Movimentos da Expansão do Ensino Superior na Universidade Brasileira Mariangela da Rosa Afonso/ Universidade Federal de Pelotas Maria da Graça Gomes Ramos/ Universidade Federal de Pelotas Tania Elisa Morales Garcia/ Universidade Federal de Pelotas "Prepared for delivery at the 2012 Congress of the Latin American Studies Association, San Francisco, California May 23-26, 2012" Working paper. This paper copyright 2012 by (Mariangela da Rosa Afonso, Maria da Graça Gomes Ramos,Tania Elisa Morales Garcia) to protect our intelectual property (APA recomended) Introdução Nos anos recentes, tem sido interesse de diversos pesquisadores, o cenário da Educação Superior (ES) brasileira levando ao debate sobre os formatos de seu sistema, colocando em xeque a contribuição e o papel das instituições de ES em transmitir, produzir e disseminar conhecimento, com compromisso e responsabilidade social, e com atenção aos desafios globais e de construção de sociedades mais justas e igualitárias. Nessa perspectiva, o presente trabalho insere-se no contexto dos estudos com foco na Educação Superior, realizados por uma rede de pesquisadores no âmbito do GEU/UFRGS1, vinculado aos Programas de Pós-graduação em Sociologia e em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Um desses estudos ocupa-se da Educação Superior e os desafios contemporâneos e foi contemplado com financiamento do OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO ± Edital 2010, Fomento a Estudos e Pesquisas em Educação , EDITAL Nº 38/2010/CAPES/INEP2. A investigação em questão, abrange diferentes subprojetos, que visam a investigar e a apreender alguns dos principais desafios para compreensão da realidade educacional brasileira. Os dados aqui apresentados referem-se aos estudos do subprojeto ³Ensino superior na universidade publica: movimentos da expansão, permanência e evasão´. O referido subprojeto ao abordar a expansão do ensino superior na universidade pública brasileira, busca sustentação realizando uma pesquisa in loco, no âmbito de uma instituição localizada na região sul do estado do Rio Grande do Sul, a Universidade Federal de Pelotas. Ao se abordar a Educação Superior no Brasil, tem-se presente que o entendimento do ensino superior como um caminho para se obter o destaque econômico social tem pressionado a demanda por vagas nessa instância do ensino brasileiro, o que tem levado o governo federal a implementar medidas que atendam essa demanda. Nesse sentido, nos últimos anos, vem implementando políticas visando a sua expansão: o Programa de Apoio ao Plano de 1 A Rede GEU (Grupo de Estudos sobre Universidade) congrega o GEU-Ipesq (Universidade, Pesquisa e Inovação) da UFRGS (Porto Alegre ± RS), e mais dois GEUs da mesma instituição: o GEU- Edu/Inovação e o GEU- Sociologia; o GEU-UPF (Passo Fundo- RS) e o GEU- Ipesq/UFPel (Pelotas ± RS) 2 CAPES/INEP- A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) são dois orgãos importantes do contexto da Educação brasileira responsáveis pela qualificação, certificação e financiamento da Educação. 2 Reestruturação e Expansão das Universidades Federais ± Reuni, Programa Universidade para Todos ± Prouni e o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior ± FIES além da Universidade Aberta do Brasil ±UAB. O Programa de Apoio à Reestruturação e Expansão das Universidades Federais instituído pelo Decreto Presidencial nº 6069, de 24 de abril de 2007, define como objetivo principal criar condições para a ampliação do acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação, com melhor aproveitamento da estrutura física e dos recursos humanos existentes nas universidades federais (Haddad, 2008). O Programa apresenta metas específicas, tais como: dobrar o número de estudantes de graduação, nas universidades federais; elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos de graduação para 90%; aumentar a quantidade média de alunos por professor para dezoito; diversificar as modalidades de graduação, através da flexibilização dos currículos; promover a revisão da estrutura acadêmica, com reorganização dos cursos de graduação e atualização de metodologias de ensino-aprendizagem, dentre outras. Vale destacar que o período previsto pelo decreto para que essas metas sejam alcançadas está delimitado num prazo de cinco anos. Através do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE- 2001-2010), é possível constatar que o Reuni faz parte de uma política de governo de cunho mais ampliado, cuja missão se pauta na reestruturação da política da educação superior nacional pela articulação de dois princípios: democratização do acesso conjugada à justiça social, aumentando o contingente de estudantes menos favorecidos economicamente (Haddad, 2008). O Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), ainda tem como principal objetivo a redução das taxas de evasão nos cursos presenciais de graduação. Também faz parte do objetivo do Reuni, a mobilidade estudantil, não só pelo reconhecimento nacional e internacional dessa prática no meio acadêmico, mas