Citricultura nos estados
da Bahia e Sergipe
Foto: Heckel Júnior
Roberto Toyohiro Shibata1
Joelito de Oliveira Rezende2
Luciano da Silva Souza3
1 – Engenheiro Agrônomo, Universidade Federal da
Bahia (UFBA); Empresário-citricultor, proprietário da
Fazenda Lagoa do Coco, município de Rio Real, Bahia;
e-mail: [email protected]
2 – Engenheiro Agrônomo, Universidade Federal da
Bahia (UFBA), Doutor em Solos e Nutrição de Plantas,
USP/ESALQ; Professor Titular Emérito do CCAAB/
UFRB; Membro da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura do Estado da Bahia;
e-mail: [email protected]
3 – Engenheiro Agrônomo, Universidade Federal
da Bahia (UFBA); Doutor em Ciência do Solo,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
Pesquisador Aposentado da Embrapa Mandioca e
Fruticultura; Professor Adjunto do Centro de Ciências
Agrárias, Ambientais e Biológicas, UFRB;
e-mail: [email protected]
PRINCIPAIS ESTADOS
PRODUTORES DE
CITROS NO BRASIL
Atualmente, de acordo com
IBGE (2012), cultivam-se citros
em todo o território nacional, porém 96,19 % das áreas colhidas
estão concentradas em nove Estados da Federação, na seguinte ordem decrescente (Figura 1):
São Paulo (61,68 %), Bahia (8,31
%), Sergipe (6,96 %), Minas Gerais (5,78 %), Rio Grande do Sul
(5,10 %), Paraná (4,72 %), Pará
(1,62 %), Goiás (1,08 %) e Rio
48
de Janeiro (0,94 %) (IBGE, 2012)
A área colhida de laranja (88,03
%), limão (5,71 %) e tangerina
(6,23 %) é de aproximadamente
829 mil hectares e a produção
é de cerca de 20,19 milhões de
toneladas – 89,26 % de laranja, 5,99 % de limão, 4,76 % de
tangerina -, a maior no mundo
há alguns anos. Em 2012, o valor da produção foi de cerca de
5,72 bilhões de reais.
O Brasil produz metade do suco
de laranja do planeta, cujas exportações trazem de US$ 1,5 bilhão a US$ 2,5 bilhões por ano
ao país. Essa riqueza está distribuída em centenas de empresas
Figura 1
PRINCIPAIS ESTADOS BRASILEIROS PRODUTORES DE CITROS
Pará
Bahia
Goiás
Minas Gerais
Rio de Janeiro
São Paulo
Paraná
Rio Grande
do Sul
Fonte: IBGE, 2012
Figura 2
REGIÕES CITRÍCOLAS DO ESTADO DA BAHIA
ÁREAS EM PRODUÇÃO E ÁREAS COM POTENCIAL DE EXPANSÃO
diretamente ligadas ao setor, em
milhares de propriedades rurais,
gerando milhares de empregos
diretos e indiretos, recolhendo
impostos, movimentando estabelecimentos dedicados ao cultivo da laranja. Em todo o Brasil
são mais de 3.000 municípios
onde a cultura está presente
(NEVES et al., 2010).
CITRICULTURA
NO ESTADO
DA BAHIA
O Estado da Bahia, segundo produtor nacional de laranja e terceiro de limão, é o maior produtor
da Região Nordeste. Em área
plantada - igual à área colhida -,
tem como principais produtores
as Regiões Litoral Norte/Agreste
de Alagoinas (67,61 %) e o Recôncavo Sul (14,60 %) (IBGE,
2012) (Figura 2).
