PRESS BOOK do longa-metragem PORTO DOS MORTOS (BEYOND THE GRAVE) (MÁS ALLÁ DE LA TUMBA) ÍNDICE: EMPRESA PRODUTORA (P.01) / LINKS (P.01) / CRÍTICAS (P.01) / PRINCIPAIS SELEÇÕES (P.03) / PRÊMIOS (P.03) / INDICAÇÕES (P.03) / FICHA TÉCNICA (P.04) / EQUIPE (P.04) / SINOPSE CURTA (P.05) / SINOPSE LONGA (P.05) / TRIVIA (P.05) / BIOGRAFIA DO DIRETOR (P.06) / FILMOGRAFIA DO DIRETOR (P.07) / PALAVRAS DO DIRETOR (P.07) EMPRESA PRODUTORA LOCKHEART FILMES LTDA. RUA SILVA SÓ 89/304 – SANTA CECÍLIA – CEP 90610270 PORTO ALEGRE – RS – BRASIL – T 55 51 3276 4355 – M 55 51 9239 7498 [email protected] / [email protected] www.lockheartfilmes.com LINKS Facebook Oficial: http://www.facebook.com/porto.dos.mortos.oficial IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1075642/ Youtube Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=FKiZW2XbdzM Trilha Sonora (Amostra): https://soundcloud.com/portodosmortos CRÍTICAS "PORTO DOS MORTOS é um filme extremamente inventivo. Assim como Jodorowsky, o diretor e roteirista Davi de Oliveira Pinheiro preenche sua história com todo o tipo de personagem exuberante. (...) Às vezes poético. Às vezes estático. Às vezes completamente energético. PORTO DOS MORTOS é uma experiência única no teatro do absurdo." (Mark L. Miller, Aint It Cool News) 1/10 "El Mariachi encontra a série [de livros] ‘A Torre Negra’. (...) o filme é incrivelmente bem fotografado, com escolhas musicais editadas de maneira que atinge o expectador. O filme flui memoravelmente." (Lauren Taylor, Bloody Disgusting) "Zumbis, demônios, caubóis e índios, espadas samurais e carros poderosos, este filme tem tudo. (...) É “Zombie - O Despertar dos Mortos”, “Amanhecer Violento”, “Possuídos”, “Era uma Vez no Oeste” e “Mad Max II”, colados com fita adesiva e embebidos em LSD." (Annie Riordan, Brutal As Hell) “PORTO DOS MORTOS é uma incrível jornada através de um mundo hipnotizante cheio de mistérios mágicos em fascinantes e estranhos locais, criados por um time de jovens, visionários e muito talentosos cineastas. Eu amei!” (Maynard Morrissey, Horror Movie Diary) "Sem contar com o orçamento de milhões de dólares de filmes norte-americanos ou ingleses-Eu preciso dizer que Davi de Oliveira Pinheiro (roteirista e diretor) criou algo impressionante, com imagens fortes e intimistas e planos obviamente meticulosos." (Dave Marks, Blog of the Living dead) “Davi de Oliveira Pinheiro surge com um filme que cumpre aquilo que outros não conseguem. PORTO DOS MORTOS é um impressionante, original e circunspecto filme que merece a sua atenção.” (Jason Meredith, CiNEZiLLA) “Eu já quero assisti-lo novamente, e tenho a impressão de que será melhor depois de repetidas vezes, então o status de futuro ‘cult movie’ já está assegurado.” (Sergio Barreto, Chicagoano) “PORTO DOS MORTOS oferece uma paleta visual impressionante que lembra perfeitamente a agilidade e o estilo das histórias em quadrinhos. Cada cena foi meticulosamente planejada para o máximo impacto.” (Carl Manes, I Like Horror Movies) “Prestes a se tornar um clássico ‘cult movie’ com uma forte mensagem.” (Jeremy Hawkins, Howlin' Wolf Records) “PORTO DOS MORTOS destaca-se graças a seu visual único!” (Justin Oberholtzer, Freakin' Awesome Network) 2/10 "Eventualmente tenho o privilégio de encontrar um filme e um diretor que revitalizam meu amor pelo cinema independente. PORTO DOS MORTOS é este filme e Davi de Oliveira Pinheiro é este diretor" (Rickey Russell, A Southern Life in Scandalous Times). PRINCIPAIS SELEÇÕES 70+ seleções: 45º Festival de Cinema de Sitges (Espanha); 12º East End Film Festival (Inglaterra); 18º Portobello Film Festival (Inglaterra); 28º Festival de Cinema Latino de