Usina Hidrelétrica de Itutinga – 1ª grande usina construída pela Cemig, concluída em 1955.
Usinas da Cemig
A história da eletricidade em Minas e no Brasil.
1952 - 2005
U84
Usinas da Cemig: 1952-2005. / Coordenação Paulo Brandi de Barros Cachapuz.
– Rio de Janeiro : Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, 2006.
304p. : il. color ; 22,5 cm.
ISBN 85-85147-70-9 (enc.)
1. Energia Elétrica - História. 2. Cemig - História, 1952-2005. 3. Usina Hidrelétrica.
I. CACHAPUZ, Paulo Brandi de Barros (Coord.) II. Centro da Memória da Eletricidade
no Brasil (Rio de Janeiro, RJ).
Governador de Minas Gerais
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Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico
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companhia energética de minas gerais
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Centro da Memória da Eletricidade no Brasil –
MEMÓRIA DA ELETRICIDADE
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Pesquisa
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e Sergio Tadeu de Niemeyer Lamarão
Pesquisa Iconográfica
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Copyright © 2005 by
Centro da Memória da Eletricidade no Brasil
Sumário
Apresentação
9
A Cemig e o Desenvolvimento
da Indústria de Energia Elétrica
em Minas Gerais
11
Usinas da Cemig
Parque gerador da Cemig
53
56
Grandes Centrais Hidrelétricas
Usina Hidrelétrica de Camargos
Usina Hidrelétrica de Emborcação
Usina Hidrelétrica de Irapé
Usina Hidrelétrica de Itutinga
Usina Hidrelétrica de Jaguara
Usina Hidrelétrica de Miranda
Usina Hidrelétrica de Nova Ponte
Usina Hidrelétrica de Salto Grande
Usina Hidrelétrica de São Simão
Usina Hidrelétrica de Três Marias
Usina Hidrelétrica de Volta Grande
Pequenas Centrais Hidrelétricas
Usina Hidrelétrica de Anil
Usina Hidrelétrica de Bom
Jesus do Galho
Usina Hidrelétrica de Cajuru
Usina Hidrelétrica de Dona Rita
Usina Hidrelétrica de Gafanhoto
Usina Hidrelétrica de Jacutinga
Usina Hidrelétrica de Joasal
Usina Hidrelétrica de Lages
Usina Hidrelétrica de Luiz Dias
Usina Hidrelétrica de Marmelos
Usina Hidrelétrica de Martins
Usina Hidrelétrica de Paciência
Usina Hidrelétrica de Pandeiros
Usina Hidrelétrica de Paraúna
Usina Hidrelétrica de Peti
Usina Hidrelétrica de Piau
Usina Hidrelétrica do Pissarrão
Usina Hidrelétrica Poço Fundo
Usina Hidrelétrica de Poquim
Usina Hidrelétrica Rio de Pedras
61
67
73
79
85
91
95
101
107
113
119
126
128
130
132
134
138
140
142
144
148
152
154
156
158
160
164
168
170
172
174
Usina Hidrelétrica Salto Morais
Usina Hidrelétrica Santa Luzia
Usina Hidrelétrica Santa Marta
Usina Hidrelétrica São Bernardo
Usina Hidrelétrica de Sumidouro
Usina Hidrelétrica Tronqueiras
Usina Hidrelétrica Xicão
178
180
182
184
186
188
192
Centrais Térmicas
Usina Termelétrica de Formoso
Usina Termelétrica de Igarapé
196
198
Central Eólica
Usina Eólica do Morro do Camelinho
202
Usinas em Consórcio
Usina Hidrelétrica de Aimorés
Usinas Hidrelétricas de Capim Branco I
e Capim Branco II
Usina Hidrelétrica de Funil
Usina Hidrelétrica de Igarapava
Usina Hidrelétrica de Porto Estrela
Usina Hidrelétrica de Queimado
206
210
216
220
224
228
Subsidiárias da Cemig
Usina Hidrelétrica de Machado Mineiro
Usina Hidrelétrica de Pai Joaquim
Usina Hidrelétrica de Rosal
Usina Hidrelétrica Sá Carvalho
Usina Hidrelétrica de Salto do Paraopeba
Usina Hidrelétrica do Salto do Passo Velho
Usina Hidrelétrica do Salto Voltão
Usina Termelétrica do Barreiro
Usina Termelétrica de Ipatinga
234
236
240
244
248
252
256
258
262
Estações Ambientais
Estação Ambiental de Galheiro
Estação Ambiental de Igarapé
Estação Ambiental de Itutinga
Estação Ambiental de Jacob
Estação Ambiental de Machado Mineiro
Estação Ambiental de Peti
Estação Ambiental de Volta Grande
266
268
270
272
274
276
278
Referências Bibliográficas
280
Usina Hidrelétrica de São Simão
Apresentação
Desde o início de suas atividades, em 1952, a Cemig demonstrou talento
para a geração de energia elétrica, em todas as suas formas. Construir usinas, operálas, mantê-las funcionando com eficiência e até, mais recentemente, recapacitá-las,
num trabalho de extração da máxima capacidade das máquinas geradoras.
A aquisição de Gafanhoto, que já funcionava desde 1946, foi o suprimento
inicial e a arrancada definitiva para a industrialização do Estado. Em 1955, a inauguração de Itutinga marcava o início de uma era de grandes obras pela Cemig.
Neste mais de meio século, a Cemig não parou com seu propósito de explo-
rar o potencial energético de Minas Gerais. Três Marias foi um grande desafio e marcou a história dos grandes empreendimentos no País, pela sua engenharia e porte.
Igarapava, inaugurada no final do século, foi pioneira em seu formato de parceria
com a iniciativa privada, tornando-se referência no setor nacional.
Em todos os cantos de Minas, novas usinas foram sendo implantadas,
com predominância no Triângulo Mineiro, onde está o maior potencial hidráulico
natural da região. O último território a ser desbravado foi o Vale do Jequitinhonha, terra marcada pela falta de água. Mesmo ali, a Cemig encontrou condições
de construir Irapé, que vai gerar energia para sustentar o desenvolvimento daquela região tão carente.
Pequenas, médias e grandes. Geração hidrelétrica, termelétrica e eólica.
Rio de Pedras, com sua capacidade de 9 MW, parece uma gota perto dos 1.710 MW
de São Simão. Igarapé gera a partir do óleo. Morro do Camelinho tira sua energia do
vento. É vasto o território, são variadas as formas, são diversos os tamanhos.
A energia, no entanto, é da mesma qualidade, é a melhor do Brasil.
Neste livro, a Cemig resgata, através de informações e imagens de suas dezenas
de usinas, a rica história da geração de energia elétrica em Minas. No enredo, as águas
de nossos rios, os ideais de nossos pioneiros, a força da gente que construiu nosso rico
patrimônio gerador. Resgatar a história das usinas da Cemig é preservar um valoroso
patrimônio, que conta, também, muito da história da energia elétrica no Brasil.
A Cemig se sente orgulhosa em poder editar este livro que teve estreita co-
laboração do Centro da Memória da Eletricidade. A Diretoria
A Cemig e o
Desenvolvimento
da Indústria de
Energia Elétrica
em Minas Gerais
Usina Hidrelétrica de Volta Grande
O
desenvolvimento da indústria de eletricidade no Brasil contou com a participação predominante do capital privado até meados do século XX, quando um
novo ciclo de expansão foi inaugurado por empresas públicas federais e estaduais.
Criada em 1952, a Cemig figura entre as empresas estatais que desempenharam papel fundamental nesse novo ciclo de expansão do setor elétrico. Originalmente denominada Centrais Elétricas de Minas Gerais, a empresa mudaria sua razão social
para Companhia Energética de Minas Gerais em 1984, mantendo a sigla tradicional.
A crescente intervenção estatal no setor elétrico, consolidada em 1962
com a constituição da empresa holding federal Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), modificou profundamente a base produtiva e a estrutura de propriedade
da indústria de energia elétrica nacional. A escala técnica dos empreendimentos
foi elevada com a construção de grandes centrais hidrelétricas em locais afastados dos principais centros consumidores e a implantação de extensas linhas de
transmissão. A participação do capital privado tornou-se praticamente residual e
limitada a pequeno número de empresas distribuidoras.
Na década de 1990, as regras de funcionamento do setor sofreram pro-
fundas modificações, em conformidade com uma política mais ampla de redução da presença empresarial do Estado e de estímulo à competição em atividades monopolizadas ou quase inteiramente dominadas por empresas públicas.
Usina Hidrelétrica de Nova Ponte
12
A
Juscelino Kubitschek
processo de mudanças compreendeu a privati-
O
novas alterações na legislação setorial, a Cemig foi
zação de diversas empresas estatais, a licitação das
desmembrada em duas subsidiárias integrais: a Ce-
concessões para a expansão dos sistemas e a refor-
mig Distribuição de Energia S.A. e a Cemig Geração e
mulação das entidades especializadas nas funções de
Transmissão S.A.
regulação, planejamento da expansão e operação dos
sistemas interligados. Juscelino Kubitschek de Oliveira, a Cemig vem de-
As implicações do novo modelo setorial fo-
sempenhando desde então o papel de verdadeiro ins-
ram bastante significativas para Minas Gerais e todo
trumento de desenvolvimento da economia mineira,
o país. A Cemig firmou diversas parcerias com em-
distinguindo-se como empresa eficiente e competiti-
presas privadas, notadamente grandes consumido-
va ao longo de sua trajetória. res de energia no estado, para atender à necessidade
de expansão da geração de seu sistema. Em 1997, o
blica brasileira, a empresa também se destacou como
governo mineiro vendeu um terço das ações ordiná-
uma escola de planejamento. Sua primeira diretoria,
rias da Cemig, mantendo, porém, o controle acioná-
presidida pelo engenheiro Lucas Lopes, procurou
rio da concessionária. Em 2004, em decorrência de
contratar o melhor pessoal que havia disponível, in-
Fundada em maio de 1952 pelo governador
Modelo de excelência na administração pú-
13
cluindo técnicos estrangeiros, formando uma equipe de especialistas que daria
consistência aos programas futuros da companhia.
Em 1883,
entrou em
operação
a primeira
usina
hidrelétrica
brasileira, no
município de
Diamantina,
na então
província
de Minas
Gerais.
Antes da criação da Cemig, a participação do governo estadual na produção
de eletricidade já se fazia notar, como veremos adiante, visando ao atendimento de áreas precariamente eletrificadas e à garantia de energia para alguns projetos industriais.
Tratava-se, porém, de ações pontuais e de pequena escala. Com a Cemig, o panorama
da oferta de energia no estado mudou significativamente. A empresa transformou por
completo a base produtiva do setor elétrico mineiro, dando o suporte necessário ao
amplo programa de industrialização e modernização da economia estadual.
A formação do setor
elétrico em Minas
Os serviços de energia elétrica foram organizados no Brasil a partir do final
do século XIX sob a forma de sistemas isolados e independentes, atendendo preferencialmente aos maiores centros urbanos. Devido à escassez de reservas carboníferas
de boa qualidade, as fontes de geração hidrelétrica logo despontaram como principal
opção para a produção de eletricidade.
Usina Hidrelétrica de Marmelos
14
Usina Hidrelétrica de Marmelos
Usina Hidrelétrica de Salto Grande
A
s experiências pioneiras com geração de energia elé-
durante longo período. De acordo com o recense-
trica ocorreram ainda na época do Império, sendo con-
amento de 1920, o aproveitamento contava com
temporâneas, portanto, das aplicações iniciais dessa nova
150 HP de potência.
forma de energia nos Estados Unidos e na Europa.
Em 1883, entrou em operação a primei-
Faria inaugurou a hidrelétrica de Ribeirão dos Ma-
ra usina hidrelétrica brasileira, no município de
cacos, em Nova Lima. Dispondo de dois dínamos
Diamantina, na então província de Minas Gerais.
Gramme de 25 HP de potência unitária, acionados
Localizada no ribeirão do Inferno, afluente do rio
por uma roda-d’água, esse aproveitamento permi-
Jequitinhonha, a usina possuía duas máquinas de
tiu a utilização de energia elétrica nas atividades
corrente contínua (dínamos Gramme), com 4 e 8 HP
de extração de ouro na mina de Faria, bem como
de potência. A usina de Ribeirão do Inferno foi ins-
a iluminação elétrica das casas de trabalhadores e
talada com finalidade de movimentar duas bombas
funcionários da empresa.
de desmonte hidráulico de terreno diamantífero.
Sua energia era levada até as bombas que extraíam
Fora a usina de Marmelos Zero, primeira hidrelétrica
o cascalho da mina por uma linha de transmissão
da América Latina a fornecer energia para serviços de
com dois quilômetros de extensão.
iluminação pública e particular. A usina foi idealizada
O segundo aproveitamento hidrelétrico
pelo industrial Bernardo Mascarenhas, um dos pio-
de Minas e do país foi realizado pela Companhia
neiros do setor têxtil em Minas. Em janeiro de 1888, o
Fiação e Tecidos São Silvestre para fornecimen-
empresário fundou a Companhia Mineira de Eletrici-
to de energia à fábrica desta empresa em Viçosa.
dade (CME) para a construção de Marmelos Zero no
Situada no rio Turvo Sujo, a usina entrou em fun-
rio Paraibuna e a exploração do serviço de energia
cionamento em 1885 e permaneceu em operação
elétrica em Juiz de Fora. A par disso, era intenção de
Em 1887, a Compagnie des Mines d’Or du
Em 1889, entrou em operação em Juiz de
15
Mascarenhas instalar uma fábrica de tecidos na cidade que seria acionada com
energia de origem hidráulica. Marmelos Zero foi inaugurada em setembro de 1889 com 250 kW de potência
instalada, sendo desativada em 1896 para a entrada em operação de uma nova usina
construída no mesmo local pela CME: a hidrelétrica de Marmelos 1, com capacidade
de 600 kW. Belo Horizonte contou com serviços de energia elétrica desde a inaugura-
ção da cidade em dezembro de 1897. Com a assistência técnica de Bernardo Mascarenhas, a Comissão Construtora da Nova Capital empreendeu a instalação da usina
de Freitas, aproveitando uma queda-d’água no ribeirão Arrudas. A usina de 225 kW
integrou o conjunto das obras públicas inauguradas com a capital. Em 1920,
Minas era
o estado
brasileiro
que reunia o
maior número
de usinas e
empresas de
eletricidade...
Inicialmente, por delegação do executivo estadual, a prefeitura ficou respon-
sável pelos serviços de iluminação e força de Belo Horizonte. Em 1907, o sistema elétrico da capital passou a contar com a energia da hidrelétrica de Rio de Pedras, com
1.200 kW, construída no rio das Velhas, em Itabirito. Interrupções freqüentes levaram a
prefeitura a instalar em 1911 a chamada Usina de Gás Pobre, no centro da cidade.
No ano seguinte, os serviços de eletricidade, viação e telefones da
capital foram arrendados por uma empresa privada, a Companhia de Eletricidade e Viação Urbana de Minas Gerais, organizada pelo engenheiro Sampaio Corrêa. Esta companhia tornou-se também concessionária dos serviços
de energia elétrica de Santa Bárbara em 1914, assumindo o controle da usina
de Peti, construída no início do século por uma mineradora estrangeira. Vale
destacar que diversas empresas mineradoras atuantes em Minas investiram
na autoprodução de energia elétrica, como, por exemplo, a inglesa The Saint
John del Rey Mining Company. Em 1920, Minas era o estado brasileiro que reunia maior número de usinas
e empresas de eletricidade, aparecendo em terceiro lugar quanto à potência instalada, com 42 mil kW.
São Paulo liderava o ranking nacional com 155 mil kW, seguindo pelo estado
do Rio de Janeiro com 61 mil kW. A supremacia desses estados devia-se basicamente
às usinas do grupo canadense Brazilian Traction, Light and Power. O grupo Light concentrava a maior parcela dos serviços de energia elétrica, bondes e telefones da região
mais desenvolvida do país: o eixo formado pelas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.
Responsáveis pela montagem de sistemas de grande porte para os padrões da época,
as concessionárias controladas pela holding canadense somavam 134 mil kW de capacidade instalada, equivalentes a 37% do total nacional.
A grande maioria das usinas em Minas pertencia a pequenas concessioná-
rias privadas ou municipalidades. Havia porém algumas empresas de porte médio,
16
como a pioneira CME. Em 1915, dando prosseguimen-
agosto de 1922. Contando em sua direção com o ex-
to à exploração do potencial hidráulico do rio Parai-
presidente Venceslau Brás, a concessionária reuniu
buna, a empresa inaugurou a usina de Marmelos 2,
de imediato os serviços de energia elétrica de mais
com 2.400 kW. Além de Juiz de Fora, a CME já atendia
de uma dezena de municípios, entre os quais, Itajubá,
às localidades de Matias Barbosa, Mar de Espanha,
Ouro Fino e Varginha.
Bicas e Guarará.
Outra empresa de destaque era a Companhia
que ocorreu em outros estados da federação, o gru-
Força e Luz Cataguases-Leopoldina (CFLCL), funda-
po norte-americano American and Foreign Power
da em fevereiro de 1905 pelo empresário e influente
Company (Amforp) ingressou no setor de energia
político mineiro José Monteiro Ribeiro Junqueira. Em
elétrica mineiro, obtendo a concessão dos serviços
1908, a CFLCL colocou em operação a hidrelétrica de
de eletricidade de Belo Horizonte e Santa Bárbara,
Maurício, com 800 kW, iniciando o atendimento aos
por intermédio da Companhia Força e Luz de Minas
dois municípios que lhe emprestavam o nome. A com-
Gerais (CFLMG).
panhia logo ampliaria sua área de atuação, passando
a abastecer São João Nepomuceno e Rio Novo.
os bens e instalações do Departamento de Eletricida-
Tanto a CME como a CFLCL contribuíram para
de, órgão do governo estadual que vinha respondendo
o desenvolvimento manufatureiro e o progresso da ele-
pelos serviços de eletricidade e tração urbana da capi-
trificação dos principais centros urbanos da Zona da
tal desde a rescisão do contrato com a Companhia de
Mata mineira, região mais dinâmica da economia esta-
Eletricidade e Viação Urbana de Minas Gerais, ocorrida
dual durante a Primeira República. três anos antes. Passaram ao controle da CFLMG as hi-
Na região Sul, diversas iniciativas de caráter
drelétricas de Rio de Pedras (que havia sido duplicada
local ganharam maior abrangência com a fundação
em 1925), Freitas e Peti, além da termelétrica a gás de
da Companhia Sul Mineira de Eletricidade (CSME) em
Belo Horizonte, somando de 14 mil kW.
No final da década de 1920, a exemplo do
Em 1929, a nova concessionária assumiu todos
Usina Hidrelétrica Rio de Pedras
17
Entrada em cena do Estado
A participação do poder público estadual como agente produtor de energia
elétrica teve início no governo Benedito Valadares (1933-1945) com a construção das
hidrelétricas de Pai Joaquim, Santa Marta e Gafanhoto, em articulação com outras políticas voltadas para a modernização da economia do estado.
Em 1946,
Minas
contava com
178 MW de
capacidade
instalada
de energia
elétrica...
No plano nacional, assistimos no mesmo período à crescente inter-
venção do Estado na vida econômica e social do país, sob o regime autoritário liderado por Getúlio Vargas. As medidas centralizadoras e intervencionistas adotadas pelo governo Vargas (1930-1945) protegeram a economia
brasileira do total impacto da depressão internacional mundial dos anos
1930, contribuindo ainda para acelerar o processo de industrialização, via
substituição de importações.
Após a vitória do movimento revolucionário de 1930 que conduziu
Vargas ao poder, o governo federal manifestou clara preocupação com a regulamentação das atividades de energia elétrica. A promulgação do Código
de Águas em julho 1934 mudou inteiramente o regime jurídico da indústria
de eletricidade. O código assegurou à União o monopólio do poder de concessão dos aproveitamentos hidrelétricos, determinando ainda a fiscalização técnica, contábil e financeira das empresas do setor. Embora o Código
de Águas não tenha sido plenamente implementado, sua inspiração nacionalista provocou incertezas que desencorajaram investimentos dos grandes
grupos estrangeiros instalados no país.
Usina Hidrelétrica de Santa Marta
18
A construção de Pai Joaquim, Santa Marta e
Gafanhoto foi anunciada pelo governador
Benedito Valadares em 1939, com o objetivo de
satisfazer necessidades prementes de energia
elétrica em três diferentes regiões de Minas.
Em Minas, o crescimento econômico na
tos pioneiros contou com a participação decisiva do
década de 1930 foi apenas moderado. A desvan-
engenheiro Israel Pinheiro da Silva, titular da secre-
tajosa posição do estado em relação ao centro in-
taria de Agricultura e Indústria do governo Valadares
dustrializado do país tornou-se ainda mais acen-
até 1942. As obras foram iniciadas sob a supervisão
tuada. O crescimento industrial de São Paulo e
do engenheiro Odilon Dias Pereira, titular da secreta-
a expansão das fronteiras agrícolas em direção
ria de Viação e Obras Públicas do governo estadual
aos estados do Paraná e Goiás reforçaram o mo-
entre 1937 e 1943. vimento migratório do estado. O censo de 1940
apurou a existência de 830 mil mineiros vivendo
ca de Pai Joaquim, no rio Araguari, destinada ao abas-
em outras unidades da federação, o que corres-
tecimento de Uberaba e Araxá, no Triângulo Mineiro.
pondia a 12% da população estadual.
A usina entrou em operação em 1941 com capacidade
inicial de 2.940 kW.
Cumpre assinalar, porém, o significativo au-
O primeiro empreendimento foi a hidrelétri-
mento da participação dos ramos metalúrgico e siderúr-
gico no valor da produção industrial do estado, graças a
com o objetivo de ampliar a oferta de energia elétrica
iniciativas como a implantação da usina de Monlevade
a Montes Claros. Localizada no ribeirão Ticororó, na
pela Companhia Siderúrgica Belgo Mineira. A usina de
bacia do rio Jequitinhonha, a usina foi inaugurada em
Monlevade, inaugurada em 1937, era a maior siderúrgi-
1944 com dois grupos geradores de 500 kW de potên-
ca integrada a carvão vegetal do mundo na época.
cia unitária.
A deficiente infra-estrutura de energia elétrica e a
Santa Marta foi construída na região norte
Gafanhoto foi construída com a finalidade de
desconcentração das atividades econômicas impuseram
fornecer energia à Cidade Industrial de Contagem, a
a muitas empresas industriais e de mineração a instalação
mais importante realização do governo Valadares
de seu próprio sistema energético. A Belgo Mineira, por
para o desenvolvimento econômico de Minas. Loca-
exemplo, aproveitou o potencial do rio Piracicaba, insta-
lizada no rio Pará, a 90 km de Belo Horizonte, a usina
lando quatro hidrelétricas entre 1936 e 1940.
entrou em operação em 1946, no governo do inter-
ventor João Tavares Corrêa Beraldo, com 14 mil kW
A construção de Pai Joaquim, Santa Marta
e Gafanhoto foi anunciada pelo governador Benedi-
de capacidade instalada.
to Valadares em 1939, com o objetivo de satisfazer
necessidades prementes de energia elétrica em três
to, o interventor João Beraldo criou o Departa-
diferentes regiões de Minas. A definição desses proje-
mento de Águas e Energia Elétrica de Minas Gerais
Além da conclusão das obras de Gafanho-
19
Em novembro de 1949, Milton
Campos promulgou a lei nº 510,
autorizando o governo mineiro a
organizar empresas de economia
mista para construção e operação de
centrais hidrelétricas no estado.
(DAE-MG) em abril de 1946, como organismo vinculado à Secretaria de Viação e
Obras Públicas, tendo em vista o estudo dos problemas da oferta de energia elétrica no estado e a formulação de novos projetos de aproveitamentos hidrelétricos. De imediato, o DAE-MG assumiu a responsabilidade pela administração
das usinas de Gafanhoto, Pai Joaquim e Santa Marta.
Em 1946, Minas contava com 178 MW de capacidade instalada de
energia elétrica, correspondentes a 12% do total nacional. Poucas empresas
possuíam sistemas de geração e distribuição com caráter regional, abrangendo mais de um município.
A CFLMG, subsidiária do grupo norte-americano Amforp, era a maior con-
cessionária de serviços públicos de energia elétrica, servindo Belo Horizonte e
Santa Bárbara. Em 1942, em meio ao crescente déficit de energia da capital, a empresa iniciou a construção da nova usina de Peti, inaugurada quatro anos mais
tarde com 9.400 kW de potência. Foi o maior investimento em geração realizado
pela CFLMG ao longo de sua trajetória.
Entre as concessionárias privadas que atendiam a mais de um município,
destacavam-se a Companhia Força e Luz Cataguases-Leopoldina, a Companhia Mineira de Eletricidade e a Companhia Sul Mineira de Eletricidade, já citadas, bem
como a Companhia Luz e Força Hulha Branca, na região central, a Companhia Prada de Eletricidade, no Triângulo Mineiro, a Companhia Geral de Eletricidade e a
Siqueira Meireles Junqueira & Cia., na região Sul.
De um modo geral, a maioria das localidades com serviços de ele-
tricidade era abastecida por usinas isoladas, comumente de propriedade
municipal. Esse panorama, denotando grande dispersão de centros de
produção de energia, refletia uma fase incipiente da evolução dos sistemas elétricos no estado.
20
O Plano de Eletrificação
de Minas Gerais
e a criação da Cemig
Em janeiro de 1947, o eleitorado mineiro su-
fragou o nome de Milton Soares Campos na primeira
eleição direta para o governo estadual realizada após
a queda do Estado Novo. Empossado em março do
mesmo ano, o governo Milton Campos formulou um
diagnóstico pioneiro da situação social e econômica
de Minas, lançando ainda em 1947 o Plano de Recuperação Econômica e Fomento da Produção, elaborado
sob orientação de Américo René Gianetti, secretário
de Agricultura e Indústria e uma das principais lideranças empresariais do estado. Apontando a deficiente infra-estrutura de
transportes e energia elétrica como o mais sério entrave ao avanço da industrialização de Minas, o plano
propôs a construção da hidrelétrica de Salto Grande,
no rio Santo Antônio, na região do Rio Doce, e de outras usinas de menor porte com recursos do Fundo
Estadual de Eletrificação, oriundos da Taxa de Serviço de Recuperação Econômica.
As obras de Salto Grande foram iniciadas em
1949 pelo Serviço de Aproveitamento do Rio Santo
Antônio (Sarsa), sob a supervisão direta de Gianetti, visando à instalação de 51 MW na primeira etapa
do empreendimento. Em outra frente, a Secretaria de
Viação e Obras Públicas, chefiada pelo engenheiro
José Seabra Rodrigues, supervisionou a elaboração
de estudos sobre três aproveitamentos: um no rio
Grande (Itutinga) e dois na bacia do rio São Francisco
(Jequitaí e Pandeiros).
Em novembro de 1949, Milton Campos pro-
mulgou a lei nº 510, autorizando o governo mineiro a
organizar empresas de economia mista para construção e operação de centrais hidrelétricas no estado. A lei
Usina Hidrelétrica de Salto Grande
21
previu ainda a realização de estudo das condições técnicas e econômicas das diversas
regiões do território mineiro com vistas ao aproveitamento do potencial hidráulico
nele existente.
No mês seguinte, o governo estadual, representado pelo engenheiro José
Seabra Rodrigues, celebrou contrato com a Companhia Brasileira de Engenharia
(CBE) para a formulação do Plano de Eletrificação de Minas Gerais. Elaborado sob
a coordenação do engenheiro Lucas Lopes, o plano foi concluído em seis meses,
estabelecendo os fundamentos básicos da política de eletrificação adotada pelo
governo mineiro na administração de Juscelino Kubitschek.
O plano da CBE reconhecia a necessidade de intervenção do poder públi-
co nas atividades de energia elétrica, reservando espaço, contudo, para a permanência da iniciativa privada. O plano distinguiu sete zonas eletroeconômicas em
Minas Gerais, para as quais foram investigadas soluções próprias em função das
características econômicas e seus respectivos recursos energéticos.
O capital
social da
Cemig foi
subscrito quase
integralmente
pelo governo
estadual, com
contribuição
ínfima dos
acionistas
particulares.
Nas regiões mais desenvolvidas, onde já existiam sistemas elétricos man-
tidos por empresas privadas, o governo estadual deveria investir na construção
de grandes usinas e linhas de transmissão para suprimento de energia às redes de
distribuição particular ou municipais. Nas áreas de menor desenvolvimento, o poder público deveria cingir-se à concessão de auxílio técnico e apoio para obtenção
de recursos para as empresas particulares e prefeituras. No entanto, o governo do
estado deveria criar condições para uma futura integração dessas unidades em
sistemas regionais. Previu-se também a criação de uma empresa holding, à qual
estariam subordinadas as empresas regionais.
A zona central do estado, polarizada por Belo Horizonte, foi alvo de
um estudo especial, devido à existência de inúmeras entidades produtoras de
energia, independentes e isoladas e de campo de ação restrito. Eram ao todo
25 principais companhias, entre autoprodutores e concessionários de serviço
público, produzindo energia para uma área de aproximadamente 20 mil km2
com uma população de cerca de 1 milhão de habitantes. As usinas localizadas
nesta área somavam 94 mil kW, correspondentes à metade da potência instalada em todo o território mineiro. As maiores centrais geradoras pertenciam à
CFLMG (Rio de Pedras e Peti), ao governo do estado (Gafanhoto), à Companhia
Siderúrgica Belgo Mineira (Ponte Torta e Taquaruçu), à mineradora inglesa The
Saint John Del Rey Mining Company (usinas do rio do Peixe) e à Companhia
Eletroquímica Brasileira (usinas do rio Mainart). O plano previu a interligação de todos os sistemas da zona central do
estado num grande conjunto de operação coordenada, por meio da construção de
centrais geradoras de maior porte e da interconexão dos sistemas existentes.
22
Na primeira mensagem à Assembléia Legislativa,
em agosto de 1951, JK manifestava o propósito de
“aumentar, por todos os meios ao nosso alcance,
a produção de energia elétrica...”
Em janeiro de 1951, Juscelino Kubitschek as-
Santo Antônio (Sarsa). A Companhia de Eletrificação do
sumiu o cargo de governador de Minas, tendo como
Alto Rio Grande (Cearg) ficou responsável pela usina de
meta prioritária promover a modernização e a indus-
Itutinga, destinada ao fornecimento de energia às cidades
trialização do estado. JK propôs concentrar esforços
de Lavras, São João del-Rei e Barbacena. A Companhia de
em dois setores que identificava como pontos bási-
Eletricidade do Médio Rio Doce (CEMRD) foi encarrega-
cos de estrangulamento da economia mineira, sinte-
da da construção da usina de Tronqueiras, voltada para o
tizando seu programa administrativo com o slogan
abastecimento de Governador Valadares.
“Binômio Energia e Transporte”.
O principal responsável pela execução do
va originalmente de um empreendimento privado,
programa de energia do novo governo seria o enge-
concebido durante a Segunda Guerra Mundial pela
nheiro Lucas Lopes, coordenador do plano de eletri-
Companhia Brasileira Carbureto de Cálcio. Em 1950,
ficação elaborado pela CBE. Lopes deixou o cargo de
entretanto, o governo mineiro associou-se ao empre-
diretor da Comissão do Vale do São Francisco (CVSF)
endimento, integralizando metade do capital acioná-
para colaborar com a administração Kubitschek.
rio da Central Elétrica do Piau (Cepiau).
Na primeira mensagem à Assembléia Legis-
Quanto a Piau, importa notar que se trata-
O projeto de criação da Cemig foi encaminha-
lativa, em agosto de 1951, JK manifestava o propósito
do à Assembléia Legislativa juntamente com mensa-
de “aumentar, por todos os meios ao nosso alcance, a
gem de agosto de 1951. No projeto, a nova empresa era
produção de energia elétrica, a fim de que, superada
designada como Companhia Auxiliar de Eletricidade,
essa penosa contingência, Minas disponha da potência
sociedade de economia mista destinada a construir
necessária a alimentar as indústrias novas, a movimen-
e explorar diretamente sistemas de produção, trans-
tar os transportes, a proporcionar às populações várias
missão e distribuição de energia elétrica, bem como a
comodidades domésticas que são outros tantos requi-
controlar as companhias de eletricidade do governo,
sitos do conforto”.
já organizadas ou em fase de organização. Em dezem-
Entre os projetos prioritários na área de energia,
bro de 1951, o projeto foi aprovado e convertido na
constavam os aproveitamentos de Salto Grande, Itutinga,
lei nº 828. Em fevereiro do ano seguinte, a denomi-
Tronqueiras e Piau, além da construção da barragem de
nação Centrais Elétricas de Minas Gerais, abreviada-
Cajuru. Em junho de 1951, três empresas de eletricidade
mente Cemig, foi oficializada pelo decreto nº 3.710,
regionais foram criadas por Juscelino, cada uma associa-
que regulamentou a lei nº 828, completando o arca-
da a um projeto específico. A Companhia de Eletricidade
bouço legal necessário à constituição da empresa. do Alto Rio Doce (Ceard) assumiria as obras de Salto Gran-
de, até então a cargo do Serviço de Aproveitamento do Rio
de 1952 em cerimônia que contou com a presença de
A fundação da Cemig ocorreu em 22 de maio
23
Usina Hidrelétrica de Itutinga
Kubitschek, realizada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. A primeira diretoria da empresa foi composta por Lucas Lopes (presidente) e pelos engenheiros
Pedro Laborne Tavares (vice-presidente), John Reginald Cotrim, Mario Penna Bhering e Mauro Thibau.
Laborne havia feito carreira como engenheiro da prefeitura de Belo Ho-
rizonte, tendo exercido por curto período no ano de 1946 o cargo de prefeito da
capital, por nomeação do interventor João Beraldo. Oriundos do grupo Amforp,
Cotrim e Thibau haviam participado da elaboração do plano de eletrificação estadual e eram considerados especialistas em problemas energéticos. Bhering havia
trabalhado nos Estados Unidos, junto à representação da Allis Chalmers, fabricante norte-americana de equipamentos hidráulicos e elétricos. Em outubro de 1953,
a empresa passou a contar com mais dois diretores: o advogado e economista
Maurício Chagas Bicalho e o engenheiro Flávio Henrique Lira da Silva.
Kubitschek pouco interferiu na escolha do quadro dirigente da Cemig
e de sua gestão administrativa, segundo depoimentos de Lucas Lopes, Cotrim e
Thibau. Uma personalidade muito importante na interlocução da empresa com
o governador e seu secretariado foi o médico Júlio Soares, primeiro presidente
da Companhia de Eletricidade do Médio Rio Doce. Cunhado de Juscelino e seu
conselheiro informal, Soares colaborou ativamente com o grupo fundador da
24
Cemig. Mais tarde, seu nome também foi escolhido
O desequilíbrio entre a oferta e demanda de ener-
para compor a diretoria da empresa. gia elétrica já era um dado evidente, inclusive
No ato de constituição, a Cemig incorporou
nas áreas mais desenvolvidas do país (São Paulo
as ações do governo do estado na Companhia de Ele-
e Rio de Janeiro), por conta de problemas estru-
tricidade do Médio Rio Doce, da Companhia de Ele-
turais e também por causa das más condições hi-
tricidade do Alto Rio Grande, da Companhia de Ele-
drológicas no início da década de 1950.
trificação do Alto Rio Doce e da Central Elétrica do
Piau, que passaram à condição de suas subsidiárias,
lecer novas bases financeiras e institucionais para
assim como o sistema elétrico de Gafanhoto. O capi-
o desenvolvimento do setor elétrico, apresentando
tal social da Cemig foi subscrito quase integralmente
ao Congresso Nacional os projetos do Fundo Fede-
pelo governo estadual, com contribuição ínfima dos
ral de Eletrificação (FFE), do Imposto Único sobre
acionistas particulares.
Energia Elétrica (IUEE) e da Eletrobrás. Os proje-
O segundo governo Vargas buscou estabe-
tos do FFE e do IUEE foram convertidos em lei em
Primeiras realizações
agosto de 1954, uma semana depois do suicídio do
presidente. O projeto da Eletrobrás seria aprovado
A criação da Cemig representou um dos
apenas em 1961, com diversas modificações de seu
marcos pioneiros do processo de formação do se-
texto original, considerado excessivamente centra-
tor estatal na área de energia elétrica, determinado
lizador. Antes da constituição da empresa holding
em ampla medida pela insuficiência dos investi-
federal, o Fundo Federal de Eletrificação foi admi-
mentos das concessionárias de capital privado na
nistrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
expansão de seus sistemas.
Econômico (BNDE), fundado em 1952.
Não só Minas Gerais, mas outros estados
O projeto do Plano Nacional de Eletrificação,
da federação e o governo federal vinham movendo
também proposto por Vargas, não teve a mesma sor-
esforços para ampliar a oferta de energia elétrica
te dos anteriores, sendo arquivado pelo Congresso.
em áreas precariamente eletrificadas ou relegadas
O plano previa a duplicação da capacidade instalada
ao segundo plano pelas grandes empresas estran-
de energia elétrica do país até 1965, contemplando
geiras que dominavam o setor. As empreitadas pio-
diversas obras iniciadas ou programadas por conces-
neiras ocorreram ainda ao tempo da Segunda Guer-
sionárias privadas e públicas, como a Cemig.
ra Mundial por iniciativa dos governos gaúcho,
mineiro e fluminense. Em 1945, ao final do primei-
deu a construção das hidrelétricas de Salto Gran-
ro governo Getúlio Vargas, a União assumiu a res-
de, Itutinga, Tronqueiras e Piau, da barragem de
ponsabilidade pela construção da usina de Paulo
Cajuru, complementar à usina de Gafanhoto, da
Afonso, criando a Companhia Hidro Elétrica do São
usina térmica de reserva na Cidade Industrial de
Francisco (Chesf).
Contagem, além da implantação de uma rede de
Ao voltar ao poder em 1951, Vargas defen-
transmissão com cerca de 800 km de extensão e
deu uma intervenção mais incisiva do Estado no
14 subestações abaixadoras e de interligação. O
setor elétrico como condição fundamental para o
programa pretendia adicionar 100 mil kW ao par-
avanço do processo de industrialização do país.
que gerador de Minas Gerais até 1956, conside-
O programa inicial da Cemig compreen-
25
Usina Hidrelétrica de Tronqueiras
rando no caso de Salto Grande e Itutinga apenas a instalação das máquinas
correspondentes à primeira etapa desses empreendimentos.
Para cumprimento desse arrojado programa, a Cemig contou de imediato com
os recursos da Taxa de Serviços de Recuperação Econômica, vinculados ao Fundo de
Eletrificação. Com o aval da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, a empresa contratou em 1953 o primeiro empréstimo com o Banco Internacional de Reconstrução e
Entre
janeiro e
março de
1955, foram
inauguradas
as usinas
de Itutinga,
Tronqueiras
e Piau.
Desenvolvimento (Banco Mundial), obtendo 7,3 milhões de dólares para a aquisição
de máquinas e equipamentos destinados à usina de Itutinga. O primeiro empréstimo
do BNDE foi concedido para as obras de Salto Grande em 1954. O primeiro empreendimento levado a cabo pela companhia foi a bar-
ragem de Cajuru, no rio Pará, financiada com recursos da Comissão do Vale do
São Francisco (CVSF). Inaugurada em fevereiro de 1954, a barragem permitiu o
pleno aproveitamento da capacidade instalada da usina de Gafanhoto, melhorando a confiabilidade do atendimento aos consumidores da Cidade Industrial
de Contagem. Ainda em 1954, a Cemig instalou a usina diesel da Cidade Industrial, com 1.400 kW, construída em regime de urgência devido à drástica redução das vazões do rio Pará.
Entre janeiro e março de 1955, foram inauguradas as usinas de Itutinga,
Tronqueiras e Piau. No ano seguinte, entraram em operação as duas primeiras
26
unidades geradoras da usina de Salto Grande, ele-
presa alemã Mannesmann decidiu implantar a usina
vando a capacidade instalada da Cemig para 114
siderúrgica do Barreiro, em Belo Horizonte, sob o
MW, correspondentes a pouco mais de um quarto
estímulo e o compromisso do governo Kubitschek
do total estadual.
em suprir a demanda de energia necessária para
Excetuando Tronqueiras, as usinas da Ce-
o funcionamento de seu forno elétrico. A vinda da
mig formaram de imediato um conjunto interliga-
Mannesmann pressionou o poder público, especial-
do, abragendo ampla área das regiões Central e
mente a Cemig, a acelerar o seu plano energético. A
Sul do estado. A empresa liderou o movimento da
fábrica da Mannesmann foi inaugurada em agosto
operação conjunta para a região central, reunindo
de 1954 com demanda inicial de 10 MW. Com a en-
a CFLMG, a Belgo Mineira, a Companhia Aços Espe-
trada em operação da hidrelétrica de Salto Grande,
ciais Itabira (Acesita), proprietária da usina de Sá
a Cemig pôde atender ao compromisso de ampliar
Carvalho, inaugurada em 1951, e outras empresas
o fornecimento para 45 MW.
autoprodutoras. Somente a interligação com a CFL-
MG em 69 kV proporcionou ponderável aumento da
nhia encorajou a instalação e a ampliação de plantas
oferta de energia a Belo Horizonte, sem nenhuma
industriais de outras empresas que necessitavam de
modificação no sistema da subsidiária da Amforp.
ponderáveis blocos de energia para expansão de suas
atividades, como a Belgo Mineira e as companhias de
A Cemig garantiu o fornecimento de ener-
A implantação do sistema elétrico da compa-
gia para a instalação ou ampliação de diversos em-
cimento Itaú, Cauê e Barroso.
preendimentos industriais de vulto. Em 1952, a em-
Nessa fase pioneira, a Cemig funcionou ba-
Assinatura do empréstimo para as obras da Usina de Três Marias. Da esquerda para a direita: Mauro Thibau, o presidente da Cemig, Cândido Hollanda de Lima e o presidente do BNDE, Roberto Campos.
27
sicamente como uma empresa construtora de usinas, adquirindo notável capacitação para a formulação e execução de projetos hidrelétricos e prestígio junto
a agências internacionais de crédito. A participação de empresas construtoras
e técnicos estrangeiros foi muito importante para a formação interna do pessoal, bem como os cursos e estágios no exterior.
Numerosos técnicos e dirigentes da empresa ocupariam altos postos na
administração pública federal e estadual e no setor elétrico nacional. A trajetória
de Lucas Lopes fornece um bom exemplo. Primeiro presidente da Cemig, Lucas
Lopes contribuiu decisivamente para a formulação do programa econômico do
governo Juscelino Kubitschek e sua execução como presidente do BNDE e ministro
da Fazenda entre 1956 e 1959.
Três Marias, os estudos
do rio Grande
e o Plano de Metas de JK
Paralelamente à execução de seu programa inicial de obras, a Cemig rea-
lizou estudos para futuros aproveitamentos hidrelétricos em Minas Gerais, tendo
em vista a expansão de seu sistema elétrico e o atendimento da crescente demanda de energia no estado.
28
O presidente da República, João Goulart, aciona a chave de funcionamento da Hidrelétrica de Três Marias. Ao lado, o governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto
e o presidente da Cemig, Celso Mello de Azevedo.
Elaborado sob a orientação do engenheiro
Lucas Lopes e do economista Roberto Campos,
o Programa de Metas definiu a estratégia
desenvolvimentista do governo JK.
Visita do embaixador dos EUA, C. P. Shoeller, à Usina de Três Marias. Da esquerda para a direita: o embaixador dos EUA, o presidente da Cemig, Cândido Hollanda de Lima, Mário Penna Bhering,
o presidente do Brasil Juscelino Kubitschek, Assis Scafa, Galdino Mendes e Henrique Guatimosin.
Sob a orientação do diretor técnico da em-
da cidade mineira de Passos e da divisa com o estado
presa, John Cotrim, foram iniciadas investigações
de São Paulo.
das possibilidades hidrelétricas do rio Grande desde
suas cabeceiras até o remanso do reservatório da
sou a considerar a construção de Três Marias, em-
usina de Peixoto (depois denominada Mascarenhas
preendimento de múltiplas finalidades no rio São
de Moraes), cuja construção havia sido iniciada em
Francisco que vinha sendo estudado pela CVSF.
1952 pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL),
Tratava-se de obra fundamental para a regulari-
subsidiária do grupo Amforp, atuante no interior do
zação das vazões do rio São Francisco, idealizada
estado de São Paulo. Com base nesse levantamento,
ainda ao tempo em que o engenheiro Lucas Lopes
a Cemig decidiu realizar seu segundo aproveitamento
trabalhara como diretor da CVSF. Em 1955, a Ce-
hidrelétrico no rio Grande: a usina de Camargos, situ-
mig firmou convênio com a comissão, assumindo o
ada a montante de Itutinga. compromisso de rever o anteprojeto da barragem e
do aproveitamento hidrelétrico de Três Marias.
Em 1955, a companhia completou o reconhe-
O planejamento da empresa também pas-
cimento do rio Grande em toda a sua extensão, ava-
Com a posse de Juscelino Kubitschek na pre-
liando seu potencial hidrelétrico em 7.500 kW, mais
sidência da República em janeiro de 1956, os projetos
de duas vezes a potência instalada em todo o país na
de Furnas e Três Marias passaram efetivamente à or-
época. Uma das principais descobertas das investi-
dem do dia. Ampliando em escala nacional sua expe-
gações no rio Grande foi o formidável potencial do
riência no governo de Minas, JK lançou o Programa
local conhecido como corredeiras de Furnas, perto
de Metas com o objetivo de impulsionar o desenvol29
Assinatura do financiamento para a construção da Usina de Camargos, no Export Import Bank. Da esquerda para a direita, Mário Penna Bhering, o presidente da Cemig,
Cândido Hollanda de Lima e o presidente do Eximbank, S. Wangh.
vimento econômico do país, mediante maciços investimentos públicos nos setores
de energia, transportes e indústrias de base.
Elaborado sob a orientação do engenheiro Lucas Lopes e do economista
Roberto Campos, o Programa de Metas definiu a estratégia desenvolvimentista do
governo JK. Quase um quarto dos investimentos globais do Programa de Metas foram destinados ao setor de energia elétrica, visando aumentar a potência instalada
do país em cerca de 5.000 MW no prazo de dez anos.
O aproveitamento de Furnas, dimensionado em 1.200 MW, foi considerado
fundamental para o cumprimento da meta de energia elétrica. Tratava-se de um
empreendimento gigantesco para os padrões da época, mas essencial para o suprimento de energia aos principais mercados consumidores da região Sudeste, em
especial São Paulo. A execução da obra ficou a cargo da Central Elétrica de Furnas,
fundada em fevereiro de 1957 sob a presidência do engenheiro John Cotrim. A criação de Furnas representou, depois da Chesf, a segunda iniciativa
de peso do governo federal no campo da produção de energia elétrica. A empresa foi organizada como uma sociedade de economia mista, controlada pelo
BNDE, com a participação acionária do governo de Minas, representado pela
Cemig, e também do governo de São Paulo e dos grupos privados estrangeiros
Light e Amforp.
30
A construção da grande usina em territó-
responsabilidade financeira pela construção da casa
rio mineiro, mas voltada basicamente para o aten-
de força ao pé da barragem, a compra dos equipa-
dimento do mercado de energia elétrica paulista,
mentos eletromecânicos e a implantação do sistema
chegou a suscitar a oposição do governador minei-
de transmissão até Belo Horizonte.
ro, José Francisco Bias Fortes, celebrizada pelo slo-
gan “Minas não pode ser a caixa-d’água do Brasil”.
em janeiro de 1961, propiciando a regularização da
De fato, a área a ser inundada pelo reservatório de
vazão do rio São Francisco para múltiplas finalidades
Furnas era bastante extensa, abrangendo diversos
(navegação, irrigação, saneamento e geração de ener-
municípios da região sul do estado. Após delicadas
gia) e justificando em ampla medida o grande investi-
negociações, Bias Fortes avalizou a participação da
mento em sua construção. Em julho de 1962, a usina
Cemig no capital de Furnas, assegurando à conces-
de Três Marias entrou em operação com duas unida-
sionária mineira o direito de aquisição de 50% da
des geradoras de 66 MW de potência unitária. Com o
energia gerada pela usina.
início do funcionamento da usina, a Cemig passou a
contar com 396 MW de capacidade instalada, corres-
Também contemplado no Programa de Me-
A barragem de Três Marias foi inaugurada
tas, o empreendimento de Três Marias representou,
pondentes a quase metade do total estadual.
sem dúvida, o primeiro desafio de grande porte da
Cemig. Em 1956, a CVSF firmou novo convênio com
volvido pela Cemig até o início da década da 1960
a Cemig, delegando plenos poderes à concessionária
compreendeu ainda a conclusão dos aproveitamen-
mineira para a execução das obras de Três Marias.
tos de Salto Grande e Itutinga, a ampliação de Tron-
O convênio estabeleceu que a construção da barra-
queiras, Pai Joaquim e Santa Marta, a construção de
gem seria custeada com recursos orçamentários da
Camargos e Pandeiros e a instalação de uma unidade
CVSF e financiamento do BNDE, cabendo à Cemig a
geradora ao pé da barragem de Cajuru. Além disso, a
O programa de geração hidrelétrica desen-
O governador de Minas Gerais, Bias Fortes, e o presidente da Cemig, Cândido Hollanda de Lima, inauguram a Hidrelétrica de Camargos.
31
empresa instalou pequenas unidades diesel em diversas localidades, como Montes
Claros, Araxá e Teófilo Otoni.
O crescimento da capacidade geradora foi acompanhado por um cresci-
mento equivalente do parque industrial mineiro. No decorrer da década de 1950,
a Cemig assegurou a expansão da oferta de energia para grandes empresas que
instalaram ou ampliaram suas plantas industriais no estado. Em 1962, a companhia
atendia 1.800 consumidores industriais que absorviam mais de 80% de sua produção de energia elétrica. Entre os principais consumidores industriais, figuravam a
Mannesmann (tubos de aço), a Belgo Mineira (laminados de aço), a Alumínio de
Minas Gerais – Aluminas (alumínio e ferroligas), a Usinas Siderúrgicas de Minas
Gerais – Usiminas (chapas de aço), a Companhia Siderúrgica Nacional – CSN (ferroligas), a Usinas Queiroz Júnior (laminados de aço) e as companhias de cimento
Barroso, Itaú e Cauê.
Em novembro
de 1962, a
Cemig e o
consórcio
Canambra
assinaram o
contrato para
a avaliação
do potencial
hidráulico dos
seis principais
rios de Minas
Gerais...
A companhia também ampliou o suprimento de energia para diversas con-
cessionárias, notadamente a CFLMG, participando do esquema especial de atendimento a Belo Horizonte, por ocasião do racionamento de 1959. Cumpre ressaltar
ainda a expansão da empresa na área de distribuição. Em 1956, a Cemig atendia
diretamente a apenas 16 localidades, como Barbacena, Betim, Contagem, Governador Valadares, Montes Claros, Sabará e São João del-Rei, contando um total de 10
mil consumidores. Em 1962, a companhia já era responsável pelo abastecimento
direto de 69 municípios, superando a marca dos 100 mil consumidores.
No início da década de 1960, visando racionalizar a administração e
os custos operacionais da companhia, a Cemig promoveu a incorporação de
suas quatro subsidiárias regionais, a saber: a Companhia de Eletricidade do
Médio Rio Doce, em 1961, a Companhia de Eletrificação do Alto Rio Doce e a
Central Elétrica de Piau, em 1962, e a Companhia de Eletricidade do Alto Rio
Grande, em 1963.
Os estudos Canambra e a consolidação
da Cemig como grande empresa geradora
O desenvolvimento do setor elétrico brasileiro na década de 1960 foi mar-
cado pela crescente intervenção estatal, acompanhada de clara tendência à centralização dos processos decisórios na órbita federal. As mudanças institucionais
foram notáveis, começando pela criação do Ministério de Minas e Energia (MME)
em 1960 e da Eletrobrás em 1962.
Sob o regime militar instaurado em 1964, a Eletrobrás desempenha-
ria um papel preponderante no setor elétrico, acumulando as funções de
32
holding das empresas federais de eletricidade,
principal agência de financiamento setorial e en-
zação de grande número de empresas distribuidoras, aí
tidade coordenadora do planejamento da expan-
incluindo a maioria das ex-subsidiárias da Amforp e das
são e operação dos sistemas elétricos do país.
concessionárias privadas nacionais. Em Minas, a Cemig
Assistiu-se também à reestruturação dos órgãos
incorporou a Companhia Força e Luz de Minas Gerais
responsáveis pelas funções normativas, de fisca-
(CFLMG), representante do grupo Amforp no estado até
lização e controle dos serviços de eletricidade.
