GOVERNANÇA NA PISCICULTURA: A PERCEPÇÃO DOS PRODUTORES ASSOCIADOS A UMA COOPERATIVA Tema 4: Governança Corporativa em cooperativas Heloiza Cristina Holgado-Silva1 Erlaine Binotto2 Elisabete Stradiotto Siqueira3 1 Mestranda em Agronegócios – Universidade Federal da Grande Dourados/MS – UFGD - e-mail: [email protected] 2 Doutora em Agronegócios e professora e Coordenadora do PPGAgronegócios da Universidade Federal da Grande Dourados/MS – UFGD 3 Doutora em Ciências Sociais e professora do Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA/RN. Resumo Esta pesquisa pretende evidenciar a percepção dos piscicultores associados a uma cooperativa no estado de Mato Grosso do Sul, em relação a determinados fatores vinculados a Economia dos Custos de Transação - ECT. Por conseguinte, caracterizar a relação entre cooperativa e cooperado. A Economia dos Custos de Transação contempla conceitos de pressupostos comportamentais, sendo a racionalidade limitada e o oportunismo e atributos das transações, freqüência, incerteza e especificidade, além de considerar as influências do ambiente institucional sobre as transações. As variáveis abordadas na teoria proporcionaram o diagnóstico da percepção dos produtores e permitiram caracterizar a relação entre cooperativa e cooperado. Com base em estudo de Ferreira (2005) elaborou-se um questionário semi-estruturado, sendo que para algumas perguntas aplicou-se uma escala de 1 a 5. Nessa escala, os produtores entrevistados indicaram quais eram suas percepções com relação à importância e o desempenho dos fatores préestabelecidos. Os resultados indicaram que os fatores que obtiveram maior importância foram: confiança, relacionamento de longo prazo, regularidade na transação e comportamento do consumidor. Sendo que os menores escores obtidos foram: garantia de preço mínimo e contratos formais. Mediante a análise das variáveis abordadas evidenciou-se a relevância das reuniões da Cooperativa no compartilhamento de informações. O relacionamento de longo prazo foi apontado como sendo um fator capaz de aumentar o grau de confiança entre os agentes econômicos. Assim, a confiança e o relacionamento de longo prazo podem estar relacionados à maior importância atribuída aos contratos informais. Palavras-chave: piscicultura. Nova Economia Institucional. Economia dos Custos de Transação. Governance in Aquaculture: perception of the producers associated with a cooperative Abstract This research aims to highlight the perception of aquaculture associated with a cooperative in Mato Grosso do Sul state concerning certain factors related to the Transaction Cost Economics – TCE, therefore to characterize the relation between cooperative and cooperative. The Transaction Cost Economics includes concepts of behavioral assumptions, as the limited rationality, opportunism, and transaction attributes frequency, uncertainty and specificity, besides that considering the influence of institutional environment on the transactions. The variables addressed in the theory of perception provided the diagnosis of producers and allowed to characterize the relation between cooperative and cooperated. Based on by Ferreira (2005) study a semi-structured questionnaire was elaborated, and some questions to a scale of 1 to 5 was applied. On this scale, producers who were interviewed indicated their perceptions about the importance and performance of pre-established factors. The results indicated that the factors with the greatest importance were: trust, long-term relations, regularity in the transaction and consumer conduct. And the lowest scores were: guaranteed minimum price and formal contracts. Through the analysis of the variables, they showed the relevance of the meetings of the cooperative in sharing information. The long-term relation was appointed as a capable factor of increasing the degree of trust between economic agents. This way, trust and longterm relation may be related to the greater importance given to informal contracts. Key words: Aquaculture. New Institutional Economics. Transaction Cost Economics. 1. INTRODUÇÃO O estado de Mato Grosso do Sul possui sua economia apoiada no agronegócio. Nota-se que existe uma busca pela diversificação e competitividade de suas bases produtivas, refletindo no surgimento ou ampliação de atividades econômicas não alicerçadas em commodities, como o gado e a soja (PROCHMANN; CAMPEÃO; VILPOUX, 2007). Assim, o setor da piscicultura vem ganhando espaço nas últimas duas décadas no estado, pois este possui condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento da atividade. Desta forma, o tema tem despertado interesse de pesquisadores, tendo em vista sua relevância regional (PROCHMANN; CAMPEÃO; VILPOUX, 2007; VIEIRA FILHO, 2009; RESENDE, 2007). A análise da cadeia produtiva de cada produto agropecuário proporciona a percepção das interações e relações entre os agentes existentes (ARAÚJO, 2005). Com essa percepção é possível verificar como a governança se processa nessas relações, a partir de aspectos vinculados a