié en el trabajo con
los extensionistas en su rol específico, el
acompañamiento y asesoramiento por parte del
equipo capacitador y la necesidad de diseñar
estrategias para darle estabilidad y continuidad
a la tarea de orientación a fin de que pueda ser
visualizado por la comunidad como una opción
concreta. Asimismo se presentó el “Proyecto de
Centro Promotor de Transferencia, Evaluación y
Sistematización del Extensionismo Jurídico
Vecinal” (CPTES), con ejercicios prácticos de
utilización de la plataforma virtual creada para
sistematizar las prácticas en procura de la
construcción de una red nacional.
Proceso de transferencia del Extensionismo a
otras comunidades
Existe una multiplicidad de prácticas en lo social,
cada una con sus particularidades dadas por los
enclaves en los que tienen lugar, por los intereses
y necesidades de las que surgen, por estar
situadas socio- históricamente, cada práctica es
única en sí misma. Vista desde la singularidad
de cada práctica, la factibilidad de la
transferencia, la réplica como copia de lo mismo,
se torna imposible.
Cada práctica supone aprendizajes, la
construcción de capital social, la acumulación de
saberes y experiencias, la adquisición de
habilidades. Desde allí, la articulación y puesta
en diálogo de las experiencias es imprescindible
para el enriquecimiento de las mismas. Es la
comunicación entre ellas lo que posibilita lo que
por allí mal se entiende como transferencia o
replicabilidad de las prácticas.
Al transferir una experiencia se pone en juego un
proceso que permite el encuentro entre grupos de
personas u organizaciones que estén realizando
actividades en sus comunidades donde, unos
hayan desarrollado creativamente acciones
tendientes a resolver alguna necesidad de la
comunidad; y otros necesiten y deseen incorporar
estas acciones innovadoras para llevarlas a cabo
en su propia comunidad.
Este encuentro permite el intercambio de saberes,
de aprendizajes y trayectorias de un grupo que
desea compartirlos, haciendo visible su práctica,
comunicando sus aciertos para que sean tomados
por otros y adaptados a sus propios contextos.
Implica un acompañamiento y asistencia con el
fin de que los grupos y organizaciones puedan,
compartir y reflexionar sobre sus experiencias y
prácticas.
El Transferir una práctica es un aprendizaje en
sí mismo donde confluyen y se encuentran
sujetos que están interesados en aportar al
mejoramiento de la calidad de vida de los sujetos
de las comunidades en las cuales están
trabajando, y para esto deciden intercambiar,
construir juntos nuevas formas de abordar las
problemáticas sociales, formas diferentes,
41
innovadoras que apunten a dar nuevas respuestas
a las necesidades de los sujetos con quienes
trabajan.
La transferencia implica una relación basada en
la solidaridad, en el interés por compartir con
otros para darle fuerza a una práctica,
multiplicarla, que cada vez más personas puedan
apropiarse de ella y puedan aplicarla en otros
contextos, otras realidades.
Transferir no es copiar, porque las experiencias
de transferencia son múltiples y heterogéneas, no
hay un modo de hacerlo. Involucra un proceso
de adaptación de los métodos utilizados para ser
incorporados a un contexto diferente, con otras
características. Para esto es importante que exista
un reconocimiento del espacio como de los
sujetos involucrados, ambas condiciones para
que la participación aporte significativamente al
enriquecimiento de las prácticas.
En el año 2006 se ha replicado la experiencia a
las provincias de Corrientes, Formosa, Santiago
del Estero y en la ciudad de Córdoba, desde la
Asociación Civil El Ágora.
La replicabilidad de esta práctica desde
FAVIM:
Para realizar la transferencia de esta experiencia
primero se efectúa el contacto de la Fundación
FAVIM con las organizaciones sociales
comunitarias del lugar donde se realizará la
práctica y se lleva a cabo un análisis de las
condiciones mínimas requeridas para su
aplicación. Lo que se denomina “Estudio de
factibilidad”.
En esta fase se evalúan algunos aspectos que se
consideran necesarios para garantizar una
implementación adecuada.
Fase 1: Se realiza un estudio del entorno sociopolítico de cada una de las comunidades de las
provincias en donde se va a implementar el
programa. El mismo tiene que posibilitar la
existencia y desarrollo de organizaciones
sociales, de una institucionalidad pública y/o de
la sociedad civil con voluntad política, que
considere la participación de la ciudadanía en las
políticas públicas.
42
Fase 2: Posteriormente se lleva a cabo un estudio
de territorio. Dicho análisis permite clasificar los
territorios en urbanos o semiurbanos y los rurales
o apartados de los centros poblacionales, para
considerar las condiciones con las cuales se va
a emprender el trabajo.
Fase 3: Por otro lado, se evalúa el apoyo de
recursos institucionales, tanto humanos como
financieros o de infraestructura, para garantizar
el período de formación, adecuación de los
materiales educativos y el apoyo.
Fase 4: Una vez definida la/s institución/es en
la/s cual/es se realizará la transferencia, se firma
un “Convenio de Colaboración”.
La implementación comienza con la firma de
dicho acuerdo formal entre las entidades
comprometidas con la transferencia. Esta
situación facilita el proceso de supervisión y
seguimiento de la experiencia transferida del
Programa Extensionismo Jurídico Vecinal.
Etapas que permiten la transferencia a otras
instituciones:
1 - Capacitación a capacitadores
En esta primera etapa se conforman los grupos
interdisciplinarios de profesionales (abogados,
psicólogos, trabajadores sociales), con los cuales
se constituirá el equipo responsable de la
formación de los “futuros extensionistas”.
Se trabaja con el equipo durante dos meses
brindando la metodología necesaria para la
capacitación.
Durante dos meses se realizan talleres semanales
donde se trabajan los contenidos siguientes:
Taller I: “El Programa Extensionismo Jurídico
de FAVIM”.
Objetivos, características, alcance, impacto
social, roles que cada actor ocupa en cada etapa.
En esta oportunidad los integrantes del grupo
coordinador profundizan los diversos aspectos
del Programa y de la Institución.
Taller II: “Victimología”.
Este taller tiene como objetivo fundamental
lograr la comprensión del problema, su
trascendencia e impacto en todos los sectores de
la sociedad.
Taller III: “Redes Comunitarias”
Siendo las Redes Comunitarias un recurso
fundamental para la tarea del Extensionista, el
capacitador debe asumir un rol protagónico y
motivador en la construcción de dichos lazos
sociales. En este momento cobra importancia el
Trabajador Social por su conocimiento en el
Trabajo en Red.
Taller IV: “Discurso y práctica de Educación
Popular”
A través de este taller se pretende que el
capacitador adquiera los elementos esenciales
para la educación popular. El trabajo desde la
pedagogía de la Educación Popular apunta a
desarrollar en el grupo participación,
construcción de conocimiento, comunicación,
sentido crítico, etc.
Taller V: “Metodología de enseñanzaaprendizaje”
Este taller le permite al capacitador adquirir
herramientas pedagógicas que se implementarán
en el proceso de formación.
En este espacio de encuentro se trabaja sobre la
“Teoría Contructivista e Interaccionista del
aprendizaje” 11 . La misma conceptualiza al
Aprendizaje como el proceso interno que, como
resultado de la interacción con el medio
ambiente, permite obtener nuevas estructuras
cognitivas o cambiar las existentes, ajustándose
a las etapas del desarrollo intelectual.
La función de la educación, desde esta
perspectiva, es la de formar personas activas,
creativas, críticas y comprometidas con su
realidad, capaces de transformar esa realidad, de
defender sus puntos de vista y respetuosos de las
decisiones colectivas.
11
Para que una Construcción de Conocimientos sea
efectiva debe ser validada por los actores
involucrados, de manera tal, que todos sientan
que son partícipes de esa construcción.
El Programa Extensionismo Jurídico, basado en
los criterios de educación popular, sustenta un
enfoque metodológico en la construcción de
aprendizajes. Este enfoque permite responder a
las necesidades grupales de conocimiento y de
heterogeneidad de los grupos que se capacitan.
Taller VI: “Planificación y Evaluación”.
La Planificación en el Programa de
Extensionismo es un eje fundamental que
permite trabajar en el logro de objetivos y es una
de las primeras tareas de los capacitadores.
En esta instancia, se organiza una dinámica
específica que le permite a cada capacitador
profundizar sobre la importancia de planificar los
contenidos y diagramar el método de evaluación
adecuado a las características del grupo al que
estará dirigido.
Taller VII: “Habilidades del formador y el Rol
del Extensionista”
Dicho taller intenta hacer reflexionar al
capacitador acerca de aquellas características,
actitudes, habilidades y estrategias necesarias
para fomentar un clima que propicie el
aprendizaje y la motivación de los participantes
y por otro lado, intenta profundizar sobre el
alcance y limitaciones del rol extensionista.
Taller VIII: “Motivación y Trabajo Grupal”.
La motivación y el trabajo en grupo son ejes
fundamentales que sostienen todo el proceso de
capacitación.
Mediante este taller se brinda a los capacitadores
las herramientas correspondientes a lo relevante
de su actuación y la importancia del trabajo
conjunto.
Los capacitadores utilizan herramientas de la
pedagogía, donde elaboran una propuesta de
Vogostsky, L.S: “Teoría del Aprendizaje”. 1979. Barcelona
43
trabajo con los contenidos que consideren
importantes desarrollar, teniendo en cuenta las
siguientes premisas:
acuerdo a los criterios obtenidos del perfil del
extensionista.
Los aspirantes deberán:
• Partir de un caso concreto para generar
motivación y debate entre los participantes.
• Elaborar una presentación e introducción
de los contenidos.
• Proponer la aplicación de los contenidos a
una nueva situación.
• Planificar y definir métodos de evaluación
y trabajos prácticos o de campo, que se
llevarán a cabo durante la capacitación
El Capacitador deberá tener en cuenta los
siguientes puntos para la elaboración de cada
módulo de trabajo y el tratamiento de los temas:
• Introducción de contenidos: cómo se
resuelve legalmente, qué dice la ley, etc.
• Aplicación práctica: trabajo práctico,
análisis de un nuevo caso aplicando lo
aprendido, etc.
En cuanto a la evaluación del grado de
asimilación de los contenidos por parte de los
ciudadanos, se proponen métodos de evaluación
que comprometan de manera activa al
participante, en donde pueda expresar lo
aprendido.
Desde la organización, se busca que el
capacitador, al desarrollar sus clases, considere
la heterogeneidad de los grupos con los que
trabaja y visualice a cada una de las personas que
capacita, preocupándose por conocerlos
individualmente, buscando resolver sus
inquietudes, promoviendo la participación y el
debate.
2 - Capacitación a ciudadanos
En esta etapa las instituciones comprometidas
convocan a las/os ciudadanas/os interesados en
formase como “extensionistas jurídicos”, a través
de las redes sociales existentes. Esta tarea se
desarrolla en un período estimado de un mes.
Una vez inscriptos los ciudadanos, se realiza la
selección de participantes. Esta fase se realiza de
44
• Poseer un nivel de escolaridad básica
(primario completo) que incluya saber leer
y escribir, permitiéndole además,
expresarse adecuadamente en forma oral y
escrita.
• Experiencia comunitaria o cierto
compromiso social que permita adquirir
dicha experiencia.
• Poseer la motivación que posibilite una
continuidad del trabajo en el tiempo.
• Ser referentes barriales, en la construcción
de una democracia sólida, promocionando
valores que contribuyan a una ciudadanía
formada.
• Ser líderes sociales para el trabajo
asociativo, transmitiendo información que
promueva actitudes positivas en la gente.
• Ser capaces de implementar acciones que
den respuesta a las cuestiones sociales
mediante el trabajo en los consultorios de
atención, brindando asesoramiento jurídico
sobre derechos y deberes ciudadanos.
Los aspirantes deben transitar dos instancias:
• La primera consiste en recopilar sus datos
personales, nivel de instrucción,
participación en otras instituciones, etc. En
esta oportunidad se le da la cita para una
segunda entrevista, en la cual se intenta
obtener un mayor acercamiento a la
persona, que permita conocer el perfil de
dicho aspirante.
• La segunda entrevista está centrada en el
análisis de una serie de aspectos que se
consideran fundamentales. Ellos permitirán
evaluar el grado de motivación para
sostener la tarea. Dicha motivación no
deberá estar circunscripta a intereses
personales (salida laboral, etc.) sino, por el
contrario, en trabajar para la comunidad,
por eso su interés fundamental deberá estar
centrado en el bienestar general de la
sociedad.
Esta instancia está a cargo de un profesional de
la psicología a través de una entrevista
sencilla.
cuando deban gestionar, en su calidad de
ciudadano formado para una tarea de servicio
público.
La Capacitación
3 - Instalación de Consultorios Jurídicos
Vecinales
Durante la capacitación se trabaja en base a cinco
cuadernillos con las temáticas de Ciudadanía y
su Constitución, Ciudadanía y Trabajo,
Ciudadanía y Familia, Ciudadanía en lo Público
y lo Privado, Ciudadanía y su Sistema Penal,
completando con talleres tales como, Redes
Comunitarias, Rol del Extensionista y
Voluntariado y Herramientas de Participación
Ciudadana.
Los extensionistas, durante la capacitación,
realizan un diagnóstico de la comunidad en
donde se va a insertar. De esta manera, conoce
las instituciones de base, las necesidades de los
vecinos, los recursos, etc.; la realidad de esa
comunidad, lo que va a permitirle intervenir
operativamente.
El objetivo de dicha capacitación es lograr que
los ciudadanos adopten una postura activa, que
sean agentes de cambio social a través del
fortalecimiento de sus conocimientos en materia
de resolución de conflictos, derechos ciudadanos
y herramientas para acceder a la justicia en
reclamos de los mismos.
En esta última etapa, los extensionistas, con el
apoyo del equipo de capacitadores y el equipo
coordinador del programa, instalan los
Consultorios Jurídicos Vecinales. Los mismos
están ubicados en su mayoría en Uniones y
Centros Vecinales, Centros de Salud, Centros de
Jubilados, Asociaciones, Jardines Maternales,
Comedores Comunitarios, etc.
En la capacitación del Extensionista Jurídico
Vecinal se aplica una metodología de educación
no formal y popular que busca formar
ciudadanos conocedores de sus derechos
(humanos, económicos, educacionales,
culturales, ambientales), proveyendo habilidades
para su exigibilidad, es decir, que su
cumplimiento se haga efectivo, y desarrollando
estrategias para la construcción colectiva, de
soluciones a problemas comunitarios.
En estos consultorios los extensionistas se
abocan fundamentalmente a contener y orientar
al vecino que se acerca a consultar sobre
problemas cotidianos de diversa índole. Los
extensionistas reciben a los ciudadanos que
consultan quienes son atendidos y escuchados en
un ambiente de respeto y contención. El
extensionismo busca que esta guía sea para el
vecino realmente eficaz, evitando judicializar el
problema y buscando soluciones alternativas.
Se les brinda diversas herramientas de
organización comunitaria y construcción de redes
sociales, ya que el extensionista, desde su trabajo
en el consultorio, es el nexo entre la sociedad
civil y las instituciones públicas y es quien
articula con las organizaciones sociales e
instituciones oficiales a través de la construcción
de alianzas estratégicas.
De esta manera, los extensionistas, destinan
semanalmente, parte de su tiempo en un trabajo
totalmente gratuito y voluntario.
Una vez concluida la capacitación, se realiza un
Acto público de Graduación: un evento
organizado por los participantes y sus
formadores. Allí los ciudadanos reciben un
diploma, que los acredita como Extensionistas
Jurídicos Vecinales y credenciales identificatorias
que les facilitarán su labor de presentación
El Extensionista orienta sobre las posibilidades
de solución del problema planteado e informa los
pasos a seguir de acuerdo a lo expuesto. Debe
llevar un registro de la consulta para lo que se
requiere completar una ficha donde especifica los
datos personales del consultante, motivo de la
consulta, orientación brindada, gestiones
realizadas, seguimiento, etc.
Posteriormente, desde el equipo coordinador, se
elabora un registro de datos de todos los
consultorios, lo que posibilita analizar tipos de
45
consulta, forma en la que se enteran del servicio,
nacionalidad, sexo, edades de los consultantes,
nivel de escolaridad, situación socioeconómica,
si poseen planes sociales, las derivaciones
realizadas y la resolución de los casos. Esta
información permite evaluar el trabajo que se
realiza en los consultorios, reforzar las fortalezas
y revisar las debilidades.
En esta etapa es donde se visualiza el impacto
del Programa, ya que el extensionista, a través
de esta tarea, llega a los sectores más vulnerables
y hace extensivo el conocimiento adquirido.
Los Consultorios funcionan bajo el
asesoramiento de profesionales del Derecho,
Psicólogos y Trabajadores Sociales, que
conforman el Cuerpo de Consultores Jurídicos.
Este grupo apoya la tarea del extensionista,
respondiendo a sus dudas, o en su defecto,
interviniendo si el caso reviste urgencia. Este
acompañamiento es realizado en forma continua
y permanente.
Se realizan reuniones periódicamente entre los
coordinadores del programa y el grupo de
extensionistas que trabajan en diversos ámbitos
para reforzar el trabajo en equipo. En las mismas,
los voluntarios intercambian sus experiencias y
fortalecen el trabajo en los consultorios mediante
el aprendizaje y la contención que dan los
grupos.
El equipo coordinador es responsable de realizar
el seguimiento correspondiente de los casos
atendidos en los consultorios jurídicos. A partir
de este seguimiento se evalúa el aspecto
funcional (estructura, insumos), el operativo
(fichas, difusión, asistencia), el humano
(relaciones interpersonales, vínculo institucional,
problemas económicos) y el aspecto comunitario
(acciones emprendidas, vínculos con otras
instituciones, relación con otros consultorios).
