As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no Ensino Básico: a utilização da plataforma Moodle e do E-mail no desempenho das funções de Diretor de Turma no 3º Ciclo Maria Margarida Melo da Silva Soares Trabalho de Projeto de Mestrado em Gestão de Sistemas de e-Learning Abril, 2014 1 Trabalho de Projeto apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Gestão de Sistemas de e-Learning realizado sob a orientação científica da Prof.ª Doutora Irene Tomé i Às minhas filhas Raquel e Mariana Ao meu marido ii AGRADECIMENTOS Ao longo de quase 2 anos de trabalho árduo, sei que fui perdendo muitos momentos de vivência familiar. Contudo, sempre me senti acompanhada por uma silenciosa compreensão. Por isso agradeço a toda a minha família. O apoio, a força e o incentivo que recebi de colegas e amigos foram também essenciais. Um agradecimento muito especial à Ângela e à Isabel, que em muitos momentos me ajudaram a cumprir, sem perder a esperança, todas as tarefas que me eram devidas. Aos meus alunos, seus encarregados de educação, aos meus colegas do Conselho de Turma, à Diretora, à Coordenadora dos Diretores de Turma e a todos os Diretores de Turma do meu agrupamento agradeço a boa vontade com que participaram e colaboraram em todas as iniciativas que possibilitaram a prossecução deste Trabalho de Projeto. À minha orientadora, pelas horas que dedicou a todo o meu trabalho. iii AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NO ENSINO BÁSICO: A UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA MOODLE E DO E-MAIL NO DESEMPENHO DAS FUNÇÕES DE DIRETOR DE TURMA NO 3º CICLO THE INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGIES (ICT) IN ELEMENTARY SCHOOL: THE USE OF MOODLE AND E-MAIL WHILE PERFORMING THE DUTIES OF DIRECTOR OF CLASS IN THE 3RD CYCLE MARIA MARGARIDA MELO DA SILVA SOARES RESUMO ABSTRACT PALAVRAS-CHAVE: diretor de turma, direção de turma, aluno, encarregado de educação, conselho de turma, professor, comunicação, tecnologias de informação e comunicação (TIC), e-mail, plataforma de aprendizagem (Moodle). KEYWORDS: class director, class direction, student, guardian, class council, teacher, communication, information and communication technologies (ICT), e-mail, learning platform (Moodle). iv As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm vindo a introduzir profundas transformações na sociedade, nomeadamente no modo como as pessoas acedem à informação e com ela se relacionam, assim como nos circuitos de comunicação interpessoal. As escolas do Ensino Básico devem procurar adaptar-se a esta nova realidade para se tornarem, não apenas parte integrante da sociedade de informação, mas também motor de transformação, rumo à sociedade do conhecimento. Para isso, torna-se necessário não só modificar os processos de ensino-aprendizagem, mas também procurar novas formas de comunicação e de interação com todos os elementos da comunidade educativa. Uma reflexão sobre 20 anos de atividade docente, 10 dos quais acumulando funções de direção de turma, conduziu à constatação da necessidade de se promover uma utilização mais frequente das TIC, de modo a torná-las ferramentas essenciais no quotidiano das escolas e dos seus utentes. Assim, o presente trabalho de projeto pretende propor o uso do e-mail e de uma plataforma de aprendizagem, a plataforma Moodle, a par com os meios tradicionalmente usados na comunicação entre os diferentes elementos da comunidade educativa (telefone, carta, caderneta, reuniões presenciais formais e/ou informais), por forma a agilizar os processos de comunicação e de interação no desempenho das funções inerentes ao cargo de direção de turma. The Information and Communication Technologies (ICT) have been introducing deep changes in society, particularly in the way people access information and relate to it, as well as at interpersonal communication level. Elementary schools should seek to adapt to this new reality so as to not only become part of the information society, but also be an engine, towards a knowledge society. It becomes necessary to modify the teaching -learning processes as well as search for different ways of communication and interaction with all parts of the educational community. A reflection on 20 years of teaching activity, 10 of which accumulating functions of class direction, led to the conclusion that the need to promote a more frequent use of ICT in order to make them essential tools for the daily life of schools and its members. This project intends to propose the use of the e-mail and a learning platform, the Moodle platform, hand in hand with the ways of communication which usually are used between the different school members (telephone, letter, school booklet, formal or informal meetings), so the communication and the interaction processes become easier in the performances of Class Direction. v ÍNDICE Introdução Problemática 1 Objetivos 2 Estrutura do trabalho 2 Capítulo I I. 1. Metodologia e procedimentos 3 I. 2. Calendarização 7 I. 3. Intervenientes 7 Capítulo II- Enquadramento Teórico 7 II. 1. Construtivismo, construcioniusmo e o uso de ferramentas TIC na direção de turma II. 2. O Diretor de Turma 7 10 II. 2.1 As funções do Diretor de Turma 10 II. 2.2. A importância do Diretor de Turma 13 II. 2.3. As dificuldades no desempenho do cargo de Diretor de Turma 15 II. 3. A Comunicação na direção de turma II. 3.1. Para uma comunicação efetiva 16 17 II. 3.2. O uso das TIC nas comunicações realizadas pelo Diretor de Turma 18 II. 3.3. Ferramentas TIC passíveis de utilização 20 II. 3.4. Vantagens e desvantagens da utilização das ferramentas TIC 22 II. 4.Síntese 23 Capítulo III - Contextualização do Estudo 24 III. 1. O uso das TIC na escola 24 III. 2. Os Diretores de Turma do Agrupamento 26 III. 2.1. Características dos Diretores de Turma 26 III. 2.2. Os Diretores de Turma e o uso que fazem do computador enquanto docentes 27 vi III. 2.3. Os Diretores de Turma e o uso que fazem do computador nas tarefas inerentes ao cargo Capítulo IV – Apresentação e análise dos resultados 28 32 IV. 1. Das iniciativas realizadas pela Diretora de Turma no âmbito do Trabalho de Projeto IV. 1.1. Com os alunos IV. 1.1.1. Plataforma Moodle. 32 32 32 IV. 1.1.1.1. Fórum Notícias 32 IV. 1.1.1.2. Fórum RAT 33 IV. 1.1.2. O uso do e-mail 35 IV. 1.1.3. Reuniões presenciais 36 IV. 1.1.3.1. Reuniões de Assembleia de Turma 36 IV. 1.1.3.2. Reuniões com grupos de alunos 36 IV. 1.1.3.3 Reuniões individuais com alunos 36 IV.1.2. Com os Encarregados de Educação 37 IV. 1.2.1. E-mail 37 IV. 1.2.2. Telefone 38 IV. 1.2.3. Carta 39 IV. 1.2.4. Caderneta 39 IV. 1.2.5. Reuniões presenciais 40 IV. 1.3. Com o Conselho de Turma 40 IV. 1.3.1. E-mail 40 IV.1.3.2. Reuniões presenciais formais/ informais 42 IV. 1.4. Com a escola IV. 2. Dos questionários aplicados 43 43 IV. 2.1. Alunos 43 IV. 2.2. Encarregados de Educação 45 IV. 2.3. Professores do Conselho de Turma 46 Conclusões 49 Bibliografia 53 vii Lista de Quadros: Quadro 1 - Tipologias de colaboração escola – família 13 Lista de figuras : Figura 1 – Gráfico de atividade da plataforma Moodle do Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas de 29 setembro a 15 de dezembro 21 Figura 2 – Gráfico de atividade da plataforma Moodle do Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas de 1 de dezembro de 2012 a 1 de dezembro de 2013 21 Lista de Tabelas: Tabela A – Número de Diretores de Turma por grupo de recrutamento e por Departamento Tabela B – Ordenação das tarefas docentes realizadas pelos DTs com recurso às TIC 27 28 Tabela C – Tarefas realizadas com recurso frequente às TIC, por mais de 50% dos DTs, no desempenho das suas funções 29 Tabela D – Tarefas realizadas pelo Diretor de Turma com recurso às TIC resultantes do somatório das frequências “raramente” com “nunca” 29 Tabela E – Tarefas realizadas pelo Diretor de Turma com recurso às TIC resultantes do somatório das frequência “sempre” com “frequentemente” 30 Tabela F – Relação entre os meios de comunicação privilegiados pelo DT face aos diferentes interlocutores (CT, alunos e EE) 30 Tabela G – Uso do Moodle pelo DT na comunicação com o CT e com os alunos 31 Tabela H – Uso do E-mail pelo DT com os alunos e com os EEs 31 Tabela I – Síntese do grau de satisfação dos DTs face à comunicação existente com o CT, alunos e EE Tabela J – Ordenação das funções de DT tratadas nos fóruns 31 35 Tabela K – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos e-mails para/de os Encarregados de Educação 37 Tabela L – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos telefonemas para/dos Encarregados de Educação Tabela M– Ordenação das funções de direção de turma tratadas nas cartas para os EE 38 39 viii Tabela N – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nas reuniões presenciais com os EE 40 Tabela O – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos e-mail trocados entre a DT e os diferentes professores do CT 41 Tabela P – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nas reuniões presenciais com os professores do CT 42 Tabela Q – Ordenação da eficácia dos meios de comunicação usados pela DT com os alunos 44 Tabela R – Ordenação da eficácia dos meios de comunicação usados pela DT com os EE 46 Tabela S – Ordenação das tarefas que os docentes do CT realizam no computador sempre e/ ou frequentemente Tabela T – Preferências dos docentes face aos meios de comunicação 47 47 Anexos Atas com as autorizações de transcrição das comunicações/ intervenções Anexo1: Questionário aplicado aos Diretores de Turma do Agrupamento 2 Pedido de autorização à Diretora do Agrupamento Questionários preenchidos 1.1. Questionário aos Diretores de Turma 3 1.2. Tratamento das respostas obtidas no Questionário aos DT 10 Anexo 2: Questionário aplicado aos Alunos 19 Pedido de autorização à Diretora do Agrupamento Questionários preenchidos 2.1. Questionário aos alunos 20 2.2. Tratamento das respostas obtidas no Questionário aplicado aos alunos 26 Anexo 3: Questionário aplicado aos Encarregados de Educação 35 Pedido de autorização à Diretora do Agrupamento Questionários preenchidos 3.1. Questionário aos Encarregados de Educação 36 3.2. Tratamento das respostas obtidas no Questionário aplicado aos EEs 43 ix Anexo 4: Questionário aplicado aos professores do Conselho de Turma 50 Pedido de autorização à Diretora do Agrupamento Questionários preenchidos 4.1. Questionário aos professores do Conselho de Turma 51 4.2. Tratamento das respostas obtidas no Questionário aplicado ao CTs 57 Anexo 5: Iniciativas / Intervenções do Diretor de Turma 65 5.1. Com os alunos 66 5.1.1.Plataforma Moodle 66 5.1.1.1. Anúncios 66 5.1.1.2.Fórum Notícias 66 5.1.1.3.Fórum RAT 70 5.1.2. E-mail 5.1.3. Reuniões presenciais 95 5.1.3.1. Reuniões de Assembleia de Turma (RAT) 95 5.1.3.2. Reuniões com um grupo de alunos 96 5.1.3.3. Reuniões individuais 96 5.2. Com os Encarregados de Educação 98 5.2.1. E-mail 98 5.2.2. Telefone 188 5.2.3. Carta 192 5.2.4. Caderneta 194 5.2.5. Reuniões presenciais 195 5.3. Com o Conselho de Turma 198 5.3.1. E-mail 198 5.3.2. Reuniões presenciais 246 5.4. Tabelas de síntese 92 248 x LISTA DE ABREVIATURAS AG – Agrupamento ASE – Apoio Social Escolar CT – Conselho de Turma CN – Ciências Naturais DT – Diretor(a) de Turma DTs – Diretores de Turma EE – Encarregado(a) de Educação EEs - Encarregados de Educação EMR – Educação Moral Religiosa EV – Educação Visual EVT – Educação Visual e Tecnológica F – Francês FQ – Físico-Química G - Geografia H - História I – Inglês LP – Livro de Ponto LMS – Learning Management System M – Matemática NEE – Necessidades Educativas Especiais P – Português PAPA – Plano Anual e Plurianual de Atividades PAAPI – Plano de Atividades de Acompanhamento Pedagógico Individual PEI – Projeto Educativo Individual PT – Projeto de Turma PTs – Projetos de Turma PTE – Plano Tecnológico da Educação RI – Regulamento Interno SASE – Serviço Ação Social Escolar SPO – Serviço de Orientação e Psicologia TIC – Tecnologias de informação e Comunicação xi INTRODUÇÃO 1. Problemática Nos dias de hoje, a escola deixou de ser uma entidade fechada e é cada vez mais evidente a necessidade de se integrar na comunidade envolvente e nos hábitos quotidianos da sociedade atual. A reflexão sobre a crescente importância das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na vida diária das pessoas e das instituições, aliada à experiência de cerca de 20 anos de docência no ensino básico (2º e 3º ciclos) e de 10 como Diretora de Turma (DT), foi determinante na escolha da problemática a tratar. Era imperativo escolher um problema que permitisse repensar e introduzir inovação no modo de encarar o processo diário de ensino-aprendizagem. A consciência da urgência em usar as TIC nas escolas como forma de fomentar a construção de aprendizagens pelos alunos e professores, aliada à necessidade de permitir uma intervenção mais ativa dos Encarregados de Educação (EEs) foi determinante. A escola, em conjunto com os pais e EEs, tem a responsabilidade de ajudar os alunos a construir aprendizagens e a adquirir competências, contribuindo para a formação de cidadãos capazes de desempenhar um papel crítico e ativo na sociedade. Neste contexto, o DT ocupa um lugar privilegiado possuindo “funções de acompanhamento de cada um dos alunos da turma (considerando o seu desenvolvimento global e não apenas académico) e a coordenação da intervenção concertada de todos os intervenientes no processo educativo, com destaque para os professores e os encarregados de educação” (M. C. C. Oliveira, 2010, p. 86). Assim, nasceu a hipótese de se usarem as TIC como ferramentas essenciais no desenvolvimento das funções do cargo de DT, promovendo uma maior interação entre: o DT e os alunos da Turma; o DT e os EEs dos alunos da Turma; os professores do Conselho de Turma. O Agrupamento (AG) a Sudoeste de Odivelas, onde se desenvolveu este projeto, possui uma plataforma Moodle cuja utilização no ano letivo 2012/ 2013 ficou muito distante das suas reais potencialidades1, encontrando-se em uso apenas para divulgação de atividades, de documentos institucionais (alguns já desatualizados) e troca de mensagem entre professores e alunos. Neste contexto, tornou-se clara a inevitabilidade de se usar esta plataforma de aprendizagem com o objetivo de: analisar e discutir assuntos relacionados com o quotidiano da turma, promover projetos a implementar e divulgar eventos, notícias, informações, permitindo sempre a intervenção dos diferentes interessados. Uma vez que os pais e EEs dos alunos não estão inscritos na plataforma, a proposta de acrescentar valor, neste âmbito, aos diferentes meios de comunicação mais divulgados 1 Consultada em http://agsogedeao.crie.fc.ul.pt/, em 14 de agosto de 2013 1 (caderneta escolar, reunião presencial, telefone e carta) prendeu-se com a criação de um endereço de e-mail, com vista à realização de comunicação complementar. Este endereço será também usado pelos professores do Conselho de Turma (CT), uma vez que não existe nenhuma disciplina no Moodle que aceite como participantes apenas os professores pertencentes a um CT. 2. Objetivos Considerando a problemática que serve de base a este trabalho de projeto, definem-se, de seguida, os objetivos a atingir com a sua implementação: 1. Propor a utilização das TIC, como complemento às formas de comunicação tradicional entre professores, alunos e EEs, no 3º ciclo do ensino básico. 2. Propor o uso do e-mail e de ferramentas disponibilizadas pela plataforma Moodle de uma escola do 2º e 3º ciclos, que sejam passíveis de utilização no desempenho do cargo de DT. 3. Analisar a adequação de cada uma das ferramentas escolhidas pelo DT na comunicação entre professores, alunos e EEs. 4. Verificar se o uso das TIC proporcionou: 4.1. um maior envolvimento dos professores, alunos e EEs na vida escolar da turma; 4.2. uma maior facilidade na gestão e resolução de situações conflituosas; 4.3. uma maior facilidade na partilha de opiniões ou na discussão de tópicos; 4.4. uma efetiva divulgação de informações relativas a eventos que tenham lugar na escola; 4.5. maior proximidade nos contactos entre o DT e os alunos da turma;\ 4.6. maior proximidade nos contactos entre o DT e os EEs. Se, através da implementação do presente trabalho, for possível atingir estes objetivos, confirmar-se-á a pertinência das TIC (e-mail e plataforma Moodle) na flexibilização, em termos de tempo e de espaço, das relações entre alunos, professores do CT, EEs e DT; no aumento do número de comunicações, permitindo uma efetiva interação entre todos (CT, EEs, DT e alunos) e na compreensão dos respetivos papeis com efeitos na melhoria do ambiente relacional dentro de toda a comunidade educativa e no sucesso do processo ensinoaprendizagem. 