1964, bem como a Companhia Mineira de Eletricidade
O Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica
(CME), a Companhia Sul Mineira de Eletricidade (CSME)
(CNAEE), criado no primeiro governo Vargas, foi
e outras concessionárias constituídas por empresários
extinto em 1969, cedendo lugar ao Departamento
locais. A principal conseqüência dessas incorporações
Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE).
foi a ampliação das responsabilidades da Cemig na área
de distribuição. O crescimento do parque gerador nacional
Vale registrar também o processo de estaduali-
passou a depender quase exclusivamente dos inves-
O esforço integrado de planejamento entre
timentos realizados pelas empresas do grupo Eletro-
as empresas do setor foi fundamental para o desen-
brás e pelas concessionárias pertencentes aos gover-
volvimento de sistemas elétricos interligados de
nos de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande
grande porte, notadamente na região Sudeste. Ainda
do Sul. A presença das concessionárias de capital
no governo Kubitschek, as principais concessionárias
privado estrangeiro foi eliminada em decorrência da
da região organizaram um grupo de trabalho para o
compra das subsidiárias da Amforp e Light pelo go-
estudo de diretrizes de planejamento de longo pra-
verno federal, por intermédio da Eletrobrás, em 1964
zo, levando em conta a necessidade imprescindível
e em 1979, respectivamente.
de integração de seus sistemas. Participaram desse
Usina Hidrelétrica de Funil
33
Visita do governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek, às obras da Hidrelétrica de Salto Grande. Da esquerda para a direita, Sérgio Octaviano de Almeida,
Custódio Braga, Juscelino Kubitschek, Alfredo E. Santiago, John Reginald Cotrim e o presidente da Cemig, Lucas Lopes.
grupo de trabalho técnicos de Furnas, Cemig, Light, Amforp e das concessionárias
criadas pelo governo paulista para a construção de hidrelétricas nas bacias dos
rios Paranapanema, Tietê e Pardo. As recomendações do grupo foram aceitas pelo
MME como um guia para a política de eletrificação na região Sudeste, sendo aprovadas pelo presidente Jânio Quadros em julho de 1961.
A oportunidade de realizar um trabalho mais amplo surgiu logo em segui-
da. Em setembro de 1961, a Cemig solicitou a colaboração do Fundo Especial das
Nações Unidas, depois denominado Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), visando à obtenção de recursos para o estudo do potencial
hidrelétrico do estado de Minas Gerais.
No início de 1962, a empresa mineira obteve uma doação de 735 mil dóla-
res, mas por recomendação do Banco Mundial, agente executor do fundo, a proposta original foi estendida para os demais estados da região Sudeste. Em junho
do mesmo ano, o Banco Mundial selecionou três empresas de engenharia para a
execução do levantamento do potencial hidráulico e do mercado de energia elétrica da região Sudeste. A escolha recaiu sobre as firmas canadenses Montreal Engineering Company e G. E. Crippen and Associates e a norte-americana Gibbs and
Hill, que formaram a consórcio Canambra Engineering Consultants Limited.
Em novembro de 1962, a Cemig e o consórcio Canambra assinaram o
contrato para a avaliação do potencial hidráulico dos seis principais rios de Mi-
34
O esforço integrado de planejamento entre as
empresas do setor foi fundamental para o
desenvolvimento de sistemas elétricos interligados
de grande porte, notadamente na região Sudeste.
nas Gerais e de parte adjacente do estado de Goiás.
Eletrobrás, que estava começando a se estruturar,
O trabalho seria realizado pelo chamado grupo de
delegou a Furnas o encargo de representá-la nos
Belo Horizonte, composto por técnicos da Cemig
trabalhos do Comitê.
e especialistas da Canambra, sob a direção do en-
genheiro canadense George Eckenfelder. O levanta-
quadro de graves dificuldades no abastecimento de
mento das demais bacias da região Sudeste, desde
energia elétrica aos estados da Guanabara, Rio de
o norte do estado do Rio de Janeiro até o norte do
Janeiro e São Paulo, cabendo destacar que a entra-
Paraná, ficou a cargo de outro grupo de trabalho,
da em operação da usina de Furnas, em setembro de
sediado em São Paulo. Em abril de 1963, com o ob-
1963, evitou um iminente colapso no fornecimento
jetivo específico de supervisionar os trabalhos, o
de energia ao parque industrial carioca e paulista.
MME criou o Comitê Coordenador de Estudos Ener-
géticos da Região Centro-Sul (denominação então
cos abrangeu uma área com 1,1 milhão de km 2,
adotada para a região Sudeste), composto por re-
dos quais 650 mil ficaram a cargo do grupo de
presentantes do próprio ministério, do Banco Mun-
Belo Horizonte e 450 mil sob responsabilidade do
dial, de Furnas e dos governos dos estados da Gua-
grupo de São Paulo. A extensão da área total in-
nabara, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A
vestigada, as centenas de locais pesquisados e a
Os estudos foram iniciados em meio a um
O levantamento dos potenciais hidráuli-
Usina Hidrelétrica de Jaguara
35
profundidade das análises técnico-econômicas permitem situar esse levantamento como um marco decisivo na história do setor elétrico brasileiro.
O grupo de Belo Horizonte procedeu ao exame de 280 locais de aprovei-
tamentos e à coleta de dados topográficos, geológicos e hidrológicos suficientes
para uma avaliação preliminar dos respectivos potenciais hidráulicos e custos de
investimento. Dos locais relacionados no inventário, 11 foram estudados em nível
de viabilidade, a saber: Funil, Jaguara, Igarapava, Volta Grande, Porto Colômbia e
Marimbondo, no rio Grande, São Simão, no rio Paranaíba, Óculos e Aimorés, no rio
Doce, Terra Branca e Salto da Divisa, no rio Jequitinhonha.
A década
de 1970 foi
crucial para a
consolidação
da Cemig...
Em dezembro de 1966, a Canambra apresentou o relatório final dos estudos ener-
géticos da região Sudeste, propondo um amplo programa de construção de usinas e linhas
de transmissão para atendimento da demanda de energia elétrica na região até 1980 e o
inventário de um potencial estimado em 38 mil MW. Em fevereiro de 1967, atendendo à exposição de motivos do ministro de Minas e Energia, Mauro Thibau, o presidente Humberto
Castelo Branco aprovou o relatório para fins de execução e de obtenção de financiamento
externo e interno do programa de obras recomendado. Uma vez concluídos os trabalhos
da região Sudeste, foram iniciados os estudos da região Sul, com a ajuda financeira da ONU
e do mesmo grupo de consultores canadense-americano. Estudos semelhantes foram realizados nas demais regiões do país, mas já por iniciativa da Eletrobrás e com a participação
de empresas de consultoria nacionais.
Entre 1962 e 1963, na fase inicial dos estudos da Canambra, Cemig e Furnas
travaram acirrada disputa pelo direito de concessão do aproveitamento hidrelétrico de Estreito, localizada no rio Grande, logo abaixo do ponto em que o rio começa
a separar os estados de Minas e São Paulo.
Usina Hidrelétrica de Volta Grande
36
Usina Hidrelétrica de Pandeiros
Os argumentos da Cemig foram apresentados
Em 1964, o governo federal avalizou a constru-
em extenso relatório publicado em janeiro de 1963.
ção de Jaguara e de outros empreendimentos julgados
Nele, a companhia manifestava a convicção de que a
prioritários pela Canambra e pelo Comitê Coordenador
usina de Estreito era a solução que melhor convinha
de Estudos Energéticos da região Centro-Sul. Iniciadas
à necessidade de prover a sua própria geração para a
em 1966, as obras de Jaguara, maior hidrelétrica da
consolidação do processo de industrialização de Mi-
Cemig no rio Grande, foram concluídas em cinco anos.
nas. A Cemig destacava também que as disponibilida-
Com 424 MW de potência, a usina entrou em operação
des energéticas de Estreito poderiam ser plenamente
em 1971, permitindo à companhia superar a marca de 1
aproveitadas pelo futuro sistema interligado da re-
milhão de kW de capacidade instalada.
gião Sudeste, beneficiando o conjunto da região.
Não obstante a intensa mobilização da Cemig,
ta pela Canambra, a Cemig levou a cabo a motoriza-
do governador mineiro, José de Magalhães Pinto, e das
ção de Três Marias. Com a instalação de mais quatro
lideranças políticas e empresariais do estado, o gover-
unidades geradoras, a usina atingiu a capacidade de
no federal deu ganho de causa a Furnas. Apesar do des-
396 MW em 1969.
fecho desfavorável, a luta por Estreito foi muito impor-
tante para a afirmação da Cemig, segundo depoimentos
expansão de seu sistema de transmissão, assegurando
de seus principais dirigentes. “Foi uma luta que valeu a
a ligação de novos consumidores e a ampliação de car-
pena ser travada”, conforme o relato do engenheiro Cel-
ga dos existentes. Entre 1962 e 1971, a malha de trans-
so Mello de Azevedo, presidente da companhia na épo-
missão da Cemig ganhou uma nova configuração com a
ca. Com efeito, em setembro de 1963, a Cemig obteve a
construção de aproximadamente 6 mil km de linhas em
concessão do aproveitamento hidrelétrico de Jaguara,
alta e extra-alta tensão, alcançando cidades bastante
no rio Grande, a jusante de Estreito.
distantes entre si, como Uberlândia e Uberaba, no Tri-
Ainda de acordo com a programação propos-
A companhia empreendeu notável esforço de
37
Usina Hidrelétrica de São Simão
ângulo Mineiro, Governador Valadares, na região do Rio Doce, e Juiz de Fora, na Zona
da Mata. Para escoamento da produção adicional de Três Marias, a empresa promoveu a duplicação da linha entre a usina e a subestação do Barreiro, em Belo Horizonte,
elevando seu nível de tensão de 275 kV para 345 kV. Cumpre destacar ainda a expansão
do sistema de 345 kV com a entrada em operação da linha entre a usina de Jaguara e a
subestação de Taquaril, instalada na capital estadual.
A capacidade
de geração
da Cemig
aumentou
quatro vezes
no período
compreendido
entre 1973
e 1983...
A trajetória da Cemig ao longo da década de 1960 também foi marcada
pela ampliação do seu escopo de atividades e pelo crescimento da área atendida
diretamente pela empresa. Em fevereiro de 1962, a Eletrificação Rural de Minas
Gerais (Ermig) foi criada como subsidiária da Cemig, dando início ao primeiro programa ordenado de eletrificação rural implementado no país por uma concessionária de energia elétrica. Em maio de 1968, a companhia formalizou parceria com
o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BMDG) para a criação do Instituto
de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais (Indi) com o objetivo de fortalecer
o aparato institucional de apoio à industrialização do estado.
As responsabilidades da empresa na área de distribuição aumentaram
progressivamente. Em 1967, a Cemig adquiriu o controle acionário da Companhia
Sul Mineira de Eletricidade (CSME), passando a administrar os serviços de eletricidade em 57 localidades do sul do estado. Em 1969, foi a vez da Empresa Luz e Força
Ituiutabana (Elfisa), concessionária dos serviços de energia elétrica em Ituiutaba,
no Triângulo Mineiro. Ainda nesse ano, a empresa adquiriu o sistema da usina de
Pandeiros, implantado pela Comissão do Vale do São Francisco (CVSF) para atendimento das cidades de Januária e São Francisco, no norte do estado.
38
São Simão, maior usina da companhia, representou
um grande desafio tanto do ponto de vista
técnico como político, a começar pela dura disputa
pela concessão de seu potencial hidrelétrico.
A década de 1970 foi crucial para a consolida-
até a entrada em operação da usina de Itaipu em 1984.
ção da Cemig como grande empresa geradora, não obs-
A capacidade de geração da Cemig aumentou
tante o fortalecimento da órbita federal nas iniciativas
quatro vezes no período compreendido entre 1973 e
de investimento do setor. Empreendimentos gigantes-
1983, alcançando a marca de 4.460 MW. Esse grande
cos como os aproveitamentos de Itaipu e Tucuruí exigi-
salto foi assegurado pela construção das hidrelétri-
ram a concentração de recursos financeiros e a centra-
cas de Volta Grande, São Simão e Emborcação e da
lização dos processos decisórios na Eletrobrás. Mesmo
termelétrica de Igarapé.
assim, a Cemig e mais três empresas estaduais, nome-
adamente, a Centrais Elétricas de São Paulo (Cesp), a
companhia deu prioridade à construção de Volta Grande,
Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e a
situada no baixo rio Grande, na divisa de Minas com São
Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Rio
Paulo. As obras começaram em 1970, simultaneamente
Grande do Sul, responderam por parcela ponderável
aos trabalhos de montagem eletromecânica de Jaguara. A
dos investimentos que garantiram a extraordinária ex-
hidrelétrica entrou em operação em 1974, completando a
pansão de oferta de energia nas regiões Sudeste e Sul
capacidade de 380 MW no ano seguinte. Tal como previsto nos estudos da Canambra, a
Inauguração da Hidrelétrica de São Simão, em 24/6/1978, com a presença do presidente do Brasil, Ernesto Geisel.
39
Na área de
desenvolvimento
energético,
a Cemig
intensificou
a pesquisa
de fontes
alternativas
e não
convencionais
de energia...
São Simão, maior usina da companhia, representou um grande desafio tanto
do ponto de vista técnico como político, a começar pela dura disputa pela concessão
de seu potencial hidrelétrico. Alguns dirigentes do setor elétrico federal contestaram
a concessão obtida pela Cemig em 1965, argumentando sem sucesso que a usina era
demasiado grande para o mercado da empresa. As obras de São Simão foram iniciadas
em 1973, com o apoio da Eletrobrás, presidida na época pelo engenheiro Mario Bhering, do Banco Mundial e de bancos privados internacionais. Inaugurada em 1978, a
usina atingiu a capacidade de 1.613 MW no ano seguinte, quando passou a operar com
seis unidades geradoras. A capacidade de São Simão seria elevada para 1.710 MW em
1996, graças ao trabalho de repotenciação de seus geradores.
A termelétrica de Igarapé foi instalada nas proximidades de Belo Hori-
zonte com o objetivo de assegurar maior confiabilidade ao sistema energético da
companhia nos períodos hidrológicos desfavoráveis. A usina entrou em operação
experimental em 1978 com uma unidade geradora de 125 MW.
Comemoração dos 25 anos da Cemig. Da esquerda para a direita: o ministro da indústria e comércio, João Camilo Penna, o presidente da Cemig, Francisco Afonso Noronha,
o primeiro presidente da Cemig, Lucas Lopes, o ex-presidente da Cemig, Celso Mello de Azevedo e o ex-diretor da Cemig, João Franzen de Lima.
Procurando antecipar-se às necessidades energéticas configuradas pelo cres-
cimento econômico de Minas, a companhia planejou a construção de sua segunda
maior usina, Emborcação, também situada no rio Paranaíba, entre Minas e Goiás. As
obras civis começaram em 1977 e em 1982 entraram em funcionamento duas unidades
de 298 MW de potência unitária. Em 1983, mais duas unidades de mesma potência foram instaladas, elevando a capacidade de Emborcação para 1.192 MW.
No segmento de transmissão, a Cemig promoveu a expansão da rede de 345
kV associada às usinas do rio Grande e implantou as primeiras linhas de 500 kV para
o escoamento da energia de São Simão em direção à subestação de Neves, nas pro40
ximidades de Belo Horizonte, e sua interligação com
no estado até 1964, quando foi comprada junta-
as hidrelétricas de Água Vermelha (Cesp) e Itumbiara
mente com as demais subsidiárias do grupo nor-
(Furnas). Com a inauguração de Emborcação, o sistema
te-americano pelo governo federal, a CFLMG pas-
de 500 kV passou a abranger as duas grandes usinas
sou para o controle da Cemig mediante a compra
construídas pela companhia no rio Paranaíba.
das ações de propriedade da Eletrobrás, sendo
O intercâmbio de energia com Furnas, Cesp
incorporada imediatamente ao sistema da estatal
e outras empresas aumentou na medida em que o
mineira. Ainda em 1973, a Cemig incorporou os
sistema interligado da região Sudeste tornou-se
bens e instalações da Companhia Prada da Ele-
mais complexo. Em 1973, o governo federal impôs
tricidade, situados em território estadual, assu-
a centralização da operação das principais usinas,
mindo o fornecimento direto de energia aos mu-
reservatórios e linhas de transmissão da região,
nicípios de Uberlândia, Araguari e Tupaciguara.
constituindo o Grupo Coordenador para Operação
Em 1978, ocorreu a incorporação da Companhia
Interligada (GCOI), sob a direção da Eletrobrás. In-
Luz e Força Hulha Branca, atuante nas cidades
tegrada desde o primeiro momento à estrutura do
de Curvelo, Corinto e Diamantina. Dois anos de-
GCOI, a Cemig colaborou para o contínuo aprimo-
pois, foi a vez da tradicional Companhia Mineira
ramento dos esquemas de coordenação da opera-
de Eletricidade (CME), concessionária da região
ção do sistema interligado regional.
de Juiz de Fora.
Como empresa distribuidora, a Cemig
Diversas usinas de pequeno porte passaram
ampliou consideravelmente sua presença no ter-
ao controle da Cemig em decorrência da incorpora-
ritório mineiro. Em 1973, a empresa incorporou
ção das empresas acima mencionadas e de outras
a Companhia Força e Luz de Minas Gerais (CFL-
concessionárias locais. Algumas dessas usinas foram
MG), responsável pela distribuição de eletricida-
desativadas e outras reformadas pela companhia, in-
de na capital mineira. Representante da Amforp
tegrando atualmente seu parque gerador.
Início das obras da usina de Nova Ponte e implantação da nova cidade, pelo governador de Minas Gerais, Newton Cardoso e o presidente da Cemig, Geraldo Paulino Santana.
41
A transformação em companhia
energética e as dificuldades dos anos 80
A consolidação da Cemig como grande empresa integrada de geração, trans-
missão e distribuição de energia elétrica ocorreu em meio a notáveis transformações
no panorama econômico de Minas Gerais. O surto de investimentos da década de 1970
assegurou um novo e decisivo impulso ao processo de industrialização do estado. A
estrutura produtiva da indústria mineira experimentou uma significativa diversificação com a instalação da Fiat Automóveis e de outras empresas nacionais e estrangeiras nos setores de bens de capital e bens de consumo duráveis.
Na década de 1980, o desempenho da economia mineira teve como pano
de fundo as dramáticas transformações na economia nacional provocadas pelos
choques externos e pelo esgotamento do modelo de substituição de importações.
O Produto Interno Bruto (PIB) estadual cresceu em média apenas 2,4% ao ano, taxa
bastante inferior à média de 11,6% da década anterior. A grave crise econômica e financeira do país teve reflexos diretos sobre o
setor elétrico. Diante das restrições tarifárias, fiscais e de crédito externo, as empresas de energia elétrica sofreram rápida retração de sua base de financiamento.
Neste contexto, a Cemig teve que reduzir seu programa de obras, controlar seu
endividamento, restringir gastos operacionais e administrativos e adaptar-se às
restrições de investimento e às baixas taxas de remuneração.
Na área de desenvolvimento energético, a Cemig intensificou a pesquisa de fon-
tes alternativas e não convencionais de energia, em consonância com as políticas de racionalização do consumo de derivados de petróleo, adotadas pelos governos federal e estadual em decorrência do segundo choque do petróleo. Além de estudos sobre o potencial
de energia eólica e solar e de viabilidade da utilização do gás natural em Minas, a empresa
preocupou-se com o levantamento das possibilidades de produção e utilização da energia
de biomassa, como lenha, carvão vegetal, álcool, bagaço de cana, resíduos agroindustriais
e óleos vegetais, sem falar no programa de eletrotermia, voltado para a substituição de
consumo de derivados de petróleo por energia elétrica.
Sob a coordenação da Cemig, foram iniciados os trabalhos de planejamento
energético global de Minas com a participação de diversas entidades estaduais direta
ou indiretamente ligadas à área energética, como o DAE-MG, o Instituto Estadual de
Florestas (IEF), o Indi, o BDMG, a Fundação João Pinheiro e a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec).
Em setembro de 1984, a transformação da empresa em Companhia Energética
de Minas Gerais foi aprovada pela lei estadual nº 8.655, promulgada pelo governador
42
Hélio Garcia. De acordo com a lei, o estatuto social da
implementando a partir de 1981 o programa Minas
Cemig foi alterado, permitindo a participação da com-
Luz, com apoio da Eletrobrás e do Banco Interameri-
panhia em gama mais ampla de atividades relativas ao
cano de Desenvolvimento (BID). Após a incorporação
setor de energia. Com a participação do governo estadu-
da Ermig, ocorrida em 1983, a companhia lançou o
al e da prefeitura de Belo Horizonte, a Cemig organizou
programa Cemig-Rural, visando à duplicação do nú-
uma empresa subsidiária para produção, transporte e
mero de ligações elétricas das propriedades rurais
distribuição de gás combustível ou de seus subprodu-
no estado.
tos e derivados, constituindo em julho de 1986 a Com-
panhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).
distribuição de energia elétrica do DAE-MG nos mu-
Na área de distribuição, a empresa investiu
nicípios do norte do estado e do vale do Jequitinho-
na ligação de novas localidades e na melhoria e ex-
nha. Áreas remanescentes da CPFL e da Light em
tensão das redes de distribuição urbana e periferia,
municípios da região Sul e da Zona da Mata também
Em 1985, a Cemig assumiu os serviços de
Assinatura de convênio para a construção da Usina de Queimado. Da esquerda para a direita: o presidente da Cemig, Carlos Eloy e o presidente da Aneel, José Mário Abdo.
foram encampadas no mesmo ano. A presença da Ce-
investimento e das revisões dos planos de expansão do se-
mig como empresa distribuidora passou a abranger
tor elaborados sob a coordenação da Eletrobrás. Cumpre
96% do território mineiro, restando de fora apenas as
ressaltar que Itaipu também representou um óbice para a
áreas atendidas pela Cataguases-Leopoldina, pelo De-
construção de novas usinas pelas empresas atuantes nas
partamento Municipal de Energia Elétrica de Poços
regiões Sudeste e Sul. A hidrelétrica binacional entrou em
de Caldas (DME), pela Empresa Elétrica Bragantina e
operação comercial em 1985, completando a instalação
pela Companhia Luz e Força de Mococa.
de seu conjunto de máquinas em 1991. Nesse ínterim, o
aumento de oferta de energia elétrica às regiões Sudeste e
No tocante à geração, diversos projetos foram
adiados em virtude das graves restrições financeiras para
Sul deveu-se quase exclusivamente a Itaipu.
43
Em 1987, não obstante todas as restrições e constrangimentos econômico-finan-
ceiros, a Cemig iniciou a construção da usina de Nova Ponte, no rio Araguari, retomando o
programa de obras de geração, interrompido desde a conclusão de Emborcação.
O projeto de Nova Ponte obedeceu às novas diretrizes de legislação
ambiental para os empreendimentos do setor elétrico estabelecidas justamente em 1987 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Inaugurada em 1994, Nova Ponte atingiu a capacidade final de 510 MW no ano
...em 1993,
a União
autorizou a
formação de
consórcios entre
concessionários
de serviços
públicos e
autoprodutores
para a
exploração de
aproveitamentos
hidrelétricos.
seguinte. Terceira maior usina do parque gerador da Cemig, a hidrelétrica
propiciou um significativo ganho de energia para o sistema interligado da
região Sudeste, em virtude da localização privilegiada e grande capacidade
de regularização de seu reservatório.
Paralelamente à construção de Nova Ponte, projetos de geração de menor
porte, como a hidrelétrica de Machado Mineiro e a usina eólica de Morro do Camelinho, também foram desenvolvidos pela Cemig. Além disso, a companhia deu continuidade ao aproveitamento do potencial hidrelétrico do rio Araguari, iniciando as
obras da usina de Miranda em 1990.
A reorganização do setor elétrico na década
de 1990 e a construção de novas usinas
Ao longo da década de 1990, o governo federal adotou um conjunto de me-
didas legislativas e executivas que alteraram profundamente o modelo tradicional
de organização do setor elétrico. A reestruturação do setor compreendeu a privatização de numerosas concessionárias federais e estaduais, a liberalização do mercado para a entrada do capital privado em novos empreendimentos de geração, a
separação das atividades de geração, transmissão e distribuição e a reformulação
das entidades especializadas nas funções de regulação, planejamento da expansão
e coordenação da operação dos sistemas elétricos brasileiros. As mudanças começaram no governo do presidente Itamar Franco (1992-
1994) com a promulgação da lei nº 8.631, em março de 1993. A lei suprimiu o regime
de remuneração garantida e a equalização tarifária, permitindo ainda a conciliação
de débitos e créditos intra-setoriais e do setor com a União, com o objetivo de
estancar a inadimplência de empresas de energia elétrica. Ainda em 1993, a União
autorizou a formação de consórcios entre concessionários de serviços públicos e
autoprodutores para a exploração de aproveitamentos hidrelétricos.
O primeiro governo Fernando Henrique Cardoso (1995-1998) acelerou o pro-
cesso de reformas institucionais, promovendo ampla abertura do setor ao capital pri-
44
Assinatura da ordem de serviço para início das obras da Usina de Funil. Da esquerda para a direita: o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais
e o vice-presidente da Cemig, Guy Maria Villela Paschoal.
vado, mediante a venda de empresas estatais e a licita-
ma Elétrico (ONS) e o Mercado Atacadista de Energia
ção de concessões para novas obras de geração.
(MAE). Constituído como entidade privada, o ONS
A licitação para a concessão dos serviços
assumiu as funções do GCOI, tornando-se responsá-
públicos tornou-se obrigatória a partir de fevereiro
vel pela coordenação e controle da operação do sis-
de 1995 com a promulgação da lei nº 8.987. Em julho
tema interligado nacional. Ao MAE caberia a função
do mesmo ano, a lei nº 9.074 fixou regras específi-
de intermediar as transações de compra e venda de
cas para a concessão dos serviços públicos no se-
energia entre concessionários, produtores indepen-
tor elétrico, reconhecendo a figura do Produtor In-
dentes, distribuidores e comercializadores.
dependente de Energia (PIE), liberando os grandes
consumidores do monopólio comercial das conces-
ca ocorreu simultaneamente à montagem do novo ar-
sionárias e assegurando livre acesso aos sistemas
cabouço institucional, começando pela venda das duas
de transmissão e distribuição.
distribuidoras federais que integravam o grupo Eletro-
Outro passo importante foi a criação da
brás, nomeadamente a Espírito Santo Centrais Elétricas
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como
(Escelsa) e a Light Serviços de Eletricidade, atuantes
novo órgão regulador e fiscalizador dos serviços de
nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.
eletricidade no país. A agência começou a funcio-
nar em 1997, assumindo o lugar do DNAEE, extinto
venda de concessionárias estaduais, antecipando
no mesmo ano.
recursos financeiros aos estados por conta das fu-
Os contornos básicos do novo marco regu-
turas privatizações. As operações de adiantamento
latório setorial foram definidos em maio de 1998 pela
de recursos, a cargo do Banco Nacional de Desen-
lei nº 9.648, que criou o Operador Nacional do Siste-
volvimento Econômico e Social (BNDES), estimula-
A privatização de empresas de energia elétri-
O governo federal decidiu ainda apoiar a
45
Inauguração da Usina Funil. Da esquerda para a direita: o presidente da Cia. Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco
e o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais.
ram de fato a venda de numerosas empresas estaduais a partir de 1996, contribuindo para a significativa alteração da estrutura de propriedade do setor. No
final de 1998, mais da metade do mercado nacional de distribuição já estavam
sob o controle da iniciativa privada, com participação expressiva de grupos
norte-americanos e europeus.
O governo de Minas obteve um empréstimo do BNDES, vinculado à deses-
tatização da Cemig, mas acabou optando por buscar um sócio estratégico, mediante a venda de um terço do capital votante da companhia. Em maio de 1997, o consórcio Southern Electric Brasil Participações adquiriu 32,96% do capital ordinário
da Cemig por R$ 1,13 bilhão, em leilão público realizado pelo BNDES. O consórcio
comprador foi formado pelas empresas norte-americanas de energia elétrica Southern Electric e AES e pelo grupo investidor brasileiro Opportunity.
Nessa altura, a Cemig já havia firmado parcerias com grandes consu-
midores de energia elétrica em Minas para a consecução dos aproveitamentos
hidrelétricos de Igarapava, no médio rio Grande, e Porto Estrela, no rio Santo
Antônio, perto da usina de Salto Grande, ao mesmo tempo em que ultimava as
obras da usina de Miranda, no rio Araguari.
A construção de Miranda, embora iniciada em 1990, só ganhou impulso após a
inauguração de Nova Ponte, quatro anos mais tarde. A hidrelétrica entrou em operação
comercial em 1998, acrescentando 408 MW à capacidade de geração da companhia.
O aproveitamento de Igarapava representou um marco pioneiro no setor elé-
trico nacional pelo modelo de associação com a iniciativa privada e pela utilização
46
As usinas de Sá Carvalho e de Ipatinga foram
adquiridas da Companhia Aços Especiais de
Itabira (Acesita) e da Usinas Siderúrgicas de
Minas Gerais (Usiminas), respectivamente.
de turbinas tipo Bulbo, inédita na América Latina. O
para o aproveitamento de Porto Estrela foi outorgada
consórcio empreendedor foi constituído em 1994 pela
em 1997, após concorrência promovida pelo DNAEE,
Cemig e por cinco grandes consumidores de eletricida-
uma das primeiras realizadas no país com base na
de: a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), a Compa-
nova legislação de concessão de serviços públicos.
nhia Mineira de Metais (CMM), do grupo Votorantim, a
As obras foram iniciadas em 1999 e concluídas dois
Eletrosílex, a Mineração Morro Velho (MMV) e a recém-
anos depois. Com 112 MW de capacidade instalada, a
privatizada Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
usina está localizada no Vale do Aço, uma das regiões
Cumpre destacar a participação majoritária do capital
de maior consumo energético da Cemig.
privado no consórcio, ampliada três anos depois com a
desestatização da CVRD. Com 210 MW de potência ins-
energia elétrica, observada em seguida à implantação
talada, a usina entrou em operação comercial em 1999.
do Plano Real em 1994, a Cemig apoiou a construção
A hidrelétrica de Porto Estrela foi construí-
de novas usinas pela iniciativa privada em Minas, nota-
da em parceria com a CVRD e a Companhia Têxtil de
damente as hidrelétricas de Guilman Amorim e Sobra-
Minas Gerais (Coteminas), cada uma com um terço
gi, inauguradas em 1997 e 1998, respectivamente. Com
de participação no empreendimento. A concessão
capacidade de 140 MW, o aproveitamento da Guilman
Preocupada com a aceleração da demanda de
Solenidade de desvio do rio Araguari para construção da Hidrelétrica de Capim Branco II. Da esquerda para a direita: o secretário de estado de desenvolvimento econômico, Wilson Nélio Brumer, o prefeito de
Araguari, Marcos Alvim, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o diretor presidente do consórcio Capim Branco energia, Henrique di Lello Filho e o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais.
47
Usina Hidrelétrica de Irapé
Amorim, no rio Piracicaba, resultou de uma iniciativa conjunta da Belgo Mineira e da
Samarco Mineração. Localizada no rio Paraibuna, a usina de Sobragi, com 60 MW, foi
construída pela Companhia Paraibuna de Metais. A Cemig assumiu a responsabilidade
pela operação das duas usinas mediante acordos com seus proprietários.
O ano de 2000 foi marcado pela compra de duas usinas, a hidrelétrica
de Sá Carvalho e a termelétrica de Ipatinga, e pelo início das obras dos aproveitamentos de Funil, em parceria com a CVRD, e Queimado, em associação com a
Companhia Energética de Brasília (CEB), empresa controlada pelo governo do
Distrito Federal.
As usinas de Sá Carvalho e de Ipatinga foram adquiridas da Compa-
nhia Aços Especiais de Itabira (Acesita) e da Usinas Siderúrgicas de Minas
Gerais (Usiminas), respectivamente. Uma operação de financiamento complexa e inédita no setor elétrico, envolvendo a criação de uma Sociedade de
Propósito Específico (SPE) e o acesso ao mercado de debêntures, foi montada pela Cemig para a compra de Sá Carvalho com o mínimo de recursos
próprios. Situada no rio Piracicaba, a usina conta com 78 MW de capacidade
instalada. A Cemig constituiu uma concessionária subsidiária, a Sá Carvalho
S.A., com o objetivo de comercializar a energia gerada pela hidrelétrica.
A usina de Ipatinga, uma central de co-geração com 40 MW de potência,
localizada na planta industrial da Usiminas em Ipatinga, foi adquirida como pagamento de dívidas pendentes relativas ao fornecimento de eletricidade à siderúrgica. A Cemig também constituiu uma subsidiária de capital integral para operação
da central termelétrica, denominada Usina Térmica Ipatinga S.A.
48
Em dezembro de 2004, a Cemig passou por uma
reestruturação, deixando de ser uma empresa
integrada para desmembrar-se em duas
subsidiárias integrais: Cemig Distribuição S.A.
e Cemig Geração e Transmissão S.A.
O aproveitamento de Funil foi implantado
novo modelo setorial, alertando para a necessidade
no alto Rio Grande, imediatamente a montante da
de ações abrangentes para a garantia da expansão da
usina de Furnas e a jusante da usina de Itutinga. O
oferta de energia elétrica no país.
consórcio empreendedor foi constituído com a par-
ticipação de 49% da Cemig e 51% da CVRD. Concluí-
mado, a Cemig empenhou-se na construção de novas
da no prazo recorde de 33 meses, a usina entrou em
usinas nos últimos anos. Em 2001, foram iniciadas as
operação comercial em 2003, totalizando 180 MW
obras do aproveitamento de Aimorés, no rio Doce, na
de capacidade instalada.
divisa de Minas com o Espírito Santo, em mais uma
A Cemig assumiu uma participação de
iniciativa conjunta com a CVRD. O consórcio empreen-
82,5% no empreendimento de Queimado, localiza-
dedor de Aimorés conta com 49% de participação da
do no rio Preto, na divisa de Minas com Goiás. Com
Cemig e 51% da empresa mineradora. Com capacidade
105 MW de potência instalada, a usina entrou em
final prevista de 330 MW, a usina colocou em operação
funcionamento em 2004.
comercial sua primeira unidade geradora em 2005.
Em 2001, o governo federal foi compelido a
Além da aceleração das obras de Funil e Quei-
Com apoio do governo mineiro, a compa-
decretar severo racionamento de energia elétrica em
nhia deu partida em 2002 à construção da hidre-
grande parte do território nacional, devido às condi-
létrica de Irapé, no rio Jequitinhonha, numa das
ções hidrológicas extremamente desfavoráveis nas
áreas mais pobres do estado, muito prejudicada
áreas dos reservatórios das grandes usinas das regi-
pelo relevo e condições climáticas adversas. Com
ões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A grave crise
previsão de entrada em operação em 2006, Irapé
energética exigiu das empresas um rápido processo
irá gerar 360 MW, aumentando a disponibilidade e
de adaptação e um grande esforço da população para
a qualidade da energia na região e possibilitando a
enfrentar as dificuldades impostas pelo racionamen-
atração de novos investimentos.
to. Grandes e pequenos consumidores realizaram no-
tável esforço para atender às metas de redução do
plexo Energético de Capim Branco, no rio Araguari,
consumo de energia elétrica durante os nove meses
composto pelas usinas de Capim Branco I e Capim
de vigência do racionamento, encerrado em fevereiro
Branco II, com capacidade instalada de 240 MW e
de 2002. O racionamento e a desaceleração das ati-
210 MW, respectivamente. Trata-se de um empre-
vidades econômicas determinaram um decréscimo
endimento do Consórcio Capim Branco Energia
de 9,1% do mercado total da Cemig em 2001. A cri-
(CCBE), composto por quatro empresas: a CVRD
se evidenciou as dificuldades de implementação do
com 48,4% de participação acionária, a Cemig
Em 2003, teve início a construção do Com-
49
Usina Hidrelétrica de Capim Branco II
Capim Branco Energia, subsidiária integral da Cemig, com 21,1%, a Comercial
e Agrícola Paineiras, do Grupo Suzano, com 17,9%, e a Companhia Mineira de
Metais (CMM), do Grupo Votorantim, com 12,6%. A geração comercial das duas
usinas está prevista para 2006.
Também merecem destaque a relocação e ampliação da hidrelétrica de Pai Jo-
aquim, no rio Araguari, e a construção da termelétrica do Barreiro, em Belo Horizonte.
Desativada em 1994 em conseqüência do enchimento do reservatório de Nova Ponte, a
usina de Pai Joaquim foi quase inteiramente reconfigurada, voltando à operação em 2004
com uma unidade geradora de 23 MW. A termelétrica do Barreiro foi construída pela Cemig
em parceria com a empresa siderúrgica franco-alemã Vallourec & Mannesmann Tubes do
Brasil (VMB), na área industrial dessa empresa, localizada no bairro do Barreiro, na capital
estadual. Inaugurada também em 2004, a usina dispõe de uma unidade geradora de 12,9
MW de potência, capaz de atender a cerca de um terço da carga da siderúrgica VMB.
50
Em dezembro de 2004, a Cemig passou por
1.940 km de linhas de 345 kV e 751 km de linhas de
uma reestruturação, deixando de ser uma empresa
230 kV, bem como 32 subestações com capacidade de
integrada para desmembrar-se em duas subsidiárias
transformação total de 15.393 MVA.
integrais: Cemig Distribuição S.A. e Cemig Geração e
Transmissão S.A. A mudança atende à lei nº 10.848, de
maior concessionária de distribuição de eletricida-
março de 2004, que definiu o novo modelo do setor
de no Brasil em termos de GWh vendidos a consu-
elétrico, obrigando as empresas integradas a se des-
midores finais. Os consumidores industriais repre-
verticalizarem.
sentavam a maior parcela do fornecimento (61,5%),
Na Cemig, o modelo de desverticalização
seguidos pelos consumidores residenciais (17,4%),
foi aprovado pelo Conselho de Administração da
consumidores comerciais (9,4%) e consumidores ru-
Empresa e, em agosto de 2005, o governador Aécio
rais e outros (11,7%).
Neves sancionou a lei nº 15.290, autorizando essa
reestruturação societária. Nesta mesma época, foi
consideradas pioneiras no contexto estadual e nacio-
adquirida a usina de Rosal da Caiuá Serviços de Ele-
nal. Através da parceria nas pesquisas e nos levan-
tricidade. A aquisição dessa usina, situada na divi-
tamentos com universidades e centros de pesquisa,
sa entre Rio de Janeiro e Espírito Santo, represen-
a companhia possui um grande acervo de dados
tou o primeiro passo importante na implementação
ambientais, que tem servido ao meio científico, aos
da estratégia de crescimento fora de Minas Gerais.
órgãos e entidades interessadas na preservação do
A Cemig já havia assumido em 2002 o controle de
meio ambiente e, sobretudo, à sociedade.
duas pequenas usinas no estado de Santa Catarina,
ambas localizadas no rio Chapecozinho.
meio ambiente pela construção de barragens e for-
Também, na mesma época da desverticaliza-
mação de reservatórios, a Cemig implantou uma
ção, foi firmada uma associação com a Petrobras Gás
política de pesquisa, envolvendo instituições, uni-
(Gaspetro), para a qual foi vendido 40% do capital so-
versidades e a própria empresa. Esse trabalho foi
cial total da Gasmig. Essa parceria com a Gaspetro per-
iniciado em 1975 com um levantamento bioecológi-
mitirá a expansão da rede de distribuição de gás natural
co dos reservatórios da bacia do rio Grande, per-
em Minas Gerais, onde existe demanda reprimida.
tencentes ao sistema Cemig. Como resultado desses
De acordo com a Aneel, a Cemig ocupava no
estudos, foi implantada a Estação de Hidrobiologia
final de 2004 a posição de sétima maior concessionária
e Piscicultura de Volta Grande, com o objetivo de
de geração de energia elétrica no Brasil, tendo em vista
desenvolver trabalhos nas áreas de limnologia e
sua capacidade instalada total de 5.949 MW. Nessa altu-
piscicultura. Posteriormente, a Cemig implantou as
ra, o parque gerador da companhia era composto por
estações ambientais de Peti, Machado Mineiro, Iga-
47 hidrelétricas, somando 5.764 MW, quatro termelétri-
rapé, Itutinga, Galheiro e Jacob.
cas com capacidade conjunta de 184 MW, e uma usina
eólica, Morro do Camelinho, com 1 MW de potência.
ço de 2000 a certificação ISO 14001 por seu trabalho na
As linhas de transmissão em tensão igual ou
preservação ambiental. Nova Ponte foi a segunda usina
superior a 230 kV da companhia integram o sistema
da América Latina a receber a certificação, sendo a pri-
interligado nacional operado pelo ONS. No final de
meira de grande porte, assim como a reserva natural de
2004, a Cemig contava com 2.162 km de linhas de 500 kV,
Galheiro, construída às margens do reservatório.
A companhia também se destacava como a
As ações ambientais da Cemig podem ser
Para minimizar os impactos causados ao
A hidrelétrica de Nova Ponte recebeu em mar-
51
Usinas
da Cemig
Usina Hidrelétrica de São Simão
54
Usinas da Cemig
Capacidade instalada (MW): 6.112,87
Energia assegurada (MWmédios): 3.676,14
Total de usinas: 57 (21 grandes centrais e 36 pequenas centrais)
Usinas próprias: 38 hidrelétricas, 2 termelétricas e 1 eólica = 41
Usinas em consórcio: 7
Usinas de subsidiárias Cemig: 7 hidrelétricas e 2 termelétricas = 9
Total de estações ambientais: 7
55
Formoso
Parque gerador da Cemig
Queimado
Santa Luzia
Salto Morais
São Simão
Capim
Branco II
Martins
Emborcação
Pissarrão
Capim Branco I
Miranda
Lages
Nova Ponte
Pai Joaquim
Volta Grande
Jaguara
Igarapava
Salto do Passo Velho
Salto Voltão
Santa Catarina
Poço Fun
Jacutinga
Luiz D
São Bernardo
56
Santa Marta
Irapé
Poquim
Três Marias
Morro do Camelinho Paraúna
Tronqueiras
Minas Gerais
Salto Grande
Porto Estrela
Dona Rita
Sá Carvalho
UTE Igarapé
Gafanhoto
Cajuru
Anil
Peti
UTE Barreiro
Camargos
Aimorés
UTE Ipatinga
Sumidouro
Espírito Santo
Bom Jesus
do Galho
Rio de Pedras
Salto do
Paraopeba
Rosal
Funil
ndo
Xicão
Dias
Machado Mineiro
Pandeiros
Itutinga
Piau
Marmelos
Paciência
Joasal
Legenda
Hidro Cemig
Hidro Consórcio
Hidro Controlada
Térmica Cemig
Térmica Controlada
Eólica Cemig
57
58
Grandes Centrais Hidrelétricas
59
Usina
Hidrelétrica de
Camargos
A
usina hidrelétrica de Camargos está situada no rio Grande, no município de Itutinga, na região sul de Minas Gerais. Primeira usina da cascata de aproveitamentos
hidrelétricos do rio Grande, é operada de forma coordenada com a hidrelétrica de
Itutinga, localizada imediatamente a jusante.
Entre 1952 e 1955, durante as obras da primeira etapa de Itutinga, a Cemig
desenvolveu estudos para o aproveitamento progressivo do rio Grande e alguns
de seus afluentes. Tais estudos apontaram a construção de um reservatório de
acumulação em Camargos como obra-chave para a máxima utilização econômica
Camargos foi
incluída entre
os projetos do
Programa
de Metas do
governo do
presidente
Juscelino
Kubitschek
(1956-1961).
62
do grande potencial existente no trecho superior do rio Grande. Além de Itutinga,
o reservatório beneficiaria diretamente os aproveitamentos projetados de Funil e
São Miguel, sem falar no próprio aproveitamento de Camargos.
O empreendimento ficou a cargo da Companhia de Eletricidade do Alto
Rio Grande (Cearg), empresa criada pelo governador Juscelino Kubitschek em
1951, com o objetivo inicial de promover a construção da usina de Itutinga. Com
a constituição da Cemig em maio de 1952, a Cearg tornou-se uma das subsidiárias
da empresa pública estadual, juntamente com as demais companhias regionais de
eletricidade organizadas pelo governo de Minas no ano anterior.
A construção da barragem de Camargos foi iniciada em março de 1956
pela Companhia Morrison Knudsen do Brasil com base em projeto elaborado pela
As obras civis da barragem foram custeadas
com recursos próprios da Cemig, suplementados
por empréstimo do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDE),
concedido em janeiro de 1957.
empresa norte-americana International Engineering
da Cemig, suplementados por empréstimo do Banco
Co. (Ieco). Em novembro do mesmo ano, a Cemig
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE),
contratou um empréstimo de 11,4 milhões de dólares
concedido em janeiro de 1957.
com o Export-Import Bank (Eximbank) do governo
norte-americano, destinados à aquisição de equipa-
do Programa de Metas do governo do presidente
mentos eletromecânicos para a usina de Camargos,
Juscelino Kubitschek (1956-1961). A Cearg obteve a
a segunda etapa do aproveitamento de Itutinga e os
concessão para o aproveitamento hidrelétrico em
sistemas de transmissão associados. As obras civis
maio de 1958 com a expedição do decreto federal
da barragem foram custeadas com recursos próprios
nº 44.370. A usina foi projetada para operar na fre-
Camargos foi incluída entre os projetos
63
qüência de 60 Hz, padrão estabelecido em todos os empreendimentos da Cemig.
O fornecimento dos principais equipamentos eletromecânicos ficou a cargo de
empresas norte-americanas: a S. Morgan Smith e sua sucessora Allis Chalmers
Em áreas
remanescentes
das usinas
de Itutinga e
Camargos,
a empresa
mineira
implantou a
estação
ambiental
de Itutinga.
64
(turbinas) e a General Electric (geradores).
A inauguração oficial da barragem ocorreu em maio de 1959. A primeira
unidade geradora de Camargos entrou em operação em agosto de 1960 e a segunda
em maio de 1961. Ambas contam com 22.500 kW de potência unitária e turbinas
tipo Kaplan. A usina foi inaugurada em janeiro de 1961 em solenidade que contou
com a presença do governador José Francisco Bias Fortes e do engenheiro Cândido Hollanda de Lima, presidente da Cemig.
O arranjo geral do aproveitamento compreende a barragem com estrutura
de concreto, tipo gravidade, num trecho de 350 m, vertedouro com seis comportas
de setor, medindo 11 m de comprimento por 6 m de altura, tomada d’água, dois
condutos no interior da barragem que levam água para as caixas espirais das turbinas e a casa de força, situada junto ao corpo da barragem.
Localização
Município: Itutinga (MG)
Cronologia
Barragem
Início de construção: 1956
Início de operação: 1960
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 608
Altura máxima (m): 36
Cota do coroamento: 915
Bacia hidrográfica
Rio: Grande
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 6.280
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 132,64
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 2.224
Nº de comportas: 2 (VF); 6 (CS)
Casa de força
Reservatório
Potência instalada (MW): 45
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 22,5
Energia assegurada
(MWmédio): 21
Queda nominal (m): 25
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 236
Área (km2): 73,35
Volume total máximo (hm3): 792
Volume útil máximo (hm3): 672
NA mínimo operativo: 899
NA máximo operativo: 913
Municípios atingidos: Carrancas,
Itutinga, Madre de Deus de Minas,
Nazareno e São João del-Rei (MG)
A
conclusão dos aproveitamentos de Itutinga em
1960 e de Camargos no ano seguinte marcou o encer-
ção da usina e seu sistema de transmissão associado
ramento da primeira etapa do Plano de Eletrificação
foi prorrogada pela portaria nº 161 do Ministério de
da Cemig.
Minas e Energia pelo prazo de 20 anos a contar de
julho de 1995.
Em 1961, com o objetivo de simplificar
Em maio de 1998, a concessão para explora-
procedimentos administrativos e reduzir custos
Atualmente a Cemig está desenvolvendo es-
operacionais, a Cemig iniciou o processo de in-
tudos visando à operação remota de Camargos a par-
corporação de suas empresas subsidiárias regio-
tir de Itutinga. Em áreas remanescentes das usinas de
nais, levado a cabo em abril de 1963 com a incor-
Itutinga e Camargos, a empresa mineira implantou a
poração da Cearg.
estação ambiental de Itutinga.
65
Usina
Hidrelétrica de
Emborcação
A
usina hidrelétrica de Emborcação, oficialmente denominada Teodomiro Santiago, está situada no curso superior do rio Paranaíba, na divisa dos estados de Minas Gerais e Goiás, com casa de força na margem esquerda em área do município
de Araguari, no Triângulo Mineiro. Na margem oposta, a hidrelétrica ocupa área
do município goiano de Catalão. Emborcação é a segunda maior usina da Cemig,
apresentando capacidade instalada inferior apenas à da hidrelétrica de São Simão,
também localizada no rio Paranaíba.
A primeira
unidade entrou
em operação
em julho de
1982 e a
segunda em
novembro do
mesmo ano.
Sua denominação oficial rende homenagem ao político, advogado e profes-
sor Teodomiro Carneiro Santiago, fundador do Instituto Eletrotécnico e Mecânico
de Itajubá, primeiro estabelecimento de ensino superior no Brasil especialmente
dedicado ao estudo da engenharia elétrica, antecessor da atual Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
As primeiras investigações sobre o aproveitamento de Emborcação foram
realizadas em 1964 por consultores do consórcio Canambra e técnicos da Cemig, no
escopo mais amplo dos chamados estudos energéticos da região Sudeste. Os recursos
energéticos da bacia do rio Paranaíba foram objeto de um estudo de inventário que
apontou Emborcação, Itumbiara e São Simão como os locais mais favoráveis para o desenvolvimento de projetos hidrelétricos naquela bacia. Devido a limitações de tempo,
apenas para São Simão foi preparado um estudo de viabilidade.
68
esquema proposto pelos consultores da Canam-
O
redimensionamento de sua capacidade instalada de
bra previu a construção de Emborcação e das usinas
364 MW para 602 MW. O estudo indicou que a usina
de Cachoeira do Sertão, Bocaina e Escada Grande.
seria uma das mais econômicas da bacia do rio Para-
Em 1967, a Cemig estabeleceu uma nova divisão de
naíba, colocando em plano secundário os projetos de
quedas, eliminando o aproveitamento de Bocaina e
Cachoeira do Sertão e de Gamela. deslocando o de Escada Grande para o local conheci-
do como Gamela.
programadas pela Eletrobrás no Plano de Atendimento
O primeiro estudo de viabilidade dos apro-
aos Requisitos de Energia Elétrica, até 1990, das regiões
veitamentos do Alto Paranaíba foi elaborado pela Ce-
Sudeste e Sul, mais conhecido como Plano 90. Em julho
mig em 1971. Investigações de campo mais apuradas
do ano seguinte, o governo federal promulgou o decreto
determinaram uma mudança significativa no arranjo
nº 76.008 que outorgou à empresa mineira a concessão
original das estruturas de Emborcação, bem como o
para a realização do empreendimento.
Em 1974, a usina foi incluída entre as obras
Sua denominação oficial rende homenagem
ao político, advogado e professor Teodomiro
Carneiro Santiago, fundador do Instituto
Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá.
E
m março de 1976, a Cemig firmou contrato com
sibilidade de construção de uma barragem mais alta
a Tams Engenharia para a elaboração dos projetos
em Emborcação, permitindo economia de escala no
básico e executivo de Emborcação. Os estudos rea-
aproveitamento e a regularização do rio Paranaíba,
lizados pela empresa projetista demonstraram a pos-
com benefícios para as usinas de jusante. 69
A
s obras civis de Emborcação foram iniciadas em junho de 1977 pela Construtora Andrade Gutierrez. Os custos da usina e seu sistema de transmissão associado
O arranjo
geral do
aproveitamento
compreende
barragem
de terra e
enrocamento,
uma das
mais altas do
Brasil...
foram orçados inicialmente em 380 milhões de dólares. Além de recursos próprios
da Cemig, o empreendimento contou com o apoio da Centrais Elétricas Brasileiras
(Eletrobrás), da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e de várias entidades financeiras privadas internacionais, entre as
quais a União de Bancos Suíços, o Lloyds Bank e o First National City Bank.
A construção da usina foi marcada pela utilização de tecnologias avança-
das para a época: concretagem a vácuo, aeração da calha do vertedouro e escavação mecanizada dos condutos forçados.
Em agosto de 1981, os túneis de desvio do rio Paranaíba foram fechados,
tendo início o enchimento do reservatório e a operação Arca de Noé para salvamento dos animais ilhados com a inundação de extensa área nos municípios de
Abadia dos Dourados, Araguari, Douradoquara, Grupiara, Cascalho Rico, Estrela
do Sul, Monte Carmelo (MG), Catalão, Davinópolis, Ouvidor e Três Ranchos (GO).