Entre los temas consultados más frecuentemente
por los vecinos en los Consultorios Jurídicos
Vecinales se encuentran: los de índole familiar
(cuota alimentaria, tenencia de hijos, violencia
familiar), laboral, jubilaciones y pensiones.
En la experiencia realizada en Mendoza se
obtuvo un promedio anual de concurrencia a los
46
30 (treinta) Consultorios Jurídicos de la provincia
de 620 personas provenientes de los diversos
departamentos, de sectores de escasos recursos
económicos, culturales, educacionales, sociales,
que no tienen posibilidades de acceder a dicho
conocimiento.
Hasta 2006, se han constituido cuarenta (40)
consultorios jurídicos vecinales, en nueve (9)
Departamentos de la Provincia de Mendoza.
En Mendoza se logró hasta el 2005 que, de un
total 4000 intervenciones de los extensionistas en
temas de Familia, Propiedad, Herencia,
Seguridad social, Trabajo, Ciudadanía y Justicia
Comunitaria, se hayan resuelto el 88% de los
problemas sin la intervención del sistema
judicial.
6. OBJETIVOS CUMPLIDOS
Los talleres de capacitación están instalados en
una importante proporción de departamentos de
la provincia de Mendoza.
Con el apoyo económico de las Embajadas Suiza
y Británica, se ha llevado la práctica a San Juan
y San Luís donde están funcionando los
consultorios, y se ha depositado la matriz del
programa en dos organizaciones, la Fundación
Ciudadanos Independientes (FUCI) en San Juan
y la Fundación Trabajo y Crecimiento Civil en
San Luis.
También se ha transferido la experiencia a las
provincias de Jujuy (FORINS) y Tucumán
(ANDHES) con algunas matices diferentes del
proyecto original.
En el año 2006 se ha replicado la experiencia a
las provincias de Corrientes, Formosa, Santiago
del Estero y en la ciudad de Córdoba, desde la
Asociación Civil El Ágora.
En Corrientes se ha firmado un convenio con
INECIP y con el Ministerio de Gobierno de la
provincia para darle más fuerza a esta práctica.
El colegio de abogados de esta provincia brinda
una oficina para el funcionamiento de FAVIM,
mediante un convenio firmado el 12 de agosto
de 2006.
Además se ha concretado un convenio con la
Facultad de Derecho de la Universidad Nacional
de Lomas de Zamora de la Provincia de Buenos
Aires, desde donde se realiza la experiencia.
La formación ciudadana en obligaciones y
derechos constitucionales, ha sido dirigida a lo
jurídico; sin embargo, es permanentemente
reforzada con contenidos, con temas
relacionados con trabajos en red, valores éticos
y conceptos de democracia, ciudadanía, voto
responsable, herramientas de participación, entre
otros. Esta tarea de formación integral ha
permitido que también aquellos que no
desarrollan tareas en consultorios, estén
integrados en otros programas que la fundación
FAVIM ejecuta, respondiendo a nuestra misión
y visión sobre difusión y defensa de obligaciones
y derechos y control de gestión de políticas
públicas.
Actualmente, gracias al desarrollo del programa,
los extensionistas son reconocidos en diversos
ámbitos, tales como tribunales, oficinas públicas,
organizaciones de la sociedad civil, etc.
Los extensionistas realizan acciones generadas
por ellos mismos y que exceden el ámbito del
Consultorio Jurídico Vecinal, tales como
programas que responden a consultas en radios
FM comunitarias, gestión de audiencias a
autoridades municipales para plantear problemas
comunes a sus propias comunidades o de barrios
vecinos (transporte, basurales, foros de
seguridad, foros municipales, etc.)
Los primeros extensionistas, a través de un
convenio con el Ministerio de Justicia y
Seguridad de Mendoza, también fueron formados
como mediadores vecinales.
En el año 2003, a partir de la interacción con
otras organizaciones sociales y gubernamentales
como el Instituto de Políticas Públicas para la
Equidad entre el hombre y la mujer de Mendoza
(IPPHEM), se diseñó un curso que se llamó
“Extensionismo de Género”.
Durante el año 2006, las nuevas camadas están
recibiendo un curso de mediadores vecinales, por
un convenio firmado con Facultad de Psicología,
Universidad del Aconcagua, Redes alternativas
y FAVIM.
Estas experiencias demuestran que el programa
puede ser trasladado a otras experiencias, incluso
acotarse a temáticas específicas, siempre con un
mismo objetivo: garantizar el acceso a la
información, a través de actividades solidarias,
por parte de la comunidad que permitan el pleno
ejercicio de sus derechos como ciudadanos.
A lo largo de su implementación, el impacto de
este programa ha sido tal que ha logrado el
reconocimiento y apoyo de instituciones locales,
nacionales e internacionales.
1998: Declarado de Interés Municipal por el
Municipio de Guaymallén, Mendoza.
1999: Declarado de Interés Provincial por el
Gobierno de Mendoza.
2001: Declarado de Interés Cultural por la
Honorable Cámara de Diputados de la Provincia
de Mendoza.
2001: Avalado por el Colegio de Abogados y
Procuradores de la Provincia de Mendoza.
2002: Declarado de Interés Cultural por la
Honorable Cámara de Senadores de la Nación.
2004: Reconocido y avalado por el Presidente de
la Corte Suprema de Justicia de Mendoza, Dr.
Nanclares y la Dra. Aída Kemelmajer de
Carlucci, Ministro de la Corte.
2005: Premio Foro Ecuménico Social por el
Desarrollo de Liderazgo.
2005: Distinción dentro de las 20 Mejores
Prácticas Comunitarias. Premio Medellín a la
Transferencia de Buenas Prácticas.
47
Mapa del Extensionismo en Argentina
Provincias de Mendoza, San Juan, San Luis, Córdoba, Tucumán, Jujuy, Formosa,
Corrientes y Buenos Aires.
48
7. LA EXPERIENCIA EN
CÓRDOBA: DEL
EXTENSIONISMO JURÍDICO A
LA PROMOCIÓN EN
DERECHOS
En abril del año 2005 se efectuó el lanzamiento
del programa en la sede de El Ágora Córdoba,
convocando a organizaciones que ya habían
desarrollado este programa en otras provincias,
como Favim Mendoza y Andhes Tucumán.
También participó de la convocatoria la
Municipalidad de Córdoba, quien sería socia en
la ejecución del proyecto, aportando el marco
institucional en el que se desarrollarían los
encuentros y el reconocimiento de la formación
de actores sociales en dos de los Centros de
Participación Comunal (CPC) ubicados uno en
el barrio Villa el Libertador y el otro en barrio
Argüello. La finalidad de esta estrategia era
formar alianzas y lograr una sinergia que tuviera
incidencia sobre las otras instituciones y el resto
de la sociedad.
En un principio esta iniciativa tuvo amplia
difusión en el ámbito jurídico y de negocios a
través de una publicación en un diario local. A
los días llegaron desde el Colegio de Abogados
de Córdoba notificaciones en las que esta
institución se oponía explícitamente a la
realización del proyecto porque a su entender
promovía el ejercicio ilegal de la abogacía. Ante
esta situación la Municipalidad de Córdoba,
retira su participación en el proyecto,
produciendo de esta manera un desamparo
institucional considerado fundamental para el
desarrollo del mismo.
Desde este momento la implementación del
programa conjuntamente con la Municipalidad se
vio entorpecida quedando finalmente el proyecto
en la oficina de legalizaciones, estableciéndose
como condición para la firma del convenio, la
resolución del incidente con el Colegio de
Abogados. Esta será una marca fundacional en
el desarrollo del extensionismo jurídico en
12
13
Córdoba, a partir de entonces todo lo realizado
en el marco de la capacitación a los
extensionistas no pudo ser publicitada por temor
a represalias ya sean legales o simbólicas. La
implementación del proyecto implicó una
irrupción en el campo social consideradojurídico- como lo define Bourdieu un “espacio
de juego históricamente constituido con sus
instituciones específicas y sus leyes de
funcionamiento propias”12 .
El Colegio de Abogados, como una de las
instituciones que monopoliza el campo de lo
jurídico, viendo amenazada su posición
dominante, se inclinó hacia estrategias de
conservación, mientras que los objetivos del
proyecto demandaban estrategias de
“subversión” 13 para lograr una mayor
participación de otros actores sociales,
propietarios de menor capital, en este campo.
Esta lucha que se generó para trasformar el juego
a través del proyecto de extensionismo jurídico,
por un lado, y por otro lado conservar la
estructura del mismo, por parte del Colegio de
Abogados, llevó implícita una lucha por la
imposición de una definición del juego y de los
triunfos necesarios para dominarlo, en la cual, a
pesar de tener en común cierto número de
intereses fundamentales, los agentes
involucrados no lograron concertar alianzas,
triunfando, de esta manera, las estrategias de
conservación efectuadas por el Colegio de
Abogados, en su posición ortodoxa, como
poseedor de mayor cantidad de bienes culturales
y por lo tanto de más poder.
Finalmente el Centro Vecinal de Barrio Yofre
Norte de la Ciudad de Córdoba tomó contacto
con el proyecto a través de la Fundación AVINA;
y propuso que se llevara a la práctica en dicha
institución sin el apoyo de la Municipalidad ni
del Colegio de Abogados.
Por lo tanto se conformó un equipo
interdisciplinario tomando como base el proyecto
de Forja. Fundación AVINA, por su parte,
Bourdieu Pierre “Cosas Dichas” Gedisa Bs. As. 1988
Bourdieu P. Op. Cit.
49
colaboró con el proyecto desde el apoyo
económico.
El proyecto de Extensionismo Jurídico en
Córdoba se está llevando a la práctica en el
Centro Vecinal de Barrio Yofre Norte desde
marzo de 2006.
La mayoría de los/as participantes pertenecen a
alguna organización o institución como
comisiones o grupos de trabajo de Centros
Vecinales, Centro de Jubilados, Cooperadoras de
Escuelas; desde la cual se encuentran
cotidianamente en contacto con problemáticas
que comprometen los derechos de los ciudadanos
y ciudadanas.
Con respecto a lo metodológico se determinó que
los encuentros tuvieran modalidad de taller,
donde se pusieran en práctica diferentes técnicas
y dinámicas participativas, tomadas de la
educación popular de acuerdo a la temática a
trabajar, ya que dichas dinámicas, no sólo son
formas lúdicas de aprender, sino como
herramientas de aprendizaje que generan otras
formas de aprehensión de los contenidos
tendientes a lograr un posicionamiento crítico.
El equipo técnico se reunió todas las semanas,
durante los meses de capacitación, para la
planificación de los contenidos propuestos
previamente en el taller anterior donde se
realizaron evaluaciones semanales de lo ocurrido
en todos los talleres. Para esto se llevó un
registro de los encuentros, con las observaciones,
las dudas, los ejemplos surgidos, etc.
La implementación del proyecto fue construida
conjuntamente con los extensionistas, se
pautaron días y horarios de trabajo así como el
programa de estudio, el cual se trabajó con el
grupo y se acordaron los contenidos mínimos. La
modalidad de las clases también se fue
corrigiendo sobre la marcha en función de
adaptarla para un mejor aprovechamiento y
apropiación de las personas participantes. Se
tomaron los aportes de la educación popular, para
un mayor protagonismo de los sujetos en proceso
de aprendizaje, no sólo en lo referente a la
planificación de dinámicas y técnicas
participativas sino principalmente por partir de
que algunos saberes son empoderadores cuando
50
son producto de la reflexión crítica las personas
y están orientados a transformar las condiciones
que reproducen inequidad. Todas las personas
tienen conocimientos sobre los derechos, sobre
lo jurídico, muchos provienen de su experiencia
cotidiana, de sus acercamientos a instituciones
jurídicas y/o de sus tránsitos por ellas. De esta
manera en algunas oportunidades la capacitación
se orientó al reconocimiento de esos saberes, al
enriquecimiento desde lo teórico de esos
conocimientos pero también a la desmitificación
y al cuestionamiento sobre ciertos mitos sobre la
“justicia”, que por allí obturaban la reflexión
crítica o la apropiación de nuevos conocimientos.
En este sentido trascender la “queja” hacia una
mayor implicación e involucramiento de los y las
ciudadanas es todo un desafío. Dejar atrás la
lógica delegativa implica un reflexionar crítico
que posiciona a los extensionistas como parte del
Estado, como actores, hacedores de lo social y
es un camino de constantes idas y vueltas.
Durante la capacitación que duró desde Marzo
hasta Noviembre de 2006 y luego se retomó la
actividad desde Febrero hasta Abril de 2007, los
temas que principalmente se abordaron fueron:
El Estado de Derecho, la Constitución Nacional,
los poderes del Estado: Poder Ejecutivo,
Legislativo y Judicial. Habeas Corpus, Habeas
Data; Institutos de participación ciudadana:
Audiencia Pública, Referéndum, Consulta
Popular, iniciativa popular, revocatoria de
mandato; Carta Orgánica de Córdoba, Salud,
salud sexual y reproductiva, discapacidad;
Familia, matrimonio, identidad, Violencia
Familiar, violencia hacia las mujeres, maltrato
infantil, derechos de los niños, niñas y
adolescentes; Trabajo, jubilaciones, derecho
gremial; Propiedad, vivienda, automotores.
Para evaluar los contenidos trabajados se
realizaron actividades prácticas tales como:
escritos elaborados por los participantes sobre
diferentes temáticas, resolución de casos
prácticos, dramatizaciones, elaboración de
cartillas para difundir información, entre otras.
El Rol del Extensionista se trabajó durante todo
el proceso y actualmente se están desarrollando
los talleres para los Consultorios Jurídicos donde
se trabaja específicamente el Rol del
Extensionista frente a las consultas.
En esta etapa se realiza un acompañamiento del
equipo de profesionales a los extensionistas para
la instalación del Consultorio Jurídico Vecinal.
Pese a que en Córdoba el contexto institucional
y político no han favorecido la concreción del
proyecto, esta experiencia es altamente valorada
por las personas que realizaron la capacitación:
promotores/as y el equipo de capacitadoras de El
Ágora para quien es un importante desafío darle
continuidad y poder multiplicar a futuro esta
experiencia. En este sentido ya hay numerosas
demandas para iniciar el mismo proceso en otros
barrios e instituciones de la ciudad. En este año
se prevé terminar el acompañamiento los/as
vecinos de Yofre en el Consultorio jurídico a la
vez que iniciar con un nuevo grupo la misma
experiencia.
8. ANÁLISIS SEGÚN ALGUNAS
VARIABLES ANALÍTICAS
• Democratización del poder, mayor incidencia
pública
El conocimiento como cualquier capital social
tiene valor, se genera y circula en condiciones de
desigualdad, se distribuye inequitativamente, no
democráticamente. En este sentido, resulta
pertinente el aporte de Michel Foucault cuando
plantea que saber y poder se apoyan y refuerzan
mutuamente.
Mientras que en Mendoza los extensionistas son
reconocidos en diversos ámbitos, tales como
tribunales, oficinas públicas, organizaciones de
la sociedad civil; no ocurre lo mismo en
Córdoba. Las instituciones más directamente
asociadas -poder judicial y Municipio- no sólo
no han contribuido sino que entorpecieron en
gran medida la implementación del proyecto en
la ciudad.
Este importante logro que vuelve a los
extensionistas mendocinos/as actores en la
política jurídica, es producto de los años de
trabajo y la acumulación de aprendizajes y
capitales sociales, así como de la cooperación de
muchas instituciones del Estado y de la sociedad
civil.
• Participación ciudadana y exigibilidad de
derechos
La ciudadanía considerada como una categoría
de inclusión social, política y cultural da origen
a un sentido de igualdad de los sujetos, pero
basada en el respeto por las diferencias. De
manera que la ciudadanía a la vez que parte del
reconocimiento de una desigualdad real entre los
individuos, supone la incorporación y el respeto
de otros intereses más allá de los propios.
El concepto de ciudadanía debe entenderse más
allá de su significado jurídico, como una
actividad, una práctica planteada como objetivo
principal de las prácticas sociales.
Los extensionistas en Mendoza realizaron
acciones generadas por ellos mismos y que
exceden el ámbito del Consultorio Jurídico
Vecinal, tales como programas que responden a
consultas en radios FM comunitarias, gestión de
audiencias a autoridades municipales para
plantear problemas comunes a sus propias
comunidades o de barrios vecinos (transporte,
basurales, foros de seguridad, foros municipales,
etc.) Por su parte en Córdoba con el corto
tiempo del desarrollo del proyecto hasta el
momento se han realizado algunas acciones que
excedieron el dictado del programa como estaba
planificado: se realizó un encuentro abierto a la
comunidad sobre violencia familiar, maltrato
infantil, y violencia hacia las mujeres, temas del
interés del grupo, con el aporte de expertos que
brindaron una mirada profunda e
interdisciplinaria de los temas abordados.
También se realizó un encuentro de mujeres del
barrio con motivo del día internacional de la
mujer trabajadora. Una de las extensionistas fue
convocada por los directivos y padres de la
escuela del barrio, para que hablara en el acto del
Día del Trabajador sobre los derechos de los
trabajadores.
En Mendoza, los primeros extensionistas, a
través de un convenio con el Ministerio de
Justicia y Seguridad de la Provincia, también
fueron formados como mediadores vecinales.
51
El extensionismo va abriendo diferentes caminos
que rebasan muchas veces los objetivos
propuestos y que amplían los niveles de
participación y el ejercicio de ciudadanía.
• Derechos: el aprendizaje y el ejercicio
Uno de los principales logros señalados por los
promotores en derechos de Córdoba es que la
capacitación posibilitó numerosos apredizajes:
“aprender cosas que no sabiamos” como “saber
que hacen los senadores y diputados” o conocer
la constitución nacional “me ubiqué en los
artículos de la C.N, antes conocía a medias la
constitución”.
