Modalidade: Trabalho Completo A produção científica sobre a temática etnicorracial em periódicos indexados na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci) Erinaldo Dias Valério Tiago José da Silva Aureliana Lopes de Lacerda Tavares Leilah Santiago Bufrem RESUMO Apresenta a comunicação científica como mecanismo para disseminação e avanço da ciência. Aponta a importância desse processo para o movimento negro brasileiro, que vem durante décadas contestando todas as formas de preconceito, discriminação e racismo sofridas pela população negra. Identifica a existência de artigos científicos indexados na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci) que enfocam a temática etnicorracial. Realiza uma pesquisa exploratória por meio de um levantamento bibliográfico. Realiza uma análise do conteúdo para uma aferição crítica quanto a essa problemática em corpus de periódicos da Ciência da Informação – CI contidos na Brapci. Conclui que a quantidade de artigos que tratam do tema analisado reflete o estado em que se encontra o campo de estudo da CI frente aos aspectos sociais, notadamente no campo das relações etnicorraciais. Palavras-chave: Produção científica. Ciência da Informação. Informação etnicorracial. Brapci. ABSTRACT This article presents scientific communication as a mechanism for dissemination and advancement of science. It points out the importance of this process for the Brazilian black movement, which has for decades challenging all forms of prejudice, discrimination and racism experienced by black people. It identifies the existence of scientific articles indexed in the Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci), discussing the topic ethno racial. It conducts exploratory research through a literature review, with the intention of making explicit the problem and tries to understand the phenomena that influence. It concludes that the number of articles that address the topic analyzed reflects the state that is the field of study of Information Science forward to the social aspects, especially in the field of relations ethno racial. Keywords: Scientific production. Information Science. Information ethno racial. Brapci. Grupo Temático nº 2: Produção, Comunicação e Uso da Informação. 1 INTRODUÇÃO O avanço da informação científica sobre a democratização racial na sociedade brasileira é fruto das conquistas dos diversos segmentos do Movimento Negro que, há anos, vem denunciando a desigualdade racial no Brasil em diversos setores, seja nas questões de moradia, saúde, educação, entre outros. No que se refere à educação, essa democratização se amplia por ser um espaço onde se pode priorizar o debate sobre as relações etnicorraciais, com ênfase na população negra. Entende-se como informação etnicorracial aquela que retrata a temática negro(a), na intenção de torná-lo protagonista de sua própria história, afirmando e reconhecendo a contribuição dos(as) negros(as) para a construção da sociedade brasileira. Considerando que a necessidade de troca de informações entre pesquisadores da mesma comunidade é fundamental para a obtenção de conhecimento, defende-se que, sem comunicação, a ciência não tem como se desenvolver. Na perspectiva de Pecegueiro (2002), a Ciência da Informação - CI investiga o processo de transferência da informação, no intuito de compreender e organizar o fluxo dessa informação. Le Coadic (2004) relata que a preocupação do campo de estudo da CI se reflete nos processos de construção, comunicação e uso da informação nas diversas áreas. Dessa forma, a CI pode contribuir para o entendimento das informações impregnadas de discriminação, preconceito e racismo sofridas pela população negra na sociedade brasileira a partir do estudo de diversos canais de informação científica. Meadows (1999) afirma que existem inúmeras formas para a comunicação das pesquisas científicas, no entanto as duas mais importantes são a fala e a escrita. Neste sentido, estudar a produção científica registrada de uma determinada área possibilita ao pesquisador identificar quais são as tendências, percursos e estado da arte do campo de estudo analisado. Mueller (2006, p. 27) questiona a quem foi conferida a autoridade para decidir “quais artigos serão aceitos nas revistas mais prestigiadas”. A autora retoma Cole (1983, apud MUELLER, 2006) para dizer que os membros de comissões avaliadoras são ancorados em um prestígio reconhecido pelos demais membros de uma comunidade discursiva. Questiona-se então: há poucos artigos submetidos a esses pares sobre a temática etnicorracial dentro dos periódicos da CI ou não existem estudos sobre esse tema na área em questão? Conforme Mueller (2006, p. 31), a comunidade científica não existe em