Proposta de Avaliação
Área de Biodiversidade
(Qualis + Ficha de Avaliação)
Classificação – Conceitos
Programas Acadâmicos
Prof. Paulo JP Santos
Prof. Marcelo Tabarelli
Universidade Federal de Pernambuco
Proposta apresentada e discutida com o conj unto dos Coordenadores dos Programas de
Pós-Graduação da área de Biodiversidade em 30/01/2012 após apresentação e discussão
com os seguintes pesquisadores da área:
Adriano Sanches Melo – UFG
Flávio Antônio Mäes dos Santos – UNICAMP
Márcia Cristina Mendes Marques – UFPR
Maria Teresa Fernandez Piedade – INPA
Mercedes Maria da Cunha Bustamante – UNB
Miguel Ângelo Marini – UNB
Roberto Esser dos Reis – PUC-RS
Valério De Patta Pillar - UFRGS
Configuração e desempenho da área de Biodiversidade - A CAPES, seguindo parecer de
uma comissão ad-hoc de assessoramento ao Conselho Superior, decidiu pela ampliação
da área de Ecologia e Meio Ambiente que, incorporando programas, notadamente das
áreas Ciências Biológicas I e Interdisciplinar, passa a ser a área de Biodiversidade. A
área passa, então, a ter como objetivo principal agregar e expandir a massa crítica
envolvida no processo de descrição, entendimento da organização, conservação e uso
sustentável da biodiversidade brasileira, considerando os desafios científicos e de
formação de recursos humanos impostos pelo momento. Em termos práticos, agregar
significa colocar sobre o mesmo marco de avaliação, de desenvolvimento estratégico e
de interlocução com a sociedade, os programas que trabalham com a descrição
(sistemática, taxonomia, biologia de organismos), com a organização/evolução
(sistemática, ecologia, biogeografia, genética) e com o uso (biologia da conservação,
ciências ambientais, bioprospecção, humanidades) da biodiversidade. Isoladamente
mas, principalmente, na interface destas disciplinas é que estão emergindo as
ferramentas e os conceitos científicos norteadores da pesquisa e da intervenção humana
no mundo natural.
A importância da nova área, representada por uma massa crítica que, em termos de
número de pesquisadores, é muito maior do que o observado em países com destaque na
produção de conhecimento e na liderança de produção de idéias inovadoras associadas à
gestão e ao uso da biodiversidade se baseia ainda na demonstração de maturidade
associada ao volume e qualidade das áreas analisadas pelo ISI “Ecology” e “Plant &
Animal Sciences” (que congregam basicamente os produtos associados aos PPGs de
Biodiversidade) no Brasil quando comparado a outros países (Ecology – 13º em número
de papers, 20º em citações; Plant & Animal Sciences - 9º em número de papers, 15º em
citações. Fonte: Science Watch. Top 20 Nations in Plant &Animal Science: 04.2011 ;
National Rankings in Environment/Ecology: 05.2010) e ainda no impacto mundial
relativo (calculado como desvio percentual do número médio de citações de artigos
nacionais quando comparado ao valor mundial) desta área quando comparada a outras
áreas do conhecimento no Brasil (impacto relativo comparado ao impacto médio
mundial com base em dados de produção e citações de 2006 a 2010) onde
Biodiversidade possui indicador -46% , semelhante aos indicadores para
Microbiologia=-41 ou Bioquímica=-49 e superior aos indicadores de Ciências
Agronômicas=-56 ou de Biol.Molecular/Genética=-59.
Apesar disso a diferença entre a posição relativa a outros países em número de artigos e
em citações demonstra claramente a possibilidade de evolução da área desde que
desenvolvidos instrumentos de avaliação que fortaleçam o sistema como um todo e
auxiliem no seu aprimoramento.