70
mborcação foi dimensionada para operar com
E
quatro unidades geradoras de 298 MW de potência
ende barragem de terra e enrocamento, uma das mais
unitária. A primeira unidade entrou em operação em
altas do Brasil, tomada d’água, condutos escavados
julho de 1982 e a segunda em novembro do mesmo
em rocha com 286 m de comprimento médio, casa de
ano. A inauguração oficial ocorreu em 23 de fevereiro
força entre a calha do vertedouro e a barragem, canal
de 1983, quando a terceira unidade foi acionada em
de fuga escavado em rocha e vertedouro na ombreira
solenidade que contou com a presença do presiden-
esquerda, do tipo superfície, com quatro comportas.
te João Batista Figueiredo, do governador de Minas
Gerais, Francelino Pereira, e do engenheiro Francisco
(Furnas), inauguradas em 1978 e 1980, Emborcação integra o
Afonso Noronha, presidente da Cemig. Em setembro
grupo dos três grandes aproveitamentos hidrelétricos do rio
do mesmo ano, a usina passou a operar com a quarta
Paranaíba. Para escoamento dos grandes blocos de energia
e última unidade.
da usina, a Cemig alterou a configuração de seu sistema de
Com o apoio da Finame, a indústria nacional con-
500 kV, seccionando a linha Jaguara-Itumbiara em Emborca-
tribuiu em larga medida para o fornecimento dos equipa-
ção. A usina também foi ligada de imediato à cidade de Uber-
mentos eletromecânicos pesados de Emborcação, primeiro
lândia, por intermédio de uma linha de 138 kV, que melhorou
projeto hidrelétrico brasileiro a restringir as concorrências
as condições de suprimento à região do Triângulo Mineiro.
de turbinas e geradores ao âmbito nacional. Os vencedores
das principais concorrências foram o consórcio liderado
500 kV entre Emborcação e a subestação Neves, si-
pela Voith (turbinas tipo Francis e reguladores), o consórcio
tuada perto de Belo Horizonte. Em 2002, a empresa
liderado pela Siemens (geradores e sistemas de excitação),
espanhola Expansión colocou em operação a linha
a Ishibrás (pórtico rolante para a tomada d’água e o verte-
de 500 kV entre a usina e a subestação Samambaia
douro), a Equipamentos Villares (pórtico rolante para tubo
(Furnas), no Distrito Federal, construída com o obje-
de sucção) e a Mecânica Pesada (comportas para a tomada
tivo de atenuar as restrições de intercâmbio entre os
d’água e para o vertedouro).
sistemas interligados Norte/Nordeste e Sul/Sudeste.
Localização
Município: Araguari (MG)
O arranjo geral do aproveitamento compre-
Juntamente com São Simão (Cemig) e Itumbiara
Em 1989, a Cemig estabeleceu a ligação em
Cronologia
Barragem
Início de construção: 1977
Início de operação: 1982
Tipo: Enrocamento
Comprimento (m): 1507
Altura máxima (m): 158
Cota do coroamento: 663
Bacia hidrográfica
Rio: Paranaíba
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 29.178
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 471,44
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 8.200
Nº de comportas: 4 (CS)
Reservatório
Casa de força
Potência instalada (MW): 1192
Nº de unidades geradoras: 4
Potência unitária (MW): 298
Energia assegurada
(MWmédio): 497
Queda nominal (m): 128,5
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 239,5
Área (km2): 480,08
Volume total máximo (hm3): 17.724,72
Volume útil máximo (hm3): 13.055,72
NA mínimo operativo: 615
NA máximo operativo: 661
Municípios atingidos: Abadia dos
Dourados, Araguari, Cascalho Rico,
Douradoquara, Estrela do Sul,
Grupiara e Monte Carmelo (MG);
Catalão, Davinópolis, Ouvidor e
Três Ranchos (GO)
71
Usina
Hidrelétrica de
Irapé
Usina Hidrelétrica
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Irapé, oficialmente denominada Usina Presidente Juscelino Kubitschek, está sendo construída no rio Jequitinhonha, nos municípios de
Berilo e Grão-Mogol. Situado nas regiões limítrofes do Jequitinhonha/Mucuri e do
norte de Minas Gerais, o empreendimento abrange ainda os municípios de Botumirim, Cristália, José Gonçalves de Minas, Leme do Prado e Turmalina. A entrada em
operação da usina está prevista para março de 2006.
As primeiras investigações sobre Irapé foram realizadas entre 1963 e 1965 por
consultores do consórcio Canambra e técnicos da Cemig que participaram de pioneiro
levantamento dos recursos energéticos da região Sudeste. O trabalho incluiu o inventário do potencial hidrelétrico da bacia do Jequitinhonha, identificando 20 aproveita-
A barragem
com 205 m
de altura será
a mais alta
do Brasil e a
segunda maior
da América
Latina.
mentos promissores, como Irapé, a cerca de 2 km da foz do rio Itacambiruçu.
Desde então, Irapé passou a ser visto como um projeto relevante para o
desenvolvimento da região do Jequitinhonha, uma das mais pobres do estado. A
maior usina em funcionamento na região era a hidrelétrica de Santa Marta com 1,5
MW, construída na década de 1940 pelo governo estadual para ampliar a oferta de
energia a Montes Claros.
Entretanto, a realização do empreendimento foi adiada durante longo pe-
ríodo. Investimentos de menor monta nos anos 1970 contribuíram para uma pequena melhoria na infra-estrutura de energia elétrica do Vale do Jequitinhonha,
merecendo destaque a implantação de linhas de 69 kV que asseguraram a chegada
de energia da Cemig a Berilo, Minas Novas, Turmalina e outros municípios.
74
Além de aumentar a qualidade e a confiabilidade
da rede elétrica local, Irapé contribuirá para
o abastecimento de outras regiões como usina
integrante do sistema interligado nacional.
m 1984, a Cemig contratou a Enerconsult Enge-
E
dos de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relató-
nharia para a elaboração de um novo estudo de in-
rio de Impacto Ambiental (Rima). ventário da bacia do Jequitinhonha. Executado com o
apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento
correr à licitação para a concessão do aproveitamento
(BID) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),
hidrelétrico de Irapé, obrigatória em decorrência das
o trabalho foi concluído em 1987. Ainda nesse ano, a
mudanças no quadro regulador do setor elétrico.
construção de Irapé foi incluída no planejamento da
expansão de longo prazo do setor elétrico proposto
cional de Energia Elétrica (Aneel) em dezembro de 1998.
pela Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) no do-
Única empresa pré-qualificada a participar da concorrên-
cumento conhecido como Plano 2010. cia, a Cemig arrematou a concessão pelo preço mínimo
Os estudos de viabilidade da usina foram re-
estipulado pela Agência para o pagamento do direito de
alizados com participação da Enerconsult entre 1988
uso de bem público. Em janeiro de 1999, a concessão foi
e 1993, evidenciando os valores muito díspares entre
outorgada por decreto presidencial e, em fevereiro de
as vazões mínimas e máximas do rio Jequitinhonha
2000, a Aneel e a Cemig assinaram o contrato regulando a
nos períodos de estiagem e chuvosos. O trabalho de-
concessão de geração para o aproveitamento de Irapé sob
senvolvido no período incluiu a elaboração dos Estu-
o regime de produção independente de energia.
A partir de 1996, a Cemig preparou-se para con-
A concorrência foi promovida pela Agência Na-
75
U
m passo importante para a consecução do projeto foi dado em julho de 2001,
quando o governador Itamar Franco promulgou a lei nº 13.954, assegurando à Cemig o aporte de R$ 90 milhões do tesouro estadual. Esse montante de recursos
correspondia a 12% do investimento estimado para a implantação da usina. Em abril de 2002, as obras foram iniciadas por um consórcio liderado pela
Construtora Andrade Gutierrez, composto por mais quatro empresas: a Norberto Ode-
Em abril de
2003, o rio
Jequitinhonha
foi desviado
para dois
túneis com
1,2 km de
extensão, o
que permitiu
o início da
construção da
barragem ...
brecht, a Ivaí Engenharia de Obras, a Hochtief do Brasil e a Voith Siemens Hidro Power,
responsável pelo fornecimento e montagem dos equipamentos eletromecânicos.
No mesmo ano, a Cemig contratou outras entidades para o desenvolvi-
mento de trabalhos relacionados a Irapé. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) iniciou o levantamento de terras para
reassentamento da população atingida pelo empreendimento. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) assumiu a incumbência do estudo do patrimônio
arqueológico na área de influência do aproveitamento. A Delphi Engenharia e Consultoria elaborou o Plano de Controle Ambiental.
Em abril de 2003, o rio Jequitinhonha foi desviado para dois túneis com
1,2 km de extensão, o que permitiu o início da construção da barragem e da concretagem da tomada d’água, casa de força e vertedouro. A barragem com 205 m de
altura será a mais alta do Brasil e a segunda maior da América Latina.
A localização da barragem, numa calha profunda do rio Jequitinhonha e de
difícil acesso, tornou bastante complexa a logística de construção, exigindo um grande
movimento de rocha e solo. Vale destacar ainda a construção do vertedouro em túneis
escavados na rocha e não a céu aberto, como é comum em obras do gênero. 76
Localização
Municípios: Berilo e Grão-Mogol (MG)
Cronologia
Início de construção: 2002
Início de operação: 2006
Barragem
Tipo: Enrocamento com núcleo de argila
Comprimento (m): 540
Altura máxima (m): 205
Cota do coroamento: 514,5
Bacia hidrográfica
Rio: Jequitinhonha
Bacia: rio Jequitinhonha
Área de drenagem (km2): 16.200
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 149,11
Reservatório
Casa de força
Vertedouro
Tipo: Ogiva - perfil Creager controlado
Capacidade máxima (m3/s): 7.503
Nº de comportas: 4 (CS)
Potência instalada (MW): 360
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 120
Queda nominal (m): 158,5
Tipo de turbina: Francis
A
Área (km2): 142,95
Volume total máximo (hm3): 5.954,88
Volume útil máximo (hm3): 3.689
NA mínimo operativo: 470,8
NA máximo operativo: 510
Municípios atingidos: Cristália,
Botumirim, Grão-Mogol, Turmalina,
Berilo, Leme do Prado, José Gonçalves
de Minas (MG)
Cemig participa dos empreendimentos de trans-
5 mil pessoas residentes na área inundável, incluindo
missão associados a Irapé, na condição de sócia mi-
a pequena comunidade de Porto Coris, a primeira de
noritária da Companhia Transleste de Transmissão
Minas a receber o título de remanescente de quilom-
e da Companhia Transirapé de Transmissão, vence-
bo. O alagamento atinge núcleos urbanos e rurais
doras dos leilões promovidos pela Aneel em setem-
numa extensão de 150 km do Jequitinhonha e de 50
bro de 2003 e novembro de 2004, respectivamente.
km de seu afluente Itacambiruçu. A Transleste ganhou o leilão para a implantação e
exploração da linha de 345 kV entre Montes Claros e
do Jequitinhonha, a usina conta com três unidades ge-
Irapé, com 150 km de extensão. A Transirapé venceu
radoras compostas por turbinas do tipo Francis e gera-
a concorrência da linha de 230 kV entre Irapé e Ara-
dores de 120 MW de potência unitária. Além de aumen-
çuaí, com 65 km de extensão. Apresentando a mesma
tar a qualidade e a confiabilidade da rede elétrica local,
composição acionária, as duas companhias foram
Irapé contribui para o abastecimento de outras regiões
compostas pela Alusa (41%), Cemig (24,5%), Furnas
como usina integrante do sistema interligado nacional. (24,5%) e Orteng Equipamentos (10%).
Seu reservatório, o maior previsto para a bacia do rio
Jequitinhonha, beneficiará aproveitamentos a jusante,
O enchimento do reservatório de Irapé, pre-
visto para novembro de 2004, foi adiado devido a difi-
Empreendimento de magnitude ímpar no Vale
como Murta (MG) e Itapebi (BA).
culdades no processo de reassentamento de cerca de
77
Usina
Hidrelétrica de
Itutinga
A
usina hidrelétrica de Itutinga está situada no rio Grande, no município de Itu-
O primeiro
projeto de
aproveitamento
do potencial
hidrelétrico do
rio Grande
no trecho das
corredeiras
de Itutinga foi
elaborado pelo
engenheiro
Antônio Melo
e Silva...
80
tinga, entre as cidades de São João del-Rei e Lavras, na região sul de Minas Gerais.
Figura entre os primeiros empreendimentos da Cemig, juntamente com a barragem
de Cajuru e as hidrelétricas de Piau, Salto Grande e Tronqueiras.
O primeiro projeto de aproveitamento do potencial hidrelétrico do rio Gran-
de no trecho das corredeiras de Itutinga foi elaborado pelo engenheiro Antônio Melo
e Silva, da Rede Mineira de Viação (RMV). Constituída em 1931, mediante a incorporação de várias ferrovias federais arrendadas pelo governo do estado, a RMV considerou
a possibilidade de construir uma usina própria no local, tendo em vista a ampliação de
seu sistema de eletrificação. Em agosto de 1937, o governo federal outorgou ao governo de Minas a concessão para o aproveitamento de Itutinga, destinado exclusivamente
para a tração elétrica da RMV, mas nada de concreto resultou nessa ocasião.
E
A inauguração oficial da usina ocorreu
em 3 de fevereiro de 1955, com a entrada em
operação da primeira de suas quatro unidades
geradoras de 60 Hz...
m 1945, o governo mineiro voltou a solicitar conces-
com a secretaria estadual de Viação e Obras Pú-
são para o mesmo aproveitamento, considerando des-
blicas, prevendo a instalação de 35.200 kW. Esse
ta vez o suprimento de energia elétrica não só à RMV
anteprojeto serviu de base aos orçamentos preli-
como também a diversas localidades do sul do estado.
minares que orientaram o esquema financeiro para
A solicitação foi atendida pelo governo federal em agos-
a formação da Companhia de Eletricidade do Alto
to de 1946 com a expedição do decreto nº 21.704.
Rio Grande (Cearg) em junho de 1951, no início do
Durante o governo Milton Campos (1947-1951),
governo Juscelino Kubitschek (1951-1955). Organi-
novos estudos para o aproveitamento de Itutinga foram
zada com a finalidade de promover a construção
realizados sob a responsabilidade do Departamento
e exploração dos aproveitamentos hidrelétricos na
de Águas e Energia Elétrica do Estado de Minas Gerais
bacia mineira do rio Grande, a Cearg tornou-se uma
(DAE-MG), paralelamente ao início das obras da usina
subsidiária da Cemig em 1952, juntamente com as
de Salto Grande, empreendimento prioritário da admi-
demais companhias regionais de eletricidade cria-
nistração Milton Campos na área energética. das por Kubitschek. A concessão para o aproveita-
mento de Itutinga foi outorgada à Cearg em janeiro
Em 1949, a Servix Engenharia elaborou o
anteprojeto da usina, em cumprimento a contrato
de 1951 pelo decreto federal nº 32.112.
81
O
projeto definitivo foi elaborado pela empresa norte-americana International
Engineering Company (Ieco), indicando condições locais favoráveis à construção
A concessão
para o
aproveitamento
de Itutinga
foi outorgada à
Cearg em janeiro
de 1951 pelo
decreto federal
nº 32.112.
de uma usina maior que a prevista pela Servix. Considerando ainda a possibilidade
de se obter acumulação estacional a montante e a operação interligada de Itutinga com outras usinas, a potência final do aproveitamento foi fixada em 48.000 kW
– depois elevada para 52.000 kW.
O contrato para a execução das obras civis e montagem da hidrelétrica
foi assinado em abril de 1952 com a Companhia Morrison Knudsen do Brasil. Em
julho de 1953, a Cemig e a Cearg assinaram contrato de financiamento no valor de
7,3 milhões de dólares com o Banco Mundial para a aquisição dos equipamentos,
materiais importados e serviços da usina e seu sistema de linhas de transmissão
e subestações. A negociação desse empréstimo contou com a intermediação da
Comissão Mista Brasil-Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico.
A inauguração oficial da usina ocorreu em 3 de fevereiro de 1955, com a en-
trada em operação da primeira de suas quatro unidades geradoras de 60 Hz, em cerimônia que contou com a presença do governador Juscelino Kubitschek. A primeira e
a segunda unidades, que entraram em funcionamento em julho do mesmo ano, foram
compostas por geradores fabricados pela empresa norte-americana Westinghouse, e
turbinas tipo Kaplan, com eixo vertical, fornecidas pela S. Morgan Smith, também norte-americana. Ambas contam com potência unitária de 12,5 MW.
Em setembro de 1959 e em abril de 1960, entraram em operação a tercei-
ra e a quarta unidades geradoras, encomendadas aos mesmos fabricantes, cabendo
82
destacar a opção pela utilização de turbinas tipo hélice
cabo em abril de 1963 com a incorporação da Cearg.
nessas novas máquinas. A terceira e a quarta unidades
Em 1967, a usina contribuiu decisivamente para o su-
de Itutinga contam com potência unitária de 13,5 MW.
primento de emergência ao Rio de Janeiro durante o
O arranjo geral do aproveitamento com-
período em que a geração da Light Serviços de Eletri-
preende uma barragem com dois corpos distintos,
cidade foi bastante prejudicada pela inundação das
um na margem direita e outro na margem esquer-
hidrelétricas de Nilo Peçanha e Fontes.
da; cinco comportas de setor na parte central da
barragem; a tomada d’água entre os dois corpos da
cuperação da estanqueidade do canal de adução da
barragem; um canal escavado em rocha, ao longo
usina que exigiram a parada geral de suas quatro uni-
da margem esquerda, com 150 m de comprimento,
dades geradoras.
30 m de largura e 15 m de altura máxima; uma câ-
mara de carga de onde derivam os condutos força-
mento de Itutinga pela Cemig foi prorrogada em de-
dos com 50 m de comprimento; a casa de força, o
zembro de 1998 pela portaria nº 602 do Ministério de
canal de fuga e uma unidade auxiliar de 736 kW que
Minas e Energia. A alteração da potência instalada
mais tarde saiu de operação. para 52 MW foi regularizada em julho de 2003 pelo
despacho nº 411 da Agência Nacional de Energia Elé-
A Cemig implantou diversas linhas e subes-
Em 1996, foram realizadas obras para a re-
A concessão para exploração do aproveita-
tações para escoamento da energia de Itutinga na re-
trica (Aneel).
gião sul do estado e a integração da usina ao sistema
interligado da empresa, assegurada pelas linhas de
Itutinga e Camargos, a Cemig implantou a estação
138 kV construídas no percurso entre Itutinga, São
ambiental de Itutinga. Em agosto de 2005, o Siste-
João del-Rei e a subestação de Nova Lima.
ma Integrado de Gestão da hidrelétrica (Qualidade,
Em 1961, com o objetivo de simplificar pro-
Meio Ambiente e Saúde e Segurança) recebeu cer-
cedimentos administrativos e reduzir custos opera-
tificação internacional recomendada pelo Bureau
cionais, a Cemig iniciou o processo de incorporação
Veritas Quality International (normas ISO 9001, ISO
de suas empresas subsidiárias regionais, levado a
14001 e OHSAS 18001).
Localização
Município: Itutinga (MG)
Em áreas remanescentes das usinas de
Cronologia
Início de construção: 1952
Início de operação: 1955
Barragem
Tipo: Terra e Concreto gravidade
Comprimento (m): 550
Altura máxima (m): 23
Cota do coroamento: 806
Bacia hidrográfica
Rio: Grande
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 6.280
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 134,08
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 1.554
Nº de comportas: 5 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 52
Nº de unidades geradoras: 4
Potência unitária (MW): 12,5 (2); 13,5 (2)
Energia assegurada
(MWmédio): 28
Queda nominal (m): 25
Tipo de turbina: Kaplan/Hélice
Engolimento turbina (m3/s): 58; 63
Reservatório
Área (km ): 1,72
Volume total máximo (hm3): 11,4
Volume útil máximo (hm3): 7,23
NA mínimo operativo: 880
NA máximo operativo: 886
Municípios atingidos: Itutinga
e Nazareno (MG)
2
83
Usina
Hidrelétrica de
Jaguara
A
usina hidrelétrica de Jaguara está situada no médio rio Grande, na divisa
dos estados de São Paulo e Minas Gerais, com casa de força no lado paulista, em
área pertencente ao município de Rifaina, a pequena distância da antiga estação
Jaguara da Estrada de Ferro Mogiana. No lado oposto, a hidrelétrica ocupa área
do município de Sacramento, no Triângulo Mineiro. Sétima usina da cascata de
O investimento
em moeda
nacional para
realização do
empreendimento
seria custeado
com recursos
próprios
da Cemig...
86
aproveitamentos hidrelétricos do rio Grande, Jaguara está a jusante da usina de
Estreito (oficialmente denominada Luiz Carlos Barreto de Carvalho), pertencente
à empresa federal Furnas Centrais Elétricas, e a montante da usina de Igarapava,
construída pela Cemig em parceria com empresas privadas.
A primeira concessão para o aproveitamento de Jaguara foi outorgada em
fevereiro de 1959 à Companhia Geral de Minas, empresa de mineração paulista,
proprietária de reservas de zircônio e bauxita na região sul de Minas Gerais. O
aproveitamento destinava-se ao fornecimento de energia para uma fábrica de alumínio que a mineradora pretendia instalar em Poços de Caldas.
ma vez obtida a concessão (decreto federal nº
U
ral a Furnas em agosto de 1962. Apesar da mobilização da
45.415), a mineradora contratou a empresa norte-
Cemig e das principais lideranças políticas estaduais, o go-
americana Ebasco Services Inc. para a elaboração
verno federal não voltou atrás na questão de Estreito. Em
de novos estudos técnicos e orçamentários. Ligada
compensação, a empresa mineira obteve a concessão de
à Electric Bond and Share Co. (Ebasco), a empresa ti-
Jaguara em setembro de 1963 com a promulgação do de-
nha uma larga folha de serviços prestados às conces-
creto federal nº 52.416. O mesmo instrumento legal revo-
sionárias de energia elétrica que a Ebasco controlava
gou a concessão outorgada à Companhia Geral de Minas.
no país por intermédio da American and Foreign Po-
wer Co. (Amforp). Em fevereiro de 1961, a Companhia
mínio de Poços de Caldas seria levado adiante pela
Geral de Minas submeteu à consideração do governo
Aluminium Company of America (Alcoa), com garantia
federal o projeto denominado Rifaina-Jaguara com
de fornecimento de energia da Cemig. Maior produto-
capacidade estimada em 532 MW.
ra mundial de alumínio, a Alcoa adquiriu o controle da
A Cemig postulou o direito de construção da usi-
empresa mineradora paulista e tocou adiante o empre-
na de Jaguara, após perder a disputa pela concessão do
endimento, inaugurando em maio de 1965, em Poços de
aproveitamento de Estreito, outorgada pelo governo fede-
Caldas, sua primeira unidade de produção no Brasil.
Vale destacar que o projeto da fábrica de alu-
Em março de 1966, a Cemig assinou contrato
com o Banco Mundial para o financiamento
da construção da usina de Jaguara e
respectivo sistema básico de transmissão,
no valor de 49 milhões de dólares.
87
E
m meados de 1964, com a participação dos consultores do consórcio Canambra, a
Cemig iniciou a revisão dos estudos desenvolvidos pela Ebasco para o aproveitamento de Jaguara. Em novembro do mesmo ano, a concessionária mineira firmou
Com
capacidade
de 424 MW,
Jaguara
tornou-se,
na época, a
maior usina
do parque
gerador
da Cemig.
contrato para elaboração do projeto executivo da usina com consórcio formado
pelas empresas Eletroprojetos, Electro-Watt e Geotécnica.
Em março de 1966, a Cemig assinou contrato com o Banco Mundial para
o financiamento da construção da usina de Jaguara e respectivo sistema básico
de transmissão, no valor de 49 milhões de dólares. O investimento em moeda nacional para realização do empreendimento seria custeado com recursos próprios
da Cemig e empréstimo da Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), contratado
também em 1966.
As obras civis de Jaguara tiveram início em julho do mesmo ano, sob a
responsabilidade da Construtora Mendes Júnior, visando à instalação de quatro
unidades geradoras na primeira etapa do empreendimento e mais duas numa etapa posterior, somando ao todo 680 MW.
A primeira etapa do aproveitamento foi concluída em 1971. Em janeiro, a Ce-
mig colocou em operação comercial a primeira das quatro unidades de 106 MW, compostas por geradores fornecidos pela empresa alemã Siemens e turbinas tipo Francis
88
Localização
Município: Rifaina (MG)
Cronologia
Barragem
Início de construção: 1966
Início de operação: 1971
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 325
Altura máxima (m): 40
Cota do coroamento: 561
Bacia hidrográfica
Rio: Grande
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 62.700
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 1.042,65
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 14.100
Nº de comportas: 6 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 424
Nº de unidades geradoras: 4
Potência unitária (MW): 108
Energia assegurada
(MWmédio): 336
Queda nominal (m): 45
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 265,5
Reservatório
Área (km2): 34,6
Volume total máximo (hm3): 470
Volume útil máximo (hm3): 90
NA mínimo operativo: 555,5
NA máximo operativo: 558,5
Municípios atingidos: Sacramento
(MG); Pedregulho e Rifaina (MG)
fabricadas pela empresa japonesa Mitsubishi. A inaugu-
se, na época, a maior usina do parque gerador da Cemig.
ração oficial da usina ocorreu em 26 de fevereiro, em
Pesados investimentos foram realizados pela empresa
solenidade que contou com a presença do presidente
mineira para assegurar o escoamento de energia de Ja-
Emílio Garrastazu Médici, do ministro de Minas e Ener-
guara à região central de Minas, merecendo destaque a
gia, Antonio Dias Leite, do governador Israel Pinheiro e
linha de 345 kV até a subestação de Taquaril, localizada
dos engenheiros João Camilo Penna e Mario Bhering,
em Nova Lima, perto da capital estadual. presidentes da Cemig e da Eletrobrás, respectivamen-
te. As demais unidades da primeira etapa entraram em
de Jaguara com a usina de São Simão, construída pela
operação nos meses de abril, agosto e outubro de 1971,
empresa no rio Paranaíba, colocando em operação a
apresentando as mesmas especificações técnicas e de
primeira linha de seu sistema de transmissão em 500
fabricantes da primeira.
kV. Jaguara tornou-se então um ponto estratégico de
interligação entre o sistema de 345 kV associado às
O arranjo geral da usina compreende a barra-
Em 1978, a Cemig promoveu a interligação
gem principal de terra/enrocamento na margem direita
usinas do rio Grande e o novo sistema de 500 kV. do rio Grande com 325 m de comprimento, a barragem
de concreto gravidade na margem esquerda com 80 m de
cional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) aprovou
comprimento, vertedouro de concreto no trecho central
o projeto básico apresentado pela Cemig, relativo à
do rio com 108 m de extensão, equipado com seis com-
instalação de mais duas unidades com 108 MW de po-
portas de setor de 19,5 m de altura por 13,5 m de largura,
tência unitária na usina de Jaguara.
tomada d’água na margem esquerda do leito do rio com
156 m de comprimento, casa de força situada imediata-
dernização completa da usina, compreendendo a
mente a jusante da tomada d’água e canal de fuga com 900
substituição dos sistemas de supervisão e controle,
m de extensão. A antiga ponte ferroviária no rio Grande
proteção, regulação de velocidade e tensão, disjun-
entre as estações de Rifaina (SP) e Jaguara (MG) foi sub-
tores de saída dos geradores, reforma dos geradores,
mersa pelo reservatório de Jaguara.
reforma das comportas e outros sistemas auxiliares.
A modernização deverá estar concluída em 2008.
Com capacidade de 424 MW, Jaguara tornou-
Em dezembro de 1991, o Departamento Na-
Em 2004, a Cemig iniciou o processo de mo-
89
Usina
Hidrelétrica de
Miranda
A
usina hidrelétrica de Miranda está situada no rio Araguari, afluente do rio Paranaíba, no município de Indianópolis, a uma distância de 25 km em linha reta de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. É a quinta maior usina da Cemig em capacidade instalada.
Miranda foi
a primeira
hidrelétrica da
Cemig equipada
com sistema de
telecomando
compreendido
pelo Sistema
Digital de
Supervisão e
Controle...
Sua construção foi prevista no estudo de inventário do potencial hidrelé-
trico da bacia do rio Paranaíba realizado em meados da década de 1960 por consultores do consórcio Canambra e técnicos da Cemig. O estudo definiu um esquema
geral de aproveitamento do rio Araguari, constituído por quatro usinas: Nova Ponte, Miranda, Capim Branco e Tupaciguara.
Em 1970, a Cemig iniciou os estudos de viabilidade de Nova Ponte, empre-
endimento prioritário no rio Araguari, devido à importância de seu reservatório
para a regularização das vazões do principal afluente do Paranaíba em território
mineiro. Desde então, a construção de Miranda ficou condicionada à viabilização
do aproveitamento de Nova Ponte.
Miranda foi incluída em sucessivos planos de expansão do setor de ener-
gia elétrica elaborados pela Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) a partir de
1974. Entretanto, somente em dezembro de 1986, a Cemig obteve a concessão para
a realização do empreendimento, expedida pelo decreto federal nº 93.879.
Os projetos básico e executivo da usina foram elaborados sob a coorde-
nação da Cemig pela Internacional de Engenharia S.A. (Iesa), levando em conta as
92
novas diretrizes da legislação ambiental estabeleci-
bientais na área de influência do reservatório.
das em 1987 para os empreendimentos do setor de
energia elétrica. As obras civis começaram em abril
de outubro de 1997 em solenidade que contou com
de 1990 sob a responsabilidade do consórcio forma-
a participação do presidente Fernando Henrique Car-
do pelas empresas Queiroz Galvão e Tratex, transcor-
doso e do governador de Minas, Eduardo Azeredo. rendo em ritmo mais lento que o previsto devido à
As três unidades entraram em operação comercial
limitação de recursos para investimento. O cronogra-
entre maio e outubro de 1998. Tanto as turbinas tipo
ma de Miranda sofreu várias revisões, a exemplo de
Francis, com eixo vertical, quanto os geradores foram
outras obras de geração em curso no país nos primei-
fabricados pela Impsa. ros anos da década. No final de 1994, após a inauguração da usina
ende a barragem de terra homogênea na margem es-
de Nova Ponte, a construção de Miranda ganhou im-
querda e de terra e enrocamento na margem direita,
pulso com a abertura de crédito da Eletrobrás para o
vertedouro de superfície localizado na ombreira di-
financiamento de parte das obras civis. Miranda exigiu
reita com quatro comportas tipo segmento de 12,5 m
investimentos da ordem de R$ 800 milhões, integraliza-
de largura por 19,5 m de altura, com calha revestida
dos por recursos próprios da Cemig, da Eletrobrás e da
medindo 228 m de comprimento por 60 m de largura,
empresa argentina Industrias Metalúrgicas Pescarmona
tomada d’água do tipo gravidade com três compor-
(Impsa), responsável pelo financiamento e fabricação
tas, condutos forçados com 168 m de comprimento
dos equipamentos principais da usina.
médio e a casa de força. A conexão da usina ao sis-
tema interligado da Cemig foi feita por intermédio de
A Cemig recebeu a Licença de Operação (LO)
A usina foi inaugurada oficialmente em 24
O arranjo geral do aproveitamento compre-
para a hidrelétrica em maio de 1997, iniciando em 1º de
linhas de 138 kV.
agosto o enchimento do reservatório que inundou área
dos municípios de Indianápolis, Uberlândia, Nova Pon-
equipada com sistema de telecomando compreendi-
te e Uberaba. Dentro do elenco de ações ambientais, a
do pelo Sistema Digital de Supervisão e Controle, a
empresa implantou a reserva de Jacob para a realização
partir do Centro de Operação do Sistema (COS) da
de pesquisas e o desenvolvimento de programas am-
empresa em Belo Horizonte.
Localização
Município: Indianópolis (MG)
Miranda foi a primeira hidrelétrica da Cemig
Cronologia
Barragem
Início de construção: 1990
Início de operação: 1998
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 1.050
Altura máxima (m): 79
Cota do coroamento: 699
Bacia hidrográfica
Rio: Araguari
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 17.300
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 329,96
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 9.000
Nº de comportas: 4 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 408
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 136
Energia assegurada
(MWmédio): 202
Queda nominal (m): 67,4
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 216,5
Reservatório
Área (km2): 51,86
Volume total máximo (hm3): 1.120
Volume útil máximo (hm3): 145,6
NA mínimo operativo: 693
NA máximo operativo: 696
Municípios atingidos: Indianópolis, Nova
Ponte, Uberaba e Uberlândia (MG)
93
Usina
Hidrelétrica de
Nova Ponte
Usina Hidrelétrica
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Nova Ponte está situada no rio Araguari, afluente
do rio Paranaíba, no município de Nova Ponte, no Triângulo Mineiro. A
par da sua importância no parque gerador da Cemig – é a terceira maior
usina da empresa – o aproveitamento de Nova Ponte propiciou significativo ganho de energia para o sistema interligado da região Sudeste, devido
à localização privilegiada e à grande capacidade de regularização de seu
A inauguração
oficial da usina
ocorreu em 16
de setembro
de 1994 com
a entrada em
operação da
primeira de suas
três unidades
geradoras.
reservatório.
As primeiras investigações sobre Nova Ponte foram realizadas em 1964
por consultores do consórcio Canambra e técnicos da Cemig no escopo mais amplo dos chamados estudos energéticos da região Sudeste. Tais estudos abrangeram
o inventário dos recursos hidráulicos do rio Paranaíba e seus principais afluentes,
indicando condições promissoras para a construção de uma usina com reservatório de acumulação em Nova Ponte, no rio Araguari, cerca de 50 km a jusante da
usina de Pai Joaquim. Em 1970, a pedido da Cemig, a Hidroservice elaborou o primeiro estudo
de viabilidade do aproveitamento. Em julho de 1975, o governo federal promulgou
o decreto nº 76.006, outorgando à empresa mineira a concessão para a realização
do empreendimento. Em 1979, a usina foi incluída entre as obras programadas no
Plano de Atendimento aos Requisitos de Energia Elétrica até 1995, primeiro de uma
série de planos nacionais de energia elétrica elaborados pela Centrais Elétricas
Brasileiras (Eletrobrás).
96
Cerca de 60 milhões de dólares foram investidos
na construção da nova cidade de Nova Ponte,
erguida a cerca de 3 km da antiga sede,
e nos programas de indenização a mais de
mil proprietários rurais.
elaboração do projeto básico teve início em 1982
A
com a contratação da Leme Engenharia, empresa de
Nova Ponte exigiu investimentos da ordem de 1
consultoria sediada em Belo Horizonte, sucessora da
bilhão de dólares, integralizados em grande parte
Tams do Brasil. Ainda em 1982, a Cemig e a Eletrobrás
por recursos da Cemig. O principal apoio financei-
acertaram a realização de estudos conjuntos para o
ro à realização do empreendimento foi assegurado
dimensionamento da capacidade geradora de Nova
pela Eletrobrás, correspondendo a cerca de 23% do
Ponte e dos aproveitamentos de Miranda e Capim
total investido.
Branco, também situados no rio Araguari.
Em 1985, o empreendimento foi incluído na
usina atenderam às novas diretrizes da legis-
programação de obras do Plano de Recuperação Se-
lação ambiental, estabelecidas pelo Conselho
torial (PRS), preparado pela Eletrobrás, sendo orça-
Nacional do Meio Ambiente (Conama) em 1987
do em 385 milhões de dólares, exclusive juros duran-
para os empreendimentos do setor de energia
te a construção. Em dezembro de 1986, a Cemig abriu
elétrica. Nova Ponte foi a primeira hidrelétrica
concorrência pública para a execução das obras civis
de Minas Gerais a ter o processo de licencia-
principais, vencida pelo consórcio formado pelas em-
mento ambiental concluído de acordo com os
preiteiras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa.
novos requisitos da legislação.
As obras tiveram início em abril de 1987.
Os projetos executivo e ambiental da
97
O
s estudos de impacto ambiental foram desenvolvidos por técnicos da Cemig e
por mais de uma centena de especialistas de empresas de consultoria, entidades e
órgãos públicos, contemplando os meios físico, biótico, socioeconômico e cultural.
As ações de maior abrangência visaram minimizar os impactos sobre as populações urbana e rural de oito municípios mineiros que teriam suas terras inundadas
pelo reservatório da usina, nomeadamente Nova Ponte, Iraí de Minas, Patrocínio,
Pedrinópolis, Perdizes, Sacramento, Santa Juliana e Serra do Salitre.
Em março
de 2000, a
hidrelétrica
recebeu a
certificação
ISO 14001,
por seu
trabalho na
preservação
ambiental.
Cerca de 60 milhões de dólares foram investidos na construção da nova
cidade de Nova Ponte, erguida a cerca de 3 km da antiga sede, e nos programas de
indenização a mais de mil proprietários rurais. Além de programas de saneamento e relocação da infra-estrutura regional, foram implementados diversos projetos
específicos de preservação ambiental, como o aproveitamento econômico da biomassa vegetal, a remoção de artefatos arqueológicos, manejo e preservação da
fauna terrestre e a criação da estação ambiental de Galheiro.
Em outubro de 1993, obtida a Licença de Operação (LO) e com as obras
civis praticamente concluídas, a Cemig fechou as comportas da barragem para o
enchimento do reservatório de Nova Ponte.
A inauguração oficial da usina ocorreu em 16 de setembro de 1994 com a
entrada em operação da primeira de suas três unidades geradoras. A segunda e a
terceira unidades foram acionadas em fevereiro e setembro de 1995. As três unidades são compostas por turbinas do tipo Francis, com eixo vertical, fabricadas pela
Coemsa, e geradores de 170 MW de potência unitária, fornecidos pela Siemens do
Brasil. A montagem dos equipamentos eletromecânicos ficou a cargo da Tenenge
(Técnica Nacional de Engenharia), integrante do grupo Odebrecht.
98
Localização
Município: Nova Ponte (MG)
Cronologia
Início de construção: 1987
Início de operação: 1994
Barragem
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 1.620
Altura máxima (m): 142
Cota do coroamento: 817,3
Bacia hidrográfica
Rio: Araguari
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 15.338
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 290,78
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 5.800
Nº de comportas: 4 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 510
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 170
Energia assegurada
(MWmédio): 276
Queda nominal (m): 96
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 190
Reservatório
Área (km2): 449,24
Volume total máximo (hm3): 12.792
Volume útil máximo (hm3): 10.380
NA mínimo operativo: 775,5
NA máximo operativo: 815
Municípios atingidos: Iraí de Minas,
Nova Ponte, Patrocínio, Perdizes,
Pedrinópolis, Sacramento, Santa
Juliana e Serra do Salitre (MG)
arranjo geral do aproveitamento compreen-
O
local do aproveitamento, viabilizando a execução dos
de a barragem de terra/enrocamento, vertedouro
empreendimentos de Miranda, Capim Branco I e Capim
de superfície com 860 m de extensão, controlado
Branco II e aumentando a oferta de energia das usinas
por quatro comportas do tipo segmento, com 11 m
de Itumbiara, Cachoeira Dourada e São Simão, no rio
de largura por 17 m de altura, tomada d’água tipo
Paranaíba, Ilha Solteira, Jupiá, Porto Primavera e Itaipu,
torre, condutos forçados escavados na rocha com
no rio Paraná. A formação do reservatório determinou
extensão média de 310 m e a casa de força. A usi-
ainda a desativação da antiga usina de Pai Joaquim.
na foi a primeira no Brasil a ter um vertedouro de
calha longa sem revestimento de concreto em toda
certificação ISO 14001, por seu trabalho na preserva-
a sua extensão. Seu vertedouro possui apenas 250
ção ambiental. Nova Ponte é a segunda usina da Amé-
m revestidos de concreto, o que proporcionou uma
rica Latina a receber a certificação, sendo a primeira
grande economia de recursos. de grande porte, assim como a estação ambiental de
A usina foi integrada ao sistema de transmis-
Galheiro, construída às margens do reservatório. Em
são de 500 kV da Cemig mediante o seccionamento
setembro de 2005, o Sistema Integrado de Gestão da
da linha Emborcação-Jaguara em ponto intermediário
hidrelétrica (Qualidade, Meio Ambiente e Saúde e
dessa linha a apenas 400 m de distância da subestação
Segurança) recebeu certificação internacional reco-
elevadora de Nova Ponte. Seu reservatório possibili-
mendada pelo Bureau Veritas Quality International
tou a regularização plurianual das vazões afluentes ao
(normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001).
Em março de 2000, a hidrelétrica recebeu a
99
Usina
Hidrelétrica de
Salto Grande
A
usina hidrelétrica de Salto Grande, oficialmente denominada Américo René
Gianetti, está localizada no rio Santo Antônio, afluente do rio Doce, no município
de Braúnas, na região do Rio Doce de Minas Gerais. Foi um dos primeiros empreendimentos da Cemig, juntamente com a barragem de Cajuru e as hidrelétricas
A usina foi
inaugurada
oficialmente
em dezembro
de 1955,
entrando em
operação
comercial
no início
de 1956...
de Itutinga, Piau e Tronqueiras, representando um teste decisivo para a empresa,
devido à complexidade de seu projeto.
A construção da usina começou no governo Milton Campos (1947-1951)
sob a orientação do engenheiro Américo René Gianetti, secretário estadual de Agricultura e Indústria no mesmo período. Segundo o Plano de Recuperação Econômica e Fomento da Produção, formulado pelo governo Milton Campos, a hidrelétrica
deveria fornecer energia para a Cidade Industrial de Contagem e uma nova cidade
industrial a ser instalada no município de Santa Luzia.
Em julho de 1947, o governo estadual criou o Serviço de Aproveitamen-
to do Rio Santo Antônio (Sarsa) com a finalidade de levar a cabo o empreendimento e, mais tarde, solicitou a concessão para o aproveitamento progressivo
de energia de trechos dos rios Santo Antônio, Guanhães, Tanque, Peixe e Farias,
tendo em vista a instalação de Salto Grande e outras usinas de menor porte. A
concessão foi outorgada pelo governo federal em agosto de 1949 mediante a
expedição do decreto nº 27.033.
102
A construção da usina começou no governo
Milton Campos (1947-1951) sob a orientação do
engenheiro Américo René Gianetti, secretário estadual
de Agricultura e Indústria no mesmo período.
m 1949, a par da execução de trabalhos preliminares
E
Alto Rio Doce (Ceard), empresa regional de eletri-
no local do aproveitamento, foram firmados os contra-
cidade criada pelo governo Juscelino Kubitschek
tos de construção civil e de compra das duas unidades
(1951-1955), que passaria à condição de subsidiária
de 25.500 kW, previstas na primeira etapa da usina. Os
da Cemig no ano seguinte. De imediato, o novo go-
geradores e turbinas da primeira etapa foram encomen-
verno decidiu rever o projeto original de Salto Gran-
dados às empresas norte-americanas General Electric e
de, levando em conta os relatórios dos engenheiros
S. Morgan Smith, respectivamente. As obras civis fica-
Octávio Marcondes Ferraz, responsável pela cons-
ram a cargo do consórcio Alanbra, formado pelas em-
trução da usina de Paulo Afonso, e John Cotrim,
presas Alcasan, Andrade & Camargos e Custódio Braga
diretor técnico da Ceard. A pedido de Cotrim, o
Filho. Em 1950, entretanto, as obras foram praticamente
engenheiro De Sanctis, especialista em hidráulica
paralisadas em decorrência de acidente que soterrou a
da empresa italiana Techint, visitou a obra, cons-
casa de máquinas em construção. tatando as condições geológicas desfavoráveis do
local escolhido para instalação da casa de força e
Em 1951, o empreendimento passou à res-
ponsabilidade da Companhia de Eletricidade do
do túnel adutor principal.
103
A
elaboração do projeto definitivo e a assistência técnica para a construção
e a montagem da usina foram contratados com a Techint-Hydro de Milão, por
intermédio de sua associada Techint do Brasil. A concessão para o aproveita-
A Cemig
assumiu a
responsabilidade
pela operação
de Salto Grande
desde a
entrada em
funcionamento
da usina.
mento foi transferida para a Ceard em outubro de 1953 com base no decreto
federal nº 34.052.
Os recursos em moeda nacional da primeira etapa de Salto Grande
provieram na sua maioria da taxa estadual de eletrificação, completados
por empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE),
contratado em 1954. Os equipamentos da primeira e da segunda etapas foram adquiridos com base em financiamentos dos próprios fabricantes. A
Cemig chegou a solicitar ao Banco Mundial um empréstimo no valor de 15
milhões de dólares para as obras de Salto Grande, não deferido em virtude
da crise cambial brasileira.
A usina foi inaugurada oficialmente em dezembro de 1955, entrando em
operação comercial no início de 1956 com duas unidades geradoras de 25.500 kW
de potência cada uma, compostas por geradores de 60 Hz e turbinas tipo Francis, com eixo vertical, fornecidos pela General Electric e pela S. Morgan Smith. As
obras de ampliação foram iniciadas ainda em 1956 por três empresas: a Companhia
Construtora Nacional (barragem do rio Santo Antônio, conhecida como Madeira
Lavrada), a Techint (tomada d’água, túnel de Santo Antônio e tubulação forçada)
e a Christian Nielsen Engenharia Construtora (barragem do rio Guanhães, casa de
força e subestação).
A terceira e quarta unidades geradoras entraram em operação em maio e
julho de 1958, apresentando as mesmas características técnicas das duas primeiras. Os novos geradores foram encomendados à Canadian General Electric e as turbinas nº 3 e nº 4 foram fornecidas pela empresa francesa Neyrpic. Com potência de
102.000 kW, Salto Grande era na época a maior usina em funcionamento no estado
de Minas.
A usina de Salto Grande aproveita o potencial conjunto do rio Santo
Antônio e seu afluente Guanhães mediante um sistema de barragens e túneis
para adução das águas dos dois rios até a casa de força, situada na margem do
rio Santo Antônio, a jusante da confluência com o Guanhães. O arranjo geral
do aproveitamento compreende basicamente a barragem de Santo Antônio; um
túnel com 3.300 m de comprimento para a transposição das águas do rio Santo
Antônio até o vale do Guanhães; a barragem do Guanhães; o túnel principal
com 4.400 m de extensão, por onde correm as águas dos dois rios; a chaminé de
equilíbrio com 60 m de profundidade, escavada na rocha; as tubulações forçadas e finalmente a casa de força. 104
Localização
Município: Braúnas (MG)
Cronologia
Início de construção: 1949
Início de operação: 1956
Bacia hidrográfica
Rio: Santo Antônio e Guanhães
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): G: 2.060; SA: 6.260
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 142,16
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s):
Guanhães 1.512; Santo Antônio: 3.400
Nº de extravasores: Guanhães 2 (VF)
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): Guanhães 249;
Santo Antônio: 314
Altura máxima (m): Guanhães 31;
Santo Antônio: 24
Cota do coroamento: 359,3; 364,8
Reservatório
Casa de força
Potência instalada (MW): 102
Nº de unidades geradoras: 4
Potência unitária (MW): 27 (2); 24 (2)
Energia assegurada
(MWmédio): 75
Queda nominal (m): 86,7
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 38; 33
Área (km2): 5,76
Volume total máximo (hm3): Guanhães 78;
Santo Antônio: 20,5
Volume útil máximo (hm3): Guanhães 47;
Santo Antônio: 7,15
NA mínimo operativo: Guanhães 346;
Santo Antônio: 356,6
NA máximo operativo: Guanhães 356;
Santo Antônio: 362,5
Municípios atingidos: Braúnas, Dores
de Guanhães e Guanhães (MG)
nterligada às usinas de Gafanhoto e Itutinga, a hidre-
I
namento da usina. Em conseqüência da incorporação
létrica reforçou substancialmente o sistema de supri-
da Ceard pela Cemig em janeiro de 1962, a concessão
mento de energia à região central de Minas, polarizada
para o aproveitamento de Salto Grande foi transfe-
por Belo Horizonte. Para escoamento de sua energia, foi
rida para a concessionária estadual em outubro de
construída uma linha de transmissão de 161 kV até a
1963 pelo decreto federal nº 52.733. Em setembro de
subestação de Santa Luzia com 147 km de extensão.
1998, a concessão foi prorrogada pela portaria nº 331
do Ministério de Minas e Energia, pelo prazo de 20
A Cemig assumiu a responsabilidade pela
operação de Salto Grande desde a entrada em funcio-
anos, a contar de julho de 1995.
105
Usina
Hidrelétrica
São Simão
A
usina hidrelétrica São Simão está situada no trecho inferior do rio Paranaíba, na
divisa dos estados de Goiás e Minas Gerais, em área dos municípios de São Simão (GO)
e Santa Vitória, no Triângulo Mineiro. É a maior usina da Cemig com potência instalada
A escavação
do primeiro
estágio da
barragem
de terra
e enrocamento
foi concluída
em meados
de 1974 e o
desvio do
rio Paranaíba
em agosto
de 1975.
de 1.710 MW. A energia gerada pela hidrelétrica é transportada por linhas de 500 kV às
subestações de Itumbiara (Furnas), Jaguara (Cemig) e Água Vermelha (Cesp). Depois,
seu fluxo é direcionado para todo o sistema interligado nacional.
A concessão para o aproveitamento da energia hidráulica do rio Paranaíba
no trecho denominado canal de São Simão foi outorgada à Cemig pelo decreto federal
nº 55.512, promulgado em janeiro de 1965. Alguns dirigentes do setor elétrico federal
chegaram a defender, sem sucesso, a transferência da concessão para Furnas.
O estudo de viabilidade de São Simão foi elaborado em 1965 por consulto-
res do consórcio Canambra e técnicos da Cemig, no escopo mais amplo dos chamados estudos energéticos da região Sudeste. Entre os locais relacionados pela
Canambra no inventário do rio Paranaíba, apenas São Simão foi objeto de estudo
de viabilidade. Com potência estimada em 1.600 MW, o aproveitamento não apresentava qualquer problema especial quanto à aquisição de terras ou construção,
podendo fornecer energia com baixo custo unitário de investimento, na avaliação
dos consultores estrangeiros. O local era conhecido pela beleza do canal de São
Simão que recolhia as águas de dois braços paralelos do Paranaíba, formando uma
sucessão de majestosas cachoeiras ao longo de dois quilômetros.
108
E
m 1969, a Cemig contratou a empresa brasileira
A Eletrobrás concordou em financiar cerca de
Engevix e a norte-americana TAMS para revisão dos
um terço dos dispêndios em moeda nacional, aprovando
dados pesquisados e, em 1970, a empresa norte-ame-
em fevereiro de 1972 a concessão de um crédito no valor
ricana Internacional Engineering Company para a
correspondente a 120 milhões de dólares. Os entendimen-
seleção final do local da barragem e os detalhamen-
tos iniciais com o Banco Mundial visaram à cobertura
tos técnicos do empreendimento. A capacidade do
integral dos dispêndios em moeda estrangeira, avaliados
aproveitamento foi redimensionada para 2.500 MW,
em 125 milhões de dólares. Em vista das prioridades pedi-
optando a Cemig pela instalação inicial de 1.000 MW.
das pelo governo federal para outros empreendimentos,
A primeira etapa do projeto, compreendendo barra-
o BIRD propôs o estabelecimento de crédito limitado a
gem, usina com quatro unidades geradoras de 250
60 milhões de dólares, complementado por esquema de
MW, linhas de transmissão e subestações, foi orçada
créditos paralelos de bancos privados internacionais.
em 368 milhões de dólares a preços de maio de 1971.
Esse esquema foi efetivamente montado pela diretoria
Para financiamento da obra, além de recur-
da Cemig, presidida à época pelo engenheiro João Camilo
sos próprios de capital, a Cemig contou com o apoio
Penna, e aplicado pela primeira vez em empreendimentos
da Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), do Banco
do setor elétrico brasileiro, viabilizando a assinatura de
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), do
contrato com o Banco Mundial em 14 de junho de 1972.
Banco Mundial (BIRD) e de bancos do Japão, França,
A Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame),
Alemanha, Suécia, Suíça e Inglaterra, que abriram linhas
subsidiária do BNDE, concedeu um crédito no valor global
de créditos paralelos stand-by, destinados à aquisição,
de 60 milhões de dólares para o financiamento dos equi-
nesses países, de equipamentos eletromecânicos.
pamentos de fabricação brasileira.
A concessão para o aproveitamento da energia
hidráulica do rio Paranaíba no trecho denominado canal
de São Simão foi outorgada à Cemig pelo decreto
federal nº 55.512, promulgado em janeiro de 1965.
109
A
s obras de São Simão foram iniciadas em agosto de 1973, sob responsabilidade
de consórcio formado pela empresa italiana Impregilo e pela brasileira C.R. Almeida.
O resultado da concorrência suscitou rumoroso debate na imprensa, na Assembléia
Legislativa de Minas Gerais e no Congresso Nacional, por causa da pequena diferença
entre a proposta do consórcio vencedor e a da Construtora Mendes Júnior.