O município de Rio Real, localizado no Litoral Norte da Bahia, participa com 31,91 % da área colhida/
plantada e de 34,43 % da produção, destacando-se como quinto
produtor de laranja do país e primeiro da Região Nordeste (Tabela
1). Nesse município, cultivam-se
laranja, limão e tangerina, totalizando, respectivamente, 93,51 %,
4,91 % e 1,57 % da produção local. Metade dessa produção abastece indústrias e a outra metade o
mercado interno. O município de
Itapicuru, localizado na Região
do Agreste de Alagoinhas, é o
segundo produtor estadual, com
18,60 % da área colhida/plantada
e de 17,35 % da produção. No Re-
Área com potencial de expansão
Área em produção
Fonte: Pereira, 2010
49
Tabela 1
UF
Dados das principais regiões e municípios produtores de citros da Bahia, em 2012 (AC
– área colhida, igual à área plantada; P – produção; R – rendimento)
Laranja
Limão
Bahia
AC (ha)
P (t)
R (t ha-1)
65.129 1.036.841 15,9
Rio Real
Itapicuru
Inhambupe
Alagoinhas
Olindina
Biritinga
21.000
12.800
8.000
1.500
700
5
357.000
192.000
112.000
22.500
5.250
20
17,0
15,0
14,0
15,0
7,5
4,0
2.396
1.936
1.450
1.140
990
424
423
408
320
50.316
40.656
21.750
17.100
14.850
7.632
8.037
7,344
5.120
21,0
21,0
15,0
15,0
15,0
18,0
19,0
18,0
16,0
Cruz das Almas
Sapeaçu
Muritiba
G. Mangabeira
C. Paraguaçu
Castro Alves
São Felipe
C. do Almeida
S. A. de Jesus
% AC
AC (ha)
P (t)
R (t ha-1)
100,0
2.979
55.433
18,6
Litoral Norte/Agreste de Alagoinhas
32,2
670
18.760
28,0
19,70
12,3
2,3
1,1
0,01
20
60
3,0
Recôncavo Sul
3,7
70
1.400
20,0
3,0
29
580
20,0
2,2
330
3.630
11,0
1,8
35
385
11,0
1,5
200
2.200
11,0
0,7
60
1.260
21,0
0,6
60
1.200
20,0
0,6
33
660
20,0
0,5
-
Tangerina
% AC
100,0
AC (ha)
743
P (t)
14.143
R (t ha-1)
19,0
% AC
100,0
22,49
0,67
300
-
6.000
-
20,0
-
40,38
-
2,35
0,97
11,08
1,17
6,71
2,01
2,01
1,11
-
13
11
312
264
240
196
192
5.760
24,0
24,0
24,0
24,5
24,0
19,2
1,75
1,48
1,35
1,08
1,08
40,38
10
8
8
300
Fonte: IBGE (2012), Produção Agrícola Municipal
Tabela 2
Evolução da área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e Taxa Geométrica de Crescimento (TGC) de laranja, limão e tangerina no Estado da Bahia, no
período de 2001 a 2012
Lavoura
Laranja
Limão
Ano
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TGC
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TGC
Unidade da Federação: Bahia
Área Colhida (ha)
Quantidade Produzida (t)
49.449
865.380
50.731
923.056
48.302
772.086
50.123
794.916
50.596
802.290
53.500
916.521
54.213
930.035
64.467
1.116.896
55.755
906.965
61.148
987.813
63.303
1.030.763
65.129
1.036.841
2,82
2,25
2.386
3.056
3.028
3.099
2.568
2.689
2.514
2.288
2.761
2.733
3.094
2.979
0,30
28.894
43.529
44.655
45.348
34.070
41.132
39.550
38.914
53.004
53.003
59.700
55.433
4,41
50
Rendimento Médio (t ha-1)
17,50
18,20
15,98
15,86
15,86
17,13
17,16
17,33
16,27
16,15
16,28
15,92
-0,55
12,11
14,24
14,75
14,63
13,27
15,30
15,73
17,01
19,20
19,39
19,30
18,61
4,10
Evolução da área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e Taxa Geométrica de Crescimento (TGC) de laranja, limão e tangerina no Estado da Bahia, no
período de 2001 a 2012
Tabela 2
Lavoura
Unidade da Federação: Bahia
Área Colhida (ha)
Quantidade Produzida (t)
441
5.859
630
10.347
635
10.113
655
10.322
582
10.351
861
9.321
953
16.663
946
17.355
854
15.708
761
14.182
763
14.328
743
14.143
4,14
6,95
Ano
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TGC
Tangerina
Rendimento Médio (t ha-1)
13,29
16,42
15,93
15,76
17,79
10,83
17,48
18,35
18,39
18,64
18,78
19,03
2,70
Fonte: A síntese dos dados do IBGE (2001 a 2012) e o cálculo da Taxa Geométrica de Crescimento (TGC) foram feitos pelo Dr. José da Silva Souza,
pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, em outubro de 2014.
