Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Conselho Local de Acção Social de Mira Integram o Conselho Local de Acção Social, a Câmara Municipal e as Entidades públicas e privadas sem fins lucrativos, implantadas na área geográfica do Concelho de Mira. Preside ao CLAS de Mira a Sr.ª Vereadora da Acção Social, Lurdes Mesquita, e dele fazem parte os seguintes parceiros: ⇒ Câmara Municipal de Mira ⇒ Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Coimbra ⇒ Centro Social e Paroquial do Seixo ⇒ Junta de Freguesia do Seixo ⇒ Junta de Freguesia de Mira ⇒ Junta de Freguesia de Carapelhos ⇒ Associação de Solidariedade Social de Carapelhos e Corticeiro de Baixo ⇒ Centro Comunitário e Polivalente da Praia de Mira ⇒ Guarda Nacional Republicana – Posto de Mira ⇒ Guarda Nacional Republicana – Posto da Praia de Mira ⇒ Obra de Promoção Social do Distrito de Coimbra ⇒ Sociedade de Promoção Social – Obra do Frei Gil ⇒ Instituto de Emprego e Formação Profissional da Figueira da Foz ⇒ Associação de Idosos Mirense ⇒ Unidade Paroquial de Apoio Social ⇒ CERCIMIRA ⇒ Centro de Saúde de Mira ⇒ Escola Secundária/3 Dr.ª Maria Cândida de Mira ⇒ Caritas Diocesanas de Coimbra 1 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira ⇒ ETAC – Empresa de Transportes António Cunha, SA ⇒ Centro Social e Paroquial de Mira O Núcleo Executivo da Rede Social do Concelho de Mira é constituído pelas seguintes entidades: ⇒ Câmara Municipal de Mira ⇒ Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social – Serviço Local de Mira ⇒ Centro de Saúde de Mira ⇒ Unidade Paroquial de Apoio Social ⇒ Escola Secundária Dr.ª Maria Cândida ⇒ CERCIMIRA 2 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Índice NOTA INTRODUTÓRIA..................................................................................... 9 ENQUADRAMENTO TERRITORIAL............................................................... 12 CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO DE MIRA............................................ 13 I – ENQUADRAMENTO SÓCIO DEMOGRÁFICO .......................................... 20 2 - HABITAÇÃO............................................................................................... 32 2.1 – Caracterização da Habitação no Concelho....................................................................................32 2.2 - Habitação Social............................................................................................................................35 3 – EDUCAÇÃO............................................................................................... 37 3.1 Agrupamento Vertical de Escolas de Mira ......................................................................................38 3.2 - Ensino Pré-escolar ......................................................................................................................38 3.3. 1º Ciclo do Ensino Básico ..............................................................................................................42 3.4 - 2º Ciclo do Ensino Básico .............................................................................................................45 3.5 – Associações de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos das Escolas do 1º e 2º Ciclos com Jardins – de – Infância de Mira..............................................................................................................46 3.6 - Ensino Secundário.........................................................................................................................48 4 - SAÚDE........................................................................................................ 51 5 - ACÇÃO SOCIAL ........................................................................................ 54 5.1 Enquadramento da Acção Social .....................................................................................................54 5.2 - Serviços e Equipamentos/respostas sociais existentes no concelho ..............................................57 5.3 - Instituições Particulares de Solidariedade Social ..........................................................................68 5. 4- Protecção Social ............................................................................................................................80 5.5 - Programas e Projectos de Intervenção Social ................................................................................89 6 - EMPREGO/DESEMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL ................ 105 6.1 - Programas Ocupacionais .............................................................................................................114 6.2 - Sectores de Produção...................................................................................................................114 6.3 - Unidade de Inserção na Vida Activa – U.N.I.V.A. .....................................................................115 7. TRANSPORTES ........................................................................................ 117 8 – SEGURANÇA/JUSTIÇA .......................................................................... 120 9 - CULTURA, ASSOCIATIVISMO E EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS E RECREATIVOS ............................................................................................. 123 10 – METODOLOGIA/CONCLUSÃO ............................................................ 130 3 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 11. APLICAÇÃO DA TÉCNICA SWOT ......................................................... 137 4 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Índice de Quadros Enquadramento Sócio Demográfico …………………..............................20 Quadro 1: População residente, taxa de crescimento e densidade populacional Quadro 2: Evolução da população com base nos últimos 3 censos Quadro 3: População residente Quadro4: População residente e presente por freguesias Quadro 5: Distribuição da população segundo o grupo etário entre 1991 e 2001 Quadro 6: Estrutura etária da população Quadro 7: Índice de Envelhecimento e de Dependência da População Quadro 8: População residente no concelho, segundo o nível de ensino Quadro 9: População Residente com Deficiência, segundo o tipo e sexo Quadro 10: Nados Vivos, Óbitos, Taxa de Natalidade e Mortalidade Quadro 11: Analfabetismo Quadro 12: Taxa de Analfabetismo: 1991-2001 Quadro 13: Famílias clássicas segundo o tipo de família Quadro 14: Famílias clássicas segundo a dimensão Quadro 15: Recenseamento eleitoral, nos anos 2000, 2001 e 2002 Habitação………………………………………………………………...32 Quadro 16: Edifícios licenciados para construção nova Quadro 17: Fogos licenciados para construção nova Quadro 18: Alojamentos clássicos segundo a forma de ocupação Quadro 19: Número de alojamentos familiares ocupados, como residência habitual, segundo instalações Quadro 20: Número de alojamentos familiares ocupados como residência habitual, segundo instalações existentes Quadro 21: Alojamentos clássicos, ocupados como residência habitual, segundo a época de construção 5 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Educação…………………………………………………………………37 Quadro 22: Jardins-de-infância Quadro 23: Número de crianças a frequentar a Casa da Criança Quadro 24: Número de crianças a frequentar o Centro de Bem-estar Infantil do Seixo Saúde …………………………………………………………………… 51 Quadro 25: Estrutura Etária dos utentes inscritos no Centro de Saúde Quadro 26: Pessoal em funções no ano 2001 no Centro de Saúde Acção Social……………………………………………………………54 Quadro 27: Amas e crianças no concelho de Mira Quadro 28: Acolhimento Familiar Quadro 29: Creches no Concelho Quadro 30: ATL no Concelho Quadro 31: Lar de Crianças e Jovens Quadro 32: Centros de Dia Quadro 33: Lar de Idosos Quadro 34: Serviço de Apoio Domiciliário Quadro 35: Centro de actividades Ocupacionais Quadro 36: Pensionistas Activos em 2004 Quadro 37: Prestações de Desemprego Quadro 38: Dados de Execução de RSI Quadro 39: Caracterização dos Beneficiários de RMG/RSI Quadro 40: Acordos de Inserção de RMG/RSI Quadro 41: Áreas de Inserção RSI Quadro 42: Apoios Complementares Quadro 43: Número de Processos CPCJ 2003/2004 Quadro 44: Ajudas Técnicas 2004 Quadro 45: População – alvo do PAII Quadro 46: Escalão etário dos beneficiários do PAII 6 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Quadro 47: Estado civil dos beneficiários do PAII Quadro 48: Fonte de rendimento dos beneficiários do PAII Quadro 49: Diagnóstico clínico do PAII Quadro 50: Motivo de acompanhamento no CAD Quadro 51: Referenciação dos beneficiários do PAII Quadro 52: Acções desenvolvidas/número de pessoas abrangidas no PAII Quadro 53: Duração dos tratamentos e número médio de tratamento por utente no PAII Emprego/Desemprego e Formação Profissional…………………...105 Quadro 54: População economicamente activa Quadro 55: População desempregada Quadro 56: Taxa de Desemprego Quadro 57: População desempregada segundo o grupo etário Quadro 58: População sem actividade económica Quadro 59: População Residente Empregada por Sector de Actividade Quadro 60: População com 15 ou mais anos, segundo o principal meio de vida Quadro 61: Desemprego registado no concelho em Outubro de 2003 Quadro 62: Desemprego registado em Fevereiro de 2004 Quadro 63: Desemprego registado segundo o grupo etário, em Fevereiro de 2004 Quadro 64: Situação da população desempregada face ao emprego Quadro 65: Tempo de inserção no Centro de Emprego Quadro 66: População desempregada segundo as habilitações literárias Segurança ………………………………………………………………120 Quadro 67: Ocorrências em 2003/2004 na GNR de Mira Quadro 68: Ocorrências em 2003/2004 na GNR da Praia de Mira Análise da Aplicação da Técnica SWOT…………………………….135 Quadro 69: SWOT – Formação/Emprego Quadro 70: SWOT – Acção Social 7 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Quadro 71: SWOT – Educação Quadro 72: SWOT – Habitação Quadro 73: SWOT – Saúde Índice de Gráficos Gráfico 1: Estrutura Etária da população Gráfico 2: Evolução do número de alunos da educação pré-escolar Gráfico 3: Evolução do número de Jardins – de – Infância em funcionamento no concelho Gráfico 4:Evolução do número de alunos do 1º ciclo do Ensino Básico Gráfico 5: Evolução do número de escolas do 1º ciclo do Ensino Básico Gráfico 6: Evolução do número de alunos do 2º ciclo do Ensino Básico Gráfico 7: Evolução do número de alunos do 3º ciclo do Ensino Básico Gráfico 8: Evolução do número de alunos do Ensino Secundário Gráfico 9: Evolução do número de alunos do Ensino Nocturno (3º ciclo e secundário recorrente) Gráfico 10: Tipo de agregado beneficiário de RSI Gráfico 11: Número de agregados familiares/distribuição alimentar em 2003 8 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Nota Introdutória Segundo a Resolução do Conselho de Ministros, a Rede Social é “um fórum de articulação e congregação de esforços, baseando-se na adesão livre por parte das Autarquias e das entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos que nela queiram participar”. A Rede Social concretiza uma estratégia de abordagem da intervenção social que procura racionalizar e trazer maior eficácia à intervenção dos agentes na aplicação das medidas e dos programas que se orientam para combater a pobreza e a exclusão social bem como para a promoção do desenvolvimento social. Enuncia ainda como princípios estruturantes de acção a integração, articulação, subsidiariedade e inovação, elegendo a metodologia participativa como estratégia condutora do Diagnóstico e Planeamento. Com a implementação do Programa Rede Social em Mira, pretende-se assumir uma postura activa para ir ao encontro das diferentes entidades que actuam no domínio social, suscitando a sua participação, surgindo assim o CLAS de Mira como órgão de articulação e integração dos contributos das entidades que constituem a Rede Social tendo como principal objectivo “... a erradicação da pobreza e exclusão social”. Sendo o trabalho de parceria considerado já uma constante neste Concelho, em Projectos como: CPCJ, RSI, PDIAS e PAII, vem a Rede Social reforçar este trabalho e fomentar a formação de uma consciência colectiva e responsável dos diferentes problemas sociais que atende e incentivar redes de apoio social integrado de âmbito local. O Diagnóstico Social é um dos produtos que deve resultar da fase de execução do Programa de Implementação da Rede Social, constituindo uma base essencial para a concretização do Plano de Desenvolvimento Social. 9 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Entende-se por Diagnóstico um instrumento dinâmico que permite uma compreensão da realidade social, que inclui a identificação das necessidades e a detecção dos problemas prioritários e respectivas causalidades, bem como dos recursos e potencialidades locais que constituem reais oportunidades de desenvolvimento. O Diagnóstico consiste na explicitação, aprofundamento e análise de problemas previamente identificados, servindo assim de base para programar acções concretas e, simultaneamente, proporcionar um quadro referencial que funcione para seleccionar e estabelecer estratégias de actuação. Sendo o Diagnóstico um instrumento que resulta da participação de uma multiplicidade de parceiros é, por este facto, um elemento facilitador da interacção e comunicação entre eles, sendo parte integrante do processo de intervenção, criando as condições sociais e institucionais para o seu sucesso. Este trabalho consiste no levantamento, análise e interpretação das causas dos problemas sociais existentes no Concelho de Mira, tendo em conta um conjunto de áreas de intervenção ou temáticas previamente definidas. Importa também conhecer as respostas sociais, bem como, os meios/recursos humanos e técnicos disponíveis para determinar a sua adequação aos problemas existentes e aferir as carências que persistem. Com o Diagnóstico do Concelho de Mira pretende-se: • Obter um conhecimento aprofundado da realidade do Concelho; • Ter uma base para a planificação e assim constituir um ponto de apoio estratégico para a tomada de decisões das entidades com responsabilidade na área social; • Permitir a circulação de informação recolhida, bem como a difusão dos conhecimentos a todas as instituições interessadas; • Contribuir para uma melhor consolidação do trabalho em parceria. 10 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Um bom planeamento de intervenção para o desenvolvimento social depende do conhecimento que se tem da realidade de cada Concelho, sendo essa a principal função de um Diagnóstico Social. O Diagnóstico Social do Concelho de Mira consiste no levantamento, análise e interpretação dos problemas sociais existentes, tendo em conta as diversas áreas de intervenção ou áreas temáticas, como sendo: Demografia/População, Habitação, Educação, Associativismo, Saúde, Acção Social, Emprego e Formação Profissional, Segurança, Actividades Económicas. A recolha de dados baseou-se, fundamentalmente, em documentação já elaborada: Censos 2001, dados do C.R.S.S. de Coimbra, dados da Câmara Municipal de Mira, dados da ARS de Coimbra e dados de outras Instituições envolvidas, tanto locais como de âmbito nacional. 11 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Enquadramento Territorial O Concelho de Mira situa-se na Província da Beira Litoral, Região Centro, pertence ao Distrito de Coimbra, sendo limitado a norte pelo Concelho de Vagos (Distrito de Aveiro), a nascente pelo de Cantanhede e a poente pelo Oceano Atlântico. Estende-se por uma área de aproximadamente 121.99 km2, é constituído por 4 Freguesias, a saber: Mira, Carapelhos, Praia de Mira e Seixo, com áreas respectivas de 62.68 km2, 3.775 km2, 39.775 km2 e 15.76 km2. Calcula-se que o número de habitantes deste Concelho esteja estimado em 12.872. Figura I – Mapa do Concelho de Mira 12 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Caracterização do Concelho de Mira Os vestígios antigos da vida humana no Concelho de Mira remontam a épocas antiquíssimas. No período Muçulmano esta região terá sido palco de guerras entre cristãos e árabes quando estes dominavam Coimbra e zona envolvente. É a partir da última conquista de Coimbra aos árabes, em 1064, que melhor se conhece a História das terras de Mira. Terá sido o primeiro governador de Coimbra, o moçarabe Sisnando que entregou as terras de Mira a Soleima Godinho, sendo a posse confirmada em Fevereiro de 1095, por D. Raimundo e D. Urraca, então senhores de Portucale. Em 1442 D. Pedro, Regente de Portugal e Duque de Coimbra, concede autonomia administrativa à Vila de Mira e diversos privilégios para fixar população e desenvolver o lugar. D. Manuel I concede foral à Vila de Mira em 27 de Agosto de 1514, e dá a administração da Vila a Gonçalo Tavares, o primeiro senhor de Mira, mantendo-se o senhorio até ao séc. XVIII, tendo sido extinto em 1833. Mira é hoje um Concelho rodeado de floresta, onde predomina o pinheiro bravo, acácias e camarinheiras que outrora ajudaram à fixação das dunas. Entre o pinhal e o mar podemos encontrar belas lagoas de água doce, excelentes para a prática de desportos náuticos. Nos campos predomina o cultivo do milho e batata. E, finalmente, podemos desfrutar de uma extensa praia de areia fina. Mira situa-se na Região Centro, Baixo Mondego, e insere-se na Costa de Prata. O acesso ao Concelho faz-se pela E.N. 109 Espinho – Figueira da Foz, e pela E.N. 234 Coimbra; dista da auto – estrada Porto/Lisboa 27Km, 27Km de Aveiro, 34Km de Figueira da Foz e 37 km de Coimbra. 13 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Após uma longa e forte predominância do sector primário, tem-se vindo a notar algum equilíbrio de forças entre este e o sector secundário. No sector primário prevalece a agro – pecuária, sendo a principal fonte de rendimento o cultivo do milho e da batata, e mais recentemente a produção de grelos de nabo em larga escala, situação que justificou, a recente realização da 1ª Feira do Grelo, em Mira. A importância económica da produção do Nabo no concelho e o número de agricultores envolvidos justificaram a realização do evento promovido pela Câmara Municipal de Mira em parceria com a Confraria dos Nabos & Companhia, Associação Empresarial de Mira e Associação de Produtores de Grelos de Nabo de Carapelhos, cujo impacto permite assegurar a continuidade da referida Feira. O sector secundário tem vindo a assumir um papel importante, visto ser uma fonte de empregabilidade. O Concelho de Mira conta com um Parque Industrial, implementado desde 1991/92 onde se encontram concentradas algumas empresas, bem como uma grande variedade de indústrias espalhadas pelas restantes Zonas do Concelho desde o ramo da cerâmica, confecções, azeitona, quadros eléctricos, plantas, hotelaria, oficinas, etc. Quanto ao sector terciário, este tem vindo a desenvolver-se com a criação de novas áreas de prestação de serviços, para responder às necessidades da população de Mira. O tecido institucional público e privado do Concelho de Mira integra as seguintes Instituições e Organizações da comunidade: Administração e Serviços Públicos ⇒ Câmara Municipal ⇒ Juntas de Freguesia (Mira, Carapelhos, Seixo e Praia de Mira) ⇒ Biblioteca Municipal ⇒ Espaço Internet 14 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social ⇒ Centro de Saúde ⇒ Casa do Povo ⇒ Cartório Notarial ⇒ Conservatória do Registo Civil, Comercial e Predial ⇒ Julgado de Paz ⇒ Tribunal da Comarca de Mira ⇒ Repartição de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública ⇒ Guarda Nacional Republicana (Mira e Praia de Mira) ⇒ Instituto de Solidariedade e Segurança Social – Serviço Local de Mira ⇒ Centro de Emprego – balcão de atendimento (quinzenal) ⇒ UNIVA – Unidade de Inserção na Vida Activa ⇒ Museu Etnográfico – Posto de Turismo ⇒ DRABL – Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral ⇒ CTT – Correios de Portugal, S.A. ⇒ Agrupamento de Escolas 1º e 2º Ciclo e Jardins-de-infância de Mira ⇒ Escola 3º ciclo e secundária Dr.