coordenação, pela análise das transações. Para que se possam compreender as estratégias traçadas pelos produtores cooperados, é necessário o estudo das características das transações. Assim, a Economia dos Custos de Transação (ECT) é um corpo teórico bastante interessante para aplicação a este estudo, pois apresenta conceitos capazes de esclarecer a forma como a transação ocorre. Tais pressupostos influenciam os custos de transação, afetando diretamente a escolha por determinada estrutura de governança. A ECT origina-se de um individualismo metodológico, assim demonstrando ser adequada à análise das ações individuais (MARASCHIN, 2004), dos piscicultores cooperados e podendo ser aplicada neste estudo. Tomando como base o exposto, esta pesquisa pretende evidenciar a percepção dos piscicultores associados a uma cooperativa no estado de Mato Grosso do Sul, em relação a determinados fatores vinculados a ECT. Por conseguinte, será possível caracterizar a relação entre cooperativa e cooperado. 2. REFERENCIAL TEÓRICO O interesse na percepção de como se expressa a relação entre cooperativa e cooperado é observada nos trabalhos de Cook (1995), Fulton (1995), Sykuta e Cook (2001), Zylbersztajn (2002) e Bialoskroski (2001) onde foram introduzidas “a questão do relacionamento da cooperativa com os cooperados, tratando da governança dessas relações e dos incentivos que as permeiam” (MARASCHIN, 2004, p.29). Em abordagens de estruturas de governança e coordenação, a Nova Economia Institucional constitui um conjunto de conceitos que são os mais utilizados em pesquisas principalmente na área de agronegócios (FERREIRA, 2005). 2.1. Governança corporativa As empresas familiares, que predominaram até o final da década de 60, tinham acionistas que assumiam, ao mesmo tempo, o papel de proprietários / gestores, e conselheiros, cujas funções restringiam-se à representação e lobby para garantir os interesses dos acionistas controladores (PAGNUSSATT, 2004). Na década de 70 o American Law Institute (ALI) estimulou uma “discussão sobre a melhor forma de gerir negócios societários nos Estados Unidos da América” (COTRIM, 2003, p. 3). No Brasil, a década de 70 foi marcada pelo aparecimento dos primeiros conselhos com papel mais efetivo nos controles dos negócios, especialmente a partir de 1976, com a edição da primeira Lei das Sociedades Anônimas, nº 6.404, que fixou competências e responsabilidades dos Conselhos de Administração. Já na década de 80, surgem os fundos de pensão e de investimentos, que viriam a ser grandes investidores no mercado de capitais, o que acelerou o processo de abertura do controle acionário. Iniciava a preocupação em adotar procedimentos de valorização dos acionistas e a discussão sobre o papel social das organizações (PAGNUSSATT, 2004). A partir de 1990, com os escândalos envolvendo pareceres de auditorias externas de grandes corporações que quebraram e com as grandes fusões, incorporações e aquisições, o tema da governança passou a ocupar lugar de destaque nos estudos sobre o adequado modelo estrutural das organizações, para garantir a transparência da situação econômico-financeira para acionistas, sociedade e governo (ANDRADE; ROSSETTI, 2004). Neste período as grandes corporações deram visibilidade à composição e atuação dos conselhos de administração, surgiram publicações de Códigos das Melhores Práticas e muitos livros foram editados com uma gama muito grande de recomendações sobre a governança, especialmente no que diz respeito ao papel dos Conselhos de Administração (ANDRADE; ROSSETTI, 2004). Em 1992, foi publicado o relatório Cadbury Report, na Inglaterra, o documento pioneiro no desenvolvimento da governança corporativa. Este documento foi revisado em 1997, com o nome de Hempel Report. Em 1994, a ALI publica um resultado de seus estudos, denominado Principles of corporate governance, e em 1996 os Estados Unidos publica sua versão do Código das Melhores Práticas, o NACD (National Association of Corporate Directors) Report (COTRIM, 2003, p. 3). No ano de 1998 chefes de grandes empresas de dezesseis países se reuniram em Londres formando o Conselho Consultivo Global de Governança Corporativa, que traçou os quatro princípios de governança: O conselho precisa ser responsável para com os acionistas; o conselho precisa ser independente dos gestores; os papéis dos presidentes do conselho e presidente da empresa não podem ser exercidos pela mesma pessoa; as empresas precisam preencher certos padrões internacionais para se qualificarem e serem listadas em uma Bolsa de Valores (COTRIM, 2003, p.4). Cotrim (2003) salienta que após alguns anos, o movimento passou a ser estudado na França, Espanha, Itália e hoje tomou dimensões mundiais. Para a autora o desenvolvimento de capitais ocorreu no Brasil de forma tardia em relação aos países desenvolvidos. A Lei de Sociedade por Ações (Lei nº 6.404/76) favorecia os acionistas majoritários em detrimentos dos minoritários. Além disso, existe na história da economia brasileira a marcante presença das empresas familiares, cujos