Figura 3
EVOLUÇÃO DA ÁREA COLHIDA (ha) E DO RENDIMENTO MÉDIO (t ha -1) DE LARANJA, LIMÃO
E TANGERINA NO ESTADO DA BAHIA, NO PERÍODO DE 2001 E 2012 (IBGE/PAM, 2001 A 2012)
(ha)
(t/ha)
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
LARANJA
(TGC = 2,82) Área Colhida
2001
2002
(TGC = -0,55) Rendimento Médio
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
LIMÃO
3.500
(TGC = 0,30) Área Colhida
(TGC = 4,10) Rendimento Médio
3.000
2.500
2.000
1.500
500
0
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TANGERINA
1.200
(TGC = 4,14) Área Colhida
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
30,00
(TGC = 2,70) Rendimento Médio
1.000
25,00
800
20,00
600
15,00
400
10,00
200
5,00
0
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Fonte: Dr. José da Silva Souza–EMBRAPA
51
2007
2008
2009
2010
2011
2012
0,00
Foto: Heckel Júnior
côncavo Sul, o maior produtor de
laranja, limão e tangerina é o município de Cruz das Almas, contribuindo respectivamente com 3,67
%, 2,35 % e 1,75 % da área colhida, e com 4,85 %, 2,53 % e 2,21 %
da produção estadual. A Tabela 2
e Figura 3 mostram a evolução da
área colhida e do rendimento médio de laranja, limão e tangerina no
Estado da Bahia, no período de
2001 a 2012.
A área colhida de laranja e a
produção aumentaram (TGC
positiva) no período considerado, porém houve decréscimo do rendimento (TGC negativa). Nas lavouras de limão
e tangerina, houve aumento
da área colhida, produção e
rendimento (TGC positivas).
O cultivo do limão apresentou
a maior TGC de rendimento
dentre as lavouras consideradas. O cultivo de tangerina foi
o que apresentou as maiores
TGC de área colhida e de produção. Os rendimentos das
três lavouras, entretanto, são
considerados baixos, devido
aos seguintes fatores principais: pomares velhos; incidência de pragas e doenças, com
significativos reflexos nos custos de produção; solos de baixa fertilidade; inadequado manejo dos pomares comerciais;
estreita base genética das
plantas. Para os produtores –
80 % deles se enquadram na
agricultura de módulo familiar
-, as causas dos baixos rendimentos foram os baixos investimentos nas lavouras e os baixos preços pagos pela fruta.
52
CITRICULTURA NO
ESTADO DE SERGIPE
O polo citrícola de Sergipe é o terceiro produtor nacional em área
colhida e quarto em produção.
Estende-se da Região Centro-Sul
para o Sul do Estado formando
um contínuo com o polo citrícola
fronteiriço da Bahia. Contribui nacionalmente com 6,96% da área
colhida e com 4,16% da produção; além disso, dispõe de um
considerável parque agroindustrial de esmagamento da fruta:
duas fábricas no Município de
Estância e uma no município de
Boquim (Figura 4).
Tal polo citrícola ocupa uma área
de 5,5 mil quilômetros quadrados
(25 % da superfície total do Esta-
POLO CITRÍCOLA DO ESTADO DE SERGIPE.
DESTAQUE PARA AS TRÊS FÁBRICAS DE ESMAGAMENTO DA FRUTA.
Figura 4
1
Lagarto
2
Itaporanga D’Ajuda
3
Riachão do Dantas
4
Boquim
5
Salgado
6
Estância
7
Itabaianinha
8
Arauá
9
10
Pedrinhas
Santa Luzia do Itanhy
11
Tomar do Geru
12
Umbaúba
13
Indiaroba
14
Cristinápolis
Da área colhida com citros no Estado de Sergipe, 97,79 % é cultivada com laranja (97,90 % da produção), 1,49 % com limão (1,31 %
da produção) e 0,73 % com tangerina (0,78 % da produção). Os
principais produtores de laranja e
tangerina são, pela ordem, os Mu-
1
3
9
2
5
4
6
7
8
11
14
Polo citrícola do
estado de Sergipe
10
12
13
Fonte: Trindade, 2009
Tabela 3
UF
SERGIPE
Arauá
A. Branca
Boquim
Capela
Cristinápolis
Estância
Indiaroba
Itabaiana
Itabaianinha
Itaporanga
Japoatã
Lagarto
Muribeca
Neópolis
N. S. Dores
Pacatuba
Pedrinhas
Propriá
R.do Dantas
do), e responde por mais de 95 %
da área total plantada com laranja
em Sergipe. A população vinculada direta e indiretamente à cadeia
produtiva é de aproximadamente
100 mil pessoas, constituindo-se
em importante fonte de trabalho
e renda (LOPES, 2009). A Tabela
3 mostra dados referentes ao desempenho da citricultura sergipana no ano de 2012. A Tabela 4 e a
Figura 5 mostram a evolução da
área colhida (ha) e do rendimento
médio (t ha-1) de laranja, limão e
tangerina no Estado de Sergipe,
no período de 2001 a 2012.