3. Estrutura do trabalho O trabalho desenvolveu-se em 3 níveis distintos, mas complementares: 2 Nível 1: constituído pelos Capítulos I, II e III que realizam uma reflexão e preparam a implementação de um estudo empírico, que irá analisar as várias formas de comunicação usadas pela DT, alunos, EEs e professores do CT, no contexto da atividade de direção de turma, no 3º ciclo do ensino básico. Assim, no Capítulo I discorre-se sobre a justificação da metodologia adotada, analisam-se as diferentes fases de implementação do projeto, assim como dos seus diferentes intervenientes. O Capítulo II procura colocar em evidência e explorar conceitos teóricos que se relacionam, de alguma forma, com a problemática em estudo. Assim, encontramos o enquadramento teórico organizado do seguinte modo: a. Análise da relação das teorias construtivista e construcionista da aprendizagem com o projeto a implementar. b. Enquadramento das funções do DT, dos pontos de vista legislativo, do Regulamento Interno (RI) do AG e dos tipos de colaboração a desenvolver com a família dos alunos, assim como a sua importância e as dificuldades associadas. c. A importância da comunicação no desempenho do cargo de DT através da análise: i de estudos que podem ajudar no desenvolvimento da sua qualidade; ii de estudos que analisaram práticas de utilização das TIC no desempenho do cargo de DT; iii de diferentes ferramentas TIC passíveis de utilização, no âmbito deste projeto, suas vantagens e desvantagens. O Capítulo III procura contextualizar o trabalho de projeto analisando, genericamente, duas vertentes essenciais para a sua implementação: a abrangência da utilização das TIC nas escolas de hoje e o modo como são usadas pelos Diretores de Turma (DTs) do AG em estudo. Nível 2: constituído pelo Capítulo IV e pelas Conclusões, analisa os resultados obtidos pelas diferentes iniciativas/ intervenções realizadas pela DT no contexto do estudo. Nível 3: constituído pelo conjunto dos anexos onde se transcrevem todas as iniciativas/ intervenções realizadas pela DT no contexto do estudo e se analisam os dados obtidos através de Tabelas e dos inquéritos aplicados. CAPITULO I I. 1. Metodologia e procedimentos Considerando a problemática em estudo, os objetivos propostos e os paradigmas de investigação científica apresentados por Coutinho (2013a, p. 19) torna-se evidente a relação 3 da questão proposta com o paradigma sociocrítico. Esta relação justifica-se pela necessidade já exposta de utilizar ferramentas TIC, nomeadamente as disponibilizadas pela plataforma Moodle e o e-mail, na agilização de processos de comunicação relacionados com o desempenho das funções de direção de turma, o que pode significar uma alteração face a modos de ação instituídos. Assim, o investigador/discente de mestrado foi a DT, autora participante do estudo a ser implementado. Este conceito de investigação, coincide com a necessidade de utilização de uma metodologia de investigação-ação, cujo “objetivo final é obter respostas que sejam aplicáveis na prática diária dos intervenientes que possam ser transmitidas a outras pessoas interessadas” (Lourenço, Oliveira, & Monteiro, 2004-2005, p. 1). Desta forma, utilizámos uma “perspetiva orientada para a prática” (Coutinho, 2013a, p. 30), que fez uso de métodos e técnicas associados às perspetivas quantitativa e qualitativa. Partindo do modelo de investigação-ação proposto por Zuber-Skerritt para a operacionalização de uma mudança organizacional (Lourenço et al., 2004-2005, p. 4) , o projeto desenvolveu-se em 4 fases: 1ª fase: Planeamento da ação, partilhando o problema com os diferentes intervenientes no processo. Esta fase decorreu durante os meses de julho, agosto e setembro de 2013. Em primeiro lugar, foi necessário dar a conhecer à Diretora do AG de Escolas, em termos gerais, o projeto que se pretendia levar a efeito naquela instituição, pedindo autorização para a sua implementação e solicitando que, na distribuição do serviço letivo, fosse atribuída à responsável por este trabalho de projeto a direção de uma turma de alunos do 3º ciclo. A Diretora do AG, acedeu ao pedido e para além de lhe atribuir o cargo, permitiu que fizesse parte do grupo responsável pela gestão do Plano Tecnológico da Educação no AG e atribuiu-lhe também a docência da disciplina de TIC a duas turmas do 7º ano. Neste contexto, uma das competências conferidas foi a administração partilhada da plataforma Moodle do AG, o que lhe permitiu contribuir para tornar aquela plataforma de gestão de aprendizagem acessível a toda a comunidade educativa (com exceção para os EE que têm acesso através dos respetivos educandos) e mais ativa, comparativamente à situação vivida no ano letivo anterior, como se pode constatar pela figura 2, apresentada na página 21. Em segundo lugar, e uma vez que no AG não existem endereços institucionais de email para os professores, a DT criou um, com objetivo de o utilizar dentro da instituição, fornecendo-o a colegas, alunos e EEs. 4 Em terceiro lugar, no momento da abertura do ano letivo 2013/ 2014 a autora deste projeto, deu a conhecer aos alunos, EEs e CT, a sua condição de estudante de um curso de Mestrado, explicando que iria desenvolver com eles o seu projeto de investigação. Forneceu um esclarecimento sumário do projeto, recolheu verbalmente os respetivos consentimentos (registados em ata) e pediu a todos informação sobre os seus endereços de e-mail que coligiu, organizou e usou também para proceder às respetivas inscrições ou atualizações na plataforma do AG. Aqui a DT constatou que existiam quatro EE que não possuíam endereço de e-mail e que não mostraram qualquer interesse em obtê-lo. Contudo, os respetivos educandos, forneceram o endereço pessoal e os EE referiram que, se sentissem necessidade, usariam o email dos alunos. Em quarto lugar tornou-se pertinente, neste contexto, conhecer, caracterizar e analisar o uso que os DTs do AG fazem do computador quer como docentes, quer no desempenho do cargo de direção de turma. Para o efeito foi aplicado a todos os DTs do AG um questionário (Anexo 1, pp. 3-9), cujo levantamento de respostas está realizado no Anexo1, pp. 10-18, e a sua análise disponível no Ponto 2 do Capítulo III. 2ª fase: Com o começo das aulas deu-se início à implementação das atividades inerentes às funções de DT. Estas funções são analisadas no Capítulo II, pp. 10-13. Apesar das funções do DT estarem bem definidas, as atividades que permitem o seu cumprimento não são sempre as mesmas, dependem dos acontecimentos que têm lugar no quotidiano da turma. Assim, a DT esteve atenta, diariamente, às principais ocorrências observadas na vida da turma e agiu em conformidade. Deste modo, as ações implementadas não puderam ser objeto de um planeamento sistemático e resultaram da constatação de problemas relacionados com o dia a dia da turma e com as problemáticas associadas a cada um dos alunos. O que ficou determinado à partida foram os meios usados para trabalhar/ comunicar com cada um dos grupos envolvidos: • Alunos: fóruns na plataforma Moodle; e-mail; Reunião de Assembleia de Turma (RAT), marcadas no horário e convocadas pela DT sempre que se justificasse; reuniões informais, privadas, por solicitação da DT ou do aluno. • Encarregados de Educação: e-mail; telefone; carta; caderneta; reunião presencial. • Professores do CT: e-mail; reuniões presenciais formais/ informais. Nestas comunicações, principalmente nas realizadas online, de modo assíncrono, a DT teve constantemente a preocupação, de acordo com Coutinho (2013, p. 27), de manter um clima agradável com todos os interlocutores de modo a que se sentissem sempre bem 5 acolhidos; de usar temas que fossem do interesse de todos, para motivar o seu envolvimento nas diferentes iniciativas e procurou dar feedback no menor intervalo de tempo possível. Estes cuidados foram associados à atenção dada a todo o processo de comunicação que se baseou na ideia proposta por M. C. C. Oliveira (2010, p. 67) de “comunicação inteligente” e que se encontra desenvolvido no Enquadramento Teórico, p. 17. Apoiada neste enquadramento e refletindo sobre a importância atribuída às suas funções, a DT procurou, nas suas diversas intervenções, colaborar com todos os intervenientes, para promover junto dos alunos um ensino com carácter globalizante e que funcionasse como incentivo a uma aprendizagem ativa. 3ª fase: Para se proceder à observação sistemática foram elaborados diários de cada uma das intervenções realizadas pela DT. Estas seguiram a divisão descrita na 2ª fase, e os respetivos registos foram elaborados conforme podemos observar no Anexo 5. Não se corrigiu, muitas vezes, o modo como foram escritas as mensagens, uma vez que as letras maiúsculas e a pontuação têm significados que complementam a informação escrita. Contudo, corrigiram-se erros ortográficos, que não influenciavam o conteúdo a analisar. Nas mensagens de e-mail, enviadas pela DT para os grupos dos EE ou dos professores do CT, optou-se por realizar registos individualizados, das intervenções que provocaram reação por parte dos diferentes interlocutores. Esta escolha viria permitir verificar com maior facilidade os diferentes graus de envolvimento dos diferentes intervenientes. Sempre que o interlocutor da DT não respondia à mensagem geral enviada, não se procedeu ao respetivo registo no quadro correspondente do EE ou do professor. Para a realização da análise de conteúdo destes registos procedeu-se ao uso de “um sistema de categorias” (Coutinho, 2013), de acordo com as funções inerentes ao cargo de DT, sistematizadas no ponto 2.1 do Capitulo II – Enquadramento Teórico. Assim, fez-se corresponder às comunicações/ intervenções realizadas, funções, atribuindo uma das seguintes classificações: A. ( do CT) e a alínea, de a) a g), que melhor enquadrava a situação mencionada; B. (da turma) e a alínea, de a) a n), que melhor enquadrava a situação mencionada; C. (dos EE) e a alínea, de a) a h) que melhor enquadrava a situação mencionada; D. (da escola) e a alínea, de a) a d), que melhor enquadrava a situação mencionada. Esta atribuição de categorias serviu de base à analise dos resultados obtidos, descritos no Capítulo IV. A atribuição de categorias aos e-mails enviados pela DT para todos os EE, Anexo 5, Quadro 35, pp. 181-187, ou para todos os professores do CT, Anexo 5, Quadro 67, 6 pp. 240-244, foi realizada apenas nos quadros mencionados, para que não existisse uma duplicação de classificações. 4ª fase: Cada uma das intervenções levadas a efeito, tendiam a cumprir determinada função da DT e eram objeto de reflexão por parte da mesma. Desta forma, não só se analisava a pertinência da intervenção realizada e as suas consequências, assim como a necessidade de reformulação do problema. Não surgiram, contudo, situações que justificassem a alteração do problema inicialmente proposto. I. 2. Calendarização A calendarização do projeto foi decidida em função da conjugação das datas que balizam o 3º semestre do curso do mestrado com a divisão do ano letivo nas escolas do ensino básico. Assim, pareceu-nos pertinente usar como limite temporal o 1º período letivo, correspondente ao calendário publicado pelo Ministério da Educação e Ciência2. No final do processo, aplicaram-se questionários a todos os intervenientes, cuja análise em conjugação com a realizada aos diários permitiu a verificação das hipóteses. I. 3. Intervenientes Este trabalho foi levado a efeito por um grupo restrito de participantes, todos relacionados com um grupo/ turma do 3º ciclo, da Escola E. B. 2, 3 António Gedeão, do concelho de Odivelas, Lisboa: a DT (responsável pelo trabalho de investigação); 28 alunos de uma turma de 3º ciclo, os 11 professores que constituem o CT (para além da DT) e todos os pais/ EE da turma, num total de 28 (um por cada um dos alunos da turma). A caracterização dos intervenientes, à exceção da DT, é realizada na PARTE I de cada um dos questionários aplicados, disponível nos Anexos 2, p. 26, Anexo 3, p. 43 e Anexo 4, p. 57. As ações destes participantes, e principalmente da DT, foram devidamente limitadas pelas regras ditadas pelo Regulamento Interno da instituição e pelas diretrizes impostas pela Direção da mesma. CAPITULO II - ENQUADRAMENTO TEÓRICO II. 1. Construtivismo, construcionismo e o uso de ferramentas TIC na direção de turma A teoria construtivista da aprendizagem assenta na conceção de um aluno ativo, 2 Consultado no Despacho nº 8248/2013 de 8 de agosto 7 responsável pela construção do seu próprio conhecimento. Esta teoria foi sendo construída ao longo do século XX por diferentes personalidades. Entre estas, podemos destacar os contributos de (Tomé, s.d.-a): • Jean Piaget (1896-1980), que dá destaque ao equilíbrio existente entre dois processos da aquisição de saberes: a assimilação e a acomodação. A aquisição de conhecimento é um processo contínuo e implica a existência de um equilíbrio entre o que já foi aprendido e o que se está a experienciar no momento. As noções de assimilação-acomodação são, para Piaget, cruciais no processo de aprendizagem. A assimilação exige que o aprendente interaja com novas informações e/ou experiências, o que provoca um desequilíbrio na sua estrutura mental. Como consequência, será requerido um esforço de adaptação a estas novas situações, usando estruturas já existentes ou através da criação de novas. Este processo designa-se por “acomodação”. Isto é, as novas informações/ experiências são integradas pelo aprendente dotando-o de novos conhecimentos e competências. Desta forma, a aprendizagem desenvolve-se de modo continuado, nas diferentes fases da vida. • Lev Vygotsky (1896-1934) defende que o conhecimento deve subir à categoria de constructo pessoal e social, se analisarmos a posição do indivíduo na e para a sociedade, bem como a relação dialética que decorre desta interação. Assim, o desenvolvimento cognitivo de um indivíduo não depende apenas de processos intra-psicológicos (Zona Proximal de Aprendizagem - ZDA), mas privilegia processos inter-psicológicos (Zona Proximal de Desenvolvimento). A aprendizagem depende também da relação que o aprendente desenvolve com os outros: professores, tutores e pares. Tomé (s.d., p. 5) refere que “através da mediação com os outros, que o ajudam a melhor utilizar o conhecimento, ele irá dar capital importância às questões relacionadas com os problemas levantados pela necessidade de aprender a aprender.” O mediador “tem de privilegiar uma atitude de acompanhamento permanente, incentivar, sugerir, esclarecer as dúvidas, de modo a que o aprendente desenvolva e adquira as noções de auto-estima, auto-regulação, autonomia.” Desta forma são colocados em evidência aspectos determinantes da interação social na aprendizagem. • Howard Gardner (1943- ), que desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, defende a existência de mais de uma espécie de “inteligência” em função da especialização. As 7 inteligências múltiplas, a linguística, a musical, a lógico-matemática, a espacial, a cinestésica, a interpessoal e a intrapessoal, raramente operam independentes umas das outras, elas complementam-se para que o sujeito desenvolva as suas competências e resolva os seus problemas. A sua teoria tem ajudado os professores a refletir sobre as práticas educativas, adaptando-as ao processo de construção de conhecimento de cada aluno. 8 Ackermann (1993), investigadora do modelo construtivista da aprendizagem, defende que o aluno não é um ouvinte passivo a ser instruído, o conhecimento não é meramente uma mercadoria a ser transmitida de uma pessoa para outra, isto é, não é algo a ser emitido de um lado, codificado, armazenado, podendo vir a ser recuperado e reutilizado do outro. Os alunos tornam-se perspicazes enquanto criadores ativos das suas próprias ferramentas cognitivas, abrangendo tanto as capacidades mentais como as intervenções externas que prolongam aquelas capacidades mentais. Assim é introduzido o conceito de “hands-on”, o qual promove uma aprendizagem através da experiência, de atividades práticas/ambientes de aprendizagem interativos, que têm a vantagem de envolverem as pessoas que estão dispostas a aprender. Este envolvimento irá permitir que o aprendente desenvolva raciocínios sobre o que está a executar “head-in” e que seja capaz de deslocar estes conhecimentos assim assimilados para outras situações “play-back”. Quando se desenvolvem atividades aplicando conhecimentos assimilados, torna-se importante a existência de um “feedback” que irá promover uma avaliação da situação e a decisão sobre a sua continuidade ou não. O desenvolvimento deste trabalho de projeto é uma proposta de aprendizagem para todos os envolvidos, alunos, EEs, professores do CT e principalmente para a DT. O uso das TIC no desempenho das funções de direção de turma no 3º Ciclo coloca o DT na situação de aprendente, uma vez que se encontra a usar a plataforma Moodle e o e-mail, com os alunos e EE, pela primeira vez no contexto destas funções, apesar de as desempenhar desde 2004. Assim, e apoiada na perspetiva de Tomé (s.d.