Localização do Planeta Terra no Sistema Solar
A Terra é o terceiro Planeta, do Sistema Solar, a contar do Sol.
Situa-se entre os planetas Vénus e Marte. É o único planeta que reúne todas
as condições necessárias para a existência de vida.
Condições da Terra que permitem a existência de
Vida
A existência e a manutenção da grande diversidade de seres vivos é
consequência das condições excepcionais existentes na Terra e ausentes em
qualquer um dos outros planetas conhecidos e estudados até hoje. Entre essas
condições são de destacar as seguintes:
•
A distância «ideal» que a separa do Sol, conjuntamente com a
existência de uma atmosfera filtradora, faz com que a Terra tenha
temperaturas moderadas, amenas (nem muito quentes nem
muito frias), quando comparadas com as de outros planetas. A
absorção pela camada de ozono, existente na atmosfera, de parte
das radiações ultravioletas produzidas pelo Sol, permite que estas
não atinjam na sua totalidade a Terra, o que seria letal para os seres
vivos.
•
A existência de água no estado líquido. A água entra na
composição de todos os seres vivos que habitam a Terra, sendo a
sua quantidade, em geral, elevada, o que prova a sua importância
para as actividades vitais. A vida sem água não é, provavelmente,
possível, pelo menos tal como nós a conhecemos.
•
A existência de uma atmosfera com oxigénio e dióxido de
carbono. O dióxido de carbono é uma das substâncias mais
importantes para a vida, que resulta do facto de ser utilizada pelas
plantas verdes na realização da fotossíntese, com a consequente
libertação de oxigénio necessário à respiração delas próprias e de
todos os outros seres vivos.
•
A existência de substâncias químicas cujas propriedades permitem
os processos complexos do metabolismo, a reprodução, a evolução e
a adaptação dos seres vivos às variações das condições que os
rodeiam. As mais importantes dessas substâncias são os ácidos
nucleicos, as proteínas, os glícidos, os lípidos, numerosos minerais, a
água e o dióxido de carbono.
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Ambientes Naturais e Biodiversidade
Foi na água que surgiram, há aproximadamente 3,8 milhões de anos
(M.a.), os primeiros organismos vivos. Com o aparecimento dos seres
unicelulares fotossintéticos, a atmosfera foi enriquecendo em oxigénio. A
acumulação deste gás na atmosfera deu origem à camada de ozono que,
funcionando como escudo protector, permitiu que os seres vivos colonizassem,
também, o meio terrestre.
Actualmente existe uma enorme diversidade (Biodiversidade) de seres
vivos que se distribuem pelos diferentes ambientes naturais:
Terrestres (floresta tropical, savana,
deserto, tundra, pradaria, taiga, floresta
caducifólia temperada, bosque
mediterrânico, ...)
Ambientes Naturais
Água doce (rios,
lagos, lagoas,
ribeiros, riachos...)
Aquáticos
Estuário (zona da foz
dos rios onde há
mistura de água doce e
salgada)
Água salgada
(mares e oceanos)
Os
ambientes
aquáticos
e
terrestres
são
constituídos
por
Ecossistemas.
Um Ecossistema é o conjunto formado pelos seres vivos (factores
bióticos), pelos factores do meio físico (factores abióticos) e pelas interacções
que estabelecem entre si. Ou seja, um Ecossistema é o equilíbrio dinâmico
entre a comunidade de seres vivos (comunidade biótica) e o meio ambiente
que rodeia essa comunidade.
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A BIODIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
A constatação da biodiversidade dos seres vivos leva-nos muitas vezes
a escolher critérios morfológicos a fim de facilitar o seu estudo. No caso dos
animais atendemos com frequência à presença ou ausência de divisão do
corpo, tipo de simetria, tipo de esqueleto, tipo e órgãos de locomoção, formas
de revestimento e regime alimentar. No caso das plantas, atendemos às
características dos órgãos que constituem a parte vegetativa (raiz, caule e
folhas), e dos que constituem a parte reprodutora (flores e frutos com
sementes).