um vácuo social, mas é um dos muitos poucos grupos sociais que compõem a sociedade contemporânea, estando, portanto, sujeita às forças presentes nessa sociedade. Assim, permeando e influenciando a estrutura de seu intricado sistema de comunicação (...). Segundo a autora há uma diversidade de interesses por parte de editores, instituições de pesquisa e universidades, do país, da política, da economia e dos pesquisadores, quanto a essa comunicação. E, seguindo-se essa linha de argumentação, pode-se afirmar que em muitos espaços de divulgação de informação não se costuma retratar os negros como agentes de sua própria história. Dialogando com Aquino (2011, p. 48), percebe-se que “a ausência da ética na transmissão de informação sobre a história e cultura africana e afrodescendente tende a despertar ressentimentos e revoltas por parte daqueles(as) que se sentem discriminados(as) pelos(as) brancos(as).” Por este e outros motivos, são necessárias discussões sobre essa problemática para diminuir as relações de discriminação, preconceito e racismo, sofrido pela população negra(o). Isso posto, objetiva-se identificar a existência de artigos científicos indexados na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci1) que versam sobre a temática etnicorracial. Os objetivos específicos consistem em apontar quais periódicos têm maior representatividade frente a esse tema, em quais anos a produção científica sobre o assunto foi mais evidente e quais os descritores que mais recuperam os artigos sobre o conteúdo dentro da referida base. A Brapci objetiva contribuir com pesquisas no campo de estudo da CI e, para tanto, são indexados artigos de 35 periódicos nacionais impressos e eletrônicos, dos quais 27 estão ativos e oito são considerados históricos. 1 Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação – Brapci. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/index.php>. A partir da Brapci, tem-se um conjunto de produção de informação científica em acesso livre, o que permite aos pesquisadores, estudiosos e acadêmicos fazerem estudos analíticos e descritivos no contexto da CI. “Os saberes e as pesquisas publicados e organizados para fácil recuperação clarificam as posições teóricas dos pesquisadores.” (BRAPCI, 2013). É um projeto financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento – CNPq, e hoje conta com 7551 textos, constituindo-se uma base de dados referenciais. A presente pesquisa se justifica pelo fato de os estudos de informações que envolvem a população negra, ainda hoje, se constroem por discursos negativos ao reconhecimento e valorização de sua cultura. Assim, é que muitos intelectuais que dialogam contra a discriminação racial têm sua produção voltada para tais questões no sentido de dar visibilidade às temáticas etnicorraciais de afirmação do povo negro. Assim, na intenção de melhor compreender as discussões dessa pesquisa, o texto se organiza a partir da seguinte estrutura: a introdução apresenta a pesquisa assim como a problemática, justificativa e objetivos; a segunda parte compreendida como referencial teórico, propõe aspectos conceituais necessários para o desenvolvimento do estudo e discute temas como produção e comunicação científica, como também questões referentes à informação etnicorracial, todas ancoradas no contexto da CI; na terceira parte, discorre sobre os pressupostos metodológicos, apresentando os caminhos de investigação científica para a realização da pesquisa; discutem-se a seguir as análises e interpretações dos dados, correlacionado as temáticas etnicorraciais e a CI e, no ultimo momento, apresentam-se as considerações finais da pesquisa, ampliando as possibilidades de estudos e inserção cada vez mais, dessa temática no campo de estudo da CI. 2 PRODUÇÃO E COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Ao afirmar que “a informação científica é o insumo básico para o desenvolvimento científico e tecnológico de um país”, Kuramoto (2006, p. 91) defende o papel da produção científica geradora de informação e conhecimento. Sabe-se que esse tipo de informação é produzido nos centros de pesquisas e universidades e para que as pesquisas se desenvolvam e outras surjam, é necessário que essa informação seja comunicada, e que por sua vez provoque novo ciclo de discussão e reflexão acerca das problemáticas, geradoras de soluções para as questões levantadas. Essas informações são expostas em diversos gêneros discursivos, que de modo geral, podem ser definidos como produção científica. A produção científica é considerada um tópico importante dentro das discussões e estudos da CI. Os olhares dos cientistas da informação estão voltados para todo tipo de informação, em especial o estudo da informação