-a, p. 2), “ensinar e aprender assumem um carácter bidireccional, na medida em que a interatividade desenvolvida por professores e alunos proporciona que eles sejam co-construtores de saberes, focalizando e valorizando mais o processo de aprendizagem do que a instrução e transmissão de conteúdos”. Neste processo, teremos apenas que acrescentar os pais/ encarregados de educação. Assim, todos os envolvidos assumem de certo modo, o papel de aprendentes, formando uma comunidade de aprendizagem e de prática, na qual as TIC, mais concretamente o e-mail e a plataforma Moodle, principalmente através da utilização do fórum, terão a função de promover a interatividade e a colaboração. Desta forma, podemos associar este trabalho ao conceito construcionista desenvolvido por Seymour Papert e Mitchel Resnick, investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma vez que todos os envolvidos terão um papel ativo na construção da sua própria aprendizagem, tendo em conta a utilização das referidas ferramentas no contexto do trabalho da direção de turma. Por outro lado, esta aprendizagem só será efetiva após uma reflexão sobre o efeito das respetivas ações nas interações estabelecidas no seio da comunidade formada por todos os envolvidos no trabalho 9 da direção de Turma (alunos, encarregados de educação, professores do CT e DT). II. 2. O Diretor de Turma II. 2.1. As funções do Diretor de Turma Com base na reflexão e na análise realizada à legislação atual foi elaborado o documento que rege o funcionamento do Agrupamento de Escolas onde se desenvolveu o presente trabalho de projeto. Este documento, elaborado pela própria instituição, é o Regulamento Interno, cuja última revisão data de 7 de março de 2013. Da sua leitura, a abrangência das funções atribuídas ao DT ressalta, refletindo as orientações emanadas pela tutela. Destas, neste momento, podemos considerar como essenciais as seguintes: • Lei nº 39/2010 de 2 de setembro que corresponde à segunda alteração ao Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário, aprovado pela Lei nº 30/2002, de 20 de Dezembro, e alterado inicialmente pela Lei 3/2008, de 18 de Janeiro; • Despacho normativo nº 24-A/2012 de 6 de Dezembro, que regulamenta a “A avaliação e certificação dos conhecimentos” - Artigo 1º, alinea a), assim como “as medidas de promoção do sucesso escolar que podem ser adotadas no acompanhamento e desenvolvimento dos alunos” - Artigo 1º, alinea b); • Decreto-Lei nº 3/2008 de 7 de Janeiro, que estabelece a implementação de apoios especializados criando “condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social” - Capítulo I, Artigo 1º, nº 1. Da convergência destes quatro documentos podemos verificar que as funções do DT se desenvolvem em quatro níveis, que se interligam: A. Do Conselho de Turma a) Coordenar as atividades do Conselho de Turma promovendo o trabalho cooperativo entre todos os professores do Conselho de turma e os alunos; b) Coordenar a elaboração do Plano de Turma, as suas avaliações e reformulações ao longo do ano letivo; c) Fornecer informação detalhada sobre os alunos, a todos os professores do Conselho de 10 Turma, de modo a incentivar “a adequação de atividades, conteúdos, estratégias e métodos de trabalho à situação concreta do grupo e especificidade de cada aluno” (Regulamento Interno, (2013 [2009]), p. 36). d) Solicitar aos professores informações sobre o comportamento, aproveitamento e assiduidade dos alunos da turma; e) Analisar e discutir com os professores os problemas que surgem com os alunos da turma; f) Coordenar todo o processo de avaliação dos alunos da turma; g) Garantir o caráter integrador e globalizante da avaliação do aluno e o respeito pelos critérios de avaliação. B. Da turma a) Esclarecer os alunos sobre o seu plano de estudos e critérios de avaliação; b) Divulgar e promover o cumprimento do Regulamento Interno; c) Ouvir, dos alunos, criticas e/ou sugestões sobre o funcionamento da escola; d) Ouvir a opinião dos alunos sobre a atribuição de prémios na turma; e) Adotar medidas que visem a melhoria das condições de aprendizagem e do ambiente educativo, articulando a intervenção dos professores da turma e a dos Pais ou Encarregados de Educação, colaborando com estes no sentido de prevenir e resolver problemas comportamentais ou de aprendizagem dos alunos; f) Acompanhar o aluno na execução da medida corretiva ou disciplinar sancionatória a que foi sujeito, articulando a sua atuação com os pais e encarregados de educação e com os professores da turma, em função das necessidades educativas identificadas e de forma a assegurar a corresponsabilização de todos os intervenientes nos efeitos educativos da medida; g) Promover a realização de uma eleição para escolha do Delegado e Subdelegado da turma; h) Proceder ao controlo das faltas dos alunos da turma, através da realização de um levantamento e registo sistemático das mesmas; i) Promover ações preventivas do abandono escolar; j) Analisar e proceder à justificação das faltas dos alunos da turma; k) Elaborar o Projeto Educativo Individual (PEI), em conjunto com a professora do ensino especial e com o Encarregado de Educação do aluno a integrar no Decreto-Lei 3/2008 de 7 de janeiro; l) Conhecer a necessidade do aluno beneficiar de Apoio Social Escolar (ASE); m) Acompanhar a turma nas visitas de estudo; n) Divulgar o Plano de Prevenção e Emergência da escola. C. Dos Encarregados de Educação (EE) 11 a) Divulgar a hora de atendimento; b) Divulgar e promover o cumprimento do RI; c) Promover a participação dos EE nas atividades da turma; d) Promover a eleição dos representantes do EE da turma; e) Informar os EE sobre o aproveitamento, a assiduidade, o comportamento ou outros assuntos julgados pertinentes relativos ao aluno; f) Informar os EE sobre as atividades extracurriculares em funcionamento na escola; g) Informar os EE das faltas marcadas: i) na sequência do aluno ter recebido ordem de saída da sala de aula (medida corretiva); ii) não apresentar os materiais necessários para as atividades da aula; h) Entregar as fichas de registo da avaliação, no final de cada período escolar, aos pais ou ao encarregado de educação. D. Da escola a) Proceder à abertura diária do livro de ponto da turma e responsabilizar-se pela verificação dos registos nele realizados; b) Atuar em articulação com os outros DTs; c) Participar na operacionalização do Projeto de Educação para a Saúde em Meio Escolar em conjunto com o coordenador de Educação para a saúde; d) Apresentar um relatório anual do trabalho desenvolvido. Para o sucesso do desempenho do DT é fundamental ter-se em consideração a necessidade de existir uma permanente convergência entre os diferentes níveis de atuação, uma vez que se desenrolam de forma paralela. Assim, a existência de uma comunicação efetiva deverá ser uma das principais preocupações dos professores incumbidos desse cargo. Esta ideia está expressa no Regulamento Interno do Agrupamento, na descrição do perfil do DT, prevendo que deva ter “uma atitude pró-ativa na apresentação de sugestões que promovam formas de trabalho cooperativo e a comunicação entre professores e alunos” (Regulamento Interno, (2013 [2009]), p. 36). No desempenho do cargo, o DT deverá ser sensível às contribuições dos diferentes Departamentos Curriculares de modo a desenvolver “medidas nos domínios da orientação, acompanhamento e avaliação dos Alunos, visando contribuir para o seu sucesso educativo” (Regulamento Interno, (2013 [2009]), p. 32). Estes documentos orientadores das práticas inerentes às funções do DT mostram que os professores com este cargo desenvolvem ações que se estendem, como uma teia, a todos os quadrantes da atividade de uma escola, recorrendo também a diferentes formas de colaboração entre a escola e a família. Epstein citado por Graça (2012, p. 20) identifica 6 tipos 12 de colaboração e Soares (2011, pp. 20-22) sugere atuações diversas para a intervenção do DT, como se pode ler no Quadro I. Apesar de o DT ter uma atividade preponderante no 2º tipo, pode exercer influência nos outros 5 tipos de colaboração, o que é revelador da sua importância no seio da comunidade educativa. Quadro I – Tipologias de colaboração escola - família Tipologia de Explicitação do significado da Possibilidades de atuação do Diretor de colaboração colaboração Turma nesta colaboração 1. Atividades destinadas a “...atividades destinadas a promover ou a Parentalidade promover o desenvolvimento melhorar conhecimentos e competências de competências parentais dos Encarregados de Educação para para a criação de um ambiente prestarem cuidados básicos aos seus familiar favorecedor do educandos, favorecendo o desempenho desempenho do papel de do seu papel de estudantes. Entre esses aluno cuidados contam-se, por exemplo, os que dizem respeito à alimentação, ao descanso ou à autoconfiança e à autoestima.” 2. Atividades de comunicação Promoção de uma comunicação “positiva Comunicação escola-família e famíliae numa linguagem acessível e que se escola sobre os programas realize nos dois sentidos, escola-família e escolares, as atividades da família-escola”. escola e os progressos dos alunos. 3. Atividades em que a família Promoção da participação dos familiares Voluntariado dá uma parte do seu tempo e “enquanto público de espetáculos utiliza os seus talentos para culturais ou desportivos promovidos ou apoiar a escola, os professores executados pelos alunos”. e os alunos. 4. Acompanhamento das tarefas Promoção da “necessidade da realização Aprendizagem de aprendizagem que os seus de atividades de aprendizagem em casa”. em casa educandos realizam em casa. 5. Tomada de Participação das famílias e Incluir as famílias como participantes em decisões dos seus representantes na decisões escolares, servindo a tomada de decisões que comunidade como representantes e afetam todos os alunos e não líderes, incentivando e apoiando no apenas os seus educandos. fornecimento de informações àqueles que representam. 6. Potencialização dos recursos Identificar, integrar e coordenar recursos Colaboração da comunidade para melhorar e serviços da comunidade em programas com a os programas das escolas, as de fortalecimento das escolas. comunidade práticas das famílias e a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. II. 2.2. A importância do Diretor de Turma A importância do DT encontra-se documentada por diversos trabalhos de investigação, 13 que se referem ao cargo com diferentes abordagens. Podemos destacar as seguintes: • O DT como elo de ligação da escola com a família (Favinha & Sousa, 2012); • O papel do DT no contexto da problemática do abandono escolar (Ferreira & Almeida, 2009); • O papel do DT numa escola com contrato de autonomia (Rodrigues, 2011). A figura institucional do DT surge no 2º ciclo do Ensino Básico, quando o regime de mono docência deixa de existir e o aluno passa a ter um professor distinto para cada uma das disciplinas do currículo. Assim, o DT, que é um dos professores que leciona a totalidade de alunos da turma, passa a ter uma importância equivalente à figura do Professor Titular de Turma, no 1º ciclo e torna-se numa espécie de “ponte entre a escola e a família” (M. C. C. Oliveira, 2010, p. 10). O DT assume-se como uma figura de gestão intermédia responsável pela gestão da relação escola – aluno – família e, de acordo com Ferreira and Almeida (2009, p. 1573), pela “tarefa de estabelecer o elo de comunicação entre o interior e o meio envolvente” Os mesmos autores (2009, p. 1573) usam uma citação de Ramiro Marques que mostra o âmbito da atividade do DT colocando em evidência a importância da comunicação neste contexto: “O director de turma é o professor que acompanha, apoia e coordena os processos de aprendizagem, de maturação, de orientação e de comunicação entre professores, alunos e pais. A relação educativa é o resultado do cruzamento de todas essas variáveis, com particular destaque para o processo de comunicação.” O lugar de destaque que o DT ocupa na hierarquia da organização escolar cresce quando se analisa a importância do envolvimento dos Encarregados de Educação na vida escolar dos alunos. M. C. C. Oliveira (2010, pp. 18-19) também cita Marques (1997, p. 10), defendendo que “Um dos problemas que está na base do insucesso escolar de muitas crianças é a descontinuidade entre a escola e a família. Quando não há comunicação entre estas duas partes fundamentais do mundo do aluno, quando a escola e a família estão de costas voltadas, quando a escola não valoriza nem respeita a cultura da família e da comunidade dos alunos, está aberto o caminho para o falhanço e o abandono escolar”. Recorrendo a Davies (2003, p. 77-79), a autora (2010, p. 20) acrescenta, que: • “as famílias contribuem positivamente para o sucesso do aluno desde o pré-escolar até à universidade”; • “as oportunidades de sucesso, na escola, das crianças e a sua própria vida têm boas possibilidades de melhorarem quando as famílias, as escolas e comunidades colaborarem de muito perto”; 14 • “quando os pais estão envolvidos na escola, esta, enquanto todo melhora”; • “as crianças têm melhores resultados quando os pais desempenham uma maior variedade de papeis na sua aprendizagem”; • “as comunidades contribuem para o sucesso dos alunos”; • “a colaboração ajuda a desenvolver atitudes mais positivas acerca dos pais e dos alunos”. Contudo, passados 10 anos destas afirmações, Favinha and Sousa (2012, p. 7)referem a crescente importância do DT face a uma sociedade onde a “família é cada vez mais reduzida e que por força de múltiplas circunstâncias está pouco tempo do dia com os seus filhos”. Assim, a escola desempenha um papel essencial na educação dos alunos de modo “a formálos cidadãos competentes, com objetivos positivos e bem estruturados para serem cidadãos responsáveis na sua participação”. Nesta tarefa o DT tem uma papel essencial: “fazer a ponte de ligação, difundindo com segurança a mensagem de que a formação científica e a pessoal são de extrema importância na construção de um futuro digno para os seus filhos (educandos) e que este se tornará mais exequível se desde o 1º ano do 1º ciclo responsabilizarmos os alunos para o trabalho de aprender (porque aprender dá trabalho) que só poderá ser divertido se os alunos conseguirem construir as suas bases desde o início e, assim, virem aguçada a sua curiosidade científica.” Desta forma e num novo contexto social torna-se imperativo o esforço efetivo de comunicação com a família para a obtenção dos efeitos referidos. II. 2.3. As dificuldades no desempenho do cargo de Diretor de Turma Apesar da documentada importância do DT, o exercício deste cargo tem vindo a ser cada vez mais complexo e difícil. Boavista and Sousa (2013) sintetizam as principais dificuldades relacionadas com o desempenho do cargo de Diretor de Turma: mudanças sistemáticas e readaptações contínuas à legislação; tempo atribuído é limitado face às tarefas3; excesso de burocracias; dificuldades sentidas em contactar os encarregados de educação; o próprio perfil dos encarregados de educação; o contexto familiar no qual os alunos estão inseridos; o excesso de alunos por turma; o exercício da autoridade que lhe é inerente, enquanto coordenador de um grupo de professores; a gestão da horizontalidade da relação 3 100 minutos no máximo, de acordo com o artigo 2º, nº 2 do Aditamento ao Despacho Normativo 7/2013, de 11 de junho. Estes 100 minutos, no presente ano letivo, fazem parte da componente não letiva do horário do professor. Até 2012-2013 este era o único cargo ao qual se atribuía uma redução de dois tempos no horário letivo, o que contribuía para diminuir o número de turmas do professor Diretor de Turma. 15 com os seus pares. Não obstante a inquestionável importância do DT dentro do sistema educativo e as dificuldades associadas ao cargo, o ministério que tutela o ensino básico e secundário limitou as possibilidades de escolha do Diretor da escola na atribuição deste cargo. Em julho de 2013, o Aditamento ao Despacho Normativo nº 7/2013, de 11 de junho, Artigo 2º, nº 3, esclarece que “A designação do diretor de turma deve atender à necessidade de libertar desse cargo os docentes indispensáveis à implementação das medidas de promoção do sucesso escolar”. Este enquadramento legal não está de acordo com o enquadramento teórico subjacente à ideia de que o DT e a sua atuação são fatores decisivos para o sucesso educativo dos alunos. Esta norma, ao ser aplicada, compromete também a possibilidade de escolha dos professores com perfil mais adequado, tendo mesmo que se atribuir o cargo a professores contratados, na sua maioria desconhecidos para a escola. II. 3. A comunicação na direção de turma Como demonstrado anteriormente, uma das componentes essenciais da atividade de direção de turma é a comunicação. É por seu intermédio que o DT tem a possibilidade de envolver as diferentes pessoas da comunidade educativa que estão diretamente relacionadas com a turma pela qual é responsável. M. C. C. Oliveira (2010, pp. 19-20) apoiada nos autores Heck e Williams sistematiza da seguinte forma estes benefícios para todos os envolvidos na vida de uma escola: • “para o aluno (os níveis de Quociente de Inteligência dos alunos, os níveis de aquisição verbal, os hábitos de estudo e sociais, as perícias visuais e de tacto e a frequência escolar sobem)”; • “para os pais (melhoria da própria imagem e da sua confiança em si mesmos enquanto pais; bem como o desenvolvimento, da parte dos professores, de uma maior empatia e maior apreço pelas dificuldades que os pais têm na educação dos filhos)”; • “para os professores (os pais desenvolvem uma melhor compreensão e apreço pela função dos professores)”. De acordo com Marques citado por Ferreira and Almeida (2009, p. 1573) “Ao director de turma, cabe estabelecer a ligação entre os diferentes intervenientes implicados na relação educativa: o aluno, o grupo-turma, os professores da turma, os pais, os órgãos da escola e a comunidade envolvente.” Utilizando as palavras de Peixoto et al (2003, p. 31), Ferreira and Almeida (2009, p. 1574) transcreve ainda, que o Diretor de Turma é “a face visível da escola, tanto mais que funciona como um elo de ligação entre a instituição escolar e as famílias”. 