Dados das principais regiões e municípios produtores de citros de Sergipe, em 2012
(AC – área colhida, igual à área plantada; P – produção; R – rendimento)
Laranja
AC (ha)
56.369
4.660
300
4.800
150
5.857
2.729
3.004
30
7.004
1.321
35
5.100
3
51
12
4
1.769
10
3.559
P (t)
821.940
69.900
3.300
72.000
2.250
87.855
35.477
45.060
300
98.056
17.173
690
77.130
60
1.014
144
64
26.535
200
42.708
R (t ha-1)
14,6
15,0
11,0
15,0
15,0
15,0
13,0
15,0
10,0
14,0
13,0
19,7
15,1
20,0
19,9
12,0
16,0
15,0
20,0
12,0
Limão
% AC
100,0
8,3
0,5
8,5
0,3
10,4
4,8
5,3
0,1
12,4
2,3
0,1
9,0
0,01
0,1
0,02
0,01
3,1
0,02
6,3
AC (ha)
857
58
6
19
5
331
10
215
54
-
P (t)
11.014
464
48
152
40
2.648
80
4.270
1.080
53
R (t ha-1)
12,9
8,0
8,0
8,0
8,0
8,0
8,0
19,9
20,0
-
Tangerina
% AC
100,0
6,8
0,7
2,2
0,6
38,6
1,2
25,1
6,3
-
AC (ha)
420
29
15
76
6
75
104
10
P (t)
6.545
464
165
1.216
96
1.200
1.664
120
R (t ha-1)
15,6
16,0
11,0
16,0
16,0
16,0
16,0
12,0
% AC
100,0
6,9
3,6
18,1
1,4
17,9
24,8
2,4
Salgado
S. L Itanhy
S.S.Francisco
S. Domingos
Simão Dias
Siriri
T. do Geru
Umbaúba
5.531
2.905
2
80
50
6
3.804
3.593
82.965
46.480
24
1.040
500
60
57.060
53.895
15,0
16,0
12,0
13,0
10,0
10,0
15,0
15,0
9,8
5,2
0,004
0,1
0,1
0,01
6,7
6,4
-
344
1.728
88
72
43
96
11
9
8,0
18,0
8,0
8,0
5,0
11,2
1,3
1,1
15
9
24
57
165
135
408
912
11,0
15,0
17,0
16,0
3,6
2,1
5,7
13,6
Fonte: IBGE (2012), Produção Agrícola Municipal
nicípios de Itabaianinha (12,4 % e
24,8 %, respectivamente) e Cristinápolis (10,4% e 18,1%, respectivamente);. Itabaianinha também
é o maior produtor de limão (38,6
%), seguido por Japoatã (25,1 %).
Como se vê na Tabela 4, houve
aumento de área colhida, produção e rendimento de laranja no
período considerado (TGC positivas). No caso do limão, houve
redução da área colhida (TGC
negativa) e aumento da produção
e do rendimento (TGC positivas).
Quanto à tangerina, houve redução da área colhida e da produção (TGC negativas), e aumento
do rendimento (TGC positiva).
Dos dois Estados avaliados, Sergipe foi o que apresentou pomares com o menor rendimento –
Tabela 4
apesar do obrigatório, assistido e
subvencionado programa de instalação de pomares utilizando-se
mudas teladas, iniciado no ano
de 2005. Apresentando características bem semelhantes às da
citricultura baiana, a produtividade média dos pomares também
é considerada baixa, devido aos
seguintes fatores principais: pomares velhos; incidência de pragas e doenças, com significativos
reflexos nos custos de produção;
solos de baixa fertilidade; inadequado manejo dos pomares comerciais; estreita base genética
das plantas.