Qualis - O desenvolvimento da estratificação da produção científica da área foi baseado
em cálculos de mediana dos fatores de impacto, indexação dos periódicos e uso dos
mesmos após verificar a possibilidade de expansão da base de periódicos indexados
2
somando aos indexados pelo ISI (JCR) aqueles que possuem fator de impacto dado por
Scopus (SJR) através de modelo de equivalência. Modelo baseado em fatores de
impacto de 503 revistas indexadas por ambos (FI-JCR e FI-SCI), com coeficiente de
determinação superior a 76%, permite a seguinte equivalência:
FI-JCR = 1,3967 . logn(FI-SJR) + 5,1894
Este modelo agrega à produção com fator de impacto um volume de 12,5% dos 18680
artigos publicados pela área entre 2007 e 2010. A mediana dos produtos indexados
(77,2% dos artigos) atingiu o va lor de 1,58 e representa 31,5% dos peiódicos utilizados
pela área. A proximidade deste percentual com o limite para o estabelecimento do
estrato A2 (25%) determinou o uso do valor de FI=1,88 (considerado como equivalente
à mediana da área) como limite infe rior do estrato A2. No conjunto dos periódicos com
FI = 1,88 o valor 2,58 define os 12% periódicos de maior impacto sendo desta forma
indicado como limite para o estrato A1. A mediana do conjunto de periódicos
considerados como válidos pela área apresentou valor de 0,625 e por definir 50% dos
mesmos é utilizado como limite inferior para os periódicos B1. A definição dos
periódicos B2 se dá pela indexação internacional pelas bases ISI e Scopus, enquanto os
periódicos B3 estão constituídos por aqueles indexados na base Scielo (não indexados
no ISI ou Scopus) somados aos periódicos que tiveram na base de dados analisada uso
=10. O estrato B4 é definido pelos periódicos com uso superior a 4 e o estrato B5 pelos
periódicos considerados próprios e utilizados na área. As figuras 1 e 2 apresentam a
distribuição percentual dos periódicos e do número de artigos nos diferentes estratos.
0.30
0.25
% de periódicos
0.25
0.25
0.20
0.15
0.12
0.13
0.13
0.10
0.06
0.06
B3
B4
0.05
0.00
A1
A2
B1
B2
B5
Figura 1. Distribuição percentual dos periódicos nos diferentes estratos Qualis.
7000
Núm. papers por estrato
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
A1
A2
B1
B2
B3
B4
B5
Figura 2. Distribuição do número de artigos nos diferentes estratos Qualis.
3
Critérios de Avaliação: justificativa - Os critérios consideraram que o serviço prestado à
sociedade se traduz no treinamento acadêmico e especialização profissional em pesquisa
para formação de Mestres e Doutores. Deve ainda ser observado que durante este
processo de formação é desenvolvido um trabalho de pesquisa científica (original no
caso do Doutorado) e que ao final do curso é esperado que o aluno tenha
adquirido/aprimorado a capacidade de desenvolver trabalho autônomo e demonstrado
capacidade de redação de texto científico evidenciada pela publicação ou submissão de
artigo(s) em periódicos especializados (Qualis). No caso do Brasil foi também
reconhecido que o sistema de PG é o principal responsável pela produção de
conhecimento científico o qual precisa também ser avaliado.
Deve ser considerado na avaliação dos Programas que tendo esta como objetivo uma
classificação dos Programas ou distribuição de conceitos a mesma só poderá ser
alcançada
de
forma
comparativa.
Assim,
e
considerando
o
potencial
de
evolução/crescimento da área os valores absolutos dos indicadores/métricas poderão
sempre sofrer ajustes ao final do período de avaliação. De forma que os valores
apresentados neste documento servem principalmente como parâmetros indicadores do
instrumento de avaliação.
Finalmente deve ser considerado que é o “conjunto” dos Docentes, majoritariamente
Permanentes, que está envolvido no alcance das metas/serviços dos PPG e não a
“média”. Neste sentido, não são necessariamente os docentes de produção mais
qualificada os principais responsáveis pela formação dos Discentes. Esta consideração
indica na necessidade de dirigir o processo para uma tentativa de diminuir as
heterogeneidades negativas ao nível dos Programas individuais.
Em conclusão os critérios de avaliação e seus respectivos pesos, indicados na Ficha de
Avaliação abaixo, foram definidos de forma a privilegiar a qualidade da produção,
medida inicialmente como qualidade dos periódicos conforme aferida pelo Fator de
Impacto, verificar a inserção adequada de Discentes no processo de produção científica
total e de qualidade e indicar a necessidade de redução de heterogeneidades.
