UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCar Campus Lagoa do Sino CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS COM LINHA DE FORMAÇÃO EM SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO AGROINDUSTRIAL SUSTENTÁVEL Comissão de elaboração do projeto: Profª Drª Emília Freitas de Lima - Coordenação pedagógica UFSCar- Lagoa do Sino Prof. Dr. Ângelo Luiz Fazani Cavallieri - UFSCar- Lagoa do Sino Prof. Dr. Luís Manoel M. C. Ameida - UFSCar- Lagoa do Sino Alessandra Maria Sudan -UFSCar PROGRAD Taís Delaneze -UFSCar PROGRAD Meire Moreira Cordeiro -UFSCar PROGRAD Membros consultores Profª Drª Rosiane Lopes da Cunha (FEA-UNICAMP) Prof. Dr. Roger Darros Barbosa (UNESP-IBILCE) Profª Drª Márcia Regina Neves Guimarães (DEPS-UFSCar/Sorocaba) SÃO CARLOS, 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCar CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS COM LINHA DE FORMAÇÃO EM SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO AGROINDUSTRIAL SUSTENTÁVEL Reitor Prof. Dr. Targino de Araújo Filho Vice-Reitor Prof. Dr. Adilson Jesus Aparecido de Oliveira Pró-Reitora de Graduação Profa. Dra. Claudia Raimundo Reyes Diretor de............................................................................... Vice-diretor do Centro de ............................................ Coordenação do Curso................................................... Vice-coordenação do Curso................................................... Sumário I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO ...........................................................................................1 II – REFERENCIAIS PARA O CURSO .......................................................................................................3 2.1. A implantação do Campus Lagoa do Sino: o desenvolvimento sustentável territorial e o compromisso com a realidade regional ..........................................................................................3 2.2. Engenharia de Alimentos: caracterização e evolução da área ..............................................11 2.3 – O curso de Engenharia de Alimentos no Campus Lagoa do Sino da UFSCar .......................13 2.3.2. Conceitos-chave que fundamentam a proposta do curso ..................................................15 Segurança Alimentar e Nutricional ............................................................................................15 Segurança alimentar e segurança do alimento .........................................................................17 Agroindústria rural e agroindústria familiar rural.....................................................................19 Sustentabilidade.........................................................................................................................20 Consciência e Compromisso Social ............................................................................................21 2.3.3. Objetivos do curso ...............................................................................................................23 2.4. A profissão e o campo de atuação profissional .....................................................................23 III – Perfil do Profissional a ser formado ...........................................................................................28 3.1. Conhecimentos:.......................................................................................................................28 3.2. Habilidades: .............................................................................................................................29 3.3 – Habilidades Específicas aos eixos temáticos do curso .........................................................30 3.4 Atitudes e valores (a serem trabalhados transversalmente por todos os eixos temáticos, ao longo de todo o curso): ..................................................................................................................31 IV – ESTRUTURA CURRICULAR ...........................................................................................................32 4.1 Descrição da estrutura curricular decorrente da definição a que se refere o Inciso III (núcleos ou eixos estruturantes e os componentes curriculares correspondentes) ...................32 4.2 Conteúdo correspondentes a cada eixo temático ..................................................................32 1- DESENVOLVIMENTO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL...............................................................33 2- CIÊNCIA DE ALIMENTOS .........................................................................................................33 3- CIÊNCIAS DA ENGENHARIA ....................................................................................................34 4- ENGENHARIA DE PROCESSOS ................................................................................................34 5- PRODUTOS E PROCESSOS DE ORIGEM ANIMAL, VEGETAL E MICROBIANA .........................35 V – TRATAMENTO METODOLÓGICO..................................................................................................35 5.1 Explicitação do tratamento metodológico (articulação entre componentes curriculares) a ser dado ao ensino, no sentido de garantir o equilíbrio entre a aquisição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. .....................................................................................................35 5.2 Construção da matriz curricular em componentes curriculares distribuídos ao longo dos períodos de duração do curso. ......................................................................................................36 5.3 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO CURSO: Matriz curricular e quadro de integralização curricular.................................................................................................................42 VI- APRESENTAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PERFIL DE FORMAÇÃO .............................46 VII – AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: Estabelecimento dos princípios gerais de avaliação da aprendizagem dos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. ...............................................47 VIII – AVALIAÇÃO DO PPC: Explicitação das formas de avaliação do PPC. ...............................50 IX- DESCRIÇÃO DOS EIXOS TEMÁTICOS .............................................................................................52 PRIMEIRO ANO ...............................................................................................................................52 Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 1 (DGA1) ................................................................52 Ciências de Alimentos 1 (CA1) ...................................................................................................53 Ciências da Engenharia 1 (CE1) ..................................................................................................54 Engenharia de Processos 1 (EP1) ...............................................................................................55 Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 1 (PP1) .................................57 SEGUNDO ANO ...............................................................................................................................58 Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 2 (DGA2) ................................................................58 Ciências de Alimentos 2 (CA2) ...................................................................................................60 Ciências da Engenharia 2 (CE2) ..................................................................................................61 Engenharia de Processos 2 (EP2) ...............................................................................................62 Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 2 (PP2) .................................63 TERCEIRO ANO ...............................................................................................................................64 Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 3 (DGA3) ................................................................64 Ciências de Alimentos 3 (CA3) ...................................................................................................65 Ciências da Engenharia 3 (CE3) ..................................................................................................66 Engenharia de Processos 3 (EP3) ...............................................................................................67 Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 3 (PP3) .................................68 QUARTO ANO .................................................................................................................................69 Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 4 (DGA4) ................................................................69 Ciências de Alimentos 4 (CA4) ...................................................................................................70 Ciências da Engenharia 4 (CE4) ..................................................................................................71 Engenharia de Processos 4 (EP4) ...............................................................................................72 Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 4 (PP4) .................................73 QUINTO ANO ..................................................................................................................................74 Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 5 (DGA5) ................................................................74 Ciências de Alimentos 5 (CA5) ...................................................................................................75 Ciências da Engenharia 5 (CE5) ..................................................................................................76 Engenharia de Processos 5 (EP5) ...............................................................................................76 Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 4 (PP4) .................................77 X. PROJETOS DE CONSOLIDAÇÃO DE FORMAÇÃO ............................................................................78 X. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................80 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO Campus Lagoa do Sino Denominação do curso: Engenharia de Alimentos Título: Bacharel em Engenharia de Alimentos Linha de formação: Segurança alimentar, e desenvolvimento agroindustrial sustentável Modalidade: Presencial Número de vagas: 50 Turno de funcionamento: integral (manhã e tarde) Carga horária total: 3960 Tempo de duração do curso: 05 anos Prazo para integralização curricular: mínimo de 4 e máximo de 9 anos Ato legal de criação do curso: Resolução Consuni nº 741 de 26/04/2013 Ano de reconhecimento ou renovação de reconhecimento: não se aplica Ato legal de reconhecimento ou renovação de reconhecimento: não se aplica Legislação considerada para a elaboração do PPC: a) Nacional: • Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Engenharia: Parecer CNE/CES n.º 1.362, de 12 de dezembro de 2001, que aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Engenharia e Resolução CNE/CES nº 11, de 11 de março de 2002, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. b) da UFSCar: • Plano de desenvolvimento institucional PDI. 1 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino • Portaria GR1272/2012, de 06 de fevereiro de 2012, que estabelece normas e procedimentos referentes à criação de cursos, alteração curricular, reformulação curricular, atribuição de currículo, e adequação curricular, para todos os cursos de graduação da UFSCar e dá outras providências. • Parecer CEPE/UFSCar no. 776/2001, de 30 de março de 2001, que aprova o Perfil do Profissional a Ser Formado na UFSCar. • Portaria GR522/2006 de 10 de novembro de 2006 que dispõe sobre normas para a sistemática de avaliação do desempenho dos estudantes e procedimentos correspondentes. 2 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino II – REFERENCIAIS PARA O CURSO 2.1. A implantação do Campus Lagoa do Sino: o desenvolvimento sustentável territorial e o compromisso com a realidade regional O Campus Lagoa do Sino foi concebido dentro dos preceitos estabelecidos no PDI da UFSCar, no que se refere ao respeito pela inteligência e cultura da região, participação no desenvolvimento regional, promoção de ações de ensino, pesquisa e extensão, valorização das atividades agrícolas da região, manutenção da área da fazenda em condições de produção anual e posterior comercialização de seus produtos agrícolas e agroindustriais, de modo a subsidiar algumas das atividades do novo campus por meio de programas de extensão. Partindo-se dessa premissa, a criação de um campus universitário Lagoa do Sino vem atender não somente a demandas pela abertura de vagas públicas no ensino de graduação, mas sob uma perspectiva de pesquisa para o desenvolvimento do conhecimento e para a solução de problemas da sociedade. O Território Lagoa do Sino, destacado pela cor verde no mapa da Figura 1, localiza-se na porção centro-sul da Região Administrativa (RA) de Sorocaba e possui uma área de 23.673,8 km2, ocupando 57,9% da área desta RA (40.880 km2). Esta delimitação geográfica foi definida, inicialmente, a partir da escolha arbitrária de um conjunto de municípios pertencentes à RA de Sorocaba e localizados dentro de um raio aproximado de 100 km da sede do campus. Posteriormente, todos os municípios da RA de Sorocaba foram analisados a partir de dois índices de desenvolvimento municipal: o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M em PNUD (2000) e o Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS em Fundação SEADE-IPRS (2010). 3 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Figura 1 – Localização do campus da UFSCar Lagoa do Sino na RA de Sorocaba. Constatou-se que o conjunto de municípios escolhidos pelo parâmetro de proximidade ao campus apresenta os menores índices de desenvolvimento do Estado de São Paulo, tanto pela metodologia do IDH-M (2000) quanto pela metodologia do IPRS (2010) validando assim, a seleção inicial do Território Lagoa do Sino. Ou seja, um território que contém 40 municípios com os menores índices de desenvolvimento humano do Estado e que servirão de referencial para orientar as ações de construção das atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária do campus UFSCar Lagoa do Sino. O mapa da Figura 2, mostra que no ano de 2000, o Território Lagoa do Sino reunia a maioria dos municípios com os menores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M da RA de Sorocaba e esta, por sua vez, concentrava a maioria dos municípios com os menores IDH-M do Estado de São Paulo conforme revelam os estudos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2000). No mapa apresentado, o Território Lagoa do Sino está circunscrito nas linhas de cor verde e os municípios 4 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino com os menores IDH-M, ou seja, com os valores entre 0,645 e 0,754, na cor vermelha. Figura 2 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal no Estado de São Paulo. Para atualizar a análise do índice de desenvolvimento humano municipal do PNUD (2000), recorreu-se à Versão 2010 do Índice Paulista de Responsabilidade Social – IRPS1 elaborado com os dados de 2008 (Fundação SEADE, 2010). Segundo este índice, o Território Lagoa do Sino apresentava-se pouco desenvolvido em 2008 revelando certa heterogeneidade interna entre os municípios, o que se confirma pelo exame da situação de cada um deles e pela sua distribuição nos cinco grupos do IPRS2, conforme mostra a Figura 3. 1 O IPRS acompanha o paradigma que sustenta o IDH. Esse modelo pressupõe que a renda per capita é insuficiente como único indicador das condições de vida de uma população e propõe a inclusão de outras dimensões necessárias a sua mensuração. Assim, além da renda per capita, o IDH incorpora a longevidade e a escolaridade, adicionando as condições de saúde e de educação das populações e gerando um indicador mais abrangente de suas condições de vida (PNUD, 1998). 2 O Grupo 1 - municípios na cor azul - reúne localidades com bons indicadores nas três dimensões. O Grupo 2 - municípios coloridos de verde – apresentam bons níveis de riqueza, mas pelo menos um dos indicadores sociais insatisfatório. O Grupo 3 - municípios na cor amarela – são aqueles que, mesmo não apresentando 5 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Figura 3 - Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS - da Região Administrativa de Sorocaba - 2010. Identifica-se no Território Lagoa do Sino, circunscrito na linha verde da Figura 3, um conjunto de 33 municípios que agrega as localidades em piores situações de Riqueza, Longevidade e Escolaridade segundo o IPRS da Fundação SEADE (2010). Estes municípios representam 83% das localidades do Território, sendo que 15 se enquadram na classificação do Grupo 4 (cor laranja) e 18 no Grupo 5 (cor vermelha) conforme mostra o Gráfico 1. Por outro lado, os 17% dos municípios restantes do Território Lagoa do Sino apresentamse mais desenvolvidos e enquadram-se nos Grupos 1, 2 e 3. indicador de riqueza elevado, exibem níveis sociais satisfatórios. O Grupo 4 - municípios na cor laranja – reúne aqueles com baixo nível de riqueza e um dos indicadores sociais um baixo e outro satisfatório e por fim, o Grupo 5 - municípios coloridos de vermelho – apresenta localidades com todos os indicadores baixos, isto é, baixa riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade. 6 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Gráfico 1 – Distribuição dos municípios do Território Lagoa do Sino nos Grupos do IPRS. Ao se comparar a RA de Sorocaba com o Território Lagoa do Sino, constata-se que os municípios de piores índices de desenvolvimento, sejam medidos pelo IDH-M ou pelo IPRS, concentram-se no Território Lagoa do Sino e os de melhores índices encontram-se fora deste Território, em particular a maioria dos municípios dos Grupos 1 e 2 localizam-se a extremo leste da RA de Sorocaba, ou seja, estão mais próximos à capital de São Paulo recebendo, assim, muita influência desta outra região. O Gráfico 1 comprova esta afirmativa e revela que os Grupos 1, 2 e 5 são os responsáveis por tal constatação, à medida que na RA de Sorocaba existem muito mais municípios nos Grupos 1 e 2 e menos no Grupo 5 quando comparados aos do Território Lagoa do Sino. Os fatores condicionantes do desenvolvimento que favorecem o desenvolvimento territorial, isto é, os indicadores que atuam no sentido de impulsionar ou de retardar as características do território que definem a sua trajetória são inferiores, na sua maioria, em suas dimensões no Território Lagoa do Sino em relação ao Estado de São Paulo e à RA de Sorocaba, principalmente nos indicadores que compõem a categoria analítica de Isolamento Territorial. Destacam-se as ínfimas malha viária e frota de veículos per capita - o que contribui para entravar principalmente o deslocamento no meio rural e toda sua dinâmica econômica e social - bem como a menor densidade demográfica territorial. Em 2010, o número de veículos por habitante era de 0,38 no território 7 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino enquanto no estado era de 0,50. A população residente total do Território Lagoa do Sino era no mesmo ano de 911.950 pessoas que se distribuíam por sua área de 23.673,8 km2 conferindo assim uma densidade demográfica3 igual a 46,34 hab./km2 enquanto que a RA de Sorocaba apresentava 68,52 hab./km 2 e no estado de São Paulo de 116,80. Finalmente, o indicador de isolamento territorial mais relevante para retardamento do desenvolvimento do Território Lagoa do Sino e que justifica a importância da inserção da UFSCar é a baixa concentração de cursos de graduação no ensino superior, em torno de apenas 10% do total em relação ao estado de São Paulo em 2009. Outros indicadores colaboram para mostrar a baixa escolaridade4 territorial, dos quais fundamentalmente há de se destacar que o número de alunos matriculados no ensino superior por mil habitantes em 2010 foi de 8,85, enquanto no Estado esse valor foi quatro vezes maior, efeito da presença de apenas 19 instituições de ensino superior, sendo a maioria particular, e da oferta reduzida de cursos de graduação por mil habitantes, em torno de 0,02. No ano de 2009, o Território abrigava um total de 808 instituições de ensino, sendo 73% de escolas do Ensino Fundamental, 22% de escolas do Ensino Médio e 4% apenas de Instituições de Ensino Superior. Quanto ao Ensino Técnico, identificou-se no Território Lagoa do Sino a existência de uma rede de unidades das Escolas Técnicas Estaduais (ETECs) que são vinculadas à Fundação Paula Souza, autarquia do Governo Estadual ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. A presença destas ETECs qualifica o ensino no Território ao formar técnicos de nível médio em diversas áreas disponibilizando assim, mão de obra qualificada, nesse nível de ensino, para os diferentes setores econômicos da região. 