Chicago (EUA); 32º Festival de Cinema de Havana (Cuba); 13º Indie Festival (Brasil); 22º Arizona International Film Festival (EUA); 2º Julien Dubuque International Film Festival (EUA); 14º Crossroads Film Festival (EUA); 7º Festival of Serbian Fantastic Film (Sérvia); 2º South Texas Underground Film Festival (EUA); 7º Montreal Underground Film Festival (Canadá); 41º Festival de Cinema de Gramado (Brasil); 12º ToHorror Film Festival (Itália); 5º Jaipur International Film Festival (Índia); 5º Baghdad International Film Festival (Iraque). Lista atualizada: aqui. PRÊMIOS 13 prêmios internacionais: 3º Arizona Underground Film Festival (EUA) e 2º Winter Film Awards (EUA) – MELHOR LONGA-METRAGEM DE HORROR; 4º Zed Fest (EUA) – MELHOR FILME DE AÇÃO, FILME DE LÍNGUA ESTRANGEIRA, DIRETOR, PRODUTOR, FIGURINO & AUTOMÓVEL (FAST EDDIE'S PIMPEST RIDE); 3º Cheyenne Zombiefest (EUA) – BEST PICTURE; 6º Blood Film Festival (Espanha) – MELHOR LONGA-METRAGEM; 5º Montevideo Fantástico (Uruguai) – PRÊMIO DO PÚBLICO; 7º Festival de Cinema Curta Cabo Frio (Brasil) – PRÊMIO COLETIVO DE ELENCO; 3º PollyGrind Underground Film Festival (EUA) – FILME “MAIS LEGAL”. INDICAÇÕES 2º Hot Media International Film Festival (EUA) – Indicado a Melhor Roteiro, Ator e Ator Coadjuvante; 9º Maverick Movie Awards (EUA) – Indicado a Melhor Diretor, Ator Coadjuvante, Direção de Arte, Maquiagem FX e Dublês de Ação; 1º Gwinnett Center International Film Festival (EUA) - Indicado a Prêmio Coletivo de Elenco; 2º Colortape International Film Festival (Austrália) – Indicado a Melhor Diretor. 3/10 FICHA TÉCNICA Empresa Produtora: Lockheart Filmes Ltda. Título Original: Porto dos Mortos Título em Inglês: Beyond the Grave Título em Espanhol: Más Allá de la Tumba Ano: 2011 País: Brazil Classificação Etária: 18 anos (Brasil) Idioma: Português (com legendas em Inglês/Espanhol/Francês) Gênero: “Road movie” fantástico Orçamento: R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) Duração: 89 minutes Formato de Janela: 1.78 : 1 Formato de gravação: HD/Colorido Cópia Final: HDCam SR EQUIPE Escrito, Produzido e Dirigido por: Davi de Oliveira Pinheiro Produzido por: Isidoro B. Guggiana Produção Executiva: Davi de Oliveira Pinheiro, Glauco Urbim e Isidoro B. Guggiana Canções: Felipe Longhi Música: Augusto Bornhausen, Bruno Fritzen, Gabriel Fritzen, Felipe Lermen e Felipe Longhi Direção de Fotografia: Melissandro Bittencourt Direção de Arte: Carmem Fernandes Montagem: Marcelo Allgayer Finalização e Efeitos Especiais Digitais: Pedro Marques Figurino: Raiza Antunes Direção de Som: Leo Bracht Efeitos Especiais: Kapel Furman Maquiagem FX: Kapel Furman, Ricardo Ghiorzi e Andre Guerrero Elenco: Rafael Tombini (Policial), Alvaro Rosacosta (Franco), Ricardo Seffner (Atirador), Amanda Grimaldi (Nina), Luciana Verch (Adriene), Leandro Lefa (Ashley). Tatiana Paganella (Passageiro I) e Adriano Basegio (Passageiro II). 4/10 SINOPSE CURTA Num mundo devastado onde as regras da realidade são ditadas por magia e loucura, um policial vingativo persegue um assassino serial possuído por um demônio numa batalha contra o mal absoluto. SINOPSE LONGA Num mundo devastado onde as regras da realidade são ditadas por magia e loucura, um policial vingativo persegue um assassino serial possuído Ele encontra em seu caminho grupos de sobreviventes. Alguns violentos, outros apenas tentando reconstruir suas vidas neste novo mundo cheio de ameaças sobrenaturais, onde a humanidade vê o início de sua extinção. Atirador e Nina, um casal de adolescentes, são as primeiras almas vivas a cruzar o caminho do Policial que caça o Passageiro, um ser dotado de poderes místicos, responsável por diversos