Projeto
Análise do Mapeamento e das Políticas para
Arranjos Produtivos Locais
no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil
Relatório de Pesquisa 01
OS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NO
PARANÁ: MAPEAMENTO, METODOLOGIA DE
IDENTIFICAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
PARA POLÍTICAS DE APOIO
Paraná
www.redesist.ie.ufrj.br
UFSC
Departamento de
Economia
www.politicaapls.redesist.ie.ufrj.br
Projeto
Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais
no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil
Relatório de Pesquisa 01
Os Arranjos Produtivos Locais no Paraná: Mapeamento, Metodologia de
Identificação e Critérios De Seleção para Políticas de Apoio
Paraná
Equipe Estadual
.
Coordenação:
Prof. Dr. Fabio Doria Scatolin
Pesquisadores:
Prof. Dr. Nilson Maciel de Paula
Prof. Dr. Walter Tadahiro Shima
Ms. Antonio Zanatta – doutorando do PPGDE
Manuela Reche Latgé – graduando em Economia/UFPR
Ricardo Pessoa de Moura - graduando em Economia/UFPR
jv
Equipe de Coordenação do Projeto / RedeSist
Coordenador: Renato Ramos Campos
Fabio Stallivieri
Pablo Bittencourt
Marcelo Matos
Mayra Rodrigues
Sumário
Introdução .................................................................................................................................1
1. Antecedentes, Conceitos Utilizados e Desenvolvimento da Aatenção à Questão dos
Arranjos Produtivos Locais como Tema de Intervenção na Política Estadual...................3
1.1
1.2
AS TRANSFORMAÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA PARANAENSE .....................................5
A FORMAÇÃO DOS APLS E OS ANTECEDENTES DE UMA NOVA POLÍTICA ESTADUAL .............8
2
Os Organismos de Coordenação e Implementação de Políticas Estaduais para os
Aarranjos Produtivos Locais e o Tipo de Política................................................................10
2.1
2.2
INSTITUIÇÕES, POLÍTICAS PÚBLICAS E PRIVADAS ...........................................................10
A REDE APL E AS PRINCIPAIS POLÍTICAS ESTADUAIS .......................................................13
3
Metodologias Adotadas para Identificação dos Arranjos Produtivos Locais, e os
Critérios para a Seleção dos Arranjos Objetos das Políticas..............................................19
3.1 Identificação e Mapeamento das Aglomerações Produtivas noEstado do Paraná .......20
3.2 Pré-Seleção dos Possíveis APLs Identificados e Validação ...........................................29
Anexo do Capítulo....................................................................................................................33
4
Os Principais Mapeamentos Existentes de Arranjos Produtivos Locais no Estado e
Identificação dos APLs que são Focos de Políticas Públicas ................................................34
5
Os Demais Arranjos não Apoiados .................................................................................37
Conclusões ...............................................................................................................................44
Referências...............................................................................................................................46
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NO PARANÁ: MAPEAMENTO,
METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA
POLÍTICAS DE APOIO
Introdução
A partir do início do atual milênio, as interpretações da economia paranaense e a
orientação da política estadual colocaram em relevo aspectos relacionados à concentração
espacial da estrutura industrial paranaense. Um crescente desequilíbrio sócio-econômico
entre a região metropolitana de Curitiba, grande beneficiada de investimentos nos anos de
1990 e o interior do estado em grande parte vinculado a atividades agroindustriais, pouco
dinâmicas naquele momento, trouxeram a cena política a preocupação com desenvolvimento
desigual das diversas regiões do Estado. Com isso, tanto os agentes econômicos, quanto os
executores de política pública, passaram a prospectar no território paranaense, atividades
econômicas com o propósito de identificar estruturas industriais espacialmente concentradas
no interior que pudessem ser indutoras de um desenvolvimento descentralizado. Reproduziase assim a ênfase na dimensão local de competitividade, cujos determinantes, segundo a
perspectiva dos arranjos produtivos locais (APLs), não derivam da simples proximidade entre
firmas, mas dependem de externalidades positivas geradas no interior das aglomerações e da
sintonia entre as empresas e instituições públicas e privadas, direta ou indiretamente
vinculadas à atividade econômica predominante. Nesse contexto, a inovação tecnológica, e
sua propagação no ambiente empresarial local, passam a ser vistas como um elemento
estruturante da capacidade competitiva das firmas. Assim, o grande desafio aos estudiosos
dos APLs está na identificação daqueles componentes estruturantes dos mesmos e na efetiva
integração das políticas estaduais e locais dos APLs apoiados.
O presente relatório analisa a trajetória dos estudos e políticas estaduais de apoio aos
APLs na primeira década do novo milênio no estado do Paraná. O trabalho está centrado em
dois pontos principais. O primeiro é a metodologia utilizada para o diagnóstico dos APLs
priorizados, bem como os estudos de caso onde as especificidades dos APLs são destacadas.
Em segundo lugar, os APLs priorizados, as instituições existentes e as políticas estaduais são
analisadas. Para tanto o relatório está dividido em cinco capítulos além desta Introdução.
Inicialmente no segundo capítulo é feita uma discussão sobre a evolução das idéias de
1
desenvolvimento local e o surgimento dos primeiros trabalhos sobre APLs no Paraná. No
mesmo capítulo é dado destaque às principais mudanças estruturais ocorridas na economia
paranaense nas últimas décadas. A diversificação da estrutura industrial do estado bem como
o avanço desta indústria na direção do interior do estado é enfatizado.
No terceiro capítulo as supostas instituições responsáveis pela execução de políticas
estaduais, bem como o foco destas eventuais políticas que afetam direta ou indiretamente os
APLs no estado do Paraná, foram analisadas. Estas políticas foram agrupadas de acordo com
sua origem e natureza e os objetivos de suas ações. Embora iniciativas isoladas possam ter
ocorrido num contexto em que as ações do estado e de organizações privadas se
sobrepunham, a partir da constituição da Rede APL em 2004, um projeto de ação coordenada
e mais consistente foi implementado com o propósito de promover o desenvolvimento dos
APLs existentes no âmbito local. Para tanto este capítulo está organizado em duas seções. Na
primeira um levantamento das principais instituições públicas e privadas que se tem
destacado no apoio aos APLs é feita. Na seção seguinte o foco destas políticas estaduais é
detalhado.
No quarto capítulo a metodologia utilizada para o diagnóstico dos APLs, bem como
para a implementação das políticas estaduais é explicitada. Em um quinto capítulo os
principais mapeamentos existentes de arranjos produtivos locais no estado e a identificação
dos APLs que são focos de políticas estaduais é destacado. Finalmente no sexto capítulo os
demais arranjos não apoiados são identificados.
2
1. Antecedentes, Conceitos Utilizados e Desenvolvimento da Atenção à Questão dos
Arranjos Produtivos Locais como Tema de Intervenção na Política Estadual
As análises sobre a economia paranaense, desde meados dos anos de 1990, passaram a
incorporar mais enfaticamente elementos das teorias Marshalliana e Schumpeteriana,
inspiradas nas quais buscavam captar sinais de sinergia entre firmas de uma mesma indústria
e de atividades correlatas. As externalidades passaram a ser elemento importante das analises
de aglomerações. Igualmente, a capacidade de inovação das empresas e a formação de
sistemas locais de inovação se tornaram referências fundamentais para a análise da indústria
paranaense. Nessa perspectiva, os estudos de Cunha (1995) e Passos (1997), procuraram
identificar as características de um sistema local de inovação segundo os pressupostos dados
por Nelson (1993), e as diversas instituições públicas e privadas existentes no Estado,
voltadas à inovação. Naqueles trabalhos foram constatados a existência de um elevado
número de entidades públicas e privadas criadas nas duas últimas décadas no estado e que
poderiam ser caracterizadas como instituições importantes na constituição de um sistema
local de inovação. No entanto, diante da reconhecida necessidade de articulação entre os
agentes envolvidos no processo inovativo, constatou-se uma extensa fragilidade nas relações
cooperativas entre as instituições de ensino e pesquisa e as empresas locais. O papel
coordenador do governo estadual estava ausente. Ou seja, as evidências empíricas eram
insuficientes para se reconhecer a existência de um sistema local de inovação. (SCATOLIN
& PORCILE, 1999)
Em 2000 foram realizados estudos em vários estados como parte de uma agenda de
pesquisa conduzida pela Redesist voltados para atividades marcadas por um ambiente
empresarial cooperativo e inovador, de acordo com o conceito de arranjo produtivo local. No
caso do Paraná, os estudos coordenados pela UFPR trataram de competitividade
internacional, financiamento e de experiências locais de APLs. O estudo de caso analisado foi
o de produção de semente de soja (CASSIOLATO et al, 2003), durante o qual foram
evidenciadas as características estruturais de um sistema de inovação construído a partir de
instituições responsáveis pelo desenvolvimento genético da soja, através de novas cultivares.
Para tanto, os investimentos realizados pela Embrapa e Coodetec são destacados, além de
empresas pioneiras, que na década de 1970 já realizavam experimentos genéticos em busca
de variedades de soja de alto rendimento adaptadas às condições de solo e clima paranaenses.
A sinergia envolvendo instituições, produtores de sementes, sojicultores comerciais,
3
organizações representativas e cooperativas agropecuárias gerou um ambiente inovador,
analisado sob a ótica de APL. Entretanto, a grande dispersão, associada à natureza da
atividade agrícola, a fragmentação das ações cooperativas, exceto pela inevitável dependência
técnica entre inovador e usuário e o forte interesse de empresas multinacionais, fragilizavam
visivelmente eventuais evidências de um ambiente cooperativo e inovador segundo aquela
ótica.
Em 2001, uma nova linha de investigação foi implementada com o propósito de
elaborar metodologias para diagnóstico e identificação de APLS no estado. O primeiro
trabalho, elaborado por Scatolin et all (2001), seguindo a tipificação da OCDE (1999),
identificou através de matrizes de insumo-produto, meso aglomerados no Paraná, com
destaque para: agronegócio (carnes), Floresta (Madeira e Papel e Celulose), automobilística
(automóveis, caminhões, tratores e autopeças), Têxtil (confecções e couro), Construção civil,
Eletro-eletrônica e Química. A partir desse recorte, foram delimitados quatro APLs, cujas
características foram investigadas in loco, sendo Papel celulose localizado na região central
do estado, Vestuário no município de Cianorte, na região norte, Piscicultura em Toledo, na
região Oeste e Automobilística na região metropolitana de Curitiba. Uma primeira
constatação deste trabalho em relação à metodologia e ao diagnóstico de APLs se referiu à
dificuldade de utilização de matrizes de insumo-produto no estado em função da baixa
desagregação das mesmas. Realidade muito diferente da prevalecente em países da OCDE.
Uma outra constatação do trabalho, a ser destacada, ressaltava a incipiente ou nula
manifestação de elementos de governança, cooperação e inovação, estruturais do conceito de
APL, para explicar a dinâmica competitiva predominante em todas as atividades investigadas
nos quatro estudos de caso.
Ao longo do primeiro qüinqüênio dos anos 2000, estudos sobre APL se
multiplicaram, tanto no meio acadêmico quanto das instituições públicas e privadas.
Inúmeros estudos foram produzidos na forma de teses, dissertações, monografias e
diagnósticos setoriais, reinterpretando a atividade econômica, espacialmente identificada, em
particular a manufatureira, sob a ótica de APL. Nesse contexto, alguns casos se destacaram
como atividades de confecções de Cianorte, de móveis, de bonés, na região Norte do estado,
software no Sudoeste, e outras atividades concentradas espacialmente.
Em que pese fragilidades observadas nas diversas atividades investigadas nos estudos
acima mencionados, à luz do conceito de APL, seus ingredientes estruturais gradativamente
passaram a orientar as investigações acadêmicas, a implementação das políticas estaduais e a
4
agenda das organizações empresariais, particularmente aquelas relacionadas à atividade
industrial.
1.1
As Transformações Estruturais da Economia Paranaense
Além das transformações ocorridas no plano das idéias e da interpretação, um aspecto
relevante a ser considerado diz respeito às profundas mudanças estruturais ocorridas na base
produtiva do estado nas últimas duas décadas, traduzidas numa ampla reconfiguração da sua
base industrial. Assim, tanto indústrias de alta densidade tecnológica, a exemplo da eletrônica
e de telecomunicações, automotiva e química, quanto aquelas tidas como tradicionais, menos
intensivas em tecnologia, a exemplo de confecções, aumentaram sua participação na
produção e no emprego a partir do final dos anos de 1980.