3 Dados obtidos a partir dos Aglomerados Subnormais do Censo Demográfico 2010 colhidos em IBGE Cidades@ (2010) 4 Os dados da situação do Ensino Fundamental e do Ensino Médio no Território Lagoa do Sino foram obtidos no Ministério da Educação - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP Censo Educacional 2009 em IBGE Cidades@ (2010) e os indicadores educacionais na Sinopse da Educação Superior realizada em 2009 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira em Ministério da Educação (2009). 8 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino As ETECs oferecem cursos técnicos nas modalidades presencial e semipresencial. As unidades ofertantes dos cursos técnicos na forma presencial integram o ciclo do Ensino Médio em sua grade curricular enquanto que, nos cursos técnicos semipresenciais, não. No Território Lagoa do Sino foram identificadas 5 ETECs. Os cursos técnicos presenciais são os grandes promotores da diversidade da formação técnica do nível médio no Território e totalizam, em seu conjunto, vinte e nove (29) cursos distribuídos pelas 5 ETECs. O Ensino Superior no Território Lagoa do Sino contava, em 2009, com 33 instituições orientadas para a graduação; com 5.955 alunos matriculados. O acesso da população deste Território à educação superior, naquele ano, era de 0,6%5, um valor muito baixo quando comparado com os 3,36% de acesso da população do Estado de São Paulo conforme mostra o Gráfico 2, elaborado a partir da FUNDAÇÃO SEADE (2009). Das 33 instituições de Ensino Superior encontradas no Território Lagoa do Sino, pouco mais da metade, ou seja, 19 ofereceram cursos de graduação presencial e 14, cursos de graduação de ensino à distância (EaD). Em relação à natureza das instituições de Ensino Superior, chama atenção a predominância das particulares com 79%, contra 21% das públicas. Ao se desmembrar a análise por tipo de curso de graduação oferecido – presencial e EaD, também se constatou a maior presença das instituições privadas no Território. Em relação às perdas de matrículas do Ensino Fundamental ao Ensino Superior, observa-se que no Território Lagoa do Sino somente 27% dos alunos matriculados no Ensino Fundamental passam para o Ensino Médio, e destes, somente 15% ingressaram no Ensino Superior segundo cálculos realizados a partira dos dados obtidos em Censo Educacional 2009 em IBGE Cidades@ (2010) e do INEP (2009). Verifica-se, portanto, que a perda de matrículas do Ensino Fundamental para o superior é de 96% quando analisado em números absolutos. 5 Cálculo feito a partir da relação do número total de alunos matriculados no ensino superior dividido pela população residente total. 9 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino A localização do município para a instalação de uma instituição pública de Educação Superior é determinante para o suprimento da demanda deste nível de ensino nesta região. Portanto, o conhecimento da heterogeneidade existente entre os municípios de um território é um fator importante para a análise de projetos de implantação de um campus universitário público. Os dados econômicos também corroboram o retardamento do desenvolvimento do Território Lagoa do Sino em relação ao Estado de São Paulo e a RA de Sorocaba, mas apontam para um perfil territorial voltado para as atividades agropecuárias e agroindustriais e, fundamentalmente, pautado na pequena propriedade rural de caráter familiar. O PIB total do Território Lagoa do Sino, ou seja, o VA total somado aos impostos foi de R$ 15.318,22 (em milhões) conferindo assim um PIB per capita de R$ 13.647,36, representando 1,7% e 60% respectivamente quando comparados aos do Estado de São Paulo, sendo que o maior contribuinte à época foi o setor de Serviços com um VA de 53% seguido da Indústria com 34% e da Agropecuária com apenas 13%. Vale ressaltar a presença relevante no território das agroindústrias tradicionais e de base familiar, principalmente a madeireira e de alimentos em geral, bases da agropecuária territorial. A participação dos principais produtos agropecuários no Território Lagoa do Sino, em 2009, em relação à produção total do estado foi: o Algodão (86%), Trigo (82%) e Triticale (93%), Feijão (61%), Tomate (50%), Batata (45%), Milho (37%), Aves (16%) e frutíferas como Laranja, Pera, Pêssego e produtos madeireiros e seus derivados como resina (60%). Finalmente, destaca-se que a agricultura familiar tem maior parcela no número de estabelecimentos agropecuários do território; são 15.905 familiares no total de 22.081- em torno de 72% do total. Diante do quadro assim constituído, percebe-se a importância da implantação do Campus Lagoa do Sino para o território descrito, contribuindo assim para o desenvolvimento regional de forma a também atender ás diretrizes estabelecidas criação deste Campus Universitário. Desta forma, atende-se a necessidade de formar profissionais que vão atuar no setor produtivo da agricultura familiar sustentável. Os produtores das pequenas propriedades rurais 10 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino demandam um profissional com perfil voltado para a reprodução social e econômica da agricultura familiar, necessitando ser formulado em conformidade com as demandas do território onde está inserido, podendo contribuir para melhorar a realidade territorial da agricultura familiar aliada à sustentabilidade. 2.2. Engenharia de Alimentos: caracterização e evolução da área A engenharia de alimentos é uma área de conhecimento específica capaz de englobar todos os elementos relacionados com a industrialização de alimentos, e que pode através do profissional com esta formação, potencializar o desenvolvimento deste ramo em todos os níveis; seja na formação de profissionais, no subsídio à elaboração de políticas, nos projetos de pesquisa, na atuação dentro das empresas do setor, como na colaboração à preservação da saúde pública (normatização técnica, orientação e fiscalização). Atualmente a profissão de Engenheiro de Alimentos está muito difundida, principalmente nos países mais industrializados, onde desempenha cada vez mais atividades relacionadas com excelência. Há que se ressaltar ainda que, no caso desses países, existem muitas oportunidades de intercâmbio com o Brasil, possibilitando o contato com tecnologias de ponta, para posterior adaptação e aplicação às nossas condições. A Engenharia de Alimentos é uma profissão de caráter multidisciplinar que abrange diversas áreas do conhecimento humano, mas especialmente as ciências Exatas (Engenharia) e ciências Biológicas (Alimentos). Esse caráter multidisciplinar da profissão é consequência do tipo de informações necessárias para o domínio da tecnologia de processamento dos alimentos. É preciso conhecer com profundidade os alimentos quanto aos diferentes tipos (carnes, frutas, hortaliças, laticínios, grãos etc.), sua composição (proteínas, açúcares, vitaminas, lipídios, etc.), sua bioquímica (reações enzimáticas, respiração, maturação, envelhecimento, etc.), sua microbiologia (microorganismos característicos, deterioração, etc.), suas características sensoriais (sabor, textura, aroma, etc.) e as diversas técnicas e processos. Quanto aos processos, destacam-se as tecnologias relacionadas ao beneficiamentos (moagem, extração de polpas, de sucos, de óleos, etc.), 11 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino tratamentos térmicos (pasteurização, esterilização, congelamento, liofilização, etc.), biotecnologia (fermentação, tratamentos enzimáticos, etc.) e emprego de ingredientes e matérias-primas. Desta forma a engenharia de alimentos visa prover a correta interação entre processo e o alimento, visando o controle das condições que proporcionam os padrões de qualidade desejados; a evolução de técnicas tradicionais; e a viabilização de produtos inéditos no mercado. O propósito do curso de Engenharia de Alimentos é preparar profissionais capazes de desempenhar as atividades de Engenharia dentro das Indústrias do ramo da Alimentação, desenvolvendo projetos e processos produtivos, a partir das características de qualidade dos produtos, objetivando a otimização dos recursos e aumento da produtividade. Dessa forma, além da formação básica (Ciências Exatas e Biológicas), é necessário o conhecimento das Ciências Humanas, visando introduzir os conceitos administrativos para as atividades gerenciais. A origem da engenharia de alimentos no Brasil remonta à década de 60, onde se observa um cenário social de déficit em alimentação, onde a necessidade de impulsionar o desenvolvimento tecnológico na área de alimentos vem de encontro a necessidade de especialização de profissionais destinados a produção e desenvolvimento de produtos no setor alimentício. Até este momento a formação dos profissionais atuantes no setor de alimentos provinha cursos que não possuíam formação destinada ao profundo entendimento da produção alimentar; como farmacêuticos, veterinários, químicos e agrônomos. Para acompanhar o desenvolvimento científico de outros países, o Brasil teria que se adequar a novas tendências, não apenas na larga escala de produção de alimentos, mas também na inovação tecnológica de equipamentos, industrialização e conservação de alimentos. Para isso era necessário também a formação especializada de profissionais capacitados para estas tarefas. Formado em agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), André Tosello foi um dos principais idealizadores e fundadores, no início dos anos 60, do Centro Tropical de Pesquisas e Tecnologias de Alimentos (CTPTA) que depois deu origem ao Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). Este foi o grande precursor dos estudos de 12 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino ciência de alimentos no Brasil e elaborou um ante-projeto que autorizou a instalação e o funcionamento da Faculdade de Tecnologia de Alimentos e do curso de Tecnologia de Alimentos, posteriormente implantado na Universidade de Campinas em 1967 e reconhecido em 1971 pelo Decreto Federal no. 68644, sendo suas atividades regulamentadas pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia pela Resolução 218/72. A partir de então, a Engenharia de Alimentos expandiu por todos estados do país, desenvolvendo e aprimorando a indústria alimentícia, garantindo o crescimento científico e tecnológico brasileiro em escala industrial, inovando em produtos que facilitam e auxiliam na melhoria na qualidade de vida dos consumidores. 2.3 – O curso de Engenharia de Alimentos no Campus Lagoa do Sino da UFSCar A implantação do curso de engenharia de alimentos pode ser justificada de maneira ampla em relação à UFSCar e de forma especifica levando-se em consideração os Eixos Norteadores delimitados para Implantação do Campus Lagoa do Sino. De maneira ampla, considera-se que o curso apresenta originalidade em relação aos cursos já oferecidos pela UFSCar, uma vez que o mesmo ainda não é oferecido nas outras unidades da universidade, e não se observa a oferta deste curso em um raio de 100 Km do Campus Lagoa do Sino, fato que por si pode corresponder a um fator de atração para os alunos da região, que demandam por cursos de nível superior, conforme apresentado no item 2.1 deste projeto. Considerando essas características, bem como os princípios estabelecidos no Plano de Desenvolvimento Institucional da UFSCar, o curso de engenharia de alimentos possui forte interação com a proposta do novo campus que está estruturada em três eixos norteadores: desenvolvimento sustentável territorial (significando, em linhas gerais, o compromisso com a realidade regional); soberania e segurança alimentar; e agricultura familiar. Partindo desta premissa, o engenheiro de alimentos formado na UFSCar, Campus Lagoa do Sino possuirá habilidades para a identificação das potencialidades produtivas regionais e, de forma ampla, potencializará a 13 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino capacidade de processamento destes recursos, conferindo desenvolvimento regional com inserção segura dos pequenos e médios produtores em amplos mercados de distribuição de alimentos. Com isso, confere-se a competência de agregar valor a produtos de pequenas agroindústrias familiares, passando assim à produção de alimentos elaborados, com segurança física, química e microbiológica, além de contribuir para a produção mais eficiente, com redução de perdas, aproveitamento e destinação adequada aos resíduos gerados desde a produção até o processamento de alimentos. O profissional terá assim, uma formação consolidada em processamento de alimentos, desenvolvendo habilidades específicas no projeto, implantação e gerenciamento de agroindústrias de médio e pequeno porte, além de ter formação consolidada através de todo o aparato de conhecimentos de engenharia para a inserção em qualquer atividade relacionada ao processamento e transformação industrial de alimentos, permitindo assim que o profissional egresso da UFSCar tenha reconhecimento e trânsito profissional em todos os níveis do setor de alimentos. A originalidade do engenheiro de alimentos formado no campus UfSCar – Lagoa do Sino está em uma formação específica, através do desenvolvimento de habilidades, para prover a interface entre os conceitos de segurança alimentar e segurança de alimentos, sabidamente uma das fragilidades dos produtores rurais de médio e pequeno porte, o que reduz a sua competitividade na distribuição segura de seus produtos. Com isso, o profissional de engenharia de alimentos formado na UFSCar terá uma atuação especifica na validação de sistemas de segurança em controle de qualidade e aplicação da legislação vigente voltada para as agroindústrias de alimentos. Tal fator confere forte aderência deste profissional com a realidade do território denominado Lagoa do Sino possibilitando diálogo com os atores e demandas deste território De maneira específica salienta-se que o curso de engenharia de alimentos possui intimo diálogo com os eixos norteadores para o curso de Engenharia Agronômica, também previsto para implantação no ano de 2014 dentro do projeto inicial de criação do campus. Tal fato possibilita um melhor aproveitamento dos docentes, o que é considerado positivo, dada a limitação de 14 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino vagas destinadas pelo MEC. Isso favorece uma proposta teórica e metodológica comum para a estrutura e organização inicial das atividades de ensino, pesquisa e extensão do Campus, além de permitir a criação e o desenvolvimento de uma pós-graduação interdisciplinar também baseada nos eixos condutores do projeto do campus. Considera-se por fim que estes cursos de Engenharia são capazes de atrair estudantes e docentes para um campus situado em uma região caracterizada pelo isolamento territorial, e com outras características sociais, econômicas e ambientais que poderiam dificultar a atratividade e a fixação das pessoas na região. 2.3.2. Conceitos-chave que fundamentam a proposta do curso Segurança Alimentar e Nutricional Sabe-se que, desde a cúpula mundial da alimentação da FAO/ONU (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) em Roma (1997), as políticas de segurança alimentar devem estar ligadas a valores fundamentais da população, como: saúde, higiene, meio ambiente, autenticidade e solidariedade. Todos esses valores podem ser socialmente construídos e compartidos em redes de políticas de segurança alimentar, focadas na funcionalidade de mecanismos de governanças participativos localmente e na adaptação de um padrão alimentar com eqüidade para a população mal nutrida. Estes valores é que sustentam o conceito mais amplo de segurança alimentar e estão estruturados em 5 eixos: 1.) Eixo da Noção de saúde: relativo à composição nutricional dos alimentos nas dimensões dietéticas e nutracêuticas no que tange seu conteúdo protéico, de fibras e colesterol; 2.) Eixo de Higiene e Seguridade dos alimentos: os alimentos oferecidos e dispostos à população envolvida não devem ser providos de toxinas ou nocivos à saúde; 3.) Eixo Ecológico ou orgânico: refere-se à produção de alimentos sem riscos tóxicos para o meio ambiente e para os seres humanos que trabalham e que consomem, considerando a qualidade e a maneira como estes alimentos são produzidos; 15 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 4.) Eixo da Autenticidade: pertinente aos valores naturais e tradicionais da produção dos alimentos, a origem dos produtos e processos produtivos agrícolas e agroindustriais; e, 5.) Eixo da Solidariedade: quando os valores morais e ideológicos incentivam a população a participarem humanitariamente no processo de consumo e compra dos produtos social e ecologicamente corretos, mesmo com valores acima dos produtos cultivados em grande escala. (PAULILLO E PESSANHA, 2009) A segurança alimentar deve ser tratada de maneira ampla, abarcando não somente as condições de saúde das pessoas, de higiene dos alimentos e da qualidade da produção, mas também a elevação das condições de renda e emprego de pequenos agricultores familiares e trabalhadores rurais envolvidos com a produção alimentar (ALMEIDA, 2009 e PAULILLO, 2010). A biodiversidade e a utilização dos recursos, a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, estilo e vida saudável e respeito às características culturais da população também fazem parte do novo conceito. Segundo o Art.3º da Lei nº 11.346/2006, a definição de Segurança Alimentar e Nutricional é aquela que consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (CONSEA, 2006, p.4). A Segurança Alimentar, aqui entendida, abarca o conceito de Soberania Alimentar, que consiste no direito de cada povo ou país de produzir os seus alimentos e de organizar a sua produção conforme os seus hábitos e tradições; o direito a produzir e utilizar a sua própria agrobiodiversidade, e a proteger-se de importações abusivas através de taxas aduaneiras que defendam o seu mercado interno. 