KÁTIA ROSE SILVA MARIANO Composição, Estrutura e Funcionamento da Vegetação em um Gradiente de Mata Ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil FEIRA DE SANTANA - BA 2011 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA Composição, Estrutura e Funcionamento da Vegetação em um Gradiente de Mata Ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. KATIA ROSE SILVA MARIANO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Botânica. ORIENTADOR: PROF. DR. ABEL AUGUSTO CONCEIÇÃO (UEFS) CO-ORIENTADOR: PROF. DR. WELLINGTON BRAZ DE CARVALHO DELITTI (USP) FEIRA DE SANTANA - BA 2011 MARIANO, Katia Rose Silva. Composição, Estrutura e Funcionamento da Vegetação em um Gradiente de Mata Ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. Orientador: Prof. Dr. Abel Augusto Conceição Tese (Doutorado) - Departamento de Ciência Biologicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, 2011 Inclui Bibliografia 1.Fitossociologia 2. Fenologia 3.Ciclagem de nutrientes I. Conceição, Abel Augusto. II. Universidade Estadual de Feira de Santana. III. Título. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Prof. Dr. Jacob Silva Souto (Universidade Federal de Campina Grande /UFCG) _____________________________________________ Prof. Dr. Clóvis Eduardo de Souza Nascimento (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Semi árido) _____________________________________________ Profa. Dra. Lígia Silveira Funch (Universidade Estadual de Feira de Santana/UEFS) _____________________________________________ Prof. Dr. Flávio França (Universidade Estadual de Feira de Santana/UEFS) _____________________________________________ Prof. Dr. Abel augusto conceição (Universidade Estadual de Feira de Santana/UEFS) Orientador e Presidente da Banca Feira de Santana – BA 2011 À meu pai Romirte, pelo exemplo de esforço e trabalho, À minha querida mãe Marli, pelo apoio em todo o tempo e pelo amor incondicional Às minhas irmãs, que fazem tudo por mim, Ofereço. A meus filhos Gabriel, Miguel e Gustavo, que são os meus bens mais preciosos, são como a luz da manhã, tornando minha vida mais feliz. Ao meu amado marido, Júnior, pelo amor e incentivo constantes e por estar sempre ao meu lado, Dedico. “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em cora•‚o humano, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” “Toda boa d„diva e todo Dom perfeito vem do alto, descendo do pai das luzes, em quem n‚o h„ mudan•a nem sombra de varia•‚o” “Porque Dele e por Ele e para Ele s‚o todas as coisas Gl…rias, pois a Ele eternamente” (I Coríntios 2:9; Tg 1:16-17; Rm 11:36) AGRADECIMENTOS Agrade€o em primeiro lugar a Deus, pela sua bondade e fidelidade; por ter me permitido realizar um sonho que eu nunca sonhei; por ser a fonte de sabedoria e de for€a, o meu esconderijo nos tempos de ang•stia, a minha fortaleza nos tempos de luta e a minha alegria nos tempos de vit‚ria. Ao professor Abel Augusto Concei€ƒo, pela orienta€ƒo e aten€ƒo concedidas durante a realiza€ƒo deste trabalho e pela compreensƒo e confian€a. Ao professor Wellington Delitti, por ter aceitado a co-orienta€ƒo do trabalho mesmo sem me conhecer pessoalmente e pela disposi€ƒo em ajudar. A professora e amiga Efig„nia de Melo, pela qual eu tenho uma grande admira€ƒo e carinho, pela ajuda na identifica€ƒo das plantas, pela aten€ƒo e apoio constantes. … CAPES, pela concessƒo da Bolsa para o desenvolvimento deste trabalho e ao Projeto Sƒo Francisco pelo aux†lio financeiro na realiza€ƒo da primeira fase da pesquisa. Aos professores do PPGBot, pelos conhecimentos concedidos durante o curso. Aos funcion‡rios do PPGBot, especialmente a Adriana pela aten€ƒo, paci„ncia e simpatia que sempre demonstrou. Aos colegas Gr„nivel e Sˆmia, pela ajuda valiosa quando eu mais precisei. A toda minha fam†lia, pela torcida, apoio e carinho que sempre dedicaram a mim e principalmente aos meus filhos, nesse per†odo de sobrecarga e pela participa€ƒo de cada um na concretiza€ƒo de mais um sonho. Aos meus pais, pelo apoio, incentivo e cuidado. Por estarem sempre de bra€os abertos para nos acolher e dar suporte. Em especial, ‰s minhas queridas irmƒs Kilma e Keilla e ao cunhado Ricardo, por todas as vezes que entraram no “mato” comigo e por dividirem as lutas e as dificuldades. Por terem sido um pouco “mƒes e pais” dos meus filhos quando eu precisei me ausentar. Pelo carinho e preocupa€ƒo; por abrirem mƒo das suas prioridades em lugar das minhas. Nƒo conseguiria sem o apoio de voc„s! Enfim, aos meus filhos Gabriel, Miguel e Gustavo, por dividirem com os livros, e com o computador a minha aten€ƒo. Pelos sorrisos e abra€os que me deram ˆnimo e refizeram minhas for€as. Em especial ao meu marido J•nior, que sem d•vida Œ um dos principais respons‡veis por essa conquista. Pelo constante incentivo, por ser o meu “bra€o direito” e pelo amor demonstrado por todos esses gestos. Muito obrigada! SUMÁRIO Folha LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS INTRODU•ŽO GERAL 1 REFER•NCIAS BIBLIOGR•FICAS 5 CAP‘TULO 1. Composição, estrutura e distribuição de espécies em um fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil 13 RESUMO 14 ABSTRACT 15 1. INTRODU•ŽO 16 2. METODOLOGIA 18 2.1 •rea de estudo 18 2.1.1 Clima 19 2.1.2 Vegeta€ƒo 19 2.1.3. Topografia e solos 19 2. 2 Levantamento da comunidade arb‚reo – arbustiva 20 2.2.1 Coleta, Manuseio e Identifica€ƒo do Material Botˆnico 21 2.2.2 Sufici„ncia amostral 21 2.2.3 Vari‡veis fitossociol‚gicas 21 2.3 Distribui€ƒo das ‡rvores por classes de altura e de diˆmetro 22 2.4 Compara€ƒo entre as faixas 22 2.5 Classifica€ƒo das espŒcies em est‡dios sucessionais 23 3. RESULTADOS E DISCUSSŽO 23 3.1 Caracter†sticas qu†micas dos solos 23 3.2 Caracter†sticas f†sicas dos solos 24 3.3 Sufici„ncia amostral 25 3.4 Composi€ƒo Flor†stica 25 3.5 Estrutura da vegeta€ƒo 28 3.6 Classifica€ƒo quanto ‰ classe de altura 30 3.7 Distribui€ƒo dos indiv†duos por classes de diˆmetros 31 3.8 Distribui€ƒo das espŒcies dentro das faixas 33 3.9 Similaridade entre as parcelas e relação entre distribuição de espécies e distância do rio 35 3.10 Comparação com outros trabalhos 36 4. CONSIDERAÇÕES GERAIS 38 5. AGRADECIMENTOS 38 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38 7. TABELAS 54 8. FIGURAS 60 CAPÍTULO 2. Fenologia de um fragmento de mata ciliar sob domínio da caatinga no Submédio São Francisco, Bahia, Brasil 68 RESUMO 69 ABSTRACT 70 1 INTRODUÇÃO 71 2 METODOLOGIA 73 2.1 Área de estudo 73 2.2 Seleção das espécies e dos indivíduos 75 2.3 Fenologia 76 3 RESULTADOS 78 3.1 Fenologia ao nível de comunidade 78 3.2 Fenologia vegetativa (nível de populações) 79 3.3 Espécies perenifólias episódicas 79 3.4 Espécies semidecíduas 80 3.5 Espécies decíduas 81 3.6 Fenologia reprodutiva (nível de comunidade) 83 3.7 Fenologia reprodutiva (nível de populações) 84 4 DISCUSSÃO 87 4.1 Queda foliar e brotamento 87 4.2 Florescimento e frutificação 92 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94 6 TABELAS 104 7 FIGURAS 106 CAPÍTULO 3. Ciclagem de nutrientes associada a um gradiente ambiental em um fragmento florestal de caatinga ribeirinha no Rio São Francisco, Semiárido do Brasil. 141 RESUMO 142 ABSTRACT 143 1 INTRODUÇÃO 144 2 METODOLOGIA 147 2.1 Área de estudo 147 2.2 Clima 148 2.3 Vegetação 148 2.4 Topografia e análise de solos 149 2.5 Ciclagem de nutrientes 150 2.5.1 Quantificação da serapilheira 150 2.5.2 Eficiência de utilização de nutrientes 151 2.5.3 Decomposição da serapilheira 152 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 153 3.1 Características químicas dos solos 153 3.2 Características físicas dos solos 153 3.3 Produção de serapilheira 154 3.4 Sazonalidade da produção de serapilheira 157 3.5 Deposição das diferentes frações de serapilheira 158 3.6 Fração folhas 159 3.7 Deposição da fração Ramos 162 3.8 Fração flores 162 3.9 Fração frutos 164 3.10 Concentração de nutrientes na serapilheira 165 3.11 Transferência de nutrientes via serapilheira 169 3.12 Eficiência de utilização de nutrientes 173 3.13 Decomposição 174 3.14 Liberação de nutrientes via decomposição 178 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 180 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 181 6 TABELAS 200 7 FIGURAS 206 CONCLUSÕES GERAIS 218 RESUMO 220 ABSTRACT 222 LISTA DE TABELAS CAPITULO 1 – Composi•‚o, estrutura e distribui•‚o de espƒcies em um fragmento de mata ciliar no submƒdio S‚o Francisco, Bahia, Brasil Tabela 1 - Atributos qu†micos e f†sicos dos solos em 30 amostras do solo superficial (0-20 cm de profundidade) coletadas em parcelas ‰s margens do Rio Sƒo Francisco em Juazeiro, BA, Brasil. Os valores sƒo mŒdias das amostras das tr„s faixas de distˆncia do rio, exceto para a distˆncia do rio. 54 Tabela 2. Lista das fam†lias e espŒcies encontradas dentro (A) e fora (B) das parcelas ‰s margens do Rio Sƒo Francisco em Juazeiro, BA, indicando o h‡bito de crescimento, o est‡dio sucessional e a ocorr„ncia nas diferentes faixas de distˆncia do rio. Pioneira (PI), Secund‡ria inicial (SI) e Secund‡ria Tardia (ST). 54 Tabela 3. Parˆmetros fitossociol‚gicos das espŒcies arbustivo-arb‚reas (DNS ≥ 3 cm) em ordem decrescente de IVI (†ndice de valor de importˆncia). NI = n•mero de indiv†duos, DA = densidade absoluta, DoA = dominˆncia absoluta, FA = freq”„ncia absoluta, DR = densidade relativa, DoR = dominˆncia relativa, FR = frequ„ncia relativa, IVC = †ndice de valor de cobertura, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia,Brasil. 56 Tabela 4. Resultados das vari‡veis fision•micas de ‡rvores e arbustos amostradas nas tr„s faixas de distˆncia do rio, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Os valores correspondem as N parcelas dos tr„s gradientes de distˆncia do rio. 57 Tabela 5. Parˆmetros fitossociol‚gicos das espŒcies arbustivo-arb‚reas (DNS ≥ 3 cm) da Faixa 1, em ordem decrescente de IVI (†ndice de valor de importˆncia). NI = n•mero de indiv†duos, DR = densidade relativa, DoR = dominˆncia relativa, FR = frequ„ncia relativa, IVC = †ndice de valor de cobertura, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia, Brasil. 57 Tabela 6. Parˆmetros fitossociol‚gicos das espŒcies arbustivo-arb‚reas (DNS ≥ 3 cm) da Faixa 2, em ordem decrescente de IVI (†ndice de valor de importˆncia). NI = n•mero de indiv†duos, DR = densidade relativa, DoR = dominˆncia relativa, FR = frequ„ncia relativa, IVC = †ndice de valor de cobertura, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia, Brasil. 58 Tabela 7. Parˆmetros fitossociol‚gicos das espŒcies arbustivo-arb‚reas (DNS ≥ 3 cm) da Faixa 3, em ordem decrescente de IVI (†ndice de valor de importˆncia). NI = n•mero de indiv†duos, DR = densidade relativa, DoR = dominˆncia relativa, FR = frequ„ncia relativa, IVC = †ndice de valor de cobertura, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia, Brasil. 59 CAPÍTULO 2 - Fenologia de um fragmento de mata ciliar sob domínio da caatinga no submédio São Francisco, Bahia, Brasil Tabela 1. Lista das fam†lias e espŒcies, n•mero de indiv†duos (N), categoria foliar (CF), padrƒo fenol‚gico e n•mero de indiv†duos marcados em tr„s faixas de distˆncia do rio em uma mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. Categoria foliar: Pe = perenif‚lia epis‚dica, Sd = semidec†dua, De = dec†dua; Padrƒo fenol‚gico: Qd = queda, Br = brotamento, Fl = flora€ƒo, Fr = frutifica€ƒo, Ct = cont†nuo, An = anual, In = intermedi‡rio, Ln = longo. 104 Tabela 2. Coeficientes de correla€ƒo de Spearman entre as vari‡veis clim‡ticas precipita€ƒo (P), umidade (U), temperatura (T), fotoper†odo (F) e evapora€ƒo (E) e as fenofases queda foliar e brotamento, no per†odo de novembro de 2007 a outubro de 2009, em espŒcies de uma mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 105 Tabela 3. Coeficientes de correla€ƒo de Spearman entre as vari‡veis clim‡ticas precipita€ƒo (P), umidade (U), temperatura (T), fotoper†odo (F) e evapora€ƒo (E) e as fenofases flora€ƒo e frutifica€ƒo de doze espŒcies em uma mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil, no per†odo de novembro de 2007 a outubro de 2009. 105 CAPÍTULO 3 - Ciclagem de nutrientes em mata ciliar na região semiárida do Nordeste do Brasil Tabela 1. Vari‡veis qu†micas e f†sicas dos solos em 30 amostras do solo superficial (0-20 cm de profundidade) coletadas em parcelas ‰s margens do Rio Sƒo Francisco em Juazeiro, BA, Brasil. Os valores sƒo mŒdias – desvios padrƒo de amostras das tr„s faixas de distˆncia do rio, exceto para a vari‡vel distˆncia do rio. Valores seguidos por letras iguais, nas linhas, nƒo diferem significativamente pelo teste de Mann-Whitney (p>0,05). 200 Tabela 2. Produ€ƒo mensal de serapilheira (total e fra€—es), seguida de mŒdia, coeficiente de varia€ƒo e desvio padrƒo, no per†odo de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 200 Tabela 3. Produção das diferentes frações da serapilheira e respectivo percentual nas diferentes faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 201 Tabela 4. Peso seco dos frutos das principais espécies presentes em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 201 Tabela 5. Concentração de nutrientes (nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S)), média (X), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) na serapilheira total coletada no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 202 Tabela 6. Concentração média de nutrientes nas frações da serapilheira e nas diferentes faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 203 Tabela 7. Comparação entre a concentração de nutrientes no período seco e úmido nas diferentes frações da serapilheira em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil., no período de setembro/2007 a agosto/2009 203 Tabela 8. Transferência anual de nutrientes via frações e total de serapilheira (kg.ha-1.ano-1) em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 204 Tabela 9. Eficiência na utilização de nutrientes no período de setembro/2007 a agosto/2009, em diferentes faixas de distância do rio em um fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 204 Tabela 10. Percentagem média de decomposição relativa (%DR), referente aos cinco trimestres de coleta (DR1 a DR5) no período de setembro/07 a agosto/09, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 205 Tabela 11. Percentagem média de decomposição acumulada (%DA), referente aos cinco trimestres de coleta (DA1 a DA5) no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 205 Tabela 12. Valores do coeficiente de decomposição (k), do tempo médio de renovação (1/k) e do tempo necessário para a decomposição de 50% (t0,5) da serapilheira na área total e nas três faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 205 Tabela 13. Concentrações de nutrientes no início e no final do processo de decomposição da serapilheira na área total e nas três faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 205 Tabela 14. Percentual de liberação dos nutrientes contidos nas folhas ao final de 450 dias de decomposição do material foliar nas três faixas de distância do rio, em uma mata ciliar às margens do Rio São Francisco em Juazeiro, BA. 205 LISTA DE FIGURAS CAPITULO 1 - Composição, estrutura e distribuição de espécies em um fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil Figura 1. Mapa da localiza€ƒo dos munic†pios que comp—em o submŒdio Sƒo Francisco no Brasil, incluindo o munic†pio onde foi realizado o estudo, Juazeiro, Bahia, Brasil. 60 Figura 2. Imagem de satŒlite do fragmento de mata ciliar localizado na ‡rea da empresa Agrovale (fonte: Google Earth 2007), SubmŒdio Sƒo Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. A ‡rea do estudo est‡ localizada na margem direita, representada pela parte verde mais escura, (demarcada em vermelho) circundada por cana-de-a€ucar (verde-claro). 60 Figura 3. Aspecto da vegeta€ƒo da ‡rea de estudo situada no submŒdio Sƒo Francisco, Juazeiro, BA, Brasil. A e B - Bordas do fragmento; C e D - interior do fragmento; E - Triplaris gardneriana Wedd.; F- Schinopsis brasiliensis Engl.; G Hymenaea courbaril L. 61 Figura 4. MŒdia mensal da precipita€ƒo (mm), umidade relativa do ar (%), temperatura do ar (˜C) e evapora€ƒo (mm) no per†odo de 1979 a 2009 (30 anos), obtida na Esta€ƒo Meteorol‚gica do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro, Bahia, Brasil (09™24'S 40™26'W). Fonte: Adaptado de Embrapa Semi‡rido (2009). 62 Figura 5. Representa€ƒo esquem‡tica dos tr„s ambientes geomorfol‚gicos (plan†cie e terra€o aluvial e plat•), as margens do rio Sƒo Francisco (9o00’S, 40o13’W, 377 m de altitude), em Juazeiro, Bahia, Brasil (Fonte: Nascimento, 2008). 62 Figura 6. Desenho esquem‡tico da distribui€ƒo das 55 parcelas alocadas em tr„s faixas (F1, F2 e F3) de distˆncia da margem do rio Sƒo Francisco, em Juazeiro, Bahia, Brasil. 62 Figura 7. Sufici„ncia amostral para um fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 63 Figura 8. Fam†lias com maior ‘ndice de valor de importˆncia (IVI) em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 63 Figura 9. EspŒcies com maior ‘ndice de valor de importˆncia (IVI) em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 63 Figura 10. Distribui€ƒo percentual dos indiv†duos em classes de altura a intervalo fixo de 1 m, aberto ‰ esquerda e fechado ‰ direita, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 64 Figura 11. Distribuição percentual dos indivíduos em classes de altura, a intervalo fixo de 1 m, aberto à esquerda e fechado à direita, nas três faixas de distância do rio, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 64 Figura 12. Distribuição percentual dos indivíduos em classes de diâmetros, a intervalo fixo de 3m, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 65 Figura 13. Distribuição dos indivíduos por classes de diâmetros, nas três faixas de distância do rio, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil 65 Figura 14. Análise de correspondência dentrítica entre as parcelas que compõem as diferentes faixas de distância do rio e as respectivas espécies, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. As parcelas da faixa 1 iniciam com o número 1, as parcelas da faixa 2 com o número 2 e as parcelas da faixa 3 com o número 3. 66 Figura 15. Ordenação das parcelas, realizada por meio de uma análise de correspondência canônica (CCA) em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Os números seguidos de letras representam as parcelas sendo que as parcelas da faixa 1 iniciam com o número 1, as parcelas da faixa 2 com o número 2 e as da faixa 3 com o número 3. Os vetores representam as variáveis ambientais (M.O = matéria orgânica; dist_Rio = distância do rio; At= areia total; P=fósforo; V= saturação de bases) e o primeiro eixo, o gradiente florístico. 67 CAPÍTULO 2 - Fenologia de um fragmento de mata ciliar sob domínio da caatinga no submédio São Francisco, Bahia, Brasil Figura 1. Mapa da localização dos municípios que compõem o submédio São Francisco no Brasil, incluindo o município onde foi realizado o estudo, Juazeiro, Bahia, Brasil. 105 Figura 2. Imagem de satélite do fragmento de mata ciliar localizado na área da empresa Agrovale (fonte: Google Earth 2007), Submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. A área do estudo está localizada na margem direita, representada pela parte verde mais escura, (demarcada em vermelho) circundada por cana-de-açucar (verde-claro). 105 Figura 3. Média mensal da precipitação (mm), umidade relativa do ar (%), temperatura do ar (°C) e evaporação (mm) no período de 1979 a 2009 (30 anos), obtida na Estação Meteorológica do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro, Bahia, Brasil (09º24'S 40º26'W). Fonte: Adaptado de Embrapa Semiárido (2009). 106 Figura 4. Médias mensais de fotoperíodo (Hs) (A), temperatura (0 C) (B), evaporação (E) (C), umidade relativa do ar (%) (D) e Precipitação mensal (mm) (E), obtidas na Estação Meteorológica do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro, Bahia, Brasil, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009. Fontes: www.etti.fi/~jjlammi/sun.htm1; Embrapa Semiárido (2009). 107 Figura 5. Balanço hídrico climatológico e armazenamento de água no solo do município de Petrolina, Pernambuco, Brasil. Fonte: http://www.inmet.gov.br/html INMET (2009). 108 Figura 6. Desenho esquemático da distribuição das 30 parcelas alocadas em três faixas de distância da margem do rio São Francisco (F1, F2 e F3), em Juazeiro, Bahia, Brasil. 108 Figura 7. Percentual de Fournier e relação com a precipitação média mensal das espécies em queda e brotamento no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 109 Figura 8. Percentual de espécies em queda e brotamento no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 109 Figura 9. Percentual de indivíduos em queda e brotamento foliar no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 109 Figura 10. Percentual de Fournier (A) e percentual dos indivíduos (B) em queda foliar nas três faixas de distância do rio (F1, F2 e F3) no período de novembro de 2007 a outubro de 2009 em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 110 Figura 11. Percentual de Fournier (A) e percentual dos indivíduos (B) em brotamento nas três faixas de distância do rio (F1, F2 e F3) no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 111 Figura 12. Fenologia vegetativa de Inga vera de acordo com o índice de Fournier (A), índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 112 Figura 13. Fenologia vegetativa de Ziziphus joazeiro de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 113 Figura 14. Fenologia vegetativa de Caesalpinia ferrea de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 114 Figura 15. Fenologia vegetativa de Schinopsis brasiliensis de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 115 Figura 16. Fenologia vegetativa de Sapindus saponaria de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 116 Figura 17. Fenologia vegetativa de Albizia inundata de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 117 Figura 18. Fenologia vegetativa de Capparis flexuosa de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 118 Figura 19. Fenologia vegetativa de Celtis membranacea de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 119 Figura 20. Fenologia vegetativa de Ximenia americana de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 120 Figura 21. Fenologia vegetativa de Cordia globosa de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 121 Figura 22. Fenologia vegetativa de Erythroxylum pungens de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil.em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 122 Figura 23. Fenologia vegetativa de Margaritaria nobilis de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil.em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 123 Figura 24. Percentual de espécies em floração e frutificação, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 124 Figura 25. Floração e frutificação de acordo com o índice de atividade em, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, Juazeiro, Bahia, Brasil. 124 Figura 26. Fenologia reprodutiva de acordo com o índice de Fournier, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, Juazeiro, Bahia, Brasil. 124 Figura 27. Percentual de Fournier (A) e percentual de indivíduos (B) em floração nas três faixas de distância do rio no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 125 Figura 28. Percentual de Fournier (A) e percentual de indivíduos (B) em frutificação nas três faixas de distância do rio no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 126 Figura 29. Índice de Fournier (A), índice de atividade (B) e percentual de espécies (C) em queda, brotamento, floração e frutificação no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 127 Figura 30. Fenologia reprodutiva de Inga vera de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 128 Figura 31. Fenologia reprodutiva de Ziziphus joazeiro de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 129 Figura 32. Fenologia reprodutiva de Caesalpinia ferrea de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 130 Figura 33. Fenologia reprodutiva de Schinopsis brasiliensis de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 131 Figura 34. Fenologia reprodutiva de Sapindus saponaria de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 132 Figura 35. Fenologia reprodutiva de Albizia inundata de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 133 Figura 36. Fenologia reprodutiva de Celtis menbranacea de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 134 Figura 37. Fenologia reprodutiva de Cordia globosa de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 135 Figura 38. Fenologia reprodutiva de Capparis flexuosa de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 136 Figura 39. Fenologia reprodutiva de Eritroxylum pungens de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 137 Figura 40. Fenologia reprodutiva de Margaritaria nobilis de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 138 Figura 41. Espécies encontradas na área de estudo situada no submédio São Francisco, Juazeiro, BA, Brasil. 139 CAPÍTULO 3 - Ciclagem de nutrientes em mata ciliar na região semiárida do Nordeste do Brasil Figura 1. Mapa da localização dos municípios que compõem o submédio São Francisco no Brasil, incluindo o município onde foi realizado o estudo, Juazeiro, Bahia, Brasil. 206 Figura 2. Imagem de satélite do fragmento de mata ciliar localizado na área da empresa Agrovale (fonte: Google Earth 2007), Submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. A área do estudo está localizada na margem direita, representada pela parte verde mais escura, (demarcada em vermelho) circundada por cana-de-açucar (verde-claro). 206 Figura 3. Média mensal da precipitação (mm), umidade relativa do ar (%), temperatura do ar (°C) e evaporação (mm) no período de 1979 a 2009 (30 anos), obtida na Estação Meteorológica do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro, Bahia, Brasil (09º24'S 40º26'W). Fonte: Adaptado de Embrapa Semiárido (2009). 206 Figura 4. Precipitação média mensal (mm), Umidade relativa do ar e Temperatura do ar média mensal (°C) obtidas na Estação Meteorológicas do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro-BA (09º24'S 40º26'W) no período de 2007 a 2009. Fonte: Adaptado de Embrapa Semiárido (2009). 207 Figura 5. Desenho esquemático da distribuição das 30 parcelas alocadas em três faixas (F1, F2 e F3) de distância da margem do rio São Francisco, em Juazeiro, Bahia, Brasil. 207 Figura 6. Coletores utilizados no estudo de produção de serapilheira em uma área de mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 207 Figura 7. Sacos de decomposição (litter traps) utilizados no estudo de decomposição de serapilheira em uma área de mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil 208 Figura 8. Deposição mensal de serapilheira nos dois anos de estudo (setembro/2007 a agosto/2009) em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 208 Figura 9. Produção mensal de serapilheira nas diferentes faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil.. 208 Figura 10. Produção mensal de serapilheira no período de setembro/2007 a agosto/2009 em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 209 Figura 11. Produção de serapilheira no período seco e úmido em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 209 Figura 12. Relação entre a produção de serapilheira e a precipitação pluviométrica no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 209 Figura 13. Produção das diferentes frações da serapilheira no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 210 Figura 14. Produção de folhas no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 210 Figura 15. Produção de ramos e relação com precipitação pluviométrica no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 210 Figura 16. Produção de flores e relação com precipitação pluviométrica no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 211 Figura 17. Produção de frutos e relação com precipitação pluviométrica no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 211 Figura 18. Concentração de nutrientes na diferentes frações da serapilheira no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 211 Figura 19. Concentração de nutrientes nas diferentes faixas de distância do rio, no período de setembro/07 a agosto/09, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 212 Figura 20. Transferência anual de nutrientes na serapilheira total, no período de setembro/ 2007 a agosto/ 2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 212 Figura 21. Transferência de nutrientes no total e por diferentes frações da serapilheira no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 212 Figura 22. Variação mensal da quantidade de nutrientes transferidos ao solo via serapilheira, no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 213 Figura 23. Perda de massa seca ao longo 450 dias de decomposição (setembro de 2007 a dezembro de 2008) na área total e nas três faixas de distância do rio, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 213 Figura 24. Decomposição relativa aos cinco períodos de coleta (DR1 a DR5) da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 214 Figura 25. Decomposição acumulada nas diferentes faixas de distância do rio referente aos cinco períodos de coleta (DR1 a DR5) no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 214 Figura 26. Peso seco final (g) do material foliar recolhido das bolsas decompositoras e a respectiva linha de tendência, no período de setembro/2007 a agosto/2009, em uma mata ciliar às margens do Rio São Francisco em Juazeiro, Bahia. 215 Figura 27. Variação na concentração de nitrogênio ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 216 Figura 28. Variação na concentração de fósforo ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 216 Figura 29. Variação na concentração de potássio ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 216 Figura 30. Variação na concentração de cálcio ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 217 Figura 31. Variação na concentração de magnésio ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 217 Figura 32. Variação na concentração de enxofre ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 217 1 INTRODUÇÃO GERAL A Caatinga Œ o •nico bioma exclusivamente brasileiro e ocupa uma extensa ‡rea estimada em cerca de 800.000 km2 , correspondendo a maior parte da regiƒo Nordeste brasileira (Tabarelli & Silva, 2003). Estende-se pelos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Para†ba, Rio Grande do Norte, Cear‡, Piau† e norte de Minas Gerais (Silva et al., 2003). A ‡rea de distribui€ƒo das caatingas Œ dominada pelo clima semi‡rido, marcado pelas precipita€—es pluviomŒtricas baixas e irregulares ao longo do ano, bem como de um ano para outro, o que resulta em secas severas peri‚dicas (Ara•jo et al., 2007). A precipita€ƒo mŒdia anual varia entre 240 e 1.500mm. A maioria das chuvas (50-70%) est‡ concentrada em tr„s meses consecutivos e a estiagem dura de seis a nove meses. A evapora€ƒo Œ fort†ssima e as temperaturas mŒdias anuais sƒo altas, variando entre 26 e 28™C (Prado, 2003; Sampaio, 1995). A vegeta€ƒo da caatinga Œ bastante heterog„nea, com grande varia€ƒo fision•mica e flor†stica, relacionadas ‰ grande diversidade de condi€—es ambientais como o relevo, solo, e principalmente o clima (Andrade-Lima, 1981; Queiroz, 2009), sendo constitu†da, especialmente de espŒcies lenhosas e herb‡ceas de pequeno porte, ramificadas, geralmente dotadas de espinhos e caducif‚lias (Ab’S‡ber, 1990; Prado, 2003). As fam†lias mais frequentes sƒo Caesalpiniaceae, Mimosaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae e Cactaceae (Leal et al., 2005). Possui grande riqueza de espŒcies e endemismos sendo um dos biomas menos conhecidos e menos protegidos do Brasil (Silva et al., 2003; Leal et al., 2003). A caatinga tem sido h‡ muito tempo explorada de forma descontrolada e nƒo sustent‡vel pelo homem, o que levou a perdas da diversidade flor†stica e faun†stica, acelera€ƒo do processo de erosƒo e decl†nio da fertilidade do solo e da qualidade da ‡gua. Levantamentos realizados h‡ mais de uma dŒcada mostram que a cobertura florestal j‡ alcan€ava valores inferiores a 50% por Estado (Drumond et al., 2000). A ‡rea remanescente est‡ altamente fragmentada (Prado 2003; Leal et al., 2005) ficando clara a urg„ncia de a€—es que visem o conhecimento e a conserva€ƒo desse bioma (Leal et al., 2003). A situa€ƒo ainda Œ bem pior nas ‡reas situadas ‰s margens dos rios, como aquelas localizadas nas margens do principal rio que atravessa a caatinga, o Sƒo Francisco, estimando-se que mais de 90% de suas matas ciliares j‡ foram destru†das (Zellhuber & 2 Siqueira, 2007), sendo, portanto, indicadas como priorit‡rias para a conserva€ƒo (S‡ et al., 2004). A Bacia do rio Sƒo Francisco possui ‡rea de aproximadamente 640.000 km2 , sendo a terceira maior bacia hidrogr‡fica do Brasil em termos de ‡rea e a •nica localizada inteiramente em territ‚rio nacional (IBGE, 1996; ANA, 2003; Pereira, 2004). Cerca de 83% dessa bacia se situam nos estados de Minas Gerais e Bahia, 16% em Pernambuco, Sergipe e Alagoas e 1% em Goi‡s e Distrito Federal (CODEVASF, 2003). Em decorr„ncia da diversidade clim‡tica, extensƒo e caracter†sticas topogr‡ficas, a Bacia do Sƒo Francisco Œ dividida em quatro regi—es: Alto, MŒdio, SubmŒdio e Baixo Sƒo Francisco (PLANVASF, 1989; ANA, 2003). A regiƒo do SubmŒdio compreende o trecho entre a barragem de Sobradinho na Bahia e Belo Monte em Alagoas, que corresponde a 18,4% da ‡rea da Bacia (ANA, 2003). Dentre as principais cidades dessa regiƒo destacamse Petrolina e Juazeiro como o maior p‚lo brasileiro exportador de frutas, tendo a agricultura irrigada e a agroind•stria como principais atividades econ•micas (CODEVASF, 2000). Juazeiro e Petrolina estƒo entre as ‡reas indicadas como priorit‡rias para conserva€ƒo da biodiversidade da caatinga definidas pelo PROBIO (Projeto de Conserva€ƒo e Utiliza€ƒo Sustent‡vel da Diversidade Biol‚gica), sendo classificadas como ‡reas de extrema importˆncia biol‚gica apesar de terem sido classificadas como insuficientemente conhecidas no que se refere ‰ flora (Silva et al., 2003). O SubmŒdio Sƒo Francisco possui um grande potencial de recursos h†dricos relacionado ao complexo de usinas hidroelŒtricas e reservat‚rios, que possibilitou condi€—es b‡sicas de infra-estrutura energŒtica para a consolida€ƒo da agricultura irrigada e foi fator decisivo para o desenvolvimento econ•mico de toda regiƒo Nordeste do Brasil (CODEVASF, 2000; EMBRAPA, 2002). Entretanto, o desenvolvimento trazido pela agricultura irrigada e pela agroind•stria tambŒm geraram impactos negativos sobre os recursos naturais, dentre os quais se pode citar a substitui€ƒo da vegeta€ƒo nativa com a perda de habitat para os animais e modifica€—es nas popula€—es de microorganismos do solo causadas pela aplica€ƒo de pesticidas e fertilizantes, pelo revolvimento do solo, pela irriga€ƒo e drenagem (Giulietti et al., 2004), afetando principalmente as matas ciliares da regiƒo (ANA, 2003). As matas ou florestas ciliares compreendem todos os tipos de vegeta€ƒo arb‚rea situadas ao longo das margens de cursos d’‡gua, independentemente de sua ‡rea ou regiƒo de ocorr„ncia e de sua composi€ƒo flor†stica (AB›Saber, 2000), podendo ser denominadas 3 como zonas rip‡rias (Lima & Zakia, 2000), florestas beiradeiras (AB›Saber, 2000) e florestas ribeirinhas ( de “rivus”, vivendo na margem de rios) (Rodrigues & Nave, 2000). Na caatinga, a mata ciliar Œ representada por toda faixa de vegeta€ƒo arb‚rea ocorrente nas margens de cursos d'‡guas, sejam eles perenes ou tempor‡rios (RADAMBRASIL, 1973). As ‡reas ciliares sƒo marcadas pela heterogeneidade ambiental e vegetal, promovidas por v‡rios fatores, como as varia€—es ed‡ficas, topogr‡ficas e clim‡ticas, a extensƒo e largura dos cursos d'‡gua, a varia€ƒo no per†odo de inunda€ƒo, alŒm das caracter†sticas flor†sticas da vegeta€ƒo circundante (Oliveira-Filho et al., 1994; Rodrigues, 2000; Nebel et al., 2001; Campos & Souza, 2002). Nas ‡reas ribeirinhas, a declividade do terreno contribui para a forma€ƒo de um gradiente de umidade respons‡vel por uma ampla diversidade de vegeta€ƒo (Reichardt, 1989), ajustada ‰s condi€—es ed‡ficas, onde a freq”„ncia e a dura€ƒo da satura€ƒo h†drica do solo definem caracter†sticas particulares, tanto no n†vel ed‡fico como microclim‡tico. Estas caracter†sticas acabam definindo a distribui€ƒo espacial das espŒcies, ao longo de um gradiente perpendicular ao rio, bem como a composi€ƒo e estrutura da vegeta€ƒo (Mantovani, 1989). Tendo em vista a importˆncia das florestas ciliares, fundamentada nos diversos papŒis ecol‚gicos por elas desempenhados, tais como a prote€ƒo das margens contra a erosƒo, a manuten€ƒo da qualidade da ‡gua e a conserva€ƒo dos solos, da flora e da fauna aqu‡tica e terrestre, servindo de abrigo e alimento para animais silvestres e funcionando como corredor para dispersƒo e manuten€ƒo do fluxo g„nico de popula€—es vegetais e animais (Mantovani, 1989; Lima & Zakia, 2000; Nascimento, 2003; Rodrigues et al., 2005), sua destrui€ƒo tem comprometido a estabilidade do rio, ocasionando erosƒo das margens e assoreamento. O pouco que restou das matas ciliares encontra-se sob forte pressƒo antr‚pica, sendo transformadas em ‡reas de pasto ou agricultura (S‡, 2004). Apesar das matas ciliares constitu†rem-se •reas de Preserva€ƒo Permanente (APP), nƒo h‡ fiscaliza€ƒo adequada destas ‡reas por parte dos ‚rgƒos competentes. AlŒm dos diversos problemas que afetam o Rio Sƒo Francisco e suas margens, acrescenta-se uma preocupa€ƒo adicional relacionada ‰s obras da transposi€ƒo do Sƒo Francisco, criticada por v‡rios especialistas e considerada por muitos como uma grande amea€a ‰ integridade, funcionalidade e biodiversidade do rio. Diante do exposto, fica evidente a necessidade de a€—es imediatas para conserva€ƒo e restaura€ƒo das ‡reas ciliares remanescentes do Sƒo Francisco, ficando o manejo adequado destas ‡reas subordinado a realiza€ƒo de estudos que forne€am informa€—es 4 substanciais abordando a biologia e a dinâmica das espécies das comunidades vegetais localizadas às margens deste rio. Tais informações podem ser obtidas, por exemplo, por meio de estudos fitossociológicos, fenológicos e de ciclagem de nutrientes, que ajudam a compreender a estrutura e o funcionamento das comunidades vegetais. Estudos desta natureza na região do Submédio São Francisco ainda são escassos (CODEVASF, 2003; Silva et al., 2003). Os estudos fitossociológicos possibilitam conhecer as espécies ocorrentes e caracterizar a vegetação quanto à composição e a estrutura, permitindo estabelecer relações de dominância e importância relativa entre as espécies na comunidade. Já os estudos fenológicos permitem conhecer os ciclos vegetativos e reprodutivos das espécies, que comumente são relacionados às condições climáticas e ao caráter adaptativo de cada espécie em sua área de ocorrência (Morellato, 2003). Aliados à ciclagem de nutrientes, tais estudos possibilitam uma visão integrada da dinâmica de uma comunidade e são considerados de extrema importância para a recuperação de áreas degradadas (Morellato, 1992; Rodrigues & Leitão Filho, 2000; Montagnini & Jordan, 2002). Os estudos florísticos e fitossociológicos de matas ciliares foram intensificados no Brasil apenas a partir da década de 70, particularmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais (Rodrigues, 1991). Na Região Nordeste, especificamente, estes estudos são ainda incipientes, ressaltando-se os trabalhos de Nascimento et al. (2003), Lacerda et al. (2005), Andrade et al. (2006), Nascimento (2008), Souza (2009) e o mais recente, realizado por Aranha et al. (2010). O conhecimento dos padrões fenológicos de espécies ocorrentes em áreas de caatinga é bastante limitado, destacando-se os trabalhos de Oliveira et al (1988), Pereira et al. (1989) e Machado et al. (1997). Estes trabalhos mostram uma estreita relação da fenologia das espécies com a precipitação, como a rápida renovação das copas no início da época de chuvas e a caducifolia durante parte da estação seca com predomínio de espécies decíduas, e algumas perenifólias (Barbosa et al., 2003; Amorim et al., 2009; Siqueira Filho et al., 2010). A floração e a frutificação da maioria das espécies também parecem reguladas pelo ciclo de chuvas. No entanto, há espécies que florescem ou frutificam em plena época seca. Os estudos sobre ciclagem de nutrientes são de grande importância, uma vez que permitem a estimativa dos estoques de nutrientes presentes nos compartimentos dos ecossistemas, bem como as transferências de nutrientes entre o solo e a vegetação (Montagnini & Jordan, 2002). Em matas ciliares, estes estudos são raros (Pagano & 5 Durigan, 2000), sendo que grande parte dos trabalhos foi desenvolvida no estado de Sƒo Paulo (Carpanezzi, 1980; Dellitti, 1984; Pagano & Durigan, 2000; Aidar & Joly, 2003). Na regiƒo Nordeste, pouco se sabe sobre o processo de ciclagem em matas ciliares, destacando-se os estudos de Dantas (2003) no agreste paraibano e Santana (2005), em uma ‡rea de caatinga no estado do Rio Grande do Norte. Portanto, o presente estudo visa responder as seguintes perguntas: 1) Qual Œ a composi€ƒo flor†stica e estrutura da vegeta€ƒo em um trecho de floresta ribeirinha em caatinga no SubmŒdio Sƒo Francisco? 2) Como Œ a fenologia e a ciclagem de nutrientes nessa floresta? 3) Os padr—es estruturais e funcionais sƒo influenciados por aspectos ed‡ficos, sazonalidade e distˆncia do rio? Tais informa€—es poderƒo subsidiar a€—es voltadas para o manejo adequado dos fragmentos remanescentes, bem como para a restaura€ƒo de ‡reas ciliares degradadas na regiƒo semi‡rida do Nordeste Brasileiro. A presente Tese apresenta-se dividida em tr„s cap†tulos: 1. Vegeta€ƒo, solo e gradiente ambiental em um fragmento florestal de caatinga ribeirinha no Rio Sƒo Francisco, Semi‡rido do Brasil. 2. Fenologia de um fragmento de mata ciliar sob dom†nio da caatinga no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia, Brasil. 3. Ciclagem de nutrientes associada ao gradiente ambiental em um fragmento florestal de caatinga ribeirinha no Rio Sƒo Francisco, Semi‡rido do Brasil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AB’S•BER, A.N. 1990. Floram: Nordeste seco. Estudos avan€ados, 4(9): 149-174. AB’ S•BER, A.N. 2000. O suporte geoecol‚gico das florestas beiradeiras (ciliares). In: RODRIGUES, R.R.; LEITŽO FILHO, H.F. (eds.) Matas ciliares: conserva€ƒo e recupera€ƒo. Sƒo Paulo: Edusp, Fapesp. p.15-25. AIDAR, M.P.M.; JOLY, C.A. 2003. 