assassinatos. O Policial e o casal de adolescentes tornam-se amigos neste mundo solitário. Sempre seguido pelos Retornados, os mortos-vivos, que vagam pelos mesmos lugares onde o Passageiro esteve, eles colocam suas vidas em perigo. Os primeiros sinais de humanidade encontrados são Franco, Adriene e Ashley, um trio que conseguiu sobreviver dentro de uma escola longe da civilização. O Policial, o Atirador e Nina abrigam-se junto aos sobreviventes por alguns dias, até desentendimentos aflorarem entre Ashley e o Policial. Os três decidem, então, continuar a busca pelo Passageiro. O assassino é localizado dentro de um manicômio. A batalha que segue é um reencontro entre dois velhos inimigos, o Policial e o Passageiro, num acerto de contas mais antigo que o tempo. Em um duelo final, é travada uma batalha contra o mal absoluto. TRIVIA Primeiro longa-metragem profissional do gênero horror produzido no Rio Grande do Sul; Tem orçamento estimado em 300 mil reais, financiados pelo próprio diretor e pelo produtor Isidoro B. Guggiana; Rodado em HD durante 23 dias na cidade de Porto Alegre (RS) e arredores; 5/10 Da pré-produção até sua finalização, foi reunida uma equipe de mais de 150 profissionais. Mais de 100 contratos foram assinados para garantir a cedência de todos os direitos envolvidos na produção. A palavra "zumbi" nunca é utilizada. Os mortos vivos são chamados de "coisas" ou "Retornados" – em homenagem ao clássico de terror italiano DELLAMORTE DELLAMORE (1994); Com exceção de um personagem secundário, ninguém é chamado pelo nome durante todo o filme; Apresenta mais de 81 efeitos visuais digitais; Um extensivo trabalho de pesquisa de locações foi empregado na criação de um mundo pós-apocalíptico, inclusive dentro de áreas movimentadas da capital gaúcha. O som teve que ser construído do zero para garantir a atmosfera pretendida; Desde seus primeiros estágios de produção até o momento, PORTO DOS MORTOS ocupa espaço em sites, blogs e publicações a redor do mundo, entre eles Ain't It Cool News; Fangoria (a bíblia do horror mundial); Twitch; l'Ecran Fantastique; ScifiWorld; O Globo e Veja. BIOGRAFIA DO DIRETOR Nascido no dia 28 de julho de 1979, em Porto Alegre (RS), Davi de Oliveira Pinheiro é diretor, roteirista e produtor cinematográfico. Seus trabalhos incluem curtas e longasmetragens para cinema, TV e internet. Davi é o produtor da série de documentários de média-metragem FRONTEIRAS DO PENSAMENTO, estrelada por Peter Greenaway, Michel Houellebecq, Pierre Levy, Camille Paglia, entre outras personalidades. Os quatro filmes são TRANSVERSAIS (2008), ARROBA (2008), A DANÇA DO PENSAMENTO (2008) e ARTE, ORDEM & CAOS (2008). O cineasta também produziu os cinco episódios da série de curtas-metragens para a internet ENSAIOS VISUAIS, com a presença de José Padilha em DOIS ANDARES (2008), Wim Wenders, no premiado DE VOLTA AO QUARTO 666 (2008), e Philip Glass, em WHAT ARE YOU LOOKING FOR?, entre outros. Além de produtor, também é roteirista e diretor de um dos episódios, O PASSAGEIRO OBSCURO (2009), estrelado por David Lynch. Seu primeiro longa-metragem como diretor é a ficção PORTO DOS MORTOS (2011), vencedor de treze prêmios internacionais e selecionado para mais de 70 festivais ao redor do 6/10 mundo, entre eles o Festival de Cinema de Sitges (Espanha), considerado o maior festival de cinema de gênero do mundo, o Festival de Cinema de Havana (Cuba), East End Film Festival (Inglaterra) e o Festival de Cinema Latino de Chicago (EUA), entre outros. Davi também assina a produção e o roteiro. Em 2012, Davi lançou durante o 40º Festival de Cinema de Gramado, o curta metragem O BEIJO PERFEITO. FILMOGRAFIA DO DIRETOR 2014: TUDO QUE RESTA ® (Ficção / Curta / Diretor, Produtor, em Pós-produção); 2012: O BEIJO PERFEITO ® (Ficção / Curta / Diretor, Produtor, Roteirista); Seleção Oficial 40º Festival de Cinema de Gramado; 2011: PORTO DOS MORTOS ® (Ficção / Longa/Diretor, Produtor, Roteirista); Vencedor de 13 prêmios internacionais, incluindo Melhor Longa-metragem de Horror (Winter Film Awards e Arizona Underground Film Festival, EUA) e Melhor Longa-metragem (Blood Film Festival e Cheyenne Zombiefest). 