16 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Segurança alimentar e segurança do alimento Com a atual crise dos alimentos, no que se refere a sua produção e acesso para o consumo, estão em destaque questões relacionadas com a disponibilidade e a qualidade dos alimentos. Para assimilar essas informações, deve-se considerar as diferenças entre as definições de segurança alimentar e de segurança de alimentos. A origem destes termos em inglês e a sua correta compreensão na língua portuguesa demonstram expressões de valores diferentes. O termo segurança alimentar e nutricional tem relação com o termo “food security” e refere-se a situações onde as pessoas têm acesso econômico e físico a alimentos inócuos e em condições nutricionais adequadas para manter à sua saúde e de sua família. Por outro lado, aos aspectos de segurança do alimento, onde se inserem os valores técnicos de segurança higiênica, toxicológica e microbiológica se fazem mais diretamente com o termo “food safety”. Segurança alimentar se refere a garantir o abastecimento e o acesso da população a alimentos seguros e em quantidades e qualidade que possibilitem o desenvolvimento físico, nutricional e mental, contribuindo para a promoção da saúde. Segurança do alimento, por sua vez, trata-se de garantir que o alimento a ser consumido não apresente ameaça à saúde do consumidor, permitindo a inocuidade alimentar. De acordo com Borges (2010) a proteção dos alimentos tem exigido que os produtores tenham maior responsabilidade com o produto para que seja assegurada a qualidade sanitária, a prevenção dos riscos de contaminação durante o processo de produção e transformação mediante a aplicação de medidas de controle (ANDA, 1999). As agroindústrias de processamento de alimentos, em particular as de pequeno e médio porte, geralmente, não dispõem de conhecimentos sobre quais métodos utilizar para garantir a inocuidade dos alimentos e também não dispõem de pessoas qualificadas para tal. Nesse sentido, a manipulação incorreta dos alimentos, falta de higiene correta, acesso e uso de água de má qualidade, baixa 17 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino qualidade da matéria-prima utilizada, manejo incorreto dos resíduos e pragas e baixo nível de treinamento de pessoal faz com que surjam problemas na segurança do alimento produzido (Borges, 2010; FAO, 2005) podendo causar a evolução de doenças transmitidas por alimentos (DTA), o que pode constituir em risco a saúde da população consumidora destes produtos. Durante todo o processo produtivo, desde a obtenção da matéria-prima, processamento, embalagem, armazenamento, transporte e comercialização o alimento está exposto a fontes de contaminação, seja por substâncias tóxicas, seja por microrganismos causadores de doenças alimentares (Giova, 1997 apud Borges, 2010). Nesse interim, pode-se afirmar que as doenças transmitidas pelos alimentos apresentam-se como um problema de saúde pública. Todos os indivíduos que estão envolvidos no processo produtivo são responsáveis pela inocuidade e qualidade do alimento produzido. Silva (2002) afirma que a transmissão de doenças pelos alimentos pode acontecer de duas formas. De forma direta, quando o manipulador infecta os alimentos com suas excreções, ou seja, através de restos de fezes, urina, boca, mãos, ferimentos. De forma indireta, quando as mesmas secreções humanas são transmitidas por pragas (ratos, moscas, baratas, formigas) que circulam pelas secreções e depois tem acesso aos alimentos, equipamentos e utensílios de preparo. Borges (2010) apud Anda (1999) considera que as doenças transmitidas pelos alimentos, na maioria das vezes, não são originadas de estabelecimentos com escala industrial, sendo os pequenos e médios estabelecimentos, além do tipo chamado familiar, os responsáveis em maior parte pelos altos índices de transmissão de doenças causadas pelos alimentos. A justificativa que se dá para essa afirmação é de que estes estabelecimentos não dispõem de equipamentos, instalações e tecnologias adequadas, além de capital, conhecimentos técnicos e de higiene durante todo o processo produtivo. O conjunto destas limitações acabam por constituir em fragilidades de inserção destas agroindústrias em mercados amplos de distribuição de alimentos, uma vez que em sua grande maioria, não conseguem atender aos requisitos mínimos de segurança preconizados na legislação vigente. Este 18 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino impacto é de particular interesse quando nos referimos às pequenas agroindústrias familiares de processamento de alimentos, dado que estas não são eficientes em se constituir em meios de acesso à segurança alimentar ampla para as famílias a elas ligadas. É com base nestas dificuldades que o profissional de engenharia de alimentos da UFSCar pode assegurar inserção destas agroindústrias aos amplos mercados, uma vez que na sua formação básica existem conhecimentos sólidos de engenharia (eixo ciências da engenharia e engenharia de processos) e processamento de alimentos (eixo produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana) que lhe asseguram as habilidades para prover o conhecimento técnico necessário para o dimensionamento de processos e a seleção de equipamentos necessários para um processamento seguro de alimentos. Este profissional também possui de forma diferenciada os conhecimentos necessários para prover a interface entre segurança de alimento e segurança alimentar (eixo desenvolvimento e gestão agroindustrial) o que o capacita para fazer a ligação entre os meios tradicionais de produção com as particularidades inerentes a agroindústria de pequeno e médio porte, além da familiar. Além disso, os conhecimentos de gestão agroindustrial podem contribuir para uma maior competitividade e organização gerencial destas agroindústrias assegurando acesso competitivo aos amplos mercados de distribuição de alimentos. Agroindústria rural e agroindústria familiar rural A definição de agroindústria rural privilegia um amplo conjunto de atividades de transformação e beneficiamento de produtos agropecuários, abarcando a diversidade de produtos processados e beneficiados nos estabelecimentos rurais independentemente da destinação conferida ao produto, do tipo de estabelecimento e do volume processado. Agroindústria rural se refere às atividades de transformação e beneficiamento de produtos agropecuários de origem animal ou vegetal, que foram realizadas em instalações próprias, comunitárias ou de terceiros, a partir de matéria-prima produzida no próprio estabelecimento agropecuário ou 19 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino adquirida de outros produtores, desde que a destinação final do produto tivesse sido dada pelo produtor (IBGE, 2006, p. 31). Essa definição normativa estabelece uma série de condicionantes à análise. O principal deles diz respeito à dificuldade de identificar a participação na atividade de processamento agroindustrial dos estabelecimentos de pequeno porte (em geral, familiares) que processam produtos agroalimentares com vistas especificamente à comercialização e que, geralmente, são definidos pela literatura como “agroindústria rural de pequeno porte” (Prezotto, 2002; Silveira et al., 2000) ou “agroindústria familiar rural” (Guimarães e Silveira, 2007; Pelegrini e Gazolla, 2008; Sulzbacher e David, 2009; Carvalheiro e Waquil, 2009). Segundo Mior (2005), a agroindústria familiar rural define “uma forma de organização em que a família rural produz, processa e/ou transforma parte de sua produção agrícola e/ou pecuária, visando, sobretudo, a produção de valor de troca que se realiza na comercialização”. A partir desta definição, o autor distingue esta atividade do processamento de alimentos e matérias-primas que “visa prioritariamente à produção de valor de uso que se realiza no autoconsumo”. Ao mesmo tempo, o autor ainda sustenta que, “enquanto o processamento e a transformação de alimentos ocorrem geralmente na cozinha das agricultoras, a agroindústria familiar rural se constitui num novo espaço e Sustentabilidade Sustentável é aquilo que pode sustentar, ou seja, que pode servir de escora a, que pode impedir a queda de algo. Sustentabilidade, então, é um conceito sistêmico relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. O termo sustentabilidade, como aqui o pensamos, é similar à equanimidade, ou seja, uma moderação na utilização dos “recursos naturais”, assim como na equidade das relações entre as pessoas, os grupos sociais e as nações. Não há mais espaço (físico, moral e ético) para excluídos, mas todos deverão estar incluídos no novo modelo de evolução social humana. Outro termo similar, no nosso entender de sustentabilidade, é a solidariedade entre grupos sociais e povos. Segundo Bursztyn (2001, p.11), “é 20 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino preciso que se considere também o princípio da solidariedade em relação às futuras gerações (a ética da sustentabilidade). O futuro está para ser construído, certamente resgatando valores do passado como o agir localmente, mas dando o passo futuro de uma administração pluralista e interdependente do planeta. E, nesta construção, todos são convidados, sejam quais forem suas percepções de mundo, pois na diversidade está a chave para chegarmos a um futuro melhor. Consciência e Compromisso Social O termo “consciência” vem do latim conscientia, que indica o conhecimento de algo, a percepção imediata mais ou menos clara, pelo sujeito, daquilo que se passa nele mesmo ou fora dele. É um conhecimento que se faz em contado com o mundo em que o sujeito está inserido, pois o sujeito tanto é constituído pelo mundo real como também pode modificá-lo quando dele participa. Este conhecimento do sujeito, então, pode ocorrer em diferentes níveis. Pode ter ele uma consciência ingênua do mundo, na qual se limita a apreender os fatos como que um destino do qual não pode escapar. A interpretação que faz dos problemas é simplória, sua argumentação é rasa e frágil e sua postura é submissa. Paulo Freire descreve este nível de consciência: “... se caracteriza, entre outros aspectos, pela simplicidade na interpretação dos problemas. Pela tendência a julgar que o tempo melhor foi o tempo passado. Pela subestimação do homem comum. Por uma forte inclinação ao gregarismo, característico da massificação. Pela impermeabilidade à investigação, a que corresponde um gosto acentuado pelas explicações fabulosas. Pela fragilidade na argumentação. Por forte teor de emocionalidade. Pela prática não propriamente do diálogo, mas da polêmica.” (FREIRE, 1967, p.59) Este nível de conhecimento leva à consciência bancária do sujeito, limitada ao que já se compreende da realidade e com o objetivo de apenas apresentar ao sujeito mais e mais reflexões já consolidadas. Esta consciência, 21 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino então, favorece a aplicação de uma educação bancária, no qual o professor é um transmissor de informações sendo os estudantes os seus depósitos. “... eis aí a concepção bancária da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los.” (FREIRE, 1987, p.33) Não é dessa educação que necessita o estudante e futuro profissional da Engenharia de Alimentos que trabalhará com a agroindústria sustentável. Mas, sim, de uma educação que lhe possibilite entrar em contato com a realidade em um processo de ação-reflexão, de práxis, onde desenvolverá sua consciência crítica. A consciência crítica, então, é o nível que se espera trabalhar no curso. A consciência crítica, também indicada por Paulo Freire (1983, p.21), procura por uma inserção na realidade e sua análise problematizadora, acreditando que ela é mutável e passível de transformação. Para a formação de uma consciência crítica, necessita-se de uma educação que valorize a reflexão e a criticidade. Reflete-se, esta consciência, na educação: “O educador problematizador refaz, constantemente, seu ato cognoscente, na cognoscitividade dos educandos. Este, em lugar de serem recipientes dóceis de depósitos, são agora investigadores críticos, em diálogo com o educador.” (FREIRE, 1997, p. 42) A educação libertadora, ao contrário da bancária, tem como base o compartilhamento de conhecimentos entre os sujeitos que se percebem em constante transformação. É uma educação que conscientiza, que instrumentaliza e que respeita o ser humano. A liberdade do indivíduo, considerado sempre como ser social, possibilita uma consciência das possibilidades de agir numa ou noutra direção, uma consciência dos fins ou das consequências do ato que realizará e uma 22 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino consciência dos motivos que o impele a agir (VÁZQUEZ, 2008, p.131). A responsabilidade, portanto, pressupõe a liberdade e a consciência daquilo que se faz. 2.3.3. Objetivos do curso O curso deverá formar profissionais capazes de propiciar a segurança do alimento e alimentar, que sejam capazes de atuar na interface entre os sistemas de produção e processamento agroindustriais tradicionais de grande e médio porte e familiar. Desta forma terá ainda o objetivo agregar valor e segurança aos produtos alimentícios de agroindústrias familiares além de contribuir para o desenvolvimento de uma produção mais eficiente e sustentável no setor alimentício, com redução de perdas e aproveitamento de resíduos das matériasprimas tradicionalmente produzidas como grãos, hortaliças, carne e leite in natura. 2.4. A profissão e o campo de atuação profissional A área de alimentos apresenta uma demanda crescente por profissionais capacitados em todos os passos da cadeia de produção de alimentos, desde a elaboração de fórmulas até o armazenamento, passando pela fabricação e o transporte dos produtos. Um indicativo deste fato se deve ao constante aumento da disponibilidade de alimentos processados nas prateleiras de supermercados. Avaliando sob esta perspectiva é na prateleira do supermercado que se tem o final da cadeia de atuação do profissional de engenharia de alimentos, sendo o campo e a produção de materiais primas alimentícias o início. Por este motivo as engenheiros de alimentos devem adquirir em sua formação conhecimentos relacionados com a escolha da matéria-prima, o desenvolvimento da formulação ideal, do processamento, conceitos térmicos e de troca de calor, o uso dos equipamentos necessários e o transporte e armazenamento de todos os tipos de produtos alimentícios. A conservação do alimento é uma atividade extremamente importante, porque ela faz com que o alimento processado esteja disponível para o consumo adequado dentro de condições balizadas para o prazo de validade que a indústria determina. Além dos cuidados com as substâncias adicionadas aos alimentos, como os corantes, a pesquisa e desenvolvimento são responsáveis pela constante 23 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino melhoria dos processos industriais, e representam uma das diversas opções de trabalho que um engenheiro de alimentos encontra no setor. O profissional de engenharia de alimentos pode focar sua atuação na indústria, mas é cada vez maior a procura por profissionais desse setor nas áreas comerciais, como redes de fastfood, e em empresas de consultoria e faculdades. No entanto, o empreendedorismo é um importante fator, considerando que em sua formação os conhecimentos habilitam o profissional para o início de atividades relacionadas ao processamento em empreendimentos individuais, atravé da abertura de negócio próprio, com foco um produtos de caráter artesanal ou caseiro, o que depois pode evoluir para um nível industrial com características de uma empresa de grande porte. Podem ser encontrados no país exemplos de microcervejarias, que são uma produção artesanal e podem chegar à comercialização em nível nacional. Apesar da formação generalista, a carreira do engenheiro exige que o profissional se especialize em uma área específica e, com o tempo, vá aprofundando e atualizando seus conhecimentos nela. Os profissionais têm um desafio grande no mercado, dado que, apesar de possuir 50 anos desde a sua criação, a área ainda é considerada pouco explorada no Brasil, um mercado grande que ainda possibilita a abertura de novas frente de trabalho. A demanda por profissionais caminha paralelamente ao aumento das exigências dos processos de qualidade. Uma área valorizada e que apresenta crescimento é a de design de produto onde a aplicação dos conhecimentos tradicionais de engenharia para a formulação de produtos, o chamado engenharia de formulação, objetiva prever as características do produto alimentício como textura, aspecto e prerecibilidade com base nas características previas de formulação e de processamento. Este aspecto tem transformado o processo de criação, design e de formulação de alimentos em um processo mais preditivo e menos empírico. Como lidam com produtos perecíveis, os engenheiros de alimentos devem seguir orientações rigorosas do governo brasileiro. Este mesmo aspecto deve ser considerado sob o ponto de vista de comércio globalizado, o que exige dos profissionais o conhecimento de aspectos de legislação internacional. No 24 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Brasil os alimentos e produtos usados são controlados por três ministérios diferentes: o Ministério da Saúde que cuida da autorização da alimentos de origem natural, como frutas, sementes e verduras e o Ministério da Agricultura que é responsável pelos produtos de origem animal, como as carnes e o leite. Já o Ministério de Minas e Energia trata dos líquidos comercializados pela indústria, entre eles o refrigerante e a água. Com isso, uma área de crescente atuação para os engenheiros de alimentos é a de direito de consumo e regulação de setor, abrindo espaço para a atuação em órgãos públicos ou entidades de controle. A recente Resolução 1.010 do CREA dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema CONFEA/CREA, para efeito de fiscalização do exercício profissional. Tal Resolução em seu artigo segundo define atribuição, atribuição profissional, título profissional, atividade profissional, campo de atuação profissional, formação profissional, competência profissional e modalidade profissional. No artigo quinto, a resolução prevê as atividades, que poderão ser atribuídas de forma integral ou em parte, em seu conjunto ou separadamente, da seguinte forma: Atividade 01 - Gestão, supervisão, coordenação, orientação técnica; Atividade 02 - Coleta de dados, estudo, planejamento, projeto, especificação; Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica e ambiental; Atividade 04 - Assistência, assessoria, consultoria; Atividade 05 - Direção de obra ou serviço técnico; Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria, arbitragem; Atividade 07 - Desempenho de cargo ou função técnica; Atividade 08 - Treinamento, ensino, pesquisa, desenvolvimento, análise, experimentação, ensaio, divulgação técnica, extensão; Atividade 09 - Elaboração de orçamento; 25 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Atividade 10 - Padronização, mensuração, controle de qualidade; Atividade 11 - Execução de obra ou serviço técnico; Atividade 12 - Fiscalização de obra ou serviço técnico; Atividade 13 - Produção técnica e especializada; Atividade 14 - Condução de serviço técnico; Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 - Execução de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 17 – Operação, manutenção de equipamento ou instalação; Atividade 18 - Execução de desenho técnico. O Anexo II da Resolução 1.010/2005 inclui as atividades e competências o engenheiro de alimentos na categoria Engenharia, no campo de atuação profissional da modalidade Química. Os setores previstos no anexo e mais tradicionalmente afeitos aos profissionais de Engenharia de Alimentos são os de Tecnologia de Alimentos, Operações e Processos de Alimentos e Indústria de Alimentos. Os tópicos abrangidos por estes setores são: Biotecnologia Industrial (Sistemas, Métodos e Processos); Tecnologia de Produtos Alimentícios (Análise Sensorial e Embalagens); Marketing, Certificação de Qualidade; Defesa e Vigilância Sanitária de Alimentos; Sistemas, Métodos e Processos de Fabricação Industrial de Alimentos; Sistemas, Métodos e Processos de Transformação Industrial de Alimentos; Operações Unitárias (Indústria de Alimentos e Biotecnologia Industrial); Processos Químicos (Indústria de Alimentos e Biotecnologia Industrial); Processos Bioquímicos (Indústria de Alimentos e Biotecnologia Industrial); Matérias Primas (Origem Vegetal, Origem Animal e Origem Microbiana); Instalações, Equipamentos, Dispositivos e Componentes da Indústria de Alimentos (Mecânicos, Elétricos, Eletrônicos, Magnéticos e Ópticos); Produtos da Indústria de Alimentos (Acondicionamento, Preservação, Distribuição, Transporte e Abastecimento). 