membros dos conselhos estão comprometidos com o patriarca e empresário. Em 1995 foi criado o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, que publica o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa e, em 2000, a Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA, criou o Novo Mercado, uma listagem de empresas que têm seus fundamentos fortemente inspirados na governança corporativa (COTRIM, 2003). Segundo, Steinberg (2003), o consenso entre os conhecedores do assunto é de que a maioria das empresas brasileiras ocupa um estágio de transição do modelo tradicional para o modelo emergente. Poucas organizações já estariam definidas como praticantes do modelo de mercado. Todavia, a medida de maior impacto foi a aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos, em 2002, da Lei Sarbanes-Oxley, que “reescreveu as regras para a governança corporativa”, promovendo significativas mudanças na gestão das empresas e dos órgãos reguladores, quer sejam comitês de auditoria ou firmas independentes (ANDRADE, 2004, p. 85). Para Andrade (2004, p. 85) ela vem transformar a “governança corporativa e as práticas éticas do negócio” em leis e não mais em requintes do mercado. Para promover essa regulação da vida corporativa a lei Sarbanes-Oxley fundamenta-se nos quatro valores da própria governança corporativa, quais sejam: “compliance, conformidade legal; accountability, prestação responsável de contas; disclosure, mais transparência; e fairness, senso de justiça.” As pequenas empresas também têm se interessado pelas práticas de governança corporativa, e mesmo as cooperativas já vêm pesquisando o tema. O boletim LCV News (empresa de Consultoria em Governança Corporativa e Representação de Acionistas) do primeiro bimestre de 2003 divulga que a Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo – CECRESP promoveu um workshop para discutir um modelo de governança corporativa a ser adotado pelas suas 200 (duzentas) cooperativas filiadas, incluindo um ‘Código de Práticas de Governança da CECRESP”. Outras tentativas de implantação da governança corporativa dentro do cooperativismo estão na Central Leite Nilza, conforme notícia do ‘Portal do Cooperativismo’ de outubro de 2004, e na Cooperativa de Cafeicultores de Guaxupé - Cooxupé. Uma estrutura de governança é representada por uma matriz institucional onde as transações são realizadas. A governança não opera de forma isolada. Os modos eficientes de governança estão de acordo com atributos do ambiente institucional, gerador de mudanças e com os indivíduos, onde os pressupostos comportamentais se originam (WILLIAMSON, 1993). A governança corporativa busca em sua essência a perpetuação das organizações. Trata-se de práticas de gerenciamento avaliadas por uma abrangência bastante significativa de posições, que se estendem desde questões legais, como o direito dos acionistas, questões financeiras que medem o retorno do investimento e a geração de valor, chegando até questões externas à organização, como questões ambientais (ANDRADE, 2004). Os conceitos sobre governança corporativa abordam basicamente concepções semelhantes. Com ênfases diferenciadas as principais questões abordadas são: a busca de interesses a longo prazo conciliando as demandas da empresa e seus stakeholders, formas de monitoramente e controle que possibilitem democratização de relacionamentos e o aumento do valor da sociedade derivados da transparência e da ética de conduta (KOEHN, 2001; ANDRADE, 2004; LODI, 2000; COTRIM, 2003; PAGNUSSATTI, 2004). Tal diversidade de conceitos está relacionada com os diferentes modelos de sua aplicação em diferentes países. Alguns autores alegam que tais diferenciações se devem às condições históricas, culturais e institucionais predominantes em cada localidade, além da formação econômica de cada um desses países (ANDRADE, 2004). Para Andrade (2004) esses diferentes modelos podem ser agrupados em dois grupos: o primeiro que trabalha com a tríade propriedade-gestão-retorno com foco no shareholder quanto a seus interesses e direitos e segundo, denominado de múltiplos interesses que tem como orientação central os interesses dos stakeholders, assumindo compromissos que vão além do retorno do investimento. Segundo Silveira (2004), no cerne das discussões sobre governança corporativa, estão questões básicas que precisam ser respondidas por qualquer corporação, tais como: qual é o objetivo da empresa? Em função de quais interesses as organizações devem ser geridas? Quais devem ser os critérios para tomada de decisão e avaliação de desempenho? Afirma ainda que há duas funções relacionadas ao objetivo da corporação que se destacam na literatura para responder a essas questões: a teoria da maximização da riqueza dos acionistas, que defende que as decisões corporativas sejam tomadas visando sempre maximizar o valor da empresa, e a teoria de equilíbrio dos interesses dos stakeholders, que defende que as decisões sejam tomadas para equilibrar e satisfazer os interesses de todos os públicos envolvidos com a corporação (SILVEIRA, 2004). Para Andrade; Rossetti (2004, p. 53) a governança corporativa tem ainda outra missão, “harmonizar interesses em conflito e bloquear oportunismos”, ou seja, minimiza os conflitos de agência, uma vez que democratiza os relacionamentos entre as partes envolvidas, além de tornar a empresa mais transparente para o mercado. No que concerne às sociedades cooperativas esse tem sido um grande desafio de gestão frente à competitividade do mercado e pelas suas particularidades uma vez que os princípios cooperativistas têm seu foco no relacionamento restrito com os cooperados e não necessariamente de uma relação mais equilibrada com a sociedade. 