ª Maria Cândida de Mira ⇒ Ensino Recorrente Associações Freguesia de Mira ⇒ Associação Desportiva Ala – Arriba ⇒ Filarmónica Ressurreição de Mira ⇒ Grupo Coral de Mira ⇒ Grupo Folclórico da Casa do Povo de Mira ⇒ EMIR – Associação Cultural e Desportiva ⇒ Associação dos Bombeiros Voluntários de Mira 15 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira ⇒ Associação de Caçadores de Mira ⇒ Clube Domus Nostra ⇒ Grupo Folclórico de Portomar ⇒ Movimento de Juventude Cristã ⇒ Casalense Futebol Clube ⇒ Associação de Melhoramentos e Cultura de Carromeu ⇒ Centro Popular de Trabalhadores da Ermida ⇒ União Desportiva e Recreativa “Pinheiro Manso” ⇒ Lagonense Futebol Clube ⇒ Associação Sócio Cultural da Valeirinha ⇒ União Desportiva da Presa ⇒ Associação Cultural e Desportiva da Lentisqueira ⇒ Associação de Caça e Pesca “Sol Nascente” ⇒ Associação Sócio Cultural desportiva e Recreativa dos Leitões ⇒ Associação dos Amigos dos Moinhos e Ambiente ⇒ Comissão de Melhoramentos da Lagoa ⇒ Clube Recreativo de Pesca de Mira ⇒ Comissão de melhoramentos de Casal de S. Tomé ⇒ Comissão de Melhoramentos de Cavadas ⇒ Comissão de Melhoramentos de Ramalheiro ⇒ Associação de Comandos de Mira ⇒ Associação de Estudantes da Escola Secundária de Mira ⇒ Cooperativa Agrícola Mirense ⇒ Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento de Mira ⇒ Núcleo Sportinguista de Mira ⇒ Associação Sócio Cultural Desportiva e Recreativa de Colmeal ⇒ Casa do Benfica ⇒ Associação de Cicloturismo do Cabeço ⇒ Associação Empresarial de Mira 16 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Freguesia da Praia de Mira ⇒ Associação Desportiva Touring Futebol Clube ⇒ Centro Cultural e Recreativo da Praia de Mira ⇒ Clube Náutico da Praia de Mira ⇒ Comissão de Melhoramentos da Praia de Mira ⇒ Comissão de Melhoramentos da Barra de Mira ⇒ Associação Portas de Água Clube ⇒ Grupo Folclórico e Etnográfico Poço da Cruz ⇒ Associação de Pesca Desportiva da Praia de Mira ⇒ Associação Garça-real Clube de Voo ⇒ Associação de Pescadores da Arte Xávega da Região da Gândara Junta de Freguesia do Seixo ⇒ Clube de Aeromodelismo “Asas de Mira” ⇒ Associação Cultural e Recreativa do Seixo ⇒ Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento do Seixo ⇒ Rancho Folclórico “Flores Vivas” Junta de Freguesia de Carapelhos ⇒ Associação S. Bento Futebol Clube ⇒ Comissão de Gestão das Varandas de S. Bento ⇒ Associação Cultural Recreativa e Desportiva “Os Unidos” ⇒ Confraria Nabos & Companhia ⇒ Grupo Folclórico Varandinhas de S. Bento ⇒ Associação de Produtores de Nabos/Grelos 17 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Comunicação Social Local ⇒ “Jornal Voz de Mira” ⇒ “Jornal da Gândara” ⇒ Jornal “O Gandarez” Banca ⇒ Caixa Geral de Depósitos ⇒ Millenium – Banco Comercial Português ⇒ Caixa de Crédito Agrícola Mútuo ⇒ Deutsch Bank Farmácias ⇒ Farmácia Roldão - Freguesia de Mira ⇒ Farmácia Matilde Soares – Freguesia de Mira ⇒ Farmácia Pisco – Freguesia de Mira ⇒ Farmácia Garcia Secades – Freguesia de Mira ⇒ Farmácia Almeida Leite – Freguesia de Carapelhos ⇒ Farmácia Cruz Ferreira – Freguesia da Praia de Mira 18 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 19 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira I – Enquadramento Sócio Demográfico • Entre 1991 e 2001 a população teve um decréscimo de 2,9% • Taxa de Analfabetismo no Concelho – 10,4% • Índice de Envelhecimento – 126,1% • População com Deficiência – 986 indivíduos • Taxa de Natalidade – 7,3% • Taxa de Mortalidade – 11,1% Do ponto de vista da actual organização da região centro, o concelho de Mira encontra-se integrado no agrupamento de concelhos da Sub-região do Baixo Mondego, juntamente com Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Penacova e Soure. Durante séculos, o Concelho foi composto por uma só freguesia, apenas em 1984 se assistiu à criação de outras freguesias: Carapelhos, Seixo e Praia de Mira. Conhecer os movimentos da população, sua composição e distribuição no território, as mudanças que nela ocorrem ao longo dos tempos, bem como os fenómenos responsáveis por essas mudanças, são aspectos que se procuram analisar com recurso à análise de indicadores demográficos. O entendimento do comportamento da população não envolve somente um entendimento demográfico, mas também a sua interacção com factores sociais, económicos, geográficos e biológicos. Desta forma, procura-se fazer o estudo das causas dos comportamentos populacionais e suas possíveis consequências, para que se possa conhecer as suas necessidades actuais e futuras, e que o plano de desenvolvimento poderá contemplar. A análise demográfica feita incide sobre as freguesias que compõem o Concelho de Mira: Mira, Seixo, Carapelhos e Praia de Mira. 20 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Evolução da população residente e densidade populacional A população residente de acordo com os censos de 1960, 1970, 1981 e 1991, a sua variação ao longo das décadas e a densidade populacional para as freguesias de Mira, Praia de Mira, Seixo, Carapelhos, são apresentados no quadro seguinte: Quadro 1 – População residente, taxa de crescimento e densidade populacional 1960 Mira Seixo Carapelhos P. de Mira Total 8122 1278 784 3200 13384 População Residente 1970 1981 1991 7978 1256 771 3144 13149 8070 1270 779 3180 13299 8044 1265 781 3167 13257 60/70 -1,77 -1,72 -1,66 -1,75 -1,76 70/80 1,15 1,11 1,04 1,15 1,14 Variação de Crescimento 80/90 Área Densidade 91 -0,32 54,96 146,36 -0,39 18,08 69,97 0,26 4,36 179,13 -0,41 42,6 74,34 -0,32 120 110,48 Fonte: INE – Censos 2001 Em termos globais a dinâmica demográfica registada no Concelho nos últimos quatro decénios regista uma diminuição da população, sendo esta mais acentuada na década de 60, que poderá ser explicado pelo fenómeno migratório que determinou perdas da população em quase todas as regiões do país. Entre 70-80, o fluxo de pessoas provenientes das ex-colónias, origina uma pequena recuperação populacional em relação à década anterior. Porém, num contexto global, observa-se que a população residente do Concelho, nas últimas quatro décadas, tem sofrido variações pouco significativas. Ao contrário do que seria de esperar, não é a freguesia de Mira que apresenta a maior densidade populacional mas sim Carapelhos com 179,12 hab. /Km²,. Seixo é a que apresenta menores valores de densidade populacional 69,96 hab./Km², encontrando-se muito abaixo da média calculada para o concelho que é de 110,47 hab. /Km². 21 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social No entanto regista-se no concelho ainda que seja com uma variação fraca, um ligeiro acréscimo de população resultado de um aumento de natalidade, e de novos residentes cativados pelo concelho e fruto dos investimentos realizados pela autarquia que têm estimulado esta entrada de novos residentes em Mira. Quadro 2: Evolução da População com base nos últimos 3 censos: Censos População 1981 13.299 1991 13.257 2001 12.872 Fonte: INE/censos de 2001 Podemos verificar através do quadro anterior que a população, segundo os últimos três censos, tem vindo a decrescer. Quadro 3: População Residente Freguesia Homens/Mulheres Homens Mulheres Mira 7.782 3.646 4.136 Seixo 1.339 627 712 Praia de Mira 2.985 1.462 1.523 Carapelhos 766 362 404 Total 12.872 6.097 6.775 Fonte: INE – Censos 2001 Com base nos dados dos Censos 2001, verifica-se que no Concelho de Mira, há uma maior percentagem de mulheres em relação aos homens em todas as Freguesias, estas representam 52,63% da população residente no Concelho. 22 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 4: População Residente e Presente por Freguesia População Residente (2001) Homens Mulheres Total População Presente (2001) Homens Mulheres Total Mira 3646 4136 7782 3453 3945 7398 Seixo 627 712 1339 569 664 1233 Praia de Mira 1462 1523 2985 1341 1480 2821 Carapelhos 362 404 766 345 388 733 Total 6097 6775 12872 5708 6477 12185 Fonte: INE – Censos 2001 De acordo com os dados do INE – Censos 2001, o Concelho de Mira conta com uma população de 12872 habitantes, destes 6097 são do sexo masculino e 6775 do sexo feminino. A diferença existente entre a população residente e presente, deve-se ao facto de haver um número significativo de pessoas com residência no Concelho mas que efectivamente não se encontram presentes todo o tempo em Mira, quer por questões profissionais, quer por se encontrarem a estudar fora do Concelho, no caso dos estudantes universitários. 23 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 5: Distribuição da População segundo o Grupo Etário entre 1991 e 2001 População Residente 1991 2001 Variação Total Homens/Mulheres N.º N.º % 0 – 14 2620 1922 15 – 24 2107 1769 25 - 64 6485 6757 65 ou + 2045 2424 Total 13257 12872 Fonte: INE – Censos 2001 Através do Quadro 5, podemos verificar que entre os dois últimos censos realizados em território português, nomeadamente entre 1991 e 2001, no Concelho de Mira houve um decréscimo da população nos grupos etários dos 0/14 anos e 15/24 anos explicado pelo facto da taxa de natalidade estar a diminuir. Verificando-se no entanto um aumento da população nos escalões etários entre os 25 e os 65 anos, este aumento pode ser entendido pelo facto de haver pessoas a erradicar-se no Concelho por questões laborais ou por opção de residência. 24 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 6: Estrutura Etária da População: Grupos Etários Homens Mulheres Total 0 a 3 anos 246 221 467 4 a 5 anos 129 121 250 6 a 14 anos 596 609 1205 15 a 24 anos 876 893 1769 25 a 64 anos 3238 3519 6757 65 a 79 anos 837 1053 1890 80 a 99 anos 175 359 534 + de 100 anos 0 0 0 Total 6097 6775 12872 Fonte: INE – Censos de 2001 Quanto à estrutura etária, verificamos que a maior percentagem se encontra na faixa dos 25/64 anos de idade, ou seja, 52,49% da população. 25 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Gráfico 1 – Estrutura Etária da População 14000 12000 10000 8000 Homens 6000 Mulheres Total 4000 2000 0 0a3 anos 4a5 anos 6 a 14 15 a 24 25 a 64 65 a 79 80 a 99 anos anos anos anos anos + de 100 anos Total Do total da população de Mira, verificamos que a maior densidade populacional se encontra nos grupos etários dos 15 aos 79 anos de idade, com 10416 habitantes, sendo os restantes divididos pelos restantes grupos etários dos 0-3, 4-5, 6-14 e 80-99 anos. Quadro 7: Índice de Envelhecimento e de Dependência da População Índice de Envelhecimento Índice de Dependência (2001) 1991 2001 Total Idosos Jovens Mira 78,1 126,1 51,0 28,4 22,5 Distrito 92,3 139,5 50,7 29,5 21,1 Fonte: Censos 1991 e 2001; DPSI – Indicadores de Caracterização 2003 Como se pode constatar pela análise do Quadro anterior, entre 1991 e 2001 assistiu-se ao envelhecimento da população do Distrito de Coimbra, com o índice de envelhecimento a sofrer um aumento de 92,3% para 139,5%, valor este superior ao índice Nacional (102) e Região Centro (130). No Concelho de Mira 26 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social podemos também constatar um elevado aumento no índice de envelhecimento entre 1991 e 2001, passando de 78,1% para 126,1% respectivamente. Para além do envelhecimento demográfico, outro factor que importa analisar relaciona-se com o isolamento geográfico da população idosa. No Concelho de Mira verificamos que 1,1% da população com 65 ou mais anos e 1,45% com 75 ou mais anos se encontram isoladas geograficamente, segundo os censos 1991 e 2001. Quadro 8: População Residente no Concelho, segundo o Nível de Ensino Nível de Ensino Atingido Homens Mulheres Total Nenhum 711 1214 1925 1º Ciclo 2512 2738 5250 2º Ciclo 867 803 1670 3º Ciclo 696 540 1236 Secundário 819 745 1564 Médio 17 29 46 Superior 475 706 1181 Fonte: INE – Censos 2001 Quanto ao nível de ensino atingido, no Concelho de Mira, podemos dizer que há ainda uma grande percentagem da população, 40,78%, com apenas o 1º Ciclo de escolaridade, de referir também que 2791 pessoas atingiram o nível secundário, médio e superior. 27 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 9: População Residente com Deficiência, segundo o tipo de Deficiência e Sexo Mira Total Auditiva Visual Motora Mental Paralisia Outra Cerebral Deficiência HM 986 117 250 223 98 22 276 H 490 56 123 125 50 9 127 Fonte: Censos 2001 Quadro 10: Nados Vivos, Óbitos, Taxa de Natalidade, Taxa de Mortalidade Concelho Nados Óbitos Vivos MIRA Taxa de Taxa de Natalidade Mortalidade HM H HM H % % 94 51 143 67 7,3 11,1 Fonte: Censos 2001 Através do Quadro podemos verificar que a taxa de mortalidade é superior à taxa de natalidade, contribuindo este facto para o decréscimo da população registado no Quadro 5. O saldo natural do Distrito é negativo (-1128) morreram mais pessoas do que aquelas que nasceram. 28 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 11: Analfabetismo População Residente Analfabetos com 10 ou mais anos Homens/Mulheres N.º % 1213 10,4 Fonte: INE – Censos 2001 Embora se verifique uma diminuição da taxa de analfabetismo dos Censos de 1991 para 2001, continua a ser um problema social de grande importância, uma vez que ainda há no Concelho de Mira 10,4% da população que não sabe ler nem escrever. Quadro 12: Taxa de Analfabetismo Taxa de Analfabetismo 1991 2001 Percentagem 12,9% 10,4% Fonte: INE – Censos 2001 Entende-se por família clássica “o conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco, de direito ou de facto entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento; ou a pessoa independente que ocupa uma parte ou totalidade de um alojamento”. É notória a existência em maior número de casais “de direito” com filhos, no Concelho de Mira, identificando uma família clássica. 29 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 13: Famílias Clássicas segundo o tipo de família Sem Núcleos 752 Com um núcleo Com Com Casal Casal Casal Casal Pai Mãe Avós Avô Avó dois três ou “de “de “de “de com com com com com núcleos mais direito” direito” facto” facto” filhos filhos netos netos netos sem com sem com filhos filhos filhos filhos 1062 1828 44 71 43 316 23 1 13 núcleos 252 10 Fonte: INE – Censos 2001 Quadro 14: Famílias Clássicas, Segundo a Dimensão Com 1 661 Famílias Clássicas Segundo a Dimensão Com 2 Com 3 Com 4 Com 5 ou + 1294 1081 868 511 Total 4415 14,97% 29,30% 100% 24,48% 19,66% 11,57% Fonte: INE – Censos 2001 No Concelho de Mira, como se pode verificar no Quadro , as famílias clássicas representam um número de 4415, sendo a família mais comum a composta por 2 e 3 elementos com uma representatividade ao nível concelhio de 29.30% e 24,48% respectivamente. 30 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 15: Recenseamento Eleitoral, nos anos 2000, 2001, 2002 Freguesia Recenseamento Eleitoral 2000 2001 2002 Mira 6.919 6.973 6.932 Seixo 1.174 1.215 1.254 Carapelhos 746 747 770 Praia de Mira 2.770 2.789 2.846 Total 11.609 11.724 11.802 Fonte: Diário da República, II Série Até ao ano de 2002, encontravam-se recenseadas no Concelho de Mira 11.802 pessoas. 31 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social 2 - Habitação 2.1 – Caracterização da Habitação no Concelho O núcleo urbano principal do Concelho de Mira são as Freguesias de Mira e Praia de Mira, é também nestas freguesias que se verifica a maior tendência de construção para habitação. No período temporal de 1998 – 2003 (referente ao ano de alvará), verifica-se nestas freguesias mais populosas do Concelho uma média de construção de habitação nova de 63,3 e 49,1%, representando cerca de 85% da construção no Concelho. Quadro 16: Edifícios licenciados para construção nova Freguesia 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Total Média Anual Carapelhos 10 43 55 12 120 4 61 54 13 132 2 62 56 19 139 11 64 53 13 141 6 87 49 18 160 3 63 28 9 103 36 380 295 84 795 6 63,3 49,2 14 132,5 Mira Praia de Mira Seixo Total (concelho) Fonte: INE, Câmara Municipal de Mira Quadro 17: Fogos licenciados para construção nova Freguesia 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Total Média Anual Carapelhos 9 44 85 9 147 4 51 75 9 139 1 59 56 15 131 10 62 65 10 147 3 71 86 22 182 3 60 120 14 197 27 287 367 65 746 4,5 47,8 61,2 10,8 124,3 Mira Praia de Mira Seixo Total (concelho) Fonte: INE, Câmara Municipal de Mira Também ao nível dos fogos licenciados para construção nova, é a freguesia da Praia de Mira que apresenta o maior número, traduzindo-se em duas situações: 32 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social primeiro, é a freguesia com maior procura de habitação, relacionada com a questão da 2ª residência e do turismo balnear, e segundo, em termos de tipologia dos edifícios é onde existem mais habitações plurifamiliares. Quadro 18: Alojamentos clássicos, segundo a forma de ocupação Total Vagos Residência Uso Total habitual Sazonal ou Para Para Para venda aluguer demolição 163 268 88 Outros secundário 6536 4369 2167 954 435 4399 Pessoas residentes Ocupados Famílias Clássicas Alojamento Clássicos, segundo a forma de ocupação 12764 Fonte: INE/censos de 2001 Quadro 19: Número de alojamentos familiares ocupados como residência habitual, segundo instalações (sanitárias/electricidade) Instalações de Instalações sanitárias (retrete/esgotos) electricidade Com Sem Com retrete no alojamento Electricidade Electricidade Com dispositivo de Sem descarga de Fora dispositivo Ligado Ligado Outros Ligado Ligado a Outros à rede ao Casos à rede sistema pública sistema pública particular de de esgotos de do retrete alojamento descarga particular Sem Retrete casos de esgotos esgotos esgotos 4366 19 904 2967 26 14 48 50 283 93 Fonte: INE/censos de 2001 33 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 20: Número de alojamentos familiares ocupados como residência habitual, segundo instalações existentes (água canalizada, banho ou duche) Com água canalizada no Com alojamento água Sem canalizada fora água da rede alojamento, de mas no fontanário particular edifício ou bica rede de 1084 ou duche do Proveniente Proveniente Outra Proveniente 3166 no Instalações de banho alojamento ou edifício Proveniente pública canalizada 42 Com Sem do poço ou forma instalação instalação furo de banho de banho particular ou duche ou duche 4199 186 5 62 6 Fonte: INE/censos de 2001 Quadro 21: Alojamentos Clássicos, ocupados como residência habitual segundo a época de construção Total 4369 Alojamentos Clássicos segundo a época de construção Antes de 1919 1919 a 1945 1946 a 1960 1691 a 1970 1971 a 1980 1981 a 1985 1986 a 1990 1991 a 1995 1996 a 2001 198 329 455 546 1071 635 442 356 337 Fonte: INE/censos de 2001 Ao nível da construção de alojamentos, e segundo os censos 2001, verificamos que houve um crescimento gradual da construção de habitação entre os anos de 1919 e 1980, atingido o pico de construção na década de 1970. A partir dos anos 80 verifica-se uma diminuição da construção. Actualmente verifica-se um menor poder económico por todas as conjunturas nacionais, o desemprego contribui em massa para o endividamento das famílias, baixando assim o número de construções para habitação particular. 34 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 2.2 - Habitação Social • Inexistência de um Parque Habitacional com destino a Habitação Social As deficientes condições habitacionais representam, ainda hoje, um dos principais problemas sociais do Concelho. Nos anos 70, por iniciativa da Autarquia, foi construído um bairro de habitações sociais, na localidade de Carromeu, destinado a acolher e alojar os imigrantes provenientes das ex-colónias portuguesas. Estas habitações foram construídas em pré – fabricado, devido à urgente integração da população que regressava das ex-colónias portuguesas, durante anos foi paga uma renda social à Câmara Municipal pela ocupação das referidas habitações, actualmente todos os que estiveram interessados puderem adquirir as habitações onde residiam, estando já elaboradas as escrituras. As carências habitacionais podem ser observadas um pouco por todo o Concelho, sendo estas mais evidentes na Freguesia de Mira e Praia de Mira. Esta última está sujeita a fortes pressões de ocupação, um pouco derivado à actividade turística que assume características sazonais, os terrenos atingem preços elevados e as famílias com problemas habitacionais usufruem baixos rendimentos, estando assim impossibilitados de adquirir terreno para habitação. Este facto, faz com que a população procure alojamentos que não oferecem as mínimas condições de habitabilidade, chegando a habitar no mesmo espaço três agregados familiares de gerações diferentes. Para fazer face a este problema, a Autarquia tem um Plano de Urbanização, na Freguesia da Praia de Mira, designado por Videira Norte, que permite, através de candidatura por parte da população do Concelho de Mira, adquirir terreno e construir habitação a custo controlado. Este Plano conta com um número de, aproximadamente, 195 fogos, cujo lote de terreno será entregue aos candidatos 35 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira após analisadas as candidaturas por uma Comissão de Análise, para construção de habitação. Também na Freguesia de Mira, na localidade de Carromeu, encontra-se já concluído um projecto de habitação social a custo controlado, com 46 fogos habitacionais. De referir ainda que, ao nível da intervenção cujo encaminhamento tenha por base o alojamento em habitação social, deparamo-nos com uma grande dificuldade, devido ao facto da Autarquia não possuir habitações que possibilitem alojamentos ou realojamentos da população mais carenciada, de cariz urgente, com problemas de habitação. É no entanto intenção da Autarquia, através do Plano de Urbanização acima referido por Videira Norte, levar a cabo a construção de prédio de habitação social para fazer face à lacuna existente nesta área de intervenção. 36 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 3 – Educação • Abandono Escolar • Escolas do 1º Ciclo que encerraram em 2004/2005 por falta de alunos: Ermida; Arneiro; Presa e Ramalheiro • Associação de Pais do 1º e 2º Ciclo e Jardim-de-infância de Mira • Associação de Pais do 3º Ciclo e Secundário • Associação de Estudantes 3º Ciclo e Secundário • Ensino Recorrente • 7 Jardins-de-infância da Rede Pública • 2 Jardins-de-infância da Rede Privada As recentes tentativas de descentralização operadas pelos últimos Governos portugueses têm vindo a consubstanciar-se, a um tempo, na transferência de funções nas Câmaras Municipais e nas Direcções Executivas das Escolas, e na constituição de Agrupamentos de Escolas (que prosseguem objectivos comuns a um mesmo território educativo, sob uma mesma Direcção). A promulgação do Decreto-lei nº 115-A/98, de 04 de Maio, teve como consequência mais visível a assunção por parte das estruturas locais de ensino de um maior grau de autonomia de gestão administrativa e pedagógica, mediante regras específicas perfeita e superiormente definidas, é certo, mas que resultou na eleição de novos modelos de órgãos de gestão escolar e na concretização de novas modalidades de participação da comunidade envolvente nos destinos da função educativa. Em Mira existem, actualmente, duas unidades escolares constituídas à luz dos novos normativos: o Agrupamento Vertical de Escolas de Mira (constituído por todos os estabelecimentos pré-escolares e escolares que leccionam até ao 2º Ciclo do Ensino Básico) e a Escola Sec/3 Dra. Maria Cândida (que rege o 3º Ciclo do Ensino Básico e o Ensino Secundário diurnos e nocturnos). 37 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Acresce referir que no Concelho não existem, ainda, estabelecimentos educativos de iniciativa privada com equiparação ao Ensino Público. 3.1 Agrupamento Vertical de Escolas de Mira Apesar da constituição deste Agrupamento não ter sido um processo linear e, por essa via, fácil e pacífico, as condições específicas do Concelho exigiam a sua constituição: impunham-na a rentabilização e racionalização dos recursos disponíveis, a melhor articulação entre os diferentes níveis de ensino, mas também a assunção de responsabilidades por parte dos órgão municipais no planeamento, gestão de equipamentos e edifícios, a construção, apetrechamento e manutenção dos estabelecimentos, e, ainda, a gestão eficiente dos transportes, refeitórios e pessoal afecto à educação pré-escolar e do 1º Ciclo do Ensino básico. 3.2 - Ensino Pré-escolar A evolução do quadro social e familiar tem influenciado as medidas de orientação política, no que respeita à educação pré – escolar, já que nos dá conta de algumas alterações na sua organização ao longo dos últimos anos. Neste sentido, a Lei n.º 5/97 de 10 de Fevereiro, Lei Quadro da Educação Pré – Escolar, determina que “os estabelecimentos de educação pré – escolar devem adoptar um horário adequado para o desenvolvimento das actividades pedagógicas, no qual se prevejam períodos específicos para actividades educativas, de animação e de apoio às famílias, tendo em conta as necessidades destas”. Destacam-se aqui alguns dos seus principais objectivos: promover o desenvolvimento pessoal e social da criança, inserção da criança em grupos sociais diversificados, contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e sucesso de aprendizagem no futuro, incentivar a participação das famílias no processo educativo. 38 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social A frequência do ensino pré – escolar é um direito e uma necessidade para todas as crianças, pois um dos factores mais importantes para o seu desenvolvimento pessoal e social é o convívio com outras crianças, a realização de experiências que possibilitem um desenvolvimento equilibrado. Os estabelecimentos pré – escolares são espaços pensados e organizados em função das crianças e adequados aos seus interesses e necessidades. 