16 II. 3.1. Para uma comunicação efetiva Pela sua importância torna-se pertinente dar atenção ao processo de comunicação. M. C. C. Oliveira (2010, p. 67) reflete a ideia de Davies (2003) que “aconselha a comunicação inteligente como uma prática a utilizar para promover uma maior colaboração com as famílias”. Este conceito de “comunicação inteligente” é explicado pela autora, com recurso a Amoureux (1996, pp. 77-111), propondo os seguintes cuidados a ter na comunicação: “enriquecer o conteúdo da comunicação, preparando as mensagens estruturando-as sobre a essência e sobre a forma; prestar tanta atenção ao interlocutor como à mensagem que quer passar; dar a palavra ao outro para escutar o que ele compreendeu e as necessidades de clarificação; estar pronto para integrar as reações do interlocutor; pensar mais no objetivo a conseguir do que nos argumentos a fazer passar e vigiar todos os sinais de enfadamento da comunicação”. Relativamente ao emissor deve “treinar-se a nomear e a exprimir emoções; falar em nome próprio e convidar o outro a fazer o mesmo; envolver-se na comunicação (...); recorrer ao “ponto da situação” sobre o modo como cada um dos interlocutores vive a troca e identificar os pontos fortes e fracos do estilo pessoal de comunicação.” Essencialmente, estas são preocupações que se devem ter no decurso, de uma comunicação verbal. Contudo e de acordo com Câmara et al (1997, p. 349), citado também por Oliveira (2010, p. 67), deve ter-se em atenção que “uma determinada mensagem verbal pode dar origem a diferentes significados dependendo da não verbal (tom de voz, expressão facial, etc); do conhecimento que os intervenientes possuem um do outro; do tipo de relação que têm e dos seus antecedentes, das diferenças individuais, do contexto em que a relação decorre, etc”. Esta citação coloca em evidência a importância de se ter em consideração os conceitos de inteligência emocional e social desenvolvidos pelo psicólogo Daniel Goleman. A inteligência emocional “inclui o autocontrolo, o zelo e a persistência, bem como a capacidade de nos motivarmos a nós mesmos” (Goleman, 2012 [1995], p. 20) e “a capacidade de a pessoa... controlar os impulsos e adiar a recompensa” (Goleman, 2012 [1995], p. 54), promove “a nossa capacidade de pensar e planear” (Goleman, 2012 [1995], p. 101). Desta forma pode-se afirmar que existe uma complementaridade entre as inteligências racional e emocional. “Quando estes parceiros interagem bem, a inteligência emocional aumenta e o mesmo acontece à capacidade intelectual” (Goleman, 2012 [1995], p. 50). Daniel Goleman mostra que o que marca a diferença no sucesso de um determinada pessoa não é apenas o seu coeficiente de inteligência, mas a sua inteligência emocional e social, uma vez que são estas que irão caracterizar a sua relação com os demais. O desenvolvimento da inteligência emocional promove o aumento da autoconsciência e do autocontrole, elevando a capacidade 17 de cada indivíduo se relacionar com as pessoas e com o meio que o rodeia. Torna-se assim pertinente ter em consideração os conceitos de inteligência emocional e social quando se fala na importância da comunicação no desempenho das funções de Diretor de Turma. Um professor, cujo sucesso da sua missão depende da forma como comunica com os alunos, com os encarregados de educação, com os colegas do Conselho de Turma, deverá ter a capacidade de desenvolver com todos uma relação de empatia que o levará à compreensão dos diferentes sentimentos associados, permitindo, segundo Goleman (2012 [1995], p. 290) “ver as coisas da sua perspetiva, respeitar as diferenças no modo como as pessoas sentem a respeito disto ou daquilo”. Desta forma o Diretor de Turma terá a capacidade de “resolver os desacordos e ressentimentos antes que eles se transformem numa luta aberta” Goleman (2012 [1995], p. 288), o que poderia ter consequências negativas para o sucesso educativo e para a integração dos alunos na escola. II. 3.2. O uso das TIC nas comunicações realizadas pelo Diretor de Turma A consciência clara da necessidade de se promover uma comunicação efetiva entre todas as pessoas envolvidas na vida de um grupo de alunos/ turma leva-nos a refletir sobre os meios usados para o estabelecimento da comunicação. No AG de escolas onde desenvolvemos este projeto é dado destaque às comunicações através da caderneta do aluno. No RI do AG surge uma única alusão ao uso da internet para fins comunicacionais. Esta acontece no nº 7 do artigo 150º e num contexto de comunicação com o exterior, mais concretamente com o serviço do Ministério da Educação e Ciência responsável pela coordenação da segurança escolar, visando o fornecimento de informação da suspensão preventiva de um aluno, no momento da instauração de um processo disciplinar. Contudo, através da pesquisa efetuada foi possível encontrar alguns trabalhos de investigação que tratam problemas relacionados com o uso das TIC nas comunicações dentro da comunidade escolar. Paiva (2006) realizou uma investigação no âmbito do seu doutoramento onde identifica vantagens do uso das TIC (e-mail) no âmbito da relação Diretor de Turma e/ou professor/encarregado de educação/aluno. Estas foram revisitadas por H. Ferreira (2010) e podem ser sistematizadas do seguinte modo: • Permite a comunicação regular e o aumento do número de contactos com os alunos para além das aulas; • Aumenta o número de contactos entre o DT e os EEs; • Facilita o contacto entre Encarregados de Educação; • Permite o feedback de atitudes, pouco tempo depois da sua ocorrência; 18 • Permite tornar mais cómoda a relação, diminuindo a distância casa/escola; • Permite o envio de avisos e informações; • Permite o fácil acesso a todas as mensagens enviadas e recebidas; • Permite, por parte do encarregado de educação, um acompanhamento e envolvimento no(s) projeto(s) desenvolvido(s) pelos alunos; • Permite, ao diretor de turma, propor reflexão particular sobre determinado comportamento do aluno; • Permite, a qualquer professor da turma, interpelar os alunos sem que a mensagem seja conhecida dos outros, estreitando a relação com cada um dos alunos; • Permite manipular mensagens em qualquer computador, em qualquer lugar; • Permite comunicar faltas antecipadamente e justificá-las; • Permite partilhar, com os educandos, uma tecnologia, tão do seu agrado; • Permite estabelecer comunicação com os filhos/ educandos, por escrito; • Permite quebrar barreiras de comunicação com os filhos/educandos, escrevendo; • Permite associações ao telemóvel, recebendo uma mensagem SMS, avisando do e-mail do Diretor de Turma ou vice-versa; • Promove a organização e gestão do trabalho da direção de turma. Pinto (2012, pp. 150-151) verifica que os professores da escola onde desenvolveu o seu projeto de investigação, concordam acerca da importância das TIC para a melhoria da comunicação na escola. “Assim, os professores que têm melhores perceções sobre o grau de utilização das TIC na escola, são os que dão mais importância às TIC para a melhoria da comunicação na escola.” O tempo de serviço, o nível de ensino ( 2º ou 3º ciclo) e o sexo dos professores não apresentam correlações estatisticamente significativas com “o grau de utilização das TIC na escola” e com “a importância que atribuem a às TIC para a melhoria da comunicação na escola”. De acordo com Rangel (2011, p. 3) “podemos ter professores que manifestem aversão às TIC tão só porque não se prepararam ainda para interagir com os alunos de forma diversa.” Contudo, o seu estudo mostra que os professores que desempenham o cargo de DT “Consideram que a utilização da comunicação virtual por recurso ao computador propicia a comunicação e o trabalho do Diretor de Turma tendo em conta as funções que lhe estão cometidas” Rangel (2011, p. 151). Estes estudos mostram que as TIC têm vindo a ser usadas no âmbito do desempenho das funções de DT. Porém, o RI do AG de escolas, onde se desenvolveu o estudo, não indicia regularidade desta prática. 19 II. 3.3. Ferramentas TIC passíveis de utilização De acordo com Pinto (2012), as TIC permitiram o surgimento de diversas ferramentas de comunicação que levaram ao aparecimento de novas formas de interação nas organizações escolares. Destas destacam-se as seguintes: • Correio Eletrónico - No Agrupamento de escolas onde se desenvolveu este trabalho os professores não têm acesso a um endereço de e-mail institucional, o que obriga à criação de um particular com objetivos profissionais se se desejar separar o correio pessoal do relacionado com a vida escolar. • Página Web - De acordo com informação recolhida oralmente, a página Web 4 do Agrupamento e foi construída a partir de ações de voluntariado de uma assistente administrativa e sem recorrer a compra de software especializado. Assim, a página encontra-se bastante incompleta e com uma organização que dificulta um fácil entendimento das diferentes estruturas que formam o agrupamento, assim como das respetivas funções e valências. Pretende-se uma reestruturação da mesma ao longo do presente ano letivo, mas apesar de a Direção ter conferido a tarefa aos professores que fazem parte do grupo Plano Tecnológico da Educação (PTE) da escola, não foram atribuídas quaisquer horas no seu horário para a sua realização. Este facto atrasa significativamente a reestruturação da página, pois os professores, apesar da sua boa vontade não têm, na realidade, tempo disponível para conseguir efetivar a tarefa. • Sistemas de Gestão de Aprendizagens (LMS) - Estas plataformas de gestão de aprendizagens permitem, de acordo com Barata (2010, p. 58), citado por Pinto (2012, p. 67) “concentrar um variadíssimo leque de materiais, estratégias e canais de comunicação num único endereço, onde os participantes estão em permanente contacto, facilitando a comunicação, a cooperação, a colaboração e a partilha de experiências e materiais”. No AG em estudo usa-se a plataforma Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) que, neste momento está em funcionamento, com todos os professores e alunos inscritos. Esta situação torna-se clara ao compararmos os dados da atividade dos participantes (cerca de 1100 alunos e professores) nos meses correspondentes ao 1º período deste ano letivo, figura 15, com a figura 25, que mostra os níveis de atividade de dezembro Consultada em http://www.aeso.pt/ , a 23 de dezembro de 2013 Gráfico consultado em 23 de dezembro de 2013, em http://agsogedeao.crie.fc.ul.pt/admin/report/stats/index.php 4 5 20 de 2012 a dezembro de 2013. Verifica-se que, nos primeiros 3 meses de 2013, houve uma aumento significativo do uso da LMS do AG. - Todos os participantes - Student - Teacher - Guest (visitante) - Course Creator - Administrador Figura 1 – Gráfico da atividade da plataforma Moodle do Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas de 29 de setembro a 15 de dezembro de 2013 (1º período) - Todos os participantes - Student - Teacher - Guest (visitante) - Course Creator - Administrador Figura 2 – Gráfico da atividade da plataforma Moodle do Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas de 1 dezembro de 2012 a 1 dezembro de 2013 • Intranet - Não existe no AG. • Programa de gestão de alunos - No Agrupamento, onde foi desenvolvido o presente trabalho, é usado o software de gestão de alunos alunos.exe, que permite, de acordo com J.P.M. & Abreu (2004-2013) obter os seguintes documentos: pautas de avaliação, registos de avaliação, registos biográficos, termos (9º ano), extratos de assiduidade, listas de turmas, gráficos de sucesso/ insucesso escolar, certificados, impressos de matrícula e listagens diversas. A gestão integrada de administração escolar (GIAE) é realizada por um software de gestão denominado GIAE online, que possui diferentes funcionalidades, ligadas a um cartão magnético, das quais podemos destacar as seguintes, usadas no agrupamento: controlo de acessos, pagamentos e acessos a vários, venda de senhas e controlo de acesso ao refeitório, incluindo a gestão de alunos subsidiados, módulo de consulta online de saldos e extrato de movimentos. 21 II. 3.4. Vantagens e desvantagens da utilização das ferramentas TIC O uso das ferramentas TIC atrás referidas demonstram que, na nossa sociedade, as escolas têm vindo a aderir de forma progressiva a novas formas de organização e comunicação. Contudo, associadas às vantagens que podem advir do seu uso podem identificar-se algumas desvantagens. Desta forma, de acordo com Pinto (2012, p. 73) apoiada em Mohanty (2011), podemos afirmar que as TIC aumentam a “eficiência da organização e dos canais de comunicação existentes” e possuem um papel fundamental na motivação dos alunos. Assim podemos organizar as vantagens das TIC, de acordo com cada um dos intervenientes no processo de ensino e de comunicação nas escolas. Para os professores: • facilitam a partilha de recursos e conhecimentos; • promovem uma maior flexibilidade na realização das tarefas; • facilitam o acesso a informações da escola a partir de qualquer lugar; • facilitam o planeamento, a preparação e os materiais a utilizar nas aulas; • permitem a construção de materiais diversificados, mais interativos e facilitadores da aprendizagem. Para alunos: • permitem que eles se sintam mais confiantes e motivados para aprender; • permitem o estabelecimento de um ensino orientado e adaptado a às suas dificuldades; • permitem o incentivo à aprendizagem; • possibilitam novos conhecimentos, incluindo melhorias na leitura e compreensão; • permitem a apresentação de trabalhos a pessoas externas a à instituição. Para os pais/ EE: • facilitam a comunicação com os professores; • permitem um maior envolvimento na escola e na educação dos educandos; • possibilitam o acesso a informações relacionadas com os seus filhos. Neste contexto, Paiva (2006, p. 56) aponta algumas desvantagens para o uso das TIC, nomeadamente do e-mail, associadas às problemáticas relacionadas com o armazenamento e memória e segurança no uso da internet. Destas, são destacadas as seguintes: o espaço que ocupam no disco rígido, principalmente se possuem ficheiros de imagem e vídeo; os custos associados ao serviço de acesso à Internet; a possibilidade de violação de privacidade, quando 22 acontece existir alguma desatenção ou desconhecimento; a absorção de spam; a possibilidade de, em algum momento, abrir um e-mail ou fazer um download de ficheiro infetado por um qualquer vírus. Estas desvantagens, inerentes ao uso das TIC, tornam-se desprezíveis porque existem várias soluções para as evitar/ultrapassar e as vantagens a elas associadas, multiplicam-se: desde a facilidade no acesso à informação, às comodidades nos processos de comunicação e, principalmente se as encararmos como “um instrumento de desenvolvimento cognitivo que transforma a informação em conhecimento” Paiva (2006, p. 36). II. 4. Síntese Considerando o exposto, torna-se evidente que no contexto das escolas do ensino básico, dos 2º e 3º ciclos e secundário, em Portugal o DT é uma figura central com funções muito importantes quer dentro da escola e/ou AG, mas também como elo de ligação com o exterior, principalmente pais e EEs. Das suas funções decorre a necessidade de contactar amiúde com todos os elementos da comunidade educativa e por isso é, quase sistematicamente, o rosto da escola, quer para quem a vê de fora, como para aqueles que nela trabalham. Os alunos, assistentes operacionais, os professores do CT e a Direção recorrem aos DTs para analisarem e resolverem problemas relacionados com a respetiva turma. Assim, a eficácia da comunicação deve ser um dos aspetos mais importantes quando se assume o cargo de DT. Já se verificou que nas escolas existem vários meios de comunicação que passam por reuniões presenciais formais ou não, a caderneta do aluno, o telefone, o correio tradicional, o e-mail e as plataformas de e-learning como o Moodle. Não existem regras muito precisas quanto à forma ou ao modo de como se devem estabelecer estas comunicações. Contudo, a obrigatoriedade de cada aluno ter uma caderneta cujo modelo é editado e vendido pelo Ministério da Educação e Ciência, faz com que esta seja tida como a forma “mais oficial” de se estabelecer a comunicação dentro da comunidade educativa, principalmente escola família. Não obstante verifica-se que em muitas escolas a função da caderneta tem vindo a ser substituída por outros meios de comunicação, e na sociedade do século XXI, torna-se pertinente colocar as TIC ao serviço do ensino-aprendizagem e das comunidades educativas. Assim as funções de direção de turma não devem ser exceção e podem com certeza beneficiar da sua utilização. Como já foi apontado existem alguns trabalhos que estudaram a incorporação das TIC nos processos de comunicação no seio das escolas e que mostram a não existência de uma regularidade e/ou diretivas precisas sobre o modo de o fazer. Contudo, na sociedade do Século XXI, a escola deve aproximar-se, nos meios e nas formas de trabalho, da 23 sociedade em que se insere e fazer uso de todos os instrumentos que tem à disposição para melhor conseguir o principal objetivo a que se propõe: o sucesso dos seus alunos como estudantes e cidadãos do mundo. CAPITULO III – CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO III. 1. O uso das TIC na escola Em 2007, Lagarto (p. 7), afirmava que “A escola dos nossos dias,..., está a atravessar um momento de mudança profunda, que se vai acentuar nos próximos anos” e isto acontece porque temos ao nosso dispor computadores com ligação à internet que transformaram por completo o modo como acedemos, produzimos ou tratamos a informação. O professor, os livros e a sala de aula, há muito tempo que deixaram de ser as únicas fontes de informação para os alunos. As escolas foram apetrechadas, através de “...diversos projetos e iniciativas do Ministério da Educação, onde se destacam o Projecto Minerva, o Projecto Uarte, o Projecto Nónio séc. XXI e mais recentemente o Plano Tecnológico da Educação” (A. C. M. Ferreira, 2010, p. 4) com quadros interativos, projetores e computadores em todas as salas de aula, salas TIC, Bibliotecas Escolares com área de informática, computadores na sala de alunos e para cada um dos assistentes administrativos, programa informático para gestão de alunos, internet sem fios e plataforma de gestão de aprendizagem, como o “Moodle”. Contudo, o facto de professores, alunos e EE terem um acesso facilitado à informação, por estarem inseridos na sociedade de informação, não significa que esta informação seja transformada em conhecimento. Para que tal aconteça torna-se necessário uma mudança de atitude que permita, a cada pessoa, usar, no seu dia a dia e em diferentes situações a informação que adquiriu. Assim, o processo de aprendizagem deverá assentar em 4 pilares6: 1º Aprender a conhecer que é estimulado pelo contacto continuo com a informação. 