fundamentalmente por se constituir em estratégia privilegiada de construção de novos saberes e de vivência de outras culturas, objeto de valorização na formação universitária. O Ministério da Educação para alcançar seus objetivos de expansão do ensino superior, além das 14 novas universidades criadas e ampliação das universidades existentes, prevê a expansão dos cursos noturnos, a ampliação da mobilidade estudantil, a revisão da estrutura acadêmica e a diversificação das modalidades de graduação, propondo uma reestruturação não apenas de ordem quantitativa, mas também qualitativa (Haddad, 2008). O Prouni foi criado através da Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, com o objetivo de estabelecer que as instituições beneficiadas por isenções fiscais concedam bolsas de estudos na proporção dos alunos pagantes por curso e turno, sem exceção. O Programa é voltado a estudantes matriculados em IES privadas; de baixa renda, professores da rede pública, portadores de necessidades especiais, pardos, negros, índios autodeclarados, além daqueles que se encontram em cursos de graduação e sequenciais de formação específical. As bolsas podem ser fornecidas: integral, parcial de 50% ou parcial de 25%, a candidatos selecionados por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), utilizando como critério, a classificação do candidato no Enem aliado ao seu perfil socioeconômico: egressos de escola pública com renda familiar per capita de até 3 um salário mínimo e meio para bolsa integral e de até três salários mínimos para bolsa parcial de 50% (Haddad, 2008). O Prouni insere-se no âmbito das políticas públicas concebidas para democratizar o acesso à educação por meio da valorização do mérito do estudante. Sua relevância social sustenta-se no propósito de atender, de forma geral, estudantes desprovidos de recursos financeiros ou pertencentes a um determinado grupo étnico. O Programa de Financiamento Estudantil (FIES), criado em 1999 para substituir Programa de Crédito Educativo (PCE/CREDUC) é destinado a financiar a graduação de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua formação e estejam regularmente matriculados em instituições privadas, cadastradas no Programa e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação (MEC). A Universidade Aberta do Brasil, criada por meio do Decreto nº 5.800, de 08 de junho de 2006, estabelece um acordo de cooperação entre os estados e municípios e as universidades públicas. Por meio deles, os entes federados mantêm pólos de apoio presencial para acolher professores sem curso superior ou garantir formação continuada aos já graduados. As universidades públicas, da sua parte, oferecem cursos de licenciatura e especialização, especialmente onde não exista oferta de cursos presenciais (Conselho Nacional de Educação [CNE],2010). Atualmente, no Brasil, os debates sobre a democratização do acesso ao ensino superior abordam problematizações, que vão desde um valor elitista das universidades até a busca de soluções para inserção dos egressos do ensino póssecundário. Sendo assim, a pertinência deste trabalho se firma no debate sobre as políticas governamentais que incidem na expansão da Educação Superior brasileira, objetivando discutir essa expansão em nível nacional e local, especificamente no contexto de uma universidade pública. 1. Panorama da Educação Superior Brasileira A trajetória das universidades brasileiras tem como característica marcante a garantia de privilégios a uma reduzida parte da elite nacional. Atualmente a partir das políticas públicas de âmbito nacional, o acesso aos bancos universitários ganhou mais visibilidade, embora ainda que predomine a esfera do ensino privado. Desse modo, na perspectiva de interferir nesse panorama o governo federal iniciou uma política de reestruturação da educação superior brasileira, popularmente conhecida como reforma universitária, ampliando o acesso ao ensino superior As discussões sobre a Educaçõa Superior no Brasil têm revelado a necessidade de gerar mudanças no sentido de construir sistemas e instituições de ES que promovam a equidade e o crescimento dos mecanismos de inclusão social, ao mesmo tempo em que mantendo a qualidade da formação. Nessa perspectiva, tem surgido como alternativa a ampliação das redes acadêmicas, bem como a construção de novas modalidades de cursos superiores. Houve um fortalecimento da educação tecnológica com a reestruturação dos trinta e três Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs), que mudaram o foco do ensino médio para a educação superior, tornando-se Institutos Federais de Educação de Ciência e Tecnologia (IFETs). Ainda que se tenha observado na educação superior brasileira um aumento significativo de Instituições de Ensino Superior (IES) e de matrículas nos últimos 4 anos, a taxa de escolarização líquida da população de 18 a 24 anos continua baixa (13,6%) e a taxa bruta em torno de 25%(CNE, 2010). Desse modo, apesar de ter havido um crescimento significativo do acesso à ES, o Brasil não atingiu as metas propostas