ESTUDO:
Maioria dos residentes, estudantes e comerciantes em Lisboa insatisfeitos com a EMEL
A maioria dos residentes, visitantes, estudantes e comerciantes em Lisboa estão insatisfeitos
com a atuação da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), segundo um
inquérito de satisfação a que a agência Lusa teve hoje acesso.
Segundo o primeiro inquérito de satisfação e mobilidade do cliente da EMEL são os comerciantes
da cidade os mais descontentes: apenas 29% dos inquiridos se mostraram satisfeitos e muito
satisfeitos com a atuação geral da empresa, contra os 71% que se mostraram insatisfeitos e
neutros.
Também a maioria dos visitantes de Lisboa não está satisfeita com os serviços da EMEL: 26%
estão insatisfeitos, 36% estão neutros, 32% estão satisfeitos e 6% estão muito satisfeitos.
Do lado dos estudantes, 38% mostrou-se satisfeito ou muito satisfeito (6%) com os serviços da
EMEL, contra os 62% insatisfeitos (28%) e neutros (34%).
Por sua vez, 40% dos residentes de Lisboa inquiridos pela EMEL estão satisfeitos (32%) e muito
satisfeitos (8%) com os serviços da empresa de estacionamento, contra 60% que estão
insatisfeitos (23%) e neutros.
As críticas são comuns aos quatro grupos de inquiridos: o tempo máximo de estacionamento
(81% dos comerciantes, 74% dos estudantes e dos residentes e 61% dos visitantes estão
insatisfeitos e neutros) e a dificuldade em encontrar um agente de fiscalização (87% dos
visitantes, 80% dos estudantes, 75% residentes, 60% comerciantes estão descontentes).
Mas também a qualidade da informação prestada pelos agentes de fiscalização, a proximidade
e garantia de funcionamento dos parquímetros e a sinalização da zona tarifada deixa
insatisfeitos residentes, comerciantes, visitantes e estudantes.
Os residentes, que entre os grupos de inquiridos foram os que mais apresentaram reclamações
à EMEL, criticam ainda a qualidade, clareza e rapidez da resposta (65% insatisfeitos).
Perante a afirmação "a EMEL está comprometida com a melhoria da mobilidade e qualidade de
vida da cidade de Lisboa", 39% dos residentes, 37% dos estudantes, 31% dos visitantes e 23%
dos comerciantes discordaram.
Os residentes voltam a ser os que não acham que a EMEL sabe comunicar com os clientes (40%);
39% dos estudantes, 29% dos visitantes e 23% dos comerciantes têm a mesma opinião.
São também os estudantes e residentes os que mais discordam de que a EMEL seja "uma
empresa transparente e séria" (39 e 38% respetivamente); são menos os visitantes (29%) e
comerciantes (21%) que discordam da afirmação.
Os inquiridos veem ainda a EMEL como uma empresa oportunista, opaca e com uma forte
imagem de "caça à multa".
"No entanto, apesar das primeiras reações dos participantes revelarem uma imagem negativa,
a maioria acaba por reconhecer que a criação da EMEL teve como objetivo organizar o
estacionamento em Lisboa", refere o inquérito.
O preço do estacionamento "não é aquele com que os participantes se sentem mais
incomodados". Segundo o estudo, os inquiridos "sentem-se incomodados por desconhecerem
para onde é canalizado o dinheiro".
O inquérito anexa um plano de ação em "zonas de intervenção prioritária" onde existe uma
dificuldade de estacionamento e um descontentamento "superior à média" (São Jorge de
Arroios, Coração de Jesus, São Sebastião da Pedreira, Lapa, São Paulo e Santa Catarina e Nossa
Senhora de Fátima), com os objetivos de melhorar as formas de pagamento, as condições de
estacionamento, tarifário, fiscalização e do desempenho dos agentes, bem como reforçar a
transparência e a comunicação da empresa.
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Maioria dos residentes, estudantes e comerciantes em Lisboa