Tabela 1 – Participação de Atividades Industriais Selecionadas na Capacidade
Instalada da Indústria Paranaense, 1985, 1990, 1995, 2000. – em %
Atividade industrial
Eletrônica e telecomunicações
Máquinas e equipamentos
Automotiva
Produtos químicos
Madeira
Papel e gráfica
Agroindústrias
Alimentos
Malharia e confecções
Outras
Total
1985
1,9
7,1
1,3
4,7
5,9
2,4
20,2
35,9
0,9
19,7
100,0
1990
6,2
6,4
8,1
4,0
4,4
3,6
13,2
18,3
0,6
35,2
100,0
1995
9,5
4,7
7,3
4,6
4,0
5,1
15,4
18,7
2,4
28,3
100,0
2000
7,7
3,5
16,1
8,0
3,3
4,2
12,0
13,5
2,1
39,6
100,0
Fonte: Ipardes, 2002
Como se observa na Tabela 1, a estrutura industrial do Paraná se transforma
visivelmente com o expressivo crescimento da capacidade instalada de alguns setores. Nesses
termos destacam-se as indústrias eletrônica e de telecomunicações, automotiva, química e em
menor escala papel e gráfica, consideradas tecnologicamente mais intensivas. Paralelamente,
chama atenção o crescimento da indústria de malharia e confecções, a qual, embora pouco
significativa do ponto de vista inovativo, mais que dobrou sua participação na capacidade
instalada da indústria. Outro destaque se refere à redução do peso de indústrias tradicionais, a
exemplo das agroindústrias, alimentos e em menor escala processamento de madeira. Estes
são setores marcados tanto pela grande dispersão espacial, seguindo a evolução da
agricultura, quanto pelo nível relativamente baixo de inovação tecnológica. A partir dessas
características, as sinergias locais e o ambiente empresarial se revelam fragmentados e
dispersos em várias regiões do estado.
5
O processo de mudança estrutural e em especial a mudança da participação dos
diversos setores conforme a intensidade tecnológica fica mais evidente quando se classifica
os setores industriais por intensidade tecnológica de acordo com metodologia proposta pela
OCDE e elaborada pelo IPARDES (2007), isto é conforme gastos em P&D. Os dados da
Tabela 2 deixam claro para onde evoluiu a estrutura industrial do estado ganhando
importância os setores de média intensidade em detrimento do setor de baixa tecnologia.
Dentro do setor de média baixa tecnologia a indústria que mais ganhou participação no VTI
foi o de carvão e petróleo refinado que passou de 3,1% em 1996 para 18,9% em 2005.
Claramente este aumento de participação foi influenciado pelo aumento de preço do petróleo
no mercado internacional e não por aumento de participação na produção (IPARDES 2007, p.
12). Quando se exclui esta indústria a título de exercício, os setores de média e média baixa
intensidade ampliam mesmo assim a sua participação de 45% em 1996 para 53,6% em 2005.
O grande segmento que perde participação no setor de baixa tecnologia é a indústria de
alimentos bebidas e tabaco que reduz sua participação de 36% em 1995 para 21,2% % em
2005. Esta indústria não investe grande percentual de seu faturamento em P&D, visto que
adquire a tecnologia de outros setores como de máquina e equipamentos. No entanto, a
despeito da perda de importância relativa no VTI esta indústria continua a desempenhar um
papel chave não só no VTI mas também no emprego e nas exportações do estado.
Finalmente a indústria que de fato ganha mais participação relativa dentro da estrutura
industrial do estado no período analisado foi a indústria de veículos automotores que amplia
sua participação no VTI de 3,4% em 1995 para 9,3% em 2005. Este crescimento representou
um adensamento da matriz de relações intersetoriais do setor metal-mecânico com
importantes impactos em termo de renda na região metropolitana de Curitiba1 (Tabela 2).
1
Para uma análise detalhada da evolução da estrutura industrial do Paraná no período ver IPARDES (2007)
6
Tabela 2 - Distribuição Percentual do Valor de Transformação Industrial, Segundo
Intensidade Tecnológica - Paraná - 1996-2005
Fonte: IBGE
Outro aspecto estrutural desse novo formato da indústria paranaense se refere ao fato
de que várias regiões do estado, marcadas previamente principalmente pela atividade
agropecuária, tornaram-se pólos industriais, concentrando firmas de uma mesma indústria ou
atividades correlatas. Ou seja, espaços regionais foram aos poucos perdendo sua identidade
ligada aos processos históricos de ocupação populacional e às atividades rurais, e se
integraram numa nova divisão de trabalho da indústria estadual. Na Figura 1 a mesma
tipologia (IPARDES 2007) pode ser usada para analisar a distribuição espacial do emprego
formal da indústria de transformação no estado em 2005. No norte do Estado ganha
importância, tanto o setor de alta tecnologia, como o setor de media tecnologia
principalmente no eixo Londrina-Maringá, onde as principais universidades estaduais se
localizam. No oeste as micro-regiões de Toledo, de Cascavel e de Foz do Iguaçu ganham
espaço também em alta e média densidade tecnológica a despeito da região de Curitiba ainda
concentrar mais de 50% do emprego destes setores da indústria de transformação do estado.
Somente no setor de baixa tecnologia existe uma distribuição mais eqüitativa nas diversas
micro-regiões do estado, com Curitiba representando menos de 19% do total de emprego do
estado (Figura 1).
7
Figura 1 - Microrregiões Responsáveis Por 80% do Emprego Formal da Indústria de
Transformação, Segundo Grupos de Intensidade Tecnológica - Paraná - 2005
Fonte: IPARDES 2007
Em síntese o processo de crescimento e mudança estrutural ocorrido no estado nas
últimas décadas não só levaram a uma maior diversificação da estrutura industrial do estado
na direção de setores mais intensivos em P&D, como também uma maior dispersão
geográfica principalmente daqueles setores menos intensivos em tecnologia.
1.2
A Formação dos APLs e os Antecedentes de uma Nova Política Estadual
Além de sua importância para a implementação das políticas públicas setoriais e para
as organizações privadas, a identidade espacial da indústria está diretamente associada à
competitividade das firmas, ao ambiente empresarial e respectiva sinergia e ao
desenvolvimento econômico regional. A partir de 2000, inspirados em experiências bem
sucedidas dos países da OCDE principalmente da Itália e Estados Unidos, aqueles elementos,
já amplamente discutidos no meio acadêmico como clusters, o papel central da inovação etc,
começaram a orientar as decisões das organizações empresariais estaduais e iniciativas
8
governamentais, para incentivar ações cooperativas de empresários no âmbito municipal e
regional, com vistas à formação de arranjos produtivos locais em torno de determinadas
indústrias.
O primeiro passo nessa direção foi dado através das plataformas tecnológicas
definidas pelo Ministério de Ciência e Tecnologia ao final dos anos de 1990, nas quais
procurava-se estimular determinados ambientes empresariais e seus respectivos agentes
coordenadores. Nessa direção, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e o
SEBRAE/Pr fomentaram a formação de conselhos temáticos, através dos quais buscava-se
fomentar iniciativas de organização coletiva dos empresários. Para tanto, um agente
“animador” era deslocado para as regiões com o propósito de constituir a governança local,
segundo uma metodologia voltada para a motivação e sensibilização dos empresários locais e
suas lideranças.
Havia a expectativa de que os empresários, no âmbito local respondessem a estímulos
externos e dessem maior visibilidade às demandas por incentivos proporcionados pelas
políticas públicas. No entanto, a organização empresarial local se orientava basicamente pela
proximidade espacial das empresas, ainda incapazes de construir uma governança a partir de
seus próprios interesses. Por outro lado, o governo estadual, até 2002, não havia adotado
iniciativas de política públicas que contemplasse a dimensão espacial ou regional e a
inovação como elementos estratégicos para as decisões tomadas. A política industrial era
basicamente uma política de incentivo fiscal voltadas a atrair empresas externas ao estado.
A partir de 2003, durante o governo de Roberto Requião, a estrutura oficial de
planejamento passou a incorporar o conceito de APL como um orientador da política pública
estadual. Convencidas por autoridades do BNDES na época de que sistemas produtivos
locais, vistos a partir do conceito de APL, são menos permeáveis às investidas das empresas
multinacionais, diferentes instituições construíram uma agenda centrada nas indústrias
espacialmente identificadas. Assim é que em 2004, foi formada a Rede APL do estado do
Paraná, integrada por entidades públicas e privadas, com a qual foi feito um diagnóstico
detalhado da distribuição da indústria entre as regiões (ver capitulo 3) que passou a orientar
as ações de política estadual e a estimular iniciativas de cooperação empresarial com o
propósito de estimular os arranjos produtivos locais.
Ao SEBRAE coube a mobilização do empresariado local com destaque para a
elaboração do planejamento estratégico e a elaboração de Planos de Negócios para os APLs.
A expertise desenvolvida por esta instituição em relação à pequena e média empresa e aos
APLs, e sua capacidade efetiva de intervenção nos APLs, fazem do SEBRAE a principal
9
instituição necessária ao efetivo desenvolvimento dos APLs. Esse projeto conjunto de
instituições públicas e privadas envolveu, portanto, instituições de pesquisa, órgãos de
governo local e federal e entidades representativas, tanto na investigação sobre as
experiências locais de aglomeração quanto na formulação de políticas que promovam a
competitividade desses arranjos locais, em sua maioria integrados por micro, pequenas e
médias empresas. O detalhamento desta rede é o tema central do próximo capitulo.
2
Os Organismos de Coordenação e Implementação de Políticas Estaduais para os
Arranjos Produtivos Locais e o Tipo de Política.
2.1
Instituições, Políticas Públicas e Privadas
Com um mapeamento estatístico realizado para identificar a existência dos APLs no
estado e confirmado com uma pesquisa de campo para a sua validação o Governo do Estado
do Paraná através da coordenação da Secretaria de Planejamento (SEPL), a Federação de
Industrias do Paraná (FIEP) e o SEBRAE/Pr, passaram a liderar um conjunto de instituições
públicas e privadas voltadas a dar suporte aos APLs do estado a partir de 2004. Um arranjo
bastante criativo foi definido aproveitando a capacidade de ação das principais instituições
envolvidas e definindo atribuições específicas dentro deste tripé de instituições, procurando
assim reduzir a sobreposição de ações e organizando a entrada de novas instituições no apoio
aos APLs do estado do Paraná.
As instituições públicas, tanto estaduais como federais, cujas ações e programas têm
algum impacto nos arranjos produtivos locais podem ser agrupadas em três categorias, de
acordo com a natureza e finalidade de suas atividades: a) instituições de planejamento e
execução de políticas públicas; b) instituições de ensino e pesquisa; em especial de P&D e c)
instituições de financiamento aos APLs. Por sua vez as organizações empresariais podem ser
enquadradas em duas categorias, a saber, a) aquelas com ampla abrangência, do ponto de
vista geográfico e produtivo, e b) aquelas vinculadas aos interesses de uma atividade
específica.
O caminho escolhido, neste trabalho, para descrever o perfil e as ações empreendidas
pelas instituições e organizações empresariais está relacionado à Rede APL. Em si uma
instituição formada com o propósito de organizar uma estrutura de governança no âmbito
regional, para a elaboração e implementação de políticas estaduais. Mais do que isso, o
objetivo orientador da Rede, como uma instituição guarda-chuva, era dar um sentido
10
sistêmico à atuação individual das instituições e organizações, coordenando-as a partir do
contexto e propósito de cada um dos seus membros2. Conforme citado em seu site
(http://www.redeapl.pr.gov.br), o objetivo da rede é articular os atores cujas ações afetam de
alguma forma os APLs no estado do Paraná. Há evidentemente, um entendimento de que o
fortalecimento dos APLs tem um impacto positivo no desenvolvimento da economia
paranaense, a partir do qual a sistematização de informações e a realização de estudos e
planejamento são fundamentais para fortalecer a produtividade e competitividade das
empresas e dos aglomerados industriais em suas respectivas regiões. Assim, os objetivos da
Rede são:
“- Elaborar Termo de Referência que irá nortear os trabalhos a serem desenvolvidos,
contemplando o alinhamento de conceitos, terminologias, metodologia e sistema de
gestão das ações de APLs, bem como, a Identificação e Caracterização dos Arranjos
Produtivos Locais no Estado do Paraná;
- Elaborar Planos de Trabalhos Anuais para implementação da Rede APL Paraná e
definição de ações específicas e complementares para cada APL definido no Plano de
Trabalho;
-Promover maior articulação entre os diversos atores que realizam ações em APLs;
-Desenvolver ações conjuntas que garantam foco e resolutividade na seleção e nas ações
de suporte aos arranjos considerados estratégicos;
- Alavancar maior volume de recursos com vistas ao apoio de APLs e definir sua
aplicação específica; Garantir um ambiente favorável à implantação e consolidação.”