pelo PNE (2001-2010) quanto ao crescimento de matrículas, ao pretender inserir ao menos 30% da faixa etária de 18 a 24 anos na Educação Superior até o final da década, nem mesmo nas regiões economicamente mais desenvolvidas, que apresentam maior número de IES e de matrículas. A média do país subiu apenas de 8,8% para 13,6% (Congresso Nacional, 2010). Nessa direção, o projeto de Lei do novo Plano Nacional de Educação (20112020), propõe a meta de elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, até 2020. Isso significa dobrar os índices verificados no final da última década (2010). Cabe, porém destacar, que apesar do crescimento do acesso à educação superior, a disparidade regional se manteve ao longo da década, com regiões apresentando no ano de 2008, menos de 10% de acesso à ES, como é o caso do Norte e Nordeste brasileiro que chegaram a apenas 9,9% e 8,2%, respectivamente ± e outras com acesso próximo a 20%, como é o caso da região Sul com taxa de 18,6%. ( CNE, 2010). As diferenças de acesso ao ensino superior se mantêm no final da década, conforme se pode observar através dos dados da Fig 1, que mostram o cenário geral do ensino superior brasileiro, na modalidade presencial, destacando a distribuição das matrículas dos cursos de graduação por região no período de 2001 a 2010. Os dados da Fig.1 ratificam as disparidades entre as diversas regiões do Brasil, com uma concentração na região sudeste com aproximadamente 50% das matrículas e apontando a região norte do País com apenas 6,5% das matrículas dos cursos de graduação presenciais. Esses dados ratificam a necessidade de não apenas elevar a taxa de matrícula na Educação Superior, mas de implementar políticas que miniminizem essas distorções regionais que se perpetuam ao longo do tempo na realidade brasileira. Figura 1 ± Distribuição de Matrículas em Cursos de Graduação Presenciais por Região Geográfica do Brasil ± 2001 /2010 Região Geográfica Matrículas Ǧ Cursos Presenciais Brasil Norte Nordeste 2001 3.030.754 141.892 460.315 % 100 4,7 15,2 2010 5.449.120 352.358 1.052.161 % 100 6,5 19,3 Sudeste 1.566.610 51,7 2.656.231 48,7 Sul 601.588 19,8 893.130 16,4 Centro Oeste 260.349 8,6 495.240 9,1 Fonte:MEC/INEP, 2011 A seguir, apresenta-se na Fig. 2, um panorama do crescimento do ensino superior no Brasil no período de 2000 ± 2010. Em 2000 existiam 10.585 cursos superiores, dos quais 6.564 (62%) pertenciam as IES privadas e 4.021 cursos 5 (38%) às instituições públicas. No que se refere ao número de Instituições de ensino superior, no ano 2000 havia 1180, das quais 176 são públicas (15%) e 1004 (85%) são privadas. No ano 2010, são 29.507 cursos superiores, dos quais 20.262 (68,7%) pertecentes as IES privadas e 9245 (31,3%) as IES públicas. Em se tratando do número de IES, observa-se um crescimento de 101% no período de 2000 a 2010, passando de 1180 para 2377 instituições, (88,3%) privadas e (11,7%) públicas. Os dados contidos na Fig.2, mostram que, em uma década, mais do que o crescimento desproporcional do número de IES privadas, que passou de 1004 IES em 2000 para 2099 em 2010, evidenciando um crescimento de 109% no número dessas instituições, a taxa de matrículas no mesmo período, nas IES privadas aumentou 162%, passando de 1.807,219 para 4.736,001. Na esfera pública no período em questão, o número de IES passou de 176 para 278, provocando um aumento de 58% e o número de matrículas cresceu 85,3%, de 887.026 para 1.643.298 matrículas. Em 10 anos, enquanto as instituições públicas cresceram 58% as privadas aumentaram em109%. Chama a atenção, o processo de privatização das matrículas no ensino superior brasileiro. pois cerca de (74,2%) das matrículas no ano de 2010 pertencem às instituições privadas, estando apenas (25,8%) no âmbito das IES públicas. Embora tenha ocorrido um crescimento significativo no número de IES, cursos e matrículas (mais de 130%) no ensino superior brasileiro na última década, a sua concentração é majoritariamente na esfera privada. FIGURA 2 ± Número de instituições de educação superior, cursos e matrículas por categoria administrativa ± Brasil ± 2000 ± 2010 Instituições Cursos Matrículas Ano Total Pública Privada Total Pública Privada 2000 1.180 176 1.004 10.585 4.021 6.564 2001 1.391 183 1.208 12.155 4.401 2002 1.637 195 1.442 14.399 2003 1 859 207 1.652 2004 2.013 224 2005 2.165 2006 Total Pública Privada 2.694.245 887.026 1.807.219 7.754 3.030.754 939.225 2.091.529 5.252 9.147 3.479.913 1.051.655 2.428.258 16.453 5.662 10.791 3.887.771 1.137.119 2.750.652 1.789 18.644 6.262 12.382 4.163.733 1.178.328 2.985.405 231 1.934 20.407 6.191 14.216 4.453.156 1.192.189 3.260.967 2.270 248 2.022 22.101 6.549 15.552 4.676.646 1.209.304 3.467.342 2007 2.281 249 2.032 23.488 6.596 16.892 4.880.381 1.240.968 3.639.413 2008 2.252 236 2.016 24.719 6.772 17.947 5.080.056 1.273.965 3.806.091 2009 2314 245 2069 28671 8628 20043 5115.896 1351.168 3764.728 2010 2.377 278 2099 29.507 9245 20.262 6.379.299 1.643.298 4.736.001 Fonte: MEC/ Inep. (2004); MEC/INEP/DEED (2009, 2010); INEP (2011) *No número total de cursos de graduação e matrículas do ano 2009 e 2010, estão incluídos as modalidades presenciais e à distância É preciso ressaltar, que ainda que os dados da Figura 2, não destaquem nessa expansão da educação superior, a educação superior tecnológica, a mesma vem ofertando diversos cursos e matriculando um número crescente de alunos, com muita força, a partir do ano 2000. 