(1º Fórum Nacional de Infraestrutura) SF/14847.78296-09 ANTEPROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 01, DE 2014 Art. 1º O inciso XXIII do art. 21 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “d”, renomeando-se a atual alínea “d” para alínea “e”: “Art. 21 .......................................................... .......................................................................... XXIII – ........................................................... d) a construção e operação de reatores nucleares para fins de geração comercial de energia elétrica poderão ser outorgada sob o regime de concessão, na forma da lei, a pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras, que tenham sede no País, que exercerão obrigatoriamente sua gestão; .........................................................................” (NR) Art. 2º O art. 177 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º: “Art. 177. ................................................ .................................................................. 7a07fc4f338f349bb7ee930b1436db375e79c8b4 As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Página: 1/5 16/04/2014 18:58:36 Dá nova redação aos artigos 21 e 177 da Constituição Federal, para retirar do monopólio da União a construção e operação de reatores nucleares para fins de geração de energia elétrica. § 5º Os concessionários de usinas termonucleares de que trata o art. 21, inciso XXIII, alínea “d”, poderão adquirir combustível nuclear exclusivamente para fins de geração de energia elétrica, permanecendo sob monopólio da União a retirada e a gestão de rejeitos radioativos resultantes da geração termonuclear.” (NR) SF/14847.78296-09 2 Uma das conclusões do Painel de Energia Elétrica foi a necessidade de inserir a iniciativa privada nos esforços para diversificar as fontes energéticas do País, inclusive a geração de energia termonuclear. De fato, segundo o Plano Nacional de Energia 2030, já em meados da próxima década, o Brasil terá esgotado o seu potencial de energia hidráulica, base da nossa matriz de eletricidade, e deverá se preparar para a inserção maciça de outras fontes de energia. As fontes alternativas de energia serão sempre bemvindas, pois agregam energia renovável na matriz. Entretanto, seu caráter intermitente não garante segurança energética operacional para o Brasil, que só pode ser dada por fontes que podem gerar energia sempre que o Operador Nacional do Sistema Elétrico assim determinar. Portanto, segurança energética só pode ser provida por fontes termoelétricas, que têm o combustível ao lado da usina para usá-lo sempre que necessário. Entre as fontes de geração de energia térmica, as usinas termonucleares situam-se entre as mais baratas. Para que o Brasil se mantenha minimamente competitivo no cenário mundial na próxima década, nossa indústria precisa ter a sua disposição eletricidade a preços também competitivos. Por isso, não podemos descartar, do nosso leque de opções, a geração de energia por reatores nucleares. E, considerando que uma usina termonuclear demora, 7a07fc4f338f349bb7ee930b1436db375e79c8b4 O 1º Fórum Nacional de Infraestrutura, organizado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, foi o ápice de um amplo ciclo de audiências públicas realizadas na Comissão em 2013. Os debates foram desenvolvidos concomitantemente em vários painéis temáticos. O intuito do Fórum foi agregar as aprofundadas análises havidas ao longo de 2013, e inserir suas conclusões nas agendas das políticas econômicas, sociais e de desenvolvimento do País. Página: 2/5 16/04/2014 18:58:36 JUSTIFICAÇÃO É preciso reconhecer a resistência da sociedade brasileira à construção de termonucleares. Os acidentes havidos nas usinas nucleares de Three Mile Island, Chernobyl e Fukushima criaram compreensível apreensão por parte das pessoas em todos os países em relação à fonte nuclear. No Brasil, não é diferente. Por outro lado, as tecnologias usadas nessas usinas já estavam ultrapassadas quando ocorreram os acidentes. Com a tecnologia atual, nenhum desses três acidentes teria ocorrido. A sociedade brasileira precisa discutir o uso dessa tecnologia, que, se usada com as devidas precauções, pode trazer enormes benefícios ao Brasil, sem os riscos de ocorrerem acidentes como os do passado, em face das novas tecnologias. E é aqui no Congresso Nacional que esse debate precisa ser iniciado, com a maior celeridade, para que os brasileiros fiquem devidamente esclarecidos quanto aos benefícios e riscos do uso de energia nuclear. Vários países já retomaram o seu programa nuclear com base em tecnologias de terceira e quarta geração. Estados Unidos, China, Inglaterra são alguns desses países. A França tem mais de 80% de seu consumo de energia atendido por usinas nucleares e continua a desenvolver o seu parque termonuclear, sem que a sociedade francesa se insurja contra essa política. O uso da tecnologia nuclear está inserido na vida dos brasileiros, com enormes benefícios proporcionados pelo seu uso. No campo da geração de energia, temos em operação as usinas nucleares de Angra 1 e 2, atendendo o Sistema Interligado Nacional com cerca de 2.000 MW médios, já há quase trinta anos, sem acidentes. No campo da medicina nuclear, radioisótopos são usados diariamente no diagnóstico de doenças, no seu tratamento e no alívio de dores. No campo da agricultura, os radioisótopos são usados como marcadores, resultando em avanços enormes na pesquisa de novos produtos. No campo da Página: 3/5 16/04/2014 18:58:36 O Brasil, mesmo com apenas 25% do seu território prospectado, detém a sexta reserva mundial de urânio. E, juntamente com os Estados Unidos e a Rússia, são os três países que detêm, ao mesmo tempo, a tecnologia de enriquecimento de urânio e reservas desse minério estratégico. 7a07fc4f338f349bb7ee930b1436db375e79c8b4 entre a decisão de construir e sua operação comercial, em torno de dez anos, urge iniciar imediatamente o debate em torno de sua construção. SF/14847.78296-09 3 Observa-se que as atividades sensíveis de enriquecimento e reprocessamento de urânio, bem como o tratamento dos rejeitos nucleares, continuam sob monopólio estatal. Em face das razões aduzidas, pedimos o apoio dos nobres Parlamentares para a aprovação da presente Proposta. Sala da Comissão, Página: 4/5 16/04/2014 18:58:36 A proposição que ora oferecemos ao debate neste Congresso Nacional visa a flexibilizar o monopólio estatal para a construção e operação de usinas nucleares, permitindo que a iniciativa privada participe do esforço do Brasil na expansão do parque de geração de energia para as futuras gerações. Na grande maioria dos países, isso já é feito, sem que haja qualquer problema de caráter estratégico. Estados Unidos e Alemanha são exemplos. A construção e operação de usinas termonucleares por agentes privados, se aprovadas, permitirá que a União concentre seus recursos em saúde, educação, e outros gastos mais urgentes para a sociedade, delegando para terceiros a exploração de atividades econômicas. 7a07fc4f338f349bb7ee930b1436db375e79c8b4 indústria, radioisótopos são utilizados para acelerar diagnóstico não invasivo de defeitos em peças. Enfim, se usada com parcimônia, a tecnologia nuclear traz grandes benefícios para a sociedade. SF/14847.78296-09 4 2. 16. 3. 17. 4. 18. 5. 19. 6. 20. 7. 21. 8. 22. 9. 23. 10. 24. 11. 25. 12 . 26. 13. 27. 14. 28. Página: 5/5 16/04/2014 18:58:36 15. 7a07fc4f338f349bb7ee930b1436db375e79c8b4 1. Senador FERNANDO COLLOR SF/14847.78296-09 5