Nesse sentido podem ser identificadas inicialmente, entre as instituições oficiais,
aquelas voltadas para a coordenação, tanto no âmbito local do APL como estadual. A
estrutura administrativa da Rede APL está assentada num comitê gestor, composto por várias
entidades públicas e privadas, de natureza diversa (ver Diagrama 1). Entre as instituições
públicas enquadradas na primeira categoria acima mencionada, destaca-se a Secretaria de
Estado de Planejamento (SEPL), responsável pela coordenação da Rede. Ainda nessa
categoria é possível enquadrar a SEIM (Secretaria Estadual da Indústria, do Comércio e
Assuntos do Mercosul), uma das instâncias executoras das políticas públicas através da
implantação e coordenação de programas e projetos voltados às atividades industriais e
comerciais do estado do Paraná. Para tanto, destacam-se, entre os objetivos da SEIM o
desenho de programas de fomento para investimentos no estado, o incentivo a iniciativas
2
Os comentários dos organizadores da Rede eram que : “se dizemos aos APLs para se organizar a atuar
coletivamente, as instituições de apoio também devem se organizar e atua coletivamente”.
11
inovadoras e à formação de parcerias entre organizações governamentais e privadas e à
competitividade das empresas nos mercados mundiais.
Em uma segunda categoria de desenvolvimento científico e tecnológico, fazem parte
do comitê gestor, a Secretaria de Estado de Tecnologia (SETI), e as universidades estaduais a
ela vinculadas, o TECPAR e o IPARDES, Instituto Paranaense de Desenvolvimento
Econômico e Social, órgão de pesquisa da SEPL. Na terceira categoria, identificada com as
atividades de financiamento, podem ser incluídos o BRDE, cuja atuação se dá tanto através
de programas próprios, quanto através do repasse de recursos do BNDES, a Agência de
Fomento do Paraná, responsável pela implementação de projetos específicos, o Banco do
Brasil e o Bradesco.
Por sua vez, o meio empresarial integra o comitê gestor da Rede APL através de
organizações e entidades diversas de acordo com as características de suas atividades. A
primeira de escopo mais abrangente é o sistema FIEP, abrangendo todos os sindicatos
empresariais do estado, IEL, SENAI e SESI entidades voltadas para o treinamento e
formação da força de trabalho. Por sua vez, o Instituto Brasileiro da Qualidade e
Produtividade (IBQP), criado a partir de um acordo de cooperação técnica entre Brasil e
Japão em 1995, é uma entidade formada basicamente por empresas, entidades
governamentais, organizações empresariais e trabalhistas, além de instituições técnicocientíficas. Seu propósito, enquanto instituição é de promover a competitividade das
empresas em suas atividades empresariais específicas. Por fim, a Agência Curitiba de
Desenvolvimento S/A, criada em 2007 pela prefeitura de Curitiba, está voltada
especificamente ao fomento da atividade econômica no município de Curitiba, através do
desenvolvimento da infra-estrutura e do fortalecimento do ambiente empresarial para o qual o
investimento em ciência e tecnologia é um item estratégico. Em outras palavras, o propósito
essencial dessa entidade é atrair investidores, por meio de ações e de informações técnicas
sobre o espaço econômico de Curitiba. Embora originada no âmbito da prefeitura, essa
entidade é sustentada por uma rede de organizações empresariais, envolvendo a FIEP, a
Federação do Comércio do Estado do Paraná (FECOMËRCIO) e Federação das Associações
Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (FACIAP). Além dessas entidades, destaque
deve ser dado ao SEBRAE, cuja agenda institucional tem capitaneado as ações voltadas para
a construção da governança em várias aglomerações industriais.
Nesse sentido a capilaridade dessa instituição tem possibilitado a difusão de valores
cooperativos entre as empresas e ações pontuais voltadas para problemas específicos e para a
capacitação das empresas para competir. Enquanto as instituições oficiais, coordenadas pela
12
Secretaria de Estado de Planejamento, se envolveram na orientação e coordenação, baseadas
em diagnósticos da atividade industrial do estado, as ações transformadoras e capazes de
influenciar a capacidade competitiva das firmas, foram implementadas predominantemente
pelo SEBRAE e FIEP/IEL.
2.2 A Rede APL e as Principais Políticas Estaduais
Embora a composição do comitê gestor da Rede APL seja diverso e abrangente, como
demonstrado no Diagrama 1, suas operações são basicamente de caráter organizacional e de
orientação de modo a colocar em sintonia os diferentes membros e seus respectivos projetos.
Mesmo que o ambiente empresarial, a formação de parcerias e o desenvolvimento
tecnológico sejam mencionados como instrumentos de competitividade em suas agendas de
política e estratégias de ação, os aglomerados industriais, sob o formato de APL ainda não
foram incorporados em suas agendas. Isso sugere que o fato de integrar a Rede APL se
mantém como uma instância formal, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado do
Planejamento, na qual o plano discursivo se sobrepõe a ações objetivas.
Diagrama 1 - Comitê Gestor da Rede APL
SETI
TECPAR
Universidade
Agência
Curitiba
SEBRAE
Paraná
Sistema
FIEP
Banco do
Brasil
SEPL
IPARDES
BRADESCO
IBQP
SEIM
BRDE
13
Além das instituições e entidades envolvidas no comitê gestor, um grupo mais amplo
de instituições são articulados direta ou indiretamente à Rede APL, entre as quais se
destacam aquelas atuantes nacionalmente. Dadas as limitações das instituições estaduais para,
autonomamente, implementar políticas públicas, suas ações, em grande parte, se dão através
do repasse de decisões e benefícios proporcionados por organismos federais. Entre estes,
além do BNDES, através de programas de financiamento, menção deve ser feita aos
programas de financiamento realizados pelo Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica,
por meio de uma linha de financiamento de capital de giro para empresas que fazem parte de
APLs. Paralelamente à FINEP e ao CNPQ, outras instituições atuantes no desenvolvimento
de tecnologia tem se destacado, a exemplo da Associação Brasileira das Instituições de
Pesquisa Tecnológica (ABIPTI), criada em 1980, englobando várias instituições vinculadas
ao desenvolvimento tecnológico, particularmente aquelas de âmbito regional, entre as quais
está o TECPAR. Como uma entidade guarda-chuva, a ABIPTI tem atuado através de
seminários e projetos voltados para o fortalecimento da pesquisa científica e tecnológica,
tanto entre instituições oficiais, quanto entre entidades empresariais. Em 2004 a 2007, além
da realização de congressos e seminários temáticos, projetos voltados para plataformas
tecnológicas e arranjos produtivos locais foram incluídos na agenda dessa entidade, com o
propósito de integrar as instituições de pesquisa, estimular iniciativas de política de
desenvolvimento tecnológico e competitividade industrial. Nessa mesma perspectiva, a
ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (Incubadoras), tem promovido iniciativas inovadoras, através do Movimento
Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, no qual são desenvolvidas
ações de capacitação, divulgação e produção de conhecimento no âmbito de parcerias e
programas de suporte à incubação de empresas inovadoras.
Embora não integrante da Rede APL, a Agência de Fomento do Paraná S.A., tem um
papel importante na definição de políticas de suporte aos micro e pequenos empreendedores,
rurais e urbanos, através de programas de microcrédito, com ênfase nas regiões mais
vulneráveis em termos sócio-econômicos. Assim é que suas ações estão concentradas nas
regiões menos desenvolvidas do estado cujo IDH é dos mais baixos. Paralelamente essa
agência tem priorizado pequenas e micro empresas que integram o sistema de incubadoras
formado pela Rede Paranaense de Incubadoras e Parques Tecnológicos, num claro viés
favorável ao desenvolvimento tecnológico.
14
Vinculada aos desafios do comércio internacional, a Agência de Promoção de
Exportações e Investimentos (APEX), foi criada em 1997 como uma gerência especial do
SEBRAE/Nacional, com o propósito de desenhar políticas de estímulo às exportações de
produtos brasileiros no exterior. Em 2003, essa instituição foi vinculada ao MDIC, mantendo
sua autonomia na coordenação da política de promoção da economia brasileira no exterior, a
partir da qual os ganhos de comércio passam a derivar das estratégias competitivas de
agregação de valor e inovação tecnológica.
Outras instituições mantêm alguma interface com a rede APL e sua agenda de
estímulo ao desenvolvimento da indústria paranaense, apesar de situadas em outra esfera de
atuação, como é o caso do IPEA e IBGE, cujas atividades se restringem ao desenvolvimento
de estudos e geração de informações sobre a indústria e a atividade econômica em geral.
Dentre as instituições federais, destaca-se o Ministério de Indústria e Comércio, cujas
ações passaram a contemplar os APLs como foco de política pública, embora ainda restrita a
iniciativas de diagnóstico e identificação de potencialidades. Mesmo reconhecendo que a
dimensão local do desenvolvimento industrial é fundamental para a competitividade
industrial e desenvolvimento econômico, suas políticas ainda estão em fase embrionária,
envolvendo apenas algumas experiências piloto, onde há predomínio de pequenas e médias
empresas. A ênfase aos APLs dada pelo MDIC pode ser percebida através do PPA 2008 –
2011 e da formação do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais
(GTP APL). Entre as ações empreendidas no PPA, destaca-se o Projeto Extensão Industrial
Exportadora (PEIEx), visando a solução de problemas técnicos e gerenciais relacionados ao
incremento da competitividade e da inserção das empresas no mercado externo. Assim,
busca-se incentivar as empresas integrantes de APLs selecionados segundo orientação dada
pelas exigências de competitividade. Entretanto, do ponto de vista de atuação nos APLs
selecionados, o PEIEx ainda não tem um foco específico. Suas ações estão voltadas para
pequenas empresas que não fazem parte dos APLs prioritários nos municípios de Curitiba,
Maringá e Londrina.
Finalmente, articulado aos APLs uma série de instituições foram criadas para dar
suporte tecnológico e empresarial. Como exemplo foi fundada em 2000 a Associação dos
Produtores de Derivados do Calcário, abrangendo os empresários da atividade situados na
região metropolitana de Curitiba, orientados por uma preocupação com a qualidade do
calcário e a obediência a normas de qualidade. Ao ser transformada em Associação dos
Produtores de Derivados de Calcário, a representação empresarial dessa indústria passou a
15
incorporar novos interesses em suas demandas, extrapolando os limites da qualidade da
matéria prima.
Com o intuito de coordenar a implementação das políticas públicas e privadas no
âmbito estadual o comitê gestor tentou definir responsabilidades aos diversos órgãos
conforme suas expertises. A Figura 2 mostra a responsabilidade das diversas instituições na
implementação das ações. No sentido vertical pode-se perceber que o alvo das políticas
públicas são três: 1) políticas voltadas à empresas tratadas individualmente com seus
problemas específicos dentro dos APLs; 2) políticas voltadas ao APLs como um todo; 3)
políticas voltadas aos APLs inseridos em cadeias produtivas dispersas espacialmente no
estado.
Figura 2 – Instrumentos de Políticas Públicas e Privadas Estaduais – Instituições da
Rede APL Paraná
Pesquisas Socioeconômicas (IPARDES e SETI/Universidades)
P&D – Assistência Técnica e Laboratorial (SETI/TECPAR, SENAI e Universidades)
Sistema de Registro (SEIM/JUCEPAR) e Regime Fiscal (SEFA)
Normas Técnicas e Metrologia (SEIM/IPEM, SENAI e SETI/TECPAR)
Empreendedorismo e Capacitação Empresarial (FIEP/IEL e SEBRAE)
Qualificação Profissional (SETP, CET e FIEP/SENAI)
Financiamento, Crédito e Fundo de Aval (BRDE, AFPR, BB e Bradesco)
Política de Comércio Exterior e Prospecção de Mercado (SEIM e FIEP)
Infra-Estrutura (Energia, Estradas, Portos, Armazenagem - Estado)
Empreendedores
Arranjos
Produtivos
L o c a is
Arranjos
inseridos em
Cadeias
No sentido horizontal têm-se as instituições conforme a missão das mesmas. Na
elaboração dos diagnósticos dos APLs, além da UFPR, já mencionada com seus trabalhos
pioneiros, o IPARDES passa a coordenar não só o mapeamento estatístico com base em
metodologia elabora por Suzigan (IPARDES 2004), como também estudos regionais com
apoio das Universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM), Ponta Grossa
16
(UEPG) e Universidade do Oeste (UNIOESTE) passaram a ser feitos. O interessante deste
arranjo é que ao envolver as universidades locais, não só os pesquisadores das Universidades
locais passaram a se debruçar sobre o tema dos APLs locais como passaram a incorporar o
tema dos APLs na problemática do desenvolvimento regional. Uma grande quantidade de
artigos, monografias e dissertações feitos por professores e alunos foram elaborados a partir
destes diagnósticos. No apoio ao desenvolvimento tecnológico o Tecpar passou a dar apoio a
diversas iniciativas dos APLS em termos de suporte tecnológico. No entanto o envolvimento
direto das Universidades e de pesquisadores em projetos de P&D continuam muito mais no
discurso do que em projetos conjuntos. A ausência de um esforço de coordenação da SETI e
da fundação Araucária de apoio a C&T aos APLs parece ser um dos grandes gargalos da
política estadual de APLs. Com relação ao regime fiscal o governo Requião não elaborou
qualquer política específica aos APLs mas apenas em termos de política de estímulo aos
investimentos em regiões menos desenvolvidas (redução de impostos inversamente ao IDH).