6 O Censo da educação superior brasileira de 2010 evidencia a trajetória de expansão da matrícula nos cursos tecnológicos, apontando que em 2001 era de 69.797 e em 2010, alcança um total de 781.609 matrículas, mostrando um crescimento de mais de dez vezes no período. PodeͲse observar uma elevação significativa da proporção de matrículas nos cursos tecnológicos, que passaram de 2,3% para 12,3% ao longo do período. O número de matrículas nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) em cursos tecnológicos aumentou 481% de 2001 para 2010. Do total de 63.481 matrículas em cursos tecnológicos das IFES no ano de 2010, 47.439 estão nos Institutos Federais (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira[INEP], 2011). Os dados do Censo de 2010 apontam que a maior matrícula nos cursos tecnológicos de Instituições Federais da Educação Superior diz respeito à formação na área de Gerenciamento e administração, seguido pela área de Processamento da informação, e na sequência, nas áreas de Engenharia. Retomando, a discussão sobre a expansão do ensino superior brasileiro, as informações disponibilizadas pelo INEP através do censo 2010, levam a crer que a expansão do acesso ao ensino superior, pelo viés privado, necessita ser controlada, pois, longe de resolver a distribuição desigual dos bens educacionais, tende a aprofundar as condições históricas de discriminação do direito à educação superior àqueles pertencentes aos setores populares. Nesse sentido, Ristoff aponta que: Se a palavra de ordem da década passada foi expandir, a desta década precisa ser democratizar. E isto significa criar oportunidade para que os milhares de jovens de classe baixa, pobres, filhos da classe trabalhadora e estudantes das escolas públicas tenham acesso à educação superior. Não basta mais expandir o setor privado ± as vagas continuarão ociosas; não basta aumentar as vagas no setor público ± elas apenas facilitarão o acesso e a transferência dos mais aquinhoados. A democratização, para acontecer de fato, precisa de ações mais radicais ± ações que afirmem os direitos dos historicamente excluídos, que assegurem o acesso e a permanência a todos os que seriamente procuram a educação superior, desprivatizando e democratizando o campus público. (Ristoff, 2008, p.45) Nessa mesma perspectiva, Dias Sobrinho (2008) coloca que a expansão da Educação Superior brasileira se constitui num campo de tensões que tem como foco principal o significado da qualidade do ensino ofertado. Argumentos elitistas sustentam que a referida qualidade só é possível para poucos. Entretanto é preciso pensá-la como bem público e direito de todos. 2 METODOLOGIA Como proposta investigativa optou-se pelo modelo de pesquisa qualitativa de cunho descritivo. Foram utilizados como fonte de dados bancos de dados do INEP: Censo da Educação Superior, informações disponibilizadas no site do INEP, Plano de Desenvolvimento da Educação, Plano Nacional de Educação 2001-2010 e outros documentos de abrangência nacional. Na instância da investigação in loco, foram utilizados documentos de natureza institucional como relatórios, informativos e outros materiais associados ao foco do estudo e informações disponibilizadas no site da instituição, Na construção da base documental foram mapeados as propostas/programas 7 institucionais buscando captar as estratégias existentes na instituição para a expansão dos cursos de Graduação, buscando comparar os propósitos traçados pelas suas políticas com as públicas nacionais para a expansão do Ensino Superior, alinhadas às propostas internacionais. Ainda como eixo investigativo/metodológico, foram realizadas entrevistas com quatro gestores representantes institucionais. A entrevista semi-estruturada possibilitou obter dados comparáveis entre os vários sujeitos. Na condução do processo de coleta de dados tomou-se como referência as orientações de Bogdan e Biklen (1994), que aconselham a formulações de questões em um nível substantivo, como uma forma de orientar a coleta de dados; replanejar as sessões de coleta de dados a partir de sessões anteriores; anotar e reler comentários acerca das idéias que surgem enquanto se está no campo de investigação e explorar a literatura existente, de modo a conhecer que resultados já encontrados por outros investigadores são importantes para o estudo. Assim, num movimento contínuo da teoria para os dados e vice-versa, as análises vão surgindo e se tornando mais claras e apropriadas aos propósitos do estudo. Aos documentos e entrevistas foi aplicada a análise de conteúdo, técnica bastante utilizada para discursos diversos e formas de comunicação. Utilizou-se a análise de