2º Aprender a fazer, que associa a aprendizagem à prática, ou seja, o aprendente coloca em prática a informação que adquiriu. 3º Aprender a viver que faz com que a aprendizagem adquirida tenha consequências a nível social. Os nossos atos, resultado do que aprendemos a fazer, irão suscitar reações de cooperação ou competição (Tomé, s. d.) nos que nos rodeiam. 4º Aprender a ser, que corresponde ao nível do conhecimento, pois o aprendente 6 Os conceitos associados aos 4 pilares da educação surgem descritos no relatório para a UNESCO, da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors. 24 transforma-se através dos 3 tipos diferentes aprendizagens, atrás mencionadas. Pablos (2006, p. 73) refere que “As novas tecnologias digitais aplicadas à comunicação podem desempenhar um papel fundamental na inovação das funções docentes (e também na criação das novas formas de pesquisa)” mas, igualmente, possuem uma “capacidade para intervir como mediadoras,..., modificar a interatividade gerada, de tal maneira que, no campo educativo, a qualidade vinculada ao uso das tecnologias, na realidade, une-se à qualidade da interatividade, como fator-chave nos processos de ensino aprendizagem” (Sancho et al., 2006, p. 74). Esta ideia é expressa também por Ramos (2007). No artigo que publica em Costa (2007, p. 165), defende que “O desenvolvimento de uma mentalidade tecnológica,..., deveria preparar as crianças e os jovens para uma utilização correcta e autónoma dos dispositivos electrónicos que usa, não só dos ponto de vista técnico, como do ponto de vista social, cultural, ético e moral.” Desta forma, “ As tecnologias podem facilitar a “personalização” dos processos de acesso ao conhecimento” (Sancho et al., 2006, p. 73), uma vez que possibilitam flexibilizar o espaço e o tempo de aprendizagem, criar novas formas de estruturar a informação e otimizar novas possibilidades comunicativas e formativas. Assim, é importante ter-se em consideração que a utilização das TIC nas escolas deve contemplar diferentes áreas de aplicação: • a técnica, que permite a utilização da informação através de diferentes suportes, e de forma imediata, criando abordagens diferenciadas ao mesmo conteúdo; • a de pesquisa, que permite o acesso a outras fontes de informação, usando a internet de forma segura e onde o professor surge com um papel menos ativo de orientador, passando para o aluno uma atitude mais ativa na construção do seu próprio conhecimento; • a de construção de materiais com diferentes formatos a partir de fontes de informação diversificadas; • a de interação com o professor (com um papel de mediador e /ou tutor) e com os pares, incentivando atitudes de partilha de informação, de cooperação e de colaboração. Deste modo e de acordo com o artigo que Lopes (2007) publica em Lagarto (2007, p. 97)“...os alunos aprendem uns com os outros, entre si e mutuamente no âmbito das ações desenvolvidas dentro e fora da sala de aula, através de esforços e iniciativas de comunicação, interacção e cooperação”. Estudos recentes, como o realizado por Bragado and Silva (2013) mostram que os professores têm uma confiança elevada quando usam o e-mail, fazem processamento de texto, 25 organizam ficheiros, ou criam apresentações; mas um grau de confiança muito fraco ou fraco na criação e manutenção de blogues e websites, na realização de formações/aulas em modalidade e e-Learning ou b-Learning, na criação de apresentações com clips de vídeo e audio, na participação em fóruns de discussão na internet ou em redes sociais. A wiki como ferramenta de trabalho colaborativo foi usada por Álvares and Coutinho (2013, p. 760) num trabalho de investigação que visa o estudo daquela ferramenta da web 2.0 no âmbito da disciplina de TIC no ensino básico. As autoras referem que não encontram “registo de estudos anteriores subordinados a esta temática”, esperando que “possa funcionar como um instrumento para a reflexão crítica de professores que pretendem inovar as suas práticas letivas” . Atendendo ao apetrechamento das escolas, às diferentes vertentes de utilização das TIC, e à necessidade de criar novos ambientes de aprendizagem através do uso da web 2.0, com recurso a ferramentas de trabalho colaborativo, torna-se cada vez mais importante repensar as formas de atuação dos professores, não só nas salas de aula, mas também nos modos de comunicação instituídos, dentro da escola e com a comunidade envolvente. O DT assume um papel privilegiado no estabelecimento desta comunicação, nomeadamente na que se desenvolve entre a escola, direção e docentes, com os alunos e respetivos EEs. Torna-se por isso pertinente conhecer os DTs e a forma como usam as TIC no seu quotidiano. III. 2. Os Diretores de Turma do Agrupamento No Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas onde se desenvolveu o presente trabalho de projeto existem 33 turmas: 13 do 2º ciclo, 18 do 3º ciclo e 2 de Cursos de Educação Formação. Cada uma tem um DT e 10 deles não faziam parte do corpo docente do AG no ano letivo 2012/2013. Para se proceder à caracterização dos DTs do AG distribuiu-se um questionário (Anexo1, pp. 3-9), com uma taxa de retorno de 93,9%. Está dividido em 3 partes, de acordo com um objetivo específico: 1º - caracterizar a pessoa do DT; 2º - conhecer o uso que fazem do computador na sua atividade letiva; 3º - conhecer a frequência com que utilizam as TIC no desempenho das funções de DT. No Anexo 1, pp. 10-18, encontramos os resultados obtidos, para cada uma das partes. III. 2.1. Características dos Diretores de Turma Verifica-se que os DTs do sexo feminino estão em maior número, na razão de 5,2 para 1 masculino, estando a maioria, 16 (51,6%), na faixa etária 36-45 anos, seguido dos de 46-55 anos, 7 (22,6%). Estes dados mostram que o cargo foi atribuído preferencialmente a docentes com maturidade como pessoas, mas longe da idade da reforma. Os DTs são na sua maioria 26 licenciados, 26 (83,9%), não existindo nenhum com formação equiparada ou superior a mestrado. A Tabela A sistematiza a informação sobre o grupo de recrutamento: Tabela A – Nº de DTs por grupo de recrutamento e por Departamento Nº de DTs Grupos de Recrutamento Departamento 4 Educação Física 11 3 Educação Musical Departamento das (35,5%) Expressões Artes Visuais + Educação Visual e 2+2 Tecnológica Inglês + Português + 3+3+3 10 Português/Inglês Departamento de Línguas (32,3%) 1 Francês 3 Biologia/ Geologia Departamento de 7 2 Matemática/Ciências da Natureza Matemática e Ciências (22,6%) Experimentais 1 Físico-Química 2 Departamento das Ciências 2+1 Geografia + História (6,4%) Sociais e Humanas 1 1 Sem resposta --------------------------(3,2%) Se analisarmos o número de professores de cada um dos grupos, verificámos que existe um maior número de professores do Departamento das Expressões, seguidos pelos Departamentos de Línguas, de Matemática e Ciências Experimentais em último das Ciências Sociais e Humanas. Quanto ao tempo de serviço, os DTs possuem já vários anos de experiência, quer como professores, quer como DTs, como se pode constatar observando as Tabelas 6 e 7, Anexo 1, p. 11. A Tabela 8, confirma a experiência profissional dos DTs uma vez que mais de 50% já ocuparam 1 ou mais outros cargos na organização da Escola e/ou AG onde desempenharam funções docentes. Desta forma, toda a informação recolhida mostra que, no presente ano letivo 2013/2014, todos os professores escolhidos para desempenhar funções de direção de turma possuem experiência, quer na profissão docente, quer no cargo. III. 2.2. Os Diretores de Turma e o uso que fazem do computador enquanto docentes Observando as Tabelas 9 a 13, Anexo 1, p. 12 podemos concluir que todos os DTs do AG têm computador em casa com ligação à internet, e mais de 50% não o partilha com ninguém. Usam software comercial, com especial destaque para os seguintes Word, Excel e PowerPoint. Apenas um DT admite usar software livre. Na tabela 14, p. 12, constata-se que a maioria dos DTs, 22 (71%), considera possuir bons conhecimentos sobre o software que 27 utiliza. Existe apenas um que diz ter um conhecimento muito bom e outro que afirma ter muitas dificuldades. Os restantes 7 (22,6%) dizem possuir um conhecimento suficiente. Os DTs usam as referidos aplicações para realizar diferentes tarefas, relacionadas com o seu trabalho como professor. Analisando as Tabelas 15 a 24, Anexo 1, pp. 13-14 podemos ordenar estas tarefas de acordo com a Tabela B. 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º Tabela B – Ordenação das tarefas docentes realizadas pelo DTs com recurso às TIC DTs e o uso sempre/ Tarefas frequente do computador Pesquisa de informação e/ou materiais didáticos na internet 31 (100%) Comunicação com colegas através de e-mail 31 (100%) Planeamento e organização de PTs 29 (93,5%) Planeamento e organização de aulas 29 (93,5%) Produção de fichas / testes de avaliação 27 (87%) Produção materiais de apoio para os alunos 24 (77,4%) Grelhas de correção de testes em folha de cálculo 24 (77,4%) Produção de materiais para as aulas 23 (74,2%) Grelhas de apoio à avaliação em folha de cálculo 21 (67,7%) Uso do Moodle para interagir com os alunos 13 (41,9%) Como se verifica, existe sempre uma percentagem de DTs, superior a 60%, que usa o computador para realizar as tarefas docentes, enumeradas no questionário, com os nºs1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. Para comunicar, todos os DTs inquiridos usam o e-mail com os colegas, contudo menos de metade usa o computador ( LMS - Moodle) para interagir com os alunos (propondo atividades – Tabela 25, Anexo 1, p. 14 ou enviando mensagens – Tabela 26). Os que usam a plataforma (Tabela 27, Anexo 1, p. 14) propõem essencialmente 3 atividades: fóruns, envio e recebimento de materiais e/ ou trabalhos. Apenas um professor admitiu usar o Google drive e o Google docs para partilhar e/ou propor a realização de documentos conjuntos com os alunos Tabela 28; e existe apenas um professor que admite usar o computador para elaborar atas, relatórios e fazer gravações áudio. III. 2.3. Os Diretores de Turma e o uso que fazem do computador nas tarefas inerentes ao cargo Relativamente às tarefas inerentes ao cargo de direção de turma e analisando a Tabela 29, Anexo 1, pp. 15-16, verifica-se que já existe alguma dispersão quanto à regularidade com que o DT usa o computador. A única atividade onde a grande maioria dos DTs, 27 (87%), usa sempre o computador é o registo de faltas nos suportes adequados para o efeito (tarefa 10). Este facto justifica-se pela existência no AG de um software de gestão de alunos, o alunos.exe (Enquadramento Teórico p. 21). A tarefa que fica em 2º lugar na lista de preferência de 28 utilização do computador pelos DTs (20 - 64,5%) é a apresentação ao Diretor de um relatório anual, do trabalho desenvolvido (tarefa 7). No uso frequente do computador destacam-se 4 tarefas, essencialmente desenvolvidas entre o DT e o CT. Estas encontram-se organizadas por ordem de preferência na Tabela C: Tabela C – Tarefas realizadas com recurso frequente às TIC por mais de 50% dos DTs, no desempenho das suas funções Nº DTs Tarefa 19 (61,3%) 1º 19 (61,3%) 2º 17 (54,8%) 3º 16 (51,6%) 3. Promoção da comunicação e formas de trabalho cooperativo entre Professores e Alunos 6. Coordenação do processo de avaliação dos Alunos garantindo o seu caráter globalizante e integrador 4. Coordenação, em colaboração com os docentes da turma, da adequação de atividades, conteúdos, estratégias e métodos de trabalho à situação concreta do grupo e especificidade de cada aluno 1. Coordenação das atividades do CT Continuando a analisar, na Tabela 29, verifica-se que não se encontra consenso quanto ao uso raramente ou nunca do computador. Contudo, se associarmos estas duas categorias de frequência, obtemos resultados que mostram as atividades que os DTs associam menos ao uso do computador. Estas estão organizadas na Tabela D, que se apensa. Tabela D – Tarefas realizadas pelo DT com recurso às TIC resultantes do somatório das frequência “raramente” com “nunca” Nº DTs Tarefa em que o DT raramente / nunca usa o computador 5. Articulação das atividades da turma com os Pais e Encarregados de 1º 20 (64,5%) Educação promovendo a sua participação. 