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Este estudo avaliou a composi€ƒo flor†stica e a estrutura fitossociol‚gica de um fragmento de mata ciliar no SubmŒdio Sƒo Francisco, em Juazeiro, Bahia, relacionando os padr—es de composi€ƒo, distribui€ƒo de espŒcies e estrutura ‰ distˆncia do rio e a caracteres ed‡ficos. A vegeta€ƒo foi amostrada em 19 transec€—es perpendiculares ao curso d’‡gua, nas quais foram distribu†das 55 parcelas de 10 m x 25 m. A distˆncia entre transec€—es e parcelas foi 50m. As parcelas foram divididas em faixas de acordo com a distˆncia do rio: 1) a mais pr‚xima do rio; 2) a se€ƒo intermedi‡ria das transec€—es e 3) a mais distante do rio. Em cada parcela, foram medidas o diˆmetro ‰ altura do peito e a altura de todos os indiv†duos com diˆmetro ao n†vel do solo maior ou igual a 3 cm e altura maior ou igual a 1 m. Foram amostrados 1.644 indiv†duos, pertencentes a 24 fam†lias, 41 g„neros e 50 espŒcies. As fam†lias mais representativas em n•mero de indiv†duos foram: Leguminosae, Cannabaceae, Rhamnaceae e Capparaceeae. As espŒcies com os maiores IVIs foram Inga vera, Celtis iguanaea, Ziziphus joazeiro e Albizia inundata. A densidade total foi 1.196 indiv†duos/ha, ‡rea basal de 19.554 m2/ha e †ndice de Shannon de 2,49 nats.ind-1 . A faixa da beira do rio se distingue das demais faixas apresentando a maior densidade total, ‡rea basal total, diˆmetro e altura mŒdia, porŒm com o menor n•mero de espŒcies, sendo dominada por Inga vera. A Faixa 3 foi a que apresentou maior diversidade de espŒcies, sendo mais distinta da Faixa 1, enquanto a faixa 2 Œ uma transi€ƒo entre o ambiente mais •mido e mais seco, sendo mais similar ‰ faixa 1. Foi confirmada a exist„ncia de um gradiente flor†stico entre as parcelas amostradas relacionado com a distˆncia destas ‰ margem do rio. Palavras-chave: Composi€ƒo flor†stica, conserva€ƒo da caatinga, floresta ribeirinha, estrutura da vegeta€ƒo. 15 ABSTRACT (Vegetation, soil and environmental gradient in a riparian forest fragment, Sao Francisco river, Semiarid of Brazil). This study aimed to evaluate the floristic composition and phytosociological structure of a riparian forest fragment in the Sub-Mid San Francisco, in Juazeiro, Bahia, matching the patterns of composition, structure and distribution of species to the distance from the river and edaphic characters. The vegetation was sampled in 19 transects perpendicularly to the watercourse, on what 55 plots of 10 m x 25 m were distributed, being the longer sides parallel to the river. The distance between the transects and the plots was 50 m. The plots were divided into strips according to the distance from the river: F1) the nearest from the river; F2) the middle section and F3) The farthest from the river. In each plot, the diameter at breast height and the height of each individual with a diameter at ground level ≥ 3 cm and a height ≥ 1 m were measured. 1.644 individuals belonging to 24 families, 41 genera and 50 species were sampled. The most representative families were Leguminosae, Cannabaceae, Rhamnaceae and Capparaceeae. The species with highest importance value were Inga vera, Celtis Iguaneae, Ziziphus joazeiro and Albizia inundata. Total density was 1,196 individuals/ha, basal area 19,554 m2 /ha and Shannon index was 2.49 nats.ind-1 . The track of the riverbank is quite different from the other showing the highest density, basal area, diameter and height and have the lowest number of species, dominated by Inga vera. F3 showed the highest diversity of species. F2 is a transition between the environment more humid and drier, being more similar to a F1. We confirmed the existence of a floristic gradient between the sampled plots the distance of these related to the riverbank. Keywords: Floristic composition, conservation of caatinga, riparian forest, vegetation structure. 16 1. INTRODUÇÃO O semi‡rido brasileiro compreende uma ‡rea de 969.589,4 km2 (Pereira Junior, 2007), caracterizado pelo clima quente e seco com precipita€—es irregulares (isoieta de 800mm), cuja vegeta€ƒo predominante Œ a caatinga (Silva, Tabarelli & Lins, 2004; Tabarelli & Vicente, 2004; IBGE, 2005; Pereira J•nior, 2007). A Caatinga Œ o •nico bioma exclusivamente brasileiro e tambŒm um dos menos conhecidos (Tabarelli & Vicente, 2004). As plantas que formam essa vegeta€ƒo apresentam caracter†sticas relacionadas a adapta€—es a defici„ncia h†drica como caducifolia, sucul„ncia, presen€a de ac•leos e espinhos, redu€ƒo do tamanho das folhas, ciclos de vida curtos, predominˆncia de arbustos e ‡rvores de pequeno porte e cobertura descont†nua de copas (Sampaio & Rodal, 2000). A vegeta€ƒo da caatinga Œ bastante heterog„nea, com grande varia€ƒo fision•mica e flor†stica, que reflete a grande diversidade de condi€—es ambientais como o relevo, o solo (Queiroz, 2009) e principalmente o clima (Ab’S‡ber, 1970; Reis, 1976; Andrade-Lima, 1981), sendo a distribui€ƒo das chuvas a principal respons‡vel pelas varia€—es das paisagens nordestinas (Andrade-Lima, 1977). Apesar de ainda pouco conhecida, a flora da caatinga Œ rica em diversidade e endemismo, de acordo com estudos recentes (Harley, 1996; Giullietti et al., 2002; Queiroz, 2006). Na caatinga, as matas ciliares sƒo representadas por toda faixa de vegeta€ƒo arb‚rea ocorrente nas margens de cursos d'‡gua, intermitentes ou tempor‡rios (Mantovani, 1989; RADAMBRASIL, 1973). Por se tratar de um ambiente com maior umidade devido a maior capacidade de infiltra€ƒo da ‡gua, essas matas geralmente abrigam uma flora particular, composta principalmente por espŒcies de porte arb‚reo, adaptadas aos solos aluviais, ao microclima quente e •mido e ‰s eventuais cheias fluviais (Ab’S‡ber, 2000; Lacerda et al., 2005; Ferraz et al., 2006). Nas margens do rio Sƒo Francisco, constituem verdadeiros cord—es de floresta que avan€am para o interior das caatingas, favorecidos pela maior umidade do solo nas margens, ocorrendo nas baixadas ribeirinhas sujeitas ‰s inunda€—es peri‚dicas (Kuhlmann, 1951). As florestas ribeirinhas ou matas cicliares (Rodrigues, 2000) diferem fundamentalmente entre si pela sua composi€ƒo taxon•mica, conforme o dom†nio, a regiƒo e atŒ a altitude em que sƒo encontradas (AB›Saber, 2000), apresentando espŒcies comuns com a vegeta€ƒo de origem ou do entorno, alŒm de espŒcies t†picas das margens de rios (Ivanauskas et al., 1997; Rodrigues, 2000). Desta forma, nƒo se constituem como um tipo de vegeta€ƒo •nico, uma vez que representam fisionomias distintas, condi€—es ambientais 17 muito heterog„neas e composi€—es flor†sticas diversas (Rodrigues, 2000). Em geral, as matas ciliares possuem uma estrutura mais densa e mais alta que as forma€—es adjacentes, devido principalmente ‰ associa€ƒo com o curso d’‡gua (Ribeiro & Walter, 1998). Gradientes de umidade sƒo comuns nas matas ciliares, promovidos por diferentes tipos de solo e pela declividade do terreno (Reichardt, 1989; Sanchez et al., 1999; Rodrigues, 2000), sendo tambŒm respons‡veis por uma ampla diversidade de vegeta€ƒo (Reichardt, 1989). Estudos realizados em ‡reas ciliares no submŒdio Sƒo Francisco confirmam a exist„ncia de um gradiente flor†stico a partir da margem do rio, determinado pelas diferen€as nas condi€—es ed‡ficas e no regime h†drico encontrado nos diferentes ambientes topogr‡ficos, de modo que a umidade do solo diminui na medida em que se distancia da margem (Nascimento et al., 2003; Nascimento, 2008; Aranha et al., 2010). A altura do len€ol fre‡tico em ‡reas ciliares tambŒm diminui com o afastamento da margem (Pagano & Durigan, 2000), reduzindo assim a disponibilidade h†drica. Apesar da sua reconhecida importˆncia, as forma€—es ribeirinhas t„m enfrentado um longo hist‚rico de degrada€ƒo em todo o pa†s, documentado por v‡rios autores (Lima & Zakia, 2000; Battilani et al., 2005). Em particular, dentro do dom†nio da caatinga, as matas ciliares remanescentes podem ser consideradas como fragmentos isolados (R„go, 2008), a exemplo das ‡reas que margeiam o rio Sƒo Francisco, principal rio que corta a regiƒo Nordeste (Vasconcelos Sobrinho, 1970; Duque, 1973; ANA 2003; S‡, 2004). Nos •ltimos 30 anos a devasta€ƒo da cobertura vegetal da regiƒo do SubmŒdio Sƒo Francisco aumentou consideravelmente, destacando-se o desmatamento para a pr‡tica da agricultura como principal fator (Rabelo et al., 1990; Nascimento et al., 2003). Segundo diagn‚stico realizado pela ANA (2003), 46,9% das ‡reas irrigadas na Bacia do Sƒo Francisco correspondem ‰ regiƒo do SubmŒdio, destacando-se a regiƒo de Petrolina e Juazeiro, que possuem o menor †ndice de cobertura vegetal nativa de todo o SubmŒdio, sendo a maior parte das terras utilizada para agricultura (EMBRAPA, 2002). A explora€ƒo indiscriminada dos solos e da ‡gua na regiƒo do SubmŒdio tem ocasionado erosƒo, assoreamento e perda de biodiversidade, principalmente nas margens do rio. O pouco que restou das matas ciliares encontra-se sob forte pressƒo antr‚pica, sendo transformadas em ‡reas de pasto ou agricultura (Giullietti, 2004; S‡, 2004; S‡ et al., 2004), refor€ando a necessidade de a€—es imediatas para conserva€ƒo e restaura€ƒo destas ‡reas. Como o manejo adequado depende de conhecimento cient†fico, Œ urgente que os poucos fragmentos de vegeta€ƒo ribeirinha que ainda restam na regiƒo sejam estudados, considerando que estudos sobre a flora das matas ciliares no SubmŒdio ainda sƒo escassos. 18 Apesar da maior parte da Bacia do Sƒo Francisco se situar na Bahia, praticamente nada se sabe sobre a estrutura de sua vegeta€ƒo nesse Estado. Esse fato Œ preocupante, visto que nos estudos da vegeta€ƒo realizados em estados vizinhos da Bahia e em outras ‡reas semi‡ridas do Brasil, a elevada heterogeneidade de tipos de florestas vem sendo confirmada (Pereira et al., 2001, 2002; Lemos & Rodal, 2002; Alcoforado-Filho et al., 2003; Amorim et al., 2005; Gomes et al., 2006; Santos et al., 2007). Nesse sentido, Œ de interesse b‡sico o reconhecimento de padr—es espaciais da vegeta€ƒo, como o levantamento das espŒcies ocorrentes e suas abundˆncias, que sƒo considerados de extrema importˆncia para o entendimento dos ecossistemas e fundamentais para embasar quaisquer iniciativas de prote€ƒo, recupera€ƒo ou reconstitui€ƒo de remanescentes ciliares (Rodrigues & Leitƒo Filho, 2000; Rodrigues & Nave, 2000). O presente estudo teve como objetivos principais: (1) caracterizar a composi€ƒo flor†stica e a estrutura fitossociol‚gica da vegeta€ƒo em um trecho de mata ciliar na regiƒo do SubmŒdio Sƒo Francisco; (2) avaliar se os padr—es de composi€ƒo e estrutura estƒo relacionados ‰ distˆncia do rio e a caracter†sticas ed‡ficas (f†sicas e qu†micas) e (3) gerar informa€—es essenciais ‰ restaura€ƒo de florestas ribeirinhas no SubmŒdio Sƒo Francisco. 2. METODOLOGIA 2.1 Área de estudo O estudo foi conduzido em um fragmento de floresta de caatinga ribeirinha com influ„ncia fluvial sazonal, que se estende ao longo da margem direita do rio Sƒo Francisco, na zona rural do munic†pio de Juazeiro, Bahia, Brasil (9˜21’36’’ S e 40˜20’10’’ W) a uma altitude mŒdia de 370 m (Fig. 1). Compreende uma ‡rea de preserva€ƒo permanente (APP) pertencente ‰ empresa Agrovale e atualmente possui aproximadamente 4 km de extensƒo, com largura variando entre 150 e 250 m (Figs. 2 e 3). A faixa da beira do rio sofre inunda€—es peri‚dicas decorrentes do regime de libera€ƒo de ‡gua da barragem de Sobradinho e das chuvas. A ‡rea Œ toda cercada e com acesso restrito, nƒo sendo observada a entrada de caprinos, ovinos ou bovinos. No passado, esta foi uma ‡rea de experimenta€ƒo de uma algodoeira e de acordo com a ger„ncia ambiental da Agrovale faz aproximadamente 20 anos que nƒo h‡ manejo na ‡rea, o que explica o bom estado de conserva€ƒo. 19 2.1.1 Clima O submŒdio Œ a regiƒo mais ‡rida do Vale do Sƒo Francisco, com clima quente e semi‡rido, do tipo BSwh›, segundo a classifica€ƒo de Kžeppen. As precipita€—es pluviais sƒo baixas e muito irregulares, variando entre 350 a 800 mm, concentradas em uma •nica esta€ƒo de tr„s a cinco meses, e ocorr„ncia de per†odos longos de estiagem, variando de seis a nove meses. A esta€ƒo chuvosa estende-se de dezembro a abril e a seca de maio a novembro (INMET, 2010). Possui grande incid„ncia de radia€ƒo solar em fun€ƒo do baixo †ndice de nebulosidade, temperatura mŒdia anual de 27™C, umidade relativa mŒdia anual de 61,7%, e evapora€ƒo de aproximadamente 3.000 mm anuais (Fran€a et al., 1997; Ferreira, 2002; ANA, 2003; Silva et al., 2004) (Fig. 4). 2.1.2 Vegetação A vegeta€ƒo predominante na regiƒo do SubmŒdio Sƒo Francisco Œ a savana estŒpica ou caatinga (ANA, 2003; IBGE, 2003), sendo que a vegeta€ƒo de Juazeiro tambŒm Œ classificada como caatinga hiperxer‚fila (Silva et al., 2004). Andrade-Lima (1981) classifica a vegeta€ƒo das margens dos rios como caatinga de floresta ciliar. 2.1.3. Topografia e solos A ‡rea est‡ situada na Depressƒo PerifŒrica da Bacia do rio Sƒo Francisco, particularmente no terra€o fluvial. O terra€o fluvial Œ formado por dep‚sitos aluviais das encostas do vale, sendo constitu†do por material sedimentar argiloso, arenoso e/ou siltoso de origem fluvial, formando camadas estratificadas de aluviƒo referidas ao Holoceno e Quatern‡rio (Cavalcanti et al., 1998; Jacomine, 2001; Bigarella, 2003). Este compreende a plan†cie aluvial e o terra€o aluvial. A plan†cie aluvial ou plan†cie de inunda€ƒo, com declividade entre 0 e 2™, Œ constitu†da por sedimentos recentes formando terra€os atuais. O terra€o aluvial, tambŒm chamado de encosta, consiste de uma ‡rea plana ou em bancadas, composta por cascalheiras ou espessos sedimentos antigos, formando terra€os que podem se situar acima do n†vel do rio (Bigarella, 2003; Nascimento, 2008) (Fig. 5). Nestas ‡reas Œ peculiar a exist„ncia de um gradiente de umidade do solo, a partir da margem do rio (Nascimento et al., 2003; Nascimento, 2008). Os solos da Agrovale pr‚ximos ao curso d’‡gua foram classificados como Neossolos fl•vicos, enquanto os solos adjacentes da faixa da margem, bem como os da planta€ƒo de cana, foram classificados como Cambissolos eutr‚ficos (EMBRAPA, 1999). 20 Para a caracteriza€ƒo f†sico-qu†mica do solo da ‡rea estudada foram utilizadas amostras compostas, constitu†das por cinco subamostras da camada superficial (0-20 cm de profundidade) coletadas dentro de cada parcela, uma em cada canto e a outra no centro, que foram homogeneizadas para retirada da amostra composta com cerca de 200 g. Cada amostra composta foi constitu†da de tr„s subamostras. As amostras de solo foram acondicionadas em sacos pl‡sticos, identificadas e enviadas para Embrapa Mandioca e Fruticultura em Cruz das Almas (BA), para an‡lise. As vari‡veis analisadas foram: pH em ‡gua; teores de Pot‡ssio (K), F‚sforo (P), C‡lcio (Ca), MagnŒsio (Mg), Enxofre (S) e Alum†nio (Al); capacidade de troca cati•nica (CTC), satura€ƒo por bases (V), matŒria orgˆnica (MO) e propor€—es de areia, silte e argila. A compara€ƒo entre as faixas foi feita atravŒs de an‡lise de variˆncia (Anova) utilizando-se o software Bioestat 5.0 (Ayres et al., 2007). 2. 2 Levantamento da comunidade arbóreo - arbustiva Para a realiza€ƒo dos estudos fitossiol‚gicos o mŒtodo de amostragem utilizado foi o de parcelas m•ltiplas (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974), distribu†das sistematicamente. Foram feitas 19 transec€—es perpendiculares aos cursos d’‡gua, de 25 m de largura, come€ando pr‚ximo ‰ margem do rio e terminando na outra borda do fragmento. Nessas faixas foram distribu†das 55 parcelas de 10 m x 25 m (250 mŸ), com maior lateral paralela ao rio. As distˆncias foram de 50 m entre transe€—es e 50 m entre parcelas. A localiza€ƒo da primeira transec€ƒo foi sorteada e a aloca€ƒo das parcelas ao longo das transec€—es obedeceu ‰ seguinte estratifica€ƒo do ambiente (Fig. 6): - Faixa 1 – se€ƒo que partia do curso d’‡gua e se estendia atŒ 50 m de distˆncia; - Faixa 2 – se€ƒo intermedi‡ria das transec€—es, entre 60 e 110 m de distˆncia do curso d’‡gua; - Faixa 3 – entre 120 a 200 m de distˆncia do rio. O critŒrio de inclusƒo adotado foi o diˆmetro ao n†vel do solo (DNS) maior ou igual a 3 cm e altura maior ou igual a 1 m, regularmente usado para vegeta€ƒo de caatinga (Rodal et al., 1992). A escolha do DNS em vez do diˆmetro ‰ altura do peito (DAP) possibilita incluir um mair n•mero de espŒcies na amostra uma vez que as plantas encontradas na caatinga geralmente apresentam um DAP pequeno. No entanto como a maioria dos estudos fitossociol‚gicos utilizam o DAP, optou-se por utilizar esta medida para c‡lculo dos †ndices fitossociol‚gicos, a fim de facilitar compara€—es com outros 21 trabalhos. Logo, em cada parcela, todos os indivíduos que atendiam ao critério de inclusão, exceto lianas e indivíduos mortos, foram etiquetados com plaquetas de alumínio numeradas e em seguida, medidos a altura e o diâmetro à altura do peito (DAP). 2.2.1 Coleta, Manuseio e Identificação do Material Botânico As coletas do material botânico foram realizadas entre junho de 2007 a junho de 2009, como parte do levantamento florístico e estrutural nas parcelas, sendo acrescidas de coletas aleatórias em todo o fragmento. O material botânico coletado foi herborizado e prensado segundo os procedimentos usuais e identificado com o auxílio de especialistas, de consultas ao material de herbário e de literatura especializada, sendo depositado no Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS). A classificação das espécies em famílias seguiu o sistema Angiosperm Phylogeny Group III (Reveal & Chease, 2011). No entanto a Família Fabaceae será denominada de Leguminosae a fim de evitar confusão com outros sistemas de classificação. 2.2.2 Suficiência amostral A suficiência amostral foi verificada pela análise gráfica da curva de espécie x área, que considera a amostragem suficiente quando poucas espécies novas são acrescidas com o amento da área amostrada (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974). A curva foi aleatorizada 1000 vezes utilizando-se o programa Species Diversity and Richness (Henderson & Seaby, 1997). As curvas foram ajustadas pela função logarítmica com uso do programa Excell, da Microsoft, versão 2007. 2.2.3 Variáveis fitossociológicas Os parâmetros fitossociológicos foram calculados utilizando-se o programa FITOPAC 2.0 (Shepherd, 2006). São eles: Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR), Dominância Absoluta (DoA), Dominância Relativa (DoR), Freqüência Absoluta (FA), Freqüência Relativa (FR), Área Basal (AB), Índice do Valor de Importância (IVI) e Índice do Valor de Cobertura (IVC) (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974). A densidade é definida como o número de indivíduos de uma determinada espécie por unidade de área (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974). O termo abundância também é usado para se referir à densidade de uma determinada espécie. 22 A freqüência de uma dada espécie é o número de vezes em que ela ocorre em uma determinada amostra (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974). Representa a probabilidade de encontrar a espécie em uma área pré-determinada. A dominância reflete a taxa de ocupação do ambiente pelos indivíduos de uma espécie. Para comunidades florestais, a dominância é normalmente obtida por meio da área basal, que expressa o espaço em metros quadrados ocupado pelos fustes em uma unidade de área (Dias, 1993). O Índice de Valor de Importância (IVI) das espécies é uma maneira objetiva de medir a dominância que diferentes espécies exercem sobre outras numa comunidade. É determinado a partir da soma dos valores relativos da densidade, dominância e freqüência, fazendo um balanço de diferentes parâmetros de características em apenas um valor (Matteucci & Colma, 1982; Mitchell, 2004). O Índice de Valor de Cobertura (IVC) de cada espécie é obtido pela soma dos valores relativos de densidade e dominância, expressando a contribuição da espécie na cobertura vegetal da comunidade (Rodal et al., 1992). 2.3 Distribuição das árvores por classes de altura e de diâmetro Histogramas com os dados de altura a intervalos fixos de um metro, fechados à esquerda e abertos à direita, foram utilizados para visualização da distribuição vertical das copas das árvores. Também foram elaborados histogramas de freqüência de classes de diâmetro, construídos a partir dos valores de todos os indivíduos participantes da amostra, com intervalos de 3 cm, fechados à esquerda, caracterizando-se assim a arquitetura da fitocenose. 2.4 Comparação entre as faixas Para a comparação florística entre as faixas realizou-se análise de correspondência retificada (detrended) (DCA), utilizando matriz de abundância de espécies nas respectivas parcelas, bem como o cálculo do coeficiente de Jaccard (Souza et al., 1997) como medida de similaridade obtida da matriz de presença e ausência. A similaridade de Jaccard representa a proporção de espécies comuns entre duas amostras e apresenta valor um se as amostras são idênticas e valor zero se são completamente distintas. Para verificar a relação das variáveis ambientais com a distribuição das espécies nas faixas, foi realizada Análise de Correspondência Canônica (CCA), que incluiu a mesma matriz utilizada no DCA e outra de variáveis ambientais. Posteriormente, foi feita uma 23 an‡lise de regressƒo entre o primeiro eixo da CCA com a distˆncia em metros das parcelas atŒ o leito do rio. Tais an‡lises foram realizadas com o uso do programa Past.exe (versƒo 2.08). A diversidade entre os ambientes estudados foi avaliada usando-se o ‘ndice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e a equabilidade de Pielou (Mueller- Dumbois & Ellenberg, 1974), calculados atravŒs do software Fitopac 2.0. 2.5 Classificação das espécies em estádios sucessionais As espŒcies foram classificadas segundo suas caracter†sticas sucessionais em pioneiras (PI), secund‡rias iniciais (SI) e secund‡rias tardias (ST), conforme Gandolfi et al. (1995), sendo os grupos relacionados ‰s tr„s categorias de sucessƒo: fase inicial, mŒdia e avan€ada de sucessƒo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Características químicas dos solos Os resultados da an‡lise qu†mica dos solos da ‡rea estudada sƒo apresentados na tabela 1 e referem-se aos valores mŒdios. As tr„s faixas apresentaram solos com acidez fraca (pH entre 6 e 6,9) (Tab. 1). De acordo com Lopes (1999), o grau de acidez ou de alcalinidade do solo Œ influenciado pelos tipos de materiais de origem. Os solos desenvolvidos de rochas de origem b‡sica (basalto, diab‡sio, gabro) geralmente possuem valores de pH mais altos do que aqueles formados de rochas ‡cidas (granito, riolito). No entanto v‡rios fatores podem levar ‰ acidez do solo, dentre eles a erosƒo, processo que ocorre nas ‡reas das margens do rio e que leva ‰ remo€ƒo da camada superficial do solo, que possui maiores teores de bases, expondo assim as camadas mais ‡cidas do subsolo, favorecendo a acidifica€ƒo (Coelho, 1973). Os teores de f‚sforo variaram muito entre as parcelas, sendo classificados como mŒdio a alto. Os altos n†veis desse †on provavelmente devem-se ao uso de fertilizantes na ‡rea de cultivo pr‚xima, que sƒo carreados junto com a ‡gua da chuva para as ‡reas mais baixas, pr‚ximas ao rio. TambŒm podem ser decorrentes do efeito residual de aduba€—es anteriores, uma vez que parte da ‡rea estudada j‡ foi cultivada. Os teores de pot‡ssio ficaram compreendidos nas classifica€—es “mŒdio” (30-90) a “alto” (>90), com valores crescentes das parcelas da Faixa 1 (margem do rio), para as parcelas da Faixa 3 (pr‚ximas 24 ao canavial). Os altos teores de K podem ser devido ‰ queda da fuligem decorrente da queima da cana-de-a€•car, que Œ rica em K. Os teores de c‡lcio e de magnŒsio foram altos nas tr„s faixas. De acordo com TomŒ Jr. (1997) os valores de K, Ca e Mg sƒo muito importantes na determina€ƒo da fertilidade dos solos. No caso da ‡rea amostrada, os solos apresentaram altos teores destes †ons, indicando boas condi€—es de fertilidade. Todos os solos amostrados apresentaram baixo teor de alum†nio, indicando que este elemento nƒo representa toxidez para as plantas. Com rela€ƒo ‡ acidez potencial do solo (H+Al), os valores variaram de 0,11 (muito baixo) a 6,27 (bom). Os valores da CTC foram classificados como “alto” nas tr„s faixas. Esta vari‡vel nos diz a capacidade efetiva que um solo tem em reter c‡tions pr‚ximos ao pH 7.Os valores de satura€ƒo por bases (V%) foram superiores a 50% nas tr„s faixas, o que caracteriza os solos como eutr‚ficos, estando compreendidos entre as classifica€—es “alto” a “muito alto”, com mŒdia de 80,14%. As tr„s faixas de distˆncia do rio apresentaram teores mŒdios de matŒria orgˆnica. O teor de matŒria orgˆnica dos solos fornece importantes informa€—es qualitativas dos mesmos, sendo resultado do balan€o entre processos de adi€ƒo e perda de materiais orgˆnicos, estando tambŒm intimamente relacionado com a umidade nas camadas mais superficiais do solo (TomŒ J•nior, 1997). 3.2 Características físicas dos solos Os solos das parcelas amostradas apresentaram grande varia€ƒo quanto ‰ textura, sendo classificados como franco arenoso (29,73%), franco (27%), franco argiloso (18,9%), areia franca (13,51%) e franco argiloso siltoso (10,8%). Na faixa da beira do rio a maior parte das parcelas apresentou textura franco argilosa (45,5%) e franco arenosa (36,4%). Na faixa 2 a maioria (38,5%) teve textura franca e na Faixa 3 foi encontrada a mesma propor€ƒo entre textura franca (30,7%), franco arenosa (30,7%) e areia franca (30,7%). A maior parte dos solos estudados possui maior propor€ƒo de areia fina e muito fina com elevados valores mŒdios. A Faixa 3 Œ a que possui maior quantidade de areia total bem como de areia grossa, fra€ƒo respons‡vel por solos mais arejados e facilmente lav‡veis, favor‡veis ‰ decomposi€ƒo da matŒria orgˆnica. A faixa 2 apresentou maior quantidade de part†culas com granulometria fina (argila) e mŒdia (silte), seguida pela Faixa 1, assemelhando-se mais aos solos de matas ciliares e de galeria que possuem textura fina com maiores quantidades de silte e argila (Ribeiro & Walter, 1998; Moreno & Schiavini, 25 2001). Contudo, no caso da área estudada, os solos possuem maiores quantidades de areia e silte (Tab. 1). 3.3 Suficiência amostral A curva do coletor mostrou que o aparecimento de novas espécies foi progressivo da parcela um até a 13. A partir daí, observa-se uma tendência à estabilização de acréscimo de espécies com o número de parcelas amostradas, apresentando melhor ajuste com a função logarítmica (Fig. 7). Este comportamento da curva tendendo ao paralelismo com o eixo horizontal a partir da parcela 13 mostra uma suficiência mínima na amostragem florística da comunidade (Muller-Dumbois & Ellenberg, 1974). As curvas de acumulação de espécies ilustram até que ponto novas espécies são encontradas, embora não revelem a riqueza total de espécies, uma vez que, um maior esforço amostral resultará em mais espécies a serem incluídas na curva, que tenderá a ser infinitamente crescente (Magurran, 2004). 3.4 Composição Florística O levantamento florístico indicou a presença de 50 espécies pertencentes a 48 gêneros e 23 famílias botânicas. Três espécies foram identificadas até o nível de gênero, uma vez que não foi encontrado material fértil no período das coletas. No levantamento fitossociológico, foram amostrados 1.643 indivíduos, pertencentes a 21 famílias, 41 gêneros e 42 espécies, ou seja, oito espécies que constam na lista florística não foram incluídas na fitossociologia devido ao critério de inclusão (Tab. 2). São elas: Arrabideae corallina (Bignoniaceae), Banisteriopsis muricata (Cav.) Cuatrec. (Malpighiaceae), Harrisia adscendens (Cactaceae), Matelea harleyi Fontella & Morillo (Apocynaceae), Paullinia pinnata L. (Sapindaceae), Parkinsonia aculeata L. (Leguminosae), Senna macrantera (Leguminosae) e Spondias tuberosa Arruda (Anacardiaceae). Dentre as 50 espécies listadas na área estudada, 29 (58%) apresentam hábito arbóreo, 17 (34%) apresentam hábito arbustivo e quatro espécies são lianas (8%). As famílias e espécies encontradas, bem como a classificação quanto ao hábito e grupos ecológicos, estão expostas na tabela 2. A família Leguminosae apresentou o maior número de representantes, com 16 espécies. A família Euphorbiaceae apresentou quatro espécies, as famílias Polygonaceae e Anacardiaceae apresentaram três espécies e as famílias Boraginaceae, Cactaceae, 26 Apocynaceae, Salicaceae e Sapindaceae apresentaram duas espécies. As demais famílias foram representadas por uma espécie apenas. Diversos estudos realizados em áreas de caatinga também revelaram a maior riqueza da família Leguminosae (Lemos & Rodal, 2002; Alcoforado-Filho et al., 2003), bem como da família Euphorbiaceae, ambas possuindo alta representatividade em áreas de caatinga (Albuquerque et al., 1982; Oliveira et al., 1997; Ferraz et al., 1998; Rodal et al., 1998; Alcoforado Filho et al., 2003; Souza et al., 2007). Estudos desenvolvidos nos municípios de Petrolina, Juazeiro e Santa Maria da Boa Vista apontam que estas também são famílias típicas dessa região (Drumond et al., 2002; Nascimento et al., 2003; Nascimento, 2008). Em matas ciliares, além da família Leguminosae, as famílias mais representativas em número de espécies arbustivo-arbóreas são: Euphorbiaceae, Meliaceae, Myrtaceae e Rutaceae (Leitão-Filho, 1982; Salis et al., 1994; Rodrigues & Nave, 2000; Felfili et al., 2001), além de Anacardiaceae, Annonaceae e Bignoniaceae, também consideradas importantes nessas formações (Silva Junior et al., 2001b; Battilani et al., 2005). A família Leguminosae não só se destacou pela maior riqueza de espécies, representando 33,3% do total de espécies registradas no levantamento fitossociológico, como também teve o maior número de indivíduos, correspondendo a 50,3% do total dos indivíduos amostrados. A subfamília com maior número de espécies e também de indivíduos foi Mimosoideae com nove representantes, seguida por Caesalpinioideae com seis espécies. Apenas uma espécie pertence à subfamília Papilionoideae. Em trabalho realizado no submédio São Francisco as famílias Mimosoideae e Caesalpinioideae também se destacaram com o maior número de espécies (Nascimento et al., 2003). Apenas dois gêneros (Mimosa e Senna) apresentaram mais de uma espécie, enquanto os demais apresentaram apenas uma espécie. Estes dados apontam para uma tendência na vegetação estudada em apresentar baixa diversidade dentro dos táxons, semelhante ao que foi observado em outros levantamentos na caatinga (Ferreira, 1988; Rodal, 1992; Araújo et al., 1995; Ramalho et al., 2009). Das 42 espécies listadas no levantamento fitossociológico, 14 (33,3%) foram representadas por menos de cinco indivíduos. Três espécies (Cestrum laevigatum, Tournefortia rubicunda e Coccoloba obtusifolia), apresentaram apenas três indivíduos, cinco espécies (11,9%)foram representadas por dois indivíduos (Croton heliotropiifolius, Banara sp., Leucaena leucocephala, Ruprechtia apetala e Pithecelobium diversifolium) e três espécies (7,1%) apresentaram apenas um indivíduo (Genipa americana, Maytenus sp. 27 e Parkinsonia aculeata). As espŒcies Leucaena leucocephala, Calotropis procera e Prosopis juliflora, que sƒo ex‚ticas, foram encontradas nas ‡reas mais afastadas da margem ou nas ‡reas mais degradadas, pr‚ximo ‰s bordas. O n•mero de espŒcies encontradas neste trabalho Œ compat†vel com o que Œ observado em outras ‡reas de mata ciliar dentro do dom†nio caatinga como foi observado por Nascimento et al (2003), em uma ‡rea localizada ‰s margens do rio Sƒo Francisco em Petrolina, com 48 espŒcies distribu†das entre 39 g„neros e 21 fam†lias, onde a espŒcie Inga vera subsp. affinis,(DC.) T.D. Pennington, teve o maior IVI. Este trabalho destaca-se pela proximidade da ‡rea do presente estudo e tambŒm por ter sido desenvolvido em ambiente ribeirinho. TambŒm se assemelha ao resultado encontrado em uma ‡rea de mata ciliar no A€ude do Meio, Recife - PE (1680m2 ), onde foram amostrados 394 indiv†duos com CAP ≥ 10 cm a 1,30 m do solo, distribu†dos em 22 fam†lias, 30 g„neros e 32 espŒcies e em um fragmento de caatinga na microbacia hidrogr‡fica do a€ude Jatob‡ - PB, onde foram amostrados 3785 indiv†duos, pertencentes a 13 fam†lias e 28 espŒcies (Souza, 2009). Diversos estudos fitossociol‚gicos relatam ‰ ocorr„ncia de um n•mero elevado de espŒcies representadas por um ou poucos indiv†duos dentro da ‡rea amostral, em fun€ƒo da alta riqueza de espŒcies arb‚reas, caracter†stica da maioria das florestas tropicais (Battilani et al., 2005). Na maior parte das vezes tais espŒcies apresentam distribui€ƒo espacial que determina a ocorr„ncia de poucos indiv†duos por unidade de ‡rea, nƒo significando, necessariamente, que sejam espŒcies raras (Pagano et al., 1995; Kageyama & Gandara, 1998; Ivanauskas et al., 1999). Uma espŒcie pode ser rara desde sua chegada ‰ comunidade, devido ‰ imigra€ƒo de longa distˆncia em baixa densidade, ou ter se tornado rara pela perda de condi€—es de regenera€ƒo ao longo do processo sucessional (Hubbel & Foster, 1986). Segundo BorŒm & Oliveira - Filho (2002) o n•mero de espŒcies consideradas raras Œ diretamente proporcional ‰ riqueza de espŒcies arb‚reas e ao est‡dio de matura€ƒo de uma comunidade vegetal. Segundo Magurran (2004), dois componentes afetam diretamente a diversidade: a riqueza em espŒcies, que representa o n•mero de espŒcies da comunidade e a eq”abilidade, que expressa a distribui€ƒo dos indiv†duos entre as espŒcies. O ‘ndice de diversidade de Shannon para espŒcie (H’) e a eq”abilidade foram de 2,49 nats.ind-1 e 0,67 nats.ind-1 , respectivamente (Tab. 4). Estes valores de diversidade e eq”abilidade sugerem que na comunidade analisada exista uma distribui€ƒo desigual de indiv†duos por espŒcie, influenciando fortemente o †ndice de diversidade. 28 Analisando outros trabalhos realizados em regi—es pertencentes ‰s forma€—es de caatinga na Depressƒo Sertaneja, conclui-se que o valor de H’ encontrado na mata ciliar do submŒdio est‡ dentro do intervalo encontrado por outros pesquisadores que variaram de 1,94 a 2,66 nats/ind (Amorim et al., 2005; Silva, 2005; Braga & Cavalcante, 2007; Fabricante & Andrade, 2007). TambŒm se encaixa no intervalo de valores obtidos em ‡reas de mata ciliar no nordeste que variaram entre 2,04 nats.ind-1 em ‡rea de caatinga arbustiva arb‚rea fechada na microbacia hidrogr‡fica do A€ude Jatob‡-PB e 3,08 nats.ind-1 em Alian€a - PE (Andrade et al., 2006; Ferraz et al., 2006; Oliveira et al., 2009; Souza, 2009). Quanto ‰ dinˆmica sucessional, a maioria das plantas foi classificada como pioneiras (72%), 18% como secund‡rias iniciais e 10% como secund‡rias tardias. A maior quantidade de espŒcies pioneiras corrobora com alguns estudos que afirmam que nas forma€—es ribeirinhas Œ comum a ocorr„ncia de um grande n•mero de espŒcies e de indiv†duos dos grupos ecol‚gicos mais iniciais da sucessƒo (Durigan & Leitƒo Filho, 1995; Rodrigues, 2000), como resultado do constante rejuvenescimento da floresta nesta condi€ƒo ambiental, em decorr„ncia das repetidas cheias provocadas pela eleva€ƒo do curso d’‡gua ou do len€ol fre‡tico. Esses eventos levam ao constante rejuvenescimento do solo, com a retirada e/ou soterramento da serapilheira e do banco de sementes e com a seletividade de espŒcies tolerantes ao encharcamento (Rodrigues, 2000). Das espŒcies amostradas na ‡rea, algumas se destacam por serem consideradas end„micas da caatinga como: Cereus jamacaru, Harrisia adscendens, Commiphora leptophloeos, Cnidosculus phyllacanthus, Jatropha mollissima, Spondias tuberosa, Z. joazeiro, Pithecellobium diversifolium e Copernicia cerifera (Giulietti et al., 2002; Loiola et al., 2007; Queiroz, 2009). 3.5 Estrutura da vegetação A vegeta€ƒo do fragmento encontra-se com aspecto bem preservado, sendo mais desenvolvida pr‚xima ‰ margem do rio, possuindo ‡reas de mata fechada com alguns indiv†duos emergentes de atŒ 18 m de altura e ‡reas de sub-bosque. A vegeta€ƒo Œ predominantemente arb‚rea com ocorr„ncia de espŒcies arbustivas, lianas e estrato herb‡ceo que se mostra abundante apenas no per†odo chuvoso. Observa-se uma discreta varia€ƒo na fisionomia ‰ medida que se distancia da margem do rio em dire€ƒo ‰ borda do fragmento, sendo que na margem predomina o Ing‡ (Inga vera), enquanto que na borda oposta ao rio a vegeta€ƒo tem uma apar„ncia mais seca e menos desenvolvida com maior 29 ocorrência de espécies comuns da caatinga como representantes das famílias Euphorbiaceae e Leguminosae. É comum a ocorrência de grande número de plantas jovens de espécies arbóreas em toda a área. Em determinados locais observam-se pequenas e médias clareiras ocasionadas pela queda natural de árvores, inclusive na margem do rio. Os indivíduos amostrados nas 55 parcelas inventariadas (1.375 ha) correspondem a uma densidade total de 1.196 ind.ha-1 e área basal de 19.554 m2 .ha-1. A família Leguminosae apresentou a maior densidade relativa (50,24%), seguida por Cannabaceae (16,42%), Rhamnaceae (5,35%) e Nyctaginaceae (5,29%). Essas quatro famílias obtiveram 77,30% da densidade relativa total, enquanto as demais famílias (17) equivalem a 22,70%. A tabela 3 apresenta o número total de indivíduos amostrados nas famílias e os valores de área basal, densidade, freqüência e dominância relativas. Os valores de densidade absoluta das espécies variaram entre 0,7 (espécies representadas por um indivíduo) e 389,8 ind.ha-1 , sendo que, Inga vera, Celtis iguanaea, Albizia inundata e Zizyphus joazeiro apresentaram as maiores densidades (Tab. 3). Considerando-se a densidade relativa, essas espécies representam, respectivamente, 32,60%, 16,42%, 7,91% e 5,35 % do total de indivíduos. As espécies mais freqüentes foram em ordem decrescente C. iguanaea (11,54%), A. inundata (8,21%), C. flexuosa (7,95%), Z. joazeiro (7,69%), C. ferrea (6,92%) e I. vera (6,41%). As freqüências absolutas e relativas estimam a probabilidade de encontrar uma dada espécie em uma unidade amostral lançada ao acaso na fitocenose. As espécies que apresentaram as maiores dominâncias absolutas e relativas foram I. vera, C. iguanaea, Z. joazeiro, A. inundatae e C. ferrea (Tab. 3). As famílias que obtiveram o maior valor de importância foram: Leguminosae (50,63%), Cannabaceae (17,25%), Rhamnaceae (10,81%), Nyctaginaceae (4,07%) e Capparaceeae (3,49%), correspondendo a 86,25% do IVI total das famílias amostradas (Fig. 8). O elevado IVI da família Leguminosae deve-se não só ao fato desta reunir as três subfamílias, que geralmente são classificadas na categoria de famílias em muitos trabalhos de fitossociologia, mas também a alta densidade, dominância e área basal da espécie Inga vera (Mimosoideae). As dez espécies que mais se destacaram na comunidade apresentando os maiores IVIs foram Inga vera (69,90; 23,30%), Celtis iguanaea (46,05; 15,35%), Ziziphus joazeiro (29,30; 9,77%), Albizia inundata (26,32; 8,77%), Caesalpinia ferrea (16,29; 5,43%), Capparis flexuosa (14,93; 4,98%), Ximenia americana (12,25; 4,08%), Erythroxylum 30 pungens (9,25; 3,08%), Schinopsis brasiliensis (7,68; 2,56%) e Cordia globosa (6,88; 2,29%) somando 79,61% do IVI total (Tab. 3; Fig. 9). O fato dos maiores IVIs se restringirem a um grupo de dez espécies, ficando as demais espécies amostradas com IVIs poucos conspícuos, como foi constatado no presente estudo, indica que a maioria das espécies possui baixas densidade, freqüência ou dominância, o que é comum ocorrer em florestas secundárias onde a vegetação não se estabilizou e principalmente em áreas que sofreram ou sofrem perturbação. Por outro lado, a baixa densidade de muitas espécies também pode indicar a dinâmica do processo sucessional, que induz tanto ao ingresso como ao desaparecimento local de táxons (Andrade et al., 2006). 3.6 Classificação quanto à classe de altura Os representantes de maior altura pertencem as espécies Inga vera, Hymenaea courbaril, Albizia inundata e Schinopsis brasiliensis e os de menor altura às espécies Capparis flexuosa, Cordia globosa e Erytroxylum pungens. A altura das plantas variou entre 1,5 m a 17 m, com média de 4,96 m. A altura média das árvores foi maior na Faixa 1 (6,33 m) e decresceu em direção das faixas 2 (4,28 m) e 3 (3,92 m). Na Faixa 1 as alturas variaram de 1,5 a 16 m e as espécies I. vera, C. iguanaea, A. inundata foram as de maior altura. Na faixa 2, a variação foi de 1,5 a 17 m e as espécies de maior altura foram I. vera, A. inundata e Z. joazeiro. Na faixa 3, as alturas variaram de 1,5 a 15 m e os maiores valores pertencem às espécies S. brasiliensis, P. juliflora e C. cerifera. A distribuição da freqüência de árvores por classes de altura mostrou que na comunidade predominam três grupos. O primeiro grupo corresponde a maior parte dos indivíduos amostrados (68,61%), situados entre a primeira (1 a 1,9 m) e a quinta classe de altura (5 a 5,9 m). O segundo grupo é formado por indivíduos com altura entre 6 a 8,9 m, equivalendo a 22,08% e por fim, o terceiro grupo, contendo uma menor concentração de indivíduos (9,31%), com árvores de 9 a 17 m (Fig. 10). Este grande número de indivíduos nas primeiras classes de altura indica um número elevado de árvores jovens típicas do dossel ou emergentes que estão ocupando o estrato inferior, uma vez que 58% das espécies amostradas possuem porte arbóreo, sendo consideradas como típicas do estrato superior (Tab. 2). A vegetação estudada pode ser considerada de porte médio, corroborando com Rodal (1992), que também registrou maior percentual de indivíduos entre 2 a 8 m (microfanerófitas) em quatro áreas de caatinga em Pernambuco. Geralmente áreas de 31 caatinga apresentam menor porte que a área estudada, como foi registrado por Santana & Souto (2006) e Nascimento et al. (2003). Fernandes (2006) inferiu que a caatinga pode ser classificada em três estratos: um arbóreo com representantes de 8 a 12 m de altura, outro arbustivo/subarbustivo, com indivíduos de 2 a 5 m e um herbáceo. Em relação à distribuição de indivíduos por classes de alturas nas diferentes faixas, a Faixa 1 destacou-se pela maior concentração de indivíduos nas maiores classes de altura, apresentando 19,28% dos indivíduos com alturas superiores a 8m e 54,89% situados entre a quarta (4,1 a 5 m) e a sétima classe (7,1 a 8 m). Nas faixas 2 e 3, 86,75 e 89,84% dos indivíduos estiveram concentrados nas primeiras cinco classes, respectivamente, e os valores diminuíram geometricamente em direção as classes de maior altura, observando-se uma pequena proporção de indivíduos maiores que 8 m nas faixas 2 (6,1%) e 3 (2,2%) (Fig. 11). De acordo com Santana & Souto (2006), uma série geométrica decrescente demonstra que a população está equilibrada e em processo de regeneração. É comum em área de caatinga a maioria dos indivíduos estar concentrada nas primeiras classes de altura como pode ser constatado no trabalho realizado pelo autor anteriormente citado, em área de caatinga no Seridó, RN, onde a maior densidade de indivíduos foi registrada entre as classes de 1 a 3 m. Também em uma área de caatinga arbustivo-arbórea nas margens do rio São Francisco em Petrolina, Nascimento et al., (2003) observou que a maior densidade esteve entre as classes de 2 a 4 m. Souza et al., (2007) em área de caatinga arbórea com características climáticas semelhantes às desse estudo, no município de Aiuaba, CE, encontrou a maior concentração de indivíduos presente na classe de 3 a 4 m (22,8 %) e de 4 a 5 m (19,1 %). Em área ciliar no município de São José do Bonfim, PB, a classe de altura de 2,49 m a 5,30 m foi a que obteve maior número de árvores, correspondendo a 80,14% de todas as espécies inventariadas (Souza, 2009) e em Areia, PE, Oliveira et al., (2009) observaram maior número de indivíduos na classe de 5 a 10 m. 3.7 Distribuição dos indivíduos por classes de diâmetros A distribuição dos indivíduos por classes diamétricas é apresentada na figura 12. De acordo com Cavassan (1990), a construção de diagramas indicando a freqüência de classes de diâmetro é uma tentativa de analisar a estrutura etária da comunidade. As espécies que apresentaram maiores diâmetros a altura do peito (DAP) foram Z. joazeiro, C. ferrea, A. inundata e C. iguanaea, enquanto os menores valores foram das espécies Cordia globosa e Melochia tomentosa (Tab. 4). 