Com relação ao empreendedorismo cabe destacar a ação do SEBRAE estadual e do
IEL local na elaboração de planos de ação e no planejamento estratégico dos APLs apoiados.
Suas atuações tem se revelado cruciais na transformação de indústrias locais em arranjos
produtivos. Como exemplo destas iniciativas, as ações do SEBRAE em cinco APLs podem se
caracterizadas de acordo com seis focos estratégicos de iniciativa (Quadro 1). Como se
observa, tendo por base alguns APLs, as ações de promoção comercial e gestão das empresas
predominam, embora menção deva ser feita àquelas voltadas para a inovação. Por outro lado,
percebe-se que a governança dos arranjos, mesmo que essencial para sua consolidação é
menos expressiva para os casos considerados. Portanto, a atuação do SEBRAE junto aos
aglomerados, tem enfatizado uma assistência às firmas, visando sua capacitação empresarial
e a promoção comercial de seus produtos a partir da criação de marcas que identifiquem os
produtos ao APL e à região, através do marketing institucional. Com essas ações o SEBRAE
tem sido o amálgama entre as instituições e entidades integrantes da rede, por se voltarem às
necessidades operacionais e estratégicas das firmas pertencentes aos APLs.
17
Quadro 1 – Ações Desenvolvidas Pelo Sebrae/Pr Em Apls Selecionados - 2006
Ações
APLs
Bonés – Apucarana
Governança
Madeira – U. da Vitória
Moda Bebê – Terra
Roxa
Reuniões de articulação;
Oficina e palestra ao
grupo gestor
Vestuário – Cianorte
Articulação política
Mel – Noroeste do
Paraná3
Assessorar e Organizar os
Apicultores
Qualificação de mão-deobra
Qualificação de mão
obra; Fomentar Form.
Mão de Obra Espec. P/
Setor da Madeira e
Estimular a Contratação
nas Empr. Locais do
Setor
Capacitação de
Costureiras; Capacitação
com Estilistas de Outras
Regiões
Capacitação e
Treinamento
Oferecer Curso de
Apicultura Orgânica;
Oferecer Curso de
Transformação de
Produtos Apícolas
3
Promoção comercial e
marketing
Criação da Logomarca do
APL de Bonés de
Apucarana; Realização
da 1° Feira do APL de
Bonés – EXPOBONÉ;
Publicação do Boletim
Informativo do APL de
Bonés
Participação como
Expositor em Feiras
Nacionais
PLACAS para
Divulgação do APL;
Seminários e Palestras em
Negócios da Moda;
Capacitação: Treinamento
em Gestão, Marketing e
Negócios; Apoio à
participação em feiras
Centro de Eventos;
Evento sobre
Tendências de Moda;
Relacionamento com
clientes
Divulgar a Marca APL
Mel Rio Paraná;
Prospectar Mercados
para os Produtos
Apícolas
Inovação
Gestão administrativa
Consultoria tecnológica
em gestão da produção
Programa de Qualidade e
Produtividade; Programa
de Capacitação e
Consultoria
Empresarial;Pesquisa de
Aferição de Resultados;
Gestão do Projeto.
Adequação dos Processos
Produtivos
Qualificação dos
Empresários em Gestão
Empresarial
Capacitação: Treinam. em
Tecnologia, Criação,
Modelagem e Design;
Implantar Centro
Tecnológico;
Programa de Capacitação
em Gestão e
Planejamento Estratégico
Rodada de negócios;
Estudo de
Oportunidades no
Mercado Interno e
Externo; Certificação das
Empresas no
PNQM/ABIMCI
Consultoria em
comercialização;
Consórcio de Exportação
Realizar Pesquisas em
Referências
Tecnológicas; Consultoria
– TecnologiaSEBRAETEC; Centro
tecnológico
Implantar um Centro de
Capacitação em
Apicultura;
Capacitar os
Apicultores em
Meliponídeos; Realizar
Palestras de Tecnologia
de Produção Apícola;
Capacitar os
Apicultores em Técnicas
de Manejo Apícola
Realizar Pesquisas de
Avaliação de Resultados
Rodada de Negócios;
Participação em feiras
Capacitar os Apicultores
em Gestão Rural –
Programa de Olho na
Qualidade; Capacitar os
Produtores para
Aprendizado sobre
Gestão; Gestão do
Projeto SIGEOR
Adequar através de
Consultoria os Processos
em Conformidade com as
Normativas do Mercado
Justo; Capacitar para o
Processo de Certificação
Orgânica e
Rastreabilidade;
Legalizar o
Funcionamento do
Entreposto de Mel
Este não é um APL prioritário do ponto de vista da Rede APL, entretanto, está sendo considerado como tal pelo SEBRAE e tem sido foco de suas ações.
Inserção nos mercados
18
As principais ações coletivas realizadas no âmbito interno da rede se referem aos
“Planos de Desenvolvimento dos APLs”, nos quais mais de doze planos estão em implantação
e ao planejamento estratégico definido junto com o SEBRAE e FIEP onde dez dos mesmos
estão em execução. Como resultado destas ações cabe destacar ainda que oito APLs foram
contemplados com recursos no edital de 2006 da FINEP/SEBRAE. Pelas estimativas da
coordenação da rede cerca de R$ 24 milhões já foram aportados de recursos públicos no
fortalecimento dos mesmos entre 2003 e 2007, alavancando mais R$ 8 milhões de
contrapartida dos parceiros locais (empresários e instituições locais).
No presente um programa de financiamento junto ao BIRD foi elaborado no valor de
U$ 16,67 milhões pelo governo estadual, em parceria com o Sebrae/Pr e FIEP, com o intuito
de viabilizar recursos e implementar as principais ações estaduais estruturantes propostas nos
estudos. Como a implementação das ações ainda estão em curso, uma avaliação da efetividade
das políticas estaduais de intervenção implementadas até o presente não foi elaborada. Ao
final do programa (BIRD) estimado em três anos e meio, se espera uma avaliação da
intervenção.
3 Metodologias Adotadas para Identificação dos Arranjos Produtivos Locais, e os
Critérios para a Seleção dos Arranjos Objetos das Políticas
O estudo desenvolvido pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e
Social (IPARDES) e pela Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral (SEPL)
subsidiou a decisão sobre os arranjos a serem priorizados pelas políticas públicas e ações
coletivas que contribuam para a competitividade, eficiência produtiva, capacidade de
inovação, e maior inserção nos mercados de produtos associados aos APLs paranaenses4. O
estudo, tendo por base conceito de Arranjo Produtivo Local como uma “aglomeração de
agentes econômicos, políticos e sociais que operam em atividades correlatas, estão em um
mesmo território e apresentam vínculos de articulação, de interação, cooperação e
aprendizagem.” (IPARDES, 2006, p.8), e orientado por uma metodologia desenvolvida por
Wilson Suzigan (UNICAMP), João Furtado (USP) e Renato de Castro Garcia (USP), adotou
os seguintes procedimentos:
4
O relatório com a identificação, mapeamento e validação está disponível em www.redeapl.pr.gov.br tendo como referência:
Arranjos produtivos do Estado do Paraná: identificação, caracterização e construção de tipologia / Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico e Social, Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral, - Curitiba: IPARDES,
2006. Consulta em 28/03/2009.
19
1. Identificação e mapeamento das aglomerações produtivas do Estado do Paraná que
possuíam características potenciais de APLs considerando a importância regional e
setorial de cada aglomeração.
2. Mapeamento dos ativos institucionais e do perfil técnico-científico de cada região com
potencial de mobilização de apoio aos APLs.
3. Seleção e validação dos APLs considerados estratégicos para o Estado. Nessas
aglomerações foram desenvolvidos estudos de aprofundamento para subsidiar a
caracterização estrutural dos APLs e a identificação de problemas e demandas locais
balizadoras das propostas de diretrizes das políticas de APLs.
Na primeira seção deste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos e os
resultados da identificação e mapeamento das aglomerações produtivas no Estado do Paraná.
Na segunda seção, são expostas as metodologias e critérios utilizados para a pré-seleção dos
possíveis APLs e a validação dos arranjos selecionados, passíveis de políticas públicas e
ações coletivas de apoio ao desenvolvimento setorial e local.
3.1
Identificação e Mapeamento das Aglomerações Produtivas no Estado do Paraná
Os instrumentos inicialmente escolhidos para a identificação de concentração
geográfica de atividades econômicas foram:
1. Quociente Locacional5;
2. Coeficiente de Gini locacional6;
3. Parâmetros convencionais em termos absolutos:
a. Número de empregos vinculados à atividade econômica em análise;
b. Número de estabelecimentos vinculados à mesma classe de atividade na região.
Observa-se, no entanto, que o Coeficiente de Gini Locacional foi descartado para a
análise do Estado do Paraná, dado que algumas das classes de atividades econômicas
importantes, tais como a indústria da madeira e a indústria de confecções, são relativamente
desconcentradas e a aplicação do Gini Locacional implicaria na perda de relevância regional e
setorial dessas classes. Diante disso, a principal fonte de informação utilizada foi a Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) referente a 2003. Essa base de dados contém
informações sobre o empregador e empregado vinculados ao estabelecimento, sobre o estoque
5
Para saber mais sobre o Quociente Locacional verificar o seu detalhamento no ítem 1 do apêndice do capítulo.
Para saber mais sobre o Coeficiente de Gini Locacional verificar o seu detalhamento no ítem 2 do apêndice do
capítulo.
6
20
e fluxo de empregados desagregados até os níveis municipais e das sub-atividades
econômicas (4 dígitos da Classificação Nacional da Atividade Econômica – CNAE.
Outra base de informação considerada no estudo é o Cadastro de Informações FiscoContábeis da Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná. Nela constam informações
referentes aos valores contábeis de entrada (compras para industrialização, comercialização
ou prestação de serviços, inclusive com substituição tributária) e aos valores contábeis de
saída (vendas da produção própria ou de terceiros, inclusive substituição tributária) que são
discriminados regionalmente entre as vendas e compras no Estado, em outros Estados e para o
Exterior por sub-atividades econômicas (CNAE 4 dígitos) e por municípios.
Como procedimento inicial desenvolveu-se uma matriz com 39 microrregiões e 278
classes de atividades existentes no Paraná pertencentes às áreas da indústria extrativa,
indústria de transformação e atividades de produção de software7. A partir dessa base de
dados foram utilizados os indicadores convencionais e sucessivos filtros que levaram em
conta as especificidades do Estado do Paraná. Os APLs foram identificados a partir de quatro
critérios: i) importância da atividade para a região (especialização pelo Quociente
Locacional); ii) importância da atividade para o setor no Estado do Paraná; iii) número de
estabelecimentos; e iv) número de empregos formais.
Primeiramente foram estabelecidas algumas restrições, as quais foram gradualmente
relaxadas, permitindo apontar todas as aglomerações potencialmente relevantes para futura
investigação com intuito de identificar sinais de APLs em processo de formação. Tais
restrições foram operacionalizadas por meio da utilização de 3 filtros. O primeiro, no qual a
restrição é maior, se refere ao número de estabelecimentos, definindo as classes de atividade
mais consolidadas em função de um número relativamente elevado de estabelecimentos e
significativa especialização. O segundo filtro permite uma análise mais abrangente em
termos setoriais como regionais. Já o terceiro filtro resgatou as classes que possuíam
expressivo nível de empregos nas Microrregiões não captados nos filtros anteriores. Para cada
filtro foram efetuados expurgos de classes capturadas pelos filtros anteriores mas que não
estavam em conformidade com o fenômeno típico de APL por serem atividades econômicas
sob controle da produção de poucas empresas ou com produção e coordenação por algumas
7
Para mais detalhes sobre a montagem da matriz paranaense ver a seção 2.4 da publicação Identificação,
caracterização, construção de tipologia e apoio na formulação de políticas para os arranjos produtivos locais
(APLS) do Estado do Paraná: etapa 1 – Identificação, mapeamento e construção da tipologia das aglomerações
produtivas / Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, Secretaria de Estado do
Planejamento e Coordenação Geral. – Curitiba: IPARDES, 2005. 44 p. Disponível em www.redeapl.pr.gov.br.