2º 16 (51,6%) 12. Dar conhecimento aos Alunos e Pais e EE da turma, de informações sobre o comportamento e aproveitamento do aluno. Estas duas tarefas são aquelas que iriam promover uma maior participação dos pais e EE na vida escolar dos respetivos educandos, quer no que diz respeito às atividades da turma, quer ao envolvimento do aluno no seu processo de aprendizagem. Poder-se-ia dizer que, se o DT usasse o computador para comunicar com os EEs, poderia obter um envolvimento mais célere dos mesmos. Contudo, se se somar o sempre com o frequentemente verifica-se que os DTs usam o computador para divulgar informações aos EEs, ou seja, dar informações sobre assuntos onde a possibilidade de envolvimento e/ou interação com EE é menor. Estas tarefas estão organizadas na Tabela E. 29 Tabela E – Tarefas realizadas pelo DT com recurso às TIC resultantes do somatório das frequência “sempre” com “frequentemente”. Nº DTs Tarefa em que o DT usa sempre / frequentemente o computador 1º 2º 3º 23 (74,2%) 21 (67,7%) 20 (64,5%) 11. Dar conhecimento aos Pais e Encarregados de Educação da hora de atendimento semanal 9. Divulgação junto dos Alunos do Plano de Prevenção e Emergência da escola 8. Divulgação, junto dos Alunos e Pais e Encarregados de Educação da turma, das atividades de complemento curricular e extracurriculares existentes na escola. A Tabela F, que se segue, resulta da análise realizada aos meios preferidos pelos DTs para comunicar com os professores do CT, com os alunos ou com os respetivos EE (dados retirados da Tabela 30, Anexo 1, p. 17). Tabela F – Relação entre os meios de comunicação privilegiados pelo DT face aos diferentes interlocutores (CT, alunos e EE) Interlocutor do DT Meio de Comunicação Professores do CT Alunos EE da Turma • E-mail – 31(100%) sempre/ frequentemente • Presencial – 28 (90,3%) sempre/ frequentemente • Presencial – 31 (100%) sempre/ frequentemente • presencial 30 (96,8%) sempre/frequentemente • caderneta 30 (96,8%) sempre/ frequentemente • telefone 28 (sempre/frequentemente) Da análise da Tabela F verifica-se que os DTs usam o e-mail de modo sistemático com os colegas do seu CT, mas não o fazem da mesma forma com os alunos e respetivos EE. Continuando a análise da Tabela 30, Anexo 1, p. 17 observa-se que a plataforma Moodle também não é usada de forma sistemática pelos DTs, quer para desenvolver trabalho com os colegas do CT, quer para comunicar ou propor atividades aos alunos. A 1ª situação pode justificar-se pela não existência de uma disciplina na plataforma Moodle do AG que tenha como participantes apenas os professores pertencentes ao CT de uma determinada turma. Esta falta de privacidade associada à ausência de hábitos de utilização da referida plataforma justifica a não escolha do Moodle para a execução de trabalho colaborativo entre professores do CT. Na 2º situação, e apesar de existir um tópico em uma disciplina que pode ser dinamizado pelo DT, de modo a incentivar o trabalho colaborativo dos alunos, este não é utilizado. Estes factos tornam-se claros quando se analisa a Tabela G: 30 Tabela G – Uso do Moodle pelo DT na comunicação com o CT e com os alunos Comunicação Moodle Total DT/ CT DT/aluno 12 (38,7%) raramente 16 (51,6%)nunca 9 (29%) raramente 13 (41,9%) nunca • • • • • 28 (90,3%) • 22 (71%) Quanto ao uso do e-mail também se verifica, que a maior parte dos DTs raramente ou nunca o usa para comunicar quer com os alunos, quer com os EEs (Tabela H): Tabela H – Uso do E-mail pelo DT com os alunos e com os EEs Comunicação E-mail DT/ aluno DT / EE • • • • 10 (32,3%) raramente 13 (41,9%) nunca 11 (35,5%) raramente 10 (32,3%) nunca Total • 23 (74,2%) • 21 (67,7%) Relativamente ao grau de satisfação demonstrado pela maioria dos DTs podemos observar, na Tabela 31, Anexo 1, p. 18, que se encontram maioritariamente satisfeitos e alguns plenamente satisfeitos. Esta informação é evidenciada pela Tabela I. Tabela I – Síntese do grau de satisfação dos DTs face à comunicação existente com o CT, alunos e EE Interlocutores Nº de DTs Plenamente satisfeito/ satisfeito DT/ CT 31 (100%) DT/ alunos 29 (93,5%) DT/ EE 28 (90,3%) Desta forma, foi possível apurar a pertinência de se desenvolver este trabalho de projeto neste AG, porque apesar de se poder concluir que os DTs têm uma boa relação com o computador e de o usarem como meio de desenvolver trabalho colaborativo com os colegas do CT, o mesmo não se pode dizer quanto às tarefas que desempenham relacionadas com os alunos e respetivos EE. Assim, o presente trabalho, usando uma metodologia de investigação-ação pretende avançar propostas que promovam o uso das TIC, nomeadamente de ferramentas da Plataforma Moodle e o e-mail, no desempenho das funções de Diretor de Turma no 3º Ciclo. 31 CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS IV. 1. Das iniciativas realizadas pela DT no âmbito do Trabalho de Projeto O uso das TIC no 3º ciclo do ensino básico deve ser encarado como uma forma de “blended learning”7, onde a vertente presencial é muito forte, principalmente num sistema de ensino que se pode classificar de tradicional, no qual o professor continua a ter um papel de transmissor de saberes, levando o aluno a adotar uma atitude passiva de ouvinte, limitado no modo como pode construir conhecimento. Neste contexto, o DT, no desempenho das suas funções, poderá contribuir para chamar a atenção sobre a importância que as TIC podem desempenhar na melhoria dos ambientes de aprendizagem e das condições de comunicação. Para o efeito, no seu quotidiano, a DT procurou fazer uso das ferramentas TIC que tinha à sua disposição, em conjunto com as tradicionalmente adotadas, para interagir com os diferentes intervenientes: alunos, EEs, CT e escola. IV. 1.1. Com os alunos IV. 1.1.1. Plataforma Moodle Esta estrutura (Anexo 5, pp. 66-92) foi utilizada para interagir essencialmente com os alunos, através de uma disciplina disponibilizada para a turma. Todavia, mesmo que indiretamente, os EEs podiam acompanhar os respetivos educandos, nestas interações. Como participantes, a disciplina contava com todos os alunos e professores da turma e nela foram divulgados os contactos da escola, a calendarização dos testes e das atividades do Plano anual e Plurianual de Atividades (PAPA) – cf. C. c)/ B. e), a hora de atendimento da DT- cf. C. a) Anexo 5, Quadro 1, p. 66; e desenvolveram-se os fóruns estudados nos próximos pontos – Anexo 5, Quadros 2 a 10, pp. 66-89. A análise da participação nestes fóruns encontra-se nas Tabelas 110 a 113 (pp. 90-92). Estes fóruns obtiveram um total de 145 (100%) participações, sendo que o maior número pertenceu à DT, 47 (32,4%), seguida de um aluno com 24 (16,5%), outro aluno com 10 (6,9%) e os restantes com 5 (3,4%) ou menos. Apenas se conta 1 (0,7%) aluno que não realizou qualquer intervenção. É de salientar que estes fóruns podiam aceitar a participação de outros professores. Apenas o de Português participou 4 (2,7%) vezes. IV. 1.1.1.1. Fórum Notícias Este fórum (Anexo 5, pp. 66-69) foi utilizado para divulgação de eventos de caráter geral, organizados pela escola ou por associações ligadas à escola. Foram abertos 5 temas: 7 De acordo com A. M. C. Oliveira (2010, p. 14) este termo descreve as “experiências educacionais que combinam a aprendizagem presencial com a interação mediada por tecnologia nas modalidades síncrona ou assíncrona”. 32 Tema 1 - O Teatro vem à escola (Quadro 2, p. 66), organizado pelo Clube dos Afetos8 abordando o tema da Educação sexual -.cf. D. c) e C. f); Tema 2 - Reciclar na Gedeão (Quadro 3, p. 67), organizado pela Associação de pais e EE da escola e pela OTLAS9 - cf. C. f); Tema 3 - Vamos ajudar o aluno y (Quadro 4, p. 67) – cf D. b); Tema 4 Atividades do fim do 1º período letivo (Quadro 5, 69) – cf. C c) e D. b); Tema 5 - Avaliação do 1º período (Quadro 6, p. 69) - cf. C e) e D. b). Estes temas tiveram um impacto muito reduzido junto dos alunos. Os únicos que suscitaram algum interesse foram o tema 3, que originou 6 (4,1%) participações de alunos e uma referência num e-mail enviado pela EE do aluno 13 (Anexo 5, Quadro 26, e-mail 9.3, pp. 159-160) e o tema 5, que originou 1 (0,7%) participação de 1 aluno. Esta situação pode ser explicada pelo facto de serem temas de divulgação, que não motivaram o envolvimento dos participantes na disciplina da turma. IV. 1.1.1.2. Fórum Reunião de Assembleia de Turma (RAT) Os temas abertos neste fórum (Anexo 5, pp. 70-89) encontravam-se associados à vida dos alunos na escola. A RAT tem como participantes todos os alunos e professores da turma e é dirigida pelo DT. No nosso AG as RAT realizam-se nas aulas de Cidadania, no 2º ciclo, e no 3º ciclo estão marcadas no horário dos alunos e do DT, mas só se concretizam mediante convocatória do DT. Para evitar a sua marcação frequente, que impedia os alunos de saírem 60 minutos mais cedo, a DT optou por usar o fórum existente num dos tópicos da disciplina da turma, destinado à RAT, para analisar e discutir assuntos que considerou pertinentes. Assim, neste fórum foram abertos 4 temas: Tema 1 - Reunião 1 – eleição do delegado e do subdelegado (Quadro 7, p. 70) - cf. B. g) e e), com origem numa RAT presencial (Quadro 14, p. 95), motivou um total de 30 (20,7%) intervenções. Todos os alunos participaram uma vez, à exceção dos alunos 20 e 22, que não realizaram nenhuma e do aluno 10 que participou 2 vezes (a 2ª na continuação da 1ª participações 16 e 17, p. 71). A DT teve 3 e a professora de P, 1 (participação 14, p. 71). Relativamente ao seu conteúdo podemos afirmar que se resumem a felicitações com votos de sucesso no desempenho dos respetivos cargos. Tema 2 - O comportamento da turma (Quadro 8, p. 73) - cf. B. b) e e) – criado para incentivar os alunos a modificarem o comportamento em sala de aula, motivou a participação de um menor número de alunos (Tabela 111, p. 91), num total de 19 intervenções (13,1%). Os 8 Clube formado por professores e pelo SPO com vista à organização de eventos relacionado com afetos. 9 Associação sem fins lucrativos formada por pais e EE de alunos que já saíram da escola. Dedica-se a organizar atividades de tempos livres para os alunos da nossa escola 33 alunos manifestaram, essencialmente, ter um comportamento conversador e uma participação desorganizada. A DT participou 14 (9,6%) vezes, com o objetivo de desempenhar um papel de mediador. De acordo com Tomé (s.d., pp. 5-6) a DT tentou adotar “uma atitude de acompanhamento permanente, incentivar, sugerir e esclarecer dúvidas, de modo a que o aprendente desenvolva e adquira noções de auto-estima, de auto-regulação, autonomia”, para que se refletisse na sua forma de estar e agir em sala de aula. Este fórum teve como resultado uma tomada de consciência de todos os intervenientes (alunos, CT e EE) do real comportamento dos alunos, mas não obteve resultados significativos na alteração dos comportamentos, como se torna evidente na última intervenção da DT (Anexo 5, intervenção 33, p. 79). Considerando os resultados a DT propôs a adoção de outras medidas para o 2º período: reuniões presenciais (RAT) para os alunos que mantêm comportamentos desadequados e envio de e-mails individuais com elogios àqueles que apresentem melhorias, dispensando-os das RAT – cf. B. d). Tema 3 - Atualização de perfil (Anexo 5, Quadro 9, p. 79) – fórum criado para incentivar o envolvimento dos alunos com a plataforma do AG, através do uso da respetiva imagem – cf. B. e) . Verificou-se (Tabela 111, p. 91) um total de 15 (10,3%) participações, 6 (4,1%) de alunos, 7 (4,8%) da DT e 2 (1,4%) do professor de P, o que mostra uma adesão diminuta, apesar das várias intervenções a incentivarem a participação. Contudo, analisando a disciplina no presente momento10, verificamos que houve uma redução do número de alunos sem foto de perfil: passaram de 12 (42,8%) para 7 (25%), num total de 28 (100%). Tema 4 - A Biblioteca da nossa escola (Anexo 5, Quadro 10, p. 82) – cf. B. c) e e) – surge na sequência da DT se aperceber que existiam muitos alunos na turma que nunca usaram aquele centro de recursos da escola. Este tema suscitou a participação de vários alunos, mas de uma forma que se pode considerar irregular. Isto é, um grupo de alunos participou com 1 (0,7%) ou 2 (1,4%) intervenções, um par com 3 (2,1%) ou 4 (2,8%) e um aluno, o nº 23, com 20 (13,8%) participações, num total de 52 (35,9%). Tal não significa que os outros aluno não se tenham interessado pelo tema tratado, uma vez que ao analisarmos as intervenções 8, 15, 19, 20 e 48, verificámos que os alunos responsáveis pela intervenção foram à biblioteca acompanhados com vários outros colegas, que preferiram não partilhar a sua experiência. A DT teve a preocupação de acompanhar o desenrolar das idas à biblioteca comentado as experiências e sugerindo outras. Desta forma, os alunos descobriram um espaço 10 Plataforma consultada em 26 de janeiro de 2014, em http://agsogedeao.crie.fc.ul.pt/user/index.php?contextid=16580&roleid=0&id=261&perpage=20&sear ch=&spage=0 34 na escola onde se podiam divertir ou estudar desenvolvendo várias atividades, desde a pesquisa, elaboração de trabalhos, visionamento de filmes e estudo de diferentes conteúdos. Todas estas atividades puderam ser realizadas usando diversos recursos, desde computadores, livros, revistas, filmes ou CDs. Quando se analisa a Tabela 113, p. 92 (Anexo 5), podemos verificar que as funções da direção de turma que mais foram trabalhadas com a realização destes fóruns, estão relacionadas com o nível B – da turma (40,9%), seguidas do nível C –dos EE (36,4%) e do D – da escola (22,7%). Contudo, as 3 alíneas mais trabalhadas pertencem a níveis diferentes (Tabela J): Tabela J – Ordenação das funções de DT tratadas nos fóruns Nº de ordem Frequência Função 1º 6 (27,3%) B. e) C. c) 2º 3 (13,6%) C. f) D. b) 3º 2 (9,1%) D. c) Desta análise pode resultar a leitura de que a DT, ao adotar medidas para melhorar as condições de aprendizagem e do ambiente educativo, esteve a trabalhar em articulação com os restantes DTs e a promover a participação dos EEs nas atividades da turma, informando-os sobre as atividades que se desenvolvem na escola. IV. 1.1.2. O uso do e-mail Foram trocados 15 e-mails entre a DT e os alunos (Anexo 5, pp. 92-95): 6 (Quadro 11, p. 92) enviados pela DT para 6 alunos distintos contendo os dados de autenticação para poderem entrar na plataforma do AG – cf. B. e), sendo que nenhum deles mereceu resposta por parte dos alunos; 3 (Quadro 12, p. 93) trocados entre a DT e o aluno 22, com o intuito de ajuda-lo a melhorar o comportamento e empenhar-se mais nas atividades da aula – cf. B. b) e e); 6 (Quadro 13, pp. 94-95) trocados entre a DT e o aluno 24: 3 a incentivar a melhorar as notas – cf. B. e) e 3 relacionados com justificação de faltas – cf. B. j) . Analisando a Tabela 114 (Anexo 5, p. 95), podemos constatar que a utilização do email com os alunos apenas respondeu a funções do nível B – da turma, principalmente as relacionadas com a alínea e). 35 IV. 1.1.3. Reuniões presenciais IV. 1.1.3.1. Reuniões de Assembleia de Turma Realizaram-se duas RAT (Anexo 5, Quadro 14, p. 95) com todos os alunos presentes. A primeira teve como finalidade analisar a RI - cf. B. b), no que respeita às funções do delegado e do subdelegado para se proceder à eleição em conformidade - cf. B. g); e relembrar o plano de emergência da escola – cf. B. n). Esta reunião originou o tema 1 de debate no fórum RAT, já analisado. A segunda reunião, no final do 1º período, ocorreu para cumprir as diretrizes emanadas da Direção do AG que obrigavam à realização de sumários no Livro de Ponto (LP) e ao envio de recados na caderneta com as seguintes informações - cf. D. b): 1. organização das atividades previstas para o último dia do 1º período - cf. C. c); 2. convocatória para os EEs representantes dos EEs da turma - cf. C. c) e para o delegado cf. B. c) participarem no CT de elaboração do Plano de Turma (PT) para o 2º período; 3. convocatória dos EEs para a reunião com a DT no início do 2º período - cf. C. c), e), h). Foi ainda discutido com a turma propostas de atribuição de Quadro de Mérito - cf. B. d). Nas RAT foram cumpridas funções do nível B.- da turma, do C – dos EE e do D. – da escola (Anexo 5, Tabela 115, p. 96). Tendo em conta a variedade e a importância das informações fornecidas nesta reunião, a DT sentiu necessidade de as reforçar através do envio de um e-mail para todos os EE (Anexo 5, Quadro 35, e-mail 13, pp. 186-187). IV. 1.1.3.2. Reuniões com grupos de alunos Esta situação ocorreu duas vezes (Anexo 5, Quadro 15, p. 96): a) para analisar a responsabilidade de um grupo de alunos na quebra de uma vitrina – cf. B b), e) e f), tendo sido enviado um recado na caderneta com o castigo aplicado; b) para impor a 3 alunos a aquisição de materiais para EV –cf. B. e). IV. 1.1.3.3. Reuniões individuais com alunos O facto de nos encontrarmos em contexto de ensino presencial fez com que não existisse necessidade de marcar reuniões formais e particulares com alunos. Quase todos os dias, a DT encontrava os alunos e ia resolvendo os problemas. Contudo, surgiram 2 situações que requereram alguma privacidade no respetivo tratamento (Anexo 5, Quadro 16, pp. 96-97): a) marcação de horário para aula de apoio com o ensino especial – cf. B. k); b) análise das faltas dadas por alguns alunos e que permaneciam sem justificação – cf. B. j). Analisando a tabela 116 (Anexo 5, p. 97), verificamos que as reuniões presenciais, com grupos de alunos 36 ou individuais, serviram apenas interesses dos próprios (100%), essencialmente os relacionados com a alínea j) - (50%). IV. 1.2. Com os Encarregados de Educação IV. 1.2.1. E-mail A frequência com que cada um dos EE fez uso do e-mail para comunicar com a DT, ou vice-versa, foi diversa, como se pode confirmar observando a Tabela 117, Anexo 5, p. 187. Esta expõe o número de e-mails trocados com cada um dos EE, que varia entre 0 e 98, num total de 246. A discrepância entre este total de e-mails e o total que reflete as funções do DT (125 - Tabela 118, p. 188) deve-se ao facto de muitas das mensagem trocadas cumprirem um papel de cordialidade, sem que tenham sido classificadas dentro de uma categoria das funções indicadas. Todas estas mensagens refletem a procura do cumprimento das diretrizes apresentadas por M. C. C. Oliveira (2010), apoiada em Amoureux (1996), conforme foram apresentadas no Capítulo II - Enquadramento Teórico, p. 17 deste Trabalho de Projeto. Da análise das Tabelas 117 e 118 (Anexo 5, pp. 187-188) podemos verificar ainda que, dos 246 (100%) e-mails trocados entre a DT e os diferentes EE, 15 (6,1%) foram enviados pela DT a todos os EE da Turma; e os restantes 231 (94,8%) correspondem a emails particulares DT⇾EE ou EE⇾DT. Estas mensagens ajudaram a cumprir várias das funções previstas para o desempenho do cargo de DT. A Tabela K, que se segue, ordena estas funções, tendo em conta a frequência com que foram tratadas nestes e-mails. Tabela K – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos e-mails para/de os EE Nº de ordem 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Frequência Função 28 (22,4%) 20 (16%) 19 (15,2%) 17 (13,6%) 10 (8%) 6 (4,8%) 5 (4%) C. b) C. c) Nº de ordem 8º Frequência Função 4 (3,2%) C. e) B. k) C. a) B. e) C. g) i) 10º 2 (1,6%) 1 (0,8%) Frequência B. f) B. j) B. h) 9º Nº de ordem C. g) ii) Função B. g) 10º 1 (0,8%) C. f) D. b) D. c) A. b) B. b) B. c) Observando a Tabela torna-se óbvio que os e-mails trocados entre os EE e a DT cumprem, maioritariamente funções relacionadas com o nível dos EE (C.). Contudo, e como o referido na p. 12 do Capitulo II - Enquadramento Teórico, existe uma convergência entre os diferentes níveis de atuação. Este facto é certificado pela constatação de que nos assuntos tratados com os EE, a DT aborda questões relacionadas com os outros 3 níveis: A – do CT, B 37 – da turma, D – da escola. Relativamente ao nível A., os EEs são convidados a participar na elaboração do PT, e a analisar/ discutir com os professores os problemas que surgem na turma, através dos representantes dos EEs (Anexo 5, Quadro 19, e-mails 9.1, p. 121; Quadro 22, e-mail 8.1, p.130; Quadro 35, e-mail 13, pp. 186-187). Relativamente ao nível B. os EEs devem contribuir para que, quando surge a necessidade de elaboração de PEI ("Decreto-Lei n.