Em novembro
de 1979,
a usina atingiu
a capacidade
de 1.608 MW
com a entrada
em operação
de sua sexta
unidade
geradora.
O projeto executivo foi elaborado pela Geotécnica Engenheiros Consul-
tores e pela Companhia Internacional de Engenharia (CIE) e o estudo de impacto
ambiental por Robert Goodland, consultor do Banco Mundial.
A escavação do primeiro estágio da barragem de terra e enrocamento foi con-
cluída em meados de 1974 e o desvio do rio Paranaíba em agosto de 1975. A montagem
das unidades eletromecânicas foi iniciada em novembro de 1976, sob a responsabilidade da empresa brasileira Técnica Nacional de Engenharia (Tenenge). Em 1977, as
comportas de desvio no rio Paranaíba foram fechadas, tendo início o enchimento do
reservatório de São Simão e a operação de salvamento de animais ilhados com a inundação de extensa área nos municípios de Capinópolis, Gurinhatã, Ipiaçu, Ituiutaba e
Santa Vitória (MG), Bom Jesus de Goiás, Cachoeira Dourada, Gouvelândia, Inaciolândia, Paranaiguara, Quirinópolis e São Simão (GO). O empreendimento exigiu a relocação das cidades de São Simão e Paranaiguara, das localidades de Chaveslândia (MG)
e Gouvelândia (GO) e de 50 km das rodovias federais BR-364 e BR-365, bem como a
construção de nova ponte sobre o rio Paranaíba com 320 m de extensão.
São Simão foi inaugurada oficialmente em 24 de junho de 1978, com a en-
trada em operação comercial de sua primeira unidade geradora, em solenidade
que contou com a presença do presidente Ernesto Geisel, do governador Aureliano Chaves e do engenheiro Francisco Afonso Noronha, presidente da Cemig. Em
novembro de 1979, a usina atingiu a capacidade de 1.608 MW com a entrada em
operação de sua sexta unidade geradora.
110
O
sistema de transmissão associado à usina foi composto por 1.738 km de linhas em 500 kV e 65 km em
345 kV, provendo a interligação da hidrelétrica com as
usinas de Jaguara (Cemig), Água Vermelha (Cesp), Itumbiara (Furnas) e a subestação abaixadora de Neves, nas
proximidades de Belo Horizonte.
O arranjo geral do aproveitamento compreen-
de as barragens de terra na margem direita e de terra/
enrocamento na margem esquerda, vertedouro de concreto do tipo superfície no trecho central do rio, com
175 m de extensão, equipado com nove comportas de
15 m de largura por 19 m de altura, tomada d’água, casa
de força e canal de fuga escavado em rocha e terra, com
270 m de largura e 120 m de comprimento. As turbinas
tipo Francis, com eixo vertical, foram fabricadas pela
Neyrpic e os geradores de 268 MW de potência unitária
pela Brown Boveri. Diversos componentes dos equipamentos permanentes da usina foram fabricados no
Brasil, com índices de nacionalização de 51% para as
turbinas e de 67% para os geradores.
Em 1996, a Cemig elaborou diversos estudos de
engenharia e promoveu melhorias no sistema de resfriamento dos transformadores elevadores de São Simão, elevando a potência da usina em 102 MW. Com a repotenciação de suas unidades geradoras, a hidrelétrica passou ao
patamar 1.710 MW de capacidade geradora nominal.
Localização
Municípios: Santa Vitória (MG)
e São Simão (GO)
Cronologia
Início de construção: 1973
Início de operação: 1978
Barragem
Tipo: Concreto e terra/enrocamento
Comprimento (m): 3.440
Altura máxima (m): 127
Cota do coroamento: 404
Bacia hidrográfica
Rio: Paranaíba
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 172.268
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 2.305,59
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 24.100
Nº de comportas: 9 (CS)
Reservatório
Casa de força
Potência instalada (MW): 1.710
Nº de unidades geradoras: 6
Potência unitária (MW): 285
Energia assegurada
(MWmédio): 1.281
Queda nominal (m): 72
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 425
Área (km2): 703,29
Volume total máximo (hm3): 12.540
Volume útil máximo (hm3): 5.540
NA mínimo operativo: 390,5
NA máximo operativo: 401
Municípios atingidos: Capinópolis,
Gurinhatã, Ipiaçu, Ituiutaba e Santa
Vitória (MG); Bom Jesus de Goiás,
Cachoeira Dourada, Gouvelândia,
Inaciolândia, Paranaiguara,
Quirinópolis e São Simão (GO)
111
Usina
Hidrelétrica de
Três Marias
A
usina hidrelétrica de Três Marias, oficialmente denominada Bernardo Mascarenhas, está situada no rio São Francisco, no município de Três Marias, na região central
Em junho de
1956, a CVSF
firmou novo
convênio
com a Cemig,
delegando à
concessionária
mineira plenos
poderes para
a execução
das obras de
Três Marias.
de Minas Gerais. Sua denominação oficial rende homenagem ao engenheiro e industrial mineiro, Bernardo Mascarenhas, pioneiro da produção de energia hidrelétrica no
estado. Três Marias foi a primeira obra de grande porte da Cemig e também o primeiro
grande empreendimento hidráulico de múltiplas finalidades realizado no Brasil.
A história do empreendimento remonta à criação da Comissão do Vale do
São Francisco (CVSF) em dezembro de 1948. Órgão subordinado à Presidência da
República, a CVSF foi encarregada de formular e executar um plano de desenvolvimento de longo prazo para a região do rio São Francisco e principais afluentes nos
estados de Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Goiás. Em dezembro de 1950, a CVSF concluiu o Plano Geral para o Aproveitamento
Econômico do Vale do São Francisco, elaborado sob a orientação do engenheiro Lucas
Lopes, um dos fundadores da Cemig em 1952 e primeiro presidente da empresa. O plano
definiu a regularização do rio São Francisco como a questão-chave para o desenvolvimento regional, recomendando a construção de uma série de barragens para a melhoria das
condições de navegação nas épocas de estiagem, o controle de enchentes que periodicamente assolavam as populações ribeirinhas, a produção de hidreletricidade, a irrigação, o
aproveitamento agrícola das áreas das vazantes e o saneamento urbano.
114
Quarta estrutura de terra do mundo na época,
a barragem de Três Marias foi inaugurada em
janeiro de 1961 pelo presidente Kubitschek,
quatro anos depois do início das obras que
chegaram a mobilizar dez mil trabalhadores.
ntre as barragens recomendadas no plano da CVSF,
E
CVSF, iniciando os trabalhos de complementação do an-
a mais importante era a de Três Marias, perto das cor-
teprojeto com assistência da empresa norte-americana
redeiras de mesmo nome, no curso superior do São
International Engineering Co. (Ieco). No início do man-
Francisco. Segundo o plano, a barragem proporcionaria
dato do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961),
a retenção de um volume d’água estimado, no mínimo,
o governo federal reafirmou seu compromisso com o
em 5 milhões de m3, permitindo, entre suas múltiplas
empreendimento, incluindo-o entre os projetos do Pro-
finalidades, produzir substancial quantidade de energia
grama de Metas para o setor de energia.
e dar plena utilização às máquinas da usina de Paulo
Afonso, que estava sendo construída pela Companhia
vênio com a Cemig, delegando à concessionária
Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) para o abasteci-
mineira plenos poderes para a execução das obras
mento da região Nordeste. de Três Marias. O convênio estabeleceu que a cons-
O anteprojeto da barragem e do aproveitamen-
trução da barragem seria custeada com recursos
to hidrelétrico de Três Marias foi elaborado pela Servix
orçamentários da CVSF e financiamento do Banco
Engenharia entre 1952 e 1954. A Servix apresentou ele-
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE),
mentos suficientes para a localização da barragem a 1,5
cabendo à concessionária mineira a responsabili-
km da embocadura do rio Borrachudo, na divisa entre
dade financeira pela construção da casa de força
os municípios de São Gonçalo do Abaeté e Corinto.
ao pé da barragem, a compra dos equipamentos
eletromecânicos e a implantação do sistema de
Em junho de 1955, manifestando interesse
pela realização da obra, a Cemig firmou convênio com a
Em junho de 1956, a CVSF firmou novo con-
transmissão até Belo Horizonte.
115
E
m maio de 1957, a Cemig firmou contrato para a execução do empreendimento
com os consórcios Companhia Construtora Corinto e Companhia Construtora Três
Marias, formados pelas empresas norte-americanas Utah Construction, Kaiser En-
A história do
empreendimento
remonta à
criação da
Comissão
do Vale do
São Francisco
(CVSF) em
dezembro
de 1948.
gineers, Raymond Concret Pile e Morrison Knudsen. As obras civis principais começaram logo em seguida, ganhando grande impulso a partir de fevereiro de 1958
com a chegada do grosso do equipamento de construção adquirido no exterior.
Durante a construção da barragem, a Cemig contou com a consultoria do professor
Arthur Casagrande, da Universidade de Harvard (EUA), renomado especialista em
mecânica de solos.
A concessão para o aproveitamento hidrelétrico foi outorgada à conces-
sionária mineira em abril de 1958 pelo decreto federal nº 43.581. No mesmo ano,
as empresas alemãs Siemens e J. M. Voith foram contratadas para o fornecimento
das unidades geradoras, transformadores elevadores e equipamentos de controle
da usina, depois de tomada de preços internacional, na qual foram consultadas 25
companhias de nove países. Os empréstimos e créditos para compra dos equipamentos da usina e seu sistema de transmissão associado foram obtidos junto a alguns dos principais fornecedores, como a Siemens e a General Electric norte-americana, e bancos da Alemanha e Suécia, além do Export-Import Bank (Eximbank) do
governo norte-americano.
Quarta estrutura de terra do mundo na época, a barragem de Três Marias
foi inaugurada em janeiro de 1961 pelo presidente Kubitschek, quatro anos depois
116
Localização
Município: Três Marias (MG)
Cronologia
Início de construção: 1957
Início de operação: 1962
Bacia hidrográfica
Rio: São Francisco
Bacia: rio São Francisco
Área de drenagem (km2): 50.600
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 681,02
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 8.700
Nº de comportas: 7 (CS)
Barragem
Tipo: Terra homogênea
Comprimento (m): 2.700
Altura máxima (m): 75
Cota do coroamento: 576,23
Reservatório
Casa de força
Potência instalada (MW): 396
Nº de unidades geradoras: 6
Potência unitária (MW): 66
Energia assegurada
(MWmédio): 239
Queda nominal (m): 46,1
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 150
Área (km2): 1.090
Volume total máximo (hm3): 19.528
Volume útil máximo (hm3): 15.278
NA mínimo operativo: 549,2
NA máximo operativo: 572,5
Municípios atingidos: Abaeté,
Biquinhas, Felixlândia, Morada
Nova de Minas, Paineiras, Pompéu,
São Gonçalo do Abaeté e
Três Marias (MG)
do início das obras que chegaram a mobilizar dez mil
cas e de fabricação das duas primeiras. O sistema de
trabalhadores. Entre outros benefícios, seu imenso
transmissão associado à usina alcançou o norte de
reservatório contribuiria decisivamente para o aten-
Minas em 1965 com a inauguração da linha para Mon-
dimento das necessidades energéticas da Chesf em
tes Claros. Em 1970, a linha até o Barreiro passou a
Paulo Afonso até a inauguração da barragem de So-
operar na tensão de 345 kV.
bradinho (BA) no final da década de 1970.
A usina de Três Marias foi inaugurada em 25 de
de barragem de terra homogênea, protegida por enro-
julho de 1962 em solenidade que contou com a presen-
camento pesado a montante e por filtros a jusante, com
ça do presidente João Goulart, do governador José Ma-
2.700 m de comprimento, 600 m de largura na base e
galhães Pinto e do engenheiro Celso Mello de Azevedo,
75 m de altura, vertedouro do tipo crista, na margem
presidente da Cemig. Na ocasião, entraram em operação
direita, com sete comportas de 13,7 m de altura por 11
duas unidades geradoras com 66 MW de potência uni-
m de largura e calha revestida de concreto medindo 550
tária, compostas por geradores Siemens e turbinas tipo
m, tomada d’água, condutos forçados em concreto ar-
Kaplan, fabricadas pela J. M. Voith. O sistema de trans-
mado com revestimento de chapas de aço e a casa de
missão compreendeu inicialmente uma linha de 275 kV
força, também localizada na margem direita.
com 246 km de extensão entre a usina e a subestação do
Barreiro, nas proximidades de Belo Horizonte. Em conse-
Cemig para a exploração da usina de Três Marias e
qüência do desmembramento do município de Corinto
seu sistema de transmissão associado foi prorrogada
em 1963, as terras em torno da barragem foram incorpo-
pela portaria nº 111 do Ministério de Minas e Energia,
radas pelo município de Barreiro Grande, que mudaria
pelo prazo de 20 anos a contar de julho de 1995.
sua denominação para Três Marias em 1975.
Gradualmente, a hidrelétrica recebeu mais
e modernização das unidades geradoras, compreenden-
quatro unidades geradoras, ampliando sua potência
do a reforma das turbinas e geradores, substituição dos
instalada para 396 MW. As novas unidades foram co-
sistemas de supervisão e controle, proteção, regulação
locadas em operação entre julho de 1963 e março de
de velocidade e tensão e outros sistemas auxiliares. O
1969, apresentando as mesmas características técni-
projeto deverá estar concluído em 2012.
O arranjo geral do aproveitamento compreen-
Em abril de 1997, a concessão outorgada à
Em 2002, a Cemig iniciou o projeto de reforma
117
Usina
Hidrelétrica de
Volta Grande
A
usina hidrelétrica de Volta Grande está situada no baixo rio Grande, na divisa
dos estados de Minas Gerais e São Paulo, com casa de força no lado paulista em
área pertencente ao município de Miguelópolis. No lado oposto, a hidrelétrica ocupa área do município de Conceição das Alagoas, no Triângulo Mineiro. Nona usina
da cascata de aproveitamentos hidrelétricos do rio Grande, Volta Grande está a jusante da usina de Igarapava, também construída pela Cemig, e a montante da usina
de Porto Colômbia, pertencente à empresa federal Furnas Centrais Elétricas.
120
Nona usina da cascata de aproveitamentos
hidrelétricos do rio Grande, Volta Grande
está a jusante da usina de Igarapava, também
construída pela Cemig...
A
s primeiras investigações sobre Volta Grande fo-
Light, recebeu autorização para estudar o apro-
ram realizadas no âmbito de um estudo mais amplo
veitamento de Volta Grande. Em 1961, a Compa-
sobre o potencial hidrelétrico do rio Grande, de-
nhia Brasileira Administradora de Serviços Téc-
senvolvido pela Cemig entre 1954 e 1955. O estudo
nicos (Cobast), ligada ao grupo Light, concluiu as
revelou o grande potencial do rio Grande na altura
novas investigações, definindo com maior preci-
das corredeiras de Furnas, indicando a possibilida-
são a localização da usina.
de de construção de outras usinas a jusante, entre
as quais, Volta Grande. As conclusões finais do estu-
elaborado em 1965 por consultores do consórcio Ca-
do da Cemig foram divulgadas em outubro de 1955,
nambra com a participação de técnicos da Cemig, no
contribuindo decisivamente para a escolha de Furnas
bojo dos chamados estudos energéticos da região
como uma das obras fundamentais do Programa de
Sudeste. Em dezembro de 1966, o relatório final da
Metas do governo Juscelino Kubitschek.
Canambra recomendou a construção em curto prazo
Os estudos sobre o rio Grande prossegui-
de Volta Grande, Igarapava e Porto Colômbia, consi-
ram no governo Kubitschek sob a responsabili-
derando o baixo custo unitário de investimento e a
dade de várias empresas. Em abril de 1958, a São
possibilidade de comissionamento das três usinas no
Paulo Light, concessionária do grupo canadense
início da década de 1970.
O estudo de viabilidade de Volta Grande foi
121
E
m fevereiro de 1967, o governo federal promulgou o decreto nº 60.261, que outorgou à Cemig a concessão para realização de Volta Grande. Em outubro de 1968,
a empresa assinou contrato de financiamento com o Banco Mundial no valor de
26,6 milhões de dólares, correspondentes a 36% do orçamento total da usina e seu
respectivo sistema de transmissão. As despesas em moeda nacional foram custeadas por recursos próprios da Cemig, suplementados por empréstimos da Centrais
Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
Em área
remanescente
da construção
da hidrelétrica,
a Cemig
implantou
em 1976
a estação
ambiental de
Volta Grande...
mico (BNDE). O projeto executivo de Volta Grande foi elaborado em 1969 por um
consórcio de três empresas: a Engevix, a Tams do Brasil e a Tams (Tippets, Abbet,
McCarthy, Stratton), de Nova Iorque.
As obras civis de Volta Grande foram iniciadas em janeiro de 1970 pela
Construtora Mendes Júnior. Em 1972, após o desvio do rio Grande, a Cemig e a Techint iniciaram a montagem das duas primeiras unidades geradoras da usina. Em
novembro de 1973, as adufas do vertedouro foram fechadas para a formação do
reservatório que inundou áreas dos municípios de Água Comprida, Conceição das
Alagoas, Conquista e Delta (MG) e Aramina, Igarapava e Miguelópolis (SP).
A inauguração oficial da usina ocorreu em julho de 1974 com a entrada em
operação comercial da primeira de suas quatro unidades geradoras de 95 MW, em
solenidade que contou com a presença do presidente Ernesto Geisel. As demais
unidades geradoras foram colocadas em operação entre fevereiro e outubro de
1975. Todas as unidades de Volta Grande são compostas por geradores fornecidos
pela Siemens alemã e turbinas tipo Kaplan fabricadas pela empresa canadense Dominion. Vale destacar que a indústria nacional alcançou uma participação de cerca de 60% do valor do fornecimento de equipamentos permanentes e do sistema
122
de transmissão. A usina foi integrada ao sistema de
transmissão de 345 kV da Cemig por intermédio da
ção da usina e seu sistema de transmissão associado
linha Volta Grande-Jaguara com 89 km de extensão.
foi prorrogada pela portaria nº 112 do Ministério de
Minas e Energia pelo prazo de 20 anos a contar de
O arranjo geral do empreendimento compre-
Em abril de 1997, a concessão para explora-
ende barragem de concreto com 474 m de compri-
fevereiro de 1997.
mento e de terra nas ombreiras de extensão, verte-
douro com 181 m de comprimento e dez comportas
létrica, a Cemig implantou em 1976 a estação ambiental
tipo segmento, tomada d’água e casa de força a jusan-
de Volta Grande, originalmente denominada Estação de
te da tomada d’água.
Hidrobiologia e Piscicultura de Volta Grande.
Localização
Município: Miguelópolis (SP)
Cronologia
Início de construção: 1970
Início de operação: 1974
Bacia hidrográfica
Rio: Grande
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 68.000
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 1130.71
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 12.700
Nº de comportas: 10 (CS)
Em área remanescente da construção da hidre-
Barragem
Tipo: Terra e concreto gravidade
Comprimento (m): 2.329
Altura máxima (m): 56
Cota do coroamento: 497
Reservatório
Casa de força
Área (km ): 205
Volume total máximo (hm3): 2.244
Volume útil máximo (hm3): 268
NA mínimo operativo: 493,2
NA máximo operativo: 494,6
Municípios atingidos: Água Comprida,
Conceição das Alagoas, Conquista
e Delta (MG); Aramina, Igarapava e
Miguelópolis (SP)
2
Potência instalada (MW): 380
Nº de unidades geradoras: 4
Potência unitária (MW): 95
Energia assegurada
(MWmédio): 229
Queda nominal (m): 26,2
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 450
123
124
Pequenas Centrais Hidrelétricas
125
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Anil
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Anil está localizada no rio Jacaré, afluente do rio Grande,
no município de Santana do Jacaré, na região centro-oeste de Minas Gerais.
A primeira concessão para o aproveitamento da energia hidráulica do rio
Jacaré no trecho da cachoeira do Anil foi outorgada à municipalidade de Oliveira
A usina
de Anil
entrou em
operação
em março
de 1964
com duas
unidades
geradoras
de 60 Hz...
pelo decreto nº 3.796, promulgado pelo governo federal em março de 1939. O aproveitamento destinava-se a reforçar o abastecimento de energia elétrica à cidade de
Oliveira, dependente de uma usina de 486 kW, instalada em 1907 em outro trecho
do rio Jacaré por iniciativa da prefeitura.
Em outubro de 1948, a realização do aproveitamento passou para a alçada
do governo estadual, em conformidade com o decreto federal nº 25.630. Em 1949,
o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de Minas Gerais (DAE-MG)
concluiu anteprojeto para a construção da usina em duas etapas com a instalação
de duas unidades geradoras de 560 kW na primeira etapa. Em 1956, a Cemig obteve apoio do governo federal para a consecução do
empreendimento em parceria com o Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS), encomendando a fabricantes suecos os equipamentos principais das
duas unidades geradoras de Anil. A construção da barragem teve início em 1957
sob a responsabilidade do DNOS. Segundo planejamento traçado pela Cemig na
época, a área de influência da usina abrangeria diversos municípios do chamado
distrito de Anil, entre os quais, Campo Belo, Oliveira, Carmo da Mata, Cláudio e
Santo Antônio do Amparo.
126
Em 1956, a Cemig obteve apoio do governo
federal para a consecução do empreendimento
em parceria com o Departamento Nacional
de Obras e Saneamento (DNOS).
m abril de 1958, a concessão para o aproveitamen-
E
presas suecas Asea e Nohab. Em setembro do mes-
to hidrelétrico foi transferida para a Cemig pelo decre-
mo ano, a Cemig recebeu a concessão para distribuir
to federal nº 43.533. No mesmo ano, porém, a empresa
energia elétrica nos municípios de Santana do Jacaré
reprogramou a construção da casa de força devido ao
e Campo Belo.
atraso das obras civis de barragem e adução.
A usina de Anil entrou em operação em mar-
ção da usina hidrelétrica e seu sistema de transmis-
ço de 1964 com duas unidades geradoras de 60 Hz,
são associado foi prorrogada pela portaria nº 110 do
compostas por geradores de 1.040 kW de potência
Ministério de Minas e Energia pelo prazo de 20 anos a
unitária e turbinas tipo Francis fabricados pelas em-
contar de julho de 1995.
Localização
Município: Santana do Jacaré (MG)
Cronologia
Início de construção: 1957
Início de operação: 1964
Bacia hidrográfica
Rio: Jacaré
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 1.460
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 28,1
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 266,6
Nº de comportas: 1 (CF)
Em abril de 1997, a concessão para explora-
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 116
Altura máxima (m): 10
Cota do coroamento: 848,99
Casa de força
Potência instalada (MW): 2,08
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 1,04
Energia assegurada
(MWmédio): 0,8
Queda nominal (m): 35,15
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 3,6
Reservatório
Área (km ): 0,26
Volume total máximo (hm3): 0,078
Volume útil máximo (hm3): 0,067
NA mínimo operativo: 846
NA máximo operativo: 847
2
127
Usina Hidrelétrica
de
Bom
Jesus
Usina Hidrelétrica
do
Galho
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Bom Jesus do Galho está localizada no ribeirão do Sacramento, afluente do rio Doce, no município de Bom Jesus do Galho, na região do Rio
Doce de Minas Gerais. A área em que se encontra instalada pertenceu ao município
de Caratinga até a emancipação do município de Bom Jesus do Galho em 1943.
Em 1997,
foi executado
projeto de
complementação
da barragem
e do vertedouro
em concreto
armado...
Construída pela Dias Mafra & Cia., concessionária privada de âmbito mu-
nicipal, a usina contou inicialmente com uma unidade de 64 kW que gerava energia
elétrica na freqüência de 50 Hz. Os serviços prestados pela concessionária sofreram interrupção em 1947, motivando protesto da prefeitura de Bom Jesus do Galho. Em 1956, os equipamentos originais foram substituídos por gerador de 360 kW,
encomendado à Compagnie Le Matériel Eléctrique SW (Schneider-Westinghouse),
e turbina tipo Francis, com eixo horizontal, fabricada pela Société des Forges et
Ateliers du Creusot (SFAC). A Cemig recebeu a concessão das instalações da hidrelétrica pela portaria
nº 542 do Ministério de Minas e Energia, promulgada em 6 de maio de 1983. A mesma portaria determinou a cassação da exploração dos serviços de energia elétrica
de que era titular a Dias Mafra & Cia. na sede e no distrito de Passa Dez do município de Bom Jesus do Galho.
Pouco antes do recebimento da concessão pela Cemig, a usina saiu de
operação. Técnicos da empresa mineira constataram a existência de erosão na
ombreira direita da barragem e área a jusante, recomendando a complementação
da barragem, a execução de um muro guia para direcionamento do fluxo vertido e
128
de outras obras para sanar os problemas. Em 1986, a
hidrelétrica voltou a funcionar, sendo semi-automati-
vidade, formando um reservatório a fio d’água. A va-
zada em 1994 com proteção através de desligamento
zão afluente do ribeirão Sacramento é desviada para
automático dos equipamentos. Entretanto, o assore-
a tomada d’água na ombreira esquerda, ligada à casa
amento do reservatório por detritos e solo transpor-
de força por conduto adutor forçado em aço de 136
tado provenientes das atividades urbanas ocasionou
m de comprimento e 1,3 m de diâmetro, que abastece
entupimentos freqüentes da grade da tomada d’água
sua única unidade geradora.
com conseqüentes paradas da unidade geradora. Em
1997, foi executado projeto de complementação da
Jesus do Galho para a Cemig foi reconhecida em ou-
barragem e do vertedouro em concreto armado, tor-
tubro de 1996 pelo Departamento Nacional de Águas
nando mais prática e eficiente a operação da usina.
e Energia Elétrica (DNAEE).
Localização
Município: Bom Jesus do Galho (MG)
Cronologia
Início de operação: 1931
A hidrelétrica conta com barragem tipo gra-
A titularidade da concessão da usina de Bom
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 35
Altura máxima (m): 6
Bacia hidrográfica
Rio: Sacramento
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 360
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 4,31
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Nº de comportas: 2 (CF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 0,36
Nº de unidades geradoras: 1
Potência unitária (MW): 0,36
Energia assegurada
(MWmédio): 0,13
Queda nominal (m): 24
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 1,8
A Cemig recebeu a concessão das instalações
da hidrelétrica pela portaria nº 542 do
Ministério de Minas e Energia, promulgada
em 6 de maio de 1983.
129
Usina Hidrelétrica
de Cajuru
A
usina hidrelétrica de Cajuru está situada no rio Pará, afluente do rio São
Francisco, no município de Divinópolis, na região centro-oeste de Minas Gerais.
As obras de Cajuru foram realizadas pela Cemig em duas etapas com intervalo
A usina
entrou em
funcionamento
em abril
de 1959 com
uma unidade
geradora
de 60 Hz...
de cinco anos entre a conclusão da barragem e a entrada em operação da única
unidade geradora da usina. A barragem de Cajuru foi projetada com a finalidade primordial de melhorar
o aproveitamento da potência instalada de Gafanhoto, principal usina construída pelo
governo do estado antes da criação da Cemig, localizada também no rio Pará. Devido
ao pequeno volume de seu reservatório, Gafanhoto operava com capacidade bastante
reduzida nos períodos de estiagem.
Situada cerca de 20 km a montante de Gafanhoto, a barragem de Cajuru foi
inaugurada oficialmente em fevereiro de 1954 pelo governador Juscelino Kubitschek.
A barragem regularizou a vazão do rio Pará, aumentando o valor efetivo de Gafanhoto
como fonte produtora de energia. Graças ao seu reservatório, a Cemig pôde atender às
necessidades de consumo da Cidade Industrial de Contagem no ano particularmente
seco de 1954. A barragem foi provida de oito comportas de setor e das necessárias conexões para futura instalação de uma unidade geradora. O reservatório de Cajuru ocupa áreas pertencentes a quatro municípios, nomeadamente Carmo do Cajuru, Cláudio,
Divinópolis e Itaguara.
130
Graças ao seu reservatório, a Cemig pôde atender
às necessidades de consumo da Cidade Industrial de
Contagem no ano particularmente seco de 1954.
A
segunda etapa do empreendimento consistiu na
Comissão do Vale do São Francisco (CVSF).
construção da casa de força e na montagem de um grupo
gerador de 7.200 kW, com o objetivo de aproveitar a queda
1959 com uma unidade geradora de 60 Hz, composta
criada pela barragem. A concessão para o aproveitamento
por gerador fornecido pela empresa alemã Siemens e
hidrelétrico de Cajuru foi outorgada à Cemig em agosto de
turbina tipo Kaplan, com eixo vertical, fabricada pela
1958 pelo decreto federal nº 44.372.
empresa suíça Escher Wiss.
As obras das duas etapas foram executadas
A usina entrou em funcionamento em abril de
Em abril de 1997, a concessão para exploração
pela Companhia Morrison Knudsen do Brasil, segundo
da usina hidrelétrica de Cajuru foi prorrogada pela por-
projeto formulado pelo corpo técnico da Cemig e da
taria nº 123 do Ministério de Minas e Energia pelo prazo
Servix Engenharia, com a colaboração da empresa nor-
de 20 anos a contar de julho de 1995.
te-americana International Engineering Co. (Ieco). Além
de recursos próprios da Cemig, as obras contaram com
missão em 69 kV da Cemig e contribui para a manuten-
auxílio do governo federal, fornecido por intermédio da
ção da tensão nos horários de ponta.
Localização
Município: Divinópolis (MG)
Cronologia
Início de operação: 1959
Bacia hidrográfica
Rio: Pará
Bacia: rio São Francisco
Área de drenagem (km2): 2.440
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 34,75
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 960
Nº de comportas: 2 (VF); 8 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 7,2
Nº de unidades geradoras: 1
Potência unitária (MW): 7,2
Energia assegurada
(MWmédio): 3,86
Queda nominal (m): 17,2
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 45,2
A usina está integrada ao sistema de subtrans-
Barragem
Tipo: Terra
Comprimento (m): 345
Altura máxima (m): 22
Cota do coroamento: 758,3
Reservatório
Área (km2): 25,08
Volume total máximo (hm3): 192,7
Volume útil máximo (hm3): 132,7
NA mínimo operativo: 748,3
NA máximo operativo: 756,3
Municípios atingidos: Carmo
do Cajuru, Cláudio, Divinópolis
e Itaguara (MG)
131
Usina Hidrelétrica
de Dona Rita
A
usina hidrelétrica de Dona Rita está situada no rio Tanque, afluente do rio
Santo Antônio e contribuinte do rio Doce, no município de Santa Maria de Itabira, na região central de Minas Gerais.
Em junho
de 1985, a
Cemig passou
a operar a
hidrelétrica
em regime
de comodato.
Foi construída pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) para garantir o su-
primento de energia às atividades de extração e beneficiamento de minério de ferro da
CVRD no complexo minerador de Itabira, considerando a precária infra-estrutura de
energia elétrica da região em meados do século passado. O projeto executivo da usina
foi elaborado pela companhia mineradora e pela empresa de engenharia Tecal.
A usina entrou em operação em 1952 com gerador de 810 kW e turbina
do tipo Francis de eixo horizontal, fornecidos pelas empresas suecas Asea e KMW,
respectivamente. Dona Rita completou sua capacidade final em 1959, quando passou a contar com uma segunda unidade geradora, composta por gerador de 1.600
kW, encomendado à empresa belga Acec, e turbina do tipo Francis de eixo vertical,
fabricada pela empresa suíça Charmilles.
A CVRD também foi responsável pela construção do sistema de transmis-
são associado à usina, implantando uma linha com 17 km de extensão e uma subestação própria nas proximidades de Itabira. A concessão para o aproveitamento
hidrelétrico foi oficializada em junho de 1956 pelo decreto federal nº 39.419. Em
setembro de 1962, o governo federal promulgou o decreto nº 1.378, facultando o
132
fornecimento de energia de Dona Rita para os servi-
Em junho de 1985, a Cemig passou a operar a
ços públicos de iluminação e força de localidades si-
hidrelétrica em regime de comodato.
tuadas em sua área de influência.
Em 1977, a empresa mineradora doou a usi-
barragem de concreto, tipo gravidade, tomada d’água
na ao Departamento de Águas e Energia Elétrica do
com duas comportas, vertedouro de crista livre com
Estado de Minas Gerais (DAE-MG) que promoveu
65 m de extensão, casa de força ao pé da barragem e
adaptações na antiga subestação da CVRD para o me-
comporta de descarga de fundo. Em 1995, foram con-
lhoramento do atendimento de cidades próximas na
cluídas obras e melhorias referentes à semi-automati-
tensão de 13,8 kV.
zação das unidades geradoras.
O arranjo do aproveitamento compreende a
A usina entrou em operação em 1952
com gerador de 810 kW...
Localização
Município: Santa Maria de Itabira (MG)
Cronologia
Início de operação: 1952
Bacia hidrográfica
Rio: Tanque
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 747
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 12,35
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 286
Nº de comportas: 1 (CF)
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 133,5
Altura máxima (m): 22,5
Cota do coroamento: 545,37
Casa de força
Potência instalada (MW): 2,41
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 1,2
Energia assegurada
(MWmédio): 0,84
Queda nominal (m): 21,6
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 8
Reservatório
Área (km2): 0,25
Volume total máximo (hm3): 1,298
Volume útil máximo (hm3): 0,446
NA mínimo operativo: 534,27
NA máximo operativo: 536,27
133
Usina Hidrelétrica
de Gafanhoto
A
usina hidrelétrica de Gafanhoto está localizada no rio Pará, afluente do rio São
Francisco, no município de Divinópolis, na região centro-oeste de Minas Gerais.
Inaugurada em 1946, representou um dos marcos pioneiros da intervenção do poder público na produção de energia elétrica em Minas, juntamente com os aprovei-
Gafanhoto
ampliou
rapidamente
seu raio de
influência,
integrando-se
ao esquema
geral do
suprimento
de energia à
zona central
do estado.
tamentos de Pai Joaquim e Santa Marta, também desenvolvidos por iniciativa do
governo Benedito Valadares.
Gafanhoto foi construída com a finalidade de fornecer energia à Ci-
dade Industrial de Contagem, a mais importante realização do governo Valadares (1933-1945) para o desenvolvimento econômico de Minas. O projeto
da Cidade Industrial com seu respectivo sistema energético foi idealizado
pelo engenheiro Israel Pinheiro da Silva, titular da secretaria de Agricultura
no governo Valadares até 1942.
A concessão para o aproveitamento de energia do rio Pará no trecho
da cachoeira de Gafanhoto foi outorgada pelo governo federal em fevereiro de
1941 com a promulgação do decreto nº 6.844. No mês seguinte, Valadares assinou o decreto que criou a Cidade Industrial em Contagem, na época distrito do
município de Betim.
Os trabalhos no local do aproveitamento começaram em 1940, sob a res-
ponsabilidade da secretaria estadual de Viação e Obras Públicas, chefiada pelo
134
engenheiro Odilon Dias Pereira. Os estudos iniciais
das primeiras e mais importantes fábricas insta-
foram elaborados no âmbito dessa secretaria pelo en-
ladas na Cidade Industrial. Em 1941, os gerado-
genheiro Asdrúbal Teixeira de Souza; o projeto bási-
res e turbinas foram encomendados às empresas
co foi desenvolvido pelos engenheiros Luís Gonzaga
norte-americanas General Electric e James Leffel,
de Sousa Lima e Moacir Andrade, da Sociedade de
respectivamente, com previsão de entrega no se-
Instalações Técnicas (SIT). gundo semestre de 1942.
As obras de construção civil ficaram a
O cronograma de instalação da usina teve
cargo da Empresa Nacional de Melhoramentos
que ser revisto devido às dificuldades impostas pela
Ltda., do empresário Juventino Dias, fundador
Segunda Guerra Mundial, em especial o afundamen-
da Companhia de Cimento Portland Itaú, uma
to de um navio norte-americano que transportava
Os trabalhos no local do aproveitamento
começaram em 1940, sob a responsabilidade da
Secretaria Estadual de Viação e Obras Públicas,
chefiada pelo engenheiro Odilon Dias Pereira.
135
algumas de suas máquinas. Após a perda desse equipamento, encomendado na
freqüência de 50 Hz, o governo mineiro fez a opção pela implantação de geradores de 60 Hz.
As obras de Gafanhoto foram concluídas em 1946 no governo do inter-
ventor João Tavares Corrêa Beraldo. As quatro unidades geradoras de 3.220 kW,
acopladas a turbinas do tipo Francis com eixo vertical, entraram em operação experimental em duas etapas, nos meses de fevereiro e maio.
O arranjo geral da usina é composto por barragem de concreto tipo
gravidade, com 135,7 m de comprimento e 8 m de altura, canal de adução
com 640 m de comprimento, 6 m de profundidade e 6 m de largura, castelo
d’água, quatro condutos forçados com 93 m de comprimento e 2,5 m de diâmetro, casa de força e canal de fuga.
A hidrelétrica foi ligada à Cidade Industrial por uma linha de transmissão
de 88 km de extensão, ficando sua operação sob a responsabilidade do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de Minas Gerais (DAE-MG), criado
pelo interventor João Beraldo em 1946. No ano seguinte, a usina já fornecia energia
para dez estabelecimentos industriais em Contagem que empregavam um contingente de mil trabalhadores.
O cronograma
de instalação
da usina teve
que ser revisto
devido às
dificuldades
impostas pela
Segunda Guerra
Mundial...
Gafanhoto ampliou rapidamente seu raio de influência, integrando-
se ao esquema geral do suprimento de energia à zona central do estado. A hidrelétrica contribuiu para a eletrificação da Rede Mineira de Viação (RMV),
no trecho Belo Horizonte-Divinópolis, e também passou a atender ao sistema da Companhia Força e Luz de Minas Gerais (CFLMG), que servia a Belo
Horizonte e Santa Bárbara, fornecendo-lhe os seus excedentes de energia. O
aumento do número de clientes, contudo, acabou prejudicando o abastecimento da Cidade Industrial.
Em julho de 1952, o sistema de geração, transformação, transmis-
são e distribuição da usina de Gafanhoto passou ao controle da recémconstituída Cemig. Em setembro de 1953, o governo federal transferiu a
concessão do aproveitamento de Gafanhoto para a empresa mineira por
meio do decreto nº 33.821. Devido ao pequeno volume de seu reservatório, a usina vinha operan-
do com capacidade bastante reduzida nos períodos de estiagem. Para regularizar a vazão do rio Pará e garantir a plena utilização das máquinas de Gafanhoto,
a Cemig construiu a barragem de Cajuru, cerca de 20 km a montante da usina. A obra contou com ajuda financeira da Comissão do Vale do São Francisco
(CVSF), sendo concluída no final de 1953. A inauguração do reservatório foi
de fundamental importância para que não ocorresse um colapso completo no
136
abastecimento da Cidade Industrial. Mais tarde, a
Cemig realizaria obras complementares para a instalação de uma unidade geradora de 7.200 kW ao pé
da barragem de Cajuru.
Gafanhoto iniciou em 1957 o suprimento
de energia aos municípios de Divinópolis e Arcos
por intermédio de linha de 69 kV com 80 km de extensão, implantada pela CVSF. Em 1959, a Cemig
promoveu a interligação entre Gafanhoto e a usina
de Cajuru, inaugurada no mesmo ano. Na década
de 1980, a empresa mineira estabeleceu a ligação
entre Gafanhoto e a subestação de Bom Despacho
em 138 kV. A antiga ligação com Arcos também passou a operar nessa tensão.
A concessão outorgada à Cemig para a explo-
ração de Gafanhoto e seu sistema de transmissão associado foi prorrogada em abril de 1997 pela portaria
nº 116 do Ministério de Minas e Energia, pelo prazo
de vinte anos a contar de julho de 1995. A alteração
da potência instalada de Gafanhoto para 14 MW foi
regularizada em julho de 2003 pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel), por meio do despacho nº
411. A usina de Gafanhoto era uma das 32 Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCHs) da empresa em operação ao final de 2005.
Localização
Município: Divinópolis (MG)
Cronologia
Início de construção: 1940
Início de operação: 1946
Bacia hidrográfica
Rio: Pará
Bacia: rio São Francisco
Área de drenagem (km2): 2.540
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 38,55
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 972
Nº de comportas: 3 (CF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 14
Nº de unidades geradoras: 4
Potência unitária (MW): 3,5
Energia assegurada
(MWmédio): 6,68
Queda nominal (m): 32,3
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 15
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 135,7
Altura máxima (m): 8
Cota do coroamento: 711,51
Reservatório
Área (km2): 3,17
Volume total máximo (hm3): 4,32
Volume útil máximo (hm3): 4,1
NA mínimo operativo: 703,01
NA máximo operativo: 708,11
Municípios atingidos: Divinópolis
e Carmo do Cajuru (MG)
137
Usina Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
de Jacutinga
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Jacutinga está situada no rio Mogi-Guaçu, afluente do rio
Pardo e contribuinte do rio Grande, no município de Jacutinga, na região sul de
Minas Gerais, perto da divisa com o estado de São Paulo.
...em julho de
1969, o decreto
nº 64.799
referendou a
transferência do
aproveitamento
hidrelétrico
de Jacutinga
para a Cemig.
Obra da Companhia Força e Luz de Jacutinga (CFLJ), concessio-
nária privada de âmbito municipal, a usina foi construída em local próximo ao pioneiro aproveitamento hidrelétrico de Jacutinga, inaugurado
em 1910, pertencente à mesma empresa. A antiga usina funcionou com
duas unidades geradoras de 50 Hz somando 280 kW. Na década de 1940, a
CFLJ e outras pequenas concessionárias atuantes no estado de São Paulo
passaram ao controle da Sociedade Anônima Central Elétrica do Rio Claro, uma das mais importantes companhias de energia elétrica de capital
privado do país.
Em 1948, visando à construção da nova usina, a CFLJ solicitou ao governo
federal a concessão para o aproveitamento da energia hidráulica da cachoeira de
Poço Fundo no rio Mogi-Mirim, obtida em janeiro de 1949 com a expedição do decreto nº 26.214. A usina entrou em operação em 1949 com uma unidade geradora de 720
kW, composta por gerador de 60 Hz fornecido pela General Electric norte-americana e turbina tipo Francis fabricada pela empresa inglesa Boving. Sua barragem de
concreto foi dotada de quatro comportas e dez vertedouros. A antiga hidrelétrica
logo deixou de funcionar.
138
E
m dezembro de 1965, a usina e os demais bens
estadual paulista transferia à sua congênere mineira
e instalações da CFLJ foram adquiridos pela Com-
bens e instalações que possuía nos municípios minei-
panhia Hidrelétrica do Rio Pardo (Cherp), empresa
ros de Jacutinga e Albertina. A Cesp se comprome-
pertencente ao governo de São Paulo. Em janeiro de
tia ainda a fazer o necessário suprimento de energia
1967, em conseqüência da fusão das onze empresas
elétrica em grosso à Cemig para o atendimento dos
públicas de energia elétrica paulistas, a área de con-
referidos municípios, até que fosse feita a ligação dos
cessão da CFLJ e sua usina foram incorporadas pela
mesmos ao seu sistema de transmissão. Finalmente,
Centrais Elétricas de São Paulo (Cesp).
em julho de 1969, o decreto nº 64.799 referendou a
transferência do aproveitamento hidrelétrico de Ja-
Em outubro de 1968, foi firmado acordo en-
tre a Cesp e a Cemig, segundo o qual a concessionária
Localização
Município: Jacutinga (MG)
cutinga para a Cemig.
Cronologia
Início de operação: 1948
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 136
Altura máxima (m): 8
Cota do coroamento: 788,498
Bacia hidrográfica
Rio: Mogi-Guaçu
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 1.160
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 23,64
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Casa de força
Potência instalada (MW): 0,72
Nº de unidades geradoras: 1
Potência unitária (MW): 0,72
Energia assegurada
(MWmédio): 0,47
Queda nominal (m): 12,9
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 10
A usina entrou em operação em 1949 com uma
unidade geradora de 720 kW, composta por
gerador de 60 Hz fornecido pela General Electric.
139
Usina Hidrelétrica
de Joasal
A
usina hidrelétrica de Joasal está situada no rio Paraibuna, afluente do rio Paraíba
do Sul, a 12 km do centro urbano de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. Foi
construída pela Companhia Mineira de Eletricidade (CME), empresa de capital privado,
A primeira
concessão para
o aproveitamento
da cachoeira
de Joasal foi
outorgada pelo
governo federal
em 1911...
fundada em 1888 pelo industrial Bernardo Mascarenhas, responsável pela implantação
dos serviços públicos de eletricidade em Juiz de Fora e outros municípios vizinhos.
Joasal também ficou conhecida como usina nº 4, tendo em conta a série
de hidrelétricas da CME instaladas no rio Paraibuna, nomeadamente, as usinas de Marmelos 1, inaugurada em 1896 e retirada de operação em 1952, Marmelos 2 e Paciência, que entraram em operação, respectivamente, em 1915 e 1930 e, a exemplo
de Joasal, integram o parque gerador atual da Cemig.
A primeira concessão para o aproveitamento da cachoeira de Joasal foi outor-
gada pelo governo federal em 1911 em favor dos empresários Carlos da Costa Wigg e
Trajano Sabóia Viriato de Medeiros, tendo em vista o fornecimento de energia elétrica
para uma projetada usina siderúrgica nas proximidades de Juiz de Fora. Entretanto, o
projeto de implantação da siderúrgica não foi levado adiante pelos dois empresários.
Três décadas mais tarde, a CME requereu ao governo federal a concessão
para o aproveitamento de Joasal, obtida em fevereiro de 1944 com a promulgação do
decreto nº 9.067. O projeto da usina foi elaborado por Joaquim Ribeiro de Oliveira,
Cristiano Degwert e Odilon Pereira de Andrade, diretores da concessionária, e pelos
140
engenheiros Leo Amaral Penna, diretor técnico da Com-
na margem esquerda do rio Paraibuna; túnel adutor
panhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras (Ca-
de 66 m de comprimento, cuja escavação em rocha
eeb), e César Rabelo Cotrim, que também trabalhava
demandou dez meses de trabalho; canal de 1.698 m
na Caeeb, empresa pertencente ao grupo American and
de extensão, construído em concreto armado; tubu-
Foreign Power Co. (Amforp).
lação forçada de 610 m de extensão; casa de força e
subestação elevadora ligada por dois circuitos de 23
Joasal representou o último e maior investi-
mento em geração hidrelétrica da CME. Foi construída
kV à subestação de Juiz de Fora.
às margens da antiga rodovia União e Indústria, a jusan-
te do aproveitamento de Marmelos e a montante da usi-
pela Cemig, a usina passou a integrar o parque de gera-
na de Paciência. Ao final de 1944, estavam praticamente
ção da companhia pública de energia elétrica de Minas.
concluídas as obras preparatórias, tais como estradas
Em 1994, como parte da estratégia de reduzir custos
de acesso, alojamento e oficinas, além do projeto de-
operacionais e modernizar instalações, a Cemig implan-
finitivo das obras hidráulicas. Os geradores e turbinas
tou um sistema de semi-automação em Joasal.
foram encomendados às empresas norte-americanas
General Electric e James Leffel, respectivamente.
Cemig para a exploração de Joasal e seu sistema de
Em maio de 1950, por ocasião do centenário de
transmissão associado foi prorrogada pela portaria
Juiz de Fora, a usina entrou em operação com dois gerado-
nº 117 do Ministério de Minas e Energia pelo prazo de
res de 1.680 kW de potência unitária, acoplados a turbinas
vinte anos a contar de julho de 1995.
Em maio de 1980, com a incorporação da CME
Em abril de 1997, a concessão outorgada à
do tipo Francis. Em 1952, a CME iniciou os trabalhos de
ampliação da usina, concluídos no final de 1954, quando
foram acionados três novos grupos geradores, com as
mesmas características técnicas e de fabricação.
O arranjo geral da hidrelétrica compreende
a barragem de concreto com comporta de madeira
removível no vertedouro de soleira livre, comporta
para descarga de fundo e duas comportas de desvio
Localização
Município: Juiz de Fora (MG)
Cronologia
Início de construção: 1944
Início de operação: 1950
Bacia hidrográfica
Rio: Paraibuna
Bacia: rio Paraíba do Sul
Área de drenagem (km2): 1.071
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 23,45
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 97,42
Nº de comportas: 5 (CV)
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 35
Altura máxima (m): 4
Cota do coroamento: 596,4
Casa de força
Potência instalada (MW): 8,4
Nº de unidades geradoras: 5
Potência unitária (MW): 1,68
Energia assegurada
(MWmédio): 5,2
Queda nominal (m): 67,75
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 3,13
Reservatório
Área (km2): 0,02
Volume total máximo (hm3): 0,056
Volume útil máximo (hm3): 0,02
NA mínimo operativo: 594,97
NA máximo operativo: 595,97
141
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Lages
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Lages está situada no rio Santo Antônio das Lages, afluente do rio Paranaíba, no município de Coromandel, na região do Alto Paranaíba de
Minas Gerais.
...com base
em projeto
elaborado
pelo engenheiro
Júlio Otto
Theodoro
Lohmann,
a usina entrou
em operação
em 1942...
Construída pela prefeitura de Patos de Minas com base em projeto elabo-
rado pelo engenheiro Júlio Otto Theodoro Lohmann, a usina entrou em operação
em 1942, dispondo de duas unidades geradoras acionadas por turbinas tipo Pelton
com 160 kW de potência unitária.
Em 1955, o aproveitamento de Lages foi ampliado com a inauguração
de uma nova casa de força e a entrada em operação de uma unidade de 680 kW,
composta por gerador e turbina tipo Francis, com eixo horizontal, fabricados
pelas empresas alemãs Garbe Lahmeyer e Dreeo M. Go. A usina passou para o
controle do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de Minas Gerais (DAE-MG) em 1966, sendo encampada pela Cemig em junho de 1985. A concessionária mineira decidiu manter em operação somente a unidade de maior
potência.
A hidrelétrica foi desativada em fevereiro de 1992, por causa de uma en-
chente que causou o rompimento da barragem, o desmoronamento da primeira
casa de força, a perda dos equipamentos de 160 kW e o alagamento da segunda
casa de força. Naquela altura, devido à precariedade dos sistemas de sincronismo
e regulação de velocidade e tensão, a usina operava ilhada, alimentando apenas
algumas indústrias locais.
142
Em 1955, o aproveitamento de Lages foi
ampliado com a inauguração de uma nova
casa de força e a entrada em operação
de uma unidade de 680 kW...
m janeiro de 2005, a Cemig reativou a usina, após
E
anormalidade. A interligação da hidrelétrica ao siste-
a reconstrução da barragem e reforma completa dos
ma da Cemig trouxe melhorias nos níveis de tensão
equipamentos eletromecânicos da unidade de 680
locais e redução de perdas, proporcionando benefí-
kW. Foi feita ainda a automação parcial, que permite
cios significativos a alguns dos grandes consumido-
a parada de sua única unidade geradora, em caso de
res da concessionária na região.
Localização
Município: Coromandel (MG)
Cronologia
Início de operação: 2005 (reativação)
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 50
Altura máxima (m): 2,5
Bacia hidrográfica
Rio: Santo Antônio das Lages
Bacia: rio Paranaíba
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Casa de força
Potência instalada (MW): 0,68
Nº de unidades geradoras: 1
Potência unitária (MW): 0,68
Energia assegurada
(MWmédio): 0,37
Queda nominal (m): 104,9
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 0,9
Reservatório
Área (km2): 2,50
Volume útil máximo (hm3): 75
143
Usina Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
Luiz
Dias
de Irapé
A
usina hidrelétrica Luiz Dias está localizada no rio Lourenço Velho, afluente
do rio Sapucaí e contribuinte do rio Grande, no município de Itajubá, na região
sul de Minas Gerais. Originalmente denominada usina Lourenço Velho, foi retirada de operação em 1993 e reformada para funcionar como usina-escola com
Em 1927, a
usina atingiu
a capacidade
final de
2.430 kW
ao receber
a terceira e
última unidade
geradora...
base em convênio firmado no ano seguinte entre a Cemig e a Escola Federal
de Engenharia de Itajubá (Efei). Integrante do parque gerador da Cemig, a hidrelétrica é operada atualmente pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei),
sucessora da Efei.
Sua construção foi idealizada em 1911 pelo capitão Luiz Dias e pelo
major João Antônio Pereira para atendimento da demanda dos serviços de iluminação e força de Itajubá, em especial, as atividades manufatureiras no setor
têxtil. A obra foi executada pela Companhia Industrial Força e Luz, concessionária dos serviços de eletricidade em Itajubá e no município vizinho de Maria
da Fé, integrante de um grupo de empresas liderado pela Companhia Industrial
Sul Mineira, pertencente a empresários e políticos mineiros, entre os quais,
Venceslau Brás Pereira Gomes.