21
grandes empresas8. A utilização dos filtros não se deu, todavia, sequencialmente, de forma
que os filtros subseqüentes fossem aplicados sobre os resultados dos imediatamente
anteriores. Na verdade cada filtro foi aplicado exclusivamente ao conjunto da indústria, sendo
os resultados individuais comparados no final.
Analisando o quadro 1 observa-se que o filtro 1 permite identificar classes com algum
grau de especialização nas regiões, privilegiando aquelas com maior densidade de
estabelecimentos. Adicionou-se a esse filtro duas restrições: a primeira eliminou classes com
Quociente Locacional no intervalo 1 < QL ≤ 2 e com número de empregos < 250, exceto a
classe de produção de Software que é tradicionalmente pouco intensiva em trabalho. A
segunda restrição resultou na eliminação das classes consideradas cujas características
destoam daquelas típicas de um APL. Como resultado, foram apurados 109 casos em 53
diferentes classes de atividade distribuídas em 26 microrregiões. (Mapa 1).
Mapa 1 – Microrregiões Selecionadas Pelo Filtro 1 - Final
Fonte: Sepl, Ipardes
Com base no filtro 2, considerado intermediário, foram identificadas classes de
atividades com QL > 2 e número de estabelecimentos entre 10 a 19, considerando duas
restrições: i) exclusão de classes com número reduzido de empregos (< 250), exceto software;
8
A relação das 42 classes CNAE excluídas por este critério, dentre as 155 classes de atividades, estão
disponíveis no anexo 1 da publicação Identificação, caracterização, construção de tipologia e apoio na
formulação de políticas para os arranjos produtivos locais (APLS) do Estado do Paraná: etapa 1 –
Identificação, mapeamento e construção da tipologia das aglomerações produtivas / Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico e Social, Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral. – Curitiba:
IPARDES, 2005. 44 p. Disponível em www.redeapl.pr.gov.br.
22
e ii) eliminação dos casos em que há não conformidade com as características típicas de APL.
O resultado desse filtro permitiu a identificação de 49 casos em 39 classes de atividade
distribuídas em 23 microrregiões. Assim, a aplicação desse filtro fez com que surgissem 7
novas regiões não que foram identificadas no filtro anterior (Mapa 2).
Mapa 2 - Microrregiões Selecionadas Pelo Filtro 2 - Final
Fonte: Sepl, Ipardes
O filtro 3, por sua vez, permitiu a inclusão de casos não identificados nos filtros
anteriores e que possuíam uma quantidade de empregados ≥ 250. Neste caso, foram
consideradas duas restrições: i) foram excluídos os casos com menos de 10 estabelecimentos e
QL ≤ 1 (pouca especialização e poucos estabelecimentos); e ii) eliminação dos casos em que
não há conformidade com as características típicas de APL. Esse filtro foi considerado pelos
pesquisadores como “praticamente inócuo” dado que boa parte dos casos identificados foi
eliminada pela restrição que considera a não conformidade com as características de APL.
Foram identificadas 6 classes em 6 microrregiões já apontadas nos filtros anteriores. Esse
resultado foi interpretado positivamente dado que os filtros 1 e 2 foram suficientes para
identificar a maior parte das aglomerações potencialmente identificáveis como APLs (
23
Mapa 3).
24
Mapa 3 - Microrregiões Selecionadas pelo Filtro 3 – Final
Fonte: Sepl, Ipardes
A situação dos 3 mapas pode ser sintetizada no Quadro 2.
Quadro 2 - Síntese dos Critérios, Restrições e Resultados dos Filtros Para Qualificação
das Aglomerações no Estado do Paraná Em 2003
Filtro
Critérios, restrições e resultados
1
(Mais restritivo)
2
(Intermediário)
Restrições e resultados
Critérios
Critérios
Número de estabelecimentos: ≥ 20;
Quociente Locacional (QL): > 1;
Total de Casos Observados: 145
Restrição 1
(eliminar casos com pouco emprego e menor especialização.)
Excluir casos com menos de 250 empregos e QL < 2, exceto para os casos de
softwares.
Total de casos preservados: 128 (eliminou 17 casos).
Restrição 2
Critério da Não Conformidade.
Total de casos preservados: 109 (foram eliminados outros 19 casos).
Número de classes: 53.
Número de microrregiões: 26.
Número de estabelecimentos: 10 a 19;
Quociente Locacional (QL): > 2;
Total de Casos Observados: 78
25
Restrições e resultados
3
(Menos restritivo)
Restrições e resultados
Critérios
Restrição 1
(Eliminar casos com pouco emprego.)
Excluir casos com menos de 250 empregos e QL < 3, exceto p/ os casos de
softwares.
Total de casos preservados: 58 (eliminou 20 casos).
Restrição 2
Critério da Não Conformidade.
Total de casos preservados: 49 (foram eliminados outros 9 casos).
Número de classes: 39.
Número de microrregiões: 23.
Número de empregos: ≥ 250, exclusive os casos já captados pelos demais
filtros;
Total de Casos Observados: 190.
Restrição 1
(Eliminar casos sem nenhuma especialização e poucos estabelecimentos.)
Excluir casos com menos de 10 estabelecimentos e QL ≤ 1.
Total de casos preservados: 62 (eliminou 128 casos).
Restrição 2
Critério da Não Conformidade.
Total de casos preservados: 7 (foram eliminados outros 55 casos).
Número de classes: 6.
Número de microrregiões: 6.
Fonte: IPARDES (2005)
Após a aplicação dos filtros e respectivas restrições adicionais, restaram 73 classes de
atividades econômicas, entre os 165 casos identificados, distribuídos principalmente segundo
as classes CNAE da Tabela 3.
Tabela 3 - Número de Casos Identificados pelos Filtros Segundo Classes Cnae
Madeira e Mobiliário
46
Têxtil e Confecções
29
Produtos. Alimentares
14
Produtos Cerâmicos e Cal/calcário
12
Calçados e Couros
7
Outras Classes
57
TOTAL
165
FONTE: SEPL, IPARDES
O total de 165 casos identificados não exclui a possibilidade de haver duas ou mais
classes de atividades econômicas afins numa mesma microrregião, implicando, portanto, em
“dupla contagem”. Na avaliação final, entretanto, essa possível distorção foi eliminada,
resultando em 114 aglomerações produtivas, presentes em 33 das 39 microrregiões do Paraná
consideradas possíveis APLs. (Mapa 4). Em 2003, essas 114 aglomerações geravam 150.454
empregos formais, o que representava 35% dos 433.553 empregos industriais formais no
estado.
26
Mapa 4 - Número de Aglomerações Industriais Segundo as Microrregiões Geográficas
do Paraná – 2003
Fonte: IPARDES (2006)
O próximo passo da pesquisa foi a organização dessas 114 aglomerações em
consonância com uma tipologia que contemplasse alguns tipos básicos de APLs considerando
a importância setorial e regional para o eventual estabelecimento das políticas públicas
específicas aos APLs. A tipologia adotada agrupou as aglomerações selecionadas em dois
segmentos, considerando:
i) o grau de especialização da microrregião na respectiva classe (tamanho do QL), que
representa a importância regional da aglomeração;
ii) a participação da microrregião no total de emprego da classe no Estado, que
representa a importância setorial no Estado.
No primeiro agrupamento a especialização da microrregião seria considerada elevada
se QL ≥ 5 e reduzida se 1 < QL < 5. No segundo agrupamento a atividade teria importância
elevada se o emprego na classe tivesse participação ≥ a 20% no emprego da classe no Estado
(Quadro 3).
27
Quadro 3 - Tipologia das Aglomerações Produtivas
Importância para o Setor
Importância local
Reduzida
Elevada
(< 20% no emprego da classe (≥ 20% no emprego da classe
no Estado)
no Estado)
Elevada
(QL ≥ 5)
Vetor de Desenvolvimento
Local (VDL)
Núcleo de Desenvolvimento
Setorial-Regional
(NDSR)
Reduzida
(1 < QL < 5)
Embrião de Arranjo Produtivo
Local
(E)
Vetor Avançado
(VA)
Fonte: IPARDES (2006)
Desse modo, o conjunto das 114 aglomerações identificadas foi distribuído em quatro
tipos de aglomeração: i) Núcleo de Desenvolvimento Setorial Regional (NDSR); ii) Vetor de
Desenvolvimento Local (VDL); iii) Vetor Avançado (VA) e iv) Embriões (E).
O Núcleo de Desenvolvimento Setorial Regional (NDSR) é o subconjunto que reúne
as aglomerações consideradas importantes para uma dada região ou pela importância na
atividade econômica no Estado. Já o Vetor de Desenvolvimento Local (VDL) considera o
conjunto das aglomerações com importância para o desenvolvimento local/regional, porém de
menor relevância para o setor no Estado. O subconjunto considerado como Vetor Avançado
(VA) é composto pelas aglomerações que possuem importância setorial, mas com pouca
relevância local/regional por se situar em um tecido econômico mais abrangente, por
conseguinte mais diversificado. Por último há o subconjunto denominado como Embriões (E)
no qual são encontradas as aglomerações que possuem potencial para o desenvolvimento, sem
ser, no entanto, relevante para a região e para o setor.
Cabe ressaltar que nas aglomerações que envolviam mais de uma classe de atividade,
pertencentes a tipos de aglomerações diferentes, foram utilizados parâmetros adicionais para a
classificação, quais sejam: a classe com o maior número de emprego e/ou aquela classe com
maior dinamismo quanto aos indicadores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda
(indicadores de destino da produção - outros estados e exterior; importância das compras
locais – no Estado; e importância das vendas da classe na microrregião). Como resultado
deste procedimento, 22 casos foram reenquadrados em 15 aglomerações, como indicado no
28
Quadro 4.
29
Quadro 4 - Relação de Casos Reenquadrados por Mrg
DE EMBRIÃO PARA VDL
Telêmaco Borba (2029)
Jaguariaíva (2021)
Palmas (2010)
Irati (2010)
Rio Negro (2010)
DE EMBRIÃO PARA NDSR
Apucarana (1761, 1769 e 1812)
Apucarana (2029, 2519 e 2529)
Ponta Grossa (2812)
Guarapuava (2010 e 2021)
DE VDL PARA EMBRIÃO
Umuarama (3613)
EMBRIÃO PARA VA
Maringá (1812 e 1821)
Londrina (2529)
Londrina (2893)
DE VDL PARA NDSR
União da Vitória (2010 e 2021)
DE NDSR PARA EMBRIÃO
Ponta Grossa (1429)
FONTE: SEPL, IPARDES
A importância do conjunto das 114 aglomerações, subdivididas em seus quatro
subconjuntos, para a economia paranaense no ano de 2003 pode ser verificada na
Tabela 4 em que são comparadas as informações de total de empregos formais, número de
estabelecimentos com vínculos empregatícios, total do valor adicionado fiscal e total do valor
das saídas (faturamento).
Tabela 4 – Número de Empregos Formais de Estabelecimentos, Valor Adicionado e
Faturamento da Indústria Segundo Tipo de Aglomeração – Paraná - 2003
Fonte: IPARDES (2006)
Após esse re-enquadramento, os agrupamentos distribuídos por tipo de aglomeração
segundo
as
micro-regiões
ficaram
organizados
conforme
a
30
Tabela 5.
31
Tabela 5 - Número de Agrupamentos por Tipo Segundo Microrregião - Paraná – 2003
3.2
Pré-Seleção dos Possíveis APLs Identificados e Validação
Para o processo de pré-seleção dos possíveis APLs o estudo considerou alguns
critérios que levaram em conta a relevância de cada aglomeração de empresas de classes de
atividades afins, tais como: densidade fiscal, exportação e vendas para outro estado, compras
locais e número de estabelecimentos e importância das vendas da classe na própria
microrregião. Com essa análise foram identificadas que no conjunto das 114 aglomerações
somente 25 delas poderiam ser consideradas como possíveis APLs, assim distribuídas: 8
NDSR, 5 VDL, 7 VA e 5 Embriões.