registrada. De acordo com Lourenço (1997), a produção científica é toda produção documental que independente do suporte, aborda temáticas de interesses de uma comunidade científica específica, e que proporciona desenvolvimento para a ciência na construção de conhecimento. Neste sentido, Costa (2000) enfatiza que a principal atividade dos cientistas é a pesquisa, e que independente da área de conhecimento os estudiosos necessitam de mecanismos para comunicar os resultados de suas investigações. A transmissão dos resultados de uma pesquisa de um cientista depende do veículo empregado, da natureza das informações e do interlocutor (público-alvo) como aponta Meadows (1999). O veículo pode ser definido como os recursos utilizados, enquanto a natureza das informações é o tipo de conteúdo que está sendo disseminado, já o público-alvo são os pesquisadores e interessados em áreas específicas do conhecimento, que procuram informações especializadas para as suas necessidades informacionais. Na perspectiva de Meadows (idem), os processos para comunicação científica podem ser de natureza formal ou informal. A comunicação formal apresenta-se a um público amplo e a informação é registrada e armazenada por muito tempo. Já a comunicação informal tem seu público mais restrito, limitado e em sua maior parte é um processo oral, ou seja, informação falada. Concordando com Le Coadic (2004), a informação comunicada pelo processo informal, não tem a mesma confiabilidade do que a comunicada pelos meios formais, o que se justifica pelo risco dessa ser modificada na troca de informações pelos cientistas, haja vista que a mesma se concretiza pela comunicação oral, seja por seminários, por colóquios ou por outros tipos de eventos em se possa produzir. Corroborando com os autores supracitados, Mueller (2000, p. 22) conceitua tais mecanismos para a produção da literatura científica, enfatizando que: A comunicação informal utiliza os chamados canais informais e inclui normalmente comunicações de caráter mais pessoal ou que se referem à pesquisa ainda não concluída, como comunicação de pesquisa em andamento, certos trabalhos de congressos e outras com características semelhantes. A comunicação formal se utiliza de canais formais, como são geralmente chamadas as publicações com divulgação mais ampla, como periódicos e livros. Vale ressaltar, que o veículo principal da comunicação científica, é a sociedade científica. É ela que garante a confiabilidade das pesquisas (LE COADIC, 2004) que depois de serem avaliadas pelos seus pares, oferecem ao pesquisador a confirmação de cientista. Assim, Sem produção científica, a disseminação do conhecimento científico se torna limitada, dificultando o avanço da ciência. A disseminação da produção científica permite maior visibilidade aos estudos e pesquisas realizados, impulsionando o desenvolvimento intelectual e a geração do conhecimento. (BASTOS, 2005, p.72). Para Targino (2000, p. 54), a comunicação científica favorece à produção científica e aos pesquisadores, dando-lhes “a necessária visibilidade e possível credibilidade no meio social” em que estão inseridos. Um dos canais formais de comunicação científica é o periódico científico que hoje desempenha um importante papel na seleção e divulgação de informações sobre a ciência. 2.1 PERIÓDICOS Para Freitas (2006), as informações científicas, técnicas e sobre invenções eram publicadas em folhetins, em volantes e em jornais até o século XVII, quando se inventou a imprensa. Contudo a informação mais especializada era comunicada por correspondências entre cientistas ou grupos científicos, movimento que se passou a denominar de colégio invisível. Gonçalves, Ramos e Castro (2006) dizem que a partir do século XVII surgiram as revistas científicas, que constituem importantes canais de comunicação formal da ciência. Em 1665, nascem dois periódicos científicos, o primeiro foi o francês Journal dês Sçavans e o segundo foi Philosophical Transactions of the Royal Society da Inglaterra. Este serviu como modelo para as revistas científicas hoje. (MEADOWS, 1999). Os periódicos científicos se sustentam no princípio da validação do mérito e do método científico, que foi estabelecido pela comunidade científica. Assim, constituem uma espécie de instância de consagração, como afirmam Gruszynski e Golin (2006, p. 1). Essa instância atua como “um filtro seletivo, reproduzindo as sanções e exigências próprias do campo científico, confere valor às pesquisas e as situa no seu grau de originalidade em relação ao conhecimento já acumulado em determinada área do conhecimento”. Pode-se dizer que os periódicos são importantes canais de publicação de produção científica, pois hoje são especializados, permitindo