3.2.1 Educação Pré-Escolar Como se pode verificar pelo gráfico abaixo, o número de alunos que frequentam este nível de ensino não cessou de crescer a partir do ano lectivo 1995/96, apesar do registo da quebra verificada em 2002/03 – que se enquadra, aliás, na tendência nacional de diminuição de alunos nestes níveis iniciais de escolarização, fruto de um baixa natalidade. Gráfico 2: Evolução do nº de alunos da Educação Pré-Escolar 250 200 150 100 50 0 1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/4 2004/05 Em consequência desse crescimento, o número de estabelecimento foi crescendo, também, estabilizando, a partir de 1998/99, no número sete unidades. Essa evolução está bem patente no gráfico que se segue: 39 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Gráfico 3. Evolução do nº de Jardins-de-infância em funcionamento no Concelho 8 6 4 2 0 1995/96 1997/98 1999/00 2001/02 2003/4 São eles: • Jardim-de-infância de Mira – frequentado no actual ano lectivo por 49 alunos, é composto por duas salas, 4 WC’s, hall, cozinha, sala polivalente, 2 dispensas 1 gabinete para educadoras, pátio coberto e jardim exterior; • Jardim-de-infância de Praia de Mira – frequentado no actual ano lectivo por 63 alunos, é composto por três salas, 4 WC’s, hall, cozinha, sala polivalente, 1 gabinete para educadoras e jardim exterior; • Jardim-de-infância de Barra de Mira – frequentado no actual ano lectivo por 13 alunos, é composto por uma sala, 2 WC’s, hall, cozinha, sala polivalente, 3 dispensas, 1 gabinete para educadoras e jardim exterior; • Jardim-de-infância de Portomar – frequentado no actual ano lectivo por 20 alunos, é composto por uma sala, 3 WC’s, hall, cozinha, sala polivalente, 2 dispensas, 1 gabinete para educadoras, 1 casa de máquinas, pátio coberto e jardim exterior; • Jardim-de-infância de Lentisqueira – frequentado no actual ano lectivo por 17 alunos, é composto por uma sala, 3 WC’s, hall, cozinha, sala polivalente, 3 dispensas, 1 gabinete para educadoras e jardim exterior; • Jardim-de-infância de Casal de S. Tomé – frequentado no actual ano lectivo por 20 alunos, é composto por uma sala, 2 WC’s, hall, cozinha, 4 dispensas 2 gabinete para educadoras e jardim exterior; 40 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social • Jardim-de-infância de Carapelhos – frequentado no actual ano lectivo por 20 alunos, é composto por uma sala, 2 WC’s, hall, cozinha, sala polivalente, 2 dispensas, 1 gabinete para educadoras, pátio coberto e jardim exterior. Importante, parece-nos, será de referir aqui, ainda que a título de chamada de atenção a diminuição de alunos a frequentar estes estabelecimentos que se verificou do ano lectivo passado para este e que poderá ter vindo a condicionar a evolução do Ciclo de estudos seguinte: Quadro 22: Jardins-de-Infância Jardim 2003/04 50 Praia de Mira 70 2004/05 49 63 Ano Lectivo Mira Lentisqueira Carapelhos Casal Portomar Barra 18 25 25 25 17 17 20 20 20 13 Fonte: Agrupamento de escolas Obviamente, as situações mais preocupantes são, sem dúvida, a Lentisqueira, os Carapelhos, a Barra e o Casal de S. Tomé, que apresentam quebras na ordem dos 20 %. Urge verificar das causas deste fenómeno. Para além dos estabelecimentos de ensino pré – escolar supracitados, existe ainda no Concelho de Mira a Obra de Promoção Social do Distrito de Coimbra, Instituição Particular de Solidariedade Social com duas Instituições: a Casa da Criança com sede em Mira, e o Centro de Bem-estar Infantil com sede na Freguesia do Seixo. Estas Instituições usufruem das valências de Creche e Jardim-de-infância. 41 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 23: n.º de crianças a frequentar a Casa da Criança Anos Creche Jardim-de-infância Total 2003/2004 22 35 57 2004/2005 22 35 57 Quadro 24: n.º de crianças a frequentar o Centro de Bem-estar Infantil do Seixo Anos Creche Jardim-de-infância ATL Total 2003/2004 34 44 20 98 2004/2005 35 40 21 96 3.3. 1º Ciclo do Ensino Básico Contrariamente ao pré-escolar, a população estudantil do 1º Ciclo do Ensino Básico não cessa de diminuir, apesar da ligeira recuperação que se pôde verificar nos três últimos anos lectivos (gráfico nº 3): Gráfico 4. Evolução do nº de alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico 700 600 500 400 300 200 100 0 1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/4 2004/05 42 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Daí, também que algumas escolas deste ciclo de ensino tenham vindo a ser encerradas: o reduzido número de alunos e a racionalização dos recursos existentes assim o exigem. 18 17 17 17 17 17 17 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/4 13 2004/05 18 1997/98 1995/96 20 18 15 10 5 0 1996/97 Gráfico 5. Evolução do nº de Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico As Escolas que leccionam, junto da população do Concelho neste nível de ensino são: EB 1º Ciclo Barra I – frequentada no actual ano lectivo por 15 alunos, é composto por uma sala, 1 WC, hall, pátio e arrecadação; e encontra-se em razoável estado de conservação; EB 1º Ciclo Barra II – frequentada no actual ano lectivo por 5 alunos, é composto por uma sala, 1 WC, hall, pátio e arrecadação; e encontra-se em razoável estado de conservação; EB 1º Ciclo Carapelhos – frequentada no actual ano lectivo por 36 alunos, é composto por duas salas, 1 WC, pátio coberto, cozinha e arrecadação; e encontra-se em bom estado de conservação; EB 1º Ciclo de Casal de S. Tomé – frequentada no actual ano lectivo por 21 alunos, é composto por duas salas, 1 WC, hall, pátio coberto, cozinha e arrecadação; e encontra-se em razoável estado de conservação; 43 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira EB 1º Ciclo de Cavadas – frequentada no actual ano lectivo por 13 alunos, é composto por duas salas, dois gabinetes, 1 WC, hall e pátio; e encontra-se em razoável estado de conservação; EB 1º Ciclo de Corticeiro de Baixo – frequentada no actual ano lectivo por 23 alunos, é composto por uma sala, 1 WC, hall e pátio; e encontra-se em bom estado de conservação; EB 1º Ciclo de Lagoa – frequentada no actual ano lectivo por 10 alunos, é composto por duas salas, 1 WC, hall, pátio coberto e jardim exterior; e encontrase em razoável estado de conservação; EB 1º Ciclo de Leitões – frequentada no actual ano lectivo por 9 alunos, é composto por uma sala, uma sala de apoio, 1 WC, hall e pátio; e encontra-se em razoável estado de conservação; EB 1º Ciclo de Lentisqueira – frequentada no actual ano lectivo por 15 alunos, é composto por uma sala, um gabinete, 1 WC, pátio e arrecadação; e encontra-se em razoável estado de conservação; EB 1º Ciclo de Mira – frequentada no actual ano lectivo por 143 alunos, é composto por quatro salas, 1 salão polivalente, Biblioteca, sala de professores, WC, pátio exterior; e encontra-se em bom estado de conservação; EB 1º Ciclo de Portomar – frequentada no actual ano lectivo por 48 alunos, é composto por duas salas, Biblioteca, cantina, WC, pátio exterior; e encontra-se em bom estado de conservação; EB 1º Ciclo de Praia de Mira – frequentada no actual ano lectivo por 136 alunos, é composto por sete salas, Biblioteca, 1 gabinete, 1 salão polivalente, WC e pátio exterior; e encontra-se em bom estado de conservação; EB 1º Ciclo de Seixo – frequentada no actual ano lectivo por 50 alunos, é composto por dois edifícios: um em Cabeças verdes, l com 4 salas, WC e pátio coberto; e outro no Seixo com duas salas, WC, hall, pátio coberto e arrecadação; e encontra-se em razoável estado de conservação; 44 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Importa ainda referir que no presente ano lectivo não se encontram em funcionamento, por falta de número de alunos que o justifique, as Escolas E B 1º Ciclo de Arneiro, Ermida, Presa e Ramalheiro. 3.4 - 2º Ciclo do Ensino Básico O 2º Ciclo do Ensino Básico é ministrado num estabelecimento sito na Vila de Mira propriamente dita. Apresenta a seguinte evolução em termos de número de alunos: Gráfico 6. Evolução do nº de alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico 400 293 266 1998/99 1999/00 314 316 280 280 251 2002/03 2003/4 2004/05 200 0 2000/01 2001/02 Como se pode verificar, o número de alunos tem vindo a acompanhar a tendência decrescente já verificada no 1º Ciclo do Ensino Básico. A Escola Básica 2º Ciclo de Mira, frequentada no actual ano lectivo por 251 alunos, é composta por três blocos (‘A’, ’B’, ’C’), cantina, balneários e portaria; vinte e oito salas distribuídas pelos três edifícios. Possui, ainda, papelaria, reprografia, PBX, sala de professores, sala de Directores de Turma, sala de convívio de alunos, sala de pessoal não docente, sala do Conselho Executivo, seis WC para alunos e dois para pessoal docente e não docente. O seu estado de conservação foi considerado razoável. 45 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 3.5 – Associações de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos das Escolas do 1º e 2º Ciclos com Jardins – de – Infância de Mira Fundada a 11 de Junho de 2004, a Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos das Escolas do 1.º e 2.º Ciclos com Jardins-de-Infância de Mira “visa a defesa dos interesses dos seus associados, em tudo quanto respeita à educação dos seus filhos e educandos” (Artigo 3.º dos Estatutos). Produto de uma vontade férrea de um grupo de encarregados de educação que considera primordial a construção de uma escola melhor para as crianças do concelho de Mira, a Associação surge, assim, como ponto de partida de um longo caminho a percorrer em matéria de educação, um caminho, quiçá sinuoso, cujas encruzilhadas já constituíram alguns obstáculos nem sempre fáceis de transpor. Durante vários meses, um grupo de sete encarregados de educação reuniu-se assiduamente, elaborou os Estatutos e fundou e registou a Associação de Pais e Encarregados de Educação, por meio de escritura pública efectuada no Cartório Notarial de Mira. O processo de implantação da Associação conheceu alguns escolhos, ora resultantes da falta de sensibilização por parte da maioria dos encarregados de educação relativamente a esta temática, ora devidos à incompreensão revelada pelos próprios agentes educativos no tocante ao reconhecimento e aceitação do papel activo que os pais e encarregados de educação podem e devem assumir no percurso escolar dos seus educandos. Assim, não se afigurará surpreendente a constatação de que muitos encarregados de educação mostraram a sua total indisponibilidade para participar no acto eleitoral de 14 de Outubro de 2004, através do qual ficou legitimado o mandato dos actuais dirigentes da Associação para o ano lectivo 2004-2005. 46 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Notórias foram também a relutância e a posição defensiva evidenciadas pelos pais e encarregados de educação face à representatividade em certos órgãos, designadamente a Assembleia de Escola e o Conselho Pedagógico. Apesar de tudo, os pais e encarregados de educação fazem-se representar em diversos órgãos, continuando a ter uma participação activa e empenhada. Desde o primeiro momento que a Associação tem debatido o problema das instalações do 1.º Ciclo do Ensino Básico, na vila de Mira, pelo facto de algumas turmas serem relegadas para o edifício do 2.º Ciclo, com todas as implicações que daí advêm. Urge, pois, que se efectuem todas as diligências no sentido de proceder à ampliação da referida escola. Por outro lado, existe alguma apreensão relativamente à violência observada entre os alunos, tendo a Associação sugerido a admissão de um maior número de funcionários, a fim de intensificar os níveis de vigilância nos espaços escolares. No âmbito do Projecto Educativo e da sua componente de Actividades de Enriquecimento Curricular destinadas aos alunos do 4.º ano de escolaridade, a Associação empenhou-se ainda na discussão e elaboração de um conjunto de sugestões e propostas, as quais foram posteriormente apresentadas ao Conselho Executivo do Agrupamento. Para além dos contactos frequentes que tem mantido com o Vereador da Educação da Câmara Municipal de Mira, deve também destacar-se o papel desta Associação que pugnou pelo não encerramento de escolas do 1.º Ciclo, tais como a Escola da Lagoa, e o apoio incondicional à criação e manutenção de centros de ATL, nos casos em que lhe foi solicitado. Salientamos uma actuação que indubitavelmente está a ensaiar os primeiros passos, com muita vontade e humildade. “Move-nos a convicção de estarmos a contribuir para a qualidade do ensino, o qual se deve pautar por critérios de exigência e rigor, não descurando valores tão sublimes como o respeito e a tolerância, numa escola que se pretende mais justa e imbuída de cultura”. 47 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social 3.6 - Ensino Secundário Escola Sec/3 Dra. Maria Cândida – Mira A Escola Sec/3 Dra. Maria Cândida, também sedeada na Vila de Mira, tem vindo a apresentar um crescendo na evolução do número de alunos, se considerar mos dois ciclos de ensino que rege em dois turnos (diurno e nocturno) e como se pode verificar pelos gráficos abaixo: Gráfico 7. Evolução do nº de alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico 600 400 450 405 448 478 380 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 524 507 2003/4 2004/05 200 0 1998/99 Gráfico 8. Evolução do nº de alunos do Ensino Secundário 400 360 325 309 200 254 298 257 298 0 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/4 2004/05 48 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Gráfico 9. Evolução do nº de alunos do Ensino Nocturno (3º Ciclo e Secundário Recorrentes) 200 0 103 65 50 100 Secundário 28 29 32 37 30 2000/01 2001/02 2002/03 2003/4 2004/05 3º Ciclo Apesar de se registarem, é certo, ligeiras quebras, ora num ciclo, ora noutro, o que é certo é que, no computo geral, o número de alunos tem vindo a crescer, já que a quebra no 3º Ciclo é acompanhada de uma evolução favorável o Secundário e Vice-versa. Já no Ensino nocturno, à quebra no 3º Ciclo corresponde o natural aumento do Ensino Secundário, já que os alunos transitam de um ciclo para o outro. O estabelecimento de Ensino é composto por cinco edifícios. Neles poderemos encontrar um total de trinta e três salas de aula, das quais seis são salas específicas de informática, quatro laboratórios, um auditório e duas salas – oficina; e ainda treze lavabos em bom estado de conservação, pátio exterior, polivalente desportivo e jardim. Possui, ainda, em funcionamento, PBX, refeitório, cozinha, dois bufetes, sala polivalente para alunos, sala dos Serviços Administrativos, Gabinetes do Conselho Executivo (dois), Gabinete da Chefe de Serviços Administrativos, Gabinete da Chefe de Pessoal não Docente, Gabinete das Professoras de Apoio Educativo e Psicóloga e Gabinetes dos Núcleos de Estágio; e ainda, da sala de convívio para professores, sala de convívio para pessoal não docente, Centro de Recursos (Biblioteca, mediateca e sala de leitura). Importa aqui referir que esta é uma Escola de tipologia S24, isto é, optimizada para ter em funcionamento apenas vinte e quatro das suas mais de quarenta 49 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira turmas, já que, originalmente, possuía apenas vinte e quatro salas. Os esforços da Direcção Executiva na transformação de espaços previstos para outros fins, permitiu aumentar esse número para as actuais trinta e três. Leccionam, nesta escola, no presente ano lectivo 122 professores; ao nível do pessoal docente, a Escola debate-se com grandes dificuldades, já que são em número claramente insuficiente para as actuais necessidades da Escola: digamos que apenas se encontram ao serviço pouco mais de 50% do seu quadro de pessoal não docente – fruto de processos de aposentação e de transferências cujos efectivos não foram repostos. 3.6 - Ensino Recorrente O Concelho de Mira oferece ensino recorrente ao nível do 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino secundário. No que respeita ao 1º ciclo do ensino básico este tem vindo a ser ministrado regularmente todos os anos, notando-se um certo aumento de alunos inscritos; quanto ao 2º ciclo do ensino básico este é ministrado em anos alternados. Quanto ao 3º ciclo do ensino básico e secundário, no ano lectivo de 2003/2004, a Escola Secundária Dr.ª Maria Cândida tinha 37 alunos inscritos no 3º ciclo e 65 alunos no ensino secundário recorrente. 50 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 4 - Saúde De acordo com a Organização Mundial de Saúde, “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”. Equipamentos de Saúde O Concelho de Mira, no que concerne a equipamentos de saúde, está dotado de um Centro de Saúde (sede) e cinco extensões. Existem ainda entidades privadas com acordo com a ARS do Centro sub-região de Saúde de Coimbra para prestação de cuidados de saúde neste Concelho, nomeadamente ao nível de análises clínicas e consultas de oftalmologia. As Unidades Hospitalares mais próximas são o Hospital João. Crisóstomo em Cantanhede e Hospital da Universidade de Coimbra. No que respeita ao Centro de Saúde, este define-se como uma unidade integrada, polivalente e dinâmica, prestadora dos Cuidados de Saúde Primários que visam a promoção e vigilância da Saúde, o diagnóstico, o tratamento da doença, dirigindo globalmente a sua acção ao indivíduo, família e comunidade. O Centro de Saúde de Mira é constituído por um único edifício (sede), onde funcionam: os Serviços Administrativos Centrais, o Serviço de Ambulatório com consultas de medicina familiar, medicina infantil, saúde materna, planeamento familiar, sala de tratamentos e injectáveis, consultas em Saúde do Idoso, Apoio Domiciliário da saúde (com prestação de vários serviços ao utente), Gabinete do Utente/Serviço Social, Serviço de Saúde Pública, Grupos de Risco – diabéticos e hipertensos, Serviço de Radiologia, Serviço de Atendimento Permanente (SAP, que funciona das 08 horas às 20 horas). 51 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Existem ainda cinco extensões de saúde: Praia de Mira, Seixo, Barra, Lentisqueira e Carapelhos, que prestam cuidados em regime de ambulatório. Quadro 25: Estrutura Etária dos Utentes Inscritos Idades Masculino Feminino >= 80 254 470 75-79 237 368 70-74 316 410 65-69 443 494 O total de inscritos no Centro de saúde 60-64 417 492 de Mira perfaz um número de 15249 55-59 417 547 utentes. Destes, 13140 encontram-se 50-54 474 506 45-49 462 470 40-44 530 506 35-39 522 533 ao serviço de saúde e também os 30-34 548 568 emigrantes, que durante o período de 25-29 601 605 férias regressam ao Concelho. 20-24 517 554 15-19 446 430 10-14 397 395 05-09 355 362 <05 Anos 322 281 Total 7258 7991 inscritos com médico de família. De referir ainda que, o n.º de utentes inscritos incluem também os utentes que durante o período balnear recorrem 52 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Recursos Humanos No que respeita aos recursos humanos, existem no Centro de saúde, incluindo a sede e as cinco extensões: 12 médicos de família, 1 médico de Saúde Pública, 1 Radiologista. Quadro 26: Pessoal em funções no ano 2001 Categoria Profissional N.º de elementos Dirigente (direcção com 3 elementos) 3 Pessoal Técnico Médico(a) (inclui delegado de saúde e estomatologia) 12 Enfermeiro 12 Técnico de Saúde Ambiental 1 Técnico de Radiologia 1 Técnica de Serviço Social 1 Pessoal administrativo Técnico de contas ou com funções equiparadas 2 Outros administrativos 11 Pessoal preparado Auxiliares de apoio e vigilância 9 Pessoal auxiliar Telefonista 1 Total 50 53 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 5 - Acção Social • CPCJ Problemáticas: Abandono – 3 casos Negligência – 15 casos Abandono Escolar – 3 casos Abuso Sexual – 1 caso Exercício abusivo de autoridade – 2 caso Exposição a modelos de comportamento desviante – 7 casos Problemas de saúde – 1caso • Taxa de cobertura da Valência de Creche: 11,8% • Lista de espera para Ama Social: 10 • Inexistência de vagas para Lar de Idosos • Inexistência de resposta social na valência de lar residencial de apoio à deficiência • Taxa de Cobertura de ATL no Concelho: 23,9% • Taxa de Cobertura de Apoio Domiciliário a Idosos: 3,6% 5.1 Enquadramento da Acção Social A actual lei de bases da segurança social, (lei n.º 32/2002 de 20 de Dezembro), apresenta a acção social como um dos sistema da Segurança Social. De acordo com o art. 82, da referida Lei, tem como objectivos fundamentais: 1 - A prevenção e reparação de situações de carência e desigualdade socio-económica, de dependência, de disfunção, exclusão ou vulnerabilidades 54 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social sociais, bem como a integração e promoção comunitária das pessoas, e o desenvolvimento das respectivas capacidades. A actuação de Acção social situa-se em três grandes níveis: • Insuficiência de recursos ou carência económica; • Disfunção social; • Exclusão social. Relativamente à insuficiência de recursos ou carência económica a Acção Social intervém e abrange as situações em que o sistema público de Segurança Social não consegue cobrir, ou não o faz de forma adequada, por força das regras do seu funcionamento. A Acção Social intervém assim na protecção económica como último limiar de segurança. A disfunção social constitui uma situação de desajustamento, por vezes com incidência de conflitualidade ou ruptura, no funcionamento da própria família, das condições concretas da vida dos seus membros, e nas suas relações com a Comunidade em que se insere, geradora de necessidades específicas de apoio e acompanhamento, com objectivos de prevenção e inserção familiar e social. A exclusão social traduz uma situação de ruptura do vínculo social, tendencialmente complexo e grave, resultante da interacção evolutiva de várias causas (económicas, culturais, habitacionais e políticas), que afectem indivíduos, famílias ou grupos sociais, cujos comportamentos se caracterizam por manifestações de pobreza ou de precarização da vida em sociedade, e da perda da sua autonomia como cidadãos. 2 – Assegurar também especial protecção aos grupos mais vulneráveis, nomeadamente crianças, jovens, pessoas com deficiência e idosas, bem como outras pessoas em situação de carência económico-social, disfunção ou 55 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social marginalização social, desde que estas situações não possam ser superadas pelo Subsistema de Solidariedade. Através do princípio da selectividade material, a Acção Social diferencia de forma positiva a sua intervenção, de modo a dar prioridade aos grupos economicamente mais carenciados, mais gravemente atingidos pela disfunção e exclusão social. Para prosseguir os seus objectivos, o Sistema de Acção Social baseia-se em alguns princípios orientadores: • Satisfação das necessidades essenciais das pessoas e das famílias mais carenciadas; • Prevenção perante os fenómenos económicos e sociais susceptíveis de fragilizar as pessoas e comunidades; • Intervenção prioritária das entidades mais próximas das pessoas carenciadas; • Desenvolvimento social através da qualificação e integração comunitária dos indivíduos; • Contratualização das respostas numa óptica de envolvimento e responsabilização dos destinatários; • Utilização eficiente dos serviços e equipamentos sociais, de forma a eliminar as sobreposições, lacunas de actuação e assimetrias na disposição geográfica dos recursos envolvidos; • Valorização das parcerias, constituídas por entidades públicas e particulares, para uma actuação integrada junto das pessoas e das famílias. 