As 25 aglomerações selecionadas nessa etapa foram visitadas por pesquisadores para a
atribuição de uma caracterização preliminar de modo a obter um panorama geral
considerando a formação da estrutura produtiva e a ambiência institucional dessas
32
aglomerações. Como resultado dessas visitas, do total das 25 aglomerações 18 foram
validadas por apresentarem características típicas de APLs. Sendo que um desses casos foi
desmembrado em quatro aglomerações específicas por se tratarem de empresas de produção
de software, que pelo julgamento dos pesquisadores, requereu a separação para
desenvolvimento de estudos de casos específicos. Adicionalmente foi acrescida ao conjunto,
uma aglomeração de empresas da área de instrumentos médico-odontológicos da região de
Campo Mourão por se tratar de uma aglomeração em formação através de uma atividade não
tradicional, segundo pesquisa anteriormente desenvolvida no IPARDES. Portanto, ao final
desta etapa foram validadas 22 aglomerações classificadas como possuidoras de
características típicas de APLs assim distribuídas no espaço geográfico do Estado do Paraná (
Mapa 5).
Mapa 5 – Aglomerações Industriais Selecionadas para Estudo de Caso Segundo
Microrregiões Geográficas – Paraná 2003
Fonte: IPARDES (2006)
As 22 aglomerações classificadas como possuidoras de características típicas de APLs
estão distribuídas da seguinte forma de acordo com as categorias estabelecidas:
•
Núcleo de Desenvolvimento Setorial e Regional (NDSR)
1. - Confecção - Bonés - Apucarana;
2. - Esquadrias e Madeira - União da Vitória;
3. - Mandioca e Fécula - Paranavaí;
33
4. - Metais Sanitários - Loanda;
5. - Móveis - Arapongas;
6. - Móveis de Metal e Sistemas de Armazenagem e Logística – Ponta Grossa.
•
Vetor de Desenvolvimento Local (VDL)
1. - Confecção - Cianorte;
2. - Confecção - Sudoeste;
3. - Malhas - Imbituva;
4. - Móveis e Madeira - Rio Negro
•
Vetor Avançado (VA)
1. Aparelhos, Equipamentos e Instrumentos Médicos, Odontológicos e Hospitalares RMC;
2. Cal e Calcário - RMC;
3. Confecção - Maringá;
4. Louças e Porcelana - Campo Largo;
5. Software - Curitiba;
6. Software - Londrina.
•
Embrião (E)
1. Confecção - Moda Bebê - Terra Roxa;
2. Equipamentos e Implementos Agrícolas - Cascavel/Toledo;
3. Instrumentos Médicos-Odontológicos - Campo Mourão;
4. Móveis - Sudoeste;
5. Software - Maringá;
6. Software - Pato Branco e Dois Vizinhos.
Considerado o conjunto das aglomerações validadas como APLs, foram aprofundadas
as pesquisas de reconhecimento e caracterização por meio de estudos de caso em 15 deles, e
elaboradas notas técnicas para 5 APLs, a partir de investigação desenvolvida previamente. A
exceção da adoção desses procedimentos ficou restrita a 2 APLs validados, que são: Cal e
Calcário da RMC e Software de Curitiba.
34
A finalidade dos estudos de caso e notas técnicas foi consolidar conhecimento
existente sobre o objeto e identificar problemas e demandas locais, apontados nas entrevistas
junto a instituições de apoio e a lideranças dos APLs. Tais elementos compuseram um
conjunto de subsídios para a formulação de diretrizes de políticas de apoio aos APLs no
estado.
35
ANEXO DO CAPÍTULO
1.
Quociente Locacional (QL)
O Quociente Locacional (QL), também chamado de quociente de especialização, apura a
concentração relativa de uma dada indústria em um dado espaço geográfico (microrregião),
comparativamente à participação dessa indústria em um espaço geográfico maior (Estado do
Paraná). Quando o QL for elevado para a indústria analisada, há uma especialização da
produção local naquela indústria.
O quociente locacional é apurado pela seguinte fórmula:
Onde:
Quociente Locacional da classe i na microrregião j;
Emprego na classe i da microrregião j;
Emprego em todas as classes da microrregião j;
Emprego na classe i de todas as microrregiões do Estado;
=
2.
Emprego em todas as classes de todas as microrregiões do Estado
Coeficiente de Gini Locacional (GL)
O Coeficiente de Gini Locacional (GL) apresenta o grau de concentração espacial de uma
determinada classe de indústria em uma dada base geográfica, que seja uma região, um estado
ou um país.
Quando o resultado deste indicador estiver mais próximo da unidade, mais concentrada será a
indústria presente no espaço geográfico considerado. Por sua vez, quando o resultado estiver
mais próximo de zero, o indicador informa que a indústria está uniformemente distribuída no
espaço geográfico considerado.
O coeficiente de Gini locacional é apurado pela seguinte fórmula:
Onde:
GL = coeficiente de Gini Locacional;
X = proporção acumulada da variável de atividades econômicas (CNAE 4 dígitos);
Y = proporção acumulada da variável de empregos formais vinculadas a classes de atividades
econômicas.
36
4
Os principais mapeamentos existentes de arranjos produtivos locais no estado e
identificação dos APLs que são focos de políticas públicas
Esse capítulo contém uma descrição das tabelas contidas no arquivo “capítulo 5
arranjos prioritários PARANA”, elaborada em Excel, composto de 4 planilhas. Esse
arquivo faz parte desse relatório. Em função do seu tamanho está sendo encaminhado em
separado.
1) Mapa dos APLs selecionados: Trata-se da figura de um mapa por município indicando os
APLs prioritários e suas respectivas atividades.
2) CNAE APLs selecionados: constam todos os dados de empregos formais e número de
firmas em 2003 por classe CNAE. Foram feitas contas de participação no total do estado e
da classe. Não foram feitas para o total do Brasil, uma vez que, indicariam participações
irrelevantes, tendo em vista as participações no total do estado. Os dados se referem a
2003 por se tratar da base de dados usada pelo IPARDES quando da elaboração do estudo
para definição dos APLs prioritários. Não constam dados do APL de Campo Mourão, uma
vez que do ponto de vista quantitativo não há indicação de concentração de atividade em
Equipamentos médicos-odontológicos. Mas esse foi um APL selecionado exclusivamente
por conta de visitas e entrevistas qualitativas feitas pelo IPARDES. É A PRINCIPAL
TABELA.
3) Modelo Tabela 2 Anexo: essa planilha está posta conforme a primeira versão solicitada.
São os mesmos dados resumidos da planilha anterior. Informações sobre as políticas
públicas são melhores avaliadas no capítulo 3 desse relatório.
4) Modelo Tabela 1 Anexo: essa planilha também solicitada na primeira versão também
pode ser melhor avaliada conforme informações no capítulo 3.
37
Resumo das 4 tabelas do capítulo 5:
Tabela 6 - Arranjos Produtivos Locais Paranaenses Classificados pela Relevância
Regional - Paraná 2003
Arranjo Produtivo Local
*Principal
Atividade
CNAE
(Código)
**Base produtiva
nº
empregados
Vestuário de Cianorte
Madeira e Esquadrias de
União da Vitória
Móveis de Arapongas
Metais Sanitários de Loanda
Louças e Porcelanas de
Campo Largo
Bonés de Apucarana
Móveis e Madeira de Rio
Negro
Confecções de Maringá
Confecções da Região
Sudoeste
Cal e Calcário da RMC Norte
Mandioca e Fécula de
Paranavaí
Confecção Infantil de Terra
Roxa
Móveis do Sudoeste
Móveis de Metal e Sistemas
de Armazenagem e Logística
de Ponta Grossa
Malhas de Imbituva
Equipamentos e Implementos
Agrícolas de Cascavel e
Toledo
Software de Pato Branco e
Dois Vizinhos
Instrumentos médicohospitalares de Curitiba
Software de Londrina
Software de Curitiba
Software de Maringá
Instrumentos médicoOdontológicos de Campo
Mourão*
ΩIndic Relevância do Apl
Relevância
ador de
na economia
setorial do Apl
govern
Local
na economia
ança
Estadual
nº
n de
Participação do
Participação do
firmas firmas
Emprego da
Emprego da
grande principal atividade
principal
porte
do APL (código
atividade do
CNAE) sobre o
APL (código
total de empregos CNAE) sobre o
gerados nos
total de
municípios que
empregos dessa
compõem o APL mesma atividade
(%)
no Estado (%)
459
0
16,13
12,85
232
3
15,98
10,82
18120
20222
5.087
2.688
36110
29130
26492
9.019
931
1.458
262
33
30
8
0
2
10,93
10,00
8,41
35,23
82,83
84,28
18120
36110
4.137
1.738
333
57
0
1
7,96
7,04
5,05
4,55
18120
18120
8.742
2.150
592
97
1
1
6,04
5,33
20,07
5,77
26921
15539
1.881
623
146
29
0
0
3,86
3,28
90,24
39,21
18120
581
159
2
3,38
5,38
36110
36129
1.799
1.309
146
71
1
0
2,43
1,92
3,52
46,54
17795
29319
142
733
37
25
0
0
1,25
0,82
12,67
31,59
72214
87
10
0
0,31
15,82
33103
867
49
1
0,13
71,24
72214
72109
72214
189
914
99
24
162
20
0
0
0
0,09
0,06
0,05
28,69
62,69
12,33
Nota: Arranjo embrionário com potencial selecionado como foco de política mas que não possuia informações na base de dados
da RAIS em 2003.
Fonte: RAIS/MTE 2003 - Elaboração própria
38
Tabela 7 - Arranjos Produtivos Locais Paranaenses Classificados pela Relevância na
Classe da Atividade no Estado - Paraná 2003
Arranjo Produtivo Local
Cal e Calcário da RMC Norte
Louças e Porcelanas de
Campo Largo
Metais Sanitários de Loanda
Instrumentos médicohospitalares de Curitiba
Software de Curitiba
Móveis de Metal e Sistemas
de Armazenagem e Logística
de Ponta Grossa
Mandioca e Fécula de
Paranavaí
Móveis de Arapongas
Equipamentos e Implementos
Agrícolas de Cascavel e
Toledo
Software de Londrina
Confecções de Maringá
Software de Pato Branco e
Dois Vizinhos
Vestuário de Cianorte
Malhas de Imbituva
Software de Maringá
Madeira e Esquadrias de
União da Vitória
Confecções da Região
Sudoeste
Confecção Infantil de Terra
Roxa
Bonés de Apucarana
Móveis e Madeira de Rio
Negro
Móveis do Sudoeste
Instrumentos médicoOdontológicos de Campo
Mourão*
*Principal **Base produtiva ΩIndicador
Atividade
de
CNAE
governança
(Código)
nº
nº
n de firmas
empregados firmas
grande
porte
Relevância
Relevância
do Apl na
setorial do Apl
economia
na economia
Local
Estadual
Participação do
Participação
Emprego da
do Emprego
principal
da principal
atividade do atividade do APL
(código CNAE)
APL (código
CNAE) sobre sobre o total de
empregos dessa
o total de
mesma atividade
empregos
no Estado (%)
gerados nos
municípios
que compõem
o APL (%)
3,86
90,24
8,41
84,28
26921
26492
1.881
1.458
146
30
0
2
29130
33103
931
867
33
49
0
1
10,00
0,13
82,83
71,24
72109
36129
914
1.309
162
71
0
0
0,06
1,92
62,69
46,54
15539
623
29
0
3,28
39,21
36110
29319
9.019
733
262
25
8
0
10,93
0,82
35,23
31,59
72214
18120
72214
189
8.742
87
24
592
10
0
1
0
0,09
6,04
0,31
28,69
20,07
15,82
18120
17795
72214
20222
5.087
142
99
2.688
459
37
20
232
0
0
0
3
16,13
1,25
0,05
15,98
12,85
12,67
12,33
10,82
18120
2.150
97
1
5,33
5,77
18120
581
159
2
3,38
5,38
18120
36110
4.137
1.738
333
57
0
1
7,96
7,04
5,05
4,55
36110
1.799
146
1
2,43
3,52
Nota: Arranjo embrionário com potencial selecionado como foco de política mas que não possuia informações na base de
dados da RAIS em 2003.
Fonte: RAIS/MTE 2003
Elaboração própria
39
5
Os Demais Arranjos não Apoiados
Esse capítulo contém uma descrição das tabelas contidas no arquivo “capítulo 6
arranjos não apoiados PARANA”, elaborada em Excel, composto de 4 planilhas. Esse
arquivo faz parte desse relatório. Em função do seu tamanho está sendo encaminhado em
separado.