aos cientistas a divulgação e o reconhecimento do seu conhecimento. Dentre alguns gêneros discursivos publicados em periódicos, estão os artigos científicos, objeto da pesquisa em questão. Bufrem (2006) aponta a relevância do artigo científico no processo de comunicação científica, pois é por meio desse gênero que as expressões dos saberes são mostradas. Os periódicos da CI começaram a surgir no Brasil a partir da década de 1970 com os cursos de pós-graduação na área, tendo como o primeiro a Revista Ciência da Informação. Atualmente, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior conceitua os periódicos científicos de acordo com os critérios Qualis, um conjunto de procedimento para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Os periódicos recebem os seguintes conceitos: A1; A2; B1; B2; B3; B4; B5 e C. O mesmo periódico pode receber conceitos diferentes, dependendo da área do conhecimento em que ele esteja sendo avaliado, o que não se “constitui inconsistência, mas expressa o valor atribuído, em cada área, à pertinência do conteúdo veiculado. Por isso, não se pretende com esta classificação que é específica para o processo de avaliação de cada área, definir qualidade de periódicos de forma absoluta” (CAPES, 2013). Com essa possibilidade de avaliação de um mesmo periódico por áreas diversas, evidenciam-se temas cujo interesse é abrangente e atingem muitas delas. É o caso da temática etnicorracial, objeto deste trabalho. 3 INFORMAÇÃO ETNICORRACIAL O debate sobre as questões etnicorraciais no Brasil, tem crescido de forma considerável nos últimos tempos, especialmente na literatura especializada. A luta pelo fim do racismo e de seus efeitos na sociedade pode ser vista na forma em que as organizações antirracistas se manifestam. Uma das contribuições concretas para essa luta foi a III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata – (III CMR) ocorrida em Durban, África do Sul 31 de agosto a 7 de setembro de 2001, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que se constituiu em marco para as discussões, debates e reivindicações sobre problemas que afetam a população negra no Brasil. Nessa perspectiva, no estado brasileiro foram criadas diversas secretarias, conselhos, e instituições para o combate ao preconceito e a discriminação racial sofridos pelos negros (as). Organizações essas, em âmbitos federal, estadual e municipal, que realizam dentre suas atividades diversos congressos e encontros de formação política, para atender as necessidades da população negra a fim de intervir nas esferas políticas para a melhoria da sociedade. Neste momento tem-se a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), criada em 21 de março de 2003, que atua em abrangência nacional, reconhecida pelas lutas do movimento negro brasileiro, elaborando políticas públicas que promovam a igualdade racial no país. Além dessas secretarias, existem diversas Instituições de Ensino Superior (IES) que desenvolvem linhas de pesquisas voltadas para a temática supracitada, tanto em nível de graduação como em pós-graduação mestrado/doutorado. Dessas IES saem pesquisadores e estudantes que cooperam para a desconstrução do racismo e das desigualdades sociais, através de metodologias variadas, entre as quais a produção de informação etnicorracial voltados à cultura afrodescendente. Diante dessa reflexão apresentada, a informação etnicorracial é definida por Oliveira (2010, p. 56) como sendo, todo elemento inscrito que independente do suporte, “tem o potencial de produzir conhecimento sobre os elementos históricos e culturais de um grupo étnico na perspectiva da afirmação desse grupo étnico e considerando a diversidade humana.” Desta forma, a disseminação de informação etnicorracial da população negra, para acesso e uso, como também da diversidade de pessoal e de temas no meio acadêmico, é fundamental para a democratização de pensamentos. Uma vez que “o acesso à informação é um pressuposto da cidadania e da democracia e é um dever social dos mais relevantes tornar acessíveis aos interessados às informações mais recentes sobre temas ainda pouco conhecidos e explorados.” (GOMES, 2000, p. 156). Santos (2006, p. 10) afirma que “o desafio colocado diante do movimento negro era o de contestar a idéia de um só povo, uma só raça e da inexistência de conflitos raciais.” O passo importante era tentar desconstruir o mito de que vivemos em plena harmonia, sem segregações e sem discriminação. Como resposta de uma luta política do movimento negro, tem-se a Lei 10.639/03, que neste ano completou seus 10 anos, estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos sistemas de ensino, seja público ou privado. Foi uma das primeiras leis sancionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em resposta à constatação de que vivemos em estado de desigualdade racial, com vistas a fortalecer o reconhecimento e importância de lutarmos contra a questão do preconceito e discriminação racial vivenciadas pela população negra. Outro passo importante foi à alteração dessa lei para a 11.645/08, que passa acrescentar a obrigatoriedade do ensino da cultura indígena nas escolas do país. Neste sentido, visto que o ambiente escolar é um lugar de formação de cidadãos, foi desenvolvida uma análise de conteúdos, o estudo da História da África e Indígena, a cultura negra brasileira e a luta dos negros no Brasil, resgatando sua contribuição em todas as áreas. Esses conteúdos serão ministrados durante todo currículo escolar, proporcionando para a escola, professores e alunos a necessidade de compreender as diferenças e promover a valorização das diversas culturas, não transformando em reprodução de manifestações de preconceito, racismo e discriminação. 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS No intuito de analisar a produção científica da CI a partir dos artigos indexados na Brapci foram utilizados métodos e técnicas a seguir descritos. Este estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória, a qual permite uma maior familiaridade com o objeto pesquisado. Entende-se que esta é a melhor forma de compreender a relação da temática etnicorracial com a CI. Para Gil (2006, p. 46), a pesquisa exploratória é aquela que oferece ao pesquisador maior intimidade com o problema, permitindo a criação de teorias ou hipóteses, aperfeiçoando a solução da pesquisa. De cunho bibliográfico, realiza-se um levantamento de literatura em fontes de informações primárias e secundárias, como bases de dados, livros, artigos, dissertações, no intuito de proporcionar uma aproximação entre os estudos etnicorraciais e a comunicação científica. A fonte da pesquisa foi a Brapci e o universo pesquisado foram os artigos de periódicos indexados, do qual foi recortado o corpus aqui analisado. A busca foi realizada levando em consideração os artigos que abordassem a temática etnicorracial, com ênfase na população negra. Iniciou-se a pesquisa na Brapci aplicando o filtro “todos”, que inclui as palavras-chave, título, resumo e autor. Neste sentido, não foi restringido o período de busca, foram analisadas todos os artigos que estavam indexados a partir dos seguintes descritores: Negro; Racismo; Afro; Negra; Racial; Discriminação; Etnia; Preconceito; Candomblé; Escravidão; África; Etnicorracial; Negritude; Africano e Movimento Social. 5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS A comunicação científica proporciona aos pesquisadores a oportunidade de divulgar seus trabalhos, permitindo que o tema abordado tenha uma continuação e uma aplicabilidade na sociedade. Assim, os periódicos científicos são um dos canais dessa comunicação, em que a produção científica passa por um processo de avaliação por pares. Ou seja, artigos de diferentes temáticas passam pelas comissões julgadoras que ratificam a aprovação ou não desses trabalhos. Desse modo, na Tabela 1, apresentam-se a quantidade de artigos que trabalham a questão etnicorracial em periódicos da CI. Vale ressaltar que nem todos os trabalhos publicados em periódicos na CI e que dialogam com a temática aqui estudada estão indexados na Brapci, como por exemplo, o trabalho de Erinaldo Dias Valério, Maria Cleide Rodrigues Bernadino e Joselina da Silva intitulado A produção científica sobre os (as) negros (as) nos ENANCIBs sob um olhar cientométrico2, publicado na revista Informação & Sociedade: Estudos, no segundo semestre de 2012. Tabela 1: Títulos dos periódicos e a quantidade de artigos publicados sobre a temática etnicorracial Título do Periódico Quantidad e BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação 8 ETD - Educação Temática Digital 6 Ciência da Informação Revista 5 ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina 4 Inclusão Social 3 Informação & Sociedade: Estudos 3 Comunicação & Informação 3 Biblionline 2 DataGramaZero 1 Em Questão: Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da 1 UFRGS Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 1 Revista de Biblioteconomia de Brasília 1 Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação 1 Transinformação 1 Total 40 Fonte: as autores. Os dados apresentados na Tabela 1 traduzem disparidades entre os periódicos, cujos efeitos atingem a população negra, uma vez que, o acesso a informação é uma questão de cidadania. E disseminar informações que dizem respeito aos interesses informacionais dessa população é fundamental para o desenvolvimento da mesma. 