Un importante aprendizaje tiene que ver con la
conciencia ciudadana “descubrí el valor de los
partidos políticos” este punto es muy
significativo por sus implicancias en la prácticas
ciudadanas, sobre todo con el descreimiento en
las instituciones partidarias y en la
representatividad. Más allá de las críticas, se
profundizó el pensamiento reflexivo, que a su
vez posibilitó pensarse como parte del Estado,
como dentro de la sociedad y como actores
fundamentales cada uno y una desde sus lugares.
Darse cuenta que no es muy distinto de lo que
ya hacían como líderes comunitarios también fue
un descubrimiento, sólo que hoy cuentan con
otras herramientas teórico metodológicas para
desarrollar su rol como promotores en derechos.
Podemos decir que la instancia de capacitación
en derechos es una experiencia que más allá de
promover la democratización del saber de la
ciudadanía, es decir los promotores tienen la
misión de difundir y orientar a otros y otras,
también posee valor en sí misma dado que la
adquisición de saberes, experiencias sobre
derechos y el ejercicio de estos, es algo que sirve
a los propios promotores.
“Aprender con otros/as” es destacado por los y
las participantes como uno de los aspectos más
significativos del proyecto, dado que la reflexión
colectiva y conjunta es enriquecedora a la vez
que el aprendizaje no depende sólo de los
docentes sino que los involucra como grupo en
sus distintas capacidades.
52
• Democratización del conocimiento
Con respecto a la metodología de trabajo se
valoró positivamente las dinámicas
participativas, el ritmo de trabajo, el uso de un
lenguaje sencillo para la explicación de
conceptos jurídicos más técnicos: ”La
metodología es muy buena, con juegos” “son
métodos muy eficaces, así aprendemos mejor”
También se valoró el modo de relación que se
promovió desde el equipo de capacitadoras en el
proceso de aprendizaje entre los futuros/as
promotores/as y las docentes. En este sentido
algunos plantearon: “Es muy positivo porque
hablan en lenguaje usado por nosotros”, “La
horizontalidad con la que trabajan, se pusieron
a la edad nuestra”.
Como en toda práctica de lo social, fueron
surgiendo inconvenientes, dificultades, piedras
en el camino, algunas pequeñas otras más
grandes. Inconvenientes que se fueron revisando
en el trayecto y algunos lograron resolverse, otros
persisten e implican nuevos y mejores esfuerzos.
Esta primera etapa de capacitación se extendió
más de lo previsto debido a la necesidad de ir al
ritmo del grupo. A diferencia de otras
capacitaciones era necesario que se entendiera el
sentido de cada tema abordado, el ejercicio
responsable del rol como promotores en derechos
fue lo que orientó y en cierta medida condicionó
la duración del curso. Esta dilación fue entendida
por algunos/as extensionistas como un aspecto
a revisar en futuras capacitaciones.
Otra dificultad fue el horario ofrecido por el
equipo de capacitación que repercutió en que
muchos/as interesados no pudieran realizar su
capacitación.
• Las instituciones del saber y la gente.
Según los/as promotores en derechos este
proyecto implica que se “rompa la distancia
entre la Universidad y la gente” con lo cual se
realiza uno de los principales objetivos de El
Ágora es decir la democratización del
conocimiento entendida como la imperiosa
necesidad de acercarse a la sociedad a partir del
encuentro y mutuo reconocimiento de distintos
saberes-poderes.
El interés pasa porque el extensionismo jurídico
se transforme en una experiencia de participación
ciudadana. Para ello es de fundamental
importancia el rol del derecho, como “el arte de
cambiar y ordenar el mundo con palabras”14 .
Esta ordenación supone la posibilidad de un
cambio: “toda comunidad de pueblos es una
comunidad de valores, que supone la tendencia
y la esperanza de que lo que existe pueda ser
construido, reformado o sustituido por un orden
mejor, de allí que este ordenamiento se traduce
en reglas de derecho, como ley general e
igualitaria, que permite la persecución de un bien
que sea común.”15
siquiera ser abiertos. En Córdoba lo que
caracteriza la experiencia es su fuerte impronta
en la participación ciudadana y promocional.
En este sentido las redes, los apoyos recibidos u
omitidos no son neutros, esto se hace evidente
en el impulso o la canalización de las
experiencias en algunos casos y en la inhibición
o entorpecimiento en algunos otros.
En el caso de Córdoba, pese a ello, la
implementación del proyecto se pudo concretar
con el trabajo mancomunado del Centro Vecinal
de Yofre Norte, El Ágora, La red de periodismo
independiente “Sos periodista”, así como
diferentes actores que apoyaron el proyecto. Esto
hace posible que hoy se esté pensando en realizar
esta experiencia con otros grupos.
• El valor de las redes
• Replicabilidad, el contagio
A partir del encuentro de Extensionismo jurídico,
en marzo de 2007, en la provincia de Mendoza,
se puede ver que, si bien las distintas
experiencias comparten el objetivo de
construcción y empoderamiento ciudadano, las
prácticas se ven fuertemente condicionadas por
el contexto político, institucional y socio
económico en el cual están insertas. A modo de
ejemplo, se refleja en los diferentes escenarios
del Extensionismo Rural en la provincia de
Santiago del Estero y del desarrollado por la
Facultad de Derecho de la Universidad de Lomas
de Zamora, en el distrito más poblado del
conurbano de la Provincia de Buenos Aires.
Si bien en la Provincia de Córdoba la oposición
al proyecto fue explicita por parte del Colegio de
Abogados, en las Provincias de Corrientes y
Formosa no sólo recibieron el apoyo de dicha
institución sino que son parte del proyecto,
colaborando con espacio físico y capacitadores.
En un extremo, Mendoza ha llegado a tener mas
de 30 Consultorios jurídicos vecinales
funcionando mientras que en San Luis no
pudieron ser sostenidos por presiones políticas
del Poder Ejecutivo y en Jujuy no pudieron ni
14
15
Transferir es aprender del otro/a, es recrear
prácticas, es reconocer acciones transformadoras
y tomar de ellas algo para hacer nuevos caminos.
Es extender puentes entre experiencias. El
extensionismo es la búsqueda de que la
ciudadanía pueda apropiarse de los derechos
proclamados para hacerlos suyos y a la vez
difundirlos, ejercerlos convidando a otros a
conocerlos, a exigirlos y a practicarlos.
En el año 2003, en Mendoza, a partir de la
interacción con otras organizaciones sociales y
gubernamentales como el Instituto de Políticas
Públicas para la Equidad entre el hombre y la
mujer de Mendoza (IPPHEM), se diseñó un
curso que se llamó “Extensionismo de Género”.
Durante el año 2006, en esa misma provincia, las
nuevas camadas están recibiendo un curso de
mediadores vecinales, por un convenio firmado
con Facultad de Psicología, Universidad del
Aconcagua, Redes alternativas y FAVIM.
Estas experiencias demuestran que el programa
puede ser trasladado a otras experiencias, incluso
Thomas Yan “Los artificios de las insitituciones” Ed. Eudeba Buenos Aires 1999
Virgolini Julio, Op. cit.
53
acotarse a temáticas específicas, siempre con un
mismo objetivo: garantizar el acceso a la
información, a través de actividades solidarias,
por parte de la comunidad que permitan el pleno
ejercicio de sus derechos como ciudadanos.
9. REFLEXIONES FINALES
Aprender sobre derechos no es ejercerlos,
conocer el enunciado no garantiza su respeto y
cumplimiento; sí un importante acercamiento e
involucramiento por parte de los ciudadanos, nos
acerca a la idea de que los derechos deben
incorporarse en cada acción de la vida cotidiana.
Las experiencias, en casi todas las provincias,
entienden que el desarrollo del extensionismo
jurídico amplió los márgenes de exigibilidad de
derechos así como la participación ciudadana,
por eso es importante que se continúe y extienda
a diferentes lugares con las particularidades de
que cada lugar posea. Muestran las experiencias
que el proyecto puede ser adaptado y de acorde
a las necesidades de los lugares. Ejemplos de
esto son las experiencias de cada provincia, la de
género, ecología, rural, etc.
El Extensionismo es una práctica de
responsabilidad ciudadana que pretende mejorar
la calidad de nuestras democracias, promover la
participación ciudadana, las buenas prácticas
democráticas y el control social de los
gobernantes. Se busca alentar un movimiento de
base ciudadana que promueve el fortalecimiento
democrático, la resolución de la conflictividad
social y ambiental y el ejercicio de ciudadanía a
través del conocimiento, la promoción, difusión
y protección de los derechos y deberes
ciudadanos y la construcción de redes sociales
ciudadanas.
Pedro Vera, coordinador nacional de
Extensionismo Jurídico de Interés Público de
FORJA en Chile se preguntaba y preguntaba
quienes participaron del “Primer Encuentro de
Coordinadores del Extensionismo Jurídico
Vecinal” a propósito de un interrogante de José
Saramago: ¿vamos a hacer más de lo mismo? ya
que no se trata de mejorar ni de agiornar sino de
reinventar la democracia. Cuestionaba sobre
quiénes son, después de la experiencia en el
54
proyecto los extensionistas, qué tipo de mujeres
y varones, revestidos de qué valores, para qué
sociedad y para que ejerciten qué clase de
ciudadanía. Estos interrogantes son los que
permiten seguir pensando el proyecto en clave de
derechos y construcción de ciudadanía desde una
perspectiva activa y crítica, donde el Derecho
pueda vivenciarse como derechos concretos y
actuales, tanto en su titularidad como en su
ejercicio, devuelto a su dimensión de herramienta
de prevención y resolución de conflictos sociales.
La potencialidad del proyecto se centra tanto en
el cambio de perspectiva que genera la
experiencia de apropiación de los derechos como
en la constitución de redes que articulan los
participantes sorteando, desde lo colectivo, las
dificultades que se presentan en lo cotidiano.
BIBLIOGRAFÍA
• Extensionismo Jurídico Vecinal. “Un eslabón
entre justicia y comunidad”. Mendoza,
Argentina, 2006.
• Castel Robert: “Las trampas de la exclusión”
Lien social et Politiques, RIAC 1995,
traducción Martín Dupaus.
• Freire Paulo: “La educación como práctica de
la libertad” Ed. Siglo XXI año 2004
• Virgolini Julio: “La razón ausente. Ensayo
sobre Criminología y Crítica Política” Ed del
Puerto 2005
• Thomas Yan: “Los artificios de las
instituciones” Ed. Eudeba Buenos Aires 1999.
• Bourdieu Pierre : “Cosas Dichas”, Editorial
Gedisa, Bs. As. 1988.
• Aquín Nora: “Trabajo Social, Ciudadanía y
Exclusión” Dossier revista Confluencias.
Universidad Nacional de Córdoba, Argentina,
2003.
• “Ciudadanía y Justicia Comunitaria”. Manual
de Extensionismo Jurídico. FAVIM, Acción
Ciudadana. Mendoza, Argentina.
• Ciudadanía y Justicia Comunitaria. Programa
de Acción Ciudadana por la Justicia y la
Democracia. FORJA. Chile, 1995-1997.
• Programa Acciones Ciudadanas por la Justicia
y la Democracia. Documento Guía 2000.
FORJA- F.N.S.P. Chile.
PROGRAMA MUNICÍPIO SUSTENTÁVEL:
SOLUÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL
1. CONCEPÇÃO E
CARACTERÍSTICAS DAS
AÇÕES PARA O
DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO LOCAL EM RIO
DAS FLORES
1.1 Cenário geral
Durante o século XIX as cidades localizadas na
região do médio Paraíba, interior do Rio de
Janeiro, faziam parte do ciclo do café, principal
atividade econômica do Império. Rio das Flores,
um Município de pequeno porte situado nesta
região, tinha um importante papel no auge da
cultura cafeeira devido ao grande número de
fazendas produtoras de café ali estabelecidas.
as primeiras medidas para mais tarde
implementar o Programa Município Sustentável.
O Programa foi colocado em prática,
efetivamente, em 2001, ano em que se iniciou a
segunda gestão do atual Prefeito2 , cujo foco no
fortalecimento de políticas integradas, voltadas
ao desenvolvimento sócio-econômico local, vem
contribuindo para superar os entraves detectados
e alcançar melhores níveis de qualidade de vida
da população, além do aumento das atividades
produtivas, considerando as potencialidades da
região.
As transformações econômicas no Brasil, na
primeira metade do século XX, tiveram impacto
nos investimentos em cafeicultura, afetando
diretamente as cidades cuja principal atividade
econômica girava em torno do café. Rio das
Flores procurou investir em bovinocultura e no
transporte ferroviário, porém sem obter maiores
avanços, o que manteve sua economia estagnada
ao longo dos anos.
Durante o processo eleitoral foi aplicado um
questionário de consulta à população para avaliar
o que se tornaria prioridade na gestão, definindo
assim as metas do Programa, ajustadas
posteriormente através de novas consultas. Neste
sentido, as principais linhas de ação do Governo
Municipal envolviam: geração de emprego e
renda; desenvolvimento local; educação; cultura
e lazer; habitação; assistência social a crianças
e adolescentes; saúde e saneamento; promoção
da cidadania; e modernização da gestão. A
reeleição do Prefeito em 2004 e a manutenção
do corpo técnico da Prefeitura permitiram a
continuidade da linha política do Programa e dos
projetos até a presente data.
O esvaziamento econômico provocado pela
decadência do ciclo do café provocou um forte
processo de migração da população de Rio das
Flores. Entre 1950 e 2000 a população caiu de
30 mil para 8 mil habitantes em função da falta
de oportunidades de trabalho e renda.1 Além
disso, o Município não se constituía como um
local atrativo para o investimento de médias e
grandes empresas devido a sua localização
geográfica, déficits de infra-estrutura e de mãode-obra qualificada. A proximidade com o
Município de Valença afetava o desenvolvimento
de uma dinâmica própria em Rio das Flores, uma
vez que estavam supridas as suas necessidades
sócio-econômicas.
Neste sentido, definido o potencial de trabalho
da população a partir de uma pesquisa realizada,
o Governo Municipal, com vistas ao
desenvolvimento econômico do Município, criou
estratégias para promover a implantação de
pequenas e micro-empresas uma vez que a
natureza dos negócios deste porte, além de
absorver a mão-de-obra local, favorece a
diversificação do setor produtivo. Vale ressaltar
que a Prefeitura engajou a população neste
processo de desenvolvimento, deixando também
de ser a principal geradora de emprego do
Município e atuando muito mais como um
agente de fomento das atividades econômicas
locais.
Entre 1993 e 1996 a Prefeitura, através de um
programa focado no estímulo à cidadania, tomou
As ações implementadas fortaleceram os setores
de ncomércio e serviços, sobretudo os
1
Rio das Flores é composto por três distritos além da sede (3.912 habitantes): Manuel Duarte (1.328 habitantes), Taboas (1.835
habitantes) Abarracamento (550 habitantes) – Dados do Censo 2000 do IBGE.
2
O atual prefeito de Rio das Flores havia sido eleito anteriormente em 1992.
57
empreendimentos no setor de turismo e
manufaturados têxteis, além do fomento à
agroindústria.
Assim destacam-se os projetos: 1. Turismo –
Conhecendo a História com Aroma de Café; 2.
Projeto Rio das Flores Digital; 3. Programa de
Infra-estrutura Básica; 4. Programa de Geração
de Trabalho, Emprego e Renda; 5. Gestão com
Responsabilidade Social – Conselho de
Governança Local.
O novo modelo de gestão adotado, apoiado na
participação pública e no incentivo às pequenas
e micro-empresas tanto para a implementação de
novos empreendimentos como sua consolidação,
é uma política cuja sustentabilidade vem se
garantindo através de importantes parcerias que
também foram fundamentais para os
investimentos em saúde e educação, como parte
da política integrada.
2. PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO DAS
AÇÕES
2.1 Programa de Geração de Trabalho,
Emprego e Renda
Diante dos problemas sociais ocasionados pela
ausência de trabalho e renda, a Prefeitura optou
por formular uma política de promoção do
desenvolvimento econômico e social. Através de
parcerias entre a Secretaria Extraordinária de
Geração de Emprego e Renda e o setor privado,
foi possível contribuir para a formação de mãode-obra e para a autonomia da população
beneficiada.
A primeira atividade do Programa de Geração,
Trabalho e Renda foi a realização do Progest –
Programa Geo-Social para o Trabalho, um censo
desenvolvido especificamente para levantar as
potencialidades do Município no que diz respeito
à mão-de-obra lá encontrada. A partir de uma
amostragem foi possível identificar a natureza
das atividades econômicas desenvolvidas e a
ocupação da mão-de-obra, e planejar cursos
profissionalizantes para a qualificação e
58
formação da força de trabalho de Rio das Flores,
principalmente através de cursos de capacitação
(costura, informática e artesanato) e apoio para
a formação de cooperativas.
Neste sentido, o segundo passo foi implementar
27 cursos em dois anos para formar pessoas na
área de beleza, piscicultura, carpintaria e
eletricidade, mecânica, entre outros, com a
finalidade de formar mão-de-obra para atuar em
outros setores. Os cursos foram desenvolvidos
através da parceria entre a Secretaria
Extraordinária de Geração de Emprego e Renda
e outras importantes instituições capacitadoras e
de ensino. São elas: Fundação Centro Federal de
Ensino Tecnológico (FUNCEFET), Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço
Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
(SESCOP) e Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (SENAC). No ano de 2001, 265
pessoas foram beneficiadas com cursos nas mais
diversas áreas e, em 2002, esse número foi de
243.
Não só com a preocupação de formar mão-deobra, mas também visando a qualificação para o
trabalho, foram oferecidos cursos de gestão e
administração de cooperativas, alcançando um
total de 248 pessoas durante os anos de 2001 a
2004.
Vale ressaltar a criação da Escola Itinerante de
Costura Industrial, que forma operadores de
máquina para montagem em série.