conteúdo, na perspectiva apontada por Bardin ( 2009), que coloca que esse procedimento procura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se debruça, buscando atingir outras realidades através das mensagens . Nesse tipo de análise, o pesquisador busca compreender as caracteríticas, estruturas, e ou modelos que estão por trás dos fragmentos de mensagens tomados em consideração. O esforço do investigador é duplo: entender o sentido da comunicação, como se fosse o receptor normal, e, principalmente, desviar o olhar, buscando outra mensagem, passível de se enxergar por meio ou ao lado da primeira. A interpretação deverá ir além do conteúdo manifesto dos documentos, pois interessa ao pesquisador o conteúdo latente, o sentido que se encontra por trás do imediatamente apreendido. Para Bogdan e Biklen (1994), a análise de conteúdo, quando incide sobre um material rico, desenvolve-se satisfazendo as exigências do rigor metodológico e da profundidade inventiva, que nem sempre são facilmente conciliáveis. Para esses autores, os métodos de análise de conteúdo, ao implicarem a aplicação de processos técnicos relativamente precisos, permitem ao investigador elaborar uma interpretação que não tome como referência os seus próprios valores e representações. Nessa investigação, o processo de análise dos dados ocorreu de modo simultâneo com a coleta de dados, como já referido. Ao se adotar essa metodologia os resultados parciais que foram surgindo contribuiram para melhor adequação dos métodos de coleta de dados aos objetivos da pesquisa. A fim de preservar o anonimato dos docentes entrevistados estes não foram listados em nenhum momento do estudo. O estudo foi sendo construído e tomando forma à medida que buscava através das estratégias metodológicas outras dimensões da temática. 3. Resultados e Discussão Na busca de atender aos propósitos do estudo, a partir da interlocção com diferentes autores que estudam a Educação Superior brasileira, observou-se que a mesma exerce papel relevante no que diz respeito à mobilidade social, mostrando- 8 se como a grande finalidade de quem ingressa em instituições de ensino superior ao perceber nessa instância os grandes benefícios sociais e econômicos que ainda resultam da obtenção de um diploma superior. Isso, evidenciado nos grandes diferenciais de renda que existem no Brasil entre os detentores de diplomas de nível superior e o restante da população. No eixo da análise documental tomando por base as políticas nacionais, foi possível perceber que as diretrizes do Reuni revelam sintonia com o Plano Nacional de Educação 2001Ͳ2010 que, entre outros objetivos, estabelece a expansão da oferta de educação superior, a diminuição das desigualdades por região nessa oferta e a diversificação de um sistema superior de ensino para atender clientelas com demandas específicas de formação. A oferta de vagas na educação superior brasileira, historicamente, esteve localizada em cursos de bacharelado e na modalidade de ensino presencial. Como resultado das políticas do governo federal frente a necessidade de rápida resposta para a formação de profissionais, e com a evolução das novas tecnologias, novos formatos de cursos foram adotados. A saber, os cursos na modalidade de ensino a distância e os cursos de menor duração voltados à formação profissionalizante de nível superior, chamados tecnológicos. Ao se observar a trajetória do número de matrículas na educação superior nos últimos anos, fica evidente o destaque do crescimento desses cursos. A proposta de diversificação do sistema superior de ensino consistiu em uma das metas do PNE 2001Ͳ2010, a qual estabelecia o favorecimento e a valorização de estabelecimentos nãoͲuniversitários com assegurada qualidade na oferta do ensino, o que se verificou através do maior número de faculdades isoladas, em relação ao total de IES brasileiras. Dados relacionados com a diversificação do ensino superior no Brasil, revelam a tendência de crescimento dos cursos na modalidade de ensino a distância, bem como dos cursos tecnológicos, além de um aumento progressivo na participação dos cursos noturnos, atendendo as demandas de acesso das classes menos privilegiadas. Os documentos revisados apontam que a universidade brasileira se reconfigura em termos do regime de trabalho docente evidenciando crescimento dos percentuais relativos a tempo integral ao longo do período 2001-2010, reduzindo o percentual de professores horistas. No que diz respeito ao quadro docente houve uma elevação da titulação no referido período. Percentualmente, verificou-se que a maior elevação se dá em relação ao título de doutorado, seguida de crescimento na titulação de mestrado, tanto nas IES públicas como privadas. Entretanto, a elevação das funções docentes com doutorado nas instituições privadas, se mostra reduzido comparativamente ao verificado nas públicas. ObservaͲse uma correspondência de, aproximadamente, três funções docentes com doutorado nas IES públicas para cada função docente com essa titulação nas IES privadas,conforme dados do