2 VALÉRIO, Erinaldo Dias; BERNARDINO, Maria Cleide Rodrigues; SILVA, Joselina da. A produção científica sobre os (as) negros (as) nos ENANCIBs sob um olhar cientométrico. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.22, n.2, p. 151-169, maio/ago. 2012. Conforme se verifica na Tabela 1, a revista BIBLIOS da Universidade Federal do Rio Grande lidera o ranking dos periódicos que mais se publicam artigos, retomando a temática etnicorracial com ênfase aos estudos da população negra. Com essa inclinação a temas correntes da sociedade, o número de leitores cadastrados cresce a cada ano, como pode ser visto na seção estatística do site desse periódico3. A BIBLIOS possui o conceito B3 pelo Qualis Capes em 2012, esse periódico existe desde 1985. (BRAPCI, 2013). A revista ETD – Educação Temática Digital da Universidade Estadual de Campinas também demonstra uma consciência de que a temática deve ser debatida em suas páginas, já que, de acordo com o levantamento apresentado na referida tabela, ela ocupa a segunda posição com 6 artigos publicados. A ETD possui o conceito B4 pelo Qualis Capes em 2012 e seu surgimento remonta ao ano de 2001. A revista Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica (IBICT) ocupa a terceira posição com cinco artigos publicados. O periódico existe desde de 1972 e tem o conceito A2 pelo Qualis Capes em 2012, sendo a revista mais antiga em vigência da área da CI. A revista ACB: Biblioteconomia de Santa Catarina tem quatro artigos publicados sobre a temática, tem o conceito B2 pelo Qualis Capes em 2012 e sua origem data de 1996. As revistas Inclusão Social - B4 (vigente desde 2005), Informação e Sociedade: Estudos - A1 (1991), Comunicação e informação - B3 (1998) e Biblioonline - B3 (2005), publicaram 3 artigos cada. Em contraste, nota-se que a revista Datagramazero - B1 (1998), a Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação - B1 (2008) e a Transinformação - A1 (1989), a revista Em Questão: Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS - B1 (2003), revistas bem conceituadas na área não apresentam número considerável de artigos na temática. Ou seja, apresentam apenas 1 artigo em cada uma. A Revista de Biblioteconomia de Brasília tem B1 pelo Qualis Capes em 2012 e surgiu em 1973, mas deixou de ser publicado em 2001, o que isenta a revista da responsabilidade dos anos posteriores. 3 Disponível em: <http://www.seer.furg.br/biblos/about/statistics?statisticsYear=2007>. Acesso em: 15 jan. 2014. Se for observado por outro ângulo, esse ranking sofre alteração, pois quando se divide quantidade de artigos publicados em um periódico pelo tempo de existência do mesmo (tomando como base o ano de 2012), tem-se a representatividade da revista para a temática. Assim, as revistas ETD e Inclusão Social têm uma maior representatividade na discussão da problemática aqui apontada, enquanto a Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação e a DataGramaZero estão nas últimas colocações. A revista Ciência da Informação, mesmo sendo a mais antiga, tem uma representatividade diminuta sobre a temática, ocupando o 8º lugar, como pode ser visto na Tabela 2. Tabela 2: Títulos dos periódicos e valor representativo do periódico para a temática etnicorracial Título do Periódico Valor Representativ o ETD - Educação Temática Digital 0,545 Inclusão Social 0,428 BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação 0,296 Biblionline 0,285 ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina 0,25 Comunicação & Informação 0,214 Informação & Sociedade: Estudos 0,142 Ciência da Informação Revista 0,125 Em Questão: Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação 0,111 da UFRGS Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação 0,07 Transinformação 0,043 Revista de Biblioteconomia de Brasília 0,035 Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 0,025 DataGramaZero 0,007 Fonte: os autores. Pode-se inferir que os conteúdos da temática etnicorracial não representam interesse dos pesquisadores em CI, do que decorre um distanciamento gradativo da problemática do negro. Aquino (2004, p. 1) afirma que “os discursos da ciência, da política e da religião se articularam para apagar a presença do negro na constituição da identidade cultural brasileira e anular qualquer forma de resistência [...]”