Os cursos de capacitação de costura industrial
são oferecidos pela Prefeitura nos turnos da
manhã e da tarde (08:00 às 11:00 e 13:00 às
17:00) e têm capacidade para 25 alunos por
turma. A duração máxima dos cursos é de três
meses, nos quais é respeitado o ritmo de cada
aluno. Atualmente, o curso funciona na Casa de
Capacitação Olímpio Rosa dos Santos localizada
no bairro Sossego e congrega os cursos de
costura industrial e informática. Os tecidos
utilizados durante as aulas são sobras doadas
pelas confecções do bairro.
As pessoas que concluem a capacitação em
costura industrial são encaminhadas para
trabalhar em duas confecções: Edu e Gabi e F.
A. Magella. No início de 2004, os dois
empreendimentos foram atraídos para o
Município pelos subsídios oferecidos pela
Prefeitura, entre outros a cessão de dois galpões
sem a cobrança de aluguel. A implantação dessas
duas confecções industriais no Município
representou a criação de um total de 178 postos
de trabalho neste mesmo ano, dobrando tal
número no final de 2005. Em 2006, no entanto,
foi fechado o galpão de corte e estamparia,
reduzindo o quantitativo de funcionários para
180. Segundo o assessor técnico da Prefeitura
que atua na Agência Municipal SEBRAE, um
novo galpão para corte e estamparia está sendo
concluído, com capacidade para mais 60 postos
de trabalho.
O curso de informática na Casa Olimpío Rosa
dos Santos, tem como objetivo capacitar os
alunos no sistema operacional Linux (software
livre). A Prefeitura incentivou seus funcionários
a participarem do curso, visando à qualificação
de seu quadro técnico para utilização do novo
sistema implantado, o Linux. Com capacidade de
10 alunos por turma, foram realizadas aulas em
três turnos, com duas turmas por turno,
resultando o total de seis turmas por dia. No caso
das aulas realizadas no bairro Sossego, a
Prefeitura disponibilizou condução para a casa de
capacitação, aproveitando o ônibus escolar. Os
dois cursos emitiram certificados de conclusão.
A Prefeitura também incentiva o desenvolvimento do artesanato, pois percebe tal atividade
– garantida e beneficiada pelas ações de turismo
na região – como grande fator de geração de
renda entre as gerações mais velhas. A Prefeitura
apoiou a associação de artesanato Centro de
Geração de Renda Amor à Arte em Taboas
através da concessão de terreno onde foi
construído o prédio para o seu funcionamento,
em parceria com o Governo Federal, através do
Ministério de Desenvolvimento Social e
Combate a Fome. As peças elaboradas nas
associações de artesanato são vendidas por todo
o Brasil e para outros países como Portugal. O
artesanato de Rio das Flores participa, também,
de feiras e eventos da região contando sempre
com o apoio da Prefeitura. Mais três novas casas
de artesanato foram criadas, onde são
ministrados cursos de artesanatos para a terceira
idade.
O Programa também teve uma forte atuação no
incentivo à formação de cooperativas através de
aulas de cooperativismo e associativismo
oferecidos nos cursos itinerantes de costura. O
objetivo foi o de promover o empreendedorismo
entre a população local. Paralelamente, foram
oferecidos cursos de gestão e administração de
cooperativas.
A cooperativa mais antiga está estabelecida no
distrito de Taboas e teve origem na capacitação
oferecida no local em 1994. A partir de 2001,
foram criadas mais cinco cooperativas de costura
registradas, trabalhando na montagem de roupas
(facção) para diversas confecções. Cada
cooperativa é especializada num determinado
tipo de roupa ou trabalha com determinado tipo
de tecido, evitando a concorrência entre elas. A
Prefeitura concede incentivos de diferentes
formas para todas as cooperativas, por meio da
isenção do pagamento de aluguel, ajuda no
custeio das despesas fixas (pagamento da conta
de luz), e empréstimo de máquinas de costura.
Figura 1: Cooperativa
Foram criados 80 postos de trabalho distribuídos
nas cinco novas cooperativas. O salário médio
59
de um empregado nas cooperativas é de R$ 600,
variando de um mínimo de R$ 400, podendo
chegar a R$ 10003 . Os cooperativados ganham
por produção, não tendo horário de trabalho fixo.
Todas as cooperativas de Rio das Flores se
encontram regularizadas.
2.2 Gestão com Responsabilidade
Social – Conselho de Governança
Local
O modelo de gestão adotado pelo atual Governo
Municipal está pautado na transparência
administrativa e na participação da população no
debate sobre os investimentos dos recursos do
Município e controle dos gastos. O objetivo da
proposta é desenvolver um governo com
responsabilidade social.
Em 2005 a Prefeitura visitou vários bairros e
distritos de Rio das Flores a fim de esclarecer a
população sobre as políticas econômicas
adotadas. Foram mencionados o Plano
PluriaAnual de Investimentos (PPA), a Lei
Orçamentária Anual (LOA), a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A partir dessas visitas, a Prefeitura incentivou a
criação do Centro de Governança Local. Foram
criados 14 Conselhos de Governança Local,
contando cada um com 48 conselheiros, os quais
atuam fortemente na mobilização da população
para participar das decisões públicas. Os
Conselheiros são moradores representantes de
cooperativas, associações e empresariado, eleitos
pela população em assembléias.
Cada Conselho conta, em média, com a
participação de 50 pessoas. Neste sentido, cerca
de 9% da população vem participando e
contribuindo para a definição de rumos das
políticas adotadas pelo Governo Municipal.
Paralelamente, o Conselho também contribui
para o diálogo entre o Poder Público e os micros
e pequenos empresários, constituindo-se como
um espaço aberto às reivindicações e sugestões
deste público.
3
Figuras 2 e 3: Governança Local - Conselho
2.3 Turismo: Conhecendo a história
com Aroma de Café
Rio das Flores tem um grande potencial turístico
em função ao seu importante papel no auge da
cultura cafeeira, que legou ao Município um rico
patrimônio histórico-cultural. O interesse comum
em tornar a cidade um ponto atrativo ao turismo,
fortaleceu a relação entre a sociedade civil
organizada, o setor privado e o Poder Público e,
em 2002, um grupo de sete empresários e
proprietários rurais resolveu fundar a Associação
Rioflorence de Turismo – ARTUR. A Prefeitura
firmou um convênio com a associação, através
do qual são repassados recursos para o fomento
do turismo no Município.
Segundo o Coordenador de Turismo da
Associação, a articulação entre proprietários e a
Prefeitura foi fundamental para o incremento
deste setor, que há 10 anos atrás, contava apenas
com iniciativas isoladas de empresários locais.
As diferenças de remuneração estão ligadas ao tipo de contrato firmado entre as cooperativas e as confecções.
60
A ARTUR juntamente com a Prefeitura atuou
incentivando proprietários das antigas fazendas
de café do séc. XIX a abri-las à visitação e incluílas no roteiro turístico de Rio das Flores e, desde
2006, vem debatendo com os donos de antigos
casarios da cidade a possibilidade de também
incluí-los no circuito turístico devido a sua
riqueza e potencial histórico.
fazendas de café em hotéis-fazenda. Proporcionou a oferta de leitos em casarios históricos
e casas do cidadão comum, colocando fim a um
dos principais problemas enfrentados pelo
Município na acolhida dos turistas, segundo o
coordenador de turismo, que era a dispersão de
turistas para Municípios vizinhos em função da
escassez de empreendimentos nos setores de
hotelaria, alimentação e atividades noturnas.
É importante ressaltar a preocupação dos
empresários e gestores locais em relação à
preservação do meio ambiente e a tranqüilidade
do local, promovendo eventos e festivais
temáticos para atrair um perfil de turistas que
valorizem a cultura e a história da região,
segundo declarou Rosa Lopes, membro da
ARTUR, empresária no ramo de hotelaria e
turismo e moradora da cidade.
Na implementação do projeto de fomento ao
turismo, foi fundamental a criação da Secretaria
de Turismo, cujas atividades eram antes
desempenhadas pela Secretaria de Planejamento.
O Governo Municipal também aumentou a verba
destinada ao turismo, passando de R$ 16 mil no
ano de 2004 para R$ 30 mil em 2005, chegando
a pouco mais de R$ 44. mil em investimentos
associados ao turismo em 2006. Destaca-se,
ainda, a importante contribuição do Governo
Federal através do Ministério do Turismo, que
investiu neste mesmo ano, um milhão e
quinhentos mil reais em obras para a
Revitalização do Balneário Municipal,
construção de praça, muros e embelezamento de
Taboas. Foram investidos também, R$ 550 mil
em Infra-estrutura Turística e Promoção de
eventos turísticos no restante do Município, além
da despoluição dos rios, abertura de trilhas para
as cachoeiras, construção de mirantes, limpeza
e sinalização da cidade.
Ao lado do trabalho de conscientização dos
proprietários de fazendas de café e donos de
casarios quanto à importância das propriedades
para a promoção do turismo e conseqüente
contribuição ao crescimento econômico do
Município, outras atividades vêm gerando
trabalho e renda. Pequenos e médios artesãos, os
setores de comércio e serviços, sobretudo hotéis
e pousadas, estão ganhando espaço e
consolidando seus negócios e o desenvolvimento
sustentável. Em paralelo, a Prefeitura vem
cadastrando famílias que oferecem a preços
menores, quartos ou leitos em suas propriedades
nos períodos de festivais e eventos.
Figura 5: Fazenda do Paraíso
O resultado da iniciativa aumentou de 40 leitos
(2001) para 290 (2006) a disponibilidade de
acomodações, contribuiu para a abertura de
novas pousadas e transformação de algumas
O turismo em Rio das Flores inclui a região do
Vale do Café, a Rota Zero 40 (ao longo da BR
040) e a região turística do Vale do Rio Preto.
Turistas de diversas localidades são atraídos
Figura 4: Igreja Matriz – Santa Teresa D’Ávila
61
pelos eventos promovidos pela Secretaria de
Turismo e movimentam os setores de serviços e
comércio local. Rio das Flores faz parte, junto
com outros 9 Municípios, do Conselho de
Turismo da Região do Vale do Ciclo do Café –
Conciclo. Em 2005 os Municípios do Conciclo
foram incluídos no calendário turístico nacional
e internacional, onde participam do Circuito
Outono com Café, Cachaça e Chorinho. O
SEBRAE oferece cursos de capacitação para
guias de turismo e contribui para o ensino de
turismo nas escolas.
2.4 Projeto Rio das Flores Digital
Com o objetivo de democratizar o acesso aos
meios de comunicação e informação e assim
contribuir para a produção e socialização do
conhecimento, em 2005 foi implementado o
Projeto Rio das Flores Digital.
A iniciativa pautou-se na disponibilização de
estrutura física para a inclusão digital da
população, modernização e desburocratização da
Administração Pública via utilização de recursos
tecnológicos.
Com recursos oriundos das parcerias
estabelecidas foi possível criar no Município
uma rede de transmissão de voz e dados que
permitiu a implantação de Internet banda larga
com modelo de rede baseado no sistema SHSW
(Sistema Híbrido com Suporte Wireless). Os
custos do sistema são bastante adequados à
capacidade financeira de Municípios de pequeno
porte. O SHSW se constituiu como um recurso
providencial uma vez que as companhias
telefônicas não apresentaram interesse em
implantar linhas digitais para assinantes em curto
prazo, sendo a previsão para o início desta
mudança prevista para 2010, segundo a Agencia
Nacional de Telecomunicação (Anatel).
nova relação entre professor e aluno. A meta do
projeto é criar em toda escola um laboratório de
informática, embora ainda não alcançada.
Atualmente a Prefeitura conta com o Ônibus
Digital, para levar os cursos de informática e
acesso à Internet em escolas na região rural do
Município, funcionando também através de
sistema wireless.
As ações ”GOV” são voltadas para governança
eletrônica e têm como objetivo contribuir para a
transparência da gestão local e estimular a
participação popular. Além da informatização de
toda Prefeitura foram construídos em terminais
de ônibus quiosques com computadores e acesso
à Internet.
O domínio “ORG” tem a finalidade de atender
a população no que diz respeito a apoio aos
projetos comunitários. Foram instalados três
telecentros onde são desenvolvidas capacitações
online. O projeto visa instalar em cada distrito
esse ambiente de acesso à rede, de forma gratuita
e para atender, em média, 50 pessoas por dia.
O domínio “COM” compreende ações voltadas
para incluir os segmentos da sociedade no
sistema de comércio eletrônico, ampliando a
competitividade e possibilidade de lucro. A
Internet é, então, disponibilizada a preços
populares tanto para a comunidade como para
cooperativas, pequenas e microempresas.
As ações denominadas “TUR” são direcionadas
ao turismo e tem um importante papel na atração
de turistas para o Município, divulgando a cidade
na Internet.
Depois de estabelecida e implantada a estrutura
física do projeto, foram definidas cinco áreas de
concentração das atividades. Essas áreas
receberam denominações referentes às extensões
dos principais tipos de domínios existentes no
sistema da Internet. Dessa forma, os nomes de
fantasia escolhidos para referenciar as ações
foram: “EDU”; “GOV”; “COM” e “TUR”.
O rol de ações associadas ao domínio “EDU”
buscam repensar o processo pedagógico e uma
62
Figura 6: Telecentro Rio das Flores
2.5 Programa de Infra-estrutura Básica
O Programa tem a finalidade de estruturar a
cidade para garantir seu desenvolvimento
sustentável e a qualidade de vida da população.
Neste sentido o Governo Municipal investe em
saneamento básico, coleta de lixo, abastecimento
e tratamento de água, moradia. Dentro do
Programa de saneamento foi elaborada uma
política de saúde efetiva. A construção de
conjuntos habitacionais tem sido também, uma
importante estratégia para impedir a favelização
da periferia.
O Programa contou com recursos do Governo
Federal, no montante de R$1.997.478,00 e
contrapartida da Prefeitura, no montante de R$
46.524,00
A Estação de Tratamento de Esgoto – ETE – foi
inaugurada em 2005 e tem capacidade para
cuidar de 100% do Município que antes contava
somente com rede de coleta e tratamento de
esgoto em três distritos, construídos na primeira
gestão do atual prefeito.
A coleta de lixo é feita por empresa contratada
e o lixo é levado para Valença, Município
vizinho a Rio das Flores. No entanto, está sendo
construída uma Usina para Resíduos Sólidos que
será inaugurada no final de abril de 2007, a qual
deverá gerar novos empregos e renda para a
população que se ocupa da coleta de lixo
reciclável e será capacitada para trabalhar na
Usina.
A Secretaria de Saúde promoveu a
descentralização do atendimento médico através
da construção de postos de saúde em alguns
conjuntos habitacionais, os quais foram
inseridos, juntos com outros postos já existentes
no Município, no Programa Saúde da Família
(PSF), através do qual o Governo Federal oferece
médicos e agentes de saúde e a Prefeitura o
espaço físico, medicamentos e pessoal de
limpeza. Tal política diminuiu as filas no único
hospital do Município, uma vez que entre 70 e
80% dos casos de doença são resolvidos nos
postos. Atualmente, dos 11 conjuntos existentes,
9 já possuem posto de saúde. Os que ainda não
foram contemplados, no entanto, localizam-se
próximo ao hospital. É importante ressaltar que
os agentes de saúde visitam semanalmente todos
os conjuntos habitacionais.
Famílias com renda até três salários mínimos ou
em situação de risco passaram a ter acesso à
moradia, pagando financiamentos compatíveis
com sua renda. Do mesmo modo o acesso à
moradia foi facilitado para famílias com poder
aquisitivo acima de três salários mínimos, no
entanto, a elas são financiados apenas lotes de
terra e a construção da casa é responsabilidade
do mutuário. O financiamento das casas é feito
em 72 parcelas de R$ 24,86 para moradores que
residem há mais de 5 anos no Município. As
parcelas são depositadas no Fundo Municipal de
Habitação de Interesse Social. Para evitar a
especulação imobiliária e fortalecer o laço
comunitário com o local de moradia, uma das
condições do financiamento é a proibição da
venda do imóvel por dez anos a partir da
quitação da casa.
Os conjuntos habitacionais possuem esgoto, água
tratada, calçamento e iluminação. Segundo o
engenheiro do Município Sr. Francisco Novaes,
há uma preocupação com os aspectos
urbanísticos, sendo planejados praças e jardins.
Os conjuntos habitacionais rurais diferem-se dos
urbanos. Nos rurais, a Prefeitura permite que
sejam colocadas cercas de bambu para a
formação de cercas vivas a fim de não perderem
a característica do campo, o que já não ocorre
nos conjuntos habitacionais nas cidades onde as
cercas são obrigatoriamente de alvenaria. Os
lotes nas zonas rurais também são maiores para
que as famílias plantem e criem aves nos
quintais.
O Governo Municipal estende aos moradores
desses conjuntos ações do Programa de Geração
de Trabalho, Emprego e Renda, incentivando a
criação de cooperativas e produção de artesanato
em galpões de geração de renda construídos nos
conjuntos habitacionais. Além do mais, em
espaço cedido para empresários locais, também
nos conjuntos, é possível geração de trabalho e
renda através do comércio de gêneros
alimentícios como lanchonetes, mercearias e
bares. Os conjuntos habitacionais têm quadra de
lazer e campo de futebol, onde são desenvolvidas
atividades para crianças e adolescentes
promovidas pela Secretaria de Assistência Social.
63
3. O PROJETO SEGUNDO AS
VARIÁVEIS ESTRATÉGICAS DE
ANÁLISE
3.1 Parcerias – O papel e o desempenho
das instituições parceiras
O SEBRAE
Para consolidar o desenvolvimento local e
sustentável em Rio das Flores foi preciso
trabalhar para superar as carências de infraestrutura, atrair investimentos no setor de
comércio e serviços, capacitar e qualificar tanto
empreendedores como mão-de-obra, difundir o
associativismo e o cooperativismo.