4
Biodiversidade
peso
40
comentário
Equilíbrio na distribuição
40
20
Estratégias Pós-doc; cooperação, etc
Adequação
20
Compatibilidade e adequação Corpo Docente
(%com docência)
>70% MB
65-70% B
60-64% R
55-59% F
2.2 Adequação e
dedicação
40
Dimensão e proporção nas atividades do Núcleo
Permanente (NP)
NP>13 e >80%MB
11 a 13 e 70-78% B
9 a 11 e 65-69% R
<9 e <65% F
2.3 Distribuição de
Atividades de
pesquisa e
orientação
20
Proporção NP c/atividades de Pesquisa (projetos
financiados) e orientação
>70% MB
65-70% B
60-65% R
55-60% F
<55% D
2.4 Atividades na
graduação
20
Disciplinas de graduação e IC
>70% NP c/IC e/ou disciplinas MB
60-70% B
40-60% R
<40 F
15
Titulados/disc total
MSc - Dout
=0,5 - =0,25 MB
=0,25 - =0,15 B
<0,25 - <0,15 R
e
Teses&Dissert/Corpo Docente
>3 MB
2-3 B
1-2 R
1F
Item
Proposta
1.1 Coerência áreas
e linhas etc
1.2 Planejamento
1.3 Infraestrutura
Corpo docente 20%
2.1 Perfil docente
Corpo discente 35%
3.1 Corpo discente:
teses e dissertações,
quantitativo
5
3.2 Distribuição de
orientandos no NP
15
3.3 Qualidade de
Teses e Dissertações
50
3.4 Eficiência
(tempo T & D)
20
Uso de tempo de titulação
MSc - Dout
<30 - <54 MB
<33 - <57 B
<36 - <60 R
>36 - >60 F
50
Uso de %DP com =4B1+ e %DP com =2A2+.
=50% e =45% MB
=40% e =30% B
=20% R (sem exigência de %DP com =2A2+)
=10% F (sem exigência de %DP com =2A2+)
<10% D (sem exigência de %DP com =2A2+)
4.2 Distribuição da
produção científica
30
Uso de %DP com >300 pontos e %DP com >600
pontos
=75% e =35% MB
=50% e =25% B
=30% R (sem exigência de %DP com =600 pts)
=15% F (sem exigência de %DP com =600 pts)
<15% D (sem exigência de %DP com =600 pts)
4.3 Produção técnica
20
Produtos/doc perm (produtos considerados: livros
e capítulos de livro, patentes)
>3 MB
>2 B
>1 R
<1 F
Produção científica
35%
4.1 Publicações
qualificadas por
docente permanente
Proporção NP como orientadores
>75% MB
71-75% B
66-70% R
60-65% F
<60% D
Proporção da produção qualificada (B2+) com
Discente-Egresso* e produtos A2+ c/Disc-Egr/Tit
=25% e =0,167 MB
=10% e =0,1 B
=5% e produtos B1+ c/Disc-Egr=0,2 R
Não atende a um dos dois critérios para Regular F
Não atende a nenhum dos critérios D
*Egresso consid erado como titulado nos últimos
cinco anos.
6
4.4 Produção
Artística
Inserção Social 10%
5.1 Inserção
regional/nacional
5.2 Integração e
cooperação
5.3 Visibilidade
0
50
30
20
Qualitativo – destino de egressos; inserção de
docentes em projetos de pesquisa nacionais;
outros
Qualitativo – programas de cooperação nacionais,
regionais entre IES ou com empresas; outros
Web curso – atualização e informações do
programa
Atribuição de Conceitos e Critérios de Internacionalização
Conceito
7
Crité rios
MB todos os quesitos; %DP com =2A2+ =60%; nA2+/Titulado=0,35;
pelo menos 30%DP com h=10*; serão utilizados também indicadores
auxiliares de internacionalização como: %NP como editores de área
de periódicos internacionais; %alunos de outros países no PPG; coautoria com pesquisadores de outros países; participação de
visitantes/pós-docs internacionais; participação de docentes em
projetos/agências/órgãos de fomento internacionais; %discentes
realizando estágio no exterior
6
MB todos os quesitos; %DP com =2A2+ =50%; nA2+/Titul =0,20;
pelo menos 30%DP com h=7*; serão utilizados também indicadores
auxiliares de internacionalização como: %NP como editores de área
de periódicos internacionais; %alunos de outros países no PPG; coautoria com pesquisadores de outros países; participação de
visitantes/pós-docs internacionais; participação de docentes em
projetos/agências/órgãos de fomento internacionais; %discentes
realizando estágio no exterior
5
MB todos os quesitos
4
Tendência a B nos quesitos; quesitos 3 e 4 minimamente B
3
Tendência a R nos quesitos; quesitos 3 e 4 minimamente R
7
2
Tendência a F nos quesitos
1
Tendência a D nos quesitos
* valores críticos de índice h foram baseados em estudo da área de Ecologia no triênio
passado e estão sendo re-avaliados.
8
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ÁREA DE BIODIVERSIDADE - Programa de Pós