Censo da Educação Superior de 2010 (INEP, 2011). Na análise dos programas e metas estabelecidas pelas propostas de expansão do ensino superior, pode-se perceber que as ações estavam em sintonia com o processo de internacionalização propondo que as instituições de ensino superior, particularmente as universidades, busquem a ampliação desse espaço de modo a adequar-se ao cenário que ora se apresenta. Isto, como forma das IES prepararem-se para atender as desafiadoras demandas originadas pela 9 mundialização sociopolítica, econômica e cultural, de modo a dar conta de uma sociedade cada vez mais multicultural e internacional. Frente a essa nova lógica, as universidades, em relação à questão científica e tecnológica precisam estar articuladas no sentido de começar a pensar globalmente, estabelecendo parcerias sólidas que dêem conta dessa demanda e da busca de não trabalhar sozinhas conferindo maior interatividade a esse processo. A intercomunicação com pares, o trabalho em equipe, as redes de trocas de idéias e disseminação de propostas e achados de investigação, constituem condição essencial à realização de investigações científicas e ao avanço dos conhecimentos. Desse modo, ultrapassando as fronteiras do local, deparando-se com outras realidades culturais, as universidades vão agregar ao seu meio um patrimônio cultural enriquecido que, consequentemente, enriquece também sua realidade local, porque a dinamiza e a revitaliza com os novos aportes oferecidos. 3.1 Contextualizando a expansão do ensino superior no cenário de uma IES pública: a Universidade Federal de Pelotas Tomando como referência que a investigação sobre o Ensino superior na universidade publica: movimentos da expansão, permanência e evasão, já referida anteriormente, tem como loco em estudo uma universidade pública, a Universidade Federal de Pelotas/UFPel, apresenta-se a seguir o cenário desta instituição frente às políticas de expansão do governo federal. A UFPel é uma instituição criada pelo decreto-lei nº. 750, de 8 de agosto de 1969, dentro da política da Reforma Universitária, resultante do processo de interiorização do ensino superior, aglutinando estabelecimentos isolados em uma instituição universitária. A UFPel, atualmente, situa-se em dois municípios vizinhos: Pelotas, onde funcionam suas unidades da zona urbana e a administração central da universidade e Capão do Leão, onde se encontra o Campus Universitário. Conforme seu Regimento Geral, a UFPel tem, como objetivos fundamentais, a educação, o ensino, a pesquisa e a formação profissional e pós-graduada, bem como o desenvolvimento científico, tecnológico, filosófico e artístico, estruturandose de modo a manter e ampliar a sua natureza orgânica, social e comunitária. A missão da Universidade é cumprida mediante o desenvolvimento simultâneo e associado das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Na GHVFULomR GH VXD PLVVmR HVWi ³SURPRYHU D IRUPDomR LQWHJUDO H SHUPDQHQWH GR cidadão, construindo o conhecimento e a cultura, comprometidos com os valores GD YLGD H FRP D FRQVWUXomR GD VRFLHGDGH´Universidade Federal de Pelotas [UFPel], 2008, p. 14). Nesses mais de quarenta anos de funcionamento da Universidade, modificações significativas ocorreram quanto à estrutura acadêmica, como a criação de cursos; a criação, incorporação, transformação e extinção de Unidades, além da transformação de cursos em Unidades. Conforme seu Regimento Geral, a UFPel tem, como objetivos fundamentais, a educação, o ensino, a pesquisa e a formação profissional e pós-graduada, bem como o desenvolvimento científico, tecnológico, filosófico e artístico, estruturandose de modo a manter e ampliar a sua natureza orgânica, social e comunitária: como instituição orgânica, assegurando perfeita integração e intercomunicação de 10 seus elementos constitutivos; como instituição social, pondo-se a serviço do desenvolvimento econômico-social; como instituição comunitária, de nível local ao nacional, contribuindo para o estabelecimento de condições de convivência, segundo os princípios de liberdade, de justiça e de respeito aos direitos e demais valores humanos. No que diz respeito, especificamente as políticas do governo brasileiro de expansão do ensino superio, são visíveis seus reflexos no contexto da UFPel, no crescimento do ensino de graduação. O número de alunos de graduação em regime presencial na UFPel, até o primeiro semestre de 2011 aproximava-se de 15 mil,(UFPel, 2011), enquanto que no ano de 2007 abrangia aproximadamente 8 mil alunos. Com a adesão da Universidade ao Reuni (Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais Brasileiras), a UFPel na busca por expandir o número de alunos de graduação criou a partir de 2008, 41 novos cursos superiores: Tecnólogo em Gestão de Cooperativas, Tecnólogo em Viticultura e Enologia, Zootecnia, Biotecnologia, Engenharia Geológica, Licenciatura em Matemática noturno, Química Industrial, Antropologia ± Habilitação em Antropologia Social, Antropologia ± Habilitação em Arqueologia, Gestão Pública, Bacharelado em