56 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Prestações de Acção Social A protecção nas eventualidades ao nível da Acção Social realiza-se através da concessão de: A) Prestações pecuniárias de carácter eventual e em condições de excepcionalidade (apoios eventuais); B) Prestações em espécie – traduzem-se na utilização de serviços e equipamentos de apoio social (na Infância e Juventude, Família, Comunidade, População Idosa e Deficiente); C) Acesso à Rede Nacional de Serviços e Equipamentos Sociais; D) Apoio a Programas de combate à pobreza, disfunção, marginalização, exclusão social e a grupos específicos da população. A Acção Social é desenvolvida pelo Estado, pelas Autarquias e por Instituições privadas sem fins lucrativos (IPSS e ONG). 5.2 - Serviços e Equipamentos/respostas sociais existentes no concelho AMA Pessoa que, por conta própria, mediante retribuição, cuida de uma ou mais crianças, que não sejam suas parentes ou afins na linha recta ou no 2º grau da linha colateral, por um período correspondente ao trabalho ou impedimento dos pais (Dec-Lei nº 158/84 de 17 de Maio) 57 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 27: Amas e crianças no Concelho de Mira Freguesia Mira Praia de Mira Localidade nº de amas nº de crianças em ama 4 n.º de crianças por ama 4 Casal de S. Tomé 1 Lentisqueira 1 4 4 Praia de Mira 3 12 4 TOTAL 5 20 4 Fonte: CDSS de Coimbra De acordo com o Quadro 27, constatamos que actualmente no Concelho de Mira existem 5 amas que se ocupam da guarda de 20 crianças. A freguesia que apresenta maior número de amas (3) é a Praia de Mira, oferta que continua, no entanto, a ser manifestamente insuficiente face às necessidades sentidas pela população, se considerarmos que actualmente se encontram em lista de espera cerca de 10 crianças. Convém considerar que o número de potenciais utilizadores desta valência poderá ser superior, uma vez que muitos pais tentam encontrar respostas fora do concelho. A acrescentar a este número, deve ainda ser considerado um número indeterminado de casos que na falta desta resposta procuram soluções de recurso. Sendo a Praia de Mira uma freguesia semi-urbana, e atendendo à crescente fixação da população, maioritariamente casais jovens que se instalam na localidade da Praia, onde a construção de habitações em propriedade horizontal (apartamentos) ou em bairros como o Miravillas ou Miroásis contribuem para uma grande procura da valência de Ama face à inexistência ACOLHIMENTO FAMILIAR Resposta social que consiste em acolher transitória e temporariamente, por pessoa considerada idónea para a prestação desse serviço, crianças e jovens cuja 58 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social família natural não esteja em condições de desempenhar a sua função sócioeducativa (Dec-Lei n.º 190/92 de 3 de Setembro). Quadro 28: Acolhimento familiar no Concelho de Mira FREGUESIA TIPO DE FAMÍLIA DE ACOLHIMENTO NATURAL NÃO NATURAL N.º DE CRIANÇAS Mira 2 1 5 Praia de Mira 2 - 5 TOTAL 4 1 10 N.º MÉDIO DE CRIANÇAS E JOVENS EM ACOLHIMENTO FAMILIAR 2 Fonte: CDSS (Abri 2005) Segundo o Quadro, existem 5 famílias de acolhimento no Concelho de Mira, que acolhem 10 crianças privadas de meio familiar. A média do Concelho é de 2 Crianças por família. A Freguesia de Mira e da Praia de Mira apresentam o mesmo número de crianças em acolhimento (5). É de salientar que 4 das 5 famílias de acolhimento são naturais, sendo a avó a pessoa responsável pelo acolhimento, a quem o exercício do poder paternal foi concedido judicialmente, no âmbito de Acordos de Promoção e Protecção estabelecidos no âmbito da CPCJ. Apenas uma das famílias de acolhimento (Freguesia de Mira) não tem qualquer ligação de parentesco às crianças acolhidas (3 irmãos). A Freguesia de Mira apresenta duas amas, uma localizada em Casal de S. Tomé e outra na Lentisqueira, cada uma das quais se ocupa de 4 crianças. A ama instalada nesta última localidade surgiu fundamentalmente para fazer face às necessidades sociais sentidas pelas mães trabalhadoras na antiga fábrica dos móveis Brasão. 59 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social A instalação de uma Ama na localidade de Casal de S. Tomé deve-se à insuficiência de resposta do equipamento de creche do equipamento de creche existente no centro do Freguesia de Mira (casa da criança). CRECHE É uma resposta social de âmbito sócio – educativo que se destina a crianças dos 3 meses aos 3 anos de idade, durante o período diário correspondente ao horário laboral dos pais. Quadro 29: Creches no Concelho de Mira Em espera Utentes com Acordo Frequência Casa da Criança de Mira 22 22 22 7 Centro de Bemestar Infantil do Seixo 33 33 33 6 Equipamento Capacidade Taxas de cobertura Conc. 11,8% Dist. Nac. 18,8% - Fonte: carta social 2004 No Concelho de Mira existem apenas 2 creches, ambas pertencentes à Obra de Promoção Social dos Distrito de Coimbra (IPSS), ambas com lista de espera, no total de 13 crianças. 60 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira A taxa de cobertura da valência de creche situa-se nos 11,8%, valor bastante baixo, manifestamente inferior à média distrital que se situa nos 18,8%. È de salientar a existência de um projecto já aprovado e que prevê a reinstalação da casa da criança num novo espaço, o qual será alvo das necessárias adaptações, o que a concretizar-se permitirá um aumento da capacidade da valência creche para mais 7 crianças. No Concelho de Mira, a valência em causa é uma resposta social com cobertura insuficiente face às necessidades sentidas pelas famílias, tendo estas que recorrer a outras Instituições fora do Concelho. Relativamente à sua distribuição, verifica-se que a Freguesia da Praia de Mira, a segunda maior do Concelho, não possui qualquer equipamento social que desenvolva a valência de creche. Tal facto constitui um problema social, considerando que se trata da Freguesia que apresenta maior número de nascimentos, sendo por isso urgente a construção de um equipamento que dê resposta na valência de creche. 61 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social CENTRO DE ACTIVIDADES DE TEMPOS LIVRES (ATL) Resposta que se destina a proporcionar actividades do âmbito da animação sociocultural a crianças, tendencialmente a partir dos 6 anos, e a jovens, de ambos os sexos, nos períodos disponíveis das responsabilidades escolares e de trabalho. Os Centros de Actividades de Tempos Livres podem revestir várias formas, de acordo com o modelo de intervenção. Quadro 30: ATL no Concelho de Mira FREGUESIA EQUIPAMENTO UTENTES CAP. COM ACORDO FREQ. Lista de espera Mira Casa do Povo de Mira 65 65 69 55 Praia de Mira Unidade Paroquial de Apoio Social Assoc. Solidariedade de Carapelhos e Cort. Baixo Centro de Bemestar Infantil do Seixo 35 65 65 - Carapelhos Seixo Taxa de cobertura Conc. Distr. 23,9% 42.7% 25 25 39 20 20 20 14 Fonte: Carta Social 2004 Os dados do Quadro 30 indicam que existe um ATL em cada uma das Freguesias do Concelho. No entanto, Mira e Praia de Mira apresentam uma frequência superior à capacidade do respectivo acordo, o mesmo se verifica com o ATL dos Carapelhos. Considerando o total da população com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos, 145 crianças beneficiam da utilização desta resposta, correspondendo a uma taxa de 23,9%, enquanto a do Distrito é de 42,4%. 62 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Muito recentemente foi pedido o alargamento dos acordos de cooperação para a valência de ATL com a Associação de Solidariedade Social de Carapelhos e Corticeiro de Baixo (15 utentes) e com a Unidade Paroquial de Apoio Social da Praia de Mira (20 utentes), situação que permitirá um aumento da respectiva taxa de cobertura. De realçar que a quase totalidade dos equipamentos de ATL não dispõe de instalações que permitam o aumento da respectiva capacidade a curto prazo. Por outro lado, é de salientar a necessidade sentida ao nível desta valência pela população da localidade da Barra (Freguesia da Praia de Mira) onde a valência de ATL funcionou apenas durante dois anos, tendo sido suspensa, face à denúncia do acordo de cooperação efectuado pela instituição responsável. No presente Ano Lectivo, a solução encontrada está a ser desenvolvida no âmbito de um projecto do Agrupamento de Escolas. LAR DE CRIANÇAS E JOVENS Resposta social que tem por objectivo o acolhimento de crianças/jovens no sentido de lhes proporcionar estruturas de vida tão aproximada quanto possível às das famílias, com vista ao seu desenvolvimento global, criando condições para a definição do projecto de vida de cada crianças/jovem. Quadro 31: Lar de Crianças e Jovens no Concelho de Mira FREGUESIA Praia de Mira EQUIPAMENTO Sociedade de Promoção Social Obra do Frei Gil UTENTES CAPACIDADE FREQUÊNCIA COM ACORDO 40 40 40 Fonte: (Carta Social 2004) 63 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Conforme o Quadro 31, verificamos que no Concelho de Mira existe apenas um equipamento para a valência de Lar de crianças e jovens – Sociedade de Promoção Social “Obra do Frei Gil” – com capacidade, acordo e frequência de 40 crianças/jovens. O equipamento em causa é de âmbito nacional, acolhendo crianças de todo o País, as quais são encaminhadas pelos Tribunais e pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco. A Instituição acolhe actualmente 4 crianças do Concelho, no âmbito de Acordos de Promoção e Protecção celebrados no âmbito da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Mira. CENTRO DE DIA Resposta social, desenvolvida em equipamento, que consiste na prestação de um conjunto de serviços que contribui para a manutenção dos Idosos no seu meio familiar. Quadro 32: Centros de Dia no Concelho de Mira Freguesia Mira Praia de Mira Seixo Equipamento Associação de Idosos Mirense Centro Paroquial de Solidariedade Social Unidade Paroquial de Apoio Social Centro Social Paroquial do Seixo Utentes com Acordo Capacidade Frequência Taxas de cobertura Conc. 30 50 30 16 30 21 Dist. Nac. 4,1% 4,1% 14 15 15 40 35 35 Fonte: Carta Social 2004 64 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social No Concelho de Mira, e de acordo com o Quadro 32, verificamos que existem 4 equipamentos que possuem a valência de Centro de Dia, encontrando-se os referidos equipamentos distribuídos por 3 freguesias. É de salientar que a Freguesia dos Carapelhos não dispõe da valência em causa. A Freguesia de Mira é, no conjunto, a que possui maior número de equipamentos e maior capacidade (2) envolvendo utentes. No total, em 2004, os equipamentos possuíam uma capacidade para utentes, tendo uma frequência de Idosos. Nesta valência, a taxa de cobertura global do Concelho é de 4,1% atingindo o mesmo valor da média distrital (4,1%). LAR DE IDOSOS Estabelecimento em que sejam desenvolvidas actividades de apoio social a pessoas Idosas através do alojamento colectivo de utilização temporária em permanente fornecimento de alimentação, cuidados de saúde, higiene, conforto, fomentando o convívio e proporcionando a animação social e a ocupação dos tempos livres dos utentes (Despacho normativo n.º 12/95, de 5 de Março). Quadro 33: Lar para Idosos no Concelho de Mira Freguesia Mira Equipamento Associação de Idosos Mirense Utentes com Acordo 56 Capacidade Frequência Taxas de cobertura Conc. 56 56 Dist. Nac. 2,3% 3,0% Fonte: Carta Social 2004 Os dados contidos no Quadro 33 indicam que existe apenas um equipamento com a valência de Lar no Concelho de Mira – Associação de Idosos Mirense – que mantém um acordo com a Segurança Social para 56 utentes, uma 65 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social frequência de 56 utentes e uma capacidade para 56. Verificamos que a capacidade está esgotada, mantendo a Instituição ainda lista de espera. É uma valência com uma reduzida taxa de cobertura (2,3%), muito solicitada pela população local, situando-se abaixo do valor da taxa distrital que se situa nos 3,0%. De salientar que se encontra em fase de anteprojecto, um equipamento de características e modelo específico designado por “Residências Assistidas”, de natureza lucrativa, destinado a Idosos de classe média/alta, tendo sido solicitado à Segurança Social o respectivo parecer/licenciamento. SERVIÇO DE APOIO DOMICILIÁRIO Resposta social que consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou as actividades de vida diária (Despacho normativo n.º 62/99, de 12 de Novembro). Quadro 34: Serviço de Apoio Domiciliário no Concelho de Mira Freguesia Equipamento Associação de Idosos Mirense Centro Paroquial Solid. Social Praia de Unidade Paroquial Mira de Apoio Social Carapelhos Ass. S. Carapelhos e Cortic. de Baixo Centro Social Seixo Paroquial do Seixo Mira Utentes com Acordo Capacidade Frequência Taxas de cobertura Conc. 20 20 20 15 15 15 Dist. Nac. 3,6% 4,7% 16 30 34 15 15 20 20 20 27 Fonte: Carta Social 2004 66 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social No que se refere à valência de Serviço de Apoio Domiciliário, o Quadro 34 indica-nos que no Concelho de Mira existem 5 equipamentos que desenvolvem respostas nesta área. A capacidade total situa-se em 86 utentes com acordo, sendo prestados serviços efectivos a 116 utentes. Todas as freguesias dispõem desta valência, mas a Freguesia de Mira é aquela que dispõe de maior número (2) de equipamentos. A taxa de cobertura desta valência é de 3,6%, situando-se no entanto abaixo do valor da taxa distrital que se situa nos 4,6%. CENTRO DE ACTIVIDADES OCUPACIONAIS (CAO) O Centro de Actividades Ocupacionais é uma estrutura destinada a desenvolver actividades para jovens e adultos com deficiência grave e profunda, com o objectivo de: - Estimular e facilitar o desenvolvimento das suas capacidades; - Facilitar a sua integração social; - Facilitar o seu encaminhamento, sempre que possível, para programas adequados de integração socioprofissional. Quadro 35: Valência Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) Equipamento Mira Distrito CERCIMIRA - CAO - População Utentes Capacidade def. mental com Acordo Frequência Taxas de cobertura 98 56 70 56 57,04% 3543 - - - 19,6% Fonte: Carta Social 2004 67 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Considerando a população com deficiência mental (98 pessoas), a taxa de cobertura da valência de CAO situa-se, a nível concelhio em 57,04%, constituindo a segunda mais elevada do Distrito, manifestamente acima da média distrital (19,6%). Trata-se de uma resposta social com procura frequente, atendendo ao envelhecimento da população com deficiência, e à degradação das condições de acolhimento por parte das respectivas famílias. Existem inúmeros casos, em relação aos quais a resposta CAO é insuficiente, por diversos constrangimentos de ordem familiar, que exigem uma resposta mais abrangente e que passará pela construção de uma unidade residencial para esta população, já em projecto apresentado pela CERCIMIRA e que aguarda o respectivo financiamento. 5.3 - Instituições Particulares de Solidariedade Social São Instituições Particulares de Solidariedade Social, as constituídas sem fins lucrativos, por iniciativa de particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos, desde que não sejam administradas pelo Estado ou por um corpo autárquico, para prosseguir, entre outros, os seguintes objectivos, mediante a concepção de bens e a prestação de serviços: • Apoio a crianças e jovens • Apoio à Família • Apoio à Integração Social e Comunitária • Protecção dos Cidadãos na Velhice, Invalidez e em todas as situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou incapacidade para o trabalho • Promoção e Protecção da Saúde • Educação e Formação Profissional dos Cidadãos 68 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Sociedade de Promoção Social – Obra do Frei Gil A Sociedade de Promoção Social – Obra do Frei Gil é, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (I.P.S.S.), fundada por Frei Gil Alferes em Outubro de 1942. Teve como sede inicial a Casa de Cervães ou Casa Mãe, situada no lugar de Vila Verde, Distrito de Braga. Actualmente a sede situa-se na Freguesia da Praia de Mira, Concelho de Mira. Esta Sociedade é constituída por seis Centros de Promoção Social, todos eles sob a alçada da mesma direcção, por exigência desta, o T.S.S.S. de cada centro, exerce, para além das suas funções como Assistente Social, as funções de responsável pela casa onde se encontra. A Casa da Criança – Obra do Frei Gil da Praia de Mira, encontra-se a funcionar desde 27 de Julho de 1952, situa-se num terreno denominado de “Quinta do Frei Gil”, com uma área de 16 hectares devidamente aproveitados para a agricultura, sendo assim um dos recursos para a subsistência da Instituição. A Instituição tem capacidade para 40 utentes, sendo este o seu número actual. As crianças/jovens são admitidas após pedido de vaga solicitado pelos diversos serviços como sendo as CPCJ, Segurança Social e Tribunais, a idade de admissão situa-se entre os 6 e os 12 anos, todos do sexo masculino. A Sociedade de Promoção Social – Obra do Frei Gil, visa satisfazer as necessidades básicas dos seus utentes: assegurando alojamento, alimentação, higiene, vestuário e demais apoios materiais, bem como permitir a realização pessoal de cada criança/jovem, através de acompanhamento personalizado, feito por uma equipa interdisciplinar, constituída por Técnico Superior de Serviço Social, Psicólogos, Professores de apoio, entre outros. Todas as crianças/jovens frequentam as escolas locais ou centros de formação profissional, são assistidas pelos Serviços de Saúde locais, frequentam ainda 69 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social alguns clubes recreativos e desportivos para que possam integrar-se, com maior facilidade, na vida comunitária. A Instituição mantém uma política de abertura e cooperação com a comunidade local, de forma a sensibilizá-la para toda esta problemática. Associação de Solidariedade Social de Carapelhos e Corticeiro de Baixo Trata-se de uma Instituição Particular de Solidariedade Social a funcionar desde 1992, sendo a sua sede na Freguesia dos Carapelhos. Esta Instituição não possui edifício próprio, sendo as suas instalações cedidas pela Junta de Freguesia. Funciona com a valência de A.T.L. para crianças da Pré Primária e 1º Ciclo do Ensino Básico, a quem presta o serviço de refeição e prolongamento de horário. ATL Pré Primária 20 1º Ciclo 40 Total 60 Presta apoio à população idosa na valência de Apoio Domiciliário, com fornecimento de refeições, higiene pessoal do idoso e habitação e tratamento de roupa. Actualmente encontram-se 20 utentes a usufruir deste serviço, não havendo nenhum em lista de espera. Esta Associação funciona de segunda a domingo. 70 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira A Instituição apresentou ao Centro Distrital de Segurança Social um projecto para construção de Sede própria, o qual mereceu a aprovação pelos respectivos Serviços, aguardando o financiamento, e prevê a criação de espaços destinados às diferentes valências e capacidades: - Creche – 43 crianças; - ATL – 50 crianças; - Centro de Dia – 25 Idosos; - Serviço de Apoio Domiciliário – 30 Idosos. Unidade Paroquial de Apoio Social da Praia de Mira – UPAS A U.P.A.S. é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, a funcionar na Praia de Mira desde Maio de 1998, embora tenha dado início à sua actividade em 1980 através de um grupo sócio caritativo, sendo a data do primeiro acordo com a Segurança Social de Setembro de 2001. Esta instituição não possui edifício próprio, sendo as suas instalações cedidas, o que faz com que no Verão o A.T.L. funcione só com uma sala. Funciona com a valência de A.T.L. para crianças da Escola do 1º ciclo da Praia de Mira, a quem presta o serviço de refeição e A.T.L., sendo que o Local da Barra de Mira, não tem cobertura de A.T.L., tendo sido solicitado pela Comissão de Pais a intervenção por parte da U.P.A.S. nessa área. A valência de Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário funciona das 9.00 às 18.00h, de 2º a 6º feira, excepto feriados. 71 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira No Centro de Dia são prestados cuidados de higiene, conforto e alimentação aos idosos, evitando assim o isolamento desta população através do convívio. Na valência de Apoio Domiciliário, são prestados os serviços de tratamento de roupa, higiene pessoal e da habitação bem como a distribuição de alimentação (refeição já confeccionada). Esta Instituição estabeleceu um acordo de cooperação com o Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social, na valência de Centro de Dia para 15 idosos e em Apoio Domiciliário também para 16 idosos. Podemos referir que no que respeita à valência de Apoio Domiciliário a Instituição apoia 34 utentes, ou seja, 18 dos quais sem acordo de cooperação, sendo as despesas com estes utentes da responsabilidade total da Instituição. Associação de Idosos Mirense A Associação de Idosos Mirense, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos, exerce as actividades de apoio social à população idosa nas valências de Lar, Centro de Dia e Apoio Domiciliário desde 1989. Trata-se de uma Instituição sediada no centro da Vila de Mira, com edifício próprio composto por três pisos. Quanto ao equipamento, no R/C encontram-se os serviços administrativos, gabinete médico, sala de reuniões, sala de convívio, 2 balneários, refeitório, cozinha, lavandaria, garagem e arrumos. O 1º andar é composto por 15 quartos duplos, sendo que 8 deles tem W.C. privado, 1 quarto para utentes terminais, 2 balneários, sala de vigilantes, refeitório, gabinete de Direcção Técnica, 2 salas de convívio, farmácia, capela e cabeleireiro. O 2º andar da Instituição foi inaugurado em 2003, e é composto por 4 quartos duplos, 2 suites, 16 camas distribuídas por 12 quartos, refeitório e sala convívio. 