2.2. Nova Economia Institucional e Economia dos Custos de Transação A Nova Economia Institucional (NEI) discute o papel das instituições em dois níveis, sendo o ambiente institucional, formado pelas macroinstituições, as quais determinam as regras de interação dos membros da sociedade; e as estruturas de governança, que são constituídas por microinstituições, que regem as transações. No primeiro nível estão os trabalhos de Douglass North, Steven Cheung e Barry Eichengreen, com o foco principal na relação entre as instituições e o desenvolvimento econômico. No segundo nível, observam-se os estudos de Yoram Barzel e de Oliver Williamson, com uma abordagem microanalítica. Ambos os grupos possuem como base a contribuição seminal de Coase (1937) (AZEVEDO, 2000). As principais propostas da NEI são de que as instituições desempenham uma função importante para se entender os processos econômicos, que o seu surgimento e evolução podem ser fundamentados a partir de teorias. A tese básica é de que elas restringem o comportamento das pessoas, e assim são capazes de reduzir os custos de transação (BUENO, 2004). Tendo como uma de suas vertentes a ECT. Todas as operações, desde a produção até a distribuição de bens e serviços, são realizadas por meio de transações, que são trocas de direito de propriedade. A ECT parte do princípio de que para acessar o mercado incide-se em custos de transação. Nessa teoria a unidade analítica é a própria transação, tendo como objetivo fundamental estudar como seus custos influenciam na adoção e coordenação de estruturas de governança. Tal processo permite a analise da transação, por meio da qual os direitos de propriedade são negociados. Tais transações acontecem em um ambiente institucional, regido pelo sistema de normas (ZYLBERSZTAJN, 1995). Os custos de transação podem ser classificados nas seguintes categorias contratuais: 1.Custos ex-ante: ocorrem antes da efetiva troca comercial. Relacionam-se a custos de relacionamento, envolvendo a busca de informações, conhecimento entre as partes interessadas na transação, a negociação, a elaboração de salvaguardas e garantias contratuais, entre outros; 2.Custos ex-post: ocorrem depois da transação. Devido à impossibilidade da elaboração de contratos completos, surgem em decorrência de ajustes, adaptações e renegociação dos contratos. Relacionam-se ao monitoramento da transação, com a finalidade de acompanhar seu desempenho (CARVALHO JÚNIOR, OZON, 2004). Na Figura 2 é demonstrado o esquema de indução das formas de governança, apresentando três grupos de fatores condicionantes: características das transações, ambiente institucional e pressupostos comportamentais. O primeiro grupo é constituído pelas características das transações, que representam variáveis exógenas, relacionadas aos atributos das leis contratuais, sejam elas clássica, neoclássica ou relacional. No contrato clássico a transação ocorre em um período definido, não se introduzindo planejamentos a longo prazo, o que o torna uma referência teórica, pois na realidade são incompletos e necessitam de correções continuadas. Já para os contratos neoclássicos, uma das características marcantes é a manutenção do contrato original, que serve de base para a negociação, o que o diferencia do contrato relacional. No entanto, podem-se registrar no documento original as condições para o seu término, como por exemplo, quando os custos de negociação forem mais elevados do que os retornos previstos. No contrato relacional nota-se a flexibilidade e a possibilidade de renegociação. No processo de negociação é levada em conta a totalidade do conjunto de fatores com a finalidade de reconstrução do contrato (ZYLBERSZTAJN, 1995). Figura 2: Esquema da indução das formas de governança Fonte: Zylbersztajn (1995, p.23) As características básicas das transações são: freqüência, incerteza e especificidade. A freqüência está associada com a regularidade de uma mesma categoria de transação. A incerteza demonstra a natureza imprevisível do comportamento dos agentes econômicos, que estão relacionados ao oportunismo e a racionalidade limitada. Também se consideram as incertezas do ambiente econômico e institucional. Quanto maior for à especificidade de um ativo, menores são as chances de utilizá-lo de forma alternativa. Quando existe a necessidade de se efetuar investimentos específicos para a realização