32 Em rela€ƒo ‰ distribui€ƒo dos indiv†duos em classes de diˆmetro verificou-se que 42,4% do total de indiv†duos amostrados apresentaram diˆmetros entre 3 e 6 cm e 20,5% entre 6 e 9 cm ou seja, 62,9% dos indiv†duos amostrados enquadram-se nas duas primeiras classes (Fig. 12), podendo estar indicando que muitas das popula€—es amostradas ainda estƒo em est‡gio de crescimento (Martins, 1991) ou que as popula€—es com maior densidade apresentam porte caracteristicamente reduzido. Segundo Nunes et al., (2003), ‡reas que sofreram perturba€—es mais severas no passado possuem maiores densidades de ‡rvores finas e baixas, como observado na maior parte da ‡rea investigada, caracterizando est‡dio de regenera€ƒo inicial. J‡ setores que sofreram dist•rbios mais leves no passado apresentam maior densidade de ‡rvores altas e grossas, indicando est‡dio regenerativo mais avan€ado. A configura€ƒo do gr‡fico de distribui€ƒo diamŒtrica remete ao “J” invertido representando uma sŒrie geomŒtrica decrescente, ou seja, com elevado n•mero de indiv†duos nas primeiras classes de diˆmetro e redu€ƒo acentuada em dire€ƒo ‰s classes maiores. Segundo Martins (1991) tal modelo de distribui€ƒo indica que as popula€—es estƒo em equil†brio. Este resultado corrobora a afirma€ƒo de Machado et al., (2004) de que a maioria dos invent‡rios de comunidades arb‚reas-arbustivas de florestas aut‚ctones apresenta esse tipo de distribui€ƒo, como tambŒm foi observado no estudo realizado por Oliveira et al., (2009) ‰s margens do Rio Capibaribe Mirim, PE. A elevada concentra€ƒo de indiv†duos nas primeiras classes de diˆmetro Œ comum e esperada, principalmente em vegeta€ƒo onde est‡ ocorrendo regenera€ƒo natural das espŒcies (Pereira et al., 2002). A Faixa 1 foi a que apresentou o maior n•mero de representantes entre as classes de maior diˆmetro, bem como de indiv†duos acima de 8 m de altura, indicando que os indiv†duos mais altos e grossos estƒo nessa faixa (Fig.13). O modelo de distribui€ƒo diamŒtrica encontrado assemelha-se com o de v‡rios trabalhos citados a seguir. Em Aiuaba – CE, o diˆmetro m†nimo observado foi de 3 cm, mŒdio de 8,2 cm e o m‡ximo de 59,7 cm, sendo que a maior quantidade de indiv†duos localizaram-se na primeira classe diˆmetrica de 3-6 cm. Em fragmento de mata ciliar na Para†ba, Souza (2009) observou que a classe diamŒtrica de 1-5 cm, foi a que obteve maior n•mero de indiv†duos, seguida pela classe de 5-10 cm. Com base no aspecto fision•mico pode-se observar que a Faixa 1 se distingue das demais faixas uma vez que apresenta a maior densidade total, ‡rea basal total, diˆmetro e 33 altura mŒdia, e tem 19,28% dos indiv†duos com altura superior a 8 m, contra 6,1% da faixa 2 e 2,2% da faixa 3. 3.8 Distribuição das espécies dentro das faixas Em rela€ƒo ‰ distribui€ƒo das espŒcies dentro das faixas, na Faixa 1 (N=19 parcelas) foram registrados 643 indiv†duos, distribu†dos em 11 fam†lias, 57 g„neros e 14 espŒcies. Na Faixa 2 (N=19 parcelas) foram amostrados 468 indiv†duos, pertencentes a 19 fam†lias, 33 g„neros e 33 espŒcies e na faixa 3 (N=17 parcelas), foram encontrados 532 indiv†duos, 18 fam†lias, 36 g„neros e 36 espŒcies. A faixa 3 e a faixa 2 nƒo apresentaram diferen€a significativa quanto a diversidade de espŒcies, com H’ = 2,67 e 2,66 nats.ind-1 , respectivamente, enquanto a Faixa 1 apresentou o menor n•mero de espŒcies (14) e tambŒm o menor H’ (1,14 nats.ind-1 ) (Tab. 4). A faixa mais pr‚xima ao curso d’‡gua e pass†vel de inunda€—es peri‚dicas constitui um ambiente bastante seletivo para as espŒcies vegetais, favorecendo aquelas que sƒo tolerantes ao alagamento. Portanto, a menor diversidade encontrada nessa faixa est‡ relacionada ‰ diferente capacidade das espŒcies em suportar este tipo de dist•rbio. No caso da ‡rea estudada, esta faixa Œ dominada pela espŒcie Inga vera que certamente influencia no H’. EspŒcies do g„nero Inga sƒo particularmente comuns em margens de rios em toda a regiƒo neotropical, sendo I. vera uma das mais amplamente distribu†das (Mantovani et al., 1989; Carvalho et al., 1992; Zipparo & Schlittler, 1992; Pennington, 1997). Segundo Lobo & Joly (2000) esta espŒcie Œ tolerante a per†odos prolongados de inunda€ƒo. Suas sementes germinam mesmo quando submersas e o crescimento das plˆntulas e das plantas nƒo Œ inibido pelo alagamento (Oliveira-Filho et al., 1994). A adapta€ƒo desta espŒcie a ‡reas sazonalmente alag‡veis inclui sua estratŒgia de dispersƒo de sementes. Os frutos amadurecem durante as cheias, quando observamos diversas aves se alimentando deles. TambŒm registramos o fato de que frutos inteiros e sementes com mucilagem sempre b‚iam quando caem na ‡gua. … medida que a mucilagem Œ removida pelos peixes, as sementes afundam, podendo atingir um leito aluvial bem distante de seu local de origem. Assim que as ‡guas de inunda€ƒo recuam, as sementes germinam prontamente e os leitos aluviais da regiƒo ficam povoados de plˆntulas de Inga vera. Esta espŒcie foi a •nica que nƒo apresentou correla€ƒo negativa entre queda foliar e precipita€ƒo, como a maioria das espŒcies observadas no estudo fenol‚gico (Cap†tulo 2), deixando a entender que a sua dominˆncia na beira do rio est‡ mais relacionada ‰s suas adpta€—es ‰s inunda€—es. 34 Apesar da Faixa 1 possuir o menor n•mero de espŒcies, foi a que teve o maior n•mero de indiv†duos, equivalente a 39,1% do total de indiv†duos amostrados e tambŒm a maior densidade com 1.429 ind.ha-1 (Tab. 4). Nesta faixa, as espŒcies de maior dominˆncia e freq”„ncia sƒo I. vera, com 68,3% dos indiv†duos e C. iguanaea, com 17,3% dos indiv†duos, somando as duas mais de 80% dos indiv†duos amostrados (Tab. 5). Percebe-se que a redu€ƒo no n•mero de espŒcies acompanhou um aumento na concentra€ƒo de indiv†duos em poucas espŒcies. Esse padrƒo Œ comum em ambientes pass†veis a alagamento, onde prevalecem poucas espŒcies arb‚reas, que concentram muitos indiv†duos e elevada biomassa, implicando em diversidade menor do que o encontrado em ‡reas bem drenadas (Teixeira & Assis, 2009). A faixa 2 possui a menor densidade, com 936 ind.ha-1 (Tab. 4), sendo as espŒcies mais abundantes: Inga vera, Celtis iguanaea, Caesalpinia ferrea e Ziziphus joazeiro e as de maior freq”„ncia C. iguanaea, Z. joazeiro e A. inundata, distribuindo-se em igual propor€ƒo (8,78%). C. iguanaea possui o maior IVI, tendo o segundo maior valor de densidade e dominˆncia (Tab. 6). A faixa 3 possui 1.252 ind.ha-1 (Tab. 4), com maior abundˆncia das espŒcies A. inundata, X. americana, C. iguanaea e E. pungens. Os maiores IVIs pertencem as espŒcies A. inundata, C. iguanaea, Z. joazeiro e X. americana (Tab. 7). Abordagens fitossociol‚gicas em matas ciliares apontam que existem espŒcies que apresentam comportamento indiferente quanto ‰ distˆncia do curso d’‡gua, ocorrendo desde a margem atŒ a por€ƒo mais afastada. Outras possuem prefer„ncia pelo ambiente mais afastado do curso d’‡gua e geralmente mais seco ou ambientes mais pr‚ximos ‰ margem e consequentemente mais •midos (Andrade-Lima, 1981; Rodal & Nascimento, 2002; Andrade et al., 2006). Neste estudo, as espŒcies A. inundata, C. ferrea, C. flexuosa, C. iguanaea, C. jamacaru, C. cerifera, C. globosa, S. saponaria, S. splendida, X. americana e Z. joazeiro, distribu†ram-se por toda a ‡rea, ocorrendo nas tr„s faixas (Tab. 2). Nenhuma espŒcie foi exclusiva da Faixa 1, mais pr‚xima ‰ margem, por sua vez, a espŒcie I. vera foi comum ‰s faixas 1 e 2, nƒo ocorrendo na faixa 3, corroborando com v‡rios estudos que relatam sua prefer„ncia por ambientes mais •midos. Genipa americana, Psidium guajava, Matelea harleyi, Acacia farnesiana, Maytenus sp. e Mimosa arenosa estiveram presentes apenas na Faixa 2, enquanto Coccoloba obtusifolia, Pithecelobium diversifolium, Parkinsonia aculeata, Margaritaria nobilis, Jatropha molissima e Croton heliotropiifolius marcaram presen€a apenas na Faixa 3, mostrando prefer„ncia por ambientes mais secos. A espŒcie Astronium fraccinifolium ocorreu nas faixas 1 e 3 e 17 espŒcies foram comuns ‰s faixas 2 e 3 (Tab. 2). 35 Em ‡reas de mata ciliar em brejos de altitude no munic†pio de Areia -PB, Andrade et al. (2006), registraram 10 espŒcies exclusivas para o Ambiente I (pr‚ximo ao rio, 0 a 20m), inclusive as espŒcies Caesalpinia ferrea e Cestrum laevigatum, tambŒm encontradas na mata ciliar da Agrovale, duas no Ambiente 2 (de 20 a 40 m de distˆncia dos cursos d’‡gua), sendo uma delas Capparis flexuosa, tambŒm encontrada nas tr„s faixas da mata da Agrovale e quatro no Ambiente 3 (de 40 a 60 m dos cursos d’‡gua), dentre as quais Ziziphus joazeiro, encontrada nas tr„s faixas da mata da Agrovale. Ziziphus joazeiro geralmente ocorre em locais onde a ‡gua do solo est‡ mais dispon†vel como vales de rios ou onde quer que a ‡gua permane€a por mais tempo no solo (Ferri, 1955; Andrade-Lima, 1981; Barbosa et al., 1989). Rodal & Nascimento (2002) tambŒm referenciam que o Z. joazeiro tem ocorr„ncia em ‡reas mais •midas da vegeta€ƒo caducif‚lia espinhosa nordestina. No entanto, esta espŒcie possui adapta€—es que permitem a ocupa€ƒo de ambientes mais distantes do curso d’‡gua como um sistema radicular bastante desenvolvido e baixa densidade da madeira (Barbosa et al., 1989). Semelhantemente, C. flexuosa e C. ferrea estiveram bem distribu†das nas tr„s faixas do presente estudo, mas s‚ foram encontradas no ambiente 2 e 1, respectivamente, no levantamento feito por Andrade et al (2006). Essa diferen€a de comportamento em rela€ƒo ‰ distribui€ƒo das espŒcies em fun€ƒo da distˆncia do curso d’‡gua indica que outros fatores podem estar influenciando a distribui€ƒo dessas espŒcies dentre eles a fertilidade do solo. 3.9 Similaridade entre as parcelas e relação entre distribuição de espécies e distância do rio A an‡lise de correspond„ncia retificada (detrended) (DCA) revela um gradiente de distˆncia do rio representado no eixo 1 (73% da varia€ƒo) (Fig. 14), no qual Inga vera domina um grupo formado por grande parte das parcelas mais pr‚ximas ao rio (Faixa 1), enquanto que na outra extremidade se concentram as parcelas mais distantes do rio (Faixa 3), mais relacionadas com as espŒcies Margaritaria nobilis, Erytrhoxylon pungens e Triplaris gardneriana. O gradiente do eixo 1 formado com as parcelas mais distantes do rio Œ maior em rela€ƒo ao das parcelas mais pr‚ximas ao rio, o que pode ser relacionado ao ambiente mais estressante na margem do rio Sƒo Francisco, onde h‡ inunda€—es frequentes e grande dom†nio de uma espŒcie (I. vera). A similaridade flor†stica calculada pelo ‘ndice de Jaccard tambŒm demonstra o gradiente de distˆncia do rio, com as Faixas 1 e 3 as mais 36 distintas (63%) e as Faixas 1 e 2 as mais similares (80%), com similaridade intermediária entre Faixas 2 e 3 (0,72). O gradiente florístico encontrado corrobora com os trabalhos de Nascimento et al (2003) e Aranha et al (2010), que também encontraram diferenças na composição florística nos distintos ambientes topográficos que caracterizam o terraço fluvial. Nascimento et al., (2003) e Nascimento (2008) também demonstraram que existem diferenças no regime hídrico e nas características do solo, incluindo a umidade, que decresce com o aumento da distância do rio e que por sua vez, influenciam diretamente na distribuição das espécies. A presença e a abundância da espécie Inga vera foi condicionante para o agrupamento das parcelas próximas ao leito do rio, relacionada à maior tolerância ou adaptação desta espécie a áreas susceptíveis a alagamento como já foi discutido anteriormente. Por outro lado, Celtis iguanaea foi condicionante para o agrupamento das parcelas da faixa 2, enquanto Margaritaria nobilis, Erythroxylum pungens e Triplaris gardneriana foram condicionantes para o agrupamento das parcelas da faixa 3 (mais distantes do leito do rio). A espécie Calotropis procera aparece no final de algumas parcelas da faixa 3, próximo à borda oposta á margem do rio. Os resultados da CCA confirmam o gradiente de distância do rio no eixo 1 e os agrupamentos das parcelas da Faixa 1 e das faixas 2 e 3, demonstrando as relações entre maiores quantidades de matéria orgânica e argila na Faixa 1, argila nas Faixas 1 e 2 e distância do rio na Faixa 3 (Fig. 15). Dentre essas, a distância do rio foi a que mais se correlacionou com a distribuição das espécies, de modo que a regressão entre o primeiro eixo da CCA com a distância das parcelas ao rio confirmou essa relação (R2 =0,89; F=46,21 p<0,001). 3.10 Comparação com outros trabalhos Algumas espécies listadas neste estudo também apresentam ocorrência em área de caatinga não ciliar como é o caso das espécies C. ferrea, C. flexuosa, C. jamacaru, B. leptophloeos, X. americana, S. tuberosa,S. brasiliensis, M. tenuiflora, A. fraxinifolium e J. mollissima. (Araújo et al., 1995; Pereira et al., 2002; Alcoforado-Filho et al., 2003; Cestaro & Soaeres, 2004; Lemos, 2004; Farias & Castro, 2004; Amorim et al., 2005; Andrade et al., 2005; Silva & Albuquerque, 2005; Rodal et al., 2008; Andrade et al., 2009; Santana et al., 2009), mostrando existir similaridade florística entre áreas ciliares e não ciliares da caatinga, o que demonstra a influência das formações vizinhas sobre a formação ciliar, refletindo sobre sua diversidade. 37 Alguns estudos flor†sticos e fitossociol‚gicos mostram que as espŒcies Z. joazeiro, G. spinosa, S. brasiliensis, S. saponaria, A. inundata, H. courbaril e T. gardneriana, formam popula€—es mais numerosas pr‚ximas a cursos d’‡gua (Lacerda et al., 2005; Ferraz et al., 2006; Rodal et al., 2008) enquanto M. tenuiflora, C. heliotropiifolium, bem como espŒcies ex‚ticas a exemplo de P. juliflora, C. procera e L. leucocephala, ocorrem com freq”„ncia em ‡reas da caatinga afetadas pela a€ƒo antr‚pica (Maracaj‡ et al., 2003; Andrade et al., 2005, Nascimento, 2008). Algumas das espŒcies registradas como I. vera, C. ferrea, H. courbaril, M. nobilis, T. gardneriana, S. brasiliensis, X. ciliatifolium, S. saponaria, C. laevigatum, G. americana e A. fraccinifolium sƒo apontadas na literatura como de ocorr„ncia em ‡reas ciliares de outros estados brasileiros alŒm do nordeste em outras forma€—es vegetais, como Mata Atlˆntica e Cerrado (Ferraz et al., 1998; Rodrigues & Naves 2000, Pereira et al., 2002; Rodal & Nascimento, 2002; Marangon et al., 2007; Nascimento et al., 2003; Lacerda et al., 2005; Ferraz et al., 2006; Lacerda et al., 2007; Lopes et al., 2008). Esta observa€ƒo remete ‰ fun€ƒo das matas ciliares como corredores ecol‚gicos, possibilitando a liga€ƒo de diferentes biomas e regi—es fitogeogr‡ficas. Ao comparar o presente trabalho com 15 levantamentos flor†sticos realizados em ‡reas de caatinga pode-se observar que enquanto algumas das espŒcies registradas na ‡rea ocorrerem com bastante frequ„ncia, a exemplo de Z. joazeiro, C. ferrea, S. brasiliensis, M. tenuiflora e J. mollissima, outras foram pouco referenciadas, nƒo sendo tƒo comuns em estudos da caatinga, inclusive em estudos realizados na mesma regiƒo do vale do Sƒo Francisco (Nascimento et al., 2003; Nascimento, 2008; Drumond et al., 2002; Aranha et al., 2010) sendo listadas a seguir: A. inundata, A. corallina, B. pentandra, C. obtusifolia, E. pungens, M. nobilis, Maytenus sp., R. apetala e S. saponaria. Albizia inundata Œ uma planta pioneira, de r‡pido crescimento, indicada para plantios mistos destinados ‰ recomposi€ƒo de ‡reas degradadas (Lorenzi, 2002). Inga vera tambŒm Œ recomendada para recupera€ƒo de ecossistemas degradados por possuir o sistema radicular pivotante, superficial, com numerosas ra†zes secund‡rias com excelente atua€ƒo no controle da erosƒo, protegendo o solo contra o assoreamento e assegurando importante papel no reflorestamento ao longo de rios (Carvalho, 1994; Bilia et al., 2003). AlŒm disso, representa uma grande contribui€ƒo para manuten€ƒo da fauna uma vez que suas sementes sƒo muito apreciadas por macacos, aves e peixes, que colaboram com a dispersƒo alŒm da dispersƒo pela ‡gua. Recomenda-se que seja plantada nas faixas mais pr‚ximas aos cursos d’‡gua, em locais sujeitos a inunda€—es peri‚dicas de mŒdia a longa dura€ƒo e com per†odos de encharcamento longo (Carvalho, 1994). 38 4. CONSIDERAÇÕES GERAIS O gradiente de distˆncia do rio, que envolve diferen€as na umidade do solo e na disponibilidade h†drica favorece a forma€ƒo de microambientes, que por sua vez condicionam tanto a presen€a quanto a abundˆncia de espŒcies e leva ‰ forma€ƒo de um gradiente flor†stico. Cada microambiente abriga uma flora caracter†stica altamente dependente da manuten€ƒo desses ecossistemas. Portanto, tanto as ‡reas mais pr‚ximas ‰s margens quanto as mais afastadas apresentam elevada importˆncia para a conserva€ƒo, representando uma fonte de recursos para ser usada em projetos de restaura€ƒo, disponibilizando sementes e atŒ plˆntulas, visto que o solo da ‡rea apresenta grande abundˆncia delas, inclusive de Inga vera, que se perdem sobremaneira na Œpoca das cheias do rio. O trecho estudado representa um dos •ltimos fragmentos florestais ribeirinhos da regiƒo e possui uma diversidade elevada, inclusive com espŒcies end„micas da caatinga. As ‡reas mais pr‚ximas ‰s margens, por estarem sujeitas ‰s inunda€—es e ‰ maior pressƒo antr‚pica, apresentam maior fragilidade que as ‡reas adjacentes, merecendo aten€ƒo especial. Nestas ‡reas destaca-se a importˆncia de Inga vera, que possui excelente atua€ƒo no controle da erosƒo, evitando o assoreamento, sendo recomendada para o reflorestamento das ‡reas mais pr‚ximas aos cursos d’‡gua, em locais sujeitos a inunda€—es peri‚dicas de mŒdia a longa dura€ƒo. 5. AGRADECIMENTOS … Coordena€ƒo de Aperfei€oamento de Pessoal de N†vel Superior (CAPES), pela bolsa de doutorado concedida e ao projeto Sƒo Francisco (FAO-MMA-PNE-UEFS), pelo aux†lio financeiro. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AB’SABER, A.N. 1970. Prov†ncias geol‚gicas e dom†nios morfo-clim‡ticos no Brasil. Sƒo Paulo: IGEOG/USP. 26p. (Geomorfologia, 20). 39 AB’ S•BER, A.N. 2000. O suporte geoecol‚gico das florestas beiradeiras (ciliares). In: RODRIGUES, R.R.; LEITŽO FILHO, H. de F. Matas ciliares: conserva€ƒo e recupera€ƒo. 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Variáveis pH em H2O P – Mehlich (mg.dm-3) K+ (mg.dm-3) Ca++ (cmolc.dm-3) Mg++ (cmolc.dm-3) Al+++ (cmolc.dm-3) H+Al (cmolc.dm-3) CTC - (cmolc.dm-3) V – satura€ƒo de bases (%) MatŒria orgˆnica (g.kg-1) Areia total(%) Silte (%) Argila (%) Faixa 1 6,09 a 37,91 ab 107,9 b 6,59 a 1,83 a 0,03 a 2,52 a 11,36 a 80,10 a 14,19 a 45,79 b 33,56 ab 18,98 a Faixa 2 Faixa 3 6,36a 45,25 a 161,85 a 7,17 a 1,53 a 0,02 a 2,15 a 11,41 a 83,25 a 12,77 a 52,35 a 32,73 b 14,93 b 6,1 a 29,25 b 154,05 ab 6,77 a 1,85 a 0,03 a 2,4 a 11,55 a 80,08 a 13,98 a 39,49 b 39,73 a 20,78 a Os valores seguidos por letras iguais, nas linhas, nƒo diferem significativamente (Anova p>0,05). Tabela 2. Lista das fam†lias e espŒcies encontradas dentro (A) e fora (B) das parcelas ‰s margens do Rio Sƒo Francisco em Juazeiro, BA, indicando o h‡bito de crescimento, o est‡dio sucessional e a ocorr„ncia nas diferentes faixas de distˆncia do rio. Pioneira (PI), Secund‡ria inicial (SI) e Secund‡ria Tardia (ST). *EspŒcies ex‚ticas. Famílias/Espécies APOCYNACEAE Matelea harley Fontella Calotropis procera (Ait.) R.Br* ARECACEAE Copernicia cerifera (Arruda) Mart. ANACARDIACEAE. Astronium fraxinifolium Schott Schinopsis brasiliensis Engl. Spondias tuberosa Arruda BIGNONIACEAE Arrabidaea corallina BORAGINACEAE Cordia globosa (Jacq.) Kunth Tournefortia rubicunda Salzm.ex DC. BURSERACEAE Commiphora leptophloeos (Marth) J.B. Gillet CACTACEAE Cereus jamacaru DC Harrisia adscendens (Gurke) Britton & Rose CANNABACEAE Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. FAIXA 1 2 3 Hábito de crescimento Estádio Sucessional Trepadeira Arbustivo PI PI - Arb‚reo SI - x Arb‚reo Arb‚reo Arb‚reo ST ST SI - x Trepadeira PI Arbustivo Arbustivo SI PI - Arb‚reo PI - Arb‚reo Arbustivo SI PI - Arb‚reo PI - A B - x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x - 55 CAPPARACEAE Capparis flexuosa L. CELASTRACEAE Maytenus sp. ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum pungens O.E.Schultz EUPHORBIACEAE Croton campestris A. St.-Hil. Jatropha molissima (Pohl.) Baill. Margaritaria nobilis L. f. Cnidoscolus phyllacanthus (Mart.) Pax & Hoffm. LEGUMINOSAE/ Caesalpinioideae Bauhinia pentandra (Bong.) Vogel ex Steud. Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Hymenaea courbaril L. Parkinsonia aculeata L. Senna splendida (Vogel) Irwin & Barneby Senna macranthera (Collad.) Irwin & Barneby LEGUMINOSAE/ Mimosoideae Acacia farnesiana (L.)Willd. Albizia inundata (Mart.) Barneby & Grimes Chloroleucon sp. Inga vera subsp. affinis (DC.) T.D. Pennington Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit* Mimosa arenosa (Willd.) Poir. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Pithecelobium diversifolium Benth. Prosopis juliflora (SW) DC.* LEGUMINOSAE/Papilionoideae Geoffroea spinosa Jacq. MALPIGHIACEAE Banisteriopsis muricata (Cav.) Cuatrec. MALVACEAE Melochia tomentosa L. MYRTACEAE Psidium guajava L. OLACACEAE Ximenia americana L. POLYGONACEAE Coccoloba obtusifolia Jacq. Ruprechtia apetala Wedd. Triplaris gardneriana Wedd. RAMNHACEAE Ziziphus joazeiro Mart. RUBIACEAE Genipa americana L. SALICACEAE Banara sp. Xylosma ciliatifolium (Clos) Eichler SAPINDACEAE Sapindus saponaria L. Paullinia pinnata L. SOLANACEAE Cestrum laevigatum Schlechtd Arbóreo PI - x x Arbóreo ST - x Arbustivo ST - x Arbustivo Arbustivo Arbustivo PI PI ST - Arbóreo PI Arbustivo Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbustivo Arbustivo SI SI ST PI PI PI - Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbóreo PI PI PI PI PI PI PI SI PI - Arbóreo PI - trepadeira PI - Arbustivo PI Arbóreo x x x x x - x x x x x x - x x - x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x - x x SI - x Arbóreo PI - Arbustivo Arbóreo Arbóreo SI ST PI - Arbóreo PI - Arbóreo ST - x Arbustivo Arbustivo PI PI - x x x x Arbóreo Trepadeira PI PI - x x x x Arbustivo PI - x x x x x x x x x x x x 56 Tabela 3. Parˆmetros fitossociol‚gicos das espŒcies arbustivo-arb‚reas (DNS ≥ 3 cm) em ordem decrescente de IVI (†ndice de valor de importˆncia). NI = n•mero de indiv†duos, DA = densidade absoluta, DoA = dominˆncia absoluta, FA = freq”„ncia absoluta, DR = densidade relativa, DoR = dominˆncia relativa, FR = frequ„ncia relativa, IVC = †ndice de valor de cobertura, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia,Brasil. Espécie Inga vera sub. affinis Celtis iguanaea Zizyphus joazeiro Albizia inundata Caesalpinia ferrea Capparis flexuosa Ximenia americana Erythroxylum pungens Schinopsis brasiliensis Mimosa tenuiflora Cordia globosa Hymenaea courbaril Copernicia cerifera Sapindus saponaria Margaritaria nobilis Calotropis procera Xylosma ciliatifolium Bauhinia catingae Chloroleucon sp Prosopis juliflora Triplaris gardneriana Mimosa arenosa Cereus jamacaru Senna splendida Waltheria betonicie Acacia farnesiana Jatropha molissima Astronium fraxinifolium Commiphora leptophloeos Geoffroea spinosa Tournefortia rubicunda Banara sp. Leucaena leucocephala Cestrum laevigatum Psidium guajava Rupretia apetala Croton campestris Parkinsonia aculeata Pithecelobium diversifolium Genipa americana Coccoloba obtusifolia Maytenus sp. Total NI 536 270 88 130 64 84 87 73 22 22 38 16 9 15 31 16 17 9 9 7 10 10 7 6 7 6 9 5 4 4 4 4 3 3 6 2 2 2 2 1 3 1 1644 DA 389,8 196,4 64,0 94,5 46,5 61,1 63,3 53,1 16,0 16,0 27,6 11,6 6,5 10,9 22,5 11,6 12,4 6,5 6,5 5,1 7,3 7,3 5,1 4,4 5,1 4,4 6,5 3,6 2,9 2,9 2,9 2,9 2,2 2,2 4,4 1,5 1,5 1,5 1,5 0,7 2,2 0,7 1.195,6 DoA 4,9309 2,8871 2,5955 1,6304 0,8732 0,2981 0,4555 0,1543 0,4806 0,2546 0,0571 0,2531 0,2852 0,1795 0,0595 0,1231 0,0224 0,0082 0,0281 0,1104 0,0365 0,0233 0,0407 0,0043 0,0090 0,0134 0,0102 0,0136 0,0093 0,0063 0,0049 0,0044 0,0063 0,0033 0,0234 0,0104 0,0017 0,0017 0,0016 0,0495 0,0044 0,0003 15,9653 FA 45,45 81,82 54,55 58,18 49,09 56,36 29,09 27,27 23,64 27,27 29,09 18,18 10,91 12,73 7,27 10,91 12,73 14,55 12,73 7,27 9,09 9,09 9,09 10,91 9,09 7,27 5,45 5,45 5,45 5,45 5,45 5,45 5,45 5,45 1,82 3,64 3,64 3,64 3,64 1,82 1,82 1,82 709,07 DR 32,60 16,42 5,35 7,91 3,89 5,11 5,29 4,44 1,34 1,34 2,31 0,97 0,55 0,91 1,89 0,97 1,03 0,55 0,55 0,43 0,61 0,61 0,43 0,36 0,43 0,36 0,55 0,30 0,24 0,24 0,24 0,24 0,18 0,18 0,36 0,12 0,12 0,12 0,12 0,06 0,18 0,06 100 DoR 30,89 18,08 16,26 10,21 5,47 1,87 2,85 0,97 3,01 1,59 0,36 1,59 1,79 1,12 0,37 0,77 0,14 0,05 0,18 0,69 0,23 0,15 0,26 0,03 0,06 0,08 0,06 0,09 0,06 0,04 0,03 0,03 0,04 0,02 0,15 0,06 0,01 0,01 0,01 0,31 0,03 0,00 100,0 FR 6,41 11,54 7,69 8,21 6,92 7,95 4,10 3,85 3,33 3,85 4,10 2,56 1,54 1,79 1,03 1,54 1,79 2,05 1,79 1,03 1,28 1,28 1,28 1,54 1,28 1,03 0,77 0,77 0,77 0,77 0,77 0,77 0,77 0,77 0,26 0,51 0,51 0,51 0,51 0,26 0,26 0,26 100 IVC 63,49 34,51 21,61 18,12 9,36 6,98 8,15 5,41 4,35 2,93 2,67 2,56 2,33 2,04 2,26 1,74 1,17 0,60 0,72 1,12 0,84 0,75 0,68 0,39 0,48 0,45 0,61 0,39 0,30 0,28 0,27 0,27 0,22 0,20 0,51 0,19 0,13 0,13 0,13 0,37 0,21 0,06 200 IVI 69,90 46,05 29,30 26,32 16,29 14,93 12,25 9,25 7,68 6,78 6,77 5,12 3,87 3,83 3,28 3,28 2,97 2,65 2,52 2,14 2,12 2,04 1,96 1,93 1,76 1,47 1,38 1,16 1,07 1,05 1,04 1,04 0,99 0,97 0,77 0,70 0,65 0,64 0,64 0,63 0,47 0,32 300 57 Tabela 4. Resultados das vari‡veis fitossociol‚gicas de ‡rvores e arbustos (DNS ≥ 3 cm) amostrados nas tr„s faixas de distˆncia do rio, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Os valores correspondem ‰ amostra total e ‰s N parcelas dos tr„s gradientes de distˆncia do rio. 18 20 17 Densidade (ind.ha-1) 1.429 936 1.252 „rea basal (m2,ha-1) 21,797 12,171 14,247 Altura m…xima 16 17 15 Altura mƒdia 6,33 4,28 3,92 Di†metro m…ximo 71,21 88,1 69,13 Di†metro mƒdio 10,7 9,09 9,16 1,14 2,66 2,67 55 1.196 19,554 17 4,96 88,1 8,67 2,49 Ambientes Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Amostra total N H’ Tabela 5. Parˆmetros fitossociol‚gicos das espŒcies arbustivo-arb‚reas (DNS ≥ 3 cm) da Faixa 1, em ordem decrescente de IVI (†ndice de valor de importˆncia). NI = n•mero de indiv†duos, DR = densidade relativa, DoR = dominˆncia relativa, FR = frequ„ncia relativa, IVC = †ndice de valor de cobertura, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia, Brasil. ESPECIE Inga vera sub. affinis Celtis iguanaea Zizyphus joazeiro Albizia inundata Capparis flexuosa Caesalpinia ferrea Sapindus saponaria Xymenia americana Cordia globosa Senna splendida Copernicia cerifera Calotropis procera Cereus jamacaru Astronium fraxinifolium NI DR 439 68,27 111 17,26 26 4,04 16 2,49 17 2,64 8 1,24 5 0,78 8 1,24 3 0,47 2 0,31 1 0,16 3 0,47 2 0,31 2 0,31 Do R FR IVI IVC 60,66 24,32 153,26 128,93 22,17 21,62 61,06 39,44 10,35 9,46 23,85 14,40 2,54 9,46 14,49 5,03 0,93 8,11 11,68 3,57 0,95 5,41 7,60 2,19 0,90 5,41 7,08 1,68 0,42 5,41 7,07 1,67 0,08 2,70 3,25 0,55 0,02 2,70 3,04 0,33 0,67 1,35 2,18 0,83 0,18 1,35 1,99 0,64 0,08 1,35 1,74 0,39 0,05 1,35 1,71 0,36 58 Tabela 6. Parˆmetros fitossociol‚gicos das espŒcies arbustivo-arb‚reas (DNS ≥ 3 cm) da Faixa 2, em ordem decrescente de IVI (†ndice de valor de importˆncia). NI = n•mero de indiv†duos, DR = densidade relativa, DoR = dominˆncia relativa, FR = frequ„ncia relativa, IVC = †ndice de valor de cobertura, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia, Brasil. ESPECIE Celtis iguanaea Ziziphus joazeiro Inga vera sub. affinis Caesalpinia ferrea Albizia inundata Mimosa tenuiflora Capparis flexuosa Schinopsis brasiliensis Cordia globosa Erythroxylum pungens Sapindus saponaria Hymenaea courbaril Copernicia cerifera Xylosma ciliatifolium Xymenia americana Bauhinia catingae Mimosa arenosa Acacia farnesiana Chloroleucon sp. Senna splendida Psidium guajava Calotropis procera Genipa americana Cereus jamacaru Waltheria betonicie Leucaena leucocephala Prosopis juliflora Triplaris gardneriana Tournefortia rubicunda Banara sp. Geoffroea spinosa Cestrum laevigatum Maytenus sp. NI 92 36 97 37 32 20 28 10 20 14 9 6 4 12 5 5 7 4 3 3 6 3 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 DR 19,66 7,69 20,73 7,91 6,84 4,27 5,98 2,14 4,27 2,99 1,92 1,28 0,85 2,56 1,07 1,07 1,50 0,85 0,64 0,64 1,28 0,64 0,21 0,43 0,43 0,43 0,43 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 DoR 15,06 23,86 13,64 13,40 10,67 4,28 1,76 4,05 0,52 0,37 2,33 2,63 3,47 0,27 0,49 0,14 0,28 0,20 0,13 0,03 0,53 0,29 1,12 0,20 0,06 0,04 0,03 0,05 0,04 0,02 0,01 0,01 0,01 FR 8,78 8,78 4,05 7,43 8,78 7,43 7,43 4,73 4,73 4,05 2,70 2,03 1,35 2,70 2,70 2,70 2,03 2,03 2,03 2,03 0,68 1,35 0,68 1,35 1,35 1,35 0,68 0,68 0,68 0,68 0,68 0,68 0,68 IVI 43,51 40,33 38,42 28,74 26,29 15,99 15,18 10,92 9,52 7,42 6,96 5,94 5,67 5,54 4,27 3,91 3,80 3,08 2,80 2,70 2,49 2,28 2,01 1,98 1,84 1,82 1,14 0,94 0,93 0,91 0,90 0,90 0,90 IVC 34,72 31,55 34,37 21,30 17,51 8,55 7,75 6,19 4,79 3,36 4,26 3,92 4,32 2,83 1,56 1,21 1,77 1,05 0,77 0,67 1,81 0,93 1,33 0,63 0,49 0,47 0,46 0,26 0,25 0,23 0,22 0,22 0,22 59 Tabela 7. Parˆmetros fitossociol‚gicos das espŒcies arbustivo-arb‚reas (DNS ≥ 3 cm) da Faixa 3, em ordem decrescente de IVI (†ndice de valor de importˆncia). NI = n•mero de indiv†duos, DR = densidade relativa, DoR = dominˆncia relativa, FR = frequ„ncia relativa, IVC = †ndice de valor de cobertura, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco, Bahia, Brasil. ESP•CIE Albizia inundata Celtis iguanaea Ziziphus joazeiro Ximenia americana Capparis flexuosa Erythroxylum pungens Caesalpinia ferrea Schinopsis brasiliensis Margaritaria nobilis Cordia globosa Hymenaea courbaril Calotropis procera Prosopis juliflora Triplaris gardneriana Mimosa tenuiflora Copernicia cerifera Jatropha molissima Bauhinia catingae Xylosma ciliatifolium Waltheria betonicie Chloroleucon sp. Cereus jamacaru Sapindus saponaria Astronium fraxinifolium Commiphora leptophloeos Geoffroea spinosa Rupretia apetala Tournefortia rubicunda Croton heliotropiifolius Parkinsonia aculeata Senna splendida Pithecelobium diversifolium Coccoloba obtusifolia Leucaena leucocephala Banara sp. NI 84 67 28 77 39 57 19 12 31 16 8 10 5 9 5 4 9 4 6 5 3 3 4 3 3 3 2 2 2 2 2 2 3 1 1 DR DoR FR IVI IVC 15,79 22,60 7,98 46,36 38,39 12,59 14,51 9,20 36,31 27,11 5,26 18,59 6,13 29,98 23,85 14,47 9,28 4,91 28,66 23,76 7,33 3,49 8,59 19,41 10,82 10,71 3,06 4,91 18,68 13,78 3,57 4,83 7,36 15,77 8,40 2,26 6,84 4,29 13,39 9,10 5,83 1,35 2,45 9,63 7,18 3,01 0,66 4,91 8,57 3,66 1,50 3,02 3,07 7,59 4,53 1,88 2,22 1,84 5,94 4,10 0,94 2,47 1,84 5,25 3,41 1,69 0,78 2,45 4,92 2,47 0,94 1,12 2,45 4,51 2,06 0,75 1,90 1,84 4,49 2,65 1,69 0,23 1,84 3,76 1,92 0,75 0,04 2,45 3,25 0,79 1,13 0,25 1,84 3,22 1,38 0,94 0,14 1,84 2,92 1,08 0,56 0,41 1,84 2,81 0,97 0,56 0,60 1,23 2,39 1,16 0,75 0,39 1,23 2,37 1,14 0,56 0,23 1,23 2,02 0,79 0,56 0,13 1,23 1,92 0,70 0,56 0,13 1,23 1,92 0,70 0,38 0,24 1,23 1,84 0,61 0,38 0,06 1,23 1,66 0,44 0,38 0,04 1,23 1,64 0,41 0,38 0,04 1,23 1,64 0,41 0,38 0,04 1,23 1,64 0,41 0,38 0,04 1,23 1,64 0,41 0,56 0,10 0,61 1,28 0,66 0,19 0,10 0,61 0,90 0,29 0,19 0,04 0,61 0,84 0,23 60 FIGURAS Figura 1. Mapa da localização dos municípios que compõem o submédio São Francisco, incluindo o município onde foi realizado o estudo, Juazeiro, Bahia, Brasil. Figura 2. Imagem de satélite do fragmento de mata ciliar localizado na área da empresa Agrovale (fonte: Google Earth 2007), Submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. A área do estudo está localizada na margem direita, representada pela parte verde mais escura, (demarcada em vermelho) circundada por cana-de-açucar (verde-claro). 61 A B C D E F G Figura 3. Aspecto da vegetação da área de estudo situada no submédio São Francisco, Juazeiro, BA, Brasil. A e B - Bordas do fragmento; C e D - interior do fragmento; E - Triplaris gardneriana Wedd.; F- Schinopsis brasiliensis Engl.; G- Hymenaea courbaril L. 140 30 120 25 100 20 80 15 60 10 40 5 20 0 Temperatura /Evaporação Precipitação / Umidade 62 Precipitação Umidade Temperatura Evaporação 0 J F M A M J J A S O N D Figura 4. MŒdias mensais da precipita€ƒo (mm), umidade relativa do ar (%), temperatura do ar (˜C) e evapora€ƒo (mm) no per†odo de 1979 a 2009 (30 anos), calculadas a partir dos dados da Esta€ƒo Meteorol‚gica do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro, Bahia, Brasil (09™24'S 40™26'W). Fonte: Adaptado de Embrapa Semi‡rido (2009). Figura 5. Representa€ƒo esquem‡tica dos tr„s ambientes geomorfol‚gicos (plan†cie e terra€o aluvial e plat•), as margens do rio Sƒo Francisco (9o00’S, 40o13’W, 377 m de altitude), em Juazeiro, Bahia, Brasil (Fonte: Nascimento, 2008). 63 Figura 6. Desenho esquemático da distribuição das 55 parcelas alocadas em três faixas (F1, F2 e F3) de distância da margem do rio São Francisco, em Juazeiro, Bahia, Brasil. Índice de espécies acumuladas S uficiência 13a. P arcela 40 30 funç ão logarítm ica y = 8,5145Ln(x ) + 6,2597 R 2 = 0,9908 20 10 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 P arc elas Figura 7. Suficiência amostral para um fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. e lic ac ea ae Sa ia ce e ph or b in ac ea Eu Bo ra g ia c ea e e An ac ar d ac ea e hr ox yl Er yt na ce a ae ce yc ta gi N ce ae pp ar a Ca na am Rh nn Ca Le gu m ab in ac os ea e ae % de IVI 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Figura 8. Famílias com maior Índice de valor de importância (IVI) em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 80 70 50 40 30 20 10 ig tis Ce l Zi zy ga v er a ua na ea ph us jo az ei A ro lb izi ai nu nd Ca at es a al pi ni a fe Ca rre pp a ar is fle xu X im os en a ia a m Er er yt ica hr ox na yl um Sc pu hi ng no en ps s is br as ili en si s Co rd ia gl ob os a 0 In % de IVI 60 64 Figura 9. Espécies com maior Índice de valor de importância (IVI) em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 25 % de indivíduos 20 15 10 5 0 1 a2 2,1 a 3 3,1 a 4 4,1 a 5 5,1 a 6 6,1 a 7 7,1 a 8 8,1 a 9 9,1 a 10 10,1 a 11 11,1 a 12 12,1 a 13 13,1 a 14 14,1 a 15 15,1 a 16 16,1 a 17 Classes de altura (m) Figura 10. Distribuição percentual dos indivíduos em classes de altura a intervalo fixo de 1 m, aberto à esquerda e fechado à direita, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 a1 5 15 ,1 a1 6 16 ,1 a1 7 a1 4 14 ,1 a1 3 13 ,1 a1 2 12 ,1 11 11 ,1 a9 10 10 ,1 a 9, 1a a8 8, 1 7,1 a6 a7 6, 1 5,1 a4 a3 a5 4, 1 3, 1 2, 1 1, 0 a2 0 Classes de altura (m) Figura 11. Distribuição percentual dos indivíduos em classes de altura, a intervalo fixo de 1 m, aberto à esquerda e fechado à direita, nas três faixas de distância do rio, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 90 a 84 87 a 78 81 a 72 75 a 66 69 a 60 63 a 54 57 a 48 51 a 42 45 a 36 39 a 30 33 a 24 a 27 21 a 15 9 3 a a 12 18 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 6 % de indivíduos 65 Classes de diâmetro Figura 12. Distribuição percentual dos indivíduos em classes de diâmetros, a intervalo fixo de 3m, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. número de indivíduos Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 300 250 200 150 100 50 90 a 84 87 a 78 81 a 72 75 a 66 69 a 60 63 a 54 57 a 48 51 45 a 42 39 a 36 33 a 30 27 a 24 21 a 18 a 15 a 9 3 a 6 12 0 Classes de diâmetro Figura 13. Distribuição dos indivíduos por classes de diâmetros, nas três faixas de distância do rio, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 66 4.2 Calotropis_procera 3.6 Mimosa_arenosa 3 Ziziphus_joazeiro 3 2 Jatropha_molissima 3 2 Hymenaea_courbaril Mimosa_tenuiflora Schinopsis_brasiliensis 2 2Cordia_Globosa 2 2 Xylosma_ciliatifolium 2 3 Caesalpinia_ferrea 3 Erythroxilum_pungens Eixo 2 - 0,32 2.4 1.8 1 1 1 Inga_cf_vera 11 2 11111 11 2 1 1 2 1 1.2 0.6 1 1 2 23 2 1 Celtis_membranacea 1 22 2 2 0 3 Margaritaria_nobilis 3 Triplaris_gardneriana 3 2 Capparis_flexuosa 2 3 33 3 Sapindus_saponaria 3 3 Bauhinia_pentandra 3 Albizia_inundata 3 3 -0.6 Xymenia_americana -0.6 0 0.6 1.2 1.8 2.4 Eixo 1 - 0,73 3 3.6 4.2 Figura 14. Análise de correspondência retificada entre as parcelas que compõem as diferentes faixas de distância do rio e as respectivas espécies, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Os números representam as parcelas sendo que as parcelas da faixa 1 iniciam com o número 1, as parcelas da faixa 2 com o número 2 e as da faixa 3 com o número 3. 67 a Figura 15. Ordenação das parcelas, realizada por meio de uma análise de correspondência canônica (CCA) em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Os números seguidos de letras representam as parcelas sendo que as parcelas da faixa 1 iniciam com o número 1, as parcelas da faixa 2 com o número 2 e as da faixa 3 com o número 3. Os vetores representam as variáveis ambientais (M.O = matéria orgânica; dist_Rio = distância do rio; At= areia total; P= fósforo; V= saturação de bases) e o primeiro eixo, o gradiente florístico. 68 CAPÍTULO 2 2 Fenologia de um fragmento de mata ciliar em área de caatinga no submédio São Francisco, Bahia, Brasil 2 Este capítulo será submetido à Revista Brazilian Journal of Biology 69 RESUMO (Fenologia de um fragmento de mata ciliar em área de caatinga no submédio São Francisco, Bahia, Brasil). O presente estudo teve como objetivo detectar padrões fenológicos em um gradiente de mata ciliar para caatinga e analisar a hipótese de que os padrões vegetativos e reprodutivos são influenciados pela distância do rio e pelas condições ambientais. A área investigada está situada no município de Juazeiro, Bahia, Brasil, onde foram selecionados e marcados 224 indivíduos das 12 espécies de maior IVI, distribuídas em 30 parcelas alocadas em três faixas de acordo com a distância do rio: F1) a mais próxima do rio (10 a 50 m do rio); F2) a seção intermediária das transecções (60 a 110 m); F3) a mais distante do rio (120 a 170m). As observações foram realizadas no período de novembro de 2007 a outubro de 2009 e as análises foram realizadas em nível de comunidade e de população. Na comunidade, foram observados queda e brotamento foliar bem como floração e frutificação anual, com alta sincronia entre as diferentes espécies e entre os indivíduos da mesma espécie. O maior pico de queda ocorreu na estação seca e de brotamento no final do período seco e início do chuvoso. A maioria das espécies floresceu entre agosto e fevereiro e frutificou de dezembro a maio de 2008 e 2009 (período úmido). Nas populacões, o padrão de floração e frutificação foi anual e regular, com alta sincronia entre os indivíduos. A intensidade da floração e da frutificação foi maior nas parcelas mais próximas ao rio diminuindo com a distância da margem (F1>F2>F3), ao contrário da intensidade de queda foliar, maior nas parcelas mais afastadas do rio (F3>F2>F1). Portanto, a intensidade das fenofases reprodutivas e vegetativas variou com a distância das parcelas ao rio, sendo também fortemente influenciada pelo regime pluviométrico da região. Todas as fenofases tiveram forte correlação com fatores ambientais, sendo o brotamento e a floração correlacionados com a temperatura, à umidade e ao fotoperíodo, enquanto a queda foliar e a frutificação estiveram correlacionadas à precipitação e ao fotoperíodo. Palavras-chave:, atividade foliar, floração, frutificação, rio São Francisco. 70 ABSTRACT (Phenology of a riparian forest fragment in a caatinga area in the Submid San Francisco region, Bahia, Brazil). This study aimed to detect phenological patterns in a gradient of riparian forest and caatiga to examine the hypothesis that the vegetative and reproductive patterns are influenced by the distance from the river and by environmental conditions. The area is located on the right bank of the Sao Francisco River, in Juazeiro, Bahia, Brazil, where 224 individuals were selected and marked within 30 plots of 10 m x 25 m placed according to their distances from the river. The observations were carried out from November 2007 to October 2009 and the analyses were made at community and population levels. The pattern of fall and flushing leaf presented by the community was continuous but with its peak in the dry season, showing a high synchrony among the different species as well as the individuals of the same species. The sprouting was much intensive during the months of October, November, December and January, which comprise the end of the dry season and the beginning of the rainy season. The flowering and fruiting pattern presented by the populations studied was continuous and regular, with most of the species blooming from August to February and fruiting from December to May in 2008 and 2009 (wet season). Within populations, the pattern of flowering and fruiting was annual, regular, with high synchrony among individuals. The intensity of flowering and fruiting was higher in plots closer to the river decreasing as they were far from the bank of the river (F1> F2> F3) opposite to the intensity of fall of leaves, which was higher in the further plots from the river and lower in nearer ones (F3> F2> F1). Therefore, the intensity of reproductive and vegetative phenological phases varied according to the distance of the plots from the river and was also strongly influenced by the rainfall in the region. All phenophases had strong correlation with environmental factors, the flushing leaf and flowering correlated with temperature, humidity and photoperiod, while the leaf fall and fruiting were correlated to rainfall and photoperiod. Keywords: Phenology, leafing activity, flowering, fruiting, Sao Francisco River. 71 1. INTRODUÇÃO As forma€—es vegetais situadas ao longo das margens de cursos d’‡gua sƒo conhecidas como matas ou florestas ciliares e possuem reconhecida importˆncia para conserva€ƒo da biodiversidade e ‰ manuten€ƒo do equil†brio dos ecossistemas. Apesar de estarem protegidas pela legisla€ƒo federal, tais florestas v„m sendo severamente convertidas em ‡reas de uso (Rodrigues & Leitƒo Filho, 2000). Na Bacia do Sƒo Francisco esse problema Œ antigo (Vasconcelos Sobrinho, 1970; Duque, 1973; ANA, 2003; S‡, 2004), porŒm se agravou sobremaneira nos •ltimos 30 anos, em particular na regiƒo do SubmŒdio Sƒo Francisco, destacando-se o desmatamento para a pr‡tica da agricultura como principal fator (Rabelo et al., 1990; Nascimento et al., 2003). A amplitude do desmatamento da vegeta€ƒo ciliar na regiƒo do SubmŒdio pode ser facilmente constatada pela visualiza€ƒo de imagens de satŒlite, restando poucos fragmentos de mata nativa. Estudos enfocando os padr—es fenol‚gicos das espŒcies em florestas ciliares sƒo escassos, (Oliveira & Moreira, 1992; Carmo & Morellato, 2000; Funch et al., 2002; Reis et al., 2005), principalmente na regiƒo Nordeste, destacando-se os de Funch et al. (2002) e Miranda et al. (2011) em uma mata ciliar na Chapada Diamantina, no Estado da Bahia. As observa€—es fenol‚gicas permitem conhecer os ciclos vegetativos e reprodutivos das espŒcies, que comumente sƒo relacionados ‰s condi€—es clim‡ticas e ao car‡ter adaptativo de cada espŒcie em sua ‡rea de ocorr„ncia (Morellato, 2003; Andreis et al., 2005). Desta forma, re•nem informa€—es sobre o estabelecimento de espŒcies, per†odo de crescimento, per†odo de reprodu€ƒo (flora€ƒo e frutifica€ƒo) e disponibilidade de recursos para polinizadores e dispersores (Morellato & Leitƒo Filho, 1992; Carmo & Morellato, 2000), sendo considerados de extrema importˆncia para o entendimento da dinˆmica dos ecossistemas e para prote€ƒo, enriquecimento, recupera€ƒo ou reconstitui€ƒo de ‡reas degradadas (Carmo & Morellato, 2000; Montagnini & Jordan, 2002). A maior parte dos estudos realizados nos tr‚picos indica que os ritmos peri‚dicos de crescimento e reprodu€ƒo sƒo regulados pela a€ƒo conjunta dos fatores clim‡ticos associadas ‰s caracter†sticas inerentes ‰s espŒcies (Borchert, 1983; Morellato et al., 1989; Wright & Calderon, 1995; Batalha et al., 1997; Ferraz et al., 1999). No entanto, a sazonalidade clim‡tica Œ apontada como o fator mais importante em florestas tropicais (Wright & Van Schaik, 1994), sobretudo em ambientes sujeitos a uma forte estacionalidade de precipita€ƒo (Machado et al., 1997; Justiniano & Fredericksen, 2000; Bulhƒo & Figueiredo, 2002), como no caso da caatinga. 