Enfrentar tais desafios foi uma iniciativa da
Prefeitura que, no entanto, contou com
importantes parcerias neste processo. Destacamse o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE/RJ na
criação da Agência de Desenvolvimento
Municipal; as parcerias com os Governos
Estadual e Federal e com o Banco do Brasil para
as melhorias da infra-estrutura de rodovias,
telefonia e tecnologia da informação, construção
de galpões e compras de equipamentos.
No que tange à capacitação e qualificação da
mão-de-obra local, foram fundamentais as
parcerias com a Fundação Carlos Chagas Filho
de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro – Faperj, a Fundação Centro Federal de
Ensino Tecnológico - Funcefet, o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, o
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Senac, e o Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo - Sescoop.
A parceria com o SEBRAE é fruto da iniciativa
do Prefeito que disponibilizou o Município como
piloto para as novas diretrizes de modelo de
gestão incentivadas pelo SEBRAE, tornando-se
a primeira cidade a receber a Agência de
Desenvolvimento Municipal no Estado do Rio de
Janeiro.
4
Em tal modelo, cabe à Prefeitura garantir o
espaço físico, recursos humanos e despesas com
equipamentos, energia e telefone. O SEBRAE
capacita técnicos que atuam junto ao comércio
local, setor de hotelaria e turismo e produtores
rurais servindo como intermediário nas relações
entre os diferentes setores da sociedade e
iniciativa privada e o Poder Público. São também
responsáveis por fomentar parcerias entre a
Prefeitura e outras entidades, sejam elas
financeiras, filantrópicas ou de formação de mãode-obra. A atuação da Agência de Desenvolvimento Municipal diretamente com o público
facilita o desenvolvimento econômico local de
diferentes setores.
O SEBRAE, no âmbito da Agência, também
desenvolve projetos e capacitação de gestores e
mão-de-obra para micro e pequenas empresas.
Dentre sua atuação nos negócios no campo
turístico, destaca-se a capacitação de guias de
turismo para a região e sua contribuição para a
implantação do ensino de turismo nas escolas.
Os Governos Federal e Estadual
A Prefeitura buscou parceria com o Governo
Federal em busca de melhorar a infra-estrutura
do Município, no que diz respeito a melhorias
das rodovias, telefonia e tecnologia da
informação. A Prefeitura conta ainda com
repasses da União cujos recursos são investidos
em melhorias habitacionais, infra-estrutura
urbana, promoção do turismo e na área social.
No ano de 2006, a Prefeitura recebeu do Governo
Federal recursos oriundos dos Ministérios do
Turismo, das Cidades, Ciência e Tecnologia e do
Esporte num total de R$ 3 milhões4 investidos
em obras, para infra-estrutura urbana e
tecnologia. Em 2006, foram assinados novos
convênios com o Ministério do Esporte e o
Ministério de Ciência e Tecnologia para a
Construção da Quadra Poliesportiva de Taboas
e para a Aquisição da Unidade Móvel de
Informática.
Ver em anexo, quadro de repasses dos seguintes Ministérios: das Cidades, Turismo, Esporte e Ciência e Tecnologia. Constam também
recursos repassados pelo Ministério da Saúde e do Desenvolvimento Social.
64
A parceria entre o Governo Federal e a Light
incluiu Rio das Flores no Projeto “Luz para
Todos”, garantindo a iluminação nos conjuntos
habitacionais que fazem parte do projeto de infraestrutura básica desenvolvido pelo Governo
Municipal. As casas dos conjuntos habitacionais
receberam coletores solares para chuveiros
através de parceria com a Light, que trocou a
dívida de ICMS com o Governo do Estado pela
instalação dos coletores.
Outras parcerias
Algumas parcerias foram firmadas no intuito de
enriquecer a oferta de capacitação e cursos
profissionalizantes em Rio das Flores, no âmbito
do Programa de Geração de Emprego, Trabalho
e Renda. Podemos citar, além da parceria com
SEBRAE/RJ, os convênios estabelecidos entre a
Prefeitura e a Fundação Centro Federal de
Ensino Tecnológico (Funcefet) onde foram
criados 27 cursos profissionais em dois anos.
Destacam-se também os apoios de importantes
entidades de ensino e aperfeiçoamento como o
SENAI, SENAC, SESCOOP, cujos cursos
concorreram para tornar a população ativa do
Município em mão-de-obra qualificada e
especializada.
Outras entidades entraram com recursos
financeiros. O Banco do Brasil contribuindo para
a construção de galpões, compra de equipamentos e materiais utilizados nos cursos. A
FAPERJ concedeu ao Projeto Rio das Flores
Digital, 50% dos investimentos utilizados na
implementação desta ação. Os recursos foram
aplicados em equipamentos, telecentros e
instalação de rede e Ônibus Itinerante.
3.2 Impactos – Análise e avaliação de
resultados e impactos
Os resultados serão descritos a partir das cinco
linhas de ação previstas, a saber:
Programa de Geração de Trabalho, Emprego e
Renda.
A linha de ação referida constituiu objeto de
grande atenção por parte da Prefeitura uma vez
que se origina do estudo sobre as potencialidades
de trabalho e empreendimento locais.
A partir da identificação da predisposição do
Município para os setores de manufaturados
têxteis, agroindústria, comércio e serviços,
sobretudo ligados a turismo, esta ação voltou
seus esforços para formação e qualificação da
população além do incentivo ao cooperativismo.
Foram criados cursos itinerantes de costura entre
2001 e 2004, chegaram a atender 248 pessoas no
Município. Além das atividades práticas foram
oferecidos cursos de gestão e administração de
cooperativas. A primeira cooperativa de costura
industrial do Município foi organizada pela
primeira turma de formandos deste curso. A
escola itinerante de costura contribuiu para a
formação de novas cooperativas em toda
localidade onde se fixou. Desde sua inauguração
foram criadas 5 cooperativas, que trabalham na
montagem de roupas. Atualmente os cursos
itinerantes não acontecem mais, porém são
oferecidos por uma das facções instaladas no
Município. Os interessados em trabalhar nas
fábricas vão diretamente ao professor do curso
para se capacitarem na costura industrial. A
maior parte dos alunos formados é absorvida
pelas fábricas de acordo com a demanda. Os que
não conseguem uma posição no mercado de
trabalho entram numa espécie de lista de espera
podendo ser chamados tão logo surja uma vaga.
Até o momento da implantação do curso
itinerante de costura, o Município contava apenas
com uma cooperativa situada no Distrito de
Taboas cuja origem se deve ao curso de
capacitação oferecido em 1994, na primeira
gestão do atual Prefeito. Com um contigente de
20 pessoas, esta cooperativa reúne atualmente
100 trabalhadores e sua produção mensal chega
atingir 24 mil peças.
Vale ressaltar a iniciativa do Município em
desenvolver um pólo que já possui duas
confecções e duas fábricas. Em dezembro de
2005 foram gerados 258 postos de trabalho,
aproveitando trabalhadores qualificados pela
Casa de Capacitação – Escola Profissional de
65
Costura Industrial. Em 2006 a Prefeitura
reservou, também, 5 mil metros quadrados para
a construção de dois galpões destinados à
indústria que deverão ser inaugurados ainda em
2007.
A proposta de estabelecer um Centro de
Governança Local, aberto à sociedade organizada
vem proporcionando a participação de cerca de
700 pessoas nas decisões públicas, que chegam
ao Centro através dos Conselhos.
O Governo Municipal oferece incentivos como
isenção de aluguel, contribuição nas despesas
fixas e empréstimo de máquinas de costura. As
vantagens concedidas pela Prefeitura vêm
atraindo investimentos neste setor de negócios.
Indústrias interessadas em montagens de facções
estão se instalando em Rio das Flores desde
2004. Atualmente, no pólo têxtil da vila do
Sossego, encontram-se as empresas F. A Magelas
Confecções de Roupas e a empresa Edu & Gabi
Confecções Ltda. Juntas geram 180 empregos
com previsão da criação de mais 60 postos de
trabalho para o segundo semestre de 2007.
Recentemente a Prefeitura realizou seu Plano
Diretor e contou com a participação da
comunidade através do Conselho de Governança
Local. O Conselho recebeu em média 1600
pessoas que participaram das discussões
organizadas para determinação das diretrizes do
Plano.
A Cooperativa União de Taboas Ltda. está
estabelecida em quase todo Município, tendo
como sede principal o galpão situado em Taboas
e os demais galpões situados no distrito de
Manuel Duarte e nas localidades de Santa Rosa
e Três Ilhas.
O Governo percebe o impacto destas iniciativas
na economia do Município. O aumento do
cooperativismo em Rio das Flores proporcionou
a inclusão social de famílias de baixa renda.
Foram gerados 400 empregos diretos, 70% para
mulheres e 30% para os homens, atingindo 5%
da população através do Programa de Geração de
Renda.
Gestão com Responsabilidade Social – Conselho
de Governança Local
A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que
o governo deve convidar a população a participar
das tomadas de decisões quanto aos
investimentos dos recursos pelo poder público.
O melhor caminho para o debate entre o Governo
Municipal e a comunidade demonstrou ser
através dos 14 Conselhos criados a partir da
visita do Prefeito nas comunidades.
66
Turismo: Conhecendo a história com Aroma de
Café
O projeto de desenvolvimento do turismo em Rio
das Flores vem registrando avanços para o
Município no que diz respeito ao incremento do
comércio e serviços, gerando trabalho e renda,
além de ter contribuído para as transformações
e melhorias da infra-estrutura local. Quanto ao
setor de comércio e serviços, o Município conta
hoje com três padarias, 2 farmácias, duas lojas
de material de construção e quatro mercados,
gerando entre 2001 e 2006 um total de 534
empregos. Dentre os serviços oferecidos,
destaca-se a abertura da Associação de Turismo,
uma agência de receptivo e uma torre de
telefonia móvel. A respeito do impacto do
fomento ao turismo:
“O PIB municipal, em 2001, tinha em primeiro
lugar a agropecuária, seguida por alugueis,
construção cível. Em quarto lugar vinha o setor
de serviços. Com as ações de implementação e
fortalecimento do turismo em parceira com a
iniciativa privada, a sociedade civil organizada
e com poder público, a situação do PIB se
modificou. Tanto é que o turismo, embutido
dentro do ramo de serviços, passou para primeiro
lugar do PIB deixando para trás a construção
civil, aluguéis e agropecuária. Isso demonstra que
as ações realmente trouxeram resultados e hoje
temos um PIB completamente diferenciado em
relação ao anterior”, afirma Marcus Alexandre
Ozório Macedo – Assessor Técnico e
Coordenador na Agência Municipal de
Desenvolvimentos.
A cidade vem atraindo turistas de várias
localidades. Além dos nove hotéis-fazenda com
230 leitos, Rio das Flores conta com três
unidades de artesanato cujos produtos são
comercializados principalmente para turistas, a
saber: Amor e Arte, situada no distrito de Taboas,
Expressos das Artes, situada na sede municipal
e Florart, situada em Manuel Duarte. É
importante ressaltar que tais unidades estão
inseridas no Programa de Geração e Renda e,
dentro dos processos de desenvolvimento local,
são também unidades de capacitação em
artesanato, sendo dirigidas por mulheres da
terceira idade.
para apoiar os projetos desenvolvidos pela
Secretaria de Educação. Os professores
participaram de seminários e capacitação para
atuarem tanto nos laboratórios como no ônibus.
A promoção de festas culturais e do turismo
ecológico é o grande instrumento de
movimentação e circulação de turistas na cidade.
Hoje, Rio das Flores promove passeios
ecológicos e festivais que atraem turistas durante
todo o ano, dentre eles destacam-se o circuito de
outono em abril com o festival de Café, Cachaça
e Chorinho; os roteiros do ciclo do café onde são
realizados quatro circuitos de visitação ao
Museu, Fazendas Históricas e Centros de
Artesanato; caminhadas ecológicas com destino
ao Mirante Boa Vista onde se inclui visita as
cachoeiras, ao Centro de Psicultura, ao Balneário
Municipal e ao alambique do Sítio Santa Luzia.
O turismo em Rio das Flores atrai cerca de 300
pessoas nos finais de semana.
“Os centros de saúde e as escolas vão estar
conectados via wireless. A Prefeitura tinha
somente dois sistemas, hoje temos onze sistemas
integrados: Compras, Licitação, Jurídico,
Contabilidade, Tributos, RH, Patrimônio e
outros. Isso facilitou o funcionalismo
principalmente para a prestação de contas”, diz
Clélio de Souza Navarro – Responsável técnico
local pelo projeto Rio das Flores Digital.
Projeto Rio das Flores Digital
O Projeto Rio das Flores Digital recebeu R$ 200
mil para ser desenvolvido, recurso vindo do
Município, do Governo Federal e da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ).
Desde 2005, estudantes da rede pública e 10%
da população já utilizam os três laboratórios de
informática instalados nas escolas. A meta de
instalação de mais laboratórios nas outras sete
escolas do Município ainda não foi alcançada,
mas os alunos destas unidades estão inseridos no
Projeto de Inclusão Digital na medida em que
tais escolas recebem a visita da unidade móvel
de informática, ônibus equipado com
microcomputadores e toda tecnologia necessária
O Projeto buscou informatizar todas as
repartições da Prefeitura. Os funcionários
passaram a ter acesso à Internet e foram
capacitados para o uso dos computadores por
técnicos municipais membros do corpo docente
da Secretaria Municipal de Educação. Hoje a
Prefeitura possui 804 funcionários dentre
efetivos, contratados e comissionados. A respeito
dos resultados:
A Prefeitura também passou a contar com um
sistema de monitoramento, onde é elaborado e
atualizado o perfil econômico de Rio das Flores
com dados do Município, Estado e Governo
Federal.
No Projeto também foi incluída a instalação de
Telecentros em cada distrito da cidade que
atendem gratuitamente cerca 50 pessoas por dia.
Acompanhados por gestores formados para esta
finalidade, são oferecidos cursos de informática
básica, como introdução ao sistema operacional
Linux (software livre) que oferecidos por estas
estações de informática, vem qualificando seus
alunos para ingressarem no mercado de trabalho.
Cabe destacar outro depoimento de Clélio de
Souza Navarro:
“O acesso à Internet não é cobrado porque foi
criada como Internet social, exatamente para
promover a inclusão digital. Tínhamos em Rio
das Flores somente 1 % de usuários e hoje temos
36% da população com acesso à Internet, 123
pessoas usando wireless. As pessoas hoje passam
o dia inteiro acessando a rede e tendo acesso à
67
informação. O projeto democratizou o acesso ao
conhecimento. Nosso investimento para acesso
à Internet já cobre todo o Município. Vamos
expandir o projeto e criar outro laboratório com
mais 10 computadores”.
Os Telecentros funcionam também, como centros
de apoios a projetos comunitários sendo
oferecidos cursos de informática para a terceira
idade, contribuindo para o aumento da autoestima desse grupo. O Telecentro que funciona
dentro da Agência Municipal de Desenvolvimento está oferecendo um curso da INTEL
para jovens de 6 a 21 anos. O Intel Aprender é
um projeto voltado para jovens das comunidades
de baixa renda cuja finalidade é desenvolver
habilidades em informática, pensamento crítico
e colaboração.
Programa de Infra-estrutura Básica
A partir das demandas prioritárias, o Programa
de Infra-estrutura Básica teve impacto nas
condições de vida da população de baixa renda
do Município. A construção dos conjuntos
habitacionais beneficiou significativamente
famílias numerosas, moradoras em pequenas
unidades habitacionais que se submetiam a
aluguéis incompatíveis com os rendimentos
familiares. Beneficiou também, a população que
habitava em áreas de risco, como encostas e
locais insalubres sujeitos a enchentes.
Foram implantados sistema de esgotamento
sanitário, abastecimento de água tratada,
calçamento e iluminação pública, destacando-se
a instalação de coletores solares para chuveiros
que reduzem em 30% os gastos com energia.
“Temos que achar soluções simples que sejam
eficientes à nossa cidade. Todas as soluções que
crio como engenheiro do Município são soluções
que possam ser absorvidas pela comunidade.
Não adianta fazer um ginásio quando uma quadra
coberta atende as expectativas. Nós criamos
melhorias e condições básicas e a população
passa a ter confiança no nosso trabalho,
preservando o que recebe. A casa básica que eu
chamei de kit é 1 cozinha, 1 banheiro, 1 quarto
e sala. Alguns ampliam suas casas e isso fica a
critério de cada um. Antes dos conjuntos
68
tínhamos favelas em condições muito precárias.
Não tinha esgoto, luz, água. Vimos com a
FEEMA os meio legais para que não se faça nada
fora dos padrões recomendados e transformamos
a vida dessas pessoas”, declara Francisco Novaes
– engenheiro municipal.
Cada conjunto habitacional tem um sistema de
filtro fossa e a Estação de Tratamento de Esgoto
tem capacidade para 10 mil habitantes. Segundo
o engenheiro responsável pelo projeto,
considerando o número de habitantes e a
estimativa de crescimento da população de Rio
das Flores, a Estação tem capacidade para
atender Rio das Flores por mais 25 anos.
O Programa também incluiu para cada conjunto
habitacional a construção de quadra esportiva,
escola, posto de saúde e coleta de lixo, além de
oferecer apoio técnico para a organização e
legalização de associações de moradores e
empoderamento da comunidade nas decisões
locais.
Ao todo foram construídas 286 casas populares
num total de 10 conjuntos habitacionais. 1.144
pessoas foram contempladas com moradia
básica, contabilizando 14% da população.
3.3 Sustentabilidade
Os mecanismos de administração adotados pela
gestão municipal e que seguem pressupostos de
co-gestão, parcerias, ação integrada entre as
secretarias, descentralização e accountability
contribuem para a permanência das ações
implementadas, a respeito dos resultados obtidos
ou a serem conquistados.