2009: O PASSAGEIRO OBSCURO ® (Ficção / Curta / Diretor, Produtor, Roteirista); 2008: WHAT ARE YOU LOOKING FOR? ® (Documentário / Curta / Produtor); DE VOLTA AO QUARTO 666 ® (Documentário / Curta / Produtor); Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (Melhor Curta - Documentário), Curta Cinema (Melhor Documentário); TEATRO DE TITÃS ® (Documentário / Curta / Produtor); DOIS ANDARES ® (Documentário / Curta / Produtor); ARTE, ORDEM E CAOS ® (Documentário / Média / Produtor); A DANÇA DO PENSAMENTO ® (Documentário / Média / Produtor); ARROBA ® (Documentário / Média / Produtor); TRANSVERSAIS ® (Documentário / Média / Produtor); 2007: PÉ NA PORTA (RBS-TV) ® (Ficção / Série de TV / Criador, Roteirista); 2005: O COMBATE ® (Ficção / Curta / Diretor, Produtor, Roteirista); CAFÉ DA TARDE (Série HISTÓRIAS CURTAS – RBS-TV) ® (Ficção / Curta / Roteirista). PALAVRAS DO DIRETOR PORTO DOS MORTOS começou como um filme de zumbis clássico: “um grupo de pessoas tem que resolver as suas diferenças dentro de um espaço limitado para não serem mortas por zumbis”, porém, a história criou vida própria e se transformou. De filme de horror, tornou-se um drama com influências de CINZAS NO PARAÍSO (1978), de Terrence Malick, um “road movie” na veia de CORRIDA SEM FIM (1971), de Monte Hellman, e um policial, com a forte influência de William Friedkin e seu VIVER E MORRER EM LOS ANGELES 7/10 (1985). Acreditei que era muito “barato”, um caminho fácil, tentar usar o zumbi como o modelo de culto atual impõe. Parecia mais um conceito de “galera” do que de arte, e sempre me senti desconfortável como parte de um grupo. Eu não sabia exatamente o que procurava, mas minha meta não era os lugares comuns. Fui obrigado a me livrar de meus preconceitos durante o processo de realização. Tive que esquecer o que achava que o filme era para aceitar o que ele é: mais uma fantasia influenciada por literatura que um horror pós-industrial. Os vários elementos importantes dos filmes de zumbi, do filme policial, do faroeste “spaghetti”, até mesmo do filme de vampiro, tornaram-no um compêndio de gêneros, mais que um filme facilmente classificável. Inconscientemente, não me dediquei à criação de uma trama de horror e sim a de um Universo alternativo. Comecei o filme tentando recriar Porto Alegre, mas no processo abandonei essa ideia: o que se vê na tela são ecos da minha cidade natal, adaptados a um mundo que só existe nos quadros do longa-metragem. O título que era literal na pré-produção, PORTO DOS MORTOS, tornou-se algo muito mais simbólico e emocional. Deixou de ser uma mera adaptação do título clássico dos filmes de George A. Romero à minha cidade e virou uma releitura, arriscada, diga-se de passagem, do que os mortos significam na geografia desse novo mundo. Os mortos não são apenas os zumbis. Os mortos são as pessoas que cercam o Policial, o verdadeiro “Porto dos Mortos” do título: as pessoas que se aproximam da personagem principal estão destinadas a enfrentar a morte que o acompanha. As pessoas gravitam em torno desse homem triste que simboliza os temas e é o objeto deste título que deixa de ser meramente uma citação para se tornar parte essencial do que é a obra. Os