Características para os animais
• Locomoção
- A locomoção é a capacidade que os seres vivos têm de se deslocarem pelos
seus próprios meios. Os modos ou tipos de locomoção, bem como os órgãos
usados para a locomoção, podem assumir formas muito distintas (Quadro I)
Quadro I
Locomoção
Tipo de
locomoção
Marcha e corrida
No solo
Salto
Reptação
Órgão(s) de locomoção
Membros inferiores (ser bípede)
Membros anteriores e
posteriores (quadrúpedes)
Os membros posteriores são
mais longos que os anteriores e
dobrados em Z.
0 ultimo par de patas é o mais
desenvolvido.
Contracção do corpo do ser vivo.
Há contracção do pé ou palmilha
que assenta no solo.
Pés ambulacrários
Natação
Na água
No ar
Barbatanas
Membrana interdigital
Propulsão por A entrada de água em estruturas
jacto ou natação
específicas ou não e a sua
por reacção
posterior saída impulsiona o ser.
Membrana alar
Voo
Asas
Exemplos
Homem
Gato
Coelho,
Canguru
Pulga
Cobra
Caracol
Ouriço do
mar
Truta, Raia
Pato. Rã
Polvo
Morcego
Andorinha
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• Simetria do corpo
- Em certos seres vivos é possível imaginar planos que dividem o ser em duas
ou mais partes simétricas; outros há, como é o caso da amiba, em que não é
possível fazê-lo e por isso se dizem assimétricos. No primeiro caso podemos
considerar dois tipos de simetria (Quadro II)
Quadro II
Tipo de simetria
Simetria bilateral
Simetria radiada
Características
Exemplos
Podemos imaginar um plano que divide
Homem,
minhoca,
o corpo do ser em duas partes
borboleta.
simétricas.
Podemos imaginar vários planos de
Estrela-do-mar,
simetria. Cada um desses planos divide
anémona,
o corpo do ser em duas partes
medusa.
simétricas.
• Divisão do corpo
Quadro III
Divisão do corpo
Exemplos
Caracol
Corpo indiviso
Segmentos idênticos
Minhoca
Segmentos diferentes
Camarão, aranha
Corpo segmentado
• Revestimento
- Dependendo do meio em que o animal vive, o seu revestimento pode assumir
formas variadas (Quadro IV).
A função principal do revestimento é a de protecção contra as agressões do
meio ambiente. Mas também pode desempenhar outras funções como, por
exemplo, trocas gasosas ou de excreção de substâncias. No caso das aves e
dos mamíferos, o revestimento assegura a manutenção de uma temperatura
corporal constante, apesar das variações da temperatura no meio ambiente.
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Quadro IV
Tipo de
revestimento
Características
Exemplos
Pele nua
Sobre a pele não existe qualquer tipo de
especialização que favoreça a sua protecção.
Rã
Pele com pêlos Os pêlos e as penas têm origem na camada mais
superficial da pele, a epiderme.
Pele com penas
Pele com
escamas
epidérmicas
Pele com
escamas
dérmicas
Pele com
cutícula
Concha
Quitina
Foca, baleia,
homem
Pinguim, galo
As escamas são estruturas de natureza
Lagarto,
epidérmica que se ligam entre si formando um
cobra
revestimento contínuo. Podemos encontrar estas
escamas nas patas das aves.
As escamas dérmicas têm origem na camada
mais profunda da pele, a derme, e são
Tubarão,
independentes umas das outras. Sobre as
barbo
escamas, que podem ter forma e estrutura
variada, está a epiderme muito fina e
escorregadia.
Este revestimento é segregado pela epiderme e
Lombriga,
protege os seres contra a dessecação.
minhoca
Concha univalve - formada por uma só peça ou
Caracol, lapa
valva
Mexilhão,
Concha bivalve - formada por duas valvas.
amêijoa
Substância rígida fabricada pela epiderme.
Aranha,
Funciona como exoesqueleto. Quando a quitina é
joaninha,
reforçada por sais de cálcio constitui uma caranguejo
estrutura denominada carapaça.
• Tipo de esqueleto
- Considera-se que o esqueleto é toda e qualquer estrutura que sustenta a
massa muscular. Alguns revestimentos funcionam também como esqueleto. Há
esqueletos que são constituídos por peças de natureza óssea ou cartilagínea
(Quadro V).