História, Cinema e Animação, Conservação e Restauro, Dança, Design Digital, Superior de Música ± Habilitação em Composição, Teatro, Física, Química Industrial, Design Vestuário, Letras/Português/Alemão, Física Computacional, Musicologia, Tecnólogo Agroindústria, Tecnólogo Meio Ambiente, Letras/Habilitação em Redação e Revisão de textos, Educação Física noturno, Jornalismo e Comunicação, Psicologia, Engenharia Civil, Engenharia Industrial Madeireira , Engenharia Sanitária Ambiental, Engenharia de Produção, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Eletrônica, Engenharia do Petróleo, Engenharia Hídrica, Engenharia de Computação e Engenharia de Materiais e Bioinformática, . Cabe destacar, que até o ano de 2007, a UFPel, não oferecia cursos superiores Tecnológicos e na área das engenharias oferecia apenas os cursos de Engenharia Agrícola e de Engenharia Agronômica. De 2008 para 2011, foram criados os cursos de Engenharia Industrial Madeireira, Engenharia Sanitária Ambiental, Engenharia de Produção, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Eletrônica, Engenharia do Petróleo, Engenharia Geológica, Engenharia Hídrica, Engenharia de Computação, Engenharia Civil e Engenharia de Materiais, totalizando onze novos cursos na referida área, bem como diversos cursos tecnológicos. Esses dados evidenciam a pretensão da UFPel em apostar na área das engenharias, onde ocorreu a maior oferta no número de cursos novos na instituição. Com relação a qualificação docente, a partir do Reuni, com a expansão do ensino de graduação e como consequencia com a contratação de novos docentes com o título de doutor na UFPel, as mudanças ocorridas alteraram o perfil de algumas unidades acadêmicas, favorecendo a estruturação de novos programas de Pós-Graduação. Isto teve reflexos em programas melhor estruturados, com profissionais mais qualificados, resultando no avanço da pesquisa e consequentemente no crescimento do ensino de pós-graduação da instituição. 11 4 CONCLUSÃO Ao se resgatar a essência das discussões que permeiam o estudo, que tem como referência as políticas públicas de expansão do ensino superior, nesse momento, enfatiza-se as considerações conclusivas do trabalho. Dados relacionados a expansão do ensino superior brasileiro apontam para a diversificação do sistema, a concentração do número e taxas de matrículas nas instituições privadas, para disparidades entre as diversas regiões do Brasil. No que se refere as disparidades regionais, ela se faz presente com sérias distorções entre as regiões, na oferta do ensino de graduação. As análises sobre a expansão do ensino superior possibilitaram perceber a tendência, de crescimento de cursos na modalidade de ensino a distância, bem como de cursos tecnológicos, e do aumento progressivo da oferta de cursos noturnos, buscando atender as diretrizes do Reuni. Mais especificamente, com relação ao crescimento dos cursos tecnológicos, as informações disponíveis em âmbito nacional não dão sustentação que evidenciem as demandas que realmente existem, por parte do mercado de trabalho, para este tipo de formação, e em que sentido esta demanda está se alterando, em função dos processos de globalização e crescimento de indústrias e serviços intensivos em tecnologia e conhecimentos. Nesse sentido, entende-se que é preciso levar em conta que para lidar com as transformações que se operam na economia, na utilização de tecnologia, e na qualificação dos recursos humanos, as instituições de ensino superior necessitam dar conta do heterogêneo, pois essas instâncias não são afetadas da mesma forma, ao mesmo tempo e intensidade, gerando sérios desafios em como trabalhar as relações entre formação profissional e transformações no mercado de trabalho. De uma maneira geral, parece que vários fatores estão associados com o movimento de expansão do ensino superior brasileiro. Desde apectos econômicos, como o crescimento alcançado pelo país, mais recentemente, o que tem levado a demanda do mercado por mão de obra mais especializada, bem como, as políticas públicas implementadas pelo governo federal de concessão de bolsas e subsídios aos alunos através dos programas Fies e Prouni, de ofertar vagas na rede federal de ensino, através da implantação de novos campi e novas IES, da Universidade Aberta do Brasil ,bem como do processo de interiorização de universidades. Um aspecto que cabe também destacar refere-se a tendência hoje, cada vez maior, do rompimento de fronteiras que se estabelece através de ações de cooperação, acordos, convênios, parcerias, provocando mobilidade de estudantes, de pesquisadores gerando redes e conexões de saberes, que fortalecem a universalização do conhecimento no interior da universidade. Nessa perspectiva, ocorre a integração da dimensão intercultural e internacional na vida acadêmica, oxigenando programas acadêmicos e oferecendo maior enriquecimento às relações interpessoais e institucionais. No que diz respeito a investigação in loco, acredita-se que o mapeamento da expansão dos cursos de graduação na UFPel, especialmente