72 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Nas valências de Lar e Centro de Dia são prestados os serviços de alimentação, tratamento de roupas, cuidados de higiene, acompanhamento ao exterior, cuidados de saúde, são ainda promovidas actividades lúdicas e ateliers ocupacionais a fim de evitar o isolamento do idoso, bem como facilitar a sua socialização, prestação de apoio psicossocial individual e sócio – familiar. Na valência de Apoio Domiciliário são prestados os serviços de distribuição da alimentação confeccionada, tratamento de roupa, higiene pessoal e habitacional, colaboração nos cuidados de saúde e acompanhamento psicossocial. Actualmente na valência de Lar encontram-se 50 utentes, a frequentar o Centro de Dia estão 30 utentes e em A.D são apoiados 20 utentes, existindo uma lista de espera para Lar de 15 utentes. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Mira O Centro Paroquial de Solidariedade Social de Mira, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sediada no lugar da Lentisqueira, Freguesia de Mira, direccionada para apoio à população idosa. Tendo por base a constatação de que as instituições formais de acolhimento a idosos no Concelho de Mira não são capazes de dar resposta às necessidades que se impõem, devido ao elevado número de pessoas idosas com idades cada vez mais avançadas, o Centro Paroquial surgiu com o objectivo de colmatar, de alguma forma, a lacuna existente na faixa sul do Concelho, que se encontrava a descoberto ao nível de equipamentos sociais dirigidos a esta franja da população. Após um longo período de trabalho liderado por voluntários que se uniram com o objectivo de criar a IPSS, o Centro Paroquial iniciou formalmente a sua prestação de Apoio Domiciliário em Março de 2002. Dois anos mais tarde, em Março de 2004, abriu à comunidade a valência de Centro de Dia. 73 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Na valência de Apoio Domiciliário existem 16 idosos abrangidos por acordo de cooperação e 5 sem acordo, o que perfaz um total de 21. Na valência de Centro de Dia existem 20 utentes abrangidos por acordo de cooperação e 8 sem acordo, num total de 28. Embora não ofereça a valência de Lar, esta tem sido várias vezes solicitada pela população. O Centro Social funciona em instalações cedidas pela paróquia, que após terem sido sujeitas a uma intervenção de reabilitação/beneficiação, reúnem condições aceitáveis e exigidas por lei para acolhimento de idosos. As instalações têm capacidade para acolher 30 utentes em Centro de Dia, e traduzem-se num único piso constituído por cozinha, refeitório, sala de convívio, quatro casas de banho, estando apenas uma delas equipada para cuidados a pessoas dependentes, lavandaria e um pequeno gabinete. Ao serviço da instituição encontram-se 9 funcionárias, duas especificamente afectas à cozinha, seis distribuídas pela prestação de cuidados ao domicílio e apoio no centro de dia e uma Técnica Superior de Serviço Social com as funções que lhe são inerentes. A maioria destas funcionárias possui vínculo de trabalho precário devido aos parcos recursos da instituição, estando a sua situação assegurada por Programas Ocupacionais. Algumas apresentam fragilidades ao nível das competências pessoais e profissionais, daí que careçam de alguma formação que lhes venha a permitir um melhor desempenho a nível profissional e melhorar o relacionamento interpessoal. Embora a instituição reconheça que a formação profissional é imprescindível, não reúne de momento as condições capazes de assegurar essa mesma formação ao nível interno, devido aos fracos recursos económicos. O Centro Paroquial presta serviço todos os dias úteis, sendo que ao sábado apenas está assegurado o apoio domiciliário a idosos acamados. 74 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Centro Paroquial e Social do Seixo O Centro Social e Paroquial, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, foi criada por iniciativa da Fábrica da Igreja Paroquial conforme os estatutos datados de 28 de Junho de 1982 e aprovados por Decreto Ordinário da Diocese de Coimbra, posteriormente inscrita no registo das IPSS do Centro Regional de Solidariedade e Segurança Social de Coimbra. O Centro iniciou a sua actividade em 1989, em instalações provisórias na casa da residência paroquial. Desde 1996 funciona num edifício construído de raiz composto por pátio, gabinete do director, sala de convívio, quarto de emergência, instalações sanitárias, refeitório, cozinha, despensa, refeitório do pessoal, rouparia e lavandaria, situado na Rua dos Moliceiros, 3070-538 – Seixo. A instituição presta apoio à população idosa, através das valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Para isso dispõe de um quadro de pessoal, composto por um Técnico de Serviço Social, uma cozinheira, uma ajudante de cozinha, uma ajudante de lar e cinco ajudantes familiares; como equipamento móvel dispõe de duas carrinhas de nove lugares, uma com plataforma elevatória para o transporte de cadeiras de rodas, outra cedida pela Junta de Freguesia do Seixo a título de empréstimo. A valência de Centro de Dia tem a lotação para 50 utentes com acordo de cooperação para 40 utentes; actualmente, tem uma frequência de 30. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 9 horas às 18h15 minutos e ao sábado é das 9 horas às 14h15 minutos. Quanto ao Apoio Domiciliário, tem uma lotação de 20 utentes com acordo de cooperação para 20 utentes; actualmente, tem uma frequência de 29 utentes. Destes 29, 7 carecem de colocação em lar, devido ao seu grau de dependência e impossibilidade de apoio por parte dos seus familiares. O apoio no domicílio é 75 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social efectuado todos os dias. O horário de funcionamento desta valência é das 7 horas às 19 horas. Existe da parte da Direcção da Instituição, um pedido de construção de um Lar de Idosos, tendo já o projecto aprovado na Segurança Social e na Câmara Municipal desde Novembro de 2003. Instituições de Apoio à Deficiência A CERCIMIRA – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Mira, C.R.L, está sedeada em Seixo de Mira, desenvolve a sua actividade na área da deficiência. Formalmente criada em 22 de Maio de 1978, iniciou a sua actividade regular em Setembro do mesmo ano, embora em condições precárias, numa casa de habitação disponibilizada por um particular. A equipa técnica e auxiliar era constituída por cinco professores, uma educadora, um psicólogo, três auxiliares e uma cozinheira, que actuavam em estreita colaboração com o médico do centro de Saúde, prestando apoio a 30 crianças, que rapidamente passaram para 50. Já em 1988, a CERCIMIRA muda-se para as actuais instalações, compostas por três pavilhões, são eles: Centro Educacional; Oficinas e Serviços Administrativos e de Apoio, dos quais dois foram financiados pelo Instituto de Emprego e formação Profissional e outro construído com financiamento próprio conseguido através de iniciativas de angariação de fundos e de mão-de-obra e materiais cedidos a titulo gratuito. Durante a década de noventa os utentes aumentaram de 50 para 150, ou seja, o triplo, neste sentido houve a necessidade de construir um quarto pavilhão em articulação com a Segurança Social. 76 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Actualmente exercem a sua actividade na CERCIMIRA 45 trabalhadores (sendo 42 do quadro e 3 avençados), assim distribuídos pelas diversas funções: ♦2 Psicólogos ♦1 Técnico Superior de Serviço Social ♦1 Fisioterapeuta ♦1 Terapeuta da Fala (avença) ♦1 Técnico Superior de Comunicação Social ♦1 Professor de Educação Física (avença) ♦6 Professores do Ensino Básico ♦1 Técnico Superior de Educação (avença) ♦15 Monitores ♦8 Auxiliares ♦1 Cozinheira ♦1 Auxiliar de Cozinha ♦1 Auxiliar de Refeitório ♦1 Técnico de Manutenção/Motorista ♦1 Jardineiro/Motorista ♦1 Técnico Administrativo ♦3 Auxiliares de Limpeza No âmbito da sua Intervenção na área da Reabilitação, a CERCIMIRA possui três valências: Centro Educacional, Centro de Actividades Ocupacionais e Centro de Formação Profissional. 77 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Centro Educacional O Centro educacional abrange a população entre os 6 e os 18 anos portadores de deficiências graves, designadamente ao nível das deficiências mentais e associadas. O objectivo do Centro Educacional passa por desenvolver actividades de carácter pedagógico e lúdico, adaptadas às necessidades específicas dos seus alunos (ensino funcional, ocupacional, académico, pré profissional e estimulação sensorial). Centro de Actividades Ocupacionais O C.A.O. destina-se a jovens e adultos maiores de 16 anos portadores de deficiência grave e profunda, integrados em grupos diferenciados de acordo com as suas capacidades para o desenvolvimento de actividades Ocupacionais, tais como: a agro-pecuária, têxtil, trabalhos manuais, actividades de manutenção e limpeza de espaços comunitários ou meramente actividades de estimulação sensorial. Este Centro desenvolve também actividades de transição para o trabalho, através da celebração de protocolos com empresas e Instituições Particulares de Solidariedade Social. Centro de Formação Profissional O CFP está acreditado pelo Instituto para a Qualidade na Formação (IQF), estando também credenciado como Centro de Recursos do Centro de Emprego da Figueira da Foz. Ministra formação a indivíduos com idades compreendidas entre os 15 e os 35 anos, portadores de deficiências ligeiras ou moderadas bem como alunos com dificuldades de aprendizagem e comportamentais, oriundos do 2º e 3º.ciclo do ensino básico. Funcionam actualmente 5 cursos: carpintaria, serralharia, serviços, floricultura e horticultura. Para além do aspecto formativo, 78 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira o trabalho realizado neste Centro está vocacionado para a integração sócio – laboral dos formandos, estabelecendo para este fim, uma colaboração estreita com as empresas, a família e a comunidade em geral. Nesta vertente, foram iniciadas em 2004 as acções de Apoio à Colocação e Acompanhamento PósColocação, com o objectivo fundamental de promover a integração profissional deste público-alvo, assim como garantir as condições necessárias à manutenção dos seus postos de trabalho. As várias valências existentes na CERCIMIRA contam com serviços especializados de apoio, nomeadamente de Serviço Social, psicologia, Fisioterapia, mediação para o emprego e Serviço Médico. Em virtude de existir um número significativo de utentes provenientes de famílias cujos pais se encontram em idade avançada e não possuem uma família de suporte para lhes prestar os cuidados básicos, a CERCIMIRA visa construir um lar residencial com vista a criar uma resposta social adequada e condigna a estes casos, visto tratar-se de uma valência inexistente no Concelho. Para este efeito existe já um projecto aprovado, faltando apenas o financiamento que possa activar a construção do referido lar. A CERCIMIRA tem ainda um projecto a médio prazo para construção de um 2º Centro de Actividades Ocupacionais devido ao número de utentes registado nos últimos anos ultrapassar a capacidade actual do referido Centro. Ao nível da comunidade, a Cercimira assinou vários protocolos de adesão a Comissões e Projectos locais, que intervêm em todos os domínios do diagnóstico e resolução dos problemas de exclusão social, nomeadamente ao P.D.I.A.S. (Projecto de Desenvolvimento Integrado de Acção Social), à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, à Comissão Local de Acompanhamento do Rendimento Social de Inserção, ao Programa de Apoio Integrado a Idosos e mais recentemente, à Rede Social. 79 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 5. 4- Protecção Social 5.4.1 - Prestações sociais 5.4.1.1 - Velhice, invalidez e sobrevivência PENSIONISTAS Conceitos: Por pensão entende-se ser uma prestação pecuniária mensal de atribuição continuada nas eventualidades de morte (pensão de sobrevivência), invalidez, doença profissional e velhice. Por pensionista entende-se ser um titular de uma prestação pecuniária nas eventualidades de invalidez, velhice, doença profissional ou morte. Por pensão de invalidez entende-se ser uma prestação mensal pecuniária, concedidas em vida pelos beneficiários que havendo completado um prazo de garantia de sessenta meses de registo de remuneração (para todos os regimes, excluindo o regime do seguro voluntário em que o prazo é de setenta e dois meses com entrada de contribuição) e outra se atingirem a idade de reforma por velhice, se encontrem por motivo de doença ou acidente definitivamente incapacitados de trabalhar na sua profissão. Por pensão de velhice entende-se ser uma prestação pecuniária mensal, concedida em vida dos beneficiários que tenham completado 15 anos civis, com entrada de contribuinte numa densidade contributiva de pelo menos 120 dias de registo de remunerações por ano (excluindo o seguro social voluntário, cujo prazo é de 144 meses com entrada de contribuição) e com idade mínima de 65 anos para ambos os sexos. Por pensão de sobrevivência entende-se pertencer ao regime geral de segurança social, ao regime especial de segurança social de actividades agrícolas e regime seguro social voluntário: prestação pecuniária mensal concedida a famílias dos 80 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira beneficiários cônjuges, ex-cônjuges, descendentes ou equiparados, ascendentes que à data de morte tenham completado 36 meses de contribuição, pertencentes ao regime referido, excluindo o regime de seguro social voluntário em que o prazo é de 72 meses com entrada de contribuição. Sexo Masculino Feminino Total Quadro 36:Pensionistas Activos no Ano 2004 N.º de Pensionistas Invalidez Velhice Sobrevivência 193 966 154 249 1245 572 442 2211 726 Total 1313 2066 3379 Fonte: CDSSS de Coimbra Em 2004 existiam 3379 pensionistas activos no Concelho de Mira, dos quais 1313 homens e 2066 mulheres. Dos vários tipos de pensões atribuídas destaca-se a pensão de velhice, onde o valor atingido pelas mulheres é de 1245 e pelos homens de 966. Podemos ainda observar que as mulheres pensionistas são em maior número em todos os tipos de pensão, atingindo um total de 2066 num universo de 3379. 5.4.2. - Prestações Sociais concedidas no âmbito do Subsídio de Desemprego Desemprego É considerado desemprego toda a situação decorrente de inexistência total e involuntária de emprego da pessoa com capacidade e disponibilidade para o trabalho. O requisito de inexistência total de emprego tem-se ainda por preenchido nas situações em que cumulativamente com o trabalho por conta de outrem, o indivíduo exerça uma actividade independente cujos rendimentos não 81 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira ultrapassem mensalmente 50% de remunerações mínima garantida à generalidade dos trabalhadores. As prestações de desemprego têm como objectivo: • Compensar os beneficiários de falta de remuneração resultante de situação de desemprego ou de redução determinada pela aceitação de trabalho a tempo parcial; • Promover a criação de emprego. Constituem prestações de desemprego o subsídio de desemprego, o subsídio social de desemprego e o subsídio de desemprego parcial. Subsídio social de desemprego A protecção social nesta eventualidade tem lugar: • Nos casos em que não seja atribuível subsídio de desemprego; • Nos casos em que os beneficiários tenham esgotado os do subsídio de desemprego (períodos de cessação), desde que se encontrem preenchidos os demais condicionalismos previstos na lei. A protecção através do subsídio de desemprego parcial é assegurada nas situações em que o beneficiário receber subsídio de desemprego, celebre contrato de trabalho a tempo parcial, nos termos previstos no presente diploma. A actual conjuntura de desaceleração económica tem reflexos no mercado de trabalho que se apresenta numa situação de grande vulnerabilidade assistindose nos últimos 2 anos em Portugal a um significativo aumento do desemprego. No sentido de minimizar os efeitos decorrentes deste contexto, tendo em atenção o agregado familiar em situação de manifesta carência económica, bem como os trabalhadores inseridos em grupos etários que apresentam reduzidas possibilidades de integração no mercado de trabalho, foi criado o programa de emprego e protecção social que instituiu medidas que flexibilizem o acesso ao subsídio de desemprego, através de redução do prazo de garantia e procuram 82 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social assegurar o pagamento de subsídio provisório de desemprego e subsídio social provisório de desemprego num prazo curto. Quadro 37: Prestações de Desemprego Tipo Total Subsídio de Desemprego Subsídio Social de Desemprego Sexo masculino 40 34 74 Sexo feminino 111 93 204 Total 151 127 278 Da análise do Quadro 37, ressalta o facto de a maior percentagem de beneficiários das prestações de Desemprego (73,4%) ser relativa ao sexo feminino, o que se conjuga com o facto de a taxa de Desemprego ter mais relevância nas mulheres. Tal facto suporta a ideia da necessidade da implementação de acções de apoio à formação, reconversão e integração profissional, e explica que as mesmas tenham mais procura por parte das mulheres. 5.4.3 – Rendimento Mínimo Garantido / Rendimento Social de Inserção A Lei 19-A/96 que criou o Rendimento Mínimo Garantido (R.M.G.) surgiu para assegurar, aos indivíduos e às famílias, recursos que contribuam para a satisfação das suas necessidades básicas e para o favorecimento de uma progressiva inserção social e profissional, de forma a proporcionar a integração de pessoas excluídas ou em risco de exclusão social. O R.M.G., surgiu no Concelho de Mira como Projecto-piloto, em Fevereiro de 1997, tendo como objectivo primordial os Programas de Inserção que visavam a Inserção Social. No entanto, nos últimos anos deu-se particular enfoque à área 83 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira do desenvolvimento pessoal, incidindo na promoção de competências para a autonomia, tendo em vista a optimização das medidas de inserção nas diferentes áreas (saúde, educação, emprego e formação profissional. Recentemente, tendo sido revogada a Lei n.º 19-A/96 através da Lei n.º 13/2003 de 21 de Maio, foi criado o “Rendimento Social de Inserção, que consiste numa prestação incluída no subsistema de solidariedade e num programa de inserção, de modo a conferir às pessoas e aos seus agregados familiares apoios adaptados à sua situação pessoal que contribuam para satisfação das suas necessidades essenciais e que favoreçam a progressiva inserção laboral, social e comunitária”. A prestação do Rendimento Social de Inserção assume natureza pecuniária e possui carácter transitório, sendo variável o respectivo montante. O programa de inserção é constituído por um conjunto de acções destinadas à gradual integração social dos titulares da medida, bem como dos membros do seu agregado familiar. Podem requerer o Rendimento Social de Inserção os indivíduos ou famílias em situação de grave carência económica e que satisfaçam as restantes condições de atribuição. Consideram-se em situação de grave carência económica: • Os indivíduos cujo rendimento seja inferior a 100% do valor da pensão social (164,17€ em 2005); • Os agregados familiares cujo rendimento seja inferior à soma dos seguintes valores: • 100% Da pensão social por cada adulto até 2; • 70% Do valor de pensão social por cada adulto a partir do 3º; • 50% Do valor de pensão social por cada menor, até 2; • 60% Do valor de pensão social por cada menor a partir do 3º filho; • No caso de gravidez do titular de prestação, do cônjuge ou pessoa que viver em união de facto, o montante previsto na alínea a) é acrescida de 30% durante o período de gravidez e de 50% durante o primeiro ano de vida da criança. 84 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Os dados relativos à execução da medida RMG/RSI que a seguir se apresentam, reportam-se a Dezembro de 2004. Os mesmos correspondem ao tratamento estatístico e análise de informação, obtida através do registo por parte dos Técnicos de Serviço Social, nas grelhas dos níveis de execução. Este registo tem facilitado não apenas a recolha de informação, como também o próprio controlo por parte dos técnicos de todos os beneficiários que acompanham. São dados acumulados durante o ano transacto e referem-se apenas aos processos enviados à Comissão Local de Acompanhamento/Núcleo Local de Inserção (CLA/NLI) para informação social e acompanhamento dos beneficiários, após tratamento processual por parte dos regimes. Quadro 38 – Dados da execução de RSI Processos Freguesia Entrados Avaliados Deferidos Indeferidos Cessados Suspensos Aguardam Despacho Mira 40 32 15 11 0 0 6 Carapelhos 3 1 0 0 0 0 1 Praia de Mira 18 16 11 3 0 0 2 Seixo 14 12 2 7 0 0 3 Total 75 61 28 21 0 0 12 Fonte: Unidade de Protecção Social e Cidadania – UPSC – Níveis de execução RMG/RSI – Dez de 2004 De acordo com os dados contidos no Quadro acima, no ano de 2004 entraram 75 novos processos de R.S.I., 40 dos quais são provenientes da freguesia de Mira, 3 da freguesia de Carapelhos, 18 da freguesia da Praia de Mira e 14 da freguesia do Seixo. Ressalta que a freguesia que apresenta maior número de processos entrados (40) é Mira, pela sua própria dimensão geográfica e populacional. Já a freguesia de Carapelhos é aquela que apresenta menor número de pedidos no âmbito da prestação em causa. Grande parte dos processos entrados (81,3%) foi avaliada, tendo ficado por avaliar apenas 14 processos (18,7% do total). 85 Por Avaliar 8 2 2 2 14 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social O número de processos deferidos a receber prestação caracteriza-se como sendo o total de agregados com processamento em Dezembro de 2004. Tendo por referência o total dos processos entrados, e de acordo com a tabela acima, foram deferidos 28, (a que corresponde a percentagem de 37,3%), indeferidos 21 (a que corresponde a percentagem de 28%), e 12 processos aguardavam o respectivo despacho (16%). Quadro 39: Caracterização dos beneficiários de RMG/RSI Freguesia Proc. activos Sexo F Tipo de Agregado M NS NC Mon AL IS Benef. Abrang. Mira 59 48 11 11 6 14 1 27 130 Carapelhos 0 Praia de Mira 22 21 2 5 4 6 0 7 50 Seixo 11 8 2 2 1 0 1 4 26 Total Concelho 92 77 15 18 14 20 2 38 206 Fonte: Unidade de Protecção Social e Cidadania – UPSC – Níveis de execução RMG/RSI – Dez de 2004 Os valores contidos neste Quadro dizem respeito aos processos de R.S.I. deferidos em 2004 e aos processos que transitaram de R.M.G. do ano anterior, bem como aqueles que, estando activos (RMG), aguardavam a respectiva reavaliação para a transição. Consideram-se processos activos, o total de beneficiários de RMG a receber prestação, os processos de RMG que transitaram para RSI e os processos deferidos de RSI. Tal como se tem vindo a verificar desde o início da medida de RMG, a prevalência do sexo feminino, é a mais expressiva. Analisando o tipo de agregados familiares, observa-se que predomina a situação de indivíduos isolados. O agregado monoparental com filhos aparece em segundo lugar, geralmente mulheres que, independentemente do seu estado civil (solteiras, separadas, divorciadas, viúvas), têm os filhos a seu cargo. 