O grande desafio que se impõe atualmente aos atores da
cadeia produtiva dos citros na
Bahia e Sergipe é viabilizar
(tornar sustentável) uma citricultura predominantemente de
módulo familiar (80 % de propriedades menores do que dez
hectares) e que abriga, veste e
alimenta milhares de pessoas
que dependem exclusivamente dessas propriedades. Nesse
contexto, as seguintes limitações, além daquelas supracitadas, precisam ser superadas
(REZENDE, 2011):
 Baixo ou nenhum grau de escolaridade da expressiva maioria dos pequenos citricultores
- o que dificulta a todos eles
tocarem sozinhos seus pomares, pois jamais conseguirão
decodificar, sem a intervenção
da assistência técnica continuada, o complexo linguajar da
agronomia, para compreender
e por em prática recomenda-
Evolução da área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e Taxa Geométrica de Crescimento (TGC) de laranja, limão e tangerina no Estado de Sergipe, no
período de 2001 a 2012
Lavoura
Laranja
Ano
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TGC
Unidade da Federação: Sergipe
Área Colhida (ha)
Quantidade Produzida (t)
49.728
581.268
50.422
685.326
51.057
690.597
54.961
737.256
54.697
738.787
54.819
753.191
55.272
764.110
53.471
772.070
53.001
784.382
54.733
805.962
56.542
822.468
56.369
821.940
0,93
2,47
54
Rendimento Médio (t ha-1)
11,69
13,59
13,53
13,41
13,51
13,74
13,82
14,44
14,80
14,73
14,55
14,58
1,53
Tabela 4
Evolução da área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e Taxa Geométrica de Crescimento (TGC) de laranja, limão e tangerina no Estado de Sergipe, no
período de 2001 a 2012
Lavoura
Limão
Tangerina
Ano
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TGC
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TGC
Unidade da Federação: Sergipe
Área Colhida (ha)
Quantidade Produzida (t)
1.100
1.087
1.150
1.135
1.129
1.159
1.192
1.176
940
891
850
857
-2,60
396
459
612
731
635
736
732
529
544
431
429
420
-1,54
8.874
9.295
11.224
11.320
13.567
14.280
14.802
13.895
12.048
11.380
10.594
11.014
1,43
4.869
6.510
8.613
10.311
10.981
12.720
12.632
8.657
8.895
6.586
6.508
6.545
- 0,03
Rendimento Médio (t ha-1)
8,07
8,55
9,76
9,97
12,02
12,32
12,42
11,82
12,82
12,77
12,46
12,85
4,14
12,30
14,18
14,07
14,11
17,29
17,28
17,26
16,36
16,35
15,28
15,17
15,58
1,54
Fonte: A síntese dos dados do IBGE (2001 a 2012) e o cálculo da Taxa Geométrica de Crescimento (TGC) foram feitos pelo Dr. José da Silva Souza,
pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, em outubro de 2014.
ções sobre manejo do solo,
adubação, controle de pragas,
podas, etc., imprescindíveis
para se conseguir produtividades compensadoras;
 Baixa relação número de técnicos extensionistas/número
de citricultores carentes de
assistência. Em que pese
o reconhecido empenho e
competência dos profissionais que atualmente militam
nessa interface, é praticamente impossível que eles
consigam assistir de forma
eficiente ao atual contingente de produtores carentes
de orientação continuada.