zumbis eram importantes nos meus primeiros tratamentos do roteiro. Para mim, ainda são, mas estão em segundo plano. Creio que muitas pessoas vão acabar se decepcionando porque não é um filme que fica no fetiche do zumbi – de quantos mais monstros e tripas melhor. Cada zumbi que aparece em PORTO DOS MORTOS é muito especial para mim. Existe pouca quantidade de zumbis, mas eles são utilizados para revelar questões temáticas e criar textura. Eles fazem parte do cenário e na opção pela inação dos mesmos se encontra um olhar consonante com as pessoas que desgostam do subgênero: a percepção de que são criaturas dignas de pena, sem domínio do próprio corpo e da própria existência, elimina o fator medo. Existe muito mais o drama, o relacionamento das personagens, o diálogo entre suas experiências e cenas de ação entre o policial e o vilão. Os 8/10 zumbis são elemento periférico. Existem forças muito além do zumbi “técnico”, do zumbi “industrial”, por assim dizer, criado pelo (cineasta norte-americano) George A. Romero em A NOITE DOS MORTOS VIVOS (1968). As forças que estão ali têm muito a ver com o trabalho do escritor H. P. Lovecraft e, também, a releitura do universo cinematográfico criado pelo cineasta italiano Lucio Fulci. Então, existe toda essa transformação mitológica vinda dos EUA, passando pela Itália, chegando obviamente ao Brasil e, transformada pelo meu viés pessoal, o que eu vejo em relação a esses mundos. Existem links diretos como os “Sete Portais do Inferno” do filme A CASA DO ALÉM (1981), de Fulci, que é a base para muito do meu olhar e minha ideia de “lógica cinematográfica”. Existe a questão do soturno, não tão explícita no filme, de que existem forças superiores no ambiente: outros mundos ou mesmo a própria natureza? Não há uma explicação para os zumbis, nem uma explicação para o que o personagem principal vive. O espectador é jogado de imediato na ação, sem haver uma bula, uma razão. Existem, no entanto, pequenas pistas de que algo não está certo neste universo paralelo onde portas do inferno se abriram e transformaram o que conhecíamos como realidade. Muito da mutação de PORTO DOS MORTOS vem de uma coisa incrivelmente pessoal que, pouco a pouco, após a realização do teaser – lançado em 2007 para promover o futuro longa-metragem – tornou-se parte de minhas perspectivas: um filme é um diário de um momento na vida de um diretor e sua equipe. A verdade é que PORTO DOS MORTOS cresceu comigo e com os meus colegas. Quanto mais referenciais absorvemos, quanto mais coisas novas surgiam na nossa vida – livros que líamos, músicas que despertavam emoções –, quanto mais abriam nossos olhos, seja para cinema ou a vida real, a obra se tornava um relato daquela época. Acredito que fazer cinema é um luxo, uma raridade. É algo que não se faz todo dia. Pode-se fazer um filme e nunca mais realizar nenhum outro. Então, o resultado de PORTO DOS MORTOS deve-se muito ao meu respeito à possibilidade de que seja meu único longametragem. Eu não posso deixar este ser só o filme que ele seria anos atrás quando se fez o teaser. O filme não é apenas um conceito pré-estabelecido, sim uma expressão. Cinco anos atrás, ele era apenas um conceito. Agora ele é o retrato de uma época em minha vida. É uma das vantagens que se tem com um filme de baixo orçamento. Ele continua vivo. Ele continua pulsando. Ele vai se modificar até o último momento de captação, passando pela pós-produção e a cada novo olhar de cada novo espectador. E quem sabe, daqui a anos, eu posso me 9/10 reencontrar com ele como espectador e sorrir reconhecendo aquele cara que não existe mais. Porto Alegre, Agosto de 2012, Davi de Oliveira Pinheiro 10/10