86 Técnicos Acomp. 10 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 40:Acordos de Inserção RMG/RSI Concelho Mira Proc. Activos 92 Acordos Assinados 71 % 77% Fonte: Unidade de Protecção Social e Cidadania – UPSC – Níveis de execução RMG/RSI – Dez de 2004 A nível de RMG/RSI, em Dezembro de 2004 contabilizaram-se 71 acordos de inserção, distribuídos pelas várias áreas de inserção, sendo uma média de 77% de acordos assinados em relação ao número de processos activos. Quadro 41: Áreas de Inserção RSI Áreas Concelho Emp/Form Educação Saúde Habitação Acção social 19 6 40 1 20 Mira Benef. Abrangidos 86 Fonte: Unidade de Protecção Social e Cidadania – UPSC – Níveis de execução RMG/RSI – Dez de 2004 A contratualização das áreas foi condicionada pela escassez de recursos para a inserção, sobretudo na área do Emprego. É de salientar o que o n.º atingido se deve a uma acção isolada e de curta duração (Programa de prevenção de fogos florestais (despacho conjunto do MADRP/MSST), que decorreu entre Junho e Setembro de 2004 e que envolveu cerca de 12 beneficiários. Esta situação contrasta com a grande dimensão e complexidade das necessidades verificadas em termos de Emprego/Formação a nível local. Assim, a distribuição das acções de inserção contratualizadas pelos beneficiários, quer de RMG quer de RSI, centram-se maioritariamente nas áreas da saúde e acção social, seguidas de acções de inserção no âmbito da educação, do emprego e formação profissional, sendo a inserção na habitação a área que menor peso assume. 87 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 42:Apoios complementares atribuídos em 2004 Áreas NLI Habitação Mira Total Distrito 250,00 22099,26 Educação Saúde 6474,37 52,19 47526,42 Transportes Outros TOTAL 4392,44 225,00 17877,99 527,19 98370,48 Fonte: Unidade de Protecção Social e Cidadania – UPSC – Níveis de execução RMG/RSI – Dez de 2004 No âmbito dos programas de inserção, foram facultados “APOIOS COMPLEMENTARES” aos titulares da prestação e restantes membros dos seus agregados familiares, nomeadamente nas áreas da saúde, habitação, educação, transportes e outros. Estes apoios têm um carácter subsidiário e são atribuídos em função do desenvolvimento dos programas de inserção, acompanhados de proposta devidamente fundamentada sobre a sua atribuição. Como se pode verificar e, em relação ao verificado a nível distrital, os apoios complementares tiveram uma reduzida expressão no Concelho, situação que poderá configurar alguma indisponibilidade dos técnicos para o adequado acompanhamento. 88 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 5.5 - Programas e Projectos de Intervenção Social Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo – CPCJ As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, são Instituições oficiais não judiciárias com autonomia funcional, cuja a sua intervenção contribui para dar resposta à sentida exigência de responsabilização de cada comunidade local pelas suas crianças e jovens em total respeito pela família, no âmbito de uma política capaz de prevenção. A sua intervenção é interdisciplinar e interinstitucional, articulada e flexível e de base local, combinando a qualidade da acção com o respeito pelos princípios e garantias constitucionais, sendo em último caso assegurados pelos tribunais. As suas atribuições são exercidas em conformidade com a lei 147/99 de 1 de Setembro deliberando sempre com imparcialidade e independência. As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, visam promover os direitos da criança e do jovem prevenindo ou mesmo pôr termo a situações susceptíveis de afectar a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral. A composição das comissões integra um representante do município, segurança social, educação, saúde, instituições particulares de solidariedade social, associação de pais, associações desportivas, culturais ou recreativas, serviços de juventude forças de segurança. A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Mira foi instalada ao abrigo da portaria de instalação/reorganização n.º 1226 de 30 de Dezembro, exercendo as suas competências na área do município onde tem sede, sendo o seu local de funcionamento na Câmara Municipal de Mira. Esta CPCJ funciona em modalidade alargada e modalidade restrita, designadas por Comissão Alargada e Comissão Restrita. No que respeita à Comissão 89 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Alargada, esta constitui-se como um Fórum de discussão e reflexão sobre as problemáticas da infância e juventude, em geral, e, em particular, da comunidade onde se insere; quanto à Comissão Restrita, esta é o núcleo executivo da CPCJ, composta por representantes dos serviços públicos, instituições da comunidade e por membros cooptados, sendo da sua competência o acompanhamento dos casos sinalizados. Em relação ao funcionamento, a CPCJ efectua atendimento ao público durante os dias úteis, em horário laboral, na Câmara Municipal de Mira - Gabinete de Acção Social e em articulação com outros serviços, como sendo a saúde e a educação; durante os fins-de-semana este atendimento é garantido pela GNR local, o que possibilita um funcionamento permanente. Na sua maioria, as situações em acompanhamento referem-se a crianças entre 110 anos de idade, que muitas vezes devido à carência económica e afectiva por parte da família acabam por ser negligenciados, e adolescentes na sua maioria do sexo masculino sendo a principal problemática o abandono escolar provocando assim um corte com a escola, o que resulta em baixos níveis de escolaridade que irão, no futuro, conduzir às baixas qualificações profissionais. Ao nível da intervenção, a CPCJ depara-se com algumas dificuldades quanto à intervenção na família, e que têm a ver com a complexidade das problemáticas e os constrangimentos manifestados pelos pais e outros elementos do agregado familiar, que condicionam o seu desempenho, geram focos de conflito familiar susceptíveis de colocar em risco o desenvolvimento integral das crianças e jovens. De todos os Processos entrados na Comissão de Protecção de Crianças e jovens de Mira, verificamos que a problemática mais comum é a negligência por parte dos pais ou detentores da guarda de facto da criança/jovem e também o absentismo e abandono escolar. Ao nível da intervenção e no que respeita a medidas aplicadas por esta CPCJ, na maioria dos casos, é aplicada a medida do art. 35º da Lei de Protecção 147/99 alínea a) Apoio Junto dos Pais 90 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social (consequentemente apoio psicológico dos menores e acompanhamento familiar). Como problemáticas identificadas que se cruzam na mesma família, destacamse as situações de carência económica, desemprego, alcoolismo, doença mental, baixas qualificações académicas e de competências pessoais. Acções de formação parental, com acompanhamento psicossocial mais consistente e integrado num conjunto de acções mais vastas, de criação de respostas direccionadas para os centros de interesse das crianças e jovens, consubstanciadas na criação de respostas mais inovadoras relativamente à Formação e Ocupação dos Tempos Livres, envolvendo as Associações e Instituições do Concelho, são as medidas que se entendem como mais adequadas à definição de projectos de vida adaptados ao perfil de cada indivíduo. Quadro 43: N.º de Processos 2003/2004 N.º Processos 2003 8 2004 19 Fonte: CPCJ de Mira Projecto de Desenvolvimento Integrado de Acção Social – P.D.I.A.S. Os Projectos de Desenvolvimento Integrado de Acção Social, foram implementados a partir de 1988 e tinham por objectivo a promoção do desenvolvimento global dos concelhos, através da mobilização e rentabilização de parceiros e recursos locais. Implementado no Concelho de Mira em 25 de Novembro de 1988, o PDIAS constituiu a primeira experiência ao nível do trabalho em parceria, tratou-se de 91 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social um projecto inovador pela sua metodologia, uma vez que com a sua implementação nos diversos Concelhos conseguiu-se descentralizar a intervenção da acção social, colocando-a numa tónica mais territorializada no que respeita às problemáticas existentes a nível local. A parceria inicial englobava o Centro Distrital de Segurança Social de Coimbra, a Câmara Municipal de Mira, o Centro de Saúde de Mira, a CERCIMIRA e a Associação de Idosos Mirense (esta assume desde então o estatuto de entidade de suporte jurídico, cabendo-lhe a responsabilidade de apresentar anualmente as respectivas contas à Segurança Social). Posteriormente, foram aderindo novos parceiros (entre os quais a Casa do Povo de Mira, o Centro Social e Paroquial do Seixo, a Obra de Promoção Social do Distrito de Coimbra). Presentemente, a PDIAS conta com outros parceiros que ainda não tinham aderido, bem como IPSS que foram constituídas recentemente (UPAS e Centro Paroquial de Solidariedade Social de Mira). Neste momento, e atendendo à evolução natural das parcerias e do desenvolvimento social, perspectiva-se a revisão do protocolo. Actividades desenvolvidas no âmbito do PDIAS • Atendimento e acompanhamento social Resposta social que visa apoiar pessoas e famílias em dificuldade, na prevenção e/ou resolução de problemas geradores ou gerados por situações de exclusão, assente numa relação de reciprocidade Técnico/Utente, tendo em vista a promoção de condições facilitadoras da sua inserção, através, nomeadamente, do apoio à elaboração e acompanhamento de um projecto de vida, consubstanciado, sempre que possível, num contrato de inserção. O atendimento/acompanhamento social é realizado de forma sistemática por duas Instituições do Concelho. O Centro Distrital de Segurança Social de 92 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Coimbra, atende na Sede do Serviço Local de Segurança Social, com periodicidade quinzenal e com uma média mensal de 25 a 30 beneficiários atendidos. A Câmara Municipal de Mira efectua também este atendimento, embora sem periodicidade fixa. As respostas sociais traduzem-se a vários níveis: -Prestações pecuniárias de carácter eventual, em condições de excepcionalidade – têm carácter casuístico e temporário, sendo dirigidas a indivíduos e famílias em situação de carência, não cobertas pelas diferentes prestações sociais de direito no âmbito do sistema de Segurança Social, ou quando nestes casos, ainda se mantém uma situação de carência, ainda seja indispensável a concessão de apoios complementares para garantir a prossecução das acções inerentes ao percursos de inserção. Constituem um das respostas previstas no artigo 84 da Lei de Bases da Segurança Social e têm por objectivo: Minorar ou suprir as situações de carência económica dos indivíduos/famílias; Prevenir o agravamento da situação de risco social em que o cidadão se encontra e promover, em situação de exclusão social, o percurso de inclusão dos indivíduos. 93 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados – PCAAC O Programa Comunitário de Ajuda Alimentar – PCAAC, está implementado em Portugal desde 1987, e regulamentado desde 1992 pela Comissão pelo Regulamento 3149/92. A ajuda alimentar aos mais carenciados da comunidade, consiste no fornecimento de géneros alimentícios a pessoas com maiores necessidades. Os produtos postos à disposição deste Programa são provenientes dos excedentes agrícolas da Comunidade Europeia, posteriormente enviados para as organizações de caridade que por sua vez fazem a distribuição às pessoas/agregados familiares identificados como os mais carenciados. Para a atribuição de géneros alimentares, o PCAAC define alguns critérios de elegibilidade, podendo no entanto haver ajustes ou adaptação para algumas situações: • Baixo nível de rendimento do agregado familiar; • Desemprego de longa duração; • Situações de prisão, morte, doença, separação ou abandono; • Pensionistas do regime não contributivo; • Número de pessoas por agregado familiar; • Situações de catástrofe. No Concelho de Mira, e tendo em conta os critérios de elegibilidade, no ano de 2003 foram atribuídos produtos alimentares a 120 agregados familiares com um total de 360 pessoas. 94 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Gráfico 11 N.º de Agregados Familiares/Distribuição Alimentar 2003 29 Mira carapelhos Seixo 12 74 Praia de Mira 5 Fonte: Equipa Técnica de Acompanhamento No que respeita à distribuição alimentar por Freguesia, podemos verificar através do gráfico que a Freguesia de Mira (sede do Concelho) é a que apresenta maior número de famílias apoiadas pelo PCAAC, 74, seguida pela Freguesia da Praia de Mira com 29 agregados familiares a receberem apoio alimentar, Carapelhos e Seixo com 5 e 12 nomeadamente. Ajudas Técnicas Entende-se por ajuda técnica qualquer produção, instrumento, equipamento ou sistema técnico usado por uma pessoa com deficiência especialmente produzida ou disponível geralmente que previna, compensa, atenua a neutralização à incapacidade. Deficiência – No domínio da saúde a incapacidade representa qualquer perda ou anormalidade na estrutura do foro psicológico, fisiológica anatómica. Incapacidade – Corresponde a qualquer redução ou falta (resultante de uma deficiência) de capacidade para exercer uma actividade fora ou dentro do limite considerado normal para o ser humano. 95 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Desvantagem/handicap - Representa um impedimento sofrido por um dado indivíduo resultante de uma incapacidade que lhe limita ou que lhe impede o desempenho de uma actividade considerada normal para esse indivíduo, tendo em atenção a idade e o sexo, factores sócio-culturais. Quadro 44: Ajudas técnicas atribuídas em 2004 Tipo de ajuda Montante comparticipado 4 cadeiras de rodas 1 andarilho 3 camas articuladas com colchão anti-escaras e grades 1 cadeira de banho com rodas Total 1.785.41 € Reuniões técnicas No âmbito do PDIAS, são realizadas mensalmente reuniões que envolvem toda a Equipa, constituída por Técnicos que representam Instituições/Serviços do Concelho, sendo as mesmas coordenadas pela representante do Centro Distrital de Segurança Social de Coimbra. Este espaço constitui um fórum de diálogo e discussão sobre os diferentes problemas sociais detectados no Concelho, sendo debatidos temas que envolvem a aplicação do Rendimento Social de Inserção, o PCAC, a elaboração de propostas de atribuição de ajudas técnicas e de prestações pecuniárias de carácter eventual, programação de actividades de animação Comunitária, assuntos relacionados com o funcionamento das IPSS, e outros assuntos considerados do interesse comum. 96 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Acções de Animação Comunitária Constitui uma vertente tradicional do PDIAS, e que mobiliza, tanto a Equipa Técnica como as Instituições, Funcionários, parceiros e outros Agentes locais. A população-alvo é fundamentalmente constituída pelas crianças e idosos. No entanto, relativamente às crianças, a Autarquia tem chamado a si a realização de alguns eventos, nomeadamente a festa do Dia Mundial da Criança. A área dos Idosos (tanto das Instituições como da Comunidade) tem sido explorada, procurando desenvolver actividades que promovam o convívio (magusto e festa de Natal) o intercâmbio e o acesso à cultura através da realização de passeios (Expo 98, Tapada e Convento de Mafra, Palácio da Pena e Quinta da Regaleira em Sintra, palácio de Vila Viçosa, Zoo da Maia e Caves do Vinho do Porto, Lamego e S. João de Tarouca, Badoca Park). Mais recentemente, procurou-se estender a acção a actividades que promovam a saúde e o bem-estar dos Idosos (Movimento Sem Idade – ginástica dirigida a Idosos, realizada em Junho de 2004 nos Jardins da Vila). No ano em curso, pretende-se continuar este tipo de actividades dirigidas a Idosos/Pessoas com dependência, estando em preparação uma acção designada “Movimento sobre rodas”. A realização destas actividades de animação constitui um estímulo, não só para os Idosos, mas também para as Instituições, sendo um elemento de coesão para a própria Equipa Técnica. 97 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Programa de Apoio Integrado a Idosos – P.A.I.I. O Programa de Apoio Integrado a Idosos tem como princípios fundamentais a promoção e manutenção da autonomia no meio natural de vida, maior acessibilidade a serviços, prioridade ao apoio no domicílio, apoio às pessoas com dependência, apoio à família e outros prestadores de cuidados e a formação dos recursos humanos. A implementação deste Programa passa pela criação de projectos centrados na pessoa idosa, no desenvolvimento de respostas inovadoras às suas necessidades, na melhoria da qualidade de vida e dos serviços prestados na melhoria da acessibilidade e diminuição das desigualdades, na promoção da saúde, na prevenção da doença e na melhoria da formação sobre o envelhecimento. O PAII surge no Concelho de Mira através de candidatura efectuada pelo Centro de Saúde de Mira, com implementação em 2003. Segundo o relatório de avaliação do Projecto no período entre 1/12/2003 a 30/11/2004 foram alvo de intervenção 177 pessoas, das quais 121 do sexo feminino e 56 do sexo masculino. Quadro 45: População -Alvo Idoso só Idoso só, total/ parcial/dep Idoso Idoso Idoso Não Não total/dep. c/fam dependent não Idoso Idoso parcial/ e em Inst. depend Parc/de ente pend. dep dep. M Total Idoso c/ fam 5 4 15 2 8 14 8 56 F 1 6 14 13 9 21 55 2 121 Total 1 11 18 28 11 29 69 10 177 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira 98 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Sendo o Programa de Apoio Integrado a Idosos – PAII, cujo a população alvo prioritária são os idosos, não sendo no entanto uma exclusividade, uma vez que o Centro de Apoio a Dependentes, como se pode verificar através do Quadro anterior, presta cuidados a toda a população em geral, havendo 79 utentes não idosos a necessitar de cuidados neste CAD. Quadro 46: Escalão Etário <=64 Anos 65-69 Anos 70-74 Anos 75-79 Anos 80-84 Anos >=85 Anos Total M 22 12 9 1 9 3 56 F 57 9 19 13 15 8 121 Total 79 21 28 14 24 11 177 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira A faixa etária com maior número de utentes a usufruir dos cuidados prestados no CAD, situa-se nas pessoas com idade menor ou igual a 64 anos, seguida da faixa etária dos 70-74 anos. De referir ainda que em ambos os escalões etários são as mulheres que têm mais representatividade. Quadro 47: Estado Civil Solteiro Casado Viúvo Separado Divorciado Outro M 2 46 5 1 1 F 11 73 31 2 4 Total 13 119 36 3 5 1 Total 56 121 1 177 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira 99 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 48: Fonte de Rendimentos 4 3 17 20 5 5 Total 4 Outra 1 2 3 Pensão Sobrev. Sem Rend/ 1 1 2 Baixa Médica 9 17 26 Subsídio Desemp 28 47 75 RSI 4 12 16 Pensão Regime Agrícola Pensão CGA 5 14 19 Pensão Regime Geral S. Social Trab/ Emprego M F Total 1 6 7 56 121 177 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira Quadro 49: Diagnóstico Clínico 1 2 3 1 5 6 22 70 92 2 9 11 Total 2 3 4 7 Outro 2 Doenças Musculoesquelét, Artrites e Artroses Neoplasias Doenças do Coração 22 24 46 Fractura do Colo do Fémur Acidente Vascular Cerebral/ AVC 3 7 10 Demência Acidente lesão traumática M F Total 56 121 177 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira No que respeita ao diagnóstico clínico o maior número de utentes são os identificados com doenças músculo-esqueléticas, artrites e artroses com 92 utentes a frequentar o CAD, destes 70 são do sexo feminino, seguido dos acidentes vasculares cerebrais com 46 utentes. Quadro 50: Motivo do acompanhamento no CAD M F Total Continuidade de cuidados após alta hospitalar Apoio à família Reabilitação Total 1 2 3 2 4 6 53 115 168 56 121 177 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira 100 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 51: Referenciação Consulta Apoio AVD Apoio Psicosocial Reabilitação no Domicílio Reabilitação em Instituição Ajudas Técnicas Total 49 95 144 1 6 7 13 5 16 21 2 8 10 1 1 2 64 127 191 M F Total 1 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira Quadro 52: Acções desenvolvidas/N.º de pessoas abrangidas Acções N.º Pessoas Cuidados Médicos Fisiot/ Reabil Serviço Social Apoio Psicosocial Reaprendizagem AVDs Formação Idosos Form. Familiar 272 144 14057 177 177 177 13 13 82 6 52 3 113 11 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira Quadro 53: Duração dos tratamentos e n.º médio de tratamento por utente M F Total <=1 Semana > 1 Semana e <1 mês > 1 Mês e <3 Meses > 3 Meses Tempo médio (dias) N.º médio tratm. por utente 6 12 18 18 56 74 29 43 72 3 10 13 39,36 39,20 39,25 91,2 80,1 83,6 Fonte: Centro de Apoio a Dependentes – PAII Mira Os dados apresentados traduzem os resultados alcançados durante o primeiro ano do projecto, num esforço conjunto, que a partir do Centro de Saúde mobilizou todos os parceiros intervenientes numa acção colectiva, no sentido de melhorar a qualidade de vida dos idosos do Concelho através da prestação de cuidados continuados de saúde. Esta descrição do Programa de Apoio Integrado a Idosos faz todo o sentido visto ser um programa de grande importância para o Concelho, e daí a sua continuidade ser desde já uma prioridade a nível concelhio. 