Quadro V
Esqueleto
Ausência de Esqueleto
Endoesqueleto
Presença de Esqueleto
Exoesqueleto
Exemplos
Minhoca
Homem, peixe, cobra
Aranha, caracol
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• Regime alimentar
- Os animais, ao contrario das plantas, não fabricam o seu alimento, pelo que
necessitam de ingerir matéria orgânica. O regime alimentar de um ser vivo é
determinado pelo tipo de alimentos que predominam na sua alimentação. A
disponibilidade de alimento que cada meio ambiente proporciona poderá
ocasional ou sazonalmente influenciar a dieta do ser vivo (Quadro VI).
Quadro VI
Regime alimentar
Exemplos
Herbívoro ruminante
Herbívoros
Herbívoro roedor
- alimentam-se essencialmente
Frugívoro
de vegetais
Granívoro
Carnívoro
Carnívoros
- Alimentam-se de outros seres Piscívoro
vivos animais
Insectívoro
Necrófago
Omnívoros - alimentam-se de vegetais e de animais
Boi
Coelho
Papagaio
Galinha
Lula,
leão,
cão,
libelinha
Pelicano, pinguim
Morcego, andorinha
Abutres, grifos
Homem, porco
Características dos “vegetais”
Quadro VII
Raiz
Funções: Absorver água e sais minerais do solo: fixar a planta a um substrato;
Exemplos
Subterrânea
Pinheiro
Situação
Aérea
Hera
Aquática
Agrião
Aprumada
Pinheiro
Forma
Fasciculada
Milho
Critérios de
Tuberculosa
Cenoura
Classificação
Herbácea
Batateira
Consistência
Lenhosa
Cerejeira
Anual
Feijoeiro
Duração
Bienal
Salsa
Vivaz
Alecrim
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Quadro VIII
Caule
Funções: Fazer a ligação entre as folhas e a raiz; suportar as folhas, flores e
frutos; acumular substâncias de reserva.
Exemplos
Batata - tubérculo
Subterrâneo
Lírio - rizoma
Cebola - bolbo
Situação
Aéreo
Roseira
Aquático
Elódea
Tronco
Pinheiro
Forma (caules
Espique
Palmeira
Critérios de
aéreos)
Colmo
Cana, milho
Classificação
Sarmentoso
Videira
Erecto
Macieira
Posição (caules
Rastejante
Morangueiro
aéreos)
Trepador
Hera
Volúvel
Corriola
Lenhoso
Pinheiro
Consistência
Herbáceo
Centeio
Quadro IX
Funções: Realizar a fotossíntese; proteger; acumular substâncias de reserva.
Algumas folhas modificam-se e são verdadeiras "ratoeiras" para apanhar
insectos.
Constituição: Nas folhas completas podemos identificar bainha, pecíolo e
limbo.
Recorte
Critérios de
Classificação
Forma (de acordo
com a forma
geométrica
apresentada)
Nervação
Duração
Folha inteira
Folha recortada
Oval
Elíptica
Linear
Cordiforme
...
Paralelinérvia
Peninérvia
Palminérvia
Caduca
Persistente
Exemplos
Jarro
Plátano
Pereira
Cerejeira
Milho
Lilás
Lírio
Roseira
Videira
Cerejeira
Eucalipto
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Quadro X
Flor
Funções: A flor é um ramo modificado direccionado para a reprodução.
Órgãos de suporte
Pé e receptáculo
Cálice - conjunto das sépalas
Órgãos de protecção
Composição
Corola - conjunto de pétalas
(flor completa)
Androceu - constituído pelos estames
Órgãos de reprodução Gineceu - constituído por um ou mais
carpelos
Exemplos
Flor completa
Ervilheira
Constituição
Ulmeiro e
Flor incompleta
Salgueiro
Dialissépalo
Goiveiro
Cálice
Sinsépalo
Ervilheira
Critérios de
Dialipétala
Cravo
Classificação Corola
Simpétala
Dedaleira
Definidos
Lírio, ervilheira
Estames
Indefinidos
Papoila
Unicarpelar
Ervilheira
Gineceu
Pluricarpelar
Papoila, lírio
Quadro XI
Fruto
Funções: Proteger as sementes e facilitar a dispersão
Constituição
Pericarpo: Epicarpo. mesocarpo e endocarpo
Semente: Tegumento e embrião
Critérios de
Classificação
Número de
Sementes
Acumular ou não
substâncias de
reserva
Abertura ou não
após a maturação
Monospérmico
Polispérmico
Secos
Carnudos
Deiscentes
Indeiscentes
Exemplos
Cereja
Laranja, maçã
Vagem da
ervilheira
Maçã, laranja
Ervilheira, papoila
Limão
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Dimensões dos Seres Vivos
Os seres vivos, podem ter dimensões muito variadas. Nos diferentes
ambientes atrás referidos encontram-se seres vivos visíveis a olho nu (à vista
desarmada) – Seres vivos de dimensões MACROSCÓPICAS e seres vivos de
dimensões tão reduzidas que não se podem observar à vista desarmada –
Seres vivos de dimensões MICROSCÓPICAS.