26 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino O Engenheiro de Alimentos atua dentro dos seguintes segmentos: Indústria de Produtos Alimentícios Indústria de Insumos para Processos e Produtos (matérias-primas, equipamentos, embalagens, aditivos) Empresas de Serviços Órgãos e Instituições Públicas O Engenheiro de Alimentos exerce suas atividades nas seguintes áreas: Produção / Processos Racionalização e melhoria de processos e fluxos produtivos para incremento da qualidade e produtividade, e para redução dos custos industriais. Garantia de Qualidade Determinação dos padrões de qualidade para os processos (desde a matéria-prima até o transporte do produto final), planejamento e implantação de estruturas para análise e monitoramento destes processos, e treinamento de pessoal para prática da qualidade como rotina operacional. Pesquisa e Desenvolvimento Desenvolvimento de produtos e tecnologias com objetivo de atingir novos mercados, redução de desperdícios, reutilização de subprodutos e aproveitamento de recursos naturais disponíveis. Projetos Planejamento, execução e implantação de projetos de unidades de processamento ("plant lay-out", instalações industriais, equipamentos), bem como seu estudo de viabilidade econômica. Comercial / Marketing Utilização do conhecimento técnico como diferencial de marketing na prospecção e abertura de mercados, na assistência técnica, no 27 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino desenvolvimento de produtos junto aos clientes e apoio à área de vendas. Fiscalização de Alimentos e Bebidas Atuação junto aos órgãos governamentais de âmbito municipal, estadual e federal, objetivando o estabelecimento de padrões de qualidade e identidade de produtos, e na aplicação destes padrões pelas indústrias, garantindo assim, os direitos do consumidor. III – Perfil do Profissional a ser formado O egresso do curso terá uma formação sólida em processamento e transformação industrial de alimentos, de origem animal e vegetal, que o permitirá a desenvolver e/ou aprimorar produtos e processos já existentes na indústria de alimentos, estabelecer planos de controle de qualidade e de tratamento de resíduos das agroindústrias, bem como implantar e/ou gerenciar agroindústrias de médio e pequeno porte. Esse profissional também deverá ser capaz de prover a interface entre os conceitos de segurança alimentar e segurança de alimentos, sabidamente uma das fragilidades dos produtores rurais de médio e pequeno porte. O delineamento desse perfil de profissional compreende, portanto, os seguintes grupos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores: 3.1. Conhecimentos: Conhecimentos de física, métodos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais relacionados à engenharia; Química geral, analítica e orgânica; Bioquímica; Química Aplicada aos Alimentos; Bioquímica Aplicada aos Alimentos; Microbiologia Aplicada aos Alimentos; Físico química e análise físico química de alimentos; Análise Sensorial de Alimentos; Gestão e Controle de Qualidade; 28 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Princípios de Nutrição Humana; Contaminantes, Agroquímicos, Aditivos, Coadjuvantes e Toxicologia Aplicada aos Alimentos; Estatística básica e aplicada; Fenômenos de transporte e operações unitárias em processamentos de alimentos; Reatores químicos e bioquímicos; Pré-processamento: preparação de matéria prima; Processamento de alimentos (vegetal, animal e microbiana); Formas de acondicionamento e conservação de alimentos; Sociologia e Extensão Agroindustrial; Gestão estratégica e organizacional; Planejamento e controle da produção; Logística e distribuição de alimentos; Empreendedorismo; Segurança Alimentar e Economia Solidária; Gestão e Economia da Empresa Rural e Agroindustrial tradicionais e Familiar; Políticas Públicas e Legislação Agrícola, Agrária, Trabalhista e Ambiental; Políticas públicas e Extensão Agroindustrial, Desenvolvimento agroindustrial e Segurança Alimentar 3.2. Habilidades: Interpretação e desenvolvimento de projetos de produtos e processos que promovam a interface entre os sistemas de produção e processamento agroindustriais tradicionais e familiares Comunicação eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; Atuação em equipes multidisciplinares; Comunicação com os diferentes atores sociais; Atuação ética e responsabilidade nas atividades profissionais; Avaliação de impacto nas atividades da engenharia no contexto social e ambiental; Supervisão, coordenação e orientação técnica; 29 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Estudo, planejamento, projeto e especificação; Estudo de viabilidade técnico – econômica; Assistência, assessoria e consultoria em projetos de agroindústrias tradicionais e familiares de alimentos; Direção de obra de serviço técnico; Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; Desempenho de cargo e função técnica; Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; Elaboração de orçamento; Mensuração e controle de qualidade; Execução de obra e serviço técnico; Fiscalização de obra e serviço técnico; Produção técnica especializada; Condução de trabalho técnico; Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Execução de instalação, montagem e reparo; Operação e manutenção de equipamento e instalação; Execução de desenho técnico. 3.3 – Habilidades Específicas aos eixos temáticos do curso Amparado nas Diretrizes Nacionais para os cursos de Engenharia, o currículo do curso de Engenharia de Alimentos da UFSCar fornecerá condições a seus egressos para adquirir e consolidar os seguintes conhecimentos, competências e habilidades Aplicação de métodos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais relacionados à engenharia (eixo de ciências da engenharia e engenharia de processos); Concepção, desenvolvimento e análise de sistemas, produtos e processos (eixo ciência de alimentos, engenharia de processos e Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana); Desenvolvimento, condução e interpretação de resultados em projetos e experimentos (eixo engenharia de processos); 30 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Planejamento, supervisão, elaboração e coordenação de projetos e serviços de engenharia (eixo Desenvolvimento e gestão agroindustrial); Identificação, formulação e resolução de problemas de engenharia (eixo de ciências da engenharia e engenharia de processos); Desenvolvimento e/ou utilização novas ferramentas e técnicas (eixo engenharia de processos e Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana); Supervisão nas operações e a manutenção de sistemas (eixo Ciência de alimentos, Desenvolvimento e gestão agroindustrial e Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana); Análise crítica à operação e a manutenção de sistemas (eixo Ciência de alimentos, Desenvolvimento e gestão agroindustrial); Avaliação da viabilidade econômica de projetos de engenharia (eixo engenharia de processos); 3.4 Atitudes e valores (a serem trabalhados transversalmente por todos os eixos temáticos, ao longo de todo o curso): Atitude investigativa, cooperativa e multidisciplinar; Maturidade, sensibilidade e equilíbrio ao agir profissionalmente; Respeito aos princípios éticos e humanistas; Comprometimento com a conservação da diversidade no ambiente natural e construído, com sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida das populações no campo e na cidade; Aprendizagem autônoma e contínua baseada na vivência da realidade local. Responsabilidade técnica e social; Promoção da conservação e/ou recuperação da qualidade do solo, do ar, da água e da biodiversidade 31 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino IV – ESTRUTURA CURRICULAR 4.1 Descrição da estrutura curricular decorrente da definição a que se refere o Inciso III (núcleos ou eixos estruturantes e os componentes curriculares correspondentes) A estrutura e organização curriculares foram elaboradas com base nos seguintes princípios pedagógicos: Distribuição dos conteúdos nos seguintes cinco eixos temáticos: 1Desenvolvimento e gestão agroindustrial, 2- Ciência de alimentos, 3Ciências da Engenharia, 4- Engenharia de processos, 5- Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana; Integração vertical: ocorrerá com base no conceito de currículo em espiral, segundo o qual os conteúdos vão sendo repetidos ao longo dos anos, em graus mais elevados de aprofundamento, possibilitando aos estudantes a produção de sínteses cada vez mais completas e complexas; Integração horizontal: os conteúdos de cada eixo/ano serão organizados de modo a possibilitar a visão integrada dos conteúdos dos diferentes eixos temáticos; Conteúdos não fragmentados: os eixos temáticos serão tratados de forma integral, não sendo desmembrados em disciplinas; Conteúdos básicos distribuídos nos eixos temáticos ao longo dos anos, de acordo com as necessidades postas pelos conhecimentos trabalhados em cada eixo/ano; Inserção dos estudantes na formação profissional desde o início do curso, sem dissociar conhecimentos básicos e profissionais; assim, desde o primeiro ano os estudantes já terão acesso a conteúdos provenientes de todos os eixos temáticos; Organização curricular em períodos anuais. 4.2 Conteúdo correspondentes a cada eixo temático Definidos esses princípios, foram selecionados os conhecimentos amplos que farão parte de cada um dos eixos temáticos e que foram, posteriormente, desmembrados em conteúdos anuais na matriz curricular. São eles: 32 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 1- DESENVOLVIMENTO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL Desenvolvimento histórico agrícola, agrário e agroindustrial brasileiro Abordagens da produção agroindustrial e os atores sociais Abordagens sistêmicas para fluxos agroindustriais Sociologia e Extensão Agroindustrial: Aspectos tecnológicos, políticos, sociais, econômicos e de gestões ambientais e de sustentabilidade Metodologia e ética profissional, Científica Orientação no desenvolvimento de projetos de consolidação de formação (ética profissional). Legislações e relações de trabalho na agroindústria Políticas públicas e Extensão Agroindustrial, Desenvolvimento agroindustrial e Segurança Alimentar Segurança Alimentar e Economia Solidária Gestão e Economia da Empresa Rural e Agroindustrial tradicionais e Familiar Gestão empreendedora na agroindústria Sistemas de produção agroindustriais Logística e distribuição de alimentos Organizações e estratégia das agroindústrias 2- CIÊNCIA DE ALIMENTOS Química geral, analítica e orgânica Química aplicada a alimentos Biologia celular Bioquímica geral e aplicada aos alimentos Higiene e Sanificação industrial Análise Físico-Química de Alimentos Microbiologia Aplicada aos Alimentos Gestão e Controle de Qualidade Princípios de Nutrição Humana Contaminantes, Agroquímicos, Aditivos, Coadjuvantes e Toxicologia Aplicada aos Alimentos Análise Sensorial de Alimentos 33 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Tópicos especiais em ciência de alimentos (do elenco de conteúdos optativos) 3- CIÊNCIAS DA ENGENHARIA Cálculo diferencial e integral, de funções reais de uma e duas variáveis Física Newtoniana (Estática e dinâmica) e do eletromagnetismo, eletricidade, ondas e oscilações Física (eletricidade) Equações diferenciais Cálculo Numérico Termodinâmica e físico-química básica Termodinâmica aplicada: Fundamentos do Equilíbrio de Fases Instrumentação e controle Estatística Básica Mecânica de materiais fluidos Desenho Técnico computacional Físico-química de alimentos: Propriedades e fenômenos de superfície Estatística aplicada, planejamento de experimentos e projetos) Estágio obrigatório 4- ENGENHARIA DE PROCESSOS Mecânica dos materiais sólidos Geometria Analítica e Vetores Algoritmos e Programação de Computadores (cálculo de engenharia em planilhas) Fundamentos de engenharia e de projeto agroindustrial Eletrotécnica Fenômenos de transporte (equação da continuidade, conceitos de volume de controle) Fenômenos de transporte (Calor e massa) Operações unitárias (Calor e massa) Reatores químicos e bioquímicos Fenômenos de Transporte (quantidade de movimento) Operações Unitárias (quantidade de movimento) 34 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Instalações Industriais Projeto agro industrial Trabalho de conclusão de curso 5- PRODUTOS E PROCESSOS DE ORIGEM ANIMAL, VEGETAL E MICROBIANA Produção de Matérias Primas Alimentícias para Processamento Industrial Processos tecnológicos (Produtos vegetais, Vegetais e frutas desidratados) Pré-processamento: preparação de matéria prima Processamento Mínimo de vegetais, Formas de acondicionamento e conservação de alimentos Processos tecnológicos (Vegetais fermentados, Produtos açucarados) Processos tecnológicos (Processos térmicos de pasteurizados e esterilizados, Produtos amiláceos e panificados, Produtos cárneos emulsionados e desidratados, Fermentados cárneos, Laticínios, Tecnologia de bebidas, Produtos de base lipídica e emulsionados) Inovação e Desenvolvimento de produtos agroalimentares Processos tecnológicos (Tecnologia de desidratados e concentrados, Fermentados cárneos, Laticínios, Fermentados lácteos, Tecnologia de cana de açúcar, Bebidas fermentadas como vinho, cerveja) Tópicos especiais em produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana alimentos (do elenco de conteúdos optativos) V – TRATAMENTO METODOLÓGICO 5.1 Explicitação do tratamento metodológico (articulação entre componentes curriculares) a ser dado ao ensino, no sentido de garantir o equilíbrio entre a aquisição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. O tratamento metodológico foi elaborado com base nos seguintes princípios: Professor como mediador da relação professor-aluno-conhecimento; Maximização da autonomia dos estudantes na busca do conhecimento; 35 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Integração dos conteúdos nos planos horizontal e vertical promovida orientada pelos professores, e não deixada somente por conta dos próprios estudantes; Não terá havido ensino se não houver aprendizagem. Assim, a validade do ensino é provada por meio de sua justificação na aprendizagem. A integração horizontal (entre os eixos) será feita a partir de temas, questões ou problemas referentes aos conteúdos oriundos dos próprios eixos temáticos, que funcionarão como disparadores dessa integração. Portanto, o desenvolvimento da integração se dará por meio dos conteúdos e, para tal, será indispensável o trabalho dos docentes como uma equipe coesa em permanente colaboração, sob a orientação e acompanhamento da coordenação pedagógica proposta no projeto original do campus. Procurar-se-á realizar uma integração contínua entre os diferentes eixos temáticos ao longo de todo o curso e essa integração será promovida pela articulação constante das atividades práticas e conceitos tratados pelos diferentes eixos temáticos. Para isso será necessário que os docentes responsáveis pelos diferentes eixos temáticos em cada ano/semestre elaborem o planejamento didático daquele período. 5.2 Construção da matriz curricular em componentes curriculares distribuídos ao longo dos períodos de duração do curso. Os quadros abaixo apresentam a distribuição dos conhecimentos amplos que fazem parte de cada um dos eixos temáticos, desmembrados em conteúdo ao longo dos cinco anos de duração do curso 36 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Quadro 1: Distribuição dos conhecimentos amplos nos eixos temáticos: Primeiro ano ano Desenvolvimento e gestão agroindustrial 1º Ano 4 créditos Desenvolvimento histórico agrícola, agrário e agroindustrial brasileiro Abordagens da produção agroindustrial e os atores sociais Abordagens sistêmicas para fluxos agroindustriais Ciência de alimentos 16créditos Química geral, analítica e orgânica Química aplicada a alimentos Ciências da Engenharia Engenharia de processos 16créditos Cálculo diferencial e integral, de funções reais de uma e duas variáveis 12 créditos Mecânica dos materiais sólidos Física Newtoniana (Estática e dinâmica) e do eletromagnetismo, eletricidade, ondas e oscilações Algoritmos e Programação de Computadores (cálculo de engenharia em planilhas) Geometria Analítica e Vetores Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 4 créditos Produção de Matérias Primas Alimentícias para Processamento Industrial Processos tecnológicos Produtos vegetais Vegetais e frutas desidratados 37 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Quadro 2: Distribuição dos conhecimentos amplos nos eixos temáticos: Segundo ano ano Desenvolvimento e gestão agroindustrial 2º Ano 4 créditos Sociologia e Extensão Agroindustrial: Aspectos tecnológicos, políticos, sociais, econômicos e de gestões ambientais e de sustentabilidade Metodologia e ética profissional, Científica Orientação no desenvolvimento de projetos de consolidação de formação (ética profissional). Ciência de alimentos 12 créditos Biologia celular Bioquímica geral e aplicada aos alimentos Ciências da Engenharia Engenharia de processos 16 créditos Física (eletricidade) Equações diferenciais 12 créditos Fundamentos de engenharia e de projeto agroindustrial Cálculo Numérico Eletrotécnica Termodinâmica e físicoquímica básica Fenômenos de transporte (equação da continuidade, conceitos de volume de controle) Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 6 créditos Pré-processamento: preparação de matéria prima Processamento Mínimo de vegetais, Formas de acondicionamento e conservação de alimentos Processos tecnológicos Vegetais fermentados Produtos açucarados 38 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Quadro 3: Distribuição dos conhecimentos amplos nos eixos temáticos: Terceiro ano 3º Ano ano Desenvolvimento e gestão agroindustrial Ciência de alimentos 4 créditos Legislações e relações de trabalho na agroindústria 16 créditos Higiene e Sanificação industrial Políticas públicas e Extensão Agroindustrial, Desenvolvimento agroindustrial e Segurança Alimentar Análise Físico-Química de Alimentos Segurança Alimentar e Economia Solidária Orientação no desenvolvimento de projetos de consolidação de formação (ética profissional). Microbiologia Aplicada aos Alimentos Gestão e Controle de Qualidade Ciências da Engenharia 8 créditos Termodinâmica aplicada: Fundamentos do Equilíbrio de Fases Instrumentação e controle Estatística Básica Engenharia de processos 12 créditos Fenômenos de transporte (Calor e massa) Operações unitárias (Calor e massa) Reatores químicos e bioquímicos Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 10 créditos Processos tecnológicos Processos térmicos (pasteurizados e esterilizados) Produtos amiláceos e panificados Produtos cárneos (emulsionados e desidratados) Fermentados cárneos Laticínios Tecnologia de bebidas Produtos de base lipídica e emulsionados 39 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Quadro 4: Distribuição dos conhecimentos amplos nos eixos temáticos: Quarto ano ano Desenvolvimento e gestão agroindustrial 4 créditos 4º Ano Gestão e Economia da Empresa Rural e Agroindustrial tradicionais e Familiar Gestão empreendedora na agroindústria Ciência de alimentos Ciências da Engenharia 10 créditos Princípios de Nutrição Humana 14 créditos Mecânica de materiais fluidos Contaminantes, Agroquímicos, Aditivos, Coadjuvantes e Toxicologia Aplicada aos Alimentos Desenho Técnico computacional Análise Sensorial de Alimentos Físico-química de alimentos: Propriedades e fenômenos de superfície Estatística aplicada, planejamento de experimentos e projetos) Engenharia de processos 12 créditos Fenômenos de Transporte (quantidade de movimento) Operações Unitárias (quantidade de movimento) Instalações Industriais Projeto agro industrial Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 10 créditos Inovação e Desenvolvimento de produtos agroalimentares Processos tecnológicos Tecnologia de desidratados e concentrados Fermentados cárneos Laticínios Fermentados lácteos Tecnologia de cana de açúcar Bebidas fermentadas (vinho, cerveja) 40 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Quadro 5: Distribuição dos conhecimentos amplos nos eixos temáticos: Quinto ano 5º Ano ano Desenvolvimento e gestão agroindustrial Ciência de alimentos Ciências da Engenharia Engenharia de processos 4 créditos 4 créditos*1 12 créditos 24 créditos*2 Sistemas de produção agroindustriais Logística e distribuição de alimentos Organizações e estratégia das agroindústrias Tópicos especiais em ciência de alimentos (do elenco de conteúdos optativos) Projeto agro industrial Estágio obrigatório Trabalho de conclusão de curso Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 10 créditos*3 Tópicos especiais em produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana alimentos (do elenco de conteúdos optativos) *1 e 3= créditos em disciplinas optativas, *2= 12 créditos obrigatórios de estágio e 8 créditos em projeto agroindustrial; Observação: Para a integralização de 3960 horas (264 créditos) totais de curso, ainda serão admitidos 8 créditos em atividades complementares. 