Quanto à sustentabilidade ambiental dos projetos
de fomento ao turismo, observa-se a preocupação
com a construção da infra-estrutura básica em
Rio das Flores, orientada para a minimização dos
impactos gerados no meio ambiente. Destacamse as obras para despoluição dos rios e de
saneamento e limpeza da cidade e, em paralelo,
o trabalho de conscientização da população para
preservação ambiental. Todos se constituem
como importantes ações para impedir o
crescimento desordenado da cidade com efeitos
negativos no meio ambiente e conseqüentemente
na qualidade de vida da população
A valorização e divulgação da cidade em função
de seu potencial histórico-cultural tiveram
impacto na auto-estima da população e, portanto,
foi fundamental para o reforço da identidade dos
moradores de Rio das Flores. Os moradores, cada
vez mais, além de se qualificarem para atuar no
setor hoteleiro, gastronômico e guia de turismo,
sentem orgulho por pertencer a uma cidade que
atrai turistas de todo Brasil e exterior e vem
sendo objeto de pesquisa para estudiosos de
diversas áreas do conhecimento, destacando-se
a área de turismo. O aumento desta auto-estima
é confirmado pelo depoimento de Vera Lucia
Lassarotti do Mello Valle, 62 anos, responsável
pela cozinha da Fazenda Santo Inácio e casada
com um dos herdeiros dessa propriedade
remanescente do ciclo do café:
“Esteve aqui comigo um jornalista do Rio de
Janeiro conversando sobre as minhas receitas.
Ele publicou um livro sobre culinária do Vale do
Paraíba e incluiu a nossa fazenda na culinária de
Rio das Flores. Ele adorou a nossa comida!”
A Prefeitura é a principal mantenedora da
sustentabilidade financeira de seus programas.
Os recursos são aplicados na manutenção das
ações para o desenvolvimento local e melhoria
da qualidade de vida dos munícipes, de acordo
com a demanda. Os recursos são utilizados em
festas e eventos turísticos, manutenção da rede
de informática, ampliação e melhorias
habitacionais.
É possível afirmar que as cooperativas são hoje
80% auto-sustentáveis, pois já são capazes de
custear suas próprias taxas e impostos. A
Prefeitura ainda é responsável pela aquisição de
máquinas, em alguns casos excepcionais
manutenção e capacitação administrativa.
3.4 Liderança e fortalecimento da
comunidade
A população de Rio das Flores, antes do projeto
Gestão com Responsabilidade Social, não
acompanhava as tomadas de decisão do poder
público. Aos poucos a Prefeitura foi promovendo
uma cultura participativa, anteriormente ausente
na comunidade local, através de convites para
reuniões de governança local, da realização de
palestras, distribuição de cartilhas e folders
explicativos sobre as ações do governo
municipal. Um fator que contribuiu para que a
população começasse a se organizar de forma
representativa foi a percepção por parte da
Prefeitura de que o atendimento às reivindicações
individuais prejudicava o senso de coletividade
e cidadania.
A organização da sociedade em Conselhos e as
associações de moradores fundadas nos
conjuntos habitacionais representam a ruptura
com a apatia da população. Comprovam que a
sociedade, ao tomar consciência de seus direitos
e de seu potencial de reivindicação, percebe a
importância em se tornar parceira do poder
público através de uma gestão participativa. A
comunidade do Município de Rio das Flores está
certa de seu papel enquanto agente transformador
da realidade.
3.5 Gênero e inclusão social
As ações desenvolvidas para geração de emprego
trabalho e renda demonstram a redução do
desemprego na cidade e, principalmente inclusão
da mão-de-obra feminina. Dos empregos e
trabalhos gerados, 70% são ocupados por
mulheres. Os cursos de qualificação profissional
e capacitação são elementos importantes para a
inclusão social das famílias de baixa renda.
É importante destacar a participação das
mulheres nos Conselhos. Para os financiamentos
das casas nos conjuntos habitacionais, a
Prefeitura procura dar preferência às mulheres
como mutuárias, ainda que não sejam chefes da
família. A experiência demonstrou que nos casos
de separação, a guarda dos filhos geralmente
recai sobre as mães, estando assim garantida a
moradia da família.
A sociedade civil vem demonstrando maior
engajamento nas atividades do Município,
promovendo através das associações de
moradores atividades de cultura, esporte e lazer
para crianças, adolescentes e adultos. São
realizados torneios, organizados grupos de dança
e salão, hip-hop, escolinhas de futebol, samba e
69
pagode. Em resposta, os moradores tornaram-se
mais participativos em suas comunidades,
interessando-se por questões locais, envolvendose mais nas deliberações das associações e na
preservação do meio ambiente.
3.6 Lições aprendidas
O Governo Municipal deve, em primeiro lugar,
fazer um diagnóstico das potencialidades do
Município, conhecer a sua população. O impacto
positivo das ações realizadas é fruto do
levantamento de dados e reconhecimento das
especificidades do Município para geração de
trabalho e renda.
O envolvimento da comunidade no processo de
implementação das ações contribuiu para que a
Prefeitura atendesse as demandas reais da
população, principalmente no que diz respeito às
melhorias habitacionais e de infra-estrutura e
desenvolvimento econômico.
No início do projeto a população não acreditava
que, sendo capacitada, estaria apta a promover
uma significativa mudança em sua vida,
interessando-se pouco em ingressar nos cursos.
A Prefeitura, para romper com esta mentalidade,
utilizou um instrumento de incentivo
distribuindo uma bolsa de R$ 60,00 para os
alunos além de transporte gratuito até o local
onde eram realizadas as aulas.
Foi difícil romper também, com uma visão
clientelista por parte da população na sua relação
com o poder público. A prática da concessão de
privilégios de outrora se refletia nos pedidos e
indicações para incluir pessoas nos cursos e
atividades de capacitação, a fim de desobedecer
à ordem de inscrição. Afora a dificuldade em se
implantar uma relação formal entre empregadoempregador, na busca por apoio político em
situações como indisciplina e inadequação à
dinâmica do trabalho nas fábricas. Tudo isso foi
sendo combatido, em função do novo modelo de
gestão adotado pela Prefeitura que privilegia a
transparência de suas ações.
Apesar de ser geograficamente afastado de
grandes centros e, por isso, não se constituir
70
como local favorável a investimentos da
iniciativa privada, a adoção de políticas de
incentivos para empreendimentos revelou-se um
importante fator de atração de investimentos. A
Prefeitura investiu na construção de galpões para
instalação das fábricas, aquisição de máquinas,
cursos e capacitação direcionada aos setores e
disponibilizou transportes para funcionários,
reduzindo assim despesas do investidor.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível verificar neste Estudo de Caso, que
a articulação do Governo Municipal com outras
esferas do Poder Público constitui-se como um
fator fundamental para a implementação das
ações, alcance dos resultados e sustentabilidade
socioeconômica dos projetos.
A integração entre os Governos Federal, Estadual
e Municipal reflete-se nos empreendimentos de
melhoria da infra-estrutura do Município. O
financiamento de obras públicas, da Estação de
Tratamento de Esgoto, a construção dos
conjuntos habitacionais e as ações de
qualificação profissional e inclusão social
demonstram a grande capacidade de articulação
e mobilização de recursos da administração
municipal, evidenciando, dessa forma,
importância do trabalho de cooperação
intergovernamental, cujos impactos são
determinantes na qualidade de vida da população
local e fatores de geração de trabalho e renda.
São também importantes as parcerias firmadas
com a iniciativa privada, que mesmo sendo
essencialmente de pequeno porte (micro e
pequenas empresas), cumpriu um significativo
papel ao atuar nos serviços de capacitação e
desenvolvimento de empreendimentos,
ampliando dessa forma os segmentos industriais,
comércio e de serviços no município.
A Prefeitura de Rio das Flores vem atuando
através de uma visão gerencial que promove
também a integração das secretarias municipais.
O diálogo permanente entre os gestores dessas
instâncias e a ordem organizacional nãodepartamentalizada favorece as ações conjuntas,
tendo como único objetivo o de promover o
desenvolvimento socioeconômico local e
sustentável.
A realidade atual de Rio das Flores demonstra
que a Prefeitura faz uso de instrumentos de
gestão pública que valorizam o foco nos
resultados, trabalho em parceria, a transparência
e participação popular. Tais pressupostos
concorrem para o fomento da economia e
cidadania, expressos na atração de novos
empreendimentos para o Município e no
aumento da participação da sociedade no
diagnóstico, na implementação e na avaliação
das políticas públicas.
O caminho encontrado pelo Governo Municipal,
neste sentido também concorre para o
crescimento da arrecadação de tributos e torna
legítimo o caráter democrático de governança
local.
BIBLIOGRAFÍA
ExploreVale. <http://www.explorevale.com.br/
valedocafe/riodasflores/>.
Acesso em 10/04/2007.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Disponível em < www.ibge.gov.br/> .
Acesso em 17/01/2007.
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE- RJ). Disponível em <http:/
/www.sebraerj.com.br>. Acesso em 17/01/2007.
Plano Preliminar de Investimentos em Parceria
com o Governo Federal em 2006. Prefeitura de
Rio das Flores. Mimeo. 2006
Síntese do Perfil Socioeconômico do Município
de Rio das Flores. Prefeitura de Rio das Flores.
Mimeo. 2006.
Programa Município Sustentável. Prefeitura de
Rio das Flores. Mimeo. 2005
71
Anexo 1: Recursos Aplicados (em R$)
Total de recursos federais: R$ 6.857.478,19
Total de Contrapartida do município: R$ 186.298,31
Contratos de Repasse – Caixa Econômica Federal – Investimentos 2006
01 - Ordem de início de obras
Ministério das
Cidades
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Canalização do Córrego
Manoel Pereira
1.100.000,00
14.966,33
1.114.966,33
Infra-estrutura Urbana em
Abarracamento
194.990,47
10.739,37
311.252,50
TOTAL
1.294.990,47
25.705,70
1.426.218,83
Contratos de Repasse – Caixa Econômica Federal – Investimentos 2006
02 – Assinatura de Novos Convênios
72
Ministério do
Turismo
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Revitalização do Balneário
Municipal
800.000,00
24.742,27
824.742,27
Construção de Praça em
Taboas
250.000,00
13.750,00
263.750,00
Construção Muros
Embelezamento em Taboas
100.000,00
5.820,10
105.820,10
TOTAL
1.150.000,00
44.312,37
1.194.312,37
Ministério do
Esporte
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Infra-estrutura Urbana
150.000,00
4.439,18
154.4369,18
TOTAL
150.000,00
4.439,18
154.439,18
Ministério do
Esporte
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Construção de Quadra
Poliesportiva Taboas
150.000,00
4.439,18
154.4369,18
TOTAL
150.000,00
4.439,18
154.439,18
M. Ciência e
Tecnologia
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Aquisição de Unidade Móvel
Informática
400.000,00
20.000,00
420.000,00
TOTAL
400.000,00
20.000,00
420.000,00
Convênios Federais – Investimentos 2006
03 – Convênios com Repasses Diretos
Ministério da
Saúde /FNS
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Construção Posto de Saúde
Formoso
90.000,00
20.022,79
110.022,79
Construção Posto de Saúde
Sossego
200.000,00
6.000,00
206.000,00
Aquisição de Medicamentos
150.000,00
3.000,00
153.000,00
Adequação e Reaparelhamento
Unidade Saúde
600.000,00
18.000,00
618.000,00
TOTAL
1.040.000,00
47.022,79
1.087.022,79
Ministério da
Saúde
/FUNASA
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Sistema Abastecimento Água
Formoso
119.987,72
2.397,23
122.384,95
Esgotamento Sanitário
Abarracamento
40.000,00
2.333,54
42.333,54
Melhoria de Coleta de Lixo
100.000,00
3.000,00
103.000,00
TOTAL
259.987,72
7.730,77
267.718,49
M. Ciência e
Tecnologia
Contrapartida
PMRF
TOTAL
150.000,00
15.000,00
165.000,00
15.000,00
165.000,00
Ministério
Desenvolvimento
Social
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Construção Centro Comunitário
Taboas
150.000,00
3.000,00
153.000,00
TOTAL
150.000,00
3.000,00
153.000,00
Secretaria
Políticas
Mulheres
Contrapartida
PMRF
TOTAL
Geração de Renda para
Mulheres
100.000,00
3.000,00
103.000,00
TOTAL
100.000,00
3.000,00
103.000,00
Inclusão Digital – Telecentro
Informática
TOTAL
150.000,00
73
Caixa Econômica Federal – Investimentos 2006
04 – Emendas Individuais do OGU 2006
Ministério do Turismo
Infra-estrutura Turística
300.000,00
Promoção Eventos Turísticos
250.000,00
Total
550.000,00
Ministério das Cidades
Melhoria das Condições de Habitabilidade
200.000,00
Infra-estrutura Urbana
250.000,00
TOTAL
450.000,00
M. Ciência e Tecnologia
Implantação Centro Vocacional Tecnológico
600.000,00
Inclusão Digital
200.000,00
TOTAL
800.000,00
Secretaria Política Mulheres
Geração de Renda para Mulheres
200.000,00
TOTAL
200.000,00
Ministério da Saúde /FNS
Estruturação Rede Atenção Básica
120.000,00
Aquisição Medicamentos
100.000,00
TOTAL
220.000,00
M. Desenvolvimento Social
74
Assistência Social ao Idoso
100.000,00
TOTAL
100.000,00
PRODUCCIÓN SOCIAL DEL HÁBITAT:
ESTUDIO DE CASO DE LA COMUNA 18
EN CALI, COLOMBIA
1. INTRODUCCIÓN
1.2 Principales elementos
En los años 50 comienza a darse una
preocupación por el crecimiento explosivo de las
ciudades latinoamericanas, dado por las grandes
migraciones del campo a la ciudad. Comienzan
las primeras mitificaciones que se generalizan en
los años 60 donde prolifera un paisaje de
asentamientos urbanos irregulares. Es a partir de
aquí cuando se da la voz de alarma.
La Producción Social del Hábitat abarca 4
dimensiones básicas del desarrollo, las cuales se
pueden describir a través de sus elementos clave.
La presentación de los temas deberá posibilitar
el análisis y la comprensión de los aspectos
relativos a cada una de las dimensiones que se
describen a seguir.
Una de las primeras respuestas a esta
problemática es la promoción de desarrollo de
producción y construcción de viviendas lo cual
no solucionó el problema que comenzaba a ser
grande.
A mediados de los 60 y comienzo de los 70
surgen iniciativas que atenúan los efectos, pero
el resultado es mayor marginación de los pobres.
a) Satisfacción de necesidades individuales y
colectivas
El mejoramiento o la construcción nueva de
viviendas dignas que permite el disfrute del
derecho a un hogar seguro. Un entorno que
ofrezca los servicios básicos y los espacios
necesarios para la interacción en comunidad de
manera sustentable
b) Entorno Productivo
1.1 Definición
La Producción Social del Hábitat (de ahora en
adelante PSH) es un concepto que nace en
América Latina en los años 70 que intenta dar
respuesta a la creciente urbanización irregular
que se estaba dando en toda la región. Concepto
que tiene diferentes interpretaciones.
La PSH son todos aquellos procesos generadores
de espacios habitables, componentes urbanos y
de vivienda, que se realizan bajo el control de
auto productores y otros agentes sociales que
operan sin fines de lucro. Pueden tener origen en
las propias familias actuando individualmente, en
grupos organizados informales, en empresas
sociales como las cooperativas y asociaciones de
vivienda, o en las ONG´s, los gremios de
profesionales o incluso las instituciones de
beneficencia que atienden emergencias y grupos
vulnerables.
Modalidades de gestión y opciones financieras
y de transferencia que posibilitan el acceso a la
vivienda y a los servicios, mediante esquemas de
ahorro y créditos, subsidios cruzados y regulares.
Formas de producción que promueve la
generación de oportunidades de empleo e
ingresos y estimula economías locales.
c) Ciudadanía Responsable
Protagonismo político-democrático en la toma de
decisiones se refiere a todos los tipos de
participación comunitaria en la gestión de
procesos y en la toma de decisiones locales.
Promoción de la capacidad local que fortalezca
la organización comunitaria en la gestión local
del desarrollo.
d) Desarrollo Urbano Sostenible
Las modalidades autogestionarias incluyen
modelos que van desde la auto producción
individual espontánea de vivienda hasta la
colectiva, que implica un alto nivel organizativo
de los participantes y en muchos casos procesos
complejos de producción y gestión de otros
componentes del hábitat.
Adecuación del hábitat humano al entorno
natural.
Sostenibilidad operacional y financiera en el
grado de transparencia, flexibilidad, control de
presupuestos, replicabilidad, viabilidad,
77
eficiencia y efectividad de las actividades
realizadas.
1.3 Proceso
La PSH está considerada como un proceso de
construcción de vivienda e infraestructura,
destinado a las comunidades urbanas más
carentes. El proceso está compuesto por varias
etapas y contiene varios componentes
característicos.
• Definición participativa de los objetivos y
necesidades comunes;
• Capacitación y empoderamiento comunitario;
• Conocimiento del impacto económico del
sector informal; apoyo y promoción de un
entorno productivo sostenible;
• Provisión social de hábitat:
* Entorno sostenible
* Encuadramiento legal
* Instrumentos e instituciones de apoyo
1.3.1 Etapas
1.3.2 Componentes
Algunas de las acciones características de la
provisión de vivienda, servicios e infraestructura
influyen directamente en varias áreas de la vida y
estructura de las comunidades y se asumen como
componentes esenciales del proceso. Una primera
y esencial etapa, es el conocimiento de las
conquistas (resultados alcanzados) y
capacidades físicas, económicas y sociales de
la comunidad. Otra importante etapa es la de la
construcción de los escenarios participativos
que deberán hacer con que el fomento del
compromiso político, la participación en la toma
de decisiones y la responsabilidad social,
coincidan y se fundamenten en los objetivos y
necesidades comunes de la comunidad. Sin
embargo, para que el impacto de la influencia y
participación en el proceso sea conseguido es
necesario hacer una identificación de las
capacidades y conocimientos existentes y una
posterior capacitación de la comunidad. Al
mismo tiempo la comunidad deberá ser
continuamente apoyada y empoderada para que
pueda enfrentar el reto de la ciudadanía activa y
de la autogestión. Por último, para que se estimule
y promueva un entorno productivo sostenible,
construido con base en los recursos y activos ya
existentes, es vital que se conozca el impacto
económico del sector informal.