Em setembro de 1914, a usina foi inaugurada com duas unidades
geradoras de 810 kW de potência cada uma, compostas por geradores de 50
Hz e turbinas tipo Francis, rotor duplo, com eixo horizontal, fabricados na
Alemanha pelas empresas Telefunken e Amme Giesecke, respectivamente. O
esquema geral da obra compreendeu a construção de pequena barragem de
144
Sua construção foi idealizada em 1911
pelo capitão Luiz Dias e pelo major João Antônio
Pereira para atendimento da demanda
dos serviços de iluminação e força de Itajubá,
em especial, as atividades manufatureiras
no setor têxtil.
pedras argamassadas, dotada de duas comportas
ao fundo, com 6 m de altura e 43 m de comprimen-
nário da CSME. Todos os bens e instalações da Sul
to, com um vertedouro de 36 m de comprimento,
Mineira, incluindo Luiz Dias e outras usinas como
canal de adução em concreto armado com 80 m
Poço Fundo, São Bernardo e Xicão, foram incorpo-
de extensão, duas tubulações forçadas, feitas em
rados definitivamente ao patrimônio da Cemig em
aço carbono rebitado, com 23 m de comprimen-
1969. Nesse mesmo ano, a Cemig levou a cabo a
to, dotadas, cada uma, de válvulas borboletas e
mudança de freqüência de 50 Hz para 60 Hz na an-
grades na câmara de carga.
tiga área de concessão da CSME, abrangendo cerca
A hidrelétrica, então denominada usina
de 60 localidades no sul de Minas. A mudança de
Lourenço Velho, entrou em operação apenas al-
freqüência da usina Luiz Dias acarretou a alteração
guns meses depois da inauguração do Instituto
de rotação do eixo de suas turbinas e geradores de
Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá, primeiro
600 para 720 rpm.
estabelecimento de ensino superior no Brasil es-
pecialmente dedicado ao estudo de engenharia
a hidrelétrica passou a contribuir para o atendimen-
elétrica. Antecessor da Efei e da atual Unifei, o
to de pontas de carga e de emergências em casos de
Instituto foi fundado em novembro de 1913 por
falha da interligação do sistema, contribuindo ainda
iniciativa do político, advogado e professor Teo-
para a regularização da tensão nos municípios de Ma-
domiro Carneiro Santiago.
ria da Fé e Itajubá.
Em 1927, a usina atingiu a capacidade
Em 1967, a Cemig adquiriu o controle acio-
Integrada ao sistema interligado da Cemig,
Entre 1980 e 1982, as unidades geradoras 1
final de 2.430 kW ao receber a terceira e última
e 2 foram inteiramente reformadas. Em 1987, além
unidade geradora com as mesmas característi-
da reforma dos painéis de controle, foi construído
cas técnicas e de fabricação das duas anteriores.
novo canal adutor e todos os painéis de controle
Lourenço Velho permaneceu sob a administração
foram reformados.
da Companhia Industrial Força e Luz até a incor-
poração desta concessionária pela Companhia
operação pela Cemig. Ainda nesse ano, foram ini-
Sul Mineira de Eletricidade (CSME) em 1942. A hi-
ciadas negociações entre a Efei, a Cemig e a Pre-
drelétrica recebeu então a denominação de usina
feitura Municipal de Itajubá para criação de como-
Luiz Dias. dato entre a Cemig e a prefeitura, tendo em vista o
Em março de 1993, a usina foi retirada de
145
aproveitamento do sítio hidrológico da usina Luiz Dias pela Efei. Em junho de
1994, a usina passou formalmente para a competência administrativa da escola
de engenharia.
Em dezembro de 1998, a Cemig e a Efei celebraram o contrato de operação
de manutenção de Luiz Dias. Para revitalizar a usina e colocar os grupos geradores
em funcionamento, foi necessário recuperar vários equipamentos. Nesta empreitada, a Efei contou com a ajuda de vários parceiros, como a Alstom Power, a RTR
Engenharia e a própria Cemig.
Luiz Dias voltou à operação em agosto de 1999 e funciona com duas
unidades geradoras. Sua potência instalada de 1.620 kW foi regularizada em
julho de 2003 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio do
despacho nº 411. É a primeira Pequena Central Hidrelétrica (PCH) do Brasil operada comercialmente e interligada ao sistema através de uma escola de engenharia. Funciona como um laboratório em escala real para estudos e pesquisas
de graduação e pós-graduação e o desenvolvimento tecnológico na área de geração de energia, atendendo estudantes, professores e pesquisadores da Unifei
– criada em 2002 – e do Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais
Hidrelétricas (Cerpch). Em setembro de 2004, por ocasião do 90º aniversário de Luiz Dias, a
Unifei, em parceria com a Cemig e o Ministério de Minas e Energia, inaugurou
o Parque de Alternativas Energéticas para o Desenvolvimento Auto-Sustentável (Paeda), localizado no sítio hidrológico da usina, constituído por 39 ha de
terras rurais, com vegetação de espécimes da Mata Atlântica, onde habitam
animais silvestres, como pacas, capivaras, lobos, macacos, sagüis e diversas
espécies de pássaros.
Entre 1980 e 1982, as unidades
geradoras 1 e 2 foram inteiramente
reformadas. Em 1987, além da
reforma dos painéis de controle,
foi construído novo canal adutor
e todos os painéis de controle
foram reformados.
146
Localização
Município: Itajubá (MG)
Cronologia
Início de construção: 1911
Início de operação: 1914
Barragem
Tipo: Pedras argamassadas
Comprimento (m): 43
Altura máxima (m): 6
Casa de força
Bacia hidrográfica
Rio: Lourenço Velho
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 472
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 11,03
Potência instalada (MW): 1,62
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 0,81
Energia assegurada
(MWmédio): 1,04
Queda nominal (m): 29,7
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 3,75
147
Usina Hidrelétrica
de Marmelos
A
usina hidrelétrica de Marmelos está situada no rio Paraibuna, afluente do rio
Paraíba do Sul, a 7 km de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. Também
A pioneira
usina de
Marmelos
foi inaugurada
em 5 de
setembro
de 1889, com
dois grupos
geradores
monofásicos de
125 kW
de potência
cada um...
conhecida como Marmelos 2, é uma usina quase centenária e das mais antigas do
país. Foi construída pela Companhia Mineira de Eletricidade (CME), na mesma área
dos aproveitamentos de Marmelos Zero e Marmelos 1, marcos pioneiros da indústria de energia elétrica nacional. Primeira hidrelétrica da América do Sul destinada à produção
de energia para utilidade pública, Marmelos Zero foi idealizada pelo
empresário mineiro Bernardo Mascarenhas, fundador da CME e figura
proeminente na formação da indústria têxtil em Minas, ainda ao tempo
do Império. Responsável pela instalação das fábricas da Companhia Cedro & Ca-
choeira em Sete Lagoas e Curvelo, o industrial se estabeleceu em 1887 em Juiz
de Fora, constituindo a Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas. Em associação com Francisco Batista de Oliveira, também adquiriu a concessão para a
iluminação da cidade e obteve a revisão do contrato original, tendo em vista
o uso da iluminação elétrica em vez da iluminação a gás. Posteriormente, uma
nova cláusula contratual permitiria o aproveitamento da eletricidade para a
transmissão de força.
148
Integrada ao sistema de 23 kV da Cemig,
a usina de Marmelos era uma das 32 Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCHs) da empresa
em operação no final de 2005.
m janeiro de 1888, Mascarenhas fundou a CME,
E
de iluminação pública e 700 lâmpadas para uso parti-
com capital subscrito por 30 acionistas, assumindo o
cular, a usina recebeu o terceiro grupo gerador de 125
cargo de presidente da concessionária que exerceria
kW, completando a potência de 375 kW.
até seu falecimento em 1899. O empresário projetou,
especificou e desenhou de próprio punho a primeira
até a entrada em funcionamento de Marmelos 1
usina da CME, localizada na cachoeira de Marmelos,
em 1896. Localizada um pouco abaixo da usina de-
às margens da rodovia União e Indústria. As obras ti-
sativada, a nova hidrelétrica contou inicialmente
veram início em fevereiro de 1889 e todo o maquiná-
com dois geradores bifásicos de 300 kW de potên-
rio para a montagem da hidrelétrica foi encomenda-
cia cada um, acionados por turbinas tipo Francis.
do à empresa norte-americana Max Nothman.
Em 1898, a usina iniciou o fornecimento de energia
A pioneira usina de Marmelos foi inaugurada
para a fábrica de Mascarenhas. O acionamento elé-
em 5 de setembro de 1889, com dois grupos gerado-
trico dessa fábrica também representou um marco
res monofásicos de 125 kW de potência cada um, fa-
pioneiro, pois, na época, a maioria das indústrias
bricados pela Westinghouse, operando sob tensão de
têxteis era movida a vapor com complicados sis-
1.000 volts na freqüência de 60 Hz. Em 1892, quando
temas de transmissão para as máquinas e muitas
Juiz de Fora já contava com 180 lâmpadas no sistema
ainda eram acionadas por rodas-d’água.
Marmelos Zero permaneceu em operação
149
E
m 1905, a capacidade de Marmelos 1 foi ampliada com a instalação do terceiro
grupo gerador de 300 kW, ao mesmo tempo em que a CME adquiria a companhia
de bondes à tração animal de Juiz de Fora, visando à eletrificação das linhas. Em
Primeira
hidrelétrica da
América do Sul
destinada à
produção de
energia para
utilidade
pública...
1910, Marmelos 1 atingiu a potência final de 1.200 kW com a entrada em operação
do quarto grupo gerador, fabricado pela Westinghouse, tal como os anteriores. Em janeiro de 1915, dando prosseguimento à exploração do potencial hidráu-
lico do rio Paraibuna, a CME inaugurou a hidrelétrica de Marmelos 2. Projetada pelo
engenheiro Asdrúbal Teixeira de Souza, a usina entrou em operação com dois geradores encomendados à empresa norte-americana General Electric, com 600 kW de potência cada um, e turbinas de tipo Francis, fabricadas pela alemã J. M. Voith. Sua casa de
força foi construída em prédio contíguo ao da usina de Marmelos 1.
A barragem, do tipo gravidade e em alvenaria de pedra, com 51 m de com-
primento por 8 m de altura, possuía comporta para descarga de fundo, comporta
para descarga de areia e túnel adutor. O pleno aproveitamento da cachoeira de
Marmelos exigiu a construção de túnel de 235 m, escavado na rocha, e um pequeno
desvio na estrada União e Indústria.
Paralelamente ao crescimento de seu parque gerador, a CME ampliou sua
área de influência na Zona da Mata mineira, tornando-se concessionária dos serviços de eletricidade de Matias Barbosa, Mar de Espanha, Bicas e Guarará.
A capacidade de Marmelos 2 foi ampliada com a instalação do terceiro e
quarto grupos geradores em 1921 e em 1922, ambos com potência de 600 kW e as
mesmas especificações técnicas e de fabricação das duas primeiras unidades. Em
1948, começou a funcionar o quinto grupo gerador de 1.600 kW de potência. Essa
última unidade comportava uma turbina tipo Francis, fabricada pela empresa norte-americana James Leffel, e um gerador fornecido pela General Electric.
150
Localização
Município: Juiz de Fora (MG)
Cronologia
Barragem
Início de construção: 1889
Início de operação: 1915
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 51
Altura máxima (m): 8
Cota do coroamento: 649,29
Bacia hidrográfica
Rio: Paraibuna
Bacia: rio Paraíba do Sul
Área de drenagem (km2): 1.014
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 21,91
Vertedouro
Tipo: Superfície com descarga livre
Capacidade máxima (m3/s): 134
Casa de força
Potência instalada (MW): 4
Nº de unidades geradoras: 5
Potência unitária (MW): 0,6 (4); 1,6 (1)
Energia assegurada
(MWmédio): 1,55
Queda nominal (m): 47,31
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 1,3; 4,6
Reservatório
Área (km ): 0,01
Volume total máximo (hm3): 0,022
Volume útil máximo (hm3): 0,003
NA mínimo operativo: 646,98
NA máximo operativo: 647,23
2
M
armelos 2 passou a dispor então de uma ca-
nº 116 do Departamento Nacional de Águas e Energia
pacidade instalada de 4.000 kW. Em 1952, dois anos
Elétrica (DNAEE), pelo prazo de vinte anos a contar
depois da entrada em operação da usina de Joasal,
de julho de 1995.
última e maior hidrelétrica construída pela CME no
rio Paraibuna, Marmelos 1 foi desativada.
usina de Marmelos era uma das 32 Pequenas Centrais
Hidrelétricas (PCHs) da empresa em operação ao fi-
Em maio de 1980, com a incorporação da
Integrada ao sistema de 23 kV da Cemig, a
CME pela Cemig, Marmelos 2 ou simplesmente Mar-
nal de 2005.
melos passou a integrar o parque gerador da empre-
sa pública de energia elétrica de Minas Gerais.
los Zero foi reformado com o patrocínio da Cemig
A concessão outorgada à Cemig para a explo-
para abrigar o Museu de Marmelos Zero, inaugurado
ração de Marmelos e seu sistema de transmissão as-
em 2001 mediante convênio com a Universidade Fe-
sociado foi prorrogada em abril de 1997 pela portaria
deral de Juiz de Fora (UFJF).
O prédio da antiga casa de força de Marme-
151
Usina Hidrelétrica
de Martins
A
usina hidrelétrica dos Martins está localizada no rio Uberabinha, afluente do rio
Araguari e contribuinte do rio Paranaíba, a cerca de 15 km de Uberlândia, na região
do Triângulo Mineiro.
O arranjo
geral do
aproveitamento
compreende
a barragem
em concreto
armado com
seis comportas
metálicas...
A concessão para o aproveitamento hidrelétrico de Martins foi outorgada pelo
governo federal à Companhia Força e Luz de Uberlândia em agosto de 1941 mediante a
expedição do decreto nº 7.622. O aproveitamento destinava-se a reforçar o suprimento
de energia a Uberlândia, dependente basicamente da usina dos Dias, instalada também no rio Uberabinha pela mesma empresa em 1909, com dois hidrogeradores que
somavam 880 kW de potência instalada. O decreto de concessão considerou ainda a
possibilidade da interligação de Martins com a hidrelétrica de Pissarrão, de propriedade da Empresa Força e Luz de Araguari, associada da Força e Luz de Uberlândia.
Em 1946, a usina entrou em funcionamento com uma unidade geradora de
1.925 kW, composta por gerador de 50 Hz, fabricado pela General Electric norteamericana, e turbina tipo Francis, com eixo vertical, fornecida pela James Leffel,
também norte-americana.
Dois anos depois, Martins e os demais bens e instalações da Força e Luz de Uber-
lândia foram incorporados pela Companhia Prada de Eletricidade. Além de Uberlândia,
Araguari e Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, a Prada atuou como concessionária de energia elétrica em área contígua no sul de Goiás, em Ponta Grossa e outras localidades na
152
região central do estado do Paraná, bem como em peque-
nos municípios no interior de São Paulo.
freqüência em sua área de concessão no Triângulo Minei-
Em 1951, a usina recebeu a segunda unidade
ro a fim de poder receber suprimento de energia da Cemig
geradora com as mesmas especificações técnicas e
face ao esgotamento de seu sistema de produção. A usina
de fabricação da primeira. No ano seguinte, o Con-
de Martins foi reformada para operação em 60 Hz. selho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE)
autorizou a realização de obras de ampliação da hi-
dade em Minas, incluindo Martins e as usinas de
drelétrica, incluindo o alteamento da barragem para
Pissarrão e Dias (esta já desativada), foi incorpo-
a formação de um reservatório de regulação semanal
rado pela Cemig em outubro de 1973. A concessão
das descargas do rio Uberabinha.
para o aproveitamento de Martins foi outorgada à
estatal mineira em novembro de 1974 com a expe-
Em 1956, entraram em operação mais duas
Em 1966, a companhia promoveu a mudança de
O acervo da Companhia Prada de Eletrici-
unidades de 1.925 kW de potência, compostas por gera-
dição do decreto nº 74.913.
dores encomendados à empresa italiana Ercolli Marelli
e turbinas tipo Francis, com eixo horizontal, fabricadas
missão da Cemig em 34,5 kV.
Martins é integrada ao sistema de subtrans-
pela empresa Franco Tosi, também italiana. A casa de
máquinas tinha sido projetada para quatro grupos de
eixo vertical. A instalação do terceiro e do quarto grupos com eixos horizontais levou em conta as dificuldades de importação e o menor custo dos equipamentos.
O arranjo geral do aproveitamento compreen-
de a barragem em concreto armado com seis comportas
metálicas, a tomada d’água com 17 m de comprimento, o
canal adutor com 360 m de extensão, um castelo d’água
equipado com grades metálicas, duas tubulações forçadas
com 150 m de comprimento, cada uma com dois ramais,
para alimentação das quatro turbinas. Localização
Cronologia
Barragem
Município: Uberlândia (MG)
Início de construção: 1941
Início de operação: 1946
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 165
Altura máxima (m): 9
Cota do coroamento: 706
Bacia hidrográfica
Rio: Uberabinha
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 1.600
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 23,6
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 53,4
Nº de comportas: 7 (CV); 2 (CF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 7,7
Nº de unidades geradoras: 4
Potência unitária (MW): 1,93
Energia assegurada
(MWmédio): 2,8
Queda nominal (m): 55,06
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 4,5
Reservatório
Área (km2): 0,2
Volume total máximo (hm3): 0,805
Volume útil máximo (hm3): 0,216
NA mínimo operativo: 705
NA máximo operativo: 706
153
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Paciência
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Paciência está localizada no rio Paraibuna, afluente do rio
Paraíba do Sul, no município de Matias Barbosa, na Zona da Mata de Minas Gerais.
Foi construída pela Companhia Mineira de Eletricidade (CME), empresa de capital
privado fundada em 1888 por Bernardo Mascarenhas, responsável pela implanta-
Primeira
hidrelétrica
da América do
Sul equipada
com controle
automático e
comando a
distância...
ção dos serviços públicos de eletricidade em Juiz de Fora e outros municípios da
Zona da Mata mineira.
A consecução do empreendimento foi iniciada em 1925, levando em conta a
crescente demanda de energia elétrica associada ao desenvolvimento urbano e industrial de Juiz de Fora. A empresa contava então com duas usinas, denominadas Marmelos 1 e 2, inauguradas em 1896 e 1915, respectivamente. Ambas estavam localizadas no
rio Paraibuna, em Juiz de Fora, nas proximidades da pioneira usina de Marmelos Zero,
desativada no mesmo ano de entrada em operação de Marmelos 1. Em 1926, a concessionária praticamente triplicou seu capital para fazer face aos custos de implantação
de sua terceira usina, situada a jusante de Marmelos 1 e 2, e do futuro aproveitamento
de Joasal. Tendo em conta a série de usinas instaladas pela empresa no rio Paraibuna,
Paciência também ficou conhecida como usina nº 3.
Primeira hidrelétrica da América do Sul equipada com controle automáti-
co e comando a distância, Paciência entrou em funcionamento em 27 de julho de
1930, operando na freqüência de 60 Hz. A usina contou inicialmente com um gerador de 1.360 kW, fabricado pela empresa norte-americana General Electric, acoplado à turbina do tipo Francis, encomendada à empresa suíça Escher Wiss.
154
Localização
Município: Matias Barbosa (MG)
Cronologia
Início de operação: 1930
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 55
Altura máxima (m): 9
Cota do coroamento: 505,96
Bacia hidrográfica
Rio: Paraibuna
Bacia: rio Paraíba do Sul
Área de drenagem (km2): 1.103
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 23,88
Vertedouro
Capacidade máxima (m3/s): 248
Nº de comportas: 9 (CF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 4,08
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 1,36
Energia assegurada
(MWmédio): 2,13
Queda nominal (m): 23
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 7,85
Reservatório
Área (km2): 0,172
Volume total máximo (hm3): 0,356
Volume útil máximo (hm3): 0,345
NA mínimo operativo: 501,76
NA máximo operativo: 505,76
Em maio de 1980, em virtude da incorporação da
Companhia Mineira de Eletricidade pela Cemig, a
usina passou a integrar o parque gerador da empresa
pública de energia elétrica de Minas Gerais.
aciência foi ampliada em 1937 e em 1946, com a ins-
P
talação da segunda e da terceira unidades geradoras,
ção da Companhia Mineira de Eletricidade pela Ce-
com as mesmas características técnicas e de fabri-
mig, a usina passou a integrar o parque gerador da
cação da primeira, passando a contar com 4.080 kW
empresa pública de energia elétrica de Minas Gerais.
de potência instalada. Por meio do decreto nº 5.439,
promulgado em março de 1940, o governo federal ou-
da hidrelétrica de Paciência e seu sistema de transmissão
torgou à CME autorização para legalizar a construção
associado foi prorrogada em abril de 1997 pela portaria nº
da barragem destinada à regularização de descarga
116 do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
do aproveitamento de Paciência. (DNAEE), pelo prazo de vinte anos a contar de julho de 1995.
Em maio de 1980, em virtude da incorpora-
A concessão outorgada à Cemig para a exploração
155
Usina Hidrelétrica
de Pandeiros
A
usina hidrelétrica de Pandeiros está localizada no rio Pandeiros, afluente do rio São
Francisco, no município de Januária, na região norte de Minas Gerais. Foi construída pela
Comissão do Vale do São Francisco (CVSF) e incorporada pela Cemig em 1970.
O sistema
de transmissão
associado
à usina foi
composto
inicialmente
por duas linhas
de transmissão
de 33 kV...
A concessão para o aproveitamento da energia hidráulica do rio Pandeiros
foi outorgada ao governo de Minas em dezembro de 1939 pelo decreto federal nº 5.073,
mas nada de concreto resultou nessa ocasião por insuficiência de recursos orçamentários. Condições mais promissoras para a construção de Pandeiros e outras usinas na
região mineira do vale do São Francisco foram estabelecidas em 1946, quando a nova
constituição do país determinou a aplicação de pelo menos 1% da renda tributária da
União para o estudo e a execução de um “plano de aproveitamento total das possibilidades econômicas do rio São Francisco e seus principais afluentes”.
Em agosto de 1948, a concessão de Pandeiros foi revalidada pelo decre-
to federal nº 25.373. Um ano depois, a Servix Engenharia apresentou à secretaria
estadual de Viação e Obras Públicas o projeto básico da usina e seu sistema de
transmissão associado. Projetada para o atendimento das cidades de Januária e São Francisco, a usina foi
recomendada no Plano de Eletrificação de Minas Gerais, elaborado pela Companhia Brasileira de Engenharia (CBE) em 1949. Em novembro do mesmo ano, o governador Milton
Campos promulgou a lei nº 510 que, entre outros dispositivos, autorizou o governo esta156
dual a organizar, em cooperação com a União, sociedade
de transmissão de 33 kV direcionadas para as cida-
de economia mista para o aproveitamento do potencial hi-
des de Januária e São Francisco, com 45 km e 57 km
drelétrico da bacia do Alto São Francisco, notadamente os
de extensão, respectivamente.
potenciais de Pandeiros, Fecho do Funil no rio Paraopeba
e Jequitaí no rio de mesmo nome.
passou para o controle da Superintendência do
Em dezembro de 1951, com a anuência do
Vale do São Francisco (Suvale), sucessora da CVSF.
governo de Minas, a realização do empreendimento
O mesmo ocorreu com o aproveitamento hidrelé-
passou ao encargo da Comissão do Vale do São Fran-
trico de Abaeté (600 kW) que atendia o município
cisco (CVSF), organismo federal criado em dezembro
mineiro de São Gotardo. Logo foram iniciados en-
de 1948 com a atribuição de elaborar e executar o
tendimentos entre a Suvale e a Cemig, visando à
plano de desenvolvimento da região. transferência das usinas de Pandeiros e Abaeté
Pandeiros entrou em operação em outubro
para a concessionária pública estadual. Em abril de
de 1958 com três unidades geradoras, compostas por
1970, a Cemig adquiriu os dois sistemas. A transfe-
geradores de 1.400 kW de potência unitária e turbinas
rência da concessão do aproveitamento de Pandei-
tipo Kaplan, de eixo vertical, fabricados pelas empre-
ros para a empresa foi efetivada em setembro de
sas alemãs Siemens e J. M. Voith, respectivamente. O
1971 pelo decreto federal nº 69.259.
Em 1967, o sistema elétrico de Pandeiros
projeto executivo e a supervisão do empreendimento
ficaram a cargo da Techint e as obras civis sob a responsabilidade da construtora Bento Paixão.
O arranjo geral do aproveitamento compre-
ende a barragem de concreto do tipo gravidade, tomada d’água, canal adutor com 450 m de extensão,
câmara de carga, três tubulações forçadas com 18 m
de comprimento, canal de fuga com 60 m de extensão
e a casa de força. O sistema de transmissão associado à usina foi composto inicialmente por duas linhas
Localização
Município: Januária (MG)
Cronologia
Início de operação: 1958
Bacia hidrográfica
Rio: São Francicso
Bacia: rio São Francisco
Área de drenagem (km2): 3.800
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 23,55
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 584,5
Nº de comportas: 1 (CF)
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 180
Altura máxima (m): 9
Cota do coroamento: 497,2
Casa de força
Potência instalada (MW): 4,2
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 1,4
Energia assegurada
(MWmédio): 2,07
Queda nominal (m): 14,9
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 12,5
Reservatório
Área (km2): 0,6
Volume total máximo (hm3): 0,338
Volume útil máximo (hm3): 0,210
NA mínimo operativo: 493,72
NA máximo operativo: 494,82
157
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Paraúna
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Paraúna está situada no rio de mesmo nome, afluente do
rio das Velhas, no município de Gouveia, na região central de Minas Gerais. A área
em que se encontra instalada pertenceu ao município de Diamantina até a emancipação de Gouveia em 1953.
A usina
está integrada
ao sistema de
subtransmissão
da Cemig
em 34,5 kV.
O aproveitamento da cachoeira de Paraúna para a produção de energia elétrica foi
concebido em 1920 por um grupo francês interessado na exploração de diamantes, mas nada
resultou de concreto naquele momento. O projeto seria levado adiante pela Sociedade Industrial Hulha Branca, empresa fundada em junho de 1923 pelas famílias Ramos e Guerra, tendo
em vista o fornecimento de energia elétrica a Curvelo, Corinto e Diamantina.
A usina entrou em operação em 1927 com uma unidade geradora de 1.000
kW, composta por gerador de 50 Hz, fornecido pela empresa alemã Siemens, e turbina tipo Francis, fabricada pela J. M. Voith, também alemã. Para o aproveitamento
das águas do Paraúna, um canal lateral foi escavado na ombreira do rio com 250 m
de extensão até a tomada d’água, ligada à casa de máquinas por tubulação forçada
de chapa de aço, com 200 m de comprimento. Um dos aspectos notáveis do empreendimento foi a construção da linha de transmissão até Curvelo, com 60 km de
extensão, operando em 69 kV, a mais alta tensão então existente em Minas Gerais.
Em 1943, o empresário pernambucano Othon Bezerra de Mello instalou
uma fábrica têxtil em Curvelo e, dois anos depois, adquiriu o controle da Sociedade Industrial Hulha Branca, mudando sua denominação para Companhia Luz e
Força Hulha Branca. Em outubro de 1946, o governo federal promulgou o decreto
nº 21.936, autorizando a ampliação da capacidade instalada de Paraúna.
158
oram iniciadas então as obras de construção da
F
Paul Walter e executadas pela Empresa Nacional de
barragem principal, com as estruturas da tomada
Melhoramentos Ltda.
d’água, vertedouro, túnel de acesso às chaminés de
equilíbrio, conduto forçado e instalação de mais dois
Companhia Força e Luz Hulha Branca vinculados à
grupos geradores. A segunda unidade geradora en-
exploração dos serviços públicos de energia elétrica
trou em operação em 1946, com potência de 1.200
em Corinto, Curvelo, Diamantina e Gouveia foram en-
kW e mesma fabricação da primeira. Em 1949, a usina
campados pelo governo federal em fevereiro de 1976
recebeu sua terceira unidade com potência de 2.280
e transferidos para a Cemig em julho de 1978.
kW, composta por gerador e turbina tipo Francis, fa-
bricados pelas empresas suecas Asea e KMW, respec-
operacionais e modernizar instalações, a Cemig im-
tivamente. As obras civis de adequação da barragem,
plantou em 1997 um sistema de semi-automação em
tomada d’água, túnel adutor, chaminé de equilíbrio e
Paraúna. A usina está integrada ao sistema de sub-
casa de máquinas foram projetadas pelo engenheiro
transmissão da Cemig em 34,5 kV.
Localização
Município: Gouveia (MG)
Paraúna e os demais bens e instalações da
Como parte da estratégia de reduzir custos
Cronologia
Início de construção: 1923
Início de operação: 1927
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 247,7
Altura máxima (m): 11
Cota do coroamento: 641,91
Bacia hidrográfica
Rio: Paraúna
Bacia: rio São Francisco
Área de drenagem (km2): 1.790
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 27,71
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 335
Casa de força
Potência instalada (MW): 4,28
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 1; 1,2; 2,08
Energia assegurada
(MWmédio): 1,9
Queda nominal (m): 71,18
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 2,2; 4,8
Reservatório
Área (km2): 0,08
Volume total máximo (hm3): 0,08
Volume útil máximo (hm3): 0,132
NA mínimo operativo: 639,37
NA máximo operativo: 640,37
O aproveitamento da cachoeira de Paraúna
para a produção de energia elétrica foi concebido
em 1920 por um grupo francês interessado
na exploração de diamantes...
159
Usina Hidrelétrica
de Peti
A
usina hidrelétrica de Peti está situada no rio Santa Bárbara, afluente do rio Piracicaba
e contribuinte do rio Doce, no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, na região central
de Minas Gerais. A área em que se encontra instalada pertenceu ao município de Santa
Bárbara até a emancipação do município de São Gonçalo do Rio Abaixo em 1962.
A hidrelétrica
passou a
integrar o
parque gerador
da Cemig
em 1973...
O potencial hidrelétrico do rio Santa Bárbara no trecho próximo às ca-
choeiras de Peti foi aproveitado inicialmente pela empresa de mineração inglesa
The São Bento Gold Estates, responsável pela construção da antiga usina de Peti,
inaugurada em fevereiro de 1905. A atual usina entrou em operação em 1946 com
base em novo aproveitamento no rio Santa Bárbara, empreendido pela Companhia
Força e Luz de Minas Gerais (CFLMG), subsidiária do grupo norte-americano American and Foreign Power Co. (Amforp). Na casa de força da antiga usina desativada,
a Cemig instalou o centro de pesquisas da estação ambiental de Peti.
A antiga usina foi construída para auxiliar a exploração de ouro da mina
subterrânea de São Bento, uma das maiores do país. Consta que os trabalhos da
mineradora inglesa foram suspensos justamente no ano de inauguração da hidrelétrica. Em trabalho publicado em 1914, o historiador mineiro Nelson de Senna
informa que Peti dispunha de “ótimas instalações” e fornecia energia e luz elétrica
para a cidade de Santa Bárbara. Na mesma época, o governo do estado transferiu
a exploração dos serviços de energia elétrica de Belo Horizonte e Santa Bárbara
160
para uma concessionária de capital privado nacional,
de projeto e fabricação de uma de suas máquinas. denominada Companhia de Eletricidade e Viação Ur-
bana de Minas Gerais. para a ampliação de Peti e a construção de uma linha de
Em outubro de 1929, a hidrelétrica passou
transmissão entre a nova usina e Belo Horizonte, com o
ao controle da CFLMG, subsidiária do grupo Amforp,
objetivo de aumentar a disponibilidade de energia elétri-
que assumiu a concessão dos serviços de eletricidade
ca à capital mineira. Tratava-se, na verdade, de um novo
em Belo Horizonte e Santa Bárbara. A usina contava
aproveitamento de energia hidráulica, em princípio veda-
com uma pequena barragem de derivação e três uni-
do a empresas estrangeiras nos termos da Constituição
dades geradoras com potência total de 980 kW, ser-
de 1937. Essa dificuldade foi contornada com a aprovação
vindo Santa Bárbara e o distrito de São Gonçalo por
da lei constitucional nº 6, em maio de 1942, que permitiu o
intermédio de linhas de 13,8 kV que somavam menos
aproveitamento de novas quedas-d’água por companhias
de 20 km de extensão. Segundo documento firmado
estrangeiras. A concessão para a construção da nova usi-
pelo engenheiro Leo Amaral Penna em 1941, a potên-
na de Peti foi outorgada pelo decreto nº 10.490, promulga-
cia real de Peti limitava-se a 500 kW devido a um erro
do em 25 de setembro de 1942.
Em maio de 1941, a CFLMG solicitou autorização
Em maio de 1941, a CFLMG solicitou autorização
para a ampliação de Peti e a construção de uma
linha de transmissão entre a nova usina e Belo Horizonte,
com o objetivo de aumentar a disponibilidade
de energia elétrica à capital mineira.
161
A
capacidade total da usina foi dimensionada em 15 MW a serem instalados em duas
etapas, segundo o projeto original aprovado pelo governo federal em junho de 1943. O
projeto básico da usina e seu sistema de transmissão associado levaram em conta não
apenas o rápido crescimento de carga de Belo Horizonte, mas também o atendimento
das necessidades de energia elétrica da exploração de minério de ferro na região de
Itabira, de responsabilidade da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Apenas a primeira etapa do aproveitamento foi efetivamente realizada pela CFLMG, sob a supervisão
técnica da Electric Bond & Share Co. (Ebasco), controladora do grupo Amforp.
O projeto básico sofreu várias alterações em virtude de investigações mais
detalhadas do local, bem como das contingências impostas pela Segunda Guerra
Mundial para importação de equipamentos.
Em julho de 1946, a usina de Peti foi inaugurada com duas unidades geradoras de
60 Hz, somando 9.400 kW. Os geradores de 5.000 e 4.400 kW de potência foram fabricados
pelas empresas General Electric e Allis Chalmers, respectivamente. As turbinas tipo Francis com eixo vertical foram fornecidas pela IP Morris. O sistema de transmissão associado
162
A antiga usina foi construída para auxiliar
a exploração de ouro da mina subterrânea
de São Bento, uma das maiores do país.
à usina contou inicialmente com uma linha de 66 kV até
capital mineira, destinadas à interligação dos sistemas
Belo Horizonte, com 67 km de extensão, e uma subestação
CFLMG e Cemig. A usina de Peti também foi ligada às ins-
na capital mineira com capacidade de 3.750 kVA.
talações da Companhia Brasileira de Usinas Metalúrgicas
no município de Barão de Cocais por uma linha de uso
O aproveitamento de Peti contém uma barra-
gem de concreto armado em arco com 85 m de compri-
exclusivo dessa empresa. mento na crista e 46 m de altura máxima. O vertedouro
conta com seis comportas verticais de 6 m de largura
companhia passou ao controle da Centrais Elétricas Brasi-
por 5 m de altura. A casa de força, situada 1,3 km a leste
leiras (Eletrobrás) juntamente com as demais subsidiárias
da barragem, é servida por um túnel adutor, que liga a
do grupo Amforp no Brasil, em 1964. A hidrelétrica passou
tomada d’água à chaminé de equilíbrio.
a integrar o parque gerador da Cemig em 1973 em decor-
Em 1951, a CFLMG promoveu a interligação en-
rência da incorporação da CFLMG pela concessionária
tre Peti e a hidrelétrica de Sá Carvalho, de propriedade da
pública mineira. Em setembro de 1974, o governo federal
Companhia Aços Especiais Itabira (Acesita), mediante a
promulgou o decreto nº 74.576 que outorgou à Cemig con-
construção de uma linha de transmissão com 70 km de
cessão para exploração do aproveitamento de Peti e de
extensão, na tensão de 66 kV. Essa interligação permitiu
seu sistema de transmissão associado. Essa concessão foi
a utilização de parte da capacidade instalada da usina de
prorrogada pelo prazo de 20 anos em abril de 1997 com
Sá Carvalho para o serviço de eletricidade em Belo Hori-
base na portaria nº 119 do Ministério de Minas e Energia.
zonte. Em 1957, o sistema de transmissão associado a Peti
ganhou uma nova configuração com a instalação de uma
em 69 kV da Cemig, a usina de Peti era uma das 32
segunda linha de 66 kV, uma subestação de entroncamen-
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) da empresa
to em Sabará e uma subestação abaixadora de 15 MVA na
em operação ao final de 2005.
Localização
Município: São Gonçalo do Rio Abaixo (MG)
Peti era a principal usina da CFLMG quando esta
Conectada ao sistema de subtransmissão
Cronologia
Início de operação: 1946
Bacia hidrográfica
Rio: Santa Bárbara
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 727
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 14,55
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 662,8
Nº de comportas: 6 (CV)
Barragem
Tipo: Arco gravidade
Comprimento (m): 85
Altura máxima (m): 46
Cota do coroamento: 713
Casa de força
Potência instalada (MW): 9,4
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 5; 4,4
Energia assegurada
(MWmédio): 6,51
Queda nominal (m): 74,2
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 8,7; 7,5
Reservatório
Área (km2): 6,78
Volume total máximo (hm3): 43,578
Volume útil máximo (hm3): 36,38
NA mínimo operativo: 702
NA máximo operativo: 712,12
163
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Piau
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Piau está situada nos rios Piau e Pinho, contribuintes do
rio Paraíba do Sul, no município de Piau, na Zona da Mata de Minas Gerais.
A construção da usina foi idealizada durante a Segunda Guerra Mundial
pela Companhia Brasileira de Carbureto de Cálcio (CBCC), proprietária de uma fá-
Em 1950,
o governo de
Minas se
associou ao
empreendimento,
adquirindo
metade das
ações da
Cepiau,
integralmente
transferidas
para a Cemig
em 1952.
brica de produtos químicos em Santos Dumont, município vizinho a Piau. A CBCC
dispunha de duas fontes de geração própria – as hidrelétricas de Guari e Ana Maria, ambas localizadas no rio Pinho – mas precisava de mais energia para a expansão de sua produção de carbureto de cálcio. Segundo depoimento do engenheiro
Benedito Dutra, a Companhia Nacional de Ferro Ligas também se interessou pelo
projeto, porque pretendia transferir sua linha de produção de ferroligas no Rio de
Janeiro para Santos Dumont. Em janeiro de 1945, as duas companhias constituíram a Central Elétrica
do Piau (Cepiau). Em junho do mesmo ano, com a expedição do decreto federal
nº 19.002, a nova empresa recebeu a concessão para o aproveitamento de energia hidráulica do rio Piau, no trecho entre as cachoeiras de Maria de Barros e
Maria Angélica. O projeto da usina foi elaborado pelo engenheiro italiano Nello Croc-
chi, diretor técnico da CBCC e presidente da Cepiau. O aproveitamento consistiria na construção de uma barragem no rio Piau, desvio das águas por
um túnel, uma galeria e condutos forçados até a casa de força da usina na
margem do mesmo rio. A barragem seria erguida 9 km a jusante da barragem
164
A hidrelétrica de Piau foi incluída entre as
obras prioritárias do programa de eletrificação
do governo Juscelino Kubitschek (1951-1955),
juntamente com as usinas de Itutinga, Salto
Grande e Tronqueiras e a barragem de Cajuru.
do rio Pinho, que se encontrava em fase final de
A entrada em cena do governo estadual
construção pela CBCC.
garantiu a retomada do programa de construção
A pós adquirir os equipamentos para a ins-
que estava praticamente paralisado. As obras fo-
talação inicial de 9.000 kW, a Cepiau solicitou apoio
ram levadas a cabo pela empresa Cavalcanti Jun-
financeiro do governo estadual para a conclusão das
queira, com auxílio financeiro do Banco do Brasil
obras hidráulicas, alegando que a usina poderia for-
e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
necer energia para os serviços públicos de eletricida-
mico (BNDE).
de em Santos Dumont e outros municípios. Essa co-
laboração foi recomendada no Plano de Eletrificação
de fevereiro de 1955 pelo governador Juscelino Ku-
de Minas Gerais, elaborado em 1949 sob a coordena-
bitschek, operando de imediato na freqüência de
ção do engenheiro Lucas Lopes, a pedido do governo
50 Hz. Aproveitando o potencial conjunto dos rios
Milton Campos (1947-1951). Segundo o plano, Piau
Pinho e Piau, o empreendimento compreende bar-
deveria assumir a função de usina de caráter público
ragem de terra, túnel de adução com 2.790 m de
mediante acordo com seus investidores.
extensão, chaminé de equilíbrio, tubulação forçada
Em 1950, o governo de Minas se asso-
medindo 850 m de comprimento e a casa de força
ciou ao empreendimento, adquirindo metade das
com duas unidades de 9.000 kW, compostas por ge-
ações da Cepiau, integralmente transferidas para
radores e turbinas tipo Francis de fabricação suíça,
a Cemig em 1952. Embora tenha passado à condi-
encomendados às empresas Brown Boveri e Bell,
ção de subsidiária da Cemig, a empresa permane-
respectivamente. ceu sob o comando de seus antigos investidores
e diretores, entre os quais, o engenheiro Benedi-
talúrgicas e químicas de Santos Dumont e o parque
to Dutra. A utilização da energia de Piau para uso
industrial de Juiz de Fora mediante contrato com a
público foi assegurada por nova concessão obti-
Companhia Mineira de Eletricidade (CME). Em abril
da em maio de 1953 com a expedição do decreto
de 1962, a Cepiau foi incorporada pela Cemig, após
federal nº 32.706.
a compra das ações de seus investidores particu-
hidrelétrica de Piau foi incluída entre as obras
lares. Ainda em 1962, os geradores da usina foram
prioritárias do programa de eletrificação do governo
convertidos para operação em 60 Hz. A concessão
Juscelino Kubitschek (1951-1955), juntamente com
da Cepiau para produção de energia elétrica foi
as usinas de Itutinga, Salto Grande e Tronqueiras e a
transferida para a empresa pública estadual em ou-
barragem de Cajuru.
tubro de 1964 pelo decreto federal nº 54.593. Essa
A usina foi inaugurada oficialmente em 5
Piau passou a abastecer as indústrias me-
165
concessão foi prorrogada em abril de 1997 pela portaria nº 115 do Ministério de
Minas e Energia, pelo prazo de 20 anos a contar de julho de 1995. Integrada ao sistema de transmissão em 138 kV da Cemig, a usina de
Piau era uma das 32 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) da empresa em
operação ao final de 2005.
A construção da usina foi idealizada
durante a Segunda Guerra Mundial
pela Companhia Brasileira de
Carbureto de Cálcio (CBCC)...
166
Localização
Município: Piau (MG)
Cronologia
Início de construção: 1949
Início de operação: 1955
Bacia hidrográfica
Rios: Piau e Pinho
Bacia: rio Paraíba do Sul
Área de drenagem (km2): 382,03
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 9,11
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 9,5
Casa de força
Potência instalada (MW): 18,01
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 9,01
Energia assegurada
(MWmédio): 8
Queda nominal (m): 211,3
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 5,3
Barragem
Tipo: Terra
Comprimento (m): 95
Altura máxima (m): 24
Cota do coroamento: 635,99
Reservatório
Área (km2): 0,29
Volume total máximo (hm3): 1,13
Volume útil máximo (hm3): 0,4312
NA mínimo operativo: 632,59
NA máximo operativo: 634,59
Municípios atingidos: Piau
e Santos Dumont (MG)
167
Usina Hidrelétrica
do Pissarrão
A
usina hidrelétrica do Pissarrão está situada no rio Pissarrão, afluente do rio
Paranaíba, em área do município de Araguari, no Triângulo Mineiro.
...construída
pela Empresa
Força e Luz
de Araguari,
entrando em
operação
em 1924...
Foi construída pela Empresa Força e Luz de Araguari, entrando em
operação em 1924 com duas unidades geradoras que somavam 823 kW de
potência instalada. Em 1948, a Companhia Prada de Eletricidade assumiu o
controle da usina e dos serviços de energia elétrica em Araguari e em Uberlândia. Empresa de capital privado nacional constituída em 1936, a Prada
chegou a atuar em três áreas distintas, pertencentes a quatro estados da
federação: parte do Triângulo Mineiro, uma área contígua no sul de Goiás,
Ponta Grossa e localidades vizinhas na região central do estado do Paraná e
diversos municípios no estado de São Paulo.
Em 1966, a companhia promoveu a mudança de freqüência em sua área de
concessão no Triângulo Mineiro a fim de poder receber suprimento de energia da
Cemig face ao esgotamento de seu sistema de produção. A usina de Pissarrão foi
reformada para operação em 60 Hz. No final de 1972, duas novas unidades geradoras com 400 kW de potência, cada uma, foram instaladas em substituição às originais. As novas unidades foram compostas por geradores fornecidos pela empresa
italiana Ercolli Morelli e turbinas tipo Francis, com eixo horizontal, fabricadas pela
Moncalvi & C. Pavia, também italiana.
168
Desativada em 1994, a usina voltou à operação
em 2001, após reforma geral e instalação de um
sistema de semi-automação.
O
acervo da Companhia Prada de Eletricidade
tal mineira em novembro de 1974 com a expedição
em Minas, incluindo Pissarrão e a hidrelétrica de
do decreto nº 74.913.
Martins, a maior da empresa, foi incorporado pela
Cemig em outubro de 1973. A concessão para o
ção em 2001, após reforma geral e instalação de um
aproveitamento de Pissarrão foi outorgada à esta-
sistema de semi-automação.
Localização
Município: Araguari (MG)
Desativada em 1994, a usina voltou à opera-
Cronologia
Início de operação: 2001 (reativação)
Barragem
Tipo: Alvenaria e tijolo-gravidade
Comprimento (m): 34,8
Altura máxima (m): 3,1
Bacia hidrográfica
Rio: Pissarrão
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 449
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 4,99
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Nº de comportas: 2 (CF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 0,8
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 0,4
Energia assegurada
(MWmédio): 0,71
Queda nominal (m): 52,86
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 1,25
Reservatório
Volume total máximo (hm3): 0,2
169
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
Poço
Fundo
de Irapé
A
usina hidrelétrica Poço Fundo está situada no rio Machado, afluente do rio
Verde e contribuinte do rio Grande, no município de Poço Fundo, na região sul
de Minas Gerais. Também conhecida como usina Oswaldo Costa, foi construída
pela Companhia Sul de Mineira de Eletricidade (CSME), concessionária de capital
Poço Fundo
entrou em
operação
em 1949 com
duas unidades
geradoras
de 2.080 kW
de potência
unitária...
privado fundada em 1922, atuante em vários municípios do sul do estado até 1969,
quando foi absorvida pela Cemig.
O primeiro estudo sobre a utilização do potencial energético de Poço Fun-
do foi realizado em 1928 pelo Serviço Geológico e Mineralógico do Ministério da
Agricultura. Naquela oportunidade, o engenheiro Waldemar José de Carvalho, procedeu ao levantamento topográfico dos terrenos marginais da fonte de energia,
determinou o perfil e realizou medições de descarga.
Em fevereiro de 1945, o governo federal outorgou à CSME a concessão
para o aproveitamento hidrelétrico com a promulgação do decreto nº 17.796. A
construção da usina foi iniciada no mesmo ano. Poço Fundo entrou em operação em 1949 com duas unidades geradoras
de 2.080 kW de potência unitária, destacando-se como a maior das 16 hidrelétricas
integrantes do sistema da CSME. Os geradores de 50 Hz e as turbinas tipo Pelton
foram fabricados nos Estados Unidos pelas empresas General Electric e S. Morgan
Smith, respectivamente. Seu sistema de transmissão foi composto por linhas de
45 kV em forma de estrela, direcionadas para o atendimento de várias localidades,
entre as quais, Poço Fundo (denominada Gimirim até 1953), Campestre, Ipuiúna,
Pouso Alegre, Ouro Fino, Borda da Mata, Divisa Nova e Areado.
170
E
m 1967, a Cemig adquiriu o controle acionário da
dade geradora, composta por gerador de 5.000 kW e
CSME. Dois anos mais tarde, todos os bens e instala-
turbina tipo Francis, fabricados pela Westinghouse e
ções da Sul Mineira, incluindo Poço Fundo e outras
pela S. Morgan Smith.
usinas atualmente em operação, como Luiz Dias, São
Bernardo e Xicão, foram incorporados definitivamen-
para ampliação da capacidade geradora de Poço Fundo.
te ao patrimônio da Cemig. Ainda em 1969, a Cemig le-
Do ponto de vista energético, os resultados indicaram
vou a cabo a mudança de freqüência de 50 Hz para 60
boas possibilidades de ampliação da usina, indicando
Hz na antiga área de concessão da CSME, abrangendo
uma potência de inventário de 21,16 MW, correspon-
cerca de 60 localidades no sul de Minas.
dente a mais que o dobro de sua potência instalada.
Em 1974, a capacidade instalada da usina foi
ampliada com a entrada em operação da terceira uniLocalização
Município: Poço Fundo (MG)
Na década de 1990, a Cemig realizou estudos
Poço Fundo está ligada ao sistema de sub-
transmissão da Cemig em 69 kV.
Cronologia
Início de construção: 1945
Início de operação: 1949
Bacia hidrográfica
Rio: Machado
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 338,4
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 7,8
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 71
Nº de comportas: 1 (CF)
Barragem
Tipo: Contrafortes
Comprimento (m): 120
Altura máxima (m): 6
Cota do coroamento: 1.156
Casa de força
Potência instalada (MW): 9,16
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 5 (1); 2,08 (2)
Energia assegurada
(MWmédio): 4,16
Queda nominal (m): 323
Tipo de turbina: Pelton
Engolimento turbina (m3/s): 0,9; 2,2
Reservatório
Área (km2): 3,22
Volume total máximo (hm3): 5,027
Volume útil máximo (hm3): 4,58
NA mínimo operativo: 1.154,2
NA máximo operativo: 1.156
O primeiro estudo sobre a utilização do
potencial energético de Poço Fundo foi realizado
em 1928 pelo Serviço Geológico e Mineralógico
do Ministério da Agricultura.
171
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Poquim
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Poquim está situada no rio Poquim, afluente do rio Itambacuri e contribuinte do rio Doce, no município de Itambacuri, a 15 km da cidade
A usina foi
inaugurada
em 1950 com
uma unidade
geradora de
704 kW...
de Teófilo Otoni, na região do Rio Doce de Minas Gerais.
Foi construída pela Empresa Força e Luz Epaminondas Otoni, con-
cessionária dos serviços de energia elétrica em Teófilo Otoni, pertencente à
Soares & Cia. A concessão para o aproveitamento de Poquim foi outorgada
pelo governo federal à Soares & Cia. em dezembro de 1946 com a expedição
do decreto nº 22.335. A prefeitura de Itambacuri chegou a encaminhar ofício ao Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE) em protesto
contra a realização da obra, alegando que a mesma prejudicaria o abastecimento de água daquela cidade. O assunto foi examinado pelo Conselho que
julgou improcedente a reclamação.
A usina foi inaugurada em 1950 com uma unidade geradora de 704 kW, com-
posta por gerador fornecido pela empresa alemã Siemens e turbina de tipo Pelton
fabricada pela J. M. Voith, também alemã. Em 1954, entrou em operação a segunda
unidade geradora com as mesmas especificações técnicas e de fabricação.
O arranjo do aproveitamento compreende a barragem de concreto gravi-
dade para a tomada d’água, vertedouro de 30 m de comprimento com comporta,
tubulação forçada com trecho inicial em túnel e 175 m de comprimento.
Em março de 1962, o governo federal promulgou o decreto nº 659, trans-
ferindo para a Cemig a concessão de que era titular a Empresa Força e Luz
172
Foi construída pela Empresa Força e Luz
Epaminondas Otoni, concessionária dos serviços
de energia elétrica em Teófilo Otoni,
pertencente à Soares & Cia.
Epaminondas Otoni para a produção, transmissão e
A usina foi retirada de operação em 1995
distribuição de energia elétrica em Teófilo Otoni. Com
e reativada em 2002. A concessão outorgada à Ce-
esse decreto, a usina foi incorporada ao parque gera-
mig para a exploração de Poquim e seu sistema
dor da Cemig. O primeiro passo para a integração da
de transmissão associado foi prorrogada em abril
usina ao sistema interligado da empresa ocorreu no
de 1997 pela portaria nº 118 do Ministério de Mi-
ano seguinte com a entrada em operação da linha de
nas e Energia, pelo prazo de vinte anos a contar
transmissão em 69 kV entre Governador Valadares e
de julho de 1995.
Teófilo Otoni, passando por Poquim.
Localização
Município: Itambacuri (MG)
Cronologia
Início de construção: 1946
Início de operação: 2002 (reativação)
Barragem
Tipo: Terra
Comprimento (m): 71,64
Altura máxima (m): 7
Cota do coroamento: 502,94
Bacia hidrográfica
Rio: Poquim
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 80
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 0,54
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 4,5
Casa de força
Potência instalada (MW): 1,41
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 0,7
Energia assegurada
(MWmédio): 0,74
Queda nominal (m): 201,4
Tipo de turbina: Pelton
Engolimento turbina (m3/s): 0,4
173
Usina Hidrelétrica
Rio de Pedras
A
usina hidrelétrica Rio de Pedras está localizada no rio das Velhas, afluente do
rio São Francisco, a jusante da confluência com o rio de Pedras, no município de
Itabirito, na região central de Minas Gerais.