a partir do Programa Reuni, revela uma diversificação na configuração do ensino de graduação, com a criação de cursos tecnológicos e o forte investimento na área das engenharias, até então, totalmente carente na instituição. Acredita-se que tal fato possa ter ocorrido em função da demanda de mercados específicos na área, que necessita de profissionais qualificados para o exercício da função, principalmente em função do alargamento das fronteiras do 12 conhecimento, mudanças na economia e descobrimento de novas fontes de energia. Também associado a essa questão pode estar o investimento que vem ocorrendo na região com a construção de plataformas da Petrobrás. Nesse aspecto, o Pólo Naval da cidade de Rio Grande, apresenta em sua composição empresas fornecedoras de produtos e serviços, que são detentoras de tecnologias voltadas à construção naval. Asssim sendo, a variação dos arranjos produtivos, gerada com a instalação dessas empresas componentes da cadeia produtiva de apoio ao polo naval, tende a gerar uma demanda por recursos humanos qualificados, os quais, pela especificidade, não são encontrados na região. Nesse sentido a Educação Tecnológica, pode tornar-se entre outras formas, e juntamente com os empreendimentos regionais, um dos mais importantes pilares de sustentação do desenvolvimento econômico e social da metade sul do estado, figurando entre os fatores que podem e devem contribuir para o desenvolvimento local e regional. A instalação do pólo naval na vizinha cidade de Rio Grande vislumbra possibilidades de desenvolvimento para a região e reporta para o papel estratégico que assume a educação como um todo, e em especial a Educação Tecnológica, que deverá desempenhar papel efetivo nessa direção. Nessa perspectiva, entende-se que UFPel pode contribuir para dar respostas as demandas decorrentes desse processo, entretanto, respostas rápidas e flexíveis próprias a situações de mudança, quer no que diz respeito à inovação tecnológica, quer no tocante ao mercado de trabalho. A Universidade Federal de Pelotas ao assumir a responsabilidade da formação tecnológica em seu meio acadêmico, faz adesão ao processo de diferenciação institucional, com distintos tipos de formações e cursos, atendendo diferentes clientelas. Assim, pode responder a necessidade de formar pessoas com diferentes tipos de competências para preencher a grande variedade de ocupações e postos de trabalho existentes. Ao contemplar estudantes com diferentes tipos de formação, possibilita uma educação compatível com as possibilidades de cada um, e atende de forma mais eficiente às demandas diferenciadas do mercado de trabalho. O compromisso da instituição em formar profissionais qualificados para atenderem as demandas da região, com a criação e expansão de cursos no ensino de graduação, certamente, vai responder as necessidades do mercado regional que até então eram atendidas por profissionais formados por outras regiões. Cabe, entretanto resssaltar, que o cenário de expansão que ocorreu no ensino de graduação na UFPel, sem dúvida requer reflexão, pois o crescimento do acesso a esse nível de ensino impõe desafios qualitativos e de inclusão aos gestores e demais profissionais da instituição. Um dos desafios que se faz presente, diz respeito a compreender as novas características que apresentam os alunos ingressantes, seu perfil, e os impactos que isso pode representar para o Plano de Desenvolvimento Institucional, e para cada projeto pedagógico dos cursos. Para finalizar, entende-se que na direção de enfrentar os desafios de uma expansão do ensino superior qualificada, nos próximos anos, é preciso reconhecer particularmente o papel e a capacidade das instituições públicas de se reinventarem por meio da reflexão coletiva e do debate qualificado. Esse papel, porém cabe não somente às instituições de Educação Superior, mas também às instâncias que regem a Educação Superior no Brasil. 13 Em síntese, aponta-se como um dos maiores desafios da Educação Superior brasileira a ser enfrentado, é a implementação de uma política que considere o conjunto do sistema, e não apenas uma parte dele. Ou seja, que atente para as características das instituições públicas e privadas, com seus diferentes formatos organizacionais e funções locais, regionais, nacionais e internacionais. Referências Bardin, Laurence. (2009). Análise de Conteúdo. Edição Revista e Actualizada. Lisboa: Edições 70. Bogdan, R., & Biklen, S. K. (1994). Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à Teoria e aos Métodos. Porto: Ed. Porto. Ministério da Educação e Cultura. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira- INEP, 2008.( série documental). Recuperado em 11 de dezembro de 2011de http//www.publicações.inep.gov.br Congresso Nacional. Plano Nacional de Educação 2011-2020. Projeto de Lei nº 8035, (2010). Recuperado em 3 de março de 2012 dehttp://www.pne.ufpr.br/?page_id=16. Dias Sobrinho J. (2008). Tendências de la Educación Superior en América Latina y el Caribe. 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