La PSH está considerada como un proceso de
construcción de vivienda y habitat destinado a las
comunidades urbanas más necesitadas. Este
busca garantizar el acceso de todos los
ciudadanos a la vivienda digna y a la inclusión
urbana. Los miembros de las comunidades
participan en el planeamiento, organización y
ejecución del proceso productivo, recibiendo en
algunos casos apoyo de organizaciones
religiosas, ONG’s, organizaciones políticas y/o
organizaciones internacionales. La producción
social se materializa en dos importantes
actuaciones: una dirigida a lograr el desarrollo
de la ciudadanía responsable, en la que se
preconiza un proceso participativo, inclusivo y
equitativo. Y otra que está relacionada con el reto
del desarrollo de la ciudad, en la que el proceso
se caracteriza por promover la sosteniblidad,
integración y multisectorialidad.
Etapas de la intervención social para la provisión
de Hábitat:
• Conocimiento de las conquistas (resultados
alcanzados) y capacidades físicas,
económicas y sociales;
78
La vinculación de estas dos actuaciones
incrementa la participación política y el acceso
a medios de vida productivos.
2. ACERCAMIENTO A LA
SITUACIÓN URBANA EN
AMÉRICA LATINA
2.1 Los asentamientos humanos
urbanos y la pobreza
Esta problemática es el gran desafío con que
cuentan los gobiernos de la región
latinoamericana asociado a la necesidad de
reducción de la pobreza y la exclusión social,
atendiendo prioritariamente el acceso a la
vivienda, los servicios urbanos y la seguridad
(económica, social, ambiental), como un
concepto más amplio de “vivienda adecuada”, el
cual se viene manejando a nivel internacional
promovido por las Naciones Unidas.
Hábitat, desarrollo humano, vivienda y pobreza
son dimensiones estrechamente relacionadas. Las
políticas encaminadas a mejorar los tres primeros
aspectos parten de la necesidad de reducir la
pobreza y se constituyen en un marco conceptual
adecuado para el análisis del tema de los
asentamientos humanos en las ciudades.
Más allá de obtener las condiciones materiales
de las personas, la reducción de la pobreza
supone el alcance de valores como la equidad y
la libertad. En la perspectiva de la necesidad de
alcanzar libertades, Amartya Sen (2000) plantea
que el desarrollo puede entenderse desde la
perspectiva de la libertad humana, entendida
como la meta última de la vida económica y el
medio más eficiente de alcanzar el bienestar
general. Sen relaciona el desarrollo con la
expansión de las libertades y con la reducción de
todo aquello que va en contravía: pobreza,
tiranía, falta de oportunidades e inexistente
participación social.
Una forma de ampliar el conjunto de libertades
que posee un individuo y por ende el desarrollo
desde esta perspectiva, está relacionado de forma
significativa con un mejoramiento en las
condiciones de vida de las personas, entendidas
como todas aquellas características materiales e
inmateriales, que posibilitan la realización de un
tipo de vida determinado. Desde esta perspectiva,
lo importante no son las libertades básicas, pero
si la preferencia a los más débiles. Esta debilidad
se genera por las diferencias en las personas
sobre los medios que poseen para ejercer dichas
libertades, y son los pobres precisamente los que
tienen menores capacidades para alcanzar sus
fines. En el enfoque de Sen y Cohen (Nussbaum,
Martha C. y Sen, Amartya, 1996) el problema de
la pobreza se centra en las capacidades como una
concepción relacionada con los funcionamientos,
es decir la combinación posible de varios
quehaceres y seres que una persona puede tener
en su vida. Estas combinaciones incluyen
aspectos como el estar sano, aspectos más
complejos como la dignidad, el respeto, la
participación en la vida de la comunidad y otros.
El objetivo es entonces concentrarse en la
capacidad de alcanzar los funcionamientos
valiosos para las personas y conseguir la libertad
de fomentar los fines que más valoran.
Esta concepción de reducción de la pobreza toma
forma no solamente como una preocupación
acerca de las necesidades de vivienda sino
también de otras necesidades fundamentales
como el ingreso, el empleo, el transporte, la
educación y las necesidades fundamentales
asociadas al concepto de hábitat: en primer lugar,
la localización y las condiciones del entorno de
las viviendas que habitan la población
vulnerable, que incluyen factores de riesgo,
calidad ambiental, usos del suelo, condiciones de
seguridad y de conflicto; en segundo lugar, la
infraestructura de servicios, que incluye el nivel
de acceso y la calidad de los mismos; el
equipamiento comunal e infraestructura física; y
en tercer lugar, los ámbitos de participación y
comunicación y por último los factores asociados
con la seguridad y confianza en la tenencia de
la vivienda el empleo y las condiciones de acceso
financiero a la vivienda.
De acuerdo con lo anterior, el análisis de la
pobreza supera el contexto de las características
materiales, y se inscribe en el análisis de las
condiciones de bienestar. Cuando se evalúa la
pobreza de un individuo o de una región se tiene
implícita una concepción de bienestar. Identificar
la pobreza es identificar el conjunto de personas
o regiones que están en el subconjunto inferior
dentro de un conjunto ordenado por las
características de bienestar que se han definido
como deseables.
En la medida que el abordaje al tema del
mejoramiento integral de asentamientos urbanos
se toma desde la perspectiva de contribuir a la
reducción de la pobreza, es necesario precisar
79
desde el punto de vista conceptual, la diferencia
entre el concepto de pobreza urbana, que se
refiere sobre todo a carencias a través de ingreso
o consumo, a aquel de precariedad urbana, el
cual se refiere a deficiencias cualitativas del
hábitat de muchas familias habitantes de ciudades,
ya sea de tenencia insegura, acceso inadecuado
al agua segura, al saneamiento y a otros servicios,
mala calidad estructural de la vivienda, y
hacinamiento. (CEPAL Mac Donald, 2004).
La identificación e intervención de los
asentamientos humanos precarios en las ciudades
y sus principales carencias ofrece un punto de
inicio de la investigación de las causas
subyacentes de pobreza urbana y el análisis de
políticas para combatirla, particularmente a
través de programas de mejoramiento integral,
más aún teniendo en cuenta que actualmente,
3000 millones de personas, o sea, casi la mitad
de la humanidad, residen en centros urbanos, y
ya hay 23 ciudades, 18 de ellas pertenecientes al
mundo en desarrollo, con más de 10 millones de
habitantes, como consecuencia millones de
pobres de todo el mundo viven hacinados en
tugurios y asentamientos informales, en
condiciones de vida por debajo de los niveles
mínimos necesarios para garantizar la salud de
las familias y comunidades (Centro de
Información de Naciones Unidas, 2004).
América Latina y el Caribe es la región más
urbanizada del mundo en desarrollo, actualmente
su población es de 519 millones de habitantes,
con un 75% (391 millones de personas) viviendo
en ciudades. La región que posee un nivel de
urbanización comparable al que existe en las
regiones más desarrolladas del mundo, sin
embargo, dispone de recursos sustancialmente
menores que éstas para construir y mantener sus
ciudades (CEPAL, 2004).
La CEPAL (2004) calcula un déficit habitacional
entre 42 y 51 millones de unidades, que
corresponde a un déficit cuantitativo de 20
millones de viviendas que requieren ser
construidas y un déficit cualitativo de 31
millones en viviendas con problemas de
saneamiento, de los cuales 25 millones de
viviendas tienen problemas de agua potable, 22
80
millones con problemas de materiales y 30
millones con problemas de tenencia.
Ante la visibilidad del problema de la
informalidad y en general de la precariedad de
los asentamientos humanos en América Latina,
se han movilizado mayores recursos a través del
desarrollo de programas integrales, que incluyen
intervenciones físicas y sociales, bajo la
consideración que en este momento es más
costoso reasentar a estas poblaciones que mejorar
sus condiciones de vida.
En la actualidad, las grandes limitaciones fiscales
de los gobiernos han llevado a repensar la forma
de inversión del gasto público con relación al
déficit habitacional de los centros urbanos, en la
que se tenía como punto de partida la utopía de
la ciudad, desarrollada con parámetros
urbanísticos ideales, desconociendo los procesos
de desarrollo de la ciudad real que no responden
a los patrones para los cuales se legisla; entonces
se comienza a reconocer los esfuerzos que la
población realiza para la producción de sus
viviendas y de otra parte, el costo de producción
de ciudad por familia en el desarrollo del origen
informal, es en muchas ocasiones menor que los
necesarios para la producción de nuevas
soluciones habitacionales: “Es así como este tipo
de intervenciones, es una oportunidad para los
gobiernos en la medida de poder canalizar la
inversión colectiva en aras de producir espacios
dotados de una mejor calidad urbana haciendo
de esta manera que recursos públicos en general
escasos puedan ser más rentables en la dirección
para superación del déficit urbano” (Magalhaes
1997).
2.2 Los asentamientos humanos en
Colombia
Colombia cuenta con un territorio de 1.141.700
Km2 terrestres y 928.660 Km2 marítimos, en el
que habitan 42 millones de habitantes
distribuidos en 1 Distrito Capital (6.500.000
habitantes) y en 32 departamentos que agrupan
1.099 municipios; actualmente el 72% (30
millones) de la población habita en áreas urbanas
y el 28% (12 millones) restante en áreas rurales.
La mayoría de los municipios del país (1.054)
tienen una población inferior a 100.000
habitantes, 38 tienen entre 100.000 y 500.000 y
7 ciudades tienen una población superior a
500.000 habitantes (Bogotá, Medellín, Cali,
Barranquilla Bucaramanga, Cartagena y Cúcuta).
(DANE 2000) En términos generales se puede
observar que en 38 centros urbanos del país se
concentra el 69% de la población y en las 13
principales ciudades se concentra cerca del 40%
de la población.
En referencia al creciente número de población
desplazada; se estima que entre enero de 2000 y
agosto de 2004 la población desplazada fue
alrededor de 1.518.904 personas de los cuales el
18,3% provienen de los municipios de Antioquia,
le siguen los departamentos de Bolívar con el
l0.4%, Caquetá con el 7.4% y Magdalena con el
7% y el resto de desplazados provienen
principalmente de los departamentos de Cesar,
Chocó, Putumayo, Tolima y Valle del Cauca. Las
principales ciudades receptoras de esta población
son Medellín que recibe el 7%, Bogotá, D.C. que
recibe el 6%. Santa Marta, Sincelejo, Cartagena,
Buenaventura Villavicencio y Valledupar reciben
cada uno entre el 4% y el 3% de la población
desplazada. El resto de la población es absorbida
por muchos otros municipios cercanos a los
municipios expulsores. (Red de Solidaridad
Social 2004).
Las tasas de crecimiento positivas de la
población en las principales ciudades del país, la
creciente población desplazada y el alto nivel de
urbanización evidencian y hacen prever mayores
necesidades habitacionales, particularmente en
ciudades como Villavicencio, Pasto, Cartagena,
Cúcuta, Cali y Bogotá, D.C.
De los datos mencionados anteriormente se
percibe que Colombia es un país con un alto
grado de urbanización. A su vez, Colombia
refleja su problema de pobreza en los
asentamientos humanos informales que aparecen
en las ciudades. Asentamientos caracterizados
por su precariedad en la prestación de servicios
públicos, materiales inadecuados en la
construcción de las viviendas, carencia de
espacios públicos, segregación espacial,
ocupación de áreas de reserva ambiental y por
la escasez de oferta alternativas habitacionales.
3. PROGRAMA DE
MEJORAMIENTO BARRIAL EN
CALI
3.1 El caso de Cali
El Municipio de Cali tiene una historia en el
tema del mejoramiento de asentamientos
humanos precarios que se remonta a los inicios
de la década de los ochenta. Uno de sus hitos
principales lo constituyó el Programa Piloto de
Desarrollo Urbano en Asentamientos Urbanos
desarrollado en el Distrito de Aguablanca entre
1983 y 1986. Allí se desarrolló una experiencia
de trabajo orientada a la atención de las
problemáticas de vivienda y hábitat en la ciudad.
3.1.1 Ciudad de Cali
Cali tiene una población de 2.068.386 habitantes
(Censo DANE 2005) y un déficit aproximado de
70.000 viviendas, de las cuales el déficit
cualitativo representa la tercera parte de esta
cifra.
De acuerdo con los resultados de la encuesta de
hogares realizada en el área urbana de la ciudad
de Cali en julio de 2000, el 12,48% de los
hogares se encontraba en déficit habitacional,
esto es, 66.774 hogares. Proyectando estas cifras
al número de hogares registrados en el censo de
2005 cerca de 70.000 hogares están afectados por
esta problemática.
Ese mismo estudio señala que el déficit
cuantitativo afectaba al 8,24% de los hogares,
sumando los que tenían carencias de estructura
(1,79%) y los hogares en cohabitación (6,45%).
Es decir, que para atender estas carencias se
requería proveer en el municipio más de 45.000
viviendas nuevas.
En cuanto al déficit cualitativo, este afectaba al
4,24% de hogares, la mayoría de las cuales
presentaba carencias de espacio, seguidos por los
81
hogares con deficiencias en servicios públicos y
con déficit de estructura. Por lo tanto, cerca de
25.000 hogares requieren acciones de
mejoramiento.
En cuanto a la tenencia de la vivienda, el 58,3%
de los hogares residía en vivienda propia, el
36,2% habitaba en arriendo y el 5,2% en
usufructo.
Pese a que la prioridad en estos concejos
comunitarios es la seguridad, en esta comuna la
población se quejó por la falta de titulación de
predios, el deterioro de la malla vial y la falta de
cobertura educativa.
3.1.2 Comuna 18
La comuna 18 está ubicada al sur de la ciudad,
la conforman barrios como Meléndez, Nápoles,
Lourdes, y los Chorros entre otros. En total son
27 barrios legales y 7 son asentamientos en zonas
de ladera. La comunidad también pidió
acompañamiento de la policía en las calles.
En este sentido el Presidente de la República,
dijo que la administración caleña debe de hacer
más esfuerzos para tener más recursos para la
ciudad y apoyar la seguridad, además dijo que
la colaboración de la ciudadanía es fundamental
para el logro de este objetivo.
Así mismo, en cuanto a la titulación de predios,
el Secretario de Vivienda del Municipio, Álvaro
Ortega, dio a conocer que se están adelantando
la titulación de 800 predios, de los cuales 450 ya
están aprobados, y se espera que a diciembre de
este año, 3000 predios en todo Cali estén
legalizados.
En el tema de educación el Presidente de la
República, dio a conocer que existen recursos por
valor de $16 mil millones para la construcción
de dos colegios, y que se hará la concesión con
empresas reconocidas y serias.
Así como en la década de los 80 y 90 Aguablanca
significó para la ciudad el principal desafío en
materia social y urbanística, el comienzo de este
siglo XXI tiene a la zona de la ladera del
82
municipio como su principal protagonista. A
espaldas, durante muchos años de la atención de
las instituciones y del conjunto de la ciudad, la
explosiva e irregular ocupación de estas áreas
alcanza en la actualidad proporciones alarmantes,
por la magnitud y por la complejidad de las
problemáticas que alberga.
En el momento de la formulación del Programa
se indicaron como posibles zonas de trabajo las
comunas 1, 14, 18 y 21. En el proceso de
definición del área de intervención se aplicaron
una serie de criterios técnicos que valoraron la
dimensión de las problemáticas a atender, el
potencial de involucramiento de las instituciones
y la dinámica organizativa a nivel comunitario.
El conjunto de las instituciones participes de la
Alianza por la Vivienda de Cali resalta la
pertinencia de la selección de la Comuna 18.
Como lo anotaron varios de los promotores del
Programa, allí además de la aguda problemática
social que la afecta, se habían generado una serie
de movimientos políticos que vivían de
promover títulos, aprovechando el caldo de
cultivo que producía la indefinición sobre el tema
de la tenencia de las viviendas. Por ello se hacia
necesaria una presencia institucional mas fuerte
y organizada.
Características generales de la Comuna 18
La Comuna 18 es habitada por 105.581
habitantes, la mayor parte de ellos proveniente
de desplazamientos internos de la ciudad y del
Suroccidente del país.
Está integrada por los siguientes barrios: Buenos
Aires, Caldas, Los Chorros, Los Farallones,
Francisco Eladio Ramírez, Prados del Sur,
Horizontes, Mario Correa, Lourdes, Colinas del
Sur, Alférez Real, Nápoles, Alto Nápoles, El
Jordán, La Choclona, Las Palmas I y II, Altos de
Polvorines, La cruz y Pampas del Mirador.
La Comuna 18 tiene dos zonas muy
diferenciadas en términos de condiciones urbanas
y características socio-económicas. La parte baja
está compuesta por barrios de origen formal, en
los que predominan hogares clasificados dentro
de los estratos 3 y 4. La parte alta, de la ladera,
está compuesta por barrios de origen informal y
en ella predominan los estratos 1 y 2.
Los principales elementos que caracterizan los
asentamientos situados en la zona alta de la
Comuna son:
Situación socioeconómica: Se presenta
manifestación de problemáticas en los siguientes
campos:
• Situación de la tenencia de la tierra
• Estado de las viviendas
• Suministro e infraestructura de los
servicios públicos
• La débil presencia de las instituciones del
Estado
• La crítica situación de convivencia y
seguridad.
