PROJETO CULTIVANDO O JARDIM DA VIDA: Projeto Jardim na Escola. Sara Cristina da Silva Santana1 Rosinete Fernandes da Silva2 Ricardo Augusto de Oliveira3 Maria Neria Bornelli 4 Dulce Brigida da Silva5 Resumo O presente artigo trata da divulgação do projeto “Projeto Jardim na Escola” realizada por profissionais da educação na Escola Estadual José Ourives na cidade de Barra do Bugres – MT entre o período de fevereiro a agosto de 2015. Propomos neste trabalho apresentar os resultados de uma prática profissional do curso profissionalizante profuncionario com a seguinte visão: “somos todos educadores”, através do cultivo de jardim em conjunto entre profissionais da educação e alunos na Unidade Escolar referida, e na orientação pedagógica ministrada durante o desenvolvimento do projeto. Trata-se de um projeto piloto que tende a ser implementado no completamente no ano de 2015. Palavras chaves: Democracia, Ecologia, Educação. Introdução Este trabalho é parte dos resultados alcançados durante o primeiro semestre do ano de dois mil e quinze, na Escola Estadual José Ourives – MT6, na realização do Projeto Jardim na Escola, desenvolvido como Prática Profissional do curso profuncionário do servidores da educação de Mato Grosso. Desde o início do ano letivo foi dada a oportunidade de realizar um projeto pedagógico na escola em que atuam os autores deste trabalho, para desempenharem juntamente com os alunos do Projeto Mais Educação um trabalho prático do que se tem aprendido no curso profissionalizante profuncionario. projeto. projeto. 1 Sara Cristina da Silva Santana, merendeira do Projeto Mais Educação, executora do 2 Rosinete Fernandes da Silva, Apoio a Infraestrutura, idealizadora e executora do 3 Ricardo Augusto de Oliveira, Secretário escolar, colaborador. Maria Neria Bornelli, Coordenadora do processo de ensino aprendizagem, colaboradora. 5 Dulce Brigida da Silva, TAE Auxiliar de sala, colaboradora. 6 Escola Estadual Jose Ourives é uma pequena escola que atende no sistema de Ciclos que atende do 1° ao 6° ano do ensino fundamental, conta atualmente com 07 salas de aulas. 4 Tal oportunidade agora aproveitada e divulgada visa o aperfeiçoamento e o desenvolvimento do agente educacional para um melhor entendimento do seu ambiente de trabalho e o fazer educativo como profissional técnico e ou do apoio, sobre a visão “somos todos educadores”. Através deste texto, será possível conhecer um pouco sobre o desenvolvimento deste projeto que ainda esta em andamento e tem previsão de conclusão no mês 12 do ano corrente e vem dividido nos seguintes temas: A aprendizagem dos alunos, onde elencamos os objetivos e ideais alcançados. Em seguida, A jardinagem na escola, discorrendo sobre a importância de se trabalhar com o cultivo de jardins na escola. Após, abordamos a Metodologia, a forma como foi e esta sendo desenvolvido este projeto, e por fim, a conclusão parcial. Trata-se de um projeto piloto que tende a ser implementado no completamente no ano de 2015. Desenvolvimento A jardinagem na escola A jardinagem na escola se torna um importante mecanismo educativo para o trabalho em grupo com os alunos, para a disseminação de conceitos de democracia, ecologia, o fazer sustentável, preservação da limpeza dentre outros assuntos aqui elencados, e ainda, para manter os alunos conectados com o fazer da escola um lugar bonito e organizado, perfumado e colorido. Através de projetos como estes o ambiente escolar ganha mais vida, e outra visão do fazer pedagógico quando alinhado com os temas: trabalho em equipe, educação ambiental e preservação ao meio ambiente. Propomos com esta perspectiva, demostrar aos alunos que manter a escola repleta de flores e plantas bem regadas, bem organizadas e cuidadas, é também uma forma de preservar a escola, preservar a harmonia do ambiente e o companheirismo no fazer jardinagem em grupo com os coleguinhas. Desta forma, comparamos dia a dia e apresentamos aos alunos a nossa vida como um jardim que estamos a preparar, parafraseando que podemos compara-las a um jardim, e assim como devemos trata-las, devemos também fazer em nossas vidas, temos que preparar a nossa casa, misturar a nossos sonhos com alegrias, retirar as tristezas e as decepções, regar com amor a cada dia e logo a veremos florescer, e assim temos que cuida-la sem esquecer-se de manter as coisas boas e compartilha-las com as demais pessoas que vivem ao nosso redor. Ensinamos que tratar de um jardim de plantas e flores é uma forma de descarregar nossa alma de amarguras, de tristezas, de estrese e mostrar como temos um Deus tão bom, que enche nossos olhos de beleza, cheiros e ânimos para um novo florescer a cada dia, a cada manha. A aprendizagem dos alunos O presente projeto procurou instigar nos alunos o