72 A época, a duração e o grau de sincronia das fenofases, têm importantes implicações na estrutura, funcionamento e regeneração da comunidade, bem como na quantidade e qualidade de recursos disponíveis aos consumidores (Williams et al., 1999). A queda de folhas, por exemplo, acarreta na modificação do microclima da floresta, assim como as épocas de produção de novas folhas, de flores e de frutos podem influenciar a atividade de muitos herbívoros, polinizadores e frugívoros (Justiniano & Fredericksen, 2000). Na caatinga destacam-se algumas características fenológicas bem marcantes como a rápida renovação das copas no início da época de chuvas e a caducifolia durante parte da estação seca com predomínio de espécies decíduas, e algumas perenifólias (Barbosa et al., 2003; Araújo & Ferraz, 2003; Fernandes, 2006; Amorim et al., 2009; Siqueira Filho et al., 2010). A floração e a frutificação da maioria das espécies também parecem ser reguladas pelo ciclo de chuvas. No entanto, há espécies que florescem ou frutificam em plena época seca (Oliveira et al., 1988; Pereira et al., 1989; Barbosa et al., 1989; Machado et al., 1997; Araújo, 2005). Barbosa et al. (2003) investigando o comportamento fenológico de espécies lenhosas da caatinga observaram duas categorias de plantas quanto à queda e renovação foliar: perenifólias e decíduas. As primeiras (18% da amostra) perderam as folhas gradualmente, substituindo as velhas pelas novas ainda na época seca. As espécies decíduas (82% da amostra) tiveram a queda concentrada no início ou no final da estação seca e a renovação ocorreu no final dessa estação e início da chuvosa, permanecendo sem folhas por um período de 2 a 6 meses. A maioria das espécies perenifólias apresentou floração na estação seca, enquanto a maioria das espécies decíduas floresceu na estação chuvosa. A dispersão dos frutos variou conforme a síndrome de dispersão: as espécies zoocóricas (100% das perenifólias) com frutos carnosos dispersaram seus propágulos na estação chuvosa ou transição seca/chuvosa, as anemocóricas no período seco e as autocóricas na estação chuvosa ou no período de transição entre as estações. Assim como ocorre em outras florestas tropicais secas (Van schaik et al., 1993; Justiniano & Fredericksen, 2000), os trabalhos realizados em caatingas, mesmo em áreas com pouca diversidade ou com algum grau de perturbação, mostram que a floração e frutificação de diferentes espécies formam um contínuo ao longo do ano, disponibilizando recursos para a sobrevivência da fauna de herbívoros, frugívoros e polinizadores (Pereira et al., 1989; Machado et al., 1997; Moura, 2007; Amorim et al., 2009). 73 Os estudos de fenologia podem ser em n†vel de popula€—es e em n†vel de comunidade. Tanto em n†vel de comunidade ou popula€ƒo, constituem-se importantes ferramentas para se conhecer a varia€ƒo temporal da disponibilidade de recursos para polinizadores, dispersores e frug†voros, fornecendo informa€—es para o monitoramento, manejo e conserva€ƒo das florestas tropicais. Em n†vel de popula€ƒo, os padr—es sƒo definidos pelo somat‚rio de seus componentes individuais (Augspurger, 1983). Em escalas locais pode haver respostas diferenciadas entre e dentro de popula€—es, entre indiv†duos da mesma espŒcie, relacionadas a diferen€as no estado fisiol‚gico ou na localiza€ƒo em diferentes microhabitats (Borchet, 1994), como nas matas ciliares, que comumente apresentam diferentes tipos de solo e onde a declividade do terreno contribui para a forma€ƒo de um gradiente de umidade respons‡vel por uma ampla diversidade de vegeta€ƒo (Reichardt, 1989) com comportamentos biol‚gicos diferentes. Tendo em vista a escassez de estudos fenol‚gicos em matas ciliares da regiƒo Nordeste e que a umidade do solo em ‡reas ribeirinhas diminui com o distanciamento da margem, formulou-se a hip‚tese de que as respostas fenol‚gicas dos indiv†duos podem ser diferenciadas de acordo com a distˆncia em que estes se encontram do curso d’‡gua, com maior produ€ƒo de flores e frutos nas ‡reas mais pr‚ximas ‰ margem e maior intensidade de queda foliar nas ‡reas mais afastadas do curso d’‡gua em resposta ao dŒficit h†drico. Portanto, o presente estudo almejou os seguintes objetivos: - Detectar padr—es fenol‚gicos vegetativos e reprodutivos das espŒcies vegetais dominantes em mata ciliar nativa no submŒdio Sƒo Francisco; - Verificar a exist„ncia de sincronia intra e interespec†fica nas fenofases vegetativas e reprodutivas; - Avaliar a importˆncia das vari‡veis ambientais nos padr—es de fenologia; - Verificar se os padr—es fenol‚gicos da comunidade estƒo relacionados ao gradiente de distˆncia do rio. 2. METODOLOGIA 2.1 Área de estudo O estudo foi conduzido em um fragmento de floresta de caatinga arb‚rea ribeirinha com influ„ncia fluvial sazonal localizado na margem direita do rio Sƒo Francisco, zona rural do munic†pio de Juazeiro, Bahia (9˜21’36’’ S e 40˜20’10’’ W), a uma altitude mŒdia 74 de 390 m (Fig. 1). A área pertence à empresa Agrovale e atualmente possui aproximadamente 3 km de extensão, com largura variando entre 120 e 200 m (Fig. 2). A vegetação predominante na região do Submédio São Francisco é a Savana estépica ou caatinga (ANA, 2003; IBGE, 1993) e a vegetação de Juazeiro é classificada como caatinga hiperxerófila (Silva et al., 2004). A vegetação do fragmento encontra-se com aspecto bem preservado, com árvores de até 20 metros de altura e presença de subbosque. Na medida em que se distancia do rio observa-se uma discreta variação fisionômica, com vegetação de aparência mais seca e menos desenvolvida na borda oposta ao rio. A área é cercada e o acesso de pessoas é restrito. O clima da região é quente e semiárido, do tipo BSwh´ (Köppen, 1948), com chuva anual inferior a 750mm, sem excesso hídrico. A estação chuvosa estende-se de dezembro a abril e a seca de maio a novembro (INMET, 2010 http://www.inmet.gov.br/html/agro.html). A umidade relativa média anual de 61,7%, com precipitação média anual de 570 mm e temperatura média anual de 26,3ºC, (Amorim-Neto, 1989). A figura 3 traz os valores das variáveis climáticas correspondentes aos últimos 30 anos. No período do estudo, os meses de maior precipitação foram: janeiro, fevereiro, março e abril, com média mensal mais alta em março de 2008 (239,7 mm) e em abril de 2009 (172,9) e ausência de chuvas nos meses de outubro de 2007, julho a novembro de 2008 e setembro e novembro de 2009. O mês de outubro de 2009 foi atípico, com precipitação de 122,7 mm. A média anual da umidade relativa do ar foi de 70%, com mínima registrada em outubro e novembro de 2008 (56 e 57%) e máxima em maio de 2009 (84%). A temperatura média anual foi de 26,2o C com a menor média mensal registrada em Julho de 2008 (23o C) e a maior em janeiro de 2008 (28,6oC). Os meses de maior evaporação foram outubro e novembro de 2007 e 2008 e o de menor evaporação foi maio de 2009. Os dias mais longos ocorreram no mês de julho (12:39h) (inverno) e os dias mais curtos no verão, no mês de dezembro (11:35h) (Fig. 4). Pelo balanço hídrico da região observa-se que durante todos os meses do ano ocorre déficit hídrico, exceto em março. A água fica armazenada no solo no período de fevereiro a maio, porém em quantidade bem reduzida (Fig. 5). Os dados climáticos de precipitação, umidade relativa, temperatura e evaporação correspondentes ao período de realização do estudo foram fornecidos pela estação meteorológica do Campo Experimental do projeto Mandacaru, localizada ao lado da área 75 estudada. O fotoper†odo foi calculado considerando-se as coordenadas geogr‡ficas da ‡rea a partir do photoperiod calculator (Lammi, 2005). 2.2 Seleção das espécies e dos indivíduos Os indiv†duos selecionados para o estudo possu†am diˆmetro ao n†vel do solo ≥ 3 cm e altura > que 1m, situados dentro de 30 parcelas de 10 m x 25 m utilizadas para o levantamento fitossociol‚gico (Cap†tulo 1). O arranjo dessas parcelas seguiu uma estratifica€ƒo do ambiente, de acordo com o gradiente de distˆncia do rio, sendo estabelecidas faixas de acordo com esse parˆmetro, aqui especificadas (Fig. 6): - Faixa 1 – se€ƒo que partia do curso d’‡gua e se estendia atŒ 50 m de distˆncia; - Faixa 2 – se€ƒo intermedi‡ria das transec€—es, entre 60 e 110 m de distˆncia do curso d’‡gua; - Faixa 3 – entre 120 a 170 m de distˆncia do rio Com base no estudo fitossociol‚gico realizado pela autora foram selecionadas as dez espŒcies com os maiores valores de importˆncia (IVI) (maior IVI), que representam aproximadamente 80% do IVI total (Cap†tulo 1). TambŒm foram inclu†das na amostra duas espŒcies que nƒo estavam entre as 10 de maior IVI na comunidade, mas que estavam entre as sete de maior IVI em alguma das tr„s faixas de distˆncia do rio, visando alcan€ar as espŒcies mais representativas nas tr„s faixas e assim avaliar a exist„ncia de rela€ƒo entre os padr—es fenol‚gicos e a distˆncia do rio. Em cada faixa de distˆncia do rio foram marcados de 5 a 10 indiv†duos (Fournier & Charpantier, 1975) das 12 espŒcies com maior IVI, totalizando 224 indiv†duos. As 12 espŒcies e respectivas fam†lias selecionadas para o estudo estƒo listadas na tabela 1 e totalizam 83,2% do IVI total (Cap†tulo 1). Os indiv†duos marcados das espŒcies Inga vera, Celtis iguanaea, Ziziphus joazeiro, Albizia inundata, Caesalpinia ferrea, Schinopsis brasiliensis e Sapindus saponaria sƒo espŒcies arb‚reas de maior porte variando de 3 a 10 m de altura, enquanto os indiv†duos de Capparis flexuosa, Ximenia americana e Erythroxylum pungens sƒo ‡rvores de menor porte variando de 2 a 4 m. Cordia globosa e Margaritaria nobilis sƒo arvoretas ou arbustos, variando entre1,5 a 3 m de altura. Algumas ‡reas da faixa da beira do rio (faixa 1) sofrem inunda€—es peri‚dicas decorrentes do regime de libera€ƒo de ‡gua da barragem de Sobradinho e das chuvas, recebendo deposi€ƒo de sedimentos. Essa faixa possui menor n•mero de espŒcies sendo dominada por Inga vera que possui maior densidade, freq”„ncia e dominˆncia, conferindo- 76 lhe o maior IVI nesta faixa. A faixa 3 possui a maior diversidade de espécies (para maiores detalhes sobre a estrutura da vegetação ver capítulo 1). 2.3 Fenologia Foram realizadas observações mensais na última semana de cada mês com uso de binóculo, durante o período de novembro de 2007 a outubro de 2009. As análises foram realizadas em nível de comunidade (12 espécies em conjunto) e de populações e também de acordo com a estratificação do ambiente em relação à distância do rio. Durante as observações foram registradas as fenofases de queda e renovação foliar, floração e frutificação. O indivíduo foi considerado em queda foliar quando suas folhas mudavam de coloração e caíam com facilidade ou quando se constatava a presença de folhas recém caídas no solo. Na fase de renovação foliar foi considerado tanto o brotamento, quando se iniciava a produção de novas folhas, como as folhas jovens, em expansão, com coloração diferenciada das folhas totalmente expandidas. Segundo Miranda (2007), o curto período de brotamento foliar de algumas espécies dificulta a visualização desta fase podendo ser mais facilmente delimitada pela constatação das folhas jovens. As fenofases de floração e frutificação foram consideradas quando os indivíduos apresentavam-se com botões ou flores e frutos imaturos ou maduros, respectivamente. Quanto ao padrão de queda e renovação foliar, as espécies estudadas foram classificadas em quatro categorias (Frankie et al., 1974b): (1) perenifólia, constituída por plantas que apresentam produção contínua de pequenas quantidades de folhas e cuja queda foliar não está concentrada em determinada época do ano; (2) perenifólia episódica, por plantas com produção descontínua de folhas, com tendência a concentração em determinadas épocas do ano e queda foliar distribuída ao longo do ano; (3) semidecídua, por plantas com um período de maior intensidade de queda e brotamento, porém nunca ficando sem folhas e (4) decídua, constituídas por espécies com queda e produção de novas folhas concentradas em determinada época do ano, podendo ficar totalmente sem folhas por um período variável. Dentro dessa categoria algumas espécies se comportam como decíduas facultativas, que não perdem totalmente as folhas ficando com pequena quantidade de folhas na copa (Morellato et al. 1989). De acordo com Singh & Kushwaha (2005), as espécies também podem ser classificas de acordo com a quantidade de folhas na copa, o que indiretamente remete a quantidade de queda foliar. Segundo estes autores, as espécies perenifólias ou sempreverdes são aquelas que mantêm mais de 60% da copa em todo o ano, ou seja, com 77 queda foliar inferior a 40%. As espécies brevidecíduas apresentam sempre mais de 50% de folhas na copa, ou seja, menos de 50% de queda foliar; as semidecíduas mantém entre 15 a 50% das folhas na copa, ou seja, apresentam entre 50 a 75% de queda foliar e as espécies decíduas apresentam até 100% de queda foliar. Estas definições também foram utilizadas para auxiliar a classificação das espécies quanto ao padrão de queda foliar. Os padrões fenológicos vegetativos e reprodutivos foram classificados quanto à freqüência, a duração e a regularidade (Newstron et al., 1994). A freqüência é baseada no número de ciclos por ano e pode ser contínua (quando o evento fenológico ocorre continuamente ou é interrompido apenas por curtos períodos), sub-anual (fenofase com mais de um ciclo por ano), anual (fenofase com um ciclo por ano) e supra-anual (apresenta intervalos maiores que um ano entre os ciclos). A duração está relacionada ao número de dias/meses em que a fenofase ocorre, sendo classificada em curta (menor do que um mês), intermediária (de um a cinco meses) e longa (maior do que cinco meses). A regularidade expressa a variabilidade de época de ocorrência das fases podendo ser regular e irregular. As fenofases foram avaliadas de acordo com dois métodos: o método de índice de atividade e o percentual de intensidade de Fournier. O primeiro consiste em registrar somente a presença ou ausência das fenofases indicando a porcentagem de indivíduos de cada espécie que está manifestando determinado evento fenológico (Bencke & Morellato, 2002). O segundo indica a intensidade dos eventos fenológicos em cada indivíduo segundo uma escala intervalar semi-quantitativa de cinco categorias (0-4) (Fournier, 1974): 0 indica ausência da fenofase, 1 indica presença da fenofase entre 1 e 25%; 2 entre 26 e 50%; 3 entre 51 e 75% e 4 entre 76 e 100%. A intensidade de cada fenofase foi calculada mensalmente através da porcentagem de Fournier, a partir da fórmula: % de Fournier = S Fournier x 100 / 4 x N, onde S Fournier é a somatória dos valores das categorias dos indivíduos dividida pelo máximo de Fournier que pode ser alcançado por todos os indivíduos (N) na amostra (Fournier, 1974). Com base no índice de atividade dos indivíduos, os eventos fenológicos foram classificados quanto à sincronia em: Assincrônicos (quando menos de 20% dos indivíduos amostrados apresentam determinado evento fenológico); Pouco sincrônicos ou com baixa sincronia (entre 20 a 60% dos indivíduos da amostra manifestando o evento) e Sincronia alta (acima de 60% dos indivíduos amostrados estão manifestando o evento fenológico) (Bencke & Morellato, 2002). As fenofases estudadas foram correlacionadas com valores mensais de precipitação, umidade, temperatura, fotoperíodo e evaporação. Após verificar que os dados não 78 apresentaram distribui€ƒo normal pelo teste de Shapiro – Wilk foram realizados testes de correla€—es de Spearman (rs), de acordo com Zar (1999). Tais an‡lises foram feitas com o programa Statistic 6.0. 3. RESULTADOS 3.1 Fenologia na comunidade Queda foliar – Quanto ao padrƒo de deciduidade, a comunidade foi clasificada como semidec†dua, apresentando queda foliar anual e bastante sazonal. Os maiores epis‚dios de queda ocorreram nos meses de agosto a novembro, que correspondem ao per†odo seco, enquanto os meses de dezembro a abril (per†odo •mido) apresentaram a menor intensidade de queda (Fig. 7). Todas as espŒcies exibiram queda foliar de maio a novembro (Fig. 8) e mais de 80% dos indiv†duos amostrados apresentou queda foliar no m„s de setembro (per†odo seco) (Fig. 9), indicando alta sincronia entre as diferentes espŒcies e entre os indiv†duos da mesma espŒcie, bem como no mesmo ano e entre os anos de estudo. A queda foliar esteve relacionada ao per†odo de menor precipita€ƒo e menor comprimento do dia (Fig. 4), apresentando correla€ƒo significativa negativa com a precipita€ƒo e com o fotoper†odo (Tab. 2). Com rela€ƒo ‰ queda foliar nas diferentes faixas de distˆncia do rio foram verificados resultados diferentes a depender do tipo de dado analisado: % de Fournier (intensidade) e % de indiv†duos. Considerando o percentual de Fournier, observou-se uma tend„ncia ao aumento de queda da faixa 1 para faixa 3, especialmente no per†odo seco (Fig. 10A), demonstrando padr—es diferentes de deciduidade. Segundo a classifica€ƒo proposta por Singh & Kushwaha (2005), a faixa 1 demonstrou car‡ter perenif‚lio, com intensidade variando entre 8,3 % e 39,7% ou seja, nƒo ultrapassou 40% de queda. A faixa 2 demonstrou um car‡ter brevidec†duo, uma vez que a maior intensidade de queda foliar nƒo ultrapassou 50% da copa (47,8%) e a faixa 3 apresentou um car‡ter semidec†duo, com queda foliar alcan€ando 61,9% da copa. Quanto ‰ porcentagem de indiv†duos, observou-se uma alta sincronia dentro das faixas e entre as faixas no per†odo do estudo, com mais de 70% dos indiv†duos apresentando a fenofase nos meses de maior intensidade. A faixa 1 apresentou maior percentual de indiv†duos em queda na maior parte do per†odo do estudo, seguida pelas faixas 3 e 2 (Fig. 10B). 79 Brotamento – O brotamento foi anual apresentando a maior intensidade (% de Fournier) e o maior percentual de indiv†duos na fenofase entre os meses de outubro a janeiro com pico em dezembro (in†cio do per†odo chuvoso) (Figs. 7 e 9). A produ€ƒo de folhas na maioria das espŒcies observadas deu-se logo ap‚s a queda foliar. A maior quantidade de espŒcies nesta fase fenol‚gica foi registrada entre novembro e mar€o enquanto julho foi o m„s com menor n•mero de espŒcies em brotamento (Fig. 8). Desta forma, esta fenofase tambŒm demonstrou uma alta sincronia entre os indiv†duos em um mesmo ano e entre os anos de estudo, alŒm de apresentar correla€ƒo positiva com temperatura, fotoper†odo e evapora€ƒo, e negativa com a umidade (Tab. 2). As espŒcies apresentaram dois tipos de comportamento em rela€ƒo ao brotamento foliar: aquele em que o brotamento ocorreu anualmente com uma grande intensidade e concentrado no per†odo seco (maioria das espŒcies) e aquele que alŒm do epis‚dio de maior intensidade (no fim do per†odo seco), lan€aram pequena quantidade de folhas ao longo do ano (espŒcie perenif‚lia epis‚dica). Em rela€ƒo ‰ intensidade (% de Fournier) nas diferentes faixas de distˆncia do rio, o brotamento foi maior nas espŒcies da faixa 1 seguido das faixas 3 e 2 (Fig. 11A). O percentual de indiv†duos tambŒm foi maior na faixa 1, seguida das faixas 2 e 3. Observouse alta sincronia dentro das faixas e entre as faixas 2 e 3 (Fig. 11B). 3.2 Fenologia vegetativa (populações) As espŒcies analisadas foram classificadas em tr„s tipos fenol‚gicos foliares: (1) espŒcies dec†duas (58,33% das espŒcies); (2) espŒcies semidec†duas (33,33%) e (3) espŒcies perenif‚lias epis‚dicas (8,33%) (Tab. 1). Dentre as dec†duas, alguns indiv†duos das espŒcies Cordia globosa, Ximenia americana e Celtis iguanaea ficaram de um a tr„s meses sem folhas, enquanto as demais espŒcies renovaram suas folhas logo ap‚s a queda. A queda foliar correlacionou-se com a precipita€ƒo em todas as espŒcies, exceto Inga vera, •nica sem correla€ƒo significativa (rs). J‡ o brotamento correlacionou-se mais com a temperatura e o fotoper†odo, com correla€—es significativas, exceto ‰s espŒcies Inga vera e Albizia inundata. 3.3 Espécies perenifólias episódicas Apenas a espŒcie Inga vera foi classificada como perenif‚lia epis‚dica, com produ€ƒo e queda foliar distribu†das ao longo do ano, com maior intensidade nos meses de julho, agosto, setembro e outubro, que correspondem ao per†odo seco (Figs. 12A e 12B). Tanto a queda quanto o brotamento apresentaram alta sincronia intra e interanual com mais 80 de 90% dos indivíduos manifestando tais eventos no mês de setembro dos anos 2008 e 2009. A queda foliar não apresentou correlação significativa com nenhuma variável ambiental, enquanto o brotamento apresentou correlação significativa negativa com a precipitação e com a umidade e positiva com a evaporação (Tab. 2). 3.4 Espécies semidecíduas As espécies classificadas como semidecíduas foram: Ziziphus joazeiro, Caesalpinia ferrea, Schinopsis brasiliensis e Sapindus saponaria, com maior intensidade de queda na estação seca e de brotamento no final dessa estação e início da chuvosa. Todas apresentaram queda e brotamento anual. Ziziphus joazeiro apresentou padrão de queda e brotamento anual, intermediário a longo e regular. A maior intensidade de queda foliar ocorreu entre junho e outubro, alcançando mais de 40% (Fig. 13A). Em nível individual observou-se até 60% de queda, apontando para um caráter semidecíduo. Entre julho e setembro 100% dos indivíduos estavam nessa fenofase, demonstrando alta sincronia (Fig. 13B). Houve correlação negativa com a precipitação e com o fotoperíodo e positiva com a temperatura (Tab. 2). O brotamento foi maior nos meses de outubro a dezembro, que consistem no final do período seco e início do úmido, com 100% dos indivíduos produzindo folhas novas no mês de novembro (Fig.13 B). Todos os indivíduos tiveram suas copas completamente renovadas. O brotamento apresentou correlação positiva com a temperatura, o fotoperíodo e a evaporação e negativa com a umidade. Caesalpinia ferrea apresentou queda e brotamento anual, longo e regular com maior intensidade de queda foliar no período seco e de brotamento no final do período seco e início do úmido (Fig. 14A). Tais eventos foram muito sincrônicos de modo que, em setembro, 100% dos indivíduos estavam em queda foliar e em novembro a maioria dos indivíduos estava com folhas novas (Fig. 14B). A produção de novas folhas se deu logo após a queda das velhas. A queda teve correlação negativa com a precipitação e com a umidade. O brotamento teve correlação positiva com a temperatura, o fotoperíodo e a evaporação (Tab. 2). Schinopsis brasiliensis e Sapindus saponaria exibiram padrão de queda e brotamento foliar anual, longo e regular, manifestando alta sincronia entre os anos de estudo, bem como no mesmo ano. A queda ocorreu entre abril e novembro, com maior concentração em setembro e outubro, quando todos os indivíduos amostrados apresentaram a fenofase (Figs. 15 e 16). Em S. brasiliensis a queda foliar teve correlação negativa com a 81 precipitação e a umidade, e positiva com a evaporação. Em S. saponaria houve correlação negativa com a precipitação e a umidade, semelhante a S. brasiliensis e também com o fotoperíodo (Tab. 2). O brotamento foi maior entre os meses de outubro e dezembro, que também apresentaram alta sincronia entre os indivíduos. Para ambas as espécies, houve correlação positiva com a temperatura, o fotoperíodo e a evaporação. Os indivíduos de S. saponaria tiveram correlação negativa com a umidade. 3.5 Espécies decíduas A maioria das espécies foi classificada como decíduas, com queda e produção de novas folhas concentradas na época seca, perdendo quase ou totalmente suas folhas uma vez por ano. São elas: Capparis flexuosa, Erythroxylum pungens, Margaritaria nobilis, Albizia inundata, Celtis iguanaea, Ximenia americana e Cordia globosa. Alguns indivíduos das espécies C. flexuosa, E. pungens, M. nobilis e A. inundata se comportaram como decíduos facultativos, não perdendo totalmente suas folhas. Todas essas espécies apresentaram alta sincronia de queda e renovação foliar entre os indivíduos e entre os anos de estudo com correlação significativa e negativa entre queda e precipitação, exceto Albizia inundata. C. flexuosa, E. pungens e M. nobilis tiveram brotamento logo após a abscisão das folhas velhas. A. inundata, C. iguanaea, X. americana e C. globosa apresentaram alguns indivíduos com caducifolia completa, permanecendo sem folhas por um período de um a três meses. Albizia inundata apresentou padrão de queda e brotamento anual, regular, com duração intermediária e alta sincronia entre os indivíduos. A queda foliar foi mais intensa nos meses de abril, maio e junho, compreendendo o final da estação úmida e início da seca (Fig. 17). Dentre as espécies estudadas, foi a única que apresentou correlação positiva significativa entre a queda e a precipitação e entre a queda e a umidade (Tab. 2), demonstrando uma periodicidade mais diferenciada das demais espécies. O brotamento teve pico em julho e agosto de 2008 e junho e julho de 2009, quando 95 a 100% dos indivíduos manifestaram o evento, com correlação negativa com a precipitação. A maioria dos indivíduos perdeu mais de 70% de suas folhas e apenas alguns indivíduos foram observados totalmente sem folhas, ficando caducos por aproximadamente um mês (oito indivíduos em junho de 2008 e quatro em maio de 2009). Capparis flexuosa apresentou padrão de queda e brotamento anual, longo e regular com aumento progressivo da queda foliar durante a estação seca, produzindo novas folhas 82 logo após o final da abscisão, demonstrando baixo grau de sincronismo entre os indivíduos. A queda apresentou correlação negativa com a precipitação, a temperatura e o fotoperíodo (Tab. 2). O brotamento teve pico entre outubro a dezembro que consiste no fim do período seco e início do úmido (Fig. 18) correlacionando-se de forma positiva com a temperatura e com o fotoperíodo. Celtis iguanaea mostrou produção e queda foliar anual, com duração intermediária e regularidade entre os anos. A maior intensidade de queda se deu no período seco e o brotamento teve pico no final do período seco e início do úmido (Fig. 19A). O índice de sincronia foi alto nas duas fenofases (Fig. 19B). Alguns indivíduos apresentaram caducifolia completa e a maioria perdeu entre 80 a 90% de folhas, sendo observados quatro indivíduos com 100% de queda em 2008 e três em 2009, permanecendo de um a três meses caducos. A queda teve correlação negativa com a precipitação e com a umidade, enquanto o brotamento correlacionou-se positivamente com a temperatura, o fotoperíodo e a evaporação (Tab. 2). Ximenia americana e Cordia globosa manifestaram padrão de queda e produção foliar anual, longo e regular. A queda ocorreu durante a estação seca e o brotamento iniciou no fim da estação seca manifestando maior intensidade no início da estação chuvosa (dezembro) (Figs. 20 e 21). Tanto a queda quanto o brotamento mostraram uma alta sincronia entre os anos, com 100% dos indivíduos manifestando as fenofases nos períodos de maior intensidade. A maioria dos indivíduos dessas espécies apresentou caducifolia completa, ficando sem folhas por dois a três meses. Ambas as espécies apresentaram correlações negativas com a precipitação e o fotoperíodo. O brotamento nas duas espécies correlacionou-se positivamente com a temperatura e o fotoperíodo (Tab. 2). As espécies Erythroxylum pungens e Margaritaria nobilis perderam quase completamente suas folhas de forma gradual ao longo da estação seca, apresentando padrão anual e longo com regularidade entre os anos e alto nível de sincronia entre os indivíduos. O padrão de brotamento em Erythroxylum pungens é anual e intermediário durando quatro meses (Fig. 22), enquanto em Margaritaria nobilis é anual e longo (aproximadamente seis meses) (Fig. 23). Em ambas as espécies a queda foliar apresentou correlação negativa com a precipitação e com a umidade, sendo positiva com a evaporação. O brotamento teve correlação positiva com a temperatura e o fotoperíodo (Tab. 2). 83 3.6 Fenologia reprodutiva (nível de comunidade) O padrão de floração apresentado pelo conjunto das populações estudadas (comunidade) foi anual e intermediário, com os maiores percentuais de floração (% Fournier), o maior número de espécies bem como de indivíduos nos meses outubro, novembro, dezembro e janeiro, que correspondem ao final do período seco e início do período úmido (Figs. 24, 25 e 26). Em abril de 2008 e março de 2009 houve um pico de floração ligado às espécies Cordia globosa e Sapindus saponaria. Esta fenofase demonstrou alta sincronia entre as espécies (> 65%), porém baixa sincronia entre os indivíduos (entre 40 e 51%) e entre os anos. Apresentou correlação positiva com a temperatura, o fotoperíodo e a evaporação, sendo negativa com a umidade (Tab. 3). O padrão de floração apresentado pelas 3 faixas foi anual e intermediária. A faixa 1 apresentou maior intensidade de floração (% Fournier) e também maior percentual de indivíduos floridos, seguida pelas faixas 2 e 3 (Figs. 27A e 27B). A sincronia entre as faixas foi baixa entre os anos do estudo. A faixa 1 apresentou alta sincronia, com mais de 75% dos indivíduos em floração nos meses de maior intensidade, enquanto as faixas 2 e 3 foram consideradas pouco sincrônicas. A frutificação apresentou padrão anual e longo, sendo observados períodos de maior e menor intensidade. Em relação ao número de indivíduos e a intensidade da fenofase nos indivíduos, os períodos de menor e maior produção de frutos não foram muito diferentes. Nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, que compreende o período úmido, foi registrado o maior número de indivíduos frutificando e também a maior intensidade na produção de frutos (Fig. 26 e 24, respectivamente). Entre junho a outubro houve menor número de indivíduos frutificando e uma menor quantidade de frutos produzida (Fig. 26 e 24 respectivamente). Este período corresponde ao período seco, sendo também a fase de menor precipitação durante a realização do estudo. Como o percentual de indivíduos ficou em torno de 50%, a sincronia entre indivíduos foi considerada baixa. Os meses em que o maior número de espécies apresentou frutos foram dezembro a maio, quando mais de 80% das espécies estudadas estavam frutificando, indicando uma alta sincronia entre as espécies e regularidade entre os anos de estudo (Fig. 25). Esta fenofase apresentou correlação positiva com a precipitação e com o fotoperíodo (Tab. 3). Semelhante ao observado na floração, a produção de frutos aumentou da faixa 3 para a faixa 1. A faixa da beira do rio não só apresentou maior produção de frutos, como também maior número de indivíduos com frutos, demonstrando maior sincronia (Fig. 28) 84 Das espécies estudadas, 91,66% apresentou ciclo reprodutivo completo, possibilitando a determinação do padrão de floração e frutificação. Apenas uma espécie não floresceu e nem frutificou no período estudado (Ximenia americana). Quanto ao período de dispersão dos diásporos, sete espécies apresentaram dispersão no período úmido (Inga vera, Celtis iguanaea, Ziziphus joazeiro, Capparis flexuosa, Erythroxylum pungens, Cordia globosa e Margaritaria nobilis,) duas no final da estação seca e início da úmida (Albizia inundata e Sapindus saponaria) e duas na estação seca (Schinopsis brasiliensis e Caesalpinia ferrea). Como pôde ser visto, as fenofases floração e frutificação demonstraram uma tendência ao aumento do número de indivíduos, bem como da intensidade dos eventos à medida que se aproxima do rio. Foi possível observar que há uma relação entre as fenofases vegetativas e reprodutivas. O brotamento ocorreu concomitantemente com a floração enquanto a queda foliar foi inversa à floração e a frutificação. A figura 29 expressa a relação entre as fenofases vegetativas e reprodutivas de acordo com o percentual de Fournier (A), a percentagem de indivíduos (B) e a percentagem de espécies (C). 3.7 Fenologia reprodutiva (populações) O padrão de floração e frutificação na espécie Inga vera foi classificado como anual, longo e regular e todos os indivíduos produziram flores e frutos. A floração ocorreu no final da estação seca e início da úmida, com maior intensidade nos meses de novembro e dezembro (Fig. 30), demonstrando alta sincronia, onde 100% dos indivíduos manifestaram o evento. Os resultados da correlação de Spearman indicam que houve correlação positiva com a temperatura e com o fotoperíodo, e negativa com a umidade (Tab. 3). A frutificação foi mais intensa nos meses de janeiro, fevereiro e março. Os frutos permaneceram por um longo tempo na planta (quatro a seis meses), sendo dispersos no período úmido, apresentando correlação positiva com a precipitação e com o fotoperíodo. Ziziphus joazeiro, Caesalpinia ferrea, Schinopsis brasiliensis e Sapindus saponaria apresentaram alta sincronia na floração e na frutificação. Todos os indivíduos da espécie Ziziphus joazeiro observados floresceram e frutificaram. A floração foi anual com duração intermediária iniciando ainda no período seco (agosto a novembro) e continuando na estação chuvosa (dezembro e janeiro) (Fig. 31). Ocorreu correlação positiva com a temperatura e com o fotoperíodo e negativa com a umidade. A frutificação foi anual e longa, começando no fim da estação seca (novembro) e 85 intensificando-se na estação úmida, mostrando correlação positiva com a precipitação, a temperatura e o fotoperíodo (Tab.3). A produção de flores e frutos em Caesalpinia ferrea teve frequência anual e duração longa, ocorrendo em todos os indivíduos marcados, os quais exibiram alta sincronia. A duração a nível individual foi de três a quatro meses. O florescimento ocorreu predominantemente no período úmido, apontando correlação positiva com a precipitação, a temperatura e o fotoperíodo (Tab. 3). A frutificação iniciou no período úmido e prolongouse até a estação seca, com a dispersão ocorrendo no final dessa estação (Fig. 32). O coeficiente de correlação de Spearmam mostrou haver correlação positiva com a umidade e negativa com a temperatura e o fotoperíodo. Schinopsis brasiliensis exibiu padrão de floração anual e intermediário, iniciando no começo do período seco, em junho, durando em média três meses. Dos indivíduos marcados, dois não floresceram, um em 2008 e outro em 2009. Foi encontrada correlação negativa com a precipitação, a temperatura e o fotoperíodo (Tab. 3). A frutificação teve padrão anual e longo, ocorrendo em toda a estação seca e prolongando-se até a úmida. Apresentou correlação negativa com a precipitação e a umidade e positiva com a evaporação (Fig. 33). Alguns frutos permanecem na árvore até a próxima estação seca, época em que são dispersos. Sapindus saponaria apresentou floração anual e intermediária ocorrendo predominantemente durante a estação úmida (janeiro a abril). Em 2008 todos os indivíduos marcados floresceram e em 2009, um indivíduo não floresceu. Foi encontrada correlação positiva com a precipitação e a umidade (Tab. 3). A frutificação foi anual e longa, com maior intensidade entre os meses de julho a setembro, correspondentes ao período seco (Fig. 34). Apenas um indivíduo não frutificou em 2009. Os frutos permanecem por um longo tempo na planta sendo dispersos a partir do final do período seco. Foi encontrada correlação negativa com a precipitação, a temperatura e o fotoperíodo. O padrão de floração e frutificação de Albizia inundata foi anual, com alta sincronia entre os indivíduos. A floração ocorreu concomitantemente com o brotamento entre os meses de julho a outubro (período seco) e, portanto, com duração intermediária (Fig. 35). Em 2008 todos os indivíduos observados floresceram e em 2009 apenas um não floresceu. A floração teve correlação negativa com a precipitação e a temperatura (Tab. 3). A frutificação foi longa e alguns frutos permaneceram por muito tempo na planta, inclusive depois de secos. Em 2008 um indivíduo não frutificou e em 2009 dois não apresentaram 86 frutos. A produção de frutos mostrou correlação negativa com a umidade e positiva com a temperatura e o fotoperíodo. Em Celtis iguanaea a floração foi anual e ocorreu simultaneamente ao brotamento entre setembro e janeiro, com duração intermediária e alta sincronia (Fig. 36). Apenas um indivíduo não floresceu no período do estudo. Semelhante ao brotamento, correlacionou-se positivamente com a temperatura, o fotoperíodo e a evaporação, e negativamente com a umidade (Tab. 3). O padrão de frutificação foi anual e longo, com o pico ocorrendo no período chuvoso. O lançamento dos frutos foi gradativo, havendo frutos verdes e maduros no mesmo indivíduo, ocasionando a permanência de frutos na planta durante muito tempo (em média sete meses). Foi encontrada correlação positiva com a precipitação e com o fotoperíodo. O padrão de floração em Cordia globosa foi anual e longo. Dos 17 indivíduos marcados, apenas um não floresceu. Os maiores episódios de floração ocorreram no período úmido (Fig. 37). Os resultados apontaram correlação positiva com a precipitação, a temperatura e o fotoperíodo (Tab. 3). A produção de frutos foi anual com duração variando de intermediária a longa, ocorrendo no período úmido, com o amadurecimento e dispersão dos frutos principalmente em abril. Houve correlação positiva com a precipitação e com o fotoperíodo. Em Capparis flexuosa a floração foi anual e se deu no mesmo período do brotamento, ou seja, na transição da estação seca para úmida, com duração de aproximadamente três meses em um mesmo indivíduo e de quatro a seis meses na população. Ocorreu de forma esparsa, sendo observada em apenas 31% dos indivíduos entre 2007 e 2008, e 35% dos indivíduos entre 2008 e 2009. Apresentou também uma sincronia baixa, com 60% dos indivíduos florescendo no auge da fenofase em 2007 (dezembro) e 56% em 2008 (novembro e dezembro) (Fig. 38). Mostrou correlação positiva com a temperatura e o fotoperíodo e negativa com a umidade. A frutificação foi anual e longa e também ocorreu de forma esparsa, sendo concentrada no período chuvoso, inclusive a dispersão, correlacionando-se de forma positiva com a precipitação, a temperatura e o fotoperíodo. O padrão de floração e frutificação em Erythroxylum pungens e Margaritaria nobilis foi anual e intermediário com alta sincronia entre os anos e entre os indivíduos. A floração ocorreu no final da estação seca e início da úmida com duração de cinco meses em E. pungens e de três a quatro meses em M. nobilis. (Figs. 39 e 40). Em 2008 todos os indivíduos marcados da espécie M. nobilis floresceram e um da espécie E. pungens não 87 floresceu. Em 2009, apenas 56% dos indivíduos da espécie E. pungens e 50% dos indivíduos da espécie M. nobilis floresceram, provavelmente devido ao período de observação não ter acompanhado toda a fenofase neste ano. A produção de flores em ambas as espécies teve correlação positiva com a temperatura, o fotoperíodo e com a evaporação (Tab. 3). A frutificação ocorreu no período úmido variando de três a cinco meses. Todos os indivíduos marcados da espécie M. nobilis produziram frutos e um indivíduo de E. pungens não frutificou em 2008. E. pungens apresentou correlação positiva com a precipitação, a temperatura e o fotoperíodo. M. nobilis só apresentou correlação significativa e positiva entre a frutificação e a precipitação (Tab. 3). A figura 41 representa algumas das espécies selecionadas para o estudo de fenologia destacando flores e/ou frutos. 4. DISCUSSÃO 4.1 Queda foliar e brotamento A área do estudo apresentou uma forte periodicidade na ocorrência das fenofases, acompanhada também por uma sazonalidade climática bem marcada. Todas as espécies observadas apresentaram alta sincronia nos eventos de queda e brotamento, tanto no que diz respeito aos anos de estudo quanto dentro do mesmo ano. Os padrões fenológicos de queda e brotamento estiveram correlacionados a várias variáveis ambientais, destacando-se a correlação negativa entre queda foliar e precipitação, apresentada por todas as espécies, exceto Inga vera. A maior intensidade de queda foliar coincidiu com o período marcado pela ausência total ou escassez de chuvas (julho a novembro de 2008 e julho a setembro de 2009). O brotamento esteve mais relacionado com a temperatura e o fotoperíodo. Em 2008 o período entre junho a novembro, em que ocorreu maior intensidade de queda, foi marcado pela ausência de chuvas e pelos maiores índices de temperatura e evaporação, bem como menor umidade (a partir do mês de agosto). Em geral, os padrões de queda e brotamento foliar revelaram os seguintes padrões: - Espécies com queda e brotamento ao longo do ano (Inga vera). - Espécies com queda na estação seca e brotamento iniciando no final dessa estação, continuando na estação úmida (Celtis iguanaea, Caesalpinia ferrea, Ziziphus 88 joazeiro, Capparis flexuosa, Schinopsis brasiliensis, Cordia globosa, Margaritaria nobilis, Sapindus saponaria, Ximenia americana); - Espécies com queda foliar na estação seca e brotamento na estação úmida (Erythroxylum pungens). - Espécies com queda no final da estação úmida e início da seca e brotamento na estação seca (Albizia inundata); O padrão de queda foliar concentrada na época seca é comum em formações vegetais sob climas estacionais como cerrados, savanas e caatinga, onde cerca de 70% das espécies perdem total ou parcialmente suas folhas durante os meses mais secos do ano, quando há a diminuição da pluviosidade e da umidade relativa do ar (Barros & Caldas, 1980; Morellato et al., 1989 Morellato, 1992; Morellato et al., 2000). Corroborando com essas informações, foi observado que os meses de maior queda foliar corresponderam ao período de menor precipitação pluviométrica e de menor umidade. A disponibilidade de água tem sido identificada como um dos principais fatores externos que controlam o ritmo fenológico das espécies tropicais, especialmente os padrões fenológicos foliares (Opler et al., 1976; Monasterio & Sarmiento, 1976; Jackson, 1978; Reich & Borchet, 1984; Morellato et al., 1989; Borchert, 1998). Em ambientes sazonalmente secos, a queda foliar geralmente concentra-se nos meses mais secos do ano (Barros & Caldas, 1980; Morellato et al., 1989; Morellato et al., 2000). O trabalho desenvolvido por Bullock & Solís-Magallanes (1990) em uma floresta tropical decídua no México, corrobora com essa informação, uma vez que quase todas as espécies arbóreas apresentaram acentuada queda foliar durante a estação seca. A queda das folhas pode ser estimulada por fatores intrínsecos, como a idade e a atuação de alguns hormônios como o ácido abscísico e o etileno (Oosting, 1956; Taiz & Zeiger, 2004) e por fatores ambientais, como a seca e a deficiência de nitrogênio (Salisbury & Ross, 1992), podendo ser considerada um mecanismo adaptativo usado pelas plantas para reduzir o fluxo transpiratório, permitindo a sobrevivência do indivíduo em condições desfavoráveis como no período de secas sazonais (Kikuzawa, 1995; Batalha et al., 1997; Borchert, 1998; Miranda, 2007). Na maioria das espécies observadas, o brotamento atingiu maior intensidade após o período de queda de folhas, no final da estação seca. A queda foliar decorrente de restrição hídrica é apontada como um dos fatores indutores do brotamento em algumas espécies, sendo que a produção de novas folhas é frequentemente correlacionada à queda foliar, especialmente em espécies decíduas (Morellato et al., 1989). A explicação para esse fato 89 seria a redução da perda de água via transpiração promovida pela abscisão, levando à reidratação dos ramos caducos e possibilitando a retomada do crescimento, mesmo em períodos secos (Reich & Borchert, 1984; Borchert, 1994). Espécies que apresentam brotamento e expansão foliar no período seco indicam manter o estado hídrico positivo nesse período, uma vez que os processos que envolvem multiplicação e expansão celular exigem um nível adequado de hidratação das plantas (Borchert 1994; Borchert et al., 2002). O brotamento no período seco pode representar uma estratégia da planta para enfrentar a fase de maior demanda evaporativa, uma vez que as folhas jovens possibilitam um maior controle estomático além de maximizar o uso da radiação solar (Wright & van Schaik, 1994). A emissão de folhas na estação seca também pode ser uma estratégia adaptativa para diminuir a pressão de herbivoria, uma vez que as folhas mais jovens e mais susceptíveis a herbivoria ocorrerão quando os herbívoros são menos abundantes (Aide, 1992). Estudos recentes em florestas tropicais vêm demonstrando que existe relação positiva entre o brotamento foliar e o aumento do fotoperíodo (van Schaik et al., 1993; Morellato et al., 2000; Rivera & Borchet, 2001; Borchet et al., 2005; Miranda, 2007). O mesmo padrão também foi observado nesse trabalho, onde todas as espécies investigadas mostraram altos valores de correlação positiva entre brotamento e fotoperíodo, exceto Inga vera e Albizia inundata. O aumento do fotoperíodo também possibilita um maior aproveitamento da energia solar. Pequenas variações no fotoperíodo e termoperíodo também foram apontadas como indutores do brotamento por Kushwaha & Singh (2005). Rivera et al (2002) analisando os padrões fenológicos de florestas tropicais estacionais da América e da Ásia, também relacionaram as fenofases vegetativas com a variação no fotoperíodo. A queda foliar e o brotamento também são relacionados à densidade da madeira. Árvores com madeira mais densa possuem menor capacidade de armazenamento de água sendo mais sensíveis ao estresse hídrico e, conseqüentemente, perdem suas folhas à medida que o solo vai ficando mais seco (Borchert, 1994; Singh & Kushwaha, 2005). Espécies com essa característica são fortemente dependentes da precipitação, portanto, o brotamento e a floração ocorrem somente quando se inicia a chuva (Bullock & Solís-Magallanes 1990; Borchert, 1994). Por outro lado, espécies com madeira menos densa, ou seja, que têm maior capacidade de armazenar água no caule, permanecem bem hidratadas durante a estação seca, apresentando brotamento e/ou floração no final desta estação, enquanto a 90 queda foliar ocorre ainda na estação chuvosa ou logo no início da estação seca (Bullock & Solís-Magallanes, 1990; Borchert, 1994; Barbosa et al., 2003). Alguns trabalhos indicam que as respostas fenológicas podem variar de acordo com mudanças de microhabitat (Borchet, 1994; Marques & Oliveira, 2004), o que pode ser observado nesse estudo em que a intensidade dos eventos variou de acordo com o gradiente de distância do rio. Apesar da variação na intensidade, observou-se uma regularidade no padrão de queda entre as três faixas, demonstrando que o comportamento dos indivíduos nos três ambientes é muito parecido. A faixa mais próxima ao rio constituise em um ambiente bastante diferenciado das outras faixas, apresentando maior percentual de indivíduos em queda e brotamento, provavelmente pela predominância da espécie Inga vera que é perenifólia, perdendo e renovando suas folhas continuamente, além de possuir uma copa densa que propicia um ambiente mais sombreado e com maior quantidade de serapilheira (Capítulo 3). As espécies localizadas nesta faixa pareceram sofrer menos na época de menor precipitação, provavelmente pela maior facilidade em obter água, enquanto as plantas localizadas nas parcelas mais afastadas apresentaram uma intensidade de queda foliar maior, especialmente na estação seca, o que pode ocorrer para garantir o status hídrico nesse período. Na faixa 1 também foi observada intensificação na queda de folhas em janeiro e março, provavelmente devido ao estresse causado por excesso de água de alagamento uma vez que nessa época caiu um grande volume de chuvas inundando algumas parcelas dessa faixa. Estudos realizados em áreas ciliares no submédio São Francisco confirmam a existência de um gradiente de umidade nos diferentes ambientes topográficos, na medida em que se distancia da margem (Nascimento et al., 2003; Nascimento, 2008; Aranha et al., 2010). A altura do lençol freático em áreas ciliares também diminui com o afastamento da margem (Pagano & Durigan, 2000), reduzindo assim a disponibilidade hídrica. O aumento da intensidade de queda foliar à medida que se distancia do rio, provavelmente se deve à diminuição da disponibilidade de água para as plantas nos locais mais afastados do rio. Além disso, há também um aumento da declividade do terreno, com altitudes crescentes da margem para a borda oposta, próxima à plantação de cana (ver Fig. 4, Capítulo 1) e diminuição da umidade do solo à medida que se distancia da margem, dificultando o acesso das plantas a água. Outro aspecto que pode influenciar é a ação do efeito de borda, na faixa 3, tornando-a mais vulnerável a ação do vento. 