Accesibilidad: Deficiencias en la red vial y en el
servicio de transporte urbano.
Necesidades básicas: Se presentan deficiencias
en los servicios de salud, educación y
saneamiento básico.
Potencialidad organizativa: Existe una
importante red de organizaciones ciudadanas,
que desarrollan acciones en variados campos de
la vida comunitaria: la Junta Administradora
Local, las Juntas de Acción Comunal, las
Asociaciones de Vecinos, los Comités de
Planificación, además de grupos juveniles y
religiosos.
Una de las actividades que realizó el proyecto fue
la elaboración de un Censo de Hogares de la
parte alta de la Comuna 18 que tuvo como
propósito conocer la situación legal de los
predios, el estado de las viviendas, la cobertura
de los servicios públicos y el perfil
sociodemográfico de sus habitantes. Un resumen
de los resultados de este Censo arroja luz sobre
la situación de estos asentamientos.
3.2 Programa de Mejoramiento de
Barrios
El Programa de Mejoramiento de Barrios y
Regularización de la tenencia fue concebido como
un proyecto de la ciudad, con la participación en
su concepción y puesta en operación de actores
que actúan en el plano municipal, como son la
Secretaria de Vivienda, la Cámara de Comercio
de Cali y CAMACOL. En el campo del hábitat y
la vivienda social, no existe en Cali un ente
representativo de las organizaciones comunitarias
a niveles de la ciudad (existen organizaciones
sociales y comunitarias dispersas), por lo que no
se dio una participación activa de ellos en la
definiciones iniciales.
Esto generó en el proceso una limitación en sus
orígenes que tuvo que ser resuelta en el momento
de actuación en el territorio específico. En la
Comuna 18 existe una importante red de
organizaciones comunitarias, muchas de la cuales
están agrupadas alrededor de la temática de la
legalización. En principio no fue fácil el
acercamiento, por lo que fue clave el papel de
la información.
El programa fue recibido con gran interés y
algunas prevenciones en las comunidades. La
relación estrecha que se estableció desde un
principio con las organizaciones comunitarias fue
un factor decisivo para sortear las dificultades y
escollos propios del proyecto. Este proceso sirvió
también para fortalecer el trabajo de los líderes
comunitarios, al involucrarlos activamente al
proyecto.
Se desarrolló un trabajo incesante de difusión,
ilustración y orientación a las organizaciones
comunitarias y a la comunidad en general.
Múltiples reuniones y asambleas comunitarias se
realizaron en las Juntas de Acción Comunal, así
como con la comunidad en general. Igualmente
se realizaron reuniones con la Junta
Administradora Local, la principal instancia de
representación ciudadana existente en la
Comuna.
El componente social fue fortaleciéndose en el
curso del proyecto y progresivamente diversas
entidades fueron articulando iniciativas que ya
venían siendo promovidas en otras áreas de la
ciudad.
83
3.2.1 Principales Objetivos
El Programa de Mejoramiento Barrial contiene
varios objetivos, los cuales se fueron ajustando
a las diferentes actividades que se realizaron a
lo largo del proyecto.
El objetivo general del Programa de
Mejoramiento Barrial y Regularización de la
Tenencia fue; apoyar el desarrollo integral de la
Comuna 18 implementando un mecanismo de
participación transversal de los sectores público,
privado y comunitario, mediante varios
instrumentos como fueron: la regularización de
la tenencia de la tierra, el mejoramiento del
entorno, la infraestructura de servicios y las
viviendas y la construcción de tejido social.
De este objetivo se desprenden tres objetivos
específicos, los cuales serían:
* Incremento de los proyectos de
mejoramiento de barrios de Cali en
particular y de Colombia en general,
mediante instrumentos de regularización
de tierras, mejoramiento de infraestructuras
y servicios y la continuación del proceso
de planeación participante.
* Integración de los asentamientos
informales con la estructura urbana formal
mediante una planeación adecuada.
* Regularización legal y física, acompañada
de programas complementarios para
acceder a recursos de mejoramiento de
viviendas e infraestructuras, lo que llevará
al incremento de los activos comunitarios
en busca de procesos de desarrollo
económico y aumento de la productividad.
municipal. A la fecha se han hecho efectivos a
nivel de todo el municipio cerca de 5.800
procesos de titulación, de la cifra propuesta de
6.000 predios. Actualmente están radicadas 500
nuevas adjudicaciones (etapa anterior a la
expedición de títulos), lo cual garantiza el
cumplimiento de la meta establecida. De esta
cifra, aproximadamente el 5% corresponde a
predios ubicados en la Comuna 18.
Las principales actividades desarrolladas fueron:
• Elaboración de censo.
• Jornadas de orientación a la comunidad
sobre los procesos de titulación.
• Calificación y clasificación de predios.
• Diagnostico de regularización y
reordenamiento urbano.
• Diagnostico de procesos para titulación.
• Procesos de escritura.
• Adjudicaciones y/o avalúo catastral.
• Prescripciones adquisitivas de dominio
(Acompañamiento y asistencia legal).
• Entrega de títulos.
b) En lo referente al mejoramiento del entorno
urbanístico se puede decir que fue uno de los
componentes principales dentro de la
intervención del programa de la Comuna 18, al
igual que lo fue el de la infraestructura de
servicios. Se orientaron los recursos hacia
aspectos considerados como prioritarios por el
conjunto de pobladores de estas áreas. Las obras
fueron motivadas por un propósito central:
integrar más plenamente estas áreas a la ciudad,
ampliando las oportunidades para que estas
comunidades sean participes de los beneficios
del desarrollo.
Se trabajaron cuatro aspectos:
3.2.2 Principales impactos y logros del
Programa
Los principales logros e impactos del Programa
son los relativos a: a) Titulación; b)
Mejoramiento del entorno; c) Mejoramiento de
Viviendas; d) Construcción del tejido social y e)
Fortalecimiento de la asociación público-privada.
a) En lo relativo a la meta establecida en cuanto
a titulación fue respectivamente de orden
84
• Obras de mitigación de riesgos.
• Regularización vial y urbanística
• Mejora de cobertura y calidad de servicios
públicos.
• Pavimentación de dos vías principales de
acceso a la Comuna 18.
En los tres primeros se orientaron recursos
municipales y para el tercero se utilizaron
recursos del proyecto.
El sentido de estas obras se sustenta en un
enfoque que parte de considerar que las mejoras
en el entorno físico y en la infraestructura de
servicios públicos, contribuyen a garantizar el
derecho a la salud y la seguridad de las
comunidades.
Un aspecto a destacar es la decisión de intervenir
una parte de los recursos de la Alianza de la
Ciudades al mejoramiento de la malla vial y a
la pavimentación de dos de las principales vías
de conexión Inter-barrial. Esta decisión se
sustentó en la prioridad que la comunidad le
otorgó cierre a este componente, considerándolo,
más allá de una obra de ingeniería, como un
elemento catalizador y articulador de su
desarrollo como comunidad.
Los principales logros en este componente:
Obras de mitigación de riesgos: A la fecha se han
realizado 19 obras de mitigación de riesgos. Esta
impactó más de 2.500 predios y comprenden la
construcción de muros de contención, andenes,
cunetas y cordones y la colocación de barandas
de seguridad.
Regularización urbanística: Comprendió la
definición de líneas de paramento, la ubicación
de redes de servicios públicos, la demarcación de
vías y la identificación de zonas de alto riesgo
donde no es viable la ubicación de viviendas. Se
realizó en los barrios la Academia, el Hueco,
Paleteros y Juan Pablo II, donde faltaba la
regularización vial y urbanística.
Mejora de redes y regularización de servicios: Se
realizaron acciones de mantenimiento y
ampliación de la cobertura de los servicios
(energía, agua, alcantarillado, teléfono). Se
efectuó la reposición de redes de acueducto y
alcantarillado y el, mejoramiento de cajas y
cámaras. Se instalo una radio base para permitir
la ampliación de la cobertura telefónica en el
sector y la colocación de nuevas líneas. Se
elaboraron estudios y diseños para obras de
distribución residencial de energía. Se actualizó
el censo de usuarios de servicios públicos. Se
ofrecieron
descuentos
especiales
y
financiamiento de largo plazo para la instalación
de nuevas tuberías y medidores.
Obras de conectividad vial: Se realizó la
pavimentación de dos vías principales en la
Comuna 18 de la Ciudad de Cali: La Calle Oeste
4 entre Carreras 94ª hasta la 91 (850 metros) y
la Cra. 94ª entre calle 2ª Bis Oeste y calle 2B
Oeste y calle 2B Oeste entre Cra. 94ª y Cra. 92
(450 metros).
c) En lo referente al componente de
mejoramiento de vivienda, el programa en
principio no tenía demasiadas pretensiones en
cuanto a sus alcances cuantitativos. Esto fue
quizás debido a que dentro del programa se
trabajo a escala amplia, lo cual hace depender de
dos factores principales: la resolución de los
problemas de regularización de la tenencia y la
disponibilidad de recursos financieros, bien sea
para subsidios o para microcréditos.
Se trabajó en dos sentidos:
• La destinación de recursos no reembolsables para mejoramiento de viviendas
• La asistencia técnica a los beneficiarios de
los recursos
En este contexto, los logros obtenidos tienen una
gran relevancia: Se han promovido 259
mejoramientos de viviendas y se han avanzado
en la definición de los mecanismos para la
selección de los beneficiarios (asegurando su
focalización en los hogares con mayor
vulnerabilidad) y para el acompañamiento
técnico.
Logros:
Existe un conjunto de logros y limitaciones
dentro del proceso, que son necesarios resaltar
ya que de aquí se pueden extraer las principales
lecciones de tal experiencia, las cuales pueden
servir a la hora de aplicación en otros lugares.
a) En lo referente a la transparencia y rendición
de cuentas, este es un factor de gran importancia
en este proceso el haber permitido la confluencia
de recursos públicos y privados alrededor de una
acción conjunta. A través de los espacios de
coordinación de la Alianza y de las actividades
85
de divulgación, la comunidad ha podido conocer
el origen la destinación de los recursos que cada
entidad ha aportado.
b) En lo relativo a la integralidad de la
intervención, esta ha sido una de las
características más destacadas de este Programa,
la cual cobra una especial relevancia ante el
tradicional predominio de prácticas
institucionales en donde priman las lógicas
sectoriales y la dispersión de esfuerzos.
c) Uno de los logros dentro del programa fue la
visualización de la problemática del distrito de
La Ladera, elemento de gran importancia política
para la Ciudad gracias a la visibilización y
reconocimiento de la problemática del distrito de
la Ladera, fue debido a este aporte por el cual se
aumento la densidad y la calidad de la presencia
institucional en el sector.
d) Otro de los grandes logros fue la elaboración
del censo como instrumento que permite una
intervención más calificada. La realización del
censo constituyó uno de los principales hitos del
proyecto. El censo, concebido inicialmente como
un instrumento para sustentar técnicamente el
trabajo de titulación, por la riqueza de información
obtenida, permitirá establecer las estrategias a
mediano y largo plazo par el desarrollo social y
urbanístico del sector, al crear una base de datos
que sirve de instrumento calificado para establecer
las líneas de base para los programas que se
prioricen y proyecten en estas comunidades.
e) Movilización de los recursos de la
cooperación internacional: Se señaló la
importancia de contar con el apoyo de la
cooperación internacional, tanto para la asistencia
técnica como para la movilización de recursos
financieros.
3.2.3 Desafíos
El Programa estuvo caracterizado por grandes
novedades y logros realizados dentro de la
Comuna 18, aunque si bien es cierto que este
cuenta con grandes desafíos a superar, de entre
los cuales se encuentran:
86
La necesidad de incluir otros sectores y
componentes: Aunque durante el proceso de
implementación del Programa se fueron
integrando nuevas instituciones que agregaron
mayor amplitud temática e inter-sectorial a la
intervención, hay elementos que requieren ser
trabajados más ampliamente en una nueva fase
de trabajo; entre estos se destacan los
componentes ambiental y de espacio público y
los programas de convivencia y cultura. De igual
manera, es necesario propiciar una mayor
articulación con las Secretarias y entidades
municipales del sector social.
El flujo de información hacia todos los niveles:
A pesar de los esfuerzos que se hicieron por
divulgar los avances y las realizaciones del
Programa, se destacó por parte de algunos de los
representantes de las diversas entidades
participes que existió un déficit en la continuidad
de los flujos de información hacia todos los
niveles.
La continuidad de la intervención: Con la
culminación del convenio con la Alianza de las
Ciudades termina una fase del trabajo en la
Comuna 18 que requiere continuidad. En temas
como titulación y el mejoramiento de vivienda
son aún muchas las tareas pendientes y el cúmulo
de problemáticas sociales y urbanísticas que
afectan a estas comunidades plantea grandes
desafíos a todas las entidades integrantes de la
Alianza.
Todas las entidades y los sectores comunitarios
vinculados al Programa coinciden en la
necesidad de mantener la dinámica de trabajo y
hay signos positivos en cuanto a la destinación
de recursos en los presupuestos de las entidades,
para garantizar la continuidad de este trabajo
institucional.
El reto de la sostenibilidad y la institucionalización: La implementación del Programa
planteó una discusión acerca de la sostenibilidad
de este tipo de Programas. La Alianza ha
demostrado su pertinencia y efectividad,
proyectándose como un espacio que cumple el
papel de garante de la continuidad de las políticas
que tienen un consenso a nivel de ciudad en
relación con los grandes temas de la vivienda
social.
Las diversas alternativas que se plantean apuntan
para la estructura de funcionamiento y las
modalidades de trabajo que deben adoptarse en
una nueva fase más formal e institucionalizada.
El consenso apunta hacia una alianza que
proyecta su trabajo en tres dimensiones: una
prospectiva, como instancia multisectorial de
apoyo a la definición de los planes de largo plazo
para el desarrollo urbano y habitacional de la
ciudad; una operativa, como ente promotor e
implementador de proyectos experimentales y
demostrativos; y otra de control social, como
instrumento de observación y monitoreo de las
políticas públicas que se impulsan en la ciudad.
El reto a la ampliación de escala: A nivel de
ciudad:
El proyecto planteó desde un inicio como uno de
sus objetivos su proyección a nivel municipal.
Esto se ha venido trabajando de manera
progresiva. Los primeros desdoblamientos en
este sentido se expresan en la adopción por parte
de las entidades públicas participantes de los
mecanismos y enfoques asociativos probados en
este proceso en la acción institucional.
El esfuerzo realizado por el equipo coordinador
por documentar y sistematizar las experiencias
y los aprendizajes del proceso es otro para la
potencial “replicabilidad del modelo. Igualmente
se ha realizado un importante trabajo de difusión
en foros nacionales.
A partir de la experiencia desarrollada en este
Programa, los socios han sugerido que se formule
una agenda más amplia de intervención en la
ciudad con la finalidad de desarrollar una cartera
de programas y proyectos en materia de políticas
de hábitat urbano, con particular énfasis en los
siguientes temas:
la multiplicación de esta experiencia en otras
áreas de la ciudad.
* Desarrollo Urbano Sostenible: Estructurar un
programa formativo dirigido hacia la integración
del enfoque de sostenibilidad en los programas
de mejoramiento de barrios y viviendas, en
estrecha relación con el sector privado.
* Planes de Ordenamiento Territorial de Cali
(POT): Dinamizar la discusión y reglamentación
del POT, con particular énfasis en ajustar la
normativa para el mejoramiento de barrios y la
construcción de Vivienda de Interés Social (VIS),
permitiendo un mayor dinamismo en la
satisfacción de las necesidades ara las familias
de bajos ingresos.
* Políticas de Mejoramiento de Barrios a nivel
Urbano-Regional: Revisar a nivel de la Región
Metropolitana de Cali y su zona de influencia,
las limitaciones y potencialidades en materia de
políticas de VIS, explorando opciones para
incidir en los mercados de vivienda y en las
normativas municipales y departamentales con el
fin de propiciar un desarrollo mas equilibrado de
asentamiento humanos.
A nivel Nacional:
Más recientemente, a partir del anuncio por parte
del Gobierno Nacional, por intermedio del
Ministerio de Medio Ambiente, Vivienda y
Desarrollo Territorial de fortalecer técnica y
financieramente el componente de mejoramiento
de viviendas en la política nacional, el Municipio
de Cali ha venido jugando un papel relevante en
la definición de las estrategias operativas a nivel
nacional, tomando como base la experiencia
desarrollada en el marco de Proyecto.
* Mejoramiento Barrial Integral: A partir de los
aprendizajes que se pueden extraer del proyecto
aplicado en la Comuna 18, se busca avanzar en
87
BIBLIOGRAFÍA
Ortiz F, Enrique, “Notas sobre la producción social de vivienda. Elementos basicos para su
conceptualización e impulso”, Casa y Ciudad , México, D.F. 1998.
Arraiga Camilo CEPAL, 2000. “Pobreza en América Latina: Nuevos escenarios y desafíos de política
para el habitat urbano”.
Ortiz Flores, Enrique; Lorena Zarate, Maria, 2002. “Vivitos y coleando.40 años trabajando por el
habitat popular en América Latina”.
Ortiz F, Erique, “Notas sobre la producción social de vivienda. Elementos basicos para su
conceptualización e impulso”, Casa y Ciudad, Mexico, 2ª. Edición Modificada, 2004.
UN-Habitat, 2005 “El Rostro de la Pobreza en las Ciudades de América Latina y el Caribe”.
Patiño, Fernando 2006 “Construyendo confianza para mejorar la calidad de vida de las comunidades:
Programa de Mejoramiento Integral de Barrios y Regulación de la Tenencia de la Vivienda: Un Modelo
de Asociación publico-privada Cali-Colombia”.
Website consultados:
www.fedevivienda.org
www.un.org
www.hic-net.org
88
Download

Estudio de caso 5: Temas selectos del Hábitat - ONU