101 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Segundo o Relatório de Actividades referente ao 1º ano do PAII, em 30 de Novembro 2004 o total de utentes referenciados para o CAD/CPR era de 310, dos quais 269 para consulta e 41 para apoio domiciliário. Foram prestados cuidados a 177 utentes, sendo 144 em consulta e 33 em apoio domiciliário na área da reabilitação. Dos utentes que tiveram consulta, todos iniciaram tratamento de reabilitação, sendo que a um destes utente está a ser prestado apoio na área das AVD. Do total dos utentes apoiados, 157 tiveram alta, por terem completado o plano de tratamentos. A iniciativa de recurso ao CAD, foi na sua maioria dos serviços de saúde (131) e pelo serviço de acção social (21). Foram ainda realizadas acções em 5 IPSS do Concelho ao nível do ensino/informação para Ajudantes Familiares nos cuidados de mobilização aos idosos e de dinamização de classes de movimento. Projecto Integrado de Intervenção Precoce – P.I.I.P. O Projecto Integrado de Intervenção Precoce – PIIP, surge em Mira a partir de 1990, resultante de protocolo entre vários serviços com o objectivo de criar respostas de âmbito individualizado a crianças e suas famílias. Destina-se ao apoio de famílias com crianças entre os 0 e os 3 anos de idade com atraso de desenvolvimento, associado ou não a deficiência, crianças em risco ambiental ou biológico, isto é, crianças que expostas a variadas situações possam ser colocadas em risco de vir a ter problemas de desenvolvimento. Trata-se de um projecto co-financiado pela Segurança Social, através da celebração de acordos de cooperação. Por força da necessidade sentida pelo PIIP em formalizar e generalizar a sua intervenção no apoio às crianças em idade precoce e respectivas famílias, 102 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira constituiu-se a Equipa de Intervenção Directa (EID) em Setembro de 1990. Trata-se de uma equipa multidisciplinar que tem a sua sede na CERCIMIRA e que actualmente integra um médico e uma enfermeira do Centro de Saúde de Mira, uma psicóloga e um Técnico Superior de Serviço Social da CERCIMIRA e duas Educadoras da DREC. Exceptuando as Educadoras, todos os outros técnicos são disponibilizados pelos serviços de origem. A EID de Mira, apoia actualmente 10 crianças/famílias residentes no Concelho de Mira, sendo 5 em apoio domiciliário e as outras 5 em creche. Para cada caso existe sempre um responsável de caso que, geralmente, é uma Educadora, podendo no entanto um técnico com outra formação assumir essa função, com base numa solicitação familiar ou necessidade de uma intervenção mais específica. A sinalização dos casos para apoio é feita, em primeira instância, pelo Hospital Pediátrico e Maternidade, através de uma ficha própria para esse efeito. Podem também ser sinalizados através da Comunidade, Centro de Saúde, CPCJ e outros serviços de Acção Social. Programa de Implementação da Rede Social A aprovação da candidatura ao Programa Rede Social apresentada pelo Concelho de Mira teve lugar em Fevereiro de 2003. Numa primeira fase foi feita uma acção de sensibilização, de modo a elucidar os possíveis parceiros, pelo núcleo dinamizador foi elaborada uma proposta de Regulamento Interno e aprovada posteriormente já após a Constituição do CLAS de Mira. A Rede Social passa por várias fases de implementação: Pré Diagnóstico Social, Diagnóstico Social, Plano de Desenvolvimento Social – PDS e Plano de Acção, bem como relatórios de execução semestrais e anuais e avaliação. 103 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social O Programa Rede Social, consiste em desenvolver um trabalho em parceria, com o objectivo de racionar recursos, pretende-se com este Programa fazer um levantamento das problemáticas sociais existentes no Concelho de Mira através do Diagnóstico Social, bem como a elaboração de um Plano de Desenvolvimento que ajude a atenuar ou mesmo extinguir essas problemáticas. 104 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social 6 - Emprego/Desemprego e Formação Profissional • Taxa de Desemprego. 8% • Taxa de Desemprego masculino: 5,2% • Taxa de Desemprego Feminino: 12% • População Empregada Sector Primário: 677 indivíduos • População Empregada Sector Secundário: 1749 indivíduos • População Empregada Sector Terciário: 2755 indivíduos Relativamente a esta área temática, é sabido que Portugal não atravessa um período de crescimento económico favorável ao mercado de trabalho, no entanto a erradicação da pobreza e exclusão social passam por ser dois objectivos de elevada importância, que se vão tentando colmatar através de políticas de emprego e formação profissional para a inclusão da população na vida activa. O Concelho de Mira, de acordo com os Censos de 2001, verifica uma taxa de actividade de 43,7%, sendo que para o sexo masculino é de 51,8% e para o feminino é de 36,5%, o que revela, em relação aos Censos de 1991 uma regressão, visto que a taxa de actividade era de 47,1%, sendo 56,3% para os homens e para as mulheres 38,9%. Quadro 54: População Economicamente Activa População Economicamente Activa População Activa/Empregada Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total 3156 2473 5629 2993 2188 5181 Fonte: INE – Censos 2001 105 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Entende-se por população activa, o conjunto de indivíduos que se encontram disponíveis para a produção de bens e serviços que entram no circuito económico, são considerados como fazendo parte da população activa os seguintes subconjuntos de indivíduos: • População empregada; • População desempregada à procura de novo emprego; • População desempregada à procura de 1º emprego. Quadro 55: População Desempregada População Desempregada Total/MIRA Procura 1º Emprego Procura de Novo Emprego HM H M HM H M HM H M 448 163 285 105 27 78 343 136 207 Distrito 4893 7659 1117 2308 9127 3776 5351 3425 Fonte: INE – Censos 2001 Segundo os Censos 2001, podemos observar que no Concelho de Mira 448 indivíduos se encontravam desempregados, dos quais 163 do sexo masculino e 285 do sexo feminino. De referir ainda que, no Distrito de Coimbra se encontravam desempregados um total de 12.552 indivíduos. Salientamos ainda o facto de que o número de pessoas que procuram novo emprego é bastante mais elevado do que aqueles que procuram o 1º emprego. 106 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 56: Taxa de Desemprego Taxa de Desemprego (%) 1991/MIRA 2001/MIRA HM H M HM H M 4,6 3,3 6,3 8 5,2 12 1991/Coimbra 2001/Coimbra HM H M HM H M 5,6 3,7 8,2 6,1 4,4 8,2 Fonte: Censos 2001 Através do Quadro anterior podemos observar que a taxa de desemprego, subiu de 4,6% em 1991 para 8% no ano de 2001, no Concelho de Mira, atingindo este a taxa mais elevada de todo o Distrito de Coimbra. Podemos ainda referir que o Concelho do Distrito de Coimbra com a taxa de desemprego mais elevada é o Concelho de Mira, seguido da Figueira da Foz com 7,4%, Montemor o Velho com 7,4%, Vila Nova de Poiares com 6,9%, Tábua com 6,7%, Soure com 6,5% e Lousã com 6,1%. A taxa de desemprego apresenta ainda uma disparidade significativa por sexos – em 2001 a taxa de desemprego feminina era de 12%, enquanto a masculina era de 5,2%. Quadro 57: População Desempregada, segundo o Grupo Etário Total 448 15 a 20 a 25 a 30 a 35 a 40 a 45 a 50 a 55 a 60 a 65 ou 19 24 29 34 39 44 49 54 59 64 mais 34 74 73 55 42 38 36 46 32 16 2 Fonte: INE – Censos 2001 107 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 58: População sem Actividade Económica População com 15 ou mais anos sem Actividade Económica Total Estudantes Doméstica Ref. aposentada Incapaz ou reserva HM H HM H 5321 1970 1025 466 HM 952 H 18 para Outra situação trabalho HM H 2617 1138 HM 366 H 144 HM 361 H 204 Fonte: INE – Censos 2001 Do total da população sem actividade económica, podemos concluir através do quadro que, o número com maior representatividade é o da população do sexo feminino, ou seja, 3351 mulheres não tem actividade económica em relação aos homens que se apresentam com o número de 1970. Da análise da população sem actividade económica, podemos verificar que cerca de 50% são reformados, aposentados ou reserva, 19,26% são estudantes o que significa a não entrada ainda na vida activa. Quadro 59: População Residente Empregada por Sector de Actividade Primário Mira Secundário Terciário HM H M HM H M HM H M 677 336 341 1749 1283 466 2755 1374 1381 Fonte: Censos 2001 Analisando o Quadro anterior, podemos concluir que o sector com mais empregabilidade é o sector terciário com 2755 indivíduos, seguido do sector secundário com 1749, sendo o registo mais baixo o sector primário com apenas 677 indivíduos, ficando este a dever-se ao abandono da agricultura por parte das populações. 108 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 60: População com 15 ou mais anos, segundo o principal meio de vida Trabalho Subs. Desemp. R.M.G. Pensão/Reforma Outros meios HM H HM H HM H HM H HM H 5215 3042 193 73 66 19 2911 1256 2565 736 Fonte: INE – Censos 2001 Através do quadro acima podemos dizer que a maioria da população tem como principal meio de vida o trabalho, seguido da população que usufrui de pensão ou reforma. Por “outros meios” entenda-se o somatório da população que tem como meio de vida subsídios por doença, rendimento de propriedades, apoio social ou que se encontram a cargo de familiares. 109 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social IEFP – Centro de Emprego da Figueira da Foz O Centro de Emprego da Figueira da Foz é uma Unidade Orgânica do Instituto de Emprego e Formação Profissional (I.E.F.P.), dependente da Delegação Regional do Centro. A sua área de intervenção abrange 3 Concelhos: Mira, Montemor – o – Velho e Soure. Segundo os dados da Delegação Regional do Centro, que abarca os Distritos de Castelo Branco, Guarda, Viseu, Coimbra, Aveiro e Leiria, tínhamos um total de desemprego registado de 61910 em Outubro de 2003, já com a estatística de Fevereiro de 2004 podemos observar um aumento do número de desempregados na Região Centro que passa a ser de 64.218. Quadro 61: Desemprego Registado no Concelho de Mira em Outubro de 2003 Grupo Etário <25 Anos 25 – 44 Anos 45 – 54 Anos >= 55 Anos Total Homens 26 50 27 33 136 Mulheres 64 169 49 36 308 Total 80 219 76 69 444 Fonte: Centro de Emprego Figueira da Foz (Outubro de 2003) Do desemprego registado no Concelho de Mira (444), 66 procuram o 1º emprego, 378 procuram novo emprego. Segundo os dados da Delegação Regional do Centro que engloba 4 Distritos, incluindo o de Coimbra ao qual pertence o Concelho de Mira, entre Outubro de 2003 e Fevereiro de 2004 houve um aumento significativo do desemprego: 110 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 62: Desemprego Registado/Fevereiro de 2004 Desemprego Registado (DRC) Concelho de Mira Outubro 2003 Fevereiro 2004 Outubro 2003 Fevereiro 2004 61.910 64.218 444 540 Fonte: Delegação regional do Centro, Centro de Emprego da Figueira da Foz Quadro 63: Desemprego registado segundo o grupo etário (Fevereiro 2004) Grupo Etário Homens Mulheres Total <25 Anos 23 60 83 25 – 44 Anos 78 173 251 45 – 54 Anos 45 59 104 >= 55 Anos 48 54 102 Total 194 346 540 Fonte: Delegação Regional do Centro, Centro de Emprego da Figueira da Foz Do desemprego registado no Concelho de Mira, podemos verificar que o maior número de desempregados se situa na faixa etária entre os 25 e os 44 anos, destes, 173 são mulheres e 78 homens. Quadro 64: Situação da População Desempregada Face ao Emprego Situação Face Emprego Homens Mulheres Total 1º Emprego 13 45 58 Novo Emprego 181 301 482 Total 194 346 540 Fonte: Centro de Emprego Figueira da Foz 111 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Através dos quadros anteriores podemos verificar que, quer a nível de número de desempregados ou à procura do 1º e novo emprego, o sexo feminino está sempre representado em maior número. Quadro 65: Tempo de Inscrição no Centro de Emprego Tempo de Inscrição Homens Mulheres Total <1 Mês 1 Mês 2 Meses 3 Meses 4 Meses 5 Meses 6 Meses 7 Meses 8 Meses 9 Meses 10 Meses 11 Meses >= 12 Meses Total 32 21 18 22 10 8 5 6 27 36 32 26 27 44 6 15 7 5 3 9 109 346 59 57 50 48 37 52 11 21 7 8 7 13 170 540 3 4 4 61 194 Fonte: Delegação Regional do Centro, Centro de Emprego da Figueira da Foz Ao analisar-mos o desemprego face ao tempo de inscrição, verifica-se que a população inscrita há mais de 1 ano é mais elevada que as restantes, este resultado leva a constatar que existe um grande número de desempregados de longa duração. 112 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 66: População Desempregada, segundo as habilitações Habilitações Homens Mulheres Total <4 Anos 12 49 61 >= 4 e < 6 anos 89 102 191 >= 6 e < 9 anos 42 81 123 >= 9 a 12 anos 44 72 116 Médio/Superior 7 42 49 Total 194 346 540 Fonte: Delegação Regional do Centro, Centro de Emprego da Figueira da Foz As habilitações literárias merecem hoje em dia uma atenção especial, na medida em que são indispensáveis para o conhecimento da estrutura do desemprego. Isto é, quanto mais baixas são as habilitações literárias mais difícil se torna obter uma oportunidade de emprego bem como o acesso ao mercado de trabalho. 113 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 6.1 - Programas Ocupacionais Devido ao elevado grau de desemprego, e por consequência o n.º de beneficiários a auferir do subsídio de desemprego, existem no Concelho de Mira 42 Programas Ocupacionais a decorrer. Destes, a Câmara Municipal de Mira, envolve 21 pessoas, sendo as restantes repartidas pelas Juntas de Freguesia, Associações e I.P.S.S. Quanto ao Programa Inserção/Emprego, 7 projectos em Mira, a saber: ♦ Associação Humanitária – Bombeiros Voluntários de Mira – 1; ♦ Associação dos Amigos dos Moinhos e Ambiente da Gândara – 22; ♦ Associação de Idosos Mirense – 9; ♦ Centro Paroquial de Solidariedade Social de Mira – 2; ♦CERCIMIRA – 6 ♦ Instituto da Sagrada Família – 1; ♦ Sociedade Promoção Social – Obra do Frei Gil – 4; ♦ Unidade Paroquial de Apoio Social – Praia de Mira – 4. De referir que, as 24 pessoas envolvidas nos projectos acima referidos, são beneficiárias de RSI (Rendimento Social de Inserção), que se encontram a cumprir programa de inserção, na área de formação profissional. 6.2 - Sectores de Produção A estrutura produtiva assenta tradicionalmente no sector primário (agricultura e pesca) A indústria assume pouca relevância no Concelho, tanto em termos de absorção de mão-de-obra, como em termos de representatividade económica. 114 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social De referir que se encontra em fase de implementação a Associação Empresarial de Mira. O sector terciário, encontra-se numa fase de evolução qualitativa e quantitativa. O emprego assume características sazonais e de trabalho precário atingindo sobretudo as mulheres e jovens á procura do 1º emprego. Uma das actividades de extrema importância para o desenvolvimento do Concelho é o Turismo, na medida em que reúne potencialidades naturais muito particulares, como sendo mar, praia, recursos naturais de água doce e floresta, todavia caracteriza-se por uma forte dependência da época balnear. 6.3 - Unidade de Inserção na Vida Activa – U.N.I.V.A. A UNIVA, é um serviço gratuito de iniciativa da Câmara Municipal de Mira, funcionando com o apoio do IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional). O principal objectivo da UNIVA é a prestação de apoio aos jovens para a inserção ou reinserção profissional, trata-se de um serviço em cooperação com o Centro de Emprego da Figueira da Foz. É também objectivo da UNIVA fazer o acolhimento, orientação e informação profissional, bem como o acompanhamento e apoio dos jovens nas experiências de trabalho ou na procura de formação e emprego. Embora seja um serviço cujo público-alvo são os jovens à procura do primeiro emprego ou formação profissional, está aberto a toda a comunidade local onde todos são atendidos e encaminhados conforme a situação profissional em que se encontram. O público que normalmente procura o serviço da UNIVA são jovens à procura do primeiro emprego e formação profissional, desempregados de longa duração que tentam através deste serviço uma resposta mais rápida, população 115 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira abrangida por medidas complementares de apoio e inserção, bem como a população em geral. Todos os utentes deste serviço, acabam por ter em comum o risco de exclusão social e situações de vulnerabilidade, que devem ser combatidas através de uma coesão social, emprego, qualificação, formação profissional, oportunidades iguais para uma melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento pessoal. Durante o período de Março 2003 a Março de 2004 registaram-se 169 inscrições para emprego e/ou formação profissional, na sua maioria do sexo feminino, com baixa escolaridade o que dificulta a integração no âmbito do emprego. Apenas 37 utentes foram encaminhados para empresas/entidades do Concelho, na maioria para exercer funções de auxiliar de serviços gerais. 116 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 7. Transportes O utilizador dos transportes públicos fora das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto caracteriza-se, muito simplesmente, por não ter outra opção. O hábito secular, enraizado na utilização da viatura própria, em que todas as desculpas servem para justificar a comodidade com que se viaja no automóvel ligeiro e até os grandes sacrifícios que comportam os gastos – horário incompatível, paragem longe de casa/emprego, deslocações frequentes, etc. – levam a que apenas os estudantes e aqueles que trabalhando, não têm possibilidade de sustentar a despesa mensal com a viatura ligeira. Certamente que a imagem oferecida pelos transportes que servem Mira, contribuem para esse abandono do transporte colectivo. Ninguém, a não ser sem alternativa, gosta de viajar com pouco conforto e confiança nos horários. É certo que não havendo autocarros com boas condições e fiabilidade no serviço os passageiros não vão surgir. No entanto não é menos verdade que a falta de passageiros leva à falta de receitas e à consequente falta de investimento. A empresa “Joalto Mondego” tem feito um esforço para a melhoria da sua frota desde Maio de 2003, data em que adquiriu a “Avic Mondego”, com introdução de unidades mais confortáveis, seguras e com índices de confiança elevados, foram alterados alguns horários com o objectivo de restabelecer a confiança dos passageiros. Na medida do possível tentou-se manter os horários existentes, eliminando apenas aqueles que obviamente se encontravam desajustados. 117 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira No Concelho de Mira trabalham, todos os dias úteis, 11 autocarros com circulação dentro e fora do Concelho, estes executam cerca de 65 circulações diárias às quais se deve somar mais 12 circulações provenientes/destino a Coimbra, Cantanhede, Aveiro e Figueira da Foz. Durante o fim-de-semana existem 2 autocarros em circulação completando cerca de 15 circulações por dia. Segundo a Empresa Joalto, não parece ser por falta de oferta ou rede deficitária que os utentes não viajam, encontrando-se no entanto disponível para discussão de eventuais alterações ou remodelações de horários e percursos. A perda de passageiros tem sido uma constante, apesar do avultado investimento financeiro, a título de exemplo foram introduzidas 14 unidades desde Maio 2003 até Dezembro 2004, no entanto a receita das carreiras tem apresentado valores negativos quando comparada com períodos análogos de anos anteriores. Os custos fixos aumentaram, o gasóleo disparou nos últimos tempos e os ordenados dos funcionários aumentam de ano para ano tendo também a sua quota-parte. As medidas que se encontram em estudo neste momento passam pela redução de horários um pouco por toda a área servida pela empresa, para que assim se possa reduzir nos custos fixos e continuar a investir, evitando que novamente a frota se torne obsoleta. De referir ainda que apenas o transporte de alunos contraria a tendência de descida de passageiros, tendo o Concelho de Mira revelado um ligeiro crescimento nesta franja da população. As soluções passam pelo empenhamento de todos os parceiros sociais. As Autarquias devem criar parcerias com as empresas e oferecer novas soluções aos munícipes que passem pela utilização alargada e generalizada do transporte público. A criação de entraves à entrada do automóvel ligeiro e particular dentro da Vila de Mira ou oferecer passes aos idosos e aos mais carenciados, 118 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira pode vir a ser uma solução a apresentar. Procurar aproveitar a nova autoestrada que serve o Concelho de Mira e criar condições para a implementação de novas empresas. Quanto ao tecido empresarial de Mira, deve criar e comparticipar alternativas que passem pela utilização do autocarro. A sociedade civil deve também promover a utilização do transporte público como alternativa verdadeiramente ecológica. A falta de oferta de emprego e o constante crescimento do desemprego em todo o território nacional tem-se reflectido também no Concelho de Mira, sendo um dos factores que levam à diminuição do número de passageiros a utilizar o transporte público. 119 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 8 – Segurança/Justiça No Concelho de Mira, a manutenção da segurança e ordem pública, bem como a defesa e protecção das pessoas e propriedade pública/privada, é da competência da Guarda Nacional Republicana – GNR, que conta com dois Postos Territoriais, sendo um na freguesia de Mira e outro na freguesia da Praia de Mira, ambos superiormente dependentes da Brigada n.º5 destacamento de Cantanhede – Grupo de Coimbra. O Posto da GNR de Mira dispõe de 17 efectivos, dos quais 1 Sargento, 6 Cabos e 10 Soldados. Quanto ao Posto da GNR da Praia de Mira, conta com 14 efectivos, entre os quais 1 Cabo Chefe, 2 Cabos e 11 Soldados, este Posto tem a particularidade de se encontrar situado na zona do Concelho com bastante afluência populacional durante a época balnear aquando da visita dos turistas. Por este motivo, durante a época balnear, conta com reforços da equipa de BTT/Ciclo com 2 Cabos e 3 Soldados bem como da equipa de Cinotécnica da qual fazem parte 2 binómios, ou seja, 1 Cabo, 1 Soldado e 2 cães. A Guarda Nacional Republicana é uma Instituição directamente ligada à Protecção Civil, tendo todas as suas funções previstas na Lei para uma Força de Segurança Pública. Quadro 67: Ocorrências 2003/2004, GNR de Mira GNR – Brigada n.º 5 Grupo Territorial de Coimbra Posto de Mira 2003 2004 N.º de queixas por violência doméstica 12 9 Acidentes de viação 191 175 Condutores com excesso de álcool 23 17 Delinquência juvenil (menores de 16 anos) 1 1 Outros crimes (furto, …) 170 189 Total de ocorrências 397 391 120 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Quadro 68: Ocorrências 2003/2004 GNR da Praia de Mira GNR – Brigada n.º 5 Grupo Territorial de Coimbra Posto da Praia de 2003 2004 N.º de queixas por violência doméstica 0 2 Acidentes de viação 77 72 Condutores com excesso de álcool 25 24 Delinquência juvenil (menores de 16 anos) 0 0 Outros crimes (furto, …) 131 94 Total de ocorrências 233 192 Mira Através dos quadros anteriores podemos verificar que, o número de crimes praticados no Concelho de Mira e registados pelas forças de autoridade tiveram uma ligeira descida entre os anos de 2003/2004. De referir que, o Posto da GNR de Mira é já um parceiro social fundamental em alguns Programas/Projectos existentes no Concelho, como sendo a CPCJ, Conselho Municipal de Educação, entre outros. A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mira – BVM, pelo excelente trabalho que faz em prol da comunidade, é também considerada uma força de segurança visto que em caso de emergência são o primeiro meio a ser accionado. Os BVM, contam com um total de cerca de 59 elementos, fazendo parte do quadro de pessoal da Associação, segundo a listagem de Maio de 2003, constam 1 comandante, 1 segundo comandante, 2 ajudantes de comando, 3 bombeiros de 1ª classe, 9 bombeiros de 2ª classe, 22 bombeiros de 3ª classe, 15 aspirantes, 4 cadetes e 2 auxiliares. A Câmara Municipal de Mira, desempenha também um papel importante e activo no que diz respeito à área da segurança, uma vez que a Autarquia tem 121 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira como sua responsabilidade a Protecção Civil Concelhia, gerindo todos os meios existentes no Concelho para garantir a segurança num eventual cenário de crise. 