de uma dada transação, os seus custos tornam-se maiores e uma utilização alternativa do ativo pode causar perdas (FERREIRA, 2005). O segundo grupo de condicionantes é constituído pelo Ambiente Institucional, variável exógena, sendo formada pelo conjunto de fundamentos políticos, legais e sociais que estabelecem as bases da produção, troca e distribuição. São as chamadas “regras do jogo” que definem o contexto econômico (WILLIAMSON, 2000). O terceiro grupo de fatores condicionantes das formas de governança são os pressupostos comportamentais, representados pela racionalidade limitada e o oportunismo. A racionalidade limitada diz respeito à capacidade limitada do agente econômico em obter, armazenar e processar informações. Tal restrição tem caráter cognitivo, resultando na incapacidade em elaborar contratos completos que possam prever modificações ambientais. Mesmo com o desejo em ser racional, o agente somente consegue concretizar em parte, de modo limitado. Como forma de reduzir essa limitação o agente dispõe de tempo e recursos para adquirir informações que propiciem um retorno alinhado a seu comportamento otimizador. Essa limitação pode resultar em um comportamento oportunista. Algumas vezes, os agentes econômicos podem agir com oportunismo, como quando retém informações não acessíveis a outra parte da transação. Assim, conseguem benefícios monopolísticos. A possibilidade de obtenção desse tipo de benefício exige ações de monitoramento dos contratos, devendo-se incluir salvaguardas nos casos de dependência unilateral (ZYLBERSZTAJN, 1995). Por meio da governança nas transações podem-se fomentar os comportamentos desejados, bem como monitorar seu desempenho. O que pode ser alcançado via sistema de preços, caso determinado produto possua baixa especificidade e diversos produtores. Caso esses condicionantes não estejam presentes, pode ser necessária a elaboração de contratos, que contemplam mecanismos de controle e incentivos. Uma estrutura eficiente de governança deve ser adequada às características da transação (FARINA, 1999). Para a ECT a preferência por determinados meios com a finalidade de se governar uma transação ocorre em decorrência da intenção em se reduzir os custos associados a esta transação (ZUIN, QUEIROZ, 2006). 2.3. A piscicultura No Brasil, segundo dados do Ministério da Pesca e Aqüicultura, entre os anos de 2003 e 2009, que o volume derivado da pesca (continental e marinha) aumentou 15,9% e o da piscicultura 90,5%. Tal índice tem ligação com o aumento de consumo per capita de pescado no país, impulsionado pela demanda por alimentos saudáveis e pela construção de barragens no Brasil. No mesmo período o consumo de pescado pelos brasileiros passou de 6,46 quilos por habitante/ano, para 9,03 quilos por habitante/ano, próximo ao índice indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (REBANHO DAS..., 2011). A aqüicultura continua sendo a atividade de produção de animais com finalidade alimentar de crescimento mais rápido, no período de 1970-2008 a produção aqüícola mundial de pescado cresceu em média 8,3% ao ano, enquanto que o índice de crescimento da população mundial o foi, em média, de 1,6% ao ano. A produção mundial de pescado comestível, incluindo peixes, moluscos, crustáceos e outros animais para consumo, alcançou 52,5 milhões de toneladas em 2008, sendo que em 1950 a produção era de 1 milhão de toneladas/ano. Um aumento em um ritmo três vezes maior do que a produção mundial de carne (aves e bovinos). O crescimento da produção aqüícola na America Latina e Caribe representa o maior crescimento médio mundial sendo de 21,1% (FAO, 2010). O Brasil possui condições e recursos naturais favoráveis que podem torná-lo um dos maiores produtores de pescado do mundo, pois apresenta 13,7% do total da água doce mundial, grandes rios, reservatórios de hidroelétricas, entre outros fatores (FAO, 2011). 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O objeto de estudo são os associados de uma cooperativa de piscicultores em Mato Grosso do Sul, criada em 1999, que atualmente é formada por 24 sócios. O levantamento de dados primários foi efetuado pessoalmente junto a 13 entrevistados, por meio da aplicação de questionário com questões fechadas. Desta forma, em algumas questões fechadas utilizou-se a escala do tipo Likert de 1 a 5, variando no caso da importância de insignificante a extremamente importante; e para desempenho, de péssimo a excelente. As demais questões fechadas têm caráter dicotômico, com campos para comentários. Os fatores abordados no questionário deste estudo foram baseados na dissertação de Ferreira (2005). A fundamentação teórica utilizada no estudo é a ECT, descrita por Zylbersztajn (1995). Conforme Richardson (2008) a utilização de um questionário com perguntas fechadas condiciona-se a alguns aspectos, entre eles cita-se, a presunção de que os entrevistados possuam conhecimento a respeito do assunto tratado. Desta forma, o procedimento adotado durante a entrevista foi de “traduzir” as perguntas, com a finalidade de suprimir dúvidas dos entrevistados. Em decorrência de limitações de tempo, alguns cooperados não estavam disponíveis no período da pesquisa, não sendo possível entrevistar a totalidade dos associados. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao todo foram aplicados 13 questionários, vale destacar que 46% dos entrevistados possuem um tempo de atuação na piscicultura que compreende de 17 a 20 anos, 31% de 5 a 7 anos e 23% de 10 a 15 anos. Um percentual de 69% desenvolve outras atividades na propriedade, recebendo destaque a pecuária. Os fatores relacionados a informação, constantes no questionário, estão associados a racionalidade. Assim, essa variável engloba, conforme a Tabela 1, o acesso a informações de mercado (preço, oferta, demanda), compartilhamento de informações de mercado entre produtores, compartilhamento de informações técnicas entre produtores, divulgação de informações técnicas e de mercado pela cooperativa. Sendo que a ECT considera a racionalidade dos agentes econômicos como limitada, pois estes não conseguem adquirir todas as informações que se fazem necessárias à tomada de decisão. No entanto, são empreendidos esforços no sentido de compartilhar informações, com a finalidade de ampliar a “racionalidade buscada”, possibilitando a redução dos custos de transação (FERREIRA, 2005). Desta forma, de acordo com a Tabela 1, observou-se que para o fator acesso a informações de mercado (preço, oferta, demanda) 54% dos respondentes afirmam possuí-lo de maneira a considerá-lo como muito bom, 23% possuem bom acesso, 15% consideram o acesso como excelente e 8% regular. Nenhum dos fatores relacionados à informação obteve classificação como péssimo. Tabela 1: Percepção dos cooperados em relação aos fatores relacionados à informação. Fatores Péssimo (1) Regular (2) Bom (3) Muito bom Excelente (4) (5) Acesso a informações de mercado - 8% 23% 54% 15% Compartilhamento de informações de mercado entre produtores - 8% 31% 23% 38% Compartilhamento de informações técnicas entre produtores - 8% 30% 31% 31% Divulgação de informações técnicas e de mercado pela cooperativa - 8% 46% 31% 15% Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Para o fator compartilhamento de informações de mercado entre produtores verificou-se que 38% dos cooperados consideram excelente e 31% o consideram bom. Com relação ao compartilhamento de informações técnicas entre produtores observou-se que um mesmo percentual de 31% dos cooperados diz que o compartilhamento de informações técnicas atualmente é considerado como excelente ou muito bom, 30% considera bom, enquanto que 8% afirmam ser regular. Quando questionados com referência a divulgação de informações técnicas e de mercado pela cooperativa, constatou-se que 46% dos cooperados consideram o desempenho do fator como bom, e com o segundo maior percentual de 31% que julga ser muito bom. Ao serem questionados sobre a observância ou não de ações no sentido de compartilhar informações entre os agentes envolvidos na atividade da piscicultura, 12 dos entrevistados sinalizam positivamente, sendo apontada como a principal ação desenvolvida as reuniões da cooperativa. Também se mencionou, mas em menor grau, a realização de eventos externos. Esses dados evidenciam a relevância das reuniões no compartilhamento de informações. Tabela 2: Percepção dos cooperados em relação ao fator cooperação. Péssimo Fatores (1) Cooperação entre produtores - Regular (2) - Bom (3) 38% Muito bom Excelente (5) (4) 31% 31% Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Nota-se, na Tabela 2, que o fator cooperação entre produtores obteve 31% de respostas julgando a cooperação excelente, o mesmo percentual de 31% a considera muito boa e 38% boa, tais percentuais estão em consonância com os fatores relacionados ao compartilhamento de informações entre produtores. Com a utilização de uma escala do tipo Likert, descrita na metodologia, com a finalidade de avaliar a importância atribuída a determinados fatores que influenciam a permanência na atividade da piscicultura, efetuou-se a média e o desvio-padrão descritos na Tabela 3. Tabela 3: Percepção dos cooperados em relação à importância dos fatores para a permanência na atividade da piscicultura. Fatores Importância Média Desvio-padrão Legislação 3,77 1,3 Comportamento do consumidor 3,92 1,12 4 1,08 Relacionamento de longo prazo 4,08 1,5 Confiança 4,38 1,12 Garantia de preço mínimo de venda 2,77 1,79 Contratos formais 2,85 1,72 Regularidade nas transações Contratos informais 3,77 1,42 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A partir dos resultados apresentados na Tabela 3, percebe-se que os fatores que obtiveram maiores escores relativos à importância para a permanência do cooperado na atividade da piscicultura foram na seguinte ordem: Confiança, Relacionamento de longo prazo, Regularidade na transação e Comportamento do consumidor. O relacionamento de longo prazo foi apontado por alguns entrevistados como sendo fator que pode aumentar o grau de confiança, principalmente em se tratando