A área plantada de citros na
Bahia aumentou significati-
vamente nos últimos anos,
aumentando o número de
pequenos citricultores engajados nesse processo; no
entanto, não tem havido a
devida contrapartida na contratação de técnicos para assistir à totalidade de produtores rurais – situação agravada
pela diminuição gradativa do
número de técnicos inclusive
por aposentadorias. Torna-se urgente, portanto, uma
pronta intervenção dos governos estadual e municipal
para que essa relação se
torne mais justa, eficiente e
humana nesse processo de
ensino-aprendizagem. Salvo melhor juízo, isso seria
possível compartilhando-se
responsabilidades mediante
55
parcerias entre o Governo do
Estado, SENAR e Prefeituras
Municipais, entre outras;
 Carência de mais pesquisas
voltadas para a citricultura de
módulo familiar, pois pacotes tecnológicos disponíveis,
considerados ideais, nem
sempre alcançam o pequeno
produtor, por estarem fora de
sua realidade;
 Dificuldade de recursos financeiros enfrentada principalmente pelos pequenos citricultores,
para implantação das práticas
agrícolas e de outras benfeitorias
necessárias em suas propriedades. É preciso viabilizar crédito
tempestivo, suficiente e justo
para esses credores, resolvendo-se, inclusive, de forma a não
Figura 5
EVOLUÇÃO DA ÁREA COLHIDA (ha) E DO RENDIMENTO MÉDIO (t ha -1) DE LARANJA, LIMÃO
E TANGERINA NO ESTADO DE SERGIPE, NO PERÍODO DE 2001 E 2012 (IBGE/PAM, 2001 A 2012)
(ha)
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
1.400
1.200
1.000
800
600
400
200
0
(t/ha)
LARANJA
(TGC = 0,93) Área Colhida
2001
2002
(TGC = -1,53) Rendimento Médio
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
LIMÃO
(TGC = -2,60) Área Colhida
2001
2002
2003
2004
2005
(TGC = 4,14) Rendimento Médio
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TANGERINA
800
700
600
500
400
300
200
100
0
(TGC = -1,54) Área Colhida
(TGC = 1,54) Rendimento Médio
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
Foto: Sílvio Ávila/Editora Gazeta
Fonte: Dr. José da Silva Souza–EMBRAPA
56
prejudicar nenhuma das partes
envolvidas, a situação dos que
estão inadimplentes, vitimas das
oscilações do mercado;
 Falta de mercado justo e seguro, que possibilite confiança
aos produtores para investirem mais em seus pomares; e
 Falta e/ou deficiência da organização dos produtores em
associações ou cooperativas,
pelas seguintes razões: desmotivação, por já terem sido
enganados ou porque alguns
administradores dessas entidades de ação coletiva mostraram-se monopolistas (decidiam sozinhos); mau uso do
bem comum, inclusive dinheiro; intervencionismo político
partidário, gerando intrigas,
discórdias e desavenças entre associados e/
ou cooperados; falta de compromisso coletivo (individualismo), entre outras (LOPES, 2009;
REZENDE, 2001). Se não conseguirem superar essas dificuldades – o que não é fácil -, ficam
prejudicadas as ações coletivas
necessárias para enfrentarem a
difícil relação com atravessadores e indústrias de esmagamento dos frutos.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, C. L. L. Sistema de produção de citros para o Nordeste. 2003 Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/
Citros/CitrosNordeste/importancia.htm>. Acesso em: 5 out. 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Produção Agrícola Municipal. 2012. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa.resultados 44>. Acesso em: 6 out. 2013.
LOPES, E. S. A. O gosto amargo da fruta: crise na citricultura sergipana e (des) organização dos produtores; relatório de pesquisa. Aracaju: Fundação de
Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe-FAPITEC/SE / Universidade Federal de Sergipe, Núcleo de Pós-Graduação em Geografia
(NPGEO), 2009. 94p.
NEVES, M. F. et al. O retrato da citricultura brasileira. Ribeirão Preto, SP: FEA/USP, 2010. Disponível em: <http://www.citrusbr.com.br/download/Retrato_Citricultura_Brasileira_Marcos_Fava.pdf>. Acesso em: 6 out. 2013
PEREIRA, N. A. C. PRODECITRUS - Programa de Desenvolvimento Sustentável da Citricultura Baiana, triênio 2011-2013. Salvador: SEAGRI / EBDA, 2010.
REZENDE, J. de O. Um olhar sobre a citricultura do Estado da Bahia. Bahia Agrícola, v. 9, n.1, p. 72-93, 2011.
TRINDADE, J. Citricultura em Sergipe: análise da cadeia produtiva. Palestra/PowerPoint apresentada no III Encontro de Citricultura da Bahia. Rio Real, Bahia:
2009.
VICENTE, M. C. M et al. Novo mapa da laranja no estado de São Paulo. 2009. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_1/MapaLaranja>
57
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Citricultura nos estados da Bahia e Sergipe