8.1 Tribunal Judicial da Comarca de Mira Durante o ano de 2004 deram entrada neste Tribunal 1074 Processos, dos quais: 512 Processos Cíveis; 129 Processos-crime e 433 Processos do Ministério Público. 122 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 9 - Cultura, Associativismo e Equipamentos Desportivos e Recreativos As actividades culturais de cada Concelho são fundamentais e de extrema importância, uma vez que visam o alargamento e aprofundamento do saber. No Concelho de Mira estas actividades surgem através de uma série de acções destinadas a todas as faixas etárias e cujos principais objectivos são animar os espaços públicos, promover a participação da população, proporcionar actividades de lazer, recolher/promover/divulgar o Património Local. Em Mira, e no âmbito das actividades culturais, podemos assim registar a Biblioteca Municipal, Museu Etnográfico, Pista Ciclopedonal, Ranchos Folclóricos, Festas Religiosas, edições de Jornais locais, Banda Filarmónica, Grupo Coral de Mira, as feiras, Artesanato local como sendo as miniaturas dos antigos “palheiros de Mira” e os Barcos da arte xávega. Biblioteca Municipal – pretende-se que seja um espaço de incentivo à leitura, tentando deste modo enriquecer os jovens de hoje com cultura do passado, presente e futuro. É também na Biblioteca Municipal através do “espaço Internet” que se incentivam as crianças/jovens/adultos para as novas tecnologias. O espólio literário é fornecido pela Fundação Calouste Gulbenkian e Câmara Municipal de Mira. A Biblioteca funciona em instalações próprias, no centro da Vila de Mira, estando deste modo acessível a todos. Museu Etnográfico da Praia de Mira – abriu ao público em Outubro de 1997, tendo como principal acervo a recolha de peças feita pelo Centro Cultural e Recreativo da Praia de mira e da Câmara Municipal de Mira. O objectivo inicial era o de desenvolver a cultura através da pesquisa, recolha e arquivo de 123 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira materiais relacionados com a vivência local e reconstrução da habitação típica o “Palheiro”. Encerrado durante algum tempo para remodelação museológica, representando actualmente uma homenagem ao povo da Praia de Mira e às suas origens. O Museu é um edifício de raiz de arquitectura palafita, vulgo Palheiro, tipicamente popular até meados dos anos 60 na orla marítima de Espinho à Praia de Quiaios. Está organizado em dois pisos, aberto sobre a paisagem, desenvolve-se num espaço inimista onde predomina a lagoa – “Barrinha”. Funciona ainda como Posto de Turismo e sala de exposições temporárias. Pista Ciclopedonal – projectada pela Câmara Municipal de Mira, com o apoio do Ministério do Ambiente e fundos comunitários, está implantada numa zona de Lagoas, Ribeiros, Caniçais, Palhais e floresta, habitates característicos das dunas e pinhais de Mira. Já em 2004, com a construção de um Centro de Apoio a pista ficou assim equipada com casas de banho, informação turística, manutenção e aluguer de bicicletas e posto de primeiros socorros. Trata-se de um excelente meio de desfrutar a natureza e a cultura local ao mesmo tempo que pratica desporto num ambiente de grande qualidade. Banda Filarmónica Ressurreição de Mira – inicialmente denominada Banda Mirense, foi fundada em 15 de Setembro de 1870. Ao longo dos anos sofreu várias interrupções, tendo ressurgido em 1933 no dia de Páscoa, por iniciativa de Vigário António Caravela, adoptando então o nome de Ressurreição de Mira. Conta nas suas fileiras com 52 executantes, sendo na sua maioria jovens com menos de 22 anos de idade, sendo estes formados quase na sua totalidade na Escola de Música da própria Banda. Tem como principais actividades a participação em festas religiosas e recreativas, contribuindo em todas as actividades organizadas pela Câmara 124 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Municipal de Mira, FFDC e INATEL, conta ainda com algumas deslocações ao estrangeiro, nomeadamente a Espanha e França. No que respeita a actividades culturais, não podemos deixar de realçar o trabalho dos Grupos/Ranchos Folclóricos, pois estes fazem-nos viajar no tempo e recordar toda uma história das localidades em que se inserem. Os Grupos Folclóricos procuram, através da recolha e preservação dos usos e costumes antigos que fazem hoje parte da história do Concelho de Mira, divulgar a cultura local. Aos mirenses permitem o acesso às tradições antigas e, nas suas actuações fora do Concelho e mesmo no estrangeiro, promovem a divulgam as tradições de Mira, contribuindo para a procura turística desta localidade. Grupo Folclórico da Casa do Povo de Mira Grupo Folclórico de Portomar Grupo Folclórico de Poço da Cruz Grupo Folclórico do CPT Ermida Grupo Coral de Mira – formado em 1978 a partir de um pequeno Coral da Igreja Matriz de Mira, foi constituído como associação em 27 de Novembro de 1981. A sua composição conta com cerca de 45 elementos femininos e masculinos, tendo no seu repertório música clássica, religiosa e popular. Das suas actividades salienta-se a participação em encontros nacionais de coros bem como algumas digressões pelo estrangeiro. As Festas Tradicionais – que anualmente homenageiam os padroeiros das várias Freguesias, são também uma importante actividade cultural e recreativa, pois proporcionam a animação nos espaços públicos bem como o convívio entre conterrâneos. Em Mira, a festa mais significativa, por se tratar da Festa do Concelho, é em honra de São Tomé, padroeiro de Mira, acontece em Julho com duração de uma 125 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira semana, no dia 25 (feriado municipal) pela manhã faz-se a reconstituição da Feira Medieval e a chegada dos Romeiros, durante a tarde e após a Missa realiza-se a procissão à qual se juntam, para além dos Mirenses, centenas de pessoas oriundas de outras regiões, principalmente a norte de Aveiro. Outras Festas no Concelho: Freguesia da Praia de Mira: Nosso Senhor dos Aflitos em Setembro na localidade da Barra de Mira; Nossa Senhora da Conceição em Dezembro na Praia de Mira. Freguesia de Carapelhos: S. Bento em Agosto na localidade de Corticeiro de Baixo; Nossa Senhora da Conceição em Dezembro na localidade de Carapelhos. Freguesia do Seixo: Nossa do Carmo em Agosto. Freguesia de Mira: S. Tomé de Mira em Julho; S. Miguel, Santa Marinha, Nossa Senhora do Amparo, Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora do Ó, Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Luz, S. Pedro, S. Tomé do Casal. Mostra Gastronómica da Região da Gândara – realiza-se desde 1997 por iniciativa da Câmara Municipal de Mira, tem lugar na localidade da Praia de Mira a meados de Setembro. Tem como objectivos principais: valorizar e preservar o Património Cultural, Gastronómico, Antropológico e Social, defendendo e conservando antigas receitas, saberes e sabores locais, divulgar a riqueza gastronómica da Região da Gândara, animar culturalmente a Praia de Mira, promovendo assim a procura turística em época de fim de Verão. Destina-se a promover e qualificar os restaurantes locais, que confeccionam pratos típicos da região como sendo o “Pitau de Raia” e “Caldeirada de Enguias” entre outros, e a já habitual participação da “Confraria dos Nabos” 126 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira que nos presenteiam com o seu prato típico de “Rojões com Grelos” bem como a “Sopa de Nabiças”. Mostra Regional de Flores & Plantas “Gândara & Planta” – A criação, preservação e promoção de Espaços Verdes e sua inserção numa estrutura ecológica municipal, constituem peças vitais de gestão ambiental e planeamento estratégico do Concelho. A Câmara Municipal de Mira, ciente da indispensável presença dos Espaços Verdes como componente da qualidade de vida urbana e de integração na paisagem, pretende com a realização deste evento, que se realiza já pelo quinto ano consecutivo, valorizar as empresas/instituições e as pessoas associadas que laboram neste sector, reconhecendo a sua importância e contribuição no desenvolvimento ambiental e socio-económico da Região Gandaresa, para benefício da qualidade de vida das populações. Artesanato – destacam-se as miniaturas de utensílios utilizados na agricultura tradicional de Mira, como sendo o “carro de bois” que servia para ajudar o agricultor a arar a terra, bem como o recordar a arte xávega através das miniaturas dos barcos utilizados pelos pescadores da Praia de Mira. Embora não se trate já de uma actividade profissional, podemos ainda encontrar em Mira alguns artesãos que se dedicam em exclusivo a esta arte. Associações Culturais e Recreativas – são associações que desempenham um papel importante nas localidades, uma vez que contribuem para o desenvolvimento cultural, recreativo e desportivo. Estas colectividades apresentam como principais actividades a organização de torneios de jogos, convívios, teatro, formação cívica, cultural, ambiental e profissional e apoio à comunidade. Estando a Câmara Municipal de Mira plenamente consciente do papel das Associações existentes no Concelho, procura, sempre que possível, apoiar todas 127 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira as iniciativas, apoiando ainda através de um subsídio anual atribuído por cada actividade desenvolvida. Equipamentos Desportivos: Pavilhão Gimnodesportivo de Mira Piscina Municipal Campo de Futebol Ala Arriba Campo de Futebol do Touring – Praia de Mira Projecto para Campo de Golfe (em fase de discussão no PDM) 128 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira 129 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social 10 – Metodologia/Conclusão O Diagnóstico Social do Concelho de Mira foi concebido de forma a ser um documento de trabalho de pertença a todos e para uso de todos, com acento ou não no CLAS. Servirá para que através da sua leitura e análise, se possa reflectir sobre os resultados nele apresentados. Com a elaboração do Diagnóstico Social do Concelho, pretende-se obter um documento aberto capaz de identificar, tanto quanto possível, as necessidades do Concelho, e que através de uma análise critica se possa contribuir para a concretização de um Plano de Desenvolvimento Social capaz de fazer face aos problemas identificados pelo CLAS de Mira. O Diagnóstico Social é um documento através do qual se pode observar a realidade do Concelho nas diversas áreas de intervenção social, serve também de base para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Social – PDS. A elaboração do Diagnóstico Social baseou-se na informação recolhida num workshop em plenário de CLAS, supervisionado por um consultor, Dr. Ulrich Shiefer, utilizando uma metodologia participativa com todos os parceiros que deram o seu contributo para identificar os vários problemas existentes no Concelho, através da técnica de “Nuvem de Problemas” Assim, foi possível apontar algumas das áreas mais problemáticas e consequentemente os problemas sociais que lhe estão associados, a saber: Família ⇒ Baixo nível social e económico de muitas famílias; ⇒ Delinquência juvenil; ⇒ Falta de ocupação de tempos livres dos jovens; 130 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social ⇒ Falta de envolvimento das famílias na resolução dos seus problemas; ⇒ Família célula dividida; ⇒ Falta de acções de educação parental; ⇒ Falta de auto – estima nas pessoas; ⇒ Educação e falta de ocupação de tempos livres dos jovens; ⇒ Falta de articulação entre instituição e família; ⇒ Mira, zona de emigração; ⇒ Violência doméstica; ⇒ Famílias desestruturadas; ⇒ Sobreposição da intervenção dos técnicos nas famílias. Organizações ⇒ Falta de código de comunicação comum; ⇒ Concelho pouco dinâmico; ⇒ Falta de articulação entre técnicos (falta de diálogo); ⇒ Multiplicidade de reuniões para atingir os mesmos objectivos; ⇒ Prepotência em algumas organizações; ⇒ Falta de articulação entre técnicos; ⇒ A informação por vezes não circula; ⇒ Comodismo; ⇒ Preconceitos na inserção; ⇒Falta de sensibilização e formação da população em geral. 131 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Recursos ⇒ Falta de financiamento para os projectos a implementar; ⇒ Floresta...quem pensa em mim? ⇒ Pouca indústria, o que origina falta de emprego; ⇒ Falta de empresas, por não haver muitos incentivos; ⇒ Falta de respostas para a inserção social; ⇒ Falta de acompanhamento a pessoas com dificuldades económicas e culturais; ⇒ Rentabilizar a disponibilidade dos técnicos, no âmbito da participação nas várias redes do Concelho; ⇒ Falta de Psicólogos em algumas instituições; ⇒ Fraca rentabilização de alguns recursos existentes; ⇒ Falta de tempo dos técnicos do Concelho; ⇒ Falta de respostas na valência de Creche; ⇒ Rentabilizar os recursos existentes é fundamental; ⇒ Falta (dificuldade) de comunicação entre apoios às famílias e escola; ⇒ Sobreposição de papeis dos técnicos; ⇒ 3ª Idade, soluções... Apoios a famílias com dificuldades; ⇒ Duplicação de esforços para a resolução do mesmo problema. Habitação/Segurança ⇒ Habitação degradada; ⇒ Construção ilegal e clandestina, o que dificulta a intervenção; 132 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social ⇒ Falta de água canalizada e de electricidade; ⇒ Falta de saneamento básico; ⇒ Falta de habitação social, para casos urgentes de alojamento; ⇒ Escassa oferta de habitação para arrendamento, sendo as existentes de renda elevada; ⇒ Falta de segurança nas escolas; ⇒ Insegurança dentro da escola; ⇒ Insegurança de fora para dentro da escola. Formação/Emprego ⇒ Baixo nível de competências sociais; ⇒ Escassez de acções de formação para funcionários das IPSS; ⇒ Falta de acções de formação para dirigentes das IPSS; ⇒ Falta de respostas ao nível da inserção profissional; ⇒ Fraca oferta de emprego ao nível local; ⇒ Baixas competências sociais; ⇒ Baixas qualificações profissionais; ⇒ Falta de um pólo industrial, capaz de dar resposta à elevada taxa de desemprego; ⇒ Desencontro entre as ofertas de emprego e o perfil dos candidatos; ⇒ Emprego precário e sazonal; ⇒ Localização dos centros de formação; ⇒ Escassez de cursos de formação; ⇒ Falta de emprego; ⇒ Certificação de competências; 133 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social ⇒ Falta de alunos para frequência de cursos de formação, por falta de motivação; ⇒ Distribuição dos cursos pelos centros de formação; ⇒ Agricultura ao abandono; ⇒ Desemprego. Transportes ⇒ Transportes não compatíveis com os horários de trabalho; ⇒ Rede de transportes deficiente. Educação ⇒ Abandono escolar; ⇒ Absentismo escolar; ⇒ Elevada taxa de analfabetismo; ⇒ Dificuldades de inserção dos estudantes na vida activa; ⇒ Falta de actividades extra escolares; ⇒ A escola não dá respostas às expectativas dos alunos; ⇒ Baixas expectativas ao nível da escolaridade por parte dos alunos; ⇒ Baixas qualificações académicas e profissionais; ⇒ Falta de envolvência entre pais/encarregados de educação e escola; ⇒ Baixo nível de escolaridade, consequentemente emprego precário no futuro; 134 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social ⇒ Insucesso escolar; ⇒ Pouca preocupação das pessoas com o seu semelhante. Saúde ⇒ Falta de cuidados de saúde ao domicílio, durante os fins-de-semana; ⇒ Alcoolismo. Acção Social ⇒ Grande dificuldade em integrar pessoas idosas/dependentes, com dificuldades económicas, nas instituições de apoio à 3ª idade; ⇒ Número elevado de famílias disfuncionais, com falta de competências ao nível da organização e gestão familiar, educativa e social; ⇒ Dificuldades no encaminhamento de famílias com problemas de desemprego; ⇒ População idosa, com baixos rendimentos e elevadas despesas de saúde; ⇒ Ao nível da infância e juventude têm vindo a surgir problemas relacionados com o abandono escolar e negligência familiar. 135 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Pretende-se com a realização deste trabalho obter um documento de consulta, para que todas as Instituições do Concelho possam fundamentar a sua actuação, com base nos dados aqui analisados. 136 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social 11. Aplicação da Técnica SWOT A estratégia utilizada baseou-se na aplicação da Técnica SWOT, pois permitiunos obter uma visão dos problemas identificados tendo por base as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças. Para aplicação da Técnica SWOT, foram feitas reuniões de grupos de trabalho, dividido pelas diversas áreas temáticas. Estas reuniões foram Dinamizadas pela Técnica Superior de Serviço Social a trabalhar na Rede Social de Mira e pela Coordenadora Distrital da Rede Social (Coimbra). Os diversos problemas identificados no Diagnóstico Social, foram posteriormente sistematizados em cinco áreas temáticas: • Formação/emprego • Acção social • Educação • Habitação • Saúde Estas áreas foram alvo de discussão e análise por diferentes grupos de trabalho, constituídos para o efeito, integrando os representantes dos diversos serviços parceiros do CLAS. A metodologia utilizada nestas sessões de trabalho foi a Técnica de Análise SWOT, que passamos a apresentar de seguida: 137 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Quadro 69: Área: formação/emprego Forças - Grande n.º de pequenas Empresas na área da transformação (alumínio e madeira) - Concelho com forte vocação em termos turísticos - Centro de formação da CERCIMIRA - Localização geográfica do Concelho - UNIVA - Incubadora de Empresas - Associação Empresarial de Mira - Associação de Promoção do turismo e desenvolvimento Fraquezas - Emprego precário e sazonal (pesca e hotelaria) - Inexistência de médias e grandes Empresas - Baixo nível de qualificação profissional - N.º reduzido de estruturas formativas - Fraca propensão para o investimento - Escassa exploração do sector do turismo - Falta de orientação estratégica para captação de investimento empresarial - Crise do sector primário e formação profissional Oportunidades Ameaças - Possibilidade de acolhimento de novas Empresas no - Politicas de emprego e formação profissional Concelho - Limitações orçamentais ao nível do financiamento das - Investimento nas áreas da educação/formação acções de formação profissional - Construção de novos meios de comunicação - Escassez de verbas para apoio aos projectos - QCAIII - Crise económica Parceiros: IEFP; AEM; CERCIMIRA; EDUCAÇÃO; Câmara Municipal; 138 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Quadro 70:Área: acção social Forças Fraquezas - Rede de equipamentos sociais diversificados existentes - Défice na cobertura de apoio à 3ª idade (lar) - Existência de um centro de apoio a dependentes (CAD) - Défice na cobertura no apoio à 1ª infância (inexistência no âmbito do PAII de creche na freguesia da Praia de Mira, ATL (lista de - Trabalho em parceria (RSI, CPCJ, PDIAS, PIIP, PAII, espera de 45 utentes ATL de Mira) Rede Social) - Ausência de estruturas residenciais de apoio a cidadãos - Facilidade ao nível do diagnóstico (concelho pequeno) com deficiência - Grande proximidade dos técnicos no acompanhamento - Escassez de respostas sociais para inserção social - Carência de respostas para crianças em risco (CPCJ) Oportunidades Ameaças - Rentabilização do trabalho em parceria - Crescimento do desemprego - Programas/acordos de inserção no âmbito de RSI - Corte no financiamento das políticas sociais - QCAIII - Burocratização de algumas políticas sociais - Programas/Projectos/Medidas de âmbito nacional - Subjectividade dos critérios de atribuição de algumas políticas sociais - Escassez de verbas para apoio aos projectos - Crise económica Parceiros: Câmara Municipal; Segurança Social; Instituições; 139 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Quadro 71: Área: educação Forças Fraquezas - Agrupamento vertical de escolas 1º e 2º ciclo e jardins- - Desvalorização da escola/escolaridade de-infância - Escassez de respostas na área da formação profissional - Associações de Pais - Escassez de medidas de sensibilização e informação - Associação de Estudantes sobre a importância da frequência escolar - Escola 3º ciclo e secundária - Abandono escolar após escolaridade obrigatória - Ensino recorrente/ secundária e activos - Absentismo escolar - Existência em todos os jardins-de-infância da - Insucesso escolar Componente de apoio à família - Inexistência de serviço de psicologia nas escolas - Equipamentos escolares em bom estado de conservação - Biblioteca Municipal - Espaço Internet - Conselho Municipal de Educação Oportunidades Ameaças - DREC - Constrangimentos ao nível da política de educação - Universidades de Coimbra e Aveiro - Falta de motivação dos alunos e famílias - Educação/formação - Encarregados de educação pouco disponíveis para - QCAIII assuntos escolares dos seus educandos - Aveiro Digital - Constrangimentos ao nível do financiamento e - SIM RIA (educação ambiental) investimento Parceiros: Escola Secundária; Agrupamento de Escolas; CERCIMIRA 140 Diagnóstico Social do Concelho de Mira Rede Social Quadro 72: Área: habitação Forças Fraquezas - N.º elevado de habitação unifamiliar própria - Existência de um número elevado de famílias a viver em - Muita oferta de habitação habitações sobrelotadas - Número elevado de candidatos para aquisição de lotes a custos controlados - Existência de habitações ilegais e sem condições de habitabilidade impossibilitando a intervenção da acção social - Carência de infra-estruturas de água e saneamento - Escassez de respostas na área da habitação devido aos elevados preços praticados - Endividamento familiar Oportunidades Ameaças - INH – política de intervenção de âmbito nacional: - Constrangimentos ao nível do financiamento SOLARH, RECRIA - Crise económica - Incentivo ao arrendamento jovem - Instabilidade profissional - Desemprego Parceiros: Juntas de Freguesia; Câmara Municipal; Segurança Social 141 Rede Social Diagnóstico Social do Concelho de Mira Quadro 73: Área: saúde Forças Fraquezas - Centro de Saúde - Défice de pessoal de enfermagem - Existência de extensões de saúde - Ausência de psicólogo no Centro de Saúde - Existência de SAP - Défice de pessoal médico - Existência de acções de sensibilização por parte do - Elevado número de utentes por médico de família Centro de Saúde à população em geral e escolas - Existência de cobertura ao nível de farmácias - IPSS – apoio domiciliário - Consultórios médicos privados de várias áreas - Existência de uma clínica privada com várias especialidades - Existência de quatro laboratórios de análise clínicas Oportunidades - Hospital da Universidade de Coimbra Ameaças - Constrangimentos ao nível das políticas de saúde - Hospital de Cantanhede - Saúde XXI 142