. Um dado importante refere-se ao fato que a professora Mirian Aquino, do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba - PPGCI/UFPB, tem oito artigos publicados em três periódicos indexados na Brapci, o que representa 20% da produção de artigos sobre a temática, colocando-a em situação privilegiada nessa produção, o que, por outro lado, sugere o isolamento dos pesquisadores em relação a determinados temas sociais. A referida pesquisadora, de acordo com seu Lattes,4 vem desenvolvendo pesquisas que apresentam questões de interesse da população negra. Assim, os discentes sob sua orientação também seguem o mesmo caminho, seja na graduação ou na pósgraduação. Isso justifica as coautorias nos artigos que aqui foram analisados. De acordo com a Tabela 3, nota-se que a partir dos anos 1999, houve um aumento, mesmo que diminuto na publicação de artigos sobre o tema. Talvez se justifique por conta da crescente disseminação de informações decorrente de mobilizações da III - CMR como já abordado durante o texto, da aprovação da Lei 10.6390/03 e a criação da SEPPIR, entre outros acontecimentos que impulsionaram o debate para as relações raciais no Brasil. Tabela 3: Ano de publicação e quantidade de artigos publicados sobre a temática Ano de Quantidade de publicação artigo 1979 1 1987 1 1990 1 1993 2 1994 1 1996 1 1999 2 2001 2 2005 1 2006 4 2007 2 2008 5 2009 5 2010 7 2011 3 2012 2 Total 40 Fonte: os autores. Também se percebe, a partir da Tabela 3, que não há uma gradação na publicação de artigos ao longo dos anos, pois mesmo com um leve aumento na produção a partir de 1999, houve anos como 2000, 2002, 2003 e 2004 que não foi publicado nenhum artigo, isso representa um intervalo de 4 anos. Neste tempo, seria possível desenvolver no mínimo uma pesquisa para tese de doutorado, ou até 4 Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/2023496822513593>. Acesso em: 20 jul. 2014. mesmo duas pesquisas para dissertação de mestrado por um pesquisador. O que proporcionaria discussões, resultando em diversos artigos. O que teria acontecido com os autores que trabalham a temática? O que houve para que os periódicos não percebessem a falta de discussão sobre esse tema nesse período (2000-2004)? São questões para as quais as respostas não são perceptíveis facilmente. Dialogando com Capurro (2003), através dos didáticos paradigmas, físico, cognitivo e social, vê-se que a questão social dentro da CI recebeu ênfase a partir dos anos 90, o que poderia justificar o fato de alguns periódicos mais antigos não publicarem artigos com a temática nas décadas anteriores. Na Tabela 4, estão todos os descritores que foram utilizados para recuperar os artigos que tratem da temática etnicorracial. Tabela 4: Quantidade de artigos recuperados usando cada descritor Descritores Artigos Artigos que Artigos que foram Artigos recuperados trabalham a recuperados nas não recuperados temática buscas anteriores nas buscas anteriores Negro 34 11 0 11 Racismo 08 06 03 3 Afro 17 15 06 9 Negra 23 11 05 7 Racial 12 12 09 3 Discriminação 16 05 05 0 Etnia 01 0 0 0 Preconceito 23 07 07 0 Candomblé 01 01 0 1 Escravidão 08 05 03 2 África 23 16 12 4 Etnicorracial 02 02 02 0 Negritude 0 0 0 0 Africano 08 04 04 0 Movimento 61 0 0 0 Social Total 237 95 56 40 Fonte: os autores. Esses descritores foram escolhidos de forma que pudessem se aproximar cada vez mais dos estudos étnicos que dizem respeito à população negra. A Tabela 4 demonstra que o descritor “África” é o mais utilizado entre os pesquisadores, estando presente em 16 artigos, como pode ser visto na terceira coluna da tabela, o que demonstra que os autores fazem uma remissão geográfica no intuito de abarcar tanto a história quanto à cultura dos negros advindos desse continente. Em seguida, tem-se o termo “Afro” que é recuperado como prefixo de palavras como afrobrasileiro e afrodescendente, abarcando um total de 15 artigos. O termo “Negro” recupera 11 artigos, a mesma quantidade que o termo “Negra”, o termo racial consegue elencar 12 artigos. Assim, percebe-se que esses 4 termos são os mais utilizados pelos autores que trabalham a temática etnicorracial. Termos como “Movimento Social”, “Negritude” e “Etnia” não recuperaram nenhum artigo. Vale ressaltar que o primeiro termo, ao recuperar 61 artigos, ele não aborda artigos que trabalham exclusivamente a temática, porém, nos artigos apresentados, essa questão é apenas mencionada como argumento auxiliar a outros problemas. Por exemplo, em um determinado artigo, o autor conta a história dos movimentos sociais, citando o Movimento Negro como um de tantos exemplos apresentados no artigo. Assim a temática não é trabalhada em si, mas mencionada como exemplo de outra temática. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diferentes estratégicas têm sido empreendidas para o combate a discriminação, preconceito e racismo que atacam a população negra. Entre elas se inclui a produção científica como forma de enfrentamento a essas práticas. Através da produção científica as informações etnicorraciais na perspectiva de afirmação do (a) negro (a) podem mostrar o avanço do debate sobre a temática, elencando a realidade dessa população no que tange ao acesso a educação, saúde, economia entre outros. Como exemplos de disseminação de informação científica são os periódicos científicos. Sabe-se que os periódicos sofrem três tipos de pressões, que de forma consequente atingem aos pesquisadores, estudiosos e professores. As pressões sociais, econômicas e políticas são fatores que induzem a mudança no processo de comunicação científica, como aponta Costa (2000). Essas pressões podem ser as responsáveis pela segregação dos artigos etnicorraciais dentro da CI. Pois quando se fala de pressões sociais, está se falando da relação de poder existente entre os grupos das comunidades científicas, as quais instituem os assuntos relevantes de uma determinada área, fazendo com que os temas que trazem uma reflexão acerca de problemas sociais não tenham uma discussão crítica que leve a uma mudança social. As pressões econômicas estão relacionadas às intuições de pesquisa (universidades, centros de pesquisa e agências de fomento), pois estas dizem a quem os recursos financeiros estão direcionados, fazendo com que alguns temas não tenham seus projetos financiados por essas instituições. A essas pressões estão relacionados as pressões políticas que fazem com que o governos e universidades adotem decisões e estratégias de acordo com o seu interesse. Assim, ao longo de toda história da comunicação científica no Brasil, a temática etnicorracial foi uma das que mais sofreu com as consequências desse modelo. De acordo com Lara (2006), a comunicação científica promove a evolução do conhecimento científico. As revistas ETD e Inclusão Social são as que mais evidenciam a importância da publicação sobre a temática em suas páginas. Uma das explicações se dá pelo fato destes periódicos terem como política as questões sociais, o primeiro tem o foco na educação e pela Lei 11.645/08 se deve trabalhar as questões etnicorraciais, assim a revista permite aos profissionais da educação acesso à produção científica sobre o tema. Já a revista Inclusão Social tem o seu foco temático nas questões sociais, não podendo o conteúdo aqui trabalhado está excluído da sua pauta. A partir do de 1999, houve uma gradação quanto à produção de artigos que abordam a temática, tendo um período de quatro anos sem nenhuma produção (2000-2004), não se sabe o que aconteceu para que esse problema ficasse evidente. Os termos descritores que mais recuperam artigos são os considerados genéricos como África, racial, negro e afro. Estes três últimos fazem relações estruturais, gramaticalmente falando, com outros termos, sendo assim, exercem funções adjetivais, o que permite uma abrangência maior de artigos. Desse modo, a temática aqui apresentada depende da comunicação científica para que sua evolução seja promovida. Os pesquisadores precisam se informar sobre os resultados de outras pesquisas para que haja uma reflexão crítica acerca dos problemas sociais. A comunidade científica não pode apegar a preceitos estabelecidos pela elite. O fato é que a história do negro na sociedade brasileira é por muitas vezes ignorada, a invisibilidade e omissão de estudos desta ordem estão associadas ao que chamamos de mito da democracia racial. É necessário destacar, que o movimento negro brasileiro vem durante décadas chamando a atenção para a necessidade de estudos direcionados à garantia dos direitos dessa população, esse movimento discute em sua agenda denúncias da existência do racismo e das desigualdades raciais na sociedade. Assim, um marco importantíssimo que ampliou a disseminação de informação etnicorracial foi a Lei 10.639/03 ampliada pela Lei 11.645/08 como já citada no decorrer do texto. Através da referida lei, tem-se o volume de estudos e pesquisas desenvolvidas pelos intelectuais no sentido de autoafirmação da contribuição dos negros na sociedade brasileira. Neste sentido, a presente pesquisa, muito contribuirá para tornar visíveis os estudos sobre a história das populações de descendência africana no Brasil, proporcionando a democratização do conhecimento como também a materialização da área de estudos no Brasil, incentivando a formação de novos pesquisadores aliados à luta antirracista em todos os espaços. REFERÊNCIAS AQUINO, Mirian de Albuquerque. A imagem do afrodescendente na escola: silêncios e sentidos na versão que ficou. 2004. Disponível em: <http://www.ldmi.ufpb.br/mirian/A%20IMAGEM%20DOS%20AFRODESCENDENTE S%20NA%20ESCOLA%20%DALTIMA%20VERS%C3O.pdf.> Acesso em: 20 dez. 2013. ________. A responsabilidade étnico-social como princípio de inclusão de negros (as) nas universidades. p. 43-57. In: AQUINO, Mirian de Albuquerque; GARCIA, Joana Coeli Ribeiro. 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