A nova
barragem
foi a primeira
do Brasil
em concreto
armado com
arcos múltiplos
engastados nos
contrafortes.
Rio de Pedras foi construída pela prefeitura de Belo Horizonte, repre-
sentando a principal iniciativa do poder público em Minas no campo da produção de energia elétrica, durante o período da Primeira República. Destinada
ao abastecimento de Belo Horizonte, passou ao controle do capital privado estrangeiro, quando o grupo norte-americano American and Foreign Power Co.
(Amforp) adquiriu a concessão dos serviços de eletricidade da capital estadual
em 1929, por intermédio da Companhia Força e Luz de Minas Gerais (CFLMG).
Em 1964, a usina e os demais bens e instalações da CFLMG foram transferidos
para o controle federal, em decorrência da compra das subsidiárias da Amforp
pela Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás). Em 1973, passou a integrar o
parque gerador da Cemig.
O aproveitamento de Rio de Pedras foi realizado em duas etapas. As obras
da primeira etapa foram iniciadas na administração do governador Francisco de
Antônio Salles – presidente de Minas, conforme a designação dada aos governadores na Primeira República. Em julho de 1905, o decreto estadual nº 1.833 desapropriou, por utilidade pública, os terrenos necessários à instalação da hidrelétrica,
174
tendo em vista a ampliação dos serviços de luz e for-
entrou em operação em 1907, a segunda no ano se-
ça da capital, abastecida na época apenas pela usina
guinte e a terceira em 1914. Nesse ínterim, a Empresa
de Freitas no ribeirão Arrudas.
de Eletricidade e Viação Urbana de Minas Gerais ar-
Uma pequena barragem foi erguida no rio
rendou os serviços de eletricidade da capital, tornan-
das Velhas, a 12 km de Belo Horizonte, em área do
do-se responsável pela operação da usina. A área do
distrito de Rio de Pedras, então pertencente ao muni-
aproveitamento de Rio de Pedras tornou-se parte in-
cípio de Ouro Preto. Foram instaladas três unidades
tegrante do município de Itabirito, formado em 1924
geradoras de 600 kW de potência cada uma, compos-
com o desmembramento de Ouro Preto.
tas por geradores de 60 Hz, acoplados a turbinas tipo
Francis com eixo horizontal, fabricados respectiva-
lada da usina foi mais do que duplicada com a
mente pelas empresas General Electric e S. Morgan
entrada em operação da quarta unidade geradora
Smith, ambas norte-americanas. A primeira unidade
de 60 Hz, composta por gerador de 2.320 kW, fa-
Em setembro de 1925, a potência insta-
Rio de Pedras foi construída pela prefeitura
de Belo Horizonte, representando a principal
iniciativa do poder público em Minas no campo
da produção de energia elétrica, durante
o período da Primeira República.
175
bricado pela empresa suíça Oerlikon, e turbina tipo Francis, eixo horizontal,
fornecida pela Escher Wiss, também suíça. Em 1928, a usina recebeu a quinta
Em julho
de 1905, o
decreto estadual
nº 1.833
desapropriou,
por utilidade
pública,
os terrenos
necessários
à instalação da
hidrelétrica...
unidade geradora com as mesmas especificações técnicas e de fabricação da
anterior. Ainda em 1928, todos os bens e instalações dos serviços de eletricidade de Belo Horizonte, incluindo a usina de Rio de Pedras, foram incorporados pelo Departamento de Eletricidade Estadual, criado pelo presidente
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.
As obras da segunda etapa foram concluídas em junho de 1929 com
a inauguração da nova barragem de Rio de Pedras e a instalação da sexta
unidade com capacidade de 4.640 kW, composta por gerador trifásico e turbina tipo Francis, de eixo horizontal, também encomendados à Oerlikon e à
Escher Wiss. A nova barragem foi a primeira do Brasil em concreto armado com arcos
múltiplos engastados nos contrafortes. Seu projeto e execução ficaram ao encargo
da empresa italiana E. Kemnitz, suscitando intensa polêmica entre renomados en176
genheiros brasileiros. O engenheiro Felipe dos Santos
Reis chegou a declarar que a barragem não resistiria
e Luz de Minas Gerais (CFLMG), empresa constituída
à primeira cheia do rio das Velhas, porque as tensões
pelo grupo Amforp, assumiu a concessão dos serviços
de tração, compressão e cisalhamento estavam mui-
públicos de eletricidade de Belo Horizonte e Santa Bár-
to além das cargas de segurança usuais. O engenhei-
bara, por contrato assinado com o governo de Minas e
ro Maurício Joppert da Silva elaborou um parecer
a prefeitura da capital. A usina de Rio de Pedras passou
tranqüilizador, recomendando, porém, reforços nos
a integrar o patrimônio da CFLMG, a exemplo das usi-
contrafortes. A obra inundou a área da antiga bar-
nas de Freitas – desativada em 1971 – e Peti. ragem e aumentou a capacidade de armazenamento
do reservatório da usina, mas somente permitiu a re-
usina foram desativadas em 1961 e posteriormente
gularização parcial do regime do rio das Velhas. As
vendidas à Companhia de Mineração Morro Velho.
três unidades geradoras mais antigas, de menor ren-
Restaram em operação os grupos 4, 5 e 6, totalizando
dimento, foram mantidas como unidades de reserva,
potência nominal de 9,28 MW.
por ser proibitivo seu consumo d’água.
A barragem de Rio de Pedras foi dotada de
CFLMG pela Cemig, a usina e seu sistema de trans-
dois vertedouros laterais com 70 m de comprimento,
missão associado passaram a integrar o sistema
tendo cinco comportas de descarga. Para a tomada
elétrico da empresa pública estadual de Minas. Em
d’água, foi construída uma torre cilíndrica de concre-
setembro de 1974, a concessão para o aproveita-
to armado, ligada à chaminé de equilíbrio por uma
mento de Rio de Pedras foi outorgada à Cemig pelo
tubulação simples de concreto armado com 320 m de
decreto federal nº 74.576. comprimento. Condutos forçados foram instalados
para alimentação das novas turbinas, o de menor ex-
zir custos operacionais e modernizar instalações, a
tensão com 136 m de comprimento e o maior com 180
Cemig implantou um sistema de semi-automação em
m. A ligação com Belo Horizonte foi estabelecida por
Rio de Pedras. A usina está ligada ao sistema da Ce-
uma linha de transmissão em 45 kV.
mig em 138 kV.
Localização
Município: Itabirito (MG)
Em outubro de 1929, a Companhia de Força
As três primeiras unidades geradoras da
Em junho de 1973, com a incorporação da
Em 1994, como parte da estratégia de redu-
Cronologia
Início de operação: 1907
Bacia hidrográfica
Rio: das Velhas
Bacia: rio São Francisco
Área de drenagem (km2): 564
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 12,73
Vertedouro
Tipo: Superfície com descarga controlada
Capacidade máxima (m3/s): 283
Nº de comportas: 5 (CV)
Barragem
Tipo: Arcos múltiplos
Comprimento (m): 122
Altura máxima (m): 32
Cota do coroamento: 893,34
Casa de força
Potência instalada (MW): 9,28
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 4,64 (1); 2,32 (2)
Energia assegurada
(MWmédio): 4,6
Queda nominal (m): 80,7
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 3,7; 6,6
Reservatório
Área (km2): 1,42
Volume total máximo (hm3): 6,04
Volume útil máximo (hm3): 2,82
NA mínimo operativo: 890,34
NA máximo operativo: 893,14
177
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
Salto
Morais
de Irapé
A
usina hidrelétrica Salto Morais está localizada no rio Tijuco, afluente do rio
Paranaíba, no município de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro.
O aproveitamento da energia hidráulica do Salto Morais foi ideali-
zado por volta de 1910 pela Câmara Municipal de Ituiutaba, na época deno-
A usina
está integrada
ao sistema de
subtransmissão
da Cemig
em 34,5 kV.
minada Vila Platina. Em janeiro de 1913, como informa o jornalista, político
e historiador Nelson de Senna, a municipalidade chegou a obter licença do
governo estadual para realizar o aproveitamento, mediante a expedição do
decreto nº 3.798.
O projeto seria levado adiante pela Empresa Luz e Força Ituiutabana (El-
fisa). Inaugurada em 1922, a usina operou durante 20 anos com uma unidade de
60 kW, composta por gerador de 50 Hz e turbina tipo Francis, de fabricação suíça,
fornecida pela empresa Escher Wiss. Em 1942, sua capacidade foi ampliada com a
instalação de gerador de 160 kW, acoplado a turbina tipo Kaplan.
Em outubro de 1948, o governo federal promulgou o decreto no 25.632,
autorizando nova ampliação, mediante a instalação progressiva de quatro unidades geradoras de maior potência, respectivas aparelhagens de controle, proteção
e medição, transformadores elevadores e obras acessórias.
Apenas duas unidades de 1.200 kW de potência unitária foram efetivamen-
te instaladas pela Elfisa, entrando em operação em 1956. Eram constituídas por
geradores fornecidos pela empresa suíça Oerlikon e turbinas tipo Kaplan, fabricadas pela Escher Wiss. As duas unidades mais antigas foram desativadas em 1967,
passando Salto Morais a operar com 2.400 kW.
178
E
m outubro de 1969, em decorrência da incor-
te anos pela portaria nº 343 do Ministério de Minas
poração da Elfisa pela Cemig, a usina passou a inte-
e Energia.
grar o parque gerador da empresa pública mineira.
Em junho de 1970, a Cemig tornou-se titular da con-
racionais e modernizar instalações, a Cemig implantou em
cessão para o aproveitamento de Salto Morais com
1994 um sistema de semi-automação em Salto Morais.
a expedição do decreto nº 66.802. Em setembro de
2000, a concessão foi prorrogada pelo prazo de vin-
transmissão da Cemig em 34,5 kV.
Localização
Município: Ituiutaba (MG)
Cronologia
Início de operação: 1922
Como parte da estratégia de reduzir custos ope-
A usina está integrada ao sistema de sub-
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 285
Altura máxima (m): 8
Cota do coroamento: 511,04
Casa de força
Bacia hidrográfica
Rio: Tijuco
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 5.994
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 83,37
Potência instalada (MW): 2,4
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 1,2
Energia assegurada
(MWmédio): 0,82
Queda nominal (m): 12,03
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 13,8
O aproveitamento da energia hidráulica do
Salto Morais foi idealizado por volta de 1910
pela Câmara Municipal de Ituiutaba, na época
denominada Vila Platina.
179
Usina Hidrelétrica
Santa Luzia
A
usina hidrelétrica Santa Luzia está localizada no rio Piedade, afluente do rio
Paranaíba, no município de Centralina, no Triângulo Mineiro.
Foi construída pela Companhia Força e Luz de Centralina, empresa de ca-
pital privado, tendo em vista o suprimento de energia elétrica aos municípios de
Centralina (MG) e Itumbiara (GO) e à localidade mineira de Araporã.
A concessão para o aproveitamento hidrelétrico de Santa Luzia foi obtida
pela companhia em setembro de 1954, mediante a expedição do decreto federal nº
36.133. Entrou em operação provavelmente em 1958, com duas unidades geradoras
de 50 Hz, uma de 200 kW e outra de 704 kW de potência.
180
A concessão para o aproveitamento hidrelétrico
de Santa Luzia foi obtida pela companhia
em setembro de 1954, mediante a expedição
do decreto federal nº 36.133.
E
m fevereiro de 1976, Santa Luzia e os demais bens e
base no decreto federal nº 77.235. A usina foi retirada
instalações da concessionária em Centralina e Arapo-
de operação em 1994, voltando a funcionar em 2001
rã foram incorporados ao patrimônio da Cemig com
apenas com a unidade geradora de 704 kW.
Localização
Município: Centralina (MG)
Cronologia
Início de operação: 2001 (reativação)
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 150
Altura máxima (m): 2
Cota do coroamento: 102
Casa de força
Bacia hidrográfica
Rio: Piedade
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 1.725
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 18,7
Potência instalada (MW): 0,7
Nº de unidades geradoras: 1
Potência unitária (MW): 0,7
Energia assegurada
(MWmédio): 0,59
Queda nominal (m): 12,3
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 2,2
181
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
Santa
Marta
de Irapé
A
usina hidrelétrica Santa Marta está situada no ribeirão Ticororó, afluente do rio Ita-
cambiruçu e contribuinte do rio Jequitinhonha, no município de Grão-Mogol, na região
norte de Minas Gerais. Inaugurada em 1944, representou um dos marcos pioneiros da
intervenção do governo de Minas no campo da produção de energia elétrica, junta-
Santa Marta
e seu sistema
de transmissão
associado foram
incorporados
ao patrimônio
da Cemig
em 1962...
mente com as usinas de Gafanhoto e Pai Joaquim, também construídas por iniciativa
do poder público estadual ao tempo do governo Benedito Valadares.
A concessão para o aproveitamento hidrelétrico de Santa Marta foi outorgada
ao governo de Minas pelo decreto federal nº 4.652, promulgado em setembro de 1939,
tendo em vista o suprimento de energia para os serviços de iluminação e força de Montes Claros. Tais serviços dependiam então da pequena produção da usina do Cedro,
instalada no rio de mesmo nome pela Empresa Força e Luz de Montes Claros.
As obras de Santa Marta foram realizadas sob a responsabilidade da secreta-
ria estadual de Viação e Obras Públicas. A hidrelétrica entrou em funcionamento no
primeiro trimestre de 1944, contando com dois grupos geradores de 500 kW, compostos por geradores de 50 Hz fornecidos pela General Electric norte-americana e turbinas
tipo Francis com eixo horizontal, fabricadas pela empresa James Leffel, também norteamericana. Em 1946, a administração da usina passou à responsabilidade do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de Minas Gerais (DAE-MG).
Em maio de 1948, o governo mineiro obteve a revalidação do decreto de concessão
do aproveitamento de Santa Marta e autorização para estender o suprimento de energia da usina a outras localidades do norte do estado. Segundo o Plano de Eletrificação de Minas Gerais,
publicado em 1950, o sistema de transmissão associado à usina contava com 88 km de linhas
182
de transmissão em 44 kV, direcionadas para Montes Claros e
São Francisco.
Em 1955, a Cemig assumiu sua operação. Em de-
zembro de 1956, o governo mineiro e a Comissão do Vale
do São Francisco (CVSF), com a interveniência da Cemig,
firmaram um convênio para a realização das obras de desvio do rio Congonhas para o ribeirão Ticororó, tendo em
vista a ampliação da potência instalada de Santa Marta. Em 1958, a usina recebeu uma nova unidade de 480 kW,
composta por gerador fabricado pela empresa Rigdway e
turbina tipo Francis, fornecida pela James Leffel.
Santa Marta e seu sistema de transmissão as-
sociado foram incorporados ao patrimônio da Cemig em
1962 com base no decreto nº 474 expedido pelo governo
federal em janeiro do mesmo ano.
A concessão outorgada à Cemig para a explo-
ração de Santa Marta e seu sistema de transmissão associado foi prorrogada em abril de 1997 pela portaria
nº 113 do Ministério de Minas e Energia, pelo prazo de
vinte anos a contar de julho de 1995. Ainda em 1997, a
terceira unidade geradora foi retirada de operação.
Santa Marta está integrada ao sistema de
transmissão da Cemig em 69 kV.
Localização
Município: Grão-Mogol (MG)
Cronologia
Início de construção: 1939
Início de operação: 1944
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 283,3
Altura máxima (m): 12
Cota do coroamento: 803,5
Casa de força
Bacia hidrográfica
Rio: Ticororó
Bacia: rio Jequitinhonha
Área de drenagem (km2): 370
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 5,24
Potência instalada (MW): 1
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 0,5
Energia assegurada
(MWmédio): 0,5
Queda nominal (m): 75,5
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 0,8
Reservatório
Área (km2): 1,8
Inaugurada em 1944, representou um dos marcos
pioneiros da intervenção do governo de Minas no
campo da produção de energia elétrica...
183
Usina Hidrelétrica
São Bernardo
A
usina hidrelétrica São Bernardo está localizada no ribeirão de mesmo nome,
afluente do rio Piranga, principal formador do rio Doce, nos municípios de Itajubá
São Bernardo
e todos os bens
e instalações
da CSME foram
incorporados ao
patrimônio da
Cemig em 1969.
e Piranguçu, na região sul de Minas Gerais. Foi construída pela Companhia Sul Mineira de Eletricidade (CSME), empresa de capital privado nacional, constituída em
1922 como concessionária de energia elétrica em diversas localidades do sul de
Minas, incorporada pela Cemig em 1969.
A concessão para o aproveitamento de São Bernardo foi outorgada pelo
governo federal à CSME em fevereiro de 1945 mediante a promulgação do decreto
nº 17.777. Na mesma ocasião, a empresa recebeu a concessão para o aproveitamento de Poço Fundo, no rio Machado. A construção das duas usinas representou o
principal e último grande investimento em geração da Sul Mineira.
São Bernardo foi inaugurada em abril de 1948 com uma unidade geradora de 1.312
MW, composta por equipamentos de origem suíça: um gerador de 50 Hz fornecido pela Oerlikon e turbina do tipo Pelton, fabricada pela Escher Wiss. A segunda unidade foi acionada em
1951, apresentando as mesmas características técnicas e de fabricação da primeira.
Em 1960, a usina atingiu sua capacidade final com a entrada em operação
de uma terceira máquina, composta por gerador de 4.200 kW e turbina tipo Pelton,
também fornecidos pela Oerlikon e pela Escher Wiss. A instalação dessa unidade
foi precedida por obra de elevação da barragem de concreto da usina.
184
São Bernardo foi inaugurada em abril de 1948
com uma unidade geradora de 1.312 MW...
ão Bernardo e todos os bens e instalações da CSME fo-
S
ram incorporados ao patrimônio da Cemig em 1969. Nesse
racionais e modernizar instalações, a Cemig implantou em
mesmo ano, a Cemig levou a cabo a mudança de freqüên-
1997 um sistema de semi-automação em São Bernardo.
cia de 50 Hz para 60 Hz na antiga área de concessão da Sul
Mineira, abrangendo cerca de 60 localidades.
missão de 34,5 kV da Cemig.
Localização
Municípios: Itajubá e Piranguçu (MG)
Como parte da estratégia de reduzir custos ope-
A usina está ligada ao sistema de subtrans-
Cronologia
Início de operação: 1948
Barragem
Tipo: Contrafortes
Comprimento (m): 140
Altura máxima (m): 6
Casa de força
Bacia hidrográfica
Rio: São Bernardo
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 28,2
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 0,69
Potência instalada (MW): 6,82
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 1,3 (2); 4,2 (1)
Energia assegurada
(MWmédio): 3,79
Queda nominal (m): 634,7
Tipo de turbina: Pelton
Engolimento turbina (m3/s): 0,3; 0,8
Reservatório
Área (km2): 0,57
Volume total máximo (hm3): 0,4
185
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Sumidouro
de Irapé
A
usina hidrelétrica de Sumidouro está localizada no rio Sacramento, afluen-
A transferência
da concessão
para o
aproveitamento
hidrelétrico de
Sumidouro foi
oficializada
pelo governo
federal em abril
de 1974...
te do rio Doce, no município de Bom Jesus do Galho, na região do rio Doce de
Minas Gerais.
Foi construída pela Empresa Força e Luz Coutinho & Penna com o objetivo
de ampliar o suprimento de energia elétrica à área de concessão da empresa no
município de Caratinga. A concessão para o aproveitamento hidrelétrico foi outorgada em agosto de 1952 pelo decreto federal nº 31.264.
A inauguração da usina ocorreu em 1954 com a entrada em operação de
sua única unidade geradora, composta por gerador de 50 Hz e turbina do tipo Francis, fornecidos pelas empresas alemãs Siemens e J. M. Voith, respectivamente. A
Coutinho & Penna também promoveu a reforma da antiga usina de Lages, situada
no ribeirão de mesmo nome, instalando um grupo gerador de 720 kW em substituição a duas unidades de menor potência.
186
Localização
Município: Bom Jesus do Galho (MG)
Cronologia
Início de operação: 1954
Bacia hidrográfica
Rio: Sacramento
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 485,6
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 5,94
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 102,46
Nº de comportas: 2 (CF)
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 35
Altura máxima (m): 5
Cota do coroamento: 413,933
Casa de força
Potência instalada (MW): 2.12
Nº de unidades geradoras: 1
Potência unitária (MW): 2,12
Energia assegurada
(MWmédio): 1,03
Queda nominal (m): 92
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 3,3
Reservatório
Área (km2): 0,005
Volume total máximo (hm3): 0,084
Volume útil máximo (hm3): 0,079
NA mínimo operativo: 410,43
NA máximo operativo: 412,03
A concessão para o aproveitamento
hidrelétrico foi outorgada em agosto de 1952
pelo decreto federal nº 31.264.
oze anos mais tarde, a Cemig iniciou o suprimen-
D
A transferência da concessão para o aproveita-
to de energia a Caratinga por intermédio de linha de
mento hidrelétrico de Sumidouro foi oficializada
138 kV construída a partir da subestação de Ipatinga.
pelo governo federal em abril de 1974, com a ex-
Na mesma época, a usina de Sumidouro foi converti-
pedição do decreto nº 73.906. Em abril de 1997,
da para operação em 60 Hz.
a concessão foi prorrogada pela portaria nº 122 do Ministério de Minas e Energia pelo prazo de 20
Em 1972, a Cemig adquiriu as usinas e os
demais bens e instalações da Coutinho & Penna.
anos a contar de julho de 1995.
187
Usina Hidrelétrica
Tronqueiras
A
usina hidrelétrica Tronqueiras está situada no rio Tronqueiras, afluente do
Suaçuí Pequeno e contribuinte do rio Doce, no município de Coroaci, a cerca de 40
Governador
Valadares foi
atendida de
forma isolada
pela usina
de Tronqueiras
durante mais
de dez anos.
km da cidade de Governador Valadares, na região do rio Doce de Minas Gerais.
Os primeiros estudos sobre o potencial energético do rio Tronqueiras fo-
ram concluídos em 1942 pelo engenheiro Asdrubal Teixeira de Souza, da secretaria
estadual de Viação e Obras Públicas, indicando boas possibilidades de aproveitamento das cachoeiras do Peixe e da Fumaça.
Em julho de 1945, com base no decreto federal nº 19.260, o governo de Minas
obteve a concessão para a utilização da energia hidráulica do rio Tronqueiras, tendo
em vista o suprimento de eletricidade a Governador Valadares. Em junho de 1948,
o decreto federal nº 25.143 revalidou a concessão, admitindo que outras localidades
fossem beneficiadas pela futura usina de Tronqueiras. Em janeiro de 1950, a Servix
Engenharia apresentou anteprojeto da usina à secretaria de Viação e Obras Públicas,
prevendo a construção de barragem a montante da cachoeira da Fumaça e a instalação de três unidades geradoras com potência unitária de 1.400 kW.
O governo estadual tomou medidas efetivas para a consecução do em-
preendimento no início da administração Juscelino Kubitschek (1951-1955). Em junho de 1951, a Companhia de Eletricidade do Médio Rio Doce (CEMRD) foi criada
para construção de Tronqueiras, uma das cinco obras prioritárias do programa de
188
eletrificação do governo JK juntamente com a barra-
gem de Cajuru e as hidrelétricas de Itutinga, Piau e
cial de duas unidades geradoras e de uma tercei-
Salto Grande. Sociedade de economia mista, consti-
ra unidade na segunda etapa do empreendimen-
tuída sob controle do estado com a participação de
to. Em outubro de 1951, o consórcio formado pela
capitais particulares, a CEMRD passou a integrar o
Construtora Mantiqueira e pela Sociedade de Ins-
quadro de subsidiárias da Cemig a partir de 1952. A
talações Técnicas (SIT) ganhou a concorrência
concessão para o aproveitamento de Tronqueiras se-
para a execução das obras civis. A construção
ria transferida para a companhia em setembro do ano
da linha de transmissão em 33 kV até Governa-
seguinte pelo decreto federal nº 33.731.
dor Valadares ficou a cargo da empresa italiana
A par de melhoramentos imediatos no sis-
Società Annonima Electrificazzioni (SAE), de Mi-
tema elétrico de Governador Valadares, a CEMRD
lão, através de sua representação no Brasil. As
promoveu o estudo definitivo do aproveitamento de
obras da segunda etapa contaram com o auxílio
Tronqueiras, atribuindo à Servix Engenharia o traba-
financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimen-
lho de detalhamento do projeto revisto.
to Econômico (BNDE).
A companhia programou a instalação ini-
Os primeiros estudos sobre o
potencial energético do rio Tronqueiras
foram concluídos em 1942 pelo engenheiro
Asdrubal Teixeira de Souza...
189
A
inauguração oficial da usina ocorreu em 28 de janeiro de 1955. Tal como previsto, a hidrelétrica contou inicialmente com duas unidades geradoras de 1.800 kW,
compostas por geradores de 60 Hz, fornecidos pela empresa norte-americana Wes-
Tal como
previsto, a
hidrelétrica
contou
inicialmente
com duas
unidades
geradoras de
1.800 kW...
tinghouse, e turbinas tipo Francis, com eixo horizontal, fabricadas pela S. Morgan
Smith, também norte-americana.
As principais obras hidráulicas foram concluídas na primeira etapa do
aproveitamento, compreendendo a barragem do tipo concreto gravidade, tomada
d’água equipada com grades e comportas de roletes, tubo adutor de concreto com
383 m de comprimento, chaminé de equilíbrio de 20,5 m de altura por 5 m de diâmetro, casa de válvulas e tubulação forçada de 380 m de comprimento. Em abril de 1961, a Cemig incorporou a CEMRD com o objetivo de reduzir
custos operacionais e simplificar procedimentos administrativos. Em 1962 e no ano
seguinte, as empresas regionais de eletricidade criadas para a construção das usinas
de Salto Grande e Itutinga seriam incorporadas pela Cemig, a exemplo da CEMRD. Em junho de 1962, a potência instalada da usina de Tronqueiras foi amplia-
da em 4.800 kW com a entrada em operação de sua terceira unidade geradora, composta por turbina tipo Francis fabricada pela J. M. Voith alemã e gerador fornecido
pela Brown Boveri. Em novembro de 1965, a concessão para o aproveitamento de
Tronqueiras foi transferida para a Cemig pelo decreto federal nº 57.230.
190
Localização
Município: Coroaci (MG)
Cronologia
Barragem
Início de construção: 1951
Início de operação: 1955
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 85
Altura máxima (m): 20
Cota do coroamento: 455,59
Bacia hidrográfica
Rio: Tronqueiras
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 510
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 6,16
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 267
Nº de comportas: 1 (CF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 8,4
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 1,8 (2); 4,8 (1)
Energia assegurada
(MWmédio): 4,6
Queda nominal (m): 116
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 2,3; 4,5
Reservatório
Área (km2): 0,74
Volume total máximo (hm3): 2,798
Volume útil máximo (hm3): 1,25
NA mínimo operativo: 451,59
NA máximo operativo: 454,01
overnador Valadares foi atendida de forma isolada pela
G
pela portaria nº 120 do Ministério de Minas e Energia
usina de Tronqueiras durante mais dez anos. A conexão
pelo prazo de 20 anos, a contar de julho de 1995. A
com o sistema elétrico interligado da Cemig foi efetivada
alteração da potência instalada para 8,4 MW foi re-
em agosto de 1967 com a entrada em operação da linha
gularizada em julho de 2003 pelo despacho nº 411 da
entre Ipatinga e Governador Valadares em 69 kV, posterior-
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
mente convertida para 230 kV. Em abril de 1997, a concessão outorgada à
34,5 kV, Tronqueiras era uma das 32 Pequenas Cen-
Cemig para exploração da usina de Tronqueiras e
trais Hidrelétricas (PCHs) da Cemig em operação ao
seu sistema de transmissão associado foi prorrogada
final de 2005.
Conectada a sistema de subtransmissão em
191
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
Xicão
de Irapé
A
usina hidrelétrica Xicão, também conhecida como usina Vidal Dias, está situ-
ada no ribeirão Santa Cruz, afluente do rio Palmela e contribuinte do rio Grande,
em área dos municípios de Campanha e São Gonçalo do Sapucaí, na região sul de
Minas Gerais. Todos os bens
e instalações
dessa
companhia,
incluindo
Xicão, foram
incorporados
definitivamente
ao patrimônio
da Cemig
em 1969.
A primeira empresa a aproveitar o potencial hidrelétrico do ribeirão Santa
Cruz foi a mineradora anglo-francesa The Conquista Xicão Gold Mines Co. Autorizada a funcionar no país em 1907, a empresa investiu na autoprodução de energia
elétrica, a exemplo de outras mineradoras estabelecidas em Minas. Sua usina entrou em operação provavelmente em 1912, ganhando mais tarde a denominação
de usina Xicão, em referência à mina aurífera de mesmo nome existente na região.
A hidrelétrica entrou em operação com dois grupos de máquinas de 560 kW, compostos por geradores de 60 Hz fabricados pela General Electric norte-americana
e turbinas fornecidas pela J. M. Voith alemã. Em trabalho publicado em 1914, o
historiador mineiro Nelson de Senna informa que a usina fornecia energia para a
mineradora estrangeira e também para os serviços de força e luz em Campanha e
São Gonçalo do Sapucaí.
Posteriormente, Xicão foi adquirida pela Companhia Sul Mineira de Ele-
tricidade (CSME), empresa de capital privado nacional constituída em 1922 como
concessionária de energia elétrica em diversas localidades no sul do estado.
Em fevereiro de 1939, a CSME recebeu autorização do governo federal para
construir nova barragem no local do aproveitamento existente e modificar as instalações da antiga usina, tendo em vista o reforço do fornecimento de energia elétrica a
192
Cambuquira, Campanha, Lambari, São Gonçalo do Sa-
pucaí, Três Corações, Três Pontas, Varginha e outros
nário da CSME. Todos os bens e instalações dessa
municípios vizinhos.
companhia, incluindo Xicão, foram incorporados de-
A nova usina de Xicão entrou em operação
finitivamente ao patrimônio da Cemig em 1969. Nesse
em 1942 com duas unidades de 904 kW que substi-
mesmo ano, a Cemig levou a cabo a mudança de fre-
tuíram as originais, compostas por geradores de 50
qüência de 50 Hz para 60 Hz na antiga área de conces-
Hz, fornecidos pela empresa suíça Oerlikon, e turbi-
são da CSME, abrangendo cerca de 60 localidades no
nas tipo Francis, fabricadas pela J. M. Voith. A nova
sul de Minas.
barragem foi construída em concreto e enrocamento
com arcos múltiplos. missão de 13,8 kV da Cemig.
Localização
Municípios: Campanha e São Gonçalo
do Sapucaí (MG)
Cronologia
Início de construção: 1939
Início de operação: 1942
Em 1967, a Cemig adquiriu o controle acio-
Xicão está integrada ao sistema de subtrans-
Barragem
Tipo: Arcos múltiplos
Comprimento (m): 114
Altura máxima (m): 20
Cota do coroamento: 996,53
Bacia hidrográfica
Rio: Santa Cruz
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 46
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 0,9
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 7
Nº de comportas: 1 (VF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 1,81
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 0,9
Energia assegurada
(MWmédio): 0,61
Queda nominal (m): 115,4
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 1,1
Reservatório
Área (km2): 1,2
Volume total máximo (hm3): 7,07
Volume útil máximo (hm3): 7,05
NA mínimo operativo: 979,4
NA máximo operativo: 993,4
Autorizada a funcionar no país em 1907,
a empresa investiu na autoprodução de energia
elétrica, a exemplo de outras mineradoras
estabelecidas em Minas.
193
194
Centrais Térmicas
195
Usina
Termelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Formoso
de Irapé
A
usina termelétrica de Formoso está situada no município de Formoso, na região
noroeste de Minas Gerais, perto da divisa com o estado de Goiás. Entrou em opera-
ção em agosto de 1992, destacando-se como a primeira usina da Cemig a utilizar a
tecnologia de gaseificação de carvão vegetal para geração de eletricidade.
A instalação da termelétrica visou ao aumento da oferta de energia à ci-
dade de Formoso, em complementação ao suprimento efetuado pela Companhia
Energética de Goiás (Celg). O empreendimento também foi idealizado como projeto piloto para eventual utilização da tecnologia de gaseificação de carvão vegetal
em outras localidades não atendidas pelo sistema elétrico interligado da Cemig.
196
Entrou em operação em agosto de 1992,
destacando-se como a primeira usina da Cemig
a utilizar a tecnologia de gaseificação de carvão
vegetal para geração de eletricidade.
E
m dezembro de 1990, a Cemig formou convênio
cação de carvão vegetal durante cinco anos em
com a Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) para
condições satisfatórias. Com a desativação do
a instalação e operação da usina mediante a cessão
gaseificador em 1997, o funcionamento da usina
de equipamentos que vinham sendo testados pela Li-
passou a depender exclusivamente de óleo die-
ght Serviços de Eletricidade em suas oficinas no Rio
sel. As duas unidades geradoras de Formoso são
de Janeiro.
compostas por grupos motores geradores diesel
A termelétrica entrou em operação com
duas unidades geradoras, utilizando a gaseifi-
Localização
Município: Formoso (MG)
fabricados pelas empresas Cummins Power Generation e MWM.
Empreendimento
Tipo: GMG Diesel
Potência instalada (MW): 0,44
Combustível: Óleo diesel
Nº de unidades geradoras: 2
Início de operação: 1992
197
Usina
Termelétrica
de Igarapé
A
usina termelétrica de Igarapé está situada no município de Juatuba, a cerca
de 40 km de Belo Horizonte, na região central de Minas Gerais. A área em que se
encontra instalada pertenceu ao município de Mateus Leme até a emancipação de
Juatuba em 1992. É a única usina à base de óleo combustível da Cemig e a principal
É a única
usina à base
de óleo
combustível da
Cemig e a
principal fonte
de geração
térmica da
empresa.
fonte de geração térmica da empresa. Os estudos sobre Igarapé foram iniciados em 1970 pela Cemig e pela
Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), atendendo a uma preocupação básica: a integração de uma usina térmica de médio porte ao parque gerador da
empresa mineira que assegurasse maior confiabilidade ao seu sistema energético nos períodos hidrológicos desfavoráveis. Concluído o estudo de viabilidade
em 1971, a Cemig estabeleceu contatos com empresas projetistas e fabricantes
de equipamentos. A escolha do local da usina contou com assessoramento da
Seltec Engenharia e da empresa norte-americana Sanderson & Porter, recaindo
sobre o município de Mateus Leme, em razão de sua proximidade com o pólo
industrial da grande Belo Horizonte e com a Refinaria Gabriel Passos, em Betim,
pertencente à Petróleo Brasileiro (Petrobras).
Em dezembro de 1972, o ministro de Minas e Energia, Antonio Dias Lei-
te, autorizou a construção de Igarapé. Conforme protocolo de intenções assinado
entre os governos do Brasil e da Tcheco-Eslováquia, a compra dos equipamentos
198
principais de geração foi contratada em 1973 com a
geração hidráulica da Cemig, naquela época, cobria com
empresa Skoda, em troca da venda de minério de fer-
tranqüilidade as necessidades do mercado.
ro da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) para o an-
tigo país socialista no valor correspondente à usina
extremamente desfavoráveis na região Sudeste impuse-
(65 milhões de dólares). Para a cobertura financeira
ram a necessidade de reativação de Igarapé. Graças à
do empreendimento, a Cemig contratou empréstimos
mobilização do corpo técnico da Cemig, a usina pôde
com a Eletrobrás, a SkodaExport e o Libra Bank.
ser reativada em tempo recorde, entrando em operação
As obras civis de Igarapé foram iniciadas em
comercial em julho do mesmo ano. Em áreas remanes-
1973 pela Construtora Mendes Júnior e a montagem
centes da construção da usina, a Cemig implantou em
eletromecânica em junho de 1975 pela empresa Sade
1992 a estação ambiental de Igarapé. Em 1996, a Cemig
– Sul Americana de Eletrificação, sofrendo reprogra-
levou a cabo a reforma da usina para queima de óleo
mações em decorrência das dificuldades com a im-
ultraviscoso em substituição ao óleo combustível. A re-
portação de equipamentos.
forma do gerador, concluída no ano seguinte, permitiu
elevar a capacidade instalada de Igarapé para 131 MW.
Concluída a montagem em julho de 1978, a
No início de 1986, as condições hidrológicas
usina entrou em operação experimental com uma
Em janeiro de 2005, a concessão de geração de
unidade geradora de 125 MW, composta de caldei-
energia elétrica da usina foi prorrogada pela portaria
ra, turbina a vapor e gerador de fabricação Skoda,
nº 47 do Ministério de Minas e Energia, pelo prazo de
produzindo energia elétrica na freqüência nominal
20 anos a contar de agosto de 2004. Ainda em 2005, a
de 60 Hz. O sistema de alimentação do combustível
Cemig retomou estudos para a ampliação de Igarapé,
foi composto por um tanque de uso diário, instala-
visando à instalação de duas turbinas a gás natural em
ções de pré-aquecimento de óleo e um sistema au-
ciclo combinado, que elevariam a capacidade instala-
xiliar de óleo diesel para partida da caldeira. Para
da da usina para cerca de 400 MW. A conclusão desses
o resfriamento e o fornecimento de água para a
estudos dependerá da sinalização do novo cenário do
alimentação das caldeiras, foi construída uma bar-
setor elétrico nacional, em relação a geração térmica.
ragem de terra com vertedouro no rio Paraopeba,
com 8,5 m de altura e 70 m de comprimento. Em 1979 a Cemig decidiu reduzir gradualmente
a geração de Igarapé. Essa decisão foi tomada em conseqüência não apenas do desaquecimento da economia brasileira e de seu impacto no consumo de energia elétrica,
como também das altas taxas pluviométricas em Minas
Gerais, e ainda da necessidade de reduzir o consumo de
derivados de petróleo. Em setembro de 1983, Igarapé foi
desativada, como medida de contenção de custo, já que a
Localização
Município: Juatuba (MG)
Empreendimento
Tipo: Central de ciclo térmico simples
Potência instalada (MW): 131
Combustível: Óleo
Nº de unidades geradoras: 1
Início de operação: 1978
199
200
Central Eólica
201
Usina Eólica
do
Morro
Usina
Hidrelétrica
do
Camelinho
de Irapé
A
usina eólica do Morro do Camelinho está situada no município de Gouveia, 240
km ao norte de Belo Horizonte, na região central de Minas Gerais. Constitui a pri-
meira experiência brasileira de geração de eletricidade para o sistema interligado
a partir da energia eólica.
Em 1982, a Cemig iniciou o levantamento do potencial de energia solar
e eólica de Minas Gerais, atendendo a novas diretrizes de política energética do
estado e do país que estimularam a pesquisa e o desenvolvimento de fontes alternativas de energia. Entre 1982 e 1986, com o apoio da Financiadora de Estudos
e Projetos (Finep) e da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), a
empresa instalou uma rede anemométrica para coleta e processamento de dados
sobre o regime de ventos em território mineiro, dezenas de postos solarimétricos e
as estações de radiocomunicação de Morro do Camelinho, Porto do Indaiá e Pompéu, alimentadas por energia eólica e/ou solar.
Localizado na Serra do Espinhaço, a 1.350 m de altitude, em terreno de
topografia complexa, Morro do Camelinho foi considerado um dos sítios eólicos
mais promissores em Minas. A construção da usina foi decidida em 1992 e o pro-
202
jeto executivo concluído no ano seguinte com a participação de técnicos do Centro Brasileiro de Energia
Eólica (CBEE), ligado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Em agosto de 1994, a Cemig inaugurou a usi-
na, colocando em operação seus quatro aerogeradores de 250 kW de potência unitária, fabricados pela
empresa alemã Tacke Windtechnik. O custo total do
empreendimento montou a 1,54 milhão de dólares,
sendo 51% custeados a fundo perdido pelo Programa Eldorado do Ministério de Ciência e Tecnologia
do governo alemão. A contrapartida da Cemig foi parcialmente financiada pela Finep.
Cada aerogerador possui rotor de eixo hori-
zontal, três pás com 26 m de diâmetro e sistema de
controle de potência por stall. Todo o conjunto está
montado sobre torre tubular cônica de aço de 30 m
de altura. Os geradores elétricos são trifásicos do tipo
assíncrono. A usina foi conectada à linha de transmissão Gouveia-Paraúna, de 34,5 kV, que dista 500 m de
sua subestação elevadora.
Em 1995, Morro do Camelinho passou a ser
operada e monitorada por controle remoto, através
de sistema computadorizado de telesupervisão e
telecontrole. No ano seguinte, a Cemig contratou o
DEWI (Instituto Alemão de Energia Eólica) para rea-
Localização
Município: Gouveia (MG)
lizar uma avaliação da qualidade da energia e de melhorias operacionais nos aerogeradores da usina.
Atualmente, a Cemig está avaliando uma série
de fatores, como a definição do preço da energia, para a
realização de novos investimentos em energia eólica.
Empreendimento
Tipo: Eólica
Potência instalada (MW): 1
Nº de aerogeradores: 4
Início de operação: 1994
Localizado na Serra do Espinhaço, a 1.350 m de
altitude, em terreno de topografia complexa,
Morro do Camelinho foi considerado um dos sítios
eólicos mais promissores em Minas.
203
204
Usinas em Consórcio
205
Usina Hidrelétrica
de Aimorés
A
usina hidrelétrica de Aimorés está situada no baixo rio Doce, em área do município de
Aimorés, na região do rio Doce de Minas Gerais, e do município capixaba de Baixo Guandu.
O empreendimento abrange ainda os municípios mineiros de Itueta e Resplendor.
O primeiro estudo sobre o aproveitamento de Aimorés foi realizado entre
1964 e 1965 por consultores do consórcio Canambra e técnicos da Cemig, como
parte de um trabalho mais amplo e pioneiro de levantamento dos recursos energéticos da região Sudeste. Apenas dois locais identificados no inventário da bacia do
rio Doce foram objeto de estudo de viabilidade: Aimorés, cerca de 20 km a montan-
Em julho de
1975, a Cemig
obteve a concessão para
a realização
do empreendimento com a
expedição do
decreto federal
nº 76.007.
206
te da usina de Mascarenhas, em início de construção, e Óculos, no médio rio Doce,
perto da região do Vale do Aço. Entretanto, os dois projetos não chegaram a ser
incluídos no programa de obras recomendado pela Canambra ao governo federal.
E m julho de 1975, a Cemig obteve a concessão para a realização do empreendi-
mento com a expedição do decreto federal nº 76.007. Em 1979, a usina foi incluída entre as
O primeiro estudo sobre o aproveitamento
de Aimorés foi realizado entre 1964 e 1965
por consultores do consórcio Canambra
e técnicos da Cemig.
obras programadas no Plano de Atendimento aos Requi-
estudo identificou esquemas alternativos de divi-
sitos de Energia Elétrica até 1995, o primeiro de uma série
são de queda para o aproveitamento do potencial
de planos nacionais de energia elétrica elaborados pela
hidrelétrico da bacia, contemplando de forma mais
Eletrobrás. Em 1980, a Cemig concluiu estudo de revisão
acurada a questão ambiental e os aspectos relacio-
da divisão de quedas do rio Doce no trecho entre Ipatinga
nados ao uso múltiplo de reservatórios.
e Aimorés, reexaminado os valores de energia firme ante-
riormente determinados pela Canambra.
do setor de energia elétrica abriram caminho para a
A construção da usina foi postergada du-
realização do empreendimento pela Cemig em par-
rante longo período em virtude da escassez de re-
ceria com a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). cursos para investimento e da prioridade conferida
Os entendimentos com a CVRD para a constituição
pela Cemig a outras obras de geração. Em 1986, um
do consórcio empreendedor de Aimorés foram inicia-
novo estudo de inventário da bacia do rio Doce foi
dos após a promulgação da lei nº 9.074, em julho de
iniciado sob a coordenação da Centrais Elétricas
1995. Marco fundamental do novo quadro regulador
Brasileiras (Eletrobrás) com o apoio do Banco Inte-
setorial, a lei estabeleceu normas para a prorrogação
ramericano de Desenvolvimento (BID) e da Finan-
das concessões de aproveitamentos hidrelétricos
ciadora de Estudos e Projetos (Finep). Esse novo
com obras não iniciadas, como Aimorés.
Nos anos 1990, as reformas institucionais
207
Em 1997, as negociações passaram a incluir a empresa norte-americana
AES, integrante do grupo de investidores que adquiriu um terço das ações ordinárias da Cemig. Em maio de 1998, a Cemig, a CVRD e a AES Força Empreendimentos
Além de
Aimorés,
a Cemig e
a CVRD são
parceiras nos
empreendimentos
hidrelétricos
de Funil,
Igarapava,
Porto Estrela,
Capim
Branco I e II.
formalizaram a constituição de consórcio para construção e exploração da usina
de Aimorés. A concessão para o aproveitamento hidrelétrico foi prorrogada em
maio de 1999 pela resolução nº 126 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
mas, logo em seguida, a AES retirou-se do projeto devido à disputa judicial entre o
governo de Minas e os chamados “sócios estratégicos” da Cemig.
Em dezembro de 1999, a concessionária mineira e a mineradora firmaram
novo acordo, definindo suas respectivas cotas de participação no consórcio empreendedor: 49% para a Cemig e 51% para a CVRD. Em dezembro de 2000, as empresas consorciadas celebraram com a Aneel o contrato de concessão de uso de
bem público para geração de energia elétrica. O contrato previu para novembro de
2003 a entrada em operação comercial da primeira unidade geradora da usina.
A construção foi iniciada em junho de 2001 sob a responsabilidade de consór-
cio contratado na modalidade EPC (Engineering Procurement Construction). A Construtora Queiroz Galvão assumiu a execução das obras civis e a Voith Siemens Hidro
Power a responsabilidade pelo fornecimento dos equipamentos principais. O projeto
básico e o executivo foram elaborados pela Spec Planejamento, Engenharia, Consultoria. A montagem dos equipamentos e o apoio aos testes de comissionamento ficaram a
cargo da UTC Engenharia – Ultratec. As empresas Alstom, Bardella Indústrias Mecânicas, Lorenzetti Indústrias Brasileiras Eletrometalúrgicas e DZ Engenharia, Equipamentos e Sistemas também contribuíram para o fornecimento de diversos equipamentos.
O empreendimento exigiu a relocação da cidade de Itueta com cerca de
1.200 habitantes, de parte da cidade de Resplendor, de trecho de 23 km da Estrada de Ferro Vitória-Minas, bem como a construção de novas estradas vicinais
e de um novo sistema de captação de água de Aimorés. Em junho de 2004, a Comissão de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados solicitou o embargo das obras, alegando que o consórcio empreendedor
208
não cumprira todos os acordos firmados com os mo-
radores das cidades mineiras de Aimorés, Itueta e
de a barragem principal com 565 m de comprimento e
Resplendor e da cidade capixaba de Baixo Guandu.
18 m de altura máxima, vertedouro de superfície com
Em abril de 2005, após o cumprimento das
dez comportas tipo segmento, canal de adução com 12
compensações previstas no Plano de Controle Am-
km de extensão, barragem auxiliar com 1.015 m de com-
biental, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
primento e 25 m de altura máxima, tomada d’água tipo
Recursos Renováveis (Ibama) concedeu a licença de
gravidade com três comportas tipo vagão, casa de força
operação, autorizando o enchimento do reservatório
e canal de fuga. O canal de adução que desvia parte das
de Aimorés até a cota de 84 m.
águas do rio Doce para movimentação das turbinas da
A primeira unidade geradora de Aimorés en-
hidrelétrica está situado em território mineiro, aprovei-
trou em operação comercial em julho de 2005. A Cemig
tando 6 km do leito do córrego Vala Seca. A operação de
e a CVRD investiram cerca de 296 milhões de dólares
Aimorés leva em conta a necessidade de liberação de
na construção da usina que completou sua capacida-
volume d’água com vazão constante para o leito natural
de instalada no final de 2005. O sistema de transmissão
do rio Doce no trecho entre a barragem principal e o
associado a Aimorés compreende uma linha de 230 kV
canal de fuga da usina.
com 5 km de extensão que interliga sua subestação ele-
vadora à linha de mesma tensão entre Conselheiro Pena
ceiras nos empreendimentos hidrelétricos de Funil,
(MG) e a hidrelétrica de Mascarenhas (ES/MG).
Igarapava, Porto Estrela, Capim Branco I e II.
Localização
Municípios: Aimorés, Itueta, Resplendor (MG) e Baixo Guandu (ES)
O arranjo geral do aproveitamento compreen-
Além de Aimorés, a Cemig e a CVRD são par-
Cronologia
Início de construção: 2001
Início de operação: 2005
Barragem
Tipo: Homogênea/terra
Comprimento (m): 565 (P); 1.015 (Aux)
Altura máxima (m): 18 (P); 25 (Aux)
Cota do coroamento: 93
Bacia hidrográfica
Rio: Doce
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 62.167
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 780,58
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 17.490
Nº de comportas: 10 (CS)
Reservatório
Casa de força
Potência instalada (MW): 330
Energia assegurada (MWh médio): 172
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 110
Queda nominal (m): 28
Tipo de turbina: Kaplan
Área (km2): 32,9
Volume total máximo (hm3): 185,2
Volume útil máximo (hm3): 12,14
NA mínimo operativo: 89,6
NA máximo operativo: 90
Municípios atingidos: Aimorés,
Itueta e Resplendor (MG);
Baixo Guandu (ES)
209
Usina Hidrelétrica de Capim Branco I
Usinas
Hidrelétricas de
Capim Branco I e
Capim Branco II
A
s usinas hidrelétricas de Capim Branco I e Capim Branco II, integrantes do Complexo Energético Capim Branco, estão sendo construídas no rio Araguari, afluente
do Paranaíba, na divisa dos municípios de Araguari e Uberlândia, no Triângulo
Mineiro. Localizadas a uma distância de 70 km uma da outra, são as últimas usinas
da cascata de aproveitamentos do rio Araguari que, a montante, já conta com mais
de 900 MW de capacidade instalada nas hidrelétricas de Nova Ponte e Miranda. A
entrada em operação das duas usinas está prevista para 2006.
O primeiro estudo sistemático sobre as possibilidades energéticas do rio
Araguari foi realizado em meados da década de 1960 por consultores do consórcio
Canambra e técnicos da Cemig, como parte de um trabalho mais amplo e pioneiro
de levantamento dos recursos energéticos da região Sudeste. Com relação a Capim
Branco, o estudo considerou a possibilidade de um aproveitamento único, a 109
km da confluência do rio Araguari com o Paranaíba.
Usina Hidrelétrica de Capim Branco I
210
Localizadas a uma distância de 70 km uma
da outra, são as últimas usinas da cascata de
aproveitamentos do rio Araguari...
E
m fevereiro de 1970, a Cemig obteve a concessão
te (Feam) de Minas Gerais. Em novembro de 1999, a
para a construção da usina de Capim Branco com a ex-
Cemig apresentou informações complementares soli-
pedição do decreto federal nº 66.273. A idéia do apro-
citadas pela Feam, prevendo novos programas a se-
veitamento único permaneceu em pauta durante longo
rem contemplados no Plano de Controle Ambiental.
período. No entanto, durante os estudos para a elabo-
ração do projeto básico, entre 1988 e 1990, foram iden-
estudos de viabilidade de Capim Branco I e II, a Agência
tificadas importantes dificuldades geológicas, topográ-
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou edital de
ficas e ambientais que levaram a Cemig a suspender os
licitação da concessão para exploração dos dois apro-
trabalhos para uma reavaliação.
veitamentos. Em novembro, foi realizada em Araguari a
Em 1994, a empresa submeteu à avaliação do
audiência pública com a participação de representantes
Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
de diversos órgãos públicos e de organizações comuni-
(DNAEE) um novo estudo de partição de queda do rio
tárias de Araguari, Uberlândia e Indianápolis, atingido
Araguari no trecho a jusante de Miranda, contemplando
em menor escala pelo empreendimento. a substituição do aproveitamento único de Capim Bran-
co por dois menores. Além de minimizar os impactos
ploração do Complexo Energético Capim Branco foi
ambientais, essa alternativa possibilitaria o aproveita-
realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em
mento integral da queda existente, sem perdas signifi-
30 de novembro de 2000. Sem disputar com outros
cativas de geração para o sistema interligado.
grupos, o Consórcio Capim Branco Energia (CCBE),
Em abril de 1995, na esteira das reformas ins-
formado com a participação da Cemig e de quatro
titucionais em curso no setor elétrico, o governo fe-
empresas privadas, arrematou a concessão pelo pre-
deral decretou a extinção da antiga concessão de Ca-
ço mínimo de R$ 1,615 milhão.
pim Branco e de outros aproveitamentos com obras
não iniciadas por diversas empresas. Em setembro
de 2001 pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD),
Em setembro de 2000, a par da aprovação dos
O leilão da concessão para implantação e ex-
O CCBE foi formalmente constituído em maio
de 1996, o DNAEE autorizou a Cemig a elaborar os
estudos de viabilidade de Capim Branco I e II, tendo em vista a licitação pública para a concessão dos
empreendimentos, obrigatória de acordo com o novo
quadro regulador setorial.
inda em 1996, a concessionária contratou a Leme
Engenharia para a elaboração do Estudo de Impacto
Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). Dois anos depois, os estudos foram
encaminhados à Fundação Estadual do Meio Ambien-
Usina Hidrelétrica de Capim Branco I
211
com 46% de participação acionária; pela Cemig Capim Branco Energia, subsidiária
integral da Cemig, organizada especificamente para o empreendimento, com 20%;
pela Comercial e Agrícola Paineiras, do Grupo Suzano, com 17%; pela Companhia
Capim
Branco I
apresenta um
arranjo diferente
do usual, com
distanciamento
entre a estrutura
da barragem,
no km 150 do
rio Araguari e a
casa de força...