de transações de venda. Apontou-se a preferência em vender a um mesmo comprador que efetua compras freqüentes e a certo tempo, do que a novos compradores, embora os cooperados pudessem obter um maior lucro na venda a estes novos clientes. Tal fato demonstra receio de inadimplência, fato já ocorrido, embora não freqüente. O Comportamento do consumidor alcançou o escore de 3,92, demonstrado a preocupação dos produtores com os hábitos de consumo da população. O oportunismo expressa como o agente econômico se relaciona com os demais agentes, tendo em vista que cada um deles procura satisfazer a seus próprios interesses, podendo ser gerador de conflitos. A confiança é um fator que auxilia na percepção de comportamentos oportunistas. A variável oportunismo também compreende o tempo de relacionamento entre os agentes, que foi assinalado como um fator extremamente importante nas transações, adquirindo uma maior relevância o relacionamento de longo prazo entre comprador e vendedor. Os menores escores obtidos, conforme a Tabela 3, relacionados à importância dos fatores para a permanência do cooperado na atividade da piscicultura foram na ordem: Garantia de Preço Mínimo e Contratos Formais. O que expressa que os produtores dão pouca importância aos contratos formais para permanecerem na atividade. Essa preferência pode estar relacionada à confiança e ao fator relacionamento de longo prazo. Obteve-se uma menor avaliação da garantia de venda do produto por um preço mínimo. O ambiente institucional representa as “regras do jogo”, onde são regulados o surgimento e seleção de organizações que constituem a estrutura de governança (FERREIRA, 2005). As instituições podem ser formais (constituições, leis e direitos de propriedade, dentre outros) e informais (crenças, tradições e costumes). Essa variável compreende a adequação a Legislação e ao Comportamento do consumidor. Foi constatada uma maior preocupação dos produtores com a adequação ao comportamento dos consumidores, do que com a legislação. Em relação à Legislação o escore obtido pode estar relacionado a uma percepção e ciência das normas. Conforme Satolani, Corrêa e Fagundes (2008, p.223) a piscicultura é uma atividade “diretamente afetada por essas regras e leis de solo, água, meio ambiente, conservação de recursos naturais, caça e pesca, sanidade animal, leis de saúde pública, sanitárias, exportação e importação, leis tributárias, dentre outras.” Também se observa a utilização de atos administrativos e normativos com a finalidade de regulamentar a piscicultura no Brasil (SATOLANI, CORRÊA E FAGUNDES, 2008). Tabela 4: Percepção dos cooperados referente ao fator confiança. Regular (1) (2) (3) Confiança entre os produtores - 8% 38% 8% 46% Confiança na cooperativa - - 24% 38% 38% Fatores Bom Muito bom Péssimo (4) Excelente (5) Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Como demonstrado na Tabela 4, quando questionados com relação à Confiança entre os produtores percebe-se que 46% afirma ser excelente e 38% boa. Para o fator Confiança na cooperativa observou-se que 76% dos entrevistados possuem um nível alto de confiança. Tabela 5: Percepção dos cooperados em relação à predominância de tipos de contratos. Fatores Quantidade de respondentes Contratos formais 5 Contratos informais 5 Ambos os tipos 3 Total 13 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Com referência a variável Formas contratuais, de acordo com a Tabela 5, quando questionados sobre qual tipo de contrato é predominante nas transações obteve-se a mesma resposta para contratos formais e informais, sendo assinalados por 5 entrevistados, e 3 responderam que ambos os tipos predominam em suas transações. Conforme Tabela 6, para o fator Renovação de contrato, seis produtores consideram a existência e dois não a consideram. Destaca-se que a quantidade de oito respondentes para as questões da Tabela 6 está relacionado a quantidade obtida na predominância de contratos formais e ambos os tipos (formais e informais), descritos na Tabela 5. Com referência a existência ou não de Incentivos a continuidade de contrato, cinco respondentes afirmam não existir incentivos. Os que afirmaram que existem incentivos indicam que tais incentivos relacionam-se a garantias de compra. Com relação a Penas por rescisões contratuais, a mesma quantidade de respondentes afirma a existência e a não existência, sendo quatro respondentes para cada item respectivamente. Os que afirmaram a existência de penas por rescisões contratuais mencionam a multa como a principal pena. Sobre a possibilidade de Renegociação de contrato e ajustes contratuais, seis entrevistados afirmam que existe essa possibilidade, enquanto que dois não a observam. Tabela 6: Percepção dos cooperados em relação aos fatores relacionados a contratos. Quantidade de respondentes Fatores Sim Não Total Renovação de contrato 6 2 8 Incentivos a continuidade de contrato 3 5 8 Penas por rescisões contratuais 4 4 8 Renegociação de contrato e ajustes contratuais 6 2 8 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A