desejo de sustentabilidade em suas ações na escola e em suas casas, a partir do desenvolvimento deste jardim escolar com materiais reciclados, mas com o desejo de vê-los ampliarem esta visão em outros setores de suas vidas. Conforme Genro 1997 apud Gonçalves 2015, entendemos que com o pensar a ação futura de forma democrática é que se inicia a democracia, ou seja, ao criar mecanismos para que a criança corresponda aos interesses da ampla maioria da população, pela reforma ou pela ruptura de ideias, conseguiremos formar decisões sobre o futuro que sejam sempre decisões compartilhadas com a sociedade. Foi proposto também abordar o tema “A importância das plantas nas nossas vidas” através de diálogos durante a realização do projeto que se deu dia a dia. Os objetivos propostos neste projeto foram desenvolvidos com base nos trabalhos de (GONÇALVES, 2011) e (DALBEM e FABRIS, 2011), “explorando o desenvolvimento de formas lúdicas e também envolver os sentidos das crianças” (DALBEM e FABRIS, 2011, p 3), visão esta que nos foi sugerida por professores e gestores da Unidade Escolar onde se desenvolve o projeto. Objetivos: Envolver alunos e funcionários nas questões ambientais; Incentivar os atores a participação cidadã na defesa do meio ambiente local; Melhorar o ambiente escolar usando de maneira criativa o lixo (neste caso os pneus). Ao buscarmos os objetivos propostos neste trabalho, às crianças aprenderam a dar mais valor às plantas que nos cercam, ao meio ambiente de uma forma geral, aprenderam a plantar e a cultivar pequenos e simples jardins desde o preparo da terra. Aprenderam a também a desenvolver altitudes mais ecológicas no trato de materiais que antes iriam para o lixo, inclusive com menções de ideais de reaproveitamento de pneus e latas de tintas para a produção de hortaliças em suas residências. Durante o desenvolvimento deste trabalho, as crianças aprenderam ainda a dar mais valor na higiene e limpeza do meio em que vivem, sensibilizando-os para a problemática da poluição no entono da escola e de suas casas (em alguns casos), a evitar poluir a rua onde moram, e se tratando das tarefas realizadas me grupos aprenderam a dar valor ao trabalho em conjunto, a dividir tarefas e a respeitar as ideias dos colegas. Metodologia Este projeto nasce a partir de uma parceria da escola com a UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso, que através de seus acadêmicos, trouxeram pneus restaurados para reaproveitamento (pintados e adequados) para uso em decorações dos órgãos públicos. Tal iniciativa serviu de ponta pé inicial para o desenvolvimento deste trabalho que visa transformar os espaços existentes na escola, em um local mais agradável e acolhedor. A execução se deu com os alunos do projeto Mais Educação e com as servidoras autoras deste projeto, seu trabalho foi apoiado pela escola que nos forneceu os materiais necessários como: terra preta, pneus, pá de plantio, adubo, regador, mudas de algumas flores e plantas, e outros. Imagem 1 Plantio concluído do projeto piloto Fonte 1 acervo próprio do autor O trabalho foi realizado todos os dias no período da manhã por alunos do Projeto Mais Educação e servidores do apoio e umas técnicas ambas do período da manha com ajuda dos alunos no período da tarde que se responsabilizaram por ajudar regando o jardim. Imagem 2 Acabamentos no plantio do projeto piloto Fonte 2 acervo próprio do autor A participação dos alunos foi intensa, iniciado na preparação da terra, seguindo na separação das mudas, na decisão de como organizá-las e onde posicioná-las na escola, no seu plantio e ate a presente conservação com o regar e extrair pequenas ervas daninhas. Imagem 3 execução do plantio 1 do projeto piloto Fonte 3 acervo próprio do autor Tal participação foi idealizada no projeto como forma de se cultivar a cultura do trabalho em grupo e da preservação do meio ambiente, conforme pode ser notado na imagem 3, 4, 5 e 6. "a cultura precisa ser capaz de produzir significados, provocar sentimentos individuais e coletivos, criar disposições à ação e estabelecer formas de experiência coletiva da vida e de reflexões sobre seu valor. A cultura é um processo de construção social da história de vida das pessoas, das sociedades dos povos e até mesmo das nações." (BRANDÃO, p. 85). Conforme visto acima, a cultura é um processo, uma construção social e como servidores da educação, acreditamos poder ajudar nesta construção que é constantemente realizada no ambiente escolar. Imagem 4 execução do plantio 2 do projeto piloto Fonte 4 elaborado pelos autores As fotos demonstram a divisão harmônica das tarefas realizadas pelas crianças sob a coordenação de duas das autoras. Imagem 5 execução do plantio 3 do projeto piloto Fonte 5 acervo próprio do