Mineira de Metais (CMM), do Grupo Votorantim, com 12%; e pela Camargo Corrêa
Cimentos, com 5%.
O consórcio empreendedor sofreria uma reorganização em junho de
2002 com a saída da Camargo Corrêa Cimentos e a transferência de sua participação para as demais companhias. Dessa forma, a CVRD passou a responder
por 48,4% do capital social do CCBE, a Cemig Capim Branco Energia por 21,1%,
a Paineiras por 17,9% e a CMM por 12,6%. A participação da Cemig no consórcio
foi assegurada pelos estudos nas fases de inventário, viabilidade e projeto básico e pelos serviços de supervisão do empreendimento.
Em agosto de 2001, as concessões para exploração dos aproveitamentos
de Capim Branco I e II foram outorgadas por decreto presidencial. Ainda nesse mês,
a Aneel celebrou contrato de concessão de geração com as empresas do CCBE. A
Cemig Capim Branco Energia e a Paineiras assinaram o contrato como produtoras
independentes de energia e as demais como empresas de autoprodução.
Usina Hidrelétrica de Capim Branco I
212
Usina Hidrelétrica de Capim Branco II
E
m março e agosto de 2002, o Conselho Estadual
reuniu um grupo de nove empresas. A parte civil
de Política Ambiental (Copam) concedeu respec-
ficou a cargo da própria Odebrecht e das cons-
tivamente a licença prévia e a licença de instala-
trutoras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão; o
ção para as duas usinas. Entretanto, em novembro
fornecimento e a montagem de equipamentos
do mesmo ano, o Ministério Público Federal aca-
eletromecânicos ficaram sob responsabilidade
tou ação civil contra a implantação do Complexo
das empresas Voith Siemens Hydro Power Gene-
Capim Branco, alegando inviabilidade ambiental
ration, VA Tech Hydro Brasil (vinculada ao grupo
do empreendimento. Cinco meses mais tarde, o
austríaco Voest Alpine) e Energ Power do Brasil.
Tribunal Regional de Justiça cassou a liminar que
A Leme Engenharia, a Engevix Engenharia e a In-
impedia o início das obras, contratadas com o
tertechne Consultores Associados responderam
Consórcio Construtor Capim Branco (CCCB) na
pela elaboração dos projetos de engenharia e do
modalidade de Engineering Procurement Cons-
Plano de Controle Ambiental.
truction (EPC).
As obras de Capim Branco I e Capim Bran-
rente do usual, com distanciamento entre a estru-
co II foram iniciadas em setembro de 2003 e em
tura da barragem, no km 150 do rio Araguari, e a
janeiro de 2004, respectivamente. Sob lideran-
casa de força, cerca de 9 km a jusante. Conta com
ça da Construtora Norberto Odebrecht, o CCCB
vertedouro convencional, de três comportas, tipo
Capim Branco I apresenta um arranjo dife-
213
salto de esqui e seguido por bacia de dissipação. Após o túnel de adução, se-
Capim
Branco II
apresenta um
arranjo mais
próximo do
layout
convencional.
gue-se a câmara de carga e estrutura de tomada d’água, composta por três condutos forçados escavados em rocha. Em julho de 2004, o curso do rio Araguari
foi transferido para um túnel escavado em rocha, tendo início então a construção da barragem. Capim Branco II apresenta um arranjo mais próximo do layout convencio-
nal. O eixo da barragem está localizado no 75 km da foz do rio Araguari. A casa de
força fica próxima ao vertedouro, com acesso por condutos forçados externos em
tubos de aço. O destaque fica por conta do uso intensivo de concreto compactado
a rolo (CCR) na construção de sua barragem, iniciada em fevereiro de 2005. O investimento total para a implantação do complexo energético é de R$ 911 milhões,
sendo R$ 199 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Usina Hidrelétrica de Capim Branco I
214
E
ntre as medidas compensatórias de ordem ambien-
tas por turbinas tipo Francis e geradores de 80 MW.
tal, figuram a implantação de tratamento terciário na
Em Capim Branco II são instaladas turbinas tipo Ka-
Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Ipane-
plan, acopladas a geradores de 70 MW de potência
ma, em Uberlândia, e a solução para o problema de
unitária.
voçorocas – desmoronamentos provocados por ero-
sões subterrâneas ocasionadas por ação pluvial – em
é responsável pela construção do sistema de trans-
Araguari. Foram previstas relocações de 88 famílias
missão associado ao complexo de Capim Branco
residentes na área do empreendimento.
que compreenderá duas linhas de 138 kV com 43
km de extensão no trecho entre Capim Branco I e
Cada usina conta com três unidades gera-
doras. As unidades de Capim Branco I são compos-
O consórcio empreendedor CCBE também
Emborcação.
Capim Branco I
Localização
Municípios: Araguari e Uberlândia (MG)
Cronologia
Início de construção: 2003
Início de operação: 2006
Bacia hidrográfica
Rio: Araguari
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 18.342
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 337,1
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 9.354
Nº de comportas: 3 (CS)
Barragem
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 660
Altura máxima (m): 55
Cota do coroamento: 625,5
Casa de força
Potência instalada (MW): 240
Energia assegurada (MWmédio): 155
Queda nominal (m): 54,1
Engolimento turbina (m3/s): 169,5
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 80
Tipo de turbina: Francis
Reservatório
Área (km2): 18,66
Volume total máximo (hm3): 241,7
NA mínimo operativo: 623,3
NA máximo operativo: 624
Capim Branco II
Localização
Municípios: Araguari e Uberlândia (MG)
Cronologia
Início de construção: 2004
Início de operação: 2006
Bacia hidrográfica
Rio: Araguari
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 19.152
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 349,61
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 8.990
Nº de comportas: 3 (CS)
Barragem
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 980
Altura máxima (m): 57
Cota do coroamento: 566,5
Casa de força
Potência instalada (MW): 210
Energia assegurada (MWmédio): 131
Queda nominal (m): 43,4
Engolimento turbina (m3/s): 170
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 70
Tipo de turbina: Kaplan
Reservatório
Área (km2): 45,11
Volume total máximo (hm3): 872,8
NA mínimo operativo: 564,3
NA máximo operativo: 565
215
Usina Hidrelétrica
de Funil
A
usina hidrelétrica de Funil, denominada oficialmente Usina Engenheiro José
Mendes Jr., está situada no curso superior do rio Grande, em área dos municípios
Em 10 de
dezembro de
2002, a usina
foi oficialmente
inaugurada em
solenidade que
contou com
a presença do
engenheiro
Djalma Bastos
de Morais,
presidente
da Cemig.
de Lavras e Perdões, na região sul de Minas Gerais. Sua denominação oficial presta
homenagem ao fundador da Construtora Mendes Júnior, empresa de construção
civil pesada com marcante presença no setor energético nacional. Terceira usina
da cascata de aproveitamentos hidrelétricos do rio Grande, Funil está a montante
da usina de Furnas e a jusante da usina de Itutinga. As primeiras investigações sobre Funil foram realizadas pela Cemig entre
1954 e 1956 no âmbito de um estudo mais amplo sobre o potencial hidrelétrico do
rio Grande. O estudo tinha em vista o aproveitamento integral do rio Grande, desde
o canal de fuga da usina de Itutinga, inaugurada em 1955, até sua foz no rio Paranaíba, revelando diversos locais promissores para a construção de hidrelétricas,
como as corredeiras de Funil e Furnas. Em julho de 1956, a empresa de engenharia
norte-americana International Engineering Company (Ieco) apresentou à concessionária mineira um relatório preliminar sobre Funil. Em outubro de 1964, o governo federal outorgou à Cemig a concessão para
o aproveitamento de Funil com a expedição do decreto nº 54.705. O primeiro estudo de viabilidade técnica e econômica da usina foi elaborado logo a seguir por
consultores do consórcio Canambra com a participação de engenheiros da Cemig.
216
O local selecionado pela Ieco para construção da bar-
taxa de crescimento do mercado de energia elétrica e
ragem foi reexaminado pelos consultores da Canam-
das graves restrições de investimento que coibiram a
bra, optando-se por um eixo mais a jusante.
expansão da Cemig e outras concessionárias.
Novos estudos foram realizados pela Cemig
A idéia da construção da usina foi retomada
no início da década de 1970, não obstante a priori-
em 1990. Em agosto desse ano, o Departamento Na-
dade conferida pela empresa à realização de outros
cional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) promul-
empreendimentos hidrelétricos. Em 1979, a usina
gou a portaria nº 292, que autorizou a elaboração
foi incluída entre as obras programadas no Plano de
do projeto básico relativo ao aproveitamento de
Atendimento aos Requisitos de Energia Elétrica até
Funil por um consórcio de duas empresas privadas:
1995, o primeiro de uma série de planos nacionais de
a Companhia Ferro Ligas de Minas Gerais (Minas
energia elétrica elaborados pela Centrais Elétricas
Ligas) e a Mineração Rio Novo. Segundo o DNAEE, o
Brasileiras (Eletrobrás). Entretanto, os estudos sobre
interesse nacional em proporcionar oportunidades
Funil e outros projetos foram praticamente interrom-
que viabilizassem investimentos privados na gera-
pidos na década de 1980, em virtude da redução da
ção de energia elétrica justificava a autorização. O
Em outubro de 1964, o governo federal
outorgou à Cemig a concessão para o
aproveitamento de Funil com a expedição
do decreto nº 54.705.
217
projeto básico de Funil foi concluído no final de 1992 pelas empresas de consultoria Intertechne e Leme Engenharia. Em dezembro de 1994, após análise dos
Estudos de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima),
As obras
foram iniciadas
em setembro
de 2000, sob a
responsabilidade
do Consórcio
Construtor
Funil...
o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais concedeu
a licença prévia do empreendimento.
Em obediência aos novos dispositivos legais que alteraram o quadro regu-
lador do setor elétrico em 1995, a Cemig iniciou entendimentos para a construção
de Funil em parceria com a iniciativa privada. Em agosto de 1997, o governo federal
autorizou a prorrogação e o uso compartilhado da concessão do aproveitamento
de Funil entre a Cemig e as empresas Minas Ligas, Rio Novo e Samarco Mineração,
integrantes de consórcio constituído para implantar e explorar a hidrelétrica. Nada
de concreto resultou dessa primeira parceria.
Em junho de 2000, um novo consórcio empreendedor foi constituído pela
Cemig e pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), com participação de 49% para
a concessionária mineira e de 51% para a mineradora, mediante a transferência de
cotas partes do consórcio anterior. As obras foram iniciadas em setembro de 2000, sob a responsabilidade do
Consórcio Construtor Funil, composto pelas seguintes empresas: Indústrias Metalúrgicas Pescarmona (Impsa); Servix Engenharia; Mendes Júnior; SpecPlanejamento, Engenharia, Consultoria; Orteng Equipamentos e Sistemas; Delp Engenharia
Mecânica; e UTC Engenharia – Ultratec.
Em novembro de 2002, o Copam concedeu a licença de operação
para a usina, tendo início o enchimento do reservatório que inundou terras
dos municípios mineiros de Bom Sucesso, Ibituruna, Ijaci, Itumirim, Lavras
e Perdões. Diversos programas, projetos e ações foram implementados para
minimizar os impactos causados pelo empreendimento, tais como: relocação de 180 famílias residentes nas pequenas comunidades de Macaia, Pedra
Negra e Funil; reativação de atividades agrícolas, artesanais e de pesca; sal-
218
Localização
Municípios: Lavras e Perdões (MG)
Cronologia
Início de construção: 2000
Início de operação: 2003
Bacia hidrográfica
Rio: Grande
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 15.153
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 322,49
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 7.348
Nº de comportas: 4 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 180
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 60
Energia assegurada
(MWmédio): 89
Queda nominal (m): 40
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 194
Barragem
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 420
Altura máxima (m): 50
Cota do coroamento: 811,3
Reservatório
Área (km2): 42,65
Volume total máximo (hm3): 268,9
Volume útil máximo (hm3): 6,81
NA mínimo operativo: 807,8
NA máximo operativo: 808
Municípios atingidos: Bom Sucesso,
Ibituruna, Ijaci, Itumirim, Lavras e
Perdões (MG)
vamento do patrimônio arqueológico; resgate da
fauna e flora; e instalação de sistema de transposição de peixes com elevador para o transporte
dos espécimes coletados. Em 10 de dezembro de 2002, a usina foi ofi-
cialmente inaugurada em solenidade que contou com
a presença do engenheiro Djalma Bastos de Morais,
presidente da Cemig. A entrada em operação comercial de suas três unidades geradoras ocorreu em janeiro, junho e julho de 2003. Cada unidade é composta
por gerador de 60 MW de potência unitária acoplado
a turbina tipo Kaplan, fabricados pela Impsa.
O arranjo geral do aproveitamento compre-
ende barragem de terra e enrocamento, vertedouro
do tipo superfície controlada, medindo 64 m de comprimento com quatro comportas do tipo segmento,
tomada d’água de gravidade, três galerias de adução,
condutos forçados com 48 m de comprimento médio
e casa de força. O sistema de transmissão associado
incluiu a interligação da usina com a subestação de
Lavras por intermédio de linha de 138 kV com 19 km
de extensão. Funil representou um investimento da
ordem de R$ 321 milhões.
Além de Funil, a Cemig e a CVRD são parceiras
em mais cinco empreendimentos hidrelétricos: Igarapava, Porto Estrela, Aimorés, Capim Branco I e II.
219
Usina Hidrelétrica
de Igarapava
A
usina hidrelétrica de Igarapava está localizada no médio rio Grande, na divisa
dos estados de São Paulo e Minas Gerais, com casa de força na margem esquerda
em área do município paulista de Igarapava. Na margem oposta, a hidrelétrica ocupa área do município de Conquista, no Triângulo Mineiro. Oitava usina da cascata
A concessão
para o
aproveitamento
de Igarapava
foi transferida
para o consórcio
em maio de
1995 com a
promulgação
do decreto
federal
nº 1.492...
de aproveitamentos hidrelétricos do rio Grande, Igarapava está a jusante da usina
de Jaguara e a montante da usina de Volta Grande. Foi o primeiro empreendimento
de geração realizado pela Cemig em consórcio com empresas privadas. Os estudos iniciais para o aproveitamento de Igarapava foram realizados entre
1964 e 1966 por consultores do consórcio Canambra e técnicos da Cemig no escopo mais
amplo dos chamados estudos energéticos da região Sudeste. Os consultores da Canambra
chegaram a preparar um estudo de viabilidade de Igarapava, incluindo a construção da
usina no elenco de obras recomendadas para atendimento do mercado de energia elétrica
regional. Em fevereiro de 1967, o governo federal promulgou o decreto nº 60.261, outorgando à Cemig a concessão para a realização do empreendimento.
A construção da hidrelétrica foi postergada em decorrência da prioridade
conferida a outros empreendimentos, como Jaguara e Volta Grande (rio Grande),
São Simão e Emborcação (rio Paranaíba), que asseguraram a notável expansão da
capacidade geradora da Cemig nos anos 1970 e no início da década seguinte. Os estudos sobre Igarapava foram retomados em 1987 com a contratação da em-
presa projetista Internacional de Engenharia (Iesa). Em dezembro de 1988, o Departamen220
As negociações conduzidas pelo presidente
da Cemig, Carlos Eloy Carvalho
Guimarães, chegaram a termo em julho de 1994
com a assinatura do contrato de constituição do
Consórcio da Usina Hidrelétrica de Igarapava...
to Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) aprovou
Morro Velho (MMV) – 11,5% e Companhia Siderúrgica
o estudo de viabilidade técnica e econômica da usina.
Nacional (CSN) – 6%.
Em 1991, em meio aos estudos do projeto bá-
Cumpre destacar a participação majoritária
sico, a Cemig iniciou entendimentos para a construção
da iniciativa privada no consórcio, ampliada três anos
da usina em parceria com grandes consumidores de
mais tarde em decorrência da desestatização da CVRD.
energia elétrica em Minas, levando em conta a escassez
O ponto fundamental de toda a negociação foi o chama-
de recursos para investimento na expansão de seu sis-
do Acordo Operativo que assegurou à Cemig o direito
tema elétrico e a perspectiva de abertura à participação
de dispor de toda a geração da usina e às empresas con-
do capital privado no setor. As negociações conduzidas
sorciadas um montante contínuo de energia, modulado
pelo presidente da Cemig, Carlos Eloy Carvalho Guima-
nos horários de ponta e fora de ponta.
rães, chegaram a termo em julho de 1994 com a assina-
tura do contrato de constituição do Consórcio da Usina
rapava foi transferida para o consórcio em maio de
Hidrelétrica de Igarapava com a seguinte composição
1995 com a promulgação do decreto federal nº 1.492,
acionária: Cemig – 14,5%; Companhia Vale do Rio Doce
na primeira aplicação prática da nova Lei de Conces-
(CVRD) – 35%; Companhia Mineira de Metais (CMM), do
sões (lei nº 8.987), assinada pelo presidente Fernando
grupo Votorantim – 20%; Eletrosílex – 13,5%; Mineração
Henrique Cardoso em fevereiro do mesmo ano.
A concessão para o aproveitamento de Iga-
221
O
custo do empreendimento foi estimado em 270 milhões de dólares, rateados
proporcionalmente à participação de cada membro do consórcio. Os recursos da
Cemig foram integralizados na forma dos investimentos realizados nos estudos de
viabilidade e projeto básico e nos serviços de engenharia e administração durante
a construção da usina.
Oitava usina
da cascata de
aproveitamentos
hidrelétricos do
rio Grande...
As obras civis foram iniciadas em outubro de 1995, sob a responsabilidade
da Construtora Norberto Odebrecht. O custo do projeto foi reduzido 13% em relação ao valor inicialmente contratado como resultado de várias ações inovadoras
no gerenciamento da obra, como por exemplo, a redução do volume de concretagem das estruturas. Outra inovação importante foi a opção pelas turbinas do tipo
Bulbo, adequadas a baixas quedas-d’água, com significativa economia nas obras
civis e no cronograma de construção. Igarapava foi a primeira hidrelétrica da América Latina a utilizar turbinas desse tipo.
A usina teve seu licenciamento ambiental inicialmente conduzido nos órgãos
estaduais de Minas e São Paulo. A licença de operação foi concedida em 1998 pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
com a realização da operação de resgate de fauna e um programa de monitoramento
da ictiofauna, reflorestamento ciliar e salvamento de artefatos arqueológicos.
A operação de enchimento do reservatório começou no final de novembro
de 1998, inundando uma área relativamente pequena, correspondente ao dobro
da calha natural do rio, e obrigando a relocação de 28 famílias. Um mecanismo de
transposição para peixes foi implantado junto à barragem para assegurar o trânsito permanente das espécies existentes no rio. Igarapava foi inaugurada oficialmente em 18 de dezembro de 1998 em sole-
nidade que contou com a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso e do
governador de Minas, Eduardo Azeredo. A entrada em operação comercial da primeira
222
de suas cinco unidades geradoras de 42 MW ocorreu
em janeiro de 1999. As demais unidades entraram em
operação entre abril e setembro do mesmo ano. Todas
as unidades são compostas por geradores fornecidos
pela Asea Brown Boveri (ABB) e turbinas tipo Bulbo fabricadas pela empresa austríaca Voest Alpine.
O arranjo geral do aproveitamento compreen-
de a barragem de terra, vertedouro do tipo superfície
com dissipação por ressalto, com 123 m de extensão,
equipado com seis comportas do tipo segmento de 13,5
m de largura por 18,15 m de altura, tomada d’água e
casa de força, medindo 90 m de comprimento. Em abril de 2004, o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade), aprovou a reestruturação societária do Consórcio da Usina Hidrelétrica de Igarapava,
resultante da transferência da totalidade das ações da Eletrosílex e de parte das ações detidas pela MMV em favor
das empresas CVRD, CMN e CSN. A Cemig foi a única concessionária da usina que não teve sua participação modificada. A nova composição do capital social do consórcio
ficou assim definida: CVRD – 38,145%; CMM – 23,9346%;
CSN – 17,9204%; Cemig – 14,5%; e MMV – 5,5%.
Além de Igarapava, a Cemig e a CVRD são par-
ceiras em mais cinco empreendimentos hidrelétricos:
Funil, Porto Estrela, Aimorés, Capim Branco I e II.
Localização
Cronologia
Municípios: Igarapava (SP)
e Conquista (MG)
Início de construção: 1995
Início de operação: 1999
Barragem
Tipo: Concreto/terra
Comprimento (m): 1.140
Altura máxima (m): 32
Cota do coroamento: 515,5
Bacia hidrográfica
Rio: Grande
Bacia: rio Grande
Área de drenagem (km2): 64.700
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 1.078,01
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 11.370
Nº de comportas: 6 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 210
Nº de unidades geradoras: 5
Potência unitária (MW): 42
Energia assegurada
(MWmédio): 136
Queda nominal (m): 18,30
Tipo de turbina: Bulbo
Engolimento turbina (m3/s): 275
Reservatório
Área (km ): 50,23 (515,4)
Volume total máximo (hm3): 241,84
Volume útil máximo (hm3): 14,61
NA mínimo operativo: 511,8
NA máximo operativo: 512,2
Municípios atingidos: Conquista
e Sacramento (MG); Igarapava
e Rifaina (SP)
2
223
Usina Hidrelétrica
de Porto Estrela
A
usina hidrelétrica de Porto Estrela está situada no rio Santo Antônio, afluente do rio
Doce, dez km a jusante da usina hidrelétrica de Salto Grande (Américo René Gianetti), na
divisa dos municípios de Joanésia e Açucena, na região do rio Doce de Minas Gerais.
Os primeiros estudos sobre o potencial do rio Santo Antônio no local de Porto
Estrela remontam ao final da década de 1940. Dessa época, datam os levantamentos topográficos no local e demais áreas que interessavam à construção da usina de Salto Grande,
empreendimento de importância marcante na história da Cemig, inaugurado em 1956.
Na década de 1960, o aproveitamento de Porto Estrela foi incluído no
estudo de inventário da bacia do rio Doce realizado por consultores do consórcio
Canambra com a participação de técnicos da Cemig. Nos anos 1980, a bacia do
rio Doce foi novamente estudada em nível de inventário pela Centrais Elétricas
Brasileiras (Eletrobrás), levando em conta as crescentes interferências e impactos
ambientais dos empreendimentos do setor elétrico, tendo sido o aproveitamento
de Porto Estrela incluído em todas as alternativas de quedas-d’água selecionadas.
Em julho de 1992, o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
(DNAEE), promulgou a portaria nº 223 que autorizou a Siderúrgica Mendes Júnior a elaborar o projeto básico do aproveitamento, destinado à produção de energia para uso exclusivo da companhia siderúrgica. Desenvolvidos com a participação da empresa Internacional
de Engenharia (Iesa) e de outras empresas consultoras, o projeto básico e os estudos de
impacto ambiental foram concluídos em meados de 1994.
224
Na década de 1960, o aproveitamento de
Porto Estrela foi incluído no estudo de inventário
da bacia do rio Doce realizado por consultores
do consórcio Canambra com a participação
de técnicos da Cemig.
DNAEE aprovou o projeto básico em outubro de
O
alteraram o quadro regulador do setor elétrico brasi-
1995 (portaria nº 411), condicionando a autorização
leiro, abrindo novas oportunidades à participação do
para o início das obras à regularização da concessão
capital privado em empreendimentos de geração de
do aproveitamento hidrelétrico, conforme disposto
energia elétrica.
nas leis nº 8.987 e nº 9.074, promulgadas em fevereiro
e julho do mesmo ano. Vale ressaltar que essas leis
edital de licitação para a concessão do empreendi-
Em dezembro de 1996, o DNAEE publicou
225
mento. A Cemig, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), a Companhia Têxtil Norte
de Minas (Coteminas) e a Nova Era Silicon constituíram o consórcio que venceu
a concorrência, obtendo a concessão para o aproveitamento e a exploração de
Porto Estrela em maio de 1997. A composição acionária do consórcio foi alterada
em 1998 em decorrência da saída da Nova Era Silicon, empresa produtora de ferro
silício, controlada pela CVRD e por duas grandes empresas siderúrgicas japonesas.
Desta forma, o consórcio empreendedor ficou composto pela Cemig, pela CVRD
A inauguração
oficial da usina
ocorreu em
9 de outubro
de 2001...
(maior mineradora do país, privatizada em 1997) e pela Coteminas (um dos principais grupos têxteis nacionais), cada uma com um terço de participação. O empreendimento demandaria um investimento global da ordem de R$ 141 milhões.
As obras de Porto Estrela foram iniciadas em julho de 1999 por um
consórcio construtor contratado na modalidade EPC (Engineering Procurement
Construction). A Voith Siemens Hidro Power Generation, líder do consórcio
construtor, forneceu os equipamentos e executou a montagem eletromecânica;
a Estacon Engenharia foi responsável pelas obras civis; a Spec Planejamento,
Engenharia e Consultoria elaborou o projeto executivo e atuou como empresa
gerenciadora do empreendimento.
A inauguração oficial da usina ocorreu em 9 de outubro de 2001, um mês
depois da entrada em operação comercial de sua primeira unidade geradora. Em
novembro do mesmo ano, a segunda unidade entrou em operação, completando a
capacidade instalada da hidrelétrica. Com 56 MW de potência unitária, as duas unidades são compostas por geradores acoplados a turbinas tipo Kaplan, fabricados
pela Siemens e pela Voith, respectivamente.
226
O
arranjo geral do aproveitamento compreende bar-
grande consumo energético conhecida como Vale
ragem de terra e enrocamento, vertedouro do tipo
do Aço. Seu pequeno reservatório permitiu ganho
superfície controlada, com comprimento de 50 m e
de tempo significativo em obras civis e de terrapla-
três comportas do tipo segmento, tomada d’água
nagem, exigindo a relocação de 29 famílias estabe-
do tipo gravidade com 24,8 m de extensão, dois
lecidas às margens do rio Santo Antônio.
condutos forçados com 88 m de comprimento uni-
tário e a casa de força. A usina foi conectada ao
parceiras nos empreendimentos hidrelétricos de Fu-
sistema de 230 kV da Cemig que atende à área de
nil, Igarapava, Aimorés, Capim Branco I e II.
Localização
Municípios: Joanésia e Açucena (MG)
Além de Porto Estrela, a Cemig e a CVRD são
Cronologia
Início de construção: 1999
Início de operação: 2001
Barragem
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 420
Altura máxima (m): 61
Cota do coroamento: 261,5
Bacia hidrográfica
Rio: Santo Antônio
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 9.326
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 143,44
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 6.157
Nº de comportas: 3 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 112
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 66
Energia assegurada
(MWmédio): 56
Queda nominal (m): 49,3
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 125,92
Reservatório
Área (km ): 0,17
Volume total máximo (hm3): 89,04
Volume útil máximo (hm3): 30,62
NA mínimo operativo: 248,7
NA máximo operativo: 257,7
Municípios atingidos: Açucena,
Braúnas e Joanésia (MG)
2
227
Usina Hidrelétrica
de Queimado
A
usina hidrelétrica de Queimado está situada no rio Preto, afluente do rio Para-
catu e contribuinte do rio São Francisco, em área do município de Unaí, na região
noroeste de Minas Gerais, e do município goiano de Cristalina. O empreendimento
abrange ainda os municípios de Formosa (GO), Cabeceira Grande e Rio Preto (MG)
Em fevereiro
de 2003, o
Ibama concedeu
a Licença de
Operação (LO),
tendo início o
enchimento do
reservatório...
e a área administrativa de Paranoá, no Distrito Federal.
Os primeiros estudos sobre Queimado foram realizados na década de 1960
por iniciativa da prefeitura do Distrito Federal, tendo em vista o suprimento de
energia a Brasília. Em 1966, a prefeitura publicou relatório com esquema preliminar do aproveitamento, prevendo a construção de duas barragens, uma das quais
destinada ao desvio das águas do rio São Marcos para o rio Preto.
Ainda em 1966, o aproveitamento de Queimado foi considerado uma atra-
tiva fonte de energia por consultores do consórcio Canambra e incluído no inventário dos recursos hidráulicos da bacia do rio São Francisco. Os consultores da Canambra não consideraram o desvio do rio São Marcos, propondo a construção de
uma barragem única. A prefeitura do Distrito Federal mobilizou-se ativamente pela
construção de Queimado, contratando inclusive a empresa de engenharia Sondotécnica para o detalhamento do projeto. Entretanto, o governo federal descartou
a realização do empreendimento, vista como uma solução meramente local para a
melhoria do atendimento a Brasília, conferindo prioridade ao projeto de ampliação
da hidrelétrica de Cachoeira Dourada no rio Paranaíba.
228
Os primeiros estudos sobre Queimado foram
realizados na década de 1960 por iniciativa da
prefeitura do Distrito Federal, tendo em vista
o suprimento de energia a Brasília.
Q
ueimado permaneceria em segundo plano no
Brasileiras (Eletrobrás) e dos órgãos ambientais dos estados
decorrer dos anos 1970 em virtude dos grandes in-
de Minas Gerais e Goiás e do Distrito Federal.
vestimentos em geração realizados por Furnas e pela
Cemig na bacia do Paranaíba e da implantação de li-
dimento a exigências de ordem ambiental relaciona-
nhas de transmissão que consolidaram a integração
das à preservação da Lagoa de Porta-pé e dos am-
do Distrito Federal ao sistema interligado regional.
bientes florestais que a circundam, ao uso da água
Novos estudos foram realizados pela Cemig e pela
para irrigação de uma área de 8.000 ha a montante do
Engevix Engenharia entre 1985 e 1987, como parte de
reservatório e para abastecimento da cidade de For-
um estudo mais amplo de revisão do inventário da
mosa, além da vazão sanitária no trecho do rio Preto
bacia do rio São Francisco em Minas. entre a barragem e a casa de força. A Licença Prévia
Em 1990, o Departamento Nacional de Águas e
(LP) do empreendimento foi concedida em 1996 pe-
Energia Elétrica (DNAEE) promulgou a portaria nº 320, autori-
los órgãos ambientais de Minas, Goiás e Distrito Fe-
zando a empresa Energia Elétrica, Promoção e Participações
deral, sendo confirmada pelo Instituto Brasileiro do
(EPP) a realizar o estudo de viabilidade do aproveitamento.
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
O trabalho foi desenvolvido pela Internacional de Engenharia
(Ibama), responsável a partir de 1997 pelo processo
(Iesa) e submetido em 1993 à avaliação da Centrais Elétricas
de licenciamento ambiental.
O estudo de viabilidade foi revisto em aten-
229
E
m novembro de 1997, o DNAEE promoveu licitação para a realização do empre-
endimento, ganha pelo consórcio constituído pela Cemig e pela Companhia Energética de Brasília (CEB), empresa controlada pelo governo do Distrito Federal. Por
decreto presidencial promulgado no mesmo mês, a Cemig e a CEB obtiveram a
concessão de uso de bem público para exploração do aproveitamento de Queimado e seu respectivo sistema de transmissão nos termos da legislação que regulou
A usina entrou
em operação
comercial em
abril de 2004,
completando sua
capacidade
instalada em
julho do
mesmo ano.
o regime de produção independente de energia.
Cemig e CEB assumiram participações diferenciadas no consórcio empre-
endedor, correspondentes inicialmente a cotas de 65% para a empresa mineira e
35% para a concessionária do Distrito Federal. As cotas foram redefinidas em 2001
com a transferência de metade da participação da CEB para a Cemig. Dessa forma,
a empresa mineira passou a responder por 82,5% do capital social do consórcio,
ficando a CEB com a parcela restante de 17,5%.
Em setembro de 1999, o Ibama concedeu a Licença de Instalação (LI) ne-
cessária para o início das obras, após apresentação do Projeto Básico Ambiental,
detalhando os programas e projetos ambientais que seriam implementados nas
etapas de construção e operação do empreendimento.
Queimado exigiu investimentos da ordem de R$ 180 milhões. As obras
foram iniciadas em agosto de 2000 por um consórcio contratado na modalidade
EPC (Engineering Procurement Construction). A Construtora Queiroz Galvão respondeu pela execução das obras civis e a ABB Alstom Power pelo fornecimento
dos equipamentos principais. A montagem eletromecânica ficou a cargo da Alstom
e da Barefame, empresa controlada pela Bardella Indústrias Mecânicas.
Em fevereiro de 2003, o Ibama concedeu a Licença de Operação (LO), tendo
início o enchimento do reservatório, com previsão de entrada em operação da usina
em setembro quando o nível d’água seria suficiente para a geração de energia. O cro230
nograma teve que ser revisto por problemas técnicos,
mas sem prejuízo do cronograma originalmente acertado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A usina entrou em operação comercial em abril
de 2004, completando sua capacidade instalada em julho
do mesmo ano. Queimado dispõe de três unidades geradoras, compostas por geradores de 35 MW de potência
unitária e turbinas do tipo Francis com eixo vertical.
O arranjo geral do aproveitamento compre-
ende a barragem de terra e enrocamento no leito do
rio e terra homogênea nas margens, canal de aproximação e vertedouro na margem direita com três comportas, tomada d’água tipo deslizante com quatro
comportas, túnel de adução com 3.650 m de extensão
e casa de força subterrânea. A usina foi conectada à
subestação de Unaí por meio de uma linha de transmissão em 138 kV com 40 km de extensão. A construção de Queimado obrigou a relo-
cação de uma estrada intermunicipal e de 19 famílias
que habitavam a área inundada pelo reservatório.
Também merecem destaque os projetos de salvamento arqueológico e preservação da memória do
patrimônio natural da região do empreendimento e
de salvamento e monitoramento da fauna, bem como
a implantação de canal junto da barragem para permitir o deslocamento dos peixes do rio.
Localização
Municípios: Unaí (MG) e Cristalina (GO)
Cronologia
Barragem
Início de construção: 2000
Início de operação: 2004
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 1.060
Altura máxima (m): 70
Cota do coroamento: 832
Bacia hidrográfica
Rio: Preto
Bacia: rio São Francisco
Área de drenagem (km2): 3.760
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 50,24
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 1.959
Nº de comportas: 3 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 105
Nº de unidades geradoras: 3
Potência unitária (MW): 35
Energia assegurada
(MWmédio): 58
Queda nominal (m): 168
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 21,5
Reservatório
Área (km2): 39,43
Volume total máximo (hm3): 477,98
Volume útil máximo (hm3): 389,46
NA mínimo operativo: 811
NA máximo operativo: 829
Municípios atingidos: Unaí, Cabeceira
Grande e Rio Preto (MG); Cristalinha e
Formosa (GO)
231
232
Subsidiárias da Cemig
233
Usina
Hidrelétrica de
Machado Mineiro
A
usina hidrelétrica de Machado Mineiro está situada no rio Pardo, no município
de Ninheira, na região norte de Minas Gerais. A área em que se encontra instalada
Machado
Mineiro era uma
das 32 PCHs
pertencentes
à Cemig em
operação no
final de 2005.
pertenceu aos municípios de Águas Vermelhas e São João do Paraíso até a emancipação de Ninheira em 1997.
Em 1988, a Cemig assumiu a responsabilidade pela execução de um pro-
grama de construção de pequenas barragens de usos múltiplos nas bacias dos rios
Jequitinhonha e Pardo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos de irrigação,
geração de energia elétrica, abastecimento d’água, proteção e controle de recursos
hídricos. Elaborado em cumprimento ao decreto nº 27.653, promulgado pelo governador Newton Cardoso em dezembro de 1987, o programa contemplou inicialmente a construção das barragens de Machado Mineiro, no rio Pardo, Bananal, no rio
de mesmo nome, e Samambaia, no rio Mosquito.
A barragem de Machado Mineiro foi construída para geração de energia
elétrica, perenização do rio Pardo e implantação de um projeto de irrigação numa
das áreas mais pobres e carentes do estado. Os projetos básico e executivo foram
elaborados pela Engexix Engenharia e as obras iniciadas em 1989 pela empresa
Construtora de Estradas e Estruturas (Ceesa).
A usina entrou em operação em dezembro de 1992 com duas unidades
geradoras, compostas por turbinas tipo Francis, com eixo horizontal, fabricadas
234
A barragem de Machado Mineiro foi construída
para geração de energia elétrica, perenização do
rio Pardo e implantação de um projeto de irrigação
numa das áreas mais pobres e carentes do estado.
Localização
Município: Ninheira (MG)
Cronologia
Barragem
Início de construção: 1989
Início de operação: 1992
Tipo: Terra/enrocamento
Comprimento (m): 300
Altura máxima (m): 40
Cota do coroamento: 692
Bacia hidrográfica
Rio: Pardo
Bacia: rio Pardo
Área de drenagem (km2): 10.511
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 20,59
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 2.007
Nº de comportas: 3 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 1,72
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 0,86
Energia assegurada
(MWmédio): 1,14
Queda nominal (m): 27,5
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 6
Reservatório
Área (km2): 25,19
Volume total máximo (hm3): 202,16
Volume útil máximo (hm3): 142,8
NA mínimo operativo: 678
NA máximo operativo: 688
pela J. M. Voith alemã e geradores fornecidos pela
Machado Mineiro era uma das 32 PCHs per-
Brown Boveri. O arranjo geral do aproveitamento
tencentes à Cemig em operação ao final de 2005. Às
compreende a barragem de terra e enrocamento,
margens de seu reservatório, a empresa implantou a
canal de adução com 1.698 m de comprimento, ver-
estação ambiental de Machado Mineiro para estudo da
tedouro do tipo superfície com três comportas de
piscicultura, da limnologia e da biologia pesqueira.
segmento, medindo 8 m de largura por 10,5 m de
altura, e a casa de força.
Em abril de 2001, a Cemig constituiu a Hori-
zontes Energia S.A., na forma de subsidiária integral
de capital fechado, com o propósito de explorar os
potenciais hidráulicos de quatro Pequenas Centrais
Hidrelétricas (PCHs), entre as quais, Machado Mineiro, em regime de produção independente de energia.
A Horizontes Energia iniciou operações no primeiro
trimestre de 2003.
Em junho de 2005, a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) promulgou o despacho
nº 672, regularizando a alteração da potência
instalada de Machado Mineiro de 3.050 kW para
1.720 kW.
235
Usina Hidrelétrica
de Pai Joaquim
A
usina hidrelétrica de Pai Joaquim está situada no rio Araguari, afluente do rio
Paranaíba, na divisa dos municípios de Sacramento e Santa Juliana, na região do Alto
Paranaíba de Minas Gerais. Inaugurada em 1941, representou um dos marcos pioneiros da intervenção do governo de Minas Gerais no campo da produção de energia
elétrica, juntamente com as usinas de Gafanhoto e Santa Marta, também construídas
por iniciativa do poder público estadual ao tempo do governo Benedito Valadares. Pai
Joaquim foi desativada em 1994 em decorrência do enchimento do reservatório da
usina de Nova Ponte, construída a jusante pela Cemig, voltando à operação em 2004. A
usina foi quase inteiramente reconfigurada com a construção de nova casa de força e
a instalação de uma unidade geradora de 23 MW.
A concessão para o aproveitamento de energia da cachoeira de Pai Joaquim
foi outorgada ao governo mineiro pelo decreto federal nº 7.259, promulgado em julho
de 1940, tendo em vista principalmente o suprimento de energia aos municípios de
Uberaba e Araxá. A hidrelétrica entrou em operação em abril de 1941 com duas unidades de
1.470 kW, em solenidade que contou com a presença do presidente Getúlio Vargas.
As obras civis compreenderam a construção de um muro de desvio em metade do
rio, tomada d’água, canal adutor com 170 m de comprimento e tubulação forçada
de 2,3 m de diâmetro e 35 m de comprimento. A estrutura original da barragem
consistia apenas em um muro de concreto. Foram instaladas duas turbinas do tipo
236
A hidrelétrica entrou em operação em abril
de 1941 com duas unidades de 1.470 kW,
em solenidade que contou com a presença
do presidente Getúlio Vargas.
Francis, fabricadas pela empresa alemã J. M. Voith,
de concreto, fechando todo o rio, em substituição ao
acopladas a dois geradores de eixo horizontal, da em-
muro de desvio então existente, com o objetivo de
presa alemã Telefunken, operando na freqüência de
proporcionar acumulação suficiente para a regulari-
60 Hz. A ligação com Uberaba e Araxá foi estabelecida
zação diária da vazão.
por linhas de transmissão de 44 kV, somando 150 km
de extensão.
capacidade instalada de 6.728 kW com a entrada em
A primeira ampliação da usina foi concluída
operação da sua quinta unidade geradora com potên-
em 1954, segundo projeto desenvolvido pela Servix
cia de 736 kW, composta por gerador fornecido pela
Engenharia para o Departamento de Águas e Energia
empresa norte-americana Westinghouse e turbina
Elétrica do Estado de Minas Gerais (DAE-MG). Consis-
fabricada pela companhia S. Morgan Smith, também
tiu na montagem de uma segunda tubulação forçada
norte-americana. Com a entrada da Cemig na região
e na ampliação da casa de força, que recebeu dois ge-
do Triângulo Mineiro e em conformidade com o de-
radores de 1.526 kW de potência cada um, fabricados
creto nº 50.721, promulgado pelo governo federal em
pela empresa suíça Brown Boveri, acoplados a turbi-
maio de 1961, a hidrelétrica foi incorporada ao par-
nas encomendadas à J. M. Voith. Entre 1957 e 1958, foi
que gerador da concessionária estadual.
construída a barragem definitiva, do tipo gravidade
Em dezembro de 1960, Pai Joaquim atingiu a
Em 1994, a usina foi retirada de operação por
237
causa do enchimento do reservatório da hidrelétrica de Nova Ponte e inundação de
sua casa de força. Entretanto, estudos desenvolvidos pela concessionária mineira e
A primeira
ampliação
da usina foi
concluída
em 1954...
pela empresa de consultoria Leme Engenharia demonstraram a atratividade econômica de proceder à relocação e ampliação do sistema de geração de Pai Joaquim.
As obras para reativação da usina tiveram início em abril de 2002. Para tocar o em-
preendimento, foi constituída entre a Cemig e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais
(Copasa) a sociedade de propósito específico (SPE) Central Hidrelétrica Pai Joaquim S.A. que
obteve autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para atuar como produtor
independente de energia. As obras ficaram sob a responsabilidade do consórcio formado por
Orteng Equipamentos, Delp Engenharia Mecânica e Toniollo Busmello.
A antiga usina teve a barragem aproveitada, mantendo o mesmo reservatório,
que passou a atender à nova hidrelétrica. O projeto foi concebido para uma única unidade
238
de 23 MW, exigindo a implantação de um novo circuito de
sa argentina Industrias Metalúrgicas Pescarmona
adução e geração situado na margem direita do canyon.
(Impsa). Integrada ao sistema de subtransmissão
A nova usina de Pai Joaquim entrou em
em 69 kV da Cemig, a usina era uma das 32 Peque-
operação comercial em março de 2004 com gera-
nas Centrais Hidrelétricas (PCHs) da empresa em
dor e turbina de tipo Kaplan fabricados pela empre-
operação no final de 2005.
Localização
Municípios: Sacramento
e Santa Juliana (MG)
Cronologia
Barragem
Início de construção: 2002
Início de operação: 2004
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 212
Altura máxima (m): 10
Cota do coroamento: 831
Bacia hidrográfica
Rio: Araguari
Bacia: rio Paranaíba
Área de drenagem (km2): 3.569
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 75,41
Vertedouro
Tipo: Superfície com perfil Creager
Capacidade máxima (m3/s): 2.230
Nº de comportas: 2 (CF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 23
Nº de unidades geradoras: 1
Potência unitária (MW): 23
Energia assegurada
(MWmédio): 14
Queda nominal (m): 26,5
Tipo de turbina: Kaplan
Engolimento turbina (m3/s): 87,5
Reservatório
Área (km2): 0,5
NA mínimo operativo: 830,1
NA máximo operativo: 831,1
239
Usina Hidrelétrica
de Rosal
A
usina hidrelétrica de Rosal está localizada no rio Itabapoana, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, em área pertencente ao município fluminense de Bom Jesus do Itabapoana e aos municípios capixabas de Guaçuí e São José
do Calçado. Construída pela Empresa de Eletricidade Vale Paranapanema (EEVP),
integrante de um conglomerado de empresas privadas de geração, distribuição e
comercialização de energia (Grupo Rede), a usina de Rosal passou ao controle da
O primeiro
estudo sobre
Rosal foi
realizado em
1942 por
iniciativa do
governo do
estado do Rio
de Janeiro...
Cemig em 2004. O primeiro estudo sobre Rosal foi realizado em 1942 por iniciativa do go-
verno do estado do Rio de Janeiro e sob a responsabilidade do engenheiro Edmundo Franca Amaral, tendo em vista a implementação de programa de eletrificação na
região norte fluminense. O estudo de Franca Amaral previu a construção de Rosal
e mais três usinas no rio Itabapoana.
Durante longo período, o governo do estado do Rio não tomou medidas
concretas quanto ao aproveitamento de Rosal. Em 1959, a Companhia Brasileira
de Engenharia (CBE), contratada para elaboração de um plano de eletrificação estadual, reviu o estudo de Franca Amaral, recomendando novos parâmetros para a
usina e o sistema hidrelétrico do rio Itabapoana.
Em 1965, a Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) chegou a estudar
um esquema de financiamento para a construção de Rosal e seu sistema de
transmissão associado. Entretanto, o projeto da usina recebeu parecer desfavo240
Em dezembro de 2004, a Cemig adquiriu
o controle acionário da Rosal Energia mediante
o pagamento de R$ 134 milhões.
rável dos consultores do consórcio Canambra e do
o quadro regulador do setor elétrico brasileiro no
Comitê Coordenador dos Estudos Energéticos da
primeiro mandato do presidente Fernando Henri-
Região Centro-Sul. Em meados de 1966, a holding
que Cardoso (1995-1998). Um dos passos funda-
federal manifestou-se pelo adiamento das obras de
mentais para a abertura do setor à participação do
Rosal, considerando mais vantajosa a opção de su-
capital privado foi dado em fevereiro de 1995 com
primento de energia ao norte fluminense pelo siste-
a promulgação da lei nº 8.987, que condicionou a
ma interligado regional.
outorga da concessão de serviços públicos à sua
Em 1991, a Companhia de Eletricidade do
licitação, determinando ainda a extinção das con-
Estado do Rio de Janeiro (Cerj), concessionária pú-
cessões com obras não iniciadas. Em abril do mes-
blica estadual, retomou a idéia da construção de
mo ano, o governo federal decretou a extinção de
Rosal, contratando a Engevix Engenharia para a
33 concessões para aproveitamentos hidrelétricos,
elaboração do estudo de viabilidade e do projeto
entre as quais, a da Cerj para Rosal.
básico da usina.
O capital privado assumiria a responsabi-
e Energia Elétrica (DNAEE) publicou edital de licitação
lidade pela execução do empreendimento na es-
para a construção e exploração do aproveitamento
teira das reformas institucionais que modificaram
de Rosal, estabelecendo como critério de julgamento
Em 1996, o Departamento Nacional de Águas
241
a oferta de menor tarifa para geração. A concorrência foi ganha pela Empresa de
Eletricidade Vale do Paranapanema (EEVP), empresa responsável pela distribuição
de energia elétrica em vários municípios do interior paulista. Os demais concorrentes no processo licitatório foram a Companhia Cataguases-Leopoldina, a Espírito
Santo Centrais Elétricas (Escelsa) e a Cemig, em consórcio com a empresa de engenharia Promon. A primeira
unidade
geradora
entrou em
operação
comercial em
dezembro
de 1999 e
a segunda
em janeiro
de 2000.
Em abril de 1997, o DNAEE anunciou o resultado da concorrência e o go-
verno federal outorgou à EEVP a concessão para o aproveitamento de Rosal. As
obras civis principais foram iniciadas em fevereiro de 1998 sob a responsabilidade
da Construtora Andrade Gutierrez com o apoio financeiro do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O empreendimento foi concluído em menos de dois anos. A primeira uni-
dade geradora entrou em operação comercial em dezembro de 1999 e a segunda
em janeiro de 2000. As duas unidades são compostas por geradores de 27,5 MW de
potência, fornecidos pela Asea Brown Boveri (ABB), e turbinas tipo Francis, com
eixo vertical, fabricadas pela Alstom. A usina foi conectada ao sistema elétrico da
Escelsa por meio de duas linhas de transmissão de 69 kV, implantadas até as subestações de Alegre e Mimoso, no sul do Espírito Santo, somando 77 km de extensão.
O arranjo geral do aproveitamento compreende barragem de concreto
compactado a rolo (CCR), vertedouro de lâmina livre com 55 m de comprimento,
tomada d’água tipo torre na margem esquerda do reservatório próximo ao barramento, túnel de adução escavado na rocha com 4.689 m de extensão, chaminé de
equilíbrio embutida no solo, duto blindado de 173 m, casa de força e canal de fuga
com 28 m de comprimento. 242
E
m maio de 2000, a concessão da hidrelétrica foi trans-
ferida da EEVP para a empresa Rosal Energia, em conse-
le acionário da Rosal Energia mediante o pagamento de R$
qüência do processo de reestruturação interna do grupo
134 milhões. A operação foi aprovada no mesmo mês pela
Rede. A quase totalidade das ações da Rosal Energia foi
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) através da re-
adquirida no mês seguinte pela Caiuá Serviços de Eletrici-
solução nº 423. Rosal foi a primeira grande usina adquirida
dade, holding operacional do grupo Rede.
pela estatal mineira fora do estado de Minas Gerais.
Localização
Municípios: Bom Jesus do Itabapoana
(RJ), Guaçuí e São José do Calçado (ES)
Cronologia
Início de construção: 1998
Início de operação: 1999
Em dezembro de 2004, a Cemig adquiriu o contro-
Barragem
Tipo: Concreto compactado a rolo
Comprimento (m): 159,5
Altura máxima (m): 36
Cota do coroamento: 560
Bacia hidrográfica
Rio: Itabapoana
Bacia: rio Itabapoana
Área de drenagem (km2): 1.731
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Capacidade máxima (m3/s): 717
Casa de força
Potência instalada (MW): 55
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 27,5
Energia assegurada
(MWmédio): 30
Queda nominal (m): 170
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 16,3
Reservatório
Área (km2): 1,91
Volume total máximo (hm3): 16,99
Volume útil máximo (hm3): 7
NA mínimo operativo: 550
NA máximo operativo: 555
243
Usina Hidrelétrica
Sá Carvalho
A
usina hidrelétrica Sá Carvalho está situada no rio Piracicaba, afluente do rio Doce,
no município de Antônio Dias, na região do rio Doce de Minas Gerais.
Foi construída pela Companhia Aços Especiais Itabira (Acesita), empresa
siderúrgica fundada em outubro de 1944 pelos engenheiros Athos de Lemos Rache
e Aminthas Jacques de Moraes em associação com o empresário norte-americano
Percival Farquhar. Em março
de 2000, a
Cemig iniciou
entendimentos
com a Acesita
para a
aquisição da
hidrelétrica.
Em novembro de 1944, o governo federal promulgou o decreto nº
17.045, outorgando a concessão para o aproveitamento de energia hidráulica
da cachoeira do Salto no rio Piracicaba ao engenheiro Aminthas Jacques de
Moraes e à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), mineradora estatal criada
pelo presidente Getúlio Vargas em 1942. O decreto assegurava à empresa estatal a utilização de 12.000 kW e ao engenheiro Aminthas o aproveitamento
da potência excedente.
Em junho de 1945, a concessão obtida pelo engenheiro Aminthas foi trans-
ferida para a Acesita nos termos do decreto nº 18.961. Em junho de 1947, com a
anuência da CVRD e de acordo com o decreto nº 23.219, a empresa siderúrgica
tornou-se a única titular da concessão, dando início aos trabalhos de implantação
da usina de Sá Carvalho.