Para observar os seres vivos de dimensões
MICROSCÓPICAS
utilizam-se aparelhos denominados MICROSCÓPIOS.
O microscópio utilizado nas aulas denomina-se Microscópio óptico
Composto (M.O.C.)
Seguidamente apresenta-se a constituição do M.O.C.:
1- Condensador
2- Revólver
3- Braço ou coluna
4- Objectivas
5- Pinças
6- Platina
7- Parafuso macrométrico
8- Diafragma
9- Parafuso micrométrico
10- Ocular
11- Espelho
12- Base ou pé
13- Tubo óptico do canhão
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Unidades de Medida no Mundo Vivo
Os seres vivos de tamanho macroscópico podem ser medidos com
unidades de medida como o metro (m), o decímetro (dm), o centímetro (cm)
e o milímetro (mm). Sendo que um metro tem dez decímetros, cem
centímetros e mil milímetros.
No entanto, os seres vivos de tamanho microscópio têm dimensões tão
reduzidas que não poderão ser medidos nem sequer com unidades como o
milímetro, assim sendo, existem outras unidades de medida apropriadas para
seres com estas dimensões, são elas o micrómetro (µm) e o nanómetro (nm).
O micrómetro é mil vezes mais pequeno que o milímetro e um milhão de
vezes mais pequeno do que o metro. O nanómetro, é um milhão de vezes
mais pequeno que o milímetro e um milhar de milhão de vezes mais pequeno
que o metro.
Unidades de medida: 1m; 1dm = 0,1 m; 1cm = 0,01m; 1mm = 0,001m; 1µm
= 0,000001; 1nm = 0,000000001m
As Células
Todos os seres vivos são constituídos por uma ou mais células. Assim
sendo a célula é a unidade básica comum a todos os Seres vivos.
•
Seres vivos Unicelulares – São os seres vivos formados por
uma só célula.
•
Seres vivos Pluricelulares – São os seres vivos formados por
mais do que uma célula.
Nos Seres vivos Pluricelulares,
as células agrupam-se e
especializam-se em determinadas funções dando origem a tecidos celulares
(conjuntos de células com forma, tamanho e função semelhantes), como, por
exemplo, a epiderme da rã, ou a epiderme interna da cebola.
Os tecidos também podem interligar-se e contribuir para uma mesma
função, formando órgãos como, por exemplo, o coração da rã ou raiz cebola.
Diferentes órgãos podem também associar-se e trabalhar em conjunto,
formando sistemas de órgãos como, por exemplo, o sistema digestivo e o
sistema respiratório.
A um conjunto organizado de sistemas, que trabalham em
associação, chamamos organismo vivo.
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Diferença entre células animais e vegetais
As células vegetais possuem vacúolos, parede celular externamente à
membrana
citoplasmática
e
cloroplastos
(tipo
especial
de
organelos
citoplasmáticos que possuem um pigmento de cor verde, denominado clorofila,
necessário para a Fotossíntese). As células animais não possuem vacúolos,
parede celular externamente à membrana citoplasmática nem cloroplastos.
Célula Animal
Célula Vegetal
Organelos
Citoplasmáticos
Citoplasma
Membrana
Citoplasmática
Vacúolo
Membrana
Citoplasmática
Núcleo
Citoplasma
Parede Celular
Células eucarióticas – têm o núcleo individualizado, do citoplasma por
invólucro nuclear.
Células prócarióticas – não têm o núcleo individualizado, do citoplasma
por invólucro nuclear.
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