41 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 5.3 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO CURSO: Matriz curricular e quadro de integralização curricular Apresentamos a seguir o detalhamento da carga horária do curso de engenharia de alimentos ao longo dos 05 (cinco) eixos temáticos distribuídos em 05 (cinco) anos de duração do curso (Tabelas 1 a 5). As aulas presenciais ocorrerão nos meses de janeiro a junho e de agosto a novembro. Estão incluídas na carga horária do curso 120 horas (8 créditos) para a elaboração do trabalho de conclusão de curso e 180 horas (12 créditos) para a realização de estágio obrigatório, atendendo assim aos requisitos das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de engenharia. As atividades referentes à redação do trabalho de conclusão de curso e realização de estágio supervisionado ocorrerão em período diferente daqueles previstos para as atividades presenciais, com regulamentação própria como apresentado no tópico “Projetos de consolidação de formação”. A carga horária total do curso (Tabela 6) é de 3.960 horas. Portanto, a realização do curso implica no cumprimento de 264 créditos, cada crédito correspondendo a 15 horas-aula. A carga horária de caráter optativo será contemplada nos eixos de Ciências de Alimentos e de Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana no quinto ano do curso. Neste período estes conteúdos corresponderão a um aprofundamento em conteúdos integradores aos conteúdos abordados nos eixos norteadores do curso do primeiro ao quarto ano. Estes conteúdos integradores serão abordados nos respectivos conteúdos de “tópicos especiais em ciência de alimentos e tópicos especiais em Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana. Será permitido aos alunos somar à carga horaria total cursada até 8 créditos atribuídos à realização de atividades complementares, que poderão ser realizadas fora da grade curricular do curso e a sua convalidação será definida posteriormente no item “Atividades complementares”. Como exemplo de atividades complementares podemos relacionar horas de realização de: iniciação cientifica, realização de estágio não obrigatório e participação em disciplinas cursadas no exterior (programa ciência sem fronteiras) ou disciplinas 42 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino cursadas em outras universidade federais em programas de mobilidade acadêmica nacional. Tabela 1: Matriz curricular do primeiro ano Ano Código Eixo temático Desenvolvimento e gestão agroindustrial 1 Ciência de alimentos 1 Ciências da Engenharia 1 Engenharia de processos 1 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 1 TOTAL 1 Caráter (Obr/Opt/El) Obr. Natureza dos créditos T P E total Requisito (s) NÃO SE APLICA 2 2 -- 4 8 8 -- 16 12 4 -- 16 8 4 -- 12 2 2 -- 4 32 20 -- 52 Tabela 2: Matriz curricular do segundo ano Ano 2 Código Eixo temático Desenvolvimento e gestão agroindustrial 2 Ciência de alimentos 2 Ciências da Engenharia 2 Engenharia de processos 2 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 2 TOTAL Caráter (Obr/Opt/El) Requisito (s) Obr. Desenvolvimento e gestão agroindustrial 1 Ciência de alimentos 1 Ciências da Engenharia 1 Engenharia de processos 1 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 1 Natureza dos créditos T P E Total 2 2 -- 4 6 6 -- 12 14 2 -- 16 10 2 -- 12 4 2 -- 6 36 14 -- 50 43 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Tabela 3: Matriz curricular do terceiro ano Ano Código Eixo temático Desenvolvimento e gestão agroindustrial 3 Ciência de alimentos 3 Ciências da Engenharia 3 Engenharia de processos 3 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 3 TOTAL 3 Caráter (Obr/Opt/El) Requisito (s) Obr. Desenvolvimento e gestão agroindustrial 2 Ciência de alimentos 2 Ciências da Engenharia 2 Engenharia de processos 2 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 2 Natureza dos créditos T P E Total 2 2 -- 4 10 6 -- 16 8 -- -- 8 10 2 -- 12 6 4 -- 10 36 14 -- 50 Tabela 4: Matriz curricular do quarto ano Ano 4 Código Eixo temático Desenvolvimento e gestão agroindustrial 4 Ciência de alimentos 4 Ciências da Engenharia 4 Engenharia de processos 4 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 4 TOTAL Caráter (Obr/Opt/El) Requisito (s) Obr. Desenvolvimento e gestão agroindustrial 3 Ciência de alimentos 3 Ciências da Engenharia 3 Engenharia de processos 3 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 3 Natureza dos créditos T P E Total 2 2 -- 4 10 -- -- 10 12 2 -- 14 10 2 -- 12 6 4 -- 10 40 10 -- 50 44 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Tabela 5: Matriz curricular do quinto ano Ano Código 5 Eixo temático Caráter (Obr/Opt/El) Desenvolvimento e gestão agroindustrial 5 Ciência de alimentos 5 Ciências da Engenharia 5 Engenharia de processos 5 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 5 TOTAL Obr. Opt Opt Requisito (s) Desenvolvimento e gestão agroindustrial 4 Ciência de alimentos 4 Ciências da Engenharia 4 Engenharia de processos 4 Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana 4 Natureza dos créditos T P E Total 2 2 -- 4 4 -- -- 4 -- - 12 12 24 - 6 4 -- 10 36 6 12 54 24 Observação: T= Teóricos, P= Práticos, E= Estágio. Tabela 6: Quadro de integralização curricular Atividades Curriculares Eixos de conteúdos obrigatórios Créditos Carga Horária 256 3840 8 120 264 3960 Conteúdos optativos*1 14 210 Estágio *1 12 180 Trabalho de Conclusão de Curso *1 12 120 Atividades Complementares Total *1: A carga horária referente aos conteúdos optativos, ás atividades de estágio e trabalho de conclusão de curso estão computados nos 256 créditos referentes aos eixos de conteúdos obrigatórios. 45 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino VI- APRESENTAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PERFIL DE FORMAÇÃO 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO DGA -1 CA-1 CE-1 EP-1 PP-1 Natureza dos créditos: (2T + 2P) Natureza dos créditos: (8T + 8P) Natureza dos créditos: (12T + 4P) Natureza dos créditos: (8T + 4P) Natureza dos créditos: (2T + 2P) DGA -2 CA-2 CE-2 EP-2 PP-2 Natureza dos créditos: (2T + 2P) Natureza dos créditos: (6T + 6P) Natureza dos créditos: (14T + 2P) Natureza dos créditos: (10T + 2P) Natureza dos créditos: (4T + 2P) DGA -3 CA-3 CE-3 EP-3 PP-3 Natureza dos créditos: (2T + 2P) Natureza dos créditos: (10T + 6P) Natureza dos créditos: (8T) Natureza dos créditos: (10T + 2P) Natureza dos créditos: (6T + 4P) DGA -4 CA-4 CE-4 EP-4 PP-4 Natureza dos créditos: (2T + 2P) Natureza dos créditos: (10T) Natureza dos créditos: (12T + 2P) Natureza dos créditos: (10T + 2P) Natureza dos créditos: (6T + 4P) DGA -5 CA-5 CE-5 EP-5 PP-5 Natureza dos créditos: (2T + 2P) Natureza dos créditos: (4T) Natureza dos créditos: (12E) Natureza dos créditos: (24T) Natureza dos créditos: (6T + 4P) ATIVIDADES DO CURSO 46 ATIVIDADES COMPLEMENTARES, ESTÁGIO OBRIGATÓRIO, TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO E PROJETO AGROINDUSTRIAL Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino A representação gráfica da formação em engenharia de alimentos da UFSCar Lagoa do Sino pode ser verificada na página anterior. Nesta representação os eixos temáticos do curso são representados pelos seguintes códigos de letras; DGA = Desenvolvimento e GESTÃO agroindustrial, CA = Ciência de alimentos, CE = Ciências da Engenharia, EP = Engenharia de processos e PP = Produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana. As setas vermelhas representam as interações entre os conteúdos dos eixos em cada ano do curso, enquanto que as setas azuis representam o avanço dos aluno aprovados para o eixo do ano subsequente. Abaixo de cada quadro, pode ser verificado a natureza dos créditos em cada eixo, onde; T = créditos teóricos, P = práticos e E = créditos referentes a atividades de estágio. Verifica-se que o 1º ano do curso corresponde a um período de desenvolvimento de conteúdos básicos de engenharia para a formação de um alicerce para os conceitos que serão introduzidos nos anos subsequentes. Por esta razão, a interação vertical de conteúdo do primeiro será mais intensa entre os eixos DGA e PP. Esta interação será consequência de visitas técnicas a agroindústrias presentes no território da Lagoa do Sino para a visualização dos processamentos de alimentos desenvolvidos (créditos práticos). Nos eixo DGA e PP dos créditos práticos correspondem a vivências em atividades de campo, como visitas técnicas a agroindústrias familiares do território da Lagoa do Sino para a observação dos processamentos de alimentos, identificação de fragilidades ou experiências positivas de forma a indicar possíveis temáticas a serem utilizadas como disparadores de interação entre os conteúdos dos eixos temáticos em projetos de consolidação da formação que serão desenvolvidos pelos alunos durante o curso. VII – AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: Estabelecimento dos princípios gerais de avaliação da aprendizagem dos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. O Curso de Bacharelado em Engenharia de alimentos pautar-se-á pelas normas que regem a sistemática de avaliação do desempenho dos estudantes e procedimentos correspondentes, dispostas na Portaria GR Nº. 522/06, de 16 47 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino de novembro de 2006, da UFSCar. Serão desenvolvidos no Curso, portanto, dois tipos de avaliação: a formativa e a somativa. A avaliação formativa se dará ao longo do ano, por meio de instrumentos variados, no sentido de acompanhar o ensino e a aprendizagem em cada eixo temático e promover a recuperação paralela dos conteúdos ainda não aprendidos. Estes instrumentos/procedimentos de avaliação serão definidos e elaborados pelos docentes do Curso quando da elaboração do planejamento anual, observando as especificidades de cada eixo temático, e “as funções atribuídas à avaliação nos diferentes momentos do processo ensinoaprendizagem”, como previsto no Art. 7º da Portaria GR Nº. 522/06. A avaliação somativa se dará de duas formas: Avaliação por eixo temático (AE) e Avaliação Integradora (AI), totalizando no mínimo 04 (quatro) avaliações dentro do eixo temático por ano e mais, necessariamente, 02 (duas) avaliações integradoras. Avaliação por Eixo Temático (AE) - cada eixo terá no mínimo 04 (quatro) avaliações no ano. O valor da AE em cada eixo temático será calculado como a média ponderada das avaliações. O peso de cada avaliação será definido pelo docente no plano de ensino anual de cada eixo. Avaliação integradora (AI) dos conteúdos desenvolvidos em todos os eixos - Haverá duas avaliações por ano, sendo uma ao final de cada semestre. O valor da AI será a média aritmética das duas avaliações. As Avaliações Integradoras (AI) serão elaboradas em conjunto por todos os professores do Curso no ano, a partir de temas, questões ou problemas disparadores de integração dos conteúdos, envolvendo os conteúdos cognitivos, as habilidades gerais e as atitudes. Ao final do ano letivo, a nota final de cada eixo temático será calculada como a média ponderada das AE e AI, sendo que o peso para AE será de 70% e o peso para a AI será de 30%, ou seja: NFE= 0,7*AE + 0,3*AI, em que NFE: Nota Final do Eixo Temático AE: Valor da Avaliação do Eixo Temático AI: Valor da Avaliação Integradora 48 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Segundo a Portaria GR Nº 522/2006, o estudante será considerado: Aprovado se obtiver nota final, em cada eixo temático, maior ou igual a 6,0 (seis) e obtiver frequência maior ou igual a 75%. Reprovado se obtiver nota final inferior a 5,0 (cinco) em pelo menos 01 (um) eixo temático ou se obtiver nota inferior a 6,0 (seis) em quatro ou mais eixos ou obtiver frequência inferior a 75% em pelo menos 01 (um) dos eixos temáticos. Neste caso, o estudante deverá passar o ano imediatamente subsequente cursando apenas o(s) respectivo(s) eixo(s) temático(s) nos quais tenha sido reprovado. Em Recuperação se obtiver nota final maior ou igual a 5,0 (cinco) e inferior a 6,0 (seis) e obtiver frequência maior ou igual a 75% em no máximo 03 (três) eixos temáticos. O aluno em recuperação participará do Processo de Avaliação Complementar (PAC) em até 3 eixos temáticos em cada ano letivo. O Processo de Avaliação Complementar (PAC) se dará ao longo do ano seguinte, em duas etapas, sendo uma etapa ao longo do primeiro semestre e outra ao longo do segundo semestre. O Processo de Avaliação Complementar (PAC) é a oportunidade para recuperar os conteúdos de eixos temáticos ainda não aprendidos pelos estudantes, bem como a nota para aprovação. Por se tratar de um processo de avaliação complementar, o docente deve descrever no plano de ensino como serão realizadas as atividades de orientação presencial aos estudantes nessa situação, bem como os instrumentos e momentos de avaliação. Após a realização das atividades desenvolvidas ao longo do Processo de Avaliação Complementar (PAC) será recalculada a nota final do eixo temático. Para tanto, deverá ser mantida a média das Avaliações Integradoras (AI) e ser substituída a nota anterior do êxito temático (AE) pela nova nota obtida neste eixo no PAC, compondo assim a nota final. Há cinco situações possíveis após a realização do Processo de Avaliação Complementar (PAC) quais sejam: 49 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 1ª) Caso o resultado das avaliações dos Processos de Avaliações Complementares na primeira etapa seja satisfatório, o estudante prosseguirá normalmente o curso. 2ª) Caso, após a primeira etapa, apenas um dos resultados das avaliações do Processo de Avaliação Complementar seja insatisfatório, o estudante poderá dar continuidade ao PAC ao longo do segundo semestre letivo. 3ª) Caso, após a primeira etapa, os resultados sejam insatisfatórios em dois ou três eixos, o estudante deverá passar o ano imediatamente subsequente cursando apenas os eixos temáticos nos quais tenha sido reprovado. 4ª) Caso, após a segunda etapa, o resultado da avaliação do Processo de Avaliação Complementar seja satisfatório, o estudante poderá dar continuidade ao curso regularmente. 5ª) Caso, após a segunda etapa, o resultado seja insatisfatório, o estudante deverá passar o ano imediatamente subsequente cursando apenas o eixo temático no qual tenha sido reprovado. Convém ressaltar que os cursos do Campus Lagoa do Sino não se utilizarão do IRA (Índice de Rendimento Acadêmico) como medida do rendimento acadêmico. Esta será obtida pela média aritmética das notas finais de cada estudante. Os casos de desempate serão resolvidos no âmbito do Conselho de Coordenação do Curso. VIII – AVALIAÇÃO DO PPC: Explicitação das formas de avaliação do PPC. O sistema de avaliação dos cursos de graduação da UFSCar, implantado em 2011, foi concebido pela Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) em colaboração com a Comissão Própria de Avaliação (CPA) com base em experiências institucionais anteriores, quais sejam: o Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) e o Programa de Consolidação das Licenciaturas (PRODOCÊNCIA). O PAIUB, iniciado em 1994, realizou uma ampla avaliação de todos os cursos de graduação da UFSCar existentes até aquele momento, enquanto o projeto PRODOCÊNCIA/UFSCar, desenvolvido entre os anos de 2007 e 2008, realizou uma avaliação dos cursos de licenciaturas dos campi de São Carlos e de Sorocaba. 50 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino A avaliação dos cursos de graduação é feita atualmente por meio de formulários de avaliação, os quais são respondidos pelos docentes da área majoritária de cada curso, pelos discentes e, eventualmente, pelos técnicoadministrativos e egressos. Esses formulários abordam questões sobre as dimensões do Perfil do Profissional a ser formado na UFSCar; da formação recebida nos cursos; do estágio supervisionado; da participação em pesquisa, extensão e outras atividades; das condições didático-pedagógicas dos professores; do trabalho das coordenações de curso; do grau de satisfação com o curso realizado; das condições e serviços proporcionados pela UFSCar; e das condições de trabalho para docentes e técnico-administrativos. A ProGrad, juntamente com a CPA, são responsáveis pela concepção dos instrumentos de avaliação, bem como pela seleção anual dos cursos a serem avaliados, pela aplicação do instrumento, pela compilação dos dados e encaminhamento dos resultados às respectivas coordenações de curso. A operacionalização desse processo ocorre por meio da plataforma eletrônica Sistema de Avaliação On-Line (SAO), desenvolvida pelo Centro de Estudos de Risco (CER) do Departamento de Estatística. Cada Conselho de Coordenação de Curso, bem como seu Núcleo Docente Estruturante (NDE), após o recebimento dos resultados da avaliação, deverão analisar esses resultados para o planejamento de ações necessárias, visando à melhoria do curso. Além da avaliação dos cursos como unidades organizacionais, a ProGrad tem realizado, semestralmente, o processo de avaliação das disciplinas/atividades curriculares. Essa avaliação é realizada, tendo em vista os planos de ensino das disciplinas/atividades curriculares disponibilizados no Programa Nexos. Esses planos de ensino são elaborados pelos docentes para cada turma das disciplinas/atividades curriculares, a cada semestre, e são aprovados pelos colegiados do Departamento responsável e da(s) Coordenação(ões) do(s) Curso(s). Essa aprovação é realizada no mesmo programa pelo qual são disponibilizados os planos de ensino para a avaliação dos estudantes. Os resultados dessa avaliação são complementares ao processo de avaliação dos cursos. 51 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Além da avaliação de cursos desenvolvida pela ProGrad, juntamente com a CPA, e do processo de avaliação das disciplinas/atividades curriculares, o Conselho de Coordenação de Curso, subsidiado pelo Núcleo Docente Estruturante do Curso (NDE) poderá, ainda, elaborar outros instrumentos de avaliação específicos para serem desenvolvidos no âmbito do Curso que possam subsidiar a tomada de decisões a respeito de realizar eventuais alterações ou reformulações curriculares, obedecendo ao disposto na Portaria GR no. 1272/2002. IX- DESCRIÇÃO DOS EIXOS TEMÁTICOS Para facilitar a descrição dos eixos serão utilizadas as seguintes abreviaturas com os números correspondentes ao ano do curso: Eixo desenvolvimento e gestão agroindustrial (DGA) Eixo ciência de alimentos (CA) Eixo ciências da engenharia (CE) Eixo engenharia de processos (EP) Eixo produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana (PP) PRIMEIRO ANO Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 1 (DGA1) O objetivo geral deste eixo no primeiro ano será a abordagem histórica e os vieses teóricos e metodológicos dos estudos encadeados pela agroindústria brasileira de maneira que os alunos compreendam claramente a formação das estruturas produtivas agrícolas e agroindustriais, das questões agrárias, da arquitetura organizacional, das tendências do sistema de comercialização e das realidades e as perspectivas regionais e internacionais. Os novos modelos de desenvolvimento agroindustrial no mundo e as políticas públicas com recorte territorial para dar suporte aos dilemas e à geografia da fome no Brasil. A partir do estudo da gênese e desenvolvimento rural e agroindustrial no Brasil, seguem como objetivos específicos o desenvolvimento da capacidade analítica e visão crítica; de raciocínios logicamente consistentes, que compreenderá os estudos 52 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino dos conceitos analíticos dos fluxos agroindustriais, do processo de modernização capitalista e a atual conformação do rural e do agronegócio no Brasil, passando pelas formas sociais de produção agropecuária e o papel do Estado. No final deste ano serão discutidas as abordagens analíticas, as tendências do agronegócio brasileiro, as desigualdades territoriais, o enfoque territorial, as análises e discussões das cadeias agroindustriais territoriais, a inserção da agricultura familiar, os dilemas e a geografia da fome no Brasil. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. ALMEIDA, J. Reconstruindo a agricultura: ideias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável. Porto Alegre, Editora da UFRGS. 1ª ed. 1997. 2. ARAÚJO, M.J. Fundamentos de Agronegócios. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. 3. BATALHA, M.O. Gestão Agroindustrial. v.1, 3ª ed. São Paulo, Atlas. 2007. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. ABRAMOVAY, R. Para uma teoria dos estudos territoriais. In. ORTEGA, N. Desenvolvimento Territorial, Segurança Alimentar e Economia Solidária. Campinas: Editora Alínea, 2007. 2. BELIK, W. Muito além da porteira: mudanças nas formas de coordenação da cadeia agroalimentar no Brasil. Campinas, Instituto de Economia/UNICAMP. 2001. 3. GRAZIANO DA SILVA, J. O que é questão agrária. São Paulo, Editora Brasiliense. 1983. 4. GUIMARÃES, P.G. Quatro séculos de latifúndio. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968. 255p. 5. PAULILLO, L. F. Redes de Poder e Territórios Produtivos. São Carlos: Editora da UFSCa, 2000. 