º 3/2008 de 7 de Janeiro," 2008), este reflita as reais características do aluno para que as medidas educativas a implementar sejam promotoras do seu sucesso educativo (alínea k); ter uma atitude proativa colaborando com os professores e alunos para resolver problemas comportamentais ou de aprendizagem - cf. alínea e) e f); estar atento às faltas e analisá-las com a DT – cf. alínea j); participar na divulgação e promoção do RI – cf. alínea b) junto dos seus educandos; ouvir os alunos e realizar sugestões sobre o funcionamento da escola, em conformidade com os dados recolhidos - cf. alínea c) e incentivar a cooperação dos seus educandos com os colegas delegado e subdelegado - cf. alínea g). No que concerne ao nível D. a DT deve contribuir para que haja uniformidade de procedimentos na escola, transmitindo aos EE e alunos informações de acordo com as diretrizes que recebe da Direção ou da Coordenadora dos DTs – cf. alíneas b) e c). IV. 1.2.2. Telefone Através da Tabela 119, Anexo 5, p. 191, podemos identificar os EEs com contactos telefónicos e a origem das 11 chamadas: 7 – DT⇾EE e 4 - EE⇾DT. Observando a Tabela L podemos verificar as funções do DT que foram cumpridas com a realização destes telefonemas e ordená-las da seguinte forma: Tabela L – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos telefonemas para/do EE Nº de ordem Frequência Função 1º 6 (35,3%) B. j) 2º 4 (23,5%) C. e) B. e) 3º 2 (11,8%) B. h) C. g) i) 4º 1 (5,9%) C. b) Relacionando estes dados (Tabela 119 e L) com os da Tabela 117, p. 187, verifica-se que os EEs dos alunos 3, 4, 12, 21 e 24, nunca usaram o e-mail para comunicar com a DT e do EE do aluno 6 só se encontra 1 registo. Estes factos evidenciam que, a utilização do telefone pode associar-se à ausência de comunicação por e-mail. Relativamente às comunicações telefónicas realizadas com os EEs dos alunos 1 e 8, podemos justificar a sua 38 pertinência analisando os respetivos conteúdos (Anexo 5, Quadros 36, p. 188 e 40, p. 190): aluno 1 - necessidade de confirmação de receção e análise do relatório de faltas para se proceder à sua justificação; aluno 8 - mudança na autorização de saída da escola, de modo a tornar-se efetiva no próprio dia. IV. 1.2.3. Carta De acordo com a Tabela 121, do Anexo 5, p. 193, foram enviadas pela DT, para 3 EE, um total de 8 cartas. Destes EE, 2 (alunos 12 e 24) não possuem e-mail ativo e o outro EE nunca respondeu aos e-mails enviados pela DT (aluno 26). Como se pode comprovar, analisando a Tabela 122, Anexo 5, p. 194, as funções da DT cumpridas com estas cartas organizam-se da seguinte forma (Tabela M): Tabela M – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nas cartas para os EE Nº de ordem Frequência Função 1º 8 (40%) C. e) 2º 7 (35%) B. j) 3º 3 (15%) C. g) i) 4º 2 (10%) C. g) ii) Assim, podemos verificar que a DT ao enviar as cartas estava a cumprir a função de informar os EE sobre: a assiduidade dos seus educandos às aulas e demais atividades; a análise das justificações possíveis para as faltas dadas; faltas disciplinares e de material. Para a justificação das faltas e/ou comunicação das mesmas ao EE, a DT tem prazos a cumprir de acordo com o Regulamento Interno (2013 [2009]), pp. 77-78). O envio das cartas surge como comprovativo de que a DT cumpriu com a sua função de informar o EE, principalmente se atendermos à falta de respostas aos e-mails enviados. IV. 1.2.4. Caderneta O envio de mensagens na caderneta dos alunos ocorre para cumprir o nº 4 do artigo 179º do Regulamento Interno (2013 [2009]), p. 131) e ao mesmo tempo agir em articulação com os restantes DTs, satisfazendo uma das funções do DT ligada ao nível D. – da escola. Os recados enviados (Quadro 47, Anexo 5, p. 194) serviram também para cumprir funções do nível C., promovendo a participação dos EEs nas atividades da escola, mas também do nível B. incentivando à eleição mais participada e consciente para os cargos de delegado e de subdelegado. Estas funções também já tinham sido cumpridas com o envio dos e-mails 2 e 13, do Quadro 35, Anexo 5, pp. 181-182 e 186-187. 39 Torna-se importante referir que a caderneta não é usada só pelo DT. Para além dos recados que todos os professores do CT podem enviar, para cada um dos EEs dos alunos, a direção pode ordenar, a qualquer momento e por intermédio de qualquer um dos professores, o envio de recados pela caderneta. Neste trabalho só se contabilizaram os recados enviados pela DT. IV. 1.2.5. Reuniões presenciais De acordo com a Tabela 124, do Anexo 5, p. 197 foram realizadas 9 reuniões presenciais entre a DT e os EEs: 8 individuais e 1 com todos os EE da turma. Nelas foram tratados assuntos maioritariamente relacionados com o nível C. – dos EE (85%), estando os restantes 15% relacionados com o nível B. – da turma. As funções cumpridas nestas reuniões (Tabela 125, Anexo 5, p. 197) encontram-se ordenadas na tabela que se segue. Tabela N – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nas reuniões presenciais com os EE Nº de ordem Frequência Função 1º 6 (30%) C. e) C. b) 2º 3 (15%) C. c) B. k) 3º 2(10%) C. g)i) B. j) C. d) 4º 1(5%) C. f) C. g)ii) Esta tabela mostra que os EEs aceitam ou procuram encontrar-se com a DT para se informarem sobre o aproveitamento, assiduidade e comportamento dos seus educandos. Contudo, também desejam participar nas atividades da escola e/ou pedir explicações sobre decisões tomadas. Nestas situações a DT recorre ao RI para contextualizar o que se passou. É também presencialmente que a DT, em conjunto com a professora do ensino especial, recolhe informações importantes para a elaboração do PEI ou fornece informações sobre faltas e castigos aplicados aos alunos. Foi na reunião presencial com todos os EEs que se promoveu a escolha dos EEs representantes da turma. IV. 1.3. Com o Conselho de Turma IV. 1.3.1. E-mail Foram trocados 141 e-mails entre a DT e os professores do CT. De acordo com a Tabela 126, Anexo 5, p. 246, 7,1% destes e-mails foram enviados pela DT para todos os 40 professores, tratando assuntos de interesses geral. Os restantes 92,9% correspondem a conteúdos mais específicos, relacionados com situações particulares de cada disciplina ou docente. Analisando o conteúdo destes e-mails e relacionando-os com as funções atribuídas à DT (Tabela 127, Anexo 5, p. 246) podemos ordená-los de acordo com a Tabela O. Tabela O – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos e-mail trocados entre a DT e os diferentes professores do CT Nº de ordem 1º 2º 3º 4º 5º Frequência Função 30 (27%) 24 (21,6%) 21 (18,9%) 13 (11,7%) 6 (5,4%) A. e) A. b) A. a) A. c) B. k) Nº de ordem 6º 7º 7º 8º Frequência Função 4 (3,6%) 3 (2,7%) 3 (2,7%) C. e) B. b) B. b) A. d) A. f) 2 (1,8%) Nº de ordem Frequência 8º 2 (1,8%) 9º 1 (0,9%) Função A. g) C. c) B. a) B. f) Torna-se evidente a preponderância das funções de nível A. – do CT, com especial destaque para as alíneas e), b), a) e c), que correspondem ao tratamento de assuntos relacionados com os alunos e com a turma. A DT analisou e discutiu com os professores os problemas que surgiram com os alunos da turma, coordenou a elaboração e avaliação do PT, assim como toda as atividades dos CT, fornecendo toda a informação pertinente relacionada com a vida pessoal e com o percurso académico de cada um dos alunos. Pela análise dos emails, torna-se clara a preocupação sistemática da DT em apoiar os colegas e incentivar o trabalho colaborativo e cooperativo. Muitos dos e-mails aqui analisados mostram a importância do DT como elemento de união entre os diferentes intervenientes no processo educativo. Esta transversalidade ressalta quando se relacionam estes e-mails com as comunicações estabelecidas com os EEs. Por exemplo os e-mails trocados com a professora do Ensino Especial (Anexo 5, Quadro 66, p. 239), catalogados com a categoria B. k) – Tabela M, são complementares aos trocados com o EE do aluno 13 (catalogados também com a categoria B. k – Anexo 5, Quadro 26, e-mails 8.1 e seguintes, p. 155) e promoveram o trabalho de preparação para a elaboração do PEI do aluno. Muitos outros e-mails são complementares aos trocados com os EE (ou mesmo com os alunos) e permitiram que, de forma indireta, as informações sobre o desempenho dos alunos chegassem ao respetivo EE e que os dados pessoais relevantes para a vida escolar dos alunos ficassem disponíveis para serem usados pelos professores, promovendo um ensino mais individualizado. Pode confirmar-se esta complementaridade através dos e-mails trocados entre o professor de Ciências Naturais (CN) e a DT, na categoria C. e) (Quadro 61, e-mail 4.1 e 4.2, pp. 222-223), os quais originaram o envio de outros e-mails aos EEs dos alunos, fornecendo informações 41 sobre os resultados negativos obtidos no teste de CN e disponibilizando, de forma mais célere, a proposta da sua repetição para melhoria de nota (Exemplo: Quadro 21, e-mail 2, Anexo 5, p. 124). Neste momento, é pertinente relembrar que o DT pode recorrer também à estrutura curricular Departamento, na pessoa do seu coordenador, para pedir esclarecimentos sobre assuntos da sua responsabilidade, como é o caso das atividades do Departamento previstas no PAPA. Esta situação verificou-se na sequencia do e-mail 6.1, do EE do aluno 2, Quadro 18, Anexo 5, p. 110, que levou a DT a contactar a coordenadora do Departamento de Expressões, Quadro 68, Anexo 5, p. 244, para poder responder corretamente ao referido EE (e-mail 6.3, Quadro 18, Anexo 5, pp. 110-111). Estas situações mostram que o e-mail provou ser eficaz na recolha de informações, permitindo dar resposta de forma célere às questões colocadas à DT e permitiu também o estabelecimento de uma comunicação indireta, entre os diferentes elementos da comunidade educativa. IV. 1.3.2. Reuniões presenciais formais/ informais Através da observação dos Quadros 69 e 70, Anexo 5, p. 246 e p. 247 verifica-se que se realizaram 5 reuniões formais entre a DT e os professores: 3 CT e 2 individuais. De acordo com a análise aos assuntos tratados foi possível relacioná-los com as funções de DT (Tabela 128, Anexo 5, p. 248) e ordená-las de acordo com a Tabela P. Tabela P – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nas reuniões presenciais com os professores do CT Nº de ordem Frequência Função A. a) 1º 3 (18,75%) A. e) A. b) 2º 2 (12,5%) A. c) A. d) A. f) A. g) 3º 1(6,25%) B. a) B. l) C. c) Nas interações existentes entre a DT e os professores do CT, tornou-se evidente a importância dada a assuntos relacionados com o nível A. do CT (81,25%), principalmente no que concerne à coordenação das atividades daquela estrutura curricular, assim como na 42 importância atribuída à análise e discussão de problemas que surgem com os alunos. Em 2º lugar encontramos a distribuição de informação essencial sobre cada um dos alunos, para a construção de um PT adequado à turma a que se destina. Relativamente ao nível B, encontramos as situações únicas de cumprimento das alíneas: a) uma vez que o aluno delegado de turma tem acento no CT para elaboração do PT; e l), porque as informações sobre o ASE são incluídas na caracterização da Turma, que se realiza na 1ª reunião do CT. IV. 1.4. Com a escola Para concluir esta análise às intervenções da DT junto alunos, EE e professores do CT torna-se pertinente relembrar que, paralelamente a todo este trabalho, foram desenvolvidas as atividades relacionadas com o nível D. – da escola, de caráter mais burocrático das quais se podem destacar: D. a)- abertura e verificação dos registos realizados no LP; D. b) – atuação em articulação com os restantes DTs, nomeadamente no que concerne ao procedimento de assentamento e justificação de faltas no programa de alunos, assim como todos os registos relacionados com o processo de avaliação dos alunos (pauta, fichas de registo de avaliação e registo biográfico). IV. 2. Dos questionários aplicados No início do 2º período foram aplicados questionários aos diferentes intervenientes. Estes tiveram como objetivos caracterizar cada um dos grupos de participantes, a sua relação com o computador e a perceção que desenvolveram face ás iniciativas levadas a efeito pela DT, descritas e transcritas no anexo 5 e desenvolvidas ao longo do 1º período escolar (de 12 de setembro a 17 de dezembro, de 2013). IV. 2.1. Alunos A turma participante neste projeto era constituída por 28 alunos. Responderam ao questionário apresentado no Anexo 2, pp. 20-25, 27 (96,4%) alunos. De acordo com as tabelas 32 a 45, do Anexo 2, pp. 26-29, neste universo de 27 alunos, 14 (51,9%) são rapazes e 13 (48,1%) são raparigas. As suas idades encontram-se entre os 12 anos, 24 (88,8%) e os 13 anos, 2 (7,4%), sendo que um dos alunos não respondeu. Destes alunos, 3 (11,1%) possuem uma retenção no seu percurso escolar. Todos os alunos têm uma relação de filha(o) com o EE e apenas 1(3,7%) não coabita com ele. Todos os 27 (100%) alunos têm computador em casa, com ligação à internet, sendo que 8 (29,6%) não o partilham. Quanto à frequência de utilização verifica-se que 3 (11,1%) alunos passam entre 3 a 5 horas diárias no computador, 7 (25,9%) menos de 2 horas por dia e os restantes não o usam todos os dias: 8 (29,6%) de 3 a 6 vezes por semana, 7 (25,9%) de 1 a 2 vezes por semana e apenas 1 (3,7%) menos de 1 vez por 43 semana. Desta forma, pode-se considerar que o computador é um instrumento importante nos respetivos quotidianos. Nestas utilizações os alunos desenvolvem atividades escolares, mas também de diversão e a maioria admite ter um conhecimento bom 14 (51,9%) ou muito bom 8 (29,6%) dos programas de que faz uso. O software de aplicação PowerPoint encontra-se no topo das suas preferências, sendo utilizado pelos 27 (100%) alunos. Em segundo lugar encontramos o Word, usado por 26 (96,3%) alunos. Em terceiro lugar, mas representando uma escolha de apenas 6 (22,2%), está o Windows Média Player. Quanto às atividades de diversão, 22 (81,5%) alunos preferem os jogos e 21 (77,7%) realizar pesquisas na Net. Verifica-se que uma grande maioria de alunos utiliza o computador como meio de comunicação: 20 (74%) através de software como o Skype, 19 (70,4%) por e-mail e 17 (63%) através de redes sociais. Analisando as tabelas 46 a 50, Anexo 2, pp. 29-30, pode-se concluir que os alunos não procuraram a DT assiduamente. Observa-se que esta procura acontece essencialmente quando têm dúvidas (11 - 40,7%) e raramente (14 - 51,9%) o fizeram pedindo uma reunião presencial; 22 (81,5%) nunca usaram o telefone, mas também não fizeram um uso significativo do e-mail (13 - 48,1%, raramente e 9 - 33,3%, nunca), ou da plataforma moodle (16 - 59,3%, raramente). Contudo, verifica-se que a utilização do Moodle (7 (25,9%) frequente e 2 (7,4%) - sempre) foi quase equivalente à dos encontros presenciais (7 - 25,9%, frequente e 3 - 11,1%, sempre) . Relativamente às iniciativas levadas a efeito pela DT e analisando a Tabela 51, Anexo 2, pp. 31-33, podemos constatar que mais de 50% dos alunos tomou conhecimento das mesmas, com exceção das identificadas com os números 14 e 15. A justificação para este facto prende-se com o respetivo conteúdo, uma vez que só os alunos que tinham as faltas de material é que foram avisados (Exemplo: Quadro 17, e-mails 6.1, p. 100 e 8.1, p. 102). Considerando que, para cada uma das tarefas, a DT usou diversos meios para as divulgar11 torna-se pertinente analisar quais foram aqueles a que os alunos deram maior importância e que se organizam do seguinte modo (considerando a média de respostas): Tabela Q – Ordenação da eficácia dos meios de comunicação usados pela DT com os alunos Ordem Meio de comunicação Ordem Meio de comunicação 1º RAT (39,3%) 4º e-mail (15,2%) 2º Moodle (20,4%) 5º Telefone (0,7%) 3º caderneta (18,1%) 11 Por exemplo, para a tarefa 21 a DT enviou um e-mail a todos os EE (Anexo 5, Quadro 35, e-mail 13, pp. 186-187) falou com os alunos em RAT (Anexo 5, Quadro 14, RAT 2, p. 95) respondendo sempre ás suas dúvidas e enviou um recado na caderneta (Anexo 5, Quadro 47, recado 2, p. 194). 