91 A alta sincronia intraespecífica dentro das faixas, especialmente no período seco, é um indicativo de que os fatores ambientais, especialmente a precipitação, estão sendo determinantes na indução dos eventos de queda e brotamento (Tab. 3). O brotamento no período seco pode se constituir em estratégia para enfrentar a fase de maior demanda evaporativa, possibilitando um maior controle estomático por parte das folhas jovens (Miranda, 2007; Wright e van Schaik, 1994). Além disso, a ocorrência do brotamento na transição da estação seca para úmida favorece o aproveitamento máximo da radiação solar, que aumenta no verão, que compreende a estação chuvosa. A sincronia de brotamento dentro das populações nesse período, como foi observada nesse trabalho, também pode representar uma estratégia adaptativa para diminuir a pressão de herbivoria, uma vez que as folhas mais jovens e mais susceptíveis a herbivoria ocorrerão quando os herbívoros são menos abundantes (Aide, 1992). Algumas espécies como Caparis flexuosa, Albizia inundatae e Ziziphus joazeiro são citadas como perenifólias, mas na mata ciliar do submédio se comportaram como decíduas ou semidecíduas, perdendo uma quantidade considerável de folhas no período seco. Jaramillo & Sanford (1995) comentam que a perda das folhas corresponde a uma expressiva redução de nutrientes para as plantas, sendo que a caducifolia é especialmente evidente em ambientes ricos em nutrientes, a exemplo da área estudada (Capítulo 1 e 3), onde as plantas podem recuperar do solo os nutrientes perdidos pela deciduidade foliar. Albizia inundata demonstrou padrão diferenciado das demais espécies observadas com perda de folhas no final da estação úmida/início da estação seca, qué é considerada também uma estratégia para recuperar o estado hídrico positivo, possibilitando o brotamento em seguida (Reich & Borchert, 1984; Borchert, 1994) no período de maior radiação. Esta espécie possui densidade da madeira média (Lorenzi, 2002), com relativa capacidade de armazenar água em seu lenho podendo permaneçer hidratada durante a estação seca (Bullock & Solís-Magallanes, 1990; Borchert, 1994). Simões et al., (2003) estudando a anatomia foliar de Albizia sp., verificaram a presença de forte xeromorfismo, com diversas adaptações para prevenir a perda de água como o mesófilo foliar com tecido paliçádico isobilateral, com células adjacentes a ambas as epidermes superior e inferior, característica típica de vegetais que se desenvolvem em ambientes sujeitos à forte radiação luminosa. O parênquima lacunoso apresenta-se compacto, com poucas e reduzidas lacunas celulares, o que torna o tecido mais resistente às perdas de água. A espécie também apresentou reforços mecânicos, tal como o desenvolvimento de bainha esclerenquimática em torno do tecido floemático, que é 92 considerada como uma estratégia para a diminuição dos efeitos danosos provocados pelo murchamento. O mesmo autor sugeriu que tais características devem ser peculiares ao gênero Albizia. Desta forma, A. inundata possuiria adaptações foliares que possibilitariam enfrentar o período de déficit hídrico sem necessitar perder as folhas, estratégia mais comum nas espécies da caatinga. 4.2 Florescimento e frutificação De forma geral, os eventos fenológicos reprodutivos apresentaram alta sincronia dos indivíduos entre e dentro das diferentes faixas de distância do rio, com intensidades variando de acordo com o gradiente de distância do rio. Todas as fenofases tiveram forte correlação com fatores ambientais, sendo a floração correlacionada com a temperatura, à umidade e ao fotoperíodo, enquanto a frutificação correlacionou-se com a precipitação e ao fotoperíodo. Diversos trabalhos indicam que as estratégias fenológicas em florestas tropicais são induzidas pelas diferenças no comprimento do dia (Rivera et al., 2002; Borchet et al., 2005; Miranda, 2007), na temperatura e umidade (Morellato et al., 1989). Em uma floresta tropical semidecídua da Costa Rica a floração foi induzida pela diminuição do fotoperíodo (Rivera & Borchet, 2001), semelhante ao observado em Schinopsis brasiliensis no presente estudo. Contudo, para a maioria das espécies investigadas (83,3%), a floração esteve correlacionada ao aumento do fotoperíodo. Em todo o ano foi observada produção de flores e frutos com maior intensidade de floração na transição da estação seca para chuvosa e de frutificação na estação chuvosa. A floração distribuída ao longo do ano em uma comunidade possibilita o fornecimento de néctar ou pólen para os diversos polinizadores, conforme indica vários estudos que relacionaram tempo de floração com atividade de polinizadores (Janzen, 1967;1980; Frankie et al., 1974b; Stiles, 1977). A maturação de frutos na estação chuvosa, como observado na maioria das populações estudadas, pode estar relacionada a melhores condições de germinação e crescimento das plântulas (Morellato et al., 1989). A produção de flores e frutos durante todo o ano indica que não está havendo restrição quanto à disponibilidade de nutrientes (Capítulo 3) e que as plantas possuem mecanismos para manter um status hídrico suficiente para continuarem realizando suas atividades reprodutivas. Barbosa et al. (2003) investigando o comportamento fenológico de espécies lenhosas da caatinga relacionaram a periodicidade dos eventos reprodutivos com o tipo 93 funcional vegetativo e com o tipo de dispersão. A maioria das espécies perenifólias apresentou floração na estação seca, enquanto a maioria das espécies decíduas floresceu na estação chuvosa. Quanto à dispersão dos frutos, as espécies zoocóricas (100% das perenifólias) com frutos carnosos dispersaram seus propágulos na estação chuvosa ou transição seca/chuvosa. A dispersão das espécies autocóricas ocorreu na estação chuvosa ou no período de transição entre as estações enquanto a dispersão das anemocóricas se deu no período seco. A floração e a frutificação demonstraram uma tendência ao aumento do número de indivíduos bem como da intensidade dos eventos à medida que se aproxima do rio, indicando que a disponiblidade hídrica pode ser um fator regulador da intensidade dessas fenofases. A maior floração observada na faixa 1 deve-se ao grande volume de flores produzidas pela espécie Inga vera nos meses outubro, novembro e dezembro, quando mais de 90% da população apresentou grande quantidade de flores. As espécies apresentaram padrão de floração e frutificação anual, comum nas florestas tropicais (Janzen, 1975; Antunes & Ribeiro, 1999). Apenas a espécie Ximenia americana não apresentou as fenofases reprodutivas durante o período de observação. Alguns trabalhos realizados em áreas de caatinga também relatam que algumas espécies não florescem por dois (Machado et al., 1997; Siqueira Filho et al., 2010) ou três anos (Pereira et al., 1989), enquanto outras o fazem por mais de uma vez no mesmo ano (Barbosa et al., 1989; Machado et al. 1997; Amorim et al., 2009). Todas as espécies apresentaram alta sincronia intraespecífica na floração e frutificação, que pode ser considerada como uma estratégia para aumentar a atratividade aos polinizadores, através da oferta de grande quantidade de flores e, conseqüentemente, da maior disponibilidade de néctar e pólen. Os meses de maio, julho e julho representaram o período de menor disponibilidade de flores para os polinizadores. As espécies apresentaram diferenças na periodicidade da floração e frutificação que podem ser resumidas da seguinte forma: - Floração na estação seca e frutificação no fim da estação seca/ início da úmida (Albizia inundata, Schinopsis brasiliensis); - Floração iniciando no fim da estação seca continuando até o início da estação úmida e frutificação na estação úmida (Inga vera, Ziziphus joazeiro, Celtis iguanaea, Erythroxylum pungens e Margaritaria nobilis); - Floração e frutificação na estação úmida (Cordia globosa e Capparis flexuosa); 94 - Floração na estação úmida e frutificação durante a estação seca (Caesalpinia ferrea e Sapindus saponaria); A floração na estação seca ou na transição desta com a estação chuvosa também foi observada em outros trabalhos desenvolvidos em área de caatinga, apesar de não ser o padrão observado na maioria das espécies (Machado et al., 1997; Leite, 2006; Piedade Kill et al., 2010; Barbosa et al., 2003). Segundo Barbosa et al. (2003) esta característica é associada geralmente a plantas arbustivas/arbóreas e que apresentam alguma adaptação ao déficit hídrico. Percebe-se que a marcante sazonalidade exerce grande influencia nos padrões de floração e frutificação. A floração ocorreu na maioria das espécies e teve alta correlação positiva com a temperatura e o fotoperíodo. A frutificação teve alta correlação com a precipitação e o fotoperíodo. Algumas espécies, como Schinopsis brasiliensis, Celtis iguanaea e Caesalpinia ferrea, tenderam a ficar com frutos na copa durante boa parte do ano, formando uma reserva de sementes na árvore, sendo as sementes dispersas no próximo período favorável ao desenvolvimento das plântulas. Portanto, a intensidade das fenofases reprodutivas e vegetativas variou com a distância das parcelas ao rio, sendo também fortemente influenciada pelo regime pluviométrico da região. Todas as fenofases tiveram forte correlação com fatores ambientais, sendo o brotamento e a floração correlacionados com a temperatura, à umidade e ao fotoperíodo, enquanto a queda foliar e a frutificação foram correlacionadas à precipitação e ao fotoperíodo. Considerando o baixo recobrimento de vegetação nativa no Submédio São Francisco, a existência de padrões fenológicos diferenciados a depender das distâncias do rio e que esses fragmentos representam fonte de recursos importante, principalmente para a fauna associada ao ambiente ribeirinho, salienta-se a importância dos remanescentes florestais ribeirinhos para o funcionamento e conservação da biodiversidade na região semiárida. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AIDE, T.M. 1992. Dry season leaf production: an escape from herbivory. Biotropica, 24: 532-537. 95 AMORIM, I.L.; SAMPAIO, E.V.S.B.; ARAœJO, E.L. 2009. Fenologia de espŒcies lenhosas da Caatinga do Serid‚, RN. Revista •rvore, 33(3): 491-499. AMORIM NETO, M.S. 1989. 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Reproductive Phenology of Woody Species in a North Australian Tropical Savanna. Biotropica, 31: 626636. ZAR, J.M. 1999. Biostatistical analysis. Prentice- hall, New Jersey. 104 TABELAS Tabela 1. Lista das famílias e espécies, categoria foliar (CF), padrão fenológico e número de indivíduos marcados em três faixas de distância do rio em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. Categoria foliar: Pe = perenifólia episódica, Sd = semidecídua, De = decídua; Padrão fenológico: Qd = queda, Br = brotamento, Fl = floração, Fr = frutificação, Ct = contínuo, An = anual, In = intermediário, Ln = longo. Familia/Espécie ANACARDIACEAE Schinopsis brasiliensis Engl. BORAGINACEAE Cordia globosa (Jacq.) Kunth CANNABACEAE Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. CAPPARACEAE Capparis flexuosa L. ERYTROXYLACEAE Erythroxylum pungens O.E.Schultz EUPHORBIACEAE Margaritaria nobilis L. f. LEGUMINOSAE/ Caesalpinioideae Caesalpinia ferrea Mart. Ex Tul. LEGUMINOSAE/ Mimosoideae Albizia inundata (Mart.) Barneby & Grimes Inga vera subsp. affinis (DC.)T.D. OLACACEAE Ximenia americana L. RAMNHACEAE Ziziphus joazeiro Mart. SAPINDACEAE Sapindus saponaria L. CF Qd Sd Faixas 2 3 Br Fl Fr An-Ln An-Ln An-In 0 2 9 De An-Ln An-Ln An-Ln An-Ln An-In, Ln 1 7 10 De Ct Ct An-In An-Ln 11 9 11 De Ct Ct An-In An-Ln 0 10 13 De An-Ln An-Ln An-In An-In 0 7 9 De An-Ln An-Ln An-In An-In 0 0 12 Sd Ct Ct An-Ln An-Ln 0 9 9 De Pe Ct Ct Ct Ct An-In An-Ln An-Ln An-Ln 3 18 8 10 14 0 De An-Ln An-Ln _ _ 0 2 15 Sd Ct Ct An-In An-Ln 4 7 7 Sd An-Ln An-Ln An-In An-Ln 3 7 0 1 105 Tabela 2. Coeficientes de correlação de Spearman entre as variáveis ambientais precipitação (P), umidade (U), temperatura (T), fotoperíodo (F) e evaporação (E) e as fenofases queda foliar e brotamento, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em espécies de uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. Queda foliar Brotamento P P U (%) T (ºC) F E U (%) T (ºC) F E (mm) (mm) Albizia inundata 0,48 0,61 * * -0,63 -0,64 * * * * Ximenia americana -0,69 * -0,44 -0,56 * * * 0,69 0,83 0,56 Caesalpinia ferrea -0,43 -0,42 * * * * * 0,69 0,65 0,45 Capparis flexuosa -0,72 * -0,60 -0,62 * * * 0,80 0,83 * Celtis iguanaea -0,71 -0,44 * * * * -0,49 0,80 0,76 0,70 Cordia globosa -0,71 -0,42 * -0,40 * * * 0,72 0,74 * Erythroxylum pungens -0,61 -0,45 * * 0,40 0,49 * 0,53 0,70 * Inga vera subs. affinis * * * * * -0,41 -0,54 * * -0,51 Margaritaria nobilis -0,48 -0,55 * * 0,60 0,42 * 0,77 0,87 0,43 Sapindus saponaria -0,73 -0,41 * -0,42 * * -0,60 0,84 0,81 0,90 Schinopsis brasiliensis -0,61 -0,73 * 0,45 * * 0,80 0,80 0,45 Ziziphus joazeiro -0,55 * -0,51 -0,57 * * -0,63 0,68 0,63 0,80 Comunidade -0,66 * * -0,42 * * -0,59 0,83 0,84 0,82 *correlações não significativas a 5% de probabilidade. Para pares com valores de p menores que 0.05, existe relação significativa entre as duas variáveis. Espécies Tabela 3. Coeficientes de correlação de Spearman entre as variáveis ambientais precipitação (P), umidade (U), temperatura (T), fotoperíodo (F) e evaporação (E) e as fenofases floração e frutificação de doze espécies em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009. Floração P U T F E P (mm) (mm) (%) (ºC) Albizia inundata -0,53 * -0,42 * * * Ximenia americana * * * * * * Caesalpinia ferrea 0,67 * -0,52 0,61 * * Capparis flexuosa * -0,47 0,80 0,84 0,70 0,60 Celtis iguanaea * -0,69 0,79 0,70 0,85 0,57 Cordia globosa 0,68 * 0,52 0,63 * 0,57 Erythroxylum pungens * 0,83 0,81 0,68 0,50 Inga vera subs. affinis * -0,58 0,85 0,78 0,83 0,69 Margaritaria nobilis * 0,77 0,77 0,60 0,76 Sapindus saponaria 0,61 0,59 * * -0,60 -0,43 Schinopsis brasiliensis -0,45 * -0,80 -0,76 * -0,44 Ziziphus joazeiro * -0,70 0,63 0,50 0,82 0,53 Comunidade * -0,56 0,87 0,82 0,88 0,52 *correlações não significativas a 5% de probabilidade. Para pares com valores relação significativa entre as duas variáveis. Espécies Frutificação U T F (%) (ºC) -0,75 0,68 0,63 * * * 0,63 -0,87 -0,82 * 0,52 0,55 * * 0,43 * * 0,48 * 0,41 0,57 * * 0,42 0,42 * 0,38 * -0,47 -0,44 -0,65 * * * 0,64 0,74 * * 0,55 de p menores que 0.05, E 0,87 * -0,80 * * * * * * * 0,63 * * existe 106 FIGURAS Figura 1. Mapa da localização dos municípios que compõem o submédio São Francisco incluindo o município onde foi realizado o estudo, Juazeiro, Bahia, Brasil. Figura 2. Imagem de satélite do fragmento de mata ciliar localizado na área da empresa Agrovale, Submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil (fonte: Google Earth 2007). A área do estudo está localizada na margem direita, representada pela parte verde mais escura, (demarcada em vermelho) circundada por cana-de-açucar (verde-claro). 140 30 120 25 100 20 80 15 60 10 40 5 20 0 Temperatura /Evaporação Precipitação / Umidade 107 P rec ipitaç ã o Um idade Tem peratura E vaporaç ão 0 J F M A M J J A S O N D Figura 3. Médias mensais da precipitação (mm), umidade relativa do ar (%), temperatura do ar (°C) e evaporação (mm) no período de 1979 a 2009 (30 anos), calculadas a partir dos dados da Estação Meteorológica do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro, Bahia, Brasil (09º24'S 40º26'W). Fonte: Adaptado de Embrapa Semiárido (2009). 12.6 A 12.4 Fotoperíodo (hs) 12.2 12.0 11.8 11.6 11.4 11.2 11.0 10.8 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 35 N B Temperatura oC 30 25 20 15 10 5 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N 108 12 C Evaporação (mm) 10 8 6 4 2 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D 90 Umidade relativa (%) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N Precipitação total (m m) 300 E 250 200 150 100 50 0 N D 2007 J F M A M J J 2008 A S O N D J F M A M J J A S O N 2009 Figura 4. Médias mensais de fotoperíodo (A), temperatura (B), evaporação (C), umidade relativa do ar (D) e Precipitação mensal (E), obtidas na Estação Meteorológica do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro, Bahia, Brasil, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009. Fontes: www.etti.fi/~jjlammi/sun.htm1; Embrapa Semiárido (2009). 109 Figura 5. Balanço hídrico climatológico e armazenamento de água no solo do município de Petrolina, Pernambuco, Brasil. Fonte: http://www.inmet.gov.br/html INMET (2009). Figura 6. Desenho esquemático da distribuição das 30 parcelas onde foi desenvolvido o estudo de fenologia, alocadas em três faixas de distância da margem do rio São Francisco (F1, F2 e F3), em Juazeiro, Bahia, Brasil. As parcelas em azul ficam alagadas temporariamente na época das cheias do rio. 110 100 300 90 % de Fournier 70 200 60 50 150 40 100 30 20 Precipitação 250 80 50 10 0 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 Queda J A S O 2009 Brotamento Precipitação Figura 7. Percentual de Fournier das espécies em queda e brotamento foliar e relação com a precipitação média mensal no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 50 Precipitação (mm) % de espécies mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 Queda J A S O 2009 Brotamento Precipitação Figura 8. Percentual de espécies em queda e brotamento foliar entre novembro de 2007 a 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de indivíduos outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 50 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 Queda J A S O 2009 Brotamento Precipitação Figura 9. Percentual de indivíduos em queda e brotamento foliar entre novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 111 A % de Fournier Queda foliar 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 J 2009 Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 B 100 90 % indvivíduos A S O 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D 2007 J F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 Faixa 1 J A S O 2009 Faixa 2 Faixa 3 Figura 10. Percentual de Fournier (A) e percentual dos indivíduos (B) em queda foliar nas três faixas de distância do rio (F1, F2 e F3) no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 112 Brotamento % de Fournier A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 B 100 % de indivíduos 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Figura 11. Percentual de Fournier (A) e percentual dos indivíduos (B) em brotamento nas três faixas de distância do rio (F1, F2 e F3) no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 113 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 50 0 N D J F M 2007 A M J J A S O N D J F M A 2008 M J J A S O 2009 Queda % de indivíduos Precipitação % de Fournier Inga vera Brotamento Precipitação B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D 2007 J F M A M J J A S O N D J 2008 F M A M J J A S O 2009 Queda Brotamento Figura 12 - Fenologia vegetativa de Inga vera de acordo com o índice de Fournier (A), índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 114 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Ziziphus joazeiro 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 2009 % de indivíduos Queda Brotamento Precipitação B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Queda Brotamento Figura 13. Fenologia vegetativa de Ziziphus joazeiro de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 115 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Caesalpinia ferrea 50 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Queda Brotamento Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Figura 14. Fenologia vegetativa de Caesalpinia ferrea de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 116 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Schinopsis brasiliensis 50 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Queda Brotamento Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D 2007 J F M A M J J 2008 A S O N D J F M A M J J A S O 2009 Figura 15. Fenologia vegetativa de Schinopsis brasiliensis de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 117 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Sapindus saponaria 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 2009 Queda Brotamento Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Figura 16. Fenologia vegetativa de Sapindus saponaria de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 118 A % de Fournier 100 300 250 200 150 100 50 0 80 60 40 20 0 Precipitação Albizia inundata N D J F MA M J J A S O N D J F MA M J J A S O 2007 2008 2009 Queda Brotamento Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D 2007 J F M A M J J A S O N D J F M A 2008 M J J A S O 2009 Figura 17. Fenologia vegetativa de Albizia inundata de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 119 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J Queda % de indivíduos Precipitação % de Fournier Capparis flexuosa Brotamento J A S O Precipitação 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 B N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Queda Brotamento Figura 18. Fenologia vegetativa de Capparis flexuosa de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 120 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Celtis membranaceae 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 Queda 2009 Brotamento Precipipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 2009 Queda Brotamento Figura 19. Fenologia vegetativa de Celtis iguanaea de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 121 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Ximenia americana 50 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 2009 Queda % de indivídos J A S O Brotamento Precipitação B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 2009 Queda Brotamento Figura 20. Fenologia vegetativa de Ximenia americana de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 122 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Cordia globosa 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Queda Brotamento Precipitação % de indivíduos B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Queda Brotamento Figura 21. Fenologia vegetativa de Cordia globosa de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 123 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Erythroxylum pungens 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J Queda Brotamento J A S O Precipitação % de indivíduos B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J 2008 F M A M J J A S O 2009 Queda Brotamento Figura 22. Fenologia vegetativa de Erythroxylum pungens de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil.em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 124 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Margaritaria nobilis 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J Queda Brotamento J A S O Precipitação % de indivíduos B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D 2007 J F M A M J J A S O N D J F 2008 M A M J J A S O 2009 Queda Brotamento Figura 23. Fenologia vegetativa de Margaritaria nobilis de acordo com o índice de Fournier (A) e índice de atividade (B), no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil.em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 125 100 300 90 % de Fournier 70 200 60 50 150 40 100 30 20 Precipitação 250 80 50 10 0 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J Flor Fruto J A S O Precipitação Figura 24. Fenologia reprodutiva de acordo com o índice de Fournier, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, Juazeiro, % de espécies Bahia, Brasil. 100 90 80 70 60 Flor 50 40 30 20 10 0 Fruto N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 2009 Figura 25. Percentual de espécies em floração e frutificação, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de indivíduos Brasil. 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 Flor 2009 Fruto Precipitação Figura 26. Floração e frutificação de acordo com o índice de atividade em, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, Juazeiro, Bahia, Brasil. % de Fournier 126 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 % de indivíduos Faixa 1 2009 Faixa 2 Faixa 3 B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 Faixa 1 2009 Faixa 2 Faixa 3 Figura 27. Percentual de Fournier (A) e percentual de indivíduos (B) em floração nas três faixas de distância do rio no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. % de Fournier 127 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 Faixa 1 J 2009 Faixa 2 Faixa 3 100 % de indivíduos A S O B 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 Faixa 1 J A S O 2009 Faixa 2 Faixa 3 Figura 28. Percentual de Fournier (A) e percentual de indivíduos (B) em frutificação nas três faixas de distância do rio no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil. 128 A 100 90 % de Fournier 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M 2008 J J A S O 2009 Flor Fruto Queda Brotamento B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J Flor Fruto Queda J A S O Brotamento C 100 90 % de espécies 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J Flor J A S Fruto O N D Queda J F M A M J J A S O Brotamento Figura 29. Índice de Fournier (A), índice de atividade (B) e percentual de espécies (C) em queda, brotamento, floração e frutificação no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 129 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Inga vera 50 0 N D J F M A M J J A Flor S O N Fruto D J F M A M J J A S O Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 Flor 50 Fruto 40 30 20 10 0 N D 2007 J F M A M J J A S O N D J F 2008 M A M J J A S O 2009 Figura 30. Fenologia reprodutiva de Inga vera de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 130 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 Precipitação % de Fournier Ziziphus joazeiro 200 150 100 50 0 N D J F M A M 2007 J J A S O N D J F M A 2008 M J J A S O 2009 Flor Fruto Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D 2007 J F M A M J J A S O N D 2008 J F M A M J J A S O 2009 Figura 31. Fenologia reprodutiva de Ziziphus joazeiro de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 131 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Caesalpinia ferrea 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 Flor 2009 Fruto Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Figura 32. Fenologia reprodutiva de Caesalpinia ferrea de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 132 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Schinopsis brasiliensis 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J Flor Fruto J A S O Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Figura 33. Fenologia reprodutiva de Schinopsis brasiliensis de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 133 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Sapindus saponaria 50 0 N D J 2007 F M A M J J A S O N D J F M A 2008 M J J A S O 2009 Flor Fruto Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Figura 34. Fenologia reprodutiva de Sapindus saponaria de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 134 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Albizia inundata 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Flor Fruto Precipitação % de indivíduos B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Figura 35. Fenologia reprodutiva de Albizia inundata de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 135 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Celtis membranaceae 50 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Flor Fruto Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Figura 36. Fenologia reprodutiva de Celtis menbranacea de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 136 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Cordia globosa 50 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Flor Fruto Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Figura 37. Fenologia reprodutiva de Cordia globosa de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 137 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Capparis flexuosa 50 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Flor Fruto Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D 2007 J F M A M J J A S O N D J F M A M J 2008 J A S O 2009 Figura 38. Fenologia reprodutiva de Capparis flexuosa de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 138 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Eritroxylum pungens 50 0 N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J 2008 Flor J A S O 2009 Fruto Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Figura 39. Fenologia reprodutiva de Eritroxylum pungens de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 139 A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 250 200 150 100 Precipitação % de Fournier Margaritaria nobilis 50 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O 2007 2008 2009 Flor Fruto Precipitação B 100 90 % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O Figura 40. Fenologia reprodutiva de Margaritaria nobilis de acordo com o índice de Fournier e índice de atividade, no período de novembro de 2007 a outubro de 2009, em uma mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 140 A B C D E F Figura 41. Espécies encontradas na área de estudo situada no submédio São Francisco, Juazeiro, BA, Brasil. A - frutos de Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. ; B - Ramo florido de Ziziphus joazeiro Mart.; C Ramo florido de Inga vera subsp. affinis (DC.) T.D. Pennington; D - Botões e flor de Capparis flexuosa L.; E - frutos de Sapindus saponaria L.; F - Ramo florido de Erytroxylum pungens O.E.Schultz. 141 CAPÍTULO 3 3 Ciclagem de nutrientes associada ao gradiente ambiental em um fragmento florestal de caatinga ribeirinha no Rio São Francisco, Semiárido do Brasil 3 Este capítulo será submetido à Revista Tropical Ecology 142 RESUMO (Ciclagem de nutrientes associada ao gradiente ambiental em um fragmento florestal de caatinga ribeirinha no Rio São Francisco, Semiárido do Brasil). O presente estudo investigou a produção e decomposição da serapilheira em uma mata ciliar sob domínio de caatinga em Juazeiro, Bahia, relacionando-os com algumas características ambientais como a precipitação e o gradiente de distância do rio. A produção de serapilheira foi avaliada com a utilização de 60 coletores dispostos em 30 parcelas de 10 m x 25 m, distribuídas de acordo com as distâncias do rio, sendo denominadas de faixa 1 (margem do rio a 50 m), faixa 2 (60 a 110 m da margem) e faixa 3 (120 a 170 m da margem). O material depositado sobre os coletores foi recolhido mensalmente durante o período de 24 meses e submetido à secagem até peso constante. Depois de seco, o material foi separado em frações e pesado em balança de precisão. Posteriormente amostras de cada fração foram encaminhadas para análise química, fornecendo uma estimativa da transferência de nutrientes da serapilheira para o solo. A decomposição foi verificada pela avaliação direta da perda de massa, com a utilização de sacos de decomposição contendo 10g de folhas recém-caídas e previamente secas. Ao final do período de coleta foi realizada a última pesagem e verificada a perda de massa e a quantidade de nutrientes retidos no material através de análise química. A produção anual de serapilheira foi estimada em 10.743,29 kg.ha-1 .ano -1 , composta por 61,8% de folhas, 16,1% de ramos e 22,1% de material reprodutivo. Na faixa 1 houve maior produção de serapilheira seguida pelas faixas 2 e 3. A produção de serapilheira foi maior no final da estação seca, apresentando correlação negativa com a precipitação pluviométrica (r= -0,48; p=0,001) e com a umidade (r= -0,52; p=0,008). A transferência anual de macronutrientes ao solo pela serapilheira foi de 631 kg.ha-1 , obedecendo a seguinte ordem: Ca>N>K>Mg>S>P. As folhas foram responsáveis pela maior transferência de nutrientes da serapilheira para o solo, seguidas pelo material reprodutivo e pelos ramos. O processo de decomposição foi sazonal, sendo mais lento no período seco e mais rápido no período chuvoso. A decomposição foi maior na faixa 3 (61,7%) e na faixa 2 (57,1%), apresentando diferença significativa da faixa 1 (38,9%). A taxa de decomposição k obtida para o período foi de 0,49 para F1, 0,85 para F2 e 0,96 para F3 e o tempo estimado para renovação da serapilheira (1/k) foi de 658, 382 e 334 dias para as faixas 1, 2 e 3, respectivamente. Palavras-chave: Deposição de serapilheira, decomposição foliar, mata ciliar, submédio São Francisco 143 ABSTRACT (Nutrient cycling associated with an environmental gradient in riparian caatinga forest fragment in Sao Francisco river, Semiarid of Brazil). The production and decomposition of litter in a riparian forest in caatinga ecosystem in São Francisco River in Juazeiro, Bahia was investigated relating them to some environmental characteristics such as rainfall and the gradient of distance from the river. The quantification of the litter production was accomplished through twenty four monthly collections in 60 collectors of 0,25 m2 randomly arranged in 30 plots. The material deposited on the traps was collected monthly during a period of 24 months, oven-dried to constant weight, separated into leaves, branches and twigs, flowers, fruits and seeds and then weighed. Litter production was correlated with some climatic variables and the release of macronutrients (N, P, K, Ca, Mg and S) contained in the litter was calculated for each of the fractions, with estimated intake in kg ha-1 . year-1 . The decomposition of litter was verified by direct evaluation of weight loss with the use of 180 litter bags of 400 cm2 containing 10 g of dried leaves collected from the litter of the fragment. We calculated the rate of decomposition k, the estimated average time of renewal of the litter and the time required for the disappearance of 50% of the litter. The annual litter production was estimated at 10.743,29 kg ha-1 .year-1 , composed of 61.8% leaves, branches 16.1% and 22.1% of reproductive material. At F1 was a greater range litter production followed by F2 and F3. Litter production was greater in the dry season, during September, October and November, showing a negative correlation with rainfall (r = -0,48, p = 0,001) and humidity (r = -0, 52, p = 0.008). The annual transfer of nutrients to the soil through litter in kg.ha1 .year-1 was 631.1, and 213.8 N, 19.3, P, K 113.5, Ca 238.4; 23.8 and 22.3 Mg of S, following this order: Ca> N> K> Mg> S> P. The leaves were responsible for the largest transfer of nutrients to the soil (419.2 kg.ha-1 .year-1 ), followed by reproductive material (124.8 kg. ha-1 .year-1 ) and the branches (87,1 kg. ha-1 .year-1 ). The decomposition was higher on F3 (61.7%) and F2 (57.1%), showing a significant difference of F3 (38.9%). The decay rate k obtained for the period was 0.49 for F1, F2 and 0.85 to 0.96 for F3 and the estimated time for renewal of the litter (1 / k) was 658, 382 and 334 days for F1, F2 and F3, respectively. Keywords: Litterfall deposition, leaf decomposition, caatinga, San Francisco River. 