autor Tendo em vista a proposta pedagógica da educação de modo geral e a da E. E. José Ourives, entendemos ser importante relatar a participação dos alunos em ações como a tarefa de decidir sobre a localização das plantas na escola. “Pensar a proposta de educação escolar na perspectiva que esse pensar é de todos, envolve os segmentos que constituem a comunidade escolar – alunos, pais e responsáveis pelo aluno/a, servidores administrativos e professores - é instituir uma política plural no pensar o processo educativo, é criar um espaço compartilhado por todos na prática social da escola, é possibilitar a vivência do democratizar a democracia. (...)” (JARDIM, 2015, p. 01) Para tanto, as servidoras precisaram ensinar sobre o ambiente propício para as espécies de plantas que seriam cultivadas, se deve receber muito ou pouco sol, se a localização do jardim seria usada para favorecer a fachada da escola ou se levaria em conta a proximidade com a fonte de água para irrigação, etc. Imagem 6 execução do plantio 4 do projeto piloto Fonte 6 acervo próprio do autor Acreditamos que cabe evidenciar as falas de Rausch 2000 quando trata das coisas mais belas da vida. As coisas mais belas estão quase sempre bem escondidas. É preciso apanhá-las e cultivá-las e deixá-las crescer bem devagar. O que exige uma grande confiança mútua. Pois, afinal, sempre há limites internos a superar. Das muitas perguntas, restam no fim só bem poucas coisas que compõem uma peça. Tudo é virado pelo avesso e repensado a fundo. Cada detalhe sofre um sem número de metamorfoses, até por fim que encontre seu lugar correto (RAUSCH, 2000, p.12) Metamorfose esta que poderá ser vivenciada na transformação do lixo em jardim e na transformação de sementes e mudas em plantas lindas e bem tratadas enfeitando o ambiente escolar. Imagem 7 execução do plantio 5 do projeto piloto Fonte 7 elaborado pelos autores Os resultados preliminares do cultivo do jardim já podem ser notados na imagem de número oito (8), já os resultados educativos, estes estão elencados na conclusão deste trabalho logo a seguir. Imagem 8 resultados preliminares do projeto piloto Fonte 8 elaborado pelos autores Além do jardim, as crianças também cultivaram algumas árvores, as quais também estão cuidando de sua irrigação, mas que provavelmente não verão o resultado final destas plantas, já que tão logo estarão estudando em outra escola quando estas árvores crescerem e produzirem frutos e/ou sombra. Conclusão Os resultados deste trabalho ainda são parciais, uma vez que o mesmo esta em andamento e continuará ate o fim do ano letivo de 2015. No entanto, observamos que, através do contato com a terra, no preparo dos canteiros, no cuidar da natureza, do meio ambiente, e principalmente no diálogo corrente entre profissionais e alunos durante as atividades, o encanto com as sementes que brotam e a prática diária do cuidado do jardim (regar e limpa), tem despertado o exercício da paciência e perseverança nas crianças. Percebemos que os alunos participantes estão aprendendo a trabalhar em conjunto, a perceber o meio ao seu redor de uma forma mais sensível, ecológica e sustentável, enquanto que a natureza os brinda com a transformação de pequenas sementes ou mudas de plantas e flores coloridas em viçosas. Esperamos ainda que estas vivências possam transformar não só os pequenos espaços da escola, mas também suas vidas em cantos de muito encanto e aprendizagem para todos os alunos, independente da idade. Referências BAUSCH, Pina. Dance senão estamos perdidos. Folha São Paulo, Caderno Mais, Domingo,27 de agosto de 2000 BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Em campo aberto: escritos sobre a educação e a cultura escolar. São Paulo: Cortez, 1995. DALBEM Gláucia Aparecida; FABRIS Railda Cristina Pereira. Projeto: Educar para valorizar o Ambiente Escolar - Jardim na Escola. Itambaracá, 2011. Mostra de projetos, Escola Municipal João Paulo II - Educação Infantil e Ensino Fundamental. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:FZAw_Kgw8qMJ:www.fiepr.org.br/no spodemosparana/uploadAddress/projeto_educar%255B29240%255D.pdf+&cd=6&hl=ptBR&ct=clnk&gl=br Acesso em: 25/08/2015. GONÇALVES, Francisca Maria; Projeto Jardim e arte na escola. Escola pólo municipal de ensino fundamental Maria Aparecida Teixeira Enomoto. Ministro Andreazza 2011. Disponível em: http://pt.slideshare.net/marcioandreazza/projeto-jardim-e-arte-na-escola-10387430 Acesso em: 25/08/2015. JARDIM, Ilza Rdrigues, Educação Escolar- Projeto Pedagógico, Porto Alegre, ano desconhecido. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:cUKWBEWZszIJ:www.pead.faced.ufr gs.br/sites/publico/eixo5/organizacao_escola/modulo3/saber_mais_2.pdf+&cd=8&hl=ptBR&ct=clnk&gl=br Acesso em : 25/08/2015