totalidade dos entrevistados afirma não existir conflitos entre as partes envolvidas em uma transação. A variável Freqüência relaciona-se com a regularidade e/ou recorrência de uma transação. Na pesquisa constatou-se, pela totalidade dos entrevistados, que as transações para um mesmo cliente ocorrem de forma recorrente, ou seja, baseados na fidelidade, o que reforça a importância dada ao fator relacionamento de longo prazo descrito com um dos maiores escores em grau de importância para a permanência do produtor na atividade da piscicultura. Nota-se a existência de mão-de-obra qualificada disponível na região, sendo que 46% dos entrevistados a considera boa e 31% afirma ser regular. Quando questionados com referência a realização ou não de algum tipo de investimento específico com a finalidade de comercializar com determinando cliente, apenas dois produtores afirmam positivamente. Estes informaram que realizaram investimentos relacionados a manejo diferenciado, para atender a exigências. Tabela 7: Percepção dos cooperados referente à importância das incertezas para a atividade da piscicultura. Fatores Pragas e Doenças Pouco Muito Extremamente Insignificante Importante importante importante importante (1) (3) (2) (4) (5) - 8% 33% 17% 42% Preço dos insumos - - - 36% 64% Tecnologia (conhecimento se informações) - - 18% 37% 45% Clima - - - 40% 60% Inadimplência - - - 40% 60% Fonte: Dados da Pesquisa (2012) As incertezas ou riscos podem ser primárias ou comportamentais. As primárias são exemplificadas pelo clima, intempéries e o mercado. As incertezas comportamentais derivam dos pressupostos comportais, ou seja, da racionalidade limitada e do oportunismo (FERREIRA, 2005). O risco ou incerteza relaciona-se positivamente a racionalidade e ao oportunismo, assim à medida que estes aumentam o nível de incerteza os acompanha (BALESTRIN, ARBAGE, 2007). De acordo com a Tabela 7, a incerteza que mais se destaca na opinião dos cooperados são as Pragas e Doenças, as quais foram assinaladas por 12 entrevistados, sendo desses 42% avaliaram como uma incerteza extremamente importante. A incerteza de Preço dos insumos apontada por 11 cooperados, desses 64% a consideram como extremamente importante. A incerteza Tecnologia (conhecimentos e informações) foi assinalada também por 11 produtores, sendo que 45% a definem como extremamente importante. Vale destacar que 10 dos entrevistados assinalaram as incertezas do Clima e da Inadimplência, as representando respectivamente, como 60% extremamente importante e 40% muito importante. Outras incertezas assinaladas com menor freqüência foram Preço, Instabilidade da Demanda e Queda do Consumo. Foram acrescentadas, pelos cooperados, outras incertezas ao questionário, sendo apontadas como extremamente importantes, as Políticas Públicas e os Incentivos a atividade. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desse artigo foi diagnosticar a percepção dos produtores cooperados em relação à importância de determinados fatores relacionados à ECT. Os resultados da pesquisa demonstram que os maiores índices de importância foram atribuídos aos fatores: confiança, relacionamento de longo prazo, regularidade na transação e comportamento do consumidor. Enquanto que os menores escores obtidos foram para a garantia de preço mínimo e contratos formais. A cooperação entre produtores é percebida de uma maneira geral como boa. Com base na cooperação e interação entre os agentes econômicos é possível estabelecer um ambiente de aprendizagem interativo, que pode resultar em ganhos de produtividade a todos os envolvidos. A partir do escore atribuído ao comportamento do consumidor, nota-se a grande preocupação que este fator exerce sobre a percepção do cooperado. Conforme descrito por Bleil (1998) os comportamentos relacionados à escolha de alimentos estão em constante mudança. Desta forma, deve-se estar atento a tais mudanças, para não correr o risco de perdas no desenvolvimento de uma atividade econômica. Nota-se que os contratos formais obtiverem um grau de pouca importância. Levando-se em conta esse fator conjuntamente com a confiança percebe-se que as transações estão em grande parte baseadas neste atributo. A confiança pode reduzir os custos de transação, tendo em vista que possui a capacidade de diminuir comportamentos oportunistas. O relacionamento de longo prazo auxilia no aumento do nível de confiança entre os agentes. O presente estudo limitou-se a aplicação de questionários somente aos produtores cooperados, sendo interessante a ampliação da amostra, que contemple outros elos da cadeia produtiva, como fornecedores e indústria. Desta forma, permitindo uma comparação da percepção dos diversos atores envolvidos. REFERÊNCIAS ANDRADE, L. F. Teoria de agência e governança. Valor Econômico, Eu & Investimentos, D2, 29 de março de 2004. ____________; ROSSETTI, J. P. Governança Corporativa: desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas, 2004. fundamentos, ARAÚJO, M. J. 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