144 1. INTRODUÇÃO A caatinga Œ o tipo de vegeta€ƒo predominante no nordeste do Brasil e se constitui em uma vegeta€ƒo bastante heterog„nea, adaptada ‰s condi€—es clim‡ticas e pedol‚gicas regionais (Ab’S‡ber, 1990). Dentre os diferentes tipos fision•micos sob o dom†nio da caatinga, destaca-se a caatinga de floresta ciliar, que abriga uma flora composta, principalmente, por espŒcies de porte arb‚reo, por se tratar de um ambiente com maior umidade devido a maior capacidade de infiltra€ƒo da ‡gua e de encharcamento do solo pela proximidade do len€ol fre‡tico (Lacerda et al., 2005; Ferraz et al., 2006; Rodrigues & Shepherd, 2000). As matas ciliares compreendem todo o tipo de vegeta€ƒo arb‚rea situada ao longo das margens de cursos d’‡gua, independentemente de sua ‡rea de ocorr„ncia e de sua composi€ƒo flor†stica (AB›Saber, 2000). Elas desempenham diversos papŒis ecol‚gicos, tais como prote€ƒo das margens dos rios contra a erosƒo, manuten€ƒo da qualidade da ‡gua, conserva€ƒo dos solos e manuten€ƒo de flora e fauna aqu‡ticas e terrestres, funcionando como corredor para dispersƒo e manuten€ƒo do fluxo g„nico de popula€—es (Mantovani et al., 1989; Lima & Zakia, 2000; Nascimento, 2003; Rodrigues et al., 2005). A destrui€ƒo das matas ciliares Œ uma realidade observada em diversas regi—es do Brasil (Mueller, 1998; Lima & Zakia, 2000; Battilani et al., 2005) inclusive no semi‡rido do nordeste, onde essas ‡reas sƒo preferidas para a pr‡tica da agricultura por possu†rem solos fŒrteis e pela maior facilidade na obten€ƒo da ‡gua, recurso limitado durante boa parte do ano (Ara•jo & Ferraz, 2003). AlŒm disso, essas matas sƒo ricas em espŒcies que possuem diversificada importˆncia econ•mica, o que aumenta a pressƒo antr‚pica sobre as mesmas e reduz ainda mais a conserva€ƒo destes ambientes (Ferraz et al., 2006; Lucena et al., 2008). Dentre os importantes processos respons‡veis pela manuten€ƒo da estrutura e da produtividade das florestas tropicais, destaca-se a ciclagem de nutrientes. Existe pouca informa€ƒo sobre a ciclagem de nutrientes em matas ciliares no Brasil (Pagano & Durigan, 2000), sendo que grande parte dos trabalhos foi desenvolvida no Estado de Sƒo Paulo (Carpanezzi, 1980; Dellitti, 1984; Arroyo-Filho & Schlittler, 1996; Pagano & Durigan, 2000; Aidar & Joly, 2003; Vital et al., 2004). Na regiƒo Nordeste, as matas ciliares continuam pouco estudadas, como Œ o caso da vegeta€ƒo situada ‰s margens do SubmŒdio Sƒo Francisco. Investiga€—es sobre a ciclagem de nutrientes em florestas ciliares sƒo muito importantes, uma vez que possibilitam estimar os estoques de nutrientes presentes nos 145 compartimentos do ecossistema, bem como as transferências entre eles, podendo refletir as estratégias das comunidades relacionadas às adversidades ambientais (Golley, 1983). Portanto, estudos desta natureza são indispensáveis para compreensão do funcionamento deste ecossistema, que é útil para planejamento de ações que visem à conservação das matas nativas e seu manejo sustentado, bem como à recuperação de áreas degradadas (Souza & Davide, 2001; Montagnini & Jordan, 2002; Aidar & Joly, 2003; Shumacher et al., 2003). Considerando que as comunidades vegetais possuem exigências nutricionais próprias, cada ecossistema possui um padrão de ciclagem particular, que reflete a somatória das respostas adaptativas da biocenose frente aos tensores ambientais atuantes em cada região (Delitti, 1995). Desta forma, os ecossistemas diferem quanto à quantidade de entrada e saída de nutrientes e quanto à circulação interna destes nutrientes nos diferentes compartimentos. Os fatores que afetam a ciclagem de nutrientes estão relacionados às condições climáticas, principalmente precipitação e temperatura (Londsdale, 1988; Schlitter et al., 1993; Delitti, 1995) evapotranspiração (Meentemeyer et al., 1982), aspectos edáficos como fertilidade e retenção de água do solo (Vitousek, 1984), e biológicos, como a densidade, área basal e estrutura vegetal (Moraes et al., 1999; Songwe et al., 1988; Werneck et al., 2001), idade (Leitão-Filho et al., 1993), composição florística (Bray & Gorham, 1964; Sundarapandian & Swamy, 1999) e fenologia da vegetação (Poggiani & Shumacher, 2000). A deposição de serapilheira é o parâmetro mais estudado na ciclagem de nutrientes, pois representa o principal caminho para a transferência de carbono e nutrientes da planta para o solo mineral (Menezes & Araújo, 2000; Pagano & Durigan, 2000 Montagnini & Jordan, 2002) e possibilita estimar, de forma indireta, a via de absorção de nutrientes pelas plantas (Delitti, 1995). Nas formações ciliares, a deposição e o acúmulo de serapilheira são citados entre os fatores condicionantes da vegetação, exercendo influência no recrutamento de indivíduos e interferindo nas características da vegetação beira-rio (Rodrigues & Shepherd, 2000). A produção de serapilheira nas áreas ciliares varia com o tipo de vegetação e com o teor de umidade e de fertilidade do solo que as suportam (Pagano & Durigan, 2000), portanto, existe correlação positiva entre a deposição de serapilheira e a cobertura vegetal, e consequentemente com o incremento de nutrientes no solo (Day et al., 1988; Wisheu & Keddy, 1989). Segundo Shumacher et al. (2004), a quantidade de serapilheira e seu conteúdo de nutrientes aportados ao solo, refletem na capacidade produtiva e no potencial de recuperação ambiental das espécies, devido às modificações geradas nas características químicas do solo. 146 Alguns processos de transferência de nutrientes são exclusivos de matas ciliares, como a entrada de sedimentos trazidos das áreas adjacentes pelas águas das chuvas ou do rio que são retidos pela vegetação ribeirinha; a entrada de nutrientes através do fluxo lateral do lençol freático, transportando nutrientes das partes mais elevadas para a faixa ciliar e a perda de nutrientes pelo arrastamento da serapilheira levada pela água dos rios em áreas inundáveis (Pagano & Durigan, 2000). A produção de serapilheira segue uma sazonalidade ao longo do ano (Golley, 1978; Morellato, 1992; Kolm, 2001). Em florestas tropicais a variação temporal na queda de serapilheira é correlacionada com a quantidade de chuvas. Alguns estudos em florestas sazonais observaram queda contínua, de intensidade variável, sendo maior no final da estação seca (Edwards, 1977; Morellato, 1992; Scott et al., 1992; Haines & Foster, 1997; Portella & Santos 2007; Pinto et al., 2008). Além da variação temporal na deposição e acúmulo da serapilheira, há também variação espacial, ou seja, há diferença na produção de serapilheira em diferentes locais de uma mesma área como foi observado por Santos & Valio (2002), por Cintra (1997) e por Facelli & Pickett (1991). Segundo esses autores essa variação ocorre devido à heterogeneidade da composição florística e a topografia do solo. Outro aspecto importante nos estudos de ciclagem de nutrientes é o conhecimento da taxa de decomposição do material vegetal, uma vez que indica como ocorre a liberação dos nutrientes da serapilheira para o solo (Kolm, 2001). O processo de decomposição dentro dos ecossistemas varia de acordo com as condições microambientais, com as condições microclimáticas e as características da comunidade de detritívoros presentes (Delitti, 1995). Estudos realizados na caatinga revelam que nessas áreas a decomposição é lenta (Santana, 2005; Lopes et al., 2009; Amorim, 2009). De acordo com Balieiro et al. (2004), a baixa taxa de decomposição favorece o acúmulo de serapilheira sobre o solo e a imobilização de nutrientes. No entanto, os mesmos autores afirmam que a manutenção da serapilheira sobre o solo tem também implicações ecológicas positivas em áreas de solos secos e no manejo de áreas degradadas, uma vez que protege o solo contra erosão e oscilação de temperatura, retém umidade, proporciona melhoria no microclima local, conserva e mantém viáveis os propágulos, promove a manutenção da microfauna edáfica e serve como reserva de nutrientes. As matas ciliares apresentam um gradiente de umidade que é promovido por diferentes tipos de solo e pela declividade do terreno (Reichardt, 1989; Sanchez et al., 1999; Rodrigues, 2000) sendo também responsável por uma ampla diversidade de vegetação (Reichardt, 1989). Estudos realizados em áreas ciliares no submédio São Francisco 147 confirmam a exist„ncia de um gradiente flor†stico a partir da margem do rio, determinado pelas diferen€as nas condi€—es ed‡ficas e no regime h†drico encontrado nos diferentes ambientes topogr‡ficos, de modo que a umidade diminui ‰ medida que se distancia da margem (Nascimento et al., 2003; Nascimento, 2008; Aranha et al., 2010). A altura do len€ol fre‡tico tambŒm diminui com o afastamento da margem (Pagano & Durigan, 2000), reduzindo assim a disponibilidade h†drica. Desta forma, partindo da premissa que as matas ciliares possuem um gradiente de umidade, formulou-se a hip‚tese de que a ciclagem de nutrientes em mata ciliar de caatinga Œ influenciada pelo gradiente de distˆncia do rio, sendo maior nas ‡reas mais pr‚ximas ‰ margem, que apresenta maior umidade e maior disponibilidade h†drica, diminuindo ‰ medida que se distancia da margem. O presente estudo almejou os seguintes objetivos: 1. Avaliar a periodicidade e o conte•do da deposi€ƒo de serapilheira na ‡rea estudada; 2. Estimar o aporte de nutrientes pela serapilheira da mata ciliar; 3. Verificar a velocidade de decomposi€ƒo do material vegetal acumulado no solo; 4. Avaliar se os padr—es de deposi€ƒo e decomposi€ƒo estƒo relacionados ‰ distˆncia do rio; 5. Estimar a efici„ncia na utiliza€ƒo de nutrientes; 6. Gerar informa€—es essenciais ‰ restaura€ƒo de florestas ribeirinhas no SubmŒdio Sƒo Francisco. 2. METODOLOGIA 2.1 Área de estudo O estudo foi conduzido em um fragmento de floresta de caatinga arb‚rea ribeirinha com influ„ncia fluvial sazonal. O fragmento se estende ao longo da margem direita do rio Sƒo Francisco, na zona rural do munic†pio de Juazeiro, Bahia, entre as coordenadas 9˜21’36’’ S e 40˜20’10’’ W, a uma altitude mŒdia de 370 m (Figura 1). Compreende uma ‡rea de preserva€ƒo permanente (APP) pertencente ‰ empresa Agrovale e atualmente possui aproximadamente 3 km de extensƒo, com largura variando entre 150 e 250 m (Figura 2). 2.2 Clima O submŒdio Œ a regiƒo mais ‡rida do Vale do Sƒo Francisco, com clima quente e semi‡rido, do tipo BSwh›, segundo a classifica€ƒo de Kžeppen. As precipita€—es pluviais sƒo baixas e muito irregulares, variando entre 350 a 800 mm, concentradas em uma •nica esta€ƒo 148 de três a cinco meses e ocorrência de períodos longos de estiagem, variando de seis a nove meses. A estação chuvosa estende-se de dezembro a abril e a seca de maio a novembro (INMET, 2010 http://www.inmet.gov.br/html/agro.html). Possui grande incidência de radiação solar em função do baixo índice de nebulosidade, com temperatura média anual de 27 ºC, umidade relativa média anual de 61,7% e evaporação de aproximadamente 3.000 mm anuais. A velocidade média mensal do vento é de 11,7 km/h alcançando os maiores valores no mês de agosto (11,5 km/h) (França et al., 1997; Ferreira, 2002; ANA/OEA, 2003; Silva, et al. 2004; Borges et al., 2009) (Figura 3). Os dados climáticos de precipitação, umidade relativa e temperatura, correspondentes ao período de realização do estudo, foram fornecidos pela estação meteorológica do Campo Experimental do projeto Mandacaru, localizado próximo à área. Os meses de maior precipitação foram: janeiro, fevereiro, março e abril, com média mensal mais alta em março de 2008 (239,7 mm) e em abril de 2009 (172,9) e ausência de chuvas nos meses de outubro de 2007 e julho a novembro de 2008. A precipitação total no primeiro e segundo ano do estudo foi de 597,7 e 575,9 mm, respectivamente. A temperatura média anual foi de 26,2oC com a menor média mensal registrada em Julho de 2008 (23oC) e a maior em janeiro de 2008 (28,6oC) (Figura 4). 2.3 Vegetação A vegetação predominante na região do Submédio São Francisco é a Savana estépica ou caatinga (ANA/GEF/PNUMA/OEA 2003; IBGE, 2003), sendo que a vegetação de Juazeiro também é classificada como caatinga hiperxerófila (Silva et al., 2004). Andrade-Lima (1981) classifica a vegetação das margens dos rios como caatinga de floresta ciliar, sendo esta a classificação adotada neste trabalho. A vegetação do fragmento encontra-se com aspecto bem preservado, sendo mais desenvolvida próxima à margem do rio, possuindo áreas de mata fechada com alguns indivíduos emergentes de até 18m de altura e áreas de sub-bosque. A vegetação é predominantemente arbórea com ocorrência de espécies arbustivas, lianas e estrato herbáceo que se mostra abundante apenas no período chuvoso. Observa-se uma discreta variação na fisionomia à medida que se distancia da margem do rio em direção à borda do fragmento, sendo que na margem predomina o Ingá (Inga vera subsp. affinis (DC.)T.D. Pennington), enquanto que na borda oposta ao rio a vegetação do fragmento tem uma aparência mais seca e menos desenvolvida com maior ocorrência de espécies comuns da caatinga, como representantes das famílias Euphorbiaceae e Leguminosae. É comum a ocorrência de grande 149 número de plantas jovens de espécies arbóreas em toda a área. Em determinados locais observam-se pequenas e médias clareiras ocasionadas pela queda natural de árvores, inclusive na margem do rio (Capítulo 1). A faixa da beira do rio sofre inundações periódicas decorrentes do regime de liberação de água da barragem de Sobradinho e das chuvas, recebendo deposição de sedimentos. A área é envolta na sua maioria pela monocultura de cana-de-açúcar (Fig. 2), sendo toda cercada e com acesso restrito, não sendo observada a entrada de caprinos, ovinos ou bovinos. No passado, esta foi uma área de experimentação de uma algodoeira e de acordo com a gerência ambiental da Empresa Agrovale faz aproximadamente 20 anos que não há manejo na área, o que explica o bom estado de conservação. Contudo, no início da pesquisa pôde-se constatar que o fogo usado para a queima da lavoura de cana-de-açúcar na época da colheita avançou sobre a mata nativa, queimando uma área significativa. 2.4 Topografia e análise de Solos A área está situada na Depressão Periférica da Bacia do rio São Francisco, particularmente no terraço fluvial, que compreende a planície aluvial e o terraço aluvial sendo formado por depósitos aluviais das encostas do vale, constituído por material sedimentar argiloso, arenoso e/ou siltoso de origem fluvial, formando camadas estratificadas de aluvião (Jacomine, 2001). Nestas áreas é peculiar a existência de um gradiente de umidade do solo, a partir da margem do rio (Nascimento et al., 2003; Nascimento, 2008). Para a caracterização físico-química do solo da área experimental foram coletadas amostras simples em cada uma das parcelas na camada superficial (0-20 cm de profundidade), coletadas em cinco locais diferentes dentro de cada parcela, sendo uma em cada canto da parcela e uma no centro. Em seguida, homogeneizou-se o solo coletado e retirou-se a amostra composta com cerca de 200 g. Cada amostra composta foi constituída de três sub-amostras. As amostras de solo foram acondicionadas em sacos plásticos, identificadas e enviadas para Embrapa Mandioca e Fruticultura em Cruz das Almas (BA), para análise. As variáveis analisadas foram: pH em água; teores de Potássio (K), Fósforo (P), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S) e Alumínio (Al); capacidade de troca catiônica (CTC), saturação por bases (V), matéria orgânica (MO) e proporções de areia, silte e argila. A comparação entre as faixas foi feita através de análise de variância (Anova) utilizando-se o software Bioestat 5.0 (Ayres et al., 2007). 150 2.5 Ciclagem de nutrientes A ciclagem de nutrientes foi avaliada em 30 das 55 parcelas utilizadas no levantamento fitossociol‚gico (Cap†tulo 1), as mesmas utilizadas no estudo de fenologia (Cap†tulo 2). Devido ‰ inten€ƒo de verificar a rela€ƒo entre ciclagem de nutrientes e gradiente de distˆncia do rio, foram utilizadas transec€—es com no m†nimo 140 m de vegeta€ƒo perpendicular ao rio, no qual pudessem ser inclu†das ao menos tr„s parcelas de 10 m x 25 m, com maior lateral paralela ao rio e distantes 50m uma da outra, abrangendo por€—es adjacentes ao rio, internas ao trecho de floresta e mais externas, pr‚ximas ‰ borda oposta do rio. Assim, ap‚s o mapeamento da ‡rea com GPS, foram selecionados 10 transec€—es que atendiam tal delineamento, totalizando 30 parcelas, n•mero considerado adequado para tal estudo (Martins & Rodrigues, 1999; Moraes et al., 1999; Gama-Rodrigues et al., 2003; Vital et al., 2004; Cianciaruso et al., 2006; Pires et al., 2006). As parcelas amostradas ao longo das transec€—es obedeceram ‰ seguinte estratifica€ƒo do ambiente (Figura 5): - Faixa 1 – se€ƒo que partia do curso d’‡gua e se estendia atŒ 50 m de distˆncia; - Faixa 2 – se€ƒo intermedi‡ria das transec€—es, entre 60 e 110 m de distˆncia do curso d’‡gua; - Faixa 3 – entre 120 m do curso d’‡gua atŒ 170 m de distˆncia do rio. 2.5.1 Quantificação da serapilheira Convencionou-se denominar serapilheira a todo o material vegetal que cai sobre os coletores como folhas, galhos, fragmentos de caule, flores, frutos e sementes, excluindo-se da coleta restos de animais e material nƒo identific‡vel. A serapilheira acumulada (litter) compreende todo esse material acumulado sobre o solo, apresentando diversos est‡dios de decomposi€ƒo, desde aquele recentemente ca†do, atŒ aquele totalmente decomposto (Pagano, 1989). Para a coleta e caracteriza€ƒo da serapilheira foram utilizados 60 coletores dispostos aleatoriamente nas 30 parcelas (dois por parcela). Estes consistiam de uma arma€ƒo de madeira de 0,5 m x 0,5 m (0,25 m2 de superf†cie) tendo como fundo uma tela de n‡ilon de 2 mm, suspensos a 30 cm do solo (Figura 6). Nas parcelas da beira do rio, os coletores ficaram suspensos nas ‡rvores acima do limite de inunda€ƒo (aproximadamente 1 m). O material depositado sobre os coletores foi recolhido mensalmente durante um per†odo de 24 meses e submetido ‰ secagem a 60˜C atŒ peso constante. Ap‚s secagem, o material foi separado em folhas, ramos e galhos ≤ 2 cm de diˆmetro, flores, frutos e sementes, que foram pesados separadamente em balan€a de precisƒo (0,01g) (Tecnal Modelo B-TEC- 151 500), a fim de se obter a contribui€ƒo de cada fra€ƒo na produ€ƒo total de serapilheira bem como a estimativa da produ€ƒo mensal, anual e total de serapilheira em kg.ha-1. Os valores mensais e anuais da deposi€ƒo de serapilheira das diversas fra€—es foram obtidos em gramas por metro quadrado, sendo depois transformados para kg.ha-1 e apresentados como mŒdia dos 20 coletores para as faixas e dos 60 coletores para a ‡rea total. Posteriormente, amostras do material foram encaminhadas para an‡lise qu†mica. A quantidade de nutrientes transferidos anualmente ao solo via deposi€ƒo de serapilheira foi estimada atravŒs da multiplica€ƒo das concentra€—es de cada um dos nutrientes analisados pelos valores anuais de massa seca de serapilheira depositada, sendo expressa em kg ha-1 ano -1. A an‡lise qu†mica foi realizada na EMBRAPA/Semi‡rido (CPATSA, Petrolina – PE), segundo metodologia descrita em EMBRAPA (1997). Todas as an‡lises foram realizadas em triplicata e os resultados representam os teores mŒdios mensais obtidos. A produ€ƒo de serapilheira (total e fra€—es) entre os meses e entre os dois anos foi comparada a fim de verificar se h‡ diferen€a estat†stica na produ€ƒo mensal e anual de serapilheira. Ap‚s verificada a normalidade dos dados pelo teste de Shapiro e Wilk foi aplicada an‡lise de variˆncia seguida pelo teste de Tukey, quando os dados apresentavam distribui€ƒo normal e o teste de Kruskal – Wallis, quando nƒo era observada normalidade dos dados (Zar, 1999). O mesmo foi utilizado para comparar a produ€ƒo de serapilheira nos tr„s gradientes de distˆncia do rio, denominados nesse trabalho como Faixa 1, Faixa 2 e Faixa 3. A influ„ncia dos fatores clim‡ticos (precipita€ƒo, umidade e temperatura do ar) na produ€ƒo de serapilheira ao longo do per†odo do estudo foi avaliada pelo teste de correla€ƒo de Pearson ou correla€ƒo de Spearman, de acordo com a normalidade dos dados (Zar, 1999). 2.5.2 Eficiência de utilização de nutrientes A efici„ncia de utiliza€ƒo de nutrientes de uma espŒcie ou comunidade Œ representada pela propor€ƒo entre a quantidade de matŒria orgˆnica produzida em rela€ƒo ‰ quantidade de nutrientes consumida no processo (Delitti, 1995). Desta forma, a efici„ncia de utiliza€ƒo de nutrientes foi calculada para os elementos N, P, K, Ca, Mg e S da serapilheira, estimados pela rela€ƒo entre a biomassa de serapilheira produzida e a quantidade de nutrientes transferidos por essa fra€ƒo (Vitousek, 1982). 2.5.3 Decomposição da serapilheira A decomposi€ƒo da serapilheira foi verificada pela avalia€ƒo direta da perda de massa, com a utiliza€ƒo de 180 sacos de decomposi€ƒo (“litter bags”) de 400 cm2 (20 cm x 20 cm), 152 confeccionados com tela de n‡ilon de malha 2 mm (Figura 7) (Aidar & Joly, 2003; GamaRodrigues et al., 2003) contendo 10g de folhas recŒm-ca†das e previamente secas em estufa atŒ peso constante. Estes foram dispostos sobre a serapilheira acumulada no solo das 30 parcelas (seis sacos por parcela) onde foram colocados os coletores de serapilheira. Ao longo do estudo, foram realizadas seis coletas com intervalo de tr„s meses onde foi coletada uma amostra de cada parcela, 10 por faixa, totalizando 30 amostras por coleta. As amostras foram limpas com pincel de cerdas macias para retirada de part†culas de solo e ra†zes, secas em estufa e pesadas em balan€a anal†tica para a avalia€ƒo do grau de decomposi€ƒo. Ao final do per†odo de coleta (18 meses) foi realizada a •ltima pesagem e verificada a quantidade de nutrientes retidos no folhedo atravŒs de an‡lise qu†mica. Amostras de folhas recŒm-ca†das tambŒm foram enviadas para an‡lise a fim de indicar qual a concentra€ƒo de nutrientes nas folhas antes de serem submetidas ao processo de decomposi€ƒo. As an‡lises foram realizadas na EMBRAPA/Semi‡rido (CPATSA, Petrolina – PE). Os resultados de decomposi€ƒo foram expressos em porcentagem, obtidos a partir da expressƒo: %Decomposi€ƒo Acumulada (%DA) = 100 - Mf x 100 Mi Em que Mf = massa final e Mi= massa inicial. A porcentagem de decomposi€ƒo acumulada (%DA), como pode ser visto acima, Œ o resultado direto da diferen€a entre massa final e inicial, expressa em porcentagem. J‡ a porcentagem de decomposi€ƒo relativa (%DR) refere-se ao valor obtido para um determinado momento, neste caso para um m„s espec†fico. Foi calculado o coeficiente de decomposi€ƒo k que corresponde ‰ razƒo instantˆnea de decomposi€ƒo, segundo Olson (1963), utilizando a seguinte equa€ƒo: k = -Ln [1- (dPS/Pso)], em que dPS = quantidade de material perdido no tempo considerado e PSo = quantidade inicial de material. A partir do valor de k, foi calculado o tempo mŒdio estimado de renova€ƒo da serapilheira acumulada (1/k) e o tempo necess‡rio para o desaparecimento de 50% (t 0,5) da serapilheira acumulada, segundo Shanks & Olson (1961). Posteriormente foram aplicadas an‡lises de regressƒo a fim de se obter a melhor equa€ƒo para representar a perda de massa em fun€ƒo do tempo de decomposi€ƒo, considerando a massa foliar remanescente como vari‡vel dependente, e o tempo de decomposi€ƒo como vari‡vel independente. Na an‡lise estat†stica dos dados referentes ‰ decomposi€ƒo foi aplicada an‡lise de variˆncia e o teste de Tukey para comparar os valores referentes aos per†odos de coletas e aos 153 tr„s gradientes estudados (Zar, 1999). TambŒm foram feitas correla€—es entre a decomposi€ƒo e as vari‡veis clim‡ticas: precipita€ƒo, temperatura do ar, umidade relativa do ar e insola€ƒo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Características químicas dos solos Os resultados da an‡lise qu†mica dos solos da ‡rea estudada sƒo apresentados na tabela 1 e referem-se aos valores mŒdios. As tr„s faixas apresentaram solos com acidez fraca (pH entre 6 e 6,9) (Tab. 1). De acordo com Lopes (1999), o grau de acidez ou de alcalinidade do solo Œ influenciado pelos tipos de materiais de origem. Os solos desenvolvidos de rochas de origem b‡sica (basalto, diab‡sio, gabro) geralmente possuem valores de pH mais altos do que aqueles formados de rochas ‡cidas (granito, riolito). No entanto v‡rios fatores podem levar ‰ acidez do solo, dentre eles a erosƒo, processo que ocorre nas ‡reas das margens do rio e que leva ‰ remo€ƒo da camada superficial do solo, que possui maiores teores de bases expondo assim as camadas mais ‡cidas do subsolo, favorecendo a acidifica€ƒo (Coelho, 1973). Os teores de f‚sforo variaram muito entre as parcelas, sendo classificados como mŒdio a alto. Os altos n†veis desse †on provavelmente devem-se ao uso de fertilizantes na ‡rea de cultivo pr‚xima, que sƒo carreados junto com a ‡gua da chuva para as ‡reas mais baixas, pr‚ximas ao rio. TambŒm podem ser decorrentes do efeito residual de aduba€—es anteriores, uma vez que parte da ‡rea estudada j‡ ter sido cultivada. Os teores de pot‡ssio ficaram compreendidos nas classifica€—es “mŒdio” (30-90) a “alto” (>90), com valores crescentes das parcelas da Faixa 1 (margem do rio), para as parcelas da Faixa 3 (pr‚xima ao canavial). Os altos teores de K podem ser explicados pela queda da fuligem, que Œ rica em K, em decorr„ncia da queima da cana-de-a€•car. Os teores de c‡lcio e de magnŒsio foram altos nas tr„s faixas. De acordo com TomŒ Jr. (1997) os valores de K, Ca e Mg sƒo muito importantes na determina€ƒo da fertilidade dos solos. No caso da ‡rea amostrada, os solos apresentaram altos teores destes †ons, indicando boas condi€—es de fertilidade. Todos os solos amostrados apresentaram baixo teor de alum†nio, que indica que nƒo h‡ toxidez para as plantas por parte deste elemento. Com rela€ƒo ‡ acidez potencial do solo (H+Al), os valores variaram de 0,11 (muito baixo) a 6,27 (bom). 154 Os valores da CTC foram classificados como “alto” nas tr„s faixas. Os valores de satura€ƒo por bases (V%) ficaram compreendidos entre as classifica€—es “alto” a “muito alto”, com mŒdia de 80,14%. As tr„s faixas de distˆncia do rio apresentaram teores mŒdios de matŒria orgˆnica. O teor de matŒria orgˆnica dos solos fornece importantes informa€—es qualitativas dos mesmos, sendo resultado do balan€o entre processos de adi€ƒo e perda de materiais orgˆnicos, estando tambŒm intimamente relacionado com a umidade nas camadas mais superficiais do solo (TomŒ J•nior, 1997). 3.2 Características físicas dos solos Os solos das parcelas amostradas apresentaram grande varia€ƒo quanto ‰ textura. Na faixa da beira do rio a maior parte das parcelas apresentou textura franco argilosa (45,5%) e franco arenosa (36,4%). Na Faixa 2 a maioria (38,5%) teve textura franca e na Faixa 3 foi encontrada a mesma propor€ƒo entre textura franca (30,7%), franco arenosa (30,7%) e areia franca (30,7%). A maior parte dos solos estudados possui maior propor€ƒo de areia fina e muito fina com elevados valores mŒdios. A Faixa 3 Œ a que possui maior quantidade de areia total bem como de areia grossa, fra€ƒo respons‡vel por solos mais arejados e facilmente lav‡veis, favor‡veis ‰ decomposi€ƒo da matŒria orgˆnica. A faixa 2 apresentou maior quantidade de part†culas com granulometria fina (argila) e mŒdia (silte), seguida pela Faixa 1, assemelhando-se mais aos solos de matas ciliares e de galeria que possuem textura fina com maiores quantidades de silte e argila (Ribeiro & Walter, 1998; Moreno & Schiavini, 2001). Contudo, no caso da ‡rea estudada, os solos possuem maiores quantidades de areia e silte (Tab. 1). 3.3 Produção de serapilheira A produ€ƒo total de serapilheira nos dois anos de estudo foi de 20.907,91 kg.ha-1, correspondendo ‰ mŒdia de 10.453,95 kg.ha-1.ano-1. O aporte no primeiro ano do estudo foi de 10.688,58 kg.ha-1.ano-1 e de 10.219,33 kg.ha-1.ano-1 no segundo ano, nƒo apresentando diferen€a estatisticamente significativa (Figura 8). A deposi€ƒo mŒdia mensal da serapilheira foi estimada em 871,163 kg.ha-1, com m†nima e m‡xima de 443,7 e 1.617,2 kg.ha-1. Esses valores sƒo considerados elevados quando comparados aos valores estimados em outras ‡reas de florestas tropicais secas como observado por Brown (1980) (5.500 kg.ha-1.no-1) e principalmente quando comparado aos valores encontrados em ‡reas de caatinga, 155 hiperxer‚fila, que variam em torno de 1.500 a 3.000 kg.ha-1.ano-1 (Santana, 2005; Alves et al., 2006; Souto, 2006; Costa et al., 2007; Andrade et al., 2008). No entanto, um estudo realizado numa ‡rea de caatinga em Caruaru, agreste pernambucano, revelou valores para produ€ƒo de serapilheira de 9.158,93 kg.ha-1 .ano-1 incluindo a fra€ƒo miscelˆnea, que nƒo foi considerada no presente estudo (Santos et al, 2010). Portanto, a produ€ƒo de serapilheira verificada nesse trabalho indica a diferencia€ƒo funcional existente entre essa mata ciliar e a de outras fisionomias de caatinga, assemelhandose mais com as produ€—es encontradas em outras forma€—es florestais brasileiras. As ‡reas de caatinga citadas acima possuem uma vegeta€ƒo mais esparsa e de menor porte que a vegeta€ƒo da mata ciliar do submŒdio (Santana, 2005; Alves et al., 2006; Souto, 2006; Costa et al., 2010), o que justifica a menor produ€ƒo de serapilheira. Segundo Costa et al. (2007), os baixos valores de aporte de serapilheira em ‡reas de caatinga estƒo relacionados ‰s caracter†sticas morfol‚gicas e fisiol‚gicas comuns das plantas da caatinga, a saber, plantas de mŒdio porte, com caracter†sticas arb‚reo-arbustivas, caducif‚lias, folhas pequenas, muitas modificadas em espinhos, adaptadas ‰s condi€—es clim‡ticas do semi-‡rido. Trabalhos avaliando a produ€ƒo de serapilheira em matas ciliares na caatinga nƒo sƒo conhecidos, impossibilitando compara€—es. Em mata ciliar em uma floresta estacional semidecidual, a produ€ƒo de serapilheira foi de 10.646 kg.ha-1.ano-1, com a maior deposi€ƒo ocorrendo no fim da esta€ƒo seca (Vital et al., 2004), assemelhando-se aos resultados do fragmento estudado no submŒdio Sƒo Francisco. Em cinco ‡reas de matas ciliares do oeste paulista, duas inseridas em um fragmento de cerradƒo e tr„s em fragmento de floresta estacional semidecidual, Pagano & Durigan (2000) encontraram valores de produ€ƒo de serapilheira que variaram de 5.348 a 6.398 kg.ha-1 para o cerradƒo e entre 8.827 e 11.126 kg.ha-1 para as florestas estacionais semideciduais. As faixas 1 e 2 nƒo apresentaram diferen€a significativa na quantidade de serapilheira produzida mas ambas diferiram significativamente da faixa 3 pelo teste de Kruskal - Wallis (H=6.48; p=0,003; p<0,05) (Figura 9; Tabela 3). A produ€ƒo mŒdia anual de serapilheira na faixa 1 foi de 11.319,26 kg.ha-1.ano-1, na faixa 2 foi de 11.213,87 kg.ha-1.ano-1 e na faixa 3 foi de 8.828,77 kg.ha-1.ano-1, resultando em uma produ€ƒo mŒdia total de 10.453,96 kg.ha-1.ano-1. A maior produ€ƒo na faixa 1 j‡ era esperada uma vez que esta Œ favorecida pela proximidade do curso d’‡gua, tendo maior umidade (Nascimento, 2008) e maior disponibilidade h†drica no solo devido a maior proximidade do len€ol fre‡tico (Pagano & Durigan, 2000), nƒo sofrendo tanto com o dŒficit h†drico na Œpoca seca, comum nas ‡reas de caatinga (Morellato, 1992; CŒsar, 1993; Costa et al., 2010), como Œ o caso da faixa 3. AlŒm 156 disso, a faixa 1 possui maior densidade de indivíduos e maior área basal que as outras, sendo dominada pela espécie Inga vera (Cap. 1), que é perenifólia e adiciona material foliar durante todo o ano, como mostra o capítulo 2 (Figura 12). Essa espécie possui a copa exuberante e suas folhas são maiores do que a maioria das folhas das espécies predominantes na faixa 3. Além do material foliar diferenciado da faixa 3, a faixa 1 teve uma produção massiva de flores e frutos nos dois anos do estudo (Cap. 2). As flores do Ingá também são maiores e mais pesadas que a maioria das flores das espécies da faixa 3, que são predominantemente de tamanho bem reduzido . A grande produção de serapilheira pela espécie I. vera é referenciada na literatura, sendo indicada na recuperação da fertilidade de solos, através da fixação de nitrogênio, da adição de carbono e do aumento dos níveis de fósforo, em forma extraível pela planta, na superfície do solo (Montagnini et al., 1995). Nas formações florestais heterogêneas participa da fitomassa voltada à geração de energia (Bilia et al., 2003). A faixa 2 compreende uma transição entre a faixa 1 (mais úmida) e a faixa 3 (mais seca) e também possui grande densidade de Inga vera, tendo uma produção próxima a da faixa 1. A espécie Ziziphus joazeiro, que apresentou o segundo maior IVI na faixa 2 (Capítulo 1), também possui copa ampla com grande produção de folhas bem como de flores e frutos e teve grande contribuição para produção de serapilheira na faixa 2. A faixa 3 apresenta dominância de espécies com folhas pequenas e/ou leves e flores e frutos pequenos. A caracterização da vegetação da área de estudo de acordo com as diferentes faixas de distância do rio pode ser vista nas tabelas 4, 5, 6 e 7 do capítulo 1. Alguns estudos que comparam a produção de serapilheira em áreas próximas também mencionam a relação entre produção de serapilheira e tamanho do dossel e as proporções ocupadas pelas copas, que por sua vez está relacionada à altura e ao diâmetro das árvores. (Portela & Santos, 2007; Vidal et al., 2007; Pinto et al., 2008). Estes sugerem que quanto maior for a abundância de indivíduos com maiores diâmetros ao nível do peito e altura, maiores são as proporções ocupadas pelas copas e maior é a quantidade de serapilheira produzida (Songwe et al., 1988; Schlittler et al., 1993; Werneck et al., 2001; Moraes et al., 1999). 3.4 Sazonalidade da produção de serapilheira A queda de material vegetal ocorreu durante todo ano, porém foi maior nos meses de setembro, outubro e novembro, que correspondem ao fim da estação seca, demonstrando caráter sazonal. Foi observado também um pico em junho/2008 e julho/2009 (Figura 10). 157 A partir da análise de variância verificou-se que no período de estudo a produção de serapilheira entre os meses foi distinta (F = 18,13; p = 0,0000). Do total de serapilheira produzida durante os dois anos do estudo, 68,5% ocorreu no período seco e 31,34% no período chuvoso, resultando em uma diferença significativa (F = 7.65; p = 0,01; Tukey, p < 0,05) seguindo o mesmo padrão nas três faixas (Figura 11). A maior deposição de material nos meses setembro e outubro (período seco) está relacionada ao pico de queda de folhas e de flores enquanto a elevada produção nos meses de junho/2008 e julho/2009 está relacionado a maior deposição de ramos e frutos. Em áreas com estacionalidade marcada como a caatinga é conhecido o padrão de maior queda de serapilheira na estação seca, principalmente devido a maior queda de folhas em decorrência do déficit hídrico (Martins & Rodrigues, 1999; César, 1993). A maior produção de serapilheira no período seco também foi observada por vários autores em áreas de caatinga (Andrade et al., 2008; Alves et al., 2006; Souto, 2006; Costa et al., 2007; Santana, 2005; Santos et al., 2009), porém com o diferencial do pico de produção acontecer no início da estação seca e não no final, como observado neste trabalho, demonstrando que a área estudada apresenta menor restrição hídrica durante o período seco, que provavelmente se deve à proximidade ao rio. O padrão de maior deposição no final do período seco é típico de florestas tropicais estacionais (César, 1993; Schlitter et al., 1993; Martins & Rodrigues, 1999; Pagano & Durigan, 2000; Werneck et al., 2001; Arato et al., 2003; Vital et al 2004; Cianciaruso et al., 2006), podendo ser atribuído à alta abundância de espécies arbóreas decíduas e semidecíduas (Cap. 2) que concentram a queda de folhas nos meses mais secos do ano e no final da estação seca (Morellato, 1992). Os meses de menor deposição foram dezembro e janeiro, que compreendem o início da estação chuvosa, quando alguns dos indivíduos caducifólios estavam completamente sem folhas, enquanto a maioria dos indivíduos estava em intensa atividade vegetativa renovando suas copas (Cap. 2). O mesmo comportamento também foi observado por Andrade et al. (2002) em área de caatinga. A menor produção de serapilheira no período chuvoso pode ser explicada pela renovação da folhagem, favorecida pela ocorrência das chuvas, permitindo assim um período fotossinteticamente mais ativo das folhas novas que irão produzir e acumular reservas nutritivas para desencadear toda fenologia das árvores nesse período de maior suprimento hídrico (Souto, 2006). Também foi observado um baixo valor do aporte de material no mês de maio/2008 e junho/2009, início da estação seca (Tabela 2). 158 A grande variação espacial e temporal na produção mensal e anual de serapilheira em ecossistemas florestais é bem referenciada pelos estudos de ciclagem, sendo influenciada por diversos fatores bióticos e abióticos, tais como: precipitação, temperatura, luminosidade, fotoperíodo, velocidade do vento, relevo, altitude, latitude, tipo de vegetação, estágio sucessional, disponibilidade hídrica e características do solo. Dentre estes, o clima é apontado como o mais importante (Bray & Gorham, 1964; Delitti, 1984; Spain, 1984; Poggiani et al., 1998). No presente trabalho, a produção mensal variou de 443,7 kg.ha-1 no mês de junho (fim do período úmido) a 1.617 no mês de setembro (fim do período seco), demonstrando ser fortemente influenciada pelo regime pluviométrico. O período de maior produção de serapilheira coincidiu com baixos valores de precipitação (Figura 12). A análise do coeficiente de correlação mostrou que a deposição esteve correlacionada negativamente com a precipitação pluviométrica (r= -0,48; p=0,001) e com a umidade (r= -0,52; p=0,008), porém não houve correlação significativa com a temperatura. Vários estudos também relatam a correlação entre produção de serapilheira e variáveis climáticas, principalmente a precipitação e temperatura (Cunha et al., 1993; Oliveira & Lacerda, 1993; Williams-Linera & Tolome 1996; Oliveira, 1999; Koning et al., 2002; Figueiredo Filho et al., 2003; Cianciaruso et al., 2006). Em estudo sobre a produção e conteúdo de nutrientes na serapilheira em duas florestas tropicais costeiras do Brasil, floresta Atlântica e floresta de restinga, Moraes et al. (1999), observaram que a maior produção de litter aconteceu no início do período chuvoso, diferente do constatado no presente estudo e corroborando com a proposição de Delitti (1984), da existência de dois padrões básicos para a deposição de serapilheira. O primeiro refere-se a uma maior deposição na época mais seca, como ocorre em ecossistemas amazônicos, nas florestas mesófilas e cerrados. O segundo caso é o inverso, consistindo na maior deposição de serapilheira na época úmida, típico das florestas atlânticas e restingas. 3.5 Deposição das diferentes frações de serapilheira Na deposição da serapilheira verificou-se diferença significativa entre as diferentes frações (F = 47,5 p = <0.001). A deposição mensal das diferentes frações da serapilheira no período de estudo é apresentada na figura 13. A serapilheira produzida no período do estudo foi composta por 60,47% de folhas, 16,79% de ramos e casca, 15,37% de frutos e 7,37% de flores, totalizando 22,74% de material reprodutivo (Tabela 3; Figura 13). Tais percentuais enquadram-se nos valores referidos por 159 Bray & Ghoran (1964), em estudo realizado em diferentes tipos de vegetação e que remete às partes formadoras da serapilheira, sendo representada por aproximadamente 60 a 80% de folhas, 1 a 15% de frutos, 12 a 15% de ramos e 1 a 15% de cascas de árvores. 3.6 Fração folhas As folhas representaram a fração mais abundante da serapilheira (Tabela 3; Figura 13). A produção da fração foliar no período de estudo foi significativamente diferente entre os meses (F = 34,86; p < 0,01), porém não mostrou diferença significativa entre os dois anos. A produção de material foliar no primeiro e no segundo ano foi equivalente a 6.291,17 e 6.351,96 kg.ha-1ano-1, respectivamente, resultando em uma média de 6.321,56 kg.ha-1.ano-1. A proporção das folhas observada na área assemelha-se a encontrada por Andrade et al (2002) em área de caatinga (RPPN) situada no Sertão paraibano, cujo material foliar correspondeu a 65,09% da serapilheira e foi inferior ao observado por Santana (2005), em área de caatinga arbóreo-arbustiva no Seridó - RN, em que as folhas representaram 79,9% da matéria orgânica depositada ao solo. Dantas (2003) e Camacho (2001), também em áreas de caatinga, estimaram a proporção da fração folhas em torno de 40%. Para outros ecossistemas secos, Brown (1980) observou que as folhas representavam cerca de 91% da serapilheira total, enquanto Martínez-Yrízar & Sarukhán (1990) obtiveram cerca de 70% de folhas na serapilheira de uma floresta decídua mexicana. A maioria dos estudos de ciclagem de nutrientes, independente do bioma considerado, indica que as folhas representam a fração mais abundante da serapilheira (Curlin, 1970; Bray & Ghoran, 1964; Koning et al., 2002; Figueiredo Filho et al., 2003; Lopez, 2003; Schumacher, 2003). Os altos percentuais de folhas encontradas na serapilheira de todos os estudos citados comprovam a importância desta fração, sendo também o componente da parte aérea da árvore que possui maior teor de nutrientes (Curlin, 1970; Schumacher, 1992; Cunha et al., 1993; Kolm & Poggiani, 2003), oferecendo maior contribuição para a ciclagem. Devido a sua predominante biomassa, o padrão de deposição de folhas segue o mesmo padrão da deposição total de serapilheira. Semelhante ao referido para a serapilheira total, a maior queda foliar ocorreu no período seco, nos meses setembro, outubro e novembro, que compreendem o final da estação seca (Figura 14). Esse padrão de queda foliar concentrada na época seca é comum em formações vegetais sob climas estacionais como cerrados e caatinga, onde cerca de 70% das espécies perdem total ou parcialmente suas folhas durante os meses mais secos do ano, quando há a 160 diminuição da pluviosidade e da umidade relativa do ar (Barros & Caldas, 1980; Morellato et al., 1989; Morellato, 1992; Morellato et al., 2000). Porém, a maioria dos trabalhos realizados em áreas de caatinga relata que o pico de queda foliar ocorre após o término da estação chuvosa e início da estação seca (Machado et al. 1997; Santana, 2005; Souto, 2006; Andrade et al., 2008), enquanto no presente estudo a maior produção se deu no final dessa estação. Essa variação pode ser explicada pelas diferentes respostas ao déficit hídrico por parte das espécies que ocorrem em uma determinada área, como as diferenças na capacidade em absorver e acumular água, do regime pluviométrico, da duração do período seco e da umidade do solo, de modo que, existem espécies que perdem as folhas logo no final da estação chuvosa e outras que as mantém até o final da estação seca (Barbosa et al., 2003). A maior deposição de folhas na estação seca é um padrão encontrado em outras florestas tropicais secas do mundo, a exemplo de uma floresta tropical seca decídua em Gana, (Lieberman, 1982), em floresta decídua no México (Martínez-Yrízar & Sarukhán, 1990) e em florestas secas da Costa Rica (Opler et al., 1980), o que aponta para a influência da disponibilidade hídrica na determinação da senescência e queda foliar. Estudos abordando a fenologia em florestas secas também apontam para a relação entre deciduidade e estacionalidade climática confirmando que a queda foliar geralmente se concentra nos meses mais secos do ano (Opler et al., 1976; Barros & Caldas, 1980; Morellato et al., 1989; Bullock & Solís-Magallanes, 1990; Morellato et al., 2000). A queda das folhas é causada pela senescência, resultante de uma série de processos metabólicos ligados à fisiologia de cada espécie, e também pelos estímulos vindos do ambiente, como fotoperíodo, temperatura, estresse hídrico (Taiz & Zeiger, 2004) e deficiência de nitrogênio (Salisbury & Ross, 1992). Dentre os fatores intrínsecos que estimulam a queda foliar, destacam-se a idade e a atuação de alguns hormônios como o ácido abscísico e o etileno (Oosting, 1956; Reich & Borchet, 1984; Taiz & Zeiger, 2004). A abscisão foliar também pode ser considerada uma adaptação vegetativa contra a perda de água e carbono, permitindo a sobrevivência do indivíduo em condições desfavoráveis (Kikuzawa, 1995; Batalha et al., 1997). De acordo com Santana (2005), a produção de serapilheira foliar na caatinga parece estar ligada a dois fatores altamente relacionados, que são o início do período seco na área, com redução do teor de umidade no solo, e o caráter caducifólio das espécies, com conseqüente abscisão das folhas para reduzir as perdas de água por transpiração, sendo responsável pelo pico de deposição de biomassa foliar logo no início do período seco. A deposição foliar no restante do ano (com taxas mais reduzidas) seria decorrente, sobretudo, das 161 espécies perenifólias, que mantém parte das suas folhas durante todo o ano, independente da deficiência hídrica (capítulo 2). As espécies decíduas, como muitas ocorrentes na caatinga, possibilitam que o acúmulo de suas folhas no solo aumente a quantidade de matéria orgânica e potencialize a retenção de nutrientes, favorecendo o retorno destes ao solo. Plantas com essa característica (deciduidade) são consideradas reservatórios de nutrientes e podem levar a modificações no ambiente, contribuindo ao desenvolvimento de outras espécies (Menezes & Araújo, 2000). Também foi observado um aumento na queda de folhas em fevereiro e março nos dois anos, relacionado ao período de inundações na faixa 1. Segundo Delitti (1995), ocorre aumento na quantidade de material transferido para o solo como resposta inicial a diferentes tipos de estresse, incluindo a iundação. A produção de folhas nas faixas 1, 2 e 3 foi de 7.372,26, 6.329,97 e 5.262,46, respectivamente (Tabela 3). O teste de Kruskal-Wallis mostrou que há diferença significativa entre a produção das faixas 1 e 3 (H = 4,5 p=0,04; teste t p<0,05). A maior produção nas faixas 1 e 2 está relacionada a dominância da espécie Inga vera, que como já foi citado, apresenta folhas grandes e mais pesadas que a maioria das espécies da faixa 3. A queda foliar durante a estação úmida pode estar relacionada à contribuição de lianas, abundantes nas três faixas e ao caráter perenifólio de Inga vera nas faixas 1 e 2. A queda na faixa 3 durante o período úmido indica que a precipitação não é o único fator que induz à queda foliar, podendo estar relacionado, por exemplo, à herbivoria, uma vez que nesse período aumenta a atividade desses animais (Aide, 1992; Costa et al., 2010;). Por exemplo, logo após a chegada das primeiras chuvas, quando a maioria das folhas ainda se encontra no estágio juvenil, foi observada a ação de várias lagartas e formigas cortando as folhas, adicionando ao solo uma quantidade considerável de folhas ainda jovens (observação de campo). Esse comportamento foi observado principalmente nas folhas das espécies Celtis iguanaea, Ximenia americana e Margaritaria nobilis. O teste de correlação mostrou haver correlação negativa entre a queda de folhas e a precipitação (rs = -0,65; p = 0,000) e a umidade (r = -0,60; p = 0,001), não havendo correlação significativa com a temperatura. 