189p. Ciências de Alimentos 1 (CA1) O eixo de ciências de alimentos 1 (CA1) buscará construir os conceitos fundamentais e apurar a maturidade dos alunos quanto os fundamentos necessários ao entendimento das propriedades físicas e químicas dos materiais. Estes conceitos são necessários para entender as propriedades de materiais alimentícios e sua modificação em função dos processos industriais aplicados para fins de conservação, diversificação e aumento da oferta de alimentos. A aprendizagem destes processos ocorrerá do primeiro ao quinto ano de curso nos eixos engenharia de processos (EP) e produtos e processos de origem animal, vegetal e microbiana (PP). Nesse sentido, o eixo CA1 fará uma abordagem investigativa quanto a estrutura da matéria enfatizando o raciocínio sistêmico e a utilização do método científico, construindo e aperfeiçoando modelos que 53 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino serão utilizados para fazer previsões sobre as propriedades de alimentos. As transformações químicas serão tratadas sob o ponto de vista energético, cinético e mecanístico. O eixo CA1 reforçará o cálculo de concentrações de soluções, o cálculo estequiométrico, os conceitos de ácidos e bases de Lewis, os aspectos de equilíbrios químicos, a estrutura da matéria, a reatividade e propriedades físico-químicas e ainda, as aplicações de compostos orgânicos e inorgânicos. As aplicações industriais da química serão abordadas de modo a exemplificar e demonstrar a utilização de conceitos de equilíbrio, cinética e termodinâmica. As aulas práticas tratarão de assuntos relacionados com esta teoria, exemplificarão algumas reações de compostos orgânicos e inorgânicos e serão realizadas enfatizando os conceitos de segurança em atividades práticas de laboratório, para posterior correlação e aprofundamento no conceito de segurança e prevenção de acidentes na prática industrial conforme conteúdos abordados no terceiro ano do eixo desenvolvimento e gestão agroindustrial (DGA3). BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. ATKINS, P., JONES, L.; Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Ed. Bookman. 1999. 2. DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L; FENNEMA, O. R., Química de alimentos de Fennema. 4. ed. Porto Alegre: Artemed, 2010. 3. VOLLHARDT, P.; SCHORE, N. E.; Química Orgânica – Estrutura e Função, 6ª Ed. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2013. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. BROWN, L. S.; HOLME, T. A., Química Geral aplicada à Engenharia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 2. BACCAN, N.; DE ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S., Química Analítica Quantitativa Elementar, 3a Ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2005. 3. SOLOMONS, T. W.; FRYHLE, C. B.; Química orgânica. v.1. 10a Ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2012. 4. SOLOMONS, T. W. FRYHLE, C. B.; Química orgânica. v.2. 10a Ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2012. 5. BOBBIO, F. O.; BOBBIO, P. A., Introdução à Química de Alimentos. 3ª ed. São Paulo: Editora Livraria Varela, 2003. Ciências da Engenharia 1 (CE1) O eixo CE fornece no primeiro ano (CE1) ferramentas para estudar, analisar e desenvolver os primeiros modelos matemáticos de alguns problemas reais, que serão somados aos conceitos da física newtoniana e mecânica de materiais para de modo mais profundo propiciar a representação matemática de processos físicos. As atividades propostas permitem em segundo plano que sejam 54 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino desenvolvidos a criatividade e senso crítico, habilitando os alunos para o que se chama "maturidade matemática" necessária para equacionar situações reais e resolvê-las com a representação do problema analisado em termos de derivadas parciais e integrais. Promove a aprendizagem teórica e prática de conceitos fundamentais da Mecânica Newtoniana, eletromagnetismo, ondas e termodinâmica, que servirão como base para os eixos seguintes trabalharem com medidas físicas, avaliação de ordens de grandeza, analise de resultados obtidos em experimentos. Paralelamente ao eixo EP1 e no desenvolvimento dos eixos CE2, e EP2 estes conhecimentos serão associados com as incertezas vinculadas à atividade experimental e serão utilizados no aprofundamento do cálculo necessário para dimensionamento de processos de engenharia e na aprendizagem de fenômenos de transporte e termodinâmica do equilíbrio de fases. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. WEIR, M. D.; HASS, J.; THOMAS, G. B., Cálculo, vol. 1, São Paulo: Pearson, 2013. 2. SIMMONS, G. F., Cálculo com Geometria Analítica – vol. 2, São Paulo: Pearson, 2005. 3. TIPLER, P. A.; MOSCA, G., Física para Cientistas e Engenheiros. vol. 1, 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. PRADO, C. P. C.; CARNEIRO, C. E. I.; SALINAS, S. R. A., Introdução Elementar ás Técnicas do Cálculo Diferencial e Integral, São Paulo: Livraria da Física, 2007. 2. ARTERBURN, D. R., Calculus II Exam File, Kaplan Publishing, 2007. 3. DURÁN, J. E. R., Biofísica: fundamentos e aplicações, Pearson Education do Brasil, 2011. 4. TIPLER, P. A.; MOSCA, G., Física para Cientistas e Engenheiros. vol. 2, 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 5. HARRIS, F. A.; UNIVERSITY OF HAWAII, F., General Physics Laboratory I: Mechanics: Physics 151L And 170L, Dubuque: Kendall Hunt Publishing Company, 2010. Engenharia de Processos 1 (EP1) No eixo EP 1 serão trabalhados os conceitos de mecânica geral onde são desenvolvidos conceitos de cinemática e dinâmica que permitem a modelagem matemática de sistemas mecânicos para a solução de problemas que relacionem esforços com movimentos. Estes conceitos contribuem para o desenvolvimento da capacidade analítica do aluno e são ao final utilizados em 55 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino sistemas alimentícios para o dimensionamento de rigidez e elasticidade de equipamentos industriais, fatores de segurança em operações de equipamentos industriais, e, em aplicação prática na análise da textura de alimentos sólidos e sua relação com a formulação de ingredientes no desenvolvimento de produtos alimentícios. Neste sentido, constrói as bases dos conceitos de reologia de alimentos, fundamentais para o design de produtos e dimensionamento de processos de industriais transformação de alimentos e no dimensionamento dos equipamentos a ele associados. Desta forma habilita o aluno para o projeto de produtos alimentícios de forma menos empírica e mais preditiva. São apresentadas as noções básicas da álgebra linear aplicada a espaços ndimensionais e algumas de suas aplicações significativas no tratamento matricial para promover uma transição mais simples entre a modelagem de problemas e a implementação computacional de sua solução. Com isso, habilita o aluno para uma abordagem de problemas de forma organizada e objetiva e para a ordenação lógica do raciocínio. Serão oferecidos tópicos fundamentais relacionados às atividades de engenharia, trabalhando-se diretamente com o computador no desenvolvimento de programas e planilhas eletrônicas de forma a permitir o planejamento de produção agroindustrial e resolução prática de problemas de engenharia e processos através de modelagem linear e não linear em planilhas eletrônicas. Esta atividade será de ordem prática para a resolução de problemas de propriedades mecânicas de alimentos, e fenômenos de transporte aplicados a processos agroindustriais. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. BEER, F. P.; JR., E. R. J.; DEWOLF, J. T.; MAZUREK, D. F., Mecânica dos Materiais, São Paulo: McGraw Hill Brasil, 2011 2. CAMARGO, I.; BOULOS, P. Geometria Analítica: Um Tratamento Vetorial. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall Brasil, 2005. 3. SOUZA, M. A. F.; SOARES, M. V.; GOMES, M. M.; CONCILIO, R. Algoritmos e Lógica de Programação. 2a. edição, São Paulo: Cengage Learning, 2011. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. GERE, J. M., Mecânica dos materiais, São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2003. 2. MERIAM, J. L.; KRAIGE, L. G., Estática, Rio de Janeiro: LTC, 2009 3. WINTERIE, P. Vetores e Geometria Analítica. 1. ed. São Paulo: Makron Books. 2000 4. BLOCH, S. C.; Excel para Engenheiros e Cientistas, 2ª Ed., Rio de Janeiro: LTC, 2004 56 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 5. RAO, A.; RIZVI, S. S. H., Engineering Properties of Foods, New York: Marcel Dekker, 1995. Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 1 (PP1) O eixo PP1 abordará as características de produção, composição física e química, biológicas e peculiaridades dos principais materiais utilizados pelas indústrias de alimentos, a destacar, matérias primas de origem vegetal como grãos, frutas, hortaliças, café, cacau e cana; matérias primas de origem animal como de leite e ovos e carnes, e, características dos microrganismos utilizados em processos biotecnológicos para a produção de alimentos, como fermentados lácteos, alcoólicos e fermentação acética. Em seguida serão tratado de forma teórica e prática os principais pré-processamentos utilizados no transporte, limpeza, sanificação, seleção e tratamentos anteriores aos processos tecnológicos empregados para a produção de alimentos industrializados com o objetivo de habilitar os alunos a selecionar o pré processamento mais adequado às características da matéria prima e seleção e dimensionamento de equipamentos necessários para esta atividade. Com a evolução do curso estes conceitos serão retomados para o dimensionamento de controle de produção e de programas de gestão de qualidade na indústria de alimentos. Serão desenvolvidos conceitos teóricos necessários para o processamento de produtos vegetais e frutas desidratados, sendo estes conceitos utilizados nas aulas práticas de industrialização e processamento destes alimentos. Estas aulas práticas serão desenvolvidas na planta piloto de processamento de alimentos da Lagoa do Sino. O eixo de produtos e processos ainda possibilitará que os alunos realizem visitas monitoradas a agroindústrias de processamento de alimentos do território da Lagoa do Sino com o objetivo de identificar as demandas tecnológicas que serão desenvolvidas pelos alunos ao longo dos eixos temáticos nos cinco anos do curso com a participação direta do eixo DGA1 para buscar a aproximação do aluno com a realidade de atuação do profissional de engenharia de alimentos e sua interação aos preceitos de segurança alimentar e do alimento. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. LIMA, U. A., Matéria-Prima dos alimentos. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2010 2. PEREDA, J. A. O.; RODRÍGUEZ, M. I. C.; ÁLVAREZ, L. F.; SANZ, M. L. G.; MINGUILLÓN, G. D. G. D. F.; PERALES, L. D. L. H.; CORTECERO, 57 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino M. D. S., Tecnologia de alimentos-Componentes dos alimentos e processos, v. 1São Paulo: Artmed, 2005. 3. FELLOWS, P. J., Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e prática, São Paulo: Artmed, 2006. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. KOBLITZ, M. G. B., Matérias-Primas Alimentícias - Composição e Controle de Qualidade, São Paulo: Guanabara Koogan (Grupo Gen), 2011 2. CORTEZ, L. A. B.; HONÓRIO, S. L.; MORETTI, C. L., Resfriamento de frutas e hortaliças. Embrapa Informaçao Tecnológica, 2002 3. PEREDA, J. A. O.; RODRÍGUEZ, M. I. C.; ÁLVAREZ, L. F.; SANZ, M. L. G.; MINGUILLÓN, G. D. G. D. F.; PERALES, L. D. L. H.; CORTECERO, M. D. S, Tecnologia De Alimentos. Alimentos De Origem Animal. v. 2 São Paulo: Artmed, 2007 4. JAY, M. J. Microbiologia de alimentos. 6. ed. São Paulo: Artmed. 2005. 5. EVANGELISTA, J., Tecnologia De Alimentos. 1 ed. São Paulo: Atheneu, 2001. SEGUNDO ANO Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 2 (DGA2) O objetivo geral deste eixo no segundo ano é constituir um espaço de reflexão crítica para o estudante de Engenharia de Alimentos, oferecendo oportunidade da percepção “rural” não apenas como espaço de produção agropecuária mas como um segmento da cadeia agroindustrial (e, consequentemente, de aplicação dos saberes técnicos das ciências agrárias), mas também como espaço social constituído por múltiplos e diferentes agentes sociais que, muitas vezes, tecem relações de conflito e contradição. Nessa perspectiva, objetiva-se preparar o futuro profissional que atuará em estreita relação com o exercício da cidadania e da democracia, tendo o tecido social estampado por diferentes interesses onde o conflito é constitutivo da vida social. Em especial, se enfatizará que esses múltiplos interesses correspondem à diferentes necessidades sociais, demandando assim diferentes formas de ação por parte do profissional para posterior discussão dos desafios, limites e possibilidades de construção do “desenvolvimento agroindustrial sustentável”. Assim, a partir do estudo dos aspectos conceituais de desenvolvimento agroindustrial sustentável, de rural, de sua relação com o espaço de produção agropecuária, da relação com as ruralidades e dos seus atores, seguem como objetivos específicos: 1) Apresentar as faces históricas do desenvolvimento agroindustrial no Brasil e das desigualdades regionais do desenvolvimento; 2) Discutir sobre as perspectivas teóricas e práticas do desenvolvimento rural brasileiro apresentando seus atores, 58 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino com perspectivas para o desenvolvimento rural e agroindustrial apontando para modelos tecnológicos e de gestão para agricultura familiar no Brasil e; 3) Analisar no contexto sócio, político, jurídico e econômico brasileiro, as tipologias e as relações de trabalho no campo e na agroindústria brasileira. O eixo DGA2 ainda terá atuação na orientação dos alunos quanto às atividades de projetos de consolidação de formação que serão desenvolvidos no curso. Serão oferecidas aos alunos os procedimentos necessários para a adequada realização dos projetos e, a sua efetividade será garantida pela orientação direta dos alunos por professores do curso. As atividades de consolidação serão: 1- projeto agroindustrial, 2- trabalho de conclusão de curso e 3- estágio profissionalizante. As atividades e vivências desenvolvidas e monitoradas no eixo DGA, como visitas técnicas a agroindústrias, servirão como elementos disparadores para os temas a serem tratados nos projetos de consolidação da formação. Pretende-se com isso criar a consciência do papel do engenheiro de alimentos na resolução de problemas técnicos que garantam a saúde populacional e a efetividade do eixo saúde na segurança alimentar. Todas as atividades de consolidação da formação serão orientadas de forma a garantir o desenvolvimento da consciência dos alunos quanto a ética profissional e ambiental nas atividades de engenharia. As metodologias cientificas serão abordadas de forma a garantir o desenvolvimento dos trabalhos de consolidação e acadêmicos desenvolvidos no curso. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. BUAINAIN, Agricultura familiar e Inovação tecnológica no Brasil: características, desafios e atores. Campinas, Editora Unicamp, 2007. 2. CARNEIRO, M.J., Ruralidades Contemporâneas: modos de viver e pensar o rural na sociedade brasileira: modos de viver e pensar o rural na sociedade brasileira. Rio de Janeiro. FAPERJ. 2012. 3. ESTATUTO DA TERRA E LEGISLAÇÃO AGRÁRIA. Lei nº 4504 de 30 de novembro de 1964. Legislação. Coleção Manuais de Legislação. Atlas. São Paulo: Atlas, 2008. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. MIRANDA, A.G., Direito Agrário e Ambiental. Rio de Janeiro: Forense, Rio, 2003. 319 p. 2. PLOEG, J.D., Camponeses e Impérios Alimentares. Porto Alegre: Ed. Universidade. 2009. 3. GRAZIANO DA SILVA, J., Tecnologia e Agricultura Familiar. Porto Alegre, Editora da UFRGS, 1ª ed. 1999. 4. OLIVEIRA, M.M., A lei agrícola no Brasil. 2ª ed. Brasília: 1993. 59 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 5. SCHNEIDER, S.A, Pluriatividade na agricultura familiar. Porto Alegre, Editora da UFRGS, 2003. Ciências de Alimentos 2 (CA2) O eixo CA2 buscará construir as bases da microbiologia para a aprendizagem de microbiologia de alimentos. A partir dos conceitos de química apresentados no eixo CA1, o eixo CA2 fornecerá os elementos necessários para que se possa compreender, prever e controlar modificações químicas, bioquímicas e nutricionais que podem ocorrer no alimento, abrangendo desde a matéria-prima até o produto final, incluindo as etapas de armazenamento, processamento e distribuição. Contribui para consolidar os conhecimentos necessários para os princípios tradicionais e inovadores de conservação de alimentos tratados paralelamente no eixo PP2 e a partir desta integração contribui para o entendimento de causas de alterações de alimentos o que permite traçar estratégias de conservação em função do risco associado ao comprometimento da segurança do alimento. Promove o início da aprendizagem dos conceitos de durabilidade, vida útil (de prateleira) e programas de qualidade e segurança do alimento. Promove a integração entre os conceitos de química e bioquímica com os conceitos de processamento tratados ao logo do eixo PP do primeiro ao quinto ano de curso. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F., Microbiologia, 5ª Ed., São Paulo: Atheneu, 2008 2. LEHNINGER,A.L., Princípios De Bioquímica. 4 ed. São Paulo, Editora Sarvier, 1993. 3. VOET, D.; VOET, J. G., Biochemistry, Nova Jersey: John Wiley & Sons, 2011 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. VERMELHO, A. B.; BASTOS, M. C. F.; SÁ, M. H. B., Bacteriologia Geral, 1ª Ed., Rio de Janeiro: Guanabara, 2008 2. RIBEIRO, M. C.; STELATO, M. M.; Microbiologia Prática – Aplicações de Aprendizagem de Microbiologia Básica, 2º Ed. São Paulo: Atheneu, 2011 3. TYMOCZKO, J. L.; BERG, J. M.; STRYER, L., Bioquímica – Fundamental, 1ª Ed., Rio de Janeiro: LTC, 2011 4. RIBEIRO, E.P.; SERAVALLI, E.A.G. Química De Alimentos. 2a ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2007 5. MACEDO, G. A.; PASTORE, G. M.; SATO, H. H. Bioquímica experimental de alimentos. São Paulo: Varela, 2005. 60 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Ciências da Engenharia 2 (CE2) O eixo CE2 tratará das equações diferencias que permitem modelar os fenômenos físicos e reações químicas considerando diversas variáveis associadas a processo. Após a abordagem analítica do cálculo, realizada desde o eixo CE1, o eixo CE2 evolui para o cálculo numérico, que habilitará os estudantes a resolução de problemas matemáticos de forma aproximada, que se aplicam principalmente a problemas que não apresentam uma solução exata, e que portanto, precisam ser resolvidos numericamente. Serão desenvolvidos os conceitos de cálculo numérico com a apresentação das fontes de erros presentes quando da resolução numérica de problemas físicos, desde de sua modelagem matemática até sua resolução numérica. São apresentados os conceitos de eletricidade e eletromagnetismo, que somados aos conceitos de eletrotécnica no eixo EP2 são de vital importância para o dimensionamento de sistemas e máquinas elétricas. Inicia-se a abordagem sobre os conceitos de termodinâmica, necessários para o aprofundamento dos conteúdos de fenômenos de transporte e equilíbrio de fases em alimentos, que serão posteriormente associados aos processos de extração e purificação de componentes alimentícios. A partir disso, o eixo CE2 pretende habilitar a uma adequada representação dos processos de transformação de alimentos em projetos industriais e outros estudos do curso. O desenvolvimento dessas habilidades fornecem instrumentos indispensáveis para prosseguir nos estudos de engenharia e serão necessários para os alunos realizarem a adequação em projetos agroindustriais, o estudo piloto (experimental) de processos reais tratados de forma prática paralelamente nos eixos EP e PP. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. BOYCE, W. E.; DIPRIMA, R. C., Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010. 2. FRANCO, N. M. B., Cálculo Numérico. 1. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. 3. SMITH, J. M.; VAN NESS, H. C.; ABBOTT, M. M., Introdução à Termodinâmica da Engenharia Química. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. ZILL, D. G.; CULLEN, M. S., Equações Diferenciais. vol. 1, 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2001. 2. BURIAN, R.; LIMA, A. C., Cálculo Numérico: Fundamentos de Informática. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 61 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 3. SEARS, F.; YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A; ZEMANSKY, M. W, Física: Eletromagnetismo. vol. 3, 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2008. 4. 2- HIMMELBLAU, D. M., Engenharia Química - Princípios e Cálculos. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006 5. KORETSKY, M. D., Termodinâmica para Engenharia Química. Rio de Janeiro: LTC, 2007. Engenharia de Processos 2 (EP2) O eixo EP2 apresenta os conhecimentos básicos necessários para o desenvolvimento de projeto agroindustrial. Com ênfase em problemas de balanços material e energético, o eixo visa desenvolver a capacidade de análise e resolução de problemas, preparando os estudantes para prosseguirem no curso e aprofundarem seus conhecimentos. Apresenta os conceitos fundamentais relacionados à mecânica dos fluidos e ao transporte de massa necessários para compreender processos de transformação de alimentos como por exemplo o bombeamento de fluidos alimentícios em tubulações, os tratamentos térmicos, de secagem e equilíbrio de fases. Serão abordados os mecanismos de transferência, basicamente a difusão e a convecção e seus desdobramentos, quando se consideram as movimentações relativas e a geometria do sistema (equipamentos industriais). A partir disso, habilita o aluno ao exame e a otimização de equipamentos e processos, bem como os seus respectivos projetos. Os conhecimentos de eletricidade proporcionarão ao aluno a capacidade de observar se as características principais de instalações elétricas em unidades agroindustriais acompanham as recomendações definidas em normas, e a sua importância em termos de segurança. Esse conhecimento também tornará possível a análise da adequada seleção de materiais utilizados em instalações, bem como dos instrumentos de medição a serem empregados para a sua análise, e da avaliação desses resultados. Proporcionará também a análise do consumo de energia elétrica em processos de fabricação de alimentos, e das características principais desse controle (fator de potência, fator de demanda etc.). O aluno obterá informações a respeito do sistema de geração, transmissão, distribuição de energia elétrica, e das aplicações em instalações elétricas industriais. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. MEIRELES, M. A. D. A.; PEREIRA, C. G., Fundamentos De Engenharia De Alimentos, v. 6, São Paulo: Atheneu Editora, 2013 62 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 2. SEARS, F.; YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A; ZEMANSKY, M. W, Física: Eletromagnetismo. v. 3, 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2008. 3. LIVI, C. P., Fundamentos de fenômenos de transporte: um texto para cursos básicos, Rio de Janeiro: LTC, 254 pg., 2012. (isbn: 9788521620570) BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. IDE, A.; JENISON, R.; NORTHUP, L.; MICKELSON, S., Engineering Fundamentals and Problem Solving, New York: McGraw-Hill Education, 2011 2. FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J., Introdução à mecânica dos fluidos, Rio de Janeiro: LTC, 2010. 3. CUSSLER, E. L., Diffusion: Mass Transfer in Fluid Systems, Cambridge: Cambridge University Press, 2009. 4. PETROSKI, H., Invention by Design: How Engineers Get from Thought to Thing, Cambridge: Harvard University Press, 1996. 5. CARVALHO, M. M.; FLEURY, A.; SANTOS, F. C. A., Introdução À Engenharia de Produção, São Paulo: Elsevier Brasil, 2008 Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 2 (PP2) O eixo PP2 aprofundará a aprendizagem, e aplicação dos principais préprocessamentos utilizados no transporte, limpeza, sanificação, seleção e tratamentos anteriores aos processos tecnológicos empregados para a produção de alimentos industrializados com o objetivo de habilitar os alunos a selecionar o pré-processamento mais adequado às características da matéria prima e seleção e dimensionamento de equipamentos necessários para esta atividade. Tratará dos conceitos relacionados com a alteração física e química de alimentos de forma pratica englobando os conceitos de química e bioquímica de alimentos (eixos CA 1 e 2) e sua relação com as alterações de alimentos. Para isso serão iniciados os conceitos de alteração microbiológica de alimentos, que serão aprofundados na aprendizagem de microbiologia de alimentos no eixo CA3. Serão abordados de forma teórica as principais técnicas associadas à conservação de alimentos e sua relação com os processamentos industriais. Da mesma forma serão abordados as técnicas inovadoras para a conservação de alimentos. Serão desenvolvidos conceitos teóricos e práticos de processamento de produtos vegetais com especial atenção para o processamento mínimo de vegetais e os processos tecnológicos associados ao produção de vegetais fermentados e produtos açucarados. As aulas práticas serão desenvolvidas na planta piloto de processamento de alimentos da Lagoa do Sino. O eixo PP2 ainda possibilitará que os alunos realizem visitas monitoradas a agroindústrias de 63 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino processamento de alimentos do território da Lagoa do Sino com o objetivo de identificar as demandas tecnológicas que serão desenvolvidas pelos alunos ao longo dos eixos temáticos nos cinco anos do curso com a participação direta do eixo DGA2 para buscar a aproximação do aluno com a realidade de atuação do profissional de engenharia de alimentos e sua interação aos preceitos de segurança alimentar e do alimento. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. LIMA, U. A., Matéria-Prima dos alimentos. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2010 2. MORETTI, C.L. Manual de processamento mínimo de frutas e hortaliças. Brasília/ Embrapa/Sebrae, 2007 3. AQUARONE, E., Biotecnologia industrial: biotecnologia na produção de alimentos, v. 4, São Paulo: Blucher, 2001. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. KOBLITZ, M. G. B., Matérias-Primas Alimentícias - Composição e Controle de Qualidade, São Paulo: Guanabara Koogan (Grupo Gen), 2011 2. FRIBERG, S.; HUI, Y. H., Handbook of Food and Beverage Fermentation Technology, New York: Marcel Dekker 2004 3. FILHO, V. G. V., Bebidas alcoólicas: Ciência e Tecnologia de Bebidas v.1, São Paulo: Blucher, 2010. 4. FILHO, V. G. V., Tecnologia de Bebidas, São Paulo: Blucher, 2005 5. BARRETT, D. M.; SOMOGYI, L. P.; RAMASWAMY, H. S., Processing Fruits: Science and Technology, Second Edition, CRC Press, 2005. TERCEIRO ANO Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 3 (DGA3) O objetivo geral deste eixo no terceiro ano é possibilitar ao aluno a análise crítica do processo de desenvolvimento agroindustrial no Brasil. O alcance de tal objetivo é materializado não só através da discussão conceitual do que é desenvolvimento agroindustrial e dos principais instrumentos que o Estado utiliza para promovê-lo, mas, sobretudo analisar o desenvolvimento agroindustrial historicamente construído no Brasil, discutindo como as políticas agrárias e agrícolas foram operadas ao longo do tempo no sentido de atingir determinados objetivos de desenvolvimento e, do crescimento econômico no incremento da produtividade agrícola. Pretende-se proporcionar a compreensão de que existem diferentes possibilidades de desenvolvimento agroindustrial, a partir da experiência histórica, de novos possíveis caminhos, estratégias e instrumentos. 64 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino Pode-se assim, discutir os desafios, os limites e possibilidades de construção do “desenvolvimento agroindustrial sustentável” pautado nas temáticas da segurança alimentar e da nova política de assistência técnica e extensão rural. O eixo DGA3 dá prosseguimento na orientação dos alunos quanto às atividades de projetos de consolidação de formação que serão desenvolvidos no curso sob orientação direta dos professores do curso BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. BACHA, C.J.C. Economia e Política Agrícola no Brasil. São Paulo, Editora Atlas. 2012. 2. FILHO ALMEIDA, N.; ORTEGA, A.C. Desenvolvimento Territorial, Segurança Alimentar e Economia Solidária. Campinas: Editora Alínea, 2007. 3. GRAZIANO DA SILVA, J. Questão agrária, industrialização e crise urbana. Porto Alegre, Editora da UFRGS, 2004. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. GUANZIROLI, C.; ROMEIRO, A.; BUAINAIN, A. M. ; DI SABBATO, A.; BITTENCOURT, G. Agricultura familiar e reforma agrária no século XXI. Rio de Janeiro, Garamond, 2001. 2. LEITE, S. Políticas Públicas e Agricultura No Brasil. Porto Alegre, Editora da Universidade/UFRGS, 2001. 3. PAULILLO, L.F.; PESSANHA, L. Segurança alimentar, políticas públicas e regionalização: In. PAULILLO, L.F., et. al. Reestruturação agroindustrial, políticas públicas e segurança alimentar regional. São Carlos: Edufscar, 2002. 4. PAULILLO, L.F.O.; ALMEIDA, L.M. Gestão de redes de políticas públicas locais de segurança alimentar. Gestão & Produção (UFSCAR. Impresso), v. 18, 2011; 5. SCHNEIDER, S.; SILVA, M.K.; MARQUES. P.E.M. Políticas Públicas e Participação Social no Brasil Rural. 2ª ed. Porto Alegre, Editora da UFRGS, 2009. Ciências de Alimentos 3 (CA3) O eixo CA3 buscará associar os conceitos de química e bioquímica de alimentos (tratados nos eixos CA 1 e 2) com as análises físicas e químicas com o objetivo de verificar a adequação de matérias-primas, as condições de processo, produto final, armazenamento, distribuição, comercialização, formas de consumo e aceitação dos produtos. Abordará de forma especifica os conceitos de microbiologia de alimentos que terminará por fornecer as ferramentas conceituais e práticas necessárias para a aprendizagem do aluno no controle microbiológico de processos e produtos alimentícios. Serão construídas as relações com a higiene nos procedimentos de manipulação de alimentos em pequena e larga escala, os principais detergentes e sanificantes utilizados nesta 65 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino tarefa e as formas padrões de operação de higiene e sanificação de unidades industriais de alimentos garantindo a qualidade do produto e a segurança do consumidor. Com isso, serão feitas as correlações necessárias para a aprendizagem do conceito “segurança do alimento” e a construção da base de sua relação com o conceito de segurança alimentar. Esses conhecimentos associam aos programas de gestão da qualidade na indústria de alimentos e aos indicadores de eficiência, eficácia e qualidade úteis na solução de problemas e na tomada de decisão em sistemas e processos produtivos. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. MARRIOTT, N. G.; GRAVANI, R. B., Principles of Food Sanitation, Springer, 2006. 2. NIELSEN, S.S. Food Analysis, 4 th edition, Springer, 2010. 3. JAY, M. J. Microbiologia de alimentos. 6. ed. São Paulo: Artmed. 2005. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. TROLLER, J. A.; TAYLOR, S., Sanitation in Food Processing, Elsevier Science, 1993. 2. CECCHI, H.; Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos, 2ª ed., Campinas: ed. Unicamp, 2003 3. FRANCO, B.D. G. M; LANDGRAF, M. Microbiologia de Alimentos, São Paulo: Atheneu, 2003. 4. DA SILVA, N.; JUNQUEIRA, V. C. A.; SILVEIRA, N. F. A.; TANIWAKI, M. H.; DOS SANTOS, R. F. S.; GOMES, R. A. R., Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e água. São Paulo: Varela, 4 ed, 2010. 5. M. T. BERTOLINO; Gerenciamento da qualidade na indústria alimentícia: Ênfase na segurança dos alimentos. São Paulo: Artmed Editora; 2010 Ciências da Engenharia 3 (CE3) O eixo CE3 tratará das operações de equilíbrio de fases encontradas na indústria de alimentos sob um aspecto teórico da termodinâmica. Serão apresentados os princípios e as ferramentas matemáticas necessárias para a representação destes processos. Constrói assim as ferramentas necessárias para o eixo EP3 prover o entendimento dos processos de equilíbrio liquido-liquido, liquido-vapor, solido-liquido e solido-solido aplicáveis nos processamentos de extração e purificação de componentes alimentícios. Proverá os conceitos de instrumentação e controle de processos de alimentos que serão relacionados com a aplicação dos principais temas que constituem a Engenharia de Alimentos, como fenômenos de transporte, termodinâmica, microbiologia/bioquímica e operações unitárias, na formulação de modelos 66 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino matemáticos visando à simulação com o objetivo de operar, projetar, otimizar e controlar as unidades industriais de processamento de alimentos, abrindo espaço para a provável automação da planta de processamento alimentos. Serão ainda abordados os conceitos de estatística básica que serão posteriormente relacionados com o planejamento de estudos acadêmicos e ao projeto agroindustrial nas atividades de planejamento de processos e design de produtos alimentícios. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. FELDER, R. M.; ROUSSEAU, R. W., Princípios Elementares dos Processos Químicos. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. 2. CAMPOS, M. C. M. M.; TEIXEIRA, H. C. G., Controles Típicos de Equipamentos e Processos Industriais, 2ª Ed., São Paulo: Blucher, 2010. 3. MONTGOMERY, D.C.; RUNGER, G. C. Estatística Aplicada e Probabilidade Para Engenheiros. 5. ed. Tradução de CALADO, V. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2012 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. KORETSKY, M. D., Termodinâmica para Engenharia Química. Rio de Janeiro: LTC, 2007 2. MEIRELES, M. A. D. A.; PEREIRA, C. G., Fundamentos de Engenharia de Alimentos- v. 6, São Paulo: Atheneu Ed., 2013. 3. SIGHIERI, L.; NISHINARI, A., Controle Automático de Processos Industriais - 2ª Ed. São Paulo: Blucher, 1973. 4. MILAN, L. A. Estatística Aplicada. Coleção UAB-UFSCar. São Carlos: EdUFSCar, 2011. 5. MOORE, D. A. Estatística Básica e sua Prática. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Engenharia de Processos 3 (EP3) O eixo EP2 apresenta os conhecimentos básicos de transferência de calor, seu papel crucial na concepção e otimização de diversos equipamentos e processos industriais que lidam com a segurança do alimento (processos de Refrigeração e congelamento, pasteurização, esterilização desidratação e secagem) e com a questão do gerenciamento de energia térmica e seu impacto ambiental para contribuir para a utilização de uma quantidade menor de recursos naturais na indústria e, como consequência, torná-la mais sustentável. O ensino dos conceitos fundamentais dessa transferência contribuirá para aumentar a eficiência energética ou mesmo conceber novos equipamentos e processos da indústria de alimentos. Visa integrar esses conhecimentos com o dimensionamento de processos e equipamentos com funções específicas numa instalação industrial de alimentos (operação unitária). Dessa forma abordará os 67 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino fundamentos dos processos industriais de extração sólido-líquido, líquidolíquido, destilação contínua e em batelada e absorção. Proverá os conceitos e os fundamentos necessários para o dimensionamento de processos de equipamentos relacionados com reatores químicos, bioquímicos e microbiológicos na indústria de alimentos. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. INCROPERA, F.P.; DEWITT, D. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC s Editora. 2008. 2. CREMASCO, M. A., Fundamentos de transferência de massa, Campinas: Ed. Unicamp, 2002. 3. LEVENSPIEL, O., Engenharia das Reações Químicas. 3ª Ed. São Paulo: Blucher, 2000. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. KREITH, F. Princípios da Transmissão de Calor. São Paulo: Edgard Blucher, 1998. 2. GEANKOPLIS, C.J. Transport Processes and Separation Process Principles. Prentice Hall, 2003 3. WELTY, J.R., WICKS, C.E.; WILSON, R.E.; RORRER, G.L. Fundamentals of Momentum, Heat, and Mass Transfer. Wiley, 2008. 4. MCCABE, W. L. SMITH, J. HARRIOTT, P.; Unit Operations of Chemical Engineering, 7 ed, McGraw-Hill, 2005 5. FOX, R. W. Introdução à Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro: LTC, 2010 Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 3 (PP3) O eixo PP3 desenvolverá conceitos teóricos e práticos de processamento de produtos amiláceos e panificados, produtos cárneos emulsionados, desidratados e fermentados, laticínios, tecnologia de bebidas e produtos de base lipídica e emulsionados. Ss aulas práticas serão desenvolvidas na planta piloto de processamento de alimentos da Lagoa do Sino. O eixo PP3 ainda possibilitará que os alunos realizem visitas monitoradas a agroindústrias de processamento de alimentos do território da Lagoa do Sino com o objetivo de identificar as demandas tecnológicas que serão desenvolvidas pelos alunos ao longo dos eixos temáticos nos cinco anos do curso com a participação direta do eixo DGA3 para buscar a aproximação do aluno com a realidade de atuação do profissional de engenharia de alimentos e sua interação aos preceitos de segurança alimentar e do alimento BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. PYLER, E. J.; GORTON, L. A., Baking Science & Technology: Fundamentals & ingredients, Sosland Publishing Company, 2008. 68 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 2. FILHO, V. G. V., Indústria de Bebidas: ciência e tecnologia, Bebidas, Vol.3, São Paulo: Blucher, 2011. 3. ABERLE, E. D., Principles of Meat Science, Kendall/Hunt, 2001. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. FILHO, V. G. V., Bebidas não alcoólicas: Ciência e Tecnologia de Bebidas Vol.2, São Paulo: Blucher, 2010. 2. STADELMAN, W. J.; COTTERILL, O. J., Egg Science and Technology, Food Products Press, 1995. 3. HALL, G. M., Fish Processing Technology, Springer, 1997. 4. DE SOUZA, S. C., Processamento de pescado, Emater, 2008. 5. LAWSON, H. W., Food Oils and Fats: Technology, Utilization and Nutrition, Springer, 1995. 6. MORAN, D. P. J.; RAJAH, K. K., Fats in Food Products, Springer US, 1995 QUARTO ANO Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 4 (DGA4) O objetivo geral deste eixo no quarto ano é possibilitar ao aluno a análise crítica do ambiente econômico, de gestão e dos sistemas de operação gerenciais que permitam uma tomada de decisão correta sobre as oportunidades e ameaças para a empresa rural e agroindustrial. Possibilitar uma visão sistêmica para a compreensão dos instrumentos teóricos e metodológicos para atuar nos canais de comercialização tradicionais e institucionais, para promover o marketing dos produtos agrícolas e agroindústrias respeitando as particularidades da cadeia de produção e, finalmente, em todos os processos logísticos podendo promover a expansão da produção e re-investimento para o desenvolvimento no meio agroindustrial. O eixo DGA4 dá prosseguimento na orientação dos alunos quanto às atividades de projetos de consolidação de formação que serão desenvolvidos no curso sob orientação direta dos professores do curso. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. BATALHA, M.O. (Coord.). Gestão agroindustrial: GEPAI grupo de estudos e pesquisas agroindustriais. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. 419 p. v.2. 2. GONZALEZ, C.C.; PÊGO, L.S.; MASTRANTONIO, SALVO, S.D. Custos gerenciais: teoria e prática na agroindústria. São Carlos, 2011. (Coleção UAB-UFSCar). 3. MANKIW, N.G. Introdução à Economia. Tradução da 3ª ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2005. 4. MARQUES, P.V; MELLO, P.C.; MARTINES FILHO, J.G. Mercados Futuros Agropecuários – São Paulo, Editora Elsevier, 2008. 5. MENDES, J.T.G.; JUNIOR, J.B.P. Agronegócio: uma abordagem econômica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 69 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino 6. SOUZA FILHO, H.M. Comercialização de produtos agroindustriais. São Carlos, 2012. (Coleção UAB-UFSCar). BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. FURLANETTO, E. L.; CÂNDIDO, G. A. Metodologia para estruturação de cadeias de suprimentos no agronegócio: um estudo exploratório. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.10, n.3, 2006, p.772-777. 2. KOTLER, P. Administração de Marketing: Análise, Planejamento e Controle. Editora Atlas, 1992, 848 p. 3. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9ª ed .São Paulo: Atlas, 2003. 4. NORONHA, J.F. Projetos Agropecuários: Orçamentos Administração Financeira e Viabilidade Econômica. Atlas. São Paulo. SP. 1987. 5. SANTOS, G.J.; MARION, J.C. Administração de custos na agropecuária. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. 139 p. 6. SILVA, C.R.L.; LUIZ, S. Economia e Mercados: Introdução à Economia. 18ª ed. são Paulo: Saraiva. 2001, 218 p. 7. VASCONCELOS, M.A.; GARCIA, M.E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 1998. 8. ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M.F. (Org.). Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares. São Paulo: Ed. Pioneira, 2000. Ciências de Alimentos 4 (CA4) O eixo CA4 irá fornecer os elementos necessários para compreender, prever e controlar modificações nutricionais que podem ocorrer no alimento, abrangendo desde a matéria-prima até o produto final, incluindo as etapas de armazenamento e distribuição. Contribuirá para o desenvolvimento dos conceitos dos princípios de saúde humana na segurança alimentar, em trabalho paralelo aos segurança alimentar abordados no eixo DGA 3 e 4. Fornecerá os conhecimentos básicos para que o aluno possa compreender, dimensionar e otimizar a aplicação de aditivos e coadjuvantes de tecnologia no desenvolvimento e melhoria de produtos e de processos alimentícios. Serão abordados todos os procedimentos para o adequado dimensionamento de análise sensorial de alimentos no desenvolvimento de produtos alimentícios, desenvolvendo as habilidades necessárias para o a pesquisa e desenvolvimento em design de novos produtos. O eixo fornecerá elementos para que o aluno integre os conhecimentos de várias eixos como os conceitos de química e bioquímica de alimentos abordados no eixo CA1 e 2 através de identificação das suas relações com os processamentos de alimentos abordados ao longo do eixo PP. 70 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. DE OLIVEIRA, J. E. D.; MARCHINI, J. S., Ciências nutricionais: aprendendo a aprender, Sarvier, 2008. 2. MADEIRA, M.; FERRÃO, M. E. M., Alimentos conforme a lei, São Paulo: Manole, 2002. 3. MEILGAARD, M., CIVILLE, G.V., CARR, B.T. Sensory evaluation techniques. 3rd Ed. CRC Press, Inc. 2004. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. OGA, S.; GRUPO DE TRABALHO, Z. O., Fundamentos de toxicologia, São Paulo: Atheneu, 2003. 2. MÍDIO, A. F.; MARTINS, D. I., Toxicologia de Alimentos. 1a. Ed. São Paulo: Varela Editora e Livraria, 2000. 3. BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R., Higiene ocupacional. Agentes biológicos, químicos e físicos, Senac, 2009 4. LAWLESS, H.T. & HEYMANN, H. Sensory Evaluation of Food principles and practices. New York: Springer, 2010. 5. BRANEN, A. L.; DAVIDSON, P. M.; SALMINEN, S.; THORNGATE, J., Food Additives, Taylor & Francis, 2001 Ciências da Engenharia 4 (CE4) O eixo CE4 fará a integração das bases do conhecimento de mecânica de materiais desenvolvidos no eixo CE1 com as peculiaridades associadas aos alimentos fluidos. Nessa perspectiva serão aprofundados os conhecimentos de propriedades físicas de alimentos para o desenvolvimento dos conteúdos de reologia de alimentos para a aplicação na identificação de comportamento reológico e viscoelasticidade e sua utilização em projetos de equipamentos e formulação de novos produtos. Irá desenvolver os conceitos associados às principais alterações físico-estruturais que ocorrem em alimentos líquidos, pastosos e sólidos, em função da sua atividade de água, temperatura e estado. O eixo abordará as principais ferramentas estatísticas necessárias para a gestão da qualidade e, integrará estes conhecimentos aos conteúdos abordados no eixo CA para o dimensionamento de experimentos e interpretação de seus resultados nas atividades de pesquisa e desenvolvimento de formulação de novos produtos e processos. Os conteúdos de desenho técnico serão abordados para que os alunos desenvolvam a habilidade de visualização espacial, para leitura, interpretação e execução de projetos de Engenharia, bem como compreensão mais profunda de modelos físicos (distribuição espacial de forças). O eixo fornecerá noções básicas de modelo em CAD (Computer Aided Design), abordará as normas técnicas na linguagem de projetos e fornecerá a 71 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino instrumentalização necessária para que o aluno possa ter um bom desempenho na elaboração de projetos. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. STEFFE, J. F., Rheological Methods in Food Process Engineering, Freeman Press, 1996. 2. LIMA, C. C. Estudo Dirigido de AutoCAD. 3. ed. São Paulo: Editora Érica Ltda, 2007. 3. RODRIGUES, M. I.; IEMMA, A. F., Planejamento de Experimentos e Otimização de Processos, 2ª ed. Campinas: Casa do Pão Editora, 2005 4. D. J. MCCLEMENTS, Food Emulsions: Principles, Practice, And Techniques - Contemporary Food Science Series; 2ª Ed. CRC Press, 2005 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. BOURNE, M. C., Food Texture and Viscosity: Concept and Measurement, Academic Press, 427 pg., 2002. (isbn: 9780121190620) 2. RAO, A.; RIZVI, S. S. H., Engineering Properties of Foods, Dekker, 531 pg., 1995. (isbn: 9780824789435) 3. PHILPOT, T. A., Mecanica Dos Materiais: Um Sistema Integrado De Ensino, LTC, 730 pg., 2013. (isbn: 9788521621638 4. PARSEKIAN, G. A. Desenho Auxiliado por Computador. 1. ed. São Carlos: UAB-UFSCar, 2008. 5. WALSTRA, P.; Physical chemistry of foods. New York: Marcel Dekker, 2003. Engenharia de Processos 4 (EP4) O eixo EP4 apresenta os conhecimentos básicos necessários para a aprendizagem de fenômenos de transferência de quantidade de movimento, seu papel crucial na concepção e otimização de diversos equipamentos e processos industriais que lidam com o deslocamento do alimento). O ensino dos conceitos fundamentais dessa transferência contribuirá para aumentar a eficiência energética ou mesmo conceber novos equipamentos e processos da indústria de alimentos. Visa integrar esses conhecimentos com o dimensionamento de processos e equipamentos com funções específicas numa instalação industrial de alimentos (operação unitária). Dessa forma abordará os fundamentos dos processos industriais de bombeamento, agitação, homogenização e mistura, projeto de tubulações industriais, caracterização de partículas sólidas, peneiramento, moagem e centrifugação. Capacitará o aluno a projetar instalações de água, vapor, ar comprimido, vácuo e gases, escolhendo os correspondentes instrumentos para medida e controle. Estes conceitos serão integrados na elaboração de um projeto para a indústria alimentícia. Este projeto corresponde a um dos elementos finais dos projetos de consolidação de 72 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino formação do aluno e no eixo CA4 proverá os conceitos teóricos para a sua elaboração como a avaliação econômica, mercado, projetos de processo e produto e estudo de arranjos físicos visando à apreensão de como estas técnicas são aplicadas no planejamento industrial e na confecção de estudos na indústria. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. GEANKOPLIS, C.J. Transport Processes and Separation Process Principles. Prentice Hall, 2003 2. MAROULIS, Z. B.; SARAVACOS, G. D., Food plant economics. Boca Rato: CRC Press, 2008 3. SINGH, R. P., HELDMAN, D. R. Introduction to Food Engineering, 5ª Ed. San Diego: Elsevier Science, 2013 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. IBARZ, A.; BARBOSA-CÁNOVAS, G. V. Unit operations in food engineering- Food Preservation Technology Series. Boca Raton: CRC Press, 2003. 2. MCCABE, W. L. SMITH, J. HARRIOTT, P.; Unit Operations of Chemical Engineering, 7 ed, McGraw-Hill, 2005 3. STEFFE, J. F., Rheological Methods in Food Process Engineering, Freeman Press, 1996. 4. BRENNAN, G.; GRANDISON, A. S., Food Processing Handbook, Wiley, 2012. 5. LOPEZ GOMEZ, A.; BARBOSA-CÁNOVAS, G. V., Food plant design. Boca Raton: CRC Press, 2005. Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 4 (PP4) O eixo PP4 fará a integração dos conceitos e princípios do design industrial no desenvolvimento de produtos e processos inovadores. Proporcionará uma integração entre a engenharia e o design através da união dos conteúdos abordados nos outros eixos com uma visão constante nos conceitos de segurança do alimento e de inclusão, de forma competitiva, das pequenas e medias unidades agroindustriais aos mercados de distribuição de alimentos. Desenvolverá conceitos teóricos e práticos de processamento de produtos desidratados e concentrados, fermentados cárneos, laticínios e fermentados lácteos, bebidas fermentadas como vinho e cerveja, destilados alcoólicos e a tecnologia de processamento da cana de açúcar para fins de produção de açúcar e álcool. As aulas práticas serão desenvolvidas na planta piloto de processamento de alimentos da Lagoa do Sino. O eixo PP4 ainda possibilitará que os alunos realizem visitas monitoradas a agroindústrias de processamento de alimentos do território da Lagoa do Sino com o objetivo de identificar as demandas tecnológicas que serão desenvolvidas pelos alunos ao longo dos 73 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino eixos temáticos nos cinco anos do curso com a participação direta do eixo DGA4 para buscar a aproximação do aluno com a realidade de atuação do profissional de engenharia de alimentos e sua interação aos preceitos de segurança alimentar e do alimento. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. FRIBERG, S.; HUI, Y. H., Handbook of Food and Beverage Fermentation Technology, Marcel Dekker Incorporated, 2004. 2. MARGALIT, Y., Winery Technology & Operations: A Handbook for Small Wineries, Wine Appreciation Guild, 1996. 3. JAMES, G., Sugarcane, Wiley, 2008. 4. RANKEN, M.D., Handbook of Meat Product Technology, Blackwell Science BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. ABERLE, E. D., Principles of Meat Science, Kendall/Hunt, 2001. 2. STADELMAN, W. J.; COTTERILL, O. J., Egg Science and Technology, Food Products Press, 1995 3. LAWRIE, R.A. Ciência da carne. São Paulo: Artmed, 2005 4. WALSTRA, P.; WOUTERS, J. T. M.; GEURTS, T. J., Dairy Science and Technology, Second Edition, Taylor & Francis, 2010. 5. FOX, P. F., Fundamentals of Cheese Science, Springer, 2000. 6. KOSIKOWSKI, F. V.; MISTRY, V. V., Cheese and fermented milk foods, VOLUME 1, 1997. QUINTO ANO Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial 5 (DGA5) O Eixo DGA 5 pretende prover o conhecimento de conceitos, técnicas e metodologias utilizadas no gerenciamento industrial e fornecer aos alunos uma forma objetiva de avaliar e interferir produtivamente nos mais diversos processos agroindustriais focando nas peculiaridades das empresa de produção e transformação de alimentos. Pretende associar a esses conhecimentos as habilidades de “bom senso” nas análises dos indicadores de eficiência, eficácia e efetividade, úteis na solução de problemas e na tomada de decisão em sistemas e processos produtivos de bens e também de serviços na área de alimentação. Pretende ainda prover conhecimentos básicos de logística e sua associação ao setor de alimentos com interação ao desenvolvimento dos projetos, o planejamento da produção, a compra de materiais e suprimentos a negociação da entrega de produtos mesmo que fase em que ainda estão sendo produzidos. Pretende habilitar ao dimensionamento de projetos de movimentação de materiais alimentícios e ao rastreamento da entrega, a consciência da importância ao atendimento ao cliente, da troca de produtos 74 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino defeituosos e do recolhimento de produtos defeituosos (recall na indústria de alimentos). BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. DOLABELA, F. Oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. 2. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro, RJ: Campus, 2001. 3. PELLEGRINI, F. T.; GALHARDI, M. G.; CASTRO, R. L. G., Rastreabilidade de insumos e produtos para empresas de alimentos, SBCTA, 1996. 4. BALLOU, R.H. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais, Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 2010. 5. FURLANETTO, E. L.; CÂNDIDO, G. A. Metodologia para estruturação de cadeias de suprimentos no agronegócio: um estudo exploratório. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.10, n.3, 2006, p.772-777. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. BOM ANGELO, E. Empreendedor corporativo: a nova postura de quem faz a diferença. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2003 2. BRITTO, F.; WEVER, L. Empreendedores brasileiros II: a experiência e as lições de quem faz acontecer. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2004. 169 p. 3. DUCKER, P. F. Inovação e esperíto empreendedor: entrepreneuship - prática e princípio. 2 ed. São Paulo: Pioneira, 1987. 4. HISRICH, R. D; PETERS, M. P. Empreendedorismo. 5. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2004. 5. KAO, R. W. Y; KAO, K. R; KAO, R. R. Entrepreneurism: a philosophy and a sensible alternative for the market economy. London: Imperial College Press, 2002. 6. LODISH, L. M; MORGAN, H. L.; KALLIANPUR, A.. Empreendedorismo e marketing: lições do curso de MBA da Wharton School. rev. téc. de Verônica Feder Mayer. Rio de Janeiro: Campus, 2002. Ciências de Alimentos 5 (CA5) O eixo CA5 abordará tópicos especiais em ciência de alimentos, que constituirão o elenco de conteúdos optativos do curso, onde o aluno terá a oportunidade de escolher, dentro dos conteúdos oferecidos, aqueles que são mais interessantes para aprofundamento de sua formação. O eixo buscará abordar tópicos relacionados ao aprofundamento de temas relacionados a ciência de alimentos, mas que constituem temas atuais e relevantes para a pesquisa, desenvolvimento e processamento de alimentos e para a segurança alimentar e a saúde humana. Serão ofertados aprofundamento em conteúdos teóricos e práticos. Os temas se constituirão de conteúdos previamente abordados no eixo CA, porém com maior aprofundamento. Estes temas constituirão em um conjunto de diversos temas 75 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino que serão ofertados pelos professores do curso de engenharia de alimentos UFSCar ou por professores convidados de outras instituições de relevância na área de ciência de alimentos. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L; FENNEMA, O. R., Química de alimentos de Fennema. 4. ed. Porto Alegre: Artemed, 2010. 2. BOBBIO, F. O.; BOBBIO, P. A., Introdução à Química de Alimentos. 3ª ed. São Paulo: Editora Livraria Varela, 2003. 3. LEHNINGER,A.L., Princípios De Bioquímica. 4 ed. São Paulo, Editora Sarvier, 1993. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. VOET, D.; VOET, J. G., Biochemistry, Nova Jersey: John Wiley & Sons, 2011 2. RIBEIRO, E.P.; SERAVALLI, E.A.G. Química De Alimentos. 2a ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2007 3. MACEDO, G. A.; PASTORE, G. M.; SATO, H. H. Bioquímica experimental de alimentos. São Paulo: Varela, 2005. 4. NIELSEN, S.S. Food Analysis, 4 th edition, Springer, 2010. JAY, M. J. Microbiologia de alimentos. 6. ed. São Paulo: Artmed. 2005 Ciências da Engenharia 5 (CE5) O estágio obrigatório dos alunos corresponde a uma das atividades de consolidação de formação dos alunos de engenharia de alimentos da UFSCar Lagoa do Sino e terá sua carga horaria localizada no eixo CE5. O estágio é considerado como o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo. Visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do aluno. As atividades desenvolvidas no estágio poderão esta relacionadas a atividades de extensão desenvolvidas pelo aluno dentre aquelas propostas ao longo do eixo DGA e, poderão, constituir em parte ou integralmente no trabalho de conclusão de curso no eixo EP5, segundo normas definidas no item XX do projeto pedagógico do curso. BIBLIOGRAFIA: Não se aplica: Possui caráter integrador e está relacionada às atividades dos projetos de formação desenvolvidas no curso. Engenharia de Processos 5 (EP5) O eixo EP5 se encarregara das atividades de consolidação da formação do aluno no que se refere ao trabalho de conclusão de curso e projeto agroindustrial. O 76 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino projeto agroindustrial corresponde à integração de todos os conteúdos abordados ao longo dos eixos do curso uma vez que nesta atividade o aluno deverá desenvolver um projeto de uma indústria de alimentos abordando os conceitos teóricos necessários para a sua elaboração, como a avaliação econômica, mercado, projetos de processo e produto e estudo de arranjos físicos visando à apreensão de como estas técnicas são aplicadas no planejamento industrial e na confecção de estudos na indústria. O trabalho de conclusão de curso dos alunos terá sua carga horaria localizada no eixo CE5. Poderá ser constituído em parte ou integralmente pelas atividades de estágio (desenvolvida sob supervisão do eixo CE5), ou em parte ou integralmente constituídas pelo projeto agroindustrial do aluno, segundo normas definidas no item “Projetos de consolidação da formação” do projeto pedagógico do curso. As atividades de consolidação de formação serão posteriormente apresentadas em congresso interno dos alunos da UFSCar Lagoa do sino, de forma a divulgar os resultados, eventuais avanços tecnológicos relacionados a estas atividades. BIBLIOGRAFIA: Não se aplica: Possui caráter integrador e está relacionada às atividades dos projetos de formação desenvolvidas no curso. Produtos e Processos de Origem Animal, Vegetal e Microbiana 4 (PP4) O eixo PP5 abordará tópicos especiais em processos tecnológicos da indústria de alimentos, que constituirão o elenco de conteúdos optativos do curso, onde o aluno terá a oportunidade de escolher, dentro dos conteúdos oferecidos, aqueles que são mais interessantes para aprofundamento de sua formação. O eixo buscará abordar tópicos relacionados ao aprofundamento de temas relacionados ao processamento de alimentos, mas que constituem temas atuais e relevantes para a pesquisa, desenvolvimento e para a segurança alimentar e a saúde humana. Serão ofertados aprofundamento em conteúdos teóricos e práticos. Os temas se constituirão de conteúdos previamente abordados no eixo PP, porém com maior aprofundamento. Estes temas constituirão em um conjunto de diversos temas que serão ofertados pelos professores do curso de engenharia de alimentos UFSCar Lagoa do Sino ou por professores convidados de outras instituições de relevância na área de ciência de alimentos. BIBLIOGRAFIA BASICA: 1. PEREDA, J. A. O.; RODRÍGUEZ, M. I. C.; ÁLVAREZ, L. F.; SANZ, M. L. G.; MINGUILLÓN, G. D. G. D. F.; PERALES, L. D. L. H.; CORTECERO, 77 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino M. D. S., Tecnologia de alimentos-Componentes dos alimentos e processos, v. 1São Paulo: Artmed, 2005. 2. FELLOWS, P. J., Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e prática, São Paulo: Artmed, 2006. 3. PEREDA, J. A. O.; RODRÍGUEZ, M. I. C.; ÁLVAREZ, L. F.; SANZ, M. L. G.; MINGUILLÓN, G. D. G. D. F.; PERALES, L. D. L. H.; CORTECERO, M. D. S, Tecnologia De Alimentos. Alimentos De Origem Animal. v. 2 São Paulo: Artmed, 2007 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. JAY, M. J. Microbiologia de alimentos. 6. ed. São Paulo: Artmed. 2005. 2. EVANGELISTA, J., Tecnologia De Alimentos. 1 ed. São Paulo: Atheneu, 2001. 3. SINGH, R. P., HELDMAN, D. R. Introduction to Food Engineering, 5ª Ed. San Diego: Elsevier Science, 2013 4. BRENNAN, G.; GRANDISON, A. S., Food Processing Handbook, Wiley, 2012. 5. AQUARONE, E., Biotecnologia industrial: biotecnologia na produção de alimentos, v. 4, São Paulo: Blucher, 2001. X. PROJETOS DE CONSOLIDAÇÃO DE FORMAÇÃO Em elaboração As atividades de formação do aluno irão consistir das atividades desenvolvidas no projeto agroindustrial, trabalhos de conclusão de curso e estagio profissionalizante. O projeto agroindustrial corresponde à integração de todos os conteúdos abordados ao longo dos eixos do curso uma vez que nesta atividade o aluno deverá desenvolver um projeto de uma indústria de alimentos abordando os conceitos teóricos necessários para a sua elaboração, como a avaliação econômica, mercado, projetos de processo e produto e estudo de arranjos físicos visando à apreensão de como estas técnicas são aplicadas no planejamento industrial e na confecção de estudos na indústria. Poderá ser constituído em parte ou integralmente pelas atividades de estágio, ou em parte ou integralmente constituídas pelo projeto agroindustrial do aluno. As atividades de consolidação de formação serão posteriormente apresentadas em congresso interno dos alunos da UFSCar Lagoa do Sino, de forma a divulgar os resultados, eventuais avanços tecnológicos relacionados a estas atividades. 78 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino PROJETOS DE FORMAÇÃO PROJETO AGROINDUSTRIAL 1- Realidades pré-existentes TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ESTÁGIO 1- Projeto agroindustrial Desenvolver projeto utilizando a realidade: Do campo de estágio e, Realidade local ou regional, 2- De iniciativa do estudante e não pré-existente Projeto “inovador” ou inédito 2- Monografia Situação problema do estágio Tema monográfico “inovador” ou inédito Extrato do projeto agroindustrial tratado como tema monográfico 3- Pesquisa Iniciativa do estudante Relacionada ao estágio Formalização da pesquisa desenvolvida na iniciação cientifica 1- Cumpre as determinações legais, com apresentação de relatório Permite vivenciar um projeto agroindustrial no campo de atuação profissional Os projetos de formação serão apresentados em Simpósio anual das engenharias do campus Lagoa do Sino UFSCar 79 Proposta de criação do curso de engenharia de alimentos – UFSCar Lagoa do Sino X. BIBLIOGRAFIA EM FORMATAÇÃO 80