44 Torna-se claro que os alunos apesar de se encontrarem abertos ao uso do computador para comunicar com a DT, continuam a reter de forma mais eficaz as tarefas que são implementadas a partir de encontros presenciais. Esta mesma opinião é expressa nas respostas dadas à questão 4 da PARTE III e sintetizadas na tabela 53, do Anexo 2, p. 34 (RAT- 18 66,6% e Moodle - 17 - 63%). Relativamente à comunicação no sentido inverso, aluno⇾DT, questão 5.1 da PARTE III e sintetizadas na tabela 54, p. 34, continua-se a verificar a preferência pelas reuniões presenciais (18 - 66,6%), mas em 2º lugar surge o e-mail (15 55,5%). A maior parte dos alunos 25 (92,6%) afirma que a DT responde sempre às suas solicitações (Tabela 55, p. 34), sendo que 18 (66,6%) estão plenamente satisfeitos e 7 (25,9%) satisfeitos (Tabela 56, p. 34). Nenhum aluno apresenta sugestões para melhorar a comunicação que foi estabelecida. IV. 2.2. Encarregados de Educação Dos 28 (100%) EEs, responderam ao questionário 19 (67,9%). De acordo com as tabelas 57 a 71, Anexo 3, pp. 43-45, neste universo de 19 (100%) EEs, 15 (78,9%) são mães e 4 (21,1%) são pais. A maioria, 14 (73,7%), encontra-se no grupo etário entre os 36 e os 45 anos e apresenta uma situação profissional estável trabalhando por conta de outrem - 14 (73,7%). Existem 5 (26,3%) licenciados, 8 (42,1%) têm o ensino secundário, 3 (15,8%) o 3º ciclo, 2 (10,5%) o 2º ciclo e 1 (5,3%) é bacharel. Todos os EEs têm computador em casa, com ligação à internet, sendo que 6 (31,6%) não o partilham. Quanto à frequência de utilização verifica-se que 3 (15,8%) EEs passam entre 5 a 8 horas diárias no computador e 4 (21,1%) menos de 2 horas por dia. Os restantes não usam o computador diariamente: 2 (10,5%) menos de 1 vez por semana, 4 (21,1%) 1 a 2 vezes e 6 (31,6%) 3 a 6 vezes. Sendo que 10 (52,6%) o usam como ferramenta de trabalho e 16 (84,2%) para diversão. Admitem ter um conhecimento bom - 9 (47,4%) ou suficiente - 5 (26,3%) dos programas de que fazem uso. O software de aplicação Word encontra-se no topo das suas preferências, sendo utilizado por 12 (63,2%) dos EEs. Quanto às atividades de diversão, 16 (84,2%) EEs preferem fazer pesquisas na net e 13 (68,4%) usar o e-mail. Este facto pode justificar o resultado obtido na Tabela 74, Anexo 3, pp. 47-48, que mostra ser o e-mail o meio de comunicação mais eficiente com uma média de 6,1 (32,1%) EEs. Todavia na Tabela 76, p. 49, o e-mail aparece em 2º lugar, representando uma escolha de 11 (57,9%) EEs, atrás da caderneta que é escolhida por 15 (78,9%). Analisando a Tabela 72, p. 46 pode-se afirmar que os EEs procuraram a DT quando têm dúvidas ou respondendo ao seu contacto. Observa-se alguma irregularidade (Tabela 73, p. 46) nos meios que os EEs dizem ter usado para contactar com a DT. Pode-se afirmar que os menos usados foram o telefone e o Moodle. Contudo verifica-se uma divisão de escolhas no 45 que concerne ao e-mail e à caderneta. Os EEs preferem as reuniões presenciais quando procuram a DT. Voltando à Tabela 74, podemos constatar que mais de 50% dos EEs (64,7%) tomou conhecimento das tarefas/ informações levadas a efeito pela DT com exceção das identificadas com os números 11 e 12. Esta situação é idêntica à que se passou com os alunos, e prende-se com o respetivo conteúdo. Considerando que, para cada uma delas, a DT usou diversos meios de divulgação, torna-se pertinente analisar quais foram os mais eficientes. A sua organização, de acordo com os resultados, é exposta na Tabela R: Tabela R – Ordenação da eficácia dos meios de comunicação usados pela DT com os EE Ordem Meio de comunicação Ordem Meio de comunicação 1º E-mail (32,1%) 4º Telefone (2,6%) 2º Caderneta (28,9%) 5º Moodle (2,1%) 3º Reunião presencial (10%) 6º Carta (1,6%) Podemos concluir que, apesar de os EEs preferirem encontrar-se com a DT, quando surgem problemas, o e-mail torna-se num meio eficaz para tomarem conhecimento das diferentes situações que vão acontecendo na vida escolar quotidiana dos seus educandos. Todavia, a opinião dos EEs não reflete totalmente esta realidade: nas respostas dadas às questões 4 e 5.1 da PARTE III do questionário e sintetizadas nas tabelas 76 e 77, Anexo 3, p. 49, a caderneta surge sempre em 1º lugar, seguida pelo e-mail. Como resultado deste esforço de comunicação, a maior parte dos EEs, 17 (89,5%), afirma que a DT respondeu sempre às suas solicitações, sendo que 14 (73,7%) estão plenamente satisfeitos e 3 (15,8%) satisfeitos. Nenhum EE apresenta sugestões para melhorar a comunicação que foi estabelecida. IV. 2.3. Professores do Conselho de Turma O CT é formado por 12 professores, sendo que um deles é a DT, que leciona 3 disciplinas. Dos 11 (100%) professores que receberam o questionário 10 (90,9%) devolveram-no preenchido. Analisando as Tabelas 80 a 84, Anexo 4, pp. 57-58, observa-se que deste conjunto de 10 (100%) professores, 9 (90%) são do sexo feminino e 8 (80%) têm entre 46 e 55 anos. A maioria, 9 (90%), é licenciada e existe 1 (10%) professor com mestrado. A maior parte (80%) são professores na carreira e com tempo de serviço dentro do intervalo 21- 30 anos. A partir das Tabelas 85 a 97, Anexo 4, pp. 58-60, podemos constatar que todos os professores têm computador em casa, com ligação à internet, sendo que 5 (50%) não o partilham. Verifica-se também que todos usam o computador na sua atividade docente e preferem os programas Word e PowerPoint para trabalhar, encontrando-se em 2º lugar, com 46 90% de preferências, o Excel. Quanto ao domínio que têm destes programas, 60%, avalia-se em bom e 40% em suficiente. As tarefas que desempenham sempre e/ou frequentemente com estes softwares encontram-se organizadas na Tabela S. Tabela S – Ordenação das tarefas que os docentes do CT realizam no computador sempre e/ ou frequentemente Ordem Tarefa docente Frequência 1º 2º 3º 4º Pesquisa na Net Produção de fichas de avaliação Planeamento e organização de aulas Produção de materiais para as aulas Produção de materiais para os alunos Folhas de cálculo para grelhas de correção de testes Folhas de cálculo para grelhas de apoio à avaliação (100%) (90%) (90%) (90%) (90%) (70%) (60%) Sobre os meios de comunicação, as preferências dos professores deste CT encontramse sistematizadas na Tabela T. É de notar que 90% estão satisfeitos com o tipo de comunicação que estabelece com os colegas e 80% está satisfeita com o tipo de comunicação que estabelece com os alunos. Tabela T –Preferências dos docentes do CT face aos meios de comunicação Interlocutor Uso sempre / Raramente / Frequência Frequência frequentemente Nunca Contactos presenciais Telefone (100%) (90%) Colegas do CT E-mail (100%) Moodle (50%) Contactos presenciais (100%) Telefone (90%) Alunos Plataforma Moodle (60%) E-mail (70%) Da análise desta Tabela pode-se concluir que os professores preferem os contactos presenciais (100%) para comunicar quer com os colegas, quer com os alunos. Em igualdade de escolha encontramos o e-mail, com 100% das preferências, quando o interlocutor são os outros professores do CT. A Plataforma Moodle começa a ser uma possibilidade , adotada por 60% dos docentes para comunicar com os alunos, apesar de ainda de modo pouco significativo (apenas 30% a usam de forma sistemática – Tabelas 100 e 101, Anexo 4, p. 6162). Os professores que se servem da plataforma, usam-na para envio de materiais (70%), abertura de fóruns (60%) ou ainda receber trabalhos dos alunos (50%) – Tabela 102, p. 62. Quanto às iniciativas levadas a efeito pela DT, na disciplina da turma, na plataforma de aprendizagem do AG, e de acordo com as Tabela 107, Anexo 4, p. 63, podemos afirmar que, em média, 58% dos docentes tiveram delas conhecimento e 80 % possuem uma opinião 47 favorável das mesmas no que concerne à tomada de consciência dos problemas da turma, assim como no desenvolvimento de uma atitude colaborativa para a sua resolução (Tabelas 108 e 109, Anexo 4, p. 64). 48 CONCLUSÕES A implementação deste trabalho de projeto num AG de escolas da grande Lisboa permitiu conhecer o perfil dos DTs que nele trabalham. Utilizando a designação proposta por Prensky (2001), tornou-se evidente que a maior parte são “Digital Immigrants”, com mais de 36 anos de idade (Anexo 1, Tabela 2, p. 10). O mesmo acontece com os docentes do CT (80% com 46 anos ou mais – Tabela 81, Anexo 4, p. 57). Todavia, através dos questionários aplicados a ambos (DT e CT), ficámos a saber que o computador é um instrumento imprescindível para a sua atividade docente: todos possuem computador com ligação à internet e usam-no para elaborar os PTs, planear aulas, produzir materiais para as aulas e para os alunos, fichas de avaliação, grelhas de correção de testes e de apoio à avaliação em folhas de cálculo e ainda realizam pesquisas de materiais na internet. Como interlocutores surgem os alunos, “Digital Natives” (Prensky, 2001) e os respetivos EEs. O Instituto Nacional de Estatística (2012, p. 2), informa que “Na região de Lisboa 75% das famílias têm acesso a computador em casa e 72% dispõem de acesso à Internet e de ligação através de banda larga”. Assim, e uma vez que todos possuem computador em casa com ligação à internet, pode-se afirmar que os EEs e os professores, aqui caracterizados, ultrapassam o perfil traçado por aquela fonte. Existem 10 (52,6%) EEs que usam o computador como instrumento de trabalho e 16 (84,2%) para diversão, realizando pesquisas na Net e comunicando por e-mails. Os seus educandos usam todos o computador como instrumento de trabalho e 24 (88,8%) como meio de diversão. Neste contexto, encontrámos as condições para atingir o 1º objetivo do presente trabalho e propor a utilização das TIC, como complemento às formas de comunicação tradicional entre professores, alunos e encarregados de educação no 3º ciclo do ensino básico. A escolha de uma metodologia de investigação-ação permitiu à DT criar condições para desempenhar as suas funções intensificando o uso das TIC. Para tal, e porque fazia parte do grupo PTE do AG ajudou a dinamizar a plataforma de aprendizagem existente, certificando-se de que todos os alunos e professores do CT estavam inscritos e criou um endereço de e-mail específico, para usar no âmbito do Trabalho de Projeto. Deste modo atingiu o 2º objetivo proposto: o de usar o e-mail e as ferramentas disponibilizadas pela plataforma Moodle no desempenho do cargo de DT. Da análise realizada às diferentes comunicações estabelecidas pela DT, com os diferentes intervenientes no trabalho de projeto, podemos concluir que: 49 1. Os alunos mostraram maior sensibilidade à comunicação presencial. Todavia, o Moodle e o e-mail têm valores que se aproximam das RAT (Tabelas 51, 53 e 54, Anexo 2, pp. 31-34). 2. Os EE mostram maior sensibilidade à comunicação através da caderneta. Todavia, o e- mail apresenta valores que estão em 2º lugar (Tabelas 76 e 77, Anexo 3, p. 49), nas suas escolhas. Contrariando estas respostas, os resultados da média da Tabela 74, Anexo 3, pp. 47-48, mostraram que o e-mail foi a forma mais eficaz de comunicação12. 3. O meio de comunicação preferido pelos professores do CT para comunicarem entre si foi o e-mail (Tabela 98, Anexo 4, p. 61). Contudo, o contacto presencial mostrou ser o preferido para comunicar com os alunos. A Tabela 107 do Anexo 4, p. 63 indica que a maior parte dos docentes tomou conhecimento das iniciativas realizadas pela DT na plataforma Moodle e reconhecerem a sua importância (Tabelas 108 e 109, Anexo 4, p. 64), mas só o professor de P tomou a iniciativa de participar. Através dos questionários aplicados, os intervenientes mostraram estar satisfeitos ou plenamente satisfeitos com a comunicação estabelecida, não apresentando sugestões de melhoria (Tabela 56, Anexo 2, p. 34; Tabela 79, Anexo 3, p. 49; Tabelas 105-106, Anexo 4, pp. 62-63). Este facto é reforçado quando verificámos que, nas Tabelas 51, Anexo 2, p. 31 e 74, Anexo 3, p. 47, os alunos e os EEs afirmaram, na sua maioria, conhecer as intervenções levadas a efeito pela DT. Se aliarmos estas evidências à constatação de que: a) o e-mail (para os EEs) e o Moodle (para os alunos) foram dos meios mais escolhidos para a tomada de consciência destas intervenções, b) que os professores do CT acompanharam as iniciativas levadas a efeito no Moodle e c) existência de uma continuidade entre alguns dos e-mails EE⇾DT e depois DT⇾professor, podemos então concluir que as TIC permitiram um maior envolvimento dos professores, alunos e EEs na vida escolar da turma e uma efetiva divulgação de informações relativas a eventos que tenham lugar na escola. Da observação da Tabela 132 (Anexo 5, p. 249) conclui-se que foi o e-mail o meio de comunicação que registou o maior nº de utilizações e, se analisarmos o conteúdo de alguns deles, podemos verificar que ajudaram na resolução de situações problemáticas. São exemplo óbvios deste facto os e-mails 7.1, 7.2, 7.3 e 7.4, do Quadro 18, Anexo 5, pp. 111-112 e os emails 3.1, 3.3, 3.4, 3.5, 3.6 e 3.7, do Quadro 26 Anexo 5, pp. 146-149. Apesar de, no 1º caso, a resolução do problema ter sido concluída através de uma reunião presencial (Quadro 49, 12 Para analisar o significado do resultado obtido para o e-mail (32,1%) torna-se importante relembrar que existiam 4 EE sem e-mail e 6 que não o usaram para comunicar com a DT (Tabela 117, Anexo 5, p. 187). 50 Anexo 5, p. 195) por solicitação do EE, pode-se afirmar que os e-mails trocados ajudaram na sua resolução. No 2º caso a situação foi resolvida através dos e-mails. Os temas desenvolvidos no fórum RAT “O comportamento da turma” ou “A Biblioteca da nossa escola” são exemplos claros de que o Moodle proporcionou uma maior facilidade na partilha de opiniões ou na discussão de tópicos entre alunos, com a participação da DT. O mesmo se pode dizer do e-mail 5 do Quadro 67, Anexo 5, pp. 241-242 enviado pela DT, que suscitou respostas de diferentes professores do CT (exemplos: e-mail 3.1 Quadro 63, p. 232 ou e-mail 2.1 do Quadro 64, p. 236). Esta análise do comportamento do aluno 22 também motivou o envio de um e-mail ao EE (e-mail 1.1 e 1.2, Quadro 30, Anexo 5, p. 175). Da análise das Tabelas 132 e 133, p. 249, podemos constatar que os meios de comunicação mais usados foram o e-mail com os EE e professores do CT e o Moodle com os alunos. O e-mail foi o meio de comunicação que ajudou a cumprir maior número de funções do DT dos níveis A., B. e C.. Estes factos sustentam as hipóteses de que as TIC ajudaram a criar maior proximidade nos contactos entre a DT e os alunos da turma, entre o DT e os EEs e também entre a DT e os professores do CT. Tendo os alunos e professores dias intensos de trabalho na escola e os EE situações de emprego estável (Tabela 60, Anexo 3, p. 43), o uso de meios que flexibilizam o espaço e o tempo das intervenções, irá propiciar o estabelecimento de conversações prolongadas que terá como consequência a aproximação dos seus interlocutores. Esta é uma das mais valias do uso das TIC no contexto da direção de turma. Como tem vindo a ser exposto ao longo deste trabalho, no AG não existe o hábito, por parte da maior parte da comunidade educativa, de usar as TIC como meio de comunicação com os alunos e/ou EE. Este trabalho, com as diferentes iniciativas implementadas, demonstrou que alunos, professores e EEs, estão dispostos a experimentar, a partilhar e a colaborar na implementação de novas formas de interação. Contudo, torna-se importante frisar que “Os aspectos de gestão são cruciais para o desenvolvimento das políticas, quaisquer que elas sejam. Apenas um forte empenhamento de quem gere, na motivação e na clareza dos objetivos (...) pode conduzir ao sucesso projectos de apropriação de novas ferramentas e metodologias” (Lagarto, 2007, p. 11), quer no que respeita ao processo ensino-aprendizagem quer nos processos de comunicação dentro da comunidade educativa. Assim “As estruturas de gestão (e também professores) devem ser o motor do desenvolvimento da inovação nos espaços das nossas escolas” (Lagarto, 2007, p. 11). Todos, na escola, devem ser implicados na transformação da informação disponível em conhecimento. Para que isso aconteça nunca é demais citar Papert (1996, pp. 54-55) e relembrar que “O modo de alguém adquirir fluência 51 em tecnologia é semelhante ao modo de adquirir fluência numa língua. A fluência vem com a utilização. Ser fluente numa língua nunca resulta da resolução de exercícios no manual escolar”, mas sim da prática. Estas afirmações sustentam a convicção de que o processo de implementação deste trabalho de projeto, usando uma metodologia de investigação-ação, e sem desrespeitar os procedimentos instituídos no AG, permitiu demonstrar que o uso das TIC no desempenho do cargo de direção de turma, no 3º ciclo do ensino básico é essencial na agilização dos processos de comunicação e permitiu uma maior interação entre os diferentes intervenientes – DT, alunos, EE e professores do CT - podendo apresentar-se como proposta de procedimentos a adotar. 52 Bibliografia Ackermann, E. K. (1993). Ferramentas para uma aprendizagem construtiva: repensando a interacção. MIT. Ackermann, E. K. (2002, Abril 2013). Piaget's Constructivism, Papert's Constructionism: What's the Difference? Consultado em Agosto 2013, em http://learning.media.mit.edu/content/publications/EA.Piaget%20_%20Papert.pdf . 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