3.7 Deposição da fração Ramos Na fração ramos foram incluídos os galhos e as cascas de árvores. Essa fração representou a segunda maior produção, sendo de 1.616,19 kg.ha-1 no primeiro ano e de 162 1.841,961 kg.ha-1 no segundo, não diferindo estatisticamente, resultando em uma média anual de 1.754,75 kg.ha-1, que corresponde a 16,79% do total da serapilheira (Tabela 2). A produção da fração ramos foi significativamente diferente entre os meses (F = 4,86; p<0,01). A maior produção ocorreu em setembro, junho e julho, todos correspondentes ao período seco (Figura 15). Nessa época, principalmente em setembro, a maioria das espécies caducifólias já perdeu boa parte das suas folhas, facilitando a ação do vento sobre a queda dos galhos. A velocidade do vento nessa área é maior nos meses de junho a novembro, corroborando com essa suposição (EMBRAPA, 2009). O estresse hídrico também é apontado por alguns autores como fator desencadeador da senescência e queda de galhos, tornando-os secos e quebradiços. Também foram observados altos valores no mês de maio de 2009, que pode estar relacionado à ação mecânica das chuvas, Não foi verificada correlação entre queda de ramos, precipitação e temperatura. A deposição das cascas das árvores teve grande contribuição no total dessa fração, sendo atribuída à abundância de espécies que perdem suas cascas durante grande parte do ano, como Caesalpinia ferrea e Ximenia americana. Entretanto, essa fração não foi quantificada isoladamente. Os trabalhos revelam que existe grande variação na deposição dessa fração, possivelmente em função da metodologia de coleta utilizada, como o diâmetro mínimo dos galhos e a área dos coletores (König et al., 2002; Santana, 2005). A deposição de ramos nas diferentes faixas não apresentou diferença estatisticamente significativa (Tabela 3). 3.8 Fração flores A fração flores foi responsável por 7,37% da produção total de serapilheira, correspondendo a 770,44 kg.ha-1.ano-1 (Tabela 3). A produção dessa fração também foi significativamente diferente entre os meses (F = 2,51; p < 0,01), porém não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois anos de coleta de dados. O primeiro ano aportou um pouco mais de flores do que o segundo, a saber, 905,87 kg.ha-1 e 635,01 kg.ha-1, respectivamente. A deposição dessa fração demonstrou caráter fortemente sazonal, com os maiores valores ocorrendo no período úmido (Cap. 2), especialmente nos meses novembro a abril, com maior pico no mês de março, nos dois anos do estudo (Figura 16). Dentre o material coletado em outubro de 2008 foi facilmente perceptível a presença das flores de Inga vera, Ziziphus joazeiro, Mimosa tenuiflora, Triplaris gardneriana e Celtis 163 iguanaea. O estudo fenológico das espécies realizado simultaneamente ao estudo de ciclagem (Cap. 2), revelou que o maior número de indivíduos, bem como os maiores percentuais de floração (% Fournier) entre os indivíduos ocorreram nos meses outubro, novembro, dezembro e janeiro, e, portanto, a queda de flores na maioria das espécies concentrou-se no mês de março, que compreende o penúltimo mês do período chuvoso. Em 2008, este foi o mês que apresentou o maior valor de precipitação, o que provavelmente representou uma ação mecânica, favorecendo a maior queda das flores como pode ser visto na figura16. Os meses de menor contribuição dessa fração foram: setembro/2007, junho e julho/2008 e junho/2009, que correspondem ao período seco. Pela análise do material dos coletores, percebeu-se que as lianas foram responsáveis pela maior deposição de flores nesse período, o que aponta para a importância desta forma de vida na manutenção dos polinizadores durante os períodos em que os recursos são menos disponíveis. O maior aporte de flores na época chuvosa é típico de espécies da caatinga, podendo ser constatado em diversos trabalhos de fenologia e nos poucos de ciclagem. O valor encontrado no presente estudo supera os valores observados na maioria dos trabalhos realizados em áreas de caatinga. Andrade et al., (2008) encontrou valores de 198,96 kg.ha1 .ano-1, incluindo todas as estruturas reprodutivas (flores, frutos e sementes), representando 8,72% da produção total da serapilheira. Santana (2005), em área de caatinga no Sertão do Rio Grande do Norte, obteve valores de 60,35 kg.ha-1.ano-1, correspondendo a 2,92% do total de material orgânico produzido. Para as regiões tropicais e subtropicais, vários pesquisadores têm relatado aumento da floração a partir da transição entre estação seca e início da chuvosa (César, 1993; Dias & Oliveira Filho, 1997). Houve correlação positiva entre a queda de flores, a precipitação (r = 0,44; p < 0,05) e a temperatura (r = 0,58; p = 0,002). A produção desta fração normalmente tem sido correlacionada com a precipitação, como notaram Diniz & Pagano (1997) em condições de floresta mesófila semidecídua na região de Araras-SP, onde a participação das flores foi de 15 kg.ha-1.ano-1, com as maiores produções ocorrendo em julho e agosto (inverno). César (1993) observou, também no período seco, quantidades mínimas de material reprodutivo nas bandejas, entretanto comenta que diversos autores têm relatado o aumento da floração a partir da transição entre a estação seca e o início da chuvosa para as regiões tropicais e subtropicais. A faixa 1 produziu maior quantidade de flores seguida pelas faixas 2 e 3 (F1>F2>F3) (Tabela 3), existindo diferença significativa apenas entre as faixas 1 e 3 (F = 4,56; p < 0,05). A maior contribuição das faixas 1 e 2, semelhante ao verificado para a fração folhas e para a 164 serapilheira total, deve-se tambŒm a maior densidade, dominˆncia e freq”„ncia de Inga vera na faixa 1 e a maior densidade relativa desta espŒcie na faixa 2, com grande produ€ƒo de flores no per†odo do estudo. A faixa 2 apresenta ainda grande densidade de Caesalpinia ferrea, que exibiu grande produ€ƒo de flores, cujos tamanhos e pesos superam ao da maioria das flores das espŒcies mais abundantes na faixa 3 (Celtis iguanaea, Albizia inundata, Ziziphus joazeiro e Ximenia americana) (ver Cap†tulo 1, tabela 5). 3.9 Fração frutos A Fra€ƒo frutos contribuiu com 1.607,2 kg.ha-1ano-1, equivalente a 15,37% do total de serapilheira produzida. A produ€ƒo no primeiro ano foi de 1.824,02% e no segundo de 1.390,40%, nƒo demonstrando diferen€a estat†stica significativa, porŒm, a produ€ƒo foi diferente entre os meses (F = 2,29; p <0,01 ). Nos dois anos de observa€ƒo a deposi€ƒo de frutos seguiu o mesmo padrƒo, apresentando picos na esta€ƒo seca (setembro/2007, junho/2008; julho/2009) e na esta€ƒo chuvosa (mar€o e abril/2008 e fevereiro e mar€o/2009) (Figura 17). Os dois per†odos de deposi€ƒo de frutos estƒo relacionados ‰s diferentes caracter†sticas das espŒcies, como tipos de frutos e os tipos de dispersƒo. Segundo Barbosa et al., (2003), as espŒcies zooc‚ricas com frutos carnosos dispersam seus prop‡gulos na esta€ƒo chuvosa ou transi€ƒo seca/chuvosa, enquanto as espŒcies autoc‚ricas o fazem na esta€ƒo chuvosa ou no per†odo de transi€ƒo entre as esta€—es. As espŒcies anemoc‚ricas t„m sua dispersƒo concentrada no per†odo seco. O pico observado no m„s de mar€o de 2008 e 2009 est‡ relacionado ‰ dispersƒo dos frutos das espŒcies Margaritaria nobilis, Inga vera, Ziziphus joazeiro, Celtis iguanaea, cordia globosa e Copernicia prunifera, enquanto o pico exibido no m„s de junho/08 teve maior contribui€ƒo da espŒcie Caesalpinia ferrea, cujos frutos sƒo bastante pesados “em compara€ƒo” com os demais frutos da ‡rea.TambŒm foram encontrados frutos de Inga vera, Ziziphus joazeiro, Albizia inundata, Celtis iguanaea, Sapindus saponaria e Triplaris gardneriana. O pico de deposi€ƒo no m„s de julho/2009 est‡ ligado ‰ dispersƒo dos frutos de Sapindus saponaria e Schinopsis brasiliensis, com destaque para a presen€a do fruto de Hymenaea courbaril, cujo peso Œ o maior dentre as espŒcies da ‡rea estudada (Tabela 4). TambŒm foram identificados frutos de Caesalpinia ferrea, Celtis iguanaea, Mimosa tenuiflora e Triplaris gardneriana nos coletores. A contribui€ƒo de 15,37% de frutos na serapilheira total (1.607,2 kg.ha-1.ano-1) (Tabela 3) demonstra que as plantas direcionam grande parte das suas energias para reprodu€ƒo 165 sexuada. Os valores foram maiores do que os reportados para a caatinga por Santana (2005), Alves (2006) e Andrade et al (2008), para todo o material reprodutivo, equivalente a 60,35 kg.ha-1.ano-1 (2,92 %), 114,3 kg.ha-1(10 meses), 198,96 kg.ha-1.ano-1 (8,72%), respectivamente. Esse maior valor também está relacionado ao peso dos frutos de algumas espécies como Caesalpinia ferrea, Hymenaea courbaril, Inga vera e Ziziphus joazeiro. O estudo de fenologia mostrou que o maior número das espécies estudadas dispersaram seus frutos no período úmido (Capítulo 2), enquanto o estudo da produção de serapilheira mostrou que a maior parte da biomassa seca de frutos e sementes foi encontrada no período seco. Esse resultado deve-se às diferenças encontradas nos pesos dos frutos, merecendo destaque os frutos de Caesalpinia ferrea, Hymenaea Courbaril e Sapindus saponaria. Vale salientar também que foram encontrados frutos de lianas nos coletores durante quase todo o período de coleta. A deposição de frutos nas faixas apresentou variação significativa (F = 6,5; p < 0,05) (Tabela 3). A faixa 2 atingiu maior valor (2.235,5 kg.ha-1), apresentando diferença significativa entre a faixa 1 (1.320,2 kg.ha-1) e 3 (1.265,9 kg.ha-1 ) (tukey p <0,05). Não houve diferença significativa entre as faixas 1 e 3. Provavelmente os maiores valores encontrados na faixa 2 está relacionado a espécie Caesalpinia ferrea e Ziziphus joazeiro, bastante abundantes nessa faixa (Capítulo 1) e também aos frutos de inga vera, que também possuem um peso considerável em relação aos frutos das demais espécies (Tabela 4). O frutos da maioria das espécies da faixa 3 (A. inundata, C. iguanaea, E. pungens, M. nobilis, C. globosa, T. gardneriana, M. tenuiflora) possuem peso reduzido, resultando em um menor valor total em relação as faixas 2 e 1. 3.10 Concentração de nutrientes na serapilheira Os valores referentes à concentração do nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) nos 24 meses de coleta estão expressos na tabela 5. Os resultados referentes à concentração média dos nutrientes mostram que existe variação entre os diferentes meses, sendo que as maiores variações foram para o S seguido pelo K e as menores variações foram de N e Mg (Tabela 5). As concentrações de nutrientes resultam em g.kg-1 : N=19;80; P=1,83; K=9,90; Ca=22,48; Mg=2,10 e S=1,59, seguindo portanto a seguinte ordem: Ca>N>K>Mg>P>S. O teor de nutrientes na serapilheira pode variar em função das características do solo, das espécies que compõem a vegetação e do próprio elemento (Shumacher, 2004). 166 Um estudo realizado por Carpanezzi (1980), em 20 diferentes ecossistemas tropicais de várias partes do mundo, constatou que a concentração de nutrientes na serapilheira consiste em g.kg-1 : N = 12; P = 0,79; K = 5,9; Ca= 13,4 e Mg= 3,1. Desta forma, as concentrações dos elementos na área de estudo segue a mesma ordem encontrada pelo referido autor, e os valores estão acima dos citados por ele, exceto para o Mg, cuja concentração na área foi um pouco menor. As diferentes frações de serapilheira apresentaram diferença significativa entre a concentração dos diferentes nutrientes. As folhas e os ramos apresentaram maior teor de Ca seguido pelo N enquanto o material reprodutivo (flor + fruto) apresentou maior teor de N, seguido pelo Ca (Tabela 6). O Ca foi o elemento mais representativo, seguido pelo N, K, Mg, P e S, que apresentou a menor concentração. Normalmente, a maioria dos trabalhos mostra que o N é o elemento com a maior concentração, diferente da área estudada, onde o Ca superou todos os outros nutrientes. No entanto, esse padrão não é o único e algumas áreas apresentam maiores teores de Ca do que de N na serapilheira, a depender da composição das espécies, uma vez que as concentrações de nutrientes variam de acordo com a espécie (Souza & Davide, 2001; Kolm & Poggiani, 2003; Santana, 2005) sendo também influenciadas pelo uso do solo, como a prática de queimadas e o uso de adubos químicos. A concentração do Ca nas folhas foi maior do que no material reprodutivo (F = 3.63; p = 0,03; Tukey p < 0,05) porém não houve diferença significativa comparada aos ramos (Figura 18 e Tabela 6). Menores concentrações de Ca no material reprodutivo também foram observadas por Santana (2005). A alta concentração de Ca na serapilheira é explicada pelo fato deste elemento apresentar baixa mobilidade nos tecidos vegetais (Santana, 2005; Schumacher et al., 2004) retornando ao solo em grande quantidade com a queda das folhas, galhos e frutos (Attiwill, 1979). Não houve variação significativa na concentração das diferentes faixas, nem entre o período seco e chuvoso (Tabela 7). Especificamente para florestas secas, Jaramillo & Sanford Jr. (1995) citam valores de 11,6 g.kg-1 e 30,0 g.kg-1, respectivamente, para a serapilheira total no México e em Belize, enquanto Kauffman et al. (1993) encontraram concentração de 19,80 g.kg-1 de Ca na serapilheira da caatinga em Serra Talhada-PE. Segundo Clevelário Jr. (2006), o enriquecimento em Ca da serapilheira pode ser decorrente de uma liberação mais lenta deste elemento pelo material recém-caído, da retranslocação de outros elementos antes da abscisão das folhas, da redução da massa das 167 folhas antes da abscisão e ou consequência da retenção de Ca contido na transprecipitação (chuva que atravessa o dossel) pela serapilheira. De acordo com Prado Lopes (1994), a transferência do Ca da copa das árvores pela chuva é muito intensa (13 a 21 kg.ha-1.ano-1). A concentração média do N em todas as frações foi de 19,79 g.kg, com diferença significativa entre elas (F = 18,8; p = 0,001). Os ramos apresentaram o menor valor, diferindo significativamente das folhas e do material reprodutivo (Tukey p < 0,05), porém não houve diferença significativa entre folhas e o material reprodutivo (Tabela 6; Figura 18). A concentração de N nas frações folhas e ramos não variaram significativamente entre as faixas de distância do rio, no entanto, o material reprodutivo da faixa 1 apresentou maior concentração (F = 6.4; p = 0,002) do que a faixa 2 (p < 0,05) ) e 3 (p < 0,01 ). Não foi observada diferença significativa nas concentrações de N entre os períodos seco e úmido em todas as frações da serapilheira (Tabela 7). A faixa de concentração de N na serapilheira em florestas tropicais varia entre 5 a 19 g.kg-1, segundo estudo realizado por Vitousek (1984). Portanto, os valores encontrados enquadram-se nessa faixa sendo também semelhantes às concentrações observadas na área de caatinga do Seridó (RN) (Santana, 2005). Os menores valores de N obtidos nos ramos são reportados em diversos trabalhos, inclusive em áreas de caatinga (Santana, 2005; Kauffman et al., 1993). A área estudada apresentou significativa concentração de N mostrando que este é disponibilizado em grande quantidade para o solo. Tal fato provavelmente está relacionado à abundância de espécies (35,7 %) e indivíduos (50,3 %) da família Leguminosae na área (Capítulo 1), que possuem a capacidade de fixar o nitrogênio. Vitousek (1984), no estudo que contemplou várias florestas tropicais do mundo, concluiu que o nitrogênio apresenta alta circulação no ambiente e que não é fator limitante na produção de serapilheira para vegetações de baixa latitude, como a caatinga. Além disso, em ambientes com reduzida precipitação, a perda de N através da lixiviação deve ser pequena, quando comparada com vegetações sob altas taxas de precipitação. Da mesma forma, Santana (2005), também constatou altos valores de N na serapilheria da caatinga. O fósforo e o enxofre foram os elementos que apresentaram as menores concentrações nas frações da serapilheira (Tabela 6). As concentrações do enxofre não apresentaram diferença estatística entre as diferentes frações, enquanto o fósforo foi maior no material reprodutivo (2.19 g.kg-1; F = 28.2; p = 0,001), diferindo significativamente da fração folhas (1.70 g.kg-1; p < 0,01) e ramos (1.59 g.kg-1; p < 0,01), que por sua vez não apresentaram diferença significativa entre si (Tabela 6; Figura 18). 168 As concentrações médias de P nas três faixas, bem como no período seco e úmido, não diferiram significativamente. Da mesma forma, não houve diferença significativa nas concentrações de enxofre entre as diferentes faixas, exceto para a fração folhas na faixa 3 (F = 5.48; p = 0,006), que foi bem superior às folhas das faixas 1 e 2 (p < 0,05) (Tabela 6). A concentração de enxofre aproxima-se dos valores encontrados em outros estudos, sendo considerado representativo (Santana, 2005; Schlittler, 1990). Já a concentração média de P obtida na mata ciliar do submédio São Francisco (1,83 g.kg-1) é considerada alta em relação à média sugerida por Carpanezzi (1980), de 0,79 g.kg-1, bem como quando comparada aos valores propostos por Vitousek (1984), entre 0,1 a 1,5 g.kg-1, para florestas tropicais. Em áreas de caatinga os valores de concentração média de P na serapilheira variam entre 0,51 a 1,73 g.kg-1 na caatinga do Seridó-RN (Santana, 2005), 0,9 g.kg-1 em Serra Talhada-PE (Kauffman et al., 1993) e 1,30 g.kg-1, em caatinga arbórea no agreste paraibano (Dantas, 2003). A elevada concentração de fósforo no material reprodutivo é explicada por este elemento ter a função de estimular o crescimento, acelerar a maturação de frutos e contribuir para a formação de sementes, a respiração e a absorção iônica de outros elementos (Ferri, 1988). A serapilheira total apresentou 9,89 g.kg-1 de K sendo que o maior teor deste elemento foi observado no material reprodutivo e nas folhas, os quais diferiram estatisticamente dos ramos (F = 4,98; p < 0,05). Não foi encontrada diferença significativa entre os teores de K das frações ramos e material reprodutivo nas diferentes faixas, no entanto, a fração folhas teve maior concentração na faixa 3 (F = 7,03; p = 0,001) exibindo diferença significativa da faixa 1 (p < 0,01) (Tabela 6; Figura 19). É provável que tenha havido deposição de fuligem de queimadas, ricas em potássio, oriundas da extensa área de cultivo de cana-de-açúcar e que essa diferença decorra da maior proximidade da faixa 3 à área de cultivo. As concentrações de potássio na serapilheira variaram significativamente entre o período seco e chuvoso em todas as frações, a saber, folhas (F = 9,97; p = 0,004), ramos (F = 25,3; p = 0,0001) e material reprodutivo (F=14,06; p=0,001), sendo maior nos meses com menores valores de precipitação pluviométrica (Tabela 7). Outros autores em diversos tipos de ambiente também observaram o mesmo comportamento para o K (Vital et al., 2004; Souto et al., 2009, Andrade, 1997 e Schumacher et al., 2004). De acordo com Kolm & Poggiani (2003), na época seca, haveria redução no processo de translocação desse elemento das folhas caducas para as mais novas e, além disso, nos períodos chuvosos ocorre grande lixiviação do K uma vez que este não está ligado a nenhuma estrutura celular sendo rapidamente liberado do material vegetal. Cerca de 70 % do potássio total acha-se em forma iônica na célula, de onde 169 pode ser retirado pela água, e os 30 % restantes são adsorvidos a proteínas das quais se libertam, porém, quando as folhas se tornam senescentes (Krebs, 2001). A concentração de Mg foi maior nas folhas, diferindo estatisticamente dos ramos e do material reprodutivo (F = 30.53; p < 0,01). Não houve diferença significativa nas concentrações de Mg entre as diferentes faixas e no período seco e chuvoso (Tabelas 6 e 7; Figura 19). O magnésio é constituinte da molécula de clorofila e por isso é encontrado em maiores concentrações nas folhas (Taiz & Zaiger, 2001). Santana (2005) também observou maior concentração do Ca e Mg, que possuem menor mobilidade nos tecidos, no período chuvoso. De modo geral, verificou-se que as maiores concentrações dos nutrientes ocorreram nos meses mais secos, exceto Mg, indicando que as quantidades de nutrientes contidos nos resíduos vegetais seguem os padrões de produção da serapilheira ao longo do ano. No período seco, a maioria das plantas da caatinga reduz ao máximo suas atividades metabólicas reduzindo a demanda por nutrientes no interior da planta, devolvendo material de alta qualidade para o solo. Em contrapartida, com a volta das chuvas, as plantas retomam significantemente suas atividades requerendo maiores concentrações de nutrientes, aumentando também o reaproveitamento desses através da translocação antes da queda das partes senescentes, devolvendo ao solo material com menor teor de nutrientes. 3.11 Transferência de nutrientes via serapilheira A transferência total de macronutrientes ao solo via serapilheira foi de 631 kg.ha-1.ano-1 (213,83 de N; 19,26 de P; 113,46 de K; 238,36 de Ca; 23,79 de Mg e 22,29 de S), obedecendo então a seguinte ordem: Ca>N>K>Mg>S>P (Tabela 8; Figura 20). O Ca foi o nutriente fornecido em maior quantidade ao solo da área, seguido pelo N e o K. O retorno do cálcio é alto na maioria das florestas tropicais (Vitousek, 1984). Comparando aos valores citados por Borém & Ramos (2002) para várias florestas tropicais do mundo, percebe-se que os valores do presente trabalho encontram-se dentre os mais altos. Também são maiores do que os referidos por Dantas & Phillipson (1989), para algumas florestas tropicais do Brasil, que apresentam as seguintes faixas de N (74-156), P (1-3,4), K (13-26), Ca (18-76) e Mg (1-29) em kg.ha-1 .ano -1 . Santana (2005) citou para várias florestas secas valores médios do aporte de nutrientes em kg.ha-1 .ano -1 de 32 para o N, 1,6 para o K, 18 para o P, 30 para o Ca e 9,4 para o Mg, todos bem abaixo dos valores encontrados na mata ciliar do submédio São Francisco. Dentre as frações da serapilheira, as folhas foram responsáveis pela maior transferência 170 de nutrientes (419,2 kg.ha-1.ano-1), seguidas pelo material reprodutivo (124,8 kg.ha-1.ano-1) e pelos ramos (87,1 kg.ha-1.ano-1), representando 66,4%, 19,8% e 13,8%, respectivamente, seguindo o mesmo padrão observado para deposição de serapilheira. A transferência de nutrientes pelas diferentes frações da serapilheira está exposta na tabela 8 e na figura 21. A maior transferência de cálcio pela serapilheira está diretamente relacionada à sua alta concentração em todas as frações da serapilheira devido com a sua reduzida mobilidade dentro da planta. O maior retorno de Ca ao solo se deu através das folhas, representando 70,1%, diferindo significativamente (p < 0,01) dos ramos (14,7%) e dos frutos (15,2%), que por sua vez não apresentam diferença significativa entre si (Tabela 8). Não foi constatada diferença significativa em relação à transferência desse nutriente nas diferentes faixas. Ao contrário do que foi observado para a concentração, que foi maior na época úmida, houve uma maior liberação nos meses secos (p < 0,05), tanto relativa à fração folhas (p < 0,01) como aos ramos (p < 0,05), não apresentando diferença significativa para o material reprodutivo. A fração folhas foi a responsável pelo maior retorno de nitrogênio ao solo, correspondendo a 62,05% do total e uma média de 132,69 kg.ha-1.ano-1. O material reprodutivo transferiu 52,30 kg.ha-1 de N, equivalente a 24,46% do total e a fração ramos foi a que retornou menor quantidade desse nutriente, correspondendo a 28,84 kg.ha-1 ou 13,49%. O total de N aportado ao solo por todas as frações da serapilheira foi de 213,83 kg.ha-1.ano-1, que representa um valor bastante significativo, indicando grande fluxo do elemento (Tabela 8; Figura 21). O nitrogênio normalmente é o nutriente que apresenta a maior concentração e o maior retorno ao solo via deposição de serapilheira, conforme descrito em diversos trabalhos realizados em diferentes ecossistemas e condições climáticas (Dantas & Phillipson, 1989; Scott et al., 1992; Dias et al., 2002; Vital et al., 2004). O aporte de N foi maior na faixa 1, seguido pelas faixas 2 e 3 (Tabela 8), apresentando diferença estatística significativa apenas entre as faixas 1 e 3 (F = 3.16; p = 0.04; Tukey p < 0.05), seguindo o mesmo padrão da deposição de serapilheira. O maior aporte de N na faixa 1 está ligado a maior produção de fitomassa, como também a grande capacidade da espécie Inga vera, dominante nesta faixa (Capítulo 1), em fixar nitrogênio (Montagnini et al., 1995). O fósforo foi o elemento transferido em menor quantidade para o solo (Tabela 9), apesar de seus valores superarem os resultados obtidos na maioria dos estudos em áreas de florestas secas e florestas estacionais semideciduais (Jaramillo & Sanford Jr., 1995; Pagano & Durigan, 2000; Vital et al., 2004; Santana, 2005; Souto, 2009). A liberação de fósforo para o 171 solo foi maior por parte da fração folhas, seguida pelo material reprodutivo e pelos ramos, sendo responsáveis pelo aporte de 11,18; 5,20 e 2,78 kg.ha-1, respectivamente, diferindo estatisticamente entre si (Anova; p < 0,01) (Tabela 8; Figura 21). O retorno anual do P através da serapilheira foi de 19,15 kg.ha-1.ano-1, não havendo diferença estatística entre as três faixas de distância do rio (Tabela 8). No entanto, foi verificada uma marcante sazonalidade na transferência de P via frações folhas, sendo esta bem maior na estação seca, com média de 7,52 kg.ha-1.ano-1, representando quase o dobro da quantidade liberada por essa fração na estação úmida (3,66 kg.ha-1.ano-1) (F = 50.3; p = 0,003; Tukey p < 0,01). A fração ramos também transferiu maior quantidade de P na estação seca (1.70 kg.ha-1.ano-1 ) do que na úmida (1.08 kg.ha-1.ano-1), porém com uma diferença visivelmente menor comparada com as folhas, apesar de também significativa (F = 6,32; p = 0,02; Tukey, p < 0,01). Não houve diferença significativa entre o aporte de P via material reprodutivo nas duas estações do ano. Do total do fósforo aportado pela serapilheira, 58,38% estava contido nas folhas, 27,12% no material reprodutivo e 14,49% nos ramos. O menor retorno do P em relação ao S, apesar de apresentar maior concentração no total da serapilheira, deve-se à maior concentração do S nas folhas que representa mais de 65% da serapilheira total. O fósforo representa o macronutriente com menor retorno ao solo em todos os trabalhos consultados, independentemente das condições de clima e vegetação, sendo o nutriente que mais limita o crescimento de plantas em regiões tropicais (Cunha et al.,1993; Jaramillo & Sanford Jr., 1995; Murbach et al., 2003; Santana, 2005). No caso da área estudada, o retorno do P, apesar de também ter sido menor que os demais nutrientes, supera os valores referidos pela maioria dos trabalhos de ciclagem (Vital et al 2004; Santana, 2005; Jaramillo & Sanford Jr., 1995; Singh, Dutta & Agrawal, 2004). Esse resultado é reflexo dos altos níveis de fósforo presentes no solo da mata ciliar do submédio, conforme mostra os resultados da análise do solo (Tabela 1), decorrentes provavelmente do escoamento superficial ou via lençol freático de fertilizantes fosfatados utilizados no canavial localizado muito próximo à vegetação estudada. A transferência do potássio seguiu o mesmo padrão observado na concentração desse elemento na serapilheira, sendo bem maior nos meses secos por parte das frações folhas (F = 9,97; p = 0,004; Tukey p < 0,01), ramos (F = 25,3; p = 0,0001; Tukey p < 0,01) e material reprodutivo (F = 14,9; p = 0,001; Tukey p < 0,01). As folhas, devido a sua maior biomassa, foram responsáveis pela maior transferência de K (F = 58,4; p = 0,0004), diferindo significativamente do material reprodutivo e dos ramos (p < 0,01) (Tabela 8; Figura 21). Não 172 houve diferença significativa entre a transferência de K pelos ramos e material reprodutivo. Este padrão se manteve nas três faixas, bem como na área total. Não foi observada diferença significativa no retorno de K nas diferentes faixas de distância do rio (Tabela 8). Seguindo o padrão observado para a maioria dos nutrientes, o magnésio e o enxofre também foram transferidos ao solo principalmente pelas folhas, correspondendo a 70% e 79,4% do total, respectivamente. Em seguida vem o material reprodutivo, responsável pela transferência de 16,8% de K e 10,42% de S e os ramos, que retornam 13,3% de K e 10,16% de S ao solo. Portanto, a transferência de Mg e S via folhas difere significativamente do retorno via frutos e ramos (p<0,01), e estes por sua vez não diferem estatisticamente entre si (Tabela 8; Figura 21). A maior transferência de S ocorreu na faixa 3 (p < 0,05), enquanto para o Mg não houve diferença significativa entre as faixas (Tabela 9). A transferência de ambos os nutrientes ao solo pela serapilheira foi maior no período seco (Mg, p < 0,01 e S, p < 0,05). A menor transferência dos nutrientes com maior mobilidade no interior do vegetal (N, P e K) após o início das chuvas indica que nesse período há grande translocação para formação de novos tecidos, principalmente em áreas de caatinga, onde a chegada das primeiras chuvas acompanha também o retorno das atividades metabólicas, podendo ser observada a renovação de toda a vegetação. Observações semelhantes foram feitas por Vital et al. (2004) em área de mata ciliar, em que o nitrogênio e o Ca apresentaram uma maior transferência no final da estação seca (mês de agosto), com uma tendência de diminuição nos meses mais chuvosos. No estudo realizado por Santana (2005), a transferência de nutrientes ao solo via serapilheira em termos de ordem quantitativa decrescente, seguiu o mesmo padrão desse estudo, ou seja: Ca > N > K > Mg > S > P. Como foi observado, as folhas representam a fração que disponibiliza a maior transferência de nutrientes para o solo. De fato, do total dos nutrientes retornados ao solo, 66,4% corresponde à contribuição das folhas, 19,8% do material reprodutivo e 13,8% dos ramos. Levando em consideração que as folhas representam também a fração mais abundante da serapilheira e com maior biomassa decídua, podemos inferir que esta constitui a fração mais representativa da serapilheira. Os maiores valores de nutrientes encontrados nos solos da área estão relacionados com as características de solos de mata ciliar que possuem textura fina com maiores quantidades de silte e argila (Ribeiro & Walter., 1998; Moreno & Schiavini, 2001), maior capacidade de armazenamento de água (Reichardt & Timm, 2004) e maior capacidade de troca catiônica (Moreno & Schiavini, 2001), acumulando mais nutrientes. 173 A transferência de nutrientes ao solo pelo aporte de serapilheira é a principal via de entrada, sendo o estoque de nutrientes presentes no solo dependente do conteúdo desses elementos na vegetação, bem como, da velocidade de decomposição do material orgânico sob o solo. A quantidade de nutrientes na serapilheira também depende da espécie, da proporção de folhas em relação aos demais componentes, da capacidade de translocação do nutriente antes da senescência, bem como do tipo de solo (Schumacher, 1992). Em geral, a transferência dos nutrientes acompanhou a sazonalidade da queda de serapilheira, com maiores valores no período seco. O N, Ca e K apresentaram um padrão de transferência mensal mais semelhante do que o S, Mg e P (Figura 22). O teor de Ca tende a apresentar uma maior variação com picos positivos durante os meses mais secos, provavelmente por haver uma menor taxa metabólica neste período, o que reduziria ainda mais a mobilidade deste elemento, que já é considerado imóvel. Isto faz com que o Ca, mesmo em excesso, armazenado em forma de cristais na folha, permaneça nela mesmo na sua senescência. 3.12 Eficiência de utilização de nutrientes A EUN é uma medida da produtividade primária por unidade de nutriente, ou seja, serve para medir a eficiência das plantas em utilizar os elementos para produzir biomassa (Montagnini & Jordan, 2002). Como a EUN é o inverso da concentração de nutrientes, os nutrientes menos disponíveis na vegetação apresentaram maior eficiência de uso e vice-versa (Vitousek, 1982). Desta forma, como o Ca, o N e o K foram os elementos presentes em maior concentração no solo e, portanto, apresentaram menor eficiência na sua utilização (Tabela 9). Em relação ao N, a pouca eficiência pode ser atribuída à abundância de indivíduos e espécies da família Leguminosae, como já foi citado no ítem concentração. A baixa eficiência de utilização destes três nutrientes (Ca, N e K) pelas espécies investigadas sugere que estes não são considerados fatores limitantes para a produção primária na área estudada. O P e o S foram os elementos com maior eficiência de utilização (Tabela 9), devido a menor concentração desses nutrientes no solo. Comparando com a EUN apresentada em outros trabalhos, observa-se que a área estudada possui baixa eficiência na utilização da maioria dos nutrientes. Merece destaque o fósforo, cuja concentração e transferência via serapilheira, superam os valores encontrados em muitos trabalhos, possuindo também menor eficiência na utilização. A grande disponibilidade desse elemento no solo, constatada pelas análises de solo, explica essa menor eficiência. 174 Não foi constatada diferença na eficiência entre as faixas para o N, P, K, Ca, no entanto O Mg e o S foram mais eficientemente utilizados pela vegetação das faixas 1 e 2, diferindo significativamente da faixa 3 (p < 0,05). 3.13 Decomposição O valor médio da massa seca do material foliar remanescente após 450 dias de decomposição foi de 4,74g (área total), correspondendo a 52,47% de decomposição acumulada (DA). Os valores do peso seco final do material contido nas bolsas decompositoras em cada período foram significativamente diferentes (F = 8,42; p = 0,003) (Tabela 10; Figura 24). Analisando o processo de decomposição na área total, a partir das médias das três faixas, percebeu-se que na primeira etapa ocorreu uma ligeira perda de massa sendo decomposto até os 90 dias de instalação do experimento em média 9,39% do material foliar inicial (Tabela 12). Nesse período que corresponde ao fim do período seco e início do úmido, foram constatadas chuvas em novembro (43,3 mm) e no fim de dezembro (17,1 mm) totalizando 60,4 mm (Figura 4). Entre 90 e 270 dias (dezembro de 2007 a junho de 2008), que inclui o período chuvoso (de dezembro a abril) e início do seco, verificou-se uma elevada perda de massa, voltando a diminuir nos meses subseqüentes (período seco) (Tabela 10; Figura 23; 24). Portanto, o processo de decomposição demonstrou caráter sazonal, sendo mais lento nos intervalos com predomínio de meses secos (setembro a dezembro - DR1; junho a setembro - DR4 e DR5) e mais rápido no período com predomínio de meses chuvosos (dezembro a março - DR2; março a junho - DR3) (Tabela 10; Figura 24). No primeiro estágio decomposição (de 0 a 90 dias), as três faixas apresentaram comportamento semelhante, com uma ligeira perda de massa, correspondendo a 8, 07 % de decomposição na faixa 1, 9,75% na faixa 2 e 10,36% na faixa 3, apresentando diferença significativa nas demais fases do processo (Figuras 23 e 24; Tabela 10). Na faixa 1 a decomposição seguiu um comportamento linear (Figura 26) apresentando diferença significativa entre as diferentes fases de coleta (F = 52,4; p < 0,0001) com a menor decomposição relativa entre os meses de dezembro/2007 a março de 2008 (DR2), e abril a junho/2008 (DR3), que correspondem ao período de chuvas. A maior perda de massa ocorreu entre julho a setembro/2008 e outubro a dezembro/2008 ( DR4 e DR5) (Tabela 10; Figura 24). Não houve correlação entre a decomposição e as variáveis climáticas, precipitação, temperatura e umidade. Nas faixas 2 e 3 o processo de decomposição pareceu fortemente influenciado pela 175 precipitação sendo maior no período chuvoso (DR2 e DR3) (F= 67,7 e F = 92,4 respectivamente) e menor entre junho e dezembro (DR4 e DR5) quando praticamente não houve chuvas (Tabela 10). Nessas faixas, foi observada correlação positiva e significativa entre a perda de massa e a precipitação acumulada (r=0,90; p=0,03; r=0,92; p=0,002), porém não foi observada correlação entre a perda de massa e a temperatura e a umidade. Na fase inicial do processo de decomposição é comumente observada uma rápida taxa de decomposição influenciada pela lixiviação da serapilheira (Orge et al., 2004). Portanto, as taxas de decomposição observadas na fase inicial do processo são atribuídas à lavagem dos compostos vegetais solúveis, que contribui consideravelmente para perda de matéria orgânica (Orge et al., 2004). Após essa primeira etapa, segue o estágio de degradação pela mesofauna e microorganismos decompositores (Pardo et al., 1997). Fatores ambientais como a precipitação, a umidade e a temperatura atuam como reguladores da atividade dos decompositores (Swift et al., 1979; Anderson & Swift., 1983). Os meses citados como de maior precipitação na área de estudo promovem um maior teor de umidade no solo favorecendo a atividade da fauna decompositora. Segundo Luizão e Schubart (1987) e Silva et al (2009), durante a estação chuvosa a taxa de decomposição é muito acelerada, sendo favorecida pela ação de cupins e outros invertebrados do solo e ainda pelo maior desenvolvimento de raízes finas. Alves et al. (2006), estudando a ciclagem de nutrientes em área de Caatinga na Paraíba, demonstrou através da análise da produção de CO2 resultante da atividade microbiana no solo, que a atividade microbiana é maior nos períodos de maior precipitação, o que implica em maiores taxas de decomposição nesse período. A taxa de CO2 resultante da respiração edáfica é indicadora da ciclagem de nutrientes nos ecossistemas (Souto et al., 2000). A decomposição mais acentuada durante a estação chuvosa é frequentemente observada em florestas tropicais, pois além dos processos físicos (lixiviação), garante condições de umidade favoráveis à atividade de organismos decompositores, bem como ao crescimento de raízes e micorrizas que auxiliam neste processo (Luizão & Schubart, 1987 in Pires 2006). No entanto, além da precipitação e umidade do solo, outros fatores estão envolvidos nesse processo como a textura, estrutura, teor de matéria orgânica e profundidade do solo, que influenciam na capacidade de armazenamento de água do solo (Santana, 2005). A faixa da beira do rio apresenta um comportamento menos dependente da precipitação e mais relacionado ao regime de inundações do rio. A baixa taxa de decomposição observada entre os meses de janeiro a junho (DR2 e DR3) (Tabela 10; Figura 24), por 176 exemplo, pode ser explicada pela presença de água em algumas parcelas nos meses de dezembro até abril, em decorrência da liberação de águas da barragem de Sobradinho em virtude do grande volume de chuvas em Minas Gerais. A carência de oxigênio provocada pelas inundações desacelera as transformações bioquímicas e inibe o processo de decomposição (Ricklefs, 2003). Outro fator que influencia na decomposição é a diversidade de espécies, já que áreas compostas por várias espécies possuem maior velocidade de decomposição do que aquelas com uma ou poucas espécies (Gama-Rodrigues et al., 2003). Logo, como a maioria das parcelas da faixa 1 é dominada por Inga vera, isso pode estar refletindo em menor taxa de decomposição. A menor decomposição observada nessa faixa também sugere uma maior resistência das folhas à atividade biológica (Orge et al., 2004), uma vez que as taxas de decomposição variam também de acordo com a qualidade do material (Santana, 2005; Silva et al., 2009). Existe uma relação entre a taxa de decomposição e o acúmulo de serapilheira na superfície do solo de modo que pouco acúmulo na superfície do solo indica rápida taxa de decomposição e vice-versa (Waring & Schlesinger, 1985; Balieiro et al., 2004). Através de observações de campo foi possível perceber que a faixa 1 possuía um maior volume de serapilheira acumulada do que as outras faixas, corroborando com os resultados encontrados. A lenta taxa de decomposição da serapilheira é apontada como um fator que retarda a saída de nutrientes do ecossistema, mantendo-os por mais tempo onde as plantas podem absorvê-los (Hay & Lacerda, 1984). Os valores de decomposição acumulada em cada período de coleta estão expostos na tabela 11 e na figura 25. Houve diferença significativa entre as diferentes faixas no final do estudo (F = 21,18; p= 0,000) sendo que as faixas 3 e 2 apresentaram a maior decomposição diferindo significativamente da faixa 1 (p < 0,01) (Tabela 11). A menor taxa de decomposição apresentada pela faixa 1 pode ser atribuída principalmente a dois fatores: 1) a estrutura das folhas da espécie Inga vera que é predominante nessa faixa e cujo aspecto demonstra maior resistência que a maioria das folhas predominantes nas outras faixas e 2) aos períodos de cheias do rio, inundando algumas áreas dessa faixa. Como essas áreas são muito suscetíveis à lavagem pelas águas do rio, uma rápida decomposição facilitaria a perda dos nutrientes. Por outro lado, a lenta decomposição possibilita que os nutrientes fiquem retidos no folhedo, servindo como reserva. Acredita-se que a primeira fase da decomposição seja fortemente influenciada pelas condições climáticas, uma vez que há predominância de processos físicos, que vão se 177 expressar diferentemente de acordo com as características do material em decomposição (Delitti, 1995). No entanto, em uma mesma região climática, a qualidade do substrato pode ser o fator determinante da taxa de decomposição (Swift et al., 1979), Os modelos que mais se ajustaram à perda de massa foram o linear para a faixa 1 e o polinomial para as faixas 2 e 3, conforme ilustrados na figura 26 com suas respectivas equações e coeficientes de determinação (R2). A taxa de decomposição k obtida para o período foi de 0,49 para F1, 0,85 para F2 e 0,96 para F3 apresentando diferença estatisticamente significativa entre as faixas 1 e 2 e 1 e 3 (F = 23,8; Tukey p < 0,01) (Tabela 12). O tempo estimado para renovação da serapilheira (1/K) foi de 2,03 anos (657,7 dias), 1,18 anos (382,3) e 1,03 anos (333,7 dias), para as faixas 1, 2 e 3, respectivamente. O tempo necessário para decomposição de 50% (t0,5) do material foliar para F1, F2 e F3 foi de 1,41 anos (513,24 dias) 0,82 anos (298,48 dias) e 0,71 anos (258,4 dias), respectivamente (Tabela 12). Souto (2006), em área de caatinga encontrou valores de 230 e 180 dias e Santana (2005) de 262 dias, para mistura de folhas de espécies da caatinga. Dessa forma, o valor médio de K (0,77) encontrado para a floresta ciliar de caatinga neste estudo pode ser considerado alto em comparação com os valores esperados para a caatinga. Mesmo no período de menor disponibilidade hídrica, o processo de decomposição não foi interrompido, apesar de sofrer considerável redução, indicando que a fauna do solo permanece ativa. De acordo com Santana (2005), apesar das condições restritivas de umidade no período seco, o processo de decomposição na caatinga pode ser considerado efetivo, mesmo quando comparado com outros resultados em ambientes com maior disponibilidade hídrica. 3.14 Liberação de nutrientes via decomposição Os valores referentes às concentrações de nutrientes no início e no final do processo de decomposição são apresentados na tabela 13. O processo de decomposição oscilou entre pequenas liberações e imobilizações. Para a maioria dos nutrientes houve uma rápida liberação no início do processo de decomposição, até os 270 dias devido a maior perda via lixiviação (Anderson & Swift 1983). A partir daí, verifica-se relativa estabilidade ou até mesmo aumento na concentração em decorrência da retenção no interior dos microrganismos decompositores (Aidar & Joly, 2003) bem como devido ao acúmulo de partículas de difícil degradabilidade como a lignina e compostos fenólicos (Tabela 14). 