244
A hidrelétrica tinha a finalidade de atender à demanda de energia da usina
A hidrelétrica tinha a finalidade de atender à
demanda de energia da usina siderúrgica da Acesita,
em Timóteo, inaugurada em abril de 1949...
siderúrgica da Acesita, em Timóteo, inaugurada em
dade geradora, constituída por gerador de fabricação
abril de 1949 em meio a sérias dificuldades financei-
Westinghouse e turbina tipo Francis fornecida pela em-
ras de seu grupo proprietário. Em 1951, o Banco do
presa suíça Charmilles. Nos anos seguintes, a usina che-
Brasil, que já vinha apoiando a Acesita através de em-
gou a contribuir para o atendimento de 35% da demanda
préstimos, converteu seus créditos em participação
de energia de Belo Horizonte. A Cemig contribuía com
societária, assumindo o controle da empresa. o mesmo percentual e os 30% restantes ficavam por
Sá Carvalho foi inaugurada em setembro de
conta da geração própria da CFLMG. A hidrelétrica tam-
1951 com duas unidades de 15 MW de potência uni-
bém passou a fornecer energia para as instalações da
tária, compostas por geradores e turbinas tipo Fran-
Companhia Siderúrgica Belgo Mineira em Monlevade.
cis de fabricação norte-americana, fornecidos pelas
A própria Belgo Mineira encarregou-se da construção
empresas Westinghouse e S. Morgan Smith, respecti-
da linha de transmissão entre Monlevade e Sá Carvalho
vamente. Era a usina de maior capacidade instalada
para viabilização desse fornecimento.
no território mineiro e a maior no segmento da auto-
produção em todo o país. O projeto original previu a
giu Belo Horizonte em 1959, a Acesita concordou em
construção de duas barragens (Antônio Dias e Seve-
colocar à disposição da CFLMG a quase totalidade
ro) com reservatórios interligados por um túnel. da potência disponível de Sá Carvalho. No início dos
Além do atendimento das necessidades da
anos 1960, o sistema de Belo Horizonte passou a con-
Acesita, a hidrelétrica contribuiu de imediato para
tar com novas fontes de energia, tornando-se virtual-
o reforço do abastecimento de Belo Horizonte, com-
mente independente da usina da Acesita. Apesar de
plementando os requisitos de energia da Companhia
sua reduzida participação na produção de aço bra-
Força e Luz de Minas Gerais (CFLMG), subsidiária do
sileiro, a companhia desempenhou papel importante
grupo American and Foreign Power Co. (Amforp),
no setor siderúrgico nacional, destacando-se como
atuante na capital estadual e em municípios vizinhos.
única produtora de aços planos inoxidáveis.
Considerando a grande defasagem entre a demanda
de energia de Belo Horizonte e a potência instalada
posta pelos consultores do consórcio Canambra e
de seu sistema, a CFLMG contratou em 1950 a utili-
incluída no inventário final dos aproveitamentos hi-
zação de sobras da produção de Sá Carvalho até o
drelétricos mais promissores de Minas Gerais, mas
limite de 7.000 kW. O suprimento seria realizado por
nenhuma medida concreta seria tomada nesse senti-
intermédio da linha de transmissão implantada pela
do antes da privatização da Acesita.
CFLMG entre a usina de Peti e a hidrelétrica da Acesi-
ta, com 70 km de extensão. outubro de 1992, passando ao controle de um pool de
Em 1955, Sá Carvalho atingiu a capacidade de
fundos de pensão encabeçado pelo Previ do Banco
48 MW com a entrada em operação de sua terceira uni-
do Brasil. Em seguida, foram realizados os estudos de
Durante a crise de energia elétrica que atin-
Em 1966, a ampliação de Sá Carvalho foi pro-
A empresa siderúrgica foi levada a leilão em
245
viabilidade e do projeto básico de ampliação da usina Sá Carvalho, visando numa
primeira etapa à instalação de uma unidade geradora de 30 MW. Em dezembro de
1994, o governo federal renovou por 30 anos o prazo de concessão da Acesita para
o aproveitamento da energia da hidrelétrica. Em agosto de 1996, o Departamento
Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) aprovou o projeto básico relativo à
Sá Carvalho
foi inaugurada
em setembro
de 1951 com
duas unidades
de 15 MW
de potência
unitária...
primeira ampliação da usina.
Em 1998, Sá Carvalho foi efetivamente ampliada com a entrada em opera-
ção de sua quarta unidade geradora, atingindo a capacidade de 78 MW. A ampliação exigiu a construção de um novo circuito de adução e nova casa de força, independentes das instalações originais, além de uma chaminé de equilíbrio. A unidade
geradora nº 4 é composta por gerador fornecido pela Asea Brown Boveri (ABB) e
turbina tipo Francis fabricada pela Usiminas Mecânica e pela Acesita. Ainda em
1998, o grupo francês Usinor adquiriu participação relevante no capital da Acesita,
dando partida ao processo de venda de ativos que não integravam o negócio principal da siderúrgica.
Em março de 2000, a Cemig iniciou entendimentos com a Acesita
para a aquisição da hidrelétrica. Em novembro do mesmo ano, a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a resolução nº 466, autori246
zando a transferência da concessão do aprovei-
da de energia elétrica, destinando a produção
tamento hidrelétrico para a Sá Carvalho S.A.,
de Sá Carvalho para as instalações industriais
constituída como subsidiária integral da Cemig.
da Acesita em Timóteo.
A operação de compra foi concretizada no mês
seguinte pelo valor de R$ 86 milhões, juntamen-
sistema de transmissão da Cemig através da linha de
te com assinatura de contrato de compra e ven-
230 kV proveniente da subestação de Ipatinga.
Localização
Município: Antônio Dias (MG)
Cronologia
Início de construção: 1947
Início de operação: 1951
Bacia hidrográfica
Rio: Piracicaba
Bacia: rio Doce
Área de drenagem (km2): 4.369
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 83,96
Vertedouro
Tipo: Superfície controlada
Capacidade máxima (m3/s): 1.138
Nº de comportas: 2 (CF); 5 (CS)
Casa de força
Potência instalada (MW): 78
Nº de unidades geradoras: 4
Potência unitária (MW): 14,7 (2);
16,9 (1); 31,5 (1)
Energia assegurada
(MWmédio): 58
Queda nominal (m): 110
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s): 83,76
A usina de Sá Carvalho está interligada ao
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): Antônio Dias: 112;
Severo: 34
Altura máxima (m): Antônio Dias: 15;
Severo: 14
Cota do coroamento: 373
Reservatório
Área (km2): Antônio Dias: 1,5
Volume total máximo (hm3): Antônio
Dias: 1,38
Volume útil máximo (hm3): Antônio
Dias: 1,19
NA mínimo operativo: 369,5
NA máximo operativo: 372
Município atingido:
Antônio Dias (MG)
247
Usina Hidrelétrica
de Salto
do Paraopeba
A
usina de Salto do Paraopeba está localizada no rio Paraopeba, afluente do rio
São Francisco, no município de Jeceaba, na região central de Minas Gerais.
O aproveitamento
compreende
barragem de
concreto,
vertedouro de
superfície
com crista e
14 comportas...
Em fevereiro de 1947, o governo federal promulgou o ddecreto nº 22.535,
outorgando à Empresa Força e Luz Castanheira & Melo a concessão para o aproveitamento da energia hidráulica do Salto do Paraopeba, situado no rio de mesmo
nome, a jusante da embocadura do rio Camapuam. O aproveitamento destinava-se
a reforçar o suprimento de energia elétrica a Conselheiro Lafaiete e outras localidades atendidas pela Castanheira & Melo. Em 1948, o Escritório Técnico Carlos
Kaiser, de São Paulo, elaborou o projeto da hidrelétrica, prevendo a instalação de
duas unidades geradoras de 1.880 kW e de uma terceira unidade de mesma potência em etapa posterior, além da construção de linha de transmissão em 34 kV com
27 km de extensão e de uma subestação em Conselheiro Lafaiete.
Em 1949, o empresário Fortunato Lobo Leite deu início à organização da
Companhia Força e Luz de Conselheiro Lafaiete, obtendo autorização para incorporar os bens e instalações da Castanheira & Melo. Em outubro de 1950, o governo
federal promulgou o decreto nº 28.798, transferindo para a nova empresa a concessão para a realização do aproveitamento de Salto do Paraopeba.
A usina entrou em operação em 1956 com duas unidades geradoras, sendo a
primeira composta por gerador de 1.500 kW e turbina de tipo Francis, fabricados pe248
las empresas norte-americanas Westinghouse e James
bricante nacional de ferroligas de manganês e deten-
Leffel e a segunda constituída por gerador de 970 kW,
tora de várias plantas produtoras de ferroligas em
de fabricação suíça da Brown Boveri, e turbina de tipo
Minas Gerais e no estado de Santa Catarina. A con-
Francis germinada, fornecida pela Lindner, antecessora
cessão para explorar o aproveitamento de Salto do
da empresa catarinense Hidráulica Industrial (Hisa). Em
Paraopeba foi outorgada no mesmo ano à Sociedade
1958, o governo federal autorizou a construção de linha
Mineira de Ferro Ligas, empresa do grupo CPFL, com
de transmissão para o abastecimento do município de
base no decreto federal nº 65.335.
Jeceaba com energia de Salto do Paraopeba.
Em 1969, a usina passou para o controle da
teve sua falência decretada em 1994, sendo adquiri-
Companhia Paulista de Ferro Ligas (CPFL), maior fa-
da no ano seguinte por um consórcio formado pela
Abalada por séria crise financeira, a CPFL
Em outubro de 2000, a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) aprovou a resolução nº 386,
autorizando a Cemig a estabelecer-se como Produtor
Independente de Energia Elétrica (PIE)...
249
A usina
entrou em
operação em
1956 com
duas unidades
geradoras,
sendo a
primeira
composta por
gerador de
1.500 kW...
Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e pela Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais
(Usiminas). Em 1999, a CVRD adquiriu o controle total da empresa, ficando também acertada a transferência da hidrelétrica para a Cemig como pagamento de
dívidas da CPFL.
Em outubro de 2000, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apro-
vou a resolução nº 386, autorizando a Cemig a estabelecer-se como Produtor Independente de Energia Elétrica (PIE) mediante o aproveitamento de Salto do Paraopeba. A mesma resolução determinou a realização das reformas necessárias para
a reativação da usina e a transferência do empreendimento para empresa distinta
da concessionária mineira.
Em março de 2001, a hidrelétrica voltou à operação. A Cemig investiu cer-
ca de R$ 500 mil na reforma dos prédios, geradores e turbinas e na instalação de
equipamentos para automação das duas unidades geradoras.
O aproveitamento compreende barragem de concreto, vertedouro de
superfície com crista e 14 comportas, sendo 12 confeccionadas em madeira e
duas em chapas de aço, tomada d’água com duas comportas, dois condutos
forçados e casa de força.
250
m abril de 2001, a Cemig constituiu a Horizontes
E
Energia S.A. como subsidiária integral de capital fecha-
nha de 13,8 kV com cinco km de extensão, Salto
do para gerar e comercializar eletricidade como um PIE,
do Paraopeba era uma das 32 Pequenas Centrais
por meio da operação comercial de Salto do Paraopeba
Hidrelétricas (PCHs) do parque gerador da Cemig
e outras hidrelétricas de pequeno porte.
ao final de 2005.
Localização
Município: Jeceaba (MG)
Ligada à cidade de Jeceaba por uma li-
Cronologia
Início de construção: 1949
Início de operação: 2001 (reativação)
Barragem
Tipo: Concreto gravidade
Comprimento (m): 80
Altura máxima (m): 12
Bacia hidrográfica
Rio: Paraopeba
Bacia: rio São Francisco
Área de drenagem (km2): 2.470
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 43,58
Vertedouro
Tipo: Superfície
Nº de comportas: 14 (CV); 2 (CF)
Casa de força
Potência instalada (MW): 2,46
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 1,5; 0,97
Energia assegurada
(MWmédio): 2,21
Queda nominal (m): 18,4
Tipo de turbina: Francis
Engolimento turbina (m3/s):
8,15 (unid. 1)
251
Usina Hidrelétrica
do Salto do
Passo Velho
A
usina hidrelétrica do Salto do Passo Velho está situada no rio Chapecozinho,
afluente do rio Chapecó e contribuinte do rio Uruguai, no município de Bom Jesus,
na região oeste do estado de Santa Catarina. A área em que se encontra instalada
Salto do
Passo Velho
era uma das
32 Pequenas
Centrais
Hidrelétricas
(PCHs) da
Cemig em
operação
no final
de 2005.
pertenceu ao município de Xanxerê até a emancipação de Bom Jesus em 1995.
Foi construída pela Industrial Papelão Chapecozinho, empresa fundada
por Josué Anoni em 1959, ficando também conhecida como usina Chapecozinho ou
usina Anoni. Entrou em operação em dezembro de 1960 com uma unidade geradora de 700 kW, sendo ampliada cinco anos depois com a instalação de uma segunda
unidade de mesma potência, posteriormente recapacitada para 1.100 kW.
A Industrial Papelão Chapecozinho obteve autorização do Ministério de
Minas e Energia para funcionar como concessionária de serviços públicos de energia elétrica em 1968, alterando sua razão social para Hidrelétrica Xanxerê em abril
de 1970. Nessa altura, a concessionária já pertencia ao grupo da Companhia Paulista de Ferro Ligas (CPFL), um dos maiores fabricantes nacionais de ferroligas,
atuante principalmente em Minas Gerais. Salto do Passo Velho forneceu energia a Xanxerê até 1983, quando foi ad-
quirida pela CPFL, juntamente com a usina de Salto Voltão, localizada cerca de 20
km a jusante no rio Chapecozinho. As duas usinas foram desvinculadas do acervo
da Hidrelétrica Xanxerê com autorização do Departamento Nacional de Águas e
Energia Elétrica (DNAEE), oficializada em agosto de 1983 pela portaria nº 87, pas252
Em outubro de 2000, a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) aprovou a resolução nº 385,
autorizando a Cemig a estabelecer-se como Produtor
Independente de Energia Elétrica (PIE) mediante
o aproveitamento de Salto do Passo Velho.
253
sando a abastecer apenas o forno e os serviços auxiliares da fábrica de ferroligas
instalada próxima à usina de Salto Voltão pela CPFL.
Em junho de 1990, Salto do Passo Velho foi atingida por uma enchente
do rio Chapecozinho, sofrendo prejuízos de monta. Abalada por séria crise financeira, a CPFL teve sua falência decretada em 1994, sendo adquirida no ano
seguinte por um consórcio formado pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e
pela Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas). Em 1998, com a desativa-
Foi construída
pela Industrial
Papelão
Chapecozinho,
empresa
fundada por
Josué Anoni
em 1959...
ção da fábrica da CPFL em Xanxerê, Salto do Passo Velho e Salto Voltão foram
retiradas de operação. No ano seguinte, a CVRD adquiriu o controle total da empresa, ficando também acertada a transferência das duas usinas para a Cemig
como pagamento de dívidas da CPFL.
Em outubro de 2000, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apro-
vou a resolução nº 385, autorizando a Cemig a estabelecer-se como Produtor Independente de Energia Elétrica (PIE) mediante o aproveitamento de Salto do Passo
Velho. A mesma resolução determinou a realização das reformas necessárias para
a reativação da usina e a transferência do empreendimento para empresa distinta
da concessionária mineira.
Em abril de 2001, a Cemig constituiu a Horizontes Energia S. A. como subsi-
diária integral de capital fechado para gerar e comercializar eletricidade como um
PIE, por meio da operação comercial de Salto do Passo Velho, Salto Voltão e mais
duas hidrelétricas localizadas em Minas: Salto do Paraopeba (também adquirida
da CPFL) e Machado Mineiro.
Após reforma geral das instalações civis e dos equipamentos eletro-
mecânicos, as duas unidades geradoras de Salto do Passo Velho voltaram à
operação em outubro e dezembro de 2001. Ambas operam com turbinas do tipo
Francis com eixo horizontal, fornecidas pela empresa catarinense Hidráulica
Industrial (Hisa). A usina conta com um gerador de 1.100 kW, sem placa de
identificação do fabricante, e outro de 700 kW, fornecido pela empresa alemã
Bromberg Hacker, ligada à Siemens.
O arranjo geral do aproveitamento compreende barragem de gravidade
em concreto, tomada d’água, vertedouro livre, canal de adução com 223 m de extensão, câmara de carga, tubulação forçada em chapa de aço com 50 m de comprimento e casa de força.
Salto do Passo Velho era uma das 32 Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCHs) da Cemig em operação no final de 2005.
254
Localização
Município: Bom Jesus (SC)
Cronologia
Barragem
Início de operação: 2001 (reativação)
Tipo: Pedra - Argamassada - Gravidade
Comprimento (m): 173
Altura máxima (m): 4,3
Bacia hidrográfica
Rio: Chapecozinho
Bacia: rio Uruguai
Área de drenagem (km2): 1.370
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 36,05
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Casa de força
Potência instalada (MW): 1,80
Nº de unidades geradoras: 2
Potência unitária (MW): 1,1; 0,7
Energia assegurada
(MWmédio): 1,64
Queda nominal (m): 21,34
Tipo de turbina: Francis
255
Usina
Hidrelétrica
Usina
Hidrelétrica
do
Salto
Voltão
de Irapé
A
usina hidrelétrica do Salto Voltão está situada no rio Chapecozinho, afluente
do rio Chapecó e contribuinte do rio Uruguai, no município de Xanxerê, na região
oeste do estado de Santa Catarina.
Foi construída pela Hidrelétrica Xanxerê, concessionária de capital privado
pertencente ao grupo da Companhia Paulista de Ferro Ligas (CPFL), um dos maiores
fabricantes nacionais de ferroligas, atuante principalmente em Minas Gerais.
Salto Voltão
era uma das
32 Pequenas
Centrais
Hidrelétricas
(PCHs) da
Cemig em
operação
no final
de 2005.
A usina entrou em operação em 1972 com um gerador de 2.960 kW, sendo
ampliada em 1973 com a instalação de um gerador de 3.800 kW. A concessão para o
aproveitamento hidrelétrico foi oficializada pelo governo federal em novembro de
1974 com a promulgação do decreto nº 74.898.
Salto Voltão forneceu energia a Xanxerê até 1983, quando foi adquirida
pela CPFL, juntamente com a usina de Salto do Passo Velho, localizada cerca de 20
km a montante no rio Chapecozinho. As duas usinas foram desvinculadas do acervo da Hidrelétrica Xanxerê com autorização do Departamento Nacional de Águas
e Energia Elétrica (DNAEE), oficializada em agosto de 1983 pela portaria nº 87, passando a abastecer apenas o forno e os serviços auxiliares da fábrica de ferroligas
instalada próxima a usina de Salto Voltão pela CPFL.
Em junho de 1990, Salto Voltão foi atingida pela enchente do rio Chapecozi-
nho e de um córrego vizinho, sofrendo prejuízos de monta. Abalada por séria crise
financeira, a CPFL teve sua falência decretada em 1994, sendo adquirida no ano seguinte por um consórcio formado pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e pela Usinas
256
A usina entrou em operação em 1972 com um
gerador de 2.960 kW, sendo ampliada em 1973
com a instalação de um gerador de 3.800 kW.
Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas). Em 1998, com
de Salto do Passo Velho, Salto Voltão e mais duas hi-
a desativação da fábrica da CPFL em Xanxerê, as hidre-
drelétricas localizadas em Minas: Salto do Paraopeba
létricas de Salto Voltão e Salto do Passo Velho foram re-
(também adquirida da CPFL) e Machado Mineiro.
tiradas de operação. No ano seguinte, a CVRD adquiriu
o controle total da empresa, ficando também acertada
equipamentos eletromecânicos, as duas unidades gera-
a transferência das duas usinas para a Cemig como pa-
doras de Salto Voltão voltaram à operação em setembro
gamento de dívidas da CPFL.
e dezembro de 2001. Ambas operam com turbinas de
Em outubro de 2000, a Agência Nacional
tipo Francis de eixo horizontal, fabricadas pela empresa
de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a resolução nº
catarinense Hidráulica Industrial (Hisa). Os geradores
384, autorizando a Cemig a estabelecer-se como
fornecidos pelas empresas Westinghouse e Eletro Me-
Produtor Independente de Energia Elétrica (PIE)
cânica Suíça foram recapacitados para as potências de
mediante o aproveitamento de Salto Voltão. A mes-
3.500 kW e 4.700 kW, respectivamente.
ma resolução determinou a realização das reformas
necessárias para a reativação da usina e a transfe-
ende a barragem de gravidade em concreto, tomada
rência do empreendimento para empresa distinta
d’água, vertedouro livre, canal de adução com 147 m de
da concessionária mineira.
extensão, câmara de carga, tubulação forçada em cha-
pa de aço com 182 m de comprimento e casa de força.
Em abril de 2001, a Cemig constituiu a Ho-
Após reforma geral das instalações civis e dos
O arranjo geral do aproveitamento compre-
rizontes Energia S.A. como subsidiária integral de
capital fechado para gerar e comercializar eletrici-
trais Hidrelétricas (PCHs) da Cemig em operação
dade como um PIE, por meio da operação comercial
ao final de 2005.
Localização
Município: Xanxerê (SC)
Salto Voltão era uma das 32 Pequenas Cen-
Cronologia
Início de operação: 2001 (reativação)
Barragem
Tipo: Concreto ciclópico
Comprimento (m): 122
Altura máxima (m): 4
Bacia hidrográfica
Rio: Chapecozinho
Bacia: rio Uruguai
Área de drenagem (km2): 1.520
Vazão média de longo
tempo (m3/s): 43,87
Vertedouro
Tipo: Crista livre
Casa de força
Potência instalada (MW): 8,2
Nº de unidades geradoras: 1
Potência unitária (MW): 3,7 (1); 4,5 (1)
Energia assegurada
(MWmédio): 7,36
Queda nominal (m): 78,5
Tipo de turbina: Francis
257
Usina
Termelétrica
do Barreiro
A
usina termelétrica do Barreiro foi construída pela Cemig em parceria com a empresa siderúrgica franco-alemã Vallourec & Mannesmann Tubes do Brasil (VMB), na
área industrial dessa empresa, localizada no bairro do Barreiro em Belo Horizonte,
na região central de Minas Gerais. É uma unidade de co-geração que aproveita
combustíveis residuais dos processos de produção da siderúrgica do Barreiro, empreendimento de marcante importância na história da industrialização de Minas,
inaugurado em 1954 pela Companhia Siderúrgica Mannesmann.
258
O empreendimento despontou como uma nova
oportunidade de negócio para a Cemig, com
benefício de fidelização de um grande consumidor
industrial, potencialmente livre...
s estudos sobre a usina do Barreiro foram iniciados
O
mitindo ainda a ampliação do seu mercado pela
em 1999 pela Cemig e pela Mannesmann, visando à
venda da energia substituída.
celebração de contrato de longo prazo para venda
da energia gerada pela termelétrica à siderúrgica.
guiram com a VMB, constituída em 2000 em decor-
Vale ressaltar que as reformas institucionais em
rência da incorporação da Mannesmann pela empre-
curso no setor elétrico haviam criado um ambiente
sa francesa Vallourec. Empenhada em recuperar a
mais favorável para o desenvolvimento de projetos
competitividade da unidade brasileira da antiga Man-
de autoprodução e produção independente, parti-
nesmann, a VMB reiterou o interesse pela instalação
cularmente em sistemas de co-geração. Em agosto
da planta de co-geração, tendo em vista o aumento da
de 1999, o Conselho de Política Ambiental de Minas
confiabilidade do fornecimento de energia para a si-
Gerais (Copam) aprovou a concessão de licença de
derúrgica e a redução do impacto ambiental causado
instalação para a usina.
pela emissão de gás de alto-forno na atmosfera.
O empreendimento despontou como
As negociações em torno do projeto prosse-
A Cemig decidiu criar uma Sociedade de
uma nova oportunidade de negócio para a Ce-
Propósito Específico (SPE) para a consecução do em-
mig, com benefício de fidelização de um grande
preendimento, orçado em R$ 21 milhões. Em abril de
consumidor industrial, potencialmente livre, per-
2001, a concessionária constituiu a Usina Termelétrica
259
Barreiro S.A. como subsidiária integral de capital fechado. Em agosto do mesmo
ano, a Cemig e a VMB assinaram o contrato para a implantação da usina. A empresa
mineira assumiu a responsabilidade pela construção, operação e manutenção da
termelétrica, cabendo à empresa siderúrgica a cessão do terreno em comodato e o
fornecimento dos combustíveis.
Em janeiro de 2002, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autori-
zou a UTE Barreiro S.A. a estabelecer-se como produtor independente de energia,
Em janeiro
de 2002, a
Agência
Nacional de
Energia
Elétrica (Aneel)
autorizou a
UTE Barreiro S.A.
a estabelecer-se
como produtor
independente
de energia...
determinando porém a transferência de seu controle acionário para empresa distinta da concessionária mineira. Atendendo a essa exigência, a Cemig associou-se
à Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), empresa de saneamento
básico de Minas Gerais. Em julho do mesmo ano, as duas concessionárias constituíram a Central Termelétrica de Cogeração S.A. para levar adiante o negócio, com
49% de capital da Cemig e 51% da Copasa.
As obras do Barreiro foram iniciadas em abril de 2002. A contratação
do fornecimento de equipamentos e serviços para construção da usina foi feita
através de licitação pública em sistema de turn-key, com garantias de financiamento no regime de supplier’s credit, cabendo à Toshiba do Brasil a execução
do empreendimento. Em fevereiro de 2004, a termelétrica entrou em operação comercial, pas-
sando a atender a cerca de um terço da carga da siderúrgica da VMB.
A usina do Barreiro opera no ciclo térmico de vapor tipo Rankine.
Seus combustíveis principais são o gás de alto-forno (originado da produção
do ferro-gusa em alto-forno) e o alcatrão vegetal (um subproduto originado
260
do carvão vegetal). O gás natural também pode
ser utilizado em caso de redução da disponibili-
ção de uma parceria inédita no Brasil em que uma
dade dos combustíveis principais. A termelétri-
concessionária de energia elétrica construiu dentro
ca possui uma caldeira multicombustível, uma
da planta de um cliente uma central de geração, aten-
turbina a vapor com torre de resfriamento e um
dendo aos requisitos do órgão regulador do setor,
gerador com eixo horizontal. A energia gerada é
para fornecimento de parcela significativa de sua de-
fornecida através do barramento de 22 kV da si-
manda, com clara demonstração do aproveitamento
derúrgica, em paralelo com o sistema Cemig.
das sinergias entre as duas empresas.
Localização
Município: Belo Horizonte (MG)
Sua implantação representou a consolida-
Empreendimento
Tipo: Termelétrica de co-geração
Potência instalada (MW): 12,9
Combustível: Gás de alto-forno, alcatrão e
gás natural
Nº de unidades geradoras: 1
Início de operação: 2004
261
Usina
Termelétrica
Usina
Hidrelétrica
de
Ipatinga
de Irapé
A
usina termelétrica de Ipatinga está localizada no município de mesmo nome,
na região do rio Doce de Minas Gerais. Construída pela Usinas Siderúrgicas de
Minas Gerais (Usiminas), uma das maiores empresas do setor siderúrgico nacional, foi adquirida pela Cemig em 2000.
A termelétrica entrou em operação em 1986, passando a responder por uma
parcela significativa do consumo de energia elétrica da Usiminas, mediante o apro-
A termelétrica
entrou em
operação
em 1986,
passando a
responder por
uma parcela
significativa
do consumo
de energia
elétrica da
Usiminas...
veitamento dos combustíveis gasosos produzidos pela Usina Intendente Câmara,
principalmente gás de alto-forno. A termelétrica foi instalada na planta industrial da
siderúrgica em Ipatinga, destacando-se como um dos maiores empreendimentos de
co-geração até então desenvolvidos no país.
Além da redução dos custos com fornecimento de energia elétrica à side-
rúrgica, atendida pela Cemig em 138 kV, a termelétrica permitiu o aumento da confiabilidade do abastecimento a cargas vitais do processo produtivo da Usiminas.
A usina conta com duas unidades geradoras de 20 MW de potência unitária, com-
postas por turbinas a vapor, de tipo monocilíndrico, e geradores encomendados à Brown
Boveri Co. Entre seus equipamentos principais, também merecem destaque: duas caldeiras de baixa pressão fabricadas pela Dedini e pela Kawasaki; três caldeiras de alta pressão fornecidas pela Mitsubishi Heavy Industries e pela Companhia Brasileira de Caldeiras
(CBC); uma torre de resfriamento e uma estação de tratamento de água.
Em 2000, a Cemig adquiriu a central térmica por R$ 90 milhões como paga-
mento de dívidas pendentes da Usiminas relativas a fornecimento de eletricidade.
262
Em maio de 2004, a Cemig e a Usiminas celebraram
contrato no valor de R$ 1 bilhão para fornecimento
de energia às unidades de Ipatinga e Cubatão
durante cinco anos, a partir de janeiro de 2005.
Em agosto do mesmo ano, a Cemig constituiu a Usina
Térmica Ipatinga S.A., na forma de subsidiária integral
concessionária mineira. Privatizada em 1991, a em-
de capital fechado, com o propósito de operar a ter-
presa lidera o chamado Sistema Usiminas, com pro-
melétrica, em conjunto com a Usiminas. A subsidiária
dução anual de cerca de 10 milhões de toneladas de
tinha por objetivo social a produção e a comercializa-
aço em suas unidades de Ipatinga e Cubatão, adqui-
ção de energia em regime de produção independen-
rida por ocasião da privatização da Companhia Side-
te, utilizando gás de alto-forno, gás de aciaria, gás de
rúrgica Paulista (Cosipa).
coqueria, alcatrão, derivados de alcatrão e óleo com-
bustível. Em 2002, a Cemig assinou um contrato de
braram contrato no valor de R$ 1 bilhão para forneci-
compra e venda de energia com a Usiminas referente
mento de energia às unidades de Ipatinga e Cubatão
à energia produzida pela térmica de Ipatinga.
durante cinco anos, a partir de janeiro de 2005.
Localização
Município: Ipatinga (MG)
A Usiminas é o maior cliente industrial da
Em maio de 2004, a Cemig e a Usiminas cele-
Empreendimento
Tipo: Térmica de co-geração
Potência instalada (MW): 40
Combustível: Gás de alto-forno,
alcatrão e outros
Nº de unidades geradoras: 2
Início de operação: 1986
263
264
Estações Ambientais
265
Estação
Ambiental
de
Usina
Hidrelétrica
Galheiro
de Irapé
I
naugurada em 5 de junho de 1996, a estação ambiental de Galheiro está situada às margens do reservatório da usina hidrelétrica de Nova Ponte, entre
os rios Quebra-Anzol e Galheiro, no município de Perdizes (MG). Com área de
2.847 ha, é a maior unidade de conservação da Cemig. Localizada em área do
ecossistema cerrado, foi reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio
Natural (RPPN) junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama).
A estação foi criada para atender às exigências legais de licenciamento
ambiental do aproveitamento hidrelétrico de Nova Ponte, no rio Araguari, visando
à preservação de remanescentes expressivos da vegetação de cerrado e da fauna
diversificada na área do empreendimento.
Sua implantação foi prevista no Plano de Controle Ambiental de Nova Pon-
te, que contemplou numerosos programas e projetos para minimização dos impactos socioambientais causados pela formação do grande reservatório da hidrelétrica. Terceira maior usina da Cemig em capacidade instalada, Nova Ponte entrou em
operação em setembro de 1994.
O processo de escolha da área da estação ambiental teve início em 1987,
no mesmo ano em que a Cemig dava partida à construção da hidrelétrica. Estudos
preliminares apontaram a existência de 35 áreas potenciais para a implantação da
estação. O número dessas áreas foi reduzido para quatro em 1992, após análises
baseadas em critérios técnicos de observação, expressividade dos ambientes na266
A estação foi criada para atender às exigências
legais de licenciamento ambiental do aproveitamento
hidrelétrico de Nova Ponte, no rio Araguari...
turais, presença de fauna e facilidades de proteção.
educação ambiental para alunos de ensinos funda-
Um mapeamento mais detalhado e as negociações
mental e médio das redes pública e particular da
com os órgãos ambientais de Minas Gerais definiram
região, contemplando roteiro básico de visitação e
a área junto ao rio Galheiro como a mais apropriada
trilha interpretativa.
para a implantação da estação.
Galheiro tem 72% de sua área coberta com
com a ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental, uma
vegetação natural e significativa rede de drenagem
vez que é parte integrante do complexo da usina hi-
com água de boa qualidade. Inventário da fauna e da
drelétrica de Nova Ponte, certificada desde 23 de fe-
flora realizado em 1994 registrou 624 espécies de ve-
vereiro de 2000.
getais, 264 de aves, 53 de répteis, 36 de mamíferos
e 20 de anfíbios, além de 78 famílias de insetos. Fo-
conta com ancoradouro, laboratório para estu-
ram identificadas espécies ameaçadas de extinção,
dos de fauna, flora e limnologia, auditório, alo-
como o macaco-guigó ou sauá, o tamanduá-bandeira,
jamento, torre de vigilância de incêndios, rede
o pica-pau-rei, o lobo-guará e algumas espécies raras,
elétrica, sistema de comunicação através de rá-
como a jandaia-de-testa-vermelha.
dio e telefone, cercas de mourões de concreto e
aceiros em torno de toda a área.
Como resultado dos estudos ambientais, foi
A estação vem operando em conformidade
Em relação à infra-estrutura, Galheiro
elaborado o plano de manejo da reserva, que vem
possibilitando a implementação de medidas voltadas
trada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
ao correto gerenciamento da unidade.
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como
Asas – Área de Soltura de Animais Silvestres.
Está sendo desenvolvido o programa de
Em novembro de 2002, a estação foi cadas-
Estação Ambiental de Galheiro
Ano de criação: 1996
Localização: município de Perdizes (MG)
Usina relacionada: Hidrelétrica
de Nova Ponte
Área (ha): 2.847
267
Estação
Ambiental
de
Usina
Hidrelétrica
Igarapé
de Irapé
I
mplantada em 1992 junto à usina de Igarapé, principal termelétrica da Cemig,
a estação ambiental de Igarapé possui uma área de 105 ha, compreendendo a
área industrial da usina no município de Juatuba, na margem esquerda do rio
Paraopeba, e a área do Centro de Educação Ambiental no município de Betim,
na margem oposta. Foi criada com o objetivo de promover o desenvolvimento
de programas de educação ambiental, preservação e recomposição da flora e
da fauna locais.
Em 1994, a Cemig construiu, com tecnologia própria, uma escada de
peixes na barragem da usina, iniciando estudos de captura e marcação de espécies nativas do rio Paraopeba em parceria com a Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG). Responsável pelo alagamento de uma área de 365 ha, a
268
Além do sistema de transposição de peixes,
a estação conta com um viveiro de animais
e um centro de educação ambiental que, desde
sua inauguração, em 1997, vem recebendo
estudantes e professores da rede escolar
pública e privada de Minas Gerais.
barragem fora erguida à época da construção da
em 1997, vem recebendo estudantes e professores da
termelétrica (1974-1978) com a finalidade de garan-
rede escolar pública e privada de Minas Gerais.
tir o fornecimento de água para as caldeiras a óleo
combustível de Igarapé.
trada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como
Além do sistema de transposição de peixes, a
estação conta com um viveiro de animais e um centro
Em novembro de 2002, a estação foi cadas-
Asas – Área de Soltura de Animais Silvestres.
de educação ambiental que, desde sua inauguração,
Estação Ambiental de Igarapé
Ano de criação: 1992
Localização: municípios de Betim
e Juatuba (MG)
Usina relacionada: Termelétrica
de Igarapé
Área (ha): 105
269
Estação
Ambiental
de
Usina
Hidrelétrica
Itutinga
de Irapé
I
naugurada em julho de 1994, a estação ambiental de Itutinga, com uma área
de 35,26 ha, está localizada no município de Itutinga, às margens dos reservatórios das hidrelétricas de Itutinga e de Camargos. Primeira e segunda usinas da
cascata de aproveitamentos hidrelétricos do rio Grande, Itutinga e Camargos
foram construídas pela Cemig na década de 1950. A estação ambiental foi criada
com a finalidade de dar continuidade aos trabalhos de preservação ambiental
da Cemig na região, iniciados na década de 1980, com o Programa de Reflorestamento Ciliar.
Suas principais atividades se desenvolvem nas áreas de piscicultura
e reflorestamento, em parceria com universidades e produtores rurais. A
estação vem contribuindo para o fomento da piscicultura na região sul de
Minas, promovendo a reprodução induzida de espécies como piau, pacu,
dourado e piracanjuba. Desde a piracema de 1995/1996, são produzidos peixes nativos do trecho superior do rio Grande, visando à sua transferência
para os reservatórios da Cemig. O programa de reflorestamento consiste na produção de espécies flores-
tais nativas, como óleo copaíba, jatobá, ipê-amarelo, cedro e pitanga, para reflorestamento ciliar e recuperação das áreas degradadas próximas aos reservatórios
e às nascentes. Implantado em 1989, em convênio com a Universidade Federal de
Lavras (UFLA), o Programa de Reflorestamento Ciliar visa à manutenção da vida
animal terrestre e aquática.
270
Em novembro de 2002, a estação foi cadastrada
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como
Asas – Área de Soltura de Animais Silvestres.
A
estação de Itutinga também promove cursos de
cubação de ovos, tanques de terra e uma unidade de
piscicultura e está aberta à participação da comuni-
tanques-rede para estocagem de peixes.
dade e das escolas da região para atividades de edu-
cação ambiental.
trada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como
Sua infra-estrutura compreende viveiro de
mudas, laboratório para reprodução de peixes e in-
Em novembro de 2002, a estação foi cadas-
Asas – Área de Soltura de Animais Silvestres.
Estação Ambiental de Itutinga
Ano de criação: 1994
Localização: município de Itutinga (MG)
Usinas relacionadas: Hidrelétricas
de Itutinga e Camargos
Área (ha): 35,26
271
Estação
Ambiental
de
Usina
Hidrelétrica
Jacob
de Irapé
I
naugurada em 5 de agosto de 1998, a estação ambiental de Jacob está situada
às margens do reservatório da usina hidrelétrica de Miranda, no município de
Nova Ponte, em área do ecossistema cerrado. Banhada pelo rio Araguari, ocupa uma área de 358 ha, reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio
Natural (RPPN), junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama).
A estação foi criada para atender às exigências ambientais relacionadas
ao aproveitamento hidrelétrico de Miranda, notadamente o desenvolvimento de
pesquisas sobre a fauna e a flora na área do empreendimento. Construída no município de Indianópolis, a jusante da estação ambiental, a usina de Miranda entrou
em operação comercial em maio de 1998, demandando a formação de um reservatório com 51 km2 de extensão ao longo do rio Araguari.
272
A estação ambiental de Jacob é assim denominada
em homenagem ao seu ex-proprietário, senhor
Agripino Jacob de Resende, que muito contribuiu
para a preservação da área.
A
localização da estação foi definida durante a execução do projeto básico da hidrelétrica. Além da fauna significativa, a área escolhida conta com um dos
melhores remanescentes florestais da região, tendo
sido desapropriada pelo governo estadual em outubro de 1994. A estação ambiental de Jacob é assim
denominada em homenagem ao seu ex-proprietário,
senhor Agripino Jacob de Resende, que muito contribuiu para a preservação da área.
O inventário da fauna local realizado nos anos
de 1995 e 1996 identificou 206 espécies de aves, 53 espécies de mamíferos, 19 de répteis e 12 de anfíbios. Em
1997 e 1998, foram translocados e monitorados por
radiotelemetria espécimes de ouriço-cacheiro e micoestrela, provenientes da operação de resgate da fauna
durante o enchimento do reservatório da hidrelétrica.
A estação desenvolve pesquisas sobre a
fauna e a flora nativas e promove trabalhos de preservação e de educação ambiental, contando em sua
infra-estrutura com auditório, exposição ambiental,
sistema de radiocomunicação, trilhas e estradas internas, mirante, cercas e aceiros.
Em dezembro de 2004, a estação foi cadas-
trada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como
Asas – Área de Soltura de Animais Silvestres.
Estação Ambiental de Jacob
Ano de criação: 1998
Localização: município de Nova Ponte (MG)
Usina relacionada: Hidrelétrica
de Miranda
Área (ha): 358
273
Estação
Ambiental
de
Machado
Usina
Hidrelétrica
Mineiro
de Irapé
I
naugurada em novembro de 1997, a estação ambiental de Machado Mineiro está
localizada às margens do reservatório da usina hidrelétrica de Machado Mineiro, no
município de Ninheira, na região norte de Minas Gerais. Foi implantada cinco anos
depois da entrada em operação da usina com o objetivo de desenvolver trabalhos de
pesquisa e produção de alevinos nas bacias dos rios Pardo e Jequitinhonha.
Os trabalhos, na área da piscicultura, vêm sendo realizados em convênio
com a Escola Agrotécnica Federal de Salinas (EAFSAL), com a reprodução induzida
de espécies como o piau, piapara, curimbatá e piabanha.
A estação conta em sua infra-estrutura com laboratório para reprodução
de peixes, incubação de ovos e unidade de tanques para estocagem.
274
A estação conta em sua infra-estrutura com
laboratório para reprodução de peixes, incubação
de ovos e unidade de tanques para estocagem.
Estação Ambiental de Machado Mineiro
Ano de criação: 1997
Localização: município de Ninheira (MG)
Usina relacionada: Hidrelétrica
de Machado Mineiro
Área (ha): 3,2
275
Estação
Ambiental
Usina
Hidrelétrica
de
Peti
de Irapé
I
naugurada em 22 de setembro de 1983, a estação ambiental de Peti está situada às
margens do reservatório da usina hidrelétrica de Peti em área dos municípios de Santa
Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo, na zona limítrofe entre a Mata Atlântica e o Cerrado. Originalmente denominada Estação de Pesquisas e Desenvolvimento Ambiental
de Peti, está em processo de reconhecimento como Reserva Particular do Patrimônio
Natural – RPPN estadual, junto ao Instituto Estadual de Florestas – IEF.
É considerada uma das mais importantes reservas ecológicas do país. Ba-
nhada pelo rio Santa Bárbara e quatro córregos, possui 606 ha de área terrestre,
sem contar os 677 ha de reservatório.
Em convênio com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Cen-
tro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), a Cemig promoveu o inventário das espécies nativas de animais e plantas, identificando 556 espécies de insetos, 502 de
vegetais, 256 de aves, 39 de mamíferos, 26 de répteis, 24 de anfíbios e 10 de peixes.
Entre as espécies ameaçadas de extinção, destacam-se o pavó ou pavão-do-mato,
transformado em símbolo da reserva, o lobo-guará e a onça-parda. Quatro espécies
identificadas são novas para a ciência, dentre elas a libélula que recebeu o nome
científico de Heteragrion petiense e a árvore de canela, Licaria triplicalyx.
O inventário possibilitou a implantação de um centro de manejo e re-
produção de animais silvestres para translocar e reintroduzir espécies em ambientes locais e em outras unidades ambientais do estado. Merece destaque o
projeto de produção, criação e manejo de macucos e mutuns, em parceria com
276
Além de estudos sobre ecologia terrestre e aquática
e dos trabalhos de monitoramento da fauna e da
flora, a estação ambiental de Peti vem implementando
um programa de educação ambiental.
a Crax – Sociedade de Pesquisa do Manejo e da Fau-
de Peti (construída no início do século XX), o centro
na Silvestre.
de manejo e reprodução de animais silvestres, audi-
tório, restaurante e alojamentos.
Além de estudos sobre ecologia terrestre e
aquática e dos trabalhos de monitoramento da fauna
e da flora, a estação ambiental de Peti vem implemen-
deficientes visuais: escorado por cordas sinalizadas,
tando um programa de educação ambiental.
o caminho é entremeado por informações em Braille
A estação tornou-se uma importante escola
e os portadores de deficiência têm à disposição se-
de técnicos especializados nos problemas específicos
mentes e folhas para que possam sentir a textura da
do setor elétrico brasileiro e, portanto, na formação
vegetação local. O trabalho é desenvolvido em parce-
de mão-de-obra qualificada para a elaboração dos Es-
ria com o Instituto São Rafael.
tudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto
Ambiental (Eia-Rima) de usinas hidrelétricas, quando
trada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
da promulgação da Resolução Conama 01/86.
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como
Asas – Área de Soltura de Animais Silvestres.
Sua infra-estrutura compreende o centro de
Em Peti, funciona uma pioneira trilha para
Em novembro de 2002, a estação foi cadas-
pesquisas, instalado na casa de força da antiga usina
Estação Ambiental de Peti
Ano de criação: 1983
Localização: municípios de Santa Bárbara
e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG)
Usina relacionada: Hidrelétrica de Peti
Área (ha): 606
277
Estação
Ambiental
de
Usina
Hidrelétrica
Volta
Grande
de Irapé
I
naugurada em 14 de janeiro de 1976, a estação ambiental de Volta Grande foi
implantada em áreas remanescentes da usina hidrelétrica de Volta Grande, no curso inferior do rio Grande. Originalmente denominada Estação de Hidrobiologia e
Piscicultura de Volta Grande, ocupa uma área de 391 ha, localizada às margens
do reservatório da hidrelétrica, nos municípios de Conceição das Alagoas (MG) e
Miguelópolis (SP).
Primeira estação ambiental da Cemig, sua criação foi idealizada ao tempo
da construção da usina de Volta Grande (1970-1974), tendo como objetivo primordial a realização de estudos sobre a qualidade da água e o desenvolvimento de
técnicas de manejo e reprodução de espécies nativas de peixes na bacia do rio
Grande, em parceria com universidades e institutos de pesquisa. A estação ambiental abriga um dos mais importantes centros de pisci-
cultura do Brasil. Como os peixes migradores ou de piracema não se adaptam ao
regime de águas lênticas dos reservatórios para completar o seu processo reprodutivo, a Cemig desenvolve ali um projeto de reprodução induzida. Por meio de
indução hormonal, consegue-se a reprodução de espécies cultivadas em tanques
ou capturadas na época da piracema, como curimba, dourado, jaú, pacu, piapara,
piracanjuba e surubim. As pós-larvas são cultivadas até se transformarem em alevinos e jovens, quando são transferidos aos reservatórios da empresa, especialmente, nos rios Grande, Paranaíba e Araguari para a preservação da biodiversidade e manutenção da pesca.
278
Possui uma área de 391 ha, onde foram detectadas
45 espécies de vegetais, 168 de aves e 25 de
mamíferos, algumas ameaçadas de extinção, como
o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e a jaguatirica.
M
ais recentemente, a estação de piscicultura passou
em viveiros de aclimatação para posterior soltura e
a contar com um banco de sêmen para a restauração de
monitoramento. Entre 1994 e 1995, um levantamento
espécies em extinção e o melhoramento genético. Tra-
da ictiofauna realizado por pesquisadores da UFMG
ta-se de uma iniciativa conjunta da Cemig e da Universi-
apontou a presença de 53 espécies de peixes no re-
dade Federal de Minas Gerais (UFMG).
servatório de Volta Grande.
Paralelamente aos trabalhos voltados para a
A estação também é utilizada nos programas
recomposição da ictiofauna, a estação ambiental pro-
de educação ambiental da Cemig para alunos de en-
move um programa de monitoramento da qualidade
sinos fundamental, médio e superior de escolas das
da água do reservatório e dos tanques e viveiros de
redes pública e particular.
peixes, compreendendo a coleta e análise de dados
físicos, químicos e biológicos. 168 tanques, oito aquários, dois lagos de piscicultura,
Em 1978, a estação formou um viveiro de mudas
laboratório completo para limnologia e ictiofauna, se-
para atender aos trabalhos de reflorestamento ciliar, recu-
tor de refrigeração, sala de microscopia, pavilhão de
peração de áreas degradadas e arborização urbana.
hipofisação, museu de peixes, biblioteca, viveiro para
produção de mudas de plantas e alojamentos.
Possui uma área de 391 ha, onde foram de-
Sua infra-estrutura compreende atualmente
tectadas 45 espécies de vegetais, 168 de aves e 25 de
Em dezembro de 2004, a estação foi cadas-
mamíferos, algumas ameaçadas de extinção, como
trada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e a jaguatirica.
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como
Espécies como o veado-catingueiro são mantidas
Asas – Área de Soltura de Animais Silvestres.
Estação Ambiental de Volta Grande
Ano de criação: 1976
Localização: municípios de Conceição das
Alagoas (MG) e Miguelópolis (SP)
Usina relacionada: Hidrelétrica
de Volta Grande
Área (ha): 391
279
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Funil
Igarapava
Machado Mineiro
Miranda
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Queimado
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Capim Branco I
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Itutinga
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Cajuru
Itutinga
Piau
Salto Grande
Tronqueiras
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Três Marias
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Três Marias
Porto Estrela
Gafanhoto
Anil
Igarapava
Salto Grande
Itutinga
Capim Branco I
Capim Branco II
Aimorés
São Simão
Sumidouro
São Simão
São Simão
Piau
Sá Carvalho
Relatórios
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Tronqueiras
Lages
Bom Jesus do Galho
Jacutinga
Paciência
Paraúna
Peti
Pissarrão
Rio de Pedras
Salto Morais
Xicão
Anil
Sumidouro
Rio de Pedras
Pandeiros
Três Marias
Pandeiros
Pandeiros
Três Marias
Peti
Peti
Sá Carvalho
Peti
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Emborcação
Aimorés
Capim Branco I
Capim Branco II
Irapé
Funil
Igarapava
CANAMBRA ENGINEERING CONSULTANTS. Estudos energéticos da região Centro-Sul do Brasil.
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Emborcação
Aimorés
Capim Branco I
Capim Branco II
Irapé
Funil
Igarapava
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CANAMBRA ENGINEERING CONSULTANTS. Estudos energéticos da região Centro-Sul do Brasil:
parte A: Minas Gerais. [Rio de Janeiro], 1966.
Emborcação
São Simão
Aimorés
Capim Branco I
Capim Branco II
Irapé
Funil
Igarapava
Miranda
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Porto Estrela
Queimado
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Estação Ambiental de Volta
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Anil
Itutinga
Piau
Salto Grande
Tronqueiras
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CEMIG. Relatório anual de 1954. Belo Horizonte, 1955.
Itutinga
Piau
Salto Grande
Tronqueiras
CEMIG. Relatório anual. Belo Horizonte, 1956-1962.
Gafanhoto
Pai Joaquim
Anil
Carmargos
Itutinga
Jaguara
Piau
Salto Grande
Três Marias
Tronqueiras
REL
CEMIG. ERMIG Relatório anual. Belo Horizonte, 1963-1979.
Poquim
Luiz Dias
Martins
Paraúna
Peti
Pissarrão
Poço Fundo
Rio de Pedras
Salto Morais
São Bernardo
Xicão
Anil
Igarapé
Itutinga
Jaguara
Pandeiros
São Simão
Sumidouro
Três Marias
Tronqueiras
Volta Grande
REL
CEMIG. Relatório anual. Belo Horizonte, 1980-1983.
Emborcação
REL
298
Emborcação
REL
Jaguara
Aimorés
Emborcação
Nova Ponte
Joasal
Paraúna
Rio de Pedras
Salto Morais
São Bernardo
Igarapé
Sá Carvalho
Aimorés
Barreiro
Capim Branco I
Capim Branco II
Formoso
Ipatinga
Irapé
Funil
Igarapava
Machado Mineiro
Miranda
Morro do Camelinho
Nova Ponte
Porto Estrela
Queimado
Estação Ambiental de Galheiro
Estação Ambiental de Itutinga
Estação Ambiental de Jacob
Estação Ambiental de Peti
Estação Ambiental de Volta
Grande
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Irapé
Irapé
Nova Ponte
Rosal
Queimado
Aimorés
Jacutinga
Joasal
Luiz Dias
Marmelos
Martins
Paciência
Pai Joaquim
Paraúna
Pissarrão
Poço Fundo
Poquim
Salto Morais
São Bernardo
Xicão
Pandeiros
Capim Branco I
Capim Branco II
Capim Branco I
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Irapé
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Poço Fundo
Poquim
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Santa Marta
São Bernardo
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Lages
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Jacutinga
Martins
Pai Joaquim
Paraúna
Pissarrão
Rio de Pedras
Santa Marta
São Bernardo
Itutinga
Pandeiros
Poço Fundo
Funil
Igarapava
Porto Estrela
Portais e sites da Internet
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Coordenação:
Paulo Brandi de Barros Cachapuz
Pesquisa e textos:
Paulo Brandi de Barros Cachapuz e
Sérgio Tadeu de Niemeyer Lamarão
Pesquisa iconográfica:
Gilberto Lima Martins
301
Usina Hidrelétrica de Jaguara
Usinas da Cemig
A história da eletricidade em Minas e no Brasil.
1952 - 2005
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