1) MAPA DAS AGLOMERAÇÕES: Trata-se da figura de um mapa por MRG indicando
todas as 114 aglomerações (incluindo os APLs prioritários) em que são destacadas as
atividades principais, que são: madeira e mobiliário, produtos alimentares, produtos
cerâmicos e cal calcário, têxtil e confecções, calcados e couros, software e outras
aglomerações produtivas industriais.
2) Emprego nas aglomerações: Essa tabela mostra o emprego em 2003 por município e
microrregião geográfica nas diversas classes CNAE em que o estudo apontou a existência
de algum grau de aglomeração. Nas colunas em amarelo estão indicadas apenas as
atividades que o estudo apontou estarem concentradas em alguma microrregião. Nas
linhas apenas constam municípios e microrregiões que concentram alguma atividade.
Note-se que existem inúmeras células em branco. Apesar de algumas dessas células
possuírem algum número positivo, foram apagadas porque não havia aglomeração de
atividade no município e/ou microrregião. Existe aglomeração de atividades apenas nos
municípios e/ou microrregiões que apontam algum número e estão coloridos. Ressalte-se
que estas aglomerações são apenas indicadores de algum grau de concentração de
atividade, mas que em momento algum foram escolhidas como prioritárias para eventuais
alvos de políticas públicas. São os supostos APLs que não são alvos de políticas.
3) Emprego nas aglomerações MRG: Esta planilha é a mesma anterior. Cada tabela destaca
as atividades que são concentradas por MRG e municípios. Ela mostra apenas as
atividades aglomeradas em cada MRG e municípios. Foi posta dessa forma para que se
possa visualizar melhor as atividades em cada MRG. Dessa forma exposta, ficam
excluídas as células das atividades que não apresentam aglomeração.
4) Número de firmas nas aglomera: Essa tabela mostra os empregos por tamanho de firma
nas aglomerações. Aqui constam apenas as atividades que apresentam algum grau de
aglomeração. As atividades da coluna COD_CNAE são as mesmas que constam da
primeira linha da planilha "emprego nas aglomerações". As micro e pequenas firmas são
40
as com 0 a 99 empregos formais. As médias firmas são as com 100 a 249 empregos
formais. As Média-grande firmas são as com acima de 250 empregos formais.
Resumo das 4 tabelas do capítulo 6:
Tabela 8 - Aglomerações Produtivas Paranaenses Classificadas pela Relevância na
Classe da Atividade No Estado - Paraná 2003
Microrregião
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
PARANAGUA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
MARINGA
CURITIBA
CURITIBA
CURITIBA
Classe de Atividade (CNAE)
CLASSE 27251 - Produção de laminados longos de aço
CLASSE 29157 - Fabrç. de equipamentos de transmissao para fins
industria
CLASSE 24732 - Fabricaçao de artigos de perfumaria e cosmeticos
CLASSE 31305 - Fabricaçao de fios, cabos e condutores eletricos
isolados
CLASSE 31216 - Fabrç. de subestações, quadros de comando,
reguladores de voltagem ...
CLASSE 24511 - Fabricaçao de produtos farmoquimicos
CLASSE 31992 - Fabricaçao de outros aparelhos ou equipamentos
eletricos
CLASSE 28398 - Têmpera, cementação e tratamento térmico do aço,
serviços de usinag...
CLASSE 28339 - Fabricaçao de artefatos estampados de metal
CLASSE 29696 - Fabricaçao de outras maquinas e equipamentos de uso
espec
CLASSE 32107 - Fabricaçao de material eletronico basico
CLASSE 29629 - Fabrç. de máquinas e equipamentos para as ind.
alimentar,
CLASSE 19216 - Fabrç. de malas, bolsas, valises e outros artefatos para
CLASSE 21318 - Fabricaçao de embalagens de papel
CLASSE 29297 - Fabricaçao de outras maquinas e equipamentos de uso
geral
CLASSE 29246 - Fabrç. de máquinas e aparelhos de refrigeraçao e
ventilaç
CLASSE 25291 - Fabricaçao de artefatos diversos de plastico
CLASSE 21415 - Fabrç. de artefatos de papel, papelao, cartolina e cartao
CLASSE 24813 - Fabricaçao de tintas, vernizes, esmaltes e lacas
CLASSE 24139 - Fabricaçao de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e po
CLASSE 31526 - Fabricaçao de luminárias e equipamentos de iluminaçao
- exceto para...
CLASSE 24996 - Fabricação de outros produtos químicos não
especificados anteriormente
CLASSE 27499 - Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas
CLASSE 36994 - Fabricaçao de produtos diversos
CLASSE 15830 - Produçao de derivados do cacau e elaboraçao de
chocolates
CLASSE 25224 - Fabricaçao de embalagem de plastico
CLASSE 28428 - Fabricaçao de artigos de serralheria - exceto esquadrias
CLASSE 36145 - Fabricaçao de colchoes
CLASSE 28991 - Fabricaçao de outros produtos elaborados de metal
CLASSE 25194 - Fabricaçao de artefatos diversos de borracha
CLASSE 37206 - Reciclagem de sucatas nao-metalicas
Participação
no Total do
Emprego na
Classe
(CNAE) do
Estado
100,00%
96,99%
92,74%
90,00%
87,86%
87,33%
85,76%
83,50%
77,21%
74,62%
72,55%
67,83%
66,11%
65,53%
65,34%
64,88%
61,13%
60,53%
58,39%
57,84%
55,90%
55,28%
52,54%
50,27%
48,73%
47,60%
46,38%
45,49%
45,08%
44,37%
43,70%
41
CURITIBA
GUARAPUAVA
GUARAPUAVA
MARINGA
TOLEDO
CIANORTE
PALMAS
MARINGA
UMUARAMA
APUCARANA
MARINGA
PONTA GROSSA
MARINGA
CORNÉLIO
JAGUARIAIVA
CAMPO MOURAO
CAMPO MOURAO
FRANCISCO
BELTRAO
TOLEDO
CASCAVEL
GUARAPUAVA
UMUARAMA
ASTORGA
TELEMACO
TOLEDO
MARINGA
MARINGA
CAMPO MOURAO
CAMPO MOURAO
PARANAVAI
MARINGA
UMUARAMA
TOLEDO
TOLEDO
PRUDENTOPOLIS
TELEMACO
UMUARAMA
UMUARAMA
GUARAPUAVA
PRUDENTOPOLIS
FOZ DO IGUACU
TELEMACO
CIANORTE
CLASSE 24520 - Fabricaçao de medicamentos para uso humano
CLASSE 20290 - Fabrç. de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e
material ...
CLASSE 21105 - Fabricaçao de celulose e outras pastas para a fabricaçao
CLASSE 19291 - Fabricaçao de outros artefatos de couro
CLASSE 15555 - Fabrç. de amidos e féculas de vegetais e fabrç. de óleos
CLASSE 15539 - Fabricaçao de farinha de mandioca e derivados
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira
compens
CLASSE 25194 - Fabricaçao de artefatos diversos de borracha
CLASSE 36137 - Fabricaçao de moveis de outros materiais
CLASSE 19313 - Fabricaçao de calcados de couro
CLASSE 36137 - Fabricaçao de moveis de outros materiais
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 15431 - Fabricaçao de sorvetes
CLASSE 15598 - Beneficiamento, moagem e preparaçao de outros
produtos de origem vegetal
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 15539 - Fabricaçao de farinha de mandioca e derivados
CLASSE 15539 - Fabricaçao de farinha de mandioca e derivados
CLASSE 28932 - Fabrç. de artigos de funilaria e de artigos de metal para
usos domé...
CLASSE 19313 - Fabricaçao de calcados de couro
CLASSE 28126 - Fabricaçao de esquadrias de metal
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira
compens
CLASSE 15423 - Fabricaçao de produtos do laticínio
CLASSE 19100 - Curtimento e outras preparacoes de couro
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 15423 - Fabricaçao de produtos do laticínio
CLASSE 25224 - Fabricaçao de embalagem de plastico
CLASSE 36994 - Fabricaçao de produtos diversos
CLASSE 18112 - Confecção de roupas íntimas, blusas, camisas e
semelhantes
CLASSE 18112 - Confecção de roupas íntimas, blusas, camisas e
semelhantes
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para uso
est
CLASSE 28991 - Fabricaçao de outros produtos elaborados de metal
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para uso
est
CLASSE 28126 - Fabricaçao de esquadrias de metal
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira
compens
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira
compens
CLASSE 15431 - Fabricaçao de sorvetes
CLASSE 18210 - Fabricaçao de acessorios do vestuario
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para uso
est
CLASSE 26492 - Fabricaçao de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para uso
est
42,79%
33,12%
26,59%
24,46%
24,24%
23,54%
18,78%
18,28%
16,46%
15,64%
15,54%
14,36%
13,45%
13,24%
12,71%
12,27%
12,27%
11,82%
11,75%
11,72%
11,65%
11,17%
10,99%
9,58%
9,54%
9,21%
9,06%
9,06%
9,06%
8,44%
8,37%
8,13%
8,05%
7,93%
7,48%
7,45%
7,32%
7,15%
7,13%
6,46%
6,22%
6,18%
5,25%
42
JAGUARIAIVA
W. BRAZ
CASCAVEL
TELEMACO
IRATI
CASCAVEL
FRANCISCO
BELTRAO
CAMPO MOURAO
CAMPO MOURAO
ASTORGA
ASTORGA
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira
compens
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para uso
est
CLASSE 25224 - Fabricaçao de embalagem de plastico
CLASSE 20290 - Fabrç. de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e
material ...
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira
compens
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de madeira
CLASSE 28126 - Fabricaçao de esquadrias de metal
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de madeira
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de madeira
CLASSE 15423 - Fabricaçao de produtos do laticínio
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
FOZ DO IGUACU
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de madeira
IBAITI
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para uso
est
IRATI
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
IVAIPORA
CLASSE 15423 - Fabricaçao de produtos do laticínio
SÃO MATEUS
CLASSE 15598 - Beneficiamento, moagem e preparaçao de outros
produtos de origem vegetal
W. BRAZ
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
UMUARAMA
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de madeira
PARANAVAI
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
ASSAI
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para uso
est
IBAITI
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
PALMAS
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
PARANAVAI
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de madeira
CAMPO MOURAO CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CAMPO MOURAO CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CORNÉLIO
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de madeira
SÃO MATEUS
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
PORECATU
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
FLORAI
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
PORECATU
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para uso
est
Fonte: RAIS/MTE 2003 - Elaboração própria
5,04%
4,87%
4,85%
4,83%
4,61%
4,50%
4,25%
4,20%
4,20%
3,96%
3,77%
3,67%
3,66%
3,19%
3,10%
3,09%
2,91%
2,82%
2,80%
2,43%
2,32%
2,14%
2,12%
2,08%
2,08%
2,08%
1,52%
1,24%
0,66%
0,09%
43
Tabela 9 - Aglomerações Produtivas Paranaenses Classificadas pela Relevância
Regional - Paraná 2003
Microrregião
PALMAS
PRUDENTOPOLIS
IVAIPORA
JAGUARIAIVA
IRATI
W. BRAZ
PRUDENTOPOLIS
TELEMACO
UMUARAMA
TELEMACO
JAGUARIAIVA
GUARAPUAVA
FLORAI
ASTORGA
IRATI
IBAITI
SÃO MATEUS
MARINGA
PARANAGUA
PORECATU
PONTA GROSSA
CAMPO MOURAO
CAMPO MOURAO
GUARAPUAVA
PARANAVAI
W. BRAZ
GUARAPUAVA
PALMAS
IBAITI
CAMPO MOURAO
CAMPO MOURAO
ASSAI
Classe de Atividade (CNAE)
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de
madeira compens
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de
madeira compens
CLASSE 15423 - Fabricaçao de produtos do laticínio
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de
madeira compens
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de
madeira compens
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de
madeira compens
CLASSE 20214 - Fabrç. de madeira laminada e de chapas de
madeira compens
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 36994 - Fabricaçao de produtos diversos
CLASSE 24139 - Fabricaçao de fertilizantes fosfatados,
nitrogenados e po
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de
madeira
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de
madeira
CLASSE 20290 - Fabrç. de artefatos diversos de madeira, palha,
cortiça e material ...
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso est
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 20109 - Desdobramento de madeira
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso est
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 18120 - Confecção de peças do vestuário - exceto roupas
íntimas, blusas, ca...