178 O nitrog„nio apresentou comportamento um pouco diferenciado nas tr„s faixas de distˆncia do rio. No in†cio do processo atŒ 180 dias de enclausuramento, houve uma pequena libera€ƒo com diminui€ƒo da concentra€ƒo de nitrog„nio nas folhas das faixas 2 e 3 correspondendo a 6,8% e 5,9% respectivamente. Posteriormente seguiram-se sucessivas fases de acumula€ƒo e libera€ƒo. A faixa 1 teve uma r‡pida libera€ƒo atŒ 90 dias, equivalendo a uma diminui€ƒo de 17,7% seguindo uma fase de imobiliza€ƒo (atŒ 270 dias) e posterior libera€ƒo (Figura 27). A dinˆmica do nitrog„nio Œ representada geralmente por uma primeira fase de aumento na concentra€ƒo indicando imobiliza€ƒo ou acumula€ƒo, o que significa reten€ƒo pela biomassa de microorganismos que decomp—em a serapilheira. Entretanto, simultaneamente ‰ imobiliza€ƒo, pode ocorrer mineraliza€ƒo, que Œ a libera€ƒo de nitrog„nio (Reddy, 1992). No presente estudo, observou-se uma fase de ligeira libera€ƒo anterior ‰ acumula€ƒo corroborando com Blair (1988), segundo o qual em serapilheiras de florestas nativas, o fluxo de N segue um padrƒo caracterizado por uma curva com tr„s fases: lixivia€ƒo, acumula€ƒo e libera€ƒo, podendo ocorrer mais de uma fase ao mesmo tempo, e nƒo necessariamente na mesma ordem. O P apresentou uma significativa libera€ƒo no in†cio do processo de decomposi€ƒo atŒ os 90 dias, ficando praticamente est‡vel atŒ os 180 dias nas tr„s faixas. A partir da† as tr„s faixas tiveram comportamentos distintos. As faixas 2 e 3 aumentaram a concentra€ƒo atŒ 270 dias, seguindo uma pequena libera€ƒo atŒ o final da observa€ƒo. Na faixa 1, a concentra€ƒo ficou est‡vel atŒ 270 dias seguindo um ac•mulo posterior, voltando a ficar est‡vel no final do experimento (Figura 28). A acumula€ƒo resulta em forma€ƒo de um estoque significativo de nutrientes, especialmente de P e N, na serapilheira acumulada sobre a superf†cie (Gama–Rodrigues & Barros, 2002). O K foi rapidamente liberado da serapilheira, ou seja, em torno de 50% atŒ os 180 dias. Ap‚s esse per†odo, o K remanescente manteve-se praticamente constante atŒ o final do per†odo de decomposi€ƒo (Figura 29). A lixivia€ƒo seria um dos principais mecanismos de transfer„ncia desse elemento para o solo, uma vez que ele nƒo Œ componente estrutural de qualquer composto das plantas e a mineraliza€ƒo nƒo seria um prŒ-requisito para sua libera€ƒo (Gama-Rodrigues & Barros, 2002; Costa et al., 2005). O c‡lcio oscilou entre ligeira libera€ƒo atŒ os 90 dias e acumula€ƒo atŒ os 360 dias, mas, ao final do per†odo de decomposi€ƒo, houve libera€ƒo l†quida entre 7 e 32% (Figura 30; Tabela 14). Gama-Rodrigues & Barros (2002) relataram libera€ƒo de Ca em torno de 179 26%. O aumento na concentração do cálcio no período chuvoso pode estar relacionado a uma imobilização ou à transferência do Ca da copa das árvores pela chuva, que segundo Prado Lopes (1994) é muito intensa (13 a 21 kg.ha-1 ano-1 ). O magnésio sofreu uma considerável diminuição na concentração até 180 dias com posteriores fases de acumulação caracterizada pelo aumento na concentração, e de liberação, terminando com imobilização no final do estudo (Figura 31). Como o magnésio é um dos elementos que possuíram a menor concentração inicial, juntamente com o enxofre, provavelmente seja limitante ao desenvolvimento da população microbiana existente na serapilheira, e por isso é acumulado no interior dos microorganismos (Campos et al., 2003; Selle, 2007). O enxofre foi o nutriente que sofreu maior liberação no início do processo e até os 180 dias de experimento. A partir dessa fase, seguiu-se uma relativa estabilidade indicando imobilização com posterior liberação na faixa 3 e acumulação na faixa 1 e 2 (Figura 32). Santana (2005) observou comportamento diferente, com imobilização do enxofre e ausência de liberação em todo o estudo. Aidar & Joly (2003) também observou comportamento semelhante com aumento na concentração no decorrer do processo, relacionando com a imobilização no protoplasma dos organismos decompositores. O aumento na concentração de nutrientes ao longo do processo de decomposição pode ter ocorrido devido a diferenças nas características do material colocado em cada sacola, uma vez que não houve uma uniformização quanto à proporção de folhas de cada espécie que foram enclausuradas nos sacos. Como cada espécie possui diferentes composições e concentrações de nutrientes (Andrade et al., 2000; Rodrigues & Nave, 2000; Gama Rodrigues et al., 2003, 2008; Aidar & Joly, 2003), variando quanto à facilidade na degradabilidade do material, logo, a massa seca remanescente em cada período de coleta também vai depender das espécies, bem como, da proporção destas em cada saquinho. Acredita-se que uma padronização na proporção de folhas de cada espécie a serem colocadas nos sacos possibilite a obtenção de resultados mais precisos. O aumento nas concentrações dos nutrientes nos folhedos durante o processo de decomposição também pode ser atribuído à movimentação interespecífica de nutrientes nos folhedos, direcionada pelo gradiente de nutrientes (Briones & Ineson, 1996). Alguns autores também relataram aumentos do teor de N e P durante a decomposição dos folhedos (Gama-Rodrigues et al., 2003; Wood, 1974; Lisanework & Michelsen, 1994; Santana, 2005). Esse comportamento também pode estar relacionado à microfauna decompositora, em especial à ação de fungos micorrízicos envolvidos na translocação e acumulação de 180 elementos, principalmente N e P (Wood, 1974; Lisanework & Michelsen, 1994; Heal et al., 1997). Alguns autores salientam que o mŒtodo das bolsas de decomposi€ƒo pode gerar algumas imprecis—es decorrentes da contamina€ƒo com part†culas de solo (Lousier & Parkinson, 1976; Bahuguna et al., 1990; Kolm & Poggiani, 2002). Portanto, alŒm das suposi€—es j‡ mencionadas como poss†veis respons‡veis pelo aumento nas concentra€—es dos nutrientes ao longo da decomposi€ƒo, acrescenta-se a possibilidade de contamina€—es do material acondicionado dentro das bolsas, visto que Œ muito dif†cil remover pequenas part†culas de barro aderidas ao material, principalmente nos est‡gios mais avan€ados de decomposi€ƒo e de mais dif†cil manuseio. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A produ€ƒo e a decomposi€ƒo de serapilheira foram influenciadas pela composi€ƒo das espŒcies, estrutura da vegeta€ƒo, caracter†sticas do solo e distˆncia do rio. Por sua vez estes dois aspectos da ciclagem de nutrientes refletem na fertilidade do solo e na estrutura da vegeta€ƒo de modo que as intera€—es de todos estes aspectos contribuem para que a faixa imediatamente pr‚xima ao curso d’‡gua (Faixa 1) seja bastante diferente das ‡reas mais afastadas (Faixa 3). Desta forma, a produ€ƒo de serapilheira foi maior na margem do rio diminuindo em dire€ƒo ‰ borda oposta, enquanto a decomposi€ƒo apresentou comportamento inverso. A produ€ƒo de serapilheira foi estacional, estando intimamente relacionada ‰ precipita€ƒo pluviomŒtrica, sendo maior nos meses do per†odo seco. A fra€ƒo folhas Œ o componente dominante e mais representativo nessa dinˆmica. Contudo, os frutos tambŒm ofereceram elevada contribui€ƒo. Nƒo houve varia€ƒo significativa entre a produ€ƒo do primeiro e segundo ano. Os nutrientes mais dispon†veis na serapilheira seguem a seguinte ordem: Ca>N>K>Mg>S>P. A libera€ƒo para o solo segue o mesmo padrƒo da deposi€ƒo de serapilheira, com maior retorno de nutrientes ao solo no per†odo seco. A ‡rea estudada possui solos mais fŒrteis, maior produ€ƒo de serapilheira, maior retorno anual de macronutrientes e maior taxa de decomposi€ƒo do que os valores observados para outras fisionomias de caatinga, assemelhando-se mais a outras forma€—es de florestas estacionais, demonstrando a importˆncia das matas ciliares na produtividade prim‡ria e na conserva€ƒo dos nutrientes do sistema. Esses resultados fortalecem a importˆncia da conserva€ƒo dessa ‡rea em particular, uma vez que representa um remanescente de mata ciliar 181 sob o dom†nio da caatinga, que se encontra cada vez mais escasso, visto ao intenso e progressivo processo de degrada€ƒo que esta vem sofrendo. Os resultados aqui apresentados indicam que as ‡reas ciliares de caatinga, especialmente as imediatamente pr‚ximas ‰s margens apresentam produtividade prim‡ria alta, sendo de elevada importˆncia para a sustentabilidade dos ecossistemas. Por estarem sujeitas a dist•rbios naturais peri‚dicos como as inunda€—es, estas ‡reas apresentam maior fragilidade que as ‡reas adjacentes. Nestas ‡reas, os nutrientes ficam armazenados por maior tempo na serapilheira que serve como reservat‚rio, evitando maiores perdas durante o per†odo de cheias. Por outro lado, as ‡reas um pouco mais afastadas do rio (faixa 3) apresentam produ€ƒo bem maior do que outras fisionomias da caatinga, provavelmente devido a proximidade do rio. Ambas apresentam elevada importˆncia para a conserva€ƒo, representando uma fonte de recursos para ser usada em projetos de restaura€ƒo, disponibilizando sementes e atŒ plˆntulas, visto que o solo da ‡rea apresenta grande abundˆncia delas, inclusive de Inga vera, que se perdem sobremaneira na Œpoca das cheias do rio. Pela escassez de trabalhos dessa natureza em matas ciliares do nordeste, acredita-se que este estudo disponibilizou valiosas informa€—es acerca do funcionamento desse tipo de ecossistema. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AB’ SABER, A.N. 2000. O suporte geoecol‚gico das florestas beiradeiras (ciliares). In: RODRIGUES, R.R.; LEITŽO FILHO, H.F. Matas ciliares: conserva€ƒo e recupera€ƒo. Sƒo Paulo: Edusp, Fapesp. p.: 15-25. AIDAR, M.P.M.; JOLY, C.A. 2003. Dinˆmica da produ€ƒo e decomposi€ƒo da serapilheira do ararib‡ (Centrolobium tomentosum Guill. Ex Benth. – Fabaceae) em uma mata ciliar, Rio JacarŒ-Pepira, Sƒo Paulo. Revista Brasileira de Botˆnica, 26(2): 193-202. 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Variáveis Faixa 1 6,09a 37,91ab 107,90b 6,59 a 1,83a 0,03a 2,52a 11,36a 80,1a 14,19a 45,79b 33,56ab 18,98a pH em H2O P – Mehlich (mg.dm-3) K+ (mg.dm-3) Ca++ (cmolc.dm-3) Mg++ (cmolc.dm-3) Al+++ (cmolc.dm-3) H+Al (cmolc.dm-3) CTC - (cmolc.dm-3) V – satura€ƒo de bases (%) MatŒria orgˆnica (g.kg-1) Areia total(%) Silte (%) Argila (%) Faixa 2 Faixa 3 6,36a 45,25a 161,85a 7,17a 1,53a 0,02a 2,15a 11,41a 83,25a 12,77a 52,35a 32,73b 14,93b 6,1a 29,25b 154,05ab 6,77a 1,85a 0,03a 2,4a 11,55a 80,08a 13,98a 39,49b 39,73a 20,78a Valores seguidos por letras iguais, nas linhas, nƒo diferem significativamente (Anova p>0,05). Tabela 2. Produ€ƒo mensal de serapilheira (total e fra€—es), seguida de mŒdia, coeficiente de varia€ƒo e desvio padrƒo, no per†odo de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submŒdio Sƒo Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Mês Set/07 Out/07 Nov/07 Dez/07 Jan/08 Fev/08 Mar/08 Abr/08 Mai/08 Jun/08 Jul/08 Ago/08 Set/08 Out/08 Nov/08 Dez/08 Jan/09 Fev/09 Mar/09 Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09 2 Ano 1 Ano Média Coeficiente de Variação Desvio Padrão Folhas 1053,93 1077,74 795,75 415,77 421,4 541,07 255,3 226,11 260,73 441,84 346,19 455,33 1258,28 786,45 721,1 337,34 245,36 190,19 313,54 245,2 432,82 283,69 729,88 808,1 12643,11 6321,56 526,80 0,58 304,96 Ramos 230,31 126,45 134,28 131,88 93,66 116,76 102,53 144,19 60,82 220,92 155,95 149,78 212,7 196,48 212,53 113,01 130,95 139,62 115,47 130,19 190,01 73,53 241,57 85,92 3509,51 1754,75 144,09 0,36 52,34 Flores 23,06 13,24 144,89 134,6 83,46 62,91 209,1 83,66 63,12 12,27 10,29 65,25 17,27 62,56 98,69 81,64 53 84,29 107,93 46,18 32,42 1,26 34 15,79 1540,88 770,44 64,20 0,78 50,13 Frutos 276,75 154,19 39,93 31,51 23,15 117,52 252,11 232,96 75,6 305,44 175,95 138,91 128,94 140,45 53,04 44,94 63,99 140,2 188,22 83,12 57,98 68,59 306,2 114,72 3214,41 1607,21 133,93 0,65 87,51 Total 1584,05 1371,62 1114,85 713,76 621,67 838,26 819,04 686,92 460,27 980,47 688,38 809,27 1617,19 1185,94 1085,36 576,93 493,3 554,3 725,16 504,69 713,23 427,07 1311,65 1024,53 20907,91 10453,96 871,16 0,40 345,87 201 Tabela 3. Produção das diferentes frações da serapilheira e respectivo percentual nas diferentes faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Serapilheira Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Folhas 7.372,26a (65,13%) 6.329,97ab (56,45%) 5.262,46 b (59,61%) 6.321,56 (60,47%) Ramos 1.559,64a (13,80%) 1.862,34a (16,61%) 1.840,25a (20,84%) 1.754,75 (16,79%) Flores 1.065,16a (9,41%) 786,03ab (7,01%) 460,12b (5,21%) 770,44 (7,37%) Frutos 1.320,16b (11,66%) 2.235,53a (19,94%) 1265,94b (14,34%) 1.607,21 (15,37%) Total 11.319,23a (100%) 11.213,87a (100%) 8828.77 b (100%) 10.453,96 (100%) * Médias seguidas de letras iguais nas linhas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 4. Peso seco dos frutos das principais espécies presentes em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil (N=10). Espécie Albizia inundata (Mart.) Barneby & Grimes Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Erytroxylum pungens O. E. Schultz Hymenaea courbaril L. Inga vera subsp. affinis Margaritaria nobilis L. F. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Sapindus saponaria L. Schinopsis brasiliensis Engl. Triplaris gardneriana Wedd. Ziziphus joazeiro Mart. Peso (g) 0,67 7,97 0,04 0,09 30,05 5,14 0,20 0,04 2,10 0,37 0,06 0,49 202 Tabela 5. Concentração de nutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), média (X), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) na serapilheira total coletada no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Mês Set/07 Out/07 Nov/07 Dez/07 Jan/08 Fev/08 Mar/08 Abr/08 Mai/08 Jun/08 Jul/08 Ago/08 Set/08 Out/08 Nov/08 Dez/08 Jan/09 Fev/09 Mar/09 Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09 X DP CV (%) N (g.kg-1) 17,37 17,50 20,30 20,59 22,20 21,36 22,30 23,75 23,57 22,18 20,01 17,17 15,95 17,46 20,14 16,55 17,30 18,88 17,75 18,95 21,85 20,59 20,43 20,36 P (g.kg-1) 1,93 1,94 1,98 2,00 2,24 2,64 1,86 2,61 2,71 2,29 2,02 2,04 2,02 1,92 1,92 1,52 1,49 1,47 1,10 1,13 1,11 1,11 1,37 1,42 K (g.kg-1) 14,00 11,34 14,33 11,35 12,22 10,34 7,18 3,70 13,61 13,30 13,30 15,22 11,73 10,38 9,15 6,22 6,22 6,45 5,43 5,88 8,02 7,35 9,81 10,83 Ca (g.kg-1) 24,27 22,23 20,47 27,39 19,82 19,26 23,96 24,28 23,64 32,14 21,61 26,60 18,43 15,61 16,23 15,84 16,89 20,20 30,19 37,59 27,42 21,82 20,01 15,62 Mg (g.kg-1) 1,90 2,21 2,62 2,81 2,37 1,88 2,00 1,86 2,34 2,35 2,26 2,34 1,73 1,96 1,87 1,90 1,86 1,67 1,96 2,24 2,39 2,23 1,83 1,73 S (g.kg-1) 3,16 5,05 5,43 4,86 2,60 1,11 0,61 0,37 1,35 1,61 1,29 0,98 1,46 1,23 1,20 1,43 1,45 0,85 0,20 0,28 0,30 0,43 0,45 0,57 19,77 2,26 1,83 0,48 9,89 3,28 22,56 5,58 2,10 0,30 1,59 1,53 11,43 26,54 33,16 24,72 14,28 96,08 203 Tabela 6. Concentrações de nutrientes nas diferentes frações e nas diferentes faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Nutrientes N P K Ca Mg S Faixa Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Concentração de Nutrientes (g.kg) Folhas 20,57 bA 20,60 aA 21,146 aA 20,77 a 1,68 bA 1,66 bA 1,77 bA 1,70 b 7,99 bB 10,15 ab AB 13,03 aA 10,39 a 23,45 aA 28,22 aA 25,42 aA 25,701 a 2,34 aA 2,59 aA 2,91 aA 2,61 a 1,36 aB 1,36 aB 4,46 aA 2,39 a Ramos 16,84 cA 16,17 bA 17,18 bA 16,72 b 1,75 bA 1,48 bA 1,53 bA 1,59 b 8,98 abA 7,43 bA 6,67 bA 7,69 b 21,62 aA 19,86 bA 21,74 aA 21,07 a 1,75 bA 1,71 bA 1,99 bA 1,82 b 1,33 aA 1,36 aA 0,95 bA 1,22 a Flor + Fruto 24,83 aA 20,93 aB 19,913 aB 21,89 a 2,20 aA 2,09 aA 2,28 aA 2,19 a 11,19 aA 11,41 aA 12,16 aA 11,591a 17,08 bA 14,69 cA 13,07 bA 14,95 b 1,81 bA 1,74 bA 2,03 bA 1,86 b 1,11 aA 0,95 aA 1,46bA 1,17a Media 20,75 A 19,23 A 19,41 A 19,79 1,87 A 1,74 A 1,86 A 1,83 9,39 A 9,66 A 10,62 A 9,89 20,72 A 20,92 A 20,08 A 20,57 1,97 A 2,01 A 2,31 A 2,09 1,27 A 1,22 A 2,29 A 1,59 * Médias seguidas de letras minúsculas iguais nas linhas e de letras maiúsculas iguais nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 7. Comparação entre a concentração de nutrientes no período seco e úmido nas diferentes frações da serapilheira em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil, no período de setembro/2007 a agosto/2009. Concentração de nutrientes (g.kg-1) N P K Ca Mg S Folhas Seco Úmido 30,39 21,48 2,52 1,67 12,19 a 7,64 b 25,66 38,38 2,55 2,68 2,96 3,46 Ramos Seco Úmido 24,68 16,69 2,39 1,62 9,49 a 5,42 b 20,59 30,78 1,89 1,73 1,46 1,91 Flor + Fruto Seco Úmido 31,85 23,09 3,26 2,20 13,49 a 8,87 b 17,25 27,58 1,82 1,91 1,28 1,73 Total Seco Úmido 28,97 20,42 2,72 1,83 11,73 a 7,31 b 21,17 32,25 2,08 2,11 1,91 2,37 Obs. Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 204 Tabela 8. Transferência anual de nutrientes via frações e total de serapilheira (kg.ha-1.ano-1) em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Nutrientes Faixa Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Folhas 154,22aA 125,61aAB 118,90aB 132,69a Ramos 26,47cA 29,4cA 30,66bA 28,84b Flor + Fruto 63,05bA 60,55bA 33,29bB 52,30b Total 243,74A 215,56A 182,84B 213,83 P Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média 12,58 aA 10,63aA 10,34aA 11,18a 2,79bA 2,67cA 2,86bA 2,78b 5,44bA 6,26bA 3,88bA 5,20b 20,82A 19,56A 17,08A 19,15 K Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Ca Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média Mg Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média S Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Média 64,13aA 68,568 aA 82,29 aA 71,66a 176,69aA 178,070aA 153,10aA 169,29a 17,41 aA 15,382 aA 17,16 aA 16,65a 13,52aA 10,778aA 28,83aB 17,71a 14,92bA 13,55 bA 12,38 bA 13,62b 34,17bA 35,99bA 38,98bA 36,38b 2,73 bA 3,13 bA 3,60 bA 3,15b 2,38bA 2,38bA 2,03bA 2,26b 29,54bA 34,41 bA 20,58 bA 28,18b 35,14bA 37,66bA 25,28bA 32,69b 3,87 bA 4,92 bA 3,20 bA 3,99b 2,37bA 2,52bA 2,08bA 2,32b 108,60A 116,52A 115,25A 113,46 246,01A 251,73A 217,36A 238,36 24,01A 23,43A 23,95A 23,80 18,28B 15,67B 32,94A 22,30 N Médias seguidas de letras minúsculas iguais nas linhas e de letras maiúsculas iguais nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 9. Eficiência na utilização de nutrientes no período de setembro/2007 a agosto/2009, em diferentes faixas de distância do rio em um fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. Faixa Macronutrientes kg de biomassa/kg de nutriente K Ca N P Faixa 1 47,24 552,96 106,03 Faixa 2 52,02 573,32 Faixa 3 52,39 50,31 560,79 562,22 Média Mg S 43,95 479,52 629,96 96,24 45,31 478,62 715,42 83,11 94,92 40,14 43,18 399,91 452,52 290,78 482,96 205 Tabela 10. Percentagem média de decomposição relativa (%DR), referente aos cinco trimestres de coleta (DR1 a DR5) no período de setembro/07 a agosto/09, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. %DR1 (Set a Dez/07) 8,07abA 9,75bcA Faixa %DR2 (Dez/07 a Mar/08) 3,22bB 14,63abA %DR3 (Mar a Jun/08) 7,60abB 19,34aA %DR4 (Jun a Set/08) 9,70aA 5,14cB %DR5 (Set a Dez/08) 10,31aA 8,28cA Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 10,36bA 19,78aA 22,52aA 4,80bB 4,92bB Média 9,39 12,54 16,49 6,55 7,84 Médias seguidas de letras minúsculas iguais nas linhas e de letras maiúsculas iguais nas colunas não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 11. Percentagem média de decomposição acumulada (%DA), referente aos cinco trimestres de coleta (DA1 a DA5) no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Faixa Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 %DA1 (Set a Dez/07) 8,07 a 9,75 a 10,36 a %DA2 (Dez/07 a Mar/08) 11,29 b 24,38 a 30,14 a %DA3 (Mar a Jun/08) 18,88 c 43,72 b 52,66 a %DA4 (Jun a Set/08) 28,59 c 48,86 b 56,47 a %DA5 (Set a Dez/08) 38,90 b 57,13 a 61,39 a Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 12. Valores do coeficiente de decomposição (k), do tempo médio de renovação (1/k) e do tempo necessário para a decomposição de 50% (t0,5) da serapilheira na área total e nas três faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Faixa Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total K 0,49 0,85 0,96 0,77 1/k 2,03 1,18 1,03 1,41 t 0,5 1,41 0,82 0,71 0,98 Tabela 13. Concentrações de nutrientes no início e no final do processo de decomposição da serapilheira na área total e nas três faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Faixas Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 N 22,0 18,6 24,4 Valores iniciais g.kg P K Ca Mg 1,8 10,7 20,4 12,2 2,11 19,2 26,5 3,0 1,8 18,2 24,2 3,4 S 5,6 6,1 10,8 N 20,9 25,2 24,1 Valores finais g.kg P K Ca Mg 2,48 5,3 18,9 1,8 4,25 7,4 17,8 1,9 2,15 6,2 17,1 2,4 S 0,6 2,5 0,7 Tabela 14. Percentual de liberação dos nutrientes contidos nas folhas ao final de 450 dias de decomposição do material foliar nas três faixas de distância do rio, em uma mata ciliar às margens do Rio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Faixa Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 N (%) 5,26 -35,94 1,19 P -37,78 -13,74 -45,00 Obs. Os valores negativos indicam imobilização. K 50,60 61,72 65,71 Ca 7,35 32,83 29,34 Mg 2,85 7,32 27,94 206 FIGURAS Figura 1. Mapa da localização dos municípios que compõem o submédio São Francisco no Brasil, incluindo o município onde foi realizado o estudo, Juazeiro, Bahia, Brasil. 140 30 120 25 100 20 80 15 60 10 40 5 20 0 Temperatura /Evaporação Precipitação / Umidade Figura 2. Imagem de satélite do fragmento de mata ciliar localizado na área da empresa Agrovale (fonte: Google Earth 2007), Submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. A área do estudo está localizada na margem direita, representada pela parte verde mais escura, (demarcada em vermelho) circundada por cana-de-açucar (verde-claro). Precipitação Um idade Tem peratura Evaporação 0 J F M A M J J A S O N D Figura 3. Média mensal da precipitação (mm), umidade relativa do ar (%), temperatura do ar (°C) e evaporação (mm) no período de 1979 a 2009 (30 anos), obtida na Estação Meteorológica do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro, Bahia, Brasil (09º24'S 40º26'W). Fonte: Adaptado de Embrapa Semiárido (2009). 300 35 250 30 25 200 20 150 15 100 Temperatura Precipitação e umidade 207 precipitação U mi d a d e Temp e r a t u r a 10 50 5 0 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A Figura 4. Precipitação média mensal (mm), Umidade relativa do ar e Temperatura do ar média mensal (°C) obtidas na Estação Meteorológicas do Campo Experimental do Projeto Mandacaru, Juazeiro-BA (09º24'S 40º26'W) no período de 2007 a 2009. Fonte: Adaptado de Embrapa Semiárido (2009). Figura 5. Desenho esquemático da distribuição das 30 parcelas alocadas em três faixas (F1, F2 e F3) de distância da margem do rio São Francisco, em Juazeiro, Bahia, Brasil. As parcelas em azul ficam alagadas temporariamente na época das cheias do rio. A B Figura 6. Coletores utilizados no estudo de produção de serapilheira em uma área de mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, BA, Brasil. A-Faixa 1; B- Faixa 2 e 3. 208 Figura 7. Sacos de decomposição (litter traps) utilizados no estudo de decomposição de Serapilheira (Kg/ha/ano) serapilheira em uma área de mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 ano 1 ano 2 S O N D J F M A M J J A Meses Figura 8. Deposição mensal de serapilheira nos dois anos de estudo (setembro/2007 a agosto/2009) em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Produção de serapilheira kg/ha 1600 1400 1200 1000 Faixa 1 800 Faixa 2 Faixa 3 600 400 200 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A Figura 9. Produção mensal de serapilheira nas diferentes faixas de distância do rio em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 209 1800 Serapilheira Kg/ha/ano 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A Meses Figura 10. Produção mensal de serapilheira no período de setembro/2007 a agosto/2009 em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. A 16000 20000 a 14000 12000 10000 8000 b 6000 4000 2000 0 seco úmido Período Serapilheira (Kg/ha) serapilheira kg/ha 18000 15000 B a a a seco 10000 úmido b 5000 b b 0 Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Figura 11. Produção de serapilheira no período seco e úmido em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 1800 1600 250 Precipitação (mm) 1400 200 1200 1000 150 800 100 600 400 50 200 0 Produção de serapilheira (Kg/ha) 300 precipitação produção 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F MA M J J A Figura 12. Relação entre a produção de serapilheira e a precipitação pluviométrica no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 210 Produção de serapilheira kg.ha-1 1400 1200 1000 Folhas 800 Ramos 600 Flores Frutos 400 200 0 S O N D J F M A M J 2007 J A S O N D J F M A M J J A 2008 2009 300 1400 250 1200 1000 200 800 150 600 100 400 50 200 0 Produção de folhas (Kg/ha/ano) Precipitação (mm) Figura 13. Produção das diferentes frações da serapilheira no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. precipitação Folhas 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A 300 300 250 250 200 200 150 150 100 100 50 50 0 P rodução de ram os (Kg/ha/ano) Precipitação (m m ) Figura 14. Produção de folhas no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Precipitação Ramos 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A Figura 15. Produção de ramos e relação com precipitação pluviométrica entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco, Juazeiro, Bahia, Brasil. 300 700 250 600 500 200 400 150 300 100 200 50 Produção de flores kg/ha Precipitação (m m) 211 P recipitação Flores 100 0 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A 300 350 250 300 250 200 200 150 150 100 100 50 50 0 Produção de frutos (Kg/ha/ano) Precipitação (mm) Figura 16. Produção de flores e relação com precipitação pluviométrica no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Precipitação Frutos 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A Figura 17. Produção de frutos e relação com precipitação pluviométrica entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 30 Concentração g/kg 25 a a a ab b 20 b folhas 15 ramo s a a 10 m aterial reprodutivo b 5 b b a a b b a a a 0 N P K Ca Mg S Figura 18. Concentração de nutrientes na diferentes frações da serapilheira no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 212 300 250 200 Folhas a Ramos 150 a Flor+frutos Total 100 a b 50 b b a b b b bb a 0 N P K a b b Ca Mg b b S Figura 19. Concentração de nutrientes nas diferentes faixas de distância do rio, no período de setembro/07 a agosto/09, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Transferên cia kg/ha 300 250 200 150 100 50 0 N P K Ca Mg S Figura 20. Transferência anual de nutrientes na serapilheira total, no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 300 250 200 Folhas Ramos 150 Flor+frutos Total 100 50 0 N P K Ca Mg S Figura 21. Transferência de nutrientes no total e por diferentes frações da serapilheira no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 213 Transferência de nutriente kg/ha 50 45 40 N 35 P 30 K 25 Ca 20 Mg 15 S 10 5 0 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A Figura 22. Variação mensal da quantidade de nutrientes transferidos ao solo via serapilheira, no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. M assa seca rem anescente (g) 12 10 8 Faixa 1 Faixa 2 6 Faixa 3 total 4 2 0 0 90 (seco) 180 (úmido) 270 (úmido) 360 (seco) 450 (seco) Dia s Figura 23. Perda de massa seca ao longo 450 dias de decomposição (setembro de 2007 a dezembro de 2008) na área total e nas três faixas de distância do rio, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 214 Decomposição Relativa (DR) 25 DR (%) 20 Faixa 1 15 Faixa 2 10 Faixa 3 5 08 de no v/ t /0 z/ 08 8 8 ou se o/ t/0 08 8 ag ju n/ l/ 0 08 8 ju ai m ab ar r/ 0 /0 8 8 /0 08 m fe v/ 08 n/ ja de z/ 07 0 Figura 24. Decomposição relativa aos cinco períodos de coleta (DR1 a DR5) da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio no período de setembro/07 a agosto/09, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. De composição Ac umulada (DA ) 70 60 DA (%) 50 Fa i xa 1 40 Fa i xa 2 30 Fa i xa 3 20 10 8 z/ 08 de v/ 0 no 8 t/0 ou 8 se t/0 8 o/ 0 ag 8 ju l/0 08 n/ ju m ai /0 8 8 r/0 ab m ar /0 8 8 v/ 0 fe 08 n/ ja de z/ 07 0 Figura 25. Decomposição acumulada nas diferentes faixas de distância do rio referente aos cinco períodos de coleta (DR1 a DR5) no período de setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 215 A Massa remanescente (g) Faixa 1 12 y = -0.7556x + 10.869 R2 = 0.9804 10 8 6 Faixa 1 4 Linear (Faixa 1) 2 0 0 90 (seco) 180 (úmido) 270 (úmido) 360 (seco) 450 (seco) Dias B Faixa 2 Massa remanescente (g) 12 2 y = 0.081x - 1.7734x + 11.915 2 R = 0.9822 10 8 6 Faixa 2 4 Polinômio (Faixa 2) 2 0 0 90 (seco) 180 (úmido) 270 (úmido) Dias 360 (seco) 450 (seco) C Faixa 3 Massa remanescente (g) 12 2 y = 0.1627x - 2.4752x + 12.679 2 R = 0.97 10 8 6 Faixa 3 4 Polinômio (Faixa 3) 2 0 0 90 (seco) 180 (úmido) 270 (úmido) 360 (seco) 450 (seco) Dias Figura 26. Peso seco final (g) do material foliar recolhido das bolsas decompositoras e a respectiva linha de tendência, no período de setembro/2007 a agosto/2009, em uma mata ciliar às margens do Rio São Francisco em Juazeiro, Bahia. 216 N Concentração g/kg 30 25 20 F1 15 F2 10 F3 5 0 0 90 180 270 360 450 Dias Figura 27. Variação na concentração de nitrogênio ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. P Concentração g/kg 3 2.5 2 F1 1.5 F2 1 F3 0.5 0 0 90 180 270 360 450 Dias Figura 28. Variação na concentração de fósforo ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. K C onc e ntra ç ã o g/k g 25 20 F1 15 F2 10 F3 5 0 0 90 180 270 360 450 Dias Figura 29. Variação na concentração de potássio ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 217 Ca Concentração g/kg 30 25 20 F1 15 F2 F3 10 5 0 0 90 180 270 360 450 Dias Figura 30. Variação na concentração de cálcio ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. concentração g/kg Mg 4 3.5 3 2.5 2 1.5 F1 F2 F3 1 0.5 0 0 90 180 270 360 450 D i as Figura 31. Variação na concentração de magnésio ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. Concentrção g/kg S 5 4.5 4 3.5 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0 F1 F2 F3 0 90 180 270 360 450 Dias Figura 32. Variação na concentração de enxofre ao longo de 450 dias de decomposição da fração foliar nas diferentes faixas de distância do rio entre setembro/2007 a agosto/2009, em fragmento de mata ciliar no submédio São Francisco em Juazeiro, Bahia, Brasil. 218 CONCLUSÕES GERAIS A maior proximidade com o curso d’‡gua e o regime de inunda€—es contribu†ram para a diferencia€ƒo na composi€ƒo flor†stica, distribui€ƒo de espŒcies e estrutura da vegeta€ƒo na mata ciliar do submŒdio, resultando em uma vegeta€ƒo heterog„nia, de estrutura mais densa e mais alta na beira do rio, com dom†nio da espŒcie Inga vera, relacionado ‰ sua resist„ncia ‰ inunda€ƒo. O gradiente de distˆncia do rio, que envolve diferen€as na umidade do solo e na disponibilidade h†drica, favorece a forma€ƒo de microambientes, que por sua vez condicionam tanto a presen€a quanto a abundˆncia de espŒcies, e leva ‰ forma€ƒo de um gradiente flor†stico, alŒm de diferenciados padr—es estruturais e funcionais na comunidade, como a diferencia€ƒo na intensidade dos eventos fenol‚gicos e na ciclagem de nutrientes. A sazonalidade clim‡tica, peculiar aos ambientes secos como a caatinga, Œ outro fator que condiciona o tipo de vegeta€ƒo, a Œpoca e a intensidade dos eventos fenol‚gicos e consequentemente a oferta de recursos para a fauna local, regula a disponibilidade de nutrientes e a atividade dos microorganismos do solo. A mata ciliar do submŒdio possui solos mais fŒrteis, maior produ€ƒo de serapilheira, maior retorno anual de macronutrientes e maior taxa de decomposi€ƒo do que os valores observados para outras fisionomias de caatinga, assemelhando-se mais a outras forma€—es de florestas estacionais, demonstrando a importˆncia das matas ciliares na produtividade prim‡ria, sendo de elevada importˆncia para a sustentabilidade dos ecossistemas. Por estarem sujeitas a dist•rbios naturais peri‚dicos como as inunda€—es, estas ‡reas apresentam maior fragilidade que as ‡reas adjacentes. Esses resultados fortalecem a importˆncia da conserva€ƒo dessa ‡rea em particular, uma vez que representa um remanescente de mata ciliar sob o dom†nio da caatinga, que se encontra cada vez mais escasso, visto ao intenso e progressivo processo de degrada€ƒo que esta vem sofrendo. Este estudo destaca-se por ser talvez, o pioneiro em abordar a fenologia e a ciclagem de nutrientes em mata ciliar de caatinga, uma vez que nƒo se tem conhecimento de outro estudo semelhante na regiƒo. Todos os aspectos abordados nesse estudo sƒo essenciais para a compreensƒo da estrutura e funcionamento desses ecossistemas e servem para subsidiar a€—es voltadas para a manuten€ƒo e recomposi€ƒo dos poucos fragmentos de matas ciliares que ainda restam na caatinga. Como existem poucas publica€—es nas ‡reas de fenologia e ciclagem de nutrientes em matas ciliares da caatinga sugere-se que haja um incremento nas pesquisas nestas ‡reas. 219 Na linha de pesquisa de ciclagem de nutrientes, é muito importante investigar os padrões individuais das espécies mais representativas nas comunidades, a fim de se descobrir quais são as mais eficientes na utilização de determinados nutrientes o que permitiria indicá-las para recuperação de áreas degradadas. 220 RESUMO (Composição, estrutura e funcionamento da vegetação em um gradiente de mata ciliar no submédio São Francisco, Bahia, Brasil). O presente estudo foi desenvolvido em um fragmento de caatinga na margem direita do rio Sƒo Francisco, no munic†pio de Juazeiro, Bahia, e teve por objetivos determinar a composi€ƒo flor†stica e a estrutura fitossociol‚gica da vegeta€ƒo; detectar os padr—es fenol‚gicos vegetativos e reprodutivos das espŒcies vegetais dominantes; Investigar a produ€ƒo e a decomposi€ƒo de serapilheira e o retorno de nutrientes ao solo; avaliar a influ„ncia do clima nos padr—es de fenologia e ciclagem de nutrientes, bem como a influ„ncia da distˆncia do rio na composi€ƒo de espŒcies, estrutura, fenologia e ciclagem de nutrientes. Foram amostradas 55 parcelas de 10m x 25m distribu†das em faixas de acordo com a distˆncia do rio: F1) a mais pr‚xima do rio; F2) a se€ƒo intermedi‡ria das transec€—es e F3) a mais distante do rio. Em cada parcela, foram medidas as circunfer„ncias ‰ altura do peito e as alturas de todos os indiv†duos com diˆmetro ao n†vel do solo ≥ 3 cm e altura ≥ 1m. Calculou-se a densidade, freq”„ncia, dominˆncia, ‡rea basal IVC e IVI para espŒcie e fam†lia, alŒm da diversidade flor†stica. Para o estudo fenol‚gico foram marcados 224 indiv†duos das 12 espŒcies com maior IVI em 30 parcelas locadas nas diferentes faixas de distˆncia do rio. As observa€—es foram realizadas no per†odo de novembro de 2007 a outubro de 2009. A quantifica€ƒo da produ€ƒo de serapilheira foi realizada durante um per†odo de 24 meses atravŒs da utiliza€ƒo de 60 coletores de 0,25m2 , dispostos aleatoriamente em 30 parcelas. A produ€ƒo de serapilheira foi correlacionada com vari‡veis ambientais e a libera€ƒo dos macronutrientes contidos na serapilheira foi calculada para cada uma das fra€—es. A decomposi€ƒo da serapilheira foi verificada pela avalia€ƒo direta da perda de massa, com a utiliza€ƒo de sacos de decomposi€ƒo. Foram calculados o coeficiente de decomposi€ƒo k, o tempo mŒdio estimado de renova€ƒo da serapilheira e o tempo necess‡rio para o desaparecimento de 50% da serapilheira. Foram amostrados 1.644 indiv†duos, pertencentes a 24 fam†lias, 41 g„neros e 50 espŒcies. As fam†lias mais representativas em n•mero de indiv†duos foram: Leguminosae, Cannabaceae, Rhamnaceae e Capparaceeae. As espŒcies com os maiores IVIs foram Inga vera, Celtis iguanaea, Ziziphus joazeiro e Albizia inundata. A densidade total foi 1.196 indiv†duos/ha, ‡rea basal de 19.554 m2 /ha e †ndice de Shannon de 2,49 nats.ind-1 . A faixa da beira do rio se distingue das demais faixas apresentando a maior densidade total, ‡rea basal total, diˆmetro e altura mŒdia, porŒm com o menor n•mero de espŒcies, sendo dominada por Inga vera. A Faixa 3 apresentou maior diversidade de espŒcies, sendo mais 221 distinta da Faixa 1, enquanto a faixa 2 é uma transição entre o ambiente mais úmido e mais seco, sendo mais similar à faixa 1. Foi confirmada a existência de um gradiente florístico entre as parcelas amostradas relacionado com a distância destas à margem do rio. Na comunidade, foram observados queda e brotamento foliar bem como floração e frutificação anual, com alta sincronia entre as diferentes espécies e entre os indivíduos da mesma espécie. O maior pico de queda ocorreu na estação seca e de brotamento no final do período seco e início do chuvoso. A maioria das espécies floresceu entre agosto e fevereiro e frutificou de dezembro a maio de 2008 e 2009 (período úmido). Nas populacões, o padrão de floração e frutificação foi anual e regular, com alta sincronia entre os indivíduos. A intensidade da floração e da frutificação foi maior nas parcelas mais próximas ao rio diminuindo com a distância da margem (F1>F2>F3), ao contrário da intensidade de queda foliar, maior nas parcelas mais afastadas do rio (F3>F2>F1). Portanto, a intensidade das fenofases reprodutivas e vegetativas variou com a distância das parcelas ao rio, sendo também fortemente influenciada pelo regime pluviométrico da região. Todas as fenofases tiveram forte correlação com fatores ambientais, sendo o brotamento e a floração correlacionados com a temperatura, à umidade e ao fotoperíodo, enquanto a queda foliar e a frutificação estiveram correlacionadas à precipitação e ao fotoperíodo. A produção anual de serapilheira foi estimada em 10.453,96 kg.ha-1 .ano -1 , composta por 60,5% de folhas, 16,8% de ramos e 22,7% de material reprodutivo. Na F1 houve maior produção de serapilheira seguida por F2 e F3. A produção de serapilheira teve correlação negativa com a precipitação pluviométrica (r= -0,48; p=0,001) e com a umidade (r= -0,52; p=0,008) sendo responsável pela transferência anual de 631 kg.ha-1 de macronutrientes ao solo obedecendo a seguinte ordem: Ca>N>K>Mg>S>P. As folhas foram responsáveis pela maior transferência de nutrientes da serapilheira para o solo seguidas pelo material reprodutivo e pelos ramos. A decomposição foi maior na faixa 3 (61,7%) e na faixa 2 (57,1%), apresentando diferença significativa da faixa 1 (38,9%). A taxa de decomposição k obtida para o período foi de 0,49 para F1, 0,85 para F2 e 0,96 para F3 e o tempo estimado para renovação da serapilheira (1/k) foi de 658, 382 e 334 dias, para as faixas 1, 2 e 3, respectivamente. O K foi o nutriente mais rapidamente liberado da serapilheira. A maior produção de serapilheira e a menor decomposição na beira do rio foram influenciadas principalmente pela composição florística e estrutura da vegetação e pelo regime de inundações. Os padrões estruturais (composição florística, abundância e distribuição de espécies) e funcionais (fenologia e ciclagem de nutrientes) foram influenciados pelo gradiente de distância do rio e pela sazonalidade climática. 222 ABSTRACT (Composition, structure and function of vegetation in a gradient of riparian forest in submid São Francisco, Bahia, Brazil). This study was conducted on a fragment of caatinga on the right bank of the River, in Juazeiro, Bahia, and aimed to determine the floristic composition and phytosociological structure; detect phenological patterns and reproductive organs of the dominant species; investigate the production and litter decomposition and nutrient return to the soil; evaluate the influence of climate on patterns of phenology and nutrient cycling as well as the influence of distance from the river in species composition, structure, phenology and nutrient cycling. We sampled 55 plots of 10 m x 25 m strips distributed according to the distance from the river: F1) the nearest from the river, F2) the middle section and F3) the farthest from the river. In each plot, the circumference at breast height and the height of each individual with a diameter at ground level ≥ 3 cm and a height ≥ 1m were measured. Was calculated the density, frequency and relative dominance, basal area, IVI and IVC for species and family. For the fenologic study 224 individuals were selected and marked within 30 plots placed according to their distances from the river. The observations were carried out from November 2007 to October 2009. The quantification of the litter production was accomplished through 24 months collections in 60 collectors of 0,25 m2 randomly arranged in 30 plots. Litter production was correlated with some climatic variables and the release of macronutrients (N, P, K, Ca, Mg and S) contained in the litter was calculated for each of the fractions. The decomposition of litter was verified by direct evaluation of weight loss with the use of litter bags. We calculated the rate of decomposition k, the estimated average time of renewal of the litter and the time required for the disappearance of 50% of the litter. 1644 Individuals belonging to 24 families, 41 genera and 50 species were sampled. The most representative families in number of individuals were Leguminosae, Cannabaceae, Rhamnaceae and Capparaceeae. The species with the highest IVIS were Inga vera, Celtis iguanaea, Ziziphus joazeiro and Albizia inundata. The total density was 1,196 individuals.ha-1 , basal area of 19,554 m2.ha-1 and index of de Shannon de 2,49 nats.ind -1 . The track of the riverbank is quite different from the other showing the highest density, basal area, diameter and height and have the lowest number of species, dominated by Inga vera. F3 showed the highest diversity of species. F2 is a transition between the environment more humid and drier, being more 223 similar to a F1. We confirmed the existence of a floristic gradient between the sampled plots the distance of these related to the riverbank. The pattern of fall and flushing leaf presented by the community was continuous but with its peak in the dry season, showing a high synchrony among the different species as well as the individuals of the same species. The sprouting was much intensive during the months of October, November, December and January, which comprise the end of the dry season and the beginning of the rainy season. The flowering and fruiting pattern presented by the populations studied was continuous and regular, with most of the species blooming from August to February and fruiting from December to May in 2008 and 2009 (wet season). Within populations, the pattern of flowering and fruiting was annual, regular, with high synchrony among individuals. The intensity of flowering and fruiting was higher in plots closer to the river decreasing as they were far from the bank of the river (F1> F2> F3) opposite to the intensity of fall of leaves, which was higher in the further plots from the river and lower in nearer ones (F3> F2> F1). Therefore, the intensity of reproductive and vegetative phenological phases varied according to the distance of the plots from the river and was also strongly influenced by the rainfall in the region. All phenophases had strong correlation with environmental factors, the flushing leaf and flowering correlated with temperature, humidity and photoperiod, while the leaf fall and fruiting were correlated to rainfall and photoperiod. The annual litter production was estimated at 10.453,96 kg ha-1 .year-1 , composed of 60.5% leaves, 16.8% branches and 22.7% of reproductive material. At F1 was a greater range litter production followed by F2 and F3. Litter production was negatively correlated with rainfall (r = -0,48; p = 0.001) and humidity (r = -0, 52; p = 0.008) being responsible for the annual transfer of 631 kg ha-1 of macronutrients to the soil following this order: Ca> N> K> Mg> S> P. The leaves were responsible for the largest transfer of nutrients to the soil followed by reproductive material and the branches. The decomposition was higher on F3 (61.7%) and F2 (57.1%), showing a significant difference of F3 (38.9%). The decay rate k obtained for the period was 0.49 for F1, F2 and 0.85 to 0.96 for F3 and the estimated time for renewal of the litter (1/k) was 658, 382 and 334 days for F1, F2 and F3, respectively. K was the nutrient more rapidly released from the litter. The highest and lowest production of litter decomposition in the river was mainly influenced by floristic composition and structure of vegetation and the flooding regime. The structural patterns (floristic composition, abundance and distribution of species) and functional (phenology and nutrient cycling) were influenced by the gradient away from the river and the seasonal climate.