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso est
Participação no
Total do
Emprego da
Microrregião
33,77%
15,89%
14,71%
12,76%
10,25%
10,13%
9,44%
8,34%
8,13%
7,37%
7,36%
6,35%
6,04%
5,44%
4,88%
4,64%
4,38%
3,96%
3,90%
3,74%
3,31%
3,09%
3,09%
2,89%
2,75%
2,74%
2,67%
2,65%
2,44%
2,44%
2,44%
1,96%
44
UMUARAMA
CORNÉLIO
CAMPO MOURAO
CAMPO MOURAO
FOZ DO IGUACU
CIANORTE
CASCAVEL
PARANAVAI
PARANAVAI
SÃO MATEUS
UMUARAMA
UMUARAMA
CORNÉLIO
CIANORTE
TELEMACO
ASTORGA
GUARAPUAVA
TOLEDO
UMUARAMA
MARINGA
CAMPO MOURAO
CAMPO MOURAO
FOZ DO IGUACU
MARINGA
ASTORGA
FRANCISCO
BELTRAO
TOLEDO
CURITIBA
CASCAVEL
MARINGA
CASCAVEL
TELEMACO
TOLEDO
CURITIBA
CURITIBA
FRANCISCO
BELTRAO
MARINGA
TOLEDO
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de
madeira
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de
madeira
CLASSE 18112 - Confecção de roupas íntimas, blusas, camisas e
semelhantes
CLASSE 18112 - Confecção de roupas íntimas, blusas, camisas e
semelhantes
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de
madeira
CLASSE 15539 - Fabricaçao de farinha de mandioca e derivados
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de
madeira
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso est
CLASSE 36110 - Fabricaçao de moveis com predominancia de
madeira
CLASSE 15598 - Beneficiamento, moagem e preparaçao de outros
produtos de origem vegetal
CLASSE 36137 - Fabricaçao de moveis de outros materiais
CLASSE 15423 - Fabricaçao de produtos do laticínio
CLASSE 15598 - Beneficiamento, moagem e preparaçao de outros
produtos de origem vegetal
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso est
CLASSE 20290 - Fabrç. de artefatos diversos de madeira, palha,
cortiça e material ...
CLASSE 19100 - Curtimento e outras preparacoes de couro
CLASSE 21105 - Fabricaçao de celulose e outras pastas para a
fabricaçao
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso est
CLASSE 18210 - Fabricaçao de acessorios do vestuario
CLASSE 25224 - Fabricaçao de embalagem de plastico
CLASSE 15539 - Fabricaçao de farinha de mandioca e derivados
CLASSE 15539 - Fabricaçao de farinha de mandioca e derivados
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso est
CLASSE 28991 - Fabricaçao de outros produtos elaborados de
metal
CLASSE 15423 - Fabricaçao de produtos do laticínio
CLASSE 28932 - Fabrç. de artigos de funilaria e de artigos de metal
para usos domé...
CLASSE 15423 - Fabricaçao de produtos do laticínio
CLASSE 25291 - Fabricaçao de artefatos diversos de plastico
CLASSE 25224 - Fabricaçao de embalagem de plastico
CLASSE 36145 - Fabricaçao de colchoes
CLASSE 28126 - Fabricaçao de esquadrias de metal
CLASSE 26492 - Fabricaçao de produtos ceramicos nao-refratarios
para uso
CLASSE 15555 - Fabrç. de amidos e féculas de vegetais e fabrç. de
óleos
CLASSE 28991 - Fabricaçao de outros produtos elaborados de
metal
CLASSE 25224 - Fabricaçao de embalagem de plastico
CLASSE 28126 - Fabricaçao de esquadrias de metal
CLASSE 36137 - Fabricaçao de moveis de outros materiais
CLASSE 28126 - Fabricaçao de esquadrias de metal
1,77%
1,62%
1,50%
1,50%
1,44%
1,36%
1,36%
1,34%
1,30%
1,30%
1,27%
1,19%
1,16%
1,09%
0,86%
0,84%
0,80%
0,74%
0,73%
0,65%
0,65%
0,65%
0,63%
0,63%
0,61%
0,57%
0,57%
0,53%
0,50%
0,49%
0,48%
0,48%
0,48%
0,47%
0,47%
0,43%
0,39%
0,38%
45
APUCARANA
CURITIBA
CLASSE 19313 - Fabricaçao de calcados de couro
CLASSE 29297 - Fabricaçao de outras maquinas e equipamentos de
uso geral
CURITIBA
CLASSE 24732 - Fabricaçao de artigos de perfumaria e cosmeticos
MARINGA
CLASSE 19291 - Fabricaçao de outros artefatos de couro
CURITIBA
CLASSE 24996 - Fabricação de outros produtos químicos não
especificados anteriormente
CURITIBA
CLASSE 28398 - Têmpera, cementação e tratamento térmico do
aço, serviços de usinag...
CURITIBA
CLASSE 29696 - Fabricaçao de outras maquinas e equipamentos de
uso espec
TOLEDO
CLASSE 19313 - Fabricaçao de calcados de couro
CURITIBA
CLASSE 21318 - Fabricaçao de embalagens de papel
CURITIBA
CLASSE 36994 - Fabricaçao de produtos diversos
MARINGA
CLASSE 25194 - Fabricaçao de artefatos diversos de borracha
CURITIBA
CLASSE 31992 - Fabricaçao de outros aparelhos ou equipamentos
eletricos
CURITIBA
CLASSE 28339 - Fabricaçao de artefatos estampados de metal
CURITIBA
CLASSE 32107 - Fabricaçao de material eletronico basico
UMUARAMA
CLASSE 15431 - Fabricaçao de sorvetes
CURITIBA
CLASSE 31216 - Fabrç. de subestações, quadros de comando,
reguladores de voltagem ...
CURITIBA
CLASSE 19216 - Fabrç. de malas, bolsas, valises e outros artefatos
para
CURITIBA
CLASSE 31305 - Fabricaçao de fios, cabos e condutores eletricos
isolados
CURITIBA
CLASSE 28428 - Fabricaçao de artigos de serralheria - exceto
esquadrias
CURITIBA
CLASSE 24520 - Fabricaçao de medicamentos para uso humano
MARINGA
CLASSE 15431 - Fabricaçao de sorvetes
CURITIBA
CLASSE 29246 - Fabrç. de máquinas e aparelhos de refrigeraçao e
ventilaç
CURITIBA
CLASSE 29629 - Fabrç. de máquinas e equipamentos para as ind.
alimentar,
CURITIBA
CLASSE 24813 - Fabricaçao de tintas, vernizes, esmaltes e lacas
CURITIBA
CLASSE 37206 - Reciclagem de sucatas nao-metalicas
CURITIBA
CLASSE 21415 - Fabrç. de artefatos de papel, papelao, cartolina e
cartao
CURITIBA
CLASSE 25194 - Fabricaçao de artefatos diversos de borracha
CURITIBA
CLASSE 27251 - Produção de laminados longos de aço
PORECATU
CLASSE 26417 - Fabrç. de produtos ceramicos nao-refratarios para
uso est
CURITIBA
CLASSE 29157 - Fabrç. de equipamentos de transmissao para fins
industria
CURITIBA
CLASSE 24511 - Fabricaçao de produtos farmoquimicos
CURITIBA
CLASSE 27499 - Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas
ligas
CURITIBA
CLASSE 31526 - Fabricaçao de luminárias e equipamentos de
iluminaçao - exceto para...
CURITIBA
CLASSE 15830 - Produçao de derivados do cacau e elaboraçao de
chocolates
Fonte: RAIS/MTE 2003 - Elaboração própria
0,34%
0,32%
0,26%
0,24%
0,24%
0,23%
0,22%
0,22%
0,20%
0,19%
0,17%
0,17%
0,17%
0,14%
0,14%
0,14%
0,13%
0,10%
0,10%
0,09%
0,08%
0,08%
0,08%
0,07%
0,07%
0,06%
0,06%
0,05%
0,04%
0,04%
0,03%
0,03%
0,03%
0,03%
46
Conclusões
As informações reunidas neste relatório, a partir do background apresentado nos
capítulos 2 e 3, permitiram identificar dois aspectos estruturais da indústria paranaense
relacionados à dimensão dos arranjos produtivos locais existentes no estado. Em primeiro
lugar, a transformação da base industrial do estado, especialmente a partir da emergência de
setores não tradicionais, como descrito no capítulo 2, foi acompanhada por uma nova
configuração espacial e pela emergência de um novo ambiente empresarial. Em segundo
lugar, diversas instituições públicas, articuladas com entidades privadas se conectaram em
torno de estratégias competitivas, resultando na formação da Rede APL, coordenada pela
Secretaria de Estado de Planejamento, na qual as ações empreendidas pelo SEBRAE se
destacaram em diferentes áreas de interesse estratégico, em particular para as pequenas e
médias empresas. A criação da Rede APL permitiu atrair diferentes organismos em torno da
importância da base local do desenvolvimento e da competitividade. Todavia, é preciso
ressaltar que a aproximação dos agentes institucionais em torno desse projeto não se deu
através de ações voltadas especificamente para os APLs. Ou seja, ocorreu mais propriamente
uma adaptação de políticas e ações já em curso às demandas locais dos arranjos produtivos.
Embora a formação de arranjos produtivos locais tenha resultado do interesse daquelas
instituições e da permeabilidade à idéia, que as aglomerações industriais revelaram durante
esse processo, o alcance dessa forma de organização industrial se revelou limitado. À luz da
metodologia de identificação dos APLs desenvolvida pelo IPARDES, apresentada no capítulo
4, poucas regiões e atividades industriais, em graus distintos, podem ser vistas de acordo com
a dinâmica de APL, segundo graus distintos de complexidade, sendo as categorias de Núcleo
de Desenvolvimento Setorial e Regional, Vetor de Desenvolvimento Local e Embrião. Cada
uma dessas categorias corresponde a um nível de complexidade e desenvolvimento dos APLs,
como visto no capítulo 4. Consequentemente, vazios estruturais foram identificados, por
dedução, relativos a aglomerações nas quais não há sinais perceptivos de cooperação entre as
firmas e de um ambiente empresarial voltado para a competitividade da indústria e para o
desenvolvimento de sistemas de inovação são limitadas.
Paralelamente aos vazios estruturais, percebe-se um grande vazio na implementação
de políticas públicas, uma vez que as instituições estão voltadas para a organização da
governança local, sem que haja autonomia suficiente para a implementação de políticas
públicas estaduais. Assim, a maior parte das ações está voltada para a solução de problemas
47
pontuais identificados nas aglomerações industriais, e no repasse de decisões tomadas no
plano da política industrial.
Portanto, o desafio para a concepção e implementação de políticas estaduais,
preenchendo esse vazio institucional, implicará a busca de aderência entre as necessidades
competitivas locais de cada APL consolidado e aqueles em construção, para as quais atenção
deverá estar voltada para a inovação tecnológica, como o caminho mais promissor para o
desenvolvimento da indústria do estado.
48
Referências
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Unicamp Campinas.
IPARDES (2005) Identificação, caracterização, construção de tipologia e apoio na
formulação de políticas para os arranjos produtivos locais (APLS) do Estado do Paraná:
etapa 1 – Identificação, mapeamento e construção da tipologia das aglomerações
produtivas., 44 p. Curitiba, www.redeapl.pr.gov.br - Consulta em 03/04/2009.
IPARDES (2006) Identificação, caracterização, construção de tipologia e apoio na
formulação de políticas para os arranjos produtivos locais (Após) do Estado do Paraná:
diretrizes para políticas de apoio aos arranjos produtivos locais, 61 p. Curitiba
www.redeapl.pr.gov.br - Consulta em 28/03/2009.
IPARDES (2007). Dinâmica recente da indústria Paranaense: estrutura e emprego. Curitiba
87 p. Disponível em:
http://www.ipardes.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=29
NELSON R. (1993). National System of Innovation: A comparative Study. New York: Oxford
University Press.
PASSOS C. K (1997) Sistemas Locais de Inovação: O caso do Paraná RedeSist em
Globalização e inovação localizada: Experiências de sistemas locais no Mercosul
IBCIT/MCT Brasília .
SCATOLIN ET ALL. (2001). Arranjos Produtivos e Desenvolvimento Regional: O caso do
Paraná em Industrialização descentralizada: Sistemas industriais locais IPEA Brasília
2001.
SEPL; IPARDES (2006). Arranjos Produtivos Locais do Estado do Paraná. Curitiba Paraná.
www.redeapl.pr.gov.br
49
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OS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NO PARANÁ